Petição Inicial de Concessão de Benefício Assistencial Ao Menor Portador de Deficiência

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EXCELENTÍSSIMO(A) SENHOR(A) DOUTOR(A) JUIZ(A) FEDERAL DA Xª VARA FEDERAL DA

SUBSEÇÃ O JUDICIÁ RIA DE CIDADE – UF

NOME DA PARTE, menor absolutamente incapaz,


representado neste ato por seu pai, Sr. XXXXXXXXXXXXXX,
ambos já cadastrados eletronicamente, vem, com o devido
respeito, perante Vossa Excelência, por meio de seus
procuradores, propor

AÇÃO PREVIDENCIÁRIA DE CONCESSÃO DE


BENEFÍCIO ASSISTENCIAL AO MENOR PORTADOR DE
DEFICIÊNCIA

Em face do INSTITUTO NACIONAL DO SEGURO SOCIAL (INSS),


pelos seguintes fundamentos fá ticos e jurídicos que passa a
expor:

FATOS

O Autor requereu, em DIA de MÊ S de ANO, junto à Autarquia Previdenciá ria, a concessã o de


Benefício Assistencial ao Menor Portador de Deficiência, que foi indeferido, por entender o INSS
que o Requerente nã o se enquadra no Art. 20, § 2º da Lei 8.742/93.

Entretanto, os documentos carreados nos autos demonstram que o Autor é acometido por
grave patologia, de cará ter psiquiá trico, e que em decorrência desta enfermidade ele possui
limitaçã o do desempenho das atividades compatíveis com a sua idade, restringindo a participaçã o
social e prejudicando sua inserçã o no mercado de trabalho, futuramente.
Ainda, analisando os documentos acostados nos autos, observa-se que o Autor vive em
situaçã o de risco e vulnerabilidade social, eis que a renda total é insuficiente para promover a
subsistência da família com dignidade, demonstrando, assim, o estado de miséria em que se
encontra.

Por esses motivos, a concessã o do benefício pretendido se faz imperativa.

Síntese sobre as condições pessoais da parte Autora:

1. Doença/enfermidade Graves Patologias Psiquiátricas

Apresenta desenvolvimento mental incompatível com


2. Limitaçõ es decorrentes da moléstia
a idade

Dados sobre o requerimento administrativo:

1. Nú mero do benefício XXX.XXX.XXX-X

2. Data do requerimento XX/XX/XXXX

3. Razã o do indeferimento Nã o enquadramento no Art. 20, § 2º da Lei 8.742/93.

FUNDAMENTOS JURÍDICOS

A pretensã o do Autor vem amparada no art. 203, inciso V, da Constituiçã o Federal de 1988, na
Lei 8.742/93 e demais normas aplicá veis. Tais normas dispõ em que, para fazer jus ao Benefício
Assistencial, o Requerente deve estar incapacitado para o trabalho ou ser pessoa com mais de 65
anos de idade, além de comprovar a impossibilidade de ter seu sustento provido pelo seu nú cleo
familiar.

Ademais, quando o pretendente ao benefício é criança ou adolescente, deve-se avaliar a


existência de deficiência e seu impacto na limitaçã o do desempenho das atividades e na
participaçã o social, compatível com a idade, sendo dispensá vel a aná lise da incapacidade laborativa.
Veja-se a jurisprudência do TRF da 4ª Regiã o:

PREVIDENCIÁ RIO. BENEFÍCIO ASSISTENCIAL. INCAPACIDADE. CRITÉ RIO ECONÔ MICO. O


benefício assistencial é devido à pessoa portadora de deficiência e ao idoso que comprovem
nã o possuir meios de prover a pró pria manutençã o ou de tê-la provida por sua família. Em
relação à criança com deficiência, deve ser analisado o impacto da incapacidade na
limitação do desempenho de atividades e na restrição da participação social,
compatível com a sua idade. Em relaçã o ao pressuposto econô mico, o art. 20, § 3º, da Lei nº
8.742/1993 - LOAS estabelecia que seria considerada hipossuficiente a pessoa com
deficiência ou idoso cuja família possuísse renda per capita inferior a ¼ do salá rio mínimo.
Entretanto, o Supremo Tribunal Federal, ao analisar os recursos extraordiná rios 567.985 e
580.963, ambos submetidos à repercussã o geral, reconheceu a inconstitucionalidade do § 3º
do art. 20 da Lei nº 8.742/1993, assim como do art. 34 da Lei 10.741/2003 - Estatuto do
Idoso, permitindo que o requisito econô mico, para fins de concessã o do benefício
assistencial, seja aferido caso a caso. (TRF4 5011377-79.2015.404.9999, Quinta Turma,
Relator p/ Acó rdã o (auxílio Paulo Afonso) Taís Schilling Ferraz, juntado aos autos em
27/10/2015, com grifos acrescidos)

Da Deficiência

Conforme se observa nos documentos em anexo, o Autor é acometido por doença psiquiá trica
grave, que prejudica o desempenho das atividades compatíveis com a sua idade, tão como
restringe sua participação plena e efetiva na sociedade.

A enfermidade que aflige o Autor constitui barreira ao seu desenvolvimento natural, afetando
até mesmo o exercício das tarefas escolares, ainda que em acompanhamento especializado. Disto
importa frisar que a sua inserçã o no mercado de trabalho quando da maioridade será bastante
difícil, pois estará em disparidade de condiçõ es na busca pelo labor com as demais pessoas,
apresentando importante déficit mental.

Deve-se atentar ao estima social ocasionado pela limitaçã o psiquiá trica imposta ao Autor,
porquanto nã o é difícil presumir o quã o discriminado ele seja, especialmente considerando a faixa
etá ria em que se encontra (treze anos), experimentando o ambiente escolar, fase da vida em que
traços como o apresentado sã o avaliados e rechaçados pelos demais, quando afrontam a
normalidade do grupo a que pertencem.
Evidente que a patologia que acomete o Autor impõ e imensas dificuldades de inserçã o e
participaçã o social. Se nã o realizado o tratamento adequado, futuramente o Demandante nã o só
verá frustradas eventuais buscas por emprego, como também será levado à marginalizaçã o social,
inegavelmente.

Logo, resta demonstrado o direito do Autor ao benefício pretendido, do ponto de vista médico.

Da Miserabilidade

De outra banda, se encontra igualmente satisfeito, no caso em apreço, o requisito econô mico.
Isto, pois o grupo familiar do Requerente é composto por sete pessoas: o Autor, seu pai, sua avó e
quatro irmãos (menores de idade). A renda total da família é oriunda UNICAMENTE dos valores
auferidos pela Sra. XXXXXXXXXXXXXXX, avó do Demandante, no valor de R$ 880,00, a título de
pensã o por morte (INFBEN anexo).

Ora, Excelência, é “gritante” a situaçã o de MISÉ RIA no caso em tela, haja vista que a família,
composta por sete integrantes, possui a verba irrisó ria de R$ 880,00 reais para sobreviver. Aliá s,
merece destaque o fato de o grupo familiar ser composto por cinco crianças/adolescentes, que
certamente merecem cuidados especiais, decorrentes de sua faixa etá ria. Se nã o garantidas as
condiçõ es necessá rias a uma vida digna, sem dú vida serã o prejudicados futuramente, arcando com
as consequência da marginalizaçã o ora vivenciada.

Ademais, cumpre salientar que a condiçã o de vulnerabilidade da família em nada colabora


para a saú de do Autor, que possui doença grave e nã o ostenta meios de subsidiar o tratamento
adequado, O QUE É IMPERATIVO, em face da já reiterada dificuldade de (futura) inserçã o no
mercado de trabalho.

Vale destacar o texto constitucional pertinente (com grifos):

Art. 203. A assistência social será prestada a quem dela necessitar,


independentemente de contribuiçã o à seguridade social, e tem por objetivos:
I - a proteção à família, à maternidade, à infância, à adolescência e à velhice;
II - o amparo às crianças e adolescentes carentes;
III - a promoção da integração ao mercado de trabalho;
IV - a habilitação e reabilitação das pessoas portadoras de deficiência e a
promoção de sua integração à vida comunitária;
V - a garantia de um salá rio mínimo de benefício mensal à pessoa portadora de
deficiência e ao idoso que comprovem nã o possuir meios de prover à pró pria manutençã o ou
de tê-la provida por sua família, conforme dispuser a lei.

Portanto, imperioso seja concedido o benefício de prestaçã o continuada ao Demandante, pois,


nã o somente ele apresente deficiência (nos termos da legislaçã o inerente à matéria), também vive
em estado de profunda e lastimá vel miséria, carecendo do devido amparo estatal.

Sendo assim, apó s a instruçã o processual, restará plenamente comprovado que o Autor
satisfaz todos os requisitos necessá rios à percepçã o do benefício pleiteado.

TUTELA DE URGÊNCIA

ENTENDE O AUTOR QUE A ANÁLISE DA MEDIDA ANTECIPATÓRIA PODERÁ SER MELHOR


APRECIADA EM SENTENÇA.

O Demandante necessita da concessã o do benefício em tela para custear a pró pria vida,
tendo em vista que nã o reú ne condiçõ es de prover seu sustento, nem tê-lo provido por sua família.

Por outro lado, vale ressaltar que os requisitos exigidos para a concessã o do benefício se
confundem com os necessá rios para o deferimento desta medida antecipató ria, motivo pelo qual,
em sentença, se tornará imperiosa a sua concessã o.

Assim, apó s a realizaçã o da perícia pertinente ao caso, ficará claro que o Requerente
preenche todos os requisitos necessá rios para o deferimento da antecipaçã o de tutela, tendo em
vista que o laudo socioeconô mico fará prova inequívoca do estado de miserabilidade, bem como o
laudo médico pericial nã o deixará dú vidas quanto à s moléstias incapacitantes, tornando, assim,
todas as alegaçõ es verossímeis. O periculum in mora se configura pelo fato de que se continuar
privado do recebimento do benefício, o Autor terá seu sustento prejudicado, tendo em vista o
cará ter alimentar do benefício.

PEDIDOS

EM FACE DO EXPOSTO, REQUER a Vossa Excelência:

1) O recebimento e o deferimento da presente peça inaugural;


2) O deferimento da Assistência Judiciária Gratuita, por ser o Autor pobre na acepçã o legal do
termo;

3) A citaçã o do Instituto Nacional do Seguro Social – INSS, para, querendo, apresentar defesa;

4) A produçã o de todos os meios de prova, principalmente a documental e a pericial;

5) O deferimento da Antecipação de Tutela, com a apreciaçã o do pedido de implantaçã o do


benefício em sentença;

6) O julgamento da demanda com TOTAL PROCEDÊNCIA, para que o INSS conceda o benefício
assistencial ao Autor, pagando as parcelas vencidas (a partir do requerimento administrativo) e
vincendas, monetariamente corrigidas desde o respectivo vencimento e acrescidas de juros
legais e morató rios, incidentes até a data do efetivo pagamento;

7) Em caso de recurso, a condenaçã o do Réu ao pagamento de custas e honorá rios advocatícios, eis
que cabíveis em segundo grau de jurisdiçã o, com fulcro no art. 55 da Lei 9.099/95 c/c art. 1º da
Lei 10.259/01.

Nesses Termos;
Pede Deferimento.

Dá à causa o valor1 de R$ XX.XXX,XX.

Santa Maria, 29 de Fevereiro de 2016.

NOME DO ADVOGADO
OAB/UF XX.XXX

1
Valor da causa = 12 parcelas vincendas (R$ XX.XXX,XX) + parcelas vencidas (R$ X.XXX,XX).

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