Cursos de Bonsai - Portugues

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Cursos

Jardinagem Básica

Por: Fabiano Batista

Introdução

Provavelmente você vai perguntar:

- Por que devo aprender jardinagem básica, para cultivar Bonsai ?


- Eu já sei cuidar de plantas e o meu jardim é muito bonito. Por que eu tenho que aprender mais
?

Então eu vou responder:

- Para manter suas plantas vivas.


- Porque no cultivo do bonsai, existem alguns detalhes diferentes do cultivo de outras plantas.

Veja por este lado, se você não for capaz de manter uma planta comum viva em um vaso, com
certeza não conseguirá manter um bonsai. Pois, apesar de serem fortes, precisam de mais cuidados
que uma planta comum.

Pense bem !

Você não vai chorar se morrer uma planta comum, que custa R$ 5,00. Mas com certeza vai
chorar se morrer um Bonsai avaliado em R$ 500,00. Sem levar em conta o lado financeiro, não é
nada agradável ver morrer uma planta a qual você dedicou seu tempo, atenção, e por que não,
"Amor". Sim, "Amor"! Acredite ou não, eu amo as minhas plantas! Sofro cada vez que vejo uma
delas doentes ou o calor as castiga ou mata. Não vendo minhas plantas. Pois não suportaria saber
que elas morreriam na mão de quem não sabe cuidar. Sei que você não quer ser uma destas
pessoas. E pode crer, em pouco tempo você terá o mesmo sentimento que eu pelas plantas.

Aprenda com muita dedicação, os ensinamentos deste curso, pois esta é a base do cultivo do
Bonsai e sem ela você não poderá ir adiante, pois fracassará.

Mudas

Na hora de escolher uma muda, prefira as que tenham pelo menos 1cm de espessura na base do
tronco e que tenham brotações de galhos nos primeiros 5cm do tronco. Estas especificações irão
facilitar no futuro, quando você for escolher o estilo de bonsai que sua planta irá seguir.

Espécies recomendadas: Ficus, Buxinho, Acerola, Romã, Jabuticaba, Pitanga, Calliandra, Azalea,
Serissa, Resedá.

Na hora de escolher, verifique se a planta está bem enraizada e se está saudável. Não compre
dessas azaleas que vemos em supermercados, lindas, super floridas e que morrem pouco depois
que caem as flores.

Se você não conseguir cultivar alguma das plantas citadas acima, não desanime, tente com
outra. Pois pode ser que o seu ambiente não seja favorável para algumas delas.

Vasos

Para escolher um vaso (no nosso caso um "vaso de treinamento"), podemos levar em
consideração o tamanho do torrão de terra ou do vaso no qual a planta veio. Não queira passar sua
planta para uma bandeja rasa de bonsai ou um vaso muito pequeno, pois isso só será necessário
quando a planta já for um bonsai formado. Dê preferência a vasos de barro, pois são baratos,
permitem que as raízes respirem, possuem a propriedade de manter o solo sempre fresco e são
fáceis de se trabalhar.

O vaso não deve ser esmaltado ou pintado, nem por dentro, nem por fora. O melhor formato
seria algo parecido com uma travessa redonda (dessas que vai ao forno), com largura e altura
dependendo do torrão de terra. Com alguns furos pequenos, para passar um arame de sustentação,
que irá substituir as raízes grossas da planta.

O vaso deve ter um ou mais furos de drenagem, de 1cm a 3cm de diâmetro, que podem ser
feitos por uma furadeira comum, com uma broca de parede. Devemos utilizar uma tela de plástico,
tipo mosquiteiro, que servirá para cobrir internamente os furos de drenagem, de forma a evitar que
o substrato saia pelo furo.

Para se aprofundar mais, leia o artigo sobre Vasos de Treinamento.

Ferramentas

Você irá precisar de algumas ferramentas para iniciar o seu trabalho.

Não é necessário você gastar uma fortuna com ferramentas próprias para bonsai, pois no
momento você está apenas aprendendo. Eu trabalhei com ferramentas comuns durante 6 anos e só
quando já tinha aprendido o suficiente é que comprei minhas primeiras ferramentas, próprias para
bonsai.

Você precisa de:

• Palitos de Bambu: Servem para soltar a terra das raízes, na hora de replantar. Não custa quase
nada. Você também pode utilizar palitos de comida chinesa, porém eles são bem fracos.
• Tesoura de Poda: Que pode ser uma da Tramontina, da Corneta ou outra que tenha boa
qualidade. Deve custar de R$ 10,00 a R$ 15,00.
• Tesoura: Não serve aquela de uso geral, que só corta de um lado. Ela deve ter ponta e corte nas
duas lâminas. Tente comprar uma de cabeleireiro, da Tramontina ou da Mundial, que são inox e
bem afiadas. Custa menos de R$ 10,00.
• Serrote de Jardinagem: Serve para cortar raízes, galhos e tronco. Será bem útil se você
resolver trabalhar com plantas grandes. Custa menos de R$ 10,00.
• Pá de Jardinagem: Prefira uma bem forte, porém não muito grande. Deve custar em torno de R$
5,00.
• Peneira: Compre uma dessas redondas, com mais ou menos um palmo de diâmetro e a tela bem
fina. Aquelas de peneirar farinha. Custa menos de R$ 3,00.
• Tela de Drenagem: Serve para tampar o furo de drenagem, evitando que a terra saia por ele. Se
não tiver outra opção melhor, serve aquela tela verde utilizada nas janelas para evitar a entrada de
mosquitos. Uns R$ 2,00 devem ser suficientes para comprar uma boa quantidade.

Solo

Vamos ser breves aqui. Você precisa de areia de obra e terra comum de jardim (de preferência
que não seja adubada.

Você vai peneirar, tanto a areia, quanto a terra. A parte fina que sair pela peneira, pode jogar
fora, pois não presta para plantar. Pedras grandes (com mais de 1 cm de diâmetro), pedaços de
madeira, vidro, plástico, tampinha de garrafa ou qualquer outro lixo que você encontrar, também
devem ser descartados. Bolotas grandes de terra, devem ser desfeitas e peneiradas novamente.

Misture o restante, na proporção de 3 partes de areia para 2 de terra. Se for cultivar azalea,
acrescente mais uma parte de pó de xaxim.

Pronto ! Este será o "substrato" utilizado em sua planta.


Quando for utilizar, molhe um pouco este substrato, antes de colocar no vaso.

Para se aprofundar mais (isto não é necessário agora), leia o artigo sobre Solo.

Replantio

Esta é uma operação delicada, que deve ser feita normalmente nas seguintes situações:

• Periodicamente, na primavera, a cada 1 ou 2 anos, dependendo da espécie. Em vasos de


treinamento, as espécies citadas anteriormente, podem ser replantadas a cada 2 anos.
• Para passar a planta para um vaso de treinamento, na primavera.
• Quando adquirimos uma planta, e o substrato onde ela se encontra, será mais prejudicial que
replantar fora da época.

Preparações iniciais:

Primeiro precisamos escolher o vaso onde colocaremos a planta. Se for de barro ou cimento,
deixe-o mergulhado na água por umas 3 horas antes de utiliza-lo.
Preparamos uma boa quantidade de substrato, de preferência o dobro da quantidade que você
acha que vai gastar. Não se esqueça de umedecer um pouco o substrato.
Preparamos a tela que irá cobrir o furo de drenagem.

O replantio:

Todo o processo de replantio, desde retirar a planta do recipiente original, desembaraçar e podar
as raízes, colocar a planta no vaso, preencher com solo e regar, não pode demorar mais que 20
minutos, para não prejudicar a saúde da planta.
Preferencialmente deve ser feito em dias frescos da Primavera.
Retire a planta de seu recipiente original (vaso, saco plástico, etc.) e utilizando o palito de
bambu, comesse a soltar a terra das raízes, começando pelas extremidades das laterais e fundo. A
medida que for soltando e desembaraçando as raízes, você poderá ter uma idéia melhor de sua
estrutura. Lembre-se de nunca retirar toda a terra das raízes. Retire apenas o necessário para
efetuar as podas e para que o torrão possa caber no vaso de treinamento, tendo uma folga para o
novo substrato.
Quando terminar de soltar a raízes, você deve escolher as que serão podadas. Para isso, você
deve levar em consideração que a estrutura de raízes é formada por raízes grossas (de sustentação)
e raízes finas (de alimentação). Quando cultivamos um bonsai, procuramos inibir o crescimento das
raízes de sustentação e incentivar o crescimento de raízes de alimentação. Por isso, quando for
podar as raízes, você deve cortar as raízes grossas e deixar as raízes finas.
No geral, corte apenas 1/3 (um terço) do conjunto de raízes, procurando cortar principalmente as
grossas.
Coloque a tela cobrindo o furo de drenagem do vaso.
Cubra o fundo do vaso com uma camada de substrato previamente umedecido, de forma que ao
colocar a planta no vaso, a superfície do torrão esteja no mesmo nível da borda do vaso. Observe
que, se a superfície do solo ficar acima da superfície do vaso, causará problemas na hora de regar. E
uma rega mal feita, pode ocasionar a morte da planta.
Coloque a planta no vaso e preencha os espaços com o resto do substrato, procurando não socar
a terra no vaso, mas ajeitando para que não fiquem espaços entre as raízes.
Regue a planta com hormônio radicular (não é obrigatório) e mantenha a planta em um local
onde tenha boa claridade, mas que não receba sol direto. A planta deve ser mantida neste local por
cerca de 30 dias. Após este período, retorne gradativamente a planta ao sol.

Não adube a planta nos primeiros 2 meses após o replantio, para evitar queimar as raízes novas.
Regue a planta todos os dias, principalmente se o clima for quente.

Rega

Este é o ponto mais importante no cultivo do bonsai, depois dele vem o solo e a iluminação.
Visto que: Se você não regar corretamente a sua planta, ela morre !
Por isso, preste atenção nas regras abaixo:
• Regue suas plantas, preferencialmente pela manhã, bem cedo.
• Regue com calma, até Ter certeza de que o solo está completamente molhado e que esteja
vazando água pelos furos de drenagem.
• Não mantenha pratinhos cheios de água em baixo do vaso, pois o acúmulo de água irá apodrecer
as raízes.
• Nos dias quentes de verão, regue mais de uma vez, evitando os horários de sol intenso.
• No inverno, reduza a periodicidade da rega.
• De modo geral, regue sempre que a superfície do solo estiver seca.
• Borrife as folhas, sempre que estiverem empoeiradas ou quando o dia estiver quente. Evitando
molhar as flores e o horário de sol intenso.

Ambiente e Iluminação

Este é outro ponto muito importante no cultivo do bonsai.

Muitas pessoas compram ou ganham um "bonsai" e o colocam em cima da geladeira ou na


estante da sala, achando que este é o lugar certo para ele. Desta forma, privam o coitadinho de luz
solar direta e o colocam em um ambiente fechado, quente e abafado.

Lembre-se que o bonsai é uma árvore ! Ele não é um pingüim de geladeira e nem um livro ou
porta retrato. O bonsai necessita de um lugar fresco, arejado e que proporcione de 4 a 8 horas de
sol direto, por dia.

Em locais muito frios, o bonsai deve ser protegido dos ventos e da geada. Em locais com
temperatura entre 10ºC e 25ºC, o bonsai pode ficar o dia inteiro no sol. Em climas quentes, acima
de 30ºC, o bonsai deve ser protegido do sol intenso, podendo ser utilizado uma tela de sombrite
50%.

Num dia especial, quando queremos enfeitar a sala ou a estante com um bonsai, é claro que
podemos tirar nossa arvorezinha do sol e colocá-la dentro de casa, num ambiente sem luz solar.

Mas lembre-se de molha-la antes.

Você pode deixar seu bonsai fora do sol, por um período de no máximo 48 horas. Depois deste
período, ele deve voltar ao seu ambiente ensolarado.

Musgo
Eu achava que obter um tapetinho de musgo para equilibrar e dar naturalidade ao bonsai, fosse
algo tão corriqueiro que não merecesse um artigo sobre tal assunto. Porém, por ter sido
recentemente surpreendido, ao ver que alguns bonsaístas estão tendo dificuldades neste ponto, é
que resolvi preparar este artigo.
As pessoas se prendem na idéia de ter que raspar o musgo de pedras ou retirá-lo do chão para
forrar o substrato de suas plantas, como quem forra o chão com carpete, colocando placas de
musgo sobre o solo e rezando para que ele pegue.
Não é necessário implantar placas de "Carpete de Musgo" ou se utilizar de fórmulas mirabolantes
para produzir um tapetinho de musgo em seu bonsai.
Tenha em mente que o musgo age como uma praga, uma vez que ele "contamine" a superfície
do solo, ele irá se alastrar rapidamente e se tornará até mesmo prejudicial se deixarmos que tome
conta de toda a superfície do solo.
Pegue um punhado de musgo, com a ponta dos dedos, como quem pega um punhado de sal para
jogar na panela. Esfarele o musgo o máximo que puder, utilizando apenas as mãos. Espalhe os
farelos de musgo por sobre a superfície do solo.
Pronto !
Dentro de dois a três meses você vai estar super satisfeito com o resultado e em seis a oito
meses, você vai me xingar, porque terá tanto musgo no seu bonsai que você terá que retirar um
pouco para que possa regar a sua planta, caso contrário você a matará de sede, pois o musgo cria
uma camada impermeável por sobre o solo.
Pode-se cobrir uma parte do solo com pedrinhas, para que estas mantenham uma área livre do
musgo, para facilitar a rega. Irá ajudar muito no crescimento do musgo se, no primeiro mês,
você molhar a planta com calma para não agitar a superfície do solo.

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Calda

É o produto utilizado para proteger e para dar aquele tom acinzentado claro, quase branco, à
madeira exposta em nossos bonsai.
Na verdade é uma solução de Cal e Enxofre, que deve ser pincelada por toda a área que
queremos tratar. Cada bonsaísta chama esta solução por um nome diferente. Então vamos chamar
de "Calda Sulfo-Cáustica" para ficar bonitinho e parecer bem técnico.

Veja como é simples de preparar:

Observação: O processo abaixo, emana gazes tóxicos e só deve ser feito, fora de casa, em local
arejado, evitando respirar estes gazes.

Ingredientes:
• 1 litro de água.
• 80 gramas de Cal Virgem.
• 100 gramas de Enxofre.

Preparação:

Ferva a água, acrescente a Cal Virgem e mexa até desmancha-la. Adicione o Enxofre, mexa bem
e deixe ferver por 15 minutos. Ao terminar, deixe esfriar, peneire e guarde a solução em uma
garrafa.

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Solo

Vamos direto ao assunto. Nada de ficar falando e falando, explicando mil coisas, para no final te
dar uma receita de bolo.
Se você mora em um lugar quente como a cidade do Rio de Janeiro, que no verão pode chegar a
uma temperatura de 42oC , você deve utilizar uma mistura que retenha melhor a umidade, caso
contrário pode utilizar uma mistura com uma drenagem melhor.

Componentes das misturas:

1 - Areia grossa:

• Grãos de 1 a 3 mm de espessura.
• A areia utilizada para filtros de piscina é uma boa alternativa, por já vir limpa e em diferentes
espessuras.
• Podemos utilizar também a areia de obra, peneirada para retirar a parte fina e aproveitar os grãos
de 1 a 3 mm de espessura. Após selecionar a parte a ser utilizada, devemos lavá-la para retirar o pó
e outras impurezas.
• Não utilize areia de praia.

2 - Pedrisco:

• Grãos de 4 a 10 mm de espessura.
• Para ser misturado aos outros componentes, e não para encher o fundo com ele.

3 - Argila granulada:

• Grãos de 2 a 6 mm de espessura.
• Podemos utilizar argila expandida ou cacos de vasos de barro. Devemos moer e depois peneirar
para obter as espessuras desejadas.

4 - Terra granulada:
•- Grãos de 2 a 6 mm de espessura.
• Devemos peneirar para obter as espessuras desejadas.

5 - Húmus de Minhoca:

• Utilize pouco e somente para plantas com flores ou frutos.

Locais quentes como o Rio de Janeiro:

60% de areia grossa + 40% de terra granulada


70% de areia grossa + 30% de terra granulada
50% de areia grossa + 10% de argila granulada + 40% de terra granulada
60% de areia grossa + 10% de argila granulada + 30% de terra granulada

Para coniferas, como pinheiros, tuias, etc.

60% de areia grossa + 30% de argila granulada + 10% de terra granulada

Locais de clima mais ameno:

70% de areia grossa + 30% de terra granulada


80% de areia grossa + 20% de terra granulada
60% de areia grossa + 10% de argila granulada + 30% de terra granulada
70% de areia grossa + 10% de argila granulada + 20% de terra granulada

Para coniferas, como pinheiros, tuias, etc.

70% de areia grossa + 30% de argila granulada

Observações:

1 - As porcentagens acima, estão relacionadas ao peso da mistura:


2 - Para floríferas e frutíferas podemos acrescentar uns 10% de húmus de minhoca:
3 - Não há uma mistura definitiva, por isso você pode e deve experimentar outras proporções que
sejam melhores para o seu clima. Lembre-se que quanto mais frio o seu clima, menos o composto
deve reter água, ou seja, a drenagem deve ser melhor.
4 - Pode-se substituir um pouco da areia, por pedrisco.

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Vaso de Treinamento

São usados quando a planta está sendo trabalhada. Sendo também uma boa ajuda na
recuperação de qualquer poda drástica, ou quando você arama de forma a mudar completamente o
visual da planta. Pois nestes casos, a planta sofre um stress muito grande, que somado a um
transplante para um vaso raso ou uma bandeja (que já é uma operação delicada), poderia ser fatal.

Também são chamados de vasos de treinamento, por estarem fora dos padrões para a planta em
questão.
Pode ser um vaso comum, de barro (mais aconselhado), plástico ou cimento, que você já usou
em outro tipo de planta. Pode ser também um escorredor de macarrão (aqueles de plástico, com
furos pequenos) ou um vaso velho de um bonsai maior.
Dê preferência a largura do vaso e não a sua altura. E tenha atenção especial aos buracos de
drenagem, quanto maior for o vaso, maior deve ser o número de buracos, que devem atingir, mais
ou menos uns 3cm de diâmetro cada. Quais as vantagens do escorredor de macarrão?

O escorredor ajuda a reativar mais rapidamente a função das raízes logo após a poda, engrossa o
tronco e os galhos, que bem fortes dão origem à folhagens bonitas e viçosas, que são características
de uma planta saudável.

Quando utilizá-lo:
• Após uma poda drástica: com a drenagem e a ventilação em maior quantidade e por igual ao
redor das raízes, elas crescem mais rápido e igualmente para todos os lados.
• Quando as mudas e os pré-bonsai ainda não desenvolveram tanto o tronco como queríamos.
• Depois de muito tempo envasada: revigora as raízes e por conseqüência há uma melhora no
quadro geral da planta.
• Em caso de doença: se for causada por excesso de umidade, o escorredor ajuda muito,
proporcionando drenagem e ventilação na medida certa. Mas nada disso vai adiantar se você não
prestar atenção na mistura de terra e continuar encharcando sua planta.

Lembre-se:

Bonsai é um misto de técnicas e observações, nenhuma delas "transforma" uma muda em


Bonsai, isoladamente.

Cursos
Serissa – Guia Prático de Cultivo

Por: Nelmar

Introdução

A Serissa é uma planta de origem asiática, com folhas bem pequenas e flores brancas, em
algumas variedades com tom rosado, que florescem normalmente do início da primavera ao final do
verão.

As informações a seguir, são baseadas em experiências pessoais com diversas variedades.

Produção a partir de estacas

É uma planta que se reproduz facilmente por estaquia, em que podem ser utilizados até mesmo
os galhos mais finos, e em qualquer tipo de solo, entretanto, consegui melhores resultados com uma
mistura de 50% de terra e 50% de areia, após terem sido peneiradas (peneira de arroz). Estou
usando atualmente para a estaquia sementeira de isopor, pois facilita bastante o trabalho no
momento do transplante para recipientes individuais. O momento ideal para este transplante é
quando surgem os primeiros sinais de nova brotação, o que significa, neste caso, que a estaca
pegou. Como 1º vaso, tenho usado com bastante freqüência, garrafas plásticas de refrigerante
cortadas com ± 20cm de altura, nas quais são feitos vários furos no fundo. A mistura de terra é
semelhante a anterior só que uso 70% de areia para facilitar o próximo transplante e poda de raiz.
Usualmente, faço uma aramação após 6/8 meses, para dar um movimento no tronco, pois nesta
fase ele é bem flexível e, pode-se conseguir melhores resultados. Esta aramação é retirada após 2/3
meses, quando então a muda pode ser plantada no chão ou num recipiente bem grande, para
engrossar o tronco.

Rega

É sem dúvida o aspecto mais importante nessa espécie. É uma planta muito sensível tanto ao
excesso, quanto a falta d’água. Devemos regá-la com abundância, após ter deixado secar o solo
entre uma rega e outra.

Se ocorre falta d’água, as normalmente as folhas secam e morrem totalmente em alguns casos.
Nesses casos, devemos regá-la com abundância, ou até mesmo fazer uma banho de imersão e fazer
uma poda nas pontas dos galhos mortos para estimular uma nova brotação.

Por outro lado, se a planta está com o solo freqüentemente úmido, existe uma forte tendência ao
apodrecimento das raízes e ao aparecimento de fungos. Esta situação é percebida nas folhas, que
perdem o brilho e não se desenvolvem normalmente. Nesses caso, o melhor a fazer é um
transplante de solo, eliminando as raízes mortas e ainda fazendo uma poda na parte aérea para
compensar a poda de raízes e estimular nova brotação.

Poda de Manutenção

Pode ser feita o ano todo, para se manter a forma e o estilo escolhido, entretanto, o ideal é
deixar o galho desenvolver de 5 a 6 pares de folhas, quando então poda-se deixando de 1 a 2 pares
somente. Deve-se contudo, evitar a poda no inverno. Dessa forma consegue-se uma boa
ramificação dos galhos.

Aceita podas radicais, emitindo brotos inclusive em madeira velha. Os brotos que surgem
próximos a base da planta devem ser eliminados tão logo sejam identificados e, de preferência com
os dedos.. Eles tiram a força da planta.

As flores murchas devem ser retiradas, para favorecer o aparecimento de novas.

Aramação

Pode ser feita a qualquer momento, devendo-se ter cuidado pois o tronco se quebra facilmente,
principalmente nas junções com o galhos (forquilhas). Nos casos, onde se deseja uma mudança
brusca de movimento do tronco, devemos pressionar com os dedos, as forquilhas firmemente, antes
de se dobrar o tronco. Se ocorrer a quebra, deveremos voltar a posição inicial a atá-lo firmemente
com fita para que a planta se recupere.

Transplante

Deve ser feito preferencialmente na primavera a cada 2 anos, quando após verificar o excesso de
raízes (retirando o torrão de dentro do vaso), pode-se podar até a metade da massa existente.

O solo que uso normalmente em plantas já estruturadas é composto de 50% de terra de


cupinzeiro e 50% de areia de rio, ambos peneirados com peneira fina.

Adubação

Pode-se usar adubos líquidos para flores a cada 15 dias durante toda a primara e verão e
mensalmente no outono e inverno.

Dicas

1) As raízes formam um atrativo à parte nesta espécie, podemos e devemos fazer uso deste
recurso, para dar um aspecto envelhecido à planta.

2) Gostam de ambientes bem ensolarados, devendo-se no verão protegê-las do sol mais intenso.

3) Para saber o momento certo da rega, pode-se deixar um hashi espetado no solo, por entre as
raízes. Verificamos diariamente retirando-o do solo e, quando estiver seco é o momento ideal.

Aprenda a ter paciência:

É muito comum o iniciante querer ver o seu trabalho pronto, num vaso próprio, para poder
mostrar aos seus amigos e se sentir um verdadeiro bonsaísta. Realmente é muito agradável ouvir
alguém dizer:
"Nossa, que lindo ! Foi você que fez ? Aahh... eu não acredito... Sério!"
Mas com o bonsai não podemos ter pressa. Tenha em mente que você irá precisar de pelo menos
5 anos para ter um bonsai pronto, por melhor que seja a planta. Este tempo pode ser reduzido se
você adquirir um pré-bonsai, que é uma muda que já está sendo tratada a algum tempo por outro
bonsaísta.

Se você quer ter logo um bonsai para mostrar aos seus amigos, sugiro que compre um bonsai já
pronto ou um pré-bonsai. Você pode encontrar algo interessante na faixa de 50 a 100 reais. Não
será nada digno de uma exposição, más para a finalidade a que se propõe, será excelente.

Tendo algumas plantas atraentes, o iniciante estará mais calmo na hora de educar suas próprias
plantas, sem mata-las e nada impede de melhorar a planta adquirida, de forma que ela possa até
mesmo participar de uma exposição.

Aprenda a ter "Bom Gosto":

É comum ver leigos ignorarem um bonsai bonito porque este está em um vaso comum e feio, e
acharem linda uma planta qualquer, enfiada em um vaso de bonsai com musgo e um bonequinho.

Não entrem nessa !!!

As melhores formas de entender o que é um bonsai de verdade e o que é "Tapeação" ou "Bonsai


Pirata", é participar de cursos, frequentar exposições, conhecer mestres na arte do bonsai e suas
coleções, pesquisar em livros e revistas e ver muitos bonsai de verdade.

Para Bonsaístas Experientes:

Não fique preso às técnicas já existentes, desenvolva suas próprias técnicas, procedimentos e
ferramentas. Tendo uma linha própria de procedimentos seus Bonsai terão a sua identidade e quem
sabe um dia poderemos lhe chamar de Mestre.

Ao começar um trabalho com vistas à criação de um bonsai, é preciso ter em mente que os melhores resultados
são obtidos sempre que o estilo a seguir respeite a aptidão da planta a ser trabalhada. Assim feito, o bonsai terá a
naturalidade desejada.

TACHI-GI
Neste grupo temos os estilos de bonsai com tronco único e ereto.

VERTICAL FORMAL - "CHOKKAN"


Como o próprio nome indica, o tronco é vertical e absolutamente reto, com
perfeita conicidade e galhos em todas as direções. Na natureza, árvores desta
conformação indicam um crescimento livre de adversidades. Este estilo
representa o máximo de equilíbrio, sendo, para tanto, fundamental um nebari
bem formado por raízes fortes e dispostas radialmente.
VERTICAL INFORMAL - "MOYOGI"
É o estilo que mais identifica a arte do bonsai - é o mais popular. O
tronco é ereto, porém com curvas que o movimentam em todas as
direções. O eixo principal da árvore tem que conter o ápice e o nebari
(permitidos pequenos desvios). Caso contrário, resultaria o estilo
inclinado.

INCLINADO - "SHAKAN"
Neste estilo, o tronco é reto, porém deslocado do seu próprio eixo, ou seja:
inclinado. O mais difícil é obter equilíbrio visual com uma árvore com
desequilíbrio físico. O equilíbrio visual é buscado através da oposição do
ápice, dos galhos e/ou do nebari, ou seja, enfatizando-se em sentido oposto à
inclinação do tronco o que de mais favorável se tem do ápice, dos galhos e do
nebari.

VARRIDO PELO VENTO - "FUKINAGASHI"


Como definido pelo nome, indica o desenvolvimento de uma
árvore sob o regime de vento predominante, causando a
inclinação do tronco naquele mesmo sentido, bem como
"marcas" no lado que recebe o vento. Dada esta condição
adversa, a copa não apresenta densidade.
LITERATO - "BUNJIN-GI"
É o estilo em que a predominância de massa verde encontra-se no alto do
bonsai. Caracteriza-se por linhas fluídas, limpas e elegantes. Este estilo "adota"
outros estilos para a sua existência - podemos ter o literato "sôbre" os estilos
vertical, inclinado, cascata e outros.

VASSOURA - "HOKIDACHI"
Neste estilo, o tronco é absolutamente reto e vertical, subdividindo-se
em inúmeros galhos que, nascendo de um mesmo ponto de tronco e
em todas as direções, formam uma única copa. Dada a grande
quantidade de galhos que formam a copa, é importante que se elimine
aqueles que "atravessem" a copa, possibilitando as melhores ensolação
e aeração do conjunto.

KENGAI
Neste grupo temos os estilos de bonsai cujo tronco se projeta abaixo da borda da bandeja.

CASCATA - "KENGAI"
No estilo cascata a árvore apresenta forte inclinação vertical no sentido da
face lateral da bandeja. A parte mais externa da árvore deve estar em nível
inferior ao fundo do vaso. Variações deste estilo apresentam tronco único ou
múltiplo, presença ou não de ápice.
SEMICASCATA - "HAN-KENGAI"
Neste estilo, a árvore também inclina-se para baixo, embora
de forma menos acentuada. A parte mais baixa da
copa/tronco situa-se próximo da altura do vaso, com
inclinação em torno dos 45°.

TRONCOS COMPOSTOS
Como na natureza, neste grupo de estilos encontramos as associações de troncos ou de árvores, o que denota o
bonsai de uma árvore com mais de um tronco ou originado da associação de duas ou mais árvores.

TRONCO DUPLO - "SOKAN"


Este estilo decorre de uma árvore com dois troncos nascidos de uma mesma base, sendo um predominante
em relação ao outro - mais alto e mais grosso. O movimento geral das duas "árvores" deve ser o mesmo, haja
visto que se desenvolveram sob as mesmas condições. Neste estilo, a exemplo de todos os outros com mais
de uma árvore, a "planta" menor inclina-se "para fora" da maior "fugindo" da sombra da maior.
DOIS TRONCOS - "SOJU"
A diferença básica deste para o estilo tronco duplo reside nas raízes. Naquele a base é única enquanto que
no "SOJU" os nebari são independentes. Uma nomeclatura mais adequada para o estilo seria: "árvores
gêmeas".
TRONCO MÚLTIPLO - "KABUDACHI"
São considerados tronco múltiplo árvores com cinco ou mais troncos em um único nebari. É muito importante
que o trabalho com cada tronco/copa leve em conta o resultado do conjunto, o que, para tanto, alguns troncos
podem/devem ser "vistos" como galho.

BALSA - "IKADABUKI"
Este estilo tem origem numa árvore tombada, de cujo tronco
em contato com o solo surge um extenso enraizamento e,
conseqüentemente, múltiplas brotações e/ou modificação de
antigos galhos em novos troncos. Usualmente, neste estilo
tem-se um monótono alinhamento dos múltiplos troncos. A
inclinação (para frente e para trás) dos vários troncos tende a
minimizar tal situação. Em outro estilo muito semelhante a
este, o "NETSURANARI", esta linearidade não ocorre tão
freqüentemente, pois os múltiplos troncos são formados de
uma raiz que se estende sobre o solo de forma sinuosa.
BOSQUE OU FLORESTA - "YOUSE-UE"
São grupos de pelo menos cinco árvores plantadas em conjunto. O
número de árvores que compõe o grupo deve ser ímpar, até que se
atinja uma quantidade de unidades tão elevada que a contagem dos
troncos deixe de ser possível com uma simples observação do
conjunto. Também neste estilo prevalece o sentido de grupo -
triangulação, profundidade, equilíbrio. A formação do bosque pode ser
expressada por dois ou mais sub-grupos, sempre prevalecendo o todo
em relação às unidades.

EXPRESSÃO DE RAÍZES
Neste grupo de estilos a maior ênfase é dada pelas raízes expostas de modo muito marcante.

RAÍZES SOBRE A ROCHA - "ISHITSUKI"


Este estilo agrega, além da árvore e da bandeja, um novo elemento da composição: uma pedra. Neste caso
as raízes são "altas" e descem a pedra, em forma de "abraço apertado" em direção ao substrato da bandeja.
Espaços ou vazios entre as raízes e a rocha reduzem a qualidade do bonsai. Uma variação deste estilo
resulta de plantar a árvore na rocha, ou seja, em depressões adequadas para receber o substrato e a árvore.

RAÍZES EXPOSTAS - "NEAGARI"


Este estilo expressa bem o embate da árvore contra as forças da erosão.
Nesta luta a árvore sob a ameaça da derrubada natural, conseqüente da
progressiva retirada do seu solo de sustentação, multiplica e fortalece
suas raízes cada vez mais expostas. Assim, no bonsai deste estilo as
raízes expostas mostram-se como parte do tronco.

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