Apostila Desenho Basico
Apostila Desenho Basico
Apostila Desenho Basico
1. O que é desenho?
É o processo de criação visual com objetivo final. Um bom desenho mostra a melhor expressão visual
possível da essência daquilo que está representando.
Desde épocas muito antigas, o desenho é uma forma importante de comunicação. E essa comunicação
(representação gráfica) trouxe grandes contribuições para a compreensão da História, porque, por meio dos
desenhos feitos pelos povos antigos, podemos conhecer as técnicas utilizadas por eles, seus hábitos e até
suas idéias.
O homem pré-histórico marcou na rocha seres humanos, animais, plantas, elementos do seu mundo,
expressando de uma forma intensa as suas vivências.
Entre os tipos de desenho temos:
a) Desenho artístico ou de expressão
b) Desenho de resolução ou de precisão - a geometria descritiva
c) Desenho de representação ou técnico
Com a necessidade de um tipo de linguagem, que pudesse ser entendida em qualquer idioma, o
homem criou diversas técnicas gráficas, utilizando os desenhos. O homem sempre manifestando a
necessidade de comunicação uns com os outros e pressionado pela Revolução Industrial, foi criado o
DESENHO TÉCNICO - que passou a ser usado por engenheiros e técnicos, como linguagem universal
expressando e registrando idéias, assim como fornecendo dados necessários à produção de produtos
intercambiáveis.
Ao contrário do desenho artístico, que serve da paisagem, modelos ou simplesmente da imaginação,
o desenho técnico não só fornece a intenção do projetista como, também, dá informações exatas de todos os
detalhes existentes na criação.
A importância deste desenho no processo industrial é tanta que mesmo aquele que nunca venha a
desenhar deve ser capaz de ler e interpretar corretamente o seu conteúdo.
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O desenho técnico é uma forma de representação gráfica usada, entre outras finalidades, para ilustrar
instrumentos de trabalho, como máquinas, peças e ferramentas, por exemplo.
É também a linguagem universal para identificar um produto segundo sua forma gráfica. Pois,
representam corpos, formas, dimensões e o material de que são constituídos.
O desenho técnico deve transmitir com exatidão todas as características do objeto a ser representado.
Como uma linguagem, o desenho técnico deve ser EXATO (para ser compreensível), deve ser
CLARO e de FÁCIL INTERPRETAÇÃO pelos que dele se utilizarem.
Do mesmo modo que a língua, o desenho técnico está subordinado a regras, que são as “Normas
Técnicas”. Para garantir a exatidão do desenho técnico, o desenhista deve seguir as regras estabelecidas
previamente por estas Normas e assim todos os elementos do desenho serão normalizados.
Cada área – arquitetura e engenharia civil, mecânica e marcenaria, por exemplo, tem seu próprio
desenho técnico, de acordo com as normas especificas. Observe alguns exemplos nas figuras 01, 02 e 03:
Nesses desenhos, as representações foram feitas por meio de traços, símbolos, números e indicações
escritas, de acordo com normas técnicas. No Brasil, a entidade responsável pelas normas técnicas é a ABNT -
Associação Brasileira de Normas Técnicas.
As NORMAS TÉCNICAS são internacionais, foram estabelecidas em convenções para que os países
adotassem um só sistema de normas na fabricação de máquinas e nos projetos.
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Figura 04 - Prancheta Figura 05 – Régua Paralela Figura 06 – Régua “T”
n) Lápis / Lapiseiras: Os lápis e lapiseiras de desenho são sextavados para que sejam bem
presos entre os dedos e não rolem sobre a mesa. O grafite deve ser de grânulo fino e resistente
à ruptura, além disso deve ter traço uniforme e fácil de ser apagado.
As lapiseiras devem apertar o grafite de modo que não escorreguem para dentro ao se forçar
sobre o papel e não girar no desenho.
A ponta apoia-se diretamente sobre a face da régua ou do esquadro girando lentamente a fim
de obter um traço uniforme.
As especificações dos lápis de desenhos variam conforme sua dureza, e as lapiseiras,
conforme sua espessura, assim ambos variam conforme o tipo de linha:
Tipos de linhas Lápis Lapiseiras
Linhas grossas 2B e B 0,7 mm
Linhas médias HB 0,5 mm
Linhas finas 2H 0,3 mm
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2.1. Movimento dos esquadros, da régua paralela e da lapiseira no traçado de
linhas:
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3. Tipos de papel, formatos e dobramentos das folhas
Os tipos de papel mais utilizados em desenho são:
Papel comum – Papel branco ofício usado para esboço sem muita importância (sujeito a
melhoramentos).
Papel sulforizê – Papel rugoso, branco opaco ou amarelado, muito bom para trabalhar a lápis.
Utilizado para execução de esboços e anteprojetos. Recomendados para desenhos coloridos e
desenhos a lápis. São vendidos em rolo ou em folha padronizada. A reprodução por cópia
heliográfica pode ser prejudicada.
Papel vegetal – Papel semitransparente e seu peso varia de 50 a 120 g por m2. Empregado para
copiar desenhos executados sobre o papel sulforizê, à tinta nanquim com a finalidade de obter a
cópia original do projeto. Não pode ser dobrado . É o mais indicado para o desenho de projetos
por ser resistente ao tempo e por permitir correções e raspagens.
A partir dessa cópia pelo processo da heliogravura obteremos o número de cópias necessárias à
à aprovação. É vendido no comércio em rolos de 20 m de comprimento e largura de 1.10m ou
1.57m e também em folhas padronizadas nos formatos da ABNT, tendo as margens já impressas.
Papel heliográfico – Papel sensível à luz e nele se faz a impressão pelo processo de
heliogravura, cópias do original em papel vegetal, apresentado tonalidades de azul, marrom ou
preto. Uma de suas faces é tratada por processo químico e reage em presença do amoníaco .
Existem diversos tipos de papel heliográfico , do mais fino ao mais resistente .
Os projetos realizados através de recursos computacionais, são plotados em folhas sulfite e cortados
nos tamanhos adequados. Neste caso, as cópias podem ser coloridas ou não.
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Figura 15 – Formato básico de papel e suas derivações.
Para não
perfurar a
parte superior
nos formatos
A0, A1 e A2,
faz-se uma
dobra
triangular, para
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Figura 16 – Dobragem das folhas
4. Caligrafia técnica
As Letras e Algarismos - Contribuem para o bom aspecto do desenho, assim como o papel e o
dobramento das folhas. Devem ser: LEGÍVEIS, DE RÁPIDO TRAÇADO E UNIFORMES.
O traçado das letras pode ser no sentido vertical ou com uma inclinação de 65° a 75° com a horizontal.
Obs: No final desta apostila você encontrará alguns exercícios de caligrafia técnica.
ABCDEFHIJKLMNOPQRSTUVWXYZ
Exemplo de Letras Minúsculas:
abcdefhijklmnopqrstuvwxyz
Exemplos de Algarismos:
0123456789IVX
4.1. LEGENDAS
A legenda ou identificação na gíria profissional chama-se Carimbo , que tem a finalidade de
uniformizar as informações que devem acompanhar os desenhos . Os tamanhos e formatos dos carimbos
obedecem à tabela dos formatos A . Recomenda-se que o carimbo seja usado junto à margem, no canto
inferior direito (figura 18). Esta colocação é necessária para que haja boa visibilidade quando os desenhos
são arquivados. O carimbo deve possuir as seguintes informações principais, ficando, no entanto, a critério
do escritório, o acréscimo ou a supressão de outros dados:
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Figura 18 – Localização da legenda.
A legenda deve ficar no canto inferior direito nos formatos A0, A1, A2, A3, ou ao longo da largura da
folha de desenho no formato A4.
A legenda deve apresentar uma distribuição conveniente, não ultrapassando a largura de 175 mm.
Obs: Este é apenas um exemplo de legendas, em geral, cada projetista, engenheiro, arquiteto,
empresa, etc... cria o seu personalizado. Crie sua legenda e utilize-a em seus desenhos, assim, seu
projeto terá sua marca registrada!
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Normalmente, as legendas apresentam as seguintes dimensões:
Formatos L H
A0, A1, A2 175 mm Var. > 50 mm
A2, A3, A4 120 mm 35 - 50 mm
A4 90 mm 25 - 35 mm
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EXERCÍCIOS:
1) Desenhe as figuras abaixo à mão-livre:
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5.1. Traçados com instrumentos
1. Pegar uma folha de papel A3 ou A4, por exemplo, e fixar a mesma, alinhando-a com a régua paralela
ou régua “T” (figura 21).
2. A maneira de fixar a folha com a fita adesiva é muito importante, faça seguindo o exemplo abaixo.
3. Fixar a folha pelas pontas nas ordens de 1 a 4.
4. Alinhar a folha paralelamente à régua, no sentido horizontal, fixar as pontas 1 e 2 (conforme
desenho), após complementar a ordem 3 e 4. Dando uma pequena pressão nas pontas.
A maneira mais aconselhável de traçar: Cada traçado tem sua maneira própria de ser feito, para destro, a
linha horizontal deve partir sempre da esquerda para a direita, e a linha vertical de baixo para cima. Já para o
canhoto a linha horizontal sempre da direita para a esquerda, e a linha vertical de baixo para cima. As linhas
diagonais, para ambos, conforme for mais acessível – subindo ou descendo. Veja exemplo a seguir (Figura
22):
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6. Linhas – tipos de linhas
As linhas servem para melhor representar um desenho, são usadas linhas de vários tipos e espessuras
e seu conhecimento e usos corretos são indispensáveis para a interpretação de desenhos.
As linhas quanto a espessura, classificam-se em grossas, médias e finas.
Fixada a espessura da primeira, para um desenho, a espessura da segunda será a metade e a da última
será a metade da segunda. A espessura da linha grossa deve ser proporcional ao tamanho do desenho.
Tipos de linhas e sua utilização:
Tipo Emprego
Linha de ruptura
Descontinuidade
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Nas concordâncias, o ponto de concordância não deve ser percebido.
Ao se concordar uma reta com uma curva, esta deve ser traçada
primeiro para facilitar a concordância.
Linhas de referência – São empregadas para representar alguma observação em relação a edificação.
Traçada erm linha fina inclinadas de preferência a 60° em relação a horizontal, terminadas em setas que
tocam a linha a qual se referem.
Linha de referência
Quando houver superposição de linhas no desenho, deve-se representar apenas uma delas, obedecida a
seguinte ordem de precedência: arestas visíveis, arestas invisíveis, linhas de corte, linhas de centro e linhas
de extensão.
7. Escala
7.1. Escala Numérica - é a relação que existe entre o tamanho do desenho de um objeto
e o seu tamanho real.
A necessidade de usarmos a escala surgiu com a impossibilidade de apresentarmos os objetos em
verdadeira grandeza, cujas dimensões eram muito grandes ou pequenas, existindo a necessidade de
guardar as proporções entre as medidas apresentadas no papel com as medidas que apresentam as
dimensões reais. Imagine você representar graficamente uma casa com suas dimensões reais em um
papel de tamanho A4 por exemplo!!!!
No desenho técnico, todo objeto deve ser desenhado o mais proporcional possível, isto é, toda medida
de determinada peça, contida no desenho, deverá manter uma certa relação com a medida do objeto
real.
Escala é a relação entre o tamanho de uma dimensão no desenho e a sua respectiva medida real.
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Por exemplo, um objeto em forma de placa quadrada tendo 50 cm de lado é representado num desenho por
um quadrado com 20 mm de lado. Neste caso, dizemos que a escala do desenho é:
Esta então é uma escala de redução. Por outro lado, quando o desenho e o objeto têm o mesmo
tamanho, a escala é dita natural. A NB-8 recomenda as seguintes escalas:
- Para redução 1:2; 1:2,5; 1:5; 1:10; 1:20; 1:25; 1:50; 1:100; 1:200; 1:500; 1:1000; 1:2000; etc.
- Para ampliação 2:1; 5:1; 10:1; 20:1; etc.
Notação da
Tipo de escala Emprego
escala (ABNT)
Nos desenhos de construção civil, as escalas são quase sempre, de redução, e para detalhes pode-se chegar
a usar escalas naturais.
1/10 = Numa escala de 1:10, toda a peça foi reduzida a uma décima parte da sua medida real.
1/50 = Numa escala de 1:50, toda a peça foi reduzida 50 vezes em relação ao tamanho natural.
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2) Fator de ampliação – forma x/1, onde x é o fator de ampliação.
10/1 = Significa que numa escala de 10:1, a peça foi ampliada dez vezes em relação ao seu tamanho real.
50/1= Significa que numa escala de 50:1, a peça foi ampliada cinqüenta vezes em relação ao tamanho natural.
A escala deve constar na legenda, obrigatoriamente. Quando numa mesma folha houver
desenhos com várias escalas, elas devem ser indicadas em cada um deles.
O exemplo significa que cada (1) unidade do desenho corresponde a 100 unidades reais, ou seja, 1 cm do
desenho corresponde a 100 cm reais (1 metro).
Usam-se as seguintes notações: Escala 1/20 ou Escala 1: 20. A palavra "escala" pode ser escrita abreviada
- Esc. 1:20
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2) Para uma escala de 1:50, que tamanho teria uma casa de 15,00 por 25,00?
3) Qual a medida real de uma porta que tem uma distância gráfica de 3,2cm e está representada na escala
1:25?
Med.des. = medida do objeto , então: 3,2cm = x = 80cm
fator de redução 25
Lembretes:
- A escala diz respeito apenas ao tamanho do desenho, é na cotagem que colocaremos suas medidas reais.
- Não existe escala nas medidas angulares, apenas nas lineares.
- A escala pode mudar, mas as medidas reais NUNCA MUDAM.
e assim sucessivamente...
Exercícios
1. Represente 20mm nas escalas 1:5, 1:1 e 2:1:
2. Para uma escala 2:1, que tamanho teria uma peça de 2,5 x 5,0 cm?
4. Qual a escala que se encontra uma medida representada na distância por 6cm e tem distância real de 3m?
5. Em que escala foi desenhada uma janela com 1,50 m, sabendo que o desenho está com 3 cm?
a - 1 :50 b - 1:20 c - 1:5 d - 1:100
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6. Complete as lacunas com os valores correspondentes:
7. Qual a largura real de um terreno, sabendo que sua planta está representada com 20cm e a escala indicada
é de 1:200?
a - 4000 m b - 40 m c - 40 cm d - 400 m
8. Qual a escala que devemos indicar na planta de uma cozinha com cotas 3 x 3 metros, sabendo que essas
dimensões correspondem a 12 x 12 cm na régua?
a - 1:20 b - 1 :25 c - 1 :200 d -1 :250
9. Deseja-se representar a escala gráfica de uma planta. Se a escala numérica é de 1:125, cada metro nessa
escala terá dimensão de:
a - 80 mm b - 8 cm c - 8mm d - 0,08cm
10. Desenhar as peças que seguem na escala indicada e seguindo as regras de cotagem:
ESCALA 2: 1 ESCALA 1: 1
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