Santo Afonso Maria de Ligorio - Como Sera o Inferno
Santo Afonso Maria de Ligorio - Como Sera o Inferno
Santo Afonso Maria de Ligorio - Como Sera o Inferno
será o inferno?
Santo Afonso de Ligório
1988
McCormick, C.SS.R.
Provincial, Provı́ncia de St. Louis
, 15 de junho de 1959
E. Ritter
Arcebispo de St. Louis
, 24 de junho de 1959
“ E vi um grande trono branco e um sentado sobre ele, de cuja
presença fugiram a terra e o céu, e não se achou lugar para
eles. E eu vi os mortos, grandes e pequenos, em pé na presença do
trono, e os livros foram abertos, que é o livro da vida; e os mortos
foram julgados por aquelas coisas que estavam escritas nos
livros, de acordo com suas obras. . . E todo aquele que não foi
achado inscrito no livro da vida, foi lançado na piscina de fogo . ”
O mais famoso dos iló sofos pagã os nã o hesitou em ensinar que
existe na outra vida um Cé u e um Inferno. Xenofonte e Só crates, por
exemplo, observaram que, "Há recompensas para aqueles que agradam
a Deus e puniçõ es para aqueles que O desagradam." Os mesmos
sentimentos sã o expressos por Platã o, Plutarco e outros. Embora me
abstenha de citar passagens desses iló sofos, não posso ignorar duas
belas passagens do grande orador Cı́cero. No primeiro, ele exclama: “Não
desejo ter parte com aqueles que recentemente começaram a
ensinar que as almas morrem junto com os corpos e que tudo é
destruı́do pela morte. De muito mais peso para mim é a autoridade dos
antigos iló sofos e de nossos pró prios ancestrais. Eles prestavam
homenagem religiosa aos mortos e consideravam que sua entrada no
Cé u deveria ser facilitada para todo homem bom e justo. ” A segunda
passagem é ainda mais objetiva: “Essas almas, que foram manchadas
pelos vı́cios desta vida, seguirã o o caminho falso que as separa da
companhia dos deuses; por outro lado, aqueles que se preservaram
puros e castos, encontrarã o fá cil acesso à divindade, a fonte de sua
existê ncia. ”
Entre as fá bulas dos povos pagã os, inú meros sã o os contos que,
embora ictı́cios, atestam a crença dessas pessoas na existê ncia de um
lugar de puniçã o na vida futura. Para nó s, cristã os, no entanto, essa
crença dos antigos pagã os e de seus iló sofos é apenas um argumento
que a fundamenta. Pois temos a palavra do pró prio Deus, atestando a
existê ncia do Inferno em inú meras passagens da Sagrada Escritura.
Dores do Inferno
Fogo do inferno
Remorso de consciência
Alé m disso, diz Estius, assim como Deus buscará a satisfaçã o dos
bem-aventurados fazendo-lhes saber o que nos diz respeito, e
especialmente o que lhes diz respeito de maneira especial, como as
nossas oraçõ es dirigidas a eles, por outro lado os condenados
permanecerã o ignorantes de tudo o que nos diz respeito, porque sã o
completos estranhos à Igreja.
Por causa dessa má vontade dos condenados, a pergunta pode ser
feita: 'O maldito deseja que todos os homens sejam condenados?' Sã o
Tomá s responde a irmativamente, por causa do ó dio que os ré probos
tê m por todos os homens. Mas aqui se apresenta uma di iculdade. A
medida que aumenta o nú mero de condenados, a puniçã o de cada
indivı́duo é agravada: como, entã o, eles podem desejar um aumento de
tormento para si mesmos? Santo Tomá s diz que é tal o seu ó dio e inveja
que prefeririam sofrer mais cruelmente com muitos outros do que
sofrer menos sozinhos. E pouco importa para eles que entre aqueles
cuja perda eles desejam estejam alguns a quem eles amaram durante a
vida. Pois o Santo Doutor observa que toda afeiçã o que nã o se baseia no
amor de Deus se desvanece facilmente; caso contrá rio, a ordem da
justiça e do direito seria invertida no Inferno.
Ódio de deus
Essas puniçõ es dos ré probos, que temos considerado, durarã o para
sempre. Esta doutrina da eternidade dos castigos do Inferno foi
primeiro negada por Orı́genes, e mais tarde pelos Socinianos e um
grande nú mero de Protestantes. Orı́genes, no entanto, foi condenado
pelo Segundo Concı́lio Ecumê nico de Constantinopla e, em geral, por
todos os Padres da Igreja.
E inú til objetar que nã o parece apenas in ligir uma puniçã o eterna
por um pecado que dura apenas um momento. Para Santo Agostinho, a
puniçã o nã o é medida pela duraçã o de uma falta, mas por sua
gravidade. Mesmo nos tribunais de justiça aqui na terra, a pena de
morte é imposta sobre alguns crimes que sã o cometidos em um
instante.
O Angelic Doctor acrescenta que é justo que o castigo nã o deve
cessar enquanto a falta nã o cesse. Ora, uma falha que permanece
eternamente só pode ser perdoada pela graça de Deus, que o homem
nã o pode adquirir depois da morte. Como vimos acima, a vontade dos
condenados é obstinada no mal. Portanto, ele continua a amar seu
pecado ao mesmo tempo em que se submete à puniçã o. Como, entã o,
Deus pode livrá -lo de seu castigo, enquanto ele continua a amar sua
falta? Como Deus pode perdoar seu pecado, enquanto o condenado está
endurecido em seu ó dio por Deus, se ao mesmo tempo o Senhor
ofereceu perdã o e amizade, o condenado recusou tanto um como o
outro?
Nem se pode objetar, como fazem alguns hereges, que é contrá rio à
bondade e misericó rdia de Deus ver uma de Suas criaturas sofrer
eternamente com tais castigos terrı́veis no Inferno. Pois, como Sã o
Tomá s observa, Deus deu testemunho superabundante de Sua bondade
e misericó rdia para com os homens. Vendo todos os homens perdidos
pelo pecado de Adã o e seus pró prios pecados, que grande bondade Ele
nã o manifestou ao descer do Cé u à terra para se tornar homem, na
resistê ncia de uma vida pobre, humilde e a lita, derramando a ú ltima
gota de Seu Sangue em meio a tais tormentos terrı́veis sobre uma forca
infame? Que maior prova de Sua bondade Ele poderia ter dado aos
homens do que deixar-lhes Seu pró prio Corpo e Sangue no Santı́ssimo
Sacramento do Altar, para que ali encontrassem alimento para suas
almas e, por este meio, preservassem e aumentar suas forças
espirituais até a morte, apó s o que, encontrando-se mais intimamente
unidos a Deus, eles podem entrar no cé u, para desfrutar eternamente a
vida dos bem-aventurados?
A paciência de deus
Ah! Certamente, no dia do julgamento, o Senhor fará conhecido ao
mundo inteiro quantas misericó rdias, quantas luzes, quanta ajuda Ele
dispensou a cada homem durante sua vida! E os numerosos ingratos,
que, apesar de tais favores, mereceram tais castigos, com que paciê ncia
Ele nã o os perseguiu, com que amor Ele nã o implorou que se
arrependessem? Se, apesar de tais favores, ainda nã o renunciaram à s
suas paixõ es e prazeres terrenos, desejaram viver e morrer separados
de Deus, abandonando-se voluntariamente à sua ruı́na eterna, como se
pode dizer que Deus nã o manifestou Sua misericó rdia e bondade para
com eles ?
Em vez de declarar que as puniçõ es do Inferno nã o sã o eternas,
alguns hereges inventaram outra opiniã o, sustentando que as puniçõ es
do Inferno serã o diminuı́das depois de um tempo ou interrompidas
momentaneamente. Mas esta opiniã o é expressamente contrá ria à s
Sagradas Escrituras. Isaias, por exemplo, falando dos ré probos,
proclama: “Seu verme nã o morrerá e seu fogo nã o se apagará ”. ( Is .
66:24). E na sentença pronunciada contra eles no Juı́zo Final, Jesus
Cristo lhes dirá : “Apartai-vos de mim, malditos, para o fogo eterno”.
Nesse momento, Lú cia disse em voz alta: “Sim, ela quer que as
pessoas rezem o Rosá rio. As pessoas devem recitar o Rosá rio. ” O rosto
da Senhora icou entã o muito sé rio e ela disse: “Sacri ique-se pelos
pecadores e diga muitas vezes, especialmente quando izer algum
sacrifı́cio: 'O meu Jesus, isto é por amor a Ti, pela conversã o dos
pecadores e em reparaçã o pelos ofensas cometidas contra o Imaculado
Coraçã o de Maria. - Com essas palavras, ela abriu as mã os sobre as trê s
crianças mais uma vez e a luz que emanava delas parecia penetrar na
terra, e as crianças tiveram uma visã o do Inferno. Lú cia gritou de terror,
invocando Nossa Senhora. “Podı́amos ver um vasto mar de fogo”, ela
revelou muitos anos depois. “Mergulhados nas chamas estavam
demô nios e almas perdidas, como se fossem carvõ es em brasa,
transparentes e negros ou cor de bronze, em forma humana, que
lutuavam na con lagraçã o, carregados pelas chamas que deles
emanavam, com nuvens de fumaça, caindo por todos os lados como
faı́scas caem em uma grande con lagraçã o sem peso ou equilı́brio, em
meio a gritos e gemidos de tristeza e desespero que nos horrorizou e
nos fez tremer de medo. Os demô nios podiam ser distinguidos por
formas horrı́veis e repulsivas de animais, assustadores e
desconhecidos, mas transparentes como carvõ es negros que icaram
em brasa. ” Cheios de medo, os ilhos ergueram os olhos suplicantes à
Senhora, que lhes disse com indizı́vel tristeza e ternura: “Vistes o
Inferno para onde vã o as almas dos pobres pecadores. Para salvá -los,
Deus deseja estabelecer no mundo a devoçã o ao meu Imaculado
Coraçã o. Se as pessoas izerem o que eu peço, muitas almas serã o salvas
e haverá paz. ”
Lú cia a irmou mais tarde que embora a visã o durasse “apenas um
instante”, ela sentiu que eles teriam morrido de medo e terror se Nossa
Senhora já não tivesse prometido levá-los para o Céu.