Aula 29.09.2021

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Capítulo 24

Do sintoma à síndrome
• TRANSFUNDO DAS VIVÊNCIAS PSICOPATOLÓGICAS E
SINTOMAS EMERGENTES
• Desenvolvendo o modelo sugerido por autores como
Jaspers, Schneider e Weitbrecht, propõe-se aqui
situar as vivências psicopatológicas em duas
perspectivas fundamentais:
1. transfundos das vivências psicopatológicas
2. sintomas emergentes
3. O fator psicoplástico
• O fator psicoplástico (psicoplastia) relaciona-se
aos eventos e às reações do indivíduo e do
meio psicossocial posteriores ao adoecer.
• São as reações aos conflitos familiares, à
desmoralização, às perdas sociais e
ocupacionais associadas aos episódios e ao
curso da doença.
• Essas reações do meio, o padrão de interação
do indivíduo adoentado e seu meio
sociofamiliar contribuem para determinar o
quadro clínico resultante.
•O que é anedonia?
•Personalidade histriônica?
O que é anedonia?

•Anedonia é a perda da
capacidade de sentir
prazer, próprio dos
estados gravemente
depressivo.
Personalidade histriônica?
• As pessoas que apresentam este tipo de perturbação de
personalidade têm uma necessidade constante de
atenção, demonstram comportamentos excessivamente
dramáticos e o seu inicio verifica-se no começo da idade
adulta.

• São aqueles pessoas que descreveríamos como muito


emotivas, muito enérgicas, manipuladoras, sedutoras,
impulsivas, inconstantes, e exigentes.

• Representam entre 2 a 3% da população em geral.


• No começo do século XX este distúrbio era
conhecido por histeria e especialmente
identificado entre a população feminina.

• Contudo, atualmente é reconhecida a sua


prevalência quer em homens como em
mulheres, e ambos partilham a necessidade de
atenção e o protesto excessivo quando não se
sentem o centro das atenções.

• Indivíduos com este distúrbio são ingênuos,


crédulos, têm um baixo limiar de frustração, e
forte dependência emocional.
• O seu estilo cognitivo pode ser definido como
superficial carecendo de detalhes.

• Nas suas relações interpessoais, estes


indivíduos usam a dramatização com o objetivo
de impressionar os outros.

• O padrão persistente dos seus relacionamentos


é marcado pela falta de sinceridade e
intempestividade levando a um
comprometimento das suas competências
sociais e ocupacionais.
A EVOLUÇÃO TEMPORAL DOS TRANSTORNOS
MENTAIS
• Segundo a concepção psicopatológica, com base
na patologia geral e na escola jasperiana, os
cursos crônicos dos transtornos mentais podem
ser de dois tipos: processo e desenvolvimento.
• Processo: refere-se a uma transformação lenta
e insidiosa da personalidade, decorrente de
alterações psicologicamente incompreensíveis,
de natureza endógena.
• O processo irreversível, supostamente de
natureza corporal (neurobiológica), rompe a
continuidade do sentido normal do
desenvolvimento biográfico de uma pessoa.
• Utiliza-se o termo processo, por exemplo, para
caracterizar a natureza de uma esquizofrenia de
evolução insidiosa, que lenta e radicalmente
transforma a personalidade do sujeito acometido.
Desenvolvimento
• Refere-se à evolução psicologicamente compreensível de uma
personalidade.
• Essa evolução pode ser normal, configurando os distintos
traços de caráter do indivíduo, ou anormal, determinando os
transtornos da personalidade e as neuroses.
• Nesse caso, há uma conexão de sentido, uma trajetória
compreensível ao longo da vida do sujeito.
• Fala-se, então, em “desenvolvimento paranóide”,
“desenvolvimento histriônico”, “desenvolvimento
hipocondríaco”, etc.
Desenvolvimento paranóide
• Os fenômenos agudos ou
subagudos classificam-se em
crises ou ataques, episódios, rea-
ções vivenciais, fases e surto.
A crise, ou ataque
• A crise, ou ataque, caracteriza-se, em geral, por surgimento e
término abruptos, durando segundos ou minutos, raramente
horas.
• Utilizam-se os termos crise ou ataque para fenômenos como:
crises epilépticas, crises ou ataques de pânico, crises
histéricas, crises de agitação psicomotora, etc.
O episódio
• O episódio tem geralmente a duração de dias até semanas.
• Tanto o termo crise como o termo episódio nada especificam sobre a
natureza do fenômeno mórbido.
• Os termos episódio e crise são denomina ações referentes apenas ao
aspecto temporal do fenômeno.
• Na prática, é comum utilizar-se o termo episódio de forma
inespecífica, quando não há condições de precisar a natureza do
fenômeno mórbido.
• Assim, pode-se falar em episódio maniatimorfo, episódio paranóide,
episódio depressivo, etc.
Episódio maniatimorfo, episódio paranóide,
episódio depressivo, etc.
Reação vivencial anormal
• A reação vivencial anormal caracteriza-se por ser um fenômeno
psicologicamente compreensível, desencadeado por eventos
vitais significativos para o indiví- duo que os experimenta.
• É designada reação anormal pela intensidade muito marcante
e duração prolongada dos sintomas.
• Ocorre geralmente em personalidades
vulneráveis, predispostas a reagir de forma
anormal a certas ocorrências da vida.
• Após a morte de uma pessoa próxima, da perda
do emprego ou do divórcio, o indivíduo reage,
por exemplo, apresentando um conjunto de
sintomas depressivos ou ansiosos, sintomas
fóbicos ou mesmo paranóides.
• A reação vivencial pode durar semanas ou
meses, eventualmente alguns anos.

• Passada a reação vivencial, o indivíduo retorna


ao que era antes, sua personalidade não sofre
ruptura; pode empobrecer-se ou enriquecer-se,
mas não se modifica radicalmente.

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