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Relatório AAS

1. O documento apresenta os resultados de um estudo sobre a farmacocinética do ácido acetilsalicílico (AAS). 2. Foram coletadas amostras de urina de dois voluntários, sendo que um havia ingerido AAS e o outro não. 3. Ao adicionar cloreto férrico nas amostras, apenas a urina do voluntário que havia ingerido AAS apresentou mudança de cor, indicando a presença de metabólitos do AAS.
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Relatório AAS

1. O documento apresenta os resultados de um estudo sobre a farmacocinética do ácido acetilsalicílico (AAS). 2. Foram coletadas amostras de urina de dois voluntários, sendo que um havia ingerido AAS e o outro não. 3. Ao adicionar cloreto férrico nas amostras, apenas a urina do voluntário que havia ingerido AAS apresentou mudança de cor, indicando a presença de metabólitos do AAS.
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CENTRO UNIVERSITÁRIO 

UNIFACID
CURSO DE MEDICINA
DISCIPLINA DE FARMACOLOGIA
 

MARIANA OLIVEIRA NASCIMENTO


RAMILA DE BRITO MACEDO
RICARDO BENEDITO VEIGA JUNIOR

ESTUDO DA FARMACOCINÉTICA DO AAS


PROF. DRA. MAYARA LADEIRA COÊLHO

TERESINA-PI
2021
MARIANA OLIVEIRA NASCIMENTO
RAMILA DE BRITO MACEDO
RICARDO BENEDITO VEIGA JUNIOR

ESTUDO DA FARMACOCINÉTICA DO AAS

Relatório n°03 apresentado à disciplina


de Farmacologia como
registro de aula prática do dia
01 de setembro de 2021.
Professora: Dra. Mayara Ladeira

TERESINA-PI
2021
SUMÁRIO

1. OBJETIVOS.……………………………………………....……………………………. 4

2. INTRODUÇÃO...………………………………………………………...………………4

3. MÉTODO.........................................…………………………..………………………… 5

4. RESULTADOS...................................................................................................................6

5. DISCUSSÕES...………………………………...……...……………................................7

6. CONCLUSÃO……………………………………………………………………………9

7. REFERÊCIAS BIBLIOGRÁGICAS………………........
………………………………………….…...11
1. OBJETIVOS

 Observar a diferença entre a coloração de urinas com e sem a ingestão de AAS.

 Correlacionar essas diferenças com a prática clínica, compreendendo como funciona a


farmacocinética do ácido acetilsalicílico.

2. INTRODUÇÃO

O Ácido acetilsalicílico é um fármaco do grupo dos anti-inflamatórios não-esteróides (AINE),


utilizado como anti-inflamatório, antipirético, analgésico e também como antiplaquetar Um dos
medicamentos mais conhecidos à base de Ácido acetilsalicílico é a Aspirina.
O Ácido acetilsalicílico é utilizado no tratamento de um número de condições, incluindo
febre, dor, febre reumática, e doenças inflamatórias, tais como artrite reumatóide, pericardite, e
doença de Kawasaki.
Doses mais baixas de Ácido acetilsalicílico têm também mostrado reduzir o risco de morte de
ataque cardíaco, ou o risco de Acidente Vascular Cerebral em algumas circunstâncias.
No século V a.C., Hipócrates, médico grego e pai da medicina científica, escreveu que o pó
ácido da casca do salgueiro ou chorão (que contém salicilatos mas é potencialmente tóxico)
aliviava dores e diminuía a febre. O reverendo Edmund Stone, redescobriu em 1763 as
propriedades antipiréticas da casca do Salgueiro tendo-as descrito de forma científica. O princípio
ativo da casca, a salicina ou ácido salicílico (do nome latino do salgueiro Salix alba) foi isolado
na sua forma cristalina em 1828 pelo farmacêutico francês Henri Leroux, e Raffaele Piria,
químico italiano.
Em 1897, o laboratório farmacêutico alemão Bayer, conjugou quimicamente o ácido salicílico
com acetato, criando o ácido acetilsalicílico (Aspirina), que descobriram ser menos tóxico. O
Ácido acetilsalicílico foi o primeiro fármaco a ser sintetizado na história da farmácia e não
recolhido na sua forma final da natureza. Foi a primeira criação da indústria farmacêutica. Foi
também o primeiro fármaco a ser vendido em comprimidos. E em julho de 1899, a Bayer
começou a comercializar a aspirina, obtendo sucesso imediato.
O Ácido acetilsalicílico é, como todos os AINEs, um inibidor inespecífico da enzima ciclo-
oxigenase (COX). Ele acetila irreversivelmente essa enzima.
As COX são enzimas fulcrais da cascata do ácido araquidónico, pela qual este ácido
araquidónico, um lipídio presente nas membranas das células, é transformado em mediadores
prostanóides. Há dois tipos, a COX-1, presente em quase todos os tecidos; e a COX-2 induzida
localmente por citocinas produzidas por leucócitos em resposta a danos ou invasão microbiana. A
COX-2 tem papel importante na geração da inflamação. Ela produz os mediadores prostanóides
pró-inflamatórios, como algumas prostaglandinas e leucotrienos. A inibição dessas enzimas pelo
ácido acetilsalicílico constitui o mecanismo principal dos seus efeitos. A inibição da COX-1 é a
responsável por muitos efeitos indesejados.
Após sua ingestão, é completamente absorvida no estômago e porção superior do intestino
delgado. Seu início de ação se faz entre 20 e 30 minutos, com pico de ação em uma a duas horas
na preparação habitual e em três a quatro horas com as de revestimento entérico. Tem meia vida
plasmática de 15 a 20 minutos. Seu efeito persiste pelo tempo de vida das plaquetas (10 dias)
devido à inativação plaquetária irreversível da COX-1. Como aproximadamente 10% das
plaquetas são renovadas por dia, no final de 10 dias aproximadamente todas as plaquetas
funcionarão normalmente.
Cerca de 80 a 90% do Ácido acetilsalicílico circula ligadas às proteínas plasmáticas,
especialmente à albumina. O ácido salicílico e os seus metabólitos são excretados
predominantemente por via renal.

3. MÉTODO

MATERIAIS

 100 mg de AAS;
 Coletores de urina;
 2 Tubos de ensaio;
 Pipetas de Pasteur;
 Solução de FeCl3 10%;
 Estante para tubos de ensaio;
 Copo de plástico descartável.

Cloreto férrico (FeCl3 10%) Estante com pipetas e tubos de ensaio

Foi utilizado para essa prática a urina de dois voluntários alunos da disciplina de
farmacologia da UNIFACID. O voluntário 01 (V01) fez uso de 100mg de AAS na noite anterior
a coleta da urina (primeira urina do dia). Já o voluntário 02 (V02) não fez uso de nenhum
medicamento e procedeu a coleta da primeira urina do dia.
O experimento consta em colocar 2mL da urina do V01 em um tubo de ensaio
identificado com a letra A, indicando o uso de AAS nesse voluntário e 2mL da urina do V02 em
outro tudo de ensaio identificado agora com o símbolo de negativo (-) para identificar a não
administração de AAS.
Logo em seguida em cada tubo foi adicionado de 6 gostas de FeCl 3 10%. Onde foi
percebido uma mudança bem visível da coloração do tubo de ensaio identificado por “A”.

4. RESULTADOS

O experimento demonstrou uma mudança nítida de coloração, (inicialmente amarela e


posteriormente violácea) no tubo de ensaio que continha a urina do aluno voluntário, no qual
havia ingerido previamente 100 mg de AAS e que foi adicionado 6 gotas de FeCl 3 10%.
Entretanto, essa mudança não foi verificada no tubo de ensaio que continha a urina do voluntário
02, o qual não ingeriu o AAS, permanecendo a coloração igualmente amarela mesmo a adição
das 6 gotas de FeCl3 10%.

Urina V01 + FeCl3 10% (cor violácea) Urina V02 + FeCl3 (sem alteração de cor )

5. DISCUSSÕES

A farmacocinética apresentada durante a prática apresenta três fases: hidrólise do AAS, fase
de conjugação e fase de reação com o cloreto férrico.
Depois de ingerida a aspirina é absorvida no intestino, onde sofre um metabolismo pré-
sistêmico no qual é hidrolisada pela ação de enzimas esterases. Apenas 68% da dose inicial
atinge a circulação sistêmica na forma de aspirina. O ácido salicílico formado devido ao
metabolismo da aspirina no intestino também é absorvido.
Após a absorção segue o processo de distribuição da droga pelo corpo, que é realizado pelo
plasma. Tanto a aspirina quanto o ácido salicílico são transportados pela albumina.
Após atingir a circulação sistêmica a aspirina continua sendo hidrolisada pelas esterases. Essa
biotransformação do ácido acetilsalicílico produz dois metabolitos ativos: o ácido salicílico e o
grupo acetila reativo.
A conjugação com glicina é uma reação metabólica de fase 2. A glicina é um aminoácido
produzido pelo próprio organismo que se conjuga com ácidos orgânicos para aumentar sua
solubilidade em água visando facilitar a excreção urinária.
A glicina conjuga-se com o ácido salicílico através de uma reação com o tioéster de CoA sob
a ação da enzima presentes no fígado, as transacetilases. A conjugação do aminoácido glicina
com o ácido salicílico, resulta em ácido salicilúrico que é o metabolito encontrado mais
abundantemente na urina de indivíduos medicados com aspirina.
As metabolizações do ácido salicílico ocorrem majoritariamente no fígado e resultam na
formação de metabólitos tanto de fase 1 (reações de quebra de substâncias), como de fase 2
(reações de conjugação). Ácido salicílico é em parte excretado inalterado e a taxa de eliminação é
influenciada pelo pH urinário, a presença de ácidos orgânicos e pelo fluxo urinário. O
metabolismo do ácido salicílico ocorre pela formação de glucuronídeos (produzindo glicuronídeo
salicílico fenólico, e glicuronídeo salicilacílico), conjugação com glicina (produzindo ácido
salicilúrico) e oxidação em ácido gentísico.
O nível de formação dos diferentes metabólitos varia com a quantidade de aspirina ingerida,
devido ao fato de que o metabolismo realizado por certo caminho possui um limite máximo,
decorrente da saturação enzimática.
A oxidação é uma reação na qual ocorre a redução do oxigênio, ou de alguma molécula que o
contenha em sua fórmula, que leva a formação de uma única substância como produto.
ÁCIDO
ACÉTICO

AAS SALICILATO
Fa
se 01: hidrólise do AAS

Fase 02: conjugação – o salicilato é conjugado com glicina e ácido glicurônico

Fase 03: reação dos produtos da conjugação com o cloreto férrico (FeCl3 10%)
6. CONCLUSÃO

Neste trabalho abordamos as modificações químicas apresentadas quando colocamos uma


amostra de urina com resíduos de AAS e outra sem esses resíduos na presença de uma solução de
FeCl3 10% (6 a 10 gotas) e concluímos que as alterações químicas que acontecem quando a
amostragem tem presente o ácido é a alteração da coloração amarelada que é característica da
urina para uma cor violácea.
Cumprimos todos os objetivos que nós tínhamos proposto, com a separação e identificação
das amostras em tubos de ensaios de vidros (estéreis), com a utilização de pipetas coletamos a
mesma quantidade de urina em ml e acrescentamos a mesma quantidade de Solução de FeCl3
10% (6 a 10 gotas).
Este trabalho foi de suma importância para a nosso conhecimento e compreensão deste tema,
pois nos permitiu conhecer as alterações químicas e estruturas da reação dos compostos, os
indicadores desta reação para a nossa análise na prática clínica, assim como a farmacocinética do
fármaco analisado.
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

GOODMAN, L. & GILMAN. As Bases Farmacológicas da Terapêutica. 9. ed. Rio de Janeiro:


Guanabara-Koogan, 2002; 

CLARK, M. A.; FINKEL, R.; REY, J. A.; WHALEN, K. Farmacologia ilustrada. 5. ed. Porto
Alegre: Artmed, 2013;

SILVA, PENILDON. Farmacologia. 7. ed. Rio de Janeiro: Guanabara-Koogan, 2006;

LUENGO, M. B. (2005). A historical revision of the main immunological events and


pharmacology in the search of the understanding and treatment of inflammatory diseases. Revista
Eletrônica de Farmácia. São Paulo. 2, (2), 64-72;

MENEGATTI, R.; FRAGA, C. A. M.; BARREIRO, E. K. (2011). A Importância da Síntese de


Fármacos. Cadernos Temáticos de Química Nova na Escola.
PERGUNTAS

1. Como se dá absorção do AAS? Há interferência de alimentos?

O intestino é o principal sítio absortivo do corpo humano, isto se deve a grande área da
membrana absortiva intestinal. A taxa de absorção da aspirina após ingestão oral é determinada
por vários fatores, particularmente as taxas de desintegração e dissolução dos comprimidos
administrados, o pH da superfície da mucosa gastrointestinal e o tempo de esvaziamento gástrico.
Os alimentos diminuem a taxa, mas não a extensão da absorção.

2. Existem no mercado formas farmacêuticas gastroresistentes de AAS, qual interferência


essas formas sofrem na absorção?

A absorção das formulações gastrorresistentes é normalmente atrasada

3. Comente sobre a distribuição deste fármaco. Pacientes com disfunção renal e gestantes
sofrem diferenças na distribuição?

O ácido acetilsalicílico pode aumentar o risco de comprometimento renal e insuficiência renal


aguda.
O uso do ácido acetilsalicílico é contraindicado no último trimestre de gestação, apresentando
categoria de risco na gravidez D para tal período. A um aumento de risco de aborto e de
malformações após o uso de inibidores da síntese de prostaglandinas no início da gravidez.

4. Explique a biotransformação do AAS.

Depois de ingerida a aspirina é absorvida no intestino, onde sofre um metabolismo pré-


sistêmico no qual é hidrolisada pela ação de enzimas esterases.
Após a absorção segue o processo de distribuição da droga pelo corpo, tanto a aspirina quanto
o ácido salicílico são transportados pela albumina.
Após atingir a circulação sistêmica a aspirina continua sendo hidrolisada pelas esterases. Essa
biotransformação do ácido acetilsalicílico produz dois metabolitos ativos: o ácido salicílico e o
grupo acetila reativo.
A conjugação com glicina é uma reação metabólica de fase 2. A conjugação do aminoácido
glicina com o ácido salicílico, resulta em ácido salicilúrico. O nível de formação dos diferentes
metabólitos varia com a quantidade de aspirina ingerida, devido ao fato de que o metabolismo
realizado por certo caminho possui um limite máximo, decorrente da saturação enzimática.
A oxidação é uma reação na qual ocorre a redução do oxigênio, ou de alguma molécula que o
contenha em sua fórmula, que leva a formação de uma única substância como produto.

5. Quanto à cinética de eliminação do AAS, explique a ordem e quais metabólitos são


excretados.

A cinética da eliminação do ácido salicílico é dose-dependente, uma vez que o metabolismo é


limitado pela capacidade das enzimas hepáticas. A meia-vida de eliminação varia de 2 a 3 horas
após doses baixas até cerca de 15 horas com doses altas. O ácido salicílico é eliminado
predominantemente por metabolismo hepático. Seus metabólitos são o ácido salicilúrico, o
glicuronídeo salicílico fenólico, o glicuronídeo salicilacílico, o ácido gentísico e o ácido
gentisúrico. O ácido salicílico e seus metabólitos são excretados principalmente por via renal.

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