Murmuração X Oração
Murmuração X Oração
Murmuração X Oração
As pessoas têm reações diferentes diante das diversas situações que ocorrem no dia-
a-dia, conforme as características de cada um. Vamos destacar duas das principais
reações, que fazem muita diferença na qualidade de vida e na espiritualidade
saudável: a murmuração e a oração.
Para refrescar a sua memória, cabe lembrar que Israel viveu em escravidão no Egito
por 400 anos, sofrendo uma terrível repressão, com açoites e maus tratos constantes.
Deus ouviu o clamor de Seu povo e enviou Moisés e Arão para libertá-lo. Esse objetivo
foi alcançado após várias demonstrações do ilimitado poder de Deus, vindo as
conhecidas dez pragas do Egito. Logo depois da libertação, Deus continuou
demonstrando Seu poder e protegendo Seu povo. Ele abriu o Mar Vermelho para que
Israel passasse a pés secos, e fez o Mar se fechar engolindo o exército egípcio. Deus
enviou a nuvem que protegeu o povo do calor do sol, e também as colunas de fogo
que evitaram que o povo morresse de frio. Leia o Livro do Êxodo e você verá quantas
maravilhas Deus fez em favor de Israel.
Mas para Israel nada disso era suficiente. Tudo quanto Deus fez era esquecido
rapidamente diante de algum problema que surgia. E lá vinham as reclamações, os
choros, os lamentos. Agora, Israel estava reclamando com saudades das comidas do
Egito, e o alimento enviado por Deus, o maná, já era tido como algo desprezível, que
não atendia aos desejos do povo.
A murmuração nos impede de enxergar as bênçãos de Deus, pois nossos olhos ficam
fixos em coisas transitórias, em situações que trazem alguma aflição temporária, e
esquecemos de agradecer por tudo o que Deus faz por nós continuamente.
O murmurador não busca a Deus, antes, ele vive reclamando contra Deus. Quando
ele diz que ora, na verdade está fazendo o que Israel fez, que é chorar por coisas
pequenas e esquecer de agradecer pelas grandes bênçãos.
Quantas vezes rejeitamos a Deus sem nos dar conta disso! Nossas constantes
reclamações demonstram que não estamos satisfeitos, e que Deus não é suficiente
para nós, queremos mais. O que Deus nos oferece é pouco, nossa ambição é por
coisas “maiores e melhores”, embora isso seja uma ilusão.
Há crentes que chegam a dizer que quando eram incrédulos, sem fé em Deus,
escravos do pecado, não tinham tantos problemas, e suas vidas eram melhores,
sentiam-se mais felizes e realizados.
Isso é uma clara rejeição a Deus e a tudo quanto Ele nos oferece.
Reflita um pouco e veja se você não tem rejeitado a Deus todos os dias, com
murmurações constantes em vez de ações de graças
Pense bem antes de viver murmurando. Deus se agrada de um coração grato, mas
sua ira se acende contra o coração rebelde, que não faz outra coisa senão provocar o
Senhor com murmurações e mais murmurações.
Suas reclamações podem chegar a Deus e Ele pode conceder aquilo que você está
pedindo com tanta insistência, mas será que você conseguirá usufruir disso que acha
ser algo bom? Deus sabe o que é bom ou não, mas nós apenas presumimos o que
seja bom. Por vezes estamos pedindo coisas que nos farão muito mal, e Deus não
concede porque quer nosso bem, mas nossa murmuração pode levar Deus a atender
nossas reclamações, e só depois é que vamos nos dar conta de que estávamos
errados.
Cuidado com suas reclamações, pois se elas forem atendidas você pode não
aguentar. Não queira atrair a ira de Deus para sua vida, porque Israel não suportou
essa ira, e nem nós temos estrutura para a suportar.
Enquanto o povo murmurava, Moisés orava a Deus. É engraçado que, à primeira vista,
parece que Moisés também está murmurando, pois ele faz uma queixa e diz que não
está mais aguentando, todavia, o que ele apresenta diante de Deus não é
murmuração, e sim oração autêntica.
Características da oração:
Moisés era um homem que estava sempre conversando com Deus, e isto foi gerando
uma intimidade, de forma que ele sentia liberdade para expor a Deus os seus anseios,
suas preocupações, pedir orientações e interceder pelo povo.
Por que Deus não se zangou com Moisés? Simplesmente porque Moisés não
estava murmurando, ele estava demonstrando sua amizade por Deus ao levar a Ele o
que se passava em seu coração.
Em nossas orações devemos abrir nosso coração a Deus, fazendo a Ele com
sinceridade sobre nossos problemas reais (não aqueles que criamos com nossa
ambição).
Diga a Deus o que você está sentindo, mas faça-o como fez Moisés. Veja no próximo
tópico porque o diálogo de Moisés com Deus não era murmuração, e sim oração, e
procure seguir o exemplo desse homem de fé.
Se você está passando por situações difíceis que, se algo não está bem em sua vida e
você está muito aflito, sem ver perspectivas, não saia reclamando com um e com
outro. sua amargura e se tornar uma pessoa chata aos olhos dos outros.
Faça como Moisés: recolha-se ao seu quarto e vá conversar com Deus. Reconheça
sua incapacidade de gerir sua própria vida, de superar os obstáculos com a própria
força, e diga a Deus que precisa dEle, porque não está conseguindo mais caminhar
com esse fardo nas costas.
A Bíblia nos recomenda isso em 1 Pedro 5.7: “Lançando sobre ele toda a vossa
ansiedade, porque ele tem cuidado de vós”.
Quando oramos com sinceridade e humildade, Deus atende nossas petições. Por
vezes pode até não fazer o que estamos pedindo. No caso de Moisés, Deus não
fez o que ele pediu. Moisés pediu a morte, tão grande era sua aflição. Em vez de
lhe enviar a morte, Deus lhe concedeu auxílio para prosseguir sua jornada. Em
resumo, Deus estava dizendo a Moisés que sabia do peso que ele estava carregando,
e que, por sua obediência, sinceridade e humildade, tornaria mais leve o seu fardo,
trazendo pessoas que pudessem lhe servir de suporte.
Por vezes nossas pernas fraquejam a quase caímos, nossos braços se tornam fracos
e não conseguimos lutar como deveríamos, mas Deus, quando oramos em busca de
Seu socorro, nos envia auxílio, fortalece nosso corpo e nossa mente, providencia
pessoas que compartilhem conosco as cargas.
Na Igreja, deveria ser assim: uns levando as cargas dos outros, pois dessa forma
todos se animariam mutuamente e prosseguiriam firmes rumo ao alvo (Gálatas 6.2).
Conclusão
Vá até Jesus e entregue a Ele o fardo pesado que está sobre suas costas. Veja que
diferença isso vai fazer na sua vida. Não fique aí pensando, faça isso o mais rápido
possível, e caminhe em liberdade, fortalecido no Senhor.