Introdução Ao Direito Constitucional
Introdução Ao Direito Constitucional
Introdução Ao Direito Constitucional
AO DIREITO
CONSTITUCIONAL
SUMÁRIO
A nossa Constituição, além de supremacia material, também tem uma supremacia formal,
de modo que o processo para alteração das normas constitucionais é mais rígido, dificultoso do
que a elaboração ou alteração das leis abaixo das normas constitucionais, denominadas de leis
infraconstitucionais.
FASE DA ANTIGUIDADE
ͫ Na antiguidade destacam-se códigos de comportamento baseado no amor e respeito
ao outro.
ͫ Na Suméria antiga, o Rei Hammurabi da Babilônia editou o Código de Hammurabi, que é
considerado o primeiro código de normas de condutas, preceituando esboços de direitos
dos indivíduos (1792-1750 a.C.), em especial o direito à vida, propriedade, honra, consol-
idando os costumes e estendendo a lei a todos os súditos do Império. Chama a atenção
nesse Código a Lei do Talião, que impunha a reciprocidade no trato de ofensas (o ofensor
deveria receber a mesma ofensa proferida) – o famoso olho por olho, dente por dente.
ͫ Grécia: herança grega na participação política de cidadãos na vida política da “Polis”
(democracia direta). Ideário de liberdade. Glorificavam o homem como a mais importante
criatura do universo. Democracia ateniense. Já se falava em direitos naturais – Lei escrita
era fundamento da sociedade política. A lei não escrita era fruto da vontade divina. De
maneira que a lei escrita não poderia contrariar a lei divina.
ͫ Roma: consagração de direito como propriedade, direitos privados. Surge em Roma, a
Lei das 12 tábuas; (séc. V a.C.). Cícero entendeu que cabia ao homem bom e justo des-
respeitar leis postas que contrariassem a justiça universal.
Obs.: A principal inovação na Magna Carta se deu no fato de reconhecer que direitos próprios de dois estamen-
tos livres – nobreza e clero – existiam, independente do consentimento do monarca, e não podiam ser por ele
modificado de forma unilateral.
Obs.: A revolução Gloriosa foi um movimento pacífico inglês, de conteúdo religioso, ocorrido em 1688, substituiu
o Rei Jaime II Stuart por Guilherme III de Orange, resultando no triunfo do Parlamento.
O “Bill of Rights” foi o documento imposto pelo parlamento como condição do príncipe Gui-
lherme III de Orange assumir o trono inglês.
» Act of Settlement, de 1701 – Reafirma a vontade da lei, resguardando os súditos
da tirania.
Portanto, conforme visto, na Revolução Inglesa, tivemos os seguintes documentos:
ͫ Petition of Rights;
ͫ HC Act;
ͫ Bill of Rights;
ͫ Act of Setlement.
Nos EUA
Os governos são instituídos entre os homens para garantir seus direitos naturais, de tal forma
que “toda vez que alguma forma de governo torna-se destrutiva (dos fins naturais de vida em
sociedade) é direito do povo alterá-la ou aboli-la e instituir nova forma de governo”.
“Consideramos as seguintes verdades como auto evidentes, a saber: que todos os homens
são criaturas iguais, dotadas pelo seu Criador de certos direitos inalienáveis, entre os quais a vida,
a liberdade e a busca da felicidade.”
As 10 emendas protegem liberdades fundamentais como a de expressão, a de religião, a de
guardar e usar armas, a de assembleia e de petição. Assegura a igualdade de todos, de maneira
livre e independente como um direito nato. Proíbe busca e apreensão sem razão alguma, o castigo
cruel e a confissão forçada, entre outros direitos.
Na França
- Declaração Francesa dos direitos do homem e do cidadão de 1789:
Consagra liberdade, igualdade e fraternidade. Levou a abolição de privilégios de várias castas
e a emancipação de poder pelo povo em substituição ao monarca.
Liberdade e igualdade entre os homens, necessidade de conservação de seus direitos naturais,
ou seja, liberdade, propriedade, segurança e resistência a opressão, autonomia da nação, legalidade,
participação popular, entre outros.
A Declaração Francesa foi referência para diversas Constituições no mundo.
A declaração francesa e direitos e deveres do homem e do cidadão e a declaração americana
resultam na emancipação do indivíduo perante grupos sociais, os quais sempre se submeteu: famí-
lia, estamento e religião.
A sociedade liberal, a partir de então, oferece o princípio da legalidade como norteador da
sociedade política.
sob a proteção do Estado. Previsão de educação pública e direitos trabalhistas. Função social da
propriedade: “a propriedade obriga”.
D) ESTRUTURA DA CONSTITUIÇÃO
No interior da Constituição Federal, temos duas espécies de normas constitucionais:
» Normas constitucionais originárias: São aquelas decorrentes da edição da própria
Constituição. Manifestação do poder constituinte originário.
» Normas constitucionais derivadas: São aquelas que surgem pelo processo de alte-
ração formal da Constituição, pelas Emendas Constitucionais (art. 60 da CF). São
manifestações do poder constituinte derivado reformador.
Obs.: Não há hierarquia entre normas constitucionais originárias e derivadas. A única diferença é que as normas
constitucionais originárias não podem passar pelo controle de constitucionalidade.
A Constituição é estruturada em três partes:
ͫ Preâmbulo: é um protocolo de intenções, viés político e não jurídico. O STF entendeu
que não tem relevância jurídica.
ͫ Parte permanente (250 artigos, divididos em nove títulos).
Título I - Dos Princípios Fundamentais (arts. 1º a 4).
Título II - Dos Direitos e Garantias Fundamentais (arts. 5º a 17).
Título III - Da Organização do Estado (arts. 18 a 43).
Título IV - Da Organização dos Poderes (arts. 44 a 135).
Título V - Da Defesa do Estado e das Instituições Democráticas (arts. 136 a 144).
Título VI - Da Tributação e do Orçamento (arts. 145 a 169).
Título VII - Da Ordem Econômica e Financeira (arts. 170 a 192).
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