Ascite Final 2
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TRIÂNGULO MINEIRO
HOSPITAL DE CLÍNICAS
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Título do MANEJO DE ASCITE E SUAS COMPLICAÇÕES - Emissão: 15/03/2021 Próxima revisão:
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NA SALA DE URGÊNCIA
SUMÁRIO
1 SIGLAS ..................................................................................................................... 3
2 OBJETIVOS............................................................................................................... 3
3 JUSTIFICATIVA......................................................................................................... 3
4 DEFINIÇÕES............................................................................................................. 3
4
5 HISTÓRIA CLÍNICA E EXAME FÍSICO........................................................................
4
6 EXAMES COMPLEMENTARES..................................................................................
8 CRITÉRIOS DE INTERNAÇÃO................................................................................... 9
9 CRITÉRIOS DE MUDANÇA TERAPÊUTICA................................................................ 9
10 CRITÉRIOS DE ALTA OU TRANSFERÊNCIA............................................................ 9
11 REFERÊNCIAS....................................................................................................... 9
9
12 HISTÓRICO DE ELABORAÇÃO/REVISÃO ..............................................................
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1. SIGLAS
ADA - Adenosina Deaminase
ATB - Antibioticoterapia
CH – Cirrose Hepática
DHA - Doença Hepática Avançada
DHGNA - Doença Hepática Gordurosa Não Alcoólica
DM – Divisão Médica
EH - Encefalopatia Hepática
EV - Endovenoso
GASA - Gradiente Albumina Sérica/Albumina Líquido Ascítico
HC-UFTM – Hospital de Clínicas da Universidade Federal do Triângulo Mineiro
LA - Liquido Ascítico
LR - Lesão Renal
PBE - Peritonite Bacterina Espontânea
PRT – Protocolo
TIPS - Shunt Porto-Sistêmico Intra-Hepático Transjugular
UTI - Unidade de Terapia Intensiva
2. OBJETIVO
Definir o manejo dos pacientes portadores de doença hepática avançada (DHA) descompensada
com ascite no Pronto Socorro Adulto/Setor de Urgência e Emergência do Hospital de Clínicas da
Universidade Federal do Triângulo Mineiro (HC UFTM).
3. JUSTIFICATIVA
A descompensação em forma de ascite na DHA é a manifestação mais comum nos pacientes
portadores de Cirrose Hepática (CH). Cerca de 5-10% dos pacientes descompensam com ascite ao
ano. A ocorrência de ascite impacta na vida social e acarreta diversas complicações como peritonite
bacteriana espontânea (PBE), restrições ventilatórias, hérnias. A descompensação em forma de
ascite reduz a sobrevida dos pacientes de 80% para 30% em 5 anos.
4. DEFINIÇÕES
DHA ou cirrose (CH): disfunção hepática crônica de diversas etiologias, sendo as mais comuns
em nosso meio as causas virais e alcoólica, mas uma causa que vem crescendo é a Doença Hepática
Gordurosa Não Alcoólica (DHGNA).
Ascite é uma descompensação da DHA que decorre do déficit de reabsorção de fluido pelo
sistema linfático, de absorção peritoneal e também pelo aumento da pressão hidrostática
intravascular decorrente da hipertensão portal, além do grande déficit proteico que estes pacientes
apresentam, reduzindo assim a pressão oncótica plasmática, proporcionando a formação de ascite.
Pode apresentar uma complicação muito comum que é a PBE, além também da ascite refratária e
o hidrotórax hepático.
PBE é uma infecção do líquido ascítico (LA) sem fonte intra-abdominal identificada; é a
principal infecção em DHA, sendo responsável por 25% dos casos e apresenta uma mortalidade de
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6. EXAMES COMPLEMENTARES
Paracentese diagnóstica e de alívio: é recomendada em qualquer paciente com DHA
admitido em serviço de urgência com ascite grau 2 ou 3, ou em qualquer causa de hospitalização de
cirróticos que teve piora da ascite ou outras complicações da CH. Auxilia na identificação da etiologia
da ascite e avaliação de PBE.
Análise do LA: é de grande valia para avaliação da etiologia da ascite e da presença ou não
de PBE. Na rotina deve-se avaliar a celularidade total e diferencial, proteínas totais, albumina,
glicose, DHL, bacterioscopia e cultura. Já a pesquisa de células neoplásicas, adenosina deaminase
(ADA), colesterol e triglicerídeos, amilase é opcional. O diagnóstico de PBE se dá com contagem de
neutrófilos acima de 250. A concentração de proteína total <1,5 g /dl é geralmente considerada
fator de risco para PBE. O cálculo do gradiente albumina sérica/albumina ascite (GASA) é útil quando
a causa de ascite não é imediatamente evidente, com GASA ≥ 1,1 g/dl indicando hipertensão portal.
Ultrassonografia de abdome: Auxilia na identificação de ascite grau 1, rastreio de
hepatocarcinoma, presença de pseudocistos. O doppler avalia presença de trombose da veia porta,
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Ascite refratária
O tratamento de escolha desde o diagnóstico é a paracentese de grande volume com
reposição de albumina 8g/l até o máximo de 100g de albumina/dia. Diuréticos devem ser suspensos
quando sódio urinário 24h < 30mmol/dia. O uso de betabloqueadores deve ser avaliado com
cautela, não sendo recomendado carvedilol ou doses altas de propranolol (>80mg/dia).
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Hidrotórax hepático
Na suspeita de hidrotórax hepático deve-se realizar a toracocentese diagnóstica,
principalmente para afastar infecção. A toracocentese de alívio deve ser feita em pacientes com
dispneia.
O tratamento com diuréticos também deve ser iniciado e manejado de acordo com a
resposta clínica aos medicamentos.
O TIPS pode ser uma opção para pacientes com sintomas recorrentes. A pleurodese pode
ser uma opção para pacientes refratários a paracenteses de grande volume e TIPS.
PBE
Tendo-se a suspeita diagnóstica deve-se iniciar antibioticoterapia (ATB) empírica precoce,
tanto na PBE comunitária (figura 1), como na hospitalar (figura 2). A profilaxia secundária (após um
episódio de PBE) e a profilaxia por outros critérios estão descritos na Figura 3.
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PBE hospitalar
Sim Não
Portador de CH
PBE prévia
Sim Não
Norfloxacino 400mg/dia ou
Ciprofloxacino 500mg/dia
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8. CRITÉRIOS DE INTERNAÇÃO
Pacientes com CH descompensada, com ascite pela primeira vez e/ou suas complicações devem ser
internados para investigação da causa da descompensação, sendo necessário o tratamento
específico, já detalhado nos itens anteriores, até a compensação do quadro.
Validação
Patrícia Naves de Resende, médica, Responsável Técnica da UPS Data: 06/01/2021
Wanderson Borges Tomaz, chefe da UPS e chefe do Setor de Urgência e Emergência substituto Data: 08/01/2021
Geisa Perez Medina Gomide, médica, especialista em gastroenterologia Data: 15/01/2021
Taciana Fernandes Araujo Ferreira, chefe da Unidade de Clínica Médica Data: 22/01/2021
Rodrigo Juliano Molina, chefe do Setor de Vigilância em Saúde e Segurança do Pacientes substituto Data: 10/02/2021