Panorama Do AT - Profetas Menores - FAESP

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TEOLOGIA

PANORAMA DO

ANTIGO TESTAMENTO

Samuel Pereira Valério


PROFETAS MENORES
OSÉIAS
Nome

O livro trás o nome do seu autor, Oséias, em hebraico Hosea = ‫ הושע‬ou


em grego Osëe = ωσηέ. Ben Beeri, Os 1:1, onde Ben Beeri significa “o
filho de Beeri”. É uma variação do nome Josué. Devido ao seu vasto
conteúdo (14 capítulos), Oséias é colocado após os 4 profetas maiores.
Autor
Apresenta-se em 1:1. Ele era profeta no reino do norte (Israel), durante o
reinado de Jeroboão II, por volta de 750 a.C. Conhece bem a história de
Israel, 1:10; 2:15; 8:1 e 9:10, e a vida do agricultor, 4:16; 9:2; 10:11. O
casamento de Oséias com uma mulher infiel serviu como uma viva
ilustração para mostrar a infidelidade de Israel para com Deus. Detalhes,
como em 1:3-8, mostram que o casamento não era apenas alegórico.
Apesar da infidelidade da esposa, Oséias nunca deixou de amá-la, e nisto
há uma bela figura do amor de Deus para com o seu povo infiel.
Data e situação histórica

Oséias menciona quatro reis de Judá. O primeiro deles reinou até 736
a.C. e o quarto começou a reinar em 715 a.C. É também mencionado o
rei Jeroboão II, de Israel, 784-743 a.C. O livro possivelmente foi
escrito em Judá depois de Oséias ter sido expulso de Israel.
Provavelmente, o livro foi escrito por volta de 725 a.C. e antes do fim
do Reino de Israel em 722 a.C.
Divisão
O livro é uma mensagem cheia de figuras e de símbolos e se
divide, facilmente, em 2 partes:

A) Uma narrativa pessoal, 1-3, sobre Oséias, sua esposa infiel e os


3 filhos;

B) Discursos proféticos, 4-14, sobre a decadência espiritual,


política e religiosa, a compaixão de Deus, o juízo de Deus e
exortação ao arrependimento.
Outras características

O estilo de Oséias se caracteriza pelas frases curtas e uma


linguagem cheia de símbolos. Oséias foi um bom observador e
tudo o que ele vê serve de ilustrações. Existem muitas
semelhanças entre Oséias e Amós. A mensagem de Amós tem um
sentido de reclamação. O livro de Oséias é citado várias vezes no
NT.
Outras características

Os. 11:1 em Mt. 2:15;

Os. 13:14 em 1º Co. 15:55;

Os. 1:10 em Rm. 9:25.


JOEL
Nome

O livro tem o nome do seu autor, o profeta Joel Yo-El = ‫ יואל‬o que
significa “O Senhor é Deus”, em grego Ioel = ιωήλ. É uma
característica do livro a expressão: “Senhor vosso Deus” que aparece 7
vezes no livro, por exemplo em 1:14 e 2:13-14.
Autor

O autor se chama Joel, filho de Petuel. Este é o único fato da sua vida
pessoal que conhecemos e não é possível identificá-lo com algum
outro Joel (nome mencionado 12 vezes na Bíblia). Joel era habitante de
Jerusalém. Ele fala sobre o santo monte Sião, 2:1, sobre o templo, 1:9 e
sobre os sacerdotes do templo, 1:13-14 e 2:17. Joel era profeta no reino
de Judá e contemporâneo com Amós e Oséias no reino de Israel.
Autor

Não se sabe com exatidão se Joel ou Obadias foi o primeiro profeta de


Judá que escreveu um livro. O livro de Joel é mais citado no NT do
que o da maioria dos profetas menores.
Data e situação histórica

Joel não menciona nenhum rei e nem qualquer acontecimento


histórico. O tempo em que Joel apareceu e a data do seu livro é,
portanto, difícil e discutível. Pelo fato de não mencionar o rei de sua
época, é possível que tenha surgido por volta de 830 a.C., enquanto o
rei Joás ainda era menor de idade.
Data e situação histórica
Joel O rei Joás foi coroado com 7 anos e reinou entre 836 a.C. e 797
a.C. Enquanto era menor, os sacerdotes governavam o reino de Judá.
Muito notável é que os inimigos de Judá, mencionados no livro, são
Fenícia e Filístia, 3:4 e Egito e Edom, 3:19, mas não os assírios ou
babilônios. Isto indica que Joel surgiu ou antes dessas potências serem
importantes ou depois de suas quedas, ou seja, antes de 750 ou depois
de 536 a.C. Edom se livrou de Judá e tornou-se seu inimigo em 850
a.C. durante o reinado de Jeorão, 2º Rs. 8:20-22.
Divisão

O livro se divide em 2 ou 4 partes.


Quando a divisão é em 2 partes:
1. Uma parte histórica (1 a 2. 27);
2. Uma parte profética (2. 28 a 3)
A mensagem de Joel é de caráter apocalíptico: transgressões e
falta de arrependimento causam pragas e juízo sobre o povo. A
misericórdia de Deus para com os arrependidos é um dos
pensamentos principais do livro.
Divisão

Quando a divisão é em 4 partes:


1. A tremenda devastação pela seca e pelos gafanhotos como
figura do grande e terrível dia do Senhor no futuro, 1-2:11;
2. A renomada frutificação como resultado do arrependimento,
2:12 -27;
3. O futuro derramamento do Espírito e a vinda do Senhor para
juízo, 2:28-32;
4. O julgamento final contra as nações inimigas de Judá e Israel (3).
AMÓS
Nome

O livro traz o nome do seu autor, Amós = ‫ עמוס‬e em grego Ämōs =


äµώς, que significa “sustentado” ou “aquele que carrega”. Não é o
mesmo Amós citado em Is 1:1.
Autor

Amós era um pastor de ovelhas de Tecoa, 1:1, em Judá, cerca de 10 km


ao sul de Belém. Ele também era boieiro e cultivador de sicômoros,
7:14. Ele revela muitos conhecimentos sobre outros países e
possivelmente participou em caravanas de mercadores.
Autor
A sua chamada divina aconteceu de repente, 7:15, e ele foi chamado do
sul para ser profeta no norte; em Israel, ele não se considerava profeta
profissional, 7:14, mas tinha certeza da chamada divina (Am 3.8).
Como um homem simples do campo, ele foi rejeitado como profeta
pelo sacerdote Amazias em Betel, 7:10-12; mas Amós anunciou a
mensagem do Senhor com profunda convicção, 7:14-17.
Data e situação histórica

Amós dá informações exatas do tempo em que profetizou, 1:1: foi


durante o reinado de Uzias em Judá, 769-736 a.C. e de Jeroboão II em
Israel, 784-743 a.C. Amós apareceu 2 anos antes de um grande
terremoto que, segundo o historiador Joséfo, aconteceu em 749 a.C. A
data de Amós é cerca de 750 a.C.
Data e situação histórica

No tempo de Amós, o reino de Israel estava passando uma fase de


glória e prosperidade. O povo vivia em luxo e abundância, e ninguém
esperava a destruição. Amós pregou a ruína de Israel 30 anos antes do
próprio acontecimento.
Divisão

O livro se divide mais facilmente pelos seus 5 capítulos, porque cada


capítulo é um todo em si. O livro tem um estilo elevado e uma
composição sublime. Os capítulos 1 e 5 se correspondem, bem como
os capítulos 2 e 4.

O capítulo mais positivo é o terceiro, onde a esperança e a


misericórdia do Senhor são apresentadas. O livro revela amor pela
pátria, paciência e humildade.
Divisão

O livro de Amós é uma grande mensagem de juízo sobre Israel, mas


também sobre Judá e os povos em redor.

O livro é comparado a uma grande tempestade com alguns brilhos de


esperança, 3:12; 5:15; 9:8-15. O pensamento principal é: desobediência
trás castigo, mas arrependimento trás bênção e graça.
Divisão

O livro se divide facilmente em 4 partes:

a) O juízo do Senhor sobre as nações, 1-2;

b) As ofensas de Israel e as advertências de Deus, 3-6;

c) Cinco visões sobre a ruína de Israel, 7-9:10;

d) Promessas de restauração, 9:11-15.


OBADIAS
Nome

O nome mais antigo é “A visão de Obadias”. O livro trás o nome do


seu autor, o profeta Obadias. Obadiah = ‫ עבדיה‬e em grego Obdias,
οβδιού, o que significa “o servo do Senhor”.
Autor

Nenhum fato pessoal é conhecido do seu autor Obadias. Nenhum dos


outros 3 Obadias mencionados no AT podem ser identificados com o
profeta Obadias. É, de toda a Bíblia, um dos profetas menos
conhecidos.
Data e situação histórica

Por causa da curta mensagem de Obadias e a falta de fatos históricos


fixos torna-se muito difícil estabelecer uma data exata para o seu
aparecimento. Nenhum rei é mencionado, toda a mensagem é uma
profecia contra Edom (Esaú). Estes outros nomes são mencionados em
8 dos 21 versículos do livro.
Data e situação histórica

O livro parece ter sido escrito numa época em que Edom era a maior
ameaça e o maior inimigo de Judá. Esta realmente foi a situação a
partir da libertação de Edom de Judá durante o reinado de Jeorão, 2º
Cr. 21:8-10. Vários reis de Judá tiveram que fazer guerra contra os
edomitas, por exemplo, o rei Amazias, 797-736 a.C.
Data e situação histórica

Durante o reinado de Acaz, 734-715 a.C., Edom novamente invadiu,


derrotou e tomou escravos de Judá, 2º Cr. 28:16-17. Por estas razões, o
livro parece ter sido escrito entre 800-750 a.C. e pode muito bem ser o
mais antigo livro dos profetas.
Baseados no conteúdo, 1:10-16, outros acham que o livro só foi escrito
após a destruição de Jerusalém em 586 a.C. Obadias também fala sobre
cativos, 1:20. Segundo Sl. 137:7, Edom também participou na
destruição de Jerusalém. Se o livro foi escrito após a queda do reino de
Judá, é inexplicável porque Obadias não menciona os babilônios.
Apesar de observações em direção oposta, parece mais provável que o
livro seja antigo e escrito logo antes, ou logo depois de Joel, ou seja,
entre 850 e 750 a.C.

O livro também se refere ao tempo do rei Acaz, 734-715 a.C.


Mensagens: contra Edom, 1:1-14, contra os povos, 1:15-16 e para
Israel, 1:17-21.
JONAS
Nome

Tem o nome de seu autor, Jonas, em hebraico Yõnãh = ‫ עבדיה‬cujo


nome grego é Ionas = ιωνάς, que pode ser traduzido por pomba.
Autor

Segundo Jn 1.1, Jonas era filho de Amitai, e conforme 2º Rs. 14:25,


oriundo de Gate-Héfer, um lugar próximo de Nazaré na Galiléia. Seu
pai também era profeta e Jonas apareceu no tempo do rei Jeroboão II,
784-743 a.C. em Israel. Jonas é mais conhecido pela missão de pregar
arrependimento à cidade de Nínive, capital da Assíria.
Autor

O livro de Jonas conta as aventuras durante essa missão. Jonas era da


Galiléia, e foi engano dos judeus, no tempo de Jesus, dizer que não
surgem profetas da Galiléia, Jo. 7:52. O ministério de Jonas aconteceu
pouco depois dos grandes profetas de Israel: Elias e Elizeu.
Data e situação histórica

O conteúdo revela uma testemunha ocular e Jonas sempre foi


considerado como autor. O livro 2º Re. 14:23-25 coloca o ministério de
Jonas durante o reinado de Jeroboão II, 784-743 a.C., e a viagem
provavelmente aconteceu naquele tempo ou pouco antes, cerca de 790
a.C.
Data e situação histórica
Tudo indica que o livro foi escrito antes do fim do reino de Israel, em
722 a.C., quando a Assíria derrotou Israel. Os críticos, baseados em Jn.
3.3, argumentam que o livro de Jonas foi escrito depois da queda de
Nínive, em 606 a.C. O sentido, porém, é que Nínive era uma grande
cidade quando Jonas chegou até lá.
Uma reforma monoteísta na Assíria durante o rei Adad-Nirari III,
805-783 a.C. pode muito bem corresponder com a visita de Jonas em
Nínive. A data provável do livro é cerca de 790 a.C.
Característica

O livro de Jonas é quase inteiramente uma narração. A única


mensagem profética é a curta pregação aos ninivitas, 3:4.
Divisão natural em duas partes

O livro pode ser dividido assim:


a) Jonas rejeita a ordem divina,1-3;
b) A fuga de Jonas e a perseguição do Senhor, 1:4-17;
c) Jonas ora pela libertação, 2:1-10;
d) A comissão divina renovada e cumprida em Nínive, 3:1-9;
e) A tristeza de Jonas pelo arrependimento de Nínive. Deus responde,
3:1-4:1.
Conteúdo

Um dos pensamentos principais do livro é o amor de Deus. Nenhum


outro livro do AT apresenta a misericórdia de Deus para com os gentios
demonstrada numa tentativa de fazer missões.
MIQUÉIAS
Nome

O nome do autor, em hebraico, é Micah = ‫“ מיכה‬aquele que é como


Jah” ‫ יה‬ou, como Deus, compare Mica-El - quem é como Deus, em
português Miguel. O profeta Miquéias, no grego é chamado de
Michaias = µιχαίας, não pode ser identificado com outras pessoas, na
Bíblia. Com nomes semelhantes encontramos, por exemplo, Mica ou o
profeta Micaias 1º Re. 22:13-28.
Autor

Ele se apresenta como morastita, isto é, habitante de Morete-Gate, 1:1,


uma pequena aldeia perto de Jerusalém. Ele profetizou em Judá nos
dias dos reis Jotão, Acaz e Ezequias e era, portanto, contemporâneo de
Isaias.
Autor

O profeta Miquéias apareceu cerca de 140 anos mais tarde do que o


profeta Micaias, mas é notável que Miquéias inicia a sua profecia com
as últimas palavras de Micaias (1º Rs. 22.28). Numa mesma época
profetizaram Oséias em Israel, Isaias junto ao templo em Jerusalém e
Miquéias no interior de Judá.
Data e situação histórica

A diferença entre ricos e pobres era marcante no tempo de Miquéias.


Havia muita corrupção, 1:5,7 e 9 e 2:1-2 e Miquéias viu que o fim de
Samaria estava próximo, 1:6.
Data e situação histórica

O livro tem profecias de diferentes épocas. Algumas profecias de


Miquéias são do tempo antes de 722 a.C. 1:5-9. Segundo Jr. 26:18, a
profecia de Miquéias 3.12 é do tempo do rei Ezequias, rei de Judá, de
715 até 686 a.C. No capítulo 6: 7,13 e 16 assim como no capítulo 7:4,
impedem que o livro tenha sido escrito após a queda de Judá ou após o
exílio. Miquéias não menciona a reforma do rei Ezequias e, portanto,
seu ministério aconteceu entre 730 e 700 a.C.
Conteúdo

A mensagem de Miquéias é simples, mas séria e dirigida apenas à


nação de Judá. Ele pregou contra muitas coisas que estavam erradas
naquele tempo, por exemplo: idolatria, prostituição, violência,
corrupção e até contra sacrifícios humanos.

Miquéias prediz a destruição de Samaria, 1:6 e a destruição do templo


(Mq 3.12), uma profecia lembrada ainda no tempo de Jeremias, Jr.
26:18-19.
Divisão natural em duas partes

O livro tem três partes:

a) Ameaças contra Israel e Judá por causa da corrupção, 1-2;

b) Ameaças contra chefes, sacerdotes e falsos profetas. Promessa de


salvação, 3-5;

c) O juízo de Deus e a misericórdia final, 6-7.


NAUM
Nome

É do seu autor, Naum. Em hebraico Nahûm ou Nakhum = ‫נחום‬


significa consolação ou consolador, 3:7 e em grego o nome é Naoum =
ναούµ. Este nome é raro e aparece na Bíblia só em Lc 3.25, que não é
o profeta. Também no nome Cafar-Naum, em hebraico Kephar
Nachûm = ‫כפר נחום‬
Autor

Naum era elcosita, natural de Elcos, 1:1, um lugar que é totalmente


desconhecido. Ele revela simpatia com o povo de Judá e conhece bem
os cultos e as festas em Jerusalém, 1:15; provavelmente foi profeta em
Judá no tempo do rei Josías.
Data e situação histórica

É muito difícil determinada a data de Naum pela falta de fatos


históricos em seu conteúdo. Ele profetiza contra Nínive, que foi
destruída em 612 a.C. 1:1; 2:8; 3:7. A notícia, 3:8 sobre a destruição da
cidade Tebas (em grego, chamava-se No-Amom), à beira do rio Nilo,
indica uma data depois de 663 a.C. Naum podia ter profetizado durante
o reinado de Manassés, 686-640 a.C. ou de Josías, 630-609 a.C. Por
falta de advertência contra a iniqüidade de Judá, a época de Josías é
mais provável, 1:5 – compare com 2º Rs. 23:1-7,14-15 e 24-25.
Conteúdo

O conteúdo de Naum, na sua quase totalidade, é uma profecia contra


Nínive. É uma profecia sobre a destruição como conseqüência do
pecado. Apenas alguns versículos são dirigidos para o povo de Judá,
1:7 e 15. Em contraste com outros profetas, Naum não dirige uma
única mensagem de juízo sobre Judá.
Conteúdo

Ele é profeta que anuncia o fim do inimigo mais poderoso: a Assíria,


com a capital Nínive, onde muitos males foram praticados, 1:10-11,
14; 2:11-12; 3:1, 4, 19. Naum mostra que um império – mesmo
poderoso – não pode existir sem Deus. O Senhor é longânimo e tardio
em se irar, 1:3 mas também zeloso e vingador, 1:4.
Conteúdo

Os ímpios não podem resistir ao Senhor para sempre. A mensagem de


Naum é como um pedido de justiça. O Senhor se vinga dos seus
adversários, 1:2, mas é bom para os que Nele confiam, 1:7. O texto de
Na 2.6 é uma profecia muito exata sobre Nínive. A história revela que,
mais tarde, uma grande inundação levou uma parte vital dos muros de
Nínive.
Divisão

O livro tem três capítulos:

a) O zelo, poder, graça e ira de Deus, 1;

b) A queda de Nínive, 2;

c) A causa da queda de Nínive, 3.


HABACUQUE
Nome

O livro traz o nome do seu autor, em hebraico Habaqquq = ‫ חבקוק‬e


em grego Ambakum = aµβακούµ, cujo significado, porém, é incerto.
Em hebraico habaq significa abraçar.
Autor

Segundo 1:1, o livro contém as visões do profeta Habacuque. Nada


sabemos sobre sua vida ou época em que apareceu. Pela afirmação em
3:19 há indicação de que conhecia bem os cultos no templo em
Jerusalém. É possível que Habacuque fosse um dos levitas ou cantores
do templo. De todos os profetas, apenas Habacuque e Ageu é que se
chamam de profetas.
Data e situação histórica

Ao mencionar os caldeus como uma nação forte, mostra que viveu


numa época posterior à queda de Nínive ou Assíria, 1:6, fato que
ocorreu em 612 a.C. Habacuque não menciona o rei de Judá, mas
apareceu em Judá antes de sua queda em 586 a.C. Hb. 1:2-4 revela um
tempo de opressão, violência, contendas e afrouxamento da lei, fatos
que combinam com o reinado de Jeoaquim e após a reforma de Josías.
Data e situação histórica

Portanto, é razoável concluir que Habacuque apareceu por volta de


607-606 a.C. O piedoso rei Josías morreu na batalha de Megido em
609 a.C. Depois dele reinou Jeoacaz, mas apenas 3 meses. A partir de
606 a.C., o rei Nabucodonosor, da Babilônia, começou a deportar
judeus do reino de Judá, entre eles Daniel.
Conteúdo

O conteúdo é uma oração e um diálogo com Deus. Habacuque é o


salmista entre profetas. Do conteúdo destaca-se “o justo viverá pela
fé”, 2:4.

a) O profeta clama a Deus porque Ele não julga a injustiça, 1:1-4;

b) A resposta de Deus: o juízo vem pelos caldeus, 1:5-11;

c) O profeta clama a Deus: como pode um Deus santo usar um meio


impuro? 1:12-17;
Conteúdo

Ele é profeta que anuncia o fim do inimigo mais poderoso: a Assíria,


com a capital Nínive, onde muitos males foram praticados, 1:10-11,
14; 2:11-12; 3:1, 4, 19. Naum mostra que um império – mesmo
poderoso – não pode existir sem Deus. O Senhor é longânimo e tardio
em se irar, 1:3 mas também zeloso e vingador, 1:4.
Conteúdo

Os ímpios não podem resistir ao Senhor para sempre. A mensagem de


Naum é como um pedido de justiça. O Senhor se vinga dos seus
adversários, 1:2, mas é bom para os que Nele confiam, 1:7. O texto de
Na 2.6 é uma profecia muito exata sobre Nínive. A história revela que,
mais tarde, uma grande inundação levou uma parte vital dos muros de
Nínive.
Divisão

Ele inicia o seu livro com perguntas e dúvidas, 1:2, mas termina
falando de confiança, 3:19. Ele traz uma mensagem de consolação e
esperança para o povo de Judá. Apela para a justiça de Deus e prevê
que tanto Judá como Babilônia seriam julgados por causa dos seus
pecados. Habacuque pregou contra muitos pecados, 1:2-4, 13; 2:4-5, 9,
15-19).
Divisão
O livro se divide em seis partes:
a) O profeta clama a Deus porque Ele não julga a injustiça, 1:1-4;
b) A resposta de Deus: o juízo vem pelos caldeus, 1:5-11;
c) O profeta clama a Deus: como pode um Deus santo usar um meio
impuro? 1:12-17;
d) A resposta de Deus: o pecado será punido e a justiça
recompensada, 2:1-5;
e) Cinco “ais” sobre a iniqüidade, 2:6-20;
f) Oração e louvor a Deus, 3.
SOFONIAS
Nome

É de autoria de Sofonias, em hebraico Tsephan-Yah = ‫ צפניה‬a quem


Javé esconde. O seu nome parece ser indicado em Sf 2.3. O nome
também sustenta a idéia de que Sofonias em grego Sophonias =
σοφονίας, nasceu durante o reinado do cruel Manassés, um tempo em
que muitos foram mortos, 2º Re. 21:16. Na Bíblia há mais 3 pessoas
com este nome.
Autor

O autor é Sofonias, filho de Cuche, de Judá, que apareceu como


profeta nos dias do rei Josías, 1:1. Ele é o único profeta que conta a sua
genealogia até a quarta geração, mostrando assim que era descendente
do rei Ezequias. De família real, ele também tem uma mensagem para
os filhos dos reis, 1:8 e para os principais, 3:3-4. A expressão “este
lugar” mostra que Sofonias entregou a sua mensagem em Jerusalém.
Data e situação histórica

Sofonias pregou durante o reinado de Josías, 638-609 a.C. e o livro,


certamente, foi escrito naquele tempo. A mensagem contra Nínive
mostra que o livro foi escrito antes da destruição daquela cidade em
612 a.C. Pelo conteúdo, por exemplo, 1:4-6, pode-se também tirar a
conclusão que o livro foi escrito antes da reforma religiosa do rei
Josías, o que aconteceu em 622 a.C.
Data e situação histórica

A expressão “o resto de Baal”, 1:4 pode indicar que essa reforma já


tinha iniciado. A menção dos citas, 1:14; 2.3, 11 ajuda a datar o livro
para 630-625 a.C. Sofonias foi o primeiro que profetizou contra as
iniquidades do rei Manassés, que introduziu idolatria em larga escala,
2º Rs. 21:3-7 e Sf. 1:4-6. No mesmo tempo profetizou Naum, mas
contra povos estrangeiros.
Divisão
O livro se divide em duas partes:
1. Juízo por causa do pecado, 1:1-3:7:
a) o juízo anunciado, 1:1-6;
b) o juízo descrito, 1:7-18;
c) o juízo pode ser evitado pelo arrependimento, 2:1-3
d) juízo sobre povos vizinhos, 2:4-15;
e) juízo sobre Jerusalém, 3:1-7.
2. Perdão e restauração para todos os povos, 3.9-10:
a) salvação para todos os povos, 3:9-10;
b) bênçãos para o remanescente de Israel, 3:11-20.
AGEU
Nome

O nome do livro é do seu autor, Ageu, em hebraico Chaggái, também


Hággáy = ‫ חגי‬e, na Septuaginta, Haggaios, que significa festivo ou
festa de Deus. O nome, porém, não tem relação com a sua missão
como profeta.Já no grego o nome é Ängaios = αγγαίος.
Autor

Ageu apareceu no segundo ano do reinado de Dário, 1:1 e recebeu suas


mensagens durante 4 meses. Desta maneira, foi profeta durante um
período muito curto.
Não se sabe muito sobre a sua vida. A afirmação em 2:3 indica que
Ageu tinha visto o templo antes da destruição em 586 a.C. Se for
assim, Ageu provavelmente sobreviveu ao cativeiro na Babilônia, e
somente exerceu seu ministério após seu retorno. Isto também explica
seu curto ministério; porém, é mais provável que tenha nascido na
Babilônia e de lá retornou na primeira caravana, 536 a.C. Em todo
caso, Ageu é um dos primeiros profetas que surgem após o exílio. Sua
missão principal foi inspirar os judeus a continuar a restauração do
templo; foi quando apareceu como mensageiro de Deus, 1:13. Sua
mensagem abrange juízo, exortação, consolação e edificação.
Data e situação histórica

O rei Dário, 1:1, não é o mesmo Dário no livro de Daniel, mas Dário I
da Pérsia, que reinou entre 522 e 486 a.C. Ageu aparece no segundo
ano do seu reinado, 520 a.C. Ele apareceu no tempo de Esdras e
Neemias.

Os livros destes dois descrevem a situação histórica no tempo após o


exílio. Através dos livros de Ageu, Zacarias e Malaquias conhecemos a
situação religiosa e espiritual do mesmo período.
Data e situação histórica

De acordo com o decreto do rei Ciro da Pérsia, 2º Cr. 36:23, cerca de


50 mil judeus voltaram do cativeiro na Babilônia sob a liderança de
Zorobabel em 536 a.C. Eles voltaram com ânimo para reconstruir o
templo em Jerusalém, mas foram impedidos pelos samaritanos.
A restauração do templo ficou parada por 15 anos, 1:9; havia muito
desânimo entre o povo, e Ageu tinha uma missão importante: dar novo
ânimo ao povo. Quatro anos após o aparecimento do profeta Ageu, o
templo foi concluído e inaugurado em 516 a.C.
Divisão
As profecias de Ageu compreendem 4 discursos:

a) Ageu exorta o povo a reedificar o templo, 1:1-2:1;

b) A promessa de que o novo templo seria mais glorioso do que o


antigo, 2:2-9;

c) Atenção para o fato de que o descuido do templo causou o tempo


difícil, 2:11-20;

d) A promessa de Deus a Zorobabel, 2:21-24.


Mensagem

A mensagem de Ageu é:

Esperança para o futuro;

Fidelidade ao Senhor.

Mensagem bela, 1:13 e conhecida, 2:8. A mensagem de Ageu levou


Zorobabel e Jeshua a organizar o trabalho de restauração. Segundo
Ageu, Deus precisa sempre ter o primeiro lugar no meio do seu povo.
Mt. 6.33 é um resumo do livro de Ageu.
ZACARIAS
Nome

O autor do livro Zakaryah = ‫ זכריה‬significa “Deus se lembra”. São


mencionadas 26 pessoas diferentes com este nome no Antigo
Testamento.
Autor

Zacarias apareceu como profeta na mesma época de Ageu (compare Ag


1.1 e Zc 1.1).
Zacarias recebeu a sua primeira visão em 520 a.C. e última, no ano 4
de Dário, 7:1, ou seja, em 518 a.C.. O texto de 9:9 revela que não havia
rei em Israel, mas o povo estava esperando seu rei Messias.
A autoria tem sido criticada porque o estilo na segunda parte do livro,
9-14 é bem diferente em relação à primeira parte. Isto, porém, se
explica em virtude de ser outro o assunto na segunda parte.
Autor

Fatos que afirmam a autoria de Zacarias:


o nome do profeta em 1:1, 7 e 7:1, 8;
o livro é uma unidade em todos os manuscritos conhecidos;
toda a tradição judaica e cristã tem aceito Zacarias como uma unidade;
Zacarias revela influência dos profetas anteriores, por exemplo: Isaias,
Jeremias e Ezequiel;
muitas expressões típicas ocorrem nas duas partes do livro 3:9-11:17.
Data e situação histórica

O rei Dário, 1:1, não é o mesmo Dário no livro de Daniel, mas Dário I
da Pérsia, que reinou entre 522 e 486 a.C. Ageu aparece no segundo
ano do seu reinado, 520 a.C. Ele apareceu no tempo de Esdras e
Neemias.Ageu e Zacarias eram contemporâneos e ambos apareceram
por volta de 520 a.C. O rei Ciro morreu em 529 a.C., e os seus
sucessores não apoiavam Israel como ele; assim, a situação em Israel
era desanimadora.
Conteúdo

É o mais volumoso dos profetas menores. Ele começa com uma bela
mensagem de arrependimento, 1:3-6, depois seguem diversas visões
com um conteúdo místico e simbólico. Estas visões são de difícil
interpretação, mas bem de acordo com a imaginação e a cultura
oriental.
Conteúdo

Um pensamento principal do livro é que Deus em breve julgará todas


as nações, mas dará uma nova glória a Jerusalém. Por isso o livro
tornou-se uma inspiração e uma esperança para Israel.

Para Zacarias, o lado espiritual era o mais importante, 4:6; foi ele que
profetizou sobre o preço de Judá, 11:12 e sobre a vinda de Jesus sobre
o monte das Oliveiras, 14:4.
Divisão
O livro tem três partes:

a) Parte simbólica: exortação e visões de consolação, 1-6;

b) Parte prática: a importância de uma religião séria, 7-8;

c) Parte profética: profecias sobre reinos futuros, sobre Israel e sobre


o Messias, 9-14.
Outras características

O livro é escrito em puro hebraico e sem as influências aramaicas que


se notam em Daniel e Ezequiel. A segunda parte é mais poética do que
a primeira.

Zacarias tem muitas profecias messiânicas, 3:8-9; 13:1; 6:12-13;


9:9-10; 12:10; 13:6; 14:4 e 9. No NT há muitas referências ao livro de
Zacarias. A expressão “O Senhor dos exércitos” aparece 44 vezes.
MALAQUIAS
Nome
O nome hebraico Malachyah ou ainda Malakhi = ‫ מלאכי‬significa “o
mensageiro” ou “o anjo do Senhor”. No grego é conhecido como
Messenger = äγγελος. A única vez em que o nome aparece na Bíblia é
em 1:1 (3:1, aparece a expressão o “mensageiro do Senhor”). Por este
motivo, alguns expressam sua incerteza quanto ao nome real do autor,
pois poderia se tratar de uma pessoa desconhecida que escreve como
“mensageiro do Senhor”, que é o significado do nome em hebraico, já
referido. Entretanto, observe-se que, no AT, cada livro profético
menciona o nome de seu autor.
Autor

A autoria é relacionada com o nome Malaquias. Nada sabemos sobre


este profeta e, por falta de fatos contrários, é melhor aceitar a
historicidade de Malaquias. Em 1:8 há uma referência ao governador e
isto pode indicar Neemias; ora, geralmente se aceita que Malaquias
apareceu entre a primeira e a segunda visita de Neemias em Jerusalém,
ou seja, por volta de 430 a.C.
Autor

As notícias em Ml 1.10 e Ml 3.v. 1 e 10 mostram que o templo já está


reedificado; o culto, porém, não está em ordem, e isto indica uma
época posterior à de Esdras. Parece muito provável que ambos,
Malaquias e Neemias, trabalharam na reedificação de Jerusalém.

Tudo indica que Malaquias foi o último profeta do AT e este, portanto,


deve ter sido concluído cerca de 200 a.C.
Data e situação histórica

Por falta de dados históricos, a data do livro é difícil de ser


determinada. É muito provável que Malaquias apareceu depois de
Esdras e Neemias, ou seja, por volta de 430 a.C. Não havia rei nem
liderança em Israel; não havia idolatria e nada parece ter acontecido.

A rotina das cerimônias religiosas continuava, mas com deficiência e


sem entusiasmo. Após Malaquias, segue um silêncio de 400 anos,
época chamada de “período inter-bíblico”, até o aparecimento de Jesus
Cristo.
Conteúdo

Malaquias revela um interesse especial pelas tradições judaicas e pelo


culto. Em Ml 3.5 ele prega contra vários pecados. Ninguém entendia
que o sofrimento geral era causado pelos pecados; tanto os sacerdotes
quanto o próprio povo estavam negligentes no seu serviço a Deus.
Malaquias exorta o povo à obediência à Lei, 4:4; 1:7-8; 2:2, 4, 8 e
prega em forma de diálogo com perguntas e respostas, 3:8; 2:17. Oito
vezes aparece a frase “todavia perguntais”, 2.14; e 3 vezes “vós tendes
dito”, 3:14.
Conteúdo

Malaquias fala de muitas coisas práticas: pureza, fervor no culto,


moral, relações humanas, matrimônio, divórcio, uso do dinheiro e
outras coisas semelhantes. Fala também sobre o aparecimento de Elias,
4:5-6 e refere-se à diferença entre justos e injustos, 3:18.
Divisão

O livro tem cinco partes:

a) O culto indigno, 1;
b) Sacerdotes ímpios, 2:1-9;
c) O matrimônio, 2:10-16;
d) Pecados e negligência, 2:17-3:18;
e) O futuro “dia do Senhor”, 4.
A expressão “O Senhor dos exércitos” ocorre 21 vezes no livro.
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