Eia Tia 570 A

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ANSI/EIA/TIA-570-A

Introdução

Em julho de 1991, a TIA publicou o primeiro padrão genérico para


cabeamento predial conhecido como ANSI/EIA/TIA-568 “Commercial Building
Telecommunications Cabling Standard”. Este padrão, revisado em outubro de
1995, provê as especificações para o cabeamento metálico e em fibras ópticas
para os sistemas de telecomunicações.
O padrão ANSI/EIA/TIA 570-A reúne as especificações para cabeamento e
componentes encontradas nos padrões ANSI/EIA/TIA-568-A e ANSI/ICEA
(Insulated Cable Engineers Association).

Graus de Cabeamento Residencial

O padrão ANSI/EIA/TIA-570-A estabelece dois graus de cabeamento para


aplicações residenciais:

 GRAU 1 – Estabelece um sistema de cabeamento residencial básico. Esse


grau de cabeamento é suficiente para atender os serviços básicos de
telecomunicações atuais como telefonia, TV a cabo e transmissão de dados;
 GRAU 2 – Estabelece um sistema de cabeamento residencial com qualidade
superior. Provê uma capacidade adicional para o sistema, prevendo o
desenvolvimento tecnológico nos serviços de telecomunicações, dados e
multimídia.

Cabeamento Utilizado

A instalação de um sistema de cabeamento residencial normalmente utiliza


cabeamento em par trançado tipo UTP, cabo coaxial e mais recentemente, fibras
ópticas.
O cabo de par trançado não blindado UTP é utilizado para os serviços de
telefonia residencial em todo o interior da edificação. O cabo UTP é relativamente
barato, e quando instalado corretamente, permite atender perfeitamente as
necessidades de comunicação.
O cabeamento Coaxial é comumente utilizado para atender os
equipamentos de televisão e sistemas de vídeo.
O cabeamento em fibra óptica é usado para atender os requisitos de maior
velocidade e capacidade de transmissão digital e sistemas de banda larga, como
aplicações multimídia e Internet.

Topologia

O padrão ANSI/EIA/TIA-570-A é organizado seguindo uma topologia em


estrela. Isto significa que cada cabo de saída é conectado diretamente ao
dispositivo de distribuição. Todos os cabos são colocados em uma configuração
centralizada em um único ponto, o que elimina a necessidade de utilização de
armários adicionais para acomodar o cabeamento, conhecida como “home run”.
Assim, não podem ser utilizadas configurações em estrela encadeada para o
cabeamento de saída. Isto se aplica a todos os cabos UTP, coaxial ou cabos
ópticos utilizados no projeto.

Figura 1 - Configuração em "home-run"

Topologia do Cabeamento Residencial

Um serviço residencial, como por exemplo, telefone, TV a cabo ou Internet


depende de linhas instaladas por um provedor de acesso. Logo, um acesso ou
provedor de serviço podem ser as companhias telefônicas, a companhia de TV a
cabo ou outros provedores de serviços de telecomunicações.
Um sistema de cabeamento residencial deve seguir uma topologia ou
configuração capaz de suportar esses serviços e distribuí-los adequadamente pela
edificação.
A topologia básica de um sistema de cabeamento residencial se compõe por:
Ponto de Demarcação

O ponto de demarcação (Demarcation Point - DP) é o ponto de interface


entre os provedores de acesso e o cabeamento da residência. No sentido do
ponto de demarcação para o exterior estão os provedores de acesso aos serviços
de telecomunicações. No sentido do ponto de demarcação para o interior, o
construtor ou o proprietário do imóvel é o responsável pelas linhas
disponibilizadas.

Dispositivo de Interface de Rede

Um Dispositivo de Interface de Rede (Network Interface Device - NID) pode


ser instalado no interior da edificação para prover e facilitar a interligação entre as
redes dos provedores de serviços e o sistema residencial.
O NID também pode conter um dispositivo de entrada para o cabeamento,
utilizado para desconectar as linhas residenciais e comerciais para testes em
casos de defeitos.

Tomada Auxiliar para Desconexão

O primeiro componente residencial é a Tomada Auxiliar para Desconexão


(Auxiliary Disconnect Outlet - ADO). Pode ser composta por um patch panel ou
mini patch panel, equipado com tomadas apropriadas para cada tipo de mídia de
acesso (UTP, coaxial e fibra óptica).
Como nem todos os dispositivos de interface de rede possuem um ponto de
desconexão para testes no cabeamento de entrada, alguns meios para
desconectar o cabeamento residencial do cabeamento do provedor de acesso
devem ser fornecidos. O objetivo é facilitar a localização e isolamento dos defeitos
no sistema.
O ADO provê a facilidade para o proprietário do imóvel desconectar-se de
um provedor de acesso. As exigências para a instalação de um ADO incluem:
 Instalar o ADO junto ao dispositivo de distribuição (DD).
 Localizar o ADO e o DD em lugar fechado e de fácil acesso.

Funcionalmente, o ADO é um conector ou tomada usada para isolar a


residência do provedor de acesso provedor da mesma maneira que um painel
elétrico serve para desconectar os circuitos elétricos principais de uma residência
da concessionária de energia elétrica.

Cabeamento ADO

Os cabos do ADO são colocados entre o NID e o ADO, conduzindo os


sinais do ponto de demarcação até o ADO. Na maioria das residências, o cabo do
ADO será bastante curto. Já em edifícios multi-inquilino, os cabos do ADO podem
se estender do piso que serve como terminal de acesso dos provedores até os
pontos de ADO individuais para cada inquilino.
Não deve existir qualquer outro cabeamento instalado diretamente do NID a
outros dispositivos da residência. Todos os cabos provenientes do NID devem ser
conectados diretamente ao ADO para preservar a funcionalidade do ADO.

Dispositivo de Distribuição

O DD (Distribution Device - DD) é usado para a conexão dos provedores de


acesso à residência e também facilitar a movimentação do cabeamento interno
visando a adição e mudanças no cabeamento do interior da residência. Um
dispositivo de Distribuição é instalado no interior de cada residência. O DD é o
ponto de distribuição principal onde os cabos de rede de muitos provedores de
acesso podem se conectar com o cabeamento da rede interna da residência.
No diagrama anterior, o provedor de acesso (via ADO e cordões no DD)
termina sua conexão no retângulo esquerdo. Os cabos das tomadas para as áreas
da residência terminam no retângulo à direita. O cabeamento cruzado no interior
do DD provê a conexão dos serviços para as suas respectivas tomadas. Assim, o
DD caracteriza-se como uma facilidade de conexão cruzada (cross-connect)
usada para a terminação e conexão de cabos de tomadas, cordões do DD,
cordões dos equipamentos e, em alguns casos, cabos do ADO. As conexões no
interior do DD podem ser facilmente reconfiguradas em função da mudança de
uma função de saída (por exemplo, de telefone para dados) ou conectar serviços
novos na residência.
As exigências para o DD incluem:
 O DD deve ser montado em local fixo;
 Deve estar localizado em local fechado e de fácil acesso
 Sua localização deve ser em local provido de energia estabilizada, iluminação e
ventilação adequada;
 O DD deve ser instalado dentro do espaço do imóvel, preferencialmente em
local centralizado com o objetivo de minimizar o comprimento de cabos para as
tomadas.
 Em algumas situações, podem ser requeridos espaços de terminação
adicionais;
 O DD e equipamento associado podem ser montados em quadros ou painéis
diretamente na parede ou através de dispositivos apoiados no piso.
 O DD pode consistir em hardware de terminação montado em quadros de
madeira ou metálicos com painéis tipo patch panel com os tipos de conectores
de saída pré-ajustados com o painel.
 O DD pode consistir de uma facilidade de conexões cruzadas passivas, ativas
ou ambos. Um exemplo de uma facilidade de conexão cruzada ativa pode ser
um Residential Gateway (RG). Trata-se de um equipamento ativo que possibilita
a comunicação dos pontos da rede residencial com um serviço externo (TV via
satélite, modem a cabo, etc).
 São recomendados dispositivos de proteção para a rede elétrica da residência.
Com esse fim um espaço deve ser alocado dentro ou adjacente ao DD para os
dispositivos de proteção.
 Os dispositivos elétricos de aterramento devem estar situados próximo ao DD
(dentro de 1.5 m) e em conformidade com as normas elétricas aplicáveis. Isto
normalmente requer um barramento de aterramento montado próximo ao DD,
interligado ao sistema elétrico da residência.

Distribuição Espacial dos Dispositivos

A distribuição espacial para o DD é determinada pelo grau de serviço e


número de tomadas / conectores de telecomunicações a serem instalados na
residência. Um maior espaço pode ser requerido para o DD que inclui muitos
componentes de equipamento ativos.

Alocação de Espaços para DD e Equipamentos Associados


Número de tomadas /
Grade 1 Grade 2
conectores
1 até 8 De 410mm até 610mm De 815mm até 915mm
9 até 16 De 410mm até 915mm De 815mm até 915mm
17 até 24 De 410mm até 1220mm De 815mm até 1220mm
Acima de 24 De 410mm até 1525mm De 815mm até 1525mm

Alimentação Elétrica

Pode ser requerida alimentação elétrica para o painel de distribuição (DD).


Um circuito elétrico é recomendado para instalações com grau 1, e exigido para
instalações com grau 2. O circuito elétrico deve ser provido de protetores contra
surtos e transientes com tensão e corrente nominal de acordo com os dispositivos
instalados.
A alimentação elétrica deverá ser disponibilizada em um receptáculo
padronizado até 1.5m do DD. Esta especificação de distância é para assegurar
que todos os cordões de alimentação dos dispositivos alcancem as tomadas
elétricas. A altura da saída elétrica deveria ser apropriada para o DD e
equipamento associado que são instalados, estando em conformidade com as
normas das instalações elétricas aplicáveis.

Limitações do Comprimento dos Cabos

O projeto do sistema residencial deve indicar claramente os segmentos


onde o comprimento total de cabeamento entre o ponto de demarcação e as
tomadas (outlets) excede 150 metros. Esse cuidado é necessário para que se
notifique o provedor de acesso na fase de implantação do serviço para acomodar
as exigências de transmissão. O provedor de acesso avaliará a situação e
necessidades de fornecer níveis de sinal mais altos à residência para assegurar o
funcionamento dos dispositivos nessas tomadas.
O cabeamento para as tomadas é instalado a partir do DD, alcançando
todos os pontos da residência. O comprimento de cada cabo de saída não
exceder os 90 metros do DD para cada tomada. Esta limitação de comprimento
fixa o parâmetro de canal para os fabricantes dos equipamentos. Cabos que
excedam o comprimento máximo recomendado podem comprometer o
funcionamento satisfatório de alguns equipamentos.
Pelo menos dois cabos (grau 1) e pelo menos quatro cabos (grau 2) devem
ser instalados em cada tomada de saída. Onde uma flexibilidade maior no
cabeamento é requerida, um cabo de saída pode ser conectado por um ponto de
transição ou ponto de consolidação conforme recomendado no TSB-75 da norma
ANSI/EIA/TIA-568-A.

Cabos Reconhecidos

Os cabos de saída reconhecidos pela norma incluem:


 Cabo UTP de quatro pares conforme as normas ANSI/EIA/TIA-568-A,
ANSI/EIA/TIA-568-A-5;
 Cabo de fibra óptica multimodo 50/125µm, conforme norma ANSI/EIA/TIA-
492AAAC;
 Cabo de fibra óptica multimodo 62.5/125µm conforme norma ANSI/EIA/TIA-
492AAAA-A;
 Cabo de fibra óptica monomodo, conforme norma ANSI/EIA/TIA-492CAAA
(aplicações futuras);
 Cabo coaxial série 6 conforme norma SCTE IPS-SP-001.

Topologia de Cabeamento para Tomadas e Conectores

O cabeamento de saída até as tomadas / conectores deve ser executado


seguindo a topologia em estrela. Cada cabo de saída deve ser diretamente
conectado ao DD seguindo a configuração de home-run. Nenhuma ramificação no
cabeamento de saída (por exemplo, inclusão de mais de um conector ou tomada
em um lance de cabo) é permitida. Cada cabo de saída deve ser terminado em um
único conector ou tomada na saída.
Alguns sistemas especiais com dispositivos fixos, como interfone, teclados
de sistemas de segurança, sensor de temperatura, e detectores de fumaça podem
requerer outras configurações de instalação elétrica como anel ou árvore. Alguns
destes sistemas de cabeamento podem ser adaptados a infra-estrutura requerida
pelo padrão EIA/TIA-570-A. Os responsáveis pelo projeto de instalação dos
dispositivos devem verificar junto aos fabricantes as recomendações quanto ao
cabeamento.

Pontos de Tomadas

Um mínimo de um ponto de tomada será instalado em cada um dos


cômodos da residência, como exemplo:
 Cozinha e sala de jantar;
 Quartos;
 Sala de estar;
 Sala de estudos;
Um número suficiente de tomadas (outlets) de telecomunicações deve ser
planejado nos pontos de maior utilização na residência para prevenir a
necessidade de utilização de extensões. As diretrizes gerais para colocação de
tomadas incluem:
 Mínimo de uma tomada de telecomunicações para cada quarto;
 Prever pontos de tomadas adicionais com espaçamento mínimo de 3,7m nos
locais de maior utilização;
 Prever pontos de tomadas adicionais de forma que nenhum ponto ao longo da
linha do chão em qualquer espaço de parede não seja maior que 7,6m, medido
horizontalmente entre as tomadas naquele espaço. Isto reduz a necessidade de
cordões de conexão muito longos para os equipamentos.

Rotas para Cabos de Saída

Para construção nova, serão usadas rotas (pathways) embutidas para os


cabos de saída. No caso de reformas são recomendadas rotas que escondem o
cabo, utilizando inclusive canaletas de sobrepor, bandeja de cabos, piso elevado,
rotas de teto, etc. Sempre que possível, o projeto deve prever também pathways
de telecomunicações na estrutura da edificação para facilitar a instalação do
cabeamento no caso do crescimento futuro da rede.

Tomadas e Conectores de Telecomunicações

Os pontos de tomadas / conectores de telecomunicações são compatíveis


com as mídias providas em cada ponto da residência. Devem ser instalados
conectores padronizados de acordo com as normas de cabeamento em vigor.
Ocasionalmente, um serviço irá requerer um adaptador especial. Neste caso, o
adaptador especial pode ser adaptado no conector genérico. Quando a aplicação
mudar, o conector ainda será utilizável.
Algumas redes ou serviços requerem componentes elétricos específicos
(splitters, amplificadores, casadores de impedância, etc) junto ao conector ou
tomada de telecomunicações. Estes componentes elétricos de aplicação
específica devem ser instalados externamente ao conector/tomada de
telecomunicações para preservar a flexibilidade para mudanças futuras e
reconfigurações.

Cordões de Equipamentos, Patch Cords e Jumpers.

O sistema de cabeamento residencial é projetado com um limite de


comprimento superior específico para cada cabeamento de saída. Um canal é um
caminho de comunicação (por exemplo, a conexão de um hub de rede através de
um jumper ao DD, por um cabo até o conector de saída e pelo patch cord da
tomada até o equipamento conectado).
Um canal inclui todos os cordões dos equipamentos na tomada da saída
até o equipamento eletrônico junto ao DD, para uma distância total de 100m,
incluindo todos os patch cords e jumpers do equipamento eletrônico situado no
DD.
Como se pode observar, o comprimento de 100m do canal inclui vários
segmentos (ADO até cordões do equipamento). Para um determinado canal, cada
segmento tem limitações de comprimento como segue:
 O máximo comprimento combinado total do patch cord ou cabo de conexão
cruzada ao DD e cordão de equipamento ao conector/tomada não poderá
ultrapassar os 10m de comprimento. Para o cabeamento UTP o comprimento
também é de 10 m.
 O comprimento máximo total de cada cabo de saída do DD para a saída não
poderá ultrapassar os 90m.

Instalações Residenciais em Condomínios

Muitos dos aspectos da infra-estrutura de cabeamento residencial


apresentados anteriormente podem ser aplicados para o atendimento das
necessidades das instalações em condomínios (verticais ou horizontais). Devido à
natureza de um maior número de famílias diferentes, com necessidades
diferentes, é requerido uma infra-estrutura de telecomunicações maior.
Inicialmente, para estruturas de redes maiores, podem se prever a
existência de rotas de cabos mais longas. Se o comprimento total do cabeamento,
desde o ponto de demarcação até a saída, excede os 150m, as mesmas
providências tomadas para o projeto de uma residência simples devem ser
tomadas quanto às exigências dos sinais de transmissão.
Para áreas com residências múltiplas são requeridos componentes adicionais e
cabeamento para execução de um sistema residencial dentro de um condomínio
ou área de campus.
As especificações de aterramento e links do sistema de cabeamento serão
executadas conforme as normas vigentes. Para construções multi-inquilino,
devem-se seguir as recomendações da norma ANSI/EIA/TIA-607, que tem como
objetivo prover as especificações sobre o aterramento da infra-estrutura de
telecomunicações das edificações.

Infra-estrutura

Normalmente um número maior de provedores de serviço irá instalar


equipamentos nas instalações do condomínio. Será necessário então prover locais
para a instalação dos equipamentos e passagem do cabeamento necessário para
a interligação das residências e provavelmente mais de um provedor de acesso
poderá prover a instalação elétrica ou serviços no condomínio.
Uma sala de equipamentos (para instalações maiores) ou um armário de
parede dedicado (para instalações menores) será necessário para executar a
terminação do cabeamento de entrada e equipamentos de distribuição dos sinais.
Em edificações multi-inquilino, o ponto de demarcação pode ser localizado em um
ponto mínimo de entrada ou no espaço de inquilino individual. Geralmente os
provedores de acesso decidem onde o ponto de demarcação será localizado de
acordo com os padrões e regulamentos vigentes.
Facilidade de entrada

A facilidade de entrada consiste na entrada dos serviços de


telecomunicações no edifício, no ponto de entrada do edifício e nas rotas dos
cabos para o espaço do terminal principal.
O ponto de entrada pode ou não estar localizado próximo ao ponto de
terminação. Se o ponto de entrada for fisicamente afastado do ponto de
terminação, os cabos de entrada devem ser passados pela estrutura da
edificação.
A facilidade de entrada também pode conter rotas de cabeamento vertical
interedifícios que unem edifícios em áreas de campus, por exemplo. Entradas de
antenas também podem constituir parte da facilidade de entrada. Todos os
provedores de acesso serão contatados para estabelecer as exigências de cada
sistema. Para informações adicionais sobre as instalações de entrada em
edifícios, consultar as recomendações da norma ANSI/EIA/TIA-569-A.

Sala de Equipamentos

Uma sala (ou armário) de equipamentos é uma área onde estão


centralizados os equipamentos de serviço dos provedores. Uma sala de
equipamentos pode abrigar as facilidades de entrada, o espaço do terminal
principal e o painel de distribuição daquele piso.
Em uma sala de equipamentos encontramos todos os equipamentos que
servem às diversas exigências de conexão e os dispositivos de interface de rede.
Essa sala requer outras instalações de apoio como fornecimento de energia
estabilizado aquecendo, ventilação, e ar condicionado (HVAC).

Espaço terminal principal

O espaço terminal principal é o local do ponto de conexão cruzada dos


cabos de telecomunicações da rede externa e o sistema de cabeamento da rede
interna. O espaço terminal principal também pode alojar o ponto de demarcação,
cabo de ADO, cabeamento backbone e equipamentos ativos.
O espaço terminal principal pode estar localizado em uma sala de
equipamentos de telecomunicação dedicada ou em outra área da edificação.
Instalações de redes maiores podem ter o espaço terminal principal alojado em
uma sala de equipamentos de telecomunicações dedicada, enquanto edifícios
menores podem ter o espaço terminal principal alojado em uma área aberta
comum ou em um armário de telecomunicações.
São apresentados na tabela seguinte os comprimentos de espaço em
parede requeridos para o espaço terminal principal, baseado na norma EIA/TIA-
569-A. Em edifícios com até 10.000m² de espaço de piso utilizável, uma parede
para a terminação do hardware pode ser satisfatória. Edifícios maiores podem
requerer armações (prateleiras) para terminações de cabo. Convém fazer a
previsão de um mínimo de espaço de parede de 2.5m de altura e de comprimento
variável.
Comprimento de Parede para o Espaço Terminal Principal
Espaço do piso bruto (m²) Extensão da Parede (m)
1,00 9,90
2,00 10,60
4,00 17,25
5,00 22,95
6,00 24,00
8,00 30,15
10,00 36,30

Configuração do Cabeamento Backbone

Existem duas configurações para a instalação do cabeamento backbone


para instalações em condomínios. Uma configuração utiliza um método direto que
é colocar uma tomada auxiliar (ADO) diretamente do espaço terminal principal
para cada residência individual. Isto pode ser muito satisfatório para aplicação em
redes menores e onde menos flexibilidade é requerida.
Outra configuração pode ser utilizada quando se tratar de redes maiores, ou
para maior versatilidade, segmentando o sistema com um cabeamento backbone
e um painel de distribuição por andar (ou segmento). Com a utilização desse
método, o cabeamento backbone é utilizado desde o espaço terminal principal até
cada um dos andares da edificação ou para cada segmento (no caso de
condomínio horizontal ou campus). São instalados cabos de saída desde os
painéis de distribuição até cada residência servida pelo sistema.

Painel de Distribuição

O painel de distribuição é o espaço onde o cabeamento backbone e


cabeamento de saída terminam. Deve estar localizado em área comum e de fácil
acessibilidade. O painel de distribuição deve ser instalado no primeiro piso e
depois a cada três pisos em um condomínio vertical, de forma a atender ao piso
imediatamente superior e inferior, além do próprio piso onde se encontra.
A tabela seguinte relaciona as dimensões mínimas para a instalação de um
painel de distribuição em parede.

Espaço mínimo para painel de distribuição


Grade 1 Grade 2
Espaço mínimo para grupo
De 370mm até 610mm De 775mm até 610mm
de cinco residências
Espaço mínimo adicional
32,27mm² 64,54mm²
por residência

O painel de distribuição do pavimento deve ficar localizado em uma área


que permita a expansão futura para acomodação de terminações adicionais e
equipamentos.
Pode ser requerida alimentação elétrica para o painel de distribuição. Uma
tomada de alimentação estabilizada deve ser prevista junto ao painel em distância
inferior a 1.5m. A altura da tomada elétrica deverá estar de acordo com o
equipamento terminal associado instalado. Outras tomadas podem ser previstas
para o atendimento de outros componentes de equipamentos ativos.

Rotas de Backbone

Dentro de edifícios multi-inquilino, devem ser consideradas as capacidades


de rotas de backbone para adições de novos cabos para futuras ampliações ou
modificações.
O cabeamento reconhecido para rotas de backbone inclui:
 Cabo de par trançado de 100Ω, conforme norma ANSI/EIA/TIA-758 e
ANSI/EIA/TIA-568-A;
 Cabo de fibra óptica multimodo de 50/125µm, conforme norma ANSI/EIA/TIA-
492AAAC;
 Cabo de fibra óptica multimodo 62.5/125µm, conforme norma ANSI/EIA/TIA-
492AAAA-A;
 Cabo de fibra óptica monomodo, conforme norma ANSI/EIA/TIA-492CAAA;
 Cabo Coaxial grosso, conforme norma SCTE IPS-SP-100;
 Cabo coaxial Série 6 e 11, conforme norma SCTE IPS-SP-001.

Topologia

O cabeamento backbone deve ser implementado utilizando uma topologia


em estrela para cabos de par trançado ou fibra óptica. Cabeamento backbone
utilizando cabo coaxial pode ser implementado em estrela ou barramento.

Especificação de Componentes

São requeridos tipos específicos de cabeamento e acessórios para atender


ao cabeamento das tomadas e cabeamento de backbone. As escolhas de mídia
incluem vários tipos de cabos UTP, coaxial e de fibra óptica.
É importante especificar corretamente o cabeamento e os acessórios
necessários para satisfazer as expectativas de desempenho do projeto de
cabeamento residencial.

Cabo de par trançado UTP

As exigências de desempenho específicas para o cabeamento Categoria 3


e Categoria 5 utilizada em sistemas residenciais são encontradas na norma
ANSI/EIA/TIA-568-A. Exigências específicas para cabeamento UTP Categoria 5e
são encontradas na norma ANSI/EIA/TIA-568-A-5.
Sistemas de Grau 1 e Grau 2 para sistemas residenciais incluem
cabeamento UTP em todas as tomadas de saída. Embora sejam especificadas
categorias diferentes de UTP, todas têm em comum as seguintes características:
 Utilização dos quatro pares;
 Todos os pares trançados para evitar ruídos EMI/RFI;
 Impedância característica de 100Ω;
 Bitola nominal para os condutores individuais 24 AWG ou maior;
 Exigências de desempenho dependente da categoria;
 Código de cores específico

Figura 2- Código de cores para cabos UTP

Cabos UTP para Equipamento, Patch Cords e Jumpers

Exigências elétricas específicas para cabos de equipamentos, patch cords e


jumpers utilizados em sistemas residenciais são encontradas na norma
ANSI/EIA/TIA-568-A. Os cabos de equipamentos são usados para a conexão de
equipamentos eletrônicos à tomada de saída residencial ou ao DD. Os patch cords
são usados no DD:
 Conector modular de 8 vias padrão RJ-45 em ambas as extremidades;
 Conector modular de 8 vias padrão RJ-45 em apenas uma extremidade;
 Um conector padrão diferente do anterior ou nenhum conector.

Uma observação importante é que o somatório dos comprimentos dos


cabos de equipamentos, patch cords e jumpers não pode ultrapassar os 10
metros:
Cabos de Fibra óptica

São dois tipos de fibras ópticas utilizadas em cabeamento residencial:


multimodo e monomodo. As fibras ópticas multimodo são mais utilizadas e seu
custo é menor em relação às fibras monomodo.
Quanto ao hardware necessário, as diferenças de custos também são
grandes. Os equipamentos para a conversão dos sinais elétricos em ópticos e
vice-versa para uso em fibras monomodo são mais caros e de instalação mais
complexa que os utilizados nas fibras multimodo. Normalmente, as fibras
monomodo são utilizadas pelos provedores de acesso e operadoras de serviços
de telecomunicações.

Desempenho de Transmissão de cabo

O sistema de telecomunicações interedifícios utilizando cabeamento óptico deverá


obedecer a norma ANSI/ICEA S-83-596.
As fibras do cabo óptico devem obedecer às especificações de desempenho que
constam da tabela seguinte.

Parâmetros de Performance de Transmissão para Cabos de Fibra Óptica


Comprimento de Atenuação Mínima Capacidade de
Tipo de Cabo Onda máxima Transmissão
(nm) (dB/km) (MHz x km)
850 3.5 500
50/125µm
1300 1.5 500
850 3.5 160
62.5/125µm
1300 1.5 500
Monomodo 1310 1.0 N/A
Intraedifícios 1500 1.0 N/A
Monomodo 1310 0.5 N/A
Interedifícios 1500 0.5 N/A
Especificações físicas do Cabo Óptico

A construção do cabo de fibra óptica consiste em fibras multimodo de


50/125µm ou 62.5/125µm e cabos de fibras ópticas monomodo 9/125µm.
As fibras no interior do cabo são identificáveis conforme a norma
ANSI/EIA/TIA-568-A. O cabo será identificado conforme o código elétrico
aplicável. As marcações no cabo de fibra óptica seguem as recomendações do
NEC - National Electrical Code, como segue:

Marcação do cabo Descrição Substituição permitida


Non-conductive optical
OFNP nenhum
fiber plenum cable
Conductive optical fiber
OFCP OFNP
plenum cable
Non-conductive optical
OFNR OFNP
fiber riser cable
Conductive optical fiber
OFCR OFNP, OFCP, OFNR
riser cable
Non-conductive optical
OFNG fiber general-purpose OFNP, OFNR
cable
Conductive optical fiber OFNP, OFCP, OFNR,
OFCG
general-purpose cable OFCR, OFNG, OFN
Non-conductive optical
OFN fiber general-purpose OFNP, OFNR
cable
Conductive optical fiber OFNP, OFCP, OFNR,
OFC
general-purpose cable OFCR, OFNG, OFN

O cabo de fibra óptica multimodo é o tipo mais comum para utilização em


aplicações residenciais. Dois padrões multimodo são utilizados em sistemas
ópticos:
 Fibras de 62.5/125µm - esta fibra óptica foi o primeiro tipo a ser utilizado em
sistemas residenciais e é comumente encontrado em dispositivos de decoração
luminosos;
 Fibras de 50/125µm - esta fibra óptica é utilizada em sistemas com fontes de
luz laser, mais rápidas, para atender as novas tecnologias de transmissão (por
exemplo, Gigabit Ethernet).

Exigências de instalação

Durante operações com o cabeamento de telecomunicações (inclusive


instalação, prova, ou reconfigurações), os responsáveis pela instalação dos
equipamentos devem desconectar os sistemas da rede da residência do sistema
da rede pública (por exemplo, companhia telefônica) no ponto de demarcação ou
no ADO e as fontes de energia elétrica. O objetivo é garantir a proteção do
pessoal técnico bem como proteger os equipamentos envolvidos.

Instalação do Cabeamento

A instalação de cabos e demais componentes deve seguir o recomendado


na norma ANSI/EIA/TIA-606, visando facilitar a inspeção visual, testes de
aceitação, reconfigurações e operações de manutenção. A etiquetagem e
codificação dos pontos de rede são ajudas adicionais para organizar visualmente
os pontos de terminação e painéis.

Administração do Cabeamento

Todos os dados relativos aos testes do cabeamento da rede devem ser


registrados e fornecidos aos clientes do projeto. As informações de projeto devem
incluir:
 Localização da tomada/conector;
 Informação das rotas de cabos;
 Diagrama do DD com toda a terminação e conexões cruzadas registradas;
 Tamanho e localização do ADO e cabos de DD;
 Relação dos cabos de saída com o número do respectivo cabo e resultados de
teste de desempenho;
 Desenho esquemático do sistema elétrico, aterramento e dispositivos de
proteção, relacionando o tipo, modelo e fabricante em uma folha de informação.
 Localização, numeração e informação dos pontos de terminação para o
cabeamento de backbone, cabos de ADO, patch cords do DD, painel DD e
cabeamento de saída de cada unidade individual para edifícios multi-inquilino;
 Número, modelo e descrição dos splitter para cabos coaxiais (quando
existirem);
 Informação sobre a facilidade de entrada (por exemplo, tamanho de cabo, local
de entrada, etc).

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