Tratamento Endodontico de Dentes Permanentes Jovens Com Ápice Abertp
Tratamento Endodontico de Dentes Permanentes Jovens Com Ápice Abertp
Tratamento Endodontico de Dentes Permanentes Jovens Com Ápice Abertp
FACULDADE DE ODONTOLOGIA
CURSO DE ESPECIALIZAÇÃO EM ENDODONTIA
NATÁLIA CIMADON
PORTO ALEGRE
2015
NATÁLIA CIMADON
PORTO ALEGRE
2015
CIP- Catalogação na Publicação
Cimadon, Natália
Tratamento endodôntico de dentes permanentes jovens com ápice
aberto : revisão de literatura / Natália Cimadon. - 2015.
21 f.
BANCA EXAMINADORA
____________________________________________________
Prof. Dr. Régis Burmeister dos Santos (Orientador)
Faculdade de Odontologia/UFRGS
____________________________________________________
Profª. Drª. Patrícia Maria Poli Kopper Móra
Faculdade de Odontologia/UFRGS
____________________________________________________
Profª. Carolina Bender Hoppe
Faculdade de Odontologia/UFRGS
AGRADECIMENTOS
Aos meus pais, Hosana e Ivaldo, por tornarem possíveis todos os meus sonhos, pelo amor
incondicional e pela confiança. Vocês me inspiram a amar os estudos e o trabalho. São grandes
exemplos de união e perseverança. Tenho muito orgulho da trajetória de vocês.
À minha adorada irmã, Letícia, pela amizade e carinho. Apesar da distância que nos separa,
minha melhor amiga, sempre presente.
Aos meus avós, em especial à minha querida avó Lourdes (in memoriam), que sempre me
incentivou e cuidou de mim.
A minha querida amiga e parceira de trabalho, Solange, pelo sorriso, pela dedicação e pela
amizade. És um grande presente na minha vida.
Aos colegas Francine, Camila, Vicente, Bruna, Gerson, Tamara e Fernando, por confiarem no
meu trabalho e sempre torcerem pelo meu sucesso.
Aos colegas de especialização, que se tornaram grandes amigos e fizeram do curso momentos
de diversão e alegria.
Palavras chave: dentes permanentes jovens, tratamento endodôntico, apicificação, ápice aberto,
MTA, hidróxido de cálcio, regeneração pulpar, revascularização dentária.
ABSTRACT
The loss of pulp, which is responsible for the formation of primary and secondary dentin, stops
the complete root formation and, consequently, the apicogenesis. The occurrence of these cases
is indicated apexification, treatment is to stimulate or build a mineralized barrier in the apical
region of young teeth. Calcium hydroxide, by having high pH, stimulates the formation of
osteoid tissue adhered strongly to dentin and cementum. Furthermore, the use of mineral
trioxide aggregate (MTA) on the apical barrier making it shows a good alternative to the
treatment with calcium hydroxide. More recently, it is studied dental revascularization
technique or pulp regeneration. It shows a biological alternative techniques as compared with
MTA and calcium hydroxide. The use of calcium hydroxide and MTA is already established in
the literature and shows excellent results. Dental revascularization / pulp regeneration was also
good, but still demand new studies to be widely held.
Keywords: young permanent teeth, endodontic treatment, apexification, open apex, MTA,
calcium hydroxide, pulp regeneration, dental revascularization.
SUMÁRIO
1 INTRODUÇÃO ..................................................................................................................... 7
2.2 Uso de MTA na confecção de barreira apical em dentes permanentes jovens ............. 9
4 COMENTÁRIOS ................................................................................................................ 16
7
1 INTRODUÇÃO
A apicogênese é o tratamento que visa preservar a porção apical da polpa vital, afim
de que seja finalizada a formação do ápice da raiz (COHEN e BURNS, 2000). Já a apicificação
consiste em estimular ou construir uma barreira mineralizada na região apical de dentes jovens
com necrose pulpar, associada ou não a lesão periapical (ANDREASEN, ANDREASEN,
ANDRESSON, 2001). Os protocolos que atualmente estão apoiados pela literatura são os de
apicificação por meio do uso de pasta de hidróxido de cálcio (HC) ou por meio da construção
de barreira com agregado trióxido mineral (MTA), com resultados significativos no fechamento
apical. Recentemente, têm sido relatados casos em que foi utilizada a técnica de
revascularização dentária (JERUPHAN et al., 2012).
cálcio - não resultam consistentemente na regeneração pulpar, mas sim na formação de tecido
mineralizado. Neste trabalho, será discutido o potencial das técnicas de manejo endodôntico
em dentes jovens.
9
2 REVISÃO DE LITERATURA
O MTA tem uma grande variedade de aplicações clínicas. Dentre elas a confecção
de plug apical em dentes jovens com necrose pulpar e ápice aberto (HARANDI, FORGHANI
10
e GHODDUSI, 2013). Além disso, o MTA ainda pode ser utilizado no tratamento de
revascularização dentária (SAEKI et al., 2014).
Várias razões mostram que existe plausibilidade biológica nessa técnica. A primeira
delas é de que é possível que células pulpares apicais ou remanescentes da bainha de Hertwig
sejam capazes de se proliferar e ocupar a matriz tecidual formada pelo coágulo (SAAD, 1988).
Outra possibilidade se encontra na existência de células indiferenciadas na própria polpa. Elas
podem se diferenciar em odontoblastos e dar continuidade ao processo de rizogênese
12
(GRONTHOS et al., 2002). O ligamento periodontal pode também contribuir com células
indiferenciadas, que podem proliferar na direção do ápice e produzir um tecido calcificado
(NEVINS et al., 1977).
A revascularização pulpar guiada se mostra uma boa escolha por ser relativamente
fácil, sem riscos de incompatibilidade biológica. Muitos relatos de caso têm mostrado ganho
continuo de espessura da parede dentária e até mesmo positividade ao teste de sensibilidade ao
frio (MURRAY, GARCIA-GODOY e HARGREAVES, 2007).
Outro estudo também obteve sucesso em seus casos utilizando, ao invés do MTA,
cimento enriquecido de cálcio. Esse cimento tem as mesmas propriedades e aplicabilidade do
MTA. Sua superfície é mais parecida com a da dentina do que o MTA. Dessa forma, sua
integração com a dentina seria mais facilitada (NOSRAT, DEIFI e ASGARY, 2011).
As justificativas para a busca de uma técnica que envolva engenharia de tecidos são
apoiadas pelo fato de que o MTA é de difícil aplicação e de que o HC desnatura a dentina e
torna a raiz menos resistente à compressão (TABATABAEI et al., 2015). Em 2011, Torabinejad
et al. apresentaram um caso de revascularização dentária através de plasma rico em plaquetas
(TORABINEJAD e TURMAN, 2011). Mas o uso de plasma já vem sendo estudado há bastante
tempo, sendo que em 2001 foi apresentado o plasma rico em fibrina. Esse biomaterial trata-se
de uma matriz autógena, rica em fibrina e fatores de crescimento, plaquetas e leucócitos, capaz
de induzir a proliferação dos tecidos adjacentes (CHOUKRON, SCHOEFFLER e VERVELLE,
2001).
Já existem muitos relatos de casos utilizando essa técnica e obtendo sucesso com
ela. Entretanto, a necessidade de equipamento específico para a obtenção do plasma e acesso
venoso torna a técnica de difícil aplicação clínica (NEVINS e CYMERMAN, 2015;
TABATABAEI et al., 2015; JADHAV et al., 2015).
Além do plasma, podem ser utilizadas células tronco de dentes decíduos esfoliados.
Elas foram isoladas pela primeira vez em 2003. A partir delas foi possível formar in vitro células
nervosas, adipócitos, odontoblastóides e osteoblastóides. Na maioria das vezes, essas células
acabavam formando tecido mineralizado, o que é muito útil em se tratando de regeneração de
tecidos crânio-faciais (MIURA et al., 2003). A ideia seria a utilização de forma autóloga, ou
seja, pacientes com dentição mista e dentes jovens necrosados (BHATTAD, BALIGA e
THOSAR, 2014).
fibronectina. Após, devem ser transferidas para o canal desinfetado. Entretanto, essa técnica
tem muitas limitações, já que as células são muito sensíveis e é necessária uma estrutura
laboratorial (BHATTAD, BALIGA e THOSAR, 2014).
Baseado nesses estudos, casos relatados na literatura passaram a usar tal pasta como
padrão ouro para sanificação dos canais (ALBUQUERQUE et al., 2014). Ela é um composto
manipulado de 400 mg de metronidazol, 250 mg de ciprofloxacina e 50 mg de minociclina. O
veículo utilizado pode ser silicone ou propileno glicol, em constituição de gel. O resultado é
uma pasta, que pode ser inserida no canal com broca lentulo, limas ou seringa
(ALBUQUERQUE et al., 2014).
são as mais indicadas por afetar a sobrevivência das células tronco remanescentes da polpa e,
por removerem o colágeno da dentina, prejudicam a aderência às paredes radiculares
(ALBUQUERQUE et al., 2014).
A literatura mostra que os primeiros seis meses após a execução do tratamento são
cruciais no sucesso do tratamento. Ao longo desse período é possível avaliar se houve de fato
desenvolvimento da raiz (ALBUQUERQUE et al., 2014).
Em 2012, Chen et al. propôs uma classificação dos resultados observados durante
a proservação. O Tipo I engloba os dentes que tiveram alargamento da parede e término do
desenvolvimento radicular; o Tipo II inclui dentes que tiveram fechamento apical, sem ganho
em comprimento radicular; o Tipo III, dentes com ganho de comprimento radicular sem
fechamento apical; o Tipo IV, obliteração do canal; o Tipo V, mineralização entre a barreira de
MTA e o ápice (CHEN et al., 2012).
16
4 CONSIDERAÇÕES FINAIS
A terapia de dentes jovens é bastante frequente para muitos clínicos. Dessa forma,
deve ser aprimorada continuamente. As técnicas que utilizam o hidróxido de cálcio e MTA para
apicificação são de relativamente fácil acesso e execução nos casos em que o operador não
dispõe de instrumental e materiais mais específicos e aprimorados. Dessa forma, ainda é
considerada uma excelente alternativa no tratamento de dentes jovens.
Por fim, ainda não está claro como proceder após a revascularização e formação
radicular. Não é possível afirmar se é necessário executar a terapia endodôntica convencional
ou se o processo de deposição de tecido mineralizado se continua a ponto de obliterar o canal.
17
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