Dimensionamento Estrutural de Estacas, Cálculo de Estaqueamento

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INSTITUTO FEDERAL DE EDUCAÇÃO, CIÊNCIA E TECNOLOGIA DO

MARANHÃO – IFMA – CAMPUS MONTE CASTELO


DEPARTAMENTO DE CONSTRUÇÃO CIVIL

MOHARA DE OLIVEIRA NASCIMENTO


VINICIUS DA SILVA COSTA ALMADA

DIMENSIONAMENTO ESTRUTURAL DE ESTACAS, CÁLCULO DE


ESTAQUEAMENTO E ANÁLISE DE EFEITO DE GRUPO EM ESTACAS

São Luís - MA
2018
MOHARA DE OLIVEIRA NASCIMENTO
VINICIUS DA SILVA COSTA ALMADA

DIMENSIONAMENTO ESTRUTURAL DE ESTACAS, CÁLCULO DE


ESTAQUEAMENTO E ANÁLISE DE EFEITO DE GRUPO EM ESTACAS

Trabalho apresentado à disciplina de


Fundações, ministrada pelo professor Dr.
Rodrigo de Azevedo Neves, do Instituto
Federal de Educação, Ciência e
Tecnologia do Maranhão – Campus Monte
Castelo, como pré-requisito para obtenção
da terceira nota.

São Luís – MA
2018
SUMÁRIO

1. INTRODUÇÃO ..................................................................................................... 4

2. DIMENSIONAMENTO ESTRUTURAL DE ESTACAS ......................................... 5

2.1 Dimensionamento à compressão ............................................................... 7


2.1.1 Ruptura por compressão ............................................................................. 7
2.1.2 Ruptura por flambagem ............................................................................... 7
2.1.3 Estacas metálicas imersas em solo mole .................................................. 10
2.1.4 Exemplo ..................................................................................................... 11
2.2 Dimensionamento à tração ....................................................................... 13
2.3 Detalhamento à flexão ................................................................................... 15
3. Estaqueamento.................................................................................................... 15

3.1 Critérios de cálculo ........................................................................................ 16


3.2 Método de Nökkentved .................................................................................. 16
3.3 Método de Schiel............................................................................................ 18
4. Análise de efeito de grupo em estacas ............................................................. 21
1. INTRODUÇÃO

Sabe-se que, em projetos de fundações onde os elementos escolhidos para


suportar a estrutura são estacas, é de fundamental importância conhecer e saber
aplicar as teorias e fórmulas de dimensionamento correspondentes, assim como
entender os métodos de estaqueamento quando as estacas estão em grupo, além de
analisar o efeito estrutural que o agrupamento dessas estacas ocasiona no cálculo.
Para isso, o presente trabalho apresenta detalhadamente o dimensionamento
quanto aos esforços de compressão, tração e flexão. Inicialmente é mostrado os
parâmetros a serem considerados para o cálculo como os coeficientes de majoração
de carga e minoração de resistências, com destaque ao coeficiente minorador da
resistência do concreto que difere de acordo com o tipo de estaca e é maior se
comparado ao utilizado em estruturas como vigas e pilares.
Depois discorre-se o dimensionamento em si, com a resolução de um exemplo
com esforço de compressão. Para tração observa-se que é importante analisar a
abertura máxima de trinca como forma de obter a tensão atuante e posterior
dimensionamento, para flexão utiliza-se ábacos já conhecidos para estacas circulares
e a teoria de vigas para estacas quadradas e retangulares.
Logo depois expõe-se os métodos de estaqueamento de Schiel e Nökkenteved,
com a utilização do primeiro para resolução de um problema. Por fim tem-se a análise
do efeito de grupo em estacas. Tudo conforme as normas NBR 6118:2014 e NBR
6122:2010.
2. DIMENSIONAMENTO ESTRUTURAL DE ESTACAS

Antes de iniciar o dimensionamento propriamente dito, é necessário conhecer


os conceitos básicos do elemento a ser calculado, para isso tem-se a seguinte
definição: “as fundações em estacas são consideradas elementos estruturais [...] cuja
finalidade é transmitir as cargas a pontos resistentes do solo por meio de sua
extremidade inferior (resistência de ponta) ou do atrito lateral”. (CAMPOS, 2015, p.
351).

Figura 1 – Resistência lateral, de ponta e ambas em estacas

Fonte: Criada pelos autores (2018).

Outro fator importante a ser considerado são os parâmetros normativos de


dimensionamento, para isso, eles serão apresentados seguidamente em forma de
texto e de figura para abordar os diversos tipos de estacas:

 Estacas pré-moldadas ou pré-fabricadas de concreto: o fck máximo deve


ser de 40 MPa, além de ser necessário realizar reforço da armadura
transversal levando em conta as tensões de cravação.

 Estacas de reação (mega ou prensada): caso seja de concreto pré-


moldado o fck deve ser de no máximo 25 MPa, caso seja metálica o fyk
de ser maior que 200 MPa e o coeficiente majorador de carga deve ser
de 1,2.

 Estacas metálicas: deve ser realizado o dimensionamento de acordo


com as considerações da NBR 8800.

Figura 2 – Parâmetros de dimensionamento para estacas in loco

Fonte: NBR 6122 (2010).

Na imagem acima dois pontos podem ser destacados, o primeiro é o fato do


coeficiente minorador da resistência do concreto ser variante(de 1,6 a 1,9) de acordo
com o tipo de estaca e ser maior que o de elementos como vigas e pilares, o segundo
é que nem todas as estacas precisam ser armadas em toda a sua extensão, algumas
tem uma tensão média para começar a ser armada que varia de 5 a 6 MPa.
2.1 Dimensionamento à compressão

2.1.1 Ruptura por compressão

Quando a estaca não tiver a ruptura ocasionada por flambagem pode-se usar
a seguinte fórmula para calcular a área de aço necessária na estaca:

6
𝑁 1+ = 0,85 ∙ 𝐴 ∙ 𝑓 + 𝑨 𝒔 ∙ 𝑓

Onde:

h é o menor dos lados do retângulo circunscrito da estaca, representado


abaixo

𝑁 = 𝛾 ∙𝑁

𝑓
𝑓 =
𝛾

𝑓
𝑓 =
𝛾

2.1.2 Ruptura por flambagem

Quando a estaca estiver parcialmente enterrada, poderá ocorrer ruptura por


flambagem, logo, é necessário calcular o comprimento de flambagem.
Além de posterior índice de esbeltez para que se saiba que procedimento de
cálculo usar, abaixo tem-se o modelo formulado por Davisson e Robinson para
encontrar o comprimento de flambagem Lfe:

Figura 3 – Modelo de Davisson e Robinson para encontrar Lfe

Fonte: Alonso (2013).

Em que Ƞh é dado obtido da tabela abaixo:

Tabela 1 – Valores de Ƞh

Fonte: Adaptado de Alonso (2013).


Após encontrado 𝐿 , encontra-se o índice de esbeltez e faz-se o
dimensionamento com base no seu valor, conforme dado abaixo:

 para λ ≤ 40, o cálculo é simplificado conforme visto em 2.1.1;

 para 40 < λ ≤ 140, o dimensionamento será à flexão composta com uma


carga normal de compressão Nd e um momento Md.

 para 140 < λ ≤ 200 também se dimensionará a flexão composta com um


adicional de que o coeficiente majorador de carga terá que ser obtido
por:

 em nenhum caso λ > 200.

Para 40 < λ ≤ 140 e 140 < λ ≤ 200 o momento Md pode ser obtido da
seguinte forma:

𝑀 = 𝑀 +𝑀 ;

𝑀 = 𝛾 ∙𝑁∙

(𝐿 )² 1
𝑀 = 𝛾 ∙𝑁∙ ∙
10 𝑟

, /
= ( )
,


𝜕= ≥ 0,5

Após ter os valores de Nd e Md, faz-se o dimensionamento através dos ábacos


de Pfeil ou Montoya com as relações da/db = 0,80; 0,85 ; 0,90 e 0,95. Um desses
ábacos é apresentado a seguir.
Figura 3 – Ábaco de interação mxn, com da/db = 0,80

Fonte: Adaptado de Alonso(2013).

2.1.3 Estacas metálicas imersas em solo mole

“Para o caso particular das estacas metálicas imersas em solo mole, mesmo
que a cota de arrasamento estiver no nível do terreno (ou abaixo dele) a carga crítica
de flambagem (carga de ruptura) pode ser estimada pela expressão de Bergflet.”
(ALONSO, 2013, p. 2).

onde:
k é um coeficiente variável entre 8 e 10
C é a coesão não drenada da argila
E é o módulo de elasticidade do material da estaca
I é o menor momento de inércia da seção transversal da estaca
2.1.4 Exemplo

Uma estaca escavada do tipo Strauss com diâmetro igual a 40 cm, foi executada em
um solo homogêneo em toda a profundidade e atingiu a capacidade de carga
admissível de 840 kN, com 12 m de profundidade, aço CA-50 e concreto C15. A
resistência de ponta deverá ser desprezada no cálculo. Verificar a capacidade
estrutural desta estaca e se necessário, armá-la à compressão.

 Cálculo da tensão atuante na estaca

𝜋 ∙ 𝑑 𝜋 ∙ 40
𝐴 = = = 1256,64 𝑐𝑚
4 4

𝜎= = = 0,668 = 6,68 𝑀𝑃𝑎


,

Logo, como a tensão é maior que 5MPa, é necessário que a estaca seja
armada.

 Cálculo da armadura da estaca

6
𝑁 1+ = 0,85 ∙ 𝐴 ∙ 𝑓 + 𝐴 ∙ 𝑓

ℎ = 𝑑√2 = 40√2 = 28,28 𝑐𝑚


𝑓 150 𝑘𝑔𝑓
𝑓 = = = 78,95
𝛾 1,9 𝑐𝑚
𝑓 5000 𝑘𝑔𝑓
𝑓 = = = 4347,83
𝛾 1,15 𝑐𝑚
6
𝑁 1+ = 0,85 ∙ 𝐴 ∙ 𝑓 + 𝐴 ∙ 𝑓

1,4 ∙ 84000 1 + = 0,85 ∙ 1256,64 ∙ 78,95 + 𝐴 ∙ 4347,83


,
𝐴 = 9,75𝑐𝑚 > 𝐴 , í = 0,4 % ∙ 𝐴 = 5,03 𝑐𝑚

Como a área de aço encontrada será maior que a mínima, adotar-se-á a área
de aço encontrada de 9,75 cm² o que equivale a 8 ∅ 12,5 mm.

 Cálculo do comprimento de armação

O comprimento de armação depende do trecho em que a estaca está sujeita a


uma tensão no concreto acima de 5 MPa. Logo, será necessário onde a estaca
começará a ter essa tensão.

𝑁 = 𝐴 ∙ 𝜎 = 1256,64 ∙ 0,5 = 628,32 𝑘𝑁

∆𝑁 = 840 − 628,32 = 211,68 𝑘𝑁

Como o solo é homogêneo ocorrerá uma transmissão de tensão em todo o


comprimento da estaca que aos 12m atinge a capacidade de carga de 840 kN, assim:

𝑁 840 𝑘𝑁
𝑇= = = 70
𝐻 12 𝑚

∆𝑁 211,68
𝐶= = = 3,024 𝑚
𝑇 70

Considerando uma ancoragem de 60 cm e uma espera de 80 cm acima da


estaca, para receber o bloco de coroamento, teremos um comprimento de:

C = 3,024 + 0,60 + 0,80 = 4,4m

Sendo assim, com o cobrimento mínimo utilizado de 5 cm o detalhamento


ficará:
Este exemplo, assim como as imagens nele contidas, foi retirado e adaptado
do material: “Dimensionamento de estaca comprimida” do professor Márcio Martinho
Mayer.

2.2 Dimensionamento à tração

Quando se tem esse tipo de esforço, a estaca será sempre armada, e a seção da
armadura fica condicionada pela abertura máxima permitida para as fissuras, que é
dada pela fórmula:

∅ 3 ∙ 𝜎²
𝑤= ∙
2𝜂 − 0,75 𝐸 ∙ 𝑓𝑡𝑘

onde:

∅ é o diâmetro, em mm, das barras tracionadas;


𝜂 é o coeficiente de aderência, nunca superior a 1,8;

𝐸 é o módulo de elasticidade do aço

𝜎 é a tensão máxima atuante no aço tracionado para garantir a abertura


prefixada das fissuras;

𝑓𝑡𝑘 é a resistência característica do concreto à tração.

em que:

𝑓𝑐𝑘
𝑓𝑡𝑘 = 𝑝𝑎𝑟𝑎 𝑓𝑐𝑘 ≤ 18 𝑀𝑃𝑎
10

𝑓𝑡𝑘 = 0,06 𝑓𝑐𝑘 + 0,7 𝑝𝑎𝑟𝑎 𝑓𝑐𝑘 > 18 𝑀𝑃𝑎

e:

Tabela 2 – Valores de w

Fonte: Criada pelos autores (2018).

Os passos para o dimensionamento seguem a seguinte ordem:

 Cálculo da tensão máxima com a equação da máxima fissura;

 Cálculo da armadura da estaca, com a tensão e o esforço normal aplicado;

 Detalhamento.
2.3 Detalhamento à flexão

“A flexão numa estaca pode ser decorrente de esforços devido ao manuseio e


ao transporte (caso de estacas pré-moldadas) ou da própria estrutura.” (ALONSO,
2013). Se a estaca for de seção circular, o cálculo é feito usando-se os ábacos de
flexão composta. Se a estaca é de seção quadrada ou retangular, faz-se o
dimensionamento conforme o feito em vigas retangulares.
Um fator bastante importante nesse dimensionamento é o cálculo da armadura
devida ao esforço cortante que deve ser feito conforme a norma NBR 6118:2014.

3. Estaqueamento

Quando se tem um conjunto de estacas é necessário que exista um bloco de


coroamento para a distribuição das tensões vindas da estrutura, a esse conjunto
estacas-bloco dá-se o nome de estaqueamento, dentro desse grupo de estacas elas
podem estar na posição vertical ou inclinada.

Figura 4 - Bloco de coroamento com estacas verticais e inclinadas

Fonte: elaborada pelos autores.

A posição de uma estaca em relação ao plano do terreno vai depender do tipo


de carregamento solicitado à fundação, se for um carregamento horizontal ou se não
houver contenção lateral, por exemplo, há necessidade do uso das estacas inclinadas
para esse fim, já que essas conseguem absorver uma componente destes esforços.
3.1 Critérios de cálculo
O cálculo do estaqueamento consiste em mensurar qual o carregamento axial
que cada estaca do grupo estará sofrendo, sendo esse carregamento proveniente de
um centro de cargas (CG). Os métodos clássicos de cálculo envolvem muitas
simplificações para tornar o processo mais viável analiticamente, são feitas as
seguintes considerações:

 As estacas são consideradas como hastes bi-rotuladas no topo e na ponta;


 Blocos infinitamente rígidos;
 Material da estaca obedecendo a Lei de Hooke;
 A carga em cada estaca é proporcional à projeção do deslocamento do topo da
estaca sobre o eixo da mesma, antes do deslocamento.

3.2 Método de Nökkentved


Este método, apesar de ser aplicável para estaqueamentos gerais, é mais
indicado para o caso de arranjos simétricos com as estacas com a mesma rigidez,
como na figura abaixo:

Figura 5 - Estaqueamento simétrico com estacas iguais

Fonte: Alonso (2003)

A partir do carregamento externo e das distâncias dos CGs das estacas ao CG dos
esforços, é possível calcular a carga axial em cada estaca usando a fórmula abaixo.

Equação 01: Carga em cada estaca pelo método de Nökkentved


cos 𝛼 𝑠𝑒𝑛 𝛼 𝑝
𝑁 =𝑉∙ +𝐻∙ +𝑀∙
∑ cos 𝛼 ∑ sen 𝛼 ∑ 𝑝²
A partir dessa formulação é possível montar uma tabela com os principais arranjos de
estaqueamento e calcular as cargas axiais em cada estaca, esta tabela está mostrada
abaixo.

Tabela 3 - Estaqueamentos comuns e cálculo por Nökkentved

Distribuição das estacas no bloco Esforço nas estacas


3.3 Método de Schiel
Este método é voltado para qualquer caso de estaqueamento, simétrico ou não,
tem a formulação baseada em rotinas matriciais e por conta disso é útil usá-lo em
algoritmos de computador.

De início, é necessário arbitrar um sistema global de eixos de referência, com eixos y


e z definindo o plano do solo e x sendo o eixo perpendicular a este plano.

Figura 6 - Eixos globais de referência para o estaqueamento

Fonte: elaborada pelos autores.

Nos casos onde houver estacas inclinada é necessário conhecer os ângulos de


inclinação das estacas, no eixo x e no plano do solo, α e ω.

Figura 7 - Ângulos de inclinação das estacas

Fonte: elaborada pelos autores

Para melhor compreensão e fixação, o passo-a-passo do método será mostrado


através de um exemplo.

Calcular as cargas axiais agindo no seguinte estaqueamento:


Figura 8 - Exemplo de estaqueamento

Fonte: adaptado de Alonso (2003)

Precisa ser conhecida de cada estaca a cota de arrasamento nas coordenadas do


sistema global (xi, yi, zi) e as inclinações das eventuais estacas (α, ω) não-verticais. É
necessário calcular os coeficientes p que servirão para a montagem da matriz de
rigidez.

Estes coeficientes tem as seguintes formulações:

𝑝𝑥 = cos 𝛼
𝑝𝑦 = sin 𝛼 ∙ cos 𝜔
𝑝𝑧 = sin 𝛼 ∙ 𝑠𝑖𝑛 𝜔
𝑝𝑎 = 𝑦 ∙ 𝑝𝑧 − 𝑧 ∙ 𝑝𝑦
𝑝𝑏 = 𝑧 ∙ 𝑝𝑥 − 𝑥 ∙ 𝑝𝑧
𝑝𝑐 = 𝑥 ∙ 𝑝𝑦 − 𝑦 ∙ 𝑝𝑥
Calculados os coeficientes para cada estaca, a seguinte tabela pode ser montada:

Estaca x y z α ω
1 0,9 1,00 0,00 10 30
2 0,9 0,50 -1,50 0 0
3 0,9 0,50 1,50 14 270
4 0,9 0,00 0,00 0 0
5 0,9 -0,50 -1,50 14 90
6 0,9 -0,50 1,50 10 180
7 0,9 -1,00 0,00 0 0
Estacas
1 2 3 4 5 6 7
px 0,9848 1,0000 0,9703 1,0000 0,9703 0,9848 1,0000
Coeficientes

py 0,1504 0,0000 0,0000 0,0000 0,0000 -0,1736 0,0000


pz 0,0868 0,0000 -0,2419 0,0000 0,2419 0,0000 0,0000
pa 0,0868 0,0000 -0,1210 0,0000 -0,1210 0,2605 0,0000
pb -0,0781 -1,5000 1,6732 0,0000 -1,6732 1,4772 0,0000
pc -0,8495 -0,5000 -0,4851 0,0000 0,4851 0,3361 1,0000

A matriz acima recebe a denominação matriz [P] e é a base para a elaboração da


matriz de rigidez [S], esta é uma matriz 6x6 e tem seus termos assim definidos:

S gh  S hg   1 p g i  phi
n

Onde, g e h são iguais a: x, y, z, a, b, c

A exemplo, o cálculo do primeiro termo da matriz [S]:

𝑆𝑥𝑥 = 𝑝𝑥 ∗ 𝑝𝑥 + 𝑝𝑥 ∗ 𝑝𝑥 + ⋯ + 𝑝𝑥 ∗ 𝑝𝑥 = 6,8226
Após o cálculo de todos os termos, a matriz de rigidez [S] é:

6,8226 -0,0229 0,0855 0,1073 -0,1222 -0,0055


-0,0229 0,0528 0,0131 -0,0322 -0,2683 -0,1861
0,0855 0,0131 0,1246 0,0075 -0,8163 0,1610
0,1073 -0,0322 0,0075 0,1046 0,3780 0,0138
-0,1222 -0,2683 -0,8163 0,3780 10,0373 -0,3106
-0,0055 -0,1861 0,1610 0,0138 -0,3106 2,5553

É calculado um vetor de deslocamentos [D] do bloco a partir do vetor de cargas


externas [B] e pela matriz de rigidez inversa [S]-1:

[D]=[S]-1

Matriz [B] Matriz [S]-1


Vx 3500 0,1503 0,0650 -0,1446 -0,1130 -0,0035 0,0144
Hy 10 0,0650 42,4809 -11,7236 14,2026 -0,2368 3,7273
Hz -30 -0,1446 -11,7236 31,2429 -15,2319 2,7250 -2,4090
Tx 0 -0,1130 14,2026 -15,2319 20,6400 -1,5856 1,6896
My -15 -0,0035 -0,2368 2,7250 -1,5856 0,3704 -0,1353
Mz 20 0,0144 3,7273 -2,4090 1,6896 -0,1353 0,7890
Matriz [D]
V1 531,4708
V2 1082,2445
V3 -1649,5381
V4 261,0794
V5 -104,5942
V5 177,6012

A partir desse vetor [D] é calculado, finalmente, a carga axial que age em cada estaca,
com a seguinte equação:

𝑁1 = V1 ∗ px + V2 ∗ py + V3 ∗ pz + V4 ∗ pa + V5 ∗ pb + V6 ∗ pc

N1 N2 N3 N4 N5 N6 N7
px*V1 523,4 531,5 515,7 531,5 515,7 523,4 531,5
py*V2 162,8 0,0 0,0 0,0 0,0 -187,9 0,0
pz*V3 -143,2 0,0 399,1 0,0 -399,1 0,0 0,0
pa*V4 22,7 0,0 -31,6 0,0 -31,6 68,0 0,0
pb*V5 8,2 156,9 -175,0 0,0 175,0 -154,5 0,0
pc*V6 -150,9 -88,8 -86,2 0,0 86,2 59,7 177,6
Soma N 423 600 622 531 346 309 709

4. Análise de efeito de grupo em estacas

Entende-se por efeito de grupo de estacas, o processo de interação das


diversas estacas que constituem uma fundação, ao transmitirem ao solo as cargas
que lhes são aplicadas. Essa interação acarreta uma superposição de tensões, de tal
sorte que o recalque do grupo de estacas, para a mesma carga por estaca é, em geral,
diferente do recalque da estaca isolado.

Pode-se ver na imagem que o bulbo de pressões da estaca isolada é menor


que o de grupo de estacas, logo quando se tem um grupo de estacas o recalque será
maior e a capacidade de carga será menor.
Figura 9 – Bulbo de pressões em estaca isolada e em grupo de estacas

Fonte: Campos (2015).

Conforme a NBR 6122 (ABNT, 2010) a carga resistente admissível ou de


projeto não pode ser superior à da sapata hipotética de contorno do estaqueamento.
Tal sapata é considerada à 1/3 acima da camada de apoio da estaca de apoio.

Figura 10 – Grupo de estacas e sapata hipotética

Fonte: NBR 6122(2010).

Tal consideração não se aplica à estacas inclinadas, com estas deve-se


calcular os devidos recalques e se fazer ensaios de prova de carga. Existem diferentes
métodos para se calcular a influência das estacas em grupo, com autores como:
Terzaghi e Peck que fazem as mesmas considerações normativas; Skempton que
propõe uma relação de cálculo de recalque de grupos de estacas em areias, dentre
outros, como Feld que criou uma relação matemática resultando nos seguintes
valores:

Figura 11 – Eficiência de carga para grupo de estacas de acordo com Feld

Fonte: Campos (2015).

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