Caderno Marino 3

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Teoria Geral das Obrigações

13/04 - Aula 1

Noção de Obrigação

+ Primeiro Sentido  espécie de dever

- Dever Jurídico  reconhecida por uma norma jurídica

- Especial  recai numa conduta específica; dever de prestar

- Com conteúdo patrimonial

- Objeto da obrigação  determinada prestação (dar, fazer, não fazer), realizada pelo devedor
no interesse do credor (ou de terceiro)

. 3 Hipóteses de dar  transmissão de posse, propriedade e restituição

- Integra o conteúdo de uma dada relação jurídica

- Fontes de Obrigações  contratos (principais)

+ Segundo Sentido  espécie de relação

Direito Obrigacional x Direito Real

+ Critérios

- Do Objeto  Prestação x Coisa

- Da Oponibilidade  Inter Partes x Erga Omnes (sequela)

. Identificação dos Dois Polos envolvidos bem determinada (Inter Partes)

. Direito real assume a força do direito a todos e perseguir o bem nas mãos de quem
ele estiver (Direito de Sequela)

- Temporal  Transitório x Permanente

. Há relações obrigacionais mais duradouras, mas tendem a ser mais transitórias

- Da Tipicidade  Numerus apertus x Numerus clausus


. Numerus apertus  princípio da tipicidade aberta. É possível criar direitos
obrigacionais atípicos

. Numerus clausus  princípio da tipicidade fechada. Não se criam novos direitos reais

- Da Origem  Fontes x Modos de aquisição

. Obrigações  contratos, atos ilícitos, etc

. Reais  existem os diferentes modos de aquisição da coisa

+ Vantagem do raciocínio tipológico

+ Obrigação propter rem (por causa da coisa) ou ambulatória (ambulante cum domínio)

- Obrigação que incumbe ao titular de um bem em razão desta titularidade

- Exemplo  obrigação de pagar as despesas de condomínio e de contribuir com conservação


de muro confinante

- Extinção com abandono ou renúncia à propriedade

Relação Jurídica Obrigacional

+ Espécie de relação jurídica em virtude da qual uma ou mais pessoas podem exigir de outras a
realização de uma ou mais prestações

+ Sujeitos  ativo (credor) e passivo (devedor)

+ Conteúdo  feixe de posições jurídicas

+ Débito e Crédito  expressões de cada um dos polos

+ Vínculo jurídico  representação do liame e da exigibilidade da prestação

- Monismo Personalista - Savigny

. Vínculo Obrigacional como poder do credor sobre a vontade do devedor (atua no


âmbito da vontade pessoal independentemente da vontade alheia)

. Relação com conceito de direito subjetivo (poder da vontade)

. Crítica  não trata da responsabilidade patrimonial do devedor

- Monismo Realista - Eugene Gaudemet / Giovanni Brunetti


. Vínculo obrigacional como poder do credor sobre os bens do devedor, ou como
relação entre patrimônios

. Bunetti e o “dever livre”

. Críticas  ênfase exagerada na garantia da obrigação e confusão entre sujeito e


objeto

- Teoria Mista ou Dualista

. Alois Brins  Obrigação Romana

. Debitum (Schuld) e Obligatio (Hafung)

. Dois “sub-vínculos”  Débito-Crédito e Responsabilidade-Garantia

. Vantagens  Independência entre Débito e Responsabilidade (um pode existir sem o


outro)

 Obrigação Natural  débito sem responsabilidade (apostas irregulares


814CC)
 Dívida Futura  responsabilidade sem débito
 Terceiro Garantidor  responsabilidade sem débito próprio (o débito é de
terceiro em Fianca/Seguro)
 Dissociação quantitativa  cláusula de limitação de indenização

20/04 Aula 2

Responsabilidade Patrimonial

+ Art 391 CC  Pelo inadimplemento das obrigações respondem todos os bens do devedor

+ Art 789 CPC/15  O devedor responde com todos os seus bens presentes e futuros para o
cumprimento de suas obrigações, salvo as restrições estabelecidos em lei

+ Sujeito x Objeto da Responsabilidade como sanção jurídica

+ Responsabilidade Pessoal (recai sobre a força de vontade do sujeito) x Responsabilidade


Patrimonial (recai sobre os bens)

- Patrimônio não é estático, logo, ainda que haja alteração do patrimônio, este continua sendo
objeto da ação
. Responsabilidade Patrimonial  Posição Jurídica do titular de um bem ou de um
patrimônio cuja destinação objetiva é a satisfação do credor

. Responsabilidade como estado de sujeição/potencial  Surgimento x Efeitos

*Quando o vínculo obrigacional se forma, já surge o débito, mas também a


responsabilidade

. Garantia  Posição ativa correlata à responsabilidade: poder de obter a satisfação da


dívida independentemente da vontade do responsável mediante alcance do seu patrimônio

Obrigação como processo

+ Crítica aos excessos da teoria dualista

- A responsabilidade surge no momento da constituição do vínculo, e não com o surgimento


do inadimplemento

- Elementos unificados sob a ideia de estrutura, organismo ou processo orientado a um fim

. Satisfação dos interesses do credor

+ Fontes das Obrigações

- Classificações de Gaio - Institutas - Obligationes

. ex contratu  engloba tutela, gestão de negócios, pagamento indevido, etc.

 Oriunda de toda conduta permitida ou lícita


 Direito de ser reembolsado pelos investimentos ou auxílios em nome de
outro

. ex delicto  aquilo que é ilítico ou não permitido

- Classificação de Gaio - Aureorum Libri - Obligationes

. ex contractu

. ex delicto

. ex varilis causarum figuris  atos lícitos de obrigações não bilaterais

- Justiniano - Institutas

. ex contractu + ex delicto
. quase ex contractum  quase contratos

. quase ex delictus  quase delitos

- Hugo Grócio - Fontes

. Lei + Contrato + Delito

- Roberto Joseph Pothier - Fontes

. Lei + Contrato + Delito + quase-contratos + quase-delitos

27/04 - Aula 3

+ Fontes das Obrigações

- Não há classificação certa ou definitiva, mas pode ser voluntária ou involuntária a depender
da posição sobre a natureza jurídica das figuras

. Relação contratual de fato + Gestão de Negócios + Enriquecimento sem causa, etc

+ Contratos

- Sempre são fontes de obrigações, mas não possuem eficácia real no sistema jurídico
brasileiro

. Ex: compra e venda geram a obrigação de transmitir a propriedade (Art. 1226 e 1227)

+ Negócios Unilaterais Obrigacionais

- Declarações Unilaterais de vontade + Promessas Unilaterais

- Formado por uma só parte e que cria, modifica ou extingue obrigações (diferentes de atos
unilaterais)

- Sistematização dos atos unilaterais no CC (arts 854 ss)

. Obrigar-se pressupõe consenso

+ Obrigações de dar, fazer e não fazer

- Obrigação de Dar

. Transmitir a propriedade  prestação do vendedor, do comprador, do fornecedor e


do devedor da indenização
. Transmitir a posse  prestação do locador e do arrendante

. Restituir  prestação de mutuário, do comodatário, do locatário e do depositário

- Obrigações de Fazer

. Fazer  serviço, praticar negócio em nome do contratante (mandato), custodiar


(depositário), transportar, prestar declaração de vontade e realizar uma obra

. Não Fazer  não realizar concorrência, não fornecer a terceiros, não divulgar
informações confidenciais, não usar determinado bem e tolerar a prática de certos atos

+ Dar Coisa Certa

- Obrigação específica

- Regra de acessoriedade  Art 233 - A obrigação de dar coisa certa abrange os acessórios
dela embora não mencionados, salvo se o contrário resultar do título ou das circunstâncias do
caso

- Abrange partes integrantes, frutos, produtos e benfeitorias

- Exceções  previsão expressa ou circunstâncias

. Ex - transmissão de posse de terreno com recurso mineral não explorado

- Não engloba as pertenças (art 93 e 94)

+ Dar Coisa Incerta

- Determinação somente pelo gênero e/ou quantidade (art. 243)

- Escolha ou Especificação  a quem cabe, o que se pode escolher, qual o efeito da escolha

04/05 – Aula 4

+ Tipos de Impossibilidade

- Obstáculo Natural/Físico/Jurídico intransponível

- Originária (validade) ou superveniente (eficácia)

- Subjetiva (afeta o devedor) ou objetiva (afeta qualquer pessoa)

- Relativa (dificuldade/onerosidade) ou absoluta


- Temporária ou definitiva  impedimento passageiro que torna a prestação inútil

- Impossibilidade  imputável ou não imputável ao devedor (caso fortuito ou caso ou de força


maior)

+ Relações à Dar Coisa Certa

- Perda antes da entrega ou da restituição

. Caso a coisa certa se perca (perecimento) antes da entrega ou antes da restituição

. Perecimento é mais do que destruição física

. Perda Sem Culpa

*Antes da entrega ou pendente condição suspensiva – Art. 234 CC  fica


resolvida a obrigação para ambas as partes

*Antes da restituição – Art. 238 CC  sofrerá o credor a perda e a obrigação se


resolverá

*Figura  impossibilidade superveniente de prestar

*Consequência  resolução da relação obrigacional (ineficácia)

*Quem suporta o risco da perda  a coisa perece para o dono (res perit
domino)

*Efeito restitutório (perda do direito à contraprestação 

*Exceção  o gênero não perece (art. 246 CC) – quando pode-se substituir por
outra coisa do mesmo gênero

*Casos de Deterioração antes da entrega  CC 235 – Deteriorada a coisa, não


sendo o devedor culpado, poderá o credor resolver a obrigação, ou aceitar a coisa, abatido de
seu preço o valor que perdeu

*Casos de Deterioração antes da restituição  CC 240 – Se a coisa restituível


se deteriorar sem culpa do devedor, recebê-la-á o credor, tal qual se ache, sem direito a
indenização

. Perda Com Culpa

*Perecimento antes da entrega  equivalente + perdas e danos - art. 234 CC


*Perecimento antes da restituição  equivalente + perdas e danos – art. 239
CC

*Casos de Deterioração antes da entrega  CC 236 – Sendo culpado o


devedor, poderá o credor exigir o equivalente, ou aceitar a coisa no estado em que se acha,
com direito a reclamar, em um ou em outro caso, indenização das perdas e danos

*Casos de Deterioração antes da restituição  CC 240 – se por culpa do


devedor, observar-se-á o disposto no art 239 (equivalente + perdas e danos)

+ Relações de fazer e não fazer

- Impossibilidade sem culpa

. Prestação de Fazer

*EX: evicção ou invasão de terreno vem a impossibilitar a empreitada

*Art 248 CC  resolver-se-á a obrigação

. Prestação de Não Fazer

*EX: monopólio superveniente impossibilita exclusividade

*Art 250 CC  Extingue-se a obrigação

- Impossibilidade com Culpa

. Prestação de Fazer

*Perdas e danos ou execução por terceiro + perdas e danos – art. 248 e 249 CC

. Prestação de Não Fazer

*Desfazimento + perdas e danos – art. 251 CC

11/05 - Aula 5

+ Classificação das obrigações quanto ao sujeito

- Singulares  Somente um credor e um devedor

- Plurais ou Plurissubjetivas  pluralidade de credores e/ou devedores

. Parciárias (conjunta)
*Prestação é fixada globalmente, porém cada devedor é obrigado apenas a
uma parte do débito e/ou cada credor somente pode exigir parte do crédito comum

*Parcelamento ou fracionamento da prestação

*Pode ser originário ou superveniente (pode ser fracionada após o início)

*As partes se satisfazem pelo concurso, pela divisão

*Ex: mútuo a dois mutuários; obrigação dos sócios de realizar aportes na


sociedade; vários fiadores; com benefício de divisão (CC arts 829/830); mandatários
incumbidos de atos distintos ou sucessivos

*Nem sempre as frações são iguais

. Solidárias

*Passiva  pluralidade de devedores, sendo que cada um pode ser obrigado a


efetuar a prestação integral

§ cada devedor pode ser obrigado a pagar a dívida toda

§ o pagamento de um dos devedores libera os demais perante o credor


(relação externa)

§ o devedor que paga possui direito de regresso contra os demais


(relação interna)

§ nenhuma estipulação pode agravar a situação daquele devedor


solidário q não tiver pactuado aquela situação (CC 278)

§ remissão (perdão) da dívida aproveita aos demais solidários no limite


da quantia remitida (CC 388)

§ renúncia à solidariedade (CC 282)

§ novação importa exoneração dos devedores que não participaram


(CC 365)

§ transação importa exoneração dos devedores que não participaram


(CC 844, §3)

§ pagamento integral feito por um dos devedores  liberação e direito


de regresso e as quotas podem ser distintas (CC 283, 285); um dos devedores é insolvente (CC
283); um dos devedores foi exonerado da solidariedade e outro é insolvente, o exonerado tbm
é cobrado (CC 284)

*Ativa  pluralidade de credores, sendo que cada um pode exigir do devedor


prestação integral

*Regra de Ouro  a solidariedade não se presume, ela depende de previsão


legal ou convencional (CC 265)

*Ex de passiva: mútuo, empreitada, prestação de serviços (...) com pluralidade


de devedores e cláusula de solidariedade; ato ilícito com mais de um autor (CC 942 [...] todos
responderão solidariamente pela reparação; locação de imóvel urbano com mais de um
locatário (lei 8.245/91, art 2 – entende-se que são solidários se o contrário não se estipulou);
comodato com pluralidade de comodatários (CC 585); fiança com pluralidade de fiadores (CC
829)

*Ex de ativa: conta corrente conjunta; locação de imóvel urbano com mais de
um locador (Lei 8.245/91, 2º)

. Coletivas (conexas ou com atuação conjunta)

*Premissa  insuficiência das classes anteriores

*Prestação deve ser realizada conjuntamente por todos os devedores ou em


favor de todos os credores

*Adimplemento conjunto

*Ex: banda de quatro músicos; mandatários conjuntos (CC 672); compra e


venda de apartamento com dois vendedores; pacote turístico em favor de vários familiares

18/05 – Aula 6

+ Regime da Solidariedade passiva

- Pagamento parcial feito por um dos devedores solidários

- Culpa de um dos devedores

. CC 279 – Impossibilitando-se a prestação por culpa de um dos devedores solidários,


subsiste para todos o encargo de pagar o equivalente, mas pelas perdas e danos só responde o
culpado
. CC 280 – Todos os devedores respondem pelos juros de mora, ainda que a ação tenha
sido proposta somente contra um, mas o culpado responde aos outros pela obrigação
acrescida

+ Obrigações Divisíveis e Indivisíveis

- Indivisibilidade natural, econômica ou convencional

. CC 258 – A obrigação é indivisível quando a prestação tem por objeto uma coisa ou
um fato não suscetíveis de divisão, por sua natureza, por motivo de ordem econômica, ou
dada a razão determinante de negócio jurídico

- Obrigação divisível com pluralidade de credores e/ou de devedores

. CC 257 – Havendo mais de um devedor ou mais de um credor em obrigação divisível,


esta presume-se dividida em tantas obrigações iguais e distintas, quantos os credores ou
devedores

. Presunção de parciariedade

. Pode haver solidariedade (CC 265)

- Obrigação indivisível com pluralidade de credores

. CC 260 – Se a pluralidade for dos credores, poderá cada um destes exigir a dívida
inteira, mas o devedor ou devedores se desobrigarão, pagando

I -a todos conjuntamente

II – a um, dando este caução de ratificação dos outros credores (garantia real
ou pessoal de que os demais credores ratificam aquele recebimento da prestação integral por
parte de um dos credores

CC 261 – Se um só dos credores receber a prestação por inteiro, a cada um dos


outros assistirá o direito de exigir dele em dinheiro a parte que lhe cabia no total

- Obrigação indivisível com pluralidade de devedores

. CC 259 – Se havendo dois ou mais devedores, a prestação não for divisível, cada um
será obrigado pela dívida toda

Parágrafo único  o devedor que paga a dívida sub-roga-se no direito do


credor em relação aos outros obrigados
. Exceção à regra: obrigações coletivas

. Efeito do pagamento: sub-rogação (substituição) – substituição do devedor no lugar


do credor

+ Obrigações Simples e Complexas/Múltiplas

- Conceituação Objetiva de complexidade

- Obrigação Simples  uma só prestação

- Obrigação Complexa ou Múltipla  pluralidade de prestações

. Cumulativas/Conjuntivas

*Englobam duas ou mais prestações, mas o devedor só se libera realizando


todas elas  nexo entre as prestações

*Obrigação de lavar e passar roupa; transmitir propriedade do bem e


transportá-lo

*Critérios para diferenciar a pluralidade dos contratos  unidade instrumental


(quantidade de contratos) + unidade de contraprestação (quantidades de débitos)

. Alternativas/Disjuntivas

*Vínculo obrigacional abrange duas ou mais prestações , porém o


cumprimento fixa-se apenas em uma delas

*Duas ou mais prestações  in obligatione


*Uma prestação  in solutione

*Devedor adstrito a uma das prestações , conforme escolha a ser realizada

*Obrigação de entregar matéria-prima certa; vender quadro pintado ou pintar


quadro novo; pagar preço em dinheiro ou com ações da compradora

*Direito de Escolha  opção pela qual se determina qual das prestações


devidas será paga; titularidade  cabe ao devedor se não houver nenhuma cláusula do
contrário

*Escolha de terceiro  CC252 §4 – se o terceiro não quiser, deverá haver


acordo, se não tiver, cabe ao juiz

*Mais de um titular de direito  CC252 §3 – se não houver acordo unânime,


cabe ao juiz

*Objeto da escolha  CC 252 §1 §2 – Não se obriga o credor a receber parte


de e parte de outra (é uma ou outra); prestação periódica – opção de escolha poderá ser
exercida em todo período

+ Impossibilidade e obrigação alternativa

- Originária (inicial)

. De todas as prestações – nulidade por impossibilidade do objeto CC166

. De uma das prestações – subsiste a obrigação quanto à outra CC253; ou quanto às


demais (nulidade parcial)
- Superveniente sem culpa

. De todas as prestações – extinção da obrigação (resolução por impossibilidade


superveniente CC 256)

. De uma das prestações – subsiste a obrigação quanto a outra ou quanto às demais


CC253

- Superveniente com culpa

. Escolha do devedor  de todas as prestações (perdas e danos CC 254); de uma


prestação (permanece a quanto a outra)

. Escolha do credor  de todas as prestações (valor de uma das prestações + perdas e


danos CC 255); de uma das prestações (permanece a outra ou valor de outra + perdas e danos
CC 255)

+ Diferença em relação a figuras afins

- Obrigação genérica  determinação com base em características individuais – gênero

- Obrigação condicional  escola depende de evento futuro e incerto

- Obrigação facultativa  alternativa ou substituição

. Apenas uma prestação é devida

. Poder de substituição da prestação por outra (subsidiária ou secundária)

. Credor não pode exigir a prestação substituta

. Impossibilidade da prestação devida leva à extinção

25/05 – Aula 7

+ Obrigação Pecuniária

- Obrigação cujo objeto é uma prestação em dinheiro

. Dinheiro = coisas (mercadorias, moedas, notas) utilizadas como meio geral de


pagamento das dívidas

- Atualmente = obrigação pecuniária é fixada em razão do valor da espécie monetária devida

- Finalidade = proporcionar ao credor o valor incorporado à moeda


. Desde a origem deve ser pecuniária

. Sujeita a liquidação o desde o início

. Podem ser convertidas de obrigações anteriores que não tinham essa propriedade

- Valor da moeda = intrínseco ou metálico + extrínseco, nominal ou de face + aquisitivo ou de


troca

. Valor de troca e tendência à desvalorização (capitalismo e valor nominal)

+ Princípio do Nominalismo

- O devedor se libera da obrigação pagando a dívida pelo valor nominal (independentemente


da queda do poder aquisitivo)  artigo 315 CC

- Como impedir a queda do poder aquisitivo

. Atrelar o pagamento ao valor do ouro ou de moeda estrangeira (CC/1916)

. Imposição forçada da moeda nacional e proibição da convenção do pagamento em


ouro ou em moeda estrangeira (318 CC/02)

*Decreto-lei 857/69  Nulidade dos contratos que estipulem pagamento em


ouro ou moeda estrangeira, menos quando o devedor ou credor estiver domiciliado no
exterior (mas se imóvel for no Brasil, não pode)

*Lei n 8880/94  Lise (contrato pelo qual o sujeito tem direito por certo bem
e pode adquirir aquele bem ou devolve-lo), quando tem base em captação de recursos do
exterior, pode-se atrelá-lo ao dólar

. Cláusula de escala móvel

*Reajuste de prestações sucessivas ou diferidas mediante preço de


determinada mercadoria ou índice geral do custo de vida

*Periodicidade mínima de um ano  lei n 10192/2001 (exceção quando


estipulado em contrato prévio na comercialização de imóveis e financiamento imobiliário)
(CC316 e 317 – aumento progressivo e desproporcionalidade do valor da prestação - exceção
à periodicidade)

01/06 – Aula 8
+ Pagamento

- Modo programado de extinção das obrigações

- Tríplice perspectiva

. Extinção da obrigação

. Realização da prestação de vida

. Satisfação dos interesses do credor

- Terminologia  pagamento, cumprimento e adimplemento

- Pagamento  realização voluntária e exata da prestação

- Natureza Jurídica

. Contrato  oferta de prestação pelo solvens + aceitação do accipiens

. Ato voluntário, não contratual ; mas natureza variável

. Teorias Unificadoras

*Pela cisão entre ato de pagar e seu conteúdo

*Pela função  pagamento como ato devido

- O Pagamento como conceito heterógeno:

. Existem diversas formas de definir o pagamento, pode estar inserido na maneira


convencional, entretanto pode possuir a natureza da confidencialidade, ou no caso da
celebração do contrato definitivo (em caso de compra de imóveis). Nessa teoria o pagamento
é variável, assim como as relações obrigacionais podem ser, a conceituação depende da
situação especifíca, não é possível afirmar com tanto determinismo quanto a anterior.

- A Tentativa de (Re)Unificação:

. As duas primeiras (contrato e ato unilateral) se aproximam de um monismo,


enquanto o conceito heterogêneo vê uma pluralidade. Em reação a essa última surge a Teoria
da Unificação.

. A Teoria Alemã (Larenz) consiste numa cisão entre dois pontos distintos: o ato de
pagar e o seu conteúdo. É uma diferença entre realizar a prestação e o seu conteúdo, podendo
seu conteúdo envolver outro Negócio Jurídico ou a cessão de algum direito sobre bem
material. Nesse ponto, o que muda é sempre o conteúdo, portanto o ato de pagar é sempre o
mesmo.

Para Pontes de Miranda, é um ato-fato, sendo incididos pelos Direitos como mero fatos,
análogos aos casos de Morte, Nascimento, onde a norma jurídica não prescinde do aspecto
volitivo.

. Para os Italianos (Carmelutti), a natureza jurídica do pagamento é um ato devido,


unificando o pagamento, ou seja, estamos discutindo um ato vinculado, o elemento comum
entre todas as formas do pagamento é sua função devida, o seu conteúdo, não se sabe, mas
quanto a função, não há duvidas. Professor Marino gosta dessa posição, talvez seja a que ele
mais concorda, assim como Prof. Junqueira.

- Quanto ao Código Civil:

. É sempre difícil afirma, normalmente o legislador sequer conhece tais teorias, dizer
que adotou a teoria por completo é sempre arriscado. O que se pode afirmar com certeza é
que o Pagamento não é regulado como ato de vontade (Negócio Jurídico) e possui sim, um
aspecto de compatibilidade com o pagamento de um ato devido.

- Efeitos do Pagamento por terceiro interessado

. Possibilidade de usar meio conducente à liberação do devedor

*Art 304 – Qualquer interessado na extinção da dívida pode pagá-la usando se


o credor se opuser, dos meios conducentes à exoneração do devedor

. Sub-rogação nos direitos do credor

*Art 346 – A sub-rogação opera-se de pleno direito, em favor: I- do credor que


paga a dívida do devedor comum; II- do adquirente do imóvel hipotecado, que paga o credor
hipotecário, bem como do terceiro que efetiva o pagamento para não ser privado de direito
sobre imóvel; III- do terceiro interessado que paga a dívida pela qual

. Devedor exonerado em relação ao credor originário, mas vinculado ao solvens, pela


soma desembolsada

*Art 350 – Na sub-rogação legal o sub-rogado não poderá exercer os direitos e


as ações do credor, senão até à soma que tiver desembolsado para desobrigar o devedor

*Não é uma sub-rogação 100%, é limitada  transmite as posições jurídicas


- Pagamento por terceiro não interessado

. Em nome do devedor  feito por amigo ou parente por liberdade (doação indireta)

. Em nome próprio  arquiteto que paga fornecedor ; corretor de imóveis que paga
despesa com cartório ; gestor de negócios que arca com despesas durante a gestão

*Art. 305 – O terceiro não interessado que paga a dívida em seu próprio nome,
tem direito a reembolsar-se do que pagar, mas não se sub-roga nos direitos do credor.
Parágrafo único – se pagar antes de vencida a dívida, só terá direito ao reembolso no
vencimento

*Fundamento do reembolso (em próprio nome)  enriquecimento sem causa

- Pagamento de terceiro não interessado com oposição do devedor

. Art 306 – O pagamento feito por terceiro com desconhecimento ou oposição do


devedor, não obriga a reembolsar aquele que pagou se o devedor tinha meios para ilidir a ação

. Divida prescrita ; arguição de invalidade ; exceção de contrato não cumprido ou de


compensação

. Dispositivo somente diz respeito ao terceiro não interessado

. Pode haver reembolso parcial em caso de benefício (mesmo que parcial)

- Legitimidade para receber

. Credor ou Representante (art 308)

. Casos em que o credor não pode receber

*Credor incapaz (art 310)  não vale o pagamento cientemente feito ao


credor incapaz de quitar, se o devedor não provar que em benefício dele efetivamente
reverteu

*Crédito penhorado ou impugnado (art 312)  se o devedor pagar ao credor,


apesar de intimada da penhora feita sobre o crédito, ou da impugnação a ele oposta por
terceiros, o pagamento não valerá contra estes, que poderão constranger o devedor a pagar
de novo, ficando-lhe ressalvado o regresso contra o credor

. Casos em que o pagamento é eficaz mesmo para quem não é credor


*Ratificação ou reversão em benefício do credor (art 308)  O pagamento
deve ser feito ao credor ou a quem de direito o represente, sob pena de só valer depois de por
ele ratificado, ou tanto quanto reverter em seu proveito

*Credor putativo (aparente) (art 309)  O pagamento feito de boa-fé ao


credor putativo é válido, ainda provado depois que não era credor

08/06 – Aula 9

+ Fontes de determinação da prestação devida

- Deve haver correspondência integral entre a Prestação Realizada (1) e a Prestação Devida (2)

- Determinação da Prestação Devida

. Primeira fonte  Negócio Jurídico obrigacional. Interpretado à luz das circunstâncias


relevantes  aquilo que as partes pactuaram previamente

. Segunda fonte  regime do tipo negocial

*Compra e venda sem preço – art 488

*Poderes do mandatário – art 661

*Representante comercial tem ou não exclusividade – art 711

. Terceira fonte  o fim do contrato e os deveres oriundos da boa-fé

*Caso do Cavalo exausto (Judith Martins-Costa)

*Caso do outdoor (Couto e Silva)

. Quarta Fonte  Usos em sua função integrativa

*Venda sobre documentos – art 529

*Remuneração do depositário – art 628

*Remuneração do mandatário – art 658

+ Objeto de Pagamento

- Princípio da identidade ou exatidão  art 313

. Credor não é obrigado a receber prestação diversa da que lhe é devida ainda que
mais valiosa
. Prestação de coisa deve observar qualidades essenciais

. Também compreende a forma e o modo da prestação

- Princípio da integralidade  art 314

. Exceções  ajuste expresso ou previsão legal (art 614)

- Natureza da prestação

. Fracionamento inerente às prestações periódicas

. Irretroatividade dos efeitos produzidos nas prestações continuadas

+ Prova do Pagamento – Quitação

- Amplitude de meios de prova  Art 212

- Principal meio  quitação – depende da declaração unilateral do credor, reconhecendo o


pagamento

- Quitação x Recibo (comprovante de pagamento)

- Quitação Regular (por escrito) é direito do devedor

. Art 319 – o devedor que paga pode reter o pagamento enquanto a quitação regular
não lhe for dada

. Art 335 – a consignação tem lugar: I – se o credor não puder ou sem justa causa
recusar receber o pagamento ou dar quitação na devida forma

+ Lugar de Pagamento

- Lugar da realização da prestação

. Quesível ou quérable (dívida de ir buscar)

. Portável ou portable (dívida de ir levar)

- Prevalência do domicílio do devedor – art 327

- Determinação legal – art 328

- Natureza da obrigação  pagamento de indenização por ato ilícito

- Influência das circunstâncias – art 330 (pagamento reiterado)

+ Tempo de pagamento
- Vencimento da dívida  fator temporal

- Exigibilidade da dívida  envolve outros fatores

- Regra supletiva – art 331

. Pode ser exigido imediatamente

. Exceção à exigibilidade imediata  Art 134 – NJ entre vivos sem prazos não podem
ser exigidos imediatamente se tiver sido feito em lugar diverso ou dependendo e tempo

- Regra específica – art 581 e 592

- Exigibilidade das obrigações condicionais – 332

- Exigência de ato ilícito

+ Antecipação de pagamento

- Devedor pode pagar antes – art 133

Aula 10 – 15/06

+ Consignação em pagamento

- Meio de liberação do devedor em casos de obstáculo ao pagamento por causa relacionada ao


credor – arts 334/335 CC; CPC 539/549; Lei 8.245.91 art 67
- Consignar  depositar

. art 334  considera-se pagamento e extingue a obrigação o depósito judicial ou em


estabelecimento bancário da coisa devida nas casas e formas legais

- Objeto

. Cabimento  prestação de coisa – oferta real

. Incompatível com obrigação de fazer ou de não fazer

. Consignação de dinheiro pode ser extrajudicial (banco oficial)

. Poder haver consignação de chaves de imóvel  consignação de imóvel

. Regras Especiais

*CC 342 – Escolha da coisa indeterminada competir ao credor, ele será citado
sob cominação de perder o direito e de ser depositada a coisa que o devedor escolher, feita a
escolha pelo devedor, proceder-se-á como no artigo antecedente (extensão às obrigações
alternativas)

*CPC 541 – Em prestações sucessivas, consignada uma delas, pode o devedor


continuar a depositar no msm processo e sem mais formalidades as que se forem vencendo,
desde que o faça em até 5 dias contados da data do respectivo vencimento

- Hipóteses - Rol exemplificativo do art 335

. Credor impossibilitado de receber

. Credor que se recusa sem justa causa a receber (ou a ir buscar)

. Credor que se recusa a dar quitação

. Credor incapaz de receber (sem representante)

. Credor desconhecido

. Credor declarado ausente

. Credor residente em L.I.N.S. ou em local de acesso perigoso ou difícil

. Dúvida sobre quem tem legitimidade para receber (CPC 547 e 548)

. Litígio sobre o objeto do pagamento (CC 344)


- Efeitos

. Consignação deve preencher requisitos de pagamentos

*CC 336 – Para que a consignação tenha força de pagamento, devem estar
presentes em relação às pessoas, aos objetos, modo e tempo todos os requisitos necessários
ao pagamento

. Depósito suspende juros e responsabilidade por riscos do objeto

. Levantamento ou procedência extingue obrigação e exonera devedor

. Improcedência  restabelecimento retroativo de juros e responsabilidades

. CPC regula o rito da ação de consignação  possíveis defesas do réu

+ Pagamento com Sub-rogação

- Base legal  CC 346/351

- Sub-rogar  substituir

- Sub-rogação pode ser real ou pessoal

- Definição  pagamento feito por um terceiro, em nome e por conta própria, com o ingresso
do terceiro na relação jurídica, passando a ocupar a posição do credor originário

. Art 349 – a sub-rogação transfere ao novo credor todos os direitos, ações, privilégios
e garantias do primitivo, em relação à dívida contra o devedor principal e fiadores

- Moeda de duas faces

. De um lado, é espécie de pagamento (satisfaz o credor)

. De outro, leva a substituir o credor pelo terceiro sub-rogado, mediante transmissão


de sua posição (não libera o devedor)

- Dificuldade de classificação

- Espécies

. Legal  vide lista taxativa do art 346 CC e outros casos expressos art 786 CC

. Convencional

*Por ato do credor com terceiro (parte creditoris) – art 347 I – quando o credor
recebe o pagamento de terceiro e expressamente lhe transfere todos os seus direitos
*Por ato do devedor com terceiro (parte debitoris) – art 347 II – quando o
terceiro empresta ao devedor a quantia precisa para solver a dívida sob a condição expressa
de ficar o mutuante sub-rogado nos direitos do credor satisfeito

- Regime

. Importante distinção entre sub-rogação legal e convencional

*art 350 – sub-rogação legal, o sub-rogado não poderá exercer os direitos e as


ações do credor, senão até a soma que tiver desembolsado para desobrigar o devedor

. Razão de ser  admite-se que a sub-rogação convencional tenha caráter


especulativo

. Sub-rogação parcial – art 351 CC – o credor originário, só em parte reembolsado, terá


preferência ao sub-rogado na cobrança da dívida restante se os bens do devedor não
chegarem para saldar inteiramente o que a um e outro dever

+ Imputação do pagamento

- Base Legal  CC 352/355

- Imputar  vincular o pagamento a uma dívida

- Situação  devedor de dois ou mais débitos efetua pagamento insuficiente para quitá-los

*CC 352 – A pessoa obrigada por dois ou mais débitos da mesma natureza a um só
credor, tem o direito de indicar a qual deles oferece pagamento se todos forem líquidos e
vencidos

- Regras

. Devedor de dívidas líquidas e vencidas pode imputar o pagamento – 352 CC

. Se o devedor não imputa, deve-se ver o que diz a quitação – 353 CC

*Não terá direito a reclamar pela imputação feita pelo devedor, salvo violência
ou dolo

. Se quitação é omissa, adota-se o critério FIFO ou a dívida mais onerosa – 355 CC

*Se a quitação é omissa, ela se fará nas dívidas líquidas e vencidas em primeiro
lugar, se forem todas vencidas ao mesmo tempo, far-se-á na mais onerosa

. Dívida com capital e juros – 354 CC


*O pagamento imputar-se-á primeiro nos juros vencidos e depois no capital,
salvo se estipulação em contrário ou se o credor passar a quitação por conta do capital

Aula 11 – 22/06

+ Dação em pagamento (356-359 CC)

- Natureza  atos solutório cujo fim é a extinção da obrigação mediante realização de


prestação diversa daquela devida

. CC 356 – O credor pode consentir em receber prestação diversa da que lhe é devida

- Elementos  Acordo entre credor e devedor + prestação diversa da pactuada incialmente +


posterioridade do acordo em relação ao surgimento da obrigação

- Não necessariamente é sempre a entrega de uma coisa

- Principais possibilidades

. Entrega de coisa no lugar de dinheiro, de outra coisa ou de um fazer

. Prestação de um fazer no lugar de dinheiro, de coisa ou de outro fazer

. Prestação de dinheiro no lugar de coisa ou de fazer

. Atribuição de um crédito no lugar de dinheiro, de coisa ou de fazer

. Prestações combinadas

- Datio pro solvendo e pacto comissório

. Figura afim: dação em função de cumprimento ou datio pro solvendo

. Se a dívida for garantida por um bem (hipoteca ou empenhado) posso estipular,


desde já, que no caso de inadimplemento o credor pode ficar como bem, a título de dação em
pagamento?

*Não  1428 CC – É nula a cláusula que autoriza o credor pignoratício,


anticrético ou hipotecário a ficar com o objeto da garantia se a dívida não for paga no
vencimento. Parágrafo único: após o vencimento, poderá o devedor dar a coisa em pagamento
da dívida

+ Novação (360-367 CC)

- Conceito  acordo pelo qual as partes, eventualmente com o concurso de um terceiro,


extinguem uma obrigação mediante a constituição de uma nova, que a substitui

- Efeitos

. Extinção de acessórios e garantias da dívida

*364 CC – A novação extingue os acessórios e garantias da dívida, sempre que


não houver estipulação em contrário. Não aproveitará, contudo, ao credor ressalvar o penhor,
a hipoteca ou a anticrese, se os bens dados em garantia pertencerem a terceiro que não foi
parte na novação

. Exoneração dos que não participaram do negócio novativo

*365 CC – Operada a novação entre o credor e um dos devedores solidários,


somente sobre os bens do que contrair a nova obrigação subsistem as preferências e garantias
de crédito novado. Os outros devedores solidários ficam por esse fato exonerados

* 366 CC – Importa exoneração do fiador a novação feita em seu consenso com


o devedor principal

- Requisitos

. Acordo entre as partes  negócio novativo e substituição

. Animus novandi  as partes devem possuir a intenção de possuir uma obrigação


nova (tácita ou explícita)

*Ausente intenção de novar, pode haver confirmação ou modificação

*361 CC – Não havendo ânimo de novar, expresso ou tácito, mas inequívoco, a


segunda obrigação confirma simplesmente a primeira

. Aliquid novi  elemento novo necessário

*Novação objetiva (360, I)  Quando o devedor contrai com o credor nova


dívida para extinguir e substituir a anterior / transformação do objeto ou da causa da
obrigação / Novação não implica necessariamente prestação de natureza diversa
*Novação subjetiva passiva (362)  a novação por substituição do devedor
pode ser efetuada independentemente de consentimento deste / terceiro se apresenta ao
credor e contrai nova obrigação com ele exonerando o devedor antigo (expromissão) /
devedor indica terceiro para contrair nova obrigação com o credor, ficando exonerado
(delegação)

*Novação subjetiva ativa (360, III)  quando em virtude de obrigação nova,


outro credor é substituído ao antigo, ficando o devedor quite com este

Dúvida  Nessas situações de expromissão em contratos bilaterais perfeitos, caso o


devedor também fosse credor (como no caso de compra e venda), sendo o terceiro quem
entregará a coisa a quem comprou na novação, como o devedor inicial também era credor, a
novação necessita do consentimento dele também?

+ Compensação (368-380 CC)

- Conceito  extinção total ou parcial de duas dívidas contrapostas, ligando sujeitos que são
reciprocamente credores e devedores

- Exercício de direito protestativo

- 368 – Se duas pessoas forem ao mesmo tempo credor e devedor uma da outra, as duas
obrigações extinguem-se até onde se compensarem

- Requisitos

. Reciprocidade dos créditos  376 – obrigando-se por terceiro uma pessoa, não pode
compensar essa dívida com a que o credor dele lhe dever

*Duas interpretações  Representação e contrato em favor de terceiro (377)

. Fungibilidade dos objetos das prestações

*369 – A compensação efetua-se entre dívidas líquidas, vencidas e de coisas


fungíveis

*370 – Embora sejam do mesmo gênero, as coisas fungíveis, objeto das duas
prestações, não se compensarão verificando-se que diferem na qualidade, quando
especificado no contrato

. Liquidez da dívida  certa quanto à sua existência e determinada quando ao seu


objeto
*Ilíquidas  derivadas de atos ilícitos

. Não incidência do 373  a diferença de causa nas dívidas não impede a


compensação, exceto: I se provier de esbulho, furto ou roubo; II se uma se originar de
comodato, depósito ou alimentos; III se uma for de coisa não suscetível de penhora

. Ausência de renúncia ou exclusão convencional

*375 – não haverá compensação quando as partes por mútuo acordo se


excluírem ou no caso de renuncia previa de uma delas

. Não haver prejuízo a direito de terceiro

*380 – Não se admite a compensação em prejuízo de direito de terceiro. O


devedor que se torne credor do seu credor, depois de penhorado o crédito deste, não pode
opor ao exequente a compensação de que contra o próprio crédito disporia

Aula 12 – 29/06

+ Confusão – art. 381/284

- Definição  Reunião, na mesma pessoa, das qualidades de credor e de devedor

. Ex: incorporação de devedora pela credora

- Pode ser parcial ou total

- Reunião meramente transitória ou ineficaz

. CC 384 – Cessando a confusão, para logo se restabelecer, com todos os seus


acessórios, a obrigação anterior

+ Remissão - art. 385/388

- Extinção da dívida pelo perdão  abdicação, pelo credor, do direito à prestação devida

- Discussão sobre a sua natureza jurídica

. CC 385 – A remissão da dívida, aceita pelo devedor, extingue a obrigação, mas sem
prejuízo de terceiro

- Pode ser tácita, nos casos previstos em lei


. CC 386 – A devolução voluntária do título da obrigação, quando por escrito particular,
prova desoneração do devedor e seus coobrigados, se o credor for capaz de alienar e o
devedor capaz de adquirir

- Pode-se devolver o bem empenhado sem se abster da obrigação da dívida (CC 387)

+ Cessão de Crédito – art. 286/298

- Definição  Conquista de paulatina evolução histórico-dogmática

- Ceder  transmitir de um patrimônio a outro, mudar de titularidade (vender, trocar, doar,


etc.)

- Personagens  credor (cedente) + devedor (cedido) + novo credor (cessionário)

- Pode implicar transmissão gratuita ou onerosa; de origem negocial, legal ou judicial

- Estrutura

. Negócio-base

*Variável  pode consistir em negócio jurídico típico ou atípico

*Contém promessa de transmitir o crédito

*Tipos diferentesCompra e venda + Troca + Doação + Dação em pagamento


+ Sociedade + Constituição de Garantia + Gactoring

. Acordo de transmissão

*Uniforme  tem por objeto a transmissão do crédito

*Função  adimplir o negócio-base

- Créditos insuscetíveis de cessão

. Cessão de crédito não é sempre possível  art 286 – O credor pode ceder o seu
crédito, se a isso não se opuser a natureza da obrigação, a lei ou a convenção com o devedor, a
cláusula proibitiva da cessão não poderá ser oposta ao cessionário de boa-fé se não constar do
instrumento da obrigação

. Vedação natural  natureza personalíssima da prestação


. Vedação legal  (i) invalidades em matéria de compra e venda (497 CC); (ii)
invalidades em matéria de doação (arts 549-550 CC); (iii) Alimentos (art 1707 CC); (iv) nulidade
de cessão de crédito do tutelado ao tutor (art 1749, III, CC}

. Vedação convencional  pactum de non cedendo (convenção de que as partes não


podem ceder o crédito a terceiros ou de acordo com o contrato)

- Efeitos

. Nulidade por impossibilidade do objeto

. Nulidade ou anulabilidade conforme o caso

. Ineficácia por falta de legitimidade para dispor do crédito

*Casos de ineficácia  se pactum de non cedendo consta do instrumento,


cessão é ineficaz erga omnes

*Se pactum de non cedendo não consta do instrumento, cessão é ineficaz


somente em relação ao devedor

. Efeito translativo  notificação do devedor cedido – CC 290 – A cessão do crédito


não tem eficácia em relação ao devedor, senão quando a este notificada

. Fatores de extensão de eficácia  efeito translativo se produz independentemente


da notificação – art 292

*Devedor não pode se opor à cessão, a notificação existe só para dar ciência, e
não para pedir autorização

Aula - 13/06

A mora é um estado que nasce de algum modo, se desenvolve, produzindo seus efeitos e,
depois, extingue-se, sendo então temporário.

A mora pode ser do credor ou do devedor, mas estuda-se mais a do credor.

Não há mora quando não há omissão ou fato imputável ao devedor:

Art. 396. Não havendo fato ou omissão imputável ao devedor, não incorre este em mora.

Há uma discussão se imputabilidade significa culpa. Mas, de todo modo, o ônus da prova de
não se estar diante de um atraso imputável é do devedor.
Constituição da mora

A mora ex re é a mora com uma constituição automática. Então, se eu pago aluguel todo dia 5
e eu pago dia 6 eu to em mora automática:

Art. 397. O inadimplemento da obrigação, positiva e líquida, no seu termo, constitui de pleno
direito em mora o devedor

Fora os casos de ato ilícito, que são sempre ex re, para que a mora seja ex re necessita ser uma
obrigação líquida e positiva. Isso pois, quando é uma obrigação negativa (não fazer) há um
adimplemento absoluto sem que haja mora. Para o Pontes de Miranda, é possível mora de
obrigação negativa quando é possível desfazer o ato praticado e purgar a mora (aquele ato que
vai sanar a mora). Por exemplo, não é para construir acima de uma certa altura, eu posso
simplesmente demolir o acréscimo.

Há ainda os casos em que a mora se constitui ex persona, dependendo de interpelação, ou


seja, de uma conduta humana para que a mora seja constituída, nos casos em que não há
termo. Assim, não é preciso propor uma demanda para instituir o devedor em mora, podendo
ser feito por meio extrajudicial

Parágrafo único. Não havendo termo, a mora se constitui mediante interpelação judicial ou
extrajudicial.

Efeitos da mora

Art. 395. Responde o devedor pelos prejuízos a que sua mora der causa, mais juros,
atualização dos valores monetários segundo índices oficiais regularmente estabelecidos, e
honorários de advogado.

Assim, os efeitos são:

Responsabilidade do devedor pelos danos causados pela mora, ou seja, danos moratórios.
Assim, deve ele pagar indenização por esses danos:

Ex: aluguel pago em razão da mora da construtora, em que promete entregar a casa na data
prevista. Outro exemplo são os prejuízos sofridos pelo dono da obra em razão da mora do
empreiteiro, havendo um lucro frustrado com a inauguração tardia do shopping center,
configurando lucros cessantes.

Juros de mora
Os juros é o preço ou remuneração devida pelo uso do capital, sendo um acessório ou fruto
deste. É por isso que se restitui o capital mais o juros.

Juros compensatórios: são aqueles que se limitam (não sancionam) a compensar o titular do
capital pela sua privação. É justamente o juros oneroso. Ex: art. 591 do CC. Mas o juros
compensatório não se dá apenas em caso de mútuo, vide art. 677 do CC

Juros moratórios: são efetivamente aqueles que indenizar o credor da prestação pelo capital
que ele se viu privado indevidamente (principal), bem como para evitar o lucro do devedor
(subsidiário)

Qual a taxa de juros?

Art. 406. Quando os juros moratórios não forem convencionados, ou o forem sem taxa
estipulada, ou quando provierem de determinação da lei, serão fixados segundo a taxa que
estiver em vigor para a mora do pagamento de impostos devidos à Fazenda Nacional.

Eu posso fixar a taxa de juros no contrato (convencionais) e, ao menos que não ultrapasse o
teto, ela é válida, são juros legais. Ainda, se ela for prevista mas não estipulada, aplica-se os
juros legais.

Há duas taxas que rivalizam na preferência dos doutrinadores e juízes:

Taxa SELIC (Sistema Especial de Liquidação de Custódia

Taxa básica de juros da economia, sendo o instrumento político monetário do BACEN para
controlar a inflação

Por definição, é a taxa média dos empréstimos de um dia realizados entre instituições
financeiras que utilizam títulos públicos federais com garantia

É aplicada à mora no pagamento de impostos federais. Mas ela é extremamente criticada:

(i) volatilidade e imprevisibilidade do SELIC; (ii) traz embutida a correção monetária, o que
impede a cumulação prevista no CC e dificulta a adição de termos iniciais distintos, criando
certa dificuldade; (iii) Esse acabou se perdendo, pois a CF, art. 192, parágrafo 3, que dizia que
não poderia ultrapassar o limite de 12% ao ano. Nesse sentido, era uma outra critica, pois por
ser instável poderia passar os 12%

CTN, com taxa de 1% prevista ao mês


Art. 161. O crédito não integralmente pago no vencimento é acrescido de juros de mora, seja
qual for o motivo determinante da falta, sem prejuízo da imposição das penalidades cabíveis e
da aplicação de quaisquer medidas de garantia previstas nesta Lei ou em lei tributária.

§ 1º Se a lei não dispuser de modo diverso, os juros de mora são calculados à taxa de um por
cento ao mês

Essa taxa é aplicada à mora no pagamento de impostos (menos os federais), mas não é
ressalvada de dívidas:

(i) não se aplica à mora de pagamento de tributos federais (esta é a SELIC); (ii) a taxa de 1%
pode ficar abaixo da taxa de mercado, sendo "bom" ser inadimplemento, pois o mercado paga
mais

Quando o CC foi promulgado, a primeira taxa literal foi que a taxa seria a SELIC. Depois, os
autores começaram a dizer que não podia a SELIC e começou a ganhar força a taxa de 1%. Só
que, com a revogação do art. 193, 3, do CF, o argumento foi perdido e voltaram com a SELIC.
Contudo, a posição da Corte Especial do STJ em 2008 (EResp 727.842/SP) respondeu a favor da
SELIC. Contudo, é uma matéria ainda em discussão, podendo mudar.

Termo inicial dos juros de mora

Quando se começa a contar o juros de mora?

Nas obrigações provenientes de ato ilícito, entende-se que conta desde o momento da
ilicitude (ilícito aquiliano):

Art. 398. Nas obrigações provenientes de ato ilícito, considera-se o devedor em mora, desde
que o praticou.

SÚMULA 54 - OS JUROS MORATÓRIOS FLUEM A PARTIR DO EVENTO DANOSO, EM CASO DE


RESPONSABILIDADE EXTRACONTRATUAL.

Nos casos de obrigação contratual, existe uma controvérsia em relação aos art. 397 e 405

Art. 397. O inadimplemento da obrigação, positiva e líquida, no seu termo, constitui de pleno
direito em mora o devedor

Art. 405. Contam-se os juros de mora desde a citação inicial.

Assim, há um art. que diz que conta o juros de mora desde a citação inicial e há outro que diz
que há uma data e, a partir do momento que não pagou, começa a correr o juros de mora.
Então, há uma controvérsia em relação a esses artigos. O STJ aplica sempre o art. 405, mas a
doutrina diverge e é criticada. Isso pois, o juros da mora se constitui a partir dela e deve partir
no momento da sua constituição. Entende-se que, no caso de mora ex re, que é uma obrigação
líquida e positiva, conta-se a partir do vencimento da obrigação. O 405 entende-se que diz
respeito às obrigações ex persona, não tendo uma aplicação tão abrangente. Assim, os juristas
fazem uma interpretação restritiva desse meio

Juros de mora

Para que sejam devidos os juros de mora, eu não preciso alegar ou provar prejuízo:

Art. 407. Ainda que se não alegue prejuízo, é obrigado o devedor aos juros da mora que se
contarão assim às dívidas em dinheiro, como às prestações de outra natureza, uma vez que
lhes esteja fixado o valor pecuniário por sentença judicial, arbitramento, ou acordo entre as
partes.

A maneira de ler este artigo é: eu vou contar o juros em mora em relação às dívidas em
dinheiro e se há uma prestação de outra natureza, uma vez que eu tenho o valor dela fixado, é
a partir desse momento que eu vou poder computar o juros, o que não significa que é a partir
desse momento que ele vai incidir.

Os juros de mora, nas obrigações pecuniárias, são as indenizações "por exelenecia". Havia, até
o código de 02, a visão de que se a obrigação é pecuniária e o credor não pagou na data, o que
tinha a receber era o capital mais o juros. Assim, havia uma tarifação devida, ou seja, uma
fixação absoluta. O CC de 02 inovou e permitiu uma indenização adicional

Art. 404. As perdas e danos, nas obrigações de pagamento em dinheiro, serão pagas com
atualização monetária segundo índices oficiais regularmente estabelecidos, abrangendo juros,
custas e honorários de advogado, sem prejuízo da pena convencional.

Parágrafo único. Provado que os juros da mora não cobrem o prejuízo, e não havendo pena
convencional, pode o juiz conceder ao credor indenização suplementar.

No Brasil não se discute muito sobre a indenização suplementar.

Outro efeito da mora é uma responsabilidade mais intensa por parte do devedor (perpetuatio
obligationis). A regra geral é que o devedor só responde quando a obrigação se tornar
impossível por culpa sua, caso contrário a obrigação será resolvida sem indenização. Agora, se
houver mora, muda-se a figura:
Art. 399. O devedor em mora responde pela impossibilidade da prestação, embora essa
impossibilidade resulte de caso fortuito ou de força maior, se estes ocorrerem durante o
atraso; salvo se provar isenção de culpa, ou que o dano sobreviria ainda quando a obrigação
fosse oportunamente desempenhada.

Assim, a responsabilidade é aumentada, abrangendo de resposta em casos de impossibilidade


da obrigação em caso fortuito ou vis maior.

Exceções:

(i) o devedor pode provar que a impossibilidade ocorreria mesmo sem a mora (ex: tsunami que
atingiu a cidade inteira)

(ii) Provar isenção de culpa. Mas os autores dizem que não faz sentido, pois, se a mora só
existe quando for imputável o ato ao devedor, uma vez que não haja culpa é porque não
houve mora. Basicamente o CC diz que o devedor responde pela impossibilidade ao menos
que ele não esteja em mora.

Purgação da mora

Purgar ou emendar significa sanar a mora. Diferente do inadimplemento absoluto, aqui o


devedor pode sanar os efeitos do retardamento temporário da obrigação, fazendo isso
oferecendo o pagamento e os efeitos dos danos moratórios

Art. 401. Purga-se a mora:

I - por parte do devedor, oferecendo este a prestação mais a importância dos prejuízos
decorrentes do dia da oferta;

Assim, basta a oferta, não precisando resolvê-la, apenas ofertar o pagamento. O CC não prevê
a forma, então o que se entende é que deve ser uma oferta idônea. Contudo, há certos
institutos que têm uma previsão específica, como o inquilinato.

Até quando é possível purgar a mora? até a contestação da ação proposta.

Se o devedor oferece e o credor se recusa a receber ou ele não tem mais interesse na
prestação (ex: vestido de noiva) ou, se não houver justificativa, o credor entra em mora. A
transformação da mora em inadimplemento absoluto é o outro destino da mora. A passagem
da mora se dá via purgação ou via inadimplemento absoluto.

Mora do credor
É justamente o não recebimento do credor no tempo, forma e luar que lei ou convenção
estabeleceu:

Art. 394. Considera-se em mora o devedor que não efetuar o pagamento e o credor que não
quiser recebê-lo no tempo, lugar e forma que a lei ou a convenção estabelecer.

Ao contrário da mora do devedor, o CC não exige que seja um fato imputável ou que haja
culpa. Isso porque o credor tem o direito de receber a prestação e não o direito. Assim, a mora
do credor, mais que a violação, é mais uma falta de cooperação do credor em relação à
execução do dever e da obrigação. Não se tratando da omissão do comportamento devido em
sentido próprio, não importa saber se a conduta foi culposa ou imputável. Assim, não precisa
haver culpa, mas deve haver uma justa causa. Assim, ou a recusa é justificada ou injustificada
e, neste caso, haverá mora do credor. Quando fala-se em justa causa é uma causa ligada à
própria prestação e não ao credor. Por ex: se o credor foi viajar e ficou preso lá, isso não é
justa causa para não receber a prestação.

Não há também uma necessidade, para que haja a mora do credor, de uma interpelação. Basta
que haja, por parte do devedor, uma oferta idônea ou disposição de dispor da coisa.

Efeitos:

Art. 400. A mora do credor subtrai o devedor isento de dolo à responsabilidade pela
conservação da coisa, obriga o credor a ressarcir as despesas empregadas em conservá-la, e
sujeita-o a recebê-la pela estimação mais favorável ao devedor, se o seu valor oscilar entre o
dia estabelecido para o pagamento e o da sua efetivação.

Ausência de responsabilidade pela conservação da coisa, então o devedor não tem que
responder pela sua conservação, exceto se agir com dolo

Dever se ressarcir despesas com conservação

Obriga o credor a arcar a diferença de valor (se houve uma oscilação, o credor paga pelo
máximo)

Há outros efeitos, como despesa com retorno do bem recusado

Como purgar a mora?

II - por parte do credor, oferecendo-se este a receber o pagamento e sujeitando-se aos efeitos
da mora até a mesma data.

Inadimplemento definitivo
O cc n!ao se dedica muito o assunto, quem vai tentar definir os casos é mais a doutrina

Assim, há casos de inadimplemento definitivo:

(i) Por impossibilidade superveniente imputável ao devedor

(ii) Pela inutilidade da prestação (perda de interesse do credor). A inutilidade não é subjetiva,
mas por um critério objetivo, tendo que ver se há uma justificativa para o credor dizer que não
possui mais interesse na obrigação Em tese, não precisa passar pelo estágio anterior da mora,
mas na maioria das vezes assim o será

Art. 395. Parágrafo único. Se a prestação, devido à mora, se tornar inútil ao credor, este
poderá enjeitá-la, e exigir a satisfação das perdas e danos.

Como aferir a perda de interesse do credor? A doutrina tenta exemplificar, mas é difícil em um
rol taxativo. Porém, há os casos:

Ultrapassagem do termo essencial

Execução fora do lugar ou do modo pactuado (Ex: tinha que chegar no porto até tal momento
para exportar)

Pela recusa do credor a adimplir. Pode vir por meio de declaração expressa ou uma recusa
tácita. Ex: venda do bem objeto do contrato a terceiro ou falta de purgação da mora no prazo
de contestação

Perda da confiança no devedor. A prestação ainda é possível, o credor tem interesse na


prestação, objetivamente falando, não há uma recusa em adimplir, mas o credor perde a
confiança no credor em específico. Ele ainda quer o objeto, mas não vem desse credor. É o
caso de contratos contínuos, como o exemplo do inadimplemento reiterado, em que tem que
entregar certa mercadoria todo mês, mas começa a atrasar e atrapalhar o planejamento do
devedor. Perde a fé, tendo uma intensidade especial no elemento subjetivo.

Inadimplemento antecipado (anticipatory breach of contract) → é possível um


inadimplemento antecipado? sim, nos seguintes casos: uma recusa antecipada a adimplir ou
em caso da impossibilidade deduzida das circunstâncias

Consequências do inadimplemento

Em casos de mora que ocorre quando a prestação é possível e o devedor ainda tem interesse.
Como consequência, aqui há a possibilidade de pleitear ao credor a execução específica da
obrigação Os casos de inadimplemento definitivo é o contrário, ocorrendo quando a prestação
não mais é possível e quando não há mais interesse. A consequência é basicamente:

Art. 475. A parte lesada pelo inadimplemento pode pedir a resolução do contrato, se não
preferir exigir-lhe o cumprimento, cabendo, em qualquer dos casos, indenização por perdas e
danos.

Assim, as opções são a resolução ou exigência do cumprimento, em qualquer um dos casos


com perdas e danos. É o chamado remédio sinalagmático, porque tem a ver com contratos
bilaterais, em que há prestações correspondentes. Aqui, percebe-se que nesse universo dos
contratos bilaterais em que há essa opção, há perdas e danos ou resolução ou exigência do
cumprimento.

Mas, nesse contexto, o cumprimento é dado pelo equivalente, até porque ou a prestação não
é possível, ou não há interesse ou não há confiança. Significa dizer que será recebido em
pecúnia o valor da prestação não realizada. Assim, o sujeito, que é o credor, realiza ou já
realizou a prestação e ele pede o valor da contraprestação que foi denegada, mais a
indenização. Outra opção é a resolução. Porém, a escolha sempre é do credor. A resolução
demanda um inadimplemento relevante, não podendo ser qualquer dever, visto que é um
meio mais brusco. Exceção dessa regra é o adimplemento substancial, em que foi adimplido
quase tudo, de modo que não caiba mais a resolução, exigindo o cumprimento.

Qual a indenização devida em caso de resolução?

Interesse negativo é aquele que tem por objetivo repor a parte no estado que ela estava se ela
não tivesse celebrado o contrato. É o statu quo ante. Por exemplo: despesa que eu tive com o
contrato; perdi o negócio com o terceiro para firmar contrato com você

Interesse positivo visa colocar a parte na situação que ela estaria na situação que se
encontraria se o contrato tivesse sido perfeitamente adimplido.

Uma parte da doutrina diz que quando se está objetivando o cumprimento, a indenização
devida é positiva. Porém, quando há a resolução, alguns dizem que é negativo. Mas, com o
passar do tempo, foi adoptando-se a ideia de que cabe o interesse positivo. Parece razoável
admitir o interesse positivo em certos casos, sobretudo naqueles em que a resolucao nao tem
efeito retroativo (ou retroativo parcial).

Perdas e danos
Dano emergente é diminuição da esfera patrimonial do lesado, por conta do evento danoso,
podendo se dar pela diminuição do ativo ou acréscimo do passivo

Lucro cessante: lucro patrimonial de que o lesado se viu privado por conta do evento danoso.
Ex: deixei de trabalhar por dois meses porque eu fiquei parado, assim cobra-se o ganho
líquido, excluindo as despesas. Existe o critério da razoabilidade:

Art. 402. Salvo as exceções expressamente previstas em lei, as perdas e danos devidas ao
credor abrangem, além do que ele efetivamente perdeu, o que razoavelmente deixou de
lucrar.

Perda de chance: no direito brasileiro, além do emergente e do cessante, também indeniza a


perda de chance. São casos em que, muito embora o resultado final seja incerto, não podendo
ser indenizado por ele, perde-se a chance de alcançá-lo. Assim, a chance é indenizável. Um
exemplo é a perda da oportunidade de celebrar um negócio com terceiro em substituição ao
celebrado com o credor. Quantifica-se pelo percentual perdido.

A compensatio lucri cum damno vai deduzir as vantagens obtidas pelo fato e que tem origem
no mesmo fato. A indenização se mede pela extensão do dano, tendo por fundamento o
princípio da reparação integral, deduzindo-se. Por exemplo, se um mesmo fato acarretar uma
vantagem e um perde, não pode ser compensado. Tem base no:

Art. 944. A indenização mede-se pela extensão do dano.

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