Estudo de Caso GBH
Estudo de Caso GBH
Estudo de Caso GBH
ESTUDO DE CASO
Bruno Schmitter da Silva, Isadora da Silva Mello e Luiza Vitória Ramos Biondo.
Itajaí, 2021.
Sumário
1. INTRODUÇÃO................................................................................................................2
2. OBJETIVOS....................................................................................................................3
3. DESENVOLVIMENTO....................................................................................................4
3.1. DISPONIBILIDADE.................................................................................................4
3.1.1. Identificação e Análise das Estações Pluviométricas e Fluviométricas.....4
3.1.2. Diagrama Topológico da Hidrografia............................................................6
3.1.3. Regionalização de Vazões..............................................................................9
3.1.4. Área de Drenagem da Bacia e dos Pontos de Controle...............................9
3.1.5. Precipitação Média Anual.............................................................................10
3.1.6. Disponibilidade Hídrica Total.......................................................................11
3.2. DEMANDA............................................................................................................. 11
3.2.1. Municípios.....................................................................................................11
3.2.2. Demanda Atual..............................................................................................17
3.2.3. Definição dos Pontos de Controle...............................................................24
3.2.4. Demanda Futura – Cenário Tendencial e Cenário Crítico..........................26
3.3. BALANÇO HÍDRICO E IDENTIFICAÇÃO DE CONFLITOS..................................29
3.3.1. Cenário Atual.................................................................................................30
3.3.2. Cenário Futuro..............................................................................................31
4. IDENTIFICAÇÃO DE DANOS POR EVENTOS EXTREMOS.......................................32
5. GERAÇÃO DE EFLUENTES........................................................................................32
5.1. Vazão..................................................................................................................... 33
5.1.1. Vazão do rio...................................................................................................33
5.1.2. Vazão dos efluentes......................................................................................33
5.1.3. Vazão de diluição..........................................................................................33
5.2. Concentração.......................................................................................................34
5.2.1. DBO do rio.....................................................................................................34
5.2.2. DBO dos efluentes........................................................................................34
5.2.3. DBO permitida...............................................................................................35
5.3. Mistura.................................................................................................................. 35
5.4. Modelagem Matemática Qualitativa....................................................................35
5.5. Conflitos............................................................................................................... 35
6. CONSIDERAÇÕES FINAIS..........................................................................................36
7. REFERÊNCIAS............................................................................................................ 36
1
1. INTRODUÇÃO
Sabe-se que o aumento da demanda hídrica é diretamente proporcional ao
crescimento da população, devido ao fato de a água ser o principal recurso natural
que rege a vida. Diversas atividades demandam uma quantidade elevada de água,
tais como a agricultura, pecuária, indústrias e abastecimento público urbano e rural.
Consequentemente, devido ao aumento significativo da demanda de recursos
hídricos, observa-se a disputa pelos recursos hídricos em diversos locais, gerando
problemas relacionados à quantidade e à qualidade da água disponível para tais
usos.
Diante deste narrativa, a necessidade de realização de pesquisas e cálculos
se tornaram essenciais, para que haja a possiblidade de otimizar o uso dos recursos
hídricos e, assim, possibilitar a sua melhor gestão.
No Brasil, o processo de planejamento dos recursos hídricos pressupõe a
elaboração de Planos de Bacia Hidrográficas. Dessa forma, a eficiência e a
elaboração dos Planos de Bacias estão relacionadas à quantificação de variáveis
hidrológicas (disponibilidade e demanda hídrica). Consequentemente, destaca-se a
necessidade de estimativas confiáveis e seguras das disponibilidades e demandas
hídricas nas bacias hidrográficas para o processo de gestão de recursos hídricos.
Como ponto de partida para estudos de demanda hídrica, é primordial a
compreensão da disponibilidade da água e o prognóstico do uso do recurso hídrico.
Ambos devem incluir: previsões naturais de mudança nos padrões de uso dos
recursos hídricos e intervenções previstas nos diferentes setores de usuários.
De acordo com Silveira et al. (1998), “Para estabelecer a relação entre
disponibilidade versus demanda de água, é necessário desenvolver estudos
hidrológicos que maximizem as informações hidrometeorológicas disponíveis e
ainda o levantamento dos usuários atuais dos recursos hídricos em captações ou
despejo de efluentes.”
No presente trabalho analisou-se os seguintes tópicos referentes ao estudo
de caso da Bacia Hidrográfica do Rio Itajaí Mirim: Disponibilidade hídrica, demanda
hídrica, balanço hídrico e identificação de conflitos, identificação de danos por
eventos extremos e geração de efluentes.
2
Figura 1 - Mapa da Bacia Hidrográfica do Rio Itajaí Mirim.
2. OBJETIVOS
O presente trabalho tem como objetivo a identificação de conflitos resultantes
da relação de disponibilidade e demanda hídrica dos municípios integrantes da
bacia do Rio Itajaí Mirim, bem como da avaliação normativa da geração de efluentes
em relação à vazão correspondente.
3. DESENVOLVIMENTO
3.1. DISPONIBILIDADE
3.1.1. Identificação e Análise das Estações Pluviométricas e
Fluviométricas
A partir das informações georreferenciadas da Agência Nacional de Água,
destacou-se a presença de 40 estações pluviométricas e 4 estações fluviométricas
em funcionamento na Bacia do Rio Itajaí Mirim.
A partir dos dados das estações pluviométricas é possível estabelecer a
chuva média na bacia. Tendo em vista que apenas algumas estações apresentam
3
dados disponíveis, a Tabela 1 apresenta as estações pré-determinadas e seus
dados utilizados em futuros cálculos de precipitação média anual.
Precipitação
2
Estação Rio Código Área (Km ) Latitude Longitude Média Anual
(mm)
ITAJAÍ Itajaí Mirim 2648024 441,362546 -26,95 -48,76 2047,099976
BOTUVERÁ
Itajaí Mirim 2749045 679,813426 -27,2 -49,09 1555,553852
Montante
VIDAL RAMOS Itajaí Mirim 2749033 548,677828 -27,39 -49,37 1468,283335
Tabela 1- Estações Pluviométricas e características.
4
Tabela 2-Estações Fluviiométricas e características.
5
Figura 4-Hidrografia
da Bacia do Rio
Itajaí Mirim.
A Figura
5 apresenta o
diagrama
topológico da
hidrografia da
bacia do Itajaí
Mirim e a
localização dos
pontos de
controle.
6
3.1.3. Regionalização de Vazões
De acordo com a regionalização do estado de Santa Catarina, a estimativa de
vazões médias mensais em cursos de água localizados na região hidrográfica do
Vale do Itajaí, é feita através das seguintes relações:
Q MLT =9,393× 10−4 × P 0,363 × AD 1,092
Q p=K p × QMLT
K p Q 98=0,29
Onde:
Q MLT = Vazão Média de Longo Termo (m3/s);
P = Precipitação média (mm/ano);
AD = Área de Drenagem (Km2);
Qp = Vazão de Permanência (m3/s);
Kp = Coeficiente de permanência.
7
Presidente Nereu 93,7488
Gaspar 2,7663
Tabela 3- Área de drenagem dos pontos de controle.
8
Onde:
P: Chuva média na bacia (mm);
A1, A2 e A3: Áreas dos polígonos delimitados pelo ArcGis (Km 2);
P1, P2 e P3: Precipitações médias anuais das estações dentro de cada polígono
(mm), determinadas pelas bases de dados da ANA.
3.2. DEMANDA
A demanda de água se dá pela quantidade de água que os municípios
necessitam para abastecimento, produção industrial e outros fins.
3.2.1. Municípios
Os municípios pertencentes à bacia do Rio Itajaí Mirim que influenciam a sua
rede de drenagem são: Brusque, Botuverá, Gaspar, Guabiruba, Itajaí, Presidente
Nereu e Vidal Ramos.
9
Figura 7- Municípios abrangentes da bacia.
● Botuverá:
O município de Botuverá está localizado no estado de Santa Catarina, na
Mesorregião do Vale do Itajaí, e pertence à microrregião geográfica da cidade de
Blumenau, com uma área territorial de 296,256 km² (IBGE, 2020). A cidade
encontra-se dentro do sistema de drenagem da vertente atlântica, onde destaca-se
a Bacia do Rio Itajaí Mirim com 15.000 km² de área de drenagem.
A área do município é regada por diversos rios dentre os quais se destacam o
Rio Itajaí-Mirim, que permeia a área urbana e deságua no Rio Itajaí-Açu, além do
Ribeirão Porto Franco, Ribeirão da Gabiroba, Ribeirão do Lageado Alto e Baixo e
Ribeirão do Ouro (PMSB - BOTUVERÁ, 2011).
Devido à sua localização e o tamanho das propriedades rurais, a cidade
conta com o setor industrial e agricultura como principais atividades econômicas.
Tendo em vista que o município possui população fixa (urbana e rural), a área
urbana da cidade conta com a CASAN para abastecimento de água, e suas áreas
rurais são atendidas pela prefeitura, que possui poços artesianos com profundidade
entre 100 e 130 metros, de onde capta água e a distribui para os moradores. Essa
10
água não passa por nenhum processo de tratamento (PMSB - BOTUVERÁ, 2011) e
o ponto de captação de água de Botuverá está localizado no Rio Itajaí Mirim.
● Brusque:
O município de Brusque está situado no Vale do Itajaí, centro-norte de Santa
Catarina, possuindo uma área territorial de 284,675 km² (IBGE, 2020). A cidade
encontra-se dentro do sistema de drenagem da vertente atlântica, onde destaca-se
a sub bacia do rio Itajaí-Mirim.
Brusque possui duas principais atividades econômicas devido à sua história e
localização, sendo elas o setor têxtil e o setor da indústria. A cidade conta com uma
população fixa (rural e urbana).
De acordo com a SAMAE, a cidade conta com uma Estação de Tratamento
de Água Central, onde abastece 77% da cidade, sendo que o ponto de captação de
água de Brusque está localizado no Rio Itajaí Mirim.
Além da estação de tratamento central, o município conta com mais sete
sistemas de tratamento de água de pequeno porte distribuídos nos bairros do
município.
● Gaspar:
O município de Gaspar está localizado no estado de Santa Catarina, na
Mesorregião Vale do Itajaí, e pertence à microrregião geográfica da cidade de
Blumenau, com uma área territorial de 386,616 km² (IBGE, 2020).
A cidade está inserida na sub bacia do rio Itajaí-Mirim e conta com uma
população fixa (rural e urbana). Devido à sua localização, o município possui uma
grande interação com os polos de grande importância do estado de Santa Catarina,
tornando-o um forte atrativo para a instalação de indústrias e, consequentemente,
transformando o setor industrial em uma das atividades econômicas do município
junto com a rizicultura.
A empresa responsável por fazer o abastecimento de água da cidade -
SAMUSA - Serviço Autônomo Municipal de Saneamento de Gaspar, possui cinco
estações de tratamento de água: ETA I; ETA II; ETA IV; ETA V e ETA VI, sendo a
Estação de tratamento de água - ETA IV Bateias a única da cidade que pertence à
11
Bacia Hidrográfica do Rio Itajaí Mirim, com o ponto de captação de água localizado
no Ribeirão Bateias, o qual deságua no rio Itajaí mirim.
● Guabiruba:
O município de Guabiruba está localizado no estado de Santa Catarina,
situado no Médio Vale do Itajaí, e pertence à microrregião geográfica da cidade de
Blumenau, com uma área territorial de 172,173 km² (IBGE, 2020).
A área do município é banhada pelo rio Guabiruba, que possui como
afluentes o rio Guabiruba Sul, rio Aimoré e rio São Pedro, que desaguam no rio
Itajaí-Mirim (PMSB - GUABIRUBA, 2018).
O município conta com uma população fixa (rural e urbana) e apresenta duas
atividades econômicas: setor têxtil e a metalurgia.
De acordo com o Plano Municipal de Saneamento de Guabiruba, a cidade
possui um sistema de abastecimento de água principal e integrado para a sede
urbana. Existem sistemas coletivos de abastecimento de água no perímetro urbano
e ainda há a utilização de abastecimento através de sistemas individuais como
ponteiras e poços. O ambiente rural possui soluções individuais para abastecimento,
tais como poços, ponteiras e captações em rios e nascentes.
A empresa responsável pelo abastecimento de água da cidade de Guabiruba,
Atlantis Saneamento, atende a maior parte da população municipal. Devido ao
Plano Diretor do município estabelecer que o rio Guabiruba Sul é o manancial a ser
preservado para abastecimento público, este foi escolhido como o ponto para
captação de água da cidade.
● Itajaí:
O município de Itajaí, está situado no litoral centro-norte de Santa Catarina
junto à Foz do Rio Itajaí-Açu, possuindo uma área territorial de 289,215 km² (IBGE,
2020).
Itajaí possui duas principais atividades econômicas devido à sua localização:
o setor pesqueiro e a atividade portuária. A cidade conta com uma população fixa
(rural e urbana) e população flutuante. De acordo com o Plano Municipal de
Saneamento Básico de Itajaí a população flutuante deve ser considerada para fins
de projeção populacional e cálculo das demandas.
12
Quando se projeta demandas para abastecimento da cidade de Itajaí, a
estação de Tratamento de água - São Roque, além de ser a principal unidade de
tratamento de água do município, também é responsável por abastecer grande
parte da população de Navegantes.
A Eta de São Roque, faz sua captação a bruta na Bacia Hidrográfica do Rio
Itajaí-Mirim, em um canal retificado, sendo este o ponto escolhid para captação de
água da cidade.
Além da ETA de São Roque, Itajaí possui a Estação de Tratamento –
Arapongas e a Estação de Tratamento Limoeiro. A ETA - Arapongas realiza a sua
captação no mesmo local que a ETA – São Roque, em contrapartida a ETA –
Limoeiro realiza a sua captação em um pequeno riacho que deságua no rio Itajaí-
Mirim.
● Presidente Nereu:
O município de Presidente Nereu, está localizado no estado de Santa
Catarina, pertencente à região metropolitana do Alto Vale do Itajaí, e pertence à
microrregião geográfica de cidade de Rio do Sul, com uma área territorial de
224,748 km² (IBGE, 2020).
O município conta com uma população fixa (rural e urbana) e tem como
principal atividade econômica a agricultura.
De acordo com a responsável pelo abastecimento da população do
município, a CASAN, a captação da água bruta é realizada no Arroio Tatete,
manancial este que pertence à Bacia Hidrográfica do Rio Itajaí Mirim, sendo este o
ponto escolhido para captação de água da cidade.
● Vidal Ramos:
O município de Vidal Ramos, está localizado no estado de Santa Catarina,
pertencente à região metropolitana do Alto Vale do Itajaí, e pertence à microrregião
geográfica de cidade de Ituporanga, com uma área territorial de 346,932 km² (IBGE,
2020).
O município conta com uma população fixa (rural e urbana) e a principal
atividade econômica é a fabricação de produtos de minerais não-metálicos.
13
De acordo com a responsável pelo abastecimento da população do
município, a CASAN, a captação da água bruta é realizada no Ribeirão Santa Cruz,
manancial pertencente à Bacia Hidrográfica do Rio Itajaí Mirim, sendo o ponto
escolhido para a captação de água da cidade.
14
vista que a água captada da bacia do Rio Itajaí Mirim abastece apenas 20% da área
rural do município.
Os dados de população rural, urbana, flutuante e pessoal ocupado de cada
município, bem como a demanda de água para cada segmento populacional, estão
apresentados na Tabela 5.
População Pessoal Ocupado
Cidades 2021 2019
Rural Urbana Total Flutuante Pessoas
Itajaí + 30654
Navegantes 16417,03 290131 8 61620 103761
14059
Brusque 4635 135962 7 - 60037
Botuverá 3814 1582 5396 - 2396
Vidal Ramos 4520 1801 6321 - 1272
Guabiruba 1844 23078 24922 - 8542
Presidente Nereu 1473 806 2279 - 390
Gaspar (20%) 2693,2 0 2693,2 - 0
2873,97260 12367,1232
100 200
3 9
DEMANDA L/hab.dia L/hab.dia L/pessoa.dia L/pessoa.dia
Tabela 5-População.
Onde:
Q rur = Vazão de retirada para abastecimento rural (L/dia);
Pop rur = População rural atendida (hab);
QPC rur = Demanda per capita rural (L/hab.dia).
15
Onde:
Q uf = Vazão de retirada para abastecimento da população flutuante (L/dia);
Pop urb flutuante = População flutuante atendida (hab);
CP urb = Consumo urbano per capita (L/hab.dia).
Q po=PO × CP po
Onde:
Q po = Vazão de retirada para abastecimento do pessoal ocupado (m3/ano);
PO = Pessoal ocupado (pessoas);
CP po = Consumo per capita pessoal ocupado (m3/pessoa.ano).
3.2.2.2. Pecuária
Os cálculos da demanda de água da população animal de cada município da
bacia do Rio Itajaí Mirim foram estipulados com base nos dados de pecuária do ano
de 2020 (IBGE). Foram considerados os seguintes tipos de criação animal:
Aquicultura, bovinos, vacas leiteiras, bubalinos, caprinos, equinos, codornas,
galináceos, ovinos e suínos.
Os valores de demanda hídrica para abastecimento animal, com exceção da
aquicultura, se dividem em criação extensiva e criação intensiva. A última gera,
além da demanda de dessedentação, uma demanda de água para diluição dos
efluentes. Neste caso, apenas a criação de vacas leiteiras foi considerada como
criação intensiva de animais. Os dados de população animal de cada município,
16
bem como a demanda de água para cada tipo de criação, estão apresentados na
Tabela 7.
17
Salienta-se que a demanda de água para a aquicultura é feita de acordo com
a unidade de Kilogramas, resultando em L/Kg.dia de água.
Os valores resultantes de demanda animal de cada município estão apresentados
na Tabela 9.
Pecuária (m3/s)
Cidades Aquicultur
a Bovinos Vaca Leiteira Bubalinos Caprinos
0,007828
Itajaí 0,0081 7 0,0000628 0,0000014 0,0000328
0,002017
Brusque 0,0000 4 0,0000718 0,0000000 0,0000098
0,001055
Botuverá 0,0355 0 0,0001077 0,0000000 0,0000011
0,004317
Vidal Ramos 0,0024 1 0,0014717 0,0000299 0,0000008
0,001196
Guabiruba 0,0108 8 0,0000844 0,0000014 0,0000045
0,003304
Presidente Nereu 0,0047 4 0,0004577 0,0000438 0,0000024
0,001201
Gaspar (20%) 0,0110 9 0,0003663 0,0000029 0,0000052
Tabela 9-Demanda animal.
Pecuária (m3/s)
Cidades
Equinos Codornas Galináceos Ovinos Suínos
Itajaí 0,00054 0,0000167 0,0019 0,00011 0,0001
Brusque 0,00040 0,0000009 0,0002 0,00007 0,0001
Botuverá 0,00002 0,0000008 0,0000 0,00002 0,0003
Vidal Ramos 0,00005 0,0000004 0,0002 0,00003 0,0015
Guabiruba 0,00010 0 0,0004 0,00001 0,0001
Presidente Nereu 0,00004 0 0,0001 0,00004 0,0017
Gaspar (20%) 0,00012 0,0000001 0,0001 0,00002 0,0001
Tabela 10-Demanda animal.
18
perdas por ET) e perdas (condução da água, percolação, infiltração lateral e
escorrimento superficial).
Os dados de área irrigada de cada município, bem como a demanda de água
para essa atividade, estão apresentados na Tabela 10.
Área Irrigada
Cidades 2017
Hectares
Itajaí 1227
Brusque 49
Botuverá 2
Vidal Ramos 534
Guabiruba 32
Presidente Nereu 21
Gaspar (20%) 431
86400
L/dia.ha
Tabela 11-Área irrigada.
Os cálculos para a demanda para a área irrigada são dadas pela seguinte
fórmula, destacando que os valores foram posteriormente transformados para m3/s:
Q ai= Área ×QCP ai
Onde:
Q ai = Vazão de retirada para área irrigada (L/dia);
Área = Área irrigada (hectares);
QCP ai = Demanda de água por hectare (L/hectare.dia).
Itajaí 1,2270
Brusque 0,0490
19
Botuverá 0,0020
Vidal Ramos 0,5340
Guabiruba 0,0320
Presidente Nereu 0,0210
Gaspar (20%) 0,4314
Tabela 12-Demanda para área irrigada.
20
Figura 8-Localização dos pontos de controle.
21
Figura 9-Pontos de controle e área de drenagem.
3.2.4.1. População
A determinação do cenários tendencial para a população se deu baseada em
dados de crescimento populacional em um intervalo de tempo (Sebrae),
transformando esses dados em uma taxa média e constante de crescimento anual,
a qual foi aplicada na população de um ano conhecida até resultar na população de
cada município do ano de 2046.
Tendo em vista que a demanda hídrica per capita é mantida, a Tabela 17
apresenta a demanda hídrica populacional tendencial para o ano de 2046.
22
População (m3/s)
Cidades
Rural Urbana Flutuante
Itajaí + Navegantes 0,0309 1,0907 0,2746
Brusque 0,0121 0,7088 0
Botuverá 0,0074 0,0061 0
Vidal Ramos 0,0074 0,0059 0
Guabiruba 0,0051 0,1267 0
Presidente Nereu 0,0017 0,0019 0
Gaspar (20%) 0,0051 0 0
Tabela 15-Demanda hídrica populacional tendencial 2046.
3.2.4.2. Pecuária
A determinação do cenários tendencial para a pecuária se deu baseada em
dados antigos de quantidade de animais (IBGE), aplicando a fórmula de taxa de
crescimento anual e transformando o resultado em uma taxa média e constante de
crescimento anual, a qual foi aplicada na população animal conhecida de certo ano
até resultar na população animal de cada município no ano de 2046.
Tendo em vista que a demanda hídrica por cabeça ou Kg é mantida, a Tabela
18 apresenta a demanda hídrica animal tendencial para o ano de 2046.
Pecuária
Cidades
Aquicultura Bovinos Vaca Leiteira Bubalinos Caprinos
0,000020
Itajaí 315113,5913 0,0801 0,000004 0,000001 1
0,000036
Brusque 0 0,0013 0,000014 0 0
0,000000
Botuverá 3069643,836 0,0014 0,000015 0 1
0,000000
Vidal Ramos 350853,6724 0,0109 0,000753 0,000004 1
0,000001
Guabiruba 4426907,058 0,0013 0,000013 0,000000 3
0,000000
Presidente Nereu 587907,5843 0,0118 0,000098 0,000132 3
0,000086
Gaspar (20%) 1335330,669 0,0017 0,000386 0,003979 1
Tabela 16-Demanda hídrica animal tendencial 2046.
Pecuária (m3/s)
Cidades
Equinos Codornas Galináceos Ovinos Suínos
Itajaí 0,000883 0,00000477 0,01047 0,00017 0,00000
Brusque 0,006516 0,00000045 0,00192 0,00026 0,00033
23
Botuverá 0,000003 0,00000007 0,00000 0,00001 0,00032
Vidal Ramos 0,000006 0,00000003 0,00098 0,00019 0,00888
Guabiruba 0,000146 0 0,00083 0,00001 0,00005
Presidente Nereu 0,000007 0 0,00004 0,00138 0,00095
Gaspar (20%) 0,000046 0,00000001 0,00026 0,00002 0,00003
Tabela 17-Demanda hídrica animal tendencial 2046.
Itajaí 2,1310
Brusque 0,0590
Botuverá 0,0030
Vidal Ramos 0,5700
Guabiruba 0,0540
Presidente Nereu 0,0260
Gaspar (20%) 0,3090
Tabela 18-Tabela 18-Demanda hídrica área irrigada tendencial 2046.
24
3.2.4.4. Demanda Final
Considerando todas as atividades que demandam água, a Tabela 22
apresenta os valores resultados de demanda total tendencial e crítica de cada
município para o ano de 2046.
25
3.3.1. Cenário Atual
O balanço hídrico no cenário atual faz a comparação entre a demanda e a
disponibilidade hídrica atual. A Tabela 23 apresenta os valores de demanda,
disponibilidade, se há existência ou não de conflitos e a situação de cada município
no ano de 2021.
DEMANDA x DISPONIBILIDADE
Disponibilidad
Cidades e Demanda DxD ÍNDICE CRITICIDADE
m3/s m3/s
Itajaí 6,1242 5,459 Não há conflito Crítica
Brusque 4,6312 5,6673 Há conflito Extremamente Crítica
Botuverá 3,1137 0,3901 Não há conflito Normal
Vidal Ramos 0,4833 0,7354 Há conflito Extremamente Crítica
Guabiruba 0,0426 0,3844 Há conflito Extremamente Crítica
Presidente Nereu 0,2859 0,0479 Não há conflito Normal
Gaspar 0,0061 0,4474 Há conflito Extremamente Crítica
Tabela 20-Balanço Hídrico atual.
26
Com a projeção futura, observou-se a existência de conflitos nos municípios
de Itajaí, Brusque, Vidal Ramos, Guabiruba e Gaspar, em que a demanda
apresentou-se maior do que a disponibilidade de água.
3.3.2.2. Crítico
O balanço hídrico no cenário crítico faz a comparação entre a demanda e a
disponibilidade hídrica de forma crítica, sendo 50% maior do que a demanda no
cenário tendencial. A Tabela 25 apresenta os valores de demanda, disponibilidade,
se há existência ou não de conflitos e a situação de cada município no ano de 2046,
em um cenário crítico.
DEMANDA x DISPONIBILIDADE
Disponibilidade Demanda
Cidades DxD ÍNDICE CRITICIDADE
m3/s
Itajaí 6,1242 16,4866 Haverá conflito Extremamente Crítica
Brusque 4,6312 12,1591 Haverá conflito Extremamente Crítica
Botuverá 3,1137 1,4465 Não haverá conflito Preocupante
Vidal Ramos 0,4833 1,4454 Haverá conflito Extremamente Crítica
Guabiruba 0,0426 1,2459 Haverá conflito Extremamente Crítica
Presidente Nereu 0,2859 0,0999 Não haverá conflito Preocupante
Gaspar 0,0061 0,5040 Haverá conflito Extremamente Crítica
Tabela 22-Balanço hídrico crítico 2046.
27
1600000000
Evolução da Demanda Hídrica
Itajaí
1400000000
Brusque
1200000000 Botuverá
Vidal Ramos
Guabiruba
Demanda (L/dia)
1000000000
Presidente
Nereu
800000000
Gaspar
600000000
400000000
200000000
0
2021 2046 Tendencial 2046 Crítico
5. GERAÇÃO DE EFLUENTES
A geração de efluentes, em todos os setores estudados, envolve duas
variáveis: a vazão e a concentração. No presente trabalho considerou-se como
concentração de efluente apenas a Demanda Bioquímica de Oxigênio, a qual possui
valores em mg/L que foram analisados de acordo com as vazões correspondentes
ao longo da Bacia Hidrográfica.
5.1. Vazão
O tópico de vazão aborda todas as vazões utilizadas no estudo de caso,
sendo necessário conhecer a vazão do rio, a vazão dos efluentes e a vazão
apropriada para diluição destes efluentes no rio.
5.1.1. Vazão do rio
A vazão do rio é o restante da vazão disponível no corpo hídrico que não foi
captada para abastecimento, ou seja, a quantidade não outorgável.
28
É possível calcular a vazão disponível de cada município da bacia do Rio
Itajaí Mirim a partir das relações de regionalização de vazões.
A vazão média de longo termo foi calculada considerando a precipitação média
anual da bacia e a área de drenagem dos pontos de controle. A partir disso,
calculou-se a vazão de permanência, considerando o resultado da vazão média de
longo termo e do coeficiente de permanência. Tendo em vista que a vazão
outorgável de captação corresponde a 50% da vazão de referência (Q98),
considera-se apenas metade da vazão de permanência como valor disponível para
diluição dos efluentes gerados por cada setor dos 7 municípios abrangentes.
Sendo assim, a Tabela 26 apresenta os valores de vazões de cada
município.
(Ce−Cp)
Q adil=Qe
(Cp−Cr)
Onde:
29
Cr = Concentração de DBO no rio (mg/L);
5.2. Concentração
O tópico de concentração aborda todas as concentrações de Demanda
Bioquímica de Oxigênio relevantes ao estudo de caso, sendo necessário conhecer a
concentração de DBO do rio, a concentração de DBO dos efluentes e a
concentração de DBO permitida no rio.
30
5.3. Mistura
Para obter a concentração de mistura entre o rio e o efluente utiliza-se a
seguinte fórmula:
Qr × Cr+Qe ×Ce
Cm=
Qr +Qe
Onde:
5.5. Conflitos
A partir da determinação da concentração de mistura, é possível observar se
os municípios apresentaram efluentes com concentração dentro do permitido, tendo
em vista que a concentração de DBO permitida é de 5 mg/L. A Tabela 31 apresenta
os valores de DBO de mistura, se há ou não a existência de conflitos quanto à
concentração de DBO e a vazão apropriada para diluição dos efluentes nos casos
em que a concentração de mistura ultrapassou o estabelecido pela Resolução, bem
como o percentual de tratamento de efluentes necessário para tais casos.
31
6. CONSIDERAÇÕES FINAIS
Com base na discussão dos dados, observou-se que a maioria dos
municípios, tanto em cenário atual quanto futuro, apresentou-se em situação
extremamente crítica, tendo em vista os índices de criticidade hídrica que
apresentam as demandas > 100 % da disponibilidade.
Apenas os municípios de Botuverá e Presidente Nereu se mantiveram fora da
situação crítica nos três cenários analisado. Com os cenários tendencial e crítico, os
municípios que se encontraram em situação extremamente crítica ultrapassaram
significativamente a porcentagem total da disponibilidade, o que é extremamente
preocupante.
(Falar da segunda parte do trabalho)
7. REFERÊNCIAS
QUEIROZ, Arlei Teodoro de; OLIVEIRA, Luiz Antonio de. Relação entre produção e
demanda hídrica na bacia do rio Uberabinha, estado de Minas Gerais,
Brasil. Sociedade & Natureza, [S.L.], v. 25, n. 1, p. 191-204, abr. 2013.
FapUNIFESP (SciELO).
32
Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística. Censo.
33
SAMAE (Brasil) (org.). O SAMAE.
34
VON SPERLING, Marcos. Introdução à qualidade das águas e ao tratamento de
esgotos – 2ª ed. - Belo Horizonte: Departamento de Engenharia Sanitária e
Ambiental; Universidade Federal de Minas Gerais; 1996.
(COLOCAR CONAMA)
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