Tourette Na Escola

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LIGIA MACIEL @TIQUESNAINFANCIA

cola e a
a es

tourette
2021 - edição 1

UM GUIA PARA PAIS E PROFESSORES


cola e a
a es

tourette
Este guia pretende ser uma contribuição sobre como
conduzir a questão dos tiques na infância dentro da
comunidade escolar.

O objetivo é claro: tirar da cabeça os preconceitos que


existem sobre tiques, e reduzir a possibilidade de bullying
ao mínimo possível.

Se as orientações que você encontrar aqui forem úteis,


fique à vontade para dividir esse material com escolas,
grupos de mães e com a sua família.

E caso queira sugerir assuntos, correções e dar sua


opinião, fale comigo!

Um forte abraço,

Ligia Maciel

mãe, escritora e idealizadora do @tiquesnainfancia


www.ligiamaciel.com.br
[email protected]
instagram: @tiquesnainfancia
telegram: @akaligiamaciel
canal público no telegram: https://t.me/ligiamaciel
u re tte se
o a t o
com
a nif es ta
n

Sabe aquele aluno esperto, educado, que sempre


colaborou nas atividades, mas que de uma hora
para outra passou a fazer ruídos estranhos em sala
de aula?
Talvez seja um fungar, pigarrear, grunhir, ou aquele
barulho de raspar a garganta que nunca cessa.
Pode ser que ele levante da cadeira sem motivo,
que faça movimentos repetitivos ou pergunte a
mesma coisa em sequência. Ou pisque os olhos
muitas vezes, ou ainda arregale os olhos com força.
Você tem ou teve algum aluno que tenha várias
dessas características?
Essas são apenas algumas das apresentações da
Síndrome de Tourette em um grau leve.
Vamos explicar melhor!
A Síndrome de Tourette (ou ST) é uma condição
neuropsiquiátrica caracterizada pelo aparecimento
de tiques motores (os movimentos que citamos
antes) e vocais (os ruídos).
▪tiques
A primeira coisa que você deve saber é que os
são involuntários: não adianta pedir para a
criança parar. Geralmente ela só percebe o tique
quando alguém chama sua atenção.
▪intensidade:
Outra coisa: é normal os tiques variarem de
ora estão mais discretos, ora mais
"atacados", sem que isso implique em maior
gravidade.
▪criança
Na ST os tiques mudam com o tempo. Uma
pode fazer um movimento com a cabeça e
depois de um tempo, passar os dedos na língua. Ou
tamborilar os dedos e depois mudar para cheirar
alguma coisa.
Para os professores do primeiro ao quarto ano, um
recadinho: é geralmente dos 5 aos 8 anos que
surgem os primeiros tiques! Atenção e sensibilidade
são fundamentais!

e é a st?
o qu
tique ou
nervoso?
tique
A expressão "tique nervoso" é um tanto
antiquada: hoje sabemos que os tiques não têm
nada a ver com nervosismo, e podem inclusive
acontecer em situações de extrema felicidade!

Pode chamar apenas de "tique" mesmo!

Os estudos indicam que a ST pode ter uma causa


genética, pois há muitos casos de crianças com
tiques que têm familiares próximos com tiques.
ando os
trat

tiques
O principal tratamento que uma criança
com tiques precisa é a aceitação,
principalmente por parte do pai e da mãe.
Saber ou perceber que ter tiques é
"errado" ou "esquisito" para os pais pode
prejudicar a autoestima da criança, muito
mais do que qualquer bullying sofrido na
escola.

Se for identificada uma situação que


demande cuidados e se a escola puder
oferecer apoio psicológico aos pais, isso é
de fundamental importância.

A ST é uma condição perene, e não tem


"cura". Não existem medicamentos
específicos para ST que controlem os
tiques. A medicalização é feita de forma
cautelosa, sempre ponderando o
custo-benefício, já que os efeitos colaterais
podem não recomendar o tratamento pela
via dos remédios.
Para fechar o diagnóstico de ST é necessária a
permanência de tiques por pelo menos 1 ano.

E dentre os diagnosticados, há uma grande


chance de que a criança tenha também alguns
sintomas de TDAH (transtorno de déficit de
atenção e hiperatividade) ou TOC (transtorno
obssessivo compulsivo).

O TOC se manifesta como pensamentos


intrusivo recorrentes, ou rituais, como
conferir se esqueceu algo, ou contar as
pedras da calçada.

A presença de alguma dessas condições não


significa que a criança tem um quadro mais
grave de ST. Mas é bom acompanhar com um
psicólogo caso haja alguma demanda da
criança por terapia, sendo recomendável a
cognitiva-comportamental (especificamente a
terapia de reversão de hábitos).

bidades
comor
manejo
em sala
dicas

• não reaja com rispidez nem repreenda os


tiques! lembre-se que são involuntários
• converse com os pais se perceber
sintomas, para que observem juntos
• para crianças maiores, permita que ela
saia para momentos onde possa liberar os
tiques, pois embora a criança possa
reprimi-los por certo tempo, isso gera mais
necessidade de fazê-los
• permita que a criança execute avaliações
em sala separada para que os ruídos não
interfiram no exame
• converse reservadamente caso haja
situação de bullying, com discrição para
que a criança não se sinta ainda mais
"diferente"
• em caso de dificuldade de motricidade,
comunique a família e promova meios para
que a criança não perca atividades (mande
a tarefa por WhatsApp, por exemplo)
• dê instruções em etapas, uma de cada
vez, para evitar confusão na hora de
executar um trabalho ou atividade
• coloque a criança na primeira fileira, para
minimizar eventual desatenção, se for o
caso
• se a criança "empacar" em um problema,
sugira outra atividade para desviar a
atenção, retomando do ponto onde parou
em outro momento

dicas
atenção!

A criança com tiques NÃO precisa de


educação especial: a natureza incômoda
dos sintomas não pode ser motivo para a
exclusão do processo normal de
aprendizagem, que beneficia tanto a
criança com ST como todos os agentes do

ambiente escolar
dúvidas

comuns
◇ a ST não piora com o tempo,
necessariamente. há casos em que os
sintomas pioram na adolescência e
regridem na fase adulta

◇ nem toda criança com ST fala palavrão


(como nos filmes) . apenas 10% dos
pacientes têm coprolalia (emissão de
palavras)

◇ é plenamente possível um
desenvolvimento total das potencialidades
com a ST: existem inúmeros cantores,
jogadores, pais de família, engenheiros,
juízes, terapeutas, servidores públicos,
cozinheiros com ST...

◇ a criança com ST consegue suprimir os


tiques por um tempo, então não se
assuste se não perceber os tiques o tempo
todo. geralmente em casa os tiques são
mais frequentes
◇ se a conversa com os pais não fluir bem,
dê tempo ao tempo e permaneça
disponível. é difícil para a família o
processo de diagnóstico e aceitação

◇ se tiver um aluno que esteja sendo


medicado e perceba sinais de sonolência, e
dificuldades para concluir atividades, ou
outros sintomas, não deixe de mencionar
isso aos pais em reservado

◇ converse com os pais e com o


coordenador pedagógico sobre a
possibilidade de antecipar o conteúdo da
aula ou da semana caso os pais tenham a
disponibilidade de acompanhar. ter uma
noção do conteúdo previamente, num
ambiente seguro, como o lar, pode ser
tranquilizador e ajudar no andamento da
aula
cimentos
Agrade
☆ À Associação Brasileira de Síndrome de
Tourette, pelo conteúdo que embasa esta
cartilha, disponível em
https://www.inclusive.org.br/arquivos
/22219

☆ às mães que confiam e contribuem com


seus relatos diários no meu perfil
@tiquesnainfancia... vocês me motivam! ♡

☆ à minha família, pelo apoio e suporte!


minha inspiração diária!
Gostou desse conteúdo? Quer sugerir
algum tópico, ou fazer alguma correção?

me mande no
[email protected]
contribua para termos um material cada
vez melhor!

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