As Identidades Do Brasil 1

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A Construção da Identidade Nacional, que propõe uma reflexão teórica

brasileira na ótica de José Carlos Reis, tendo como objetivo, apresentar


hipóteses de estudo sobre história através da análise contextual,
intertextualidade e epistemológica que têm se dedicado a esta temática.
O autor José Carlos Reis , analisa obras de autores consagrados que dedicam
se a essa temática , como Varnhagen, Gilberto Freire ,Capistrano de Abreu ,
Sergio Buarque de Holanda, Nelson Verneck Sodré , Caio Padro Jr., Florestan
Fernades e através dessa analise faz essa intertextualidade entre as principais
obras desses autores e suas diferentes argumentativas sobre a construção da
identidade nacional do povo brasileiro .

O primeiro autor abordado no livro é Varnhagen , que tem uma visão muito
saudosista da colonização brasileira pelos portugueses , um "elogio do Brasil
luso-brasileiro, essa visão teve um grande apoio do governo monárquico
brasileiro, como também por acesso fácil as fontes oficiais e pelo seu talento
indiscutível de autodidata, muito elogiado por Capistrano de Abreu em seu
necrológico .
Fortemente ligado e influenciado pelo convívio com a dinastia de Bragança,
queria assessorar o jovem imperador na construção da identidade do seu
império, e o legitimando o poder sobre a nação atraves da historia oficial, de
um passado pelo qual se pudesse orgulhar-se , fazendo a história de modo a
saudar o conquistador,dos vindos de além mar , exaltando os feitos
portugueses e heróis nacionais, a colonização portuguesa que para ele teria
sido um grande feito que abriria possibilidades de um futuro promissor.

Na coleção que Varnhagen colaborou com a produção denominado , “A


História Geral do Brasil”,o autor José Carlos Reis nos diz que essa a coleção
refletia uma preocupação nova no Brasil, com sua própria história, com a
documentação sobre o passado, proporcionada pela fundação do IHGB ,
somente sendo essa obra possível por condições históricas lhes eram
propicias como o processo de independência politica , juntamente com a
constituição do Estado Nacional Brasileiro que havia avançado na década de
1850. É interessante observar que a Independência não interrompeu o passado
e sim melhorou-o. É evidente que o Brasil continuava português, imperial e
independente, com isto, a nação brasileira seria planejada e construída pelo
Estado Imperial, autoridade indiscutível, absoluta.

Dentro desta perspectiva, a Independência não foi problemática porque o


Estado não foi comprometido, continuava nas mãos da dinastia de Bragança,
sendo assim o Estado brasileiro seguiria o modelo do Estado português, ou
seja o Estado continuava a ação civilizadora da Europa branca. Dessa forma a
unidade deveria ser preservada a qualquer custo, enquanto que o Estado era
o centro da nação e ao mesmo tempo mantinha a ordem, a lei, a religião,
mesmo a duras penas e revoltas sangrentas .Diante disto, o autor José Carlos
Reis comenta o seguinte: 

"A diferença entre Varnhagen e Freyre nesse aspecto talvez se explique pelas
datas das suas obras: em 1850, Varnhagen formulava uma visão ainda
portuguesa do Brasil, enfatizando a ação da família real; Freyre, em 1930,
enfatizando a ação da família rural, formula uma visão luso-brasileira do Brasil,
a visão das elites descendentes dos descobridores, que admiram e
reverenciam a memória daqueles que criaram este mundo nos trópicos para
ela. Há também uma diferença teórico-metodológica essencial: nos anos 1850,
predominava uma história político-administrativa e biográfica, valorizando as
ações e documentos oficiais; nos anos 1930, aparece uma "história nova",
econômico-social-mental, que valoriza as iniciativas coletivas, anônimas,
inconscientes, não-oficiais, reveladas por uma documentação maciça, múltipla,
interdisciplinar. Freyre é um dos pioneiros dessa nova história(Burke,
1991)."(REIS, 1999, p. 71 72) 

Varnhagen sofreu duras criticas de Capistrano de Abreu acusado de produzir


uma história repetitiva não reconhecendo os movimentos populares, não
falava de tensões, separações, contradições, exclusões, conflitos, rebeliões,
insatisfações, pois uma história assim levaria o Brasil à guerra civil e à
fragmentação. A visão de Varnhagen do português como agente civilizador,
que trouxe a cultura, idioma e a religião, lançando as luzes para um mundo
primitivo dominado por selvagens, e a recém-formada nação não sobreviveria
sem esse legado histórico-cultural e político oriundo da Europa.

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