República Velha

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REPÚBLICA VELHA

Alunos; Camila souza, Anna Clara Mota, Rayssa dos Santos, e Gustavo
Duarte.
turma; 8°/9° B
turno; matutino
República Velha ou Primeira República do Brasil
A partir de 15 de novembro de 1889, o Brasil adotou o modelo republicano como forma de governo. O período
conhecido como República Velha durou de 1889 até 1930. Historicamente, este período é chamado de
República Velha em contraposição ao período pós-revolução de 1930, que é visto como um marco na história
da República, uma vez que provocou grandes transformações no Estado brasileiro.

A REPÚBLICA VELHA NO BRASIL


Podemos dividir a República Velha em dois períodos:
● O primeiro período vai de 1889 a 1894, chamado de República da Espada, foi o período dominado pelos
militares. Ganhou este nome, pois o Brasil foi governado por dois militares: Marechal Deodoro da
Fonseca e Floriano Peixoto.
● O segundo período vai de 1895 a 1930, chamado de República Oligárquica, foi o período dominado
pelos Presidentes dos Estados, pois na época os atuais governadores eram chamados de presidentes.
COMO FOI A TRANSIÇÃO PARA A REPÚBLICA?
A passagem do Império para a República não foi marcada por uma grande revolução nem por uma
significativa participação popular. O processo de transição aconteceu por meio de um golpe militar, que foi
favorecido por alguns fatores importantes:
● O Exército teve papel fundamental no fim do Império brasileiro, o Marechal Deodoro da Fonseca
tornou-se chefe do governo provisório e vários outros oficiais foram eleitos para o Congresso
Constituinte. O desejo republicano estava presente em vários oficiais do Exército, que eram
influenciados pelo pensamento Positivista;
● Contou com o apoio da burguesia cafeeira como uma base social estável, que apoiou o Exército na época
do golpe militar;
● O Imperador Dom Pedro II sofria de diabetes e se ausentou do trono, aumentando ainda mais as
desavenças entre a elite imperial e os militares brasileiros, que sentiam-se desprestigiados
principalmente pela nomeação de civis para o Ministério da Guerra;
● A questão da sucessão do trono também contribui para o fim do Império, já que a princesa Isabel seria a
sucessora caso o imperador morresse, e o seu esposo, o conde d’Eu, era francês e não agradava à elite
cafeicultora.
O historiador Boris Fausto considera a
transição entre a Monarquia a República
como “quase um passeio”. Já o
historiador Caio Prado Júnior afirma o
seguinte: “Não que a proclamação da
República tivesse profundezas políticas
ou sociais; a mudança de regime não
passou efetivamente de um golpe militar,
com o concurso apenas de reduzidos
grupos civis e sem nenhuma participação
popular”. Isto é, a leitura dos
historiadores é de que a queda da
monarquia brasileira ocorreu por
disputas de interesses entre as elites
nacionais, não pelo clamor popular em
deixar de ser governado por uma Família
Real. As disputas entre a Igreja e o
Estado e a abolição da escravatura
contribuíram para que o golpe militar
ocorresse, mas tiveram menor
importância no processo.
A ECONOMIA BRASILEIRA NA REPÚBLICA VELHA
A economia brasileira sempre esteve ligada à origem de nossa colonização. Desde a época Colonial
(1500-1822), passando pelo período Imperial (1822-1889) até a República Velha (1889-1930), a economia
brasileira dependeu quase que exclusivamente do bom desempenho de suas exportações, as quais, durante
todo período, restringiam-se a algumas poucas commodities agrícolas, ou seja, produtos com baixo valor
agregado como a soja, o milho e outros grãos, quando exportado In natura, sem nenhum processamento.
Não havia a preocupação com o mercado interno, já que até 1888 o Brasil ainda adotava a mão-de-obra
escrava em praticamente toda a produção. Os principais produtos destinados à exportação foram: açúcar,
algodão, café e borracha. Em 1900, o café representava 65% das exportações brasileiras seguido pela
borracha, com 15%, e o Açúcar com 6%. A República Velha pode ser considerada o período áureo da
economia cafeeira agroexportadora, que favoreceu à acumulação de capital dos grandes produtores de café, e
consequentemente o surgimento a indústria em nosso país.
O grande problema econômico que a República
herdou do Império foi a crise financeira. Caio
Prado Júnior afirma que “a origem dessa crise
financeira, embora complicando-se depois com
outros fatores, está no funcionamento do
sistema monetário e no sempre recorrente apelo
a emissões [de papel moeda] incontroláveis e
mais ou menos arbitrárias de que o passado já
dera, como vimos, tantos exemplos.”
O que o historiador busca explicar é que a
política econômica dos governos estava
alicerçada na emissão de papel-moeda, o que
acaba gerando inflação, e no aumento da dívida
pública. Essas ações não resolviam o problema,
mas geravam mais inflação e instabilidade
social para os governantes republicanos.
Há de se destacar também que os anos iniciais da
República brasileira, marcam o início da nossa
industrialização, pois a proximidade entre o
governo republicano e os grandes produtores de
café proporcionaram o surgimento da indústria
nacional. Nas palavras do professor João Manuel
Cardoso de Mello, “o período que se estende de
1888 a 1933 marca, portanto, o momento de
nascimento e consolidação do capital industrial.”
O INÍCIO DA POLÍTICA REPUBLICANA NO BRASIL
Com o fim do Império, os vários grupos que disputavam o poder e seus interesses diversos não
conseguiam se entender sobre qual seria a melhor forma de organizar a República brasileira. Os
representantes da elite nacional, situados em São Paulo, Minas Gerais e Rio Grande do Sul,
defendiam a ideia de República Federativa, visando maior autonomia às unidades regionais.
Alguns grupos defendiam o modelo liberal, era o caso do PRP, Partido Republicano Paulista e
também de alguns políticos mineiros.
A base da República seria constituída de cidadãos, que seriam representados por quem dirige o
Estado – presidente e congresso eleitos. Havia também um grupo que defendia as ideias positivistas,
como os republicanos gaúchos, que acreditavam que uma República forte seria o melhor sistema de
governo a ser seguido, sob o comando de Júlio Castilhos. Assim, o Rio Grande do Sul se tornou a
principal região de influência do positivismo. Dentre os militares, também havia divergências: o
Exército foi o grande defensor da República, enquanto a Marinha era vista como ligada à Monarquia.
O Positivismo teve grande influência em nossa recém proclamada
República. Embora Floriano Peixoto não fosse positivista, os
oficiais que o cercavam tinham forte influência desses ideais.
Afinal, as ideias positivistas dialogam com uma República de
“ordem e progresso”. Ao fazer uso do lema “ordem e progresso”
na bandeira do Brasil, os republicanos diziam à população
brasileira que, para haver progresso, seria necessário ter a
“ordem”, ou seja, todos deveriam respeitar e aceitar as regras
impostas pelo governo. Na bandeira nacional, lê-se a máxima
política positivista de Auguste Comte: “ O Amor por princípio e a
Ordem por base; o Progresso por fim”, representando as aspirações
a uma sociedade justa, fraterna e progressista.
O GOVERNO PROVISÓRIO DE DEODORO DA FONSECA
Nome completo: Manoel Deodoro da Fonseca
Nascimento: nascido na cidade de Alagoas, atual
Marechal Deodoro, estado de Alagoas, em 5 de
agosto de 1827.
Falecimento: Rio de Janeiro (DF), em 23.08.1892
Profissão: Militar
Período de Governo (Governo Provisório):
15.11.1889 a 25.02.1891
Idade ao assumir: 62 anos
Tipo de eleição: indireta
Posse: em 15.11.1889, perante a Câmara
Municipal
Com a proclamação da República, seria necessária uma nova Constituição
que fosse republicana, já que a Constituição de 1824 assegurava o
imperialismo como forma de governo. No período entre a proclamação da
República e promulgação da Constituição republicana, que ocorreu
apenas em 24 de fevereiro de 1891, o Brasil foi governado provisoriamente
pelo Marechal Deodoro da Fonseca. O Congresso elegeu Deodoro à
presidência e Floriano à vice-presidência.
Havia grande disputa de interesse no início da era republicana, o que fez
com que o governo de Deodoro não fosse fácil. A mudança de regime
também provocou instabilidade internacional: a Inglaterra recebeu com
restrições a proclamação da República, já os Estados Unidos recebeu com
entusiasmo. De certa forma houve um deslocamento no eixo da diplomacia
brasileira, aproximando o país dos interesses dos Estados Unidos.
O Ministério da Fazenda no governo provisório foi assumido por Rui Barbosa, que
baixou vários decretos visando o aumento do valor de moeda e facilitou a criação de
sociedades anônimas. Muitas empresas foram criadas, alguma reais outras fantásticas,
parecia que a República seria o “reino dos negócios” devido à expansão do crédito. Por
esse motivo, o ano inaugural da nossa República foi marcado por uma febre de negócios,
favorecendo a especulação financeira que ficou conhecida como Encilhamento. O
Encilhamento é considerada uma das maiores crises financeiras que o Brasil passou.
Houve forte procura por empréstimos bancários, o que forçou o governo a injetar
grande volume de dinheiro na economia, ocasionando desvalorização da moeda nacional.
No início de 1891 veio a crise, várias empresas foram à falência, assim como alguns
bancos e houve queda no preço das ações. A moeda brasileira, que naquela época era
cotada em Libra inglesa, começou a despencar. Em plena crise do Encilhamento, o
Congresso elegeu Deodoro à presidência da República, para o primeiro governo
constitucional em nossa República.

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