Tarefa AV1 Economia Brasileira 2021-2

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Curso: ECONOMIA Disciplina: ECONOMIA BRASIEIRA Código/Turma:

Professor/a: JOSÉ SYDRIÃO DE ALENCAR JÚNIOR Data: 24 ago a 14 set 2021

Aluno/a: Matrícula:

TAREFA AV1 agosto/setembro 2021

QUESTÃO 1 – (Valor 1,5 pontos) (indique as assertivas falsas e verdadeiras, Justifique)

O Brasil passou por grave crise econômica na primeira década republicana, o denominado
“Encilhamento”, inicialmente com expansão de negócios financeiros em Bolsa e outros “papeis”,
seguida por grave crise especulativa. Sobre tal período e a referida crise, suas causas e consequências,
pode-se afirmar (indique as assertivas falsas e verdadeiras, Justifique):
a. A baixa participação dos depósitos bancários, como percentual dos meios de pagamento,
expandia a criação de crédito pelos bancos.

VERDADEIRO, efetivamente em 1891 temos uma forte desvalorização cambial. O


câmbio continuou a se depreciar até 1898

b. O sistema bancário brasileiro apresentava caráter geograficamente descentralizado, com


participação majoritária, em termos de depósitos bancários, das instituições situadas em todas
as capitais brasileiras.

FALSO, o sistema bancário àquela época era bastante concentrado na capital federal (Rio de
Janeiro) que concentravam 80% dos depósitos

c. Ocorreu significativa apreciação cambial em toda a década de 1890.

VERDADEIRO, a política monetária e fortemente expansionista nos primeiros anos da década, detecta-se
uma expansão do equivalente ao M1 em 1890 e 1891 e do papel moeda em poder público até 1894, depois
disto, estes indicadores ou se estabilizam ou crescem nominalmente de forma bem menos intensa.
d. O crescimento industrial ocorrido no período do Encilhamento pode ser verificado em
indicadores como o da expansão da capacidade produtiva de setores importantes, a exemplo
do siderúrgico, estimulada pela facilidade na subscrição de ações.

FALSO, a questão é objeto de controvérsia. Os dados apresentados por exemplo por Suzigan, Stein e
Fishlow mostram o período como favorável ao setor industrial, e entre as explicações para isto, está
justamente a ideia de ampliação da capacidade produtiva (com novos investimentos representados pelas
importações de máquinas), mesmo que no período tenha ocorrido desvalorizações cambiais. Porém Versiani
e Versiani analisando a indústria têxtil algodoeira carioca chega em conclusão oposta, mas é rebatido por
Suzigan que considerando mesmo a indústria têxtil fora da localização escolhida por Versiani e Versiani
também se mostra favorecida no período pela ampliação de investimentos industriais e da capacidade
produtiva.

e. Pelo menos em parte da segunda metade da década de 1890, a política monetária foi mais
contracionista em comparação com a primeira metade da mesma década.

VERDADEIRO, a política monetária e fortemente expansionista nos primeiros anos da década, detecta-se
uma expansão do equivalente ao M1 em 1890 e 1891 e do papel moeda em poder público até 1894, depois
disto, estes indicadores ou se estabilizam ou crescem nominalmente de forma bem menos intensa.

QUESTÃO 2 – (Valor 2,0 pontos) (indique as assertivas falsas e verdadeiras, Justifique)

A década de 1930 foi período de grandes mudanças na economia brasileira, com impacto nas décadas
subsequentes, como a transformação de uma economia com plena hegemonia do setor
agroexportador para uma economia com maior peso do setor urbano e industrial. Sobre a economia
brasileira na década de 1930 pode-se afirmar:

a. O governo adotou políticas voltadas à diversificação das exportações e do mercado interno,


tendo sido importante instrumento para a superação da crise decorrente do “Crash de 1929”.

VERDADEIRO, nas diferentes políticas de estímulo à economia ou mesmo nas políticas de enfrentamento da
crise acabou-se por estimular-se setores não tradicionais voltados para o mercado doméstico e mesmo para a
as exportações como foi o caso do algodão

b. A crise do setor exportador teve como principais causas fatores do lado da demanda interna, já
que do lado da oferta havia relativa estabilidade.

FALSO, se houve de fato uma diminuição da demanda o setor cafeeiro vicia também uma tendência de
superprodução, ou seja, de elementos de excesso de oferta que aprofundaram a crise cafeeira.

c. Na primeira metade dos anos 1930, devido ao retorno do país ao padrão ouro, o Governo
Vargas teve que contornar as dificuldades impostas à criação de crédito, com o
estabelecimento de crédito subsidiado a setores específicos por intermédio da Carteira de
Crédito Agrícola e Industrial do Banco do Brasil.

FALSO, o Brasil não retornou ao Padrão Ouro na década de 30.


d. Houve queda na capacidade produtiva industrial, com as taxas de crescimento da produção
fossem inexpressivas ao longo da década.

VERDADEIRO, existe um nítido crescimento das importações de bens de capital e bens


industrializados de maio sofisticação tecnológica

e. A criação da Carteira de Crédito Agrícola e Industrial, vinculada ao Banco do Brasil, contribuiu


para a concessão de crédito ao consumo das famílias.

VERDADEIRO, a criação da carteira foi importante órgão de fomento, inclusive com a concessão de créditos
subsidiados, para a realização de investimento tanto agrícolas, mas principalmente industriais
QUESTÃO 3 – (Valor 2,5 pontos)

a) Explique do ponto de vista econômico os impactos da crise de 1929 na economia braseira.


Analise as medidas tomadas a por Getúlio após assumir o governo em decorrência da revolução
de 1930.
b) Analise e indique as principais medidas estruturais de natureza econômica do governo Vargas
(1930-45) que impactaram nas décadas seguintes.

Durante a Primeira Guerra Mundial, a economia norte-americana estava em pleno


desenvolvimento. As indústrias dos EUA produziam e exportavam em grandes quantidades,
principalmente, para os países europeus. p;Após a guerra o quadro não mudou, pois os países
europeus estavam voltados para a reconstrução das indústrias e cidades, necessitando manter
suas importações, principalmente dos EUA. A situação começou a mudar no final da década de
1920. Reconstruídas, as nações européias diminuíram drasticamente a importação de produtos
industrializados e agrícolas dos Estados Unidos. Com a diminuição das exportações para a
Europa, as indústrias norte-americanas começaram a aumentar os estoques de produtos, pois já
não conseguiam mais vender como antes. Grande parte destas empresas possuíam ações na
Bolsa de Valores de Nova York e milhões de norte-americanos tinham investimentos nestas
ações.

A crise de 1929 afetou também o Brasil. Os Estados Unidos eram o maior comprador do
café brasileiro. Com a crise, a importação deste produto diminuiu muito e os preços do café
brasileiro caíram. Para que não houvesse uma desvalorização excessiva, o governo brasileiro
comprou e queimou toneladas de café. Desta forma, diminuiu a oferta, conseguindo manter o
preço do principal produto brasileiro da época. Por outro lado, este fato trouxe algo positivo para a
economia brasileira. Com a crise do café, muitos cafeicultores começaram a investir no setor
industrial, alavancando a indústria brasileira. Em seguida, veio a Revolução de 1930 que
colocou Getúlio Vargas no poder. Posteriormente, Getúlio criou o Conselho Nacional do Café
(CNC), em uma tentativa de proteger o principal produto do Brasil e salvar a economia. Além
disso, como uma tentativa de controlar os prejuízos, o governo passou a comprar sacas de café e
incendiá-las.
A campanha “Marcha para o Oeste” do Governo Vargas, que reestruturou o território
na região de Dourados em pequenas propriedades rurais com predomínio da mão-de-obra
familiar, fruto de um projeto de colonização que distribuiu dezenas de milhares de lotes e
redistribuiu a população de várias partes deste Brasil, vem no bojo da necessidade de
inserir esta região ao circuito produtivo nacional e de integrá-la ao mercado de produção e
de consumo. Ao consolidar uma colonização estruturada numa política migratória como
alternativa de solucionar os problemas dos desempregados e de ocupação da fronteira,
que até então era dominada pelo capital estrangeiro, Vargas insere a região de Dourados
ao processo produtivo nacional e atrai grandes companhia colonizadoras que realizaram
grande especulação com a terra, contribuíndo para que os ideais do Governo em
nacionalizar a fronteira fossem, na prática, conduzidos para uma colonização mais
econômica que social.

Estavam postas as condições para a integração da região de Dourados ao território


nacional, que não se sustentaria puramente pela produção agrícola, mas por uma
produção que aproveitasse a matéria-prima local e que abastecesse o mercado interno, o
que se daria pela modernização do campo e pela agroindustrialização das atividades
agrícolas à constituição dos Complexos Agroindustriais, ampliando tanto o mercado de
produção como de consumo dos produtos industriais.

Observação: Mínimo de 30 linhas

QUESTÃO 4 – (Valor 2,0 pontos)

Explique as principais causas dos estrangulamentos cambiais acontecidos no período 1889-1930 na


economia brasileira.
Observação: Mínimo de 30 linhas

Naturalmente, o PSI impulsiona a formação de uma estrutura produtiva mais complexa


nas décadas seguintes, sob a lógica da perspectiva analítica institucional de path dependence. Ao
lado da função de fornecedor de divisas através das exportações, é sobretudo com base na
estrutura produtiva agrário-exportadora que se constrói a industrialização, a qual assumiu a função
de provedor de poupança para financiar investimentos industriais, dado o excedente do setor
cafeeiro que não suportava mais inversões e que passa a se diversificar em outros ramos da
economia (Dall'aqua, 1985). A análise da nova legislação cambial varguista insere-se nesse
quadro teórico, e vem ressaltar as medidas de governo implantadas para o gerenciamento do
mercado cambial, com reflexos econômicos até período mais recente. Vale dizer, são os
mecanismos de transformação que formam o estágio econômico seguinte, engendrando as
transformações no plano econômico entre um período e o próximo, num nexo de causalidade no
sentido vebleniano.

A pergunta implícita é se o desenvolvimento econômico nacional, que sempre teve no


estrangulamento externo uma importante barreira a ser administrada, poderia ter assumido o
mesmo caminho sem a instrumentalização do Decreto 23.258. Ou seja, se o resultado (de
desenvolvimento) teria sido o mesmo, dado que a variável câmbio sempre foi fator relevante em
termos de política econômica para um país periférico, operando em sistema de moedas
descentralizadas. Uma resposta passa pela observação da condição fundamental para
implementar a industrialização substitutiva que envolve certamente o enfrentamento das limitações
externas. Em primeiro lugar, para que não se produzisse na pauta de importações uma rigidez que
não deixasse margem para a entrada de novos produtos e, especialmente, de bens de capital
necessários à expansão da capacidade produtiva (Mello, 1982, p. 93). Outro obstáculo dizia
respeito ao comportamento da capacidade para importar. As altas taxas de formação de capital e

a composição de investimentos necessária a uma rápida diversificação e integração do aparelho


produtivo exigiam que as limitações do setor externo fossem no máximo relativas, i.e., que
houvesse uma certa expansão das importações, embora a uma taxa inferior à do crescimento do
produto (Tavares, 1972). O Estado certamente foi decisivo para a consecução do processo,
facilitando-o ao máximo, inclusive pela garantia de canalização de moeda conversível para a
indústria dar curso às necessidades de importações subjacentes ao processo de industrialização.

Houve, de fato, uma priorização do setor industrial no padrão de acumulação, que ao


mesmo tempo impunha limites objetivos à ação econômica do Estado, ao impedi-lo de manter em
dia suas obrigações externas, por canalizar as cambiais para um setor industrial em expansão.
Não se pode visualizar os textos legais sem atentar para esse fato correlacionado. Assim, o
Estado não podia dispor de uma parcela considerável da capacidade para importar, ao ocupá-la
com a operação e expansão da indústria leve, numa situação em que eram reduzidas as
possibilidades de financiamento externo (Mello, 1982), com um padrão de crescimento mais
voltado ao mercado doméstico, com o Estado assumindo posição de destaque nas decisões e
rumos econômicos, inclusive com o ônus de gerenciamento dos atrasados financeiros externos.
Nesse contexto, é razoável supor conforme as medidas institucionais descritas na seção anterior
que o poder público, visando a defender a economia doméstica diante da magnitude da crise
externa dos anos 1930, estabeleceu condições para a ampliação do setor industrial voltado ao
mercado interno (Fonseca, 2003, p. 138). Os resultados são parte da história.
Referências.

FONSECA, P. C. D (1989). Vargas: o capitalismo em construção. 2.ed. São Paulo: Brasiliense

MELLO, J.M.C. (1982). O capitalismo tardio. 2Ş Ed. Ed. Brasiliense

TAVARES, Maria da Conceição (1972). Da substituição de importações ao capitalismo financeiro. Rio


de Janeiro: Zahar

DALL'AQUA, F. (1985). Relações entre agricultura e indústria no Brasil, 1930-60. Revista de Economia
Política, vol. 5, nş 3, jul-set/1985

QUESTÃO 5 – (Valor 2,0 pontos) (Justifique as opções Falsas)

Um dos objetivos da política econômica nos anos 1930 foi responder à crise provocada pela
queda abrupta do preço do café no mercado internacional. A respeito da crise externa e das
políticas adotadas em resposta a ela, é correto afirmar que:

a. a despeito do quadro de crise, o Governo Vargas resistiu até o final da década a impor
controles sobre o mercado de câmbio

FALSO O Governo Vargas, depois de um primeiro momento fugaz de liberalização do mercado


cambial, rapidamente reintroduz seu controle por parte do Banco do Brasil e estabelece um
sistema de controle de divisas, além de permitir a desvalorização cambial, entre 1931 e 1934. Esta
política não é ressaltada por Furtado, mas pode ser encontrada em autores como Abreu no “A
Ordem do Progresso”.

b. a capacidade de importar do País declinou drasticamente a despeito do aumento do


volume físico das exportações.

VERDADEIRO O valor das exportações reduziu-se entre 1929 e 1931, assim como a capacidade de
importar da economia brasileira. O índice de quantum de exportações se elevou ao longo destes
três anos e só apresentou queda em 1932. Assim, a queda dos preços das exportações foi o
principal responsável pela queda no valor das exportações deste período.

c. a superação da crise foi facilitada pela política de contração de crédito praticada até 1937,
que reduziu preços e aumentou a competitividade internacional da indústria brasileira.

FALSO Apesar de alguma indefinição inicial, a política de Getúlio Vargas não foi de contenção
creditícia: ao contrário, houve expansão do crédito no período, inclusive para financiar a
estocagem e queima do café.
d. a recuperação foi prejudicada pelos superávits fiscais primários recorrentes do Governo
Federal até 1937

FALSO O período é marcado por déficits fiscais recorrentes. Apesar da posição de alguns
historiadores que afirmam que a elevação do imposto de exportação permitiu ao governo trabalhar
com orçamento equilibrado, este imposto não foi suficiente para cobrir os gastos com a estocagem
e queima do café.

e. apesar da redução do custo do serviço da dívida externa, o Brasil viu-se obrigado, no final
da década, a suspender o pagamento de tais serviços, em virtude da redução do saldo da
balança comercial

VERDADEIRO Efetivamente, o crescimento das importações e as dificuldades com as exportações


recolocaram um cenário de dificuldade cambial em 1937, que obrigou o país a suspender parte
dos pagamentos externos.

As questões dissertativas a serem apresentadas deverão conter os seguintes itens:


 Uma introdução indicando os principais pontos a serem abordados;
 Um item apresentando as principais propostas do trabalho;
 Uma análise crítica elaborado pelo aluno em relação aos dados, indicando
aspectos teóricos ao longo do trabalho;
 Um tópico conclusivo em relação aos aspectos abordados anteriormente;
 O trabalho deve obedecer as normas da ABNT, como citações, fontes e
referências bibliográficas, como
também deve usar o tipo Arial ou New Roman tamanho 12.
 As citações são permitidas dentro das normas da ABNT.
 O trabalho é pessoal não sendo permitido a participação de terceiros e compartilhamento
com outros trabalhos.
Parte desta Bibliográfia está postada no AVA. As demais na Biblioteca Digital da UNIFOR. Ver
também sites como o Scielo, Unicamp, USP.

Indicar no trabalho as referências bibliográficas, em especial as constantes na Biblioteca Digital da


Unifor e nas citações contantes no Plano de Ensino.
A avaliação terá como referência os itens acima, além da forma lógica do ordenamento do texto. O
trabalho deverá ser entregue via unifor on line até a data e horário indicado pelo sistema AVA em
Tarefas.

Este trabalho juntamente com uma prova comporão uma das notas da AV1.

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