01 - Magia Dos Dragões - Módulo 01

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As Terras de Avalon

Curso EAD A Magia dos Dragões

Módulo 1

A Deusa Dragoniana, Tiamat


As Terras de Avalon 2
A Deusa Dragoniana, Tiamat

Tiamat dos Dragões


Figura grotesca no coração de quem não te Quando deságua suas bênçãos, se transforma
conhece! na Senhora das Tempestades derramando suas
lavas vulcânicas sobre a Terra.
Em nós, seus carinhos em garras afiadas,
prontidão de rugidos, fêmea incandescente. Poucos hão de compreender-te!

Mãe Guerreira, amante instintiva, a sábia que Estes poucos têm asas e chifres!
se cala e se recolhe.
Rugem em seus combates, se recuperam nas
Sempre pronta, mergulhada no caos da águas Sombras.
primordiais.
Recebem suas bênçãos sob suas escamas e os
A primeira a ser banida às profundezas, a lambidos quentes de seu hálito carinhoso.
última a se levantar sob seu trono,
reivindicando seus poderes! Deusa Profana e profanada.

Essa é a minha Deusa, minha Mãe, que Rainha da Lua que cresce e esvazia, que se
dilacera e mutila os que me ferem. Que lança reflete na Cheia, que realiza na Negra.
suas chamas a me ensinar. Pede a nós somente o crescimento e a
Poderosa, sábia e dominante. compreensão de sua forma mágica de agir, pois
nada mais, além do amor e lealdade, podemos
A beleza inacessível, de caminhos estranhos! lhe dar, já que são tuas todas as coisas
presentes na Terra.
Rápida e feroz.
Essa é sim, Tiamat, a Deusa-Mãe dos
A Mãe que não amamenta seus filhotes, mas Dragões.
que os ensina a voar aos lugares mais altos e
distantes. Seu rugido nos alegra;

Deusa Dragão que domina os subterrâneos e Seus chifres nos dão poder;
os céus. Preenche as lacunas e derrama-se em
abundância. Suas asas nos levantam sob todos no espaço;

Sua lealdade é sua verdade! Suas escamas nos defendem;

Sua ira, nosso ego! Suas presas nos trazem as delícias;

Seu coração, a felicidade para viver.

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A Deusa Dragoniana, Tiamat

Tiamat, a Deusa da mitologia Babilônica


Tiamat é uma deusa das
mitologias babilônica e sumérica. Na
maioria das vezes Tiamat é descrita
como uma serpente marinha ou um
dragão, mas nenhum texto foi
encontrado nos quais contenham uma
associação clara com essas criaturas.

No Enuma Elish (livro do mito


da criação babilônico) sua descrição
física contém uma cauda (rabo),
coxas, "partes baixas", abdômen,
tórax, pescoço e cabeça, olhos,
narinas, boca e lábios. E por dentro
coração, artérias e sangue.

Apesar de o Enuma Elish


descrever que Tiamat deu à luz
dragões e serpentes, são incluídos
entre eles uma grande lista de monstros como homens escorpiões e as sereias.
Porém, nenhum texto diz que eles se parecem com a mãe ou se limitam a
criaturas aquáticas.

Inicialmente, quando o mundo cultuava divindades femininas com suas


várias faces, Tiamat era adorada como a mãe dos elementos. Tiamat foi
responsável pela criação de tudo que existe. Os deuses eram seus filhos, netos e
bisnetos.

A história de Tiamat pode ser encontrada no épico babilônico Enuma


Elish, data do século XIX-XVI a. C. Tudo inicia-se com o caos aquático. Apsu a
água doce que origina rios e riachos, e Tiamat, o mar ou as águas salgadas
(representada na forma de um dragão), combinam seus poderes para criar o
universo e os deuses. Os primeiros dois deuses chamaram-se: Lachmu e
Lachamu. A primeira prole se reproduziu e formou-se outra prole. Esses deuses
irritavam profundamente Apsu que convocou seu auxiliar Mummu e foram
juntos a Tiamat, a quem disseram que a descendência de ambos deveria ser
eliminada para que regressasse a tranquilidade. Tiamat, entretanto, enfureceu-
se rechaçou a ideia, pois embora estivesse perturbada com os ruídos dos deuses,
os perdoava.

As crianças-deuses acabam descobrindo que Apsu tinha plano de matá-


las e enviam o deus Ea para matá-lo primeiro. Tiamat não apoiava os planos de

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Apsu de destruir seus filhos mas, diante da morte de seu esposo, passa a lutar
contra eles. A Deusa encontra outro companheiro, Kingu, com quem gera vários
monstros: serpentes de garras venenosas, homens-escorpiões, leões-demônios,
monstros-tempestade, centauros e dragões voadores. Depois, partiu para a
retaliação. Antes designou Kingu como chefe de seu exército dizendo:

-"Exaltando-te na assembléia dos deuses, eu te dou o poder para dirigir todos


eles. Tu és magnífico e meu único esposo. Que os Anunnaki exaltem teu nome."

Entregou-lhe então as Tábuas do Destino. As crianças-deuses temiam


lutar contra Tiamat até que Marduk, filho de Ea, decidi lutar contra ela.

Os restantes dos deuses rebentos prometeram a Marduk que, em caso de


vitória, ele seria coroado como rei dos deuses. Marduk teceu uma rede e
apanhou Kingu e todos os monstros. Ele os acorrentou e os atirou no
Submundo.

Partiu então para matar Tiamat. Primeiro Marduk cegou o dragão com
seu disco mágico, possivelmente representado pelo próprio sol, pois o deus era
também um herói-solar. Depois feriu mortalmente Tiamat com uma lança,
símbolo da vontade criativa e procriação. O herói teve ainda o auxílio dos sete
ventos para destruir Tiamat. Com metade do corpo dela ele fez o céu, e com a
outra metade a Terra. Tomou sua saliva e formou as nuvens e de seus olhos fez
fluir o Tigre e o Eufrates. Finalmente de seus seios criou grandes montanhas.

Os humanos foram criados a partir do sangue de Kingu. Marduk criou em


seguida uma habitação para os deuses no céu, fixou as estrelas e regulou a
duração do ano.Outros mitos, descrevem o processo de criação como um fluxo
contínuo de energias originadas do sangue menstrual de Tiamat, armazenado
no Mar Vermelho ou Tiamat, em árabe. Foi essa a razão pela qual, mesmo após
a interpretação patriarcal do mito, na qual foi acrescentada a figura de Marduk,
que teria matado Tiamat o Dragão do Caos, e criado o mundo com seu corpo,
foi mantido na Babilônia, durante muito tempo, o calendário menstrual,
celebrando os Sabbats e nomeando os meses do ano de acordo com as fases da
Lua.

O mistério de Tiamat e de Marduk era comemorado anualmente na


Babilônia durante o Ano Novo ou no festival de Akitu.Como em incontáveis
mitos, a origem de toda a vida teria vindo do mar primordial, quer na terra, ou
no céu, mas o que existe de comum em todas estas possíveis procedências são as
trevas primordiais. São delas que se origina a luz, sob a forma de luz ou estrelas
e do dia acompanhado pelo sol.

É esse fator comum, a escuridão da noite primordial como símbolo do


inconsciente que explica a identidade entre o céu noturno, terra, mundo inferior
e água primordial anterior à luz. Com efeito, o inconsciente é a mãe de todas as

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coisas, e tudo o que surgiu depois e permanece na luz da consciência está em


uma relação filial com a escuridão.

Designamos como urobórica, essa situação psíquica primordial, que


abrange os opostos e, quais os elementos masculinos e femininos, os inerentes à
consciência e os hostis a ela, confundem-se uns com os outros. Na Babilônia, a
unidade masculino-feminina dos uroboros era constituída por Tiamat e Apsu,
que representavam o caos primordial da água. Mas é Tiamat, o verdadeiro
elemento de origem, a mãe de todos os deuses, e a possuidora das tábuas do
destino.

A existência original de Tiamat também resulta do fato desta ter


sobrevivido à morte de Apsu e, quando finalmente derrotada pelo deus-sol.

Patriarcal Marduk, formam-se a partir de seu corpo a abóbada celeste


superior e a abóbada inferior das profundezas. Assim, mesmo depois de ter sido
derrotada, ela permanece como o Grande Círculo que tudo contém.

E o senhor prevaleceu sobre o corpo machucado de Tiamat


E com seu cruel cajado esmagou sua cabeça
Ele cortou as veias por onde passavam seu sangue
E fez o vento do norte correr por lugares secretos

Na mitologia babilônica a morte de Tiamat pelo deus Marduk, que divide


seu corpo em dois, é considerada um grande exemplo de como correu a
mudança de poder do matriarcado ao patriarcado: "Tiamat, a Deusa Dragão do
Caos e das Trevas, é combatida por Marduk, deus da Justiça e da Luz. Isto
indica a mudança do matriarcado para o patriarcado que obviamente ocorreu".
A mitologia grega também apresenta Apolo matando Píton, e dividindo seu
corpo em dois, como uma ação necessária para se tornar dono do oráculo de
Delfos.

Tiamat, não é apenas o monstro terrível (dragão) do abismo, tal como a


via o mundo patriarcal daquele que a venceu, Marduk. Ela é não só geradora,
como também a mãe legítima de suas criaturas, que se enfureceu quando Apsu
decidiu matar os deuses que eram seus filhos. Somente depois de estes terem
assassinado Apsu, seu marido, o pai primordial, é que ela dá inicia à sua
vingança e propaga a sua força destruidora.

Tiamat representa o poder irracional dos primórdios e do inconsciente


criador. Mesmo na morte, ela continuou a representar o mundo superior e o
inferior. Marduk, ao contrário, é um legislador.

A cada uma das forças celestes ele atribuiu um lugar fixo e, como Deus
bíblico do Gênese, organizou o mundo segundo leis racionais que correspondem
à consciência e sua natureza solar. O caráter numeroso da Grande Deusa ainda
se manifesta na forma de um Dragão em Tiamat, entretanto, é mais frequente
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este deusa primitiva surgir despida e com características sexuais acentuadas


quando a ênfase recai em sua fecundidade e em seu caráter sexual.

Taimat não é uma Deusa cruel, mas seus templos eram escondidos,
devido a sua impopularidade, provavelmente por causa dos sacrifícios humanos
que faziam parte de seus rituais.

Isto mudou, em algumas cidades do Império, quando Tiamat passou a ser


adorada abertamente e onde, os rituais mais sangrentos eram executados
raramente. Tiamat representa todos os cinco elementos chineses: terra, água,
fogo, ar e metal.

 DICA DE AVALON

É através do seu amor e do seu respeito para com os dragões que você está
credenciado para alcançá-los, tendo o seu canal de conexão aberto.
Vale ressaltar que para evitar a hostilidade humana, alguns dragões podem
assumir a condição humana para estabelecer contatos com o homem. Para
que haja essa interação, o primeiro passo deve ser dado por nós. Tal passo
requer o contato com duas entidades dragônicas principais: Tiamat, a Deusa
Suprema ou a Mãe Primordial dos dragões, responsável pela criação do mundo
e Apsu, o seu consorte, o Pai de toda a vida.

É através de Tiamat que você pedirá a autorização necessária para se


conectar com os dragões e a sua dimensão mágica e pedir a sua benção.

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A Magia dos Dragões


A prática do "Dragon Magic" exige uma disciplina ética por parte dos seus
praticantes, tanto no que se refere ao seu comportamento em diferentes áreas
da sua vida mundana e espiritual quanto ao respeito pelo livre arbítrio, o direito
de escolha, de cada um. Nesse contexto, entrar e contato com a dimensão
mágica dos dragões preconizam adentrar em outros planos, outras esferas.
Para alguns estudiosos, os dragões por serem seres mágicos e elementares, eles
habitam outra dimensão, outro plano astral que está conectado ao plano
mundano em que vivemos.

É através de rituais mágicos, utilizando elementos mágicos tais como


amuletos, estátuas, pedras mágicas ou joias correspondentes a cada tipo de
dragão e os elementos da natureza (terra, fogo, água e ar) que eles representam,
para que qualquer um possa entrar em contato com essa força dragônica.
Todavia, quanto mais pura, digna e ética for sua intenção, a sua motivação, o
seu contato com a magia dos dragões será estabelecida prontamente, independe
de tempo (curto médio e longo prazo).

É através de Tiamat que você pedirá a autorização necessária para se


conectar com os dragões e a sua dimensão mágica e pedir a sua benção.

A prática da Magia Draconiana exige uma disciplina muito rígida de seus


praticantes (vide o código de honra e ética logo abaixo). Antes de tentar
qualquer contato com os dragões a pessoa deve impor o código de ética em sua
vida.

Depois de um tempo praticando o código de ética o praticante deve tentar


entrar em contato com Thiamat, afim de que ela permita o contato entre você e
os dragões. Pode ser durante uma meditação ou você pode acender uma vela
pedindo sua atenção. Depois de um tempo você poderá ter todos os direitos de
um praticante draconiano, invo/evocar dragões, pedir sua proteção durante
rituais, pedir um guardião para que cuide de você por um tempo, enfim.

A prática da Magia Draconiana exige uma disciplina muito rígida de seus


praticantes (vide o código de honra e ética logo abaixo). Antes de tentar
qualquer contato com os dragões a pessoa deve impor o código de ética em sua
vida. Depois de um tempo praticando o código de ética o praticante deve tentar
entrar em contato com Thiamat, afim de que ela permita o contato entre você
e os dragões. Pode ser durante uma meditação ou você pode acender uma vela
pedindo sua atenção.

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Depois de um tempo você poderá ter todos os direitos de um praticante


draconiano, invo/evocar dragões, pedir sua proteção durante rituais, pedir um
guardião para que cuide de você por um tempo, enfim.

 OPA! VAMOS COMEÇAR A PRATICAR ?

Nosso próximo assunto é sobre o código de honra dos dragões. Na verdade, não
quero que seja somente uma dica, porém um exercício, pois é de suma
importância a prática deste código.

Leia, releia, pratique, pois sem o conhecimento desse código, você jamais
conseguirá um contato com os dragões.

Reserve 10 minutos do seu dia, acenda um incenso para os dragões, leia e reflita
nesse código, assim daremos o nosso primeiro passo para praticar a magia
draconiana.

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Código de Honra dos Dragões


A tradição Draconiana possui um Código de Honra que é seguido por todos os
seus praticantes. O Código é seguido em trabalhos mágicos e na vida cotidiana.

Há momentos em que não podemos seguir os códigos, mas ignorá-los por


completo seria uma tolice. Os Dragões não irão trabalhar com uma pessoa que
ignora-los. Mas aquele que segue os códigos para o melhor de sua capacidade
ganha o respeito dos dragões e não terá nenhum problema em trabalhar com
eles.

- Seja honesto consigo mesmo e com os outros e deixá-los saber que você não
vai aceitar qualquer coisa, mas a honestidade em troca. Você deve sempre se
esforçar para ser irrepreensível ou crítica aos olhos do mundo.

- Você deve sempre se esforçar para ser gentil com os outros, ou, deve provar a
bondade impossível, sempre se esforçar para ser justo.

- Dê o seu vínculo somente após grande consideração a respeito de como isso


pode afetar seus deveres para si mesmo, sua família e seu clã. E quando você dá
o seu vínculo deve carregar o peso de um juramento de sangue assinado.

- Amizade penhor e sua ajuda apenas para aqueles que são dignos e honrados.
Trabalhar para fortalecer os de sua família, amigos e a sociedade, e eles vão
fortalecê-lo.

- Não informe qualquer coisa que você não testemunhou pessoalmente ou


verificado. Nunca dê rumores não comprovados.

- Nunca revelar os segredos que lhe foi confiada por alguém sem permissão.
Posse de uma língua abanando marca você como um tolo. Exceções são quando
mantendo o segredo colocaria em risco um inocente, trazem desonra
injustificado para outro, trazer vergonha ou desonra para a sociedade, permitir
que um criminoso impune, ou seriamente violar as leis da terra. Nesta matéria
vamos bom senso prevaleça.

- Oferecer o perdão apenas para aqueles que estão verdadeiramente


arrependidos dos erros cometidos contra você, sua família, a sociedade ou seus

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amigos. E quando você tem a oferecer perdão, fazê-lo com honestidade, fazê-lo
de má vontade não é perdão, mas o engano.

- Ter respeito e honra para todos os Dragões e os Dragões da Terra. E eles irão
ajudá-lo em seus esforços, se você fizer.

- Tente sempre estar preparado para o que o futuro pode trazer. Viva com todas
as suas alegrias, tristezas e segredos é ser abraçado e experimentado ao máximo,
pois é assim uma sabedoria ganha.

- O poder não vem com autoridade, mas pode ser dada. Desconfie de como você
usa todo o poder dado a você, pelo poder sobre algo que nem sempre lhe dão o
poder de controlá-lo.

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Etimologia e origens
O termo "dragão" vem do grego
"δράκων" ("drákon") que significa "grande
serpente". A partir dessa constatação, já temos
uma rápida noção de que dragões e serpentes,
em seu nível mágico e mítico emergem de uma
mesma manifestação energético-espiritual
percebida pela humanidade desde o período
mais remoto de sua existência.

Apesar da palavra que hoje tomamos


para designar esses tão especiais seres possuir
origem grega, sua existência é contada através
de inúmeros mitos, oriundos das mais diversas
culturas existentes ao redor do mundo.

Dragões são vistos e encontrados


largamente na heráldica europeia, em brasões reais e militares, celebrados nas
culturas orientais e diversas vezes mencionados em mitos de povos nativos
das Américas. É fato que quando estamos falando de Dragões, estamos
falando de algo culturalmente universal.

Serpentes sempre foram símbolos de força e sapiência. Mais do que


isso: símbolos manifestos da mais profunda e avassaladora força telúrico-
primordial que dá sustância à vida - e a morte. A Serpente é o animal
designado para representar a própria força vital adormecida no chakra básico,
algo que é chamado de Kundalini. A Serpente, muito antes do Dragão, foi
encontrada como divindade e símbolo de culto, e aqui podemos citar em
especial, as culturas matrifocais da Velha Europa, como a cultura minoica,
anatólica e cretense. Estamos querendo dizer que a Serpente é de fato um dos
mais antigos símbolos da própria Deusa Primordial, representando e
designando todas as atribuições que ontem e hoje reconhecemos n'Ela.

Numa rápida análise, podemos concluir que Dragões são Grandes


Serpentes, porém dotados de uma mítica e um poder um tanto diferenciados.
Muitos deles são descritos possuindo asas e outros ainda possuindo
personalidade e comportamento SEMELHANTE aos de alguns humanos.
Esses seres tão especiais, então, além de serem dotados de todos os atributos
inerentes à figura da Serpente, somam ainda as características de poderem
transitarem entre todos os mundos (com suas asas), serem amigos, leais,
nobres e até mesmo vingativos (como muitos seres humanos).

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Pegadas dos Dragões


Astecas, Toltecas e Maias.

Assim como vimos em mitos de culturas


asiáticas, muitas vezes, seres draconianos (ou
draconídeos), surgem descritos não em sua forma
clássica plena e conhecida na cultura ocidental, mas em
forma de serpentes com atributos não característicos a
elas. Esse é o caso de Quetzalcoatl, a divindade
mesoamericana cujas evidências de culto foram
encontradas entre os maias, os toltecas, olmecas e
especialmente entre os astecas.

Conhecida entre os maias como Kukulkán, o


nome Quetzalcoatl advém da língua naútle (também
conhecida como asteca), onde "quetzal" é o vocábulo
utilizado nesse idioma para identificar uma ave
específica bastante emplumada presente na selva
mesoamericana - e "coatl", que significia literalmente serpente. Nesse caso, a tradução
óbvia para o nome do deus Quetzalcoatl é "Serpente Emplumada", e era como de fato
essa divindade tão importante desses panteões mesoamericanos era representada.

Quetzalcoatl é o deus que personifica as energias telúricas primordiais que


crescem, emanam e se elevam da própria Terra. Daí seu próprio nome, Serpente
Emplumada; suas atribuições estavam e ainda está diretamente ligada a toda energia que
impulsiona a expansão e o crescimento da vida vegetal, sendo responsável pela
providência dos alimentos. Nesse sentido, não há separação entre significado de culto
voltado mais ao "espiritual" ou ao "material", pois a própria fluência energética de
Quetzalcoatl na Terra é a profundidade espiritual necessária e reconhecida nos cultos
erigidos pelos povos que originalmente o celebraram.

Mais especificamente entre os astecas, Quetzalcoatl estava em seu apogeu de


culto quando da chegada dos espanhóis em terras americanas. Naquela época,
Quetzalcoatl já era identificado com o planeta Vênus, tanto na forma de Estrela da Manhã
quanto na de Estrela da Noite, onde passou também a representar as forças da Vida e da
Morte, da Luz e da Escuridão, algo bastante clássico e característico a divindades de
natureza draconiana.

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Apaches e Povos Nativos Norte-Americanos

Não é muito documentada a presença de dragões nessas culturas. O


mito mais conhecido é encontrado na cultura Apache, possivelmente oriundo já
de um período tardio que retrata uma lenda do primeiro chefe da tribo lutando
contra um dragão, utilizando somente arco e flechas. Na lenda, o
dragão também é retratado como possuidor de arco e flechas feitos por enormes
árvores de pinheiro. O mito encerra contando que o dragão fora morto pelo
chefe apache, o que nos leva a entender que para essa cultura, em específico,
esse ser draconiano representava alguma força ou circunstância prejudicial à
tribo.

Cultura Tupi-Guarani e Folclore Brasileiro

É difícil falar especificamente da presença de dragões entre as milhares


de culturas do ramo Tupi-Guarani. Sabemos sim da presença mítica da
Serpente, como Senhora da Noite, muitas vezes relacionada com a Lua, mas
geralmente muito associada à energia telúrica.

Já no folclore brasileiro, encontramos a curiosa figura do Boitatá, do Sul


ao Norte do Brasil. Boitatá é sempre descrito com uma Grande Serpente de
Fogo, protetora das matas, florestas e pântanos. É dito que, ao aproximar-se do
Boitatá com más intenções, ele cospe fogo mortal sobre esse ser, em especial
aquele que atentar contra seus domínios, que estão sob sua absoluta proteção.
Aqui, podemos ver com mais clareza a figura do dragão como Guardião da Terra
e da Natureza.

Europa

É largo o espaço de tempo no qual encontramos a presença de dragões


nas mitologias de tempo, assim como são largas as diferenças e atribuições que
encontramos para elas nas mais diferentes culturas.

Na velha Europa pré-patriarcal, anterior às invasões arianas, a serpente


era um dos símbolos máximos de culto à Deusa Mãe nas culturas anatólicas,
cretenses, região da Península Itálica, assim como em terras e ilhas banhadas
pelo Mediterrâneo.

Com as sucessivas invasões indo-europeias que deram origem aos povos


germânicos, nórdicos, gregos, romanos, celtas e outros, os mais diversos mitos
surgiram a partir da integração dos antigos conceitos presentes na região com
os novos trazidos por esses povos arianos. Muitas vezes, a figura da Serpente
tornou-se maléfica mesmo antes da presença do Cristianismo, como nos mitos
nórdicos que retratam a história de Siegfried, que é tido como herói por matar o
dragão Fafnir em algumas versões, tomando a força do último para si.

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A Deusa Dragoniana, Tiamat

Mas na própria mitologia nórdica os dragões surgem inúmeras vezes,


nem sempre representando as mesmas forças. Nidhogg, por exemplo, era o
dragão que vivia "sob as cinzas do mundo", o que nos remete ao simbolismo
mais tradicional mítico draconiano. Em geral, para os povos nórdicos, os
dragões habitavam cavernas e águas profundas, sendo regentes e guardiões dos
mesmos. Não era incomum tribo nórdica adotarem dragões como totens,
inclusive, esculpindo suas imagens em seus navios para os protegerem dos
inimigos e das catástrofes naturais. Aqui, não podemos nos esquecer de
Jormungand, a grande serpente marinha que amendontrava os Vikings por
exercer domínio sobre os mares. Ter sua imagem em seus barcos era uma forma
de se associarem ao dragão e garantirem viagens mais tranquilas.

Entre os gregos, podemos mencionar Píton, a grande serpente


responsável pelo antigo Oráculo de Delphos, que muitas vezes é descrito como
um dragão. As sacerdotisas responsáveis pelo Oráculo foram conhecidas como
pitonisas, fazendo clara menção à intrínseca relação delas com essa força
primordial. Os mitos posteriores descrevem o deus Apolo dominando a grande
Píton e a mantendo sob o Oráculo de Delfos, onde então o deus estabeleceu seu
domínio, porém ainda assim, com as forças da Grande Serpente.

As lendas celtas estão


recheadas pela presença de dragões
dos mais diferentes tipos.
Entretanto, é importante termos em
mente que grande parte do
simbolismo do dragão que
prevaleceu em lugares como a
Irlanda, as Ilhas Britânicas e parte
da Península Ibérica é descendente
direta da forte presença mágica e
mítica desses seres em seu período
pré-cristão.

Não era incomum a presença do dragão em brasões de clãs célticos, assim


como nos estandartes de guerra dessas tribos. Isso evoluiu, se estendendo para
a Idade Média, convivendo inclusive com o advento do Cristianismo. A bandeira
do País de Gales (Reino Unido) herdeiro da cultura celta galesa é, até hoje, um
fundo verde e branco com um enorme dragão vermelho sobre ele, lembrando a
identidade céltica viva nessa porção das Ilhas.

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A Deusa Dragoniana, Tiamat

Suméria

Localizada na região da Mesopotâmia, historicamente um dos berços da


civilização. Buscamos como fonte de culto draconiano a religião suméria e
babilônica primitiva (pré-patriarcais), mais especificamente na Deusa Tiamat.

Tiamat é descrita no Enûma Eliš (O Mito de Criação Babilônico) como


uma Grande Serpente Marinha, porém contendo cauda, coxas, cabeça, olhos
astutos, pescoço e todas as demais características que nos levam a concluir que
essa deusa era de fato representada como um Dragão. Segundo o mito, Tiamat
deu origem a tudo aquilo que existe, sendo mãe, avó e bisavó de todos os seres e
deuses do mundo. Um dos títulos de Tiamat é a "Grande Serpente de Fogo", o
que faz clara alusão à sua natureza primordial e criadora.

Posteriormente, com o advento do patriarcado, o culto a Tiamat foi sendo


gradativamente substituído pelo culto a deuses masculinos, a maioria
reconhecidos como seus descendentes mitológicos, mais notadamente Marduk,
que em um período tardio é retratado matando e esquartejando sua própria
ancestral Tiamat, para então ele dar origem ao mundo se utilizando de partes do
corpo d'Ela - algo bastante característico da ascensão dos mitos patriarcais
sobre os matrifocais.

China

Sem dúvidas, uma das culturas de que temos


mais notícias documentadas e traços da adoração do
culto aos Dragões presentes até hoje, é a cultura
chinesa.

Não podemos dizer com precisão como e onde


nasceu exatamente a presença dos seres draconianos na
China, mas acredita-se que estes surgiram em
diferentes locais ao mesmo tempo, através do culto de
diversas tribos aos seus totens protetores, que na
maioria das vezes eram Dragões.

Na Mitologia Chinesa, o Dragão foi um dos


quatro animais convocados pelo deus Pan Ku, para
auxiliá-lo na Criação do mundo. Outros mitos,
possivelmente anteriores aos de Pan Ku, conta que a
Criação do mundo se deu pelas mãos da deusa Nua
Kua, Senhora da Ordem, que é muitas vezes representada como uma Dragonesa
e em outras como uma Velha Senhora.

O Dragão Chinês, diferentemente do Dragão conhecido pela cultura


ocidental, é muito mais semelhante a uma Serpente e muitas vezes também é

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A Deusa Dragoniana, Tiamat

retratado sem asas. É um símbolo de proteção e rege o controle das águas que
dão vida à agricultura na China.

O Dragão enquanto símbolo é utilizado até


os dias de hoje pelos chineses, seja como protetor,
ícone religioso ou motivo decorativo. Algo
importante de se mencionar, é que
historicamente, o Dragão era o símbolo do
Imperador da China, e muitos chineses se
identificam como "descendentes do Dragão",
fazendo uma referência à sua natureza étnica.

No Horóscopo Chinês, o Dragão também se faz presente como um de


seus "signos", sendo todos os anos regidos por ele os mais apropriados para se
ter bebês, isto é, trazer à tona, mais uma vez, a Criação.

Índia, Pérsia e Egito

Na Índia existem largas referências sobre o culto às Serpentes e a ligação


de divindades com elas. Entretanto, a presença de Dragões não é muito clara,
mas podemos afirmar que ela esteve relacionada com o culto aos crocodilos que
foi muito presente na região. Em determinadas regiões da Índia, o Dragão é hoje
visto como símbolo do "Mal", algo que pode ter sido deturpado através dos
tempos com a ascensão dos cultos patriarcais no Hinduísmo, após a passagem
das tribos indo europeias.

Os Dragões Persas provavelmente descendem das lendas draconianas


mesopotâmicas do período sumério e babilônico, assim como do antiguíssimo
culto à Tiamat. Na antiga Pérsia, o Dragão era visto como um ser guardião de
grandes tesouros. Por outro lado, os mitos da região citam um Dragão chamado
Azi Dahaka, que causava terror nos homens por eventualmente destruir suas
fazendas, roubar seu gado e incendiar florestas. Alguns historiadores dizem que
essa pode ser uma visão deturpada da figura do Dragão, e que na verdade, a
figura de Azi Dahaka nada mais era que uma alusão alegórica ao próprio
Império Babilônico que por séculos oprimiu a Pérsia durante a Antiguidade
Clássica.

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As Terras de Avalon 17
A Deusa Dragoniana, Tiamat

Os egípcios relacionavam
a imagem do Dragão com a
passagem do Tempo e a noção
de equilíbrio entre o "bem" e o
"mal". Assim como em outras
culturas, sua imagem estava na
maioria das vezes relacionada
com a das Serpentes, que foram
largamente cultuadas em todos
os períodos e regiões do Antigo
Egito. Um dos Dragões mais
icônicos da Mitologia Egípcia
que podemos citar é Apep, uma
espécie de serpente-dragão que vivia no Submundo e todos os dias era morta
pelo deus Rá, para renascer novamente, relembrando a ideia de tempo cíclico e
equilíbrio.

Na segunda parte desse artigo veremos a presença dos Dragões nas


culturas nativas das Américas, nas mitologias europeias e seu significado
também na mitologia judaico-cristã.

O Advento do Cristianismo e a Figura do Dragão

A serpente, desde o Velho Testamento foi associada com a personificação


absoluta do Mal e do próprio Demônio Judaico-Cristão. No Velho e no Novo
Testamento, são claras as alusões a seres
ofidianos e bestiais (algumas vezes com
características draconianas) que representam
ameaça e que devem ser derrotados pelo deus
de Israel e seu povo.

Na Idade Média, essas figuras tomaram


uma proporção desigual quando foram
associadas aos mitos de culturas pré-cristãs.
Rapidamente, serpentes e dragões que antes
eram considerados forças benéficas, passaram a
ser identificados pela Igreja como sendo o
próprio Diabo, o Pecado, o Mal em toda sua
amplitude.

Férteis foram às lendas e estórias sobre


dragões durante toda a Idade Média e o
predomínio da religião Católica na Europa. Era inquestionável o fato de que
dragões eram reais - aqui, fisicamente falando e abundaram os heróis cristãos
matando, dizimando e aniquilando dragões "ameaçadores" e "destruidores" de

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As Terras de Avalon 18
A Deusa Dragoniana, Tiamat

castelos, feudos e comunidades. A população europeia da Idade Média


realmente acreditava na existência de dragões como demônios encarnados na
Terra.

E não é difícil entender como isso aconteceu, quando analisamos


brevemente o mito de São Jorge. Nascido na Capadócia (atual Turquia, antiga
Anatólia, um dos berços da Civilização Matrifocal) no ano de 275, a Igreja o
toma como uma figura histórica, santificada pela sua atuação como um dos
primeiros nobres guerreiros cristãos que resistiu às crenças pagãs até a morte.
Diz-se que São Jorge teria matado um dragão durante sua vida, como é
retratado tradicionalmente em imagens e estandartes.

Rapidamente a veneração de São Jorge se expandiu pelo mundo cristão,


levando lugares como a Inglaterra, Portugal e Catalunha a adotarem-no como
padroeiro - o que é vigente até os dias de hoje. A análise aqui é simples, apesar
de profunda: a imagem de São Jorge matando o Dragão, nada mais é que o
retrato do Cristianismo triunfando e pisoteando sobre as Antigas Fés.

Nos próximos artigos, aprofundaremos os significados e a simbologia dos


dragões, levando em consideração que já pudemos entender boa parte de sua
presença e evolução de seus mitos durante os mais diferentes períodos da
humanidade.

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As Terras de Avalon 19
A Deusa Dragoniana, Tiamat

Trabalhinhos do módulo 1
Pesquise sobre os mitos de Cúchulainn e Sláine em suas aventuras
envolvendo os dragões, escolha UM mito de UM DELES e me conte essa história
com ilustrações que achar, digite em documento no Microsoft Word utilizando
somente uma folha, e mande para meu e-mail ( [email protected] ).
Nossa quarta aula é o filme: Coração de Dragão, escreva uma resenha de
no mínimo 10 linhas e com máximo de 25 linhas, contando a relação entre
dragão X homem, focando no código de honra dos dragões, e principalmente na
extinção dos Dragões na nossa dimensão.
Não se esqueça de acender diariamente em sua casa um incenso para os
dragões, e uma vela em oferenda a Tiamat, fazendo uma oração diária
antecedendo é claro pelo código de honra dos dragões, é bom colocar uma
imagem de um dragão, se não tiver a imagem em gesso ou barro, escolha a
imagem de um dragão e imprima, e em seguida coloque nesse pequeno altar
para os dragões, fazendo isso, tire uma foto sua ao lado do seu altar e mande
para meu e-mail ( [email protected] ).

Com sua permissão, iremos postar sua foto no álbum da nossa


escola no facebook, embaixo da resenha do filme, escreva uma
observação dizendo se podemos ou não postar sua foto no nosso
álbum .

Mãos a obra.

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