PPP Saúde-Coletiva
PPP Saúde-Coletiva
PPP Saúde-Coletiva
MATINHOS
2014
IDENTIFICAÇÃO INSTITUCIONAL
Dirigentes
Reitor: Zaki Akel Sobrinho
Vice-reitor: Rogério Andrade Mulinari
Diretor do Setor Litoral: Valdo José Cavallet
Vice-diretor do Setor Litoral: Renato Bochicchio
Coordenador de Curso: Neilor Vanderlei Kleinübing
Vice-coordenadora de Curso: Maria da Graça Kfouri Lopes
- Coordenação Acadêmica:
Douglas Ortiz Hamermuller
Margareth Laska de Oliveira
CURSO DE GRADUAÇÃO EM SAÚDE COLETIVA
Tipo: Bacharelado
Modalidade: Presencial
Denominação: Saúde Coletiva
Diploma a ser expedido: Bacharel em Saúde Coletiva
Regime de matrícula: Semestral
Local de oferta: Setor Litoral
Turno: Matutino
Número de vagas/ano: 50
Carga horária total: 3.250 horas
Prazo de integralização curricular: mínimo de 08 semestres e máximo de 12
semestres
Coordenador do curso: Neilor Vanderlei Kleinübing
2 COMISSÃO ELABORADORA DO PROJETO PEDAGÓGICO
Servidores técnicos:
Secretaria executiva Luciane Bimbatti
Secretária executiva Thais Silva Santos
Coordenação Acadêmica:
Douglas Ortiz Hamermuller
Margareth Laska de Oliveira
3 APRESENTAÇÃO
A Saúde Coletiva surge no contexto da década de 1970, onde se pode
destacar a profunda crise social, caracterizando a saúde por grandes iniquidades.
Baseada amplamente no modelo hospitalocêntrico e atendendo a interesses
privatistas, excludente e pouco resolutiva.
O panorama abre espaço para questionamentos e contraposições, no que
tange o campo científico, e propostas no movimento ideológico. Ambos estão
intrínsecos e acumulam-se no processo histórico de constituição da área da
Saúde, especialmente na América Latina.
Amparada pelo Movimento Sanitário e articulando atores diversos como
sindicatos, organizações populares, academia e instituições, o reforço de
elementos como: (I) a democratização da saúde e da sociedade; (II) a superação
do modelo biomédico, pautado principalmente no enfoque biologicista; (III) a
valorização e produção científica pautada na concepção ampliada da saúde; (IV)
a consideração do corpo na relação espaço-temporal, ambiente e sociedade; (V)
a formulação e implementação do Sistema Único de Saúde e sua legislação; (VI)
a ação profissional, dos sanitaristas, prioritariamente no espaço público da
Saúde.
Esse movimento de Reforma Sanitária, ao assumir posição técnica e
política, culmina nas conquistas da Constituição Federal de 1988 que, entre
outras, passa a garantir a saúde como direito do cidadão e dever do Estado,
universalizadade ampliada.
Os pilares da Saúde Coletiva costumam ser elencados como oriundos de
ordem ideológica, ou das ciências da saúde, ou ainda das ciências sociais e
humanas. Na ta be la a b a ix o , e le n c a m - s e a lg u m a s d e fin iç õ e s d e
S a ú d e Co le tiv a , selecionadas meramente no sentido de ilustrar o tema.
Definição ou Síntese
Campo multiparadigmático, interdisciplinar, formado pela presença de
tipos distintos de disciplinas que se distribuem em um largo espectro que se
estende das ciências naturais às sociais e humanas, certamente possibilitará o
aparecimento de novos tipos de disciplinas, que nascem nas fronteiras dos
conhecimentos tradicionais, ou na confluência entre ciências puras e aplicadas,
mas que caracteriza como “patchwork” combinatório, que visa a constituição de
uma nova configuração disciplinar capaz de resolver um problema preciso.
(POMBO, 2003).
Mosaico – conjunto formado por partes separadas, mas que se
aproximam quando a compreensão dos problemas ou a proposta de práticas se
situam além dos limites de cada “campo disciplinar”, exigindo arranjos
interdisciplinares. (NUNES, 2009).
Campo científico, onde se produzem saberes e conhecimentos acerca
do objeto “saúde” e onde operam distintas disciplinas que o contemplam sob
vários ângulos; e como âmbito de práticas, onde se realizam ações em diferentes
organizações e instituições por diversos agentes (especializados ou não) dentro e
fora do espaço convencionalmente reconhecido como “setor saúde”. (PAIM e
ALMEIDA FILHO, 1998).
5 PERFIL DO CURSO
A Saúde Coletiva é um campo interdisciplinar por natureza. Assim sendo,
constitui-se como um campo de saberes e práticas que se utiliza do método
científico para desenvolver seu conhecimento, tendo como objeto de estudo as
necessidades sociais em saúde. Ainda, aborda a saúde do ponto de vista
coletivo, mas esta abordagem não invalida os esforços de diálogo com a saúde
individual e com a clínica, contudo subordina esta última aos interesses da
coletividade.
Logo, é papel ontológico da Saúde Coletiva defender a saúde como um
direito coletivo imprescindível à construção da cidadania. Nesse sentido, pode-se
dizer que o campo da saúde coletiva se estrutura em um tripé de ações:
- utiliza-se de uma ferramenta que desvenda a situação saúde-doença-
cuidado, seus riscos e determinantes de forma coletiva - a epidemiologia;
- a ação tecnológica se manifesta na organização de serviços e sistema de
saúde via Estado e em constante debate com a sociedade civil – a política,
planejamento e gestão em saúde;
- a prática social se realiza na busca por ações/serviços que operem
maximizando a lógica da busca pela saúde – a promoção da saúde.
Portanto, a Saúde Coletiva abrange um campo de ações e saberes,
voltado para a promoção, proteção e recuperação da saúde das populações,
respeitando suas diversidades, entendendo saúde como um processo que
envolve questões epidemiológicas, socioeconômicas, ambientais,
demográficas e culturais.
A criação dos Cursos de Graduação em Saúde Coletiva é resultado de um
esforço acumulado de estudos e discussões sobre sua viabilidade que têm sido
feitas em diversas universidades brasileiras.
A graduação em Saúde Coletiva antecipa a formação de profissionais de
saúde e tem como propósito contribuir para a construção e melhoria do Sistema
Único de Saúde e dos Subsistemas de Saúde.
O curso pretende reunir conhecimentos necessários às transformações
das práticas em saúde e formar profissionais que se tornem agentes
transformadores do perfil sanitário e da consolidação de práticas mais adequadas
às necessidades de saúde da população.
A necessidade de criação de cursos de graduação em Saúde Coletiva,
bem como as implicações de sua oferta, tem sido considerada ação estratégica
por estar diretamente relacionada ao processo de consolidação da área de saúde
coletiva no Brasil e às lacunas resultantes da ausência dessa formação no âmbito
do ensino superior (UnB, 2009).
Nesse aspecto, é que o curso de Saúde Coletiva traz a perspectiva de
dialogar os saberes e práticas no processo de saúde e doença, bem como na
execução das ações e gerência dos serviços de saúde; levando-se em
consideração o tripé da Universidade como: o ensino, a pesquisa e a extensão na
construção de novos conhecimentos.
6. OBJETIVOS
6.1 OBJETIVO GERAL
- Formar bacharéis em Saúde Coletiva com conhecimentos necessários às
transformações das práticas em saúde e formar profissionais que se tornem
agentes transformadores do perfil sanitário e da consolidação de práticas mais
adequadas às necessidades de saúde da população.
7 PERFIL DO EGRESSO
O futuro bacharel em Saúde Coletiva formado no Setor Litoral deve ser um
profissional com visão cultural ampla, com vistas à alteridade; competente no
relacionamento interpessoal; flexível; hábil na comunicação oral e escrita;
motivado para situações de adversidades e contrariedades; de formação
generalista, crítico, que a partir da compreensão do processo social da saúde-
doença-cuidado, resultantes da conjugação de fatores biológicos, ambientais,
psicológicos, éticos, sociais, econômicos, políticos e culturais; desenvolve a
atenção à saúde como formulação e análise de políticas, organização,
planejamento, programação, avaliação e gestão de sistemas e serviços de
saúde, além de atividades específicas de epidemiologia, vigilância em saúde,
ambiente e trabalho, comunicação e informação em saúde, e no desenvolvimento
científico e tecnológico em saúde.
É preparado para liderança; para compreensão de sistemas complexos;
para, em equipe, formular, implantar, organizar, monitorar e avaliar políticas,
planos, programas, projetos, e serviços de saúde no contexto do Sistema Único
de Saúde (SUS). Apresenta postura ética fundamentada em valores como
felicidade, cooperação, honestidade, respeito, humildade e tolerância.
Comprometido politicamente com a valorização e a defesa da vida, a
preservação do ambiente e a cidadania no atendimento às situações de saúde.
8 FORMAS DE ACESSO AO CURSO
O aceso ao curso de graduação em Saúde Coletiva, em acordo com as
normas institucionais, ocorre mediante:
I. Processo seletivo anual (Vestibular e/ou SISU);
II. Programa de Ocupação de Vagas Remanescentes oriundas de
desistência e ou abandono de curso;
III. Transferência independente de vaga;
IV. Mobilidade Acadêmica (convênios, intercâmbios nacionais e
internacionais, e outras formas).
12 ORIENTAÇÃO ACADÊMICA
O Setor Litoral da UFPR conta com uma estrutura administrativa,
acadêmica e pedagógica que fica à disposição dos estudantes para orientá-los
em todas as necessidades e demandas.
Esta estrutura visa auxiliar a integração do aluno ingressante às dinâmicas
da instituição e às características do ambiente universitário, tendo por objetivos:
- Proporcionar melhor integração do aluno iniciante ao curso e ao
ambiente universitário através das semanas de integração, e dos temas como
"reconhecimento do Litoral" e "compreensão do mundo universitário" abordados a
partir dos projetos de turma.
- Conscientizar o aluno da importância do componente humanístico para
sua formação e para compreensão dos conteúdos profissionalizantes;
- Mediar o aluno na escolha do Projeto de Aprendizagem e na maneira
como desenvolvê-lo;
- Detectar eventuais dificuldades do aluno e procurar auxiliá-lo;
- Acompanhar o desempenho do aluno em todas as atividades formativas
cursadas durante o período da orientação acadêmica;
- Colaborar para a melhoria de desempenho no processo de
aprendizado, visando à redução dos índices de reprovação e de evasão.
Os estudantes têm acesso aos registros acadêmicos através do “Portal do
Aluno” (site institucional). As chamadas de projetos e bolsas são procedidas por
editais que estão à disposição de todos os estudantes, através de inscrição junto
à orientação acadêmica, sendo que a seleção é realizada de acordo com o perfil
demando em cada edital.
O objetivo geral do Projeto de Orientação Acadêmica do Curso de Saúde
Coletiva é a promoção da melhoria do desempenho acadêmico de seus discentes
mediante o acompanhamento e orientação por parte de todos os docentes do
curso. O projeto acha-se descrito em anexo neste PPC.
14 ORGANIZAÇÃO CURRICULAR
A formação do Bacharel em Saúde Coletiva pauta-se no diálogo entre a
teoria e a prática, no cotidiano do curso. Em cada componente curricular, a
seleção das atividades será feita segundo a identificação dos objetivos gerais do
Projeto Político Pedagógico da Instituição, sintonizada com as exigências do
mundo do trabalho e, principalmente, com as demandas sociais locais. Os
componentes curriculares do curso estão estruturados em fases que compõem o
processo de ensino e aprendizagem, sendo organizados a partir dos
Fundamentos Teórico-Práticos (FTP), Projetos de Aprendizagem (PA), Interações
Culturais e Humanísticas (ICH), Atividades Formativas Complementares e
Estágios: obrigatório (Estágio Supervisionado em Saúde Coletiva) e não
obrigatórios quando realizados pelos estudantes para complementação de sua
formação acadêmico-profissional, desde que não causem prejuízo à
integralização de seus currículos, conforme Resolução nº 46/10 – CEPE/UFPR.
8º ICH 60
SEMESTRE PA 60
ESTÁGIO SUPERVISIONADO EM SAÚDE COLETIVA 300
Carga horária 420
Módulos Optativos CH
SL85 – Comunicação Brasileira de Sinais – LIBRAS 60
SLSC083 - Cidades Saudáveis II 60
SLSC091 - Tecnologias em Saúde 45
SLSC098 – Práticas Integrativas Complementares em Saúde - PICS 60
Carga Horária 120
Eixo curricular CH
Fundam entos teórico-práticos obrigatórios (FTPob) 1770
Fundam entos teórico-práticos optativos (FTPop) 120
Estágio Curricular (EC) 300
Interação Cultural Hum anística (ICH) 480
Projetos de Aprendizagem (PA) 480
Atividades Formativas Complementares (AFC) 100
Carga Horária Total (CHT) 3.250
Representação Gráfica do Curso (fluxograma)
I II III IV V VI VII VIII
SLSC097
Fundamentos morfofuncionais Fundamentos morfo- Dinâmica da Vetores e Entomologia Patologia I Patologia II Saúde e Ambiente II
300h
FTP
humanos I - 30h funcionais humanos II - Doença Infecto 45h 45h 45h 45h
45h Contagiosa-45h
ICH - 60h ICH - 60h ICH - 60h ICH - 60h ICH - 60h ICH - 60h ICH - 60h
ICH – 60h
SL60 SL61 SL62 SL63 SL64 SL65 SL66 SL67
PA -60h PA - 60h PA - 60h PA - 60h PA - 60h PA - 60h PA - 60h PA – 60 h
TCC
SLSC095 SLSC096
TCC I - 30h TCC II - 30h
A UFPR Litoral possui 36 salas de aula (com capacidades que variam entre
20 a 50 alunos), um auditório para 404 lugares, uma biblioteca com área destinada
ao acervo, sala de estudos e sala multimídia. Possui também área destinada aos
serviços administrativos, assim discriminados: uma sala à direção do Setor, à vice
direção, sala de professores, coordenação administrativa, gestão de pessoas,
gestão de cultura, esporte, lazer e eventos, departamento financeiro, unidade de
gestão acadêmica, assessoria estudantil, uma sala interdisciplinar, uma sala de
mecanografia, uma sala destinada à secretaria, um amplo centro de convivência,
uma cozinha, uma sala de reunião das coordenações, 12 banheiros públicos (6
individuais e 6 coletivos), almoxarifado e nove gabinetes.
O Setor Litoral possui 8 laboratórios com as seguintes funções:
setembro de 1990.
______. Lei nº 11.645 de 10 de março de 2008. Inclui no currículo oficial da rede de ensino
a obrigatoriedade da temática “História e Cultura Afro-Brasileira e Indígena”. Disponível em :
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_ato2007-2010/2008/lei/l11645.htm, acesso em 29/05/2013.
PAIM,J.S. Desafios para Saúde Coletiva para o Século XXI. Salvador: EDUFBA,
2006.