Eureka! 7 (2000)

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CONTEÚDO

AOS LEITORES 2

XXI OLIMPÍADA BRASILEIRA DE MATEMÁTICA 3


Problemas e soluções da Primeira Fase

XXI OLIMPÍADA BRASILEIRA DE MATEMÁTICA 13


Problemas e soluções da Segunda Fase

XXI OLIMPÍADA BRASILEIRA DE MATEMÁTICA 21


Problemas e soluções da Terceira Fase

XXI OLIMPÍADA BRASILEIRA DE MATEMÁTICA 36


Resultados

ARTIGOS
EQUAÇÕES DIOFANTINAS 39
Antonio Caminha Muniz Neto

SOLUÇÕES DE PROBLEMAS PROPOSTOS 49

PROBLEMAS PROPOSTOS 59

AGENDA OLÍMPICA 61

COORDENADORES REGIONAIS 62
Sociedade Brasileira de Matemática

AOS LEITORES
Realizamos durante 1999 a XXI Olimpíada Brasileira de Matemática em
mais de 2.500 colégios de nosso país, atingindo na realização da primeira etapa
cerca de 60.000 alunos. Este ano a Olimpíada se realizará nas seguintes datas:

Primeira Fase – Sábado, 10 de junho


Segunda Fase – Sábado, 02 de setembro
Terceira Fase – Sábado, 21 de outubro (níveis 1,2 e 3)
Domingo, 22 de outubro (nível 3 - segundo dia).

A Comissão Nacional de Olimpíadas entende que todo aluno que desejar


participar da OBM deve poder fazê-lo sem restrições. A comissão oferece
inclusive a alunos de escolas que não participam da OBM a possibilidade de fazer
as provas sob supervisão direta do Coordenador Regional. As escolas podem
naturalmente aconselhar seus alunos a participar ou não da Olimpíada de acordo
com seus próprios critérios, mas a escola nunca deve impedir um aluno de
participar se este for o seu desejo.

Lembramos que a Olimpíada Brasileira de Matemática é uma competição


entre alunos e não entre colégios. A OBM divulga apenas os nomes e pontuações
dos alunos premiados; a OBM nunca divulgou nem divulgará comparações entre
colégios. Nosso objetivo é estimular o estudo de Matemática entre os jovens,
contribuir para o aprimoramento dos professores e propiciar uma melhoria do
ensino e do aprendizado desta matéria nas escolas brasileiras e não comparar
desempenhos de escolas.
O Regulamento da OBM foi atualizado. Leia o novo regulamento no site:
http://www.obm.org.br/regulamento.htm

Finalmente, aproveitamos, para registrar a realização da Semana


Olímpica 2000, atividade que vem sendo realizada desde 1998. Nesta
oportunidade o evento teve lugar na Universidade Metodista de Piracicaba
(UNIMEP) entre os dias 21 a 27 de janeiro de 2000. Durante a Semana Olímpica
2000, reunimos alunos ganhadores da XXI Olímpiada Brasileira de Matemática
nos seus três níveis de competição. Estes alunos participaram de um treinamento
intensivo com professores de diversas partes do país como preparação para a
futura formação das equipes que representarão o Brasil em Olimpíadas
Internacionais. Além disso eles tiveram a oportunidade de conquistar novas
amizades, iniciando um relacionamento extremamente proveitoso com outros
jovens da mesma faixa de idade e com interesses semelhantes.

EUREKA! N°7, 2000

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Sociedade Brasileira de Matemática

XXI OLIMPÍADA BRASILEIRA DE MATEMÁTICA


Primeira Fase - Nível 1

01. Um pequeno caminhão pode carregar 50 sacos de areia ou 400 tijolos. Se


foram colocados no caminhão 32 sacos de areia, quantos tijolos pode ainda ele
carregar?
A) 132 B) 144 C) 146 D) 148 E) 152

02. A calculadora de Juliana é bem diferente. Ela tem uma tecla D, que duplica o
número escrito no visor e a tecla T, que apaga o algarismo das unidades do
número escrito no visor.Assim, por exemplo, se estiver escrito 123 no visor e
apertarmos D, teremos 246; depois, apertando T, teremos 24. Suponha que esteja
escrito 1999. Se apertamos D depois T, em seguida D, depois T, teremos o
número:
A) 96 B) 98 C) 123 D) 79 E) 99

03. O gráfico abaixo mostra o valor aproximado do dólar em reais no dia 15 dos
últimos 6 meses.

2,0

1,5

1,0

D J F M A M J

Marcelo comprou um carro usando um sistema de financiamento chamado


leasing corrigido pela variação do dólar e suas prestações vencem exatamente
no dia 15 de cada mês. Em dezembro, Marcelo pagou R$ 600,00 de prestação.
Com base na tabela, podemos dizer que em maio a prestação foi de:
A) R$ 700,00 B) R$ 850,00 C) R$ 650,00 D) R$ 900,00
E) R$ 800,00

04. Numa certa cidade, o metrô tem todas suas 12 estações em linha reta. A
distância entre duas estações vizinhas é sempre a mesma. Sabe-se que a distância
entre a terceira e a sexta estações é igual a 3 300 metros. Qual é o comprimento
dessa linha?
A) 8,4 km B) 12,1 km C) 9,9 km D) 13,2 km E) 9,075 km

EUREKA! N°7, 2000

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Sociedade Brasileira de Matemática

05. A metade do número 211 + 4 8 é igual a:


A) 2 5 + 4 4 B) 2 5 + 2 8 C) 110 + 2 8 D) 215 + 4 5 E) 2 9 + 4 7

06. Quantos números de dois algarismos são primos e têm como antecessor um
quadrado perfeito ?
A) 2 B) nenhum C) 1 D) 3 E) 6

07. Quantas vezes num dia (24 horas) os ponteiros de um relógio formam ângulo
reto ?
A) 48 B) 44 C) 24 D) 22 E) 23

08. Dona Zizi comprou 2 balas para cada aluno de uma 5a série. Mas como os
meninos andavam meio barulhentos, ela resolveu redistribuir essas balas, dando 5
para cada menina e apenas 1 para cada menino. Podemos concluir que na 5a série
A) 20% são meninos B) 30% são meninas C) 75% são meninos
D) 50% são meninas E) 66,6...% são meninos

09. Vários caixotes cúbicos de plástico


Azul ficaram armazenados ao ar livre, na
posição indicada na figura ao lado, na qual
apenas um dos caixotes não é visível. Com
o tempo, o plástico exposto ao ar perdeu
sua cor, tornando-se cinza. Ao desfazer a
pilha, verificaremos que o número de
caixotes com três faces azuis e três
cinzentas será:
A) 4 B) 5 C) 3 D) 2
E) 1

10. Ronaldo, sempre que pode, guarda moedas de 50 centavos ou 1 real.


Atualmente, ele tem 100 moedas, num total de 76 reais. Quantas moedas de um
valor ele tem a mais do que a de outro valor ?
A) 48 B) 4 C) 8 D) 52 E) 96

11. Juntando três quadrados congruentes e fazendo coincidir


lados comuns, sem superposição, podemos formar duas figuras
diferentes, como mostra a figura ao lado. Observe que uma
figura obtida de outra por rotação, deslocamento ou reflexão, é
congruente à mesma figura (muda apenas a posição). Por
exemplo, temos abaixo figura iguais em 4 posições diferentes:

EUREKA! N°7, 2000

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Sociedade Brasileira de Matemática

Vamos agora pegar três losangos congruentes, um deles


120 o representado ao lado.
Quantas figuras diferentes podemos formar com os três
o
60 losangos, fazendo coincidir lados comuns?

A) 1 B) 2 C) 3 D) 5 E) 9

12. Renata digitou um trabalho de 100 páginas numerados de 1 a 100 e o


imprimiu. Ao folhear o trabalho, percebeu que sua impressora estava com defeito,
pois trocava o zero pelo um e o um pelo zero na numeração das páginas. Depois
de consertar a impressora, quantas páginas teve que reimprimir, no mínimo ?
A) 18 B) 20 C) 22 D) 30 E) 28

13. Letícia vendeu todos seus CDs de videogames para três amigos, que lhe
pagaram, respectivamente, R$ 240,00, R$ 180,00 e R$ 320,00. Todos os CDs
tinham o mesmo preço. Quantos CDs tinha Letícia no mínimo?
A) 20 B) 37 C) 28 D) 21 E) 25

14. 6 cartões com números somente numa das faces


8 2 4
são colocados sobre uma mesa conforme a ilustração. Os
cartões X e Y estão com a face numerada voltada para
X 6 Y
baixo. A média aritmética dos números de todos os cartões
é 5. A média aritmética dos números do cartão Y e seus três
vizinhos é 3. Qual é o número escrito no cartão X ?
A) – 4 B) 12 C) 0 D) 15 E) 10

2
15. Rafael tem da idade de Roberto e é 2 anos mais jovem que Reinaldo. A
3
4
idade de Roberto representa da idade de Reinaldo. Em anos, a soma das idades
3
dos três é:
A) 48 B) 72 C) 58 D) 60 E) 34

EUREKA! N°7, 2000

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Sociedade Brasileira de Matemática

16. Marcos quer pesar três maças numa balança de


Dois pratos, mas ele dispõe de apenas um bloco de
200 gramas. Observando o equilíbrio na balança, ele
observa que a maçã maior tem o mesmo peso que as
outras duas maçãs juntas; o bloco e a maçã menor
pesam tanto quanto as outras duas maçãs juntas; a
maçã maior junto com a menor pesam tanto quanto
bloco. O peso total das três maçãs é:
A) 250 g B) 300 g C) 350 g D) 400 g E) 450 g
100 20
17. No desenho ao lado estão representados 12 16
80
Quatro triângulos retângulos e um retângulo, 60

bem como suas medidas. 16 60

Juntando todas essas figuras, podemos construir 20


88
80

um quadrado. O lado desse quadrado irá medir: 12 16 100

A) 88 cm B) 100 cm C) 60 cm
D) 96 cm E) 80 cm

18. Numa certa cidade, foi adotado o seguinte sistema de rodízio de carros: duas
vezes por semana, de segunda a sexta, cada carro fica proibido de circular, de
acordo com o final de sua placa (algarismo das unidades). O número médio de
finais de placa proibidos diferentes para cada dia de proibição é:
A) 4 B) 1 C) 3 D) 2 E) indefinido

19. Alexandre, consultando a programação de filmes, decidiu gravar


Contato, cuja duração é de 150 minutos. Para gravar numa única fita, ele
começou com velocidade menor (modo EP, que permite gravar 6 horas) e, num
dado momento, mudou para a velocidade maior (modo SP, que permite gravar 2
horas), de forma que a fita acabou exatamente no fim do filme. Do início do filme
até o momento da mudança do modo de gravação, quantos minutos se passaram?
A) 60 B) 30 C) 15 D) 45 E) 105

20. Você sabe que existem 9 números de um algarismo, 90 números de dois


algarismos, 900 números de três algarismos, etc. Considere agora cada número
cujo último algarismo à direita representa o número de algarismos desse número.
Por exemplo, o número 9 074 é um deles, pois 4 é o número de seus algarismos.
Quantos números desse tipo existem ?
A) 99 999 999 B) 99 999 992 C) 100 000 000 D) 10 000 000
E) 1 000 000 000

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XXI OLIMPÍADA BRASILEIRA DE MATEMÁTICA


Primeira Fase - Nível 2

01. Veja problema 01 do Nível 1.

02. Em um hotel há 100 pessoas. 30 comem porco, 60 comem galinha e 80


comem alface. Qual é o maior número possível de pessoas que não comem
nenhum desses dois tipos de carne?
A) 10 B) 20 C) 30 D) 40 E) 50

03. Uma folha quadrada foi dobrada duas vezes ao longo de suas diagonais
conforme ilustração abaixo, obtendo-se um triângulo isósceles. Foi feito um corte
na folha dobrada, paralelo à base desse triângulo, pelos pontos médios dos outros
lados. A área do buraco na folha corresponde a que fração da área da folha
original ?

1 1 3 3 1
A) B) C) D) E)
2 6 8 4 4

04. Veja problema 9 do Nível 1.


05. Veja problema 17 do Nível 1.

06. Contando-se os alunos de uma classe de 4 em 4 sobram 2 e contando-se de 5


em 5 sobra 1. Sabendo-se que 15 alunos são meninas e que nesta classe o número
de meninas é maior que o número de meninos, o número de meninos nesta classe
é igual a :
A) 7 B) 8 C) 9 D) 10 E) 11

07. O quociente de 5050 por 2525 é igual a :


A) 2525 B) 1025 C) 10025 D) 225 E) 2 × 2525

4
08. Qual o 1999o algarismo após a vírgula na representação decimal de ?
37
A) 0 B) 1 C) 2 D) 7 E) 8

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Sociedade Brasileira de Matemática

09. Um retângulo ABCD está dividido em quatro retângulos menores. As áreas de


três deles estão na figura abaixo. Qual é a área do retângulo ABCD?
A D

16

12 27

B C

A) 80 B) 84 C) 86 D) 88 E) 91

10. Em um aquário há peixes amarelos e vermelhos: 90% são amarelos e 10% são
vermelhos. Uma misteriosa doença matou muitos peixes amarelos, mas nenhum
vermelho. Depois que a doença foi controlada verificou-se que no aquário, 75%
dos peixes vivos eram amarelos. Aproximadamente, que porcentagem dos peixes
amarelos morreram?
A) 15% B) 37% C) 50% D) 67% E) 84%

11. Pedro saiu de casa e fez compras em quatro lojas, cada uma num bairro
diferente. Em cada uma gastou a metade do que possuía e a seguir, ainda pagou
R$ 2,00 de estacionamento. Se no final ainda tinha R$ 8,00, que quantia tinha
Pedro ao sair de casa?
A) R$ 220,00 B) R$ 204,00 C) R$ 196,00 D) R$ 188,00
E) R$ 180,00
x + 99
12. Quantos são os possíveis valores inteiros de x para que seja um
x + 19
número inteiro?
A) 5 B) 10 C) 20 D) 30 E) 40

13. A diferença entre a maior raiz e a menor raiz da equação


(2 x − 45)2 − (x − 21)2 = 0 é:
A) 2 B) 3 C) 4 D) 5 E) 6

14. Uma bola de futebol é feita com 32 peças de couro. 12 delas são pentágonos
regulares e as outras 20 são hexágonos também regulares. Os lados dos
pentágonos são iguais aos dos hexágonos de forma que possam ser costurados.
Cada costura une dois lados de duas dessas peças.
Quantas são as costuras feitas na fabricação de uma bola de futebol?
A) 60 B) 64 C) 90 D) 120 E) 180

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Sociedade Brasileira de Matemática

15. Hoje, 12/6/1999, Pedro e Maria fazem aniversário. No mesmo dia em 1996, a
idade de Pedro era 3/4 da idade de Maria. No mesmo dia em 2002, a idade de
Pedro será igual à de Maria quando ele tinha 20 anos. Quantos anos Maria está
fazendo hoje?
A) 30 B) 31 C) 32 D) 33 E) 34

16. Uma caixa contém 100 bolas de cores distintas. Destas, 30 são vermelhas, 30
são verdes, 30 são azuis e entre as 10 restantes, algumas são brancas e outras são
pretas. O menor número de bolas que devemos tirar da caixa, sem lhes ver a cor,
para termos a certeza de haver pelo menos 10 bolas da mesma cor é:
A) 31 B) 33 C) 35 D) 37 E) 38

17. Quantos são os triângulos que possuem medidas dos seus lados expressas por
números inteiros e tais que a medida do maior lado seja igual a 11 ?
A) 10 B) 11 C) 12 D) 24 E) 36

18. Os pontos S, T e U são os pontos de tangência do círculo inscrito no triângulo


PQR sobre os lados RQ, RP e PQ respectivamente. Sabendo que os
comprimentos dos arcos TU, ST e US estão na razão TU : ST : US = 5 : 8 : 11, a
razão ∠TPU : ∠SRT : ∠UQS é igual a :
A) 7 : 4 : 1 B) 8 : 5 : 2 C) 7 : 3 : 2 D) 11 : 8 : 5 E) 9 : 5 : 1

19. Aos vértices de um cubo são atribuídos os números de 1 a 8 de modo que os


conjuntos dos números correspondentes aos vértices das seis faces são
{1, 2, 6, 7}, {1, 4, 6, 8}, {1, 2, 5, 8}, {2, 3, 5, 7}, {3, 4, 6, 7} e {3, 4, 5, 8}. O
vértice atribuído ao número 6 está mais longe do vértice de número
A) 1 B) 3 C) 4 D) 5 E) 7

20. Com os 5 números ímpares entre –5 e 4 e com os 5 números pares entre –5 e


4 são formados 5 pares de números. Se N é a soma dos produtos, obtidos em cada
par de números, o valor mínimo possível de N é igual a :
A) – 41 B) – 40 C) – 28 D) –10 E) 0

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Sociedade Brasileira de Matemática

XXI OLIMPÍADA BRASILEIRA DE MATEMÁTICA


Primeira Fase - Nível 3

01. Veja problema 01 do Nível 1.


02. Veja problema 02 do Nível 2.

03. Um gafanhoto pula exatamente 1 metro. Ele está em um ponto A de uma reta,
só pula sobre ela, e deseja atingir um ponto B dessa mesma reta que está a 5
metros de distância de A com exatamente 9 pulos. De quantas maneiras ele pode
fazer isso?
A) 16 B) 18 C) 24 D) 36 E) 48

04. Sendo a ≠ b e b ≠ 0, sabe-se que as raízes da equação x 2 + ax + b = 0 são


exatamente a e b. Então, a – b é igual a:
A) 0 B) 1 C) 2 D) 3 E) 4

05. Veja problema 09 do Nível 2.


06. Veja problema 14 do Nível 2.

07. A diferença entre a maior raiz e a menor raiz da equação


(2 x − 45)2 − (x − 21)2 = 0 é:
A) 2 B) 3 C) 4 D) 5 E) 6

08. Veja problema 12 do Nível 2.

1
09. Se 00 < x < 900 e cos x = então x está entre:
4
A) 00 e 300 B) 300 e 450 C) 450 e 600 D) 600 e 750 E) 750 e 900

10. Veja problema 11 do Nível 2.


n
11. Para todo n natural definimos a função f por: f (n ) =se n é par,
2
f (n ) = 3n + 1 se n é ímpar. O número de soluções da equação f ( f ( f (n ))) = 16 é:
A) 2 B) 3 C) 4 D) 5 E) 6

12. O número N = 11111 . . . 11 possui 1999 dígitos, todos iguais a 1. O resto da


divisão de N por 7 é:
A) 1 B) 2 C) 4 D) 5 E) 6

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Sociedade Brasileira de Matemática

13. Um quadrado ABCD possui lado 40cm. Uma circunferência contém os


vértices A e B e é tangente ao lado CD. O raio desta circunferência é:
A) 20cm B) 22cm C) 24cm D) 25cm E) 28cm

14. Veja problema 18 do Nível 2.


15. Para quantos valores inteiros de x existe um triângulo acutângulo de lados 12,
10 e x?
A) 9 B) 10 C) 12 D) 16 E) 18

16. A circunferência abaixo tem raio 1, o arco AB mede 700 e o arco BC mede
400. A área da região limitada pelas cordas AB e AC e pelo arco BC mede:

C
A

A) π/8 B) π/9 C) π/10 D) π/12 E) π/14

17. A reta r contém os pontos (0, 4) e (7, 7). Dos pontos abaixo, qual é o mais
próximo da reta r?
A) (1999, 858) B) (1999, 859) C) (1999, 860)
D) (1999, 861) E) (1999, 862)

18. Quantos são os pares (x, y) de inteiros positivos que satisfazem a equação
2x +3y = 101 ?
A) 13 B) 14 C) 15 D) 16 E) 17

19. Quantos números inteiros entre 10 e 1000 possuem seus dígitos em ordem
estritamente crescente? (Por exemplo, 47 e 126 são números deste tipo; 52 e 566
não).
A) 90 B) 98 C) 112 D) 118 E) 120

20. Veja problema 10 do Nível 2.


21. Veja problema 15 do Nível 2.

22. No quadrado ABCD o ponto E é médio de BC e o ponto F do lado CD é tal


que o ângulo AEF é reto. Aproximadamente, que porcentagem a área do triângulo
AEF representa da área do quadrado?
A) 28% B) 31% C) 34% D) 36% E) 39%

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Sociedade Brasileira de Matemática

23. Dois irmãos herdaram o terreno ABC com a forma de um triângulo retângulo
em A, e com o cateto AB de 84m de comprimento. Eles resolveram dividir o
terreno em duas partes de mesma área, por um muro MN paralelo a AC como
mostra a figura abaixo. Assinale a opção que contém o valor mais aproximado do
segmento BM.
B

M N

A C

A) 55m B) 57m C) 59m D) 61m E) 63m

24. As representações decimais dos números 21999 e 51999 são escritas lado a
lado. O número de algarismos escritos é igual a :
A) 1999 B) 2000 C) 2001 D) 3998 E) 3999

25. Veja problema 16 do Nível 2.

GABARITO

Primeiro Nível (5a. e 6a. séries)


1) B 6) A 11) E 16) B
2) D 7) B 12) E 17) E
3) B 8) C 13) B 18) A
4) B 9) A 14) E 19) D
5) D 10) B 15) C 20) C

Segundo Nível (7a. e 8a. séries)


1) B 6) E 11) D 16) E
2) D 7) C 12) C 17) E
3) E 8) B 13) A 18) A
4) A 9) E 14) C 19) D
5) E 10) D 15) B 20) B

Terceiro Nível (Ensino Médio)


1) B 6) C 11) C 16) B 21) B
2) D 7) A 12) A 17) D 22) B
3) D 8) C 13) D 18) E 23) C
4) D 9) E 14) A 19) E 24) B
5) E 10) D 15) A 20) D 25) E

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Sociedade Brasileira de Matemática

XXI OLIMPÍADA BRASILEIRA DE MATEMÁTICA


Segunda Fase - Nível 1

PROBLEMA 1
Corte 10 algarismos do número 1234512345123451234512345, para que
o número restante seja o maior possível.

PROBLEMA 2
Sabe-se que três meses consecutivos de um determinado ano, não bissexto,
possuem cada um exatamente quatro domingos.
a) Estes meses podem ser janeiro, fevereiro e março?
b) Podem ser agosto, setembro e outubro?

PROBLEMA 3
Na figura, os triângulos ABC e EGF são equiláteros. O perímetro do triângulo
ABC é 132cm e, além disso,
AE = EC B
BD = DC
EF = FC
DG = GE D
a) Qual o perímetro da área sombreada?
b) Que fração da área do triângulo ABC G

representa a área sombreada?


A C
E F
PROBLEMA 4
Pedro distribuiu 127 moedas de 1 real em sete caixas e colocou em cada uma
delas uma etiqueta dizendo o número de moedas da caixa. Essa distribuição foi
feita de forma que qualquer quantia de R$1,00 a R$127,00 pudesse ser paga
entregando-se apenas caixas fechadas. De que maneira Pedro fez essa
distribuição?

PROBLEMA 5
Um edifício muito alto possui 1000 andares, excluindo-se o térreo. Do andar
térreo partem 5 elevadores:
O elevador A pára em todos os andares.
O elevador B pára nos andares múltiplos de 5, isto é, 0, 5, 10, 15, …
O elevador C pára nos andares múltiplos de 7, isto é, 0, 7, 14, 21, …
O elevador D pára nos andares múltiplos de 17, isto é, 0, 17, 34, 51, …
O elevador E pára nos andares múltiplos de 23, isto é, 0, 23, 46, 69, …

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a) Mostre que, excetuando-se o andar térreo, não existe nenhum andar onde
param os 5 elevadores.
b) Determine todos os andares onde param 4 elevadores.

PROBLEMA 6
Encontre o menor tabuleiro quadrado que pode ser ladrilhado usando peças com o
seguinte formato:

Obs: Ladrilhado significa completamente coberto, sem superposição de peças, e


de modo que nenhum ponto fora do tabuleiro seja coberto por alguma peça.

SOLUÇÕES SEGUNDA FASE - NÍVEL 1


SOLUÇÃO PROBLEMA 1
O maior número restante é 553451234512345. Para ver isto, podemos supor que
os cortes são feitos da esquerda para a direita. Se deixarmos de cortar todos os
quatro primeiros algarismos, o número que resta começará por 1, 2, 3 ou 4. Logo,
menor que o número acima. Feito isto, se deixarmos de cortar a segunda
seqüência 1234, o número que resta terá na primeira ou segunda casa, da
esquerda para a direita, 1, 2, 3 ou 4. Ainda menor que o número acima. Os dois
primeiros 5 devem permanecer, pois retirando-se um deles, completamos 9
retiradas e aí algum algarismo da terceira seqüência 1234 aparecerá na 1a ou na 2a
casa. Finalmente devemos cortar a seqüência 12, que ocupa a 11a e 12a posição.

SOLUÇÃO PROBLEMA 2
Se o dia primeiro de janeiro for Segunda-feira, e o ano não for bissexto, então os
meses de janeiro, fevereiro e março terão 4 domingos cada.

SOLUÇÃO PROBLEMA 3 (Solução resumida)


3 1 1 13
a) Perímetro = 2 ⋅ (44 ) + 3⋅ = 121 . b) S ' = S+ . S= S
4 4 4 16

SOLUÇÃO PROBLEMA 4
Basta distribuir as moedas em 7 caixas contendo respectivamente 1, 2, 4, 8, 16,
32 e 64 moedas. Para outros pagamentos Pedro pode fazer 3 = 1 + 2, 5 = 1 + 4, 6
= 2 + 4, 7 = 1 + 2 + 4. Assim já pode pagar as quantias de 1 a 7 reais com o
conteúdo das caixas. Somando-se a parcela de 8 a estas somas chega-se nas
somas de 9 até 15. Somando-se a parcela de 16 às 15 somas assim formadas

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14
Sociedade Brasileira de Matemática

obtém-se somas de 17 a 31. A estas acrescenta-se a parcela de 32. E finalmente a


parcela de 64, obtendo-se assim todas as somas de 1 a 127 = 1+ 2 + 4 + 8 + 16 +
32 + 64.

SOLUÇÃO PROBLEMA 5
a) O elevador B pára nos múltiplos de 5.
O elevador C pára nos múltiplos de 7.
O elevador D pára nos múltiplos de 17.
O elevador E pára nos múltiplos de 23.

Como 5, 7, 17 e 23 são números primos, para que todos parem num mesmo
andar, este tem que ser múltiplo de 5 × 7 × 17 × 23 = 13685 e o prédio só tem
1000 andares.

b) Para que num andar parem exatamente quatro elevadores, devem parar A,
que pára em todos, e três dos restantes.
B, C e D param nos múltiplos de 5 × 7 × 17 = 595
B, C e E param nos múltiplos de 5 × 7 × 23 = 805
B, D e E param nos múltiplos de 5 × 17 × 23 = 1955
C, D e E param nos múltiplos de 7 × 17 × 23 = 2737
Logo, os andares onde param 4 elevadores são o 595 e o 805.

SOLUÇÃO PROBLEMA 6
O menor tabuleiro é do tipo 10 × 10 coberto com 20 peças, como mostrado, por
exemplo, pela figura abaixo, à esquerda.
Com efeito, o número de casas do
tabuleiro é um quadrado perfeito
múltiplo de 5. Logo é 25, 100, 225 ou
... etc. Mas um tabuleiro 5 × 5 não
pode ser coberto com peças deste tipo,
pois ao tentarmos completar uma
lateral do tabuleiro, seremos
conduzidos a uma das duas figuras à
direita, as quais não se deixam
completar pelas peças para formar todo
o tabuleiro.

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Sociedade Brasileira de Matemática

XXI OLIMPÍADA BRASILEIRA DE MATEMÁTICA


Segunda Fase - Nível 2
PROBLEMA 1
Três meses consecutivos de um determinado ano, não bissexto, possuem
exatamente quatro domingos cada um. Prove que um destes meses é fevereiro.

PROBLEMA 2
Num quadro-negro são escritos três inteiros. Começa-se, então, uma sequência de
movimentos onde, em cada passo, apaga-se um deles e escreve-se em seu lugar a
soma dos outros dois diminuída de uma unidade. Após vários movimentos, estão
escritos no quadro os números 17, 75 e 91. É possível que no início estejam
escritos no quadro :

a) 2, 2, 2 ?
b) 3, 3, 3 ?

PROBLEMA 3
Seja ABCD um quadrado. Escolhemos pontos M, N, P, Q respectivamente sobre
AB, BC, CD e DA, de modo que as circunferências circunscritas aos triângulos
MBN e PDQ sejam tangentes exteriormente. Mostre que MN +PQ ≥ AC.

PROBLEMA 4
Determine o maior natural n para o qual existe uma reordenação (a, b, c, d) de (3,
6, 9, 12) (isto é, {a, b, c, d} = {3, 6, 9, 12}) tal que o número n 3a 6 b9 c12 d seja
inteiro. Justifique sua resposta.

PROBLEMA 5
A C
Um professor de matemática passou aos seus alunos a adição + onde A, B,
B D
C e D são inteiros positivos, as frações estão simplificadas ao máximo e os
denominadores são números primos entre si. Os alunos adicionaram as frações
tirando o mínimo múltiplo comum dos denominadores das parcelas e escrevendo
este como o denominador do resultado. Mostre que a fração que os alunos
encontraram como resultado está simplificada.

PROBLEMA 6
Determine todos os inteiros positivos n para os quais é possível montarmos
um retângulo 9 × 10 usando peças 1 × n.

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Sociedade Brasileira de Matemática

SOLUÇÕES SEGUNDA FASE - NÍVEL 2


SOLUÇÃO PROBLEMA 1
Se nenhum destes meses for fevereiro, o número total de dias não pode ser
menor que 91 = 7. 13 e portanto o número total de domingos não poderia ser
menor do que 13.

SOLUÇÃO PROBLEMA 2

a) Estão escritos inicialmente 3 números pares. Quando um deles é apagado, é


escrito em seu lugar um número ímpar. Após o 1º movimento ficam então
dois números pares e um número ímpar. Se apagarmos agora o número
ímpar, surgirá em seu lugar outro númro ímpar e se apagarmos um número
par aparecerá em seu lugar outro número par. Deste modo, após qualquer
número de movimentos restarão dois números pares e um número ímpar e
portanto, não é possível termos no final os três números ímpares 17, 75 e 91.
b) Sim, uma possível sequência de movimentos é : 3, 3, 3 → 5, 3, 3 → 5, 3, 7
→ 5, 11, 7 → 17, 11, 7 → 17 , 11, 27 → 17, 43, 27 → 17, 43, 59 →17, 75,
59 → 17, 75, 91.

SOLUÇÃO PROBLEMA 3
A figura abaixo representa a situação, onde X e Y são os pontos médios dos
segmentos MN e PQ e Z é o ponto de tangência das circunferências. Então, como
∠MBN = ∠PDQ = 90° , segue que BX = MX = NX = XZ e DY = QY = YP = YZ.
Assim, MN + PQ = BX + XZ + ZY + YD ≥ BD = AC .
A Q D

M P
Z
X

B N C

SOLUÇÃO PROBLEMA 4
Temos 3 a ⋅ 6 b ⋅ 9 c ⋅ 12 d = 2 b + 2 d ⋅ 3 a +b + 2 c + d . Para (a, b, c, d) dados, o maior n
possível é mdc{b + 2d , a + b + 2c + d } ≤ b + 2d . Note que b + 2d é máximo
(com b e d elementos distintos de {3, 6, 9, 12}) quando d = 12 e b = 9. Neste
caso, b + 2d = 33, e a + b + 2c + d = 21 + a + 2c. Tomando a = 6 e c = 3, temos
também a + b + 2c + d = 33, que é obviamente o maior valor possível para n,
obtido para (a, b, c, d) = (6, 9, 3, 12).

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17
Sociedade Brasileira de Matemática

SOLUÇÃO PROBLEMA 5
Como os denominadores das frações são primos entre si, seu MMC é BD e assim,
AD + CB
a fração resultante é . Suponhamos que esta fração não seja irredutível
BD
isto é, que exista algum número primo p que divida o numerador e o denominador
desta fração. Como o produto BD é divisível por p, um dos seus termos, digamos
B sem perda de generalidade o seja. Entretanto, uma das parcelas da soma AD +
CB é divisível por p e como a soma, por hipótese, é divisível por p a parcela AD
é também divisível por p. Portanto A ou D é divisível por p. No primeiro caso
A
temos uma contradição com o fato da fração ser irredutível, no outro casos a
B
contradição está no fato de que os denominadores das frações iniciais sempre são
primos entre si.

SOLUÇÃO PROBLEMA 6
É claro que n deve ser no máximo 10 e dividir 90. Assim, restam para n as
possibilidades 1, 2, 3, 5, 6, 9, 10. Fora n = 6, é imediato que n pode assumir
qualquer um dos outros valores acima. Começando a tentar montar o retângulo
com peças 1 × 6 a partir de um canto, concluímos prontamente que a tarefa não é
possível.

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Sociedade Brasileira de Matemática

XXI OLIMPÍADA BRASILEIRA DE MATEMÁTICA


Segunda Fase - Nível 3

PROBLEMA 1
Nos extremos de um diâmetro de um círculo, escreve-se o número 1 (primeiro
passo) . A seguir, cada semicírculo é dividido ao meio e em cada um dos seus
pontos médios escreve-se a soma dos números que estão nos extremos do
semicírculo (segundo passo) . A seguir, cada quarto de círculo é dividido ao meio
e em cada um dos seus pontos médios coloca-se a soma dos números que estão
nos extremos de cada arco (terceiro passo). Procede-se, assim, sucessivamente:
sempre cada arco é dividido ao meio e em seu ponto médio é escrita a soma dos
números que estão em seus extremos. Determinar a soma de todos os números
escritos após 1999 passos.

PROBLEMA 2 Veja problema 3 do nível 2.


PROBLEMA 3 Veja problema 4 do nível 2.

PROBLEMA 4
Determine todos os inteiros positivos n para os quais é possível montarmos um
retângulo 9 × 10 usando peças 1 × n.

PROBLEMA 5
José tem três pares de óculos, um magenta, um amarelo e um ciano. Todo dia de
manhã ele escolhe um ao acaso, tendo apenas o cuidado de nunca usar o mesmo
que usou no dia anterior. Se dia primeiro de agosto ele usou o magenta, qual a
probabilidade de que dia 31 de agosto ele volte a usar o magenta?

PROBLEMA 6
Encontre as soluções inteiras de x 3 − y 3 = 999 .

SOLUÇÕES SEGUNDA FASE - NÍVEL 3

SOLUÇÃO PROBLEMA 1

Seja S(n) a soma dos termos em cada passo em um dos semicírculos. Observemos
que S(1) = 2, S(2) = 4, e S(3) = 10. Deste modo, nos parece razoável conjecturar
que S(n) = 3n − 1 +1. Claramente, S(1) = 31 − 1 + 1. Os novos termos adicionados
para formar Ln +1 representam somas de dois termos consecutivos de Ln e cada

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19
Sociedade Brasileira de Matemática

termo de Ln, excetuando-se o primeiro e o último, aparece em exatamente duas


destas somas. Daí, S(n +1) = S(n) + 2(S(n) − 1) = 3S(n) – 2 = 3(3n − 1 + 1) – 2 =
3(n + 1) − 1 + 1. Levando em consideração o outro semicírculo, temos que a
soma após os 1999 passos é igual a 2.(31999 − 1 + 1) − 2 = 2. 31998

SOLUÇÃO PROBLEMA 2 Veja solução do problema 3 do nível 2.


SOLUÇÃO PROBLEMA 3 Veja solução do problema 4 do nível 2.

SOLUÇÃO PROBLEMA 4
É claro que n deve ser no máximo 10 e dividir 90. Assim, restam para n as
possibilidades 1, 2, 3, 5, 6, 9, 10. Fora n = 6, é imediato que n pode assumir
qualquer um dos outros valores acima. Começando a tentar montar o retângulo
com peças 1 × 6 a partir de um canto, concluímos prontamente que a tarefa não é
possível.

SOLUÇÃO PROBLEMA 5
Sejam mn , an e cn as probabilidades de que no dia n ele use óculos magenta,
an + cn
amarelo e ciano, respectivamente. Temos m1 = 1, a1 = c1 = 0 e mn +1 = ,
2
mn + c n m + an 1 − mn
a n +1 = , e c n +1 = n Como an + cn + mn = 1, temos m n +1 = .
2 2 2
1 − ( −2) 2 − n
Assim, m n = , e em 31 de agosto a probabilidade de que ele volte a
3
1 + 2 −29
usar o magenta é m31 = .
3

SOLUÇÃO PROBLEMA 6
Temos ( x − y ) ( x 2 + xy + y 2 ) = 33 ⋅ 37 . Suponhamos x > y. Assim, os possíveis
valores de a = x – y são 1, 3, 9, 27, 37, 3 ⋅ 37, 9 ⋅ 37, 27 ⋅ 37 e cada valor permite
fazer y = x – a e precisamos apenas verificar se as raízes de
999
x 2 + x( x − a) + ( x − a) 2 = são inteiras. Na verdade, alguns destes valores são
a
obviamente inapropriados: a = x − y ≡ x 3 − y 3 ≡ 0 (mod 3) , donde os valores 1
e 37 podem ser descartados. Por outro lado, se x − y ≥ 3b temos
( x 3 − y 3 ) ≥ 3b 3 , donde podemos descartar a ≥ 27. Os dois valores restantes, 3 e
9, são de fato possíveis e dão as quatro
soluções: (10,1), ( −1,−10), (12,9) e (−9,−12).

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20
Sociedade Brasileira de Matemática

XXI OLIMPÍADA BRASILEIRA DE MATEMÁTICA


Terceira Fase - Nível 1
PROBLEMA 1
Diga como dividir um cubo em 1999 cubinhos. A figura mostra uma maneira de
dividir um cubo em 15 cubinhos.

PROBLEMA 2
Emanuela, Marta e Isabel são três nadadoras que gostam de competir e por isso
resolveram organizar um desafio de natação entre elas. Ficou combinado o total
de pontos para o primeiro, o segundo e o terceiro lugares em cada prova. A
pontuação para primeiro lugar é maior que a para o segundo e esta é maior que a
pontuação para o terceiro. As pontuações são números inteiros positivos. O
desafio consistiu de várias provas e ao final observou-se que Emanuela fez 20
pontos, Marta 9 pontos e Isabel 10. A primeira prova foi vencida por Isabel.

(a) Quantas provas foram disputadas?


(b) Determine o total de pontos para o primeiro, segundo e terceiro lugares.

PROBLEMA 3
Um reino é formado por dez cidades. Um cidadão muito chato foi exilado da
cidade A para cidade B, que é a cidade do reino mais longe de A. Após um
tempo, ele foi expulso da cidade B para a cidade C do reino mais longe de B.
Sabe-se que a cidade C não é a mesma cidade A. Se ele continuar sendo exilado
dessa maneira, é possível que ele retorne à cidade A?

Nota: as distâncias entre as cidades são todas diferentes.

PROBLEMA 4
Adriano, Bruno e Carlos disputaram uma série de partidas de tênis de mesa. Cada
vez que um jogador perdia, era substituído pelo que estava a esperar. A primeira
partida foi disputada por Adriano e Bruno. Sabe-se que Adriano venceu 12
partidas e Bruno 21. Quantas vezes Adriano e Bruno se enfrentaram?

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21
Sociedade Brasileira de Matemática

SOLUÇÕES TERCEIRA FASE - NÍVEL 1

PROBLEMA 1
SOLUÇÃO DE MARIANA DE MORAES SILVEIRA (Belo Horizonte - MG)
O cubo deve ser dividido em 1000 cubinhos, ou seja 10 × 10 × 10, depois, deve-
se pegar um deles e dividí-lo novamente em 1000 cubinhos para que obtenhamos
1999 cubinhos. Assim teremos 1000 – 1 (que será dividido) + 1000 = 1999
cubinhos.

PROBLEMA 2
SOLUÇÃO DE DIOGO DOS SANTOS SUYAMA (Belo Horizonte - MG)
a) Foram disputadas 3 provas. Como 20 + 10 + 9 = 39, o número de pontos
distribuidos por prova só poderia ser 3 ou 13, pois estes são os únicos
divisores de 39, a não ser o mesmo e o 1. Em consequências, o número de
provas também será um desses números. Porém, se forem disputadas 13
provas, só há uma maneira de se distribuir os pontos: 2 para o primeiro, 1
para o segundo e 0 para o terceiro. Entretanto, 0 não é positivo, sendo assim
descartada essa hipótese.
b) Já sabendo que são 3 provas, é impossível que a vencedora ganhe menos que
8 pontos, pois assim, Emanuela só conseguiria os 20 pontos fazendo 7, 7 e 6
pontos em cada prova. Para isso, seria preciso que a vencedora fizesse 7
pontos, a segunda colocada 6 e a última 0, mas como vimos, 0 não é positivo.
É impossível, também que a vencedora faça mais de 10 pontos, pois não seria
possível que a segunda fizesse mais pontos que a última, ou que esta não
fizesse 0 pontos. Então, as únicas possibilidades são: 1a. → 10, 2a. → 2, 3a. →
1; 1a. → 9, 2a. → 3, 3a. → 1; 1a. → 8, 2a. → 4, 3a. → 1; e 1a. → 8, 2a. → 3, 3a.
→ 2. A primeira opção é incorreta, pois Isabel, que venceu uma das provas,
não poderia ter feito pontos nas outras. A segunda opção também não é
correta, pois Isabel teria que marcar apenas um ponto em duas provas. A
última opção é incorreta também, pois Isabel teria que marcar 2 pontos em
duas provas. Terceira opção: 1a. → 8, 2a. → 4, 3a. → 1 é a correta. Veja o
quadro abaixo:

1a. Prova 2a. Prova 3a. Prova Total


Emanuela 4 8 8 20
Marta 1 4 4 9
Isabel 8 1 1 10

PROBLEMA 3 Veja solução do problema 2 do nível 2.


PROBLEMA 4 Veja solução do problema 3 do nível 2

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22
Sociedade Brasileira de Matemática

XXI OLIMPÍADA BRASILEIRA DE MATEMÁTICA


Terceira Fase - Nível 2

PROBLEMA 1
Seja ABCDE um pentágono regular tal que a estrela ACEBD tem área 1. Sejam P
interseção entre AC e BE e Q a interseção entre BD e CE. Determine a área de
APQD.
D

Q
E C

A B

PROBLEMA 2
Um reino é formado por dez cidades. Um cidadão muito chato foi exilado da
cidade A para a cidade B, que é a cidade do reino mais longe de A. Após um
tempo, ele foi expulso da cidade B para a cidade C do reino mais longe de B.
Sabe-se que a cidade C não é a mesma cidade A. Se ele continuar sendo exilado
dessa maneira, é possível que ele retorne à cidade A?

Nota: as distâncias entre as cidades são todas diferentes.

PROBLEMA 3
Adriano, Bruno e Carlos disputaram uma série de partidas de tênis de mesa. Cada
vez que um jogador perdia, era substituído pelo que estava a esperar. A primeira
partida foi disputada por Adriano e Bruno. Sabe-se que Adriano venceu 12
partidas e Bruno 21. Quantas vezes Adriano e Bruno se enfrentaram?

PROBLEMA 4
Prove que há pelo menos um algarismo diferente de zero entre a 1.000.000a. e a
3.000.000a. casa decimal de 2 após a vírgula.

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23
Sociedade Brasileira de Matemática

SOLUÇÕES TERCEIRA FASE - NÍVEL 2

PROBLEMA 1 Veja solução do problema 1 do nível 3.

PROBLEMA 2
SOLUÇÃO DE EINSTEIN DO NASCIMENTO JÚNIOR ( Fortaleza - CE )
Há dez cidades A, B, C, D, E, F, G, H, I, J.
Um chato da cidade A foi exilado para a cidade mais longe de A, a cidade B.
Como B é a cidade mais longe de A, pode-se dizer que se tomarmos A como
sendo o centro de uma circunferência de raio AB, todas as cidades estarão dentro
dos limites da circunferência, exceto a cidade B que estará em cima dela.

A B

E D

Como as distâncias entre as cidades não são iguais e o chato foi exilado para a
cidade C que é a mais longe de B então BC > AB.
Da cidade C ele será exilado para a cidade D que é a mais longe de C e assim
sucessivamente até chegar na cidade J onde teremos a seguinte verdade:
AB < BC < CD < . . . < HI < IJ.
Ao chegar nesse ponto vemos que A com certeza não é a cidade mais longe de J
pois
AB = raio
AJ < raio
AJ < AB
AB < IJ
AJ < IJ
Logo ele irá para uma cidade diferente de A, e nunca retornará à cidade A.

PROBLEMA 3
SOLUÇÃO DE FÁBIO DIAS MOREIRA (Rio de Janeiro - RJ)
Quando começa a série, já ocorre um encontro entre Adriano (A) e Bruno (B).
Vamos chamar de VA, VB e VC o número de vitórias de Adriano, Bruno e Carlos,
respectivamente. Então ao final da série VA + VB = 33 e depois do 1o. jogo VA + VB

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24
Sociedade Brasileira de Matemática

= 1. Suponhamos que o segundo jogo seja x × C. Chamemos de E o número de


jogos A × B.
Então no 2o. jogo E = 1. Enquanto C ganhar, VA + VB e E permanecem constantes.
Quando C perder, VA + VB aumenta uma unidade. O próximo jogo será A × B,
aumentando VA + VB e E em uma unidade. Após este jogo, o próximo será x × C.
Ou seja, para que E aumente uma unidade, VA + VB aumenta duas, e o aumento de
um em E. Como no 2o. jogo E = 1 e falta que VA + VB aumente 32 unidades,
ocorrem 1 + 16 = 17 jogos A × B.

PROBLEMA 4
SOLUÇÃO DE HENRIQUE CHOCIAY (Pinhais - PR)
Para começar a desenvolver 2 , utilizei o processo de extração que não utiliza
tentativas (processo prático por aproximação).
2
1,414
–1
1.00 ↑
–96 1 × 2 = 24 × 4 ≅ 100
4.00 96 ↵
281
1.1900 14 × 2 = 281 × 1 ≅ 400
1.1296
0060400 141 × 2 = 2824 × 4 ≅ 11900
11296 ↵
Deste lado, o número de casas sempre aumenta em 1 casa,
nunca mais. (mesmo se houvesse um caso de 99999 × 9 =
899991 (só aumenta 1 casa) (entre 1.000.000 e 3.000.000)

Quando estivermos no número 1.000.000 de casas no multiplicador, teremos


999.999 casas decimais. Supondo que haja só 1 casa no resto nesta situação,
depois de 1.000.000 de operações, teremos 1.999.999 casas decimais (1 milhão
de zeros), 2.000.000 no multiplicador e 2.000.001 no resto, podendo obter
número diferente de zero.
Em geral o fato de, não podendo haver divisão, com o aumento das casas
divisoras em 1 e do resto em 2 e as casas decimais serem menores que as
divisoras em 1 torna impossível a obtenção desta seqüência de zeros entre as
casas de 1.000.000 e 3.000.000.

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25
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XXI OLIMPÍADA BRASILEIRA DE MATEMÁTICA


Terceira Fase - Nível 3
PRIMEIRO DIA

PROBLEMA 1 Veja problema 1 do nível 2.


PROBLEMA 2 Veja problema 4 do nível 2.

PROBLEMA 3
Temos um tabuleiro quadrado 10 × 10.
Desejamos colocar n peças em casas do tabuleiro de tal forma que não existam 4
peças formando em retângulo de lados paralelos aos lados do tabuleiro.
Determine o maior valor de n para o qual é possível fazer esta construção.

SEGUNDO DIA

PROBLEMA 4
O planeta Zork é esférico e tem várias cidades. Dada qualquer cidade existe uma
cidade antípoda (i.e., simétrica em relação ao centro do planeta).
Existem em Zork estradas ligando pares de cidades. Se existe uma estrada
ligando as cidades P e Q então também existe uma estrada ligando as cidades P'
e Q', onde P' é a antípoda de P e Q' é a antípoda de Q. Além disso, estradas não
se cruzam e dadas duas cidades P e Q sempre é possível viajar de P a Q usando
alguma seqüência de estradas.
O preço da Kriptonita em Urghs (a moeda planetária) em duas cidades ligadas
por uma estrada difere por no máximo 100 Urghs. Prove que existem duas
cidades antípodas onde o preço da Kriptonita difere por no máximo 100 Urghs.

PROBLEMA 5
Em Tumbólia existem n times de futebol .
Deseja-se organizar um campeonato em que cada time joga exatamente uma vez
com cada um dos outros. Todos os jogos ocorrem aos domingos, e um time não
pode jogar mais de uma vez no mesmo dia.
Determine o menor inteiro positivo m para o qual é possível realizar um tal
campeonato em m domingos.

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26
Sociedade Brasileira de Matemática

PROBLEMA 6
Dado triângulo ABC mostre como construir com régua e compasso um triângulo
A’B’C’de área mínima com C '∈ AC , A'∈ AB e B'∈ BC tal que
∧ ∧ ∧ ∧
B ' A' C ' = B A C e A' C ' B ' = A C B.

C' B'

A B
A'

SOLUÇÕES TERCEIRA FASE - NÍVEL 3

PROBLEMA 1
SOLUÇÃO DE HUGO PINTO IWATA (São José do Rio Preto - SP)

R Q
E C

S
P

A B

Como o pentágono e a estrela são regulares, o quadrilátero APQD é um trapézio.


A área do trapézio APQD é igual à área do triângulo APD somada à do triângulo
____
PQD. Como BDRP também é um trapézio, RP// QD, então a área de PQD é

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27
Sociedade Brasileira de Matemática

igual à de RQD. Como a estrela é regular, a área de RQD é igual à de ERS, então,
a área de PQD é igual à de ERS. Assim a área do trapézio APQD é igual à soma
das áreas dos triângulos APD e ERS, que é igual à figura APDRES, que é
exatamente metade da estrela toda.
Resposta: A área de APQD é 0,5.

PROBLEMA 2
SOLUÇÃO DE HUMBERTO SILVA NAVES (Goiânia - GO)

Suponhamos, por absurdo, que todos os algarismos das casas decimais entre a
1.000.000a. casa decimal e a 3.000.000a. casa decimal de 2 fossem zero, então:
   
6 6 6
10 2⋅10 1010 2 = 10 3⋅10 2 (onde x  ∈ Z e x  ≤ x < x  + 1)
   
6 6 6 6 6 6
102⋅10 ⋅ K = 103⋅10 2 (onde K = 1010 2 ) ⇒102⋅10 K ≤ 103⋅10 2 < 102⋅10 K + 1,
6 6 6
mas como 10 2⋅10 K ≠ 10 3⋅10 2 , (pois se não fosse teríamos 2 = K / 1010 ,
um absurdo, pois 2 é irracional!) então:
6 6 6 K K 1
10 2⋅10 K < 10 3⋅10 2 < 10 2⋅10 K + 1 ⇒ 10 6
< 2< 10 6
+ 6

10 10 10 3⋅10
K2 K2 2K 1 6 2K 1
6
<2< 6
+ 6
+ 6
⇒ K 2 < 2 ⋅ 102⋅10 < K 2 + 2⋅106 + 4⋅106 ,
102⋅10 10 2⋅10 104⋅10 106⋅10 10 10

 
6
mas como K = 1010 2 ∈ Z, temos (pela definição de x  ):
6 K K 2 1 2K 1
K ≤ 1010 2 < K +1⇒ 10 6
≤ 2⇒ 2⋅10 6
≤ 10 6
< ⇒ 2⋅106 ≤ ,
10 10 10 4 10 2
logo:
6 2K 1 1 1
K 2 < 2 ⋅ 10 2⋅10 < K 2 + 2⋅10 6
+ 4⋅10 6
< K2 + + 4⋅106 < K 2 + 1 ⇒
10 10 2 10
2⋅10 6 6
K < 2 ⋅ 10
2
< K + 1 ⇒ 0 < 2 ⋅ 10 2⋅10 − K 2 < 1, um absurdo, pois não
2

existe nenhum inteiro maior que 0 e menor que 1, disto concluímos que há um
algarismo diferente de 0 nestas casas decimais. (Poderíamos ter uma aproximação
6
melhor pois 2K é bem menor que 10 2⋅10 ).
Obs: x  denota a função do "maior inteiro": é o único inteiro tal que
x  ≤ x < x  + 1.

EUREKA! N°7, 2000

28
Sociedade Brasileira de Matemática

PROBLEMA 3
SOLUÇÃO DA BANCA
O problema é equivalente a encontrar subconjuntos A1, A2, …, A10 do conjunto
{1, 2, 3, …, 10} cuja soma do número de elementos seja a maior possível tais que
a interseção de dois quaisquer deles tenha no máximo um elemento (Ai é o
conjunto das posições das peças na i-ésima linha do tabuleiro). Se Ai tem ki
k i (k i − 1)
elementos então há C k2i = subconjuntos de 2 elementos não pode
2
pertencer a dois dos conjuntos Ai, e há no total C102 = 45 subconjuntos
de 2 elementos de
10
k i (k i − 1)
{1, 2,…,10}. Assim, devemos ter ∑
i =1 2
≤ 45.

Por outro lado, se existem i, j com kj > ki + 1, temos


k (k +1) (k j −1)(k j − 2) ki (ki +1) k j (k j −1)
Ck2i +1 + Ck2j −1 = i i + = + + ki +1− k j < Ck2i + Ck2j .
2 2 2 2
10
k i (k i − 1) 10
Assim para minimizar ∑ mantendo ∑ k i fixo devemos ter
i =1 2 i =1

k i − k j ≤ 1 para todo i, j. Se observamos que 5C 42 + 5C 32 = 5 ⋅ 6 + 5 ⋅ 3 = 45,


concluímos que se
10
k i (k i − 1) 10


i =1 2
≤ 45 então ∑k
i =1
i ≤ 5 ⋅ 4 + 5 ⋅ 3 = 35, valendo a igualdade se e só

se 5 dos ki são iguais a 4 e os outros 5 iguais a 3. Para que a contrução seja


possível nesse caso precisamos de que cada par de elementos apareça em
exatamente um dos conjuntos Ai . Nesse caso, cada elemento de {1, 2, 3…, 10}
deve aparecer em 3 conjuntos com 4 elementos ou em um conjunto com 4
elementos e 3 conjuntos com 3 elementos (pois cada um dos outros 9 elementos
aparece exatamente uma vez junto com ele). Como haveria 5 conjuntos com 4
elementos, o número médio de conjuntos com 4 elementos aos quais cada
elemento pertence é 2, donde há elementos que pertencem a 3 conjuntos com 4
elementos (pois um elemento não pode pertencer a exatamente 2 conjuntos com 4
elemetos). Assim, podemos supor sem perda de generalidade que A1 = {1, 2, 3,
4}, A2 = {1, 5, 6, 7} e A3 = { 1, 8, 9, 10}, mais então qualquer outro conjunto de 4
elementos deve estar contido em {2, 3, …, 10}, e portanto deve intersectar um
dos conjunto A1, A2, A3, A4, em pelo menos 2 elementos. Portanto, não é possível

EUREKA! N°7, 2000

29
Sociedade Brasileira de Matemática

10
que ∑k i =1
i seja igual a 35. Por outro lado é possível construir exemplos com
10

∑k
i =1
i = 34, como abaixo:

A1 = {1, 2, 3, 4}, A2 = {1, 5, 6, 7}, A3 = { 2, 5, 8, 9}, A4 = {3, 6, 8, 10},


A5 = {1, 9, 10}, A6 = { 2, 7, 10}, A7 = {3, 7, 9}, A8 = {4, 5, 10}, A9 = { 4, 6, 9} e
A10 = {4, 7, 8}.

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PROBLEMA 4
SOLUÇÃO DE GILBERTO SANTOS DO NASCIMENTO (São Paulo - SP)
Seja C1' o antípoda de C1 .
Vamos ligar C1 a C1' e vice-versa, formando uma linha fechada. Abaixo
C 'j é o antípoda de C j para todo j.

C3 …
Cn
C2
C'1
C1

C'n
… C'2
C'3

Agora, supondo que a diferença da Kriptonita de C1' para C1 seja maior que 100.
Então, vamos supor que (C2 – C1) + (C3 – C2) +…+ (C1' – Cn) > 100. Como ao

EUREKA! N°7, 2000

30
Sociedade Brasileira de Matemática

percorrer o caminho, temos de ter uma diferença zero ao chegarmos em C1


novamente, somando (C2' – C1') + (C3' – C2') +…+ (C1 – Cn') < – 100.
Agora, supondo que o Superman trace uma linha de C1 a C1' (esta linha não
poderia ser uma estrada, pois | C1' – C1| > 100) a soma das diferenças na parte de
cima da linha deve ser maior que 100 e embaixo menor que –100.
> 100

Parte de cima (p.c.)
C1 C'1
Parte de baixo (p.b.)

Agora, supondo que esta linha percorra a figura, ligando todas as cidades
antípodas, na parte de cima, a soma deve continuar sendo maior que 100 e
embaixo menor que 100. Em p.c. (parte de cima), a soma não pode passar
bruscamente de > 100 para < –100, pois são somadas apenas duas diferenças de
cada vez (menores que 200 no total!). Assim, para que p.c. fique negativo < –100
e p.b. fique positivo > 100, teríamos de ter duas cidades antípodas com diferença
> 100 em módulo.

> 100 Ck



p.c. C1'
C1
p.b. < –100 p.b. p.c. > 100 C1'

… C2'
< –100 … …
Ck'

Continuando o percurso, ao chegarmos em C1', teremos de ligá-lo a C1. No


entanto, p.c. estará em baixo e a soma das diferenças na direção de C1' para C1
terá de ser positivo > 100. Mas essa soma era negativa e < –100 quando
começamos (⇒⇐) Contradição.
O mesmo ocorre analogamente com p.b. Logo, em algum par da cidades (uma
cidade e sua antípoda), a diferença do preço da Kriptonita deverá ser menor ou
igual a 100.
Viva o Superman!.

EUREKA! N°7, 2000

31
Sociedade Brasileira de Matemática

PROBLEMA 4
SOLUÇÃO DE HUMBERTO SILVA NAVES (Goiânia - GO)
Suponhamos, por absurdo, que os preços diferem por mais de 100 Urghs em
todas as cidades antípodas, então:

| x0 – y0| > 100 ⇒ M0 – m0 > 100 (onde xn e yn são antípodas e representam o


preço da Kriptonita).
| x1 – y1| > 100 ⇒ M1 – m1 > 100

| xn – yn| > 100 ⇒ Mn – mn > 100 (Onde Mn = máx (xn, yn) e mn = min (xn, yn))

Como sabemos que existe um caminho de estradas que leva de M0 até m0, então
deve existir uma estrada que liga (para certo i, j ∈ N; i, j ≤ n) Mi ←→ mj.
Como existe uma estrada ligando Mi ←→ mj, também existe uma estrada ligando
mj ←→ Mi (antípodas). Pode acontecer i = j, caso em que se conclui facilmente
que Mi – mi > 100, um absurdo pois mi e Mi são "vizinhas", logo o preço da
Kriptonita difere por no máximo 100 Urghs.
Se i ≠ j, então:
| Mj – mi | ≤ 100 (são "vizinhas")
| Mi – mj | ≤ 100, mas como
Mi – mi > 100 e Mj – mj > 100, então:
Mi + Mj – mi – mj > 200
Mi – mj + Mj – mi > 200 ⇒ | Mi – mj + Mj – mi| > 200 ⇒ | Mi – mj| + | Mj – mi| >
200 ⇒ 200 ≥ | Mi – mj| + | Mj – mi| > 200, um absurdo, logo existem cidades
antípodas cujo preço difere no máximo em 100 Urghs.

PROBLEMA 5
SOLUÇÃO DE FABRÍCIO SIQUEIRA BENEVIDES (Fortaleza - CE)

Façamos 2 casos, n par e n ímpar.

i) n par.

Cada time tem que jogar com cada um dos outros. Se os times são: T1, T2, …, Tn;
temos que um time Ti tem que jogar (n – 1) vezes e para isso precisará de pelo
menos (n – 1) domingos. (pois só pode jogar 1 vez por domingo). Mostraremos
que é possível realizar o campeonato em (n – 1) domingos. Para isso basta que o
jogo entre Ti e Tj (i ≠ j) ocorra no seguinte domingo.

EUREKA! N°7, 2000

32
Sociedade Brasileira de Matemática

1) dij ≡ i + j (mod n – 1), 1 ≤ dij ≤ n – 1 para ∀ i ≠ n, j ≠ n


2) din ≡ 2i (mod n – 1), 1 ≤ din ≤ n – 1 para todo i ≠ n, j ≠ n
(se um dos times for Tn).

Podemos observar isso numa tabela que indique o dia entre Ti e Tj


Exemplo: para n = 6

dij T1 T2 T3 T4 T5 T6
T1 3 4 5 1 2
T2 3 5 1 2 4
T3 4 5 2 3 1
T4 5 1 2 4 3
T5 1 2 3 4 5
T6 2 3 4 5 1

O campeonato organizado assim satisfaz o problema pois: é fácil ver que um time
i joga com cada um dos outros times (no domingo dij, j ≠ i). E cada time só joga
uma vez num mesmo dia, caso contrário teríamos: um time Ti que joga contra Tj e
Tk no mesmo domingo, ou seja dij = dki

1) Se i = n: djn = dkn ∴ 2j ≡ 2k (mod n – 1) como (2, n – 1) = 1 teriamos


j ≡ k (mod n – 1), {j, k} ⊂ {1, 2, …, n – 1} ∴ j = k, uma contradição.

2) Se i ≠ n.

2.1) j e k ≠ n : dik = dij ∴ i + k ≡ i + j (mod n – 1) ∴ j ≡ k (mod n – 1) e k = j.


uma contradição.
2.2) j = n, k ≠ n, sem perda de generalidade:
din = dik ∴ i + i ≡ i + k (mod n – 1)∴ i ≡ k (mod n – 1),
{i, j}≤{1, 2, …, n – 1} ⇒ i = j, uma contradição.

Agora se n for ímpar, como cada time tem que jogar com todos os outros seria
necessário pelo menos (n – 1) domingos.
Só que (n – 1) domingos não são suficientes pois em cada dia há um time que fica
sem jogar. Assim, se no primeiro dia Ti foi o time que não jogou, ele ainda
precisará de mais ( n – 1) domingos para jogar contra os outros. De modo que são
necessários pelo menos n domingos.

EUREKA! N°7, 2000

33
Sociedade Brasileira de Matemática

Para ver que n domingos são suficientes, basta que o campeonato se organize
assim: Sejam T1, T2, …, Tn os times. Criamos um time virtual chamado Tn + 1 onde
jogar contra Tn + 1 um certo dia, significa não jogar naquele dia.
Temos então n + 1 = x times, organizamos então como no caso anterior o
campeonato. Como x é par isso pode ser feito em x – 1 = n dias.
Obs: O exemplo para (2k – 1) times é obtido do de (2k) times esquecendo-se um
dos times.

Resposta: Se n é par m = n – 1.
Se n é ímpar m = n.

PROBLEMA 6
SOLUÇÃO DA BANCA

α c

B'
C'
c
α D

a
α
a α
α
A A' B

Sejam ∠A, ∠B, ∠C os ângulos internos do triângulo ABC, sejam ∠A', ∠B', ∠C'
os ângulos internos do triângulo A'B'C' e consideremos ∠A' = ∠A e ∠C' = ∠C.
Seja D o ponto de interseção das circunferências circuscritas aos triângulos AA'C'
e CC'B'. Nos quadriláteros inscritíveis AA'DC' e CC'DB' temos ∠A'DC' = π – ∠A
e ∠C'DB' = π – ∠C. Logo, ∠A'DB' = 2π – (π – ∠A) – (π – ∠C) = π – ∠B, e
portanto, a circunferência circunscrita ao triângulo BB'A' passa por D.

No quadrilátero inscritível AA'DC', ∠DAA' = ∠DC'A' = α e ∠DA'C' = ∠DAC' =


a. Como ∠A = ∠A' concluimos que ∠DA'B' = α. Logo, no quadrilátero inscritível
BB'DA' temos que ∠DBB' = α. No quadrilátero inscritível CC'DB' temos que
∠DCB' = ∠DC'B' = c, e como ∠C = C' concluímos que ∠DCC' = α.

EUREKA! N°7, 2000

34
Sociedade Brasileira de Matemática

O ponto D está então associado ao triângulo ABC pela propriedade:

∠DAB = ∠DBC = ∠CDA

e portanto não depende da posição de A', B' e C'. O ponto D é fixo e sua
construção será mostrada no final da solução.

Como os ângulos A'DB', B'DC' e C'DA' são constantes, a menor área possível do
triângulo A'B'C' é obtida quando os segmentos DA', DB' e DC' forem os menores
possíveis. Logo, DA', DB' e DC' são respectivamente perpendiculares aos lados
AB, BC e CA.

Construção do ponto D

Seja E a interseção da mediatriz de AB com a perpendicular a BC traçada por B.


A circunferência de centro E e raio EA = EB é tangente em B à reta BC. Logo,
para qualquer ponto X do menor arco AB tem-se que ∠XAB = ∠XBC.

Seja F a interseção da mediatriz de BC com a perpendicular a CA traçada por C.


A circunferência de centro F e raio FB = FC é tangente em C à reta CA. Logo,
para qualquer ponto X do menor arco BC tem-se que ∠XBC = ∠XCA.

O ponto D, interseção desses dois arcos é tal que ∠DAB = ∠DBC = ∠DCA.
(Note que qualquer ponto D com esta propriedade deve pertencer a cada um dos
lugares geométricos descritos acima, o que nos dá a unicidade).

EUREKA! N°7, 2000

35
Sociedade Brasileira de Matemática

XXI OLIMPÍADA BRASILEIRA DE MATEMÁTICA


Resultado - Primeiro Nível (5a. e 6a. séries)

NOME CIDADE – ESTADO PRÊMIO


Henry Wei Cheng Hsu São Paulo – SP Ouro
Diogo dos Santos Suyama Belo Horizonte – MG Ouro
Sergio Santos do Nascimento São Paulo – SP Ouro
Gustavo Eufrásio Farias Fortaleza – CE Ouro
Luciano Lacerda Silveira Campo Grande – MS Prata
Emanuel Augusto Varussa Padovan Rio Claro – SP Prata
Fabrício Henrique de Faria São Paulo – SP Prata
Thiago Jorge Marinho Vieira Fortaleza – CE Prata
Paulo Roberto Sampaio Santiago Salvador – BA Prata
Mariana de Moraes Silveira Belo Horizonte – MG Prata
Gabriel Vieira Lana Belo Horizonte – MG Bronze
João Cláudio Telles Vianna Rio de Janeiro – RJ Bronze
Rafael Daigo Hirama Campinas – SP Bronze
Ana Cláudia de Franco Suzuki São Paulo – SP Bronze
Luiza de Almeida Aoki S. J. dos Campos – SP Bronze
Bruno Leonardo Schneider São José – SC Bronze
Paulo Rebello Bortolini Jundiaí – SP Bronze
Victor Mesquita Barbosa Fortaleza – CE Bronze
Thiago Augusto Caldas Bello Salvador – BA Bronze
Sinuhe Djin Maschio Shin São Paulo – SP Bronze
Raul Máximo Alexandrino Nogueira Fortaleza – CE Bronze
Bruno Fiorio Fortaleza – CE Bronze
Pedro H. Milet Pinheiro Pereira Rio de Janeiro – RJ Bronze
Bernardo Melo Sobreira Fortaleza – CE Bronze
Mário Luiz Aranha da Silva Salvador – BA Bronze
Conrado F. Paulo da Costa Rio de Janeiro – RJ Bronze
Rodrigo Aguiar Pinheiro Fortaleza – CE Bronze
Daniel Medeiros de Albuqerque Fortaleza – CE Bronze
Gabriela Duarte Costa Constantino Timóteo – MG Bronze
Tiago Porto Barbosa Fortaleza – CE Menção Honrosa
Vitor Henrique Gonçalves São Carlos – SP Menção Honrosa
Gabriel Tomé de Lima Mogi das Cruzes – SP Menção Honrosa
Gustavo Pinheiro Melo Fortaleza – CE Menção Honrosa
Túlio Ivo Cordeiro Fulálio Campina Grande – PB Menção Honrosa
Leonardo Lucas Rentz Maceió – AL Menção Honrosa
Daniela Satie Kondo São Paulo – SP Menção Honrosa
Rafael Santos Correia de Araujo Salvador – BA Menção Honrosa
Felipe Paupitz Schlichting Florianópolis – SC Menção Honrosa
Álinson Santos Xavier Fortaleza – CE Menção Honrosa
Antonia Taline de Souza Mendonça Fortaleza – CE Menção Honrosa
Gustavo Hübner Campina Grande – PB Menção Honrosa
Leonardo Deeke Boguszewski Curitiba – PR Menção Honrosa
Paola Valente Giorgini Rio de Janeiro – RJ Menção Honrosa
Roberta Pieroni Visconti São Paulo – SP Menção Honrosa
Alan Hideki Uchida São Paulo – SP Menção Honrosa
Cincinato Furtado Leite Neto Fortaleza – CE Menção Honrosa
Marcus Edson Barreto Brito Fortaleza – CE Menção Honrosa
Thiago de Sá Jorge Curitiba – PR Menção Honrosa
Vento Inte Nunes Vieira Curitiba – PR Menção Honrosa

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Sociedade Brasileira de Matemática

Resultado - Segundo Nível (7a. e 8a. séries)

NOME CIDADE – ESTADO PRÊMIO


Henrique Chociay Pinhais – PR Ouro
Davi Máximo Alexandrino Nogueira Fortaleza – CE Ouro
Maurício Massao Soares Matsumoto São Paulo – SP Ouro
Fábio Dias Moreira Rio de Janeiro – RJ Ouro
Eduardo Kunio Kuroda Abe São Paulo – SP Ouro
Larissa de Lima Fortaleza – CE Prata
Einstein do Nascimento Júnior Fortaleza – CE Prata
Diego Cortez Gutierrez S. J. dos Campos – SP Prata
Bernardo Freitas Paulo da Costa Rio de Janeiro – RJ Prata
Bruno Koga Fortaleza – CE Prata
Rafael Tajra Fonteles Teresina – PI Prata
André Luis Hirschfeld Danila São Paulo – SP Prata
Rodrigo Barbosa dos Santos Stein Vitória – ES Prata
Daniel Pessôa Martins Cunha Fortaleza – CE Bronze
Jaquelyne Gurgel Penaforte Fortaleza – CE Bronze
Thiago Braga Cavalcante Fortaleza – CE Bronze
Henrique Cortada Barbieri São Paulo – SP Bronze
Vinícius Piovesan de Toledo Jundiaí – SP Bronze
Lucas Gabriel Maltoni Romano Jundiaí – SP Bronze
Danilo Vieira Castejon Goiânia – GO Bronze
Thiago da Silva Sobral Fortaleza – CE Bronze
Guilherme Oliveira Campos Bauru – SP Bronze
Eduardo Barbosa Araújo Fortaleza – CE Bronze
Tatyana Zabanova Campinas – SP Bronze
Rafael Montorfano Franco Maringá – PR Bronze
Otacílio Torres Vilas Boas Salvador – BA Bronze
Henrique Fernandes Macedo Juiz de Fora – MG Menção Honrosa
Vinicius de Aguiar Furvie São Paulo – SP Menção Honrosa
Renato R. Sinohara da S. Souza S. J. dos Campos – SP Menção Honrosa
Daniel Teixeira Brasília – DF Menção Honrosa
Jefferson Ho Yun Lee São Paulo – SP Menção Honrosa
Kiyoshi Horie Filho Ourinho – SP Menção Honrosa
Fábio Eiji Arimura São Paulo – SP Menção Honrosa
Toni Chenson Wang São Paulo – SP Menção Honrosa
Guilherme Tosi Nova Venécia – ES Menção Honrosa
Yuri Gomes Lima Fortaleza – CE Menção Honrosa
Thiago Mizuta São Paulo – SP Menção Honrosa
Lucas Sáber Rocha Macaé – RJ Menção Honrosa
Daniel Nascimento Duplat Salvador – BA Menção Honrosa
Tiago Monteiro Fernandes Rio Claro – SP Menção Honrosa
Caio Ribeiro de Souza Rio de Janeiro – RJ Menção Honrosa
Adalberto Studart Neto Fortaleza – CE Menção Honrosa
Renato Araújo Barbosa Sete Lagoas – MG Menção Honrosa
Cibele Ferreira de Souza Mineiros – GO Menção Honrosa
Marina Lima Medeiros Fortaleza – CE Menção Honrosa
Carolina Nunes Nery Belo Horizonte – MG Menção Honrosa
Germanna Oliveira Queiroz Fortaleza – CE Menção Honrosa
Luciana Akemi Nishimaru São Paulo – SP Menção Honrosa
Fabiano Siggelkow Linhares São Paulo – SP Menção Honrosa
SandraTie Nishibe Minamoto Mogi das Cruzes – SP Menção Honrosa
Daniel Haanwinckel Junqueira Salvador – BA Menção Honrosa
Solleon Natus Tavares de Menezes Fortaleza – CE Menção Honrosa
Anna Laura Sfredo São Paulo – SP Menção Honrosa
Bruno Gomes Coelho São Paulo – SP Menção Honrosa
Daniel Bréscia dos Reis Belo Horizonte – MG Menção Honrosa
André Bastos Veras Teresina – PI Menção Honrosa
LincolnYoshyiti Hamaji São Paulo – SP Menção Honrosa
João Paulo Aguiar Santos Juiz de Fora – MG Menção Honrosa
Bruno Bozon Furlan São Paulo – SP Menção Honrosa
Márcio Antonio Ferreira Belo Filho Goiânia – GO Menção Honrosa
João Felipe Almeida Destri Florianópolis – SC Menção Honrosa
Caio Bória de Oliveira S. J. dos Campos – SP Menção Honrosa
Patrick Gonçalves Jaguaré – ES Menção Honrosa
Larissa Goulart Rodrigues Goiânia – GO Menção Honrosa
Eduardo Horai São Paulo – SP Menção Honrosa

EUREKA! N°7, 2000

37
Sociedade Brasileira de Matemática

Resultado - Terceiro Nível (Ensino Médio)

NOME CIDADE – ESTADO PRÊMIO


Daniel Massaki Yamamoto São Paulo – SP Ouro
Daniel Nobuo Uno São Paulo – SP Ouro
Ulisses Medeiros Albuquerque Fortaleza – CE Ouro
Humberto Silva Naves Goiânia – GO Ouro
Carlos Stein Naves de Brito Goiânia – GO Prata
Lucas Heitzmann Gabrielli São Paulo – SP Prata
Fabrício Siqueira Benevides Fortaleza – CE Prata
Giuliano Boava Criciúma – SC Prata
Jônathas Diógenes Castello Branco Fortaleza – CE Prata
Ronaldo Ikaro Farias Araújo Fortaleza – CE Prata
Carlos Emanuel Rodrigues Nogueira Fortaleza – CE Bronze
Daniel Mourão Martins Fortaleza – CE Bronze
Gilberto Santos do Nascimento São Paulo – SP Bronze
Rogério Uhlmann Yamauti São Paulo – SP Bronze
Fernando Silva Barros C. Lafaiete – MG Bronze
Leandro dos Santos de Jesus Rio de Janeiro – RJ Bronze
Hugo Pinto Iwata S. José do Rio Preto – SP Bronze
Leandro de Mattos Ferreira Rio de Janeiro – RJ Bronze
Bruno Fernandes Cerqueira Leite São Paulo – SP Bronze
Adenilson Pereira Bonfim Belém – PA Bronze
Mônica Mitiko Soares Matsumoto São Paulo – SP Bronze
Leonardo da Costa Linhares Rio de Janeiro – RJ Bronze
Tertuliano Franco Santos Franco Salvador – BA Bronze
Arthur Duarte Nehmi São Paulo – SP Bronze
Paulo César de Melo Hanaoka Campo Grande – MS Bronze
João Alfredo Castellani F. Freire Salvador – BA Menção Honrosa
Eduardo Famini Silva Salvador – BA Menção Honrosa
Lívia Camargos Rodrigues Oliveira Belo Horizonte – MG Menção Honrosa
Roberto Tiburcio Canito Frota Fortaleza – CE Menção Honrosa
Rui Facundo Vigelis Fortaleza – CE Menção Honrosa
Carlos Yuji Hatae São Paulo – SP Menção Honrosa
Daniel Pinheiro Sobreira Fortaleza – CE Menção Honrosa
Pedro Paulo de Simoni Gouvéia Fortaleza – CE Menção Honrosa
Thiago Barros Rodrigues Costa Fortaleza – CE Menção Honrosa
Mauricio Masayuki Honda São Paulo – SP Menção Honrosa
Christian Lyoiti Watanabe Itaguaí – RJ Menção Honrosa
Guilherme Goettems Schneider São Leopoldo – RS Menção Honrosa
Danilo Castello Branco A. Bessa São Paulo – SP Menção Honrosa
Bruno Woltzenlogel Paleo Piracicaba – SP Menção Honrosa
Camila Shirota Piracicaba – SP Menção Honrosa
Miriam Ou São Paulo – SP Menção Honrosa
Diêgo Veloso Uchôa Teresina – PI Menção Honrosa
Pedro Ferreira Fortaleza – CE Menção Honrosa
Celio Hira São Paulo – SP Menção Honrosa
Gustavo Maltez Lengler Rio de Janeiro – RJ Menção Honrosa
Fernando Duarte Menezes Fortaleza – CE Menção Honrosa
Fernando Prado Rocha Goiânia – GO Menção Honrosa
Paulo Henrique Jacob Silva São Paulo – SP Menção Honrosa
Zhang He São Paulo – SP Menção Honrosa
Renato Takamatsu São Paulo – SP Menção Honrosa
Ulisses Duarte Nehmi São Paulo – SP Menção Honrosa
Eduardo Moraes de Morais São Paulo – SP Menção Honrosa
Humberto Vinhais São Paulo – SP Menção Honrosa
Ilan Felts Almog São Paulo – SP Menção Honrosa
Pietro Kreitlon Carolino Salvador – BA Menção Honrosa
Ivo Almino Gondim Fortaleza – CE Menção Honrosa

EUREKA! N°7, 2000

38
Sociedade Brasileira de Matemática

EQUAÇÕES DIOFANTINAS
Antonio Caminha Muniz Neto

♦ Nível Intermediário

Denominaremos equação diofantina (em homenagem ao matemático


grego Diofanto de Alexandria) uma equação em números inteiros. Nosso objetivo
será estudar dois tipos particulares de equações diofantinas, a equação de
Pitágoras e a de Pell, e determinar suas soluções. Também estudaremos o método
da descida, que nos permitirá mostrar que algumas equações diofantinas não
possuem soluções não triviais, num sentido a ser precisado.

Ternos Pitagóricos
Queremos estudar as soluções (x, y, z) da equação x 2 + y 2 = z 2 , com x, y, z
inteiros não nulos. Após determinar tais soluções, vamos ver como podemos
utilizar as informações obtidas para resolver outras equações em números
inteiros. O resultado fundamental é o seguinte

Teorema 1: As soluções (x, y, z) da equação x 2 + y 2 = z 2 , com x, y, z inteiros


não nulos, são dadas por: ( x , y , z ) = ( 2uvd , ( u 2 − v 2 )d , ( u 2 + v 2 )d )
ou ( x, y, z ) = ((u 2 − v 2 )d ,2uvd ,(u 2 + v 2 )d ) onde d, u, v são inteiros não nulos,
com u ≠ v, mdc(u, v) = 1 e u e v de paridades distintas.

Prova: Sejam x, y, z inteiros positivos quaisquer satisfazendo a equação acima


(os demais casos são análogos), e d o mdc de x e y. Então d 2 divide z 2 , e daí d
divide z. Existem portanto inteiros não nulos a, b, c, com mdc(a, b) = 1, tais que
(x, y, z) = (da, db, dc). Ademais, como
x 2 + y 2 = z 2 ⇔ a 2 + b2 = c 2 ,
basta determinarmos as soluções (a, b, c) da equação, sujeitas à condição
mdc(a, b) = 1 (que por sua vez implica mdc(a, c) = 1 e mdc(b, c) = 1).
Note agora que, dado um inteiro qualquer t, temos que t 2 deixa resto 0 ou 1 na
divisão por 4, quando t for respectivamente par ou ímpar. Assim, se fossem a e b
ímpares, teríamos a 2 e b 2 deixando resto 1 na divisão por 4, e daí c 2 = a 2 + b 2
deixaria resto 2 quando dividido por 4, o que é um absurdo. Como a e b são
primos entre si, não podem ser ambos pares. Há então dois casos: a ímpar e b par,
a par e b ímpar. Analisemos o primeiro caso (o segundo é análogo).

EUREKA! N°7, 2000

39
Sociedade Brasileira de Matemática

Se a for ímpar e b par, então c também é ímpar. De a 2 + b 2 = c 2 obtemos


b 2 = ( c − a )( c + a ) , e não é difícil concluir que mdc(c – a, c + a) = 2. Podemos
( c −2a ) e ( c+2a ) são primos entre si.
então escrever ( b2 ) =( c −2a )( c +2a ) . Note que
2

Mas se o produto de dois naturais primos entre si ( c −2a e c +2a ) é um quadrado


perfeito, então cada um deles deve ser um quadrado perfeito. Existem então
inteiros positivos primos entre si u e v, tais que c − a = 2v 2 , c + a = 2u 2 , e daí
( a, b, c ) = ( u 2 − v 2 , 2uv , u 2 + v 2 ) .
Note ainda que, como u 2 + v 2 = c é ímpar, u e v devem ter paridades distintas.
Por substituição na equação original, concluímos que os ternos acima são
realmente soluções da equação, de modo que nada mais há a fazer.❏

Vemos então que há uma quantidade infinita de ternos (x, y, z)


satisfazendo a equação acima. Por exemplo, fazendo d = v = 1 e u = 2n, n inteiro
positivo, obtemos o terno ( x , y , z ) = ( 4n, 4n 2 − 1, 4n 2 + 1)
Um terno de inteiros positivos (x, y, z) tais que x 2 + y 2 = z 2 é denominado um
terno Pitagórico, em alusão ao matemático grego Pitágoras e seu famoso teorema
sobre triângulos retângulos. De fato, um tal terno (x, y, z) determina um triângulo
retângulo de catetos x e y e hipotenusa z inteiros.

z
x

y
Vejamos em que a equação acima pode ajudar na solução de outros problemas.
Consideremos a tarefa de determinar as soluções inteiras não nulas da equação
x 2 + y 2 = 2 z 2 , com x ≠ y. Em uma qualquer dessas soluções, devemos ter x e y
com a mesma paridade, pois caso contrário x 2 + y 2 seria um número ímpar.
Assim, existem inteiros a e b tais que
x = a + b, y = a − b
Basta tomarmos a = ( x + y ) e b = 12 ( x − y ) , notando que x + y e x – y são
1
2
números pares. Substituindo as expressões acima para x e y na equação original,
concluímos que

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x 2 + y 2 = 2 z 2 ⇔ a 2 + b2 = z 2
Mas essa última equação é a nossa já conhecida equação de Pitágoras. Então, de
acordo com o teorema acima, podemos escrever
(a, b, z ) = (2uvd,(u2 − v 2 )d,(u2 + v 2 )d ) ou (a, b, z ) = ((u2 − v 2 )d, 2uvd,(u2 + v 2 )d )
onde d, u, v são inteiros não nulos, com u ≠ v, mdc(u, v) = 1 e u e v de paridades
distintas.
Segue daí que as soluções (x, y, z) de nossa equação são de um dos tipos abaixo,
onde d, u, v satisfazem as mesmas condições do teorema acima.
(x, y, z) = (2uvd +(u2 − v2 )d, 2uvd − (u2 − v2 )d,(u2 + v2 )d)
ou
(x, y, z) = ((u 2 − v2 )d + 2uvd,(u 2 − v2 )d − 2uvd,(u 2 + v2 )d )

Descida de Fermat e Equações sem Soluções


As equações analisadas acima são, em um certo sentido, privilegiadas, pois
possuem uma infinidade de soluções. Nosso próximo exemplo será o de uma
equação que só admite a solução inteira x = y = z = 0. Ela ilustra um método que
pode ser estendido a outras equações, a fim de provar que elas não possuem
soluções inteiras não nulas.

Exemplo 1: A equação 3x 2 + y 2 = 2 z 2 não possui soluções inteiras não nulas.

Prova: Suponha o contrário. Então a equação possui uma solução (x, y, z) em


inteiros positivos. Então, dentre todas as soluções (x, y, z), com x, y e z inteiros
positivos, existe uma (x, y, z) = (a, b, c) para a qual z = c é o menor possível.
Trabalhemos tal solução.

Vamos usar o seguinte fato, que você pode provar facilmente: se um inteiro u não
for múltiplo de 3, então u 2 deixa resto 1, quando dividido por 3. Então, se b não
for múltiplo de 3, teremos de 3a 2 + b 2 = 2c 2 que c também não será múltiplo de
3. Olhando os restos de cada termo da equação por 3, teremos que 3a 2 + b 2
deixa resto 1 e 2c 2 deixa resto 2.1 = 2. Logo, não poderia ser 3a 2 + b 2 = 2c 2 .
Assim, b deve ser múltiplo de 3, digamos b = 3b1 . Daí vem que
3a 2 + 9b12 = 2c 2 , e c também é múltiplo de 3, digamos c = 3c1 . Substituindo na
equação, chegamos a 3b12 + a 2 = 6c12 .

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Então, a também é múltiplo de 3. Sendo a = 3a1 , a equação acima nos dá


b12 + 3a12 = 2c12 , e ( b1 , a1 , c1 ) é uma outra solução de nossa equação original,
com c1 = 3c < c . Mas isso é uma contradição, pois partimos de uma solução na
qual o valor de z era c, mínimo possível. Logo, nossa equação não possui
soluções não nulas. ❏

Esquematicamente, o método da descida (devido ao matemático francês Pierre


Simon de Fermat) consiste então no seguinte:

i. Supor que uma dada equação possui uma solução em inteiros não nulos.
ii. Concluir daí que ela possui uma solução em inteiros positivos que seja, em
algum sentido, mínima.
iii. Deduzir a existência de uma solução positiva menor que a mínima, chegando
a uma contradição.

Já que determinamos acima as soluções da equação de Pitágoras, nada mais


natural que tentar estudar a equação mais geral abaixo, denominada equação de
Fermat. Aqui, n > 2 é um inteiro fixado.
xn + yn = zn ,
Por cerca de três séculos os matemáticos defrontaram-se com o problema de
decidir sobre a existência de soluções não nulas (x, y, z) dessa equação, problema
que somente foi resolvido na década de noventa, utilizando métodos muitíssimo
complexos.
Vamos aproveitar o método da descida para analisar um caso simples dessa
equação, aquele em que n é um múltiplo de 4. O leitor interessado em saber mais
sobre essa equação pode consultar uma das referências [2] ou [3] da bibliografia,
onde o caso n = 3 é discutido.

Teorema 2: Se n for múltiplo de 4 então não existem inteiros não nulos x, y, z tais
que x n + y n = z n .

Prova: Seja n = 4k, k natural. Se x n + y n = z n , então teremos


( x k ) 4 + ( y k ) 4 = ( z 2 k )2 , ou seja, ( x k , y k , z 2 k ) será uma solução da equação
a 4 + b 4 = c 2 . Assim, basta mostrarmos que essa última equação não admite
soluções não nulas. Por absurdo, suponhamos que existam inteiros positivos a, b,
c tais que a 4 + b 4 = c 2 . Podemos também supor que a, b e c foram escolhidos

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de tal modo que não há outra solução positiva a ' , b' , c' com c ' < c (aqui vamos
usar o método da descida). Então a e b são primos entre si, e o teorema 1 garante
a existência de inteiros positivos primos entre si u e v tais que
a 2 = u 2 − v 2 , b 2 = 2uv , c = u 2 + v 2 . Como a 2 + v 2 = u 2 , segue novamente
do teorema 1 a existência de inteiros positivos primos entre si p e q tais que
a = p 2 − q 2 , v = 2 pq, u = p 2 + q 2 . Mas aí b 2 = 2uv = 4 pq( p 2 + q 2 )
Como p e q são primos entre si, temos que ambos são também primos com
p 2 + q 2 . Portanto, sendo 4 pq( p 2 + q 2 ) um quadrado devemos ter p, q e
p 2 + q 2 quadrados, digamos p = α 2 , q = β 2 , p 2 + q 2 = γ 2 , com α, β, γ
positivos. Por fim, segue que α 4 + β 4 = γ 2 , com c =u2 +v2 >u = p2 +q2 =γ 2 ≥γ,
contrariando a minimalidade de c. Logo, não há soluções não nulas de
x n + y n = z n quando n for múltiplo de 4. ❏

A Equação de Pell
Nem sempre é fácil, ou mesmo possível, determinar todas as soluções em inteiros
de uma dada equação. Por exemplo, para a equação x 2 − 2 y 2 = 1 , é bem mais
fácil mostrar que ela possui uma infinidade de soluções do que determinar todas
elas. Podemos gerar infinitas soluções dessa equação a partir de uma só solução
não nula.
Uma vez que a 2 − 2b 2 = 1 , teremos ( a + b 2 )( a − b 2 ) = 1 , e daí
( a + b 2 )2 ( a − b 2 )2 = 1
Desenvolvendo os binômios, chegamos a
( )
(a 2 + 2b 2 + 2ab 2 )(a 2 + 2b 2 − 2ab 2 ) = 1 , e daí a a 2 + 2b 2 − 2(2ab) = 1
2 2

( )
Portanto, se (a, b) for uma solução, a 2 + 2b 2 ,2ab será outra solução. Sendo a
e b positivos, temos a < a + 2b , e desse modo determinamos uma infinidade
2 2

de soluções da equação (contanto que tenhamos uma solução não nula). Veja que
(3, 2) é uma solução não nula de nossa equação.
É fácil ver que o método acima utilizado também garante que, quando d for um
inteiro tal que d é irracional, a equação x 2 − dy 2 = 1 admite infinitas
soluções não nulas, desde que admita uma solução não nula. Também, com
poucas modificações podemos tratar a equação x 2 − dy 2 = −1 (veja o exercício
6).

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Observe que, apesar de determinarmos facilmente infinitas soluções da equação


acima, não sabemos se há outras. Vamos agora começar a responder essa
pergunta, para uma classe mais ampla de equações.

Definição 1 (Equação de Pell): Seja d um inteiro positivo que não seja um


quadrado. Nesse caso, sabemos que d é irracional. Chamamos equação de Pell
2 2
à equação x − dy = m , onde m é um inteiro qualquer.
É claro que no caso m = 0 a equação não admite soluções além da trivial
x = y = 0, pois se esse fosse o caso teríamos x e y não nulos, e daí d = x
y , um
racional.
Lema 1: Seja ξ um irracional qualquer. Existem infinitos racionais x
y , com x e y

inteiros não nulos primos entre si, tais que x


y −ξ < 1
.
y2

Prova: Seja n > 1 um natural qualquer, e considere os números jξ , com


j = 0, 1, ..., n. Seja { jξ } = jξ − [ jξ ] ∈ [0,1). Como
[0,1) = [0, 1n ) ∪ [ 1n , n2 ) ∪ ... ∪ [ nn−1 ,1) ,
segue do princípio de Dirichlet que existem 0 ≤ k < j ≤ n tais que { jξ} e {kξ}
pertencem a um mesmo intervalo dos que aparecem no lado direito da igualdade
acima. Então | { jξ} - {kξ} | < 1
n Daí, ( j − k )ξ − (  jξ − kξ) < 1n , e segue

que ξ − (  jξ  − kξ 
j −k )< 1
( j −k )n ≤ 1
( j −k )2

Existe então um par (x, y) de inteiros, x =  jξ  −  kξ , y = j − k ≤ n , tais que


x1
x
−ξ < 1
. Se x = dx1 , y = dy1 , com d > 1, então −ξ < 1
< 1
, de
y y2 y1 y2 y12
modo que podemos supor que x e y são primos entre si.
Para garantirmos a existência de infinitos tais pares, suponha que achamos x e y
primos entre si e tais que x
y −ξ < 1
. Escolha agora um natural n tal que
y2
1
n < x
y − ξ . Repetindo o argumento acima, chegamos a um par de inteiros
primos entre si x1 , y1 , com
x1
y1 −ξ < ny11 e y1 ≤ n . Portanto, x1
y1 −ξ < ny11 < xy −ξ e
x1
y1 −ξ < ny11 ≤ 1
y12
, donde ( x1 , y1 ) ≠ ( x , y ) satisfaz o lema. ❏

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Lema 2: Seja d um inteiro positivo que não seja um quadrado. Existe um inteiro
m para o qual a equação x 2 − dy 2 = m admite infinitas soluções inteiras.

Prova: Sabemos que d é irracional. Assim, o conjunto S dos pares (x, y) de


inteiros primos entre si tais que x
y − d < 1
é infinito. Mas se x e y forem
y2
inteiros satisfazendo essa desigualdade, então

(
x 2 − dy 2 = x − d y x + d y < 1y x − d y + 2 d y < 1y ) ( 1
y
)
+ 2 d y <2 d + 1

Segue que algum inteiro não nulo m entre − ( 2 d + 1) e 2 d + 1 se repete um


número infinito de vezes entre os valores de x 2 − dy 2 , com (x, y) em S. Mas isto
é o mesmo que dizer que a equação x 2 − dy 2 = m admite infinitas soluções. ❏

Teorema 3 (Soluções da Equação de Pell): Seja d um inteiro positivo que não


seja um quadrado. A equação x 2 − dy 2 = 1 admite infinitas soluções em inteiros
positivos x, y. Ademais, existe uma solução em inteiros positivos x1 , y1 tal que
todas as demais soluções dessa equação são da forma
x n + y n d = ( x1 + y1 d ) n , onde n é um número natural.

Prova: Admitamos por enquanto que nossa equação tenha uma solução em
inteiros positivos x, y. Dentre todas essas soluções, escolha aquela x1 , y1 tal que
α = x1 + y1 d seja o menor possível.
Dado um natural qualquer n, sabemos que existem inteiros positivos x n , y n tais
que ( x1 + y1 d ) n = x n + y n d . Daí, sabemos que
( x1 − y1 d ) n = x n − y n d , e assim
1 = ( x12 − dy12 ) n = ( x1 + y1 d ) n ( x1 − y1 d ) n =
= ( x n + y n d )( x n − y n d ) = x n2 − dy n2
Então todos os pares ( x n , y n ) são soluções da equação.

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Seja agora (x, y) uma solução qualquer em inteiros positivos. Para terminar, basta
mostrarmos que existe um natural n tal que x + y d = α n . Suponha o
contrário. Então existe um natural n tal que α n < x + y d < α n +1 . Daí, vem
que 1 < α − n ( x + y d ) < α . Mas
α − n ( x + y d ) = ( x1 + y1 d ) − n ( x + y d ) = ( x n + y n d ) −1 ( x + y d ) =
= ( x n − y n d )( x + y d ) = ( xx n − dyy n ) + ( x n y − y n x ) d
e ocorre que
( xxn − dyyn )2 − d ( xn y − yn x )2 = xn2 ( x 2 − dy 2 ) + yn2 ( dy 2 − x 2 ) = xn2 − dyn2 = 1 ,
de modo que α − n ( x + y d ) = ( xx n − dyy n , x n y − y n x ) também é solução.
Como 1< α−n ( x + y d ) < α , basta mostrarmos que xxn − dyyn , xn y − yn x > 0 para
chegarmos numa contradição. Sejam a = xx n − dyy n , b = x n y − y n x . Temos
a + b d > 0 e a 2 − db 2 = 1 , donde a − b d = ( a + b d ) −1 > 0 .
Então, 2a = ( a + b d ) + ( a − b d ) > 0 . Por outro lado, a + b d > 1 implica
a − b d = ( a + b d ) −1 < 1 , e daí b d > a − 1 ≥ 0 . Logo, b > 0.
Para terminar, basta mostrarmos que a equação x 2 − dy 2 = 1 admite uma
solução. Tome, de acordo com o lema 2, um inteiro (não nulo) m tal que
x 2 − dy 2 = m admita uma infinidade de soluções. Podemos escolher duas
dessas soluções, ( x1 , y1 ), ( x 2 , y 2 ) digamos, tais que | x1 | ≠ | x 2 | mas x1 ≡ x 2 e
y1 ≡ y2 , módulo m. Então
( x1 + y1 d )( x 2 − y 2 d ) = ( x1 x 2 − dy1 y 2 ) + ( x 2 y1 − x1 y 2 ) d (*)
Mas x1 x 2 − dy1 y 2 ≡ x12 − dy12 ≡ 0 (mod m) e x 2 y1 ≡ x1 y 2 (mod m) , donde
existem inteiros u e v tais que x1 x 2 − dy1 y 2 = mu, x 2 y1 − x1 y 2 = mv
Segue de (*) que ( x1 + y1 d )( x 2 − y2 d ) = m( u + v d ) , e daí
( x1 − y1 d )( x 2 + y 2 d ) = m( u − v d ) .
Multiplicando ordenadamente essas duas igualdades, chegamos a
m2 = ( x12 − dy12 )( x 22 − dy 22 ) = m2 ( u 2 − dv 2 ) ,
ou seja, u 2 − dv 2 = 1 . Resta mostrarmos que u e v são não nulos. Se u = 0
teríamos − dv 2 = 1 , um absurdo. Se v = 0, viria u = 1 ou –1. De (*) seguiria que

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( x1 + y1 d )( x 2 − y 2 d ) = ± m , e assim ( x1 + y1 d ) = ±( x 2 + y 2 d ) ,
donde por fim | x1 | = | x 2 | , o que é um absurdo. ❏

Exemplo 2: Agora podemos determinar todas as soluções inteiras não nulas da


equação x 2 − 2 y 2 = 1 . O teorema 3 ensina que as soluções positivas dessa
equação são da forma ( x n , y n ) , onde x n e y n são os únicos inteiros para os
quais x n + y n 2 = ( x1 + y1 2 ) n , sendo ( x1 , y1 ) a solução positiva para a qual
x1 + y1 2 é o menor possível. Como os pares (x, y) = (1, 1), (1, 2), (2, 1), (2, 2),
(2, 3) não são soluções da equação e (3, 2) é, é fácil nos convencermos de que
( x1 , y1 ) = (3, 2). Desse modo, temos os pares ( x n , y n ) dados pela
igualdade x n + y n 2 = (3 + 2 2 ) n
Determine agora as demais soluções não nulas da equação acima. O exercício 7
discute mais alguns aspectos dessa equação.

Exercícios:
1. Seguindo os passos da prova do teorema 1, mostre que as soluções em
inteiros não nulos da equação x2 + 2 y2 = z2 são da forma
x = ± ( u 2 − 2v 2 )d , y = 2uvd , z = ( u 2 + 2v 2 )d , onde d, u, v são inteiros
não nulos, com u e 2v primos entre si.
2. Mostre que as equações a seguir não possuem soluções inteiras não nulas:
i. x 4 + 4 y 4 = z 2
ii. x 4 + 2 y 4 = z 2
iii. x 2 + y 2 = 3z 2
O item i do exercício a seguir tem a ver com o exemplo 1 do texto.
3. i. Mostre que não existem racionais x e y tais que x 2 + xy + y 2 = 2 .
ii. Determine todas as soluções racionais da equação x 2 + xy + y 2 = 1 .
Para resolver os próximos dois exercícios utilizamos o teorema 1. Eles são mais
difíceis que os anteriores, e no primeiro deles você pode achar útil o seguinte
resultado, conhecido como Teorema de Ptolomeu: dado um quadrilátero convexo
inscritível ABCD, tem-se
AB. CD + AD. BC = AC. BD

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D
B

C
Para uma prova do Teorema de Ptolomeu, você pode consultar a referência [4].
4. Temos no plano uma circunferência de raio 1. Mostre que podemos
escolher em tal circunferência 2000 pontos A1 , A2 ,..., A2000 tais que Ai A j é
racional, quaisquer que sejam 1 ≤ i < j ≤ 2000 .
5. Seja r um inteiro positivo dado. Queremos determinar o número de
triângulos ABC, dois a dois não congruentes, satisfazendo as seguintes condições:
i. O raio da circunferência inscrita em ABC mede r.
ii. Os comprimentos dos lados de ABC são números inteiros, primos entre si.
Mostre que o número de tais triângulos é 2 k , onde k é o número de fatores
primos distintos de r.
6. Prove, sem apelar para o teorema 2, que a equação x 2 − 2 y 2 = −1
admite uma infinidade de soluções inteiras.
7. Prove que as soluções positivas ( x n , y n ) da equação do exemplo 2 são
dadas pelas seqüências ( x1 , y1 ) = (3, 2 ) e x n+1 = 3x n + 4 y n , y n+1 = 2 x n + 3 y n
8. Prove que há infinitos inteiros n tais que n 2 + ( n + 1) 2 seja quadrado.

Bibliografia

[1] Introdução à Teoria dos Números. Plínio O. dos Santos. Coleção Matemática Universitária.
IMPA. 1999.
[2] An Introduction to the Theory of Numbers. I. Niven, H. Zuckermann. John Wiley & Sons.
New York. 1980.
[3] A Classical Introduction to Modern Number Theory. K. Ireland & M. Rosen. Springer-Verlag.
New York. 1990.
[4] Quadriláteros e Triângulos. M. Mendes. Eureka! No5. OBM 1999

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SOLUÇÕES DE PROBLEMAS PROPOSTOS


 Publicamos aqui algumas das respostas enviadas por nossos leitores.
29) Seja n > 1 um número inteiro. Existem n lâmpadas L0, L1, ... , Ln–1
colocadas em um círculo. Cada lâmpada está ACESA ou APAGADA.
Uma seqüência de passos S0, S1, ... , Si, ... é executada. O passo Sj afeta
apenas o estado da lâmpada Lj (deixando o estado de todas as outras
inalterado) da seguinte forma:

Se Lj–1 está ACESA, Sj muda o estado de Lj de ACESA para APAGADA, ou de


APAGADA para ACESA;

Se Lj–1 está APAGADA, Sj deixa o estado de Lj inalterado.

As lâmpadas são rotuladas mod n, ou seja, L – 1 = Ln –1, L0 = Ln, L1 = Ln + 1, etc.

Inicialmente todas as lâmpadas estão ACESAS. Mostre que:

a) Existe um inteiro positivo M(n) tal que depois de M(n) passos todas as
lâmpadas estão ACESAS de novo;
b) Se n é da forma 2k então todas as lâmpadas estão ACESAS depois de
n2 –1 passos;

c) Se n tem a forma 2k + 1 então todas as lâmpadas estão ACESAS depois


de n2 – n + 1 passos.

Solução de Frank Castro (São Paulo - SP):

a) Vamos inicialmente representar o estado das lâmpadas L0, L1, L2, ..., Ln–1 por
uma n-upla u = (u0, u1, u2, ..., un–1), onde ui = 0 se Li está apagada e ui = 1 se Li
está acesa.
Evidentemente o estado inicial das lâmpadas é dado pela n-upla e = (1, 1, 1, ...,1).
Nessas condições a operação Sj tranforma a n-upla (u0, u1, u2, ..., un–1) na nova
n-upla (u0, u1,..., uj–1, uj–1 + uj,..., uj+1,..., un–1), onde a soma uj–1 + uj é tomada
módulo 2 ( e j é tomada módulo n).
Assim sendo, nosso problema consiste em determinar um valor natural r, tal que:
S r ( S r −1 (...( S1 ( S 0 (e)))...)) = e

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Para tanto, denotemos por Rj a operação que transforma a n-upla (u0, u1,..., uj–1, uj,
uj+1,..., un–1) na n-upla (u j mod n , u ( j +1) mod n ,...u ( j + n −1) mod n ). Observe que R–j é a
operação inversa de Rj e R0 deixa a n-upla inalterada.
Nesses termos temos para uma n-upla qualquer S j = R− j ( S 0 ( R j )) .
__
Agora para uma n-upla qualquer u podemos escrever:
__ __
S r (S r −1 ...(S1 (S 0 ( u )))...) = S r S r −1 ...S1 S 0 ( u ) = ( R−r S 0 Rr )(R−r +1 S 0 Rr −1 )...
__ __ __
...(R−1 S 0 R1 )S 0 ( u ) = R−r S 0 ( RS0 ) r ( u ) =R −r −1 ( RS0 ) r +1 ( u ) onde R = R1 .
Consequentemente, S r S r −1 ...S1 S 0 (e) = e ⇔ ( RS 0 ) r +1 (e) = Rr +1 (e) = e como
existe apenas um número finito de estados das lâmpadas (2n precisamente) que
equivale ao número total de n-uplas, em algum estágio a seqüência
e, ( RS 0 )1 (e), ( RS 0 ) 2 (e),... deve repetir algum de seus elementos. Nessas
condições para algum m e n ( m < n ) teremos : ( RS 0 ) m (e) = ( RS 0 ) n (e). Sendo
RS 0 uma bijeção (verifique!) temos ( RS 0 ) n − m (e) = e, o que conclui o ítem a.

b) Primeiramente associaremos à n-upla u = (u0, u1, u2, ..., un–1) o polinômio P(x)
da forma : P ( x) = u n − 2 + u n −3 ⋅ x + u n − 4 ⋅ x 2 + ... + u 0 ⋅ x n − 2 + u n −1 ⋅ x n −1 , onde
os coeficientes serão olhados módulo 2 (isto é, P(x) ∈ Z / 2Z [ x]).
Chamemos tal polinômio de polinômio de posição. Observe agora que para a
n-upla ( RS 0 )1 (u ) temos:
( RS0 )1 (u) = R1 (S 0 (u)) = R1 (u n−1 + u 0 , u1 , u 2 ,..., u n−1 ) = (u1 , u 2 ,..., u n−1 , u n−1 + u 0 )
e seu polinômio de posição é dado por
Q( x) = u n −1 + u n− 2 x + u n −3 x 2 + ... + u1 x n− 2 + (u n−1 + u 0 ) x n −1 Não se esqueça que
a adição u n −1 + u 0 é tomada módulo 2. Assim, Q(x) ≡ x ⋅ P(x) mod(x n − x n−1 − 1).
Assim sendo, queremos encontrar r tal que x r ≡ 1 mod( x n − x n −1 − 1). Note que
quando x r ≡ 1 mod( x n − x n −1 − 1). o polinômio de posição associado a ( RS 0 ) r
será congruente a P(x) que representará a n-upla e = (1, 1, 1,...1) no estado inicial
das lâmpadas. Suponha agora n = 2k.
2
Então x n ≡ ( x n ) n ≡ ( x n−1 + 1) n ≡ x n⋅( n −1) + 1 mod(x n − x n −1 − 1) pois se n é uma
potência de 2, todos os coeficientes, exceto o primeiro e o último da expansão
binomial ( x n −1 + 1) n são pares, logo congruentes a zero módulo 2.

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Finalmente temos:
2 2 2
x n − x n ( n −1) ≡ 1 mod( x n − x n −1 − 1) ⇒ x n − x n − n ≡ 1 mod( x n − x n −1 − 1) ⇒
2 2
−n
xn ⋅ ( x n − 1) ≡ 1 mod( x n − x n −1 − 1) ⇒ x n −1
≡ 1 mod( x n − x n −1 − 1)
( pois x n − 1 ≡ x n −1 (mod x n − x n −1 − 1)).
Assim, após ( n 2 − 1) etapas todas as lâmpadas estarão acesas novamente.
c) Suponha n = 2 k + 1
2
−1
Assim x n ≡ ( x n+1 ) n−1 ≡ ( x n + x) n−1 ≡ x n⋅( n−1) + x n−1 onde todas as congruências
foram tomadas mod(x n − x n−1 − 1). Como no ítem anterior n – 1 é potência de 2,
logo todos os coeficientes, exceto o primeiro e o último da expansão binômial
( x n + x) n−1 são pares, consequentemente congruentes a zero módulo 2.
Finalmente temos:
2 2
x n −1 − x n⋅( n −1) ≡ x n −1 mod(x n − x n −1 − 1) ⇒ x n −n ⋅ ( x n −1 − 1) ≡ x n −1 mod( x n − x n −1 − 1) ⇒
2 2
−n
(*) x n ⋅ ( x n ) ≡ x n −1 mod( x n − x n −1 − 1) ⇒ x n ≡ x n −1 mod( x n − x n −1 − 1) ⇒
2
⇒ x n − n +1 ≡ 1 mod( x n − x n −1 − 1). Observe que, como estamos trabalhando
módulo 2, x n ≡ x n −1 + 1 ≡ x n −1 − 1 mod( x n − x n −1 − 1), e isso justifica a
congruência (*). Assim sendo, após n 2 − n + 1 etapas, todas as lâmpadas estarão
acesas novamente.

30) Determine todas as funções f : R → R que satisfazem as condições:


 1  f ( x)
(i) f(– x) = – f(x), (ii) f(x + 1) = f(x) + 1, (iii) f   = 2 para x ≠ 0.
 x x

Solução de Carlos Alberto da Silva Victor (Rio de Janeiro - RJ):

Do ítem (ii) : f(x + 1) = f(x) temos que f(x) = 1 + f( x – 1) e usando (i) ∴


1  1
f(x) + f (1 – x) = 1. Sejam x ≠ 0 e x ≠ 1, logo: f   + f 1 −  = 1 e usando
 x  x
 
1  1  1 1  x
(iii) ⇒ 2 f (x) + f   =1 e usando novamente (iii) ⇒ 2 f (x)+ ⋅f
2   =1 ∴
x  x  x  x   x−1
 
 x−1
 x−1

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Sociedade Brasileira de Matemática

1 (x −1)2  1  1 (x −1)2  1 
f (x) + ⋅ f 1+
 x −1 = 1 ⇒ f ( x) + 1+ ⋅ f ( x −1) =1 ⇒
x2
x2
  x2
x  (x −1)
2 2

1 (x −1)2 1
⇒ ⋅ f ( x) + + 2 ⋅ f (x −1) = 1
x2 x2 x
f (x) + (x −1)2 + f (x −1) = x2 ⇒ f (x) + f (x −1) = 2x −1
 f (x) + f (1− x) = 1
donde:  ∴ f (x) = x
 f (x) − f (1− x) = 2x −1
para x = 0 → f (1) = f (0) +1
x = −1 → f (0) = f (−1) +1 = − f (1) +1
 f (1) − f (0) = 1
⇒ ∴ f (1) =1 e f (0) = 0.
 f (0) + f (1) =1

Conclusão: ∀x ∈ R, teremos f(x) = x como sendo a única solução.

31) Seja x1, x2, x3, … uma seqüência de números reais não negativos satisfazendo
x n − 2 x n −1
xn = para n = 3, 4, 5, … Estabeleça condições necessárias e
2 x n − 2 − x n −1
suficientes em x1 e x2 para xn ser inteiro para infinitos valores de n.

Solução de Davi Máximo Alexandrino Nogueira (Fortaleza - CE):

Afirmação: x1 = x 2 , x1 e x 2 inteiros.

x n − 2 x n −1
Prova: Se, x n = teremos,
2 x n − 2 − x n −1
1 2 x n − 2 − x n −1 1 2 1
xn (2 x n −2 − x n −1 ) = x n − 2 x n −1 ⇒ = ⇒ = − ⇒
xn x n − 2 x n −1 x n x n −1 x n − 2
1 1 1 1 1
⇒ − = − tome y n = logo, a seqüência y1, y2, …, é uma
x n x n −1 x n −1 x n − 2 xn
x − x2
P.A., de razão r = 1 desse modo, yn = y1 + (n −1)r ⇒ x1 = xn + (n −1)rx1xn ⇒
x1 x 2

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Sociedade Brasileira de Matemática

x1
⇒ x1 = xn (1+ (n −1)rx1) = x1 ⇒ xn = . Suponha r ≠ 0.
1+ (n −1)x1r
x − x2 x1 x 2
Como r = 1 , temos x n = fazendo x1 – x2 = a, teremos
x1 x 2 x 2 + (n − 1)( x1 − x 2 )
x1 x 2
xn = . Porém, para algum k, tal que x1 x 2 < x 2 + (k − 1) a
x 2 + (n − 1)a
teremos x n < 1 , para todo n ≥ k. Logo, devemos ter r = 0, o que conclui a
demonstração.

32) a) Prove que todo número inteiro não nulo m admite uma única representação
n −1
da forma m = ∑σ
k =0
k ⋅ 3 k , onde n é um inteiro positivo e σ k ∈{−1,0,1} para todo k,

com σ n −1 ≠ 0.
3n + 1
Dado um conjunto de pontos V = {P0 , P1 ,..., P3n −1 } , escrevemos em cada
2
2
aresta que une dois desses pontos Pi e Pj (i ≠ j) um número pertencente a
n −1
{0, 1, …, n – 1} da seguinte forma: escreveremos i − j = ∑σ k =0
k ⋅ 3 k , com

σ k ∈{−1,0,1}, ∀k , e associamos à aresta Pi Pj o número


m = min{k ≥ 0 σ k = 1}.
Prove que não existe nenhum triângulo cujos vértices pertençam a V com o
mesmo número escrito em seus três lados.

Solução de Carlos Alberto da Silva Victor (Rio de Janeiro - RJ):

a) Sabendo que m ≡ 0 (mod 3) ; m ≡ 1 (mod 3) ou m ≡ – 1 (mod 3),


teremos:
m = 3k0 + r0
k0 = 3k1 +r1
k1 = 3k2 + r2



kn–2 = 3kn–1 + rn–1

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com kn–1 = 0 e rn–1 ≠ 0, onde ri ∈{–1, 0, 1} (note que os ri estão unicamente


determinados, e existe n com kn–1 = 0 pois m > k0 > k1 > ... > ki enquanto
tivermos k i −1 ≠ 0. ) Substituindo na primeira igualdade k0 pela sua igualdade,
obteremos m como função de k1, r0. Tomando novamente k1 = 3 k2 + r2 e fazendo
as substituições sucesivas de k2, k3, ..., kn-2 ; obtemos:
m = 3 n ⋅ k n −1 + rn −1 ⋅ 3 n −1 + rn − 2 ⋅ 3 n − 2 + ... + r2 ⋅ 3 2 + r1 ⋅ 31 + r0 ⋅ 3 0 e já que
n −1
k n −1 = 0 , teremos m = ∑ rk ⋅ 3 k com rn −1 ≠ 0.
k =0

b) Sejam Pi , Pj e Ps três pontos quaisquer de V e por hipótese i < j < s; portanto


n −1 t −1 ~
podemos escrever: j − i = ∑ σ k ⋅ 3k e s − i = ∑σ p ⋅ 3 p , com
k =0 p =0

~ ~
σ k ,σ p ∈ { − 1, 0 ,1}; σ n −1 = 1 e σ t- 1 = 1.
Vamos também fazer a hipótese de que para as arestas Pi Pj e Pi Ps , tenhamos o
~
número λ = min{ k ≥ 0 / σ k = 1} = min{ p ≥ 0 / σ p = 1} onde
0 ≤ λ < n − 1 e 0 ≤ λ < t − 1. Podemos então escrever:
λ −1
 n −1



j − i = ∑
k =0
σ k . 3 k
+ ∑
k = λ +1
σ k . 3 k + 1 . 3 λ (1)
 λ −1 t −1
s − i =
 ∑
p=0
σ p . 3 p + ∑ σ pk . 3 p + 1 . 3 λ ( 2 )
p = λ +1
λ −1 ~ t −1 ~
 λ −1 n −1
k
De (2) – (1) obtemos s − j = ∑σ p .3 + ∑ σ p .3 −  ∑σ k .3 + ∑σ k .3 
p p k

p =0 p = λ +1  k =0 k = λ +1 
~ ~
Para 0 ≤ k ≤ λ −1, σ k e σ k pertencem a {–1, 0}, donde σ k −σ k ∈{−1,0,1}, e os
somatórios com p ≥ λ +1 e k ≥ λ +1 são múltiplos de 3λ +1 , e portanto, ao
escrever s − j = ∑
γ
σ γ 3γ , com
≥0
'
σ γ' ∈{−1,0,1}, não aparece o termo 1⋅ 3λ , o que

garante que o número associado à aresta Pj Ps, que é min{γ ≥ 0 / σ γ' = 1} em


( s − j ) não será igual a λ.
Conclusão: não existe triângulo cujos vértices pertençam a V com o mesmo
número escrito em seus três lados.

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33) Na parede interna de um vaso cilíndrico de cristal existe uma gota de mel
num ponto B situado a três centímetros do seu bordo superior. Na parede externa,
num ponto A diametralmente oposto ao da gota, está uma formiga. Sabendo que a
altura do vaso é de 20cm e o seu diâmetro é 10cm. Indicar o caminho mais curto
para que a formiga atinja a gota de mel.

Solução de Daniel Pessôa Martins Cunha (Fortaleza - CE):

Cobrindo o vaso com papel por dentro e por fora, e marcando nele a localização
da formiga, da gota de mel e da borda, poderemos ver que ao desamassar o papel
ficarão as seguintes impressões, com as seguintes medidas:
B Gota

Parte de dentro

3 cm

πr = 5π

Borda A' B'


5π/2 5π/2
Parte de fora

3 cm

A Formiga

Como a menor distância entre 2 pontos é a medida do segmento que os une, o


____
menor caminho é o segmento AB de medida : 36 + 25π 2 (Teorema de
Pitágoras).
Ao colocar o papel de volta ao vaso veremos o menor caminho a ser percorrido

pela formiga. Que é subir em diagonal até o ponto médio do arco A' B ' ,
determinado pelo diâmetro na borda. Depois descer em diagonal até a gota de
mel.

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Sociedade Brasileira de Matemática

34) ABC é um triângulo, tal que AB = c, AC = b e BC = a.


Por um ponto interior P deste triângulo, são traçadas paralelas aos seus lados.
Sabe-se que as intersecções, da paralela ao lado de medida a, com os lados deste
triângulo, determinam um segmento de medida a'.
Analogamente, as paralelas aos lados de medidas b e c, determinam com os lados
do triângulo, segmentos de medidas b' e c' respectivamente.
a ' b' c'
Nestas condições demonstre que + + = 2.
a b c

Solução de Francisco Antonio Martins de Paiva (Fortaleza - CE):

De acordo com o problema temos:


A

t
H
s
G

s
t
P
I F
y x

w z z
w

y
B
D E C

Como as retas traçadas são paralelas aos lados então os quadriláteros PFCE,
PIBD, PHAG são paralelogramos, e com isso concluímos que seus lados opostos
são congruentes. Daí temos:
BC = a, AC = b, AB = c, IF = x + y = a' , GD = t + w = c', HE = s + z = b'
___ ____
Os triângulos ABC e AIF são semelhantes pois IF // BC , de onde temos:

x+ y c−w x+ y b−z
= e =
a c a b

a' w a' z
= 1− = 1−
a c a b

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___ ____
Os triângulos ACB e GCD são semelhantes pois AB// GD , de donde temos:

t+w b−s t+w a− y


= e =
c b c a
c' s c' y
= 1− = 1−
c b c a
___ ____
Os triângulos ACB e HEB são semelhantes pois AC// HE , de onde temos:

s+z a−x s+ z c−t


= e =
b a b c

b' x b' t
= 1− = 1−
b a b c

Daí temos que:

 a ' b' c '  x y z s t w


2 + +  = 6 − − − − − −
a b c a a b b c c
 a ' b' c '  x+ y z+s t+w
2 + +  = 6 − − −
a b c a b c
 a ' b' c'  a ' b' c'
2 + +  = 6 − − −
a b c a b c
 a ' b' c ' 
3 + +  = 6
a b c
a ' b' c '
+ + = 2.
a b c

35) Sabendo que num triângulo ABC a altura relativa ao vértice A mede 12cm. e a
altura relativa ao vértice B mede 20cm, determine todos os valores possíveis para
a altura relativa ao vértice C.

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Solução de Frank Castro (São Paulo - SP):

Temos: ha = 12, hb = 20.


Sendo a, b e c os lados do triângulo e S sua área, valem as seguintes relações:
c > b − a (I)
2⋅S 2⋅S 2⋅S
a= , b= e c= Substituindo as três últimas igualdades em (I)
ha hb hc

Vem que:
1 1 1 1 1 1
> − = − = , assim hc = 30. Agora, sabemos que: a + b > c
hc hb ha 20 12 30
2⋅S 2⋅S 2⋅S
a= ,b= e c= . Substituindo temos:
ha hb hc
1 1 1 1 1 1
+ > ⇒ + > ⇒ hc > 7,5
ha hb hc 12 20 hc
Resposta: 7,5cm < hc < 30 cm.

Agradecemos também o envio das soluções a: Ricardo Klein Hoffmann (Porto


Alegre - RS), Geraldo Perlino Júnior (São Paulo - SP), José Heleno Faro (Cachoeiro
de Itapemirim - ES).

Você sabia…
Que há novos records de primos grandes descobertos em 2000?

Maior par de primos gêmeos conhecido: 2409110779845⋅260000±1.


Esses primos têm 18075 dígitos, e foram descobertos por Wassing,
Járai e Indlekofer.

Maior primo de Fermat generalizado conhecido: 16717632768 + 1, que


tem 171153 dígitos e foi descoberto por Yves Gallot (este é o
oitavo maior primo conhecido atualmente, e maior primo conhecido
que não é de Mersenne).

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PROBLEMAS PROPOSTOS

Convidamos o leitor a enviar soluções dos problemas propostos e sugestões de novos


problemas para os próximos números.

36) Na figura abaixo o triângulo DEF tem área de medida S. Sabendo-se que o
triângulo DEF está inscrito num triângulo arbitrário ABC, mostre que as
medidas Si ( i = 1, 2, 3) das áreas dos outros triângulos formados satisfazem a
3
desigualdade S ≥ e que a igualdade ocorre se e só se os
1 1 1
+ +
S1 S 2 S 3
pontos DEF são os pontos médios dos lados do triângulo, ABC.
A

S1
F
E
S
S2
S3
B C
D

37) Cinco quadrados são dispostos conforme ilustra o diagrama abaixo. Mostre
que a medida da área do quadrado S é igual a medida da área do triângulo T.

38) Os lados e diagonais de um polígono regular de n lados são coloridos em k


cores tais que:
i) para cada cor a e dois vértices A e B do polígono, o segmento AB é colorido
de a ou existe um vértice C tal que AC e BC são coloridos de a.

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ii) os lados de qualquer triângulo com vértices entre os vértices do polígono são
coloridos usando no máximo 2 cores.
Prove que k ≤ 2.

39) Sejam x, y e z os ângulos de um triângulo de lados opostos a, b e c


 1 1 1 1 1 1 a b c
respectivamente. Prove que, a +  + b +  + c +  ≥ 2 + + .
 y z  z x  x y  x y z
40) a) Calcular a soma dos divisores positivos de um número natural em termos
de sua fatoração prima.
b) Dizemos que n ≥ 1 é abundante se a soma de seus divisores é maior que
2n. Prove que se n é abundante então kn é abundante para todo inteiro k ≥ 1.
c) Prove que existe n0 ∈ N tal que todo inteiro n ≥ n0 pode ser escrito como
soma de dois números abundantes.

Problemas 36 e 37 propostos por Carlos Alexandre Gomes da Silva (Natal - RN),


problema 38 proposto na Olimpíada Búlgara - 1998, problema 39 proposto por Aldo
Trajano Louredo, problema 40 proposto por Gleydson Chaves Ricarte (Fortaleza -
CE) e Zoroastro Azambuja Neto (Rio de Janeiro - RJ).

Errata:
Eureka!No. 6, pág 40: O enunciado do problema 4 deve dizer:
Problema 4: Mostre que há infinitos naturais n tais que n2 + 1 divide n!, onde
n! = n ⋅ (n–1)..2⋅1 (por exemplo, 4! = 4 ⋅ 3 ⋅ 2 ⋅ 1 = 24).

Eureka! No. 6, pág 27: o segundo parágrafo está truncado. A versão correta é:
Determinar exatamente os valores de números de Ramsey clássicos R(a, b) é, em
geral, um problema computacionalmente muito difícil.
Os únicos valores de R(a, b) com 3 ≤ a ≤ b que são conhecidos são: R(3, 3) = 6,
R(3, 4) = 9, R(3, 5) = 14, R (3, 6) = 18, R(3, 7) = 23, R(3, 8) = 28, R (3, 9) = 36,
R(4, 4) = 18, e R(4, 5) = 25.
O único número Ramsey com mais de duas cores cujo valor é conhecido é
R(3, 3, 3) = 17.

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AGENDA OLÍMPICA

XI OLIMPÍADA DO CONE SUL


14 a 19 de abril de 2000
Montevideu – Uruguai

VI OLIMPÍADA DE MAIO
13 de maio de 2000

XXII OLIMPÍADA BRASILEIRA DE MATEMÁTICA


Primeira Fase – Sábado, 10 de junho
Segunda Fase – Sábado, 02 de setembro
Terceira Fase – Sábado, 21 de outubro (níveis 1,2 e 3)
Domingo, 22 de outubro (nível 3 - segundo dia).

XLI OLIMPÍADA INTERNACIONAL DE MATEMÁTICA


13 a 25 de julho
Taejon, Coreia do Sul.

XV OLIMPÍADA IBEROAMERICANA DE MATEMÁTICA


16 a 24 de setembro de 1998
Caracas, Venezuela

III OLIMPÍADA IBEROAMERICANA DE MATEMÁTICA UNIVERSITÁRIA


outubro de 2000

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COORDENADORES REGIONAIS
Amarisio da Silva Araújo (UFV) Viçosa - MG
Alberto Hassen Raad (UFJF) Juiz de Fora - MG
Angela Camargo (Centro de Educ.de Adultos - CEA) Blumenau - SC
Benedito T. Vasconcelos Freire (UFRN) Natal - RN
Claudio Arconcher (Col. Leonardo da Vinci) Jundiaí - SP
Claus Haetinger (UNIVATES) Lajeado - RS
Crescêncio das Neves (UFAM) Manaus-AM
Élio Mega (Col. ETAPA) São Paulo - SP
Enzo Marcom Takara (Col. Singular) Santo André - SP
Flávia Jerônimo Barbosa (UFPB Campus I) João Pessoa - PB
Florêncio F. Guimarães Filho (UFES) Vitória - ES
Francisco Dutenhefner (UFMG) Belo Horizonte - MG
Gisele de A. Prateado Gusmão (UFGO) Goiânia - GO
Ivanilde H. Fernandes Saad (U. Católica Dom Bosco) Campo Grande - MS
João Benício de Melo Neto (UFPI) Teresina - PI
João F. Melo Libonati (Grupo Educ. IDEAL) Belém - PA
Jorge Ferreira (UEM) Maringá - PR
José Carlos Pinto Leivas (UFRG) Rio Grande - RS
José Cloves Saraiva (UFMA) São Luis - MA
José Gaspar Ruas Filho (ICMC-USP) São Carlos - SP
José Luis Rosas Pinho (UFSC) Florianópolis - SC
José Paulo Carneiro (Univ. Santa Úrsula) Rio de Janeiro - RJ
José Vieira Alves (UFPB) Campina Grande - PB
Leonardo Matteo D'orio (Sistema Titular de Ensino)Belém - PA
Licio Hernandes Bezerra (UFSC) Florianópolis - SC
Luzinalva M. de Amorim (UFBA) Salvador - BA
Marcondes Cavalcante França (UF Ceará) Fortaleza - CE
Pablo Rodrigo Ganassim (L. Albert Einstein) Piracicaba - SP
Paulo H. Cruz Neiva de L. Jr. (Esc. Tec.Everardo Passos) SJ dos Campos - SP
Reinaldo Gen Ichiro Arakaki (INPE) SJ dos Campos - SP
Ricardo Amorim (Centro Educ. Logos) Nova Iguaçu - RJ
Roberto Vizeu Barros (Colégio ACAE) Volta Redonda - RJ
Sergio Claudio Ramos (IM-UFRGS) Porto Alegre - RS
Seme Gebara Neto (UFMG) Belo Horizonte - MG
Silvio de Barros Melo (UFPE) Recife - PE
Tadeu Ferreira Gomes (U. do Estado da Bahia) Juazeiro - BA
Tomás Menéndez Rodrigues (U. Federal de Rondonia) Porto Velho - RO
Valdenberg Araújo da Silva (U. Federal de Sergipe) São Cristovão - SE
Wagner Pereira Lopes (Esc. Tec. Fed. de Goiás) Jataí - GO
Waldemar M. Canalli (P.M. S. João de Meriti) S. João de Meriti - RJ

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