Sistemas de Defesa e Ataque No Basquetebol

Fazer download em pdf ou txt
Fazer download em pdf ou txt
Você está na página 1de 11

09/10/2017 Sistemas de defesa e ataque no basquetebol

Sistemas de defesa e ataque no basquetebol


Defense systems and attack in basketball
*Graduado em Educação Física pelo Centro Universitário Moura Lacerda Prof. Vinícius Machado Penha*
**Técnico de Basquetebol e proprietário da empresa Estrela Premiações e Homenagens Personalizadas Prof. Kleber Nasto de Oliveira**
***Técnica de Basquetebol e docente da Universidade de Ribeirão Preto
****Pesquisador e membro da equipe da USP, do Núcleo de Estudos, Ensino e Pesquisa Profa. Ms. Eliana Maria Isnidarsi***
do Programa de Assistência Primária de Saúde Escolar, PROASE Prof. Dr. José Eduardo Costa de Oliveira****
(Brasil) [email protected]

Resumo
A tática aplicada ao Basquetebol é alusiva à utilização de recursos para definir situações dentro de uma equipe, englobando os sistemas de jogo, quer sejam
defensivos ou ofensivos, situações coletivas ou individuais, podendo ser resumida no “o que fazer” para resolver uma determinada situação-problema durante uma
partida (OLIVEIRA, 2012). Assim, partindo da intencionalidade de discutir e analisar o Basquetebol, enquanto desporto mundialmente difundido, o presente texto
propõe fazê-lo a partir de uma perspectiva tática que envolva os principais sistemas de defesa e ataque na modalidade. Assim, na perspectiva de uma análise
conclusiva, o Basquetebol evoluiu taticamente e exponencialmente nos últimos anos, e, por consequência, variáveis táticas, coletivas e individuais surgiram para
garantir a maximização dos resultados, derivando diferentes abordagens defensivas e ofensivas, a exemplo das que aqui foram discutidas. Nas marcações por zona
esta a chave para se jogar contra ataques que possuem baixo aproveitamento nos arremessos de média e longa distancias e/ou com jogadores com grandes
habilidades de infiltração, onde a saída é congestionar o garrafão, viabilizando os arremessos, inviabilizando as jogadas individuas e facilitando os rebotes
defensivos e os contra-ataques. Já na marcação individual o sistema concentra-se nos processos de anulação específica de cada adversário, atuando-se de acordo
com a particularidade dos jogadores, respeitando-se cada potencialidade e/ou deficiência no memento de eleger os marcadores e marcados. Os sistemas ofensivos
perfazem todos os processos que visam o desequilíbrio defensivo, na intencionalidade de encontrar um espaço/situação que propicie que a equipe realize uma
tentativa de cesta, dentro da maior assertividade possível.
Unitermos: Basquetebol. Sistemas. Ataque. Defesa.

Abstract
The tactic applied to Basketball is alluding to the use of resources to define situations within a team encompassing gaming systems, whether defensive or
offensive, collective or individual situations, and can be summed up in " what to do " to solve a certain situation - problem during a match (OLIVEIRA, 2012). Thus,
based on the intention to discuss and analyze the Basketball while sport worldwide broadcast, the authors aim to do it from a tactical perspective involving the
major systems in defense and attack mode. Thus, from the perspective of a conclusive analysis, Basketball and tactically evolved exponentially in recent years, and
therefore variables tactics, collective and individual emerged to ensure the maximum results, deriving different offensive and defensive approaches, like the here
were discussed. In this zone markings for the key to playing against attacks that have low utilization pitches in middle and long distances and/or players with great
skills infiltration, where the output is congesting the lane, allowing pitches, preventing the moves are single and facilitating defensive rebounds and counterattacks.
Already on individual marking system focuses on the reversal process specific to each opponent is acting according to the particularity of the players, respecting
each capability and/or deficiency in the moment of choosing the markers and marked. Offensive systems account for all processes to the imbalance defensive in
intent to find a place/situation that fosters the team perform a field goal attempt, within the greater assertiveness possible.
Keywords: Basketball. Systems. Attack. Defense.

EFDeportes.com, Revista Digital. Buenos Aires, Año 18, Nº 188, Enero de 2014. http://www.efdeportes.com/

1/1

Introdução

O conceito de tática que deriva do grego - taktiké - significa a arte de manobrar (tropas), sendo qualquer elemento
componente de uma estratégia, com a finalidade de se atingir uma meta num determinado empreendimento, quer
seja ele profissional, esportivo ou etc. Sendo a tática uma capacidade senso cognitiva que se baseia em processos
psicofisiológicos, através da captação e transmissão de informações advindas do meio (o jogo, por exemplo), a sua
interpretação e a elaboração de respostas, tendo como base os conhecimentos pré-adquiridos, objetivando a melhor
solução para um determinado problema (DE ROSE JÚNIOR e TRÍCOLI, 2005).

A tática aplicada ao Basquetebol é alusiva à utilização de recursos para definir situações dentro de uma equipe,
englobando os sistemas de jogo, quer sejam defensivos ou ofensivos, situações coletivas ou individuais, podendo ser
resumida no “o que fazer” para resolver uma determinada situação-problema durante uma partida (OLIVEIRA, 2012).
Subdividida em tática individual e coletiva, onde esta primeira é a capacidade que um atleta tem para executar os
fundamentos do jogo de acordo com situações momentâneas, tais como a sua posição na quadra, as atitudes do
adversário, as exigências da equipe técnica, o contexto do certame e etc., e, engloba três momentos distintos:

http://www.efdeportes.com/efd188/sistemas-de-defesa-e-ataque-no-basquetebol.htm 1/11
09/10/2017 Sistemas de defesa e ataque no basquetebol

Num primeiro, onde o jogador observa o que ocorre na quadra, levando em conta o posicionamento e as
características de jogo de seus companheiros e adversários. Segundo, é feita a escolha da resposta a ser dada, em
função do que foi identificado no meio. E, por fim, o gesto técnico é executado. Este processo todo é conceitualmente
denominado de - tomada de decisão - e constitui o elemento central da tática (DE ROSE JÚNIOR e TRÍCOLI, 2005).

Já a tática coletiva, se apoia na própria tática individual e reúne pequenos núcleos de jogadores, ou até a equipe
toda, abrangendo circunstâncias mais complexas e que dependem de um sincronismo de ações, que após serem
predefinidas, configuram as diferentes estratégias desportivas, que por sua vez, buscam a visão do “macro”, do
conjunto, de forma sistêmica, relativamente ao jogo, pois a tática individual ocupa-se da visão “micro”, no sentido
particular em relação ao todo, e, a tática coletiva, quando aplicada ao Basquetebol, constitui-se do plano teórico de
(re) organização da equipe a curto, médio ou em longo prazo (FERREIRA e DE ROSE JÚNIOR, 2003).

Estas mesmas estratégias são definidas por fatores como o tipo e a duração de uma temporada/competição, o
material humano disponível, os adversários, situações momentâneas de uma competição/jogo, a classificação da
equipe na tabela, ou seja: a estratégia é responsável pelas adequações necessárias para se alterar o planejamento da
equipe, onde outros três aspectos também são fundamentais:

Primeiro, a estratégia a ser estabelecida a partir de um objetivo principal e outros específicos. Segundo, deve-se
elaborar o planejamento prévio da atuação a curto, médio e longo prazo. E, por fim, todos os aspectos que interferem
na atuação da equipe devem ser considerados (FERREIRA e DE ROSE JÚNIOR, 2003). Assim, a estratégia consiste no
“saber o que fazer”.

No que tange aos sistemas de jogo, em razão do Basquetebol ter se desenvolvido exponencialmente, estudiosos e
técnicos desenvolveram métodos que pudessem maximizar os resultados, quer sejam alusivos aos processos
defensivos ou ofensivos. Dentre esses, citam-se uma variedade de estratégias defensivas que enfatizam a redução da
diferença no placar, sempre vislumbrando anular os sistemas ofensivos, sendo as táticas defensivas os principais
fatores do estilo de jogo de uma equipe.

Assim, partindo da intencionalidade de discutir e analisar o Basquetebol, enquanto desporto mundialmente


difundido, o presente texto propõe fazê-lo a partir de uma perspectiva tática que envolva os principais sistemas de
defesa e ataque na modalidade.

Sistemas de defesa no basquetebol

O ato de defender envolve alguns princípios fundamentais, como primeiro marcar, antecipando-se aos gestos
técnicos dos adversários; cumprir com sua missão específica na marcação; ajudar na marcação de outros jogadores; e
deslocar-se em função da movimentação dos adversários e da bola.

A defesa inicia-se, imediatamente, quando a equipe ofensora perde a posse de bola, o que resulta na transição
defensiva, podendo ser subdividida em - defesa temporária - através do prolongamento da transição defensiva, tendo
o defensor que retornar à sua quadra em linha reta e o mais rápido possível, na intenção de não predispor
vulnerabilidade a sua equipe; a - defesa organizada - que consiste no período em que os jogadores ocupam suas
posições específicas no campo defensivo; e, a - defesa em sistema - que se dá logo após a ocupação destas posições
específicas de defesa, resultando na realização das ações táticas, na intenção de impedir ou dificultar as
movimentações e as finalizações (REIS, 2005).

No Basquetebol, existem dois tipos básicos de defesa: um, que se baseia na marcação por zona ou por regiões da
quadra, onde o jogador responsabiliza-se por uma determinada área do campo de jogo, e, outro que se fundamenta
na marcação, específica, de um determinado jogador, denominada de marcação individual. Cada equipe deve preferir

http://www.efdeportes.com/efd188/sistemas-de-defesa-e-ataque-no-basquetebol.htm 2/11
09/10/2017 Sistemas de defesa e ataque no basquetebol

uma das duas marcações, dependendo das características da equipe adversária, das suas próprias particularidades
e/ou a situação específica de um jogo/competição.

A marcação por zona

Historicamente a marcação por zona foi criada no ano de 1910, nos Estados Unidos, tendo como principais
objetivos dificultar as infiltrações e os rebotes dos oponentes; facilitar os rebotes defensivos; viabilizar os contra-
ataques e a volta à defesa; a diminuição do número de faltas e o aproveitamento de jogadores menos rápidos, tendo
como principal eficiência o enfrentamento de equipes deficientes nos arremessos de curta e média distâncias, com
maus passadores e eficientes nas infiltrações (REIS, 2005). Em contrapartida, exige melhor treinamento de conjunto e
comunicação entre os defensores,

Alguns tipos de marcação por zona podem ser ilustrados, a exemplo da 2x1x2; utilizada quando a equipe ofensora
possui jogadores habilidosos no confronto individual, mas que apresenta deficiências nos arremessos de média e longa
distâncias. Características, basilares, que devem ser consideradas sempre que se opta em marcar por zona.

Portanto, com a configuração deste tipo de marcação, congestiona-se o garrafão, dificultando as infiltrações,
obrigando a equipe adversária a recuar o seu ataque, afastando-se da área restritiva, e a tentar os arremessos de
média e longa distâncias dos quais ela tem maiores dificuldades.

A característica particular desta é que ela é a considerada a “matriz” de todas as outras, onde a partir dela há
outras possibilidades de variações. Ilustrando-a, forma-se um desenho no formato do número 5 (cinco) de um dado,
conforme a figura a seguir:

Entre as variações, cita-se a marcação por zona 3x2, utilizada quando a equipe defensiva é “eficiente nos rebotes”,
com bons e altos pivôs.

Assim, por subentender-se uma grande possibilidade do adversário ser induzido aos arremessos, e, por
consequência ao erro, forma-se uma linha de três defensores na parte superior do garrafão, e outra de dois mais
próximos à cesta, auxiliando que a equipe defensiva evada, rapidamente, para o “contra-ataque”, logo após a
conquista do rebote defensivo. Conforme modelo a seguir:

http://www.efdeportes.com/efd188/sistemas-de-defesa-e-ataque-no-basquetebol.htm 3/11
09/10/2017 Sistemas de defesa e ataque no basquetebol

Outro tipo é a zona 2x3, preferida quando a equipe defensiva não possui um rebote tão eficiente como no exemplo
anterior, fazendo-se necessário, portanto, a formação inversa a 3x2, através de uma linha de três reboteadores
posicionados logo abaixo da cesta, na intenção de garantir o rebote defensivo, e uma segunda linha de dois
defensores na região superior do garrafão, impedindo as infiltrações e os arremessos daquela região, bem como
viabilizando os contra-ataques, caso a equipe recupere a bola através do rebote defensivo. Conforme modelo a seguir:

Um terceiro tipo é a 1x3x1, que deve ser eleita quando se enfrenta uma equipe que atua com dois pivôs (número
5), altos e bons tecnicamente, e que realizam triangulações eficazes, bem como com bons arremessadores de média
distância e das laterais do garrafão.

Para tanto, monta-se uma linha de três marcadores no centro do garrafão e outros dois jogadores isolados; um
deles, logo na cabeça e o outro próximo ao aro, com o primeiro intencionando evitar a penetração do armador
adversário por esta região, e o segundo, ainda com a finalidade de continuar garantindo o rebote defensivo.

É justamente esta linha de três marcadores no centro do garrafão que dificultará a referida atuação dos pivôs
adversários, que triangulam e trocam de posicionamento constantemente, como também os dois marcadores externos
da mesma linha de três, por ficarem alocados fora da área restritiva, possibilitam a marcação dos jogadores que
arremessam daquela região. Como exemplo, forma-se um desenho em formato do sinal de + (mais), conforme ilustra
a figura a seguir:

http://www.efdeportes.com/efd188/sistemas-de-defesa-e-ataque-no-basquetebol.htm 4/11
09/10/2017 Sistemas de defesa e ataque no basquetebol

Na Marcação por Zona Box-one, tem-se o primeiro tipo que mescla as duas defesas -individual e zona- e, assim,
quatro jogadores se organizam dentro do garrafão, cada qual responsável por sua região, em forma de uma "caixa"
(box), ou de um quadrado (□), ainda na intenção de evitar as infiltrações e viabilizar os arremessos de fora.
No entanto, como particularidade, esta é eleita sempre que na equipe adversária existe um jogador diferenciado,
que possui habilidades especiais, com possibilidades de desequilibrar uma partida. Portanto, um jogador que necessita
de uma atenção defensiva especial.

O termo - one - refere-se a o “único” jogador designado a realizar a marcação individual deste jogador
diferenciado, estando ele com a bola ou não. Vide ilustração a seguir:

Esta marcação também possui outras variações, no que diz respeito à organização dos defensores no entorno do
garrafão, que podem ser formadas de acordo com as características dos adversários, e são elas:

A zona Box-one com a formação em Losango, quando a figura formada pelos marcadores faz alusão a um losango
(◊) ao invés de um quadrado (□), e o quinto jogador também marca individualmente. A diferença consiste em alocar
um jogador em baixo da cesta para garantir o rebote, bem como outro defensor para anular um armador que pode
fazer arremessos ou infiltrações da “cabeça” do garrafão.

http://www.efdeportes.com/efd188/sistemas-de-defesa-e-ataque-no-basquetebol.htm 5/11
09/10/2017 Sistemas de defesa e ataque no basquetebol

Outra variação da Box é a Zona Triangle, onde se tem a opção da primeira variante através da formação de um
triângulo tradicional (Δ) na marcação da área restritiva. Utilizada quando mais de um jogador, ofensivo, requer
atenções especiais, e, portanto, dois bons defensores são incumbidos de marcá-los, conforme a ilustrações a seguir:

E, a formação de um triângulo invertido (▼), formando uma linha de dois jogadores, logo na parte superior do
garrafão, e outro sozinho, logo abaixo o aro.

Noutra Marcação por Zona, agora conhecida como “ Rest-one”, apresentam-se mais uma variação da Box, mas, às
avessas, pois, na equipe adversária, ao invés de um jogador diferenciado, têm-se um jogador fraco tecnicamente, que
pode ser relativamente preterido no momento da marcação.

Assim, apenas um jogador defensivo recebe a designação de permanecer na formação em zona, ficando
responsável pelo núcleo do garrafão defensivo, deixando esse jogador relativamente livre, desde que fora da área
restritiva, oferecendo-lhe marcação somente caso o mesmo faça alusão em penetrar o garrafão. Caso contrário,
flutua-se, ajudando na marcação de outros jogadores que estão sendo marcados individualmente pelos outros quatro
defensores e, preconiza-se que este defensor tente pegar o rebote, logo após o erro de finalização do ataque.

http://www.efdeportes.com/efd188/sistemas-de-defesa-e-ataque-no-basquetebol.htm 6/11
09/10/2017 Sistemas de defesa e ataque no basquetebol

Rest-one faz alusão ao jogador que “sobra”, que resta, que não precisa de marcação especial. Obviamente que se
trata de uma situação difícil de ser encontrada em alto nível, mas, muito comum em categorias de base.

Na Marcação por Zona Match-up, tem-se uma das variações mais utilizadas no Basquetebol moderno e de alto
nível, particularmente na NBA, na WNBA e na Liga Europeia ACB, e consiste numa variação da própria marcação Box-
one, por também configurar-se num tipo de defesa mista, com quatro jogadores organizados em zona e um sempre
marcando individualmente algum adversário.

No entanto, sua particularidade reside no fato de que - não há - um atacante, específico, a ser marcado
individualmente, e, sim, a regra é marcar individualmente o jogador que estiver “em posse da bola”, e onde os outros
devem permanecer organizados em zona, alterando-se esta configuração, cada vez que a bola muda de posse/jogador
durante o ataque.

Na marcação conhecida como - zona pressão - utiliza-se as mesmas configurações das defesas supracitadas, mas,
neste caso, amplia-se o campo de defesa para todo o espaço da quadra, extrapolando as áreas restritivas do garrafão,
onde as defesas em zonas costumam atuar. Empregada, normalmente, em momentos específicos, tais como ao final
de um período, tempo ou jogo, onde a equipe encontra-se em desvantagem no placar, ou após um lance, na tentativa
de surpreender o adversário e recuperar a bola.

A principal desvantagem centra-se na possibilidade da equipe atacante conseguir executar uma troca de passes
rápida e eficiente, e, consequentemente, desvencilhar-se dos marcadores e atingir a cesta.

A marcação individual

Neste tipo de marcação, que originalmente surgiu com o próprio Basquetebol, é, geralmente, bastante eficiente,
mas, leva a um número maior de faltas, em face ao maior contato físico dos marcadores com os atacantes; razão pela
qual exige equipes com um bom banco de reservas (REIS, 2005).

Sua principal característica e a marcação, específica, de cada oponente, sendo nesta de fundamental importância
equivaler habilidades técnicas, funções táticas, competências físicas e etc., no momento de eleger marcadores e
jogadores a serem marcados. E, apresenta algumas possibilidades de variações:

Primeiro, as marcações que são realizadas nos jogadores - em posse da bola - onde a primeira possibilidade que se
apresenta é a do tipo simples, e consiste no processo onde o marcador posiciona-se fechando a linha “entre a bola e a
cesta”, seguindo o atacante na movimentação, sem perder a visão da bola e dos demais jogadores de ataque. Como
vantagens, neutralizam-se os arremessos de longa e média distâncias e dificultam-se os passes. A desvantagem esta
nas possibilidades de deixar a defesa vulnerável às infiltrações, oriunda dos “cortes” individuais que a marcação pode
sofrer. Conforme ilustra a “linha vermelha” da figura a seguir.

http://www.efdeportes.com/efd188/sistemas-de-defesa-e-ataque-no-basquetebol.htm 7/11
09/10/2017 Sistemas de defesa e ataque no basquetebol

Outro tipo é a - defesa individual com troca - utilizada principalmente quando o atacante, em posse de bola, recebe
um corta-luz, e a defesa realiza a troca dos marcadores. Como vantagens, evita, com maior ênfase, as infiltrações e
também diminui o desgaste físico dos defensores. Como desvantagens, a defesa pode sofrer o denominado “Pick and
roll”, onde o jogador que executa o bloqueio gira em direção a cesta e fica livre para receber um passe e finalizar.
Outra desvantagem consiste no fato das trocas poderem acontecer, sem que haja uma equivalência física, técnica
ou tática dos marcadores, em relação aos atacantes, colocando um defensor em alguma dificuldade.

Na - defesa individual com antecipação - tem-se uma variante mais agressiva, que visa recuperar a bola,
antecipando-se ao passe do adversário. O jogador deve usar de sua visão periférica para avançar no momento correto
.
e interceptar o passe Como vantagens, é uma defesa que tende a recuperar um percentual maior de bolas, anulando
o ataque adversário e facilitando os contra-ataques, mas, como desvantagens, pode sofrer os chamados “Back-doors”.
Jogada que ocorre no momento em que o jogador defensor tenta antecipar o passe e o adversário corre em direção à
cesta, passando pelas suas costas, recebendo e finalizando.

A marcação individual no jogador “sem a posse da bola”, ocorre quando o jogador posiciona-se fechando a linha
entre a bola, que está nas mãos de outro jogador, e o jogador que lhe foi designado a marcar, fechando a linha do
passe, portanto (REIS, 2005). Conforme ilustra a “linha azul”, na figura abaixo.

Caso o seu oponente esteja alocado numa posição com poucas possibilidades de passe, realiza-se a denominada
defesa em “flutuação”, que consiste na ajuda que se faz na marcação de outro companheiro.

Como vantagens, facilita a ajuda no momento das infiltrações adversárias e posiciona os jogadores mais próximos a
cesta para um possível rebote; e, como desvantagens, facilita a troca de passes da equipe adversária e as viradas de
bola para lados opostos da quadra, onde há o desequilíbrio defensivo, vulnerabilizando a defesa, caso não haja
atenção de todos.

Por fim, ainda existe a denominada - marcação individual pressão - que pode ser executada em todo quadra, ou
apenas na sua metade. O objetivo é induzir os atacantes ao erro, pressionando-os, e, compelindo-os a precipitarem o
passe, errarem um drible, perderem a posse de bola, esgotarem o tempo de posse de bola (no campo defensivo ou
ofensivo) ou terem que realizar uma tentativa de arremesso de forma precipitada ou emergencial. O ponto negativo é
o fato dos marcadores exporem-se às possibilidades de serem ultrapassado e/ou de realizarem faltas desnecessárias,
em face do contato físico excessivo e intrínseco desta variação de marcação.

Sistemas de ataque no basquetebol

Em relação aos sistemas ofensivos, estes são delimitados na tentativa de se maximizar o objetivo principal do jogo:
fazer cestas no adversário, atacando a cesta (meta) com máxima eficácia possível.

http://www.efdeportes.com/efd188/sistemas-de-defesa-e-ataque-no-basquetebol.htm 8/11
09/10/2017 Sistemas de defesa e ataque no basquetebol

Assim, as táticas ofensivas também evoluíram através de métodos que visam romper as defesas montadas, e,
portanto, tratam de séries planejadas de deslocamentos e passes que objetivam aliciar jogadores adversários para
fora de suas posições favoráveis de marcação, visando abrir espaço aos atacantes e colocar um jogador em condições
de finalização.

Para tanto, na perspectiva do ataque é possível à realização de três situações distintas: primeiro, a manutenção da
posse de bola pelo maior tempo possível (dentro do que a regra permite), segundo, o desequilíbrio da defesa
adversária, e por fim, a finalização.

O ataque pode ser dividido em duas fases: primeira, aquela derivada da recuperação imediata da posse de bola
através de um rebote defensivo, de um roubo de bola, do erro do adversário e etc., o que implica numa situação
denominada de contra-ataque.

No Basquetebol, o contra-ataque é um termo associado a um sentido de uma - resposta imediata - contra o ataque
do adversário, com outro ataque, de forma inesperada, sem possibilidades de uma organização defensiva prévia
(REIS, 2005).

Numa segunda etapa, encontra-se aquela derivada do fato que nem todas as formas de contra-ataque resultam em
pontos, e, sendo assim, surge a possibilidade da etapa ofensiva propriamente dita, denominada de ataque sustentado.

Nesse sentido, torna imprescindível compreender que o ataque não pode ser uma simples disputa relegada ao
acaso, à sorte, e, sim, deve configurar-se como uma possibilidade estruturada para se finalizar. Portanto, o ataque é
algo que deve ser programado, pensado, delimitado, sistematizado, para que se tenha a maior possibilidade em
alcançar êxitos.

O ataque sustentado consiste no processo de atacar a equipe adversária através de alguma ação tática coletiva,
devendo-se obedecer a certos princípios que tornarão mais fácil a tarefa dos atacantes, e, aumentarão as chances de
acertos (REIS, 2005).

O ataque sustentado se dá através de um posicionamento prévio da equipe em quadra, através de movimentações


das posições dos jogadores que possibilitarão uma circulação ordenada da bola e dos jogadores no campo ofensivo,
constituindo a fase denominada de – organização – que se apresenta como uma terceira fase do ataque, e que se dá
em face do tipo de defesa enfrentada.

Adenda-se que o ataque deve vislumbrar atacar com a máxima assertividade, o que pode se dar através do
processo denominado desequilíbrio defensivo que consiste em ações individuais ou coletivas, que momentaneamente
conduzem os defensores a pequenos lapsos espaciais na quadra, criando espaços e/ou situações em que o ataque
pode finalizar (DE ROSE JÚNIOR e TRÍCOLI, 2005).

Algumas situações podem criar esses desequilíbrios defensivos, que pode ser através da fixação da defesa, que por
sua vez é algo estático e se traduz pelas ações ofensivas, coletivas, de criação de espaços a partir da visualização da
quadra em eixos: longitudinal, transversal, central e periférico, e pode ocorrer através de três possibilidades:

Primeiro, a fixação central, que se dá através da criação de espaços na área periférica, através da aproximação da
ajuda na área do garrafão, e quando o passe é dado para a periferia, onde o espaço foi criado, o que pode acontecer
através de uma simples inversão de bola pelo jogador que atraiu a defesa para o centro do garrafão.

A fixação lateral, que pode ocorrer através de qualquer uma das formas de fixação da defesa, sempre do lado
oposto aquele em que a defesa foi fixada ou atraída.

http://www.efdeportes.com/efd188/sistemas-de-defesa-e-ataque-no-basquetebol.htm 9/11
09/10/2017 Sistemas de defesa e ataque no basquetebol

E, a fixação periférica, que acontece quando a criação do espaço de dá no centro do ataque, através de jogadores
infiltrados no garrafão e/ou de atacantes e defensores distribuídos próximos à linha de três pontos, que atraem os
defensores para a periferia e liberam o centro do garrafão (REIS, 2005).

Outro recurso normalmente utilizado pelas equipes para que estas situações ocorram se dá através da utilização do
fundamento técnico do corta-luz, que pode ser classificado em corta-luz direto, quando é feito no marcador do
jogador em posse de bola; ou indireto, quando é feito no marcador do jogador sem a posse de bola. Portanto, é a
partir desse fundamento, que no Basquetebol, elabora-se uma gama diversificada de possibilidades de desequilíbrios
e/ou fixações defensivas, que, comumente são traduzidas naquilo que se denomina por – jogadas.

Ou seja: uma combinação de movimentações táticas ofensivas, coletivas, combinadas com deslocamentos, passes e
corta-luzes, que vislumbram criar esses espaços ou situações, e colocar a equipe atacante em uma condição de tentar
uma cesta (REIS, 2005).

Após a conversão dos pontos ou do erro da equipe ofensiva – o equilíbrio defensivo – passa a ser o objetivo
principal da mesma equipe, ainda na quadra ofensiva, mas sem a posse de bola, através da designação dos jogadores
que irão se ocupar com a volta para a defesa, dando os primeiros “combates”, evitando que se sofra um contra-
ataque, com o sistema defensivo desestruturado.

Considerações finais

Por fim, na perspectiva de uma análise conclusiva, o Basquetebol evoluiu taticamente e exponencialmente nos
últimos anos, e, por consequência, variáveis táticas, coletivas e individuais surgiram para garantir a maximização dos
resultados, derivando diferentes abordagens defensivas e ofensivas, a exemplo das que aqui foram discutidas.

Nas marcações por zona esta a chave para se jogar contra ataques que possuem baixo aproveitamento nos
arremessos de média e longa distancias e/ou com jogadores com grandes habilidades de infiltração, onde a saída é
congestionar o garrafão, viabilizando os arremessos, inviabilizando as jogadas individuas e facilitando os rebotes
defensivos e os contra-ataques.

Já na marcação individual o sistema concentra-se nos processos de anulação específica de cada adversário,
atuando-se de acordo com a particularidade dos jogadores, respeitando-se cada potencialidade e/ou deficiência no
memento de eleger os marcadores e marcados.

Os sistemas ofensivos, por sua vez, perfazem todos os processos que visam o desequilíbrio defensivo, na
intencionalidade de encontrar um espaço/situação que propicie que a equipe realize uma tentativa de cesta, dentro da
maior assertividade possível, sendo que o ataque é dividido em contra-ataque, ataque sustentado e equilíbrio
defensivo, onde os sistemas se dão através da utilização do jogadas, resultando na organização ofensiva da equipe, e,
por fim, determinando o seu produto final: as finalizações.

Bibliografia

DE ROSE JÚNIOR, D. e TRÍCOLI, V. Basquetebol: uma visão integrada entre ciência e prática. Barueri, SP:
Manole, 2005.

http://www.efdeportes.com/efd188/sistemas-de-defesa-e-ataque-no-basquetebol.htm 10/11
09/10/2017 Sistemas de defesa e ataque no basquetebol

FERREIRA, A. E; DE ROSE JÚNIOR, D. Basquetebol: técnicas e táticas: uma abordagem didático-pedagógica.


São Paulo: E. P. U: Editora Pedagógica e Universitária da USP, 2003.

OLIVEIRA, José Eduardo Costa de. Basquetebol. Aspectos técnicos, táticos e metabólicos. EFDeportes.com,
Revista Digital. Buenos Aires, ano 17, n. 1755, dez. 2012. http://www.efdeportes.com/efd175/basquetebol-
aspectos-tecnicos-taticos-e-metabolicos.htm

REIS. P. C. Defesa do basquetebol: uma abordagem técnica, tática e de ensino-aprendizagem.


EFDeportes.com, Revista Digital. Buenos Aires, ano 10, n. 85, jun. 2005.
http://www.efdeportes.com/efd132/defesa-do-basquetebol-tecnica-tactica.htm

Outros artigos em Portugués

Recomienda este sitio

Buscar
Búsqueda personalizada

EFDeportes.com, Revista Digital · Año 18 · N° 188 | Buenos Aires, Enero de 2014


© 1997-2014 Derechos reservados

http://www.efdeportes.com/efd188/sistemas-de-defesa-e-ataque-no-basquetebol.htm 11/11

Você também pode gostar