Modelo Acao de Reconhecimento de Paternidade C C Alimentos e Guarda Com Pedido de Tutela de Urgencia

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EXCELENTÍSSIMO SENHOR DOUTOR JUIZ DA VARA DE FAMÍLIA DA COMARCA

DE ___________ – CAMPINAS.

CÉSAR RIBEIRO, neste ato representada por sua genitora, a senhora GAIA
RIBEIRO, residentes e domiciliadas a XXX, nº. XXX, Bairro XXX, XXX, CEP: xxxxxxx,
telefones nº (DD) XX, por seus procuradores e advogados, com escritó rio
profissional situado à XXXXXXXX conforme instrumento de mandato em anexo,
vem, respeitosamente, à elevada presença de Vossa Excelência, propor a presente
AÇÃO DE RECONHECIMENTO DE PATERNIDADE C/C ALIMENTOS E GUARDA
COM PEDIDO DE TUTELA DE URGÊNCIA
Em face de TICIO FERRARI, QUALIFICAÇÃ O pelos fatos e fundamentos a seguir
expostos:

I. DA JUSTIÇA GRATUITA
PRELIMINARMENTE, cumpre salientar que a Requerente nã o possui condiçõ es
financeiras de arcar com custas processuais e honorá rios advocatícios, sem
prejuízo de seu sustento e de sua família (declaraçã o de pobreza em anexo),
requerendo desde já os benefícios da justiça gratuita como amparo na Lei
1.060/50 e consoante ao artigo 98, caput, do novo CPC/2015, in verbis:
Art. 98. A pessoa natural ou jurídica, brasileira ou estrangeira, com insuficiência de recursos para pagar
as custas, as despesas processuais e os honorários advocatícios tem direito à gratuidade da justiça, na
forma da lei.

II - DOS FATOS
A genitora da autor e o réu se conheceram no ano de 2013. Nessa época iniciaram
um relacionamento amoroso de aproximadamente 4 (quatro) anos, que findou,
pois, o requerido foi embora da cidade, comprometendo-se a dar toda a assistência
necessá ria para a genitora do menor durante a gestaçã o e para a criança,
entretanto, nunca mais procurou-as.
Dessa relaçã o nasceu o autor, em 07 de 07 de 2015, conforme certidã o de
nascimento em anexo.
Ocorre que, apó s o nascimento da autor, o réu esquivou-se em conhecer seu filho e
assumir a paternidade, desta forma, ao nascer, o menor recebeu apenas o nome da
mã e, conforme certidã o de nascimento.
O requerido nunca buscou notícias da criança e tampouco prestou qualquer tipo de
assistência ao menor e a sua genitora. Mesmo assim, por saber da vontade de filho
em conhecer o pai, a genitora do menor conseguiu meios de entrar em contato e
levou a filha até o Rio de Janeiro Espara conhece-lo.
Atendendo a pedido do requerido, foi realizado exame de DNA restando
comprovado que o requerente é filho legítimo do requerido.
Ora excelência, é latente que o requerido deve cumprir com sua obrigaçã o
registrando seu filho e contribuindo para manutençã o do mínimo necessá rio para
que o requerente tenha uma qualidade de vida dentro de padrõ es aceitá veis,
levando em consideraçã o que durante toda a vida do menor, nunca contribuiu de
forma afetiva nem financeira.
Incontestá vel é o dever do Requerido em prestar alimento ao menor, que necessita
atualmente de pelo menos 80% (oitenta por cento) do salário mínimo vigente,
por mês, devendo ser depositado na conta poupança da genitora do menor,
César Ribeiro, até o dia 10 (dez) de cada mês e que ao final se convertam em
definitivos.

Segundo a genitora do menor, o requerido ganha em média R$ 2.000,00 (dois mil


reais) por mês, possuindo desta forma, condiçõ es de pagar o valor requisitado para
seu filho.
A genitora do menor já possui a guarda unilateral, desejando desta forma,
continuar com esse direito, obtendo a guarda definitiva, regulamentando com o
requerido o direito de visitas, a ser combinado antecipadamente, nas férias do
menor.
Assim, a prometida regularizaçã o nã o se concretizou e até o momento, a autora
vem sendo sustentada ú nica e exclusivamente por sua genitora. Infrutíferas as
tentativas da composiçã o amigá vel ao reconhecimento da paternidade, nã o resta
outra alternativa a autora, senã o a vinda ao Judiciá rio.
III – DO DIREITO
III. DO RECONHECIMENTO DE PATERNIDADE

Nos termos do artigo 1607 do Có digo Civil:


“Art. 1.607. O filho havido fora do casamento pode ser reconhecido pelos pais, conjunta ou
separadamente. ”

Conforme preceitua o artigo 1609 do mesmo diploma legal, o reconhecimento dos


filhos havidos fora do casamento é irrevogá vel e poderá ocorrer: no registro do
nascimento; por escritura pú blica ou escrito particular, devendo ser arquivado em
cartó rio; por testamento, ainda que incidentalmente manifestado; por
manifestaçã o direta e expressa perante o juiz, ainda que o reconhecimento nã o
haja sido o objeto ú nico e principal do ato que o contém.
Ainda, o Estatuto da Criança e Adolescente (Lei 8.069/90) expressa em seus
artigos 26 e 27 a extensã o ao direito de personalidade, in verbis:
“Art. 26. Os filhos havidos fora do casamento poderão ser reconhecidos pelos pais, conjunta ou
separadamente, no próprio termo de nascimento, por testamento, mediante escritura ou outro
documento público, qualquer que seja a origem da filiação. ”
“Art. 27. O reconhecimento do estado de filiação é direito personalíssimo, indisponível e imprescritível,
podendo ser exercitado contra os pais ou seus herdeiros, sem qualquer restrição, observado o segredo
de justiça. ”

No que tange à prova da paternidade, merece destaque a norma do artigo 1605 do


Có digo Civil, segundo o qual “na falta, ou defeito, do termo de nascimento, poderá
provar-se a filiaçã o por qualquer modo admissível em direito: I – quando houver
começo de prova por escrito, proveniente dos pais, conjunta ou separadamente; II
– quando existirem veementes presunçõ es resultantes de fatos já certos”.
Sendo assim, a autora tem direito ao reconhecimento do vínculo de
paternidade, visto exame de DNA acostado aos autos.
Ademais, conforme demonstrado nas provas documentais (DNA) e fotos anexados
à presente, além de provas testemunhais, oportunamente arroladas, rematam
cabalmente qualquer dú vida que porventura pudesse existir quanto à filiaçã o da
autora.
Dispõ e expressamente o artigo 1616 do Có digo Civil que a declaraçã o de
paternidade decorrente da sentença tem os mesmos efeitos do reconhecimento da
paternidade.
Desta forma, requer que seja reconhecida a paternidade da menor e seja expedido
por este Juízo, mandado de retificaçã o ao cartó rio de registro civil para fazer
constar todas as qualificaçõ es pertinentes à filiaçã o do menor.

III.2 DOS ALIMENTOS


Fundamenta-se na legislaçã o vigente o pedido da requerente:
Art. 1.634. Compete aos pais, quanto à pessoa dos filhos menores:
I – dirigir-lhes a criação e educação;
II – tê-los em sua companhia e guarda; (...)
Art. 888. O juiz poderá ordenar ou autorizar, na pendência da ação principal ou antes de sua
propositura:
VII – a guarda e a educação dos filhos, regulado o direito de visita; (...)

Assim resta evidente o direito da genitora de ficar com a guarda do menor, uma
vez que, já tem a guarda de fato desde o nascimento dele. Ademais, busca-se a
preservaçã o do vínculo afetivo familiar do menor com a mã e com quem convivem
desde seu nascimento.
Consoante o sistema do Có digo Civil, os alimentos compreendem os recursos
necessá rios à sobrevivência, nã o só à alimentaçã o propriamente dita, como a
habitaçã o, vestuá rio, tratamento médico e dentá rio, assim como a instruçã o e
educaçã o, quando se trata de menor. Nesse sentido, fez o Legislador pá trio
consignar, no § 1º, do art. 1.694, do Có digo Civil, que: “Os alimentos devem ser
fixados na proporçã o das necessidades e dos recursos da pessoa obrigada”.
Da mesma forma, o fato do requerido nã o participar com a manutençã o necessá ria
da requerente, comete o crime de abandono material previsto no artigo 244 do
Có digo Penal. In verbis:
Art. 244. Deixar, sem justa causa, de prover a subsistência do cônjuge, ou de filho menor de 18 (dezoito)
anos ou inapto para o trabalho, ou de ascendente inválido ou maior de 60 (sessenta) anos, não lhes
proporcionando os recursos necessários ou faltando ao pagamento de pensão alimentícia judicialmente
acordada, fixada ou majorada; deixar, sem justa causa, de socorrer descendente ou ascendente,
gravemente enfermo.
Pena - detenção, de 1 (um) a 4 (quatro) anos e multa, de uma a dez vezes o maior salário mínimo
vigente no País.
Parágrafo único - Nas mesmas penas incide quem, sendo solvente, frustra ou ilide, de qualquer modo,
inclusive por abandono injustificado de emprego ou função, o pagamento de pensão alimentícia
judicialmente acordada, fixada ou majorada.

Ademais, o dever de prestaçã o de alimentos está previsto expressamente na


Constituiçã o Federal, em seu artigo 229, sendo dever dos pais satisfazerem as
necessidades vitais das autoras, vez que estas nã o podem provê-las por si.
Segundo informações obtidas pela genitora d menor, o réu possui situação
financeira estável, trabalha na empresa xxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxx,
percebendo cerca de R$ 2.000,00 (doi-s mil reais) mensais. Assim,
plenamente comprovada a possibilidade do réu.
Diante do que aqui ficou exposto, nã o resta outro meio a requerente senã o buscar
através da açã o de alimentos a prestaçã o jurisdicional, a fim de proteger seus
direitos.
IV - DA TUTELA DE URGÊNCIA ANTECIPATÓRIA
Em que pese a presente demanda para satisfazer o interesse da requerente,
convém salientar que esta nã o pode esperar pelo provimento jurisdicional, tendo
em vista que suas necessidades sã o perenes e urgentes.
Com isso, a concessão da tutela de urgência para que a requerente tenha sua
satisfaçã o atendida é medida que se impõ e, sob pena de ter sérios prejuízos, como
material e educacional. Nesse sentido, o art. 300 do Novo Có digo de Processo Civil,
é expresso ao afirmar que:
Art. 300. A tutela de urgência será concedida quando houver elementos que evidenciem a probabilidade
do direito e o perigo de dano ou o risco ao resultado útil do processo.
§ 1º Para a concessão da tutela de urgência, o juiz pode, conforme o caso, exigir caução real ou
fidejussória idônea para ressarcir os danos que a outra parte possa vir a sofrer, podendo a caução ser
dispensada se a parte economicamente hipossuficiente não puder oferecê-la.
Desta forma, a requerente requer a tutela provisó ria de urgência sem a oitiva
prévia da parte contrá ria, conforme art. 9º, pará grafo ú nico, inc. I, do CPC. In
verbis:
Art. 9º Não se proferirá decisão contra uma das partes sem que ela seja previamente ouvida.
Parágrafo único. O disposto no caput não se aplica:
I - à tutela provisória de urgência;

Assim, a concessã o da tutela de urgência antecipató ria, no sentido de definir


provisoriamente, alicerçados nos artigos supracitados, alimentos à autora no
importe 80% (oitenta por cento) do salário mínimo vigente, com vistas a
salvaguardar os interesses da requerente até a decisã o final do presente feito.
Dessa maneira, está mais que demonstrado pela requerente, um fato concreto e
objetivo, configurando-se assim os dois requisitos da tutela provisó ria de urgência
com relaçã o aos seus problemas enfrentados, como ora já descritos anteriormente.
V – DOS PEDIDOS.
Diante de todo o exposto, requer-se:
a) o benefício da Assistência Judiciá ria, por serem juridicamente pobres, nos
moldes dos artigos 98 a 102, do CPC/2015;
b) a intimaçã o do ilustre representante do Ministério Pú blico, nos termos da lei;
c) concessã o da tutela de urgência antecipató ria, para fixaçã o de alimentos
provionais no valor equivalente a 80% (oitenta por cento) do salário mínimo
vigente, por mês, devendo ser depositado na conta poupança da genitora da
menor, (informar dados), até o dia 10 (dez) de cada mês e que ao final se
convertam em definitivos;
d) seja oficiado o empregador do réu para que realize desconto diretamente na
folha de pagamento, referente ao valor a título de pensã o alimentícia, nos termos
do artigo 734 do Có digo de Processo Civil, e que deverã o ser pagos diretamente à
genitora da menor ou através de depó sito bancá rio na conta acima informada;
e) a designaçã o de audiência prévia de conciliaçã o, nos termos do art. 319, VII, do
CPC/2015;
f) determinar a citaçã o do requerido, inicialmente pelo correio e, sendo esta
infrutífera, por oficial de justiça, ou, ainda, por meio eletrô nico, tudo nos termos do
art. 246, incisos. I, II e V, do CPC/2015;
g) seja concedida a guarda da menor a sua genitora, uma vez que, esta já se
encontra sob sua guarda e responsabilidade de fato;
h) seja deferida a regulamentaçã o de visitas conforme termos acima expostos;
i) a procedência de todos os pedidos, declarando-se, por sentença, que a autora é
filha do réu, com as consequências decorrentes previstas em leis, como a
consequente expediçã o do mandado de retificaçã o ao cartó rio de registro civil para
fazer constar todas as qualificaçõ es pertinentes à filiaçã o da menor, bem como
condenaçã o do Requerido ao pagamento de pensã o alimentícia, com a devida
conversã o em cará ter definitivo, na mesma proporçã o dos alimentos provisó rios;
j) a condenaçã o do requerido à s custas e honorá rios e sucumbenciais;
l) ao final, sejam julgados procedentes, totalmente, os pedidos veiculados nesta
açã o.
Protesta-se provar o alegado por todos os meios de prova permitidos em lei,
especialmente depoimento pessoal do réu; prova testemunhal e, principalmente,
prova documental (exame DNA anexo);
Dá -se a causa o valor de R$ xxxxxxx, para efeitos meramente fiscais.
Nestes Termos,
Pede Deferimento.
CIDADE - XX, __de ____ de _____.

JACQUELINE MATHEUS DOS SANTOS


OAB/BA 52.861

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