Angola - 400 KV Transmission Line Belém Do Huambo Substation To Lubango - P-AO-FA0-003 - ESIA
Angola - 400 KV Transmission Line Belém Do Huambo Substation To Lubango - P-AO-FA0-003 - ESIA
Angola - 400 KV Transmission Line Belém Do Huambo Substation To Lubango - P-AO-FA0-003 - ESIA
EIA-LN-BLD.LBG-Ed. A
400 kV (27.02.15)
República de Angola
MINEA
PROJECTO BASE
LINHA DE MUITO ALTA TENSÃO BELÉM DO DANGO - LUBANGO,
EIA-LN-BLD.LBG-Ed. A
A 400 kV
(27.02.15)
ESTUDO DE IMPACTE AMBIENTAL
PROJECTO BASE
LINHA DE MUITO ALTA TENSÃO BELÉM DO DANGO - LUBANGO, A 400 kV EIA-LN-BLD.LBG (27.Fev.15)
ÍNDICE
1. INTRODUÇÃO .............................................................................................................................................. 1
1.3. EQUIPA TÉCNICA RESPONSÁVEL PELA ELABORAÇÃO DO EIA E PERÍODO DE ELABORAÇÃO ........ 2
1.4. METODOLOGIA....................................................................................................................................... 4
4.5.2. CARACTERIZAÇÃO........................................................................................................................... 91
ÍNDICE DE FIGURAS
FIGURA 1: ESQUEMA DO CONJUNTO DOS PROJECTOS DO SISTEMA ELÉCTRICO (INCLUINDO PROJECTOS ASSOCIADOS
AO AH LAÚCA). ................................................................................................................................................. 2
FIGURA 7: MÉDIA DAS TEMPERATURAS NA CIDADE DO HUAMBO, EM CADA MÊS (FONTE: MENDELSOHN, J. & WEBER,
B., 2013). ........................................................................................................................................................ 65
FIGURA 8: PRECIPITAÇÃO MÉDIA NA CIDADE DO HUAMBO, EM CADA MÊS (FONTE: MENDELSOHN, J. & WEBER, B.,
2013)............................................................................................................................................................... 66
FIGURA 9: ENQUADRAMENTO DE ANGOLA NA CLASSIFICAÇÃO CLIMÁTICA DE KOPPEN (ADAPTADO DE:
‘CARACTERIZAÇÃO SUMÁRIA DAS CONDIÇÕES AMBIENTAIS DE ANGOLA’ – CURSOS SUPERIORES DE AGRONOMIA E
DE SILVICULTURA, NOVA LISBOA, 1972). ............................................................................................................ 69
FIGURA 10: EXTRACTO CARTA AGRÍCOLA DE ANGOLA - FORMAÇÕES DOMINANTES 24 (DINIZ, A.C. 2006). ...... 74
FIGURA 11: EXTRACTO CARTA AGRÍCOLA DE ANGOLA - FORMAÇÕES DOMINANTES 30 (DINIZ, A.C. 2006). ...... 76
FIGURA 12: EXTRACTO CARTA AGRÍCOLA DE ANGOLA - FORMAÇÕES DOMINANTES 31 (DINIZ, A.C. 2006). ...... 78
FIGURA 13: TIPOS DE SOLOS EM ANGOLA. ......................................................................................................... 81
FIGURA 14: EXTRACTO CARTA AGRÍCOLA DE ANGOLA – SOLOS DOMINANTES 24 (DINIZ, A. C. 2006). .............. 82
FIGURA 15: EXTRACTO CARTA AGRÍCOLA DE ANGOLA – SOLOS DOMINANTES 31 (DINIZ, A. C. 2006). .............. 84
FIGURA 16: EXTRACTO CARTA AGRÍCOLA DE ANGOLA – SOLOS DOMINANTES 30 (DINIZ, A. C. 2006). .............. 85
FIGURA 17: DISTRIBUIÇÃO DA PLUVIOSIDADE (FAO, 2005 IN MINUA, 2006). .................................................... 92
FIGURA 18: REDE HIDROGRÁFICA ANGOLANA COM A REPRESENTAÇÃO DAS PRINCIPAIS BACIAS HIDROGRÁFICAS
(ATLAS DINIZ, 1991). ........................................................................................................................................ 93
FIGURA 19: BACIAS HIDROGRÁFICAS NA ÁREA EM ESTUDO (ASSINALADA A VERMELHO). ...................................... 95
FIGURA 20: EXTRACTO CARTA AGRÍCOLA DE ANGOLA – VEGETAÇÃO DOMINANTES 24 (DINIZ, A. C. 2006).... 108
FIGURA 21: EXTRACTO CARTA AGRÍCOLA DE ANGOLA – VEGETAÇÃO DOMINANTES 31 (DINIZ, A. C. 2006).... 109
FIGURA 22: EXTRACTO CARTA AGRÍCOLA DE ANGOLA – VEGETAÇÃO DOMINANTES 30 (DINIZ, A. C. 2006).... 109
FIGURA 23: PARQUES E RESERVAS ANGOLANAS (DEAN, 2000). ....................................................................... 112
FIGURA 24: RESERVAS ECOLÓGICAS NA ENVOLVENTE DO CORREDOR (A VERMELHO). ........................................ 113
FIGURA 25: LINHAS NO CORREDOR EM ESTUDO COM A IDENTIFICAÇÃO DE AGREGADOS POPULACIONAIS
POSSIVELMENTE EXPOSTOS A VARIAÇÕES DOS NÍVEIS SONOROS DE REFERÊNCIA DEVIDO À LMAT. ........................ 118
FIGURA 26: CARTA DE PAISAGEM NA ZONA EM ESTUDO (ASSINALADA A VERMELHO). ......................................... 120
ÍNDICE DE QUADROS
QUADRO 22: QUADRO SÍNTESE DOS PRINCIPAIS IMPACTES – FASE DE CONSTRUÇÃO. ......................................... 178
QUADRO 23. QUADRO SÍNTESE DOS PRINCIPAIS IMPACTES - FASE DE EXPLORAÇÃO............................................ 181
QUADRO 24: QUADRO SÍNTESE DOS PRINCIPAIS IMPACTES - FASE DE DESACTIVAÇÃO. ....................................... 183
QUADRO 25: RECURSOS E VALORES OBJECTO DE ANÁLISE DE IMPACTES CUMULATIVOS, IDENTIFICAÇÃO DE
FRONTEIRAS ESPACIAIS E TEMPORAIS E IDENTIFICAÇÃO DE OUTROS PROJECTOS E ACÇÕES. ................................... 187
UNIDADES
V/m — (Volt por metro) unidade de gradiente de potencial eléctrico ou de campo eléctrico;
indica a variação (aumento ou diminuição) do valor do potencial eléctrico num dado ponto
do espaço; o campo eléctrico é uma grandeza vectorial que corresponde à força exercida
sobre uma partícula carregada independentemente do seu estado de movimento no
espaço.
Hz — (Hertz) unidade de frequência, o número de vezes que uma grandeza varia por
segundo; nas redes de energia da Europa a frequência da tensão é de 50 Hz.
GLOSSÁRIO
Corredor - faixa de terreno, com largura de cerca de 400 m, no interior da qual é possível
definir o traçado da linha. Os corredores são condicionados pela presença de obstáculos,
sejam eles de natureza técnica (declives, obstáculos geomorfológicos, climatológicos e de
poluição atmosférica), ambientais (zonas de elevada sensibilidade, paisagens protegidas), ou
de ocupação do solo (florestas, povoações. Monumentos, presença de outros sistemas
lineares de transporte e comunicação e proximidade de aeroportos.
devendo a sua libertação ser evitada. Com uma rigidez dieléctrica três vezes superior à
verificada para o ar, o SF6 apresenta, para a mesma pressão, uma capacidade de extinção
do arco eléctrico que é três ou quatro vezes maior que a do ar. Pelo seu excepcional
comportamento dieléctrico é utilizado nas câmaras de corte dos disjuntores nas AIS e em
maior escala nas GIS.
Isolador - numa linha eléctrica aérea, dispositivo feito em material não-condutor de corrente
eléctrica (material isolante, normalmente cerâmica, vidro ou materiais plásticos sintéticos),
destinado a isolar os cabos energizados (condutores) das estruturas de suporte; nas linhas da
RNT estes os isoladores encontram-se associados em conjuntos designados cadeias de
isoladores, nos quais o número de isoladores é o necessário para garantir o adequado nível
de isolamento em função das tensões eléctricas que podem ocorrer nos condutores.
Rede de Terra - Devem distinguir-se dois tipos de rede de terra em função dos dispositivos a
elas ligadas. A rede de terra de protecção, designa o circuito ao qual devem ser ligados
todos os elementos condutores da instalação que, não se encontrando normalmente sob
tensão, podem ser submetidos à passagem fortuita de correntes que provoquem diferenças
de potencial perigosas. A rede à qual se ligam pontos dos circuitos eléctricos por forma a
influenciar as suas condições de exploração, limitando nomeadamente o potencial dos
condutores em relação ao solo, designa-se terra de serviço. Nas instalações da RNT, a rede
de terra é única, sendo constituída primária e essencialmente por uma malha subterrânea de
condutores de cobre nus, complementada pelos cabos de guarda (não energizados e tendo
como função principal a protecção da instalação contra descargas atmosféricas). A
conjugação de uma malha subterrânea com geometria adequada, com uma resistência de
terra de valor adequado, deve garantir tensões de passo e de contacto inferiores aos limites
normalizados.
Tensão – a tensão nominal de uma linha é o valor da diferença de potencial eléctrico entre
os condutores dessa linha e o solo suposto ao potencial zero. Os valores de tensão nominal
das linhas eléctricas (ou melhor, de instalações e equipamentos eléctricos) estão
normalizados. O valor desta tensão caracteriza ou parametriza de várias maneiras as
instalações. Em particular, a geometria das linhas é condicionada pelo valor da tensão, quer
pelos valores das distâncias mínimas a observar para o bom funcionamento dos
equipamentos, como pelas distâncias de segurança ao solo e a outros obstáculos
sobrepassados, ou em geral, na vizinhança da linha. Um conjunto de siglas é usado
habitualmente para designar genericamente o nível de tensão das linhas nas redes de
distribuição e transporte em Angola:
SIGLAS
Sigla Descrição
AH Aproveitamento Hidroeléctrico
AT Alta Tensão
BM Banco Mundial
PC Posto de Corte
PS Posto de Seccionamento
Sigla Descrição
SE Subestação
1. INTRODUÇÃO
O presente Estudo de Impacte Ambiental (EIA) incide sobre o projecto da Linha de Muito Alta
Tensão (LMAT) Belém do Dango - Lubango, a 400 kV. A LMAT, com extensão total aproximada
de 343 km, com capacidade de trânsito de 2271 MVA no limite térmico dos cabos
condutores, fará a ligação entre a SE de Belém do Dango (próximo da cidade do Huambo) e
a futura SE de Lubango.
Este corredor da Linha, com 800 metros de largura média, atravessa as seguintes províncias e
municípios:
A LMAT Belém do Dango – Lubango em estudo, constitui o terceiro troço do eixo a 400 kV a
estabelecer entre a Central de Laúca e a Subestação do Lubango que permite, através de
subestações 400/220/60 kV, o reforço da Rede de 220 kV existente (e prevista) nas zonas de
Waco Kungo, Huambo e Lubango e o consequente apoio à Rede de distribuição.
Esta linha a 400 kV, entre a Subestações de Belém do Dango e Lubango, integra um
programa mais vasto de realizações destinado a assegurar, essencialmente, o transporte
para as zonas Norte, Centro e Sul de Angola da produção da Central Hidroeléctrica de
Laúca (conforme figura seguinte).
Figura 1: Esquema do conjunto dos Projectos do Sistema Eléctrico (incluindo projectos associados ao
AH Laúca).
A elaboração do EIA foi efectuada pela empresa Sistambi – Engenharia e Ambiente. Lda. em
parceria com a EDETA – Desenvolvimentos, Estudos e Tecnologias Ambientais, Lda. empresa
credenciada pelo Ministério de Ambiente da República de Angola para a elaboração de
Estudos de Impacte Ambiental, com Certificado de Registo Ambiental n.º 041.
Clima
1.4. METODOLOGIA
Destes três diplomas, fundamentais para a elaboração do presente EIA, são sintetizados os
aspectos mais relevantes seguidamente.
Como princípios gerais (cf. Artigo 3º): (a) o direito dos cidadãos a viver num ambiente
sadio e aos benefícios da utilização racional dos recursos naturais do país, (b) o respeito
aos princípios do bem-estar da população, à protecção, preservação e conservação do
ambiente e ao uso racional dos recursos naturais e (c) a responsabilidade do Estado pela
implantação de um Programa Nacional de Gestão Ambiental;
Como princípios específicos (cf. Artigo 4º): (a) a formação e educação ambiental, (b) a
participação, (c) a prevenção, (d) o equilíbrio, (e) a unidade de gestão e acção, (f) a
cooperação internacional, (g) a responsabilização, (h) a valorização dos recursos naturais
e (i) a defesa dos recursos genéticos.
De entre os objectivos (cf. Artigo 5º), destacam-se, pelo seu carácter abrangente:
De destacar ainda (cf. Artigo 17º – 2) que “a emissão de licença ambiental é baseada no
resultado da Avaliação de Impacto Ambiental da proposta de actividade e precede a
emissão de quaisquer outras licenças legalmente exigidas para cada caso”.
Saliente-se (cf. Artigo 27º), que, “todas as pessoas singulares ou colectivas, que exerçam
actividades que envolvam riscos de degradação do ambiente, assim classificados pela
legislação sobre Avaliação do Impacto Ambiental, devem ser detentoras de seguro de
responsabilidade civil”, sem prejuízo da responsabilidade objectiva daqueles “que,
independentemente da sua culpa, tenham causado danos ao ambiente”, através da
“obrigação de reparar os prejuízos e/ou indemnizar o Estado” (cf. Artigo 28º – 1).
O regime aqui estabelecido para a Avaliação de Impacte Ambiental – definida como “um
procedimento de gestão ambiental preventiva que consiste na identificação e análise
Esses projectos devem dispor de um “Estudo de Impacte Ambiental (EIA) a ser submetido à
aprovação do órgão do Governo responsável pela área do ambiente” (cf. Artigo 4º – 1) e
que deve ser apresentado ”no início do procedimento administrativo de autorização ou do
licenciamento do projecto” (cf. Artigo 5º – 1) pelo dono da obra, que “é responsável pelo
pagamento das (respectivas) despesas e custos”, incluindo “os custos relativos à realização
das consultas públicas” (cf. Artigo 8º).
O diploma especifica a documentação que o EIA deve conter (vd. Artigo 6º) e as
actividades técnicas a desenvolver no seu âmbito (vd. Artigo 7º).
O Anexo deste Decreto, é ainda específico nos termos em que obriga o desenvolvimento do
processo de AIA a projectos de Linhas de Transporte de Energia Eléctrica, acima de 230 kV.
As instalações existentes, que num prazo de dois anos contados a partir da data de
entrada em vigor do presente diploma, devem requerer licenciamento ambiental;
c) “Indicação das medidas que garantam a protecção adequada do solo e das águas
subterrâneas, o controlo do ruído e medidas sobre a gestão dos resíduos produzidos
pela obra”;
g) “Período de validade da licença que não pode ser inferior a três anos, nem superior a
oito anos”.
Lei n.º 6/02, de 21 de Junho – Lei das Águas, que estabelece os princípios gerais do
regime jurídico inerente ao uso dos recursos hídricos.
Lei n.º 14/05, de 7 de Outubro – Lei do Património Cultural, que estabelece os vários
tipos de património objecto de protecção, sendo reconhecidos como bens de
interesse cultural relevante, as línguas nacionais, os testemunhos históricos,
paleontológicos, arqueológicos, arquitectónicos, artísticos, etnológicos, biológicos,
industriais, técnicos e todos os documentos gráficos, fotográficos, discográficos,
fílmicos, fonográficos, bibliográfico reflectindo valores de memoria, antiguidade,
autenticidade, originalidade, raridade, exemplaridade, singularidade e outros bens
culturais, que pela sua natureza mereçam a tutela do estado Angolano.
No que respeita à Qualidade do Ar e ao Ruído refere-se que, actualmente não existe Lei
Nacional específica que estabeleça os limites legais quer para a qualidade do ar quer para o
ruído ambiental. Contudo, devem ser consideradas e aplicadas quando pertinente, as
Normas estabelecidas pela Organização Mundial da Saúde (OMS) que coincidem com as
Directrizes do Banco Mundial.
Na base metodológica referida, o presente EIA visa avaliar os impactes susceptíveis de serem
provocados pelo Projecto nas vertentes ambientais relevantes, assim como propor acções de
minimização dos impactes negativos e acções potenciadoras de impactes positivos.
Por fim, importa referir que a elaboração do presente EIA seguiu a Especificação Técnica
MINEA (ET-E-120-Ed.A) relativa a “Estudos de Impacte Ambiental de Linhas de Muito Alta e
Alta Tensão”.
A definição da área de estudo foi realizada em dois momentos distintos. O primeiro momento
contemplando uma grande área de estudo do projecto, cujo traçado para o corredor é
constituído por aproximadamente 800 m de largura.
Deste modo, o trabalho iniciou-se com a definição de uma grande área de estudo do
projecto, definida essencialmente em torno das indicações fornecidas pela EDPi e MINEA no
que respeita à configuração das Subestações e restantes ligações e, à sua localização
geográfica, bem como em função das ligações necessárias aos projectos associados ao
Aproveitamento Hidroeléctrico (AH) de Laúca.
Deste modo, e após alguns ajustes consequentes do levantamento local, obteve-se o traçado
do corredor possível para a execução do presente Projecto, com uma largura de 800 m e
comprimento aproximado de 343 km, conforme se pode observar na Figura 3.
De um modo geral, cada um dos temas (factores) tratados no presente EIA foi abordado de
acordo com a seguinte perspectiva:
Refere-se ainda que, neste contexto se prevê a elaboração de um Plano de Gestão Ambiental
(PGA), a elaborar em fase de Projecto de Execução, para o qual estão definidas as directrizes
no Volume 4 do presente EIA.
O Relatório, do qual faz parte o presente documento, resume toda a informação relevante
para a avaliação ambiental do projecto aqui em estudo. O presente Relatório Técnico do EIA
apresenta a seguinte estrutura:
O presente Estudo de Impacte Ambiental é constituído por Peças Escritas e Peças Desenhadas
e encontra-se dividido em 5 volumes:
Volume 1 – Relatório do Estudo de Impacte Ambiental, que corresponde ao presente
documento;
Volume 2 – Peças Desenhadas;
Volume 3 – Anexos;
o Anexo 3.1 – Registo Fotográfico
o Anexo 3.2 – Aspectos Ambientais associados à Linha Eléctrica
o Anexo 3.3 – Especificação Técnica ET-E-120, Estudos de Impacte Ambiental de Linhas
MAT e AT
o Anexo 3.4 – Credencial
2. DESCRIÇÃO DO PROJECTO
A LMAT que fará a ligação entre a já existente Subestação de Belém do Dango (próxima da
cidade do Huambo) e a futura SE de Lubango, numa extensão de aproximadamente 343 km,
localiza-se administrativamente nos seguintes municípios:
Figura 4: Enquadramento administrativo da área em estudo (a) Província Huambo, b) Província do Huíla.
Nº de circuitos trifásicos: 1
Nº de cabos de guarda: 2
Apoios
As estruturas dos apoios são constituídas por estruturas metálicas treliçadas convencionais,
constituídas por perfis L de abas iguais ligados entre si directamente ou através de chapas de
ligação e parafusos. Serão calculados para os aços de designação S275JR (c = 275 N/mm2)
para perfilados até 60x4 (inclusive) e S355J0 (c = 355 N/mm2) para perfilados superiores. As
abas dos perfilados terão largura mínima de 40 mm e espessura mínima de 3 mm, o diâmetro
mínimo dos parafusos é de 12 mm, as anilhas terão espessura de 8 mm, as porcas são
imobilizadas através de punçoamento por entalhadeira sobre a parte saliente dos parafusos,
que deve apresentar pelo menos dois fios de rosca.
A protecção dos apoios contra a corrosão é assegurada por zincagem a quente, a qual tem
uma espessura mínima de 70 m nas peças com espessura inferior ou igual a 6 mm e 80 m
nas peças de espessura superior a 6 mm.
Transposição da Linha
A transposição integral da linha realizar-se-á com recurso aos apoios do tipo “FA”, cuja altura
da cabeça será determinada no projecto executivo. A configuração da linha nos dois pontos
de transposição é conforme figura seguinte:
Fundações
As fundações dos apoios reticulados são constituídas por quatro maciços independentes em
betão, com sapata em degraus, chaminé prismática e armadura (quando se justificar) em
aço.
As fundações associadas aos apoios da linha são dimensionadas para os mais elevados
esforços que lhe são comunicados pela estrutura metálica, considerando todas as
combinações de acções. O dimensionamento destas fundações é, por sua vez, dependente
das condições geotécnicas do terreno onde são implantadas.
Cabos
Aspectos Mecânicos
Cabo de guarda do tipo OPGW: cabo com 2x24 fibras ópticas, eléctrica e
mecanicamente equivalente ao cabo de guarda convencional.
CARACTERIZAÇÃO DO ESTADO
VALORES
DE EDS
VÃO
CABOS TRACÇÃO
EQUIVALENTE TRACÇÃO DE FLECHA NO
TEMPERATURA VENTO DE EDS
EDS (%) EDS (M)
(DAN)
AAAC Sorbus 25 °C 0 Pa 450 20,0 3700 12,24
Alumoweld
25 °C 0 Pa 450 13,2 2535 10,40
19No8AWG
Cabos Condutores
As uniões e pinças de amarração do cabo AAAC Sorbus são do tipo compressão. Qualquer
destes acessórios tem uma carga de rotura não inferior à dos cabos, e particularmente as
uniões garantem aquela carga simultaneamente com uma resistência eléctrica inferior a um
troço de cabo de igual comprimento. Os valores de dimensionamento conduzem assim a
uma carga última de rotura destes acessórios não inferior a 200 kN e temperatura final do
material abaixo do limite térmico para correntes de 40,0 kA durante 1s.
As pinças de suspensão para fixação dos condutores nos apoios de suspensão são do tipo
AGS – Armour Grip Suspension. Este tipo de pinças fixa o cabo através de um sistema de
varetas helicoidais pré-formadas e de uma manga de neopreno, apresentando
características particularmente favoráveis no que diz respeito à redução ou eliminação de
danos causados aos fios que formam o cabo na zona de fixação, em resultado de fadiga
causada por vibrações eólicas.´
Cabos de Guarda
A amarração do OPGW realiza-se sem corte do cabo e este é fixado por um conjunto de
varetas pré-formadas que fornecem o necessário aperto.
Nos apoios de suspensão as pinças de suspensão para fixação dos cabos de guarda
convencional e OPGW são do tipo AGS - Armour Grip Suspension de características idênticas
às utilizadas nos condutores.
Amortecedores de Vibrações
Consideram-se aqui os problemas de fadiga causada por vibrações eólicas sobre os fios dos
cabos, uma vez que este problema não se coloca em relação aos apoios (estes têm uma
frequência própria de vibração muito baixa). Apesar das conhecidas características
redutoras de danos de fadiga nos cabos condutores associadas ao uso de pinças de
suspensão AGS, tanto estes como os cabos de guarda estão sujeitos a regimes de vibrações
eólicas, que exigem a adopção de sistemas especiais de amortecimento das mesmas. Alguns
factores determinam o comportamento dos cabos nestas circunstâncias:
Cadeias de Isoladores
Se, durante a elaboração do projecto executivo, forem identificadas zonas com poluição
muito forte, o dimensionamento das cadeias de isoladores nestas zonas será objecto de um
estudo próprio.
A distância entre hastes de guarda ou entre hastes e anéis de guarda a respeitar nesta linha,
de modo a garantir uma adequada coordenação de isolamento na mesma, tem de situar-se
no intervalo entre 2800 e 2950 mm.
Esta distância está coordenada com as distâncias mínimas entre peças em tensão e as
partes metálicas das estruturas (massa) e que são 3240 mm e 2760 mm, para cadeias em
repouso e desviadas pelo vento, respectivamente.
Acessórios de Cadeia
Os acessórios estão adaptados ao escalão de corrente de defeito de 40,0 kA, durante 1s,
sendo a densidade máxima de corrente limitada a 75 A/mm2.
Fixação à estrutura
Os conjuntos de cadeia, quer dos condutores quer dos cabos de guarda, são fixados à
estrutura preferencialmente através de um sistema de caixa (ou equivalente) e charneira, o
qual oferece uma resistência de contacto favorável em comparação com os sistemas de
fixação com acessórios de perfil redondo. No caso dos cabos OPGW os apoios com
derivação dos circuitos ópticos (e que portanto têm uma amarração do OPGW) terão um
sistema de “shunt” a assegurar a ligação à estrutura de forma franca, de modo a evitar
quaisquer sobreaquecimentos na zona de derivação em resultado de correntes de defeito.
Coordenação de Isolamento
1. Distância entre hastes de guarda nas cadeias de isoladores. Aqui a linha terá um nível
de isolamento semelhante ao dos equipamentos que constituem os painéis de linha, ou seja:
3. No escalão de 400 kV (para altitudes médias de 1000 m), os valores calculados para a
distância mínima entre peças em tensão e a massa na situação de repouso é de 3240 mm e
na de desviada pelo vento de 2760 mm. Na concepção e dimensionamento geométrico dos
apoios será garantida uma distância não inferior a 3240 mm entre as partes ao potencial da
linha (até ao terceiro isolador da cadeia) e a estrutura dos mesmos.
Conjuntos Sinaléticos
departamento responsável.
Nos apoios cuja numeração é múltipla da dezena, são instalados conjuntos sinaléticos de
grandes dimensões adequados à inspecção aérea da linha. Estes mesmos apoios possuem
identificação das fases de condutores.
Valores Limite
Densidade de Fluxo
Características de Campo Eléctrico
Magnético
Exposição kV/m (RMS)
mT (RMS)
Público
5 0,1
Permanente
O cálculo concreto dos valores do campo eléctrico e indução magnética para a linha em
projecto devem ser verificados em Projecto de Execução.
Campo Eléctrico
O cálculo dos campos eléctricos efectua-se a partir do conhecimento das cargas eléctricas
em cada um dos cabos da linha. No presente caso considerou-se uma distância ao solo
determinada a partir da distância mínima absoluta imposta para esta linha (13 metros). Os
valores que se obtiveram correspondem portanto a valores máximos do campo eléctrico, nos
planos horizontais em que foram calculados e que correspondem, sensivelmente ao nível do
solo e ao nível da cabeça de um homem (1,80 m do solo).
O valor máximo calculado, com a linha à tensão de serviço e a 1,8 metros do solo, é de
4,65 kV/m. Este valor está abaixo do limite, mesmo numa perspectiva de exposição pública
permanente.
Campo Magnético
O valor calculado é inferior ao valor limite (100 T) mesmo numa perspectiva de exposição
pública permanente.
Efeito Coroa
O cálculo do campo eléctrico crítico e perdas por efeito coroa foi feito com base nas
características geométricas dos apoios YA e considerando a altura dos cabos inferiores à
temperatura de 65ºC, determinada a partir das distâncias mínimas absolutas dos mesmos ao
solo segundo o critério seguido nesta linha (distância mínima de 13 metros ao solo, com os
condutores a 85º C).
No Volume 3 – Anexo 3.2, apresentam-se os valores dos campos máximos à superfície dos
condutores com relevância para este capítulo.
E 1
2
D A U
1
Onde E é o vector do campo eléctrico (no modelo de cálculo o problema é de dimensão
14, para ter em conta todos os cabos condutores e os dois cabos de guarda),
= r.0 (com r = 1 e 0 = 8,859.10-12 A.s/V.m), D é um vector dos inversos dos raios dos
cabos
1
D r i=1...14
i
A-1 é a inversa da matriz dos coeficientes de potencial (A.s/V.m) e U é o vector dos fasores
de tensão fase-terra (V).
O campo eléctrico crítico é definido como o limiar do valor de campo eléctrico a partir do
qual o efeito coroa surge. O valor deste limiar depende da geometria dos condutores e de
parâmetros atmosféricos que afectam as condições de ionização do ar.
Os valores de altitude média foram estimados a partir das cotas no terreno de 1650 metros. A
altitude influencia com algum significado o valor do campo eléctrico crítico, baixando-o. Na
prática isto significa um aumento de perdas por efeito coroa.
As perdas por efeito coroa dependem particularmente das condições climatéricas. Sob
chuva elas podem crescer várias dezenas de vezes acima do valor calculado para bom
tempo. Para determinar o valor médio anual das perdas é usual utilizar um factor
multiplicativo entre 3 e 9 (no Anexo 3.2 usou-se 5).
Ruído Acústico
LAeq ,i 179,23. log( Ei ) 58,71. log( d i ) 55,02. log( 2.Ri .Ei 206.Ei ) 3,81
, em dB
Onde,
di diâmetro do condutor i, em cm
nf L Aeq ,i
L Aeq 10. log 10 10
i 1
, em dB
Em que nf é o número de condutores
Para valor do nível sonoro equivalente de longa duração, para um período climático de um
ano,
L
L Aeq .LT L Aeq 10. log p (1 p).10 10
, em dB
Em relação aos valores apresentados no referido Anexo, salienta-se que o critério da EPA
(Environmental Protection Agency, USA) é observado. Este critério define como limite máximo
susceptível de não provocar queixas 52,5 dB(A) a 30 metros do eixo da linha.
Vias Férreas
(*) – Desactivada.
Estradas
Cursos de Água
O traçado da linha deve evitar, sempre que possível, paralelismos ou cruzamentos com este
tipo de canalizações, que, a ocorrerem, deverão ser objecto de identificação e análise em
sede de projecto de execução e em separata própria.
Antes do início dos trabalhos de construção da linha deverão ser identificados e sinalizados
localmente, até à conclusão dos trabalhos, os seguintes pontos:
Os dispositivos de sinalização para a avifauna são do tipo “BFD” (Bird Flight Diverter),
constituídos por espirais de 30 cm de diâmetro, que são fixadas nos cabos de guarda, a
intervalos regulares, de comprimento adequado a cada situação.
Os dispositivos BFD possuem forma helicoidal, são construídos em plástico, de cor branca ou
laranja, e ajustam-se ao cabo de guarda por enrolamento. Numa das extremidades estes
dispositivos têm um anel de maior diâmetro que sobressai no perfil do cabo. Este anel
combinado com a cor do dispositivo aumenta significativamente a visibilidade dos cabos
pelas aves, sem lhe conferir um aspecto volumoso e não introduzindo nenhum aumento
significativo em relação à área exposta ao vento.
Actividades de Construção
Em fábrica:
Localmente:
motosserras.
Desta forma, os estaleiros e parques de material deverão ser instalados fora das áreas
definidas como mais sensíveis a este tipo de instalações (nomeadamente proximidade a
linhas de água e a sítios com interesse arqueológico/patrimonial). Por outro lado, os estaleiros
deverão ser instalados em locais que não necessitem de escavação ou de movimentação
de terras. A localização exacta dos estaleiros será proposta em Projecto de Execução.
Sempre que possível serão utilizados ou melhorados acessos já existentes, mas caso não
existam acessos na vizinhança dos apoios a instalar e caso existam razões imperativas
surgidas durante a obra, a abertura de novos acessos será acordada com os proprietários
dos terrenos a utilizar, sendo tida em conta a respectiva ocupação.
Desmatação
As peças são transportadas para o local e a montagem dos troços dos apoios no solo é
efectuada junto aos locais de implantação dos apoios, sendo utilizados máquinas de
movimentação de cargas e ferramentas manuais. O levantamento dos troços será
efectuado através de gruas ou levantamento “à peça” utilizando mastro de carga, podendo
serem utilizadas também roldanas, cordas, cabos de aço e guinchos mecanizados e
manuais.
Na montagem dos acessórios nos cabos, em pontos não directamente acessíveis a partir dos
apoios, são utilizados aparelhos que permitem a deslocação dos operadores ao longo dos
cabos instalados na linha.
Por fim, serão fixadas chapas com identificação da linha, do apoio e da concessionária e
com aviso de “perigo de morte”.
Estes dispositivos, incluem sinalização para aeronaves e sinalização para aves, sendo apenas
colocados nos vãos que se considerem necessários, por razões de segurança, para as
aeronaves, bem como nos vãos de maior risco de colisão de aves.
Efluentes líquidos
Águas residuais sanitárias produzidas nas instalações sociais dos estaleiros que vierem a
ser instalados.
Emissões sonoras
Emissões gasosas
Resíduos
Junto dos locais de montagem dos apoios serão produzidos resíduos de lavagem da
betoneira, dos equipamentos de vibração do betão e das ferramentas manuais, bem
como fios dos atados das peças dos apoios. No que respeita aos isoladores e acessórios
serão produzidas embalagens de plástico e de madeira, vidro e acessórios metálicos de
isoladores acidentalmente partidos. Serão produzidos resíduos resultantes do
desenrolamento de cabos, nomeadamente bobinas de madeira e elementos de
protecção dos cabos em plástico.
É de salientar que no decorrer das actividades inerentes à construção das linhas e, após
elaboração do projecto de Execução, serão tidas em consideração as directrizes do Plano
de Gestão Ambiental da Obra de acordo com o EIA e legislação em vigor.
Actividades de Exploração
Durante a fase de exploração da Linha, será expectável a produção dos seguintes resíduos e
emissões:
Actividades de Desactivação
O final do ciclo de vida de uma Linha de Transporte de Energia é imprevisível, uma vez que
estas infra-estruturas poderão ser objecto de uprating (repotenciação), antes de se proceder
à sua completa desactivação e desmontagem.
O fim da vida das Linhas de Transporte de Energia Eléctrica não é, em geral, determinado
pela deterioração dos componentes mas pelas exigências do serviço que assegura. De
facto, quando se verifica um aumento do trânsito que não é comportável pelas linhas
existentes, estas são, em geral, objecto de intervenções de dois tipos:
Apenas nos casos, pouco frequentes, das linhas estabelecidas exclusivamente para
alimentação de consumidores específicos ou para o transporte de centrais produtoras é
previsível ocorrer a sua desactivação e subsequente desmontagem, mas apenas e quando
os consumidores ou as centrais, que justificam a sua existência, cessarem a actividade.
Desta forma, verifica-se que este tipo de infra-estruturas tem uma vida útil longa, não sendo
possível prever com rigor, uma data para a sua eventual desactivação. Não é previsível o
abandono dos corredores a serem adoptados para a linha em estudo.
Por outro lado, serão produzidos resíduos de construção civil provenientes do desmonte dos
maciços das fundações dos apoios, cabos e acessórios metálicos e plásticos da
desmontagem dos cabos e acessórios, restos de isoladores de vidro perfilados, chapas e
parafusos da desmontagem das cadeias e dos apoios. Serão produzidos resíduos de betão
da destruição dos maciços de fundação.
ACTIVIDADES RESÍDUOS
ACTIVIDADES RESÍDUOS
ACTIVIDADES RESÍDUOS
Com regra geral, as linhas não são desactivadas, sendo antes objecto de remodelações,
visando a melhoria do funcionamento das mesmas. No entanto, pelas exigências de serviço
que assegura, poderá considerar-se a sua desmontagem e desactivação.
ACTIVIDADES RESÍDUOS
Definiu-se, assim, uma área de estudo entre as duas ligações, para a qual se traçou um
corredor com uma largura de 800 m e comprimento aproximado de 343 km.
Para esta avaliação foram seleccionados factores considerados mais relevantes, dos quais se
podem destacar os Aspectos Ecológico, o Uso do Solo e Ordenamento do Território e a
Socioeconomia e, ainda, condicionantes biofísicas e urbanísticas.
O artigo 13º da Lei de Bases do Ambiente refere que são proibidas todas as actividades que
atentem contra a biodiversidade ou a conservação, reprodução qualidade e quantidade
dos recursos biológicos de actual ou potencial valor.
Já no artigo 7º do Decreto sobre AIA (Decreto n.º 51/2004, de 23 de Julho) é referido que o
meio biológico e os ecossistemas naturais constituem recursos ambientais a analisar no
âmbito do EIA.
No que se refere à área de estudo, não existem áreas sensíveis com interesse para a
conservação da natureza directa ou indirectamente afectadas pela construção ou
operação do projecto.
Por outro lado, conforme se pode observar na figura seguinte, a sobrepassagem em algumas
povoações. No entanto, o corredor aqui identificado possui uma largura de 800 m, a qual
não será necessária aquando da implantação do projecto. Deste modo, e pelo
mencionado, não se consideram estes constrangimentos impedidores da implantação e
execução da infra-estrutura em estudo.
a)
b)
c)
e)
f)
g)
h)
i)
j)
l)
m)
n)
o)
Figura 6: Definição do Corredor em estudo (manchas a vermelho – principais povoações; manchas
a amarelo – principais zonas florestais).
Por outro lado, importa mencionar que o corredor foi ainda traçado tendo em consideração
um eixo, mais ou menos central, que anda paralelamente à estrada que faz a ligação entre
Caála e Lubango, evitando sempre que possível a passagem pelas povoações e zonas
principais de eventual interesse florestal e a utilização de espaços que ainda não se
encontrem infra-estruturados.
A selecção do corredor em análise foi efectuada com base na observação dos seguintes
critérios:
Quanto a eventuais alternativas a esta linha aérea a 400 kV, salienta-se que os valores dos
trânsitos de energia nesta ligação não são tecnicamente viáveis em níveis de tensão
inferiores. Por outro lado, a extensão da ligação e os valores dos trânsitos também inviabilizam
uma eventual solução em cabo isolado a 400 kV.
Assim, a linha aérea a 400 kV Belém do Dango – Lubango constitui a solução técnica e
ambientalmente mais favorável para esta ligação no estado actual da tecnologia do
transporte da energia eléctrica.
A área de estudo a considerar neste diagnóstico varia em função dos diferentes descritores
analisados, sendo as escalas de análise flexíveis, em virtude da especificidade e significado
das questões-chave. Em termos gerais considerou-se o corredor com uma largura de 800 m
dentro da qual a LMAT em análise será implantada.
4.2. CLIMA
A temperatura média oscila entre 18 e 23° Celsius durante o ano, embora a média das
temperaturas máximas diárias esteja entre 25 e 27° Celsius e a média das mínimas
entre 11 e 13° Celsius.
As regiões mais altas e mais a sul, são um pouco mais frescas que as outras áreas da
província. Setembro e Outubro são os meses mais quentes e Junho e Julho são os mais
frescos. Ocasionalmente, ocorre geada em Julho e Agosto nos vales e depressões
mais baixos.
Em média, a humidade relativa varia entre 60 e70% durante o ano. Janeiro é o mês
mais húmido do ano, quando os níveis variam de 70 a 80%, enquanto Agosto é o mais
seco, com níveis médios de humidade relativa de 35 a 40%.
Figura 7: Média das temperaturas na cidade do Huambo, em cada mês (Fonte: Mendelsohn, J. &
Weber, B., 2013).
Assim, a maior pluviosidade ocorre quando a ZCIT está localizada mais ou menos sobre
o Huambo em Dezembro e, novamente, em Março. No decurso de cada um destes
meses muito chuvosos caem entre 230 e 240 milímetros de chuva.
Figura 8: Precipitação média na cidade do Huambo, em cada mês (Fonte: Mendelsohn, J. &
Weber, B., 2013).
Embora o Huambo receba, em média, muito mais chuva do que a maior parte das
outras áreas de Angola as quedas pluviométricas são, frequentemente, muito
variáveis. Ocasionalmente, ocorrem longos períodos de seca quando cai pouca
chuva durante períodos prolongados ou, por outro lado, ocorrem, de vez em quando,
períodos prolongados em que a chuva cai quase todos os dias, podendo isto limitar,
igualmente, o crescimento das plantas.
A isotérmica anual dos 23ºC, como descrito por muitos autores e patente na Carta
Geral dos Solos de Angola – Distrito da Huíla, da Missão de Pedologia de Angola
(1959), coincide, grosso modo, com o principal “degrau” morfológico existente no
A transição entre estas duas estações é evidenciada por um período que vai de
meados de Abril a finais de Maio (na transição da época chuvosa para a época
seca), e de início de Setembro a meio de Outubro (na transição da época seca para
a época chuvosa).
Embora com uma duração muito aleatória, e apenas em alguns anos, é possível ainda
evidenciar um período de relativa secura (“Pequeno Cacimbo”) em plena época
chuvosa. Este período pode constituir-se entre meados de Dezembro e finais de
Fevereiro (altura do Solstício, em que o Sol incide directamente na latitude do Trópico
de Capricórnio).
O mês mais quente alterna entre Outubro e Novembro, e apresenta uma temperatura
média normalmente superior a 22ºC. O mês mais frio é, normalmente, o mês de Julho,
e raras vezes o mês de Junho.
No que concerne a humidade relativa média anual, esta apresenta-se de uma forma
geral baixa, rondando habitualmente os 50%, podendo atingir os 65-70% na Época das
Chuvas e reduzir-se a 30-45% durante o Cacimbo.
Classificação climática de
Área Localização geográfica relativa
Koppen
Classificação climática de
Área Localização geográfica relativa
Koppen
3 Aw Lubango
Área 2 (Cwa) - Clima temperado com invernos suaves (temperatura do mês mais
frio entre -3 e 18ºC) e secos (precipitação média mensal no mês mais húmido de
Verão é pelo menos dez vezes superior à do mês mais húmido de Inverno), Verão
quente e longo (temperatura média do mês mais quente acima de 22ºC;
existem pelo menos quatro meses com temperatura média acima de 10ºC).
Área 3 (Aw) – Clima tropical húmido (a temperatura média do mês mais frio é
superior a 18ºC) com estação seca (a precipitação no mês mais seco é inferior a
10 mm e a 1/25 da precipitação total anual).
Os principais rios desta superfície circulam em vales abertos e profundos, por vezes
localizados em leitos rochosos com velocidades significativas. No que diz respeito aos
rios secundários, todos eles de carácter permanente, fluem maioritariamente em vales
de base larga e pantanosa.
Por sua vez, os rios que se situam na superfície primitiva apresentam a sua origem
localizada em superfícies cobertas por anharas. Na sua vertente inclinada a norte
correm os rios Queve, Cutato, Cunhinga e Cunje, enquanto na vertente oposta
podem ser encontradas as bacias de Cubango e Cunene.
No que diz respeito à restante superfície, quando não interrompida, estende-se muito
para além dos limites da zona, acompanhando a sul e a sudeste os rios Cubango e
Cunene, e a norte o Queve.
A morfologia da zona Terras Altas de Huíla, por sua vez, corresponde a um conjunto de
superfícies planálticas, com cerca de 8000 km2, correspondendo a aproximadamente
0,64% do território angolano, e apresentando o seu desenvolvimento máximo no
sentido SW-NE, ao longo de 140 km. No que diz respeito aos seus limites geográficos,
esta zona encontra-se perfeitamente limitada a oeste e noroeste pela crista da
escarpa Serra Abaixo, enquanto os restantes extremos esbatem-se nas superfícies
planálticas adjacentes.
No que diz respeito à primeira unidade, esta é caracterizada por apresentar um relevo
ondulado suave ou moderado, com inclinação gradual e sensível para leste e sudeste,
com cotas a atingir os 1400 m nos limites lestes e sudeste, e 1800 em Sá da Bandeira.
Por sua vez, o Planalto da Humpata, caracterizado por aplanações que se definem
por degraus escarpados, pode ser dividido em duas subunidades: a Humpata, que
atinge os 2000 m, e o Bimbe que se desenvolve até atingir os 2300.
Os rios, que demonstram uma certa densidade nas Terras Altas da Huíla, apresentam
um carácter maioritariamente temporário, desenvolvendo-se em vales largos e pouco
profundos, e convergindo para os principais rios de ambas as bacias. Os principais rios,
por sua vez, são de carácter permanente, apesar de em período seco apresentarem
um caudal bastante reduzido.
Por fim, a zona Transição Centro-Sul, como nome indica, corresponde a uma extensa
peneplanície, de carácter transicional, que exibe um relevo ondulado apenas
interrompido por um número limitado de relevos residuais localizados no extremo
noroeste e a E-NE, decorrentes de afloramentos de materiais rochosos com elevada
resistência à erosão. De entre os acidentes orográficos mencionados, é de referir o
N'Gola (extremo noroeste) que atinge os 1971 m, perfazendo um desnível na ordem
dos 520 m com a aplanação circundante, e as áreas do Dongo e Cassinga (extremo
E-NE).
Na verdade, o relevo desta extensa área que integra a superfície planáltica do interior
de Angola correspondendo ao Nivel IV de Jessen, encontra-se intimamente ligado ao
rio Cunene, que drena toda a zona, atravessando-a de norte a sul. O leito deste rio
define vales bastante abertos e de baixa profundidade, sendo no entanto
interrompido por alguns rápidos e cachoeiras de expressivo tamanho, com origem nas
soleiras rochosas que se interpõem no respectivo leito. Dentro destas unidades
morfológicas é de destacar as cachoeiras de Matala, constituídas por afloramentos de
pórfiros graníticos.
Para além dos afloramentos rochosos referidos anteriormente, e como excepção aos
relevos residuais pouco frequentes, as machas de rochas básicas (doleritos e basaltos),
porfíricas e graníticas da Matala-Capelongo encontram-se disseminadas em forma de
blocos ou monolitos nas margens do rio Cunene.
O troço deste rio situado dentro dos limites da zona Transição Centro Sul recebe
afluentes como o Catape, Qué e Calonga, na margem direita, e Cussava e Ossi, na
Figura 10: Extracto Carta Agrícola de Angola - Formações Dominantes 24 (Diniz, A.C. 2006).
O Complexo Base, por sua vez, é constituído por formações que apresentam um certo
grau de metamorfismo, sendo o granito-gnaisses, os ortognaisses, os granitos, os
granodioritos, os quartzodioritos e outras rochas de carácter quartzífero, os materiais
litológicos mais abundantes.
Como se pode verificar pela análise da figura anterior, é ainda de salientar a presença
de um conjunto de manchas de rochas graníticas, principalmente granitos,
granodioritos e quartzodioritos localizados na metade ocidental da zona.
No que diz respeito às Terras Altas do Huíla, como se pode verificar na figura seguinte,
existe uma clara dominância das formações eruptivas antecâmbricas, que se
encontram relacionadas com o Planalto Principal.
Figura 11: Extracto Carta Agrícola de Angola - Formações Dominantes 30 (Diniz, A.C. 2006).
No que diz respeito à geologia e litologia da zona Transição Centro-Sul, como se pode
verificar na figura abaixo, existem duas grandes formações dominantes: as rochas
sedimentares e as rochas eruptivas e metamórficas.
Figura 12: Extracto Carta Agrícola de Angola - Formações Dominantes 31 (Diniz, A.C. 2006).
No que se refere às rochas eruptivas, as mais antigas são constituídas por granitos
granodioritos e quartzodioritos. Englobadas no Maciço Antigo, constituem o substrato
cristalino que aflora na metade norte da zona em estudo, sendo no entanto possível
Por sua vez, na região da Matala, e estendendo-se para leste, afloram os granitos,
constituídos essencialmente por ortose, plagioclase, quartzo, biotite e horneblenda, e
classificados como granitos alcalinos.
Por fim, dentro das rochas intrusivas, os doleritos encontram-se distribuídos por diversos
locais, sendo de salientar os afloramentos de doleritos olivínicos (rochas
antecâmbricas), enquanto as rochas basálticas, que constituem as rochas eruptivas
mais recentes (Karoo ou posterior), afloram no seio dos granitos e pórfiros numa
extensa área.
4.4. SOLOS
4.4.1 METODOLOGIA
Em Angola existe uma grande diversidade de solos, tal como se pode verificar na
figura seguinte. Sob o ponto de vista agrícola os solos mais bem representados são os
“psamíticos das regiões húmidas e sub-húmidas”, os “ferralíticos”, os “arídicos
psamíticos”, os “para-ferralíticos e os fersialíticos” (figura: ‘tipos de solos’). Os primeiros
abrangem a quase totalidade da província do Moxico, uma zona das Lundas e a
parte Norte do Cuando Cubango até às proximidades de Mavinga. Surgem ainda
manchas mais pequenas nas regiões do Uíge e do Zaire, na metade Sul da Província
de Cabinda, na Lunda associados com terrenos ferralíticos, e nas Províncias da Huíla e
Cuando-Cubango. Os Ferralíticos acompanham, quase na sua totalidade, o
chamado planalto central de Angola, desde o Norte de Malange até ao Sul do
Huambo, ocupando as Províncias do Huambo e Bié, para este do Kwanza Sul e uma
cunha que apanha Quilengues e Lubango. Nas Lundas aparecem associados aos
psâmicos e no Uíge e Zaire surgem ligados a fersialíticos e para-ferralíticos. Os arídico
psamíticos ocupam, na totalidade, a faixa sul da Província do Cuando Cubango,
desde Mavinga à fronteira com a Namíbia. Na província da Huíla aparecem em
algumas regiões misturando-se com solos arídicos não psâmicos. Estão também bem
representados em Luanda e Muxima.
Os solos arenosos (arenosolos), cobrem mais de 57% do país, por sua vez os ácidos
ferralsolos compreendem 22%. Para além disso, com excepção das pequenas
manchas de solos aluviais (luvisolos) localizadas nos vales dos rios e planícies de
aluvião, bem como algumas argilas de fraccionamento, os solos das regiões áridas e
semiáridas ao longo da costa e do canto sudoeste do país têm um teor de humidade
limitada e são pouco profundos (leptosolos), ou são ainda demasiado alcalinos
(solonetz, calcisolos áridos, gessosolos).
Estima-se que apenas 10% dos solos de Angola possuam inerentemente um alto
potencial agrícola. Estes são os luvisolos, que se encontram junto aos rios, onde se
concentram os aluviões e, em geral, são ricos em elementos minerais e compostos
orgânicos, os cambisolos, nitosolos e lixisolos que se encontram concentrados ao longo
da cintura de transição norte-sul, onde o relevo acentuado impede o
desenvolvimento de perfis de solos demasiado desgastados, e em áreas assentes em
rochas básicas em sistema de karroo a norte de Malange.
Figura 14: Extracto Carta Agrícola de Angola – Solos Dominantes 24 (Diniz, A. C. 2006).
Os solos da zona 24 (figura anterior) são solos ferralíticos, sendo os mais representativos
do Planalto Central, zona onde se insere uma parte do presente projecto (Huambo).
Identificam-se com extensas superfícies de ondulado suave ou mesmo ondulado mais
expressivo da peneplanície planáltica. Como característica comum a todos estes solos
evidencia-se a notável espessura efectiva, quando não se interpõem estratos de
Este tipo de solos responde bem aos tratamentos culturais, aos correctivos e adulações
criteriosas ou equilibradas. Com maneio inadequado e sem o recurso ou fertilizações,
perdem rapidamente a sua limitada reserva de nutrientes, além de se manifestarem
graves distúrbios nutricionais, a que não é alheio o baixo índice de acidez. A
incorporação de correctivos calcários é prática aconselhável e deverá tornar-se
corrente na utilização destes solos.
Ocorrem ainda, juntamente com os solos ferrálicos vermelhos solos lateríticos, onde se
podem assinalar estratos de material laterítico solto e aglutinado em blocos,
Figura 15: Extracto Carta Agrícola de Angola – Solos Dominantes 31 (Diniz, A. C. 2006).
Na zona 30, a área maioritariamente atravessada pelo corredor ocorre numa zona em
que os solos são essencialmente ferrálicos, como é característica desta zona. Estes
solos, são originários de rochas cristalinas quartzíferas e, menos frequentemente de
rochas sedimentares consolidadas. Os mais representativos, entre os crómicos são os
avermelhados
Figura 16: Extracto Carta Agrícola de Angola – Solos Dominantes 30 (Diniz, A. C. 2006).
Tendo em conta as condições físicas que permitem o seu bom maneio, os solos em
estudo se submetidos a técnicas culturais apropriadas e racionalmente fertilizados, são
considerados como de valor agrícola bastante aceitável.
Textura;
Estrutura;
Permeabilidade e densidade;
Propriedades químicas, biológicas e mineralógicas.
Existe uma interacção entre vários factores para a ocorrência, ou não, de fenómenos
de erosão, tais como a cobertura vegetal, topografia, características do solo, clima,
regime de chuvas e a utilização do solo. A cobertura vegetal representa a defesa
natural de um terreno contra a erosão pois protege-o contra o impacte directo das
gotas das chuvas, promove o aumento da infiltração da água pela produção de
poros no solo por acção das raízes e aumenta a capacidade de retenção de água
pela estruturação do solo através da incorporação da matéria orgânica. A influência
da topografia do terreno na intensidade erosiva verifica-se principalmente pelo
declive e comprimento de rampa. Esses factores interferem directamente na
velocidade das enxurradas e consequentemente erosão dos solos.
Os diplomas nacionais relevantes neste âmbito são: a Lei n.º 6/2002, de 21 de Junho,
designada por Lei de Águas, que "estabelece os princípios gerais do regime jurídico
inerente ao uso dos recursos hídricos" (cf. Artigo 1º da Lei 6/2002), e o Decreto
Presidencial n.º 82/14, de 21 de Abril, designado Regulamento de Utilização dos
Recursos Hídricos que "define o regime de utilização geral dos recursos hídricos,
incluindo os mecanismos de planeamento, gestão e de retribuição económica e
financeira" (cf. Artigo 2.º do DP 82/14). Ambos aplicam-se às águas superficiais e
subterrâneas.
No que se refere à propriedade das águas, o Artigo 5.º da Lei 6/2002 esclarece que "as
águas, ..., como um recurso natural, são propriedade do Estado", sendo " o direito do
Estado relativo às águas, enquanto recurso natural, ... inalienável e imprescritível",
especificando também que "o direito ao uso do domínio público hídrico é concedido
de modo a garantir a sua preservação e gestão em benefício do interesse público".
Sendo a bacia hidrográfica "a unidade básica de gestão dos recursos hídricos " (cf.
Artigo 12.º do DP 82/14), cabe ao Órgão de Administração da Bacia Hidrográfica
"inventariar os recursos hídricos nos seus aspectos de quantidade e qualidade e
respectiva actualização periódica" (cf. Artigo 11 - 1 da Lei 6/2002); por sua vez, " o
registo dos usos comuns ... é efectuado pela instituição incumbida da gestão dos
recursos hídricos da bacia hidrográfica respectiva" (cf. Artigo 12.º da Lei 6/2002).
No âmbito da Lei 6/2002, "o direito de acesso à água é realizado através dos usos
comuns e privados" (cf. Artigo 21.º da Lei 6/2002), podendo ser o uso privado requerido
por "quaisquer pessoas singulares ou colectivas, públicas ou privadas, nacionais ou
estrangeiras" (cf. Artigo 24.º da Lei 6/2002), e autorizado mediante licença ou
concessão (vd. Artigo 24.º da Lei 6/2002).
O direito ao uso privativo "é atribuído com ressalva dos usos comuns pré-existentes e
dos direitos de terceiros" (cf. Artigo 37.º - 2 da Lei 6/2002), devendo respeitar todos os
Planos de gestão com interferência neste domínio, a prevalência dos usos comuns,
respeito pelas zonas de proteção, e pela proteção e preservação do ambiente (cf.
Artigo 19.º do DP 82/14).
Ainda no que se refere ao uso privativo, salienta-se que "o título que confere o direito
do uso da água, independentemente da actividade ou dos fins a que se destine, é
anterior à licença ou concessão para o exercício da actividade produtiva" (cf. Artigo
25.º - 5).
Constituir-se-á uma servidão "quando o direito de acesso e uso da água, seja comum
ou privativo, só possa ser exercido mediante restrição do uso da propriedade de
outrem" (cf. Artigo 31.º - 1 da Lei 6/2002).
Além disso, "os titulares de licenças ou concessões de utilização dos recursos estão
sujeitos ... ao pagamento de taxas de utilização dos recursos hídricos, destinadas à sua
protecção, preservação, conservação, planeamento e gestão" (cf. Artigo 91.º - 1 do
DP 82/14), bem como ao pagamento de tarifas "destinadas a compensar o
investimento realizado e os custos de exploração, manutenção e conservação das
referidas infra-estruturas" (cf. Artigo 91.º - 2 do DP 82/14). Os montantes destas taxas e
tarifas serão estabelecidos consoante o definido no Capítulo VIII do Decreto
Presidencial 82/14.
"As licenças são atribuídas por um período de 15 anos" (cf. Artigo 30.º do DP 82/14),
enquanto "as concessões de utilização dos recursos hídricos são atribuídas por um
período de 50 anos" (cf. Artigo 39.º do DP 82/14). Ambas podem "ser renovadas
sempre que as circunstâncias o justifiquem".
Para proteger as águas do domínio público hídrico contra a poluição são interditas
diversas actividades (cf. Artigo 67.º da Lei 6/2002), designadamente "efectuar directa
ou indirectamente despejos que ultrapassem a capacidade de auto-depuração dos
corpos de água" e "efectuar qualquer alteração ao regime, caudal, qualidade e uso
das águas, que possa pôr em causa a saúde pública, os recursos naturais e o
ambiente em geral". O "despejo das águas residuais, dejectos e outras substâncias",
bem como quaisquer actividades "susceptíveis de provocar a poluição ou
degradação do domínio hídrico" dependem de autorização "a conceder pela
instituição responsável pela gestão dos recursos hídricos da bacia respectiva e outras
autoridades competentes" (cf. Artigo 68.º - 1 da Lei 6/2002). Por regulamento, serão
"tipificados os corpos hídricos receptores, estabelecidos os correspondentes padrões
de qualidade dos efluentes" (cf. Artigo 68.º - 2 da Lei 6/2002).
4.5.2. CARACTERIZAÇÃO
Como se pode verificar pela figura acima, a precipitação média anual decresce de
Norte para Sul e aumenta com a altitude e distância do mar. Influenciada pelo centro
de altas pressões do Atlântico Sul, a precipitação média anual mais elevada é de 1
750mm (planalto) e a mais baixa de 100mm (região desértica do Namibe). Esta
distribuição da pluviosidade é um reflexo da hidrologia do país, que na complexidade
da sua rede hidrográfica apresenta 47 bacias hidrográficas.
As dez principais bacias hidrográficas (Figura 18) são representadas pelas bacias do
Centro Oeste angolano; bacia do Congo; bacia Cuanhama; bacia do Kwando;
bacia do Kuwangu; bacia do Kunene; bacia do Kwanza; bacias do Noroeste (NO)
angolano; bacias do Sudoeste (SO) angolano e bacia do Zambeze. Destacam-se,
nesta rede hidrográfica, sete grandes rios:
Figura 18: Rede Hidrográfica Angolana com a representação das principais Bacias Hidrográficas
(Atlas Diniz, 1991).
Ainda no que diz respeito unicamente aos recursos hídricos superficiais, em Angola o
escoamento superficial anual é estimado em 140 km3/ano, sendo que a origem dos principais
recursos hídricos com estas características encontra-se nos topos planálticos do Huambo, Bié
e Moxico, escoando uma parte para o Oceano Atlântico através dos rios (Zaire, Kwanza e
Kunene) e outra para o Oceano Índico (rios Zambeze, Kuando e Kubango).
Em relação aos recursos hídricos subterrâneos, Angola possuí aquíferos com uma
profundidade média entre os 5 e os 30 metros na zona litoral do território, entre os 10 e os 30
metros nos aquíferos da região do planalto central e com profundidades na ordem dos 200
metros, ou superiores, nos aquíferos das zonas semi-áridas (Kunene).
No que diz respeito ao percurso definido para o corredor em estudo (com cerca de 343 km)
identificam-se, na tabela seguinte, os cruzamentos com as principais linhas de água:
Como se pode observar pelo quadro acima, o corredor em estudo intersecta 19 cursos de
água de carácter permanente e 54 de carácter temporário.
No que respeita à qualidade da água, não foram identificadas análises específicas para as
massas de água. Assim, não se identificou a existência de dados de qualidade da água que
permitam a sua caracterização qualitativa.
4.6. QUALIDADE DO AR
4.6.1 ENQUADRAMENTO
Apesar da Legislação Angolana não possuir um documento normativo específico para esta
temática, a própria Constituição e a Lei de Bases do Ambiente referem que todos os
cidadãos têm direito a viver num ambiente sadio e usufruir dos benefícios da utilização
racional dos recursos naturais do País. O Estado fica deste modo encarregue de, entre outros
deveres, tomar as medidas que garantam a protecção do ambiente e das espécies de flora
Na Lei de Bases do Ambiente, é descrito o modo como deve ser tratado o ambiente de
forma equilibrada e sustentável, prevendo punições para o uso indiscriminado e sem padrão
de sustentabilidade.
Em relação aos tipos de fontes de poluição do ar, estas podem ser classificadas como de
origem natural ou antropogénica, estacionárias ou móveis, pontuais, em linha ou em área. No
que diz respeito ao tipo de poluente, estes podem ser categorizados em três grupos,
dependendo das suas características e do modo como são gerados: poluentes primários,
poluentes secundários e precursores. Os primeiros são emitidos directamente por uma fonte
para a atmosfera, como por exemplo o monóxido de carbono (CO) e o dióxido de enxofre
(SO2); os poluentes secundários são resultado de reações químicas entre poluentes primários
que se encontram na atmosfera (são exemplos: o ozono - O3 - e o dióxido de azoto - NO2);
enquanto os percursores são poluentes primários (gases) que participam na formação de
poluentes secundários. É ainda de referir que em alguns casos, como nos compostos
orgânicos voláteis (COV) e as partículas em suspensão (PM), um poluente pode ser
classificado como poluente primário ou secundário, dependendo da sua origem.
Como origens mais comuns dos poluentes pode-se referir a combustão de combustíveis
fósseis e matéria orgânica, a evaporação de derivados petrolíferos ou de compostos usados
em produtos, serviços e transformação industrial, e a produção natural de poluentes como
fumos de incêndios, areias dos desertos africanos, emissões da biosfera e geosfera, etc.. De
acordo com a bibliografia sobre o tema, de seguida identificam-se várias fontes e poluentes
atmosféricos que influenciam a qualidade de vida e saúde das populações, em especial em
meios urbanos.
- Reduz a capacidade de
transporte de oxigénio até às
células devido à formação de
carboxihemoglobina (afinidade
- Queima incompleta de
para se combinar com a
combustíveis fósseis ou outros
hemoglobina é 210 vezes
materiais orgânicos;
superior à do oxigénio);
Monóxido de Carbono - Transportes rodoviários;
- Provoca dificuldades
- Incêndios; respiratórias e asfixia;
- Unidades Industriais. - Afecta principalmente o
sistema cardiovascular e o
sistema nervoso;
- Ameaça para os doentes
No entanto, salienta-se que este factor ambiental é considerado como pouco importante
para o presente projecto, prevendo-se desde já que as principais actividades associadas ao
mesmo, com implicações ao nível da qualidade do ar, ocorram durante a fase de
construção, estando essencialmente relacionadas com a circulação de veículos,
movimentação de máquinas e actividades construtivas em geral.
Por outro lado, o tamanho das partículas determina o tempo que estas residem na atmosfera
e a distância que percorrem antes de se depositarem. Enquanto as PM 10 são removidas da
atmosfera em algumas horas devido à sedimentação e precipitação, as PM 2.5 apresentam
um tempo de residência significativamente superior, podendo permanecer na atmosfera
durante semanas e percorrer 5 000 km. O tempo de deposição e a distância percorrida por
estas partículas encontram-se relacionados com o seu volume, raio, área de exposição,
densidade, entre outros. No entanto, quanto maior for a dimensão da partícula maior é a
dificuldade de transpor obstáculos e de progredir para elevadas distâncias. De acordo com
estudos realizados pela USA Environment Protection Agency (EPA), é expectável que as
partículas com maior diâmetro (superior a 100 µm), após serem libertadas, se depositem a
uma distância da ordem dos 10 m do local da sua emissão, enquanto no caso das partículas
cujo diâmetro se situa entre os 30 µm e os 10 µm, essa distância seja da ordem dos 100 m.
O termo matéria particulada (PM) é utilizado para uma mistura de partículas de aerossol
(líquidas e sólidas) suspensas no ar. Como referido anteriormente, o seu tamanho,
composição e origem pode variar (Quadro 12).
Quadro 12: Constituição química e fontes de partículas finas e grosseiras (Tente, 2005).
Refere-se ainda que, os impactes sobre a qualidade do ar gerado pela circulação viária
(essencialmente de veículos pesados) sobre vias não asfaltadas e do aumento do número de
Entre Caála e
Caminho de Ferro de Benguela Huambo
Huambo
Conforme se pode observar pela Figura 25, o corredor em estudo desenvolve-se numa zona
relativamente habitada, existindo um número significativo de agregados populacionais de
pequena/média dimensão na sua envolvente, sendo de prever alguns impactes, apesar de
pouco significativos, no que diz respeito à qualidade do ar.
A diversidade biológica tem uma importância crucial para a espécie humana, uma vez que
aproximadamente 40% da economia mundial e 80% das necessidades dos povos dependem
dos recursos biológicos. Angola apresenta, pois, um rico e variado património em flora e
fauna, tanto em termos quantitativos como qualitativos, que a serem explorados de forma
sustentável, podem constituir a base para o desenvolvimento económico, social e ambiental
do país.
4.7.1.1 Introdução
Angola possui uma riqueza particular no que respeita à diversidade biológica, tornando-a um
dos países mais importantes do continente africano, particularmente em relação à
diversidade de flora.
Na zona do litoral, as características desérticas predominam – com excepção dos vales dos
rios – de vegetação arbustiva xerofítica.
4.7.1.2 Metodologia
A vegetação do Huambo e Huíla (na zona em análise) consiste de quatro tipos, cada um
caracterizado por diferentes comunidades de espécies de plantas e estrutura vegetativa:
Estes tipos de vegetação estão localizados de forma tão irregular e esparsa que é difícil
mapeá-los com o propósito de mostrar a sua distribuição. A sua distribuição e suas estruturas
são, também, grandemente afectadas por frequentes queimadas, derrube de árvores para a
produção de carvão e lenha, para a construção e pelo desmatamento para conseguir
campos para a agricultura.
Como resultado, as comunidades vegetais, em muitas áreas, são agora muito diferentes do
que seriam há, talvez, 100 anos.
A maior parte das bolsas de florestas são nas áreas mais altas da parte ocidental do Huambo
e ao norte nas terras altas da província do Cuanza Sul. Muitas das árvores e outras espécies
vegetais nestas florestas encontram-se apenas noutras terras altas semelhantes noutros
lugares de África, por exemplo na África Oriental, Malawi e África do Sul. Como resultado
deste isolamento, estas ‘ilhas’ angolanas de florestas de montanha abrigam diversos pássaros
e animais que não existem em mais nenhum lugar do continente.
Assim, o país tem uma responsabilidade especial pela conservação destas espécies
endémicas em Angola.
Pradarias Pantanosas
Muitos dos vales rasos são cultivados. A maioria das Pradarias Pantanosas é queimada todos
os anos pelos mesmos fogos que queimam as Pradarias Secas.
Pradarias Secas
As características predominantes que separam as Pradarias Secas das Pantanosas são os seus
solos, sendo melhor drenados os das Pradarias secas, nas áreas mais altas e secas. Estes são
os ferralsolos que caracterizam grande parte do planalto, mas abaixo das camadas
superiores do solo localiza-se uma camada mais dura de rocha. Também conhecida como
camada crosta, esta evita que a água seja drenada para maiores profundidades e, como
resultado, as camadas superiores de solo podem ficar saturadas após fortes ou prolongadas
quedas de chuva. Isto limita o crescimento das plantas lenhosas, pelo que apenas pequenas
árvores e arbustos crescem de forma dispersa nas planícies secas. Tanto as plantas gramíneas
quanto as lenhosas são frequentemente queimadas e derrubadas pelos fogos que quase
todos os anos grassam pelas pradarias.
Matas de Miombo
Matas de Miombo cobrem muito mais área da província do que qualquer outro tipo de
vegetação e as únicas áreas onde as matas estão, muitas vezes, naturalmente ausentes, são
a altitudes acima de 1800 metros do nível do mar. As planícies secas, geralmente,
predominam nestas altitudes mais elevadas.
As árvores em qualquer área tendem a ser de uma altura similar, normalmente entre 5 e 10
metros. As árvores ganham folhas depois das primeiras chuvas e as folhas novas de algumas
espécies apresentam espectaculares cores brilhantes em tons avermelhados, verdes e
amarelados.
Figura 20: Extracto Carta Agrícola de Angola – Vegetação Dominantes 24 (Diniz, A. C. 2006).
Figura 21: Extracto Carta Agrícola de Angola – Vegetação Dominantes 31 (Diniz, A. C. 2006).
Figura 22: Extracto Carta Agrícola de Angola – Vegetação Dominantes 30 (Diniz, A. C. 2006).
Os Embondeiros (Adansonia digitata) são um género de árvore que tem oito espécies, (seis
nativas da ilha de Madagáscar, uma do continente Africano e outra do Australiano).
Os Embondeiros podem ser encontrados nas savanas quentes e secas da África subsariana.
Aparecem também em zonas de cultivo e em áreas povoadas. O limite Norte da sua
distribuição no continente africano está associado aos padrões da chuva, restrita ao litoral
Atlântico. Em Angola, os Embondeiros crescem em florestas e nas regiões costeiras e, são
comuns nas savanas, como é o caso dos Embondeiros que existem na zona de implantação
do Projecto. As flores dos Embondeiros são de cor branca, muito grandes e pesadas. A sua
principal forma de polinização ocorre através de morcegos frugívoros.
O fruto do Embondeiro, conhecido em Angola por mukua, pode ter até 25 centímetros de
comprimento, tem no seu interior um miolo seco e comestível, desfaz-se facilmente na boca e
o seu sabor é agridoce. Este fruto é rico em vitaminas e minerais e é utilizado em África como
fonte de alimento. Tem sido sugerido que a utilização destes frutos seja usada para melhorar
a nutrição em zonas pobres e secas promovendo também o desenvolvimento rural. A
utilização da polpa dos frutos depois de seca além da possível utilização na alimentação
também pode ser utilizada para efeitos medicinais (por exemplo para a malária). Os
Embondeiros são portanto uma espécie de grande valor ecológico e espécie a proteger em
Angola, bem como noutras regiões Africanas.
Existe ainda uma quantidade significativa de Capim Alto (Volume 3 – Anexo 3.1, Registo
Fotográfico).
4.7.2 FAUNA
4.7.2.1 Introdução
Angola possui uma variedade de fauna avaliada em 275 espécies de mamíferos, onde se
destaca a célebre e endémica palanca preta gigante (Hippotragus níger variani), a pacaça
(Sincerus caffer nanus), os elefantes da savana (Loxondonta africana) e de florestas
(Loxondonta cyclotis), o gorila (Gorilla gorilla) de entre outros; 78 espécies anfíbias, 227
espécies de répteis e 900 espécies de aves arroladas.
A fauna da Huíla é muito diversificada, mas entre os mais variados animais que aparecem na
região temos a destacar o Elefante, Leão, Palanca, Búfalo, Olongo, Guelengue, Elande, Gnu
e a Zebra.
4.7.2.2 Metodologia
A caracterização da comunidade faunística da área de estudo foi realizada com base nos
elementos recolhidos na saída de campo, na pesquisa bibliográfica especializada e por
consulta de especialistas na matéria. A informação bibliográfica disponível sobre a fauna na
região é muito escassa e/ou pouco precisa. Assim sendo, as principais fontes de informação
geral utilizadas estão devidamente referenciadas na bibliografia.
Avifauna
Mamíferos
Não obstante o mencionado anteriormente, regista-se que não foram identificadas espécies
à data do levantamento. Do mesmo modo, desconhece-se a existência de eventuais rotas
migratórias de aves “terrestres” nesta zona. Considera-se que a proximidade a zonas urbanas
e de elevado tráfego automóvel e aéreo, possa ser a causa desta ausência de espécies
características no local.
- Parques Nacionais;
- Parques Regionais; e
- Monumentos Naturais.
A área em estudo não se encontra dentro ou em contacto com nenhum Parque Natural,
Reserva Natural Integral, Parque Regional ou Monumento Natural, conforme se pode
observar na figura seguinte.
4.8. RUÍDO
Apesar das frequências sonoras do ruído ambiental raramente interferirem com o sistema
auditivo humano, causando dados permanentes ou temporários, os seus níveis de ruído
característicos causam muitas vezes perturbações fisiológicas como a contracção dos vasos
sanguíneos, alterações ao nível do sistema nervoso central (alteração da memória e do sono,
etc.), irritabilidade, agravamento da ansiedade e da depressão, e fadiga.
Tempo de exposição
Tipo de Zona LAeq,T [dB]
[horas]
Zona Habitacional
50 16
(exterior)
Escolas (exterior) 55 (durante o intervalo)
1 t2 [pA (t)]2
LAeq,T = 10log { ∫ dt}
T t1 (p0 )2
em que:
T é o tempo de exposição (T = t 2 − t1 );
Para além do exposto anteriormente, a OMS refere ainda que tipicamente os valores de
referência de LAeq,T para o período nocturno devem ser 5 - 10 dB abaixo dos valores indicados
para um período diurno de 12h, e que o limiar de incomodidade no exterior para o ruído
contínuo se encontra nos 50 dB (A) (durante o período nocturno e diurno).
Durante o trabalho de campo desenvolvido foi possível verificar que o corredor em estudo
localiza-se numa região relativamente povoada (mas significativamente dispersa),
verificando-se a presença de alguns aglomerados de dimensões significativas que existem
nas proximidades da LMAT em estudo (Figura 25). Para além do referido, foi possível identificar
algumas habitações isoladas, ou localizadas em pequenas aldeias, não identificáveis na
cartografia disponível (Cartas militares e ortofotomapas), assim como os locais onde
actualmente ocorrem as principais fontes de ruído, o que no presente caso, se refere à rede
viária existente (Quadro 13), linhas ferroviárias (Quadro 14), Aeroporto de Lubango e
Aeroporto Albano Machado, a própria Subestação de Belém do Dango e as suas linhas
eléctricas, e alguns empreendimentos de construção civil localizados nas proximidades de
Belém do Dango e ao longo do corredor, como por exemplo as Novas Centralidades em
Cacula e a construção do Centro Logístico de Distribuição de Produtos do Campo (CLOD)
em Caála.
Troço 1/5
Troço 2/5
Troço 3/5
Troço 4/5
Troço 5/5
Legenda:
Corredor em estudo
Há ainda a assinalar que, dada a provável existência de uma multiplicidade de ventos (para
certas gamas de velocidades e orientações), poderá ocorrer igualmente emissão de ruídos
com origem neste factor.
É necessário salientar que a informação da figura anterior não representa uma lista exaustiva
dos locais possivelmente afectados, sendo provável a existência de agregados que não
tenha sido possível a sua identificação na cartografia disponível. Esta lista foi elaborada
considerando um raio de 5 km em redor do corredor em estudo.
um Projecto Base, alguns destes capítulos poderão não poder apresentar o detalhe e rigor
necessários, remetendo-se, assim, a sua reavaliação para o Projecto de Execução.
4.9. PAISAGEM
4.10.1 METODOLOGIA
Na análise do presente descritor estudou-se uma área que se considerou adequada para
uma boa percepção da envolvente tendo-se atendido às características do território em
análise e procurado abranger a interferência humana na paisagem envolvente ao projecto.
Numa primeira fase, mais preliminar, procedeu-se a uma caracterização geral da paisagem
abrangida pela Área de Estudo.
À escala nacional pode dizer-se que a área em estudo se insere, maioritariamente como uma
faixa de planície onde ocorrem, já na província da Huíla, manhas rochosas e eventualmente
montanhas médias, conforme se pode observar na figura seguinte.
De um modo geral, ao longo dos 343 km de corredor aqui em análise, pode caracterizar-se a
paisagem como tendo um coberto vegetal bastante denso, mesmo tratando-se de
ocupação em muitas zonas por capim e vegetação rasteira.
Por outro lado, o corredor segue maioritariamente em paralelo à estrada que liga a Caála ao
Lubango O traçado definido para o corredor em estudo e, para a futura implantação da
Linha após definição da sua localização exacta, evita, sempre que possível e tecnicamente
viável populações e aglomerados habitacionais (Figura 27).
O corredor atravessa somente 2 vias rodoviárias (conforme indicado no Quadro 13), uma vez
que conforme indicado segue maioritariamente paralelo à estrada Caála – Lubango.
Troço 1/5
Troço 2/5
Troço 3/5
Troço 4/5
Troço 5/5
Legenda:
Corredor em estudo
Conforme se pode observar no Anexo 3.1 (Registo Fotográfico) o relevo é variado, sendo
essencialmente de planície com algumas ocorrências de montanhas, a ocupação do solo é
pouco significativa.
O tipo de ocupação do solo é uma característica que, pela sua importância como elemento
de avaliação da paisagem, adquire o valor de atributo físico nos estudos paisagísticos. O uso
do solo, considerado como sistema cultural da paisagem, é fundamental para avaliar o seu
valor paisagístico, sendo uma característica particularmente relevante na apreciação
estética e cénica. Esta valoração, representada pela ocupação do solo, pode ser expressa
de um modo positivo, contribuindo para o incremento da qualidade cénica do território, ou
de modo negativo, contribuindo para a diminuição desse valor sendo, neste caso,
classificada como intrusão visual. Ambas as classificações podem coexistir numa
determinada região, sendo pois fundamental a definição dos elementos que reflectem o
maior ou menor contributo para o enriquecimento da qualidade visual ou cénica global de
uma determinada paisagem.
4.11.1 METODOLOGIA
O trabalho documental foi confirmado e actualizado com os dados resultantes dos trabalhos
de campo efectuados para a elaboração do projecto técnico da linha, que incluíram a visita
ao corredor proposto para a sua implantação.
Este projecto diz respeito à construção de uma linha de muito alta tensão, com cerca de
343 quilómetros de comprimento, a construir entre a Subestação de Belém do Dango
Para estudo do projecto da linha Belém do Dango – Lubango foi considerado um corredor
com 800 m de largura média, para verificação de possíveis condicionantes à passagem da
linha. Este corredor apresenta um desenvolvimento geral de nordeste para sudoeste.
Quase todo o corredor em estudo se inscreve numa área do território com pouca ocupação
humana, prevalecendo as áreas de vegetação rasteira, de matos e de arvoredo esparso,
com a presença também de parcelas agrícolas; a situação contrastante com este
panorama geral ocorre no início do corredor, devido à proximidade das áreas urbanas de
Huambo, a nascente do corredor, e de Caála, a poente do corredor. De modo a evitar as
áreas urbanas consolidadas de maior dimensão, o corredor da linha abrange, neste troço
inicial, as áreas de Casseque, Belém do Ndango, Ndango de Cima, Longueve e Ngundji que
correspondem, na maioria, a áreas de habitação dispersa. No início do corredor é também
atravessada a via-férrea.
Após este troço inicial, o corredor mantém a sua orientação para sul, abrangendo parcelas
agrícolas, áreas de matos e atravessando a via-férrea na proximidade de Luquissa. Algumas
das habitações dispersas no extremo poente desta localidade estão incluídas no corredor em
estudo. A partir desta localidade, o corredor segue o seu percurso para sudeste,
acompanhando a estrada que liga as cidades de Caála, Caconda, Caluquembe, Vila
Branca e Lubango, até chegar à SE de Lubango, onde termina. Durante este percurso, de
cerca de 325 km, o corredor atravessa esta estrada onze vezes.
Neste local, o corredor inflecte, de modo mais acentuado, para sudoeste, abrangendo
alguns dos cursos de água afluentes do Rio Calai. Neste troço não é tão perceptível a
intervenção humana, com densas manchas de vegetação associada, sobretudo, aos cursos
de água. O corredor abrange de seguida a localidade de Cacuto, cujas habitações isoladas
se distribuem ao longo da estrada.
O corredor desenvolve-se de seguida numa área com ocupação florestal e abrange duas
manchas principais, uma das quais, na proximidade de Caliueque, de natureza
antropogénica. Neste local, o corredor inflecte de novo para sudoeste, e atravessa o Rio
Calai. A partir deste local, o corredor desenvolve-se de novo numa zona de matos e
arvoredo, verificando-se a presença de parcelas agrícolas, sobretudo nas margens dos cursos
de água.
A localidade de Catata, mais adiante, é contornada por sul e, nesta área, o corredor
abrange as habitações dispersas do extremo sul da localidade de Caitica, bem como a área
de confluência de três dos afluentes do curso de água Ndjamba ta Ndambi. As margens
destes afluentes apresentam utilização agrícola.
O troço seguinte do corredor continua a abranger zonas densas de matos e arvoredo, até
chegar ao Rio Cuando, cuja margem envolvente direita apresenta de novo utilização
agrícola. Um pouco mais adiante o corredor abrange a localidade de Nonguenha, que
apresenta habitação dispersa, e logo a seguir entra no município de Caconda, da província
de Huíla.
De seguida, a ocupação do solo na área abrangida pelo corredor em estudo intercala entre
parcelas agrícolas, solos nus e áreas de matos e, no seu percurso, o corredor abrange ainda
algumas habitações isoladas da localidade de Tchindjendji, bem como alguns cursos de
água.
O corredor inflecte então um pouco para oeste, contornando por sul a serra de Daundo, e
abrangendo uma zona em tudo semelhante à anterior, com a ocupação agrícola
maioritariamente associada aos cursos de água e intercalada com áreas de matos.
Não foram identificados outros usos do solo com significado para esta abordagem ao longo
do corredor da LMAT Belém do Dango – Lubango.
de 14 de Janeiro), a situação concreta dos planos directores dos diversos municípios, assim
como dos principais planos sectoriais com interesse para este EIA, é bastante fragmentária e
de difícil aferição.
Em termos de planos municipais, Lubango dispõem de Plano Director Municipal (PDM) desde
2006, válido por quinze anos, e os restantes municípios abrangidos têm os seus Planos
Directores Municipais em fase de conclusão, mas não foi possível identificar elementos desses
planos com aplicação directa à análise do presente projecto. Refira-se que o PDM de
Lubango abrange fundamentalmente a área urbana e peri-urbana desta cidade, ficando a
parte final do corredor em estudo, na área prevista para a SE do Lubango, fora dessas áreas.
Não se conhece qualquer servidão aérea estabelecida para os aeroportos de Huambo, cuja
pista se localiza a cerca de 10 quilómetros a sudeste da área da SE de Huambo, ou de
Lubango, cuja pista se localiza a cerca de 17 quilómetros a sudoeste da área da SE de
Lubango. Consideram-se, no entanto, estas distâncias suficientes para não se esperar
qualquer afectação destes aeroportos pelo projecto da linha.
Huíla Caconda – –
Caluquembe – –
Cacula – –
O artigo 16º da Lei de Terras, aprovada pela Lei n.º 09/04 de 04 de Novembro, é relativo à
protecção do ambiente e utilização das terras e estabelece que “A ocupação, o uso e a
fruição das terras estão sujeitos às normas sobre protecção do ambiente, designadamente às
que dizem respeito à protecção das paisagens e das espécies da flora e da fauna,
preservação do equilíbrio ecológico e ao direito dos cidadãos a um ambiente sadio e não
poluído. A ocupação, o uso e a fruição das terras devem ser exercidos de modo a não
comprometer a capacidade de regeneração dos terrenos aráveis e a manutenção da
respectiva aptidão produtiva.”
Na área definida pelo corredor em estudo para a LMAT não é abrangida nenhuma área
delimitada como Reserva Agrícola, mas o corredor abrange parcelas de terreno agricultado,
de forma dispersa ao longo do território percorrido.
Na área definida pelo corredor em estudo não é abrangido qualquer perímetro industrial
demarcado formalmente, sendo igualmente de referir a não identificação de unidades
industriais isoladas.
Na área definida pelo corredor em estudo não são abrangidas Reservas Mineiras. Na
aproximação do corredor à SE de Lubango identificou-se uma pedreira – dadas as suas
dimensões e as do corredor em estudo, não se prevê a afectação directa desta área.
Não existe qualquer área integrante de reservas ou parques naturais abrangida pela área de
estudo.
Na área de estudo não se localizam áreas florestais formalmente definidas. Entre a localidade
de Cacuto e o Rio Calai, o corredor desenvolve-se numa área com ocupação florestal e
abrange duas manchas principais, uma das quais, na proximidade de Caliueque, de
natureza antropogénica.
O corredor abrange ainda algumas manchas de arvoredo mais denso: área a este e sudeste
da localidade de Catata; área na proximidade Tchiuale e do limite entre as províncias de
Huambi e Huíla; de área a sudeste de Caluquembe; área de Canganda, a sul da inflecção
do corredor na localidade de Lomba; margens do Rio Ndjambi; área a sul da serra de
Daundo; envolvente das linhas de água Cuvelai e Catanha, na proximidade do limite entre
os municípios de Caluquembe e Cacula; áreas das serras de Mauengue e Massango; na
envolvente de um dos afluentes da linha de água Cambangala; nas margens da linha de
água Gondo; a norte de Cacula, associada a dois dos afluentes da linha de água
Chimoiambia; a sul de Cacula, associada a dois dos afluente da linha de água Cahiqui; junto
do limite dos municípios de Cacula e Lubango, associada às linhas de água de Munho Holo e
Novihindo, que atravessam a serra de Caliengua.
Numa segunda fase, tendo por base de estudo o corredor de 800m de largura, acima
mencionado, procedeu-se a uma nova etapa como garantia da não destruição de
arqueossítios e património cultural etnográfico dos quais não haja informação. Em primeiro
lugar foi efectuada uma prospecção arqueológica em toda a área de incidência, trabalho
de campo específico que permite identificar quaisquer vestígios de interesse arqueológico e
ou patrimonial, visíveis à superfície do solo, sem referências bibliográficas e integráveis na
categoria de património cultural entendido segundo a legislação em vigor (Lei nº 14/05 de 7
de Outubro), “… que pelo seu valor próprio devem ser considerados de interesse relevante
para permanência e a identidade da cultura de um povo”. Contudo, algumas adversidades
como a presença de um coberto vegetal denso e problemáticas de acessibilidade, tornaram
os resultados pouco fiáveis e inconclusivos (Anexo 3.1 – Volume 3).
Com base nos resultados obtidos através da recolha bibliográfica e prospecção de campo
foi possível proceder à avaliação das ocorrências patrimoniais identificadas, com vista à sua
descrição e hierarquização em termos de importância científica e patrimonial. Neste
seguimento foi elaborada uma lista de caracterização patrimonial, existente nos municípios
atravessados pelo Projecto.
Finalmente importa referir que, a descrição da integração histórica da área de estudo foi
realizada com base em pesquisa bibliográfica e documental e nos contactos com os
municípios correspondentes à área de implementação do Projecto.
Incluída no território de Benguela durante a época colonial até ao século XX, a história da
actual província de Huíla confunde-se com a da primeira. Neste seguimento, descoberta em
1601, a quando o desembarque dos primeiros portugueses na Baía das Vacas, impulsionados
pelas lendas da existência de ricas minas de prata e cobre, e também por uma suposta
riqueza animal, Benguela foi sempre um local de grande referência e importância.
A 17 de Maio de 1617, Manuel Cerveira Pereira, funda São Filipe de Benguela, transformando-
se numa importante base de penetração para o interior de Angola, e posteriormente num
grande centro de tráfego de escravos. Contudo, em meados do século XX, a capital
provinciana acabou por ser ultrapassada em importância pela cidade do Lobito, pelas
melhores condições portuárias.
A conquista do Reino de Benguela, a fundação da cidade e a sua evolução nos séculos XVII,
XVIII e XIX, respectivamente, não estimularam a sua prosperidade. O mau clima, as péssimas
condições económicas e outros defeitos de circunstância, contribuíram para esta apatia. No
fim do século XIX e princípio de XX, podemos afirmar que a situação começa a ser invertida e
verifica-se uma nova fase de estabilidade. Na época colonial, Benguela, convertida num
centro de trocas comerciais de mercadorias coloniais, volta a animar o desenvolvimento
desta cidade, chegando a ser considerada o Porto mais importante a seguir a Luanda.
Mais tarde, a província de Benguela, apesar de também ela ter sido afectada com a guerra
colonial e civil, conseguiu obter, durante esse período, alguns investimentos públicos para
obras de carácter social. Com o fim da guerra, o governo provincial tem procurado
investimentos públicos e privados para implementar alguns projectos de reabilitação e de
desenvolvimento.
Apesar da província de Benguela ter iniciado o seu desenvolvimento, a partir do Século XVII,
com a chegada dos portugueses, a cronologia histórica desta região é muito anterior. São
conhecidos cerca de 47 sítios arqueológicos, nos quais foram encontrados materiais que
datam do paleolítico e neolítico, a presença humana nesta região remonta, assim, a cerca
de 2 milhões de anos.
Após algumas revoltas, em 1902 dão-se combates decisivos em vários pontos da província
proporcionando a subjugação do planalto central do Huambo pelas autoridades
portuguesas.
Dezasseis anos após a sua fundação, a cidade do Huambo passou a chamar-se cidade de
Nova Lisboa, tendo-lhe sido concedido o primeiro foral em 10 de Março de 1939, que foi
sucessivamente ampliado em 1949 e em 1959. O distrito do Huambo, com uma área de
31.155 Km2, foi criado em 20 de Outubro de 1954 por Diploma Legislativo, com a capital
sedeada em Nova Lisboa e abrangendo os concelhos do Bailundo, Bela Vista, Caála, Cuima,
Huambo, Longonjo, Luimbale, Mungo, Vila Flor e Vila Nova.
Seguindo as linhas programadas por Norton de Matos, mais tarde, o Governo Português de
então continuou a apostar no desenvolvimento da cidade e da região.
Assim sendo, segundo a Lei do património Angolana (Capítulo II, Secção I, Subsecção I. artigo
6º), entende-se por bens culturais imóveis:
Em particular, importa referir que o Património Arqueológico é uma categoria que inclui
os bens móveis e imóveis, que reúnam características que “pelo seu valor próprio devem
ser considerados de interesse relevante para permanência e a identidade da cultura de
um povo” (Lei do Património Angolano – Lei nº 14/05 de 7 de Outubro).
ESTADO DE
DESIGNAÇÃO MUNICÍPIO PROVÍNCIA CATEGORIA TIPO CRONOLOGIA VALOR PATRIMONIAL
CONSERVAÇÃO
Excepcional
EDIFÍCIO DO ANTIGO Património
Lubango Huíla Palacete Século XIX (1887) Bom (Classificado pelo
PALÁCIO DO GOVERNO Edificado Despacho nº 46, de
8 de Julho de 1992).
Excepcional
IGREJA DA MISSÃO DA Património (Classificada pelo
Lubango Huíla Igreja Século XIX (1880) Bom Despacho nº 20, de
HUILA Edificado
18 de Abril de
1995).
Excepcional
EDIFÍCIO DA ANTIGA Património Núcleo Século XIX (Classificado pelo
Lubango Huíla Bom Despacho nº 23, de
CÂMARA MUNICIPAL Edificado Habitacional (1900/1915)
18 de Abril de
1995).
Local histórico
onde se
Excepcional
MONUMENTO DOS alojaram os (Classificado pelo
Lubango Huíla Cruzeiro Século XIX Bom Despacho nº 62, de
BARRACÕES fundadores da
11 de Novembro de
cidade em 1995).
1884-1885
ESTADO DE
DESIGNAÇÃO MUNICÍPIO PROVÍNCIA CATEGORIA TIPO CRONOLOGIA VALOR PATRIMONIAL
CONSERVAÇÃO
Excepcional
Património Núcleo (Classificado pelo
EDIFÍCIO HAMILTON LOPES Lubango Huíla Século XIX Bom Despacho nº 12, de
Edificado Habitacional
18 de Abril de
1997).
Excepcional
(Classificado e
ZONA HISTÓRICA DO Património
Lubango Huíla Núcleo Urbano Época Colonial Bom estabelecido pelo
LUBANGO Edificado Despacho nº 94, de
18 de Abril de
1999).
Excepcional
(Despacho nº 92/00
Núcleo
CEMITÉRIO BOERS Humpata Huíla Cemitério Século XIX Bom – Diário da
Funerário República nº 21, de
26 de Maio de
2000).
FORTALEZA DE CACONDA, Caconda Huíla Edifício Militar Fortaleza 1682 Razoável NA
FORTE DO CHIPINDO Chipindo Huíla Edifício Militar Forte Época Colonial Mau NA
FORTALEZA DE
Lubango Huíla Edifício Militar Fortaleza Época Colonial Mau NA
KANGALONGUE
Elemento
MURALHAS DE QUIPUNGO Lubango Huíla Muralha Época Colonial Mau NA
Defensivo
ESTADO DE
DESIGNAÇÃO MUNICÍPIO PROVÍNCIA CATEGORIA TIPO CRONOLOGIA VALOR PATRIMONIAL
CONSERVAÇÃO
Tchicala Monumento
PEDRAS DE KANDUMBU Huambo Sepultura Desconhecida Médio NA
Tcholoanga Natural
Excepcional
(Classificada pelo
Património
FORTE DA QUISSALA Kissala Huambo Fortaleza 1902 Médio Despacho nº 95 – A,
Edificado
de 25 de Setembro
de 1994).
PINTURAS RUPESTRES DE
Monumento Pinturas
KANINGUILI (OU Mungo Huambo Pré-História Média NA
Natural Rupestres
CANINGUIRI)
4.13. SOCIOECONOMIA
Passando aos municípios abrangidos pelo corredor em estudo, temos que os municípios de
Huambo (Huambo e Caála), somando cerca de 925 mil habitantes, representam, em
conjunto, quase metade (49%) da população desta província. Estima-se que o município de
Huambo seja um dos mais populosos do País, com uma densidade populacional de cerca de
255 hab./km2. Os municípios de Huíla (Caconda, Caluquembe, Cacula e Lubango),
ultrapassam no seu conjunto um milhão de habitantes (cerca de 1,19 milhões de habitantes),
representando mais de metade (51%) da população desta província.
Não se dispõe de informação por grupos etários, embora se possa calcular como ocorrendo
uma população relativamente jovem, quer na base quer no topo das pirâmides etárias, em
todo o território em estudo.
Nos últimos tempos, tem vindo a ser reactivada a actividade industrial, embora ainda se
encontre longe da sua capacidade potencial.
As taxas de emprego, contudo, ainda se estimam como sendo bastante baixas, sobretudo
quanto ao emprego feminino.
na zona norte, a poente da cidade de Huambo, tanto a classe pobre como a classe
média-baixa tendem a ser autossuficientes na sua alimentação; a classe média-baixa
complementa a sua dieta com a aquisição de milho, arroz e mandioca nos
mercados; já a classe pobre apenas recorre ao mercado para aquisição de batata,
em dois meses do ano; para além da actividade agrícola, nos anos de precipitação
adequada, a classe média-baixa dedica-se ainda à comercialização de gado e dos
seus excedentes produtivos, nomeadamente de batata, bem como a trabalho
contratado; também a classe pobre se dedica à comercialização de batata,
complementando com a comercialização de lenha e carvão, bem como com
trabalho agrícola e, sazonalmente e a uma menor escala, com a comercialização de
artesanato e frutos selvagens;
na zona central, sensivelmente entre os limites das províncias de Huambo e Huíla e dos
municípios de Caluquembe e Cacula, a classe pobre dedica-se a uma variedade
maior de actividades, mas menos rentáveis: trabalho agrícola, trabalho ocasional,
venda de gado (gado caprino), carvão, bagas selvagens, cogumelos e mel; o
trabalho ocasional ocorre maioritariamente dentro da própria região, excepto em
períodos de crise, nos quais se observa uma migração para as regiões vizinhas; a
classe média-baixa dedica-se ao comércio das culturas agrícolas e do gado;
a zona mais a sul, na proximidade da cidade de Lubango, está inserida numa região
conhecida pelo seu potencial agrícola, sobretudo dedicado à cultura de milho, feijão
e vegetais, bem como pela produção de leite; tal como na zona descrita
anteriormente, o nível de riqueza é determinado pelo número de cabeças de gado e
área cultivada, por agregado familiar; as principais fontes de rendimento da classe
pobre incluem trabalho contratado, venda de produtos como lenha, gado e peixe e,
adicionalmente, trabalho contratado em minas de carvão; a classe média-baixa
dedica-se à venda de gado e seus derivados (carne e lacticínios) e,
complementarmente, ao trabalho contratado e à venda de minerais como o granito;
os mercados representam uma vez mais um importante canal de distribuição de
produtos, destacando-se os mercados de Mutundo e de João Almeida, ambos no
Lubango, mas este último alvo de relocalização para novas instalações nos arredores
da comuna de Quilemba.
Os usos do solo na região atravessada pela Linha Belém do Dango – Lubango dividem-se em
quatro zonas distintas:
a zona central, sensivelmente entre os limites das províncias de Huambo e Huíla e dos
municípios de Caluquembe e Cacula, inclui vegetação característica de savana e
áreas de matos, com manchas florestais constituídas maioritariamente por árvores de
médio porte; a região dispõe de recursos naturais como água, rocha, diamantes e
solos moderadamente férteis; as principais culturas agrícolas na região são milho e
grãos, incluindo também batata-doce e mandioca, a uma menor escala; ocorre
também a criação de gado (bovino, caprino e suíno);
a zona mais a sul, na proximidade da cidade de Lubango, está inserida numa região
caracterizada pela presença de florestas caducifólias e vegetação característica de
savana; os solos nesta região são maioritariamente argilosos e moderadamente férteis
e a agro-pastorícia é a ocupação predominante.
Em todas estas zonas, a população depende da sua própria produção para subsistir, o que
está na base do surgimento de muitas áreas com aproveitamento agrícola, sobretudo na
proximidade das localidades identificadas ao longo do corredor em estudo.
PROVÍNCIA DE HUAMBO
EQUIPAMENTOS DE SAÚDE
235 unidades de saúde (hospitais, centros e postos)
PROVÍNCIA DE HUAMBO
EQUIPAMENTOS ESCOLARES
s. d.
PROVÍNCIA DE HUÍLA
EQUIPAMENTOS DE SAÚDE
9 hospitais e centros de saúde no Lubango, sem dados
para o restante da província
EQUIPAMENTOS ESCOLARES
Cerca de 1900 estabelecimentos escolares, incluindo a
Universidade Mandume Ya Ndemufayo, no Lubango
São ainda de destacar na região os aeroportos de Huambo, cuja pista se localiza a cerca de
10 quilómetros a sudeste da área da SE de Huambo, e o aeroporto de Lubango, cuja pista se
localiza a cerca de 17 km a sudoeste da área da SE de Lubango.
4.13.5. ESCOLARIZAÇÃO
A maioria da população das províncias de Huambo (75%) e de Huíla (64%) que iniciou os seus
estudos completou o nível de escolaridade primário, de acordo com dados do INE. A
província de Huambo apresenta, portanto, uma percentagem superior à média das restantes
províncias angolanas (67%) e a província de Huíla uma percentagem ligeiramente inferior.
Na província de Huambo, 24% da população com seis ou mais anos nunca frequentou a
escola e na província de Huíla 20% da população encontra-se nesta situação. Estas
percentagens são inferiores, portanto melhores, em relação à média identificada para as
restantes províncias angolanas (25%).
Por outro lado, calcula-se que ainda haja mais de 130 mil crianças fora do sistema de ensino
na província.
Para dar resposta a estes aspectos, o Plano Nacional de Desenvolvimento Sanitário 2012-2015
inclui, entre outros, um Programa de Prevenção e Luta contra as Doenças que, por sua vez, se
subdivide em 20 projectos. De entre as doenças assinaladas destacam-se a poliomielite, a
malária, o VIH/SIDA, a sífilis e a tuberculose.
Os ministérios da Família e Promoção da Mulher e da Saúde, bem como diversas ONG, têm
realizado campanhas de forma a passar a informação às comunidades de como se deve
prevenir do contágio do HIV e qual o apoio que devem dar às pessoas contaminadas.
Para além do HIV/SIDA, as situações de riscos para a saúde motivadas pelos mosquitos,
vectores da malária, e pelo consumo de água imprópria, que origina diarreias e outras
doenças como a Febre Tifóide.
No presente capítulo pretende-se avaliar os efeitos que teria a opção de não ser construída a
Linha de Muito Alta Tensão Belém do Dango - Lubango, a 400kV, ou seja, ponderar a opção
zero. No sentido de possibilitar a previsão e avaliação dos impactes ambientais resultantes da
implementação do Projecto em estudo, devem ser tidas em consideração as suas
características construtivas, bem como, o estado actual do ambiente no momento da
implantação do Projecto.
Da análise efectuada no âmbito do presente EIA, não será de esperar que a não
concretização do projecto venha a condicionar, de forma relevante, a evolução do
ambiente na generalidade da área de implantação do projecto, já que a maioria dos
impactes expectáveis da concretização do projecto se afiguram pouco significativos e
minimizáveis.
A um nível regional pode-se afirmar que, na ausência do presente projecto, será expectável
a concretização das deficiências previstas a nível do sistema de abastecimento de energia
nas Províncias envolvidas. De facto, a rede existente afigura-se insuficiente para responder às
previsões de evolução de consumos na região. A ocorrência de falhas no serviço de
distribuição de energia trará inevitavelmente consequências e reflexos a nível das
actividades económicas e populações servidas.
Clima – Considera-se não haver alterações a longo prazo neste factor ambiental.
Paisagem – uma vez que grande parte do corredor se prevê que ande paralelo à estrada,
mas em zona arborizada, é de esperar que a não realização do Projecto mantenha o
desenvolvimento natural da vegetação.
6. IMPACTES AMBIENTAIS
6.1. ENQUADRAMENTO
Importa ainda referir que a fase de desenvolvimento do projecto analisado pelo presente EIA
(Projecto Base), em que não se encontra ainda definido o traçado exacto da linha, não
permite avaliar em toda a sua expressão o impacte potencial a ser induzido pelo mesmo.
6.2. METODOLOGIA
A análise de impactes foi feita por área temática, ou factor ambiental, tendo-se dado
especial destaque aos descritores que, em função da caracterização do ambiente
afectado, se concluiu serem mais críticos, e que o Projecto, dadas as suas características,
mais interfere ou altera.
No que respeita à avaliação dos impactes positivos foram considerados os seguintes critérios:
A atribuição do grau de significância dos impactes negativos foi realizada de acordo com a
quantificação do valor impacte através do quadro seguinte:
Capacidade
Probabilidade/
de Extensão Duração Reversibilidade Magnitude Valor
Frequência
Minimização
Pouco provável
Minimizável Local Temporário Reversível Reduzida 1
ou improvável
Parcialmente
Compensável Regional Médio Provável Moderada 2
reversível
Capacidade
Probabilidade/
de Extensão Duração Reversibilidade Magnitude Valor
Frequência
Minimização
Não
Minimizável Longo ou
Nacional Irreversível Certo Elevada 5
nem Permanente
compensável
Assim, a classificação dos impactes negativos foi realizada a partir da soma dos valores
atribuídos aos critérios de avaliação considerados na tabela anterior, do seguinte modo:
Instantânea
Pontual Remota Reduzida - 1
ou reduzida
Confinada
Média à Pontual Moderada - 2
instalação
Longa ou Não
Contínua e permanente Elevada Irreversível 5
permanente confinado
A classificação dos impactes positivos foi realizada a partir da soma dos valores atribuídos aos
critérios de avaliação considerados na tabela anterior, do seguinte modo:
Verifica-se, assim, uma afectação directa da área a ocupar pelos apoios mais alargada e
temporária durante a fase de construção e mais localizada e permanente da fase de
exploração – assim como da sua área envolvente, correspondente à faixa de protecção da
linha e de áreas de apoio afectas à implantação de estaleiros e acessos temporários às
actividades em desenvolvimento.
Considerando o maior significado das interferências introduzidas pelo projecto durante a fase
de construção, sistematizam-se de seguida as principais actividades do projecto da linha
passíveis de originar impactes ambientais:
Instalação de estaleiros;
Desmatação e decapagem;
Movimentação de terras;
Embora os locais de implantação dos estaleiros sejam sujeitos a aprovação por parte do
Dono de Obra/Fiscalização e estejam obrigados a cumprir o que a este respeito se encontra
recomendado no presente EIA e o que vier a ser definido e avaliado no Projecto de
Execução, sendo este conteúdo remetido para o Plano de Gestão Ambiental. Plano de
Gestão da Segurança, Higiene e Saúde e ainda o Caderno de Encargos da Obra. É previsível
que a sua implantação e exploração possam causar efeitos negativos no ambiente,
nomeadamente no que se refere a:
6.4.1. CLIMA
Os impactes de uma estrutura como uma Linha Eléctrica sobre a geologia e geomorfologia
ocorrem, essencialmente, na fase de construção e estão relacionados com a necessidade
de se efectuarem terraplenagens, escavações e movimentações de terras, necessárias à
implantação da linha e, consequentes alterações do relevo original. Os principais impactes
na fase de construção de um projecto deste tipo relacionam-se com a destruição irreversível
das formação geológicas e a afectação de formações com interesse comercial e/ou
científico.
Não se conhecem até ao momento (ao nível dos elementos disponíveis do Projecto Base da
Subestação), a profundidade de escavações a efectuar para aplicação de fundações. No
entanto, a profundidade máxima de escavação necessária à abertura de caboucos é
reduzida, não devendo ultrapassar os 4m de profundidade, sendo apenas de prever que
ocorram interferências nas camadas superiores das formações geológicas. No entanto, no
caso de ser necessário o recurso a explosivos para a abertura de caboucos em maciços
rochosos, prevê-se que os impactes causados na geologia e geomorfologia do local
apresentem uma expressão superior.
Por outro lado, apesar de também não se conhecerem com exactidão as características
geológicas e geotécnicas das formações na zona em estudo, não são expectáveis impactes
negativos significativos.
No que se refere à desactivação das linhas eléctricas, apesar de não se prever a sua
ocorrência dentro do prazo de concessão, considerando que esta previsivelmente se irá
traduzir em impactes similares aos que foram identificados para a fase de construção, não se
prevê a ocorrência de impactes negativos significativos.
6.4.3. SOLOS
De uma forma geral, a implantação de uma linha de transporte de energia não implica a
ocupação contínua do terreno onde é implantada, mas apenas uma ocupação pontual e
reduzida, correspondente, unicamente, aos locais de implantação dos apoios.
As áreas a ocupar para a instalação dos apoios diferem consoante se considera a fase de
construção (em que a área utilizada abrange, além da área de implantação do apoio, toda
uma zona envolvente afecta aos processos de construção envolvidos) ou de exploração (em
que é afectada permanentemente apenas a área de implantação do apoio).
Fase de Construção
Existem outras actividades que também poderão causar a afectação e/ou degradação dos
solos, como sejam a abertura de acessos e instalação dos estaleiros (além da degradação
dos solos, estas actividades poderão promover a sua compactação). Nesta fase ocorrem,
assim, alterações e perdas temporárias de solos, resultantes das escavações e da perda
temporária do terreno, o que, dependendo da pedologia e da respectiva área afectada se
pode constituir como um impacte negativo, apesar de pouco significativo.
Fase de Exploração
Verificam-se ainda vários impactes negativos mas pouco significativos, resultantes sobretudo
da manutenção que será necessária efectuar para garantir as condições de segurança na
faixa da linha, e ainda operações de manutenção que possam ocorrer nos apoios ou cabos.
Fase de Desactivação
Com a utilização de máquinas e equipamentos nas zonas dos apoios e estaleiros, surgirá
novamente a possibilidade de ocorrência de derrames com substâncias químicas (devido á
pequena dimensão e probabilidade de ocorrência dos mesmos, considera-se o impacte de
contaminação dos solos como pouco significativo).
Fase de Construção
A análise dos potenciais impactes da linha eléctrica nos recursos hídricos foi baseada no
estudo das possíveis alterações da drenagem natural e infiltração da região afectada,
transporte e deposição de sedimentos e alterações da qualidade das massas de água.
Uma vez que não se conhecem, ao nível de desenvolvimento do projecto, dados relativos ao
nível freático dos locais em estudo ou à circulação subterrânea aí existente, não é possível
determinar a probabilidade de ocorrência de interferências a esse nível, pelo que será
durante a fase de construção que se tomarão as medidas consideradas necessárias para
que não se coloque em risco a estabilidade das fundações e a interferência ou
contaminação das águas sub-superficiais interceptadas.
Fase de Exploração
Partindo do princípio que não será necessário a construção de maciços de fundação no leito
de cursos de água, ou nas suas proximidades, não se prevê qualquer interferência com o
normal escoamento das linhas de água superficiais atravessadas pelo projecto durante a sua
fase de exploração.
No que diz respeito aos recursos hídricos subterrâneos e à qualidade da água, não é
expectável a ocorrência de qualquer tipo de impacte.
Fase de Desactivação
Não se prevê fase de desactivação das infra-estruturas aqui em análise. No entanto, caso
venha a verificar-se, é de prever a ocorrência de impactes semelhantes aos identificados na
fase de construção.
6.4.5. QUALIDADE DO AR
No que diz respeito ao descritor qualidade do ar, a implantação da LMAT em estudo poderá
provocar impactes sobretudo durante a fase de construção do projecto, devido à realização
de actividades de movimentação de terras, desmatação, abertura de caboucos, etc. (onde
se poderão gerar poeiras em suspensão), e à circulação de maquinaria e de veículos de
apoio à obra (responsáveis pela produção de gases de combustão e partículas).
Fase de Construção
Os principais poluentes susceptíveis de serem emitidos durante esta fase serão constituídos,
essencialmente, por poeiras (partículas em suspensão), em resultado das desmatações e
abertura de caboucos para a instalação dos apoios, dos acessos e estaleiro de obra, da
circulação de veículos e máquinas sobre vias temporárias não pavimentadas e, em geral
devido à acção erosiva do vento sobre solos sem cobertura e mal consolidados.
Paralelamente à emissão de poeiras, o tráfego de máquinas e veículos afectos à construção
da obra será ainda responsável pela emissão de poluentes típicos do tráfego rodoviário, tais
como o monóxido de carbono, os óxidos de azoto e os compostos orgânicos voláteis, entre
outros.
Fase de Exploração
O ozono é um gás que está continuamente a ser produzido na natureza por acção das
ondas electromagnéticas existentes na atmosfera. Uma das principais características do
ozono prende-se com o facto de ser uma forma instável de oxigénio, ou seja um gás que se
dispersa rapidamente e se transforma espontaneamente em oxigénio.
Considera-se assim que as quantidades de ozono susceptíveis de virem a ser produzidas pela
linha em estudo serão mínimas, podendo este impacte ser classificado como negativo,
directo e pouco significativo.
Fase de Desactivação
Fase de Construção
Os impactes identificados para a Linha em análise, no que diz respeito à vegetação, podem
ser sintetizados da seguinte forma:
Para além dos impactes directos, há a considerar, durante a fase de construção, impactes
indirectos, negativos e positivos. A abertura dos caboucos, a actividade dos estaleiros, bem
como a circulação dos veículos e máquinas, induzirão um impacte negativo temporário,
Dentro deste grupo (fauna) incluem-se acções que implicarão a destruição de habitats,
correspondendo em geral a uma redução da sua área e não à eliminação total. Como
resultado ocorrerá a afectação e/ou destruição de comunidades faunísticas que dependam
dos habitats afectados, sendo que a fauna terrestre é em geral a mais afectada. A
destruição de habitats poderá resultar das acções de desmatação, abertura de caboucos
para a implantação dos apoios, desmatação para criar as áreas de assemblagem ou a
instalação dos estaleiros, bem como quando da abertura e/ou melhoria de acessos.
De um modo geral, considera-se que as acções responsáveis pela destruição de habitats têm
impactes negativos, directos, restritos à fase de construção e parcialmente reversíveis, caso
se adoptem medidas de mitigação de reabilitação adequadas, no eventual caso de
afectação de habitats pelos trabalhos de construção. De um modo global, dado que as
áreas afectadas serão reduzidas e as espécies presentes na área em estudo mais sensíveis à
destruição de habitat, não apresentam estatuto de conservação preocupante, estes
impactes consideram-se pouco significativos.
Fase de Exploração
junto aos apoios e que, pelo seu porte, coloquem em risco o funcionamento da linha, por
violarem as distâncias de segurança.
Por outro lado, os impactes verificados na fase de construção serão atenuados na fase de
exploração da linha, tanto mais que o crescimento da vegetação, essencialmente arbustiva,
irá permitir a criação de zonas, com maior capacidade de sustentação para as espécies
animais.
No que diz respeito aos restantes grupos faunísticos para o qual poderiam ocorrer impactes
ao nível de colisões com a linha, salienta-se que não são afectados por estas estruturas,
graças ao seu sistema de orientação e detecção de obstáculos.
Fase de Desactivação
6.4.7. RUÍDO
A avaliação dos impactes ambientais causados pelo ruído será realizada distinguindo 3
intervalos de tempo (fase de construção, fase de exploração e fase de desactivação), sendo
apenas de prever a ocorrência de impactes negativos.
Assim, de seguida são identificados os impactes previstos para cada uma destas fases.
Fase de Construção
Deste modo, os níveis sonoros durante esta fase vão depender de vários factores, como o
tipo, quantidade e estado de conservação dos equipamentos a utilizar, métodos construtivos,
localização do estaleiro, etc.. Estando perante um Projecto Base, algumas destas
especificidades ainda não se encontram desenvolvidas com o detalhe e rigor necessário à
sua correcta avaliação e à previsão dos impactes acústicos daí decorrentes, remetendo-se,
assim, a sua reavaliação para o Projecto de Execução. Devido a estes constrangimentos,
nesta fase será realizada uma análise essencialmente qualitativa.
No entanto, e de uma forma meramente informativa, no quadro abaixo (1) são apresentados
os valores típicos dos níveis sonoros encontrados a diferentes distâncias de equipamentos
normalmente utilizados em obras de construção civil.
Quadro 21: Valores típicos de níveis sonoros LAeq encontrados a diversas distâncias de equipamentos
de construção civil, em dB(A).
Como supracitado, a avaliação deste descritor ambiental será efectuada de uma forma
maioritariamente qualitativa, baseando-se na comparação entre as condições acústicas
actuais das áreas envolventes aos locais de obra e as condições acústicas previstas durante
a realização da empreitada.
Os impactes mais significativos são de esperar nas imediações dos locais a intervencionar,
caminhos de acesso e estaleiro, sendo previstos níveis sonoros gerados situados entre 70 dB(A)
a 80 dB(A) no local da obra. Considerando a aproximação feita em campo livre do
decaimento de 6 dB com o dobro da distância, para fontes sonoras que irradiam ondas
esférias (tipicamente o que acontece com as emissões sonoras geradas por equipamentos
utilizados em obras de construção civil), não é expectável que ocorra propagação sonora a
distâncias acima dos 100m.
Torna-se assim necessário ressalvar que em fase de Projecto de Execução, todos os potenciais
receptores afectados por estas actividades que se encontrem num raio de 100m da
envolvente da fonte sonora devem ser identificados. Estes serão os receptores sensíveis onde
se prevê que os impactes negativos apresentem maior magnitude.
Fase de Exploração
Durante a fase de exploração poderá verificar-se um aumento dos níveis sonoros, de uma
forma não permanente, decorrente da interacção entre as linhas e as condições
atmosféricas, nomeadamente do resultado do vento e do denominado "efeito coroa",
originado por micro descargas eléctricas em redor dos condutores. Este efeito, para além de
depender das características dos condutores e da tensão da linha, também é influenciado
pelas condições atmosféricas experienciadas, como a humidade, apresentando um efeito
mais pronunciado durante períodos de chuva fraca e neblina.
Na presente fase de estudo, não sendo ainda conhecido o traçado exacto da Linha de
Muito Alta Tensão, não é possível determinar com segurança os níveis sonoros esperados.
Assim, e atendendo aos aspectos climáticos supracitados fortemente condicionantes à
determinação do nível sonoro médio de longa duração, gerado pelas linhas eléctricas, foi
adoptada pela EGSP a metodologia de cálculo de ruído em linhas aéreas de Muito Alta
Tensão. Esta metodologia incorpora a devida ponderação das condições desfavoráveis para
o período climático de um ano, assim como considera a contribuição de cada uma das fases
da linha em estudo.
Esta metodologia deverá incidir sobre os receptores potencialmente afectados pelo ruído
gerado pela linha em estudo, tanto os que eventualmente venham a ser sobrepostos, quer os
que se encontrem na proximidade da linha.
Apesar de nesta fase não se dispor de dados quantitativos pode supor-se que não serão
expectáveis impactes a nível do ambiente sonoro introduzido pela presença da Linha de
Muito Alta Tensão em zonas não exclusivamente habitacionais. No que se referem às zonas
maioritariamente habitacionais, ou que contenham serviços como escolas, hospitais ou
similares, ou espaços de lazer, em período nocturno e situações meteorológicas desfavoráveis
poderá ser equacionada a ocorrência de alguma perturbação. Estas afirmações são
profundamente subjectivas e apenas podem ser aferidas após quantificação dos níveis
sonoros gerados, em fase de Projecto de Execução.
Fase de Desactivação
6.4.8. PAISAGEM
De forma geral, pode dizer-se que os impactes na paisagem, originados pela construção de
infra-estruturas deste tipo, fazem sentir-se com maior intensidade na fase de construção. Na
fase de exploração são atenuadas, em resultado da implementação de medidas de
mitigação, que embora minimizáveis não conseguem anular impactes visuais ou
paisagísticos, dadas as grandes dimensões do projecto em análise.
Regra geral, com o passar do tempo, os observadores criam uma certa habituação às novas
estruturas construídas, mas o seu significado não se anula.
Fase de Construção
Este facto, irá contribuir para o aparecimento de zonas de grande descontinuidade visual e
funcional dos espaços que anteriormente se apresentava essencialmente homogéneo.
Deste modo, identificam-se como principais impactes, os seguintes factores responsáveis pela
“desorganização” mencionada:
Refere-se que, durante a fase de construção prevê-se que os impactes sobre a paisagem
possam afectar uma área superior à da infra-estrutura propriamente dita, devido às
operações de abertura de faixa, abertura ou alargamento de acessos, criação de áreas de
estaleiro, entre outras.
Fase de Exploração
Fase de Desactivação
De qualquer modo, caso ocorra, prevê-se que os impactes resultantes desta fase sejam
essencialmente positivos, desde que sejam executadas as medidas de minimização
adequadas, ou seja, se retirem as estruturas e fundações de modo a atenuar a visualização
de zonas de descontinuidade.
Com base neste conceito e com a intenção primeira da não existência de impactes
negativos sobre o património cultural, foi definida uma escala de critérios qualitativos de
avaliação de impactes ambientais do Projecto sobre o mesmo descritor, apresentada no
Anexo 3.5, do Volume 3.
Fase de Construção
Não foram identificados elementos patrimoniais em toda a área de estudo, definido como a
área de incidência do projecto de construção da Linha Belém do Dango - Lubango , a
400 kV.
Fase de Exploração
Fase de Desactivação
Embora esta ocupação não seja contínua, a proximidade relativa dos apoios entre si e o
estabelecimento de um corredor reservado como espaço-canal a esta
infra-estrutura permite considerar que a presença das linhas, logo desde a fase de
construção, constitui uma efectiva transformação dos usos do solo neste território.
Estes impactes são directos (pela presença dos apoios) e indirectos (pela definição do
espaço-canal da linha), iniciam-se logo na fase de construção e perduram ao longo de todo
o período de exploração da linha.
Esta opção contribui ainda para evitar uma maior fragmentação do território e para facilitar
as operações de construção e manutenção da linha, pela maior facilidade de estabelecer
os acessos necessários a essas operações.
Estes impactes são avaliados como positivos, directos e indirectos, de expressão localizada,
permanentes, reversíveis, de magnitude reduzida e significado reduzido.
Não se conhece nenhuma servidão aérea associada aos aeroportos de Huambo e Lubango,
mas o corredor em estudo encontra-se bastante distante destas infra-estruturas portuárias
para que se preveja a ocorrência de qualquer tipo de impacte sobre as mesmas.
Não são interferidas áreas reservadas para salvaguarda de valores ecológicos nem haverá
afectação de áreas ou equipamentos sensíveis para a defesa e segurança nacional.
Fase de Desactivação
Deste modo, considera-se irrelevante uma avaliação de impactes nessa fase do projecto
sobre os usos do solo ou o ordenamento do território, embora se possa prever que uma
eventual desactivação e retirada dos equipamentos permitirá uma restituição da área
afectada às suas características anteriores.
6.4.11. SOCIOECONOMIA
Fase de Prévia
Fase de Construção
Fase de Exploração
Construção Solos Contaminação do solo por substâncias perigosas Negativo, Directo, Pouco Significativo
Contaminação do solo por substâncias não perigosas Negativo, Directo, Pouco Significativo
Diminuição das potencialidades naturais dos solos Negativo, Directo, Pouco Significativo
Transformação física do solo actual Negativo, Directo, Pouco Significativo
Alteração do uso dos solos Negativo, Directo, Significativo
Inibição de futuros usos do solo (e condicionamento de usos
Uso do Solo e Negativo, Directo, Significativo
actuais), nas zonas dos apoios e/ou na faixa de protecção
Construção Ordenamento do
Destruição de recursos naturais Negativo, Directo, Significativo
Território
Degradação da fruição da paisagem ou do enquadramento
visual de elementos patrimoniais (naturais ou culturais) Negativo, Directo, Significativo
localizado na proximidade da Linha
Geração de emprego, a nível nacional e a nível local Positivo, Directo, Significativo
Geologia e
Construção Afectação de formações geológicas. Negativo, Directo, Significativo.
Geomorfologia
Construção Ruído Emissão de ruído nas imediações dos locais em obra. Negativo, Directo, Pouco Significativo
Emissão de poeiras e outros poluentes com degradação
Construção Qualidade do Ar pontual da qualidade do ar nas imediações dos locais em Negativo, Directo, Pouco Significativo
obra.
Construção Património Não é expectável a ocorrência de impactes sobre este descritor durante estas fases.
Diminuição das potencialidades naturais dos solos Negativo, Directo, Pouco Significativo
Aumento da erosão dos solos – resultante da
Negativo, Indirecto, Pouco Significativo
manutenção da faixa nos troços da Linha
Exploração Solos
Compactação dos solos (Utilização dos acessos
Negativo, Directo, Pouco Significativo
criados)
Contaminação do solo por substâncias perigosas Negativo, Directo, Pouco Significativo
Uso do Solo e Ordenamento
Exploração Não é expectável a ocorrência de impactes sobre este descritor durante esta fase.
do Território
Reforço do abastecimento de electricidade nas
Positivo, Directo, Significativo
regiões de maior consumo
Melhoria da fiabilidade e da qualidade de serviço
de fornecimento de electricidade aos consumidores Positivo, Directo, Significativo
finais
Melhoria das condições de funcionamento de
Exploração Socioeconomia serviços públicos, equipamentos, unidades Positivo, Directo, Significativo
industriais e comerciais
Melhoria da qualidade de vida das populações Positivo, Directo, Significativo
Redução da utilização de geradores próprios Positivo, Directo, Significativo
Risco de acidentes, nomeadamente por
Negativo, Directo, Significativo
electrocussão
Efeitos na saúde dos campos electromagnéticos Negativo, Directo, Significativo.
Exploração Recursos Hídricos e Não é expectável a ocorrência de impactes sobre este descritor durante estas fases.
Qualidade da Água
Corte ou decote de elementos arbóreos para
Negativo, Directo, Pouco Significativo
manutenção da faixa de protecção da Linha
Exploração Aspectos Ecológicos Afectação da movimentação diária da avifauna Negativo, Directo, Pouco Significativo
Desactivação Património Não é expectável a ocorrência de impactes sobre este descritor durante esta fase
Desactivação Paisagem Não é expectável a ocorrência de impactes sobre este descritor durante esta fase.
6.4.13.1 Introdução
O Decreto n.º 51/2004, de 23 de Julho, refere as “propriedades cumulativas e sinergéticas”
dos impactes (alínea c), n.º 2, artigo 7.º).
Ou seja, o centro da análise deixa de ser o projecto que implica potenciais impactes em
determinados recursos, para passar a ser o recurso (ou recursos) no qual os potenciais
impactes do projecto podem vir a fazer-se sentir, mas num contexto em que outros impactes
de outros projectos e acções já se exerceram, estão a exercer-se ou poderão,
previsivelmente, vir a exercer-se sobre esse mesmo recurso.
Figura 28: Diferentes perspectivas de análise de impactes: à esquerda a abordagem usual nos EIA, à
direita a perspectiva da avaliação de impactes cumulativos (figura extraída de Kalff,1995).
Quadro 25: Recursos e valores objecto de análise de impactes cumulativos, identificação de fronteiras
espaciais e temporais e identificação de outros projectos e acções.
Agricultura intensiva
6.4.13.2 Avifauna
As linhas de alta tensão são uma causa importante de mortalidade de aves selvagens, em
particular quando localizadas em corredores ecológicos ou na proximidade de zonas
húmidas. No caso da Linha Belém do Dango-Lubango, esse impacte foi considerado como
pouco significativo.
O impacte da colisão de aves nos cabos das linhas aéreas é cumulativo com outras linhas
aéreas, existentes ou previstas, bem como com projectos com potencial impacte negativo
na avifauna, como aeródromos e aeroportos.
Os outros projectos indicados no Quadro anterior também têm um efeito similar na destruição
da mata e na sua substituição por outros usos do solo. Destes, a urbanização, as outras linhas
de alta tensão e a agricultura intensiva serão os projectos com maior expressão espacial.
Neste contexto, a contribuição da Linha Belém do Dango - Lubango para este impacte
cumulativo é irrelevante.
6.4.13.4 Paisagem
A presença de uma linha aérea de alta tensão constitui uma intrusão visual na paisagem,
claramente incrementada pelo impacte cumulativo de outras linhas existentes ou previstas no
mesmo corredor.
Com menos relevância devem assinalar-se outros projectos, como a pedreira existente
próximo da Subestação de Lubango, que constituam igualmente intrusões visuais.
Uma vez que não são, ainda, conhecidos os locais de implantação do (s) estaleiro (s) nem os
acessos a usar no âmbito do projecto da linha eléctrica, optou-se por iniciar a apresentação
das medidas de minimização com a apresentação de um conjunto medidas genéricas que
consistem, essencialmente, em recomendações relativamente à localização, exploração, e
desactivação do (s) estaleiro (s) que vierem a ser necessários, privilegiando os aspectos que
poderão originar impactes ambientais potencialmente mais significativos nos diversos
descritores.
As medidas específicas que se apresentam estão estruturadas em função das várias fases das
infra-estruturas (de construção, exploração e desactivação se aplicável) e dos factores
ambientais, relativamente aos quais se identificou a necessidade de se preconizarem
medidas para cada uma dessas fases.
Saliente-se que, dado estar-se a trabalhar a nível de Projecto Base, não se conhecendo os
locais de implantação dos apoios mas apenas as faixas de 800 metros – corredores - em cujo
interior esses apoios irão ser implantados, se considera pertinente enunciar essas
Contudo, essas medidas / recomendações têm de ser vistas como tal, ficando,
nomeadamente, sujeitas a uma aferição, por parte do projectista e do Proponente, da sua
exequibilidade técnica e viabilidade económica e financeira.
Descritor Recomendação
Clima -
Geologia e Geomorfologia -
Dada a sua reduzida expressão nos corredores em estudo, tentar
Solos implantar os apoios de forma a minimizar a interferência com solos
com capacidade de uso
Sempre que tecnicamente viável, evitar a localização de apoios na
Recursos Hídricos e Qualidade
envolvente de linhas de água temporárias ou de escorrências,
da Água
especialmente em zonas declivosas
Qualidade do Ar -
Sempre que tecnicamente viável, os traçados deverão ser afastados
Ruído das zonas habitadas, habitações isoladas e serviços como escolas e
hospitais, e zonas de lazer existentes no interior do corredor.
Identificar a tipologia dos resíduos produzidos assim como classifica-
Resíduos
los conforme a sua perigosidade.
Sempre que tecnicamente possível, traçar o corredor de modo a
Paisagem
reduzir o efeito visual nas povoações mais próximas.
Património Cultural e Acompanhar todos os processos de movimentação de terras, de
Arqueológico modo a identificar eventuais achados arqueológicos.
Afastar o traçado de zonas habitadas ou de habitações isoladas
Uso do Solo e Ordenamento existentes.
do Território Evitar o atravessamento do traçado por zonas com potencial
agrícola ou florestal.
Evitar a colocação de apoios em locais de exploração agrícola
Socioeconomia
Evitar áreas e infra-estruturas de drenagem e regadio.
7.2.1. ESTALEIROS
Apresenta-se seguidamente um resumo dos principais aspectos ambientais que deverão ser
tidos em consideração na localização/organização e exploração do(s) estaleiro(s).
Localização de estaleiros
o nas proximidades das principais linhas de água (os estaleiros não deverão ser
instalados a menos de 100 m de linhas de água e em leitos de cheia);
Na preparação das áreas dos estaleiros, caso venham a resultar excessos de terras, essas
terras deverão ser colocadas em depósitos e o solo arável resultante dessa operação será
armazenado para posterior utilização.
De referir que todas as áreas de estaleiros de obras e de parques de materiais deverão ser
convenientemente vedadas.
A saída de veículos das zonas de estaleiros e das frentes de obra para a via pública
deverá obrigatoriamente ser feita de forma a evitar a sua afectação por arrastamento de
terras e lamas pelos rodados dos veículos;
No que se refere à correcta gestão dos efluentes e resíduos, deverão ser garantidas as
seguintes considerações, pelo Adjudicatário da Obra:
As águas residuais produzidas em estaleiro serão ligadas aos sistemas municipais ou,
alternativamente, recolhidas em tanques ou fossas estanques e posteriormente
reencaminhadas para destino final adequado;
Após a conclusão da obra, o Adjudicatário da Obra será responsável pela desactivação dos
estaleiros, acessos sem utilização posterior, áreas de circulação e das áreas de deposição
temporária de materiais, devendo assegurar:
a reposição das condições existentes antes do início das obras, nas áreas ocupadas
pelos estaleiros e acessos temporários aos locais das obras e nas áreas de ocupação
temporária para a instalação dos apoios;
o restauro de caminhos existentes que sejam aproveitados para aceder aos locais em
obra e que possam ser de alguma forma afectados.
Na criação de acessibilidades para chegar aos locais de implantação dos apoios da linha
eléctrica, deverão ser maximizadas as situações de utilização e/ou beneficiação de
definir o traçado dos acessos a abrir de modo a evitar ou minimizar o corte de árvores
e a evitar o abate de espécies da flora autóctone;
evitar a interferência com linhas de água e/ou leitos de cheia (implantar os acessos a
mais de 10 m de distância);
os taludes dos caminhos de acesso que serão beneficiados e rectificados deverão ser
plantados com espécies florestais adequadas à região e resilientes ao fogo;
A abertura de acessos deverá ser efectuada apenas após contacto prévio directo com os
proprietários-arrendatários dos terrenos que serão afectados.
Deverá ser garantido o acesso às propriedades, sempre que os actuais acessos sejam
interrompidos para execução de caminhos para a frente de obra. No final da obra deverão
ser desactivados os acessos sem utilidade posterior, de modo a repor a situação inicial,
conforme acordado com os proprietários.
7.3.1. CLIMA
Não se aplica.
Tal como referido anteriormente, não existem dados geológicos e geotécnicos ao nível de
desenvolvimento do projecto que permitam aferir a ocorrência de impactes significativos
Apesar de, como referido anteriormente, não se encontrar prevista a desactivação da LMAT,
caso venha a ocorrer, a topografia e condições fisiográficas do local devem ser
restabelecidas, sempre que possível, através de um processo de recuperação paisagística.
7.3.3. SOLOS
O estaleiro e parque de materiais devem localizar-se, sempre que possível, numa área
afastada de massas de água, devendo ser privilegiados zonas de declive reduzido,
pouco ventosas e com acesso próximo, de modo a evitar/minimizar movimentações
de terras e abertura de acessos;
Restringir a circulação de veículos e maquinaria de obra aos caminhos de acesso já
existentes e às áreas de estaleiro;
As acções de movimentação de terras, desmatação, destruição do coberto vegetal,
limpeza e decapagem dos solos, e a movimentação de terras devem ser limitadas,
dentro do possível, ao indispensável;
Todas as zonas nas quais as actividades de construção tenham sido finalizadas ou
interrompidas por um período superior a 14 dias devem ser alvo de medidas de
estabilização que garantam a minimização da erosão nestas zonas, como por
exemplo recorrendo ao recobrimento da zona com material geotêxtil;
Não devem ser realizadas descargas nas linhas de água ou outros corpos de água
das águas residuais provenientes do estaleiro de obra;
É proibida a deposição de resíduos e materiais perigosos directamente sobre o solo ou
nas margens e leitos de linhas de água, perímetros de protecção de captações de
água, zonas inundáveis, áreas de ocupação agrícola e proximidade de habitações;
Dotar os parques de estacionamento de máquinas e viaturas de sistema de
drenagem de águas pluviais;
Assegurar a limpeza meticulosa dos locais de estaleiro, após a construção da obra.
7.3.5. QUALIDADE DO AR
Como se pode observar, algumas das medidas de minimização definidas para o descritor
qualidade do ar são idênticas às do descritor recursos hídricos. Este facto relaciona-se com a
facilidade de alguns poluentes que se encontram na atmosfera contaminarem as massas de
água.
Flora e Vegetação
As medidas de minimização de impactes ambientais referentes à flora e vegetação são
apresentadas da seguinte forma:
As acções que causam impactes negativos na flora e vegetação devem ser reduzidas
ao mínimo indispensável durante a construção da linha e implantação de acessos e
estaleiros, pelo que o abate de exemplares arbóreos deverá ser devidamente planeado,
em especial quando se trate de exemplares de embondeiros ou árvores de frutos,
espécies que possuem protecção;
As zonas seleccionadas para serem sujeitas a operações de desflorestação ou
desmatação devem ser previamente assinaladas com marcas visíveis (e.g. fitas
coloridas), permitindo a identificação das áreas de intervenção, facilitando, assim, o
trabalho aos operadores da maquinaria e evitando cortar vegetação que poderá ser
mantida. Estas operações devem ser tanto mais cuidadosas quanto maior for o interesse
ecológico ou paisagístico da formação vegetal considerada;
Fauna
Em relação à fauna, o grupo que potencialmente é mais afectado por infra-estrutura deste
tipo é a avifauna, no decorrer da exploração da linha. Nesse sentido, as medidas de
minimização de impactes mais importantes estão relacionadas em grande parte com a
redução do risco de ocorrência de colisões de aves com a linha de transporte de energia,
incluindo recomendações muito específicas. No entanto, refere-se outras medidas de âmbito
mais geral.
As medidas de minimização de impactes mais importantes são:
Os acessos à frente de obra deverão ser efectuados preferencialmente por caminhos,
aceiros ou corta-fogos existentes, evitando a abertura de novo acessos, reduzindo desta
forma a destruição de habitats e os níveis de perturbação;
Deve ainda restringir-se ao mínimo necessário ou evitar-se, sempre que possível, a
realização de operações responsáveis pela criação de níveis de perturbação elevados
para a fauna.
As máquinas e equipamentos necessários para as operações na faixa de manutenção
deverão deslocar-se preferencialmente ao longo das áreas intervencionadas ou por
caminhos, aceiros ou corta-fogos existentes, garantindo-se que não se procede à
7.3.7. RUÍDO
7.3.8. PAISAGEM
Medidas Gerais
o Desmatações;
o Abertura de fundações;
o Terraplanagens;
Este acompanhamento deverá ser efectuado por um Arqueólogo que deverá estar presente
em obra desde o início dos trabalhos de forma a poder acompanhar efectivamente a sua
realização. Competirá ao Arqueólogo preconizar e justificar (técnica e financeiramente), as
medidas de minimização que se venham a revelar necessárias em virtude do surgimento de
novos dados no decurso da obra e que visem proteger e/ou valorizar elementos de
reconhecido interesse patrimonial.
Em caso de necessidade e se o valor arqueológico dos achados assim o ditar, devem ser
executadas sondagens de 1m por 1m. Este método permitirá ao arqueólogo alcançar uma
maior percepção e melhor identificação do arqueossítio.
Medidas específicas não podem ser definidas nesta fase, face aos resultados inconclusivos
dos trabalhos de prospecção arqueológica, anteriormente assinalados.
Assim, deverá ser dada preferência à inscrição da linha, nomeadamente quanto à directriz
do traçado e à localização dos apoios, de modo a evitar a sobrepassagem de edificações e
a ocupação excessiva de parcelas agricultadas, para diminuir a necessidade de uma maior
fragmentação destas parcelas e os efeitos na capacidade produtiva.
O projecto deverá ainda levar em conta a necessidade de definir a altura dos apoios e
cabos nos troços próximos das pistas aéreas de Huambo e Lubango, de modo a não
prejudicar a operacionalidade destes aeroportos.
Fase de Construção
7.3.11. SOCIOECONOMIA
Fase de Construção
Fase de Exploração
Não se considera que o presente Estudo de Impacte Ambiental (EIA) tenha sido prejudicado
pela existência de eventuais lacunas de conhecimento, susceptíveis de pôr em causa a
validade das suas conclusões.
Deste modo, referem-se de seguida as principais situações que podem de algum modo
condicionar a profundidade da análise em contexto de AIA, considerando-se assim estas
eventuais lacunas:
Não foi possível obter informação actualizada sobre a situação dos Planos Directores
Municipais que permitisse uma melhor avaliação de potenciais impactes do presente
projecto ou a percepção das correspondências deste projecto com as orientações e
estratégias de planeamento do território municipal inscritas nesses instrumentos de gestão
territorial.
A monitorização de ruído deverá ser realizada por uma equipa de técnicos devidamente
habilitados e, os equipamentos a utilizar deverão ser homologados pelas equipas
competentes.
Para a definição dos locais de medição, deverá ser considerado um número de pontos de
medição em função da variação espacial dos níveis de pressão sonora, devendo estes
pontos ser distribuídos pelas zonas de caracter habitacional ou que contenham serviços
como escolas, hospitais ou similares, ou espaços de lazer, e onde se preveja a ocorrência de
impactes negativos, isto é, nos locais onde o Projecto de Execução venha a identificar que
haverá colocação de apoios próximos de receptores sensíveis.
Para a fase de exploração da Linha, os locais de medição de ruído são definidos em função
da sua sensibilidade, zonas habitadas, localizadas próximas à passagem das Linhas,
nomeadamente em zonas onde estas venham a passar sobre habitações, de acordo com os
critérios definidos pela EPA - Environmental Protection Agency, USA (ou equivalente),
cumprindo o disposto para as distâncias verticais e horizontais (locais de medição a definir de
acordo com a avaliação da caracterização do ambiente sonoro inicial a desenvolver em
Projecto de Execução).
Para a melhor caracterização do ambiente sonoro de referência, antes do início das obras,
deverão ser feitas medições no período diurno (das 7 às 20 horas), entardecer (das 20 às 23
horas) e nocturno (das 23 às 7 horas), de modo a obter dados representativos das actividades
habituais de cada local.
Em fase de construção devem ser feitas medições sonoras de acordo com o plano de
trabalhos que venha a ser definido e sempre que envolva maquinaria ou actividades
classificadas como ruidosas. A periodicidade é variável devendo ser definida em função do
desenvolvimento da obra.
Para a fase de exploração devem ser consideradas medições sonoras numa campanha de
monitorização semestral, considerando o semestre seco e o semestre húmido, em período
diurno, entardecer e nocturno, devendo ser medido o parâmetro LAeq (definido no ponto
4.8.1). Esta campanha deverá ser repetida desde que se verifiquem alterações no ambiente
sonoro, visivelmente atribuídas ao Projecto em causa.
Terminada a construção da Linha em análise no presente EIA e após o final das actividades
de construção, deverá iniciar-se um programa de monitorização abrangendo a avifauna,
grupo sobre o qual se verificam os impactes mais significativos ao nível do descritor dos
aspectos ecológicos.
Propõe-se um único plano de monitorização dirigido à avifauna, uma vez que não se prevê
que a linha cause impactes significativos ao nível da restante fauna ou da flora, em especial
durante a fase de exploração.
As medidas de minimização de impactes mais significativas destinam-se de facto a reduzir os
impactes na avifauna, englobando um conjunto vasto de medidas sobretudo relacionadas
com a sinalização da linha no sentido de evitar colisões. Apesar de se prever que os impactes
serão pouco significativos, no seguimento da implementação de medidas de minimização
adequadas, a extensão exacta dos impactes que irão ocorrer é desconhecida e deverá ser
aferida pelo plano de monitorização.
Assim, o programa de monitorização de avifauna que se propõe pretende avaliar a eficácia
das medidas de minimização propostas para reduzir ou eliminar os impactes mais
significativos que foram identificados no decurso do procedimento de AIA e, caso seja
necessário propor alterações ou reforçar as medidas, para que se obtenham níveis de
impacte (aves mortas por colisão) dentro de valores aceitáveis
Nesse sentido, deverá proceder-se à avaliação do efeito da linha nas populações de aves
durante a fase de exploração, o que será medido pela determinação das taxas de colisão,
pela análise do comportamento das aves na proximidade da linha e pela interpretação dos
resultados perante o contexto populacional das espécies afectadas (abundância e estatuto
de conservação).
Taxa de colisão da avifauna com a linha (número de aves mortas por colisão/ por km/
por unidade de tempo);
Nesta fase de projecto não é possível determinar com exactidão quais os locais e os vãos
que deverão ser alvo de balizagem, por falta de elementos, como seja o traçado definitivo
da linha, a localização dos apoios, a dimensão dos vãos, a altura da flecha dos vãos, etc.
Perante esta falta de informação, que apenas estará disponível em fase de Projecto de
Execução, fazem-se apenas algumas considerações de ordem geral em relação aos locais
de amostragem.
A monitorização da avifauna deverá incidir, especialmente, nos locais mais sensíveis, para os
quais são propostas medidas de minimização, ou seja, nas zonas para as quais se propõe a
sinalização com BFD (Bird Flight Diverters – parâmetro a ser verificado em Projecto de
Execução).
No entanto, o programa de monitorização deverá ser estendido recorrendo a amostragem
por trajectos, tendo em vista a detecção de possíveis pontos negros, no que diz respeito às
colisões de aves.
Deverá ser dada particular atenção às cumeadas das zonas mais altas, nas quais a linha
poderá constituir um obstáculo para as aves, ao sobressair na paisagem perante um coberto
vegetal dominado por estrato herbáceo e arbustivo.
Deverá ser elaborado um relatório por cada campanha e um relatório anual compilando os
dados de monitorização obtidos nas várias campanhas efectuadas ao longo do ano. A
informação a ser recolhida deverá permitir avaliar a eficácia das principais medidas de
mitigação propostas, nomeadamente da sinalização da linha para minimização das colisões
de aves, bem como aferir a eventual necessidade de colocação de dispositivos de dissuasão
de nidificação nos apoios.
Propõe-se que o programa de monitorização tenha uma duração de dois anos, findos os
quais se deverá proceder a uma avaliação global com base na informação recolhida.
Perante essa avaliação global, caso se verifique existirem razões para manter o programa de
monitorização nos moldes até então adoptados, designadamente se a minimização dos
impactes não estiver a ser alcançada deverá então estender-se o programa de
monitorização por períodos de um ano, com avaliações anuais.
Findos os dois anos, ou a partir do momento em que a informação recolhida permita concluir
sobre a magnitude dos impactes e se considere que os impactes são mínimos, ou seja, que as
Uma vez que o presente Estudo de Impacte Ambiental se desenvolveu em Fase de Projecto
Base, elaborou-se a base para o Plano de Gestão Ambiental (PGA) (apresentado no Volume
4 – Anexo 4.1) que deverá ser dirigido às especificidades, quer do próprio projecto, quer da
área a intervencionar.
Identifica os riscos;
Elimina e/ou minimizar riscos para SHST das comunidades na envolvência da obra.
10. CONCLUSÕES
Regista-se que eventuais alternativas a esta linha aérea a 400 kV e valores dos trânsitos de
energia nesta ligação não são tecnicamente viáveis em níveis de tensão inferiores. Por outro
lado, a extensão da ligação e os valores dos trânsitos também inviabilizam uma eventual
solução em cabo isolado a 400 kV. Assim, a linha aérea a 400 kV Belém do Dango – Lubango
constitui a solução técnica e ambientalmente mais favorável para esta ligação no estado
actual da tecnologia do transporte da energia eléctrica.
Assim, de uma forma geral, os principais impactes negativos originados pela construção da
linha eléctrica associada prendem-se com a ocupação directa do solo pelos apoios da
mesma, com a degradação local da qualidade do ar e aumento dos níveis de ruído, o que
não se traduz num impacte significativo, uma vez a linha percorrerá, na maior percentagem
do corredor, paralela à estrada que faz a ligação Caála – Lubango, bem como percorre
uma parte paralelamente à Linha de 220 kV Huambo-Gove. Referem-se ainda impactes ao
nível da intrusão visual.
Os restantes impactes não assumem especial importância e são, na generalidade dos casos,
eficazmente evitáveis ou minimizáveis através das medidas propostas no EIA, nomeadamente
no que se refere à necessidade de, após a fase de construção, serem repostas todas as
condições do terreno de acordo com o anterior à execução da obra.
No que respeita aos impactes negativos, regista-se que de um modo geral têm significado.
No entanto, são objecto de medidas preventivas e de minimização, propostas no presente
EIA, as quais devem ser consideradas aquando da elaboração do Projecto de Execução do
presente Projecto, proporcionando desse modo a sua redução.
Conclui-se, assim, que a infra-estrutura em estudo não se afigura como um projecto que,
após a sua construção e entrada em funcionamento, provoque impactes negativos elevados
no ambiente.
Refira-se contudo que, a avaliação em fase de Projecto Base acarreta um importante grau
de incerteza, nomeadamente quanto ao futuro traçado da linha, pelo que a avaliação
efectuada deverá ser encarada como indicativa. Deste modo, a avaliação realizada no
âmbito deste estudo deverá ser alvo de revisão após elaboração do Projecto de Execução,
cuja análise deverá ser mais pormenorizada.
11. REFERÊNCIAS
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PORTAL DO CIDADÃO
www.cidadao.gov.ao
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