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Unidade Técnica de Imersão


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U.T.I.
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Caro aluno

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Você está recebendo o primeiro livro da Unidade Técnica de Imersão (U.T.I.) do Hexag Vestibulares.

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Este material tem o objetivo de retomar os conteúdos estudados nos livros 3 e 4, oferecendo um

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resumo estruturado da teoria e uma seleção de questões dissertativas que preparam o candidato

AU
para as provas de segunda fase dos principais vestibulares. Além disso, as questões dissertativas per-

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mitem avaliar a capacidade de análise, organização, síntese e aplicação do conhecimento adquirido.
É também uma oportunidade de o estudante demonstrar que está apto a expressar suas ideias de

S
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maneira sistematizada e com linguagem adequada.

LO
Aproveite este caderno para aprofundar o que foi visto em sala de aula, compreender assuntos que

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tenham deixado dúvidas e relembrar os pontos que foram esquecidos.

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Bons estudos!

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30 Herlan Fellini
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SUMÁRIO
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ENTRE LETRAS
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GRAMÁTICA 3
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INTERPRETAÇÃO DE TEXTOS 25
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LITERATURA 43
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ENTRE FRASES
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REDAÇÃO 61
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BETWEEN ENGLISH AND PORTUGUESE


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INGLÊS 85
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© Hexag Sistema de Ensino, 2018
Direitos desta edição: Hexag Sistema de Ensino, São Paulo, 2021

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Todos os direitos reservados.

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Autores

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Lucas Limberti
Murilo Almeida Gonçalves

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Pércio Luis Ferreira
Rodrigo Martins

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Diretor-geral

NA
Herlan Fellini

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Diretor editorial 30
Pedro Tadeu Vader Batista
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Coordenador-geral
35

Raphael de Souza Motta


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Responsabilidade editorial, programação visual, revisão e pesquisa iconográfica


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Hexag Sistema de Ensino


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Editoração eletrônica
AU

Felipe Lopes Santos


Leticia de Brito Ferreira
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Matheus Franco da Silveira


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Projeto gráfico e capa


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Raphael de Souza Motta


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Imagens
A

Freepik (https://www.freepik.com)
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Shutterstock (https://www.shutterstock.com)
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Todas as citações de textos contidas neste livro didático estão de acordo com a legis-
lação, tendo por fim único e exclusivo o ensino. Caso exista algum texto a respeito do
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qual seja necessária a inclusão de informação adicional, ficamos à disposição para o


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contato pertinente. Do mesmo modo, fizemos todos os esforços para identificar e loca-
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lizar os titulares dos direitos sobre as imagens publicadas e estamos à disposição para
suprir eventual omissão de crédito em futuras edições.
35

O material de publicidade e propaganda reproduzido nesta obra é usado apenas para


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fins didáticos, não representando qualquer tipo de recomendação de produtos ou


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empresas por parte do(s) autor(es) e da editora.


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GRAMÁTICA

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NUMERAIS, PREPOSIÇÕES E INTERJEIÇÕES

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NUMERAIS

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Preposições nocionais

53
São aquelas que acrescentam valor semântico à sentença.

03
Os numerais formam uma classe de palavras que se rela-
As preposições nocionais introduzem o adjunto adnominal
ciona diretamente com o substantivo. Os numerais indicam

JO
e o adjunto adverbial.
quantidades de pessoas ou coisas, ou assinalam o lugar

AU
que elas ocupam em determinada sequência, mantendo

AR
com os substantivos vínculos morfossintáticos. Preposições nocionais mais recorrentes

S
Observação: Algumas palavras são consideradas numerais ƒ Preposicão A

PE
se denotam ideia de quantidade, proporção ou ordenação: ƒ Preposição COM

LO
ƒ Preposição DE
Classificação dos numerais ƒ Preposição EM

A
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ƒ Preposição PARA
ƒ Cardinais

PA
ƒ Preposição POR
ƒ Ordinais

NA
ƒ Multiplicativos
Locuções prepositivas
4A
ƒ Fracionários 30
São duas ou mais palavras empregadas com a função de
PREPOSIÇÕES
70

uma única preposição. Nelas, a última palavra do conjunto é


35

sempre uma preposição essencial.


53

As preposições são palavras que estabelecem relações


03

de sentido entre dois ou mais termos de uma oração. Tra-


ta-se de um processo de conexão entre os elementos que
Contração de preposições
JO

foram ligados pela preposição. No português, não ocorre a contração de preposição com ar-
AU

tigo quando o substantivo que aparece depois da preposição


As preposições são invariáveis, isto é, não se flexionam em
AR

estiver funcionando como sujeito de algum verbo posterior.


gênero, número ou grau. Não obstante, elas se contraem
S

com outras palavras. Ao se juntarem ao artigo, elas passam


INTERJEIÇÕES
PE

a estabelecer concordância em gênero e número. É impor-


LO

tante lembrar que não se trata de uma variação própria da


Interjeições são formas invariáveis que manifestam sen-
A

preposição, mas da palavra com a qual ela se funde.


sações, emoções, sentimentos, ordens, chamamentos, esta-
UL

A relação estabelecida pelas preposições pressupõe um dos de espírito, etc. Elas expressam reações emotivas.
PA

primeiro elemento – denominado antecedente – e um se-


NA

gundo elemento – denominado consequente. O primeiro


Classificação
A

é o que exige a preposição, também chamado de termo


04

regente; o segundo é o termo regido por ela, também ƒ Admiração ou surpresa: Puxa! Vixe! Caramba!
3

chamado de termo regido pela preposição. Nossa! Céus! Eita!


70

ƒ Alegria: Viva! Oba! Que beleza! Eba!


35

Valor semântico das preposições


53

ƒ Aplauso: Viva! Bravo! Parabéns!


03

Do ponto de vista semântico (do sentido), as preposições ƒ Chamamento: Alô! Ei! Oi! Psiu! Socorro!
são divididas em dois grupos: as relacionais e as nocionais.
O

ƒ Concordância: Claro! Certo! Ok!


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AU

ƒ Dor: Ai! Ui! Ah! Oh!


Preposições relacionais
AR

ƒ Lamento: Que pena! Ai coitado!


São aquelas exigidas por algum termo antecedente (verbo,
ƒ Saudação: Olá! Oi! Adeus!
S

substantivo, adjetivo ou advérbio), e que, por esse motivo,


PE

não acrescentam qualquer valor semântico à sentença. As ƒ Silêncio: Silêncio! Basta! Chega!
LO

preposições relacionais introduzem o objeto indireto ou o


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complemento nominal.
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CONJUNÇÕES

4A
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CONJUNÇÕES COORDENATIVAS CONJUNÇÕES SUBORDINATIVAS

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03
As conjunções coordenativas conectam orações sem esta- As conjunções subordinativas ligam duas orações, das
belecer uma relação de dependência (uma função sintáti- quais uma é necessariamente dependente da outra, de-

JO
ca). De acordo com um critério lógico-semântico, elas se sempenhando em relação a esta uma função sintática.

AU
classificam assim: São classificadas como:

AR
ƒ Aditivas – estabelecem uma relação de soma, de adi- ƒ Causais – introduzem a oração que é causa da ocor-

S
ção entre os termos. rência da oração principal.

PE
Principais conjunções aditivas: e, nem, não só... Principais conjunções causais: porque, que, pois

LO
mas também, não só... como também, bem como, não que, visto que, uma vez que, porquanto, já que, des-

A
só... mas ainda. de que, como (no início da frase).

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PA
Exemplos: Ele saiu cedo e levou a carteira. Exemplo: Ele não fez as compras porque não havia
trazido a carteira.

NA
Ela não só saiu cedo como também passou na farmácia.
ƒ Concessivas – introduzem a oração que expressa ideia
4A
ƒ Adversativas – estabelecem uma relação de contras-
contrária à da principal.
30
te, de oposição entre os termos.
70

Principais conjunções concessivas: embora, ainda


Principais conjunções adversativas: mas, porém,
35

que, apesar de que, se bem que, mesmo que, por mais


contudo, todavia, entretanto, no entanto, não obstante.
53

que, posto que, conquanto.


03

Exemplo: Tentou vender os livros usados, mas não


Exemplo: Embora fosse arriscado, investimos em
conseguiu.
JO

ações.
ƒ Alternativas – estabelecem uma relação de alternân-
AU

ƒ Condicionais – introduzem uma oração que indica


cia, de escolha ou de exclusão entre os termos:
AR

a hipótese ou a condição para ocorrência da principal.


Principais conjunções alternativas: ou, ou... ou,
S

Principais conjunções condicionais: se, caso, con-


ora... ora, já... já, quer... quer, seja... seja, talvez... talvez.
PE

tanto que, salvo se, a não ser que, desde que, a menos
LO

Exemplo: Ou você chega logo, ou vou embora para que, sem que.
minha casa.
A

Exemplo: Caso precise de algum empréstimo, procu-


UL

ƒ Conclusivas – estabelecem uma relação de conclu- re um banco.


PA

são a respeito de um fato dado no mundo.


ƒ Conformativas – introduzem uma oração que expri-
NA

Principais conjunções conclusivas: logo, portanto, me a conformidade de um fato com outro.


A

por conseguinte, por isso, assim, pois (depois do verbo


04

Principais conjunções conformativas: conforme,


e entre vírgulas).
3

como (conforme), segundo, consoante.


70

Exemplo: Estava muito irritado, portanto, preferiu


Exemplo: As coisas nem sempre ocorrem como que-
35

conversar mais tarde.


53

remos.
ƒ Explicativas – estabelecem uma relação de explica-
03

ƒ Finais – introduzem uma oração que expressa a finali-


ção sobre um fato que ainda não ocorreu no mundo.
dade ou o objetivo com que se realiza a principal.
J O

Principais conjunções explicativas: que, porque,


AU

Principais conjunções finais: para que, a fim de que,


porquanto, pois (antes do verbo).
AR

que, porque (para que), que.


Exemplo: Não fique irritado, porque a conversa pode
Exemplo: Mande o e-mail para que todos compare-
S

tomar outros rumos.


PE

çam no horário correto.


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ƒ Proporcionais – introduzem uma oração que expres-
CONJUNÇÕES INTEGRANTES

NA
sa um fato relacionado proporcionalmente à ocorrên-

4A
cia da principal. As conjunções integrantes introduzem as orações subordi-

30
Principais conjunções proporcionais: à medida nadas substantivas. Ocorrem com os termos “que” e “se”.

70
que, à proporção que, ao passo que – e as combina- Exemplos: Espero que você volte (espero sua volta).

35
ções: quanto mais... (mais), quanto menos... (menos), Não sei se ele voltará (não sei da sua volta).

53
quanto menos... (mais), quanto menos... (menos).

03
Exemplo: Os problemas saem do controle à medida Dica

JO
que não são resolvidos. Para confirmar se uma conjunção é do tipo integrante, de-

AU
ƒ Temporais – introduzem orações que acrescentam ve-se substituir os termos “que” ou “se”, e o restante da

AR
uma circunstância de tempo ao fato expresso na ora- oração que os acompanha, pelo pronome “isso”.

S
ção principal. Exemplo: É necessário que se mudem os pensamentos.

PE
Principais conjunções temporais: quando, en-

LO
quanto, antes que, depois que, logo que, todas as

A
vezes que, desde que, sempre que, assim que, agora

UL
que, mal (assim que)

PA
Exemplo: Ele nos atendeu assim que começamos a

NA
reclamar.
ƒ Comparativas – introduzem orações que expressam 4A
30
ideia de comparação em relação à oração principal.
70

Principais conjunções comparativas: como, assim


35

como, tal como, como se, (tão)... como, tanto como,


53

tanto quanto, do que, quanto, tal, qual, tal qual, que


03

nem, que (combinado com menos ou mais).


JO

Exemplo: A seleção fez mais gols hoje que no jogo


AU

anterior.
AR

ƒ Consecutivas – introduzem orações que expressam


S

consequência em relação à principal.


PE
LO

Principais conjunções consecutivas: de sorte que,


de modo que, sem que (que não), de forma que, de jei-
A
UL

to que, que (cujo antecedente na oração principal seja


tal, tão, cada, tanto, tamanho).
PA

Exemplo: Dormiu tanto que ficou com dores no


NA

pescoço.
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TERMOS ESSENCIAIS DA ORAÇÃO: SUJEITO E PREDICADO

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Sujeito é o termo que concorda, em número e pessoa, ƒ Observação: O sujeito é simples se o verbo da oração

03
com o verbo da oração. Em grande número de casos, o referir-se a apenas um elemento, seja ele um substan-
sujeito da oração é também o agente da ação expressa tivo (singular ou plural), um pronome ou um numeral.

JO
pelo verbo, mas essa não deve ser a base de definição con- Não confundir sujeito simples com a noção de singular.

AU
ceitual, uma vez que há orações para as quais não se pode
Exemplos: O segundo andar possui sala de reunião.

AR
atribuir ao sujeito essa função de agente.
Todos correram em direção ao ônibus.

S
Exemplos:

PE
b) Composto, se apresentar dois ou mais núcle-

LO
Ele viajou para o interior de São Paulo. os ligados diretamente ao verbo, estabelecendo
(viajou está no singular para concordar com ele. uma relação de concordância com ele.

A
UL
O conteúdo do verbo expressa uma ação.)
Exemplo: Brigadeiro e caipirinha são especialida-

PA
Eles viajaram para o interior de São Paulo. des tipicamente brasileiras.

NA
(viajaram está no plural para concordar com eles. c) Oculto (elíptico ou desinencial): O sujeito

4A
O conteúdo do verbo expressa uma ação.) oculto ocorre quando o sujeito não está expres-
30
Ele está no interior de São Paulo. so na oração, mas é possível identificá-lo por
70

meio da terminação do verbo.


(está está no singular para concordar com ele; no en-
35

tanto, o conteúdo do verbo não expressa uma ação.) Exemplos: Resolvi meus os problemas com o fisco. –
53

Sujeito oculto: (eu resolvi)


Eles vivem no interior de São Paulo.
03

Estávamos cansados do trabalho. – Sujeito oculto: (nós


(vivem está no plural para concordar com eles; no
JO

estávamos)
entanto, o conteúdo do verbo não expressa uma ação.)
AU

Observação: as gramáticas normativas determinam 2. Sujeito indeterminado: é aquele que, embora exis-
AR

o sujeito e o predicado como termos essenciais; no en- tindo, não é possível determiná-lo nem pelo contexto, nem
pela terminação do verbo. Há três maneiras diferentes de
S

tanto, deve-se observar que o termo constante em toda


PE

oração é o verbo. indeterminar o sujeito de uma oração:


LO

a) Com verbo na terceira pessoa do plural,


Exemplos: Choveu o dia todo. (verbo que indica um
sem que ele se refira a nenhum termo identifica-
A

fenômeno natural.)
UL

do anteriormente (nem em outra oração).


Chorou.
PA

Exemplos: Proibiram a entrada de menores.


(verbo que indica uma ação e permite a possível identi-
NA

ficação do sujeito através da desinência.) Estão transferindo as crianças de lugar.


A

b) Com verbo na voz ativa e na terceira pessoa


04

Classificação do sujeito do singular seguido do pronome se, pronome


3
70

esse que atua como índice de indeterminação


O sujeito das orações pode ser determinado ou indeter-
35

do sujeito. Essa construção ocorre com verbos que


minado.
53

não apresentam complemento direto (verbos intran-


03

1. Sujeito determinado é aquele que pode ser identi- sitivos, transitivos indiretos e de ligação). O verbo
ficado com precisão a partir da concordância verbal. Ele obrigatoriamente fica na terceira pessoa do singular.
JO

pode ser:
AU

Exemplos: Vive-se melhor após o avanço da tecno-


a) Simples, se apresentar apenas um núcleo
logia. (verbo intransitivo)
AR

(a palavra principal do sujeito, que encerra es-


sencialmente a significação) ligado diretamente Precisa-se de vendedores com prática. (verbo tran-
S
PE

ao verbo, estabelecendo uma relação de concor- sitivo indireto)


LO

dância com ele. No dia da prova, sempre se fica nervoso. (verbo


de ligação)
LA

Exemplo: As pessoas saíram pelas ruas em protesto.


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c) com o verbo no infinitivo impessoal: 2. Predicado nominal tem, como núcleo, uma forma no-

NA
minal (adjetivo ou locução adjetiva).
Exemplos: Era penoso estudar Direito e Economia,

4A
simultaneamente. Os verbos que ocorrem nos predicados nominais são

30
É bom assistir a filmes antigos. sempre de ligação.

70
Importante: Os termos que constituem o núcleo

35
3. Orações sem sujeito são formadas apenas pelo pre-
dos predicados nominais denominam-se predica-

53
dicado e articulam-se a partir de um verbo impessoal.
tivos do sujeito.

03
Por isso se diz que o sujeito é inexistente. Observe a
estrutura dessas orações. Exemplo: O filme foi emocionante.

JO
Predicado: foi emocionante

AU
Exemplos: Havia borboletas no jardim.
Núcleo: emocionante (adjetivo que dá informação so-

AR
Nevou muito este ano em Santa Catarina.
bre o substantivo sujeito. Sintaticamente, esse adjetivo

S
ATENÇÃO! recebe a função de predicativo do sujeito).

PE
Os verbos impessoais devem ser usados sempre Exemplo: Ficaram animados com a programação para

LO
na terceira pessoa do singular. Cuidado com os o final de semana.

A
verbos fazer e haver usados impessoalmente: não se

UL
Predicado: ficaram animados com a programação
deve empregá-los no plural.

PA
para o final de semana.
Exemplos: Faz muitos anos que nos conhecemos. Núcleo: animados (adjetivo que dá informação sobre

NA
Deve fazer dias quentes na Bahia. o sujeito oculto. Sintaticamente, esse adjetivo recebe a

4A
Há muitas pessoas interessadas na vaga. função de predicativo do sujeito).
30
Houve muitas pessoas interessadas na vaga. 3. Predicado verbo-nominal tem dois núcleos: um
70

núcleo constituído de uma forma verbal e um núcleo cons-


35

Observação: O verbo existir é pessoal, portanto, ad-


tituído de uma forma nominal.
53

mite sujeito que concorda com ele.


03

Exemplo: Os alunos chegaram cansados.

PREDICADO Predicado: chegaram cansados


JO

Núcleo verbal: chegaram


AU

É o termo da oração que faz uma afirmação sobre o sujeito;


Núcleo nominal: cansados
AR

diz-se, portanto, que se trata de uma predicação sobre o


S

sujeito. No caso das orações sem sujeito, a predicação é


Predicativo do sujeito e
PE

genérica. Tudo o que constitui as orações, à exceção do


predicativo do objeto
LO

sujeito e do vocativo, faz parte do predicado.


A

Os predicados devem conter necessariamente um É importante sistematizar a definição de predicativo, fun-


UL

verbo, mas o núcleo do predicado (termo que detém o ção sintática relacionada à ocorrência, nas orações, de
PA

sentido propriamente) pode ser um verbo, um nome ou a predicados nominais ou verbo-nominais. Denomina-se
NA

junção dos dois. predicativo a palavra ou locução de natureza nominal que


constitui o núcleo de um predicado nominal ou o núcleo de
A
04

um predicado verbo-nominal. O predicativo pode se referir


Tipos de predicado
3

ao sujeito da oração – predicativo do sujeito –, no caso dos


70

A partir de estruturas que se assemelham às dos exem- predicados nominais, ou ao objeto da oração – predicativo
35

plos anteriores, podem-se classificar os predicados em do objeto –, no caso dos predicados verbo-nominais.
53

três categorias:
03

Exemplos:
1. Predicado verbal tem, como núcleo, uma forma verbal. Ana saiu enfurecida.
JO

a) A estudante gosta de viajar nas férias. Predicado: saiu enfurecida.


AU

Predicado: gosta de viajar nas férias Núcleo: enfurecida (predicativo do sujeito)


AR

Núcleo: gosta Eles julgaram o criminoso culpado.


S
PE

b) Todo domingo à tarde ele vai ao cinema. Predicado: julgaram o criminoso culpado
LO

Predicado: vai ao cinema Núcleo verbal: julgaram.


Núcleo: vai
LA

Núcleo nominal: culpado (predicativo do objeto).


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TERMOS INTEGRANTES

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35
TERMOS INTEGRANTES DA ORAÇÃO

53
ƒ Advérbio complemento nominal

03
Exemplo: O juiz decidiu favoravelmente ao acusado.
1. Complementos verbais completam o sentido de ver-

JO
Observação: O complemento nominal representa o re-
bos transitivos diretos e transitivos indiretos.

AU
cebedor, o paciente, o alvo da declaração expressa por um
ƒ Objeto direto é o termo que completa o sentido do nome. É regido pelas mesmas preposições do objeto indi-

AR
verbo transitivo direto, ligando-se a ele sem o auxílio reto. Difere dele apenas porque, em vez de complementar

S
da preposição. verbos complementa nomes (substantivos, adjetivos) e al-

PE
guns advérbios terminados em -mente. Os complementos

LO
Exemplo: Os professores fizeram as resoluções dos
nominais mantêm com os nomes o mesmo tipo de relação
exercícios.

A
que os objetos mantêm com os verbos transitivos. Eles são

UL
O objeto direto pode ser constituído: necessários para complementar o sentido dos nomes.

PA
a) por um substantivo ou expressão substantivada. 3. Agente da passiva é o termo da frase que pratica a

NA
Exemplos: O agricultor cultiva a terra. ação expressa pelo verbo na voz passiva analítica (construí-

4A
Unimos o útil ao agradável. da com o verbo ser). Vem regido comumente da preposição
por e eventualmente da preposição de.
30
b) pelos pronomes oblíquos o, a, os, as, me, te, se,
70

nos, vos. Exemplo: A vencedora foi escolhida pelos jurados.


35

sujeito paciente voz passiva verbo Agente da passiva


Exemplos: Espero-o na minha formatura.
53

Ao passar a frase da voz passiva para a voz ativa, o agente


03

Ela me ama.
da passiva recebe o nome de sujeito:
JO

Observação: Os pronomes oblíquos empregados no


interior de um mesmo enunciado têm a função de ob- Exemplo: Os jurados escolheram a vencedora.
AU

sujeito verbo objeto direto


jeto direto pleonástico. Aqueles livros (objeto direto)
AR

na estante, eu os (objeto direto pleonástico do mesmo voz ativa


S

verbo) comprei na loja nova do shopping.


Exemplo: A empresa foi comprada pela concorrente.
PE

sujeito paciente verbo agente da passiva


LO

ƒ Objeto indireto é o termo que completa o sentido de


um verbo transitivo indireto. Vincula-se indiretamente voz passiva
A
UL

aos verbos mediante uma preposição.


O concorrente comprou a empresa.
PA

Exemplo: Gostava de Matemática e Física. sujeito verbo objeto direto


NA

2. Complemento nominal – nomes (substantivos e ad- voz ativa


A

jetivos) e alguns advérbios, da mesma forma que os verbos,


04

podem exigir um complemento para integrar seu sentido.


3

Tais complementos de nomes são chamados complemen-


70

tos nominais e vêm sempre antecedidos por preposição.


35
53

ƒ Substantivo complemento nominal


03

Exemplo: Ela tem orgulho da filha.


O

ƒ Adjetivo complemento nominal


J
AU

Exemplo: Ana estava consciente de sua escolha.


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TERMOS ACESSÓRIOS

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TERMOS ACESSÓRIOS DA ORAÇÃO

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ƒ Causa: Com a falta de chuvas, a seca propagou-se.

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ƒ Companhia: Foi ao cinema com a namorada.

03
Existem termos que, apesar de dispensáveis na estrutura bási- ƒ Concessão: Apesar da dificuldade do exercício,
ca da oração, são importantes para a compreensão do enun- conseguiu resolvê-lo.

JO
ciado. Ao acrescentarem informações novas, esses termos: ƒ Condição: Sem autorização, a criança não poderá

AU
ƒ caracterizam o ser; embarcar.

AR
ƒ determinam os substantivos; e ƒ Conformidade: Seguem os relatórios, conforme o

S
ƒ exprimem circunstância. combinado (ou “segundo o combinado”).

PE
São termos acessórios da oração: ƒ Dúvida: Talvez seja melhor sair mais cedo.

LO
ƒ Fim, finalidade: Viajei a trabalho.
ƒ o adjunto adverbial

A
ƒ Frequência: Sempre ocupava o mesmo lugar à mesa.

UL
ƒ o adjunto adnominal
ƒ ƒ Instrumento: A redação deve ser feita à caneta.

PA
o aposto
ƒ o vocativo ƒ Intensidade: A aluna estudava bastante.

NA
ƒ Lugar: Estou em casa.
Adjunto adverbial
4A
ƒ Matéria: A cadeira é feita de aço.
ƒ Meio: Atravessou a cidade de ônibus.
30
Como o próprio nome indica, trata-se de advérbio ou locu-
70

ção adverbial associados a verbos, adjetivos ou a outro ad- ƒ Modo: Fique à vontade para fazer seus comentários.
35

vérbio, acrescentando circunstâncias específicas (no caso ƒ Negação: Não se deve esquecer o horário da consulta.
53

de verbos) ou intensificando seu sentido no contexto. ƒ Tempo: O expediente é das 8h às 17h.


03

Exemplos: Eles lutaram muito por seus direitos.


Ele é muito inteligente. Adjunto adnominal
JO

Falou-se muito mal daquele filme.


AU

É o termo que determina, especifica ou explica um


Nessas três orações, o termo “muito” é adjunto adverbial
AR

substantivo. O adjunto adnominal tem função adje-


de intensidade. tiva na oração, a qual pode ser desempenhada por ad-
S

No primeiro caso, muito intensifica a forma verbal lutaram,


PE

jetivos, locuções adjetivas, artigos, pronomes adjetivos e


que é núcleo do predicado verbal. numerais adjetivos.
LO

No segundo, muito intensifica o adjetivo inteligente, que é Exemplo: O médico prescreveu dois remédios ao paciente.
A

o núcleo do predicativo do sujeito.


UL

Sujeito objeto direto objeto indireto


Na terceira oração, muito intensifica o advérbio mal, que é
PA

Nessa oração, os substantivos ”médico”, ”remédio” e ”pa-


o núcleo do adjunto adverbial de modo.
ciente” são núcleos, respectivamente, do sujeito determina-
NA

Exemplo: Amanhã, vou de bicicleta ao trabalho. do simples, do objeto direto e do objeto indireto. Ao redor
A

Os termos em destaque estão indicando as seguintes cir- de cada um desses substantivos, agrupam-se os adjuntos
04

cunstâncias: adnominais:
3
70

ƒ “amanhã” indica tempo ƒ o artigo o refere-se a médico;


35

ƒ “de bicicleta” indica meio ƒ o numeral dois refere-se ao substantivo remédios;


53

ƒ “ao trabalho” indica lugar


ƒ o artigo o (em ao) refere-se a paciente.
03

Classificação do adjunto adverbial Os adjuntos adnominais costumam ser expressos por:


JO

Há algumas circunstâncias que o adjunto adverbial pode ƒ adjetivos: crianças tagarelas, políticos corruptos;
AU

expressar: ƒ locuções adjetivas: anéis de ouro, livro de histórias;


AR

ƒ Acréscimo: Além de conhecimentos em Matemáti- ƒ artigos definidos e indefinidos: o papel, os papéis,


S

um papel, uns papéis;


PE

ca, eram necessários também conhecimentos em Química.


ƒ Afirmação: Ele viajará com certeza. ƒ pronomes possessivos: meu carro;
LO

ƒ Assunto: Falávamos sobre cotas. (ou “de cotas”, ou ƒ pronomes demonstrativos: este carro;
LA

“a respeito de cotas”).
U
PA

10
A
AN
L
A
UL
PA
ƒ pronomes indefinidos: algum carro; Se for retirado o objeto da oração, seu aposto passa a exer-

NA
ƒ pronomes Interrogativos: qual chave?; cer essa função:

4A
ƒ pronomes relativos: na biblioteca cujos livros estão Exemplo: Gosto de rock, blues, chorinho,

30
em mau estado; samba, etc.

70
ƒ numerais adjetivos: trezentos e cinquenta soldados. objeto indireto

35
Observação: O aposto tem a mesma função sintática do

53
Distinção entre adjunto adnominal termo ao qual se relaciona.

03
e complemento nominal
Classificação do aposto

JO
É comum confundir o adjunto adnominal, na forma de lo-

AU
cução adjetiva, com o complemento nominal. Para evitar De acordo com a relação que estabelece com o termo a
que se refere, o aposto pode ser classificado em:

AR
que isso ocorra, considere o seguinte:
a) Explicativo: A Linguística, ciência da lingua-

S
a) Somente os substantivos podem ser acompanhados
gem, fornece subsídios importantes para o conheci-

PE
de adjuntos adnominais; os complementos nominais
mento da língua materna.

LO
podem ligar-se a substantivos, adjetivos e advérbios. O
b) Enumerativo: A vida se compõe de muitas coisas:
termo ligado por preposição a um adjetivo ou a um

A
amor, trabalho e dinheiro.

UL
advérbio só pode ser complemento nominal. Se não
c) Resumidor ou recapitulativo: Vida digna, ci-

PA
houver preposição ligando os termos, será um adjunto dadania plena, igualdade de oportunidades, tudo isso
adnominal. está na base de um país melhor.

NA
b) O complemento nominal equivale a um comple- d) Comparativo: Drummond e Guimarães Rosa são
4A
mento verbal, ou seja, mantém relação exclusivamente dois grandes escritores, aquele na poesia e este na
30
com os substantivos cujos significados transitam. Por- prosa.
70

tanto, seu valor é passivo, é sobre ele que recai a ação. Além desses, há o aposto especificativo, que difere dos de-
35

O adjunto adnominal tem sempre valor ativo. mais porque não é marcado por sinais de pontuação (vírgula
53

Exemplo: Ana tem muito amor à mãe. ou dois-pontos). O aposto especificativo individualiza um
03

substantivo de sentido genérico, prendendo-se a ele direta-


A expressão à mãe classifica-se como complemento
JO

mente ou por meio de uma preposição, sem que haja pausa


nominal, uma vez que mãe é paciente de amar, recebe
na entonação da frase.
AU

a ação de amar.
AR

Exemplos: O poeta Carlos Dummond de Andrade


Exemplo: Ana é um amor de mãe.
criou obra de expressão simples.
S

A expressão de mãe é adjunto adnominal, uma vez


PE

A rua Augusta é um dos pontos turísticos de São Paulo.


que mãe é agente de amar, pratica a ação de amar.
LO

Aposto Vocativo
A
UL

É um termo que não tem relação sintática com outro ter-


É um termo que, acrescentado a outro termo da oração,
PA

mo da oração. Não pertence, portanto, nem ao sujeito nem


tem a função de ampliar, resumir, explicar ou desenvolver
ao predicado. É o termo que serve para chamar, invocar ou
NA

mais o conteúdo do termo ao qual se refere.


interpelar um ouvinte real ou hipotético. Em razão de seu ca-
A

Exemplo: Ontem, domingo, passaram o dia no parque. ráter, geralmente se relaciona à segunda pessoa do discurso.
04

Domingo é aposto do adjunto adverbial de tempo "on- Exemplo: Não se esqueçam de marcar todas as res-
3
70

tem". Diz-se que o aposto é sintaticamente equivalente postas no gabarito, alunos!


35

ao termo a que se relaciona porque pode substituí-lo. vocativo


53

Exemplo: A vida, minha filha, é feita de escolhas.


Exemplo: Domingo passaram o dia no parque.
03

vocativo
Verifica-se, portanto, que, se "ontem" for eliminado, o Nessas orações, os termos destacados são vocativos: indicam
O

substantivo "domingo" assume a função de adjunto


J

e nomeiam o interlocutor a quem se está dirigindo a palavra.


AU

adverbial de tempo.
Observações: o vocativo pode vir antecedido por in-
AR

Exemplo:
terjeições de apelo, tais como ó, olá, eh!, etc.
Gosto de todos os tipos de música:
S

objeto indireto Ó mar salgado! Quanto do teu sal são lágrimas de Portugal.
PE

rock, blues, chorinho, samba, etc. Olá, prezado cliente! Entramos em contato para apre-
LO

aposto do objeto indireto sentar novos produtos.


LA
U
PA

11
A
AN
L
A
UL
PA
Distinção entre vocativo e aposto O aposto mantém relação sintática com outro termo da oração.

NA
O vocativo não mantém relação sintática com outro termo Exemplo: A vida de Marylin Monroe, artista

4A
da oração. hollywoodiana, foi muito conturbada.

30
sujeito aposto
Exemplo: Pessoal, vamos estudar mais.

70
Vocativo

35
53
03
SINTAXE DE COLOCAÇÃO

JO
AU
AR
S
A colocação de pronomes oblíquos átonos em português f) Nas orações introduzidas por pronomes relativos.

PE
pode ser realizada em três posições, obedecendo a regras Exemplos: Foi aquele rapaz quem me pediu para falar

LO
e condições específicas. Essas três posições são a próclise, com você.

A
a mesóclise e a ênclise. Há situações que nos constrangem.

UL
Essa foi a festa onde te conheci.
1. Próclise

PA
g) Com a palavra “só” (no sentido de “apenas” ou

NA
Temos próclise quando o pronome surge antes do verbo. “somente”) e com as conjunções coordenativas alter-

4A
Suas condições de colocação são: nativas.
a) Nas orações que contenham uma palavra ou ex-
30
Exemplos: Só se lembram dos pais quando precisam
pressão de valor negativo.
70

de dinheiro.
Exemplos: Ninguém me ajuda.
35

Ou vai embora, ou se prepare para a bronca.


53

Não me fale de problemas hoje. h) Nas orações iniciadas por palavras exclamativas e
03

Nunca se esqueça do que lhe disse nas optativas (que exprimem desejo).
JO

b) Nas conjunções subordinativas: Exemplos: Deus o ilumine! (oração optativa)


AU

Exemplos: Voltarei a fazer contato se me interessar. Como te admiro! (oração exclamativa)


AR

Ela não quis jantar, embora lhe servissem o melhor prato.


2. Mesóclise
S

É necessário que o vendamos por um bom preço.


PE

Temos mesóclise quando o verbo estiver em algum dos


c) Nas orações em que existam pronomes indefini-
LO

tempos futuros do indicativo (futuro do presente ou futuro


dos ou advérbios, sem marcas de pausa. do pretérito), desde que não existam condições para a pró-
A

Exemplos: Tudo me irrita nessa cidade.


UL

clise. O pronome é colocado no meio do verbo.


(pronome indefinido)
PA

Exemplos: Comprar-lhe-ei umas roupas novas.


Hoje se vive melhor no Brasil. (comprarei + lhe)
NA

(advérbio) Encontrar-me-iam se realmente quisessem.


A

Observação: caso tenhamos marcas de pausa depois (encontrar + me)


04

do advérbio, emprega-se ênclise.


3

Observações:
70

Exemplo: Hoje, vive-se melhor no Brasil.


a) Havendo condições para a próclise, esta preva-
35

(advérbio)
lece sobre a mesóclise:
53

d) Nas orações iniciadas por pronomes ou advérbios Exemplo: Sempre lhe contarei os meus segredos.
03

de tipo interrogativo. (O advérbio “sempre” exige o uso de próclise.)


O

Exemplos: Quem te chamou até aqui? b) A mesóclise é de uso exclusivo da língua culta e
J
AU

(pronome interrogativo) da modalidade literária. Não a encontramos na co-


Por que o convidaram? municação oral mais básica.
AR

(advérbio interrogativo) c) Com esses tempos verbais (futuro do presente e


S

futuro do pretérito) jamais ocorrerá a ênclise.


PE

e) Com gerúndio precedido de preposição “em”.


LO

Exemplo: Em se tratando de pesquisas, melhor utili-


zar a biblioteca.
U LA
PA

12
A
AN
L
A
UL
PA
3. Ênclise c) Nas orações reduzidas de infinitivo.

NA
Exemplos: Convém dar-lhe um pouco mais de tempo.

4A
Temos ênclise quando o pronome surge depois do verbo. Espero enviar-lhe isto até amanhã cedo.
Seu emprego obedece às seguintes regras:

30
d) Nas orações reduzidas de gerúndio (desde que

70
a) Nos períodos iniciados por verbos (desde que não não venham precedidas de preposição “em”).

35
estejam no tempo futuro), pois, segundo a gramática
Exemplos: A mãe adotiva ajudou a criança, dando-lhe

53
normativa, não podemos iniciar frases com pronome
carinho e proteção.

03
oblíquo.
Exemplos: Fale-me o que está acontecendo. Ele se desesperou, deixando-se levar pela situação.

JO
Compravam-se muitos produtos antes da crise.
Observação: Se o verbo não estiver no início da frase,

AU
b) Nas orações imperativas afirmativas. nem conjugado nos tempos Futuro do Presente ou Fu-

AR
Exemplos: Ligue para seu primo e avise-o do horário turo do Pretérito, é possível usar tanto a próclise como

S
Ei, ajude-me com essa receita! a ênclise.

PE
LO
ORAÇÕES COORDENADAS

A
UL
PA
NA
Exemplos: Eu me encontrei com ela. b) As adversativas exprimem fatos ou conceitos que se

4A
Eu encontrei-me com ela. opõem ao que se declara na oração coordenada ante-
30
Como se viu, são orações não introduzidas por conjunção. rior, estabelecendo entre elas contraste ou compensação.
70

São coordenadas, postas lado a lado e separadas por sinais Mas é a conjunção adversativa típica. Além dela, empre-
35

de pontuação. gam-se: porém, contudo, todavia, entretanto e as


53

Exemplos: Vim, vi, venci. locuções no entanto, não obstante, nada obstante.
03

Chegou; ninguém reparou nele: todos estavam ocupa- Exemplos: Eles embarcariam para a Europa dentro de
uma hora, mas perderam o voo.
JO

dos em seus afazeres.


O cachorro não é bonito; no entanto, é simpático.
AU

Orações coordenadas sindéticas O problema é grave; contudo, há solução.


AR

Conforme o tipo de conjunção que as introduz, as orações


Importante
S

coordenadas sindéticas podem ser aditivas, adversativas,


PE

Dependendo do contexto em que for empregada, a conjun-


alternativas, conclusivas ou explicativas.
LO

ção e pode indicar ideia de adversidade.


a) As aditivas expressam ideia de adição, de acrésci- Compraram vários presentes e perceberam depois que não
A

mo. Regularmente indicam fatos, acontecimentos ou caberiam nas malas. Deitou-se cedo e não conseguiu dormir.
UL

pensamentos dispostos em sequência. As conjunções


PA

coordenativas aditivas típicas são e e nem (e + não). c) As alternativas expressam ideia de alternância de fa-
NA

Exemplos: Viajaram e trouxeram muitas fotos de lem- tos ou escolha. Regularmente é usada a conjunção ou.
A

brança. Além dela, empregam-se também os pares: ora... ora;


04

Não trouxeram presentes nem fotos da última viagem. já... já; quer... quer; seja... seja, etc.
3
70

Observação: A conjunção “nem” tem o valor da ex- Exemplos: Diga agora ou cale-se para sempre. (apenas
35

pressão “e não”. Dessa forma, deve-se evitar, na língua a segunda é sindética, mas ambas são alternativas, dada
53

escrita, a estrutura “e nem” para introduzir orações a ideia de escolha.).


03

aditivas. As orações sindéticas aditivas podem também Ora mostra-se alegre, ora expressa tristeza profunda.
estar ligadas pelas locuções “não só... mas (também)”,
O

Estarei lá, quer você aceite, quer não. (a segunda oração


J

“tanto... como” e semelhantes. Essas estruturas costu-


AU

fica subentendida, para evitar a redundância do mesmo


mam ser usadas se se pretende enfatizar o conteúdo verbo.)
AR

da segunda oração.
Observação: Nesse último caso, o par “quer... quer”
S

Ele não só canta, mas também (ou como também) in- está coordenando entre si duas orações que, na verda-
PE

terpreta muito bem. Ela sabe tanto matemática como de, expressam concessão em relação a “Estarei lá”. É
LO

português. correspondente semanticamente a “embora você não


LA

queira, estarei lá”.


U
PA

13
A
AN
L
A
UL
PA
d) As conclusivas exprimem conclusão ou consequência

NA
referentes à oração anterior. As conjunções típicas são: Importante

4A
logo, portanto e pois (posposto ao verbo). Usa-se ain- Para que dois períodos unam-se num período composto,

30
da: então, assim, por isso, por conseguinte, de modo que, altera-se o modo verbal da segunda oração, se necessário.

70
em vista disso, etc. Dica: O pronome relativo “que” sempre pode ser subs-

35
Exemplos: Tenho prova amanhã, portanto não posso tituído por: o qual, a qual, os quais, as quais.

53
ir ao show. Refiro-me ao livro que é referência. Essa oração é equi-

03
A situação econômica é delicada; devemos, pois, agir valente a: Refiro-me ao livro o qual é referência.
com cautela.

JO
O time jogou bem, por isso foi vencedor.

AU
Aquela substância é toxica, logo deve ser manuseada Classificação das orações

AR
com cuidado. subordinadas adjetivas

S
PE
e) As explicativas indicam uma justificativa ou uma expli- Na relação que estabelecem com o termo que caracteri-
zam, as orações subordinadas adjetivas podem atuar de

LO
cação referente ao fato expresso na declaração anterior.
As conjunções que merecem destaque são: que, porque duas maneiras diferentes. Há as que restringem ou especi-

A
ficam o sentido do termo a que se referem, individualizan-

UL
e pois (obrigatoriamente anteposto ao verbo).
do-o. Nessas orações, não há marcação de pausa; são as

PA
Exemplos: Vá com cuidado, que o caminho é perigoso.
chamadas orações subordinadas adjetivas restritivas.
Mudou de emprego, porque estava farto da rotina.

NA
Há também as orações que realçam um detalhe ou ampli-
Ligue para ela, pois hoje é o seu aniversário.

4A
ficam dados sobre o antecedente, já suficientemente defi-
nido; são as denominadas orações subordinadas adjetivas
30
Orações subordinadas adjetivas explicativas.
70

Uma oração subordinada adjetiva tem valor e função de Exemplo: O homem que trabalha é útil à sociedade.
35

adjetivo, ou seja, equivale a essa classe de palavras. As


53

A ausência de vírgula restringe o sentido da palavra ho-


orações adjetivas vêm introduzidas por pronome relativo
03

mem, designando um tipo de homem entre vários.


e exercem a função de adjunto adnominal do antecedente.
Trata-se de oração subordinada restritiva que apresenta va-
JO

Exemplo: Este é o livro que te indiquei como referência. lor sintático de adjunto adnominal, uma vez que qualifica
AU

A conexão entre a oração subordinada adjetiva e o termo o termo anterior.


AR

da oração principal que ela modifica é feita pelo pronome Exemplo: O homem, que trabalha, é útil à sociedade.
S

relativo “que”.
A presença de vírgula amplia o sentido da palavra homem,
PE

Além de conectar (ou relacionar) duas orações, o prono- que pode ser entendida como todo homem.
LO

me relativo desempenha uma função sintática na oração


A

subordinada: ocupa o papel que seria exercido pelo termo


UL

que o antecede.
PA
NA

ORAÇÕES SUBORDINADAS SUBSTANTIVAS


A
304
70
35

Trata-se de oração subordinada explicativa, pois acrescenta Trata-se de uma construção com verbo que possui valor
53

uma informação acessória; desempenha também valor sin- de substantivo (essa oração fica posicionada onde, habitu-
03

tático de adjunto adnominal, uma vez que qualifica o termo almente, deveria haver um substantivo) e vem introduzida,
O

anterior. geralmente, pelas conjunções integrantes “que” ou “se”.


J

Sintaticamente, podem exercer a função de:


AU

Observação: A oração subordinada adjetiva explicativa é


separada da oração principal por uma pausa, que, na es- ƒ sujeito
AR

crita, é representada pela vírgula. É comum, por isso, que ƒ objeto direto
S

a pontuação seja indicada como forma de diferenciar as ƒ objeto indireto


PE

orações explicativas das restritivas. De fato, as explicativas ƒ complemento nominal


LO

vêm sempre isoladas por vírgulas; as restritivas, não. ƒ predicativo do sujeito


LA

ƒ aposto
U
PA

14
A
AN
L
A
UL
PA
ƒ Oração subordinada: de que ela se esforce. (sinta-

NA
Atenção ticamente exerce função de objeto indireto da oração

4A
principal.)
É importante, nesse momento, que sejam recuperados os

30
conceitos de identificação de conjunções integrantes an- d) completiva nominal: exerce a função de comple-

70
teriormente estudados Lembremos que, para localizarmos mento nominal (complementa o sentido de um nome

35
uma conjunção integrante, devemos substituir os elemen- que pertença à oração principal; também vem marcada

53
tos “que” ou “se” pelo pronome demonstrativo “isso”. A por preposição).

03
função que couber ao pronome indicará a função exercida Exemplo: Sou favorável a que o absolvam.

JO
pela oração. ƒ Oração principal: Sou favorável

AU
Exemplos: ƒ Oração subordinada: a que o absolvam. (sintati-

AR
É importante que chegue cedo ao atendimento. camente exerce função de complemento nominal da
Substituindo a oração subordinada em destaque pelo oração principal.)

S
PE
pronome “isso”, temos:

LO
É importante isso (ou, na ordem direta: Isso é importan- Importante
te). Percebemos então que a função sintática do pro-

A
Não podemos esquecer que as orações subordinadas

UL
nome “isso” na construção é de sujeito. Vejamos outro substantivas objetivas indiretas integram o sentido de

PA
exemplo: um verbo, enquanto as orações subordinadas substan-
Não sei se entregaremos a encomenda hoje.

NA
tivas completivas nominais integram o sentido de um
Substituindo a oração subordinada em destaque pelo nome. Para distinguir uma da outra, é necessário levar

4A
pronome “isso”, temos: em conta o termo complementado.
30
Não sei isso (o pronome “isso” completa o sentido do ver-
70

bo “saber”). Percebemos então que a função sintática do e) predicativa: exerce o papel de predicativo do su-
35

pronome “isso” na construção é de objeto direto. jeito do verbo da oração principal e vem sempre depois
53

do verbo “ser”.
03

Exemplo: O grande mal é que me esqueço das coisas.


JO

Classificação das orações ƒ Oração principal: O grande mal é


AU

subordinadas substantivas ƒ Oração subordinada: que me esqueço das coisas.


AR

(sintaticamente exerce função de predicativo da oração


De acordo com a função que exerce no período, a oração principal.)
S

subordinada substantiva pode ser:


PE

f) apositiva: exerce a função de aposto de algum ter-


a) subjetiva: exerce a função sintática de sujeito do
LO

mo da oração principal.
verbo da oração principal: Exemplo: Coloco uma condição: que não me perturbe
A

Exemplo: Não se sabe se ela foi embora.


UL

mais.
ƒ Oração principal: Não se sabe
PA

ƒ Oração principal: Coloco uma condição


ƒ Oração subordinada: se ela foi embora (sintatica- ƒ Oração subordinada: que não me perturbe mais. (sin-
NA

mente exerce função de sujeito da oração principal). taticamente exerce função de aposto da oração princi-
A

pal).
04

b) objetiva direta: exerce a função de objeto direto


3

do verbo da oração principal: Atenção: a oração subordinada substantiva apositiva


70

Exemplo: Eu percebo que ficarei com bastante sono é a única que pode prescindir da conjunção integrante.
35

hoje.
53

ƒ Oração principal: Eu percebo


03

ƒ Oração subordinada: que ficarei com bastante sono


O

hoje (sintaticamente exerce função de objeto direto da


J
AU

oração principal).
AR

c) objetiva indireta: exerce a função de objeto in-


direto do verbo da oração principal (a conjunção inte-
S
PE

grante vem precedida de preposição).


LO

Exemplo: Tudo depende de que ela se esforce.


ƒ Oração principal: Tudo depende
LA
U
PA
A
AN
L
A
UL
PA
NA
ORAÇÕES SUBORDINADAS ADVERBIAIS

4A
30
70
35
Uma oração subordinada adverbial exerce a função de ad- ƒ Oração principal: vou provar o prato

53
junto adverbial do verbo da oração principal. Dessa forma, ƒ Oração subordinada: Embora não goste de cogu-

03
pode exprimir circunstância de tempo, modo, fim, causa, melos (assume valor de adjunto adverbial de conces-

JO
condição, etc. Classifica-se de acordo com a conjunção ou são, uma vez que admite uma ideia de cessão a algum

AU
locução conjuntiva que a introduz. fato, ou mesmo anormalidade em relação a esse fato).

AR
Exemplo: Quando vi a pintura do artista, senti uma e) comparação
das maiores emoções de minha vida.

S
Exemplo: Andava rápido como um foguete.

PE
A primeira oração, “Quando vi a pintura do artista”, atua
ƒ Oração principal: Andava rápido

LO
como um adjunto adverbial de tempo, que modifica a for-
ma verbal “senti”. ƒ Oração subordinada: como um foguete (assume va-

A
lor de adjunto adverbial de comparação, uma vez que

UL
Trata-se de uma oração subordinada adverbial temporal,
estabelece uma comparação com a ação indicada pelo

PA
uma vez que indica uma circunstância temporal acrescida
verbo da oração principal).
ao verbo da segunda oração. É importante lembrar que a

NA
classificação das orações subordinadas adverbiais é feita f) conformidade

4A
do mesmo modo que a classificação dos adjuntos adver- Exemplo: Fez o bolo conforme a receita.
biais. Baseia-se na circunstância expressa pela oração.
30
ƒ Oração principal: Fez o bolo
70

A seguir, temos as circunstâncias expressas pelas orações ƒ Oração subordinada: conforme a receita (assume
35

subordinadas adverbiais: valor de adjunto adverbial de conformidade, pois expri-


53

a) causa me uma regra, um modelo adotado para a execução do


03

Exemplo: Como ninguém se interessou pelo projeto, que se declara na oração principal).
não houve alternativa a não ser cancelá-lo.
JO

g) finalidade
ƒ Oração principal: não houve alternativa a não ser
AU

Exemplo: Li o manual a fim de aprender mais sobre


cancelá-lo.
AR

como usar o produto.


ƒ Oração subordinada: Como ninguém se interessou
ƒ Oração principal: Li o manual
S

pelo projeto (assume valor de adjunto adverbial de


PE

causa, uma vez que provoca um determinado fato, ao ƒ Oração subordinada: a fim de aprender mais sobre
LO

como usar o produto (assume valor de adjunto adver-


motivo do que se declara na oração principal.)
bial final, pois expressa a intenção, a finalidade daquilo
A

b) consequência
UL

que se declara na oração principal).


Exemplo: Sua fome era tanta que comeu com casca
PA

h) proporção
e tudo.
Exemplo: Viaja ao exterior à medida que a empresa
NA

ƒ Oração principal: Sua fome era tanta


solicita seu trabalho.
A

ƒ Oração subordinada: que comeu com casca e tudo


04

ƒ Oração principal: Viaja ao exterior


(assume valor de adjunto adverbial de consequência,
3

ƒ Oração subordinada: à medida que a empresa so-


70

uma vez que declara o efeito na oração principal.)


licita seu trabalho (assume valor de adjunto adverbial
35

c) condição
proporcional, pois exprime ideia de proporção, ou seja,
53

Exemplo: Se o torneio for bem estruturado, todos sai-


um fato simultâneo ao expresso na oração principal).
03

rão ganhando.
i) tempo
ƒ Oração principal: todos sairão ganhando.
JO

ƒ Oração subordinada: Se o torneio for bem estrutura- Quando você for a Londres, traga-me um presente.
AU

do (assume valor de adjunto adverbial de condição, uma ƒ Oração principal: traga-me um presente.
AR

vez que a oração subordinada impõe-se como necessária ƒ Oração subordinada: Quando você for a Londres
S

para a realização ou não de um fato sobre a principal.) (assume valor de adjunto adverbial temporal, uma vez
PE

d) concessão que acrescenta uma ideia de tempo ao fato expresso


LO

Exemplo: Embora não goste de cogumelos, vou pro- na oração principal, podendo exprimir noções de simul-
LA

var o prato. taneidade, anterioridade ou posterioridade).


U
PA

16
A
AN
L
A
UL
PA
U.T.I. - Sala 2. (UERJ) Observe a mudança de posição do advérbio

NA
afinal nos enunciados a seguir:

4A
1. (FUVEST 2019) Leia o texto. 1) Quanto a nós, permitir-nos-emos pensar que se o

30
cego tivesse aceitado o segundo oferecimento do af-
Tio Ben cravou pouco antes de falecer: “Grandes poderes nunca vêm inal falso samaritano, (ref. 2)

70
sozinhos”. E não há responsabilidade maior do que tirar a vida de
2) Quanto a nós, permitir-nos-emos pensar que se o

35
alguém. Isso, no entanto, não significa que super-heróis tenham a
cego tivesse aceitado afinal o segundo oferecimento

53
ficha completamente limpa. Na verdade, uma olhada mais atenta
do falso samaritano.

03
nos filmes sobre os personagens confirma uma teoria não tão ino-
cente – a grande maioria deles é homicida. Explique a diferença de sentido entre os enunciados, a

JO
partir da posição do advérbio. Justifique, ainda, a opção
Foi pensando nisso que um usuário do Reddit, identificado como pela primeira construção, tendo em vista a sequência

AU
T0M95, resolveu planilhar os assassinatos que acontecem nos filmes dos acontecimentos.

AR
da Marvel. Nos 20 longas, que saíram nos últimos 10 anos, foram
65 mortes – e 20 delas deixaram sangue nas mãos dos mocinhos. 3. (UFJF-PISM 3) Para responder à questão, leia o frag-

S
mento da peça Se eu fosse Iracema, de Fernando Marque.

PE
Vale dizer que o usuário contabilizou apenas mortes relevantes à
A história do homem branco é história.

LO
história: só entraram na planilha vítimas que tinham, pelo menos,
nome antes de baterem as botas. Nada de figurantes ou bonecos A ciência do homem branco é ciência.

A
criados em computação gráfica só para dar volume a uma tragédia.

UL
A religião do homem branco é religião.
Ficaram de fora, por exemplo, as centenas que morreram durante a
A arte do homem branco é arte.

PA
batalha de Wakanda, em “Vingadores: Guerra Infinita”, ou a cena
de “Guardiões da Galáxia” que se consagrou como o maior massa- A filosofia do homem branco é filosofia.

NA
cre da história do cinema. E a história de qualquer outro homem é folclore,

4A
HTTPS://SUPER.ABRIL.COM.BR/CULTURA/QUANTOS_ASSASSINATOS_CADA_ é caso,
HEROI_E_VILAO_DA_MARVEL_COMETEU_NOS_CINEMAS. ADAPTADO.
30
é mentira,
70

a) Qual o sentido das palavras “cravou” e “planilhar” é bobagem,


35

destacadas no texto e qual o efeito que elas produzem? é superstição,


53

b) Substitua os dois-pontos do trecho “Vale dizer que é lenda,


03

o usuário contabilizou apenas mortes relevantes à é enredo de escola de samba,


história: só entraram na planilha vítimas que tinham,
JO

pelo menos, nome antes de baterem as botas” por uma é poesia de livro didático.
AU

conjunção e indique qual a relação de sentido estabe- Só o homem branco sabe,


lecida por ela. Só o homem branco sobe,
AR

Só o homem branco salva,


S

TEXTO PARA A PRÓXIMA QUESTÃO:


PE

Os outros homens: selva.


LO

Ao oferecer-se para ajudar o cego, o homem que depois roubou o MARQUES, FERNANDO. SE EU FOSSE IRACEMA. RIO DE JANEIRO,
carro não tinha em mira, nesse momento preciso, qualquer inten- 2016. 20P. FOLDER ELABORADO PARA DIVULGAÇÃO.
A

ção malévola, muito pelo contrário, o que ele fez não foi mais que Releia o seguinte trecho:
UL

obedecer àqueles sentimentos de generosidade e altruísmo que são,


“A filosofia do homem branco é filosofia.
PA

como toda a gente sabe, duas das melhores características do géne-


ro humano, podendo ser encontradas até em criminosos bem mais E a história de qualquer outro homem é folclore.”
NA

empedernidos do que este, simples 1ladrãozeco de automóveis sem Substitua a conjunção “e” por outra que não altere fun-
A

esperança de avanço na carreira, explorado pelos verdadeiros donos damentalmente o sentido do trecho destacado. Justi-
04

do negócio, que esses é que se vão aproveitando das necessidades fique sua escolha.
3

de quem é pobre. (...) Foi só quando já estava perto da casa do cego


70

que a ideia se lhe apresentou com toda a naturalidade (...). Os cép- 4. (PUC-RJ) Texto 1
35

ticos acerca da natureza humana, que são muitos e teimosos, vêm


Os filósofos chineses viam a realidade, a cuja essência primária cha-
53

sustentando que se é certo que a ocasião nem sempre faz o ladrão,


maram tao, como um processo de contínuo fluxo e mudança. Na
03

também é certo que o ajuda muito. 2Quanto a nós, permitir-nos-e-


concepção deles, todos os fenômenos que observamos participam
mos pensar que se o cego tivesse aceitado o segundo oferecimento
O

desse processo cósmico e são, pois, intrinsecamente dinâmicos. A


do afinal falso samaritano, naquele derradeiro instante em que a
J

principal característica do tao é a natureza cíclica de seu movimento


AU

bondade ainda poderia ter prevalecido, referimo-nos o oferecimento


incessante; a natureza, em todos os seus aspectos — tanto os do
de lhe ficar a fazer companhia enquanto a mulher não chegasse,
AR

mundo físico quanto os dos domínios psicológico e social —, exibe


quem sabe se o efeito da responsabilidade moral resultante da
padrões cíclicos. Os chineses atribuem a essa ideia de padrões cícli-
S

confiança assim outorgada não teria inibido a tentação criminosa e


cos uma estrutura definida, mediante a introdução dos opostos yin e
PE

feito vir ao de cima o que de luminoso e nobre sempre será possível


yang, os dois polos que fixam os limites para os ciclos de mudança:
LO

encontrar mesmo nas almas mais perdidas.


“Tendo yang atingido seu clímax, retira-se em favor do yin; tendo o
JOSÉ SARAMAGO. ENSAIO SOBRE A CEGUEIRA. SÃO yin atingido seu clímax, retira-se em favor do yang”.
LA

PAULO: COMPANHIA DAS LETRAS, 1995.


U
PA

17
A
AN
L
A
UL
PA
Na concepção chinesa, todas as manifestações do tao são geradas c) Indique a palavra ou expressão a que se refere a últi-

NA
pela interação dinâmica desses dois polos arquetípicos, os quais es- ma ocorrência de “que” no Texto 2.

4A
tão associados a numerosas imagens de opostos colhidas na nature- d) No Texto 2, o enunciador apresenta suas reflexões
za e na vida social. É importante, e muito difícil para nós, ocidentais, acerca do que está sendo observado e das investi-

30
entender que esses opostos não pertencem a diferentes categorias, gações que vem desenvolvendo. Destaque, do último

70
mas são polos extremos de um único todo. Nada é apenas yin ou parágrafo, a expressão que, em si mesma, denota certe-

35
apenas yang. Todos os fenômenos naturais são manifestações de za a respeito do que é enunciado.

53
uma contínua oscilação entre os dois polos; todas as transições ocor-

03
rem gradualmente e numa progressão ininterrupta. A ordem natural TEXTOS PARA A PRÓXIMA QUESTÃO:
é de equilíbrio dinâmico entre o yin e o yang.

JO
CAPRA, FRITJOF. O PONTO DE MUTAÇÃO. SÃO PAULO: EDITORA Tentação

AU
CULTRIX. 1982. TRADUÇÃO DE ÁLVARO CABRAL, PP. 32-33. Ela estava com soluço. E como se não bastasse a claridade das duas

AR
horas, ela era ruiva.
Texto 2

S
Na rua vazia as pedras vibravam de calor − a cabeça da menina fla-

PE
Efeitos da mudança das condições mejava. Sentada nos degraus de sua casa, ela suportava. Ninguém

LO
Tenho, até o presente, falado de mudanças — tão comuns e tão na rua, só uma pessoa esperando inutilmente no ponto do bonde.
diversas nos seres orgânicos reduzidos ao estado doméstico e, em E como se não bastasse seu olhar submisso e paciente, o soluço

A
a interrompia de momento a momento, abalando o queixo que se

UL
menor escala, naqueles que se encontram em estado selvagem —
como se elas fossem fortuitas. É, sem objeção, uma expressão muito apoiava conformado na mão. Que fazer de uma menina ruiva com

PA
incorreta; talvez, contudo, seja suficiente para demonstrar a nossa soluço? Olhamo-nos sem palavras, desalento contra desalento. Na
rua deserta nenhum sinal de bonde. Numa terra de morenos, ser

NA
total ignorância sobre as razões de cada variação particular.
ruivo era uma revolta involuntária. Que importava se num dia fu-

4A
Alguns cientistas julgam que uma das funções do sistema reprodu- turo sua marca ia fazê-la erguer insolente uma cabeça de mulher?
tor consiste tanto em produzir diferenças individuais, ou pequenos Por enquanto ela estava sentada num degrau faiscante da porta,
30
desvios de estrutura, como em produzir descendentes semelhantes às duas horas. O que a salvava era uma bolsa velha de senhora,
70

aos pais. Mas o fato de as variações e de as deformações se apre- com alça partida. Segurava-a com um amor conjugal já habituado,
35

sentarem em maior número no estado doméstico que no estado apertando-a contra os joelhos.
53

natural, o fato de as espécies que têm um habitat muito extenso se-


Foi quando se aproximou a sua outra metade neste mundo, um ir-
03

rem mais variáveis que as que têm um habitat restrito, permitem-nos


concluir que a variabilidade deve ter, comumente, qualquer analogia mão em Grajaú. A possibilidade de comunicação surgiu no ângulo
JO

com as condições de sobrevida às quais cada espécie foi submetida quente da esquina, acompanhando uma senhora, e encarnada na
figura de um cão. Era um basset lindo e miserável, doce sob a sua
AU

durante algumas gerações sucessivas. Tentei provar que as mudan-


ças de condições atuam de duas maneiras: diretamente, sobre toda fatalidade. Era um basset ruivo.
AR

a organização, ou sobre algumas partes unicamente do organismo; Lá vinha ele trotando, à frente de sua dona, arrastando seu compri-
e indiretamente, por meio do sistema reprodutor. Em todos os casos,
S

mento. Desprevenido, acostumado, cachorro.


PE

há dois fatores: a natureza do organismo, que é a mais importante


A menina abriu os olhos pasmada. Suavemente avisado, o cachorro
das duas, e a natureza das condições ambientes. Neste último caso,
LO

estacou diante dela. Sua língua vibrava. Ambos se olhavam.


o organismo parece tornar-se plástico e encontramos uma grande
A

variabilidade incerta. No primeiro caso, a natureza do organismo é Entre tantos seres que estão prontos para se tornarem donos de
UL

tal que cede facilmente, quando submetido a certas condições, e to- outro ser, lá estava a menina que viera ao mundo para ter aquele
PA

dos, ou quase todos os indivíduos, se modificam da mesma maneira. cachorro. Ele fremia suavemente, sem latir. Ela olhava-o sob os cabe-
los, fascinada, séria. Quanto tempo se passava? Um grande soluço
NA

É difícil delimitar até que ponto a alteração das condições — por


sacudiu-a desafinado. Ele nem sequer tremeu. Também ela passou
exemplo, a alteração do clima, da alimentação, etc. — atua de uma
A

por cima do soluço e continuou a fitá-lo.


maneira definida. Há razão para se acreditar que, no decurso do
04

tempo, os efeitos destas alterações sejam tão marcantes que pos- Os pelos de ambos eram curtos, vermelhos.
3

sam ser provados por evidências claras. Contudo, podemos concluir,


70

Que foi que se disseram? Não se sabe. Sabe-se apenas que se comu-
sem receio de engano, que não se pode atribuir unicamente a uma
35

nicaram rapidamente, pois não havia tempo. Sabe-se também que


tal causa atualmente as adaptações de estrutura, tão numerosas e
53

sem falar eles se pediam. Pediam-se com urgência, com encabula-


tão complicadas, que observamos na natureza entre os diferentes
03

mento, surpreendidos.
seres orgânicos.
No meio de tanta vaga impossibilidade e de tanto sol, ali estava a
O

DARWIN, CHARLES. A ORIGEM DAS ESPÉCIES. RIO DE JANEIRO: EDIOURO


J

solução para a criança vermelha. E no meio de tantas ruas a serem


PUBLICAÇÕES S.A., PP. 143-4 (TRADUÇÃO DE EDUARDO FONSECA, 2004.)
AU

trotadas, de tantos cães maiores, de tantos esgotos secos − lá es-


AR

a) Reescreva o trecho “Os opostos não pertencem a dif- tava uma menina, como se fora carne de sua ruiva carne. Eles se
erentes categorias.”, substituindo o verbo “pertencer” fitavam profundos, entregues, ausentes de Grajaú. Mais um instante
S

por “derivar”. Faça as modificações necessárias. e o suspenso sonho se quebraria, cedendo talvez à gravidade com
PE

b) Destaque do Texto 1 a palavra em que o prefixo “in” que se pediam.


LO

apresenta o mesmo sentido que na palavra “inces- Mas ambos eram comprometidos.
sante”.
U LA
PA

18
A
AN
L
A
UL
PA
Ela com sua infância impossível, o centro da inocência que só se
U.T.I. - E.O.

NA
abriria quando ela fosse uma mulher. Ele, com sua natureza aprisio-

4A
nada. A dona esperava impaciente sob o guarda-sol. O basset ruivo
afinal despregou-se da menina e saiu sonâmbulo. Ela ficou espan- 1. (UFJF-PISM 2) Nova data? Escola não libera muçul-

30
tada, com o acontecimento nas mãos, numa mudez que nem pai manos para festa religiosa

70
nem mãe compreenderiam. Acompanhou-o com olhos pretos que Diretor afirmou que aqueles que não comparecessem às aulas leva-

35
mal acreditavam, debruçada sobre a bolsa e os joelhos, até vê-lo riam falta

53
dobrar a outra esquina.
Nesta quinta-feira (24), a religião Islã comemora a Festa do Sacrifí-

03
Mas ele foi mais forte que ela. Nem uma só vez olhou para trás. cio, uma das datas religiosas mais importantes para os muçulmanos.

JO
Apesar do feriado religioso, uma escola no Reino Unido não liberou
LISPECTOR, CLARICE. A LEGIÃO ESTRANGEIRA.
seus alunos das aulas e informou que aqueles que não compareces-

AU
RIO DE JANEIRO: EDITORA DO AUTOR, 1964, P. 67-69
sem levariam falta. As informações são do Independent.

AR
Ternura Normalmente, em feriados religiosos, as escolas tendem a dar uma

S
"falta autorizada" aos alunos de determinada religião. No entanto, a

PE
Eu te peço perdão por te amar de repente instituição afirmou aos pais que os alunos muçulmanos não seriam

LO
Embora o meu amor seja uma velha canção nos teus ouvidos liberados e poderiam comemorar a data na sexta-feira (25), quando
a escola estará fechada pra um treinamento dos professores. "Sex-

A
Das horas que passei à sombra dos teus gestos ta-feira não significa nada. O Eid al-Adha (Festa do Sacrifício) é na

UL
Bebendo em tua boca o perfume dos sorrisos quinta", disse a mãe de uma das alunas da escola, que estranhou a

PA
decisão da instituição, já que as crianças normalmente são liberadas.
Das noites que vivi acalentado

NA
A carta enviada pela diretoria aos pais dizia: "Nós permitimos que
Pela graça indizível dos teus passos eternamente fugindo os estudantes registrados como muçulmanos tenham um dia de fal-

4A
Trago a doçura dos que aceitam melancolicamente. ta autorizada para celebrar a ocasião. A sexta-feira, 25 de setembro,
30
quando a Academia estará fechada para alunos, foi reservada para
E posso te dizer que o grande afeto que te deixo
70

isso. Nesse dia todos os alunos terão direito a uma falta autorizada".
35

Não traz o exaspero das lágrimas nem a fascinação das promessas Muitos pais ficaram insatisfeitos e alunos não foram à escola, apesar
53

Nem as misteriosas palavras dos véus da alma... da posição da diretoria. No feriado da Festa do Sacrifício, os muçul-
03

manos reservam o dia para rezar, trocar presentes e comemorar com


É um sossego, uma unção, um transbordamento de carícias
a família e amigos.
JO

E só te pede que te repouses quieta, muito quieta


HTTP://NOTICIAS.TERRA.COM.BR/EDUCACAO/NOVA-DATA-ESCOLA-
AU

E deixes que as mãos cálidas da noite ncontrem sem fatalidade o NAO-LIBERA-MUCULMANOS-PARA-FESTA-RELIGIOSA,1359610


477AE131C95EB751344B0B21E8MKIH63U.HTML
AR

olhar extático da aurora

MORAES, VINICIUS DE. ANTOLOGIA POÉTICA. Releia o trecho abaixo:


S
PE

SÃO PAULO: COMPANHIA DAS LETRAS, 1999, P.92-3.


“Muitos pais ficaram insatisfeitos e alunos não foram à escola ape-
LO

5. (PUC-RJ) Ternura sar da posição da diretoria. No feriado da Festa do Sacrifício, os mu-


çulmanos reservam o dia para rezar, trocar presentes e comemorar
A
UL

a) No poema Ternura, o eu lírico dirige-se à amada com a família e amigos”.


usando a 2ª pessoa tu. Reescreva o verso a seguir, subs-
PA

Por que razão foi usado o verbo no pretérito perfeito na primeira


tituindo os pronomes oblíquos sublinhados por seus frase e no presente, na segunda?
NA

correspondentes, de modo que a 2ª pessoa empregada


passe a ser “você”.
A

TEXTO PARA A PRÓXIMA QUESTÃO:


04

“Eu te peço perdão por te amar de repente”


Ética
3
70

b) Em “Sabe-se apenas que se comunicaram rapi- A palavra “ética” vem do grego ethos, tal como “moral” vem do
35

damente, pois não havia tempo.” (8º parágrafo do latim mores. Sintomaticamente, tanto ethos como mores significam
53

conto Tentação), a palavra “se” apresenta dois com- costumes. De acordo com essa significação original, as normas de
03

portamentos distintos. Explique a diferença de sen- conduta e a definição do que era certo e do que era errado eram
tido entre eles. impostas aos indivíduos pela comunidade, e os indivíduos as acei-
O

tavam (tendiam a concordar com o castigo, quando as infringiam).


J
AU

Desse modo, podemos dizer que, num tempo muito antigo, os seres
humanos já conheciam valores. E podemos dizer mais: esses valores,
AR

embutidos nas normas de conduta, eram inculcados nos indivíduos


S

pelo grupo. A comunidade precedia a individualidade.


PE

Posteriormente, quando se desenvolveu a atividade mercantil, o co-


LO

mércio exigia a ampliação do espaço para a autonomia individual (o


LA

comerciante precisava de espaço para se deslocar para o lugar certo


U
PA

19
A
AN
L
A
UL
PA
na hora exata em que podia comprar barato e vender caro, a fim de com competência no discurso argumentativo, fundamental para a

NA
ser bem sucedido, por sua livre iniciativa pessoal). Os indivíduos mais racionalidade comunicativa que opera nas bases de um pensamento

4A
autônomos passaram a se defrontar com situações nas quais não refletido, tornando conscientes os seus esquemas de ação.
podiam se limitar a obedecer às normas pré-fixadas pela comunidade

30
TEXTO ADAPTADO DE LIMA, JOÃO FRANCISCO LOPES DE. A
e essas normas começaram a perder o vigor. Os indivíduos passaram
RECONSTRUÇÃO DA TAREFA EDUCATIVA: UMA ALTERNATIVA PARA A CRISE E A

70
a enfrentar o desafio de decidir por conta própria o que era certo e DESESPERANÇA. PORTO ALEGRE: EDITORA MEDIAÇÃO, 2003, P. 103.

35
o que era errado. Por mais autônomos que se tornem, entretanto, os

53
indivíduos não podem subsistir sozinhos, precisam da sociedade para a) Reescreva o trecho a seguir sem a palavra que. Faça
as modificações necessárias.

03
sobreviver ao nascer, para crescer, para assimilar uma linguagem.
A dimensão social nas pessoas é ineliminável.Por isso, ao tentarem

JO
justificar suas escolhas, ao tentarem esclarecer os fundamentos de “Essa é uma condição necessária para que os processos
de tomada de consciência superem a racionalidade ins-

AU
sua preferência, ao tentarem hierarquizar seus valores, os indivíduos
são levados a formular princípios que devem valer tanto para eles trumental e habilitem o sujeito frente às possibilidades

AR
como para os outros. Quer dizer: são levados a elaborar uma ética da competência comunicativa” (referência 1)
(uma pauta de conduta) que só pode ser proposta seriamente aos

S
PE
outros (à sociedade) se puder se basear naquilo que cada indivíduo b) Com relação à frase abaixo, faça o que é pedido a
tem de universal. Toda pessoa é um indivíduo singular, com desejos seguir.

LO
e interesses particulares, mas é também — potencialmente — um
“A escola deve assumir o compromisso com o desenvol-

A
representante da humanidade (Kant). Coexistem dentro de cada um

UL
de nós, segundo Kant, o representante da humanidade e o indivíduo vimento das estruturas mentais do sujeito para que ele
seja capaz de operar em níveis de abstração elevada.”

PA
sempre particular. Por isso, o ser humano é “social-insociável”.

NA
TEXTO MODIFICADO DE KONDER, LEANDRO. ÉTICA. IN: YUNES, i. Determine o valor semântico do verbo auxiliar dever
ELIANA & BINGEMER, M. CLARA LUCCHETTI. VIRTUDES. RIO DE na locução “deve assumir”.
4A
JANEIRO: ED. PUC-RIO; SÃO PAULO: LOYOLA, 2001. PP. 86-87.
ii. Indique um outro verbo auxiliar que mantenha o
30
2. (PUC-RJ) mesmo sentido da expressão sublinhada e que forme
70

uma locução verbal com o verbo operar:


35

a) Conservando o sentido original, reescreva a frase abai-


53

xo, atendendo ao início proposto em cada item: TEXTO PARA A PRÓXIMA QUESTÃO:
03

“Toda pessoa é um indivíduo singular, com desejos e in- Discurso do presidente do Uruguai, José Pepe Mujica,
JO

teresses particulares, mas é também — potencialmente na Assembleia da ONU/2013


— um representante da humanidade.”
AU

Sou do sul e venho do sul a esta Assembleia, carrego inequivoca-


i) Apesar de mente os milhões de compatriotas pobres, nas cidades, nos desertos,
AR

ii) Embora nas selvas, nos pampas, nas depressões da América Latina, pátria de
S

todos que está se formando.


PE

b) Comente as mudanças estruturais e semânticas decor-


Carrego as culturas originais esmagadas com os restos de colonia-
LO

rentes do emprego das preposições nas frases abaixo:


lismo nas Malvinas, com bloqueios inúteis a este jacaré sob o sol do
Consciência e responsabilidade são condições indis-
A

Caribe que se chama Cuba. Carrego as consequências da vigilância


UL

pensáveis da vida ética. eletrônica, que não faz outra coisa que não despertar desconfiança.
Consciência e responsabilidade são condições indis-
PA

Desconfiança que nos envenena inutilmente. Carrego uma gigan-


pensáveis à vida ética. tesca dívida social com a necessidade de defender a Amazônia, os
NA

mares, nossos grandes rios na América. Carrego o dever de lutar por


3. (PUC-RJ) pátria para todos.
A
04

A tarefa de desenvolver as capacidades intelectuais e morais do su- Nossa civilização montou um desafio mentiroso e, assim como va-
3

jeito universal, como condição de aprimoramento da personalidade mos, não é possível satisfazer esse sentido de esbanjamento que se
70

do indivíduo, juntamente com a inserção social e a reprodução dos deu à vida. Isso se massifica como uma cultura de nossa época, sem-
35

conteúdos culturais da tradição, formam o esteio da intencionalida- pre dirigida pela acumulação e pelo mercado.
53

de educativa moderna. A escola deve assumir o compromisso com o


Prometemos uma vida de esbanjamento, e, no fundo, constitui uma
03

desenvolvimento das estruturas mentais do sujeito para que ele seja


conta regressiva contra a natureza, contra a humanidade no futuro.
capaz de operar em níveis de abstração elevada. 1Essa é uma con-
O

Civilização contra a simplicidade, contra a sobriedade, contra todos


dição necessária para que os processos de tomada de consciência
J

os ciclos naturais.
AU

superem a racionalidade instrumental e habilitem o sujeito frente às


possibilidades da competência comunicativa. O pior: civilização contra a liberdade que supõe ter tempo para viver
AR

as relações humanas, as únicas que transcendem: o amor, a amizade,


Cabe à escola favorecer uma aprendizagem crítica do conhecimento
S

aventura, solidariedade, família.


científico, promover a discursividade dos alunos e a discussão públi-
PE

ca das formas de racionalidade subjacentes aos processos escolares. Civilização contra tempo livre que não é pago, que não se pode com-
LO

[...] A construção de uma razão que se descentra é condição neces- prar, e que nos permite contemplar e esquadrinhar o cenário da natu-
sária para que o sujeito reconheça outras razões e seja capaz de agir reza. Arrasamos a selva, as selvas verdadeiras, e implantamos selvas
U LA
PA

20
A
AN
L
A
UL
PA
anônimas de cimento. Enfrentamos o sedentarismo com esteiras, a Parece que as coisas tomam autonomia e essas coisas subjugam os

NA
insônia com comprimidos, a solidão com eletrônicos, porque somos homens. De um lado a outro, sobram ativos para vislumbrar tudo isso

4A
felizes longe da convivência humana. e para vislumbrar o rombo. Mas é impossível para nós coletivizar deci-
sões globais por esse todo. A cobiça individual triunfou grandemente

30
Ouvimos da biologia que defende a vida pela vida, como causa su-
sobre a cobiça superior da espécie. Aclaremos: o que é “tudo”, essa

70
perior, e a suplantamos com o consumismo funcional à acumulação.
palavra simples, menos opinável e mais evidente? Em nosso Ociden-

35
A política, eterna mãe do acontecer humano, ficou limitada à eco- te, particularmente, porque daqui viemos, embora tenhamos vindo

53
nomia e ao mercado. De salto em salto, a política não pode mais do sul, as repúblicas, que nasceram para afirmar que os homens são

03
que se perpetuar, e, como tal, delegou o poder, e se entretém, atur- iguais, que ninguém é mais que ninguém, que os governos deveriam
dida, lutando pelo governo. Debochada marcha de historieta huma- representar o bem comum, a justiça e a igualdade. Muitas vezes, as

JO
na, comprando e vendendo tudo, e inovando para poder negociar repúblicas se deformam e caem no esquecimento da gente que anda

AU
de alguma forma o que é inegociável. Há marketing para tudo, para pelas ruas, do povo comum.
os cemitérios, os serviços fúnebres, as maternidades, para pais, para

AR
Não foram as repúblicas criadas para vegetar, mas, ao contrário, para
mães, passando pelas secretárias, pelos automóveis e pelas férias.
serem um grito na história, para fazer funcionais as vidas dos próprios
Tudo, tudo é negócio.

S
povos e, portanto, as repúblicas que devem às maiorias e devem lutar

PE
Todavia, as campanhas de marketing caem deliberadamente sobre pela promoção das maiorias.

LO
as crianças, e sua psicologia para influir sobre os adultos e ter, assim,
Seja o que for, por reminiscências feudais que estão em nossa cultura,
um território assegurado no futuro. Sobram provas de que essas tec-

A
por classismo dominador, talvez pela cultura consumista que rodeia

UL
nologias são bastantes abomináveis e que, por vezes, conduzem a
a todos, as repúblicas frequentemente, em suas direções, adotam um
frustrações e mais.

PA
viver diário que exclui, que se distancia do homem da rua.
O homenzinho médio de nossas grandes cidades perambula entre os

NA
Ouçam bem, queridos amigos: em cada minuto no mundo se gastam
bancos e o tédio rotineiro dos escritórios, às vezes temperados com ar
US$ 2 milhões em ações militares nesta Terra. Dois milhões de dólares

4A
condicionado. Sempre sonha com as férias e com a liberdade, sempre
por minuto em inteligência militar!! Em investigação médica de todas
sonha com pagar as contas, até que, um dia, o coração para, e adeus. 30
as enfermidades que avançaram enormemente, cuja cura dá às pes-
Haverá outro soldado abocanhado pelas presas do mercado, assegu-
soas uns anos a mais de vida, a investigação cobre apenas a quinta
70

rando a acumulação. A crise é a impotência, a impotência da política,


parte da investigação militar.
35

incapaz de entender que a humanidade não escapa nem escapará


53

do sentimento de nação. Sentimento que está quase incrustado em Amigos, creio que é muito difícil inventar uma força pior que nacio-
03

nosso código genético. nalismo chauvinista das grandes potências. A força é que liberta os
fracos. O nacionalismo, tão pai dos processos de descolonização, for-
Hoje é tempo de começar a talhar para preparar um mundo sem
JO

midável para os fracos, se transforma em uma ferramenta opressora


fronteiras. A economia globalizada não tem mais condução que não
AU

nas mãos dos fortes e, nos últimos 200 anos, tivemos exemplos disso
seja o interesse privado, de muitos poucos, e cada Estado Nacional
por toda a parte.
AR

mira sua estabilidade continuísta, e hoje a grande tarefa para nossos


povos, em minha humilde visão, é o todo. Até que o homem não saia dessa pré-história e arquive a guerra
S

como recurso quando a política fracassa, essa é a larga marcha e o


PE

Talvez nosso mundo necessite menos de organismos mundiais, des-


desafio que temos daqui adiante. E o dizemos com conhecimento de
ses que organizam fóruns e conferências, que servem muito às ca-
LO

causa. Conhecemos a solidão da guerra. No entanto, esses sonhos,


deias hoteleiras e às companhias aéreas e, no melhor dos casos, não
esses desafios que estão no horizonte, implicam lutar por uma agen-
A

reúnem ninguém e nem se transformam em decisões.


da de acordos mundiais que comecem a governar nossa história e
UL

Continuarão as guerras e, portanto, os fanatismos, até que, talvez, a superar, passo a passo, as ameaças à vida. A espécie como tal deveria
PA

mesma natureza faça um chamado à ordem e torne inviáveis nossas ter um governo para a humanidade que superasse o individualismo
civilizações. Talvez nossa visão seja demasiado crua, sem piedade, e
NA

e primasse por recriar cabeças políticas que acudam ao caminho da


vemos ao homem como uma criatura única, a única que há acima ciência, e não apenas aos interesses imediatos que nos governam e
A

da terra capaz de ir contra sua própria espécie. Volto a repetir, por- nos afogam.
04

que alguns chamam a crise ecológica do planeta de consequência


Paralelamente, devemos entender que os indigentes do mundo não
3

do triunfo avassalador da ambição humana. Esse é nosso triunfo e


70

são da África ou da América Latina, mas da humanidade toda, e esta


também nossa derrota, porque temos impotência política de nos
35

deve, como tal, globalizada, empenhar-se em seu desenvolvimento,


enquadrarmos em uma nova época. E temos contribuído para sua
53

para que possam viver com decência de maneira autônoma. Os re-


construção sem nos dar conta.
cursos necessários existem, estão neste depredador esbanjamento de
03

A cobiça, tão negativa e tão motor da história, essa que impulsionou nossa civilização.
O

o progresso material, técnico e científico, que fez o que é nossa época


Há poucos dias, fizeram na Califórnia, em um corpo de bombeiros,
J

e nosso tempo, um fenomenal avanço em muitas frentes, parado-


AU

uma homenagem a uma lâmpada elétrica que está acesa há cem


xalmente, essa mesma ferramenta, a cobiça, que nos impulsionou a
anos. Cem anos que está acesa, amigo! Quantos milhões de dólares
AR

domesticar a ciência e transformá-la em tecnologia, nos precipita a


nos tiraram dos bolsos fazendo deliberadamente porcarias para que
um abismo nebuloso. A uma história que não conhecemos, a uma
S

as pessoas comprem, comprem, comprem e comprem.


PE

época sem história, e estamos ficando sem olhos nem inteligência


coletiva para seguir colonizando e para continuar nos transformando. Mas esta globalização de olhar para todo o planeta e para toda a
LO

vida significa uma mudança cultural brutal. É o que nos requer a his-
Porque se há uma característica deste bichinho humano é a de que é
LA

tória. Nosso dever biológico, acima de todas as coisas, é respeitar a


um conquistador antropológico.
U
PA

21
A
AN
L
A
UL
PA
vida e impulsioná-la, cuidá-la, procriá-la e entender que a espécie é Texto 2

NA
nosso “nós”.
Espalham-se, por fim, as sombras da noite.

4A
TRANSCRIÇÃO E TRADUÇÃO DO DISCURSO FEITAS POR KIKO NOGUEIRA
DISPONÍVEL EM: <HTTP://WWW.DIARIODOCENTRODOMUNDO. O sertanejo que de nada cuidou, que não ouviu as harmonias da

30
COM.BR/>. ACESSO EM: 26 SET. 2013. (ADAPTADO). tarde, nem reparou nos esplendores do céu, que não viu a tristeza a

70
pairar sobre a terra, que de nada se arreceia, consubstanciado como

35
4. (UFG) Considerando o trecho “Porque se há uma está com a solidão, para, relanceia os olhos ao derredor de si e, se no

53
característica deste bichinho humano é a de que é um lagar pressente alguma aguada, por má que seja, apeia-se, desen-
conquistador antropológico”,

03
cilha o cavalo e reunindo logo uns gravetos bem secos, tira fogo do
isqueiro, mais por distração do que por necessidade.
a) explique a função de “porque” para o desenvolvi-

JO
mento da temática explorada por Mujica. Sente-se deveras feliz. Nada lhe perturba a paz do espírito ou o

AU
bem-estar do corpo. Nem sequer monologa, como qualquer homem
b) Além de bichinho, Mujica usa outra palavra no dimi-

AR
acostumado a conversar.
nutivo. Transcreva-a do texto e explique o sentido que

S
essa palavra confere aos argumentos do presidente. 1
Raros são os seus pensamentos: ou rememora as léguas que an-

PE
dou, ou computa as que tem que vencer para chegar ao término
5. (PUC-RJ) Texto 1

LO
da viagem.
Apesar de consideradas pela crítica, durante muito tempo, uma ma- No dia seguinte, quando aos clarões da aurora acorda toda aquela

A
UL
nifestação menor da literatura, as narrativas de viagem viveram mo- esplêndida natureza, recomeça ele a caminhar, como na véspera,
mentos de glória no passado. Inúmeros escritores se dedicaram ao como sempre.

PA
gênero, e eram muitos os leitores aficionados pelos relatos de aven-
Nada lhe parece mudado no firmamento: as nuvens de si para si

NA
turas. Na forma de diários, memórias ou simplesmente impressões de
são as mesmas. 2Dá-lhe o Sol, quando muito, os pontos cardeais, e
viagens, os textos surgiam aos borbotões, nos séculos XVIII e XIX, ora

4A
a terra só lhe prende a atenção, quando algum sinal mais particular
inspirados pelo Velho, ora pelo Novo Mundo, expressando sempre o
pode servir-lhe de marco miliário na estrada que vai trilhando.
30
olhar fascinado, a curiosidade e o desejo do viajante de deixar regis-
70

trada a sua experiência, que ele julgava ímpar. TAUNAY, VISCONDE DE. INOCÊNCIA. DISPONÍVEL EM:
<HTTP://WWW.DOMINIOPUBLICO.GOV.BR/DOWNLOAD/TEXTO/
35

Na Europa, os destinos mais buscados eram a Alemanha, a Itália e a BN000002.PDF>. ACESSO EM: 20 SET. 2012.
53

Espanha, fosse pela mitologia, pela glória passada ou pela profusão


03

de ruínas históricas. 1E não importava se a viagem durasse semanas, a) Com base na frase abaixo, extraída do texto 1, deter-
meses ou anos; interessava relatá-la e assim se inscrever na tradição mine a diferença que se estabelece entre os dois em-
JO

do gênero. Dentre os mais ilustres viajantes, Goethe, Mme. de Stäel, pregos da palavra se.
AU

Victor Hugo, Michelet, Lamartine e Mérimée foram autores que in-


centivaram outros escritores a também excursionar e a escrever sobre “E não importava se a viagem durasse semanas, meses
AR

as novas terras. ou anos; interessava relatá-la e assim se inscrever na


tradição do gênero.” (ref. 1)
S

A América foi igualmente pródiga em inspirar viajantes - em sua


PE

maioria pintores, botânicos, naturalistas, arqueólogos ou simples


b) Reescreva o período abaixo, fazendo as alterações
LO

aventureiros -, ainda que a maioria não tivesse pretensões literárias


necessárias para atender ao que é proposto.
e quisesse apenas fazer anotações acerca da geografia, fauna e flora
A
UL

tropical das novas terras.


“Raros são os seus pensamentos: ou rememora as lé-
PA

Octavio Ianni, em A metáfora da viagem, afirma que a história dos guas que andou, ou computa as que tem que vencer
povos “está atravessada pela viagem”, não importa se real (se ocor- para chegar ao término da viagem.” (Texto 2 – ref. 1)
NA

re o deslocamento geográfico, espacial e temporal), ou metafórica Raros eram


A

(sem o deslocamento físico, mas apenas o sensível ou sensorial), pois


04

toda sociedade trabalha a viagem, “seja como modo de descobrir o c) Com relação à passagem “Dá-lhe o Sol, quando mui-
3

‘outro’, seja como modo de descobrir o ‘eu’”. A viagem destina-se, to, os pontos cardeais, e a terra só lhe prende a aten-
70

portanto, a ultrapassar fronteiras, a demarcar as diferenças e as se- ção” (Texto 2 – ref. 2), explique por que o verbo dar
35

melhanças entre os povos. encontra-se flexionado na 3ª pessoa do singular.


53

E, se consideramos as condições em que os deslocamentos eram rea-


03

lizados, as enormes distâncias, o desconforto de navios, carros de bois


TEXTO PARA A PRÓXIMA QUESTÃO:
e ferrovias, além dos perigos de toda natureza a que estavam sujeitos,
O

Sobre as memórias (fragmento)


J

causa espanto encontrar tantas mulheres, dentre os viajantes, que


AU

ousaram deixar a segurança de seus lares, suas famílias e enfrentar o RUBEM ALVES
AR

preconceito, as novas fronteiras, o desconhecido. Memória é onde se guardam as coisas do passado.


DUARTE, CONSTÂNCIA LIMA; MUZZART, ZAHIDÉ LUPINACCI.
S

Há dois tipos de memória: memórias sem vida própria e memórias


PENSAR O OUTRO OU QUANDO AS MULHERES VIAJAM. REVISTA ESTUDOS
PE

com vida própria.


FEMINISTAS. VOL.16 N.3. FLORIANÓPOLIS. SETEMBRO/DEZEMBRO.
LO

2008. APRESENTAÇÃO. DISPONÍVEL EM: <HTTP://WWW.SCIELO.BR/ As memórias sem vida própria são inertes. Não têm vontade. 1Sua
SCIELO.PHP?PID=S0104-026X2008000300018&SCRIPT=SCI_
existência é semelhante à das ferramentas guardadas numa caixa.
LA

ARTTEXT>. ACESSO EM: 12 AGO. 2012.


U
PA

22
A
AN
L
A
UL
PA
Não se mexem. Ficam imóveis nos seus lugares, à espera. À espera TEXTO PARA A PRÓXIMA QUESTÃO:

NA
de quê? 2À espera de que as chamemos. 3Ao chegar a um hotel, a

4A
recepcionista nos entrega uma ficha para ser preenchida. 4Lá estão Coisas antigas
os espaços em branco onde deverei escrever meu nome, endere-

30
(...)
ço, número da carteira de identidade, do CPF, número do telefone,

70
e-mail. Abro a minha caixa de memórias sem vida própria e encontro Depois de cumprir meus afazeres, voltei para casa, pendurei o guar-

35
as informações pedidas. Se desejo ir do meu apartamento à casa de da-chuva a um canto e me pus a contemplá-lo. Senti então uma certa

53
um amigo, eu pergunto: que ruas tomar para chegar lá? Abro a caixa simpatia por ele; meu velho rancor contra os guarda-chuvas cedeu

03
de ferramentas e lá encontro um mapa do itinerário que devo seguir. lugar a um estranho carinho, e eu mesmo fiquei curioso de saber qual
É da caixa das memórias sem vida própria que se valem os alunos a origem desse carinho.

JO
para responder às questões propostas pelo professor numa prova.
Pensando bem, ele talvez derive do fato, creio que já notado por ou-

AU
Se a memória não estiver lá, ele receberá uma nota má...
tras pessoas, de ser o guarda-chuva o objeto do mundo moderno

AR
São essas as memórias que os neurologistas testam para ver se uma mais 1infenso a mudanças. Sou apenas um quarentão, e praticamente
pessoa está sofrendo do 5mal de Alzheimer. O médico, como quem nenhum objeto de minha infância existe mais em sua forma primitiva.

S
não quer nada, vai discretamente fazendo perguntas sobre a cidade De máquinas como telefone, automóvel, etc., nem é bom falar. Mil

PE
onde nasceu, o nome dos pais, onde moram os filhos. Se a pessoa pequenos objetos de uso mudaram de forma, de cor, de material; em

LO
não souber responder é porque sua caixa de memórias está vazia. alguns casos, é verdade, para melhor; mas mudaram.
Essas memórias são muito importantes. Sem elas não poderíamos

A
O guarda-chuva tem resistido. Suas irmãs, as sombrinhas, já se entre-

UL
nos virar na vida. Estaríamos sempre perdidos.
garam aos piores 2desregramentos futuristas e tanto abusaram que

PA
6
As memórias com vida própria, ao contrário, não ficam quietas den- até caíram de moda. Ele permaneceu 3austero, negro, com seu cabo
tro de uma caixa. 7São como pássaros em voo. Vão para onde que- e suas invariáveis varetas. De junco fino ou 4pinho vulgar, de algodão

NA
rem. E podemos chamá-las que elas não vêm. Só vêm quando que- ou de seda animal, pobre ou rico, ele se tem mantido digno.

4A
rem. Moram em nós, mas não nos pertencem. O seu aparecimento
Reparem que é um dos engenhos mais curiosos que o homem já
é sempre uma surpresa. É que nem suspeitávamos que estivessem
30
inventou; tem ao mesmo tempo algo de ridículo e algo de fúnebre,
vivas! A gente vai calmamente andando pela rua e, de repente, um
essa pequena barraca ambulante.
70

cheiro de pão. E nos lembramos da 8mãe assando pães na cozinha.


35

Já na minha infância era um objeto de ares antiquados, que parecia


(...)
53

vindo de épocas remotas, e uma de suas características era ser muito


usado em enterros. Por outro lado, esse grande acompanhador de de-
03

Uma leitora enviou-me um e-mail em inglês. Desculpou-se. É egípcia.


Vive no Brasil, entende bem o português, mas tem dificuldades em funtos sempre teve, apesar de seu feitio grave, o costume leviano de
JO

se expressar. Disse-me que gostava das coisas que escrevo. Escre- se perder, de sumir, de mudar de dono. Ele na verdade só é fiel a seus
amigos cem por cento, que com ele saem todo dia, faça chuva ou sol,
AU

veu-me para dizer que uma palavra, uma única palavra que eu havia
escrito a apunhalara. Numa crônica que eu escrevera para minhas apesar dos 5motejos alheios; a estes, respeita. O freguês vulgar e oca-
AR

netas, contando como era a vida na roça, disse que não havia eletri- sional, este o irrita, e ele se aproveita da primeira distração para sumir.
cidade. Portanto não havia geladeiras. As comidas eram guardadas
S

Nada disso, entretanto, lhe tira o ar honrado. Ali está ele, meio aberto,
PE

num armário de tela chamado “guarda-comida”. Essa foi a palavra


ainda molhado, choroso; descansa com uma espécie de humildade
que a apunhalou. Como é que uma palavra tão banal pode apunha-
LO

ou paciência humana; se tivesse liberdade de movimentos não duvi-


lar? Não foi a palavra. Foi a lembrança. Ela já havia se esquecido de
do que iria para cima do telhado quentar sol, como fazem os urubus.
A

que essa palavra existia. Aí, quando ela a leu, um passado longínquo
UL

retornou. Ela se viu menina na cozinha de sua casa no Cairo. Lá Entrou calmamente pela era atômica, e olha com ironia a arquitetura
PA

havia um guarda-comida... e os móveis chamados funcionais: ele já era funcional muito antes
de se usar esse adjetivo; e tanto que a fantasia, a inquietação e a
NA

(...)
ânsia de variedade do homem não conseguiram modificá-lo em coisa
(HTTP://TIATIZ.WORDPRESS.COM/2009/11/06/SOBRE-AS-
A

alguma.
MEMORIAS-RUBEM-ALVES/ACESSO EM 04/01/2013.)
04

(...)
3

Vocabulário:
70

5 (BRAGA, RUBEM. AI DE TI, COPACABANA. RIO DE JANEIRO: RECORD, 1993.)


Mal de Alzheimer: A doença de Alzheimer provoca deteri-
35

Vocabulário
oração das funções cerebrais, como perda de memória, da
53

1
Infenso: contrário, oposto
linguagem, da razão e da habilidade de cuidar de si próprio. 3
Austero: rígido, severo
03

4
Pinho: madeira do pinheiro
6. (CP2) Observe: “Ao chegar a um hotel, a recep-
O

5
Motejo: zombaria
cionista nos entrega uma ficha para ser preenchida.”
J
AU

(ref. 3)
7. (CP2) No terceiro parágrafo do texto (ref. 2), existe
AR

Qual é o valor semântico da oração adverbial em des- uma relação de causa e consequência entre duas ora-
ções.
S

taque?
PE

Transcreva somente a oração que expressa a conse-


quência.
LO
LA
U
PA

23
A
AN
L
A
UL
PA
TEXTO PARA A PRÓXIMA QUESTÃO: 9. (UFMG) Leia estes trechos, atentando para os conec-

NA
tivos neles destacados:
Trem de aço

4A
1 TRECHO 1
Viajar de trem me dá saudade de coisas que não vivi. É também

30
diante de um trem, estando eu dentro ou fora dele, que revejo cenas Ouvimos o ferrolho da porta que dava para o corredor interno; era

70
que não presenciei e histórias que incluem pessoas que nem sempre a mãe que abria Eu, uma vez que digo tudo, digo aqui que não tive

35
conheci. 2Gente esperando na plataforma, dando adeus aos amigos, tempo de soltar as mãos da minha amiga...

53
beijando a namorada, enxugando uma lágrima, mas fingindo sorrir.
MACHADO DE ASSIS, J. M. DOM CASMURRO.

03
São como muitas imagens que povoam os nossos sonhos e que, 3ao
SÃO PAULO: GLOBO. 1997. P. 67.
nos lembrarmos delas, ficamos em dúvida sobre sua vivência real ou

JO
sonhada. Se estou dentro de um deles, imediatamente me acomodo TRECHO 2

AU
junto à janela, para ver o desfile das pequenas cidades, as crianças
acenando, as mulheres suspendendo por um instante o que estão Fomos jantar com a minha velha. Já lhe podia chamar assim, posto

AR
fazendo 4e assim, com os olhos cheios de sonhos, se postarem nas que os seus cabelos brancos não o fossem todos nem totalmente; e
o rosto estivesse comparativamente fresco...

S
janelas e nos quintais, suspirando por uma vida bonita como uma

PE
viagem de trem. MACHADO DE ASSIS. J. M. DOM CASMURRO,
SÃO PAULO: GLOBO, 1997. P.165.

LO
[...]
Uma viagem, qualquer uma, curta ou longa, seja por um meio, seja

A
a) Reescreva cada um desses trechos, substituindo o co-

UL
por outro, sempre nos deixa imagens de vida que ficam para sempre.
nectivo destacado por outro de igual valor e fazendo as
Mas as que fazemos de trem perduram muito além das outras. Num

PA
adaptações necessárias.
avião, por exemplo, não temos paisagem. É como se viajássemos
b) Explicite o tipo de relação que cada um desses conec-

NA
dentro de um tubo de ensaio. Num navio existe sempre a monótona
solidão do oceano que parece não ter fim. 5O trem, ao contrário, tivos estabelece entre as orações, nos trechos em que

4A
nos enriquece os olhos e a imaginação, com as múltiplas imagens estão empregados.
30
desfilando diante de nós, como no cinema.
10. (CP2)
70

Muitas vezes viajei no “trem de aço”, como era chamado o comboio


35

que fazia o trajeto entre São Paulo e Rio, ainda que o nome oficial
53

fosse Santa Cruz. Quantos enredos foram vividos ali, 6nas viagens
quase semanais que eu fazia para participar do Grande Teatro.
03

Muitas na companhia ocasional de Caymmi, do Cyro Monteiro, da


JO

Aracy de Almeida, entre outros. No carro-restaurante rolavam uísque


e boas histórias. 7Fui testemunha de romances que começaram e
AU

que terminaram nessas viagens. Quantas lágrimas felizes e infelizes


AR

vertidas na madrugada. Numa dessas viagens presenciei a bofetada


de uma amante, indignada e raivosa com suposta traição, em seu
S

parceiro. E em meio a essas cenas, quando nos dávamos conta, já


PE

era dia claro. Então corríamos às nossas cabines, para um simples


LO

cochilo que fosse e que nos devolvesse uma aparência melhor para
enfrentar o dia que estava começando. Muitos de nós viajávamos de
A
UL

trem por economia. Outros, por medo de voar, como o próprio Cyro
Monteiro, que chamava o trem de “avião dos covardes”. [...]
PA

(CARLOS, MANOEL. REVISTA VEJA RIO, EDITORA ABRIL, 31/10/12, P. 130.)


NA

8. (CP2) No primeiro parágrafo da crônica Trem de aço, Reescreva a oração “que gera gentileza”, do texto,
A

lê-se: substituindo o pronome relativo pelo termo anteceden-


04

te, a fim de construir um período simples.


3

“(...) ao nos lembrarmos delas, ficamos em dúvida sobre


70

sua vivência real ou sonhada.” (ref. 3)


35
53

a) Reescreva a oração destacada, desenvolvendo-a.


03

b) Qual é o valor semântico da oração usada para res-


O

ponder ao item a?
J
AU
AR
S
PE
LO
U LA
PA

24
A
AN
AN
A
PA
U LA
LO
PE
S
AR
AU
JO
03
53
35
70
304
ANA
PA
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A
LO
PE
S
AR
AU
JO
03
53
35
70
30
4A
NA
PA
UL
A
LO
PE
S
AR
AU
JO
03
53
35
DE TEXTOS
INTERPRETAÇÃO

70
30
4A
NA
PA

25
UL
A
L
L
A
UL
PA
NA
SEMÂNTICA – ELEMENTOS DE ANÁLISE I

4A
30
70
35
Já que se fala a todo o momento de semântica no curso de ƒ Bonito ≠ feio

53
Gramática, nada melhor do que apresentá-la logo no início ƒ Alto ≠ baixo

03
do material de Interpretação (já que ela é parte essencial dos

JO
processos interpretativos). A semântica é o campo de estudos Paronímia
linguísticos que cuida dos significados das palavras e dos tex-

AU
tos. Ela está presente em praticamente todos os outros cam- Temos parônimos quando as palavras são muito parecidas,

AR
pos gramaticais (com exceção dos estudos básicos de fonéti- mas seus sentidos são diferentes.

S
ca e fonologia, ligados à ortografia e à acentuação). Pode ter Exemplos: comprimento (largura)

PE
certeza de que, onde há acepções de sentido, há semântica. e cumprimento (saudação)

LO
Além de sua presença em várias áreas da Gramática, a discriminar (separar) e descriminar

A
semântica possui seus próprios elementos de análise, que (absolver)

UL
conheceremos a seguir.

PA
Hiperonímia e hiponímia

NA
Sinonímia São fenômenos que operam relações de abrangência entre

4A
Ocorre sinonímia quando temos palavras com significados palavras (palavras que englobam outras ou que são englo-
30
idênticos ou muito semelhantes a outras. badas). As palavras que englobam são conhecidas como
70

hiperônimos; as englobadas, como hipônimos.


ƒ Cão = cachorro
35

Exemplos: Comprei um bacalhau para preparar na


ƒ Jerimum = abóbora
53

semana santa. Esse peixe é bastante salgado. (Peixe


03

A sinonímia tem forte relação com a paráfrase (possibilidade é uma palavra mais abrangente, que dá conta de ba-
de se reconstruir uma frase ou texto com outras palavras simi-
JO

calhau e de outros diversos peixes, portanto, podemos


lares) e nos ajuda nos processos de coesão textual (por meio
AU

afirmar que peixe é hiperônimo de bacalhau, e baca-


de sinônimos, evitamos a repetição de termos em um texto). lhau é hipônimo de peixe.)
AR

Houve um aumento da gasolina. Esse fato deixou os bra-


Antonímia
S
PE

sileiros irritados. (Fato é uma palavra que dá conta de au-


Ocorre antonímia quando temos palavras com significados mento da gasolina, portanto, podemos afirmar que fato é
LO

contrários a outras. hiperônimo do trecho sublinhado.)


A
UL
PA

SEMÂNTICA – ELEMENTOS DE ANÁLISE II


A NA
304
70

3. Homônimo homófono homógrafo (pronúncia igual


Homonímia
35

– escrita igual)
53

Ocorre homonímia quando temos palavras de grafia igual Exemplo: rio (substantivo) e (eu) rio (verbo)
03

ou pronúncia igual, mas com significado diferente. Isso nos


dá três tipos de homônimos: Polissemia
JO

1. Homônimo homófono heterógrafo (pronúncia igual


AU

– grafia diferente) Temos polissemia em palavras que preservam sua classe


AR

Exemplo: acento (marca gráfica de tonalidade) e as- gramatical, mas que possuem significados múltiplos.
Exemplos: natureza (meio ambiente) e natureza (es-
S

sento (local para se sentar)


PE

sência de algo)
2. Homônimo homógrafo heterófono (escrita igual –
LO

pronúncia diferente) banco (local onde se senta) e banco (instituição financeira)


LA

Exemplo: jogo (substantivo) e jogo (verbo)


U
PA

26
A
AN
L
A
UL
PA
(prosa, poesia, crônica, entre outros) e as canções. Mas
Denotação e conotação

NA
também podemos encontrar esse sentido em outros tipos

4A
É dentro do campo da semântica que verificamos também de gênero, dependendo das intenções do autor. Costu-
os processos de denotação e conotação, fenômenos lin-

30
mam ser textos de natureza mais complexa, que exigem
guísticos que nos permitem entender a amplitude de sig-

70
um trabalho de leitura mais profundo, para que se possa

35
nificação existente em nossa língua, ou, em termos mais apreender o que o autor quis expressar nas entrelinhas da

53
claros, é o estudo da denotação e da conotação que nos mensagem. Trabalha-se aqui com conhecimentos amplos

03
permite perceber o quanto os significados podem variar de vocabulário.
por conta do interesse dos interlocutores. Vejamos alguns

JO
exemplos:
AMBIGUIDADE

AU
ƒ Filho, você tem que comer todo seu jantar, ou não terá

AR
Tratar do tema da ambiguidade é tratar de um problema
sobremesa. que interfere diretamente nas possibilidades de interpreta-

S
PE
ƒ O piloto fez o adversário comer poeira. ção de textos. Isso porque a ambiguidade é o fenômeno

LO
que faz com que uma palavra ou frase possua mais de um
É possível perceber nas frases apresentadas que o verbo
direcionamento de sentido, provocando ruídos na interpre-

A
‘comer’ foi usado com dois sentidos diferentes. Na primeira,

UL
tação. No português nós possuímos dois tipos de ambigui-
temos comer sendo usado na sua acepção mais comum,

PA
dade: a lexical e a sintática.
que é alimentar-se. Já no segundo caso, temos o verbo co-

NA
mer sendo usado para “figurar” a ideia de alguém comen-
do poeira, mas não porque isso esteja ocorrendo de ver-
Ambiguidade lexical
dade, e sim porque se tenta passar a ideia de que o piloto 4A
Temos ambiguidade lexical quando em alguma composi-
30
passou tão rápido pelo adversário que levantou poeira, e ção linguística existe uma palavra que aponta para mais
70

quem está atrás a teria “comido”. de um sentido diferente. É um tipo de ambiguidade que
35

estabelece relações diretas com o fenômeno da polissemia


53

No primeiro caso, a palavra comer foi usada em seu senti-


e da homonímia. Vejamos o exemplo a seguir, retirado de
03

do dito literal, ou o sentido padrão (primeiro) dessa palavra.


uma canção de Chico Buarque:
Quando isso ocorre, temos uma palavra em sentido deno-
JO

tativo. Já no segundo exemplo, o verbo comer foi usado em "O homem sério que contava dinheiro parou,
AU

sentido figurado, tentando figurar/representar uma situação O faroleiro que contava vantagem parou,
AR

(alguém comendo poeira). Quando isso ocorre, temos uma


palavra em sentido conotativo. A namorada que contava as estrelas parou"
S
PE

PARA VER, OUVIR E DAR PASSAGEM.”


(CHICO BUARQUE. A BANDA)
LO

Sentido denotativo
Nessa canção percebemos que o compositor brinca com as
A

Como vimos anteriormente, entende-se por sentido denota- acepções de sentido existentes na palavra “contar”, cujo
UL

tivo o sentido primeiro de uma palavra. Seu sentido básico, significado pode ser o ato de enumerar (contar dinheiro e
PA

de dicionário. Entender bem o funcionamento do sentido contar estrelas) e também de “narrar” (contar vantagem).
NA

denotativo nos ajudará, mais adiante, a entender como são Nesse caso, há duplo entendimento de um mesmo termo
operados alguns processos de interpretação em gêneros
A

que vem colocado sequencialmente nos versos da canção.


04

textuais do português, como os textos científicos e também De qualquer modo, não é dos fenômenos mais complexos
3

os jornalísticos, que são textos cujo objetivo é transmitir in- que temos no português. Havendo domínio razoável do lé-
70

formações exatas e precisas ao leitor. Um texto denotativo xico, é possível identificar ambiguidades de cunho lexical,
35

evita palavras às quais se possam atribuir sentidos variados. que podem ser desfeitas com uma simples substituição da
53

Pensando no que aprendemos na aula anterior, os textos de- palavra problemática.


03

notativos evitam trabalhar com textos polissêmicos.


O

Ambiguidade
J

Sentido conotativo
AU

Entende-se por sentido conotativo aquele que explo-


sintática (ou estrutural)
AR

ra os múltiplos significados que uma palavra pode ter. Temos ambiguidade sintática quando uma construção frasal
S

Em um texto conotativo, não importa muito o senti- apresenta dois caminhos interpretativos diferentes. Ocorre
PE

do primeiro da palavra, e sim a sua capacidade de “su- mesmo quando a frase apresenta as corretas colocações de
LO

gerir” interpretações variadas. Os gêneros que habi seus elementos constitutivos (sujeito, verbo, complementos
LA

tualmente trabalham com conotações são os literários e adjuntos). Trata-se de um fenômeno que, em alguns casos,
U
PA

27
A
AN
L
A
UL
PA
é de complexa identificação, exigindo bom conhecimento Inferir: é o ato de deduzir fatos ou raciocínios partindo

NA
semântico e algumas estratégias interpretativas. Pode ser de indícios previamente apresentados.

4A
desfeita por meio da reorganização das estruturas sintáticas.
Comparar: é o ato de estabelecer relações entre dois

30
Exemplos: textos, buscando aproximá-los ou distanciá-los. As re-

70
O pai falou com o filho caído no chão. (Não conseguimos saber lações comparativas podem ocorrer a partir de intertex-

35
quem está caído no chão. Pode ser o pai ou pode ser o filho) tualidades, bem como a partir de recursos linguísticos,

53
tal qual as figuras de linguagem, a exemplo dos textos

03
Eu li a notícia sobre a greve na faculdade. (Não se sabe se
a greve é na faculdade ou fora dela) literários, sobretudo.

JO
O Papa abençoou os fiéis da janela. (Não é possível de- Explicar: é o ato de fazer com que algo fique claro

AU
terminar a posição do Papa; ele pode estar na janela e compreensível; descomplicar uma ambiguidade.

AR
mandando bênçãos para os fiéis, ou pode estar na rua Associar: é o ato de aproximar coisas, uni-las, juntá-las,
mandando bênçãos para aqueles que estão na janela)

S
reunir, ou mesmo determinar combinações entre elas.

PE
Substituir: é o ato de usar uma coisa no lugar de ou-
SEMÂNTICA - OS COMANDOS

LO
tra, ou mesmo trocar/colocar algo ou alguém no lugar

A
de outra coisa ou pessoa.

UL
DE INTERPRETAÇÃO

PA
Identificar: é o ato de distinguir ou ter a capacidade de
Na aula introdutória de nosso curso de interpretação de reconhecer (alguém, alguma coisa ou um argumento), sen-

NA
textos, vimos que grande parte dos vestibulares, hoje em do capaz de expressar ou evidenciar suas particularidades.

4A
dia, trabalha suas questões de compreensão textual a par-
tir de determinados comandos, ativados especialmente por Explicitar: é o ato de retirar a ambiguidade, retirar o duplo
30
comandos verbais. Desse modo, conhecer bem o que cada sentido, de fazer com que algo se torne explícito e claro.
70

verbo nos aponta enquanto relação de sentido pode nos


35

Reconhecer: é o ato de observar um elemento verbal


ajudar a realizar um processo de interpretação mais efe-
53

ou não-verbal a fim de distinguir algum detalhe através


tivo, sem que precisemos ficar presos à multiplicidade de
03

de certos caracteres.
dados que nos traz uma questão. Vamos, primeiramente,
JO

relembrar os comandos verbais vistos na aula 1 do curso: Contextualizar: é o ato de mostrar as circunstâncias
que estão ao redor de um fato, acontecimento, situa-
AU

Comandos ção. Entender ou interpretar algo tendo em conta as


AR

circunstâncias que o rodeiam, colocando num contexto.


S
PE

O Enem, por exemplo, em seu grupo de competências e ha-


Analisar Inferir Associar Explicitar
bilidades, apresenta um conjunto de exigências pedagógicas
LO

Relacionar/ para elaboração de questões que partem de estruturas ver-


A

Dialogar Comparar Substituir Reconhecer


bais. Ou seja, o segredo para conseguir realizar uma interpre-
UL

tação de textos eficiente estaria em conseguir compreender


PA

Citar Explicar Identificar Contextualizar


a semântica do verbo que conduz o enunciado da questão.
NA

OUTROS RECURSOS PARA


A

Analisar: é o ato de averiguar, estudar ou explorar algu-


04

ma coisa de maneira minuciosa, com riqueza de detalhes:


3

só aceitará a proposta depois de analisar as possibilida-


INTERPRETAÇÃO DE TEXTOS
70

des. Comentar criticamente; subjugar ou criticar. Fazer


35

uma apreciação ou julgamento de algo, alguém ou de si ƒ Nem sempre o comando verbal estará explícito
53

mesmo: antes de falar do outro, você precisa se analisar. no texto


03

Relacionar/dialogar: é necessário conectar informa- Para que haja uma maior eficácia em sua prática de
J O

ções de matrizes distintas dentro de um texto, ou mes- interpretação de textos, é necessário que saibamos
AU

mo verificar como as informações de um texto “conver- que os já comentados comandos verbais de inter-
AR

sam” com informações contidas em alternativas. pretação (aulas 1 e 12) nem sempre estarão explici-
S

Citar: é o ato de reportar-se a um texto ou às palavras tados nos textos. Ainda assim, pela própria disposi-
PE

de alguém com o intuito de fundamentar aquilo que ção do enunciado, é possível identificarmos de que
LO

se diz, ou mesmo para Informar ou notificar alguém a verbo se trata.


LA

respeito de algo.
U
PA

28
A
AN
L
A
UL
PA
ƒ Recursos morfológicos e sintáticos como su- comportam relações de sentido (possuem semântica)

NA
porte interpretativo por conta disso, eles são usados como ponto chave

4A
para exercícios de interpretação.
Também, conforme já havíamos informado na aula de

30
abertura do curso, um bom conhecimento de recursos ƒ Substantivos que contêm ideias verbais

70
gramaticais, especialmente morfológicos e sintáticos,
Algo que é necessário estar atento é o fato de que o

35
contribui bastante para que realizemos de forma mais
comando verbal de interpretação pode estar, no enun-

53
precisa nossas interpretações de texto. Não podemos

03
ciado, constituído como se fosse um substantivo.
nos esquecer de que os elementos morfossintáticos

JO
AU
AR
TEXTOS EM VERSO, EM PROSA E CRÔNICAS

S
PE
LO
TEXTOS EM VERSO ban-ban!

A
UL
Vêm logo operários, meninas, cafuzas,
mulatos, portugas, vem tudo pra ali.

PA
Muitos vestibulares, atualmente, fazem uso dos gêneros lite-
rários para construir questões de interpretação de textos. Ou Vem tudo, parecem formigas de asas

NA
seja, as questões não abordam necessariamente um conhe- Rodando, rodando em torno da luz.

4A
cimento profundo sobre a obra (seu enredo), mas exigem do Nos bancos da Praça conversas acesas,
30
candidato um trabalho mais acurado com as questões es- apertos, beijocas, talvezes.
70

truturais e também com a compreensão do conteúdo de al- D. Pedro II espia do alto.


35

gum poema ou trecho de livro. Nessa primeira aula, daremos (As barbas tão alvas
53

ênfase às características dos textos em verso (os poemas). tão alvas nem sei!)
03

E os pares passeiam,
parece que dançam,
O poema
JO

que dançam ciranda,


AU

O poema é um gênero textual de cunho bastante subjeti- em torno do Rei.


AR

vo, que se constrói não apenas com ideias ou sentimentos, (JORGE DE LIMA. POEMAS NEGROS. COSAC NAIFY,
PÁGINA 41, 2014).
mas que articula combinações de palavras que, na maioria
S
PE

dos casos, constituem sentidos variados. Essas combina- ƒ Verso: entende-se por verso uma sucessão ou sequência
ções de palavras costumam ser distribuídas em um “cor- de sílabas que mantém determinada unidade rítmica e
LO

po” bastante complexo, dotado de vários elementos que melódica em um poema, correspondendo, habitualmen-
A

conheceremos mais adiante, como o verso, a estrofe (ele- te, a uma linha do poema. No poema apresentado, cada
UL

mentos estruturais), a rima, o ritmo (elementos sonoros), linha do poema corresponde a 1(um) verso, então temos
PA

entre outros. O jogo de palavras realizado nos poemas (de um total de 21 versos.
NA

fortes marcas denotativas), muitas vezes, imprime dificul-


ƒ Estrofe: entende-se por estrofe um agrupamento de
A

dades de interpretação. Vejamos os elementos do poema: versos realizado pelo autor do poema. Os agrupamentos
04

a) O verso e a estrofe
podem variar bastante, de acordo com a forma do poe-
3

Para entendermos com mais precisão o que são esses


70

ma (forma fixa ou forma livre). Por exemplo, no poema


dois elementos, vejamos o poema a seguir, do escritor
35

Jorge Lima: de Jorge de Lima que foi apresentado, opta-se por uma
53

forma mais livre, com agrupamentos variados. Temos na


Retreta do Vinte
03

abertura duas estrofes de 3 versos (conhecidas como


O cabo mulato balança a batuta, tercetos), seguidas por uma de 6 versos (sexteto). Em se-
JO

meneia a cabeça, acorda com a vista guida, temos um agrupamento com 2 versos (chamado
AU

os bombos, as caixas, os baixos e as trompas. dístico), seguido de outro de 3 (mais um terceto). O po-
AR

(No centro da Praça o busto de D. Pedro escuta.) ema é finalizado com um grupo de 4 versos (quarteto).
S

Batuta pra esquerda: relincham clarins,


PE

requintas, tintins e as vozes meninas da banda do 20. Atenção às formas fixas!


LO

Batuta à direita: de novo os trombones São conhecidos como formas fixas aqueles poemas
e as trompas soluçam. E os bombos e as caixas:
LA

que apresentam um padrão pré-determinado em sua


U
PA

29
A
AN
L
A
UL
PA
construção. Existem vários tipos de forma fixa, como o ƒ A contagem deve ser encerrada na última sílaba tônica

NA
vilancete (um terceto mais dois outros tipos de estrofe da última palavra do verso.

4A
à escolha do poeta), o haicai (poema de origem japo-
Vejamos um exemplo com os dois primeiros versos da segunda

30
nesa que se constrói com três versos e um número pré-
estrofe do poema de Carlos Drummond que foi apresentado:

70
-determinado de sílabas) ou as redondilhas (formas

35
fixas de 5 ou 7 versos). A mais tradicional dessas formas Que/ ro/ que/ meu/ so/ ne/ to,/ no/ fu/ tu/ ro,

53
é o soneto. Ele possui uma forma estruturada a par- 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10

03
tir do agrupamento de duas estrofes de 4 versos (dois
quartetos) e outras duas de 3 versos (dois tercetos), to- não/ des/ per/ te em/nin/ guém/ ne,/ nhum/ pra/zer

JO
talizando 14 versos. Em sua composição, costuma ser 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10

AU
desenvolvida uma ideia ou discussão que perpassa os

AR
13 primeiros versos e encontra sua resolução/fecho no Pode-se notar que o primeiro verso que escolhemos é um
último verso. Vejamos um exemplo de soneto: decassílabo perfeito. A contagem, como dito, deve ser en-

S
cerrada na última sílaba tônica da última palavra do ver-

PE
Oficina Irritada so (a palavra “futuro” é paroxítona; sua tônica é a sílaba

LO
Eu quero compor um soneto duro “-tu”). Já no segundo verso encontramos outra regra que

A
como poeta algum ousara escrever. deve ser obedecida (sublinhada no verso): a junção da vo-

UL
Eu quero pintar um soneto escuro, gal final de uma palavra com a vogal inicial de outra (des-

PA
seco, abafado, difícil de ler. -per-te em). Também é um verso decassílabo. De acordo

NA
com a variabilidade de sílabas poéticas, as estrofes terão
Quero que meu soneto, no futuro,

4A
nomes diferentes:
não dxxesperte em ninguém nenhum prazer. 30
E que, no seu maligno ar imaturo, ƒ 5 sílabas poéticas: pentassílabo ou redondilha menor
70

ao mesmo tempo saiba ser, não ser. ƒ 7 sílabas poéticas: heptassílabo ou redondilha maior
35

Esse meu verbo antipático e impuro ƒ 10 sílabas poéticas: decassílabo


53

há de pungir, há de fazer sofrer,


03

ƒ 11 sílabas poéticas: endecassílabo


tendão de Vênus sob o pedicuro.
JO

ƒ 12 sílabas poéticas: dodecassílabos ou alexandrinos


Ninguém o lembrará: tiro no muro,
AU

cão mijando no caos, enquanto Arcturo, O processo de contagem e separação de sílabas poéticas
AR

claro enigma, se deixa surpreender. recebe o nome de escansão.


S

ANDRADE, CARLOS DRUMMOND DE. ANTOLOGIA POÉTICA.


PE

52. ED. RIO DE JANEIRO: RECORD, 2003


Ritmo
LO

Temos aí um soneto de estilo clássico, que além de apresen-


O ritmo corresponde a uma “melodia” que se cria no cor-
A

tar o agrupamento de estrofes que comentamos (dois quar-


UL

po do poema por conta da acentuação de certas sílabas


tetos e dois tercetos), apresenta elementos de métrica e rima
PA

que há nos versos. Usando novamente os versos acima


bastante determinados. Aliás, é importante nesse momento
apresentados, podemos perceber que há um conjunto de
conhecermos um pouco melhor esses outros elementos.
NA

sílabas mais fortes nas mesmas posições de cada verso (no


A

caso, a segunda, a sexta e a décima são as mais fortes).


ELEMENTOS ESTRUTURAIS DO POEMA
04

Esse padrão cria um ritmo que dá certa musicalidade ao


3
70

poema, quando este é recitado.


35

Métrica Que/ ro/ que/ meu/ so/ ne/ to,/ no/ fu/ tu/ ro,
53

1 2 3 4 5 6 7 8 9 10
03

A métrica é a medida dos versos, ou, em termos mais cla-


ros, a quantidade de sílabas de cada linha que compõe o
não/ des/ per/ te em/nin/ guém/ ne,/ nhum/ pra/zer
O

poema. No entanto, a contagem de sílabas poéticas


J

1 2 3 4 5 6 7 8 9 10
AU

segue um padrão diferente da separação de síla-


AR

bas tradicional. Na contagem de sílabas poéticas deve-


mos proceder da seguinte maneira: Rima
S
PE

ƒ Contam-se as sílabas de maneira habitual, mas devem A rima é um recurso sonoro que também atribui musicali-
LO

ser contadas como uma única sílaba a vogal final + a dade ao poema. Constrói-se a partir da semelhança sonora
LA

vogal inicial de duas palavras. de palavras no final de versos. Novamente:


U
PA

30
A
AN
L
A
UL
PA
Eu quero compor um soneto duro deu origem a grandes clássicos, como A metamorfose,

NA
como poeta algum ousara escrever. de Kafka; Morte em Veneza, de Thomas Mann; e A morte

4A
Eu quero pintar um soneto escuro, de Ivan Ilitch, de Tolstói.

30
seco, abafado, difícil de ler. ƒ Conto: entende-se por conto uma composição textual

70
Quero que meu soneto, no futuro, em prosa mais curta que a novela ou o romance. Por

35
não desperte em ninguém nenhum prazer. possuir um espaço de desenvolvimento menor, o conto

53
E que, no seu maligno ar imaturo, costuma apresentar uma estrutura bastante fechada,

03
ao mesmo tempo saiba ser, não ser. em que o enredo se desenvolve com maior velocidade,

JO
sem desdobramento de conflitos secundários (como
Destacamos o sistema de rimas do poema de Drummond.

AU
habitualmente acontece com o romance). Caracteriza-
Fica evidente que é um esquema de rimas em que os ver- -se por deixar várias questões a cargo da interpretação

AR
sos se alternam “-uro” e “-er”. Essa sequência de versos do leitor, e também por possuir um clímax mais pró-

S
alternados também garante musicalidade ao poema. ximo de seu fim. Trata-se de um gênero muito traba-

PE
lhado por prosadores brasileiros, pois seus processos

LO
TEXTOS EM PROSA de ficcionalidade costumam alcançar tanto elementos

A
mais “materiais”, quanto elementos mais fantasiosos

UL
Denominamos prosa um texto construído prioritariamente (os contos fantásticos, por exemplo). Há autores que

PA
com parágrafos (se escrito em versos, teremos um texto desenvolveram a totalidade de suas obras em contos,
poético), que apresenta maior extensão que um poema,

NA
como é o caso do escritor Murilo Rubião. Outros gran-
por exemplo. des contistas brasileiros são Machado de Assis, Mário
ƒ Romance: entende-se por romance uma composição 4A
de Andrade, Clarice Lispector e Guimarães Rosa.
30
textual longa, em prosa, que desenvolve algum tipo de ƒ Drama: entende-se por drama uma composição tex-
70

enredo, linear ou fragmentado, que costuma apresentar


35

tual em prosa que realiza uma figuração/representação


volume significativo de informações ao leitor. Não há
53

de ações ou histórias. Habitualmente, são textos para


regras pré-determinadas para a composição das partes
03

serem encenados em peças (no teatro). Sua estrutura


de um romance, mas o final, por exemplo, costuma ser pode ser dividida em capítulos denominados “atos” (1º
JO

uma espécie de enfraquecimento dos vários elementos ato, 2º ato etc.), e apresenta dimensões variadas, que
AU

que foram sendo “amarrados” na história. No romance levam em conta o tempo de apresentação da obra ao
AR

não costuma haver clímax ao final da narrativa. Na pro- público. Muito se discute a respeito das diferenças que
sa brasileira são conhecidas como romances obras como podem existir entre o texto dramático escrito e aquilo
S
PE

Memórias póstumas de Brás Cubas, Dom Casmurro, Vi- que é representado em um palco. A ideia geral seria
das secas, Capitães da areia, Iracema, Til. Ou seja, textos que se seguisse o mais fielmente possível o texto que
LO

narrativos de maior extensão, com enredo variado, que foi produzido pelo autor, no entanto, os diretores de pe-
A

apresentam algum tipo de “amarração” em sua estrutura. ças têm a liberdade de realizar modificações variadas
UL

no enredo ou nas composições cenográficas. Não é dos


PA

ƒ Novela: entende-se por novela uma composição textu-


gêneros mais trabalhados pelos prosadores brasileiros,
al em prosa de menor extensão do que o romance, mas
NA

embora existam produções de grande qualidade que


costumeiramente maior que um conto. Em relação ao
A

se tornaram famosas por virarem filmes. É o caso das


romance, podemos dizer que a novela apresenta maior
04

peças Lisbela e o prisioneiro, de Osman Lins, O auto da


economia de recursos narrativos. Já em comparação ao
3

compadecida, de Ariano Suassuna, ou Eles não usam


70

conto, pode-se dizer que a novela possui um maior de-


black-tie, de Gianfrancesco Guarnieri.
35

senvolvimento tanto de enredo, quanto de personagens.


53

Dessa maneira, podemos concluir que a novela seria


Os tipos de narrador que conduzem a obra
03

uma forma intermediária entre o conto e o romance. Em


geral, trata-se de uma narrativa em que as ações giram
O

Qualquer dos tipos de texto em prosa que foram apre-


J

em torno de um único personagem (o romance costuma sentados costuma ser conduzido por um narrador, que é
AU

apresentar maior número de tramas e linhas narrativas). a figura que transmite as mensagens e conta a história.
AR

Não é um gênero muito praticado entre os prosadores Existem dois tipos-padrão de condução narrativa: a narra-
S

brasileiros, embora tenhamos, mais contemporaneamen- tiva em primeira pessoa, que é um modo em que a história
PE

te, grandes obras nesse estilo, como A hora da estrela, de é narrada por personagens que falam sobre e para si mes-
LO

Clarice Lispector; Um copo de cólera, de Raduan Nassar; mos. Já a narrativa em terceira pessoa apresenta alguém
ou O invasor, de Marçal Aquino. Na Europa, esse gênero
LA

que conta a história de algum personagem de “fora para


U
PA

31
A
AN
L
A
UL
PA
dentro”. Esses dois modelos apresentam algumas subdivi- personagens, seleciona aqueles aos quais dará maior

NA
sões que conheceremos a seguir. ênfase nas revelações. Desse modo, é um narrador que

4A
tenta influenciar o leitor a tomar algum posicionamen-

30
Narrador em primeira pessoa to em relação a algum personagem.

70
ƒ Narrador-personagem: é aquele que, não apenas ƒ Narrador observador: é aquele que presencia a his-

35
conta a história em primeira pessoa, mas também faz tória que está narrando. Não deve ser confundido com

53
parte da narrativa (por isso, narrador e também per- a modalidade “onisciente”, pois o narrador observador

03
sonagem). Suas principais características estão na evi- não tem a visão de tudo. Ele conhece apenas um ângu-

JO
denciação de fortes marcas subjetivas e emocionais do lo da história que narra. Funciona como uma testemu-
nha dos fatos, mas não faz parte de nenhum deles. Não

AU
narrador no decorrer da obra. O texto é constantemen-
apresenta nenhum tipo de conhecimento em relação à

AR
te pautado pela emissão de opiniões a respeito dos
fatos que ocorrem na história. A narrativa conduzida intimidade de qualquer personagem.

S
por esse tipo de narrador costuma ser entendida como

PE
uma narrativa parcial, pois os eventos são contados a CRÔNICAS

LO
partir do ponto de vista de quem os narra (não temos

A
outros pontos de vista). Por esse motivo, tem-se uma A crônica é um gênero que transita entre a literatura e o jorna-

UL
visão limitada dos fatos, o que pode contribuir para o lismo. É conduzido a partir da observação subjetiva de fatos

PA
efeito de suspense sobre os fatos da obra, pois o leitor cotidianos que são relatados ao leitor. Há, por parte do cronis-
ta, um desejo de oferecer não apenas um relato de um acon-

NA
faz descobertas junto com a personagem.
tecimento, mas uma reflexão/interpretação sobre o ocorrido.
4A
ƒ Narrador-protagonista: é aquele que é não apenas Nesse sentido, a crônica acaba por revelar ao leitor elementos
30
o narrador, mas também a personagem principal da his- que estão por trás das aparências ou que não são percebidos
70

tória. É uma narrativa marcada por forte subjetividade, pelo senso comum. Trata-se de um gênero marcadamente
35

pois todos os eventos giram em torno desse personagem opinativo, em que a subjetividade do escritor vem à tona.
53

principal. É também um tipo de narrativa parcial, pois o


03

leitor é induzido a criar uma empatia com os sentimen-


tos de satisfação ou insatisfação vividos pela persona-
Contexto de circulação
JO

gem. Isso tudo dificulta a visão geral da história. As crônicas circulam habitualmente em sessões específicas
AU

de jornais e também em revistas. Tratam de temas variados


ƒ Narrador-testemunha: trata-se de uma personagem
AR

do cotidiano, mas também podem tratar de temas bem


que conta uma história por ela vivenciada, mas da qual
específicos se circularem em revistas especializadas (por
S

não era a personagem principal. Também há nessa mo-


PE

exemplo, uma revista cuja temática seja a beleza feminina,


dalidade o registro dos fatos por uma visão subjetiva,
LO

terá crônicas que tratem de temas femininos).


com a diferença de que a carga emocional sobre este
A

é menor, tendo em vista que não é a personagem prin- Posteriormente, muitas crônicas publicadas por grandes
UL

cipal da trama. autores podem vir a ser reunidas em livros. Foi o que acon-
PA

teceu com escritores como Carlos Drummond de Andrade


ou Rubem Braga, autores cujas crônicas, de fortes marcas
NA

Narrador em terceira pessoa


literárias, passaram do jornal ao livro.
A

ƒ Narrador onisciente: é aquele que sabe de todos os


04

fatos a respeito da história e das personagens, incluídos


Recepção da crônica
3
70

aí os pensamentos e sentimentos destes. Por conta des-


35

sa amplitude de conhecimento, esse tipo de narrador é As crônicas são procuradas por um público variado, especial-
53

capaz de fazer descrições sobre coisas que acontecem mente as jornalísticas. A menos que sejam crônicas produzi-
03

simultaneamente em lugares diferentes. das, como dito anteriormente, em publicações especializadas.


ƒ Narrador onisciente neutro: é aquele que relata os
JO

fatos e descreve detalhes das personagens, mas sem in- Estrutura da crônica
AU

fluenciar o leitor com observações ou opiniões dos even-


AR

Embora não apresente estrutura completamente fixa, a crô-


tos narrados. Esse tipo de narrador costuma evidenciar
nica possui algumas marcas de condução textual que são
S

somente os fatos que são essenciais para a compreen-


seguidas por boa parte dos autores. São elas:
PE

são da narrativa.
LO

ƒ Observação mais subjetiva a respeito de acontecimen-


ƒ Narrador onisciente seletivo: é aquele que, ten-
to cotidiano.
LA

do conhecimento dos pensamentos e sentimentos das


U
PA

32
A
AN
L
A
UL
PA
ƒ Evocação de experiências pessoais ou de pessoas mui-
REGRAS PARA PASSAGEM

NA
to próximas para circunstanciar sua opinião.

4A
ƒ Há uma conclusão que, em certa medida, retoma os ele- DO DISCURSO DIRETO PARA

30
mentos centrais discutidos na crônica.
DISCURSO INDIRETO

70
De maneira geral, a crônica costuma ser organizada por

35
meio de um movimento reflexivo, que parte de uma ex-

53
periência particular, e que tem como objetivo alcançar Mudança das pessoas

03
significado mais amplo, que atinja um número maior de do discurso

JO
pessoas e as faça refletir. Os pronomes eu, me, mim, comigo no discurso direto

AU
passa para ele, ela, se, si, consigo, o, a, lhe no dis-

AR
Linguagem da crônica curso indireto.

S
A linguagem da crônica é marcada por certo grau de in- Os pronomes meu, meus, minha, minhas, nosso, nos-

PE
formalidade, embora suas bases se construam dentro da sos, nossa, nossas no discurso direto passam para seu,

LO
gramática normativa. Esse choque linguístico se dá justa- seus, sua e suas no discurso indireto.
mente por conta de ser um tipo de publicação veiculada

A
UL
em um jornal/revista (meio de comunicação em que, ha- Os pronomes nós, nos, conosco no discurso direto pas-

PA
bitualmente, se usa a norma-padrão), mas que é dotada sam para eles, elas, os, as, lhes no discurso indireto.
de fortes marcas subjetivas.

NA
A 1.ª pessoa no discurso direto passa para a 3.ª pessoa
no discurso indireto.
DISCURSOS 4A
30
Mudança na pontuação das frases
70

Em um texto narrativo, o autor pode optar por três tipos de


35

discurso, que podem aparecer separados ou juntos. Frases interrogativas, exclamativas e imperativas
53

no discurso direto passam para frases declarativas no


ƒ Direto – a produção se dá de forma integral, na qual os
03

discurso indireto.
diálogos são retratados sem a interferência do narrador;
JO

trata-se de uma transcrição fiel da fala dos personagens,


Mudança dos advérbios e
AU

e, para introduzi-las, o narrador utiliza alguns sinais de


adjuntos adverbiais
AR

pontuação, aliados ao emprego de alguns verbos de


elocução (dizer, perguntar, responder, indagar, exclamar,
S

Este, esta e isto no discurso direto passam para aquele,


PE

ordenar etc.).
aquela, aquilo no discurso indireto.
LO

ƒ Indireto – ocorre quando o narrador, em vez de re-


tratar as falas de forma direta, reproduz com as suas Amanhã no discurso direto passa para no dia seguinte
A

no discurso indireto.
UL

próprias palavras, colocando-se na condição de inter-


PA

mediário frente à ocorrência. Ontem no discurso direto passa para no dia anterior no
discurso indireto.
NA

ƒ Indireto livre – as formas direta e indireta se fundem


por meio de um processo em que o narrador insere dis- Hoje e agora no discurso direto passam para naquele
A
04

cretamente a fala ou os pensamentos do personagem dia e naquele momento no discurso indireto.


3

em sua fala.
70

Aqui, aí, cá no discurso direto passam para ali e lá no


35

discurso direto discurso indireto discurso indireto.


53

a
Emprego de 1 pessoa Emprego de 3a pessoa
03

Verbos no:
• presente do indicativo
Verbos no:
• pretérito imperfeito do indicativo
Mudança de tempos verbais
O

• pretérito perfeito • pretérito imperfeito do subjuntivo Imperativo no discurso direto passa para pretérito im-
J

do indicativo • pretérito mais-que-perfeito


AU

• imperativo (simples ou composto) perfeito do subjuntivo no discurso indireto.


AR

Pronomes demonstrativos Pronomes demonstrativos Presente do indicativo no discurso direto passa para
(maior proximidade) (menor proximidade)
pretérito imperfeito do indicativo no discurso indireto.
S
PE

Pretérito perfeito do indicativo no discurso direto


LO

passa para pretérito mais-que-perfeito do indica-


LA

tivo no discurso indireto.


U
PA

33
A
AN
L
A
UL
PA
Futuro do presente do indicativo no discurso direto Futuro do subjuntivo no discurso direto passa para pre-

NA
passa para futuro do pretérito do indicativo no discur- térito imperfeito do subjuntivo no discurso indireto

4A
so indireto.

30
Presente do subjuntivo no discurso direto passa para

70
pretérito imperfeito do subjuntivo no discurso indireto.

35
53
03
LEITURA DE IMAGENS

JO
AU
AR
S
QUADRINHO E TIRINHAS

PE
LO
As histórias em quadrinhos são um conjunto narrativo (entendido como uma forma de arte sequencial gráfica) que mescla

A
UL
linguagem verbal (texto) e linguagem não verbal (imagem). É um gênero bastante popular entre crianças e adolescentes, e

PA
tem se tornado cada vez mais popular também entre os adultos, especialmente pela capacidade que as histórias possuem
de representar uma quantidade significativa de situações sociais.

NA
As histórias em quadrinhos são, em geral, publicadas no formato de revistas, livros ou em tiras veiculadas em revistas e
4A
jornais. Aliás, tendo em vista as dimensões do vestibular (elaborado com provas que não possuem grande espaço), o tipo
30
mais comum de quadrinho que encontramos são as “tiras”.
70
35

As tiras
53
03

São entendidas como tiras os segmentos de história em quadrinhos publicados em jornais ou revistas num curto espaço de pá-
JO

gina, habitualmente na horizontal (atualmente, há também formatos verticais ou com duas ou mais tiras). É um gênero textual
AU

que surgiu nos Estados Unidos para dar conta da falta de espaço que havia nos jornais para a publicação de cruzadas e outros
passatempos. O nome "tira” (ou “tirinha", como a conhecemos no Brasil) remete ao formato do texto, que parece um "recorte"
AR

horizontal de jornal.
S
PE

Trata-se de um gênero textual que mais comumente apresenta temática humorística, mas também encontraremos (espe-
LO

cialmente no vestibular) tirinhas de cunho social ou político, satíricas ou metafísicas (que propõem reflexões existenciais).
Vejamos alguns exemplos:
A
UL
PA
A NA
304
70
35
53
03
O

(TIRINHA DE HUMOR – “NÍQUEL NÁUSEA” DE FERNANDO GONSALES)


J
AU

Mais recentemente, as tiras (e os quadrinhos como um todo) têm sido objeto de inúmeras pesquisas sobre comunicação em
AR

cursos de graduação e pós-graduação. Encontram-se com facilidade artigos e outras publicações destinados aos estudos
deste gênero. Por esse motivo, os quadrinhos tem sido muito explorados no vestibular.
S
PE
LO
U LA
PA

34
A
AN
L
A
UL
PA
CHARGES E CARTUNS

NA
4A
Charges e cartuns são elementos comunicativos que se assemelham aos quadrinhos por trabalharem com os campos de

30
comunicação verbal (texto) e não verbal (imagem), mas, ao mesmo tempo, se diferenciam por não constituírem um processo

70
narrativo. Tanto a charge, quanto o cartum, focalizam situações de comunicação específicas, geralmente focalizadas em um

35
único quadro.

53
03
A charge

JO
Charge é um termo de origem francesa que significa “carga”. Recebe esse nome por conta da “carga” satírica que sua

AU
informação comporta. A função da charge é relatar costumes humanos, satirizando situações que são parte

AR
de um contexto cultural, político, econômico e social bastante específico. Por essa razão, para que consiga-
mos entender a charge, é necessário que conheçamos os “alvos” que elas procuram atingir; em geral, pessoas ligadas à

S
PE
vida pública, como políticos, artistas, atletas, entre outros.

LO
O fato de a charge tratar de contextos muito específicos faz com que ela possua um caráter mais perecível, pois, fora de

A
seu contexto de origem, ela provavelmente perderá parte de força comunicativa; no entanto, por conta mesmo da relação

UL
contextual, funciona como um valoroso elemento de registro histórico.

PA
Trata-se, portanto, de um gênero que, trabalhando com as linguagens verbal e não verbal, precisa estar em consonân-

NA
cia com os conhecimentos de mundo do interlocutor, uma vez que o entendimento da mensagem só será efetivado se

4A
houver compreensão de contextos determinados. 70
30
35
53
03
JO
AU
AR

(CHARGE DE LAERTE COUTINHO CUJA COMPREENSÃO DEPENDE DE CONHECIMENTO HISTÓRICO SOBRE OS PROCESSOS DE COLONIZAÇÃO EM TERRITÓRIO BRASILEIRO.)
S
PE
LO

O cartum
A

O cartum é conhecido por ser uma espécie de anedota gráfica, que, assim como a charge, mescla linguagem verbal e não
UL

verbal para atingir seus objetivos. A diferença crucial entre a charge e o cartum reside no fato de que sua finalidade discursiva
PA

é a de satirizar costumes humanos, valendo-se de personagens que representam pessoas comuns, sem que
NA

haja a preocupação com um contexto específico, atual ou momentâneo.


A

Em relação à charge, pode-se dizer que o cartum tem um caráter mais universal, pois aborda situações atemporais, que
04

seriam reconhecidas por qualquer pessoa, independentemente do contexto abordado.


3
70

Trata-se, portanto, de um gênero que, trabalhando com as linguagens verbal e não verbal, não depende de conhecimento de
35

mundo mais específico, pois aborda situações mais amplas. Vejamos alguns exemplos:
53
03
JO
AU
AR
S
PE
LO

(NOVAMENTE UM TRABALHO DE LAERTE. É POSSÍVEL NOTAR QUE O TEMA DO CARTUM TEM CARÁTER MAIS UNIVERSAL. NESTE CASO, PERCEBEMOS UM PROCESSO
LA

DE PROLETARIZAÇÃO POR CONTA DA REDUÇÃO CONTÍNUA DE SALÁRIOS, ALGO QUE PODE ACONTECER EM QUALQUER LUGAR DO MUNDO, A QUALQUER TEMPO.)
U
PA

35
A
AN
L
A
UL
PA
IMAGENS

NA
4A
Podemos entender por imagem qualquer tentativa de representação, reprodução ou imitação da forma de uma pessoa ou de

30
um objeto, cujo objetivo é comunicar algo a partir de alguma intencionalidade. É um processo que pode ser prioritariamente

70
visual, ou pode também mesclar linguagem verbal e não verbal. O conceito de imagem abarca todo e qualquer objeto que

35
possa ser percebido, tanto visualmente, quanto esteticamente.

53
Historicamente, tivemos duas fortes teorias filosóficas que tentaram dar conta da “ideia” de imagem. A primeira foi concebi-

03
da por Platão, que considerava a imagem, como sendo uma projeção que aparecia em nossa mente. Mais adiante, Aristóte-

JO
les considerou a imagem como sendo um movimento de aquisição pelos sentidos, a representação mental de um objeto real.

AU
Embora seja uma controvérsia bastante antiga, ela dura até os dias de hoje, com acepções positivas, pois contribui para um
entendimento mais amplo e preciso de um conceito que envolve domínios ligados à arte, ao registro fotográfico, à pintura,

AR
ao desenho, à gravura ou qualquer outra forma visual de expressão da ideia (propagandas, placas, infográficos, entre outros

S
elementos).

PE
LO
No momento contemporâneo, há um grande volume de imagens circulando em nossa sociedade, que chegam até nossos
olhos por meio de diversos estímulos visuais: anúncios publicitários, cartazes, ou qualquer outro material impresso; os memes

A
UL
de internet, transmissões televisivas, obras artísticas, imagens arquitetônicas, e até mesmo representações sagradas.

PA
Linguagem visual e seus processos de análise

NA
Realizar a análise de um estímulo visual requer bastante atenção ao seu conjunto. Se na análise discursiva precisamos estar
4A
atentos a outros fatores para além do texto, como quem é o autor, o gênero selecionado, a data da publicação ou o período
30
em que um trabalho foi realizado; para a análise visual devemos, também, considerar tudo que compõe a imagem: se o tipo
70

de traço remete a algum período, se é colorida ou em preto e branco, se sua composição é simples ou mais complexa, suas
35

marcas de autoria, entre outros fatores.


53
03
JO
AU
AR
S
PE
LO
A
UL
PA
A NA
304
70
35
53
03
J O
AU
AR
S
PE
LO
U LA
PA

36
A
AN
L
A
UL
PA
U.T.I. - Sala de outro modo, ele teria amado e admirado, lhe parecia despojado

NA
de valor pela transitoriedade que era o destino de tudo.

4A
1. (FUVEST 2019) Considere os textos para responder Sabemos que tal preocupação com a fragilidade do que é belo e per-

30
à questão. feito pode dar origem a duas diferentes tendências na psique. Uma

70
conduz ao doloroso cansaço do mundo mostrado pelo jovem poeta;
I. A tônica é que os pequenos jogadores da equipe de futebol Javalis
a outra, à rebelião contra o fato constatado. Não, não é possível que

35
Selvagens estão tranquilos e até confortáveis, bem cuidados na ca-
todas essas maravilhas da natureza e da arte, do nosso mundo de

53
verna pela numerosa equipe internacional que tenta retirá-los dali,
sentimentos e do mundo lá fora, venham realmente a se desfazer.

03
e que têm muita vontade de voltar a comer seus pratos favoritos
Seria uma insensatez e uma blasfêmia acreditar nisso. Essas coisas
quando voltarem para casa.
têm de poder subsistir de alguma forma, subtraídas às influências

JO
HTTPS://BRASIL.ELPAIS.COM/BRASIL/2018/07/07/ destruidoras.

AU
INTERNACIONAL/1530941588_246806.HTML. ADAPTADO.
Ocorre que essa exigência de imortalidade é tão claramente um pro-

AR
II. Bem, minha vida mudou muito nos últimos dois anos. O mundo duto de nossos desejos que não pode reivindicar valor de realidade.
que explorei mudou muito. Eu vi muitas paisagens diferentes duran- Também o que é doloroso pode ser verdadeiro. Eu não pude me

S
te as turnês, e é realmente inspirador ver o quão grande é o mundo.

PE
decidir a refutar a transitoriedade universal, nem obter uma exceção
Eu quero explorar e experimentar diferentes partes da natureza, mas para o belo e o perfeito. Mas contestei a visão do poeta pessimista,

LO
eu não gosto do deserto, sinto muito pelas plantas! Ou talvez eu de que a transitoriedade do belo implica sua desvalorização.
goste disso… te deixa com sede de olhar para ele…

A
UL
Pelo contrário, significa maior valorização! Valor de transitoriedade é
HTTP://PORTALAURORABR.COM/2018/09/16/EU_SOU_FEMINISTA_PORQUE_ valor de raridade no tempo. A limitação da possibilidade da fruição

PA
SOU_MULHER_DIZ_AURORA_EM_ENTREVISTA_AO_INDEPENDENT/
aumenta a sua preciosidade. É incompreensível, afirmei, que a ideia
III.

NA
da transitoriedade do belo deva perturbar a alegria que ele nos pro-
porciona. Quanto à beleza da natureza, ela sempre volta depois que

4A
é destruída pelo inverno, e esse retorno bem pode ser considerado
30
eterno, em relação ao nosso tempo de vida. Vemos desaparecer a
beleza do rosto e do corpo humanos no curso de nossa vida, mas
70

essa brevidade lhes acrescenta mais um encanto. Se existir uma flor


35

que floresça apenas uma noite, ela não nos parecerá menos formosa
53

por isso. Tampouco posso compreender por que a beleza e a perfei-


03

ção de uma obra de arte ou de uma realização intelectual deveriam


ser depreciadas por sua limitação no tempo. Talvez chegue o dia em
JO

que os quadros e estátuas que hoje admiramos se reduzam a pó, ou


AU

que nos suceda uma raça de homens que não mais entenda as obras
AR

de nossos poetas e pensadores, ou que sobrevenha uma era geoló-


gica em que os seres vivos deixem de existir sobre a Terra; mas se o
S

valor de tudo quanto é belo e perfeito é determinado somente por


PE

seu significado para a nossa vida emocional, não precisa sobreviver


LO

a ela, e portanto independe da duração absoluta.


A

a) Quanto ao sentido, a palavra “bem”, destacada nos (INTRODUÇÃO AO NARCISISMO, 2010. ADAPTADO.)
UL

três textos, desempenha a mesma função em cada um 2. (UNESP 2019)


PA

deles? Justifique.
a) Explique sucintamente a diferença entre a visão de
b) Reescreva o trecho “Eu quero explorar e experimen-
NA

Freud e a visão do jovem poeta sobre a transitoriedade


tar diferentes partes da natureza, mas eu não gosto do do belo.
A

deserto, sinto muito pelas plantas!”, empregando o


04

b) Transcreva do segundo parágrafo uma oração em


discurso indireto e fazendo as adaptações necessárias.
que a ocorrência de vírgula indica a supressão de um
3

Comece o período com “Ela disse que”.


70

verbo. Identifique o verbo suprimido nessa oração.


35

TEXTO PARA A PRÓXIMA QUESTÃO:


53

3. (UFU)
03

Leia o trecho do ensaio “A transitoriedade”, de Sigmund Não sei – respondeu dona Carochinha – mas tenho notado que
Freud (1856-1939), para responder à(s) questão(ões) a muitos dos personagens das minhas histórias já andam aborrecidos
O

seguir. de viverem toda a vida presos dentro delas. Querem novidade. Falam
J
AU

Algum tempo atrás, fiz um passeio por uma rica paisagem num dia em correr mundo a fim de se meterem em novas aventuras. Aladino
AR

de verão, em companhia de um poeta jovem, mas já famoso. O po- queixa-se de que sua lâmpada maravilhosa estaì enferrujando. A
eta admirava a beleza do cenário que nos rodeava, porém não se Bela Adormecida tem vontade de espetar o dedo noutra roca para
S

alegrava com ela. Era incomodado pelo pensamento de que toda dormir outros cem anos. O Gato de Botas brigou com o marquês de
PE

aquela beleza estava condenada à extinção, pois desapareceria no Carabás e quer ir para os Estados Unidos visitar o Gato Félix. Branca
LO

inverno, e assim também toda a beleza humana e tudo de belo e de Neve vive falando em tingir os cabelos de preto e botar rouge na
nobre que os homens criaram ou poderiam criar. Tudo o mais que, cara. Andam todos revoltados, dando-me um trabalhão para contê-
LA
U
PA

37
A
AN
L
A
UL
PA
-los. Mas o pior eì que ameaçam fugir, e o Pequeno Polegar já deu Um mundo de vapores no ar flutua...

NA
o exemplo. Como uma informe nódoa, avulta e cresce

4A
A sombra à proporção que a luz recua...
LOBATO, MONTEIRO. REINAÇÕES DE NARIZINHO. 33. ED.
SÃO PAULO: EDITORA BRASILIENSE, 1982. P. 11.

30
A natureza apática esmaece...

70
a) Explique como se dá o processo de intertextualidade Pouco a pouco, entre as árvores, a lua

35
no texto de Monteiro Lobato. Surge trêmula, trêmula... Anoitece.

53
b) Transcreva um exemplo de sequência textual narra- (POESIA COMPLETA E PROSA, 1961.)

03
tiva e um exemplo de sequência textual descritiva, re- 5. (UNESP)
tiradas do texto.

JO
a) Que processo o soneto de Raimundo Correia retrata?

AU
4. (UFU) TEXTO I b) A primeira estrofe do soneto é composta por três
períodos simples em ordem indireta (“Esbraseia o Oci-

AR
Enciclopédia dente na agonia / O sol”; “Aves em bandos destacados,

S
Hécate ou Hécata, em gr. Hekáté. Mit gr. / Por céus de ouro e de púrpura raiados, / Fogem”; e

PE
Divindade lunar e marinha, de tríplice “Fecha-se a pálpebra do dia”). Reescreva esses três

LO
forma (muitas vezes com três cabeças e períodos em ordem direta.

A
três corpos). Era uma deusa órfica,

UL
parece que originária da Trácia. Enviava
U.T.I. - E.O.

PA
aos homens os terrores noturnos, os fantasmas
e os espectros. Os romanos a veneravam

NA
como deusa da magia infernal. TEXTO PARA A PRÓXIMA QUESTÃO:
CESAR, ANA CRISTINA. ENCICLOPÉDIA. IN: DESTINO: POESIA. ORGANIZAÇÃO 4A
Leia o trecho inicial do artigo “Artifícios da inteligên-
30
DE ITALO MORICONI. RIO DE JANEIRO: ED. JOSÉ OLYMPIO, 2016. P.35. cia”, do físico brasileiro Marcelo Gleiser (1959- ), para
70

responder à questão.
TEXTO II
35
53

I Considere a seguinte situação: você acorda atrasado para o trabalho


03

e, na pressa, esquece o celular em casa. Só quando engavetado no


Enquanto leio meus seios estão a descoberto. É difícil concentrar-me
tráfego ou amassado no metrô você se dá conta. E agora é tarde
ao ver seus bicos. Então rabisco as folhas deste álbum. Poética que-
JO

para voltar. Olhando em volta, você vê pessoas com celular em pu-


brada pelo meio.
AU

nho conversando, mandando mensagens, navegando na internet.


Aos poucos, você vai sendo possuído por uma sensação de perda, de
AR

II
desconexão. Sem o seu celular, você não é mais você.
Enquanto leio meus textos se fazem descobertos. É difícil escondê-los
S

A junção do humano com a máquina é conhecida como “transu-


PE

no meio dessas letras. Então me nutro das tetas dos poetas pensa-
dos no meu seio. manismo”. Tema de vários livros e filmes de ficção científica, hoje é
LO

um tópico essencial na pesquisa de muitos cientistas e filósofos. A


CESAR, ANA CRISTINA. SEM TÍTULO. IN: DESTINO: POESIA. ORGANIZAÇÃO questão que nos interessa aqui é até que ponto essa junção pode
A

DE ITALO MORICONI. RIO DE JANEIRO: ED. JOSÉ OLYMPIO, 2016. P.39.


UL

ocorrer e o que isso significa para o futuro da nossa espécie.


PA

a) Explique, em um parágrafo, de que maneira a função Será que, ao inventarmos tecnologias que nos permitam ampliar
metalinguística se presentifica no texto I. nossas capacidades físicas e mentais, ou mesmo máquinas pensan-
NA

b) A respeito do texto II, explique, em um parágrafo, a tes, estaremos decretando nosso próprio fim? Será esse nosso desti-
A

relação que se estabelece entre seios e textos. no evolucionário, criar uma nova espécie além do humano?
04

É bom começar distinguindo tecnologias transumanas daquelas que


3
70

são apenas corretivas, como óculos ou aparelhos para surdez. Tec-


TEXTO PARA A PRÓXIMA QUESTÃO: nologias corretivas não têm como função ampliar nossa capacidade
35

cognitiva: só regularizam alguma deficiência existente.


53

Para responder à questão, leia o soneto de Raimundo


03

Correia (1859-1911). A diferença ocorre quando uma tecnologia não apenas corrige uma
deficiência como leva seu portador a um novo patamar, além da ca-
O

Esbraseia o Ocidente na agonia


pacidade normal da espécie humana. Por exemplo, braços robóticos
J

O sol... Aves em bandos destacados,


AU

que permitem que uma pessoa levante 300 quilos, ou óculos com
Por céus de ouro e de púrpura raiados, lentes que dotam o usuário de visão no infravermelho. No caso de
AR

Fogem... Fecha-se a pálpebra do dia... atletas com deficiência física, a questão se torna bem interessante:
a partir de que ponto uma prótese como uma perna artificial de
S

Delineiam-se, além, da serrania


PE

fibra de carbono cria condições além da capacidade humana? Nesse


Os vértices de chama aureolados, caso, será que é justo que esses atletas compitam com humanos
LO

E em tudo, em torno, esbatem derramados sem próteses?


LA

Uns tons suaves de melancolia...


U
PA

38
A
AN
L
A
UL
PA
Poderia parecer que esse tipo de hibridização entre tecnologia e inacabado – o jogo acaba sempre antes de acabar - que concede,

NA
biologia é coisa de um futuro distante. Ledo engano. Como no caso afinal, ao jogo de xadrez, na forma de rito, a possibilidade de um

4A
do celular, está acontecendo agora. Estamos redefinindo a espécie eterno recomeçar.
humana através da interação – na maior parte ainda externa – com

30
(ADAPTADO DE VICTOR DA ROSA, “XEQUE-MATE”. DISPONÍVEL
tecnologias que ampliam nossa capacidade. EM HTTP://CULTURAEBARBARIE.ORG/SOPRO/VERBETES/

70
XEQUEMATE.HTML. ACESSADO EM 04/09/2018.)
Sem nossos aparelhos digitais – celulares, tabletes, laptops – já não

35
somos os mesmos. Criamos personalidades virtuais, ativas apenas

53
a) Victor da Rosa afirma que há uma ambivalência na
na internet, outros eus que interagem em redes sociais com sel-
expressão “xeque-mate”. Explique-a.

03
fies arranjados para impressionar; criações remotas, onipresentes.
Cientistas e engenheiros usam computadores para ampliar sua ha- b) Explique, com dois argumentos, por que a posição do

JO
bilidade cerebral, enfrentando problemas que, há apenas algumas autor quanto à grandeza do jogo de xadrez contraria o

AU
décadas, eram considerados impossíveis. Como resultado, a cada dia senso comum.

AR
surgem questões que antes nem podíamos contemplar.
4. (UNICAMP 2019)
(FOLHA DE S.PAULO, 01.02.2015. ADAPTADO.)

S
Alguém já escreveu que a internet é um instrumento democrático. To-

PE
1. (UNESP) mada ao pé da letra, essa afirmação é falsa. Eu gostaria de corrigi-la,

LO
a) Para o físico Marcelo Gleiser, o que distingue as tec- acrescentando: a internet é um instrumento potencialmente democráti-
nologias transumanas daquelas apenas corretivas? Jus- co. Para fazer uma pesquisa navegando na web, precisamos saber como

A
dominar os instrumentos do conhecimento: em outras palavras, preci-

UL
tifique sua resposta.
samos dispor de um privilégio cultural que é ligado ao privilégio social.

PA
b) Cite dois termos empregados em sentido figurado no
As escolas precisam da internet, mas a internet precisa de uma escola
primeiro parágrafo do artigo.

NA
onde o ensino real acontece. A internet não apenas faz referência aos
livros, mas pressupõe livros. A leitura fragmentada em palavras e frases

4A
2. (FUVEST 2019)
isoladas do contexto integral sempre foi parte da leitura de cada um,
30
Meu caro amigo eu bem queria lhe escrever
mas o livro é o instrumento que nos ensina a dominar a extraordinária
70

Mas o correio andou arisco velocidade da internet – para ser capaz de usá-la, você precisa aprender
35

Se me permitem, vou tentar lhe remeter a “ler devagar”.


53

Notícias frescas nesse disco


Não consigo imaginar que alguém possa aprender sozinho, sem mo-
Aqui na terra tão jogando futebol
03

delos, a prática profundamente artificial da leitura lenta. Daí a internet


Tem muito samba, muito choro e rock’n’roll pressupor não apenas os livros, mas também aqueles que ensinam a ler
JO

Uns dias chove, noutros dias bate sol livros – ou seja, professores em carne e osso.
AU

Mas o que eu quero é lhe dizer que a coisa aqui tá preta


(ADAPTADO DE “CARLO GINZBURG: A INTERNET É UM INSTRUMENTO
A Marieta manda um beijo para os seus POTENCIALMENTE DEMOCRÁTICO”. DISPONÍVEL EM HTTP://WWW.FRONTEIRAS.COM/
AR

Um beijo na família, na Cecília e nas crianças ARTIGOS/CARLO-GINZBURG-AINTERNET-NAO-APENAS-REMETE-AOS-LIVROS-COMO-


TAMBEM-PRESSUPOE-LIVROS-1427135419. ACESSADO EM 02/09/2018.)
S

O Francis aproveita pra também mandar lembranças


PE

A todo pessoal a) De que argumentos o autor se vale para refutar a afir-


LO

Adeus mação de que a internet é um instrumento democrático?


A

MEU CARO AMIGO. CHICO BUARQUE E FRANCIS HIME, 1976. b) Explique por que a internet pressupõe “professores
UL

a) Levando em conta o período histórico em que a letra em carne e osso” e livros.


PA

da música foi composta, justifique o uso do plural no


terceiro verso. 5. (UERJ)
NA

Rio 40 graus
b) A letra da canção apresenta características de qual Cidade maravilha
A

gênero discursivo? Aponte duas dessas características.


04

Purgatório da beleza e do caos


3

3. (UNICAMP 2019) Capital do sangue quente do Brasil


70

O xeque-mate – do persa shâh mât: o rei está morto - ocupa uma Capital do sangue quente
35

função controversa nas leis do jogo de xadrez. Trata-se de uma Do melhor e do pior do Brasil
53

expressão que designa o lance final - é quando um dos reis não


03

Cidade sangue quente


tem mais qualquer possibilidade de movimento. De saída, e nisso
consiste o primeiro traço de ambivalência da expressão, a rigor, o Maravilha mutante
O

rei não morre. Pode-se dizer até que o rei agoniza - mas de seu
J

O rio é uma cidade de cidades misturadas


AU

destino quase nada sabemos. Em resumo, o xeque-mate é exata-


O rio é uma cidade de cidades camufladas
mente, negando o que enuncia a expressão, o lance anterior ao que
AR

Com governos misturados, camuflados, paralelos


podemos chamar de morte. Diferentemente do senso comum, que
Sorrateiros ocultando comandos
S

vê grandeza naquele que luta até o último instante – a saber, até


PE

a morte –, o jogador de xadrez deve ter a medida de seu esforço. (...)


FERNANDA ABREU / FAUSTO FAWCETT /
LO

Saber abandonar uma partida no momento certo, portanto, é uma


demonstração de domínio da própria derrota. A morte, por jamais LAUFER ABREU, F. LA 2 BE SAMPLE. EMI, 1992.
LA

tornar-se concreta, fica sendo pura potência. Talvez seja este caráter
U
PA

39
A
AN
L
A
UL
PA
O rio é uma cidade de cidades misturadas deia. Das suas grades, observa os homens que passam na rua. Mal o

NA
O rio é uma cidade de cidades camufladas (v. 9-10) encaram, amedrontados, apressam o passo.

4A
Pressente, às vezes, que irão perguntar qualquer coisa aos compa-
a)Nos versos acima, a fragmentação da cidade é explo-

30
nheiros e fica à espreita, ansioso que isso aconteça. Logo se de-
rada por meio de dois recursos linguísticos. Identifique

70
sengana. Abrem a boca, arrependem-se, e se afastam rapidamente.
um desses recursos.

35
b)Em seguida, relacione-o com essa fragmentação. Caminha, dentro da noite, de um lado para outro. E, ao avistar o

53
guarda, cumprindo sua ronda noturna, a examinar se as celas estão

03
TEXTO PARA A PRÓXIMA QUESTÃO: em ordem, corre para as grades internas, impelido por uma débil
esperança:

JO
A CIDADE – Alguém fez hoje alguma pergunta?

AU
Destinava-se a uma cidade maior, mas o trem permaneceu indefini- – 6Não. Ainda é você a única pessoa que faz perguntas nesta cidade.

AR
damente na antepenúltima estação. MURILO RUBIÃO. OBRA COMPLETA. SÃO PAULO:

S
Cariba acreditou que a demora poderia ser atribuída a algum 1com- COMPANHIA DAS LETRAS, 2010.

PE
boio de carga descarrilado na linha, acidente comum naquele tre- 1
comboio – trem

LO
cho da ferrovia. Como se fizesse excessivo o atraso e ninguém o 3
valise – mala de mão
procurasse para lhe explicar o que estava ocorrendo, pensou numa

A
4
espadaúdo – de ombros largos

UL
provável desconsideração à sua pessoa, em virtude de ser o único
passageiro do trem.

PA
6. (UERJ) Leia os trechos abaixo, que apresentam, respec-
Chamou o funcionário que examinara as passagens e quis saber se tivamente, um fragmento do texto e sua reescritura:

NA
constituía motivo para tanta negligência o fato de ir vazia a com- 1. Apanhou as malas e se dispôs a subir as íngremes ladeiras que o

4A
posição. conduziriam ao povoado. (ref. 2)
30
Não recebeu uma resposta direta do empregado da estrada, que se 2. Apanhou as malas e se dispôs a subir as íngremes ladeiras que o
70

limitou a apontar o morro, onde se dispunham, sem simetria, deze- conduziam ao povoado.
nas de casinhas brancas.
35

Explique a diferença de sentido entre as duas constru-


53

– Belas mulheres? – indagou o viajante.


ções. Justifique, ainda, a opção do autor pela primeira
03

– Casas vazias. formulação, tendo em vista o desenrolar da narrativa.


JO

Percebeu logo que tinha pela frente um cretino. 2Apanhou as ma-


TEXTO PARA A PRÓXIMA QUESTÃO:
AU

las e se dispôs a subir as íngremes ladeiras que o conduziriam ao


povoado.
AR

Um estudo sobre contestações do povo dirigidas ao governo na


(...) primeira década do século XX, registradas em uma coluna de jor-
S

nal, revela a atitude do cidadão em momentos não críticos, em seu


PE

Durante todo o percurso, desde as vias secundárias à avenida prin-


cipal, os moradores do lugar observaram Cariba com desconfiança. cotidiano de habitante da cidade do Rio de Janeiro. A conclusão do
LO

Talvez estranhassem as 3valises de couro de camelo que carregava estudo é que quase só pessoas de algum modo relacionadas com a
burocracia do Estado se queixavam, quer os próprios funcionários e
A

ou o seu paletó xadrez, as calças de veludo azul. Mesmo sendo o seu


UL

traje usual nas constantes viagens que fazia, achou prudente desfa- operários, quer as vítimas dos funcionários, especialmente da polícia
e dos fiscais. Reclamavam funcionários, artesãos, pequenos comer-
PA

zer qualquer mal-entendido provocado pela sua presença entre eles:


ciantes, uma ou outra prostituta.
– Que cidade é esta? – perguntou, esforçando-se para dar às pala-
NA

vras o máximo de cordialidade. Mas as queixas não revelavam oposição ao Estado. O conteúdo das
A

reclamações girava em torno de problemas elementares, como segu-


04

Nem chegou a indagar pelas mulheres, conforme pretendia. Pega- rança individual, limpeza pública, transporte, arruamento. Permane-
ram-no com violência pelos braços e o foram levando, aos trancos,
3

ce, no entanto, o fato de que entre as reivindicações não se colocava


70

para a delegacia de polícia: a de participação nas decisões, a de ser ouvido ou representado. O


35

– É o homem procurado – disseram ao delegado, um sargento 4es- Estado aparece como algo a que se recorre, como algo necessário
53

padaúdo e rude. e útil, mas que permanece fora do controle, externo ao cidadão. Ele
03

não é visto como produto de concerto político, pelo menos não de


(...) um concerto em que se inclua a população. É uma visão antes de
O

O sargento chegara a uma conclusão, entretanto divagava: súdito que de cidadão, de quem se coloca como objeto da ação do
J
AU

Estado e não de quem se julga no direito de a influenciar.


– O telegrama da Chefia de Polícia não esclarece nada sobre a nacio-
AR

nalidade do delinquente, sua aparência, idade e quais os crimes que Como explicar esse comportamento político da população do Rio de
cometeu. Diz tratar-se de elemento altamente perigoso, identificável Janeiro? De um lado, a indiferença pela participação, a ausência de
S

pelo mau hábito de fazer perguntas e que estaria hoje neste lugar. visão do governo como responsabilidade coletiva, de visão da polí-
PE

tica como esfera pública de ação, como campo em que os cidadãos


LO

(...)
se podem reconhecer como coletividade, sem excluir a aceitação do
5
Cinco meses após a sua detenção, ele não mais espera sair da ca- papel do Estado e certa noção dos limites deste papel e de alguns
U LA
PA

40
A
AN
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A
UL
PA
direitos do cidadão. De outro, 1o contraste de um comportamento 8. (UNESP) Considere as definições dos seguintes con-

NA
participativo em outras esferas de ação, como a religião, a assistên- ceitos:

4A
cia mútua e as grandes festas em que a população parecia reconhe-
1. Autonomia: direito de um indivíduo tomar decisões livremente; in-
cer-se como comunidade.

30
dependência moral ou intelectual; capacidade de governar-se pelos

70
Seria a cidade a responsável pelo fenômeno? Neste caso, como ca- próprios meios.
racterizá-la, como distingui-la de outras? Entramos aqui na vasta e

35
2. Heteronomia: sujeição de um indivíduo a uma instância externa
rica literatura sobre o fenômeno urbano, em particular sobre a cul-

53
ou à vontade de outrem; ausência de autonomia.
tura urbana.

03
a) Qual dos conceitos mostra-se mais adequado para
JOSÉ MURILO DE CARVALHO ADAPTADO DE OS
BESTIALIZADOS: O RIO DE JANEIRO E A REPÚBLICA QUE NÃO
descrever a existência retratada pela letra da canção?

JO
FOI. SÃO PAULO: COMPANHIA DAS LETRAS, 1987. Justifique sua resposta, com base no texto.

AU
b) Considerando o contexto histórico-social em que a
7. (UERJ) o contraste de um comportamento partici-

AR
canção foi composta, a quem ou a que se refere o pro-
pativo em outras esferas de ação, como a religião, a
nome “lhe” em “Deus lhe pague”?
assistência mútua e as grandes festas em que a pop-

S
PE
ulação parecia reconhecer-se como comunidade. (ref.1) 9. (UNESP) “Deus lhe pague”: pedido a Deus para que

LO
Nesse fragmento, o autor emprega duas vezes a pala- abençoe alguém por algo bom que esse alguém praticou.
vra como, estabelecendo relações coesivas distintas em
CARLOS ALBERTO DE M. ROCHA E CARLOS EDUARDO P. DE M. ROCHA.

A
cada uma de suas ocorrências.

UL
DICIONÁRIO DE LOCUÇÕES E EXPRESSÕES DA LÍNGUA PORTUGUESA, 2011.
Aponte o tipo de relação estabelecida, respectivamen-

PA
te, em cada emprego. Em seguida, reescreva o trecho Considerando a definição da expressão “Deus lhe pa-
gue”, é correto afirmar que o compositor se apropriou

NA
sublinhado, substituindo como por uma palavra ou ex-
pressão de sentido equivalente. ironicamente dessa expressão em sua canção? Justi-

4A
fique sua resposta, valendo-se de três versos da letra
da canção.
30
TEXTO PARA AS PRÓXIMAS 2 QUESTÕES:
70

Para responder à(s) questão(ões) a seguir, leia a letra da TEXTO PARA A PRÓXIMA QUESTÃO:
35

canção “Deus lhe pague”, do compositor Chico Buar-


53

que (1944- ), composta em 1971. Benedict Anderson (1991) define a nação como uma comunidade
03

política imaginada, porque há uma espécie de ficção no vínculo en-


Por esse pão pra comer, por esse chão pra dormir tre seus membros, que, em sua maioria, nunca estabelecerão qual-
JO

A certidão pra nascer e a concessão pra sorrir quer contato, mas cujo imaginário é de uma relação horizontal com-
AU

Por me deixar respirar, por me deixar existir partilhada. Há identificação, mesmo sem laços pessoais. Anderson
Deus lhe pague (1991) faz uma análise das origens dessa imaginação comunitária e
AR

considera indiretamente a consolidação do Estado moderno o fato


Pelo prazer de chorar e pelo “estamos aí”
S

desencadeador do surgimento do imaginário nacional. [...]


PE

Pela piada no bar e o futebol pra aplaudir


Um crime pra comentar e um samba pra distrair Apesar de ser apenas uma entre muitas possibilidades de se ima-
LO

ginar uma comunidade política, a nação se consolidou na História


Deus lhe pague
como se não fosse uma construção social, mas um elemento natural
A
UL

Por essa praia, essa saia, pelas mulheres daqui de vínculo entre os indivíduos. Essa solidez só foi possível porque o
O amor malfeito depressa, fazer a barba e partir Estado-nação nasceu com um imaginário de eternidade, constante-
PA

Pelo domingo que é lindo, novela, missa e gibi mente reproduzido por discursos de identidade nacional que susten-
NA

Deus lhe pague tam a dimensão imaginada da comunidade política (Balibar, 2004a).
A

Pela cachaça de graça que a gente tem que engolir Natio era a deusa da origem na Roma Antiga, onde a palavra era
04

Pela fumaça, desgraça, que a gente tem que tossir usada para se referir a grupos unidos por laços culturais, tradições
3

Pelos andaimes, pingentes, que a gente tem que cair e costumes, mas sem organização política (Habermas, 1998). A na-
70

ção, nesse sentido, é pré-política. Na era moderna, porém, o Estado


Deus lhe pague
35

territorial, de fronteiras bem definidas e administração centralizada,


53

Por mais um dia, agonia, pra suportar e assistir tornou-se a estrutura política que dá forma a uma memória supos-
03

Pelo rangido dos dentes, pela cidade a zunir tamente atemporal. Na medida em que nação e Estado se uniram
E pelo grito demente que nos ajuda a fugir como o principal modelo de organização política [...], o sentido de
O

Deus lhe pague nação se ampliou. 1Ela não significava mais apenas um grupo com
J
AU

origens culturais comuns, mas também um conjunto de indivíduos


Pela mulher carpideira pra nos louvar e cuspir sujeito às mesmas regulamentações do Estado. A partir da Revolu-
AR

E pelas moscas-bicheiras a nos beijar e cobrir ção Francesa, a nação, como define Habermas, passou a ser a escora
E pela paz derradeira que enfim vai nos redimir da soberania e também a base para a definição dos deveres e direi-
S
PE

Deus lhe pague tos dos indivíduos do Estado: a cidadania.


WWW.CHICOBUARQUE.COM.BR.
LO

DISPONÍVEL EM: <HTTP://WWW.MAXWELL.VRAC.PUC-RIO.BR/19264/19264_3.


PDF>. P. 24-27. ACESSO EM: 23 JUL. 2015. ADAPTADO.
LA
U
PA

41
A
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A
UL
PA
10. (PUC-RJ)

NA
a) Explique, com suas próprias palavras, o conceito de

4A
“comunidade imaginada”, que, segundo Benedict An-
derson, está implicado na definição de “nação”.

30
70
b) Mantendo o sentido das frases abaixo, reescre-
va-as sem usar a palavra mesmo. Faça as modificações

35
necessárias.

53
i) Há identificação, mesmo sem laços pessoais.

03
ii) Há, mesmo, identificação sem laços pessoais.

JO
AU
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S
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A
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NA
4A
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53
35
LITERATURA

70
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4A
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NA
ESTÉTICA REALISTA E REALISMO EM PORTUGAL

4A
30
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35
Realismo Romantismo

53
03
Objetivismo Subjetivismo
Descrições e adjetivação objetivas, voltadas para a captação do Descrições e adjetivação idealizantes, voltadas para a elevação

JO
real como ele é. do objeto descrito.

AU
Linguagem culta e direta. Linguagem culta, e estilo metafórico e poético.

AR
Idealização da mulher com qualidades e defeitos. Idealização da mulher, anjo de pureza e perfeição.

S
Amor e sentimentos subordinados aos interesses sociais. Amor sublime e puro, acima de qualquer interesse.

PE
Casamento, instituição falida, não passa de contrato de inter-
Casamento centrado no relacionamento amoroso.

LO
esses e conveniências.

A
Herói em conflito, enfraquecido, com manias e incertezas. Herói íntegro, de caráter irrepreensível.

UL
Narrativa lenta, ao ritmo do tempo psicológico. Narrativa de ação e de aventura.

PA
Personagens moldadas psicologicamente. Personagens planas cujos pensamentos e ações são previsíveis.

NA
Universalismo. Individualismo, culto do eu.

4A
REALISMO CIENTIFICISTA Antero de Quental e Teófilo Braga. Foi o quanto bastou
30
para que Antero de Quental lhe respondesse mediante fo-
70

lhetos denominados Bom senso e bom gosto e A dignida-


35

Aproximar a verdade social da verdade artística, privile-


53

giando o cotidiano do homem também brutal e animali- de das letras e as literaturas oficiais.
03

zado, foi um dos objetivos do Realismo. Conceitualmente,


Realismo e Naturalismo confluíram para o ideal positivista Linhas de pensamento do Realismo/
JO

do final do século XIX. Era pressuposto desses movimentos


Naturalismo em Portugal
AU

submeter o texto artístico à realidade. Ao artista importa-


AR

vam a observação e a experiência, não a idealização da Estas observações procuram sintetizar a produção literária
S

realidade que caracterizou o Romantismo. do Realismo/Naturalismo português.


PE

Em tempos de industrialização e da vitória do capitalismo, ƒ Crítica ao tradicionalismo vazio da sociedade


LO

o culto à ciência criou o ambiente contrário ao sentimen- portuguesa


A

talismo romântico. A ciência passou a ser considerada o


UL

único veículo legítimo de conhecimento da realidade, não De acordo com os jovens de Coimbra, o tradicionalismo
PA

era resultado de uma educação romântica, convencio-


mais a emoção. Uma literatura “científica”, um recurso de
nal e distante da realidade. O escritor tinha uma missão
NA

conhecimento da realidade, um espelho fiel do universo.


a cumprir: a de comprometer-se com a verdade social.
A

O pensamento positivista do francês Augusto Comte


04

ƒ Crítica ao conservadorismo da Igreja


(1798-1857) marcou a atmosfera realista cujo foco foi o
3
70

saber à luz das leis científicas, superior ao saber teológico Tendo em vista a importância do catolicismo em Por-
35

ou metafísico. tugal, os realistas criticavam seu conservadorismo vol-


53

tado para o passado, que impedia o desenvolvimento


03

REALISMO EM PORTUGAL
natural da sociedade. A corrupção, as imoralidades e
a quebra do celibato eram também tematizados em
O

escopo crítico.
J

Foi com a Questão Coimbrã, em 1865, polêmica literária


AU

travada pelos jornais de Coimbra, que o Realismo começou ƒ Visão objetiva e natural da realidade
AR

a ganhar vida em Portugal. Naquela mesma data, o poeta O escritor realista construía seus personagens median-
S

romântico Antônio Feliciano de Castilho, representante da te tipos concretos, criados pela observação da relação
PE

Escola de Lisboa, fez elogios num posfácio à obra Poema deles com o meio. Seu comportamento deveria ser
LO

da mocidade, de Pinheiro Chagas, e censurou o estilo po- definido pelos caracteres psicossociais influenciados e
LA

ético defendido pela Escola Coimbrã, citando os nomes de adquiridos no ambiente em que viviam.
U
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44
A
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PA
ƒ Preocupação com a reforma da sociedade Principais obras

NA
Desejo de democratização do poder político median-

4A
te amplas reformas sociais; diagnóstico de problemas O crime do padre Amaro (1875)

30
sociais e sugestões de soluções reformistas de caráter Primeiro romance do Realismo português tem o enredo

70
socialista. ambientado em Leiria, cidade interiorana do norte de Por-

35
ƒ Representação da vida contemporânea tugal, onde o ingênuo padre Amaro Vieira vai assumir sua

53
Estabelecimento de conexões rigorosas de causa e efei- paróquia. Hospedado inicialmente na casa da Senhora Joa-

03
to entre os fenômenos observados da realidade social neira, acaba por se envolver amorosamente com sua filha

JO
Amélia. Seus colegas padres não estranham tal relação, o

AU
que leva o jovem pároco a perceber que agiam cinicamente.
Eça de Queirós

AR
José Maria Eça de Queirós (1845-1900) estudou Direito na O primo Basílio (1878)

S
Universidade de Coimbra, onde conheceu a geração que re-

PE
Jorge e Luísa são um casal da burguesia lisboeta. Convivem
volucionou a literatura. Aos 21 anos participou ativamente num círculo de amizades formado, entre outros, pelo Consel-

LO
das Conferências do Cassino Lisbonense. Ingressou na vida heiro Acácio, homem apegado a convenções sociais; Dona

A
diplomática e atuou como cônsul em Cuba e na Grã-Breta- Felicidade, que nutre uma paixão por ele; e Sebastião, o mel-

UL
nha, onde escreveu O crime do padre Amaro e O primo Basí- hor amigo de Jorge.

PA
lio, romances de maior repercussão em sua carreira literária.
Jorge sai em uma viagem de trabalho e durante sua ausência,

NA
Luísa recebe a visita de Basílio, seu primo, residente em Paris.
As três fases de Eça de Queirós
4A
Admirado com a beleza da moça, Basílio envolve Luísa em
um jogo de sedução, que faz com que ela se imagine vivendo
30
A obra de Eça de Queirós pode ser organizada em três fases:
uma das aventuras amorosas de suas leituras românticas.
70

ƒ Primeira fase – de 1865 a 1871 – é considerada a


35

fase de aprendizado, com a produção dos folhetins de Eles se tornam amantes, passando a trocar cartas de amor.
53

gosto popular, reunida mais tarde sob o título de Pro- Luísa encontra estímulo na amiga Leopoldina, mulher casa-
03

sas bárbaras. Neles revela influência de Victor Hugo e da, colecionadora de casos extraconjugais. Toda a movimen-
tação da casa é observada pela governanta Juliana, sempre
JO

Mechelet, uma vez inclinado para os temas históricos.


às voltas com planos de enriquecimento rápido.
AU

Também em folhetins nasceu seu primeiro romance –


O mistério da estrada de Sintra (1871) –, escrito em
AR

A cidade e as serras (1901)


parceria com Ramalho Ortigão. O método epistolar da
S

escrita – troca de cartas entre os autores – despertou o José Fernandes narra uma história que tem como protagoni-
PE

interesse do público. Nas cartas, os escritores contam a sta um grande amigo seu: Jacinto.
LO

história de um sequestro. Na época, os leitores acredi- Jacinto, que nasceu e sempre viveu em Paris, é rico e herdeiro
A

tavam tratar-se de fato verídico. de fidalgos portugueses, vive a suposta felicidade que uma
UL

ƒ Segunda fase – de 1871 a 1888 –, chamada Real- grande renda mensal lhe proporciona. Vive num palacete nos
PA

Campos Elísios, no número 202, rodeado por luxo e conforto,


ismo Agudo, deu-se após a publicação de O crime do
NA

mas não está satisfeito e passa boa parte do tempo entedi-


padre Amaro e Os Maias. Seu objetivo foi assim ex-
ado, mesmo considerando a cultura e a tecnologia os únicos
A

presso por Eça de Queirós em carta ao amigo Teófilo


meios de se chegar a suprema felicidade.
04

Braga: [...] “pintar a sociedade portuguesa e mostrar-


3

lhe, como num espelho, que triste país eles formam. Devido a um acidente na capelinha da propriedade de Ja-
70

[...] destruir as falsas interpretações e falsas realizações cinto, em Tormes, Portugal, onde estão enterrados os ossos
35

que lhe dá uma sociedade podre”. de seus avós, o rico herdeiro retorna à terra natal de seus
53

antepassados. Ao sentir-se útil pela primeira vez, Jacinto


03

ƒ Terceira fase – de 1888 a 1900 –, considerada a fase reencontra uma grande alegria de viver. Assim, realiza uma
de “nacionalismo nostálgico” ou “realismo fantasia”, em
O

série de reformas.
J

que suas obras focam o tradicionalismo das origens de


AU

Na propriedade constrói boas casas para os empregados, au-


Portugal e uma tentativa de fazer as pazes com o país
AR

menta seus salários e proporciona médico e remédios. Dev-


que tanto criticou. É o caso de A ilustre casa de Ramires.
ido a essa atitude, mudanças acontecem em toda a região
S

O protagonista Ramires procura colocar-se à altura de


PE

e trazem prosperidade. Jacinto une-se em matrimônio com


seus antepassados medievais e a recompor a própria
a prima de José Fernandes, Joaninha, e juntos têm um casal
LO

história. Esta fase compreende também A correspondên-


de filhos. Passe a ser organizado e responsável e nunca mais
cia de Fradique Mendes e o romance A cidade e as serras.
LA

volta a Paris.
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45
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NA
REALISMO NO BRASIL: MACHADO DE ASSIS

4A
30
70
REALISMO NO BRASIL

35
mais promissora. Casou-se aos trinta anos com a portugue-

53
sa Carolina Xavier de Novais.

03
Na passagem do Império para a República, Machado de As-
O contexto brasileiro sis já era um intelectual respeitável. Formado escritor à luz

JO
A lição dos contemporâneos portugueses, notadamente Eça do Romantismo, com o tempo enveredou para o Realismo,

AU
de Queirós, e franceses, Stendhal de preferência, foi decisiva o que, a depender da fase, sua obra seja caracterizada ou

AR
para os autores realistas brasileiros fortemente influencia- romântica, até 1880, ou realista, de então em diante.
dos por eles. A crise matrimonial, o papel da mulher nas

S
PE
relações sociais e o operariado passam a ser temas e per- Primeira fase: ciclo romântico

LO
sonagens nessa literatura. Retratar a vida em sociedade,
descrever cenas, ambientes e comportamentos passa a Ao analisar os romances e os contos de Machado de Assis

A
considerados românticos, já se revela a característica que

UL
fazer parte considerável das obras literárias. Registrar a
realidade torna-se uma prioridade. Os oportunismos dis- haveria de marcar sua obra. Os acontecimentos são nar-

PA
farçados, as falsas devoções e a moral de aparência são rados sem precipitação, entremeados de explicações aos

NA
temas que passam a integrar o universo do romance. leitores por parte do narrador e cheios de considerações

4A
sobre os comportamentos.
Tal como em Portugal, o Realismo/Naturalismo no Brasil 30
esteve muito ligado às ideias estéticas, científicas e filosófi- Seus personagens não são lineares como os dos demais
70

cas europeias – positivismo, darwinismo, comunismo, ci- românticos. Têm comportamentos imprevistos, fazem ma-
35

entificismo – que provocaram bastante repercussão. As quinações, não são transparentes, mas interesseiros.
53

mudanças que o tempo impôs coincidiram, por sua vez,


A estrutura narrativa, no entanto, ainda é linear: tem
03

com o rápido declínio do Segundo Império de Pedro II, após


começo, meio e fim bem demarcados. Fazem parte do ciclo
a Guerra do Paraguai. Não só o abolicionismo foi contem-
JO

romântico as obras Ressurreição, A mão e a luva, Helena e


porâneo ao Realismo/Naturalismo. O movimento Republi-
Iaiá Garcia e os livros de contos Histórias da meia-noite e
AU

cano, em 1870, também propunha trocar o trabalho escra-


Contos fluminenses.
AR

vo pela mão de obra imigrante.


S

As campanhas abolicionista e republicana tiveram início Segunda fase: ciclo realista


PE

a partir de 1870 e formaram um movimento político que


LO

dominou o Brasil e toda a América Latina, voltado para as Com a publicação de Memórias Póstumas de Brás Cubas,
grandes reivindicações urbanas que já haviam triunfado nos
A

em 1881, Machado de Assis mudou o rumo de sua obra.


UL

Estados Unidos e na Europa. A aristocracia rural entrava em Amadureceu como escritor e passou a escrever para leitores
PA

decadência e a monarquia mostrava-se um regime superado. mais exigentes. Seus personagens tornaram-se mais elab-
orados, pois eram compostos à luz da Psicologia. Além dis-
NA

Principais autores so, a técnica de composição do romance foi aperfeiçoada:


A

os capítulos e frases passam a ser mais curtos a fim de es-


04

Machado de Assis tabelecer maior contato com o leitor.


3
70

Órfão aos dez anos, o menino mestiço do Morro do Livra- Observa-se também uma apurada análise da sociedade
35

mento, no Rio de Janeiro, estudou em escolas públicas e brasileira do final do Segundo Império, ambiente no qual o
53

tratou de instruir-se por conta própria, interessado que era casamento começa a ser um grande alvo da crítica tecida
03

pela leitura. Inteligente e esforçado, Joaquim Maria Mach- pelo autor. As estruturas narrativas fogem à linearidade, en-
O

ado de Assis (1839-1908) aproximou-se de intelectuais tremeadas de digressões temporais, intromissões do narrador
J

e de jornalistas que lhe deram oportunidades. Aos dez-


AU

e a análise apurada dos acontecimentos. Memórias póstu-


esseis anos empregou-se na tipografia de Paula Brito. Aos mas de Brás Cubas, Quincas Borba, Dom Casmurro, Esaú e
AR

dezenove já era colaborador assíduo de jornais e revistas Jacó, Memorial de Aires são romances do ciclo realista.
S

cariocas: Correio Mercantil, O espelho, Diário do Rio de Ja-


PE

Além dos romances, Machado publica cerca de duzentos


neiro, Semana Ilustrada, Jornal das Famílias.
contos a partir de 1869, começando com os Contos flumi-
LO

Em 1867, foi nomeado oficial da Secretaria de Agricultu- nenses, publicados em pleno Romantismo. Suas narrativas
LA

ra, enquanto sua carreira de escritor mostrava-se cada vez curtas estão reunidas em Histórias da meia-noite, Papéis
U
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46
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PA
avulsos, Histórias sem data, Várias histórias, Páginas recol- Dom Casmurro (1900)

NA
hidas, Relíquias da casa velha.

4A
Merecem destaque os contos A cartomante, Missa do galo, Publicado em 1900, Dom Casmurro é um romance narrado

30
O alienista, O espelho, Cantiga de esponsais, Noite de al- em primeira pessoa. A partir de um flashback da velhice para

70
mirante, A igreja do diabo, entre outros. a adolescência, Bentinho conta sua própria história.

35
A produção poética de Machado de Assis está reunida em Órfão de pai, cresceu num ambiente familiar muito carinhoso

53
Falenas, Crisálidas, Americanas, Ocidentais. Destacam-se – tia Justina, tio Cosme, José Dias. Recebeu todos os cuida-

03
as peças de teatro Queda que as mulheres têm para os dos da mãe, D. Glória, que o destinara à vida sacerdotal.

JO
tolos, Quase ministros e Lição de botânica. Sem vocação, Bentinho não quis ser padre. Namora a viz-

AU
inha Capitu e quer se casar com ela. D. Glória, presa a uma
Principais obras

AR
promessa que fizera, aceita a ideia inteligente de José Dias de
enviar um escravo ao seminário para ser ordenado no lugar

S
Memórias póstumas de Brás Cubas (1881)

PE
do Bentinho.

LO
Memórias póstumas de Brás Cubas é o romance iniciador Livre do sacerdócio, o moço forma-se em Direito e acaba
do Realismo na literatura brasileira, assim como da segunda

A
casando-se mesmo com Capitu.

UL
fase do escritor. É, sem dúvida, uma das mais importantes
obras da literatura brasileira, como marco inicial do Realis- O casal vive muito bem. Bentinho vai progredindo, mantém

PA
mo, bem como um desfile de genialidade da escrita do autor. amizade com Escobar, antigo colega de seminário, e Sancha,

NA
sua esposa. A vida segue seu curso. Nasce-lhe um filho, Eze-
As memórias de Brás Cubas não são cronológicas, optando
4A
quiel.
pelo estilo livre e digressivo. Machado se separa definitiva- 30
mente do Romantismo, e no próprio Realismo coloca em Escobar morre e, durante o enterro, Bentinho começa a achar
70

prática seu estilo pessoal que escolhe como o personagem Capitu estranha. Surpreende-a contemplando o cadáver de
35

principal um defunto que vai contar suas memórias. Brás uma forma que ele interpreta como apaixonada.
53

Cubas decide contar aos leitores o que foi sua vida sem es- A partir do episódio, Bentinho consome-se em ciúme e o
03

conder nenhuma das mais profundas verdades. Essa sinceri- casamento entra em crise. Cada vez mais Ezequiel torna-se
dade, livre das moralidades e falsidades sociais, só existiam,
JO

parecido com Escobar – o que precipita em Bentinho a cer-


porque ele estava morto.
AU

teza de que ele não é seu filho. O casal separa-se, Capitu e


Logo, os seus defeitos vão aparecendo a cada página, entre- Ezequiel vão para a Europa e algum tempo depois ela morre.
AR

cortadas por situações de ironia e pessimismo. Seus pensa- Já moço, Ezequiel volta ao Brasil para visitar o pai, que com-
S

mentos são amorais na viagem que faz pela memória de sua


PE

prova a semelhança do filho com Escobar. Ezequiel morre no


própria vida. A esse gênero literário dá-se o nome de sátira
LO

estrangeiro. Cada vez mais fechado em sua dúvida, Bentinho


menipeia, no qual um morto se dirige aos vivos para criticar
ganha o apelido de “Casmurro” e põe-se a escrever a histó-
A

a sociedade humana.
UL

ria de sua vida.


PA
A NA

ESTÉTICA NATURALISTA
304
70
35
53

Não é de hoje que a cidade do Rio de Janeiro é dividida Burguesia versus proletariado
03

entre ricos e pobres, morro e asfalto. Basta ler o romance O


cortiço (1890), obra-prima de Aluísio Azevedo (1857-1913), A segunda metade do século XIX foi caracterizado pela
JO

para perceber que os contrastes sociais já faziam parte do consolidação do poder da burguesia, do materialismo e
AU

dia a dia dos cariocas desde o século XIX. do crescimento do proletariado. De um lado, o progresso,
AR

A história revela um efervescente ambiente urbano, construí- representado pelo crescimento das cidades; de outro, o
S

do à luz da observação do cotidiano e sob a influência da crescimento dos bairros pobres onde residiam os operários.
PE

literatura francesa – notadamente do romance L’assommoir Enquanto a burguesia lutava pelo dinheiro e pelo poder, o
LO

(A taberna), 1877, do francês Émile Zola (1840-1902), inspi- operário manifestava sua insatisfação e promovia as primei-
LA

rador do naturalismo francês do qual Azevedo é seguidor. ras greves. Nessa conjuntura nasceram e desenvolveram-se
U
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47
A
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UL
PA
as ciências sociais, preconizando o desenvolvimento científ-
Fase naturalista

NA
ico, que levaram à substituição o idealismo e o tradicional-

4A
ismo pelo materialismo e racionalismo. Romances: O mulato; Casa de pensão; O homem; O coruja;
O cortiço; O livro de uma sogra e os contos Demônios; Pega-

30
O método científico passou a ser o meio de análise e com-
das; O touro negro.

70
preensão da realidade. Teorias desse naipe deram funda-

35
mentos ideológicos à literatura realista-naturalista, quais Considerado o mais importante dos naturalistas brasileiros,

53
sejam: teoria determinista, de Hippolyte Taini (1825-1893), em sua obra não há excesso de exploração da patologia

03
encarava o comportamento humano como determinado humana, como ocorre, por exemplo, na obra do paradigma
pela hereditariedade, pelo meio e pelo momento; e a teo- francês Émile Zola.

JO
ria evolucionista, de Charles Darwin (1809-1882) defendia Aluísio prefere a observação direta da realidade da qual

AU
a tese de que o homem descende dos animais. As carac- ressalta, sobretudo, a influência que o meio exerce sobre o

AR
terísticas do naturalismo literário são ligadas à realidade da homem, segundo a teoria determinista de Hippolyte Taine.
época cujo tom deixa de ser tão poético e subjetivo, como

S
PE
nas escolas precedentes. Os romances naturalistas revelam: O cortiço (1890)

LO
ƒ veracidade – as narrativas buscam seus correspon- João Romão é um ganancioso comerciante de origem por-

A
dentes na realidade; tuguesa, dono de um armazém, de uma pedreira e de um

UL
ƒ contemporaneidade – essa realidade retratava com terreno de bom tamanho, no Rio de Janeiro, onde constrói

PA
fidelidade as personagens reais, vivas, não idealizadas; casinhas de baixo custo para alugar.

NA
ƒ detalhismo – a caracterização das personagens e am- Bertoleza, uma ex-escrava negra, vive com o português e o

4A
bientes é minuciosa; o amor é materializado; e a mulher ajuda no armazém.
30
passa a ser vista como objeto de prazer masculino; Aos poucos, o cortiço que vai se formando e passa a inco-
70

modar o vizinho Miranda, dono de uma loja próxima. Chefe


ƒ determinismo e causalidade – busca da explica-
35

de uma família composta pela esposa Estela e pela filha Zu-


ção lógica para o comportamento das personagens;
53

lmira, Miranda sempre reclama da situação sórdida do lugar.


consideração da soma de fatores que justificam suas
03

João Romão, por sua vez, também não aprecia o vizinho e


atitudes; visão de mundo determinista e mecanicista;
com ele mantém constante rivalidade.
JO

homem próximo ao animal (zoomorfismo);


Quando Jerônimo, um operário português que trabalha na
AU

ƒ linguagem popular e coloquial – emprego de ter-


pedreira, muda-se com a esposa Piedade para lá, a situação
AR

mos e sentidos comuns ao das personagens cotidiana;


começa a sofrer alterações. Jerônimo apaixona-se pela mu-
linguagem é simples, natural e clara;
S

lata Rita Baiana, comprometida com o capoeirista Firmo.


PE

ƒ cientificismo – caracterização e análise objetivas das Com a evolução dessa paixão, Firmo e Jerônimo acabam
LO

personagens, consideradas casos a serem analisados; se enfrentando e o português leva uma navalhada do ca-
A

ƒ personagens patológicas – mórbidas, adúlteras, as- poeirista. Nesse ínterim, João Romão começa a se interessar
UL

sassinos, bêbadas, miseráveis, doentes, prostitutasprocu- por Zulmira, filha do comerciante Miranda – sonha casar-se
PA

ram comprovar a tese determinista sobre o ser humano. com ela e mudar de condição social. Jerônimo, que acaba
se juntando a Rita Baiana, arma uma cilada para Firmo e o
NA

assassina a pauladas.
Aluísio Azevedo
A
04

Moradores do cortiço vizinho, o “Cabeça-de-Gato”, ateiam


Nasceu em São Luís, no Maranhão, e posteriormente se
3

fogo ao cortiço de João Romão, para vingar a morte do ca-


70

mudou para o Rio de Janeiro. Produziu folhetins românti-


poeirista. O incêndio, indiretamente, auxilia o português, que
35

cos para jornais. Memórias de um condenado e Mistérios


o reconstrói, fazendo um cortiço mais novo e mais próspero.
53

da Tijuca foram alguns deles ditados pelas necessidades


03

de sobrevivência. Escreveu também obras mais bem elab- Com o tempo, João Romão aproxima-se cada vez mais de
oradas à luz da estética realista-naturalista, como Casa de Miranda. Só resta tirar a escrava Bertoleza do caminho.
O

Ameaçada de voltar ao cativeiro, a negra suicida-se. João


J

pensão e O cortiço, que consolidaram seu prestígio.


AU

Romão casa-se com Zulmira.


AR

Fase romântica
Raul Pompeia
S

Dentre os seus folhetins românticos destacam-se Uma


PE

lágrima de mulher; Memórias de um condenado ou A A posição de Raul Pompeia, ficcionista de alturas geniais, na
LO

Condessa Vésper; Filomena Borges; A mortalha de Azira; literatura brasileira é controvertida. A princípio, a crítica o jul-
gou pertencente ao Naturalismo, mas as qualidades artísticas
LA

Mistério da Tijuca ou Girândola de amores.


U
PA

48
A
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A
UL
PA
presentes em sua obra fazem-no aproximar-se do Simbolis- Trata-se de quadros narrativos que vão sendo expostos ao

NA
mo, ficando a sua arte como a expressão típica, na literatura leitor. Personagens e situações do colégio são apresentados,

4A
brasileira, do estilo impressionista. Sua obra mais conhecida desvendando-se um mundo de hipocrisias e falsidades em

30
é O ateneu. que até amigos tornam-se delatores. A história do interna-

70
to passa pela formação sexual e intelectual do adolescente

35
O Ateneu (1888) como um reflexo da sociedade e focaliza, ao mesmo tempo,

53
a decadência do regime monárquico-escravocrata brasileiro.
O romance O Ateneu tem cunho memorialista e ressalta em

03
seu eixo fundamental o estudo psicológico de um adoles- No colégio há um sistema de “proteções”, estudantes mais

JO
cente. O foco narrativo é centrado em Sérgio, personagem velhos tomam a guarda de mais novos. O sistema esconde
todo tipo de baixeza, inclusive o assassinato provocado pela

AU
constantemente em conflito com os valores impostos pela
direção do internato. criada Ângela. A atmosfera saturada e falsa, forjada pelo di-

AR
retor Aristarco, contamina a todos, com exceção de D. Ema,
Surgem no romance os problemas criados pela educação

S
esposa do diretor, que é pessoa de muito boa vontade e

PE
convencional: a homossexualidade, as revoltas e a corrup- vem a ser alvo de uma paixão platônica do menino Sérgio.
ção. Oscilando entre ser um diário e um romance, o livro é

LO
A obra termina com um incêndio provocado pelo estudante
recheado das experiências do menino Sérgio no internato, Américo.

A
dirigido pela mão de ferro do diretor Aristarco de Ramos.

UL
PA
NA
PARNASIANISMO E SIMBOLISMO
4A
30
70
35

PARNASIANISMO
53

Características da poesia parnasiana


03

ƒ Objetividade no tratamento dos temas abordados, ba-


JO

Escola literária exclusiva da França e do Brasil, o Parnasia- seados na realidade sem subjetivismo e emoção.
AU

nismo originou-se com as antologias poéticas publicadas ƒ Impessoalidade do escritor que não interfere na abor-
na França a partir de 1866, sob o título Le Parnasse con-
AR

dagem dos fatos.


temporain (O Parnaso contemporâneo).
ƒ Valorização da estética e busca da perfeição, da beleza
S
PE

Os parnasianos interessaram-se apenas por poesia e foram em si e da perfeição estética.


LO

guiados pela estética da “arte pela arte”, proposta pelo ƒ Preferência pelas rimas esteticamente ricas.
precursor da escola, o poeta francês Théophile Gautier
ƒ Linguagem rebuscada e vocabulário vernáculo.
A
UL

(1811-1872).
ƒ Temas frequentes ligados à mitologia grega e à cultura
PA

A “arte pela arte” estava voltada para o ideal clássico de clássica.


beleza e harmonia de formas. Para os parnasianos, a estru-
NA

ƒ Preferência pelos sonetos.


tura métrica e sonora de seus versos era perfeita, uma vez
A

ƒ Valorização da metrificação rigorosa dos versos.


que predominava neles a técnica do bom versejar em vez
04

da inspiração. ƒ Valorização da descrição de cenas e objetos.


3
70

No Brasil, o movimento é contemporâneo ao Realismo-Na-


35

turalismo, uma vez que os poetas parnasianos compuse- Parnasianos no Brasil


53

ram suas obras entre o final do século XIX e o começo do


03

“A estética parnasiana cristalizou-se entre nós depois da


século XX, adotando a moda importada da França.
publicação de Fanfarras, de Teófilo Dias, livro em que o
JO

A partir de 1878, no Diário do Rio de Janeiro, os simpati- movimento antirromântico começa a se definir no espíri-
AU

zantes do Realismo entraram em polêmica aberta contra os to e na forma dos parnasianos franceses”, explica Manuel
AR

do Parnasianismo. Esse desentendimento ficou conhecido Bandeira, em estudo dedicado ao movimento.


como Batalha do Parnaso e acabou servindo para divul-
S

Coube, no entanto, à chamada tríade parnasiana, formada


PE

gar a estética parnasiana, logo alcunhada de “ideia nova”,


por Alberto de Oliveira, Raimundo Correia e Olavo Bilac, a
LO

nos meios artísticos do País.


consolidação do Parnasianismo brasileiro.
LA
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49
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PA
SIMBOLISMO Simbolismo no Brasil

NA
4A
O Simbolismo correspondeu a uma resposta artística à crise Como o Parnasianismo, o movimento simbolista também
se projetou no século XX, sendo que sua influência esten-

30
de civilização burguesa da Europa industrializada. Foi uma
deu-se pelo Pré-modernismo e Modernismo, considerando

70
revolta contra a ideologia tecnocrática do Naturalismo e

35
contra certos dogmas, como o determinismo, por exemplo, que houve modernistas neossimbolistas.

53
que sufocavam a criatividade artística. O decadentismo do final do século XIX reflete-se no Sim-

03
Essa luta foi instintiva e afetiva, bem como pessimista. O bolismo do Brasil, se considerar estas três orientações que
o nortearam:

JO
artista dos últimos anos do século XIX negava os valores da
sociedade burguesa de forma problemática e autodilaceran-

AU
ƒ Orientação humanístico-social adotada por Cruz e
te, e, além disso, parecia estar descontente consigo mesmo.

AR
Sousa e continuada, mais tarde, por Augusto dos Anjos:
A arte simbolista apresentou significativa elaboração estéti- preocupação com os problemas transcendentais do ser

S
PE
ca. Apesar de se referir a um mundo decadente, suas formas humano.
eram bastante refinadas: procuram servir de refúgio ao ar-

LO
ƒ Orientação místico-religiosa adotada por Alphon-
tista diante de um mundo marcado pelas práticas burgue-
sus de Guimaraens: temas religiosos distantes do eso-

A
sas. Por valorizar o mundo inteiro e os valores espirituais, a

UL
terismo europeu.
atitude da arte simbolista é subjetivista, muito semelhante

PA
a dos românticos da metade do século XIX. Porém, os sim- ƒ Orientação intimista-crepuscular adotada por pré-

NA
bolistas vão mais além, atingindo as camadas do inconsci- -modernistas e modernistas, como Olegário Mariano,
ente e do subconsciente. Eles retomam o misticismo, o son- Guilherme de Almeida, Ribeiro Couto, Manuel Bandeira
ho, a fé, numa tentativa de encontrar novos caminhos. Na 4A
e Cecília Meireles: temas relacionados com o cotidiano,
30
trilha do desconhecido, o movimento explora a possibilidade sentimentos melancólicos e gosto pela penumbra.
70

de estabelecer relações entre o mundo visível e o invisível,


35

A produção em prosa não vingou no Simbolismo brasileiro,


o universo que se pode sentir, mas não revelar, exceto pela
53

mesmo com a poesia em prosa de Cruz e Sousa, por exem-


representação de sensações.
03

plo. Ficou voltada para a poesia em um momento histórico


De acordo com o determinismo, os acontecimentos na em que o país estava marcado por frustrações, falta de per-
JO

vida de uma pessoa, bem como suas vontades, escolhas e spectiva, angústias.
AU

comportamentos, eram causados por influência do meio.


AR

Em razão disso, as pessoas eram consideradas resultado


direto do meio, destituídas de plena liberdade, decisão e
S
PE

escolha. Nascido nesse mesmo contexto, o Impressionismo,


movimento artístico francês, caracterizou-se pelo estilo fun-
LO

damentalmente sensorial, no qual a natureza era encarada


A

não de forma objetiva, mas interpretada. Prevalecia, portan-


UL

to, a verdade do artista.


PA

Características da literatura simbolista


ANA

ƒ A teoria das correspondências.


04

ƒ A realidade ambígua.
3
70

ƒ A musicalidade.
35

ƒ Metáforas e analogias sensoriais.


53
03

Simbolismo em Portugal
JO

O marco inicial do Simbolismo em Portugal foi Oaristos, de


AU

Eugênio de Castro, em 1890. O prefácio traz um verdadeiro


AR

programa de estética simbolista, com base nas ideias do


S

poeta francês Jean Moréas.


PE

O término do Simbolismo português deu-se em 1915,


LO

quando Fernando Pessoa e Mário de Sá-Carneiro lançaram


LA

a revista Orpheu, que deu início ao movimento modernista.


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50
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PA
NA
PRÉ-MODERNISMO

4A
30
70
UM PERÍODO DE TRANSIÇÃO com perspectivas diferentes. Graça Aranha renegou gradati-

35
vamente o passado para se tornar uma das personalidades

53
O momento histórico das duas primeiras décadas do século da Semana de Arte Moderna.

03
XX criou uma literatura social, cuja ênfase recaiu sobre a Euclides da Cunha repensou o interior do País, completa-

JO
análise da realidade nacional com preocupações sociocul- mente afastado do ufanismo social. Em Os sertões, trouxe

AU
turais. Voltada para os problemas sociais do País, essa nova uma voz inconformada com o massacre de Canudos e um
literatura buscava o nacional autêntico sem a idealização

AR
retrato realista da situação do homem sertanejo.
das fórmulas europeias importadas. O Pré-modernismo

S
abrangeu um período literário de transição compreendido Lima Barreto foi o mais radical dos renovadores. Posicionou-

PE
entre 1902 e 1922, cujo marco inicial foi a publicação de -se contra a literatura acadêmica e fez ressaltar a realidade

LO
Canaã, de Graça Aranha, e de Os sertões, de Euclides da triste dos subúrbios cariocas e as problemáticas atitudes de
políticos tiranos e ineficazes.

A
Cunha, ambos em 1902.

UL
A Semana de Arte Moderna de 1922 em São Paulo, marcou Monteiro Lobato fez uma literatura de advertência, sob a

PA
o fim do Pré-modernismo e a inauguração do movimento óptica da caricatura, denunciando a miséria campesina e
buscando uma sociedade moderna, como revelado neste

NA
modernista no Brasil.
trecho de Zé Brasil:
4A
Como em qualquer fase de transição, no Pré-modernismo
Zé Brasil era um pobre coitado. Nasceu e sempre viveu em
30
coexistiram tendências opostas. O elemento novo leva tem-
casebres de sapé e barro, desses de chão batido e sem
70

po para ser implantado. As novidades injetadas na literatura


mobília nenhuma – só a mesa encardida, o banco duro,
35

social por Graça Aranha e Monteiro Lobato, por exemplo,


o mocho de três pernas, os caixões, as cuias... Nem cama
53

foram sendo assimiladas aos poucos.


tinha. Zé Brasil sempre dormiu em esteira de tábua. Que
03

Desse modo, a linguagem ornamental do Parnasianismo mais na casa? A espingardinha, o pote d’água, o caco de
persistiu em muitos poetas daquele período, que escreviam
JO

cela, o rabo de tatu, a arca, o facão, um santinho na parede.


ao gosto do público das camadas dominantes sem finalida-
AU

Livros, só folhinhas – para ver as luas e se vai chover ou não,


de de denúncia, de análise ou de crítica. e aquele livrinho na Fontoura com história de Jeca Tatu. –
AR

Coitado desse Jeca! – dizia Zé Brasil olhando para aquelas


PERSPECTIVAS NACIONALISTAS
S

figuras. Tal qual eu. Tudo que ele tinha, eu também tenho.
PE

A mesma opilação, a mesma maleita, a mesma miséria e


E RENOVAÇÃO
LO

até o mesmo cachorrinho. Pois não é que o meu cachorro


também se chama Joli?...
A

Típicas dessa fase de transição foram as obras de Graça


UL

Aranha, Euclides da Cunha, Lima Barreto e Monteiro Loba- (MONTEIRO LOBATO. ZÉ BRASIL. IN: LAJOLO, MARISA.
PA

MONTEIRO LOBATO. SÃO PAULO: ABRIL EDUCAÇÃO, 1981).


to. Todos produziram literatura de caráter nacionalista, mas
A NA
04

TEORIA DA VANGUARDA
3
70
35
53
03

Na Europa, não houve uma arte moderna uniforme, mas um No Brasil, não poderia ser diferente. Víamos o exato momen-
conjunto de tendências artísticas – provenientes de países to da história em que as manifestações artísticas vinham
O

diferentes – com propostas específicas, embora certos traços crescendo no País espelhadas nas tendências europeias, fos-
J
AU

aproximassem-nas, como o sentimento de liberdade criado- se para imitá-las, fosse para combatê-las.
AR

ra, o desejo de romper com o passado, a expressão da sub- As vanguardas europeias passaram pela Literatura Brasileira
jetividade e certo irracionalismo. Paris era o principal centro e deixaram sua contribuição. A Semana de Arte Moderna e o
S
PE

cultural europeu da época, onde as novas ideias artísticas movimento modernista vieram romper com a antiga estética
irradiavam para o resto do mundo ocidental. Essas tendênias,
LO

que até então reinava por aqui.


surgidas na Europa antes, durante e depois da Primeira Guer-
LA

ra Mundial, foram consideradas correntes de vanguarda.


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51
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PA
FUTURISMO: ARTE EM MOVIMENTO ƒ A intimidade e a vivência da dor derivam do sentido

NA
trágico da vida e causam uma deformação significativa,

4A
ƒ Destruição da sintaxe e da disposição das “palavras em torturada.

30
liberdade”. ƒ A arte desvincula-se do conceito de belo e feio e torna-

70
ƒ Emprego de verbos no infinitivo com vistas à substanti- -se uma forma de contestação.

35
vação da linguagem. ƒ Linguagem fragmentada, elíptica, frases nominais sem

53
sujeito, aglomeração de substantivos e adjetivos.

03
ƒ Abolição dos adjetivos e dos advérbios.
ƒ Emprego de substantivo composto em lugar de subs- ƒ Despreocupação com a organização do poema em es-

JO
tantivo acompanhado de adjetivo: praça-funil, mulher- trofes, rimas ou musicalidade.

AU
-golfo. ƒ Temas voltados para o combate à fome, à inércia e aos

AR
ƒ Abolição da pontuação e substituída por sinais da mate- valores do mundo burguês.

S
mática (+, –, :, =, >, <) e sinais musicais.

PE
DADAÍSMO

LO
ƒ Destruição do eu psicologizante.
Durante a Primeira Guerra Mundial, a Suíça, que tinha se

A
CUBISMO

UL
mantido neutra no conflito, recebeu em Zurique artistas e

PA
intelectuais de todos os pontos da Europa. Esses “fugidos
O movimento cubista teve início na França, em 1907, com
da guerra” reuniam-se no Cabaret Voltaire, ponto de encon-

NA
o quadro “Les demoiselles d’Avignon”, do pintor espanhol
tro e espaço cultural, no qual nasceu o movimento dadaísta.

4A
Pablo Picasso. A partir de então, em torno de Picasso e do
poeta francês Apollinaire, formou-se um grupo de artistas Criado a partir do clima de instabilidade, medo e revolta
30
que cultivaria as técnicas cubistas até o término da Primeira provocados pela guerra, o movimento dadá pretendia ser
70

Guerra Mundial, em 1918. uma resposta à nítida decadência da civilização represen-


35

tada pelo conflito. Dessa postura, provêm a irreverência, o


53

A convivência entre os escritores e artistas plásticos des-


deboche, a agressividade e o ilogismo dos textos e manifes-
03

se grupo favoreceu uma rica troca de ideias e técnicas, de


tações dadaístas.
modo que os poetas familiarizavam-se com técnicas pictó-
JO

ricas, enquanto os pintores assimilavam ideias filosóficas e


SURREALISMO
AU

poéticas.
AR

Os pintores cubistas opõem-se à objetividade e à linearida- O combate à razão Nascido na França, o movimento surrea-
lista apareceu com a publicação do Manifesto do Surrealis-
S

de da arte renascentista e realista. Buscam novas experiên-


PE

cias com a perspectiva, procuram decompor os objetivos re- mo (1924), de André Breton. Interessados nas propostas de
LO

presentando-os em diferentes planos geométricos e ângulos Breton, que, psicanalista, procurava unir arte e psicanálise,
retos, em espaços múltiplos e descontínuos, que se intercep- diversos pintores aderiram ao movimento, que optou por
A
UL

tam e se sucedem, de tal forma que o olhar do espectador experiências criadoras automáticas e pelo imaginário extraí-
do do sonho como linhas de atuação. Freud, na psicanálise,
PA

possa retomá-los e obter uma visão do todo, de face e de


perfil, como se tivesse dado uma volta em torno deles. Outra e Bérgson, na filosofia, já haviam destacado a importância
NA

técnica introduzida pelos cubistas foi a colagem, que consis- do mundo interior do ser humano, as zonas pouco ou pro-
A

te em montar a obra a partir de diferentes materiais: figuras, priamente desconhecidas da mente humana. Encaravam o
04

jornais, madeiras etc. inconsciente, o subconsciente e a intuição como fontes ines-


3

gotáveis e superiores de conhecimento humano, legando a


70

EXPRESSIONISMO segundo plano o pensamento sensível, racional e consciente.


35
53

O automatismo artístico consiste em extravasar, sem contro-


03

le algum da razão ou do pensamento, os impulsos criadores


Liberdade de expressão do subconsciente. Ao proceder assim, o artista leva para a
O

do mundo interior
J

tela ou para o papel seus desejos interiores profundos sem


AU

ƒ A realidade que circunda o artista é horrível; por isso, se importar com coerência, significados, adequação etc. Na
AR

ele a deforma ou a elimina, criando a arte abstrata. literatura, esse procedimento recebeu o nome de escrita au-
tomática.
S

ƒ A razão é objeto de descrédito.


PE

Outra linha de atuação surrealista, a onírica, busca a trans-


LO

ƒ A arte é criada sem obstáculos convencionais; represen- posição do universo dos sonhos para o plano artístico.
ta repúdio à repressão social.
U LA
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52
A
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PA
NA
MODERNISMO PORTUGUÊS:

4A
FERNANDO PESSOA E SEUS HETERÔNIMOS

30
70
35
CARACTERÍSTICAS DO Alberto Caeiro

53
03
MODERNISMO EM PORTUGAL Dentro da heteronímia, o poeta Alberto Caeiro tem uma tra-

JO
jetória de vida e características que o identificam. Era órfão
de pai e mãe, só teve instrução primária e viveu quase toda

AU
Crise do progressismo a vida no campo, sob a proteção de uma tia.

AR
burguês e intuicionismo Poeta bucólico, em contato direto com a natureza, Caeiro

S
PE
A instabilidade europeia do início do século XX atingiu Por- dá importância às sensações, registrando-as sem a media-
ção do pensamento. Para Caeiro, “tudo é como é”, todo “é

LO
tugal e representou um período de grande insatisfação e de
crise da sociedade liberal burguesa. assim porque assim é” – o poeta reduz tudo à objetividade,

A
sem nenhuma necessidade de pensar.

UL
Nessa época, imperou um novo individualismo, que os pri-

PA
meiros modernistas cultivaram como determinação do pró-
prio eu, e não como algo imposto pela sociedade. Surgiu Álvaro de Campos

NA
também o intuicionismo, como um conhecimento do mun- Álvaro de Campos nasceu no extremo sul de Portugal, em
4A
do que vem da espontaneidade, de forma natural, não pela Tavira, a 15 de outubro de 1890. Estudou Engenharia Naval,
30
ciência ou pela técnica. na Escócia. Todavia, não exerceu a profissão por não supor-
70

tar viver confinado em escritórios.


35

Vanguardismo: Homem sujeito à máquina, à cegueira de seus semelhantes,


53

de espírito inconformado com o tempo, é completamente


03

o Cubofuturismo e o Surrealismo inadaptado ao mundo que o rodeia; vive marginalizado,


JO

Entre os movimentos europeus de vanguarda que influen- sendo uma personalidade do não.
AU

ciaram o Modernismo português, devem ser citados o Cubis- “Tabacaria” é um dos mais importantes poemas de Álvaro
AR

mo e o Futurismo, que, já de início, foram adotados princi- de Campos, em que ele faz jus à ideia de um poeta ina-
palmente pelos poetas. daptado, negativo. O longo poema é exemplo marcante do
S
PE

A Primeira Guerra Mundial havia assolado a Europa e mui- desalento que o caracteriza.
LO

tos artistas portugueses regressaram a Portugal.


Ricardo Reis
A

Em 1917, o poeta e pintor Almada-Negreiros ressaltou a


UL

necessidade de transformações, no inflamado Ultimatum Ricardo Reis é natural do Porto, nasceu a 19 de setembro
PA

futurista, que o poeta, vestido de operário, apresentou na de 1887. Teve formação em escolas de jesuítas e estudou
NA

conferência Ultimatum futurista às gerações portuguesas do Medicina.


século XXI.
A

Monarquista, autoexilou-se no Brasil por não concordar


04

OS HETERÔNIMOS DE com a Proclamação da República em Portugal. Foi profundo


3

admirador da cultura clássica, tendo estudado latim, grego


70

e mitologia. O poeta latino Horácio foi um grande inspirador


35

FERNANDO PESSOA de sua poesia, principalmente no que diz respeito à filosofia


53

do carpe diem, isto é, de usufruir o momento. Sua musa ins-


03

Verdadeiro mestre da poesia, a genialidade de Pessoa evi-


piradora se chamava Lídia.
denciou-se também com seus heterônimos: Alberto Caeiro,
J O

Ricardo Reis e Álvaro de Campos. Desse modo, o poeta as-


AU

sumia outras personalidades literárias ao compor como se Bernardo Soares


AR

fossem pessoas reais, ou seja, heterônimos são os vários no- É conhecido como um heterônimo incompleto de Fernando
S

mes usados por Pessoa. Não se trata de pseudônimos, mas Pessoa. Aparece na obra “O livro do desassossego”, assi-
PE

heterônimos, pois são várias projeções do eu, cada qual com nando aforismos e fragmentos. Seu estilo de escrita é similar
LO

personalidade, biografia, estilo e características específicas e ao do poeta Fernando Pessoa.


distintas do seu brilhante criador, Fernando Pessoa.
LA
U
PA

53
A
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A
UL
PA
NA
MODERNISMO NO BRASIL: 1ª FASE

4A
30
70
A SEMANA DE ARTE MODERNA

35
Paródia e literatura popular

53
A paródia serviu de base para a criatividade linguística e foi

03
Do mesmo modo que as cidades passavam por reformas, a
arte brasileira se remodelava pelo repúdio ao academicismo recurso para os escritores incorporarem criticamente o pas-

JO
da pintura tradicional. Já em 1913, Lasar Segall (1891-1957) sado, dando início ao processo artístico modernista. O poe-

AU
capitaneou uma grande exposição de arte moderna, que pro- ma “Canção do exílio”, de Gonçalves Dias, por exemplo, foi

AR
vocou a mentalidade conservadora de São Paulo. parodiado por Oswald de Andrade, Cassiano Ricardo, Carlos
Drummond de Andrade e Murilo Mendes.

S
Em 1917, foi a vez de Anita Malfatti (1889-1964), que or-

PE
ganizou uma exposição de 53 trabalhos, entre pinturas,
Verso livre e fala popular

LO
aquarelas, caricaturas e gravuras, provocando violenta re-

A
percussão pela imprensa; o escritor Monteiro Lobato (1882- Na poesia, a aproximação da fala popular foi possível pela

UL
1942) publicou contra ela o artigo denominado “Paranoia utilização do verso livre. Poetas importantes, como Manuel

PA
ou mistificação”, em 1917. A escultura brasileira também se Bandeira e Carlos Drummond de Andrade, trouxeram a lin-
desenvolveu nessa década, com a volta de Victor Brecheret,

NA
guagem comum ou coloquial das cidades.
da Itália, em 1920.

4A
O romance e o conto desenvolvidos no primeiro tempo mo-
CARACTERÍSTICAS DA dernista procuraram, na medida do possível, reproduzir a lin-
30
guagem do povo – como também trabalhar temas populares.
70

PRIMEIRA FASE MODERNISTA


35

A utilização de formas da oralidade foi a marca dessa litera-


53

A nova concepção da linguagem artística, o caráter nacio- tura: a fala italianada dos personagens de Alcântara Macha-
03

nal e o sentido de atualidade reivindicado pelos escritores do, os neologismos dos narradores de Oswald de Andrade, a
língua brasileira de Mário de Andrade etc.
JO

modernistas trouxeram uma linha de ruptura bastante acen-


tuada em relação à literatura tradicional do País, que se
AU

preocupava mais em imitar modelos europeus e colocar em


AR

segundo plano as possíveis contribuições do povo brasileiro,


S

desconsiderando a cultura popular autêntica. Os modernistas


PE

desejavam resgatar o nacional e o popular, repondo-os na


LO

pauta artística.
A

Acompanhe as características literárias da primeira fase mo-


UL

dernista.
PA

Poemas-piada e irreverência
ANA

A descontração foi uma grande marca da literatura que se


04

fez no primeiro tempo modernista. Muita ironia, sarcasmo e


3

irreverência caracterizam os poemas-piada, que satirizavam


70

costumes passadistas e velhas escolas literárias.


35
53

Ao lado disso, a enumeração caótica de ideais, a simulta-


03

neidade de cenas (trechos inteiros sem pontuação, versos


descontínuos, elípticos), bem como a subversão das regras
J O

gramaticais.
AU

Tentava-se, desse modo, buscar a espontaneidade do discur-


AR

so e levar em conta a linguagem dita inculta, com “erros de


S

português” estrategicamente cometidos. Foi o caso de Os-


PE

wald de Andrade, Mário de Andrade e Manuel Bandeira, que


LO

pretendiam “arejar” a literatura brasileira de tantas roupa-


LA

gens aristocráticas que ela vestia.


U
PA

54
A
AN
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UL
PA
NA
MODERNISMO NO BRASIL: 2ª FASE (POESIA)

4A
30
70
CARACTERÍSTICAS DA POESIA

35
Poesia intimista

53
DA GERAÇÃO DE 1930
Ao lado da poesia social, é possível encontrar também uma

03
poesia intimista, voltada para a espiritualidade e para a refle-

JO
A poesia dos anos 1930 colhe os frutos da derrubada de xão amorosa, como é o caso de Vinicius de Moraes e Cecília

AU
mitos e padrões preestabelecidos instaurados em 1922. Meireles.

AR
Os poemas sem rima ou sem métrica, que tratam de temas
PRINCIPAIS POETAS DA

S
cotidianos, aproximam-se da prosa. O lirismo livremente atra-

PE
sado, a descrição de momentos e acontecimentos simultâ-
SEGUNDA FASE MODERNISTA

LO
neos, a fusão de elementos diversos passam a ter lugar na
produção poética.

A
ƒ Carlos Drummond de Andrade

UL
ƒ Cecília Meireles

PA
Incorporações das conquistas
formais anteriores ƒ Vinicius de Moraes

NA
ƒ Jorge de Lima
4A
As propostas de liberdade formal da geração anterior foram 30
incorporadas: o verso livre, a liberdade de pontuação, a supe- ƒ Murilo Mendes
70

ração da linguagem linear. A liberdade formal também admi-


35

te a opção até mesmo pelo formalismo. Coexistem poemas


53

quase prosaicos com outros de forma fixa ou com rimas.


03

Poesia de engajamento social


JO
AU

Surge uma poesia de denúncia e de combate, em face aos


acontecimentos da humanidade, que caminha para o con-
AR

fronto e a guerra. A preocupação com o mundo transforma-


S

do, desconcertante e com o ser humano como um todo mar-


PE

cam forte presença nessa produção de engajamento social.


LO
A
UL
PA
A NA
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70
35
53
03
JO
AU
AR
S
PE
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55
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PA
U.T.I. - Sala TEXTO PARA A PRÓXIMA QUESTÃO:

NA
4A
Leia o ensaio de Eduardo Giannetti a seguir.
1. (UEL 2018) Analise as figuras a seguir.

30
A maçã da consciência de si. – O labrador dourado saltando com a
criança na grama; o balé acrobático do sagui; a liberdade alada da

70
arara-azul cortando o céu sem nuvens – quem nunca sentiu inveja

35
dos animais que não sabem para que vivem nem sabem que não

53
o sabem? Inveja dos seres que não sentem continuamente a falta
do que não existe; que não se exaurem e gemem sobre a sua con-

03
dição; que não se deitam insones e choram pelos seus desacertos;
que não se perdem nos labirintos da culpa e do desejo; que não

JO
castigam seus corpos nem negam os seus desejos; que não matam

AU
os seus semelhantes movidos por miragens; que não se deixam en-
louquecer pela mania de possuir coisas? O ônus da vida consciente

AR
de si desperta no animal humano a nostalgia do simples existir: o
desejo intermitente de retornar a uma condição anterior à conquista

S
da consciência. – A empresa, contudo, padece de uma contradição

PE
fatal. A intenção de se livrar da autoconsciência visando a completa
imersão no fluxo espontâneo e irrefletido da vida pressupõe uma

LO
aguda consciência de si por parte de quem a alimenta. Ela é como o

A
fruto tardio sonhando em retornar à semente da qual veio ao galho.

UL
[...] O desejo de saltar para aquém do cárcere do pensar se pode
compreender – e até cultivar – em certa medida, mas o lado de fora

PA
não há. A consciência é irreparável; dela, como do tempo, ninguém
torna atrás ou se desfaz. Desmorder a maçã não existe como opção.

NA
(TRÓPICOS UTÓPICOS, 2016.)

4A
3. (UNESP 2020)
30
70

a) No ensaio, o que o autor entende por “simples existir”?


35

b) Considere os seguintes trechos de poemas de Fernan-


53

do Pessoa:
03

1. De resto, nada em mim é certo e está


De acordo comigo próprio. As horas belas
JO

São as dos outros ou as que não há.


AU

2. O essencial é saber ver,


AR

Saber ver sem estar a pensar,


Saber ver quando se vê,
S
PE

E nem pensar quando se vê


Nem ver quando se pensa.
LO

3. O meu misticismo é não querer saber.


A

É viver e não pensar nisso.


UL

Não sei o que é a Natureza: canto-a.


PA

4. Venho de longe e trago no perfil,


NA

Em forma nevoenta e afastada,


A

O perfil de outro ser que desagrada


04

Ao meu atual recorte humano e vil.


Com base nas imagens, nos conhecimentos sobre as
3

artistas brasileiras Anita Malfatti e Tarsila do Amaral, e


70

Em quais trechos se observa “a intenção de se livrar da


considerando que são, respectivamente, herdeiras dos autoconsciência visando a completa imersão no fluxo
35

movimentos expressionismo e cubismo, discorra sobre espontâneo e irrefletido da vida”? Justifique sua res-
53

as diferenças entre esses dois movimentos. posta.


03

2. (UEL 2018) O Dadaísmo foi, principalmente, um TEXTO PARA A PRÓXIMA QUESTÃO:


O

movimento artístico de contestação e desencanto, ali-


J
AU

mentado pelo impacto da Primeira Guerra Mundial. As Leia o excerto do romance Clara dos Anjos, de Lima Barreto.
intenções dos artistas que participaram do movimento
AR

Cassi Jones, sem mais percalços, se viu lançado em pleno Campo de


são intensificadas em ações orientadas para provocar
Sant’Ana, no meio da multidão que jorrava das portas da Central,
S

percepções das potências destrutivas e sem sentido do


PE

cheia da honesta pressa de quem vai trabalhar. A sua sensação era


homem.
que estava numa cidade estranha. No subúrbio tinha os seus ódios
LO

Discorra sobre as características do movimento dadaís- e os seus amores; no subúrbio, tinha os seus companheiros, e a sua
LA

ta e suas ideias de contestação. fama de violeiro percorria todo ele, e, em qualquer parte, era aponta-
U
PA

56
A
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A
UL
PA
do; no subúrbio, enfim, ele tinha personalidade, era bem Cassi Jones
U.T.I. - E.O.

NA
de Azevedo; mas, ali, sobretudo do Campo de Sant’Ana para baixo,

4A
o que era ele? Não era nada. Onde acabavam os trilhos da Central,
acabava a sua fama e o seu valimento; a sua fanfarronice evapora- 1. (FUVEST) “Ao cabo, era um lindo garção, lindo e au-

30
va-se, e representava-se a si mesmo como esmagado por aqueles daz, que entrava na vida de botas e esporas, chicote na

70
“caras” todos, que nem o olhavam. [...] mão e sangue nas veias, cavalgando um corcel nervoso,

35
rijo, veloz, como o corcel das antigas baladas, que o ro-
Na “cidade”, como se diz, ele percebia toda a sua inferioridade de

53
mantismo foi buscar ao castelo medieval, para dar com
inteligência, de educação; a sua rusticidade, diante daqueles rapazes

03
a conversar sobre coisas de que ele não entendia e a trocar pilhé-
ele nas ruas do nosso século. O pior é que o estafaram
rias; em face da sofreguidão com que liam os placards1 dos jornais,
a tal ponto, que foi preciso deitá-lo à margem, onde o

JO
tratando de assuntos cuja importância ele não avaliava, Cassi vexa- realismo o veio achar, comido de lazeira e vermes, e, por

AU
va-se de não suportar a leitura; comparando o desembaraço com compaixão, o transportou para os seus livros.”

AR
que os fregueses pediam bebidas variadas e esquisitas, lembrava-se
a) É possível considerar o texto como uma apologia do
que nem mesmo o nome delas sabia pronunciar; olhando aquelas
Realismo? Justifique sua resposta.

S
senhoras e moças que lhe pareciam rainhas e princesas, tal e qual

PE
o bárbaro que viu, no Senado de Roma, só reis, sentia-se humilde; b) Que tem o Romantismo brasileiro a ver com a Idade

LO
enfim, todo aquele conjunto de coisas finas, de atitudes apuradas, Média? Exponha seu ponto de vista a respeito do pro-
de hábitos de polidez e urbanidade, de franqueza no gastar, redu- blema.

A
UL
ziam-lhe a personalidade de medíocre suburbano, de vagabundo
doméstico, a quase coisa alguma. TEXTO PARA AS PRÓXIMAS 2 QUESTÕES:

PA
(CLARA DOS ANJOS, 2012.)
HORAS MORTAS

NA
1
PLACARDS: NOME QUE SE DAVA ÀS TABULETAS QUE TRAZIAM RESULTADOS
DE COMPETIÇÕES ESPORTIVAS, PUBLICADOS NOS JORNAIS.

4A
Breve momento, após comprido dia
De incômodos, de penas, de cansaço,
30
4. (UNESP 2020)
Inda o corpo a sentir quebrado e lasso,
70

a) No excerto, o narrador contrapõe dois espaços. Iden- Posso a ti me entregar, doce Poesia.
35

tifique-os.
53

Desta janela aberta à luz tardia


b) Na poesia árcade também ocorre a contraposição de Do luar em cheio a clarear no espaço
03

dois espaços, o que vem a ser um importante tópico Vejo-te vir, ouço-te o leve passo
dessa poesia. Quais são esses espaços?
JO

Na transparência azul da noite fria.


AU

TEXTO PARA A PRÓXIMA QUESTÃO: Chegas. O ósculo teu me vivifica


AR

Mas é tão tarde! Rápido flutuas,


Leia o poema de Manuel Bandeira (1886-1968) para Tornando logo à etérea imensidade;
S

responder à(s) questão(ões) a seguir.


PE

E na mesa a que escrevo, apenas fica


LO

Poema tirado de uma notícia de jornal


Sobre o papel - rastro das asas tuas,
A

João Gostoso era carregador de feira livre e morava no morro da Um verso, um pensamento, uma saudade.
UL

Babilônia num barracão sem número. ALBERTO DE OLIVEIRA - CÉU NOTURNO (1904-1905)
PA

Uma noite ele chegou no bar Vinte de Novembro


Bebeu POÉTICA
NA

Cantou
Estou farto do lirismo comedido
A

Dançou
do lirismo bem comportado
04

Depois se atirou na Lagoa Rodrigo de Freitas e morreu afogado. Do lirismo funcionário público com livro de ponto expediente
3
70

(LIBERTINAGEM & ESTRELA DA MANHÃ, 1993.) [protocolo e manifestações de apreço ao Sr. diretor
35

5. (UNESP 2019) Estou farto do lirismo que para e vai averiguar no dicionário o cunho
53

[vernáculo de um vocábulo
03

a) Cite uma característica distintiva da poesia lírica que


Abaixo os puristas
não se encontra nesse poema.
J O

b) Cite três elementos que evidenciam o caráter narra-


AU

Todas as palavras sobretudo os barbarismos universais Todas as


tivo desse poema. construções sobretudo as sintaxes de exceção
AR

Todos os ritmos sobretudo os inumeráveis


S

Estou farto do lirismo namorador


PE

Político
Raquítico
LO

Sifilítico
LA

De todo lirismo que capitula ao que quer que seja fora de si mesmo
U
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57
A
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A
UL
PA
De resto não é lirismo uns querem metais luzentes,

NA
Será contabilidade tabela de cossenos secretário do amante exem- outros, as redradas2 pedras.

4A
plar com cem modelos de cartas e as diferentes maneiras de agradar
às mulheres, etc. Ladrões e contrabandistas

30
estão cercando os caminhos;

70
Quero antes o lirismo dos loucos cada família disputa

35
O lirismo dos bêbados privilégios mais antigos;

53
O lirismo difícil e pungente dos bêbados os impostos vão crescendo
e as cadeias vão subindo.

03
O lirismo dos clowns de Shakespeare

JO
-Não quero mais saber do lirismo que não é libertação. Por ódio, cobiça, inveja,
vai sendo o inferno traçado.

AU
MANUEL BANDEIRA - LIBERTINAGEM (1930) Os reis querem seus tributos,

AR
- mas não se encontram vassalos.
2. (UNESP) Identifique e comente dois versos, do poe- Mil bateias vão rodando,

S
ma de Manuel Bandeira, que poderiam ser opostos cri- mil bateias sem cansaço.

PE
ticamente ao verso “Chegas. O ósculo teu me vivifica.”,

LO
do poema de Alberto de Oliveira. Mil galerias desabam;
mil homens ficam sepultos;

A
3. (UNESP) O primeiro poema é do parnasiano Alberto mil intrigas, mil enredos

UL
de Oliveira; o segundo, do modernista Manuel Bandeira. prendem culpados e justos;

PA
Aponte três características da poesia parnasiana obser- já ninguém dorme tranquilo,
váveis no poema de Alberto de Oliveira, que possam ser que a noite é um mundo de sustos.

NA
opostas a três características modernistas observáveis

4A
no poema de Manuel Bandeira. Descem fantasmas dos morros,
vêm almas dos cemitérios:
30
4. (FUVEST) Em 1881 foram publicados dois romances todos pedem ouro e prata,
70

importantes no Brasil, com os quais se inicia um novo e estendem punhos severos,


35

mas vão sendo fabricadas


movimento literário na prosa brasileira.
53

muitas algemas de ferro.


03

a) Quais são esses romances? (MEIRELES, CECÍLIA. POESIAS COMPLETAS. RIO DE


JANEIRO: CIVILIZAÇÃO BRASILEIRA, 1974.)
JO

b) Com que movimento literário eles rompem?


1
PENEIRAS DE MADEIRA
AU

2
DEPURADAS, SELECIONADAS
TEXTO PARA A PRÓXIMA QUESTÃO:
AR

5. (UERJ) O poema de Cecília Meireles apresenta um


ROMANCE II OU DO OURO INCANSÁVEL
S

tom épico e revela afinidades com as propostas que


PE

distinguiram a chamada geração de 30 da primeira ge-


Mil bateias1 vão rodando
LO

ração modernista.
sobre córregos escuros;
A

a terra vai sendo aberta a) Indique duas características do poema relacionadas


UL

por intermináveis sulcos; ao gênero épico.


PA

infinitas galerias
penetram morros profundos. b) Aponte um aspecto em comum entre a perspectiva
NA

da autora sobre o país, revelada nesse texto, e a que


De seu calmo esconderijo, predominou na obra de romancistas da geração de 30.
A

o ouro vem, dócil e ingênuo;


04

torna-se pó, folha, barra, TEXTO PARA A PRÓXIMA QUESTÃO:


3
70

prestígio, poder, engenho...


É tão claro! - e turva tudo: Soneto
35

honra, amor e pensamento.


53

Os teus olhos gentis, encantadores,


03

Borda flores nos vestidos, Tua loira madeixa delicada,


sobe a opulentos altares, Tua boca por Vênus invejada,
O

traça palácios e pontes, Onde habitam mil cândidos amores:


J
AU

eleva os homens audazes, Os teus braços, prisão dos amadores,


Os teus globos de neve congelada,
e acende paixões que alastram
AR

Serão tornados breve a cinza!... a nada!...


sinistras rivalidades.
Aos teus amantes causarão horrores!...
S
PE

Céus! e hei-de eu amar uma beleza,


Pelos córregos, definham
Que à cinza reduzida brevemente
LO

negros, a rodar bateias.


Há-de servir de horror à Natureza!...
Morre-se de febre e fome
Ah! mandai-me uma luz resplandecente,
LA

sobre a riqueza da terra:


U
PA

58
A
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A
UL
PA
Que minha alma ilumine, e com pureza Prefácio Interessantíssimo

NA
Só ame um Deus, que vive eternamente.
24 Belo da arte: arbitrário, convencional,

4A
(JOSÉ DA NATIVIDADE SALDANHA.
POEMAS OFERECIDOS AOS AMANTES DO BRASIL. 1822.) transitório - questão de moda. Belo da

30
natureza: imutável, objetivo, natural - tem a

70
Soneto eternidade que a natureza tiver. Arte não

35
consegue reproduzir natureza, nem este é seu
Podre meu Pai! A Morte o olhar lhe vidra.

53
fim. Todos os grandes artistas, ora consciente
Em seus lábios que os meus lábios osculam (Rafael das Madonas, Rodin do Balzac,

03
Micro-organismos fúnebres pululam Beethoven da Pastoral, Machado de Assis do
Numa fermentação gorda de cidra.

JO
Brás Cubas), ora inconscientemente (a grande
Duras leis as que os homens e a hórrida hidra
maioria) foram deformadores da natureza.

AU
A uma só lei biológica vinculam,
Donde infiro que o belo artístico será tanto mais
E a marcha das moléculas regulam,

AR
artístico, tanto mais subjetivo quanto mais se
Com a invariabilidade da clepsidra!...
afastar do belo natural. Outros infiram o que

S
Podre meu Pai! E a mão que enchi de beijos

PE
quiserem. Pouco me importa.
Roída toda de bichos, como os queijos
*

LO
Sobre a mesa de orgíacos festins!...
Amo meu Pai na atômica desordem 25 Nossos sentidos são frágeis. A percepção das

A
Entre as bocas necrófagas que o mordem coisas exteriores é fraca, prejudicada por mil

UL
E a terra infecta que lhe cobre os rins! véus, provenientes das nossas taras físicas e

PA
morais: doenças, preconceitos, indisposições,
(AUGUSTO DOS ANJOS. EU. 1935.)
antipatias, ignorâncias, hereditariedade,

NA
Idealismo e Realismo circunstâncias de tempo, de lugar, etc... Só
idealmente podemos conceber os objetos como

4A
Eu sou pois associado a estes dois movimentos, e se ainda ignoro o os atos na sua inteireza bela ou feia. A arte
30
que seja a ideia nova, sei pouco mais ou menos o que chamam aí a que, mesmo tirando os seus temas do mundo
escola realista. Creio que em Portugal e no Brasil se chama realismo,
70

objetivo, desenvolve-se em comparações


termo já velho em 1840, ao movimento artístico que em França e em
35

afastadas, exageradas, sem exatidão aparente,


Inglaterra é conhecido por “naturalismo” ou “arte experimental”.
53

ou indica os objetos, como um universal, sem


Aceitemos, porém, realismo, como a alcunha familiar e amiga pela
delimitação qualificativa nenhuma, tem o poder
03

qual o Brasil e Portugal conhecem uma certa fase na evolução da arte.


de nos conduzir a essa idealização livre,
JO

(...) musical. Esta idealização livre, subjetiva,


permite criar todo um ambiente de realidades
AU

Não - perdoem-me - não há escola realista. Escola é a imitação sis-


temática dos processos dum mestre. Pressupõe uma origem indivi- ideais onde sentimentos, seres e coisas, belezas
AR

dual, uma retórica ou uma maneira consagrada. Ora o naturalismo e defeitos se apresentam na sua plenitude
não nasceu da estética peculiar dum artista; é um movimento geral heroica, que ultrapassa a defeituosa percepção
S
PE

da arte, num certo momento da sua evolução. A sua maneira não dos sentidos. Não sei que futurismo pode existir
está consagrada, porque cada temperamento individual tem a sua em quem quase perfilha a concepção estética de
LO

maneira própria: Daudet é tão diferente de Flaubert, como Zola é di- Fichte. Fujamos da natureza! Só assim a arte
A

ferente de Dickens. Dizer “escola realista” é tão grotesco como dizer não se ressentirá da ridícula fraqueza da
UL

“escola republicana”. O naturalismo é a forma científica que toma fotografia... colorida.


PA

a arte, como a república é a forma política que toma a democracia, (MÁRIO DE ANDRADE. “PAULICEIA DESVAIRADA”.
como o positivismo é a forma experimental que toma a filosofia. IN: POESIAS COMPLETAS. 1987.)
NA

Tudo isto se prende e se reduz a esta fórmula geral: que fora da 6. (UNESP) Uma das linhas de força do Naturalismo é
A

observação dos factos e da experiência dos fenômenos, o espírito baseada nos princípios mecanicistas e deterministas
04

não pode obter nenhuma soma de verdade.


que influenciaram a cultura na segunda metade do sé-
3

culo XIX e que podem ser sintetizadas nas palavras do


70

Outrora uma novela romântica, em lugar de estudar o homem, in-


ventava-o. Hoje o romance estuda-o na sua realidade social. Outrora fisiologista Claude Bernard:
35

no drama, no romance, concebia-se o jogo das paixões a priori; hoje,


53

O determinismo é absoluto tanto para os fenômenos dos corpos


analisa-se a posteriori, por processos tão exactos como os da própria
03

fisiologia. Desde que se descobriu que a lei que rege os corpos bru- vivos como para os dos corpos brutos.
tos é a mesma que rege os seres vivos, que a constituição intrínseca (ARMAND CUVILLIER. “PEQUENO OCABULÁRIO DA LÍNGUA FILOSÓFICA”.)
O

duma pedra obedeceu às mesmas leis que a constituição do espírito


J
AU

duma donzela, que há no mundo uma fenomenalidade única, que a Releia os textos de Augusto dos Anjos e de Eça de Quei-
lei que rege os movimentos dos mundos não difere da lei que rege rós e, a seguir,
AR

as paixões humanas, o romance, em lugar de imaginar, tinha sim-


a) considerando que, em seu texto, Eça de Queirós de-
S

plesmente de observar. O verdadeiro autor do naturalismo não é pois


PE

Zola - é Claude Bernard. A arte tornou-se o estudo dos fenômenos fende e assume os princípios mecanicistas e determinis-
vivos e não a idealização das imaginações inatas... tas na composição literária, explique o que ele quer di-
LO

(EÇA DE QUEIRÓS. “CARTAS INÉDITAS DE FRADIQUE MENDES”. zer com a frase seguinte sobre a técnica de composição
LA

IN: OBRAS DE EÇA DE QUEIRÓS.) da narrativa realista: “Outrora no drama, no romance,


U
PA

59
A
AN
L
A
UL
PA
concebia-se o jogo das paixões a priori; hoje, analisa-se 9. (UFG) Leia os fragmentos do poema “Violões que

NA
a posteriori, por processos tão exactos como os da pró- choram...”, de Cruz e Sousa.

4A
pria fisiologia.”;
[..]

30
b) localize no soneto de Augusto dos Anjos a estrofe Vozes veladas, veludosas vozes,

70
que traduz basicamente a mesma ideia determinista Volúpias dos violões, vozes veladas,
Vagam nos velhos vórtices velozes

35
defendida por Eça de Queirós e consubstanciada na fra-
Dos ventos, vivas, vãs, vulcanizadas.

53
se citada de Claude Bernard.
[...]

03
Velhinhas quedas e velhinhos quedos,
7. (UFSCAR) O luar através dos altos ramos,
Cegas, cegos, velhinhas e velhinhos,

JO
Dizem os poetas todos que ele é mais Sepulcros vivos de senis segredos,

AU
Que o luar através dos altos ramos. Eternamente a caminhar sozinhos;

AR
Mas para mim, que não sei o que penso, [...]
O que o luar através dos altos ramos
SOUSA, CRUZ E. “BROQUÉIS, FARÓIS E ÚLTIMOS SONETOS”.

S
É, além de ser 2A ED. REFORMULADA. SÃO PAULO: EDIOURO, 2002.

PE
O luar através dos altos ramos, P. 78 E 81. (COLEÇÃO SUPER PRESTÍGIO).

LO
É não ser mais
Que o luar através dos altos ramos. Com base na leitura desses fragmentos, explicite a figu-

A
UL
(FERNANDO PESSOA, “OBRA POÉTICA”.) ra de linguagem predominante nas estrofes e explique
sua função na estética simbolista.

PA
As bolas de sabão que esta criança

NA
Se entretém a largar de uma palhinha
10. (UNIRIO)
São translucidamente uma filosofia toda.

4A
Claras, inúteis e passageiras como a Natureza,
Amigas dos olhos como as cousas,
30 CANTIGA OUTONAL
São aquilo que são
70

Com uma precisão redondinha e aérea,


35

E ninguém, nem mesmo a criança que as deixa, Outono. As árvores pensando...


53

Pretende que elas são mais do que parecem ser. Tristezas mórbidas no mar...
03

(...) O vento passa, brando, brando...


(FERNANDO PESSOA, “OBRA POÉTICA”.) E sinto medo, susto, quando
JO

Escuto o vento assim passar...


AU

Ambos esses poemas são atribuídos a Alberto Caeiro, (CECÍLIA MEIRELES)


AR

um dos heterônimos de Fernando Pessoa.


a) Apesar de modernista, a autora apresenta tendências
S

a) O que caracteriza esse heterônimo? de outro movimento literário, evidentes no texto. Que
PE

movimento é esse?
b) O que há de comum nesses dois poemas em termos
LO

de estilo? Justifique a sua resposta. b) Retire do texto uma passagem que justifique a sua
A

resposta anterior e, a seguir, cite a característica que


UL

8. (UNIFESP) Leia os versos de Cruz e Sousa. ela apresenta.


PA

Ó meu Amor, que já morreste,


NA

Ó meu Amor, que morta estás!


A

Lá nessa cova a que desceste


04

Ó meu Amor, que já morreste,


Ah! nunca mais florescerás?
3
70

Ao teu esquálido esqueleto,


35

Que tinha outrora de uma flor


53

A graça e o encanto do amuleto


Ao teu esquálido esqueleto
03

Não voltará novo esplendor?


J O

a) Identifique no poema dois aspectos que remetem ao


AU

Romantismo.
AR

b) Exemplifique, valendo-se de elementos textuais, por


S

que, em certa medida, os poetas simbolistas, como Cruz


PE

e Souza, se aproximam dos parnasianos.


LO
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60
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53
35
REDAÇÃO

70
30
4A
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NA
PARÁGRAFO PADRÃO

4A
30
70
QUAL É A ESTRUTURA DO PARÁGRAFO-PADRÃO?

35
53
03
JO
Anúncio da ideia a ser trabalhada no parágrafo. É mais curto e mais opinativo. Sempre pressupõe
TÓPICO-FRASAL

AU
explicações.

AR
Desenvolvimento da ideia anunciada. É composto por explicações, comprovações e relações consti-

S
DESENVOLVIMENTO
tuídas a partir do tópico frasal.

PE
LO
Trata-se do fechamento dessa ideia principal, que pode ser feita de modo mais livre. Pode ser uma

A
UL
CONCLUSÃO consequência de todo o processo descrito, uma observação crítica das ideias apresentadas ou, até

PA
mesmo, no caso do ENEM, o anúncio de uma intervenção que poderia amenizar o problema.

NA
Exemplo 4A
30
Parágrafo do tema “Desafios para a promoção do lazer nas periferias” (redação modelo).
70
35
53

Nessas circunstâncias, outro desafio surge: o lazer para a população periférica passa a
TÓPICO-FRASAL
03

ser um objeto exclusivo dos moradores com maior renda.


JO
AU

Isso ocorre, pois – diante de tantas ausências – o entretenimento e a diversão tornam-se possíveis
apenas para aqueles que podem pagar por ingressos ou que conseguem se deslocar até as áreas com
AR

mais recursos, e assim, transformam o que deveria ser um direito em uma questão de privilégio social.
DESENVOLVIMENTO
S

A canção “Fim de semana no parque”, do grupo Racionais MCs, retrata esse cenário, pois mostra a
PE

frustração de um garoto da periferia impedido de acessar a piscina de um clube em virtude de sua


LO

condição econômica.
A
UL
PA

Embora seja uma obra de ficção, a experiência apresentada se torna uma constante, já que a maior
parte da população desses espaços é de baixa renda e, com isso, permanece excluída da pos-
NA

CONCLUSÃO
sibilidade de se divertir e de se entreter, precisando, muitas vezes, criar alternativas,
A

inseguras para tal fim, como empinar pipas nas ruas da cidade e a nadar em águas.
304
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35
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03
JO
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NA
ESTRATÉGIAS ARGUMENTATIVAS I

4A
30
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35
53
Estratégias argumentativas

03
ƒ São técnicas voltadas para a construção do parágrafo padrão, que ajudam a organizar as ideias numa sequência lógica.

JO
ƒ De modo geral, elas são combinadas ao longo da composição do parágrafo

AU
AR
1. EXPLICAÇÃO Desenvolve-se as causas do que foi anunciado no tópico frasal.

S
PE
Sob outro prisma, é válido analisar que o controle de dados na internet fomenta a alienação da socie-

LO
dade. Essa problemática ocorre porque quando conteúdos previamente selecionados, descontex-
tualizados ou alterados são a maior parte das informações acessíveis ao público, este passa a reproduzir

A
EXEMPLO: os comportamentos esperados pelos órgãos manipuladores e influencia as pessoas ao seu redor por

UL
apresentar tais fatos como verdades, o que gera um estado de desinformação.

PA
(TRECHO EXTRAÍDO DE REDAÇÃO NOTA MÁXIMA DO ENEM 2018 – CARTILHA DO PARTICIPANTE ENEM 2019)

NA
EXPRESSÕES QUE ƒ Tal cenário deve-se ao fato de...

4A
AJUDAM A CRIAR ƒ Essas atitudes ocorrem em virtude de...
OS PERÍODOS ƒ Isso se torna constante na sociedade, pois...
30
70

2. EXEMPLIFICAÇÃO Apresenta-se um exemplo da realidade.


35
53

Outro fator que reforça a precariedade do saneamento é gestão interesseira de parte das
03

autoridades competentes. Por acreditarem que as obras constantes não trazem visibilidade política,
muitos desses representantes realizam iniciativas positivas na área apenas às vésperas das eleições, bus-
JO

EXEMPLO: cando, assim, obter um número maior de eleitores para si. Prova desse modelo de política pública
AU

clientelista são as obras de canalização de córregos ou de limpeza de áreas transformadas em lixões,


AR

que – em vez de ocorrerem cotidiana e preventivamente, como determina a Lei de Saneamento brasileira,
promulgada em 2007 – são realizadas, em suma, em anos eleitorais.
S
PE

EXPRESSÕES QUE ƒ Essa situação é observada...


LO

AJUDAM A CRIAR ƒ Um exemplo dessa relação conflituosa é...


OS PERÍODOS ƒ Prova desse uso desmedido ocorre em São Paulo...
A
UL
PA

3. CONTRA-
Apresenta-se uma ideia para depois desconstruí-la, invalidá-la ou mostrar como ela não ocorre.
ARGUMENTAÇÃO
NA

Em primeira análise, convém avaliar que os entusiastas da redução da maioridade possuem argumentos
A

válidos, que se baseiam na capacidade do jovem de responsabilizar-se por seus atos e na impunidade.
04

Contudo, essa visão alimenta uma disputa entre a sociedade e o crime que só resulta em perdas, pois
3
70

o desejo de punir o jovem infrator não atua no cerne da questão, que é a necessidade de garantir segurança
35

EXEMPLO para a população. Isso ocorre, pois as prisões não possuem capacidade de reabilitar o presidiário, de con-
53

tribuir para sua melhora como cidadão, além do índice de reincidência criminal ser elevado e esses locais
03

funcionarem como escolas do crime, já que pequenos infratores podem criar contato com as grandes máfias.
(TRECHO EXTRAÍDO DE REDAÇÃO NOTA MÁXIMA DO FAMEMA 2020 – ESTATÍSTICAS
O

DOS APROVADOS NO CURSO DE MEDICINA DA FAMEMA EM 2020.)


J
AU

EXPRESSÕES QUE ƒ Muitos grupos asseguram que... Entretanto...


AR

AJUDAM A CRIAR ƒ Inicialmente, cabe ressaltar que a legislação brasileira assegura... No entanto...
S

OS PERÍODOS ƒ Embora parte da classe trabalhadora defenda..., muitos ignoram a existência...


PE
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NA
ESTRATÉGIAS ARGUMENTATIVAS II

4A
30
70
35
53
Emprego de algum dado/registro histórico que auxilie na composição de um argumento.
1. DADOS HISTÓRICOS A informação incorporada ao texto deve contribuir para a criação de uma linha lógica (e

03
cronológica) entre o fato pregresso apresentado e o contemporâneo que se deseja discutir.

JO
Ademais, a influência de milhares de usuários se dá pela negligência e abuso de poder governamental.

AU
Durante a Era Vargas, a manipulação comportamental dos brasileiros foi uma realidade a partir

AR
da criação do Departamento de Imprensa e Propaganda que possuía a função de fiscalizar os conteúdos

S
que seriam divulgados nos meios de comunicação usando o controle da população. Nos dias atuais,

PE
EXEMPLO com o auxílio da internet, as pessoas estão mais expostas, uma vez que o governo possui aces-

LO
so aos dados e históricos de navegação que possibilitam a ocorrência de uma obediência influenciada
como ocorreu na Era Vargas. Desse modo, urge a extrema necessidade de alterações estruturais para a

A
UL
ocorrência de uma liberdade comportamental de todos.
(TRECHO EXTRAÍDO DE REDAÇÃO NOTA MÁXIMA DO ENEM 2018 – CARTILHA REDAÇÃO A MIL 2018)

PA
NA
ƒ Durante... a hostilidade era comum, pois... Nos dias de hoje, essa mesma lógica pode ser vista,

4A
uma vez que...
EXPRESSÕES QUE ƒ No período colonial, os brasileiros... Atualmente, de modo análogo, a situação também ocor-
30
AJUDAM A CRIAR re, pois...
70

OS PERÍODOS ƒ O cenário contemporâneo é análogo ao período... pois, assim como na época, a popula-
35

ção se vê obrigada a...


53

ƒ Tal cenário tem suas raízes em...


03
JO

2. REFERÊNCIAS Emprego de referências ou citações que encontramos em obras literárias, cinematográficas,


AU

FICCIONAIS teatrais, entre outras.


AR

Em primeiro plano, a liberdade dos cidadãos de terem suas próprias opções é prejudicada por essa mazela.
S

Dessa forma, é imprescindível citar que no livro 1984, de George Orwell, o “Grande Irmão”
PE

observa e controla o comportamento do corpo social por meio de uma “teletela“. Sob essa ótica, a
LO

internet manipulada tem papel parecido no período atual, em que o internauta fica refém de
EXEMPLO imagens, de notícias e de assuntos baseados em algoritmos definidos por programas de computador. Desse
A
UL

modo, o indivíduo, majoritariamente, tem apenas uma falsa sensação de liberdade, uma vez que torna-se
PA

alienado pela rede e não tem verdadeira capacidade de escolha.


(TRECHO EXTRAÍDO DE REDAÇÃO NOTA MÁXIMA DO ENEM 2018 – CARTILHA REDAÇÃO A MIL 2018)
A NA

ƒ Na obra... o personagem enfrenta... De modo análogo ao livro, atualmente, as pessoas...


04

ƒ Essa situação está representada na obra..., já que... Apesar de ficcional, a história evi-
3

dencia o quanto...
70

EXPRESSÕES QUE ƒ No filme... o protagonista se recusa a... Não distante da ficção, essa situação também
35

AJUDAM A CRIAR ocorre...


53

OS PERÍODOS ƒ O filme “O som ao redor” evidencia esse contexto ao... Na sociedade atual, de modo
03

semelhante, ...
O

ƒ A série “Sob pressão” retrata esse cenário, pois mostra...


J

ƒ A canção ”construção” de Chico Buarque aborda esse universo ao fazer referência...


AU
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S
PE
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Sustenta-se a opinião a respeito de um assunto evidenciando também conhecimentos

4A
3. ARGUMENTO DE expressos por alguém que possui domínio técnico ou teórico sobre o tema apresentado.
AUTORIDADE Usualmente, empregam-se conceitos de várias áreas do conhecimento para legitimar os

30
argumentos, como a filosofia, a sociologia, a história, a geografia entre outras.

70
35
53
Ademais, outra dificuldade na democratização do acesso ao cinema no Brasil é a falta de estímulo à busca

03
por conhecimento. Nesse cenário, os indivíduos são manipulados a permanecerem com pensamentos ba-
seados no senso comum, e os filmes transmitidos às massas colaboram com esse processo. Isso é explicado

JO
porque nos cinemas são exibidos sempre os mesmos gêneros, que se resumem a terror, romance, animação

AU
EXEMPLO e ficção científica, e geralmente tornam as pessoas espectadores passivos, impossibilitados de desenvol-

AR
ver ideias críticas. Nessa perspectiva, eles não conseguem sair do estado de menoridade, proposto por
Immanuel Kant, em que o indivíduo é incapaz de pensar por si mesmo. Logo, os conteúdos

S
divulgados nos cinemas não permitem que os sujeitos adquiram autonomia de pensamento.

PE
LO
(TRECHO EXTRAÍDO DE REDAÇÃO NOTA 980 DO ENEM 2019 – ALUNA HEXAG)

A
UL
ƒ Segundo o filósofo(...) Nesse sentido, é possível dizer...
ƒ

PA
De acordo com o sociólogo.... Nessa mesma linha, pode-se afirmar que...
EXPRESSÕES QUE
ƒ O historiador... afirma que “...” A frase do autor evidencia como esse problema...

NA
AJUDAM A CRIAR
ƒ O filósofo... assegura que... Essa concepção pode ser relacionada ao...
OS PERÍODOS

4A
ƒ Essa situação confirma a ideia de Kant de que..., pois...
ƒ Tal cenário corrobora a afirmação de... sobre ... já que...
30
70
35
53
03

PROPOSTA DE INTERVENÇÃO I: COMPOSIÇÃO


JO
AU
AR
S
PE

COMPOSIÇÃO DA INTERVENÇÃO – SUGESTÃO DE BASE ESTRUTURAL


LO
A
UL

1. RETOMADA DO
PA

Fica evidente, portanto, que nem todos têm acesso ao cinema como entretenimento.
PROBLEMA
NA

Nesse contexto, cabe ao Ministério da Cultura – órgão responsável pelo sistema cultural brasileiro
A
04

2. DESCRIÇÃO DA – garantir à população a oportunidade de frequentar um cinema, por intermédio de políticas de des-
3

INTERVENÇÃO contos na compra de ingressos de acordo com a renda, a fim de incluir toda sociedade no “mundo
70

cinematográfico”.
35
53

3. FECHAMENTO
03

ESPECIAL
(DETALHAMENTO Dessa forma, os brasileiros verão o direito garantido pela Constituição como uma realidade próxima.
O

DA PROPOSTA DE
J
AU

INTERVENÇÃO)
AR

TRECHO EXTRAÍDO DE REDAÇÃO NOTA 1000 DO ENEM 2019, PUBLICADA NA CARTILHA “REDAÇÃO A MIL 2.0”
S
PE
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DESCRIÇÃO DA INTERVENÇÃO – ANÁLISE DOS ELEMENTOS

NA
4A
30
Agente

70
35
ƒ O Ministério da Economia deve ampliar a oferta de empregos formais...

53
ƒ Cabe às instituições de ensino promover...
ƒ É necessário que o Poder Legislativo enrijeça a punição...

03
JO
AU
Ação (mais ampla – usualmente iniciada com verbos no infinitivo)

AR
ƒ As Universidades devem capacitar os professores das redes pública e privada...

S
ƒ O Ministério da Saúde deve informar a população a respeito da importância da doação de órgãos...

PE
ƒ As Escolas devem ampliar a discussão a respeito das DSTs com os alunos....

LO
A
UL
Meio (mais específico – Usualmente descrito com o emprego de substantivos)

PA
ƒ Tal ação pode ser feita por meio de cursos de formação continuada que abordem a valorização da plurali-

NA
dade linguística...

4A
ƒ Essa ação deve ser realizada através de propagandas que desmistifiquem...
ƒ ... a partir de debates, palestras com profissionais especializados e leitura de livros que tratem do as-
30
sunto...
70
35
53
03

Finalidade/resultado (Os exemplos estão com detalhamento)


JO

ƒ a fim de que os professores estejam aptos a lidarem com diferenças linguísticas em sala de aula, podendo
valorizar as variantes de cada aluno.
AU

ƒ com objetivo de aumentar o número de doadores, reduzindo o tempo de espera por um órgão.
AR

ƒ com o intuito de aumentar a prevenção entre os adolescentes, evitando novos casos de contaminação...
S
PE
LO

DETALHAMENTO
Ao menos um dos elementos da sua redação precisa ser detalhado. Veja os exemplos:
A
UL
PA

Além disso, é de suma importância que as instituições educacionais promovam, por meio de campanhas
de conscientização, para pais e alunos, discussões engajadas sobre a imprescindibilidade de sa-
NA

DETALHAMENTO ber usar, de maneira cautelosa, a internet, entendendo a relevância de uma “polarização
A

DA AÇÃO digital” para a concretização da razão comunicativa, com o intuito de utilizar o meio virtual para o
04

desenvolvimento pleno da sociedade.


3

TRECHO EXTRAÍDO DE REDAÇÃO NOTA MIL DO ENEM DE 2018. FONTE: CARTILHA: REDAÇÃO A 1000
70
35

Governo Central deve impor sanções a empresas, em especial as virtuais, que criam perfis de usuários para
53

influenciar suas condutas, por via da instauração de Secretarias planejadas para a atuação no
03

DETALHAMENTO ambiente digital, uma vez que tais plataformas padecem de fiscalizações efetivas, com o fito
DO MEIO
O

de minorar o controle de comportamentos por particulares.


J
AU

TRECHO EXTRAÍDO DE REDAÇÃO NOTA MIL DO ENEM DE 2018. FONTE: CARTILHA: REDAÇÃO A 1000
AR

Às escolas desenvolverem a percepção dos perigos da “cognição preguiçosa” para a formação da visão
de mundo dos seus alunos, mediante aulas de informática unidas à disciplina de Sociologia – voltadas
S
PE

DETALHAMENTO para uma educação não só técnica, mas social das novas tecnologias –, a fim de ampliar nos jovens
DA FINALIDADE o interesse por diferentes opiniões e, consequentemente, reduzir os efeitos adversos da
LO

problemática.
LA

TRECHOS EXTRAÍDOS DE REDAÇÃO NOTA MIL DO ENEM DE 2018. FONTE: CARTILHA: REDAÇÃO A 1000
U
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FECHAMENTO ESPECIAL

NA
(PODE SER USADO COMO DETALHAMENTO DA FINALIDADE)

4A
30
70
Para encerrar a redação, recomenda-se que o aluno escreva um período conclusivo curto no qual ele afirme o que poderá

35
melhorar a partir das ações informadas. Trata-se de algo bem conciso e mais amplo que pode, inclusive, fazer referência–

53
histórica, filosófica, literária, sociológica, entre outras – a algum dado trabalhado, geralmente, na introdução do texto. Assim,

03
além de garantir o cumprimento do detalhamento descrito, ele consegue estabelecer o paralelismo com algo que foi abor-

JO
dado ao longo da redação.

AU
Exemplo

AR
S
PE
LO
“Embora a Constituição Federal de 1988 assegure o acesso à cultura como direito de todos os cidadãos,
percebe-se que, na atual realidade brasileira, não há o cumprimento dessa garantia, principalmente no

A
INTRODUÇÃO
que diz respeito ao cinema. Isso acontece devido à concentração de salas de cinema nos grandes centros

UL
urbanos e à condição cultural de que a arte é direcionada aos mais favorecidos economicamente.

PA
NA
PERÍODO DE

4A
Feito isso, a sociedade brasileira poderá caminhar para completude da democracia no âmbito cultural.”
FECHAMENTO
TRECHOS EXTRAÍDOS DE REDAÇÃO NOTA MIL DO ENEM DE 2019. FONTE: CARTILHA: REDAÇÃO A 1000 - 2.0
30
ESPECIAL
70
35

ƒ Desse modo, será possível...


53

SUGESTÕES DE ƒ Feito isso, a sociedade poderá ...


03

ESCRITA ƒ Dessa maneira os desafios... poderão ser atenuados.


ƒ Diante dessas medidas, os indivíduos poderão...
JO
AU
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A NA
304
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NA
PROPOSTA DE INTERVENÇÃO II : OS AGENTES DA INTERVENÇÃO

4A
30
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35
Sempre procure conhecer os atores sociais para definir quais ações eles podem executar em sua intervenção.

53
03
AGENTE AÇÃO
ƒ

JO
Reduzir e prevenir riscos e agravos à saúde da população; (SAÚDE)
ƒ Ampliar o acesso da população a medicamentos; (SAÚDE)

AU
ƒ Valorizar os profissionais da educação; (EDUCAÇÃO)

AR
ƒ Estimular a articulação entre pós-graduação, núcleos de pesquisa e cursos de formação para pro-
fissionais da educação; (EDUCAÇÃO)

S
PE
ƒ Proteger áreas ameaçadas de degradação; (MEIO AMBIENTE)
ƒ

LO
Acompanhar o estado e a qualidade do ambiente; (MEIO AMBIENTE)
1. MINISTÉRIOS ƒ Combater a violência institucional, com ênfase na erradicação da tortura e na redução da letalida-

A
de policial e carcerária; (MULHER, FAMÍLIA E DIREITOS HUMANOS)

UL
ƒ Fortalecer os princípios da democracia e dos Direitos Humanos nos sistemas de educação básica,

PA
nas instituições de ensino superior e nas instituições formadoras; (MULHER, FAMÍLIA E DIREITOS

NA
HUMANOS)
ƒ Ampliar o controle e o rastreamento de armas de fogo, munições e explosivos, (JUSTIÇA E SEGU-

4A
RANÇA PÚBLICA) 30
ƒ Elevar o nível de percepção de segurança da população; (JUSTIÇA E SEGURANÇA PÚBLICA)
70

ƒ Cobrar das autoridades uma posição...


35

2. SOCIEDADE CIVIL ƒ Denunciar os casos...


53

ƒ Informar-se a respeito da...


03
JO

ƒ Oferecer capacitação aos profissionais


AU

3. UNIVERSIDADE ƒ Aprimorar o currículo dos alunos na área da...


ƒ Reavaliar as formas de ingresso na instituição...
AR
S

ƒ Discutir com os alunos sobre...


PE

4. ESCOLAS ƒ Promover melhor interação entre alunos, professores e profissionais...


LO

ƒ Fortalecer o contato do aluno com...


A
UL

ƒ Reavaliar os processos de contratação...


PA

5. EMPRESAS ƒ Aprimorar a qualidade do ambiente profissional...


ƒ Oferecer postos de trabalho destinados...
A NA

ƒ Ajudar a população a encontrar...


04

6. ONGs (parcerias) ƒ Oferecer auxílio durante...


3

ƒ Criar projetos voltados...


70
35
53

7. MINISTÉRIO ƒ Investigar as irregularidades...


ƒ Ampliar a fiscalização acerca...
03

PÚBLICO
J O

ƒ Enrijecer punição contra os indivíduos que...


AU

8. PODER LEGISLATIVO
ƒ Facilitar o acesso da população aos...
AR
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CONCLUSÃO: OUTROS VESTIBULARES

4A
30
70
35
53
Resumo

03
ƒ O objetivo da conclusão é encerrar a discussão realizada ao longo do texto, a partir da recuperação da abordagem inicial.

JO
ƒ Trata-se de um parágrafo mais livre, cabendo ao aluno decidir qual é forma de conclusão que melhor convém a cada tema.

AU
AR
SUGESTÃO DE ESTRUTURA DA CONCLUSÃO

S
PE
LO
A. RETOMADA DA TESE Inicia-se o período com uma reafirmação da posição inicial, sugerida pela tese.

A
UL
B. (OPÇÕES)

PA
B1. RETOMADA DOS ARGUMENTOS Retoma-se os argumentos para endossar o posicionamento.

NA
B2. SOLUÇÃO Apresenta-se uma solução para o problema discutido.

4A
B3. REMISSÃO A TEXTOS Trata-se de uma referência a um autor/obra apresentado ao longo do texto.
30
B4. REFLEXÃO CRÍTICA Apresenta uma ponderação sua a partir de todas as ideias apresentadas.
70

Crie um período curto, no qual você faça uma sugestão, uma ressalva em rela-
35

C. FECHAMENTO ESPECIAL (OPCIONAL)


ção ao que já foi dito ou uma previsão futura a respeito do cenário discutido.
53
03
JO

COESÃO SEQUENCIAL
AU
AR
S
PE
LO

Coesão sequencial é aquela que cria – dentro do texto – condições para que a leitura possa avançar ou progredir. São
responsáveis por esse tipo de coesão as flexões verbais (tempo e modo) e as conjunções, também chamadas de conectivos.
A
UL

Estes são os principais responsáveis por articular a coesão no interior da dissertação argumentativa.
PA
NA

TABELA DE CONECTIVOS
A
04

APLICAÇÃO/EXEMPLO
VALOR SEMÂNTICO CONECTIVOS (Trechos extraídos de redações nota máxima do ENEM 2019,
3
70

disponíveis na Cartilha Redação a mil 2.0.)


35

Ademais, a aceitação da restrição da cidadania por parte dos bra-


53

Em adição, além disso, ade-


ADIÇÃO sileiros provém de um ensino ineficaz e muitas vezes inexistente que
03

mais, outrossim
acarreta falta de conhecimento sobre os direitos individuais.
O

Primeiramente, em primeiro
J

Em uma segunda análise, a alienação social contribui para a per-


AU

ENUMERAÇÃO lugar, segundo, em segundo


sistência da disparidade no acesso ao cinema.
lugar, inicialmente
AR

Nesse sentido, há, de fato, uma visão elitista advinda dos donos de sa-
Como resultado, por esta ra-
S

las de exibição, que muitas vezes precificam ingressos com valores aci-
PE

CONSEQUÊNCIA zão, por conta disso, em de-


ma do que classes populares podem pagar. Consequentemente, a
LO

corrência disso
população de baixa renda fica impedida de frequentar esses espaços.
LA
U
PA

69
A
AN
L
A
UL
PA
NA
Ademais, as escolas e as universidades, mediante palestras e debates,
A fim de, com o propósito de,
devem informar a população a respeito da importância do cinema,

4A
FINALIDADE para que, com o intuito de,
com o objetivo de configurar um comportamento crítico quanto às
com o objetivo de,

30
falhas da sociedade.

70
De acordo com os iluministas Diderot e D’Alembert, autores da

35
“Enciclopédia”, a democratização da educação é fundamental no

53
combate à alienação dos cidadãos, garantindo aos mesmos sua efe-
Conforme, segundo, de acordo

03
CONFORMIDADE tiva liberdade. Dessa forma, entende-se que o cinema torna-se um
com
instrumento educacional importante na medida em que apresenta o

JO
entretenimento como meio de reflexão social, o que contribui com a

AU
construção de cidadãos críticos dentro da democracia brasileira.

AR
O cinema, considerado a sétima arte, é um importante meio de difu-
são do conhecimento, entretenimento e cultura. Por oferecer tamanha

S
PE
Entretanto, porém, contudo, carga intelectual, ele deveria ser de fácil acesso a todos. No Brasil, en-
OPOSIÇÃO
no entanto, todavia. tretanto, percebe-se que, no decorrer dos anos, o acesso a essa arte

LO
tornou-se pouco democrático devido a fatores históricos e à reduzida

A
a atuação estatal para resolver essa problemática.

UL
“O filme “Bastardos Inglórios”, ao contextualizar cenas em meados

PA
do século XX, retrata o caráter elitista das exibições de cinema, uma

NA
vez que eram espaços de socialização das classes ricas da época. Na
contemporaneidade, embora seja mais amplo, ainda há entraves a
4A
Embora, apesar de, ainda que,
CONCESSÃO serem superados quanto à democratização do acesso às salas cine-
por mais que, mesmo que.
30
matográficas no Brasil. Nesse sentido, os resquícios de uma herança
70

segregacionista no que diz respeito à frequência de locais de cinema,


35

geram dificuldade de manter esse hábito em grande parte da popula-


53

ção, o que perpetua a problemática.


03

Além disso, a insuficiência de recursos destinados a exibições em te-


atros populares é um fator que dificulta a democratização do cinema
JO

no Brasil. Isso porque, apesar de Steve Jobs, um dos fundadores


AU

Isso porque, em virtude de, já da empresa “Apple”, ter corroborado com a i deia do mundo virtual
EXPLICAÇÃO
AR

que, uma vez que, pois, como influenciador ao constatar que a “tecnologia move o mundo”,
as redes sociais não são utilizadas pelos órgãos públicos para divulgar
S
PE

apresentações cinematográficas nos centros culturais, presentes em


diversas regiões do país.
LO
A

A título de exemplo, o Brasil — segundo a ANCINE — é um país


UL

Um exemplo disso, a exemplo


que possui elevados í ndices de segregação quanto ao acesso ao uni-
EXEMPLIFICAÇÃO disso, por exemplo, prova dis-
PA

verso cinematográfico. Destarte, é necessário maior protagonismo por


so
parte dos governantes.
A NA
04

Assim, logo, portanto, desse Logo, é fundamental que o poder público desenvolva medidas, como
3

CONCLUSÃO modo, dessa forma, em sínte- a construção de mais espaços destinados aos espectadores, com o
70

se, em suma, destarte intuito de que os anseios do artigo 215 tenham realmente vigor.
35
53

Segundo o filósofo grego Aristóteles, a arte desempenha o papel de


03

Nessa mesma linha, nesse sen- imitar a realidade, permitindo àquele que a aprecia experimentar ou-
CONTINUAÇÃO tido, sob esse mesmo viés, sob tras visões do real e aprender com elas. Nesse sentido, o cinema,
O
J

tal ótica uma vez que se constitui como forma de arte, tem a função não só de
AU

entretenimento, mas também de ferramenta de ensino.


AR
S
PE
LO
U LA
PA

70
A
AN
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A
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PA
NA
COESÃO REFERENCIAL

4A
30
70
35
53
Coesão referencial é aquela em que um componente da superfície do texto faz remissão a outro(s) elementos(s) nela

03
presentes ou inferíveis a partir do universo textual. Em outras palavras, trata-se do ato de fazer referências a termos que já
apareceram no texto sem se valer do uso de repetições. A coesão referencial pode ser empregada a partir do uso de artigos,

JO
pronomes, numerais, sinônimos e hiperônimos e termos genéricos.

AU
AR
PRINCIPAIS ESTRATÉGIAS DE COESÃO REFERENCIAL APLICADAS NA DISSERTAÇÃO ARGUMENTATIVA

S
PE
APLICAÇÃO

LO
ESTRATÉGIA MECANISMOS (Trechos extraídos de redações nota máxima do ENEM

A
2019, disponíveis na Cartilha Redação a mil 2.0.

UL
PA
ƒ ELE/ELA (Sujeito) Dessa forma, a ampliação do acesso à cultura por meio do cinema
1. PRONOMES

NA
ƒ O(S)/A(S) e variações (Ob. direto) é imperativa para alertar os brasileiros sobre sua condição de
PESSOAIS
ƒ LHE/LHES (Ob. indireto) marginalização cultural e para inseri-los no acesso à arte.

4A
30
Esse cenário é presente no Brasil pois não há a democratização
70

2. PRONOME a) Catafórico: anuncia o termo.


de eventos cinematográficos, pois estes ocorrem em espaços eli-
35

DEMOSTRATIVO b) Anafórico: retoma o termo mais pró- tizados, como shoppings, e com preços inacessíveis à comunidade
53

ESTA/ESTE ximo. de baixa renda.


03
JO

ƒ Portanto, cabe ao Ministério da Educação, com a finalidade


AU

de ampliar o senso crítico ao democratizar o acesso à cultu-


ra, promover sessões de cinema gratuitas em locais públicos,
AR

como em praças, em parques e em centros culturais. Essa ini-


S

ciativa deve ser realizada por meio do auxílio de empresas


PE

privadas relacionado a artes visuais, que devem oferecer todo


a) Retoma termo/oração anterior
LO

3. PRONOME o aparato necessário.


DEMOSTRATIVO acompanhado de substantivo:
A

ESSA/ESSE/ISSO ƒ Ademais, o problema existe também em locais onde há salas


UL

b) *Isso – retoma orações inteiras.


de cinema, uma vez que o custo das sessões é inacessível às
PA

classes de renda baixa. Isso se deve ao fato de o mercado


ser dominado por poucas empresas exibidoras. Conforme te-
NA

orizou inicialmente o pensador inglês Adam Smith, o preço


A

decorre da concorrência: a competitividade força a redução


04

dos preços, enquanto os oligopólios favorecem seu aumento.


3
70
35

Ação: atividade, processo, realização,


53

operação. Em primeiro plano, a ineficiência do Estado em aplicar leis que


03

Contexto: cenário, conjuntura, situa- garantam o acesso à cultura restringe a cidadania dos indivíduos.
ção Seja pela dificuldade em administrar recursos em um território de
J O

dimensões continentais, seja pela falta de interesse dos órgãos


AU

4. SINÔNIMOS Ideia: posicionamento, acepção, posi-


públicos em promover o desenvolvimento sociocultural demo-
ção, consideração.
AR

crático das regiões afastadas do centro vanguardista nacional,


Pessoas: indivíduos, cidadãos, sujeitos. existe uma parcela significativa da população sem acesso
S
PE

População: Sociedade civil, pessoas ao cinema.


LO

de modo geral
LA
U
PA

71
A
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A
UL
PA
NA
PRINCIPAIS ESTRATÉGIAS DE COESÃO REFERENCIAL APLICADAS NA DISSERTAÇÃO ARGUMENTATIVA

4A
APLICAÇÃO

30
ESTRATÉGIA MECANISMOS (Trechos extraídos de redações nota máxima do ENEM

70
2019, disponíveis na Cartilha Redação a mil 2.0.

35
“A terceira fase do Modernismo vigorou, no Brasil, durante o Pe-

53
ríodo Liberal-Democrático, apresentando como uma de suas pro-

03
postas artísticas a retratação das “Sociedades Liminares” – tradi-

JO
(Trata-se da retomada de um termo cionalmente excluídas do projeto cultural brasileiro – nas obras

AU
5. HIPERÔNIMOS específico por um termo mais abran- cinematográficas. Tal movimento, conhecido como “Cinema
gente) Novo”, embora objetivasse a integração de povos historicamente

AR
invisibilizados, não obteve êxito na democratização do cinema no

S
país, haja vista o não comparecimento daqueles aos cinemas da

PE
época.

LO
A
Decerto, o processo de urbanização brasileiro ocorreu de forma

UL
Termos que podem retomar os varia- acelerada e desorganizada, provocando o surgimento de aglome-
dos tipos de palavras ou orações.

PA
rados no entorno dos centros urbanos. Diante dessa conjuntu-
ƒ essa condição ra, essas periferias sofrem, de modo geral, históricas negligências

NA
ƒ tal situação
governamentais, como a escassez de infraestrutura básica, de

4A
escolas e de hospitais.
6. TERMOS ƒ esse cenário 30
GENÉRICOS ƒ tal processo
Efetivamente, é notório o desacordo que existe entre o que é as-
70

segurado pela Constituição e a realidade do país, uma vez que


ƒ esse contexto
35

muitos municípios não possuem cinemas ou espaços destinados


53

ƒ essa conjuntura à exposição de filmes, séries e documentários. Esse nefasto pa-


03

ƒ tal relação radigma atesta, sobretudo, uma grande desigualdade no acesso


ƒ esse paradigma à cultura do país, tendo em vista que em grandes cidades, como o
JO

Rio de Janeiro, o cinema é mais valorizado.


AU
AR
S
PE

PROGRESSÃO TEMÁTICA
LO
A
UL
PA
NA

Seguir o projeto de texto


A
04
3
70

Apresentar informações úteis à tese


35
53
03

O QUE FAZER
PARA GARANTIR
O

Não deixar enunciados soltos


A PROGRESSÃO
J
AU

TEMÁTICA?
AR

Não fazer saltos temáticos


S
PE
LO
LA

Organizar a ordem de aparição das informações


U
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72
A
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UL
PA
NA
SUGESTÕES DE ESTRATÉGIAS PARA PROGRESSÃO TEMÁTICA NOS PARÁGRAFOS DE DESENVOLVIMENTO

4A
(2º, 3º OU 04º PARÁGRAFOS)

30
Ao elaborar o seu planejamento, organize a apresentação desses parágrafos da maneira que for

70
mais lógica para a compreensão do corretor. Por exemplo: devo falar primeiro da família e depois

35
1. APROXIMAÇÃO TEMÁTICA do Estado? Devo falar primeiro da educação e depois do trabalho? Devo falar primeiro da so-

53
ciedade civil e depois das empresas? Essa escolha não pode ser aleatória. Observe qual é o melhor

03
caminho e depois siga esse planejamento.

JO
Uma das formas de progressão temática mais comum é a articulação entre causa e consequência.

AU
Tal relação pode ser facilmente empregada em diferentes propostas de vestibular, já que consiste na
apresentação das razões que motivam determinada ideia ou problema e, em seguida,

AR
2. CAUSA/ CONSEQUÊNCIA
dos efeitos que tal situação provoca. No entanto, é preciso cuidado: o parágrafo de consequ-

S
ência não pode ser completamente expositivo. É fundamental, nesse caso, que o autor realiza uma

PE
avaliação crítica do efeito apresentado.

LO
Em algumas propostas, é possível identificar argumentos que são muito plausíveis de serem abor-

A
dados, já que estão indiretamente sugeridos por meio da análise da coletânea. Nesse sentido, para

UL
3. ARG. MAIS EVIDENTE/
comprovar a tese, o candidato pode dividir seus parágrafos começando com um argumento

PA
ARG. MENOS EVIDENTE mais previsível e depois aprofundando sua análise num argumento menos evidente,

NA
mas que também se mostra muito pertinente à questão.

4A
O uso da divisão entre passado e presente no desenvolvimento das redações também não é uma
30
novidade. Em alguns temas, torna-se fundamental analisar o passado para entender as causas de
70

4. PASSADO/ PRESENTE determinada situação e, assim, comprovar a tese. Por uma questão lógica, é preciso primeiro
35

apresentar as relações com o passado para depois mostrar como ela ainda engendram
53

uma relação com o presente.


03

Nesse caso, cabe ao candidato apresentar uma ideia no primeiro argumento que se des-
JO

5. DESDOBRAMENTO dobrará na ideia apresentada no segundo argumento. Este, por sua vez, pode levar a
AU

uma outra ideia a ser trabalhada num terceiro parágrafo de desenvolvimento.


AR
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35
53
03
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73
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PA
DISCUSSÃO TEMÁTICA: A QUESTÃO 7 – Descriminalizar o consumo é apenas um ponto de partida. A

NA
legalização e a regulação devem envolver também a produção e a

4A
comercialização. Na Holanda, onde o consumo é descriminalizado
DAS DROGAS E O TRATAMENTO desde os anos 1970, a origem da droga não é regulada.

30
DA DEPENDÊNCIA QUÍMICA

70
8 – Em Portugal, que descriminalizou o uso de todas as drogas,
em 2001, estudos mostram que o consumo diminuiu justamente na

35
faixa etária em que o consumo se inicia, dos 15 aos 24 anos.

53
Acervo

03
9 – No Uruguai, onde, a partir de 2012, passou-se a regular todo o
processo, da produção ao consumo, cerca de 3 mil pessoas já estão
TEXTO 1

JO
cultivando a cannabis e consumindo o que cultivam. Um dos efeitos

AU
Drogas, legalização e descriminalização: desfazendo mitos da regulação é que menos dinheiro circula no narcotráfico, não foi
registrado aumento do consumo de drogas e, entre adolescentes, o

AR
Pelo artigo 28 da Lei de Drogas, comete crime aquele que “adqui-
consumo caiu.
rir, guardar, tiver em depósito, transportar ou trouxer consigo, para

S
consumo pessoal, drogas sem autorização ou em desacordo com 10 – Indicadores apontam que, em uma comparação com o álcool,

PE
determinação legal”. As penas não envolvem prisão, mas o acusado este causa muito mais prejuízos, seja sobre a saúde do usuário, seja

LO
sofre todas as consequências de um processo penal e, se condenado, no que diz respeito à violência, doméstica, no trânsito, decorrente
deixa de ser réu primário. Os defensores da descriminalização argu- do seu uso.

A
UL
mentam que impedir o indivíduo de portar droga para o uso próprio
11 – Há estudos buscando a utilização na cannabis como droga
viola o princípio da intimidade e da vida privada, ferindo o que está

PA
substituta para o álcool, nos casos de tratamento de alcoólicos, com
expresso na Constituição.
menos danos, menor custo econômico e redução de índices de vio-

NA
No seminário Maconha: Usos, Políticas e Interfaces com a Saúde lência.
e Direitos, realizado em julho, no Rio de Janeiro, pela Fiocruz em

4A
parceria com a Escola de Magistratura do Rio de Janeiro (Emerj), 12 – A descriminalização e a legalização possibilitam controle do
30
uma conclusão foi unânime: o modelo repressivo às drogas produziu Estado sobre a oferta, a circulação e a qualidade do produto a ser
consumido.
70

efeitos opostos àqueles a que se propunha. Em vez de preservar


35

vidas, vem causando mais mortes do que poderia causar o consumo 13 – A atual legislação brasileira não estabelece critérios objetivos
dessas substâncias. O caminho defendido por legisladores, gestores,
53

para diferenciar usuário e traficante. A decisão fica, na prática, na


estudiosos, pesquisadores, integrantes de movimentos sociais é o mão do policial que faz a abordagem.
03

da legalização e da descriminalização, não só da cannabis, mas das


14 – Há um perfil preferencial de quem é considerado traficante –
JO

outras drogas consideradas ilícitas. Um passo pode ser dado nesse


sentido, com a votação da inconstitucionalidade do artigo 28. jovem, pobre, negro ou pardo – e um perfil preferencial dos que são
AU

tidos como usuários – brancos, de classe média, com maior poder


Veja o que é preciso saber para desfazer alguns mitos e
AR

aquisitivo.
integrar esse coro (informações extraídas das exposições dos par-
15 – A maior parte das pessoas detidas por envolvimento com
S

ticipantes do seminário Maconha: Usos, Políticas e Interfaces com a


PE

Saúde e Direitos). entorpecentes é flagrada sozinha e desarmada, tendo como única


testemunha do caso o policial que faz a prisão e cuja palavra é va-
LO

1 – Não há evidências científicas de que o consumo de drogas au- lorizada pelo Judiciário.
mentará e acarretará mais mortes, com a descriminalização.
A

16 – Na maior parte dos casos, ainda, a pessoa apreendida porta


UL

2 – A violência decorrente da guerra às drogas mata muito mais pequena quantidade de drogas.
PA

do que o uso de drogas. Por conta da repressão às drogas morrem


usuários, traficantes, policiais e aqueles que nada têm a ver com isso. 17 – A atual política de drogas criminaliza a pobreza e deixa em
NA

último plano a promoção de políticas sociais de acesso a equipa-


3 – Apesar da guerra e das mortes, o consumo e o tráfico nunca mentos educacionais, sanitários e de serviço social.
A

diminuíram. Desde a promulgação da Lei 11.343/2006, o comércio


04

e o consumo de entorpecentes e o número de pessoas presas por 18 – A abordagem penal marginaliza pessoas que poderiam pro-
3

curar auxílio se a aproximação se desse do ponto de vista social,


70

tráfico vêm aumentando.


caracterizando-se uma violação ao direito à informação, previsto na
35

4 – Entre os consumidores adultos, somente uma parcela muito Constituição (art. 5º).
53

pequena faz o que se chama de uso problemático de drogas, com


“DROGAS, LEGALIZAÇÃO E DESCRIMINALIZAÇÃO: DESFAZENDO MITOS”
03

prejuízos à saúde.
HTTPS://CEE.FIOCRUZ.BR/ (11.08.2015)
5 – A classificação das drogas entre lícitas e ilícitas não obedece
J O

a qualquer evidência científica. Trata-se de critérios políticos ou,


TEXTO 2
AU

simplesmente, de falta de critérios. As drogas consideradas ilegais


AR

foram assim classificadas em uma convenção das Nações Unidas, Descriminalização de drogas para uso pessoal é aposta
em 1961, sem base na ciência. contra encarceramento desnecessário
S
PE

6 – A maioria das drogas em circulação é legal (como exemplo, o Uma das principais – e mais polêmicas – novidades do anteprojeto
tabaco, o álcool e medicamentos como a ritalina, os ansiolíticos e de reforma da Lei de Drogas apresentado à Câmara dos Depu-
LO

antidepressivos, entre outros). As drogas ilícitas são uma minoria. tados no início do mês de maio é a proposta de descriminalização
LA

da aquisição, posse, armazenamento, guarda, transporte ou compar-


U
PA

74
A
AN
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A
UL
PA
tilhamento de entorpecentes para uso pessoal, limitado à quantia inspirados na iniciativa de “guerra às drogas”, em que uma dose

NA
de dez doses (a quantidade de cada dose por tipo de droga será para consumo próprio pode gerar a aplicação da pena de morte. Há

4A
definida pelo Poder Executivo). modelos que descriminalizam e legalizam, como o do Uruguai, que
criou uma autarquia para regular esse novo mercado.

30
Segundo o ministro do Superior Tribunal de Justiça (STJ) Rogerio

70
Schietti Cruz, vice-presidente da comissão de juristas que elaborou Algum desses modelos internacionais foi mais inspirador?
o anteprojeto, a descriminalização é uma tendência mundial e foi

35
incluída no texto após discussão com especialistas e análise da ex- Rogério Schietti – Todos os estudiosos do assunto e a literatura

53
periência de vários países. especializada colocam Portugal como o modelo que mais deu certo

03
em relação a uma nova política relacionada a drogas ilícitas. Reco-
Ao mesmo tempo em que busca reforçar o combate ao grande nhecemos que o Brasil não tem condições de dar o mesmo pas-

JO
tráfico de drogas e ao seu financiamento (leia na entrevista do so, por isso demos um passo tímido com a descriminalização do

AU
ministro Ribeiro Dantas, presidente da comissão de juris- uso limitado. É o que achamos possível para nossa realidade. Há
tas), o anteprojeto estabelece diretrizes para políticas públicas de quem defenda a legalização do comércio, mas há uma deficiência

AR
prevenção ao uso de drogas e de redução de danos, para prevenção do Estado em fornecer e controlar serviços, então não poderíamos
ao uso problemático de entorpecentes e também para tratamento

S
deixar o Estado administrar isso. Simplesmente não vamos mais cri-

PE
de dependentes. minalizar a conduta das pessoas que fazem uso dessas substâncias

LO
O ministro Rogerio Schietti comenta na entrevista abaixo alguns sem consequências maiores a terceiros. A proposta é não mais punir
pontos da redação final do anteprojeto, com destaque para a pro- criminalmente usuários quando flagrados na posse de até dez doses.

A
UL
posta de descriminalização do uso pessoal. De acordo com o ma-
Qual o parâmetro adotado para a definição desse limite
gistrado, que preside a Terceira Seção do STJ (especializada em ma-

PA
de dez doses?
térias de direito penal), a legislação atual contribui para que o país

NA
tenha um alto grau de encarceramento, o que acaba servindo de Rogerio Schietti – É muito difícil estabelecer o parâmetro. Em
estímulo para o crescimento das organizações criminosas. alguns países o limite é cem gramas de cannabis; em outros, 40.

4A
Outros fixam limites por dias de consumo. É importante destacar que
“Cerca de 30% dos homens condenados cumprem pena por crimes 30
estabelecemos uma presunção que pode ser desconsiderada pela
ligados ao tráfico, e entre as mulheres esse percentual chega a 70%.
realidade dos fatos. O juiz pode avaliar se é realmente caso de usu-
70

As facções se alimentam da mão de obra que entra nos presídios por


ário ou se é um traficante com pequena quantidade. Futuramente,
35

crimes pequenos”, diz o ministro.


esse quantitativo deverá ser definido pela Agência Nacional de Vigi-
53

Uma das preocupações do anteprojeto é estabelecer di- lância Sanitária (Anvisa). Como essa regulamentação pode demorar,
03

ferença entre dependência e uso problemático de drogas. o anteprojeto estabeleceu um limite provisório.
JO

Essa distinção é nova? No Brasil, a questão das drogas leva ao encarceramento em massa.
Isso também pesou na hora de formular as propostas?
AU

Rogerio Schietti – Todo nosso trabalho é fruto de leitura e consul-


ta a pessoas que nos trouxeram o que há de mais atual no mundo
AR

Rogerio Schietti – Também. Nós observamos que na vigência da


sobre o tema. A questão das drogas ilícitas envolve uma miríade de lei atual o grau de encarceramento em geral aumentou muito, e os
S

classificações. Existe o usuário eventual, esporádico, que não neces- crimes relacionados ao tráfico tiveram um aumento muito maior.
PE

sariamente se torna dependente. Há os dependentes e há aqueles Atualmente, cerca de 30% dos homens condenados cumprem pena
LO

que, mesmo não sendo dependentes, acabam tendo problemas por crimes ligados ao tráfico, e entre as mulheres esse percentual
pessoais por causa do uso frequente: perdem o emprego, têm con- chega a 70%. Pior que a superlotação do sistema penitenciário são
A

flitos familiares, enfim, geram situações que lhes trazem problemas as condições de cumprimento de pena. As facções se alimentam da
UL

e por isso são definidos como usuários problemáticos. Tentamos dar mão de obra que entra nos presídios por crimes pequenos. Esses
PA

respostas correspondentes a cada uma das situações, mantendo ao pequenos flagrantes não afetam o comércio de drogas, pois quem
mesmo tempo um tratamento rigoroso ao tráfico. é preso logo é substituído na função. São pessoas que poderiam
NA

ter outra resposta punitiva do Estado e, no anteprojeto, procuramos


Foi nesse contexto que surgiu a proposta de descrimina-
A

tratar cada situação de tráfico com a respectiva gravidade, dosando


04

lização?
as penas de modo proporcional.
3

Rogerio Schietti – Sim, para a pessoa que faça uso até um limi-
70

te de dez doses, propomos sua retirada do sistema criminal, pois é Há também uma preocupação com a política de redução
35

um problema individual e, eventualmente, de saúde pública. Esta- de danos. De que forma esse conceito está presente no
53

mos respeitando a autodeterminação do indivíduo. Se o uso causar anteprojeto?


03

problemas, pode haver a intervenção do Estado, mas o indivíduo Rogerio Schietti – No texto apresentado, há uma afirmação da
somente será alcançado pelas garras da Justiça quando se envolver política de redução de danos para as hipóteses de intervenção social
O

com o tráfico de drogas. A tendência mundial é essa. Se nós estiver-


J

do Estado para que, na medida do possível, uma eventual depen-


AU

mos errados, o mundo todo também estará. dência seja vencida ou, ao menos, controlada, conforme cada caso.
AR

Quais foram os modelos internacionais observados pela co- É possível prever os efeitos que a descriminalização pode
missão para a definição da proposta da descriminalização?
S

ter sobre o consumo de drogas e a criminalidade em geral?


PE

Rogerio Schietti – Foram analisados vários modelos no mundo Rogerio Schietti – Este é um tema sobre o qual estamos sem con-
LO

todo, desde os que não punem na esfera criminal e usam apenas dições de fazer prognósticos seguros. São vários fatores que levam
sanções cíveis, como a multa, até os modelos mais draconianos uma sociedade a conviver com drogas e crimes. É possível que haja
LA
U
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75
A
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PA
no primeiro momento um aumento no consumo, pela eliminação de Tendo isso em mente: Dependência é o mesmo que vício? - O ter-

NA
uma resposta muito drástica que possa inibi-lo, porém o que importa mo vício foi superado e hoje considera-se que a terminologia mais

4A
é que esses usuários não mais serão tratados como criminosos. Deixa- adequada a ser empregada nesse contexto é dependência química,
mos muito claro na apresentação do anteprojeto que é preciso uma conceito esse que não traz consigo qualquer tipo de implicação de

30
política forte do Estado em relação às drogas da mesma forma como ordem ético-moral para o indivíduo. Consequentemente, transpõe-

70
foi feito com o cigarro. O consumo do tabaco diminuiu drasticamente -se a natureza do transtorno por uso de substâncias, deixando de ser

35
nos últimos anos. O número de fumantes no Brasil caiu cerca de 36% uma questão moral e de desrespeito às normas sociais, passando a

53
nos últimos dez anos porque há uma campanha muito forte que alerta enquadrar-se enquanto doença tratável, ainda que incurável.

03
para os riscos desse produto. Nenhum de nós quer um filho ou parente
Levando tais mudanças em consideração, pode-se definir a depen-
como usuário de drogas, e por isso eles devem ser alertados dos riscos.
dência como um transtorno por uso de substâncias psicoativas, que

JO
“DESCRIMINALIZAÇÃO DE DROGAS PARA USO PESSOAL É APOSTA CONTRA
devido à recorrência do consumo poderá induzir no sujeito o desen-
ENCARCERAMENTO DESNECESSÁRIO” HTTPS://WWW.STJ.JUS.BR/ (07.03.2019)

AU
volvimento de um padrão comportamental patológico, alterações

AR
físicas e psiquiátricas.
TEXTO 3

S
Quais são as dependências químicas mais comuns no Brasil?
Segundo UNODC, 35 milhões de pessoas sofrem transtor-

PE
nos de dependência às drogas - A crescente classe média do Brasil tem se envolvido cada vez mais

LO
com drogas como, por exemplo, a cocaína. O país consome hoje
Parte dos dependentes clínicos precisa do apoio de uma clínica para 18% da oferta mundial anual da droga, com 2,8 milhões de brasi-

A
efetuar o melhor tratamento e restituindo o depende à sociedade.

UL
leiros, ou 1,4% da população, fazendo uso de um total de 92.000
quilos em 2010, segundo estimativas fornecidas pelo Escritório das

PA
O problema do uso de substâncias afeta muitas pessoas no Brasil e
no mundo. Segundo dados de 2019 do Escritório das Nações Unidas Nações Unidas sobre Drogas e Crime.

NA
sobre Drogas e Crime (UNODC), 35 milhões de pessoas sofrem de
Visto esses números expressivos: Quais são as drogas mais
transtornos decorrentes do uso de drogas e necessitam de tratamen-

4A
comuns no Brasil e quais os efeitos mais graves dessas subs-
to em clínicas para dependentes químicos. 30
tâncias?
No Brasil, a situação não é diferente: de acordo com estudos or-
70

- As drogas mais comumente consumidas no Brasil são o álcool e


ganizados pela Lenad Família, instituição que faz levantamentos a
35

o tabaco. Segue-se a eles a maconha, a cocaína e seus derivados.


respeito do uso de drogas no Brasil, quase 30 milhões de cidadãos
53

brasileiros conhecem um familiar que seja dependente químico. A intoxicação aguda do álcool e cocaína podem levar a óbito. Já o
03

uso crônico de todas as substâncias supracitadas pode desencade-


Além disso, de acordo com outras pesquisas da OMS, cerca de 6%
ar inúmeras alterações biopsicossociais, podendo levar o usuário à
JO

da população brasileira atual tem alguma dependência química. Isso


morte. Levando-se em conta o álcool, substância de maior abuso ob-
totaliza um contingente de 12,4 milhões de pessoas.
AU

servado na população brasileira, poderá ser responsável por signifi-


Por isso, o médico Luiz Antonio Marques de Mendonça, que trabalha
AR

cativas morbidades físicas. O usuário crônico poderá sofrer desnutri-


na Clínica Cleuza Canan, que há mais de 30 anos trata dependentes ção severa, insuficiência pancreática e hepática, desenvolvimento de
S

químicos e outros transtornos mentais no Paraná irá oferecer escla- gota, osteoporose, hipertensão arterial, entre outras complicações
PE

recimentos. fisiológicas, além de alterações psiquiátricas graves, como intoxica-


LO

O que é dependência química? - A dependência química é carac- ção alcoólica, síndrome de abstinência do álcool, alucinose alcoólica,
terizada pelo uso repetido e incontrolável de drogas de uma forma depressão, podendo ampliar o risco de suicídio do indivíduo.
A
UL

que ameaça a saúde e o bem-estar físico e mental do indivíduo, bem Qual o melhor tratamento para dependentes químicos?
como a segurança física e o bem-estar emocional das pessoas ao seu
PA

redor. De acordo com o Manual de Diagnóstico e Estatística (DSM), o - A abordagem terapêutica para a dependência química é muito va-
NA

sistema de classificação da Associação Americana de Psiquiatria para riável. Afinal, cada dia há novas descobertas científicas que promo-
distúrbios psiquiátricos, uma pessoa pode ser considerada dependen- vem o conhecimento e permitem novas e eficazes abordagens me-
A

te se três ou mais dos seguintes itens estiverem presentes: dicamentosas e terapêuticas. Mas, por outro lado, um ponto-chave
04

do tratamento é o reconhecimento do próprio dependente químico


3

1) Tolerância a uma substância psicoativa


70

de que ele passa por uma doença que precisa ser controlada diaria-
2) Sinais e sintomas de abstinência mente no intuito de promover a satisfação de seu viver.
35

3) Tomar a substância em quantidades maiores ou durante um pe-


53

As clínicas para dependentes químicos oferecem uma série de abor-


ríodo de tempo maior do que o pretendido
03

dagens a fim de restabelecer o equilíbrio nas mais variadas partes


4) Esforços infrutíferos para reduzir ou controlar o uso da substância do ser humano: biológica, psíquica, social e até mesmo espiritual.
O

5) Muito tempo gasto em atividades necessárias para a obtenção Hoje em dia, caiu-se por terra a abordagem reducionista que insiste
J
AU

da substância em dizer que o problema é só psicológico ou somente social. Na


realidade os transtornos químicos surgem de contextos complexos
AR

6) Atividades sociais, ocupacionais ou recreativas importantes aban-


donadas ou reduzidas devido ao uso de substâncias e multifatoriais.
S

7) Uso continuado da substância, apesar de ter problemas físicos ou Diante da dificuldade que os pacientes com doenças quimicamen-
PE

psicológicos persistentes ou recorrentes que possam ser causa- te dependentes devem manter a abstinência para aumentar suas
LO

dos ou exacerbados pela substância. chances de sucesso no processo de tratamento, é necessária uma
conduta cautelosa e completa.
U LA
PA

76
A
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UL
PA
Quais são os requisitos para o dependente controlar o uso O contexto de um orçamento da União cada vez mais apertado, de

NA
de substâncias e ter uma vida funcional? forma geral, ajuda a explicar a redução nos gastos com a política

4A
de drogas. Mas o cenário de arrocho revela também as priorida-
- Antes de mais nada, é imprescindível que o usuário se mantenha
des, como aponta o coordenador da área de Justiça, cidadania e

30
abstinente. Para isso, deve-se buscar auxilio profissional especiali-
segurança pública do Ipea, Alexandre Cunha, responsável pelo le-

70
zado, dar início à psicoterapia, suporte medicamentoso administra-
vantamento.
do por um psiquiatra quando necessário e prescrito. A abordagem

35
terapêutica mais indicada pela American Psychological Association “Isso reflete prioridades, mesmo num contexto de redução (de

53
(APA) para o tratamento da dependência química é a Terapia Cog- despesas), que nunca é linear. Algumas políticas sofreram cortes ex-

03
nitivo-Comportamental, metodologia focada na prevenção de reca- pressivos, como de saúde mental. Outras tiveram aumento, como de
ídas, desenvolvimento de habilidades sociais e mudança de hábitos repressão”, afirmou em entrevista à BBC News Brasil.

JO
que possam levar o indivíduo ao consumo de substâncias depen-

AU
dógenas.

AR
Onde procurar ajuda para dependentes químicos?

S
- A primeira etapa da recuperação é criar consciência de que o uso

PE
de substâncias se tornou um problema na vida da pessoa, o que

LO
está perturbando a qualidade de sua vida. Isto pode resultar em
deficiências na escola, no trabalho, social, recreativo ou em outras

A
UL
áreas importantes da função.

PA
Assim que um indivíduo reconhece o impacto negativo de uma
substância em sua vida, uma ampla gama de opções de tratamento

NA
está disponível. Uma delas é usar um regime de internação em uma

4A
clínica especializada.
“SEGUNDO UNODC, 35 MILHÕES DE PESSOAS SOFREM
30
TRANSTORNOS DE DEPENDÊNCIA ÀS DROGAS”
70

HTTPS://WWW.TERRA.COM.BR/NOTICIAS (19.05.2021)
Com base nos dados do levantamento, solicitado pelo próprio go-
35

verno federal, Cunha aponta que, até o fim do governo do ex-presi-


53

TEXTO 4 dente Lula havia “pouco investimento do governo federal em políti-


03

ca sobre drogas - quer em repressão, quer em prevenção”.


Menos saúde, mais repressão: prioridades mudam no com-
JO

A partir de 2013, já no governo Dilma Rousseff, há um “claro au-


bate a drogas no Brasil
mento da despesa em tema de política sobre drogas, que tem a
AU

Diferente de outros investimentos na política de drogas, gastos fede- ver com aumento na repressão, mas principalmente um aumento
AR

rais com repressão tiveram aumento nos últimos anos expressivo em política de prevenção e cuidado”, segundo ele.
S

O investimento do governo federal em políticas de drogas teve uma Depois, no último ano da gestão Temer, isso muda. “Aí você tem alte-
PE

queda abrupta nos últimos anos: saiu de um patamar de mais de R$ ração substancial do tipo de gasto feito em prevenção e cuidado - o
1,8 bilhão em 2017 para um valor 75% menor no último ano do
LO

sentido da política de prevenção e cuidado muda, acompanhado de


governo Michel Temer (R$ 447 milhões) e no primeiro ano de Jair desfinanciamento - e o aumento do gasto com repressão não chega
A

Bolsonaro (R$ 476 milhões). perto do que você cortou nos recursos destinados à prevenção e
UL

cuidado”, diz Cunha.


Esses dados fazem parte de levantamento inédito produzido por
PA

pesquisadores do Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea). Despesa no Ministério da Saúde com política de drogas
NA

Eles analisaram as despesas do governo federal com essa área, em tem menor nível
diferentes ministérios, em 15 anos (2005 a 2019).
A

As despesas do Ministério da Saúde com políticas voltadas a essa


04

No âmbito do governo federal, os gastos com políticas de drogas área tiveram, em 2019, seu menor nível em 15 anos, com R$ 22,6
3

incluem ações em diferentes frentes (e espalhadas em vários mi- milhões. Quando comparado ao orçamento total da pasta, o percen-
70

nistérios): coordenação nacional da política sobre drogas, repressão tual é de apenas 0,02%, que também é o menor patamar da série
35

ao tráfico internacional de drogas, atenção à saúde dos usuários, histórica. De 2014 a 2017, quando ficou por volta de R$ 1,5 bilhão,
53

políticas de educação para prevenção e compra de leitos em comu- esse percentual superava 1%.
03

nidades terapêuticas.
No Ministério da Saúde, o aumento durante o governo Dilma é expli-
Além da constatação sobre a queda geral no gasto com política de
O

cado, segundo Cunha, por uma política de fortalecimento das redes


J

drogas, a análise de como os recursos foram distribuídos entre es- de atenção psicossocial e ações no campo de saúde mental.
AU

sas diferentes áreas também revela uma mudança na lógica dessa


“Na Saúde, os gastos com políticas sobre drogas estão misturados
AR

política no Brasil.
com gastos de saúde mental, e existem destinações específicas para
Nos últimos anos, houve redução em verbas destinadas ao Minis-
S

drogas, principalmente o financiamento de CAPSAD (Centro de


PE

tério da Saúde, responsável por políticas de atenção à saúde dos Atenção Psicossocial Álcool e Drogas), que é a atenção especializada
usuários, ao mesmo tempo em que foi verificado valor recorde nos
LO

a dependentes de álcool e outras drogas. E foi no governo Dilma que


recursos destinados ao Ministério da Justiça, responsável por ações houve articulação da rede e financiamento para estruturação dessa
LA

de repressão. política em atenção à saúde mental”.


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Desde o governo Temer, houve uma mudança de orientação e hoje ligação com igrejas e organizações religiosas (40% pentecostais e

NA
esse modelo também não é prioridade do governo Bolsonaro. 27% católicas).

4A
“Na medida em que o governo Temer muda a orientação política na A leitura da Bíblia é uma atividade diária em 89% delas, e a partici-
área de saúde mental no Ministério da Saúde, começa a haver des-

30
pação em cultos e cerimônias religiosas é obrigatória em 55%. Leia
monte forte das redes de atenção psicossocial e do financiamento

70
mais nesta reportagem da BBC News Brasil, que revelou, em 2019,
a esse tipo de atenção. Então esse movimento no gráfico tem a ver que o governo federal financiava entidades para dependentes quí-

35
com essa política ser estruturada e, depois, desestruturada.” micos denunciadas por maus-tratos e irregularidades, com denún-

53
Cunha diz que a política de atenção ao usuário de drogas e outras cias como violação de correspondências, prisão dentro de quartos,

03
drogas dentro da lógica de redução de danos foi “abortada”. “Não trabalhos forçados e punições por faltas a cultos religiosos.
chegou efetivamente a estar estruturada e a gente ainda não tem

JO
“A lógica do sistema anterior, de atenção ambulatorial ao depen-
distância suficiente para avaliar êxito. Para avaliar política pública,

AU
dente, trabalha dentro da lógica de redução de danos. E o modelo da
precisamos de pelo menos cinco anos de implementação da política
comunidade terapêutica é o da abstinência. Então, é uma transição

AR
para fazer avaliação para medir impacto”, diz.
de modelo que era calcado na melhora da vida do dependente mes-
Procurado pela reportagem para comentar a redução na verba, o mo que ele não deixasse de usar droga, para o um modelo em que

S
PE
Ministério da Saúde respondeu que o atendimento de saúde mental o fundamental é a abstinência - tornar-se limpo é requisito para ter
e o tratamento especializado para dependência química é oferecido direito à assistência”, diz Cunha.

LO
pelo Sistema Único de Saúde (SUS). Disse ainda que, em 2020, a
pasta investiu R$ 476 milhões nesses atendimentos. Despesa no Ministério da Justiça com política de drogas

A
UL
tem maior nível sob Bolsonaro
Foco em comunidades terapêuticas

PA
O modelo anterior de atendimento vem sendo substituído pelas

NA
chamadas comunidades terapêuticas. Essa política, que foi iniciada
por Dilma, vem se tornando o principal mecanismo de combate à

4A
dependência química da gestão Bolsonaro. 30
Em , uma lei sancionada por Bolsonaro fortaleceu as comunidades
70

terapêuticas, instituições normalmente ligadas a organizações reli-


35

giosas. O texto facilitou internações involuntárias em unidades de


53

saúde.2019
03

A lei também diz que esses locais devem oferecer “projetos terapêu-
JO

ticos ao usuário ou dependente de drogas que visam à abstinência”,


deve ter um “ambiente residencial, propício à formação de vínculos,
AU

com a convivência entre os pares, atividades práticas de valor edu-


AR

cativo e a promoção do desenvolvimento pessoal”, e estabelece que


esses locais devem servir de “etapa transitória para a reintegração
S

social e econômica do usuário de drogas”. Diferentemente de outras áreas, os recursos destinados à política de
PE

drogas no Ministério da Justiça bateram recorde: os mais de R$ 420


LO

Assim, existem três tipos de internações: a voluntária, a involuntária


milhões em 2019 representam o maior patamar dos 15 anos pes-
(quando o dependente é levado pela família ou por um agente de
quisados. Em proporção ao orçamento total da pasta, ficou em 3%.
A

saúde) e a compulsória - quando há determinação da Justiça.


UL

Nessa área, o Ministério da Justiça é responsável por ações de com-


Procurado pela reportagem, o Ministério da Cidadania informou que
PA

bate ao crime organizado, tráfico internacional e pelo financiamento


o investimento subiu de R$ 40,9 milhões em 2018 (2.900 vagas
de vagas relacionadas a esse tipo de delito no sistema penitenciário
NA

financiadas) para R$ 153,7 milhões em 2019 (10.833 vagas finan-


federal.
ciadas). A pasta hoje mantém contratos com 483 instituições.
A

Procurado pela reportagem, o Ministério da Justiça informou que,


04

O governo já informou que o Ministério da Cidadania busca aumen- desde 2019, com a aprovação da Nova Política Nacional Sobre Dro-
3

tar esse orçamento, hoje em R$ 146,2 milhões, para R$ 330 milhões. gas, as ações da pasta “são voltadas para gestão da política, pesqui-
70

Esse gasto com comunidades terapêuticas estava originalmente no sa e, sobretudo, a redução da oferta de drogas através da descapita-
35

Ministério da Justiça até 2018 e em 2019 passou para o orçamento lização das organizações criminosas, com leilão de bens apreendidos
53

do Ministério da Cidadania. do crime”.


03

“Um dos objetivos da nova política é acolher e tratar usuários de Entre os investimentos, também estão, segundo a pasta, o sistema
drogas por meio da desintoxicação e fortalecimento das comunida- de radiocomunicação na fronteira do Brasil com o Paraguai (“que
J O

des de tratamento, integrando políticas nacionais e internacionais, causou um prejuízo de quase R$ 3 bilhões aos criminosos e apreen-
AU

tomando iniciativas públicas e privadas e reconhecendo as diferen- deu, desde 2019, cerca de 900 toneladas de droga”), a Escola Na-
AR

ças entre o usuário, o dependente e o traficante de drogas, tratando- cional de Cães de Faro, (“que será inaugurada em breve, com foco
-os de forma diferenciada”, disse o Ministério da Cidadania. em aumentar a capacidade de detecção de drogas por parte dos
S

policiais”), e a nova unidade de pesquisa sobre o mercado de drogas


PE

Uma das principais críticas feitas por especialistas e procuradores


(Centro de Excelência em Redução de Oferta de Drogas Ilícitas).
ao modelo passa pela relação entre o tratamento de dependentes
LO

químicos e proselitismo religioso. Das quase 2 mil comunidades te- O presidente e seus aliados defendem a ação contra o tráfico como
LA

rapêuticas no país, segundo outro estudo do Ipea, 82% disseram ter política fundamental para conter a criminalidade no país - ao mes-
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mo tempo em que estudiosos do tema apontam que “a guerra às
É IMPORTANTE SABER

NA
drogas”, realizada há décadas, não vem mostrando resultado na

4A
redução da violência.
I. DADO ESTATÍSTICO RELEVANTE

30
Em 2020, por exemplo, Bolsonaro e aliados comemoraram apreen-
“Cerca de 30% dos homens condenados cumprem pena por crimes

70
sões recordes de centenas de toneladas de drogas (principalmente
maconha). ligados ao tráfico, e entre as mulheres esse percentual chega a 70%.

35
As facções se alimentam da mão de obra que entra nos presídios por

53
No âmbito do debate sobre apreensões, a Polícia Federal reconheceu crimes pequenos”, diz o ministro do Superior Tribunal de Justiça (STJ)

03
o impacto limitado das apreensões de drogas para combater o trá- Rogerio Schietti Cruz.
fico, destacando como ações de maior relevância as operações que “SEGUNDO UNODC, 35 MILHÕES DE PESSOAS SOFREM

JO
conseguem atingir o comando das organizações criminosas por trás TRANSTORNOS DE DEPENDÊNCIA ÀS DROGAS”
HTTPS://WWW.TERRA.COM.BR/NOTICIAS (19.05.2021)

AU
desse mercado ilegal.

AR
A tendência gradual de liberação do uso da maconha no mundo
também é frequentemente apontada pelos especialistas no tema - II. DADO HISTÓRICO RELEVANTE

S
hoje, o uso recreativo é permitido em países como Uruguai, Canadá A história da sua criminalização no país remonta ao início do século

PE
e Geórgia e em vários Estados americanos. passado, embora a sua proibição, no caso do Rio de Janeiro, venha mais

LO
Por que é desafiador calcular (e fiscalizar) quanto o Brasil gasta com de longe. Já em 1830, no Império, o código de posturas da Câmara
Municipal estabelecia a proibição da venda e do uso do Pango.

A
política de drogas?

UL
Mensurar os gastos em todas essas áreas da política relacionada às Reportagem do GLOBO, publicada em outubro de 1930, lembrava que,

PA
drogas é desafiador por alguns motivos. cem anos antes, a Câmara do Rio já havia fixado punições para “os
contraventores”. No grupo estavam incluídos o vendedor do Pango, que

NA
O primeiro é que o Brasil não reúne todas as políticas sobre drogas pagaria multa, e “os escravos e mais pessoas que delle usarem (sendo

4A
em um mesmo órgão. Então, além de o orçamento estar espalhado punidos) em três dias de cadeia”. Mas o código dos primórdios do Impé-
entre os ministérios, existem ações orçamentárias que não são exclu- rio parecia letra morta. Segundo a reportagem, a “Diamba” era vendida
30
sivamente para políticas de drogas, o que torna difícil identificar cada no início dos anos 30 em herbanários da então capital da República,
70

uma e diferenciar os gastos lá dentro. “como O GLOBO demonstrou, adquirindo-a, por baixo preço, num des-
35

“Fizemos uma garimpagem, dentro de cada ação orçamentária, ses estabelecimentos commerciaes”, na Rua São José 23.
53

sobre o que ia para política sobre drogas e o que não ia”, explicou “‘PITO DO PANGO’ NA DÉCADA DE 30, MACONHA ERA VENDIDA EM
03

Cunha. HERBANÁRIOS DO RIO” HTTPS://ACERVO.OGLOBO.GLOBO.COM (23.07.2014)


JO

Os pesquisadores dividiram as modalidades de gastos entre diretos


e indiretos, mas em alguns casos, dizem, era impossível diferenciar III. ARGUMENTO DE AUTORIDADE
AU

exatamente o que foi direcionado para política de drogas. Por isso, “Acredito que há um avanço significativo no debate sobre drogas no
AR

Cunha diz que é possível que se gaste com políticas sobre drogas Brasil, porém, o peso da justiça criminal ainda não deu espaço à aborda-
em ações que não foram desagregadas - o que significa que o gasto gem da saúde pública, e a repressão precisa ser focada no crime organi-
S
PE

pode ser maior. zado e no tráfico violento de drogas, não nos usuários. Além disso, a cri-
minalização gera corrupção de agentes públicos e violações de direitos
LO

O estudo sugere uma metodologia para o orçamento nessa área, de


humanos”, avalia a pesquisadora uruguaia Viviana Porto, doutoranda
forma que os gastos sejam previamente divididos em cinco eixos: 1.
A

em Ciências Políticas na Universidade Nacional Autônoma do México


Prevenção, 2. Tratamento, cuidado e reinserção social, 3. Redução da
UL

e especialista no tema. O Uruguai, país natal de Viviana, foi o primeiro


oferta, 4. Pesquisa e avaliação, 5. Governança, gestão e integração.
PA

país do mundo a legalizar a venda de maconha para uso recreativo.


Isso porque, da forma que é hoje, os pesquisadores apontam que “DEVEMOS REGULAR OU PROIBIR O USO DE DROGAS NO BRASIL?”
NA

é difícil mensurar e, por consequência, analisar a efetividade. “Uma HTTPS://WWW.UOL.COM.BR/ECOA (19.01.2021)


melhor distinção de diversas atividades voltadas para as políticas
A

sobre drogas iria contribuir para uma melhor implementação e fisca-


04

lização dessas políticas públicas.”


IV. EXEMPLOS DO COTIDIANO
3
70

Em 4 de julho de 2020, um jovem de 28 anos foi encontrado des-


Outro ponto importante quando se pretende analisar o conjunto das maiado em um presídio em Minas Gerais e, no mesmo dia, morreu
35

políticas de drogas no Brasil é considerar o papel de Estados e muni- de covid-19. Ele fora condenado sob a acusação de ter vendido R$
53

cípios, que não está contabilizado aí. Um exemplo claro são as ações 10,00 em drogas.
03

da Polícia Civil e Militar de todo o país, que não entram na conta do


governo federal com repressão. Embora a Lei de Drogas (Lei no 13.840) — em vigor desde 2006 e
O

alterada em 2019 — avance ao excluir a prisão das penas possíveis


J

Pesquisadores do Ipea trabalham, agora, em levantamento específi-


AU

para o usuário de drogas, ela não chega a descriminalizar o uso


co com esses gastos estaduais.
nem fixa critérios objetivos para diferenciar o uso do tráfico, lacuna
AR

Neste ano, pesquisa do Centro de Estudos de Segurança e Cidada- que possibilita o entendimento de juízes e delegados pela punição
nia (Cesec) apontou que, em um ano, as instituições do sistema de mais grave. Enquanto países como Portugal e Colômbia estabelecem
S

justiça criminal dos estados do Rio de Janeiro e São Paulo consumi-


PE

quantidades de droga que diferenciam usuários e traficantes, no


ram mais de R$ 5,2 bilhões com a política de proibição das drogas. Brasil, a norma e a prática judicial privilegiam o encarceramento de
LO

“MENOS SAÚDE, MAIS REPRESSÃO: PRIORIDADES MUDAM NO COMBATE jovens portadores de entorpecentes, mesmo em pequenos volumes.
A DROGAS NO BRASIL” WWW.BBC.COM.BR (12.5.2021)
LA

(“USO OU TRÁFICO”. FOLHA DE S.PAULO, 16.08.2020. ADAPTADO.)


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IV- ampliar as alternativas de inserção social e econômica do usu-
V. ANALOGIA LITERÁRIA

NA
ário ou dependente de drogas, promovendo programas que

4A
Todo mundo experimenta o cachimbo da floresta priorizem a melhoria de sua escolarização e a qualificação pro-
fissional;

30
Dizem que é do bom
(Incluído pela Lei nº 13.840, de 2019)

70
Dizem que não presta

35
Querem proibir, querem liberar V- promover o acesso do usuário ou dependente de drogas a to-

53
E a polêmica chegou até o congresso dos os serviços públicos;

03
(Incluído pela Lei nº 13.840, de 2019)
Tudo isso deve ser pra evitar a concorrência

JO
VI- estabelecer diretrizes para garantir a efetividade dos progra-
Porque não é Hollywood mas é o sucesso
mas, ações e projetos das políticas sobre drogas;

AU
(...)
(Incluído pela Lei nº 13.840, de 2019)

AR
Na delegacia só tinha viciado e delinquente VII- fomentar a criação de serviço de atendimento telefônico com

S
orientações e informações para apoio aos usuários ou depen-

PE
Cada um com um vício e um caso diferente
Um cachaceiro esfaqueou o dono do bar porque ele dentes de drogas;

LO
Não vendia pinga fiado (Incluído pela Lei nº 13.840, de 2019)

A
E um senhor bebeu uísque demais, acordou com um travestí VIII- articular programas, ações e projetos de incentivo ao emprego,

UL
E assassinou o coitado renda e capacitação para o trabalho, com objetivo de promover

PA
Um viciado no jogo apostou a mulher, perdeu a apostaE ela foi se- a inserção profissional da pessoa que haja cumprido o plano
questrada individual de atendimento nas fases de tratamento ou acolhi-

NA
mento;

4A
Era tanta ocorrência, tanta violência que o índio (Incluído pela Lei nº 13.840, de 2019)
30
Não tava entendendo nada IX- promover formas coletivas de organização para o trabalho,
70

Ele viu que o delegado fumava um charuto fedorento redes de economia solidária e o cooperativismo, como forma
35

E acendeu um “da paz” pra relaxar de promover autonomia ao usuário ou dependente de drogas
53

Mas quando foi dar um tapinha egresso de tratamento ou acolhimento, observando-se as es-
03

Levou um tapão violento e um chute naquele lugar pecificidades regionais;


(Incluído pela Lei nº 13.840, de 2019)
JO

Foi mandado pro presídio e no caminho assistiu um X- propor a formulação de políticas públicas que conduzam à efeti-
AU

Acidente provocado por excesso de cerveja: vação das diretrizes e princípios previstos no art. 22;
AR

Uma jovem que bebeu demais atropelou (Incluído pela Lei nº 13.840, de 2019)
Um padre e os noivos na porta da igreja XI- articular as instâncias de saúde, assistência social e de justiça
S
PE

E pro índio nada mais faz sentido no enfrentamento ao abuso de drogas; e


Com tantas drogas porque só o seu cachimbo é proibido? (Incluído pela Lei nº 13.840, de 2019)
LO

(GABRIEL O PENSADOR, IN: “CACHIMBO DA PAZ”) XII- promover estudos e avaliação dos resultados das políticas so-
A
UL

bre drogas.
(Incluído pela Lei nº 13.840, de 2019
VI. LEGISLAÇÃO
PA

HTTPS://WWW2.CAMARA.LEG.BR/LEGIN/FED/LEI/2007/LEI-11445-
NA

São objetivos do Plano Nacional de Políticas sobre Drogas, dentre ou- 5-JANEIRO-2007-549031-NORMAATUALIZADA-PL.HTML
A

tros: (Incluído pela Lei nº 13.840, de 2019)


04

I- promover a interdisciplinaridade e integração dos programas,


3

ações, atividades e projetos dos órgãos e entidades públicas


70

e privadas nas áreas de saúde, educação, trabalho, assistência


35

social, previdência social, habitação, cultura, desporto e lazer, vi-


53

sando à prevenção do uso de drogas, atenção e reinserção social


03

dos usuários ou dependentes de drogas;


(Incluído pela Lei nº 13.840, de 2019)
O

II- viabilizar a ampla participação social na formulação, implemen-


J
AU

tação e avaliação das políticas sobre drogas;


(Incluído pela Lei nº 13.840, de 2019)
AR

III- priorizar programas, ações, atividades e projetos articulados


S

multimídia: ver
PE

com os estabelecimentos de ensino, com a sociedade e com a


família para a prevenção do uso de drogas; FONTE: YOUTUBE
LO

(Incluído pela Lei nº 13.840, de 2019)


Ilona Szabó - Política de Drogas
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53
multimídia: ver multimídia: ler

03
FONTE: YOUTUBE FONTE: UOL

JO
Cortina de Fumaça (2010) - Direção: Rodrigo Mac Niven Devemos regular ou proibir o uso de drogas no Brasil

AU
AR
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PE
LO
A
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multimídia: ler multimídia: acessar

NA
FONTE: NEXO FONTE: DROGAS: QUANTO CUSTA PROIBIR
Saúde mental e políticas de atenção a usuários de drogas 4A Projeto - Drogas: quanto custa proibir
30
70
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03

PROPOSTA ENEM
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TEXTO 1
S
PE

Aproximadamente 10% dos brasileiros já utilizaram alguma substância ilícita durante a vida, de acordo com o III Levantamento Nacional sobre
LO

o uso de drogas. Durante a pandemia, a situação agravou-se ainda mais. Segundo os dados do Ministério da Saúde, nas redes credenciadas
A

pelo Sistema Único de Saúde (SUS), o socorro por uso de alucinógenos cresceu 54% de março a junho de 2020 quando comparado ao mesmo
UL

período do ano anterior. Com poucas políticas públicas de combate ao uso de drogas, milhares de famílias sofrem por amar alguém que perdeu
PA

o controle sobre a própria vida.


“DEPENDÊNCIA QUÍMICA” HTTPS://WWW.NSCTOTAL.COM.BR/ (01.06.2021)
A NA

TEXTO 2
3 04

A dependência química é uma doença do cérebro e está relacionada com o sistema de recompensa do nosso sistema nervoso. Nosso sistema
70

nervoso é constituído de células nervosas (neurônios) que se comunicam através de sinais elétricos e sinais químicos, chamados de neurotrans-
35

missores, que enviam informações ao corpo.


53

Um dos principais neurotransmissores do corpo humano é a dopamina, responsável pela sensação de prazer. “Sempre que experimentamos algo
03

prazeroso, como comer ou fazer sexo, os neurônios disparam uma sensação de prazer e somos incentivados a repetir a ação. É o que chamamos
de sistema de recompensa”, explica o psiquiatra Ricardo Amaral, coordenador do Programa de Álcool e Drogas do Instituto de Psiquiatria (IPq)
J O

da Universidade de São Paulo (USP).


AU

A dependência acontece quando o desejo incontrolável se sobrepõe ao prazer. “O estímulo que a substância produz no cérebro dificilmente será
AR

obtido com outras experiências e, com o uso contínuo, é possível que a pessoa fique muito vinculada emocionalmente à substância e deixe de
fazer outras atividades que não trazem tanto prazer”, explica o psiquiatra Ricardo Amaral.
S
PE

Na dependência, a pessoa perde a capacidade de lidar com problemas, a capacidade de decisão e de organização.
“DEMI LOVATO REVELA DIFICULDADE PARA FICAR SÓBRIA APÓS OVERDOSE; ENTENDA POR QUE DEIXAR A DEPENDÊNCIA QUÍMICA É TÃO DIFÍCIL”
LO

HTTPS://G1.GLOBO.COM/ (21.03.2021 )
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TEXTO 3 TEXTO 4

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HTTPS://D.EMTEMPO.COM.BR/CHARGES/81246/CHARGE-

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DO-AGORA--13-DE-OUTUBRO-2017--MALIKA

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TEXTO 5
4A
Apesar dos avanços, a política de atenção a usuários de drogas tem sido objeto de questionamento desde 2016, e diversas medidas vêm sendo
30
tomadas com vistas ao seu desmonte, envolvendo a retomada de internações (inclusive forçadas) de usuários de drogas em clínicas e comunidades
70

terapêuticas, com apoio de recursos públicos. Neste cenário de mudanças, o debate público sobre o tema e a tomada de decisões baseadas em
35

evidências tornam-se indispensáveis. Além disso, os governos subnacionais assumem papel decisivo, uma vez que dispõem de relativa autonomia
frente ao governo federal para sustentarem a oferta de serviços assistenciais a pessoas afetadas por usos problemáticos de drogas que resguardem
53

seus direitos fundamentais.


03

“SAÚDE MENTAL E POLÍTICAS DE ATENÇÃO A USUÁRIOS DE DROGAS” HTTPS://WWW.NEXOJORNAL.COM.BR (23.03.2021)


JO

A partir da leitura dos textos motivadores seguintes e com base nos conhecimentos construídos ao longo de sua formação, redija um
AU

texto dissertativo-argumentativo em modalidade escrita formal da língua portuguesa sobre o tema O ENFRENTAMENTO DA DE-
PENDÊNCIA QUÍMICA NO BRASIL, apresentando proposta de intervenção que respeite os direitos humanos. Selecione, organize e
AR

relacione, de forma coerente e coesa, argumentos e fatos para defesa de seu ponto de vista.
S
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PROPOSTA VESTIBULAR

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4A
TEXTO 1

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70
Publicada em agosto de 2006, a Lei de Drogas (nº 11.343) define os crimes e as normas para a repressão ao tráfico de entorpecentes no Brasil.

35
Segundo o artigo 33 da lei, a pena é de cinco a 15 anos para quem “importar, exportar, remeter, preparar, produzir, fabricar, adquirir, vender, expor à

53
venda, oferecer, ter em depósito, transportar, trazer consigo, guardar, prescrever, ministrar, entregar a consumo ou fornecer drogas”.

03
O texto trata ainda da posse para o consumo pessoal no artigo 28, que não estabelece pena de prisão. A norma define que a pessoa receberá uma

JO
advertência sobre os efeitos das drogas, poderá ser condenada à prestação de serviços à comunidade ou deverá comparecer a um curso educativo

AU
sobre o tema. “A Lei de Drogas de 2006 retirou a pena de prisão do usuário, mas continua tratando desta questão dentro da esfera criminal. Como
resultado, o sistema prisional está superlotado e várias violações de direitos humanos são cometidas em nome da guerra contra as drogas”, avalia

AR
a pesquisadora uruguaia Viviana Porto, doutoranda em Ciências Políticas na Universidade Nacional Autônoma do México e especialista no tema.

S
“DEVEMOS REGULAR OU PROIBIR O USO DE DROGAS NO BRASIL?” HTTPS://WWW.UOL.COM.BR/ECOA (19.01.2021)

PE
LO
TEXTO 2

A
UL
Os problemas envolvendo o uso de drogas no Brasil devem ser vistos como “questão de saúde, não de polícia”. É o que defendeu a ministra do

PA
Supremo Tribunal Federal (STF) Cármen Lúcia em participação gravada para o evento Cannabis Affair, que será transmitida nesta quarta-feira. A
jurista participou da mesa de abertura do evento, que trata de questões sociais relacionadas à maconha, e falou sobre as consequências da atual

NA
política de drogas para o sistema prisional do Brasil.

4A
— Quem porta droga e faz uso da droga não necessariamente comete um crime que pode ser equiparado a práticas que são realmente nocivas à
sociedade e às pessoas, como o tráfico, a comercialização — disse a ministra do STF.
30
70

Ela defende que há uma preocupação na Corte de não criminalizar em excesso delitos relacionados ao uso de drogas, pois há uma “população
35

carcerária enorme” no país. Ao prender um mero usuário, ele seria colocado pra dentro do mundo do crime, ficando em situação de vulnerabilidade
53

e se tornando refém do tráfico de drogas.


03

— É preciso que o poder público brasileiro invista em políticas de saúde para aqueles que estão em uma situação de vício, e que seja pelo álcool ou
por outro tipo de droga, que ele receba um tratamento. Porque essa é uma questão de saúde, não de polícia — afirmou Cármen Lúcia.
JO

“USO DE DROGAS ‘É QUESTÃO DE SAÚDE, NÃO DE POLÍCIA’, AFIRMA MINISTRA CÁRMEN LÚCIA” HTTPS://OGLOBO.GLOBO.COM/ (09.06.2021)
AU
AR

TEXTO 3
S
PE

Os discursos a favor da descriminalização do uso de drogas têm se inspirado na suposição enganosa de que, uma vez liberadas, menos árduo será o
seu combate. Apoiam-se, por exemplo, no argumento de que proibir o consumo de drogas seria, de fato, uma forma de incentivá-lo, pois o proibido
LO

é sempre desejado.
A

Nenhuma pessoa medianamente esclarecida poderá discordar, no atual estágio dos progressos científicos, do que propaga a Medicina: usar drogas
UL

é arruinar a saúde. Retrato fiel dos malefícios que a disseminação dos entorpecentes causa ao indivíduo e à sociedade é feito pelo ex-Ministro da
PA

Justiça Alfredo Buzaid: “A predisposição a estados neuróticos e psicóticos e à criminalidade, a desagregação da família e o abandono dos princípios
éticos de convivência social são alguns dos efeitos nocivos da utilização indevida dessas substâncias”.
NA

Assim, ao lado da repressão, urge promover campanhas educacionais permanentes sobre os males causados pelo uso de drogas, que se inscrevem
A
04

entre os piores de que há memória na Humanidade.


(CARLOS BIASOTTI. “DESCRIMINALIZAÇÃO DO USO DE DROGAS: OBJEÇÕES”. HTTPS://JUS.COM.BR, FEVEREIRO DE 2019. ADAPTADO.)
3
70
35

TEXTO 4
53
03

Ao se tratar da questão das drogas, é necessário separar o joio do trigo. É preciso tirar o usuário da esfera criminal, liberar esses recursos da segu-
rança para outra coisa. E, mesmo dentro da categoria tráfico, devemos entender quem é a pessoa que está na produção, no embalar, no transporte,
O

na venda e qual é a gradação disso, para depois vermos quem são as pessoas que de fato são uma ameaça à sociedade, que estão matando, que
J
AU

estão fazendo controle de território. São coisas diferentes.


AR

Então, o que tem que ser feito para ontem é: tirar o consumo da esfera criminal, até que a gente consiga de fato entender que o foco precisa ser
no crime violento.
S
PE

‘“POUCOS FALAM PELA DESCRIMINALIZAÇÃO DAS DROGAS, MAS ENTRE QUATRO PAREDES É DIFERENTE”’ ILONA SZABÓ , DIRETORA-
LO

EXECUTIVA DO INSTITUTO IGARAPÉ, EM ENTREVISTA AO JORNAL EL PAÍS. HTTPS://BRASIL.ELPAIS.COM/ (24.07.2017)


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TEXTO 5

NA
4A
No caso brasileiro, a descriminalização não pode ser implementada sem que haja qualquer planejamento estratégico previamente. À medida que
se entende que o consumo das drogas é na verdade um grave problema de saúde pública e, não somente, da justiça criminal, parece importante

30
que possamos tentar diminuir o estigma e a discriminação contra indivíduos com transtornos por uso de substâncias. Ao mesmo tempo, é preciso

70
investir em ações para estimular a implementação de programas efetivos de prevenção primária e de tratamento baseados em evidências científicas.

35
Os estudos em prol da descriminalização, aliás, parecem ser ainda muito frágeis. As boas publicações sobre o tema mostram resultados controversos

53
e as preocupações têm recaído sobre a diminuição da percepção de riscos do uso de substâncias por adolescentes. Não adianta flexibilizar as legis-

03
lações sem termos feito as “tarefas de casa” fortemente necessárias para que que o intuito inicial da descriminalização, que é proteger o usuário de
drogas, seja de fato atingido. Caso haja mudança na legislação, o poder público não poderá se omitir de fornecer tratamento e recursos necessários

JO
para aqueles que adoecem (usuários e seus familiares) com o consumo contumaz e problemático de drogas.

AU
ALESSANDRA DIEHL, PSIQUIATRA, EDUCADORA SEXUAL, ESCRITORA, ESPECIALISTA EM DEPENDÊNCIA QUÍMICA E SEXUALIDADE HUMANA.

AR
“DESCRIMINALIZAÇÃO DAS DROGAS SEM PLANEJAMENTO PODE NÃO NOS LEVAR A LUGAR ALGUM” OPINIÃO. HTTPS://WWW.GAZETADOPOVO.COM.BR (07.11.2019)

S
PE
Com base nos textos apresentados e em seus próprios conhecimentos, escreva um texto dissertativo-argumentativo, empregando a

LO
norma-padrão da língua portuguesa, sobre o tema:

A
O BRASIL DEVE DESCRIMINALIZAR O PORTE DE DROGAS PARA USO PESSOAL?

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INGLÊS

70
30
4A
NA
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NA
ESTUDO DA LÍNGUA INGLESA

4A
30
70
35
U.T.I. - Sala 2. (ESPM) “a burgeoning, land-hungry population killed

53
off the last of Germany’s wolves”, in the second para-

03
graph, most likely refers to:
TEXTO PARA AS PRÓXIMAS 3 QUESTÕES.

JO
a) Farmers interested in commercializing wild animals.
INTO THE WOODS

AU
b) An expanding population interested in land use.
c) Biologists fighting against the extermination of en-

AR
BECAUSE OF EXTRAORDINARILY LOW BIRTHRATES, EU-
ROPE WILL LOSE 41 MILLION PEOPLE BY 2030. dangered species.

S
d) People having to kill animals for survival.

PE
(BY STEFAN THEIL)
e) Empty landscapes.

LO
Germans are getting used to a new kind of immigrant. In 1998, a
pack of wolves crossed the shallow Neisse River in the Polish-Ger- 3. (ESPM) The triple time bomb mentioned by Nuno da

A
man border. In the empty landscape of Eastern Saxony, speckled

UL
Costa most likely refers to:
with abandoned strip mines and declining villages, the wolves found

PA
a) Lack of schools, lack of facilities to attend the elderly,
plenty of deer and rarely encountered humans. They multiplied so
lack of jobs for the youngsters.

NA
quickly that a second pack has since split off, colonizing a secon-
d-growth pine forest 30 kilometers further west. Soon, says local b) Low marriage rate, high death rate, only the elderly

4A
wildlife biologist Gesa Kluth, a third pack will likely form, possibly stay in the countryside.
30
heading northward in the direction of Berlin. c) Low birthrate, aging people, rural exodus.
70

Wolves returning to the heart of Europe? A hundred years ago, a d) Couples that do not want to have children, elderly
who are living longer, youngsters staying in the villages
35

burgeoning, land-hungry population killed off the last of Germany’s


because there are no jobs in the big cities.
53

wolves. Today, it’s the local humans whose numbers are under thre-
at. Wolf-country villages like Boxberg and Weisswasser are emptying e) High mortality rate among children, low mortality
03

out, thanks to the region’s ultralow birthrate and continued rural rate among the elderly, rural depopulation.
JO

flight. Nearby Hoyerswerda is Germany’s fastest-shrinking town, lo-


sing 25,000 of its 70,000 residents in the last 15 years. TEXTO PARA A PRÓXIMA QUESTÃO.
AU
AR

Such numbers are a harbinger of the future. Home to 22 of the Driverless automobiles - The car that parks itself
world’s 25 lowest-birthrate countries, Europe will lose 41 million
CARS that need no driver are just around the corner according to
S

people by 2030 even with continued immigration, according to


PE

the latest U.N. Population Division report. The biggest decline will researchers who have been testing vehicles bristling with aerials and
cameras on public roads in America. However, researchers do not
LO

hit rural Europe. As Italians, Spaniards, Germans and others produce


barely half the children needed to maintain the status quo - and rural make cars, so it will be up to firms that do to bring the technology
A

flight continues to suck people into Europe’s suburbs and cities - the to market. And carmakers are a conservative bunch. Still, slowly and
UL

country-side will lose close to a third of its population, say both the steadily the autonomous car will arrive, with the help of an increasing
PA

United Nations and the EU. “It’s a triple time bomb”, says University number of automated driving aids. A Swedish carmaker has recently
of Lisbon demographer Nuno da Costa. “Too few children, too many demonstrated one such feature: a car that really does park itself.
NA

old people and too many of the remaining young people still leaving Some cars already have systems that assist with parking, but these
A

the village.” are not completely autonomous. They can identify an empty paralle-
04

(NEWSWEEK, JULY 4, 2005.) l-parking space and steer into it while the driver uses the brake. The
3
70

Swedish system, however, lets the driver get out and use a smartpho-
1. (ESPM) We can infer from the text that: ne application to instruct the vehicle to park. The car then 1trundles
35

a) In the last 15 years the population rate has declined off, manoeuvres into a parking place and sends a message to the dri-
53

all over Europe. ver to inform him where it is. The driver can collect the car in person or
03

use his phone to call it back to where he dropped it off. Autonomous


b) Immigration has helped solve population growth
parking could thus be provided at places like shopping centers and
O

problems in Europe.
J

airports, which are controlled areas in which automated vehicles can


AU

c) Birth rate has started growing in Europe’s big cities. be managed more easily than on open highways. In the past, designs
AR

d) In the future some rural areas in Europe will experi- for doing this have relied on car parks being fitted with buried guide
ence extremely low population rates. wires that a vehicle can follow to an empty bay. That, though, creates
S

2
e) The UN has advised European countries to change a chicken-and-egg problem: car-park operators will not invest in such
PE

their demographic policies. infrastructure until there is a sufficient number of suitably equipped
LO

cars on the road. Drivers, conversely, will not want to buy self-parking
cars if there is nowhere to use them.
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A
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This means, as a safety engineer working on the project observes, that TEXTO PARA A PRÓXIMA QUESTÃO.

NA
for autonomous parking to work most of the technology will have to

4A
be in the car itself. The test car, which looks like a normal car, therefore How Exercise Can Calm Anxiety
uses on-board GPS mapping, cameras with image-recognition sof-

30
In an eye-opening demonstration of nature’s ingenuity, researchers
tware, and radar sensors to find its own way around a car park and

70
at an American University recently discovered that exercise creates
avoid pedestrians and non-autonomous vehicles. The same engineer
vibrant new brain cells — and then shuts them down when they

35
says the system is five to ten years from commercial deployment. If it
shouldn’t be in action.

53
proves a success then infrastructure might adapt to it, for instance by

03
packing cars into tighter spaces. If there is no one in them there is no For some time, scientists studying exercise have been puzzled by phy-
need to make room for their doors to open. sical activity’s two seemingly incompatible effects on the brain. On the

JO
Driverless cars would also need to communicate with one another, one hand, exercise is known to prompt the creation of new and very

AU
to enhance safety. That, too, is coming. 3A number of carmakers are excitable brain cells. At the same time, exercise can induce an overall
developing wireless networking systems through which vehicles can pattern of calm in certain parts of the brain.

AR
exchange data, such as their speed, their steering angle and even Most of us probably don’t realize that neurons are born with certain

S
their weight, to forewarn anti-collision systems and safety devices if predispositions. Some, often the younger ones, are by nature easily

PE
an accident looks likely. excited. They fire with almost any provocation, which is laudable if

LO
In the USA, for example, a carmaker recently tested a brake light that you wish to speed thinking and memory formation. 1But that feature
can provide an early warning to other motorists. If the brakes are is less desirable during times of everyday stress. If a stressor does

A
UL
applied hard in an emergency, a signal is broadcast. This illuminates not involve a life-or-death decision and require immediate physical
a warning light in the dashboard of suitably equipped following vehi- action, then having lots of excitable neurons firing all at once can be

PA
cles, even if they are out of sight around a bend or not immediately counterproductive, inducing anxiety.

NA
behind the vehicle doing the braking. Studies in animals have shown that physical exercise creates excitable

4A
The American company has been testing this system as part of a neurons in abundance, especially in the hippocampus, a portion of
collaborative research project with several European carmakers. 4They the brain known to be involved in thinking and emotional responses.
30
have put a fleet of 150 experimental vehicles on the roads. When But exercise also has been found to reduce anxiety in both people
70

they tested a group of these, the Americans found the technology let and animals.
35

drivers brake much earlier, helping avoid collisions. A driverless car


How can an activity simultaneously create ideal neurological condi-
53

would be able to react even faster.


tions for anxiety and leave practitioners with a deep-rooted calm, the
03

Another member of the research group has been testing driverless Princeton researchers wondered?
cars on roads around Munich— including belting down some of
JO

So they gathered adult mice, injected them with a substance that


Germany’s high-speed autobahns. 5The ordinary-looking models use
AU

marks newborn cells in the brain, and for six weeks, allowed half of
a variety of self-contained guidance systems. These include cameras
them to run at will on little wheels, 2while the others sat quietly in
AR

mounted on the upper windscreen, which can identify road markings,


their cages.
signs and various obstacles likely to be encountered on roads.
S

Afterward, the scientists determined each group’s baseline nervous-


PE

The German cars also use a radar, to gauge how far the vehicle is
ness. 3Given access to cages with open, well-lighted areas, as well as
from other cars and potential obstacles, and a lidar, which works like
LO

a radar but at optical frequencies. The lidar employs laser beams to shadowy corners, the running mice were more willing to cautiously
explore and spend time in open areas, an indication that they were
A

scan the road ahead and builds up from the reflections a three-di-
more confident and less anxious than the sedentary animals.
UL

mensional image of what this looks like. The image is processed by a


PA

computer in the vehicle, which also collects and compares data from The researchers also checked the brains of some of the runners and
a high-accuracy GPS unit. A series of ultrasonic sonars similar to those the sedentary mice to determine how many and what varieties of
NA

used in vehicles to provide parking assistance are placed around the new neurons they contained. As expected, the runners’ brains teemed
car to add to the virtual picture. And just to make sure, a set of acce-
A

with many new, excitable neurons. The sedentary mice’s brains also
lerometers provide an inertial navigation system that double-checks
04

contained similar, volatile newborn cells, but not in such profusion.


the vehicle’s position on the road.
3

The runners’ brains, however, also had a notable number of new


70

6
Although these cars can be switched to an autonomous driving neurons specifically designed to release the neurotransmitter GABA,
35

mode, they are still required to have someone in the driving seat which inhibits brain activity, keeping other neurons from firing easily.
53

who can take over in the event of any difficulty. Some cars can steer In effect, these are nanny neurons, designed to shush and quiet ac-
03

themselves, slow down, brake and accelerate, even changing lanes to tivity in the brain.
overtake slower vehicles.
O

FROM THE PRINT EDITION: SCIENCE AND TECHNOLOGY JUN 29TH 2013 In the runners’ brains, there were large new populations of these cells
J

in a portion of the hippocampus, the ventral region, associated with


AU

4. (PUC-RJ) The author uses the phrasal verb “trundles the processing of emotions. The rest of the hippocampus, the dorsal
AR

off” (ref. 1) that could be replaced by region, is more involved with thinking and memory. What role these
a) rolls fast. nanny neurons were playing in the animals’ brains and subsequent
S
PE

b) stops rolling. behavior was not altogether clear.


c) rolls slowly.
LO

So the scientists next gently placed the remaining mice in ice-cold wa-
d) does not roll. ter for five minutes. Mice do not enjoy cold water. 4They find immer-
LA

e) does not start. sion stressful and anxiety-inducing, although it is not life-threatening.
U
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PA
Then the scientists checked these animals’ brains. They were looking New Jersey - victims of contaminated shellfish from Peru. But in ge-

NA
for markers, known as immediate early genes, that indicate a neuron neral, developed countries are susceptible only to isolated outbreaks.

4A
has recently fired. It is the hot, humid, sewerless slums of Latin America that are now
most vulnerable to epidemic.

30
They found them, in profusion. In both the physically fit and the se-
NEWSWEEK - 1991

70
dentary mice, large numbers of the excitable cells had fired in respon-
se to the cold bath. Emotionally, the animals had become fired up by 1. (FUVEST) Quais os meios de propagação da doença

35
the stress. But with the runners, it didn’t last long. 5Their brains, unlike mencionados no texto?

53
those of the sedentary animals, showed evidence that the shushing

03
neurons also had been activated in large numbers, releasing GABA, 2. (FUVEST) Qual a advertência feita pela Organização
Pan-americana de Saúde?

JO
calming the excitable neurons’ activity and presumably keeping un-
necessary anxiety at bay.

AU
3. (FUVEST) De acordo com o texto, de que forma são
In effect, the runners’ brains had responded to the relatively minor afetados pela doença os países desenvolvidos? E os da

AR
stress of a cold bath with a quick rush of worry and a concomitant, América Latina?

S
overarching calm.

PE
TEXTO PARA AS PRÓXIMAS 3 QUESTÕES.
What all of this suggests is that the hippocampus of runners is vas-

LO
tly different from that of sedentary animals. Not only are there more BLACK PLAGUE IN HOLLYWOOD
excitatory neurons and more excitatory synapses, but the inhibitory

A
UL
neurons are more likely to become activated, presumably to dampen We take for granted today that attractive speech is an essential part
the excitatory neurons, in response to stress.

PA
of any actor’s equipment. In motion pictures this was not always so.
It’s important to note that this study examined long-term training

NA
When sound movies arrived in the late 1920s, a whole generation of
responses. The runners’ wheels had been locked for 24 hours before motion picture actors was wiped out with a sweep of the scythe, as if

4A
their cold bath, so they would gain no acute calming effect from exer- a black plague had swept through Hollywood.
cise. Instead, the difference in stress response between the runners
30
and the sedentary animals reflected fundamental remodeling of their There had been no need for the stars of silent pictures to speak well.
70

brains. After all, their fans could not hear them. Sound caught these cinema-
35

tic dinosaurs unprepared. One promising star, for the first time hea-
Of course, as we all know, mice are not men or women. But other
53

ring her recorded voice, took an overdose of sleeping pills. Corinne


studies show that physical exercise reduces anxiety in humans, which Griffith, dream girl of a generation of motion picture goers, retired
03

suggests that similar remodeling takes place in the brains of people permanently after reading Time’s unkind comment: “Pretty Corinne
who work out. It won’t be a huge stretch to suggest that the hippo-
JO

Griffith talks through her nose”.


campus of active people 6might be less susceptible to certain undesi-
AU

rable aspects of stress than those of sedentary people. Just before sound tracks and motion picture film were wedded, John
AR

BY GRETCHEN REYNOLDS Gilbert, successor of Rudolph Valentino as the Casanova of the silver
ADAPTED FROM: HTTP://WELL.BLOGS.NYTIMES.COM/2013/07/03/ screen, signed a four-year contract at a million dollars a year. In his
S

HOW-EXERCISE-CAN-CALM-ANXIETY/?SRC=ME first picture under the new arrangement, Gilbert’s thin, reedy tenor
PE

RETRIEVED ON 03/07/2013 evoked snickers of derision from the same moviegoers who had
LO

cheered his passionate lovemaking only a year before. The car picture
5. (PUC-RJ) At the end of the text (ref. 6), “might” suggests canceled out the eye picture, and brought a great career to and end.
A
UL

a) certainty. Speech can change your life.


b) obligation.
PA

c) quality. Dorothy Sarnoff


NA

d) possibility.
e) ability. 4. (FUVEST) Qual foi o comentário do Time e o que fez
A

Corinne Griffith após lê-lo?


04

U.T.I. - E.O.
3

5. (FUVEST) Qual a mudança significativa que ocorreu


70

em Hollywood com o advento dos filmes sonoros?


35

TEXTO PARA AS PRÓXIMAS 3 QUESTÕES.


53

6. (FUVEST) Qual o significado da frase “the car picture


03

Cholera attacks the intestines, causing nausea and severe diarrhea canceled out the eye picture”?
that has been likened to a hemorrhage. It can kill within hours. The
O

epidemic has appeared and reappeared across the globe in many 7. (FAC. ALBERT EINSTEIN - MEDICINA)
J
AU

forms since at least the ninth century. But the last time it struck in
South America was 1895. The Pan-American Health Organization
AR

warns that the new strain, known as El Tor, is likely to kill 40.000
S

Latin Americans and infect another 6 million by 1995.


PE

El Tor’s path is impossible to predict. Borne by human travelers and


LO

cargoes of raw fish and produce, cholera can show up as a surprise


visitor almost anywhere. Last week four people fell ill with cholera in
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Na tirinha acima, o personagem da direita The Growing Generational Divide

NA
a) está arrependido da infração cometida. DISPONÍVEL EM: HTTP://WWW.NYTIMES.COM/2015/05/08/OPINION/

4A
b) está se aconselhando com um psiquiatra. THE-GROWING-GENERATIONALDIVIDE.HTML?REF=OPINION ACESSADO
EM 10/09/2015. ADAPTADO PARA FINS EDUCACIONAIS.

30
c) ficou frustrado com o resultado da aplicação finan-

70
ceira da infração cometida. By SILAS HOUSE

35
d) culpa as vozes em sua cabeça pela infração. BEREA, Ky. - I WAS always with older folks when I was very you-

53
ng. They called me “Little Man” and told me I was “an old soul.” I

03
8. (FAC. ALBERT EINSTEIN - MEDICINA 2016) Processo worked in the garden with my grandparents, learned how to count
de produção de “nuggets” mais saudáveis: money with Old Man Hoskins at the local store, and overheard the

JO
1. A worker feeds chickens at Kee Song Brothers’ drugfree poultry tales of my ancient neighbors. But it was the stories of my fierce aunt,

AU
farm in Yong Peng. Sis, that were my favorite.

AR
2. A researcher counts Lactobacillus colonies forming in a Petri dish. Unfortunately, it seems there are fewer opportunities for different
3. A researcher shows Petri dishes containing Lactobacillus colonies generations to interact now. The 2010 United States census shows

S
that Appalachia, where I live, has some of the lowest levels of age

PE
forming.
segregation in the nation. Yet even here I notice a shift away from

LO
4. A researcher shows Lactobacillus fermented powder to be mixed
the intergenerational activity I enjoyed as a child in the 1980s.
with chicken feed.

A
UL
Read the text “The growing generational divide” and
Escolha a alternativa que apresenta a ordem correta
write a paragraph in Portuguese comparing what the

PA
das figuras que ilustram o processo descrito:
author’s and your childhood were like. Use standard

NA
written language.

4A
10. (FAC. ALBERT EINSTEIN - MEDICIN 2016)
30
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03
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AU

a) 1a - 2b - 3c - 4d
AR

b) 1c - 2a - 3b - 4d
c) 1d - 2c - 3b - 4a
S
PE

d) 1c - 2d - 3b - 4a
LO

9. (FAC. ALBERT EINSTEIN - MEDICINA)


A
UL
PA

Olhando o gráfico acima você diria que ele


a) não mostra apenas os números de casos de ebola
NA

confirmados.
A

b) representa um ano de dados sobre casos de ebola.


04

c) representa o número total de casos confirmados de


3
70

ebola nos três países.


35

d) mostra que todos os casos de ebola estão estabiliza-


53

dos nos três países em agosto de 2015.


03

11. (ENEM 2ª APLICAÇÃO) New vaccine could fight nic-


O

otine addiction
J
AU

Cigarette smokers who are having trouble quitting because of ni-


cotine’s addictive power may some day be able to receive a novel
AR

antibody-producing vaccine to help them kick the habit.


S
PE

The average cigarette contains about different chemicals that —


when burned and inhaled — cause the serious health problems
LO

associated with smoking. But it is the nicotine in cigarettes that, like


other addictive substances, stimulates rewards centers in the brain
LA

and hooks smokers to the pleasurable but dangerous routine.


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Ronald Crystal, who chairs the department of genetic medicine at

NA
Weill-Cornell Medical College in New York, where researchers are

4A
developing a nicotine vaccine, said the idea is to stimulate the
smoker’s immune system to produce antibodies or immune proteins

30
to destroy the nicotine molecule before it reaches the brain.

70
BERMAN, J. DISPONÍVEL EM: WWW.VOANEWS.COM. ACESSO EM: 2 JUL. 2012.

35
53
Muitas pessoas tentam parar de fumar, mas fracassam e

03
sucumbem ao vício. Na tentativa de ajudar os fumantes,
pesquisadores da Weill-Cornell Medical College estão

JO
desenvolvendo uma vacina que

AU
a) diminua o risco de o fumante se tornar dependente

AR
da nicotina.
b) seja produzida a partir de moléculas de nicotina.

S
PE
c) substitua a sensação de prazer oferecida pelo cigarro.

LO
d) ative a produção de anticorpos para combater a nico-
tina.

A
e) controle os estímulos cerebrais do hábito de fumar.

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Caro aluno

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Você está recebendo o primeiro livro da Unidade Técnica de Imersão (U.T.I.) do Hexag Vestibulares.

03
Este material tem o objetivo de retomar os conteúdos estudados nos livros 3 e 4, oferecendo um

JO
resumo estruturado da teoria e uma seleção de questões dissertativas que preparam o candidato

AU
para as provas de segunda fase dos principais vestibulares. Além disso, as questões dissertativas per-

AR
mitem avaliar a capacidade de análise, organização, síntese e aplicação do conhecimento adquirido.
É também uma oportunidade de o estudante demonstrar que está apto a expressar suas ideias de

S
PE
maneira sistematizada e com linguagem adequada.

LO
Aproveite este caderno para aprofundar o que foi visto em sala de aula, compreender assuntos que

A
tenham deixado dúvidas e relembrar os pontos que foram esquecidos.

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Bons estudos!

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30 Herlan Fellini
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SUMÁRIO
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HISTÓRIA
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HISTÓRIA GERAL 93
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HISTÓRIA DO BRASIL 121


NA

ENTRE PENSAMENTOS E ENTRE SOCIEDADES


A
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70

FILOSOFIA 147
35

SOCIOLOGIA 173
53
03

GEOGRAFIA
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GEOGRAFIA 1 197
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GEOGRAFIA 2 211
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© Hexag Sistema de Ensino, 2018

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Direitos desta edição: Hexag Sistema de Ensino, São Paulo, 2021
Todos os direitos reservados.

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Autores
Eduardo Antôno Dimas

LO
Tiago Rozante
Alessandra Alves

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Vinicius Gruppo Hilário
Márcio Cavalcanti de Andrade

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Diretor-geral

NA
Herlan Fellini

4A
Diretor editorial 30
Pedro Tadeu Vader Batista
70

Coordenador-geral
35

Raphael de Souza Motta


53

Responsabilidade editorial, programação visual, revisão e pesquisa iconográfica


03

Hexag Sistema de Ensino


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Editoração eletrônica
AU

Felipe Lopes Santos


Leticia de Brito Ferreira
AR

Matheus Franco da Silveira


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Projeto gráfico e capa


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Raphael de Souza Motta


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Imagens
A

Freepik (https://www.freepik.com)
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Shutterstock (https://www.shutterstock.com)
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Todas as citações de textos contidas neste livro didático estão de acordo com a legis-
lação, tendo por fim único e exclusivo o ensino. Caso exista algum texto a respeito do
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qual seja necessária a inclusão de informação adicional, ficamos à disposição para o


04

contato pertinente. Do mesmo modo, fizemos todos os esforços para identificar e loca-
3
70

lizar os titulares dos direitos sobre as imagens publicadas e estamos à disposição para
suprir eventual omissão de crédito em futuras edições.
35

O material de publicidade e propaganda reproduzido nesta obra é usado apenas para


53

fins didáticos, não representando qualquer tipo de recomendação de produtos ou


03

empresas por parte do(s) autor(es) e da editora.


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HISTÓRIA GERAL

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BAIXA IDADE MÉDIA

4A
30
70
AS CRUZADAS (1095-1270)

35
Cruzadas do Ocidente:

53
a Guerra de Reconquista

03
As Cruzadas foram expedições de cunho religioso-militar que
ocorreram a partir dos últimos anos do século XI com o intui- Em 711, os árabes muçulmanos haviam conquistado e

JO
to de combater os inimigos da cristandade. As Cruzadas tam- submetido ao seu poder a península Ibérica, com exceção

AU
bém atuaram como uma forma de aliviar as pressões provo- das Astúrias, onde se formaram os pequenos reinos cris-

AR
cadas pelo aumento populacional ocorrido a partir do século tãos de Leão, Castela, Aragão e Navarra. Reunidos, esses
X. Uma de suas principais consequências foi a reabertura reinos iniciaram no século XI a Guerra de Reconquista.

S
PE
do Mediterrâneo ao comércio europeu. Ao lado do fer-
As terras reconquistadas dos muçulmanos foram doadas
vor religioso, fatores de ordem econômica, social e política

LO
ao clero ou incorporadas pela nobreza. Esses territórios fo-
atuaram como elementos determinantes das Cruzadas.

A
ram explorados segundo as regras do sistema feudal de

UL
Com o fim das invasões bárbaras no século X, a Europa pas- produção. Da Guerra de Reconquista, resultou a formação

PA
sou por um período de relativa tranquilidade.Com a diminui- das monarquias nacionais de Portugal e Espanha.
ção das guerras e o quase desaparecimento das epidemias,

NA
Na Itália, os muçulmanos haviam conquistado a Sicília, a
criou-se um ambiente favorável à estabilidade social, que

4A
Córsega e a Sardenha. A Guerra de Reconquista na Itália
favoreceu o crescimento populacional.
teve início no século X. Entretanto, o contato entre cristãos
30
As novas técnicas agrícolas permitiram o aumento da pro- e muçulmanos, inicialmente bélico, assumiu gradualmente
70

dução, e os excedentes passaram a ser comercializados. Por um caráter mercantil e resultou na reabertura do Mediter-
35

outro lado, bens produzidos fora da Europa passaram a ser râneo para os europeus.
53

adquiridos. Os mercados bizantino e muçulmano também


03

passaram a demandar matérias-primas e gêneros alimentí-


Cruzadas do Oriente
JO

cios ocidentais. O incremento desse comércio de ambos os


AU

lados do Mediterrâneo favoreceu muito as cidades italianas ƒ Primeira Cruzada (1095-1099): As peregrina-
de Veneza e Gênova, que viram suas condições econômicas çõesde cristãos ao Santo Sepulcro não eram raras. Os
AR

aumentarem, bem como suas possibilidades de desempe- califas árabes não se opunham às visitas, que acaba-
S

nharem um papel importante, quando não fundamental, nas vamsendo lucrativas paras os muçulmanos. Contudo,
PE

Cruzadas. nasegunda metade do século XI, os turcos domina-


LO

A produção do excedente agrícola permitia que os campo- ramgrande parte da Ásia ocidental, expulsaram os
A

neses vissem no comércio uma alternativa mais vantajosa. cristãose proibiram suas peregrinações no local.
UL

A vida urbana passou a ser expressão da liberdade em con-


PA

O papa Urbano II incentivou a Primeira Cruzada sob o pre-


traposição à vida rural ligada à servidão. Essa situação fez texto de libertar a Terra Santa e impedir o avanço muçul-
NA

aumentar a população que buscava viver do comércio e das mano na Europa oriental.
A

atividades artesanais.
As terras conquistadas dos muçulmanos foram organiza-
04

O contexto político do período criou um ambiente favorável das em Estados cristãos: o reino de Jerusalém, o principa-
3
70

para que os nobres despossuídos ou empobrecidos engros- do de Antioquia e os condados de Edessa e Trípoli. Nesses
35

sassem o contingente de voluntários a atender os desejos da Estados, doados a nobres europeus, foi implantada uma
53

Igreja de lutar contra os heréticos e pagãos como modo de estrutura essencialmente feudal, comparável à da Europa
03

manter seu poder, conquistar novas terras e riquezas e con- medieval.


trolar uma população cada vez mais difícil de ser dominada.
O

Foram fundadas novas ordens religiosas, integradas por


J

Para a Igreja romana, a conquista dos locais santos da Ásia


AU

soldados religiosos, entre os quais os mais importantes


ocidental pelas Cruzadas configurava-se instrumento de ex-
AR

eram os hospitalários, os cavaleiros da Ordem Teutônica e


pansão do cristianismo, da supremacia do papado sobre o
os templários, que se alojaram no local do antigo templo
S

Império e da expansão de sua influência religiosa.


PE

de Jerusalém. Em 1140, os muçulmanos passaram à con-


O movimento das Cruzadas teve como causa imediata o blo- traofensiva e reconquistaram o condado de Edessa. Pres-
LO

queio à peregrinação dos cristãos ao Santo Sepulcro (túmulo sionados, os Estados cristãos recorreram aos europeus.
LA

de Cristo em Jerusalém), dominado pelos muçulmanos.


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FONTE: <PT.SLIDESHARE.NET/LUCAO1NAVARRO/AS-CRUZADAS-SET-FINAL>.

NA
ƒ Segunda Cruzada (1147-1149): em 1147, Luis VII,
4A
para seu financiamento, Veneza exigiu a destruiçãode
rei da França, Conrado III, imperador do Sacro Império,e Zara, cidade cristã e sua rival mercantil no comérciono
30
um grupo formado por europeus do norte – ingleses, Mar Adriático.
70

flamengos e frísios – organizaram a Segunda Cruzada.


35

Depois da destruição de Zara, os cruzados marcharam so-


Esse terceiro grupo atravessou a península Ibérica aju-
53

bre Constantinopla. A Quarta Cruzada assinalou o declínio


dando os cristãos a expulsarem os muçulmanos de Lis-
03

mercantil de Constantinopla, região que passou a ser co-


boa. Entretanto, os integrantes dessa segunda cruzada
nhecida por Império Latino, e a ascensão das cidades italia-
JO

foram derrotados pelos turcos na Ásia Menor em 1148.


nas, que passaram a monopolizar o comércio de especiarias
AU

Algumas décadas mais tarde, em 1187, Saladino, um


no Mediterrâneo.
sultão muçulmano, reconquistou Jerusalém, causando
AR

grande comoção na Europa. ƒ Quinta Cruzada (1217-1221): tornou-se conhecida


S

como a Cruzada das Crianças. Para justificar as derrotas


PE

ƒ Terceira Cruzada (1189-1192): com a notícia da-


anteriores, foi difundida a lenda de que o Santo Sepulcro
LO

perda da Terra Santa, o papa passou a preparar a


só poderia ser conquistado por crianças, uma vez que
Terceira Cruzada. Os três mais importantes soberanos
suas almas eram puras e livres de pecados. Em 1212,
A

da Europaatenderam ao chamado do papa. Em 1190,


UL

foram reunidas 20 mil crianças alemãs e 30 mil france-


FredericoBarba Ruiva, do Sacro Império, Felipe Augusto,
PA

sas em uma cruzada que seria enviada para Jerusalém.


da França, e Ricardo Coração de Leão, da Inglaterra, li-
As que não foram exterminadas foram aprisionadas ou
NA

deraram a Cruzada dos Reis. Barba Ruiva avançou por


vendidas como escravas nos mercados do Oriente.
A

terra, venceuos turcos na Ásia Menor, mas morreu aci-


04

dentalmente aobanhar-se em um rio. Ricardo e Felipe ƒ Sexta Cruzada (1228-1229): organizada por André
3

Augusto seguirampor mar. Obtiveram algumas vitorias II, rei da Hungria, e comandada por Frederico II, do Sacro
70

na Síria, mas Felipe decidiu retornar à França. Ricardo Império, a Sexta Cruzada resultou em um acordo com
35

Coração de Leãonão conseguiu retomar Jerusalém. No o sultão, que determinava a posse de Jerusalém pelos
53

entanto, obtevedo sultão Saladino a autorização para cristãos durante dez anos. Mais tarde, os muçulmanos
03

que os cristãospudessem peregrinar até Jerusalém. dominaram a região e o acordo foi rompido. Jerusalém
O

voltou a ser controlada pelos turcos até 1917.


J

ƒ Quarta Cruzada (1202-1204): com o ardor religioso


AU

já bastante arrefecido, os comerciantes de Gênovae Pisa, ƒ Sétima (1248-1250) e Oitava Cruzadas (1270):
AR

enriquecidos pelo comércio com o Oriente, pretendiam a Sétima e a Oitava Cruzadas foram organizadas entre
conquistar os portos de suas cidades rivais. Em1200, 1248 e 1270, sob o comando de Luís IX, rei da Fran-
S
PE

durante o pontificado de Inocêncio III, foi organizada a ça. Ambas foram um fracasso. Luis IX morreu vítima da
LO

Quarta Cruzada. Desvirtuada de seus objetivos,tornou- peste, em Tunis, e foi canonizado pela Igreja.
-se a primeira cruzada contra cristãos. Como condição
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te essa situação. De um lado, houve enfraquecimento da
Consequências das Cruzadas

NA
aristocracia feudal e da servidão como forma de traba-

4A
Do ponto de vista econômico, a maior conquista das Cru- lho; de outro lado, ocorreu o fortalecimento da burgue-
zadas foi a reabertura do Mediterrâneo à navegação

30
sia comercial, bem como o reaparecimento do comércio,
e ao comércio da Europa, fator que permitiu o reatamen-

70
que se intensificou com a reabertura do Mediterrâneo,

35
to das relações entre Ocidente e Oriente, interrompidas propiciando o renascimento das cidades e o crescimen-

53
pela expansão muçulmana, e contribuiu para acelerar o to da burguesia mercantil. Em síntese, o renascimento

03
renascimento comercial no ocidente da Europa. comercial e urbano da Europa ocidental, a decadência
do feudalismo, o declínio do poder da nobreza e o forta-

JO
O malogro das Cruzadas acelerou indiretamente a de-
cadência do sistema feudal. A conjugação de fatores lecimento da burguesia foram, direta ou indiretamente,

AU
políticos, econômicos e sociais agravou significativamen- consequências das Cruzadas.

AR
RENASCIMENTO COMERCIAL

S
PE
LO
Principais rotas comerciais da Europa, durante o renascimento comercial

A
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03
JO
AU
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FONTE:<SLIDESHARE.COM.BR/SLIDE/1865844>.
A
04

Ao possibilitarem as condições para o desenvolvimento O Mediterrâneo voltou a ser a via principal das atividades
3

incipiente da atividade mercantil, as Cruzadas, conju- mercantis. As cidades italianas de Veneza, Gênova e Pisa
70

gadas às condições intrínsecas ao modo de produção redistribuíam pela Europa os produtos vindos do Oriente.
35

feudal, impulsionaram o que se transformou no renas-


53

Ao norte da Europa florescia outro eixo comercial im-


cimento comercial. A abertura do mar Mediterrâneo aos
03

portante. Os produtos vindos do mar Báltico e do Norte


mercados da Europa ocidental restabeleceu as relações encontravam na região de Flandres (parte das atuais Ho-
O

entre Ocidente e Oriente e dinamizou as atividades co-


J

landa e Bélgica) um dinâmico polo comercial nas suas


AU

merciais. principais cidades, Bruges e Antuérpia.


AR

O comércio se desenvolveu principalmente por rotas A região de Champagne, no leste da França, passou a ser
S

fluviais e marítimas, devido às péssimas condições das um ponto de confluência entre Flandres e a Itália. Merca-
PE

estradas. Os mares Mediterrâneo, ao sul, e do Norte e dores de todo o continente se dirigiam para Champagne,
LO

Báltico, ao norte, foram os eixos econômicos da Europa o que dinamizava um comércio intenso e diversificado. As
entre os séculos XI e XIV.
LA

feiras realizadas em Champagne ganharam fama.


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Os últimos dias das feiras eram dedicados às transações o único fator do renascimento urbano, foi, sem dúvida,

NA
financeiras (faziam-se empréstimos, liquidavam-se velhas o fator principal. Prova disso é o fato de as cidades res-

4A
dívidas e movimentavam-se letras de câmbio). A terra surgirem com mais intensidade onde primeiro renasceu o

30
deixava de ser a única riqueza na Europa Ocidental. Essa comércio: Itália e Flandres.

70
verdadeira revolução econômica enfraquecia a nobreza,
À medida que o comércio se ampliava, surgiam cidades.

35
ligada à terra, e fortalecia a burguesia, ligada ao comér-
Nas cidades medievais, conhecidas genericamente como

53
cio e às finanças.
burgos, foi-se formando uma nova classe social ligada ao

03
comércio, que passou a ser conhecida como burguesia.
As associações de artesãos

JO
Para criar condições básicas para a expansão da nova
e comerciantes

AU
economia mercantil e monetária, era preciso abolir as

AR
Os artesãos organizaram-se em associações para defen- relações de vassalagem e o direito consuetudinário, bem
der seus interesses. Todos que trabalhavam em uma mes- como unificar o mercado, diminuir os impostos, padronizar

S
PE
ma atividade juntavam-se e formavam uma associação a legislação, a moeda, os pesos e as medidas. Para isso,

LO
denominada corporação de ofício. seria necessário subordinar a nobreza e fortalecer o poder
centralizador do rei, que poderia impor essas reformas.

A
As corporações tinham o objetivo de regulamentar a

UL
profissão evitando excesso de pessoas no mesmo ofício, A formação do Estado moderno, como expressão do mo-

PA
controlar a qualidade e o preço do produto dificultando a nopólio do poder e da força, seria, no plano político, a res-
posta para os novos problemas que impediam a expansão

NA
concorrência, dirigir o aprendizado da profissão e ampa-
rar os artesãos necessitados. do comércio e das cidades.

Os mercadores também associaram-se para defender 4A


30
seus interesses. No século XII, as hansas ou guildas aglu- CRISE DO SÉCULO XIV E
70
35

tinavam mercadores de diversas cidades. A mais pode-


DECADÊNCIA DO FEUDALISMO
53

rosa de todas foi a Hansa Teutônica ou Liga Hanseática,


03

que reuniu cerca de noventa cidades do norte da Europa. A partir do início do século XIV, uma profunda crise se dis-
seminou pela Europa. Fome, pestes, guerras e rebeliões
JO

RENASCIMENTO URBANO E camponesas atingiram a essência do sistema feudal já


AU

bastante desgastado. Ao fim do século XV, as monarquias


AR

FORMAÇÃO DA BURGUESIA nacionais estavam consolidadas, a nobreza enfraquecida


S

e as obrigações feudais contestadas pelas frequentes re-


PE

O processo de reurbanização da Europa, caracterizado


voltas camponesas.
pelo ressurgimento das cidades, está estreitamente ligado
LO

ao renascimento comercial, que, embora não tenha sido


A
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NA

RENASCIMENTO CULTURAL E TRANSIÇÃO PARA A IDADE MODERNA


A
304
70
35

As importantes transformações econômicas, sociais, po- economia internacional, em cooperação, a princípio, com
53

líticas, artísticas e culturais que a Europa experimentou as monarquias. Em termos culturais, o período é marca-
03

entre os séculos XI e XIV promoveram uma gradativa do pela negação dos valores medievais e o surgimento do
reorganização estrutural e o redimensionamento do seu chamado Renascimento Cultural, a partir do século XIV.
JO

entendimento do mundo, no qual os saberes técnicos e Os homens do Renascimento paulatinamente separaram


AU

filosóficos ganharam destaque dentro das renascentes o mundo da religião do centro das suas preocupações, a
AR

cidades comerciais. ponto de abraçarem ideais humanistas. Contudo, o respei-


S

to à religião, diferente do que se pensa, na maior parte das


No bojo dessas mudanças, o renascimento urbano, oriundo
PE

vezes foi mantido.


da dinamização comercial, assistiu ao surgimento de uma
LO

nova classe social: a burguesia mercantil. Coube a essa


LA

classe a unificação dos Estados nacionais e dinamizar a


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ƒ Naturalismo: ao individualizar e decompor as partes,

NA
chegou-se à aguda análise e percepção da natureza.

4A
ƒ Hedonismo: valorização do prazer e da felicidade ter-

30
renas, sem medo de pecar ou da punição divina.

70
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COMÉRCIO MEDIEVAL: SURGIMENTO DAS CIDADES MODERNAS

LO
A prática de mecenato foi fundamental para se compreen-

A
der a criação e a difusão das obras renascentistas. Tal práti-

UL
ca consiste no financiamento de artistas e intelectuais pela

PA
burguesia mercantil da época, a qual queria representar seu
nascente poder econômico e político em obras filosóficas

NA
e artísticas, promovendo, assim, enormes dispêndios nas
mentes brilhantes do período. É evidente que outros grupos
4A
30
sociais, como o clero, recorriam aos intelectuais do período, HOMEM VITRUVIANO, DE LEONARDO DA VINCI
70

mas não na mesma escala em que a burguesia o fazia. Não foi por acaso que o Renascimento teve origem na Itá-
35

De uma maneira geral, a cultura renascentista nega e se lia. Exatamente lá o capitalismo mercantil ganhou forças
53

opõe aos valores clericais teocêntricos e dogmáticos me- para se desenvolver – renascimento comercial e urbano.
03

dievais, com destaque a tais características: A península Itálica era o centro do ativo comércio medi-
JO

terrâneo, que interligava os entrepostos orientais à rota de


ƒ Antropocentrismo: valorização de temas do coti-
AU

Champagne e do mar do Norte. Os centros urbanos tor-


diano humano, da realidade vivida dentro das cidades naram-se ativos, onde germinavam grandes companhias
AR

europeias. Sem se esquecer da importância divina, o comerciais e grupos financeiros.


pensamento passa a se ater à realidade secularizada
S
PE

do Homem e não aos dogmas sacralizados. Com uma economia dinâmica, mercantil, geradora de
excedentes que pudessem ser investidos na produção
LO

ƒ Racionalismo: o conhecimento da realidade deveria cultural, houve condições para o Renascimento. Com o
A

ser pautado pela razão humana, isto é, do que conse- desenvolvimento mercantil surgiu uma nova classe social:
UL

guimos captar da realidade a partir de nossos sentidos. a burguesia italiana, que passa a mobilizar capitais para
PA

A observação científica, os métodos experimentais e a o patrocínio de artistas e intelectuais buscando projeção


organização racional da vida social alimentariam uma
NA

social e a legitimação de seus valores.


vida humana menos teológica.
A

Na literatura, destaca-se Dante Alighieri, com a sua princi-


04

ƒ Negação dos valores medievais: com os desenvol- pal obra A divina comédia, revolucionária por ter sido escrita
3

vimentos técnicos e científicos do período, instituições


70

em dialeto toscano e não no erudito latim. No âmbito da


medievais passaram a perder importância social. A pró-
35

filosofia política, há Nicolau Maquiavel, autor de O príncipe,


pria filosofia escolástica, que primava pela conciliação
53

considerado por muitos o pai da ciência política moderna


entre fé e razão, viu-se desdenhada por diversos renas-
03

por recolocar a racionalidade na política e alijar preceitos te-


centistas. ológicos. Na arte, há figuras notáveis como Giotto, Sandro
O

ƒ Valorização da cultura clássica: tanto na arte quan- Botticelli e Michelangelo.


J
AU

to na filosofia, os renascentistas buscaram uma reapro- Porém, nenhuma outra figura ganhou tamanha importân-
AR

ximação ao humanismo e racionalismo greco-romanos. cia e relevo histórico do que Leonardo Da Vinci. Cientista,
S

ƒ Individualismo: o Renascimento refletiu a realidade engenheiro, excelente artista, especialista em fortificações


PE

do capitalismo nascente, que estimulava o individua- e em artilharia, inventor, anatomista e naturalista, transfe-
LO

lismo, a concorrência, o acúmulo de riquezas e a cria- riu para suas pinturas a cuidadosa observação da natureza,
combinada com uma poderosa percepção psicológica.
LA

tividade.
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RENASCIMENTO CIENTÍFICO O alemão Johannes Kepler fez estudos sobre o movi-

NA
mento dos astros e observou as órbitas dos planetas em

4A
O pensamento renascentista estimulou as ciências, os estu- torno do Sol, comprovando que são elípticas e não circu-

30
dos da natureza e a busca de explicações racionais para os lares, como se imaginava até então. Os estudos do cor-

70
fenômenos naturais. Em oposição aos dogmas e verdades po humano intensificaram-se, estimulando descobertas e

35
incontestáveis impostas pela fé, foram estimulados o co- avanços na medicina.

53
nhecimento racional, a observação e a experiência como
Leonardo da Vinci realizou estudos de anatomia huma-

03
fontes de conhecimento.
na, assim como o médico flamengo André Vesálio, que

JO
Nicolau Copérnico negou a teoria geocêntrica (a Terra pesquisou o corpo humano pela dissecação de cadáveres.

AU
como centro do universo), na obra De revolutionibus orbium
celestium (Sobre a revolução dos globos celestes), propon- O francês Ambroise Pare descobriu uma nova maneira de

AR
do o heliocentrismo, segundo o qual o Sol sim é o centro, estancar hemorragias, enquanto o médico espanhol Miguel

S
em torno do qual giram a Terra e todos os outros planetas. de Servet descreveu o mecanismo da pequena circulação.

PE
LO
Essa teoria foi confirmada pelo italiano Galileu Galilei, que Merecem destaque, também, o suíço Paracelso (pseudô-
se serviu de uma luneta para estudar os movimentos dos as- nimo de Phillipus Aureolus Theophrastus Bombastus von

A
UL
tros e acabou descobrindo os satélites de Júpiter. É importan- Hohenheim), que abriu caminho para a doutrina dos medi-

PA
te lembrar de que Galileu foi julgado pelo Tribunal da Inquisi- camentos específicos e da farmacologia, e o médico inglês
ção por confirmar o heliocentrismo. Para escapar da pena de Willian Harvey, que descobriu o retorno do sangue ao

NA
morte, abriu mão de suas ideias, negando-as publicamente. coração pelos vasos sanguíneos.

4A
30
70

REFORMA E CONTRARREFORMA
35
53
03
JO

O mundo passou por grandes transformações na transição Denomina-se Reforma o movimento de revolução espiritual
AU

da Idade Média para a Idade Moderna, com especial desta- da época moderna, uma profunda revisão religiosa e política
que para a Europa, onde ocorreram o renascimento comer- que, no século XVI, deu origem ao protestantismo. Uma das
AR

cial e urbano, o desenvolvimento do capitalismo, o fortaleci- causas importantes da Reforma foi o chamado humanismo
S

mento das monarquias nacionais e o renascimento cultural. evangelista, que era profundamente crítico da forma em que
PE

o catolicismo operava e, portanto, defensor de uma renova-


LO

Estas transformações geraram modificações na visão de


ção para aproximá-lo do cristianismo primitivo.
mundo dos homens e criaram uma realidade que se desco-
A
UL

nectava da Igreja católica, alicerçada em bases medievais, as Havia um enorme abismo entre o que a Igreja católica pre-
quais condenavam, por exemplo, o lucro e a usura, elemen- gava e o que fazia. Os membros da alta hierarquia do clero
PA

tos fundamentais do capitalismo nascente, gerando atritos viviam luxuosamente, totalmente alheios ao povo. O voto
NA

com a burguesia. Havia problemas de relacionamento entre de castidade era habitualmente esquecido, causando escân-
A

a Santa Sé e os reis absolutistas, que não mais admitiam dalos entre a população. Vendiam-se as relíquias sagradas
04

interferência em seus estados nacionais. (objetos supostamente tocados por Cristo, Maria ou santos)
3

e cargos eclesiásticos, práticas conhecidas como simonia.


70

O desenvolvimento do capitalismo e dos Estados nacionais


35

provocou um natural enfraquecimento do poder da nobreza, Mas o comércio de indulgências foi o abuso que promoveu
53

que passou a cobiçar as terras da Igreja como alternativa de maior reação. As indulgências eram documentos assinados
03

reforçar seu poder. O comportamento de membros do clero pelo papa, que absolviam o comprador de alguns pecados
passou a ser alvo de críticas contundentes com o objetivo cometidos, diminuindo o tempo de sua pena no purgatório.
J O

de contestar a Igreja católica, enfraquecendo-a e abrindo Outra importante razão que impulsionou o movimento re-
AU

espaço para a quebra de sua hegemonia. formista foi a formação das monarquias nacionais. Na época
AR

do feudalismo, a Europa se apresentava fragmentada em


Inserida nesse contexto, a reforma religiosa foi responsável
S

inúmeros pequenos feudos, onde as relações com as regi-


pela quebra da unidade cristã ocidental e o fim da hegemo-
PE

nia da Igreja católica na Europa, bem como pelo surgimento ões vizinhas eram pouco comuns. As pessoas de então não
LO

de novas Igrejas integradas às novas realidades para a bur- tinham uma consciência muito clara de nacionalidade, isto
é, não se imaginavam habitantes de um país. Nos séculos
LA

guesia e os monarcas absolutistas.


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XV e XVI, formaram-se nações com um rei que exercia total O fiel passaria a prescindir do sacerdote para entrar em

NA
autoridade sobre os limites do território. As pessoas que aí contato e interpretar a palavra divina, o que ajuda a re-

4A
habitavam falavam a mesma língua e tinham consciência forçar o caráter individualizante do luteranismo.

30
de sua nacionalidade. A Igreja, por possuir terras e proprie-

70
dades espalhadas por toda a Europa, passou a ser conside-

35
rada uma potência estrangeira. Lentamente, começou a se

53
formar uma reação contra as possessões eclesiásticas e a

03
arrecadação de impostos ou taxas pelo clero, que os remetia
para Roma. Essa situação motivou o declínio da autoridade

JO
papal, pois o rei e a nação passaram a ser mais importantes.

AU
A ascensão da burguesia é outra causa não menos impor-

AR
tante da Reforma. A burguesia precisava mudar os dogmas

S
da Igreja católica que proibiam o lucro e a usura. Ela preci-

PE
sava de uma nova religião, que justificasse seu amor pelo di-

LO
nheiro e incentivasse novas atividades ligadas ao comércio.

A
Na ideologia católica, a única forma de riqueza era a terra. O

UL
dinheiro, o comércio e as atividades bancárias eram práticas

PA
pecaminosas, indignas de um cristão. Trabalhar para satisfa-

NA
zer as necessidades era justo, mas fazê-lo para lucrar, que é BÍBLIA TRADUZIDA PARA O ALEMÃO, POR LUTERO

4A
a essência do capital, era pecado.
Pelas profundas mudanças pregadas, Lutero foi com-
30
A doutrina protestante, criada pela Reforma, pregava exa- batido pelo papado e pelo imperador Carlos V, na
70

tamente o oposto destas ideias. A riqueza, materializada Dieta de Worms (1521), e só não foi executado por re-
35

principalmente no dinheiro, era um dom de Deus. A doutrina fugiar-se na Saxônia, junto ao duque Frederico, o sábio. O
53

estabelecida pela Reforma estava perfeitamente adequada cerco católico aumentou sobre os nobres protestantes, em
03

aos anseios da nova classe burguesa, que se encontrava em 1529, quando o mesmo Carlos V impôs o catolicismo a to-
fase de expansão. dos os príncipes, que prontamente se rebelaram, recebendo
JO

a alcunha de protestantes.
AU

PRINCIPAIS VERTENTES Como resposta, em 1530, através da Confissão de Au-


AR

gsburgo, Melanchton constituiu a nova Igreja protestante,


S

DO PROTESTANTISMO assim como a formação de laços sólidos entre os príncipes


PE

protestantes contra o imperador católico. Finalmente, em


LO

1555, uma nova Dieta de Augsburgo pôs fim ao conflito


Luteranismo
A

religioso alemão, permitindo aos príncipes e seus súditos


UL

A reforma religiosa teve início no Sacro Império Romano- liberdade de escolha religiosa.
PA

-Germânico, em parte da atual Alemanha, sob a liderança


Calvinismo
NA

de Martinho Lutero (1483-1546). Filho de camponeses,


A

nascido na Saxônia, cursou Filosofia na Universidade de Aproveitando-se da relativa paz religiosa na Suíça, o discípu-
04

Erfurt, quando se tornou monge, ingressando na Ordem de lo do luteranismo e francês João Calvino publicou uma série
3
70

Santo Agostinho, em 1505. Em 1512, doutorou-se em Te- de obras na defesa do protestantismo, sendo a mais conheci-
35

ologia e passou a lecionar na Universidade de Wittenberg. da a instituição cristã (1534). Calvino manteve as premissas
53

Lutero se incomodava com o comportamento de integran- básicas de Lutero inalteradas, embora as tenha radicalizado
03

tes do clero e com o apego aos bens materiais por parte no âmbito espiritual e institucional. A sua Reforma implan-
da Igreja. tou uma censura rígida na cidade de Genebra, agindo de
JO

Para ele e seus seguidores, a salvação da alma não se forma intolerante contra os potenciais adversários.
AU

alcança pelas obras, mas pela fé, pela confiança na bon- Contudo, as ideias de Calvino foram rapidamente espalha-
AR

dade de Deus e pelo sofrimento interior do fiel. Sendo das pelo continente europeu, uma vez que sua doutrina
S

assim, o culto às imagens sacras ou quaisquer símbolos casou-se harmonicamente com os preceitos burgueses de
PE

objetivos é rechaçado pelo luteranismo: a fé residiria na acumulação material. O ponto central do calvinismo é a sua
LO

consciência de cada cristão. Daí o feito inédito de Lutero doutrina da predestinação, na qual alguns indivíduos recebe-
LA

de ter traduzido a Bíblia do latim para o idioma alemão. riam a bênção da salvação e os demais, a maldição eterna.
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Os sinais da predestinação seriam visíveis na fruição de bens Os bens da Igreja católica foram confiscados, passando

NA
materiais ou cargos de prestígio. Logo, quanto mais abasta- para as mãos da nobreza. Assim, os barões ingleses viram

4A
do o indivíduo, mais evidente que sua alma se salvará. suas terras aumentadas a ponto de facilitar a expansão da

30
Práticas burguesas condenadas pela Igreja católica, como criação de ovelhas, num momento em que a lã começava a

70
a usura e o estímulo ao trabalho, seriam não só legítimas, ser procurada pelas manufaturas de tecidos.

35
mas benquistas pelos adeptos do calvinismo. Por isso,
CONTRARREFORMA

53
diversos agrupamentos calvinistas surgiram na Europa

03
ocidental, sendo os huguenotes franceses e os puritanos

JO
britânicos exemplos de destaque.

AU
Anglicanismo

AR
A reforma religiosa na Inglaterra teve um caráter extrema-

S
PE
mente político. Conduzida pelo rei Henrique VIII, levou à

LO
formação de uma Igreja nacional, que serviu de instrumen-
to de consolidação do absolutismo real no país.

A
UL
O poder econômico da Igreja católica e sua influência na

PA
Inglaterra fugiam ao controle do Estado. A Igreja acumula-
va riquezas através de tributos impostos à população e o

NA
clero ampliava cada vez mais seus domínios e suas rendas

4A
oriundas das vastas terras. Esta situação provocava um for- JESUÍTAS NA AMÉRICA: EDUCAÇÃO E UTILIZAÇÃO DE TRABALHO INDÍGENA
30
te sentimento antipapal nos meios políticos do país.
A Reforma protestante minou o monopólio das almas cris-
70

Em 1530, o rei inglês Henrique VIII solicitou a anulação de


35

tãs no Ocidente. A perda de fiéis se traduzia na perda de


seu casamento com Catarina de Aragão ao papa Clemente
53

poder político e econômico, o que impeliu a Igreja católica


VII, pois desejava casar-se com Ana Bolena, sob a justifi-
03

a agir com um conjunto articulado de medidas contra a ex-


cativa de sua esposa não lhe dar um filho homem para pansão protestante, criando então sua Contrarreforma.
JO

herdar o trono. Diante da negação papal, o rei deu início a O conteúdo das reformas, primeiramente exposto no Con-
AU

um processo de ruptura com a Igreja católica na Inglaterra. cílio de Trento, em 1530, possuía teor majoritariamente
AR

O soberano aproveitou as questões relacionadas a seu ca- repressivo, embora não somente. Eis algumas medidas da
samento para acabar com o poder da Igreja católica na Contrarreforma:
S
PE

Inglaterra que, de certa forma, concorria com seu poder. O ƒ O combate à corrupção do clero, com a proibição da
LO

parlamento aprovou o Ato de Supremacia, em 1534, venda de indulgências e de cargos eclesiásticos, além
colocando a Igreja sob a autoridade do rei. Nascia a Igreja
A

da obrigatoriedade dos clérigos frequentarem seminá-


UL

nacional inglesa – a Igreja anglicana, que tinha como chefe rios antes de sua ordenação.
PA

supremo o monarca inglês. Adotou-se parcialmente a dou-


ƒ Reativação do Tribunal do Santo Ofício ou Santa Inqui-
trina calvinista, mantendo, porém, a hierarquia episcopal e
NA

sição, com o objetivo de julgar e punir as heresias.


a formalidade do catolicismo no culto.
A

ƒ A criação do Index Librorum Prohibitorum, uma lista de


04

livros cuja leitura estava proibida aos católicos, dentre


3
70

eles alguma obras de autores renascentistas e de orien-


35

tação religiosa protestante e calvinista.


53

ƒ A busca de novos fiéis, através do estímulo à atuação


03

de ordens religiosas, especialmente no recém-desco-


O

berto continente americano.


J
AU

No tocante à busca de novos fiéis, merece destaque a atu-


AR

ação da Companhia de Jesus ou Ordem dos Jesuítas,


fundada em 1534 por Inácio de Loyola. A ordem era ca-
S
PE

racterizada pela rígida disciplina e respeito pela hierarquia,


LO

lembrando uma organização militar, o que fez com que


ficassem conhecidos como “soldados de Cristo”.
LA

HENRIQUE VIII
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ANTIGO REGIME: ABSOLUTISMO E MERCANTILISMO

4A
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35
ESTADO MODERNO

53
03
JO
Na transição da Idade Média para a Idade Moderna, ocor-
reu o processo de formação dos Estados modernos, em

AU
contraposição aos domínios feudais, marcados pelo predo-

AR
mínio político do poder local e diretamente ligado à pos-

S
se da terra. Os Estados modernos mantiveram as velhas

PE
estruturas feudais, como o predomínio político e social da

LO
nobreza e do clero, que obtiveram privilégios fiscais e jurídi-
O LEVIATÃ, DE THOMAS HOBBES

A
cos, associadas a novos elementos, como a centralização do

UL
poder político e práticas econômicas intervencionistas, que O autor mais utilizado na defesa do absolutismo foi

PA
revelam o fortalecimento das monarquias nacionais. Hobbes, através de sua obra O Leviatã. Para o filósofo,

NA
A montagem da estrutura burocrática dos Estados moder- nas sociedades primitivas sem Estado nem leis, os ho-

4A
nos exigia vultosas quantias financeiras, o que os incenti- mens viviam em conflitos sociais, matando-se uns aos
outros por motivos banais, conflitos esses que compro-
30
vava a uma crescente necessidade de tributos diretamente
metiam a própria existência da humanidade, fenômeno
70

arrecadados e administrados pelo governo central. Este


que inspirou a célebre máxima do autor: “o homem é o
35

também regulava atividades comerciais mediante práticas


lobo do próprio homem”. Num raro momento de lucidez
53

intervencionistas, fundamentais para impulsionar a acu-


e em face de um sentimento de preservação da espécie,
03

mulação de capital por meio do comércio e das atividades


artesanais. as sociedades organizaram-se em forma de Estado e con-
JO

cederam-lhe poderes, a fim de que tivesse força suficiente


AU

Eram características do Estado moderno: território defini- para impor a ordem. Contra aquela situação de anarquia,
do, moeda nacional, idioma comum, centralização política,
AR

os homens firmaram um pacto – o “contrato social” –,


organização da burocracia estatal e exército nacional. Os renunciaram à liberdade e aos direitos em troca de sua
S

poderes locais da nobreza, por sua vez, seriam submetidos conservação. Portanto, impõe-se que o Estado seja todo
PE

à autoridade do monarca, que passou a impor tributos e poderoso, um Leviatã absolutista para que imponha a or-
LO

regras nacionais. dem social e garanta a vida.


A
UL

Para garantir a manutenção da autoridade real, os exércitos


Absolutismo francês
PA

nacionais eram disciplinados, remunerados e diretamente


controlados pelos reis, que os usavam para impor sua auto- A consolidação do absolutismo na França sofreu graves so-
NA

ridade e garantir o respeito às suas ordens em todos seus lavancos devido às guerras religiosas no século XVI, entre
A

domínios, além de garantir a defesa do território contra ini- huguenotes (calvinistas) e católicos, representados então
04

migos externos. pelo Estado francês. A tensão entre os dois grupos acabou
3
70

se transformando em sangrentos conflitos durante o reina-


35

ABSOLUTISMO do de Carlos IX (1560-1574).


53

Até que Carlos IX completasse a maioridade, a regência foi


03

Teóricos e pensadores fundamentaram o poder absolutista, ocupada por sua mãe, Catarina de Médici, católica fervoro-
O

justificando sua origem e o comportamento autoritário dos sa e resolvida a exterminar os huguenotes. Em 1572, hou-
J
AU

reis. Os principais teóricos do absolutismo foram Nicolau ve a fatídica Noite de São Bartolomeu (24 de agosto),
AR

Maquiavel, Jacques Bossuet, Jean Bodin e Thomas Hobbes. quando foram mortos cerca de 30 mil huguenotes.
Cada um possuía suas especificidades e era constantemen-
S

A paz na França só foi restabelecida no reinado do Bourbon


PE

te relido por aqueles que defendiam o abuso pessoal dos Henrique IV, mediante o Edito de Nantes (1598), que
LO

monarcas. concedia liberdade de culto e o direito de admissão dos pro-


testantes em cargos públicos.
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Segundo a tradição da monárquica francesa, somente um dades eclesiásticas na Inglaterra, fato que ampliou ainda

NA
católico poderia assumir o trono. Henrique de Navarra, que mais seu poder perante outros grupos políticos. Após a sua

4A
era protestante, só pôde ser coroado Henrique IV depois de morte, o trono recaiu sob Maria I, uma católica fervoro-

30
se converter ao catolicismo, oportunidade em que suposta- sa que praticou inúmeros morticínios em nome da sua fé.

70
mente teria dito a famosa frase “Paris bem vale uma missa”. Porém, o fato de Maria ter se casado com Fernando I, rei

35
da Espanha, promoveu inquietações na elite inglesa, uma
Quando da morte de Henrique IV, Luís XIII assumiu o tro-

53
vez que o país ibérico era um dos principais concorrentes
no e logo retomou a perseguição aos protestantes dentro

03
econômicos da Inglaterra.
de seu território. Porém, externamente, apoiou os Habsbur-

JO
gos na guerra dos Trinta Anos (1618-1648), visando ga- Em 1558, Maria morreu e deu lugar à sua irmã e filha
rantir a hegemonia francesa na Europa continental. Com de Henrique VIII, Elizabeth I. Seu reinado consolidou a

AU
a vitória, a França de fato logrou transformar-se na maior Inglaterra como a maior potência do mundo. Conseguiu

AR
potência militar do continente. se relacionar pacificamente com o parlamento e, simulta-

S
neamente, arrefecer as perseguições religiosas dentro do
Seu sucessor, Luís XIV, é visto como herói protetor das ar-

PE
território inglês. A agricultura inglesa perderia suas carac-
tes, defensor da Igreja católica, legislador, defensor dos fracos

LO
terísticas de agricultura feudal – produção de subsistência
contra os fortes. Encarnou o Estado, cujos interesses estão
– e transformou-se em agricultura capitalista com inte-

A
acima de todos os individualismos. Conhecido como rei Sol,

UL
resses ligados ao comércio. O resultado desse fenômeno,
promoveu a ascensão da burguesia, da qual recrutou alguns

PA
conhecido como cercamentos (enclosures), que resultou
ministros, como Colbert, das finanças. Para controlar a nobre-
na expulsão de uma multidão de camponeses famintos e

NA
za, atraiu-a para a corte e ofereceu-lhe luxo, festas e pensões.
miseráveis às cidades inglesas. Criavam-se assim as condi-

4A
No campo religioso, Luís XIV revogou o Edito de Nantes, ções favoráveis ao desenvolvimento do trabalho assalaria-
em 1685, quando o protestantismo foi proibido. Cerca
30
do e das manufaturas.
de 150 mil pessoas viram-se obrigadas a abandonar o
70

Em 1601, pretendendo exercer mais controle sobre os po-


país. Em seguida, deu um golpe na Igreja católica, sub-
35

bres ingleses, Elizabeth I assinou a famosa Lei dos Pobres


metendo-a aos seus desígnios e obrigando o clero fran-
53

(Poor Law), que os obrigava a trabalhar em “oficinas de ca-


cês a pagar impostos ao rei. Essas medidas visavam re-
03

ridade” que abasteciam de mão de obra barata todas as


afirmar a autoridade real perante a população francesa.
JO

manufaturas inglesas.
Contudo, nos últimos anos do governo de Luís XIV e no
AU

reinado de Luís XV, a crise do absolutismo só fez piorar e


MERCANTILISMO
AR

assumir proporções catastróficas no governo de Luís XVI,


quando, a partir de 1789, o Antigo Regime foi destituído
S

O mercantilismo foi uma doutrina econômica que se tra-


PE

pela Revolução Francesa.


duzia em práticas executadas pelo Estado nacional com o
LO

objetivo de auferir ganhos e promover o seu fortalecimento.


Absolutismo inglês
A

No entanto, como contava com a burguesia para executar a


UL

Na Inglaterra, a consolidação e o apogeu do absolutismo política econômica, favorecia o enriquecimento e, paralela-


PA

ocorreram durante a dinastia Tudor (1485-1603), que as- mente, o ganho de poder dessa nova classe social.
NA

cendera ao poder no final da guerra das Duas Rosas Sendo assim, o mercantilismo foi uma política econômica
A

(1455-1485). Nessa guerra civil, as duas mais poderosas que representava a aliança entre os monarcas e a burguesia
04

famílias da nobreza inglesa – a família Lancaster, repre- comercial. Tais eram as principais práticas mercantilistas:
3

sentada por uma rosa vermelha, e a família York, por uma


70

rosa branca – disputaram o poder. Terminada a guerra, ƒ Metalismo: a riqueza de um país media-se pela quan-
35

Henrique Tudor, descendente dos Lancaster, casou-se com tidade de metais preciosos dentro de suas fronteiras.
53

Elizabeth, de York, unindo sob sua direção as duas famílias. Quanto mais ouro e prata houvesse no país, mais rico e
03

poderoso ele seria. Com metais preciosos, os governos


Anos mais tarde, seu filho, nomeado Henrique VIII, pas-
O

compravam armas, contratavam soldados, construíam na-


sou a impor seu poder aos nobres feudais, com a ajuda da
J

vios, pagavam funcionários e custeavam as guerras. Para


AU

burguesia, carente de apoio na sua expansão comercial. A acumularem os metais preciosos, era preciso não só im-
AR

partir desse momento, o poder passou a centralizar-se cada pedir a saída de ouro e prata, mas provocar sua entrada.
vez mais na figura do rei.
S

ƒ Balança comercial favorável: esse princípio mer-


PE

Este rei rompeu com a Igreja católica, apoderando-se de cantilista está intimamente ligado ao anterior. Consiste
LO

todos seus bens e fundando outra Igreja, a anglicana. A em vender mercadorias pelo maior valor possível para
vitória contra os católicos deu-lhe o controle das proprie-
LA

o exterior e comprar pelo menor valor. O valor total das


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exportações deveria sempre superar o das importações. balança comercial ficava sempre favorável à metrópole.

NA
Essa era uma das formas de um país provocar a entrada
ƒ Monopólios: graças ao pacto colonial, somente a

4A
de metais preciosos e de se promover o metalismo.
metrópole poderia comercializar com seus domínios. O

30
ƒ Protecionismo: para manter uma balança comercial monopólio era condição fundamental para o desenvol-

70
favorável, o Estado nacional deveria incentivar as ex- vimento do comércio e das manufaturas, uma vez que

35
portações observando uma série de medidas: desvalori- constituía a única forma possível de realizar grandes

53
zação da moeda, proibição da exportação de matérias- empreendimentos. Os capitais uniam-se para controlar

03
-primas e, principalmente, desestímulo às importações, com exclusividade um ramo da produção manufaturei-
cujas tarifas alfandegárias deveriam ser sobretaxadas e ra, o comércio de uma localidade ou o comércio colo-

JO
caras para o consumidor nacional. nial. O monopólio, no entanto, pertencia ao Estado que,

AU
em troca de pagamento, transferia aos burgueses.
ƒ Sistema colonial (colonialismo): com o objetivo de

AR
fortalecer o Estado nacional e, consequentemente, o ƒ Intervencionismo estatal: visava o fortalecimento

S
poder do rei, alguns países lançaram-se nos séculos XV do poder nacional. O Estado intervinha na economia

PE
e XVI à conquista de novas terras a fim de fazer crescer mediante incentivo e proteção das manufaturas, altas

LO
suas fontes de riquezas. Essa era a função fundamental tarifas alfandegárias e garantia dos monopólios, da fi-

A
das colônias da América e da África: enriquecer as me- xação de uma política de controle sobre os salários, os

UL
trópoles. Das colônias, as metrópoles poderiam retirar preços e a qualidade das mercadorias. O restabeleci-

PA
as mercadorias de que necessitassem, metais preciosos mento da escravidão na época moderna movimentava
e produtos tropicais, e ao preço que quisessem. Parale- grande quantidade de capitais, por isso mesmo era uma

NA
lamente, poderiam obrigar a colônia a adquirir produtos importante fonte de aceleração da acumulação primiti-

4A
manufaturados da metrópole ao preço que ela determi- va de capital, que, ao lado dos demais fatores, compu-
30
nasse. A essa relação desigual entre metrópole e colô- nha a etapa de constituição do capitalismo.
70

nia deu-se o nome de pacto colonial, mediante o qual a


35
53
03

REVOLUÇÕES INGLESAS DO SÉCULO XVII E REVOLUÇÃO INDUSTRIAL


JO
AU
AR

O Estado absolutista inglês e a política econômica mercanti- O sucessor de Jaime I, seu filho Carlos I (1625-1648), inten-
S

lista foram os principais responsáveis pelo grande desenvol- sificou os conflitos, especialmente com o parlamento, majori-
PE

vimento econômico alcançado pela Inglaterra, que trouxe tariamente burguês e puritano. Revoltoso, os parlamentares
LO

prosperidade para os grupos ligados à atividade mercantil travavam qualquer tentativa do monarca criar novos impos-
inglesa, como a burguesia comercial e financeira, armado- tos, fazendo com que Carlos I o dissolvesse. O parlamento só
A
UL

res, nobres enriquecidos com a política dos “cercamentos” foi reaberto em 1640, quando o rei necessitou convocá-lo a
PA

e corsários. No seio desses grupos mercantis, crescia a reli- título de obter aprovação de mais recursos ao exército, que
gião puritana, mais sintonizada com os anseios burgueses. lutava contra revoltosos presbiterianos escoceses.
NA

Já entre a nobreza tradicional, prevaleciam o catolicismo e


A

o anglicanismo.
304

Em 1603, com a morte da rainha Elisabeth I, deu-se o fim


70

da dinastia Tudor, uma vez que a rainha não deixou herdei-


35

ros. Em virtude do parentesco, o trono inglês foi entregue


53

ao rei da Escócia, Jaime I, que deu início à dinastia Stu-


03

art. O novo monarca inglês defendeu a implantação de


O

um regime absolutista fundamentado na Teoria do Direito


J
AU

Divino e se aliou à nobreza anglicana como forma de viabi-


lizar seu fortalecimento político.
AR

Os resultados foram intensos confrontos com o parlamen-


S
PE

to, que o renegava por sua nacionalidade escocesa, além


de violentas perseguições a católicos e puritanos, que in-
LO

centivaram a emigração dos puritanos para a América, a


LA

partir de 1603. BRASÃO STUART


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Logo após sua reabertura, Carlos I tentou fechar o parla-
REVOLUÇÃO INDUSTRIAL

NA
mento. Dessa vez, no entanto, foi impedido pelos deputa-

4A
dos e pela população de Londres. O desfecho da situação

30
criada por Carlos I mobilizou os cavaleiros, e os “cabeças

70
redondas”. Cavaleiros constituíam as tropas reais, compos-

35
ta de católicos e anglicanos ligados à nobreza tradicional,

53
que defendiam o regime absolutista. Já os “cabeças re-

03
dondas” eram constituídos por parlamentares, burgueses,
puritanos e parcela da nobreza progressista, isto é, grupos

JO
ligados aos interesses do capitalismo comercial.

AU
Liderados por Oliver Cromwell, os “cabeças redondas”

AR
obtiveram seguidas vitórias que propiciaram a vitória na INDÚSTRIA EM MANCHESTER, NA INGLATERRA

S
guerra civil. Com a ascensão de Cromwell ao poder, hou-

PE
A Revolução Industrial é um processo histórico de profun-
ve a queda da monarquia e a proclamação da República.
das mudanças técnicas, econômicas, sociais e culturais, sen-

LO
O rei Carlos I foi preso e executado, selando a vitória da
do, portanto, um conceito bastante amplo. Contudo, deve
Revolução Puritana (1649).

A
ser analisada nos termos de sua formação. Como qualquer

UL
Com a República, começou a segunda fase da Revolução fenômeno histórico, não surgiu de imediato, mas de um

PA
Gloriosa, a Commonwealth, ou seja, a ideia de comu- processo longo e encadeado de relações materiais e inte-
nidade britânica. Surtos nacionalistas regiam o governo

NA
lectuais.
Cromwell, a exemplo de seu Ato de Navegação (1651), que
4A
Em termos técnicos, a Revolução Industrial teve seu germe
garantia monopólio de embarcações inglesas nos atos de
na manufatura, resultado da ampliação do consumo, o
30
importação do país. A medida provocou conflito militar com
que levou muitos artesãos a aumentarem sua produção,
70

os Países Baixos, tendo a Inglaterra superado seus rivais.


bem como muitos comerciantes a se dedicarem à produção.
35

A morte de Cromwell, que governou ditatorialmente, gerou Nesse caso, o comerciante manufatureiro distribuía a maté-
53

instabilidade política, visto que seu sucessor e filho Richard ria-prima para que os artesãos trabalhassem em suas casas,
03

não lograva de reputação junto ao corpo militar. O parla- recebendo pelo trabalho um pagamento previamente com-
JO

mento, temeroso de revoltas populares, em 1660, ajudou binado. Com isso, a produtividade do trabalho aumentou
AU

a empossar Carlos II, filho do rei decapitado, Carlos I, que devido à divisão social da produção, isto é, cada trabalhador
prometeu governar mantendo a tolerância religiosa e res- se especializava em apenas uma etapa da produção.
AR

peitando o parlamento e as relações de propriedade.


A maquinofatura foi a etapa final. Nela, o trabalhador
S

Contudo, Carlos II converteu-se publicamente ao catoli-


PE

estava submetido ao regime de funcionamento da máquina


cismo, provocando o descontentamento da população e a e à gerência direta do supervisor. Com a introdução da má-
LO

retomada da luta por parte do parlamento. Seu sucessor, quina e a perda total da independência dos trabalhadores,
A

Jaime II, continuou o processo de repressão absolutista ca- consolidava-se o que se denominou Revolução Industrial.
UL

tólica, até que o parlamento revoltou-se e chamou Maria


PA

Temporalmente, a Revolução Industrial foi um fenômeno


Stuart e seu marido, Guilherme de Orange, dos Países
inglês, depois espalhando-se pela Europa. As razões para
NA

Baixos, para assumir o governo em lugar do rei, que fugiu


o pioneirismo inglês podem ser sintetizadas nestes tópicos:
à França, dando início à Revolução Gloriosa.
A

ƒ Acumulação primitiva de capital: a riqueza pro-


04

Guilherme só foi proclamado rei depois de se submeter à


duzida pelo comércio de seus produtos manufaturados,
3

Declaração de Direitos, que foi aceita pelo rei, em 1689.


70

aliada às vantagens militares e comerciais do Estado


Essa declaração eliminava a censura política e reafirmava
35

inglês, propiciou o enriquecimento da burguesia e do


o direito exclusivo do parlamento de estabelecer impostos
53

Estado inglês.
e de apresentar livremente petições. O recrutamento e a
03

manutenção do exército somente seriam admitidos com a ƒ Supremacia naval: após o Ato de Navegação e a vitó-
O

aprovação do parlamento. As reuniões parlamentares e as ria contra os Países Baixos, o Império Britânico conquis-
J
AU

eleições seriam regulares; o orçamento anual seria votado tou protagonismo no transporte de mercadorias.
pelo parlamento; as contas reais seriam controladas por
AR

ƒ Dotação natural: requeria novas fontes de matéria-


inspetores e os católicos seriam afastados da sucessão. Em -prima e de energia, que eram encontradas em profu-
S

1694, foi criado o Banco da Inglaterra, com o que se


PE

são no subsolo inglês, como carvão e ferro; o algodão


organizou o tripé fundamental para o desenvolvimento do para as tecelagens era proveniente das áreas coloniais,
LO

capitalismo na Inglaterra: Parlamento, Tesouro e Banco como os atuais Estados Unidos, e a lã era encontrada
LA

da Inglaterra. nos campos britânicos e nas colônias.


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PA
ƒ Cercamentos: a política de cercamentos permitiu o Todas as transformações citadas repercutiram em altera-

NA
aumento da criação de ovelhas nos campos, fornecendo ções sociológicas profundas nas sociedades industriais,

4A
lã à indústria e, concomitantemente, povoou as cidades como no caso da Inglaterra. O trabalhador livre e assalaria-

30
com trabalhadores livres para operar a maquinaria in- do (proletário) vendia sua força de trabalho no mercado ao

70
dustrial. Tinha-se, portanto, insumos e trabalho a preços industrial (burguês) quase sempre a salários baixíssimos.

35
baixos. Com a riqueza recebida, o trabalhador mal conseguia se

53
ƒ Instituições modernas: a concretização da Revolu- reproduzir enquanto animal, isto é, comer e se abrigar.

03
ção Gloriosa colocou a burguesia como classe dominan- Com isso, inúmeras revoltas proletárias surgiram no esteio
te na Inglaterra. Com ela, veio a garantia à propriedade da Revolução Industrial.

JO
privada, o desenvolvimento de bancos de financiamen- O ludismo, movimento de quebra de máquinas, na In-

AU
to, de bolsas de valores, operações de seguro e uma glaterra, foi um dos primeiros atos contra a ferocidade da

AR
multiplicidade de leis e órgãos que garantissem o cum- industrialização. Contudo, foi brutalmente reprimido pelo
primento dos contratos.

S
parlamento britânico.

PE
ƒ Desenvolvimento técnico: inúmeras invenções fo- Mais tarde, o cartismo ganhou força nas capitais indus-

LO
ram financiadas pelas universidades, pelos industriais e triais britânicas. Tal movimento reivindicava melhores con-

A
pelo parlamento inglês. A conhecida máquina a vapor, dições de trabalho, ampliação do direito de sufrágio a todos

UL
por exemplo, foi rapidamente implantada em diversas os homens, melhorias salariais e direito de se representar

PA
indústrias inglesas. no parlamento. O fato de as reivindicações serem feitas por

NA
ƒ Ética protestante: a consagração da ética protestan- meio de cartas ao parlamento foi o que deu nome ao mo-
vimento.Iluminismo
4A
te foi decisiva para motivar os agentes econômicos, visto
que o sucesso material seria sinônimo de dádiva divina,
30
diferentemente da ética econômica católica, sempre crí-
70

tica à acumulação de riquezas.


35
53
03

ILUMINISMO E INDEPENDÊNCIA DOS EUA


JO
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S

As origens do movimento iluminista estão na Revolução Tamanhas mudanças só foram possíveis, dentre outras ra-
PE

Científica do século XVII, período em que ocorreram gran- zões, graças à ascensão política e social da burguesia. Por
LO

des progressos na Filosofia e na Ciência (Física, Química, essa razão, o iluminismo será a corrente filosófica burguesa
por excelência, mesmo que dele tenham surgido muitos
A

Matemática e Mecânica), com destaque para o crescente


UL

desenvolvimento e difusão do método experimental. movimentos de contestação política ao mundo burguês.


PA

Ideais iluministas estão no conjunto de fatores que impul-


Consiste na veemente crítica ao modo de pensar medieval.
sionaram processos de independência na América e revolu-
NA

O pensamento iluminista busca compreender os fenôme-


ções em toda a Europa.
A

nos naturais e sociais através da racionalidade e da ciência.


04

Trata-se de uma progressiva e poderosa crítica aos para-


INDEPENDÊNCIA DOS EUA
3

digmas teológicos que regiam a visão de mundo medieval.


70
35

Iluminar-se significa racionalizar a relação entre o homem Como no período mercantilista se dava importância exces-
53

e o mundo. siva ao comércio de especiarias tropicais, o governo inglês


03

Politicamente, resultou em teorias liberais e republicanas, não se preocupou em implantar uma grande exploração
colonial, como Portugal e Espanha promoveram na Améri-
O

como as de John Locke, Jean Jacques Rousseau e barão de


J

Montesquieu. A despeito de suas divergências conceituais, ca latina. Essa relação política da Inglaterra com sua colô-
AU

tais autores preconizavam a liberdade e a igualdade na po- nia, fora dos padrões mercantilistas típicos da época, per-
AR

lítica, oferecendo duras críticas ao absolutismo. Na ciência, mitiu que os colonos obtivessem maior grau de autonomia.
S

houve o desenvolvimento do cálculo diferencial e integral, A economia das colônias conseguiu mais lucros e mais
PE

com a centralidade na figura de Isaac Newton. O período experiência financeira ao se relacionar diretamente com
LO

também presenciou o surgimento da ciência econômica, regiões do Caribe, Europa e África sem a interferência do
LA

com Adam Smith, em 1776. poder britânico. Esses contatos em forma de triângulos
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comerciais eram feitos com as colônias inglesas, que ex- Antilhas, que eram produtos baratos e de excelente qua-

NA
portavam peixe, madeira e gado para as Antilhas, de quem lidade em relação ao de beterraba inglês que os colonos,

4A
compravam açúcar, melaço e rum para revenda na Europa, nesse momento, estavam forçados a comprar.

30
onde compravam mercadorias manufaturadas. Da África
Também, em 1764, foi implantada a Lei da Moeda (Cur-

70
compravam-se negros, revendidos como escravos nas An-
rence Act), que proibiu a emissão de moeda pelos colonos,

35
tilhas ou nas colônias do Sul, a troco do rum como moeda.
o que provocou uma crise econômica com a elevação dos

53
As colônias da Nova Inglaterra e as do centro tinham mais preços de produtos agrícolas – base da economia sulista.

03
identidade com a ideologia da Ilustração, uma vez que
A Lei do Selo (Stramp Act), criada em 1765, impunha aos
contavam, entre sua população, com exilados intelectu-

JO
colonos a obrigatoriedade de selar ou carimbar os inúme-
ais, críticos do absolutismo europeu, bem como fugitivos

AU
ros papéis ou documentos de circulação na colônia, pagan-
protestantes. Nessas colônias houve a adoção do trabalho
do um imposto para a coroa. Outro problema originou-se

AR
livre assalariado, que aumentava a produtividade do traba-
quando o governo inglês criou a Lei do Aquartelamento
lhador em relação a do escravo, bem como contribuía com

S
ou do Alojamento, de 1765, que consistia na exigência

PE
a formação de um mercado consumidor mais ativo.
inusitada de que os colonos deveriam pagar a estadia dos

LO
Já nas colônias sulinas, estabeleceu-se a plantation, orga- soldados ingleses em território estadunidense nas missões

A
nização bastante semelhante à plantation brasileira, mas militares de repressão sobre os próprios colonos, que ob-

UL
sem o monopólio comercial e a complementaridade do viamente intensificaram mais ainda as rebeliões.

PA
pacto colonial. Eram, assim, voltadas para o mercado ex-
A política de exploração britânica continuou, em 1767,
terno e contavam com a monocultura do algodão, do fumo

NA
com as Leis Towshend, que consistiam, novamente, em
e do anil como principais atividades econômicas.

4A
exigir que os colonos pagassem taxas à Inglaterra quando
Diante dessas diferenças, o comércio entre as duas zonas importassem mercadorias vendidas pela própria Inglaterra.
30
não só foi possível, como bastante intenso. Ambos enrique-
70

A Lei do Chá (Tea Act) de 1773, que previa o estabele-


ceram com o processo, mas como fora dito, com o desta-
35

cimento do monopólio do comércio desse produto à po-


que para o Sul. Diante de um cenário de relativa liberdade
53

pulação estadunidense pelo governo inglês, desencadeou


política e econômica, quais seriam as causas, então, da
03

uma reação inusitada dos colonos: lançar diversos carre-


emancipação das colônias?
gamentos de chá da metrópole ao mar. Essa rebelião foi
JO

No século XVIII, a economia britânica entrou em choque denominada de Festa do Chá de Boston (Boston Tea
AU

com a francesa e o governo inglês buscou conquistar áre- Party) e provocou dura reação do Império Britânico, que
AR

as em várias partes do globo terrestre que pertenciam aos promulgou a Lei dos Intoleráveis. A Inglaterra fechou
Bourbons, como aquelas localizadas nas Índias Orientais e o porto de Boston, ocupou Massachusetts e cobrou altís-
S

na América do Norte. Para tal, na América, recebeu ajuda simas indenizações. Os estadunidenses estavam sufocados
PE

dos colonos para derrotar os franceses, o que não foi difícil, e passaram a trilhar um caminho de enfrentamento legal
LO

pois os estadunidenses já pretendiam ocupar terras próxi- ou militar com os britânicos, o que resultou na luta pela
A

mas aos Apalaches. soberania.


UL

Em troca do apoio, a Coroa britânica prometeu ceder terras À medida que a exploração inglesa mostrava-se mais abu-
PA

aos colonos que lutassem sob a liderança militar de George siva, os colonos influenciados e liderados por ideólogos
NA

Washington. No entanto, os britânicos não cumpriram o como Thomas Jefferson, Benjamin Franklin, Samuel Adams,
A

trato, ludibriando os colonos. Thomas Paine e Charles Dickson, criaram a chamada Con-
04

venção da Filadélfia, em 1774. Dois anos após sua


Além disso, com o intuito de buscar capital para pagar
3

fundação e ainda sob certos impasses, em 1776, suscitou


70

as dívidas contraídas com a guerra dos Sete Anos (1756-


textos, como o Common Sense, de Thomas Paine, que cla-
35

1763), a Inglaterra iniciou uma política de aumento exces-


mava pela revolta armada como um direito pela liberdade
53

sivo da exploração sobre as treze colônias por intermédio


republicana e cidadã contra um governo despótico.
03

de leis que se assemelhavam ao pacto colonial, o qual, se


implantado, destruiria a relativa liberdade econômica dos Em 4 de julho de 1776, elaborada pelos representantes da
O

colonos, ou seja, seria o fim da negligencia salutar, da Virgínia, foi publicada a Declaração de Independência,
J
AU

negligência britânica ao desenvolvimento de suas colônias. redigida por Thomas Jefferson. Com a separação instituída,
AR

o líder militar George Washington foi indicado pelo parla-


A Lei do Açúcar (Sugar Act) de 1764 pode ser um indi-
mento para ser o primeiro presidente dos Estados Unidos.
S

cativo da tentativa britânica de implantação do monopólio


PE

A Declaração de Independência tornou-se a espinha dor-


comercial próprio do pacto colonial mercantilista, aumen-
sal da Constituição de 1787. Adotou ideias iluministas
LO

tando excessivamente os impostos alfandegários. Esta lei


como a República, o presidencialismo, a divisão dos três
proibiu as treze colônias de comprar açúcar e melaço das
LA

poderes e o voto censitário.


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NA
REVOLUÇÃO FRANCESA

4A
30
70
As sociedades da Era Moderna eram estamentais, mas problema climático em 1787, que provocou uma seca e con-

35
também continham o germe da sociedade de classes. A as- sequente agravamento da fome. O rei Luis XVI iniciava, assim,

53
censão da burguesa era resultado do desenvolvimento do uma série de tentativas de reformas econômicas e sociais para

03
capitalismo comercial. Essa classe social apresentava duas salvar a França, mas todas elas encontravam sempre forte re-

JO
tendências marcantes: ou procurava ingressar na nobreza sistência dos setores sociais.

AU
por meio da compra de títulos, ou tentava se impor a partir
Somado ao cenário de crise no final do século XVIII, as res-
de critérios econômicos de hierarquização social, em substi-

AR
trições e regulamentações mercantilistas eram sentidas pela
tuição ao critério do nascimento.

S
burguesia enriquecida e ávida pelo estabelecimento das con-

PE
Por outro lado, o desenvolvimento manufatureiro criara uma dições para o desenvolvimento do capitalismo na França. To-

LO
nova classe de trabalhadores urbanos, que teria enorme davia, para isso era necessário derrubar o absolutismo e as
importância nos movimentos revolucionários dirigidos pela restrições mercantilistas, criando condições para uma maior

A
burguesia. No campo, reformas formaram uma classe de

UL
igualdade social e jurídica. O contato direto com os filósofos
pequenos produtores independentes, ávidos por se livrarem

PA
da ilustração e com suas ideias permitiu à classe burguesa
dos encargos feudais.
transformar seus interesses particulares em interesses gerais

NA
Na França – como na Inglaterra –, a monarquia absoluta de toda a sociedade francesa. A luta contra o absolutismo, o

4A
já cumprira seu papel, promovendo a expansão marítima, mercantilismo e os privilégios sociais do clero e da nobreza
30
a exploração colonial, a acumulação primitiva de capitais também interessava aos camponeses, artesãos e outras cama-
70

e a modernização do Estado. Porém, tanto o clero quanto das sociais.


35

a nobreza estavam em paulatina crise e, sistematicamente,


Em virtude da grave crise que se abateu sobre a França, Luis
53

tentavam se defender, seja pela religião quanto pela repres-


XVI criou a Assembleia dos Notáveis, apoiada por refor-
03

são. Por isso, aos burgueses e trabalhadores, as duas classes


representavam anacronismos. As revoluções inglesas já de- mistas como Necker, Turgot e Breinne. Eles propuseram uma
JO

ram o exemplo de que seria possível suplantar tal estado de taxação sobre a nobreza e clero no intuito de cobrir o deficit do
AU

coisas. Estado e financiar projetos que melhorassem a vida do terceiro


Estado. Essa proposta, no entanto, foi recusada pela elite do
AR

A sociedade francesa era dividida em três Estados: o pri- antigo regime. Pressionado, o rei Luis XVI convocou, em 1789,
S

meiro Estado representava o clero e contava com 150 mil


a Assembleia dos Estados Gerais, que se tratava de uma
PE

integrantes; o segundo Estado era a nobreza, com 350


instituição política formada por representantes dos três Esta-
LO

mil componentes – ambos eram isentos de impostos e de


dos para assessorar o monarca em momentos de crise.
todas as obrigações feudais; cerca de 24 milhões de pessoas
A
UL

faziam parte do terceiro Estado, composto por burgueses, Em 5 de maio de 1789, os Estados Gerais se reuniram em Ver-
pequenos burgueses, profissionais liberais, camponeses e salhes. O terceiro Estado reivindicava que as votações fossem
PA

sans-culottes – camada heterogênea de pequenos artesãos feitas individualmente, mas os outros dois pregavam a manu-
NA

e proletários. tenção de apenas um voto por Estado. Revoltado, o terceiro


A

Estado reuniu-se e ameaçou não se dispersar, enquanto Luis


04

XVI não aceitasse uma constituição que limitasse seus pode-


3

res.
70
35

O rei cedeu, dando origem à Assembleia Nacional Cons-


53

tituinte. O medo do terceiro Estado era muito grande e, em


03

julho de 1789, na tentativa de dissolver a assembleia, os par-


tidários da monarquia inflamaram as descontentes massas
JO

sans-culottes, o que definiu a tomada da Bastilha, em 14


AU

de julho – era a revolução.


AR

Diante da perda de territórios coloniais para a Inglaterra, na


guerra dos Sete Anos (1756-1763), e das despesas pró- A primeira fase da Revolução Francesa é marcada pela a
S

Assembleia Nacional e a monarquia constitucional


PE

prias de qualquer conflito, além da colaboração decisiva para


garantir a vitória estadunidense na luta pela independência (1789-1792). A França passava a ser uma monarquia cons-
LO

e dos custos elevados para manter a corte, a economia fran- titucional, com a presença de uma assembleia composta por
LA

cesa enfrentava uma séria crise. Fator agravante foi um grave deputados, cujos mandatos eram de dois anos. Os eleitores
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precisavam de uma renda mínima para exercer o voto, o que

NA
dava um caráter burguês a essa primeira fase revolucionária.

4A
Já em 26 de agosto de 1789, fez-se a Declaração dos Di-

30
reitos do Homem e do Cidadão, documento escrito com

70
base nas ideias do iluminismo em defesa do direito de todos à

35
liberdade, à propriedade e à igualdade jurídica.

53
Tendo Luis XVI se recusado a reconhecer a declaração, o povo

03
de Paris, a chamada comuna, marchou ao palácio de Versa-
lhes, trazendo o rei à cidade. Em 1790, o antigo regime levou

JO
outro golpe, com a criação da Constituição Civil do Clero, que

AU
No governo, os jacobinos impuseram o Edito do Máximo, ta-
nacionalizava as propriedades da Igreja a favor do Estado. belando o preço dos produtos. Taxaram os ricos, obrigando-os

AR
Finalmente, em 1791, a constituição francesa foi redigida, mas a pagar mais impostos, protegendo os pobres e desampara-

S
também rechaçada pelo rei. Após ser obrigado a reconhecê-la, dos. A educação tornou-se gratuita e obrigatória. As proprie-

PE
tentou fugir da França para iniciar um processo contrarrevolu- dades dos emigrados foram confiscadas e postas à venda

LO
cionário, mas foi preso novamente. para cobrir despesas do Estado. Evidentemente, ocorreram

A
Se a constituição representava um avanço em relação ao revoltas contra essas medidas e os jacobinos responderam

UL
absolutismo do antigo regime, também deixava a desejar as com a execução de mais de 30 mil suspeitos de conspiração,

PA
o que recebeu o nome de o Grande Terror jacobino.
aspirações radicais dos sans-culottes, uma vez que o voto era

NA
censitário. As reivindicações das camadas pobres não foram Consequência: os sans-culottes, amedrontados com o au-

4A
satisfeitas, notadamente a distribuição de riquezas e o fim da mento da violência, deixaram de apoiar os jacobinos, que
escravidão nas colônias, como a do Haiti. ficaram isolados no poder. Rapidamente, os girondinos con-
30
seguiram se reerguer e derrubar o jacobinismo. Robespierre e
70

No parlamento francês, os deputados dividiram-se em facções


seus pares foram guilhotinados no episódio conhecido como
35

que identificavam os grupos políticos divididos ideologicamen-


o Golpe do Nove Termidor, em julho de 1794, conhecido
53

te. À direita, na parte de baixo da Assembleia, estavam os gi-


como a Reação Termidoriana, que marcou a queda da con-
03

rondinos, representantes da alta burguesia e influenciados


venção e a volta da alta burguesia girondina ao poder.
pelas ideias de Montesquieu. À esquerda, estavam os jacobi-
JO

nos, também chamados “montanha”, uma vez sentados no A terceira fase da revolução, o Diretório (1794-1799) é re-
AU

local mais alto. Liderados por Robespierre, foram fortalecidos presentada politicamente pelos girondinos. Instaurou-se uma
AR

pelos cordeliers, mais radicais, Danton e Marat. Representa- República que destruiu os avanços sociais consolidados pelos
vam a pequena burguesia e as camadas populares, defendiam jacobinos, bem como as possibilidades de retorno das forças
S
PE

a República, o voto masculino universal e o tabelamento de retrógradas do antigo regime. Para consolidar os privilégios
burgueses, foi criada uma nova constituição: a Constituição
LO

preços.
do Ano III (1795), que extinguiu o tabelamento de preços e
As reações externas à revolução engendraram uma contrar-
A

fez voltar a escravidão nas colônias; esvaziou o Comitê de


UL

revolução, na qual participaram Estados absolutistas, como a


Salvação Pública e desmoralizou o Tribunal Revolucionário.
PA

Áustria e a Prússia, encabeçados por parte da nobreza fran-


O voto universal foi substituído pelo censitário, para revolta
cesa. Como retaliação, a população parisiense, liderada por
NA

dos sans-culottes. O Diretório extinguiu a Lei do Máximo e


Danton e Marat, promoveu o massacre de setembro: invadiu o franqueou a volta da elevação de preços das mercadorias
A

palácio das Tulherias e matou nobres, exigindo novas eleições populares, promovendo o retorno da liberdade econômica,
04

por voto universal. própria do liberalismo.


3
70

Após o conflito com o exército francês, a Áustria e a Prússia


A estrutura política ficou nas mãos de cinco diretores, cujo
35

foram derrotadas e o Partido Jacobino assumiu o poder re- papel era chefiar o Poder Executivo. O Legislativo era com-
53

publicano, ao guilhotinar o rei Luis XVI, após um julgamento posto pelo Conselho de Anciãos e pelo Conselho dos 500,
03

forjado a portas fechadas e cheios de arbitrariedades. Inicia-se, modelo esse que criou condições para o enfraquecimento do
então, a segunda fase da Revolução Francesa, a Convenção
O

governo. Os diretores brigavam entre si pela defesa de seus


J

(1792-1794).
AU

interesses e pelo poder. Não conseguiam barrar a corrupção


Nesse ambiente de extremos, foi realizada uma eleição nacio- nem eram eficientes na administração pública e na constru-
AR

nal em que as forças de esquerda venceram com o voto uni- ção das obras públicas.
S

versal masculino. De maioria jacobina, o novo parlamento im-


PE

Sem legitimidade, em 1795, o governo abortou um golpe


plantou na França a República, em 22 de setembro de 1792, realista em Paris. No ano seguinte, foi a vez de sufocar um
LO

cujos novos mandatários foram os radicais Danton, Marat e movimento popular de tendência socialista, a Conjuração
LA

Saint-Just, sob a liderança de Robespierre.


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dos Iguais, cujo líder, Graco Babeuf, defendia a soberania po- fiéis, reembarcou para a França, onde, com o apoio de dois

NA
pular e a supressão da propriedade privada. Preso, Babeuf foi diretores, de toda a alta burguesia e dos sans-culottes, que

4A
guilhotinado, em 1797. o viam como uma espécie de salvador, assumiu o poder no

30
Golpe do 18 Brumário, em novembro de 1799. Esse fato
A burguesia, completamente encurralada, sabia que a única

70
gerou o início de uma pacificação interna e de confirmação
instituição que poderia proteger seus interesses seria a ala do

35
dos interesses da burguesia francesa.
exército, liderada pelo jovem e popular general Napoleão

53
Bonaparte. Ao sair do Egito, seguido de alguns generais

03
JO
ERA NAPOLEÔNICA E O CONGRESSO DE VIENA

AU
AR
S
PE
ERA NAPOLEÔNICA aprovada em plebiscito pela imensa maioria da população

LO
francesa e que substituía o regime de consulado pelo de
império. A coroação de Napoleão, em Paris, marcou o iní-

A
Diante do instável cenário político, Napoleão procurou fa-

UL
zer uma política de reconciliação, tomando várias medidas cio do segundo período de Napoleão no poder: o Império

PA
para estabelecer a paz e garantir a segurança dos franceses. (1804-1815).
A Constituição de 1799, que foi submetida a plebiscito

NA
e aprovada por mais de três milhões de votos, deu a Na-
4A
poleão poderes ilimitados, sob a aparência de um regime 30
republicano. Daí seria iniciado o seu primeiro período de
70

governo: o Consulado (1799-1804).


35

A constituição aprovada restituía o voto universal. Fazia-se


53

uma lista dos candidatos mais votados, entre os quais o


03

governo escolhia os encarregados às funções públicas. O


JO

Poder Legislativo, tão fraco que sua existência era só for-


NAPOLEÃO BONAPARTE
AU

mal, era composto por quatro assembleias: o Conselho de


Estado, que preparava as leis; o Tribunal, que as discutia; o Rapidamente, em âmbito interno, legalizou a reforma
AR

Corpo Legislativo, que as votava; e o Senado, que velava agrária, estimulou a indústria, desenvolveu os códigos
S

pela sua execução. O Poder Executivo, confiado a três côn- comercial e penal. A infraestrutura do Estado francês foi
PE

sules nomeados pelo Senado por dez anos, era o mais forte ampliada e sofisticada, bem como monumentos aparece-
LO

dos poderes. O primeiro-cônsul, cargo mais poderoso, era ram para esbanjar a riqueza e o poderio da França. Por
A

de Napoleão. outro lado, Napoleão tornou-se cada vez mais despótico.


UL

Após dez anos de instabilidade política, Napoleão assinou, Garantias constitucionais, como as liberdades individuais
PA

em 1802, a Paz de Amiens, que redefiniu fronteiras colo- e políticas, foram desrespeitadas; a imprensa, censurada; o
NA

niais, como as do Egito e das Guianas, transmitindo a falsa conteúdo das universidades, subvertido. Ou seja, Napoleão
aproveitou-se do bom momento econômico e de sua boa
A

sensação de que a França tinha perdido o desejo de expan-


reputação para imprimir abusos.
04

são intercontinental.
3

A política externa nos tempos de império sofreu profunda


70

Internamente, Napoleão fundou o Banco da França,


inflexão. O imperador Bonaparte, a despeito de ter assina-
35

emissor de papel-moeda e receptor dos impostos estatais,


do com a Inglaterra a Paz de Amiens, passou a ameaçá-la
53

que começaram a ser coletados com maior eficiência. O


constantemente. Abriram-se então quatro coligações entre,
03

ensino secundário foi organizado para instruir a burocracia


pública. A principal obra napoleônica foi o Código Civil, ins- principalmente, Áustria, Rússia, Prússia e Inglaterra para o
O

pirado no Direito Romano, nas Ordenações Reais e no Direi- combate a Napoleão. Porém, a superioridade francesa era
J
AU

to Revolucionário. Em 1901, Napoleão restabeleceu a paz clara: nas batalhas de Ulm, na Prússia, e em Austerlitz, do
Sacro Império Romano-Germânico, Napoleão derrotou as
AR

com a Igreja católica, ao assinar a Concordata, pela qual a


Igreja aceitaria o confisco de seus bens pelo Estado francês, tropas austríacas e russas. Como consequência da vitória
S

napoleônica em Austerlitz, Napoleão suprimiu o que resta-


PE

em troca da não intervenção estatal em assuntos religiosos.


va do Sacro Império Romano-Germânico e criou, em 1806,
LO

Com forte aceitação de todas as classes sociais france- a Confederação do Reno, que reunia a maioria dos Estados
sas, em 1804 foi promulgada a Constituição do Ano XII,
LA

alemães dos quais se autodenominou protetor.


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Em 1806, Napoleão decretou o Bloqueio Continental Moscou não passava de um amontoado de entulho e cin-

NA
contra a Inglaterra, acreditando que, ao fechar-lhe os mer- zas. Napoleão, dessa forma, teve que partir em rápida retira-

4A
cados europeus, provocaria uma crise em sua indústria e, da do território russo, mas em pleno inverno. O resultado foi

30
consequentemente, uma crise social sem tamanho. O de- assustador: apenas 10 mil soldados franceses retornaram

70
creto proibia os países europeus, sob domínio francês ou com vida.

35
aliados da França, de adquirirem produtos ingleses ou de Enfraquecido, o exército francês não resistiu à nova con-

53
receberem embarcações da Inglaterra em seus portos. tenda contra seus inimigos e ruiu na conhecida Batalha

03
Com a derrota de todas as quatro coligações criadas para de Leipzig, em 1813. No mesmo ano, Paris foi invadida e
destruir seu exército e da invasão da península Ibérica, Na- Napoleão, obrigado a renunciar, sendo encarcerado na ilha

JO
poleão tornou-se o grande senhor da Europa continental. de Elba. No governo francês, foi empossado Luís XVIII, da

AU
Nomeou seus irmãos José, Luís e Jerônimo, respectivamen- dinastia Bourbon e irmão de Luís XVI.

AR
te, reis de Espanha e Nápoles, da Holanda e da Vestfália. Por Da cadeia, Bonaparte recebia notícias do chamado Gover-

S
onde seus exércitos passavam, a velha ordem era destruída: no dos Cem Dias. Sabia das arbitrariedades cometidas

PE
implantavam-se constituições, divulgava-se o Código Civil e pelo recém-empossado rei, e, com a ajuda de alguns mi-

LO
modernizavam-se as estruturas econômicas. litares, retornou à França e retomou seu posto. A princípio,

A
Com suas economias arruinadas, Inglaterra e Rússia pas- logrou vitórias contra mais uma coligação absolutista, mas

UL
saram a transacionar secretamente mercadorias, informa- seu combalido exército não resistiu à Batalha de Water-

PA
ção que de prontidão chegou a Napoleão. Como punição loo, contra a Inglaterra e a Áustria, sendo definitivamente

NA
à Rússia, enviou 600 mil homens para destruí-la. Os russos, derrotado e enviado ao cárcere na ilha de Santa Helena,
utilizando a tática de terra-arrasada, conseguiram atrair o onde morreu por causas naturais.
exército francês até a incendiada Moscou. Com a tática,
4A
30
70

CONGRESSO DE VIENA
35
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70
35

Depois da primeira abdicação de Napoleão, em 1814, todos os governantes se reuniram no Congresso de Viena para discu-
53

tirem a reorganização política e territorial da Europa, após a Revolução Francesa e as guerras napoleônicas. Presidido pela
03

representação austríaca em 1815, o Congresso decidiu restaurar as dinastias destronadas até então, garantindo o Princípio
O

da Legitimidade, formulado pelo francês Talleyrand. A definição das novas fronteiras nacionais privilegiariam Prússia, Rússia e
J
AU

Áustria. Em âmbito mundial, a Inglaterra se beneficiaria das colônias orientais e ocidentais, em detrimento da Holanda, França,
AR

Espanha e Turquia.
O Congresso de Viena pode ser visto como uma instituição reacionária, pois permitiu a restauração do antigo regime, ou pelo
S
PE

menos o absolutismo, em diversas nações europeias. Além disso, para manter novo ordenamento europeu, sancionado pelo
LO

Congresso de Viena, Áustria, Prússia e Rússia criaram a Santa Aliança. O objetivo central era combater movimentos liberais
e republicanos nacionalistas no continente. O novo governo francês, embora uma monarquia constitucional, também foi sig-
LA

natário da Santa Aliança.


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NA
IDEOLOGIAS DO SÉCULO XIX

4A
30
70
LIBERALISMO

35
da sociedade. Toda atividade econômica que resulte em

53
benefício pessoal, beneficia, por extensão, a sociedade

03
Durante a Revolução Industrial, os interesses dos burgue- em seu conjunto.
ses foram defendidos pelos economistas e filósofos liberais

JO
(também chamados clássicos), que produziram uma série
CARTISMO

AU
de teorias justificadoras do capitalismo e da não interven-

AR
ção do Estado. Filosoficamente, destaca-se a figura de John Na Inglaterra do século XIX, a classe trabalhadora, após vá-

S
Locke e, na economia, nomes como David Ricardo, Adam rias constatações de que os governos e o parlamento não

PE
Smith e Thomas Malthus. demonstravam interesse algum pela defesa de seus interes-

LO
ses, passou a reivindicar o direito ao voto para que pudesse

A
eleger os legisladores e, assim, influir na elaboração de uma

UL
legislação que favorecesse também os trabalhadores e não

PA
só os patrões.

NA
Para conseguirem eleger seus representantes no parlamen-
to, no entanto, necessitavam fortalecer seus sindicatos, à
4A
época apenas uma evolução das antigas associações de
30
jornaleiros. Para isso, organizaram-se até conseguirem inte-
70

grar-se nas chamadas Trade Unions.


35
53
03

CARICATURA SOBRE A RELAÇÃO ENTRE LIBERALISMO, IMPERIALISMO E EXPLORAÇÃO


JO
AU

Dentre os princípios do liberalismo, destacam-se:


AR

ƒ Não intervenção do Estado na economia: obe-


diência às leis naturais da economia. Da mesma forma
S
PE

que o universo físico, a economia é governada por um


LO

conjunto de “leis naturais” que determinavam e condi-


cionavam os negócios. A economia se autorregula e se
A
UL

autogoverna naturalmente, sem a necessidade de qual- CARTISMO


PA

quer interferência do Estado.


Foram muitos os abaixo-assinados enviados ao parlamento
NA

ƒ Liberdade de contrato: o montante do salário e a ex- até que, em 1838, a classe dos trabalhadores, representada
tensão da jornada de trabalho, segundo os economistas pela Associação Geral dos Operários de Londres, remeteu ao
A
04

clássicos, devem ser fixados livremente pela negociação parlamento seu programa sintetizado na Carta do Povo. As
3

direta entre empregador e empregado, sem nenhuma principais reivindicações do Movimento Cartista eram:
70

interferência do Estado. ƒ Sufrágio universal para os homens


35
53

ƒ Liberdade de comércio e produção: a função prin- ƒ Pagamento aos membros eleitos da Câmara dos Co-
03

cipal do Estado deve ser a manutenção da ordem, a pre- muns (o que tornaria possível aos pobres candidata-
servação da paz e a proteção da propriedade privada. rem-se ao posto)
J O

ƒ Inviolabilidade da propriedade privada e indivi-


AU

ƒ Parlamentos anuais
dualismo econômico: a propriedade privada é um di-
AR

ƒ Nenhuma restrição de propriedade para os candidatos


reito natural do ser humano, sagrado e inviolável; o que
ƒ Sufrágio secreto, para evitar intimidações
S

é herdado ou adquirido confere ao indivíduo o direito


PE

de usá-lo livremente em seu proveito. Para os econo- ƒ Igualdade dos distritos eleitorais
LO

mistas clássicos, não há conflito algum entre os inte- HUBERMAN, LEO. HISTORIA DA RIQUEZA DO HOMEM.
LA

resses particulares do indivíduo e os interesses gerais 15. ED. RIO DE JANEIRO: ZAHAR, 1979, P. 201.
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SOCIALISMO CIENTÍFICO Em 1867, passa a ser publicado o primeiro volume de O

NA
capital: análise crítica da produção capitalista. Os segun-

4A
A ideia de uma distribuição equitativa de bens na socieda- do e terceiro volumes foram publicados por Engels, depois

30
de foi defendida por Thomas Morus, o autor renascentista da morte de Marx. O quarto volume foi publicado por Karl

70
de Utopia (1516). Durante a Revolução Francesa, certos Kaustsky.

35
ideais socialistas tomaram forma – como o de que os bens Nessa obra, Marx e Engels dedicam-se ao estudo e à análise

53
deveriam ser coletivos – com as propostas de Rousseau, da origem, desenvolvimento e apogeu do capitalismo, deta-

03
Marat, Hebert e, sobretudo, de Graco Babeuf. lhando a complexidade desse sistema; focaram nas institui-
ções econômicas do passado e do presente, com o objetivo

JO
Mas, as origens mais claras do socialismo estão nas condi-
de descobrir o que ordenava e movimentava a sociedade

AU
ções subumanas a que foram submetidos os trabalhadores
capitalista.
no processo de consolidação do capitalismo, como os siste-

AR
mas econômico, político e social, pela Revolução Industrial.

S
Princípios do Socialismo

PE
Antes de o socialismo científico ser gestado, houve amplo
científico (marxismo)

LO
desenvolvimento de ideais socialistas, principalmente na
França, no início do século XIX. Seus representantes foram

A
ƒ Materialismo histórico: a economia (condições ma-

UL
classificados posteriormente de socialistas utópicos, por teriais de existência) forma a base, a infraestrutura da

PA
acreditarem que a mudança social viria meramente por sociedade, sobre a qual se ergue uma superestrutura
uma mudança na consciência dos homens, e não por uma política, jurídica, filosófica, religiosa, moral etc. Em razão

NA
mudança material e econômica. Seus principais represen- disso, as transformações ocorridas nessa superestrutura

4A
tantes foram Saint-Simon, Charles Fourier, Louis Blanc e eram determinadas, em última instância, pelas mudan-
30
Robert Owen. ças ocorridas nas forças econômicas da sociedade.
70

Os alemães Karl Marx (1818-1883) e Friedrich Engels ƒ A luta de classes é o motor da história: a divisão
35

(1820-1883) fundaram o socialismo científico. Para eles, da sociedade em classes seria determinada por fatores
53

o proletariado era visto como a classe revolucionária en- de ordem econômica, sobretudo pela existência da pro-
03

carregada a derrubar o Estado capitalista. Se a sociedade priedade privada. Os interesses econômicos antagôni-
JO

capitalista detinha suas próprias regras, elas deveriam ser cos dão origem e sustentam o conflito entre as classes
sociais e essa luta entre dominantes (donos dos meios
AU

conhecidas e analisadas cientificamente sob o crivo da


história e da economia política. Conhecidos a natureza de produção e do capital) e dominados (proprietários
AR

e o funcionamento da sociedade capitalista, seriam pro- tão somente da sua força de trabalho, que é vendida ao
S

postas as condições de sua transformação. capitalista e constitui a força motriz das grandes trans-
PE

formações históricas).
Em fevereiro de 1848, publicaram o Manifesto comunis-
LO

ta, no qual descreveram a luta de classes como propulso-


A

ra da história e do advento do capitalismo; estabelecem


UL

a crítica ao socialismo utópico e traçam um programa


PA

político conclamando as classes trabalhadoras a uma re-


NA

volução para a derrubada do sistema capitalista.


A
304
70
35

REPRESENTAÇÃO DA LUTA DE CLASSES


53

ƒ O proletariado é o agente revolucionário de


03

transformação da sociedade capitalista: como


O

classe subalterna, deve assumir o papel de agente


J
AU

transformador, assim como fizera a burguesia contra


AR

a nobreza ao derrubar o antigo regime durante a Re-


volução Francesa. Cabe-lhe ser agente de uma revolu-
S

ção social que cria condições para a transformação da


PE

sociedade capitalista e burguesa em um novo tipo de


LO

sociedade. Segundo Marx, a libertação da classe traba-


LA

KARL MARX
lhadora é uma obra dos próprios trabalhadores.
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ƒ O Socialismo é uma fase de transição para o Co- –, no fim da exploração do homem pelo homem, na

NA
munismo: da luta entre as classes operária e burguesa construção de uma sociedade sem classes e no desapa-

4A
surge a sociedade socialista, mediante a qual o prole- recimento gradual do Estado.

30
tariado se apodera do poder político – ditadura do
ƒ Mais-valia: diferença entre o volume da riqueza pro-

70
proletariado – e converte em propriedade coletiva os
duzida pelo trabalhador e o montante do salário rece-

35
meios de produção pertencentes à burguesia. Nessa so-
bido pelo trabalho realizado. Como o salário é sempre

53
ciedade socialista ainda existem o Estado e a diferença
inferior à riqueza produzida, essa diferença, correspon-

03
entre o trabalho manual e intelectual. O socialismo seria
dente ao trabalho não pago, dá origem ao lucro ob-
a fase intermediária de transição, da passagem do ca-

JO
tido pelos capitalistas. O processo de acumulação de
pitalismo para o comunismo – baseado na propriedade
riquezas pela burguesia tem por base a exploração do

AU
social dos meios de produção – fábricas, terras, bancos
trabalho.

AR
S
PE
REVOLUÇÕES DE 1830 E 1848 E SEGUNDA REVOLUÇÃO INDUSTRIAL

LO
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No início do século XIX, forças sob o comando da burguesia Após o Governo dos Cem Dias, a casa dos Bourbons re-

NA
liberal, inspiradas pela Revolução Francesa e lideradas por tornou ao poder da França, com Luís XVIII. Contudo, a
Napoleão Bonaparte, invadiram grande parte da Europa, en- restauração não significou a volta à política absolutista. A
fraquecendo, com isso, o antigo regime. Com a derrota de 4A
partir de 1815, Luís XVIII adotou uma política moderada,
30
Napoleão em Waterloo, configurou-se um ambiente propício procurando conciliar a restauração do absolutismo com
70

ao retorno das casas reais absolutistas, cenário em que nas- a manutenção de algumas conquistas da Revolução de
35

ceu o conservador Congresso de Viena (1815), que recusou 1789, como a igualdade jurídica dos cidadãos franceses.
53

os ideais revolucionários. Contudo, as forças de oposição rea- Outorgou uma constituição instaurando uma assembleia
03

gruparam-se e passaram a se rebelar contra o próprio regime que seria eleita pelo voto censitário.
JO

absolutista. Foi o caso da deflagração da Revolução Liberal Inspirados pelo chamado “terror branco”, passaram a
AU

do Porto (1820), em Portugal, que estabeleceu a monarquia perseguir os liberais, partidários da Revolução Francesa,
constitucional e subordinou o poder do rei João VI ao parla-
AR

e os bonapartistas, mediante ações que se caracterizaram


mento lusitano. Em outras áreas europeias, desenhava-se o como verdadeiros massacres. Os excessos cometidos pelos
S

mesmo cenário de busca pela liberdade. No entanto, como o


PE

ultrarrealistas obrigaram Luís XVIII a dissolver a Câmara e


Congresso de Viena havia legitimado as invasões territoriais
LO

convocar novas eleições, vencidas pelos constitucionalistas,


da Áustria, Prússia e Rússia sobre algumas regiões da Euro- partidários da plena aplicação da Constituição.
A

pa, a luta pelo ideal de liberdade e pelo liberalismo burguês


UL

passou a incluir também a luta pela independência daquelas Após a morte de Luís XVIII, em 1824, ascendeu ao trono
PA

regiões, acendendo a luz do nacionalismo. seu irmão Carlos X, chefe do Partido Ultrarrealista, que, em
1830, apoiado pela nobreza, desfechou um golpe de Esta-
NA

do, com a intenção de aniquilar a oposição liberal burguesa


A

e restaurar o absolutismo no país.


304

Essas medidas foram criticadas pelo povo parisiense, que criou


70

barricadas nas ruas durante os “Três Dias Gloriosos”. Lutaram,


35
53

assim, contra as tropas fiéis ao rei. Na madrugada de 29 de


03

julho de 1830, a revolução mais uma vez triunfou na França.


Carlos X, temendo o mesmo fim de Luís XVI, fugiu para a In-
O

glaterra, deixando o trono para seu neto menor de idade.


J
AU

Naquele momento, a burguesia francesa, ao contrário de par-


AR

te da população de Paris, queria uma monarquia constitucio-


S

nal. Por isso, os burgueses nomearam rei da França o duque


PE

de Orleans, Luís Filipe, cuja família mantinha estreitas relações


LO

com os grandes banqueiros. A proximidade de Luís com os


LA

NAPOLEÃO BONAPARTE banqueiros gerou-lhe a alcunha de Luís, o rei banqueiro.


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Essa revolução repercutiu na Europa e a burguesia passou desenvolvimento industrial acelerado, que fortaleceu

NA
a propagandear seus ideais, que foram sendo assumidos a burguesia industrial e comercial. Por outro lado, a

4A
pela maioria da população das pequenas nações na luta situação dos operários era de extrema miséria, de bai-

30
pela liberdade política (liberalismo), pelo nacionalismo e xos salários e de jornada de trabalho com mais de 14

70
crítica às decisões do Congresso de Viena. Com isso, um horas diárias.

35
solo fértil para agitações políticas foi gestado, ocasionando Os oposicionistas ao governo de Luís Filipe organizaram-se

53
nas revoluções de 1848. em vários partidos: legitimista, constituído pela nobreza, de-

03
De modo geral, foram três os fatores das revoluções de sejosa de restaurar o poder dos Bourbon, depostos em 1830;

JO
1848: o liberalismo, contrário às limitações impostas bonapartista, formado pela pequena burguesia e liderado por

AU
pelo absolutismo; o nacionalismo, que procurou unir po- Luis Bonaparte, sobrinho de Napoleão; socialista, composto
liticamente os povos de mesma origem e cultura; e o so- por diversas facções que procuravam organizar a classe ope-

AR
cialismo, força nova, nascida nos movimentos de 1830, rária; republicano, de tendência nacionalista, que encontrava

S
que pregou a igualdade social e econômica mediante re- apoio entre a classe média e os profissionais liberais.

PE
formas radicais.

LO
Seguido pela população da cidade e por alguns setores
Além desses, podem ser mencionados também como fato- da Guarda Nacional, o proletariado parisiense rebelou-se.

A
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res das revoluções de 1848: Foram três dias de luta nas barricadas. No dia 24 de feve-
reiro, Luís Filipe abdicou, quando então estabeleceu-se um

PA
ƒ as péssimas colheitas na Europa, entre 1846 e 1848,
governo provisório que proclamou a República. Sob pres-
fazendo com que os preços dos produtos agrícolas su-

NA
são dos trabalhadores, foram criadas as oficinas nacionais,
bissem muito, agravando a situação das camadas mais
4A
empresas dirigidas e sustentadas pelo Estado. Para pagar
pobres; e
os salários dos trabalhadores dessas oficinas, os impostos
30
ƒ as crises na indústria – notadamente a têxtil – e agríco- foram elevados, o que provocou uma crise ainda maior na
70

la, que desencadearam o empobrecimento dos campo-


35

economia francesa. As oficinas foram fechadas.


neses e diminuíram ainda mais o consumo de tecidos,
53

gerando superprodução e desemprego. Nesse ambiente de radicalização, a Segunda República foi


03

implantada, o voto universal instituído, para temor da bur-


JO

guesia, mas imprescindível para que ela obtivesse o apoio


da população e não se mantivesse isolada, permitindo o
AU

crescimento político dos grupos radicais. A burguesia apro-


AR

veitou-se da situação para indicar o sobrinho de Napoleão


S

Bonaparte para a presidência do país, graças à sua populari-


PE

dade, herdada do tio, e às suas ligações com o pensamento


LO

liberal. Luís Bonaparte venceu a eleição pelo voto universal


A

e a burguesia continuou a controlar a administração pública.


UL

Em 1851, a burguesia notou que o governo de Luis Napo-


PA

leão tinha possibilidade de acabar com a radicalização da


NA

República, uma facção da burguesia apoiou-o numa espécie


A

de segundo Golpe de 18 de Brumário que implantou um


04

BARRICADA NA RUA SOUFFLOT (1848), DE HORACE VERNET plebiscito e tornou-o “imperador” com o título de Napo-
3

leão III no Segundo Império. Politicamente, o Segundo


70

No caso específico da França, quando Luís Filipe assumiu


Império caracterizou-se pelo cesarismo de Napoleão III, que
35

o poder, um político francês comentou: “De hoje em dian-


governou ditatorialmente por meio de vários plebiscitos.
53

te governarão os banqueiros”. Ele tinha razão. Todas as


03

facções da burguesia – pequenos burgueses, industriais, No âmbito social, empreendeu vigoroso programa de
comerciantes etc. – haviam participado da luta contra o modernização do país, com a construção de estradas de
JO

poder absolutista e a velha aristocracia, mas quem assu- ferro, portos, canais e estradas. O prefeito Haussmann
AU

miu o poder foi apenas uma parte da burguesia ligada ao mudou a fisionomia de Paris, ampliando suas avenidas e
AR

capital financeiro. reurbanizando a cidade.


S

Em relação ao governo anterior, houve pequenos pro- Podemos considerar a revolução de fevereiro de 1848, na
PE

gressos sociais: direito de voto muito pouco ampliado, França, como o estopim para o início de um período revo-
LO

embora mantivesse a imprensa censurada e a oposi- lucionário no resto da Europa. A Itália viu-se sacudida por
LA

ção reprimida. Mesmo assim, a França conseguira um movimentos que se estenderam do Sul ao Norte. Na Ale-
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manha, por exemplo, a Prússia viveu um grande movimen-

NA
to popular. O mesmo ocorreu no Império Austríaco, quando

4A
a capital foi totalmente tomada pelos revolucionários.

30
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35
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03
JO
DESENHO DE UMA REGIÃO INDUSTRIAL, EM MEADOS DO SÉCULO XIX

AU
A partir da Segunda Revolução Industrial, o capitalismo

AR
industrial foi gradualmente cedendo lugar ao capital finan-

S
ceiro e passando para os grandes bancos o controle das

PE
empresas industriais e comerciais. As finanças conquista-

LO
ram a supremacia sobre a produção e a circulação de mer-

A
cadorias. Nessa etapa, os grandes bancos investiram na

UL
compra de ações e foram assumindo o controle acionário

PA
das empresas. Por outro lado, os empréstimos e financia-

NA
mentos também contribuíram para submeter às empresas
NAPOLEÃO III à inteira dependência das instituições financeiras.
4A
Surgiram fenômenos de mercado, tais como:
30
Concomitantemente às agitações políticas, germinava em solo
70

europeu a Segunda Revolução Industrial. Enquanto a pri- ƒ trustes – formam-se graças à eliminação ou absorção
35

meira fase da Revolução Industrial concentrou-se na produção de pequenos concorrentes por grandes empresas, que
53

de bens de consumo, particularmente de têxteis de algodão, na passam a monopolizar a produção de certo produto, e
03

segunda fase a indústria pesada passou a ser o centro do siste- são regularmente resultados da fusão de empresas do
ma produtivo. A produção de aço superou a de ferro e os pre-
JO

mesmo ramo;
ços caíram consideravelmente. O descobrimento dos processos
AU

eletrolíticos estimulou a produção de alumínio. Na indústria ƒ cartéis – são anomalias de mercado formadas median-
AR

química, o grande avanço foi representado pela obtenção de te acordo entre grandes empresas, que, para evitar os
métodos mais baratos para produção de soda cáustica e ácido desgastes da concorrência, convencionam entre si for-
S
PE

sulfúrico, particularmente importantes para a fabricação de pa- mas de manutenção dos preços e de divisão dos mer-
cados, deixando sempre a salvo a autonomia de cada
LO

pel e explosivos e para a vulcanização da borracha.


uma delas;
A

A construção e expansão das ferrovias exigiram que os


UL

bancos e as companhias de ações mobilizassem seus ca- ƒ holdings – consistem na aceitação do controle de uma
PA

pitais; os efeitos multiplicadores desse processo foram a grande companhia sobre inúmeras outras, mediante a
compra da maior parte de suas ações, o que lhes per-
NA

dinamização da produção de ferro, dormentes, cimento,


locomotivas e vagões. A invenção do barco a vapor, em mitem passar a atuar de forma coordenada.
A

1808, revolucionou a navegação marítima.


04

Outra consequência importante da Segunda Revolução In-


3

A agricultura adaptou-se às novas condições impostas pela dustrial e da era do capitalismo financeiro ou monopolista foi
70

sociedade de massa, que incorporou novos produtos e no- o desenvolvimento do Imperialismo e o Neocolonialismo. Em
35

vos instrumentos de trabalho e intensificou os rendimen- busca de novos mercados consumidores e de insumos para
53

tos, adequando a produção ao mercado consumidor. suas indústrias, os países europeus promoveram uma expan-
03

são territorial a partir de intervenções violentas na Ásia e na


Fundamental para o período foi o desenvolvimento do
O

África. Tal ânimo expansionista explica, em parte, as causas


J

motor a combustão interna, que abriu caminho para a


AU

da Primeira Guerra Mundial, já no século XX.


utilização do petróleo em larga escala. Ele passou a ser
AR

utilizado como força motriz em navios e locomotivas,


S

criando também condições para o aparecimento do au-


PE

tomóvel e do avião. Além disso, a energia elétrica passou


LO

a ser utilizada em processos produtivos até, finalmente,


chegar ao consumo diário da população.
LA
U
PA

116
A
AN
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UL
PA
U.T.I. - Sala 4. (UFRJ) Quando o amor-próprio [egoísmo] começou

NA
a crescer na terra, então começou o Homem a decair.

4A
Quando a humanidade começou a brigar sobre a terra,
1. (UERJ) Na pintura “O século das luzes“, observam-se e alguns quiseram ter tudo e excluir os demais, forçan-

30
elementos representativos do movimento intelectual do-os a serem seus servos: foi essa a Queda de Adão.

70
denominado iluminismo. Em 1784, o filósofo alemão
ADAPTADO DE: HILL, CHRISTOPHER. O MUNDO DE PONTA-CABEÇA.

35
Immanuel Kant definiu esse movimento como um pro-
cesso de esclarecimento que permitiu ao homem che- SÃO PAULO: COMPANHIA DAS LETRAS, 1987, P. 169.

53
gar à sua maioridade. a) Explique por que podemos associar o texto acima às

03
correntes mais radicais que atuaram na Revolução In-

JO
glesa de 1640.

AU
b) O texto acima pretende, à luz da Bíblia, discutir algu-
mas tensões próprias da sociedade inglesa do século

AR
XVII. Cem anos antes, o mesmo procedimento esteve

S
presente nas rebeliões dos camponeses anabatistas

PE
alemães. Analise uma diferença entre o ideário anab-

LO
atista e o luterano no que se refere à autoridade dos
príncipes.

A
UL
5. (FUVEST) Durante o século XVIII, na Europa, constitu-

PA
“O SÉCULO DAS LUZES“, DE RAYMOND DUMOUX. íram-se dois polos dinâmicos: um de dimensão cultural,
VAINFAS, RONALDO ET AL. HISTÓRIA. VOL. 2. SÃO PAULO: SARAIVA, 2011.
representado pela França, e outro de dimensão econô-

NA
Identifique na imagem dois elementos representativos mica, representado pela Inglaterra.

4A
do pensamento iluminista. Associe, também, um desses Descreva aspectos referentes ao:
30
elementos a uma característica do iluminismo. a) primeiro polo.
70

b) segundo polo.
2. (UNICAMP) Observe a imagem abaixo.
35
53

6. (UFRJ)
03

Em Sheffield, cidade famosa pela produção de tesouras, foices, facas


e navalhas, 769 metalúrgicos enviaram petição ao Parlamento, em
JO

1789, contra o comércio de escravos.


AU

“[...] sendo os artigos de cutelaria enviados em grandes quantidades


AR

para a costa da África a título de pagamento por escravos, supõe-se


que os interesses de seus peticionários possam ser prejudicados se
S
PE

“A PESCA DAS ALMAS“ (1614), DE ADRIAEN VAN DE VENNE. tal comércio for abolido. Mas, uma vez que seus peticionários sem-
RIJKSMUSEUM, AMSTERDÃ, HOLANDA (DETALHE). pre compreenderam que os nativos da África nutrem grande aversão
LO

pela escravidão no exterior, consideram o caso das nações africanas


a) A imagem representa a disputa entre calvinistas e
A

como se considerassem o seu próprio.”


católicos. Como estão representados os calvinistas na
UL

obra do artista holandês? ADAPTADO DE: HOCHSCHILD, ADAM. BURY THE CHAINS.
PA

BOSTON: HOUGHTON MIFFFLIN, 2004.


b) Explique a importância econômica da Holanda como
NA

potência marítima no contexto europeu do século XVII. De acordo com uma visão recorrente na historiografia,
A

a Inglaterra teria abolido o tráfico de escravos para


3. (UNICAMP)
04

suas colônias, em 1807, com o objetivo de ampliar o


mercado para seus produtos industrializados.
3

A base da teologia de Martinho Lutero reside na ideia da completa


70

indignidade do homem, cujas vontades estão sempre escravizadas Explique de que maneira o trecho acima questiona
35

ao pecado. A vontade de Deus permanece sempre eterna e inson- essa visão.


53

dável e o homem jamais pode esperar salvar-se por seus próprios


03

esforços. Para Lutero, alguns homens estão predestinados à salvação 7. (UFSCAR)


e outros, à condenação eterna. O essencial de sua doutrina é que a
Os palácios de fada eram um incêndio de luzes, antes que a pá-
O

salvação se dá pela fé na justiça, graça e misericórdia divinas.


J

lida madrugada deixasse ver as monstruosas serpentes de fumo


AU

ADAPTADO DE: SKINNER, QUENTIN. AS FUNDAÇÕES DO PENSAMENTO POLÍTICO espraiando-se sobre Coketown. Um barulho de sapatos pesados na
MODERNO. SÃO PAULO: COMPANHIA DAS LETRAS, 1996, P. 288-290.
AR

calçada, um tilintar de sinetas e todos os elefantes melancolicamen-


te loucos, polidos e oleados para a rotina diária, recomeçavam a
S

a) Segundo o texto, quais eram as ideias de Lutero so-


sua tarefa.
PE

bre a salvação?
Stephen, atento e calmo, debruçava-se sobre o seu tear, formando
LO

b) Quais foram as reações da Igreja católica à Reforma


protestante? como os outros homens perdidos naquela floresta de máquinas um
LA

contraste com a máquina poderosa com que trabalhava.


U
PA

117
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A
UL
PA
Umas tantas centenas de operários na fábrica, umas tantas centenas Descreva a conjuntura política da Inglaterra, em me-

NA
de cavalos-vapor de energia. Sabe-se até ao mais pequeno porme- ados do século XVII, e aponte duas características da

4A
nor aquilo que a máquina é capaz de fazer. Não existe qualquer mis- teoria de Estado formulada por Hobbes.
tério na máquina, porém, no mais mesquinho dentre esses homens

30
existe um mistério jamais decifrado. 10. (UNICAMP)

70
O dia clareou e mostrou-se lá fora, apesar das luzes brilhantes do Da Idade Média aos tempos modernos, os reis eram considerados

35
interior. As luzes apagaram-se e o trabalho continuou. Lá fora, nos personagens sagrados. Os reis da França e da Inglaterra “tocavam

53
vastos pátios, os tubos de escapamento do vapor, os montes de bar- as escrófulas”, significando que eles pretendiam, somente com o

03
ris e ferro-velho, os montículos de carvão ainda acesos, cinzas, por contato de suas mãos, curar os doentes afetados por essa moléstia.
toda parte, amortalhavam o véu da chuva e do nevoeiro. Ora, para compreender o que foram as monarquias de outrora, não

JO
basta analisar a organização administrativa, judiciária e financeira

AU
O trabalho continuou até a sineta tocar o meio-dia. Mais barulho
que essas monarquias impuseram a seus súditos, nem extrair dos
de sapatos nas calçadas. Os teares, as rodas e as mãos paravam

AR
grandes teóricos os conceitos de absolutismo ou direito divino. É
durante uma hora.
necessário penetrar as crenças que floresceram em torno das casas

S
Stephen saiu do calor da fábrica para o frio e a umidade da rua principescas.

PE
molhada. Vinha cansado e macilento. Dando as costas ao seu bairro
ADAPTADO DE: BLOCH, MARC. OS REIS TAUMATURGOS.

LO
e aos companheiros, levando apenas um naco de pão, dirigiu-se à
SÃO PAULO: COMPANHIA DAS LETRAS, 1993, P. 43-44.
colina, onde residia o seu patrão numa casa vermelha com persianas

A
UL
pretas, cortinas verdes, porta de entrada negra, onde se lia Bounder- a) De acordo com o texto, como se pode compreender
by, numa chapa de cobre. melhor as monarquias da Idade Média e da Idade Mod-

PA
DICKENS, CHARLES. TEMPOS DIFÍCEIS. SÃO PAULO: CLUBE DO LIVRO, 1969.
erna?

NA
b) O que significa “direito divino dos reis”?
a) Identifique o contexto histórico descrito no texto.

4A
c) Caracterize a política econômica das monarquias eu-
b) A partir da interpretação do texto, escreva sobre os ropeias entre os séculos XVI e XVIII.
30
aspectos econômicos e sociais do contexto histórico
70

citado. 11. Durante o período das Cruzadas, São Bernardo de


35

Claraval (1090-1153) escreveu:


53

8. (UNIFESP) Com a Reforma e a Contrarreforma, os


“Mas os soldados de Cristo combatem confiantes nas batalhas do
dois protagonistas principais de uma e de outra foram
03

Senhor, sem nenhum temor de pecar por pôr-se em perigo de morte


Calvino e Inácio de Loyola.
e por matar o inimigo. Para eles, morrer ou matar por Cristo não
JO

Comente o papel e a importância de: implica qualquer crime, pelo contrário, traz a máxima glória. (...) Em
AU

a) Calvino, para o protestantismo. outras palavras: o soldado de Cristo mata 98 com a consciência tran-
AR

b) Inácio de Loyola, para o catolicismo. quila e morre com a consciência mais tranquila ainda.”
(SÃO BERNARDO DE CLARAVAL APUD COSTA, RICARDO DA.
S

9. (UERJ) A ilustração abaixo está estampada na folha APRESENTAÇÃO: A CRUZADA RENASCEU? BLASCO VALLÈS, ALMUDENA,
PE

de rosto da obra Leviatã, de Hobbes, publicada em E COSTA, RICARDO DA (COORD.). MIRABILIA 10. A IDADE MÉDIA E
LO

1651, na Inglaterra. A figura do leviatã é proveniente de AS CRUZADAS. JAN.-JUN. 2010/ISSN 1676- 5818, P. XIII)

mitologias antigas, sendo empregada para personificar


A

No que se refere às Cruzadas no período medieval, de-


UL

o Estado absolutista europeu.


termine quem eram esses soldados de Cristo referen-
PA

ciados no trecho acima, quais as motivações para em-


preender suas batalhas e quais as suas consequências
NA

para o mundo ocidental daquele período.


A
04

U.T.I. - E.O.
3
70
35

1. (UFRJ) Durante a guerra dos Trinta Anos (1618-1648),


53

o atual território da Alemanha perdeu cerca de 40% de


03

sua população, algo comparável, na Europa, apenas às


perdas demográficas decorrentes das ondas de fome e
O

de epidemias do século XIV. No século XVII, tal catástro-


J
AU

fe populacional abarcou apenas a Europa central. Para


o historiador francês Emmanuel Le Roy Ladurie, isso se
AR

deveu ao fato de a Germânia desconhecer o fenômeno


S

do Estado Moderno.
PE

Explique um aspecto político-militar próprio do Estado


LO

moderno, cuja ausência contribuiu para a catástrofe de-


mográfica ocorrida na Germânia, no século XVII.
LA

FONTE: <HTTP://CDHI.MALA.BC.CA>.
U
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118
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PA
2. (UFRJ) 5. (UNICAMP) As primeiras vítimas da Revolução Fran-

NA
cesa foram os coelhos. Pelotões armados de paus e foi-
A sociedade feudal era uma estrutura hierárquica: alguns eram se-

4A
ces saíam à cata de coelhos e colocavam armadilhas em
nhores, outros, seus servidores. Numa peça teatral da época, um
desafio às leis de caça. Mas os ataques mais espetacu-

30
personagem indagava:
lares foram contra os pombais, castelos em miniatura;

70
— De quem és homem? dali partiam verdadeiras esquadrilhas contra os grãos

35
— Sou um servidor, porém não tenho senhor ou cavaleiro. dos camponeses, voltando em absoluta segurança para

53
suas fortalezas senhoriais. Os camponeses não estavam

03
— Como pode ser isto? Retrucava o personagem. dispostos a deixar que sua safra se transformasse em ali-
ADAPTADO DE: HILL, CHRISTOPHER. O MUNDO DE PONTA-CABEÇA. mento para coelhos e pombos e afirmavam ser a “vonta-

JO
SÃO PAULO: COMPANHIA DAS LETRAS, 1987, P. 55. de geral da nação” que a caça fosse destruída. Aos olhos

AU
de 1789, matar caça era um ato não só de desespero,
No século XVI, a sociedade rural inglesa, até então rela- mas também de patriotismo, e cumpria uma função sim-

AR
tivamente estática, estava se desagregando. bólica: derrotando privilégios, celebrava-se a liberdade.

S
Apresente um processo socioeconômico que tenha con- ADAPTADO DE: SCHAMA, SIMON. CIDADÃOS: UMA CRÔNICA DA REVOLUÇÃO

PE
tribuído para essa desagregação. FRANCESA. SÃO PAULO: COMPANHIA DAS LETRAS, 1989, P. 271-272.

LO
3. (UERJ) a) De acordo com o texto, por que os camponeses de-

A
fendiam a matança de animais?

UL
(...) Minuciosas até o exagero são as descrições das operações ma-
b) Cite dois privilégios senhoriais eliminados pela Rev-

PA
nuais de Robinson: como ele escava a casa na rocha, cerca-a com
uma paliçada, constrói um barco (...) aprende a modelar e a cozer olução Francesa.

NA
vasos e tijolos. Por esse empenho e prazer em descrever as técnicas
6. (UERJ)
4A
de Robinson, Defoe chegou até nós como o poeta da paciente luta
do homem com a matéria, da humildade e grandeza do fazer, da
30
O rei é vencido e preso. O Parlamento tenta negociar com ele,
alegria de ver nascer as coisas de nossas mãos. (...) A conduta de dispondo-se a sacrificar o exército. A intransigência de Carlos, a
70

Defoe é, em Crusoé (...), bastante similar à do homem de negócios radicalização do exército, a inépcia do parlamento somam-se para
35

respeitador das normas que na hora do culto vai à igreja e bate no impedir essa saída “moderada”; o rei foge do cativeiro, afinal, e
53

peito, e logo se apressa em sair para não perder tempo no trabalho. uma nova guerra civil termina com a sua prisão pela segunda vez.
03

CALVINO, ÍTALO. POR QUE LER OS CLÁSSICOS. O resultado será uma solução, por assim dizer, moderadamente
SÃO PAULO: COMPANHIA DAS LETRAS, 1998. radical (1649): os presbiterianos são excluídos do parlamento, a
JO

Daniel Defoe, no romance Robison Crusoé, deixa trans- câmara dos lordes é extinta, o rei decapitado por traição ao seu
AU

parecer a influência que as ideias liberais passaram a povo após um julgamento solene sem precedentes, proclamada a
AR

exercer sobre o comportamento de parcela da socieda- República; mas essas bandeiras radicais são tomadas por generais
de europeia ainda no século XVIII. independentes, Cromwell à testa, que as esvaziam de seu conte-
S

údo social.
PE

Com base no fragmento citado, identifique um ideal li-


beral expresso nas ações do personagem Robinson Cru- RIBEIRO, RENATO JANINE. IN: HILL, CHRISTOPHER. O MUNDO DE
LO

soé. Em seguida, explicite como esse ideal se opunha à PONTA-CABEÇA: IDEIAS RADICAIS DURANTE A REVOLUÇÃO INGLESA
A

organização da sociedade do antigo regime. DE 1640. SÃO PAULO: COMPANHIA DAS LETRAS, 1987.
UL

O texto faz menção a um dos acontecimentos mais im-


PA

4. (PUC-RJ) A “Declaração dos Direitos do Homem e do


portantes da Europa no século XVII: a Revolução Puri-
Cidadão”, votada em 1789 pela Assembleia Nacional
NA

tana (1642-1649). A partir daquele acontecimento, a In-


Constituinte, foi um ato fundamental da Revolução Fran-
glaterra viveu uma breve experiência republicana, sob
A

cesa e contém os princípios que inspirarão muitas consti-


a liderança de Oliver Cromwell. Dentre suas realizações
04

tuições modernas. Em seus primeiros artigos, afirma que


mais importantes, destaca-se a decretação do primeiro
3

“os homens nascem livres e iguais em direitos” e que as


70

Ato de Navegação.
distinções devem se basear na “utilidade comum”.
35

Explique a importância do Ato de Navegação para a


Em 1948, a ONU aprovou a “Declaração Universal dos
53

economia inglesa e aponte duas ações políticas da Re-


Direitos do Homem” e retomou em sua abertura as pa-
03

pública Puritana.
lavras dos revolucionários franceses: “Todas as pessoas
nascem livres e iguais em dignidade e direitos. São do-
O

7. (UERJ)
J

tadas de razão e consciência e devem agir em relação


AU

umas às outras com espírito de fraternidade”. Relações entre a pregação protestante e as estruturas políticas en-
AR

a) Identifique dois direitos reivindicados pela Declaração tão existentes foram muitas vezes decisivas tanto para os destinos
de 1789 e explique por que eram revolucionários, para da pregação em si quanto para os rumos afinal tomados pela orga-
S
PE

a época. nização das novas Igrejas.


b) Indique uma instituição ou agência criada nos últimos
LO

FALCON, FRANCISCO JOSÉ CALAZANS. IN: RODRIGUES, ANTONIO


sessenta anos para a defesa internacional dos direitos EDMILSON M.; FALCON, FRANCISCO JOSÉ C. TEMPOS MODERNOS: ENSAIOS
LA

humanos. DE HISTÓRIA CULTURAL. RIO DE JANEIRO: CIVILIZAÇÃO BRASILEIRA, 2000.


U
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119
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UL
PA
O texto acima se refere a processos da Reforma Religio- Explique duas mudanças ocorridas nos sistemas po-

NA
sa ocorridos na Europa. O movimento reformista, entre- líticos das sociedades europeias entre os séculos XVI

4A
tanto, conheceu diferentes reações em distintas áreas. e XVIII.
Indique duas causas para a Reforma Religiosa na

30
Inglaterra e uma consequência econômica desse 9. (UNICAMP) Em 1348, a peste negra invadiu a Fran-

70
movimento. ça e, dali para a frente, nada mais seria como antes.

35
Uma terrível mortalidade atingiu o reino. A escassez

53
de mão de obra desorganizou as relações sociais e
8. (UFRJ) A observação do trabalho dos mestres retra-

03
de trabalho. Os trabalhadores que restaram aumen-
tistas da aristocracia ajuda a compreender os cenários
taram suas exigências. Um rogo foi dirigido a Deus,
políticos e sociais de variados momentos históricos. Na

JO
e também aos homens incumbidos de preservar Sua
primeira tela, referente aos primórdios do século XVI,

AU
ordem na Terra. Mas foi preciso entender que nem
um aristocrata europeu é apresentado como senhor
a Igreja nem o rei podiam fazer coisa alguma. Não

AR
da guerra. Na segunda, de 1798, o nobre, mesmo não
era isso uma prova de que nada valiam? De que o
abrindo mão de insígnias militares, surge como compo-
pecado dos governantes recaía sobre a população?

S
nente da elite política e administrativa, pois lida com

PE
Quando o historiador começa a encontrar tantas mal-
documentos e livros.
dições contra os príncipes, novas formas de devoção

LO
e tantos feiticeiros sendo perseguidos, é porque de

A
repente começou a se estender o império da dúvida

UL
e do desvio.

PA
ADAPTADO DE: GEORGES DUBY. A IDADE MÉDIA NA FRANÇA
(987-1460): DE HUGO CAPETO A JOANA D’ARC. RIO DE

NA
JANEIRO: JORGE ZAHAR, 1992, P. 256-258.

4A
a) A partir do texto, identifique de que maneira a pes-
30
te negra repercutiu na sociedade da Europa medieval,
70

em seus aspectos econômico e religioso.


35

b) Indique características da organização social da Eu-


53

ropa medieval que refletiam a ordem de Deus na Terra.


03

10. (UFRJ) Na realidade, a prudência recomenda que


não se mudem os governos instituídos há muito tempo
JO

por motivos leves e passageiros; e, assim sendo, toda


AU

experiência tem mostrado que os homens estão mais


AR

dispostos a sofrer, enquanto os males são suportáveis,


do que a se desagravar, abolindo as formas a que se
S

TIZIANO VECELLIO DI GREGORIO – acostumaram. Mas quando uma longa série de abusos
PE

O ELEITOR JOÃO FREDERICO, DUQUE DE SAXÔNIA, e usurpações, perseguindo invariavelmente o mesmo


LO

MUSEU DO PRADO. FONTE: <HTTP://PINTURA.AUT.ORG>. objeto, indica o desígnio de reduzi-los ao despotismo


absoluto, assistem-lhes o direito, bem como o dever, de
A
UL

abolir tais governos e instituir novos guardas para sua


futura segurança.
PA

DECLARAÇÃO DE INDEPENDÊNCIA DOS ESTADOS UNIDOS


NA

DA AMÉRICA (4 DE JULHO DE 1776)


A

O fragmento faz menção a medidas de natureza coerci-


04

tiva impostas pela Inglaterra às Treze Colônias, após a


3

guerra dos Sete Anos (1756-1763).


70

a) Cite e explique uma destas medidas.


35

b) Identifique e explique um princípio, presente no tex-


53

to, derivado da mentalidade democrática e liberal da


03

época.
JO
AU
AR
S
PE

MARIANO SALVADOR MAELLA –


LO

DON FROILÁN DE BERGANZA (1798),


MUSEU DO PRADO. FONTE: <HTTP://PINTURA.AUT.ORG>.
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4A
NA
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03
53
35
HISTÓRIA DO BRASIL

70
30
4A
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121
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A
UL
PA
NA
PRIMEIRO REINADO (1822-1831)

4A
30
70
35
brasileiro de dois milhões de libras, dinheiro este oriundo de

53
empréstimo inglês. Logo, em 1826, a Inglaterra reconheceu

03
a independência do Brasil, mas, em troca, procurou obter

JO
vantagens econômicas exigindo a manutenção das tarifas al-
fandegárias preferenciais de 15% para os produtos ingleses.

AU
AR
Um novo país necessita de uma nova constituição. Das 19
províncias brasileiras, apenas 14 enviaram representantes

S
PE
para a Assembleia Constituinte, em 1823. D. Pedro e
seus aliados defendiam que o imperador tivesse a centra-

LO
lização política. O projeto constitucional, cujo relator foi

A
Antônio Carlos de Andrada e Silva, ficou conhecido como

UL
BANDEIRA DO IMPÉRIO BRASILEIRO
Constituição da Mandioca, uma vez que estabelecia o

PA
Diferente do que se costuma afirmar, o processo de voto censitário: a participação política, de acordo com uma

NA
independência do Brasil não foi pacífico. Algumas províncias, renda anual equivalente aos alqueires de mandioca planta-
como Bahia, Maranhão, Grão-Pará, Piauí e Cisplatina rebe-
4A
dos. Além disso, as eleições seriam indiretas e mantidas as
laram-se e não reconheceram a autoridade do imperador D. bases econômicas coloniais, destacando-se a escravidão. O
30
Pedro I. Estado seria tripartite: Legislativo, Executivo e Judiciário. Ha-
70

veria um relativo predomínio do Legislativo sobre o Executivo


35

O fato dessas províncias serem governadas por portugueses


– o imperador não poderia vetar as decisões do Legislativo
53

fez com que as autoridades quisessem manter-se fiéis às cor-


e determinava que portugueses não poderiam ocupar cargos
03

tes e aos interesses portugueses.


públicos.
JO

Visando manter a integridade territorial e a paz, D. Pedro I


lançou mão da repressão militar a todas as províncias revol- Descontente, D. Pedro I desentendeu-se com os irmãos An-
AU

tosas. Pelo fato de não possuir exército próprio, endividou-se drada e vários outros deputados constituintes e determinou
AR

ao contratar forças mercenárias, legando uma enorme dívida o fechamento da Assembleia, que permaneceu reunida sob
protesto. Na noite do dia 11 para 12 de novembro de 1823,
S

externa ao recém-formado país. Resolvida a questão interna,


PE

restava a questão externa. esse episódio ficou conhecido por Noite da agonia.
LO

Para que o Brasil pudesse estabelecer relações políticas e O imperador, então, nomeou um Conselho de Estado com-
A

econômicas com o exterior, era necessário que sua indepen- posto por dez membros, com a função de elaborar, sob sua
UL

dência política fosse reconhecida por outros países. Apesar supervisão pessoal, um novo projeto constitucional para o
PA

da Inglaterra mostrar-se interessada, esse foi um processo Brasil. Apesar de ter adotado alguns pontos do projeto da
NA

lento e difícil. Cabe lembrar de que a maioria dos países eu- Constituição da Mandioca, a nova constituição ficou pronta
em 1824 e foi outorgada (imposta) por D. Pedro I, em 25
A

ropeus apoiava a postura política antiliberal e recolonizadora


04

da Santa Aliança, que previa a intervenção militar em países de março com as seguintes características:
3

ou colônias europeias onde ocorressem movimentos de ca- ƒ Monarquia hereditária constitucional; unitarismo,
70

ráter liberal.
35

centralização do poder político; províncias sem auto-


53

Dessa forma, os Estados Unidos foram o primeiro país a re- nomia com presidentes nomeados pelo poder central;
03

conhecer oficialmente a independência do Brasil, em 1824, quatro poderes: Legislativo, Executivo, Judiciário e Mo-
em virtude da Doutrina Monroe, que defendia a “América derador.
JO

para os americanos”, ou seja, o direito à soberania dos povos ƒ Eleições eram realizadas de forma indireta, censitá-
AU

americanos em oposição aos interesses antiliberais da Santa ria e em dois níveis; eleitores homens maiores de 21
AR

Aliança. Além disso, os EUA ambicionavam reduzir a influên- anos com renda mínima anual de 100 mil réis para os
cia inglesa no continente e obter relações favoráveis com a
S

eleitores de paróquia (primeiro grau) e de 200 mil réis


PE

ampliação de seus mercados consumidores. para os eleitores de província (segundo grau); eleitores
LO

O reconhecimento inglês dependia do posicionamento de deputados e senadores, renda mínima de 400 e 800
LA

português, que só veio em 1825 mediante ao pagamento mil réis, respectivamente.


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ƒ Senadores vitalícios: morto um senador, convoca- dância dessa última fez com que o Brasil lhe declarasse

NA
vam-se eleições; a lista dos mais votados era apresen- guerra, dando início à guerra da Cisplatina. Em 1828,

4A
tada ao imperador, que nomeava um deles. diante da intervenção diplomática da Inglaterra, Brasil e

30
ƒ Religião católica adotada como oficial pelo Estado; Argentina desistiram da Cisplatina, que se tornou Estado

70
independente: a República Oriental do Uruguai.
proibidos templos e manifestações públicas de quais-

35
quer outras religiões, apenas culto privado. Após inúmeros conflitos e imerso em grave crise econômi-

53
ƒ Padroado: Igreja católica subordinada ao Estado. ca, D. Pedro passou a ser contestado. Para melhorar sua

03
imagem, resolveu realizar uma viagem de visita a algumas
ƒ Beneplácito: leis da Igreja com a autorização do im-

JO
províncias, onde poderia manter contato com a população.
perador. A viagem começou por Minas Gerais, onde o imperador foi

AU
A arbitrariedade do imperador suscitou revolta em diversos recebido friamente: os sinos das igrejas tocavam um som

AR
setores da sociedade brasileira. A mais marcante foi a Con- fúnebre e várias casas tinham panos pretos exibidos em

S
suas janelas, demonstrando luto pela morte do jornalista

PE
federação do Equador (1824), formada principalmente
Libero Badaró. Insatisfeito e contrariado, D. Pedro I resolveu
pela província de Pernambuco e que levou figuras como

LO
voltar ao Rio de Janeiro.
Cipriano Barata e Frei Caneca a se manifestarem publica-

A
mente contra D. Pedro I e suas atitudes. Para animar o imperador e manifestar seu apoio, os portu-

UL
gueses prepararam uma festa de boas-vindas, no dia 13 de

PA
O governo imperial organizou imediatamente uma violen-
março. Sabendo da recepção, os brasileiros oposicionistas
ta repressão contra Pernambuco e as demais províncias

NA
foram ao local da festa, entrando em conflito com os por-
nordestinas envolvidas até derrotar completamente o mo- tugueses, na chamada Noite das Garrafadas.
4A
vimento, em novembro de 1824. Muitos foram presos e
Já em profunda contestação, D. Pedro I resolveu, então,
30
inúmeros rebeldes morreram em combate. Frei Caneca, por
abdicar do trono brasileiro, no dia 7 de abril de 1831, em
70

exemplo, foi preso e condenado à forca.


nome de seu filho D. Pedro de Alcântara, que na época
35

Para piorar a situação do império, em 1825, alguns líderes tinha apenas cinco anos de idade. A medida pôs fim ao
53

separatistas da Cisplatina, comandados por Juan Lavalleja, primeiro reinado e há quem veja nela a consolidação da in-
03

proclamaram a independência da província em relação ao dependência do Brasil, afastando definitivamente o perigo


JO

Brasil e solicitaram sua anexação à Argentina. A concor- da recolonização.


AU
AR

PERÍODO REGENCIAL (1831-1840)


S
PE
LO
A

O período regencial é um dos mais conturbados da his-


UL

As principais medidas adotadas por essa regência provisó-


tória política do Brasil, marcado por séria crise econômi- ria, nos dois meses e meio em que esteve no poder, foram:
PA

ca, instabilidade política e revoltas em várias províncias,


ƒ reintegração do Ministério Brasileiro, que havia sido
NA

que ameaçavam a unidade do território brasileiro. Apesar


extinguido por D. Pedro I;
A

das dificuldades, as elites nacionais assumiram o controle


ƒ anistia aos prisioneiros políticos;
04

do poder político e afastaram definitivamente o risco de


3

recolonização do Brasil, consolidando o Estado nacional. ƒ obrigação de estrangeiros deixarem o Exército;


70

Assim, para que o país não ficasse sem governo, os de- ƒ suspensão do Poder Moderador, que era exclusivo do
35

putados e senadores que estavam no Rio de Janeiro or-


53

imperador; e
03

ganizaram, em caráter de urgência, uma regência trina ƒ aprovação da Lei da Regência, que proibia os regentes
provisória, que governaria o país até a câmara eleger a de dissolver a câmara, decretar guerra ou conceder tí-
O

regência permanente.
J

tulos de nobreza.
AU

Os regentes foram escolhidos segundo o critério de con- Após a regência provisória, foi definida a regência trina
AR

templar os partidos políticos existentes e as forças arma- permanente (1831-1835): representando a elite agrária
S

das. Desse modo, foram escolhidos: um liberal, o senador nordestina foi escolhido o deputado pela Bahia e marquês
PE

Nicolau Pereira de Campos Vergueiro; um conservador, o de Monte Alegre, José da Costa Carvalho; o deputado
LO

senador José Joaquim Carneiro de Campos; o marquês de maranhense João Braulio Menezes; e pelo Sul e Sudeste,
Caravelas; e um militar, o general Francisco de Lima e Silva.
LA

o senador pelo Rio de Janeiro general Francisco de Lima e


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Silva, o barão de Barra Grande, que também representava ƒ Cabanagem (Grão-Pará, 1835-1840)

NA
o Exército como responsável pela manutenção da ordem
A economia do Grão-Pará baseava-se no extrativismo de

4A
política e social do país.
drogas do sertão, de madeira e na produção de cacau e ar-

30
Ao padre Diogo Antônio Feijó, deputado moderado, coube roz à custa da exploração da mão de obra indígena. Havia

70
a pasta de ministro da Justiça, para a qual exigiu e recebeu ainda um pequeno comércio controlado por portugueses e

35
dos regentes autonomia de ação, para poder enfrentar os seus descendentes. A maioria da população era composta

53
motins que se espalhavam e multiplicavam pelo território. por mestiços, brancos pobres e índios destribalizados que

03
Para reprimi-los, em 1831, foi criada a Guarda Nacional, viviam de forma miserável em casas de palafitas, razão pela

JO
uma força paramilitar centralizada na localidade. qual os rebeldes eram chamados de cabanos.

AU
Ainda em face aos graves conflitos políticos que assolavam No início de 1835, os revoltosos tomaram o poder da capital

AR
o país, o governo regencial aprovou o Ato Adicional de da Província, chefiados pelo fazendeiro Félix Clemente Mal-
1834. Ele introduziu mudanças significativas na constitui- cher, que entrou em atrito com cabanos mais radicais e jurou

S
PE
ção de 1824, como a extinção do Conselho de Estado – lealdade ao império. Foi deposto e executado pelos rebeldes.

LO
órgão que assessorava o governo imperial, substituído pela O poder passou para Francisco Pedro Vinagre, quando se in-
criação das Assembleias Legislativas Provinciais, com tensificou a repressão do governo regencial.

A
UL
poderes para legislar a respeito da organização local. O pre-
Em 21 de fevereiro, Vinagre foi derrotado pelas forças re-
sidente da província, ou seja, o chefe do Poder Executivo

PA
genciais, mas outro líder, Eduardo Angelim, conseguiu arre-
continuava a ser indicado pelo imperador ou regente.
gimentar cerca de três mil homens e atacar Belém, em 14 de

NA
A regência trina permanente foi substituída por uma re- agosto de 1835. Derrotou as forças fiéis ao governo regente
4A
gência una, eletiva e temporária, para qual o regente se- e foi aclamado presidente da Província pelos cabanos da Re-
30
ria eleito por voto censitário e direto para um mandato de pública Independente do Pará. A partir disso, a Cabanagem
70

quatro anos. O ato adicional estabeleceu, ainda, a transfor- espalhou-se pela região.
35

mação da cidade do Rio de Janeiro como município neutro,


Os conflitos estenderam-se até 1840, caracterizados pela
53

onde ficaria a corte, definindo como sede da província do


violência crescente praticada por ambos os lados, notada-
03

Rio de Janeiro a cidade de Niterói.


mente pelas das tropas revoltosas. Já no início do segundo
JO

Na eleição de 1835 para regente uno, saiu vencedor o ex- reinado, a província foi finalmente pacificada.
AU

-ministro da Justiça padre Feijó. Porém, sob dificuldades ad-


No início da revolta, a província do Pará contava com 100
AR

ministrativas e movimentos rebeldes, como a Cabanagem


mil habitantes, dos quais entre 30 e 40 mil morreram duran-
e a Farroupilha, Feijó entregou seu cargo ao ministro do
S

te a guerra. Os rebeldes desejavam a implantação de uma


PE

império Araújo Lima, já em 1837. O também padre Araú-


República, uma reforma agrária e a luta contra desigualda-
jo Lima chamou para o gabinete de governo opositores de
LO

des.
Feijó, a exemplo de Bernardo Pereira de Vasconcelos, que
A

criou o Imperial Colégio Dom Pedro II e fundou o Instituto A Cabanagem foi o único movimento genuinamente popu-
UL

Histórico e Geográfico. Em 23 de julho de 1840, o Golpe da lar do período imperial em que camadas populares tomaram
PA

Maioridade pôs fim ao governo regencial. e mantiveram por certo tempo o poder em uma província.
NA

ƒ Sabinada (Bahia, 1837-1838)


REVOLTAS REGENCIAIS
A
04

Liderada pelo médico Francisco Sabino Álvares da Rocha


3

Vieira, a Sabinada teve início em setembro de 1837, como


70

ƒ Levante dos Malês (Bahia, 1835)


resultado da insatisfação de segmentos sociais médios de
35

O movimento foi a mais importante revolta de escravos da Salvador com a realidade da província, esquecida pelo po-
53

história da Bahia. Os malês eram negros muçulmanos afri- der central e atravessando séria crise econômica.
03

canos. A rebelião contava com aproximadamente 600 parti-


O

cipantes e repercutiu fortemente no império, permanecendo Revoltados com o centralismo político, proclamaram a
J

República Bahiense, que separou-se do império brasileiro


AU

por longo tempo na memória das classes dominantes da


Bahia e da corte, que tomaram diversas medidas para im- provisoriamente até que D. Pedro II alcançasse a maiorida-
AR

pedir que outro movimento similar ocorresse. de. Os grandes proprietários rurais baianos não apoiaram
S

a revolta e auxiliaram a repressão governamental ao mo-


PE

A repressão aos envolvidos foi violenta: foram condenados


vimento, que acabou sufocada. Casas foram incendiadas e
LO

às penas de prisão simples, prisão de trabalho, açoites, mor-


rebeldes atirados às fogueiras. As estatísticas apontam para
te e deportação para a África; dos 16 condenados à morte
LA

mais de dois mil mortos. O líder médico Sabino foi degreda-


por fuzilamento, doze conseguiram a comutação da pena.
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do para Goiás, de onde foi para Mato Grosso, onde morreu agradar aos vários setores da elite local.

NA
algum tempo depois.
Os revoltosos queriam mais autonomia provincial e o direito

4A
ƒ Balaiada (Maranhão, 1838-1840) de escolher seus governantes mais sensíveis aos problemas

30
da região e comprometidos com a solução dele. Por isso,

70
Nas primeiras décadas do século XIX, a economia mara- a revolta foi encabeçada pelos grandes estancieiros, char-

35
nhense enfrentava uma séria crise em virtude principalmen- queadores, comerciantes e representantes da cúpula militar

53
te da concorrência estadunidense na produção e exporta- rio-grandense, interessada em atender aos interesses dessa

03
ção de algodão. A retração econômica agravava a fome e a elite, com caráter separatista, republicana, sem preocupação
miséria de grande parte da população local.

JO
social e divergências entre os farroupilhas.

AU
O poder político da província era disputado por liberais Os preocupados com questões sociais e econômicas, inclusi-
(“bem-te-vis”) e conservadores, que frequentemente recor-

AR
ve a abolição da escravidão, confrontavam-se com os defen-
riam à violência para alcançar seus objetivos. Era comum a sores de seus interesses pessoais.

S
impunidade pelos crimes políticos, o que agrava a violência

PE
de ambas as partes. A instabilidade política e social favo- Insatisfeitos, os estancieiros formaram uma tropa que atacou

LO
recia as constantes fugas de escravos para quilombos que, Porto Alegre, depôs o presidente da província e proclamou

A
para sobreviver, saqueavam as fazendas. a República Rio-grandense ou República de Piratini, nome-

UL
ando Bento Gonçalves para presidente. A República gaúcha
A revolta teve início quando o vaqueiro Raimundo Gomes,

PA
estimulou a criação de gado e a exportação do charque e
ligado aos “bem-te-vis”, e alguns companheiros atacaram de couro.

NA
a cadeia para libertar seu irmão preso e acusado de assas-

4A
sinato. Alguns soldados reuniram-se a eles e iniciaram uma A resposta do governo regencial foi imediata: enviou tro-
marcha que receberia adesão por onde passava, notada- pas para a região, que venceram os rebeldes em batalha
30
próxima a Porto Alegre; prenderam Bento Gonçalves e con-
70

mente de mulatos, escravos, quilombolas, chefiados pelo


duziram-no a uma prisão na Bahia. Lá, foi ajudado pelos
35

negro Cosme e por artesãos, dentre eles Francisco dos Anjos


rebeldes da Sabinada, conseguiu fugir da prisão e retornar
53

Ferreira, de cujo ofício – fazer e vender balaios – derivou o


ao Rio Grande do Sul, onde reassumiu a presidência da Re-
03

nome da revolta.
pública de Piratini.
JO

O movimento não tinha objetivos bem definidos, uma vez


resultado da insatisfação das camadas populares com a A partir de 1837, as forças rebeldes passaram a contar com
AU

pobreza e a miséria vigentes e da falta de compromisso a ajuda do mercenário italiano Giuseppe Garibaldi, que, au-
AR

das autoridades. Mesmo desorganizados, os rebeldes con- xiliado pelo estancieiro Davi Canabarro e seus homens, con-
S

seguiram tomar a cidade de Caxias, promovendo saques e seguiram estender a revolução até Santa Catarina, em 1839.
PE

ataques a várias vilas. Em 1840, ao mesmo tempo em que teve início o segundo
LO

Luis Alves de Lima e Silva, futuro barão de Caxias, foi nome- reinado, a Revolução Farroupilha perdia força, declinava,
A

ado presidente da província, em 1840, promovendo forte bem como agravavam-se as discordâncias entre os revolto-
UL

repressão aos revoltosos. Quando ascendeu ao trono, D. sos. Define-se então sua divisão em dois grupos: os “majori-
PA

Pedro II concedeu anistia aos rebeldes que ainda restavam tários”, progressistas, de um lado, e os “minoritários”, con-
NA

e pôs fim ao movimento. servadores, de outro, favoráveis ao status quo do Rio Grande
do Sul como província do Império.
A

ƒ Revolução Farroupilha (Rio Grande do Sul e San-


04

Luís Alves de Lima e Silva foi nomeado pelo imperador, em


ta Catarina, 1835-1845)
3
70

1842, presidente e comandante de armas da província com


O mais longo movimento revolucionário ocorrido no Brasil
35

a determinação de que conseguisse a paz na região e a rein-


teve início no Rio Grande do Sul e, posteriormente, esten-
53

tegração do Rio Grande do Sul e Santa Catarina ao império.


deu-se para Santa Catarina, onde foram proclamadas, res-
03

Com esse objetivo em mente, traçou uma estratégia dúbia,


pectivamente, as Repúblicas de Piratini e Juliana. oscilando entre violentos combates e concessões aos rebel-
O

des.
J

A Guerra dos Farrapos foi motivada pela insatisfação dos es-


AU

tancieiros (criadores de gado) e dos charqueadores com os A posição social de prestígio e o poder econômico das lide-
AR

altos impostos cobrados pelo poder central. No Rio Grande ranças rebeldes fizeram o império tratar a Revolução Far-
S

do Sul, o conflito foi agravado pelo imposto sobre o char- roupilha de maneira diferente dos outros movimentos po-
PE

que, dificultando a concorrência com o charque platino, pela pulares. Procurava-se uma solução negociada, atendendo a
LO

excessiva centralização política do império, que nomeava diversas reivindicações dos rebeldes, o que não foi feito com
presidentes para a província sem consultar e, não raro, sem
LA

outros movimentos populares.


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O conflito foi finalizado a partir de um acordo entre as lide- 3. Permissão para escolher o presidente de província

NA
ranças imperiais e rebeldes, firmado, em 1845, o Acordo de 4. Devolução de terras confiscadas durante a guerra

4A
Poncho Verde, que estabelecia:
5. Proteção ao charque gaúcho da concorrência exter-

30
1. Anistia dos envolvidos gaúchos na com sobretaxa sobre o charque importado

70
2.Incorporação dos farrapos ao Exército imperial 6. Libertação dos escravos envolvidos

35
53
03
JO
SEGUNDO REINADO

AU
AR
S
PE
POLÍTICA INTERNA (1840-1889) inglês, o parlamentarismo brasileiro era chamado de par-

LO
lamentarismo às avessas.

A
UL
Graças ao Golpe da Maioridade, em julho de 1840, Após relativa paz política garantida pelo golpe da maiori-
D. Pedro II tornou-se imperador do Brasil com apenas 14

PA
dade, eclodiu, em Pernambuco, a chamada Revolução
anos. O golpe foi realizado pelos liberais, que desejavam

NA
Praieira de 1848. Inspirados nas movimentações políticas
retomar o controle do poder central, do qual foram afas-
iluministas europeias, os revoltosos eram críticos em relação
4A
tados desde a ascensão do regente Araújo Lima. Por inter-
à profunda centralização política do império brasileiro.
médio da figura do imperador, visavam conseguir resgatar
30
a estabilidade política, controlando as rebeliões que amea-
70
35

çavam a integridade do território.


53

O segundo reinado caracterizou-se pela disputa política


03

e alternância à frente dos ministérios e gabinetes entre os


JO

Partidos Liberal e Conservador, que representavam ba-


sicamente os mesmos grupos sociais: grandes proprietários
AU

rurais, comerciantes e funcionários públicos ávidos pelo


AR

poder. Embora as diferenças entre os partidos não fossem


S

marcantes, seus programas apresentavam pontos que os


PE

distinguiam. Os liberais defendiam: mais autonomia provin-


LO

cial, justiça eletiva, separação da política e da justiça, redu-


A

ção do poder moderador, eleição direta nas cidades maiores,


UL

senado temporário, abolição da Guarda Nacional, liberdade


PA

de consciência, de educação, do comércio e da indústria. A


NA

composição social dos liberais contava com profissionais li-


berais, comerciantes e donos de terras de São Paulo, Minas
A
04

Gerais e Rio Grande do Sul, majoritariamente.


3
70

Os conservadores defendiam o fortalecimento do poder


35

central e moderador, assim como o controle centralizado


53

da magistratura e da polícia. Coube a eles imprimir o tom e


03

definir o conteúdo político ao Estado imperial. Os conserva- DOM PEDRO II


dores eram, em geral, donos de terras e burocratas.
O

A política pernambucana era controlada pelos Cavalcanti,


J
AU

No Brasil, o imperador utilizava-se do Poder Moderador que comandavam tanto o Partido Liberal quanto o Conser-
para nomear o primeiro-ministro e os demais ministros vador, garantindo sua perpetuação no poder. Os liberais,
AR

para depois convocar eleições. Se o primeiro-ministro revoltados com a situação, fundaram um novo partido de
S

fosse conservador, procurava-se a qualquer custo garan- oposição aos latifundiários. Como a sede do novo partido
PE

tir a vitória dos conservadores; se fosse liberal, fazia-se ficava situada no prédio do jornal Diário Novo, na Rua da
LO

o mesmo para garantir a maioria liberal no Legislativo. Praia, no Recife, o partido ficou conhecido como Partido
LA

Por funcionar de maneira diferente do modelo clássico da Praia, e seus membros como os praieiros. Suas ideias
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comportavam propostas do socialismo utópico. Reivindica- saram a ser comandadas por Luís Alves de Lima e Silva,

NA
vam: República; federalismo; voto universal; liberdade de o barão de Caxias. Naquele mesmo ano, Argentina e

4A
imprensa; nacionalização do comércio; extinção do senado Uruguai retiraram-se da guerra alegando problemas eco-

30
vitalício e do Poder Moderador; independência dos pode- nômicos, restando Brasil e Paraguai no confronto. Caxias

70
res; garantia de emprego para os brasileiros; expulsão dos reorganizou e reaparelhou as tropas, comprou armas e

35
portugueses; e reforma do Poder Judiciário, de forma a as- canhões, filtros de água para evitar a epidemia de cólera e

53
segurar os direitos individuais dos cidadãos. estendeu cabos telegráficos até a região do combate para

03
O programa não trazia proposta de grandes mudanças nas facilitar as comunicações.

JO
estruturas sociais, como abolição da escravatura ou limites Sob seu comando, ocorreram as vitórias brasileiras de Itoro-

AU
ao latifúndio, mesmo porque era liderado por membros da ró, Avaí e Lomas Valentinas. Em 1869, Assunção foi tomada
elite revoltados com o autoritarismo e o centralismo do im- e Solano López retirou-se para o interior, de onde continuou

AR
pério e na província. a resistir. Alegando problemas de saúde, Caxias solicitou seu

S
desligamento do comando das tropas e foi substituído pelo

PE
Foram travados combates em Recife, Olinda e no interior,
genro de D. Pedro II, Gastão de Orleans, o conde d’Eu. Perse-

LO
com constantes derrotas dos rebeldes, numa das quais
morreu Nunes Machado. Decidiram atacar a Paraíba, onde guiu Solano López até Cerro Corá, onde, derrotado, o ditador

A
paraguaio suicidou-se e o conflito encerrou-se definitivamente.

UL
Pedro Ivo ofereceu resistência até ser preso em 1850 e Bor-
ges da Fonseca foi morto.

PA
A guerra custou ao Paraguai consequências devastadoras:
Evitando futuros distúrbios, foi concedida liberdade de im- dizimação quase total da sua população (99% da popu-

NA
prensa na província e, logo em 1852, os rebeldes presos lação adulta masculina e 55% da feminina morreram),

4A
foram anistiados, encerrando definitivamente o movimento economia em ruínas, perda de parte de seu território para
30
e inaugurando um período de paz e estabilidade no segun- o Brasil e Argentina, que passaram a fazer ingerências em
70

do reinado. suas questões internas. Mergulhado em grave crise eco-


35

nômica, converteu-se em um exportador de produtos de


53

POLÍTICA EXTERNA
pouca importância e nunca mais conseguiu recuperar-se.
03

A vitória na guerra consolidou a hegemonia do Brasil no con-


(1840-1889)
JO

tinente, mas agravou sua situação econômica, em virtude da


AU

elevação da dívida externa e do aumento da dependência do


Durante o segundo reinado, a política externa brasileira país para a Inglaterra. O Exército saiu fortalecido. Grande par-
AR

foi marcada pela aproximação mais estreita com a Ingla- te de seus membros assumiu posições abolicionistas assim
S

terra, aumentando a dependência em relação ao capital como republicanas e passou a contestar o regime imperial.
PE

britânico, especialmente após a guerra do Paraguai. Tal


LO

dependência não foi minorada mesmo após a chamada


Questão Christie, quando do rompimento diplomático ECONOMIA (1840-1889)
A
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entre os países.
A partir dos anos 1850, o Brasil passou por um conjunto de
PA

Indubitavelmente, a guerra do Paraguai (1864-1870) foi transformações econômicas e sociais; em virtude da expan-
NA

a principal guerra do período. O estopim do maior e mais são cafeeira, foi assumindo definitivamente a liderança das
sangrento conflito na América do Sul teve início com o ato
A

exportações, conjugada às transformações do capitalismo


04

de represália do ditador paraguaio Solano Lopes ao Bra- internacional. De fato, o café, embora um gênero agrário,
3

sil contra a deposição de seu aliado, Atanásio Aguirre, do exigiu uma miríade de ações que resultou em uma moder-
70

Partido Blanco, no Uruguai. nização do conjunto da população e em melhorias na infra-


35

estrutura e no desenvolvimento do mercado interno (bancos,


53

Em novembro de 1864, Lopez determinou a apreensão do


portos, ferrovias, urbanização, iluminação, comércio).
03

navio brasileiro Marquês de Olinda, que navegava pelo rio


Paraguai em direção ao Mato Grosso e não atendeu ao ul- As somas iniciais investidas no plantio eram significativas.
JO

timato brasileiro pela libertação do navio. Rompeu relações Os pioneiros na implantação das culturas cafeeiras foram,
AU

com o império brasileiro, em dezembro de 1864, e atacou o em geral, os comerciantes da capital, enriquecidos pela
AR

sul do Mato Grosso e do Rio Grande do Sul. intermediação de compra e venda de produtos agrícolas.
S

Em maio de 1865, foi firmada uma aliança militar entre Comercializavam a própria produção e retinham a maior
PE

parte da renda gerada.


Argentina, Brasil e Uruguai, chamada Tríplice Aliança,
LO

e apoiada pela Inglaterra. Em 1867, as tropas aliadas pas- As condições gerais da economia favoreciam a lavoura
LA

cafeeira. Havia mão de obra escrava ociosa graças à deca-


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dência das minas. As terras continuavam à disposição em A questão escravista era um problema corriqueiro que as

NA
larga escala e a baixo preço. A facilidade de obtenção dos elites brasileiras tinham que se deparar. A Lei Antitráfico de

4A
fatores de produção encorajou os investidores a tentarem 1831, promulgada pela regência trina permanente, mais

30
o café. Além disso, não havia grandes opções para inver- conhecida como lei para “inglês ver”, deveria aplicar-se

70
sões dos capitais obtidos no comércio. Ao mesmo tempo, em 15 anos. Entretanto, em virtude da falta de ação eficaz

35
difundia-se o hábito de beber café. O produto brasileiro ga- do Brasil para reprimir o tráfico, e em represália à Tarifa Al-

53
nhava os mercados da Europa e dos Estados Unidos. ves Branco, o parlamento inglês aprovou o Bill Aberdeen,

03
em 1845. A lei dava à marinha inglesa a permissão para
aprisionar navios negreiros, prender os traficantes, libertar

JO
os cativos e afundar o navio utilizado no tráfico.

AU
Essa medida foi considerada arbitrária pelos brasileiros,

AR
pois afetava a soberania do país em suas águas territo-

S
riais. Diante da situação, o governo brasileiro resolveu

PE
aprovar, em 1850, a Lei Eusébio de Queirós, que de-

LO
terminou a extinção definitiva do tráfico internacional de

A
escravos. Uma vez aprovada, a lei trouxe como conse-

UL
quência imediata o tráfico interprovincial de escravos da

PA
região Nordeste para o Sudeste, especialmente para os

NA
cafezais do Vale do Paraíba e do Oeste Paulista.

4A
Ao perceber a proximidade do fim da escravidão no Bra-
sil, mesmo porque o tráfico interprovincial não consegui-
30
ESCRAVOS NO CAFEZAL
ra atender à demanda de escravos para os cafezais, os
70
35

Resultado: nas três últimas décadas do século XIX, a região prósperos fazendeiros do Oeste Paulista começaram a
53

do Oeste Paulista tornou-se a principal área produtora e ex- pensar na possibilidade de importar trabalhadores bran-
03

portadora de café do país e os fazendeiros da região passa- cos europeus para substituírem os escravos.
ram a amealhar mais poder econômico e prestígio político,
JO

Paralelamente aos projetos em gestação de promoção da


o que lhes favoreceria o predomínio político nacional. imigração, duas semanas depois de aprovada a Lei Eusébio
AU

Contudo, o desenvolvimento econômico brasileiro esbar- de Queirós, o governo fazia aprovar a Lei de Terras, de
AR

rou em duas questões: as tarifas alfandegárias e a sus- 1850, que determinava que as terras devolutas (desocu-
S

tentação do trabalho escravo. Desde a independência, o padas) passariam para o controle do Estado, que poderia
PE

Brasil adotava taxas alfandegárias baixas para os produtos vendê-las. A Lei de Terras subiu o custo para a aquisição e
LO

importados, reflexo dos tratados de 1810, assinados entre regularização da terra, de acordo com seu objetivo: criar
A

Portugal e Inglaterra. Este “liberalismo alfandegário” foi obstáculos para o acesso às terras pelas populações pobres
UL

extinto em 1844 com a entrada em vigor da Tarifa Alves nacionais, notadamente pelos imigrantes.
PA

Branco, que elevava as taxas alfandegárias brasileiras a Primeiramente, a implantação dos trabalhadores imigrantes
NA

dois patamares: 20% a 30% sobre o valor dos produtos veio com o sistema de parceria, mas, pelos seus abusos,
importados não produzidos no Brasil, com variação para
A

não vingou. O sistema foi substituído pelo de colonato. A


04

alguns produtos especificados; 60% sobre o valor dos pro- tabela a seguir sintetiza a diferença entre os dois sistemas.
3

dutos importados que fossem produzidos no Brasil.


70
35
53

Parceria (fracasso) Colonato (sucesso)


03

Primeiro sistema introduzido (1847) Oeste Paulista (1870), subvencionada pelo governo
Trabalho familiar camponês Trabalho familiar camponês
J O

Colono dividia lucros e prejuízos e ficava com metade do produzido Camponês recebia dois salários: um fixo anual e outro por produtividade
AU

Colonos endividavam-se (passagens, mantimentos, juros elevados) Governo paulista pagava as passagens
AR

Permitida uma pequena roça ao imigrante Garantido um pedaço de roça para subsistência ou comércio
S

FONTE: PRADO JUNIOR, CAIO. HISTÓRIA ECONÔMICA DO BRASIL. P. 190-191.


PE
LO
LA
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NA
CRISE DO IMPÉRIO

4A
30
70
35
A partir de 1870, o império brasileiro começou a sofrer tado brasileiro. As contradições provadas por essa aliança

53
diversas críticas e contestações. Um dos fatores para a entre Estado e Igreja vieram à luz já em 1860. Nessa épo-

03
sua futura dissolução foi a Questão Social, relacionada ca, o papa Pio IX publicou a Bula Syllabus, proibindo que

JO
à questão abolicionista. Durante o período, foram funda- membros da Igreja pertencessem à Maçonaria. Dom Pedro
II nunca deu consentimento à bula, mas bispos de Olinda

AU
dos clubes e sociedades abolicionistas que denunciavam
as arbitrariedades da escravidão e recolhiam apoio junto à e Belém suspenderam irmandades que não cumpriram os

AR
sociedade civil em prol da libertação dos escravos. ditames papais. A partir disso, maçons reclamaram junto

S
ao imperador e os bispos presos, inaugurando um período

PE
O movimento atuava de várias formas. Era comum a rea-
de instabilidade entre Estado e religiões.

LO
lização de rifas e leilões, além do reconhecimento de doa-
ções para a compra de escravos e concessão de alforria a Além das questões já comentadas, houve também a

A
UL
estes. Na imprensa e na literatura, intelectuais criticavam a Questão Militar. Desde o período regencial, o exército
escravidão, lembrando a vergonha que era para o Brasil ser brasileiro ocupava uma posição secundária em relação à

PA
o único país americano a possuir escravos e o atraso que Guarda Nacional. Porém, a guerra do Paraguai exigiu do

NA
isso representava. Vale lembrar que a maioria dos solda- Brasil um exército moderno e profissional para vencê-la e,

4A
dos que atuavam na guerra do Paraguai era de negros e após o conflito, oficiais passaram a cobrar mais valorização
grande parte do Exército passou a defender abertamente a da corporação, constantemente subfinanciada. Munidos
30
abolição, inclusive prestando homenagens a integrantes do de ideais positivistas e republicanos, os militares geraram
70

movimento abolicionista. um clima de incompatibilidade entre sua corporação e o


35
53

Estado imperial brasileiro.


Os grandes proprietários rurais estavam divididos: enquan-
03

to uma parcela dos fazendeiros nordestinos e paulistas Dessa forma, o mais longo governo brasileiro, sob o co-
percebia a necessidade de adotar o trabalho livre em apoio
JO

mando de D. Pedro II, enfrentava sérias dificuldades para


à abolição, representantes das lavouras mais tradicionais, manter a estabilidade. Proliferavam-se agremiações repu-
AU

como os donos de velhos engenhos nordestinos e os ca- blicanas, contrárias ao império. Em dezembro de 1870, foi
AR

feicultores do Vale do Paraíba, eram contrários à abolição. publicado no Rio de Janeiro o Manifesto Republicano,
S

que defendia o federalismo em oposição ao unitarismo


PE

O movimento abolicionista ganhou força e se cristalizou em


alterações jurídicas e institucionais a partir da década de que caracterizava o império. Em 1873, numa convenção
LO

1860. Em 1871, foi assinada a Lei Visconde do Rio Branco, na cidade de Itu, foi fundado o Partido Republicano
A

conhecida como Lei do Ventre Livre, que declarava livres Paulista (PRP), que capitaneou a propaganda republicana
UL

os escravos nascidos a partir de setembro daquele ano. Já e veio a ser o mais forte da chamada Primeira República,
PA

em 1885, o governo decretou uma lei que libertava os es- dominado pelos grandes cafeicultores do Oeste Paulista.
NA

cravos com mais de 60 anos de idade, por isso chamada de Já no ano de 1889, que foi marcado por grandes agitações
A

Lei dos Sexagenários. políticas nos meios civis e militares brasileiros, o movimen-
04

Tal lei foi considerada desnecessária e alvo de severas e va- to republicano crescia e a cada dia ganhava mais adeptos,
3
70

riadas críticas. Dificilmente um escravo chegava e essa ida- enquanto o império fraquejava e D. Pedro II perdia bases
35

de e, se chegasse, provavelmente não teria mais condições políticas. Em 15 de novembro do mesmo ano, a câmara
53

de trabalhar. Além disso, os escravos sexagenários teriam de vereadores do Rio de Janeiro reuniu-se sob liderança
03

de trabalhar de três a cinco anos para indenizar seu senhor. de José do Patrocínio e lavrou a ata de Proclamação da
República.
O

Já sem condições de manter a escravidão por mais tempo,


J
AU

o governo imperial acabou extinguindo totalmente a es- D. Pedro II estava em Petrópolis e voltou imediatamente
para o Rio de Janeiro, mas não conseguiu reverter a situ-
AR

cravidão no Brasil no dia 13 de maio de 1888, quando a


ação. A República já era um fato consumado e o segundo
princesa regente Isabel sancionou a Lei Áurea.
S

reinado chegava ao fim.


PE

A Questão Religiosa também foi uma das causas da


LO

queda do império. Isso, pois desde 1824, a constituição


LA

brasileira pregava a submissão da Igreja católica pelo Es-


U
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PA
NA
REPÚBLICA DA ESPADA (1889-1894)

4A
30
70
35
Proclamada a República em 1889, iniciou-se um governo anos. Como no império, o Legislativo foi dividido em câma-

53
provisório, com um ministério composto por republicanos ra dos deputados e senado, mas os senadores deixaram de

03
históricos, positivistas e militares, mas não revolucionários. ser vitalícios.
Rui Barbosa (Fazenda), almirante Eduardo Wandenkolk

JO
(Marinha), tenente-coronel Benjamin Constant (Guerra),

AU
Demétrio Nunes Ribeiro (Agricultura), Campos Sales (Jus-

AR
tiça), Quintino Bocaiúva (Relações Exteriores) e Aristides
Lobo (Interior) compunham o ministério.

S
PE
As principais medidas desse governo provisório foram:

LO
ƒ Naturalização em massa de estrangeiros residentes no

A
Brasil, que residiam no Brasil no dia 15 de novembro

UL
de 1889 e que não declarassem, no período de seis

PA
meses após entrar em vigor a constituição, o desejo de

NA
conservar a nacionalidade de origem. PROCLAMAÇÃO DA REPÚBLICA

4A
ƒ Separação entre Estado e Igreja Para as eleições, fixou-se o sistema de voto direto e uni-
30
ƒ Administração de cemitérios pelas prefeituras versal e suprimiu-se o censo econômico (voto censitário).
70

Foram considerados eleitores todos os cidadãos brasileiros


ƒ O catolicismo deixou de ser a religião oficial no Brasil,
35

maiores de 21 anos, com exceção dos analfabetos, men-


53

onde passou a haver livre culto de crenças religiosas


digos, praças militares e religiosos de ordens monásticas.
03

ƒ Criação do registro civil para nascimento e falecimento


No período, Rui Barbosa tentou realizar uma reforma fi-
JO

das pessoas
nanceira com o objetivo de desenvolver a industrialização
AU

ƒ Instituição do casamento civil do Brasil, reduzir a dependência em relação ao capital


AR

ƒ Criação da bandeira da República, mantidas as cores estrangeiro e aumentar o meio circulante – quantidade
da bandeira do império de moeda em circulação no país. Para conseguir realizar
S
PE

seus objetivos, o governo adotou uma política de emissão


ƒ Mudança do nome do país para República dos Estados
LO

Unidos do Brasil, de caráter francamente federalista monetária para garantir a circulação monetária e o paga-
mento dos operários, bem como para facilitar a concessão
A

ƒ Reforma financeira de Rui Barbosa (Encilhamento)


UL

de créditos para a criação de empresas. As tarifas alfande-


PA

ƒ Promulgação da Constituição de 1891 gárias foram elevadas e a entrada de matérias-primas no


país foi facilitada.
NA

Promulgada em 24 de fevereiro de 1891, a nova constitui-


Contudo, o efeito dessa política, chamado de encilhamen-
A

ção brasileira preconizava ampla autonomia aos Estados


04

brasileiros. Cada Estado teria o direito de ter sua própria to, foi economicamente nefasto. Devido à alta liquidez da
3

constituição, eleger governadores, criar orçamento e im- economia, empresas fantasmas vendiam desenfreadamente
70

postos, contrair empréstimos ao exterior e organizar forças ações na bolsa de valores. Da noite para o dia, especuladores
35

militares próprias. acumularam grandes fortunas à custa do dinheiro de pesso-


53

as ludibriadas. A inflação batia recorde histórico, o que gerou


03

À União caberia cobrar os impostos de importação, criar


descontentamento dos trabalhadores e dos importadores.
bancos emissores de moeda, organizar as forças armadas
JO

nacionais e intervir nos Estados para restabelecer a ordem,


GOVERNO DEODORO DA
AU

a fim de que se mantivesse a forma republicana federativa,


AR

FONSECA (1891)
e em outras situações.
S

Politicamente, a constituição estabeleceu os três poderes


PE

– Executivo, Legislativo e Judiciário – “harmônicos e in- O primeiro presidente brasileiro, ex-chefe do governo provi-
LO

dependentes entre si”. O Executivo seria exercido por um sório, foi eleito indiretamente a contragosto de um congres-
LA

presidente da República, eleito por um período de quatro so pressionado pelo Exército, que evitou o uso da força e
U
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divergências entre o Executivo e o Legislativo. Alvo de várias eleições. A primeira contestação à permanência de Floria-

NA
críticas, especialmente pelo autoritarismo e pelas acusações no Peixoto na presidência foi um manifesto assinado por

4A
de corrupção que envolviam membros do governo, Deodoro treze generais, tornado público em abril de 1892. Como

30
também era apontado como responsável direto pela crise resposta, o “Marechal de Ferro” exonerou, afastou e até

70
econômica e pela inflação herdadas do encilhamento. prendeu alguns desses generais.

35
Sem o apoio da maioria do Legislativo, indispensável para Outra contestação à continuidade de Floriano Peixoto na

53
a administração pública, Deodoro dissolveu o congresso, presidência da República constituiu a Segunda Revolta da

03
no início de novembro de 1891, e decretou estado de sí- Armada (1893-1895), também liderada pelo contra-almi-

JO
tio, para fortalecer o Executivo. Contestado por membros rante Custódio de Melo, que clamava pela convocação de

AU
da Marinha, o estado de sítio levou-os a organizar uma eleições presidenciais, para as quais ele desejava candida-
revolta – Primeira Revolta da Armada –, liderada pelo tar-se. Assim como haviam feito com Deodoro, Melo esta-

AR
contra-almirante Custódio de Melo. cionou navios de guerra na baía de Guanabara e ameaçou

S
bombardear o Rio de Janeiro, caso Floriano não renuncias-

PE
A situação tornou-se insustentável para o presidente, que
se. A resposta do “Marechal de Ferro” foi diferente da de

LO
preferiu renunciar ao cargo, em 23 de novembro de 1891.
seu antecessor: decretou estado de sítio e ordenou o deslo-
A presidência da República foi assumida pelo vice-presi-

A
camento de tropas do Exército para o litoral para combater

UL
dente, o marechal Floriano Peixoto.
os rebeldes e defender a cidade.

PA
GOVERNO FLORIANO PEIXOTO Com uma esquadra formada de velhos navios adquiridos

NA
nos Estados Unidos e Inglaterra e adaptados para o com-
(1891-1894) 4A
bate, Floriano iniciou, em março de 1894, a ofensiva final.
Centenas de rebeldes, muitos deles vitimados pelo beribéri,
30
Logo que assumiu a presidência da República, Floria- abandonaram as armas e pediram asilo em navios portu-
70

no Peixoto determinou a reabertura do Congresso Na-


35

gueses ancorados no Rio de Janeiro.


cional, suspendeu o estado de sítio e destituiu todos
53

Peixoto também teve que lutar no Sul do Brasil, quando do


os presidentes dos Estados que apoiaram o golpe de
03

conflito entre castilhistas e federalistas, no Rio Grande do Sul,


Deodoro da Fonseca. Para aliviar os efeitos da crise
JO

e que se estendeu até o Paraná. As tropas federais consegui-


econômica que o país atravessava, o novo presidente
ram derrotar os rebeldes que tentaram fugir ou pediram asilo
AU

adotou medidas de incentivo à indústria, como a isen-


a Portugal, que foi concedido. Em represália, Floriano Peixoto
AR

ção de impostos para a importação de máquinas. O


rompeu relações diplomáticas com os portugueses.
presidente adotou ainda medidas de grande alcance
S
PE

popular, como o tabelamento de preços de aluguéis e Com o fim desses conflitos, muitos duvidavam da possibili-
alimentos, o que lhe garantiu apoio de setores milita- dade do Marechal de Ferro abdicar ao seu poder e respei-
LO

res e das oligarquias agrárias. tar as programadas eleições. Mas, contrariando temores,
A

Floriano Peixoto convocou eleições para o seu sucessor no


UL

No entanto, Floriano sofria contestações em virtude do


prazo legal e passou regularmente a faixa presidencial para
PA

artigo 42 da Constituição de 1891, que estabelecia que


se faltassem mais de dois anos para que se completas- Prudente de Morais, que venceu as eleições, garantindo a
NA

se o mandato, o vice-presidente deveria convocar novas ascensão dos cafeicultores ao comando do poder federal.
A
304
70

REPÚBLICA OLIGÁRQUICA: ASPECTOS POLÍTICOS E ECONÔMICOS


35
53
03

A retomada do poder pelas oligarquias rurais iniciada no governo Prudente de Morais, primeiro presidente civil eleito dire-
JO

tamente, consolidou-se no governo de Campos Salles, quando se estruturou um vigoroso sistema político de colaboração
AU

em instâncias municipais, estaduais e federal, com a finalidade de garantir o predomínio do grupo hegemônico no poder.
AR

A política econômica promovia a defesa do setor agroexportador especialmente com a valorização artificial do café, prática
S

constante naquele período, desencorajava investimentos em outras áreas e contribuía para o agravamento de problemas
PE

econômicos, como a recessão, a inflação e o crescimento da dívida externa.


LO

Nesse ambiente de aviltamento das condições de vida da população pobre somado à falta de regulamentação dos
LA

salários pelo Estado e de leis que regulamentassem as relações entre capital e trabalho, nasceu as contestações sob
U
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a influência dos movimentos anarquistas e socialistas presidente altamente impopular, legando desemprego e

NA
trazidos da Europa pelos imigrantes europeus. Portanto, obras subfinanciadas.

4A
estava claro mesmo que, talvez, de maneira inconsciente Contudo, foi a partir de seu governo que se consolidou a

30
para boa parte da população, que a República não havia chamada República do café com leite, isto é, o controle

70
se constituído para todos os brasileiros. do Estado brasileiro pelas elites agrárias de Minas Gerais e

35
de São Paulo. Mais ricos e maiores produtores e exportado-

53
res de café, os dois Estados reuniam mais de um terço da

03
população brasileira e o maior colégio eleitoral do país.

JO
Também durante o governo Campos Salles, reinou a cha-

AU
mada política dos governadores. Tratava-se de um

AR
pacto oligárquico entre as frações e facções da elite domi-
nante, cujo objetivo era assegurar o domínio político das

S
PE
oligarquias estaduais e garantir ao poder central o governo

LO
do país acima dos interesses das demais classes sociais,
particularmente os interesses dos trabalhadores. Em troca

A
UL
desse apoio, essa mesma oligarquia apoiaria irrestritamen-
DESEMBARQUE DE IMIGRANTES NO PORTO DE SANTOS (SP), 1907 te as decisões do governo federal no Legislativo, garantin-

PA
do a eleição dos candidatos oficiais para o Congresso.

NA
GOVERNO PRUDENTE DE
Dessa forma, a política dos governadores foi criada para
4A
realizar as promessas feitas durante a propaganda republi-

MORAIS (1894-1898)
30
cana ao defender o federalismo: garantir o poder local e os
70

interesses das chamadas oligarquias, das frações e facções


35

O cafeicultor paulista Prudente de Morais foi o primeiro da elite dominante, com o objetivo de obter o apoio das
53

presidente civil do Brasil eleito pelo voto direto. Conhecido oligarquias dos Estados ao governo federal, nas mãos das
03

como “pacificador”, foi responsável pela pacificação do oligarquias paulista e mineira.


Rio Grande do Sul, onde ainda havia foco de tensão entre
JO

Uma das bases fundamentais de sustentação do domínio


republicanos e federalistas. Na política externa, o governo
AU

oligárquico na Primeira República, ou República velha, foi


caracterizou-se pela restauração das relações diplomáticas
AR

o coronelismo, o mesmo que mandonismo local, poder


com Portugal, rompidas no governo Floriano Peixoto.
e controle políticos exercidos pelos grandes proprietários
S

Com a Argentina foi solucionada a Questão de Palmas,


PE

rurais (coronéis) em suas regiões. Cada “coronel” arranjava


território localizado entre os Estados do Paraná e de Santa empregos e os mais variados benefícios para elementos de
LO

Catarina, cuja definição de fronteiras causara litígio entre sua clientela (daí a política de “clientelismo”), tornando-se
A

os dois países. compadre de uma infinidade de pessoas. Nessa estrutura


UL

do favor e do compadrio, os protegidos de um “coronel”


PA

GOVERNO CAMPOS SALLES lhe deviam principalmente fidelidade política, manifestada,


NA

em especial, no momento das eleições.


(1898-1902)
A

As eleições eram, por sua vez, marcadas pelo voto de


04

A preocupação central do Brasil era a busca de estabilida- cabresto. Nele, todos acompanhavam as determina-
3
70

de econômica. As finanças públicas ruíram após os confli- ções políticas do coronel e eram obrigados a votar nele
35

tos militares de Floriano e da guerra de Canudos; a inflação ou no seu candidato. Não era possível nem permitido
53

distorcia o sistema de preços da nação. Com isso, mesmo contrariar a vontade do coronel, principalmente em
03

antes de assumir, Salles viajou à Inglaterra para contrair seus domínios, inclusive pelo fato do voto ser aberto,
empréstimos – evento chamado funding loan – e equacio- ou seja, publicamente revelado. Votar contra o coronel
JO

nar os problemas nacionais. significaria restrições ou penas. Assim, cada coronel


AU

controlava seu curral eleitoral, ou zona de influência.


O Brasil teria treze anos para pagar a dívida, com o com-
AR

promisso de não contrair novos empréstimos durante o Política do café com leite (federal)
VOTOS
S

E APOIO VERBAS E
período de carência dos juros. Além disso, o Estado de-
PE

POLÍTICO AUTONOMIA
veria cortar gastos públicos e combater a inflação, me- Política dos governadores (estadual)
LO

diante a contenção da emissão monetária e da retirada VERBAS E


VOTOS
PODER
LA

de dinheiro de circulação. Com isso, Salles tornou-se um Coronelismo (poder local/municipal)


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GOVERNO RODRIGUES ALVES Apoiou o Convênio de Taubaté e criou a caixa de conver-

NA
são, cujo objetivo era manter o câmbio em baixas cotações,
(1902-1906)

4A
a fim de beneficiar as exportações de café. Para atender

30
à crescente necessidade de mão de obra nos cafezais, o

70
O novo presidente havia sido ministro da Fazenda de Pru- presidente incrementou a política imigratória europeia sob

35
dente de Morais e foi eleito pela coligação dos Partidos o lema “governar é povoar”. Para favorecer o escoamento

53
Republicano Paulista e Republicano Mineiro, que vence- da produção de café, foram construídos, ampliados e mo-

03
ram sem dificuldades. Alves ficou conhecido por entregar dernizados portos e ferrovias.
ao prefeito do Rio de Janeiro, Pereira Passos, o comando

JO
Em 1907, o Brasil participou da Conferência de Paz, na
da execução do projeto de saneamento e urbanização da
cidade de Haia, na Holanda, para a qual o Brasil foi repre-

AU
cidade, que alargou ruas e avenidas e abriu outras tantas.
sentado pelo jurista Rui Barbosa.

AR
Os cortiços do centro da cidade foram demolidos (“bota
abaixo”) e deram lugar a ruas e praças, e seus moradores, Em 1909, faleceu antes de concluir seu mandato, sendo

S
sucedido pelo vice-presidente Nilo Peçanha.

PE
despejados e deslocados para a periferia. A insatisfação
popular, portanto, atingiu grande intensidade.

LO
Foi também no governo de Rodrigues Alves que o Brasil GOVERNO NILO PEÇANHA

A
UL
consolidou a anexação do Acre. À época, o território acre-
(1909-1910)

PA
ano pertencia à Bolívia, embora o látex de suas florestas
vinha sendo explorado por brasileiros, especialmente por Seu governo foi marcado pela criação do Serviço de Pro-

NA
nordestinos retirantes da seca e do desemprego. Em 1901, teção ao Índio (SPI), cujo comando foi entregue ao mare-

4A
as tensões agitaram a região. O governo boliviano conce- chal Cândido Mariano da Silva Rondon. Mais marcante, no
30
deu a exploração dos seringais acreanos a uma empresa entanto, foi a cisão da política do café com leite. Fez com
70

estadunidense, a Bolivian Sindicate of New York, que ex- que o PRP e o PRM apoiassem candidatos diferentes, Rui
35

pulsou os brasileiros da região. Em busca de garantir seus Barbosa e Hermes da Fonseca, respectivamente.
53

interesses, em 1903, o Brasil passou a negociar com a Bo-


Pressionado, o presidente Nilo Peçanha deu apoio a Her-
03

lívia a compra do território, negociações essas feitas pelo


mes da Fonseca, o que praticamente garantiu sua vitória,
ministro barão do Rio Branco, que levaram à assinatura
JO

graças às fraudes eleitorais.


de um acordo entre os dois países: o Tratado de Petró-
AU

polis. A partir de então, a região fez parte do Brasil.


GOVERNO HERMES DA
AR

No final do mandato de Rodrigues Alves, com o apoio dos


FONSECA (1910-1914)
S

presidentes de São Paulo, Minas Gerais e Rio de Janeiro


PE

para a aprovação do Convênio de Taubaté, os cafeiculto-


LO

res forçaram uma política de valorização do café, em face Logo no início do seu governo, o gaúcho marechal Hermes
da Fonseca enfrentou dificuldades em virtude da Revolta
A

das constantes quedas de preço do produto, em grande


UL

produção, superior à demanda internacional. Com essa do Batalhão Naval e da Revolta da Chibata, no Rio de Ja-
PA

medida, foi fixado um preço mínimo para a saca de café, neiro, além do movimento chamado de Contestado, seme-
e os governos dos três Estados comprometeram-se a re- lhante ao de Canudos, na região fronteiriça dos Estados do
NA

alizar empréstimos no exterior, com vistas a comprar e Paraná e de Santa Catarina.


A

estocar o excedente de café não vendido.


04

Além dessas, ocorreram movimentos sediciosos no Ceará,


3

As consequências da política de valorização do café foram Bahia e Pernambuco como resultado da Política das Sal-
70

amplas. Algumas delas apareceram já nos primeiros mo- vações. Tratava-se da intervenção do governo federal nos
35

mentos de sua aplicação. A nação como um todo conti- Estados para derrubar as velhas oligarquias e favorecer a
53

nuou a pagar os prejuízos do café (socialização das per- ascensão de novas ligadas diretamente ao presidente da
03

das), sob a alegação de manter o nível de renda nacional. República, dispostas a fortalecer o poder central e a reduzir
O

E, no longo prazo, essa política revelou-se desastrosa. a influência política do senador Pinheiro Machado.
J
AU

Durante seu governo, as exportações de borracha che-


GOVERNO AFONSO PENA
AR

garam ao apogeu. No entanto, foi um fenômeno ilusório,

(1906-1909)
S

pois logo veio a concorrência das eficientes plantações no


PE

Ceilão e na Malásia. Rapidamente, a produção brasileira


LO

O mineiro Afonso Pena assumiu a presidência com o intui- passou a ter um papel insignificante, fazendo com que a
LA

to de favorecer os cafeicultores, o que de fato aconteceu. pobreza voltasse com força na região amazônica.
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133
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PA
GOVERNO VENCESLAU passou a produzir vultosa quantidade de produtos indus-

NA
triais, que antes eram importados.
BRÁS (1914-1918)

4A
Na época, foram favorecidas as indústrias têxtil – líder –,

30
de alimentação, bebidas e roupas. A indústria têxtil, sobre-

70
O governo de Venceslau Brás, que coincidiu com a Pri-
tudo a de tecidos de algodão, foi a verdadeiramente fabril

35
meira Guerra Mundial, sofreu forte influência para o
graças à concentração de capital investido e ao número de

53
desenvolvimento econômico do país. A Primeira Guerra
operários. Mas a industrialização não veio acompanhada

03
Mundial trouxe consequências econômicas altamente
positivas para o Brasil: cresceram as exportações de pro- de leis trabalhistas, como regulamentação da carga horária

JO
dutos primários – café, borracha e carne; ganhou estímu- de trabalho, descanso semanal, férias remuneradas, apo-

AU
lo um processo de substituição de importações; o Brasil sentadoria etc.

AR
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REPÚBLICA OLIGÁRQUICA: MOVIMENTOS SOCIAIS

LO
A
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CANUDOS (1896-1897) CONTESTADO (1912-1916)
NA
4A
A guerra do Contestado resultou de um processo seme-
30
lhante ao de Canudos. Ocorreu na divisa do Paraná com
70

Santa Catarina, durante os governos de Hermes da Fon-


35

seca e de Venceslau Brás. A área onde se formou a comu-


53

nidade era disputada pelos governos dos dois Estados, e


03

ambos não escondiam os interesses pela exploração da


madeira e da erva-mate.
JO
AU

No período, a concessão da construção pelo governo de


uma estrada de ferro ligando São Paulo ao Rio Grande do
AR

Sul contribuiu para o aquecimento das tensões na região,


S

REPRESENTAÇÃO DE CANUDOS pois desapropriou uma larga faixa de terra e atraiu um con-
PE

Foi um movimento ocorrido na Bahia, entre 1896 e 1897. tingente significativo de gente para suprir a necessidade
LO

Caracterizou-se pela intensa religiosidade, visto que seu de mão de obra. Porém, com o fim das obras da estrada
A

líder, Antônio Conselheiro, era considerado por seus segui- de ferro, o contingente de desempregados em condições
UL

dores – normalmente pobres, prostitutas e bandidos – um precárias criou um cenário ideal para difusão de ideais
PA

messias. Ele pregava a salvação das almas e estimulava a messiânicos, capitaneados por José Maria.
NA

população a construir igrejas e cemitérios, além de criticar Camponeses expropriados de suas terras e desemprega-
A

as autoridades constituídas e os altos impostos cobrados dos dispuseram-se a seguir José Maria e a formar uma co-
04

pelo governo. Cada vez mais popular, passou a ser preocu- munidade, àquela altura única alternativa de vida para eles.
3

pação para as autoridades.


70

Com medo de uma nova Canudos, a reação do governo


35

Conselheiro e seus seguidores foram acusados e estigma- federal, das elites e da própria Igreja não tardou. Dessa
53

tizados de monarquistas, fanáticos, assassinos, ladrões, he- forma, em 1914, sob o comando do general Setembrino de
03

reges e criminosos. Estavam criadas as justificativas para a Carvalho, seis mil soldados, que contavam com artilharia,
repressão e a extinção de Canudos. Com isso, o governo atacaram os crentes. Embora estes tenham sido resistentes,
J O

enviou diversas expedições militares para combatê-los, o massacre das tropas federais se fez valer em 1916.
AU

contudo, sem sucesso.


AR

O arraial de Canudos contava com artilharia pesada


REVOLTA DA VACINA (1904)
S

e canhões. O cerco ao arraial foi seguido de intenso


PE

bombardeio, envolvendo-o em chamas. Depois de resis- A origem dessa revolta ocorrida no Rio de Janeiro deve ser
LO

tir por quase um mês, a comunidade inteira e Antônio procurada na questão social gerada pelas desigualdades so-
LA

Conselheiro foram assassinados. ciais e agravada pela reurbanização do Distrito Federal pelo
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prefeito Pereira Passos, apadrinhado por Rodrigues Alves. do Batalhão Naval. O governo agiu com energia e rapidez:

NA
Além disso, o grande destaque do período foi a Campanha sufocou o movimento e ordenou a prisão dos revoltosos.

4A
de Saneamento, no Rio de Janeiro, dirigida por Oswaldo

GREVE DE 1917

30
Cruz. À prefeitura, interessava o combate à varíola, que seria

70
realizado graças à vacinação em massa da população.

35
Já revoltada com as ações do governo e amedrontada pela A industrialização brasileira não foi acompanhada de leis

53
oposição, que mais a desinformava do que esclarecia, afir- trabalhistas, como a regulamentação das horas de trabalho

03
mando, por exemplo, que a vacina sim causaria a doença, diário, da obrigatoriedade do descanso semanal, das férias
remuneradas e da aposentadoria. A exploração dos trabalha-

JO
a população passou a se recusar a receber as brigadas sa-
nitárias, bem como a vacina. Em virtude desse impasse, o dores manifestava-se pelas longas jornadas de trabalho, que

AU
governo conseguiu a aprovação no congresso de uma lei chegavam a 15 horas diárias, baixos salários e precárias condi-

AR
que tornava a vacinação obrigatória e permitia que as bri- ções de trabalho. Não poupava o trabalho feminino e infantil,

S
gadas sanitárias invadissem as casas para efetuá-la, des- submetidos a salários mais baixos que os dos homens.

PE
respeitando direitos individuais e a propriedade privada. A maioria dos operários do período era de estrangeiros e

LO
Diante de tantas arbitrariedades, em novembro de 1904, tinha conhecimento dos ideários socialista e anarquista,

A
eclodiu a Revolta da Vacina ou do “Quebra-Lampião”, que base da prática sindical e anarcossindicalista, voltados para

UL
tomou conta das ruas do Rio de Janeiro com apoio de mi- a pressão sobre os patrões com o objetivo de obter melhores

PA
litares positivistas, intelectuais e opositores do governo. Fo- salários e condições de trabalho, bem como leis trabalhistas.

NA
ram erguidas barricadas em várias ruas, atacados prédios
Dentre as principais reivindicações dos revoltosos, temos:
públicos e depredados postes de iluminação pública. Houve
mortes e ferimentos graves de ambos os lados e várias pri- 4A
ƒ libertação de todas as pessoas detidas devido à greve;
30
sões foram efetuadas. A reação popular levou o governo a ƒ respeito ao direito de associação dos trabalhadores;
70

suspender a obrigatoriedade da vacina e a declarar estado


ƒ proibição do trabalho de menores de 14 anos nas fá-
35

de sítio para controlar a situação, o que enfim aconteceu, em


bricas e oficinas;
53

virtude de outras ações governamentais, como a compra de


03

ratos da população por agentes de saúde como forma de ƒ abolição do trabalho noturno para mulheres;
ƒ aumento de 35% nos salários inferiores a $5.000 e de
JO

conter a proliferação de doenças transmitidas por eles.


25% para os mais elevados; e
AU

REVOLTA DA CHIBATA (1910) ƒ jornada diária de oito horas.


AR

Após a morte de um trabalhador pela polícia de São Paulo,


S

Ocorreu no Rio de Janeiro, sob o comando do marinheiro ne-


PE

gro João Cândido. Contra seus aviltantes cotidianos, rechea- operários de outras fábricas aderiram ao movimento e a
LO

dos de repressão e jornadas exaustivas, os marinheiros toma- paralisação transformou-se em greve geral, que levou os
operários a fazerem várias exigências trabalhistas. O mo-
A

ram dois modernos encouraçados, ameaçando bombardear a


UL

capital, caso suas reivindicações não fossem atendidas. vimento grevista espalhou-se pelos Estados de São Paulo,
PA

Paraná, Santa Catarina, Rio de Janeiro, Minas Gerais, Bahia


O presidente aceitou as exigências e enviou oficiais para
e Rio Grande do Sul.
NA

assumir o controle dos navios, o que encerrou a revolta.


Após violenta repressão policial e complexas negociações,
A

Mas, em seguida, ordenou a prisão de marinheiros envol-


04

vidos na revolta na ilha das Cobras ou em campos de tra- foi selado um acordo que pôs fim à greve: os salários se-
3

balhos forçados no Norte. Pouco depois do fim da Revolta riam aumentados em 20% e os grevistas presos seriam
70

da Chibata, ocorreu uma revolta entre os fuzileiros navais, libertados sem sofrer retaliação.
35

aquartelados na ilha das Cobras, conhecida como Revolta


53
03
O

CRISE DA REPÚBLICA OLIGÁRQUICA


J
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GOVERNO EPITÁCIO PESSOA (1919-1922)


PE
LO

Ao assumir a presidência da República, Epitácio Pessoa contraiu um empréstimo, junto aos EUA, para promover a remodelação do
LA

centro do Rio de Janeiro e, posteriormente, recorreu a novo empréstimo destinado à construção de ferrovias, açudes e barragens
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no Nordeste, como forma de combater a seca na região. Em Os intelectuais e artistas modernistas valorizavam temas

NA
1920, foi criada a Universidade Federal do Rio de Janeiro. e aspectos nacionais, redimensionando o nacionalismo

4A
A década de 1920 foi marcada pelo processo de declínio do brasileiro relacionado ao cotidiano, na tentativa de pro-

30
domínio oligárquico, tal como fora organizado e herdado do moverem a aproximação das artes de um público maior.

70
império, que passou a ser contestado pela burguesia indus- Sinal evidente disso foi a linguagem coloquial utilizada por

35
trial em desenvolvimento, uma fração da própria classe do- escritores e poetas, sem “macaquear a sintaxe lusíada”,

53
minante, mas com novos interesses e com ambições e neces- conforme afirmou Manuel Bandeira; na literatura, os índios

03
sidades que as facções e frações da antiga classe dominante foram valorizados de modo mais realista e menos românti-
co; em Macunaíma, Mario de Andrade construiu seu “herói

JO
não conseguiam atender. O operariado e as camadas médias
urbanas apresentavam suas reivindicações e organizavam-se sem caráter”, baseado em lendas de várias regiões do país.

AU
politicamente. O movimento tenentista e a Semana de Arte Também em 1922, o Partido Comunista Brasileiro (PCB) foi

AR
Moderna são exemplos das inquietações daquele período. fundado. Após sucessivas greves operárias em 1917 e da en-

S
Esses segmentos sociais contestavam o domínio oligárquico trada de ideais socialistas e anarquistas, o movimento operário

PE
de várias maneiras: brasileiro amadureceu. Prova disso foi, sem dúvida, a fundação

LO
do PCB, que seguia as orientações gerais da União Soviética.
ƒ A burguesia industrial, contrária às constantes políticas

A
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de valorização do café, exigia mais participação política.
Tenentismo

PA
ƒ O movimento operário exigia leis trabalhistas e con-
testava as medidas de valorização do café, que pro- O movimento tenentista nasceu na baixa oficialidade do

NA
moviam o aumento de impostos e a inflação desen- Exército, congregando especialmente tenentes recém-saídos

4A
freada, causadora da corrosão dos salários. da Escola Militar do Realengo, no Rio de Janeiro, e capitães
30
recém-promovidos ao posto, insatisfeitos com a realidade
ƒ As camadas urbanas criticavam as fraudes eleitorais e se
70

política, econômica e social do país, com a situação dos mili-


revoltavam contra elas, contra a inflação e contra os altos
35

tares e a demora das promoções no Exército.


impostos, reflexos das políticas de valorização do café.
53

A renovação iniciada no Exército tendeu a agravar as divi-


03

Durante o governo Epitácio Pessoa, ocorreu entre os dias 11


sões entre “velhos” e “novos” oficiais. Os “velhos”, geral-
e 18 de fevereiro de 1922, no Teatro Municipal de São Paulo,
JO

a Semana de Arte Moderna. Foi o ponto culminante do movi- mente de patente superior, apresentavam-se acomodados
AU

mento modernista em franco desenvolvimento, particularmen- ao sistema oligárquico e ao papel pouco importante nele
desempenhado pelas Forças Armadas. Os “novos” culpa-
AR

te em São Paulo. Figuraram entre seus promotores e partici-


pantes: as pintoras Anita Malfatti e Tarsila do Amaral e o pintor vam a organização política pela situação de atraso do país
S

e reivindicavam, para a corporação militar, um papel de re-


PE

Di Cavalcanti; os escritores Mario de Andrade, Menotti Del


levo na condução dos negócios públicos.
LO

Pichia, Graça Aranha, Manuel Bandeira e Oswald de Andrade;


o músico Heitor Villa-Lobos; e o escultor Victor Brecheret. O tenentismo contestava os vícios políticos, a corrupção, as
A
UL

Os artistas brasileiros viam o movimento modernista como uma fraudes eleitorais, o voto de cabresto e o domínio oligárqui-
PA

forma de representar, na cultura e nas artes, todas as trans- co que marcavam a República velha. O movimento apre-
formações observadas na realidade, bem como criar padrões sentava-se com uma missão salvadora defendendo o voto
NA

culturais genuinamente nacionais, rompendo com os padrões secreto, a reforma do ensino – que deveria se tornar gratui-
A

europeus. O movimento também foi porta-voz de crítica à socie- to – e o fim da socialização das perdas, reivindicações que
04

dade burguesa e um protesto contra a situação política do país. coincidiam com os interesses das camadas médias urba-
3
70

nas. Defendiam também a autonomia do Poder Judiciário


35

e o nacionalismo em defesa dos recursos naturais do país.


53
03

Crise das cartas falsas e Revolta


do Forte de Copacabana (1922)
J O
AU

A indicação do mineiro filiado ao PRM, Artur Bernardes,


AR

não agradou as oligarquias do Rio Grande do Sul, Bahia,


Rio de Janeiro e Pernambuco, que se aliaram e lançaram
S
PE

a candidatura de Nilo Peçanha (Reação Republicana), re-


LO

presentando a oposição ao candidato “café com leite”, ou


seja, do PRP e PRM.
LA

CARTAZ DA SEMANA DE ARTE MODERNA


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Com o intuito de tumultuar o processo eleitoral e conquis- movimento. Houve troca de tiros e os rebeldes foram mor-

NA
tar o apoio do Exército ao candidato Nilo Peçanha, o jornal tos. Sobreviveram apenas os tenentes Siqueira Campos e

4A
carioca Correio da Manhã publicou cartas atribuídas a Ar- Eduardo Gomes.

30
tur Bernardes, nas quais ele tecia uma série de ofensas aos

GOVERNO ARTUR BERNARDES

70
militares e ao presidente do Clube Militar e ex-presidente

35
da República, o marechal Hermes da Fonseca.
(1922-1926)

53
Artur Bernardes negou a autoria das cartas, que foram

03
submetidas a criteriosas análises e declaradas falsas. Mes-
O governo do mineiro Artur Bernardes foi um dos mais tu-

JO
mo assim, os militares exigiram que Bernardes renunciasse
multuados da história republicana brasileira, quando o país

AU
à sua candidatura. Não atendidos, assumiram a oposição,
esteve constantemente em estado de sítio, devido à insta-
declarando que não aceitariam a posse de Artur Bernardes

AR
bilidade política e constantes ameaças de golpe, levantes
na Presidência da República. Mas as eleições foram vencidas
militares em São Paulo e no Rio Grande do Sul e a oposição

S
por ele.

PE
do Exército, desde o processo eleitoral.

LO
Em meio às agitações no cenário político nacional, no con-
No Rio Grande do Sul, ocorreu a Revolução Liberta-
texto das eleições para a escolha do sucessor de Epitácio

A
dora de 1923, liderada por Assis Brasil – fundador da

UL
Pessoa, ocorreu um levante militar em Pernambuco entre
Aliança Libertadora –, em oposição ao oligarca Borges de
militares que se opunham às oligarquias locais. O presiden-

PA
Medeiros, velho patriarca do Partido Republicano Gaúcho.
te do Clube Militar, marechal Hermes da Fonseca, apoiou
Ele controlou o poder político no Estado e se beneficiou

NA
o movimento, pelo que foi preso por 24 horas e o Clube
da constituição gaúcha, que permitia reeleições ilimitadas
4A
Militar, fechado.
para a Presidência do Estado. Depois de intensos comba-
30
Em reação aos fatos, em 5 de julho de 1922 ocorreu o pri- tes, foi firmado o Pacto de Pedras Altas, que confirmou Bor-
70

meiro levante tenentista no Forte de Copacabana, ges de Medeiros na Presidência do Estado, sem direito a
35

sob comando de Euclides da Fonseca, filho do marechal nova reeleição, que foi retirada da constituição do Estado.
53

Hermes da Fonseca, imediatamente apoiado por outras Em São Paulo, no dia 5 de julho de 1924, várias guarnições
03

guarnições militares do Rio de Janeiro e do Mato Grosso. rebelaram-se sob o comando dos generais Isidoro Dias Lo-
JO

A reação governamental foi imediata e o levante foi ra- pes e Miguel Costa e dos tenentes Joaquim e Juarez Távora
AU

pidamente controlado nos outros quartéis, à exceção do e Eduardo Gomes. Os rebeldes forçaram a fuga do gover-
AR

Forte de Copacabana, onde estavam as principais lide- nador Carlos de Campos e ocuparam a cidade durante 22
ranças do movimento: o tenente Siqueira Campos e o ca- dias, exigindo a derrubada de Bernardes, uma Constituinte
S
PE

pitão Euclides da Fonseca. Decidiram permitir quem não e mudanças políticas, como o voto secreto.
LO

quisesse resistir e ficaram apenas 29 rebeldes. Tropas legalistas avançavam para a capital paulista, que
A

passou a sofrer bombardeios aéreos ordenados por Ber-


UL

nardes. No dia 27 de julho, em meio aos combates, os re-


PA

beldes começaram a se retirar rumo ao interior do Paraná,


onde se juntariam com uma coluna vinda do Rio Grande
NA

do Sul, comandada pelo capitão Luís Carlos Prestes.


A
04

Coluna Prestes (1924-1927)


3
70
35

O comando da coluna foi assumido pelo major Miguel


53

Costa, a divisão paulista, pelo tenente Juarez Távora e a


MOVIMENTO DE TENENTES, APÓS OCUPAÇÃO DE QUARTEL NO RIO DE JANEIRO
03

gaúcha, pelo capitão Luís Carlos Prestes, aclamado chefe


Ao tentar negociar com o alto comando militar, Euclides do Estado-maior da coluna que recebeu seu nome.
J O

da Fonseca foi preso. Alguns de seus companheiros deci-


AU

Percorrendo o interior do país e combatendo as forças gover-


diram deixar o Forte de Copacabana e enfrentar as forças namentais e oligárquicas, a Coluna deslocou-se aproxima-
AR

governamentais. Eram 17 homens liderados pelo tenente damente 25 mil quilômetros pelo território de nove Estados,
S

Siqueira Campos, que marcharam pela Avenida Atlântica, ao longo de pouco mais de dois anos. Além de combater as
PE

onde receberam a adesão do civil Otávio Corrêa. tropas designadas para destruí-las, a Coluna Prestes tentava
LO

Os 18 do Forte de Copacabana marcharam para se en- conscientizar a população rural dos vícios e males do domí-
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contrar com as tropas federais designadas para conter o nio oligárquico e derrubar o presidente Artur Bernardes.
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O presidente Washington Luís desejava realizar uma re-

NA
forma monetária no Brasil baseada na adoção do padrão-

4A
-ouro, com a substituição do inflacionado mil-réis, por uma

30
nova moeda, o cruzeiro. Sua iniciativa, porém, foi frustrada

70
em razão da crise de 1929.

35
Profundamente marcado pela crise mundial capitalista, o

53
ano de 1929 também foi agitado no Brasil pelo início do

03
processo eleitoral para a escolha do novo presidente da
A COLUNA, COM PRESTES SENTADO EMBAIXO

JO
República. Segundo o acordo da política do “café com lei-
(TERCEIRO DA ESQUERDA PARA A DIREITA)
te”, o presidente Washington Luís, que pertencia ao PRP,

AU
Em fevereiro de 1927, já no governo de Washington Luís, a deveria indicar um candidato do PRM, o presidente de Mi-

AR
Coluna Prestes retirou-se para a Bolívia, onde se dissolveu. nas Gerais, Antônio Carlos de Andrada.

S
Restavam dela aproximadamente 600 homens esfarrapa-

PE
Inesperadamente, no entanto, Washington Luís rompeu
dos, famintos e atingidos pela cólera. com o acordo e indicou para sua sucessão o presidente de

LO
São Paulo, do PRP, Júlio Prestes. Revoltado, Antônio Car-
GOVERNO WASHINGTON

A
los de Andrada procurou apoio político em outros Estados

UL
e aliou-se às oligarquias de Paraíba e do Rio Grande do
LUÍS (1926-1930)

PA
Sul. Insatisfeitos com o alijamento do poder, formaram a

NA
Aliança Liberal, que apresentou como candidatos Getú-
Após eleito, Washington Luís procurou concentrar poderes lio Vargas e João Pessoa.
4A
políticos em suas mãos e promover a pacificação interna. 30
Suspendeu o estado de sítio, atenuou a censura à imprensa Em seu programa político, a Aliança Liberal propunha a
70

e libertou vários presos políticos. adoção do voto secreto e do voto feminino, anistia política
35

e reforma agrária. Contava com o apoio de membros do


Em contrapartida, adotou uma série de medidas repressivas.
53

movimento tenentista, de oligarquias dissidentes e de ca-


Famoso pela frase “A questão social é um caso de polícia” a ele
03

madas médias urbanas.


atribuída, mas nunca provada como sua, seu governo aprovou
JO

a Lei Celerada, que estabelecia repressão às atividades políticas Após a contagem dos votos, o candidato Julio Prestes, do
PRP, foi declarado vencedor e deveria assumir a Presidên-
AU

e sindicais operárias, particularmente às ligadas aos comunis-


cia da República, em novembro daquele ano.
AR

tas, por considerá-las nocivas à ordem social e econômica.


S
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REVOLUÇÃO DE 1930
LO
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Dentre alguns políticos de oposição, Getúlio Vagas e João O movimento teve início no Rio Grande do Sul, em 3 de
NA

Pessoa aceitaram a derrota eleitoral da Aliança Liberal, mas outubro de 1930, sob a chefia de Getúlio Vargas e Oswal-
a maioria dos opositores, inconformados com o resultado, do Aranha. O poder federal foi assumido por uma junta
A

passaram a planejar uma conspiração. No entanto, no dia militar composta pelo almirante Isaías Noronha e pelos
304

26 de julho de 1930, João Pessoa foi assassinado por João generais Mena Barreto e Tasso Fragoso. Um mês depois
70

Dantas, em Recife, por questões de ordem pessoal. O crime do golpe, a chefia do governo foi entregue a Getúlio Var-
35

somou-se às acusações de fraude nas eleições presiden- gas, que tomou posse como chefe do governo provisório.
53

ciais e ao descontentamento popular com a crise econô- Estava consumada a chamada Revolução de 1930, que
03

mica, dando margem para o ataque ao Governo Federal. coroava a derrota das forças representadas pelos PRP e
O

PRM e a política do “café com leite”. Tinha início a Era


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Vargas, que se estendeu até 1945.


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VARGAS, APÓS A REVOLUÇÃO


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GOVERNO PROVISÓRIO DE GETÚLIO VARGAS (1930-1934)

4A
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35
Um mês depois da revolução, a junta militar que assumira ânimos dos opositores paulistas ao governo provisório, oli-

53
o poder transferiu a chefia do governo provisório a Getúlio garquias afastadas do poder e do controle político federal

03
Vargas, que imediatamente decretou: e estadual, visto que o Estado passou a ser governado pelo

JO
ƒ a suspensão parcial da Constituição de 1891; interventor João Alberto.

AU
ƒ o fechamento do Congresso Nacional, das assembleias Getúlio Vargas o havia nomeado interventor de São Pau-

AR
legislativas e das câmaras municipais; lo, logo que assumiu a chefia do governo provisório, para
substituir o general Hastinfilo de Moura, ligado ao Parti-

S
ƒ a destituição dos presidentes de todos os Estados e a

PE
do Democrático (PD), que havia apoiado a Revolução de
indicação de interventores ligados ao movimento te- 1930. Essa medida afastou o PD de Vargas e definiu sua

LO
nentista para os respectivos governos, exceto para Mi- aliança com o PRP em oposição ao governo provisório. Jun-

A
nas Gerais, uma vez que o governador Olegário Maciel tos, passaram a exigir a convocação de eleições e a imedia-

UL
havia apoiado a Revolução de 1930;
ta reconstitucionalização do Brasil.

PA
ƒ a formação de um ministério por representantes dos
A coalizão entre o Partido Republicano Paulista, (PRP) e o

NA
grupos políticos vencedores;
Partido Democrático (PD) sustentou a formação da Frente

4A
ƒ a criação dos Ministérios do Trabalho, Indústria e Co- Única Paulista (FUP), que se tornou porta-voz das reivindi-
30
mércio, da Educação e Saúde. cações de reconstitucionalização e de autonomia adminis-
70

Outra medida importante do novo governo foi a criação do trava para o Estado de São Paulo. Além disso, a FUP passou
35

Conselho Nacional do Café (CNC), que passaria a controlar a articular junto aos meios militares e entidades de classe
53

a produção e o comércio do principal produto de exporta- paulistas a preparação de um movimento armado contra o
03

ção brasileiro no período, o que denotou certo acordo com governo provisório.
JO

os representantes da oligarquia cafeeira. Como tentativa de arrefecer o movimento, em fevereiro de


AU

O governo provisório foi marcado pela criação das primei- 1932 foi apresentado o novo Código Eleitoral e marcadas
as eleições para maio de 1933.
AR

ras leis trabalhistas, estratégia política com a finalidade de


atender às reivindicações dos movimentos operários, ao O recuo de Vargas não foi suficiente para aplacar a exal-
S
PE

mesmo tempo em que os neutralizava, retirando suas ban- tação da FUP e dos paulistas, que promoviam grandes
deiras de luta e fazendo parecer uma “doação” do gover-
LO

manifestações contra o governo provisório, reivindicando


no ao operariado. A jornada de trabalho foi limitada a oito a imediata volta do país à normalidade constitucional. Em
A

horas diárias, com obrigatoriedade de descanso semanal


UL

uma dessas manifestações, no dia 23 de maio de 1932,


remunerado e direito a férias anuais de quinze dias úteis
PA

soldados fiéis a Vargas atiraram contra a multidão reuni-


sem prejuízo dos vencimentos. Todos esses itens consta- da na Praça da República e mataram quatro estudantes
NA

vam das pautas de reivindicações dos operários.


secundaristas: Mário Martins de Almeida, Euclides Bueno
A

Paralelamente à transformação das reivindicações traba- Miragaia, Dráusio Marcondes de Souza e Antônio Américo
04

lhistas em leis, o governo cerceava a liberdade sindical, Camargo de Andrade.


3
70

concentrando em suas mãos o papel de controlador dessa


35

atividade e determinando aos funcionários do Ministério


53

que assistissem às assembleias dos sindicatos. A legalidade


03

de um sindicato dependia do reconhecimento do Ministé-


rio do Trabalho, que poderia cassá-lo, caso se verificasse o
O

não cumprimento de uma série de normas.


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AU

REVOLUÇÃO CONSTITUCIONALISTA
AR

DE SÃO PAULO (1932)


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CARTAZ SOBRE AS MORTES DE MÁRIO MARTINS DE ALMEIDA,


As medidas governamentais e a publicação do Código EUCLIDES BUENO MIRAGAIA, DRÁUSIO MARCONDES DE
LA

Eleitoral, em 1932, não foram suficientes para acalmar os SOUZA E ANTÔNIO AMÉRICO CAMARGO DE ANDRADE
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Indignados, os paulistas se organizaram em um enorme
Governo constitucional de

NA
esforço de guerra. As indústrias mobilizaram-se para pro-
Getúlio Vargas (1934-1937)

4A
duzir armamentos, estimuladas pela Federação das Indús-

30
trias de São Paulo (Fiesp). A população civil, notadamente O início da década de 1930 no Brasil foi marcado pela po-

70
as mulheres, engajou-se na Campanha “Ouro para o Bem larização ideológica entre esquerda e direita, que defen-

35
de São Paulo”, que arrecadava joias para levantar recursos diam, respectivamente, o comunismo e o fascismo, reflexo

53
necessários ao esforço de guerra. Também elas formavam interno da situação internacional notadamente europeia. A

03
grupos de voluntários que costuravam fardas e agasalhos, polarização provocou intensos conflitos e disputas ideoló-
arrecadavam alimentos e medicamentos e cuidavam dos gicas em âmbito nacional entre a Ação Integralista Brasilei-

JO
soldados feridos. ra (AIB) e a Aliança Nacional Libertadora (ANL).

AU
As forças legalistas de Getúlio partiram de Minas Gerais e

AR
bloquearam o porto de Santos, facilitando a repressão. Em

S
1º de outubro, os paulistas renderam-se. Apesar da derrota

PE
militar, seus objetivos políticos foram atendidos: em 1933,

LO
houve eleições para a formação de uma Assembleia Nacio-
nal Constituinte, responsável pela promulgação, em 1934,

A
UL
de uma nova constituição para o Brasil.

PA
Constituição de 1934

NA
4A
A nova constituição brasileira, promulgada no ano de
1934, preconizava:
30
70

ƒ Regime presidencialista, com mandato presidencial de


35

quatro anos sem direito à reeleição.


53

ƒ Extinção do cargo de vice-presidente.


03

ƒ Representação estadual no congresso por dois sena-


JO

dores, com mandato de oito anos, e por um número de


AU

deputados proporcional à população do Estado, com


mandato de quatro anos.
AR

ƒ Voto secreto e universal para ambos os sexos, alfabeti-


S
PE

zados e maiores de 18 anos.


LO

ƒ Voto profissional (deputados classistas) escolhidos pe-


los sindicatos.
A

CARTAZ INTEGRALISTA
UL

ƒ Criação da Justiça Eleitoral.


PA

Fundada em 1932 por Plínio Salgado, a Ação Integralista


ƒ Ensino primário obrigatório e gratuito. Brasileira liderava a associação e pregava o combate brutal
NA

ƒ Obrigatoriedade das empresas estrangeiras emprega- ao comunismo, nacionalismo extremado e à formação de


A

rem no mínimo 2/3 de brasileiros. um Estado totalitário. Extremamente conservadores e intole-


04

ƒ Monopólio do Estado dos recursos hidrominerais. rantes, os integralistas defendiam a disciplina e a hierarquia
3
70

social, a censura, particularmente às atividades artísticas. Ti-


ƒ Nacionalização das companhias de seguro estrangeiras.
35

nham como lema: “Deus, pátria e família”. Os integrantes


ƒ Criação da Lei de Segurança Nacional e instituição do
53

vestiam camisas verdes que exibiam a letra grega ∑ (sigma)


03

mandato de segurança. e cumprimentavam-se com a saudação “anauê” (salve). Ins-


ƒ Incorporação das leis trabalhistas – limitação da jor- pirados pelo fascismo europeu, defendiam o monopartida-
J O

nada de trabalho para oito horas diárias, salário míni- rismo e o regime totalitário de governo.
AU

mo, descanso semanal obrigatório, férias remuneradas, A Aliança Nacional Libertadora era uma frente ampla
AR

indenização para demissão sem justa causa e licença- antifascista que reunia várias tendências: sociais demo-
S

-maternidade de 60 dias para as mulheres. cratas, socialistas, anarquistas, comunistas, sindicalistas e


PE

Além desses pontos, com a aprovação da nova constitui- antigos membros do tenentismo. Liderada por Luís Carlos
LO

ção, Vargas garantiu-se no poder pelo menos até 1938, Prestes, a ANL tinha como lemas: “Pão, terra e liberdade” e
LA

quando deveria haver novas eleições. “Todo poder à ANL”. Seu programa político defendia:
U
PA

140
A
AN
L
A
UL
PA
ƒ Nacionalização de empresas estrangeiras

NA
ƒ Suspensão do pagamento da dívida externa

4A
ƒ Realização de reforma agrária

30
70
ƒ Garantia das liberdades agrárias

35
ƒ Criação de um governo popular

53
03
Além de antifascista, a ANL opunha-se ao governo autori-
tário de Vargas, que, baseado na Lei de Segurança Nacio-

JO
nal, determinou, em julho de 1935, o fechamento da ANL

AU
e a prisão de vários de seus líderes, após discurso de Luís

AR
Carlos Prestes com críticas ao governo.

S
Em reação ao fechamento da ANL, seus membros passa-

PE
ram a atuar na clandestinidade e a organizar, com o apoio

LO
do Partido Comunista, um golpe para derrubar Getúlio Var-

A
gas da Presidência e preparar a implantação do comunis-

UL
mo no Brasil. Essa organização constituiu a chamada In- OLGA BENÁRIO PRESTES

PA
tentona Comunista, com início em novembro de 1935, Contudo, no mesmo ano, autoridades militares teriam

NA
quando ocorreram levantes nas cidades de Natal, Recife e descoberto e divulgado um suposto plano comunista para
Rio de Janeiro.
4A
tomar o poder no Brasil, derrubar Getúlio e assassinar polí-
O governo Vargas usou a Intentona para justificar a im- ticos – o Plano Cohen. Tratava-se de um plano comunista
30
que visava à tomada do poder à custa de assassinatos, luta
70

plantação do estado de sítio e recorrer a instrumentos re-


armada, invasão de lares e outras tantas violências. Consti-
35

pressivos – torturas, prisões arbitrárias de comunistas ou


tuído em pretexto para o golpe, esse plano era uma frau-
53

acusados de esquerda, até a identificação e total desarticu-


de forjada pelo capitão Olímpio Mourão Filho, membro do
03

lação deles. Prestes foi preso em 1936 e sua mulher, a judia


comunista alemã Olga Benário Prestes, depois de presa, foi movimento integralista.
JO

extraditada para a Alemanha, morrendo na prisão Barni- No entanto, a mentira cumpriu seu propósito: os parlamen-
AU

mstradebe, um recinto prisional feminino. tares aceitaram o pedido de implantação do estado de sítio
AR

Já em 1937, foram marcadas eleições presidenciais para solicitado por Vargas, que fechou o Congresso Nacional, no
S

a escolha de um sucessor para Getúlio Vargas. Seu man- dia 10 de novembro de 1937, e outorgou uma nova consti-
PE

dato de quatro anos aproximava-se do final e, de acor- tuição para o Brasil, que consumou o golpe de Estado e inau-
LO

do com a Constituição de 1934, não havia possibilidade gurou a ditadura do Estado Novo até 1945. Os partidos
políticos foram proibidos, inclusive a AIB, que havia apoiado
A

dele ser reeleito. Vargas chegou a indicar o candidato que


UL

apoiaria: o paraibano José Américo de Almeida. Plínio o golpe, instalou-se a censura, avançaram as perseguições
PA

Salgado e Armando Salles de Oliveira também lançaram políticas e a tortura. Iniciava o flerte de Vargas com a Alema-
candidatura à Presidência. nha nazista, observado de perto pelos Estados Unidos.
A NA
304
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35
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03
JO
AU
AR
S
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U
PA

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A
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L
A
UL
PA
U.T.I. - Sala a) Explique por que a “nuvem da emancipação” não

NA
parava de crescer naquela conjuntura.

4A
1. (FUVEST) A extinção do tráfico de escravos africanos b) Com base na ilustração e nos seus conhecimentos,
identifique dois argumentos utilizados por uma parcela

30
no Brasil ocorreu em 1850. Com relação a esse marco
dos proprietários de escravos para se oporem ao cresci-

70
histórico:
mento da “nuvem da emancipação”.

35
a) explique o papel da Inglaterra nessa decisão.

53
b) relacione-o com a chegada de imigrantes. 5. (FUVEST)

03
“Canudos não se rendeu. Exemplo único em toda a História, resis-
2. (UNICAMP)

JO
tiu até ao esgotamento completo. [...] Caiu no dia 5, ao entardecer,
São Paulo, quem te viu e quem te vê! Tinhas então as tuas ruas sem quando caíram os seus últimos defensores, que todos morreram.

AU
calçamento, iluminadas pela luz baça e amortecida de uns lampiões Eram quatro apenas: um velho, dois homens feitos e uma criança,

AR
de azeite; tuas casas, quase todas térreas, tinham nas janelas umas na frente dos quais rugiam raivosamente cinco mil soldados.”
rótulas através das quais conversavam os estudantes com as namo-

S
radas; os carros de bois guinchavam pelas ruas carregando enormes EUCLIDES DA CUNHA, OS SERTÕES.

PE
cargas e guiados por míseros cativos. Eras então uma cidade pura- Relacione o movimento de Canudos com:

LO
mente paulista, hoje és uma cidade italiana!! Estás completamente a) os problemas econômico-sociais da região.
transformada, com proporções agigantadas, possuindo opulentos e b) a crença religiosa e a luta política da população.

A
UL
lindíssimos prédios, praças vastas e arborizadas, ruas todas calçadas,
cortadas por diversas linhas de “bond”, centenas de casas de negó- 6. (UNICAMP)

PA
cios e a locomotiva soltando seus sibilos progressistas.
“Com 800 mil habitantes, o Rio de Janeiro era uma cidade perigosa.

NA
ADAPTADO DE: PINTO, ALFREDO MOREIRA. A CIDADE DE SÃO PAULO EM 1900. Espreitando a vida dos cariocas estavam diversos tipos de doenças,

4A
SÃO PAULO: GOVERNO DO ESTADO DE SÃO PAULO, 1979, P. 8-10. bem como autoridades capazes de promover sem qualquer cerimô-
nia uma invasão de privacidade. A capital da jovem República era
30
a) Cite duas transformações mencionadas no texto que
marcam a oposição entre atraso e progresso. uma vergonha para a nação. As políticas de saneamento de Oswaldo
70

Cruz mexeram com a vida de todo mundo. Sobretudo dos pobres. A


b) De que formas a economia cafeeira contribuiu para
35

lei que tornou obrigatória a vacinação foi aprovada pelo governo em


as transformações observadas pelo autor?
53

31 de outubro de 1904; sua regulamentação exigia comprovantes


03

de vacinação para matrículas em escolas, empregos, viagens, hos-


3. (FUVEST) A vitória do regime republicano no Brasil
pedagens e casamentos. A reação popular, conhecida como Revolta
(1889) e a consequente derrubada da monarquia po-
JO

da Vacina, se distinguiu pelo trágico desencontro de boas intenções:


dem ser explicadas, levando-se em conta diversos fato-
AU

as de Oswaldo Cruz e as da população. Mas em nenhum momento


res. Entre eles, explique:
podemos acusar o povo de falta de clareza sobre o que acontecia
AR

a) a importância do Partido Republicano. à sua volta. Ele tinha noção clara dos limites da ação do Estado.”
b) o papel dos militares apoiados nas ideias positivistas.
S

ADAPTADO DE: CARVALHO, JOSÉ MURILO DE. “ABAIXO A VACINA!”.


PE

REVISTA NOSSA HISTÓRIA, ANO 2, N. 13, NOVEMBRO DE 2004, P. 74.


4. (PUC-RJ) A capa da Revista Ilustrada do ano de 1880
LO

apresenta a ilustração de Ângelo Agostini intitulada A partir da leitura do texto e de seus conhecimentos,
A

“Emancipação uma nuvem que não para de crescer”. responda às questões a seguir.
UL

a) De que maneira as medidas sanitárias, no Rio de Ja-


PA

neiro do início do século XX, “mexeram com a vida de


todo mundo, sobretudo dos pobres”?
NA

b) Indique dois fatores que restringiam a participação


A

política dos trabalhadores na primeira República.


304

7. (FUVEST)
70
35
53
03
J O
AU
AR
S
PE
LO
LA
U
PA

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A
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L
A
UL
PA
U.T.I. - E.O.

NA
4A
1. (PUC-RJ) A desagregação da ordem escravista ocor-

30
reu de modo diverso no Império do Brasil e nos Estados

70
Unidos da América, no decorrer da segunda metade do

35
século XIX.

53
03
JO
AU
AR
Esses dois quadros, pintados em datas muito próximas,
indicam a placidez de São Paulo (1827) e a agitação do

S
Rio de Janeiro (1832) nessa época. Considerando os

PE
contextos sugeridos pelas duas pinturas responda:

LO
a) Quais as principais características das duas cidades,

A
em termos econômicos?

UL
b) Quais as diferenças existentes entre elas em termos a) Tendo como referência os seus conhecimentos e a

PA
políticos e culturais? charge reproduzida a seguir, caracterize uma diferença

NA
entre escravistas, emancipacionistas e abolicionistas
8. (UFRJ) no Império do Brasil, nas duas últimas décadas da es-

4A
“D. Pedro I, por graça de Deus e unânime aclamação dos povos, cravidão.
30
Imperador Constitucional e Defensor Perpétuo do Brasil: Fazemos b) No caso dos EUA, a extinção da escravidão ocor-
70

saber a todos os nossos súditos, que tendo-nos requerido os povos reu em condições históricas marcadamente diferentes
deste Império, juntos em Câmaras, que nós quanto antes jurássemos
35

daquelas verificadas na sociedade imperial brasileira.


e fizéssemos jurar o Projeto de Constituição (...).” Descreva essas condições.
53

(PREÂMBULO DA CONSTITUIÇÃO POLÍTICA DO IMPÉRIO DO BRAZIL, 1824.)


03

2. (UFRJ)
Identifique, no preâmbulo da Constituição de 1824,
JO

uma passagem que expresse a incorporação de certas “Os paulistas não fazem resistência (...) do que eles fazem questão
AU

inovações políticas que caracterizavam a Europa desde séria (...) é da substituição e permanência no trabalho, e desde que
fins do século XVIII. Justifique sua resposta.
AR

o governo cure seriamente de empregar os meios que facilitem a


substituição do trabalho escravo, desde que facilite a aquisição de
S

9. (UFRJ) A Lei Euzébio de Queiroz e a Lei de Terras, am- braços livres que garantam a permanência do trabalho (...) os pau-
PE

bas de setembro de 1850, são consideradas marcos na listas estarão satisfeitos e não farão questão de abrir mão de seus
LO

modernização da sociedade brasileira. escravos sem indenização (...)”.


a) Explicite o conteúdo de cada uma dessas leis. (DISCURSO DE PRUDENTE DE MORAES EM SANTOS, J.M. “OS
A

REPUBLICANOS PAULISTAS E A ABOLIÇÃO”. SP: MARTINS, P. 225.)


UL

b) Explique os motivos pelos quais ambas as leis são


A posição defendida pelos cafeicultores paulistas, em
PA

consideradas marcos na modernização da sociedade


brasileira. relação ao problema da mão de obra, acabou sendo im-
NA

portante para a substituição do escravo por um tipo de


10. (UERJ) trabalhador não cativo.
A
04

a) Apresente uma razão para a escolha do trabalhador


3

europeu (e não do asiático ou do nacional) no processo


70

de substituição do escravo.
35

b) Explique o questionamento existente ao termo “abo-


53

licionista” para caracterizar leis como a do “Ventre


03

Livre” (1871) ou dos “Sexagenários” (1885).


O

3. (UNICAMP) A fotografia assume um papel importante na


J
AU

construção da imagem de um Brasil muito mais ligado com


o futuro imperial do que com o seu passado colonial. A ne-
AR

Essa ilustração foi publicada em 1865, durante a guer- cessidade da experiência visual é uma constante no século
ra do Paraguai, e reflete o posicionamento de vários
S

XIX. Numa sociedade em que a grande maioria da popu-


membros das elites intelectuais brasileiras favoráveis
PE

lação era analfabeta, tal experiência possibilitava um novo


à guerra.
LO

tipo de conhecimento, mais imediato, mais generalizado, ao


Apresente dois argumentos, utilizados na época, para mesmo tempo que habilitava os grupos sociais a formas de
LA

justificar a participação do Brasil nesse conflito. auto-representação até então reservadas à pequena parte
U
PA

143
A
AN
L
A
UL
PA
da elite que encomendava a pintura de um retrato. 6. (UFRJ)

NA
ADAPTADO DE: MAUAD, ANA MARIA. “IMAGEM E AUTOIMAGEM “Convênio entre os estados do Rio de Janeiro, Minas Gerais e São

4A
DO SEGUNDO REINADO”. IN: ALENCASTRO, LUIZ FELIPE DE Paulo, para o fim de valorizar o café, regular o seu comércio, promo-
(ORG.). HISTÓRIA DA VIDA PRIVADA NO BRASIL. SÃO PAULO:

30
ver o aumento do seu consumo e a criação da Caixa de Conversão,
COMPANHIA DAS LETRAS, 1997, VOL. 2, P. 187-189.

70
fixando o valor da moeda.

35
a) Segundo o texto, quais eram as funções da fotografia Art. 10. Durante o prazo que foi conveniente, os Estados contratan-

53
no Brasil do século XIX? tes obrigam-se a manter nos mercados nacionais, o preço mínimo de

03
b) Cite duas características do “passado colonial” que 55 a 65 fr. em ouro, em moeda corrente do país, ao câmbio do dia,
permaneceram durante o Império. por saca de 60 quilos de café (...).”

JO
[“DOCUMENTOS PARLAMENTARES. VALORIZAÇÃO DO CAFÉ, TOMO I”, (1895-
4. (UNICAMP) Iniciada como conflito entre facções da

AU
1906). RJ: TIPOGRAFIA DO JORNAL DO COMÉRCIO, 1915, P. 228.]
elite local, a Cabanagem, no Pará (1835-1840), aos pou-

AR
cos fugiu ao controle e tornou-se uma rebelião popu- O ano de 2006 assinala os cem anos da assinatura do
lar. A revolta paraense atemorizou até mesmo liberais

S
Convênio de Taubaté, marco fundamental das políticas
como Evaristo da Veiga. Para ele, tratava-se de gental-

PE
de valorização do café que se reproduziram até o final
ha, crápula, massas brutas. Em outras revoltas, o con- dos anos 20 do século passado.

LO
flito entre elites não transbordava para o povo. Trata-
a) Explique como seria alcançado o objetivo formulado
va-se, em geral, de províncias em que era mais sólido

A
no Art. 10.

UL
o sistema da grande agricultura e da grande pecuária.
Neste caso está a revolta Farroupilha, no Rio Grande do b) Aponte as razões que impediram a continuidade das

PA
Sul, que durou de 1835 a 1845. valorizações do café, tal qual se davam, até então, a

NA
partir do final dos anos 1920.
ADAPTADO DE: CARVALHO, JOSÉ MURILO DE.

4A
“A CONSTRUÇÃO DA ORDEM: A ELITE IMPERIAL. TEATRO DE SOMBRAS: A POLÍTICA
7. (UFMG) Em 1897, o Exército contratou o fotógrafo
IMPERIAL”. RIO DE JANEIRO: CIVILIZAÇÃO BRASILEIRA, 2003. P. 252-253.
30
Flávio de Barros para documentar aquela que viria a
ser a última expedição militar contra os seguidores
70

a) Segundo o texto, o que diferenciava a Cabanagem


de Antônio Conselheiro. Em meio à luta, o brigadeiro
35

da Farroupilha?
Marcos Evangelista Villela Júnior, que combateu os
53

b) Quais os significados das revoltas provinciais para a


consolidação do modelo político imperial? rebelados de Canudos nesse ano, disse que a popu-
03

lação de Belo Monte era composta por “vinte e cinco


c) O que levava as elites agricultoras e pecuaristas a se mil bandidos em armas”, o que, na sua opinião, im-
JO

rebelarem contra o poder central do Império? punha a necessidade de se exterminar o movimento


AU

liderado por Conselheiro.


5. (UFJF) Observe o mapa.
AR

Observe esta fotografia, produzida, nesse mesmo ano,


logo após a vitória das tropas republicanas sobre os re-
S

belados de Canudos:
PE
LO
A
UL
PA
A NA
3 04
70
35
53
03

a) Com base na composição e nas informações dessa fo-


tografia, estabeleça uma relação entre o que se vê nela
O

e a afirmativa do brigadeiro Marcos Evangelista Villela


J

No período regencial (1831-1840), uma série de confli-


AU

tos surgiu em algumas províncias brasileiras. Sobre esse Júnior a respeito do movimento de Canudos.
AR

contexto, responda ao que se pede. b) Cite e analise dois argumentos que levaram muitos
a) Cite e analise duas características do contexto no contemporâneos do movimento de Canudos a classi-
S

qual ocorreram esses conflitos assinalados no mapa. ficá-lo como um obstáculo à consolidação da república.
PE

b) Eleja um desses conflitos e analise-o.


LO
LA
U
PA

144
A
AN
L
A
UL
PA
8. (UFF)

NA
“O coronelismo é um sistema político, uma complexa rede de re-

4A
lações que vai desde o coronel até o presidente da República, en-

30
volvendo compromissos recíprocos. O coronelismo, além disso, é

70
datado historicamente. Na visão de Vitor Nunes Leal ele surge na
confluência de um fato político com uma conjuntura econômica. O

35
fato político é o federalismo implantado na República (...) A conjun-

53
tura econômica era a decadência econômica dos fazendeiros.”

03
ADAPTADO DE: CARVALHO, JOSÉ MURILO DE. “MANDONISMO, CORONELISMO

JO
E CLIENTELISMO: UMA DISCUSSÃO CONCEITUAL”. IN: ______. “PONTOS
E BORDADOS”. BELO HORIZONTE: UFMG, 1998, P. 131-32.

AU
Com base no texto apresentado:

AR
a) indique o período da História do Brasil em que o cor-

S
onelismo teve o seu auge.

PE
b) Levando-se em conta as transformações políticas

LO
verificadas no Brasil, sobretudo após a implantação da
ditadura do Estado Novo em 1937, compare os regimes

A
UL
políticos baseados no coronelismo e no autoritarismo.

PA
9. (PUC-RJ) As transformações ocorridas no centro da
cidade do Rio de Janeiro, resultantes das reformas ur-

NA
bana e sanitária implementadas pelo prefeito Pereira

4A
Passos, no início do século XX, alteraram a fisionomia 30
da cidade e as vidas de seus habitantes.
70

a) Cite duas transformações ocorridas, relacionando-as


a uma dessas reformas.
35
53

b) Identifique e explique uma reação popular à reforma


sanitária implementada durante o governo do prefeito
03

Pereira Passos, na cidade do Rio de Janeiro.


JO

10. (FUVEST) A vitória do regime republicano no Bra-


AU

sil (1889) e a consequente derrubada da monarquia


AR

podem ser explicadas, levando-se em conta diversos


fatores. Entre eles, explique:
S
PE

a) a importância do Partido Republicano.


LO

b) o papel dos militares apoiados nas ideias positivistas.


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35
FILOSOFIA

70
30
4A
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PA
UL
A
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UL
PA
NA
EMPIRISMO

4A
30
70
35
JOHN LOCKE (1632-1704) O conceito de propriedade, para ele, é bastante diferente de

53
seus predecessores. Numa concepção genérica, designava

03
“Supomos, pois, que a mente é, como dissemos, um papel simultaneamente a vida, a liberdade e os bens; tudo isso se
constituiria como direitos naturais do ser humano. Em ter-

JO
branco, desprovida de todos os caracteres, sem quaisquer
mos especificamente materiais, ao incorporar o seu traba-

AU
ideias; como ela será suprimida? De onde lhe provém este
vasto estoque, que a ativa e que a ilimitada fantasia do lho à matéria bruta que se encontrava em estado natural, o

AR
homem pintou nela com uma variedade quase infinita? De homem tornava-a sua propriedade, estabelecendo sobre ela

S
onde apreende todos os materiais da razão e do conhe- um direito próprio do qual estavam excluídos todos os outros

PE
cimento? A isso respondo, numa palavra, da experiência. homens. O trabalho era, pois, na concepção de Locke,

LO
Todo nosso conhecimento está nela fundado e dela deriva o fundamento originário da propriedade.

A
fundamentalmente o próprio conhecimento” Para Locke, o estado de natureza não é um estado de

UL
(LOCKE, ENSAIO SOBRE O ENTENDIMENTO HUMANO) guerra, como preconizava Hobbes, mas uma condição em

PA
que o homem vive em plena liberdade e igualdade, sem su-
bordinação e sem ver-se submetido a qualquer autoridade

NA
legal. O exercício da razão e da virtude, além da fruição da
4A
propriedade, ocorreriam com plenitude. Nessa situação, nin-
30
guém teria mais do que necessita para viver plenamente.
70

Contudo, o estado de natureza, relativamente pacífico, não


35

está isento de inconvenientes, como a violação da proprie-


53

dade que, na falta de lei estabelecida, de juiz imparcial e de


03

força coercitiva para impor a execução de sentenças, coloca


JO

os indivíduos singulares em estado de guerra uns contra os


AU

outros. É a necessidade de superar esses inconvenientes que,


segundo Locke, leva os homens a se unirem e estabelecerem
AR

JOHN LOCKE
livremente o contrato social, que realizava a passagem do
S

estado de natureza para a sociedade política e civil. Esta é


PE

OS DOIS TRATADOS SOBRE formada por um corpo político único, dotado de legislação,
LO

de judicatura e da força concentrada da comunidade.


O GOVERNO CIVIL
A

O objetivo central da autoridade política seria o de preser-


UL

John Locke é considerado como um dos autores clássicos var a propriedade privada, ou seja, o direito natural dos
PA

do liberalismo. Sua concepção da natureza humana e da indivíduos, além de proteger a comunidade de perigos
NA

ordem político-social é tida como base para diversos au- internos e externos. Vale salientar que, para o filósofo, o
A

tores dessa corrente. Em seu primeiro tratado sobre o go- contrato social é um pacto de consentimento: os homens
04

verno civil, Locke desenvolveu uma visão crítica a respeito concordam livremente em formar a sociedade civil para
3

da teoria divina do direito dos reis, rechaçando a ideia de preservar seus direitos. Logo, nenhum membro da so-
70

que a autoridade política fora concedida por Deus a Adão ciedade estaria acima do contrato social.
35

e transmitida, por sucessão, a seus descendentes.


53
03

Locke afirmava que o mundo era constituído por três estra-


tos: Deus, o homem e as coisas. Nesse sentido, a relação
J O

entre os homens está definida nos termos da propriedade.


AU

A liberdade, por consequência, seria aquela condição em


AR

que cada um coordena suas ações e dispõe de suas pos-


S

ses e pessoas como julga oportuno; portanto, a liberdade


PE

opera quando a relação entre os homens não obstaculiza


LO

a relação entre os homens e as coisas. O gozo da proprie-


dade privada constitui a liberdade natural dos indivíduos.
LA

LONDRES
U
PA

148
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AN
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A
UL
PA
Para ele, a vantagem da sociedade política é tanto maior
O EMPIRISMO DE BACON

NA
quanto mais eficientemente protege, sob o amparo da lei,

4A
a liberdade e os bens dos súditos, isto é, princípios incom- Bacon acreditava que somente a experimentação e a

30
patíveis com o Absolutismo. experiência concreta do indivíduo seriam formas váli-

70
“Considero, portanto, poder político o direito de fazer leis das de busca pelo conhecimento. O filósofo rejeitava

35
com pena de morte e, consequentemente, todas as pena- qualquer formulação racionalista, abstrata (distanciada

53
lidades menores para regular e preservar a propriedade, da realidade prática) e rebuscada para a realização do

03
de empregar a força da comunidade na execução de tais conhecimento. Para Bacon, a mente humana (e a ra-
zão humana, portanto) distorce a realidade. O pensador

JO
leis e na defesa da comunidade de dano exterior; e tudo
conclui, a partir daí, que a razão não é confiável ao se

AU
isso tão-só em prol do bem público.”
tentar responder às grandes questões da humanidade.
(LOCKE, SEGUNDO TRATADO SOBRE O GOVERNO CIVIL)

AR
O MÉTODO DE BACON
Para Locke como nenhum indivíduo ou grupo está acima

S
PE
do contrato social, um governo que constantemente viola a

LO
lei estabelecida e atenta contra a propriedade, torna-se ile- Bacon tenta, em seu projeto filosófico, compreender quais
gal, ou seja, degenera-se em tirania, visto que não atende

A
são os obstáculos que se apresentam aos seres humanos

UL
mais ao bem público. Sob tais circunstâncias, Locke defen- para a compreensão do mundo em que vivemos. O pen-

PA
de a doutrina da legitimidade da resistência, confe- sador deseja propor um método que não se sujeite a tais
rindo ao povo o legítimo direito de resistência armada aos obstáculos. Em sua obra, Bacon chama tais obstáculos de

NA
que atentam contra os direitos individuais e naturais. Tal ídolos, em referência a tudo aquilo que é ilusório.
4A
doutrina ajudou a insuflar inúmeras revoluções liberais que
Como vimos, a utilização indiscriminada da razão humana
30
eclodiram posteriormente na Europa e na América.
(ídolo da tribo) é um destes ídolos, pois esta tem a pro-
70

FRANCIS BACON
priedade de distorcer a realidade. A enorme diversidade
35

encontrada no intelecto dos homens e as dificuldades de


53

comunicação (palavras com múltiplos significados, ambi-


03

guidades etc.) com que se deparam muitos pensadores


JO

são dois outros ídolos (ídolo da caverna e ídolo do foro)


AU

apontados por Bacon. Por fim, o autor aponta como último


AR

ídolo (ídolo do teatro) teorias e doutrinas filosóficas que


concebem mundos imaginários e apresentam ideias que
S
PE

não encontram correspondência na realidade.


LO

Qual é, então, o método proposto por Bacon para que a


ciência não incorra nestes ídolos? Para o pensador, o mé-
A
UL

todo em questão é o método indutivo, caracterizado pela


PA

observação criteriosa dos fenômenos. Essa observação da


realidade vai permitir ao cientista identificar regularidade
NA

nos fenômenos em questão e, a partir desta regularidade,


A

elaborar uma lei geral capaz de explicar situações parti-


04

culares. Dessa forma, diz Bacon, é possível produzir co-


3
70

nhecimento sólido e seguro, de modo a produzir avanços


35

Francis Bacon foi um pensador inglês nascido em 1561,


técnico-científicos.
53

em Londres, e falecido em 1626. É considerado por mui-


03

tos um dos primeiros grandes pensadores modernos. Vale notar que o método indutivo já havia sido proposto por
Aristóteles, mas Bacon diverge do pensamento aristotélico em
O

Fortemente influenciado pelo espírito de sua época, Bacon


alguns aspectos, propondo portanto algo original. Para Aristó-
J

se dedica ao desenvolvimento de um método experimen-


AU

teles, a mente humana possuía uma disposição inata, natural


tal que rejeitasse formulações especulativas e distantes
AR

da realidade cotidiana. Suas principais obras são Novum para o conhecimento; para Bacon, como vimos, era necessário
preparar previamente a mente humana para o conhecimento,
S

Organum, em que o autor tece uma crítica à metodologia


PE

empregada por Aristóteles em seu pensamento, e O pro- eliminando os ídolos que poderiam comprometê-lo.
LO

gresso do saber, na qual o autor explana sua concepção


LA

de método científico.
U
PA

149
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UL
PA
DAVID HUME Embora para o filósofo a impressão seja a causa direta da

NA
ideia, podemos por vezes criar uma ideia que não exista na

4A
realidade; é o caso de anjos e outras criaturas mitológicas, que

30
existem apenas na imaginação, pois não passam de produto

70
da mente humana. Repare que, no exemplo do anjo, as asas

35
vêm de uma impressão simples (a observação de uma ave, por

53
exemplo, que existe na realidade) e o corpo de homem vem

03
de outra impressão simples. Por isso, Hume diria que um anjo
é uma ideia complexa: algo inexistente na realidade, formado

JO
por uma composição de impressões simples. Como veremos

AU
adiante, Hume detalha estes tipos de raciocínio para embasar

AR
seu método, que consiste em verificar se as diferentes concep-
ções e ideias humanas teriam correspondência na realidade.

S
PE
Essa investigação é o grande projeto filosófico de Hume.
David Hume foi um filósofo escocês nascido em Edimbur-

LO
go, no ano de 1711, e falecido em 1776. O filósofo se tor-
nou notável por, entre outras coisas, seu empirismo radical O MÉTODO DE HUME

A
UL
e sua influência na obra de outro importante pensador,
Como vimos, o método de Hume consiste em verificar se as

PA
Immanuel Kant. Por ter vivido durante o período do Ilumi-
nismo, o chamado “século das luzes”, o filósofo foi con- ideias humanas encontram amparo na realidade, na vida

NA
temporâneo de pensadores como Voltaire, Montesquieu e cotidiana. O filósofo acreditava que de nada vale produzir

4A
Rousseau. Com apenas 28 anos, Hume publica sua obra um pensamento extremamente sofisticado caso este seja
abstrato ou não se verifique ou encontre correspondência
30
mais importante, Tratado sobre a natureza humana.
na realidade. No caso de a ideia não passar pelo crivo da
70

O EMPIRISMO DE HUME realidade, ela é falseada e deve ser descartada.


35
53
03

Seguindo a tradição empirista, David Hume acreditava que


somente a reflexão acerca da vida cotidiana e a experimen-
JO

tação do mundo poderiam fornecer as respostas buscadas


AU

pela humanidade.
AR

O filósofo dizia que noções falsas, raciocínios abstratos... Em


S

suma, tudo aquilo que não passasse de mero produto da


PE

mente e da imaginação humana deveria ser eliminado antes


LO

de se iniciar o processo de busca pelo conhecimento. Qual-


quer forma de raciocínio rebuscado seria incapaz de explicar as
A
UL

questões com as quais a humanidade tipicamente se preocu-


PA

pa. O verdadeiro conhecimento seria encontrado na observa-


ção e experimentação da realidade, da vida cotidiana, dizia ele.
A NA

OS TIPOS DE RACIOCÍNIO
04

Mas como, exatamente, Hume propunha fazer isso? O


PARA HUME
3
70

filósofo se perguntava, antes de tudo, de onde vinha de-


35

terminada ideia (ou seja, de quais impressões ela vinha).


Hume afirma que existem dois tipos de raciocínio humano:
53

Dessa maneira, Hume poderia criticar qualquer ideia que


as impressões e as ideias. A impressão seria, para ele, a
03

fosse absurda ou demasiadamente abstrata.


percepção imediata que temos da realidade exterior a nós;
O

A QUESTÃO DO DIVINO
a ideia, diz, é a lembrança dessa impressão. Se comermos
J
AU

uma maçã, no momento da mordida teremos uma impres-


AR

são. Ao nos lembrarmos de seu gosto, teremos uma ideia. Hume diz que, quando imaginamos Deus, criamos na
A impressão, diz Hume, é sempre mais forte e vívida do que nossa mente a imagem de um ser complexo. Isso por-
S

a ideia, pois esta última não passa de mera lembrança da


PE

que atribuímos a Deus diversas características provenien-


primeira, desbotada e corroída pelo tempo. Hume diz ainda
LO

tes de múltiplas impressões simples (podemos dizer, por


que ambos os tipos de raciocínio, as impressões e as ideias, exemplo, que Deus é infinitamente bondoso, sábio e in-
LA

podem ser simples ou complexas.


U
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teligente). Embora faça tal afirmação, Hume rejeita qual- Partindo deste raciocínio, é razoável supor que a mente de uma

NA
quer tentativa de demonstrar a existência ou inexistência criança de 3 ou 4 anos, que teve pouco contato com o mundo

4A
de Deus. Essa recusa faz sentido, uma vez que a tentativa real, funciona de maneira diferente da de um homem adulto,

30
de comprovar uma religião por meio de lógica e razão que provavelmente já encara o mundo como algo banal.

70
humana é um projeto tipicamente racionalista.

LEI DA CAUSALIDADE

35
Pode se dizer, portanto, que a posição de Hume em relação a

53
Deus era de agnosticismo. Ele não rejeitava a ideia do divino,

03
mas acreditava ser impossível comprová-la por meio do co- Como vimos, a mente de uma criança funciona de ma-
neira diferente da mente adulta. Isso porque a mente

JO
nhecimento humano. Para ele, Deus era simplesmente uma
questão de fé. Em outras palavras: Hume não acreditava em adulta já experimentou infinitas situações da realidade,

AU
Deus por jamais ter tido contato (experimentado, portanto) enquanto a mente infantil é como uma “folha em bran-

AR
com nenhuma divindade, mas também não rejeitava sua exis- co”, livre de opiniões preconcebidas e preconceitos. Se

S
tência por jamais ter experimentado o fato de Deus não existir. perguntarmos a um adulto o que aconteceria se alguém

PE
soltasse um copo de cristal no chão, ele responderia que

LO
A IDENTIDADE PARA HUME com toda a certeza o copo cairia e se despedaçaria. E

A
mais: o adulto ficaria chocado caso isso não acontecesse

UL
De maneira análoga à ideia de Deus, a nossa identidade, (imagine que o copo flutuasse suavemente, por exemplo,

PA
ou o eu, é bastante complexa, pois é formado a partir de até encontrar o chão, e nele repousasse intacto). Se um
bebê observasse essa cena extraordinária, contudo, ele

NA
múltiplas ideias simples (uma pessoa pode ser inteligente,
atraente, maldosa...), e de forma alguma é imutável, está- provavelmente não ficaria tão espantado assim. Isso por-

4A
tica. A personalidade de um indivíduo se altera de acordo que o bebê ainda não adquiriu a noção plena daquilo
30
com suas experiências, sendo moldada pela vida cotidiana que chamamos de leis naturais, e não teria como saber
70

e pela realidade à sua volta. Hume afirma que estamos que um copo flutuante as contraria (no caso, a gravida-
35

em constante mudança enquanto indivíduos. Não somos de). Como diria Hume, a natureza ainda não se tornou
53

os mesmos de 5 ou 10 anos atrás, e provavelmente não habitual para ele; assim, o bebê percebe o mundo e o
03

seremos os mesmos em 30 anos. experimenta tal como ele é – sem acrescentar qualquer
coisa às suas experiências.
JO
AU
AR
S
PE
LO
A
UL
PA
A NA
304
70
35

Em sua obra, Hume dá o exemplo da bola de bilhar para cri- primeira colocar a segunda em movimento – mas jamais a
53

ticar a ideia de causalidade: ao bater uma bola de bilhar em verdadeira causa. Essa argumentação pode parecer dema-
03

outra bola de bilhar, nós esperamos que a primeira coloque a siadamente rigorosa à primeira vista, mas é importante pois
O

segunda em movimento, pois vimos isso acontecer inúmeras evidencia que, para Hume, a expectativa da segunda bola
J
AU

vezes. É a força do hábito que nos faz prever o movimen- ser colocada em movimento pela primeira reside na consci-
to da segunda bola. Devemos lembrar que, para Hume, um ência humana – assim como reside na consciência humana
AR

empirista inveterado, só podemos ter certeza daquilo que a expectativa do copo cair e se quebrar ao ser solto no ar. É,
S

experimentamos. Mas ninguém experimenta a causa pela portanto, um resultado de nossas experiências; nenhum ser
PE

qual a segunda bola começa a se movimentar: o que experi- humano nasce com a expectativa de um copo cair no chão e
LO

mentamos inúmeras vezes é um evento seguindo-se a outro, se quebrar ao ser solto, mas sim a adquire à medida em que
LA

ao observarmos repetidamente duas bolas se chocarem e a experimenta o mundo, o vivencia.


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NA
ILUMINISMO FRANCÊS

4A
30
70
VOLTAIRE (1694-1778)

35
te todo o conhecimento humano reunido em vários campos

53
até aquele ponto. Com vinte e oito volumes – dezessete tex-

03
O principal satírico do Iluminismo, François-Marie Arouet, tos, onze ilustrados – a Encyclopédie editada por Diderot foi
publicada, um volume de cada vez, de 1751 a 1772. Diderot,

JO
mais conhecido por seu pseudônimo Voltaire (1694-1778),
assistido pelo matemático francês Jean Le Rond d'Alembert

AU
entrou no mundo literário como dramaturgo. Ele rapi-
damente tornou-se famoso por sua inteligência e sátira, por parte do projeto coletou meticulosamente o máximo de

AR
bem como as alegações de difamação, que muitas vezes conhecimento da era iluminista possível. Depois do envolvi-
mento de Diderot, sete volumes adicionais foram completa-

S
lhe resultaram punições, dentro e fora da França. Voltaire

PE
passou um período de exílio na Inglaterra durante o qual dos, mas o próprio Diderot não os editou.

LO
ele foi introduzido para as obras de Locke e Newton. Os

A
dois pensadores tiveram um profundo impacto no jovem

UL
Voltaire, que se tornou extremamente prolífico nos anos

PA
que se seguiram, sendo autor de mais de sessenta peças e

NA
romances e inúmeras outras letras e poemas.

4A
Voltaire era um deísta declarado, acreditando em Deus,
mas odiando a religião organizada. Como resultado, ele
30
tornava o cristianismo – que ele chamou de “superstição
70

glorificada“ – um alvo frequente de sua inteligente crítica.


35

Voltaire também foi um fervoroso defensor da monarquia


53

DENIS DIDEROT
e passou um tempo considerável trabalhando na reforma
03

judicial. Além de apenas fatos, definições e explicações, a Ency-


JO

Mais tarde, depois de saltar para vários países e trabalhar clopédie também incluiu espaço para que os philosophes
AU

com vários contemporâneos notáveis, Voltaire escreveu a discutissem seus pensamentos sobre vários tópicos – em-
AR

sátira Cândido (1759), que desde então se destacou como bora até mesmo essas opiniões tenham sido filtradas pelas
lentes do colapso científico. Um verdadeiro estudioso da
S

uma das obras literárias mais influentes da história.


PE

era do Iluminismo e que contribuiu para a coleção, in-


Embora faltasse a Voltaire a amplitude prática de alguns
cluindo Montesquieu, Voltaire e Rousseau. Devido à sua
LO

de seus contemporâneos – ele não se interessava por vá-


natureza altamente científica – e, portanto, não tradicional
A

rios campos científicos –, compensou-o com o volume de


– a Encyclopédie encontrou uma quantidade significativa
UL

seu trabalho. Usando seu engenho brilhante e sarcástico


de desprezo. Diderot foi amplamente acusado de plágio
PA

para analisar tudo, da filosofia à política e ao direito, ele


e imprecisão, e muitos consideraram a coleção como um
NA

exaltou a virtude da razão sobre a superstição e a intole-


ataque aberto à monarquia e à Igreja.
rância e, efetivamente, se tornou a voz do Iluminismo. Além
A

A Encyclopédie foi um dos principais veículos pelos quais as


04

disso, seu estilo satírico permitiu que ele fizesse críticas


ideias do Iluminismo se espalharam pelo continente euro-
3

incrivelmente pontudas, enquanto geralmente evitava um


70

processo sério por parte daqueles que ele atacava. Embora peu, pois foi o primeiro trabalho a coletar todos os inúmeros
35

os detratores se queixem de que Voltaire nunca ofereceu conhecimentos e desenvolvimentos que o Iluminismo tinha
53

soluções para os problemas que criticou, ele nunca aspirou promovido. No entanto, a obra teve sucesso não porque ex-
03

a fazê-lo. No entanto, simplesmente apontando problemas plicitamente tentou persuadir as pessoas a se inscreverem
nas ideias do Iluminismo, mas por simplesmente tentar apre-
O

e criticando diferentes filosofias, ele causou mudanças con-


J

sentar todo o conhecimento acumulado do mundo ocidental


AU

sideráveis no ambiente intelectual da época.


em um único lugar, permitindo que os leitores tirassem suas
AR

DIDEROT (1713-1784) próprias conclusões. Não é de surpreender que a instituição


S

de poder na Europa tenha desaprovado a ideia de as pesso-


PE

Outra grande figura do Iluminismo francês foi Denis Diderot as tirarem suas próprias conclusões; a Igreja e a monarquia
LO

(1713-1784), escritor e filósofo mais conhecido por editar e odiavam a Enciclopédia, pois implicava que muitos de seus
ensinamentos e doutrinas eram “fraudulentos”. Em resposta
LA

montar a Encyclopédie, uma tentativa de coletar praticamen-


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PA
às tentativas de proibições, Diderot imprimiu cópias adicio-
TEORIA DE SEPARAÇÃO

NA
nais em segredo, escapando das punições.

4A
DE PODERES

30
70
O estudo de Montesquieu dedicado à separação de pode-

35
res se inicia com a colocação de um problema fundamental

53
para a realização da liberdade: o poder político, que pode e

03
deve garantir a liberdade, constitui em si mesmo um perigo
a ela. De fato, todo homem que detém o poder sente-se

JO
inclinado a abusar dele. A questão, portanto, reside em

AU
encontrar uma forma de limitar o poder que não

AR
invalide sua função de garantir a liberdade dos ci-
dadãos. Para o autor, esse é o problema a que pretende

S
PE
JEAN LE ROND D'ALEMBERT dar resposta a Constituição inglesa – vista por ele como

LO
base de inspiração. Ela foi arquitetada em um sistema de

MONTESQUIEU (1689-1755) distribuição jurídica e social das funções de Estado, com o

A
UL
intuito de que o poder contrarie o poder.
O objeto do pensamento político de Montesquieu, expresso em

PA
O sistema jurídico deve distribuir o poder de Estado em
sua principal obra O Espírito das Leis, é elaborar uma física das
três órgãos: o Legislativo, representante da vontade

NA
sociedades humanas. Seu modelo, tanto em conteúdo quanto geral do povo e que se expressa por meio das leis; o Exe-
4A
em metodologia, está mais na linha teórica experimental do cutivo, encarregado de dar o cumprimento da vontade
30
que especulativa. Adota, para tal, a análise histórica, basean- popular e das leis; o Judiciário, que julga os delitos e
70

do-se em comparações; o autor retira dos fatos históricos suas as diferenças entre particulares. Mas, para além disso, o
35

variações para, a partir delas, extrair leis da realidade política. sistema compreenderia uma série de faculdades e proce-
53

Nessa obra, Montesquieu oferece, além das peculiaridades dimentos que permitiriam que esses órgãos – Executivo,
03

nacionais, explicação das diversas formas de governo, que Legislativo e Judiciário – de participarem parcialmente de
JO

para ele estariam conectadas à história de cada povo, ao outro poder. O Legislativo, por exemplo, teria a faculdade
de examinar as ações do Executivo e acusar os ministros
AU

seu clima, suas leis antigas, costumes e tradições. Dessa


forma, separa-se da tradição jusnaturalista, que atribui o ou o presidente de não atuarem em conformidade com
AR

fundamento das leis na arbitrariedade dos legisladores. as leis. O Executivo participaria do Poder Legislativo por
S

Considerava que as leis procedem de relações necessárias meio do direito a veto, que o permite a rejeitar as re-
PE

derivadas da natureza das coisas e das relações sociais, soluções dos legisladores. Do mesmo modo, ambos os
LO

aproximando-se da metodologia de um físico. poderes podem decidir ações em comum, como questões
A

militares e orçamentárias. Por fim, o Poder Judiciário pode


UL

“O homem, como é um ser físico, é do mesmo modo que os


julgar as ações legislativas e executivas, caso ambas não
demais corpos, governado por leis invariáveis. Como ser inte-
PA

andem em conformidade com a constituição.


ligente, viola incessantemente as leis que Deus estabeleceu,
NA

e modifica as que ele próprio estabelece. Deve ele mesmo Vê-se que Montesquieu preconiza a ideia de que nenhum
A

conduzir-se: e, no entanto, é um ser limitado; é sujeito à igno- poder deve sobrepor-se aos demais. Ambos gozam de cer-
04

rância e ao erro, como todas as inteligências finitas; e, mais ta autonomia, mas sob a observância dos outros. Tal é a
3

maneira de garantir que não haja arbitrariedades e tendên-


70

ainda, perde os conhecimentos escassos que possui. Como


cias despóticas na consecução das políticas. O princípio da
35

criatura sensível, torna-se sujeito a mil paixões.”


divisão dos poderes utiliza, assim, o poder contra o poder
53

O ESPÍRITO DAS LEIS. IN: WEFFOR, F. OS CLÁSSICOS DA


POLÍTICA. VOL. 1. SÃO PAULO: ÁTICA, 2006, P. 123. com o intuito de garantir estabilidade, vista como condi-
03

ção necessária à liberdade para o autor.


Cada povo teria a forma de governo e as leis que seriam
J O

próprias à sua idiossincrasia histórica e não haveria, desse


AU

modo, uma melhor forma de governo, aplicável a todas as


AR

sociedades. Não significa dizer que Montesquieu defendia


S

qualquer forma de governo: era um feroz crítico de governos


PE

despóticos. Preocupava-se, como Locke, em pensar maneiras


LO

de conter as arbitrariedades dos governantes. O seu princípio


de separação dos poderes surgiu justamente desse anseio.
LA
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PA
NA
JEAN-JACQUES ROUSSEAU (1712-1778)

4A
30
70
35
Rousseau, diferentemente dos iluministas de sua época, de qualquer regra instintiva ou natural – nenhum animal

53
argumenta que as ciências e as artes não aprimoraram a é capaz de fugir de sua pauta instintiva, seguindo regras

03
humanidade, mas ajudaram a corrompê-la, contribuindo fixas de comportamento. A segunda característica particular
para criar sociedades desiguais e dotadas de inúmeros ma- dos homens seria a perfectibilidade, ou a capacidade hu-

JO
les. O filósofo, então, tentará distinguir o homem autêntico, mana de transformarem radicalmente suas vidas (tanto em

AU
o homem ainda não corrompido pela sociedade, isto é, o âmbito individual quanto social). Os animais, pelo contrário,

AR
homem em seu estado de natureza do homem organizado não variam seu modo de ser ao longo de suas vidas.
em um estado civil. Para ele, tal estado é a situação em

S
No geral, o Rousseau defende que o homem é bom por

PE
que se encontrariam os homens antes da criação das so-
natureza. Porém, ele se torna mau quando encontrado em
ciedades organizadas, em que somente houvesse direitos

LO
sociedade, pois esta é repleta de vícios, corrompendo os in-
naturais para guiá-los. Já o estado civil representa a socie-
divíduos. Em sociedade, portanto, que o homem seria o lobo

A
dade política organizada, com leis e governo. Em sua obra,

UL
do homem – o oposto, portanto, do que prega Hobbes.
procura responder à questão: Por que o homem nasceu

PA
livre, mas por toda parte encontra-se agrilhoado?
CONTRATO SOCIAL
NA
ESTADO DE NATUREZA 4A
Se esse estado natural conserva a natureza humana em seu
30
melhor aspecto, por qual motivo, então, o homem passaria
Rousseau diz que não podemos observar os homens em es-
70

a viver em estado civil, com leis e Estado?


tado de natureza, pois tal estado já não existe; e mais: pode
35

nunca ter existido. Para pensar na natureza humana, o autor Rousseau diz que, em um primeiro momento, os homens
53

procura excluir tudo aquilo que a sociedade nos impõe: desi- descobriram que a união lhes proporcionava certas vanta-
03

gualdade econômica e política, paixões, desejos, artes, ciên- gens para defender seus interesses. O costume de viverem
JO

cias, convenções sociais etc. O que sobraria dessa exclusão unidos criou-lhes laços afetivos e paixões antes desconheci-
AU

seria o homem natural, o homem em estado de natureza. das, como o amor conjugal e paterno. Depois, em segundo
momento, surgiu a propriedade privada, que trouxe consigo
AR

Dessa forma, eliminadas as convenções e os artifícios sociais


que recobrem a natureza humana, Rousseau aponta que: o trabalho forçado, a rivalidade, interesses difusos e inse-
S

gurança. Por conta da instituição da propriedade privada


PE

ƒ em estado de natureza, os homens vivem isolados, já que a e pela desigualdade por ela gerada, portanto, é que os
LO

única comunidade natural é a família e esta somente existe homens constituíram Estados, governos e leis. Em sua obra
durante o tempo em que os filhos precisam de seus pais;
A

Discurso sobre a origem e os fundamentos da desigualdade


UL

ƒ dado que em estado de natureza os homens ainda não entre os homens, ele diz:
PA

foram corrompidos, os seres humanos são, em sua maioria, “O primeiro que, tendo cercado um terreno, se lembrou de
NA

fortes, sãos e autossuficientes; dizer: Isto é meu, e encontrou pessoas bastante simples
A

ƒ nesse estado, os homens são basicamente iguais, já que as para acreditar, foi o verdadeiro fundador da sociedade ci-
04

desigualdades existentes seriam somente de ordem física; vil. Quantos crimes, guerras, assassínios, misérias e horrores
3

não teria poupado ao gênero humano aquele que, arran-


70

ƒ em estado de natureza, os homens se movem por duas


cando as estacas ou tapando os buracos, tivesse gritado
35

paixões: o desejo e de autoconservação – que o leva a


aos seus semelhantes: “Livrai-vos de escutar esse impostor;
53

tentar satisfazer suas poucas necessidades naturais e a


estareis perdidos se esquecerdes de que os frutos são de
03

piedade ou compaixão – capacidade de identificar-se com


os seus semelhantes.
todos, e a terra de ninguém!”
O

ROUSSEAU. DISCURSO SOBRE A ORIGEM E OS FUNDAMENTOS DA


J

As características anteriores seriam compartilhadas entre DESIGUALDADE ENTRE OS HOMENS. IN: WEFFOR, F. OS CLÁSSICOS
AU

DA POLÍTICA. VOL.1. SÃO PAULO: ÁTICA, 2006, P. 201.


os seres humanos e os animais. Contudo, há traços que
AR

nos distinguem de qualquer outra espécie; e justamente Por isso, Rousseau propôs reformular as sociedades, visando
S

essas peculiaridades humanas que degeneram os homens a criar um modo de organização política que permita man-
PE

a ponto de criarem uma comunidade política. Tais caracte- ter as vantagens de viver em sociedade, mas que estivesse
LO

rísticas são a liberdade natural, isto é, a capacidade dos de acordo com a natureza humana – isto é, que permitis-
seres humanos escolherem o que querem fazer, à margem
LA

se a conservação da liberdade e da igualdade das quais o


U
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154
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homem natural gozava. Para levar a cabo essa reforma, é Tal corpo político, quando legisla, é chamado de soberano.

NA
necessário encontrar um modo de organização na qual o Dado que as leis são criadas pela vontade geral, a soberania

4A
indivíduo se submeta à lei, mas sem perder sua liberdade residiria na vontade geral. Para o autor, a soberania é ina-

30
anterior. Esse problema se resolve pelo contrato social. lienável e indivisível. Se o povo colocar sua capacidade de

70
O contrato social consistirá em um acordo mediante o qual decidir em outras mãos, logo se tornaria escravo. Liberdade,

35
cada contratante se submeta inteiramente à vontade geral, portanto, é agir conforme as leis criadas pela vontade geral

53
sob a condição de que cada um dos demais faça o mesmo. do povo.

03
A vontade geral pode ser definida como a vontade que Não é fortuito que muitas das revoluções liberais dos sé-

JO
surge da união entre os indivíduos, estabelecendo leis que culos XVIII e XIX se utilizaram das teorias rousseaunianas.
Elas alimentaram toda a crítica ao Antigo Regime e serviram

AU
serão aplicadas igualmente a todos. Desse modo, ao referir-
de base para diversas outras correntes socialistas, principal-

AR
-se a todos os indivíduos, os interesses particulares desapa-
mente na França. Trata-se de um exemplo patente de como
recem e o bem comum se instaura. O contrato social, com

S
as ideias podem ganhar rapidamente força política.

PE
isso, produz um corpo moral e coletivo ou corpo político.

LO
A
UL
ILUMINISMO ALEMÃO

PA
NA
4A
os de tradição empirista inglesa, como Hume e Locke. Este
30
fato é importante porque, como veremos adiante, Kant é
70

responsável por elaborar uma síntese entre estas duas es-


35

colas, pondo um fim ao caráter dicotômico (racionalismo


53

versus empirismo) existente até então.


03
JO

KANT E O PAPEL DA
AU
AR

RAZÃO E DOS SENTIDOS


S
PE

Colocando uma pedra sobre o embate acalorado entre os


racionalistas franceses e os empiristas ingleses, Kant afir-
LO

ma que tanto os sentidos como a razão desempenham


A

um papel fundamental na maneira como o ser humano


UL

experimenta o mundo.
PA
A NA
304
70

O filósofo Immanuel Kant nasceu na Prússia Oriental, no


35

ano de 1724, na cidade de Königsberg (atual Kaliningra-


53

do). Criado em um lar extremamente cristão, suas convic-


03

ções religiosas viriam a ser importantíssimas em sua obra:


O

um dos grandes projetos filosóficos de Kant era salvar os O filósofo concorda, por exemplo, com os empiristas ingle-
J
AU

fundamentos de sua fé. ses quando estes afirmam que tudo aquilo que se pode
conhecer sobre a realidade é proveniente de experiências
AR

Tendo sido professor de filosofia na universidade de sua sensoriais. Mas ressalva, contudo, que a razão também
S

cidade, Kant possuía um vasto domínio da tradição filosófi- contém pressupostos importantes para a maneira como se
PE

ca. Tinha intimidade com praticamente todas as obras dos pode descobrir o mundo à nossa volta. Isso porque, para
LO

filósofos que o precederam; teve contato com os trabalhos Kant, existiriam fatores condicionantes que determinariam
LA

tanto de filósofos racionalistas, como Descartes, como com como enxergamos e percebemos a realidade. Um bom
U
PA

155
A
AN
L
A
UL
PA
exemplo é se imaginar utilizando óculos com lentes azuis:

NA
você passaria prontamente a enxergar tudo que o cerca

4A
em tons azulados. As lentes, para Kant, seriam o correspon-

30
dente à razão: são fatores que condicionam sua percepção,

70
a percepção da realidade à sua volta. São pressupostos

35
subjetivos, isto é, dizem respeito ao sujeito, a quem usa os

53
óculos. Mas quais seriam, exatamente, estes pressupostos?

03
AS FORMAS INTUITIVAS

JO
AU
Kant argumenta que estes pressupostos são o tempo e

AR
o espaço. Não importa o que se perceba, diz ele, tudo
será percebido como um fenômeno temporal e espacial.

S
PE
Em sua obra, tempo e espaço correspondem às duas for-

LO
mas intuitivas que todo ser humano possui. O filósofo
enfatiza que as formas intuitivas se fazem presentes na

A
UL
consciência humana antes de qualquer experiência; são
formas inatas a qualquer ser humano. A lei da causalida-

PA
A IMPORTÂNCIA DE KANT PARA A FILOSOFIA OCIDENTAL PODE SER
PERCEBIDA PELA EXISTÊNCIA DESTE SELO POSTAL ALEMÃO.
de defendida por Hume, inclusive, é uma parte da razão

NA
humana (vimos que o filósofo inglês David Hume defende
que os seres humanos são incapazes de experimentar tal
lei, lembra-se?), argumenta Kant.
“DAS DING AN SICH” E
30
4A
“DAS DING FÜR MICH”:
70

“REVOLUÇÃO COPÉRNICA”
35

DUAS CATEGORIAS IMPORTANTES


53
03

Conforme visto anteriormente, Kant diz que, de antemão, Dando continuidade ao seu projeto de entender os limi-
pode-se afirmar que qualquer humano perceberá as coisas tes do conhecimento, Kant defende que é impossível a um
JO

como processos temporais e espaciais. Este é o pressuposto indivíduo saber, com total certeza, como o mundo é “em
AU

racional intrínseco a todo ser humano. Para o filósofo, nossas si” (em alemão, “an sich”). Kant também chama o mundo
AR

impressões sensoriais se moldam às formas intuitivas. É as- como ele realmente é de mundo numênico. Para o filóso-
sim que se dá o processo de conhecimento para Kant: ele co- fo, é impossível que conheçamos o mundo numênico. Um
S
PE

meça, antes de tudo, na própria razão humana – ainda que indivíduo pode, no máximo, saber como o mundo se apre-
deva fazer uso também do empirismo. Isso equivale a dizer,
LO

senta para ele (mundo fenomênico, o mundo dos fenôme-


de certa maneira, que nossa consciência, a consciência hu- nos), isto é, como ele percebe o mundo por meio de seus
A

mana, não apenas responde passivamente à realidade, mas


UL

próprios sentidos (em alemão, “für mich” significa “para


se impõe ativamente à nossa visão de mundo. A consciência
PA

mim”). Uma pessoa daltônica naturalmente perceberá o


humana se adapta à realidade, mas a realidade também se mundo de maneira diferente de uma pessoa com a visão
NA

adapta à consciência humana. Para Kant, a consciência é


perfeita, já que elas experimentarão o mundo de maneira
A

uma instância ativa e transformadora.


diferente. Mas isso não significa que a árvore que a pessoa
04

O fato de se colocar a razão e a consciência humana em daltônica vê não tenha, objetivamente, folhas verdes. Há,
3
70

posição tão central (e não mais a realidade exterior) é uma portanto, duas categorias: “a coisa em si” (das Ding an
35

concepção tão revolucionária para o pensamento filosófico sich) e a “coisa para mim” (das Ding für mich).
53

que Kant passa a chamá-la de revolução copérnica (em


Note que, apesar de tal diferença, Kant afirmaria de ante-
03

alusão ao astrônomo polonês Nicolau Copérnico, pai da


mão, como já vimos, que ambos perceberão os processos
teoria heliocêntrica). Antes de Kant, os filósofos faziam
O

com base nas formas intuitivas, tempo e espaço. Podemos


afirmações sobre a realidade sem antes refletir sobre as ca-
J
AU

dizer, portanto, que apesar de jamais sabermos como a


tegorias razão e experiência – bem como sobre quais são
realidade realmente é, por percebermo-la de maneira di-
AR

suas possibilidades e limitações. Kant argumenta que isso


versa (imagine, por exemplo, um oriental e um ocidental
é um erro dos mais vulgares. Aqui fica bastante claro um
S

debruçados sobre a mesma questão: é muito provável que


PE

dos outros grandes projetos filosóficos de Kant: perguntar-


suas culturas distintas influenciam suas percepções), todo
LO

-se o que é possível saber, compreendendo assim os limites


do conhecimento (a área que estuda este tipo de questão, ser humano formulará suas percepções (das Ding für mich)
LA

ligada à própria ciência, chama-se epistemologia). sobre o mundo com base nestas categorias. Mas o filósofo
U
PA

156
A
AN
L
A
UL
PA
vai além: não só todo ser humano pensa os processos com exterior, chega a nós somente por meio das experiências.

NA
base nas formas intuitivas, como também possui intrinse- Quando se trata de questões deste tipo, entretanto, Kant

4A
camente o desejo de investigar as causas dos fenômenos afirma que jamais teremos material suficiente para elabo-

30
que observa (embora afirme que a razão, que é condição rar uma resposta satisfatória. Não teremos, por exemplo,

70
para este entendimento, precise de tempo até amadurecer contato com Deus (ao menos enquanto estivermos vivos)

35
o suficiente, desenvolvendo-se com o passar do tempo). para experimentar sua presença e provar, assim, sua exis-

53
tência. É simplesmente impossível, afirma ele.
A EPISTEMOLOGIA DE

03
KANT E O ESCLARECIMENTO

JO
KANT: UM RESUMO

AU
AR
Em linhas gerais, podemos resumir o pensamento episte- Como vimos, Kant considera que todo ser humano ma-
duro é dotado de razão e tem, portanto, capacidade para

S
mológico kantiano da seguinte forma: há duas condições

PE
que orientam a maneira com a qual a humanidade percebe formular questões e buscar suas respostas. Mas como o

LO
a realidade à sua volta. Vejamos a seguir quais são elas: homem alcança, entretanto, essa maturidade?

A
a. A condição interior, ou intrínseca ao ser humano, que é Em sua obra, Kant tenta responder a pergunta “O que

UL
a percepção com base nas formas intuitivas (tempo e é esclarecimento?”. Segundo ele, o esclarecimento é a

PA
espaço) e que segue sempre a lei causal. Esta condição saída do homem de sua menoridade – isto é, condição de

NA
é reconhecida de antemão, e pode ser entendida como incapacidade de fazer uso da razão sem a orientação de
outro indivíduo.
4A
a razão em si. É chamada também de forma do conheci-
mento, pois é a maneira como ele se apresentará a qual-
30
O interessante é que, para Kant, o culpado por essa condi-
quer ser humano.
70

ção pode ser o próprio indivíduo, no caso de sua motivação


35

b. A condição exterior, sobre a qual não se pode saber ser a falta de coragem de utilizar-se da razão por si mesmo.
53

nada de antemão; ela só pode ser conhecida no mo- Para o filósofo, todo indivíduo vive uma situação de me-
03

mento em que se a sente e experimenta. Pode ser noridade em algum momento de sua vida: neste caso, a
chamada também de material do conhecimento, e en- menoridade é natural, pois é o mesmo que imaturidade.
JO

tendida como a realidade em si (tudo aquilo que nos O filósofo diz que nenhum ser humano nasce inteiramente
AU

rodeia, que é objetivo, isto é, alheio e exterior à nossa pronto para o raciocínio; uma criança demora até atingir
AR

subjetividade). a autossuficiência, por exemplo. Kant critica, contudo, au-


S

toridades (especialmente religiosas) que, através do medo


PE

Outro importante desdobramento do entendimento de


ou constrangimento, deliberadamente mantêm seus segui-
Kant sobre os limites do conhecimento é a sua afirmação
LO

dores em menoridade – bem como ironiza indivíduos que


de que a humanidade jamais poderá conhecer a resposta
A

vivem uma situação de menoridade “autoimposta” (neste


de questões sobre a natureza da alma humana (mortal ou
UL

caso, por comodismo). Kant afirma, explicitamente, que a


imortal), se há ou não um Deus, se o universo é finito ou
PA

infinito etc. Veremos a seguir o porquê de tal afirmação. preguiça e a covardia são os grandes motivos pelos quais
NA

tantos homens continuam presos à menoridade – e frisa

O CONHECIMENTO NO LIMITE
que, caso seja de sua vontade (e caso não haja barreiras
A
04

para isso, como restrições à liberdade), todo e qualquer


3

homem é capaz de abandonar a menoridade e concluir o


70

Kant afirma que, quando fazemos indagações do tipo


processo de esclarecimento.
35

“Deus existe?” ou “seria o universo infinito?”, fazemo-las


53

porque formular este tipo de pergunta é parte da nature- Conforme dito anteriormente, Kant ressalta que, para ha-
03

za humana. Sempre podemos formular qualquer tipo de ver esclarecimento, a liberdade é condição fundamental:
questão, sobre qualquer coisa – e possivelmente sempre o só se pode raciocinar se o direito ao questionamento for
JO

faremos. Isso porque, como vimos, todo ser humano madu- amplamente garantido. O filósofo reconhece, contudo,
AU

ro é dotado de razão (condição intrínseca) e formular estas que as restrições à liberdades são bastante comuns (ain-
AR

perguntas é, por sua vez, parte integrante da razão. da mais em sua época). Finalmente, o filósofo conclui que
S

A razão, contudo, é por si só insuficiente para o processo ter esclarecimento não se trata somente de se adquirir um
PE

do conhecimento. Vimos que precisamos de duas condi- profundo conhecimento sobre determinado tema, mas sim
LO

ções para conhecer o mundo (condição exterior e interior, combinar este conhecimento à conquista da autonomia e
LA

ou intrínseca). O material do conhecimento, a condição da emancipação humana.


U
PA

157
A
AN
L
A
UL
PA
A FÉ PARA KANT Kant, contudo, não concorda com Hume. Seguindo a tradi-

NA
ção racionalista, ele afirma que a capacidade de tal distinção

4A
Nestes casos, em que as perguntas tratam de questões se encontra, sem dúvida, na razão humana. Para ele, todo

30
tão complexas que abrangem toda a realidade (como os ser humano sabe o que é certo e o que é errado: este co-

70
questionamentos sobre a infinitude do universo, do qual nhecimento é intrínseco à condição humana. Kant diz que

35
somos apenas uma pequena parte) esbarramos na razão todos somos dotados de uma razão prática, isto é, de uma

53
pura – e seu único desdobramento possível é a angústia de capacidade racional inata de discernir o que é certo e o que

03
formular perguntas sem respostas possíveis. Não é possível é errado.
emitir nenhum juízo seguro sobre estas questões, afirma o

JO
O filósofo vai além: a capacidade de discernimento é tão ina-
filósofo.

AU
ta quanto qualquer outra faculdade da razão. Tal afirmação
À luz da razão pura, afirma ele, é tão razoável dizer que tem desdobramentos importantes. O mais óbvio é o fato de

AR
Deus existe ou afirmar o contrário. Para Kant, qualquer afir- a ética kantiana ser baseada na ideia de que há algo como

S
mação dessa natureza se trataria simplesmente de especu- uma lei moral universal, tão absoluta quanto qualquer lei

PE
lação. E é aí que o filósofo abre caminho para um de seus natural. Tal lei seria, segundo Kant, válida para qualquer mo-

LO
maiores projetos filosóficos: resgatar os fundamentos da fé mento histórico, sociedade e situação. E seria também impe-

A
da qual ele próprio professava, a fé cristã. rativa, pois não se pode escapar dela. Kant a formula, por-

UL
tanto, como um imperativo categórico. E um de seus maiores

PA
Para o filósofo, o vazio que por vezes é deixado pela razão
e pela experiência (como é o caso quando estas são in- pressupostos, juntamente com a ideia de que a moralidade

NA
suficientes para responder questões do tipo discutido) só está relacionada à maneira universal de se agir, é a proibição

4A
poderia ser preenchido pela fé religiosa, por meio de pos- de se utilizar outrem como meios para atingir quaisquer ob-
jetivos: todos devem ser tratados como um fim em si mesmo.
30
tulados – isto é, algo que não se pode comprovar, apenas
70

crer. Kant chama ainda a atenção para três postulados que Pode-se entender a lei moral kantiana como a manifestação
35

considera fundamentais: a crença em Deus, a crença em da própria consciência humana – que também é intrínseca
53

uma alma imortal e a crença no livre-arbítrio. Para o filóso- a todo homem e não pode ser comprovada racionalmente,
03

fo, estes três postulados (chamados por ele de postulados apesar de ser possível conhecê-la.
práticos) são importantes para a moral humana, isto é, ne-
JO

Kant diz que, muito mais importante para a moralidade do


cessários para que a humanidade caminhe bem.
AU

que se perguntar o que fazer, é se perguntar o motivo pelo


qual se faz alguma coisa. Imaginemos a seguinte situação:
AR

ÉTICA KANTIANA uma pessoa é abordada na rua por um pedinte e, ao sen-


S

(OU ÉTICA DO DEVER) tir pena de sua situação, lhe dá uma esmola. Uma segunda
PE

pessoa também é abordada pelo pedinte e, apesar de não


LO

se compadecer de sua situação, lhe oferece ajuda mesmo


A

assim. Kant diria que a segunda pessoa agiu mais moral-


UL

mente do que a primeira. Por quê? Simplesmente porque a


PA

segunda pessoa agiu de maneira descolada de suas próprias


NA

emoções. Ela ofereceu ajuda ao pedinte porque sabia que


A

aquilo era o certo a se fazer, porque era seu dever (por essa
04

razão, inclusive, a ética kantiana também é chamada de ética


3

do dever); a primeira pessoa, por sua vez, ofereceu ajuda


70

por pena, pela maneira como se sentiu. Da mesma forma


35

Kant veria alguém que pratica boas ações para se promo-


53

ver socialmente ou ficar bem aos olhos de Deus. Se esta é a


03

Kant também dedicou grande parte de sua obra a questões motivação de suas boas ações, ele diria, elas de nada valem.
O

relativas à esfera moral. Aqui, o filósofo David Hume também


J

influencia de maneira substancial sua obra: segundo o em-


AU

pirista, não seria possível determinar o que é certo e o que é Kant e a liberdade humana
AR

errado; não é possível, segundo Hume, realizar a passagem Kant, como vimos anteriormente, postula que o ser humano
S

de sentenças positivas para sentenças normativas (isto é, do é dotado de livre-arbítrio. Entretanto, o filósofo afirma algo
PE

“ser” para o “dever ser”). Isso porque, para o filósofo britâ- que pode parecer um tanto contraditório: por mais que de-
LO

nico, a razão humana e a suas experiências não são capazes sejemos a liberdade, não podemos ser totalmente livres. Isso
de tal discernimento: isso ficaria a cargo das emoções.
LA

porque, segundo ele, sempre seremos regidos por alguma


U
PA

158
A
AN
L
A
UL
PA
lei, ainda que seja uma lei natural ou uma imposição física Somente agindo de acordo com a lei moral é que somos

NA
(como a necessidade de ir ao banheiro ou se alimentar, por livres, pois quando nos submetemos a ela, somos nós mes-

4A
exemplo). Como conciliar estas duas afirmações, então? mos que estamos determinando qual lei nos governará,

30
diria o filósofo.
Para Kant, dado que seremos sempre regidos por uma lei,

70
só há uma maneira de ser verdadeiramente livre: escolher Podemos escolher machucar um homem indefeso ou não;

35
qual lei seguir. Se formos capazes dessa escolha, seremos podemos escolher ajudar alguém em necessidade ou não.

53
livres. E qual é a única lei a que podemos espontaneamen- Se fizermos a escolha certa, diz Kant, somos livres. E so-

03
te escolher seguir? A lei moral. Pois para estar em conso- mente agiremos com moralidade se fizermos a escolha

JO
nância com essa lei, temos de fazer uma escolha racional. certa pelos motivos certos.
E a capacidade de fazer uma escolha é a própria liberdade.

AU
AR
S
A ÉTICA DO DEVER - IMPERATIVO CATEGÓRICO

PE
LO
A
UL
A MAIORIDADE INTELECTUAL de (e caso não haja barreiras para isso, como restrições à

PA
liberdade), todo e qualquer homem é capaz de abandonar

NA
Em sua obra O que é o esclarecimento?, o filósofo Imma- a menoridade e concluir o processo de esclarecimento.

4A
nuel Kant esclarece que, quando o indivíduo consegue pos- Conforme dito anteriormente, Kant ressalta que, para ha-
tular suas próprias ideias e críticas, ele atinge a maiorida-
30
ver esclarecimento, a liberdade é condição fundamental:
de intelectual, saindo de um estágio de menoridade,
70

só se pode raciocinar se o direito ao questionamento for


ou seja, esse ser consegue sair da condição de incapacida-
35

amplamente garantido. O filósofo reconhece, contudo, que


de de fazer uso da razão sem a orientação de outro indiví-
53

as restrições às liberdades são bastante comuns (ainda


03

duo. Esse alcance do esclarecimento não tem uma ligação mais em sua época). Finalmente, o filósofo conclui que
direta com a idade biológica desse sujeito. ter esclarecimento não se trata somente de se adquirir um
JO

profundo conhecimento sobre determinado tema, mas sim


AU

combinar esse conhecimento à conquista da autonomia e


AR

da emancipação humana.
S
PE

O uso público e o uso


LO

privado da razão
A
UL

Kant considera que a razão pode ter modalidades de uso,


PA

ou seja, a razão pode ser útil publicamente e particularmen-


te. O uso público da razão é a condição na qual o conhe-
NA

cimento humano, a ciência e a filosofia, é apresentado ao


A

interesse do grande público letrado. O progresso científico


04

e filosófico depende do compartilhamento de ideias e de


3

O interessante é que, para Kant, o culpado por essa condi-


70

debates a respeito dos saberes apresentados. Por isso, os


ção pode ser o próprio indivíduo, no caso de sua motivação
35

doutos, os letrados, os especialistas, os esclarecidos devem


53

ser a falta de coragem de utilizar-se da razão por si mesmo.


apresentar os saberes da razão para a sua crítica. Quando
03

Para o filósofo, todo indivíduo vive uma situação de me-


ocupamos algum cargo privado ou um posto público, exer-
noridade em algum momento de sua vida: nesse caso, a
O

cendo uma tarefa que nos foi dada, devemos cumprir as


menoridade é natural, pois é o mesmo que imaturidade.
J
AU

ordens daquele cargo e daquela instituição em que pres-


O filósofo diz que nenhum ser humano nasce inteiramente
tamos um serviço. Eis o uso privado da razão, somos como
AR

pronto para o raciocínio; uma criança demora até atingir a


parte de um todo, uma engrenagem no funcionamento de
autossuficiência, por exemplo.
S

um maquinário institucional, obrigados a obedecer a or-


PE

Kant afirma que a comodidade e a covardia são os denamentos. Podemos raciocinar se concordamos ou não
LO

grandes motivos pelos quais tantos homens continuam com as tarefas que nos foram submetidas, mas, enquanto
LA

presos à menoridade – e frisa que, caso seja de sua vonta- exercemos o dever, devemos nos ater ao procedimento ao
U
PA

159
A
AN
L
A
UL
PA
qual fomos requeridos. Há momentos, situações e espaços Kant, válida para qualquer momento histórico, sociedade

NA
para a realização de críticas, sugestões e melhorias. Esses e situação, e seria também imperativa, pois não se pode

4A
momentos e espaços destinados à mudanças e críticas são escapar dela. Kant a formula, portanto, como um impera-

30
da esfera pública da sociedade. tivo categórico, e um de seus maiores pressupostos, jun-

70
tamente com a ideia de que a moralidade está relacionada

A PAZ PERPÉTUA (1795)

35
à maneira universal de se agir, é a proibição de se utilizar

53
outrem como meios para atingir quaisquer objetivos: todos

03
Em 1795, Kant escreveu essa obra, com o objetivo de apre- devem ser tratados como um fim em si mesmo.
sentar como os Estados nacionais poderiam estabelecer en-

JO
Pode-se entender a lei moral kantiana como a manifes-
tre si um quadro de paz perpétua, tendo como força motriz

AU
tação da própria consciência humana – que também é
a racionalidade, conjunto com os requisitos da maioridade

AR
intrínseca a todo homem e não pode ser comprovada ra-
intelectual. Diante disso, todos os países devem respeitar
cionalmente, apesar de ser possível conhecê-la. Kant diz

S
um pacto de não agressão, visando a uma ética universal,

PE
que muito mais importante para a moralidade do que se
que respeita todos os seres humanos existentes no plane-
perguntar o que fazer é se perguntar o motivo pelo qual se

LO
ta, sem violar as regras locais de seus respectivos países.
faz alguma coisa.

A
Com essas teorias, Kant antevê as ações da Organização

UL
Imaginemos a seguinte situação: uma pessoa é abordada
das Nações Unidas (ONU), que visa a assegurar que os Es-

PA
na rua por um pedinte e, ao sentir pena de sua situação,
tados compactuem um acordo de paz e não iniciem um
lhe dá uma esmola. Uma segunda pessoa também é abor-

NA
conflito armado. A formulação da União Europeia, após II
dada pelo pedinte e, apesar de não se compadecer de sua
4A
Guerra Mundial e declínio da Guerra Fria, dá-se, em grande
situação, lhe oferece ajuda mesmo assim. Kant diria que a
medida, pelas contribuições de autores como Kant, princi-
30
segunda pessoa agiu mais moralmente do que a primeira.
palmente nas áreas do direito e diplomacia.
70

Por quê? Simplesmente porque a segunda pessoa agiu de


35

maneira descolada de suas próprias emoções. Ela ofereceu


53

ajuda ao pedinte porque sabia que aquilo era o certo a se


03

fazer, porque era seu dever (por essa razão, inclusive, a


JO

ética kantiana também é chamada de ética do dever); a


AU

primeira pessoa, por sua vez, ofereceu ajuda por pena, pela
maneira como se sentiu. Da mesma forma, Kant veria al-
AR

guém que pratica boas ações para se promover socialmen-


S

te ou ficar bem aos olhos de Deus. Se essa é a motivação


PE

de suas boas ações, ele diria, elas de nada valem. A ética


LO

do dever (imperativo categórico) é guiada por princípios


NAÇÕES UNIDAS
A

BANDEIRA DAS
racionais que visam à universalidade, não permite adap-
UL

tações circunstanciais e não é pautada pelos resultados. A


A ÉTICA KANTIANA
PA

deontologia (estudo do dever) é fundamental para a com-


NA

(OU A ÉTICA DO DEVER) preensão de sua obra Crítica da Razão Prática.


A
04

Kant também dedicou grande parte de sua obra a questões


A LIBERDADE PARA KANT
3
70

relativas à esfera moral. Segundo o filósofo, todo ser huma-


35

no sabe o que é certo e o que é errado: esse conhecimento A concepção de liberdade para Kant não se liga à felici-
53

é intrínseco à condição humana. Isso ocorre porque Kant dade nem é determinada por um bem externo a ela – a
03

diz que todos somos dotados de uma razão prática, isto liberdade está atrelada ao homem. Diante disso, o bem é o
é, de uma capacidade racional inata de discernir sobre o que resulta da razão, à medida que ela determina a ação.
J O

que é certo e o que é errado. Assim, o homem precisa submeter-se às leis éticas, que vi-
AU

sem a um respeito universalista e que condicionem a esse


O filósofo vai além: a capacidade de discernimento é tão
AR

ser uma maioridade. Por isso, a liberdade para Kant é


inata quanto qualquer outra faculdade da razão – tal afir-
uma autonomia para o sujeito.
S

mação tem desdobramentos importantes. O mais óbvio é


PE

o fato de a ética kantiana ser baseada na ideia de que Dessa forma, a liberdade é a autonomia de cumprir seu
LO

há algo como uma lei moral universal, tão absolu- dever, de acordo com as leis da natureza – com isso, somos
LA

ta quanto qualquer lei natural. Tal lei seria, segundo donos de nós mesmos e de nossas ações.
U
PA

160
A
AN
L
A
UL
PA
Compreendo, porém, como uso público da razão aquele simultaneamente como membro de uma comunidade,

NA
que é feito por alguém, como douto, perante o mundo ou mesmo da própria sociedade civil mundial, que, como

4A
letrado. Por uso privado, entendo aquele que o douto douto, dirige-se ao público, seguindo seu próprio enten-
pode fazer em um posto civil ou público. Contudo, para dimento por meio de seus escritos, ele pode raciocinar

30
algumas ocupações, que lidam com assuntos de inte- o quanto quiser, sem que sejam prejudicadas as ocupa-

70
resse geral, faz-se necessário um mecanismo por meio ções em que está inserido parcialmente como membro

35
do qual alguns membros da comunidade precisam se passivo. Seria muito prejudicial se um oficial, ao receber

53
comportar passivamente, para que, com uma unanimi- uma ordem de seu superior, começasse a questionar ex-

03
dade artificial, possam ser conduzidos pelo governo em plicitamente a conveniência ou utilidade dessa ordem;
prol de fins públicos, ou para que ao menos estes fins ele deve obedecer.

JO
públicos sejam preservados. Neste caso, seguramente, KANT, IMMANUEL. RESPOSTA À PERGUNTA: O QUE É ESCLARECIMENTO?
RETIRADO DE: MARCONDES, DANILO.

AU
não é permitido raciocinar; é necessário obedecer. Mas,
a medida em que essa peça de engrenagem se veja TEXTOS BÁSICOS DE ÉTICA. ZAHAR. RJ - 2007.

AR
S
PE
TEMPESTADE E ÍMPETO

LO
A
UL
PA
O SENTIMENTO VENCE A RAZÃO Destacam-se nesse período: os poetas alemães Schlegel

NA
(1772-1829), Novalis (1772-1801); os escritores alemães

4A
No século XVIII, o movimento cultural que predominava na Schiller (1759-1805) e Goethe (1749-1832); os composi-
tores alemães Beethoven (1770-1827), Schumann (1810-
30
Europa era o Iluminismo, que colocava a razão acima de
1856) e Brahms (1833-1897), o austríaco Schubert (1797-
70

tudo. Diante da sombra da Aufklärung (Iluminismo/Esla-


35

recimento), desenvolve-se na Alemanha (e em outras regi- 1828) e o polonês Chopin (1810-1849).


53

ões da Europa), no final do século XVIII e início do XIX, uma


03

nova forma de sensibilidade e de valores artísticos – surge


o Romantismo, cuja versão conceitual é o idealismo.
JO
AU

Tudo começou com o Sturm und drang (Tempesta-


AR

dee ímpeto), um movimento de jovens poetas alemães


que reagiu violentamente contra a aridez racionalista da
S
PE

Aufklärung, enaltecendo o sentimento contra a razão. O


nome Sturm und drang deriva da peça homônima de Frie-
LO

drich Klinger (1752-1831). PINTURA COM OS RETRATOS DE GOETHE E SCHILLER.


A
UL

As principais características desse movimento cultural são:


PA

ƒ liberdade política, de expressão e de pensamentos;


NA

ƒ individualismo e subjetivismo;
A

ƒ gosto pelo mistério;


3 04

ƒ imaginação e sonho;
70
35

ƒ culto pelo exótico;


53

ƒ nacionalismo;
03

ƒ valorização do passado;
O

ƒ desejo de reforma e engajamento político.


J
AU

PEÇA DE KLINGER - TEMPESTADE E ÍMPETO.


A literatura alemã passa a ser original com esse movimen-
AR

Esse movimento ficou marcado por combater a influência to, espalhando uma nova forma de arte para o mundo. O
S

francesa na cultura alemã. Com uma oposição ao Classi- movimento romântico será fundamental para a formação
PE

cismo francês, a essência do movimento alemão consiste dos processos revolucionários nacionalistas, destacando a
LO

na criação baseada no impulso irracional, valorizando o Primavera dos Povos (1848) e as unificações nacionais da
LA

sentimento. Itália (1870) e da Alemanha (1871).


U
PA

161
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UL
PA
DA ARTE À LIBERDADE Em sua obra Cartas sobre a educação estética do homem,

NA
de 1794, apresenta essa ideia de educar o homem com

4A
O poeta e filósofo Friedrich Schiller (1759-1805) acreditava o auxílio da arte.

30
que os homens não estavam preparados para a liberdade,

70
pois não sabiam, de forma inata, como lidar em plenitude

35
com ela. Assim, é preciso educar o homem para a li-

53
berdade através da arte. O ser humano é um indivíduo

03
que participa tanto do mundo sensível como do inteligível,

JO
de modo que existe uma oposição entre matéria e forma,

AU
necessidade e liberdade – e esses conflitos geram um jogo
de caráter lúdico que os reconcilie, tendo como objetivo o

AR
belo. A arte, nessa medida, prenuncia a possibilidade da

S
realização da liberdade, pois ela possibilita os meios para

PE
alcançá-la.

LO
Segundo Schiller, a harmonia entre o homem e o mundo

A
UL
foi rompida quando o ser humano decidiu se ver diferente MONUMENTO GOETHE-SCHILLER

PA
da ordem natural, com a ordenação racional e iluminista de
querer transformar e dominar a natureza. Nesse momento, O PROBLEMA DA ESTÉTICA
NA
a crítica aos racionalistas e aos iluministas é bem nítida e
4A
direta. Essa postura radical refere-se ao instante em que o A problemática da arte na filosofia não é um assunto sur-
30
gido no período pós-iluminismo. Desde a Grécia antiga, os
ser humano, ao acreditar cegamente no poderio da razão,
70

pensadores tratavam em discutir essa temática.


sente-se superior aos outros seres e acima da própria na-
35

tureza, criando uma dicotomia – de um lado, a natureza e, Platão, por exemplo, criticava veementemente a
53

de outro, a razão. arte, propagando-a como um elemento inferior à natu-


03

reza, pois tenta imitar a própria natureza por meio da mi-


JO

mésis. Aristóteles, por sua vez, acreditava que o belo


não pode ser desligado do homem, e o que represen-
AU

ta a arte é a simetria, a proporção, ou seja, a justa medida.


AR

Entretanto, para o filósofo Kant, o questionamento da arte


S

é diferente – ele não questiona em que medida uma obra


PE

de arte pode nos comunicar ou se a arte tem um compro-


LO

misso com as coisas pensadas. Para Kant, os juízos de


A

gosto, que seriam a opinião das pessoas sobre a


UL

beleza, são relevantes, tornando o belo uma forma


PA

sensível e subjetiva. Como resposta a esse pensamento,


emergem os românticos alemães, que apresentam a
NA

arte como um caminho para reordenação do mun-


A

do, guiando para um mundo sensível, onde o sentimento


04

é algo bom para o ser humano.


3
70

É mediante a cultura ou educação estética, quando se


35

encontra no “estado de jogo” contemplando o belo, que


53

o homem poderá desenvolver-se plenamente, tanto em


03

FRIEDRICH SCHILLER suas capacidades intelectuais quanto sensíveis [...] “Pois,


para dizer tudo de vez, o homem joga somente quando
O

Para o filósofo, só a arte pode reconciliar essas duas é homem no pleno sentido da palavra, e somente é ho-
J
AU

forças (natureza e razão), porém, a arte, que não pode mem pleno quando joga”. No “impulso lúdico”, razão e
AR

mais ser ingênua – como era na Grécia antiga – deve ser, sensibilidade atuam juntas e não se pode mais falar da
tirania de uma sobre a outra. Através do belo, o homem
agora, sentimental.
S

é como que recriado em todas as suas potencialidades e


PE

Sentimental significa para Schiler o ato da reflexão pelo recupera sua liberdade.
LO

MÁRCIO SUZUKI
qual o sujeito, ao voltar-se para si mesmo, reconcilia-se A EDUCAÇÃO ESTÉTICA DO HOMEM. SÃO PAULO: ILUMINURAS, 2014, P. 14.
LA

com a harmonia da totalidade.


U
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NA
HEGEL

4A
30
70
35
GEORG WILHELM FRIEDRICH

53
03
HEGEL (1770-1831)

JO
AU
AR
S
PE
LO
SELO COM O RETRATO DE HEGEL.

A
UL
PA
A dialética hegeliana

NA
Para Hegel, o movimento da história é o confronto de ideias

4A
diferentes, sendo um contínuo devir composto por três mo-
mentos: tese, antítese e síntese.
30
RETRATO DE HEGEL
70

É um movimento circular que não se fecha, ou seja, um mo-


35

Friedrich Hegel nasceu na cidade alemã de Stuttgart, em vimento em espiral, pois cada momento final, que seria a sín-
53

1770. O seu pensamento foi determinante para a filosofia tese, se torna a tese de um movimento posterior, de caráter
03

contemporânea, apesar de difundi-lo de modo rebuscado mais avançado. Sendo que, para compreender essa dialética,
e num grau de complexidade elevada, sendo construído é necessário buscar o Absoluto, superando o entendimento
JO

no racionalismo – faz parte do círculo que corresponde ao comum atingindo a certeza completa e global.
AU

idealismo alemão.
AR

Vivenciando as mudanças históricas de seu tempo, como a


S

Revolução Francesa (1789), Hegel observou o dinamismo


PE

das coisas e como os atos e as ideias estão interligados,


LO

de modo que não podemos separar tais elementos. Entre-


A

tanto, esses elementos podem sofrer alterações, por não


UL

serem fixos, ao passo que o momento histórico carrega


PA

consigo elementos culturais e ideais de tal período, sofren-


NA

do mudanças ao longo do tempo.


A

Assim, segundo o filósofo, cada época tem seu próprio ESPIRAL DA TESE-ANTÍTESE-SÍNTESE
04

tipo de sabedoria, na qual não podemos menosprezar o


3
70

conhecimento do passado. Aqui, vemos que, para Hegel,


O espírito se expressa na arte
35

a filosofia e a história estão entrelaçadas, sem uma


53

separação nítida. Na arte, o saber se configura como expressão sensível do


03

Tendo uma influência kantiana, Hegel salienta que a histó- espírito. O homem se liberta de sua sujeição natural, da fi-
nitude entendida como submissão à natureza. O espírito
O

ria da humanidade é a história da emancipação dos indiví-


J

duos, diante de uma elevação gradual de suas liberdades vê-se livre para criar, e essa criação manifesta uma
AU

individuais, atingindo uma maioridade intelectual. Porém, o disposição para o absoluto.


AR

que move essa elevação gradual é ocasionada pelo “espí- Mas a arte, segundo Hegel, é ainda dependente da maté-
S

rito do tempo” (zeitgeist, em alemão), que impulsiona as ria. Na escultura, arte simbólica por excelência, a liberdade
PE

ações e as ideias, algo como um movimento que atinge a do espírito encontra o limite no material bruto. A liberdade
LO

humanidade. O filósofo entende a realidade como espírito, já é bem maior na música e na pintura, nas quais o grau
LA

como substância, mas também como sujeito. de abstração permite ao espírito uma ampla variabilidade
U
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163
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UL
PA
de formas expressivas. Mas é no domínio da palavra que se Assim, a arte é um momento do espírito, em que este pro-

NA
realiza a liberdade expressiva da arte: a palavra não é som cura adequar-se ao elemento sensível para expressar o

4A
ou grafia, mas o sentido que veicula. Na palavra atinge-se saber.

30
o grau máximo de abstração, e o alcance das construções

70
espirituais é praticamente infinito.

35
53
ÉTICA UTILITARISTA

03
JO
AU
O utilitarismo é considerado como uma doutrina que afir- ƒ identificação artificial dos interesses de alguém: dian-

AR
ma que as ações são boas quando tendem a promover a te desta característica, o indivíduo entenderá o outro

S
felicidade, ao passo que também podem produzir ações como relevante na sociedade, ou seja, os interesses de

PE
negativas quando não propiciam a felicidade. um é o mesmo de todos.

LO
JEREMY BENTHAM (1748-1832)
Segundo a filosofia de Bentham, o princípio da utilidade é

A
UL
algo que não admite provas diretas, não sendo necessa-

PA
riamente um problema, pois alguns princípios explicativos
O filósofo inglês Bentham salientava que a natureza huma-
devem começar em algum lugar, tendo como base a ob-

NA
na era governada por dois elementos soberanos – prazer
servação.
e dor –, num movimento constante de busca pelo prazer
e de fuga da dor. 4A
Esse pensamento utilitarista apresenta vantagens numa
30
filosofia moral, pois permite que as decisões sejam discu-
70

O pensador promulgou o princípio da utilidade como pa- tidas por todos, com o mesmo interesse coletivo, o inte-
35

drão de ação correta por parte dos indivíduos e pelo Es- resse do bem, visando à felicidade. Aqui, notamos
53

tado, de modo que essas ações ganham uma validade/ uma orientação de que todos os sujeitos da sociedade são
03

aprovação, quando desencadeiam a felicidade, enquanto relevantes e iguais na construção de um bem coletivo. Com
outras ações são inválidas/reprovadas, quando causam a isso, a filosofia moral, ou a ética, pode ser descrita como
JO

infelicidade ou a própria dor. uma orientação que dirige a ação do homem para
AU

maior quantidade possível de felicidade.


AR

A filosofia utilitarista dialoga com princípios hedonistas do


S

epicurismo, pois visa a maximização da felicidade e a dimi-


PE

nuição das dores. O utilitarismo preocupa-se com decisões


LO

que resultem em ações concretas para a alegria do maior


A

número possível de pessoas. É uma ética consequencialista


UL

e pragmática, diferente da ética kantiana do dever e dos


PA

princípios universalistas do idealismo alemão.


NA

A liberdade, para o filósofo, consistia na ausência da restri-


A

ção, podendo ter uma liberdade plena, sem o impedimen-


04

to dos outros, sendo que essa liberdade não é “natural”


3

(no sentido de existir antes da vida social), pois as pessoas


70

sempre viveram em sociedades, isto é, essa liberdade surge


35

com o próprio sujeito.


53
03

RETRATO DE JEREMY BENTHAM A utilização das leis arbitrárias se torna negativa porque,
por natureza, restringe a liberdade do sujeito, sendo, na
O

As características de sua filosofia são:


J

sua essência, prejudicial ao indivíduo. Entretanto, a lei é


AU

ƒ maior princípio de felicidade: promove a felicidade em necessária para orientar a ordem social, e as boas leis se-
AR

geral, sendo o princípio que aprova ou desaprova a ação; rão essenciais. Isso ocorre quando o controle pelo Estado
é limitado, deixando o indivíduo livre, pois o protegerá de
S

ƒ o egoísmo universal: prevalece o pensar numa ação


PE

qualquer dano em sua liberdade e na própria liberdade co-


voltada para o coletivo, seguindo uma lógica utilitaris-
LO

letiva. Isso dá uma utilidade positiva, pois expressa a von-


ta; o utilitarismo visa a imparcialidade para vencer os
tade do soberano, que o próprio grupo social.
LA

interesses particulares que afetam a felicidade coletiva.


U
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PA
Pensamento contra a Declaração pode exercer a tirania. Assim, as restrições impostas ao in-

NA
divíduo, seja pela lei ou pela opinião, deveriam ser basea-
dos Direitos do Homem e do Cidadão

4A
das num princípio coletivo.

30
Bentham foi contrário às declarações do ideal contratualis- A liberdade é um bem em si mesmo como num meio para

70
ta da Revolução Francesa – ao firmar um pacto de direitos, a felicidade e o progresso. O Estado e suas instituições não

35
limitando valores morais e éticos, priva o indivíduo de viver devem, pois, ditar regras sobre a vida dos indivíduos e cer-

53
a vida na sua totalidade, pois não há escolha consciente e cearem suas liberdades. A liberdade é um bem maior e só

03
coletiva. Segundo Bentham, a Revolução Francesa, princi- deve possuir alguma sanção segundo o princípio do dano,

JO
palmente em sua fase jacobina, apegou-se aos ideais abs- evitando males para outros indivíduos.
tratos dos direitos e afastou-se da realidade dos indivíduos.

AU
A crítica

AR
JOHN STUART MILL (1806-1873)

S
O pensamento de Mill sofre uma crítica porque, em seu

PE
O filósofo inglês Stuart Mill foi seguidor de Bentham, em- zelo pela liberdade e em sua oposição à extensão da in-

LO
bora discordasse de algumas de suas afirmações. terferência do Estado, ele deu pouca importância à justi-

A
Para Mill, os prazeres possuem um quadro de satisfação, ça e ao bem-estar, elementos que podem comprometer

UL
como numa escala de valores. Por exemplo, o prazer inte- a liberdade. Stuart Mill viu com entusiasmo o surgimento

PA
lectual é de um tipo melhor que os prazeres que são sen- do socialismo e considerava que aspectos dessa ideologia
poderiam ser úteis para o aprimoramento da sociedade.

NA
suais ou instintivos. Essa condição é direcionada indutiva-
No entanto, Mill possuía posições criticas ao ideal de uma
4A
mente, pois Mill questiona: “Quem preferiria ser um jabuti
feliz, vivendo uma vida extremamente longa, do que ser sociedade comunista. Seu entusiasmo estava mais próximo
30
uma pessoa vivendo numa vida normal?”. de certos aspectos do socialismo utópico.
70

Embora Bentham e Mill partam de um entendimento se-


35

melhante em relação ao conceito de utilidade, o utilitaris-


53

mo de Bentham enfatiza a moralidade da ação, enquanto


03

o de Mill busca entender em que consistiria a avaliação


JO

moral da ação e a moralidade das próprias normas.


AU

Uma simples observação deveria bastar contra a confu-


AR

são dos ignorantes que supõem que aqueles que defen-


dem a utilidade como teste do certo e do errado usam
S
PE

este termo no sentido restrito e meramente coloquial em


que o útil se opõe ao prazer. Devemos desculpas aos
LO

filósofos opositores do utilitarismo por confundi-los,


A

ainda que momentaneamente, com pessoas capaz de


RETRATO DE STUART MILL
UL

uma concepção tão absurdamente errada; o que se


PA

torna ainda mais extraordinário na medida em que a


O princípio do dano acusação contrária, de remeter tudo ao prazer, e isso da
NA

forma mais grosseira, é uma das mais comuns contra o


O princípio do dano assegura que cada indivíduo tem o
A

utilitarismo. ... Aqueles que sabem um pouco sobre essa


04

direito de agir como quiser, desde que suas ações não pre- questão estão cientes de que todos os autores, de Epicu-
3

judiquem as outras pessoas. Se a ação afeta diretamente ro a Bentham, que defenderam o princípio da utilidade o
70

apenas a pessoa que a está realizando, então a sociedade entenderam não como algo a ser contraposto ao prazer,
35

mas sim como o próprio prazer, untamente com a au-


não tem o direito de intervir. Entretanto, Mill argumenta
53

sência de dor. E ao invés de opor o útil ao agradável ou


que os indivíduos devem ser prevenidos (alertados) de fazer
03

ao ornamental, sempre declararam que o útil também


algo ruim para si mesmos, afinal, não vivemos plenamente significa essas eentre outras coisas. E, contudo, o reba-
O

isolados e nossas ações podem afetar outros indivíduos. nho, inclusive o "rebanho dos escritores", não apenas
J
AU

em jornais e outros periódicos, mas em livros de peso


e pretensão, estão perpetuamente cometendo esse erro
AR

A liberdade do indivíduo superficial. Tomam a palavra utilidade e não sabem so-


S

bre ela nada além de seu som. Habitualmente, expres-


A liberdade de expressão, oral e escrita, é proeminente
PE

sam por meio dela a rejeição, ou o descuido, do prazer


entre as condições de um bom governo. Só que essa liber- em algumas de suas formas: a beleza, o ornamento, a
LO

dade, num governo popular, baseado no voto, não garante diversão. E o termo não é apenas mal aplicado por ig-
LA

a liberdade, pois um governo baseado na vontade popular norância em sentido depreciativo, mas ocasionalmente
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até mesmo como um cumprimento, como se significasse

NA
algo de superior à frivolidade ou aos meros prazeres mo-

4A
mentâneos. Este uso pervertido é o único pelo qual essa
palavra é popularmente conhecida, e é desse uso que a

30
nova geração está adquirindo seu único entendimento

70
desta palavra.

35
...

53
03
O credo que aceita como fundamento da moral o Útil
ou Princípio da Máxima Felicidade, considera que uma

JO
ação é correta na medida em que tende a promover a

AU
felicidade, e errada quando tende a gerar o oposto da fe-
licidade. Por felicidade entende-se o prazer e a ausência

AR
da dor; por infelicidade, dor, ou privação do prazer; Para

S
proporcionar uma visão mais clara do pradrão moral es-

PE
tabelecido por essa teoria, é preciso dizer muito mais;

LO
em particular, o que as ideias de dor e prazer incluem
e até que ponto essa questão fica em aberto. Mas as

A
explicações suplementares não afetam a concepção de

UL
vida em que essa teoria da moral se fundamenta: a sa-

PA
ber, que o prazer e a ausência de dor são as únicas coisas
desejáveis como fim, e que todas as coisas desejáveis

NA
(que são numerosas no esquema utilitarista, como em

4A
qualquer outro) o são ou porque o prazer é inerente a 30 CARTAZ DO MOVIMENTO DAS MULHERES ALEMÃS
elas, ou porque consistem em meios de promover o pra- REIVINDICANDO O DIREITO AO VOTO, 1914.
zer e evitar a dor.
70

O objetivo do ensaio foi mostrar que o princípio que re-


35

STUART MILL gula as relações sociais existentes entre os dois sexos - a


53

TEXTOS BÁSICOS DE ÉTICA, EDITORA ZAHAR, subordinação legal de um sexo ao outro - é errado em si
4ª EDIÇÃO, AUTORIA DE DANILO MARCONDES.
03

mesmo, e um dos principais obstáculos para o desenvol-


JO

vimento humano e que deveria ser substituído por um


Mill e o sufrágio feminino princípio de perfeita igualdade, não admitindo poder ou
AU

privilégio de um lado, nem incapacidade de outro. Isso


AR

Muitos volumes dos escritos de Mill tratam de assuntos


mostra como Mill apela tanto para a patente injustiça dos
de interesse social e político. Estes incluem escritos sobre
S

arranjos familiares contemporâneos quanto para o impac-


PE

problemas políticos específicos na Índia, América, Irlan-


to moral negativo desses arranjos sobre as pessoas dentro
da, França e Inglaterra, sobre a natureza da democracia
LO

deles. Em particular, ele discute as maneiras pelas quais a


e sobre a civilização, sobre escravidão, sobre direito e ju-
A

subordinação das mulheres afeta negativamente não ape-


UL

risprudência, sobre o local de trabalho e sobre a família e


nas as mulheres, mas também os homens e as crianças da
o status das mulheres, um importante trabalho na história
PA

família. Essa subordinação dificulta o desenvolvimento mo-


do feminísmo.
ral e intelectual das mulheres ao restringir seu campo de
NA

A natureza radical da reivindicação de Mill pela igualdade atividades, empurrando-as para o autossacrifício ou para o
A

das mulheres é, muitas vezes, esquecida para nós depois egoísmo e a mesquinhez.
04

de mais de um século de protestos e mudanças de atitudes


3

Os homens, por sua vez, tornam-se brutais através de seus


70

sociais. No entanto, a subordinação das mulheres aos ho-


relacionamentos com mulheres ou se afastam de projetos
35

mens, quando Mill estava escrevendo, continua marcante. de crescimento pessoal para buscar a "consideração" so-
53

Entre outros indicadores dessa subordinação estão os se- cial que as mulheres desejam.
03

guintes: (1) as mulheres britânicas tinham menos motivos


É importante notar que a preocupação de Mill com o status
O

para o divórcio que os homens até 1923; (2) os maridos


J

das mulheres se encaixa com o restante de seu pensamen-


AU

controlavam as propriedades de suas esposas como se fos-


sem deles até 1882; (3) as crianças eram consideradas do to – não é um problema desconectado. Por exemplo, seu
AR

marido; (4) o estupro era visto como impossível dentro de apoio à igualdade das mulheres foi reforçado pelo asso-
S

um casamento; e (5) as esposas careciam de características ciacionismo, que afirma que as mentes são criadas por leis
PE

cruciais da personalidade jurídica, uma vez que o marido associativas que operam na experiência. Isso implica que,
LO

era considerado o representante da família (eliminando, se mudarmos as experiências e a educação das mulheres,
suas mentes mudarão.
LA

assim, a necessidade do sufrágio feminino).


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NA
MATERIALISMO FILOSÓFICO

4A
30
70
35
Tendo como uma recusa do idealismo de Hegel, emergiu o Sua estrutura filosófica consiste em valorizar o indivíduo

53
materialismo, uma visão material da realidade. Entre como elemento criador das ideias, ou seja, o pensamen-

03
os contestadores, o pensador que teve maior destaque foi o to surge do homem, e não o ser humano que surge do
alemão Ludwig Feuerbach. pensamento.

JO
AU
O seu interesse filosófico está no processo de formação
LUDWIG FEUERBACH (1804-1872) da ideia de Deus no pensamento humano. A religião, para

AR
Feuerbach, representa o reflexo fantástico da natureza hu-

S
O pensamento do filósofo alemão Feuerbach se caracteriza mana. O seu pensamento pode ser resumido na máxima:

PE
pelo materialismo, ateísmo e humanismo. O pensador ataca “Não é Deus quem cria o homem, mas o homem quem

LO
a ideia de imortalidade e afirmava que, após a morte, o ser criou Deus”.

A
humano é absorvido pela natureza.

UL
O elo intermediário

PA
O pensamento de Feuerbach constitui o elo intermediário

NA
entre a filosofia de Hegel e a de Marx. O materialismo de

4A
Feuerbach seria um materialismo metafísico, pois repudia-
30
va a dialética hegeliana; entretanto, não compreendia a
70

importância da atividade prática revolucionária.


35

Esse pensamento de Feuerbach influenciou a filosofia de


53

Karl Marx e Friedrich Engels, que se utilizou da essência


03

fundamental do materialismo transformando-o em uma


JO

RETRATO DE FEUERBACH. teoria prática denominada materialismo histórico.


AU

Ele qualificou o idealismo de Hegel como uma “especula-


AR

ção vazia”, pois não trata do ser real, das coisas reais e dos
homens concretos, sendo um pensamento muito abstrato e
S
PE

fora da realidade necessária para o período histórico.


LO

Essa estrutura de pensamento se fez pelo momento histó-


A

rico em que vivia o filósofo alemão, pois a Europa estava


UL

passando por uma turbulenta mudança ideológica e de or-


PA

dem prática. Em 1815, surgiu o Congresso de Viena, com o


objetivo de redesenhar o mapa político do continente, em
NA

conjunto com uma onda de revoluções de cunho liberal e


A

nacionalistas, como as revoluções de 1830 (Revoluções Li-


04

berais) e 1848 (Primavera dos Povos). Assim, a filosofia RETRATO DE ENGELS, MARX E FEUERBACH.
3
70

precisava associar-se com a realidade, precisava A principal qualidade do pensamento de Feuerbach, des-
35

sair do campo das ideias e ir para o mundo prático. tacada por Marx e Engels, foi ir contra as instituições po-
53

líticas existentes na época, como a religião, a teologia e a


03

A FILOSOFIA MATERIALISTA metafísica, sendo um crítico dessas instituições pela força


O

da alienação diante dos indivíduos em sociedade, que con-


J

Feuerbach propõe que a filosofia deveria partir do concreto, dicionam de forma negativa os seres.
AU

da realidade, de forma que o ser humano precisava ser con-


AR

Entretanto, Marx e Engels se desencantaram com esse mate-


siderado como um ser natural e social, e não só no campo rialismo, pois observaram que a crítica de Feuerbach perante
S

ideológico. Só que, apesar de conter esse caráter mais práti-


PE

a religião não passava de uma simples luta contra frases, não


co, essa filosofia ainda não atinge completamente as ações tendo uma efetividade concreta, a fim de destruir completa-
LO

práticas, sendo uma relação menos abstrata, porém, ainda mente essa dominação perante o ser humano.
LA

longe da praticidade real.


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167
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PA
Segundo Marx e Engels, Feuerbach compreende o homem
U.T.I. - Sala

NA
como máquina, tornando-se incapaz de perceber o mundo

4A
como processo, como matéria em via de desenvolvimen- 1. (UNESP)

30
to histórico. Feuerbach foi um importante adversário do Texto 1

70
idealismo alemão e abriu possibilidades para o retorno ao
Um dos elementos centrais do pensamento mítico e de sua forma de

35
debate filosófico da materialidade como fundamento das explicar a realidade é o apelo ao sobrenatural, ao mistério, ao sagra-

53
relações humanas. Marx e Engels avançaram essa discus- do, à magia. As causas dos fenômenos naturais, aquilo que acontece

03
são para as bases econômicas do funcionamento da vida aos homens, tudo é governado por uma realidade exterior ao mundo
humana. Por isso, em sua obra A Ideologia Alemã, Marx humano e natural, a qual só os sacerdotes, os magos, os iniciados

JO
são capazes de interpretar. Os sacerdotes, os rituais religiosos, os
afirma que os filósofos, até então, haviam se preocupado

AU
oráculos servem como intermediários, pontes entre o mundo huma-
em entender o mundo e em descrevê-lo; para Marx, era no e o mundo divino. Os cultos e os sacrifícios religiosos encontrados

AR
preciso modificar o mundo e não apenas compreendê-lo. nessas sociedades são, assim, formas de se agradecer esses favores
ou de se aplacar a ira dos deuses.

S
O modo de produção da vida material condiciona o proces-

PE
(DANILO MARCONDES. INICIAÇÃO À HISTÓRIA DA FILOSOFIA, 2001. ADAPTADO.)
so da vida social, política e intelectual. Não é a consciência

LO
dos homens que determina o seu ser; ao contrário, é o seu Texto 2

A
ser social que determina sua consciência. Ao longo da história, a corrente filosófica do Empirismo foi asso-

UL
MARX, KARL. CONTRIBUIÇÃO À CRÍTICA DA ECONOMIA POLÍTICA. ciada às seguintes características: 1. Negação de qualquer conhe-

PA
EDITORA EXPRESSÃO POPULAR, SÃO PAULO, 2008. cimento ou princípio inato, que deva ser necessariamente reco-
nhecido como válido, sem nenhuma confirmação ou verificação. 2.

NA
Negação do ‘suprassensível’, entendido como qualquer realidade

4A
não passível de verificação e aferição de qualquer tipo. 3. Ênfase
na importância da realidade atual ou imediatamente presente aos
30
órgãos de verificação e comprovação, ou seja, no fato: essa ênfase
70

é consequência do recurso à evidência sensível.


35

(NICOLA ABBAGNANO. DICIONÁRIO DE FILOSOFIA, 2007. ADAPTADO.)


53

Com base nos textos apresentados, comente a oposi-


03

ção entre o pensamento mítico e a corrente filosófica


do empirismo.
JO
AU

2. (UEL) Leia o texto a seguir.


AR

Hume considerou não haver nenhuma razão para supor que, dado o
que se chama um “efeito”, deva haver uma causa invariavelmente
S

unida a ele. Observamos sucessões de fenômenos: à noite sucede


PE

o dia, ao dia, a noite etc.; sempre que se solta um objeto, ele cai no
LO

chão etc. Diante da regularidade observada, concluímos que certos


fenômenos são causas e outros, efeitos. Entretanto, podemos afir-
A

mar somente que um acontecimento sucede a outro – não podemos


UL

compreender que haja alguma força ou poder pelo qual opera a cha-
PA

mada “causa”, e não podemos compreender que haja alguma co-


nexão necessária entre semelhante “causa” e seu suposto “efeito”.
NA

(FERRATER-MORA, J. DICIONÁRIO DE FILOSOFIA,


A

TOMO I, SÃO PAULO: LOYOLA, 2000, P.427.)


04

a) Com base na filosofia de Hume, explique a importân-


3
70

cia do conceito de causalidade para o conhecimento


dos fenômenos naturais.
35
53

b) Explicite a leitura que Hume faz do empirismo.


03

3. (UFU)
O

Tentemos, pois, uma vez, experimentar se não se resolverão melhor


J
AU

as tarefas da metafísica, admitindo que os objetos se deveriam regu-


lar pelo nosso conhecimento, o que assim já concorda melhor com
AR

o que desejamos, a saber, a possibilidade de um conhecimento a


S

priori desses objetos, que estabeleça algo sobre eles antes de nos
PE

serem dados.
LO

KANT, IMMANUEL. CRÍTICA DA RAZÃO PURA. TRADUÇÃO DE MANUELA


PINTO DOS SANTOS. LISBOA: FUNDAÇÃO CALOUSTE GULBENKIAN,
LA

PREFÁCIO DA SEGUNDA EDIÇÃO, B XVI-XVII, P. 20.


U
PA

168
A
AN
L
A
UL
PA
Com base no texto acima e em seus conhecimentos so- 6. (UNESP)

NA
bre a filosofia de Kant, responda: Do ponto de vista do Iluminismo, a ilusão deixa de ser uma simples

4A
a) O que é a Revolução Copernicana operada pelo filó- deficiência subjetiva, e passa a enraizar-se em contextos de domina-
sofo? ção, de onde a ilusão deriva e se incumbe de estabilizar. O precon-

30
ceito – a opinião falsa, não controlável pela razão e pela experiência

70
b) A que se refere o conhecimento a priori, segundo – revela seu substrato político. É no interesse do poder que a razão
Kant?

35
é capturada pelas perturbações emocionais, abstendo-se do esfor-
ço necessário para libertar-se das paixões perversas, e para romper

53
4. (UNESP 2018) o véu das aparências, que impedem uma reflexão emancipatória.

03
Deixando-se arrastar pelas interferências, a razão não pode pensar
Se um estranho chegasse de súbito a este mundo, eu poderia exem-
o sistema social em sua realidade. Prisioneira do dogmatismo, que

JO
plificar seus males mostrando-lhe um hospital cheio de doentes,
nem pode ser submetido ao tribunal da experiência nem permite a

AU
uma prisão apinhada de malfeitores e endividados, um campo de instauração desse tribunal, a razão está entregue, sem defesa, às
batalha salpicado de carcaças, uma frota naufragando no oceano, imposturas da religião e de todos os outros dogmas legitimadores.

AR
uma nação desfalecendo sob a tirania, fome ou pestilência. Se eu
(SÉRGIO PAULO ROUANET. A RAZÃO CATIVA, 1990. ADAPTADO.)
lhe mostrasse uma casa ou um palácio onde não houvesse um único

S
PE
aposento confortável ou aprazível, onde a organização do edifício Considerando o texto e o título sugestivo do livro de
fosse causa de ruído, confusão, fadiga, obscuridade, e calor e frio ex- Rouanet, explique as implicações políticas do cativeiro

LO
tremados, ele com certeza culparia o projeto do edifício. Ao constatar da razão e defina o que significa a reflexão emancipa-
tória referida pelo autor.

A
quaisquer inconveniências ou defeitos na construção, ele invariavel-

UL
mente culparia o arquiteto, sem entrar em maiores considerações.
7. (UEL) Leia o texto a seguir.

PA
(DAVID HUME. DIÁLOGOS SOBRE A RELIGIÃO NATURAL, 1992. ADAPTADO.) Segundo Descartes, o bom método é aquele que nos permite co-

NA
nhecer o maior número possível de coisas, com o menor número de
a) Explicite o tema filosófico abordado no texto e sua regras. Deste modo, ele pretende estabelecer um método universal

4A
relação com a criação do mundo. inspirado no rigor da matemática e no encadeamento racional. Para
30
b) Explique como os argumentos do filósofo evidenci- ele, pautado no ideal matemático, o método deve converter-se em
am um ponto de vista empirista (fundamentado na ex- uma mathesis universalis: conhecimento completo e inteiramente
70

periência) e cético (baseado na dúvida), em contraste dominado pela razão.


35

com uma concepção metafísica sobre o tema. ADAPTADO DE: JAPIASSU, H. “O RACIONALISMO CARTESIANO”.
53

IN: REZENDE, A. (ORG.) CURSO DE FILOSOFIA. 14.ED. RIO


03

DE JANEIRO: JORGE ZAHAR, 2008. P.104-105.


5. (Unesp 2018)
Com base no texto e nos conhecimentos sobre o Discurso
JO

Texto 1 do Método, de Descartes, enumere e descreva as quatro


AU

regras apresentadas pelo filósofo para o método.


Todo ser humano tem um direito legítimo ao respeito de seus seme-
AR

lhantes e está, por sua vez, obrigado a respeitar todos os demais. A 8. (UNESP)
humanidade em si mesma é uma dignidade, pois um ser humano
S

Texto 1
PE

não pode ser usado meramente como um meio (instrumento) por


qualquer ser humano. Karl Popper se diferenciou ao introduzir na ciência a ideia de “fa-
LO

libilismo”. Ele disse o seguinte: “O que prova que uma teoria é


(IMMANUEL KANT. A METAFÍSICA DOS COSTUMES, 2010. ADAPTADO.) científica é o fato de ela ser falível e aceitar ser refutada”. Para ele,
A
UL

nenhuma teoria científica pode ser provada para sempre ou resistir


Texto 2 para sempre à falseabilidade. Ele desenvolveu um tipo de teoria de
PA

Ao se assenhorar de um Estado, aquele que o conquista deve definir seleção das teorias científicas, digamos, análoga à teoria darwiniana
da seleção: existem teorias que subsistem, mas, posteriormente, são
NA

as más ações a executar e fazê-lo de uma só vez, a fim de não ter


de as renovar a cada dia. Deve-se fazer as injúrias todas de um só substituídas por outras que resistem melhor à falseabilidade.
A

golpe. Quanto aos benefícios, devem ser concedidos aos poucos, de MORIN, EDGAR. CIÊNCIA COM CONSCIÊNCIA, 1996. ADAPTADO.
04

sorte que sejam mais bem saboreados. Texto 2


3
70

(NICOLAU MAQUIAVEL. O PRÍNCIPE, 2000. ADAPTADO.) O paralelismo entre macrocosmos e microcosmos, a simpatia cós-
35

mica e a concepção do universo como um ser vivo são os princípios


a) Considerando o texto 1, explique por que a ética de
53

fundamentais do pensamento hermético, relançado por Marcílio


Kant apresenta um alcance universalista. Justifique sua
03

Ficino com a tradução do Corpus Hermeticum. Com base no pen-


compatibilidade com o Iluminismo filosófico. samento hermético, não há qualquer dúvida sobre a influência dos
O

b) Considerando o texto 2, explique a posição assum- acontecimentos celestes sobre os eventos humanos e terrestres.
J

Desse modo, a magia é a ciência da intervenção sobre as coisas, os


AU

ida por Maquiavel em relação à manipulação política.


homens e os acontecimentos, a fim de dominar, dirigir e transformar
Justifique a incompatibilidade entre a ética de Kant e
AR

a realidade segundo a nossa vontade.


os procedimentos recomendados por Maquiavel para a
manutenção do poder político. REALE, GIOVANNI. HISTÓRIA DA FILOSOFIA, VOL. 2, 1990.
S
PE

Baseando-se no conceito filosófico de empirismo, des-


LO

creva o significado do emprego da palavra “ciência”


nos dois textos. Explique também o diferente emprego
LA

do termo “ciência” em cada um dos textos.


U
PA

169
A
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A
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PA
9. (UFU)
U.T.I. - E.O.

NA
Suporei, portanto, que há não um Deus ótimo, fonte soberana da

4A
verdade, mas algum gênio maligno, e ao mesmo tempo, sumamente 1. (UNESP)

30
poderoso e manhoso, que põe toda a sua indústria em que me en-
As freiras da Congregação das Pequenas Irmãs da Sagrada Famí-

70
gane: pensarei que o céu, o ar, a terra, as cores, as figuras, os sons e
lia, de Cascavel (PR) e, em particular, a Irmã Kelly Favareto, poderão
todas as coisas externas nada mais são do que ludíbrios dos sonhos,

35
aparecer com os véus que cobrem cotidianamente suas cabeças
ciladas que ele estende à minha credulidade.

53
na foto da Carteira Nacional de Habilitação (CNH). A decisão é da

03
DESCARTES, R. MEDITAÇÕES SOBRE FILOSOFIA PRIMEIRA. Justiça Federal, que aceitou recurso da Irmã contra a Resolução do
PRIMEIRA MEDITAÇÃO /12/, TRADUÇÃO DE FAUSTO CASTILHO. Conselho Nacional de Trânsito que proíbe, por razões de seguran-

JO
CAMPINAS: IFCH-UNICAMP, 1999, P. 25 ça, que na foto da CNH o condutor apareça usando óculos, bonés,
a) Qual é, para Descartes, a relação existente entre o gorros, chapéus ou qualquer outro item que cubra parte do rosto

AU
gênio maligno e a coisa pensante (Res cogitans)? ou cabeça, dificultando sua identificação. “Eu só ando de véu, que

AR
b) Que argumento é utilizado por Descartes para afir- é um sinal de consagração a Deus, não é um acessório que posso
mar a existência do Mundo? tirar quando quiser”, alegou a Irmã.

S
PE
(EVANDRO FADEL. FREIRA GANHA DIREITO DE USAR HÁBITO NA FOTO
10. (UFMG) Leia a seguinte passagem do texto de Hume, DA CNH. O ESTADO DE S.PAULO, 10.02.2012. ADAPTADO.)

LO
Do padrão do gosto:
Comente o significado filosófico do fato noticiado,

A
abordando a relação entre indivíduo e Estado, e expli-

UL
Procurar estabelecer uma beleza real, ou uma deformidade real, é
uma investigação tão infrutífera como procurar determinar uma do- que a relação entre esse fato e o movimento filosófico

PA
çura real ou um amargor real. Conforme a disposição dos órgãos do iluminista do século XVIII.

NA
corpo, o mesmo objeto tanto pode ser doce como amargo, e o pro-
vérbio popular afirma com muita razão que gostos não se discutem. 2. (UNICAMP)

4A
É muito natural, e mesmo absolutamente necessário, aplicar este Na segunda metade do século XVIII, pensadores importantes, como
30
axioma ao gosto mental, além do gosto corpóreo, e assim o senso Denis Diderot, atacaram os próprios fundamentos do imperialismo.
comum, que tão frequentemente diverge da filosofia [...], ao menos
70

Para esse filósofo, os seres humanos eram fundamentalmente for-


num caso está de acordo em proferir idêntica decisão. mados pelas suas culturas e marcados pelas diferenças culturais, não
35

existindo o homem no estado de natureza. Isso levava à ideia de relati-


53

(HUME, DAVID. DO PADRÃO DO GOSTO. IN: OS PENSADORES.


SÃO PAULO: ABRIL CULTURAL,1992, P. 262). vidade cultural, segundo a qual os povos não podiam ser considerados
03

superiores ou inferiores a partir de uma escala universal de valores.


O trecho acima corresponde a uma passagem na qual
JO

(ADAPTADO DE SANKAR MUTHU, ENLIGHTENMENT AGAINST EMPIRE.


Hume procura descrever a posição de alguns filósofos PRINCETON: PRINCETON UNIVERSITY PRESS, 2003, P. 258, 268.)
AU

seus contemporâneos para os quais o gosto é uma ex-


pressão de certos sentimentos e, desse modo, não com- a) Segundo o texto, como as ideias de Denis Diderot se
AR

porta uma decisão em termos de verdade ou falsidade, opunham ao imperialismo?


S

como ocorre no caso de outros juízos nos quais emitimos b) No pensamento de Jean-Jacques Rousseau, qual a
PE

nossas opiniões. Essa posição, caso fosse correta, impos- relação entre a ideia de “homem no estado de nature-
sibilitaria o estabelecimento de um padrão de gosto, ou
LO

za” e a organização das sociedades civilizadas?


seja, de uma regra capaz de conciliar as diversas opiniões
A

dos homens no que diz respeito ao valor de uma obra de 3. (UNESP)


UL

arte, por exemplo. Segundo Hume, essa posição coincide


“O Iluminismo é a saída do homem de um estado de menoridade
PA

com o famoso provérbio de que gosto não se discute, o


qual, por sua vez, parece refletir o pensamento da maior que deve ser imputado a ele próprio. Menoridade é a incapacidade
NA

parte das pessoas, ou seja, do senso comum. de servir-se do próprio intelecto sem a guia de outro. Imputável a
si próprios é esta menoridade se a causa dela não depende de um
A

a) A partir do que foi dito acima, e com base em out- defeito da inteligência, mas da falta de decisão e da coragem de
04

ras informações contidas no texto, APRESENTE os ar- servir-se do próprio intelecto sem ser guiado por outro. Sapere aude!
3

gumentos de Hume que problematizam esse famoso


70

Tem a coragem de servires de tua própria inteligência!”


provérbio.
(IMMANUEL KANT, 1784.)
35

b) Com base em suas próprias experiências, APRESENTE


53

e JUSTIFIQUE a sua posição pessoal em relação a esse Esse texto do filósofo Kant é considerado uma das mais sin-
03

mesmo provérbio. téticas e adequadas definições acerca do Iluminismo. Justi-


fique essa importância comentando o significado do termo
O

“menoridade”, bem como os fatores sociais que produzem


J
AU

essa condição, no campo da religião e da política.


AR

4. (UFF) O filósofo alemão Immanuel Kant, no século


XVIII, assim define o “Esclarecimento” ou “Iluminismo”:
S
PE

“O Esclarecimento é a saída do homem de sua menoridade pela qual


LO

ele mesmo é responsável. A menoridade é a incapacidade de fazer


uso de seu próprio entendimento sem a imposição de outrem. O pró-
LA

prio homem é responsável por sua menoridade quando a causa desta


U
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170
A
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L
A
UL
PA
não for a falta de entendimento, mas a falta de decisão e coragem de A partir desta citação, explique em que consiste a Revo-

NA
conduzir-se sem a imposição de outrem. Tenha coragem para usar o lução Copernicana realizada por Kant na filosofia.

4A
seu próprio entendimento! Eis o lema do Esclarecimento”.
10. (UFU)

30
(IMMANUEL KANT, “RESPOSTA À PERGUNTA: QUE É ‘ESCLARECIMENTO’ ?”)

70
"O hábito é, pois, o grande guia da vida humana. É aquele princípio
Com base no texto de Kant, comente a importância na
único que faz com que nossa experiência nos seja útil e nos leve a

35
vida de cada um de nós de “ter coragem para usar o seu
esperar, no futuro, uma sequência de acontecimentos semelhantes

53
próprio entendimento”.
às que se verificaram no passado."

03
5. (UDESC) Levando-se em conta as diferentes correntes (HUME, SÃO PAULO: ABRIL CULTURAL, 1973, P. 146)

JO
filosóficas que estudam a questão do conhecimento, es- Comente, acerca do conhecimento verdadeiro, a crítica

AU
tabeleça a distinção entre Racionalismo e Empirismo. que Hume fez aos limites da experiência sensível e ao
princípio da causalidade vigente na filosofia moderna.

AR
6. (UDESC)

S
O ponto de partida da filosofia de Rousseau é uma concepção de

PE
natureza humana representada pela famosa ideia segundo a qual

LO
“O homem nasce bom, a sociedade o corrompe”.
(CONTRATO SOCIAL, LIVRO I, CAP. 1) (MARCONDES,

A
UL
D., INICIAÇÃO À HISTÓRIA DA FILOSOFIA, P. 200)

PA
Explique a afirmação acima.

NA
7. (UFU)
Ao discutir sobre a noção de esclarecimento, I. Kant em sua obra
4A
30
Resposta à pergunta: que é “Esclarecimento”? ressalta: “Para este
70

esclarecimento [“Aufklärung”] porém nada mais se exige senão


35

LIBERDADE. E a mais inofensiva entre tudo aquilo que se possa


53

chamar liberdade, a saber: a de fazer uso público de sua razão em


todas as questões.”
03

KANT, I. .RESPOSTA À PERGUNTA: QUE É .ESCLARECIMENTO.?. IN: TEXTOS


JO

SELETOS. 2 ED. TRAD. DE RAIMUNDO VIER. PETRÓPOLIS: VOZES, 1985, P. 104.


AU

Responda:
AR

Por que o uso público da razão está em oposição à


S

menoridade do entendimento humano?


PE

8. (UFU) Locke foi um dos principais representantes do


LO

liberalismo político. Sobre a passagem do estado de na-


A

tureza para a sociedade civil, o autor, a respeito desse


UL

tema, fez a seguinte afirmação:


PA

“Assim os homens, apesar de todos os privilégios do estado de


NA

natureza, mantendo-se em más condições enquanto nele perma-


necerem, são rapidamente levados à sociedade.”
A
04

LOCKE, JOHN. SEGUNDO TRATADO SOBRE O GOVERNO. SÃO PAULO:


ABRIL CULTURAL, 1983. COLEÇÃO “OS PENSADORES”. P. 83.
3
70

Responda:
35

O que leva os homens a escolher a vida em sociedade civil?


53
03

9. (UFU) O comentário abaixo foi feito por Kant (1724-


1804) para justificar o início do novo estágio da filosofia
J O

moderna, almejado com a sua obra Crítica da Razão Pura.


AU

"Até agora se supôs que todo nosso conhecimento tinha que se


AR

regular pelos objetos; porém, todas as tentativas de mediante con-


ceitos estabelecer algo a priori sobre os mesmos, através do que o
S
PE

nosso conhecimento seria ampliado, fracassaram sob esta pressu-


posição."
LO

(KANT. CRÍTICA DA RAZÃO PURA. SÃO PAULO: NOVA CULTURAL,


LA

1987. P.14. COLEÇÃO "OS PENSADORES")


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35
SOCIOLOGIA

70
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NA
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NA
ESTRATIFICAÇÃO SOCIAL E SUAS FORMAS

4A
30
70
35
Estratificação Social é o agrupamento dos membros de uma

53
sociedade em camadas ou estratos superpostos e hierarqui-

03
zados segundo algum critério de importância sociológica.

JO
Praticamente todas as sociedades desenvolvem sistemas

AU
de relações hierárquicas ou estratificação social. Se não
existisse estratificação em uma sociedade, esta, necessaria-

AR
mente, possuiria uma população pequena e homogênea.

S
Suas ocupações seriam de tal natureza, que não existiria

PE
qualquer divisão de trabalho, nem haveria competição,

LO
nem conflito. É difícil imaginar uma sociedade que aten- Uma das características que marcaram a estratificação social
hindu foi a hereditariedade; o nascimento era a condição

A
da a estas condições, a não ser em circunstâncias muito

UL
incomuns ou realmente primitivas, pois uma sociedade mal básica para se definir uma dada posição na ordem social.

PA
consegue durar sem uma divisão de suas funções sociais. A hierarquização dava-se também com base na heredita-
riedade e nas profissões, que definiam os indivíduos como

NA
A origem básica da estratificação repousa na tendência
pertencentes a grupos de status diferentes. Nem sempre o
universal para avaliar socialmente as diferenças conse-
4A
caráter hereditário e o profissional convergiam. Por exemplo,
quentes às distinções biológicas e culturais das pessoas. 30
dois indivíduos podiam desempenhar a mesma profissão,
Estas variações socialmente significativas conduzem a
mas pertencer a castas diferentes por hereditariedade, o que
70

posições diferenciadas que acarretam doses distintas de não os colocava em condições de igualdade.
35

prestígio e consideração. Já que algumas destas diferen-


53

ças estão ligadas às posições na sociedade, o respeito, a Os pertencentes à casta inferior eram considerados impuros
03

consideração, o prestígio e o poder ficam associados a ela. e não podiam nem sequer prestar serviços aos membros das
outras castas superiores. A ideia era de que tudo o que os
JO

A SOCIEDADE DE CASTAS impuros tocassem ficava contaminado, seja alimento, água


AU

ou roupa.
AR

A sociedade de castas é marcada pela rigidez na hierarqui- Apenas as castas puras (superiores) eram consideradas ap-
zação. Baseia-se na hereditariedade, na profissão, na etnia,
S

tas a desempenhar funções públicas e a participar de deter-


PE

na religião, determinando uma situação de respeitabilidade. minadas atividades religiosas. As castas impuras eram prati-
LO

A definição desses critérios ocorre a partir de um conjunto de camente segregadas, a elas não sendo permitido frequentar
valores, hábitos e costumes definidos pela tradição.
A

escolas, templos e outros espaços sociais.


UL

O sistema de castas assenta-se numa relação de privilégios Diante disso, as castas inferiores consideradas totalmente
PA

que alguns indivíduos possuem em detrimento dos demais. impuras não podiam entrar nos pátios dos grandes templos.
Esse tipo de organização social parte do pressuposto de que
NA

Na região de Maratha, a sombra de um impuro não podia


os direitos são desiguais por natureza, uma vez que os ele- atingir um membro de uma casta superior. Existiam regiões
A

mentos que os caracterizam são definidos fora dos indiví-


04

na Índia que estabeleciam que as castas inferiores tinham


duos – por exemplo, o critério para a definição de cargos e
3

de manter uma distância de 24 passos dos brâmanes para


70

profissões se dava pela hereditariedade (o guerreiro, o sacer- que a sombra de um membro de uma casta inferior não se
35

dote fariam os seus filhos também guerreiros e sacerdotes). projetasse jamais sobre um elemento de uma casta superior.
53

Pode-se dizer que, nas sociedades antigas, a organização


03

social baseava-se no sistema de castas. As desigualdades


O

políticas, jurídicas, religiosas, entre outras, expressavam-se


J

através do lugar que o indivíduo ocupava na estrutura de


AU

cargos e profissões, definidos pela hereditariedade, em pri-


AR

meiro plano.
S

Ainda hoje, existe na Índia o sistema de castas, embora


PE

modificado, pois coexiste com um sistema de classes sociais;


LO

DISPONÍVEL EM: < HTTP://WWW.UNIVERSIAENEM.COM.BR/


mesmo assim, o estudo dessa sociedade pode nos oferecer SISTEMA/FACES/PAGINA/PUBLICA/CONTEUDO/TEXTO-HTML.
LA

vários elementos para a compreensão dessa ordem social. XHTML?REDIRECT=65586078235577153116103251880>


U
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Mas como se apresentam as relações entre as castas na conjunto de valores culturais vigentes (disseminados e sus-

NA
atualidade? Pode-se dizer que são mantidos nitidamente os tentados pela Igreja Católica), a ideia de que determinados

4A
costumes e as tradições apontados anteriormente, quase na indivíduos estavam, pela tradição, acima dos demais; o que

30
sua totalidade, entre os brâmanes – casta superior a todas não queria dizer que a aceitação das regras de dominação

70
– e entre os sudras – que formam as castas mais inferiores, abolia a possibilidade de revolta ou o uso da força. O esta-

35
consideradas impuras. No entanto, entre as castas interme- mento mais importante corresponde à nobreza, detentora

53
diárias há algumas diferenças, uma delas é a não clareza de da terra, o clero tem a supremacia ideológica devido à

03
hierarquia. igreja e os servos trabalham na terra. Esses últimos são o
estado subordinado aos outros dois.

JO
Permanecem, porém, os elementos ligados à dieta, que indi-
ca a posição da casta na estrutura social. As castas superiores,

AU
As lutas entre os estratos sociais existiam, uma vez que
por exemplo, não comem alimentos preparados pelos impu- a desigualdade de direitos levava, em determinados mo-

AR
ros, e um brâmane só se alimenta na companhia de indivídu- mentos, a rebeliões que não desmantelavam a forma de

S
os que fazem parte de sua casta. dominação vigente, mas tentavam impor alguns limites às

PE
Outro fator relevante na definição das posições das castas, na condições de privilégios de alguns estratos em detrimento

LO
organização social hindu, na atualidade, é o trabalho, já que dos demais.

A
as atividades consideradas degradantes são vistas como fa-

UL
A reciprocidade entre o servo (aquele que pagava um tributo
tores que rebaixam as posições das castas na estrutura social. pela utilização de um feudo) e o senhor feudal (aquele que

PA
detinha largas extensões de terra) fundava-se na relação es-
SOCIEDADE ESTAMENTAL
NA
tabelecida entre servir e proteger: Não ter um senhor que lhe

4A
desse proteção fazia com que o indivíduo fosse considerado
A sociedade feudal, que vigorou do século IX ao XIV, tinha desprotegido pela lei.
30
a sua organização social baseada em estamentos. A tra-
70

Ressalte-se que a propriedade e o uso da terra no feuda-


dição contava como um dos elementos fundamentais na
35

lismo implicava contrair uma diversidade de obrigações,


definição do conjunto de relações estabelecidas entre os
53

fazendo com que o proprietário estivesse ligado a uma tra-


diferentes estamentos: nobreza, clero e servo. A honra, a
03

ma de relações não apenas com o servo. Do proprietário,


hereditariedade e a linhagem eram os elementos organiza-
JO

por exemplo, o rei podia exigir serviços militares. Um nobre


dores dos estamentos.
proprietário poderia exigir a outro proprietário de terras,
AU

em nome do rei, um número determinado de cavaleiros


AR

para atuar na guerra. Dessa forma, para manter posições


S

de poder, a nobreza exigia obrigação militar de todos os


PE

senhores feudais através dos seus vassalos.


LO

No modo de produção feudal, o que alinhava as relações


A

entre os diversos estratos ou estamentos era a vassalagem.


UL

Esta se fundava, como diz Max Weber, no livro Economia e


PA

sociedade, numa relação pessoal de fidelidade. O vassalo


NA

contraía inúmeras obrigações, que tinham sua contraparti-


A

da nas obrigações que o senhor assumia perante ele. Es-


04

sas obrigações iam além da submissão a um determinado


3

proprietário de terras: era um juramento de fidelidade que


70

repousava também na força das armas.


35
53

Dessa forma, vê-se que o senhor feudal era um tirano sem


03

A sociedade estamental correspondeu a um dado momen- leis, nos piores casos, ou, nos melhores, um pai despótico.
to da história econômica e política da humanidade. As ati- As obrigações entre eles eram diversas, podendo se enu-
J O

vidades sociais que cada estamento desempenhava nessa merar a ajuda de guerra, os ofícios de escudeiro, as funções
AU

ordem social eram encaradas como funções necessárias à da criadagem doméstica, etc.
AR

manutenção da sociedade.
Existia uma hierarquia de vassalagem que se superpunha
S

Essa relação de privilégios, que tinha fundamento na hon- a todos os estamentos e os interligava; do estrato mais in-
PE

ra, só era possível porque os estratos não privilegiados ferior (os servos) até o topo da pirâmide social, todos se
LO

também reconheciam, na hereditariedade, na linhagem, a encontravam ligados por uma trama de obrigações, reci-
LA

honra do outro. Ou seja, os dominantes incorporavam, pelo procidade e fidelidade.


U
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A
UL
PA
O nobre proprietário (também denominado suserano ou

NA
senhor feudal), embora possuísse diversos vassalos, era tam-

4A
bém um vassalo do rei. Este último era o suserano maior e a

30
ele todos deviam obrigações baseadas na vassalagem.

70
35
53
03
JO
AU
AR
Já para Max Weber, em vista da posição em que se situa-

S
vam em relação ao mercado – se vendedores ou compra-

PE
dores de bens, serviços ou força de trabalho –, os indivídu-

LO
os poderiam se constituir em uma ou outra classe. Weber

A
Max Weber afirma que o feudalismo é uma estruturação chamou isso de “situação de classe”, ou seja, uma situa-

UL
política patrimonialista por excelência. Isso quer dizer que ção que dependeria da posição (comprador ou vendedor)

PA
a organização política obedecia a uma hierarquização na momentaneamente ocupada. Sendo variável, a posição
ocupada na estrutura produtiva não poderia ser o único

NA
qual a relação de subordinação se dava a partir das obri-
fator de estratificação social, nem mesmo estar na origem
4A
gações contraídas entre os diversos estratos com base na
das revoltas políticas que levariam ao fim do capitalismo,
posse e no uso da terra (daí a designação patrimonial).
30
como vimos em Marx.
70

AS CLASSES SOCIAIS
35
53
03

As classes sociais propriamente ditas expressam as de-


sigualdades e um modo de interpretação das diferenças
JO

sociais intimamente ligados à mentalidade moderna e à


AU

sociedade capitalista. A complexidade desse tipo de orga-


AR

nização social define relações que aparecem para os indi-


víduos de forma nebulosa. Aos indivíduos imersos nessa
S
PE

sociabilidade, só são visíveis e palpáveis as desigualdades


LO

gritantes. As relações que produzem essas desigualdades,


contudo, permanecem obscuras, isto é, os fundamentos de
A
UL

sua existência e as formas como elas se reproduzem.


DISPONÍVEL EM: <HTTP://CAFECOMSOCIOLOGIA.COM/2016/01/
PA

Numa linha de análise marxista, podemos dizer que a ESTRATIFICACAO-SOCIAL-SEGUNDO-OCTAVIO.HTML>


apropriação e a expropriação são elementos básicos que
NA

CLASSES SOCIAIS (IBGE)


vão delinear o traçado de uma estruturação social desigual.
A

O expropriado é aquele que produz, que age diretamen-


04

te no processo de produção. O capitalista apropria-se do


3
70

resultado dessa produção de forma privada. O modo de A visão governamental das classes sociais, utilizada pelo
35

produção capitalista levaria progressivamente à produção IBGE no censo populacional a cada dez anos, é baseada
53

de interesses opostos, antagônicos, como parte do próprio no número de salários mínimos. Mais simples, divide em
03

movimento interno da sua estrutura social. As classes se apenas cinco faixas de renda ou classes sociais, conforme a
tabela abaixo, válida para este ano (salário mínimo em R$
O

definem como antagônicas tanto no plano econômico


J

quanto no político. Econômico, no nível da apropriação/ 937,00 em 2017).


AU

expropriação; político, no nível da dominação/submissão. Trata-se de um critério de cálculo fácil e objetivo, mas que
AR

A divisão da sociedade em classes sociais não é um dado leva somente em consideração o salário atual da pessoa
S

acidental, casual, mas produzido pelas relações entre os e ignora eventuais conquistas e patrimônio. Mudanças re-
PE

homens. Os sujeitos básicos dessas classes são a burguesia pentinas de salário para cima ou para baixo podem dar
LO

(personificação do capital) e o operariado (personificação um viés ao resultado e torná-lo impróprio para algumas
LA

do trabalho assalariado). finalidades.


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PA
Classes Sociais por Faixas de Salário-Mínimo (IBGE)

NA
4A
Classe Número de Salários-Mínimos (SM) Renda Familiar (R$) em 2017

30
A Acima de 20 SM R$ 18.740,01 ou mais

70
35
B De 10 a 20 SM R$ 9.370,01 a R$ 18.740,00

53
C De 4 a 10 SM R$ 3.748,01 a R$ 9.370,00

03
D De 2 a 4 SM R$ 1.874,01 a R$ 3.748,00
E Até 2 SM Até R$ 1.874,00

JO
AU
AR
S
CULTURA

PE
LO
A
UL
DEFINIÇÃO DE CULTURA culturas consideram as atividades intelectuais mais elevadas.

PA
Para a sociedade helênica clássica, por exemplo, o esporte

NA
O conceito de cultura compreende, de um modo geral, a era considerado uma reverência aos deuses, o que tornava

4A
soma das atividades humanas (e dos produtos dessas ati- as atividades esportivas muito importantes. Nesse contexto,
não faria sentido dizer que um filósofo tem “mais cultura”
30
vidades) que surgem no âmbito da sociedade. Isto é, toda
do que um maratonista: o maratonista também era respon-
70

ação humana é, em algum nível, uma ação cultural. O uso da


sável por desempenhar uma atividade cultural das mais va-
35

palavra em diferentes contextos, no entanto, torna esse pro-


lorizadas. Já no Brasil atual, não se costuma dizer que um
53

blema mais complexo. Por isso, o teórico inglês Terry Eagle-


ótimo jogador de futebol tem “mais cultura” do que um
03

ton afirma: “‘cultura’é uma das duas ou três palavras mais


complexas da língua inglesa”. Já em outros idiomas, como o grande filósofo somente porque ele joga futebol muito bem.
JO

alemão, o termo correlato a “cultura” (“kultur”) pode tam- Ou seja: a ideia de cultura também se define culturalmente
AU

bém significar “sociedade”. Afinal, então, o que é “cultura”? – também, digamos, varia de cultura para cultura.
AR

A princípio, pode-se dizer que tudo faz parte da cultura, na


S

medida em que qualquer ato humano se insere em uma


ALTA CULTURA E CULTURA POPULAR
PE

ambiente social específico. Ir ao banheiro, por exemplo, é


LO

um ato da cultura: só se vai a um banheiro, porque a ideia


de “banheiro” foi inventada por seres humanos como
A

Pode-se dizer que a ideia de “alta cultura” remete às ati-


UL

uma forma socialmente (e culturalmente) aceita de realizar vidades sociais muito valorizadas – as quais, muitas vezes,
PA

suas necessidades fisiológicas. Do mesmo modo, só se vai exigem grande competência em determinado domínio. Isso,
ao banheiro de uma forma X ou Y porque essa é a forma no entanto, não basta para classificar um fenômeno cultural.
NA

socialmente (e culturalmente) aceita de ir ao banheiro. Ou Mozart, por exemplo, costuma ser associado à alta cultura,
A

seja: não existe uma ação humana que não seja um ato da assim como os grandes músicos clássicos. Já um músico do
04

cultura. Tudo é cultural. pagode brasileiro costuma ser associado ao domínio da cul-
3
70

Por outro lado, a palavra “cultura” costuma ser empregada tura popular, independentemente do quão hábil seja com
35

de diferentes formas. Vejamos: seu instrumento. Isso é particularmente curioso quando pen-
53

samos que o próprio Mozart custou a se estabelecer como


Quando uma pessoa apresenta um repertório vasto, de-
03

um músico clássico, já que suas peças eram tidas como


monstrando conhecer muitos dados literários, filosóficos e
excessivamente populares ou mesmo vulgares pelo gosto
O

artísticos, diz-se que ela tem “muita cultura”. Isso porque,


J

europeu do século XVIII.


AU

historicamente, determinadas atividades humanas – como


Podemos dizer, então, que todas as atividades humanas são
AR

as atividades intelectuais (a arte, a filosofia, a técnica etc.) –


podem ser mais valorizadas do que outras. Dizer, portanto, atividades culturais, mas apenas algumas são classificadas
S

que uma pessoa tem “mais cultura do que outra” significa como “alta cultura”. Essa classificação é estabelecida pelas
PE

dizer que essa pessoa está associada a atividades social- instituições da própria cultura – como universidades, veícu-
LO

mente mais valorizadas do que outras. Mas dizer isso, por los de crítica, etc – e pode variar conforme variem outros
LA

outro lado, é – por si só – um ato cultural. Pois nem todas dados da própria cultura.
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Já ao domínio da cultura popular, costumam ser associados Quando se trata de costumes, porém, certamente alguns

NA
quaisquer outros fenômenos sociais que se tornem comuns fenômenos da cultura adquirem maior importância do que

4A
e recorrentes e/ou se transformem em costumes. Assim, per- outros, à medida que se tornam mais corriqueiros e so-

30
tencem à cultura popular não apenas o pagode e o samba, cialmente mais constantes e/ou relevantes. Esses costumes

70
mas também o futebol, a feijoada e assim por diante. podem não serem classificados como “alta cultura”, mas

35
Certamente isso não quer dizer que a “alta cultura” e a “cul- podem chegar até mesmo a ser fundamentais para uma

53
tura popular” sejam domínios fechados e impenetráveis. A comunidade (como um país).

03
cultura é extremamente fluida. Frequentemente ambos os Isso não necessariamente quer dizer que esses costumes

JO
domínios interagem e se interpenetram. O músico paulista- sejam “bons”. Em uma sociedade machista, por exemplo,
no Paulo Vanzolini, por exemplo, compôs a canção “samba

AU
é costume deixar o trabalho doméstico para as mulheres.
erudito”, mesclando o estilo mais popular da música brasi- Esse fato é profundamente enraizado na cultura brasileira,

AR
leira a elementos da música erudita. Inúmeros outros exem- mas está sendo cada vez mais questionado e combatido.

S
plos existem nesse sentido. Além do mais, como Mozart, um Pois essa é outra característica da cultura: ela é um terreno

PE
dado da cultura pode passar do domínio da “alta cultura” de constante e interminável disputa.

LO
para o da “cultura popular” e vice-versa.

A
ACULTURAÇÃO

UL
PA
Como já vimos, portanto, as culturas se formam em meio à

NA
interação dos seres humanos entre si e com a natureza –

4A
ou seja: acompanham os processos sociais. Eventualmente,
30
porém, diferentes culturas podem se chocar, o que dá ori-
70

gem a conflitos.
35

Um exemplo de choque cultural muito significativo foi a


53

colonização da América Latina. Nesse processo histórico,


03

a cultura indígena entrou em conflito aberto com a cultura


JO

europeia: os indígenas possuíam sua própria religião, sua


AU

própria língua, sua própria arte, sua própria culinária, sua


AR

MOZART: MÚSICO JÁ FOI CONSIDERADO POPULAR própria economia, seus próprios costumes – enfim, sua
própria cultura; e o mesmo era válido para os portugueses
S

CULTURA E COSTUMES
PE

e espanhóis.
LO

Esse conflito era, sobretudo, um problema econômico, pois


Como já vimos, tudo faz parte da cultura: não apenas as os europeus desejavam, como se sabe, colonizar o chama-
A
UL

artes ou atividades intelectuais, mas também os atos mais do “novo mundo”, dominando-o economicamente. Nesse
triviais (como ir ao banheiro). Nesse sentido, o acarajé, o
PA

cenário, a solução foi a mais violenta possível: os europeus


chinelo, o pandeiro e o campeonato brasileiro de futebol impuseram sua cultura sobre os indígenas, proibindo ele-
NA

são elementos da cultura popular brasileira. E o fato do mentos da cultura destes e os exterminando. Com o passar
A

grande músico erudito Heitor Villa-Lobos fazer parte do


do tempo, os indígenas assimilaram a cultura do domi-
04

domínio da “alta cultura” nacional não faz com que ele


nador, passaram a falar sua língua, a adorar seus deuses,
3

seja “mais” ou “menos” parte da cultura como um todo.


70

adotar seus costumes e assim por diante. A esse processo


35

dá-se o nome de “aculturação”.


53

Contudo, até hoje a cultura indígena permanece viva. Mas,


03

dada a profundidade da destruição violenta desta pelo eu-


O

ropeu, hoje é preciso que ela lute para sobreviver. Nesse


J
AU

sentido, a cultura indígena se tornou um dado a ser preser-


AR

vado, sob o risco de se extinguir.


S

Existem inúmeros exemplos de aculturação na História.


PE
LO
LA

FEIJOADA: ELEMENTO DA CULTURA BRASILEIRA


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CONFLITOS CULTURAIS CONTRACULTURA

NA
4A
O conflito entre indígenas e europeus durante a coloniza- Determinadas culturas são hegemônicas – isto é: deter-

30
ção é apenas um exemplo de embate cultural entre muitos. minadas culturas têm seus elementos compartilhados e

70
Hoje, os choques culturais ainda causam muitos problemas. aceitos pelo conjunto de uma comunidade. A constituição

35
dessa hegemonia pode se dar, inclusive, por um processo

53
Em 2010, por exemplo, o Senado francês aprovou uma lei
muito violento (como é o caso do conflito entre europeus

03
que proibiu as mulheres muçulmanas de usarem a burca
e o nicabe, espécies de véus islâmicos que cobrem todo e indígenas, o qual já conhecemos). Isso, porém, não quer

JO
o rosto, diferentes do hijab e do xador, que não cobrem dizer que essa hegemonia não possa ser enfrentada. Nes-

AU
a face. O debate sobre o uso de vestimentas islâmicas ses casos, têm-se o que se chama de “contracultura” –

AR
para as mulheres causa grande polêmica em outros pa- isto é, a constituição de elementos alternativos que bus-
íses europeus que têm iniciativas legislativas parecidas, cam se opor aos elementos dominantes.

S
PE
como a Itália, a Holanda, algumas regiões da Bélgica e Um exemplo: a Rebelião de Stonewall foi uma série de

LO
da Alemanha. violentas manifestações espontâneas de membros da co-
munidade LGBT contra uma invasão da polícia de Nova

A
UL
York que aconteceu nas primeiras horas da manhã de 28

PA
de junho de 1969, no bar Stonewall Inn, localizado no
bairro de Greenwich Village, em Manhattan, em Nova

NA
York, nos Estados Unidos. Esses motins são amplamente

4A
considerados como o evento mais importante que levou
30
ao movimento moderno de libertação gay e à luta pelos
70

direitos LGBT no país. Neles, os homossexuais, transexu-


35

ais e demais grupos da comunidade LGBT, se opunham


53

à repressão de sua cultura, que se expressava, em sua


03

forma mais violenta, na invasão de seus bares pelos poli-


JO

ciais. Nesse caso, os policiais representavam a imposição


de uma cultura hegemônica – pois a sociedade norte-a-
AU

mericana expressava severos sinais de homofobia. Já a


AR

rebelião de Stonewall representa a emergência de uma


S

contracultura, isto é, de uma cultura que se opõe à cultura


PE

dominante.
LO

MULHER USA BURCA NA ALEMANHA


A
UL

Para os muçulmanos, logicamente, esse dado significa uma


PA

violência, uma proibição à própria cultura. Nesse sentido,


muitas pessoas argumentam também que a proibição do
NA

véu estimula o preconceito. Já para os proponentes da lei


A

em questão, esta se trataria de uma importante medida de


04

prevenção ao terrorismo, já que o véu cobre a face, poden-


3
70

do facilitar a fuga de praticantes de atos terroristas.


35

A questão se torna ainda mais polêmica quanto determi-


53

nadas práticas culturais são, em si, colocadas em questão REBELIÃO DE STONEWALL


03

pelos valores de outras culturas. Nesse caso, por exemplo,


Inúmeros exemplos contraculturais existem e, hoje, ad-
O

muitas pessoas argumentam que o véu é uma instituição


J

quirem maior visibilidade e relevância. São esses os casos


AU

machista da cultura islâmica cuja função é reprimir a mu-


lher. Mas, mesmo que assim seja, isso permite a uma outra feminista, LGBT (lésbicas, gays, bissexuais e transexuais),
AR

cultura proibi-lo? Fazer isso não seria um gesto de intole- negro (contra o racismo e pela igualdade racial), contra
S

rância à cultura do outro? a xenofobia, contra a proibição das drogas, entre muitos
PE

outros.
LO
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NA
ANTROPOLOGIA E ETNOCENTRISMO

4A
30
70
35
A antropologia é uma ciência compreensiva que estuda o poderosas, dessa forma, estariam no auge do processo civili-

53
Homem e sua cultura no passado e no presente. Em linhas zatório, enquanto as outras exprimiriam atraso e estagnação.

03
gerais, a Antropologia aborda temas como costumes, há- Morgan deixa bem claro que “Ao estudar as condições de

JO
bitos, aspectos físicos, mitos e religiões de diversos povos tribos e nações nesses diversos períodos étnicos, estamos

AU
que habitaram e ainda habitam o planeta. A consolidação lidado, substancialmente, com a história antiga e com as
da Antropologia como ciência deu-se em meados do sécu- antigas condições de nossos próprios remotos ancestrais.”

AR
lo XIX, concomitantemente às expansões neocoloniais das

S
potências industriais europeias, que buscavam recursos na- Períodos Condições

PE
turais na Ásia, África e Oceania.

LO
Período Inicial da Da infância da raça humana até
Os europeus, imersos em um otimismo exacerbado em

A
Selvageria o começo do próximo período

UL
relação ao desenvolvimento técnico e material, aproxima-
vam-se cada vez mais de métodos científicos para expli-

PA
Da aquisição de uma dieta
car tanto a realidade física quanto social. Paralelamente a

NA
Período intermediário de subsistência à base de
essa euforia, havia um sentimento de superioridade racial
de selvageria peixes e de um conheci-
4A
e cultural com relação aos colonizados. Uma espécie de
mento do uso do fogo.
darwinismo social reinava nas análises: os europeus esta-
30
riam em um estágio evolutivo superior aos outros povos.
70

Tal premissa permeou a fundamentação da Antropologia.


35

Período final de selvageria Da invenção do arco e flecha.


53

O EVOLUCIONISMO CULTURAL:
03

Período inicial de barbárie Da invenção da cerâmica.


JO

UMA TEORIZAÇÃO ETNOCÊNTRICA Da domesticação de animais


AU

no hemisfério oriental e, no
Período intermediário
AR

Um autor proeminente entre os evolucionistas e, por isso, es- ocidental, do cultivo irrigado
de barbárie
de milho e plantas, com o uso
S

colhido por nós para demonstrar tal teoria foi Lewis Morgan.
PE

de tijolos de adobe e pedras.


Lewis Henry Morgan (1818-1881) nasceu nos Estados Uni-
LO

dos e desde jovem interessou-se na cultura dos iroqueses, Da invenção do processo de


A

Período final de barbárie fundir minério de ferro, com


UL

grupo indígena que vivia próximo a seu estado natal, Nova


uso de ferramentas de ferro.
PA

Iorque. Ao ter contato com esses indígenas e com inúmeros


Da invenção do alfabeto
documentos históricos e relatos etnográficos1, sistematizou
NA

fonético, com o uso da escrita,


uma classificação de diferentes estágios evolutivos das so- Status de civilização
A

até o tempo presente (Europa


04

ciedades. Em suas palavras, “Duas linhas de investigação


e nações desenvolvidas).
3

convidam assim, nossa atenção. Uma passa por invenções


70

e descobertas; a outra, por instituições primárias. Com o co-


35

O princípio do autor é etnocêntrico, pois os povos tribais


nhecimento propiciado por essas linhas, podemos esperar in-
53

da América, da África, Ásia e Oceania foram classificados


03

dicar os principais estágios do desenvolvimento humano.”2. como menos evoluídos, enquanto os europeus foram
classificados no estágio mais elevado da sociabilidade
O

Com isso, Morgan classificou as sociedades humanas em três


J

estágios evolutivos: Selvageria, Barbárie e Civilização. humana. O próprio critério materialista de Morgan e seus
AU

Para ele, todas as sociedades humanas passariam inevita- discípulos demonstra um lado eurocêntrico, o que nos
AR

velmente pelos três estágios. As sociedades capitalistas mais permite indagar: será mesmo que o progresso material é o
S

1 ETNOGRAFIA É UM RELATO DETALHADO DA CULTURA E HÁBITOS DE UMA SOCIEDADE. cerne da preocupação dos outros povos tanto quanto para
PE

ERA MUITO COMUM QUE ALGUNS VIAJANTES EUROPEUS DESCREVESSEM AS MINÚCIAS os europeus?
LO

DOS COMPORTAMENTOS DE OUTROS POVOS E PUBLICASSEM TAIS ESCRITOS.

2 A SOCIEDADE ANTIGA, LEWYS MORGAN. TEXTO DISPONÍVEL EM EVOLUCIONISMO


LA

CULTURAL, ORGANIZADO POR CELSO CASTRO E EDITADO PELA EDITORA ZAHAR.


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BRONISLAW MALINOWSKI dutas, esquemas linguísticos e mitos revelam a existência

NA
de padrões comuns a todas elas. Para ele, o enfoque dos
(1884-1942)

4A
estudos antropológicos deve centrar-se principalmente nas

30
demandas de ordem social. Graças aos seus estudos, há

70
Como teórico, é considerado o fundador do funcionalismo, hoje uma tendência de se rechaçar enfoques etnocêntricos

35
escola antropológica que pretende analisar as instituições dentro das pesquisas – significa dizer que comparar socie-

53
sociais em termos de satisfação coletiva de necessidades dades em termos de níveis tecnológico e material não faria

03
mais sentido.
individuais (principalmente biológicas), considerando cada

JO
sociedade como um sistema fechado e coerente. Por isso, Para Lévi-Strauss, a antropologia estrutural é o estudo cien-

AU
opõe-se à aplicação reducionista dos pensadores evolucio- tífico dos subprodutos gerados pelas operações incons-
nistas.

AR
cientes do espírito humano. As operações mentais, isto é,
O objeto do funcionalismo e sua base fundamental é con- as estruturas, representam o significado real da cultura. A

S
PE
siderar que todas as partes da sociedade humana estão abordagem estruturalista evita os perigos do relativismo,
na medida em que as diferentes culturas são consideradas

LO
relacionadas entre si e cumprem uma função dentro de
como meros subprodutos distintos do espírito humano –
um sistema. Por tal premissa, as sociedades não devem ser

A
nem melhores nem piores uns que os outros. Deste modo,

UL
comparadas. Cada uma deve ser observada em sua visão
os indivíduos estudados são considerados como meros ge-

PA
particular de mundo e dentro de sua lógica de funciona-
radores-portadores de cultura: as suas ações são vazias de
mento. Assim, não se pode julgar o diferente do europeu

NA
todo o sentido que não seja o sentido subjacente que lhes
como atrasado, uma vez que ele reproduz outras visões de

4A
é proporcionado pelas estruturas universais inconscientes.
vidas e de necessidades. 30
No caso da aplicação do estruturalismo na cultura, o proble-
Malinowski realizou diversos trabalhos de campo, visitando
70

ma consiste em descobrir o conjunto constante de relações


inúmeras sociedades in loco. Em sua obra Os argonautas do
35

existentes entre os elementos básicos que se manifestam


pacífico ocidental, o autor estuda a sociedade Trobriandesa,
53

como fenômenos culturais. Segundo Lévi-Strauss, a vanta-


03

onde hoje se encontra a Papua Nova Guiné. Seu objeto de


gem de seu estudo das formas primitivas de organização
estudo é a instituição Kula, um sistema de trocas circular,
JO

reside no fato delas possibilitarem um acesso fácil às es-


místico e destituído de noção de posse permanente, que truturas lógicas elaboradas pelo pensamento inconsciente.
AU

influencia a vida e as instituições dos nativos em quase sua A estrutura “proporciona os meios para integrar aqueles
AR

totalidade. Além de descrever detalhadamente o Kula e sua fatores irracionais surgidos do acaso e da história”. Assim,
função, mostra, nessa obra, raro rigor metodológico e lógico
S

a busca das estruturas lógicas subjacentes à diversidade


PE

na construção de uma etnografia. Para ele, o antropólogo dos fenômenos culturais exige necessariamente um estu-
LO

não deve contentar-se com uma mera observação dos fa- do sincrônico dos costumes, isto é, um estudo da natureza
tos, mas exercer uma observação participante, isto é, “ser
A

intrínseca dos fenômenos culturais, antes de passar ao estu-


UL

um deles”. do das influências de elementos externos que operaram as


PA

transformações históricas (estudo diacrônico): “Ao mostrar

ESTRUTURALISMO DE
as instituições no seu processo de transformação, a história
NA

torna possível abstrair a estrutura que subjaz às manifes-


A

LÉVI-STRAUSS (1908-2009) tações e que permanece idêntica através da sucessão dos


04

acontecimentos”.
3
70
35

Claude Lévi-Strauss foi um intelectual radicado na França, Dessa forma, ao rejeitar a primazia do estudo histórico,
53

considerado o fundador da Antropologia Estrutural e intro- que “organiza os seus dados em relação com as expres-
03

dutor, nas ciências sociais, do enfoque estruturalista base- sões conscientes da vida social”, a antropologia estru-
ado na linguística de Saussure. Dado o peso de sua obra, tural “dedica-se a examinar os seus fundamentos (ou
O

estruturas) inconscientes”.
J

dentro e fora da antropologia, é visto como um dos inte-


AU

lectuais mais influentes do século XX. Entre 1935 e 1939


AR

viveu no Brasil, onde levou a cabo seu primeiro trabalho


etnográfico, organizando expedições periódicas no Mato
S
PE

Grosso e na floresta amazônica.


LO

Lévi-Strauss conquistou proeminência no mundo intelectual


LA

ao afirmar que as diferentes culturas humanas, suas con-


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NA
INDÚSTRIA CULTURAL E PATRIMÔNIO DO ESPETÁCULO

4A
30
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35
INDÚSTRIA CULTURAL GUY DEBORD (1931-1994)

53
03
O conceito de Indústria Cultural foi originalmente formula- De origem filosófica, o francês Guy Debord apresenta uma

JO
do na década de 1940 por dois autores alemães, Theodor crítica para a sociedade contemporânea, a chamada socie-

AU
Adorno (1903–1969) e Max Horkheimer(1895–1973), que dade do consumo.

AR
pertenciam à chamada Escola de Frankfurt. Esses autores, no

S
livro denominado Dialética do Esclarecimento: o Iluminismo

PE
como mistificação das massas, de 1944, desenvolveram o

LO
conceito de Indústria Cultural.

A
Os teóricos da primeira geração da Escola de Frankfurt as-

UL
sistiram e vivenciaram a ascensão do nazismo na Europa e

PA
adotaram os fenômenos da cultura como objeto de estudo

NA
para entender o tempo presente nos aspectos da domina-

4A
ção/alienação e emancipação em relação aos mecanismos-
de controle social.
30
70

Para os autores, o que se repete na história é a violência


35

associada ao progresso. Segundo essa concepção, as guer-


Em seu livro mais famoso, intitulado A sociedade do Es-
53

ras são resultados do desenvolvimento tecnológico. Nesse


petáculo, lançado em 1967, Debord faz uma crítica feroz
03

contexto a ciência e a técnica não têm um objetivo humano.


contra essa sociedade do consumo, ganhando popularida-
JO

Na sociedade globalizada em que vivemos, tudo se reveste de entre artistas e estudantes.


AU

de um caráter mercadológico, no qual se omite a história so-


Nesse livro, o autor apresenta como a sociedade reproduz
cial da produção dos objetos. Disso resulta a descrença dos
AR

as ações e os fatos, desencadeando uma repetição cons-


integrantes da Escola de Frankfurt na ciência e na técnica
tante e levando os indivíduos a uma massificação ordena-
S

como meio de emancipação social.


PE

da, transformando-se em meros espectadores contempla-


LO

Por procurar um público o mais amplo possível (para que a tivos de suas próprias vidas. Sendo guiados pelas imagens
lucratividade aumente), a Indústria Cultural produz um tipo que ordenam o seu cotidiano, os seres humanos ficam
A
UL

especifico de cultura – a cultura de massa – que se define anestesiados com os fatos a sua volta.
PA

por ser uma cultura homogênea transformada em mercado- O autor define o espetáculo como o conjunto das relações
ria destinada ao consumo das grandes massas (inclusive em sociais mediadas pelas imagens, estando esse fenômeno
NA

nível global) que formam a sociedade de consumo. A socie- presente em todas as sociedades onde há classes sociais.
A

dade de consumo, que possibilita que as massas consumam


04

produtos em grandes quantidades, só é possível na socie- Debord ilustra como a nossa sociedade está constituída
3

pelo espetáculo, seja midiático ou político, de modo a con-


70

dade industrial capitalista, dada a ampliação da capacidade


fundir a nossa realidade com a mera ficção.
35

produtiva.
53

A alienação do espectador em proveito do objeto con-


Produz-se em larga escala um único tipo de produto, homo-
03

templado (que é o resultado da sua própria atividade


gêneo, que se coloca acima das diversidades culturais e sim- inconsciente) exprime-se assim: quanto mais ele con-
O

plifica os conteúdos e significados das expressões artísticas templa, menos vive; quanto mais aceita reconhecer-se
J
AU

para ser consumido pelo maior número de pessoas possível. nas imagens dominantes da necessidade, menos ele
A homogeneização dos produtos e gostos constitui-se no compreende a sua própria existência e o seu próprio
AR

principal mecanismo de reprodução da indústria cultural, o desejo. A exterioridade do espetáculo em relação ao ho-
mem que age aparece nisto, os seus próprios gestos já
S

que faz com que ela continue existindo independentemente


PE

não são seus, mas de um outro que lhes apresenta.


das vontades individuais.
LO

DEBORD, GUY
A SOCIEDADE DO ESPETÁCULO, 1967, P. 25-26.
LA
U
PA

182
A
AN
L
A
UL
PA
NA
MICHEL FOUCAULT

4A
30
70
MICHEL FOUCAULT (1926-1984)

35
nizar os hábitos desses sujeitos, atuando como instituições

53
disciplinares.

03
Com formação em filosofia e psicologia, o francês Michel Segundo Foucault, esse “poder disciplinar” é notado pelos
Foucault tratou de compreender o indivíduo e as suas in-

JO
elementos semelhantes que encontramos nesses ambien-
ter-relações, como o poder, a sexualidade, a punição e a

AU
tes, como regras pré-definidas, grades e câmeras de segu-
loucura social. rança. Nesse momento, o poder é físico e simbólico, pois

AR
condiciona as futuras ações desse indivíduo caracterizando

S
uma forma de controle social, pois apresenta uma forte

PE
disciplina em conjunto com uma plena vigilância para con-

LO
ter possíveis violações das regras impostas.

A
Para ilustrar essa forma de disciplina e vigilância, Foucault

UL
cita o exemplo do Panóptico utilizado em prisões. Trata-se

PA
de uma estrutura circular, com uma plataforma de observa-

NA
ção erguida no meio.

4A
Foucault modificou o foco das análises tradicionais acerca Essa estrutura possibilita ao observador central um con-
30
da sociedade, a partir de um olhar interdisciplinar, inter- trole maior sobre os prisioneiros, que tem a sensação de
70

ligando os campos da história, filosofia, sociologia e psi- serem vigiados durante todo o tempo. O objetivo desse
35

cologia. panóptico era criar uma aparente onipresença do inspetor


53

de vigilância nas mentes dos vigiados, assegurando o fun-


03

História da loucura na Idade Clássica cionamento automático do poder. O sucesso dessa ação se
faz pelo olhar hierárquico, uma sanção normalizadora e o
JO

Nessa obra, publicada em 1961, Foucault apresenta como


exame avaliativo.
AU

o termo loucura modificou-se ao longo do tempo. Na Idade


Média, a loucura era sinônimo de liberdade, em muitos ca- Foucault enfatiza a questão do controle disciplinar, corri-
AR

sos, era considerada sagrada; durante o Renascimento, por gindo o comportamento desviante, isto é, o propósito des-
S

sua vez, a loucura foi vista como uma outra forma de razão. se poder é controlar, dominar os seres e não propiciar uma
PE

reformulação das práticas sociais.


LO

No período da Modernidade, entre os séculos XVI e XVII,


momento histórico denominado por Foucault como Idade Como consequência disso, temos o ser humano configu-
A

rado como “corpos dóceis”, ou seja, corpos que mediante


UL

Clássica, a loucura ganha uma definição de antirrazão,


aqueles considerados loucos deveriam ser enclausurados, a tanta punição, submetidos ao poder disciplinar, aceitam a
PA

prática do confinamento passou a ser adotada. A partir do total submissão, sendo dominados completamente, sem
NA

século XVIII, a loucura foi associada à doença, sendo que o nenhum tipo de resistência contra esse poder. Diante disso,
A

louco deveria ser medicado. Ao refletir sobre como as dife- o corpo humano tornou-se uma máquina prestes a obede-
04

rentes sociedades tratam aqueles que foram considerados cer a qualquer regra ou norma dominante.
3

como loucos, Foucault chama a atenção para a construção


70

social do conceito de normalidade. De origem filosófica, o


35

francês Guy Debord apresenta uma crítica para a socieda-


53

de contemporânea, a chamada sociedade do consumo.


03
O

Vigiar e punir:
J
AU

História da violência nas prisões


AR

No texto, publicado em 1975, Foucault reflete sobre o sis-


S

tema penal e a relação de poder. O filósofo analisa que


PE

existe um “poder disciplinar” para regular a vida dos indi-


LO

víduos, contido nas estruturas de base da sociedade (nos


LA

hospitais, nas prisões e nas escolas) com o intuito de orga-


U
PA

183
A
AN
L
A
UL
PA
de, salientando um poder ilusório, uma disputa criada entre
História da sexualidade moderna

NA
os seres, com o intuito também de dominação e controle.

4A
Nesse estudo, publicado em 1976, Foucault interliga a se-
O poder não opera em um único lugar, mas em lugares
xualidade com as estruturas de poder na sociedade. Ao pen-

30
múltiplos: a família, a vida sexual, a maneira como se tra-
sar o poder não como uma coisa, mas como relações, assu-

70
ta os loucos, a exclusão dos homossexuais, as relações
me que o poder é algo que se exerce; poder como um feixe

35
entre os homens e as mulheres... todas essas relações
de relações. Assim, o corpo também é um espaço de poder. são relações políticas. Só podemos mudar a sociedade

53
A norma produz condutas e gestos com o intuito de reprimir sob a condição de mudar essas relações.

03
a própria sexualidade, classificando o comportamento sexual FOUCAULT , MICHEL. DIÁLOGO SOBRE O PODER. ESTRATÉGIA, PODERSABER.

JO
desviante da norma como um crime, ferindo os padrões mo- RIO DE JANEIRO: FORENSE UNIVERSITÁRIA, 2006.

AU
rais de uma sociedade. Parece-me que, no final do século XVIII, a arquitetura co-
meça a se especializar, ao se articular com os problemas

AR
Para Foucault, com essa regulação da vida dos indivíduos, da população, da saúde, do urbanismo. Outrora, a arte de

S
desenvolveu-se uma naturalização da sexualidade reprimida construir respondia sobretudo à necessidade de manifes-

PE
no cotidiano, gerando no indivíduo, com a sexualidade repri- tar o poder, a divindade, a força. O palácio e a igreja cons-

LO
mida, um ser com várias neuroses. Para evitar esses traumas, tituíam as grandes formas, às quais é preciso acrescentar
o pensador apresenta que é necessário ter uma maior liber- as fortalezas; manifestava−se a força, manifestava-se o

A
soberano, manifestava−se Deus. A arquitetura durante

UL
dade da sexualidade na sociedade.
muito tempo se desenvolveu em torno destas exigências.

PA
Ora, no final do século XVIII, novos problemas aparecem:
trata-se de utilizar a organização do espaço para alcançar

NA
objetivos econômico−políticos. Aparece uma arquitetura

4A
específica. Philippe Ariès escreveu coisas que me parecem
importantes a respeito do fato da casa, até o século XVIII,
30
continuar sendo um espaço indiferenciado. Existem pe-
70

ças: nelas se dorme, se come, se recebe, pouco importa.


35

Depois, pouco a pouco, o espaço se especifica e torna-se


53

funcional. Nós temos um exemplo disto na edificação das


03

cidades operárias dos anos 1830−1870. A família operá-


Microfísica do poder ria será fixada; será prescrito para ela um tipo de moralida-
JO

Nesse livro, publicado em 1978, Foucault apresenta diversas de, através da determinação de seu espaço de vida, com
AU

uma peça que serve como cozinha e sala de jantar, o quar-


formas de poder existentes na sociedade. O poder está em
to dos pais (que é o lugar da procriação) e o quarto das
AR

todo lugar, tendo os saberes e os discursos como elementos crianças. Às vezes, nos casos mais favoráveis, há o quarto
S

diretos desse poder social. O poder não está centralizado nas das meninas e o quarto dos meninos. Seria preciso fazer
PE

grandes instituições, ele age em todos os lugares, atua sobre uma "história dos espaços" − que seria ao mesmo tempo
LO

os indivíduos. uma "história dos poderes" − que estudasse desde as


grandes estratégias da geopolítica até as pequenas táticas
A

Essa dominação pode estar contida na relação macro, do habitat, da arquitetura institucional, da sala de aula ou
UL

apresentada pela força do Estado diante de seus cidadãos, da organização hospitalar, passando pelas implantações
PA

orientando regras e normas de submissão para a manu- econômico-políticas. É surpreendente ver como o proble-
ma dos espaços levou tanto tempo para aparecer como
NA

tenção de uma hierarquia pré-concebida. Nesse momento


Foucault dialoga com a filosofia política de Maquiavel. problema histórico-político.
A

FOUCAULT , MICHEL.
04

Fora dessa relação macro, coexistem diversas relações de MICROFÍSICA DO PODER. SÃO PAULO: GRAAL, 2008, PP. 211-212.
3

micropoder, entre os próprios indivíduos dentro da socieda-


70
35
53

O PROBLEMA DA VIOLÊNCIA
03
JO
AU

A Sociologia se debruça sobre como a violência afeta as rela- O Brasil ainda é um país onde a violência permeia o seu co-
AR

ções humanas, tendo a preocupação em analisar os fenôme- tidiano. Segundo o Índice Global da Paz de 2019, dos 163
S

nos recorrentes na sociedade (não só tratando da violência países analisados, o Brasil ocupa o 116.º lugar entre os países
PE

física, mas também da violência simbólica). A Sociologia pre- mais pacíficos.


LO

cisa estudar esses dados que tendem a ser mascarados ou


LA

abordados com excessiva sutileza.


U
PA

184
A
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L
A
UL
PA
VIOLÊNCIA URBANA a aceleração do crescimento de todas as modalidades

NA
delituosas. Crescem mais rápido os crimes que envolvem

4A
a prática de violência, como os homicídios, os roubos,
A constituição da sociedade brasileira, no olhar sociológico, os sequestros, os estupros. Esse crescimento veio acom-

30
tem a violência como pano de fundo, demonstrada pelos panhado de mudanças substantivas nos padrões de cri-

70
“fatos sociais” que são reproduzidos pelas gerações. Se- minalidade individual bem como no perfil das pessoas

35
gundo os dados da Embrapa, de 2017, 84,3% da popula- envolvidas com a delinquência. [...] Recente estudo so-

53
ção brasileira vivem nas áreas urbanas. bre as tendências do homicídio, para o país em seu con-

03
junto, constatou que: o número de homicídios causados
A definição para violência urbana é o fenômeno social de por armas de fogo vem crescendo desde 1979; b) esse

JO
comportamento agressivo e transgressor exercido por in- número cresce mais que a população. No Distrito Fede-

AU
divíduos ou coletivamente nos limites do espaço urbano. ral, em 1980, a taxa de homicídios era de 13,7 por cem
mil habitantes; em 1991, isto é, onze anos após, saltou

AR
Os fatores para a existência da violência urbana são: para 36,3. Na Região Metropolitana de Belo Horizonte,
o crescimento dos homicídios foi da ordem de 31,21%

S
ƒ Instituições frágeis: os órgãos fiscalizadores sociais,

PE
no período de 1991-96, segundo dados do Ministério
regidos por regras que sofrem alterações por aqueles da Saúde. A consequência mais grave desse processo

LO
que precisam segui-las, condicionam hábitos de des- em cadeia é a descrença dos cidadãos nas instituições

A
credibilidade nessas próprias instituições. Conjunto promotoras de justiça, em especial encarregadas de

UL
com o rompimento facilmente das normas jurídicas, distribuir e aplicar sanções para os autores de crime e

PA
seja por parte do Estado ou da própria sociedade civil. de violência. Cada vez mais descrentes na intervenção
saneadora do poder público, os cidadãos buscam saídas.

NA
ƒ Mal funcionamento dos mecanismos de contro-
Aqueles que dispõem de recursos apelam, cada vez mais,

4A
le jurídico: as falhas no exercício da coerção legal, o para o mercado de segurança privada, um segmento
que impede a realização das normas legais da socie-
30
que vem crescendo há, pelo menos, duas décadas. Em
dade.
70

contrapartida, a grande maioria da população urbana


depende de guardas privados não profissionalizados,
35

ƒ Invisibilidade social: quando uma parcela da po- apoia-se perversamente na “proteção” oferecida por
53

pulação se torna invisível socialmente, perdendo a sua traficantes locais ou procura resolver suas pendências
03

relevância na constituição social e alimentando uma e conflitos por conta própria. Tanto num como noutro
desesperança no indivíduo, que perde a certeza do seu caso, seus resultados contribuem ainda mais para enfra-
JO

potencial de transformação. quecer a busca de soluções proporcionada pelas leis e


AU

pelo funcionamento do sistema de justiça criminal.


ƒ Desigualdade social: a violência não tem sua causa
AR

ADORNO, SÉRGIO.
na pobreza, mas na desigualdade social, evidenciando CRIME E VIOLÊNCIA NA SOCIEDADE BRASILEIRA CONTEMPORÂNEA.
S

uma segregação socioespacial maior em regiões com JORNAL DE PSICOLOGIA-PSI, N. ABR/JUN, PP. 7-8, 2002.
PE

maior desigualdade econômica.


LO

ƒ Tradição cultural violenta: a repetição cultural da VIOLÊNCIA DOMÉSTICA


A
UL

violência entre os indivíduos, seja pela forma verbal de


Na sociedade brasileira, a violência doméstica ainda é um
PA

tratamento, seja pelo contato físico. Como consequên-


tema alarmante, estando presente em todas as classes so-
cia de uma prática histórica, que trata uma parcela dos
NA

ciais, mas com uma frequência maior nas classes menos


membros da sociedade com uma violência cotidiana,
favorecidas, sendo a maior parcela das vítimas crianças, mu-
A

naturalizada com o tempo.


04

lheres e idosos.
3
70

Com a formação social imersa num sistema arcaico de pa-


35

triarcado, o homem adulto pratica a maioria dos delitos, se-


53

gundo as estatísticas oficiais. O perfil desse agressor é carac-


03

terizado pelo autoritarismo, falta de empatia, irritabilidade,


grosserias e xingamentos constantes, geralmente acompa-
O

nhado do uso de drogas lícitas e ilícitas.


J
AU

Com o objetivo de promover a proteção integral da criança


AR

CHARGE QUE RETRATA A VIOLÊNCIA DO ESTADO PERANTE A POPULAÇÃO. e do adolescente, surge, em 1990, o Estatuto da Criança e
S

do Adolescente (ECA). E, com o objetivo de combater a vio-


PE

Desde meados da década de 1970, vem-se exacer-


bando, no Brasil, o sentimento de medo e insegurança. lência contra a mulher, foi aprovada a Lei Maria da Penha,
LO

Não parece infundado esse sentimento. As estatísticas em 2006.


LA

oficiais de criminalidade indicam, a partir dessa década,


U
PA

185
A
AN
L
A
UL
PA
VIOLÊNCIA PSICOLÓGICA Podemos definir o extermínio como a prática ou o pro-

NA
pósito de eliminar fisicamente os indivíduos pertencen-

4A
Podendo estar inserida também no âmbito da violência tes a determinado grupo social. Quando o grupo vítima
dessa prática está definido por um critério étnico, usa-se

30
doméstica, inclui-se a violência psicológica, onde se destrói
então o termo genocídio. [...] Na realidade brasileira, o

70
a moral e a autoestima do indivíduo, desencadeada por
extermínio se apresenta, por exemplo, como uma prática

35
ações repetitivas de injúrias e humilhações. contra criminosos, pessoas acusadas de cometerem cri-

53
mes ou, de forma mais ampla, grupos cujos integrantes
VIOLÊNCIA SEXUAL

03
são considerados como criminosos potenciais. Assim, ao

JO
invés de prender os suspeitos e colocá-los à disposição
A violência sexual configura-se mediante abuso, violação da justiça criminal, eles são sumariamente executados.

AU
e assédio sexual, de modo que não existe consentimen- Este padrão encaixa dentro de uma tradição de controle

AR
to do ato de violação, sendo uma agressão focalizada na social através da violência extrema, que encontra suas
sexualidade da pessoa. Segundo as estatísticas, a maioria

S
raízes históricas no tratamento dos escravos no perío-

PE
das vítimas desse tipo de violência são mulheres e crian- do colonial. Os alvos deste controle social violento são

LO
ças, onde o agressor geralmente é conhecido pela vítima. tradicionalmente os integrantes dos grupos sociais mais
Apesar de esse crime estar previsto na lei, infelizmente as desfavorecidos, isto é, negros e pessoas de baixo status

A
UL
situações de violência sexual continuam a aumentar nas socioeconômico. Por sua vez, indivíduos das classes mé-
dias e altas que cometem crimes apresentam uma chan-

PA
últimas estatísticas na sociedade brasileira.
ce muito maior de serem tratados conforme a lei, isto

NA
é, de serem submetidos ao sistema de justiça criminal.

4A
CANO, IGNACIO; DUARTE , THAIS. PRÁTICAS DE EXTERMÍNIO:
O PAPEL DAS MILÍCIAS NO RIO DE JANEIRO.
30
IN: VIOLÊNCIA E DILEMAS CIVILIZATÓRIOS.
CAMPINAS: PONTES EDITORES, 2011, PP.59-60
70
35
53
03
JO

CAMPANHA DA PREFEITURA DE SÃO LEOPOLDO-RS DENUNCIA


AU

A VIOLÊNCIA CONTRA A MULHER EM 2018.


AR
S

A QUESTÃ0 DE GÊNERO
PE
LO
A
UL

A sociedade vem modificando a sua abordagem em rela- meio da educação formal ou informal, dos valores de juízo,
PA

ção à questão de gênero. A relação entre os indivíduos no construindo o que é ser homem ou o que é ser mulher na
agrupamento social é desenvolvida e naturalizada median-
NA

sociedade, como as relações entre ambos devem ser, quais


te as ações coletivas. são os seus papéis no meio social.
A
04

No pensamento sociológico, é amplamente aceita a distin- Simone de Beauvoir, na obra O segundo sexo (1949), faz
3

ção entre sexo e gênero. Sexo concerne ao conjunto de ca- uma profunda análise sobre o papel designado à mulher
70

racterísticas fisiológicas e anatômicas que definem o corpo


35

dentro da sociedade e sobre a construção do que é ser


masculino e o corpo feminino, situando-se no âmbito na
53

mulher, estabelecendo uma importante distinção entre os


biologia. Já o gênero refere-se às diferenças sociais, cul-
03

conceitos de gênero e sexo que a leva a sua clássica con-


turais e psicológicas entre homens e mulheres, sendo so- clusão: “Ninguém nasce mulher: torna-se mulher”. Beau-
O

cialmente produzidas, situando-se no âmbito sociocultural.


J

voir acrescenta: “Nenhum destino biológico, psíquico, eco-


AU

Portanto, o gênero corresponde ao conjunto de caracte- nômico define a forma que a fêmea humana assume no
AR

rísticas sociais, culturais, políticas, psicológicas, jurídicas e seio da sociedade; é o conjunto da civilização que elabora
esse produto intermediário entre o macho e o castrado,
S

econômicas que a sociedade atribui ao que considera mas-


PE

culino ou feminino. que qualificam de feminino”.


LO

Assim, o sujeito não nasce pronto ou determinado, esse Assim, a questão do gênero está fundada nos fatores so-
LA

condicionamento social naturaliza as nossas relações, por ciais que legitimam determinadas visões de mundo, que
U
PA

186
A
AN
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A
UL
PA
são responsáveis por criar comportamentos e hábitos das

NA
mulheres e homens na sociedade, desenvolvendo condutas

4A
de gêneros, determinando um padrão específico e classifi-

30
cando a subjetividade da pessoa. Essas condutas sofrem

70
modificações ao longo do tempo.

35
53
03
JO
AU
AR
S
PE
LO
A
UL
Em suas pesquisas, concluiu que o ideal Arapesh é o ho-

PA
mem dócil e suscetível, enquanto para Mundugumor o ho-
mem e a mulher são mais violentos e agressivos, e para os

NA
Tchambuli, o papel da mulher é o de controladora, enquan-

4A
to o homem é totalmente dependente. Diante disso, a an-
30
tropóloga constatou que os papéis sexuais são construídos
70

Durante o período neolítico, as definições de masculino e fe- de acordo com as expectativas e as suas relações entre si.
35

minino começaram a surgir. Nas sociedades agrícolas, ocor-


O pensamento de Mead teve um papel crucial na progres-
53

reu uma divisão sexual voltada para a divisão do trabalho,


siva liberação sexual que ocorreria no Ocidente nas déca-
03

colocando a mulher na posição de cuidar, pela capacidade


das finais do século XX.
reprodutora da mulher, enquanto o homem desenvolvia tra-
JO

balhos mais relacionados à força física, consolidando uma


AU

sociedade patriarcal, ou seja, fundada na figura masculina. A identidade de gênero


AR

Na Revolução Industrial, a dinâmica social se transforma; po- A identidade de gênero é a maneira como alguém se sen-
S

rém, a desigualdade entre homens e mulheres só aumenta, te e se apresenta para si e para as demais pessoas. Esse
PE

com as mulheres ganhando salários inferiores aos homens. reconhecimento está presente nas nossas ações, no nosso
LO

Apesar do surgimento de leis, no início do século XXI, que modo de falar e de vestir.
A

proíbem essa prática nas empresas, essa condição de desi- Podemos nos identificar conforme os diversos gêneros: fe-
UL

gualdade de gênero continua presente na sociedade atual. minino, masculino, bigênero, não binário, pangênero, gen-
PA

derfluid, transgênero, etc.


O papel da sociologia na questão do gênero é observar
NA

como as sociedades se modificam; mas essa ciência não Os que se propõem a codificar os sentidos das pala-
A

pode ser omissa em relação ao desrespeito ao ser humano. vras lutam por uma causa perdida, porque as palavras,
04

como as ideias e as coisas que elas significam, têm uma


Considerando que, independentemente dos gêneros, todos
3

história. Nem os professores da Oxford nem a acade-


70

os integrantes da sociedade precisam ser reconhecidos e res- mia Francesa foram inteiramente capazes de contro-
35

peitados pelas regras jurídicas dessa sociedade. lar a maré, de captar e fixar os sentidos livres do jogo
53

da invenção e da imaginação humana. Mary Wortley


03

MARGARET MEAD (1901-1978)


Montagu acrescentava a ironia à sua denúncia do
“belo sexo” (“meu único consolo em pertencer a este
O

gênero é ter certeza de que nunca vou me casar com


J

A antropóloga cultural estadunidense Margaret Mead de-


AU

uma delas”) fazendo uso, deliberadamente errado, da


dicou seus estudos a essa temática do gênero. Em seu livro referência gramatical. Ao longo dos séculos, as pessoas
AR

Sexo e temperamento em três sociedades primitivas, de utilizaram de forma figurada os termos gramaticais para
S

evocar traços de caráter ou traços sexuais. Por exemplo,


1935, Mead discute os papéis sexuais de homens e mulhe-
PE

a utilização proposta pelo Dicionário da Língua Francesa


res naquelas sociedades. Em sua pesquisa, foram analisa- de 1876, era: “Não se sabe qual é o seu gênero, se é
LO

das as três sociedades primitivas da Nova Guiné, que eram: macho ou fêmea, fala-se de um homem muito retraí-
LA

Tchambuli, Mundugumor e Arapesh. do, cujos sentimentos são desconhecidos”. E Gladstone


U
PA

187
A
AN
L
A
UL
PA
fazia esta distinção em 1878: “Atena não tinha nada do distinções ou agrupamentos separados. No seu uso mais

NA
sexo, a não ser gênero, nada de mulher a não ser for- recente, o “gênero” parece ter aparecido primeiro entre

4A
ma”. Mais recentemente – recentemente demais para as feministas americanas que queriam insistir no caráter
que possa encontrar seu caminho nos dicionários ou na fundamentalmente social das distinções baseadas no

30
enciclopédia das ciências sociais – as feministas come- sexo. A palavra indicava uma rejeição ao determinismo

70
çaram a utilizar a palavra “gênero” mais seriamente, no biológico implícito no uso de termos como “sexo” ou

35
sentido mais literal, como uma maneira de referir-se à “diferença sexual”. O gênero sublinhava também o as-

53
organização social da relação entre os sexos. A relação pecto relacional das definições normativas das feminili-

03
com a gramática é ao mesmo tempo explícita e cheia dades. As que estavam mais preocupadas com o fato de
de possibilidades inexploradas. Explícita, porque o uso que a produção dos estudos femininos centrava-se sobre

JO
gramatical implica em regras formais que decorrem da as mulheres de forma muito estreita e isolada, utilizaram

AU
designação de masculino ou feminino; cheia de possibili- o termo “gênero” para introduzir uma noção relacional
dades inexploradas, porque em vários idiomas indoeuro- no nosso vocabulário analítico. Segundo esta opinião, as

AR
peus existe uma terceira categoria – o sexo 3 indefinido mulheres e os homens eram definidos em termos recí-
ou neutro. Na gramática, gênero é compreendido como procos e nenhuma compreensão de qualquer um pode-

S
PE
um meio de classificar fenômenos, um sistema de distin- ria existir através de estudo inteiramente separado.
ções socialmente acordado mais do que uma descrição

LO
SCOTT , JOAN.
objetiva de traços inerentes. Além disso, as classificações GÊNERO: UMA CATEGORIA ÚTIL PARA ANÁLISE HISTÓRICA.

A
sugerem uma relação entre categorias que permite ARTIGO PUBLICADO EM 1986.

UL
PA
NA
MOVIMENTOS SOCIAIS
4A
30
70

Os movimentos sociais definem-se como ações coletivas ƒ Movimento dos Trabalhadores Sem Teto (MTST):
35

praticadas por grupos da sociedade com a finalidade de seguindo a mesma lógica jurídica do MST, o movimento
53

modificar ou conservar determinados aspectos cultu- urbano surge na década de 1990, com o intuito de rei-
03

rais, econômicos e políticos ou mesmo de transformar o vindicar o direito à moradia nos grandes centros urbanos.
JO

conjunto da realidade sociopolítica. De maneira geral, os

A LUTA POR RECONHECIMENTO


AU

movimentos sociais expressam alguma insatisfação so-


ciopolítica ou características pontuais de sua organização,
AR

articulando segmentos da sociedade em pautas reivindica- Essa forma, que abrange os movimentos sociais, pretende
S

tórias que aspiram à realização de mudança ou de perma- corrigir ou eliminar injustiças culturais, como a humilhação, o
PE

nência social, econômica, política e cultural, considerada desrespeito e a negação de direitos. Assim, esses movimentos
LO

necessária e justa. buscam reivindicar direitos atrelados à ordem política e cultural


A

do agrupamento social ao qual pertencem. Os exemplos dos


UL

Os movimentos sociais emergem quando um grupo de


pessoas atua para transformar algum aspecto da socieda- movimentos sociais que se utilizam dessa forma de luta são:
PA

de, com o objetivo de se adquirir reconhecimento e direi- ƒ Movimento LGBTQI+: esse movimento (que repre-
NA

tos do Estado. De modo que ocorre um embate político e


senta lésbicas, gays, bissexuais, transexuais, travestis e
A

cultural. Dentro dos movimentos sociais existem formas de


transgêneros, queer, intersexuais e outros que englobam
04

luta, seja para distribuir direitos ou para reconhecê-los.


o movimento) luta contra a homofobia e a favor da livre
3
70

expressão sexual. Além de defender o reconhecimento na


A LUTA POR REDISTRIBUIÇÃO
35

sociedade como cidadãos, com direitos respeitados.


53
03

Essa forma de organização dos movimentos sociais consis- Entretanto existem os movimentos sociais bivalentes, que
te em corrigir ou eliminar o que os membros do movimen- buscam ao mesmo tempo redistribuição e reconhecimento.
J O

to consideram injustiças. Os exemplos dos movimentos ƒ Movimento feminista: movimento com diversos seg-
AU

sociais que se utilizam desse tipo de luta são: mentos, luta pela igualdade social, trabalhista e cultural
AR

ƒ Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra do gênero feminino, cobrando do Estado políticas de
S

(MST): com influência da Liga Camponesa, a partir da igualdade entre os gêneros, seja na área trabalhista ou
PE

década de 1970 o MST, fundamentando-se em artigos no âmbito da política. Além disso, dedica-se ao combate
LO

da Constituição Federal, reivindica a redistribuição de à violência contra a mulher e defende a descriminalização


LA

terras. do aborto.
U
PA

188
A
AN
L
A
UL
PA
ƒ Movimento negro: com o intuito de combater as ƒ Cultural-acionalista: esse movimento luta por mudan-

NA
ideias racistas, o movimento negro também abrange di- ças pontuais, fugindo do estereótipo de luta de classes, en-

4A
versos segmentos, luta por igualdade política, social e tra- fatizando a identidade e a solidariedade entre as pessoas.

30
balhista para os negros, além do reconhecimento social Exemplo: Movimento Passe Livre.

70
da história da resistência negra.
ƒ Esquerda pós-moderna: esse movimento nega a he-

35
ƒ Movimento indígena: movimento que luta pelo re- rança marxista e a vitalidade dos partidos e sindicatos.

53
conhecimento dos povos indígenas, pelo direito de pre- Exemplo: Os movimentos de 2013 no Brasil e os movi-

03
servação cultural. Grande parte da luta indígena se dá mentos ativistas virtuais.

JO
pela demarcação das tradicionais terras indígenas, assim
ƒ Segmentos marxistas e comunistas: esse movi-
como pela resistência às investidas de garimpeiros, fazen-

AU
mento incorpora as lutas de classes e as formas de orga-
deiros e projetos governamentais de invasão das terras e

AR
nização marxista na atualidade. Esse movimento consis-
reservas indígenas.
te em possibilitar apreender a essência dos fenômenos,

S
PE
visando a uma práxis revolucionária.
OS NOVOS MOVIMENTOS SOCIAIS

LO
Exemplo: Ações virtuais, como as manifestações no
Chile em outubro de 2019.

A
A vida política não acontece apenas dentro do esquema

UL
O exame das formulações sobre os “novos movimentos
ortodoxo dos partidos políticos, da votação e da represen-

PA
sociais” permitiu-nos perceber que não existe uma única
tação em organismos legislativos e governamentais. O
definição do que sejam os movimentos sociais, contudo,
que geralmente ocorre é que alguns grupos percebem que

NA
é possível notar que nas discussões, predominam as ex-
esse esquema impossibilita a concretização de seus obje-

4A
plicações dos novos movimentos presentes na sociedade
tivos ou ideais, ou mesmo os bloqueia efetivamente. [...] 30contemporânea que se limitam a mudanças relaciona-
Às vezes, a mudança política e social só pode ser realizada
das às questões culturais e pontuais. Ao se distanciar da
recorrendo-se a formas não ortodoxas de ação política.
70

análise envolvendo a relação contraditória entre capital e


GIDDENS, A. SOCIOLOGIA. 4. ED. TRADUÇÃO SANDRA REGINA NETZ.
35

trabalho, os “novos movimentos sociais” acabam reali-


PORTO ALEGRE : ARTMED, 2008.
53

zando ações isoladas e focalizadas, fato este, que levará a


manutenção do status quo existente e consequentemente
03

Esses “novos” movimentos sociais surgem como uma es-


do sistema capitalista. Neste sentido, faz-se necessário um
tratégia alternativa e complementar aos movimentos de
JO

olhar atento em torno das abordagens relacionadas aos


classes tradicionais e aos partidos políticos. Porém, não “novos movimentos sociais”, pois, acreditamos que tais
AU

existe uma única definição do que sejam esses “novos” abordagens podem mascarar a real contradição que en-
AR

movimentos sociais, ainda sendo uma área estudada pelos volve a sociedade capitalista.
sociólogos da atualidade.
S

CRAVEIRO , ADRIÉLI VOLPATO; HAMDAN , KARINA OMAR.


PE

OS NOVOS MOVIMENTOS SOCIAIS: UMA ANÁLISE CRÍTICA EM


Existem três linhas de análise desses novos movimentos TORNO DESTA TEMÁTICA. LONDRINA, 2015, PP.7-8.
LO

sociais:
A
UL
PA

IDENTIDADE
A NA
04

Na sociologia, a identidade é compreendida como o conjun-


MÁSCARAS SOCIAIS
3
70

to de características próprias que dão uma particularidade


35

a um determinado agrupamento social, podendo atingir as Inserido num agrupamento social que tem elementos de
53

áreas culturais e morais dessa sociedade. identificação, codificando uma identidade cultural, o indiví-
03

duo mantém uma relação subjetiva consigo mesmo, poden-


Essas particularidades podem ser compartilhadas entre os-
do entrar em conflito com a identidade do grupo.
O

grupos de uma sociedade por meio de uma infinidade de


J
AU

símbolos e signos que possibilitam uma identificação com A sociedade moderna se aperfeiçoou na criação de máscaras
o outro, resultando em uma prática de alteridade, ou seja, sociais, direcionando para que o indivíduo cumpra determi-
AR

partindo da ideia de que todo ser humano social interage. nadas posturas e atitudes condicionadas pelo agrupamento
S

social, de uma forma coercitiva.


PE

Assim, esses elementos particulares caracterizam os grupos


Segundo o sociólogo canadense Erving Goffman (1922-
LO

sociais, dando-lhes uma autonomia em relação à própria so-


ciedade e criando condições para individualizar cada grupo. 1982), a interação social condiciona quais atos e papéis es-
LA

colhemos perante o outro.


U
PA

189
A
AN
L
A
UL
PA
Criamos condições rituais sociais para revelar aos poucos cimento na sociedade mediante uma luta social, ou seja,

NA
parte da nossa imagem para o outro, como um complexo uma luta que precisa obrigatoriamente seguir as normas

4A
teatro, que vai revelando aos poucos as cenas. legais da sociedade.

30
Honneth demonstra que a interação social, no âmbito do

70
reconhecimento do agrupamento social, depende da atu-

35
ação nas instituições jurídicas. Sua ideia central baseia-se

53
em rês diferentes dimensões de reconhecimento intersub-

03
jetivo, ue geram outras três dimensões particulares:

JO
AMOR DIREITO SOLIDARIEDADE

AU
autoconfiança autorrespeito autoestima

AR
O seu livro rapidamente se converteu num referencial te-

S
PE
órico imprescindível para as discussões que englobam a

LO
compreensão da lógica e das dinâmicas implícitas nos
conflitos e movimentos sociais contemporâneos. Na obra,

A
UL
Honneth desponta com uma originalidade própria dos que
têm compreendido que o ecleticismo disciplinar auxilia o

PA
O receio do julgamento do outro diante de nossas expres-
conhecimento sociológico e a explicação dos fenômenos

NA
sões de surpresa, raiva, alegria, ironia ou desgosto faz com
sociais.
que nossas ações sejam monitoradas por nossa consciência.
Só que esse monitoramento contém um propósito, um ob- 4A
Assim, desrespeito moral, conflito social e reconhecimento
30
podem constituir-se na tríade conceitual do marco teórico
jetivo a ser cumprido: buscamos uma boa inserção social.
70

e analítico apresentado por Honneth. As contribuições de


Construímos de uma maneira subjetiva e psíquica um com-
35

Honneth resultam indispensáveis para todos aqueles que


portamento que não nos traga problemas ou embaraços so-
53

pretendam analisar e compreender relações sociais confli-


03

ciais, como evitar passar vergonha diante dos outros. Quan-


tuosas e a dinâmica de ação dos diferentes movimentos
do conseguimos atingir esse objetivo, mantemos o espírito
JO

sociais e políticos atuais. Toda análise de um eventual pro-


de sobrevivência social, sem arranhões em nossa imagem
cesso de construção de uma identidade que diagnostica
AU

criada dentro dessa sociedade.


uma relação desigual no tratamento dos seus traços parti-
AR

culares (a negritude, o feminino, o indígena, o jovem, etc.)


AXEL HONNETH (1938)
S

nas interações cotidianas deve considerar a importância


PE

dos aportes teóricos de Honneth.


LO

O sociólogo alemão da “terceira geração” da Escola de


Frankfurt estuda sobre como os grupos sociais são reco- No entanto, para torná-lo plausível, seria necessária uma
A

descrição totalmente diferente do processo social que


UL

nhecidos na sociedade. teria lugar sob as condições artificiais de um estado de


PA

natureza entre os homens:"O direito é a relação da pes-


soa em seu procedimento para com o outro, o elemento
NA

universal de seu ser livre ou a determinação, limitação


A

de sua liberdade vazia. Essa relação ou limitação, eu não


04

tenho por minha parte de maquiná-la ou introduzi-la de


3

fora, o próprio objeto é esse produzir do direito em geral,


70

isto é, da relação que reconhece [...]".. Por conseguinte,


35

logo após a frase em que indicará o significado da "re-


53

lação que reconhece", segue a afirmação francamente


03

programática: "No reconhecer o si cessa de ser esse sin-


gular; ele está juridicamente no reconhecer, isto é, não
O

está mais em seu ser-aí imediato. O reconhecimento é


J
AU

reconhecimento com válido imediatamente, por seu ser,


mas precisamente esse ser gerado a partir do conceito;
AR

é ser reconhecido".
S

Em sua obra Luta por reconhecimento: a gramática mo- HONNETH, AXEL.


PE

ral dos conflitos sociais, Honneth trata, seguindo uma es- LUTA POR RECONHECIMENTO: A GRAMÁTICA MORAL DOS CONFLITOS SOCIAIS.
SÃO PAULO: EDITORA 34, 2009, PP.84-85.
LO

trutura hegeliana, de como os agrupamentos sociais que


LA

contêm elementos de identidade adquirem o seu reconhe-


U
PA

190
A
AN
L
A
UL
PA
U.T.I. - Sala posta em funcionamento uma máquina de destruição de índios. Essa

NA
máquina continua a funcionar, lá onde subsistem, na grande floresta

4A
amazônica, as últimas tribos ‘selvagens’. Ao longo dos últimos anos,
1. Policiais forçam mulher a tirar burkini em praia da massacres de índios têm sido denunciados no Brasil, na Colômbia,

30
França no Paraguai. Sempre em vão.”

70
Uma foto divulgada nas redes sociais nesta semana intensificou os
(CLASTRES, PIERRE. 2011. ARQUEOLOGIA DA

35
debates na França acerca da proibição dos burkinis, traje de banho VIOLÊNCIA. SÃO PAULO: COSAC NAIFY.)

53
usado por algumas mulheres muçulmanas. A imagem, feita por um

03
fotógrafo francês, mostra uma muçulmana sendo abordada por po- O território onde hoje se situa o Brasil era uma área
liciais na beira da praia e, aparentemente, sendo obrigada a tirar densamente povoada antes da chegada dos portugue-

JO
parte de sua roupa. ses. Estudiosos costumam afirmar também que havia

AU
uma enorme diversidade de populações indígenas nes-
No último mês, o burkini foi proibido em pelo menos 15 cidades lito-
se território, mesmo que os dados quantitativos não

AR
râneas da França, como uma suposta prevenção a tumultos ligados
sejam tão precisos assim. Segundo Clastres, no trecho
ao radicalismo islâmico. (...) Outra muçulmana, de 34 anos, também

S
acima, um intenso processo de “genocídio” provocou e
relatou ter sido abordada de forma violenta pela polícia, quando

PE
ainda provoca a morte de muitos dos povos ameríndios.
estava com seus dois filhos na praia de Cannes. “Eu estava usando
Indique possíveis causas para a persistência desse fenô-

LO
um véu clássico e não tinha intenção de nadar”, disse à agência de
meno nos dias atuais.
notícias AFP. “Não estava vestindo um burkini, nem uma burca e não

A
UL
estava nua. Então, considerei a minha roupa apropriada”, afirmou.
4. (UEMA)

PA
(...)
Cultura é uma das principais temáticas trabalhadas pela sociologia.

NA
VEJA, 25 AGO. 2016. DISPONÍVEL EM: <HTTP://VEJA.ABRIL. Refere-se, segundo Giddens (2014, p. 38-39), “às formas de vida
COM.BR/MUNDO/POLICIAIS-FORCAM-MULHER-A-TIRAR-BURKINI- dos membros de uma sociedade ou de grupos dentro da sociedade”

4A
EM-PRAIA-DA-FRANCA/>. ACESSO EM 30 AGO. 2016. regidas por normas e valores que “mudam frequentemente atra-
Responda:
30
vés do tempo”. Um exemplo dessas mudanças é que “(...) Muitas
70

a) Por que a polícia abordou a mulher muçulmana? Isso normas que consideramos hoje naturais em nossas vidas pessoais
é uma forma de violência? Explique a partir dos con- – como casais vivendo juntos sem serem casados – contradizem
35

ceitos estudados nas aulas de sociologia. valores comumente sustentados há poucas décadas”.
53

b) Pense e descreva uma possível solução para o prob-


03

FONTE: GIDDENS, ANTHONY. SOCIOLOGIA. PORTO ALEGRE: ARTMED, 2014.


lema relatado na notícia acima.
Considerando as ideias apresentadas sobre cultura
JO

2. (UFU) Durante o mês da consciência negra, uma es- no texto,


AU

cola de Ensino Fundamental na cidade de Uberlândia a) dê um exemplo de mudança nos valores culturais da
AR

decidiu promover uma campanha contra o preconceito sociedade brasileira que tenha desencadeado uma mu-
racial, adotando como alusão ao tema as frases: “Só dança na legislação do país. Explique.
S
PE

existe uma raça: a raça humana” e “Não precisamos b) dê um exemplo de mudança na legislação brasileira
de um dia da consciência negra, branca, parda, amarela que tenha provocado mudanças nos valores culturais
LO

etc. Precisamos de 365 dias de consciência humana”. da sociedade nacional.


A

a) Tendo em vista os ideais defendidos pelo movimen-


UL

to negro brasileiro, especialmente no que se refere à 5. (UFU)


PA

adoção de políticas públicas de ação afirmativa, expli- Por muito tempo, os antropólogos acreditaram (com argumentos
que como a forma com que a escola abordou o tema
NA

muito parecidos com aqueles utilizados pela teoria apocalítica da


diverge desses ideais. indústria cultural) que o mundo caminha para a homogeneização
A

b) Como seria a campanha contra o preconceito definitiva. Por isso a pressa de estudar as outras culturas antes que
04

racial na escola, caso se adotassem as bandeiras elas desapareçam, antes que tudo fique igual para sempre. O estu-
3

defendidas pelo movimento negro brasileiro? do de fenômenos como o mundo funk carioca mostra que novas
70

diferenças podem ser criadas a qualquer momento, mesmo dentro


35

3. (UFJF-PISM) de uma realidade “controlada” pelas multinacionais do disco e da


53

“Criado em 1946 no processo de Nuremberg, o conceito jurídico de televisão.


03

genocídio é a consolidação no plano legal de um tipo de criminali- VIANNA, HERMANO. FUNK E CULTURA POPULAR CARIOCA. ESTUDOS
O

dade até então desconhecido. (...) Embora o genocídio antissemita HISTÓRICOS, RIO DE JANEIRO, VOL. 3, N. 6, 1990, P. 244-253.
J

dos nazistas tenha sido o primeiro a ser julgado em nome da lei,


AU

a) De acordo com o texto, o movimento funk pode ser


não foi o primeiro a ser perpetrado. A história da expansão colo-
considerado uma expressão cultural criada pelos jovens
AR

nial no século XIX, a história da constituição de impérios coloniais


brasileiros? Cite duas razões que justifiquem a resposta.
pelas grandes potências europeias, está pontuada de massacres
S

b) A partir da concepção antropológica de cultura,


PE

metódicos de populações autóctones. Todavia, por sua extensão


continental, pela amplitude da queda demográfica que provocou, é haveria uma forma de hierarquizar estilos musicais?
LO

o genocídio de que foram vítimas os indígenas americanos que mais Explique.


LA

chama a atenção. Desde o descobrimento da América em 1492, foi


U
PA

191
A
AN
L
A
UL
PA
6. (UFJF-PISM) O exercício do governo envolve sempre rio (como em Os Sertões, de Euclides da Cunha), passou

NA
relações de poder entre governantes e governados. A a contar com análises advindas do campo das ciências

4A
democracia, com o ideal do autogoverno, oferece uma sociais, que também começavam a se constituir em
base de legitimação para o exercício do poder político, terreno nacional. Um dos mais destacados autores do

30
fundamentada em princípios de que todo o poder ema- período foi Sérgio Buarque de Holanda, que escreveu,

70
na do povo e todos são iguais politicamente. Porém, em em 1936, o clássico ensaio Raízes do Brasil, que aborda

35
várias partes do mundo, há descontentamento popular aspectos fundamentais acerca da colonização nacional

53
com os governantes. Esse descontentamento, muitas e da formação de características da cultura política

03
vezes, assume a forma de protestos e manifestações. brasileira. Muito conhecida é sua formulação acerca do
A imagem abaixo retrata um momento das manifesta- homem cordial.

JO
ções ocorridas no Brasil no ano de 2013. Com base nessas considerações, disserte sobre como a

AU
cordialidade do brasileiro, descrita por Sérgio Buarque
de Holanda, influi na relação entre o público e o privado

AR
na sociedade brasileira.

S
PE
8. (UEMA)

LO
O Estado democrático deve garantir direitos iguais para seus ci-

A
dadãos e suas cidadãs, independentemente de valores e crenças

UL
pessoais, a exemplo da recente aprovação pelo Conselho Nacional

PA
de Justiça (CNJ) da resolução que obriga todos os cartórios civis do
Brasil a oficializar o casamento civil entre pessoas do mesmo sexo.

NA
FONTE: DISPONÍVEL EM: <WWW.REDEBRAISLATUAL.COM.BR/
CIDADANIA/2013/05/JUSTICA-OBRIGA-CARTORIOS-A-TRANSFORMAR-

4A
EXPLIQUE como esta imagem exibe, ao mesmo tempo, UNIAO-HOMOAFETIVA-EM-CASAMENTO>. ACESSO EM: 24 NOV. 2014.
as forças e as fraquezas da democracia em nosso país.
30
Considerando o exemplo da decisão do CNJ favorável à
70

7. (UEL) O decênio de 1930 viu florescer um gênero extensão dos mesmos direitos dos casais heterossexuais
35

novo de textos sobre o Brasil. O país, que já havia sido aos casais homossexuais, explique a necessidade da laici-
53

interpretado anteriormente em livros de gênero literá- dade do Estado para a garantia da igualdade na diferença.
03
JO

9. (UFPR)
AU

Dos 10 maiores resgates de trabalhadores em condições análogas à de escravos no Brasil em cada um dos últimos quatro anos (2010 a 2013), em
90% dos flagrantes os trabalhadores vitimados eram terceirizados, conforme dados obtidos a partir do total de ações do Departamento de Erradi-
AR

cação do Trabalho Escravo (Detrae) do Ministério do Trabalho e Emprego.


S

REPÓRTER BRASIL, 24 DE JUNHO DE 2014.


PE

Certamente você ouviu denúncias sobre essas modalidades de trabalho no Brasil. O texto parece sugerir uma forte
LO

relação com o fenômeno da terceirização. Por que a terceirização tende a favorecer formas de trabalho precarizadas?
A
UL

10. (Uel 2018) Analise o quadro a seguir.


PA

Anos de Estudo das vítimas de homicídios de 20 a 29 anos de idade e


NA

probabilidade (%) de vitimização por homicídio. Brasil, 2014.


A

População na Faixa Probabilidade


Anos de Vítimas de Homicídio de Anos de Estudo
04

diferencial de
Estudo homicídio (%)
3

Número % Taxa %000 Número %


70

de 0 a 3 3.713 22,4 264,0 1.406.481 4,5 6.516


35

de 4 a 7 8.234 49,6 198,0 4.158.042 13,3 4.863


53

de 8 a 11 4.339 26,2 23,9 18.137.213 57,9 500


03

12 e mais 305 1,8 4,0 7.643.609 --


O

Total 16.591 100,0 52,9 31.345.345


J

NOTA: O SÍMBOLO %000 REPRESENTA “POR 100.000” INDIVÍDUOS DA POPULAÇÃO DE REFERÊNCIA. (WAISELFISZ,
AU

J. J. EDUCAÇÃO: BLINDAGEM CONTRA A VIOLÊNCIA HOMICIDA? RECIFE: FLACSO, 2016. P.7.)


AR

Um princípio explicativo das desigualdades sociais é o fato de o suprimento total de recursos socialmente valorizados
S

ser acessado e distribuído de forma desigual, levando a sociedade a se organizar hierarquicamente.


PE

Com base no quadro e nessa afirmação, explique a “probabilidade diferencial de homicídio”, encontrada na última
LO

coluna, como um exemplo dos efeitos da desigualdade social.


LA
U
PA

192
A
AN
L
A
UL
PA
U.T.I. - E.O.

NA
4A
1.

30
A mobilidade social nas sociedades capitalistas é maior do que nas divididas em castas ou estamentos, mas não é tão ampla quanto pode parecer.

70
As barreiras para a ascensão social não estão escritas nem são declaradas abertamente, mas estão dissimuladas nas formas de convivência social.

35
TOMAZI, NELSON DACIO. SOCIOLOGIA PARA O ENSINO MÉDIO.

53
SÃO PAULO: SARAIVA, 2010, P. 76

03
Quais barreiras para a ascensão social existem no Brasil atualmente? Cite três e explique pelo menos uma delas.

JO
2.

AU
Texto 1

AR
Pretos, pardos e brancos deveriam ser tratados como iguais uma vez que são iguais. Mas, historicamente, a eles não foi dado o mesmo tratamento.
Encarar, portanto, pessoas com níveis de direitos diferentes como iguais é manter o nosso bizarro status quo. Não basta cotas em universidades.

S
Temos que avançar para reservas de vagas em cargos da administração pública, no sistema judiciário e em outras instâncias. Não eternamente, mas

PE
até conseguirmos corrigir o imenso fosso que separa brancos e negros.

LO
LEONARDO SAKAMOTO. DISPONÍVEL EM: <HTTP://BLOGDOSAKAMOTO.BLOGOSFERA.UOL.COM.BR/2012/06/29/O-
CENSO-REAFIRMA-NO-BRASIL-E-MAIS-FACIL-SER-BRANCO/>. ACESSO EM 16 NOV. 2012.

A
UL
Texto 2

PA
Apresentadas como maneira de reduzir as desigualdades sociais, as cotas raciais não contribuem para isso, ocultam uma realidade trágica e desviam
as atenções dos desafios imensos e das urgências, sociais e educacionais, com os quais se defronta a nação. E, contudo, mesmo no universo menor

NA
dos jovens que têm a oportunidade de almejar o ensino superior de qualidade, as cotas raciais não promovem a igualdade, mas apenas acentuam

4A
desigualdades prévias ou produzem novas desigualdades.
REINALDO AZEVEDO. DISPONÍVEL EM: <HTTP://VEJA.ABRIL.COM.BR/BLOG/REINALDO/DOCUMENTOS/RACISMO-1-CENTO-
30
E-TREZE-CIDADAOS-ANTI-RACISTAS-CONTRA-AS-LEIS-RACIAIS/>. ACESSO EM 16 NOV. 2012.
70
35

A respeito da discussão sobre a instituição de cotas raciais nas universidades brasileiras, responda:
53

Há algum ponto em comum entre o argumento do Texto 1 e o argumento do Texto 2? Justifique sua resposta.
03
JO

3. (UFU) O respeito à diversidade cultural tornou-se con- 5. (UFPR) Considere os seguintes dados da Retrospecti-
senso entre os cientistas sociais a partir dos estudos re- va da Pesquisa Mensal de Emprego do IBGE, referente
AU

alizados em diferentes sociedades. Posteriormente tal ao período de 2003 a 2013:


AR

atitude foi incorporada como um princípio por órgãos A taxa de desocupação de 2013 (média de janeiro a dezembro) foi
internacionais como a ONU (Organização das Nações
S

estimada em 5,4%. Esta taxa era de 12,4% em 2003. [...] A pesqui-


PE

Unidas). Porém, os mesmos pesquisadores concluíram sa apontou disparidade entre os rendimentos de homens e mulheres
também que o respeito à diferença cultural não é a for-
LO

e, também, entre brancos e pretos ou pardos. Em 2013, em média,


ma comum de os indivíduos atuarem no cotidiano. O as mulheres ganhavam em torno de 73,6% do rendimento recebido
A

etnocentrismo e o racismo são atitudes recorrentes em pelos homens. A menor proporção foi a registrada em 2003, 70,8%.
UL

muitas sociedades. O rendimento dos trabalhadores de cor preta ou parda, entre 2003
PA

a) Qual a diferença conceitual entre racismo e etnocen- e 2013, teve um acréscimo de 51,4%, enquanto o rendimento dos
trismo? trabalhadores de cor branca cresceu 27,8%. A pesquisa registrou,
NA

b) Por que os cientistas sociais e órgãos internacionais também, que os trabalhadores de cor preta ou parda ganhavam, em
A

entendem que tais práticas são inaceitáveis? média, em 2013, pouco mais da metade (57,4%) do rendimento
04

recebido pelos trabalhadores de cor branca. [...] Destaca-se que, em


3

4. (Ufu) 2003, não chegava à metade (48,4).


70

(BRASIL. INSTITUTO BRASILEIRO DE GEOGRAFIA E ESTATÍSTICA. RETROSPECTIVA


35

“Embora se proponha objetivos concretos, o feminismo atual repre-


senta menos um programa definido de reivindicações do que uma DA PESQUISA MENSAL DE EMPREGO 2003 A 2013.
53

visão renovada do que poderia e talvez deveria ser uma sociedade DISPONÍVEL EM: <HTTP://WWW.IBGE.GOV.BR/HOME/ESTATISTICA/INDICADORES/
03

TRABALHOERENDIMENTO/PME_NOVA/RETROSPECTIVA2003_2013.PDF>.
na qual indivíduos de ambos os sexos pudessem conviver em con- ACESSO EM: 20 AGO. 2016. TEXTO ADAPTADO).
O

dições de igualdade.”
J

Escreva um texto apontando as conclusões a que se


AU

(SINGER, PAUL. “O FEMININO E O FEMINISMO.” IN: PAUL SINGER pode chegar com a interpretação dos dados apresen-
E VINICIUS CALDEIRA BRANT (ORG.). O POVO EM MOVIMENTO.
AR

tados.
SÃO PAULO, PETRÓPOLIS: VOZES, 1983, P. 113/114)
S

Tendo em vista o texto acima, cite duas reivindicações


PE

do feminismo atual, relacionando-as às mudanças nas


LO

relações sociais na sociedade contemporânea.


LA
U
PA

193
A
AN
L
A
UL
PA
6. (UFPR) Com base no texto e nos conhecimentos sociológicos

NA
sobre o Brasil, cite, no mínimo, três características da

4A
descrição de Freyre a respeito do processo de moderni-
zação que se instalou no País.

30
70
8. (UERJ 2018)

35
53
03
JO
AU
AR
S
PE
LO
A
UL
PA
NA
4A
30
70
35
53
03
JO

Desde que surgiu numa manifestação na cidade norte-


AU

-americana de São Francisco, em 1978, a bandeira do


AR

arco-íris, hoje mundialmente símbolo do movimento


LGBT (Lésbicas, Gays, Bissexuais e Transexuais), nunca
S

Na primeira imagem, uma cena do filme Tempos Mo-


PE

foi patenteada. Seu criador, Gilbert Baker, recusou-se


dernos, com Charles Chaplin, retrata o trabalho nas fá-
a registrá-la e a se beneficiar financeiramente dela.
LO

bricas fordistas no século XX, considerado o século da


“Foi um presente para o mundo”, confidenciou a um
produção em massa. Na segunda imagem, observa-se
A

amigo. Baker morreu durante o sono, na madrugada


UL

a produção de automóveis realizada por robôs. Estabe-


leça uma comparação entre o fordismo e a acumula- de 31 de março de 2017. Ele criou o símbolo a pedi-
PA

ção flexível, ressaltando os problemas tecnológicos e do de Harvey Milk, líder gay de São Francisco. Cinco
meses depois, Milk, juntamente com o prefeito da ci-
NA

econômicos que explicam as mudanças na maneira de


trabalhar e produzir no século XXI. dade, George Moscone, viria a ser assassinado por um
A

rival, o político Dan White. Em 2015, quando a Supre-


04

7. (UEL) Leia o fragmento a seguir, de Sobrados e Mu- ma Corte americana legalizou o casamento gay nos
3

cambos, de 1936, do sociólogo brasileiro Gilberto Freyre.


70

Estados Unidos, 26 milhões de usuários do Facebook


criaram uma foto para o perfil que incluía as cores da
35

Os engenhos, lugares santos donde outrora ninguém se aproximava


bandeira. O presidente Barack Obama ordenou que as
53

senão na ponta dos pés e para pedir alguma coisa – pedir asilo,
cores do movimento LGBT iluminassem a Casa Branca
03

pedir voto, pedir moça em casamento, pedir esmola para a festa


da igreja, pedir comida – deram para ser invadidos por agentes de naquela noite histórica.
O

cobrança, representantes de uma instituição arrogante da cidade ADAPTADO DE: BAIXOMANHATTAN.BLOGFOLHA.UOL.COM.BR.


J
AU

– o Banco – quase tão desprestigiadora da majestade das casas-


Nos últimos anos, o movimento LGBT tem ganhado
-grandes quanto a polícia. Houve senhores que esmagados pelas
AR

hipotecas e pelas dívidas encontraram amparo no filho ou no genro,


espaço na luta por direitos no mundo Ocidental, como
deputado, ministro, funcionário público. O Estado foi afinal o “gran- indica a medida aprovada nos E.U.A., em 2015, e asse-
S

gurada anteriormente no Brasil, em 2013.


PE

de asilo das fortunas desbaratadas da escravidão”.


ADAPTADO DE: FREYRE, G. SOBRADOS E MUCAMBOS: Aponte um significado político da bandeira no contexto
LO

DECADÊNCIA DO PATRIARCADO RURAL E DESENVOLVIMENTO URBANO. em que ela foi criada. Cite, ainda, outro direito legal-
14.ED. SÃO PAULO: GLOBAL, 2003. P.121-123.
LA

mente reconhecido à população LGBT no Brasil.


U
PA

194
A
AN
L
A
UL
PA
9. O Brasil, por sua vez, é um país fortemente estrati-

NA
ficado: a desigualdade sempre foi a marca da nossa

4A
sociedade. Somos um misto de sociedade de “castas”
com meritocracia. O indivíduo pode, por esforço e ta-

30
lento próprios, mudar de casta sem reencarnar – mas a

70
posição relativa das “castas” há de ser mantida.

35
Durante o governo Lula essa estrutura começou a se

53
alterar e, aparentemente, gerou grande mal-estar:

03
os ricos estavam se tornando mais ricos e os pobres,
menos pobres. Por seu turno, as camadas médias tra-

JO
dicionais olhavam para a frente e viam os ricos se

AU
distanciarem; olhavam para trás e viam os pobres se
aproximarem. Sua posição relativa se alterou desfavo-

AR
ravelmente. Se os rendimentos dessas camadas mé-

S
dias não perderam poder de compra medido em bens

PE
materiais, perderam-no quando medido em serviços.

LO
HADDAD, FERNANDO. VIVI NA PELE O QUE APRENDI NOS LIVROS. UM
ENCONTRO COM O PATRIMONIALISMO BRASILEIRO. PIAUÍ. EDIÇÃO129. JUN

A
2017. DISPONÍVEL EM: <HTTP://PIAUI.FOLHA.UOL.COM.BR/MATERIA/VIVI-

UL
NA-PELE-O-QUE-APRENDI-NOS-LIVROS/> ACESSO EM 07 JUN. 2017.

PA
A partir do trecho acima, responda:
a) O que diferencia a estratificação por classe social da

NA
estratificação por castas?

4A
b) Por que o autor considera que o modelo de castas 30
explica melhor a sociedade brasileira que o modelo de
70

classes sociais?
35

10. (UFU) Os debates em torno do chamado “infanticí-


53

dio indígena” – o assassinato de crianças portadoras de


03

deficiência física ou mental, ou de crianças gêmeas, pra-


ticado por determinadas comunidades indígenas – têm
JO

gerado polêmica entre aqueles interessados na questão


AU

indígena no Brasil. Atualmente, tramita no Senado Fe-


deral um projeto de lei que visa combater esta prática,
AR

tida como uma “tradição cultural cruel”, sob a alegação


de que se deve garantir o direito à vida das crianças in-
S
PE

dígenas. Defensores dos direitos indígenas alegam que


o projeto desrespeita a autonomia dos povos indígenas
LO

no Brasil, e seus modos de vida, além de criminalizá-los.


A

a) A partir da leitura do trecho, aponte três exemplos


UL

de concepções etnocêntricas em relação aos povos in-


PA

dígenas.
NA

b) Defina e exemplifique o conceito de relativismo cul-


tural.
A
304
70
35
53
03
J O
AU
AR
S
PE
LO
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PA
U LA
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53
35
GEOGRAFIA 1

70
30
4A
NA
PA
UL
A
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L
A
UL
PA
NA
DOMÍNIOS MORFOCLIMÁTICOS II

4A
30
70
35
FORMAÇÕES ARBUSTIVAS Biomas

53
03
1. Domínio das depressões interplanálticas do semi-árido Formações florestais: vegetação com árvores de grande porte.
ƒ Floresta Amazônica.

JO
do nordeste.
ƒ Mata Atlântica.

AU
ƒ clima quente e seco;
ƒ relevo com predomínio de depressões; ƒ Floresta de araucárias.

AR
ƒ vegetação xerófila e caducifólia;

S
Formações arbustivas e herbáceas: constituída por

PE
ƒ solos ricos em sais minerais e pobre em húmus; arbustos dispersos e isolados por vegetação rasteira.

LO
ƒ ocorrência de brejos em regiões mais úmidas; ƒ Cerrado.

A
ƒ produção de frutas; ƒ Caatinga.

UL
ƒ rios intermitentes em sua maioria. ƒ Campos.

PA
2. Domínio dos chapadões recobertos por cerrados e pene- Formações complexas: ocorrem em áreas de tran- sição

NA
trados por mata de galeria. entre formações e apresentam características de duas ou

4A
ƒ clima tropical (chuvas no verão e estiagem no inverno); mais dessas formações.
30
ƒ relevo planáltico com chapadas; ƒ Mata dos cocais.
70

ƒ solos com baixa fertilidade (alta concentração de alumínio); ƒ Pantanal.


35

ƒ 45% devastado em função da expansão agropecuária; ƒ Mangue.


53

ƒ nascentes de rios importantes como o São Francisco.


03

PROBLEMAS URBANOS
JO

FORMAÇÃO HERBÁCEA
AU

ƒ Efeito estufa
AR

Domínio das Pradarias mistas do Rio Grande do Sul. Efeito estufa Efeito estufa é um fenômeno natural de
ƒ clima frio e úmido; aquecimento térmico da Terra. É imprescindível para
S
PE

ƒ terras baixas com colinas (cochilias) manter a temperatura do Planeta em condições ideais de
sobrevivência. Ao atingirem a Terra, os raios provenientes
LO

ƒ vegetação de gramíneas;
do Sol têm dois destinos. Parte deles é absorvida e trans-
A

ƒ imensa pastagem (favoreceu a pecuária de corte); formada em calor, mantendo o Planeta quente, enquanto
UL

ƒ rizicultura. outra parte é refletida e direcionada para o espaço, como


PA

Formações complexas. radiação infravermelha. Cerca de 35% da radiação é re-


NA

fletida de volta para o espaço, enquanto os outros 65%


ƒ Pantanal.
A

ficam retidos na superfície do Planeta, em razão da ação


ƒ Mata dos Cocais.
04

refletora de uma camada de gases terrestres, os gases es-


3

ƒ Manguezais. tufa. Eles agem como isolantes, por absorver uma parte
70

BRASIL: DOMÍNIOS MORFOCLIMÁTICOS da energia irradiada, e são capazes de reter o calor do Sol
35

na atmosfera, formando uma espécie de cobertor em tor-


53

no do Planeta e impedindo que ele escape de volta para


03

o espaço. Nas últimas décadas, contudo, a concentração


O

natural desses gases isolantes vem aumentando dema-


J
AU

siadamente pela ação do homem, em razão da queima


de combustíveis fósseis, do desmatamento e da ação das
AR

indústrias, o que faz aumentar também a poluição do ar.


S

Os principais gases que provocam esse fenômeno


PE

$PD]{QLF
OCEAN
R&HUUDGR
O são: dióxido de carbono (CO2 ); óxido nitroso (N2O);
LO

ATLÂNTI
0DUHVGH
0RUURV&DDWLQJD metano (CH4 ).
$UDXFiULDV
LA

3UDGDULDV
NP
U
PA

198
A
AN
L
A
UL
PA
ƒ Inversão térmica rios são alterados em razão de aplicações múltiplas,

NA
Trata-se de um fenômeno atmosférico muito comum como a geração de energia, navegação, contaminação

4A
nos grandes centros urbanos industrializados, sobretu- por resíduos sólidos e esgoto.

30
do naqueles localizados em áreas cercadas por serras
ƒ Problemas no espaço agrário

70
ou montanhas. Esse processo ocorre quando o ar frio
Entre os problemas no campo, podemos citar os agro-

35
(mais denso) é impedido de circular por uma camada de
tóxicos, a contaminação do solo, a perda de nutrientes

53
ar quente (menos denso), provocando uma alteração
do solo e a desertificação produzida pelo manejo ina-

03
na temperatura. Outro agravante da inversão térmica é
a retenção da camada de ar fria nas regiões próximas à dequado do solo.

JO
superfície terrestre, com uma grande concentração de
PROTOCOLOS INTERNACIONAIS

AU
poluentes. A dispersão desses poluentes fica extrema-

AR
mente prejudicada, formando uma camada acinzenta-
da, oriunda dos gases emitidos pelas indústrias, pelos PARA O MEIO AMBIENTE

S
PE
automóveis e outros emissores. Esse fenômeno intensi-
Fatos que fortaleceram a educação e a difusão da consci-

LO
fica-se durante o inverno, época em que, em virtude da
perda de calor, o ar próximo à superfície fica mais frio ência ambiental:

A
UL
que o da camada superior, influenciando diretamente ƒ 1972: Conferência de Estocolmo;

PA
na sua movimentação.
ƒ 1973: no Brasil, a criação da Secretaria Especial do

NA
ƒ Chuva ácida Meio Ambiente – SEMA;

4A
São chuvas com poluentes ácidos ou corrosivos produ-
ƒ 1975: a Unesco cria o Programa Internacional de Edu-
zidos por reações químicas na atmosfera, em função da
30
cação Ambiental – PIEA;
mistura de diversos tipos de gases com a água existen-
70

te no ar, originando chuvas com pH mais ácido. ƒ 1977: Conferência Intergovernamental em Educação
35

Ambiental, na Geórgia;
53

ƒ Ilha de calor
ƒ 1983: no Brasil, foi promulgado o decreto que regulamen-
03

Outra alteração ambiental que a industrialização acar-


ta a implantação de políticas de meio ambiente e da cria-
JO

reta nos centros urbanos é a formação de um microcli-


ma específico nessa área, denominado clima urbano. ção de estações ecológicas e áreas de proteção ambiental;
AU

A elevação das médias térmicas dos centros urbanos ƒ 1987: Congresso Internacional sobre Educação Ambien-
AR

ocorre por diversos fatores, tais como o efeito estufa tal, em Moscou, que define a inclusão da educação am-
S

provocado pelo aumento do gás carbônico na atmos- biental nos currículos escolares dos países participantes;
PE

fera, o asfaltamento de ruas e avenidas, as massas de


ƒ 1992: Conferência das Nações Unidas sobre o Meio
LO

concreto e a ausência de vegetação.


Ambiente e Desenvolvimento, ECO-92, Brasil;
A

ƒ Carência de áreas verdes


UL

ƒ 1994: I Congresso Ibero-Americano de Educação Am-


Um dos problemas ambientais das grandes e das mé-
PA

biental, em Guadalajara;
dias cidades brasileiras é a carência de áreas verdes, de
NA

reservas florestais, parques e praças com muitas árvo- ƒ 1997: Conferência Internacional sobre Meio Ambiente
e Sociedade, que resultou na Declaração Thessaloniki;
A

res. Essa carência agrava ainda mais a poluição do ar


04

e torna mais restritas as opções de lazer da população, ƒ 2002: Encontro da Terra, Rio+10, em Johanesburgo;
3
70

pois tais áreas são, em geral, locais de recreação, de


ƒ 2012: Conferência das Nações Unidas sobre Desen-
35

esportes, de passeios ou de descanso.


volvimento Sustentável, Rio+20.
53

ƒ Problemas no abastecimento de água e polui- ƒ 2015: Acordos de Paris


03

ção dos rios.


O

Os rios possuem grande capacidade de depuração das Protocolo de Montreal


J
AU

águas – capacidade de tornar pura uma água poluída


– através da oxigenação que ocorre em quedas d’água ƒ Sobre substâncias que destroem a camada de ozônio.
AR

e com o recebimento de águas de melhor qualidade de


Agenda 21
S

seus afluentes e subafluentes. Mesmo com essa dispo-


PE

sição à depuração, as águas superficiais são as mais ƒ Gestão de recursos naturais;


LO

atingidas pelos poluentes produzidos pelas atividades


ƒ Desenvolvimento de uma agricultura sustentável;
LA

urbanas e industriais. Desde as áreas de nascentes, os


U
PA

199
A
AN
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UL
PA
ƒ Incentivo à concepção de cidades sustentáveis; Protocolo de Kyoto

NA
ƒ Construção de infraestruturas com vistas à integração

4A
Os países industrializados reduziriam suas emissões com-
regional;
binadas de gases de efeito estufa em pelo menos 5% em

30
ƒ Redução das desigualdades sociais; relação aos níveis de 1990 entre os anos de 2008 e 2012.

70
ƒ Potencialização da ciência e da tecnologia voltadas

35
para a sustentabilidade.

53
03
JO
REGIONALIZAÇÃO DO ESPAÇO BRASILEIRO

AU
AR
S
PE
LO
Meio natural São exemplos de critérios que podem ser utilizados na di-
visão regional:

A
O meio natural corresponde ao período em que o emprego

UL
das técnicas esteve diretamente vinculado à dependência ƒ Continente

PA
sobre a natureza, da qual o homem fazia uso sem propiciar ƒ Ricos e pobres

NA
grandiosas transformações. Assim, as ações de interferência
ƒ Desenvolvidos e subdesenvolvidos
sobre o meio eram, sobretudo, locais, e a participação das ati-
vidades antrópicas, bem como as suas transformações, era li- ƒ Culturas 4A
30
mitada pela harmonização e preservação da própria natureza. ƒ Economia
70
35

ƒ Aspecto histórico
Meio técnico
53

ƒ Recursos hídricos
03

O meio técnico representa a emergência do espaço mecanizado,


com a introdução de objetos e sistemas que provocaram a in- ƒ Regiões metropolitanas
JO

serção das tecnologias no meio produtivo. Podemos citar como


AU

exemplo mais determinante a Primeira Revolução Industrial,


Macrorregião
AR

mesmo que antes disso já houvesse algumas técnicas em que


a atuação mecânica existisse e agisse sobre o meio geográfico.
S

A divisão por macrorregião foi organizada pelo IBGE (Insti-


PE

tuto Brasileiro de Geografia e Estatística) e é adotada como


LO

Meio técnico-científico-informacional oficial do Brasil.


A

O meio técnico-científico-informacional representa, então,


UL

55
a atual etapa na qual se encontra o sistema capitalista de $3
PA

produção e transformação do espaço geográfico, estando


relacionado, sobretudo, à Terceira Revolução Industrial, que,
NA

$0
3$ 0$
1257( &(
125'(67(513%

não por acaso, passou a ser reconhecida como Revolução
A

3(
Científica Informacional, cujo impacto se manifestou de for-
04

$& $/
72
52 6(
ma mais intensa a partir dos anos 1970. Nesse momento
3

%$
07
70

ocorreu uma união entre técnica e ciência, guiadas pelo &(17522(67(') 


35

funcionamento do mercado, que, graças aos avanços tecno-


53

0*
lógicos, expande-se e consolida o processo de Globalização. 68'(67(
(6
03

06
5-

REGIONALIZAÇÕES DO BRASIL
35
O

68/
J
AU

56
AR

Os critérios e os desafios para regionalizar


S

Cada tipo de regionalização é feito a partir de um único ou


PE

mais critérios. Pode-se dividir uma área em regiões naturais


LO

a partir do clima, do relevo ou da vegetação ou até por


LA

aspectos econômicos e ou históricos.


U
PA

200
A
AN
L
A
UL
PA
Regiões geoeconômicas Meio técnico-científico-informacional

NA
(os 4 "Brasis")

4A
Outra divisão regional foi elaborada pelo geógrafo Pedro
Pinchas Geiger, no ano de 1967, e é nomeada regiões O critério estabelecido foi o meio técnico-científico-infor-

30
geoeconômicas ou complexos regionais. macional, que trata da diferença do grau de modernização,

70
informação e das finanças no território brasileiro. Essa divi-

35
são foi criada em 1999 pelo geógrafo Milton Santos.

53
03
JO
AU
AR
S
PE
LO
A
UL
PA
NA
4A
FONTE: IBGE. ATLAS GEOGRÁFICO ESCOLAR. RIO
DE JANEIRO: IBGE, 2013, 6 ED.
30
70
35
53

SISTEMAS AGRÁRIOS
03
JO
AU

AGROSSISTEMAS portação. As plantations são herança do período colonial


AR

de vários países das Américas, África e Ásia, quando eram


S

Agrossistemas ou sistemas agrários são tipos ou modos responsáveis pela produção de produtos tropicais muito
PE

de produção agropecuária em que se observa diversos ti- apreciados na Europa. Nas plantations, a mão de obra era
LO

pos de cultivo ou criação que são praticados, quais são as escrava e explorava negros trazidos da África.
A

técnicas utilizadas e como é a relação da agricultura ou


UL

pecuária com o espaço geográfico. Os sistemas agrícolas e


AGRICULTURA DE JARDINAGEM
PA

a produção pecuária podem ser classificados como inten-


sivos ou extensivos.
NA

Também conhecida como rizicultura inundada (plantio de ar-


A

Os sistemas agrários se diferenciam a partir do tamanho roz), é uma agricultura tradicional em vários países da Ásia.
04

da área cultivada e do índice de produtividade alcançada As áreas cultivadas são minifúndios e o trabalho é manual e
3
70

bastante minucioso (por isso, o nome jardinagem); a produ-


AGRICULTURA ITINERANTE OU COIVARA
35

ção é comercializada com a população.


53

É um método agrícola tradicional que consiste em derrubar tre-


03

chos das florestas e, depois, atear fogo aos resíduos do corte, REVOLUÇÃO VERDE
O

processo que vulgarmente é chamado de “queimada”. A plan-


J
AU

tação, portanto, inclui o corte, a derrubada e a queima da flo- Esse processo de desenvolvimento tecnológico voltado
resta nativa, em que o fogo desempenha papel fundamental.
AR

para a agricultura trouxe pontos positivos e negativos. Se


de um lado a produção de alimentos aumentou, por outro
PLANTATIONS
S
PE

lado, o uso de produtos químicos tóxicos trouxe o aumento


de doenças e até a morte. Vamos conferir um pouco mais
LO

São grandes propriedades rurais monocultoras, ou seja, sobre os benefícios e os malefícios da Revolução Verde.
LA

cultivam uma única cultura com produção destinada à ex-


U
PA

201
A
AN
L
A
UL
PA
Pontos positivos: Pontos negativos:

NA
ƒ aumento na produção mundial de alimentos; ƒ desmatamento;

4A
ƒ desenvolvimento tecnológico; ƒ erosão e esgotamento do solo;

30
ƒ avanços nas pesquisas; ƒ alteração do ecossistema para o plantio de monocultura;

70
ƒ barateamento dos alimentos básicos. ƒ utilização de agrotóxicos prejudiciais à saúde humana;

35
ƒ priorização dos latifúndios em detrimento da agricul-

53
tura familiar;

03
ƒ êxodo rural.

JO
AU
AR
AGROPECUÁRIA BRASILEIRA

S
PE
LO
A
ƒ A agricultura no Brasil é historicamente uma das
CULTIVO ORGÂNICO

UL
principais bases econômicas do país;

PA
ƒ Inicialmente produtora de cana-de-açúcar, depois café, ƒ Visa a produção de alimentos sem uso de fertilizantes

NA
apresenta-se como uma das maiores exportadoras do e agrotóxicos;

4A
mundo em diversas espécies. ƒ Os orgânicos estão presentes nas pequenas e médias
30
propriedades e a maioria dos produtores estão organi-
QUESTÕES AGRÁRIAS
70

zados em associações e coperativas;


35

ƒ Desde sua origem, o Brasil possui uma grande concen- ƒ O estado com maior número de produtores é a Bahia,
53

tração de terras; seguida por Minas Gerais, São Paulo, Rio Grande do
03

Sul, Paraná e Espírito Santo.


ƒ Sesmarias;
JO

ƒ Capitanias hereditárias
A evolução do agronegócio brasileiro
AU

ƒ Lei de Terras de 1850;


AR

ƒ Os conflitos rurais atingiram seu ápice em 1996 com o ƒ O Brasil é o terceiro maior exportador agrícola do mundo;
ƒ Melhoria nos insumos;
S

Massacre de Eldorado dos Carajás, no Pará.


PE

ƒ Políticas públicas de incentivo a exportação;


INFRAESTRUTURA AGRÍCOLA
LO

ƒ Diminuição da carga tributária;


A

ƒ Taxa de câmbio real que permitiu estabilidade de preços;


UL

ƒ Dentre os principais itens de infraestrutura nas ativida-


des agrícolas estão o transporte, os estoques regula- ƒ Aumento da demanda em países asiáticos;
PA

dores, armazenagem, política de preço mínimo, defesa ƒ Triplicaram o número de empresas por região;
NA

fitossanitária, entre outros. ƒ Fez crescer a concentração de terras.


A

AGRICULTURA FAMILIAR NO BRASIL


04

PECUÁRIA
3
70

ƒ É responsável direta pela produção da maior parte


35

dos produtos agrícolas brasileiros; ƒ A carne, ovos, leite e mel são os principais produtos ali-
53

mentares oriundos da atividade pecuária;


03

ƒ Na década de 1990, a agricultura familiar cresceu cerca


de 75% contra 40% da agricultura patronal, em virtu- ƒ Couro, lã e seda são exemplos de fibras usadas na in-
O

dústria de vestimentas e calçados;


de do Pronaf, que abriu uma linha especial de crédito
J
AU

para o financiamento do setor. ƒ As subdivisões da pecuária são: suinocultura (porcos),


AR

ovinocultura (ovelhas), bovinocultura (bois) e caprino-


ƒ O País ocupa a terceira posição mundial no uso de se-
cultura (cabras).
mentes transgênicas;
S

ƒ O Brasil tem hoje um rebanho de aproximadamente


PE

ƒ As principais culturas que usam dessa biotecnologia


193 milhões de cabeças criadas em 220 milhões de
LO

são a soja, o algodão e o milho.


hectares;
LA
U
PA

202
A
AN
L
A
UL
PA
ƒ A produção pecuária de bovinos é partilhada, principal- ƒ Arrendatário: é o agricultor que não possui terra,

NA
mente pelo Centro-Oeste, Sudeste e Sul, cabendo ao mas tem recursos financeiros para arrendar ou alugar a

4A
Nordeste o predomínio sobre as criações de caprinos propriedade por um período determinado;

30
e muares. ƒ Trabalhador assalariado ou temporário: são tra-

70
balhadores rurais que recebem salário, mas que traba-
ESTRUTURA FUNDIÁRIA BRASILEIRA

35
lham apenas uma parte do ano, durante as colheitas;

53
ƒ Grileiro: quem falsifica documentos para, ilegalmente,
ƒ Corresponde ao modo como as propriedades rurais

03
tomar posse da terra;
estão dispersas em um determinado território e seus
ƒ Trabalhador escravo: é o trabalhador sem garantias

JO
respectivos tamanhos, facilitando a compreensão das
de direitos trabalhistas, que não recebe salário, ou que se

AU
desigualdades que acontecem no campo.
endivida com o proprietário e fica impedido de ir embora.

AR
O TRABALHO E A TERRA NO BRASIL AS LIGAS CAMPONESAS

S
PE
ƒ Módulo rural: É o imóvel rural que é direta e pesso-
ƒ Movimento de luta pela reforma agrária iniciado na

LO
almente explorada pelo agricultor e sua família, e que
absorva toda força de trabalho dessa família, garantin- década de 1950;

A
UL
do-lhes a subsistência e o progresso social e econômi- ƒ “Reforma agrária na lei ou na marra”;

PA
co. A área mínima fixada vai depender da região, do ƒ "As reivindicações das ligas camponesas foram fortale-
tipo de exploração e do número de pessoas da família. cidas durante o governo do presidente João Goulart;"

NA
É portanto, a dimensão mínima, ou seja, é indivisível. ƒ Sofreram forte repressão da polícia durante a ditadura
ƒ Latifúndio:
4A
militar.
30
Pode ser:

MOVIMENTOS SOCIAIS NO CAMPO


70

a) latifúndio por exploração: imóvel rural cujas di-


35

mensões equivalem a 600 módulos rurais e que seja


53

inexplorado em relação as suas possibilidades fiscais, ƒ Principais bandeiras: reforma agrária, melhoria nas con-
03

econômicas e sociais do meio, com fins especulativos; dições de trabalho no campo e combate ao processo de
b) latifúndio por dimensão: imóvel que, explorado ra- substituição do homem pela máquina no meio agrário;
JO

cionalmente ou não, possua dimensões superior a 600 ƒ As principais frentes são: as ligas camponesas e o MST
AU

módulos rurais da região em que se situa. (Movimento do Trabalhadores Rurais Sem Terra);
AR

ƒ Minifúndio: Uma propriedade de terra cujas dimen-


ƒ O MST atua através de ocupação de grandes latifún-
sões não perfazem o mínimo para configurar um mó-
S

dios e terras improdutivas, constituindo assentamentos.


PE

dulo rural. As dimensões são mínimas por vários fato-


Além de criar pressão para que o Estado ofereça con-
LO

res, mas principalmente por causa da situação regional


dições de infraestrutura, o movimento também oferece
onde os espaços são reduzidos. Está atrelado principal-
A

apoio às famílias, criando escolas e cursos de formação


mente a economia de subsistência. As atividades eco-
UL

política e de técnicas de cultivo e agricultura familiar,


nômica nos minifúndios (agricultura familiar) respon-
PA

estimulando, assim, a organização de pequenos produ-


dem por 70% do PIB agrícola do Brasil, dedicando-se
tores rurais em cooperativas.
NA

principalmente a policultura para o mercado interno.


A

ƒ Expropriação: é a venda obrigatória da terra por


FRONTEIRA AGRÍCOLA NO BRASIL
04

um pequeno proprietário rural endividado para pagar


3

suas dívidas, geralmente adquiridas por grandes fa-


70

zendeiros próximos; ƒ Designa o avanço da produção agropecuária sobre o


35

meio natural;
ƒ Êxodo rural: é o deslocamento de trabalhadores ru-
53

rais com destino aos centros urbanos em razão da falta ƒ Inicialmente, localizava-se na região do Cerrado, mas
03

de trabalho no campo ou das condições precárias de atualmente encontra-se na região Norte, adentrando a
O

sobrevivência; floresta Amazônica;


J
AU

ƒ Posseiros: são trabalhadores rurais que ocupam e/ou ƒ Tem como primeiro processo a frente de expansão, rea-
lizada por pequenos produtores sobre terras devolutas;
AR

cultivam terras devolutas ou não exploradas;


ƒ Parceria: é a junção entre dois trabalhadores ou pro- ƒ Frente pioneira, representada pelo avanço dos grandes
S
PE

dutores rurais, onde um possui a propriedade da terra e produtores rurais representantes do agronegócio, ge-
o outro apenas a força de trabalho, que cultiva a terra ralmente através da grilagem de terras;
LO

e divide uma parte da produção; ƒ Imediata devastação da vegetação;


LA

ƒ Aumento dos latifúndios.


U
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203
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NA
TIPOS DE INDÚSTRIA

4A
30
70
ƒ Semiduráveis

35
Indústria de base ou de

53
bens de produção

03
ƒ Siderurgia, metalurgia, química e petroquímica

JO
AU
AR
S
PE
LO
A
ƒ Não duráveis

UL
PA
NA
Indústria de bens de consumo
4A
30
ƒ Duráveis
70
35
53
03
JO

TIPOS DE INDUSTRIALIZAÇÃO
AU
AR

ƒ Industrialização clássica.
ƒ Industrialização planificada.
S
PE

ƒ Industrialização tardia ou periférica.


LO

ƒ Industrialização por plataforma de exportação.


A
UL

Formas de organização produtiva no capitalismo


PA

Taylorismo Fordismo Toyotismo


NA

Produção Em massa, de bens homogêneos. Em massa, de bens homogêneos. Pequenos lotes, produção diversificada.
A

Baseado no ritmo das Baseada na demanda e


04

Ritmo de trabalho Baseado no rendimento individual.


máquinas e da esteira. trabalho em grupo.
3
70

Economia De escala. De escala. De escopo.


35

Estoque Manutenção de grandes estoques. Manutenção de grandes estoques. Não fazem estoque.
53

Objetivo de produção Voltada para recursos. Voltada para recursos. Voltada para a demanda.
03

Os testes de qualidade são feitos Os testes de qualidade são feitos


Controle de qualidade O controle é integrado no processo.
no final da linha de montagem. no final da linha de montagem.
O

O trabalhador realiza
J

Tarefas O trabalhador realiza uma única tarefa. O trabalhador realiza múltiplas tarefas.
AU

uma única tarefa.


Autonomia de trabalho Alta subordinação aos gerentes. Subordinação levemente atenuada. Exercida de forma estrutural.
AR

Espaço de trabalho Divisão espacial. Divisão espacial. Integração espacial.


S

Ideias Estado de bem-estar social. Estado de bem-estar social. Estado Neoliberal.


PE

Demandas Coletivas Coletivas Individuais.


LO

Poder Estado e sindicatos detém o poder. Estado e sindicatos detém o poder. Poder financeiro e individual.
LA
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CONCENTRAÇÕES FINANCEIRAS Conglomerado

NA
4A
Monopólio Cartel

30
70
35
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Oligopólio

A
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Truste

NA
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30
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INDUSTRIALIZAÇÃO NO BRASIL
PA
ANA
04

O processo de preparação do Brasil para o capitalismo, pas- houve uma aliança entre cafeicultores do oeste paulista
3

sou por 4 etapas: com capital inglês, principalmente em infraestrutura, com


70

ƒ 1ª fase: ocorreu entre os anos de 1500 e 1808, quando a construção de estradas de ferro e a modernização dos
35

o Brasil ainda era colônia e, portanto, a metrópole não portos;


53

tinha uma política que comportasse a implantação de ƒ 3ª fase: período entre os anos de 1930 e 1955. Com o
03

manufaturas, onde a produção ainda possui um caráter acúmulo de capital da economia cafeeira, houve investi-
O

artesanal; mentos na ampliação e construção de vias de circulação


J

de mercadorias e matéria-prima. Início da criação das


AU

ƒ 2ª fase: entre os anos de 1808, com a chegada da famí-


indústria de base CNS cia vale petrobrás;
AR

lia real portuguesa no Brasil, até a década de 1930. Um


fator importante foi a expansão da economia cafeeira ƒ 4ª fase: teve início por volta de 1955, no governo de
S

Juscelino Kubitschek, que implantou uma política econô-


PE

para o oeste paulista, quando os ricos fazendeiros co-


meçam a diversificar seus empreendimentos, investindo mica que permitiu a entrada de recursos em forma de
LO

numa insipiente industrialização e no setor financeiro, empréstimos e também em investimentos com a instala-
ção de empresas multinacionais.
LA

promovendo uma dinamização da economia. Além disso,


U
PA

205
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PA
DESCONCENTRAÇÃO INDUSTRIAL Fatores locacionais das indústrias

NA
4A
ƒ Transporte.
ƒ A partir da década de 1970, o poder público iniciou

30
ƒ Energia.
uma série de planos com o objetivo de criar uma maior

70
democratização espaço industrial no País. ƒ Mercado consumidor.

35
ƒ Matérias-primas.

53
ƒ Incentivos fiscais oferecidos por governos estaduais;
ƒ Mão de obra.

03
ƒ Guerra fiscal dos lugares.
ƒ Incentivos fiscais.

JO
ƒ Migração de empresas para regiões interioranas e ci-
ƒ Ciclo do produto.

AU
dades médias.
ƒ Deseconomia de escala. ƒ Disponibilidade de capital.

AR
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4A
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03
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TRANSPORTES I
LO
A
UL

RODOVIAS ƒ Produtos leves.


PA

ƒ Com urgência de entrega.


NA

ƒ A consolidação do transporte rodoviário ocorreu com o ƒ Com alto valor agregado.


A

desenvolvimento da indústria automobilística.


04

ƒ Envolve altos custos (se comparado ao transporte hi-


TRANSPORTE DUTOVIÁRIO
3
70

droviário e ferroviário) no frete, decorrente do preço do


35

combustível e da manutenção periódica dos veículos e Sistema de transporte por dutos (canos)
53

das vias terrestres.


03

TRANSPORTE AÉREO
JO
AU
AR

É o que mais contribui para a diminuição do espaço tempo


É utilizado preferencialmente para:
S
PE

ƒ Transporte de pessoas.
LO

ƒ Produtos perecíveis.
DUTO SUBTERRÂNEO
LA

ƒ Produtos delicados.
U
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206
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UL
PA
CRÍTICAS AO TRANSPORTE

NA
4A
PÚBLICO NO BRASIL

30
ƒ Passagens caras;

70
35
ƒ Baixa qualidade dos serviços prestados;

53
ƒ Insuficiência na rede (estações e terminais);

03
ƒ Más condições de manutenção e conservação.

JO
DUTO TERRESTRE

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NA
DUTO TERRESTRE (SUSPENSO)

4A
30
70
35
53
03
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AU

DUTOS SUBMARINOS
AR

Vantagens
S

ƒ Baixo custo operacional.


PE

ƒ Menor índice de perda ou roubo.


LO

ƒ Mais rápido.
A
UL

ƒ Fluxo contínuo.
PA

ƒ Não precisa de embalagens.


NA

ƒ Menor impacto ambiental.


A

Desvantagens
04

ƒ Número limitado de serviços.


3
70

ƒ Baixa flexibilidade de rotas.


35

ƒ Necessidade de grandes investimentos


53
03

Principais dutovias no Brasil


ƒ Oleoduto: entre Paulinia (SP) e Brasília.
J O

ƒ Mineroduto: entre Mariana (MG) e Ponta do Umbu


AU

(ES).
AR

ƒ Gasoduto: GASBOL, entre Canoas (RS) e Santa Cruz


S

de la Sierra (Bolívia).
PE
LO
LA
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207
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PA
U.T.I. - Sala é preciso poder contar com uma rede de transportes

NA
bem estruturada.

4A
1. Com o mapa “regiões geoeconômicas” , destaque as Há muito tempo, nosso país sofre perdas constantes
nesse setor, em virtude do alto custo dos investimentos.

30
características de cada região.
(ALMEIDA; RIGO- LIN, 2005, p. 500).

70
2. (UERJ) A localização de uma indústria está relacio- Considerando o texto e os conhecimentos sobre a articu-

35
nada à busca de vantagens que lhe confiram melhores lação e a racionalização dos meios de transportes, no Brasil,

53
condições em relação à concorrência. Assim, quanto • justifique o porquê da necessidade de criação de

03
menores os custos envolvidos, maiores as possibilida- uma rede de transportes adequada e eficiente, em
des de lucros. Os principais fatores levados em conta

JO
um país de dimensões continentais, incluído en-
para a instalação de uma fábrica são: mercado consumi- tre as grandes economias do mundo e que almeja

AU
dor, matéria-prima, rede de transportes, água, energia e crescer ainda mais;

AR
mão de obra. A ação do Estado também pode influen- • relacione dois problemas ligados ao planejamento
ciar na localização das indústrias. imprevidente das vias de transporte, originados de

S
PE
ADAPTADO DE SUCENA, I. S.; SAMPAIO, S. F. GEOGRAFIA: projetos políticos que, muitas vezes, sobrepõem os
ENSINO MÉDIO. SÃO PAULO: EDIÇÕES SM, 2010.
interesses individuais e econômicos aos coletivos.

LO
Ao longo do tempo, os fatores que interferem na escol-

A
ha da localização de uma indústria variam de importân- 5. (UERJ)

UL
cia, podendo inclusive surgir novos fatores.

PA
Explique a diminuição da importância, nos dias de hoje,

NA
da localização das indústrias nas proximidades de re-
cursos energéticos. Em seguida, indique uma ação do

4A
Estado que pode exercer influência na instalação de 30
uma unidade fabril.
70

3. (UFJF) Leia os textos a seguir.


35
53

A Rio+20 será uma das mais importantes reuniões globais sobre


03

desenvolvimento sustentável de nosso tempo.


No Rio, nossa visão deve ser clara: uma economia verde sustentável
JO

que proteja a saúde do meio ambiente e apoie o alcance dos Ob-


AU

jetivos de Desenvolvimento do Milênio através do crescimento da


AR

renda, do trabalho decente e da erradicação da pobreza.

SECRETÁRIO-GERAL DAS NAÇÕES UNIDAS, BAN KI-MOON


S
PE

O desenvolvimento sustentável não é uma opção! É o único ca-


LO

minho que permite a toda a humanidade compartilhar uma vida


decente neste único planeta. A Rio+20 dá à nossa geração a opor- No Brasil, o setor agropecuário se caracteriza tanto por
A

áreas que ainda adotam práticas tradicionais como por


UL

tunidade para escolher este caminho.


aquelas em que há forte presença de modernização,
PA

SHA ZUKANG, SECRETÁRIO-GERAL DA CONFERÊNCIA RIO+20 como se observa no mapa.


DISPONÍVEL EM: HTTP://WWW.ONU.ORG.BR/RIO20/IMG/2012/03/
NA

RIO+20_FUTURO_QUE_QUEREMOS_GUIA.PDF. Aponte o complexo regional que concentra o uso mais


intenso de práticas agropecuárias modernas e a que
A

ACESSO EM: 12 MAR. 2012.


concentra o uso menos intenso. Em seguida, cite duas
04

a) O que é desenvolvimento sustentável?


características presentes no processo de modernização
3

b) Em 2000, a Organização das Nações Unidas (ONU),


70

agropecuária do país.
ao analisar os maiores problemas mundiais, estabele-
35

ceu 8 Objetivos do Milênio (ODM), que no Brasil são 6. (UFTM)


53

chamados de 8 Jeitos de Mudar o Mundo. Cite um dos


03

Objetivos do Milênio. Os grandes proprietários e fazendeiros são, antes de tudo, homens


de negócio, para quem a utilização da terra constitui um negócio
c) Em Uganda, uma transição para uma agricultura
O

como outro qualquer (...). Já para os trabalhadores ru- rais, para a


J

orgânica gerou receita e renda para pequenos agricul-


AU

tores e beneficiou a economia, a sociedade e o meio massa camponesa de proprietários ou não, a terra e as atividades
que nela se exercem constituem a única fonte de subsistência para
AR

ambiente. Como a agricultura orgânica beneficia o


meio ambiente? eles acessível.
S

(C. PRADO JUNIOR. A QUESTÃO AGRÁRIA NO BRASIL, 2000.)


PE

4. (UFBA) Os transportes são fundamentais para que um a) Caracterize a estrutura fundiária brasileira.
LO

país tenha competitividade no mercado internacional.


b) Explique o que é reforma agrária para a massa cam-
Na era dos blocos econômicos e da luta por mercados,
LA

ponesa de proprietários ou não.


U
PA

208
A
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L
A
UL
PA
U.T.I. - E.O.

NA
4A
1. Analise os mapas com as diferentes formas de regionalização do Brasil:

30
70
35
53
03
JO
AU
AR
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LO
Defina as duas formas de regionalização, destacando os critérios utilizados.

A
2. (FUVEST) Considere o mapa esquemático do rodoanel na região metropolitana de São Paulo.

UL
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NA
4A
30
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03
JO
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LO

Com base no mapa e em seus conhecimentos, atenda ao que se pede.


A

a) Identifique um impacto ambiental e um impacto social que poderão ocorrer nessa região com a construção do
UL

trecho norte do rodoanel. Explique.


PA

b) O Estado de São Paulo é um importante produtor/exportador de laranja e de seus derivados. Cite uma área com
NA

importante produção no Estado e identifique, a partir do mapa, os trajetos rodoviários mais utilizados para o escoa-
mento dessa produção até o seu principal porto de exportação.
A
04

3. Para planejar um sistema eficiente de transportes para da agricultura, novos objetivos e formas de exploração agrícola, ori-
3

a circulação de mercadorias e pessoas, quais modais de- ginando trans- formações tanto na pecuária quanto na agricultura.
70

vem ser priorizados para o deslocamento de grandes e Como consequências do processo, são aponta- das, além da acirrada
35

pequenas distâncias? Justifique sua resposta. concorrência no que diz respeito à produção, os efeitos sociais e
53

econômicos sofridos pela população envolvida com atividades rurais.


4. O setor agropecuário é responsável por 13% do PIB
03

DISPONÍVEL EM: <HTTP://WWW.SEER.UFU.BR/INDEX.PHP/CAMPOTERRITORIO/


brasileiro. Indique dois importantes cultivos para ex- ARTICLE/DOWNLOAD/11787/8293.> ACESSO EM: 17 DE FEV. 2016.
O

portação, o principal estado produtor e as principais


J

características de produção. A partir do texto e de seus conhecimentos sobre o


AU

assunto, responda:
5. Discorra sobre o Protocolo de Kyoto, seus objetivos e
AR

desdobramentos. a) No contexto apresentado, quais foram as principais al-


terações sofridas nas relações de trabalho em virtude do
S

6. (UFU)
PE

desenvolvimento do capitalismo no campo brasileiro?


b) Como esse processo contribuiu para a ampliação de
LO

Somente a partir de meados da década de 1960, a agricultura brasi-


leira inicia o processo de modernização, com a chamada Revolução periferias nas cidades?
LA

Verde. Emergem, nessa década, com o processo de modernização


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35
GEOGRAFIA 2

70
30
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PA
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NA
ANTIGA ORDEM MUNDIAL

4A
30
70
35
REORDENAÇÃO GEOPOLÍTICA 4. Momentos de tensão na Guerra Fria:

53
03
• Divisão da Alemanha.
MUNDIAL • Construção do muro de Berlim – 1961; Espionagem:

JO
CIA e KGB.

AU
1. Fim da Segunda Guerra Mundial (1945) • Crise dos mísseis em Cuba – 1961; Guerra da Coreia.

AR
2. Guerra Fria: • Revolução Sandinista.
• Corrida espacial.

S
• Comunismo – União Soviética e China.

PE
• Corrida armamentista.
• Capitalismo – EUA, Europa ocidental e Japão.

LO
5. Fim da Guerra Fria:
3. Organizações militares:

A
• Crise econômica e política na URSS.

UL
OTAN – Organização do Tratado do Atlântico Norte: fun- • Revoltas em repúblicas socialistas (Ex.: Hungria e Polônia).

PA
dada em 1949 pelos países capitalistas. • Queda do muro de Berlim.

NA
Pacto de Varsóvia: formado pela URSS, em 1955. • Capitalismo mundializado.
• Crescimento da influência da ONU como poder mundial.
4A
30
70


35
53
03
JO
AU
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A
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A NA
04
3
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35

O MUNDO BIPOLAR: 1948-1991


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NOVA ORDEM MUNDIAL

4A
30
70
35
A expansão do capitalismo gerou duas concepções do poder: 3. Países semiperiféricos: possuem grandes concentrações

53
de renda, mas em menor proporção, compara- dos aos países

03
ƒ Ordem unipolar: poder centralizado nos EUA, devido,
periféricos; patamar intermediário de bem-estar; conseguiram
principalmente, a seu grande poder bélico.

JO
constituir uma densidade de industrialização significativa.

AU
ƒ Ordem multipolar: poder dos EUA estaria sendo divi- Exemplos: Brasil, México, Argentina, Chile e Tigres Asiáticos.
dido com a Europa (sobretudo a Alemanha) e o Japão.

AR
Índice de desenvolvimento humano (IDH): índice
Descolonização da Ásia e da África: Divisão norte-sul proposto pelo PNUD (Programa das Nações Unidas para

S
PE
– desenvolvidos e subdesenvolvidos. o Desenvolvimento).

LO
1. Países Centrais: países que concentram as sedes de ƒ Função – comparação da qualidade de vida entre os países.

A
grandes empresas globais, indústrias e bancos; Exemplos: ƒ Três dimensões:

UL
EUA, grande parte dos países da Europa e Japão. 1. Riqueza (ou renda per capita).

PA
2. Países periféricos: baseados em economia agroex- 2. Educação.

NA
portadora / latifúndio; concentração de renda. Exemplos: 3. Esperança média de vida (ou saúde).

4A
parte dos países africanos, da América latina e Ásia.
30
70
35
53

GLOBALIZAÇÃO
03
JO
AU
AR

Processo de transformação mundial que se iniciou no final


BLOCOS ECONÔMICOS
S

do século XX.
PE

Principais características ƒ Acordo entre os países membros para maior fluxo


LO

comercial, rompendo barreiras alfandegárias.


ƒ Poder do mercado financeiro em nível mundial.
A

ƒ Formas de integração:
UL

ƒ Aumento do fluxo de transportes em grandes distâncias.


PA

1. Zona de livre comércio.


ƒ Fenômeno da transnacionalização – fragmentação da
NA

2. União aduaneira.
produção em nível mundial.
A

3. Mercado comum.
ƒ Diminuição da soberania nacional aos interesses inter-
04

4. União monetária.
nacionais.
3
70

ƒ Blocos:
ƒ Não há benefício igualitário a todos os países – maior
35

concentração de renda.
53
03

ƒ Seus críticos dizem que a globalização é responsável


pelo crescimento das desigualdades.
JO
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1. União Europeia

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Países membros da União Europeia

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A
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4A
30 FONTE: ATLAS ESCOLAR. IBGE: 201

Estágio: união monetária – euro (exceto Bulgária, Hungria, Croácia, Polônia, República Checa, Romênia, Suécia e Dinamarca).
70
35

Após três anos e meio de muitas idas e vindas, o Brexit, a saída do Reino Unido da União Europeia, foi oficializado às 23h
53

(20h no horário de Brasília) do dia 31 de janeiro de 2020.


03

2. NAFTA: Tratado Norte-Americano de Livre Comércio.


JO
AU

Países membros do NAFTA


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A NA
04
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O

FONTE: ATLAS ESCOLAR. IBGE: 2014


J
AU

Estágio: livre comércio.


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214
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PA
3. APEC: Cooperação da Ásia e do Pacífico.

NA
4A
Países membros da APEC

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4A
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03

FONTE: ATLAS ESCOLAR. IBGE: 2014


JO
AU

4. ASEAN: Associação das Nações do Sudeste Asiático.


AR

Países membros do ASEAN


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A NA
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3
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J
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LO

FONTE: ATLAS ESCOLAR. IBGE: 20145. MERCOSUL: MERCADO COMUM DO SUL.


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215
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Países membros do Mercosul

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4A FONTE: ATLAS ESCOLAR. IBGE: 2014
30
70

ƒ OMC: Organização Mundial do Comércio


35

Objetivo: estímulo ao comércio mundial, empenhando-se em derrubar as taxas (importação/exportação) impostas


53

pelos Estados.
03

ƒ G7: países mais desenvolvidos (Alemanha, Canadá, Estados Unidos, França, Japão, Itália e Reino Unido).
JO

Esses países se reúnem eventualmente para discutir temas de ordem mundial.


AU
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S
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LO
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70
35
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03
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S
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UL
PA
NA
COMÉRCIO INTERNACIONAL

4A
30
70
35
A GLOBALIZAÇÃO E O ACORDOS INTERNACIONAIS

53
03
COMÉRCIO INTERNACIONAL ƒ Estabelecimento dos blocos econômicos;

JO
ƒ G7.

AU
ƒ Surto de multinacionais no mundo após a Segunda
Guerra Mundial. ƒ G20.

AR
ƒ OEA.
ƒ Aumento das relações internacionais entre os países:

S
PE
1. dispersão das multinacionais.
OMC

LO
2. desenvolvimento dos meios de transportes.

A
ƒ A Organização Mundial do Comércio é um mecanismo

UL
3. Nova Divisão Internacional do Trabalho.
internacional fundado, em 1995, em substituição ao

PA
ƒ O fluxo de mercadorias em âmbito internacional ocor- antigo GATT (Acordo Geral de Tarifas e Comércio).

NA
re majoritariamente por meio de transporte marítimo, ƒ Tem como objetivo promover a liberação do comércio
movimentando 75% do volume de carga no mundo.
4A
mundial, diminuindo ou restringindo as barreiras comer-
ciais e alfandegárias para facilitar trocas econômicas em
30
âmbito internacional.
70
35
53
03

REGIÕES SOCIOECONÔMICAS MUNDIAIS I: AMÉRICA ANGLO-SAXÔNICA


JO
AU
AR

CARACTERÍSTICAS DA AMÉRICA ESTADOS UNIDOS E IMPERIALISMO


S
PE

ANGLO-SAXÔNICA
LO
A
UL

Relevo
PA

ƒ Dobramentos Modernos (Oeste).


NA

ƒ Planície Central.
A

ƒ Dobramentos antigos (leste).


04
3
70

Clima
35
53

ƒ Predominância de clima temperado. A EXPANSÃO DOS ESTADOS UNIDOS


03

ƒ Clima frio ao norte. ƒ Expansão para o Oeste (século XIX);


O

ƒ “América para os americanos” – Doutrina Monroe.


J

Vegetação
AU

ƒ Século XX: Estados Unidos com poder político e militar.


AR

ƒ Pradaria (centro).
S

ƒ Floresta de coníferas e tundra (norte).


PE
LO
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A
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UL
PA
Aspectos econômicos

NA
4A
Agricultura

30
70
ƒ Cinturões Agrícolas (belts).

35
ƒ Características: grande produtividade e ampla mecanização.

53
03
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NA
4A
30
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AR

OS CINTURÕES AGROPECUÁRIOS
S

Indústria
PE

Questões Políticas
LO

ƒ Cinturão da maquinofatura (manufacturing belt) – In- ƒ Movimento separatista de Quebec.


A

dústria pesada.
UL

ƒ Sun Belt – Indústria “leve” (robótica, softwares, bélica,


PA

etc.) e petrolífera;
NA

ƒ Poder dos Estados Unidos no mundo contemporâneo.


A

ƒ Poder político.
04
3

ƒ Influência cultural.
70
35

CANADÁ
53
03

ƒ País de dupla influência: britânicos e franceses.


J O
AU

ƒ Franceses são minoria, concentrados, em grande parte,


AR

na província de Quebec.
ƒ Há também populações autóctones (indígenas), além
S
PE

de migrantes de diversos países.


LO
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NA
REGIÕES SOCIOECONÔMICAS MUNDIAIS II: AMÉRICA LATINA

4A
30
70
35
RELEVO

53
Questões político-econômicas

03
ƒ Cadeia de montanhas a oeste (Dobramentos modernos). ƒ Transnacionais – agentes econômicos e sociais de

JO
grande influência nos países latino-americanos;
ƒ Relevo antigo no leste (dobramentos antigos).

AU
ƒ Dívida externa.
ƒ Regiões de bacia sedimentar: Bacia Amazônica, Platina

AR
e do São Francisco. ƒ Crise econômica e modelo neoliberal:

S
– Empréstimos ao FMI.

PE
ŝƚůĂůƚĞƉĞ
– Privatização de empresas estatais;

LO
ƚůϱϲϭϬ
Mar do
Caribe – Corte de gastos em programas sociais.

A
ƒ MERCOSUL:

UL
WŝĐŽĚĂ
EĞďůŝŶĂϮϵϵϰ
Is. Galápagos
– Origem do bloco: 1991.

PA
Planície Amazônica – Brasil, Argentina, Paraguai e Uruguai.

NA
ƒ Narcotráfico:
4A
– Países com maior incidência: Peru, Colômbia e Bo-
30
lívia.
70

OCEANO ĐŽŶĐĄŐƵ
PACÍFICO ƒ Subdesenvolvimento dos países latino-americanos:
35

ĂϳϬϬϬŵ

– Concentração de terras.
53

– Práticas rudimentares de produção.


03

– Problema da reforma agrária.


JO

Estreito de Magalhães
AU

/Ɛ͘
dĞƌƌĂ &ĂůŬůĂŶĚ
ĚŽ
AR

MAPA FÍSICO DA AMÉRICA DO SUL.


S

CLIMA
PE
LO

ƒ Região de grande diversidade climática: temperado nas


A

encostas montanhosas e clima tropical na porção leste


UL

e parte do sul do continente.


PA

ƒ No sul da América do Sul, temos o clima subtropical.


NA

ƒ Há também regiões de clima desértico, como é o caso


A

do Atacama.
04
3
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35
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REGIÕES SOCIOECONÔMICAS MUNDIAIS III: EUROPA

4A
30
70
RELEVO TIPOS CLIMÁTICOS

35
53
03
ƒ Planícies na região norte. ƒ Clima de Montanha.
ƒ Maciços antigos – Montes Urais.

JO
ƒ Temperado Oceânico.

AU
ƒ Dobramentos modernos: Pirineus, Alpes, Apeninos,
ƒ Temperado Continental.
Cárpatos, Cáucaso, Dinários e os Balcãs.

AR
ƒ Subpolar.

S
HIDROGRAFIA ƒ Mediterrâneo.

PE
LO
ƒ Grande importância dos rios como meio de transporte,

A
principalmente pela proximidade de grandes centros eco-

UL
nômicos.

PA
ƒ Principais rios: Reno, Ródano, Volga e Danúbio.

NA
4A
WŽůĂƌ
30
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70

7ĞŵƉĞƌĂĚŽ
35

&ƌŝŽ

^ĞŵŝĄƌŝĚŽ
53
03
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S
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A
UL
PA

VEGETAÇÃO UNIÃO EUROPEIA


A NA

ƒ Tundra.
Estágios
04

ƒ Floresta de conífera.
3

1. BENELUX – Bélgica, Holanda e Luxemburgo. Redução de


70

ƒ Floresta temperada.
tarifas aduaneiras.
35

ƒ Vegetação mediterrânea.
53

2. CECA – Comunidade do Carvão e do Aço. Composta por


03

BENELUX, França, Itália e Alemanha Ocidental (1952) – Eu-


DEMOGRAFIA ropa dos seis.
JO

ƒ Cerca de 750 milhões de pessoas. 3. Mercado Comum Europeu (MCE) ou Comunidade Econô-
AU

mica Europeia (CEE), além dos países da CECA, passam a inte-


ƒ Densidade demográfica – 72 hab/ Km².
AR

grar: Inglaterra, Irlanda, Dinamarca, Grécia, Espanha e Portugal.


ƒ Diminuição do crescimento vegetativo – Envelhecimen-
S

4. Tratado de Maastrich: Criação da União Europeia em 1991.


PE

to da população. Em 2007 são compostos pelos países Malta, Chipre, Polônia,


LO

ƒ Forte ciclo migratório – crescimento da xenofobia. Hungria, Republica Tcheca, Eslováquia, Eslovênia, Bulgária, Es-
ƒ Países mais populosos – Rússia, Alemanha e Turquia. tônia, Letônia e Lituânia e Romênia (além dos anteriores Brexit).
LA
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220
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Características Economia europeia

NA
4A
ƒ Livre circulação de pessoas, mercadorias, bens e serviços. ƒ Indústria bem desenvolvida, com alto poder tecnológi-
co e diversificada.

30
ƒ A moeda única (euro) é colocada em circulação a partir

70
de 2002. ƒ Destaque na produção de diversos produtos agrícolas.

35
ƒ Questão turca e a entrada para a União Europeia; Técnicas modernas e elevada produtividade e incenti-

53
ƒ BREXIT. vos governamentais.

03
ƒ Pecuária intensiva com elevada produtividade.

JO
ƒ Produtos minerais de destaque:

AU
– Carvão.

AR
– Petróleo.
– Minério de ferro.

S
PE
– Mercúrio.

LO
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4A
30
70

MAPA COM OS PAÍSES QUE ATUALMENTE COMPÕEM A EUROPA DOS 27.


35
53
03

REGIÕES SOCIOECONÔMICAS MUNDIAIS IV: RÚSSIA E ÁSIA CENTRAL


JO
AU
AR

RÚSSIA Clima e vegetação


S
PE

ƒ Por sua extensão territorial, possui clima e vegetação


Aspectos físicos
LO

diversificado: ártico, subártico, temperado e subtropical.


A

ƒ Invernos longos e com neve, primavera temperada, verão


Relevo
UL

curto e com temperaturas amenas e outono chuvoso.


PA

ƒ Uma planície no leste europeu e outra na parte oeste,


ƒ Subpolar na Sibéria, onde aparece a tundra, que cres-
separadas pelos montes Urais.
NA

cem nos alagados no período da primavera e do verão.


ƒ Planaltos e montanhas na porção meridional.
A

ƒ A sul, o clima é mais quente, havendo campos e estepes.


304

ƒ Na região central encontram-se florestas com carva-


70

lhos, divididas por estepes.


35
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Hidrografia ƒ Êxodo rural.

NA
ƒ Insatisfação da classe operária e da burguesia nacional.

4A
ƒ 18% do território é coberto por rios e lagos, com desta-
que para os rios Volga, Don e o rio Neva, que deságua ƒ Ideais socialistas ganham força.

30
no golfo da Finlândia.

70
ƒ Repressão do governo às greves.

35
ƒ Possui a maior bacia hidrográfica, a bacia do Ob.
ƒ “Domingo Sangrento” (1905).

53
ƒ O lago Baikal é o mais importante corpo d’água.

03
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4A
DOMINGO SANGRENTO
30
ƒ Revolução Russa (1917).
70

ƒ Teses de abril: diretrizes propostas por Vladimir Lênin


Aspectos históricos
35

para fundamentar um plano concreto na revolução.


53

ƒ Rússia czarista.
03

ƒ Socialista.
ƒ Economia atrelada ao feudalismo.
ƒ Reformas instituídas: estatização dos bancos e indús-
JO

ƒ Dependência com a Inglaterra e França. trias; reforma agrária; sistema unipartidário (Partido
AU

ƒ Pequenos avanços na indústria. Comunista).


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U.T.I. - SALA 5. (UFJF-PISM 3)

NA
4A
1. O que são blocos econômicos? Discorra sobre dois

30
blocos econômicos e suas principais características.

70
2. A globalização é um fenômeno que se estruturou a

35
partir do término da Guerra Fria. Descreva as principais

53
características do processo de globalização.

03
3.

JO
O desempenho do mercado de trabalho americano em setembro

AU
de 2015 foi decepcionante, levan- tando dúvidas sobre o ritmo de
expansão da economia dos EUA. A criação de empregos ficou muito

AR
abaixo do esperado, os salários ficaram estagnados em relação a

S
agosto do mesmo ano e há uma fatia muito expressiva d população

PE
fora do mercado de trabalho. Dois dos problemas são o dólar forte e
o fraco crescimento global (...). Por que o comércio e os investimentos chineses na Áfri-

LO
VALOR ECONÔMICO, 3 DE OUTUBRO DE 2015. SÉRGIO LAMUCI, A9. ca configuram um novo império colonial?

A
UL
Como o fraco crescimento global interfere na criação
de empregos nos Estados Unidos?

PA
4. (UERJ) O continente europeu passou por uma série

NA
de mudanças territoriais a partir do final da década de

4A
1980, com o surgimento, ressurgimento e desapareci-
mento de vários países.
30
MAPA POLÍTICO DA EUROPA CENTRAL E ORIENTAL
70
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S

Com base na análise dos mapas, identifique duas mu-


PE

danças nas fronteiras políticas ocorridas de forma pací-


LO

fica entre 1980 e 2014. Em seguida, aponte dois exem-


plos de separatismo ocorridos nesse mesmo período,
LA

nos quais aconteceram conflitos armados.


U
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A
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U.T.I. - E.O. protegida informalmente pelo idioma, pelos costumes, pelas institui-

NA
ções e pelas redes, aos quais os estrangeiros só tinham acesso por

4A
intermediários locais. Uma boa ilustração dessa combinação são as
1. imensas ZPEs que o governo da China ergueu do nada e que hoje

30
abrigam dois terços do total mundial de trabalhadores em zonas

70
desse tipo.

35
(ADAPTADO DE GIOVANNI ARRIGHI, ADAM SMITH EM PEQUIM: ORIGENS E

53
FUNDAMENTOS DO SÉCULO XXI. SÃO PAULO: BOITEMPO, 2008, P.362.)

03
a) Indique duas ações políticas do governo chinês que
produziram as condições internas para a ascensão

JO
econômica do país.

AU
b) Aponte as estratégias geopolíticas utilizadas pela

AR
China para a obtenção de recursos naturais em dis-
tintas partes do mundo, que possibilitam a manutenção

S
do atual modelo de produção industrial em larga escala

PE
no país.

LO
No mapa, o conjunto das áreas em laranja e o conjunto
em azul representam, cada um, metade do Produto In- 3. (UFG) A cultura chinesa sempre foi motivo de estudos,

A
UL
terno Bruto (PIB) norte-americano distribuído por todo haja vista as grandes contribuições que trouxe para a hu-
o território do país. manidade, tais como a invenção do papel, da bússola e

PA
Justifique a grande concentração espacial da riqueza da pólvora. Nos dias atuais, a China é a segunda econo-

NA
norte-americana nas áreas em laranja. Cite, ainda, duas mia do planeta e responde por quase 10% do PIB mun-
atividades econômicas relevantes, realizadas nessas dial anual. O cenário se deve ao fato de o governo chinês,

4A
áreas, que favorecem a concentração espacial do PIB. após a morte de Mao Tsé-tung, em 1976, ter intensifica-
30
do reformas econômicas, abrindo o país para o mercado
70

2. (UNICAMP) mundial. Considerando a China neste contexto,


35

Graças ao tamanho continental e à imensa população do país, as a) cite o nome do modelo de organização econômica
53

políticas implemen- tadas pelo governo permitiram à China com- do país e apresente duas características desse modelo;
03

binar as vantagens da industrialização voltada para a exportação, b) apresente apenas uma das iniciativas do governo
induzida em grande parte pelo investimento estrangeiro, com as
JO

chinês para reduzir as emissões de carbono.


vantagens de uma economia nacional centrada em si mesma e
AU
AR

4. (UERJ 2018)
S


PE
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A NA
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AR

No gráfico, a área de cada país é proporcional à porcentagem do seu Produto Interno Bruto (PIB) em relação ao tamanho
S

da economia global. As economias mais relevantes do mundo possuem uma parcela superior a 0,4% do PIB global.
PE

Aponte o continente com o menor número de países nessa situação de relevância.


LO

Em seguida, identifique o setor da economia mais importante para a composição do PIB das nações desenvolvidas,
apresentando uma justificativa para o destaque desse setor.
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5. (UFU 2018) 8. (UFJF-PISM) Leia os textos a seguir.

NA
“Para a União Europeia, nada muda. A Espanha continua sendo Texto 1

4A
nosso único interlocu- tor.” A mensagem nas redes sociais do pre-
Com apenas 11 anos, Nada al-Ahdal, do Iêmen, parecia condenada

30
sidente do Conselho Europeu, Donald Tusk, é a primeira reação de
ao destino de milhões de jovens mulheres em países muçulmanos: o

70
peso à declaração da Catalunha: a UE não reconhece a independên-
casamento arranjado. Mas, contrária à decisão dos pais, ela decidiu
cia. A equipe de Tusk advertiu que é preciso evitar uma “escalada”,

35
fugir de casa para evitar o enlace. Gravou um vídeo denunciando a
o que seria uma péssima notícia “para os catalães, para a Espanha

53
situação que em apenas dois dias foi visto por mais de 5,6 milhões
e para a Europa”.

03
de pessoas no YouTube. Mesmo que pouco tempo depois tenha pas-
DISPONÍVEL EM: <HTTPS://BRASIL.ELPAIS.COM/BRASIL/2017/10/27/ sado a ser questionado, com denúncias de que a família da menina
INTERNACIONAL/1509120610_062639.HTML>

JO
já teria recusado a proposta de casamento antes mesmo de ela virar
ACESSO EM: 27 DE MAR, 2017.

AU
uma celebridade, o episódio iniciou um debate sobre a liberdade das
Considerando-se o contexto geopolítico do movimento mulheres no mundo islâmico.

AR
separatista da Catalunha, responda. FONTE: DISPONÍVEL EM: <HTTP://REVISTAGALILEU.GLOBO.COM/REVISTA/

S
a) Por que esse movimento separatista representou e NOTICIA/2014/04/INTERNET-POR-TRAS-DO-VEU.HTML>.

PE
ainda representa uma ameaça para os outros países in- ACESSO EM: 1 DEZ. 2014.

LO
tegrantes da União Europeia?
Texto 2
b) Apresente dois argumentos utilizados pelos separat-

A
istas da Catalunha para justificar sua independên- cia “Se você digita mulher muçulmana no Google o que mais vê são

UL
da Espanha. imagens estereotipadas de mulheres de burca, em um cenário de

PA
guerra ou machucadas, com hematomas, vítimas de violência do-
6. (UEL) Analise o mapa a seguir. méstica”, (...). “O que não é mostrado são aquelas de terno, mesmo

NA
que com a cabeça coberta por escolha própria, ou as antenadas nas

4A
últimas tendências da moda, com maquiagem imaculada, mulheres
admirando uma obra de arte, dando aulas, promovendo arte de rua
30
ou fechando negócios”.
70

FONTE: DISPONÍVEL EM: <HTTP://REVISTAGALILEU.GLOBO.COM/REVISTA/


35

NOTICIA/2014/04/INTERNET-POR-TRAS-DO-VEU.HTML>.
53

ACESSO EM: 1 DEZ. 2014.


03

a) Com base nos textos, responda: Por que a internet


JO

está se tornando mais importante que a televisão no


desenvolvimento de identidades culturais globais?
AU

a) Identifique o grupo de países que formam o BRICS e b) Com base nos textos, explique a proposição de Man-
AR

o principal objetivo desse grupo. uel Castells: “A rede não garante a liberdade, mas torna
S

mais difícil a opressão. A censura permite identificar e


b) Indique e descreva três características geográfi-
PE

punir o mensageiro, mas não pode deter a mensagem”.


cas desses países destacados no mapa, chamados de
LO

“potências emergentes”. FONTE: DISPONÍVEL EM: <HTTP://ZH.CLICRBS.COM.BR/RS/ENTRETENIMENTO/


NOTICIA/2013/06/A-REDE-TORNA-MAIS-DIFICIL-A-OPRESSAO-DIZ-MANUEL-
A

CASTELLS-4164803.HTML>.
7. (PUC-RJ)
UL

ACESSO EM: 2 DEZ. 2014.


PA
A NA
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70
35
53
03
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a) Explique como o Acordo de Schengen criou, de fato,


AR

uma comunidade regional europeia.


S

b) A partir do cartograma, associe os espaços regionais


PE

europeus não participantes, sob nenhuma condição, do


LO

Acordo aos problemas lá vivenciados desde o fim da


Guerra Fria.
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Caro aluno

70
35
53
Você está recebendo o primeiro livro da Unidade Técnica de Imersão (U.T.I.) do Hexag Vestibulares.

03
Este material tem o objetivo de retomar os conteúdos estudados nos livros 3 e 4, oferecendo um

JO
resumo estruturado da teoria e uma seleção de questões dissertativas que preparam o candidato

AU
para as provas de segunda fase dos principais vestibulares. Além disso, as questões dissertativas per-

AR
mitem avaliar a capacidade de análise, organização, síntese e aplicação do conhecimento adquirido.
É também uma oportunidade de o estudante demonstrar que está apto a expressar suas ideias de

S
PE
maneira sistematizada e com linguagem adequada.

LO
Aproveite este caderno para aprofundar o que foi visto em sala de aula, compreender assuntos que

A
tenham deixado dúvidas e relembrar os pontos que foram esquecidos.

UL
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Bons estudos!

NA
4A
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30 Herlan Fellini
35
53
03
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SUMÁRIO
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BIOLOGIA
LO
A
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BIOLOGIA 1 229
PA

BIOLOGIA 2 251
NA

BIOLOGIA 3 275
A

FÍSICA
304
70

FÍSICA 1 297
35
53

FÍSICA 2 311
03

FÍSICA 3 333
O

QUÍMICA
J
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QUÍMICA 1 349
S
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QUÍMICA 2 361
LO

QUÍMICA 3 369
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© Hexag Sistema de Ensino, 2018

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Direitos desta edição: Hexag Sistema de Ensino, São Paulo, 2021
Todos os direitos reservados.

AU
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Autores
Caco Basileus

S
Edson Yukishigue Oyama

PE
Felipe Filatte
Herlan Fellini

LO
Kevork Soghomonian
Joaquim Matheus Santiago Coelho

A
UL
Larissa Beatriz Torres Ferreira
Marcos Navarro

PA
Diretor-geral

NA
Herlan Fellini

4A
Diretor editorial 30
Pedro Tadeu Vader Batista
70

Coordenador-geral
35

Raphael de Souza Motta


53

Responsabilidade editorial, programação visual, revisão e pesquisa iconográfica


03

Hexag Sistema de Ensino


JO

Editoração eletrônica
AU

Felipe Lopes Santos


Leticia de Brito Ferreira
AR

Matheus Franco da Silveira


S

Projeto gráfico e capa


PE

Raphael de Souza Motta


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Imagens
A

Freepik (https://www.freepik.com)
UL

Shutterstock (https://www.shutterstock.com)
PA
NA

Todas as citações de textos contidas neste livro didático estão de acordo com a legis-
lação, tendo por fim único e exclusivo o ensino. Caso exista algum texto a respeito do
A

qual seja necessária a inclusão de informação adicional, ficamos à disposição para o


04

contato pertinente. Do mesmo modo, fizemos todos os esforços para identificar e loca-
3
70

lizar os titulares dos direitos sobre as imagens publicadas e estamos à disposição para
suprir eventual omissão de crédito em futuras edições.
35

O material de publicidade e propaganda reproduzido nesta obra é usado apenas para


53

fins didáticos, não representando qualquer tipo de recomendação de produtos ou


03

empresas por parte do(s) autor(es) e da editora.


O

2021
J
AU

Todos os direitos reservados para Hexag Sistema de Ensino.


AR

Rua Luís Góis, 853 – Mirandópolis – São Paulo – SP


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CEP: 04043-300
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Telefone: (11) 3259-5005


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www.hexag.com.br
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BIOLOGIA 1

70
30
4A
NA
PA
UL
A
L
L
A
UL
PA
NA
BIOMAS

4A
30
70
35
INTRODUÇÃO OS BIOMAS BRASILEIROS

53
03
Com o intuito de organizar a abordagem, será realizada uma Os biomas são conjuntos de ecossistemas que interagem

JO
pequena revisão sobre ecologia e os níveis de organização formando uma unidade paisagística coerente. Cada bio-

AU
por ela estudados. Em seguida, serão abordados os temas ma terrestre se caracteriza pelo tipo vegetal ou estrato

AR
biomas e biociclos. dominante: árvores (arbóreo), ervas (herbáceo), arbustos
(arbustivo), formações mistas, etc. Com efeito, o bioma é

S
ƒ O conjunto de organismos da mesma espécie que

PE
um grupamento de fisionomia homogênea e independente
interagem e habitam uma dada região durante um da composição florística. Trata-se de uma área geográfica

LO
certo período de tempo constitui uma população. grande e sua existência é controlada pelo macroclima.

A
UL
ƒ O conjunto de populações de espécies diferentes que

PA
interagem e habitam uma dada área durante um perí-
odo de tempo forma uma comunidade biológica,

NA
biota ou biocenose.
ƒ O conjunto formado pela interação da biota com o 4A
30
meio físico no qual ela vive é denominado ecossis-
70

tema, que se caracteriza por dois processos: fluxo


35

de energia e ciclo de matéria. Assim, um lago, um rio


53
03

poluído, uma floresta, um campo, uma praia ou uma


caverna são exemplos de ecossistemas.
JO

ƒ O conjunto de vários ecossistemas interdependen-


AU

tes e que interagem é denominado bioma. A Mata


AR

Atlântica, a Amazônia, o Cerrado, a Caatinga e o DISTRIBUIÇÃO GEOGRÁFICA DOS BIOMAS BRASILEIROS


S

Pantanal são exemplos de biomas, uma vez que


PE

são constituídos por diversos tipos de ecossistemas Floresta Amazônica


LO

associados.
Trata-se de um ecossistema frágil. A floresta vive do seu
A
UL

ƒ O conjunto de vários biomas com características parti- próprio material orgânico. O ambiente é úmido e as
PA

culares é denominado biocora. Por exemplo, a Mata chuvas são abundantes. Na Amazônia, vivem e se re-
Atlântica, a Amazônia e a Taiga são formações flo- produzem mais de um terço das espécies existentes no
NA

restais inseridas no biocora das florestas, apesar de planeta. Ela é um gigante tropical de 5,5 milhões de km2,
A

suas dinâmicas, estruturas e composição de espécies dos quais 60% estão em território brasileiro.
04

serem diferentes.
3
70

ƒ O conjunto de biocoras com características particula-


35

res de um dado compartimento da Terra denomina-se


53

biociclo. Por exemplo, os biocoras marinhos consti-


03

tuem o biociclo marinho ou talassociclo; os bio-


O

coras terrestres constituem o biociclo terrestre ou


J
AU

epinociclo; e os biocoras de água doce constituem o


AR

biociclo dulcícola ou limnociclo.


S

ƒ O conjunto de todos os biociclos chama-se biosfera,


PE

que também pode ser entendida como a camada ou


LO

superfície do planeta, coberta ou não por água, que


LA

sustenta, mantém e contém vida. LOCALIZAÇÃO DA FLORESTA AMAZÔNICA


U
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230
A
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L
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UL
PA
Além de 2.500 espécies de árvores (um terço da madeira
Cerrado

NA
tropical do mundo), a Amazônia também abriga muita

4A
água. O rio Amazonas − a maior bacia hidrográfica

30
do mundo, que cobre uma extensão aproximada de 6

70
milhões de km2, corta a região para desaguar no oceano

35
Atlântico, lançando no mar, a cada segundo, cerca de 175

53
milhões de litros de água. Esse número corresponde a

03
20% da vazão conjunta de todos os rios da Terra.

JO
A diversidade em espécies vegetais se repete na fau-

AU
na da região.

AR
Mata Atlântica

S
PE
A Mata Atlântica é uma das florestas tropicais mais

LO
ameaçadas do mundo. Cobria 1 milhão de km2, ou

A
12% do território nacional, estendendo-se do Rio Gran-

UL
de do Norte ao Rio Grande do Sul. Hoje, está reduzida a

PA
apenas 7% de sua área original. Apesar da devastação

NA
sofrida, é espantosa a riqueza das espécies animais e ve-
LOCALIZAÇÃO GEOGRÁFICA DO CERRADO

4A
getais que ainda se abrigam na Mata Atlântica.
30
Em algumas regiões remanescentes de floresta, os níveis A extensa região central do Brasil é constituída por um
70

de biodiversidade são considerados os maiores do pla- mosaico de tipos de vegetação, solo, clima e topogra-
35

neta. Em contraste com essa exuberância, as estatísticas fia bastante heterogêneos. O cerrado é a segunda maior
53

indicam que mais de 70% da população brasileira formação vegetal brasileira, superado apenas pela flores-
03

vive na região da Mata Atlântica. Além de abrigar a ta Amazônica. São 2 milhões de km2 espalhados por dez
maioria das cidades e regiões metropolitanas do país, a estados. O cerrado é uma “savana” tropical, na qual a ve-
JO

área original da floresta sedia também os grandes polos getação herbácea coexiste com mais de 420 espécies de
AU

industriais, petroleiros e portuários do Brasil, responden- árvores e arbustos esparsos.


AR

do por nada menos de 80% do PIB nacional. O solo, antigo e profundo, ácido e de baixa fertilidade, tem
S
PE

altos níveis de ferro e alumínio. Contudo, o cerrado tem


a seu favor o fato de ser cortado por três das maiores
LO

bacias hidrográficas da América do Sul (Tocantins,


A

São Francisco e Prata), o que favorece a manutenção


UL

de uma biodiversidade surpreendente.


PA

Estima-se que a flora da região possua dez mil espécies


NA

de plantas diferentes (muitas delas usadas na produção


A

de cortiça, fibras, óleos, artesanato, além do uso medi-


04

cinal e alimentício). Isso sem contar as 400 espécies de


3
70

aves, 67 gêneros de mamíferos e 30 tipos de morcegos


35

catalogados na área. O número de insetos é surpreen-


53

dente: apenas na área do Distrito Federal, há 90 espécies


03

de cupins, mil espécies de borboletas e 500 tipos diferen-


O

tes de abelhas e vespas.


J
AU
AR
S
PE
LO
LA
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231
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Caatinga

NA
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30
70
35
53
03
JO
AU
AR
S
PE
LO
LOCALIZAÇÃO GEOGRÁFICA DO PANTANAL

A
LOCALIZAÇÃO GEOGRÁFICA DA CAATINGA Na época das cheias, esses “corpos” se comunicam e se

UL
mesclam com as águas do rio Paraguai, renovando e fer-

PA
Os cerca de 20 milhões de brasileiros que vivem nos 800 tilizando a região.

NA
mil km2 de caatinga nem sempre podem contar com as
chuvas de verão. Quando não chove, os habitantes do ser- Campos
tão sofrem muito. Precisam caminhar quilômetros em bus- 4A
Além de florestas tropicais, do Pantanal, do cerrado e da caa-
30
ca da água dos açudes. A irregularidade climática é um dos tinga, os campos também fazem parte da paisagem brasilei-
70

fatores que mais interfere na vida do sertanejo. ra. Esse tipo de vegetação é encontrado em dois lugares dis-
35

tintos: os campos de terra firme (savanas de gramíneas


53

Mesmo quando chove, o solo raso e pedregoso não con-


baixas) são característicos do norte da Amazônia, Roraima,
03

segue armazenar a água que cai, e a temperatura elevada


(médias entre 25 ºC e 29 ºC) provoca intensa evaporação. Pará e ilhas do Bananal e de Marajó, enquanto os campos
JO

Por isso, somente em algumas áreas próximas às serras, limpos (estepes úmidas) são típicos da região Sul.
AU

onde a abundância de chuvas é maior, a agricultura se


AR

torna possível.
S

Na longa estiagem, os sertões são, muitas vezes, semideser-


PE

tos nublados, mas sem chuva. O vento seco e quente não


LO

refresca, incomoda. A vegetação xeromorfa adaptada


A

ao clima apresenta muito escleromorfismo, que a protege.


UL

As folhas, por exemplo, são finas ou inexistentes. Algumas


PA

plantas armazenam água, como os cactos, outras se carac-


NA

terizam por terem raízes praticamente na superfície do solo


A

para absorver rapidamente o máximo da chuva. Algumas das


04

espécies mais comuns da região são a amburana, aroeira,


3

umbu, baraúna, maniçoba, macambra, mandacaru e juazeiro.


70
35

Pantanal
53

LOCALIZAÇÃO GEOGRÁFICA DO BIOMA CAMPOS


03

O Pantanal é um dos mais valiosos patrimônios naturais De modo geral, o campo limpo é destituído de árvores,
O

do Brasil. Maior área úmida continental do planeta, com bastante uniforme e com arbustos espalhados e disper-
J

sos. Já nos campos de terra firme, as árvores, baixas e


AU

140 mil km2 em território brasileiro, destaca-se pela ri-


queza da fauna, em que dividem espaço 650 espécies espalhadas, integram-se totalmente à paisagem.
AR

de aves, 80 de mamíferos, 260 de peixes e 50 de répteis. Em ambos os casos, o solo é revestido de gramíneas,
S

No Pantanal, são comuns as chuvas fortes. Os terrenos,


PE

subarbustos e ervas. Entre o Rio Grande do Sul e Santa


quase sempre planos, são alagados periodicamente Catarina, os campos formados por gramíneas e legumi-
LO

por inúmeros córregos e vazantes entremeados de lagoas nosas nativas se estendem como um tapete verde por
LA

e leques aluviais, isto é, muita água. mais de 200.000 km2, tornando-se mais densos e ricos
U
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232
A
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A
UL
PA
nas encostas. Nessa região, com muita mata entremeada, dos sobre terreno lodoso, apresentam características fisio-

NA
as chuvas se distribuem regularmente pelo ano todo, e nômicas e funcionais muito particulares. São típicas deles

4A
as baixas temperaturas reduzem os níveis de evaporação. os seguintes fatores: temperaturas tropicais; áreas constan-

30
Essas condições climáticas acabam favorecendo o cresci- temente sobo controle e o fluxo das marés; depósitos

70
mento de árvores. Muito diferentes, por sua vez, são os volumosos de silte, areia fina, argila e grande quantidade

35
campos que dominam as áreas do Norte do país. de matéria orgânica.

53
Em geral, os manguezais se localizam fora dos litorais de

03
Manguezais mar aberto. Eles estão sempre associados às áreas de for-

JO
Os manguezais são ecossistemas estuarinos que se desen- tes marés; no entanto, abrigados dos fortes ventos e das

AU
volvem em terras planas, baixas e de substrato lodoso, lo- ressacas, caracterizam-se também por uma vegetação
halófita (plantas terrestres adaptadas a viver no mar ou

AR
calizadas nas costas litorâneas das regiões tropicais, junto
aos desaguadouros dos rios, no fundo de baías e nas ense- perto dele) tropical de mata, com poucas espécies que

S
crescem na vasa marítima da costa ou estuária dos rios.

PE
adas. Quando os manguezais estão em terrenos de baixo
ou médio teor de salinidade, os bosques de mangues, fixa-

LO
A
UL
BIOMAS AQUÁTICOS

PA
NA
AMBIENTES AQUÁTICOS 4A
ƒ Nécton – comunidade formada pelos animais livre-na-
30
tantes, representados por peixes, polvos, mamíferos
70

marinhos e tartarugas, entre outros.


35

Biociclo marinho ou talassociclo


53

Biociclo dulcícola ou limnociclo


03

É o maior de todos os biociclos. Trata-se de um grande am-


biente contínuo, bastante homogêneo em função de sua
JO

extensão e, por isso, o conceito de bioma não deve ser apli- Águas lênticas ou estacionárias
AU

cado a estes ambientes. São os ambientes constituídos por águas paradas que, na
AR

A luz vai sendo absorvida pelos seres autótrofos, as algas, à verdade, estão sendo sempre renovadas. As águas lênticas
correspondem desde a uma poça-d’água formada pelas
S

medida que penetra na água; assim, as radiações que mais


PE

chuvas até a lagoas e grandes lagos.


penetram são azul e violeta. Costuma-se distinguir no mar
LO

três regiões em função da presença da luz:


Águas lóticas ou correntes
A

ƒ Eufótica – recebe luz diretamente e, geralmente, chega


UL

Estas águas compreendem os riachos, córregos e rios. Ne-


até 200 m.
PA

las podemos encontrar três regiões distintas: nascente,


ƒ Disfótica – recebe luz difusa e pode chegar a 300 m. curso médio e curso baixo (foz). O curso superior ou
NA

ƒ Afótica – é a região geralmente abaixo de 300 m, que nascente é pobre em seres vivos devido à violência das
A

não recebe luz. águas, não ocorre plâncton, podendo ocorrer algas fixas
04

ao fundo, larvas de insetos etc.


3
70

Comunidades aquáticas – ƒ De acordo com os nutrientes, podem ser classifica-


35

classificação dos organismos dos em: eutróficos (alta produtividade, águas ricas
53

em nutrientes); mesotróficos (ecossistemas que


03

ƒ Plâncton – Podemos dividir o plâncton em duas categorias: possuem valores intermediários entre um ecossistema
fitoplâncton, constituído por algas representadas, principal-
O

eutófrico e oligotrófico); e oligotrófico (baixa produ-


J

mente, pelas diatomáceas e pelos dinoflagelados (pirrófitos); tividade, águas pobres em nutrientes).
AU

e o zooplâncton, constituído por inúmeros seres heterotrófi-


AR

cos como os protozoários, além de larvas de crustáceos e de ƒ De acordo com a temperatura, podem ser classifica-
peixes, entre outros representantes do reino metazoa. dos em: epilímnio (águas superficiais, mais quentes e
S

circulantes, alto teor de oxigênio); termoclino (águas


PE

ƒ Bentos – comunidade correspondente àqueles seres intermediárias, ocorre variação na taxa de oxigênio e
LO

que vivem no fundo do mar, fixos ou movendo-se no temperatura com a profundidade); e hipolímnio (águas
LA

fundo. inferiores, águas não circulantes, pobres em oxigênio).


U
PA

233
A
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UL
PA
NA
CICLOS BIOGEOQUÍMICOS

4A
30
70
35
O CICLO DA MATÉRIA E O O ciclo do carbono e os

53
03
seus desdobramentos
FLUXO DE ENERGIA

JO
O carbono é o elemento essencial na composição da

AU
Nossa biosfera é alvo de um fluxo contínuo de ener- matéria orgânica, sendo, pois, fundamental a sua recircu-
gia, em consequência da qual ocorre uma circulação

AR
lação na natureza. Encontra-se disponível, no ar atmos-
intermitente dos materiais constituintes da superfície férico, na forma de gás carbônico. Esse carbono, que é

S
terrestre. A fonte preponderante dessa energia é a ra-

PE
utilizado diretamente pelas plantas verdes na construção
diação solar. O movimento dos elementos e compos- de matéria orgânica vegetal − fotossíntese –, deverá

LO
tos essenciais à vida pode ser designado como ciclo ser devolvido ao meio, novamente na forma de gás car-

A
biogeoquímico.

UL
bônico, ao final de um ciclo vital, sob pena de diminuírem
progressivamente, na natureza, as fontes primárias do

PA
Os ciclos biogeoquímicos elemento carbono. Assim sendo, a matéria orgânica, que

NA
foi sintetizada pelo vegetal, será comida por um animal,
As relações entre espécies e ambiente físico caracterizam-
4A
o qual, por sua vez, poderá servir de alimento a outros
-se por uma constante permuta de elementos, em uma ati- 30
tipos de animais.
vidade cíclica, a qual, por compreender aspectos de etapas
70

biológicas, físicas e químicas alternadas, recebe a denomi- Atualmente, o maior reservatório de carbono é constituído
35

nação geral de ciclo biogeoquímico. pelos carbonatos existentes nas águas e no solo. Basi-
53

camente, os processos de fotossíntese e respiração


03

Em um estudo global da biosfera, pode-se reconhecer dois


celular seriam suficientes para manter as concentrações
tipos de ciclos biogeoquímicos: os ciclos gasosos e os ci-
JO

dos compostos de carbono na biosfera, porém, não é bem


clos sedimentares. No primeiro caso, o reservatório está
AU

assim que acontece.


situado na atmosfera, enquanto que o segundo localiza-se
AR

na crosta terrestre. As atividades da sociedade humana moderna exigem


cada vez mais a queima de combustíveis fósseis, o
S
PE

O ciclo da água e os seus que causa uma diminuição intensa de carbono fixado
LO

desdobramentos em seres vivos vegetais e no solo, representados por


madeira, carvão e petróleo, respectivamente. Posterior-
A

Mais conhecido como ciclo hidrológico, ele represen-


UL

mente, devemos lembrar que a combustão desses com-


ta o percurso da água desde a atmosfera, passando por
PA

postos orgânicos libera gás carbônico para a atmosfera,


várias fases, até retornar de novo à atmosfera. Essas
cujas altas concentrações estão associadas ao aumento
NA

fases englobam, basicamente, a precipitação, escoa-


do efeito estufa, que pode vir a ser responsável pelo
A

mento superficial, infiltração, escoamento subterrâneo


aquecimento da Terra.
04

e a evaporação.
3
70
35
53
03
J O
AU
AR
S
PE
LO

REPRESENTAÇÃO DA INTERAÇÃO ENTRE OS CICLOS DO CARBONO, ÁGUA E OXIGÊNIO


LA

REPRESENTAÇÃO DO CICLO HIDROLÓGICO


U
PA

234
A
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A
UL
PA
O ciclo do oxigênio e os reciclados. Porém, grande parte desse fósforo vai chegar aos

NA
mares e oceanos, onde se perde nos sedimentos mais pro-
seus desdobramentos

4A
fundos. Acredita-se que essa parcela sedimentada nos mares

30
Este ciclo envolve a quantidade de oxigênio produzido volte ao ciclo muito lentamente, não acompanhando a ve-

70
anualmente pela fotossíntese e o consumo no proces- locidade das perdas de fósforo que são muito mais intensas.

35
so de oxidação da glicose − respiração, através das Atualmente, o homem se preocupa mais com fosfato dis-

53
plantas e dos animais. A oxidação provoca a formação
solvido nas águas interiores em função de sua importân-

03
de gás carbônico, o qual é utilizado no processo de fotos-
cia em termos de qualidade. Nesse aspecto, o fósforo
síntese. A fotossíntese consiste na utilização da luz pelos

JO
tem papel relevante na eutrofização, podendo, como
organismos dotados de clorofila, como fonte de energia,

AU
consequência, causar prejuízo à água para fins de abas-
para sintetizar compostos orgânicos, produzindo oxigênio
tecimento público.

AR
como subproduto.

S
PE
O ciclo do nitrogênio e os

LO
seus desdobramentos

A
UL
O nitrogênio proveniente dos componentes celulares dos
seres vivos, como os aminoácidos e as bases nitrogenadas,

PA
é decomposto no solo ou nos rios, passando de orgânico a

NA
inorgânico, sob a ação das bactérias decompositoras

4A
ou através do sistema de excreção dos próprios organismos
superiores. O nitrogênio nas formas de amônia e nitrato é
30
REPRESENTAÇÃO DO CICLO DO FÓSFORO
mais utilizável como nutriente pelas plantas, ainda que as ou-
70

tras formas de nitrogênio possam ser usadas por diferentes


35

organismos, completando a ciclo. O ar está constantemente


O ciclo do enxofre os seus
53

recebendo nitrogênio devido à ação de bactérias desni- desdobramentos


03

trificantes, sendo daí continuamente retirado pelas ações A principal fonte de enxofre para os seres vivos é constitu-
JO

das bactérias fixadoras de nitrogênio, além de cianobactérias ída pelos sulfatos; absorvidos pelas plantas, são incorpo-
AU

e reações provocadas pelas descargas elétricas atmosféricas. rados nas proteínas, portanto, na própria estrutura da ma-
AR

téria viva. Em geral, a água potável não deve ultrapassar


um teor de 250 ppm em SO2-4. Teores superiores poderiam
S
PE

causar diarreia nas crianças. Os resíduos orgânicos são de-


LO

compostos por bactérias heterotróficas, que libertam H2S


utilizando os sulfatos como fonte de energia. Inversamen-
A
UL

te, outras bactérias reoxidam o H2S em SO2-4, tornando o


PA

enxofre disponível para outros seres vivos.


A NA
3 04
70

REPRESENTAÇÃO DO CICLO DO NITROGÊNIO


35
53

O ciclo do fósforo e os
03

seus desdobramentos
JO

O fósforo é liberado pela decomposição de compostos or-


AU

gânicos até a forma de fosfatos, passível de ser aprovei-


AR

tado pelos vegetais. Ao contrário do nitrogênio, o grande


S

reservatório de fósforo não é o ar, mas sim as rochas, for-


PE

madas em remotas eras geológicas.


LO

A decomposição por fenômenos de erosão gradativamente


LA

libera os fosfatos, que entram nos ecossistemas onde são


U
PA

235
A
AN
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A
UL
PA
NA
PROBLEMAS AMBIENTAIS

4A
30
70
35
IMPACTO DA ATIVIDADE IMPACTO DA ATIVIDADE

53
03
HUMANA SOBRE OS SOLOS HUMANA SOBRE A ATMOSFERA

JO
AU
Com a remoção da cobertura vegetal original, ace- Uma vez que a atmosfera é um sistema contínuo e único,
lera-se o processo erosivo, alterando os processos pode-se concluir que as mudanças são transmissíveis em

AR
geomorfológicos. Com a intensificação destes processos, toda sua extensão; assim, uma alteração em pequena es-

S
podemos falar em desertificação. cala pode ter consequências globais.

PE
A atmosfera recebe, anualmente, milhões de toneladas

LO
Os solos tropicais não são, via de regra, férteis e a biodiversida-
de que eles sustentam está associada a altas e rápidas taxas de de gases tóxicos, como monóxido de carbono, dióxido de

A
enxofre, óxido de nitrogênio e hidrocarbonetos, além de

UL
decomposição de matéria orgânica pelos seres decomposito-
res e pela absorção e incorporação vegetal desses nutrientes. partículas que ficam em suspensão. As principais fontes

PA
geradoras de poluição atmosférica são os motores dos au-
A excessiva irrigação, por outro lado, pode provocar a sali-

NA
tomóveis, as indústrias (siderúrgicas, fábricas de cimento e
nização de certos tipos de solos, como os do semiárido,
4A
papel, refinarias etc.), a incineração de lixo doméstico e as
tornando-os impróprios para cultivos de interesse econômi- queimadas de florestas para expansão da lavoura.
30
co, assim como para o desenvolvimento de uma vegetação
70

O monóxido de carbono (CO) é um gás incolor, inodoro,


natural. Nesses solos, a drenagem é muito rápida, e a água
35

um pouco mais leve do que o ar e muito tóxico.


utilizada contém diversos sais, levando a uma concentração
53

salina comprometedora à agricultura tradicional. Isto impõe O dióxido de enxofre (SO2) é um gás venenoso, prove-
03

desafios criativos de natureza tecnológica para a região. niente da queima industrial de combustíveis como o carvão
mineral e o óleo diesel, que tem enxofre como impureza. O
JO

Destacam-se entre as fontes de poluição do solo aquelas dióxido de enxofre, juntamente com o óxido de nitrogênio,
AU

derivadas da atividade humana: reage com vapor d’água na atmosfera, podendo formar
AR

ƒ Poluição devida a resíduos sólidos domésticos, hospita- ácidos sulfúrico e nítrico, que se precipitam com a umidade
S

lares e industriais; e formam as chuvas ácidas.


PE

ƒ Poluição devida a resíduos líquidos sanitários e industriais;


LO

Inversão térmica
ƒ Poluição devida à urbanização e ocupação do solo;
A

Em certas épocas do ano, principalmente no inverno, pode


UL

ƒ Poluição devida à agropecuária extensiva e a acidentes ocorrer o fenômeno atmosférico denominado inversão
PA

no transporte de cargas. térmica, causado pela interposição de uma camada de


NA

ar quente entre camadas de ar frio em certa altitude. A

IMPACTO DA ATIVIDADE HUMANA camada quente impede a dispersão de poluentes, que


A

ficam aprisionados junto à superfície. Nessas ocasiões,


04

SOBRE A COMUNIDADE BIOLÓGICA ocorre grande aumento de casos de irritação das muco-
3
70

sas e problemas respiratórios.


35

Agricultura, urbanização, industrialização, projetos de as-


53

sentamento (colonização), projetos de desenvolvimento


03

(estradas, hidroelétricas, usinas nucleares e mineração),


extrativismo vegetal, exportação de madeira, produção de
JO

carvão, entre outros, impactam intensamente os habitats,


AU

comprometendo diretamente a sustentabilidade da fauna.


AR

A fauna com pequena população natural e habitat muito


S
PE

restrito é particularmente propensa à extinção, como


resultado da atividade humana. Isso pode acelerar um
LO

processo natural ou reverter uma tendência natural. REPRESENTAÇÃO DA INVERSÃO TÉRMICA COMPARADA
LA

AO FLUXO NORMAL DE GASES NA ATMOSFERA


U
PA

236
A
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L
A
UL
PA
Efeito estufa Os oceanos são considerados um excelente depósito de

NA
efluentes e resíduos sólidos devido a sua grande capacidade

4A
A maior parte da radiação solar que atinge o solo é reirradiada
de autodepuração, que é limitada como de qualquer ambiente.
na forma de radiação infravermelha. O vapor d’água, o gás car-

30
bônico, o metano e outros gases atmosféricos absorvem essas Como impacto direto da extratividade realizada pelas indús-

70
radiações e reirradiam infravermelho em todas as direções, trias geradoras de matérias-primas, podemos citar: perfura-

35
inclusive de volta para a superfície terrestre, que se aquece. ções petrolíferas; extração de enxofre, de areia, de pedregulho,

53
de magnetita, de diamantes, de ouro, de cromita, de fosfato,

03
O aumento da concentração de gás carbônico, devido à quei-
de tungstênio e de nódulos de manganês.
ma de combustíveis fósseis e desmatamento, é considerado o

JO
responsável pela tendência mundial do aquecimento climático. Além disso, há o impacto direto na fauna ocasionado pela

AU
desses
Indústria pesqueira que não respeita diversos pontos das

AR
legislações nacional e internacional.

S
A poluição térmica produzida pela água utilizada no sistema

PE
de refrigeração das usinas de energia também reduz a solubi-

LO
lidade do oxigênio em rios e lagos.

A
A poluição representa uma ameaça real à qualidade da

UL
água, à saúde e ao meio ambiente.

PA
Saneamento básico

NA
4A
ESQUEMA DOS PROCESSOS DE RADIAÇÃO, ABSORÇÃO E O saneamento básico é um aspecto da área da saúde pú-
REFLEXÃO DA ENERGIA SOLAR NA ATMOSFERA
blica que lida com o controle ambiental, a prevenção e o
30
combate a doenças infecto-contagiosas.
70

Buraco na camada de ozônio


35

A camada de ozônio, é uma das camadas de nossa atmos- Eutrofização


53

fera, que está localizada a cerca de 50 km da superfície do


03

Quando um corpo de água recebe uma grande quantidade de


Planeta. É constituída, basicamente, de ozônio (O3), formado
efluentes com matéria orgânica, dizemos que ele foi eutrofiza-
JO

na seguinte reação:
do − alimentado. Efluentes são resíduos líquidos de atividades
AU

O2 + 1/2O2 + ultravioleta o O3 de origem humana, sobretudo domésticos e industriais.


AR

A partir do lançamento de efluentes orgânicos, basicamente


isto quer dizer que na formação do ozônio, as radiações ultra-
S

ocorrerá decomposição aeróbica (presença de O2), que


PE

violeta A e B (UVA / UVB) são consumidas, não atingindo a


aumentará a quantidade de nutrientes (nitratos e fosfatos),
LO

superfície terrestre.
favorecendo o crescimento acelerado de algas e plantas
A destruição da camada de ozônio é consequência da libe-
A

aquáticas – floração.
UL

ração de gases denominados clorofluorcarbonos (CFC)


Esse crescimento de algas pode formar na superfície uma
PA

para a atmosfera. Os CFCs, ao chegarem à camada de ozô-


nio, catalisam a degradação destas moléculas. barreira à entrada de luz, levando à morte de outros organis-
NA

mos autótrofos que reduzirá as taxas de O2 na água, devido a

IMPACTO DA ATIVIDADE HUMANA


A

decomposição, matando grande parte dos peixes. Essa mor-


04

tandade de peixes aumenta ainda mais a matéria orgânica.


3

SOBRE A ÁGUA DOCE E OCEANOS Portanto, segue-se a decomposição, porém anaeróbica des-
70

ta vez, que libera novamente nutrientes, acelerando o cres-


35

Os oceanos são fundamentais no processo de controle dos cimento de algas, dando cor, sabor e odor desagradáveis à
53

fluxos globais de energia devido principalmente ao “alto


03

água, tornando difícil o tratamento para a potabilização.


calor específico” da água que retém calor. Representam,
O

desta forma, papel fundamental nos processo climáticos Maré vermelha


J
AU

globais, como pode ser exemplificado pelos fenômenos El


niño e La niña, que resultam provavelmente do aquecimen- Fenômeno que, assim como a eutrofização, envolve a flo-
AR

to diferenciado de massa de águas oceânicas. ração, ou seja, o crescimento acelerado nas populações de
S

algas e plantas - neste caso, as populações de dinoflage-


PE

Por outro lado, o papel do fitoplâncton oceânico é fundamental lados. Ocorre alteração da cor da água (tons de vermelho)
LO

no controle atmosférico do carbono fixando-o a partir da at- em virtude de presença de toxinas liberadas por estas algas,
mosfera e produzindo cerca de 75% do oxigênio atmosférico. em condições específicas.
LA
U
PA

237
A
AN
L
A
UL
PA
Magnificação trófica

NA
INFLUÊNCIAS DE ÁREAS URBANA E RURAL NO CLIMA
Vento mais fraco mais forte Mais obstáculos

4A
É um processo de acúmulo progressivo de substâncias como
metais pesados e certos inseticidas nos organismos ao longo Nebulosidade maior menor Mais núcleos

30
da cadeia alimentar, de forma que a concentração atinge valor Mais nuvens

70
Radiação menor maior
na cidade
máximo nos predadores de topo.

35
PRINCIPAIS PROBLEMAS

53
Reaproveitamento dos esgotos

03
A melhor solução para o problema dos esgotos é seu reapro-
AMBIENTAIS BRASILEIROS

JO
veitamento. Eles devem ser tratados de modo que os micro-

AU
-organismos sejam mortos e as impurezas, eliminadas. A água No Fórum Nacional de Secretários Estaduais de Meio Am-

AR
proveniente de esgotos, uma vez removidas as impurezas, biente, realizado na cidade de Belo Horizonte, em 20 de
pode ser reaproveitada. Os resíduos semissólidos, resultantes outubro de 1999, a Abema – Associação Brasileira de En-

S
PE
do tratamento dos esgotos, podem ser utilizados como fertili- tidades de Meio Ambiente, definiu os principais problemas
zantes, enquanto o gás metano, produzido pela putrefação da ambientais brasileiros, que fazem parte de suas prioridades

LO
matéria orgânica, pode ser utilizado como combustível. de ação. São eles:

A
UL
1. Escassez de água pelo mau uso, pela contaminação e
Indicadores de qualidade

PA
por mau gerenciamento das bacias hidrográficas;
2. Contaminação de corpos hídricos por esgotos sanitários

NA
INFLUÊNCIAS DE ÁREAS URBANA E RURAL NO CLIMA
e por outros resíduos;

4A
CLIMA CIDADE CAMPO MOTIVO
3. Degradação dos solos pelo mau uso;
Perda mais lenta
30
Temperatura maior menor de energia para 4. Perda de biodiversidade devido ao desmatamento e às
70

a atmosfera queimadas;
35

Temperatura−
Umidade menor maior 5. Degradação da faixa litorânea por ocupação desorde-
53

vegetação
nada;
03

Chuva mais menos Mais núcleos


6. Poluição do ar nos grandes centros urbanos.
JO
AU
AR

TIPOS DE REPRODUÇÃO E CICLOS DE VIDA


S
PE
LO
A

REPRODUÇÃO MOLECULAR Nos organismos pluricelulares, a mitose adiciona células


UL

que levam ao crescimento dos tecidos. Nos organismos


PA

A reprodução molecular pode ocorrer através da síntese unicelulares, a mitose é classificada de acordo com os tipos
NA

e acúmulo ou duplicação de substâncias (água, enzi- de células que origina:


A

mas, DNA, RNA etc.). Implica no aumento do tamanho


04

da célula e pode ser seguida pela reprodução (divisão) Divisão binária


3

celular que, nos eucariotos, consiste de duas etapas


70

a) Simples: Divisão de uma célula em duas células filhas


consecutivas, a divisão do núcleo (cariocinese) e do ci-
35

com tamanho aproximadamente semelhante. Ocorre


toplasma (citocinese).
53

na maioria dos casos.


03

REPRODUÇÃO CELULAR b) Brotamento: Divisão de uma célula, resultando em


O

duas células de tamanho muito distinto. Ocorre princi-


(DIVISÃO CELULAR)
J
AU

palmente nas leveduras (fermentos).


AR

Enquanto em procariontes a divisão celular ocorre apenas


Divisão múltipla
S

por divisão binária, nos eucariontes é possível distinguir ba-


PE

sicamente dois tipos de divisão celular: a mitose e a meiose O núcleo se divide várias vezes e posteriormente o cito-
LO

plasma se divide, originando várias células.


O resultado final da mitose é a formação de duas células
LA

filhas geneticamente idênticas.


U
PA

238
A
AN
L
A
UL
PA
ƒ Gera, de forma precisa, organismos bem adaptados a
Reprodução do Organismo

NA
ambientes favoráveis e estáveis;

4A
A reprodução do organismo como um todo consiste na
ƒ Vantagens econômicas, do ponto de vista da pro-
separação e desenvolvimento de unidades reprodutivas

30
dução vegetal, permitindo selecionar variedades de
derivadas do organismo parental. Distinguem-se três tipos:

70
plantas e reproduzi-las em grande número, de modo

35
I. vegetativa; rápido e conservando as características selecionadas.

53
II. espórica;

03
III. gamética. Desvantagens da reprodução assexuada

JO
A reprodução gamética é classificada em dois tipos básicos ƒ A reprodução assexuada não assegura a variabilidade gené-
quanto a morfologia dos gametas envolvidos: isogamia e

AU
tica, o que pode ser perigoso para a sobrevivência da espécie.
heterogamia.

AR
Reprodução assexuada

ƒ Isogamia – quando os dois gametas são idênticos mor- Processos


mais comuns

S
fologicamente. Essa classe envolve, geralmente, gametas

PE
Divisão Multiplicação
Bipartição Gemulação Partenogénese Esporulação Fragmentação
móveis. Múltipla vegetativa

LO
ƒ Heterogamia – quando os dois gametas são distintos

A
morfologicamente. Existem dois tipos de heterogamia:

UL
a) Anisogamia – quando um dos gametas é maior que

PA
o outro, não diferindo na forma e presença de flagelos.

NA
b) Oogamia – quando os gametas diferem na forma,
REPRODUÇÃO SEXUADA
4A
sendo um muito pequeno (flagelado ou não) em rela-
ção ao outro, que é sempre imóvel.
30
Biologicamente, pensar em reprodução sexuada é pensar
70

Para ultrapassar as incertezas do meio e assegurar a produção em fecundação, que é a combinação de material genético
35

de novas gerações, a natureza adotou numerosas estratégias de dois ou mais indivíduos ou de gametas do mesmo indi-
53

de reprodução, que podem se agrupar em dois processos bá- víduo, no caso da autofecundação.
03

sicos: reprodução assexuada e reprodução sexuada. Quando os gametas se fundem, o número de cromossomos
JO

da célula resultante é o dobro do presente em cada um dos


Reprodução assexuada gametas. A reprodução sexuada implica a alternância regular
AU

de dois eventos críticos: meiose e fecundação.


AR

A reprodução assexuada permite a formação de novos


indivíduos a partir de um só progenitor, sem que haja a Fecundação Zigoto Fecundação
Zigoto
Fecundação Zigoto
S

+ +
+
2n

intervenção de células sexuais — os gametas. Des- 2n


PE

2n

te modo, não há fecundação e, consequentemente, não


LO

2n
2n

ocorre formação do zigoto. Neste tipo de reprodução,


A

os descendentes desenvolvem-se a partir de uma célula ou Meiose Meiose


UL

Meiose
ORGANISMO DIPLONTE ORGANISMO HAPLONTE ORGANISMO HAPLODIPLONTE
de um conjunto de células do progenitor. Logo, todos os
PA

indivíduos são geneticamente iguais.


Reprodução sexuada e variabilidade
NA

A monotonia que se verifica na descendência é consequ-


A

ência do processo de divisão celular que está na base da A principal vantagem da reprodução sexuada em relação
04

reprodução assexuada — a mitose. à assexuada, é o aumento da variabilidade genética da


3

descendência. Os mecanismos que contribuem para essa


70

Muitos dos organismos que se reproduzem assexuada-


variabilidade são:
35

mente também o podem fazer sexuadamente, sempre que


1. Segregação independente dos cromossomos homólogos
53

as condições do meio forem favoráveis. Os seres vivos em


03

que os dois tipos de reprodução alternam periodicamente 2. Crossing-over


possuem alternância de gerações no seu ciclo de vida. 3. Fecundação
JO

4. Mutações
AU

Vantagens da reprodução assexuada


AR

A variabilidade genética dos indivíduos de uma popu-


ƒ Possibilita que organismos isolados originem descen-
lação contribui para o seu sucesso evolutivo, uma vez que,
S

dência, sem necessidade de parceiro;


PE

num ambiente em mudança, pelo menos alguns dos mem-


ƒ Origina uma descendência numerosa, num curto bros da população estarão aptos a sobreviver.
LO

espaço de tempo, o que permite a colonização rápi-


LA

da de um habitat;
U
PA

239
A
AN
L
A
UL
PA
NA
REINO FUNGI

4A
30
70
35
de reprodução sexuada. Na fase sexuada, a produção de
A importância de estudar os fungos

53
esporos se dá através do processo de meiose. Nesse pro-

03
Além de realizarem a decomposição da matéria orgânica cesso, inicialmente, as hifas haploides, oriundas de micélios
juntamente com as bactérias, os fungos são causadores de diferentes, aproximam-se e ocorre a fusão do citoplasma

JO
diversas doenças que afetam os metazoários. (denominado de plasmogamia), sem que ocorra a fusão

AU
Desde a antiguidade os fungos são usados pela humanida- dos núcleos. Dessa forma, em um mesmo citoplasma há

AR
núcleos haploides, o que caracteriza um estágio denomi-
de, como forma de alimento. Posteriormente, também na
nado heterocariótico (n + n). Depois de certo tempo, acon-

S
indústria alimentícia, para a produção de cervejas, vinhos,

PE
tece a fusão dos núcleos haploides produzindo um núcleo
pães e queijos. Mais tarde, descobriram-se produtos pro-

LO
diploide (cariogamia), o qual entra em meiose, produzindo
duzidos pelos fungos, como a Penicilina, e com o auxílio da
esporos haploides e recomeçando o ciclo.

A
biotecnologia, permitiu-se produzir esses metabólitos, em

UL
larga escala, em laboratório.
NUTRIÇÃO E METABOLISMO

PA
MORFOLOGIA
NA
Os fungos são considerados seres heterotróficos, não pro-

4A
duzem o próprio alimento, necessitando de materiais orgâ-
Os fungos podem ser formados por uma única célula (uni-
nicos já formados. Devido à parede celular, a nutrição é re-
30
celulares), formando pequenas colônias ou podem ser
alizada por absorção de nutrientes resultantes do processo
70

formados por muitas células (indivíduos pluricelulares). Os


de digestão extracorpórea.
35

fungos pluricelulares são caracterizados por corpos sésseis


53

(talo), geralmente constituídos de hifas. As hifas, no geral, ƒ Saprófitas obrigatórios − fungos que retiram seus nu-
03

podem ser classificadas em septadas (com septo) ou ceno- trientes da matéria orgânica morta, e não são parasitas.
JO

cíticas (sem septo). O conjunto de hifas que forma o talo dos ƒ Parasitas facultativos ou saprófitas facultativos
fungos é denominado de micélio, o qual é muito ramificado,
AU

− fungos que, dependendo das condições do meio,


compondo, às vezes, corpos macroscópicos complexos. podem atuar como saprófitos ou parasitas (causando
AR

doenças em plantas e animais).


S

Parede celular
PE

ƒ Parasitas obrigatórios − fungos que dependem de


LO

O constituinte mais comum da parede celular de fungo é o outros seres para viver.
polissacarídeo quitina.
A

ƒ Simbiontes − como as micorrizas (associação mutua-


UL

lística entre fungos e raízes de plantas) e liquens (asso-


Substância de reserva
PA

ciação mutualística entre fungos e algas).


NA

O glicogênio é a principal substância de reserva dos


fungos.
CLASSIFICAÇÃO
A
304

Reprodução O Reino Fungi apresenta, como principais grupos, os fi-


70

los Chytridiomycota (quitridiomicetos), Zygomycota (Zi-


35

O ciclo de vida dos fungos é separado em duas etapas: um gomicetos), Ascomycota (Ascomicetos) e Basidiomycota
53

processo assexuado e um processo sexuado. A reprodução (Basidiomicetos).


03

assexuada tem um papel importante na multiplicação e


na dispersão (em um intervalo relativamente pequeno de
CARACTERÍSTICAS BÁSICAS
JO

tempo, várias gerações são produzidas), e a reprodução se-


AU

xuada é responsável pela variabilidade genética.


DOS FUNGOS VERDADEIROS
AR

Durante a fase assexuada ocorre a produção de esporos


S

por mitose, esses esporos podem ser móveis chamados de ƒ Eucarióticos.


PE

zoósporos, ou imóveis do tipo aplanósporos (transportados


LO

pelo vento) ou conidiósporos (conídias). Muitos fungos de- ƒ Parede celular contendo quitina.
LA

pendem de alterações no ambiente para iniciarem a fase ƒ Reserva na forma de glicogênio


U
PA

240
A
AN
L
A
UL
PA
ƒ Nutrição por absorção (sem clorofila e heterotróficos). ƒ Agricultura − através de uma associação simbionte

NA
ƒ Sem tecidos verdadeiros. mutualística entre fungos e raízes de plantas, chama-

4A
das de micorrizas.
ƒ Reprodução de esporos meióticos (sexual) e mitóticos

30
(assexual). ƒ Pecuária e saúde pública − podem parasitar animais

70
levando a prejuízos na pecuária.

35
IMPORTÂNCIA DOS FUNGOS ƒ Alimentação do homem − Saccharomyces cerevi-

53
03
siae (levedura, fermento) é muito usado na indústria
Os fungos são de importância vital para a sobrevivência alimentícia.

JO
dos ecossistemas e do homem.
ƒ Medicina e ciências − os fungos são de fundamental

AU
ƒ Ecologia − são decompositores da matéria orgânica. importância para o homem, pois fabricam os antibióti-

AR
Em algumas situações geram prejuízos para o homem, cos (Penicillium − penicilina). Vale ressaltar que os anti-
pois são, muitas vezes, a causa do apodrecimento de

S
bióticos participam da seleção de linhagens resistentes

PE
alimentos e da madeira. É importante destacar tam- de bactérias através do seu uso pela sociedade.

LO
bém os líquens.

A
UL
PA
NA
BRIÓFITAS E PTERIDÓFITAS 70
30
4A
35
53

DIVISÃO BRYOPHYTA Ciclo de vida e morfologia


03

A Divisão Bryophyta abrange vegetais terrestres morfologi- As briófitas possuem um ciclo de vida com alternância de
JO

camente simples, denominados popularmente como “mus- gerações heteromórficas entre gametófito verde fotossinteti-
AU

gos” ou “hepáticas”. São indivíduos eucariontes e plurice- zante independente e esporófito parcialmente ou completa-
AR

lulares (apenas as estruturas reprodutivas são unicelulares). mente dependente do gametófito.


S

Classificação
PE

Características básicas
LO

ƒ Presença de pigmentos fotossintetizantes como cloro- Atualmente, briófitas são classificadas pela maioria dos au-
A

fila a e b. tores em três filos: Hepatophyta (hepáticas), Anthocerophyta


UL

(antóceros) e Bryophyta (musgos). Outros autores abordam


ƒ Apresentam parede celular de celulose.
PA

esses três filos como classes ou divisões, seguindo tendên-


ƒ Presença de cutícula. cias pautadas no conhecimento da filogenia desses grupos.
NA

ƒ Substância de reserva: amido.


A

Importância das briófitas


04

ƒ Ciclo de vida haplodiplobionte (esporófito dependente


3

parcial ou completamente do gametófito). ƒ Dentro da ecologia, as briófitas são importantes porque


70
35

ƒ Reprodução oogâmica. são espécies pioneiras na colonização, instituindo condi-


53

ções para a disposição posterior de outros indivíduos. Por


ƒ Esporófito não-ramificado (possui um único esporângio
03

esse motivo, são plantadas em locais sujeitos à erosão.


terminal).
ƒ O gênero Sphagnum possui uma grande capacidade
O

ƒ Gametângios e esporângios englobados por camadas


J

de absorver e reter líquidos, por isso é muito utilizado


AU

de células estéreis.
na horticultura.
AR

ƒ Ausência de vasos condutores.


ƒ A turfa, usada como combustível é originária da depo-
S

sição de Sphagnum em lagos de ascendência glacial no


PE

Ocorrência hemisfério norte. A turfa também é usada na destila-


LO

O habitat mais comum das briófitas é o ambiente terrestre ção do uísque escocês, o que fornece a essa bebida seu
LA

úmido. São sempre dependentes da água. aroma característico.


U
PA

241
A
AN
L
A
UL
PA
esporos caem em uma região propícia podem germinar,
Introdução às plantas vasculares

NA
produzindo, por mitose, um gametófito bissexuado (n), ver-

4A
As traqueófitas são plantas que possuem tecidos vas- de e denominado prótalo. Esse prótalo possui rizoides, o
culares que realizam o transporte de água, sais minerais e

30
que garante a estabilidade do gametófito no substrato, e a
outras substâncias através do corpo do vegetal; estão nes-

70
absorção de nutrientes e água.
se grupo as pteridófitas, gimnospermas e angiospermas.

35
O gametófito possui o arquegônio (n), local de produção da

53
PTERIDÓFITAS oosfera (n), e o anterídeo (n), região de produção dos ante-

03
rozoides (n). O anterozoide flagelado, na presença de água,

JO
nada até alcançar o arquegônio e encontrar a oosfera. Dessa
Ciclo de vida e morfologia

AU
forma, ocorre a fusão da oosfera e do anterozoide, o que
designa o processo de fecundação, e a formação de um zi-

AR
O ciclo de vida das pteridófitas é alternância de gerações,
possuindo uma fase haploide (n), denominada gametófito goto (2n). O zigoto cresce por mitose, desenvolvendo-se em

S
embrião, que inicia seu desenvolvimento, o qual necessita

PE
e uma fase diploide (2n), chamada de esporófito, a qual é a
do gametófito por um pequeno período tempo. O embrião
fase duradoura do ciclo. O esporófito é a parte mais desen-

LO
realiza sucessivas mitoses se transformando em esporófito
volvida e tem como constituintes, raiz, caule (tipo rizoma) e

A
(2n), o qual se fixa no solo e inicia um novo ciclo.

UL
folha. Não há flores nem frutos nesse grupo.

PA
As pteridófitas possuem dois tipos de ciclo de vida: a ho- Classificação
mosporia (gametófito monoico) e a heterosporia (game-

NA
As pteridófitas estão divididas em dois filos. No filo Lico-
tófito dioico).
4A
phyta, encontram-se diversas epífitas, além de espécies
As samambaias possuem em suas folhas um conjunto de de florestas temperadas. Os esporófitos das licófitas têm
30
esporângios chamados de soros, estruturas especializadas corpo pequeno, com caules bem próximos ao solo e espo-
70

que surgem como pequenos pontos pretos na superfície da


35

rofilos agrupados em estróbilos. Os principais representan-


folha. As células do esporângios (2n) sofrem o processo de
53

tes são as selaginelas. Já o filo Pterophyta contém a maior


03

meiose produzindo os esporos (n). A liberação dos esporos parte das espécies deste grupo, incluindo as samambaias,
ocorre em dias quentes com baixa umidade. Quando os avencas e cavalinhas.
JO
AU
AR

GIMNOSPERMAS
S
PE
LO
A
UL

Fanerógamas: o termo refere-se aos vegetais que apresen- truturas femininas e o prefixo “micro” para designar estru-
PA

tam órgãos de reprodução nitidamente visíveis. As faneróga- turas masculinas. Os microsporângios são as estruturas
mas também são chamadas de espermatófitas, porque
NA

masculinas fabricantes de esporos masculinos (micrós-


produzem sementes. A semente é uma estrutura adaptativa poros), que originarão os grãos de pólen, os quais repre-
A

muito eficiente para a disseminação do esporófito que está


04

sentam os gametófitos masculinos jovens ou micro-


inativo no formato de embrião, o que é um dos maiores avan-
3

prótalos. As folhas que suportam essas estruturas são


70

ços evolutivos dos vegetais. Esses grupos também se tornaram denominadas de microsporófilos, cujo conjunto forma a
35

independentes da água para reprodução devido a formação pinha ou o cone masculino, (microstróbilo). Os esporângios
53

de grão de pólen, de onde se desenvolve o tubo polínico.


produtores de óvulos são chamados megaesporângios,
03

As fanerógamas podem ser divididas em dois grandes as folhas que os suportam, são denominadas de megas-
O

grupos: as gimnospermas (pinheiros), e as angiospermas porófilos e o conjunto forma a pinha ou cone feminino
J
AU

(plantas fabricantes de frutos). As fanerógamas possuem (megastróbilo).


tecidos vasculares, ou seja, são traqueófitas.
AR

Os estróbilos, cones ou pinhas presentes nas gimnosper-


S

mas podem ser unissexuados, ou seja, possuem uma par-


MORFOLOGIA
PE

te masculina ou feminina (mas não as duas) e reúnem os


LO

Os esporângios são as folhas modificadas e fabricantes esporófilos. As espécies deste grupo podem ser monoicas
e dioicas.
LA

de esporos. Usam-se os prefixos “mega” para designar es-


U
PA

242
A
AN
L
A
UL
PA
ƒ Monoicas – na mesma planta existem estróbilos mas-
DIVERSIDADE E CLASSIFICAÇÃO

NA
culinos e femininos.

4A
Exemplo: Pinus sylvestris. Atualmente existem quatro grupos com representantes

30
vivos: Cycadophyta, Ginkgophyta, Conipherophyta e Gne-
ƒ Dioicas – estróbilos apenas de um sexo são encontra-

70
tophyta.
dos em uma mesma planta.

35
53
Exemplo: Araucaria angustifolia. A interação fauna-planta

03
As gimnospermas têm duas gerações: uma geração es- No Brasil, há grande concentração de gimnospermas na cha-

JO
porofítica duradoura (corresponde à planta propriamente mada mata de araucária (Paraná, Santa Catarina e Rio Grande

AU
dita) e uma geração gametofítica, a qual cresce dentro do do Sul, manchas esparsas, no sul de São Paulo, Minas Gerais e

AR
esporófito (constituída pelo gametófito feminino, o saco Rio de Janeiro). A polinização, em gimnospermas, ocorre pelo
embrionário, e gametófito masculino: o grão de pólen). vento. Já a disseminação da semente da araucária é realizada

S
PE
especialmente pela gralha-picaça, gralha-azul, e cutia.

LO
A
ANGIOSPERMAS

UL
PA
NA
As Angiospermas são fanerógamas, ou seja, têm estruturas A planta observada na natureza é o esporófito (2n), a qual
reprodutivas evidentes (flores), na qual são produzidas as 4A
está organizada em raiz, caule e folha. Os gametófitos (n)
30
sementes envoltas pelos frutos. Este grupo foi o último gru- das angiospermas são dioicos (sexos separados), muito
70

po de plantas que se diferenciou na escala evolutiva. São reduzidos, dependentes do esporófito e crescem dentro
35

comumente terrestres, mas possuem representantes aquáti- da flor. Define-se por gametófito feminino o saco embri-
53

cos. Podem ser arbóreas lenhosas, herbáceas e arbustivas. onário (megaprótalo) contido no óvulo, o qual não forma
03

Atualmente é o grupo com maior número de representantes arquegônio e tem uma única oosfera (gameta feminino).
JO

(gênero, espécies e indivíduos), amplamente distribuído pelo Já o gametófito masculino imaturo corresponde ao grão de
mundo e também mais utilizado pelo homem. As angio-
AU

pólen, e o maduro é o que chamamos de tubo polínico (mi-


spermas, no geral, dividem-se em dois grupos: as Eudico-
AR

croprótalo), no qual se formam dois núcleos espermáticos


tiledôneas e as Monocotiledôneas. A angiosperma apresenta
(gametas masculinos). Assim como ocorria nas gimnosper-
S

um ciclo de alternância de gerações, com meiose espórica ou


PE

mas, não dependem de água para a fecundação.


intermediária, no qual a fase duradoura é o esporófito.
LO

Flor
A
UL

estigma
PA
NA

antera
estame filete
estilete carpelo
A

pétala
304

óvulo ovário
70

receptáculo floral
35

sépala
53
03

pedúnculo floral
JO
AU

© BlueRingMedia/Shutterstock

ESTRUTURAS VEGETATIVAS E REPRODUTIVAS DA FLOR


AR

Androceu
S
PE

O aparelho reprodutor masculino é composto por um conjunto de estames. Na antera (parte fértil) ocorre a formação de es-
LO

poros, por meiose, que darão origem aos grãos de pólen. A germinação do grão de pólen gera o tubo polínico (gametófito
LA

masculino adulto ou microprótalo).


U
PA

243
A
AN
L
A
UL
PA
Gineceu

NA
4A
O gineceu é composto por folhas transformadas chamadas carpelos ou pistilos. O óvulo não é o gameta feminino; no caso
das angiospermas é uma estrutura dentro da qual será formada a oosfera (gameta feminino). No interior do óvulo, a célula-

30
-mãe dos megásporos (2n) divide-se por meiose e forma quatro megásporos (n), 3 degeneram restando 1 megásporo

70
35
fértil. O megásporo germina ao mesmo tempo que seu núcleo se divide por três mitoses consecutivas, levando à formação de

53
oito células, que organizam o saco embrionário (gametófito feminino). Este tem uma célula denominada oosfera, ao lado

03
desta há duas células chamadas sinérgides. No lado oposto à oosfera, há três células denominadas de antípodas e, no
centro, dois núcleos denominados núcleos polares.

JO
AU
AR
S
núcleo haploide

PE
ovário óvulo

LO
meiose
estas células

A
degeneram

UL
oosfera (n) antípodas (n)
megásporo

PA
funcional (n) secundina
núcleos célula-mãe de primina

NA
polares isolados megásporo (2n)
gametófito feminino mitose

4A
(saco embrionário)
30
mitose mitose
70

sinérgides micrópila
35

FORMAÇÃO DO MEGÁSPORO E DO SACO EMBRIONÁRIO


53
03

Fecundação nto
JO

ime
olv
env
A primeira fecundação gera o zigoto (2n), o qual se des
AU

dá a partir da fusão de um núcleo espermático e


AR

germinação
da oosfera. A segunda fecundação, entre um núcleo
espermático e dois núcleos polares gera um núcleo
S
PE

3n, chamado de endosperma (ou albúmen) que tegumento (casca)


2n
LO

nutrirá o embrião até que germine. embrião


ESPORÓFITO óvulo
endosperma (3n)
A

Depois da fecundação, ocorre um murchamento semente secção


UL

e queda das sépalas, pétalas, e estames. O óvulo ovario


PA

antera
fecundado desenvolve-se e produz a semente. Já o semente

ovário se desenvolve formando o fruto.


NA

célula-mãe de
fruto micrósporos
(2n) pistilo
A

Polinização DIPLOIDE
04

(2n)
3

HAPLOIDE
70

Polinização é o fenômeno de condução do grão de (n)


35

pólen desde a antera, local da sua produção, até


53

o estigma do gineceu, para fusão com o gameta


tubo polinico
03

feminino. A polinização pode ser direta (autopolini-


zação) e indireta (cruzada). micrósporos
O

GAMETÓFITO (n)
J
AU

Os agentes polinizadores
AR

Os vegetais terrestres são fixos ao substrato e, as-


S

saco
sim, são inibidos de se locomover de um lugar para
PE

embrionário oosfera megasporo


núcleos
gaméticos funcional
o outro, seja para encontrar abrigo, alimento, ou (n)
LO

parceiros para a reprodução. As angiospermas têm


LA

uma série de adaptações da flor como cor, cheiro e


U
PA

244
A
AN
L
A
UL
PA
nectar que são atrativos para atrair agentes polonizadores,

NA
o que possibilitou o sucesso reprodutivo na procura do par-

4A
ceiro. As gimnospermas são polinizadas passivamente pela

30
ação do vento.

70
35
53
03
JO
AU
AR
S
PE
LO
A
UL
PA
NA
4A
30
70
35
53
03
JO
AU
AR
S
PE
LO
A
UL
PA
ANA
304
70
35
53
03
JO
AU
AR
S
PE
LO
LA
U
PA

245
A
AN
L
A
UL
PA
U.T.I. - Sala tos de ação estrogênica. Numa pesquisa, analisaram-se

NA
três grupos de peixes quanto à produção de VTG:

4A
1. (UERJ) Fêmeas de espécies de crustáceos do gênero • peixes provenientes de água limpa e mantidos nes-
sa condição:

30
Daphnia sp., importantes componentes do zooplâncton,

70
podem se reproduzir a partir de dois processos distintos: • peixes provenientes de água limpa que receberam
injeção de estrógeno; e

35
• partenogênese, quando há condições ambientais
• peixes provenientes de águas poluídas.

53
muito favoráveis, gerando uma prole composta ape-
nas por fêmeas;

03
Decorrido certo tempo, foram determinados o número
• reprodução sexuada padrão formando ovos dor- de machos e fêmeas e a presença de VTG no sangue de

JO
mentes que eclodem quando as condições se tor- cada um dos indivíduos desses três grupos experimen-

AU
nam novamente favoráveis. tais. Os resultados obtidos nesse estudo estão repre-
sentados neste gráfico:

AR
Observe o esquema:

S
PE
LO
A
UL
PA
NA
4A
30
Considerando as informações contidas nesse gráfico,
70

faça o que se pede.


Defina o processo de reprodução por partenogênese.
35

Aponte, também, uma vantagem, para esses animais, a) Assinalando a assertiva apropriada, identifique o
53

da realização da partenogênese sob condições ambien- grupo de peixes — I, II ou III — que foi coletado em
03

tais favoráveis. local poluído. Justifique sua resposta.


Em seguida, indique dois impactos negativos, um genéti- ( ) Grupo I.
JO

co e outro ecológico, para uma população de Daphnia sp. ( ) Grupo II.


AU

que realize apenas partenogênese por muitas gerações. ( ) Grupo III.


AR

b) Explique a presença de fêmeas não produtoras de


2. (FUVEST) As algas apresentam os três tipos básicos VTG no Grupo II.
S

de ciclo de vida que ocorrem na natureza. Esses ciclos


PE

diferem quanto ao momento em que ocorre a meiose e 4. (FUVEST) Nos anos de 1970, o uso do inseticida DDT,
LO

quanto à ploidia dos indivíduos adultos. No esquema a também chamado de 1,1,1-tricloro-2,2-bis (para-cloro-
seguir está representado um desses ciclos. fenil)etano, foi proibido em vários países.
A
UL

Essa proibição se deveu à toxicidade desse inseticida,


que é solúvel no tecido adiposo dos animais. Para mon-
PA

itorar sua presença em um ambiente marinho do litoral


NA

canadense, amostras de ovos de gaivotas, recolhidos


nos ninhos, foram analisadas. O gráfico abaixo mostra a
A

variação da concentração de DDE (um dos produtos gera-


04

dos pela degradação do DDT) nos ovos, ao longo dos anos.


3
70


35
53
03

a) Identifique as células tipo I, II e III.


b) Considerando que o número haploide de cromossomos
O

dessa alga é 12 (n = 12), quantos cromossomos os in-


J
AU

divíduos X, Y e Z possuem em cada uma de suas células?


AR

3. (UFMG) A vitelogenina (VTG) é uma proteína presente


nos peixes, cuja síntese é induzida pelo estrógeno. A
S
PE

presença dela no sangue de machos indica a exposição


desses animais a compostos estrogênicos. Portanto, um
LO

peixe genotipicamente macho sofrerá feminização se,


LA

durante a diferenciação sexual, for exposto a compos-


U
PA

246
A
AN
L
A
UL
PA
Um estudo realizado no litoral dos EUA mostrou que a Explique por que a reprodução sexuada foi inicialmente

NA
concentração total de DDT e de seus derivados na água selecionada nos caramujos e, ainda, por que a volta à

4A
do mar era cerca de 5 × 10-5 no fitoplâncton, 4 × 10-2 em reprodução assexuada pode ser vantajosa para esses
peixes pequenos, 0,5 ppm; em peixes grandes, 2 ppm; e, moluscos.

30
em aves marinhas, 25 ppm.

70
Dê uma explicação para o fato de a concentração des- 3. (Unicamp) Os fungos são organismos eucarióticos

35
sas substâncias aumentar na ordem apresentada. heterotróficos unicelulares ou multicelulares. Os fungos

53
multicelulares têm os núcleos dispersos em hifas, que

03
5. (UNICAMP) O processo de regeneração pode ocorrer podem ser contínuas ou septadas, e que, em conjunto,
tanto em organismos unicelulares como pluricelulares, formam o micélio.

JO
conforme já demonstrado em vários experimentos. O a) Mencione uma característica que diferencie a célu-

AU
resultado de um desses experimentos pode ser obser- la de um fungo de uma célula animal, e outra que di-
vado na figura A, que mostra a regeneração de apenas ferencie a célula de um fungo de uma célula vegetal.

AR
um fragmento da alga unicelular Acetabularia. A figura b) Em animais, alguns fungos podem provocar into-
xicação e doenças como micoses; em plantas, podem

S
B mostra a regeneração de todos os fragmentos de uma

PE
planária (platelminto). causar doenças que prejudicam a lavoura, como a
ferrugem do cafeeiro, a necrose do amendoim e a

LO
vassoura de bruxa do cacau. Entretanto, os fungos
também podem ser benéficos. Cite dois benefícios

A
UL
proporcionados pelos fungos.

PA
4. (UFSCAR) Muitas das características que surgiram

NA
ao longo da história evolutiva das plantas permitiram a
conquista do ambiente terrestre. Considere os musgos

4A
e as samambaias;
30
a) cite uma característica compartilhada por esses
70

dois grupos que torna essas plantas dependentes da


água para a fertilização.
35

a) Por que no experimento com Acetabularia não


houve regeneração de todos os segmentos? b) compare os dois grupos com relação à presença
53

b) Explique por que o processo de regeneração das de um sistema vascular para transporte de água e
03

planárias difere daquele que ocorre na Acetabularia. nutrientes.


JO

5. (UFC) As primeiras manifestações da vida vegetal

U.T.I. - E.O.
AU

no planeta Terra tiveram lugar em ambientes aquáti-


cos. Organismos procariontes evoluíram para formas
AR

eucarióticas, dentre as quais os seres autotróficos al-


1. (UEMA) Um artigo publicado na revista online PloS
S

cançaram graus elevados de complexidade biológica.


ONE descreve a ação dos fungos e o comportamento de
PE

Neste cenário evolutivo, a aparição da sexualidade


formigas infectadas. Após a infecção feita por meio de
LO

e da meiose constituiu o fenômeno mais importante


esporos, as formigas têm seu sistema nervoso atingido
para acelerar a evolução orgânica e, consequentemen-
e passam a ser controladas pelo parasito. Cada fungo
A

te, o desenvolvimento dos distintos ciclos biológicos.


UL

possui necessidades diferentes, mas todos direcionam


A distância entre a singamia e a meiose expressou o
as formigas para o local mais adequado à reprodução
PA

desenvolvimento de gerações alternantes de natureza


de sua espécie. As formigas abandonam suas atividades
esporifítica e gametofítica.
NA

na colônia e, como verdadeiros “zumbis”, dirigem-se ao


local determinado e, com o avanço da ação fúngica, os Considerando que os esquemas a seguir representam
A

insetos morrem em alguns dias. ciclos biológicos de uma linhagem de organismos que
04

evoluíram a partir de seres com sistema fotossintético


3

FONTE: DISPONÍVEL EM:HTTP://WWW. TUDOLEVAAPERICIA.BLOGSPOT.COM/.../ baseado nas clorofilas a e b, analise os diagramas A, B, C


70

CIENTISTAS DESCOBREM QUATRO NOVAS. ACESSO EM: 12 NOV. 2014. (ADAPTADO)


e D. Observe a seguinte forma de diagramação:
35

Explique o ciclo de vida de fungos no caso citado.


53
03

2. (UERJ) As populações de um caramujo que pode se


reproduzir tanto de modo assexuado quanto sexuado
J O

são frequentemente parasitadas por uma determina-


AU

da espécie de verme. No início de um estudo de longo


AR

prazo, verificou-se que, entre os caramujos parasitados,


foram selecionados aqueles que se reproduziam sexua-
S

damente. Observou-se que, ao longo do tempo, novas


PE

populações do caramujo, livres dos parasitas, podem


LO

voltar a se reproduzir de modo assexuado por algumas


gerações.
LA
U
PA

247
A
AN
L
A
UL
PA
Ciclo biológico A - Organismo primitivo. 8. (UFRJ) Uma espécie de peixe da família Serranidae é

NA
Ciclo biológico B - Organismo com estruturas repro- morfologicamente hermafrodita mas fisiologicamente

4A
dutivas não diferenciadas. unissexual. Estudos populacionais para caracterizar o
sexo fisiológico dos indivíduos em função do compri-

30
Ciclo biológico C - Organismo com condições mor-
mento do corpo apresentam os seguintes resultados:

70
fofisiológicas para que ocorra a polinização.

35
Ciclo biológico D - Organismo com específico proces-

53
so de fecundação.

03
Responda as seguintes questões:

JO
I. Em que grupo de organismos atuais observa-se o ciclo

AU
biológico A?
II. No diagrama do ciclo biológico A, os números 1

AR
Explique o benefício decorrente do padrão de diferen-
e 2 representam, respectivamente: __________ e
ciação sexual observado.

S
___________.

PE
III. Qual o nome das estruturas indicadas, respecti- 9. (UNICAMP) Até há algum tempo, considerava-se que

LO
vamente, pelos números 1 e 2 do ciclo biológico B? fungos e bactérias pertenciam ao reino vegetal. Com o
_________ e __________. reconhecimento das diferenças entre eucariotos e proca-

A
UL
IV. Cite uma função ecofisiológica da estrutura 1 do ci- riotos, as bactérias foram separadas, mas os fungos per-
clo biológico C. maneceram incluídos no reino vegetal. Mais recentemen-

PA
V. Comparando os ciclos biológicos C e D, que carac- te, porém, tornou-se claro que os organismos agrupados

NA
terística biológica distingue os dois processos de sin- como fungos definitivamente não são plantas.

4A
gamia? a) Apresente uma característica comum a bactérias e
VI. Do ponto de vista genético, qual a diferença entre a fungos que permitiu considerá-los como plantas.
30
estrutura 3 do ciclo biológico D e a estrutura 1 do ciclo b) Apresente uma característica das bactérias que
70

biológico C? demonstra serem elas pertencentes a outro reino. Qual


35

é esse reino?
53

c) Cite duas características das plantas que não são en-


6. (UEG) Observe a figura a seguir e faça o que se pede: contradas nos fungos.
03

10. (UFV) A figura abaixo ilustra três espécies (I, II e


JO

III) de um mesmo grupo taxonômico de plantas, con-


AU

hecido como “traqueófitas”, que se destaca pela sua


AR

importância filogenética e botânica.


S
PE
LO
A
UL

a) O organismo representado na figura pertence ao


PA

reino ‘Fungi’. Cite duas características que são funda-


NA

mentais para a sua inclusão nesse reino.


b) Qual é a forma de reprodução apresentada pelo
A

a) Qual a divisão taxonômica que engloba essas três es-


“bolor do pão”?
04

pécies vegetais?
3

7. (UFRJ) No ciclo reprodutivo da maioria dos vegetais b) Cite uma característica básica desse grupo de plantas.
70

observa-se uma alternância de gerações que é mostra- c) Que nome recebe a estrutura indicada pela seta em
35

I e II?
da, de forma simplificada, no esquema a seguir.
53

11. (UFAL) Compare o esporófito de uma samambaia ao


03

esporófito de um musgo.
O

12. (UNESP) Fungos e bactérias têm sido considerados,


J
AU

por muitos, os “vilões” entre os seres vivos. Sabemos,


entretanto, que ambos apresentam aspectos positivos
AR

Em qual das fases - gametófito ou esporófito - não e desempenham importantes funções ecológicas.
encontramos pares de cromossomos homólogos?
S

a) Cite uma forma pela qual bactérias e fungos podem


PE

Justifique sua resposta. contribuir para a reciclagem de nutrientes minerais.


LO

b) Cite um exemplo de conquista científica no com-


bate a infecções que foi possível a partir da utilização
LA

de fungos.
U
PA

248
A
AN
L
A
UL
PA
13. (UFES) A escassez de água é um problema cada vez mais severo em todo o mundo. Na região Norte do Brasil, a

NA
interação entre a floresta e os recursos hídricos, associada ao movimento de rotação da Terra, transfere, anualmente,

4A
cerca de 8 trilhões de metros cúbicos de água para outras regiões do país. Essa água, que não é utilizada pela popu-
lação que vive na região Norte, representa um serviço ambiental colossal prestado ao país pelo principal bioma dessa

30
região, uma vez que sustenta o agronegócio brasileiro e o regime de chuvas, responsável pelo abastecimento do

70
lençol freático e dos reservatórios produtores de hidroeletricidade nas regiões Sul e Sudeste do país.

35
(DISPONÍVEL EM: <HTTP://AGENCIA.FAPESP.BR/19541#.U-4B59H3YTC>. ACESSO EM: 18 AGO. 2014. ADAPTADO).

53
a) Identifique o bioma da região Norte do Brasil, mencionado no texto, que fornece água para outras regiões do país.

03
b) Explique qual é a contribuição dos seres vivos para o ciclo da água.
c) Explique como o desmatamento afeta o regime de chuvas mencionado no texto.

JO
14. (UEL) “Não tem jeito de alimentar as pessoas sem fixar quantidades enormes de nitrogênio da atmosfera, e esse

AU
nitrogênio está, no momento, aplicado a plantas de cultivo de forma muito ineficiente”, explicou Paul Falcowski,

AR
membro de uma equipe de estudos da Universidade de Rutgers, em New Jersey. “Muitos dos fertilizantes a base de
nitrogênio que são usados mundialmente são mal aplicados. Como resultado, cerca de 60% do nitrogênio presente

S
PE
nos fertilizantes não chega a ser incorporado pelas plantas, ficando livre para escorrer além das zonas de raízes e
então poluir rios, lagos, aquíferos e áreas costeiras, levando à eutrofização”, afirmam outros pesquisadores.

LO
ADAPTADO DE: <HTTP://HYPESCIENCE.COM/NITROGENIO-E-APONTADO-COMO-NOVO-VILAO-DO-ECOSSISTEMA/>. ACESSO EM: 7 JUN. 2014.

A
a) Quais são as etapas e a consequência do processo de eutrofização dos ambientes aquáticos mencionados no texto?

UL
b) Embora existam consequências negativas graves para o meio ambiente, decorrentes das atividades humanas relacionadas

PA
à fixação e à utilização do nitrogênio, este elemento é essencial à vida. Determine as classes de moléculas orgânicas que são
sintetizadas pelas plantas a partir dos produtos da fixação do nitrogênio.

NA
15. (UFJF-PISM) Crescimento da população nas cidades, falta de planejamento no saneamento urbano, conexões clan-
4A
destinas com a rede de esgoto e indústrias que despejam resíduos indevidos. São várias as razões para a poluição de
30
grandes rios ao redor do mundo. Mas também existem muitos exemplos de rios que foram recuperados com sucesso.
70

Um dos mais famosos é o Rio Tâmisa, que corta Londres, na Inglaterra. A poluição no rio era tanta que ele chegou a
35

ser chamado de “O Grande Fedor”. Isso lá no século XIX. Desde essa época, os ingleses tentam conter a sua degra-
dação. Mas o que resolveu mesmo foi a construção de sistemas de tratamento de água ao longo do rio, que começou
53

na década de 60. Hoje o Tâmisa está recuperado, e cenas de pessoas remando, grupos pescando e embarcações são
03

comuns no local. De forma similar, o rio Han, na Coreia do Sul, importante fonte de abastecimento da capital Seul,
JO

também foi recuperado.


FONTE: SUPER INTERESSANTE, DISPONÍVEL EM: HTTP://SUPER.ABRIL.COM.BR/CRISE-AGUA/SOLUCOES.SHTML
AU

O texto mostra a preocupação com a restauração de ambientes aquáticos degradados. Com base no texto e na atual
AR

crise da água, responda:


a) Que nome se dá ao despejo de grande quantidade de nutrientes na água, desequilibrando as teias alimentares aquáticas,
S
PE

podendo levá-las à extinção?


b) Se a água faz parte de um ciclo, teoricamente ela não poderia acabar. Explique por que a água potável está cada vez mais
LO

rara para a população humana.


A

c) O que ocorre nos níveis tróficos da cadeia alimentar, em relação à acumulação, quando certas substâncias tóxicas são intro-
UL

duzidas no ecossistema aquático?


PA

16. (UERJ) Considere três ecossistemas: deserto, floresta tropical perenifólia e mar aberto.
NA

Os gráficos abaixo indicam as medidas obtidas nesses ecossistemas em relação a três diferentes parâmetros:
A


04
3
70
35
53
03
J O
AU
AR
S
PE

Identifique o ecossistema correspondente à floresta tropical perenifólia, justificando sua resposta.


LO

Identifique, também, qual é o ecossistema A e explique por que a luz pode ser considerada o fator abiótico que limita
a produtividade primária líquida média neste ecossistema.
LA
U
PA

249
A
AN
AN
A

250
PA
U LA
LO
PE
S
AR
AU
JO
03
53
35
70
304
ANA
PA
UL
A
LO
PE
S
AR
AU
JO
03
53
35
70
30
4A
NA
PA
UL
A
LO
PE
S
AR
AU
JO
03
53
35
70
30
4A
NA
PA
UL
A
L
AN
A
PA
U LA
LO
PE
S
AR
AU
JO
03
53
35
70
304
ANA
PA
UL
A
LO
PE
S
AR
AU
JO
03
53
35
70
30
4A
NA
PA
UL
A
LO
PE
S
AR
AU
JO
03
53
35
BIOLOGIA 2

70
30
4A
NA
PA
UL

251
A
L
L
A
UL
PA
NA
MOLUSCOS

4A
30
70
35
O SURGIMENTO DO CELOMA E maioria dos moluscos têm vida aquática, com grande

53
distribuição marinha; alguns caramujos levam vida in-

03
DO SISTEMA CIRCULATÓRIO teiramente terrestre. O filo apresenta oito classes, sendo

JO
que as principais são: Gastropoda (ex.: caramujos), Bi-
Os moluscos compõem um dos filos mais abundantes

AU
valvia (ex.: ostras), Cephalopoda (ex.: lulas), Scaphopo-
em número de espécies e parecem ter surgido antes dos da (ex.: dentálios) e Polyplacophora (ex.: quítons).

AR
anelídeos. No estudo a seguir, é importante reconhecer
Observe na imagem a diversidade de tipos morfológicos

S
exemplos e particularidades nesses animais. Do ponto de

PE
existente entre os moluscos:
vista evolutivo, lembre-se de que já apareceram sistemas

LO
digestivo, respiratório e nervoso. Nesses animais, no desen-

A
volvimento embrionário, surge uma cavidade totalmente

UL
revestida por mesoderme, o celoma. Acredita-se que o

PA
celoma representa uma ampliação do espaço dentro do

NA
animal, o que permitiu o desenvolvimento e o alojamento
de mais órgãos e sistemas.
ACELOMADO PSEUDOCELOMADO CELOMADO 4A
30
70
35

EXEMPLO DA BIODIVERSIDADE DE MOLUSCOS


53
03

FISIOLOGIA: TEGUMENTO
JO

E ESQUELETO
AU
AR

O tegumento é formado por um epitélio simples, às vezes


CARACTERIZAÇÃO E CLASSIFICAÇÃO
S

ciliado e contendo grande número de células mucosas. A


PE

parte do tegumento que recobre a massa visceral forma


LO

o manto ou pálio, uma dobra que secreta a concha. Ca-


ramujos e caracóis apresentam uma concha univalve, ou
A
UL

seja, formada por uma só peça; ostras e mariscos possuem


PA

a concha bivalve, que apresenta duas peças (valvas) que se


adaptam e se articulam. De natureza calcária, a concha é
NA

um exoesqueleto que protege o corpo mole.


A
04

DIGESTÃO
3
70
35

LESMA MARINHA
O sistema digestório é completo e compreende boca, farin-
53

Os moluscos (do latim molluscus = mole) são animais ge, esôfago, estômago, intestino e ânus. A faringe ou cavi-
03

possuidores de um corpo mole, viscoso, não segmenta- dade bucal apresenta, inferiormente, a rádula, uma placa
O

do e sem patas. Apresentando simetria bilateral, o corpo recoberta por dentículos quitinosos utilizada para raspar o
J

é dividido em três partes: cabeça, pé e massa visceral. A alimento. Ostras e mexilhões são filtradores, retendo nas
AU

cabeça é bem nítida nos caramujos e polvos, mas não é brânquias algas microscópicas, protozoários e bactérias
AR

diferenciada nas ostras. O pé é uma massa musculosa usados como alimento. Os não filtradores, como caracóis,
S

e ventral que se constitui num órgão locomotor, fixador polvos e lulas, são herbívoros ou carnívoros.
PE

e cavador, também servindo de base para a classifica- A rádula, estrutura raspadora ausente nos filtradores, é
LO

ção dos moluscos. A massa visceral contém os órgãos e projetada para frente e retraída para trás graças a múscu-
LA

pode ser protegida por um exoesqueleto, a concha. A los protatores e retratores, respectivamente.
U
PA

252
A
AN
L
A
UL
PA
Digestão inicialmente extracelular no estômago e finaliza
SISTEMAS NERVOSO

NA
nas glândulas digestivas como digestão intraceulular. Lulas

4A
e polvos digestão exclusivamente extracelular.
E SENSORIAL

30
RESPIRAÇÃO

70
O sistema nervoso é do tipo ganglionar, contendo três pa-

35
res de gânglios: cerebroides (centros sensoriais), pedio-

53
A respiração pode ser cutânea (fig. A), branquial (fig. B) ou sos ou pedais (centros locomotores) e viscerais (centros

03
pulmonar (fig. C). As brânquias estão alojadas na cavidade vegetativos), ligados por conectivos. Como elementos sen-
palial, espaço situado entre o manto e o corpo. A respira- soriais aparecem olhos, estatocistos (equilíbrio), osfrádios,

JO
ção pulmonar ocorre nos gastrópodes terrestres (caracóis), células táteis e quimioreceptores.

AU
em que o pulmão é constituído pela cavidade palial com

AR
parede intensamente vascularizada e comunicada com o
REPRODUÇÃO

S
exterior através de um orifício (pneumóstoma).

PE
Em geral, os moluscos são unissexuados (dioicos), com

LO
CIRCULAÇÃO alguns casos de hermafroditismo, como é o caso do ca-

A
racol de jardim. Nas espécies terrestres e nos cefalópodes,

UL
Possuem sistema circulatório lacunar ou aberto, com o a fecundação é interna com cópula (primeira figura), sen-

PA
coração situado dorsalmente no interior de uma cavidade do o desenvolvimento direto a partir de postura de ovos
pericárdica. Apenas nos cefalópodes o sistema circulatório (segunda figura). Nos demais, a fecundação é externa e o

NA
é fechado. desenvolvimento indireto, por meio de larvas ciliadas deno-
4A
minadas trocóforas.
30
EXCREÇÃO
70
35

O sistema excretor é formado por um órgão especializado,


53

com dois pares de metanefrídeos que têm aspecto pareci-


03

do com o rim e são constituídos por nefrídios, que filtram


JO

o sangue na cavidade pericárdica, retirando os resíduos e


FONTE: HTTP://BRASILESCOLA.UOL.COM.BR/DOENCAS/
AU

eliminando-os para o exterior. CARAMUJO-TRANSMISSOR-DOENCAS.HTM


AR
S
PE
LO
A
UL
PA
A NA
304
70
35
53
03
JO
AU
AR
S
PE
LO
LA
U
PA

253
A
AN
L
A
UL
PA
NA
ANELÍDEOS

4A
30
70
35
53
INTRODUÇÃO Boca

03
JO
Poro
Os anelídeos (do latim: annulatus = anel + eidos, do grego

AU
= forma) são animais vermiformes, de simetria bilateral, Poro

AR
caracterizados pela segmentação ou metamerização
(metameria). O corpo é segmentado, ou seja, formado

S
Cerdas

PE
por uma sucessão de anéis, denominados segmentos ou ventrais
metâmeros. São organismos que vivem em ambiente ter-

LO
restre, marinho e dulcícola. Possuem o corpo alongado, Clitelo

A
UL
cilíndrico e metamerizado, cuja divisão ocorre tanto exter-
na como internamente. Cada anel abriga diversos órgãos

PA
individualizados como nervos, estruturas musculares e

NA
excretoras. Compreendem três classes: oligoquetos

4A
Peristômio
(minhocas), poliquetos (vermes marinhos) e hirudíneos 30 Prostômio
(sanguessugas). Utiliza-se como critério a presença ou
70

quantidade de cerdas ao longo do corpo:


35

ƒ Oligoquetos (poucas cerdas) – minhoca (Lumbri- Boca


53

cus terrestris), minhoca-louca (Pherentima hawaiana) e


03

a minhocoçu (Glossoscolex giganteus).


JO

ƒ Poliquetos (várias cerdas) – Eunice viridis e Nereis


AU

sp. Clitelo
AR

ƒ Aquetos (sem cerdas) ou hirudíneos – sangues-


S

suga (Hirudo medicinalis). Cerdas laterais


PE
LO

POLIQUETOS Ânus
A
UL

Vermes marinhos de corpo nitidamente segmentado, no A capacidade de regeneração é elevada quando o ani-
PA

qual se destaca uma cabeça com olhos, palpos e tentá- mal é, acidental ou experimentalmente, seccionado em
NA

culos. Em cada segmento há um par de parapódios que fragmentos. Esses animais exercem importante papel na
agricultura, arejando o solo, através das galerias escava-
A

auxiliam na locomoção.
04

das e distribuindo fragmentos vegetais que apodrecem e


3

OLIGOQUETOS – AS MINHOCAS
fertilizam o solo.
70
35

Colaboram também com a adubação orgânica produzindo


53

É a classe em que encontramos as minhocas, animais de húmus, além de serem incluídas em rações animais como
03

corpo segmentado, sem cabeça e parapódios, além de fonte de proteínas.


O

poucas cerdas; o tamanho médio é de 15 cm. Nos animais


HIRUDÍNEOS – AS SANGUESSUGAS
J

sexualmente adultos, encontramos, na região anterior, o


AU

clitelo, um espessamento mucoso que serve para unir dois


AR

animais em cópula e formar o casulo protetor dos ovos. Os hirudíneos, vulgarmente chamados de sanguessugas, não
apresentam cerdas em pequenas quantidades ou ausentes,
S
PE

assim como tentáculos e parapódios. O corpo é dorsoven-


LO

tralmente achatado com duas ventosas, uma em cada extre-


midade.
LA
U
PA

254
A
AN
L
A
UL
PA
CARACTERIZAÇÃO GERAL do clitelo e desloca-se para a extremidade da minhoca,

NA
onde recebe o espermatozoide de outra e ocorre a fecun-

4A
dação. Após a fecundação, o casulo separa-se do corpo, e
A digestão

30
em seu interior os óvulos são fecundados e desenvolvem-

70
-se originando minhocas jovens sem estágio larval. Obser-
O tubo digestivo é completo.

35
ve o esquema de reprodução de minhoca:

53
REPRODUÇÃO EM MINHOCAS
A circulação

03
Receptáculos seminais Clitelo
O sistema circulatório é do tipo fechado.

JO
AU
A respiração

AR
A maioria dos anelídeos tem respiração cutânea, isto Clitelo troca de

S
espermatozóides 3 2 1

PE
é, as trocas gasosas são efetuadas através da pele. Entre
os representantes aquáticos existem as brânquias, que

LO
um dos vermes
retiram o O2 dissolvido na água por difusão. já separado

A
fecundação saída de óvulos casulo mucoso

UL
A excreção

PA
saída do casulo
com os ovos
O sistema excretor é constituído por unidades excretoras

NA
denominadas metanefrídeos.
4A
ASPECTOS EMBRIOLÓGICOS
30
O sistema nervoso
70

São organismos triblásticos, celomados (são os únicos ver-


35

Os anelídeos são portadores de um sistema nervoso do


mes com esta característica) e possuem simetria bilateral.
53

tipo ganglionar ventral.


03

A reprodução FORMAÇÃO DA METAMERIA


JO

ƒ Importância da metameria – Os efeitos locais da


AU

Quanto à reprodução, os poliquetos são dioicos, com fe-


cundação externa e desenvolvimento indireto a partir da musculatura em formas metamerizadas são mais vi-
AR

larva trocófora. Oligoquetos e hirudíneos são monoicos, gorosos e, assim, mais eficientes, pois cada metâmero
S

com fecundação externa (dentro de um casulo) e cruzada torna-se uma unidade de função especializada, nota-
PE

com desenvolvimento direto. A capacidade de regeneração damente para cavar, como os anelídeos.
LO

é geralmente elevada. Muitas espécies de anelídeos pos-


ƒ Importância do celoma – O celoma fornece uma
A

suem clitelo. Esta estrutura produz um casulo do qual são


área para a ampliação da superfície dos órgãos internos.
UL

eliminados os óvulos maduros. O casulo então desliga-se


PA
NA

ARTRÓPODES
A
304
70

CARACTERIZAÇÃO Os grupos de maior sucesso na face da Terra são organ-


35

ismos triblásticos, protostômios, celomados e de


53

Todos os artrópodes têm em comum o fato de terem pa- simetria bilateral.


03

res de apêndices articulados (patas, antenas, quelí- Existem cerca de 900.000 espécies adaptadas para a vida
O

ceras, palpos etc.), corpo segmentado e um esqueleto


J

no ar, na terra, no solo, em água doce e salgada. Podemos


AU

externo rígido, revestido por quitina (exoesqueleto


citar como principais representantes deste filo as classes:
quitinoso). Com a presença de exoesqueleto, a difi-
AR

culdade do crescimento foi resolvida com a presença de ƒ Crustáceos – camarão, lagosta, siri, caranguejo, tatuzi-
S

mudas ou ecdises. Assim, os artrópodes, na ocasião da nho-de-jardim, microcrustáceos (dáfnia, copépodes etc.).
PE

muda, aumentam rapidamente o volume de seu corpo, ƒ Aracnídeos – aranha, escorpião, ácaro, carrapato,
LO

rompendo a camada fina de quitina que não foi reabsor-


opilião;
LA

vida. Logo, começa a reestruturação dessa proteção.


U
PA

255
A
AN
L
A
UL
PA
ƒ Insetos – traça-de-livro, tesourinha, barata, gafa-
A excreção

NA
nhoto, louva-a-deus, cigarra, libélula, formiga, cupim,

4A
abelha, besouro, borboleta, mariposa, pulga, piolho, Em crustáceos e aracnídeos encontramos como órgãos ex-

30
mosca, mosquito. cretores especializados: as glândulas verdes (crustáceos) e

70
coxais (aracnídeos). Insetos, diplópodes e quilópodes ex-
ƒ Diplópodes – piolho-de-cobra (embuá).

35
cretam através dos tubos de Malpighi.
ƒ Quilópodes – lacraia.

53
03
Os sistemas nervoso e sensorial
CARACTERES MORFOLÓGICOS

JO
Os artrópodes apresentam um sistema nervoso ganglionar

AU
A principal característica dos artrópodes é a presença de e ventral, semelhante ao dos anelídeos.

AR
apêndices.
A reprodução

S
PE
Segmentação A reprodução dos artrópodes é sexuada. Geralmente, os

LO
Nos artrópodes, a segmentação é heterônoma, porque os artrópodes são unissexuados; as cracas são crustáceos her-

A
segmentos são diferentes, muitas vezes fusionados, per- mafroditas. É comum o dimorfismo sexual, sendo as fêmeas

UL
mitindo a divisão do corpo em partes distintas. maiores do que os machos. Na maioria, a fecundação é inter-

PA
na; apêndices modificados funcionam como órgãos copula-

NA
Exoesqueleto dores. O desenvolvimento pode ser direto ou indireto. Formas

4A
partenogenéticas ocorrem entre crustáceos (cladóceros) e
O corpo dos artrópodes é revestido por um exoesqueleto, insetos (abelhas).
30
constituído por uma cutícula quitinosa, secretada pela epi-
70

CLASSIFICAÇÃO
derme. A couraça quitinosa protege o animal, mas impede
35

o crescimento. Daí a ocorrência da muda ou ecdise.


53
03

A principal consequência do exoesqueleto nos Artrópodes


é o crescimento descontínuo, que pode ser observado e Crustáceos
JO

entendido no gráfico a seguir. Apresentam corpo segmentado em cefalotórax e abdô-


AU

CRESCIMENTO DESCONTÍNUO EM ARTRÓPODOS men, cinco ou mais pares de patas e dois pares de antenas.
AR

ƒ Sistema Digestório – completo.


S
PE

ƒ Sistema Circulatório – aberto ou lacunar, plasma


LO

provido de hemocianina para transporte de gases.


A

ƒ Sistema Respiratório – branquial.


UL
PA

ƒ Sistema Excretor – glândula verde.


NA

ƒ Sistema Reprodutor – dioicos, fecundação interna,


A

A digestão desenvolvimento direto ou indireto com sucessivos es-


04

tágios larvais.
O sistema digestivo é completo.
3
70
35

A respiração Aracnídeos
53

Apresentam corpo dividido em cefalotórax e abdômen,


03

As brânquias aparecem nos crustáceos; traqueias ocorrem


em insetos, diplópodes e quilópodes. Nos aracnídeos as quatro pares de patas, que saem do cefalotórax e não apre-
O

sentam antenas. No entanto, encontramos apêndices pró-


J

traqueias situam-se no interior de dilatações saculiformes


AU

ximos à boca, chamados de palpos e as quelíceras, que nas


denominadas pulmões foliáceos.
AR

aranhas, contêm uma glândula de veneno. No abdômen


das aranhas encontramos fiandeiras, que secretam um fio
S

A circulação ou teia. Nos escorpiões, a glândula de veneno está localiza-


PE

O sistema circulatório é do tipo aberto, constituído por co- da no último segmento do abdômen (télson). As garras de
LO

ração, artérias e hemoceles. um escorpião correspondem a palpos modificados.


LA
U
PA

256
A
AN
L
A
UL
PA
ƒ Sistema Digestivo – completo.

NA
ƒ Sistema Circulatório – aberto, com hemocianina

4A
ĐůŽƐĆŽĚŽ >Zs
para transporte dos gases. ƐŽĨƌĞ

30
KsK /^^

70
ƒ Sistema Respiratório – composto por pulmões foli-

35
áceos ou filotraqueias.

53
03
ƒ Sistema Excretor – através de glândulas coxais e, em
algumas exceções, por túbulos de Malpighi.

JO
 DƵĚĂŶĕĂƐ

AU
ƒ Sistema Reprodutor – dioicos, fecundação interna e ŶĂ
/ŵĂŐŽ

AR
desenvolvimento direto. adulto
WhW

S
PE
Insetos

LO
Ovo
Representam a maior variedade de espécies na face da Ter-

A
ra. Apresentam um corpo dividido em três partes: cabeça,

UL
tórax e abdômen. No tórax, saem três pares de patas e

PA
Adulto Larva
podem desenvolver dois pares de asas. Apresentam um par

NA
de antenas.

4A
ƒ Sistema Digestivo – completo. 30
ƒ Sistema Circulatório – aberto ou lacunar, dorsal, au-
70

sência de pigmentos respiratórios.


35
53

ƒ Sistema Respiratório – traqueal.


03

ƒ Sistema Excretor – túbulos de Malpighi.


JO

ƒ Sistema Reprodutor – dioicos, fecundação interna,


Pupa
AU

desenvolvimento direto ou indireto.


AR

Outra particularidade é o tipo de desenvolvimento do ovo


S

até chegar ao adulto. Veja os tipos a seguir: Diplópode


PE

ƒ Ametábolos – sem metamorfose. O ovo eclode e libe- Como o embuá ou piolho-de-cobra, apresentam um
LO

ra o indivíduo jovem com forma semelhante ao adulto. corpo com uma cabeça, contendo um par de olhos e de
A

antenas. Na maioria desses segmentos há dois pares de


UL

Ex.: traça.
patas. Esses animais caminham lentamente e têm hábito
PA

OVO o FORMA JOVEM o ADULTO detritívoro.


NA

(SEMELHANTE AO ADULTO)
A

ƒ Hemimetábolo – com metamorfose incompleta: o Quilópodes


04

ovo eclode e libera uma ninfa (forma jovem diferente do


3

Como as lacraias ou centopeias, também apresentam cor-


70

adulto), sem asas e sem órgão sexuais. Esta ninfa sofre


po dividido em cabeça e tronco, mas há apenas um par de
35

ecdises sucessivas adquirindo características adultas.


patas por segmento. São animais que caminham rápido,
53

Exs.: gafanhoto, barata, louva-a-deus, cigarra, libélula. predadores e com um par de apêndices, as forcípulas que
03

OVO oeclosão oNINFA omudas o ADULTO injetam veneno.


O

(FORMA JOVEM)
J
AU

ƒ Holometábolo – com metamorfose completa. O ovo


AR

eclode, liberando uma larva que cresce e realiza mudas,


S

originando a pupa (casulo ou crisálida) que sofre gran-


PE

de transformações adulta.
LO

Exs.: formiga, cupim, abelha, besouro, borboleta, mari-


LA

posa, pulga, piolho, mosca, mosquito.


U
PA

257
A
AN
L
A
UL
PA
NA
EQUINODERMOS

4A
30
70
35
Os equinodermos correspondem a um grupo de animais
Os crinoides

53
que só habitam os mares. Apresentam como característi-

03
cas básicas um corpo revestido por espinhos, com um Os crinoides, vulgarmente conhecidos por lírios-do-mar,
são equinodermas tipicamente fixados ao substrato. O corpo

JO
esqueleto interno (endoesqueleto) calcário. Apresentam
uma simetria radial, quando adultos, mas as larvas têm é constituído por uma parte central, o cálice, do qual partem

AU
simetria bilateral. São animais triblásticos, celomados e cinco braços ramificados e um pedúnculo segmentado.

AR
deuterostômios.

S
Os asteroides

PE
SISTEMA AMBULACRÁRIO Os asteroides compreendem as estrelas-do-mar, que de-

LO
vem seu nome à forma do corpo, constituído por um disco
OU HIDROVASCULAR

A
central do qual partem cinco braços radialmente dispostos.

UL
As estrelas-do-mar notabilizam-se pela elevada capacida-

PA
As estrelas, os ouriços e as holotúrias locomovem-se atra-
de de regeneração, podendo um fragmento de braço pro-
vés de pequenos pés tubulosos, conhecidos como pés

NA
duzir um indivíduo completo.
ambulacrais. A particularidade desse sistema é o fato de

4A
que a musculatura se move em função da água, pois os pés
Os ofiuroides
30
tubulosos estão ligados a um sistema de canais cheios de
70

água. A água penetra pela placa madrepórica, distribuin- Os ofiuroides são vulgarmente conhecidos por serpen-
35

do-se pelos canais radiais. tes-do-mar; apresentam o corpo formado por um disco
53

PÉS AMBULACRAIS central bem diferenciado dos braços. Os braços, em número


03

de 5, são cilíndricos, delgados, simples ou ramificados, com


Placa madrepórica
movimentos serpenteantes, vindo daí o nome da classe.
JO
AU

Os equinoides
AR

Os equinoides são os ouriços-do-mar, que apresentam


S

Canal
um corpo hemisférico, rígido, desprovido de braços e reco-
PE

pétreo Ampola
berto por espinhos. A face superior é abaulada, enquanto a
LO

ventral é achatada, apresentando na parte central uma área


membranosa contendo a boca, fechada por cinco dentes.
A
UL

Canal circular Pés


PA

Canal radial ambulacrários Os holoturoides


NA

Os holoturoides, vulgarmente conhecidos por pepinos-


A

Regeneração -do-mar, são animais de simetria bilateral, corpo cilíndrico


04

e achatado. A boca, situada na extremidade anterior, é cir-


3

As estrelas apresentam grande capacidade de regeneração, cundada por tentáculos, simples ou ramificados.
70

e por muito tempo, causaram prejuízos à comercialização


35

A DIGESTÃO
de pérolas, pois, sendo predadoras de ostras perolíferas,
53

os pescadores, ao encontrarem esses animais na criação


03

desses bivalves, quebravam a estrela em algumas partes O sistema digestivo é completo.


O

e as jogavam de volta ao mar agravando o problema, pois


J
AU

surgiam mais e mais estrelas.


A RESPIRAÇÃO
AR

Caracterização e classificação Nos equinodermas as trocas respiratórias são realizadas


S
PE

O filo dos equinodermas é dividido em cinco classes: crinoi- pelo sistema ambulacrário. Brânquias pequenas e dérmicas
LO

des, asteroides, ofiuroides, equinoides e holoturoides. ocorrem nos asteroides e equinoides.


LA
U
PA

258
A
AN
L
A
UL
PA
A CIRCULAÇÃO A REPRODUÇÃO

NA
4A
Não existe sistema circulatório. Os equinodermas são animais unissexuados sem dimorfismo

30
sexual. A fecundação é externa e o desenvolvimento indireto,

70
A EXCREÇÃO com formação de larva com simetria bilateral.

35
53
Não existem órgãos excretores. Os catabólitos são absorvidos

03
por amebócitos e eliminados em diversas regiões do corpo.

JO
OS SISTEMAS

AU
AR
NERVOSO E SENSORIAL

S
PE
Não existem gânglios. Na região oral aparece um anel

LO
nervoso, do qual partem nervos radiais. Células sensoriais
aparecem dispersas na epiderme.

A
UL
PA
NA
CORDADOS
4A
30
70
35

CARACTERIZAÇÃO Embora ainda não apresentem coluna vertebral, foram tra-


53

dicionalmente classificados como vertebrados por possuí-


03

GERAL E CLASSIFICAÇÃO rem vértebras rudimentares.


JO

VERTEBRADOS COM
O Filo dos Cordados compreende animais que apre-
AU

sentam, pelo menos durante uma fase da vida, uma


AR

MANDÍBULA (GNATOSTOMADOS)
estrutura chamada de notocorda. Outras caraterísti-
S

cas são: a presença de um tubo nervoso na região


PE

dorsal, fendas branquiais na faringe e cauda


Os primeiros vertebrados
LO

pós-anal.
com mandíbula: os peixes
A

O anfioxo é classificado como pertencente ao subfilo dos


UL

cefalocordados.
PA

As ascídias apresentam notocorda apenas na fase larval Os peixes cartilaginosos


NA

móvel e, quando adultos, são fixas, com dois sifões por Esses peixes, também conhecidos como elasmobrân-
A

onde a água é bombeada e filtrada. São representantes do quios, apresentam um esqueleto interno formado de car-
04

subfilo urochordata. tilagem, mais leve que esqueleto ósseo. Como exemplos
3
70

O estudo dos cordados é focado nos seres vertebrados, em típicos temos os tubarões, as raias e as quimeras. Esses
35

que há presença de coluna vertebral. peixes respiram por brânquias. Em cada lado do corpo ob-
53

servam-se fendas branquiais (5 ou mais).


03

VERTEBRADOS SEM MANDÍBULA Os peixes ósseos


O

(AGNATOS): OS CICLÓSTOMOS
J
AU

Esses peixes apresentam um esqueleto interno ósseo, com


algumas cartilagens e o corpo pode ser revestido por esca-
AR

Os ciclóstomos são animais alongados, sem mandíbula. Só mas ou por couro. São peixes que colonizaram ambientes
S

existem representantes aquáticos. Os representantes mais marinhos e de água doce, entretanto, alguns são capazes
PE

comuns são as lampreias e as feiticeiras. A maioria desses de migrar do mar aos rios para se reproduzirem e os filho-
LO

animais sobrevivem como parasitas externos de outros ver- tes fazem o caminho inverso.
tebrados, especialmente peixes.
LA
U
PA

259
A
AN
L
A
UL
PA
Os peixes ósseos respiram também por brânquias, mas apre- 1. Quelônios ou Testudines: tartarugas (aquáticas), os

NA
sentam uma membrana óssea (opérculo) que as protege. cágados (terrestres) e jabutis (água-doce), com uma

4A
carapaça rígida (plastrão).
Estes animais apresentam uma vesícula gasosa interna de-

30
nominada bexiga natatória, que ao se encher de ga- 2. Crocodilianos: jacarés e crocodilos.

70
ses, vindos do sangue, torna o peixe mais leve. Isso permite 3. Squamatas: lagartos, serpentes.

35
que ele controle o movimento vertical na água, podendo

53
4. Rincocéfalos: tuataras.
parar facilmente.

03
Muitos desses peixes vivem em cardumes e conseguem se
PRINCIPAIS

JO
manter equilibrados pela presença de uma linha late-

AU
ral, de cada lado, que permite captar as vibrações na água.
ADAPTAÇÕES DOS RÉPTEIS

AR
O INÍCIO DA COLONIZAÇÃO DOS Ovos com casca calcária são vantajosos para animais

S
PE
terrestres, já que esse material é capaz de proteger os
embriões contra a desidratação, pois são impermeáveis,
AMBIENTES TERRESTRES

LO
além da maior proteção contra choques mecânicos. Na

A
PELOS VERTEBRADOS formação do embrião, surgem anexos embrionários que

UL
permitem o desenvolvimento do animal com menor per-

PA
turbação no ambiente.
Os anfíbios

NA
Bolsa amniótica
Cório

4A
Os estudos indicam que os primeiros vertebrados a ocupar Anexo que protege o embrião e
todos os demais anexos. Na
Cheia de líquido, essa bolsa
protege o embrião quanto a
choques mecânicos (tremores)
região ligada ao alantoide,
o ambiente terrestre foram os anfíbios, na verdade os ances-
e contra a desidratação.
30
permite a passagem de ar.

Alantoide
trais dos atuais, os primeiros tetrápodes. Parte desse sucesso
70

Anexo que armazena as excretas


geradas pelo embrião até a eclosão
deve-se ao esqueleto com duas cinturas de ossos (escapular
35

Âmnio do ovo. Por ele ainda ocorre a troca


gasosa, isto é, permite a passagem
de ar para o embrião, vindo de fora.

e pélvica) de onde se ligam membros (patas).


53

Al
03

ESQUELETO DE SALAMANDRA
EMBRIÃO
JO

Saco vitelino
AU

Anexo que armazena nutrientes


até o desenvolvimento completo
do embrião até (eclosão do
AR

ovo).

OVO AMNIÓTICO E ANEXOS EMBRIONÁRIOS


S

Esses animais só são encontrados em ambientes de água


PE

doce ou terrestre úmido. Os anfíbios como os sapos, as A importância da pele modificada


LO

pererecas, as salamandras, entre outros, quando jovens, vi-


As glândulas mucosas não estão presentes na pele e a epider-
A

vem na água e podem, quando adultos, ocupar o ambiente


UL

terrestre, embora muito úmido. Os sapos e pererecas são me é seca e cornificada. Também há a presença da quera-
tina no epitélio dos répteis, o que foi essencial para seu maior
PA

chamados de anuros (sem cauda); as salamandras, urode-


los (com cauda) e as cobra-cegas, ápodes (sem patas). sucesso fora d’água com menor taxa de transpiração.
A NA

Apresentam fecundação externa e desenvolvimento indire-


Ectotermia
04

to (larva aquática).
3

Os répteis são ectotérmicos – dependem da temperatura


70

ambiental para manter a corpórea. Além da regulação com-


35

A OCUPAÇÃO DOS AMBIENTES portamental, os répteis também podem dissipar ou reduzir a


53

perda de calor corporal necessária através da regulação da


03

TERRESTRES PELOS RÉPTEIS quantidade de sangue que flui pela pele.


JO

O que permitiu este grande passo foram itens como ovo


AU

com casca calcária (ovo amniótico), protegendo o embrião CLASSE REPTILIA –


AR

de desidratação, mesmo quando em ambientes sem água, a


presença da pele mais resistente e seca que tem a van- CARACTERÍSTICAS GERAIS
S
PE

tagem de impedir a perda de água por transpiração como


As tartarugas, jacarés, tuataras, anfisbenas, lagartos e serpen-
LO

ocorre com os anfíbios, além de fecundação interna.


tes, todos bem conhecidos, juntamente com os dinossauros e
LA

Os répteis são divididos em ordens: outras espécies extintas, são répteis (do latim repto, rastejar).
U
PA

260
A
AN
L
A
UL
PA
São capazes de viver em ambientes secos. Embora alguns Regulação térmica

NA
tenham se readaptado à vida aquática, depositam seus

4A
ovos na terra, a menos que sejam vivíparos, como as ser- As aves permaneceram com as escamas córneas dos rép-
teis em algumas áreas de suas pernas, nos seus pés e, de

30
pentes marinhas.
maneira modificada, como uma cobertura de seus bicos.

70
A distribuição geográfica dos répteis é limitada, principal-

35
mente pela sua incapacidade de manter a temperatura A água, um excelente condutor de calor, não consegue pene-

53
corporal mais elevada do que a do ambiente (ectotermia). trar por entre as penas devido à existência de uma secreção

03
oleosa produzida pela glândula uropígea localizada perto
da base da cauda. As aves não têm glândulas sudoríparas.

JO
Reprodução

AU
Os répteis reproduzem-se por reprodução sexuada, Nutrição

AR
como em outros cordados. As fêmeas defendem seus ovos
O sistema digestório é do tipo completo. As aves granívoras
com violência até os filhotes nascerem. A maioria dos rép-

S
(que se alimentam de grãos) apresentam moela e papo.

PE
teis é ovípara, isto significa que colocam ovos.
No papo o alimento é amolecido. Daí o alimento vai para o

LO
proventrículo (estômago químico), passando a seguir para
Sistema circulatório

A
a moela (estômago mecânico), que é muito musculosa e

UL
O coração tem três câmaras, o ventrículo único dos rép- substitui a falta de dentes nas aves. A cloaca é uma bolsa

PA
teis é parcialmente dividido ou intraventricular , o que tor- onde são lançadas as fezes, a urina e os gametas, portanto
na a mistura de sangue arterial e venoso apenas parcial, constitui o final de vários aparelhos e sistemas.

NA
por isso a circulação é dupla e incompleta.
4A
A exceção é a circulação dos répteis crocodilianos. O
Sistema respiratório
30
ventrículo desses animais é completamente dividido, e o A respiração é pulmonar. Os pulmões são do tipo parenqui-
70

coração perfaz quatro câmaras: dois átrios e dois ventrí- matoso, com vários canais de arejamento, ligados a cinco
35

culos. Entretanto, na emergência das artérias pulmonar e pares de sacos aéreos, ligados às cavidades dos ossos
53

aorta, há uma comunicação, o forame de Panizza, pelo pneumáticos.


03

qual ainda ocorre mistura de sangue arterial e venoso.


JO

Sistema circulatório
AU

Sistema excretor A circulação é fechada, dupla e completa. O coração


AR

Enquanto peixes e anfíbios apresentam rins mesonefros (toráci- tem quatro cavidades. O arco aórtico, em contraste
com o dos mamíferos, é o voltado para o lado direito.
S

cos), dos répteis em diante, os rins serão metanefros (abdo-


PE

minais), melhorando muito a capacidade filtradora do sangue.


Sistema excretor
LO

A EXTENSÃO DOS DOMÍNIOS


A

Os rins são metanefros.


UL
PA

TERRESTRES PELAS AVES OS MAMÍFEROS


NA

E MAMÍFEROS Os mamíferos são vertebrados muito ativos e ágeis, com


A
04

As aves e os mamíferos apresentam pelo menos duas ca- alto nível metabólico. Eles têm poucos filhos, mas investem
3

racterísticas em comum, que permitem esses animais so- tempo e energia consideráveis na proteção dos mesmos.
70

breviverem em regiões mais frias: uma camada adiposa (de


35

gordura), sob a pele e o controle interno da temperatura do Principais adaptações dos mamíferos
53

corpo (homeotermia).
03

A característica que dá nome a esse grupo é a presença


de glândulas mamárias. Além delas, também é exclu-
O

AS AVES sividade dos mamíferos a presença de pelos, glândulas


J
AU

sebáceas e sudoríparas.
AR

A adaptação ao voo impôs uma certa uniformidade na es-


trutura básica e na fisiologia de todas as aves. Todas as Mecanismos de regulação da temperatura
S
PE

aves são endotérmicas. Quando não estão no ar, as aves


vivem sobre o solo ou na água, ou em ambos, estando bem Eles são endotérmicos. O calor é produzido internamente,
LO

adaptadas a estes habitats. através do alto nível metabólico. A sua perda é reduzida,
LA

devido a uma camada subcutânea de gordura e a pelos


U
PA

261
A
AN
L
A
UL
PA
que fornecem uma camada de isolamento de ar próximo à substância eliminada pela célula, que pode ter um fim es-

NA
pele. O calor pode ser perdido por um aumento na quan- pecífico no organismo.

4A
tidade de sangue que flui através da pele e por um res-
ƒ Osmorregulação − O organismo apresenta mecanis-

30
friamento devido à evaporação do suor produzido pelas
mos de controle da concentração de água e sais no san-

70
glândulas sudoríparas ou pela respiração ofegante, que
gue, que são detectados pelo sistema nervoso, que aciona

35
é a evaporação da água através das vias respiratórias.
os diversos sistemas permitindo o reequilíbro orgânico.

53
03
Locomoção e coordenação Classificação dos mamíferos

JO
As mudanças em todos os sistemas de órgãos estão inti- ƒ Os monotremados − Os animais deste grupo são os ma-

AU
mamente relacionadas ao aumento de atividade, que se míferos que põem ovos ou prototérios, que não possuem

AR
torna possível com a endotermia. lábios nem dentes. Os filhotes alimentam-se da secreção de
um tipo de leite que a mãe produz. Ex.: ornitorrinco.

S
Padrões mais complexos de locomoção e, provavelmente,

PE
o comportamento mais explorador e ágil requerem uma ƒ Os marsupiais − Conhecidos também como metaté-

LO
musculatura mais complexa e sistemas sensitivo e nervoso. rios ou mamíferos com bolsa. Durante o primeiro perí-
Acredita-se que o olfato e a audição eram muito aguçados

A
odo de seu desenvolvimento, o embrião permanece no

UL
nos mamíferos primitivos. interior da mãe; depois de pouco tempo o filhote sai ao

PA
O cérebro é extraordinariamente bem desenvolvido. Ele é exterior e se refugia dentro da bolsa da fêmea, conhe-

NA
muito grande e o córtex cinza contém centros associados cida também como marsúpio ou bolsa ventral, onde
ao receptor sensorial dos órgãos dos sentidos e a impor- estão as mamas. Ex.: canguru, gambá e cuíca.
tantes centros motores. O cerebelo também é mais desen- 4A
ƒ Os eutérios − A principal característica deste grupo é
30
volvido, pois a coordenação motora é mais complexa. que as fêmeas formam placentas, e, por causa disso, o
70

embrião e, depois o feto, desenvolvem-se plenamente no


35

A liberação de excretas
53

interior da mãe. Para facilitar o estudo, existem várias or-


03

dens dentro desse grupo que também são denominados


Excretas são produtos residuais derivados do metabolismo
como placentários. Ex.: cavalo, baleia, morcego, humanos.
JO

celular, o que é diferente de secreção. A secreção é uma


AU
AR

EMBRIOLOGIA
S
PE
LO
A

EMBRIOLOGIA ANIMAL
UL

ƒ ovíparos – a fêmea libera o ovo fecundado interna-


PA

mente, que se desenvolve fora do corpo da fêmea à


custa de suas reservas nutritivas. Exemplo: maioria dos
NA

Zigoto
répteis e das aves e muitos invertebrados.
A

ƒ ovovivíparos – o embrião desenvolve-se no interior do


04

corpo da fêmea, à custa de suas reservas energéticas, até


3

Mórula
70

o nascimento. Isso garante mais proteção ao embrião.


35

Exemplo: alguns invertebrados e peixes e alguns répteis.


53

Blástula
ƒ vivíparos – o embrião adquire oxigênio e nutrientes
03

diretamente do sangue materno, e elimina suas excretas


O

pela placenta. Exemplo: mamíferos.


J

Gástrula
AU
AR

Fertilização
órgãos Nêurula tecidos
S

Na fecundação ou fertilização ocorrem vários eventos no


PE

DESENVOLVIMENTO EMBRIONÁRIO citoplasma do óvulo, incluindo a cariogamia, fusão do


LO

O embrião pode se desenvolver de distintos modos, varian- pró-núcleo feminino e do pró-núcleo masculino, o que
LA

do com o nível de cuidado materno-fetal: resulta na união dos cromossomos de origem materna
U
PA

262
A
AN
L
A
UL
PA
e paterna, formando o zigoto. Após a fusão dos núcleos, ƒ Telolécito ou megalécito – o vitelo nesse ovo ocupa

NA
entram em atividade diversas substâncias e moléculas, as quase todo citoplasma, e a segmentação é meroblásti-

4A
quais acionam o processo de mitose no zigoto, dando ori- ca, isto é parcial e discoidal (somente no pólo animal).

30
gem à estrutura denominada blastômero. Assim, inicia-se o Exemplos: moluscos, peixes, répteis, aves, mamíferos

70
desenvolvimento embrionário. ovíparos (ornitorrinco e equidna).

35
ƒ Centrolécito – o vitelo está na região central da célu-

53
Ovócito la. A segmentação é meroblástica e apenas parcial. Ex-

03
Devido a grande quantidade de citoplasma presente no emplo: artrópodes.

JO
ovócito, essa é a maior célula do corpo humano.

CLIVAGEM

AU
ƒ Oligolécito ou isolécito – contém uma quantidade

AR
reduzida de vitelo, espalhado de maneira uniforme pelo
Depois da formação do zigoto, esse sofre mitose, dando
citoplasma. O grau de dependência do embrião pela mãe

S
origem a duas células-filhas, cada uma das quais é deno-

PE
aumenta quanto menor for a quantidade de reserva nu-
minada de blastômero.

LO
tritiva presente no ovo. Nesse tipo de ovo a segmentação
é holoblástica. Exemplos de organismos que possuem Quando eleva o número de blastômeros, o conjunto celular

A
UL
esse tipo de ovo: mamíferos placentários, anfioxos e mui- adquire uma forma esférica, compacta, cujo aspecto lem-

PA
tos invertebrados, como esponjas, corais e equinodermos. bra uma amora, razão pela qual essa fase é denominada
de mórula.
ƒ Heterolécito ou mesolécito – Nesse ovo o vitelo

NA
preenche grande parte do volume citoplasmático de Depois do estágio de mórula vem a fase de blástula, re-
forma não-homogênea (polo vegetativo). A segmen-
4A
sultante do arranjo dos blastômeros em volta de uma cavi-
30
tação nesse tipo de ovo é total e desigual. Exemplos: dade cheia de líquido, a blastocele.
70

anelídeos, peixes, anfíbios e moluscos.


35
53

Tipos de segmentação
03
JO

O tipo de segmentação varia nos diferentes tipos de ovos. A clivagem é mais lenta quando a quantidade de vitelo presente
é maior. Assim, ovos com uma quantidade menor de vitelo têm uma segmentação mais homogênea, ao contrário dos ovos
AU

com maior quantidade de vitelo, onde a segmentação é heterogênea.


AR
S

Quantidade
PE

Tipo de ovo Distribuição do vitelo Tipo de clivagem Animal


de vitelo
LO

equinodermos, anfioxo
Oligolécito pequena homogênea total igual
A

e mamíferos
UL

Mesolécito ou heterogênea
média total desigual anfíbios
PA

Heterolécito (pólo e vegetativo)


NA

heterogênea
Megalécito ou Telolécito grande parcial discoidal peixes, répteis e aves
(ocupa a maior parte do ovo)
A

heterogênea
04

Centrolécito grande parcial superficial insetos


(no centro do ovo)
3
70
35

MAMÍFEROS: DESENVOLVIMENTO
53

as excretas. Na espécie humana, o ovo é oligolécito, e a


03

segmentação é total e igual (fase de mórula). O embrião na


Na maioria dos mamíferos, o desenvolvimento embrionário fase de mórula migra para o útero , onde inicia-se a fase de
O

blástula, que, nos mamíferos, é nomeada de blastocisto.


J

ocorre no interior do corpo da fêmea, especificamente, no


AU

útero. Há mamíferos que geram ovos (ornitorrinco e equid- Dentro da cavidade blastocística há um fluido, que aumenta
AR

na), o restante forma uma placenta, órgão composto pela na cavidade, e leva a separação dos blastômeros em dois
parede interna vascularizada do útero chamado endomé-
S

tipos: o trofoblasto – camada de células externas e del-


PE

trio. Através da placenta, os nutrientes, oxigênio, anticorpos gada, que tem como função a penetração e aderência do
LO

e hormônios atravessam o sangue materno para o embrio- embrião na parede do endométrio, e é responsável também
nário, e o embrião transfere para a mãe o gás carbônico, pela organização da parte embrionária da placenta; e o em-
LA
U
PA

263
A
AN
L
A
UL
PA
brioblasto – massa celular interna que possui no centro
A mesoderme e a notocorda

NA
um grupo de blastômeros, o qual originará o embrião.

4A
Na mesoderme (teto do arquêntero) inicia-se a separa-
A placenta é composta de tecidos maternos e embrioná-
ção de grupos celulares no embrião, resultando na sua

30
rios, e ela não envolve o embrião. Essa função é desem-
diferenciação em somitos e notocorda. A notocorda

70
penhada pelo âmnio (bolsa de água que contém o líquido

35
será substituída, parcialmente ou totalmente, pela co-
amniótico), e no seu interior o embrião fica imerso.

53
luna vertebral, que tem como função a sustentação

03
Posteriormente ao encontro dos gametas, ocorre a geração e formação do eixo céfalo-caudal. Os somitos pa-
da célula-ovo, que sofre sucessivas mitoses, designando a recem bolsas esféricas, localizados ambos aos lados do

JO
fase de mórula e, em seguida, ocorre a fase blástula. A eixo produzido pelo tubo neural e pela notocorda. A ca-

AU
próxima fase é denominada de gástrula, onde acontece a vidade de cada somito denomina-se celoma. Os animais

AR
formação de três folhetos embrionários: ectoderme, me- triblásticos são classificados de acordo com a presença
soderme e endoderme, as quais darão origem aos teci- ou ausência de celoma:

S
PE
dos e órgãos do animal. Devido a diferença na velocidade
ƒ Acelomados: a cavidade interna não é revestida pela

LO
de clivagem, formam-se macrômeros (células maiores) e
mesoderme. Representados pelos platelmintos;
micrômeros (células menores), e esta ultima célula possui

A
ƒ Pseudocelomados: a cavidade interna é revestida

UL
um intenso ritmo de divisão, e assim o polo inferior da blás-
parcialmente pela mesoderme. Representados pelos
tula é levado em direção ao polo superior. Esse processo

PA
nematelmintos;
acarretará em uma nova fase embrionária, denominada de

NA
gastrulação. Dessa forma, ocorre uma mudança no for- ƒ Celomados: a cavidade interna é totalmente revestida

4A
mato do embrião de uma esfera oca para uma hemisfera pela mesoderme. Representantes: anelídeos, artrópo-
de parede dupla. Essas alterações causam a produção de des, moluscos, equinodermas e os cordados.
30
uma nova cavidade denominada de arquêntero (intes-
70

OS ANEXOS EMBRIONÁRIOS
35

tino primitivo). O arquêntero possui uma abertura que se


53

comunica com o exterior, o blastóporo. Existem classifi-


Em animais ovíparos, o desenvolvimento embrionário
03

cações dos animais baseadas na embriologia. Veja abaixo:


acontece dentro de um ovo, que tem casca protetora cal-
JO

1. Números de folhetos embrionários cária porosa, o que possibilita trocas gasosas, e também
AU

ƒ Diblásticos – Apenas dois folhetos embrionários estão protege o embrião de condições desfavoráveis do meio. Já
o desenvolvimento dos mamíferos placentários acontece
AR

presentes. Como é o caso dos cnidários que apresen-


tam apenas endoderme e ectoderme. dentro do corpo da mãe, no útero.
S
PE

ƒ Triblásticos – Apresentam os três folhetos embrioná- Na conquista do meio terrestre ocorreu seleção da fecun-
dação interna e do desenvolvimento dos anexos embrioná-
LO

rios (endoderme, mesoderme e ectoerme). Exemplo:


anfioxo, maioria dos invertebrados, cordados. rios (âmnio, o cório, o saco vitelínico e a alantoide). Apesar
A

de não fazer parte do corpo do embrião, são imprescindí-


UL

2. Blastóporo veis para o seu desenvolvimento.


PA

ƒ Protostômios – O blastóporo origina primeiro a boca. O saco vitelínico é um anexo embrionário, que está li-
NA

Ex.: maioria dos invertebrados, com exceção dos equi- gado ao intestino do embrião. Para se desenvolver o
A

nodermos. embrião vai consumindo o vitelo, e assim, consequen-


04

ƒ Deuterostômios – O blastóporo origina primeiro o ânus. temente, o saco vitelínico vai diminuindo até desapa-
3
70

Ex.: equinodermo e cordata. recer por completo. Todos os répteis e aves, além do
35

saco vitelínico, exibem outros três anexos embrionários:


53

NÊURULA a alantoide, o âmnio e o cório.


03

Alantoide tem como funções:


O

Concluída a gastrulação, o embrião já exibe formato ovoide,


ƒ armazenar a excreção do embrião (ácido úrico);
J
AU

e na região dorsal acontece um achatamento nas células da


ectoderme, produzindo o desenvolvimento de uma placa ƒ passar para o embrião os sais de cálcio da casca;
AR

chamada de placa neural. Gradualmente, a placa neural ƒ realizar trocas gasosas;


S

afunda e células da ectoderme irão cobrir e esconder essa ƒ transferir para o embrião as proteínas da clara.
PE

placa na região dorsal do embrião. Ao passar do tempo, as


LO

bordas da placa neural juntam-se e ela passa a ser chamada O âmnio é uma membrana que circunda o embrião, e forma
uma cavidade (amniótica) com um líquido chamado de líqui-
LA

de tubo neural, o qual originará o sistema nervoso.


U
PA

264
A
AN
L
A
UL
PA
do amniótico. O âmnio e a cavidade amniótica constituem a O último anexo embrionário é o cório, membrana que está

NA
vesícula amniótica, que tem papel de amortecer os choques, envolta do âmnio, da alantoide e do saco vitelínico, e está

4A
mobilidade do embrião, permitir a flutuação e evitar a desi- próxima à casca. Também participa do processo de trocas

30
dratação. gasosas.

70
35
53
SISTEMA LOCOMOTOR

03
JO
AU
É responsável pelo movimento esquelético, é composto por
SISTEMA ARTICULAR

AR
três sistemas: o sistema esquelético (alavancas de movi-

S
mento); o sistema muscular (realiza os movimentos através Articulações ou juntas são os meios pelos quais os ossos se

PE
da contração muscular); e o sistema articular (possibilita conectam entre si para compor o esqueleto. São compostas

LO
graus distintos de movimentos do esqueleto). por tecido conjuntivo denso e podem ser imóveis ou
possibilitar movimentos. São separadas em três grupos, de

A
UL
SISTEMA ESQUELÉTICO acordo com a natureza do material situada entre os ossos.

PA
SISTEMA MUSCULAR
NA
O esqueleto humano é composto por 206 ossos.

4A
O músculo é um órgão com vasos sanguíneos, conexões
Estrutura dos ossos longos
30
com neurônios e principalmente tecido muscular, que pode
70

A disposição do tecido ósseo, esponjoso (interno e menos ser liso, estriado esquelético ou estriado cardíaco.
35

rígido) e compacto (duro e externo), em um osso longo é o ƒ Tecido muscular liso: tecido de contração involuntá-
53

que confere sua resistência. Os ossos longos possuem regiões ria, que está localizado nos órgãos internos: aparelho
03

de crescimento e regiões de remodelação, além de estruturas reprodutor e grandes vasos sanguíneos. O sistema ner-
associadas às articulações. As partes de um osso longo são:
JO

voso autônomo controla a contração muscular.


AU

ƒ Tecido muscular estriado esquelético: músculo


AR

Cartilagem articular
Epífise associado aos ossos de contração voluntária.
proximal Linha epifisária
ƒ Tecido muscular estriado cardíaco: músculo estri-
S
PE

Metáfise
ado sob contração involuntária. Essa musculatura tem
a propriedade de autoestimulação, as próprias células
LO

Osso esponjoso

do coração geram as contrações, o sistema nervoso


A

apenas controla o ritmo.


UL
PA

Endósteo
A contração do músculo esquelético é voluntária acontece,
assim como nos demais músculos pelo deslizamento dos
NA

Osso compacto
Periósteo filamentos de actina sobre os de miosina (processo que
A

Cavidade medular
necessita de ATP e cálcio).
04

Diáfise
Artéria nutrícia em
3

forâmen nutrício Actina


Miosina
70
35
53

Sarcômero
relaxado
03
O

H
J

Linha Z
AU

A I
Actina Miosina
AR

Metáfise
S
PE

Epífise
distal Sarcômero
contraído
LO

Cartilagem articular

ESTRUTURA DE UM OSSO LONGO


LA

H
Linha Z
U

A I
PA

265
A
AN
L
A
UL
PA
Eventos da contração:

NA
1. O retículo sarcoplasmático e o sistema T liberam

4A
íons Ca2+ e Mg2+ para o citoplasma.

30
2. Na presença desses dois íons, a miosina adquire uma

70
35
propriedade ATP-ásica, isto é, hidrolisa (quebra) o ATP,

53
liberando a energia de um radical fosfato.

03
3. A energia liberada provoca o deslizamento da actina

JO
entre os filamentos de miosina, caracterizando o encur-
Através do impulso nervoso inicia-se a contração muscular, tamento das miofibrilas.

AU
que chega à fibra muscular por meio de um nervo motor.

AR
Na junção neuromuscular (porção terminal ao axônio +

S
fenda sináptica + placa motora), o impulso nervoso leva a

PE
ocorrência de contração muscular.

LO
bainha de mielina

A
UL
PA
NA
axôno motor

4A
vesiculas contendo
moléculas transmissoras
mitocôndrias
(neurotransmissores)
30
70
35
53

placa
03

motora
JO
AU
AR

fibra muscular esqueletica


S
PE

SISTEMA CARDIOVASCULAR
LO
A
UL

ƒ Transporte de hormônios – os hormônios são eli-


PA

É composto por uma rede de vasos sanguíneos (veias,


artérias e capilares), que comunicam todas as partes do minados das células, porém são produtos que serão
NA

corpo. Nos vasos está o sangue, que circula através das utilizados por outras células ao longo do corpo, o siste-
A

contrações rítmicas do coração. No homem, o coração é ma circulatório leva-os para os locais-alvo.


04

formado por 4 cavidades. O sistema circulatório tem as se- ƒ Transporte de calor – o sangue também é usado na
3
70

guintes funções: distribuição homogênea de calor pelas várias partes do


35

ƒ Transporte de gases – participam das trocas gaso- corpo, contribuindo para a manutenção de uma tem-
53

sas nos alvéolos. peratura adequada em todos os locais do organismo.


03

Assim, age na termorregulação do organismo.


ƒ Transporte de nutrientes – após o processo de
O

ƒ Distribuição de mecanismos de defesa – pelo


J

digestão, os nutrientes são absorvidos, caem na cor-


AU

sangue circulam leucócitos e anticorpos, membros da


rente sanguínea, e são distribuídos para todo o corpo.
defesa contra agentes patogênicos.
AR

ƒ Transporte de resíduos metabólicos – as células


ƒ Coagulação sanguínea – há plaquetas circulantes,
S

eliminam resíduos referentes ao seu metabolismo, os


PE

que atuam diretamente na coagulação sanguínea.


quais devem ser eliminados do organismo. O sangue
LO

Assim, devido aos fatores de coagulação no sangue,


leva essas substâncias até os órgãos excretores.
o corpo é capaz de bloquear eventuais hemorragias
LA

causadas pelos rompimentos dos vasos.


U
PA

266
A
AN
L
A
UL
PA
Componentes do sistema cardiovascular

NA
4A
Coração

30
70
35
53
veia cava superior
artéria aorta

03
JO
artéria pulmonar esquerda

AU
artéria pulmonar

AR
direita tronco pulmonar

S
átrio esquerdo

PE
LO
átrio direito

A
UL
veias pulmonares esquerdas

PA
veias pulmonares
direitas

NA
veia cardíaca

4A
artéria coronária 30
70

ventrículo esquerdo
35
53
03

veia cava inferior


JO
AU

ventrículo direito
AR

CORAÇÃO HUMANO
S
PE

O átrio direito através da veia cava superior e inferior valva bicúspide (mitral). O sangue sai do ventrículo esquerdo e
LO

recebe sangue venoso do corpo. A veia cava superior traz vai para o corpo através da artéria aorta, maior artéria do corpo.
sangue da parte superior do corpo; já a veia cava inferior
A

O sangue circula para as artérias coronárias, que são rami-


UL

traz sangue das partes inferiores do corpo (membros infe- ficações da aorta, nutrindo o coração; o restante do sangue
PA

riores e abdômen). O sangue sai do átrio direito e vai para que passa para o arco da aorta vai para a aorta descenden-
o ventrículo direito através da abertura de uma válvula de-
NA

te, levando o sangue para o resto do corpo.


nominada tricúspide, que tem esse nome porque possui
A

O pericárdio é a membrana que reveste e protege o co-


três cúspides.
04

ração, permitindo liberdade de movimentação para contra-


3

O átrio esquerdo recebe o sangue já oxigenado (san- ções vigorosas e rápidas.


70

gue arterial), através de quatro veias pulmonares. O


35

sangue vai do átrio esquerdo para o ventrículo esquerdo Ciclo cardíaco


53

através da valva bicúspide ou mitral, que possui apenas


03

Ele inclui todos os processos e ventos relacionados aos ba-


duas cúspides.
timentos cardíacos. No ciclo cardíaco normal, enquanto os
J O

O ventrículo direito é a maior parte anterior do coração. dois átrios se contraem, os dois ventrículos relaxam e vice-
AU

Ligando o átrio direito ao ventrículo direito está a valva -versa. A sístole do coração é fase de contração; e, ao con-
AR

tricúspide, que tem como função impedir que o sangue re- trário, a fase de relaxamento, é denominada de diástole.
torne do ventrículo para o átrio. O sangue sai do ventrículo
S
PE

direito e vai para os pulmões. Automatismo cardíaco


LO

O ventrículo esquerdo forma o ápice do coração. O sangue Os batimentos contínuos do coração são resultado de uma
LA

vai do átrio esquerdo para o ventrículo esquerdo através da atividade elétrica, que intrínseca e rítmica, originada em uma
U
PA

267
A
AN
L
A
UL
PA
rede de fibras musculares do próprio coração denominadas As veias são vasos que retornam ao coração, carregando

NA
de células autorrítmicas ou marca-passo cardíaco, sendo o sangue dos órgãos e tecidos. As veias de maior calibre

4A
essas autoexcitáveis. O impulso elétrico começa no nodo si- têm válvulas para impedir o refluxo de sangue, garantin-

30
no-atrial (SA). Esse impulso propaga-se ao longo das fibras do que a circulação ocorra em um único sentido. Posterior-

70
musculares atriais, até que o potencial de ação chegue no mente à passagem do sangue pelas arteríolas e capilares, a

35
nodo atrioventricular (AV). Depois de ser transportado pressão sanguínea reduz, alcançando valores muito baixos

53
ao longo do feixe AV, o potencial de ação chega aos ramos no interior das veias. O retorno sanguíneo ao coração deve-

03
direito e esquerdo, que atravessam o septo interventricular, se, principalmente, às contrações dos músculos esqueléti-
em direção ao ápice cardíaco. Por fim, as miofibras condu- cos, os quais comprimem as veias, possibilitando que o

JO
toras ou fibras de Purkinje, transportam rapidamente o sangue desloque-se em seu interior. Graças às válvulas, o

AU
potencial de ação, primeiramente ao ápice do ventrículo e sangue tem um fluxo unidirecional no coração.

AR
posteriormente para o restante do miocárdio ventricular.
Os capilares sanguíneos são vasos de pequeno calibre

S
que conectam as arteríolas às vênulas.

PE
Controle nervoso do

LO
batimento do coração A evolução do coração em vertebrados

A
A inervação parassimpática no coração:

UL
Aurícula
Artéria pulmonar
Cone arterial
Veia pulmonar

PA
Aorta

1. reduz a velocidade de condução dos impulsos e aumenta Veia pulmonar Aurícula direita
Ventrículo
Aurícula esquerda
Ventrículo

o tempo de retardo entre a contração atrial e a ventricular; Veia pulmonar

NA
Veia cava Artéria pulmonar Aurícula esquerda

Aurícula direita Aorta Aurícula direita Artéria pulmonar


Veia cava Ventrículo esquerdo

2. reduz a frequência dos batimentos cardíacos;


Ventrículo

4A
Ventrículo direito
Cone arterial Aurícula esquerda Aorta

Circulação
3. reduz o fluxo de sangue nos vasos coronários que mantêm a
pulmonar
Circulação branquial

Circulação

Circulação
pulmonar

pulmonar
Capilares
30
Capilares
Capilares
pulmonares
Capilares
pulmonares
pulmonares

branquiais

nutrição do próprio músculo cardíaco.


70

Circulação sistémica

Circulação sistémica

Circulação sistémica
Capilares Capilares Capilares
Capilares sistémicos
Circulação

sistémicos
sistémica
35

sistémicos

Estimulação dos nervos simpáticos proporciona efeitos sistémicos


53

opostos (antagônicos) àqueles observados pela ação do


Seio venoso
Peixe Anfíbio Réptil Ave/Mamífero
03

Sangue venoso Sangue arterial

sistema parassimpático sobre o coração: OS DIFERENTES TIPOS DE CORAÇÃO EM VERTEBRADOS


JO

1. eleva frequência cardíaca; Quando há mistura de sangue arterial e venoso no cora-


AU

2. eleva força de contração; ção chamamos essa circulação de incompleta. Esse tipo de
circulação é encontrada nos anfíbios e répteis. No entanto,
AR

3. eleva velocidade de condução dos impulsos, reduz o


tempo de retardo entre a contração atrial e a ventricular; quando não ocorre a mistura de sangue venoso e arterial
S

denomina-se de circulação completa, observada, nas aves


PE

4. eleva o fluxo sanguíneo através dos vasos coronários.


e mamíferos.
LO

Vasos sanguíneos Outra classificação do tipo de circulação é referente ao


A
UL

número de vezes em que o sangue passa pelo coração.


Existem 3 tipos básicos de vasos sanguíneos: artérias, ve- Quando o sangue passa uma única vez pelo coração,
PA

ias e capilares. denominamos essa circulação de simples, observada nos


NA

As artérias são vasos de parede densa que saem do coração peixes. Os demais cordados possuem circulação dupla, na
A

carregando sangue para os órgãos e tecidos do corpo. qual o sangue passa 2 vezes pelo coração.
3 04

O sangue
70
35
53

Composição plasmática Funções plasmáticas


03

Água Transporte de nutrientes às células


J O

Sais (Na+, Cℓ–, HCO–3, Ca++) Transporte de gases respiratórios


AU

Glicose Transporte de hormônios e de anticorpos


AR

Aminoácidos Distribuição de calor


S
PE

Proteínas (fibrinogênio, protrombina, anticorpos, albumina) Remoção de resíduos metabólicos das células
LO

Lipoproteínas (LDL e HDL) Coagulação


LA
U
PA

268
A
AN
L
A
UL
PA
NA
Composição plasmática Funções plasmáticas

4A
Lipoproteínas (LDL e HDL) Coagulação

30
Triglicérides Defesa

70
Hormônios

35
Ureia

53
Gases (O2 e CO2)

03
OS ELEMENTOS DO SANGUE

JO
AU
Quantidade
Tipos Funções Variações
média/mL

AR
Glóbulos Diminuição: anemia (verminoses, hemorragias, deficiências de

S
homem: 5,4 milhões
vermelhos Transporte de O2 e CO2 vitamina B12).

PE
zmulher: 4,8 milhões
hemácias) Aumento: pessoas que vivem em regiões de grande altitude.

LO
Glóbulos brancos Defesa fagocitária Diminuição: lesões na medula óssea e algumas infecções.
4 mil a 11 mil

A
(leucócitos) e imunitária Aumento: infecções e leucemia.

UL
Plaquetas

PA
250 mil a 400 mil Coagulação do sangue Diminuição e aumento provocados por certas doenças.
(trombócitos)

NA
4A
Coagulação sanguínea pequenas passam na parede capilar, entrando nos tecidos.
A perda de água torna o sangue mais concentrado, logo, a
30
Quando ocorre um ferimento, as plaquetas iniciam um pro- pressão osmótica se torna maior que a pressão sanguínea. Na
70

cesso de coagulação sanguínea. O coágulo conserva uma extremidade próxima à veia, acontece o retorno da água, que
35

eventual hemorragia. traz consigo nutrientes e também resíduos metabólicos.


53
03

Tecidos com Plaquetas


lesões aglomeradas
O SISTEMA LINFÁTICO
JO
AU

Através do sistema linfático, o resto de líquido intercelular


Tromboplastina
proveniente dos capilares sanguíneos retorna à circulação
AR

sanguínea. Qualquer proteína, dentre outras substâncias,


S

Fígado
que tenha deixado os capilares será devolvida à circulação.
PE

Ca++ (Plasma)
Vitamina K
O sistema linfático possui vasos finos, chamados de capi-
LO

Protombina Trombina
(Plasma)
lares linfáticos, que possuem capacidade de contração,
A

e se reúnem formando vasos progressivamente maiores,


UL

Fibrina Fibrinogênio
(Coágulo) (Plasma) que resultam na formação do ducto torácico. O fluxo
PA

de linfa é unidirecional e é auxiliado por válvulas que im-


A PROTROMBINA É PRODUZIDA NO FÍGADO COM AUXÍLIO DE VITAMINA K,
NA

VITAMINA SINTETIZADA POR BACTÉRIAS QUE VIVEM NO NOSSO INTESTINO. pedem seu retorno. Para esse fluido retornar à circulação
venosa, a linfa coletada passa antes por linfonodos ou
A

nódulos linfáticos (local de concentração de linfócitos).


04

As trocas entre sangue e tecidos Caso os patógenos sejam fagocitados, são desencadeadas
3
70

A constituição do líquido intersticial (extracelular) é semelhan- reações inflamatórias nos linfonodos, causando um inchaço,
35

te à do sangue, com exceção dos elementos figurados. Grande denominado íngua. Os edemas linfáticos são o excesso
53

parte do fluido que deixa os capilares tende a retornar a esses de líquido intersticial devido ao excesso de filtração ou,
03

vasos. A movimentação desse fluido é decorrente de diferen- ainda, obstrução desses vasos. As tonsilas palatinas são
tes pressões, que agem de modo diferente em cada trecho do constituídas por tecido linfoide, onde também pode acon-
J O

mesmo vaso sanguíneo. A pressão sanguínea impulsiona a sa- tecer reação imunológica a microrganismos, resultando em
AU

ída de água e substâncias nela dissolvidas pelas paredes dos amigdalite, inchaço das tonsilas.
AR

capilares, e a pressão osmótica, quando alta, estimula o retor-


Os órgãos linfoides incluem o timo (maturação de linfócito),
no de água. O intercâmbio de substâncias se dá pela relação
S

os linfonodos e o baço.
PE

entre a pressão osmótica e a pressão sanguínea. Na extremi-


Além das funções acima, o sistema linfático também é res-
LO

dade do capilar situada próxima à artéria, a pressão sanguínea


é maior do que a pressão osmótica. Assim, água e moléculas ponsável pela absorção de lipídios, derivados da digestão
LA

de gorduras, absorvidos no intestino.


U
PA

269
A
AN
L
A
UL
PA
U.T.I. - Sala se contorce e o animal esconde partes frágeis como o

NA
tronco, a cabeça e as patas no interior de uma dura car-

4A
apaça – que se fecha e fica em formato de bola.(1)
1. (UFES) A figura abaixo ilustra o corte sagital do em-
Natural da caatinga, o tatu-bola não é grande nem é fér-

30
brião de um metazoário na fase de gástrula, estando aí
til. Tem cerca de 60 cm de comprimento, pesa no máximo

70
indicados os folhetos germinativos a, b e c. Com relação
1,8kg e sua carapaça é feita de um tecido ósseo flexível,

35
aos tipos de embriões de metazoários, faça o que se
pede. parecido com a pele do crocodilo. Sua gestação dura cer-

53
ca de quatro meses e tem apenas um descendente por

03
ninhada. Delicado, não tem forças para cavar buracos.
Passa o dia dormindo em tocas abandonadas por out-

JO
ros animais. Por precaução, prefere a noite para caçar. É

AU
quando sai atrás de seu alimento preferido: o cupim.(2)

AR
(1)
EXTRAÍDO DE HTTP://WWW.OLHARDIRETO.COM.BR ACESSO EM 13/09/2012.
(2)
ROBERTO KATZ, IN REVISTA O GLOBO. 14/10/2012. P.22-27.

S
A partir do texto acima e, de acordo com conceitos de

PE
ecologia:

LO
a) indique as partes do texto que apresentam carac-

A
terísticas do tatu em relação ao seu ambiente, como

UL
habitat, nível ocupado na cadeia alimentar, nicho

PA
ecológico e hábitos de vida.
b) explique por que o tatu-bola corre grande risco de

NA
desaparecer da natureza.

4A
a) Cite um grupo de metazoário que apresente um
embrião com as características descritas acima e indi- 4. (UFPR) A criação de modelos animais alterados ge-
30
que os nomes dos folhetos a, b e c. neticamente permite o estudo de diversas doenças.
70

b) Explique o papel do folheto c na formação do cor- Esses animais são chamados knock-out quando o gene
35

po de um metazoário adulto. estudado é silenciado (deixa de funcionar), e knock-in


53

c) Explique a diferença entre um embrião de metazo- quando o gene que desencadeia a doença é inserido em
seu genoma. Geralmente, para a criação de um animal
03

ário e um embrião de cnidário.


knock-in faz-se a inserção de células transformadas em
JO

2. (PUC-RJ) Com relação aos animais tetrápodes, escreva laboratório, contendo o gene a ser estudado, em blástu-
o que se pede nos itens abaixo: las que são, então, implantadas no útero de uma “mãe
AU

a) Diga quais são os tetrápodes, listando as principais de aluguel” (uma rata, por exemplo). Um dos motivos
AR

características desse grupo. de serem usadas blástulas é o fato de que as células


dessa fase são pluripotentes e indiferenciadas.
S

b) Enumere as características desses animais que lhes


PE

permitem melhor adaptação à vida em ambientes se- a) Por que a inserção das células mutadas (produzi-
LO

cos, dando exemplos dos tetrápodes mais bem adap- das no laboratório) não é feita em fases anteriores ou
tados a esses ambientes. posteriores à de blástula, além dos motivos já citados?
A

b) Por que os animais nascidos são considerados qui-


UL

3. meras genéticas?
PA

5. (FUVEST) Piaimã virou o herói de cabeça para baixo.


NA

Então Macunaíma fez cócegas com os ramos nas orelhas


A

do gigante (...). Chegaram no hol. Por debaixo da escada


04

tinha uma gaiola de ouro com passarinhos cantadores. E


3

os passarinhos do gigante eram cobras e lagartos.


70

MÁRIO DE ANDRADE, MACUNAÍMA.


35
53

a) Suponha que o gigante Piaimã tenha encontra-


03

A escolha do tatu-bola (Tolypeutes tricinctus), um ani- do os ovos de lagarto e os tenha posto para chocar,
mal “genuinamente brasileiro”, como mascote da Copa pensando que fossem de aves. O exame dos anexos
O

do Mundo de 2014, animou ambientalistas do país, já embrionários dos ovos desses dois grupos de animais
J
AU

que a espécie integra a lista de espécies da fauna bra- permite diferenciar se eles são de lagartos ou de pas-
sarinhos? Justifique.
AR

sileira ameaçadas de extinção. Esta seria uma forma de


divulgar informações sobre a espécie pouco conhecida b) Considere que a gaiola esteja embaixo da escada
S

e que corre grande risco de desaparecer da natureza. em local frio e úmido, e com alimento disponível. Que
PE

animais – cobras, lagartos ou passarinhos – teriam


A relação desta espécie de tatu com o futebol é o forma-
LO

maior dificuldade para sobreviver por período muito


to de bola que adquire ao se defender de predadores.
longo nessas condições? Justifique.
LA

Ao perceber a presença de onças ou raposas, seu corpo


U
PA

270
A
AN
L
A
UL
PA
U.T.I. - E.O. c) Mais de 70% do sangue que entra pelo átrio es-

NA
querdo é proveniente de vários órgãos, exceto dos

4A
pulmões e da pele.
1. (UERJ) No gráfico, está indicado o tamanho de um
d) Um animal cujo coração é semelhante ao ilustrado na

30
animal terrestre ao longo de um determinado período
figura tem a pele bastante vascularizada e sempre ume-

70
de tempo, a partir de seu nascimento.
decida pela secreção das glândulas secretoras de muco.

35
53
4. (UFPR) Após a fecundação, o zigoto humano passa por
um período de intensa proliferação celular, denominado

03
clivagem, originando um concepto multicelular conheci-

JO
do como blastocisto. Mais tarde, esse concepto sofrerá
o processo de gastrulação e prosseguirá em diversas

AU
etapas de desenvolvimento, com uma duração média to-

AR
tal de 38 semanas contadas a partir da fecundação.

S
a) Em que locais do aparelho reprodutor feminino

PE
humano normalmente ocorrem a fecundação, a cliva-

LO
gem e a gastrulação?
Nomeie o filo a que esse animal pertence, justificando b) Que partes dos embriões humanos estão formadas

A
sua resposta. ao final da gastrulação?

UL
Nos pontos indicados pelas setas, ocorre um processo c) Se a duração do desenvolvimento humano é de 38

PA
relevante para o desenvolvimento desse animal até a semanas em média, por que, clinicamente, são consi-
fase adulta. Nomeie esse processo e aponte a razão de

NA
deradas 40 semanas?
sua importância.

4A
5. (UEG) Os vertebrados constituem o maior e mais
2. (PUC-RJ) O desenvolvimento embrionário pode ser complexo grupo de espécies dentre os cordados, sendo
30
usado para organizar os filos animais de acordo com as encontrado em todos os habitats. Uma das característi-
70

diferentes sequências de estágios e graus de complexi- cas desse grupo é a presença de membranas chamadas
35

dade corporal gerados. de anexos embrionários. Essas estruturas contribuíram


53

Descreva as fases iniciais do desenvolvimento embri- para a adaptação dos vertebrados ao ambiente terres-
03

onário dos animais e diferencie animais diploblásticos tre? Justifique sua resposta.
de triploblásticos, protostômios de deuterostômios e
JO

celomados de acelomados e pseudocelomados. TEXTO PARA A PRÓXIMA QUESTÃO.


AU

“Cientistas buscam remédios no mar” é o título de uma


AR

TEXTO PARA A PRÓXIMA QUESTÃO. reportagem (O Estado de S. Paulo, 02/05/2005, p. A16)


sobre pesquisas que identificaram moléculas com ativ-
S

idade farmacológica presentes em animais marinhos,


PE

como esponjas e ascídias, contra agentes patogênicos


LO

causadores de tuberculose, leishmaniose e candidíase.


Os agentes patogênicos causadores das doenças cit-
A

adas na reportagem são, respectivamente, bactérias,


UL

protozoários e fungos.
PA

6. (UNICAMP) Notícias sobre animais marinhos estão


NA

sempre em destaque na imprensa, como exemplificam


A

a reportagem citada e as notícias listadas a seguir.


04

I. Uma lula gigante foi capturada em Macaé (RJ) e leva-


3

da para Niterói. A lula pesa 130 quilos e mede aproxi-


70

madamente 4 metros. (em www.estadao.com.br/vidae/


35

not_vid71173,0.htm, 26/10/2007.)
53

II. A presença de uma medusa mortal levou à inter-


03

3. (UNB) Considerando a figura acima, que ilustra o rupção das filmagens de um longa-metragem na Aus-
trália. (em www1.folha.uol.com.br/folha/ilustrada/ul-
O

mecanismo de funcionamento de um coração, julgue os


J

itens a seguir. t90u69858.shtml, 30/03/2007.)


AU

a) Os 4% de sangue que saem do átrio direito para o III. Cientistas do Museu Victoria, na Austrália, divulgaram
AR

ventrículo possuem maior concentração de O2 que os hoje imagens da menor estrela-do-mar do mundo, que
10% que saem do átrio esquerdo. mede menos de 5mm. (em noticias.terra.com.br/ciencia/
S
PE

b) Um animal cujo coração é semelhante ao ilustrado na interna/0OI2039629-EI8145,00.html, 01/11/2007.)


figura pertence a uma classe do domínio Eukaria cujos
LO

a) Agrupe os filos aos quais pertencem os animais ci-


representantes ocupam, durante a fase larval, ambientes tados (esponjas, ascídias, lulas, medusas e estrelas-do-
LA

aquáticos dulcícolas e, em geral, respiram por brânquias. -mar), de acordo com a presença de tecidos verdadeiros
U
PA

271
A
AN
L
A
UL
PA
e o número de folhetos germinativos. Caracterize cada 12. (UNICAMP) O uso das células tronco embrionárias

NA
grupo formado segundo o critério indicado. tem levantado muitas discussões. As células embrioná-

4A
b) A diferenciação dos folhetos germinativos no de- rias, geradas nos primeiros dias após a fecundação do
senvolvimento embrionário permite a formação de oócito pelo espermatozoide, não estão diferenciadas e

30
uma cavidade do corpo, o celoma. Que folheto germi- podem se transformar em qualquer célula do organis-

70
nativo está diretamente relacionado com a formação mo. A célula-tronco prototípica é o zigoto.

35
do celoma? Dê uma vantagem que a formação do (ADAPTADO DE “ISTO É”, 20 DE OUTUBRO DE 2004.)

53
celoma trouxe para os animais.
a) Após a formação do zigoto, quais são as etapas do

03
7. (UNESP) A Falsa Tartaruga suspirou profundamente desenvolvimento até a formação da notocorda e tubo
nervoso nos embriões?

JO
e enxugou os olhos com o dorso de uma patinha. Ela
olhou para Alice e tentou falar, mas, durante um ou dois b) Em que fase do desenvolvimento embrionário as cé-

AU
minutos, soluços impediram-na de dizer qualquer coisa. lulas iniciam o processo de diferenciação?

AR
c) O desenvolvimento embrionário é uma das formas de di-
(“ALICE NO PAÍS DAS MARAVILHAS”, LEWIS CARROLL.)
vidir os filos em dois grandes grupos. Dê duas diferenças no

S
Suspeita-se que o autor criou tal personagem observan- desenvolvimento dos protostomados e deuterostomados, e

PE
do tartarugas marinhas que derramam “lágrimas” ao indique em qual desses grupos os humanos estão incluídos.

LO
desovar nas praias. A que correspondem as “lágrimas”
das tartarugas marinhas e por que essas tartarugas 13. (UFPA) Os tecidos - grupos de células de mesma ori-

A
“choram”? gem e semelhantes entre si em estrutura e função - são

UL
originados nos seres humanos a partir dos três folhetos

PA
8. (UFRJ) No processo evolutivo, centenas de espécies embrionários. Cite três tipos de tecidos humanos com
podem ser criadas em um tempo relativamente curto. suas respectivas funções.

NA
Esse fenômeno é conhecido como radiação adaptativa.

4A
No grupo dos répteis, ocorreu uma grande radiação 14. (UFSCAR) Os répteis possivelmente surgiram no fi-
adaptativa após o aparecimento da fecundação interna nal do período Carbonífero, a partir de um grupo de an-
30
e do ovo amniótico; muitas espécies desse grupo surgi- fíbios, e tiveram grande diversificação na era Mesozoi-
70

ram e ocuparam o habitat terrestre. ca. Com o surgimento da fecundação interna e do ovo
35

Explique por que o ovo amniótico facilitou a ocorrência adaptado ao ambiente terrestre, os répteis superaram
53

dessa radiação adaptativa. a dependência da água para a reprodução.


03

a) Por que a fecundação interna e o ovo adaptado ao


9. (UFAL) Os equinodermas são animais marinhos que ambiente terrestre tornaram a reprodução dos répteis
JO

apresentam, em sua maioria, simetria radial. independente da água?


AU

a) Por que a simetria radial dos equinodermas é con- b) Quais adaptações ocorreram nos embriões dos
répteis com relação à alimentação e excreção?
AR

siderada secundária?
b) Compare o esqueleto dos equinodermas com o dos
15. (UFG) Várias aves apresentam dispersão, que é uma
S

artrópodes, quanto à localização e à composição.


PE

forma de deslocamento dependente de fatores como


barreiras geográficas.
LO

10. (UFU) Existe(m) diferença(s) de origem embriológica


(folhetos embrionários) entre as glândulas sebáceas, a a) Os pinguins, que nadam desde o sul da Argentina até o li-
A

pleura e o epitélio da bexiga urinária? toral do Rio de Janeiro, não apresentam dispersão. Explique.
UL

Justifique sua resposta. b) Explique duas adaptações das aves para o voo que
PA

tenham relação com o peso corporal.


11. (UNICAMP) Recentemente pesquisadores brasileiros
NA

conseguiram produzir a primeira linhagem de células- 16. (UFMG) O caramujo africano (Achatina fulica),
A

-tronco a partir de embrião humano. As células-tronco mostrado na figura abaixo, foi introduzido no Brasil,
04

foram obtidas de um embrião em fase de blástula, de ilegalmente, na década de 1980, com o intuito de se ex-
3

onde foram obtidas as células que posteriormente foram plorar comercialmente essa espécie como iguaria gas-
70

colocadas em meio de cultura para se multiplicarem. tronômica. De lá para cá, o Achatina fulica espalhou-se
35

por vários estados brasileiros, mas não como uma alter-


a) As células-tronco embrionárias podem solucionar pro-
53

nativa econômica, pois seu gosto não foi tão apreciado


blemas de saúde atualmente incuráveis. Quais caracte- como o escargot verdadeiro (Helix aspersa).
03

rísticas dessas células-tronco permitem que os pesquisa-


dores possam utilizá-las no futuro para este fim?
J O

b) Blástula é uma etapa do desenvolvimento embrio-


AU

nário de todos os animais. Identifique entre as figuras


AR

a seguir qual delas corresponde à fase de blástula e


indique uma característica que a diferencia da fase an-
S

terior e da posterior do desenvolvimento embrionário.


PE
LO
LA
U
PA

272
A
AN
L
A
UL
PA
1. EXPLIQUE por que uma espécie exótica como essa

NA
pôde se tornar rapidamente uma praga em diversos

4A
ecossistemas brasileiros.
2. CITE duas consequências da introdução de espécies

30
exóticas num ecossistema.

70
3. Um hábito popular para matar lesmas e caramujos

35
consiste em jogar sal de cozinha sobre seus corpos.

53
a) EXPLIQUE o processo pelo qual, nesse caso, o sal

03
leva à morte.

JO
b) Apesar de popular, o extermínio de lesmas e cara-

AU
mujos por adição de sal não é uma prática recomen-
dada para uso em hortas e jardins.

AR
JUSTIFIQUE essa afirmativa.

S
PE
17. (Unicamp) As figuras A e B representam o útero de

LO
duas mulheres grávidas de gêmeos.

A
a) Diferencie os tipos de gêmeos representados nas

UL
figuras A e B e explique como são originados.

PA
b) Que sexo os fetos podem apresentar em cada um
dos úteros?

NA
c) O cordão umbilical liga o feto à placenta. Quais são

4A
as funções gerais da placenta?
30
70
35
53
03
JO
AU
AR

18. (UFC) Cite duas características dos anfioxos, perten-


centes ao táxon Cephalochordata, que são utilizadas
S
PE

para embasar as relações filogenéticas com os verteb-


rados. Em que se baseia a denominação do táxon? Diga
LO

em qual etapa do desenvolvimento embrionário é recon-


A

hecida a característica que denomina o táxon e descreva


UL

como esta característica se origina embriologicamente.


PA

19. (UFU) De todos os grupos de vertebrados, as aves


NA

possuem o maior número de adaptações para que pos-


sam realizar o voo. Cite as adaptações que são encon-
A

tradas nos sistemas:


04
3

a) dérmico.
70

b) esquelético.
35

c) respiratório.
53

d) excretório.
03
J O
AU
AR
S
PE
LO
LA
U
PA

273
A
AN
AN
A
PA
ULA
LO
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S
AR
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03
53
35
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304
ANA
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A
LO
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S
AR
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03
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35
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4A
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UL
A
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S
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4A
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A
L
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A
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ULA
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S
AR
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03
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304
ANA
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LO
PE
S
AR
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70
30
4A
NA
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UL
A
LO
PE
S
AR
AU
JO
03
53
35
BIOLOGIA 3

70
30
4A
NA
PA
UL
A
L
L
A
UL
PA
NA
MEIOSE E VARIABILIDADE GENÉTICA

4A
30
70
35
53
MEIOSE: CARACTERIZAÇÃO dos cromossomos, seriam portadores de duas combinações

03
gênicas: A e B ou a e b. Com a ocorrência de crossing-over,
E IMPORTÂNCIA fenômeno que acontece com os cromossomos já duplicados,

JO
formam-se quatro combinações gênicas: AB, Ab, aB e ab.

AU
A meiose é o tipo de divisão celular em que uma célula

AR
diploide (2n), depois de duplicar os cromossomos, sofre
duas divisões sucessivas, produzindo quatro células-filhas
Fases do processo meiótico

S
PE
haploides (n) totalmente diferentes geneticamente. As- Em vertebrados, a meiose ocorre apenas em células diploides

LO
sim, a meiose é responsável por aumentar a variabilidade das linhagens germinativas localizadas nas gônadas (testículos
genética das populações. e ovários) e é constituída por duas divisões celulares: meiose I

A
UL
e meiose II. Antes do início da meiose I, as células passam por
um processo semelhante ao que ocorre durante a interfase das

PA
células somáticas. Elas passam pela interfase G1, que se carac-

NA
Interfase teriza principalmente pelo processo de síntese proteica; em se-

4A
guida, ocorre a fase S, ou seja, a duplicação do material genéti-
30
co; por fim, ocorre a fase G2, em que também ocorre síntese de
Meiose
70

proteína, porém em menor escala. A primeira divisão meiótica


35

(meiose I) é denominada reducional, pois reduz o número de


53

cromossomos de uma célula diploide (2n) e forma duas células


03

haploide (n) (separação dos cromossomos homólogos). A se-


gunda divisão (meiose II) é denominada equacional, pois forma
JO

mais duas células-filhas com o mesmo número haploide de cro-


AU

mossomos (separação das cromátides-irmãs).


AR

FORMAÇÃO DE CÉLULAS HAPLOIDES (N)


Meiose: visão geral
S
PE

Organismo
2n
LO

Mitose
A
UL

Meiose
PA

Zigoto 2n
NA

Óvulo n
A

Espermatozoide n
04

CONSTÂNCIA CROMOSSÔMICA
3
70

A recombinação gênica é um evento exclusivo da meiose


35

e também aumenta a variabilidade genética das populações.


A MEIOSE E A DIVERSIDADE
53

É caracterizada pelo crossing-over ou permutação, que


03

consiste na troca de partes entre cromátides não irmãs de cro-


mossomos homólogos, contribuindo para que haja novas com- GENÉTICA
OJ

binações gênicas e aumentando a variabilidade das espécies.


AU

Na meiose, as células produzidas na divisão I são genetica-


Observe a seguir de que maneira o crossing-over origina novas mente diferentes por duas razões. A primeira é a ocorrên-
AR

combinações gênicas ou recombinações. Suponha a existência cia de crossing-over, que produz cromossomos com novas
S

de um organismo heterozigoto para os genes A e B; em um dos combinações gênicas. A segunda é a disjunção, totalmente
PE

cromossomos homólogos estão os alelos dominantes (A e B), ao acaso, dos homólogos para as células-filhas. Exemplifi-
LO

e no outro homólogo estão os alelos recessivos (a e b). Se não cando: no núcleo diploide, existem dois pares de cromosso-
houvesse crossing-over, os gametas, que recebem apenas um
LA

mo designados por 1 e 2. Para a célula-filha, existem várias


U
PA

276
A
AN
L
A
UL
PA
possibilidades. Assim, ela pode receber o cromossomo 1
Importância biológica

NA
materno e o 2 paterno, ou o 1 paterno e o 2 materno, ou,

4A
então, ambos maternos ou ambos paternos. ƒ A meiose permite que o número de cromossomos pa-
drão de cada espécie permaneça o mesmo, isto é, cons-

30
Meiose: divisão reducional (R!)

70
tante ao longo das gerações.

35
ƒ A meiose garante, por meio da disjunção (separação)

53
ao acaso dos cromossomos homólogos e do crossin-

03
g-over, a formação de 4 células-filhas haploides total-

JO
mente diferentes entre si.

AU
ƒ As espécies que sofrem meiose em seu ciclo de vida

AR
apresentarão grande variabilidade genética em suas
Etapas da meiose populações, sejam animais que formam gametas ou

S
MEIOSE 1 2N = 4

PE
vegetais que formam esporos.

LO
A
UL
PA
Interfase
INTERFASE Prófase
PRÓFASE I I Metáfase
METÁFASE I I Anáfase
ANÁFASE I
MEIOSE 2 2N = 4

NA
4A
30
70

Telófase
TELÓFASE II Metáfase
METÁFASE IIII Anáfase
ANÁFASE II II Telófase
TELÓFASE II II
35
53
03
JO

COMPARAÇÃO ENTRE MITOSE E MEIOSE


AU

Mitose (E!) Meiose (R!)


AR

Ocorre em células somáticas e promove Ocorre em células germinativas e promove a formação


S
PE

crescimento e regeneração. de gametas em animais e esporos em vegetais.


Células (n) ou (2n) podem sofrer mitose e originam Apenas células (2n) podem sofrer meiose e originam
LO

duas células idênticas geneticamente. 4 células totalmente diferentes geneticamente.


A
UL

Uma duplicação cromossômica para uma divisão celular. Uma duplicação cromossômica para duas divisões celulares.
PA

Células-filhas com o mesmo número de cromossomos Células-filhas com a metade do número de cromossomos
da célula-mãe (divisão equacional). da célula-mãe (divisão reducional).
NA

Não há crossing-over. Há crossing-over.


A

Não promove variabilidade genética. Promove grande variabilidade genética.


04

Não há separação dos cromossomos homólogos, Há separação dos cromossomos homólogos na divisão I
3
70

apenas de cromátides-irmãs. e de cromátides-irmãs na divisão II.


35

Não há pareamento de cromossomos homólogos. Há pareamento de cromossomos homólogos.


53
03
J O
AU
AR
S
PE
LO
LA
U
PA

277
A
AN
L
A
UL
PA
NA
GAMETOGÊNESE

4A
30
70
SISTEMA GENITAL MASCULINO

35
53
03
Anatomia

JO
AU
AR
S
PE
LO
A
UL
PA
NA
4A
30
70
35
53

ANATOMIA INTERNA DO SISTEMA GENITAL MASCULINO


03

SISTEMA GENITAL FEMININO


JO
AU

Anatomia
AR
S
PE
LO
A
UL
PA
A NA
304
70
35
53
03

ANATOMIA INTERNA E EXTERNA DO SISTEMA GENITAL FEMININO


JO

GAMETOGÊNESE
AU
AR

Gametogênese é o fenômeno de produção dos gametas. Nos animais, esse processo ocorre nas gônadas, órgãos que também
S

sintetizam os hormônios sexuais e originam o desenvolvimento de características sexuais secundários, que diferenciam os ma-
PE

chos das fêmeas.


LO

A gametogênese feminina (ovulogênese ou ovogênese) e a gametogênese masculina (ou espermatogênese) possuem etapas se-
LA

melhantes.
U
PA

278
A
AN
L
A
UL
PA
Espermatogênese

NA
}
Célula germinativa 2n

4A
geminativo
Mitose

Período

30
Espermatogônias 2n 2n

70
Mitose
2n 2n 2n 2n
Espermatogônias

35
Crescimento

crescimento
Período de
sem divisão

53
celular
Espermatócito I 2n

03
ESQUEMA DO TESTÍCULO
Meiose I

JO
Período de
Espermatócito II

maturação
OVOGÊNESE
n n

Meiose II

AU
n n n n
Espermátides

AR
diferenciação
Espermatozoides
n n n n
} Período de
O processo de formação do óvulo é dividido em 3 etapas: pe-
ríodo germinativo, período de crescimento e período de ma-

S
PE
Ovogênese turação.

LO
ƒ Período Germinativo – Ovogônias (2n), as células ger-

}
Célula germinativa 2n

Mitose
minativas, dividem-se por mitose originando outras ovogô-

A
geminativo

UL
Ovogônias 2n 2n
nias (2n). Esse processo termina próximo ao nascimento
Período

Mitose

PA
nas fêmeas de mamíferos.
Ovogônias 2n 2n 2n 2n
ƒ Período de Crescimento – Nesse período não ocorre

NA
Crescimento
sem divisão

} mitose, param as divisões celulares, ocorre aqui o cresci-


crescimento
Período de

celular

4A
Ovócito I 2n mento em volume da ovogônia (2n), que passa a ser cha-
30
Meiose I mada de ovócitos I, ou ovócitos primários ou de primeira

}
Glóbulo polar
70

Ovócito II n n ordem.
Período de
maturação

35

Meiose II
ƒ Período de Maturação – Cada ovócito I (2n) agora so-
53

Óvulo n n n n
fre divisão meiótica. A meiose I resulta em duas células de
03

Glóbulos polares
tamanhos diferentes, uma maior chamada de ovócito II (n),

ESPERMATOGÊNESE
JO

ou ovócito secundário ou de segunda ordem, a qual tem


praticamente com todo o citoplasma do ovócito I, e outra
AU

A espermatogênese inicia-se na puberdade e ocorre ao longo muito pequena chamada de primeiro corpúsculo polar ou
AR

de toda vida do homem. glóbulo polar (n). Na meiose II, o ovócito II dá origem a uma
S

célula maior, o óvulo (n), e outra célula menor, o segundo


PE

O processo de formação do espermatozoide é dividido em 4


glóbulo ou corpúsculo polar (n). O primeiro glóbulo polar
etapas: período germinativo, período de crescimento, período
LO

pode dividir-se, resultando em dois corpúsculos polares.


de maturação e período de diferenciação.
A

ƒ Período germinativo – As células germinativas masculi-


UL

nas diploides, as espermatogônias, dividem-se ativamente


Principais diferenças entre
PA

por mitose, originando outras espermatogônias também espermatogênese e ovogênese


NA

diploides. Nos machos de mamíferos, esse período pode 1. O período germinativo é mais longo na espermatogênese
A

acontecer durante toda a vida do indivíduo. do que na ovogênese.


04

ƒ Período de crescimento – Nesse período cessam as di- 2. O período de crescimento é mais demorado na ovogênese.
3
70

visões celulares e não ocorre mitose. Ocorre o crescimento


3. A quantidade de gametas finais produzidos é diferente. No
35

em volume da espermatogônia (2n), que passa a ser cha-


período de maturação, cada espermatócito I dá origem a
53

mada de espermatócito I (2n) ou espermatócito primário


quatro espermatozoides, enquanto cada ovócito I produz
03

ou de primeira ordem.
apenas um óvulo.
ƒ Período de maturação – Cada espermatócito I (2n) sofre
JO

divisão meiótica. Depois da meiose I, as duas células resul- 4. Na ovogênese, não existe o período de diferenciação.
AU

tantes dessa divisão celular são denominadas espermató-


FECUNDAÇÃO
AR

citos II (n) ou espermatócito secundário ou de segunda or-


S

dem. Cada espermatócito II, depois do processo de meiose


PE

II, dá origem a duas células denominadas espermátides (n). Para a formação de um novo indivíduo, os gametas fun-
LO

dem-se aos pares, um masculino e outro feminino, cujos pa-


ƒ Período de diferenciação – As espermátides (n) sofrem mar- péis são diferentes na formação do descendente. Essa fusão
LA

cante diferenciação e são transformadas em espermatozoides. é a fecundação ou fertilização.


U
PA

279
A
AN
L
A
UL
PA
NA
HISTOLOGIA

4A
30
70
35
53
O corpo de um organismo multicelular é composto por dis- ƒ Zona de oclusão

03
tintos tipos de células, especializadas em funções diferentes.
ƒ Zônulas de adesão

JO
A histologia é a ciência que estuda os tecidos biológicos: ori-
gem, característica, tipo de célula e funcionamento. ƒ Desmossomos

AU
ƒ Hemidesmossomos

AR
Tipos básicos de ƒ Junções gap ou comunicantes

S
tecido e suas funções

PE
ƒ Interdigitações: aumento da superfície de contato

LO
Os animais vertebrados possuem 4 tipos básicos de teci-

A
dos: muscular, nervoso, conjuntivo e o epitelial. Classificação de epitélios

UL
ƒ Epitélio – é o revestimento superficial externo do cor-

PA
po (faz parte da pele), dos órgãos e das cavidades cor-

NA
porais internas. Também possui o papel secretor.

4A
ƒ Conjuntivo – composto por vários tipos células e Simples pavimentoso
30 Simples cúbico
por farta matriz extracelular, secretada pelas próprias
70

células desse tecido. A função do tecido é sustentar,


35

preencher e transportar as substâncias.


53

ƒ Muscular –as células desse tecido são multinuclea-


03

das, alongadas e com características contráteis. Estratificado


JO

Estratificado
ƒ Nervoso –as células desse tecido exibem longos pro- cúbico
AU

longamentos citoplasmáticos e realizam a função de


AR

receber, gerar, codificar e transmitir impulsos nervosos.


S
PE

TECIDO EPITELIAL
LO

Simples colunar
A

Reveste a superfície externa e as cavidades internas corpo-


UL

rais dos animais. Realiza distintas funções no organismo: li-


PA

bera substâncias úteis (glândulas), absorve íons e moléculas


NA

(epitélio intestinal), proteção e percepção de estímulos (pele). Epitélio de


transição
A

As células dos tecidos epiteliais ou epitélios são justapostas Pseudoestratificado


04

e conectadas por pequena quantidade de substância ex- DIFERENTES MORFOLOGIAS DAS CÉLULAS EPITELIAIS
3
70

tracelular. As células possuem uma grande aderência entre Os epitélios podem ser classificados em relação ao número
35

si, devido às junções intracelulares. de camadas celulares e formato das células.


53

Os epitélios não sangram se feridos, porque não são vascu-


03

larizados. As células são nutridas por difusão que ocorre a Classificação dos epitélios quanto
O

partir dos capilares presentes no tecido conjuntivo próximo ao número de camadas celulares
J
AU

ao epitélio.
ƒ Epitélios simples ou uniestratificados
AR

Especialização das ƒ Epitélios estratificados


S
PE

células epiteliais ƒ Epitélios pseudoestratificados


LO

O que mantém a união das células dos tecidos epiteliais


LA

são junções celulares.


U
PA

280
A
AN
L
A
UL
PA
Classificação dos epitélios quanto à forma ƒ Glândulas exócrinas – lançam seus produtos através

NA
de duto para uma cavidade interna. Exs.: lacrimais, su-

4A
ƒ Pavimentoso – Células achatadas como ladrilhos; doríparas, glândulas salivares, mamárias e sebáceas.

30
ƒ Cúbico – Células com forma de cubo; ƒ Glândulas endócrinas – lançam seus produtos di-

70
ƒ Prismático – Células alongadas com forma de coluna. retamente na corrente sanguínea. Exs.: glândulas da

35
tireoide, hipófise e adrenais.

53
Classificação dos ƒ Glândulas mistas – possuem regiões endócrinas e

03
epitélios quanto à função exócrinas. Ex.: pâncreas (porção exócrina secreta en-

JO
Os epitélios podem ser classificados em epitélios de reves- zimas digestivas no intestino; a porção endócrina se-

AU
timento e epitélios glandulares. creta os hormônios insulina e glucagon no sangue).

AR
As glândulas também podem ser classificadas em relação

S
Epitélios de revestimento à forma como eliminam suas secreções.

PE
LO
As funções desse epitélio englobam proteger e revestir as
superfícies externas e internas, secretar diversos produtos, TECIDO CONJUNTIVO

A
UL
absorver substâncias, remover impurezas e pode apresen-
Formado pelos diferentes tipos de células imersas em ma-

PA
tar receptores sensoriais.
terial extracelular (substância amorfa ou matriz), que é

NA
produzido pelas próprias células do tecido. Essa matriz, de
Pele: órgão de contato aspecto transparente e gelatinoso, é constituída, principal-
4A
mente, por água, glicoproteínas e fibras proteicas.
30
Histologia da pele
De acordo com o tipo celular e a proporção relativa entre
70

A pele é um órgão composto de epiderme e derme nos os componentes da matriz extracelular, os tecidos conjunti-
35

mamíferos. vos podem ser classificados em:


53
03

O excesso de queratina mata as células superficiais, os ƒ Tecido conjuntivo propriamente dito: frouxo, denso
quais formam um revestimento resistente ao atrito e im- modelado e denso não modelado;
JO

permeável à perda de água.


AU

ƒ Tecido conjuntivo com propriedades especiais: adipo-


Outras células da epiderme são os melanócitos, que pro-
AR

so e sanguíneo;
duzem melanina (pigmento marrom-escuro) que protege a
ƒ Tecido conjuntivo de consistência rígida: cartilagino-
S

pele contra a ação dos raios ultravioletas.


PE

so e ósseo.
LO

Sensores da pele
Tecido conjuntivo frouxo
A
UL

Diferentes tipos de estruturas sensoriais conferem à pele


PA

a função de relacionamento com o meio ambiente. Dis- Preenche espaços vazios. Também age, de certo modo,
tribuídas por toda a pele, há terminações nervosas livres, como barreira contra a entrada de elementos estranhos
NA

responsáveis pela captação de estímulos ambientais. nos tecidos. O tecido conjuntivo frouxo possui maior quan-
A

tidade de células quando comparado às fibras.


04

Anexos da pele
3
70

Pelos, que participam do isolamento térmico; glândulas se-


Tipos de fibra
35

báceas, que lubrificam a pele, e glândulas sudoríparas, que Colágenas, elásticas e reticulares são os tipos de fibra que
53

regulam a temperatura corpórea. fazem parte do tecido conjuntivo frouxo.


03
O

Tecido epitelial glandular Tipos de célula


J
AU

As células do tecido epitelial glandular são produtoras de O tecido conjuntivo frouxo é composto por dois fundamen-
AR

substâncias. tais tipos de célula: macrófagos e fibroblastos.


S
PE

De acordo com a forma de secretar substâncias, as glându- As células mesenquimatosas e os plasmócitos são células
também presentes nesse tecido.
LO

las de origem epitelial podem ser classificadas em exócri-


nas, endócrinas ou mistas.
LA
U
PA

281
A
AN
L
A
UL
PA
Tecido conjuntivo denso Glóbulos vermelhos

NA
4A
Nesse tecido predominam os fibroblastos e as fibras colágenas. Chamados de hemácias ou eritrócitos. Células sem núcleo, que
parecem um disco bicôncavo. Possuem uma grande quanti-

30
Esse tecido tem em sua maioria fibras colágenas, quan- dade de hemoglobina (proteína transportadora de oxigênio).

70
do comparado com a quantidade de células presentes. Ele

35
pode ser classificado com relação à organização dessas
Glóbulos brancos

53
fibras em:

03
Denominados de leucócitos, são células do sangue relacio-
ƒ Não modelado – as fibras estão em feixes posiciona-
nadas com a defesa do organismo.

JO
dos em direções diferentes, o que o confere resistência à

AU
tração em várias direções, além de grande elasticidade.
Tecido conjuntivo ósseo

AR
ƒ Modelado – as fibras estão em feixes posicionados
na mesma direção; aqui o movimento de rotação é li- Tem como função sustentar e compor os ossos do esque-

S
PE
mitado, porém existe uma grande resistência à tensão leto dos vertebrados. É um tecido rígido devido à matriz
rica em sais de cálcio, fósforo, magnésio, além de fibras de

LO
em uma certa direção.
colágeno, que aferem certa flexibilidade ao osso.

A
UL
Tecido conjuntivo adiposo Cartilagem articular

OpenStax College
Epífise proximal

PA
No tecido adiposo, a substância intracelular está em menor Metáfise Tecido ósseo esponjoso

NA
quantidade, e as células estão cheias de lipídios, as quais Disco epifisários

4A
Medula vermelha
são chamadas de adipócitos. 30
As células adiposas possuem vacúolo grande e central de
70

gordura, que altera o volume conforme o metabolismo.


35

Cavidade ou canal medular


53

Tecido conjuntivo Diáfise Medula amarela


03

Perióstio

cartilaginoso
JO

Arteria nutricia

Algumas de suas funções são revestir superfícies articula-


AU

res para facilitar movimentos, auxiliando na sustentação,


AR

Metáfise
e é imprescindível para o crescimento dos ossos longos.
S

As cartilagens são avasculares e não possuem nervos. As


PE

Epífise distal
cartilagens estão localizadas em grande parte no sistema Cartilagem articular
LO

respiratório (nariz, traqueia, brônquios, epiglote etc.), al-


gumas partes da laringe, na orelha externa e nos discos
A
UL

cartilaginosos entre as vértebras, que abrandam o cho-


PA

que dos movimentos sobre a coluna vertebral.


NA

Nas cartilagens há dois tipos celulares: os condroblastos,


que secretam as fibras colágenas e a matriz, e os condró-
A
04

citos, que estão alojados em lacunas da cartilagem e pos- osso esponjoso


3

suem uma atividade baixa (são condroblastos “velhos”).


70

osteócitos canal de Havers


perióstio
35

osso compacto
Tecido conjuntivo sanguíneo
53
03

É formado por células (parte figurada), imersas num meio Tipos de células do osso
O

líquido, o plasma (parte amorfa). Osteoblastos são células jovens. Possuem longas projeções
J
AU

citoplasmáticas. Quando secretam a matriz intercelular ao


Plaquetas
AR

seu redor, os osteoblastos permanecem retidos dentro,


As plaquetas ou trombócitos são produzidas por frag- torna-se maduros, transforma-se em osteócito, perdendo
S
PE

mentação dos megacariócitos, células grandes da medula os prolongamentos citoplasmáticos. Há ainda outro tipo
celular nesse tecido, os osteoclastos, que são células prin-
LO

óssea. Possuem substâncias ativas do processo de coagu-


cipalmente ativas na destruição das áreas envelhecidas e
lação do sangue, que inibe a ocorrência de hemorragias.
LA

das áreas lesadas do osso.


U
PA

282
A
AN
L
A
UL
PA
A remodelação e o crescimento normais dependem de: Tipos de fibras musculares

NA
ƒ Fabricação dos hormônios responsáveis pela atividade estriadas esqueléticas

4A
do tecido ósseo.
ƒ Lentas ou vermelhas (tipo 1): Têm mioglobina

30
ƒ Quantidades adequadas de cálcio e fósforo na dieta

70
(proteína que conduz e estoca oxigênio para os tecidos
alimentar.

35
musculares) e mitocôndrias. Altamente resistente à fadi-

53
ƒ Quantidade adequada de vitaminas, como vitamina D, que ga, assim, estão adaptadas a movimentos duradouros e

03
auxilia na deposição de cálcio e fósforo na matriz óssea. lentos. Para sua atividade utilizam a energia proveniente
do processo de respiração celular normalmente.

JO
TECIDO MUSCULAR ƒ Rápidas ou brancas (tipo 2): São fibras mais claras,

AU
pois possuem pouca mioglobina e mitocôndrias. Estão

AR
Fundamental na locomoção, na contração do coração e das adaptadas a movimentos rápidos e potentes. A energia

S
artérias (vasos sanguíneos), dos órgãos do tubo digestório para a atividade dessa fibra vem de processos anaeró-

PE
e outros. Fibras musculares são as células dos tecidos mus- bios, como a fermentação, normalmente.

LO
culares, que são alongadas e têm o nome de miócitos.
Tecido muscular estriado cardíaco

A
UL
Tipos de tecido muscular Apresenta células musculares estriadas com núcleos cen-

PA
Existem três tipos de tecido muscular: estriado esquelético, trais. Esse tecido é encontrado apenas no coração, e possui

NA
estriado cardíaco e liso. uma contração potente, rítmica e involuntária.

4A
O processo de autoestimulação é realizado pelas células
30
Tecido muscular estriado musculares cardíacas (isso ocorre independente de um es-
70

esquelético tímulo do sistema nervoso).


35
53

Recobre completamente o esqueleto e está conectado aos


Tecido muscular liso ou não estriado
03

ossos. É um tecido com contração voluntária. Célula com


vários núcleos periféricos. No citoplasma encontram-se As células musculares lisas não possuem estriação.
JO

as fibras contráteis, miosina (grosso) e actina (fina). Es-


AU

Os miócitos são uninucleados, têm contração lenta e in-


sas proteínas são organizadas de modo que originam as
voluntária. Esse tipo de tecido é encontrado em grande
AR

bandas transversais (claras e escuras), particularidades das


parte do sistema digestório (esôfago, estômago e intesti-
células musculares estriadas esqueléticas e cardíacas.
S

nos), que é responsável pelo peristaltismo nesse sistema.


PE

Sarcolema Mitocôndria Miofilamentos


LO

TECIDO NERVOSO
A
UL

Linha Z Linha Z Os seres vivos interagem com o meio e reagem aos es-
PA

Miofibrilas Banda A
Banda I Banda I
tímulos ambientais. No tecido nervoso praticamente não
NA

Fibra Túbulos T
Retículo Linha Z
Sarcômero
Linha Z
há substância intercelular. Seus fundamentais constituintes
Sarcoplasmático
celulares são os neurônios e as células da glia.
A

Núcleo
Filamento grosso
04

ƒ Neurônios – São células nervosas que recebem, codi-


Filamento delgado
3
70

Troponina
ficam e transmitem estímulos nervosos, permitindo ao
35

Actina Tropomiosina
indivíduo responder a mudanças do meio.
53

ORGANIZAÇÃO DA FIBRA MUSCULAR ƒ Células da glia – Os tipos de glia diferem na forma


03

e função, assim cada tipo tem um papel diferente no


Sarcômero estirado
O

Músculo organismo.
J

estirado
AU

ƒ Os astrócitos alimentam a rede de circuitos nervo-


AR

ATP + Ca2+ + Mg2+ Actina sos e fornecem suporte mecânico.


Miosina
ƒ Os oligodendrócitos fazem função semelhante às
S

Músculo
contraído
PE

células de Schwann: sintetizam bainhas protetoras


LO

sobre os neurônios.
Sarcômero contraído
LA
U
PA

283
A
AN
L
A
UL
PA
ƒ A micróglia é um tipo especializado de macrófago, O estímulo causador do impulso nervoso necessita ser su-

NA
fagocita detritos e restos celulares do sistema nervoso. ficientemente forte, acima de um certo valor, que discrepa

4A
ƒ Células de Schwann são células especiais que envol- entre os tipos de neurônios, para levar à despolarização

30
vem certos tipos de neurônios. Enrolam-se dezenas que modifica o potencial de repouso em potencial de ação.

70
de vezes em torno do axônio e formam uma capa Esse estímulo chamamos de estímulo limiar. Dessa manei-

35
membranosa chamada bainha de mielina. ra, não há variação de intensidade de um impulso nervoso

53
devido ao aumento do estímulo; esse processo obedece à

03
regra do “tudo ou nada”.
Transmissão do

JO
A transmissão do impulso nervoso propaga-se através de
impulso nervoso

AU
uma região denominada sinapse. Não há contato entre as
Os estímulos nervosos propagam-se sempre no mesmo membranas das duas células que se comunicam via sinap-

AR
sentido: são recebidos pelos dendritos, continuam pelo cor- se. Os mediadores químicos, chamados neurotransmisso-

S
po celular, passam pelo axônio, a qual transmite à célula res, são liberados na porção terminal do axônio, através de

PE
seguinte, prosseguindo com a transmissão. vesículas secretoras. Ao cair na fenda sináptica, esses

LO
neurotransmissores geram os impulsos nervosos na célula

A
subsequente.

UL
PA
NA
4A
30
70
35
53
03
JO
AU
AR

RESPIRAÇÃO CELULAR E FERMENTAÇÃO


S
PE
LO
A
UL

A energia obtida pelas células para fazer suas funções Ao receberem elétrons e hidrogênios, NAD, NADP+ e FAD
PA

não deriva diretamente dos compostos orgânicos, mas ficam reduzidos.


através das moléculas “intermediárias” geradas, comu- m
NA

mente com a energia obtida da “quebra” dessas sub- NAD+ (forma oxidada) m NADH (forma reduzida)
A

stâncias orgânicas. NADP+(forma oxidada) m NADPH (forma reduzida)


04

FAD (forma oxidada) m FADH2 (forma reduzida)


3

O ATP armazena energia em duas de suas ligações-fosfato,


70

m
que se desprende assim que uma delas se rompe.
35
53

RESPIRAÇÃO CELULAR
O processo para fabricação de energia é denominado res-
03

piração celular, e gasta O2 e produz CO2.


O

C6H12O6 + 602 o 6CO2 + 6H2O + energia (calor) A respiração celular é basicamente um processo de ex-
J
AU

tração de energia química armazenada em moléculas de


Transportadores de elétrons substâncias orgânicas. Para retirar efetivamente dos nu-
AR

trientes a energia imprescindível à atividade celular, são


S

NAD+, NADP+ e FAD são moléculas complexas que cap- necessários três mecanismos: a glicólise (ocorre no citosol,
PE

turam elétrons e átomos de hidrogênio desprendidos de não precisa de oxigênio - processo anaeróbio), o ciclo de
LO

reações químicas no interior das células, e onde ocorrem a Krebs e a fosforilação oxidativa (ocorrem nas mitocôndrias
produção e degradação de substâncias orgânicas.
LA

e no caso da última usa-se oxigênio).


U
PA

284
A
AN
L
A
UL
PA
Glicólise ATP sintase

NA
4A
Processo anaeróbio em que há modificação gradual da Um gradiente de prótons entra na matriz mitocondrial. Os
molécula de glicose realizada por um conjunto de enzimas, prótons acumulados tendem a voltar para a matriz, cruzando

30
resultando, ao final na produção de duas moléculas de um a enzima ATP sintase, localizada na membrana interna mito-

70
“subproduto”, o ácido pirúvico. O saldo da glicólise é 2 condrial, onde também se encontram as enzimas e proteínas

35
ATP a cada molécula de glicose. que fazem parte da cadeia transportadora de elétrons.

53
03
Ciclo de Krebs ou ciclo FERMENTAÇÃO

JO
do ácido cítrico

AU
É a oxidação incompleta da glicose sem necessidade de

AR
O ácido pirúvico que resulta da glicólise penetra na mitocôn- oxigênio que é feita por alguns seres vivos. Nesse processo
dria, dando início à fase aeróbia da respiração. Depois de denominado de fermentação, a quebra da glicose (glicó-

S
PE
passar por reações enzimáticas, o ácido pirúvico perde CO2 lise) completa-se com a fabricação de apenas dois ATPs.
e hidrogênio, respectivamente, por descarboxilação e desidro-

LO
genação, com consequente redução do NAD+ à NADH. Em Fermentação lática

A
seguida, esse ácido liga-se à coenzima A formando a acetil-

UL
É a oxidação anaeróbica parcial de carboidratos que leva
-coenzima A, ou Acetil-CoA. Esta, por sua vez, combina-se

PA
com o ácido oxalacético e dá origem a uma molécula com seis a produção final de ácido lático e de outras substâncias
orgânicas. É um processo microbiano muito importante

NA
átomos de carbono, o ácido cítrico. Este também passa por
uma série de transformações – descarboxilações e desidroge- usado na fabricação de laticínios, picles, chucrutes e na

4A
nações – até originar o ácido oxalacético, que reinicia o ciclo. conservação de forragens. Porém, é responsável pela dete-
30
rioração de diversos produtos agrícolas.
70

Cadeia respiratória
35
53

Acontece nas cristas mitocondriais. Na glicólise e no ciclo


03

de Krebs ocorrem a liberação de hidrogênios como resul-


tado da progressiva degradação de glicose. Os hidrogênios
JO

foram aceptados por substâncias especiais, o NAD e o FAD, O rendimento em ATP da glicólise sob condições anaeróbi-
AU

e reduzidas a NADH e a FADH2. NADH e FADH2 devem cas – 2 ATP por molécula de glicose – é muito menor que
AR

ligar-se ao oxigênio para que, com a transferência dos hi- o obtido na oxidação completa da glicose sob condições
drogênios, forme-se água. aeróbicas.
S
PE

A ligação dos aceptores com oxigênio não é direta, os


Fermentação alcoólica
LO

hidrogênios em vez de serem entregues diretamente ao


A

oxigênio são transferidos de uma substância para outra, As leveduras usadas em cervejarias, em padarias, pela rea-
UL

para compor uma cadeia que possibilita a liberação gra- lização de fermentação alcoólica, fermentam a glicose em
PA

dativa de energia, usada para a produção de ATP, a partir etanol e CO2. Os fungos (leveduras) empregados na produ-
de ADP e fosfato. Depois que a energia foi utilizada para ção de vinho e pães são anaeróbicos facultativos, isto é, se,
NA

produção de ATP, decorrente de sucessivas oxidações, diz- em ambiente oxigenado, realizam respiração aeróbica, e se
A

se que ocorreu fosforilação oxidativa. em ambiente sem oxigênio, realizam fermentação.


3 04
70
35

FOTOSSÍNTESE E QUIMIOSSÍNTESE
53
03
J O

Os seres autótrofos podem fazer fotossíntese ou quimi- O conjunto de reações da fotossíntese pode ser divid-
AU

ossíntese para produzir matéria orgânica. ido em duas fases: fase fotoquímica (fase clara) e fase
AR

A fotossíntese, nas células eucariontes, ocorre em uma química (fase escura).


S

organela específica chamada de cloroplasto. É um con-


PE

Primeiro vamos caracterizar os sistemas envolvidos nesse


junto de reações químicas, interdependentes, em que o processo para auxiliar na compreensão dos eventos:
LO

gás carbônico, água e energia luminosa reagem gerando


LA

glicose (C6H12O6) e oxigênio.


U
PA

285
A
AN
L
A
UL
PA
ƒ Fotossistemas – uma estrutura que contém pigmentos NADPH (nicotinamida-adenina-dinucleotídeo fosfato- redu-

NA
fotossintetizantes como a clorofila, e carotenoides associa- zido) e o ATP; e também ocorre a fotólise da água. Nessa

4A
dos a proteínas, nos tilacoides. Assim, um fotossistema está etapa a energia luminosa se transforma em energia química.

30
envolvido no processo de absorção da luminosidade e na ƒ Fotólise da água – é a quebra de molécula de água

70
transformação dessa energia luminosa em energia quími- frente à luz, levando à produção de oxigênio (O2), de

35
ca. Existem, basicamente, dois fotossistemas, que foram prótons e de elétrons. É uma das primeiras reações que

53
nomeados de fotossistema I e II. O primeiro absorve luz no ocorrem na fotossíntese.

03
comprimento de onda até 700 nm e transfere elétrons para
o aceptor final NADP+. E o fotossistema II absorve luz no ƒ Transporte de elétrons – a energia luminosa absor-

JO
comprimento de onda até 680 nm e é o responsável pela vida pela clorofila excita-a, fazendo com que os elétrons

AU
fotólise da água (quebra da molécula de água). se afastem do núcleo escapando da molécula clorofila.

AR
ƒ Fotofosforilação cíclica – elétrons perdidos pela
ƒ Citocromos – são aceptores de elétrons da cadeia
clorofila do fotossistema I percorrem cadeia de trans-

S
transportadora. São moléculas coloridas.

PE
portadores, porém voltam para a mesma clorofila de
ƒ Ferrodoxina, quinona e plostocianina – são out-

LO
onde saíram.
ros aceptores de elétrons.

A
Cadeia de

UL
ATP
transporte

Etapas da fotossíntese de elétrons

PA
Elétrons
excitados Energia para
(2 e) produção

NA
Fase clara (fotoquímica) de ATP
Transportador de elétrons

4A
Luz
Essa primeira fase depende da presença da luz, porém inde- 30 CLOROFILA
pende da temperatura. Resumidamente, através de reações
70

químicas são produzidos dois transportadores de energia: o REPRESENTAÇÃO DA FOTOFOSFORILAÇÃO CÍCLICA


35

ƒ Fotofosforilação acíclica – tem a participação dos dois fotossistemas (P700 e P680), da molécula de H2O e o do NADP,
53
03

e assim, ocorre a produção de O2, NADPH e ATP. O fotossistema I recebe elétrons liberados da clorofila do fotossistema
II, que se oxida, porém retorna à forma reduzida ao capturar elétrons provenientes da fotólise da água.
JO

Os elétrons saem da clorofila do sistema (P700) por aceptores de elétrons e a última molécula é o NADP+ que, ao mesmo
AU

tempo, capta íons H+, resultantes da fotólise água, e assim, forma NADPH. Durante esse transporte entre os aceptores
AR

de elétrons, esses liberam energia utilizada para a formação de ATP.


S
PE
LO
A
UL
PA
A NA
304
70
35
53
03
J O
AU
AR
S
PE
LO

REPRESENTAÇÃO DA FOTOFOSFORILAÇÃO ÁCICLICA


LA
U
PA

286
A
AN
L
A
UL
PA
Fase escura (química) O aumento de CO2 eleva a taxa de fotossíntese até que

NA
ocorra saturação das enzimas do ciclo de Calvin.

4A
Essa fase não depende diretamente da luz. Usa-se o ATP
e NADPH oriundos da fase fotoquímica. Aqui acontece a ƒ Temperatura

30
conversão do CO2 em um composto orgânico (glicídio), o Intensidade de fotossíntese

70
que ocorre através de um ciclo de reações, chamado ciclo

35
das pentoses, ou ciclo de Calvin-Benson. Nesse ciclo há

53
etapas importantes catalisadas pela enzima rubisco. A fase

03
escura acontece no estroma do cloroplasto e no citosol de

JO
bactérias fotossintetizantes.

AU
AR
T (ºC)

S
PE
QUIMIOSSÍNTESE

LO
A
É um processo em que a energia utilizada na formação de

UL
compostos orgânicos, a partir de gás carbônico (CO2) e da

PA
água (H2O), provém da oxidação de substâncias inorgâni-
cas. A quimiossíntese é realizada por algumas bactérias e

NA
lhes conferem o nome de bactérias quimiossintetizantes.
4A
Elas podem viver em ambientes sem luz e O2.
30
As moléculas de gliceraldeído-3-fosfato (PGAL) produzidas
70

nesse ciclo são convertidas em glicídio, o principal produ-


Esquema do processo
35

to da fotossíntese. A glicose pode ser oxidada e utilizada


de quimiossíntese
53

como fonte de energia no processo de respiração celular,


03

ou ainda pode ser armazenada na forma de amido ou ser


convertida em celulose, que vai constituir a parede celular. ƒ Primeira etapa
JO

oxidação substâncias inorgânicas o compostos


AU

Fatores que inorgânicos oxidados + energia química


AR

influenciam a fotossíntese
S

ƒ Segunda etapa
PE

ƒ Intensidade luminosa
CO2 + H2O + energia química o substâncias orgânicas
LO

Intensidade de
fotossíntese
A
UL

Fotossíntese
PA
NA

Respiração
celular
A
04

1 2 3 Intensidade
3

luminosa
70

A taxa de fotossíntese aumenta na presença de luz, até a


35

saturação das clorofilas (3).


53
03

ƒ Gás Carbônico
O

Taxa de fotossíntese
J
AU
AR
S
PE
LO
LA

Concentração de CO2
U
PA

287
A
AN
L
A
UL
PA
NA
GENÉTICA: PRIMEIRA LEI DE MENDEL

4A
30
70
35
HERANÇA MONOÍBRIDA NOS VARIAÇÕES DA PRIMEIRA LEI DE

53
MENDEL – INTERAÇÕES

03
ESTUDOS DE MENDEL
ENTRE ALELOS – A DOMINÂNCIA

JO
AU
Quando o indivíduo apresenta dois alelos idênticos, ele é
denominado homozigoto, como no caso dos indivídu-
INCOMPLETA OU PARCIAL

AR
os AA e aa, e quando o indivíduo apresenta apenas uma

S
cópia de cada alelo, é denominado heterozigoto (Aa). Existem outros tipos de interações, como a dominância in-

PE
completa. Neste tipo de interação a característica codificada
Mendel demonstrou que cada característica é determinada

LO
por um alelo não se sobrepõe à característica determinada
por dois fatores,(posteriormente chamados de alelos) e que
por outro alelo. Assim, o que observamos é o surgimento de

A
durante a formação dos gametas esses fatores se segregam

UL
uma característica intermediária na prole. Abaixo, o exemplo é
(separam-se), ou seja, cada gameta possui apenas um fa-

PA
a Mirabilis jalapa, conhecido popularmente como maravilha:
tor. Com isso a primeira lei de Mendel também é conhecida

NA
como lei da segregação dos fatores.. P

Genética - o Mendelismo 4A Vermelha (VV) Branca (BB)


30
e o vocabulário atual
70

F1
35

Rosa (VB)

Fenótipo
53
03

F2
É a característica expressa no organismo, que é re-
JO

sultante da interação do genótipo e do ambiente


AU

(FENÓTIPO = GENÓTIPO + AMBIENTE). O fenótipo pode ser: Vermelha Rosa Rosa Branca
(VV) (VB) (VB) (BB)
AR

ƒ Dominante: O alelo dominante é aquele que se ex-


{
1 : 2 : 1
pressa mesmo na presença de outro alelo diferente.
S

Maravilha: caso de herança sem dominância


PE

O indivíduo pode apresentar genótipo heterozigoto e/


ou homozigoto. Observação: nem sempre o fenótipo
LO

dominante é o mais apto ao meio. INTERAÇÕES ENTRE ALELOS –


A
UL

ƒ Recessivo: o alelo que só se expressa em dose dup-


A CODOMINÂNCIA
PA

la, ou seja, em homozigose. Dessa maneira, exibe um


único genótipo. Outro tipo de interação é a Codominância, é o caso de do-
NA

minância completa, mas diferentemente dos casos estuda-


A

Cruzamento - Teste dos por Mendel, existe mais de um alelo dominante. Assim,
04

quando ambos os alelos estão presentes em um mesmo


3

É usado para descobrir se um indivíduo com fenótipo domi-


70

indivíduo, esse, por sua vez, expressa as características de


nante é homozigoto ou heterozigoto. O cruzamento-teste é
35

ambos os alelos. Principal exemplo de codominância em


um cruzamento entre um indivíduo dominante, que se deseja
53

humanos é o sistema sanguíneo ABO, em que os alelos A e


saber o genótipo, e um indivíduo recessivo. Através da análise
03

B são dominantes e o alelo O é recessivo.


da proporção da prole pode se determinar o genótipo.
O

A_ x aa
INTERAÇÕES ENTRE ALELOS –
J
AU

Obtendo-se 100% de indivíduos dominantes, o testado é,


AR

com certeza, homozigoto - AA. A LETALIDADE


S

Obtendo-se 50% de dominantes e 50% de recessivos, en-


Em algumas situações a combinação entre alelos pode ge-
PE

tão o testado é heterozigoto - Aa.


rar indivíduos inviáveis. Normalmente esta condição é
LO

Quando é utilizado o genitor recessivo para o teste, o pro- condicionada pela homozigose de um determinado alelo,
LA

cesso é chamado retrocruzamento ou back-cross. assim denominamos esse de alelo letal.


U
PA

288
A
AN
L
A
UL
PA
ANALISANDO HEREDOGRAMAS

NA
4A
30
70
35
53
03
JO
AU
AR
S
PE
LO
A
UL
PA
NA
4A
30
70
35
53

HEREFOGRAMA REPRESENTADO A HERANÇA DE UM CARÁTER AUTOSSÔMICO DOMINANTE


03
JO
AU
AR
S
PE
LO
A
UL
PA
A NA
04

HEREFOGRAMA REPRESENTADO UM CARÁTER AUTOSSÔMICO RECESSIVO.


3
70
35
53
03
OJ
AU
AR
S
PE
LO
LA
U
PA

289
A
AN
L
A
UL
PA
PROBABILIDADE ƒ Acondroplasia – é determinada por um alelo domi-

NA
nante. Pessoas com essa anomalia têm uma diminuição

4A
O estudo da genética admite calcular a probabilidade de no crescimento ósseo, o que resulta em fenótipo anão;

30
ocorrência de eventos nas gerações futuras. ƒ Polidactilia – também devido a um gene dominante,

70
É possível determinar probabilidade (P) como sendo o re- os portadores têm um dedo extra (seis dedos), um

35
sultado da divisão do número de vezes em que um evento fenótipo raro;

53
esperado pode acontecer (r) pelo número total de resulta-

03
dos possíveis (n):

JO
U
3

AU
Q

AR
S
A PRIMEIRA LEI DE

PE
POLIDACTILIA

LO
MENDEL E A GENÉTICA HUMANA ƒ Braquidactilia – devido a um alelo dominante raro,

A
UL
Algumas anomalias humanas são de natureza genética, consiste em dedos curtos;

PA
como, por exemplo: ƒ Doença de huntington – também causada por

NA
ƒ Fenilcetonúria (PKU) – indivíduos homozigotos re- um alelo dominante, leva a degeneração do sistema
nervoso, o que leva a perda de memória e de controle
4A
cessivos não processam o aminoácido fenilananina, o
qual se acumula no indivíduo e transforma-se em ácido dos movimentos do corpo, podendo ocasionar à morte.
30
fenilpirúvico. Esse ácido interfere no desenvolvimento Manifesta-se por volta dos 40 anos.
70

harmonioso do cérebro, o que leva ao retardamento


35

mental;
53
03

ƒ Albinismo – os indivíduos recessivos são acometidos


por essa anomalia, os quais não produzem melanina,
JO

pigmento que confere cor à pele humana e animal.


AU
AR
S
PE

EXPRESSÃO GÊNICA E ALELOS MÚLTIPLOS


LO
A
UL
PA

Na maioria dos indivíduos, todas as células do corpo hu-


Controle transcricional
NA

mano têm o mesmo conjunto de cromossomos (“manual


A

de como construir o indivíduo”), que são responsáveis pe- da expressão gênica


04

las características e funcionamento de todo o organismo.


3
70

Mas o que faz com que a célula do cabelo tenham suas


35

características específicas e as células do olho, as delas? A


53

resposta é: expressão gênica diferencial. Apesar de todas


03

as células terem o mesmo conjunto de genes, esses não


estão ativos o tempo todo nem em toda célula.
JO
AU

CONTROLE GÊNICO 1. Acessibilidade do DNA – para ligar os genes é


AR

necessário um estímulo específico, já que normalmente os


S

ƒ Controle espacial genes estão desligados. Os genes podem estar desligados


PE

ƒ Controle temporal de duas maneiras:


LO

ƒ Controle ambiental
LA
U
PA

290
A
AN
L
A
UL
PA
A. O empacotamento
Controle gênico posterior

NA
à transcrição

4A
Cromatina não

30
condensada Depois da transcrição, quando já se formou o RNA men-

70
sageiro, essa molécula pode representar outro ponto da

35
regulação da expressão gênica.

53
A. Splicing do RNA – Antes do RNA mensageiro entrar

03
no ribossomo para ser lido é necessária a retirada desse
material não codificante presente nessa molécula de RNA

JO
Cromatina que, nesse caso, é o íntron.

AU
condensada
B. Silenciamento do mRNA

AR
C. Data de validade dos mRNA

S
PE
Controle gênico na tradução

LO
A
A. Local da tradução: alguns genes apresentam a tradu-

UL
B. Repressores ção restrita em locais específicos do citoplasma.

PA
2. Regulação por outros genes – há genes que B. Modificações que ocorrem durante a tradução

NA
podem aumentar as taxas de transcrição ou podem
diminuir essa taxa, assim podem regular a expressão
dos genes.
ALELOS MÚLTIPLOS
4A
30
Alelos múltiplos ou polialelia ocorre quando existem mais
70

3. Hormônios – são substâncias normalmente produzi- de 2 alelos para um mesmo gene (mesma característica).
35

das longe do seu local de ação, então são liberadas na cor- São clássicos os exemplos de polialelia: da cor da pelagem
53

rente sanguínea para atingir os alvos (podem afetar vários em coelhos (exemplo acima), além da já citada determi-
03

tecidos ao mesmo tempo). nação do sistema ABO em humanos.


JO
AU
AR

SISTEMA ABO
S
PE
LO

DETERMINAÇÃO DOS GRUPOS SANGUÍNEOS - SISTEMA ABO


A
UL
PA
NA

Grupo A B AB O
A
04

Tipos de
3
70

hemácias
35
53
03

Aglutinogênios
O

Nenhum
presentes
J
AU

Aglutinogênio A Aglutinogênio B Aglutinogênio A e B


AR
S

Anticorpos
PE

Nenhum
presentes
LO

Anti-B Anti-A Anti-A & Anti-B


LA

TIPOS SANGUÍNEOS DO SISTEMA ABO. OS AGLUTINOGÊNIOS ESTÃO NA MEMBRANA DAS HEMÁCIAS.


U
PA

291
A
AN
L
A
UL
PA
A herança dos grupos

NA
sanguíneos no sistema ABO

4A
30
Entre os alelos que determinam o tipo sanguíneo ocorrem

70
dois tipos de relação: dominância e codominância. A pro-

35
dução de aglutinogênios A e B é determinada, respectiva-

53
mente, pelos genes IA e IB, enquanto o alelo i, condiciona

03
a não produção de aglutinogênios. Fica claro que se trata

JO
de um caso de alelos múltiplos. Entre os genes IA e IB há

AU
codominância (IA = IB), mas cada um deles domina o gene
i (IA > i e IB > i). Observe a tabela.
FENÓTIPO BOMBAIM

AR
S
Possíveis fenótipos e genótipos do sistema ABO As glicoproteínas A e B, que podem estar presentes na he-

PE
Fenótipos Genótipos mácia dos indivíduos, são produzidas com o auxílio de uma

LO
enzima que transforma uma substância precursora em an-
A IAIA, IA i

A
tígeno H, e depois este virará antígeno A ou B. Indivíduos

UL
B IBIB, IB i com os genótipos HH ou Hh, produzem o antígeno H e,

PA
AB IAIB consequentemente, podem produzir os antígenos A e B. Já
um indivíduo hh não produz antígeno H e não pode produ-

NA
O ii
zir o antígeno A nem o B.
Para descobrir o tipo sanguíneo usa-se um método teste
4A
ƒ Genótipo do indivíduo: HH ou Hh e IAIA OU IAi (tipo A).
30
de amostras de sangue com aglutininas anti-A e anti-B.
70

Observe na ilustração: ƒ Genótipo do indivíduo: hh e IAIA OU IAi (falso tipo O).


35

Grupo O A relação acima vale pra os demais tipos sanguíneos (B, AB


53

e o próprio O).
03

Esse é o fenótipo Bombaim, descoberto na cidade de mesmo


JO

nome. Para descobrir o fenótipo do falso, basta pingar uma


AU

Soro anti-B Soro anti-A gota de seu sangue em uma lâmina e colocar o anticorpo
AR

anti-H. Se ocorrer aglutinação, o indivíduo possui o antígeno


S

H e é um “sangue verdadeiro”. Se não ocorrer aglutinação,


PE

Grupo A não existe o antígeno H; assim, o indivíduo é hh, um falso


LO

O. O fenótipo Bombaim é extremamente raro, pois o gene h


tem uma frequência muito baixa na população.
A
UL
PA

Soro anti-B Soro anti-A


ANA

Grupo B
304
70
35
53

Soro anti-B Soro anti-A


03
O

Grupo AB
J
AU
AR
S
PE

Soro anti-B Soro anti-A


LO

Em transfusões sanguíneas, é de suma importância obser-


LA

var as características particulares de cada tipo sanguíneo.


U
PA

292
A
AN
L
A
UL
PA
U.T.I. - Sala Os resultados obtidos estão representados no gráfico.

NA
4A
30
1. (UFG) Para manterem-se vivos e desempenharem as
funções biológicas, os organismos necessitam de ener-

70
gia presente, principalmente, nos carboidratos e lipí-

35
dios dos alimentos. Dentre os carboidratos, a glicose é

53
a principal fonte de energia para a maioria das células e

03
dos tecidos. Apesar da dieta cotidiana conter pouca gli-

JO
cose livre, proporções consideráveis desse carboidrato
são disponibilizadas a partir da ingestão de amido, um

AU
polissacarídeo presente nos alimentos.

AR
Com relação a esses carboidratos, descreva:

S
Explique o aumento da concentração de lactato sanguí-

PE
a) o processo de digestão do amido ao longo do sis- neo observado e justifique a importância de sua pro-
tema digestório humano;

LO
dução para que as reações químicas da glicólise não
b) o metabolismo da glicose no interior das células sejam interrompidas.

A
até a formação de CO2, H2O e ATP.

UL
6. (UFTM) Considere uma célula com o genótipo a se-

PA
2. (UFPR) Nas prateleiras de um supermercado pode- guir e suponha que ela entre em divisão meiótica.

NA
mos encontrar vinagre, iogurte, pão, cerveja e vinho.

4A
a) Que processo biológico está associado à produção
de todos esses itens?
30
b) Que grupos de microrganismos são necessários
70

para produção do iogurte e da cerveja?


35

c) Que células do corpo humano realizam processo


53

semelhante? Em que situações?


03
JO

3. (UFPR) Na síndrome de Down, geralmente ocorre


AU

uma trissomia do cromossomo 21, ou seja, a pessoa a) Qual será a composição de alelos nessa célula ao
apresenta três cópias (cromátides) desse cromossomo, final da fase S da interfase? Justifique sua resposta.
AR

ao invés de apenas duas. Na maioria dos casos de sín- b) Suponha que ao final dessa meiose não tenha ocor-
S

drome de Down, a terceira cópia do cromossomo 21 rido crossing-over ou mutação. Qual fenômeno pode-
PE

é originada devido a um erro durante a formação dos ria ocorrer na meiose que promoveria um aumento na
LO

gametas do pai ou da mãe. Que tipo de erro, durante a variabilidade genética dos gametas formados? Expli-
formação dos gametas do pai ou da mãe do portador que esse fenômeno.
A
UL

de síndrome de Down, leva a uma trissomia como essa?

U.T.I. - E.O.
PA

4. (UERJ) Probióticos, como os Lactobacillus e Bifi-


NA

dobacterium, são microrganismos vivos que, quando 1. (UFPR) No heredograma abaixo, os indivíduos afeta-
A

administrados adequadamente, favorecem o sistema dos por uma anomalia genética apresentam-se pinta-
04

imune por sua capacidade, por exemplo, de ativar os dos de preto.


3

macrófagos locais e diminuir as respostas aos antíge-


70

nos dos alimentos, evitando muitas alergias.


35

Apresente duas ações dos macrófagos ativados que po-


53

dem trazer benefícios imunológicos para quem faz uso


03

dos probióticos.
JO
AU

5. (UERJ) A concentração de lactato no sangue de uma


pessoa foi medida em três diferentes momentos:
AR

1) antes do início de um intenso exercício muscular;


S

2) ao final desse exercício;


PE

3) algumas horas após seu final.


LO
LA
U
PA

293
A
AN
L
A
UL
PA
a) Proponha uma hipótese para explicar genetica- a) O aquário foi mantido, por certo tempo, em ambien-

NA
mente essa anomalia, abordando o número de genes te escuro. Nova amostra de água foi retirada (amostra

4A
envolvidos e o tipo de interação alélica e de herança 2) e, ao se adicionar o indicador de pH, a coloração foi
cromossômica (sexual ou autossômica). diferente da observada na amostra 1. Explique o que

30
b) Indique os genótipos dos indivíduos afetados e de provocou a diferença de pH entre as amostras 1 e 2.

70
seus pais. b) A adição excessiva de ração para peixes levou ao

35
aumento da população de decompositores no aquá-

53
indivíduo afetado genótipo pais genótipo rio. Que coloração é esperada ao se adicionar o in-

03
II:1 I:1 dicador de pH a uma amostra de água do aquário
II:3 I:2 (amostra 3)? Justifique sua resposta.

JO
II:5 I:3 6. (UNIFESP) Charles Darwin explicou o mecanismo

AU
III:2 I:4 evolutivo por meio da ação da seleção natural sobre a

AR
III:3 II:8 variabilidade dos organismos, mas não encontrou uma
explicação adequada para a origem dessa variabilida-

S
PE
2. (UNICAMP) Mecanismos de controle de pH são fun- de. Essa questão, no entanto, já havia sido trabalhada
damentais para a vida. Um mecanismo bastante efici- anos antes por Gregor Mendel e, em 2015, comemo-

LO
ente de controle de pH por organismos vivos envolve ram-se os 150 anos da publicação de seus resultados,

A
moléculas doadoras e aceptoras de prótons, que são conhecidos como Leis de Mendel.

UL
ácidos e bases que atuam em conjunto equilibrando al-
a) A que se refere a Segunda Lei de Mendel? Por que ela

PA
terações de pH às quais os organismos estão sujeitos.
explica o surgimento da variabilidade dos organismos?
Que consequências para o processo de respiração celu-
b) Cite e explique um outro processo que também

NA
lar a alteração na estrutura de proteínas envolvidas
com o ciclo de Krebs pode trazer? tenha como resultado a geração de variabilidade no

4A
nível genético.
30
3. (UFG) O heredograma é a representação gráfica das 7. (UFU) O gráfico a seguir apresenta o efeito da lu-
70

relações de parentesco entre os indivíduos de uma minosidade sobre as taxas de respiração e fotossíntese
35

família e das características particulares de seus mem- das plantas I e II. Cada uma delas tem diferentes ne-
bros. Com base na análise da figura, interprete o heredo-
53

cessidades quanto à exposição à luz solar, sendo uma


grama apresentado a seguir, considerando o grau de par- delas umbrófita (planta de sombra) e a outra heliófita
03

entesco, a manifestação genética dos traços hereditários, (planta de sol).


JO

a reprodução e a sobrevivência dos indivíduos.


AU
AR
S
PE
LO
A
UL
PA

4. (UEG) A pele é um órgão importante na manutenção do


NA

metabolismo basal nos mamíferos e apresenta uma com-


plexidade em células especializadas e de diferentes tipos a) Qual é o ponto (A, B ou C) de compensação fótico
A

de tecidos. A respeito do assunto, responda ao que se pede. da planta II? Justifique sua resposta.
04

b) A partir de qual ponto as plantas I e II, respectiv-


3

a) Quais os tecidos constituintes desse órgão? amente, conseguem acumular matéria orgânica que
70

b) Relacione a função das glândulas presentes na pele poderá ser disponibilizada para os níveis tróficos dos
35

enquanto característica adaptativa dos mamíferos ao consumidores? Justifique sua resposta.


53

ambiente terrestre. c) Como as plantas I e II podem ser classificadas,


03

respectivamente, quanto à exposição à luz solar?


5. (FUVEST) A solução de azul de bromotimol atua como Justifique a classificação dada a partir do ponto de
O

indicador de pH. Em meio ácido, sua cor fica amarela e, compensação fótico das plantas.
J
AU

em meio básico, azul. Para valores de pH entre 6 e 7, a


solução fica verde. 8. (UDESC) Em bovinos leiteiros da raça holandesa o
AR

Considere um aquário de água doce, iluminado e mon- padrão da cor da pelagem pode ser preto e branco, ou
vermelho e branco. A herança da cor preta ou vermelha
S

tado com peixes e plantas aquáticas. Retirou-se uma


PE

amostra de água desse aquário (amostra 1) e a ela adi- deste padrão de cor é codificada por um gene que possui
dois alelos: o alelo dominante (D), que codifica a cor pre-
LO

cionou-se solução de azul de bromotimol (indicador de


pH), observando-se a cor verde. ta do padrão preto e branco; e o alelo recessivo (d), que
LA

codifica a cor vermelha do padrão vermelho e branco.


U
PA

294
A
AN
L
A
UL
PA
Um touro de raça holandesa de pelagem preta e branca foi acasalado com três vacas desta mesma raça e produziu:

NA
com a vaca A, que é de pelagem preta e branca, um descendente vermelho e branco; com a vaca B, que é de pelagem

4A
vermelha e branca, um descendente vermelho e branco; e com a vaca C, que também é vermelha e branca, um de-
scendente preto e branco.

30
Cite os genótipos do touro e das vacas A, B e C para esta característica.

70
35
9. (UFPR) As figuras abaixo apresentam esquemas da estrutura da parede de três tipos de vasos sanguíneos encon-

53
trados em mamíferos:

03


JO
AU
AR
S
PE
LO
a) Indique o nome de cada um dos vasos:
b) Relacione, para cada vaso, características da estrutura de sua parede com a sua função.

A
UL
10. (UEG) O heredograma a seguir refere-se a uma família com braquidactilia. Os indivíduos portadores dessa ano-

PA
malia tem os terminais ósseos bem curtos nos dedos em comparação com os de uma mão normal, em decorrência da
manifestação de um alelo.

NA
4A
30
70
35
53
03
JO
AU
AR
S
PE

a) A braquidactilia é ocasionada por um gene dominante ou recessivo?


LO

b) Qual a probabilidade do casal I ter filho normal?


A
UL

11. (Unesp) Tadeu adora iogurte natural, mas considerando o preço do produto industrializado, vendido em copos plás-
ticos no supermercado, resolveu construir uma iogurteira artesanal e produzir seu próprio produto. Para isso, adaptou
PA

um pequeno aquário sem uso, no qual havia um aquecedor com termostato para regular a temperatura da água. Nesse
NA

aquário, agora limpo e com água em nível e temperatura adequados, colocou vários copos nos quais havia leite fresco
misturado à uma colherinha do iogurte industrializado. Passadas algumas horas, obteve, a partir de um único copo de
A

iogurte de supermercado, vários copos de um iogurte fresquinho.


04

Explique o processo biológico que permite ao leite se transformar em iogurte e explique por que Tadeu precisou usar uma
3
70

colherinha de iogurte já pronto e um aquecedor com termostato na produção do iogurte caseiro.


35

12. (UFJF) O casal Marcos e Rosane consulta um médico geneticista. Marcos, 48 anos, é calvo, enquanto que Rosane,
53

46 anos, não é calva. O casal relata que tem uma filha de 20 anos, Maria, que é calva, e Vinícius, 17 anos, que não é
03

calvo.
a) Dê o genótipo do casal.
JO

b) Qual será a probabilidade de o casal ter uma nova criança do sexo masculino e calva?
AU

c) Qual será a probabilidade de o casal ter uma criança do sexo feminino e também calva?
AR
S
PE
LO
LA
U
PA

295
A
AN
L
A
UL
PA
13. (UERJ) Algumas funções metabólicas opostas são realizadas por células eucariotas específicas. Nos compartimen-

NA
tos I, II e III de uma dessas células, ilustrados no esquema a seguir, ocorrem reações que levam tanto à degradação de

4A
glicose, gerando CO2, quanto à síntese desse carboidrato, a partir do CO2.

30
70
35
53
03
JO
AU
AR
S
PE
LO
A
UL
PA
NA
4A
30
70
35

Nomeie os compartimentos celulares I, II e III. Em seguida, identifique o compartimento que mais produz ATP e o que
53

mais consome ATP.


03

14. (UDESC) Para montar um simulador de modelos


JO

16. (UDESC) As complicações cardiovasculares resul-


anatômicos é necessário conhecer a anatomia dos seres tam de fatores genéticos, do envelhecimento que
AU

vivos. O organismo humano é constituído de vários provoca a constrição de vasos sanguíneos (artérias e
sistemas que desempenham funções importantes para
AR

veias), do sedentarismo, de maus hábitos alimentares


a manutenção da vida. e de drogas sociais, que provocam, como por exemplo,
S

A respeito do sistema esquelético humano, cite: a arteriosclerose. Como consequência dessas compli-
PE

a) duas funções do sistema esquelético; cações cardiovasculares, na maioria das vezes, ocorre
LO

b) onde está localizada a medula óssea no organismo a alteração na pressão arterial e na frequência dos ba-
humano; timentos cardíacos.
A
UL

c) três células produzidas pela medula óssea. Pergunta-se:


PA

15. (UERJ) Em um experimento, foram removidas as a) O que é arteriosclerose?


b) Qual a pressão arterial de uma pessoa jovem, nor-
NA

membranas externas de uma amostra de mitocôndrias.


Em seguida, essas mitocôndrias foram colocadas em um mal, e quantos batimentos cardíacos por minuto tem
A

meio nutritivo que permitia a respiração celular. Uma das em média?


04

curvas do gráfico a seguir representa a variação de pH c) Qual a diferença entre veias e artérias quanto às
3

desse meio nutritivo em função do tempo de incubação. características histológicas?


70

Observe:
35

17. (UDESC) A gordura em excesso é um fator de aler-


53

ta em relação às condições de saúde dos indivíduos.


03

Profissionais que atuam na área de Fisioterapia Derma-


to-funcional têm demonstrado a eficácia no tratamen-
O

to de gordura localizada pela aplicação de ultrassom


J
AU

em células adiposas do tecido subcutâneo. Essa técnica


permite o rompimento das membranas das células de
AR

gordura.
S

Em relação ao contexto acima, cite:


PE

Identifique a curva que representa a variação de pH do a) duas funções do tecido adiposo em nosso corpo;
LO

meio nutritivo no experimento realizado. Justifique sua b) dois tipos de lipídios contidos no organismo humano
LA

resposta.
U
PA

296
A
AN
AN
A
PA
ULA
LO
PE
S
AR
AU
JO
03
53
35
70
304
ANA
PA
UL
A
LO
PE
S
AR
AU
JO
03
53
35
70
30
4A
NA
PA
UL
A
LO
PE
S
AR
AU
JO
03
53
35
FÍSICA 1

70
30
4A
NA
PA
UL
A
L
L
A
UL
PA
NA
CINEMÁTICA ANGULAR

4A
30
70
35
53
MEDIDAS DE ÂNGULOS PERÍODO E FREQUÊNCIA

03
JO
f = __1 ou T = __1

AU
T f

AR
S

S
MOVIMENTO

PE
LO
CIRCULAR UNIFORME

A
UL
o
arco AB= __S

PA
T = ______ Du = 2p Du Ÿ v = ___
v = ___ 2p
raio R
Dt = T Dt T

NA
2pR = 2p rad, que equivale a 360°
u = ____
R
4A
Sendo T = __1 Ÿ v = 2pf
2p rad ; 360° e p rad ; 180° f
30
70

2pR ou v = 2pRf
v = ____
DESLOCAMENTO ANGULAR E
35

T
53

VELOCIDADE ANGULAR NO M.C.U.


03

Função horária angular


JO

ΔS
AU
AR
S
PE
LO
A
UL
PA
NA

DS = Du · R
A
04

Du Ÿ
v = ___
3

Dt
70
35

Du = v · Dt Ÿ
53
03

u – u0 = v · (t – t0) Ÿ
JO

u = u0 + v · t
AU
AR
S

Du
PE

vm = ___
Dt
LO

v=v·R
LA
U
PA

298
A
AN
L
A
UL
PA
ACELERAÇÃO CENTRÍPETA

NA
4A
2
v ou a = v2R
acp = __

30
R cp

70
35
53
03
JO
AU
AR
S
PE
LO
A
UL
PA
TRANSMISSÃO DE MOVIMENTO CIRCULAR
NA
4A
30
70

TRANSMISSÃO DE MOVIMENTO
35
53

CIRCULAR UNIFORME
03
JO
AU
AR
S
PE
LO
A
UL
PA
NA

CONTATO ENTRE RODAS OU ENGRENAGENS. NESTE CASO,


HÁ INVERSÃO DO SENTIDO DO MOVIMENTO.
A

POLIAS COAXIAIS.
04

ZA = ZB
3
70

fA = fB
35
53
03
J O
AU
AR

LIGAÇÃO POR CORREIA. POLIAS E CORREIA MOVIMENTAM-SE NO MESMO SENTIDO.


S
PE

vA = vB
LO

fARA = fBRB
LA
U
PA

299
A
AN
L
A
UL
PA
NA
CINEMÁTICA VETORIAL

4A
30
70
35
VELOCIDADE VETORIAL ACELERAÇÃO VETORIAL

53
MÉDIA

03
___ ___ ___ › › ›
d = r2 – r1 TANGENCIAL E CENTRÍPETA

JO
AU
___› ___› _____›

AR
a = at + acp

S
PE
a2 = at2 + acp2

LO
A
UL
PA
___› t

NA
____› d
vm = ___
Dt
4A
30

VELOCIDADE
70
35

VETORIAL INSTANTÂNEA
53
03
JO
AU
AR
S
PE
LO
A
UL

__› __› __›


v1 Þ v2 Þ v3
PA
NA

ACELERAÇÃO VETORIAL MÉDIA


A
3 04
70
35
53
03
OJ
AU
AR
S
PE

__› __›
LO

___› › __
v2 – v1
Dv = ______
a m = ___
Dt t2 – t1
LA
U
PA

300
A
AN
L
A
UL
PA
NA
INTRODUÇÃO ÀS LEIS DE NEWTON

4A
30
70
35
LEI DA INÉRCIA

53
03
A aceleração de um corpo é diretamente proporcional à
força resultante que atua sobre ele, inversamente propor-

JO
cional à sua massa e tem a mesma direção e o mesmo
Todo corpo em estado de repouso ou de movimento retilíneo

AU
sentido da força resultante.
uniforme permanece nesse estado até que seja forçado a mu-

AR
dar seu estado por forças que atuam sobre ele.
__› ___›

S
PE
FR = m · a

LO
FR = m · a

A
UL
__› __› __› __›
F R = F 1 + F 2 + ... F n

PA
NA
4A
TERCEIRA LEI DE NEWTON
30
70
35
53
03
JO
AU
AR
S
PE
LO
A
UL
PA
NA

Para toda ação existe uma reação igual e oposta, ou as


A

ações mútuas de dois corpos, um sobre o outro, são iguais


04

SEGUNDA LEI DE NEWTON OU e dirigidas a partes opostas.


3
70

PRINCÍPIO FUNDAMENTAL DA DINÂMICA


35
53
03
J O
AU
AR
S
PE
LO
LA
U
PA

301
A
AN
L
A
UL
PA
NA
FORÇA-PESO, FORÇAS NORMAL E DE TRAÇÃO E SISTEMA DE CORPOS

4A
30
70
35
53
PESO DE UM CORPO A força normal

03
JO
AU
AR
S
PE
LO
A
UL
P=m∙g

PA
NA
4A
Frequentemente, as palavras “peso” e “massa” são usadas
como sinônimos. Por exemplo, é comum alguém dizer: “O
30
meu peso é de 80 quilos”. Porém, “quilo” não é uma uni-
70

dade de medida, mas apenas um prefixo que significa 103.


35

Também é dito comumente: “O meu peso é de 80 quilo-


53

gramas”. Fisicamente, a expressão é incorreta. Peso é uma


03

força, e não uma medida da massa, e deve ser dado em


unidades de força.
JO

Força de tração em um fio


AU
AR

A força-peso e o
S
PE

lançamento de projéteis
LO
A
UL
PA
A NA

Uso das polias


304
70
35
53
03
JO
AU
AR
S
PE
LO
LA
U
PA

302
A
AN
L
A
UL
PA
Força de contato

NA
4A
30
70
35
53
03
JO
AU
Lembre-se que FAB = FBA.

AR
Equilíbrio

S
PE
ƒ 1° tipo: equilíbrio estático
__› ___›

LO
v = 0 Ÿ equilíbrio estático (repouso)

A
UL
ƒ 2° tipo: equilíbrio dinâmico
P = 2n ˜ F ___›

PA
__›
v = constante z 0 Ÿequilíbrio dinâmico (MRU)

NA
DECOMPOSIÇÃO DE FORÇAS E PLANO INCLINADO 4A
30
70
35
53

Componentes perpendiculares de uma força


03

y
JO

F F
Fy Fy
AU
AR

θ
S

x
Fx
PE

Fx

cateto oposto Fy
LO

senT= _________________ = __ Ÿ Fy = F ˜ senT


hipotenusa F
A
UL

cateto adjacente F
cosT= ___________________ = __x Ÿ Fx = F ˜ cosT
PA

hipotenusa F
NA

Plano inclinado
A
04
3
70
35
53
03
OJ

Px = P ˜ senT
AU

Py = P ˜ cosT
AR

FN = Py
S
PE

Px = m ˜ a
LO

P ˜ senT = m ˜ a
mg ˜ senT = m ˜ a Ÿ a = g ˜ senT
LA
U
PA

303
A
AN
L
A
UL
PA
NA
FORÇAS DE ATRITO

4A
30
70
35
FORÇA DE ATRITO CINÉTICO Valores aproximados dos coeficientes

53
de atrito estático e cinético para

03
alguns pares de materiais

JO
Material Pe PC

AU
madeira sobre madeira 0,4 0,2

AR
aço sobre aço 0,7 0,6

S
PE
gelo sobre gelo 0,1 0,03

LO
FA = PC ˜ FN borracha sobre concreto seco 1,0 0,8

A
teflon sobre teflon 0,04 0,04

UL
Coeficientes de atrito cinético para

PA
alguns pares de materiais Observação

NA
material PC Em geral, a intensidade máxima da força de atrito estático

4A
madeira sobre madeira 0,2 é maior que a intensidade da força de atrito dinâmico. Essa
30
diferença se deve a algumas ligações entre as moléculas
aço sobre aço 0,6
70

do bloco e as moléculas da superfície de apoio, enquanto


o bloco permanece em repouso; e para que se inicie o mo-
35

gelo sobre gelo 0,03


vimento, essas ligações devem ser desfeitas, o que exige
53

borracha sobre concreto seco 0,8


uma força maior.
03

FA
Pc = __
JO

FN
Força de atrito e movimento
AU
AR

Força de atrito estático


S
PE
LO
A
UL
PA

A força de atrito estático se opõe à tendência de deslizamento.


A NA

Força de resistência dos fluidos


304
70
35

F1
53
03
JO
AU
AR
S

FA1 = F1 F2
PE

FA2 = F2
LO

FA, máx = Pe ˜ FN R=k˜v R = k ˜ v2


LA
U
PA

304
A
AN
L
A
UL
PA
NA
LEI DE HOOKE

4A
30
70
35
RESULTANTE CENTRÍPETA

53
x = L – L0

03
2
v
Fc = m · __

JO
R

AU
AR
2
v
ac = __
R

S
PE
LO
= v R = v2R
(vR)2 ____
v2 = _____ 2 2
ac = __

A
R R R

UL
PA
NA
4A
30
F=k˜x
70
35
53
03
JO
AU
AR
S
PE
LO
A
UL
PA
A NA
04
3
70
35
53
03
OJ
AU
AR
S
PE
LO
LA
U
PA

305
A
AN
L
A
UL
PA
U.T.I. - Sala a) Observa-se que o bloco 1 desce. Faça os diagramas

NA
de forças que atuam nos blocos 1 e 2.

4A
b) Partindo do repouso, o bloco 1 desce a rampa
1. (UNESP) Um cilindro oco de 3,0 m de comprimento,
atingindo a base com uma velocidade escalar final de

30
cujas bases são tampadas com papel fino, gira rapid-
2,5 m/s. Qual é o tempo gasto na descida?

70
amente em to seu eixo com velocidade angular con-
c) Qual deveria ser o valor da razão m2/m1 para que o

35
stante. Uma bala disparada com velocidade de 600 m/s,
paralelamente ao eixo do cilindro, perfura suas bases bloco 1 descesse com velocidade constante?

53
em dois pontos, P na primeira base e Q na segunda. Os

03
4. Ao fazer compras num supermercado, uma mulher
efeitos da gravidade e da resistência do ar podem ser utiliza dois carrinhos. Empurra o primeiro, de massa

JO
desprezados. m, com uma força F, horizontal, o qual, por sua vez,

AU
a) Quanto tempo a bala levou para atravessar o cilindro? empurra outro de massa M sobre um assoalho plano
b) Examinando as duas bases de papel, verifica-se que e horizontal.

AR
entre P e Q há um deslocamento angular de 9°. Qual é

S
a frequência de rotação do cilindro, em hertz, sabendo

PE
que não houve mais do que uma rotação do cilindro

LO
durante o tempo que a bala levou para atravessá-lo?

A
2. O motor elétrico de uma máquina de costura industri-

UL
al é capaz de girar a 80 Hz e transmite seu movimento

PA
por meio de uma correia de borracha que, mantida esti-
cada, não permite escorregamentos.

NA
4A
30
70

Desprezando o atrito entre os carrinhos e o assoalho,


35

determine a força aplicada sobre o segundo carrinho.


53

5. O bloco de massa m = 1,0 kg está em movimento.


03

Sabendo que o coeficiente


__ de atrito dinâmico entre o
√3
JO

plano e o bloco é ___ e g = 10 m/s2, calcule as intensi-


10
AU

Se a ponta do eixo do motor está solidariamente liga- dades F1 e F2 das forças paralelas ao plano para fazer,
AR

da a uma polia de diâmetro 1,5 cm e a polia por onde respectivamente, o bloco subir e descer o plano com
passa a correia no volante da máquina tem diâmetro velocidade constante.
S

6,0 cm, uma vez que a cada volta completa do volante a


PE

máquina dá um ponto de costura, determine o número


LO

de pontos feitos em um segundo, quando o motor gira


com rotação máxima?
A
UL

3. (PUCRJ) Um sistema de dois blocos é montado


PA

como mostrado na figura. A polia e o fio são ideais. A


NA

configuração inicial do sistema é tal que o bloco está


inicialmente a uma altura vertical h = 3,0 e a uma dis-
A

tância de d = 5,0 m em relação à base da rampa. Há


04

atrito entre o bloco 1 e a rampa, com coeficiente de


3
70

atrito cinético μ = 0,25.


35

Considere g = 10 m/s2
53
03
J O
AU
AR
S
PE
LO
LA
U
PA

306
A
AN
L
A
UL
PA
U.T.I. - E.O. 5. Na figura, temos um sistema formado por três polias,

NA
A, B e C, de raios respectivamente iguais a RA = 10 cm,

4A
RB = 20 cm e RC = 15 cm, que giram conjuntamente, en-
1. Considere um modelo atômico em que um elétron costadas uma na outra e sem que haja escorregamento

30
descreve em torno do núcleo um movimento circular e entre elas.

70
uniforme com velocidade de módulo igual a 2,0 ∙ 106 m/s

35
e raio de órbita igual a 5,0 ∙ 10–11 m. Determine:

53
a) o módulo da velocidade angular do elétron;

03
b) o período orbital do elétron (adote π = 3);
c) o módulo da aceleração do elétron.

JO
AU
2. Um móvel M parte de um ponto P percorrendo, no
sentido horário, uma trajetória circular de raio r igual

AR
a 2,0 m, como representa a figura. A velocidade escalar
A polia A é a polia motriz que comanda as demais e gira
do móvel é constante e igual a 3,0 π m/s.

S
no sentido horário com rotação uniforme e frequência

PE
de 30 rpm.

LO
Seja X o ponto de contato entre as polias A e B e Y um
ponto da periferia da polia C.

A
UL
Determine, adotando-se π = 3:

PA
a) os módulos das velocidades lineares dos pontos X e Y;
b) o sentido de rotação e a frequência de rotação da

NA
polia B;

4A
c) o sentido de rotação e o período de rotação da polia C.
30
a) Qual é o intervalo de tempo, em segundos, gasto 6. Uma vassoura, de massa 0,4 kg, é deslocada para a
70

pelo móvel M para percorrer o trecho de P a Q? direita sobre um piso horizontal como indicado na fig-
35

b) Qual é o valor da velocidade angular do móvel M, ura. Uma força, de módulo F(cabo) = 10 N, é aplicada
53

em radianos por segundo? ao longo do cabo da vassoura. Calcule a força normal


03

que o piso exerce sobre a vassoura, em newtons. Con-


3. Sobre uma circunferência, uma partícula descreve sidere desprezível a massa do cabo, quando compara-
JO

um movimento periódico de frequência 0,25 Hz, no da com a base da vassoura.


sentido horário. Num dado instante, uma outra par-
AU

tícula, em repouso, situada a meia volta da primei-


AR

ra, passa a ser acelerada uniformemente à razão de


π rad/s2, também no sentido horário. A contar do início
S
PE

do movimento da segunda partícula, o primeiro encon-


tro entre ambas se dará após?
LO
A

4. Um disco de raio r gira com velocidade angular v


UL

7. Na figura têm-se três caixas com massas m1 = 45,0 kg,


constante. Na borda do disco, está presa uma placa fina m2 = 21,0 kg, e m3 = 34,0 kg, apoiadas sobre uma super-
PA

de material facilmente perfurável. Um projétil é dis- fície horizontal sem atrito.


NA

parado com velocidade v em direção ao eixo do disco,


conforme mostra a figura, e fura a placa no ponto A. En-
A

quanto o projétil prossegue sua trajetória sobre o disco,


04

a placa gira meia circunferência, de forma que o projétil


3

atravessa mais uma vez o mesmo orifício que havia per-


70

furado. Considere a velocidade do projétil constante e


35

sua trajetória retilínea. a) Qual a força horizontal F necessária para empurrar


53

Determine o módulo da velocidade v do projétil. as caixas para a direita, como se fossem uma só, com
03

uma aceleração de 1,20m/s2?


b) Ache a força exercida por m2 em m3.
JO
AU

8. Ao ser solicitado por uma força horizontal F, um blo-


co A move-se com velocidade constante de 36 km/h.
AR

Para aumentar sua velocidade, a força é acrescida de


S

20%. Sabendo-se que a força resistência total ofere-


PE

cida ao movimento é igual a 15% do peso do bloco A


LO

e independe de sua velocidade, determine a distância


percorrida pelo bloco, desde o instante em que a força
LA

aumentou até atingir a velocidade de 72 km/h.


U
PA

307
A
AN
L
A
UL
PA
9. Quando o cabo de um elevador se quebra, os freios 12. O sistema representado na figura é abandonado

NA
de emergência são acionados contra trilhos laterais, sem velocidade inicial. Os três blocos têm massas ig-

4A
de modo que esses passam a exercer, sobre o elevador, uais. Os fios e a roldana são ideais e são desprezíveis os
quatro forças verticais constantes e iguais a f , como atritos no eixo da roldana. São também desprezíveis os

30
indicado na figura. Considere g = 10m/s2. atritos entre os blocos (2) e (3) e a superfície horizontal

70
na qual estão apoiados.

35
53
03
JO
AU
AR
S
O sistema parte do repouso e o bloco (1) adquire uma

PE
aceleração de módulo igual a a. Após alguns instantes,

LO
rompe-se o fio que liga os blocos (2) e (3). A partir de
então, a aceleração do bloco (1) passa a ter um módulo

A
UL
igual a a'.
Suponha que, numa situação como essa, a massa total
Calcule a razão a' / a.

PA
do elevador seja M = 600kg e que o módulo de cada
força f seja |f| = 1350N.

NA
13. Um homem empurra uma caixa de massa M sobre__›
Calcule o módulo da aceleração com que o elevador de- um piso horizontal exercendo uma força constante F

4A
sce sob a frenagem dessas forças. que faz um ângulo T com a direção horizontal, confor-
30
me mostra a figura abaixo. Considere que o coeficiente
10. Os fios são inextensíveis e sem massa, os atritos são
70

de atrito cinético entre a caixa e a superfície é μ e que a


desprezíveis e os blocos possuem a mesma massa. Na
35

aceleração da gravidade é g.
situação 1, da figura, a aceleração do bloco apoiado
53

vale a1. Repete-se a experiência, prendendo um terceiro


03

bloco, primeiro, ao bloco apoiado, e, depois, ao bloco


pendurado, como mostram as situações 2 e 3 da figura.
JO

Os módulos das acelerações dos blocos, em 2 e 3, valem


AU

a2 e a3, respectivamente.
AR
S

a) Utilizando as grandezas e símbolos apresentados


PE

no enunciado, deduza __› uma equação literal para o


LO

módulo da força F exercida pelo homem de modo


que a caixa ___› se movimente com velocidade escalar
A

constante V para a direita.


UL

Calcule a2/a1 e a3/a1. b) Escreva a equação para o módulo da força, para o


PA

caso particular
___› em que o ângulo T é igual a zero, isto é,
11. Um banco e um bloco estão em repouso sobre uma a força F é paralela ao piso
NA

mesa conforme sugere a figura:


A

14. Na figura, considere os atritos e as massas dos fios e


04

roldanas desprezíveis. As massas A, B, e C são, respecti-


3

vamente, 10 kg, 4 kg e 2 kg. A aceleração da gravidade


70

pode ser considerada 10m/s2.


35
53
03
JO
AU
AR
S

Identifique todas as forças que atuam no banco, calcu- a) Determine a aceleração de cada bloco.
PE

lando seus valores. b) Determine as forças que cada fio exerce em cada bloco
LO
LA
U
PA

308
A
AN
L
A
UL
PA
15. Os esquemas mostram um barco sendo retirado de Suponha que o bloco não deslize sobre o plano inclina-

NA
um rio por dois homens. Em A, são usadas cordas que do e que a aceleração da gravidade seja g = 10 m/s2.
__

4A
transmitem ao barco forças paralelas de intensidades Usando a aproximação √3 > 1,7, calcule o módulo e
F1 e F2. Em B, são usadas cordas inclinadas de 90° que indique a direção e o sentido da força de atrito exercida

30
transmitem ao barco forças de intensidades iguais às pelo plano inclinado sobre o bloco.

70
anteriores. No caso A, a força resultante transmitida

35
ao barco é 700 N. No caso B, a força resultante trans- 19. A partir de janeiro de 2014, todo veículo produzi-

53
mitida ao barco é 500 N. do no Brasil passou a contar com freios ABS, que é um

03
sistema antibloqueio de frenagem, ou seja, regula a
pressão que o condutor imprime nos pedais do freio,

JO
de modo que as rodas não travem durante a frenagem.

AU
Isso, porque, quando um carro está em movimento e
suas rodas rolam sem deslizar, é o atrito estático que

AR
atua entre elas e o pavimento, ao passo que, se as ro-

S
das travarem na frenagem, algo que o ABS evita, será

PE
o atrito dinâmico que atuará entre os pneus e o solo.

LO
Considere um veículo de massa m, que trafega à veloci-
dade v, sobre uma superfície, cujo coeficiente de atrito

A
estático é μe e o dinâmico é μd.

UL
Determine as forças aplicadas pelos dois homens.
a) Expresse a relação que representa a distância per-

PA
16. Desprezando o atrito, determine a intensidade da corrida (d) por um carro até parar completamente,

NA
aceleração do sistema abaixo e a intensidade da força numa situação em que esteja equipado com freios ABS.
aplicada pelo corpo B sobre A e a tensão na corda. b) Se considerarmos dois carros idênticos, trafegando
4A
mA = 15 kg, mB = 5 kg, mC = 20 kg à mesma velocidade sobre um mesmo tipo de solo,
30
por que a distância de frenagem será menor naquele
70

equipado com os freios ABS em relação àquele em


35

que as rodas travam ao serem freadas?


53

20. Um bloco de madeira de massa m = 2 kg encontra-


03

-se sobre um plano inclinado de 1 m de comprimento,


0,6 m de altura, fixo no chão. O coeficiente de atrito es-
JO

tático entre o bloco e a superfície do plano inclinado é


AU

μ = 0,40 e g = 9,8 m/s2. Calcule a menor força F com que


AR

se deve pressionar o bloco sobre o plano para que ele


permaneça em equilíbrio.
17. Na figura, os objetos A e B pesam, respectivamente,
S
PE

40 N e 30 N e estão apoiados sobre planos lisos, ligados


entre si por uma corda inextensível, sem peso, que pas-
LO

sa por uma roldana sem peso. Determine o ângulo u e a


A

tensão na corda quando houver equilíbrio.


UL
PA
ANA
304
70
35
53
03

18. Um bloco de massa 2,0 kg está sobre a superfície de


um plano inclinado, que está em movimento retilíneo
O

para a direita, com aceleração de 2,0 m/s2, também para


J
AU

a direita, como indica a figura a seguir. A inclinação do


plano é de 30° em relação à horizontal.
AR
S
PE
LO
LA
U
PA

309
A
AN
AN
A
PA
ULA
LO
PE
S
AR
AU
JO
03
53
35
70
304
ANA
PA
UL
A
LO
PE
S
AR
AU
JO
03
53
35
70
30
4A
NA
PA
UL
A
LO
PE
S
AR
AU
JO
03
53
35
70
30
4A
NA
PA
UL
A
L
AN
A
PA
ULA
LO
PE
S
AR
AU
JO
03
53
35
70
304
ANA
PA
UL
A
LO
PE
S
AR
AU
JO
03
53
35
70
30
4A
NA
PA
UL
A
LO
PE
S
AR
AU
JO
03
53
35
FÍSICA 2

70
30
4A
NA
PA
UL
A
L
L
A
UL
PA
NA
INTRODUÇÃO À ÓPTICA GEOMÉTRICA

4A
30
70
35
ÓPTICA GEOMÉTRICA PRINCÍPIOS DA

53
03
Classificação dos raios luminosos ÓPTICA GEOMÉTRICA

JO
AU
ƒ Lei da propagação retilínea da luz

AR
A luz se propaga em linha reta nos meios homogêneos
e transparentes.

S
PE
FEIXE PARALELO ƒ Reversibilidade dos raios luminosos

LO
A trajetória seguida pelo raio de luz em um sentido é

A
igual, se o sentido do raio de luz for invertido.

UL
ƒ Lei da Independência dos raios luminosos

PA
FEIXE DIVERGENTE A trajetória de um raio luminoso não é afetada por ou-

NA
tro que cruza essa trajetória. Os raios de luz seguem

4A
trajetórias independentes, mesmo que se cruzem.
30
PROPAGAÇÃO RETILÍNEA DA LUZ
70

FEIXE CONVERGENTE
35
53

Classificação dos meios


03
JO
AU
AR
S
PE
LO

MEIO TRANSPARENTE Sombra e penumbra


A
UL
PA
A NA
3 04

MEIO TRANSLÚCIDO
70
35
53
03
OJ
AU

MEIO OPACO
AR
S
PE
LO
LA
U
PA

312
A
AN
L
A
UL
PA
NA
4A
30
70
35
53
ECLIPSE SOLAR ECLIPSE LUNAR

03
JO
CÂMARA ESCURA DE ORIFÍCIO

AU
AR
S
PE
LO
A
UL
PA
NA
4A
30
70
35
53

_y = __
y'
03

x x'
JO
AU

REFLEXÃO E REFRAÇÃO DA LUZ


AR
S
PE
LO
A
UL
PA
A NA
04
3
70

A cor de um corpo
35
53
03
OJ
AU
AR
S
PE
LO
LA
U
PA

313
A
AN
L
A
UL
PA
NA
ESPELHOS PLANOS

4A
30
70
35
LEIS DA REFLEXÃO IMAGEM FORMADA POR

53
03
ESPELHO PLANO

JO
i=r

AU
AR
S
PE
LO
A
UL
PA
XXX = d
XXX = F'M

NA
FM

4A
30
70
35
53
03
JO
AU
AR
S
PE
LO
A
UL
PA
A NA

Espelhos
04

IMAGEM DE UM OBJETO EXTENSO


3
70
35
53
03
OJ
AU
AR
S
PE
LO
LA
U
PA

314
A
AN
L
A
UL
PA
TRANSLAÇÃO DE UM

NA
4A
ESPELHO PLANO

30
70
35
53
03
JO
AU
AR
ROTAÇÃO DE UM ESPELHO PLANO

S
PE
LO
A
UL
PA
NA
PP' = 2d

4A
PP" = 2(d + x) = 2d + 2x 30
D = PP" - PP'
70
35

D = 2d + 2x – 2d
53

D = 2x
03

ASSOCIAÇÃO DE DOIS
JO

D + 2a = 2b
AU

D = 2b – 2a
ESPELHOS PLANOS
AR

D = 2(b – a)
S
PE

D=2a
LO
A
UL
PA
ANA
04
3

360º – 1
n = ____
70

u
35
53
03
OJ
AU
AR
S
PE
LO
LA
U
PA

315
A
AN
L
A
UL
PA
NA
ESPELHOS ESFÉRICOS

4A
30
70
35
REFLEXÃO EM

53
03
ESPELHOS ESFÉRICOS

JO
AU
AR
S
ESPELHO ESFÉRICO CÔNCAVO

PE
LO
A
LUZ INCIDENTE E LUZ REFLETIDA LUZ INCIDENTE E LUZ REFLETIDA EM

UL
NO ESPELHO ESFÉRICO CONVEXO. UM ESPELHO ESFÉRICO CÔNCAVO.

PA
NA
4A
ESPELHO ESFÉRICO CONVEXO 30
70
35
53
03

O PONTO P’ É IMAGEM DO PONTO P.


JO

FOCOS DE UM ESPELHO
AU
AR

SEÇÃO MERIDIONAL DE UM ESPELHO ESFÉRICO


ESFÉRICO E RAIOS NOTÁVEIS
S
PE
LO
A
UL
PA

AS RESTAS R E S SÃO EIXOS SECUNDÁRIOS


ESPELHO CÔNCAVO: FOCO REAL ESPELHO CONVEXO: FOCO VIRTUAL
A NA
3 04
70
35

ESPELHO CÔNCAVO ESPELHO CONVEXO


53
03

REPRESENTAÇÃO DE UM ESPELHO CÔNCAVO


OJ
AU
AR
S
PE
LO

R
f = __
REPRESENTAÇÃO DE UM ESPELHO CONVEXO 2
LA
U
PA

316
A
AN
L
A
UL
PA
Caso 3: objeto entre o

NA
centro de curvatura e o foco

4A
30
70
ESPELHO CÔNCAVO ESPELHO CONVEXO

35
53
A F

03
JO
AU
ESPELHO CÔNCAVO COM OBJETO ENTRE O CENTRO DE CURVATURA E

AR
O FOCO: IMAGEM REAL, INVERTIDA E MAIOR QUE O OBJETO.

S
Espelho convexo Caso 4: objeto entre o foco e o vértice

PE
LO
A
UL
PA
NA
4A
30
ESPELHO CÔNCAVO COM OBJETO ENTRE O FOCO E O VÉRTICE:
70

ESPELHO CONVEXO: IMAGEM DIREITA, VIRTUAL E MENOR DO QUE O OBJETO.


IMAGEM VIRTUAL, DIREITA E MAIOR QUE O OBJETO
35
53

Espelho côncavo Caso 5: objeto sobre o foco


03
JO

Caso 1: objeto antes do


AU

centro de curvatura
AR
S
PE
LO
A

ESPELHO CÔNCAVO COM OBJETO SOBRE O FOCO: IMAGEM IMPRÓPRIA


UL
PA

EQUAÇÕES DOS ESPELHOS ESFÉRICOS


NA

ESPELHO CÔNCAVO COM OBJETO ANTES DO CENTRO DE CURVATURA:


A

IMAGEM REAL, INVERTIDA E MENOR QUE O OBJETO.


304

Caso 2: objeto sobre o


70

centro de curvatura
35
53
03
J O
AU
AR
S
PE
LO

ESPELHO CÔNCAVO COM OBJETO SOBRE O CENTRO DE CURVATURA:


IMAGEM REAL, INVERTIDA E DE MESMO TAMANHO QUE O OBJETO. COORDENAS DO OBJETO E DA IMAGEM EM UM ESPELHO CÔNCAVO
LA
U
PA

317
A
AN
L
A
UL
PA
NA
__1 = __1 + __
1 e –p'
i ___
A = __
o= p
f p p'

4A
30
i
A = __ f
____
oo A=

70
f–p

35
53
Se o e i tiverem o mesmo sinal, a imagem é direita. Se os

03
sinais forem invertidos, a imagem é invertida.

JO
ƒ Quando p’ > 0, a imagem será real e passível de ser

AU
projetada.

AR
ƒ Quando A > 0, a imagem será direita.
ƒ Quando A < 0, a imagem será invertida.

S
PE
COORDENADAS DO OBJETO E DA IMAGEM EM UM ESPELHO CONVEXO
ƒ Se |A| < 1, a imagem será menor que o objeto.

LO
p = posição do objeto no eixo das abscissas
ƒ Se |A| = 1, a imagem será do mesmo tamanho que o
p’ = posição da imagem no eixo das abscissas

A
objeto.

UL
o = altura do objeto
ƒ Se |A| > 1, a imagem será maior que o objeto.

PA
i = altura da imagem

NA
f = distância focal = posição do foco no eixo das abscissas

4A
30
REFRAÇÃO DA LUZ
70
35
53
03

LEIS DA REFRAÇÃO
JO
AU
AR
S
PE
LO
A
UL
PA
NA

O raio incidente, o raio refratado e a normal, no ponto


A

de incidência, estão no mesmo plano.


304

A refração da luz ocorre quando a luz é transmitida entre


70

meios com diferentes velocidades de propagação da luz. nA · senTA = nB · senTB


35
53

FORMAÇÃO DE IMAGENS
03

Índice de refração
JO

c
nA = v__
AU

A
AR

nA
nAB = __
S

n
PE

B
LO

vB
nAB = v__
LA

A
U
PA

318
A
AN
L
A
UL
PA
LÂMINA DE FACES PARALELAS

NA
4A
30
70
C

35
53
A D

03
B C

JO
A D

AU
AR
S
PE
LO
A
UL
PA
O VIDRO USADO EM JANELAS É UM EXEMPLO DE LÂMINA DE FACES PARALELAS.
DIOPTRO PLANO
NA
4A
30
70
35
53
03
JO
AU
AR
S
PE

nobservador __
______ p’
nobjeto = p
LO
A
UL
PA
A NA

OBSERVE QUE A IMAGEM APARENTE DO PEIXE A’ É


04

VIRTUAL E MAIS PRÓXIMA DA SUPERFÍCIE S.


3
70

ÂNGULO LIMITE –REFLEXÃO TOTAL


35

OBSERVE QUE APENAS A PARTE DO LÁPIS ATRÁS DA LÂMINA PARECE


53

ESTAR DESLOCADA EM RELAÇÃO AO RESTO DO LÁPIS.


03
O

sen (i – r)
J

d = ________
cos r · e
AU
AR
S
PE

n nmenor
senL = n__B = ____
LO

A
n maior
LA
U
PA

319
A
AN
L
A
UL
PA
PRISMA ÓPTICO

NA
4A
30
70
35
53
03
JO
ELEMENTOS DO PRISMA

AU
PRISMAS DE REFLEXÃO TOTAL

AR
S
PE
Prismas de Amici

LO
A
UL
PA
NA
4A
30
70
35

OS RAIOS INCIDENTES SOFREM DESVIO DE 90º.


53
03

Prismas de Porro
JO
AU
AR
S
PE

Equações do prisma
LO

a) Abertura A
A
UL
PA

A = r + r’
A NA

b) Desvio angular total D OS RAIOS INCIDENTES SOFREM DESVIO DE 180º.


304

DISPERSÃO DA LUZ
D = D1 + D2
70
35

Substituindo
53
03

D1 = (i – r)
D2 = (i’ – r’)
O
J
AU

o desvio angular total é:


AR

D = i + i’ – (r + r’)
S

D = i + i’ – A
PE

DISPERSÃO DA LUZ EM UM PRISMA


LO

vvermelha > vvioleta Ÿ nvermelha < nvioleta


LA
U
PA

320
A
AN
L
A
UL
PA
NA
4A
30
70
35
53
A APARÊNCIA MOLHADA DA PISTA SE DEVE À REFRAÇÃO

03
TOTAL DA LUZ VINDA DO CÉU AS CAMADAS DE AR COM, QUE

JO
ATRAVESSA
DIFERENTES TEMPERATURAS E, PORTANTO,

AU
DIFERENTES ÍNDICES DE REFRAÇÃO.
NO ARCO-ÍRIS, MILHÕES DE GOTAS PRODUZEM O ESPECTRO VISÍVEL DA LUZ SOLAR.

AR
FATA MORGANA

S
PE
Isaac Newton foi um estudioso da luz e seus fenômenos
relacionados. Entre os anos de 1670 e 1672, demonstrou,

LO
utilizando prismas, que a luz branca era formada por to-

A
das as cores do arco-íris.

UL
PA
REFRAÇÃO DA LUZ NA ATMOSFERA
NA
4A
30
70
35
53
03
JO
AU
AR
S
PE
LO
A
UL
PA
A NA
3 04
70
35

DESERTO NO EGITO, ONDE SE OBSERVA, AO FUNDO,


UMA MIRAGEM DE SOLO MOLHADO.
53
03
JO
AU
AR
S
PE
LO
LA
U
PA

321
A
AN
L
A
UL
PA
NA
LENTES ESFÉRICAS

4A
30
70
35
53
03
JO
AU
AR
S
PE
LO
A
UL
PA
NA
4A
EXEMPLOS DO USO DE LENTES NO NOSSO COTIDIANO: LENTE DE CONTATO,
UM CONJUNTO DE LENTES DE MÁQUINA FOTOGRÁFICA E UMA LUPA.
30
70

CLASSIFICAÇÃO DAS LENTES


35

LENTE CONVERGENTE LENTE DIVERGENTE


53
03

FOCOS PRINCIPAIS DE
JO
AU

UMA LENTE ESFÉRICA


AR
S
PE
LO
A
UL
PA
A NA
3 04
70
35
53
03
J O
AU
AR
S
PE
LO
LA
U
PA

322
A
AN
L
A
UL
PA
RAIOS LUMINOSOS PARTICULARES

NA
4A
30
70
35
53
03
DIVERGENTE

JO
AU
AR
CONVERGENTE

S
PE
LO
A
UL
PA
CONVERGENTE

NA
4A
30
DIVERGENTE
70
35
53
03
JO
AU

DIVERGENTE
AR

CONSTRUÇÃO GEOMÉTRICA
S
PE

DE IMAGENS
LO

CONVERGENTE
A
UL

1º caso: lentes convergentes


PA
A NA
04
3
70
35
53

DIVERGENTE
03
OJ
AU
AR
S
PE
LO
LA

CONVERGENTE
U
PA

323
A
AN
L
A
UL
PA
NA
4A
30
70
35
53
03
JO
AU
AR
2º caso: lentes divergentes

S
PE
LO
A
UL
PA
NA
4A
30
70
35
53

ESTUDO ANALÍTICO DAS LENTES ESFÉRICAS


03
JO
AU
AR

CONVENÇÃO DE SINAIS
S
PE
LO
A
UL
PA
A NA
304
70
35

A imagem real de um objeto fica do lado oposto ao objeto, enquanto que a imagem virtual fica do mesmo lado que o objeto.
53
03
O

Equações das lentes esféricas


J
AU
AR

__1 = __1 + __
1 (equação de Gauss)
f p p'
S
PE

i p' ____
f
A = __ __
LO

o = –p =f – p
LA
U
PA

324
A
AN
L
A
UL
PA
Elementos geométricos

NA
das lentes esféricas

4A
30
ƒ C1 e C2: centros de curvatura de cada uma das faces;

70
ƒ R1 e R2: raios de curvatura de cada uma das faces;

35
ƒ O eixo principal é definido pela reta C1C2;

53
ƒ V1 e V2: vértices de cada uma das faces

03
ƒ e: espessura da lente (distância entre V1 e V2).

JO
ƒ O: centro óptico da lente.

AU
Associação de lentes esféricas

AR
S
1º caso: associação convergente-convergente

PE
LO
A
UL
PA
NA
Fórmula dos 4A
30
70

fabricantes de lentes 2º caso: associação convergente-divergente


35
53

__
(
1 = __
n1
)(
1 + __
˜ __ 1
)
03

f n1 – 1 R1 R2
JO
AU

ƒ face côncava: R < 0 (raio de curvatura negativo)


ƒ face convexa: R > 0 (raio de curvatura positivo)
AR
S
PE
LO

O OLHO HUMANO
A
UL
PA
NA

ƒ coroide: camada pigmentada e vascularizada, respon-


A

sável pela circulação sanguínea do órgão.


04

o
3

ƒ retina: membrana nervosa de células sensitivas da


70

visão. Essas células ligam-se ao centro da visão do cé-


35

rebro pelo nervo óptico.


53
03

normal
objeto
JO

lente
AU

imagem
AR
S
PE

OBSERVE, NA FIGURA, A IMAGEM FORMADA PELA LENTE (PROJETADA NITIDAMENTE SOBRE


ƒ esclerótica: camada exterior opaca e esbranquiçada. A RETINA DE UM OLHO NORMAL) E O ESQUEMA GEOMÉTRICO DA FORMAÇÃO DA IMAGEM.
LO

Essa camada é mais abaulada e transparente, na parte


LA

anterior, formando a córnea.


U
PA

325
A
AN
L
A
UL
PA
Acomodação visual Hipermetropia

NA
4A
30
70
35
53
03
JO
AU
AR
S
PE
LO
DUAS SITUAÇÕES DISTINTAS DA VISÃO: OS MÚSCULOS
CILIARES AJUSTAM A LENTE PARA OBSERVAR

A
UL
OBJETOS RELATIVAMENTE DISTANTES (ACIMA); AJUSTE PARA
OBSERVAR OBJETOS MAIS PRÓXIMOS AO OLHO (ABAIXO).

PA
ILUSTRAÇÃO PRODUZIDA COM BASE EM: CUTNELL, J. D.; JOHSON,

NA
K. W. FÍSICA. 6. ED. RIO DE JANEIRO; LTC, 2006. V. 2. P. 301.

Defeitos da visão 4A
OS RAIOS PARALELOS PASSAM PELA LENTE E CONVERGEM,
30
DEPOIS PASSAM PELO OLHO E CONVERGEM MAIS.
70

Miopia
35
53
03
JO
AU
AR
S
PE
LO
A
UL
PA
A NA
3 04
70
35
53
03

OS RAIOS PARALELOS PASSAM PELA LENTE E DIVERGEM (SE AFASTAM),


O

DEPOIS PASSAM PELO OLHO E CONVERGEM (SE APROXIMAM).


J
AU
AR
S
PE
LO
LA
U
PA

326
A
AN
L
A
UL
PA
U.T.I. - Sala 4. Um prisma de vidro tem os três lados iguais e índice

NA
de refração n = dXX
2 em relação ao do ar, para um deter-

4A
minado comprimento de onda l . Um raio luminoso de
1. Um feixe de luz vermelha propaga-se no ar (índice de comprimento de onda l incide no prisma formando um

30
refração igual a 1,0) e incide sobre uma barra de vidro, ângulo de 45º com a normal. Calcule o ângulo de des-

70
formando um ângulo de 49° com a vertical, conforme vio do raio que emerge do prisma em relação ao raio

35
figura a seguir. incidente.

53
03
JO
AU
AR
S
PE
5. Um vaso cilíndrico contém água até uma altura de

LO
2 h. Uma lente convergente é mantida à altura h acima
A barra de vidro possui índice de refração igual a 1,5 do nível da água, presa em flutuadores. A distância fo-

A
e está sobre um tanque que contém um líquido com

UL
cal da lente é h. No fundo do vaso existe uma pequena
índice de refração desconhecido. Observa-se que a luz

PA
lâmpada L. A partir de um certo instante t = 0 faz-se
diminui sua velocidade pela metade ao sair do vidro e escoar a água do vaso de modo que o nível desça com
entrar no líquido. Admitindo-se que a velocidade da luz

NA
rapidez v constante.
no ar é de 3 × 108 m/s, determine:

4A
lente
lente
a) o ângulo u que o raio de luz faz com a vertical ao flutuadores
flutuadores
30
h
entrar no líquido.
70

b) a velocidade da luz dentro do vidro.


35

c) o índice de refração do líquido.


53

2h
2h
Dados:
03

sen 49° = 0,75


JO

sen 30° = 0,5


sen 60° = 0,87
AU

A que altura H acima do nível da lente estará formada


AR

cos 49° = 0,66


cos 30° = 0,87 a imagem da lâmpada, no instante em que a metade da
água houver escoado? O índice de refração da água é 4/3.
S

cos 60° = 0,5


PE

2. Sentado na cadeira da barbearia, um rapaz olha no


LO

espelho a imagem do barbeiro, em pé atrás dele. As


A

dimensões relevantes são dadas na figura. A que dis-


UL

tância (horizontal) dos olhos do rapaz fica a imagem do


PA

barbeiro?
A NA
304
70
35
53
03
JO
AU
AR

3. Uma lente convergente projeta uma imagem real a


S
PE

0,72 m da posição do objeto. Qual é a distância focal da


lente, em cm, sabendo-se que a imagem é 5 vezes maior
LO

que o objeto?
LA
U
PA

327
A
AN
L
A
UL
PA
U.T.I. - E.O.

NA
4A
1. A figura representa o gráfico do desvio (d) sofrido por um raio de luz monocromática que atravessa um prisma de

30
vidro imerso no ar, de ângulo de refringência A = 50º, em função do ângulo de incidência u1.

70
35
53
03
JO
AU
AR
S
PE
LO
É dada a relação (d) = u1 + u2 – A, em que u1 e u2 são, respectivamente, os ângulos de incidência e de emergência do

A
raio de luz ao atravessar o prisma (pelo princípio da reversibilidade dos raios de luz, é indiferente qual desses ângulos

UL
é de incidência ou de emergência, por isso há no gráfico dois ângulos de incidência para o mesmo desvio ).

PA
Determine os ângulos de incidência (u1) e de emergência (u2) do prisma na situação de desvio mínimo, em que
dmin = 30º.

NA
4A
2. Em uma demonstração em sala de aula, um professor de física utilizou um espelho esférico côncavo para projetar a
imagem nítida da chama de uma vela na parede. A altura da chama era de 1,5 cm e a da imagem projetada era 6,0 cm.
30
a) No esquema inserido no campo de Resolução e Resposta, a linha tracejada representa o eixo óptico principal do
70

espelho e o raio de luz representado em azul é paralelo a esse eixo. Localize graficamente o foco principal do espelho,
35

utilizando o raio de luz fornecido.


53
03
JO
AU
AR
S
PE
LO
A

b) Sendo a distância entre a chama e a sua imagem projetada na parede igual a 75 cm, calcule a distância focal do
UL

espelho, em centímetros.
PA

3. A figura mostra um raio de luz monocromática que se propaga pelo ar, penetra no álcool e, depois, no vidro. As
NA

superfícies de separação ar-álcool e álcool-vidro são paralelas. Os índices de refração absolutos do ar, do álcool e
do vidro são, respectivamente, 1,00, 1,36 e 1,50.
A
304
70
35
53
03
JO
AU
AR
S
PE

a) Sendo a velocidade de propagação da luz no vácuo igual a 3,0 × 108 m/s, qual a velocidade, em m/s, com que a luz se
LO

propaga no vidro?
b) Sabendo que o sen a = 0,68, calcule o valor do seno do ângulo u.
LA
U
PA

328
A
AN
L
A
UL
PA
4. Uma calota esférica é refletora em ambas as faces, 6. A figura mostra uma lâmpada retilínea, de compri-

NA
constituindo, ao mesmo tempo, um espelho côncavo mento 90 cm, fixa horizontalmente no teto de uma sala,

4A
e um espelho convexo, de mesma distância focal, em 200 cm acima da superfície plana e horizontal de uma
módulo. A figura 1 representa uma pessoa diante da mesa. Um disco circular opaco foi colocado horizontal-

30
face côncava e sua respectiva imagem, e a figura 2 rep- mente entre a lâmpada e a mesa, a 180 cm da lâmpada,

70
resenta a mesma pessoa diante da face convexa e sua sendo esta a maior distância para que ele não projete

35
respectiva imagem. sombra sobre a mesa. A reta r, mostrada na figura, é

53
FIGURA 1 vertical e passa pelo ponto médio da lâmpada e pelo

03
centro do disco.

JO
AU
AR
S
PE
LO
A
UL
PA
FIGURA 2

NA
4A
a) Calcule o diâmetro do disco, em centímetros.
30
b) Considere que o disco seja substituído por uma
70

lente delgada, esférica e convergente, cujo eixo prin-


35

cipal coincida com a reta r. Sabendo que essa lente


53

foi colocada em uma posição em que projeta, sobre a


03

superfície da mesa, uma imagem nítida da lâmpada


quatro vezes menor que ela, calcule a distância focal
JO

a) Considerando as informações contidas na figura 1, da lente, em centímetros.


AU

calcule o módulo da distância focal desses espelhos.


b) Na situação da figura 2, calcule o aumento linear 7. O triângulo ABC da figura representa a secção trans-
AR

transversal produzido pela face convexa da calota. versal de um prisma de vidro transparente, em repouso
e parcialmente imerso na água. Um raio de luz mono-
S
PE

5. Uma pessoa observa uma moeda no fundo de uma cromático propaga-se pelo ar no mesmo plano vertical
piscina que contém água até a altura de 2,0 m. Devido à que contém esse triângulo e incide perpendicularmente
LO

refração, a pessoa vê a imagem da moeda acima da sua no lado AB, passando a propagar-se pelo prisma. Con-
A

posição real, como ilustra a figura. Considere os índices siderando o índice de refração absoluto do ar igual a
UL

de refração absolutos do ar e da água iguais a 1,0 e 4/3, 1,0, o da água igual a 1,3, o do vidro igual a 1,5 e os
PA

respectivamente. valores indicados na tabela, calcule:


A NA
304
70
35
53
03
O

a) Considerando sen u = 0,80, qual o valor do seno


J
AU

do ângulo b?
AR

b) Determine a quantos centímetros acima da posição


real a pessoa vê a imagem da moeda a) a redução percentual da velocidade de propagação
S

do raio luminoso quando ele passa do ar para o vidro.


PE

b) o menor valor do ângulo u para que o raio inci-


LO

dente no lado AB emerja totalmente do prisma pelo


lado BC.
LA
U
PA

329
A
AN
L
A
UL
PA
8. A figura representa um espelho esférico de Gauss, de FIGURA 1

NA
vértice V, foco principal F e centro de curvatura C. O ob-

4A
jeto real O, colocado diante dele, tem altura 5,00 cm e
sua respectiva imagem conjugada, situada no anteparo

30
A, tem altura igual a?

70
35
53
03
JO
Determine o ângulo u entre o espelho E e o fundo do

AU
recipiente.

AR
10. A luz de um feixe paralelo de um objeto distante

S
atinge um grande espelho, de raio de curvatura R = 5,0

PE
m, de um poderoso telescópio, como mostra a figura a

LO
seguir. Após atingir o grande espelho, a luz é refletida
por um pequeno espelho, também esférico e não plano

A
UL
como parece, que está a 2 m do grande. Sabendo que a
TEXTO PARA A PRÓXIMA QUESTÃO
luz é focalizada no vértice do grande espelho esférico,

PA
Aceleração da gravidade = 10 m/s2 faça o que se pede nos itens seguintes.

NA
Calor específico do ar = 1,0 × 103 J/kgK

4A
Constante da gravitação universal =
6,7 × 10-11 Nm2/kg2
30
Densidade do ar = 1,25 gk/m3
70

Índice de refração da água = 1,33 ≈ 4/3


35
53

Índice de refração do ar = 1
03

Massa do Sol = 2,0 × 1030 kg


Raio médio da órbita do Sol = 3,0 × 1020m
JO

1 ano = 3,14 × 107 s


AU

a) O objeto no ponto F, para o pequeno espelho, é real


1 rad = 57° ou virtual? Justifique sua resposta.
AR

sen 48,75°= 0,75 b) Calcule o raio de curvatura r do pequeno espelho.


S

π = 3,14 c) O pequeno espelho é côncavo ou convexo? Justi-


PE

fique sua resposta.


LO

9. No fundo de um recipiente com determinada


quantidade de água, encontra-se um espelho plano 11. A figura 1 mostra uma escultura metálica com alto
A

E. Um raio de luz incide sobre a superfície de sepa- grau de polimento que funciona como um grande espe-
UL

ração do ar e da água, com um ângulo de incidência lho esférico. Considere que o diâmetro dessa escultura
PA

i = 53,13°, cujo cosseno vale 0,6, penetrando na água seja de 2,4 m e que uma pessoa esteja parada a 3 m de
com ângulo de refração r. distância de sua superfície, conforme indicado na figura 2.
NA

A figura 1 apresenta a superfície refletora do espelho FIGURA 1 FIGURA 2


A

paralela ao fundo do recipiente. Nesta situação, o raio


04

de luz emerge com um ângulo a de valor igual ao de


3

incidência.
70
35

A figura 2 apresenta a superfície do espelho inclinada


em um ângulo u, em relação ao fundo do recipiente.
53

Nesta situação, o raio de luz emerge paralelamente à


03

superfície da água.
O

FIGURA 1
J
AU
AR
S
PE

a) A que distância da superfície da escultura essa pes-


soa vê sua imagem refletida?
LO

b) Se em 5 segundos essa pessoa caminhar horizon-


LA

talmente sobre uma linha reta contida em um plano


U
PA

330
A
AN
L
A
UL
PA
vertical que passa pelo centro da escultura até chegar Sendo n = 1,5 o índice de refração da lâmina em

NA
a 1,8 m de distância de sua superfície, qual será o relação ao ar e c = 3,0 x 108 m/s a velocidade da luz

4A
módulo da velocidade escalar média, em cm/s, com no ar, determine:
que a imagem da pessoa se movimentará?

30
a) a velocidade da luz no interior da lâmina.
b) variando-se o ângulo de incidência T, varia o desloca-

70
12. Para a determinação do índice de refração
(n1) de uma lâmina de vidro (L), foi usado o dispositivo mento d sofrido pelo raio de luz i. Qual é o valor máximo

35
da figura, em que C representa a metade de um cilin- que esse deslocamento pode assumir? Justifique.

53
dro de vidro opticamente polido, de índice de refração

03
15. Três blocos em formato de paralelepípedo retân-
n2 = 1,8. Um feixe fino de luz monocromática é feito
gulo, numerados de 1 a 3, são empilhados conforme
incidir no ponto P, sob um ângulo a, no plano do papel.

JO
mostra a figura. Os blocos são feitos de substâncias

AU
transparentes, de índices de refração absolutos n1 , n2 e
n3 , respectivamente. A figura mostra uma visão lateral

AR
desse empilhamento, uma malha quadriculada para re-
ferência e a trajetória de um raio de luz monocromática

S
PE
que segue paralela ao plano das faces exibidas.

LO
A
UL
Observa-se que, para a ≥ 45°, o feixe é inteiramente
refletido na lâmina. Qual é o valor de n1?

PA
NA
13. A figura mostra um objeto luminoso colocado sobre
o eixo principal de um espelho esférico côncavo, que

4A
obedece às condições de Gauss, e dois raios de luz, 1 e 30
2, que partem do objeto e incidem na superfície refle-
70

tora do espelho. Considere que o raio 1 seja paralelo


ao eixo principal do espelho e que os pontos C, F e V
35

correspondam, respectivamente, ao centro de curvatu-


53

ra, ao foco principal e ao vértice do espelho.


03
JO

a) Sabendo que o índice de refração absoluto do meio


AU

1 vale 1,5 e que a velocidade de propagação da luz


AR

no vácuo é c = 3 × 108 m/s, determine a velocidade


da luz no meio 1 e o índice de refração do meio 2.
S

b) Observando o comportamento do raio de luz que,


PE

a partir do meio 2, dirige-se ao meio 3, responda se o


LO

meio 3 é mais refringente ou menos refringente que


a) Na figura que se encontra no campo de Resolução o meio 2 e, em seguida, determine o valor do índice
A
UL

e Resposta, esboce as trajetórias dos raios 1 e 2 após de refração relativo do meio 3 em relação ao meio
refletirem no espelho. 2, n3/n2 .
PA

b) Sabendo que a distância focal do espelho é 30 cm,


16. Sobre uma das faces de um prisma de índice de
NA

que a distância do objeto ao espelho é 90 cm e que


a altura do objeto é 6,0 cm, calcule a distância da refração ¥2 e ângulo de refringência 75°, mergulhado
A

imagem ao espelho e a altura da imagem, ambas em no ar (índice de refração do ar igual a 1,00), incide um
04

centímetros. feixe de raios luminosos monocromáticos paralelos.


3

Determine o ângulo de incidência para que estes raios


70

14. A figura abaixo representa um raio de luz i que at- possam emergir do prisma através da face BC.
35

ravessa uma lâmina de faces paralelas de espessura e,


53

imersa no ar, sofrendo deslocamento d.


03
JO
AU
AR
S
PE
LO
LA
U
PA

331
A
AN
L
A
UL
PA
17. A figura mostra um raio de luz monocromática que se a) A partir da figura, determine a distância focal da lente.

NA
propaga por um meio A, incide na superfície de separa- b) Determine o tamanho e a posição da imagem de

4A
ção desse meio com um meio B, a atravessa e passa a se um objeto real de 3,0 cm de altura, colocado a 6,0 cm
propagar pelo meio B. Em seguida, incide na superfície da lente, perpendicularmente ao seu eixo principal.

30
de separação entre o meio B e um meio C. As linhas tra-

70
cejadas indicam as retas normais às superfícies de sepa- 20. Na figura a seguir, em escala, estão representados

35
ração dos meios, nos pontos de incidência do raio de luz. uma lente L delgada, DIVERGENTE, com seus focos F, e

53
um espelho plano E, normal ao eixo da lente. Uma fina
haste AB está colocada normal ao eixo da lente. Um

03
observador O, próximo ao eixo e à esquerda da lente,

JO
mas bastante afastado desta, observa duas imagens da
haste. A primeira A1B1, é a imagem direta de AB formada

AU
pela lente. A segunda, A2B2, é a imagem, formada pela

AR
lente, do reflexo A'B' da haste AB no espelho E.

S
PE
Os índices de refração absolutos dos meios B e C va-

LO
lem, respectivamente, nB = 2,00 e nC = 1,50. Considere
sen 30º = 0,50, sen 45º = 0,71, sen 49º = 0,75 e

A
sen 60º = 0,87.

UL
a) Calcule o índice de refração absoluto do meio A.

PA
b) Determine o que ocorre com o raio de luz após
atingir a superfície de separação entre o meio B e o

NA
meio C. Justifique sua resposta

18. Para medir a distância focal de uma lente conver- 4A


30
gente, procede-se do seguinte modo: coloca-se a lente a) Construa e identifique as duas imagens: A1B1 e A2B2
70

num banco óptico diante de um espelho plano perpen- b) Considere agora o raio R, indicado na figura, par-
35

dicular a seu eixo principal e, do lado oposto, uma lâm- tindo de A em direção à lente L. Complete a trajetória
53

pada de pequenas dimensões sobre o eixo principal. deste raio até uma região à esquerda da lente. Dife-
03

rencie claramente com linha cheia este raio de outros


raios auxiliares.
JO
AU
AR
S
PE
LO

Verifica-se, por tentativas, que quando a lâmpada for


A

colocada a uma distância d igual a 20 cm da lente, a


UL

imagem da lâmpada conjugada pelo sistema lente-es-


PA

pelho se formará sobre a própria lâmpada, qualquer


que seja a distância entre a lente e o espelho. Qual é a
NA

distância focal da lente?


A
04

19. Na figura, MN representa o eixo principal de uma


lente divergente L, AB o trajeto de um raio luminoso
3
70

incidindo na lente, paralelamente ao seu eixo, e BC o


35

correspondente raio refratado.


53
03
JO
AU
AR
S
PE
LO
LA
U
PA

332
A
AN
AN
A
PA
U LA
LO
PE
S
AR
AU
JO
03
53
35
70
304
ANA
PA
UL
A
LO
PE
S
AR
AU
JO
03
53
35
70
30
4A
NA
PA
UL
A
LO
PE
S
AR
AU
JO
03
53
35
FÍSICA 3

70
30
4A
NA
PA
UL

333
A
L
L
A
UL
PA
NA
ASSOCIAÇÃO DE RESISTORES

4A
30
70
35
RESISTÊNCIA EQUIVALENTE

53
U = U1 + U2

03
U = U1 + U2 + U3 + ... + Un

JO
AU
A soma das resistências associadas em série em um circui-

AR
to é igual à resistência equivalente desse circuito.

S
PE
Req = R1 + R2 + R3 + ... + Rn

LO
A
UL
Para R1 = R2 = ... = Rn = R. Desse modo, a resistência do

PA
circuito é:
tensão do gerador

NA
Req = __________________ = __UŸ U=R ·i Req = n · R
intensidade da corrente i eq

4A
ASSOCIAÇÃO DE Observação: na associação de resistores em série, a
30
resistência equivalente sempre terá um valor maior que
70

RESISTORES EM SÉRIE qualquer resistência individual que participe da associação.


35
53

ASSOCIAÇÃO DE RESISTORES
03

DOIS RESISTORES EM SÉRIE


JO

EM PARALELO
AU
AR
S

TRÊS RESISTORES EM SÉRIE


PE
LO

A soma das tensões parciais de cada resistor em uma as-


A

sociação em série é igual à tensão total U fornecida pelo


UL

gerador.
PA
NA

PROPRIEDADES DA ASSOCIAÇÃO
A
04

DE RESISTORES EM SÉRIE
3
70
35
53
03
JO
AU
AR
S
PE
LO
LA
U
PA

334
A
AN
L
A
UL
PA
CASOS PARTICULARES

NA
4A
30
70
35
53
03
JO
R1 · R2
Req = ______

AU
R1 + R2

AR
produto
Req = ______

S
soma

PE
LO
ƒ Se o circuito for formado por n resistores idênticos, ou

A
seja, de mesma resistência R, então a resistência equiv-

UL
PROPRIEDADES DA ASSOCIAÇÃO alente é dada por:

PA
R
Req = __
DE RESISTORES EM PARALELO

NA
n

4A
30
A soma das intensidades da corrente elétrica em cada
70

resistor de uma associação em paralelo é igual à inten-


35

sidade da corrente elétrica total no extremo da ligação


53

dos resistores.
03

1 = __1 + __1 = __2 [ Req = __


___ R 1 = __1 + __1 + __1 = __3 [ R = __
___ R
JO

Req R R R 2 Req R R R R eq 3
AU

i = i1 + i2 + i3 DOIS RESISTORES IDÊNTICOS EM PARALELO TRÊS RESISTORES IDÊNTICOS EM PARALELO


AR

ASSOCIAÇÃO MISTA
S

A tensão elétrica nos extremos de resistores associa-


PE

dos em paralelo é a mesma para todos os resistores da


LO

associação.
A
UL

U1 = U2 = U3 = U
PA

U ; i = __
i1 = __ U ; i = __
U
NA

R1 2 R2 3 R3
EXEMPLO DE ASSOCIAÇÃO MISTA DE RESISTORES.
A
04

i = i1 + i2 + i3
3

U = __
U + __
U + __
U
70

___
Req R1 R2 R3
35

1 = __
1 + __
1 + __
1
53

___
Req R1 R2 R3
03
JO

A soma do inverso das resistências de resistores associa-


AU

dos em paralelo é igual ao inverso da resistência equiva-


AR

lente dessa ligação em paralelo.


S
PE
LO
LA
U
PA

335
A
AN
L
A
UL
PA
NA
POTÊNCIA DISSIPADA POR EFEITO JOULE

4A
30
70
35
53
REOSTATO

03
JO
AU
AR
S
PE
LO
A
UL
PA
NA
4A
30
70
35
53

POTÊNCIA ELÉTRICA
03

CURTO-CIRCUITO
JO
AU
AR
S
PE
LO

A potência P é o trabalho realizado para movimentar as


A

cargas durante um intervalo de tempo.


UL
PA

P = Ui
ANA

2
U
P = Ri2 e P = __
04

R
3
70
35

ENERGIA DISSIPADA
53
03

POR EFEITO JOULE


O
J
AU

E = P · Dt
AR
S

E = R · i2 · Dt
PE
LO

VA – VB = Ri Ÿ VA – VB = 0 Ÿ VA = VB
LA
U
PA

336
A
AN
L
A
UL
PA
NA
AMPERÍMETRO, VOLTÍMETRO E PONTE DE WHEATSTONE

4A
30
70
35
53
AMPERÍMETRO IDEAL Equilíbrio da

03
ponte de Wheatstone

JO
AU
Amperímetro ideal é um medidor de intensidade de cor-

AR
rente, cuja resistência elétrica é nula (RA = 0).

S
PE
LO
A
UL
(ESQUERDA) RESISTORES EM SÉRIE, ANTES DE SE INSERIR O AMPERÍMETRO.

PA
(DIREITA) APÓS A INSERÇÃO DO AMPERÍMETRO, A INTENSIDADE
DA CORRENTE ELÉTRICA NÃO FOI ALTERADA.

NA
NA PONTE DE WHEATSTONE EM EQUILÍBRIO, O

VOLTÍMETRO IDEAL
AMPERÍMETRO NÃO ACUSA CORRENTE ELÉTRICA.

4A
30
R1 · R3 = R2 · R4
70
35

Voltímetro ideal é um medidor de tensão com resistência


elétrica infinitamente grande (RV o `).
53
03
JO
AU
AR
S
PE
LO

NA PONTE EM EQUILÍBRIO,
NÃO PASSA CORRENTE
A
UL

ELÉTRICA PELO RESISTOR


CENTRAL, NO DIAGONAL BC.
PA

(CIMA) RESISTORES EM SÉRIE, ANTES DE SE INSERIR O VOLTÍMETRO.


NA

(BAIXO) APÓS A LIGAÇÃO EM PARALELO DO VOLTÍMETRO COM


R2, NÃO HÁ ALTERAÇÃO DA D.D.P. E CORRENTE ELÉTRICA.
A
04

PONTE DE WHEATSTONE
3
70
35
53
03
O

NA PONTE EM EQUILÍBRIO,
J

A LÂMPADA NÃO ACENDE,


AU

POIS A D.D.P. ENTRE B E C


É NULA. NÃO HÁ CORRENTE.
AR
S
PE
LO
LA
U
PA

337
A
AN
L
A
UL
PA
NA
ESTUDO DO GERADOR

4A
30
70
35
53
GERADOR IDEAL POTÊNCIA NO

03
JO
GERADOR ELÉTRICO

AU
U = « – ri Ÿ Ui = ei – ri2

AR
Pu = Ui

S
PE
Pt = «i

LO
GERADOR IDEAL (U = E)

A
Pd = ri2

UL
CARACTERÍSTICAS DOS GERADORES

PA
P U
h = __u = __
Pt «

NA
4A
Força eletromotriz (f.e.m.) 70
30

t
« = ___
35

DQ
53
03
JO
AU
AR
S
PE
LO
A
UL
PA
A NA

A BATERIA É A FONTE DE F.E.M. «, E R É SUA RESISTÊNCIA INTERNA.


04

O FAROL FAZ PARTE DO CIRCUITO EXTERNO (RESISTÊNCIA R).


3
70

LEI DE POUILLET
35

U = « – ri
53
03

Observação
J O

Essa equação representa um gerador elétrico real. Para


AU

um gerador ideal, não ocorre dissipação interna de ener-


AR

gia, e, portanto, r = 0. Para o gerador ideal, a d.d.p. e a


S

f.e.m. são iguais ( U = «).


PE
LO
LA
U
PA

338
A
AN
L
A
UL
PA
POTÊNCIA ÚTIL FORNECIDA

NA
4A
30
70
35
53
03
JO
AU
« = (R + r)i

AR
S
CORRENTE DE CURTO-CIRCUITO

PE
A = Pu

LO
EM UM GERADOR Pu = Ui = «i – ri2

A
UL
Pu (i) = «i – ri2

PA
NA
4A
30
70
35
53
03
JO

2
AU

ASSOCIAÇÃO DE GERADORES
AR
S

U = « – ri Ÿ 0 = « – ricc Ÿ icc = __«r


PE

Associação em série
LO

CURVA CARACTERÍSTICA
A

+ - + - + - + -
UL
PA

DE UM GERADOR
NA

A B
A
04

A FIGURA REPRESENTA QUATRO PILHAS ASSOCIADAS EM SÉRIE.


3
70
35
53
03
OJ
AU
AR
S
PE

«
u tg a uN # __ Ÿ u tg a uN # r
LO

icc
LA
U
PA

339
A
AN
L
A
UL
PA
NA
4A
30
70
35
«s = «1 + «2 + ... + «n

53
03
Us = U1 + U2 + ... + Un

JO
Ps = P1 + P2 + ... + Pn

AU
rs = r1 + r2 + ... + rn

AR
Associação em paralelo

S
PE
LO
+ -

A
UL
PA
+ -

NA
A B

4A
30
+ -
70
35
53

A FIGURA REPRESENTA TRÊS PILHAS ASSOCIADAS EM PARALELO.


03
JO
AU
AR
S
PE
LO
A
UL
PA
NA

1 __
__ 1 __ 1 1
__
rp = r1 + r2 + ... + rn
A
04
3

1 __1 __1
__ __1 1 __n
__ __r
rp = r + r + ... + r Ÿ rp = r Ÿ rp = n
70
35
53
03
OJ
AU
AR
S
PE
LO
LA
U
PA

340
A
AN
L
A
UL
PA
NA
RECEPTORES

4A
30
70
POTÊNCIA

35
UM MODELO PARA O RECEPTOR

53
03
JO
AU
AR
S
PE
LO
U = «’ + r’ · i

A
U’ = «’ + r’i Ÿ

UL
PA
U’i = «’i + r’i2 Ÿ

NA
Pt = Pu + Pd Ÿ
P
4A
h = __u Ÿ
P
30
«'it Ÿ
h = ___
70

U'i
h = __ «'
35

U'
53
03

N
r' = tg a
JO
AU
AR
S
PE
LO
A
UL

CIRCUITOS ELÉTRICOS COM RECEPTOR


PA
A NA
04
3
70
35
53
03
OJ

Gerador: U = « – r . i
AU

Receptor: U = «’ + r’ . i
AR

« – r · i = «’ + r’ · i Ÿ
S

« – «’ = r · i + r’ · i Ÿ
PE

« – «’ = (r + r’) · i Ÿ
LO

« = «’ + (r + r’) · i Ÿ
LA

« – «’ = (R + r + r’) · i
U
PA

341
A
AN
L
A
UL
PA
NA
CAPACITORES

4A
30
70
35
53
Q=C·U

03
ou

JO
Q A
C = __ C = k · «0 · __

AU
U d

AR
SEÇÃO TRANSVERSAL DO CAPACITOR PLANO. A É A PLACA
PLANA POSITIVA, E B, A PLACA PLANA NEGATIVA.
Energia de um capacitor

S
PE
CARGA ELÉTRICA E CAPACITÂNCIA

LO
carga

A
Q

UL
PA
NA
A

4A
O U ddp
30
GRÁFICO DA TENSÃO DURANTE O CARREGAMENTO DO CAPACITOR
70

Q·U
b · h Ÿ W = ____
35

W = A = ____
2 2
53
03

C · U²
W = _____
JO

2
AU

O capacitor no circuito elétrico


AR

GRÁFICO DA TENSÃO DURANTE O DESCARREGAMENTO DO CAPACITOR


S
PE
LO
A
UL
PA
NA

GRÁFICO DA CARGA EM FUNÇÃO DA D.D.P.


A
3 04

ASSOCIAÇÃO DE CAPACITORES
70
35
53
03

A
J O
AU

A
AR

B
C
S
PE
LO

B
LA

ASSOCIAÇÃO DE CAPACITORES EM PARALELO ASSOCIAÇÃO DE CAPACITORES EM SÉRIE


U
PA

342
A
AN
L
A
UL
PA
CAPACITOR EQUIVALENTE Outras propriedades da

NA
associação em série

4A
30
Q Q Q
U1 = __1 U2 = __2 U3 = __3

70
C1 C2 C3

35
53
UAB = U1 + U2 + U3

03
1 = __
___ 1 = __
1 + __
1 + ... + __
1

JO
Ceq C1 C2 C3 Cn

AU
AR
Em uma associação de capacitores em série, o inverso da
CAPACITOR EQUIVALENTE capacitância equivalente é igual à soma dos inversos das

S
PE
capacitâncias parciais.
Qeq = Qassoc = Q
Q

LO
C = Qeq · U ou Ceq = __
U

A
UL
Associação de capacitores em paralelo

PA
NA
4A
30
70
35
53

TRÊS CAPACITORES EM PARALELO


03
JO

Na associação em paralelo, a d.d.p de todos os capacito-


AU

res é igual.
AR

Ceq = C1 + C2 + ... + Cn
S
PE
LO

A capacitância equivalente de uma associação em parale-


lo é igual à soma das capacitâncias parciais.
A
UL
PA

Associação de capacitores em série


A NA
304
70
35
53
03
JO
AU
AR

Q1 = Q2 = Q3 = Q
S
PE

A carga elétrica de uma associação de capacitores em sé-


LO

rie é igual a carga Q de cada um dos capacitores.


LA
U
PA

343
A
AN
L
A
UL
PA
U.T.I. - Sala 4. Dado o circuito abaixo, determine o valor do resistor

NA
Rx para que o galvanômetro da figura não seja atraves-

4A
sado por corrente elétrica.
1. Analise o circuito representado abaixo e resolva os

30
itens propostos.

70
35
53
03
JO
AU
5. Numa associação mista de vinte geradores de f.e.m.
8 V e resistência interna 0,2 Ω em quatro ramos, cada

AR
um contendo cinco geradores em série, determine:

S
a) a f.e.m. e a resistência do gerador equivalente;

PE
Determine:
b) a corrente que atravessa cada ramo da associação,

LO
a) resistência equivalente do circuito. quando esta é ligada a um resistor de 4,75 Ω.
b) a intensidade da corrente elétrica total que passa

A
UL
pelo circuito.
c) a d.d.p. entre os pontos A e C.

PA
d) a d.d.p. entre os pontos C e D.

NA
e) a intensidade da corrente elétrica que passa pelo

4A
resistor R3.
30
2. No circuito representado no esquema a seguir, os re-
70

sistores R1, R2 e R3 têm valores iguais a 12 ohms.


35
53
03
JO
AU
AR
S
PE

De acordo com o esquema, CALCULE qual seria a lei-


LO

tura do amperímetro A, em amperes, e a leitura do


voltímetro V, em volts.
A
UL

3. No esquema a seguir, temos uma fonte de tensão


PA

« = 120 V, duas lâmpadas L1 e L2 e uma resistência R. L1


só acende com 120 V e L2 só acende com 40 V aplicados,
NA

caso em que L1 dissipa 120 W e L2 dissipa 80 W.


A
304
70
35
53
03
JO
AU
AR

Calcule R para que as duas lâmpadas estejam acesas.


S
PE
LO
LA
U
PA

344
A
AN
L
A
UL
PA
U.T.I. - E.O. 5. Determine o valor de R para que a corrente na bate-

NA
ria seja de 1 A, sabendo que E = 18 V.

4A
1. Em um laboratório de eletrônica, um aluno tem à sua

30
disposição um painel de conexões, uma fonte de 12 V e

70
quatro resistores, com resistências R1 = 10 Ω, R2 = 20 Ω,

35
R3 = 30 Ω e R4 = 40 Ω. Para armar os circuitos dos itens
abaixo, ele pode usar combinações em série e/ou para-

53
lelo de alguns ou todos os resistores disponíveis.

03
a) Sua primeira tarefa é armar um circuito tal que a

JO
intensidade de corrente fornecida pela fonte seja de
0,8 A. Faça um esquema deste circuito. Justifique.

AU
b) Agora, o circuito deve ter a máxima intensidade de
6. Considere o circuito da figura abaixo em que as resis-

AR
corrente possível fornecida pela fonte. Faça um es-
quema do circuito. Justifique. tências são dadas em Ω e a bateria é considerada ideal

S
com uma força eletromotriz de 12 Volts.

PE
c) Qual é o valor da intensidade de corrente do item b?

LO
2. Os seis resistores do circuito esquematizado são ôh-
micos. A resistência elétrica de cada resistor é igual a R.

A
UL
Considerando A e B como terminais da associação, qual
é a resistência elétrica do conjunto?

PA
NA
4A
30
70
35

a) Qual é a diferença de potencial no resistor R2?


53

b) Qual é a potência dissipada pelo circuito?


03

3. Qual é o valor (em ohms) da resistência equivalente c) A resistência R3 agora é retirada do circuito e subs-
JO

RAB da associação de resistores representada abaixo? tituída por um fio sem resistência. Qual é a nova cor-
rente que passa por R1?
AU
AR

7. No circuito representado a seguir, o amperímetro A,


ideal, indica I = 2 A.
S
PE
LO
A
UL
PA
A NA
304
70

Dados:
35

• Bateria 1: f.e.m. E1 = 9 V; resistência interna r1 = 1,5 Ω


53

4. O esquema abaixo mostra três fios entre os quais se


03

ligam algumas lâmpadas iguais. • Bateria 2: f.e.m. E2 = 3 V; resistência interna r2 = 0,5 Ω


• Bateria 3: f.e.m. E3 = 12 V; resistência interna r3 = 2
O

Ω, R1 = 2 Ω, R2 = R3 = 4 Ω, R4 = 12 Ω, R5 = 1 Ω
J
AU

Determine:
AR

a) o valor da resistência R;
b) a quantidade de calor desenvolvida em R5, num
S
PE

a) Qual é a tensão aplicada às lâmpadas quando o intervalo de tempo igual a 10 minutos.


“fio neutro” está ligado?
LO

b) Se o fio neutro quebrar no ponto P, qual é a tensão


LA

que será aplicada às duas lâmpadas de baixo?


U
PA

345
A
AN
L
A
UL
PA
8. Um fio metálico homogêneo tem comprimento L e mente, o voltímetro V indica 3,0 volts.

NA
área de secção transversal constante. Quando submeti-

4A
do a uma diferença de potencial de 12 V, esse fio é per-
corrido por uma corrente elétrica de intensidade 0,1 A

30
conforme a figura 1. Esse fio é dividido em três partes,

70
A, B e C de comprimentos __L, __
L e __L respectivamente, as

35
6 3 2
quais, por meio de fios de resistências desprezíveis, são

53
conectadas entre si e submetidas à mesma diferença de

03
potencial constante de 12 V conforme a figura 2.

JO
a) Qual será a indicação do amperímetro A?

AU
b) A lâmpada L “queima”. Qual será, depois disso, a

AR
indicação do voltímetro V?

S
11. Cinco resistores iguais, cada um com resistência R –

PE
100 Ω, são ligados a um gerador G de tensão constante

LO
VG – 250 volts, conforme o circuito abaixo. A é um am-
perímetro de resistência interna desprezível. Qual é a

A
corrente indicada por esse instrumento?

UL
PA
Com base no circuito representado na figura 2, calcule:
a) a resistência equivalente, em Ω.

NA
b) a potência total dissipada, em W.

9. Algumas residências recebem três fios da rede de ener- 4A


30
gia elétrica, sendo dois fios correspondentes às fases e o
70

terceiro ao neutro. Os equipamentos existentes nas resi-


35

dências são projetados para serem ligados entre uma fase


53

e o neutro (por exemplo, uma lâmpada) ou entre duas 12. No circuito esquematizado, a indicação do am-
fases (por exemplo, um chuveiro). Considere o circuito a
03

perímetro ideal A é igual a?


seguir, que representa, de forma muito simplificada, uma
JO

instalação elétrica residencial. As fases são representadas


por fontes de tensão em corrente contínua e os equipa-
AU

mentos, representados por resistências. Apesar de simpli-


AR

ficado, o circuito pode dar uma ideia das consequências


de uma eventual ruptura do fio neutro. Considere que to-
S

dos os equipamentos estejam ligados ao mesmo tempo.


PE
LO
A
UL

13. A corrente que corresponde à deflexão máxima do


PA

ponteiro de um galvanômetro é de 1,0 mA e sua re-


sistência é de 0,5 Ω. Qual deve ser o valor da resistência
NA

que precisa ser colocada nesse aparelho para que ele


A

se transforme em um voltímetro apto a medir até 10 V?


04

Como deve ser colocada essa resistência, em série ou


3

em paralelo com o galvanômetro?


70

a) Calcule a corrente que circula pelo chuveiro.


35

b) Qual é o consumo de energia elétrica da residência, 14. No circuito, a d.d.p. entre os terminais A e B é de 60
em kWh, durante quinze minutos?
53

V e o galvanômetro G acusa uma intensidade de cor-


c) Considerando que os equipamentos se queimam
03

rente elétrica zero.


quando operam com uma potência 10% acima da nor-
mal (indicada na figura), determine quais serão os eq-
O

uipamentos queimados, caso o fio neutro se rompa no


J
AU

ponto A.
AR

10. O esquema abaixo representa um circuito formado


por um gerador ideal G de força eletromotriz E = 6,0
S
PE

volts, por uma lâmpada L e por dois resistores R1 e R2


com 100 e 50 ohms de resistência, respectivamente. Um
LO

voltímetro V e um amperímetro A, ambos ideais, estão


LA

ligados ao circuito, como indicado no esquema. Inicial-


U
PA

346
A
AN
L
A
UL
PA
Determine:

NA
a) o valor de R.

4A
b) o valor de R, para quando a d.d.p. entre os termi-

30
nais A e B for duplicada e o galvanômetro continuar

70
acusando zero.

35
15. No circuito esquematizado, R1 = 210 ohms, R2 = 30 ohms,

53
AB é um fio homogêneo de seção constante, resistência 50

03
ohms e comprimento 500 mm. Obteve-se o equilíbrio do
galvômetro para L = 150 mm.

JO
AU
20. O amperímetro A indicado no circuito abaixo é ide-

AR
al, isto é, tem resistência praticamente nula. Os fios de

S
ligação têm resistência desprezível. Determine a inten-

PE
sidade de corrente elétrica indicada no amperímetro A.

LO
A
UL
PA
NA
Determine o valor de x.

4A
16. Um circuito elétrico constituído de dois resistores R1 e 30
R2 é alimentado por quatro geradores iguais, ligados em
série, cada um de 12 V e resistência interna 0,25 Ω. Estes
70

geradores alimentam o circuito com corrente de inten-


35

sidade 16 A. Os resistores são percorridos por diferentes


53

intensidades de corrente e o valor de R2 é o dobro do


03

valor de R1. Determine os o valores de R1 e R2 (em ohms).


JO

17. O esquema representa duas pilhas ligadas em para-


AU

lelo, com as resistências internas indicadas. Pergunta-se:


AR
S
PE
LO
A
UL

a) Qual o valor da corrente que circula pelas pilhas?


PA

b) Qual é o valor da diferença de potencial entre os pon-


tos A e B e qual o ponto de maior potencial?
NA

c) Qual das duas pilhas está se “descarregando”?


A
04

18. Um técnico dispõe de duas baterias iguais. Efetuando


experiências com elas, verificou que, quando as baterias
3
70

são associadas em série e o conjunto é ligado a um re-


35

sistor de 10 Ω, circula uma corrente de 0,4 A; quando são


associadas em paralelo e aplicadas ao mesmo resistor,
53

circula 0,25 A no resistor. Determine a f.e.m. (em volts) e


03

a resistência interna (em ohms) das baterias.


O

19. No circuito elétrico a seguir, é necessário que, ao


J
AU

se ligar a chave K no ponto P, a lâmpada L, de especifi-


cações nominais 0,50 W — 2,0 V, permaneça acesa sem
AR

problemas. Sabe-se que, ao se ligar a chave K no ponto


S

M, o amperímetro ideal A indica uma intensidade de cor-


PE

rente de 500 mA, e, ao se ligar no ponto N, a indicação


LO

é de 4,0 A. Para que sejam atendidas rigorosamente as


especificações da lâmpada, é necessário que o resistor
LA

R, associado em série a ela, tenha resistência elétrica de?


U
PA

347
A
AN
AN
A
PA
ULA
LO
PE
S
AR
AU
JO
03
53
35
70
304
ANA
PA
UL
A
LO
PE
S
AR
AU
JO
03
53
35
70
30
4A
NA
PA
UL
A
LO
PE
S
AR
AU
JO
03
53
35
70
30
4A
NA
PA
UL
A
L
AN
A
PA
U LA
LO
PE
S
AR
AU
JO
03
53
35
70
304
ANA
PA
UL
A
LO
PE
S
AR
AU
JO
03
53
35
70
30
4A
NA
PA
UL
A
LO
PE
S
AR
AU
JO
03
53
35
QUÍMICA 1

70
30
4A
NA
PA
UL

349
A
L
L
A
UL
PA
NA
ÁCIDOS

4A
30
70
35
53
De maneira geral, os ácidos apresentam as seguintes ca- Por exemplo:

03
racterísticas: água
HCℓ o H+ + Cℓ–

JO
ƒ Têm sabor azedo; água
H2SO4 o 2 H+ + SO2–

AU
4
ƒ A grande maioria é tóxico e corrosivo; água

AR
HNO3 o H+ + NO3–
ƒ Quando em solução aquosa, os ácidos conduzem ele-
água

S
tricidade; H3PO4 o 3 H+ + PO3–

PE
4

ƒ Os ácidos alteram a cor de indicadores. Os indicadores

LO
Uma outra maneira mais correta de escrever os quatro
têm a propriedade de mudar a cor do meio, conforme exemplos anteriores é:

A
o caráter ácido ou básico das soluções (exemplo de in-

UL
dicadores: papel tornassol, fenolftaleína, entre outros). HCℓ + H2O → H3O+ + Cℓ–

PA
Segundo Arrhenius, ácidos são compostos que se ionizam H2SO4 + 2 H2O → 2 H3O+ + SO2–

NA
4
em solução aquosa e originam como o único íon positivo
HNO3 + H2O → H3O+ + NO3–
4A
o cátion hidrônio ou hidroxônio (H+ ou H3O+). O H+ é o 30
responsável pelas propriedades comuns a todos os ácidos, H3PO4 + 3 H2O → 3 H3O+ + PO3–
4
70

sendo este o radical funcional dos ácidos.


35
53

Classificação dos ácidos


03
JO

1. Presença de oxigênio
AU

Classificação Oxigênio Exemplos


AR

hidrácidos não possuem HC𝓵, HCN, H2S


S

oxiácidos ou oxoácidos possuem HNO3, H2SO4, H3BO3


PE
LO

2. Hidrogênios ionizáveis
A
UL

Hidrogênios ionizáveis em oxiácidos são os hidrogênios que se ligam a um átomo de oxigênio.


PA

Número de hidrogênios
NA

Classificação Exemplos
ionizáveis
A

monoácidos ou monopróticos 1 HC𝓵, HCN, HNO3


04

diácidos ou dipróticos 2 H2S, H2SO4, H2CO3


3
70

triácidos ou tripróticos 3 H3PO4, H3BO3


35

tetrácidos ou tetrapróticos 4 H4SiO4


53
03

Exceções: quando um átomo de hidrogênio se liga diretamente ao átomo central, esse hidrogênio não é ionizável.
O

Por exemplo:
J
AU

ƒ Ácido fosforoso (H3PO3) é um diácido.


AR
S
PE
LO
LA
U
PA

350
A
AN
L
A
UL
PA
ƒ Ácido hipofosforoso (H3PO2) é um monoácido.

NA
4A
30
70
35
3. Volatilidade

53
Volatilidade é a capacidade de uma substância passar para o estado gasoso. Substâncias voláteis, em geral, apresentam

03
pontos de ebulição baixos.

JO
Classificação Ponto de Ebulição Exemplos

AU
fixos alto São apenas 3 ácidos: H2SO4, H3PO4, H3BO3

AR
voláteis baixo Os demais ácidos: HC𝓵, H2S, HCN, HNO3...

S
PE
4. Força

LO
∆ = n° de oxigênios – n° de hidrogênios ionizáveis

A
HC𝓵O4 Ÿ∆ = 4 – 1 = 3 Ÿ forte

UL
PA
H2SO4 Ÿ∆ = 4 – 2 = 2 Ÿforte

NA
HNO2 Ÿ ∆ = 2 – 1 = 1 Ÿmoderado

4A
HC𝓵O Ÿ∆ = 1 – 1 = 0 Ÿfraco 30
Exceção: O ácido carbônico (H2CO3), embora apresente um ∆ = 1 , ele é considerado um ácido fraco por ser um ácido
70

instável.
35
53

Classificação Hidrácidos Oxiácidos


03

fortes HC𝓵, HBr, HI ∆ = 2 ou 3


JO

moderados HF ∆=1
AU

fracos H2S, HCN e demais ∆=0


AR

Nomenclatura
S
PE

Ácido + (nome do elemento) + sufixo


LO

O sufixo segue este padrão:


A
UL

Classificação Sufixo Exemplos Ânion


PA

HC𝓵 ácido clorídrico C𝓵- cloreto


NA

hidrácido -ídrico H2S ácido sulfídrico S2- sulfeto


HCN ácido cianídrico CN- cianeto
A
04

-ico H2SO4 ácido sulfúrico SO2-4 sulfato


(o ácido que você precisa lembrar) HNO3 ácido nítrico NO3- nitrato
3
70

oxiácido
oso H2SO3 ácido sulfuroso SO2-3 sulfito
35

(o ácido com um oxigênio a menos) HNO2 ácido nitroso NO2- nitrito


53

E há também os prefixos, especialmente em oxiácidos, que formam mais de dois ácidos (comumente visto em ácidos que
03

contêm halogênios):
J O
AU

Prefixo Sufixo Fórmula Exemplo Ânion


AR

per- -ico HXO4 HC𝓵O4 ácido perclórico C𝓵O4- perclorato


- -ico HXO3 HC𝓵O3 ácido clórico C𝓵O3- clorato
S
PE

- -oso HXO2 HC𝓵O2 ácido cloroso C𝓵O2- clorito


LO

hipo -oso HXO HC𝓵O ácido hipocloroso C𝓵O- hipoclorito


LA
U
PA

351
A
AN
L
A
UL
PA
NA
BASES

4A
30
70
35
53
Apresentam as seguintes características:

03
ƒ Possuem sabor adstringente, que “amarra” a boca, como é possível perceber ao se comer uma fruta “verde”;

JO
ƒ São, em geral, tóxicas;

AU
ƒ Formam soluções aquosas condutoras de eletricidade;

AR
ƒ Mudam a cor dos indicadores (conforme os exemplos comparativos da função ácidos).

S
Segundo Arrhenius, bases são compostos que, por dissociação iônica, originam como único íon negativo o ânion hidróxido [OH-].

PE
LO
Classificação

A
UL
1. Número de hidroxilas/hidróxidos

PA
Classificação Número de hidroxilas Exemplos

NA
monobase 1 NaOH, KOH, AgOH

4A
dibase 2 30 Mg(OH)2, Ca(OH)2, Fe(OH)2
tribase 3 A𝓵(OH)3, Fe(OH)3
70

tetrabase 4 Sn(OH)4, Pb(OH)4


35

2. Força
53
03

Classificação Caracterização
JO

Hidróxidos dos metais alcalinos (grupo 1), como NaOH, KOH etc. e dos me-
Forte tais alcalino-terrosos (grupo 2), como Ca(OH)2, Ba(OH)2 e Sr(OH)2.
AU

O Mg(OH)2 é uma exceção à regra, uma vez que constitui uma base fraca e praticamente insolúvel.
AR

Hidróxidos de todos os demais metais, em geral metais dos grupos 3 ao 14.


Fraca
Aqui se incluem o Mg(OH)2, Be(OH)2 e o NH4OH.
S
PE

3. Solubilidade
LO

Classificação Caracterização
A
UL

Solúveis Hidróxidos dos metais alcalinos (grupo 1), como NaOH, KOH etc. e o NH4OH.
PA

Hidróxidos dos metais alcalino-terrosos (grupo 2), como Ca(OH)2,


Pouco solúveis
Ba(OH)2 e Sr(OH)2. Exceção: o Mg(OH)2 e Be(OH)2.
NA

Praticamente insolúveis Os demais hidróxidos: Fe(OH)2, Pb(OH)4 etc., além do Mg(OH)2.


A
3 04

Se o cátion tiver mais de uma valência:


Nomenclatura
70
35

hidróxido de + (nome do cátion Cx+) +


53

Para uma base genérica, C(OH)x, sua nomenclatura será: (valência em algarismo romano)
03

hidróxido de + (nome do cátion Cx+) ou


hidróxido de + (nome do cátion Cx+) + ico [maior valência]
O

Exemplos:
J

oso[menor valência]
AU

NaOH – hidróxido de sódio


Exemplos
AR

Ca(OH)2 – hidróxido de cálcio


Fe(OH)2 – hidróxido de ferro (II) ou hidróxido ferroso
S

A𝓵(OH)3 – hidróxido de alumínio


PE

Fe(OH)3 – hidróxido de ferro (III) ou hidróxido férrico


LO

Sn(OH)2 – hidróxido de estanho (II) ou hidróxido estanoso


LA

Sn(OH)4 – hidróxido de estanho (IV) ou hidróxido estânico


U
PA

352
A
AN
L
A
UL
PA
NA
SAIS

4A
30
70
35
53
Se o cátion tiver mais de uma valência:
Reação de neutralização total

03
Uma reação é de neutralização total, se todos os H+ do nome do ânion + de + nome do cá-

JO
ácido reagirem e todos os OH– da base também reagirem. tion + (valência do cátion)

AU
Por exemplo: ou

AR
NaOH + HC𝓵 o NaC𝓵 + H2O nome do ânion + de + nome do cátion + oso

S
PE
Mg(OH)2 + H2SO4 o MgSO4 + 2 H2O [menor valência] ou ico [maior valência]

LO
2 NaOH + H2SO4 o Na2SO4 + 2 H2O
Exemplos:

A
UL
Reação de neutralização Fe2+ [cátion ferro (II) ou ferroso] + C𝓵 – [ânion cloreto] FeC𝓵2

PA
parcial do ácido cloreto de ferro (II) ou cloreto ferroso.

NA
A proporção em mols da base e do ácido é de tal forma que Fe3+ [cátion ferro (III) ou férrico] + C𝓵 – [ânion cloreto] FeC𝓵3

4A
nem todos os H+ serão neutralizados. O sal formado é clas- cloreto de ferro (III) ou cloreto férrico.
30
sificado como hidrogenossal e este apresenta caráter ácido.
70

Hidrogenossais
Por exemplo:
35

Os hidrogenossais diferem-se apenas pelo fato de a quan-


53

NaOH + H2SO4 o NaHSO4 + H2O tidade de hidrogênios ionizáveis ser indicada pelos prefixos
03

(que pode ser omitido) mono, di, tri etc., seguida da palavra
Reação de neutralização
JO

hidrogeno, no começo do nome do sal, ou palavra ácido,


AU

parcial da base logo depois do nome do ânion.


AR

A proporção em mols da base e do ácido é de tal forma ƒ KHSO4: sulfato monopotássico ou sulfato (mono) ácido
de potássio ou (mono) hidrogenossulfato de potássio.
S

que nem todos os OH– serão neutralizados. O sal formado é


PE

classificado como hidroxissal e este apresenta caráter básico.


ƒ NaH2PO4: fosfato monossódico ou fosfato diácido de
LO

Por exemplo: sódio ou diidrogenofosfato de sódio.


A

Ca(OH)2 + HC𝓵 o Ca(OH)C𝓵 + H2O


UL

Se o hidrogenossal for originário de um ácido com dois


PA

hidrogênios ionizáveis, o prefixo hidrogeno pode ser subs-


Nomenclatura tituído por bi.
NA

ƒ NaHSO4: bissulfato de sódio.


A

nome do ânion + de + nome do cátion


04

ƒ NaHCO3: bicarbonato de sódio.


3
70

Exemplo:
35

Hidroxissais
A𝓵3+ [cátion alumínio] + C𝓵– [ânion cloreto] oA𝓵C𝓵3 clo-
53

Já nos hidroxissais a nomenclatura segue a mesma regra


03

reto de alumínio
dos hidrogenossais, trocando as palavras hidrogeno por
O

O ânion pode ser identificado através do seu ácido de ori- hidróxi ou palavra ácido por básico.
J

gem, portanto, segue-se a seguinte regra:


AU

ƒ CaOHC𝓵: cloreto básico de cálcio ou (mono) hidróxi-


AR

Terminação do ácido Ânion -cloreto de cálcio.


S

-ídrico -eto
ƒ MgOHBr: brometo básico de magnésio ou (mono) hi-
PE

-oso -ito dróxi-brometo de magnésio.


LO

-ico -ato
LA
U
PA

353
A
AN
L
A
UL
PA
Solubilidade dos sais

NA
4A
Ânion do sal Solubilidade Exceções

30
70
Nitrato (NO3- )
Nitrito (NO-2) Acetato de prata, de chumbo (II) e de mercúrio (I) são

35
Solúveis
Cloratos (CøO3- ) parcialmente solúveis.

53
Acetatos (H3C – COO-)

03
Cloretos (Cø-)

JO
Brometos (Br-) Solúveis Ag+, Pb2+, Hg2+
2
Iodetos (I-)

AU
Sulfatos (SO 42-) Solúveis Ca2+, Sr2+, Ba2+, Pb2+

AR
Sulfetos (S2-) Insolúveis Grupo 1 e NH+4

S
PE
Outros ânions (CO 32- , PO 43- etc.) Insolúveis Grupo 1 e NH+4

LO
A
UL
PA
ELETRÓLITOS

NA
4A
30
70

Conduzem corrente outros tipos de substâncias), baseando-se no seu grau


35

de ionização: quanto mais o ácido é forte, maior será o


53

1. Ácidos em solução aquosa; seu grau de ionização (D) e será um eletrólito forte e
03

2. Compostos iônicos em solução aquosa ou fundida; vice-versa.


JO

3. Metais no estado sólido ou líquido.


AU

Óxidos
AR

Não conduzem corrente São compostos binários (formados por apenas dois ele-
S

mentos químicos), e o elemento mais eletronegativo pre-


PE

1. Gases em condições ambientes; sente é sempre o oxigênio.


LO

2. Compostos iônicos no estado sólido; Exemplos: CO2, Na2O, SO2, CaO, etc.
A
UL

3. Água pura e ácidos puros;


Nomenclatura
PA

4. Demais substâncias covalentes.


NA

óxido + de + [nome do elemento]


Grau de ionização
A
04

Usa-se os prefixos mono, di tri etc. para indicar a quanti-


Grau de ionização, representado pela letra D (alfa), se de-
3

dade de oxigênios e do outro elemento presente no óxido


70

fine como a razão entre o número de moléculas ionizadas


(o prefixo mono na frente do elemento ligado ao oxigênio
35

(ou dissociadas) e o número total de moléculas dissolvidas:


é opcional).
53
03

número de partículas ionizadas (ou dissociadas) Se o elemento tiver uma única valência, ou seja, se houver
D = ____________________________________
número de partículas dissolvidas somente uma forma de ligar-se ao oxigênio e formar so-
J O

mente um tipo de óxido, não é necessário usar os prefixos


AU

Quando D tem valor próximo de zero, significa que a subs- antes do nome do elemento.
AR

tância está pouco ionizada, sendo chamado de eletrólito


fraco. Quando Dse aproxima de 1, a substância está bas- Quando o óxido é formado por elemento com mais de uma
S

valência, usa-se ou número romano para indicar a valência


PE

tante ionizada, sendo chamada de eletrólito forte.


do elemento ligado ao oxigênio ou usa-se os sufixos: -oso
LO

O grau de ionização é muito útil principalmente para de- para o metal de menor valência ou -ico para o metal de
LA

terminar a força dos ácidos (embora possa ser usado para maior valência.
U
PA

354
A
AN
L
A
UL
PA
ƒ Óxidos anfóteros – possuem esse nome por seu ca-

NA
Fórmula Nome do óxido
CO2 Dióxido de carbono
ráter duplo, ou seja, reagem tanto com ácido quanto

4A
com base originando como produto sal e água. (Exem-
SO3 Trióxido de enxofre

30
plo: A𝓵2O3, ZnO, PbO)
Na2O Óxido de sódio

70
SiO2 Dióxido de silício ƒ Peróxidos – composto formado por ânion peróxido

35
P2O5 Pentóxido de difósforo
(O22-). Nesta classe os compostos reagem com água

53
produzindo base e água oxigenada; quando reagem

03
FeO Óxido de ferro (II) ou óxido ferroso
com um ácido, produz um sal e água oxigenada.
Fe2O3 Óxido de ferro (III) ou óxido férrico
(Exemplo: Na2O2).

JO
C𝓵2O7 Heptóxido de dicloro

AU
Reações Inorgânicas

AR
Tipos de óxidos Na Química Inorgânica, um critério que é muito adotado é

S
classificar as reações de acordo com a quantidade de subs-

PE
Os óxidos podem ser classificados de acordo com o ele-
mento ligado ao oxigênio. São dois tipos: óxidos iônicos e tâncias que reagem e que são produzidas, agrupando as rea-

LO
óxidos moleculares: ções da seguinte forma: reações de síntese (ou adição), rea-

A
ções de análise (ou decomposição), reação de simples troca

UL
ƒ Óxidos iônicos – são óxidos formados por metais,
(ou deslocamento) e reação de dupla troca (ou metátese).

PA
havendo a presença de ligação iônica (entre um metal
e um ametal). Exemplos para este caso são o óxido de ƒ Reação de síntese ou adição: é aquela que dois

NA
sódio (Na2O), óxido de magnésio (MgO), óxido de alu- ou mais reagentes formam um único produto.

4A
mínio (A𝓵2O3), entre outros. Genericamente: A + B + C + ... oP
30
Exemplo:
ƒ Óxidos moleculares – são óxidos formados por
Formação da amônia: N2 + 3H2 o 2NH3
70

ametais, havendo a presença de ligação covalente (en-


35

tre ametais). Exemplos para este caso são os óxidos ƒ Reação de análise ou decomposição: este tipo
53

de carbono (CO e CO2), óxidos de enxofre (SO2 e SO3), de reação é o oposto da reação de síntese. Um único
03

óxidos de nitrogênio (NO, N2O e NO2), entre outros. reagente forma dois ou mais produtos.
Genericamente: R o A + B + C + ...
JO

Classificação dos óxidos


AU

Exemplo:
Decomposição do dicromato de amônio:
AR

Os óxidos podem ser classificados de acordo com o seu


(NH4)2Cr2O7 o N2 + 4 H2O + Cr2O3
comportamento químico:
S
PE

ƒ Reação de simples troca ou de deslocamento:


ƒ Óxidos ácidos – são também conhecidos por anidri-
LO

nessas reações uma substância simples reage com uma


dos, e reagem com água produzindo um ácido e reagem
substância composta, originando uma nova substância
A

com base formando sal e água. A maioria dos óxidos


UL

simples e uma nova substância composta pelo desloca-


ácidos é os óxidos moleculares (Exemplo: CO2, SO3). mento entre seus elementos.
PA

ƒ Óxidos básicos – estes compostos reagem com água Genericamente:


NA

formando uma base e reagem com ácidos produzindo M + CA o MA + C ou M + CA o CM + A


A

sal e água. A maioria dos óxidos básicos é os óxidos Mas, para que isso ocorra, a substância simples, no caso
04

iônicos (Exemplo: Na2O, CaO). simbolizado por M, deve ser mais reativo que o ele-
3
70

ƒ Óxidos neutros – estas substâncias não reagem com mento que será deslocado do composto (represen-
35

água, ácido ou base. São eles: CO, NO e N2O. tado por C ou A), transformando-se em uma nova substân-
53

cia simples, do contrário a reação não ocorrerá.


03

Para saber se a reação de deslocamento irá ocorrer, é necessário olhar a fila de reatividade dos metais e ametais:
O
J

Fila de reatividade dos metais


AU
AR

aumenta a reatividade
Li > K > Ca > Na > Mg > Aℓ > Zn > Cr > Fe > Ni > Sn > Pb > H >Cu > Hg > Ag > Pt > Au
S
PE

aumenta a reatividade
LO

F > O > N > Cℓ > Br > I > S


* UM MEMBRO DE UMA DESSAS FILAS, SE FOR MAIS REATIVO, DESLOCA OUTRO ELEMENTO, MEMBRO DA MESMA FAMÍLIA.
LA

UM MEMBRO DE UMA FILA NUNCA DESLOCARÁ UM MEMBRO DA OUTRA.


U
PA

355
A
AN
L
A
UL
PA
Exemplos:

NA
Zn + Cu(NO3)2 o Zn (NO3)2 + Cu

4A
A reação acima ocorre porque o zinco (Zn) é mais reativo

30
que o cobre (Cu), deslocando o cobre.

70
35
Cu + Zn (NO3)2 o Não reage

53
A reação acima não ocorre porque o cobre (Cu) é menos

03
reativo que o zinco (Zn), não conseguindo deslocar o zinco.

JO
C𝓵2 + 2Nal o 2 NaC𝓵 + I2

AU
A reação acima ocorre porque o cloro (C𝓵) é mais reativo

AR
que o iodo (I), deslocando o iodo.

S
PE
I2 + NaC𝓵 o Não reage

LO
A reação acima não ocorre porque o iodo (I) é menos rea-

A
tivo que o cloro (C𝓵), não conseguindo deslocar o cloro.

UL
ƒ Reação de dupla troca (ou metátese): duas subs-

PA
tâncias compostas reagem originando outras duas

NA
substâncias compostas.

4A
Genericamente: MD + CA o MA + CD 30
As reações de dupla troca só ocorrem quando obede-
70

cem pelo menos uma das seguintes condições: um dos


35

produtos (MA ou CD no caso acima), quando compara-


53

do aos reagentes, deve se apresentar como alguma das


03

formas abaixo:
JO

ƒ Ser mais volátil (produz gás);


AU

ƒ Menos ionizado ou dissociado, tornando-se mais fraco;


AR

ƒ Ser insolúvel (ou seja, há formação de um precipitado


S
PE

ao final da reação).
LO

Exemplos:
A

2 NaCN + H2SO o Na2SO4 + 2 HCN


UL

A reação acima ocorre porque forma um produto menos


PA

ionizado (HCN é ácido fraco) em relação a um dos reagen-


NA

tes (H2SO4 é ácido forte).


A

NaHCO3 + HC𝓵 oNaC𝓵 + H2O + CO2


304

A reação acima ocorre porque um dos produtos formados


70

é um gás (nesse caso, CO2).


35
53

Pb(NO3)2 + 2 KC𝓵 o 2KNO3 + PbI2


03

A reação acima ocorre porque um dos produtos formados


O

é insolúvel (nesse caso, PbI2).


J
AU
AR
S
PE
LO
LA
U
PA

356
A
AN
L
A
UL
PA
U.T.I. - SALA 3. (Unicamp) O tratamento da água é fruto do desen-

NA
volvimento científico que se traduz em aplicação tec-

4A
nológica relativamente simples. Um dos processos mais
1. (UNESP) O monóxido de carbono é um dos poluen-
comuns para o tratamento químico da água utiliza cal

30
tes gasosos gerados pelo funcionamento de motores a
virgem (óxido de cálcio) e sulfato de alumínio. Os íons

70
gasolina. Segundo relatório recente da Cetesb sobre a
alumínio, em presença de íons hidroxila, formam o hi-

35
qualidade do ar no Estado de São Paulo, nos últimos
dróxido de alumínio, que é pouquíssimo solúvel em
vinte anos houve uma redução no nível de emissão des-

53
água. Ao hidróxido de alumínio formado adere a maio-
te gás de 33,0 g para 0,34 g por quilômetro rodado. Um

03
ria das impurezas presentes. Com a ação da gravidade,
dos principais fatores que contribuiu para a diminuição
ocorre a deposição dos sólidos. A água é então separa-

JO
da poluição por monóxido de carbono foi a obrigatorie-
da e encaminhada a uma outra fase de tratamento.
dade de produção de carros equipados com converso-

AU
res catalíticos. Responda por que o monóxido de carbo- a) Que nome se dá ao processo de separação acima

AR
no deve ser eliminado e explique quimicamente como descrito que faz uso da ação da gravidade?
atua o conversor catalítico nesse processo. b) Por que se usa cal virgem no processo de trata-

S
PE
mento da água? Justifique usando equação(ões) quí-
2. (UEL) Dois eletrodos conectados a uma lâmpada fo- mica(s).

LO
ram introduzidos em uma solução aquosa, a fim de que
c) Em algumas estações de tratamento de água usa-
a luminosidade da lâmpada utilizada avaliasse a con-

A
-se cloreto de ferro (III) em lugar de sulfato de alumí-

UL
dutividade da solução. Desta forma, foram feitos dois
nio. Escreva a fórmula e o nome do composto de ferro
experimentos, (A) e (B) conforme segue.

PA
formado nesse caso.
No experimento (A) uma solução de NH4OH 0,1 mol/L

NA
foi adicionada a uma solução aquosa de HC𝓵 0,1 mol/L.
4. (UFF) Tem-se as reações químicas:

4A
No experimento (B) uma solução de NaOH 0,1 mol/L foi
adicionada a uma solução aquosa de HC𝓵 0,1 mol/L. I) óxido férrico(s) + ácido sulfúrico(aq)
30
Ordem decrescente de condutividade iônica na solução: II) hidróxido de alumínio(s) + ácido sulfúrico(aq)
70

H+ > OH- > NH4+ > Na+ III) óxido de cálcio(s) + ácido ortofosfórico(aq)
35

a) Com base no enunciado, associe os experimentos IV) cloreto de magnésio(aq) + carbonato de sódio(aq)
53

(A) e (B) com as figuras I e II, a seguir, que represen- Considerando as reações químicas acima:
03

tam a variação contínua da luminosidade da lâmpada


a) escreva a equação balanceada correspondente a
JO

ao longo do volume adicionado de solução.


cada reação.
AU

b) dê o nome oficial (IUPAC) de todos os sais forma-


AR

dos nestas reações.


c) identifique a reação de precipitação.
S
PE

5. (UNICAMP) Ácido clorídrico comercial, vendido com


LO

o nome de ácido muriático, é muito empregado na lim-


A

peza de pisos de pedra. Entretanto, ele não deve ser


UL

usado em piso de mármore, devido à reação que ocorre


PA

entre esse ácido e o carbonato de cálcio constituinte


do mármore.
NA

a) Escreva a equação química que representa essa reação.


A

Na limpeza de uma casa, acidentalmente, caiu um pou-


04

co de ácido muriático sobre o piso de mármore. O dono


3

da casa agiu rapidamente. Absorveu o ácido com um


70

pano e, a seguir, espalhou sobre o local atingido um dos


35

seguintes "produtos" comumente encontrados numa


53

residência: vinagre, água, amoníaco ou sal de cozinha.


03

Dentre essas opções o dono escolheu a melhor.


O

b) Qual foi essa opção? Justifique sua resposta.


J
AU

U.T.I. - E.O.
AR
S
PE

b) Explique o fenômeno observado nas figuras I e II e 1. (UDESC) A água pura e o ácido clorídrico puro são
descreva suas respectivas equações químicas. péssimos condutores de corrente elétrica. Explique
LO

como uma solução diluída de ácido clorídrico em água


LA

pode ser boa condutora de corrente elétrica.


U
PA

357
A
AN
L
A
UL
PA
2. (UNESP) As moléculas de N2 e de CO2, presentes na O compromisso de reduzir a emissão desses gases foi

NA
atmosfera, apresentam momento dipolar resultante assumido em Kyoto, num encontro sobre mudanças

4A
igual a zero. Em contato com a água, cujas moléculas climáticas. Para que este protocolo entrasse em vigor, era
apresentam momento dipolar resultante diferente de necessária a ratificação de países industrializados que

30
zero (solvente polar), uma fração considerável do CO2 representassem pelo menos 55% das emissões globais

70
atmosférico passa para a fase aquosa, enquanto que de 1990. O boicote americano, principal emissor, não per-

35
o N2 permanece quase que totalmente na atmosfera. mitia atingir esse índice de adesão. Para comemoração

53
Desenhe a estrutura da molécula de CO2 e explique, uti- dos ambientalistas, o governo da Rússia aderiu ao trat-

03
lizando equações químicas, a passagem do CO2 para a ado em 05.11.2004, atingindo-se a adesão exigida, e o
fase aquosa. protocolo entrou em vigor em fevereiro de 2005.

JO
a) Escreva as equações devidamente balanceadas das

AU
3. (UFRJ) A queima do enxofre presente na gasolina e no reações ocorridas no experimento.
óleo diesel gera dois anidridos que, combinados com a b) De que problema ambiental esta questão trata?

AR
água da chuva, formam seus ácidos correspondentes. Cite a principal fonte emissora desse gás no Planeta.

S
Escreva a fórmula desses ácidos e indique o ácido mais

PE
forte. Justifique sua indicação. 7. (UFV) Complete o quadro a seguir com as fórmulas e
nomes corretos, correspondentes.

LO
4. (UFLA) O H2S, também conhecido como gás sulfídrico

A
e gás-do-ovo-podre, é produzido pela decomposição de Fórmula do Nome do
Cátion Ânion

UL
composto composto
matéria orgânica vegetal e animal. Na atmosfera, em

PA
contato com o oxigênio, o H2S transforma-se em dióxi- NH+4 Cℓ-
do de enxofre e água. Cℓ- BaCℓ2

NA
+
a) Escreva a equação que representa a reação com- Ag Nitrato de prata

4A
pleta e balanceada do gás sulfídrico com oxigênio. Fe3+ 30 S2-

b) O trióxido de enxofre reage com água (umidade do Fe2+


OH-
70

ar) e forma um dos ácidos responsáveis pelo fenôme-


35

no da chuva ácida. Escreva a fórmula molecular e o 8. (UFV) Complete as equações das reações a seguir e
nome desse ácido.
53

preencha a tabela com os nomes e funções das substân-


cias indicadas:
03

5. (UFU) Sabendo-se que uma solução aquosa de ácido


fosforoso (H3PO3) é boa condutora de eletricidade, e a) H3PO4 + Mg(OH)2 o _________+_________
JO

que o ácido fosforoso é classificado como um diácido, b) BaCℓ2 + Na2CO3 o __________+_________


AU

pede-se: c) Na2O + H2O o _____________________


AR

a) As etapas do processo de ionização do ácido, indicando


as equações de suas etapas e a equação global. Substâncias Função Nome
S

H3PO4
PE

b) A fórmula estrutural do ácido fosforoso. Indique,


por meio de círculos, quais são os hidrogênios ion- Mg(OH)2
LO

izáveis neste ácido.


BaCℓ2
A
UL

6. (UFSCAR) A figura apresenta o esquema de um Na2CO3


experimento.
PA

Na2O
NA

9. (UFV) Considere a reação de neutralização total entre


A

o ácido fosfórico e o hidróxido de cálcio.


04

a) Complete a equação da reação com as fórmulas


3

dos reagentes:
70

_________ + _________ o Ca3(PO4)2 + H2O


35
53

b) Dê o nome do sal formado na reação:


03

____________________________________
O

c) Escreva a equação balanceada da reação represen-


J

tada no item a:
AU

O tubo A, contendo NaHCO3, é aquecido a seco e o gás


____________________________________
liberado é coletado em solução saturada de Ba(OH)2 no
AR

tubo B. O gás produzido na decomposição do sal foi d) O termo MASSA MOLECULAR é usado para substân-
evidenciado ao reagir com a solução, produzindo um
S

cias moleculares. Para substâncias iônicas como Ca3(PO4)2


PE

precipitado branco, o BaCO3. O gás do experimento é o nome mais apropriado é MASSA-FÓRMULA.


o mesmo gás cuja concentração na atmosfera vem au-
LO

Calcule a MASSA-FÓRMULA do Ca3(PO4)2.


mentando a cada dia, juntamente com outros gases, o
Dados: Ca = 40u; P = 31u; O = 16u
LA

que resulta num problema ambiental bastante sério. ____________________________________


U
PA

358
A
AN
L
A
UL
PA
e) Qual o tipo de ligação química existente na molécula Com base nas informações acima e na tabela a seguir

NA
de água (H2O)?
____________________________________

4A
NH4OH NaOH HNO3
Cátion em em diluído em

30
10. (UFRJ) Reações de deslocamento ou simples troca são excesso excesso excesso

70
aquelas em que uma substância simples de um elemento
mais reativo desloca outro de uma substância composta. Aℓ3+ precipita solúvel solúvel

35
2+
Mg precipita precipita solúvel

53
Um exemplo de reação de deslocamento, em que o cál-
cio desloca o hidrogênio, é apresentado a seguir: Zn2+
solúvel solúvel solúvel

03
Ca(s) + 2 HNO3(aq) o Ca(NO3)2(aq) + H2(g)

JO
a) Escreva a equação química da reação de precipi-
a) Qual o nome do sal formado nessa reação? tação de A.

AU
b) Por analogia, apresente a equação da reação em que b) Considerando a solução aquosa inicial, qual cátion

AR
o alumínio desloca o hidrogênio do ácido clorídrico. não se pode ter certeza que exista nela? Justifique.

S
11. (UNESP) Considere as seguintes experiências de 15. (UNESP) Três frascos sem rótulo contêm, separa-

PE
laboratório: damente, soluções aquosas de carbonato de potássio,

LO
I. Adição de uma solução aquosa de brometo de sódio cloreto de potássio e sulfato de potássio.
a uma solução aquosa de nitrato de prata, ambas de

A
a) Indique como se pode distinguir o conteúdo de

UL
mesma concentração em mol/L. cada frasco através de reações com soluções diluídas
II. Adição de uma solução aquosa de ácido sulfúrico a

PA
de ácido nítrico e cloreto de bário.
um pedaço de zinco metálico. b) Justifique escrevendo as equações químicas bal-

NA
III. Adição de um pedaço de sódio metálico à água. anceadas das reações envolvidas.

4A
IV. Borbulhamento de cloreto de hidrogênio em água.
V. Adição de uma solução aquosa concentrada de clo-
30
reto de bário a uma solução aquosa, de igual concen-
70

tração em mol/L, de carbonato de sódio.


35

a) Escreva as equações químicas balanceadas corre-


53

spondentes às experiências nas quais há formação de


03

precipitado.
b) Escreva os nomes oficiais dos precipitados formados.
JO
AU

12. (UNESP – ADAPTADA) Os corais, animais marinhos


encontrados unicamente em mares tropicais, são dota-
AR

dos de um esqueleto formado por carbonato de cálcio.


S

O carbonato de cálcio é capaz de reagir com água e


PE

com o gás carbônico nela dissolvido para formar o sal


LO

solúvel bicarbonato de cálcio.


Escreva a equação balanceada de dissolução do car-
A

bonato de cálcio, segundo a reação mencionada, indi-


UL

cando o estado físico de cada reagente.


PA

13. (UNESP) Quando se adiciona uma solução aquosa de


NA

carbonato de sódio a uma solução aquosa de mesma


A

concentração, em mol/L, de cloreto de bário, forma-se


04

um precipitado branco. Adicionando-se ácido nítrico,


3

ocorre a dissolução do precipitado.


70

a) Escreva a equação química da reação de formação


35

do precipitado, identificando-o.
53

b) Escreva a equação química da reação de dissolução


03

do precipitado.
O

14. (UNICAMP) Tem-se uma solução aquosa que pode


J
AU

conter apenas os nitratos de alumínio, magnésio e zin-


co. Essa solução foi submetida ao seguinte tratamento:
AR

I. Adicionou-se solução de NaOH em excesso. Formou-se


S

um precipitado A, que foi separado por filtração.


PE

II. Ao filtrado do item I, adicionou-se HNO3 diluído até o


LO

meio ficar ácido. A seguir, juntou-se solução de NH4OH


em excesso, formando-se um precipitado B que foi sep-
LA

arado por filtração. Restou uma solução C.


U
PA

359
A
AN
AN
A
PA
ULA
LO
PE
S
AR
AU
JO
03
53
35
70
304
ANA
PA
UL
A
LO
PE
S
AR
AU
JO
03
53
35
70
30
4A
NA
PA
UL
A
LO
PE
S
AR
AU
JO
03
53
35
70
30
4A
NA
PA
UL
A
L
AN
A
PA
U LA
LO
PE
S
AR
AU
JO
03
53
35
70
304
ANA
PA
UL
A
LO
PE
S
AR
AU
JO
03
53
35
70
30
4A
NA
PA
UL
A
LO
PE
S
AR
AU
JO
03
53
35
QUÍMICA 2

70
30
4A
NA
PA
UL

361
A
L
L
A
UL
PA
NA
FUNÇÕES ORGÂNICAS

4A
30
70
35
Grupo

53
Função Nomenclatura Exemplo Nome
funcional

03
metanol

JO
Álcool R – OH Prefixo + infixo + Sufixo OL CH3– OH
(álcool metílico)

AU
OH

AR
hidróxibenzeno
Fenol Ar – OH Hidróxi + HC ligado ao OH
(fenol comum)

S
PE
LO
Enol C = C – OH Prefixo + EN + Sufixo OL H2C = CH – OH etenol

A
UL
O O ácido etanoico
Ácido carboxílico R– C Prefixo + Infixo + Sufixo OICO CH3– C

PA
OH OH (ácido acético)

NA
O O metanal

4A
Aldeído R– C Prefixo + Infixo + Sufixo AL H –C
H 30 H (formaldeído)
70

O O propanona
Cetona Prefixo + Infixo + Sufixo ONA
35

R–C–R H3C – C – CH3 (dimetilcetona/acetona)


53
03

Menor radical + óxi metóxietano


Éter R–O–R CH3– O – CH2– CH3
Maior radical + ano (eno/ino) (éter etil-metílico)
JO
AU

O Lado c/ carbonila + OATO de O


Éster H3 C – C etanoato de metila
AR

R– C Radical ligado ao O + ILA


O–R O – CH3
S

O
PE

O
R– C H3C– C
Amida N –R Prefixo + Infixo + Sufixo AMIDA etanamida
LO

N–H
R H
A
UL

R R CH3
Radicais ligados ao N (ordem
PA

Amina N N benzil-metilamina
alfabética) + AMINA H
R
A NA

O Cloreto de Prefixo + Infixo O


04

Cloretos de ácido R–C H3C – C cloreto de etanoila


halogênio + Sufixo OILA Cℓ
3
70
35

Haletos
R–X Halogênio + HC ligado ao X CH3– CHI– CH2– CH3 2-iodobutano
53

Orgânicos
03

Nitrilas R – CN Prefixo + Infixo + Sufixo NITRILA CH3– CH2– CN propanonitrila


J O
AU
AR

Nitrocompostos R – NO2 Nitro Prefixo + Infixo + Sufixo O CH3– CH2– CH2– NO2 1-nitropropano
S
PE

Ácido + HC ligado ao
Ácidos sulfônicos R – SO3OH CH3– CH2– CH2– CH2 –SO3H ácido butanossulfônico
LO

SO3H + Sulfônico
LA
U
PA

362
A
AN
L
A
UL
PA
NA
ISOMERIA

4A
30
70
35
De função Exemplos:

53
De posição

03
CH3 – CH – CH2 – CH2 – CH3 e CH3 – CH2 – CH – CH2 – CH3
Plana De cadeia | |

JO
Metameria CH3 CH3

AU
2-METIL-PENTANO 3-METIL-PENTANO
Tautomeria

AR
Isomeria

S
Geométrica

PE
CH2 = CH – CH2 – CH3 e CH3 – CH = CH – CH3
Espacial

LO
BUT-1-ENO BUT-2-ENO
Óptica

A
UL
ƒ Metameria ou isomeria plana de compensação

PA
Isomeria plana Trata-se de um caso especial de isomeria de posição. Na me-

NA
ƒ Isomeria de função tameria há uma diferença na posição de um heteroátomo.

4A
Os isômeros pertencem a funções diferentes. Os exem- Exemplos:
30
plos mais comuns são entre:
CH3 – O – CH2 – CH2 – CH3 e CH3 – CH2 – O – CH2 – CH3
70

a) álcool × éter
35

METÓXI-PROPANO ETÓXI-ETANO
OH
53

ƒ Tautomeria ou isomeria dinâmica


03

H3C CH2 álcool


Trata-se de um caso particular de isomeria de função. Os
JO

H3C O CH3 éter isômeros coexistem em equilíbrio dinâmico em solução


AU

e diferem pela posição de um átomo de hidrogênio na


b) aldeído × cetona molécula.
AR

O Exemplos:
S

O
PE

H3C – C – CH3 H3C – CH2 – C a) cetona × enol (tautomeria ceto-enólica)



LO

PROPANONA PROPANAL H
H O HO
▶ ▶
A


c) ácido carboxílico × éster H2C — C — CH3 W H2C = C — CH3
UL

O O PROPANONA PROPAN-1-EN-2-OL
PA

H3C – CH2 – C H3C – C


OH O – CH3 b) aldeído × enol (tautomeria aldo-enólica)
NA

ÁCIDO PROPANOICO ETANOATO DE METILA ▶


H
A

▶HO

▶ O
04

ƒ Isomeria plana de cadeia H2C — C W H2C = C


H H
3

ETANAL ETENOL
70

Os isômeros pertencem à mesma função, mas apresen-


35

tam diferentes tipos de cadeia, cadeias com classifica-


Isomeria espacial
53

ções diferentes. Os mais comuns são:


03

a) normal × ramificada ƒ Isomeria geométrica (cis-trans)


O

b) aberta (acíclica) × fechada (cíclica) Isômeros geométricos ou cis-trans são moléculas que
J

c) homogênea × heterogênea
AU

têm a mesma fórmula molecular, mesma fórmula estrutu-


AR

ƒ Isomeria plana de posição ral plana, cujas estruturas espaciais, no entanto, diferem.
S

Os isômeros pertencem à mesma função, têm o mesmo As condições necessárias para ocorrer isomeria geomé-
PE

tipo de cadeia, mas diferem pela posição de um radical trica (cis-trans) é ter dupla ligação entre dois átomos de
LO

(grupo metil, etil etc.), de um grupo funcional ou de carbono com ligantes diferentes em cada um dos dois
átomos de carbono que “cercam” a dupla ligação.
LA

uma insaturação.
U
PA

363
A
AN
L
A
UL
PA
Moléculas com grupos de maior peso em lados opos-

NA
tos num plano traçado horizontalmente são chamados

4A
de trans, enquanto os grupos de maior peso do mesmo

30
lado são chamados de cis.

70
I II

35
H H H Cℓ

53
C=C C=C

03
Cℓ Cℓ Cℓ H
CIS TRANS

JO
ƒ Isomeria óptica

AU
AR
É o caso de isomeria espacial, em que os isômeros
apresentam mesma fórmula molecular, mesma fórmu-

S
PE
la estrutural plana, ou seja, são por ela indistinguíveis,
mas diferem pela atividade óptica.

LO
ƒ Isomeria óptica em compostos com carbono

A
UL
assimétrico (C*)

PA
Carbono assimétrico ou quiral (C*) é o que se liga a

NA
quatro ligantes diferentes entre si. Esses ligantes po-
dem ser átomos, grupos (radicais metil, etil etc.) ou
grupos funcionais. 4A
30
70

NH2 H2N
O
35

O
H3C — C* — C C — C* — CH3
53

OH HO
03

H H
ESPELHO
JO
AU

As substâncias atravessadas pela luz polarizada podem


ser classificadas em dois grupos:
AR

ƒ substâncias opticamente inativas, que não des-


S
PE

viam o plano de vibração da luz polarizada (é o caso


LO

das misturas racêmicas, que é uma mistura em quan-


tidades iguais de dois enantiómeros de uma molécula
A
UL

quiral, cuja atividade óptica não desvia o plano da luz


PA

polarizada nem para a esquerda levogiro, nem para a


direita dextrogiro); e
NA

ƒ substâncias opticamente ativas, que desviam o


A
04

plano de vibração da luz polarizada, denominadas dex-


3

trogiras ou levogiras, se o desvio de tal plano for para a


70

direita ou para a esquerda, respectivamente.


35
53

Número de isômeros Número de


03

opticamente ativos racêmicos


O

2n 2n-1 = 2n / 2
J
AU
AR
S
PE
LO
LA
U
PA

364
A
AN
L
A
UL
PA
U.T.I. - Sala 

NA
4A
1. (Uerj) Duas das moléculas presentes no gengibre são

30
benéficas à saúde: shogaol e gingerol. Observe suas fór-

70
mulas estruturais:

35


53
03
JO
AU
AR
S
PE
a) Nas estruturas 1 e 2, os grupos funcionais que contêm

LO
átomos de oxigênio caracterizam duas funções orgâni-
cas. Relacione cada função com o respectivo composto.

A
UL
b) A estrutura 1 apresenta isomeria óptica? Qual é o
caráter ácido-básico do grupo necina? Justifique suas

PA
Aponte o tipo de isomeria espacial presente, respectiv- respostas.

NA
amente, em cada uma das estruturas.
5. (UFG) Os flavonoides, cuja estrutura básica é apresen-
Nomeie, ainda, as funções orgânicas correspondentes
4A
tada a seguir, são compostos comumente encontrados
aos grupos oxigenados ligados diretamente aos nú-
em alimentos.
30
cleos aromáticos de ambas as moléculas.

70
35

2. Considere os compostos orgânicos metilfenilcetona


53

e propanona.
03

a) Apresente a equação química que representa o


equilíbrio tautomérico para cada um dos compostos.
JO

b) Qual das duas cetonas acima tem maior conteúdo


AU

Considerando o exposto,
enólico? Justifique.
a) introduza os substituintes adequados nos anéis
AR

3. (UEMA) Deu no noticiário do Bom Dia Brasil: A, B e C, para que sejam representados, respectiva-
S

mente, os grupos funcionais de um álcool, uma amida


PE

“A polícia civil de São Paulo está à procura de seis mul- e um ácido carboxílico;
heres suspeitas de aplicar um golpe conhecido como
LO

b) indique o número de carbonos sp2 e sp3 presentes


boa noite, Cinderela”. na estrutura do flavonoide apresentado.
A

Boa noite, Cinderela refere-se a um crime que consiste em


UL

drogar uma vítima para roubá-la ou estuprá-la. As drogas 6. (UEL) Escreva a fórmula estrutural de um composto
PA

que costumam ser usadas nessa prática são (ácido 4-hi- insaturado C6H9Br , que mostra:
NA

droxibutanoico), Ketamina, Rohypnol e clorofórmio (tri- a) isomerismo cis-trans e que não possua atividade óptica.
clorometano). Em comum essas drogas apresentam um b) nenhum isomerismo cis-trans, mas com atividade óptica.
A

efeito depressor sobre o sistema nervoso central.


04

U.T.I. - E.O.
FONTE: TELEJORNAL BOM DIA BRASIL.
3

SÃO PAULO. TV GLOBO, 15 SET. 2014.


70
35

Para as duas substâncias destacadas em negrito, demon- 1. (UFPR) Armadilhas contendo um adsorvente com pe-
53

stre se ambas apresentam carbonos quirais. Justifique quenas quantidades de feromônio sintético são utiliza-
03

sua resposta. das para controle de população de pragas. O inseto é


atraído de grandes distâncias e fica preso no artefato
O

4. (UNIFESP) O confrei (Symphytum officinale L.) é


J

por meio de um adesivo. O verme invasor do milho eu-


AU

uma planta utilizada na medicina tradicional como ropeu utiliza o acetato de cis-11-tetradecenila (figura)
AR

cicatrizante, devido à presença da alantoína (estrutu- como feromônio de atração sexual. Isômeros de posi-
ra 1), mas também possui alcaloides pirrolizidínicos, ção e geométrico desse composto têm pouco ou ne-
S

tais como o da estrutura 2, os quais são comprova- nhum efeito de atração.


PE

damente hepatotóxicos e carcinogênicos. O núcleo


LO

destacado na estrutura 2 recebe o nome de necina


ou núcleo pirrolizidina.
LA
U
PA

365
A
AN
L
A
UL
PA
Responda: 4. (UEG) As aminas pertencem a uma classe de molé-

NA
a) A que função orgânica pertence o composto culas orgânicas que, em muitos casos, encontra grande

4A
orgânico? aplicação biológica. Abaixo, são apresentados exemplos
dessas substâncias que rotineiramente são encontradas

30
b) Forneça o nome oficial pela norma IUPAC do isô-
nos laboratórios de química.

70
mero geométrico do feromônio da figura.


35
2. (UNESP) As fórmulas apresentadas a seguir, numera-

53
das de 1 a 6, correspondem a substâncias de mesma

03
fórmula molecular.


JO
Após a análise dessas estruturas químicas, forneça

AU
a) o nome oficial (IUPAC) das duas moléculas;
b) uma explicação para a diferença dos pontos de

AR
ebulição desses compostos.

S
PE
5. (UDESC) O ácido acetilsalicílico é empregado como
princípio ativo em diversos medicamentos. Estes medi-

LO
camentos são consumidos pela população mundial para

A
aliviar dores de cabeça, reumatismo e controlar a febre. O

UL
mais conhecido deste medicamento é a Aspirina. Na rea-

PA
Determine a fórmula molecular dessas substâncias e es- ção abaixo está descrita a síntese do ácido acetilsalicílico.
creva a fórmula estrutural completa do álcool primário 

NA
que apresenta carbono assimétrico (quiral).

3. (UFSC) “[...] Era o carro do Fábio que tinha acabado o


4A
30
freio. Mandei que ele apertasse o pedal e vi que ia até o
70

fundo. Percebi que era falta de fluido. [...] Perguntei ao


Em relação ao contexto, responda:
35

Luis se ele tinha fluido de freio e ele disse que não ti-
a) Quais são as funções orgânicas presentes no ácido
53

nha. E ninguém tinha. Então falei com o Antonino que o


jeito era tirar um pouco de cada carro, colocar naquele acetilsalicílico?
03

e ir assim até chegar numa cidade”. b) Qual é a fórmula molecular do ácido salicílico?
JO

c) A qual função orgânica pertence o composto nú-


FRANÇA JÚNIOR, OSWALDO. JORGE, UM BRASILEIRO. RIO
mero 1, da reação acima?
AU

DE JANEIRO: NOVA FRONTEIRA, 1988. P. 155-156.


AR

O fluido para freios, ou óleo de freio, é responsável por 6. (UFJF) Enalapril é um profármaco utilizado no trata-
transmitir às pastilhas e lonas do sistema de freios a mento da hipertensão e também nos casos de insufi-
S

força exercida sobre o pedal do automóvel quando se ciência cardíaca. Depois de administrado, o enalapril é
PE

deseja frear. Em sua composição básica há glicois e ini- absorvido e sofre uma hidrólise ácida, transformando-
LO

bidores de corrosão. -se em enalaprilato, que é a forma ativa.



A

DISPONÍVEL EM: <HTTP://WWW.INMETRO.GOV.BR/CONSUMIDOR/


UL

PRODUTOS/FLUIDOS.ASP> [ADAPTADO]. ACESSO EM: 26 OUT. 2011.


PA

Considere as informações acima e os dados da tabela


NA

abaixo, obtidos sob pressão de 1 atm e temperatura


de 20 °C:
A
04

Nome IUPAC Ponto de ebulição (°C)


3
70

I. Etan-1,2-diol 197
35

Com base no texto acima e na estrutura do enalapril,


II. Propan-1,2-diol 187
53

responda:
III. Propan-1,3-diol 215
03

a) Quais as quatro funções químicas oxigenadas e ni-


Escreva: trogenadas presentes na estrutura do enalapril?
O

a) o nome da função orgânica presente nos compos- b) Quantos átomos de carbono assimétrico (quiral) ex-
J
AU

tos apresentados na tabela. istem nessa estrutura? Utilize um asterisco (*) para desta-
b) a fórmula estrutural de cada um dos compostos, car esse(s) átomo(s) de carbono na estrutura do enalapril.
AR

conforme a ordem da tabela I, II e III. c) Qual a hibridação dos átomos de carbono do enal-
S

c) o nome da força intermolecular responsável pelo eleva- april indicados pelos algarismos de 1 a 4 na estrutura
PE

do valor do ponto de ebulição dos compostos citados. apresentada?


LO
LA
U
PA

366
A
AN
L
A
UL
PA
7. (UDESC) O desenvolvimento das técnicas de síntese, 11. (UDESC) As moléculas orgânicas (I), (II), (III) e (IV)

NA
em química orgânica, proporcionou a descoberta de mui- abaixo, possuem importantes funções fisiológicas e far-

4A
tas drogas com atividades terapêuticas. A estrutura a se- macológicas para os animais.
guir representa as moléculas do antibiótico tetraciclina. 

30
70
H3C CH3

35
H3C OH N
OH

53
03
NH2

JO
OH

AU
O OH O O

AR
a) Transcreva a estrutura apresentada e circule as fun-

S
ções orgânicas, identificando-as.

PE
b) Indique o(s) anel(éis) aromático(s) presente(s) no a) Indique (se houver) o heteroátomo em cada molécula.

LO
composto. b) Quais funções orgânicas estão presentes em cada
molécula?

A
c) Qual a hibridização do carbono pertencente à

UL
função amida? 12. (UEL) No dia 31 de janeiro de 2012, quatro pessoas

PA
8. (UEMA) A canela (Cinnamonum zeylanicum) é uma morreram e dezesseis foram hospitalizadas com intoxica-
ção após a liberação de uma massa de gás ácida em um

NA
especiaria muito utilizada em pratos típicos do período
acidente ocorrido num curtume em Bataguassu (MS). Em
junino, tais como a canjica e o mingau de milho, por ter

4A
nota, o Corpo de Bombeiros em Mato Grosso do Sul, infor-
um sabor picante e adocicado e aroma peculiar. Essas
mou que o acidente aconteceu durante o descarregamen-
30
características organolépticas são provenientes do al-
to de 10 mil litros de ácido dicloro-propiônico em um dos
70

deído cinâmico (3-fenil propenal) que apresenta duas


três tanques instalados no curtume. O ácido dicloro-pro-
estruturas distintas em razão de sua isomeria geométri-
35

piônico ou dicloro-propanoico tem ação desinfetante e é


ca, uma cis e a outra trans.
53

usado no tratamento do couro e na retirada de excessos


A partir da nomenclatura oficial desse aldeído, desenhe
03

e gorduras. Esse ácido, em contato com ar ou água, pode


as duas estruturas isoméricas. A seguir, identifique as formar o ácido clorídrico, que causa irritação e intoxicação.
JO

estruturas cis e trans, respectivamente. Justifique sua


a) Escreva a fórmula estrutural do ácido propanoico
resposta.
AU

(propiônico) e dos possíveis isômeros do seu derivado


dicloro-propanoico.
AR

9. (UERJ) A adrenalina é um hormônio neurotransmissor


b) Um desses isômeros pode apresentar atividade óptica.
produzido pelo organismo sob determinadas condições.
S

Desenhe sua estrutura e destaque o carbono assimétrico.


PE

Observe sua fórmula estrutural:



13. (UFES) A substância abaixo é o componente princi-
LO

pal do feromônio sexual e de agregação de uma espé-


cie de besouro do gênero Gnathotricus.
A
UL
PA

OH
NA

Indique o número de isômeros opticamente ativos da a) Escreva o nome sistemático (IUPAC) dessa substância.
adrenalina e indique seus grupos funcionais. b) Calcule o número de estereoisômeros possíveis
A

para essa substância.


04

10. (UERJ) O cravo-da-índia e a noz-moscada são condi- c) Escreva a função química a que pertence essa sub-
3
70

mentos muito utilizados na culinária, e seus principais con- stância.


stituintes são, respectivamente, o eugenol e o isoeugenol.
35

14. (PUC-RJ) Considere o composto orgânico a seguir,


53

Observe suas fórmulas estruturais:


representado de duas formas:
03

O O
O

ou H3C – CH2 – C
J

H
AU

H
AR

Aponte o tipo de isomeria plana que ocorre entre essas Sobre ele, responda:
S

duas moléculas e nomeie aquela que apresenta isomeria a) Esse composto pertence a que função?
PE

espacial geométrica. b) Faça a representação estrutural, em bastão do


LO

Em seguida, indique o número total de carbonos as- isômero de função, que apresenta cadeia carbônica
simétricos, quando retira-se a dúpla da cadeia alifática alifática e saturada.
LA

e adiciona-se bromo em cada um dos carbonos.


U
PA

367
A
AN
L
A
UL
PA
15. (UFTM) A substância conhecida como fenolftaleí-

NA
na foi, por muitos anos, utilizada amplamente como

4A
princípio ativo de laxantes. Atualmente, seu principal
uso é como indicador ácido-base. A seguir, são apresen-

30
tadas a fórmula estrutural da fenolftaleína e algumas

70
informações sobre sua solubilidade.

35


53
03
JO
AU
AR
S
PE
solubilidade em água: 0,092 g/L a 20 °C

LO
solubilidade em etanol: 14 g/L a 20 °C
a) Indique, na fórmula estrutural, os nomes e os

A
UL
agrupamentos característicos das funções orgânicas
presentes na fenolftaleína.

PA
b) Com base em interações moleculares, explique o

NA
fato de a solubilidade da fenolftaleína em etanol ser
maior do que em água, à mesma temperatura.
4A
30
70
35
53
03
JO
AU
AR
S
PE
LO
A
UL
PA
A NA
04
3
70
35
53
03
JO
AU
AR
S
PE
LO
LA
U
PA

368
A
AN
AN
A
PA
U LA
LO
PE
S
AR
AU
JO
03
53
35
70
304
ANA
PA
UL
A
LO
PE
S
AR
AU
JO
03
53
35
70
30

QUÍMICA 3
4A
NA
PA
UL
A
LO
PE
S
AR
AU
JO
03
53
35
QUÍMICA 3

70
30
4A
NA
PA
UL

369
A
L
L
A
UL
PA
NA
SOLUBILIDADE

4A
30
70
35
Curvas de solubilidade ƒ Soluções saturadas – massa (soluto dissolvida) = Cs

53
03
Curvas de solubilidade são gráficos que indicam a va- ƒ Soluções supersaturadas – massa (soluto dissolvi-
da) > Cs

JO
riação dos coeficientes de solubilidade das substâncias em
função da temperatura.

AU
CS

AR
S
x

PE
A

LO
B

A
UL
C

PA
NA
T' T

4A
Na temperatura T' temos soluções:
30
70

B (estável): saturada
35

Observe: a solubilidade da maioria das substâncias au-


C (estável): insaturada
53

menta com a elevação da temperatura. São substâncias


03

com uma dissolução endotérmica, que ocorrem com ab- A (instável): supersaturada
sorção de calor.
JO

Para o Ce2(SO4)3, a solubilidade diminui com o aumento da Solubilidade de gases em líquidos


AU

temperatura; portanto, trata-se de uma dissolução exotér-


AR

mica, que ocorre com liberação de calor. Lei de Henry


S
PE

Coeficiente de solubilidade (Cs)


LO

A solubilidade (S) de um gás num líquido é diretamente


ou solubilidade (S)
A

proporcional à pressão (P) que o gás exerce sobre esse


UL

Em determinadas condições de temperatura e pressão, coe- líquido.


PA

ficiente de solubilidade ou solubilidade é a medida da capa-


cidade de um soluto de se dissolver numa quantidade pa-
NA

Essa lei é válida desde que não haja reação química entre
drão de um solvente. Em outras palavras, sob determinadas
A

o gás (soluto) e o líquido (solvente).


temperatura e pressão, é a máxima quantidade de soluto
04

A expressão matemática dessa lei é:


que pode ser dissolvida numa quantidade fixa de solvente.
3
70

A 20 °C, por exemplo, a quantidade máxima de sal de S=k·P


35

cozinha (cloreto de sódio, NaCø) que se dissolve em


53

100 gramas de água são 36 g. Portanto, o coeficiente de Da qual, k é uma constante de proporcionalidade que de-
03

36 g NaCø pende da temperatura e do gás considerado: ao abrir uma


solubilidade do NaCø a 20 °C é igual a ___________.
O

100 g de água garrafa de refrigerante, a pressão sobre a solução diminui.


J
AU

Diminuída a solubilidade, as bolhas de gás carbônico tor-


Classificação das soluções nam-se visíveis e escapam do líquido.
AR

sob saturação A solubilidade de um gás num líquido diminui com o au-


S
PE

Tomamdo-se como base o Cs as soluções podem ser: mento de temperatura. É por isso que, se aquecido, o gás de
LO

um copo de refrigerante será expulso da solução.


ƒ Soluções insaturadas ou não saturadas – massa
LA

(soluto dissolvida) < Cs.


U
PA

370
A
AN
L
A
UL
PA
NA
CONCENTRAÇÕES, DILUIÇÃO E MISTURAS

4A
30
70
35
53
CONCENTRAÇÕES Título (W) e porcentagem em

03
massa (%m) e em volume (%V)

JO
Concentração comum (c)

AU
Uma forma de concentração que utiliza apenas massas na
sua definição, ou seja, que não depende da temperatura é

AR
m
C = __ o título ou porcentagem em massa.
V

S
PE
Relaciona a massa do soluto presente numa dada massa
C – concentração em grama por litro (g/L)

LO
de solução.
m – massa de soluto em gramas (g) m1
W = ___

A
m

UL
V – volume da solução em litros (L)
Da qual:

PA
m1 – massa do soluto, em gramas, quilogramas etc.
Concentração molar (M) ou

NA
em quantidade de matéria m – massa da solução, em gramas, quilogramas etc.
4A
30
M = __n Observe que o título sempre será um número adimensional
V
70

(sem unidades) com valores dentro do intervalo 0 < t < 1,0


ou
35

m
M = _____ O título pode ser expresso em porcentagem, por isso pode
53

M .V ser chamado de porcentagem em massa do soluto.


03

m1
M – concentração em mol por litro (mol/L) %m = ___m ·100 = W·100
JO

n – quantidade de mol (“número de mols”) de soluto (mol) Com os valores dentro da faixa:
AU

V – volume da solução em litros (L) 0 % < %m < 100%


AR

m – massa de soluto em gramas (g)


S

Relações entre as unidades


PE

M – massa molar do soluto em gramas por mol (g/mol)


de concentração
LO

Relação entre concentração comum


A
UL

e concentração em mol por litro C = M . M = 1000 . d . W


PA

Da qual:
C=M·M
NA

C – concentração comum (g/L)


A

C – concentração em grama por litro (g/L)


M – massa molar do soluto (g/mol)
04

M – massa molar do soluto em grama por mol (g/mol)


M – concentração em mol/L
3
70

M – concentração em mol por litro (mol/L)


d – densidade (g/mL) ou (g/cm3)
35

W – título ou porcentagem em massa (%)


53

Densidade
03

m
d = __
V Partes por milhão (ppm)
J O

Da qual:
AU

As partes por milhão são usadas para soluções extrema-


3 –3
d – densidade da solução, em g/cm (g·cm ) ou em mente diluídas, que apresentam uma quantidade muito
AR

g/mL (g · mL–1) pequena de soluto dissolvida em uma quantidade muito


S

grande de solvente (ou de solução).


PE

m – massa da solução (soluto + solvente) em grama (g)


É a quantidade em gramas de soluto por 10 gramas de
LO

V – volume da solução (soluto + solvente) em centímetros


cúbicos (cm3) ou mililitros (mL) solução.
LA
U
PA

371
A
AN
L
A
UL
PA
A qualidade do ar atmosférico, por exemplo, torna-se ina-
TERMOQUÍMICA

NA
dequada se houver mais de 0,000015 g de monóxido de

4A
carbono (CO) por grama de ar.
Processo exotérmico e

30
De forma simplificada:

70
endotérmico

35
Unidade Unidade equivalente
Todas as reações químicas e todas as mudanças de estado

53
ppm mg/L
físico liberam ou absorvem calor.

03
ppb μg/L
ƒ Processos exotérmicos – liberam calor (todas as

JO
DILUIÇÃO combustões, as dissoluções em água da maioria dos

AU
ácidos etc.).

AR
Diluir uma solução consiste em adicionar uma quantidade
ƒ Processos endotérmicos – absorvem calor (síntese

S
de solvente puro a uma solução pré-existente. Isso altera

PE
do monóxido de nitrogênio, decomposição do carbona-
apenas a quantidade do solvente, sem mudança na quan-
to de cálcio etc.).

LO
tidade de soluto.

A
Ci ∙ Vi = Cf ∙ Vf
Variação de entalpia (ΔH)

UL
PA
De forma análoga:
O ∆H corresponde ao calor liberado ou absorvido durante

NA
Mi ∙ Vi = Mf ∙ Vf o processo, à pressão constante. O cálculo da variação da
entalpia é dado pela expressão genérica:
4A
di ∙ Wi ∙ Vi = df ∙ Wf ∙ Vf 30
∆H = Hfinal – Hinicial
70

Mistura de soluções
35

com mesmo soluto ΔH em reações exotérmicas


53

Nas reações exotérmicas, como ocorre na liberação de ca-


03

Cf ∙ Vf = CA ∙ VA + CB ∙ VB lor, a entalpia dos produtos (HP) é menor do que a entalpia


JO

CONCENTRAÇÃO COMUM (G/L) dos reagentes (HR). Com isso, conclui-se que:
AU

Mf ∙ Vf = MA ∙ VA + MB ∙ VB ∆H < 0
AR

CONCENTRAÇÃO MOLAR (MOL/L)

ΔH em reações endotérmicas
S

df ∙ Wf ∙ Vf = dA ∙ WA ∙ VA + dB ∙ WB ∙ VB
PE

Nas reações endotérmicas, como ocorre na absorção de


LO

TÍTULO EM MASSA
calor, a entalpia dos produtos (HP) é maior do que a ental-
A

pia dos reagentes (HR).


UL

Misturas de soluções
PA

(reação química) ∆H > 0


NA

Neste caso, os exercícios são resolvidos como na estequio-


Equação termoquímica
A

metria.
04

ƒ Reações endotérmicas (∆H > 0)


ƒ Primeiro passo – montar a equação compreendida
3
70

na mistura, balanceá-la e relacionar os coeficientes reagentes + calor o produtos


35

com quantidades em mols de reagentes e produtos. Exemplo:


53

1
03

ƒ Segundo passo – determinar a quantidade em mols H2O(ℓ) + 286 kJ o H2(g) + _ O2(g)


de cada soluto nas soluções que vão ser misturadas. 2
O

ƒ Reações exotérmicas (∆H < 0)


J

ƒ Terceiro passo – verificar se a quantidade de cada


AU

reagente (em mols) está na proporção indicada pela reagentes o produtos + calor
AR

equação do problema. Exemplo:


S
PE

Considerar sempre um possível agente limitante na reação. C(s) + O2(g) o CO2(g) + 394 kJ
LO
LA
U
PA

372
A
AN
L
A
UL
PA
Reação exotérmica
ENERGIA DE LIGAÇÃO

NA
4A
A energia de ligação A – B é aquela absorvida na ruptura

30
de 1 mol dessas ligações no estado gasoso.

70
Exemplo

35
H2 (g) o 2H(g) o H – H

53
03
energia de ligação H – H = +437 kJ

JO
Reação endotérmica
Cálculo do DH

AU
AR
A energia de ligação pode ser determinada experimen-
talmente. Nesta tabela, estão relacionadas as energias de

S
algumas ligações.

PE
LO
Energias de ligação (kcal/mol) medidas a 25 ºC

A
N—N 39 C—O 85,5

UL
N=N 100 C = O (no CO2) 192,0

PA
Fatores que influem nas entalpias N;N 225,8 C—S 65

NA
(ou calores) das reações C—C 82,6 C=S 128

C=C 4A 145,8 N—H 93,4


30
1. Quantidade de reagentes e de produtos C;C
70

199,6 P—H 76
A quantidade de calor de um processo (∆H) é direta-
35

C—N 72,8 C—H 98,8


mente proporcional à quantidade de matéria (mols) de
53

seus participantes. C=N 147 O—H 110,6


03

C;N 212,6 S—H 83


2. Estado físico dos reagentes
JO

Por convenção, a entalpia padrão de substancias sim-


AU

Conhecendo os valores das energias de ligação presentes


ples – formadas por um único elemento químico – no nos reagentes e nos produtos de uma reação, pode-se cal-
AR

estado físico mais estável é zero (N2, H2, Fe, Mg etc.). cular o DH dessa reação:
S
PE

3. Forma alotrópica DH = (energia absorvida na quebra das li-


LO

Se o elemento formar alótropos – substâncias simples gações presentes nos reagentes)


diferentes –, a forma mais estável – menos energética – +
A
UL

tem entalpia zero (O2 e O3, Cgrafite e Cdiamante etc.). (energia liberada na formação das liga-
ções presentes nos produtos)
PA
NA

Exemplo
A

CH4(g) + 3Cℓ2(g) o HCCℓ3(g) + 3HCℓ DH = ?


304

Cℓ
70

H
| Cℓ — Cℓ |
35

H—C—H + Cℓ — Cℓ o H — C — Cℓ + 3 H — Cℓ
53

| Cℓ — Cℓ |
03

H Cℓ
O

Dados:
J
AU

Ligação Energia (kJ)


AR

C—H 413,4
S
PE

C — Cℓ 327,2
LO

Cℓ — Cℓ 242,6
LA

H — Cℓ 431,8
U
PA

373
A
AN
L
A
UL
PA
Energia absorvida nas quebras de ligações:

NA
4A
4 (C — H) = 4 (413,4) = 1.653,6 kJ

30
3 (Cℓ — Cℓ) = 3 (242,6) = 727,8 kJ

70
energia total absorvida = 2.381,4 kJ

35
53
Energia liberada nas formações das ligações:

03
1C — H = 1 (413,4) = 413,4 kJ

JO
AU
3C — Cℓ = 3 (327,2) = 981,6 kJ

AR
3H — Cℓ = 3 (431,8) = 1.295,4 kJ

S
energia total liberada = 2.690,6 kJ

PE
LO
Uma vez que a energia liberada é maior que a absorvida, a
reação será exotérmica e seu valor absoluto:

A
UL
2.381,4 – 2.690,6 = –309,2 kJ

PA
REAGENTE PRODUTO

NA
4A
Portanto:
30
CH4(g) + 3Cℓ2(g) o HCCℓ3(g) + 3HCℓ DH = –309,2 kJ
70
35
53
03
JO
AU
AR
S
PE
LO
A
UL
PA
ANA
304
70
35
53
03
OJ
AU
AR
S
PE
LO
LA
U
PA

374
A
AN
L
A
UL
PA
U.T.I. - Sala b) Uma maneira de se determinar a concentração de

NA
dióxido de enxofre em vinhos é através da reação

4A
com iodo em meio aquoso, que gera ácido iodídrico e
1. (FAMEMA 2020) O iodo (I2) pode ser obtido a partir ácido sulfúrico. Escreva a equação química balancea-

30
de iodatos encontrados em depósitos de nitratos. Após da que representa a reação entre SO2 e I2 em água.

70
realizar a separação dos nitratos e iodatos, submete-se
c) A concentração máxima permitida para o SO2 em

35
o iodato (IO3–) a um processo de oxirredução, conforme
vinhos é de 260 ppm. Se para reagir completamente
a equação a seguir:

53
com 5 mL de uma amostra de vinho forem utilizados

03

IO3–(aq + 5 I(aq) + 6 H+(aq) o3 I2(s) + 3 H2O(ℓ) 13,5 mL de uma solução 0,001 mol·L-1 de iodo, cal-
cule a concentração de SO2 no vinho. Esse vinho tem

JO
A solubilidade do iodo em água varia com a temperatu- concentração de SO2 dentro do limite imposto pela

AU
ra, conforme a tabela a seguir. legislação? Justifique a sua resposta.

AR
Volume de água necessário 5. (UERJ) Considere os seguintes valores das ental-
Temperatura

S
para dissolver 1 g de I2 pias-padrão da síntese do HCℓ, a partir dos mesmos

PE
20 °C 3.450 mL regentes no estado gasoso.

LO
50 °C 1.250 mL HCℓ(g): ∆H0 = 92,5 kJ∙mol-1

A
HCℓ(ℓ): ∆H0 = – 108,7 kJ∙mol-1

UL
Ao ser adicionado a solventes orgânicos, o iodo forma
soluções de coloração marrom em solventes oxigena- Calcule a entalpia-padrão, em kJ∙mol-1 de vaporização

PA
dos e soluções de coloração violeta em solventes não do HCℓ, e nomeie duas mudanças de estado físico dessa

NA
oxigenados. substância que sejam exotérmicas.
Dado: I = 127
4A
6. (UFG) A variação de entalpia (∆H) é uma grandeza
a) Indique a cor de uma solução preparada pela adição
30
relacionada à variação de energia que depende apenas
de iodo em etanol. Classifique a dissolução do iodo em
70

dos estados inicial e final de uma reação. Analise as se-


água em relação ao calor envolvido. guintes equações químicas:
35

b) Considere que todo o IO3– dissolvido em 1 L de so-


53

lução aquosa 0,1 mol/L desse íon, à temperatura de I. C3H8(g) + 5O2(g) o 3CO2(g) + 4H2O(ℓ) ∆H0 = - 2 220 kJ
03

50 ºC seja convertido em I2. Calcule a massa de iodo


II. C(grafite) + O2(g) o CO2(g) ∆H0 = – 394 kJ
que precipitará.
JO

III. H2(g) + 1/2 O2(g) o H2O(ℓ) ∆H0 = – 286 kJ


AU

2. (UERJ) Em condições ambientes, o cloreto de hidro-


gênio é uma substância molecular gasosa de fórmula Ante o exposto, determine a equação global de formação
AR

HCℓ. Quando dissolvida em água, ioniza-se e passa a do gás propano e calcule o valor da variação de entalpia
apresentar caráter ácido.
S

do processo.
PE

Admita uma solução aquosa saturada de HCℓ com con-


LO

centração percentual mássica de 36,5% e densidade


igual a 1,2 kg∙L-1. U.T.I. - E.O.
A
UL

Calcule a concentração dessa solução, em mol∙L-1.


1. (UFRN) A solubilidade do NaCℓ aumenta com a tem-
PA

3. (Ime) O sulfato cúprico anidro é obtido a partir da peratura. Sabe-se que, a 0°C, 60 g do sal formam, com
água, 260 g de solução saturada. Aquecendo-se a solu-
NA

reação de uma solução aquosa de ácido sulfúrico 98%


(em massa), a quente, com cobre. Sabendo que a so- ção a 80°C, a saturação só será mantida se forem acres-
A

lução aquosa de ácido sulfúrico tem massa específica centados 20 g do sal.


04

1,84 g/cm3 e que o ácido sulfúrico é o reagente limitan- A partir desses dados,
3

te, calcule a massa de sulfato cúprico obtida a partir da


70

reação de 10,87 mL da solução aquosa de ácido sulfúrico. a) escreva a equação química de dissolução do NaCℓ
35

b) construa (no gráfico a seguir) a curva de solubili-


53

4. (UFJF-PISM) É comum a adição de metabissulfito dade do sal.


03

de sódio (Na2S2O5) como substância conservante em


vinhos. Essa prática é amparada pela legislação e
O

tem procedimentos regulamentados. Um dos pro-


J
AU

blemas com esse procedimento é que a decompo-


AR

sição desse conservante gera SO2, que pode causar


reações adversas nos consumidores. Responda aos
S

itens abaixo.
PE

a) Escreva a equação química balanceada para decom-


LO

posição térmica do metabissulfito de sódio em sulfito


de sódio e dióxido de enxofre. Dado: íon sulfito = SO32-
LA
U
PA

375
A
AN
L
A
UL
PA
2. (UFPR) Antes de consumir frutas com casca e tam- 6. (UFPR) “Concentração de CO2 na atmosfera pode ul-

NA
bém verduras e hortaliças cruas, é recomendada a hi- trapassar 400 ppm em maio.

4A
gienização desses alimentos deixando-os de molho em A concentração de dióxido de carbono (CO2) na at-
soluções à base de cloro ativo, ou água sanitária. Para mosfera poderá ficar acima das 400 partes por milhão

30
a solução de molho, a proporção recomendada pelo (ppm) em boa parte do Hemisfério Norte já em maio

70
Ministério da Saúde é de uma colher de sopa de água deste ano. Será a primeira vez em mais de três milhões

35
sanitária para 1 litro de água. O teor de cloro ativo pre-
de anos que a barreira dos 400 ppm será ultrapassada.”

53
sente na água sanitária especifica a porcentagem de
hipoclorito de sódio e o seu valor típico é 2,0%. (DISPONÍVEL EM <HTTP://WWW.INSTITUTOCARBONOBRASIL.ORG.BR/

03
NOTICIAS2/NOTICIA=733827>. ACESSO EM ABR. 2013)
Dados: Massas molares(g mol-1) Cℓ: 35,5; Na: 23; 0:16;

JO
1 colher de sopa equivale a 10 mL Dados:
Pressão atmosférica = 1 atm.

AU
densidade da água sanitária = 1 g mL-1
Massa molar (g∙mol-1): C=12, O=16.

AR
a) Qual característica química do “cloro ativo” é re-
Massa molar média do ar = 29.
sponsável pela higienização?
Volume molar = 24 L∙mol-1

S
b) Qual o valor da concentração (em mol ∙ L-1) de hipo-

PE
clorito de sódio na solução recomendada pelo Ministério
O dado fornecido de concentração se refere a partes

LO
da Saúde para higienização?
por milhão de volume seco (ppmv).

A
3. (UFES) A embalagem do "sal light", um sal de cozinha a) A concentração considerada normal de CO2 é 380 ppm.

UL
comercial com reduzido teor de sódio, traz a seguinte in- Calcule o acréscimo na pressão parcial de CO2 (em atm)

PA
formação: "Cada 100 gramas do sal contém 20 gramas ao atingir 400 ppm.
de sódio". Determine: b) Caso a concentração fornecida de 400 ppm fosse

NA
a) a porcentagem (em massa) de C nesse sal; em parte por milhão em massa, calcule qual seria o

4A
b) a quantidade de íons sódio existentes em 10,0 valor de concentração de CO2 em mol por litro.
30
gramas desse sal;
7. (UFG) Analise a tabela a seguir, a qual apresenta as
70

c) a concentração de NaCℓ (em mol/L) em uma solução massas de algumas substâncias comumente encontra-
preparada pela dissolução de 10,0 gramas desse sal
35

das a cada 100 mL de água mineral.


em 25,0 gramas de água, sabendo que a densidade da
53

solução resultante foi de 1,12 g/cm-3; Substâncias Massas


03

4. (PUC-RJ) O mercúrio tem número atômico igual a 80 Nitrato 5 mg


JO

e é o único metal líquido na temperatura ambiente. Sulfato 10 mg


AU

O mercúrio pode ser produzido a partir da decom- Carbonato 15 mg


posição do seu óxido HgO, que tem massa molar igual a
AR

216,6 g·mol-1. A decomposição de uma quantidade de Bicarbonato 30 mg


S

HgO liberou 40 kJ de energia. Considerando o mercúrio


A partir das informações apresentadas,
PE

e a reação de decomposição de seu óxido indicada


abaixo, faça o que se pede. a) calcule as concentrações, em mol∙L-1, de bicarbon-
LO

ato e de nitrato na água mineral;


HgO(s) o Hg(ℓ) + 1/2 O2(g) ∆H = –200 kJ
A

b) escreva as fórmulas iônicas para os íons carbonato


UL

Dado: R = 0,082 atm L·mol-1·k-1 e sulfato.


PA

a) Calcule a massa de HgO que se decompôs.


8. (UNIFESP) Soluções aquosas de nitrato de prata
NA

b) Calcule o volume que O2(g) produzido ocupa a 1 atm


(AgNO3), com concentração máxima de 1,7% em massa,
e 25 ºC.
A

são utilizadas como antisséptico em ambiente hospitalar.


c) Indique o número de nêutrons do isótopo 200 Hg
04

A concentração de íons Ag+ presentes numa solução


d) Calcule a percentagem em massa de Hg no HgO. aquosa de AgNO3 pode ser determinada pela titulação
3
70

5. (UERJ) A equação química abaixo representa a reação com solução de concentração conhecida de tiocianato
35

da produção industrial de gás hidrogênio. de potássio (KSCN), através da formação do sal pouco
53

solúvel tiocianato de prata (AgSCN). Na titulação de


H2O(g) + C(s) o CO(g) + H2(g) 25,0 mL de uma solução de AgNO3, preparada para uso
03

Na determinação da variação de entalpia dessa reação hospitalar, foram utilizados 15,0 mL de uma solução de
O

química, são consideradas as seguintes equações ter- KSCN 0,2 mol∙L–1, para atingir o ponto final da reação.
J
AU

moquímicas, a 25ºC e 1 atm: a) Determine, em mol∙L–1, a concentração da solução


preparada de AgNO3.
H2(g) + __1 O2(g) o H2O(g)
AR

∆H0 = –242,0 kJ
2 b) Mostre, através de cálculos de concentração, se a
C(s) + O2(g) o CO2(g)
S

∆H0 = – 393,5 kJ solução de AgNO3 preparada é adequada para uso


PE

hospitalar. Considere que a massa molar de AgNO3


O2(g) + 2 CO(g) o 2 CO2(g) ∆H0 = – 477,0 kJ seja igual a 170 g∙mol–1 e que a densidade da solução
LO

aquosa seja igual a 1 g∙mL–1.


Calcule a energia, em quilojoules, necessária para a pro-
LA

dução de 1 kg de gás hidrogênio.


U
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376
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PA
9. (PUC-RJ) O vinagre utilizado como tempero nas sala- a) Escreva a reação balanceada de combustão completa

NA
das contém ácido acético, um ácido monoprótico muito do etanol (reação do etanol com o O2).

4A
fraco e de fórmula HC2H3O2. A completa neutralização b) Calcule a energia produzida, na forma de calor,
de uma amostra de 15,0 mL de vinagre (densidade igual pela combustão de 1 kg de etanol.

30
a 1,02 g/mL) necessitou de 40,0 mL de solução aquo- c) Calcule a massa de CO2 produzida pela combustão

70
sa de NaOH 0,220 mol/L. A partir dessas informações, completa de 46 g de etanol.

35
pede-se:

53
a) a porcentagem em massa de ácido acético no 13. (UNESP 2018) A regeneração do ácido sulfúrico

03
vinagre; (H2SO4) em geral não é economicamente vantajosa,
b) o volume de KOH 0,100 mol/L que contém quanti- mas é uma imposição das leis ambientais. Nessa regen-

JO
dade de íons OH− equivalente ao encontrado nos 40,0 eração, normalmente se utiliza o ácido proveniente de

AU
mL de solução aquosa de NaOH 0,220 mol/L. sínteses orgânicas, que está diluído e contaminado.
(MARIANA DE MATTOS V. M. SOUZA. PROCESSOS

AR
10. (UFJF) O chumbo e seus derivados têm muitas apli- INORGÂNICOS, 2012. ADAPTADO.)

S
cações: baterias, tubulações, solda, cerâmica, protetor O processo de regeneração é feito em três etapas

PE
contra radiações (Raio X), entre outras. Entretanto, é principais:
tóxico para o organismo, sendo preciso muito cuidado

LO
com seu manuseio. Etapa I

A
a) Um dos compostos que pode ser usado para prepa- H2SO4(aq) o SO2(g) + H2O(g) + 1/2O2(g) 'H = +202 kJ/mol

UL
rar sais de chumbo é o óxido de chumbo. Usando as

PA
Etapa II
reações abaixo, encontre a variação de entalpia para
a formação do óxido de chumbo sólido, a partir do SO2(g) + 1/2O2(g) o SO3(g) 'H = –99 kJ/mol

NA
chumbo metálico e do oxigênio gasoso.
Etapa III
Pb(s) + CO(g) o PbO(s) + C(s) ∆H0 = - 106,8 kJ
4A
SO3(g) + H2O(g) o H2SO4(ℓ) reação exotérmica
30
2 C(s) + O2(g) o 2 CO(g) ∆H0 = - 221,0 kJ
70

a) Classifique as etapas I e II como endotérmica ou


b) A reação de formação do PbO(s) é exotérmica ou en-
35

exotérmica.
dotérmica? Justifique sua resposta.
53

b) Calcule a massa mínima de SO3(g) que deve reagir


c) Se 310,5 g de chumbo metálico reagirem com
03

completamente com água para obtenção de 98 g de


oxigênio suficiente para formar óxido de chumbo, qual
H2SO4(ℓ) na etapa III.
a quantidade de calor (em kJ) envolvida no processo?
JO

Esse calor é absorvido ou liberado? Dados: H = 1; S = 32; O = 16


AU

11. (UNB) O novo Código de Trânsito Brasileiro faz re-


AR

14. (UFJF) O hidrogênio cada vez mais tem ganhado


strições ao consumo de bebidas alcoólicas por con- atenção na produção de energia. Recentemente, a em-
S

dutores de veículos. Se, no exame do bafômetro, o presa britânica Intelligent Energy desenvolveu uma
PE

condutor de um veículo automotor for flagrado com tecnologia que pode fazer a bateria de um smartphone
LO

quantidade superior a 0,1 mg de álcool por litro de durar até uma semana. Nesse protótipo ocorre a reação
ar expelido, ele fica sujeito a penalidades. Entretanto, do oxigênio atmosférico com o hidrogênio armazenado
A

o resultado apontado pelo bafômetro pode não cor-


UL

produzindo água e energia.


responder ao real estado de intoxicação do condutor
PA

do veículo, pois o princípio de funcionamento dos a) Escreva a equação química da reação descrita aci-
bafômetros fundamenta-se em reações químicas. Al- ma e calcule a sua variação de entalpia a partir dos
NA

guns compostos cetônicos, frequentemente encontra- dados abaixo.


A

dos no ar exalado por diabéticos, por exemplo, podem Ligação H–H H–O O=O
04

ser interpretados como concentrações elevadas de ál-


Energia de ligação
3

cool pelo bafômetro. 437 463 494


70

(kJ mol-1)
Considerando o texto acima e aspectos a ele relaciona-
35

dos, julgue o item a seguir. b) Um dos grandes problemas para o uso do gás hi-
53

Se, no sangue de um indivíduo, a concentração de álcool drogênio como combustível é o seu armazenamento.
03

etílico (C2H6O) for igual a 1 . 10-4 mol/L, isso significará Calcule o volume ocupado por 20 g de hidrogênio
nas CNTP
O

que essa concentração é maior que 0,05 mg/mL.


J

Dado: H = 1; V(molar) = 22,4 L


AU

12. (PUC-RJ) Combustível é todo produto utilizado com c) Atualmente, cerca de 96% do gás hidrogênio é
AR

a finalidade de produzir energia a partir de sua queima obtido a partir de combustíveis fósseis, como descrito
ou combustão. O etanol (C2H5OH) é um combustível que, nas reações abaixo.
S

quando injetado nas câmaras de combustão dos veícu- Carvão: C(s) + H2O(ℓ) o CO(g) + H2(g)
PE

los, reage com oxigênio e libera energia. A quantidade Gás natural: CH4(g) + H2O(ℓ) o CO(g) + 3 H2(g)
LO

de calor liberada pela combustão completa de 1 mol de


Essa característica é considerada uma desvantagem
etanol é 295 kcal.
LA

para o uso do hidrogênio. Justifique essa afirmativa.


U
PA

377
A
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PA
15. (FAMEMA 2019) A figura representa as etapas de produção de NaCℓ(s) a partir das substâncias Na(s) e Cℓ2(g).

NA
4A
4 Cℓ(g) + e– oCℓ(g)

30
3 Na(g) o Na + e+ –
495,8 kJ/mol -348,6 kJ/mol

70
(g)

35
53
03
2 1/2 Cℓ2(g) oCℓ(g) 122,0 kJ/mol
1 Na(s) oNa(g) 5 Na+(g) + Cℓ(g)

oNaCℓ(s)

JO
107,3 kJ/mol
-787,0 kJ/mol

AU
Reação global:

AR
Na(s) + 1/2 Cℓ2(g) oNaCℓ(s)

S
'H = X

PE
LO
HTTP://CHEMISTRYJEE.BLOGSPOT.COMAdaptado.)
(http://chemistryjee.blogspot.com. .ADAPTADO.)

A
a) Em qual das etapas representadas na figura uma substância simples passa por mudança de estado físico? Qual o nome

UL
dessa mudança de estado?

PA
b) Calcule o valor de X. Classifique a reação de produção de NaCℓ(s) com base na variação da energia envolvida no processo.

NA
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Caro aluno

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35
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Você está recebendo o primeiro livro da Unidade Técnica de Imersão (U.T.I.) do Hexag Vestibulares.

03
Este material tem o objetivo de retomar os conteúdos estudados nos livros 3 e 4, oferecendo um
resumo estruturado da teoria e uma seleção de questões dissertativas que preparam o candidato

JO
para as provas de segunda fase dos principais vestibulares. Além disso, as questões dissertativas per-

AU
mitem avaliar a capacidade de análise, organização, síntese e aplicação do conhecimento adquirido.

AR
É também uma oportunidade de o estudante demonstrar que está apto a expressar suas ideias de

S
PE
maneira sistematizada e com linguagem adequada.

LO
Aproveite este caderno para aprofundar o que foi visto em sala de aula, compreender assuntos que

A
tenham deixado dúvidas e relembrar os pontos que foram esquecidos.

UL
Bons estudos!

PA
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Herlan Felini
4A
30
70
35
53
03
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SUMÁRIO
AU
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S
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LO
A

MATEMÁTICA
UL
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MATEMÁTICA 1 381
NA

MATEMÁTICA 2 399
A

MATEMÁTICA 3 411
304
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© Hexag Sistema de Ensino, 2018

S
Direitos desta edição: Hexag Sistema de Ensino, São Paulo, 2021

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Todos os direitos reservados.

LO
Autores
Herlan Fellini

A
UL
Pedro Tadeu Vader Batista
Vitor Okuhara

PA
Diretor-geral

NA
Herlan Fellini

4A
Diretor editorial 30
Pedro Tadeu Vader Batista
70

Coordenador-geral
35

Raphael de Souza Motta


53

Responsabilidade editorial, programação visual, revisão e pesquisa iconográfica


03

Hexag Sistema de Ensino


JO

Editoração eletrônica
AU

Felipe Lopes Santos


Leticia de Brito Ferreira
AR

Matheus Franco da Silveira


S

Projeto gráfico e capa


PE

Raphael de Souza Motta


LO

Imagens
A

Freepik (https://www.freepik.com)
UL

Shutterstock (https://www.shutterstock.com)
PA
NA

Todas as citações de textos contidas neste livro didático estão de acordo com a legis-
lação, tendo por fim único e exclusivo o ensino. Caso exista algum texto a respeito do
A

qual seja necessária a inclusão de informação adicional, ficamos à disposição para o


04

contato pertinente. Do mesmo modo, fizemos todos os esforços para identificar e loca-
3
70

lizar os titulares dos direitos sobre as imagens publicadas e estamos à disposição para
suprir eventual omissão de crédito em futuras edições.
35

O material de publicidade e propaganda reproduzido nesta obra é usado apenas para


53

fins didáticos, não representando qualquer tipo de recomendação de produtos ou


03

empresas por parte do(s) autor(es) e da editora.


O

2021
J
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Todos os direitos reservados para Hexag Sistema de Ensino.


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Telefone: (11) 3259-5005


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35
MATEMÁTICA 1

70
30
4A
NA
PA
UL
A
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L
A
UL
PA
NA
FUNÇÃO POLINOMIAL DO 2º GRAU

4A
30
70
35
Função f: R é R dada por f(x) = ax2 + bx + c, com a, Se D < 0, a função não possui raízes reais, portanto, não

53
03
b e c reais e a ≠ 0. intercepta o eixo x:

JO
CONCAVIDADE

AU
AR
S
a > 0: concavidade para cima a < 0: concavidade para baixo

PE
LO
A
UL
PA
Se D = 0, a função possui apenas uma raiz real x1 = x2,
portanto, intercepta o eixo x em apenas um ponto, tangen-

NA
ciando o eixo:

ZEROS DE UMA FUNÇÃO 4A


30
70

QUADRÁTICA
35
53

Os zeros ou raízes da função quadrática f(x) = ax2 + bx + c


03

são as raízes da equação do 2° grau ax2 + bx + c = 0.


JO

Estudo do discriminante (D)


AU
AR

ƒ Se D > 0, a equação do segundo grau possui duas ra-


ízes reais distintas.
VÉRTICE DA PARÁBOLA
S
PE

ƒ Se D < 0, a equação do segundo grau não possui ra-


LO

ízes reais;
b
xv = – __ e D
yv = – __
A

ƒ Se D = 0, a equação do segundo grau possui uma raiz 2a 4a


UL

real.
PA

Sendo D = b² – 4ac, em que a, b e c são os coeficientes de Valor mínimo ou valor máximo


NA

uma função do segundo grau f(x) = ax² + bx + c. da função quadrática


A

Se D > 0, a função possui duas raízes distintas x1 e x2, por-


04

D é o valor mínimo da função.


ƒ Se a > 0, y = – __
3

tanto, intercepta o eixo x em dois pontos distintos: 4a


70

D é o valor máximo da função.


ƒ Se a < 0, y = – __
35

4a
53
03

Crescimento e decrescimento
de uma função quadrática
JO

a>0 a<0
AU
AR

f(x) é crescente para f(x) é crescente para

{ b
x [ R | x > – __ } {x [ R | x < – __b
}
S

2a 2a
PE
LO

f(x) é decrescente para f(x) é decrescente para

{ x [ R | x < – __b
} { x [ R | x > – __b
}
LA

2a 2a
U
PA

382
A
AN
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A
UL
PA
Forma fatorada de uma

NA
função quadrática

4A
30
Uma função do segundo grau f(x) = ax² + bx + c

70
pode ser escrita em função de suas raízes x1 e x2 da se-

35
guinte forma:

53
f(x) = ax² + bx + x = a(x – x1)(x – x2)

03
JO
AU
EQUAÇÕES E FUNÇÕES EXPONENCIAIS

AR
S
PE
LO
EQUAÇÕES EXPONENCIAIS

A
UL
PA
Chama-se equação exponencial toda equação que contém
incógnita em seu expoente.

NA
4A
Exemplo: 30
ƒ Resolva a equação 4x = 512.
70
35

Usando as propriedades das potências, vamos transfor-


53

mar o 1° e o 2° membro da equação em potências de


03

mesma base:
x
Função exponencial de
JO

4x = (22) = 22x 512 = 29 (fatoração)


base a com 0 < a < 1
AU

? ä 22x = 29 ä 2x = 9 ä x = __9
2
AR

ƒ Domínio R; contradomínio R+.


S

ƒ Contínua em todo o domínio.


O conjunto-solução é S = __9 {}
PE

2
ƒ A função é estritamente decrescente em R e, portanto,
LO

injetiva.
FUNÇÃO EXPONENCIAL
A
UL

ƒ Não tem zeros. O gráfico intercepta o eixo das ordena-


PA

A função f : R é R dada por f(x) = a (com a > 0 e a ≠ 1)


x das no ponto (0,1).
é denominada função exponencial de base a.
NA

ƒ Admite a assíntota horizontal y = 0 quando x é + Ü.


A

Função exponencial de base a com a > 1 ƒ Não tem assíntotas verticais nem oblíquas.
304
70

ƒ Domínio R; contradomínio R+.


35

ƒ Contínua em todo o domínio.


53
03

ƒ A função é estritamente crescente em R e, portanto,


injetiva.
JO
AU

ƒ Não tem zeros. O gráfico intercepta o eixo das ordena-


AR

das no ponto (0,1).


S

ƒ Admite a assíntota horizontal y = 0 quando x é –Ü.


PE

ƒ Não tem assíntotas verticais nem oblíquas.


LO
LA
U
PA

383
A
AN
L
A
UL
PA
NA
INEQUAÇÕES EXPONENCIAIS

4A
30
70
35
Com base no crescimento e no decrescimento da função f(x) = ax, com a [ R*+ – {1}, podemos comparar quaisquer dois de

53
03
seus expoentes.

JO
AU
AR
S
PE
LO
A
UL
PA
NA
4A
30
70
35
53
03

PROPRIEDADES DOS LOGARITMOS


JO
AU
AR

Propriedades operatórias Fórmula para mudança de


S
PE

dos logaritmos base de um logaritmo


LO

Se b > 0, c > 0, m [ R, a > 0 e a Þ 1 valem as proprie-


A

logc b
loga b = _____
UL

dades dos logaritmos:


logc a
PA

loga (b · c) = loga b + loga c


NA

loga __bc = loga b – loga c Consequências da fórmula


A

de mudança de base
04

loga __1 = – loga b


3

b 1
loga b = _____
70

ou logb a · loga b =1
m
loga b = m · loga b logb a
35

__
53

1 loga (b) __
loga √ b = __ logam (b) = ______ 1
m
m · loga b m = m loga (b)
03

logc b
loga b = _____
O

logc a
J
AU

loga b = 1
_____ ou logab ∙ logba = 1
logb a
AR

1
logam (b) = __
m loga (b)
S
PE
LO
LA
U
PA

384
A
AN
L
A
UL
PA
NA
MUDANÇA DE BASE DO COLOGARITMO

4A
30
70
35
COLOGARITMO

53
03
JO
cologa N = – loga N ou 1
cologa N = loga __
N

AU
AR
S
FUNÇÃO LOGARÍTMICA

PE
LO
A
UL
Para todo número real positivo a Þ 1, a função exponen-

PA
Veja, a seguir, o gráfico da função exponencial g(x) = 10x
cial f: R o R*, x
+ f(x) = a é uma correspondência biunívo- e da função logarítmica f(x) = log(x). Veja a simetria em

NA
ca entre R e R+*. Ela é crescente, se a > 1, decrescente, relação à reta h(x) = x, pois f(x) e g(x) são funções inversas:

4A
se 0 < a < 1, e tem a seguinte propriedade: 30
f(x1 + x2) = f(x1) · f(x2), ou seja ax1 + x2 = ax1 · a x2
70
35

Essas considerações garantem que f possui uma função inversa.


53

GRÁFICO DA FUNÇÃO LOGARÍTMICA


03
JO
AU

f(x) = log2 x
AR
S
PE
LO

ƒ O gráfico da função logarítmica passa pelo ponto (1, 0),


A

ou seja, f(1) = 0, ou, ainda, loga 1 = 0;


UL
PA

ƒ O gráfico nunca toca o eixo y nem ocupa pontos dos


quadrantes II e III, pois seu domínio é R*;
NA

ƒ Quando a > 1, a função logarítmica é crescente


A
04

(x1 > x2 œ loga x1 > loga x2);


3

f(x) = log
g x
70

ƒ Ao contrário da função exponencial f(x) = a x com


35

a > 1, que cresce rapidamente, a função logarítmica


53

log a x com a > 1 cresce muito lentamente.


03
J O
AU
AR
S
PE
LO
LA
U
PA

385
A
AN
L
A
UL
PA
NA
EQUAÇÕES LOGARÍTMICAS

4A
30
70
35
Igualdade entre um logaritmo e um número real

53
03
Utilizamos então a definição do logaritmo:

JO
loga(x) = b

AU
Então ab = x.

AR
Igualdade entre logaritmos de mesma base

S
PE
loga (x) = loga (y) Ÿ x = y

LO
A
UL
PA
INEQUAÇÕES LOGARÍTMICAS

NA
4A
30
1º caso: inequações redutíveis 2º caso: inequações redutíveis a
70

a uma desigualdade de uma desigualdade


35
53

logaritmos de mesma base entre um logaritmo e


03

um número real
JO

Para resolver este tipo de inequação logarítmica, simples-


AU

mente a transformamos em uma inequação do 1º caso.


AR

Para isso, utilizamos uma propriedade dos logaritmos:


S

k = logb(bk), para k  R, b  R, b > 0 e b z 1


PE
LO

3º caso: inequações que utilizam


A
UL

substituição
PA

por uma incógnita auxiliar


NA

Algumas inequações exigem uma substituição de variável,


A

de modo a facilitar sua manipulação algébrica. Igualmente


04

ao segundo caso, a ideia é reduzir a inequação a uma ine-


3
70

quação do 1º caso.
35
53
03
J O
AU
AR
S
PE
LO

Se c > 1: logcb > logca Ÿ b > a (o sinal se mantém)


LA

Se 0 < c < 1: logcb < logca Ÿ b > a (o sinal inverte)


U
PA

386
A
AN
L
A
UL
PA
NA
FUNÇÃO COMPOSTA

4A
30
70
35
53
Definição

03
Chamamos de função composta de g com f a função g + f: A o C tal que:

JO
AU
(g + f)(x) = g[f(x)].

AR
Na forma de diagrama, temos:

S
PE
LO
A
UL
PA
NA
4A
30
70
35
53
03
JO
AU

Notação
AR
S

A função composta de g e f será indicada por g º f (lê-se: g círculo f).


PE

(g º f)(x) = g(f(x))
LO
A
UL
PA

FUNÇÕES TRIGONOMÉTRICAS
A NA
304

Gráfico da função seno


70
35
53
03
JO
AU
AR
S
PE
LO
LA
U
PA

387
A
AN
L
A
UL
PA
Resumo sobre a função seno

NA
4A
1. Função seno é a função de R em R definida por f(x) = sen x.

30
2. A função seno tem D = R e Im = [–1, 1].

70
3. A função seno não é injetiva nem sobrejetiva.

35
4. A função seno é função ímpar, isto é, –sen x = sen (–x),  x  R.

53
5. A função seno é periódica p = 2p.

03
6. sen x = 0, para x = kp, com k [ Z.

JO
p + 2kp, com k [ Z.
7. sen x > 0, para x do 1º e 2º quadrantes e sen x = 1 para x = __

AU
2

AR
3p + 2kp, com k [ Z.
8. sen x < 0, para x do 3° e 4° quadrantes e sen x = –1 para x = ___
2

S
PE
ESTUDO DA FUNÇÃO COSSENO

LO
A
UL
Gráfico da função cosseno

PA
NA
4A
30
70
35
53
03
JO
AU
AR
S
PE
LO

Observações sobre a função cosseno


A
UL

1. A cossenoide não é uma nova curva, mas uma senoide transladada __ p unidades para a esquerda. Observe no
2
PA

p , obtém-se exatamente o gráfico


gráfico da senoide que, se o eixo y for inscrito no ponto de abscissa x = __
2
NA

daquela cossenoide. Resultado: a maioria dos aspectos relevantes da função cosseno é a mesma da função
A

seno.
04

2. O domínio é o mesmo: f: R é tal que f(x) = cos x tem D = R.


3

3. A imagem é a mesma: f: R é R tal que f(x) = cos x tem Im = [–1, 1].


70
35

4. O período é o mesmo: a função cosseno é periódica de período p = 2p.


53

5. A função cosseno não é injetiva nem sobrejetiva.


03
J O
AU
AR
S
PE
LO
LA
U
PA

388
A
AN
L
A
UL
PA
ESTUDO DA FUNÇÃO TANGENTE

NA
4A
Gráfico da função tangente

30
70
35
53
03
JO
AU
AR
S
PE
LO
A
UL
PA
NA
4A
À luz desse gráfico, é possível fazer algumas afirmações sobre a função tangente:
p + kp, com k [ Z e Im(f) = R.
30
ƒ Tem D(f) = x [ R | x ≠ __
{ }
2
70
35

ƒ A função tangente não é injetiva e é sobrejetiva.


53

ƒ A função tangente é função ímpar, isto é, tg (–x) = –tg x, ? x [ D(f).


03

ƒ A função tangente é periódica p = p, isto é, tg x = tg (x + kp), com k [ Z e x [ D(f).


JO
AU

FUNÇÕES COSSECANTE, SECANTE E COTANGENTE


AR
S

1 , para sen x ≠ 0
____
ƒ cossec x = sen
PE

x
LO

1 , para cos x ≠ 0
____
ƒ sec x = cos x
A
UL

cos x, para sen x ≠ 0


____
ƒ cotg x = sen
PA

x
1.
Se sen x ≠ 0 e cos x ≠ 0, pode-se também escrever cotg x = ___
NA

tg x
A
04

Função cossecante
3
70

Gráfico de f(x) = cossec x


35
53
03
JO
AU
AR
S
PE
LO
LA
U
PA

389
A
AN
L
A
UL
PA
Função secante

NA
4A
Gráfico de f(x) = sec x

30
70
35
53
03
JO
AU
AR
S
PE
LO
Função cotangente

A
UL
PA
Gráfico de f(x) = cotg x

NA
4A
30
70
35
53
03
JO
AU
AR
S
PE
LO

Papel das constantes a, b, c e d


A

As características das funções do tipo f(x) = a + b · trig (cx + d) podem ser relacionadas com as funções trigonométricas e
UL

seus gráficos padrão.


PA

As constantes a e b alteram a imagem da função (valores de y), e as constantes c e d alteram as características relacionadas
NA

com os valores de x. Desta forma:


A
04

ƒ a constante a translada o gráfico padrão em a unidades. Se a > 0, o gráfico “sobe” a unidades, e, se a < 0, o gráfico
3

“desce” a unidades.
70
35

ƒ a constante b comprime ou dilata verticalmente o gráfico. Se |b| > 1, o gráfico dilata, e, se 0 < |b| < 1, o gráfico comprime.
53

Se b = –1, o gráfico fica invertido. Se b < 0, o gráfico fica simétrico (em relação ao eixo x) ao original, com b > 0. O valor
03

de b é, muitas vezes, chamado de amplitude do gráfico;


ƒ a constante c altera o período padrão da função trig, ou seja, comprime ou dilata horizontalmente o gráfico padrão. Se
J O

|c| > 1, f(x) fica comprimido horizontalmente em |c| unidades. Se 0 < |c| < 1, f(x) fica dilatado horizontalmente em |c|
AU

ptrig
unidades. O novo período é dado por py = ___
AR

ucu
;e
S

uu
ƒ a constante d translada o gráfico padrão em __dc unidades horizontais. Se d > 0, o gráfico translada para a esquerda __dc uu
PE

unidades.
LO
LA
U
PA

390
A
AN
L
A
UL
PA
FUNÇÕES TRIGONOMÉTRICAS INVERSAS

NA
4A
p, __
ƒ Função arco-seno é a função de [–1, 1] em – __ p , tal que y = arcsen x.
2 2 [ ]

30
ƒ Função arco-cosseno é a função de [–1, 1] em [0, p], tal que y = arccos x.

70
35
p, __
ƒ Função arco-tangente é a função de R em – __ ] [
p , tal que y = arctg x.

53
2 2

03
JO
MÓDULO

AU
AR
S
PE
MÓDULO DE UM NÚMERO REAL Condição de existência

LO
u x u = –2

A
UL
Definição Não possui solução, visto que o módulo de um número

PA
Dado um número real x, define-se o módulo de x (ou valor real é sempre maior ou igual a zero. Veja a seguinte equa-

NA
absoluto) representado por u x u como: ção:
u x – 5 u = –2x + 1
4A
x se x for positivo ou nulo
uxu =
–x se x for negativo
30
Para que a igualdade seja possível, temos a seguinte
70

condição:
Interpretação geométrica –2x + 1 $ 0
35
53

Geometricamente, podemos assumir que o módulo de um


Portanto, x # __1.
03

número real x é igual à distância do ponto que representa 2


a imagem do número x na reta real até o ponto 0.
JO

Veja na reta real o módulo dos números –5 e 3: Equações com mais de um módulo
AU
AR

u 1 – 2x u – u x + 3 u = 4
S

Neste caso, analisamos cada módulo, separadamente:


PE
LO

Propriedades importantes 1 – 2x, se 1 – 2x $ 0


A

(I) u 1 – 2x u = ou
UL

Para quaisquer x [ R e y [ R, valem as seguintes pro-


–(1 – 2x), se 1 – 2x < 0
PA

priedades:
P1: u x u $ 0 1 – 2x, se x d __1
NA

2
Ÿ u 1 – 2x u =
A

P2: u x · y u = u x u . u y u ou
04

–1 + 2x, se x > __ 1
P3: u x + y u # u x u + u y u 2
3
70

(A esta propriedade damos o nome de desigualdade


x + 3, se x + 3 $ 0
35

triangular.)
53

(II) u x + 3 u = ou
P4: u x – y u $ u x u – u y u
03

–(x + 3), se x + 3 < 0


P5: u x u² = x²
O

__
J

P6: √x2 = u x u x + 3, se x $ –3
AU

Ÿ ux + 3u = ou
AR

Equações modulares –x – 3, se x < –3


S

ux – 1u = 2
PE
LO

Uma equação como esta chamamos de equação modular.


u x u = u y u Ÿ x = y ou x = –y
LA
U
PA

391
A
AN
L
A
UL
PA
Como cada módulo é definido de uma maneira diferente para cada intervalo, faremos uma tabela para analisar cada caso:

NA
4A
30
70
35
53
03
Substituindo cada expressão na equação original, temos: 1:
ƒ para x $ __
2

JO
ƒ para x < –3: u 1 – 2x u – u x + 3 u = 4

AU
u 1 – 2x u – u x + 3 u = 4 (–1 + 2x) – (x + 3) = 4

AR
(1 – 2x) – (–x – 3) = 4 x–4=4

S
PE
–x + 4 = 4 x=8

LO
x=0 Novamente, o valor x = 8 está dentro do intervalo x $ __1;
2

A
portanto, também faz parte do conjunto solução.

UL
Como estamos analisando o intervalo x < –3, o resultado

PA
encontrado x = 0 não convém. Finalmente, encontramos dois valores que obedecem seus
respectivos intervalos em cada etapa e que satisfazem à
ƒ para –3 # x < __1:

NA
2 equação. O conjunto solução S é:

4A
u 1 – 2x u – u x + 3 u = 4 30 S = {–2, 8}
(1 – 2x) – (x + 3) = 4
70
35

–3x – 2 = 4
53

x = –2
03

O valor x = –2 está dentro do intervalo –3 # x < __1; por-


2
JO

tanto, faz parte do conjunto solução.


AU
AR
S
PE

INEQUAÇÕES MODULARES
LO
A
UL
PA

ƒ u x u > a œ x > a ou x < – a ƒ u x u # a œ –a # x # a


A NA
3 04
70

ƒ u x u $ a œ x $ a ou x # – a Lembre-se que a inequação –a # x # a pode ser escrita


35

como um sistema de inequações:


53
03

x $ –a
ƒ u x u < a œ –a < x < a –a # x # a Ÿ
O

e
J

x#a
AU
AR
S
PE
LO
LA
U
PA

392
A
AN
L
A
UL
PA
NA
FUNÇÕES MODULARES

4A
30
70
35
ANÁLISE DE GRÁFICOS

53
Definição

03
A uma função f: IR o IR, definida por f(x) = u x u, dá-se o

JO
nome de função modular. Construção de gráficos

AU
x, se x $ 0 ƒ g(x) = f(x) ± k

AR
f(x) = ou Considerando uma função real f(x) e uma constante real

S
-x, se x < 0

PE
positiva k, o gráfico de f(x) + k desloca-se k unidades

LO
Uma maneira rápida de construir o gráfico de uma função “para cima” em relação ao gráfico de f(x), aumentando
composta com a modular do tipo: em k unidades todos os pontos-imagem de f(x). Analoga-

A
UL
mente, o gráfico de f(x) – k se desloca “para baixo” k
f(x) = |g(x)|

PA
unidades.
é construir o gráfico da função g(x) = x2 – 4 e “espelhar”

NA
Por exemplo, para a função f(x) = x2, veja os gráficos de
a parte que possui imagem negativa para a parte positiva.
f(x) + 4 e f(x) – 4:
4A
30
70
35
53
03
JO
AU
AR
S
PE
LO
A
UL
PA

Pelo gráfico, vemos que a função é negativa para –2 < x < 2.


Sendo assim, traçamos a parte do gráfico compreendida en-
NA

tre –2 e 2, novamente de maneira simétrica ao eixo x:


A
304
70
35
53
03
JO
AU
AR
S
PE
LO
LA
U
PA

393
A
AN
L
A
UL
PA
ƒ g(x) = f(x ± k) ƒ g(x) = f(–x)

NA
Considerando novamente uma constante real posi- Considerando uma função real f(x) e seu gráfico, o gráfico

4A
tiva k e uma função real f(x) qualquer, o gráfico de de g(x) = f(–x) será simétrico em relação ao eixo y:

30
f(x + k) desloca-se para a esquerda no plano cartesiano,

70
enquanto que o gráfico de f(x – k) desloca-se para a direi-

35
ta no plano.

53
03
Por exemplo, considere a função real f(x) = x2 e os gráficos
das funções f(x + 2) = (x + 2)2 e f(x – 2) = (x –2)2:

JO
AU
AR
S
PE
LO
A
UL
Tabela de gráficos de funções

PA
NA
4A
30
70
35
53
03
JO

ƒ g(x) = –f(x)
AU

Considerando o gráfico de uma função real f(x), a função


AR

g(x) = –f(x) será simétrica em relação ao eixo x ao gráfico


S

de f(x):
PE
LO
A
UL
PA
ANA
304
70
35
53
03
J O
AU
AR
S
PE
LO
LA
U
PA

394
A
AN
L
A
UL
PA
Análise de imagem e domínio

NA
4A
30
70
35
53
03
JO
AU
AR
S
PE
LO
A
Para determinar o conjunto imagem da função a partir

UL
do gráfico, encontramos os pontos máximo e mínimo

PA
da função (em y). Ao analisar o gráfico, vemos que o valor

NA
mínimo que a função atinge é –7, enquanto que o valor

4A
máximo é 7; portanto, o conjunto imagem é:
30
Crescimento e decrescimento Im(f) = [ –7, 7 ]
70

Através do gráfico de uma função, podemos analisar os in-


35

tervalos em que a função cresce ou decresce. Veja o exem- Para a determinação do domínio, analisamos o intervalo
53

ao longo do eixo x ao qual a função está definida. Para a


03

plo a seguir:
função f(x) apresentada, a função existe de x = –5 até
JO

x = 6; portanto, seu domínio é:


AU

D(f) = [ –5, 6 ]
AR
S
PE
LO
A
UL
PA
ANA

Pelo gráfico, podemos ver que, entre os pontos A e B, a


04

função é crescente; à medida que ocorre um incremento


3

em x há um aumento consequente em y. Enquanto isso,


70
35

entre os pontos B e C, a função é decrescente.


53

Os pontos B e C são máximo e mínimo locais, respecti-


03

vamente, enquanto que os pontos D e A são, respectiva-


O

mente, máximo e mínimo globais.


J
AU
AR
S
PE
LO
LA
U
PA
A
AN
L
A
UL
PA
U.T.I. - Sala puderam acompanhar a entrada dessas substâncias nas

NA
hemácias, como mostra o gráfico apresentado a seguir.

4A
1. Seja f(x) = 4x – 6 ∙ 2x + 8.

30
a) Calcule f(0).

70
b) Encontre todos os valores reais de x para os quais

35
f(x) = 168.

53
c) Encontre todos os valores reais de x para os quais

03
f(x) < 0.

JO
2. (UEG) Um capital é emprestado a taxa de 8% ao ano,

AU
no regime de juros compostos. Determine o tempo
necessário de aplicação, de modo que o montante seja

AR
80% superior ao capital emprestado inicialmente.

S
Para os cálculos, se necessário, utilize as aproximações:

PE
log 1,8 = 0,255 e log 1,08 = 0,035.

LO
Seja x a concentração de substância B no meio extrace-
3. (ITA) Seja f a função definida por f(x) = log(x+1)(x2 – 2x - 8). lular e y a velocidade de transporte. Observando-se o

A
Determine: formato da curva B e os valores de x e y em determina-

UL
a) O domínio Df da função f. dos pontos, podemos concluir que a função que melhor

PA
b) O conjunto de todos os valores de xDf tais que relaciona essas duas grandezas é

NA
f(x) = 2. 4 + log2(x)
c) O conjunto de todos os valores de xDf tais que a) y = _____________

4A
2
f(x) > 1. b) y = 1 – log2(x + 1)
30
4. Resolva, em R, a equação |2x – 3| + |x + 2| = 4. c) y = 8__ (1 – 2-2x)
70

3
35

d) y = 3x – 1
5. (FUVEST) Determine para quais valores reais de x é
53

verdadeira a desigualdade 3. Três populações de bactérias começam a ser culti-


03

vadas no mesmo dia por um biólogo. Os gráficos se-


|x2 – 10x + 21| ≤ |3x – 15| guintes mostram a evolução do número de bactérias ao
JO

longo dos dias:


AU

6. (UNESP) Num determinado ambiente convivem duas


espécies, que desempenham o papel de predador (C) e
AR

de presa (H). As populações dessas espécies, em milhares


S

de indivíduos, são dadas pelas seguintes equações:


PE

__
LO

C(t) = 1 + __1 cos √2t + __


( π
)
2 4
1__ sen √2__t + __
A

H(t) = 1 + ____ π
( )
UL

2√2 4
PA

onde t é o tempo em meses. Determine qual a duração


NA

do ciclo de crescimento e decrescimento das popula-


ções, isto é, a cada quanto tempo as populações voltam,
A

simultaneamente, a ter as mesmas quantidades de in-


04

divíduos de t = 0.
3
70
35

U.T.I. - E.O.
53
03

1. Considere a função f(x) = 101+x + 101-x, definida para


todo número real x
O

__
J

a) Mostre que f(log10(2 + √ 3 )) é um número inteiro.


AU

b) Sabendo que log102 # 0,3 encontre os valores de x


AR

para os quais f(x) = 52.


S
PE

2. Em um laboratório, hemácias de um animal foram colo-


cadas em meio de cultura em vários frascos com diferen-
LO

tes concentrações das substâncias A e B, marcadas com


LA

isótopo de hidrogênio. Dessa forma os pesquisadores


U
PA

396
A
AN
L
A
UL
PA
A partir da informação dos gráficos, responda: 6. (UEMA - Adaptado) Seja f(x) = 3x-4 + 3x-3 + 3x-2 + 3x-1, qual

NA
a) Em que dia o número de bactérias da população C o valor de x para que se tenha f(x) = 40?

4A
ultrapassou o da população A?
7. (UNESP) Numa plantação de certa espécie de árvo-

30
b) Qual foi a porcentagem de aumento da população
re, as medidas aproximadas da altura e do diâmetro do

70
de bactérias B, entre o final do dia 2 e o final do dia 6?
tronco, desde o instante em que as árvores são plan-

35
c) Qual foi a porcentagem de aumento da população tadas até completarem 10 anos, são dadas, respectiva-
total das bactérias (colônias A, B e C somadas) entre o

53
mente, pelas funções:
final do dia 2 e o final do dia 5?

03
altura: H(t)= 1 + (0,8)log2 (t + 1)
4. (UFMG - Adaptada) O pH de uma solução aquosa é diâmetro do tronco: D(t)= (0,1) . 2t/7 com H(t) e D(t) em

JO
definido pela expressão metros e t em anos.

AU
pH = – log [H+], a) Determine as medidas aproximadas da altura, em

AR
metros, e do diâmetro do tronco, em centímetros, das
em que [H+] indica a concentração, em mol/L, de íons árvores no momento em que são plantadas.

S
PE
de hidrogênio na solução e log, o logaritmo na base 10. b) A altura de uma árvore é 3,4 m. Determine o di-
Aoanalisarumadeterminadasolução,umpesquisadorver- âmetro aproximado do tronco dessa árvore, em cen-

LO
ificou que, nela, a concentração de íons de hidrogênio era tímetros.

A
[H+] = 5,4 · 10–8 mol/L. Para calcular o pH dessa solução,

UL
ele usou os valores aproximados de 0,30, para log 2, e 8. (UNICAMP) Suponha que o preço de um automóvel

PA
de 0,48, para log 3. tenha uma desvalorização média de 19% ao ano sobre
Qual o valor que o pesquisador obteve para o pH dessa o preço do ano anterior. Se F representa o preço inicial

NA
solução? (preço de fábrica) e p(t), o preço após t anos, pede-se:

4A
a) a expressão para p(t);
5. (Unicamp) O sistema de ar condicionado de um ôni- b) o tempo mínimo necessário,em número inteiro de anos,
30
bus quebrou durante uma viagem. A função que de- após a saída da fábrica, para que um automóvel venha a
70

screve a temperatura (em graus Celsius) no interior do valer menos que 5% do valor inicial. Se necessário, use:
35

ônibus em função de t, o tempo transcorrido, em horas, log 2 > 0,301 e log 3 > 0,477.
53

desde a quebra do ar condicionado, é


03

9. (IBMEC – ADAPTADA) Considere:


T(t)= (T0 – Text)10 -t/4 + Text
JO

log2(x2 – x + 4) ≤ log2 (x – 2) + 3.
onde T0 é a temperatura interna do ônibus, enquanto a
AU

refrigeração funcionava, e Text é a temperatura externa Dê o conjunto solução dessa inequação.


AR

(que supomos constante durante toda a viagem). Sa-


bendo que T0 = 21ºC e Text = 30°C, responda às questões 10. Determine o conjunto solução, em R, das equações:
S
PE

abaixo. a) |x + 1| – |x| = 2x + 1
LO

a) Calcule a temperatura no interior do ônibus trans- |x| |x – 1|


corridas 4 horas desde a quebra do sistema de ar b) ___ = ______
x (x – 1)
A

condicionado. Em seguida, esboce abaixo o gráfico 2


c) |x | + |x| – 6 = 0.
UL

de T(t).
PA

11. (UNIFENAS – MG) Qual é o produto das raízes da


equação abaixo?
NA

_________
4
√ (x2 + 2x)4 = |3x + 6|
A
04

12. (Unifor-CE) Se x > 4, quantos números inteiros satis-


3
70

|20 – 5x|
fazem a sentença a _________ – 8x ≥ – 136?
(4 – x)
35
53

13. (FEI – ADAPTADA) Considere os valores inteiros de


03

x que satisfazem simultaneamente as desigualdades


|x – 2| ≤ 5 e |x – 1|> 3 . Qual é a soma desses valores?
J O
AU

14. (Fuvest)
AR

a) Represente no sistema de coordenadas os gráficos


b) Calcule o tempo gasto, a partir do momento da (x + 7)
das funções f(x) = |4 – x2| e g(x) = ______ .
S

quebra do ar condicionado, para que a temperatura


PE

2
subisse 4 ºC. Se necessário, use log10 2 ≈ 0,30, (x + 7)
______
LO

2
log10 3 ≈ 0,48 e log10 5 ≈ 0,70. b) Resolva a inequação |4 – x | ≤ .
2
LA
U
PA

397
A
AN
L
A
UL
PA
15. (UFPA–PA) Um professor de Matemática Aplicada 19. (UNESP) Em uma pequena cidade, um matemático

NA
enviou a seguinte mensagem ao seu melhor aluno, um modelou a quantidade de lixo doméstico total (orgâni-

4A
estudante chamado Nicéphoro, que gostava muito de co e reciclável) produzida pela população, mês a mês,
desenhar e traçar gráficos: durante um ano, através da função:

30
70
Prezado Nicéphoro, Sx – ___
(
f(x) = 200 + (x + 50) cos __ 4S
)

35
3 3
Estive analisando cuidadosamente aquele problema de

53
Matemática e percebi que ele é regido por uma função onde f(x) indica a quantidade de lixo, em toneladas,

03
pulso-unitária definida por produzida na cidade no mês x, com x inteiro positi-

JO
vo. Sabendo que f(x), nesse período, atinge seu val-
or máximo em um dos valores de x no qual a função

AU
Sx – ___
Trace, por favor, usando os seus conhecimentos, o gráfi- (
cos __
3 3 )
4S atinge seu máximo, determine o mês x

AR
co desta função e o envie para mim. para o qual a produção de lixo foi máxima e quantas
toneladas de lixo foram produzidas pela população

S
PE
Um abraço e saudações matemáticas nesse mês.

LO
Euclides Arquimedes.
20. (UFPR) Suponha que a expressão P = 100 + 20 sen(2St)

A
Desenhe o gráfico enviado por Nicéphoro. descreve de maneira aproximada a pressão sanguínea

UL
P, em milímetros de mercúrio, de uma certa pessoa du-

PA
16. (UFLA-MG - Adaptada) Dê o conjunto de todos os rante um teste. Nessa expressão, t representa o tempo
valores reais de x, para os quais o gráfico de P(x) = 8 – x2 em segundos. A pressão oscila entre 20 milímetros de

NA
está acima do gráfico de Q(x) = 3x2 (isto é, P(x) > Q(x)). mercúrio acima e abaixo dos 100 milímetros de mer-

4A
cúrio, indicando que a pressão sanguínea da pessoa
(2x + 1) é 120 por 80. Como essa função tem um período de
30
17. (FEI) Sendo f(x) = ________ obter f(f(x)). 1 segundo, o coração da pessoa bate 60 vezes por mi-
(x – 2)
70

nuto durante o teste.


18. (UFPR) Considere as funções reais
35

__ a) Dê o valor da pressão sanguínea dessa pessoa em


f(x) = 2 + √x e g(x) = (x2 – x + 6) (2x – x2).
53

t = 0 s; t = 0,75 s.
a) Calcule: (f R g)(0) e (gRf)(1).
03

b) Em que momento, durante o primeiro segundo, a


b) Encontre o domínio da função (f Rg)(x). pressão sanguínea atingiu seu mínimo?
JO
AU
AR
S
PE
LO
A
UL
PA
A NA
304
70
35
53
03
JO
AU
AR
S
PE
LO
LA
U
PA

398
A
AN
AN
A
PA
U LA
LO
PE
S
AR
AU
JO
03
53
35
70
304
ANA
PA
UL
A
LO
PE
S
AR
AU
JO
03
53
35
70
30
4A
NA
PA
UL
A
LO
PE
S
AR
AU
JO
03
53
35
MATEMÁTICA 2

70
30
4A
NA
PA
UL

399
A
L
L
A
UL
PA
NA
JUROS SIMPLES E COMPOSTOS

4A
30
70
35
53
Uma razão percentual pode ser representada também na Observe que:

03
forma decimal ou como taxa: J=C·i·t
1 = 0,01 = 1%
___ M = C + J Ÿ M = C + C · it Ÿ M = C(1 + it)

JO
100

AU
10 = 0,1 = 10%
___
Juros simples

AR
100
25 = 0,25 = 25%
___

S
100 Um capital aplicado a um regime de juros simples possui

PE
Vimos, também, que um aumento percentual pode ser cal- seus juros calculados sempre em relação à quantia ini-

LO
culado facilmente através do fator de atualização f, na cial, os juros gerados em cada período são sempre iguais.

A
qual f = (1 ± i).

UL
M = C + C · i · t = C(1 + i · t)

PA
Um valor A é atualizado para outro valor B da seguinte
forma B = f · A. Juros compostos

NA
ƒ Para aumentar o valor A e obter B, temos B = (1 + i ) · A.
ƒ Para diminuir o valor A e obter B, temos B = (1 – i ) · A. 4A
O regime de capitalização mais utilizado atualmente é o
30
de juros compostos. Nele, os juros são aplicados sempre ao
70

montante do período imediatamente anterior.


JUROS
35
53

Se um capital C é aplicado a juros compostos à taxa de


03

Os juros em um período de tempo são calculados da se- juros i por t períodos de tempo, o montante M final será
guinte forma J = C · i · t. de M = C(1 + i)t.
JO

A principal característica do regime em juros compostos é


AU

No caso de um empréstimo, o valor total a ser pago, cha-


mado montante M, é calculado pela soma do capital com seu crescimento exponencial.
AR

os juros M = C + J.
S
PE
LO

CONCEITOS TRIGONOMÉTRICOS
A
UL
PA
NA

ARCOS E ÂNGULOS DETERMINAÇÃO DE QUADRANTES


A
304

Relação entre o comprimento ℓ e a medida a (em graus)


70

do arco:
35
53

a · 2pr,
ℓ = ___
03

360
O

ARCOS CÔNGRUOS (OU CONGRUENTES)


J
AU
AR
S

Dois arcos são côngruos ou congruentes quando suas


PE

medidas diferem de um múltiplo de 2p rad ou 360º.


LO
LA
U
PA

400
A
AN
L
A
UL
PA
NA
1
__ p (60º)
__
2 3

4A
p (90º)
__

30
0
2

70
35
–1 p (180º)

53
03
0 3p (270º)
___
2

JO
1 2p (360º)

AU
AR
A IDEIA DE SENO, COSSENO E Valores notáveis de tangentes

S
PE
LO
TANGENTE DE UM NÚMERO REAL tg x x

A
UL
sen a
sen2 a + cos2 a = 1 e tg a = _____
0 0
cos a

PA
dXX
3
___ p (30º)
__
3 6
Valores notáveis do seno

NA
1 p (45º)
__

4A
4
Veja a tabela com os valores notáveis do seno: __
p (60º)
__
30
√3
3
70

sen x x
' p (90º)
__
35

2
0 0
53

0 p (180º)
03

1
__ p (30º)
__ 3p (270º)
' ___
JO

2 6 2
AU

dXX
2
___ p (45º)
__ 0 2p (360º)
2 4
AR

dXX p (60º)
REDUÇÃO AO 1º QUADRANTE
3
___ __
S

2 3
PE

DA 1ª VOLTA POSITIVA
LO

1 p (90º)
__
2
A
UL

0 p (180º)
1º caso: a está no 2º quadrante
PA

3 p (270º)
___
NA

–1
( __p2 < a < p )
2
A
04

0 2p (360º) O ponto P’ é o simétrico de P em relação ao eixo y.


3
70
35

Valores notáveis do cosseno


53
03

Veja a tabela com os valores notáveis do cosseno:


O

cos x x
J
AU

1 0
AR
S

dXX
3
___ p (30º)
__
PE

2 6
LO

dXX
2
___ p (45º)
__
2 4 sen a = sen (p – a)
LA
U
PA

401
A
AN
L
A
UL
PA
NA
4A
30
70
35
53
03
JO
AU
cos a = – cos (p – a)

AR
tg a = tg (a – p)

S
3º caso: a está no 4º quadrante

PE
LO
( ___
3p< D < 2p
)

A
UL
2

PA
O ponto P’ é o simétrico de P em relação ao eixo x.

NA
4A
30
70

tg a = – tg (p – a)
35
53

2º caso: a está no 3º quadrante


03

3p
(S < a < ___
2)
JO
AU

O ponto P’ é o simétrico de P em relação ao ponto O.


AR

sen a = – sen (2p – a)


S
PE

y
LO

P’
A
UL

 2- 
PA

x
0 A
ANA
04

P
3

sen a = – sen (a – p)
70

cos a = cos (2 p – a)
35
53
03
JO
AU
AR
S
PE
LO

cos a = – cos (a – p) tg a = – tg (2p – a)


LA
U
PA

402
A
AN
L
A
UL
PA
NA
TRANSFORMAÇÕES TRIGONOMÉTRICAS

4A
30
70
35
FÓRMULAS DE ADIÇÃO FÓRMULAS DO ARCO METADE

53
03
E SUBTRAÇÃO Expressão para o cálculo de cos __a

JO
AU
2
Expressão de sen (a + b)

AR
cos2 __a = _______
() 1 + cos a
2 2

S
sen (a + b) = sen a · cos b + sen b · cos a

PE
Expressão para o cálculo de sen __a

LO
Expressão de sen (a – b)
2

A
UL
sen (a – b) = sen a · cos b – sen b · cos a
sen2 __a = _______
() 1 – cos a

PA
2 2
Expressão de cos (a + b)

NA
FÓRMULAS DE TRANSFORMAÇÃO DE
cos (a + b) = cos a · cos b – sen a · sen b
4A
30
Expressão de cos (a – b) PRODUTO (FÓRMULAS DE PROSTAFÉRESE)
70
35

cos (a – b) = cos a · cos b + sen a · sen b


53

Forma fatorada de sen x +


03

Expressão de tg (a + b) sen y e sen x – sen y


JO

tg a + tg b
tg (a + b) = ___________ x+y x–y
AU

1 – tg a · tg b sen x + sen y = 2 · sen ____ · cos ____


2 2
AR

Expressão de tg (a – b) x – y x +y
sen x – sen y = 2 · sen ____ · cos ____
S

tg a – tg b 2 2
PE

tg (a – b) = ___________
1 + tg a · tg b
LO

Forma fatorada de cos x +


FÓRMULAS DO ARCO DUPLO cos y e cos x – cos y
A
UL
PA

sen 2a = 2 · sen a · cos a x+y x–y


cos x + cos y = 2 · cos ____ · cos ____
2 2
NA

cos 2a = cos2 a – sen2 a


x+y x–y
A

2 · tg a
tg 2a = _______ cos x – cos y = –2 · sen ____ · sen ____
2 2
04

1 – tg2 a
3
70
35
53
03
O
J
AU
AR
S
PE
LO
LA
U
PA

403
A
AN
L
A
UL
PA
NA
RELAÇÕES FUNDAMENTAIS TRIGONOMÉTRICAS

4A
30
70
35
RELAÇÕES FUNDAMENTAIS ƒ cos a = cos b

53
03
sen2 x + cos2 x = 1 para todo x [ R sen

JO
____
tg x = cos p + kp
sen x para todo x ≠ __

AU
x 2
cos x para todos x ≠ kp
____

AR
cotg x = sen x
1
sec x = cos x para todo x ≠ __
____ p + kp

S
2

PE
1 para todo x ≠ kp
____
cossec x = sen

LO
x
tg x + 1 = sec x para x ≠ __
2 2 p + kp, k [ Z

A
2

UL
cotg2 x + 1 = cossec2 x para x ≠ kp, k [ Z
cos a = cos b Ÿ D = ± b + 2 kp

PA
cotg x = ___ 1 para x ≠ __p + kp e x ≠ p
tg x 2 ƒ tg a = tg b

NA
kp, k [ Z
+ kp, ou seja, x ≠ ___
4A
2 30
EQUAÇÕES TRIGONOMÉTRICAS
70
35

Equações do tipo sen a = sen b,


53
03

cos a = cos b, tg a = tg b
JO

Da redução ao 1° quadrante, temos:


AU

ƒ sen a = sen b
AR
S

a = b + 2 kp
tg a = tg b Ÿ Ÿ a = b + kp
PE

a = p + b + 2 kp
LO
A
UL

cos
PA
ANA
04

a = b + 2 kp
3

sen a = sen b Ÿ
70

a = p – b + 2 kp
35
53
03
JO
AU
AR
S
PE
LO
LA
U
PA

404
A
AN
L
A
UL
PA
NA
INEQUAÇÕES TRIGONOMÉTRICAS

4A
30
70
35
Uma inequação trigonométrica é uma desigualdade, em 7p
0 # x < ___

53
cujas incógnitas aparecem funções trigonométricas. 6
1
__
senx > - ä ou

03
Como não há um padrão único para resolvê-las, vamos ex- 2
11p < x # 2S
____

JO
por suas resoluções no seguinte exemplo de aplicação. 6

AU
ƒ sen x > – __1 Logo, a solução geral é:

AR
2
No intervalo [0, 2p] há:
7p + 2kp

S
sen S = { x [ R | 2kp # x < ___

PE
6
11p
____

LO
ou 6 + 2kp < x # 2p + 2 kp}

A
UL
PA
cos

NA
4A
30
70
35
53
03
JO

PRINCÍPIO FUNDAMENTAL DA CONTAGEM


AU
AR
S

ANÁLISE COMBINATÓRIA
PE

etapas eventos independentes um do outro (a escolha de


LO

uma maneira da primeira etapa não altera a escolha da


segunda), temos que o total de maneiras T que o evento
A

Princípio fundamental
UL

pode ocorrer é dado pelo produto:


da contagem (PFC):
PA

T=a∙b
NA

Suponha um determinado evento constituído de duas


A

etapas sucessivas, sendo que a primeira pode acontecer Podemos estender esta definição para qualquer número de
04

de a maneiras e a segunda de b maneiras. Sendo as duas etapas sucessivas.


3
70
35
53

FATORIAL E PERMUTAÇÃO SIMPLES


03
JO
AU

FATORIAL
AR
S

Dado um número natural n > 2, definimos o fatorial de n (indicado por n!) como sendo o produto de todos os números
PE
LO

naturais menores ou iguais a n e maiores que zero. Isto é:


LA

n! = n · (n – 1) · (n – 2) · (n – 3) · ... · (2) · (1)


U
PA

405
A
AN
L
A
UL
PA
Exemplo:
PERMUTAÇÃO SIMPLES

NA
ƒ 5! = 5 · 4 · 3 · 2 · 1 = 120

4A
Definimos as permutações de um conjunto A de n ele-
ƒ 2! = 2 · 1 = 2

30
mentos como todas as sequências distintas possíveis de n

70
Em particular, temos dois casos importantes: elementos formadas pelos elementos de A.

35
0! = 1 e 1! = 1

53
Pn = n!

03
JO
AU
ARRANJOS SIMPLES

AR
S
PE
LO
n!
An, p = ______
(n – p)!

A
UL
PA
PERMUTAÇÕES COM REPETIÇÃO

NA
4A
30
70

A permutação de n elementos dos quais a é um tipo, b é outro e g é outro ainda, como a + b + g = n, é dada por:
35
53

n!
Pna, b, g = _______
03

a!b!g!
JO
AU
AR
S
PE
LO
A
UL
PA
A NA
304
70
35
53
03
JO
AU
AR
S
PE
LO
LA
U
PA

406
A
AN
L
A
UL
PA
U.T.I. - Sala 2. (UERJ) Considere o teorema e os dados a seguir para

NA
a solução desta questão. Se a, E e D + E são três ângu-
los diferentes de __ π + kπ, k ], então

4A
1. (FUVEST) Sejam x e y dois números reais, com 2
tg D + tg E

30
0 < x < __π e __
π < y < π, satisfazendo sen y = __4 e tg(D + E) = ________________
 .
2 2 5 1 – (tg D)(tg E)

70
11 sen x + 5 cos(y – x)= 3. Nessas condições, determine: a, b, c são três ângulos agudos, sendo tg b = 2 e

35
a) cos y. tg(a + b + c) = __4.

53
5
b) sen 2x.

03
Calcule tg(a – b + c).

JO
2. (UECE – ADAPTADA) Se x é um arco localizado no se- 3. (FUVEST) Um arco x está no terceiro quadrante do
gundo quadrante e cos x = – __3 , então qual é o valor de círculo trigonométrico e verifica a equação

AU
5 5 cos (2x) + 3 sen (x) = 4. Determine os valores de sen x
cos x + sen x + tg x + cotg x + sec x + cossec x?

AR
e cos x.
3. (UNICAMP 2017) Sabendo que k é um número real,

S
^
4. (FUVEST) No quadrilátero plano ABCD, os ângulos ABC

PE
considere a função f(x) = k sen x + cos x, definida para ^ ——
e ADC são retos, AB = AD = 1, BC = CD = 2 e BD é uma
todo número real x.

LO
^
diagonal. Dê a medida do cosseno do ângulo BCD.
a) Seja t um número real tal que f(t) = 0. Mostre que

A
f(2t) = –1. 5. (UNIFESP) Um jogo eletrônico consiste de uma pista

UL
b) Para k = 3, encontre todas as soluções da equação retangular e de dois objetos virtuais, O1 e O2, os quais

PA
f(x)2 + f(–x)2 = 10 para 0 d x ≤ 2π. se deslocam, a partir de uma base comum, com O1 sem-
pre paralelamente às laterais da pista e O2 formando

NA
4. (FUVEST) um ângulo x com a base, x 0, S __ . Considere v e v
( )
2
4A
1 2
a) Quantos são os números inteiros positivos de quatro os módulos, respectivamente, das velocidades de O1 e
O2. Considere, ainda, que os choques do objeto O2 com
30
algarismos, escolhidos sem repetição, entre 1, 3, 5, 6, 8, 9?
as laterais da pista (lisas e planas) são perfeitamente
70

b) Dentre os números inteiros positivos de quatro algar-


ismos citados no item a), quantos são divisíveis por 5? elásticos e que todos os ângulos de incidência e de re-
35

c) Dentre os números inteiros positivos de quatro algar- flexão são iguais a x.


53

ismos citados no item a), quantos são divisíveis por 4? a) Exiba o gráfico da função y = f(x) que fornece o
03

módulo da componente da velocidade de desloca-


5. (UFPR) Um cadeado com segredo possui três engre-
JO

nagens, cada uma contendo todos os dígitos de 0 a 9. mento do objeto O2, no sentido do deslocamento do
S.
AU

Para abrir esse cadeado, os dígitos do segredo devem ser objeto O1, em função do ângulo, x  0, __
( )2
AR

colocados numa sequência correta, escolhendo-se um b) Se v1 = 10 m/s e v2 = 20 m/s, determine todos os


dígito em cada engrenagem. (Exemplos: 237, 366, 593...) S , para os quais os objetos O e
valores de x, x  0, __
( )
S

Quantas possibilidades diferentes existem para a escol- 2 1


PE

O2, partindo num mesmo instante, nunca se choquem.


ha do segredo, sabendo que o dígito 3 deve aparecer
LO

obrigatoriamente e uma única vez?


A
UL

6. (UFMG) Permutando-se os algarismos do número


123456, formam-se números de seis algarismos.
PA

Supondo-se que todos os números formados com esses


NA

seis algarismos tenham sido colocados numa lista em


A

ordem crescente,
04

a) DETERMINE quantos números possui essa lista.


3

b) DETERMINE a posição do primeiro número que


70

x
começa com o algarismo 4. x
35

c) DETERMINE a posição do primeiro número que ter-


53

x base
mina com o algarismo 2.
O 1 O2
03

U.T.I. - E.O. 6. (ITA) Determine os valores de T  [0,2π] tais que


J O

logtgT esen T≥ 0.


AU

1. (PUC-RS-Adaptada) Em Londres, Tales andou na Lon-


AR

don Eye, para contemplar a cidade. Esta roda gigante 7. (UNIFESP) Sabe-se que, se b > 1, o valor máximo da
de 135 metros de diâmetro está localizada à beira do expressão y – y b, para y no conjunto R dos números
S

reais, ocorre quando y = __1


1/(b – 1)
PE

rio Tamisa. Suas 32 cabines envidraçadas foram fixadas . Qual é o valor máximo
b
à borda da roda com espaçamentos iguais entre si. En- que a função f(x) = sen(x) sen(2x) assume, para x vari-
LO

tão, qual é a medida, em metros, do arco formado por


ando em \?
LA

cinco cabines consecutivas?


U
PA

407
A
AN
L
A
UL
PA
8. (UNICAMP) Um recipiente cúbico de aresta D e sem a) Calcule, por meio da fórmula dada, a energia mecânica

NA
tampa, apoiado em um plano horizontal, contém água liberada por um terremoto de magnitude 2,11.

4A
b) A figura a seguir mostra um modelo trigo-
até a altura __3 D. Inclina-se lentamente o cubo, giran-
4 nométrico que, por meio da função cosseno

30
do-o em um ângulo T em torno de uma das arestas da y = A + B 9 cos (mx + n), ajuda a prever a magnitude de

70
base, como está representado na figura abaixo. terremotos em uma ilha do Pacífico. Nesse modelo, y

35
indica a magnitude do terremoto, e x indica o ano de

53
ocorrência, sendo x = 1 correspondente ao ano 1980,

03
x = 6 correspondente ao ano 1990, x = 11 corresponden-
te ao ano 2000, e assim sucessivamente.

JO
AU
AR
θ

S
PE
a) Supondo que o giro é interrompido exatamente antes

LO
de a água começar a derramar, determine a tangente

A
do ângulo T.

UL
b) Considerando, agora, a inclinação tal que tg(T) = 1/4, Determine domínio, imagem e período da função cujo

PA
com 0 < T < S/2 , calcule o valor numérico da expres- gráfico está indicado na figura. Em seguida, determine
são cos(2T) – sen(2T). os valores dos parâmetros A, B, m e n da lei dessa função.

NA
xπ – 3, com
10. (UFPR) Considere a função f(x) = 4 cos ___ ( )
4A
9. (FGV) Uma fórmula que mede a magnitude M de um 4
terremoto pode ser escrita como M = 0,67 9 logE – 3,25, x (–∞, +∞)
30
sendo E a energia mecânica liberada pelo abalo, medi- a) Qual é o valor mínimo que a função f atinge?
70

da em Joules. b) Para que valores de x temos f(x) = –1?


35
53

11. (UNIFESP) Os pontos T e U deslocam-se sobre retas paralelas r1 e r2 de tal forma que TU passe sempre pelo centro
03

C de um quadrado PQRS de lado 2, e forme um ângulo de medida a com r1 conforme indica, como exemplo, a sequên-
cia de cinco figuras.
JO
AU
AR
S
PE
LO
A
UL

a) Calcule as medidas de TU nas situações em que a = 45º e a = 90º


PA

b) Denotando TU por y, determine y em função de a e o respectivo domínio dessa função no intervalo de a em que a
NA

posição de T varia de P até Q.


A
04

12. (UFU) Um projeto-piloto desenvolvido em um


3

curso de Engenharia Mecânica prevê a construção


70

do robô “Eddie”, cujos movimentos estão limitados


35

apenas a andar para frente (F) e para a direita (D).


53

Suponha que Eddie está na posição A e deseja-se que


03

ele se desloque até chegar à posição B, valendo-se


dos movimentos que lhe são permitidos. Admita que
O

cada movimento feito por Eddie o leve a uma posição


J
AU

consecutiva, conforme ilustra um esquema a seguir,


em que foram realizados 10 movimentos (as posições
AR

possíveis estão marcadas por pontos e o percurso ex-


ecutado de A até B, é representado pela sequência
S
PE

ordenada de movimentos (D F D D F F D F F D).


LO
LA
U
PA

408
A
AN
L
A
UL
PA
Com base nas informações acima, o número de ma- TEXTO PARA A PRÓXIMA QUESTÃO.

NA
neiras possíveis de Eddie se deslocar de A até B, sem
O Google, mecanismo de buscas na Internet, indexa tril-

4A
passar pelo ponto C, é igual a:
hões de páginas web, de modo que os usuários podem

30
a) 192. pesquisar as informações de que necessitarem usando

70
b) 60. palavras-chave e operadores. O funcionamento do Goo-
gle é embasado em algoritmos matemáticos, que anal-

35
c) 15.
d) 252. isam a relevância de um sítio pelo número de páginas e

53
pela importância dessas páginas.

03
13. (UFRN) O quadro de avisos de uma escola de ensi- O nome Google é derivado de googol, número definido
no médio foi dividido em quatro partes, como mostra a

JO
por 10100, ou seja, o número 1 seguido de 100 zeros. A
figura a seguir. partir do googol, define-se o googolplex, corresponden-

AU
te a 10googol, ou seja, o número 1 seguido de 10100 zeros.

AR
De acordo com dados do Google, o sítio mais acessado
atualmente é o Facebook, a maior rede social da Inter-

S
PE
net. De agosto de 2010 a agosto de 2011, o número de
usuários dessa rede social passou de 598 milhões para

LO
753 milhões. A previsão de receita do Facebook para

A
2011 é de 4,27 bilhões de dólares, um crescimento de

UL
115% em relação a 2010.

PA
No retângulo à esquerda, são colocados os avisos da
diretoria, e, nos outros três retângulos, serão colocados, 16. (UNB) A partir dessas informações, julgue os itens

NA
respectivamente, de cima para baixo, os avisos dos 1º, subsequentes.
10100 é um
a) A soma dos divisores naturais de ________
4A
2º e 3º anos do ensino médio.
290 × 5100
A escola resolveu que retângulos adjacentes (vizinhos) número primo.
30
fossem pintados, no quadro, com cores diferentes. Para b) A quantidade de anagramas da palavra googolplex
70

isso, disponibilizou cinco cores e solicitou aos servi- que começam por consoante é superior a 105.
35

dores e alunos sugestões para a disposição das cores c) De agosto de 2010 a agosto de 2011, a taxa de
53

no quadro. crescimento da quantidade de usuários do Facebook


03

Determine o número máximo de sugestões diferentes foi inferior a 25%.


que podem ser apresentadas pelos servidores e alunos.
JO

17. (UNICAMP) O perfil lipídico é um exame médi-


AU

co que avalia a dosagem dos quatro tipos princi-


14. (UFG) Uma pessoa dispõe de R$ 800,00 para com- pais de gorduras (lipídios) no sangue: colesterol
AR

prar camisas e calças, de modo a obter exatamente total (CT), colesterol HDL (conhecido como “bom
vinte trajes distintos. Cada traje consiste de uma calça e colesterol”), colesterol LDL (o “mau colesterol”) e
S

uma camisa, que custam R$ 110,00 e R$ 65,00, respec-


PE

triglicérides (TG). Os valores desses quatro indica-


tivamente. Considerando-se que cada peça pode fazer dores estão relacionados pela fórmula de Friedewald:
LO

parte de mais de um traje, calcule o número de camisas CT = LDL + HDL + TG/5. A tabela abaixo mostra os va-
e de calças que a pessoa comprará sem ultrapassar a
A

lores normais dos lipídios sanguíneos para um adulto,


UL

quantia em dinheiro de que dispõe. segundo o laboratório SangueBom.


PA

15. (UERJ) Para montar um sanduíche, os clientes de Indicador valores normais


NA

uma lanchonete podem escolher: CT Até 200 mg/dl


A

• um dentre os tipos de pão: calabresa, orégano e LDL Até 130 mg/dl


04

queijo; HDL Entre 40 e 60 mg/dl


3

• um dentre os tamanhos: pequeno e grande;


70

TG Até 150 mg/dl


• de um até cinco dentre os tipos de recheio: sar-
35

a) O perfil lipídico de Pedro revelou que sua dosagem


dinha, atum, queijo, presunto e salame, sem pos-
53

de colesterol total era igual a 198 mg/dl, e que a de


sibilidade de repetição de recheio num mesmo
03

triglicérides era igual a 130 mg/dl. Sabendo que todos


sanduíche. os seus indicadores estavam normais, qual o intervalo
O

Calcule: possível para o seu nível de LDL?


J
AU

a) quantos sanduíches distintos podem ser montados; b) Acidentalmente, o laboratório SangueBom deixou
b) o número de sanduíches distintos que um cliente de etiquetar as amostras de sangue de cinco pessoas.
AR

pode montar, se ele não gosta de orégano, só come Determine de quantos modos diferentes seria possível
relacionar essas amostras às pessoas, sem qualquer
S

sanduíches pequenos e deseja dois recheios em cada


PE

informação adicional. Na tentativa de evitar que todos


sanduíche.
os exames fossem refeitos, o laboratório analisou o tipo
LO

sanguíneo das amostras, e detectou que três delas eram


LA

de sangue O+ e as duas restantes eram de sangue A+.


U
PA

409
A
AN
L
A
UL
PA
Nesse caso, supondo que cada pessoa indicasse seu tipo 20. (FUVEST 2017) Um quadriculado é formado por n

NA
sanguíneo, de quantas maneiras diferentes seria possível × n quadrados iguais, conforme ilustrado para n = 2 e

4A
relacionar as amostras de sangue às pessoas? n = 3. Cada um desses quadrados será pintado de azul
ou de branco. Dizemos que dois quadrados Q1 e Q2 do

30
18. (UFJF-PISM) João nasceu no dia 15/12/1951 e decid- quadriculado estão conectados se ambos estiverem

70
iu usar os algarismos de sua data de nascimento para pintados de azul e se for possível, por meio de mov-

35
produzir a senha de sua conta bancária. imentos horizontais e verticais entre quadrados adja-

53
a) Quantas opções de senha João terá, ao formar uma centes, sair de Q1 e chegar a Q2 passando apenas por

03
sequência de oito dígitos, usando apenas os algaris- quadrados pintados de azul.
mos de sua data de nascimento?

JO
b) Para acessar a conta pela internet, o banco de João

AU
exige uma senha de quatro dígitos Sabendo que João
deseja usar apenas os seis últimos dígitos de sua data

AR
de nascimento, quantas opções de senha ele terá?

S
PE
19. (UERJ) Com o objetivo de melhorar o tráfego de
veículos, a prefeitura de uma grande cidade propôs a

LO
construção de quatro terminais de ônibus. Para esta-

A
belecer conexão entre os terminais, foram estipuladas

UL
as seguintes quantidades de linhas de ônibus:

PA
• do terminal A para o B, 4 linhas distintas; a) Se n = 2, de quantas maneiras distintas será pos-
• do terminal B para o C, 3 linhas distintas; sível pintar o quadriculado de modo que o quadrado

NA
Q1 do canto inferior esquerdo esteja conectado ao
• do terminal A para o D, 5 linhas distintas;

4A
quadrado Q2 do canto superior direito?
• do terminal D para o C, 2 linhas distintas. b) Suponha que n = 3 e que o quadrado central este-
30
Não há linhas diretas entre os terminais A e C. ja pintado de branco. De quantas maneiras distintas
70

Supondo que um passageiro utilize exatamente duas será possível pintar o restante do quadriculado de
35

linhas de ônibus para ir do terminal A para o terminal C, modo que o quadrado Q1 do canto superior esquer-
53

calcule a quantidade possível de trajetos distintos que do esteja conectado ao quadrado Q2 do canto supe-
03

ele poderá fazer. rior direito?


c) Suponha que n = 3. De quantas maneiras dis-
JO

tintas será possível pintar o quadriculado de modo


AU

que o quadrado Q1 do canto superior esquerdo esteja


conectado ao quadrado Q2 do canto superior direito?
AR
S
PE
LO
A
UL
PA
A NA
3 04
70
35
53
03
J O
AU
AR
S
PE
LO
LA
U
PA

410
A
AN
AN
A
PA
U LA
LO
PE
S
AR
AU
JO
03
53
35
70
304
ANA
PA
UL
A
LO
PE
S
AR
AU
JO
03
53
35
70
30
4A
NA
PA
UL
A
LO
PE
S
AR
AU
JO
03
53
35
MATEMÁTICA 3

70
30
4A
NA
PA
UL

411
A
L
L
A
UL
PA
NA
POLÍGONOS

4A
30
70
35
53
Chama-se polígono A1, A2,A3,...An a figura formada pela octógono — 8 lados

03
união dos n segmentos consecutivos não colineares.
eneágono — 9 lados

JO
decágono — 10 lados

AU
undecágono — 11 lados

AR
dodecágono — 12 lados

S
PE
pentadecágono — 15 lados

LO
icoságono — 20 lados

A
O ponto da região interior do polígono regular que equi-

UL
dista dos vértices é denominado apótema. Na figura a

PA
seguir, temos um pentágono regular e seu apótema

NA
representado por a:

4A
30
ƒ Vértices do polígono: A1, A2, A3, ..., A8.
70

   
ƒ Lados do polígono: A1A2, A2A3, ..., A7A8, A8A1.
35
53

ƒ Vértices adjacentes: dois vértices A5 e A6 são adja-


03


A
centes se, e somente se, APQ
5 6 é lado.
JO

ƒ Diagonal de um polígono: é um segmento de reta


AU

que une dois vértices não adjacentes.


AR

CLASSIFICAÇÃO DOS POLÍGONOS SOMA DOS ÂNGULOS INTERNOS


S
PE

DE UM POLÍGONO CONVEXO
LO

Quanto à região
A
UL

Si = (n – 2) ˜ 180º
ƒ Polígono convexo: uma reta qualquer só corta o
PA

polígono em dois pontos.


NA

ƒ Polígono não convexo: uma reta qualquer pode SOMA DOS ÂNGULOS EXTERNOS
A
04

cortar o polígono em mais de dois pontos.


DE UM POLÍGONO CONVEXO
3
70
35

Quanto à quantidade de lados


53

ae = 360º
03

De acordo com o número de lados, os polígonos podem


receber as denominações:
O

NÚMERO DE DIAGONAIS DE
J

triângulo — 3 lados
AU
AR

quadrilátero — 4 lados
UM POLÍGONO CONVEXO
S

pentágono — 5 lados
PE

hexágono — 6 lados
LO

n ˜(n – 3)
heptágono — 7 lados d = _______
2
LA
U
PA

412
A
AN
L
A
UL
PA
NA
ÁREA DOS QUADRILÁTEROS E RAZÃO

4A
DE SEMELHANÇA PARA ÁREAS

30
70
35
53
Quadriláteros notáveis B1 + b1
Base média = Definir que M e N são pontos médios = ______

03
2
Quadrilátero é um polígono que possui 4 lados. B1 – b1
______
Mediana de Euler = PQ =

JO
2
De acordo com as características que determinado quadriláte-

AU
ro possui, podemos classificá-lo de diversas formas:
(
Área (ABCD) = S = ______ )
B1 + b1
h

AR
2
ƒ Trapézio

S
Paralelogramo

PE
ƒ Paralelogramo

LO
Um paralelogramo é um quadrilátero convexo que possui
ƒ Losango
seus lados opostos paralelos.

A
ƒ Retângulo

UL
PA
ƒ Quadrado

NA
Trapézio
Um trapézio é um quadrilátero convexo que possui pelo 4A
30
menos dois lados paralelos.
70
35

Características do paralelogramo ABCD


53

ƒ Quadrilátero que tem os lados opostos paralelos.


03

ƒ Os lados opostos são congruentes.


JO
AU

ƒ Os ângulos opostos são congruentes.


AR

ƒ As diagonais cruzam-se no ponto médio.


Características do trapézio ABCD
S

ƒ As diagonais de um paralelogramo determinam nele


PE

quatro triângulos de área iguais.


LO
A
UL
PA
A NA

Área (ABCD) = a · h
04
3

Losango
70
35

Um losango é um quadrilátero convexo que possui os quatro lados congruentes.


53
03
JO
AU
AR
S
PE
LO
LA
U
PA

413
A
AN
L
A
UL
PA
Características do losango ABCD Quadrado

NA
4A
ƒ As diagonais cruzam-se no ponto médio. Um quadrado é um quadrilátero convexo que possui os
quatro ângulos internos congruentes e os quatro lados

30
ƒ As diagonais de um losango determinam nele quatro
congruentes.

70
triângulos de áreas iguais.

35
ƒ As diagonais são perpendiculares. Características do quadrado ABCD

53
03
ƒ As diagonais são bissetrizes. ƒ É um paralelogramo equiângulo e equilátero, isto é,
regular.
ƒ Os ângulos opostos são congruentes.

JO
ƒ As diagonais são congruentes.

AU
AR
ƒ As diagonais cruzam-se no ponto médio.
ƒ As diagonais de um quadrado determinam nele quatro

S
PE
triângulos de áreas iguais.

LO
ƒ É simultaneamente retângulo e losango.

A
ƒ As diagonais são perpendiculares.

UL
PA
ƒ As diagonais são bissetrizes.

NA
2x ˜2y
D ˜d = ______
Área (ABCD) = ____ = 2xy
4A
2 2 30
Retângulo
70
35

Um quadrilátero convexo possui os quatro ângulos inter-


53

nos congruentes, isto é, os ângulos internos são retos.


03

ƒ As diagonais são congruentes.


JO

ƒ As diagonais cruzam-se no ponto médio. __


AU

Diagonal = CA = BD = a√2
AR

Área (ABCD) = a2
S

Resumo das áreas:


PE
LO

B = base maior
A

(B + b)h
Área = _______
UL

Trapézio 2
b = base menor
h = altura
PA
NA

b = base
Área = b ˜ h
A

Paralelogramo
h = altura
304
70

D˜d
35

D = diagonal maior
Losango Área = ____
2 d = diagonal menor
53
03
O

a = base
J

Retângulo Área = a ˜ b
AU

b = altura
AR
S
PE

Quadrado Área = ø2 ø = lado


LO
LA
U
PA

414
A
AN
L
A
UL
PA
RAZÃO DE SEMELHANÇA PARA ÁREAS

NA
4A
A razão entre as áreas de dois triângulos semelhantes é igual ao quadrado da razão de semelhança.

30
70
Esta conclusão pode ser estendida para qualquer par de polígonos semelhantes.

35
53
03
ÁREA DO CÍRCULO, SETOR E SEGMENTO CIRCULAR

JO
AU
AR
S
ÁREA DE UM CÍRCULO ÁREA DE UM SETOR CIRCULAR

PE
LO
A
UL
PA
NA
4A
30
70
35

Fórmula da área do círculo


53

AC = pR2 d·R
Área do setor circular = S = ____
03

2
JO

ÁREA DE UMA COROA CIRCULAR


AU

ÁREA DE UM SEGMENTO CIRCULAR


AR
S
PE

ƒ Área (segmento circular) = S = Área (setor POQ) –


LO

Área (triângulo POQ).


ƒ Área (segmento circular) =
A
UL

R · R · sen a, a em graus.
a · pR2 – _________
S = ____
( )
PA

360º 2
A NA
04

Área da coroa circular = S = pR2 – pr2 = p · (R2 – r2)


3
70
35
53
03
JO
AU
AR
S
PE
LO
LA
U
PA

415
A
AN
L
A
UL
PA
NA
POLIEDROS E NOÇÕES DE GEOMETRIA MÉTRICA DE POSIÇÃO

4A
30
70
35
ƒ Um reta e um ponto fora dela: enquanto existem
Postulados

53
infinitos planos que contêm uma determinada reta, ex-

03
ƒ Postulado da existência: existem pontos, retas e iste um único plano que contém uma reta e um ponto

JO
planos. Sua existência é aceita sem prova. fora dela.

AU
ƒ Em uma reta existem infinitos pontos;

AR
ƒ Em um plano existem infinitos pontos. Posições relativas entre reta e plano

S
PE
ƒ Postulados de determinação ƒ Reta contida no plano: uma reta está contida em

LO
ƒ Dois pontos distintos determinam uma única reta. um plano se, e somente se, todos os pontos da reta

A
também estão contidos no plano.

UL
ƒ Reta paralela ao plano: uma reta é dita paralela a

PA
um plano se, e somente se, entre eles não existir pontos

NA
em comum.
ƒ Três pontos não colineares determinam um único plano.
4A
ƒ Reta concorrente ao plano: uma reta é concor-
30
rente a um plano se, e somente se, existir somente
70

um único ponto em comum entre eles.


35
53

Posições relativas entre planos


03
JO

ƒ Planos coincidentes: dois planos são coincidentes,


Posições relativas entre retas
AU

se todos os seus pontos são coincidentes.


AR

ƒ Retas paralelas: duas retas são paralelas se, e so- ƒ Planos concorrentes (ou secantes): dois planos
S

mente se, ou são coplanares sem pontos em comum não coincidentes são concorrentes, se sua intersecção
PE

ou são coincidentes. apresentar uma única reta.


LO

ƒ Planos paralelos: dois planos são paralelos, se sua


A
UL

intersecção for vazia.


PA

Perpendicularismo
NA

ƒ Retas concorrentes: duas retas são concorrentes se, e


A

somente se, sua intersecção apresentar um único ponto. ƒ Entre reta e plano: uma reta r e um plano D são per-
04

pendiculares, quando qualquer reta do plano D que con-


3

ƒ Retas reversas: duas retas são reversas se, e somente


70

tém o ponto de intersecção P é perpendicular à reta r.


se, não existir plano que contenha ambas.
35
53
03

Determinação de planos
O

ƒ Três pontos distintos: como já exposto, três pontos


J
AU

distintos determinam um único plano.


AR

ƒ Duas retas concorrentes: duas retas concorrentes


S

determinam um único plano.


PE
LO

ƒ Duas retas paralelas distintas: existe apenas um


único plano que contém duas retas paralelas distintas.
LA
U
PA

416
A
AN
L
A
UL
PA
ƒ Entre planos: dois planos são perpendiculares, se um
POLIEDROS

NA
deles contém uma reta que é perpendicular ao outro.

4A
Denomina-se poliedro o sólido limitado por polígonos, de

30
modo que:

70
Dois polígonos adjacentes não estão no mesmo plano;

35
53
Cada lado de um polígono é comum a somente dois polígonos..

03
JO
AU
AR
Projeção ortogonal

S
PE
ƒ Entre ponto e plano: a projeção ortogonal P’ de um No poliedro ABCDEFGH, temos que:

LO
ponto P sobre um plano D é a intersecção entre a reta
ƒ ABCD, CDHG,..., EFGH são as faces do poliedro;

A
perpendicular a D que passa por P.

UL
   
ƒ AB,BC,CD,...,
 GHsão as arestas do poliedro;

PA
ƒ A, B, C,..., H são os vértices do poliedro.

NA
Observe que:
4A
30
ƒ faces são polígonos;
70

ƒ arestas são segmentos de reta;


35
53

ƒ vértices são pontos.


03

Poliedros convexos
JO

ƒ Entre reta e plano:


AU

ƒ se a reta é perpendicular ao plano: a projeção


AR

ortogonal de uma reta r sobre um plano perpendi-


S

cular a r é um ponto.
PE

ƒ se a reta não é perpendicular ao plano: a proje-


LO

ção ortogonal r’ de uma reta r sobre um plano D é a


A

intersecção entre o plano D e o plano perpendicular a


UL

Poliedros convexos
D que contém a reta r.
PA
A NA
04
3
70
35
53
03

Ângulos
O
J
AU

ƒ Ângulo entre reta e plano: o ângulo T formado por


AR

uma reta r e um plano D (não paralelos) é o ângulo


entre a projeção ortogonal r’ sobre D e r.
S
PE

ƒ Ângulo entre planos: o ângulo entre os planos D e


LO

E é o ângulo formado por r e a sua projeção ortogonal


LA

r’ em D. Poliedros não convexos


U
PA

417
A
AN
L
A
UL
PA
Relação de Euler POLIEDROS REGULARES

NA
4A
V–A+F=2

30
Um poliedro convexo é regular quando todas as faces

70
são regiões poligonais regulares e congruentes e em
SOMA DOS ÂNGULOS DAS FACES

35
todos os vértices concorre o mesmo número de arestas.

53
DE UM POLIEDRO CONVEXO

03
JO
S = (V – 2) ˜ 360º

AU
AR
V é o número de vértices do poliedro.

S
PE
LO
A
PRISMAS

UL
PA
NA
4A
PRISMAS RETOS
30
70
35

O prisma é reto quando as arestas laterais são perpen-


53
03

diculares às bases, e oblíquo, quando não o são.


JO
AU

d = adXX
AR

3
S
PE

Área da superfície de um prisma


LO
A

Prisma reto Prisma oblíquo


ƒ Superfície lateral: é formada pelas faces laterais;
UL
PA

Cálculo da diagonal de um ƒ Superfície total: é formada pelas faces laterais e pe-


las bases;
NA

paralelepípedo retângular e
A

de um cubo ƒ Área lateral (Al): é a área da superfície lateral;


04

ƒ Área total (At): é a área da superfície total.


3
70
35

Volume do paralelepípedo
53

retângulo ou bloco retangular


03
J O
AU
AR
S
PE

d = dXXXXXXXXXX
a2 + b2 + c2
LO

V=a∙b∙c
LA
U
PA

418
A
AN
L
A
UL
PA
PRINCÍPIO DE CAVALIERI

NA
Observações

4A
30
1. É possível também indicar o volume do paralelepípe-
U
β S1 β>

70
do retângulo assim: U S2

35
V = Abh

53
03
JO
AU
Vamos considerar os sólidos S1 e S2 apoiados em um plano

AR
Em que Ab = ab (área da base); h = c (altura corres- horizontal D. Consideremos também o plano E, paralelo a

S
pondente). D, que, ao seccionar S1, também secciona S2, determinando

PE
duas regiões planas de áreas A1 e A2. Se para todo plano E

LO
2.
temos A1 = A2, então:
V = a ˜ a ˜ a ou V = a3

A
UL
Volume S1 = volume S2

PA
VOLUME DO PRISMA
NA
4A
30
Para calcular o volume de um prisma qualquer, aplica-
70

mos o princípio de Cavalieri.


35
53

3. Figuras geométricas semelhantes de razão k entre suas


03

grandezas lineares terem volumes com razão k3.


JO
AU
AR

Volume em litros
S

Um litro é definido como o volume de um cubo de 1 decí-


PE

Volume do prisma = área da base · altura


metro de aresta (10 centímetros), portanto, 1 dm3.
LO

V = Abh
A
UL
PA
A NA
304
70
35
53

Algumas relações importantes acerca do litro:


03

1 ℓ = 1 dm3
O

1 000 ℓ = 1 m3
J
AU

1 mℓ = 1 cm3
AR
S
PE
LO
LA
U
PA

419
A
AN
L
A
UL
PA
NA
PIRÂMIDES E TRONCOS DE PIRÂMIDES

4A
30
70
35
Pirâmide regular ÁREA DA SUPERFÍCIE

53
03
DE UMA PIRÂMIDE

JO
Polígono regular é o que tem todos os lados e todos os

AU
ângulos internos congruentes. Ele pode sempre ser inscri- Do mesmo modo que foi visto nos prismas, nas pirâmides
to numa circunferência, cujo centro é considerado tam- também temos:

AR
bém centro do polígono regular.
ƒ Superfície lateral: é formada pelas faces laterais (tri-

S
PE
angulares);
Observação

LO
ƒ Área lateral: é a área da superfície lateral;

A
Em toda pirâmide regular devemos destacar quatro im- ƒ Superfície total: é formada pelas faces laterais e pela

UL
portantes triângulos retângulos, nos quais aparecem: a base;

PA
aresta da base (ø), a aresta lateral (ø1), o raio da base
ƒ Área total: é a área da superfície total.

NA
(r), o apótema da pirâmide (a), o apótema da base (a1)

4A
e a altura da pirâmide (h).
Caso particular importante:
30
Veja, em uma pirâmide regular pentagonal, a aplicação da o tetraedro regular
70
35

relação de Pitágoras nesses triângulos:


Uma pirâmide particular formada por quatro regiões trian-
53

gulares congruentes e equiláteras é o tetraedro regular (te-


03

tra: quatro; edro: face).


JO
AU
AR
S
PE
LO

Tetraedro regular
A

Planificado
UL

DOMA DVMA
PA

ø 2
ø2
()
r2 = a12 + __ ø12 = a2 + __ () Nele, qualquer uma das faces pode ser considerada base. O
NA

2 2 tetraedro regular é um caso particular de pirâmide regular.


A
04

Cálculo do volume de uma


3

pirâmide qualquer
70
35

Abh
53

V = ___
3
03
O

TRONCO DE PIRÂMIDE
J
AU
AR

DVOA DVOM h ____


V =___1 (AB + √ABAb + Ab)
S

3
PE

ø21 = h2 + r2 a2 = h2 + a21
LO
LA
U
PA

420
A
AN
L
A
UL
PA
NA
CILINDRO

4A
30
70
35
SECÇÕES DE UM CILINDRO Em particular, se a secção meridiana for um quadrado, di-

53
zemos que o cilindro é equilátero.

03
Nesse caso, h = 2R
Secção transversal

JO
AU
É a intersecção do cilindro com um plano paralelo às suas

AR
bases.

S
A secção transversal é um círculo congruente às bases.

PE
LO
A
UL
PA
NA
cilindro equilátero

4A
ÁREA DA SUPERFÍCIE DE
30
70

UM CILINDRO RETO
35

Secção meridiana
53

É a intersecção do cilindro com um plano que contém o


03

seu eixo.
JO
AU
AR
S
PE
LO
A
UL
PA
NA

planificado
A
304
70
35
53

A secção meridiana de um cilindro reto é um retângulo


03
JO
AU
AR
S
PE
LO
LA

montado
U
PA

421
A
AN
L
A
UL
PA
A superfície total do cilindro é formada pela superfície late-

NA
ral mais as superfícies das duas bases.

4A
Assim:

30
Área lateral Ÿ Aø= 2prh

70
Área das bases = 2Ab = 2pr2

35
Área total Ÿ At = 2pr(h + r)

53
03
VOLUME DO CILINDRO

JO
V = p . r² . h

AU
Volume do cilindro = área da base . altura

AR
S
PE
CONES E TRONCOS DE CONE RETO

LO
A
UL
PA
NA
O CONE
Vamos considerar um plano a, uma região circular R nesse 4A
30
plano e um ponto P não pertencente a a.
70
35
53
03
JO
AU
AR
S

O eixo do cone é o segmento de reta que liga o vértice ao


PE

centro da base.
LO

Se o eixo é perpendicular à base, o cone denomina-se


A

cone reto.
UL
PA

Se o eixo é oblíquo à base, o cone é chamado cone oblíquo.


A NA
304
70
35
53
03
O

A reunião de todos os segmentos que ligam cada ponto de


J
AU

R ao ponto P é um sólido chamado cone circular.


AR

A superfície do cone é formada por uma parte plana, a


região circular, que é a sua base, e uma parte curva, “arre-
S
PE

dondada”, que é a sua superfície lateral.


LO

A altura h do cone é o segmento de reta perpendicular


traçado do vértice ao plano da base. No caso do cone reto,
LA

a medida do eixo coincide com a da altura h.


U
PA

422
A
AN
L
A
UL
PA
No cone reto, cada segmento que liga o vértice a um ponto
Secção meridiana

NA
da circunferência da base é chamado geratriz do cone.

4A
A secção meridiana é a intersecção do cone com um plano
que contém o seu eixo.

30
70
35
53
03
JO
AU
AR
Um cone reto pode ser obtido gerando-se uma região tri-

S
PE
angular, cujo contorno é um triângulo retângulo em torno

LO
de uma reta que contém um dos catetos.

A
Por esse motivo, o cone reto é considerado um sólido ou

UL
corpo de revolução e é chamado cone de revolução.
A secção meridiana de um cone reto é um triângulo isósceles.

PA
NA
4A
30
70
35
53
03

Em particular, se a secção meridiana for um triângulo


JO

equilátero, diremos que o cone é equilátero. Nesse caso,


AU

g = 2r e h = rdXX
3.
AR
S
PE
LO

SECÇÕES DO CONE
A
UL
PA

Secção transversal
NA

A secção transversal é a intersecção do cone com um plano


A

paralelo à sua base.


304

A secção transversal do cone é um círculo.


70

ÁREA DA SUPERFÍCIE
35
53

DE UM CONE RETO
03
JO
AU
AR
S
PE
LO
LA

Montado Planificado
U
PA

423
A
AN
L
A
UL
PA
A superfície total do cone reto é formada pela superfície Então, para um cone circular de raio r altura h, podemos

NA
lateral (um setor circular) mais a superfície da base (um dizer que:

4A
círculo), isto é, At = Aø + Ab.

30
Inicialmente, calculamos a área do setor (Aø).

70
35
A área de um setor circular é proporcional à área do círculo

53
correspondente, de forma que:
agraus arad

03
Asetor ____
____ ø
= = ___ = ____
pR2 360º 2p 2pR

JO
Assim, podemos calcular a área do setor como

AU
ø · pR2.
Asetor = ____

AR
2pR

S
No caso do cone, temos ø = 2pr e R = g. Logo:

PE
2pr · pg2 = prg
Aø = ____

LO
2pg
A área da base é a área do círculo de raio r: Ab = pr2.

A
UL
Logo, a área total do cone reto é:

PA
1Ah
V = __ 1 pr2h
V= __
At = prg + pr2 = pr(g + r).

NA
3 b 3
Resumindo, para um cone reto de geratriz g e raio da base
r, temos: 4A
TRONCO DE CONE RETO
30
Aø = prg Ab = pr2 At = pr(g + r)
70
35

VOLUME DO CONE
53

Vamos considerar um cone circular reto de vértice V e al-


tura h e um plano a paralelo a base que secciona o cone,
03

Mais uma vez, usaremos o princípio de Cavalieri. conforme a figura:


JO
AU

Consideramos um cone de altura H e base de área A con-


tida em um plano horizontal a.
AR

Consideramos também uma pirâmide de altura H, base de


S
PE

área A, também contida em a.


LO
A
UL
PA
NA

Nesse caso, obtemos dois sólidos; um cone, de vértice V


A
04

e altura d, e outro sólido, chamado tronco do cone inicial:


3
70

Se um plano horizontal b com distância h dos vértices


35

secciona os dois sólidos, determinando regiões planas de


53

áreas A1 e A2, temos:


03

A1 __ 2 A2 h2 A2 A1
__ = h e __ = __ Ÿ __ = __ Ÿ A1 = A2
O

A H2 A H2 A A
J

Pelo princípio de Cavalieri, podemos afirmar que o cone e a


AU

pirâmide iniciais têm o mesmo volume. Como já sabemos


AR

AbH
(
o volume da pirâmide V = )
, o volume do cone tam-
S

3
PE

bém é o mesmo.
LO

área da base · altura


Vcone = ________________
LA

3
U
PA

424
A
AN
L
A
UL
PA
No tronco do cone, destacamos:
VOLUME DO TRONCO DE CONE RETO

NA
4A
30
70
35
53
03
JO
AU
AR
ƒ duas bases: a base maior (base do cone inicial) e a base

S
PE
menor (secção determinada por a);

LO
ƒ a altura (h1), que é a distância entre as bases

A
(h1 = h – d);

UL
Vtronco = Vcone maior – Vcone menor Ÿ
ƒ a geratriz, cuja medida (g1) é obtida pela diferença das

PA
medidas das geratrizes dos dois cones. Vtronco = __1 pR2h – __1 Sr2d

NA
3 3
ƒ g1 = g – g2 em que g: geratriz do cone inicial e g2: p p
= __ (R2h – r2d) = __ [R2h – r2(h – h1)]
geratriz do cone determinado por a.
4A
3 30 3
p [R2h – r2h + r2h ]
= __
70

3 1
Observação
35

p [(R2 – r2) h + r2h ]


= __ (I)
3
53

1
O tronco de cone pode ser considerado de forma análo-
03

ga ao tronco de pirâmide. Assim como acontece com


Analogamente ao tronco de pirâmide, calculando h em
as pirâmides, um plano paralelo à base que secciona o
JO

função de h1, substituindo na fórmula (I) e simplificando


cone original, de forma que para os dois cones podem
temos:
AU

ser usadas todas as relações de semelhança: lineares, ph


Vtronco = ___1 (R2 + Rr + r2)
AR

de área e de volume. 3
S

Assim: Assim como no caso do tronco de pirâmide, você poderá


PE

r1 __
__h = __ g escolher entre calcular o volume do tronco do cone pela
=
LO

d r2 g2 fórmula ou subtrair os volumes dos cones semelhantes (o


2 Ab original e menor).
A

() __h = __
UL

d AB
PA

em que Ab é a área da base menor e AB é a área da


NA

base maior
A

()
__h = __
V
04

d V2
3

em que V é o volume do cone inicial e V2 é o volume do


70

cone determinado por D


35
53
03
J O
AU
AR
S
PE
LO
LA
U
PA

425
A
AN
L
A
UL
PA
U.T.I. - Sala U.T.I. - E.O.

NA
4A
1. (FUVEST) Os vértices de um tetraedro regular são 1. (CP) Uma piscina na forma de um bloco retan-

30
também vértices de um cubo de aresta 2. A área de uma gular tem suas dimensões representadas na figura

70
face desse tetraedro vale: a seguir. Após uma limpeza, a piscina encontra-se

35
totalmente vazia.
2. Para fazer uma caixa sem tampa com um úni-

53
co pedaço de papelão, utilizou-se um retângulo de

03
16 cm de largura por 30 cm de comprimento. De cada
um dos quatro cantos desse retângulo foram retirados

JO
quadrados de área idêntica e, depois, foram dobradas

AU
para cima as abas resultantes.

AR
Determine a medida do lado do maior quadrado a ser corta- a) Determine o volume da piscina, em litros.
do do pedaço de papelão, para que a caixa formada tenha: b) Considere que uma bomba jogue água na piscina

S
a uma vazão constante, isto é, que o volume de água

PE
a) área lateral de 204 cm2;
b) volume de 600 cm3. bombeado a cada minuto para a piscina é sempre o

LO
mesmo. Se em 12 minutos foram bombeados 960
3. (ITA) Seja C1 uma circunferência de raio R1 inscrita

A
litros de água para a piscina, determine o tempo

UL
num triângulo equilátero de altura h. Seja C2 uma se- necessário, em horas, para que a piscina fique com
gunda circunferência, de raio R2, que tangencia dois

PA
80% de sua capacidade. (Suponha que não saia
lados do triângulo internamente e C1 externamente. água da piscina.)

NA
(R1 – R2)
Calcule ________ . 2.
h
4. (UFSCAR) A figura indica__ um__ paralelepípedo re- 4A
30
__
to-retângulo de dimensões √2 × √2 × √7 , sendo A, B, C
70

e D quatro de seus vértices.


35
53
03
JO

A peça da figura, de volume a2, é o resultado de um


corte feito em um paralelepípedo reto retângulo, reti-
AU

rando-se um outro paralelepípedo reto retângulo. Qual


AR

é o valor de a, na figura?
S
PE

3. (UNICAMP) Ao serem retirados 128 litros de água


de uma caixa d'água de forma cúbica, o nível da água
LO

baixa 20 centímetros.
Qual deve ser a distância de B ate o plano que contem
A

a) Calcule o comprimento das arestas da referida caixa.


UL

A, D e C?
b) Calcule sua capacidade em litros (1 litro equivale a
PA

5. (FGV) Uma pirâmide de base quadrada é seccionada 1 decímetro cúbico).


NA

por um plano paralelo à sua base, distante 2 m dela.


A área total da pirâmide menor, obtida pela secção, é 4. (UNESP) Um bloco maciço com a forma de para-
A

igual à metade da área total da pirâmide original. lelepípedo reto-retângulo tem dimensões 8 m,
04

12 m e 10 m. Em duas de suas faces, indicadas por A


a) Calcule a altura da pirâmide original.
3

e B na figura, foram marcados retângulos, de 2 m por


70

b) Calcule o volume do tronco de pirâmide obtido 3 m centralizados com as faces do bloco e com lados
35

pela secção para o caso em que a aresta da base da paralelos às arestas do bloco. Esses retângulos foram
53

pirâmide maior mede 3 m. utilizados como referência para perfurar totalmente


03

6. (UFPR) Uma jarra de vidro em forma cilíndrica tem 15 o bloco, desde as face A e B até as respectivas faces
cm de altura e 8 cm de diâmetro. A jarra está com água opostas a elas no bloco.
JO

até quase a borda, faltando 1 cm de sua altura para


AU

ficar totalmente cheia.


AR

a) Se uma bolinha de gude de 2 cm de diâmetro for


colocada dentro dessa jarra, ela deslocará que volu-
S
PE

me de água?
b) Quantas bolinhas de gude de 2 cm de diâmetro
LO

serão necessárias para fazer com que a água se des-


LA

loque até a borda superior da jarra?


U
PA

426
A
AN
L
A
UL
PA
Calcule o volume e a área total do novo sólido, que re- 8. (PUC-MG) Uma piscina tem 25 m de largura, 50 m de

NA
sultou após a perfuração do bloco. comprimento, 1,5 m de profundidade na parte mais rasa

4A
e 2,5 m na outra extremidade. Seu fundo é um plano in-
5. (UNICAMP) O quadrilátero formado unindo-se os clinado. A partir desses dados, qual deve ser o volume

30
pontos médios dos lados de um quadrado é também dessa piscina, em metros cúbicos?

70
um quadrado.

35
9. (UFMG) Nesta figura, estão representados o cubo AB-
a) Faça uma figura e justifique a afirmação anterior. CDEFGH e o sólido OPQRST:

53
b) Supondo que a área do quadrado menor seja de

03
72 cm2, calcule o comprimento do lado do quadrado
maior.

JO
AU
6. (UERN) A peça geométrica, desenvolvida através de
um software de modelagem em três dimensões por um

AR
estudante do curso de engenharia e estagiário de uma

S
grande indústria, é formada a partir de dois prismas de

PE
base hexagonal regular e assemelha-se ao formato de

LO
uma porca de parafuso.

A
UL
Cada aresta do cubo mede 4 cm e os vértices do sólido

PA
OPQRST são os pontos centrais das faces do cubo.
Calcule a área lateral total do sólido OPQRST.

NA
10. (UFES) A base de uma piscina de paredes verticais é

4A
formada por duas plataformas retangulares horizontais,
30
situadas em níveis diferentes, as quais correspondem
70

à parte rasa e à parte funda da piscina, além de uma


rampa também retangular, interligando as plataformas,
35

Considerando que o lado do hexágono maior mede 8 cm, conforme mostra a figura a seguir. A largura da piscina
53

que o comprimento do prisma é igual a 35 cm e que o é de 5 m, as duas plataformas têm comprimento de 4


03

lado do hexágono menor mede 6 cm. O volume da peca, m e 6 m, respectivamente, e o comprimento da piscina
em cm³, de forma que se possa calcular, posteriormente, é 12 m. A água da piscina está em repouso, o nível de
JO

a quantidade de matéria-prima necessária a sua pro- água na parte rasa é 0,5 m e o nível da água na parte
AU

dução em massa em determinado período de tempo é? funda é 1,5 m.


__
AR

(Considere √3 = 1,7.)
S

7. (UERJ) No toldo da barraca de seu Antônio, decorado


PE

com polígonos coloridos, destaca-se um dodecágono,


LO

cujos vértices são obtidos a partir de quadrados con-


struídos em torno de um hexágono regular, conforme
A

mostra o desenho a seguir.


UL

Determine
PA

a) o volume da água na piscina, em litros.


NA

b) o volume de água, em litros, que é necessário despejar


na piscina para elevar o nível da água em 10 cm.
A
04

11. (UEL) Um engenheiro deseja projetar um bloco vaza-


3

do, cujo orifício sirva para encaixar um pilar. O bloco,


70

por motivos estruturais, deve ter a forma de um cubo


35

de lado igual a 80 cm e o orifício deve ter a forma de


53

um prisma reto de base quadrada e altura igual a 80


03

cm, conforme as figuras seguintes. É exigido que o vol-


ume do bloco deva ser igual ao volume do orifício.
JO
AU
AR

a) Demonstre que o dodecágono ABCDEFGHIJKL é


um polígono regular.
S
PE

b) Tomando o quadrado de lado AB como unidade de


área, calcule a área desse dodecágono.
LO

Calcule o valor “L” do lado da base quadrada do


LA

prisma reto.
U
PA

427
A
AN
L
A
UL
PA
12. (FUVEST) O volume de um paralelepípedo reto a) Determine a área do triângulo EFH.

NA
retângulo é de 240 cm3. As áreas de duas de suas faces b) Calcule a área do quadrilátero EGIH.

4A
são 30 cm2 e 48 cm2. A área total do paralelepípedo, em c) Determine o volume da pirâmide de vértices E, G, I, H
cm2, é? e F, cuja base é o quadrilátero EGIH.

30
70
13. (FUVEST) Deseja-se construir um anel rodoviário cir- 18. (UNIFESP) A figura indica uma pirâmide regular

35
cular em torno da cidade de São Paulo, distando aprox- quadrangular reta cujas faces laterais são triângulos
imadamente 20 km da Praça da Sé.

53
equiláteros. A aresta da base dessa pirâmide mede 12 cm.

03
a) Quantos quilômetros deverá ter essa rodovia? V
b) Qual a densidade demográfica da região interior

JO
do anel (em habitantes por km2), supondo que lá resi-

AU
dam 12 milhões de pessoas. Adote o valor S = 3.

AR
14. (UFSC) Calcule a área, em cm2, de um triângulo retân-
gulo, cuja hipotenusa mede 10 cm e cujo raio da circun- C

S
D

PE
ferência inscrita mede 1 cm.

LO
15. (FUVEST) Na figura abaixo, cada uma das quatro A B

A
circunferências externas tem mesmo raio r e cada uma
Duas formigas, F1 e F2, partiram do ponto médio da

UL
delas é tangente a outras duas e à circunferência inter-
aresta —VA— para o ponto médio da aresta —VC—,

PA
na C.
sempre caminhando por faces, arestas, ou cruzando ar-

NA
estas. Dentre todos os caminhos possíveis ligando os
dois pontos, a formiga F1 escolheu o mais curto deles.

4A
Já a formiga F2 escolheu o caminho mais curto dentre
30
todos que passam pela base ABCD da pirâmide. Calcule:
70

a) a distância percorrida pela formiga F1.


35
53
03
JO
AU

Se o raio de C é igual a 2, determinar:


AR

a) o valor de r.
b) a área da região hachurada.
S

sugestão de planificação F1
PE

16. (UNICAMP) Em um triângulo com vértices A, B e C,


LO

inscrevemos um círculo de raio r. Sabe-se que o ângulo b) a distância percorrida pela formiga F2.
A tem 90° e que o círculo inscrito tangencia o lado BC
A
UL

no ponto P, dividindo esse lado em dois trechos com


comprimentos PB = 10 e PC = 3.
PA

a) Determine r.
NA

b) Determine AB e AC.
A

c) Determine a área da região que é, ao mesmo tem-


04

po, interna ao triângulo e externa ao círculo.


3
70

17. (FUVEST) Considere um tetraedro regular ABCD cu-


35

jas arestas medem 6 cm. Os pontos E, F, G, H e I são os sugestão de planificação F2.


53

pontos médios das arestas AB, BC, AC, BD e CD respec-


19. (UFU) O rendimento teórico de uma tinta é a quan-
03

tivamente.
tidade necessária para pintar um metro quadrado de
O

área e serve apenas para determinar o custo por metro


J

quadrado da tinta. O rendimento real de uma tinta é


AU

calculado no final do trabalho executado que leva em


AR

conta o número de demãos (números de camadas de


tintas necessárias para obter o resultado esperado) e
S

as perdas decorrentes da preparação e do método de


PE

aplicação. Admita que as perdas usando os diferentes


LO

métodos de pintura são estimadas em: pincel 10%, rolo


20% e pistola pneumática 25%.
LA
U
PA

428
A
AN
L
A
UL
PA
Um pintor vai pintar toda a superfície de um tanque de

NA
combustível na forma de um cilindro circular de 10 m

4A
de altura e raio da base igual a 2 m. Sabe-se que a tinta
a ser usada tem rendimento teórico de 20 m2 por litro e

30
que são necessárias duas demãos.

70
Determine a quantidade, em litros, de tintas necessárias

35
para pintar esse tanque utilizando a pistola pneumáti-

53
ca. Dado: Use S= 3,14.

03
20. (UFMG) O lucro bruto de uma empresa é a diferença

JO
entre a receita obtida com as vendas e o custo de pro-

AU
dução. Um determinado fabricante de cerveja só vende
latas cilíndricas de alumínio, fechadas, cheias de cer-

AR
veja, com 12 cm de altura e 3 cm de raio. O custo da

S
produção de certo número de latas cheias de cerveja é

PE
de 1 real por litro de cerveja e mais p reais por metro

LO
quadrado de alumínio utilizado na fabricação das latas.
A receita da empresa por cada litro de cerveja vendido é

A
de dois reais por litro. Considerando estas informações:

UL
I. DETERMINE a receita gerada pela venda de cada lata

PA
de cerveja.

NA
II. DETERMINE o custo total de produção de cada lata
de cerveja em função de p.
III. DETERMINE o valor máximo do preço p do alumínio 4A
30
para que o fabricante não tenha prejuízo.
70
35
53
03
JO
AU
AR
S
PE
LO
A
UL
PA
ANA
304
70
35
53
03
J O
AU
AR
S
PE
LO
LA
U
PA

429
A
AN
AN
A
PA
ULA
LO
PE
S
AR
AU
JO
03
53
35
70
304
ANA
PA
UL
A
LO
PE
S
AR
AU
JO
03
53
35
70
30
4A
NA
PA
UL
A
LO
PE
S
AR
AU
JO
03
53
35
70
30
4A
NA
PA
UL
A
L

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