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Hale - K. Webster

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K.

Webster
Abril/2019

K. Webster
K. Webster
Ele é tudo para mim.

Eu morreria sem ele.

Porque ele me afeta.

Meu irmão.

Ele está dentro da minha mente.

Meus pensamentos são obscuros e cheios de mágoa.

Distorcidos e errados.

Um segredo que me come viva, mas que vou levar para o túmulo.

E então acontece.

Ele enxerga dentro de mim.

Compreende a escuridão.

Ama o que encontra.

Eu sou contagiosa.

É verdade.

Agora, ele também está doente.

K. Webster
“Foram os olhos. O segredo do amor estava nos olhos, na
maneira como uma pessoa olhava para a outra, a forma como os
olhos se comunicavam e falavam quando os lábios nunca se
moviam.”
—Vc Andrews, O Jardim dos Esquecidos.

K. Webster
DEDICATÓRIA
Para a minha outra metade... Eu amo você, pagão.

K. Webster
Atenção
Este livro é uma história de amor épica, sentimental e forte...
Entre um irmão e uma irmã.
Muitos não serão capazes de lidar com isso.
Mas se eu não contar a história deles, quem fará isso?

K. Webster
PRÓLOGO
Hudson
Dezoito anos de idade…

“Você vai”, mamãe dispara, com seus olhos verdes brilhando


de fúria. “Eu não quero ouvir outra palavra sobre esse assunto.”
Contraio o queixo e olho de volta para ela. “Eu sou um
homem crescido, mãe.”
Sua sobrancelha marrom arqueia em desafio. “E eu ainda sou
sua mãe. Não quero que você jogue fora seu futuro por uma garota
qualquer.”
Rylie está quieta na sala de estar enquanto manda uma
mensagem para alguém e sabiamente não se junta ao debate. Aos
quatorze anos, minha irmã gosta de dar sua opinião como se fosse
importante. Mas não importa, porra.
“Mas Amy e eu vamos nos casar. Eu a amo”, digo a mamãe,
passando os dedos pelo cabelo em frustração.
O olhar da mamãe suaviza quando se aproxima. Aos trinta e
oito anos, ainda é jovem e bonita. Grandes olhos verdes que são
iguais aos meus. Seus lábios pintados em um vermelho fosco da
moda. “Seu pai e eu nos casamos quando eu tinha apenas dezoito
anos”, diz ela, com os lábios se curvando em um meio sorriso
enquanto pensa em meu pai.
“Exatamente”, suspiro. “E vocês se amam. Pode ser assim
entre eu e a Amy.”
Ela abaixa a voz. “Eu quero mais do que isso para você, no
entanto. Mais do que isso.” Ela acena para a velha cozinha da casa
que ela e papai alugaram. “Três meses e depois você estará
formado no ensino médio. Você tem uma bolsa esportiva integral

K. Webster
para a Universidade do Arkansas. Uma das melhores equipes para
jogar beisebol universitário, Huds. Não jogue tudo isso fora. Amy
ainda estará aqui quando você terminar. Então, você poderá se
casar com ela e começar a vida depois de ter um diploma
universitário em seu currículo. Você não quer mais do que isso?”
Com isso, ela quer dizer que está sempre lutando para
sobreviver. Ela trabalha longas horas no cabeleireiro e papai ferra
suas costas trabalhando horas extras a cada semana na oficina
mecânica. Eles estão endividados até o pescoço e estão tentando
criar dois filhos. Um deles tem necessidades psicológicas que
exigem terapeutas, que mal podem pagar e outro joga beisebol no
ensino médio para a equipe da escola. Somos dispendiosos e, no
entanto, eles fazem o que podem para nos sustentar.
Seus olhos verdes cor de jade estão cheios de lágrimas e culpa
come minhas entranhas. Todos os treinos que ela me levou ao
longo dos anos. Todo o equipamento de beisebol, uniformes e
viagens que ela e papai não tinham dinheiro, mas de alguma
forma conseguiram bancar. Minha carreira inteira no beisebol não
seria possível sem mamãe e papai.
“Eu simplesmente a amo” digo, tentando de novo, mas meu
argumento é mais fraco.
“Mas você não pode pelos próximos quatro anos. Quero que
experimente a vida um pouco. Então, se Amy e você ainda
estiverem juntos, desejo-lhe o melhor.”
Amy ficará chateada. Na noite passada, eu passei o Dia dos
Namorados com ela e prometi que não iria embora quando nos
formarmos. Ela estava fodidamente triste. Quebrou meu coração.
É por isso que lhe fiz a promessa de não ir para a faculdade,
quando ela me pediu para ficar.
Não importa o que eu faça, os sentimentos de alguém sairão
feridos.
Mas minha mãe está certa. Sem faculdade, como serei capaz
de comprar à Amy uma bela casa e todas as coisas que ela está
acostumada? Ao contrário de nossa família, Amy vem da riqueza.

K. Webster
O pai dela é um advogado de família e sua mãe é proprietária de
uma boutique no centro de Columbia, Missouri. Enquanto dirijo
uma picape caindo aos pedaços que meu pai ajudou a reformar,
Amy dirige um Honda Accord novo. Nosso amor não vai comprar
coisas legais para a gente. Um diploma universitário sim.
“Ok,” admito, odiando a palavra quando ela sai da minha
boca.
Ela caminha até mim e me abraça apertado. “Bom menino.
Meu bom, bom menino. Sempre toma a decisão certa no final.
Você tem uma boa cabeça sobre seus ombros, como seu pai.”
Eu me afasto dela e aceno com a cabeça. “Preciso dar a
notícia a Amy.”
“Claro.” Ela me dá um sorriso encorajador. “Você está fazendo
a coisa certa.”
Então, por que parece tão errado?

K. Webster
CAPÍTULO 1
Hudson
Três anos mais tarde...

“Hale!” Treinador Brass grita. “Meu escritório. Agora.”


Eu gemo e meu amigo Nick ri ao meu lado enquanto nos
vestimos. Os vestiários fedem a um bando de malditos caras
suados que acabaram de se matar em campo. Estamos todos um
pouco enferrujados depois de umas longas férias de inverno, mas
cada um está pronto para o treinamento de primavera. Esta
temporada nós vamos esmagar o Estado da Flórida.
“Ele provavelmente vai chutar sua bunda por correr como
uma menininha,” Nick diz e me cutuca com o cotovelo. Eu quase
deixo cair o telefone que está vibrando sem parar.
“Ainda fiz melhor que o seu tempo” digo a ele com um sorriso,
embolsando o telefone sem olhar. Amy sabe que tenho treino hoje.
Eu não entendo por que ela está ligando no meu celular.
“Tanto faz.” Ele balança a cabeça. “Nós ainda vamos sair hoje
à noite? Caitlin disse que vai nos deixar entrar de graça.”
Porque Caitlin quer suas bolas.
E a amiga dela, Jada, do bar, quer as minhas.
A última vez que fomos, fiquei tão bêbado com os shots que
as garotas trouxeram, que quase estraguei tudo com Amy. Jada
tirou a blusa, sentou no meu colo e enfiou sua língua na minha
garganta antes de finalmente me levantar e empurrá-la para
longe.
Relacionamentos de longa distância são muito difíceis.

K. Webster
Eu sempre vejo Amy quando faço a viagem de quase cinco
horas para o norte, indo de Fayetteville para Columbia. Nós
passamos noventa por cento do nosso tempo juntos fodendo e
compensando os momentos perdidos. Mas entre esses momentos,
alguns fins de semana por semestre, fico sozinho. Nossas
conversas no FaceTime geralmente terminam com ela fazendo com
que me sinta culpado de alguma forma. Às vezes ela pode ser tão
chata.
“Hale!” Brass grita. “Eu disse agora!”
Seu tom é agudo e não como aquele que usa para brincar no
campo de beisebol. Isso me deixa nervoso.
“Indo, Treinador” grito de volta e fecho a bolsa. Eu a coloco
no ombro e atravesso o vestiário até o escritório, onde ele está
andando pra lá e para cá. Ele está de costas para mim e passa as
duas mãos pelo cabelo curto.
Porra.
Estou em apuros?
“Sente-se meu filho” diz ele, com a voz ligeiramente sufocada.
Filho?
Algo me diz que isto não é sobre beisebol. Meu trabalho, será?
Tenho trabalhado na empresa de contabilidade da Sra. Brass nos
dias que não tenho treino. Desde que me formei em Finanças, sou
seu estagiário e ganho um pouco de dinheiro no processo. Estou
economizando para dar a Amy um anel de noivado.
“Eu estava doente na sexta-feira passada,” minto. “Se
estraguei o retorno de alguém, é porque estava doente.” Na
verdade, estava cuidando da ressaca e da montanha de
arrependimento que sentia por ficar com uma garota que não era
minha namorada.
Ele se vira e me olha com tristeza brilhando nos olhos. Eu
caio na cadeira, odiando sua expressão.
“Treinador…”

K. Webster
“Você já falou com sua irmã, Hudson?”
Hudson?
O treinador sempre me chama de Hale.
Porra, isso não é bom.
Franzo as sobrancelhas em confusão. “Rylie? Não, por quê?”
“Filho...” Ele faz uma pausa e dor se reflete em seus olhos.
Pena, até. “Ela está tentando te ligar. Por isso, me ligou.”
O que ela disse a ele?
Irritação ferve dentro de mim. Minha irmã às vezes é tão ruim
quanto Amy. Sempre querendo saber quando vou voltar para
casa. Resmungando com a mamãe sobre a escola ou de qualquer
outra coisa que uma garota de 17 anos reclama. Ela é uma pessoa
que quer atenção e quando meus pais não dão, exige isso de mim.
Nesses momentos, fico feliz por ter saído do Missouri. “Não, o que
ela quer?” Gemo de frustração.
O Treinador se senta no canto da mesa e seu pomo de adão
se meche quando ele engole. “É sobre seus pais.”
“O que sobre eles?” Bile sobe até minha garganta, mas
engulo.
Ele aperta o topo do nariz e balança a cabeça. Seu nariz fica
ligeiramente vermelho e suas narinas inflam. “Eles...” Lágrimas se
formam em seus olhos enquanto engole sua emoção. “Desculpe
meu filho, mas não há maneira fácil de dizer isso. Eles morreram
em uma colisão frontal esta tarde.”
Pisco para ele em confusão. “O que?”
“Eu sinto muito, Hudson.”
“Rylie está apenas inventando besteiras de novo,” digo
quando me levanto da cadeira.
Ele balança a cabeça enquanto se levanta e caminha até mim.
Sua mão toca meu ombro e ele aperta. “Você precisa... você

K. Webster
precisa ligar para sua irmã.” Então, faz uma careta, piscando as
lágrimas. “Vá para casa. Leve o tempo que precisar. A equipe e
eu... nós estaremos aqui para você.”
Isso não é real.
Isso não é real.
Puxo o telefone do bolso, ignoro todas as chamadas perdidas
e mensagens de cada maldita pessoa que conheço. Em vez disso,
chamo a mamãe.
“Oi, não estou disponível para atender sua ligação no
momento. Se quer agendar um horário para corte e pintura de
cabelo no especial de dia dos namorados, deixe uma mensagem e
entraremos em contato com você.”
Ele emite um sinal sonoro e eu rosno: “Diga a Rylie para
parar. Me ligue de volta.”
“Hudson...” o Treinador começa, mas aceno enquanto ligo
para o papai.
Sua voz profunda, que soa muito parecida com a minha,
ressoa através da linha. “Deixe um recado.”
“Pai, Rylie está fazendo merda. Me liga.”
Desligo e o telefone toca na minha mão.
Rylie.
Enfurecido, demoro a atender. “Qualquer que seja a merda
que você...”
Um soluço alto e feio soa no meu ouvido. De coração partido.
Apavorado. Alma quebrada. Lágrimas instantaneamente
queimam meus olhos enquanto balanço a cabeça.
“N...Não” sufoco.
“P...Papai está...” Rylie se interrompe enquanto engasga com
as lágrimas. Meu coração dispara quando minhas próprias

K. Webster
lágrimas escorrem pelo rosto. “Ele e m-mamãe... e-estão m-
mortos.”
“Não, Rylie” eu sussurro. “Não.”
Ela só chora. “Eu n...não sei o...o que fazer.”
Limpo minhas bochechas com as costas da mão. “Ligue para
tia Becky e tio Randy. Estou a caminho.”
“Ok,” ela murmura.
Desligo e olho atordoado para meu treinador. “Eles estão
mortos.”
Ele me puxa para um abraço. Eu nunca abracei esse homem
na minha vida, mas me agarro a ele enquanto meu mundo
desmorona debaixo dos meus pés. Como se ele tivesse o poder de
consertar isso.
A verdade é que ninguém pode consertar isso.
Quando os soluços aflitos param de me sacudir, encontro
forças para me afastar e olhar para o treinador. Seu rosto está
vermelho brilhante e suas bochechas, manchadas de lágrimas.
Imagino que a dor também esteja escrita da mesma maneira no
meu rosto.
“Preciso ir,” falo meio rouco, limpando s lágrimas com a
palma da mão.
Seus lábios se apertam em uma linha firme. “Leve o tempo
que você precisar, filho.”
Eles estão mortos.
Eles estão mortos, porra.

Estaciono na garagem quase uma da manhã. A caminhonete


de papai está na calçada, mas a da mamãe está desaparecida. O
Lexus de tia Becky está estacionado atrás do carro de papai. Saio
com as pernas trêmulas e caminho em direção a casa.

K. Webster
Estou entorpecido.
Nem acredito mesmo nisso.
Uma parte de mim espera que seja um dos jogos estúpidos
de Rylie. Que vou entrar e papai estará dormindo no sofá,
roncando alto. Mas quando entro pela porta da frente da casa que
cheira aos biscoitos da mamãe, não vejo o papai. Vejo a cabeça de
Rylie no colo da tia Becky. O rosto da tia Becky está vermelho de
tanto chorar e seu cabelo está desgrenhado.
É real.
Os olhos de Rylie se abrem e quando me vê, ela sai do sofá.
Eu quase sou derrubado pela minha irmãzinha enquanto ela me
abraça ferozmente. Eu a aperto contra mim, a emoção trancada
no meu peito escapa com um soluço irregular. Juntos choramos
a perda de nossos pais.
Desde que Rylie era uma criança, sempre foi minha
irmãzinha chata. Quando ficou mais velha e começou a ter
problemas, nos afastamos ainda mais. Parecia que ela estava
sempre tentando dificultar a vida de mamãe e papai. Enquanto eu
estava trabalhando duro para facilitar as coisas para eles, ela
estava perturbando-os a cada passo.
Mas nada disso importa no momento.
Agora, tudo o que nos resta é o outro.
Tia Becky se levanta do sofá e se aproxima de nós. Ela nos
abraça, sussurrando garantias como: “Tudo vai ficar bem,
crianças.”
Vai?
Meu coração com certeza não se sente assim.
“Isso é um sonho ruim?” Rylie pergunta, inclinando a cabeça
para cima. Seus olhos castanhos claros são a réplica exata dos de
papai. Faz meu coração doer ao vê-los.
“Não, Ry. Eu sinto muito.”

K. Webster
Mais lágrimas rolam por suas bochechas e ela enterra o rosto
no meu peito. Tudo o que posso fazer é abraçar minha irmã e
esperar que tia Becky esteja certa.

K. Webster
CAPÍTULO 2
Rylie
Quatro dias mais tarde...

Olho para seus corpos. Primeiro mamãe e depois papai. Eles


se parecem com pessoas de cera. Irreal. Papai tem bochechas
rosadas, pelo amor de deus. Se ele soubesse que a funerária
colocaria maquiagem nele, perderia a cabeça. O pensamento dele
sentado e limpando o rubor de suas bochechas me faz rir.
De forma inadequada.
“Rylie” adverte Hudson, com irritação em seu tom.
Ele fica perto do caixão da mamãe e ajusta o cabelo dela para
que a franja não caia nos seus olhos fechados. Ela não se parece
com ela mesma também. A maneira como eles estilizaram o cabelo
dela é uma lembrança de algum vídeo musical ruim dos anos
oitenta. Se ela já não estivesse morta, morreria de um enfarte.
Rio novamente.
“Rylie” meu irmão sussurra, atirando-me um olhar
penetrante.
Engulo as risadas porque as pessoas estão chegando para ver
os corpos. Em que tipo de sociedade doente vivemos onde isso é
uma coisa? Mamãe e papai nem parecem às pessoas que
conhecíamos e amamos. E, no entanto, aqui estamos olhando
para seus cadáveres imóveis e sussurrando coisas que não podem
ouvir.
É estupido.
Onde você está, papai? Onde você foi quando deixou este
corpo?

K. Webster
Minhas perguntas ficam sem respostas. É sempre assim.
“Como você está?” Uma voz doce pergunta.
Sem olhar para cima, sei que a voz pertence à Amy Kent. A
namorada de longa data do meu irmão. Seu perfume enche
minhas narinas e tento não estremecer.
“Estou bem,” respondo e finalmente olho para ela.
Seu cabelo loiro brilhante está torcido em um coque modesto.
O vestido preto simples que usa é discreto, mas não esconde o fato
de que Amy é curvilínea. Claramente, olho para seus seios, sem
dúvida, duplos peitões, e desejo que eu fosse abençoada nesse
departamento. Mamãe costumava dizer que as mulheres Hale não
precisavam de peitos grandes. Tínhamos grandes sorrisos em vez
disso.
Eu não estou sorrindo agora.
Estou desejando peitos maiores.
No funeral dos meus pais.
Amy me abraça de lado, me esmagando com seus peitos
grandes. Eu me pergunto se Hudson é obcecado por eles. Ela de
alguma forma manteve meu irmão na coleira o tempo todo e não
é por causa de sua personalidade vencedora.
Um sorriso se forma em meus lábios.
“Há a minha garota” ela murmura. “Seus pais ficariam felizes
em ver você sorrindo.”
Olho para ela e encontro o olhar de irritação do meu irmão.
Meu sorriso murcha. A desaprovação em seus olhos é opressiva
às vezes. Entendi. Ele é o garoto de ouro e eu sou a fodida. Fim.
Hudson é o garoto Hale que vai sair e fazer grandes coisas
enquanto fico aqui refletindo sobre o significado da vida. Às vezes
penso que Deus cometeu um erro. Acidentalmente me prendeu
nesta terra quando eu estava mais bem preparada para algum
buraco escuro da existência.

K. Webster
Amy sorri para mim.
Está muito claro aqui.
Afastando-se do seu sorriso de apoio e do olhar incomodado
de meu irmão, estendo o polegar para frente e tento limpar o rubor
no rosto de papai. Sua pele é fria e grossa. Assim que o toco, meio
que desejo não ter feito. Mas agora que percebo que o vermelho
está saindo, vou até o fim.
“Anime-se, Ry-Bear.”
Essas foram as últimas palavras que papai falou para mim.
Eu não entendi porque eles tiveram que ter um jantar de
aniversário sem mim. Eu era a filha deles. Se tivessem me levado
com eles, eu estaria deitada em um terceiro caixão finalmente
conhecendo o significado da vida. Estaria dançando em algum
lugar no escuro. Sozinha. Feliz. Em paz. Hudson teria que se
preocupar com o fato de que eles gostariam de arrancar minhas
sobrancelhas grossas e escuras porque eu disse a ele antes que
as sobrancelhas espessas estavam em estilo agora e ele gostaria
de honrar isso. Ele diria a eles para me tirar do vestido chato que
sem dúvida me colocaram e me pra deixar usar minha camisa de
flanela vermelha favorita que roubei antes dele ir para a faculdade.
Alguém soluça alto e rio deles.
Rio até perceber que estou chorando.
Estou uma bagunça.
“Anime-se, Ry-Bear.”
Amy tenta me abraçar, mas a empurro para longe de mim.
Papai parece uma garota agora e preciso consertar. Seus lábios
estão puxados em uma carranca permanente.
“Anime-se, papai,” sussurro, com minhas lágrimas caindo em
seu rosto enquanto vejo que ele não será enterrado parecendo
mais uma mulher do que mamãe.
“Rylie,” adverte Hudson, com seu calor corporal atrás de
mim, me mostrando que ele está perto. “Pare com isso.”

K. Webster
Ignorando-o, esfrego e esfrego e esfrego, as lágrimas
obscurecem meu pai diante de mim, até que sou puxada por
braços fortes. Eu chuto, bato e grito, mas meu captor é muito
poderoso. Sou arrastada para uma sala ao lado e a porta se fecha
atrás de nós.
Não sendo mais capaz de lutar, caio no aperto de Hudson.
Felizmente, ele é forte o suficiente por nós dois. Não posso
continuar com um rosto corajoso como ele. Além daquela primeira
noite, mal vejo qualquer emoção dele. Ele é capaz de esconder
seus sentimentos. É injusto.
Eu me agarro a seu terno, sem dúvida, manchando-o por
toda parte com a maquiagem de papai, enquanto choro contra ele.
Meu irmão e eu sempre brigamos, mas agora ele é a força que
preciso. Ele me abraça ferozmente. Sua boca sussurra
prometendo que ele sempre cuidará de mim. Que juntos, não
ficaremos sozinhos.
Deus, como quero acreditar nele.
Mas assim que este funeral acabar, ele fará as malas e nos
deixará. Deixará sua irmã morta por dentro e sua namorada de
seios grandes. Eu vou ficar para pegar todas as peças enquanto
ele joga bola e deixa a América orgulhosa.
Meu coração dói tanto que começa a ficar dormente. O
entorpecimento escorre pelas minhas veias e sangra através de
cada terminação nervosa. Estou tão bem quanto sozinha.
“Tudo vai ficar bem,” Hudson promete, imitando o mantra
irritante de tia Becky. Suas palavras enviam um surto de raiva
através de mim.
“Não, Huds,” falo. “Não vai ficar bem. Nossos pais estão
mortos, porra.”
Ele estremece e olha por cima do ombro como se estivesse
envergonhado pelas minhas palavras. A mesma reação de sempre.
Toda vez que um de seus amigos, treinadores ou outro pai ou mãe
pode ver sua desagradável irmãzinha agir, ele olha por cima do

K. Webster
ombro. Com um grunhido furioso, eu o empurro para longe de
mim.
Apesar de ser muito mais alto do que eu e ter pelo menos
quarenta e cinco quilos a mais do que meu pequeno corpo, é pego
de surpresa. Ele tropeça e quase cai de bunda. Raiva brilha em
seus olhos verdes enquanto se aproxima de mim. Seus dedos
apertam meus braços enquanto me agarra.
“Acalme-se, Rylie,” ele diz.
Tento me livrar do seu aperto e o empurro novamente, mas
ele me puxa para ele. Seus braços fortes me prendem em um
abraço que não consigo sair. Meu grande irmão malvado me
segura e continua a sussurrar garantias para mim.
Por um momento, acredito nelas.
Juntos, acreditamos em suas mentiras.
Mas nada ficará bem novamente, merda.
Nunca.

K. Webster
CAPÍTULO 3
Hudson
Três semanas depois…

“Você deveria me deixar esfregar a tensão de seus ombros,”


Jada diz, com seu sorriso brilhante e sedutor.
Nick me cutuca com o cotovelo. “Sim, Hale. Deixe Jada tirar
isso de você.”
“Estou bem,” digo a ela, forçando um sorriso.
Ela dança e eu me permito verificar sua bunda. Deus, sou
um idiota. Meu telefone vibra e é como se Amy tivesse um sexto
sentido a qualquer momento em que penso em outra garota.
Amy: Você pode conversar?
Digito minha resposta com uma mão e viro um shot com a
outra.
Eu: Estudando. Te ligo amanhã.
Amy: Sinto sua falta.
Meus olhos se levantam para encontrar os azuis de Jada
enquanto ela se inclina para derramar mais tequila no meu copo.
Seus seios grandes estão saindo de sua camisa. Talvez eu me sinta
atraído por Jada porque ela me lembra de uma versão safada de
Amy. Cabelo loiro. Grandes olhos azuis. Seios que fariam a
maioria dos homens dolorosamente duros.
É isso aí.
Eu só sinto falta da Amy.
“Obrigado,” grito quando respondo de volta para a minha
namorada.

K. Webster
Eu: Também sinto sua falta.
Encorajado pela bebida, eu a pressiono.
Eu: Mostre-me seus peitos, baby. Também sinto falta
deles.
Ela me envia um monte de figurinhas com cara de indignada.
Amy: Não seja um pervertido.
Nada de foto dos peitos dela.
Eu: Venha me ver.
Amy: Eu gostaria, mas você sabe como minha mãe fica.
Tenho que abrir a boutique amanhã. Quando você pode voltar
para casa?
“Depois do meu turno, muitos de nós vamos para o lago. Quer
vir comigo?” Jada pergunta, com os lábios cheios puxando de um
lado.
Meu pau com certeza quer.
“Ele vai” Nick responde por mim. “Só não diga a sua
namorada.”
Jada sorri. “Seu segredo está seguro comigo.”
Amy: ??
Eu: Férias de primavera em algumas de semanas. Indo
para a cama agora.
Guardo meu telefone. “Acho que vou.”

Esta foi uma má ideia, mas quando sentamos ao redor da


fogueira rindo e brincando, não posso deixar de relaxar. Como
mamãe e papai morreram tão repentinamente há quase um mês,
não encontrei muitos momentos para aproveitar. O beisebol
parece forçado. A escola é um empecilho. Meu trabalho com a Sra.
Brass não me interessa mais. Até Amy me dá nos nervos. Então,

K. Webster
ter uma garota flertando comigo e se falar sobre estatísticas do
beisebol é divertido.
“Nós poderíamos sair daqui” diz Jada, com um sorriso
brincalhão inclinando os lábios.
“Da última vez que deixamos o pessoal, fiquei com você.
Tenho uma namorada.” A maneira frustrada como digo essas
palavras é patética. É quase como se desejasse não ter uma
namorada, o que é um absurdo. Eu amo Amy. Vou casar com ela
um dia.
Certo?
As palavras da minha mãe ecoam na minha cabeça. Era
quase como se ela soubesse que eu chegaria a esse ponto.
Gostaria que ela estivesse aqui para que pudesse falar com ela
sobre isso.
“Eu ouvi sobre seus pais” diz Jada. “Sinto muito.”
Levanto minha cabeça para encontrá-la olhando suavemente
para mim. “Está tudo bem.”
“Não está, no entanto. Você deve estar sofrendo.” Ela pega
minha mão e aperta. “Eu gosto de você e adoraria nada mais do
que ajudá-lo a não se machucar.”
Meu pau dói com a insinuação dela.
Mas então o telefone toca no meu bolso, lembrando-me mais
uma vez que tenho alguém em casa.
Rylie: Eu não aguento mais isso.
Franzindo a testa, puxo minha mão de Jada e respondo a
minha irmã.
Eu: Aguenta o que?
Rylie: Tia Becky! Ela é nazista! Eu a odeio.
Deus, ela é tão dramática, porra.

K. Webster
Eu: Você vai viver.
Ignorando minha irmã, seguro o telefone e levanto do tronco
em que estava sentado. Jada também está de pé. Eu não posso
dizer as palavras, mas é como se ela soubesse de qualquer
maneira. Com a cabeça baixa, olhando as folhas cobrindo a terra,
ando até minha caminhonete. Quando chego à porta, não consigo
abri-la antes de dois braços longos se enrolarem por trás em
minha cintura. Os peitos grandes de Jada me pressionam nas
costas e fecho os olhos. Então, as palmas de suas mãos vagam
para baixo. Ela cobre minha ereção através do jeans e eu a deixo.
Eu miseravelmente deixo.
“Jada” rosno. “Eu não posso fazer isso.”
“Você não precisa fazer nada” Jada sussurra enquanto vira
meu corpo.
Eu me inclino contra a porta da caminhonete enquanto ela
puxa meu cinto. Meu pau — uma vez — quando eu estava no
funeral dos meus pais. Foi apressado e com raiva da minha parte.
E, francamente, foi o melhor sexo que tivemos em muito tempo.
Mesmo que eu tenha feito ela chorar.
“Era como se você estivesse com raiva de mim.”
A culpa está passando por mim, batendo em todos os ossos
do meu corpo. Eu deveria empurrar Jada e ligar para Amy. É para
isso que são os namorados. Você se apoia neles quando a merda
em sua vida é esmagadora.
“Não é sobre você. Estou chateado.”
Um gemido sai de mim quando Jada libera meu pau da boxer.
Porra. Preciso parar isso. E quanto a Amy?
“Eu sei que você está sofrendo, Hudson, mas não precisa ser
odioso.”
As palavras egoístas de Amy estão na minha mente enquanto
procuro por uma razão justificável para o que estou fazendo.
Lábios quentes envolvem meu pau e meus olhos se fecham. Tento

K. Webster
imaginar que é Amy, então não me sinto tão horrível, mas tudo o
que isso faz é me lembrar que Amy não está mais na minha
cabeça.
“O gosto me faz engasgar.”
Jada passa a língua no meu pau e estou tonto com o prazer
disso. Eu sinto que não sei mais o que vai acontecer com a minha
vida. Num momento minha vida foi planejada para mim. No
momento seguinte, tudo parece tão incerto.
“Quando você faz isso por trás, isso me faz sentir como se
fosse uma prostituta.”
Imagens da última vez que fodi Amy voltam à minha mente.
Depois do funeral, eu a levei para o meu antigo quarto, inclinei-a
sobre a cama, empurrei seu vestido e a fodi depressa.
Jada corre a língua ao longo da ponta do meu pau e gemo
“Eu vou gozar.”
Ela abre a boca e fecha os olhos enquanto acaricia meu pau
mais rápido e mais furiosamente. Por um momento, ela poderia
passar por uma versão mais deprimida de Amy. Eu gemo quando
chego ao clímax, minha porra espirra em todo o rosto bonito de
Jada.
Estou relaxado e feliz por três segundos.
Então a realidade me bate na cara.
Acabei de trair Amy. Deixei uma bartender com belos peitos
chupar meu pau.
Caralho.

Acordo com minhas costas duras e meu peito oco. A noite


passada foi um erro. Um lapso de julgamento. Não deveria ter
acontecido, porra.

K. Webster
O ar da manhã é frio e Jada treme ao meu lado. Ela não ficou
ofendida quando amaldiçoei e depois reclamei sobre o erro que
cometi. Simplesmente me disse para entrar na caminhonete e
desabafar. Com praticamente uma estranha, eu falo todas as
coisas que estavam me incomodando.
A morte dos meus pais.
Minha namorada irritante.
Minha irmã malcriada.
Eu me senti como uma merda tão mimada quando reclamei
sobre as pessoas que deveria amar e me preocupar. Mas, porra,
se não foi bom tirar tudo isso do meu peito. Jada, sendo a boa
bartender que é, falou pouco e ouviu muito.
Felizmente, não fizemos muito mais que isso.
Eu só aguento esse tanto culpa por um dia.
“Quer tomar café da manhã?” Jada pergunta quando se senta
e esfrega o pescoço. À luz do dia, posso ver que ela não é tão bonita
quanto Amy. Não que eu tenha pensado que ela era.
Deus, sou tão idiota.
“Não, eu tenho aula em uma hora,” digo quando ligo o motor.
“Eu vou te levar para casa, no entanto.”
Ela aperta o cinto de segurança e me observa com olhos
bondosos. “A noite passada foi apenas para aliviar o estresse,
Hudson. Não estrague sua vida por isso. Você provavelmente deve
tentar eliminar um pouco desse estresse com mais frequência. Eu
estou sempre aqui se precisar de ajuda.” Ela pisca para mim,
insinuando que está sempre pronta para um boquete.
“Obrigado,” falo quando dirijo para longe do lago.
Na viagem inteira para o seu apartamento, ela me fala da
família dela e outras coisas que eu realmente não ouço. Aceno
educadamente e respondo quando faz perguntas. E quando
finalmente a deixo, tudo que faço é acenar. Quando ela está longe,

K. Webster
puxo o celular e o conecto ao carregador. Assim que vem à vida,
vejo que perdi mensagens e chamadas de todos.
Meu coração afunda.
A última vez que isso aconteceu, soube que meus pais
morreram.
Amy: Nós podemos falar pelo FaceTime. Eu vou te
mostrar meus peitos.
Amy: Você realmente foi para a cama.
Amy: Eu te amo
Esfrego o rosto e rosno. Sou tão idiota. Todos os textos no
meu telefone são da noite passada. Enquanto eu estava tendo meu
pau sugado por alguma garota aleatória.
Rylie: Você não entende. Eles me odeiam.
Rylie: Você ouviu aquela música que te enviei? Me lembra
do papai.
Rylie: Mamãe e papai costumavam nos levar ao Lago de
Ozarks todos os verões. Nós ainda vamos ou todas as nossas
tradições morrem com eles?
Rylie: Estava procurando algumas caixas no porão da tia
Becky. Encontrei aquele com as fotos do casamento da
mamãe e do papai. Você parece com ela.
Rylie: Dói, Hudson. Porra dói.
Rylie: Sinto sua falta.
Rylie: Foda-se você também.
Eu não apenas enganei minha namorada, mas também deixei
minha irmã triste quando precisava de alguém para conversar.
Tia Becky: Você pode me ligar quando puder?
Tia Becky: Eu peguei sua irmã fumando maconha no
porão.

K. Webster
Tia Becky: Ela está fora de controle. Me liga.
Estou sobrecarregado esta manhã, mas ligo para a minha tia
de qualquer maneira. Ela responde no primeiro toque.
“Hudson,” ela cumprimenta, com a voz gelada.
“Ei, tia Becky.”
“Você, por favor, pode colocar algum sentido nela? Randy e
eu não podemos falar com ela. Ela jogou o celular no espelho da
sala. Eu vou limpar o vidro do sofá por semanas agora. Semanas,
Hudson. E se ela acha que vou comprar outro telefone para ela,
ela não me conhece.”
Meu telefone vibra e aperto meus dentes. “O que você quer
que eu faça, tia Becky?”
“Aqui,” ela deixa escapar. “Fale com ela.”
“Olá?”
“O que?” Rylie estala. Seu tom é raivoso, mas ouço a tristeza
subjacente em sua palavra.
“O que diabos está acontecendo, Rylie?”
“Tia Becky é louca,” ela sussurra. “Ela acha que só porque é
rica e tenho que viver com ela, pode me controlar. Eu não quero o
dinheiro dela!” Ela grita a última frase.
Tia Becky grita alguma coisa de volta.
“Calma, porra” eu digo. “Ela está fazendo o melhor possível.”
“Seja como for, Hudson. Vá fazer suas coisas. Tchau.”
Ela desliga e aperto meu nariz. O horário de aula vai e vem
quando estou sentado no estacionamento do apartamento de
Jada. Abro a música que Rylie enviou. “Stuck in the Middle with
you” por Stealers Wheel. Assim que ouço a melodia folclórica, isso
me lembra papai.
Amy: Minha menstruação está atrasada.

K. Webster
Droga.
Inclinando-me para frente, descanso a cabeça no volante.
Não posso lidar com essa merda agora. Não posso lidar. Ignorando
minha namorada e tudo o que o texto implica, aumento a música
e penso nos dias em que papai pegava seu violão e tentava cantar
músicas que não conseguia cantar.
Sinto falta dele.
Sinto falta dos dois.
Porra.

K. Webster
CAPÍTULO 4
Rylie

“Vamos lá,” tia Becky me agarra enquanto estaciona em


frente à farmácia. “Eu não vou deixar você aqui sozinha.”
Ela provavelmente acha que vou roubar seu precioso Lexus.
Revirando os olhos, saio do carro e sigo para o prédio. Nós vamos
nos atrasar para a aula esta manhã, mas quando chegamos a
tempo? A escola deve estar cansada de mim também, porque
continuam anulando meus atrasos e ausências como “ainda
lidando com a morte dos pais.”
Não há como lidar.
Apenas a morte.
É um pensamento constante em minha mente. Todas as
manhãs, quando abro os olhos, todas as noites, quando durmo, e
a cada momento no meio. Eles se foram.
Tia Becky me deixa ir à farmácia. Subo e desço os corredores.
Talvez roube algo só para irritá-la. Sorrio quando encontro outra
garota. Ela deixa cair um teste de gravidez aos meus pés.
Eu me inclino para pegá-lo, mas antes que possa olhar ela
fala.
“Oi, Rylie.”
Levantando a cabeça, olho para os olhos vermelhos de Amy.
“O que é isso?” Exijo enquanto balanço a caixa na frente dela.
Ela arranca da minha mão e nervosamente olha por cima do
ombro. “Não é da sua conta.”

K. Webster
“Você está grávida?” Exijo, com a minha voz estridente.
“Minha menstruação está atrasada,” ela diz. “Eu não sei.”
Tudo o que posso pensar é em Hudson. O desejo de mamãe
de ele terminar a faculdade e se preocupar com Amy depois. Ela
sabe que esse é o caminho mais rápido para fazê-lo voltar para
casa. E por mais que eu adorasse ter meu irmão mais perto,
especialmente agora, isso me irrita.
“Você não pode fazer isso com ele,” deixo escapar.
Seus olhos se arregalam em choque. “Fazer o que?”
“Prendê-lo,” sussurro. “Você já ouviu falar de controle de
natalidade?”
Ela fica boquiaberta, com lágrimas nos olhos azuis. “O que
há de errado com você?”
Essa é a pergunta de um milhão de dólares.
Tudo.
Tudo está errado comigo.
É por isso que estamos nessa farmácia estúpida em primeiro
lugar. Tia Becky acha que pode me consertar com remédios.
“Não faça isso com ele,” imploro, minha voz sufocando.
Amy franze a testa. “Eu não posso exatamente ajudar com
isso agora, posso?”
“Você poderia acabar...”
“Rylie!” Tia Becky grita do final do corredor. “Vamos. Você já
está atrasada.”
“Eu nunca faria isso,” diz Amy, com o lábio inferior tremendo.
“Nunca.”
“Não,” eu cuspo. “Porque tudo o que pensa é em você mesma.”

K. Webster
Afastando-me dela, passo pela tia Becky e saio correndo pela
porta.
Para longe. Longe de todos. Longe de tudo.

Olho para o frasco de comprimidos na minha penteadeira.


Mesma cômoda antiga, um novo quarto. Quando meus pais
morreram, fui arrancada de casa e me mudei para a casa de
minha tia e tio. Tia Becky ficou horrorizada quando escolhi trazer
meus próprios móveis para o quarto, em vez de usar suas coisas
extravagantes. Mamãe e eu passamos o verão passado lixando
todos os móveis antigos que eu tinha desde criança e repintando-
os. É uma merda porque nós duas éramos péssimas na
restauração, mas é uma das poucas coisas que fizemos juntas e
nos divertimos.
Se mamãe soubesse que tia Becky estava tentando enfiar
todos esses comprimidos na minha garganta, enlouqueceria.
Mamãe sempre foi muito interessada em cura holística. Mesmo
quando o médico me diagnosticou como bipolar, ela garantiu a ele
que, por meio de terapia e apoio familiar, eu ficaria bem.
Eu estava administrando bem até que eles morreram.
Agora estou girando e girando.
Odeio minha escola. Odeio esta casa. Odeio todo mundo.
E particularmente odeio Hudson.
Ele está vivendo a vida perfeita com uma namorada
provavelmente grávida esperando por ele. No próximo ano,
terminará a faculdade e voltará para casa para se casar com Amy.
Eles provavelmente terão dez filhos e morarão em uma casa
chique ao lado de tia Becky e tio Randy. Enquanto isso, ainda serei
Rylie, a única que não consegue controlar a vida.

K. Webster
Girando a tampa da garrafa, inspeciono as pílulas cor-de-
rosa e brancas. Lítio. Devo tomar essa pílula mágica e vou me
tornar normal. Assim o Dr. Livingston e a tia Becky dizem. Vai
demorar muito mais do que uma pílula para me deixar normal.
Não preciso dessas malditas coisas.
Eu disse isso a minha tia.
Eu só preciso de minha mãe e meu pai.
Com um grito de frustração, entro no banheiro, pronta para
jogá-las pelo vaso sanitário. Isso vai irritar tia Becky. Estou
prestes a fazê-lo quando vejo meu reflexo.
Papai.
Os mesmos olhos castanhos claros e cheios de alma. O
mesmo cabelo castanho escuro. O mesmo punhado de sardas no
nariz e bochechas.
Lágrimas. Lágrimas. Mais lágrimas.
Isso é tudo que faço hoje em dia.
Sentir raiva e chorar. Sentir raiva e chorar.
Ninguém se importa nem um pouco. Não como a mamãe fez.
Eu era frustrante, mas ela tentou. Pesquisou coisas novas o tempo
todo em um esforço para me ajudar. Eu a amava por querer me
ajudar de uma forma que não parecia que ela estava dominando
a minha vida. Mas quem ajudou mais foi papai. Ele era engraçado
e parecia estar sempre relaxado. Isso me relaxou também. Eu sei
que o trabalho dele era difícil e machucava suas costas, mas ele
voltava para casa e me dava todos os seus sorrisos.
A garota no espelho, que parece com seu pai, chora.
Alguns dias, eu me pergunto se ainda a conheço. Alguns dias,
eu não conheço essa pessoa que enche seu corpo. Alguns dias me
sinto muito perdida.
Ninguém nunca vai me encontrar.

K. Webster
Talvez eu precise de conserto.
Mas vai demorar mais que uma pílula rosa e branca.
A garota no espelho deve conhecer o segredo da felicidade
porque engole. Engasga e engasga e tem que usar a água da pia.
Mas ela engole eles. Todos eles. Ela quer ser consertada.
E eu?
Eu agarro o lado da pia, náusea me batendo como uma onda
gigante. Vou vomitar. Espirro água fria no rosto, mas isso não
ajuda. Estou suando e tonta.
Penso, se perguntasse a Hudson seus segredos para a
felicidade, ele me contaria?
Ele diria: “Rylie, você não precisa ser uma idiota.” Fácil.
E eu diria: “Ahh, agora entendo.”
Eu seria normal, assim como meu irmão.
Poderia ser uma tia, uma tia muito melhor que tia Becky,
para o bebezinho na barriga de Amy. Eu a mimaria e sussurraria
segredos. Diria-lhe como não meter os pés pelas mãos.
“Fácil,” eu diria. E o bebê entenderia.
Diferente de mim.
O bebê não teria que rastejar nas sombras de seu irmão a
vida toda, tentando ser bom o suficiente. O bebê começaria a vida
sendo superior.
Eu ajudaria o bebê.
O bebê me agradeceria.
O quarto gira e bílis sobe pela minha garganta. Eu mal
consigo chegar ao banheiro antes de vomitar. Todas as pílulas
normais batem no vaso, salpicando meu rosto com vômito. Eu me
lembro que minha felicidade não pode ser consertada com uma

K. Webster
pílula ou trinta. Minha felicidade é algo que fica no fundo do vaso
sanitário, só esperando que alguém dê a descarga.
A escuridão rasteja ao meu redor, ameaçando me engolir.
Para me eliminar como aquelas pílulas felizes.
Se eu pudesse falar com a escuridão, diria: “Leve-me.”
E pronto.
Mas infelizmente não consigo falar com a escuridão. Minhas
pílulas felizes não conseguem me fazer feliz. Os irmãos não dizem
às irmãs o segredo da vida.
No meu mundo, existo sozinha, cercada de pessoas.
Um pesadelo. Um paradoxo. Uma condenação dura por um
crime que não cometi.
A escuridão me envolve como uma nuvem de abelhas
zangadas.
Isso ataca por dentro e por fora. Por toda parte.
A escuridão não me afoga, me envenena.

Máquinas apitam e eu abrir os olhos.


Tão escuro.
Tão quente.
Não sozinha.
Uma mão forte e quente segura a minha com força, me
tirando dos sonhos de abelhas e pílulas infelizes. Abro os olhos.
Afiados olhos verdes me perfuram.
Acusando.
Bravos.

K. Webster
Muito bonitos.
A doença que sempre mantenho afogada abaixo da superfície
se lança ao topo. Ela sempre me agarra nos piores momentos
possíveis e ameaça me arrastar para baixo. Por um momento,
deixo isso me levar. Admiro seu rosto bonito que se parece com o
meu. Deixo meus olhos permanecerem em seus cílios grossos.
Deixo que deslizem até seu nariz forte. Deixo cair para seus lábios
carnudos.
Seus lábios se movem quando solta palavras furiosas, mas
não as escuto. As abelhas zumbindo na minha cabeça ainda estão
muito altas. Tudo o que posso fazer é me concentrar na beleza à
minha frente. Uma beleza que adorei secretamente desde criança.
Doente. Doente. Doente.
Não importa quantas sessões tive com o Dr. Livingston, eu
nunca digo a ele o que infecta meus desejos mais íntimos. Até eu
sei que algumas coisas são melhores não ditas. Isso não o impede
de bisbilhotar e espiar, separando meu cérebro como se fosse uma
tigela de doce e ele está procurando pelo único M & M verde na
tigela.
Doente, Rylie. Você está doente.
Meus olhos fecham, mas não antes de afastar os
pensamentos de M & M e olhos verdes e segredos cuidadosamente
guardados.
“Rylie.”
Sua voz, porém, fala uma língua que só minha doença
entende. Estende-se a ele. Implora para ser realizada. Espalha e
espalha e se espalha.
“Sua estúpida, garota estúpida.”
A doença recua quando o fogo a espanta. Abro os olhos e olho
para ele. Meu irmão. Meu inimigo. O que eu nunca vou ser. Tento
mover meus lábios, mas nada sai.

K. Webster
“Descanse um pouco e, quando estiver melhor, vamos
conversar.” Ele se levanta da cadeira ao lado da cama na sala
estéril. Meus olhos o rastreiam enquanto caminha até Amy. Eles
se abraçam. Eu me pergunto como ele se sente sabendo que vai
ser pai.
Lágrimas vazam do meu rosto, mas ninguém vê.
Ninguém nunca vê a dor que sangra do meu corpo dia após
dia.
Eles cuidam de suas vidas pensando apenas em si mesmos.
Fechando os olhos, procuro a escuridão. As abelhas. A dor.
Eu só quero pensar em outra coisa.
Quando um polegar quente corre pela minha bochecha, abro
os olhos. Hudson olha para mim. Dor, muito parecida com a dor
que sinto como escrava por dentro, brilha em seus olhos. Meu
grande e forte irmão mais velho está sofrendo.
“Nós vamos falar sobre isso. Vamos falar sobre muitas
coisas,” ele murmura.
Eu o vejo saindo com sua perfeita namorada grávida agarrada
em seu braço. Mais lágrimas vazam por muito tempo depois que
eles desaparecem.
Sobre o que vamos falar, Huds?
Você vai me dizer a cura secreta para a doença no meu coração
e a escuridão na minha cabeça?
Claro que não.
Hudson não compartilha seus segredos.
E nem eu.

K. Webster
CAPÍTULO 5
Hudson

“Porém, nós poderíamos sempre tentar,” Amy diz, com um


doce sorriso em seu rosto. “Por um momento, enquanto eu fazia
xixi no bastão, esperava estar grávida.” Você pode imaginar o quão
fofo nossos bebês seriam?
Fico olhando para ela, dormente. “Sim.”
“Só mais um ano. Talvez depois do verão pudéssemos tentar.
Então, quando você se formar na faculdade, teremos um
bebezinho. Eu não precisaria de um grande casamento, Hudson.
Poderíamos conseguir um dos amigos de papai no tribunal para
nos casar.” Ela sorri para mim do outro lado da mesa.
“Preciso ir,” murmuro enquanto me levanto e jogo algum
dinheiro ao lado de nossos pratos vazios. “Rylie sai hoje.”
Suas feições se encolhem e seu lábio inferior treme, mas ela
simplesmente balança a cabeça. Às vezes eu queria que ela não
fosse tão tolerante.
“Tudo bem,” ela diz com uma falsa alegria quando desliza
para fora da cabine. “Vamos pegar a nossa garota.”
Eu a paro com uma mão no ombro dela. “Acho que preciso
passar algum tempo com ela.” Sozinho. Eu não digo essa palavra,
mas insisto com o olhar que estou dando a ela. Não gosto de
incomodar Amy, mas ela é muito pegajosa nos piores momentos.
Rylie quase morreu no outro dia e Amy está planejando bebês e
tal. Minha irmã tentou cometer suicídio. Eu já perdi metade da
minha família. Não posso perder a única pessoa que me resta.

K. Webster
“Entendo,” ela responde, lágrimas brilhando em seus olhos.
“Vou voltar para a loja da mamãe. Vá em frente e pegue sua irmã.
Talvez eu possa passar mais tarde e ver vocês. Como estão Becky
e Randy?”
“Bem.” Sim, isso soa bem. “Obrigado, querida.” Eu a puxo
para mim e beijo o topo de sua cabeça. O remorso pelo que fiz a
ela me atinge com força no estômago. Preciso contar a ela sobre
Jada. Que eu deixei uma garota chupar meu pau porque sentia
sua falta.
Isso tudo poderia terminar.
Poderia?
Amy é muito compreensiva. No momento em que eu disser,
ela chorará e chorará, mas depois tentará nos consertar. Isso me
faz sentir ainda pior.
“Falo com você mais tarde,” diz ela enquanto se afasta e sai
do restaurante.
Alívio me atravessa conforme ela se afasta. Eu surtei quando
ela me disse que poderia estar grávida. O teste provou que ela não
estava e no dia seguinte ela ficou menstruada. Pelo menos desviei-
me de uma boa.
Minha mente é uma bagunça. Agora, eu deveria estar na
aula. Deveria estar me preparando para o jogo desta semana.
Deveria estar me preocupando com o meu futuro com Amy.
Em vez disso, estou dirigindo para um hospital.
Para pegar minha irmã.
Eu me distraio no caminho com pensamentos do passado.

“Vou ligar para você depois que o ensaio terminar,” diz Amy,
ficando na ponta dos pés e dando um beijo nos meus lábios.
Eu mostro-lhe um sorriso e depois a deixo perto da porta da
sala do coro para procurar Rylie no corredor de calouros. Eu

K. Webster
preferiria ficar e assistir Amy cantando com seus colegas de coro,
mas minha mãe insiste que eu leve minha irmã de volta da escola
todos os dias quando não tenho treino.
O corredor de calouros há muito tempo esvaziou e não vejo
Rylie sentada em frente ao seu armário esperando como de
costume. O desconforto flui através de mim. Ela está sempre
esperando. Se ela está saindo com algum garoto quando deveria
estar se preparando para ir, vou ficar chateado. Quero ir para casa
e trocar de roupa antes de levar Amy para jantar esta noite. Não
tenho tempo para essa merda.
Estou passando pela sala do Sr. Wright quando o ouço
reclamando de alguém. Balanço a cabeça porque aquele cara é tão
idiota quando era meu professor no nono ano. Fico feliz por não ter
mais que lidar com sua bunda pomposa.
“Sua atitude é ridícula,” ele diz. “O que você tem a dizer a si
mesma, mocinha?”
Endureço porque não gosto do jeito que ele está falando com
uma garota. Tudo em mim grita para continuar caçando Rylie, mas
paro para escutar.
“Não é atitude,” ela diz suavemente. “Eu só tenho tido
dificuldades ultimamente. Sinto muito.”
Meus pelos se arrepiam.
Rylie
Não apenas qualquer garota, mas minha maldita irmã.
Eu me viro e corro para a sala de aula, a fúria borbulhando
dentro de mim. O Sr. Wright está em frente à sua mesa, elevando-
se sobre ela. Eu costumava odiar como ele exercia sua altura e
poder sobre as pessoas.
“Existe algum problema aqui?” Exijo, apontando para onde
minha irmã está sentada com a cabeça baixa.

K. Webster
Ela sacode a cabeça na minha direção com flashes de alívio
nos olhos. É o suficiente para me fazer querer arrancar o Sr. Wright
de perto dela. Em vez disso, aperto minhas mãos.
Ele inclina a cabeça para o lado e me perfura com um dos seus
olhares severos, não se movendo de onde está, muito perto da
minha irmã. “Não é da sua conta, Hale. Vá em frente e espere no
corredor."
“Absolutamente não,” digo baixinho e dou um passo em
direção a eles. “Eu quero saber o que está acontecendo aqui e por
que ela está em apuros.”
Ele aperta o maxilar e olha para mim. Várias amigas de Amy
acham que ele é gostoso porque ainda não tem nem trinta anos e
está em forma. Mas ele é um idiota enorme. Eu não gosto do jeito
que ele fala com Rylie.
“Rylie,” ele afirma enquanto aponta o dedo no rosto dela,
“estava dormindo na aula e quando a confrontei, perguntando por
que, ela deu de ombros para mim. Ela é desrespeitosa e rude, uma
característica que é claramente comum na família Hale.”
Continuo o resto do caminho até ele, amando o fato de que sou
mais alto e maior do que esse idiota. Ele olha para mim, claramente
furioso por eu estar em seu espaço. Eu poderia chutar sua bunda,
se alguma vez precisasse. Usando minha estatura intimidadora, eu
o afasto da minha irmã vários passos.
“Se você tiver algum problema com minha irmã, ligue para
meus pais. Eu não vou deixar que a intimide.”
Seus olhos se arregalam e sua boca se abre. “Eu não estava...”
“Então ela está livre para ir?” Interrompo; o desafio intenso em
meu olhar.
“Eu vou ligar para seus pais” ele rosna. “Tire ela daqui.”
Rylie já está de pé quando me viro e a vejo. Ela corre para mim
e agarra meu braço, como faz quando algo a assusta. Aquele filho
da puta assustou minha irmã. Eu quero dar meia-volta e acabar

K. Webster
com ele, mas sei que minha mãe ficaria puta da vida se eu perdesse
minha bolsa de estudos. Em vez disso, eu a guio para fora do prédio
e para a tarde quente de primavera lá fora. Estamos em silêncio
quando chegamos a minha caminhonete. Quando chegamos ao
veículo, ela para. Viro meu corpo para encará-la.
“Obrigada,” ela diz, com suas bochechas ficando rosa. “Você
não precisava fazer isso.”
“Ninguém fode com as Hales,” digo a ela com um sorriso torto.
“Especialmente idiotas pervertidos como o Sr. Wright.”
“Ele provavelmente está louco porque eu não flerto e digo a ele
o quão incrível ele é,” ela murmura e revira os olhos. “Eu juro, ele
se diverte em ter um monte de garotas rindo sobre como ele é
gostoso. Só para constar, eu não acho que ele é gostoso.” Seus
lábios puxam de um lado. Um raro sorriso de Rylie.
Ela envolve seus braços em minha cintura e me abraça. Minha
irmã pode me dar nos nervos às vezes, mas ainda tenho uma
vontade irresistível de protegê-la de idiotas como o Sr. Wright.
“Por que você estava dormindo em sua aula de qualquer
maneira?” Pergunto, com meu queixo descansando no topo de sua
cabeça. “Eu ouvi você falando. Você está deprimida agora? Por
quê?” Eu não entendo a doença dela, mas quero.
Seu corpo fica tenso. “Minha mente está apenas uma bagunça
ultimamente.”
“Quer compartilhar?”
“Isso não. Nunca. Não com ninguém.”

A memória desaparece, mas a culpa permanece. Ela sempre


esteve sofrendo e nunca fui homem o suficiente para ter tempo
para ajudá-la. Sempre o problema de outra pessoa. Certamente
não o meu. Olhando para trás, gostaria de tê-la escutado e tentado
ajudar mais. Deus, eu me sinto tão fodidamente terrível.
Estou entrando no estacionamento do hospital.

K. Webster
Para pegar minha irmã.
Porque ela estava tão triste e chateada e solitária, que tentou
uma overdose.
Tudo o que eu tinha que fazer era falar com ela. Em vez disso,
eu a dispensei para ter meu pau chupado. Quando estaciono e
vou em direção ao hospital, tia Becky e tio Randy estão saindo.
Rylie anda entre eles. Pálida e quebrada. Tão quebrada, porra.
“Quer andar comigo?” Pergunto a ela quando me aproximo.
Seus olhos se levantam para os meus. Castanho claro como
o café que bebi na lanchonete. Mas o café nunca parecia tão sem
esperança. “Acho que sim.”
Movimento a cabeça e tia Becky me lança um olhar
agradecido. Andando até a minha caminhonete, abro a porta para
a minha irmã. Ela é lenta em seus movimentos, mas consegue se
sentar dentro dela. Seus dedos tremem quando alcança o cinto de
segurança.
“Eu faço isso,” eu asseguro a ela, com minha voz rouca de
emoção.
Eu puxo o cinto e estico em seu pequeno corpo. Tantas vezes
eu coloquei o cinto na mamãe. Desta vez parece diferente. Eu não
estou ajudando meu pai com minha irmãzinha. Tenho que ser pai
da minha irmãzinha. O pensamento me atinge com força e me
afasto.
Meu mundo está mudando em seu eixo.
Responsabilidades estão se movendo de um jeito ou de outro.
Um profundo senso de proteção sobre minha irmã se apodera
de mim. Ela sempre foi um estorvo. Um incômodo. Alguém com
quem me ressenti porque ela não tentou. Agora vejo que é mais
que uma atitude. Seu cérebro está conectado de maneira
diferente. A dor que tenho visto nos olhos dela é real. Tão real. Um
organismo vivo que respira dentro dela. Algo que se eu soubesse

K. Webster
como atrair, faria. Eu pegaria e mataria. Libertaria minha irmã
triste do que a sufoca de dentro para fora.
A caminhonete liga e R.E.M. começa a tocar, “Everybody
Hurts.” Ela afunda do lado do passageiro enquanto rodamos.
Quando pego a mão dela, ela não se afasta. Com força que me
surpreende, aperta minha mão. Como se eu tivesse jogado uma
balsa nas águas agitadas nas quais ela está se afogando. O jeito
que se agarra a mim me faz prometer não verbalmente a nós dois
que serei um irmão melhor para ela. Eu não vou deixar que sofra
sozinha. Não mais.
Nossos dedos se conectam e eu não a solto.
Os Hales são fortes porque temos que ser.
Quando chegamos à grande casa da tia Becky, deixo escapar
um suspiro quando desligo a caminhonete. Rylie olha pela janela
lateral. A dor que ambos sentimos pela perda de nossos pais é um
soco sem fim no intestino.
“Devemos entrar,” eu digo.
“Não vá.” Ela vira seu olhar marejado para mim. “Por favor.”
“Eu vou ficar por um tempo,” prometo. O treinador vai ficar
chateado por eu perder o jogo contra o Oklahoma State, mas isso
é mais importante.
Ela sorri para mim. Brilhante e feliz. Um sorriso que não
mereço.
“Obrigada.”
Estou arrasado com a maneira que a declaração simples fez
a minha irmã infeliz sorrir de novo. A depressão come seu dia a
dia. Sim, eu a acuso de ser dramática. Não, não acredito que seja
a verdade. Eu vivi com a depressão dela toda a nossa vida. É algo
que não consigo controlar, então escolho odiar. Eu trato isso como
algo que ela pode superar, sabendo muito bem que não pode.
Minhas expectativas são injustas.

K. Webster
Eu sou um idiota.
Ela está quieta enquanto a ajudo a sair da caminhonete e
entrar na casa. Eu a guio até o porão reformado, onde tia Becky
disse que estou livre para ficar a qualquer momento que estiver
na cidade. Desembalei algumas das minhas coisas da casa antiga,
mas principalmente, está cheia de caixas de nossas memórias.
Rylie não pede para ir para o quarto dela. Ela agarra-se a mim de
uma maneira tão desesperada, e percebo o quanto sou necessário.
Completamente.
Nós nos sentamos no sofá e Rylie se enrola em mim,
buscando o meu conforto. Eu a abraço. Inalo o cheiro familiar de
seu cabelo e tento sussurrar garantias suaves. Promessas que
espero que encham seu coração.
“Eu vou estar mais presente.”
“Você pode falar comigo sempre e vou responder.”
“Você é o mais importante para mim.”
“Sinto muito mesmo.”
“Eu amo você, Rylie.”
Com cada palavra que cai dos meus lábios, ela relaxa. Eu não
relaxo até que sua respiração suave enche meus ouvidos. Ela
dorme, agarrando minha camisa como se eu pudesse fugir em seu
sono. Eu cubro sua mão com a minha e beijo o topo de sua cabeça.
“Não vou a lugar nenhum,” murmuro.
Ainda não.
Não por mais alguns dias.
Aguenta aí, Rylie.

Acordo em meio à escuridão, encharcado de suor. Estou


coberto por um corpo leve e um cobertor pesado. Consigo segurar

K. Webster
o cobertor e puxo para longe de nós. Tia Becky deve ter tentado
ajudar. Sufocar-nos não está ajudando.
Estou de costas, esparramado no sofá com meus sapatos
ainda, e Rylie dorme colada na minha frente. Quando corro os
dedos pelo seu cabelo por acidente, percebo que ela está suada
também. Mas quando tento afastá-la, ela choraminga. Um som
tão triste. Como chutar um gatinho. Apesar das bolas suadas, eu
a abraço contra mim. Somos uma bagunça de membros quentes
e pegajosos, mas pelo menos ela está segura. Desta vez, corro os
dedos pelo cabelo dela de propósito. Eu imito o jeito que mamãe
costumava fazer. Sempre acalmou minha irmã, que sofria
mentalmente o tempo todo. E agora, como sempre, ela relaxa.
Estou acordado agora e minha mente corre para encontrar
soluções para problemas. Uma busca mental por curas e
respostas. Mas tudo isso correndo e correndo na minha cabeça
não ajuda em nada.
Virando, mudo nossos corpos para que ela fique entre mim e
as costas do sofá. Sufoco uma risada quando ela aperta minha
camisa. É um pouco melhor assim e me vejo voltando a dormir.
Não paro de acariciar o cabelo dela. Eu quero que se sinta segura
e amada. Sem mamãe e papai, cabe a mim. Percebo isso agora.
Eu não vou te decepcionar, Rylie.

“Vá embora” eu gemo e jogo meu travesseiro para minha irmã,


que está na porta do meu quarto.
Ela bufa quando se esquiva. “Mas o homem do tempo disse...”
“Nós nunca temos tornados, Rylie. Você ao menos ouviu
alguma sirene?"
Tempestades ruins são comuns no Missouri, assim como
tornados, e é algo com o qual você aprende a viver. Rylie nunca foi
fã, e sempre tende a se estressar por elas.
“Não, mas...” Seu lábio inferior treme.

K. Webster
“Mas nada. Estamos a salvo. Além disso, mamãe estará em
casa a qualquer. Você vai ficar bem.”
Seus ombros se curvam e ela sai do meu quarto. Uma pontada
de culpa me incomoda, mas a afasto. Ela tem quase 14 anos e
exagera em tudo.
Ainda assim, não consigo superar o fato de que estava sendo
um idiota quando ela estava com medo. Tecnicamente, estou no
comando até que mamãe ou papai cheguem em casa. Eu deveria
estar fazendo o que posso para acalmar seus medos. Assim que
decido fazer algumas pizzas congeladas para distraí-la, eu as ouço.
Suavemente no começo.
Então, os gemidos crescem mais altos e persistentes.
Sirenes de tornado.
Eu pulo da cama e corro pelo corredor, chamando minha irmã,
“Rylie!”
Ela aparece no corredor e se lança em meus braços, soluçando.
“Eu te disse! Eu te disse!”
Pânico me cerca e meu coração bate quase fora do peito. Eu a
acaricio de volta como se isso tivesse o poder de me acalmar
também.
“Shhh,” murmuro. “Nós nos sentaremos na banheira e isso vai
acabar. Nós ficaremos bem.”
“Eu gostaria que tivéssemos um porão como a tia Becky.”
“Eu sei,” digo a ela. “Eu também.”
Ela se agarra a mim, suas lágrimas encharcando meu pescoço,
enquanto corro para o banheiro. Com minha irmãzinha me
segurando como se ela fosse um coala abraçando uma árvore, eu
subo na pequena banheira e me sento. Seu corpo está tenso e ela
treme.

K. Webster
Eu acaricio seu cabelo macio e ouço outros sons além de seus
gemidos aterrorizados. As sirenes continuam a tocar e o vento
aumenta. Quando as luzes piscam, amaldiçoo baixinho.
“O que?” Rylie se afasta e olha para mim com olhos
desamparados e em pânico. Suas bochechas manchadas de
lágrimas estão vermelhas brilhantes. Quando as luzes piscam
novamente, ela salta. “Hudson!”
Eu agarro a cabeça dela com as duas mãos. “Rylie. Acalme-
se. É só uma tempestade. Nada de ruim vai acontecer."
Ela pisca rapidamente para mim, um som distorcido preso em
sua garganta. O trovão bate forte nas proximidades, fazendo com
que recuemos.
“Somos apenas nós,” digo suavemente para acalmá-la.
“Jogando na praia em frente a nossa cabana. Mamãe e papai estão
preparando os hambúrgueres para grelhar. Você pode brincar de
fingir comigo?"
Parte do terror sangra da sua expressão. “Acho que ouvi um
peixe pular na água.”
“Papai vai querer pegar esse peixe,” digo a ela com um sorriso.
“Eu encontrei uma rocha legal. Da mesma cor do seu cabelo.”
“Ninguém gosta de pedras marrons,” diz ela, com seu nariz
sardento.
Sorrio para ela e puxo seu cabelo bagunçado. “Mas veja como
esse marrom é bonito. É o marrom Rylie. Especial.”
Um sorriso rompe seu rosto. “Você acha que é especial?”
“Muito especial. Aposto que todas as empresas de giz de cera
estarão batendo à nossa porta logo, pedindo sua permissão para
usá-lo em sua caixa."
Suas bochechas ficam rosadas e ela ri. “Eu os faria brigar por
isso. Seria engraçado.”

K. Webster
O vento uiva e as luzes piscam novamente, mas Rylie está
distraída. Pelo menos se nós nos morrermos, estaremos sorrindo.
Mais um ano e vou para a faculdade. Ela terá que sentar-se sozinha
na banheira quando mamãe e papai estiverem no trabalho?
Enquanto Rylie fala sobre giz de cera, meu futuro me atinge
com força no peito. Estou prestes a ir para o mundo e deixar minha
família para trás. É empolgante e estou ansioso por isso, mas
sentirei falta deles. Com a ameaça da minha partida tão real quanto
o aviso do tornado pairando sobre nós, sinto-me estranhamente
nostálgico. Como se quisesse segurar esse momento um pouco
mais.
As luzes se apagam para sempre e o uivo fica mais alto. Rylie
não está mais distraída e enterra a cabeça no meu peito. Eu a
abraço apertado e beijo o cabelo dela.
“Está tudo bem, Ry. Eu prometo. Vou te manter segura. Eu não
vou te decepcionar."
Ela se agarra a mim pelo que se parecem horas até que seus
soluços e terror desapareçam. As tempestades diminuem e as luzes
voltam, mas eu não me levanto da banheira. E ela não faz nenhum
movimento para se levantar também. Apenas a seguro, mantenho
minha infância um pouco mais enquanto meu futuro me convence a
crescer e me tornar um homem. Sua respiração é suave e uniforme,
mas ela não está dormindo. É como se ela soubesse que eu preciso
desse momento.
Estou perdido em torcer uma mecha de seu cabelo quando
ouço um suspiro doce.
“Meus bebês.”
Viro os olhos para a porta. Mamãe está lá com um sorriso
brilhante. Ela está encharcada da chuva e seu cabelo está uma
bagunça, mas ela está linda.
“Sirenes de tornado,” explico.

K. Webster
Ela balança a cabeça e seu sorriso desaparece. “Um pequeno
rasgou a cidade. Havia algumas árvores arrancadas e faltando
telhas perto da loja. Estou feliz que vocês dois estejam bem."
Distraidamente, acaricio os cabelos de Rylie. “Quem vai sentar
na banheira com ela quando eu for para a faculdade?”
Rylie se encolhe e me vejo acariciando suas costas para
confortá-la.
“Não se preocupe com coisas assim, Huds. Apenas se
preocupe em conseguir uma educação. Rylie é uma garota grande.
Ela te surpreenderá um dia.”

Acordo com a sensação de alguém me observando. No escuro.


Seria alarmante, a não ser que eu saiba que é só Rylie. As pontas
dos dedos dela estão correndo ao longo do meu couro cabeludo
pelo meu cabelo. Me oferecendo o mesmo tipo de conforto que eu
dei a ela. É bom, então posso ver porque ela gosta disso. Eu entro
e saio do sono quando ela toca minha cabeça. Quando as pontas
dos dedos dela patinam ao longo da minha mandíbula, estou bem
acordado. Ela corre ao longo da minha garganta até o meu
músculo peitoral através da minha camisa. Então, coloca a palma
da mão lá. Eu cubro a mão dela com a minha, avisando que estou
acordado e aqui para ela.
“Você quer conversar?” Pergunto, com a minha voz rouca de
sono.
“Não.”
Sorrio no escuro. Sua resposta atrevida de uma palavra me
lembra quando éramos crianças. “Você se lembra quando eu
costumava fazer com que você me fizesse comida o tempo todo?”
Seu corpo endurece. “Nunca funcionou.”
“Às vezes funcionava. Se eu fosse muito gentil com você,”
digo, me divertido no meu tom.

K. Webster
Ela relaxa. “Você era tão mau. Tudo que tinha que fazer era
dizer por favor e eu faria qualquer coisa por você."
Ficamos calados por um momento.
“Fale comigo então,” murmuro. “Por favor.”
“Eu me sinto tão sozinha,” ela sussurra, sua voz quase
inaudível.
“Porém, você não está sozinha. Você me tem.”
Ela engole e toca em mim, como se pudesse subir dentro de
mim para procurar abrigo. “Eu não te tenho, no entanto.”
“Apenas mais algumas semanas e depois vou estar de férias
da primavera. E voltarei para casa. Talvez possamos fazer algo
divertido. Ir ao cinema, descer o rio ou acampar.” Digo a ela. “Você
me tem. Estou bem aqui. Eu tenho sido um irmão de merda, eu
sei, mas quero tentar mais por você. Mamãe e papai gostariam que
nos déssemos bem e nos apoiássemos durante esse tempo.”
“Eu também quero,” diz ela depois de alguns minutos.
Eu corro os dedos pelo cabelo dela. Ela estremece e se
aconchega mais. Quando sua perna roça meu pau, solto um
assovio.
“Pare de mexer tanto,” reclamo.
“Desculpa.”
Ela se acomoda e tento ignorar o fato de que o sangue agora
está bombeando para o meu pau. Isso me lembra que ainda tenho
que contar a Amy sobre Jada. O segredo está me comendo vivo.
“Eu traí Amy,” admito a minha irmã. “Com uma garota
chamada Jada.”
“O que?”
Engolindo o desgosto em mim, aceno. “Eu... eu... eu também
estava solitário.” É uma péssima resposta, mas é a única que
tenho.

K. Webster
“Você vai dizer a ela?” Ela pergunta.
“Sim. Eventualmente.”
“Estamos fodidos,” diz ela com uma risadinha.
Sorrio e beijo o cabelo dela. “Isso é o que somos, pagãos.
Pagãos."
“Ela vai te perdoar.” Seus dedos viajam de volta até a frente
do meu peito para o meu pescoço. “Ela provavelmente vai chorar
muito, no entanto.”
Um gemido me escapa. “Sim.”
“Você já se perguntou se ela é realmente a única, Huds? Só
porque vocês dois terão um bebê não significa que você tem que
ficar com ela. Ela ainda te faz feliz?” Seus dedos curiosos estão de
volta no meu rosto e seu polegar corre ao longo do meu lábio
inferior.
“Nós não vamos ter um bebê.” Amy deve ter dito a ela porque
eu com certeza não disse. “Foi apenas um susto.”
“Bom,” ela fala. “Estava preocupada.”
Eu sorrio contra os dedos dela que se espalharam pelos meus
lábios. “O que você está fazendo?”
“Aprendendo quem você é.” Seus dedos começam a se
afastar, mas eu gentilmente aperto seu pulso para que não pare.
Se ela precisar disso para se sentir melhor, darei a ela. “Passo
muito tempo no escuro,” diz ela com um sussurro. “Sempre
sozinha. Mas agora você está aqui comigo e estou tentando
entender o porquê.”
“Porque você é minha irmã e precisamos um do outro” digo a
ela simplesmente. Então dou uma mordida em seus dedos.
Ela solta um grito feliz que não escuto desde que ela tinha
dez anos de idade quando puxou a mão e bateu no meu peito.
“Você me mordeu!” Ouvir sua risada é como uma injeção de

K. Webster
adrenalina no meu sistema. De repente, como um viciado, quero
ouvir mais.
Mordo o ar, meus dentes batendo, curtindo suas risadinhas.
Ela tenta empurrar meu rosto para longe quando começo a morder
o ar cada vez mais perto dela. Viro a cabeça e mordo seu pulso.
Ela tenta me dar uma joelhada nas bolas, mas consigo prender
sua perna magra entre as minhas poderosas. Ela se contorce e
nós dois respiramos pesadamente. Percebo nossa proximidade
desajeitada e começo a me afastar. Mas é como se ela não quisesse
cortar o link porque vai comigo, com o joelho deslizando mais alto.
Estremeço, esperando minhas bolas serem esmagadas, mas ela
apenas descansa a perna contra elas.
Se tia Becky descesse, teria um ataque por nos ver assim.
Mas não é assim. Só precisamos um do outro agora. Não estamos
fazendo nada errado. Ela é minha irmã.
“Hudson,” ela expira, sua respiração quente fazendo cócegas
no meu pescoço. Isso me lembra do jeito que Amy às vezes faz, o
que é um pensamento confuso. “Estou doente.”
“Você não está doente,” eu asseguro a ela. “A depressão pode
ser uma doença com a qual te rotularam, mas você não está
doente. Nós podemos passar por isso.”
“Hudson…”
Espero que ela elabore, o ar denso com sua intenção. Ela
simplesmente exala pesadamente e relaxa.
“Eu te amo.”
“Eu também te amo, pagã.”

K. Webster
CAPÍTULO 6
Rylie

Eu posso fazer isso.


Apenas mais três dias.
Hudson estará em casa para as férias de primavera e
poderemos fazer todas as coisas que ele me prometeu.
“Abra-se e mostre-me,” exige tia Becky, ambas as mãos em
seus quadris enquanto olha para mim.
“Ahhhh,” digo, enfiando a língua para fora e, em seguida,
reviro os olhos.
“Bom, agora prepare-se para a escola.”
Ela me deixa sozinha no banheiro. Eu costumava amar
minha tia, mas agora não a suporto. É como se ela ficasse feliz em
controlar todos os meus movimentos. Você pensaria que eu teria
alguma liberdade, mas desde o dia em que tomei toda a minha
medicação e fui internada no hospital, não tenho nenhuma. Ela
assiste cada movimento meu. Dita todas as minhas ações. E me
diz quando posso respirar.
Fecho a porta atrás dela e ligo o chuveiro. Enquanto retiro a
roupa, olho para o meu corpo, sem me impressionar. Sou quase
uma mulher presa no corpo de uma criança. Meus seios têm
tamanho P. Você pode ver minhas costelas e ossos do quadril
salientes. Eu não sou nada curvilínea como Amy.
Irritação me atravessa.
Amy sufoca meu irmão.

K. Webster
Ele merece mais.
Como você?
Um arrepio passa pela na minha espinha. Procuro o calor e a
privacidade que o chuveiro vai oferecer. Sem bloqueios. Nenhum
remédio. Não há coisas afiadas. O Dr. Livingston e a tia Becky se
certificam de que eu não seja um mal para mim. Minhas pernas
tem pelos assim como minhas axilas. Desejo muito me depilar,
mas também fui castigada com isso.
Com um suspiro pesado, lavo meu corpo no chuveiro chique.
Às vezes parece que estou em um hotel chique. É tão diferente
aqui de onde eu morava com minha família. Mais agradável e mais
caro. Mas certamente não como em casa. Fecho os olhos e tento
me lembrar das noites que passei enroladas contra Hudson no
porão antes que ele partisse para voltar ao Arkansas. Depois
daquela primeira noite, foi como se eu precisasse que ele
respirasse. Eu esperava que ele voltasse aos seus habituais modos
bruscos, mas ele me segurava todas as noites.
Ele estava me levando à loucura.
O que ele vê como um inocente abraço com sua irmã é algo
completamente diferente para mim. Eu tentei avisá-lo que estava
doente, mas ele repeliu meu comentário. Ele não entende. E
claramente não se sente da mesma maneira. Mas por causa da
minha doença, não posso afastá-lo e encontrar alguém ou alguma
outra coisa para focar.
Só ele.
Estendo a mão e pego o chuveirinho. É sujo e errado, mas
penso nele tocando-me entre as coxas. A água quente atinge meu
clitóris e suspiro. Desesperada para sentir mais prazer, separo os
lábios da minha buceta e agrido meu clitóris com a água. É bom,
mas o que faz me sentir melhor é fingir que é a língua dele.
Lambendo-me. Quente e húmida. Nunca parando.
Doente, doente, doente, Rylie.
No entanto, não paro.

K. Webster
Eu imagino coisas que nenhuma garota deveria pensar
quando se satisfaz. Pensamentos que podem levar a ações com
consequências terríveis. Quando penso em seus dentes mordendo
meus dedos, sinto o orgasmo. Forte, violento, sem remorso.
Eu acabei de ter um orgasmo pensando em meu irmão.
Vergonha desliza através de mim como óleo se espalhando
em um lago. É sujo e reveste cada parte de mim por dentro e por
fora. Escuro e errado.
Não posso fazer isso de novo.
Meu clitóris pulsa em resposta.
Talvez só mais uma vez...

Eu: Você ouviu aquela música que enviei?


Hudson: Você me enviou umas dez. Qual?
Eu: Todas elas, nerd.
Hudson: Eu gosto da terceira.
Sorrio enquanto leio seu texto. A terceira também era minha
favorita.
Hudson: Como você está? Você não teve mais desses
pensamentos, não é?
Calor flui pela minha pele.
Eu: o quê?
Como ele sabe?
Hudson: Se machucando, Ry. Você não pensou mais sobre
isso, não é?
Solto uma respiração irregular de realização. Esses
pensamentos. Não os vergonhosos. Entendi.
Eu: Não. Não realmente.

K. Webster
Meu telefone começa a tocar e corro para atender. Se tia
Becky souber que estou acordada as duas da madrugada, ela
levaria meu telefone para longe. Novamente. Foi preciso pedir
desculpas e ajudar tia Becky a arrancar ervas daninhas para
compensar o esmagamento de seu espelho, mas finalmente
consegui meu telefone substituído e privilégios de volta.
“O quê?” Sussurro.
Hudson ri. Profundo e gutural. Isso vibra direto ao meu
núcleo. Se eu dissesse que só me toquei duas vezes naquele dia
no chuveiro, seria uma mentirosa. Eu me toquei todas às vezes no
chuveiro desde então.
“A maioria das pessoas diz oi quando atende ao telefone,” diz
ele, divertido em seu tom.
“Eu não sou como a maioria das pessoas.”
Sua risada morre e ele fica sério. “Rylie, o que isso significa?
'Não realmente’?”
Minha frequência cardíaca aumenta com a preocupação dele.
“Eu só quis dizer que sim, eu fico muito triste, mas falar com você
ajuda.”
Ele solta um suspiro pesado. “Nunca mais diga essa merda
para mim.” Ele faz uma pausa por um momento. “Eu estava com
tanto medo quando recebi o telefonema da tia Becky. Achei que
também tinha perdido você,” ele murmura.
“Eu sinto muito,” sussurro. “Eu realmente sinto.”
“Você deveria estar na cama,” ele resmunga.
“Eu estou na cama.”
“Espertinha.”
Deslizo a mão sob o cobertor e afundo na minha calcinha.
Meus dedos roçam levemente contra o meu clitóris enquanto tento
estabilizar minha respiração. “Será que a dor vai embora?”
“Espero que sim.”

K. Webster
Nós dois estamos quietos por um momento.
“Eu sinto sua falta,” lamento, lágrimas ameaçando. Estou
sobrecarregada por pensamentos e sensações. Quero chorar e
rastejar em seu colo. Quero me tocar e pensar nele. Quero gritar
e destruir meu quarto. Quero tudo isso. Tudo de uma vez. É
enlouquecedor enquanto tento resolver tudo na minha cabeça.
“Vou te ver amanhã,” ele promete. “Você deveria dormir um
pouco.”
Preguiçosamente, me esfrego entre as coxas, aproveitando as
faíscas de prazer que zumbem através de mim. Parece proibido me
tocar enquanto converso com ele. “Você contou para Amy?”
“Não.”
“Quando vai dizer a ela?”
“Provavelmente na minha folga,” diz ele com um suspiro
pesado.
“Você viu Jada?”
“Eu a vi, mas não nos metemos em confusão.”
“Você a beijou?”
Ele engole audivelmente. “Sim, uma vez antes. Mas o que foi
tão ruim foi que a deixei me chupar.”
Fecho os olhos enquanto imagino uma linda mulher
ajoelhada na frente de Hudson. Ele segurou o cabelo dela? Ela
engoliu seu esperma? “Você não fez sexo com ela?”
“Não,” ele rosna.
Eu esfrego meu clitóris cada vez mais rápido, ficando tonta
com o quão bom é e como estou excitada por estar ao telefone com
ele.
“Rylie.” Sua voz é afiada e comandante. Isso me envia ao
limite. Mordo meu lábio inferior para não gritar. Minha respiração
está pesada, mas consigo me acalmar antes de responder.

K. Webster
“S...Sim?”
“Vá dormir, pagã.”

Estou feliz.
Muito feliz.
A sensação é estranha, mas me agarro a ela
desesperadamente.
Hudson estará aqui em breve. Eu senti a falta dele como uma
louca. Assim que ouço a porta do seu carro bater na frente, saio
pela porta. Corro direto para ele e me jogo em seus braços. Ele ri
quando quase o derrubo. Minhas pernas estão presas na cintura
dele e meus braços em volta do seu pescoço.
Deus, ele cheira tão bem.
“Eu senti sua falta,” murmuro contra seu pescoço.
“Ei, Rylie,” diz Amy de perto.
Envergonhada por ter uma audiência, deslizo de seu corpo
para os meus pés. Quando olho, ela está sorrindo para mim com
o mais falso sorriso de todos os tempos.
“Eu não esperava ver você aqui,” falo enquanto me afasto do
meu irmão.
“Não seja um pirralha,” brinca Hudson e puxa alegremente
uma mecha do meu cabelo. “Amy e eu pegamos comida e alguns
filmes da Redbox. Pensei que poderíamos começar a semana. Eu
prometi a você filmes.” Ele sorri para mim. Amplo e adorável e
juvenil.
Eu não tenho coragem de dizer a ele que não quero fazer nada
com ela.
Pensei que seriamos apenas nós.
“Ok,” digo, forçando um sorriso.

K. Webster
Ele franze a testa para mim, mas não pressiona. Nós
entramos e tento ignorar tia Becky e tio Randy, enquanto
discutem o quão maravilhosa e linda Amy é e o quanto sentiram
falta de vê-la. Eu pego os filmes e desço as escadas. Lágrimas
ameaçam, mas eu as mantenho afastadas. Sou estúpida.
Delirante mesmo. Eu realmente achei que poderia passar uma
semana inteira flertando com meu irmão?
Doente. Doente. Doente. Doente.
O que há de errado comigo?
“Rylie...”
Sua voz me assusta e pulo. Não posso nem olhar para ele. E
se ele perceber a doença dentro de mim? Ficará enojado?
“Rylie,” ele diz novamente, desta vez mais perto.
Quando seus braços fortes me envolvem por trás, começo a
chorar. Não posso evitar. Estou frustrada, confusa e chateada.
“Ei ,” diz ele, sua voz suave e reconfortante. Ele me vira até
que esteja de frente para ele. “Eu não percebi o quanto você estava
chateada.”
Eu choro contra a camisa dele, desejando que o mundo
inteiro ao nosso redor desapareça. Que pudéssemos desligar as
luzes e dormir lado a lado no sofá, como fizemos no passado. No
escuro. Apenas ele e eu.
“Eu sinto muito,” ele sussurra contra o meu cabelo. “Eu não
sabia.”
Não sabia o que?
Que sou completamente obcecada por ele?
O pensamento só me faz chorar mais.
“Ei, pessoal,” Amy fala da escada. “Tudo certo?”
Relutantemente, começo a me afastar.

K. Webster
“Você pode nos dar mais alguns minutos a sós?” Ele
pergunta, me abraçando de volta para ele.
“Claro,” ela diz. “Claro.” Seus passos recuam e a porta se
fecha atrás dela.
Hudson não me apressa para me acalmar. Ele simplesmente
acaricia meu cabelo e beija o topo da minha cabeça. Acalma meu
coração partido e alma vazia.
O tempo passa devagar, mas me conforta saber que passo
com ele.
A voz de Amy está mais uma vez ficando sob a minha pele.
“Já faz mais de uma hora. Devo pedir a Becky para me levar
para casa?”
“Sim,” diz Hudson, ao mesmo tempo digo: “Não.”
Eu inclino a cabeça para olhá-lo. Seu nariz está vermelho e
me pergunto se ele estava chorando também. Ele aperta a
mandíbula e me perfura com um olhar intenso.
“Você tem certeza?” Ele me pergunta.
“Sim, vamos assistir a um filme.”

K. Webster
CAPÍTULO 7
Hudson

Eu sabia que isso era uma má ideia.


Rylie é muito frágil. Tia Becky me dá as atualizações quando
não estou falando com a própria Rylie. Se não fosse por Amy
abarrotar meu maldito telefone e me fazer sentir culpado para vê-
la, eu teria vindo direto para cá. Agora, eu gostaria de ter
aparecido e dito a ela que a veria em um dia diferente.
Amy me lança um olhar preocupado, mas simplesmente
balanço minha cabeça para ela. É tarde demais agora. Nós vamos
passar a noite. Então, vou fazer as pazes com ela.
Por Rylie.
Devo isso a ela.
“Nós escolhemos um filme engraçado,” diz Amy com falsa
alegria.
“Ok,” diz Rylie quando se enrola em uma extremidade do sofá.
Recuando. Vejo nos olhos dela. Isso me faz querer agarrá-la e
puxá-la para fora de sua própria cabeça.
“Ótimo,” Amy diz. Ela me entrega o filme e se senta no meio
do sofá. A irritação floresce dentro de mim. Estou sendo injusto
por estar irritado com Amy, mas não posso evitar. É como se ela
estivesse tentando dificultar as coisas.
Eu começo o filme e depois sento no lado oposto como Rylie.
Amy praticamente sobe no meu colo. O filme começa e logo Amy
está rindo de todas as cenas.
Rylie olha para a tela, perdida em sua mente.

K. Webster
Aperto os dentes, desesperado para empurrar Amy para longe
e puxar minha irmã para mim. Para perguntar porque ela está tão
chateada e como posso consertar isso. Rylie deve sentir-me
olhando porque ela se vira para mim. Seu olhar passa por cima de
Amy e então ela me olha com olhos lacrimejantes.
“Você está bem?” Pergunto a ela.
Ela balança a cabeça e se vira para a televisão. Do meu ponto
de vista, eu não perco a lágrima que corre pela sua bochecha ou
a forma apressada que ela limpa. Quando o filme termina, estou
praticamente pulando do sofá para levar Amy para casa.
“Vamos. Está ficando tarde e estou cansado,” digo
bruscamente.
Amy franze a testa para mim, mas concorda. “Sim, claro.”
“Eu voltarei em breve,” digo a Rylie. Ela tenta sorrir, mas até
isso falha. Quando passo por ela, bagunço o cabelo dela. “Volto
em breve. Eu prometo.”
A viagem de volta para a casa de Amy, onde mora com os pais
é tranquila. Não é até que eu estou sentado em sua garagem com
o carro no jardim que ela fala.
“Está tudo bem com você, Hudson?” Ela faz uma pausa por
um minuto. “Conosco?”
“Claro que está. Eu só tenho muita coisa em mente.” O maior
eufemismo do ano.
Seu lábio treme. “Você parece tão distante ultimamente.
Como se eu incomodasse em estar por perto.”
Eu pego a mão dela, mas meu tom é agudo. “Perdi meus pais
e minha irmã está gravemente deprimida. Meu foco está em outro
lugar.”
Ela faz uma careta como se eu tivesse batido nela. “Eu sei.
Sinto muito. Quando você coloca dessa maneira, eu me sinto
egoísta.”

K. Webster
“Eu só preciso de tempo para me certificar de que minha irmã
está bem,” digo e esfrego a palma da minha mão na lateral do
rosto. “Você pode me dar isso?”
Ela balança a cabeça e se inclina para me beijar. Eu lhe
ofereço minha bochecha e acaricio sua mão.
“Vou ligar para você amanhã,” digo a ela enquanto se afasta.
“Eu te amo,” diz ela chorando.
“Eu também te amo.”
Ela sai do carro e eu espero para ter certeza de que está bem.
Meus pensamentos estão uma bagunça, no entanto.
“Eu te amo.”
“Eu também te amo.”
Amo?
Eu a traí, pelo amor de Deus.
Meu relacionamento com Amy precisa ficar em segundo
plano. Posso refletir sobre tudo isso quando Rylie estiver mais
estável. Agora, ela é meu foco. Ry é a única pessoa que me resta.

Quando volto, a casa está escura. Rylie não está no porão,


então vou para cima procurando para ela. A luz sob a porta do
banheiro brilha para o corredor escuro, indicando que ela está
dentro. Estou prestes a bater e perguntar se ela está bem, quando
a porta se abre. Com grandes e tristes olhos castanhos, ela olha
para mim. Seu rosto está livre de maquiagem. Todas as suas
sardas estão em plena exibição.
“Você está bem?” Minha voz é rouca e crua com emoção. Ela
parece tão fodidamente quebrada agora.
A água pinga de seu cabelo e escorre para baixo em seus
ombros nus. É então que percebo que ela está vestindo apenas
uma toalha. A clavícula se projeta e ela é tão pálida.

K. Webster
“Você não está comendo?” Exijo, apontando para seu corpo.
Ela olha por mim no corredor. Certo. Tia Becky. A última
coisa que preciso é que ela venha se juntar a uma discussão sobre
o peso da minha irmã. Ela está vulnerável o suficiente. Aperto seu
pulso e a induzo a voltar para o banheiro, fechando a porta atrás
de mim.
“Rylie” Eu digo. “Fale comigo, caramba.”
Suas sobrancelhas escuras franzem. “Eu nunca estou com
fome.”
Aperto meu maxilar. “Você ainda tem que comer.”
Ela encolhe os ombros e isso me irrita.
“Rylie, você ainda tem que comer.”
Suas narinas se dilatam e ela me dá um pequeno empurrão.
“Diminua seu tom de voz. Tia Becky vai estar aqui forçando
comida na minha garganta e Deus sabe que outro tipo de
medicamento.”
“Venha aqui,” resmungo, abrindo os braços.
Ela entra em meu abraço e seu corpo relaxa. Em sua toalha,
é mais fácil notar como ela está magra. Isso me preocupa pra
caramba.
“Vou secar meu cabelo e, em seguida, vou para a cama,” ela
murmura.
Decepção me atravessa. Onde está a garota da noite passada?
Aquela que conversou sobre bandas e música?
Eu me afasto e aperto seus braços frios. “Se você precisar de
mim, sabe onde estarei.”
Ela não responde, mas se afasta. Solto um suspiro pesado e
a deixo em paz. Depois de um rápido banho no porão, pego alguns
shorts de basquete e apago as luzes. Deito no sofá e olho para o
teto na escuridão. O porão não tem janelas, o que é bom quando

K. Webster
você quer dormir, mas agora, me sinto preso. Fechado.
Desesperado.
“Eu não consigo dormir,” sussurra uma voz suave.
“Nem eu.”
Eu não tenho que dizer a ela para vir porque ela já está
rastejando em cima de mim, buscando o meu conforto. Eu arrasto
o cobertor sobre nós e acaricio seu cabelo ainda quente, agora
seco. Estou consciente de que estou usando apenas um par de
shorts. O que quer que ela esteja usando, parece pouco. Um par
de shorts de dormir e uma regata talvez. Através de suas roupas,
suas costelas magras cavam em mim quando ela se aconchega.
Meu coração dói.
“Isso é normal?” Ela pergunta, com sua voz quase inaudível.
“O que?”
Sua palma desliza pelo meu peito nu e seus dedos voam ao
longo da minha mandíbula. Então, o polegar dela esfrega o meu
lábio inferior.
“Eu não sei,” minto. Está longe do normal. Tenho certeza de
que se Amy ou tia Becky virem o jeito que nos abraçamos à noite,
podem ter algo a dizer sobre isso.
Mas por quê?
Nós não estamos fazendo nada errado.
Certo?
“Normal é superestimado,” ela murmura, sua respiração
quente fazendo cócegas no meu peito.
Corro os dedos pela sua espinha sobre a camisa e, em
seguida, coloco a palma da mão na parte inferior das suas costas.
Sua respiração se dissipa e logo ela está babando no meu peito
enquanto dorme. Deslizo os dedos para cima e para baixo nas
costas dela. Não tenho certeza se a estou acalmando ou se está

K. Webster
me acalmando fazer isso. De qualquer forma, gosto disso. Sinto-
me calmo pela primeira vez desde que voltei para casa.
Ela é minha irmã.
Perdemos nossos pais.
Isso pode não ser normal para a maioria das pessoas, mas é
normal para nós.

Eu acordo suando. Enroscado com outra pessoa. Estou


esmagando ela nas almofadas com o meu peso. Eu me atrapalho
na escuridão, procurando seu quadril para movê-la da beira do
sofá. Em vez de encontrar o quadril, encontro a pele nua sobre as
costelas. É chocante que elas estejam tão definidas. Esfrego meus
dedos ao longo de cada uma delas, mergulhando nas ranhuras até
o meu polegar roçar algo carnudo e macio. Leva um segundo para
perceber que acabei de tocar o peito da minha irmã. Por acidente
e por baixo, mas eu ainda toquei.
Porra.
“Eu só não estou com fome,” ela murmura no momento em
que deslizo meu polegar de volta para baixo sobre suas costelas.
Congelo, me perguntando se ela vai me chamar de doente por
tocá-la. Eu deveria me desculpar, mas a vergonha mantém meus
lábios colados. Eu me viro para o rosto dela e meu nariz encosta
na sua bochecha.
“Eu gostaria que você tentasse e comesse,” digo finalmente.
“Vou tentar.”
Ultimamente, minha vida parece tão fodida, mas no escuro,
parece bem. Com Rylie segura e bem cuidada, sinto-me relaxado
e não tão estressado.
“Quando se formar, posso morar com você?” Ela pergunta,
com sua respiração quente fazendo cócegas no meu rosto.

K. Webster
“Sim,” digo sem hesitação. Amy vai ter que superar isso. Se
for isso que Rylie precisa para prosperar, então que seja.
“Eu ainda não vou fazer comida,” ela brinca.
Meu coração aperta no peito. É o primeiro sinal de felicidade
na minha irmã que vi a noite toda. “Eu só tenho que encontrar
algo para comer,” eu digo, batendo os dentes como se eu estivesse
procurando algo para comer nela.
“Hudson,” ela sussurra, com felicidade na voz.
Eu a mordo de brincadeira. Seu queixo, parece. Nós dois
congelamos.
“Estou doente,” ela choraminga. Outro lembrete.
“Talvez eu esteja doente também.” Pressiono um beijo no
lugar que mordi.
Ela solta um gemido e seus dedos correm para a lateral do
meu braço. Beijo sua mandíbula novamente. Ou é o pescoço dela?
“Eu gosto quando você ri,” sussurro, meus lábios deslizando
sobre sua carne. “Gosto quando você come.” Agarro suas costelas
nuas novamente. “Gosto quando você está feliz.”
Nada faz sentido agora.
Em um esforço para confortar Rylie, perdi a visão de quem
somos.
A escuridão nos esconde.
Por um minuto, somos livres.
Sua coxa desliza sobre meu quadril. Pensamentos sujos
correm desenfreados em minha mente. Talvez eu devesse ter
fodido Amy para limpar a minha cabeça porque agora, meus
pensamentos não estão onde deveriam estar.
“Rylie,” gemo, meus lábios pairando sobre o pescoço dela. “Eu
não acho que isso é normal.”

K. Webster
“Eu gosto de como isso me faz sentir.”
Cavando fundo por algum fragmento de autocontrole, eu tiro
os lábios longe de seu pescoço e deslizo a palma para longe de sua
carne nua. Eu avancei e faria algo mais do que um toque
acidental. Essa é a última coisa que preciso fazer. Foder minha
irmã ainda mais.
“Talvez você deva dormir na sua cama,” resmungo, odiando
as palavras quando saem da minha boca.
“Por favor, não me faça sair.” Sua voz racha no final.
Puxando-a para mais perto, a abraço apertado. “Nunca.
Apenas vá dormir. Caso contrário...” Minhas palavras pairam
pesadas no ar. “Apenas vá dormir.”
“Vou tentar.”
“Eu vou tentar também.”
“Hudson?”
“Sim?”
“Por favor, não seja estranho sobre isso amanhã.”
Eu sorrio e beijo o cabelo dela. “Vou tentar.”
“Eu também vou tentar.”

K. Webster
CAPÍTULO 8
Rylie

“Acampamento. Eu não sei…” Tia Becky se afasta.


Eu sei que ela está dividida entre me controlar e me tirar de
sua vista. Ela e Randy nunca puderam ter filhos. Eu acho que em
quase dois meses me fazendo morar aqui, ela percebe que se
desviou de uma bala. Não sou fácil de maneira alguma.
“Vou fazê-la tomar o remédio,” garante Hudson.
Eu coro quando ele pisca para mim. Hoje de manhã, saí do
porão e entrei no chuveiro porque precisava de alívio. Depois da
noite passada, minha mente está confusa.
Meu irmão.
Não consigo entender isso.
A noite passada foi... legal.
O jeito que ele me tocou parecia tão íntimo. Como um feitiço
que eu não queria quebrar. No escuro, é fácil ser corajoso. Na luz
brilhante do dia, eu me derreto sob seus olhares intensos.
“Bem. Seja cuidadoso. Não beba, Huds. Se vocês descerem o
rio, tenham cuidado. Eu não quero um telefonema dizendo que
minha sobrinha e sobrinho se afogaram em Niangua. Ela franze
os lábios e depois acena. “Vocês estão desperdiçando a luz do dia.
Vão.”
Algumas horas depois estamos no carro indo para o rio. São
quase duas horas de carro e devemos chegar mais tarde, com
muito tempo para aproveitar o sol. Hudson toca a playlist das
músicas que enviei para ele. Estou excessivamente surpresa com

K. Webster
o fato de ele ter tido o tempo para baixar as músicas. Nós ouvimos
Radiohead e eu pesquiso acampamentos no Google. Hudson me
conta sobre seu amigo Nick e alguns dos outros jogadores de
beisebol. Mas principalmente, falamos sobre mamãe e papai. É
terapêutico. Não gosto de conversar com a tia Becky, apesar de
mamãe ser sua irmã mais velha. Eu não tenho certeza se Hudson
fala com Amy sobre eles também. É como algo que pode nos unir.
Nossa perda. Nossas memórias. Nossa família.
“Amy não quis vir com a gente?” Pergunto, com os olhos nele.
Seus óculos aviadores escondem seus olhos, mas posso dizer
que ele está tenso sobre a questão. “Ela não foi convidada.”
“Oh”
Ele se inclina para frente e abaixa a música. “Eu disse a ela
que queria me concentrar em você. Nós passamos por alguma
merda, Ry. Eu só acho que merecemos esse tempo para trabalhar
as coisas.”
Emoção preenche minha garganta. Tudo o que posso fazer é
acenar com a cabeça. “Obrigada por fazer isso.”
Ele me mostra um sorriso brilhante que faz meu batimento
cardíaco acelerar. “Vamos nos divertir.”
Felicidade floresce dentro de mim como uma rosa de cheiro
doce. Admiro essa nova flor enquanto cruzamos a estrada
cantando músicas. Duas horas passam rapidamente e logo
estamos carregando nossos equipamentos em uma jangada. Eu
queria uma canoa porque elas parecem seguras, mas Hudson me
pediu para confiar nele.
E já que confio, concordei em usar a jangada.
Depois de ver três casais diferentes virarem em suas canoas
enquanto passeamos, fico feliz em ter ouvido. Hudson e eu
pudemos sentar e aproveitar o passeio.

K. Webster
“Está calor hoje,” reclamo, mas me recuso a tirar a camiseta.
Agora que Hudson apontou o quão magra ele pensa que estou, me
sinto estranha em ser vista em um biquíni.
“Aqui, deixe-me ajudá-la a se refrescar.” Ele sorri antes de se
inclinar para o lado e pegar água fria do rio em sua mão. Eu grito
quando ele arremessa um punhado em mim, encharcando minha
camisa. Arrancando os óculos escuros, eu tiro a água do meu
rosto com as costas da mão.
“Idiota,” digo.
Ele ri e depois se senta antes de tirar a camiseta. Eu
rapidamente coloco os óculos de sol de volta para não ser pega
apreciando seu físico. O beisebol tem sido bom para ele. Ele joga
na terceira base e seus ombros são largos. Seus bíceps são
grandes e definidos. E o abdômen. Hudson tem um abdômen
definido. Inconsciente do meu olhar, ele se ajoelha e usa o remo
para nos guiar até um banco de areia. Sua bunda também é
definida e seus shorts azul-marinho estão baixos o suficiente para
que eu possa ver uma lasca de sua bunda aparecer. Quando nos
aproximamos da área de praia, ele sobe e pula na água antes de
arrastar a jangada comigo e todos os nossos equipamentos para a
praia como se não pesassem nada.
“Podemos descansar aqui e comer. E nadar já que você está
com tanto calor,” ele brinca. Ele coloca as mãos nos quadris e olha
para baixo. Eu dou uma espiada no seu V. O rastro de pelos do
seu umbigo que desaparece em seu tronco é fascinante e bonito.
O contorno do pau é grosso e orgulhoso em seus shorts. Não está
ereto, mas é grande.
“Nadar primeiro ou comer primeiro?” Sua mandíbula contrai
e sei que fui pega olhando.
Calor flui através de mim, me fazendo corar. “Nadar.” Eu
definitivamente preciso me esfriar porque tenho certeza que estou
babando.
Doente. Doente. Doente. Doente.

K. Webster
Ele passa por mim, jogando seus óculos na jangada e corre
para o rio. Então, se vira e olha de volta para mim, seus olhos
verdes brilhantes em plena exibição. “Bem, o que você está
esperando?”
Crescer peitos, quadris e coxas.
“Não olhe,” resmungo.
Ele ri, mas se afasta. Eu rapidamente retiro meu top e shorts,
ficando em um simples biquíni laranja. Eu também deixo meus
óculos de sol e vou em direção a ele. Com meus braços cobrindo
o máximo que posso, corro passando por ele na água gelada. Eu
grito e paro quando está na cintura.
“Está muito frio!” Grito. “Porque estamos aqui?”
“Você tem que molhar todo o corpo. Você vai se acostumar
com isso.”
“Foda-se, não,” argumento, mas é tarde demais. Seu braço
forte puxa minha cintura e ele me carrega profundamente. Está
tão frio. “Idiota!”
Então ele nos mergulha sob a superfície. Eu nado até o topo
e solto um monte de palavrões. Ele sacode a cabeça, jogando seu
cabelo castanho para trás, e sorri para mim. Menino bonito e doce.
Não como a pessoa que acabou de tentar me afogar.
“Cuidado,” ele avisa. “Não vá longe demais.” “A correnteza é
forte.” Ele agarra meu pulso e me puxa até nós dois podermos
tocar o fundo rochoso. Sua outra mão aperta minha cintura
quando balanço, mas ele não solta. Não que eu queira. O calor de
seus dedos me aquece.
“Como está o beisebol?” Pergunto, inclinando-me para ele.
Ele solta um suspiro pesado. “O treinador Brass me deu
muito tempo para pensar bem, mas acho que a paciência dele está
se esgotando. Eu fui eliminado no último jogo duas vezes.” As
sobrancelhas dele franzem. “Sem mamãe e papai vindo para os
jogos, eu não... simplesmente não gosto muito.”

K. Webster
“Mamãe estaria tão orgulhosa,” sussurro.
Suas narinas se abrem e ele olha para longe. “Não, ela me
diria para tirar a cabeça da bunda e acertar a maldita bola.”
Nós dois rimos porque é verdade.
“E papai diria: Lauren, ele está fazendo o melhor que pode.
Dê uma folga para o garoto.” Pensamentos sobre meu pai tentando
acalmar minha mãe inundam-me e de repente nada é engraçado.
Um gemido soa na minha garganta.
“Shh,” Hudson murmura enquanto me puxa contra seu peito.
Ele me segura apertado enquanto molho seu peito com
lágrimas.
“Eu sinto falta deles.”
“Eu também.”
Suas palmas das mãos esfregam minhas costas de uma
maneira reconfortante. Estou imediatamente distraída das
minhas emoções sobre os meus pais porque as mãos grandes e
fortes do meu irmão são boas contra a minha pele nua.
“Vamos,” diz ele, com a voz rouca. “Vamos pegar algo para
comer.”
Eu o sigo da água e vejo-o colocar com eficiência um cobertor
na areia. Então, ele procura na caixa de gelo. E me joga uma
garrafa de água. Eu bebo metade da garrafa antes de fechá-la e
sentar no cobertor. Deitando de costas, me protejo do sol com o
braço e fecho os olhos.
“Você precisa comer alguma coisa.” Ele se senta ao meu lado
e a água do corpo dele cai sobre o meu.
“Mais tarde.”
Ele coloca uma uva nos meus lábios. “Não. Agora.”

K. Webster
Aceito a uva e me vejo querendo outra. Uma por uma, ele
alterna nos alimentando com uvas. Quando está satisfeito, já nos
cansamos, ele se levanta e as coloca de volta na caixa de gelo.
“Você está queimando.”
Nem me fale.
“Estou bem,” murmuro.
Algo frio toca o meu abdômen e grito.
Ele sorri para mim. “Você precisa de protetor solar.” Seu
sorriso murcha quando ele começa a esfregar o protetor solar no
meu abdômen.
“Hudson…”
“Sim?”
“Obrigada.”
A palma da sua mão esfrega rigorosamente em todo o meu
abdômen até que ele espalhe. Duas vezes sua mão passa na minha
barriga e solto um pequeno gemido. Graças a Deus, ele ignora os
sons embaraçosos que vêm de mim. Ele continua sua tarefa e
coloca mais protetor solar, desta vez em sua mão. Meus ombros
chamam a sua atenção em seguida. Então meu pescoço. Minha
clavícula.
“Você vai passar nas minhas costas também?” Pergunto
desesperada para ele continuar me tocando.
“Vira.”
Deito-me de frente e grito de novo quando ele e espirra nas
minhas costas. Mas então suas mãos quentes e poderosas estão
se espalhando nas minhas costas. Seus dedos passam na minha
cintura e tremo.
“Isso está no caminho,” ele me diz, com sua voz baixa, quase
um sussurro.

K. Webster
Ele solta as tiras amarradas no meio das minhas costas e as
afasta. Então, me esfrega preguiçosamente e devagar. Tenho
certeza que o protetor solar está mais do que espalhado, mas ele
não para de esfregar minhas costas.
“Isso é bom,” murmuro.
“Eu sei.”
“Quer que eu passe um pouco em você?” Pergunto.
Ele passa a ponta dos dedos pela minha espinha. “Quero.”
“Você quer amarrar meu biquíni?”
Uma pausa.
“Sim.”
Ele amarra de volta e quando me ajoelho para olhar, ele está
de costas para mim. Eu pego o frasco de protetor solar e coloco
um pouco em minhas mãos. Correndo as mãos sobre seus ombros
musculosos, tomo meu tempo esfregando isso. No começo, ele está
tenso, mas depois relaxa. Nós estamos em silêncio enquanto me
movo para frente dele. Suas pernas estão esticadas na frente dele.
Corajosamente, subo em suas coxas, encarando-o. Nenhum de
nós fala ou olha para o outro. É como se estivéssemos
coletivamente prendendo a respiração. Eu me concentro em
colocar o protetor solar nele. Sua respiração vacila quando meus
dedos roçam seu estômago. Entre nós, posso dizer que ele está
ficando duro. Eu não quero que ele surte e destrua o momento,
então tento distraí-lo.
“O que vamos fazer no final desta semana?” Pergunto, dando
uma olhada em seu rosto.
Sua mandíbula está tensa enquanto seus intensos olhos
verdes fixam os meus. “O que você quer fazer?”
“Eu quero ver o túmulo da mamãe e do papai.”

K. Webster
“Claro,” ele fala. Seus olhos baixam para os meus lábios e
então ele olha para longe. “Nós devemos ir. Quero encontrar um
lugar melhor para acampar.”
Como se eu não pesasse nada, ele agarra meus quadris e me
tira de seu colo. Meu coração afunda até que eu percebo sua
ereção marcando seus shorts e ele está tentando
desesperadamente esconder de mim.
Talvez seja verdade.
Talvez ele esteja doente também.

K. Webster
CAPÍTULO 9
Hudson

Estou enlouquecendo.
Rapidamente.
Eu sinto que em algum lugar desde a morte dos meus pais,
nós cruzamos uma linha. Cruzamos uma linha que irmãos e irmãs
normais não cruzam. Uma linha que de alguma forma
escorregamos sem perceber.
Porra.
Eu não sei o que fazer. Minha mente gira e ainda não consigo
manter os olhos longe dela. Cada risada me fez refém. Cada
sorriso e me pego olhando.
“Lá?” Ela pergunta, apontando para onde algumas pessoas
estão acampadas.
Eu não gosto, mas estamos ficando sem opções. Está ficando
escuro e estar no rio à noite não é seguro.
“Ei!” Um homem com uma barriga gigante e barba grande e
grisalha chama. “Vocês podem acampar aqui. Nós não
mordemos.”
Uma mulher com uma barriga igualmente grande ri. “Fale por
si mesmo, Danny.”
Rylie ri deles e toma a decisão por mim. Nós vamos acampar
com esses idosos. Eu saio e Danny entra na água para me ajudar.
Juntos, puxamos a jangada até a margem.
“Eu sou Danny Franklin e esta é minha esposa, Joya.”

K. Webster
“Vocês crianças chegaram aqui a tempo. O jantar está no
fogo” ela diz, sorrindo. Falta-lhe o dente da frente, mas ela tem
olhos gentis.
“Algo quente com certeza supera os sanduíches frios em
nossa caixa de gelo” digo com um sorriso. “Eu sou Hudson e esta
é a minha...”
“Sua namorada é tímida” interrompe Danny, com um largo
sorriso no rosto. “Eu sou como o Papai Noel, menina. Uma vez que
me conhece, você quer se sentar no meu colo.”
Nem Ry nem eu o corrigimos.
Joya bufa e dá um tapinha no braço dele. “Você vai assustar
essas crianças. Hudson ignore-o. Querida?”
“Rylie” ela responde. “Obrigada por nos convidar.”
Rylie vem para ficar ao meu lado. Ela está nervosa. Eu coloco
um braço em volta dela e a puxo para mim.
“Por que você não vai ajudar Joya e eu vou trabalhar no nosso
acampamento?”
Ela acena e segue Joya até o fogo. Danny pisca para mim.
“Joya tinha dezesseis anos quando nos conhecemos. Eu
coloquei três bebês nela antes que completasse vinte e um anos”
ele se vangloria. “Sua menina é jovem, né?”
“Ela vai fazer dezoito anos em abril.”
Ele concorda. “Eu não sou a policia. Seu segredo está seguro
comigo.”
Eu devo dizer a ele que ela é minha irmã, mas há algo
proibido e atraente em fingir que ela não é. “Obrigado.”
Ele assobia e tagarela enquanto erguemos minha pequena
barraca. É para um, mas Rylie é pequena e gosta de se aconchegar
de qualquer maneira.

K. Webster
“Eu ronco,” ele adverte. “Então não se preocupe em fazer
barulho.” Ele abaixa as sobrancelhas.
Rindo, aperto a mão no ombro dele. “Vamos ficar quietos.”
Quando o sol desaparece completamente, a temperatura cai.
Rylie fica ao lado do fogo, tremendo enquanto come um cachorro-
quente. Eu paro e rapidamente localizo o cobertor da nossa
barraca. Quando volto, sento-me na areia e faço sinal para que
Rylie se sente comigo. Ela corre para mim e se senta entre minhas
pernas abertas. Nos envolvo com o cobertor e a aqueço.
Ela vira a cabeça e sussurra: “Eles acham que somos
namorado e namorada.”
Aninhando meu nariz no cabelo dela que cheira a sol, água
do rio e protetor solar, eu a cheiro. “Eles acham.”
“Você não os corrigiu.”
“Nem você.”
Minha palma desliza pelo seu braço e ligo meus dedos com
os dela. “Não é da conta deles, de qualquer forma.”
“Olhe para eles sussurrando,” diz Joya e bate no braço de
Danny. “Lembra quando éramos jovens e adoráveis assim?”
“Agora somos velhos e adoráveis,” explica Danny com uma
risada.
Estou contente em segurar Rylie. Eu amo o jeito que seu
corpo treme quando ela ri de suas brincadeiras. As coisas estão
definitivamente entranhas porque, por um momento, eu me iludo
pensando que na verdade somos um casal. Bem aqui nas margens
arenosas do rio, não somos irmão e irmã. Eu não estou em um
relacionamento comprometido com Amy Kent. Somos apenas
duas pessoas. Duas pessoas que gostam de se tocar.
Danny e Joya tagarelam até encontrar minha cabeça
balançando. Rylie caiu no sono. Agradeço-lhes a comida e depois
a acordo. O ar está frio, então nos apressamos para a nossa
barraca. É apertado, mas finalmente nós fechamos e nos

K. Webster
abraçamos embaixo do cobertor. Estamos pegajosos e fedorentos,
mas isso não impede de nos agarrarmos ao outro.
“Hudson?”
“Sim, Ry?”
“Hoje foi divertido.” Sua palma se estende sobre o meu peito
nu. “Não me lembro da última vez que me diverti.”
“Hmm,” digo, sorrindo. “Seu aniversário?”
Ela bufa. “Choveu no churrasco. Não foi divertido.”
“Mas a luta de lama que papai começou foi,” argumento.
Seu corpo fica tenso e eu a abraço com mais força. “Foi
divertido, Ry.”
“Foi.” Ela funga. “O Natal não foi divertido.”
Meu estômago parece vazio em suas palavras. O Natal não foi
divertido. Fui um idiota com ela. Mamãe estava exagerando e eu
fiquei chateado. Lá estava eu, quase não estando na escola, e Rylie
mais uma vez estava dificultando as coisas.
Mas, olhando para trás, vi a dor desmascarada nos olhos
dela. Eu era muito egoísta para querer ajudar como mamãe e
papai fizeram. Tudo que me importava era eu mesmo. E ficar entre
as pernas de Amy.
“Por que você estava tão chateada naquela noite?” Pergunto,
com a voz rouca. Ela sabe qual noite. À noite que acabei gritando
com a minha mãe para parar de facilitar tudo para ela e fugi.
Passei a noite com a Amy e não vim para casa até o jantar do dia
seguinte.
Ela endurece e solta um suspiro triste. “Porque senti sua
falta. Quando você não está em casa, é solitário. É como se você
preenchesse o espaço com a vida. Você estava em casa e então
planejava ir ver Amy. Eu não sei como explicar isso. Eu estava
apenas chateada.”

K. Webster
“Estou aqui agora,” murmuro. “Eu sinto muito, Rylie.
Desculpe por ter sido um irmão horrível.”
“Você continua me dizendo isso, mas, veja, eu não vi desse
jeito. Eu só queria passar um tempo com você.”
A barraca está apertada, mas preciso consolá-la. Eu rolo até
que ela esteja abaixo de mim. Minha perna nua se entrelaça com
a dela sob o cobertor e minha mão desliza para cima de seu
estômago sobre sua regata.
“Estou tentando ser uma pessoa melhor,” admito. Eu tiro o
cabelo dela do rosto e toco seus lábios com as pontas dos dedos.
“Você sempre foi uma pessoa melhor que eu. Eu adoro você,”
ela diz.
“E agora?” Minha voz está rouca.
“Eu ainda adoro.”
“O que está acontecendo com a gente?” Eu descanso a cabeça
no meu braço enquanto acaricio seus cabelos com a outra mão.
“Por que me sinto tão desesperado para consertar nosso
relacionamento?”
Ela vira a cabeça, sua respiração quente fazendo cócegas no
meu rosto. “Porque eu sou tudo o que você tem.”
Inclinando-me para frente, eu dou um beijo em sua
bochecha. “É mais que isso. Eu acho que com mamãe e papai
mortos, meus olhos estão finalmente abertos para o que é
importante. Toda a merda que eu me preocupei antes não importa
mais.”
“Estou feliz que você esteja de volta esta semana,” ela
murmura. “Vou ficar triste quando você for.”
Eu beijo sua bochecha novamente. Apenas um pequeno beijo.
E então ela inclina a cabeça para mim. Eu posso sentir sua
respiração tão perto. Eu pressiono meus lábios nos dela porque
parece certo.

K. Webster
“Hudson?”
“Sim, Rylie?”
“Estou doente e você pegou a doença também.”
Eu beijo seus lábios mais uma vez antes de me deitar. “Eu
vou ficar bem, Ry. Não se preocupe comigo.”
Ela se curva contra mim e sussurra contra meu peito, “Eu
estou preocupada que isso vai me matar, no entanto.”

“Oh, merda,” resmungo quando entramos na garagem da


casa da tia Becky. “Eu me esqueci de fazer você tomar seu
comprimido.”
Rylie encolhe os ombros. “Eu não preciso disso.”
“Você precisa.” Eu chego atrás do assento dela e tiro da
minha mochila. “Aqui.”
Ela solta uma respiração, mas rouba meu refrigerante para
tomar seu comprimido. “Ahhh. Feliz?”
Eu pego sua mão e aperto. “Eu só não quero que você se
machuque. Esses comprimidos ajudam você.”
A tensão se dissipa e ela balança a cabeça. “Eu sei. Eu sinto
Muito. Acabei de estar em maus lençóis com tia Becky por muito
tempo. Ela me faz sentir como se eu estivesse no hospício e ela
fosse a minha enfermeira malvada."
Nós dois rimos porque a tia Becky é uma espécie de maníaca
por controle.
Meu telefone toca e gemo. Eu tenho evitado as chamadas de
Amy. Injustamente. Ela é minha namorada e não posso evitá-la
para sempre.
“Tome um banho,” provoco. “Você fede. Vou descarregar tudo
isso.”

K. Webster
Assim que ela sai, ligo de volta para Amy.
“Ei, Hudson,” ela cumprimenta.
“Ei, querida.”
“Vai ter uma festa no centro da cidade hoje à noite. Você
deveria vir. Eu vou ajudar minha mãe a administrar a loja, mas
ela vai me deixar sair cedo e talvez possamos assistir as bandas
ou algo assim.”
“Sim, claro.”
“Eu senti saudade. Eu pensei…”
“O que?”
“Eu pensei que você poderia vir sozinho,” ela murmura, com
vergonha em sua voz.
A raiva avança dentro de mim. Claro que ela deveria se sentir
envergonhada. Está me pedindo para deixar para trás minha irmã
sabendo que ela está frágil ultimamente.
Amy começa a chorar e fala antes que eu possa responder.
“Eu sinto muito. Caramba, sinto muito. Eu não deveria ter dito
isso. Só sinto sua falta e quero passar um tempo com você.”
Eu relaxo e passo meus dedos pelo meu cabelo sujo. “Eu
estarei lá. Te vejo em breve.”
“Eu te amo,” diz ela.
“Também.”
Eu desligo o telefone e passo a próxima meia hora
descarregando a caminhonete. Minha mente está em outro lugar
enquanto tomo banho e me preparo. Quando finalmente saio do
banheiro, Rylie está desmaiada no sofá. Ela está usando uma
calça de moletom e uma regata. Seu cabelo está puxado para trás
em um rabo de cavalo, ainda molhado, e seu nariz e bochechas
estão vermelhos de queimaduras solares.
Eu deveria deixá-la dormir.

K. Webster
Fugir para evitar ferir seus sentimentos.
Mas…
Eu faço cócegas em seu pé descalço até que seus olhos se
abrem.
“Amy quer que a gente vá a uma festa da cidade,” eu minto.
“Você poderia ficar longe de tia Becky.”
Ela se senta e boceja antes de se levantar. “Você não precisa
me perguntar duas vezes. Estarei pronta em vinte minutos.” Ela
sobe as escadas, cheia de energia para alguém que estava apenas
dormindo.
Estou fazendo a coisa certa.

“E nós recebemos isso ontem,” Amy fala enquanto me mostra


algumas novas velas.
Eu não me importo com as velas, mas forço um sorriso de
qualquer maneira.
“Agradável.”
Um cliente faz uma pergunta a Amy sobre as velas e ela
começa a contar animadamente sobre elas. Eu saio procurando
por Rylie. Ela está inclinada contra uma parede olhando para o
chão, parecendo extremamente deslocada. Meus olhos vasculham
sua aparência e me pergunto quando ela cresceu. Ela está usando
um vestido estampado floral azul-marinho, uma jaqueta jeans e
botas de cowgirl. Parece algo que a tia Becky comprou e estou feliz
que ela esteja pelo menos tentando fazer a nossa tia feliz.
Seu cabelo está em um coque bagunçado e as mexas
emolduram seu rosto. Ela gastou um tempo para passar um
pouco de rímel e batom, mas o vermelho em suas bochechas é
natural do sol. Parece-me que ela é muito bonita. Bonita demais.

K. Webster
Virando a cabeça, me pergunto se os outros também veem.
Um cara perto da idade dela, com outro cara, fica piscando os
olhos para ela. Uma onda de aborrecimento surge dentro de mim.
“Vamos dar um passeio. Ela vai ficar aqui por um tempo,” eu
digo para Rylie.
Ela levanta o olhar e me observa com um sorriso caloroso.
“Eu gostaria de sair daqui.”
Lado a lado, passamos pelo garoto com os olhos errantes e
olho para ele até que olhe para longe. Uma vez fora, no ar quente
da noite, coloco o braço sobre o ombro de Rylie e a acompanho
pela calçada. Ela se inclina para mim enquanto caminhamos, o
braço dela abraçando minha cintura.
“Chocolate?” Pergunto, apontando para a loja de chocolate.
“Que tal o Dizzy Dunlap?”
A loja destaca-se pela beleza. Uma luz estroboscópica pisca
de dentro da janela. O cheiro de incenso é forte quando passamos
pela porta. O lugar está cheio, escuro e barulhento. Uma música
de Jimi Hendrix toca nos alto-falantes.
“Este lugar é louco,” digo, sussurrando em seu ouvido.
Ela olha para mim e sorri, a luz negra fazendo seus dentes
parecerem mais brancos e sua pele mais escura. Sua mão envolve
a minha e ela me arrasta mais para o fundo na loja. Eu deixo ela
me guiar até que estamos em uma sala que tem pessoas sentadas
em sofás e cadeiras incompatíveis. Assim que um casal desocupa
uma cadeira enorme, nós a roubamos. Eu sento na cadeira e ela
se senta no braço. No canto escuro da sala, deixo meu olhar
percorrer sua coxa de aparência bronzeada. Ela apoia os
tornozelos no outro braço para que suas pernas fiquem esticadas
sobre mim.
“O que você quer para o seu aniversário no próximo mês?”
Pergunto, tendo que gritar sobre a música alta.
“Uma tatuagem.”

K. Webster
Levanto as sobrancelhas. “Uma tatuagem? Onde?”
“Aqui” diz ela e corre o dedo pelas suas costelas.
“Mamãe iria enlouquecer.”
Ela retrai os ombros. “Mamãe não está aqui.”
Nós dois estamos quietos por um momento.
“Eu pago. Pode ser o meu presente para você,” digo a ela, com
a voz rouca.
Ela se inclina para frente e abraça meu pescoço. “Obrigada,
mano.”
Quando ela se afasta, meus olhos mais uma vez viajam para
suas pernas finas. Deslizo minha mão ao longo da parte inferior
de sua panturrilha. Os pelos da perna dela são ásperos.
“Você esqueceu de se depilar,” provoco.
Seu sorriso vacila e ela olha para mim como se eu tivesse
batido nela. “Você não tem que ser um idiota.” Ela começa a se
levantar, mas aperto seu pulso assim que ela está de pé.
“O que está errado?”
Seus brilhantes olhos brancos sob a luz negra brilham com
lágrimas. “Eu não posso me depilar.”
“Por que não?”
“Porque tia Becky não deixa!”
Ela tenta se afastar de mim, mas eu sou mais forte. Eu a
puxo para o meu colo e a abraço. No começo, ela está rígida, mas
depois relaxa. Seu corpo se aconchega no meu e suas lágrimas
encharcam minha camisa.
“Shhh,” murmuro enquanto acaricio suas costas sobre sua
jaqueta jeans.
“Ela tem medo que eu me corte.”

K. Webster
CAPÍTULO 10
Rylie

Seus dedos esfregando minha coluna para cima e para baixo


com cuidado, param. “Ela está apenas tentando protegê-la,” diz
ele, com sua voz rouca.
“Eu não preciso de proteção.” Começo a levantar de novo,
mas sua mão aperta minha coxa nua, me parando. Calor
transborda por mim. Eu deveria mover a mão dele, mas encontro
meu corpo virando gelatina ao toque dele.
“Sim, você precisa.” Seus dedos esfregam ao longo da minha
pele de uma forma reconfortante.
Eu tremo. “Não preciso. Não vou cortar meus pulsos com
uma navalha de barbear. Você sabe o quão embaraçoso é ouvir
que você não pode se depilar quando tem quase dezoito anos?"
Suas sobrancelhas se juntam. “Eu farei isso por você.”
Eu pisco para ele. “Você vai depilar minhas pernas?”
“E debaixo de seus braços.”
Imagens dele no chuveiro comigo, depilando minhas pernas
enquanto seguro o chuveirinho entre minhas coxas inunda minha
mente, fazendo minha pele aquecer.
“Você está corando,” ele brinca, com sua mão nunca saindo
da minha coxa.
Porque estou doente.
Porque te quero de maneiras que não deveria.

K. Webster
“Não estou.”
Sob a luz negra, seus olhos parecem selvagens e indomáveis.
Até mesmo perigoso. Eu gosto de vê-lo assim. Ousado e
despreocupado.
“Aí está você!”
A voz de Amy me faz sair do colo de Hudson e endireitar meu
vestido. Ele pula de pé e me lança um olhar intenso antes de
aceitar seu abraço. Ela olha além dele para mim, o ciúme
queimando em seus olhos. O ciúme é muito mais brilhante e óbvio
neste lugar.
Eu quero lembrá-la que ele é meu irmão.
Que ela não pode ter inveja do nosso relacionamento porque
somos da família.
“Vamos lá pessoal. A banda que eu queria que você visse está
prestes a começar” Amy diz. Ela puxa a mão de Hudson e puxa-o
para longe de mim.
Tudo o que posso fazer é seguir.
Sozinha.
Nós saímos da loja nebulosa e Amy fala com as pessoas que
ela conhece, ao longo do caminho. Eles se encontram com um
grupo de garotos com quem estudaram no ensino médio. Eu
reconheço alguns rostos, irmãos das crianças mais velhas.
Ninguém com quem falo. O grupo migra de grupos de pessoas para
um palco que foi montado no meio da rua.
Minha boca está salivando quando sinto o cheiro de coxas de
peru sendo preparadas por um vendedor estacionado nas
proximidades. Eu quero perguntar a Hudson se ele quer
compartilhar uma como quando éramos crianças, mas ele está em
uma conversa intensa com um cara sobre beisebol. Eu me afasto
até encontrar um banco.
Se mamãe estivesse aqui, estaria reclamando sobre os
sapatos que ela usava. Sempre usando tendências, mas não

K. Webster
práticos. Papai se ofereceria para carregá-la nas costas. Ela o
negaria, é claro, porque ele estava sempre com dor. Hudson tiraria
os tênis e os oferecia para mamãe, dizendo que não se importava
de andar descalço. Todos riríamos...
“Alguém sentado aqui?” Pergunta uma voz.
Olho para cima para ver um garoto que notei na loja da Amy
olhando para mim. Ele vai para a escola comigo. Travis Mayes.
“Todo seu,” eu respondo.
Ele senta e sua coxa roça na minha. “Esta banda é uma
merda.”
Rindo, olho para o palco. “Eles são. Ela gosta deles, no
entanto.” Aponto para Amy enquanto ela dança como uma idiota.
Hudson ainda está conversando com um cara.
“Você deveria vir comigo e meus amigos para o Club Exodus
uma noite. As bandas são muito melhores que isso.”
“O Club Exodus não precisa ter mais de vinte e um anos?”
Seu sorriso é desonesto. “Antes de meu irmão ir para a
prisão, ele invadiu o departamento de trânsito e roubou um monte
de merda. Eu faço identidades falsas o tempo todo para meus
amigos.” Ele cutuca meu ombro com o dele. “Eu poderia te dar
uma, amiga. O que você quiser, eu posso fazer acontecer. Eu
tenho meus modos, graças ao meu irmão.”
“Ele soa como uma grande influência,” eu afirmo.
Ele bufa, mas seus olhos estão brilhando. “Meu irmão me
ensinou tudo o que sei. Eu sou mais esperto que ele. Se você
precisar de alguma coisa, posso pegar para você. Também cobro
barato.”
“Eu vou manter isso em mente,” digo e depois gemo. “Esta
banda realmente é uma droga.”
“Definitivamente é uma droga. A propósito, eu não vi você
ultimamente na primeira aula” ele diz. “Tudo bem, além disso,
você sabe...?”

K. Webster
Eu sacudo a cabeça para olhar para ele. “Além de perder
minha mãe e meu pai na mesma noite? Tudo está perfeito.”
“Eu não quis dizer isso assim,” ele murmura. “Eu só queria
saber como as coisas estavam em casa.”
Lágrimas ardem meus olhos e engasgo com as palavras,
irracionalmente zangadas com ele. “Casa? Travis, eu não tenho
casa. A única casa que eu conheci está sendo alugada por outra
família agora.”
“Ei,” ele tenta suavemente, com sua mão acariciando minha
coxa. “Eu só estava dizendo...”
“Rylie” Hudson grita.
Quando olho para cima, Hudson está na minha frente, com
as mãos em punhos ao lado do corpo. A fúria sai dele em ondas.
Posso dizer que ele está a segundos de bater com o punho no nariz
de Travis.
“Estou bem,” falo.
Travis sacode a mão e se levanta. “Eu te vejo por aí, Rylie.”
Hudson, com a mandíbula tensa, observa Travis até que
desapareça na multidão. Então, vira seu olhar intenso para mim.
“Eles não são ótimos?” Amy diz enquanto dança para nós.
Seus peitos grandes saltam e eu a odeio. Eu a odeio porque ela
está com meu irmão. Ele esteve dentro dela. Eu a odeio por isso.
“Sim,” Hudson e eu respondemos ao mesmo tempo.
Ele sorri para mim e nós compartilhamos um momento de
silêncio. A banda é uma merda.
“Vamos dançar.” Ela pega as mãos dele e tenta levá-lo a se
mover para a música.
“Na verdade,” ele diz com uma carranca. “Tia Becky ligou. Ela
quer que Rylie volte para casa. Está ficando tarde.”

K. Webster
“Oh.” Seu lábio inferior contrai. “Eu vou te ver amanhã
então?”
“Sim, claro.”
Ela fica na ponta dos pés e passa os dedos pelo cabelo dele,
puxando-o para a boca. Eles se beijam e quero vomitar. Eu me
levanto e caminho até a caminhonete para lhes dar privacidade.
Mas antes de me afastar muito, Hudson entra em cena ao meu
lado.
“Você não precisava parar por minha causa,” digo
amargamente.
Ele não diz nada até estarmos no estacionamento, andando
entre os carros. Encontramos a caminhonete dele, mas ele não
entra. Ao invés disso, segue para o meu lado e me para antes que
eu possa subir.
“Quem era esse cara?” Ele exige.
Eu olho para ele com a boca aberta. “Travis? Ele é um garoto
da escola.”
“Fique longe dele. Ele é problema.” Ele cruza os braços sobre
o peito, acentuando o tamanho de seus braços.
Revirando os olhos, empurro-o para longe de mim. “Por que
você se importa?”
Ele vai para frente e me puxa para ele contra seu peito sólido.
“Porque eu me importo”
Eu me derreto contra ele e envolvo meus braços em sua
cintura. Ele me abraça tão apertado que me pergunto se ele vai
esmagar minhas costelas. Eu gosto disso. Gosto de ser sufocada
por ele. Seu aperto relaxa e ele esfrega minhas costas.
“Vamos,” ele murmura. “Tia Becky não ligou. Aquela música
era uma merda e eu estava farto pra cacete.”
Eu rio quando ele se afasta e pega minha mão. Nós ligamos
os dedos. Ele me leva entre os carros até chegarmos a um parque.

K. Webster
Está escuro, mas a lua brilha nos brinquedos do parquinho,
dando-lhe uma aparência assombrada.
“Você se lembra de quando fugiu?” Eu pergunto a ele, com
um riso vindo de mim.
Ele mostra um sorriso juvenil que faz meu estômago apertar.
“Eu estava louco.”
“Você foi eliminado.”
“E, na época, era o fim do mundo.”
“Mamãe estava tão preocupada, mas eu sabia aonde você
iria” digo a ele com um sorriso.
Ele me leva para o balanço e nós dois nos sentamos.
“Quando vi você, pensei que estivesse lá para me dedurar,”
ele admite. “Mas…”
“Eu estava fugindo também.” Minha voz é alegre. Lembro-me
de ter embalado minha pequena mochila da Barbie e enchê-la dos
petiscos que Hudson gostava. Quando mamãe estava preocupada,
eu escapei para ir encontrar meu irmão.
“Eu estava com raiva no começo, mas depois fiquei feliz por
você estar lá porque eu estava com fome” diz ele. “E entediado.”
Eu me empurro no balanço. O movimento do vento faz meu
vestido voar. Um arrepio me percorre. Hudson não se move,
simplesmente balança um pouco em seu balanço. Balançando
cada vez mais, tento ver o quão alto posso ir. Isso costumava ser
um jogo que jogaria comigo mesma quando era mais nova, para
ver se poderia dar a volta por cima. Nunca consegui.
Hudson se levanta e caminha pelo parquinho, seus olhos
nunca me deixando. Eu vejo como ele sobe no brinquedo como se
ele fosse um macaco. Ele desaparece dentro da torre. Quando
estou tão alta quanto acho que estou, pulo do balanço e caio com
um baque. Então corro atrás dele. Subo até o topo e o encontro
sentado de costas contra o corrimão de madeira. O local é
pequeno, mas há espaço suficiente para eu me sentar ao lado dele.

K. Webster
“Rylie?”
“Sim?”
“Minha cabeça dói.”
Franzo a testa e me viro para olhá-lo. “Você está doente?”
Seus intensos olhos verdes se fixam nos meus. “Muito.”
“Você precisa de remédio?”
Ele sacode a cabeça. “Acho que não.”
“Eu sinto muito.”
Sua mão encontra a minha e ele enfia os dedos nos meus.
“Eu não.”
Meu coração pulsa com suas palavras. “Travis é apenas um
garoto da minha turma. Você não precisa...” Ficar com ciúmes.
“Se preocupar.”
“Eu preciso de ajuda,” ele murmura. “Conselho.”
Eu viro meu corpo e sento de pernas cruzadas de frente para
ele. “Eu posso tentar.”
Seus olhos passam dos meus olhos para os meus lábios, para
a minha garganta. Então, eles descem para o resto do meu corpo
até que se fixam em nossas mãos. A minha mão cobre a dele e a
dele pousa na minha coxa nua.
“Estou preocupado comigo e com Amy,” ele murmura. “Acho
que precisamos de um tempo.”
Eu solto uma respiração abafada. “Por quê?”
“Estou muito distraído.”
“Pelo quê?”
“Você.”
O calor arrepia minha pele e mordo meu lábio inferior. A
vergonha invade-me, mas é misturada com prazer.

K. Webster
“Você está sorrindo” diz ele e sorri também. “Você está feliz.”
“Eu não estou” eu minto.
Ele sorri. “Então, o que faço sobre isso?”
“Eu não sei.” Tremo. Não está frio, mas meus nervos estão
vivos.
“Venha aqui,” ele resmunga.
Eu me sento e subo em seu colo, montando-o. Espero que ele
me diga que estou sentada de forma inadequada, mas ele
descansa as mãos na parte inferior das costas e sorri para mim.
Nossos olhos estão fixos, mas nenhum de nós fala. Ele está duro
debaixo de mim. O pau do meu irmão está duro por minha causa.
Isso me faz querer esfregar contra ele, mas sou muito tímida. Não
tenho coragem de fazer isso, embora queira desesperadamente.
“Ainda está frio?” Ele sussurra.
“Um pouco,” minto.
Eu me inclino para frente contra seu peito e cheiro seu
pescoço. Suas mãos deslizam para minha bunda e ele me puxa
para mais perto. Minha respiração prende quando esfrego contra
sua ereção através de seu jeans. Ele não tira as mãos da minha
bunda.
“Hudson,” eu sussurro. Eu quero perguntar a ele o que está
acontecendo. Perguntar por que gosto tanto. Se eu não tivesse
medo da sua rejeição, perguntaria se ele também quer.
Ele me puxa novamente, seus dedos apertados na minha
bunda. Outro gemido me escapa. Esfrego meus lábios ao longo do
pescoço dele. O desejo de lambê-lo é esmagador, mas me seguro,
apenas um pouco.
“Porra, Rylie.” Sua voz é dolorida. Dedos me apertam mais
uma vez quando ele usa meu corpo como atrito. “Porra.”

K. Webster
Levanto meu olhar para ele. Seus olhos verdes brilham de
emoção. Necessidade e desejo. Por mim. Estou bêbada em seu
olhar. Eu deslizo meus dedos em seu cabelo.
Eu quero beijá-lo
Doente. Doente. Doente.
Ele me aperta contra si novamente. Desta vez, um gemido
alto sai da minha garganta. Seus olhos selvagens se fixam com os
meus. Suplicando e implorando. Pelo quê? Eu não sei.
Minha calcinha está encharcada e me pergunto se ele pode
sentir o cheiro da minha excitação. É inebriante e grosso no ar.
Eu deveria ter vergonha porque ele é meu irmão, mas ele também
está doente.
Perdido e doente.
Doente e perdido.
Suas mãos abandonam minha bunda e depois deslizam para
cima das minhas coxas. Fogo queima em seus olhos. Eu balanço
contra ele, insistindo. Ele geme e seus dedos deslizam sob o meu
vestido. Nós dois respiramos profundamente.
“Rylie,” ele geme.
Eu me inclino para frente e beijo seus lábios. Como ontem à
noite na barraca. Suavemente. Não tenho certeza. E ele me morde
como fez antes. Mas desta vez não é no meu queixo. No meu lábio
inferior. Ele solta e nossos lábios pressionam novamente.
Estou em chamas.
A febre, esta doença está enlouquecendo-me.
Eu separo meus lábios e respiro em sua boca. Eu sugo o
cheiro dele. Roubo o ar dele. Devoro seu gemido. Sua língua roça
a minha. É estranho na minha boca, mas gosto do sabor. Um vício
instantâneo. Eu quero mais.
Dois polegares passam pelas costuras da minha calcinha nas
minhas coxas. Estou enlouquecendo porque quero que ele os

K. Webster
coloque debaixo do tecido. Eu mexo mais contra ele, desesperada
para senti-lo em todos os lugares.
“Hudson,” murmuro contra sua boca. “Mais.”
Ele geme e desliza as palmas das mãos sob o meu vestido
para os meus quadris. Com as mãos, ele me usa para foder.
Estamos ambos doentes, doentes e doentes. Estou ficando tonta
com a necessidade de gozar. É mais poderoso e intenso do que
qualquer outra vez no chuveiro. Isso é real. Minha fantasia vem à
vida.
Estou tão perto.
Tão perto.
Seu telefone começa a tocar e nós dois congelamos. Eu me
afasto para encontrar seus olhos em pânico nos meus.
“Foda-se,” ele sussurra duramente enquanto tira o telefone
do bolso. “Sim?” Sua voz está rouca e culpada. Uma palma ainda
está sob o meu vestido no meu quadril. “O quê? Oh não. Fizemos
uma caminhada até o parque.” Ele faz uma pausa. “Tia Becky
ficará bem. Ela confia em mim para cuidar da minha irmã.” Outra
pausa. “Ok, vejo você em um minuto.”
Ele desliga e seus olhos se arregalam. “O que diabos nós
acabamos de fazer?”
Culpada, deslizo para longe dele e ajeito meu vestido. Minha
calcinha está encharcada e estou fisicamente latejando e doendo
por ele. “Eu não sei.”
“Eu sinto muito,” ele deixa escapar quando está de pé e passa
os dedos que estavam apenas na minha pele nua, pelo seu cabelo.
“Eu sinto muito mesmo.”
Eu não sinto.
Também estou de pé e balanço minha cabeça. “Hudson…”
“Por favor, me perdoe,” ele implora, com dor torcendo suas
feições.

K. Webster
Não há nada para perdoar.
“Hudson!” Amy chama de algum lugar próximo.
Seu dedão roça meu queixo antes que ele desça e corra para
longe de mim como se eu realmente estivesse carregando uma
doença.
Mas ele já pegou.
Cacete, ele já pegou.

K. Webster
CAPÍTULO 11
Hudson

Amy franze a testa para mim enquanto passo pelo balanço


em direção a ela.
“Ei,” grito, esperando que ainda não esteja ostentando uma
ereção.
“Ei.” Seu olhar passa por mim. “Por que vocês estão aqui
fora?”
“Passando o tempo,” digo, com uma pontada de
aborrecimento na minha voz. “Eu pensei que você fosse ficar para
assistir a banda.”
Ela cruza os braços sobre o peito e me examina. “Eu não me
sentia bem sem você lá. Então estava indo para o meu carro e vi
sua caminhonete.” Seus olhos voam de volta para onde Rylie está
agora descendo da torre. “Parece que você está me evitando.”
Rylie passa por nós com o olhar para baixo. A culpa está
borbulhando dentro de mim. Eu gostaria de falar com ela sobre o
que aconteceu agora... o que poderia ter acontecido se não
tivéssemos sido interrompidos. Só que então, no calor do
momento, parecia certo.
Agora me sinto todo errado.
Ela é minha irmã.
Quando ela está fora do alcance da voz, Amy olha para mim
e sussurra: “Estamos bem?”
Eu aperto meu queixo. “Acho que não.”

K. Webster
Seus grandes olhos azuis rapidamente se enchem de
lágrimas e escorrem por suas bochechas. Uma vez, eu odiei vê-la
chorar. Agora, acho difícil ficar comovido pelas lágrimas dela. Tem
algumas coisas, que estão me incomodando. “Por quê? O que eu
fiz errado?”
“Não é você,” asseguro a ela. Eu esfrego a parte de trás do
meu pescoço e olho para os nossos pés. “Eu fiz uma coisa da qual
me envergonho.”
“Com Rylie?” Ela respira, sua voz engasgada.
Eu subo meu olhar para o dela, excessivamente protetor da
reputação de Rylie, e sussurro minhas palavras. “Não, não a porra
da minha irmã,” minto.
“Eu sinto muito.” Um soluço a engasga. “Eu nunca imaginei...
eu só...”
“Eu traí você, Amy.”
Ela pisca para mim e sua boca abre. Seu lábio inferior treme.
“O-O que?”
“Na escola. Havia uma garota e...”
“Não, Hudson,” diz ela enquanto se abraça. “Não.”
“Eu sinto muito,” murmuro. “Eu estraguei tudo.”
“É por isso que você tem estado tão distante? Estamos
terminando?”
A maioria das garotas piraria e terminaria com o namorado
agora. Não Amy. Deus, por que ela tem que ser tão compreensiva?
Ela não merece alguém que não apenas a traiu, mas o fez
novamente com sua própria irmã.
“Amy... Eu não sei o que estamos fazendo.”
“Nós podemos consertar isso,” ela me assegura através de
suas lágrimas, com suas mãos trêmulas alcançando o meu cinto.
“Eu posso fazer as coisas que você gosta. Desculpe-me, Hudson.

K. Webster
Vou dar-lhe boquetes de novo como você quer. Por favor.” Um
soluço alto e feio escapa.
Suavemente, empurro as mãos dela para longe de mim. Por
muitos motivos. Razões que não consigo tirar da cabeça agora.
“Não, Amy. Um boquete não vai consertar tudo. Não é tão fácil.”
“Eu te amo, Hudson. Seja o que for que você está lidando,
podemos passar por isso juntos.”
Isso não.
Eu não sei como lidar com isso.
Pensamentos confusos sobre minha irmã.
O que Rylie e eu acabamos de fazer...
Aquele beijo.
O jeito que ela se esfregou em mim.
Meu pau se contrai no lembrete e gemo, passando os dedos
pelo meu cabelo.
Amy joga os braços em volta do meu pescoço e me abraça,
com choro em seus olhos. “Eu não posso te perder. Nós passamos
por tantas coisas juntos. Por favor, Hudson.”
Eu a abraço porque ela merece o conforto, mas prefiro estar
abraçando outra pessoa. “Eu sinto muito, Amy. Eu só preciso
descobrir algumas coisas.” Descobrir como não querer foder
minha irmã.
Ela soluça, mas acena. “Estarei aqui para você.”
Eu acaricio seus cabelos e solto um suspiro pesado. “Deixe-
me levá-la de volta ao seu carro.”
“Eu sinto muito,” ela sussurra novamente.
Também sinto.

K. Webster
Eu fico sob o jato do chuveiro com a cabeça baixa. Na volta
para casa esta noite, Rylie e eu não dissemos uma palavra. Eu
queria dizer muitas coisas, mas minha mente estava uma
bagunça. No momento em que voltamos, ela saiu da caminhonete
e desapareceu.
A água fica fria e sou forçado a sair. Eu me seco e enrolo a
toalha na minha cintura. Quando saio do banheiro, Rylie está
sentada no braço do sofá. Suas longas e finas pernas estão nuas
e não posso deixar de olhar para elas.
“Rylie,” começo.
Ela se levanta e caminha até mim. Eu posso ver seus
pequenos mamilos através de sua camiseta branca. Seus shorts
de algodão preto são curtos e chamam a atenção para suas pernas
bronzeadas. Uma respiração abafada sai de mim quando ela está
muito perto. Não perto o suficiente para nos tocar, mas perto o
suficiente para que eu possa sentir o cheiro de seu cabelo limpo.
“Você disse que ia me depilar,” ela murmura, com sua voz
baixa e inebriante. Isso desliza sobre a minha pele como cera
quente. Um pouco doloroso no começo, mas depois é bom.
Eu não deveria me sentir assim sobre a porra da minha irmã.
“Eu disse,” concordo, com meu tom áspero. “Deixe-me
colocar uma calça.”
Depois de uma pausa, ela balança a cabeça. Saio do banheiro
vou até as gavetas e puxo uma calça de moletom cinza. Ela foi ao
banheiro, então deixo cair à toalha e coloco a calça. Quando volto
para o banheiro, ela está sentada no canto da pia. Fecho a porta
e tranco atrás de mim. O banheiro parece pequeno demais com
nós dois.
Não posso encontrar seus olhos quando passo por ela para
tampar a pia e ligar a água morna. Seu olhar intenso me perfura.
Eu posso sentir o calor disso me queimando. Rapidamente, pego
minha lata de creme de barbear e minha navalha.

K. Webster
“Acho que terminei com Amy,” deixo escapar quando desligo
a água quando a pia está cheia.
“Oh?” Sua voz é pequena. “Eu sinto muito.”
Dou-lhe um aceno de cabeça e, em seguida, bato no seu
joelho com os dedos. “Estique a perna na pia” instruo, com a voz
rouca.
Ela concorda e meu pau toma conhecimento dela se abrindo
diante de mim, seu short é a única coisa entre nós. Coloco a mão
na água morna e solto sobre a perna dela. Sua respiração trava
quando minha mão está sobre a perna dela, molhando-a. Eu corro
a mão sobre seu joelho, ao longo de sua coxa, e paro logo abaixo
da bainha de seu short. É preciso foco intenso, mas consigo puxar
a mão de sua perna para passar um pouco de creme de barbear
nela. Eu esfrego o creme ao longo de sua canela e começo a
espalhá-lo sobre sua pele.
“Você é tão peluda,” provoco, na esperança de quebrar o
momento intenso.
Ela ri, suave e ofegante. “Ainda bem que você vai cuidar de
mim.”
Eu arrasto meu olhar para seus lindos olhos castanhos. “Eu
sempre vou cuidar de você.”
Suas bochechas rosadas ficam vermelhas e ela sorri.
Com meus olhos de volta em sua perna, esfrego mais creme
sobre seu joelho e coxa. Quando termino, enxugo a mão e pego a
navalha. Antes de começar, dou-lhe um sorriso torto. “Confia em
mim?”
“Claro,” ela murmura.
Lentamente, passo a navalha ao longo de sua canela. Além
de nossa respiração pesada, tudo o que pode ser ouvido é o
crepitar quando a navalha corta seus pelos e deixa maciez em seu
rastro. Eu paro em seu joelho e enxugo. Estou perdido na minha

K. Webster
tarefa quando acidentalmente corto o joelho dela. Ela solta um
gemido.
“Merda,” resmungo. “Eu sinto muito.”
Continuo depilando o resto de sua perna. O sangue escorre
no interior de seu joelho. Não o suficiente para escorrer para a pia,
mas o suficiente para me fazer sentir mal. Com movimentos
rápidos, enxaguo o creme de barbear que sobra. Então, pego uma
toalha do cabide e enxugo o excesso de água. O corte continua
sangrando. Eu seguro a toalha para ela e a olho com
arrependimento.
“Eu não deveria ter te beijado,” murmuro. “Foi errado.”
Suas sobrancelhas franzem e sua voz é um sussurro. “Mas
eu gostei.”
Meu coração agarra no meu peito. “Rylie, eu gostei muito.”
“Mas?” Ela diz.
“Mas é errado.”
Ela desvia o olhar e quebra o contato visual. Sua tristeza e
solidão parecem bater em mim como uma onda gigante, me
derrubando. O desejo de fazê-la feliz novamente é esmagador. Eu
me curvo e beijo seu corte. Então, lambo o gosto metálico de sua
carne.
Quando me afasto e olho para ela, um sorriso tímido aparece
em seus lábios.
Minha vergonha sobre o que fizemos não importa quando
posso enxugar sua tristeza com um simples ato. É errado e ainda
assim a consertou rapidamente.
“Vamos depilar a outra perna,” Eu digo. Meu pau está
semiereto na minha calça e me pergunto se ela percebe.
Eu sou mais cuidadoso desta vez e consigo evitar cortá-la.
Quando tiver acabado e a limpado, vou dar uma boa olhada nela.
Seus olhos castanhos brilham com emoção. O mesmo olhar que

K. Webster
ela me deu quando estava se esfregando no meu pau horas atrás.
É enlouquecedor olhar para seus lábios entreabertos gordos e não
beijá-los. Porra, como eu quero beijá-los.
Ela desliza para fora da bancada e olha para mim, um sorriso
tímido inclinando em seus lábios. Eu estou fodidamente
hipnotizado. “Hudson?”
“Sim, Ry?”
“Você vai depilar debaixo dos meus braços também?” Um
rubor vermelho pinta sua garganta e eu desejo pressionar meus
lábios em sua carne para ver se ela está quente lá também.
“Você gostaria que eu fizesse isso?” Pergunto, com a voz baixa
e rouca.
“Sim,” ela suspira.
Meu olhar percorre sua camisa. “Você vai ter que tirar isso.”
Seu olhar é intenso quando ela balança a cabeça. “Ok, mas
não tire sarro de mim.”
“Tirar sarro de você?” Pergunto em confusão, minhas
sobrancelhas juntas.
“Eu não sou grande como Amy.”
Seus peitos.
Foda-se não, eu não vou tirar sarro deles. Eu não consigo
parar de pensar neles.
“Eu não vou tirar sarro de você,” juro.
Ela morde o lábio inferior e agarra a bainha de sua camisa.
Meu pau dói no meu moletom enquanto a vejo lentamente tira-la,
mostrando seu estômago para mim. Quando as curvas de seus
seios nus apareceram, solto um gemido. Então, sou
recompensado com uma visão de seus mamilos rosados, pequenos
e eretos.
Caralho.

K. Webster
Ela puxa a camisa e a deixa cair no chão. Eu não posso deixar
de avançar nela. Eu preciso inalar ela, saboreá-la e tocá-la.
“Levante seu braço,” instruo, meu olhar ainda em seus seios
pequenos e perfeitos.
Ela obedece e fico mais perto até que minha ereção pressiona
contra ela. Eu tenho a navalha na minha mão esquerda, mas
minha mão direita é curiosa. Eu levanto e aperto o mamilo entre
meus dedos. Pequeno. Duro. Ereto. O desejo de mordê-los é
esmagador.
“Rylie,” murmuro enquanto puxo suavemente seu mamilo
com meus dedos. “Minha doce Rylie.”
Seus dedos correm para o meu cabelo e ela me puxa para ela.
Nossa respiração se intensifica à medida que crescemos
infectados pela doença pela qual estamos tão claramente vivendo.
Muitos pensamentos sujos provocam e me insultam. Quero fazer
tantas coisas ruins com ela. Tantas coisas ruins que vão fazer ela
se sentir bem.
“Nós não podemos fazer isso,” digo a ela, mesmo quando torço
seu mamilo levemente.
Sua respiração vacila. “Ninguém tem que saber.”
Quão tentadora é essa porra?
“Você é minha irmã.” É um lembrete que ambos precisamos
ouvir.
“Mas é bom, Hudson. Nos sentimos bem.”
Eu tiro meu olhar do dela para olhar para seus seios. O
mamilo no meu aperto é tão sensível ao meu toque. O desejo de
saboreá-la é forte. Eu vacilo e puxo minha mão dela. Quando
começo a me afastar, o corpo dela parece se esvaziar. Vergonha.
Não pelo que estamos fazendo, mas vergonha por si mesma. Ela
se sente rejeitada. Minha mente guerreia entre o certo e errado.
Eu sei o que parece certo... só que parece estar errado.
Ninguém precisa saber.

K. Webster
Eu abaixo e passo meu nariz ao longo da lateral de fora de
seu peito. Sua pele é tão macia. Minha boca está cheia de água.
Ninguém precisa saber.
Sacudindo a língua para fora, eu desisto. Eu corro até sua
pele jovem e sedosa e procuro seu mamilo pontiagudo. Quando a
ponta da minha língua esfrega sobre a auréola, ela solta um
suspiro. Eu provoco a ponta de seu pequeno mamilo e sorrio
quando ela solta um gemido doce e quieto. Eu pego seu pequeno
seio e aperto para que possa chupá-lo em minha boca. Sua
respiração é alta e rouca, mas ela está nisso. Ela agarra meu
cabelo e me segura como se eu pudesse me afastar a qualquer
momento. Enquanto chupo seu peito, esfrego minha língua para
frente e para trás através de sua carne. Ela solta um som
incompreensível quando eu gentilmente mordo o bico endurecido
antes de chupá-lo com força novamente. Eu me aproximo mais
dela e admiro o quão vermelha e manchada sua pele está agora.
“Linda,” murmuro. Eu sopro uma respiração em sua pele
molhada e ela estremece. “Você tem um gosto bom.” Lentamente,
pressiono beijos de um peito para o outro. Eu provoco e chupo até
que ele também esteja vermelho e corresponda ao seu gêmeo.
Quando olho para ela, seus lábios carnudos estão separados
e seus olhos castanhos são chocolate líquido enquanto a luxúria
nada em seu olhar. Eu fui pego de surpresa quando seus lábios
se chocaram com os meus. Estranho no início, quando seus
dentes batem contra meus lábios, mas então nós dois estamos
abrindo para procurar o outro. Meu gemido se mistura com o dela
enquanto eu a inalo. Ela tem gosto de creme dental e eu quero
chupar sua língua por horas. A navalha cai no chão com um
barulho enquanto eu a abandono para pegar os punhados de sua
pequena bunda. Eu a levanto e ela envolve suas pernas magras
na minha cintura. Ela é tão leve. Preocupação, mais uma vez, me
irrita, imaginando se ela está comendo o suficiente. Mas no
momento em que seus seios nus pressionam contra meu peito nu,
eu me distraio com ela.
Ninguém precisa saber.

K. Webster
Eu a beijo com força e a empurro de volta para a parede.
Segurando sua bunda, eu uso seu corpo para esfregar contra o
meu pau através da minha calça de moletom.
“Eu quero mais,” ela implora contra os meus lábios.
Porra, eu também.
“Você e eu não podemos fazer isso.” Eu me afasto o suficiente
para que eu possa vê-la. “Estamos...”
Ela bate na parede ao lado dela e então estamos envoltos em
escuridão. “Nós não somos eles. Somos Hudson e Rylie. Duas
pessoas que querem ficar juntas assim.” Seus dentes encontram
meu lábio no escuro e ela puxa. “No escuro, podemos ser quem
quisermos ser. No escuro, podemos fazer amor. Ninguém precisa
saber.”
Eu não posso vê-la, mas posso senti-la, prová-la e cheirá-la.
Ela desliza as pernas para baixo até que está em pé e, em seguida,
suas mãos pequenas estão procurando cegamente pelo cós da
minha calça de moletom. Um gemido alto me escapa quando ela a
empurra para baixo. Meu pau, grosso e ansioso, salta livre.
Quando sua mão macia agarra minha ereção, deixo escapar uma
respiração severa e áspera.
“Rylie,” eu imploro.
Ela me acaricia e isso me deixa desesperado por mais. Ela
está certa. No escuro, podemos ser quem diabos queremos ser. Eu
quero devorar cada parte dela. Enquanto ela me acaricia, deslizo
minhas palmas nas costas de seu short. A pele da bunda
saltitante parece seda. Eu agarro sua bunda e abro, amando os
gemidos que escapam dela. Então, deslizo-os de volta para fora
antes de empurrar seus shorts por suas coxas.
“Ninguém precisa saber,” eu digo, como se eu precisasse me
lembrar.
“Ninguém” ela concorda.

K. Webster
Nossos lábios se encontram novamente quando minha mão
desliza para baixo em sua barriga esticada em direção a sua
buceta. As pontas dos meus dedos só roçaram o pelo pubiano
quando alguém bate na porta do banheiro. Eu me afasto de Rylie
enquanto meu coração quase pula na garganta.
“Hudson!” Grita tia Becky. “Rylie se foi! Acho que ela fugiu.”
A maçaneta da porta balança e ela diz: “Você está sentado no
escuro?”
Porra. Porra. Porra.
Eu puxo meu moletom e acendo a luz. “Não. A luz está acesa.”
Eu olho para Rylie e ela está se arrastando para colocar a blusa
de volta.
“Rylie se foi,” tia Becky exclama.
“Ela está bem,” murmuro. “Eu a estava ajudando com
alguma coisa.”
Rylie empurra a camisa por cima da cabeça e depois os
braços pelos buracos. Eu coloco meus olhos sobre os seios dela
que ainda estão vermelhos da minha boca antes de ela puxar a
camisa para baixo sobre eles.
O silêncio da tia Becky é momentâneo e então sua voz gelada
sibila através da porta. “Abra essa porta agora, Hudson Hale, ou
então Deus me ajude, eu vou trazer o Randy até aqui e...”
Eu destranco a porta e a abro. Tia Becky olha para mim com
os braços cruzados sobre o peito. Seus olhos captam minha
aparência. Meu cabelo não foi penteado do meu banho mais cedo.
Eu provavelmente ainda estou ostentando uma ereção. E eu estou
meio vestido.
Seus olhos se voltam para Rylie, que puxa nervosamente a
parte de baixo de sua camisa, mas não se encontra com o olhar
de tia Becky.
“O que vocês dois estavam fazendo aqui?” Exige tia Becky.

K. Webster
“Ela queria raspar as pernas e eu não queria deixá-la sozinha
com a navalha.” Sobretudo é a verdade.
“Isso é extremamente inadequado” ela diz. “Vocês estão
praticamente nus.”
A raiva incha dentro de mim e eu olho para ela. “Pare,” eu
estalo. “Pare o que quer que você esteja insinuando. Ela é minha
fodida irmã.”
“Preste atenção no seu tom, Hudson. Eu posso ser legalmente
responsável por ela, mas te aceitei porque eu amo você, não
porque eu preciso. Se eu achar que a segurança de Rylie está em
risco, eu vou mandar você...”
“Minha segurança em risco?” Rylie pergunta, sua voz aguda.
“Você está sendo louca, tia Becky! Ele é meu irmão!”
“É por isso que vocês dois não precisam estar trancados em
um banheiro escuro, juntos, sem metade de suas roupas” grita tia
Becky, jogando as mãos para o alto em sinal de frustração. “Rylie,
vá para o seu quarto. Agora.”
Os olhos de Rylie estão lacrimosos e ela me lança um olhar
questionador. Eu dou-lhe um pequeno aceno de cabeça. Ela sai
do banheiro e nos deixa em paz. A porta do porão bate atrás dela.
Rangendo os dentes, pego a navalha e a jogo na pia. Tia Becky
se afasta e eu vou até a cômoda para procurar uma camisa.
“Eu sei que vocês dois estão sofrendo por seus pais e depois
do que aconteceu com Rylie, mas...” ela se interrompe.
Eu me viro e franzo a testa. “Mas o que?”
“Mas isso não pode acontecer.”
“Eu ajudar minha irmã? Eu confronto ela? “E por que diabos
não”?” Eu exijo, com a minha fúria fazendo todo o meu corpo
tremer.
Ela balança a cabeça para mim. “Eu não sou idiota. O que
quer que estivesse acontecendo ali estava longe de ser inocente.

K. Webster
Estava escrito em seus rostos.” Suas narinas se abrem. Ela está
com nojo de mim.
“Eu tenho uma namorada. Eu não estou transando com a
minha irmã.” Eu rosno quando vou até minha bolsa. Não, eu só
queria. “Vou embora.”
Ela solta um suspiro pesado. “Isso é provavelmente o melhor.
Coloque algum espaço entre vocês dois. Vocês passaram muito
tempo juntos.”
Eu não respondo enquanto faço uma mala.
Nem sequer posso dizer adeus à minha irmã.

K. Webster
CAPÍTULO 12
Rylie

“Rylie” diz tia Becky, com sua voz suave da porta. “Nós
precisamos conversar.”
Eu assisto pela janela as luzes traseiras do carro de Hudson
até elas desaparecerem. No momento em que elas se foram, me
sinto vazia. Uma dor se forma no meu peito. Eu quero ligar para
ele, mas eu sabia que essa conversa iria acontecer depois que ela
nos pegasse.
Meu coração palpita com a memória ainda fresca de segurar
seu pau quente e rígido na minha mão. Eu queria explorar cada
parte dele. Provar cada centímetro. A doença que fervia abaixo da
minha pele está borbulhando mais e mais a cada dia. Esta noite,
caiu sobre Hudson.
Nós nos beijamos.
Nós nos tocamos.
Esta noite foi nossa.
“Então fale,” eu digo.
Ela solta um suspiro pesado e se senta na cama. Apesar de
estar vestindo seu pijama com babados, se parece com a mamãe
e faz meu coração apertar no peito. Quando ela está sendo gentil
e carinhosa, é muito parecida com a minha mãe. De certa forma,
isso me deixa feliz. De outras formas, isso me deixa triste. É um
lembrete de que minha mãe não está mais aqui. Nem papai. Sou
só eu e Huds. Até o fim.
“Preciso que você me diga o que aconteceu.”

K. Webster
Eu me estico e cruzo meus braços sobre o peito. “Ele me
ajudou a raspar minhas pernas.”
Nossos olhos se encontram e os dela estreitam enquanto me
estuda.
“Foi inadequado,” ela diz.
“Ele é meu irmão.”
Nós temos um impasse silencioso antes que ela amoleça
novamente.
“Ele, hum, tocou em você?” Suas sobrancelhas se juntam e
ela engole.
Ela estica e endireita as costas. “Você sabe o que quero dizer.
Ele te tocou de maneira inapropriada?”
Ninguém precisa saber.
“Não,” eu minto, mantendo minhas feições impassíveis. Pelo
menos espero que ela não consiga ver através da minha máscara.
“Bom, porque você ainda é menor de idade e isso poderia levá-
lo à cadeia, Rylie. Para não mencionar que existem leis sobre
irmãos estarem juntos dessa maneira.”
Eu olho para ela. “De que maneira?”
“Sexualmente. De forma romântica. Vocês dois estavam
praticamente nus sentados no escuro. Eu acho que porque as
emoções estão em alta desde a perda de seus pais, que vocês estão
ambos...”
“Pare,” eu explodo. “Não vá lá. Você está sendo nojenta. Eu
nunca faria isso e Hudson também não. Você acha que estamos
doentes?”
Doente. Doente. Estamos definitivamente doentes.
“Não, eu só acho...”

K. Webster
“Bem, pare de pensar,” eu sufoco. “Eu não vou deixar você
fazer Hudson se sentir mal por tentar me consolar.”
Ela se levanta da cama e caminha até mim. “Está bem então.
Talvez eu tenha interpretado mal a situação. Não sou boa nessa
coisa de pais. Eu só quero protegê-la como seus pais teriam.”
“Quem vai proteger Hudson?” Eu falo.
Eu. A resposta sou eu.
“Ele é um homem adulto agora,” diz ela suavemente. “Pode
cuidar de si mesmo.”
“Nós terminamos aqui?” Pergunto, com lágrimas ameaçando.
“Estou cansada.”
Ela balança a cabeça e sai do meu quarto sem outra palavra.
Quando tenho certeza de que ela voltou para o seu quarto, pego
meu telefone e me escondo no armário no escuro. Eu ligo para o
meu irmão. Ele responde no primeiro toque.
“Ei,” diz ele, com sua voz grave, enviando uma emoção pela
minha espinha.
“Ei. Aonde você vai?”
Ele solta um suspiro pesado. “Amy, acho.”
Eu estremeço “Eu pensei que vocês dois tinham se separado.”
“Talvez não devêssemos,” ele sussurra. “Talvez eu não
devesse ter feito muitas coisas hoje à noite.”
Meu peito dói como se alguém estivesse dado uma pancada
nele. Batendo. De novo e de novo.
“Não diga isso.” Uma lágrima corre pela minha bochecha.
“Rylie...” Seus dentes rangem em voz alta. “Nós fodemos
tudo.”
“Ninguém tem que saber.”
Ele fica em silêncio por um instante. “É ilegal.”

K. Webster
“Eu vou estar com dezoito anos em breve.”
“Não, é ilegal porque somos irmão e irmã. Nós poderíamos ir
para a prisão por até quatro anos. Eu pesquisei.”
Eu rio porque é absurdo. “Nós não fizemos nada de errado.”
“E não vamos fazer,” ele resmunga. “É melhor assim. Eu sinto
muito.”
“Mas eu gostei...”
Ele respira pesadamente. “Eu também gostei. Mas nós não
podemos. É errado e contra a lei. Só precisamos de um pouco de
espaço e as coisas podem voltar a ser como costumavam.”
“Eu não quero que as coisas voltem a ser como eram,” digo
bruscamente. “Eu não quero perder você.”
“Ei,” ele murmura. “Eu ainda estarei aqui. Como seu irmão.
Nós simplesmente não podemos...”
Tocar. Beijar. Foder.
“Ok.” É a resposta que ele quer. A única resposta que posso
dar a ele aparentemente. Mas não está bem. Eu tenho um gosto
dele e estou envenenada pelo pensamento de mais.
“Ainda vamos conversar e compartilhar músicas,” ele me
garante. “Mas...” Suspira. “Eu vou tentar acertar as coisas com
Amy. Tem que ser assim.” Sua voz racha e eu quero alcançar
através do telefone para abraçá-lo. Ele merece muito mais que
Amy. Ele me merece.
“Ela vai ficar tão feliz,” gemo, ciúmes já corroendo meu
coração.
Ele ri. “Sim.”
“Ela vai chorar.”
“Isso é um fato.”
Nós dois ficamos quietos.

K. Webster
“Rylie?”
“Sim, Huds?”
“Em outra vida... eu iria querer isso.” Ele solta um bufo
frustrado. “Eu iria encontrar uma maneira de fazer isso
acontecer.”
Apenas não nesta vida.
Uma fungada. “Noite, Hudson.”
Um suspiro. “Noite, pagã.”

Eu não posso respirar.


Essa doença está me sufocando lentamente.
Segundo por segundo solitário.
Sua voz no telefone não é suficiente.
Durante três dias, passo minhas férias de primavera enrolada
em minha cama usando um moletom com capuz que Hudson
deixou, enquanto durmo com minhas aflições. Na minha cama,
na escuridão, estou livre para imaginar a outra vida. A vida que
Hudson prometeu que encontraria um jeito, se houvesse um.
Naquela vida, nos beijamos e tocamos. Naquela vida, fazemos
amor.
Eu me tornei obcecada com a ideia dele e eu.
Do seu corpo nu pressionado contra o meu, seu pau duro
esfregando entre nós. Nossos lábios pressionados. Línguas se
degustando e se enrolando. Seu cheiro enchendo meus pulmões
nunca saindo.
Não posso mais chorar.
Fiz isso por dois dias. Hoje estou entorpecida. Sinto falta dele.
Hudson: Como você está se sentindo hoje, pagã?

K. Webster
A tela se desfaz quando lágrimas enchem meus olhos.
Aparentemente, nem todos choram. Sabendo que ele odeia o
polegar para cima, lhe envio aquele emoji. Eu recebo o emoji do
dedo do meio de volta, o que me faz rir. A primeira risada em dias.
Eu: Sinto sua falta.
Ele não responde e as lágrimas vazam silenciosamente dos
meus olhos, molhando a fronha abaixo. A coisa boa sobre as férias
de primavera é que minha tia e meu tio estão ocupados no
trabalho. Estou sozinha para me afundar no meu desespero.
Ninguém me força a me vestir, tomar banho ou comer. Estou
sozinha.
Muito sozinha.
Eu entro e saio do sono, meus sonhos me confundindo e me
provocando.
“Rylie.”
Sua voz é tão real. Eu quero ouvi-lo dizer o meu nome uma e
outra vez.
“Rylie.” Desta vez é alto, incerto e com raiva.
Virando na cama, fixo os olhos com os do meu irmão. Com
as orbitas verdes brilhantes no quarto escuro.
“O que você está fazendo? São as férias de primavera Você
deveria estar fazendo coisas,” ele murmura, sua voz rouca.
Eu dou de ombros. “Nós deveríamos passar o tempo juntos
fazendo coisas. Sem você, não tenho ninguém com quem fazê-las.”
Ele franze a testa e senta-se na beira da minha cama. Tão
perto. Eu poderia alcançar e ligar meus dedos aos dele. Mas não
faço. Ele desenhou a linha na areia e quer que eu fique do meu
lado.
Em outra vida…
Esta vida requer linhas.

K. Webster
Esta vida diz que devemos obedecer às leis.
Ele chega e pega minha mão. “Rylie.”
Estou focada na força e no calor que fluem de seu aperto. O
jeito que ele me segura de uma maneira íntima, apesar da linha
que desenhou. Meu coração palpita dentro de mim.
“Hudson.”
“Vamos sair daqui. Eu vou te levar para um ver um filme ou
algo assim. Você precisa sair da cama,” ele diz, com o polegar
passando sobre as costas da minha mão. Calafrios correm pelo
meu braço e estremeço. Ele parece achar que estou com frio
porque solta a mão o tempo suficiente para se enroscar ao meu
lado na cama. Um braço forte, quente e pesado cobre minha
cintura. Agora que estamos tão perto, a apenas alguns
centímetros de distância, eu quase posso beijá-lo. A linha que ele
desenhou já foi cruzada.
Eu chego até a tocar seu rosto e ele estremece. É o suficiente
para me puxar de volta e enrolar minha mão em um pulso.
“Como está Amy?” Pergunto friamente.
Ele solta um suspiro. “Ela está bem.”
“De volta juntos e felizes, o para sempre no horizonte?”
“Dificilmente.” Ele ri. “Ela nos surpreendeu, Ry. Chorou sim,
mas ceder? Não. Ela diz que tenho que fazer um exame de
consciência. Que talvez precise sair e ver outras pessoas também.
Então, depois que eu tiver refletido, ela estará esperando. Diz que
não quer que eu sempre sinta que nunca tive a chance de namorar
e experimentar outras mulheres.”
Levanto as sobrancelhas em surpresa. “Então você está…”
“Ainda vendo um ao outro, mas também vendo outras
pessoas.”
“Como a menina da escola?”

K. Webster
“Jada? Eu não sei. Quero dizer, ela é legal, mas...” ele se
afasta.
Mas você me quer em vez disso?
Olho para cima para encontrar seu olhar intenso. “Mas o
que?”
“Mas isso não vai me fazer feliz.” Ele franze a testa. “Estou
lutando aqui.” Sua mão pousa em minha bochecha e ele corre o
polegar ao longo da minha bochecha. “Eu sei o que quero…”
Eu. Ele me quer.
“Estou cansada,” sussurro em lágrimas.
Cansada dessa luta. Cansada da tristeza. Cansada de uma
vida onde o projeto não é limpo e puro, mas confuso e
fragmentado. Só estou cansada.
“Eu sei que você está,” ele murmura. Ele se inclina para
frente e beija minha testa.
Engulo um soluço. Meus dedos pousam na frente de sua
camiseta enquanto o agarro a mim, desesperada pela conexão com
meu irmão. Ele não resiste e me abraça bem junto dele. Com o
braço dele me segurando tão próximo, relaxo pela primeira vez em
dias. Soluços feios rasgam meu peito e ele esfrega minhas costas
como se isso pudesse aliviar a dor.
Em outra vida…
Ele rola de costas, mas me manobra, então estou meio sobre
o seu corpo sólido. Seu cheiro está me deixando tonta. Masculino
e limpo. Eu poderia inalá-lo durante todo o dia e ficar chapada.
“Será difícil classificar isso,” ele explica como se tivesse todas
as respostas da vida. “Nós podemos fazer isso juntos. Somos mais
fortes do que os sentimentos que estamos tendo.”
Amargura se arrasta dentro de mim. Ele pode ter as respostas
desta vida, mas eu tenho as respostas da outra vida. Na outra
vida, somos melhores amigos e amantes. Podemos nos beijar e

K. Webster
foder. Podemos nos casar e ter filhos. Podemos amar na outra vida
como nenhum irmão pode amar nesta vida. Se a vida detém o feliz
para sempre, nunca vou conseguir ver.
“Não posso te perder,” murmuro. “Eu vou fazê-lo, no entanto,
eu consigo.”
Ele passa os dedos pelo meu cabelo bagunçado. “Eu também,
baby, eu também.”
Choro, mas ele continua forte. Inquebrável. Sólido. Meu
irmão, o herói.
“Coloque tudo para fora,” ele insiste. “E então vou te encher
de pipoca, amendoim M&M, e qualquer outro filme de ação que
esteja passando no cinema.”
“E uma raspadinha. Quero uma raspadinha de cereja,” digo
a ele através das minhas lágrimas.
“Eu vou te dar o que quiser.”
Exceto nós.
Ele não pode me dar.

K. Webster
CAPÍTULO 13
Hudson
Três semanas depois…

“O treinador estava chateado,” Nick diz quando sai do


banheiro do quarto de hotel que estamos compartilhando, com
uma toalha enrolada na cintura.
Gemo e passo a mão sobre o rosto. “Eu estraguei tudo. Tanto
faz. Farei melhor no próximo final de semana.”
Ele deixa cair à toalha, mostrando-me a bunda peluda
enquanto procura algo para vestir em sua mala. Uma vez que ele
coloca uma calça jeans, me nivela com um olhar sério. Nick
dificilmente é sério. “Eu acho que ele vai te colocar no banco.”
Irritação borbulha dentro de mim. “Bem, ele pode me por,
então.”
“Ou,” ele diz enquanto coloca uma camiseta, “você pode tirar
a cabeça da sua bunda.”
Deixando-me com essas palavras, ele volta para o banheiro
para passar muito tempo para um homem em seu cabelo. Eu
tomei banho, mas só me vesti depois do jogo. Eu não vou sair, não
importa o quanto Nick me pressione.
O jogo foi um maldito pesadelo. Eu não consegui pegar nada
que estava no meu caminho e não consegui acertar nada. Tudo o
que conseguia pensar foi nela.
Minha irmã.
Rylie mandou uma mensagem antes do jogo me contando
sobre como alguns amigos da escola a convidaram para uma festa.

K. Webster
Ela não queria ir, mas tia Becky, de todas as pessoas do caralho,
insistiu para que ela saísse de casa e socializasse.
Eu me inclino para trás contra os travesseiros e leio seu mais
novo texto.
Rylie: Travis está aqui.
O ciúme explode quando penso no garoto da festa do centro
da cidade. Não gostei do jeito que ele olhou para ela. Como ele a
quisesse. Ela não é dele.
Ela é minha.
Mas ela não é. Ela não pode ser. Ter a tia Becky quase nos
matando foi o suficiente para me assustar. Eu perdi minha cabeça
e quase fodi minha irmã. Meu pau se contorce com o lembrete.
Sua mão estava tão macia em volta do meu pau. Eu ainda penso
em seu pequeno mamilo preso entre meus dentes quando me
masturbo no chuveiro. A verdade é que não posso tirar essa noite
da cabeça. Estou tentando ser razoável aqui e fazer a coisa certa.
Porque não seríamos apenas exilados sociais, estaríamos
infringindo a lei.
Maldito Missouri.
Tiro o laptop da minha mochila e puxo para cima
pesquisando o site onde e aprendi que poderíamos pegar até
quatro anos de prisão por incesto. Isso é o que é, no final das
contas. Incesto. É injusto que o estupro agravado só tenha um
ano a mais de prisão, mas amar sua irmã é quase um crime igual.
O que Rylie e eu queremos fazer é consensual. Seguro. Não faz
mal a ninguém. Segundo o site, ela tem idade legal de
consentimento. Ela acabou por nascer com o sobrenome errado.
O mesmo sobrenome. A mesma maldita constituição genética.
Clicando no Arkansas, porque todo mundo sempre zomba de
pessoas transando com seus primos por lá, fico irritado ao saber
que a lei não é muito diferente da nossa. Expando minha pesquisa
para o Kansas e Mississippi, encontrando mais do mesmo.
Oklahoma parece ter uma das punições mais amenas, mas
quando eu clico em Montana, perco a cabeça.

K. Webster
“Não menos que prisão perpétua ou cem malditos anos? Você
está brincando comigo?” Grito enquanto quase jogo o laptop no
chão, em fúria.
Nick corre do banheiro e olha para a minha tela antes que
eu possa fechá-la. “Leis de incesto? Que porra é essa, cara?”
“Pesquisa para a aula de Ritter...” minto com raiva que ainda
explode dentro de mim. “Você não pode se casar com sua prima
ou vai passar sua vida na prisão, mas, de acordo com Montana,
você só pega dez anos por pornografia infantil. Em que tipo de
mundo fodido nós vivemos?”
Ele ri. Porra ri. “Eu não sei, Hale. Foder sua prima é uma
merda doente. Aqueles malditos caipiras precisam apodrecer na
cadeia. Não precisamos deles diluindo os genes e enviando
retardados para o mundo. Há idiotas sem cérebro por todo o país.”
Olho para ele. “É tudo besteira da sociedade.”
“Ainda fodidamente nojento. Ritter é um idiota por fazer vocês
pesquisarem essa merda. Se você precisar de um exemplo, envie-
lhe uma foto de Scottie Brown. Esse cara parece puro.” Ele bufa.
“Aposto que sua mãe fodeu seu irmão. Ninguém é tão estúpido
sem alguma adulteração de genes.”
Apesar do que Nick diz, a segunda base do nosso time não é
ruim. Ele é mais bonito e o melhor jogador, o que significa que
isso os faz invejar o calmo Nick.
“Não há provas de que foder seu irmão faça você ter filhos
idiotas,” resmungo.
Ele encolhe os ombros enquanto caminha de volta para o
banheiro novamente para mexer com o cabelo um pouco mais.
“Isso é surpreendente. Mas com certeza você vai ficar feio.”
“Como você sabe?”
Ele se inclina para fora do banheiro para me lançar um olhar
de desgosto. “Qualquer garoto que nasceu dessa merda vai ser
espancado todos os dias de sua vida patética. Muitos narizes

K. Webster
quebrados porque sua mãe gosta de foder seu irmão fazer uma
criança feia.” Ele termina no banheiro e enfia sua carteira no bolso
de trás. “Você não vai sair hoje à noite? Conheci um casal de
gostosas no saguão. Gina e Jillian. Serei um bom melhor amigo e
deixarei você escolher sua própria aventura.” Suas sobrancelhas
balançam para cima e para baixo.
“Se eu não passar nesta matéria, o treinador vai realmente
me expulsar da equipe. Vou deixar pra próxima vez,” murmuro
enquanto fecho meu laptop.
Ele tira o cartão-chave da cômoda e balança a cabeça. “Sua
perda, cara. Mas quando eu trouxer as duas de volta para o
quarto, você vai ficar na sua cama. Eu não vou compartilhar.”
“Entendi,” resmungo.
Assim que ele sai, mando uma mensagem para Rylie.
Eu: Eu não gosto dele. Cuidado.
Os pontos se movem na tela enquanto me estico de volta na
cama.
Rylie: Ele é legal. Dei-lhe cem dólares por uma identidade
falsa.
Eu: Por que diabos você precisa de uma identidade falsa?
Rylie: Então posso ir para bares com você assim que sair
desse buraco do inferno.
Relaxo com a resposta dela. A ideia de ela sair com o Travis
me irrita. Mas a ideia de Ry e eu num bar juntos não é ruim.
Eu: Desde que você prometa só ir comigo, pagã.
Rylie: Eu não sonharia em ir com mais ninguém.
E é aí que a merda fica dura. Literalmente. Estou imaginando
uma noite bebendo e dançando nas boates. Esfregando contra ela
enquanto dançamos. Arrastando-a para um canto escuro,
levantando o vestido e fodendo minha doce irmã contra uma
parede de um bar sujo.

K. Webster
Deslizo a mão no meu moletom e aperto meu pau dolorido.
Com a minha mão livre, digito um texto de volta.
Eu: Sinto sua falta. Três semanas é muito tempo.
Rylie: Se a tia Becky gentilmente removesse suas garras
de mim, dirigiria até ai quando você voltasse de viajem para
te ver.
Imaginar Rylie no meu dormitório me deixa excitado, mas
estou instantaneamente chateado pensando em Nick dando em
cima dela. Eu o conheço. Ele tentaria transar com ela e então eu
teria que brigar com ele.
Eu: Me ligue quando chegar em casa. Tive um dia ruim.
Meu telefone toca e rio. “Sim?”
“O que há de errado?” Sua voz é ofegante e preocupada. Faz
meu pau se contrair em meu aperto.
“Eu joguei mal pra caramba. O treinador está louco pra
cacete.”
“Oh, Hudson” ela murmura. Alguém diz algo e ela explica que
tem que atender uma ligação importante. A música fica baixa e eu
ouço uma porta fechada. “Isso é melhor. Esta festa é uma porcaria
de qualquer maneira. Eu prefiro falar com você. Diga-me o que
aconteceu.”
Eu digo a ela todas as jogadas de merda e ela escuta em
silêncio.
“E então eu estava pesquisando algumas coisas...” Paro. “Só
me deixou de mau humor.”
“Então você queria ouvir a minha voz para animá-lo?” Ela
brinca.
“Você tem a única voz que me anima.”
“Como você está com Amy?”

K. Webster
Meu pau amolece na minha mão e gemo. “Nós conversamos
aqui e ali. Ela saiu em um encontro com um cara chamado Blake.”
Rylie bufa. “Ai credo. Ela contou sobre o encontro dela?”
“Eu acho que ela estava tentando me deixar com ciúmes,”
admito.
“Você ficou?”
“Eu deveria ter ficado. Deveria estar tentando consertar o que
quebrei.”
“Mas...” ela sonda.
Normalmente, eu mudo de assunto e vou para tópicos mais
simples. Desde a noite que eu tive que dizer a ela que não
poderíamos estar juntos como ambos obviamente queríamos,
estou ficando louco. Exatamente no que eu não deveria pensar é
tudo no que penso. Isso me deixou tão distraído durante o meu
jogo que fodi tudo e irritei meu treinador.
“Você pensa muito naquela noite?”
Ela solta um suspiro irregular. “O tempo todo.”
“Eu também.”
O silêncio enche o ar por uma longa pausa.
“Eu queria, Huds. Eu queria fazer sexo com você.”
“Eu também,” sussurro.
“Eu ainda quero.”
“Não podemos,” digo a ela, esperando parecer firme, mas
minha voz vacila.
“Eu gostaria que pudéssemos. Provavelmente poderia fazer
Travis tirar minha virgindade, mas eu não o amo. Ele
provavelmente...”
Eu explodo com fúria. “Você não vai foder Travis,” estalo.
“Nunca, Rylie. Entendeu?”

K. Webster
“Tudo bem,” ela concorda suavemente. “Naquela noite, você
e eu foi tão gostoso. Como algo que parece bom pode ser
considerado ruim? Por que as pessoas se importam com quem
amamos? Não estamos machucando ninguém.”
“Não é tão simples,” gemo, deixando meus olhos se fecharem.
Acaricio meu pau, tentando imitar o jeito que ela fez isso. “Tudo é
tão fodidamente complicado.”
“Estou me tocando, Huds,” ela murmura. “Só de falar com
você... eu fico tão...” Um gemido suave escapa e faz meu pau
empurrar no meu pulso.
“Foda-se, baby,” sussurro. “Não faça isso comigo.”
“Ninguém tem que saber.”
Ninguém precisa saber.
“Sua calcinha está molhada?” Minhas palavras são quase
inaudíveis.
“Sim.”
“Só um pouco ou está encharcada?”
Ela geme novamente. “Agora que estou me provocando
através da calcinha, posso sentir a umidade através do tecido.
Queria que você estivesse me tocando.”
“Jesus, eu também gostaria disso.”
“Você está se tocando também?”
“Estou fodendo meu pau desejando que fosse você,”
resmungo, com a minha voz baixa e grave.
“Eu gostaria de poder provar você. Queria poder ter você.
Apenas uma vez, Hudson. Talvez não me sentisse tão mal. Talvez
você possa me curar.”
Eu bombeio meu pau e fico tenso quando meu orgasmo se
constrói. “Se nós cruzássemos a linha, não haveria volta, baby.
Nós não nos curaríamos. A doença se espalharia. Eu mal posso

K. Webster
pensar em nada ao seu lado agora. Se eu realmente tivesse você,
ficaria obcecado.”
Um som frustrado sai dela. “Isso é tortura, porra! Não é
justo!”
“Shhh,” digo em um tom suave. “Alguém vai ouvir você.
Somos apenas nós agora.”
“Não estamos fazendo nada de errado.”
Mas nós estamos. Isso é tão errado. O que nós queremos fazer
é ainda pior.
“Tire sua calcinha,” exijo, desesperado para ter esse momento
com ela. Amanhã podemos voltar a ficar longe, mas esta noite eu
quero isso. “Se não posso te tocar, quero que você faça isso por
mim. Quero que você me diga todas as malditas sensações, Rylie,
porque estou ficando louco sem saber. Quero que você empurre
seus dedos em sua buceta apertada e escorregadia e quero que
prove o quão doce você é. Preciso saber o quão bom é esse fruto
proibido. Por favor.”
Ela ofega e então um leve gemido escapa dela. Meu pau está
doendo no meu aperto. Fecho os olhos e penso em seus perfeitos
lábios carnudos. Imagino como seria esfregar a ponta do meu pau
nos lábios inferiores dela. Ela colocaria a língua para fora e me
lamberia? E me chuparia até a garganta?
“Foda-se,” amaldiçoo. “Porra.”
“Estou tão molhada,” ela sussurra. “Quando me toco
normalmente, não fica assim.”
“Porque te excita que eu esteja aqui com o pulso no meu pau
desejando que você estivesse aqui para fazer isso?” Minhas
palavras estão cortadas e gravemente.
“S...Sim, estou muito excitada.”
“Quantos dedos estão dentro da sua buceta, Ry?”
“Um.”

K. Webster
“Eu nunca vou empurrar meu pau grosso em você, baby, mas
quero saber como seria. Coloque outro dedo e me diga como se
sente,” exijo, com as minhas bolas pesadas com a necessidade de
gozar.
“Apertado,” ela respira. “Eu tenho que usar o... um... a
umidade para que ele escorregue melhor.”
Foda-me.
“E agora?"
“Sim.”
“Faça o mesmo com o terceiro dedo. Meu pau é muito maior
que seus dedinhos, pagãos. Mas você pode fingir que sou eu,
certo?”
“Eu não quero fingir.” O beicinho na voz dela me faz rir.
“Eu também não quero. Agora me diga como se sente.”
Ela respira pesadamente. “Como se fosse muito, mas não o
suficiente. Eu quero… eu preciso…” A respiração dela vacila e sei
que ela está perto.
“Se eu estivesse aí, lamberia sua buceta doce até você gritar.
Aquele gozo que está pingando de seus dedos não seria um
problema. Eu lamberia tudo.”
“Hudson,” ela geme. “Eu quero você.”
“Eu também quero você, mas isso não pode acontecer. Fica
comigo. Jogue este jogo comigo, por favor.”
“Ok.”
“Coloque-me no viva-voz para que eu possa te ouvir.”
Ela se atrapalha e depois me diz que fez isso.
“Agora,” instruo. “Use a outra mão para tocar seu clitóris.
Quero que você esfregue e finja que é a minha língua, ok?”
“Isso é bom,” ela suspira.

K. Webster
“Eu faria isso muito melhor, baby. Muito melhor. Mas isso é
tudo que temos. Eu quero que você continue esfregando e depois
me diga quando gozar. Eu mal estou segurando aqui, estou por
um fio, mas no momento que você gozar, eu vou gozar em toda a
minha barriga. Se você estivesse aqui, eu gostaria que lambesse
meu pau e...”
“Eu estou gozando!” Ela grita.
Os sons dela são tão eróticos que me derrubam. Fecho os
olhos, imaginando seus três dedos dentro de sua pequena buceta
enquanto ela faz uma grande bagunça com seu orgasmo. É o
suficiente para me fazer gemer com a porra que sai do meu pau e
encharca meu peito nu. Mantenho os olhos fechados por um
momento enquanto imagino sua doce língua vermelha correndo
ao longo do meu caminho feliz que está cheio de porra. Meu pau
balança com essa imagem.
Quando ela começa a chorar, pisco e sacudo minha inércia.
“O-O que está errado?” Exijo, pânico brotando dentro de
mim. “Eu… Você se arrepende…”
“O quê? Não” ela soluça. “Eu… eu só quero você de volta em
casa. O dia quinze de maio está longe demais."
Minha prova final é no décimo quinto dia, então temos cerca
de três semanas até o final do semestre. Pode muito bem serem
três anos, porque com certeza me sinto assim.
“Não é tão longe,” minto.
“Estou sozinha sem você.” Ela funga.
“Estou sozinho sem você também.”
Ela está em silêncio por um tempo. “Sinto falta de mamãe e
papai. Eu sou apenas uma responsabilidade para a tia Becky e o
tio Randy.”
“Eu também sinto falta deles. Eu poderia dizer ao treinador
que...”

K. Webster
“Não,” ela interrompe, com seu tom feroz. “Você já está em
apuros. Faltar em outro jogo não vai me ajudar, porque isso te
machuca. Posso esperar três semanas.”
“Mas o seu aniversário é no próximo fim de semana.”
“Você ainda vai me ligar, certo?” Ela pergunta. “Podemos...
podemos fazer isso de novo?”
“Enquanto fizermos isso apenas por telefone, não estaremos
prejudicando ninguém nem quebrando nenhuma lei. Então, se
isso vai te fazer feliz no seu aniversário, aposte que vamos fazer
isso de novo.” Eu me levanto e pego a toalha do chão para limpar
meu abdômen grudento. “Talvez, se você for uma boa menina,
possamos até conversar por vídeo.”
Ela puxa uma respiração pesada. “Mesmo?”
Nada parece mais atraente do que ver seu rosto quando ela
goza.
“Eu quero te ver. Você toda,” admito.
“Ninguém tem que saber,” ela murmura.
Meu telefone vibra com um texto.
“Ninguém tem que saber,” concordo.
Quando me afasto para ver quem me mandou uma
mensagem, percebo que Rylie me enviou uma foto. É uma selfie.
Seus olhos castanhos claros estão escuros e sensuais. Lábios
rosados grossos estão separados. Mas o que quero alcançar
através do telefone e agarrá-la é o fato de sua boca estar enrolada
em torno de três dedos muito molhados.
Eu olho para a foto e gravo na memória.
“Eu tenho que deletar essa foto,” murmuro, realmente
detestando essa ideia.
“Eu sei. Mas queria que visse.”
“Linda.” Minha palavra é apenas um sussurro, mas ela ouve.

K. Webster
“Obrigada. Eu amo você, Huds.”
“Eu também te amo, pagã.”
Desligamos, e olho para a foto por horas. Eu fico duro
novamente e gozo mais uma vez, desta vez sozinho. E então
continuo a olhar para o que nunca vou poder ter. Quando ouço
risadas muitas horas depois do lado de fora da minha porta,
contrariado, apago a foto.
Mas nunca vou apagar da memória.
Nunca.

K. Webster
CAPÍTULO 14
Rylie

“Ela pegou meu telefone!” Hudson grita enquanto bate na


minha porta.
Meus pais, acostumados com nossas brigas, o ignoram. Solto
uma risada enquanto sento na minha cama e adivinho facilmente
sua senha. Estou apenas tocando em um aplicativo que nunca vi
antes, quando a minha porta se movimenta.
Oh droga!
Ele roubou a chave que meus pais guardam de todas as
portas?
Solto um grito quando a porta se abre e ele entra no meu
quarto, com o peito arfando. Hudson tem quase dezoito anos agora.
Ele não sabe que estou doente. Aproveito para apreciar as curvas
dos músculos do seu peito quando ele fecha a porta atrás de si.
Por que está fechando a porta?
Meu coração saltita no meu peito.
Quando mamãe e papai não estão em casa, ele deixa Amy
entrar e eles trancam a porta do quarto. Posso ouvi-los fazendo sexo
toda vez. É sujo e embaraçoso, mas não posso ir a sua porta toda
vez que eles fazem isso. O som da sua pele batendo é o som mais
delicioso que eu já ouvi.
Nós vamos…
Seus olhos verdes estão ardendo de raiva e seus cabelos
ainda pingam do banho recente. Quando seus dedos viram a
fechadura, esqueço de respirar.

K. Webster
Ele é lindo.
Doente, Rylie, você está doente.
“Saia do meu quarto,” resmungo, mas não estou falando sério.
Garotas que não estão doentes dizem esse tipo de coisa.
“Você não teve nenhum problema entrando no meu.” Sua
mandíbula aperta com fúria. Quando Hudson se transformou em
homem? Ele é tão grande quanto o papai, mas é definitivamente
mais forte e mais definido.
Meu dedo toca em algo em seu telefone porque os gemidos
começam a tocar no aplicativo. Ele pula em cima de mim e joga o
celular no chão.
“Fique fora do meu quarto,” ele fala, com as mãos fortes
facilmente me prendendo na cama.
Eu deveria estar discutindo com ele ou gritando. Não amando
o jeito que seu corpo fica pressionado contra o meu. O aplicativo
continua a gemer, assim como Amy faz.
“Para que serve esse aplicativo?”
“Nada que uma criança precise se preocupar.”
Eu bufo e luto para empurrá-lo, a raiva finalmente me
inundando. “Eu não sou uma criança.”
A pele começa a bater e o homem começa a dizer à mulher para
levá-lo. Porra, pegue isso. Viro minha cabeça para olhar. Quero ver
o que eles estão fazendo. Meus lábios se separam no momento em
que vejo o homem empurrando seu pau dentro da mulher. Ele puxa
para fora e depois empurra dentro dela. De novo e de novo. Algo
endurece contra a minha coxa e não estou mais interessada no
vídeo.
Hudson, que deve ter olhado para o vídeo também, olha de
novo para mim. Suas bochechas ficam rosadas. Não é a primeira
vez que vejo meu irmão ter uma ereção em seus shorts, mas é a
primeira vez que sinto isso.

K. Webster
Grande.
Duro.
Latejante.
Quero perguntar a ele se vai puxar seu short de basquete e me
deixar tocá-lo. Antes que possa perguntar, ele se afasta de mim e
pega o telefone do chão. Os gemidos são silenciados, mas ele não
pode esconder o fato de que ainda está duro.
“Fique fora do meu quarto.” Suas palavras não têm o veneno
habitual e então ele sai, fechando a porta atrás de si.
Deitada de costas, fecho os olhos e deixo a doença assumir
enquanto finjo que sou eu em seu quarto na próxima vez e não Amy.

“Você está ouvindo?” Tia Becky grita na outra linha, me


puxando do passado.
“Uh, sim, só estava pensando em mamãe e papai.” Não é uma
mentira completa.
“Oh, querida,” ela diz suavemente. Então, grita um endereço
para um taxista. “Eu sinto muito. Se não tivéssemos gasto todo
esse dinheiro neste retiro de casais, você sabe que Randy e eu
estaríamos aí com você.”
Randy concorda em voz alta, então volto a ouvir.
“E,” continua ela, “sei que Hudson também não estaria em
um jogo contra o Alabama. Quando seu irmão estiver fora da
escola, faremos um grande churrasco para você, como seus pais
costumavam fazer. Você ainda vai sair com seus amigos hoje à
noite?”
A menção dos meus pais faz meu peito doer.
“Sim.” minto novamente. “Eles estão todos esperando por
mim no restaurante, mas minha amiga Mandy vem me buscar.
Oh, ela está aqui.”

K. Webster
“Bom,” diz ela. “Nós te amamos e vamos ver você na segunda-
feira quando chegar em casa da escola. Certifique-se de tomar o
medicamento conforme prescrito. Eu só deixei a você o suficiente
para os dias que estou aqui. Estou confiando em você e vou
checar.”
“Ok. Tchau.”
Desligo e jogo meu telefone. Ele bate no tapete com um
baque. Eu não vou sair. Nem estou vestida. Depois da escola, tirei
meu jeans e me arrastei para a cama. Dormi. Chorei. Me perdi na
escuridão que é minha mente. Não haverá festas de aniversário
nem nada de especial. Meu destaque deste fim de semana será
quando Hudson me ligar depois do jogo. Ele prometeu que
poderíamos conversar em vídeo e... “Há uma razão pela qual você
mentiu?”
Viro a cabeça para a porta e encontro Hudson encostado no
batente, sorrindo para mim. Seu boné de beisebol está virado para
trás e está usando shorts de basquete e uma camiseta preta da
Gap que a tia Becky comprou para ele não muito tempo depois da
morte de nossos pais.
Minha frequência cardíaca dispara.
Ele está gostoso.
E aqui.
Saio da cama e corro para ele. Ele ri quando coloco os braços
em volta do seu pescoço e grito. No momento em que nossos
corpos estão pressionados, preciso estar mais perto. E
aparentemente ele também. Suas grandes mãos cobrem a minha
bunda sobre a calcinha e ele me levanta. Envolvo as pernas em
sua cintura e me afasto um pouco para olhar para ele. Deus, ele
cheira bem. Masculino, com sabonete e simplesmente Hudson.
“Você está aqui.” Sorrio para ele.
“É seu décimo oitavo aniversário. acha que eu perderia isso?”
Seu sorriso é torto e bonito. Eu quero passar os próximos três dias
apenas beijando sua boca.

K. Webster
“O treinador não vai ficar bravo?” Minhas sobrancelhas
franzem em conjunto, percebendo que ele pode estar em apuros
por ter vindo me ver.
Ele revira os olhos. “Eu estava no banco de qualquer
maneira.”
“Você está chateado?”
Seus olhos verdes brilham. “Não mais.”
Meu coração dispara. Não posso me segurar. Inclinando-me
para frente, beijo seus lábios. Ele não recua, então eu o beijo
novamente, deixando meus lábios lá por mais tempo. Quando
começo a me afastar, ele se vira e pressiona minhas costas contra
a parede ao lado da minha porta. Seus lábios se fundem ao meu
e sua língua desliza em minha boca como se pertencesse lá.
Recebo-o com um gemido. Entre minhas pernas abertas, ele mói
seu pau agora duro contra o meu centro dolorido. Ondas de prazer
caem através de mim. Eu tenho sonhado com um milhão de coisas
que estamos fazendo desde o último fim de semana.
“Onde estão suas calças?” Ele murmura contra meus lábios.
“Quem se importa?”
“Droga, Rylie. Você é muito tentadora para mim. Eu não sou
forte como deveria ser.” Ele me beija com força até que estamos
ofegantes.
“Eu quero você também. Tudo bem.”
Ele morde meu lábio inferior antes de descansar a testa
contra a minha. Seus olhos verdes estão intensos enquanto ele
olha para baixo. “Não podemos fazer sexo. É…”
Errado. Ele acha errado. Meu coração afunda.
“É ilegal,” ele termina, mas seus quadris balançam contra
mim.

K. Webster
Amo o jeito que seu pau duro esfrega contra o meu clitóris
através da minha calcinha. Seus shorts são finos e posso sentir
cada parte dele. É quente e frenético.
“Ninguém tem que saber.”
Ele geme como se estivesse rasgado. “Se nós cruzássemos
essa linha, nunca conseguiria superar isso. Quero você o tempo
todo e então alguém descobriria, baby. Eles nos entregariam e nos
levariam para a cadeia. Eu posso lidar com a prisão, mas você é
muito doce e bonita para ser presa.” Seu pau esfrega mais e mais
rápido contra mim. “Eu não posso nem pensar nisso.”
“Está tudo bem, certo? Podemos gozar sem ir para a prisão.”
Murmuro.
Ele morde meu lábio e puxa com os dentes antes de soltar.
Fogo brilha em seu olhar. “Você pode gozar assim?”
“Você pode?” Desafio.
Ele assobia enquanto trabalha seus quadris. “Posso. Eu vou
gozar. Quero que você goze também.”
“Continue fazendo isso e eu vou.”
Sua boca pressiona beijos ao longo da minha bochecha e
mandíbula até que ele está respirando no meu pescoço perto da
minha orelha. É sexy e me excita. Aperto meus calcanhares em
sua bunda e tiro o boné de sua cabeça para que possa correr meus
dedos pelo seu cabelo bagunçado.
Como já conhece meu corpo melhor do que eu, ele trabalha
seus quadris de uma forma que me faz ver estrelas rapidamente.
Quando começo a tremer, com um orgasmo se aproximando, ele
morde a minha orelha.
“Se nossas vidas fossem diferentes e não houvessem leis
estúpidas, eu puxaria sua calcinha molhada para o lado e foderia
você, Rylie. Eu seria o único a ter sua virgindade e ganhar todos
os seus gritos de prazer. Você sabe que eu faria, baby.”

K. Webster
Suas palavras são demais. Eu jogo a cabeça para trás e cedo
ao orgasmo que vem através de mim. Ele chupa duro no meu
pescoço e rosna contra a minha pele. Cada impulso se torna
rápido e, em seguida, seu pau pulsa entre nós quando ele atinge
seu próprio orgasmo, encharcando seus shorts. Eu me viro e
derreto em seus braços e relaxo. Preguiçosamente, ele beija meu
pescoço reverentemente.
“Eu te amo,” sussurro.
Ele se afasta, com seus olhos verdes brilhando com uma
emoção que sei que está espelhada em meu olhar. “Eu também te
amo.”
Minhas pernas deslizam para baixo e fico em pé. Seus olhos
nunca deixam os meus enquanto desliza a mão por baixo da
minha camiseta e toca minha buceta sobre a calcinha.
“Encharcada, pagã. Você está uma bagunça.” Seu sorriso
diabólico faz meus joelhos amolecerem. Ele me puxa contra si
enquanto seu sorriso se alarga. “Você vai ter que se limpar. Vou
te levar para sair, aniversariante.”
Pisco para ele. “Você vai?”
“Eu te prometi uma tatuagem. A menos que tenha se
acovardado?” Ele ri e começa a cacarejar como uma galinha.
“Não, eu não me acovardei, idiota.” Eu lhe dou um empurrão
brincalhão. “Quero uma tatuagem do nosso sobrenome em uma
letra bonita nas minhas costelas.” Passo meu dedo ao longo do
local.
Seu olhar escurece quando olha para os meus mamilos que
estão duros e cutucam minha camisa. “O que devo fazer?”
“Você realmente vai fazer uma?”
“Sim. Será que serei idiota se quiser o mesmo?”
Lágrimas enchem meus olhos. “Somos os únicos Hales que
sobraram. Não é idiota, Huds.”

K. Webster
Ele estende a mão e passa um dedo na minha bochecha,
limpando a lágrima. “Bom. Porque eu faria de qualquer maneira.”
Ele faz um movimento em seus shorts. “Preciso tomar banho. Me
dê meia hora e estarei pronto.”
Eu pego um pedaço de sua camiseta e o puxo para mim. “Eu
poderia tomar banho com você.”
Suas narinas se abrem e seus olhos brilham de desejo. Isso
me faz tremer. “Acho que é uma ideia muito ruim.”
Franzindo a testa, olho para longe, envergonhada. “Oh.”
Ele aperta meu queixo e inclina minha cabeça para cima.
Seus lábios pressionam os meus suavemente. “Não porque não
quero. Realmente quero. É uma má ideia porque eu faria
exatamente isso que nos mandaria para a prisão. Eu te foderia,
Rylie. Eu te foderia e não haveria como voltar atrás.”
Engulo e tento desviar o olhar, mas o olhar dele está fixo no
meu. “Ninguém jamais saberia,” lembro a ele. “Eu negaria até o
dia da minha morte. Você não confia em mim?”
“Claro que confio em você. Não confio em mim.”
“Você contaria sobre nós?”
Ele solta meu queixo e me beija novamente. Tão doce. “Não,
eu simplesmente não seria capaz de parar de tocar em você e te
beijar e te amar para todos verem. Não haveria como esconder isso
e seria muito ruim para nós."
Eu o infectei, mas agora ele está mais doente do que eu.

K. Webster
CAPÍTULO 15
Hudson

Todo caminho de Arkansas para o Missouri, prometi a mim


mesmo que manteria distância. Eu a veria, mas não a tocaria.
Tudo voou pela maldita janela no momento em que a peguei
parecendo tão fodidamente triste na cama. Sozinha. No
aniversário dela. Antes que voasse para meus braços, meio nua,
eu sabia que minha conversa estimulante era inútil.
Eu quero tanto Rylie que está me deixando louco.
É mais do que querer o que eu não deveria ter.
É só ela.
Seu perfume. Seus raros sorrisos. Seus largos olhos
castanhos claros. Seus lábios deliciosos. Sua voz doce. Ela está
fodendo tudo.
Durante anos estive com Amy e a maioria das vezes jurei que
estava apaixonada por ela. Mas o zumbido em minhas veias
quando estou com Rylie é diferente de tudo que já senti antes. Ela
é tudo em que consigo pensar. Tudo que me importa. O que tenho
com ela é mais que amor. Não só temos o amor, a atração e a
química entre um homem e uma mulher, mas também temos a
mesma história e experiências familiares adicionadas no topo.
Talvez seja por isso que o incesto é desaprovado. Uma dose dupla
de amor. Uma quantidade letal de amor. Mas amor demais parece
ser um bom problema para se ter.
O jantar foi bom. Eu a levei ao mesmo restaurante italiano
para onde meus pais tinham ido quando foram mortos no
acidente. Por causa da nova identidade falsa de Rylie, nós dois

K. Webster
podíamos beber vinho em sua homenagem. Nós relembramos e
comemoramos como nossos pais queriam que fizéssemos.
“Você está quieto. Está nervoso?” Rylie pergunta do banco do
passageiro da minha caminhonete.
Aperto a mão dela que está presa na minha, descansando no
meu colo. “Não estou nervoso. Você tem certeza de que quer fazer
isso?”
Ela acena com a cabeça. “Estou pronta.”
Eu mostro-lhe um sorriso quando estaciono em um lugar em
frente ao estúdio de tatuagem. Assim que desligo o carro, levanto
a mão dela e beijo seus dedos antes de liberá-la. “Você está bonita.
Até demais,” resmungo.
Sua risada é musical e tão fodidamente doce. “Obrigada, eu
acho.”
Meus olhos se agarram ao vestido azul-marinho que abraça
seu corpo magro. É sem alças e o pequeno inchaço de seus seios
deixa meu pau duro. Vai ser difícil não querer dar um soco na
cara que tatuar ela.
“Antes de entrarmos, queria lhe dar seu presente.”
Ela franze as sobrancelhas. “Eu pensei que a tatuagem era
meu presente.”
“Esse é o seu outro presente,” digo com uma risada.
Eu puxo a pequena caixa do meu bolso e entrego a ela. “Eu
queria que você tivesse algo que te fizesse pensar em mim quando
eu não estivesse lá. E...” Cerro os dentes. “E para lembrá-la de
que, se tivéssemos uma vida diferente, eu daria tudo a você.”
Sua garganta pigarreia e seu lábio inferior treme quando tira
a caixa de mim. Ela abre e solta um suspiro. “É lindo.”
Respiro bruscamente em alívio. “Estou feliz que gostou.
Queria algo simples e não óbvio para alguém além de nós.”

K. Webster
Ela puxa o colar de ouro branco da caixa e o segura na frente
dela. Dois anéis de ouro estão pendurados na corrente. Um é mais
grosso e maior. O outro é menor e delicado. Eles são alianças de
casamento. Barato. Nenhum detalhe. Simples. Mas o significado
por trás deles é tudo.
Em outra vida, poderia ser nós.
Eu não tenho que explicar isso, ela sabe.
A vida é injusta. Ela roubou nossos pais e nos uniu de uma
maneira que nenhum irmão deveria amar. E não podemos ter isso.
Somos tudo o que nos resta e ainda estamos tão sozinhos quanto
possível.
“Obrigada, Hudson,” ela murmura em lágrimas. “Você pode
colocar em mim?”
“Claro. Puxe seu cabelo para cima.”
Ela me entrega o colar e, em seguida, tira o cabelo para o
lado, expondo seu pescoço para mim. Está escuro e estamos em
uma parte decadente da cidade. Ninguém vai saber. Inclinando-
me para frente, beijo a pele onde seu pescoço encontra seu ombro
antes de apertar o colar ao redor dela. Uma vez no lugar, os anéis
pendurados logo acima de seus seios, eu passo meus dedos pelo
seu peito antes de deslizar a ponta do meu mindinho através dos
dois anéis.
“Parece bom em você.” Eu relutantemente libero a joia.
Quando entrarmos, terei que compartilhá-la por horas. Tudo que
eu quero é segurá-la e beijá-la, mas é o aniversário dela. Ela
merece o melhor aniversário. “Vamos fazer isso, pagã.”

“Tudo feito, cara. O que você acha?” O tatuador chamado


Mike pergunta.

K. Webster
Eu me levanto da cadeira e ando até o espelho. Quando Rylie
disse que queria Hale tatuada na minha caligrafia, decidi que
queria fazer o mesmo, mas com a letra dela. A tinta preta tem seus
floreios em minhas costelas. Em breve, ela terá uma tatuagem
correspondente.
“Parece incrível. Eu amo isso.”
Rylie caminha até mim e admira com um sorriso. “Eu
também adoro.”
Eu lhe dou uma piscadela e suas bochechas ficam levemente
rosadas.
“Doeu?”
“Foda-se, sim,” digo com uma risada. “Mas você é durona.
Você consegue.”
“Você é a próxima, pequena dama,” diz Mike e bate na
cadeira. “Eu vou sair e fumar um cigarro. Isso vai te dar uma
chance de puxar seu vestido para que eu possa chegar a essas
costelas e começar.” Ele fecha a porta atrás dele.
Um surto de ciúmes surge dentro de mim, sabendo que ele
vai tocar sua pele nua em breve.
“Você não pode matar o cara da tatuagem,” diz Rylie, rindo.
Porra, seus risos são um levantador de humor instantâneo.
Eu vou querer matar um homem para agradá-la apenas para ouvi-
lo novamente.
“Venha aqui,” ordeno, com a voz rouca.
Seus olhos queimam com intensidade. Sei que estou
pensando nela, ela parece estar espelhando esses pensamentos.
Eu faço sinal para ela virar as costas para mim. Agarrando o zíper,
puxo para baixo até a bunda dela. O vestido começa a escorregar,
mas ela segura no peito. Suas costas estão nuas.
“Este vestido tem um sutiã embutido” explica ela.

K. Webster
Eu coloco minha mão nas costas dela e passo o dedo do meio
pela sua espinha. “Eu não gosto que ele te veja nua.”
Ela vira a cabeça e sussurra: “Eu sou sua, Hudson. Apenas
sua.”
Meu pau reage, mas depois ouço Mike conversando com
alguém do lado de fora da porta. Eu puxo minha mão e ela se
acomoda na cadeira. Ela parece tão sexy em cima da cadeira com
as costas expostas. Eu desistiria de tudo neste mundo só para
poder reivindicá-la como minha. Beijar livremente e tocá-la. Para
fodê-la e amar como quero.
“De que tamanho você quer?” Pergunto enquanto pego o
mesmo marcador que ela usou para a minha tatuagem e retiro a
tampa.
“Do mesmo tamanho que a sua.”
Sento-me na cadeira e coloco a mão nas costas dela
novamente, agradecido pela desculpa para tocá-la. Lento e
cuidadosamente, assino meu sobrenome ao longo de suas
costelas. Uma sensação de possessividade me domina ao ver meu
sobrenome em seu corpo.
“Eu gosto,” murmuro enquanto admiro a minha obra.
“Então eu vou amar.”

“Vamos.” eu digo quando tranco a porta da frente atrás de


nós. Ela ri enquanto a arrasto pela casa escura e entro na cozinha.
Eu solto a mão dela para levantar a tampa do recipiente de
papelão. “Que porra é essa?”
Ela acende a luz da cozinha. “Você comprou um bolo!” Então
sua doce risada enche a cozinha. “Bem, você tem um bolo escrito
Heather.”
“Aquele idiota no balcão me fez soletrar três vezes pagã
(heathen) e ele ainda fodeu tudo.” Resmungo enquanto tento
arrastar a cobertura rosa com o meu dedo mindinho no “r” para

K. Webster
baixo para fazer com que pareça um ‘n’. “Eu sabia que deveria ter
verificado antes de sair da loja.”
“É a intenção que conta,” diz ela, com seus olhos castanhos
brilhando de prazer. “Papai sempre esteve no comando dos bolos
e eles sempre saíram especiais.”
Eu sorrio porque papai sempre ficava muito chateado quando
fodia os bolos. Mas depois de muito tempo de todos nós rindo de
suas reações exageradas, eu quase me pergunto se ele não
sabotava os bolos de propósito.
Seu sorriso cai, como ela, sem dúvida se lembra de nosso pai.
“Sinto falta dele.”
“Eu sinto falta dele também.” Brincalhão, deslizo em sua
bochecha com a cobertura no meu mindinho. Seu grito deixa meu
pau duro.
“Seu idiota!” Ela me golpeia, mas eu agarro seu pulso e puxo-
a para mim.
“Você quer que eu limpe?” Provoco quando a prendo com
meus quadris contra o bar. Eu aperto o queixo dela e lambo sua
bochecha. Ela se contorce e grita, mas a risada que flui livremente
de nós dois libera algo dentro de mim.
Esperança. Amor. Excitação. Felicidade.
Todos os sentimentos que busquei em toda a minha vida,
mas nunca tive uma parceria, finalmente começaram a encontrar
seu rumo.
“Você não quer ter mais do que isso?”
“Eu simplesmente a amo,” digo, tentando de novo, mas meu
argumento enfraqueceu.
“Mas você pode não amar em quatro anos. Eu quero que você
experimente a vida um pouco. Então, se Amy e você ainda estiverem
juntos, desejo a vocês dois o melhor.”

K. Webster
Olhando para trás, o amor que eu sentia por Amy era forte,
mas não foi essa sensação avassaladora, emocionante e marcante
que me consumiu no momento em que comecei a ceder aos meus
desejos por Rylie.
Rylie é tudo.
Seu olhar suaviza e ela não está mais se contorcendo. Está
olhando para mim como se eu fosse seu mundo inteiro. O
sentimento é mútuo. Eu deslizo as palmas das mãos no rosto dela
e, em seguida, enfio meus dedos em seus cabelos. Inclinando a
cabeça para trás, olho para os lábios carnudos que agora se
separaram. Cada maldita coisa sobre ela vale o meu tempo. Eu
poderia olhar para ela o dia todo e nunca ficar entediado.
“Você é tão linda,” murmuro.
“Você também, Hudson.”
Agora que estamos livres de olhares indiscretos, eu a beijo
lentamente. Suavemente no começo. Então, mordo e chupo seu
lábio inferior gordo. Seus gemidos são tudo para mim e tenho mais
deles pela maneira que eu facilmente domino sua boca. Um
gemido ressoa através de mim quando as palmas das sua mãos
deslizam pelo meu peito sobre a minha camisa.
Eu quero fazer tudo com ela.
Todas as coisas que mamãe prometeu que estavam
esperando por mim.
Por que o universo tem que ser tão idiota?
Isso é pior que algum truque cósmico. Isso é sadismo
cósmico.
Pressionando um beijo no canto dos lábios, murmuro minha
reclamação. “Nós nascemos para ficar juntos. Eu posso sentir isso
com tudo o que sou. Não é justo, Ry.”
“Ninguém tem que saber,” ela sussurra, com seus dedos
torcendo no tecido da minha camisa. “Podemos nos beijar, tocar e
fazer coisas. Nós podemos estar juntos.”

K. Webster
“Mas nós não podemos fazer isso,” digo, com raiva pela
situação, não dela.
“Então, nós não vamos fazer isso, mas podemos fazer isto.”
Ela puxa meu pulso e eu solto o cabelo dela. Sou guiado até o seu
traseiro empinado sobre o vestido dela.
“Isso é perfeito pra caralho,” rosno contra seus lábios.
Puxando a parte de cima do vestido, exponho seus seios para mim.
“Isso parece ainda melhor.” Eu toco seu doce seio e depois esfrego
meu polegar sobre o mamilo endurecido. “Isso me fez passar todas
aquelas semanas sem você.” A imagem desse pequeno mamilo
entre meus dentes. Eu puxo um pouco para longe e percebo a
linda vista. Suas bochechas estão coradas e suas narinas se
dilatam quando ela avidamente me aceita. Eu amo que seu cabelo
castanho brilhante está bagunçado onde eu estava segurando ela.
Gosto dela bagunçada para mim. “Eu posso não ser capaz de te
foder, baby, mas posso chupar isso até você não aguentar mais.”
“Isso nunca será suficiente,” ela grita quando a belisco.
Não, não será.
“É tudo o que temos, pagã.”
“Então, vamos aproveitar enquanto pudermos.”
Eu me inclino e trago minha boca para ela. O mamilo está
pontudo, desesperado por atenção. Sacudindo minha língua para
fora, passo através do botão e gosto dela. “Porra, eu senti falta
disso.”
Ela choraminga e puxa meu cabelo. “Mais.”
Eu rio e me afasto, olhando para ela maliciosamente. “Nós
temos a noite toda. Mas primeiro...” Aceno com a cabeça na
direção da caixa de bolo. “Nós temos um bolo, Heather.”
Um bufar sem graça escapa dela. “Humm, tudo bem. Bolo
primeiro. Dentes depois.” Ela puxa o vestido de volta para cima,
mas meu pau não recebe o memorando que nós mudamos os
planos

K. Webster
“Você vai ser a minha morte,” gemo.
“Você não vai se livrar mim tão fácil, irmão.”

K. Webster
CAPÍTULO 16
Rylie

O bolo é delicioso apesar de ter o nome de outra pessoa nele.


Ele ter passando pelo esforço de comprar o bolo é muito mais doce
do que a própria sobremesa. Hudson está de volta, nossa tia e tio
se foram, e nós somos livres para sermos apenas nós. É o melhor
aniversário que já tive, mesmo que tenhamos que usar utensílios
de plástico porque tia Becky trancou todas as facas antes de ir
embora.
Uma vez que comemos nosso bolo e apagamos todas as luzes,
subimos as escadas. Hudson agarra sua mochila pelo caminho.
Meus nervos estão desgastados. Eu apenas o quero tanto que mal
consigo me concentrar. Quando chegamos ao meu quarto, ele
coloca sua mochila na cama e a abre.
“Mude para algo aconchegante. Nós vamos assistir filmes,”
ele me diz enquanto vasculha a bolsa.
Eu bufo de frustração. “Talvez eu não queira assistir filmes.”
“Cuidado, aniversariante,” ele resmunga, com seus olhos
verdes brilhando quando olha por cima do ombro para mim. “Eu
não quero ter que bater em você.”
“Ha-há,” tiro sarro.
Ele ri. “Não há pressa, pagã. Ainda estou aqui. Eu não vou a
lugar nenhum.”
Meus ombros relaxam quando ele volta em sua caçada. Isso
parece familiar. Assistir filmes com meu irmão. Ando até a minha
cômoda e vasculho até encontrar uma camiseta grande que eu

K. Webster
roubei de Hudson nos seus tempos de colégio. É gigantesca e tem
buracos, mas Hale está estampado nas costas e adoro isso.
Vou para o banheiro para me refrescar e me certificar de que
estou bem. Meus olhos parecem mais claros e brilham de
felicidade. Não estou familiarizada com esses olhos olhando para
mim. Eu gosto desses olhos, no entanto. Adoraria ver mais deles.
Alcançando atrás de mim, solto o vestido e deixo cair no chão.
Meu mamilo ainda está vermelho de onde ele beliscou. Quero que
ele me morda em todos os lugares.
A queimadura nas minhas costelas, da minha nova
tatuagem, não é tão ruim quanto eu esperava. Sua caligrafia está
permanentemente gravada na minha pele e é linda. Eu não posso
esperar até que possa tirar os curativos para olhar corretamente
para isso. O fato de ele ter uma igual faz meu coração cantar.
Nós não podemos ter isso. Sexo. O passo final na união de
duas pessoas que estão apaixonadas.
Mas nós podemos ter isso.
Nos.
Três quartos de um todo, mas ainda mais satisfatório e
gratificante do que qualquer coisa que eu poderia esperar ter.
Beijos e toques e amor em segredo, mesmo sem consumar o amor
com o ato sexual, bastam. Mais do que eu poderia ter sonhado em
ter meses atrás.
Coloco a camiseta usada e prendo meu cabelo em um coque.
Quando saio do banheiro, o corpo gigante de Hudson está
esparramado na minha cama. Ele está vestindo um par de calças
de moletom velhas que estão baixas em seus quadris, acentuando
a maneira como os músculos do baixo abdome se desdobram em
uma perfeita forma de V. Porque ele se exercita muito com o
beisebol, sua barriga parece estar esculpida em pedra. Perfeito e
bronzeado. Seus peitorais são esculpidos e isso me deixa com sede
de uma lambida de seus mamilos também. Entre seus peitorais
está um punhado de cabelos escuros que é um pouco mais escuro
do que o que está em sua cabeça e combina perfeitamente com a

K. Webster
trilha que começa abaixo de seu umbigo e mergulha sob o cós do
moletom. O curativo do seu lado faz meu coração acelerar no meu
peito.
Ele é meu.
Secretamente, sim.
Ainda meu.
“Apague as luzes e suba na cama,” ele instrui, como o irmão
mais velho mandão que conheço e amo.
Rolo os olhos, mas um sorriso inclina meus lábios para cima.
Não é necessário, já que estamos sozinhos, mas estou
desesperada para manter nosso segredo, então fecho a porta do
quarto e tranco-a antes de apagar as luzes. Quando subo na
cama, ele começa o filme. Como se meu corpo fosse feito para se
moldar ao dele, me enrolo nele e ele envolve um braço em mim,
me puxando para mais perto. Ficar abraçada com ele me relaxa.
“O que é isso?” Ele brinca enquanto puxa a bainha da minha
camisa. “Eu joguei fora anos atrás.”
“Eu queria.”
Ele ri. “Parece melhor em você de qualquer maneira.” Seus
dedos arrastam o material sobre meus quadris e expõem minha
calcinha para ele, mas ele não olha. “Assista ao filme, Rylie.”
“Pare de me distrair então,” resmungo, com a minha mão
esfregando contra seu abdômen de tanquinho. O filme é a última
coisa em minha mente. Na verdade, eu nem sequer olhei para a
televisão porque estou fascinada pela forma como o seu pau
endurece no seu moletom, apenas por tocar o seu estômago.
“Veja o filme,” ele sussurra quando minha mão desliza para
baixo.
“Eu prefiro ver você.”

K. Webster
Minha palma vai para baixo de sua cintura e aperto seu pau.
Está quente e sacode na minha mão, isso me faz sorrir. “Está tudo
bem,” digo a ele, “porque não é isso.”
Sua respiração trava. “Isso é bom, baby.”
“Puxe as calças para baixo e deixe-me ver,” suspiro.
Espero que argumente, mas ele usa uma mão para empurrá-
los, liberando-o para mim. Minha mão parece pequena em volta
de seu pau grande. Eu assisti bastante pornografia para saber que
Hudson é bem dotado na região inferior. Não apenas seu pau
incrivelmente grosso, mas ele também é longo. Estou com ciúmes
que Amy o teve antes. E a garota que ele deixou chupá-lo quando
a traiu.
“Eu não quero que você esteja com outras garotas,” digo a
ele, o ciúme fazendo as palavras saírem amargas. Eu não paro de
acariciar. Estou ansiosa para fazê-lo se sentir bem.
“Eu não quero estar com outras garotas, Ry. Eu quero estar
com você.”
Eu não posso me segurar, então sondo mais. “Você queria
estar com Amy para sempre.”
Ele alcança e cobre minha bochecha, virando minha cabeça
para olhar para ele. Olhos verdes perfuraram os meus. “O jeito
que eu queria Amy nem sequer se compara com a maneira que
minha alma precisa de você. Você entende isso? Ela era uma
paixão adolescente que eu pensava ter que levar em frente. Mamãe
sabia o que estava falando. Mas você? Eu preciso de você mais e
mais a cada segundo. Pensar naquele filho da puta, Travis, até
olhando para você me faz querer matá-lo. A ideia de você fazer
sexo com alguém me deixa cego de raiva. Não é justo.”
Ele me beija com força enquanto suas mãos encontram meus
quadris. Estou subindo na cintura dele, então estou sentada. Eu
gemo quando ele aperta minha bunda com as duas mãos. “Eu
mudei de ideia,” diz ele, rindo contra os meus lábios. “Não gosto
dessa camiseta.”

K. Webster
Eu rio quando ele praticamente arranca de mim. Uma vez que
ele joga fora, cobre meus dois seios. Seu pau sacode entre nós.
Está esmagado contra o estômago dele. Balançando meus
quadris, esfrego contra o seu comprimento. Minha calcinha está
encharcada e me pergunto se ele pode sentir isso.
“Nós poderíamos,” sussurro.
“Nós não vamos,” ele rosna. “Rylie, estou falando sério. Eu
nunca vou poder te foder. Isso terá que ser o suficiente para nós.
Se fizéssemos e alguém descobrisse, seríamos separados. Por anos
e anos. Quem sabe quanto tempo." Ele aperta meus mamilos e os
puxa. “Eu não posso te perder. Você é a única família que me resta
que dou à mínima. Temos que ser inteligentes ou tudo vai ser
tirado de nós."
“Eu nunca vou contar a ninguém. Mesmo se eles tentassem
torturar a verdade de mim, eu juro.”
“Eu também, pagã. Vou mentir até o dia que morrer."
“Se tudo o que posso conseguir é isso... um pequeno pedaço
de tecido me separando de como eu quero você totalmente...,
então vou aceitar.”
Ele sorri para mim. “Vai ser o suficiente. A maioria das
pessoas nesta vida se esforça por isso e nunca chega perto dos
sentimentos que temos. Eu estava em um relacionamento sério.
Sexo estava envolvido, mas não é nada em comparação. Não fazer
sexo com você, mas ainda ter você assim é mais do que eu poderia
ter esperado.”
Suas mãos deslizam até a minha cintura e, em seguida, ele
usa seus polegares para arrastar minha calcinha em direção à
fenda da minha bunda.
“Ei,” resmungo.
Ele ri. “Confie em mim. Você confia em mim, certo?"
“Você sabe que confio.”

K. Webster
“Isso vai ser o mais próximo que posso chegar entre nós,” ele
murmura, sua voz rouca. Ele move as mãos para a minha frente.
Delicadamente, puxa minha calcinha entre os lábios da minha
buceta. Então, agarra meus quadris e me guia para esfregar
contra seu pau. Minha pele sensível desliza ao longo da dele e
posso senti-lo como eu queria desesperadamente.
“Oh,” sussurro. “Eu gosto disso.”
“Sua calcinha está tão molhada. Sua buceta é tão suave. Eu
pensei que você não poderia se depilar.” Seus dedos apertam em
meus quadris e sei que vai machucar. Eu gosto da ideia dele me
marcando.
“Ela me monitora sentada no banheiro enquanto tomo
banho, mas pelo menos posso me depilar,” explico, com a voz
tremendo de necessidade.
“Você é gostosa, Rylie. Venha aqui.”
Inclinando-me para frente, beijo seus lábios cheios. Eu
controlo o nosso beijo enquanto ele gerencia a maneira como
nossos corpos se esfregam juntos. Meu clitóris pode estar
escondido atrás da minha calcinha, mas ele empurra contra ela
de uma maneira que me faz ver estrelas.
“Eu poderia gozar apenas assim,” ofego.
Ele morde meu lábio e puxa. “Em outro mundo, eu
empurraria meu pau dentro de sua pequena buceta. E arruinaria
você para qualquer outro homem.”
“Você já fez.”
“Aposto que sua buceta iria melar todo o meu pau enquanto
te penetraria até o ponto da dor. Você é tão pequena que eu
machucaria seu interior, baby. Eu fodidamente machucaria você.”
“Eu quero que você me machuque,” choramingo. “Por favor.”
““Não implore porra, pelo que não posso dar, pagã. É muito
tentador."

K. Webster
“Eu iria para a prisão por você,” digo a ele teimosamente.
“Eu morreria antes de deixar isso acontecer.”
“Seu dedo não é contra a lei, é?” Pergunto.
Ele geme. “Rylie.”
“É apenas um dedo. Ninguém precisa saber.”
Espero que ele negue, mas ele passa um dedo pela minha
calcinha que está entre os lábios da minha buceta e cutuca a pele
sensível.
“Aí” suspiro. “Aí.”
Delicadamente, ele coloca um dedo dentro de mim como eu
fiz muitas vezes antes. Minhas fantasias nunca poderiam se
comparar com a realidade disso. A maneira como ele habilmente
sabe como se mover dentro de mim. Levei anos para descobrir o
que era bom e é como se ele tivesse nascido sabendo como fazê-
lo.
“Hudson,” eu imploro. “Por favor.”
“O que você está implorando?”
“Mais.”
“Você não pode ter meu pau grande, mas eu vou encher você.”
Ele empurra outro dedo dentro de mim. Dói, mas também é bom.
Quando ele os enrola e começa a esfregar um ponto sensível
dentro de mim, grito de prazer. “É isso, pagã. Eu vou fazer você
gozar tocando você aí mesmo.” Ele enfatiza seu ponto
pressionando contra mim lá. Eu sacudo e me contorço. Sua mão
que ainda está no meu quadril aperta para me manter quieta
enquanto ele continua mexendo dentro de mim. “Monte minha
mão, baby.”
Sem vergonha, eu balanço contra sua mão, mexendo com ele
para me levar ao prazer desconhecido. Quando começo a perder o
controle, fico necessitada e desesperada. Eu quero tudo isso. Eu
quero tudo. Eu quero ele, as consequências que vão para o

K. Webster
inferno. Esses pensamentos me jogam sobre a borda e grito seu
nome quando meu orgasmo explode através de mim. Eu me sinto
muito cheia com seus dedos dentro de mim. Ele nunca para de
esfregar, mesmo quando estou no clímax, e parece que o atrai
mais do que nunca. Tudo o que posso fazer é tremer
violentamente.
“Mostre-me o que não posso ter,” ele late, sua voz rouca de
desejo.
Fico de joelhos, apesar de como estou tremendo quando ele
desliza os dedos de mim. Ele puxa minha calcinha para o lado e
olha para minha buceta como se tivesse as respostas da vida para
ele. Sua língua se lança e ele lambe o lábio inferior.
“Fodidamente linda,” ele elogia. “Eu quero esticar essa
pequena buceta bem aberta com meu pau, baby. Eu quero te
encher com tanto gozo que iria escorrer de você por dias.”
“Então faça,” imploro.
Sua mandíbula aperta, mas ele não faz mais do que admirar
o que ele acha que não pode ter. Eu aperto seu pau grande e
deslizo contra a minha abertura que escorre com o meu orgasmo.
A ponta do seu pau pressiona em mim, mas ele é muito grande.
Eu olho para ele impotente.
“Rylie,” ele rosna, com o rosto contorcido de raiva.
“Hudson, por favor,” eu sufoco.
“Nós não podemos...”
O tempo parece parar. Ele não está lutando comigo enquanto
eu desajeitadamente tento colocá-lo mais fundo dentro de mim.
Eu falho miseravelmente.
“Eu quero que tenhamos isso,” eu grito em exasperação.
“Mas... não vai caber...”
Seus olhos piscam com loucura e fogo. Ele perde o controle.
“Vai caber, porra.” Com essas palavras, ele agarra meus quadris

K. Webster
e me empurra para baixo ao longo de seu eixo, ao mesmo tempo
em que empurra seus quadris para cima com força.
Eu grito porque é doloroso e parece que ele está me rasgando
em duas, mas o grito também é um grito de guerra. Nós finalmente
vencemos esta guerra. Eu sou inútil, mas ele não parece
dissuadido. Com facilidade, ele nos joga na cama, então está no
topo. Seus quadris batem contra mim novamente, enviando mais
dor explodindo através de mim. Lágrimas escorrem dos meus
olhos, mas estou feliz. Tão feliz. Ele está perdido com a doença.
Seus dentes mordem minha garganta quase dolorosamente
enquanto ele me fode. Entre suas mordidas, ele está chupando a
carne e me tocando em todos os lugares que pode pegar com suas
mãos. Tudo que posso fazer é arranhar e implorar para nunca me
soltar.
Ele não me solta.
Se qualquer coisa, ele me segura mais apertado.
Um som gutural sai dele e então ele goza. Seu calor inunda
dentro de mim, me queimando de dentro para fora. Ele sela e nos
une. Nós somos um agora, eu posso sentir isso. No momento em
que seu pau para de se contorcer, ele desmorona em mim, me
esmagando no colchão. Seus braços fortes deslizam para baixo de
mim e ele me abraça forte o suficiente para parecer que ele pode
me quebrar.
“O que nós fizemos?” Ele sussurra.
Eu arrasto meus dedos pelas costas musculosas e beijo seu
cabelo. “Encontramos uma cura. Nós não estamos mais doentes,”
eu digo a ele. “Você não sente isso?”
Ele levanta e me observa com olhos maníacos. “Nós não
estamos doentes.”
“Não estamos doentes,” concordo.
Seu corpo relaxa e faz seu pau amolecido deslizar para fora
do meu corpo dolorido. Gozo jorra de mim e desliza pela minha
buceta. “Ninguém tem que saber.”

K. Webster
“Somente nós.”
Ele sorri e beija minha boca. “Somente nós.”

K. Webster
CAPÍTULO 17
Hudson

Acordo ao som do trovão. Demoro um momento para perceber


que não estou sonhando. Ontem à noite, eu fodi minha irmã. E
nunca estive mais feliz. O arrependimento não é um sentimento
que ocupa espaço em minha mente. O medo, no entanto, faz. Se
alguém descobrir...
Não tenho certeza se posso viver com o que aconteceria com
ela. Eu posso cuidar de mim mesmo, mas com Rylie, ela não
merece nada de ruim em sua vida. Seu corpo nu e exausto está
esparramado ao meu lado. Em algum momento no meio da noite,
ela rolou de barriga para baixo e parece tão fofa enquanto dorme.
O quarto continua bastante escuro, mas posso ver suas feições
facilmente. Cílios escuros se abaixam sobre as maçãs do rosto
alto. Eu não posso ver suas sardas no nariz na luz fraca, mas sei
que elas estão lá. O que eu me apeguei, porém, são os lábios dela.
Rosa e grande e perfeito.
Meu pau está ereto e pronto para brincar, mas não sei como
ela vai se sentir esta manhã. Talvez tenha arrependimentos. Se ela
tiver, eu vou respeitar. Eu a amo e não quero que ela sinta que
cometeu um erro. Parece tudo menos um erro para mim. Parece
que finalmente fiz algo certo e para mim. Não há mais pais ou
treinadores agradáveis ou companheiros de equipe ou namoradas
que eu não amei. Ter Rylie é puro egoísmo. Eu cedi à coisa que
mais quero no mundo.
E isso parece incrível.
Eu a rolo de costas e beijo seus seios nus. Começa inocente
o suficiente, mas então estou chupando e mordendo. Seus
gemidos e respirações agudas indicam que ela está acordada.

K. Webster
Quando seus dedos se enroscam no meu cabelo, é o único
incentivo de que preciso. Eu cumpro o meu único propósito de
colocar tantas mordidas de amor em sua pele quanto eu puder.
“Eu pensei que talvez você acordasse e lamentasse a noite
passada,” diz ela, com a voz rouca de sono.
Eu libero sua pele dos meus dentes e franzo a testa. “Você se
arrepende de ontem à noite?”
“De jeito nenhum.”
“Eu também não. Eu quero mais.” Beijo sua barriga até seu
umbigo. “Eu te disse que se tivesse você, ficaria louco. Eu avisei
você, Rylie.”
Ela ri. “Com o tempo você chegou ao meu nível.”
Belisco sua pele e ela ofega. Empurrando suas coxas, abro
sua buceta para mim. Mesmo com a luz fraca, posso dizer que
ainda está vermelho de bater na noite passada. Ela solta um
gemido quando eu beijo seu clitóris. Seu perfume é aquele que
está queimado na minha memória. Quero inseri-lo no meu cérebro
para nunca mais esquecer.
“Você está dolorida?” Pergunto antes de correr minha língua
ao longo de sua fenda.
Ela empurra a cama. “Sim.”
“Quer que eu pare?”
“Nunca.”
Usando meus polegares, puxo os lábios de sua buceta,
expondo sua carne rosa e macia. Fodidamente linda. Provoco seu
clitóris com a ponta da minha língua até que ela está se
contorcendo e puxando meu cabelo. Quando chupo seu clitóris,
seus joelhos tentam se unir, mas a empurro para trás enquanto
eu devoro sua buceta.

K. Webster
“Oh Deus,” ela grita. Seu corpo sacode e tem espasmos
quando eu tiro um orgasmo dela simplesmente usando minha
língua. “Preciso de você.”
Eu beijo meu caminho até seu corpo e coloco meus dentes
em seu pescoço. Eu dou-lhe um puxão doloroso antes de me
afastar. “Sua pequena buceta está muito dolorida.”
Ela bufa. “Eu não me importo. Eu quero você, Huds. Você vai
sair segunda-feira e estou gananciosa por cada segundo com
você.”
Esfrego meu pau contra seu clitóris. “Você tem certeza?”
“Sim.”
Agarrando meu pau, provoco sua abertura escorregadia
antes de empurrar gentilmente dentro dela. Ela range os dentes,
mas não faz um som de protesto quando deslizo para dentro dela.
Seu corpo é tão apertado. Eu já tenho o desejo de gozar e mal
estou dentro dela. Desprotegido.
“Ontem à noite fomos imprudentes. Eu deveria ter usado
uma camisinha.” Mas não estou pensando claramente porque não
faço movimentos para me levantar. Eu deslizo lentamente dentro
e fora dela.
“Eu gosto de sentir você todo.”
Meu pau se contorce com suas palavras. “Você poderia
engravidar, Rylie.”
Um doce sorriso puxa seus lábios. “Isso seria tão ruim?”
Imagens da sua barriga grande com nosso bebê... outro Hale
neste mundo solitário... é o suficiente para que eu não vá mais
devagar. Empurro irregularmente, desesperado para preenchê-la.
É provavelmente a pior coisa que pode acontecer e ainda assim
não consigo me convencer da ideia de não querer isso. Eu gozo
com um gemido, meu esperma jorra profundamente dentro da
minha irmã.
Descuidado.

K. Webster
Imprudente.
Idiota de merda.
E ainda assim estou muito feliz.
Deslizo para fora dela. Meu gozo vaza de sua buceta. Gozo
que pertence exatamente onde deixei. Usando meus dedos,
empurro o que está escorrendo e o arrasto de volta. Eu empurro
na buceta dela que está ainda mais rosada agora que eu fodi com
ela.
“Foi Travis,” ela respira. “Eu fodi com Travis. Mas ele
terminou comigo.”
Eu olho para ela. “O que?”
“Ninguém nunca vai saber.” Seu sorriso é perverso.
Meu ritmo cardíaco diminui quando percebo o que ela quer
dizer. Ela mentirá para me proteger. Para nos proteger.
“Eu amo você, pagã.”
Ela sorri e é linda. Minha irmã lutou com a depressão toda a
sua vida. E durante um período em que ela deveria estar sofrendo
mais, logo após a morte de nossos pais, está prosperando. Por
minha causa. Por causa do que nos tornamos. Ela está certa.
Nosso amor, não importa quão doente pareça para os outros,
é uma cura.

A chuva é implacável, mas depois de um banho esta manhã,


onde eu fodi minha irmã contra a parede de azulejos, nós dois
concordamos em visitar o túmulo dos nossos pais. Seguro o
guarda-chuva sobre ela enquanto Rylie se agacha para colocar
uma única rosa amarela em cada uma de suas lápides. Uma vez
que ela está satisfeita, se levanta e me abraça. A chuva bate contra

K. Webster
o guarda-chuva e encharca nossos jeans quando cai quase
lateralmente. É frio e ridículo estar aqui fora, mas estamos. E
nenhum de nós está com pressa para sair.
“Suas mortes nos uniram,” diz ela. “Quero dizer, eu estava
sempre doente e desejando que você fosse meu. Mas você? Eu não
acho que você teria vindo para mim se eles não tivessem morrido.”
Eu faço uma careta e a puxo para mim. Eu gostaria de pensar
que eventualmente teria chegado até ela, mas no fundo sei a
verdade. Eu teria feito o que era esperado, me casar com Amy e
ficar com ela por culpa.
“Estou aqui agora,” murmuro, beijando o topo de sua cabeça.
“O que você acha que mamãe e papai pensariam sobre nós?”
Rylie suspira. “Eu não acho que eles aprovariam.”
“Mamãe queria que eu encontrasse o amor verdadeiro, no
entanto.”
“É verdade,” ela admite. “Mas ela teria batido na sua cabeça
com seu taco de beisebol se tivesse encontrado esse amor com sua
filhinha.”
Mergulhando, beijo o lado do pescoço dela. “O universo nos
deu uma mão de merda, mas nós descobrimos uma maneira de
vencer.”
Ela se inclina contra o meu peito. “Quando você terminar a
faculdade no próximo ano, vamos nos mudar para longe, onde
ninguém nos conhece.”
“Eu gosto dessa ideia.” Definitivamente não é Montana, no
entanto.
Ela estremece e não tenho certeza se é pelo frio ou pelo fato
de podermos ir para a prisão pelo resto de nossas vidas pelo que
estamos fazendo. Isso é tão fodido. Abri meu laptop mais cedo e
mostrei a ela o quanto é importante para nós mantermos nosso
relacionamento em segredo.

K. Webster
“Rylie?” Murmuro enquanto deslizo a mão para tocar os anéis
em seu colar. “Me desculpe, sou tão egoísta.”
Sua mão cobre a minha. “Você não é egoísta.”
“Eu deveria ter deixado você namorar e viver sua vida do jeito
normal.”
Ela se vira para mim e inclina a cabeça para cima, as
sobrancelhas franzidas com raiva. “Eu nunca fui feliz, Hudson.
Nunca. No momento em que as coisas começaram a crepitar entre
nós, encontrei esperança. Quando cruzamos a linha com toques e
beijos, fiquei apavorada que você pensasse que era um erro. Agora
que fizemos amor, estou realmente feliz. Eu não quero normal. Eu
quero você.”
Eu beijo sua boca. “Você me tem. Você sempre me terá porque
nunca deixarei você ir.”

“Eu amo essa parte,” diz Rylie, falando sobre o filme.


Minha mão está sob o moletom e eu estou tocando o peito
dela. Eu chupo seu pescoço, sem dúvida machucando-a e rindo.
“Eu também amo essa parte.”
Depois de visitar as sepulturas de nossos pais, nós trocamos
nossas roupas e decidimos assistir a um filme no porão, já que a
televisão é maior aqui. Este sofá tem boas lembranças para nós
dois. Deitar ao lado dela, sem um cuidado no mundo, é o melhor
sentimento. Nossas pernas estão entrelaçadas. E apesar de
estarmos usando calças de moletom, nossos pés estão descalços.
Eu gosto de esfregar meus pés grandes contra seus pequenos e
macios. A verdade é que eu poderia passar o resto da minha vida
apenas deitado aqui abraçado a ela. Eu nunca me senti tão
relaxado.
“Onde você quer ir comer depois do filme?” Pergunto,
apertando seu peito sobre o sutiã. Meu pau está duro no meu
moletom, mas eu não a pressiono por mais sexo. Segurá-la é bom
o suficiente para mim.

K. Webster
“Você me faz comer muito,” ela reclama com uma risadinha.
Deslizo a palma da mão para a barriga lisa e depois faço
cócegas em suas costelas. “Você está muito magra. Eu vou
engordar você.”
Ela se vira e pisca preguiçosamente para mim. Seus lábios
carnudos se separaram, implorando por um beijo. Inclinando-me
para frente, beijo seus lábios suavemente a princípio. Mas no
momento em que mergulho minha língua em sua boca, ela fica
faminta. Um gemido sai e ela se contorce para virar seu corpo para
mim. Eu deslizo a palma da mão na parte de trás de sua calça de
yoga sob sua calcinha e pego um punhado de sua bunda. Ela solta
um grito quando passo o dedo ao longo do seu traseiro. Estamos
brincando, tocando e beijando quando ouvimos.
Uma batida.
“Rylie! Hudson!” A voz de tia Becky é alta quando ela nos
chama no andar de cima.
Em choque, nós dois nos separamos. Rylie corre para a ponta
do sofá e ajeita o moletom. Eu puxo um travesseiro do chão sobre
a minha ereção e tento relaxar no sofá.
“Estamos aqui embaixo!” Grito.
Os lábios de Rylie estão vermelhos de beijos. Porra.
A porta do porão se abre e os passos descem a escada. Minha
frequência cardíaca está acelerada, mas consigo olhar
calmamente para a televisão.
“Estamos assistindo a um filme se você e o tio Randy
quiserem se juntar a nós,” digo a ela por cima do meu ombro.
“Está apenas começando.”
Eu posso sentir o olhar penetrante da tia Becky na parte de
trás da minha cabeça.
“O retiro foi uma droga?” Pergunta Rylie. “Eu pensei que você
estivesse voltando segunda-feira.”

K. Webster
“O orador acabou adoecendo, então decidimos voltar para
casa e surpreender você. Imagine nossa surpresa quando o
Hudson já está aqui. Eu pensei que você tivesse um jogo no
Alabama.” A voz de tia Becky é curta e eu posso ouvir as acusações
que ela mal está segurando. Eu sei que vocês dois estão fodendo.
Tiro os olhos da tela e olho para a nossa tia por cima do meu
ombro. Ela é magra e bonita, seus olhos verdes que parecem
exatamente como a mamãe estão brilhando de raiva. Dói olhar
para ela às vezes. “O treinador me colocou no banco.”
Sua expressão suaviza e suas sobrancelhas se juntam. “Por
que, Huds?”
“Eu tenho jogado mal. Ele está chateado.”
“É compreensível,” diz ela. “Você perdeu seus pais. Você vai
fazer melhor no próximo ano.”
“Talvez,” murmuro.
“Seu treinador é um idiota.” Reclama Rylie. “Ele não sabe
como é. O que nós passamos.”
Tia Becky solta um suspiro pesado. “Chega dessa conversa
triste. Nós voltamos cedo para comemorar seu aniversário e é isso
que faremos. Estamos todos aqui juntos. O que você quer fazer,
querida?”
Rylie se vira e sorri para mim. “Eu quero churrasco.”
“Outra luta na lama?” Eu provoco.
Ela bufa. “Não. Não haverá churrascos ao ar livre, obrigada,
mas há um lugar na Main Street que estou querendo
experimentar. Eles têm um touro mecânico,” diz ela com uma
risada.
Tia Becky se encolhe com a risada. Como se a pegasse
desprevenida. É um lembrete de que Rylie normalmente não ri
muito.
Eu fiz isso.

K. Webster
Eu a fiz se sentir bem.
Estamos fazendo a coisa certa.
Ninguém precisa saber.
Eu pisco para Rylie. “Eu sinto um desafio.”
“Seu tio Randy era um competidor de touro no colegial,” diz
tia Becky, orgulhosa de seu tom de voz. “Aposto que ele vai querer
entrar neste desafio.”
“Dê-me vinte minutos para ficar pronta e sairemos,” diz Rylie,
radiante.
Eu puxo a manga da minha camiseta para cima e flexiono
meu músculo. “Tio Randy não tem essas armas. Eu não vou cair
desse touro.”
Tia Becky ri. “Oh, por favor, garoto. Randy me segurou por
todos esses anos. Às vezes você precisa mais do que músculo.
Você precisa de determinação.”
Eu olho para minha irmã. “Estou determinado, tudo bem.”

Nós quatro estamos sentados à mesa e todos rindo. Tia Becky


estava certa. O velho rabo do tio Randy nunca caiu desse touro.
Eu fiquei em segundo lugar porque os músculos influenciam. A
Rylie caiu imediatamente e a tia Becky nunca participou. Mas
ouvir as risadinhas constantes de Rylie foi o verdadeiro prêmio da
noite. E não só por mim. O rosto amargo da tia Becky permaneceu
brilhante e sorridente. Por um tempo, podemos nos comportar
como uma família. Isso me lembra de sair com mamãe e papai.
“Eu nunca vi você recusar uma margarita,” digo para tia
Becky, observando que ela está bebendo água hoje à noite.
Geralmente no jantar, ela pelo menos tem vinho.
O sorriso dela se amplia e ela olha para o tio Randy. “Bem,
nós queríamos esperar para contar até que tivéssemos saído do

K. Webster
primeiro trimestre, mas estamos grávidos. Finalmente.” Ela limpa
algumas lágrimas que vazam de seus olhos.
“Um primo,” eu digo com um sorriso.
“Isso é emocionante!” Rylie exclama. Ela se aproxima e aperta
a mão de tia Becky. “Estou muito feliz por vocês.”
“Estamos esperando por um menino,” nos diz tio Randy.
“Mas vamos ficar felizes com uma garota,” tia Becky
rapidamente corrige.
“Eu vou conseguir um emprego logo que a escola acabar, para
que possa estragar o bebê com muitas roupas,” diz Rylie.
Tia Becky sorri. “Você não precisa conseguir um emprego. A
faculdade é difícil o suficiente sem...”
“Eu não vou para a faculdade,” interrompe Rylie.
E assim, a tensão usual entre ela e tia Becky está de volta.
“Claro que você vai para a faculdade.” Tia Becky endireita a
coluna e olha para minha irmã.
“Eu quero ir para a escola de beleza como a mamãe. Ela
amava seu trabalho.” Rylie se agita em seu assento e coloco minha
palma em sua coxa embaixo da mesa, esfregando meu polegar na
bainha de seu vestido, deixando-a saber que eu apoio tudo o que
quer fazer.
“Não seja ridícula, Rylie” tia Becky diz. “Sua mãe lutou toda
a sua vida para sobreviver. Você vai para a faculdade e vai
conseguir um bom emprego como Randy e eu.”
Eu quero gritar que Rylie não precisa fazer nada porque vou
cuidar dela, mas mordo a língua. Segredos são segredos e você
não os entrega.
“Agora não é a hora de falar sobre isso,” digo, abreviando essa
discussão. “É o aniversário da Rylie. Nós não vamos criticá-la
sobre o futuro dela.”

K. Webster
Eu desafio minha tia com um olhar firme. Suas narinas se
inflamam com fúria, mas ela não diz outra palavra.
A comida vem e todos nós conversamos sobre temas fáceis,
enquanto temos os nossos pratos cheios de costelas, feijão cozido,
macarrão caseiro e queijo.
“Eu estou cheia,” Rylie geme enquanto acaricia sua barriga
inexistente.
“Acho que você vai ter que dançar,” provoco. “Você sabe como
dar dois passos?”
Ela sorri. “Com Lauren Hale como nossa mãe? Nós nunca
tivemos a oportunidade de não aprender como dar dois passos.
Acho que estávamos dançando muito antes de poder andar.”
Eu me levanto da cadeira e ofereço minha mão. Tia Becky
olha minha mão como se fosse a cabeça de uma cobra venenosa,
mas novamente mantém a boca fechada. Eu sinto que no fundo,
ela sabe, mas não tem provas de que meu pau esteve dentro de
sua única sobrinha. Tio Randy está completamente indiferente
quando ele toma sua cerveja.
Rylie me dá a mão e me mostra um sorriso brincalhão, apesar
do calor ardente em seus olhos. Eu a levo da mesa para a pista de
dança. Nenhum de nós é fã de música country, mas toda a cena
me faz lembrar mamãe e papai. Mesmo com todos os problemas
nas costas do papai, ele ainda ia a pista de dança com ela. Lauren
e Jerald Hale foram feitos um para o outro, tanto que deixaram
este mundo juntos. Como Romeu e Julieta. Eu sinto que Ry e eu
somos feitos um para o outro também. E eu me recusaria a viver
uma vida sem ela.
Eu agarro a mão direita delicada de Rylie com a minha
esquerda e seguro nossas mãos cruzadas levemente para os lados.
Então, seguro suas costas logo atrás de sua axila. Ela estende o
braço esquerdo esguio ao longo da minha direita com a palma da
mão apoiada no meu ombro. A música é rápida e nós rapidamente
começamos a nos mexer. No começo, é descoordenado, mas
depois encontramos nosso ritmo. Meus olhos nunca deixam os

K. Webster
seus castanhos brilhantes e seu sorriso é tudo para mim. A pista
de dança está lotada, mas facilmente manobramos em torno de
alguns casais mais velhos fazendo passos mais complicados que
exigem que eles parem mais. Eu a giro ao redor do chão várias
vezes, nós dois perdidos em nosso próprio mundo.
Quando uma música lenta vem, eu puxo Rylie para um canto
atrás de vários outros casais e longe dos olhares indiscretos de tia
Becky. Eu abraço minha irmã para mim, beijo o topo de sua
cabeça e balanço contra ela. Ela relaxa no meu abraço e me deixa
controlar o ritmo da nossa dança lenta. Apesar da chuva, ela
escolheu um lindo vestido preto com padrões florais que mostra
muito sua perna. Se não estivéssemos cercados por pessoas, eu
encontraria uma maneira de trabalhar as mãos sob o vestido para
que pudesse segurar sua bunda. Infelizmente, não estamos
sozinhos e tenho que me contentar com o que tenho.
Rylie inclina a cabeça para cima e nossas bocas estão a
apenas alguns centímetros de distância. Eu poderia beijá-la e
provavelmente não ser pego, mas é muito arriscado. Meu olhar
desce para seus lábios e eu tenho que ignorar o jeito que eu quero
chupar bem fundo.
“Eu te amo,” ela diz apenas alto o suficiente eu posso ouvi-la
sobre a música.
“Eu também te amo, pagã. Eu gostaria que a vida fosse
diferente.” Meus olhos vão para um casal se aproximando de nós.
“Eu gostaria que tivéssemos isso. Amor livre e aberto.”
Ela sacode a cabeça. “Quero você. Isto é suficiente. O que
temos é mais que suficiente. Eu me sinto sortuda por termos
permitido isso.”
Acaricio suas costas. “Agora que ela está em casa, eu não sei
quantos momentos livres teremos.”
Ela franze a testa e assente. “Eu sei. Nós vamos encontrar
maneiras. Quando eu me formar, vamos descobrir alguma coisa.”
“Vou passar o verão inteiro aqui. Cada minuto estarei com
você.”

K. Webster
Ela me dá um sorriso lindo. “Venha para o meu quarto hoje
à noite depois que eles forem para a cama. Podemos ficar quietos.”
Eu coloco a mão na sua bunda e aperto-a rapidamente. “Você
geralmente grita quando eu tenho meu pau dentro de sua pequena
buceta. Parece uma má ideia.” Pisco para ela.
Ela morde o lábio inferior e arqueia uma sobrancelha para
mim. “Você sempre pode colocar algo na minha boca para me
manter quieta.” Então, ela propositadamente esfrega seu corpo
contra o meu pau dolorido. “Eu poderia ficar quieta por você.”
Baixando meus lábios em seu ouvido, eu mordo seu lóbulo
antes de sussurrar: “Você é uma menina má, Rylie Hale.”
“Sua menina má.”
Pelo resto da noite, não consigo tirar a imagem de silenciar
os gemidos da minha irmãzinha com o meu pau grosso da minha
cabeça. Menina, má. Eu a amo, especialmente quando ela é má.

K. Webster
CAPÍTULO 18
Rylie

Minha mente está uma bagunça. Não a bagunça escura e


confusa usual. Essa bagunça faz muito sentido porque Hudson e
eu estamos no meio disso. Todo pensamento é dele. O jeito que ele
me faz sentir tanto emocional como fisicamente.
“Espero que Hudson dirija com cuidado,” diz tia Becky. “A
chuva está terrível.”
Olho para fora do para-brisa dianteiro quando os limpadores
batem freneticamente para trás e para frente. Ele saiu cedo hoje
de manhã porque tem aula à tarde. Sábado à noite foi divertido
dançar com ele e, em seguida, domingo passamos o dia assistindo
filmes com a nossa tia e tio. Era quase como se tia Becky soubesse
que queríamos ficar sozinhos porque ela tentava preencher cada
segundo saindo com a gente. Felizmente, Hudson fez como
prometido as duas noites e entrou no meu quarto. Fizemos amor
muitas vezes e enquanto o amanhecer aparecia no horizonte, ele
se esgueirava de volta para o porão.
Eu já sinto falta dele e ele só saiu há algumas horas.
“Ele é um bom motorista e vai nos ligar quando voltar,” digo
a ela com firmeza. Eu não permitirei que minha mente fique cheia
de imagens de perdê-lo. Ele é meu e ele não vai a lugar nenhum.
Assim que a tia Becky estaciona em frente ao consultório do
Dr. Livingston, estou irracionalmente irritada. Eu não quero mais
vir aqui. Eu teria dado um ataque e dito que não viria, mas
Hudson foi quem me pediu para vir. Ele foi cuidadoso em me fazer
tomar meu remédio todo o final de semana também. Eu gostaria
de pensar que ficaria bem, mas o modo como ele se preocupa

K. Webster
comigo derrete meu coração. Estou fazendo isso por ele, não por
ela.
“O que? Nenhum suspiro hoje?” Tia Becky brinca quando
desliga o carro.
Eu dou de ombros. “É o que é. Apenas pronta para acabar
com isso para que eu possa ir para a escola.”
“Escola? Desde quando?” Ela ri.
“Desde que se tornou um fim à vista.”
Ela se aproxima e aperta minha mão. “Eu não posso acreditar
que você está se formando no ensino médio já. Mais duas semanas
e você estará totalmente crescida. Rylie?”
“Sim?”
“Só porque você não quer ir para a faculdade, ainda é bem-
vinda para ficar o tempo que quiser. Eu nunca quero que você se
sinta pressionada a sair de casa. Você sempre tem uma casa
conosco.”
Eu sorrio para ela, mas não digo a ela que minha casa é com
Hudson. “Obrigada.”
Ela solta a minha mão e corremos pela chuva até a clínica.
Quando estou sentada em uma sala sozinha, pego meu telefone.
Eu: eu sei que você ainda está dirigindo. Seja cuidadoso.
Te amo, irmão mais velho.
Discutimos que nossos textos não podem revelar nada sobre
nosso relacionamento, caso alguém consiga acessá-los. É difícil
não dizer mais do que eu quero, mas posso guardar isso para
nossos telefonemas.
Hudson: Eu parei no Mcdonalds. Por enquanto, tudo bem.
Queria não ter que voltar.
Eu: Eu também. Duas semanas parece uma eternidade.
Você vem para a minha formatura?

K. Webster
Hudson: Eu não perderia por nada no mundo.
Eu sorrio enquanto respondo.
Eu: Nós precisamos planejar nossas férias de verão agora
que mamãe e papai não estão mais aqui.
Hudson: Nós vamos. Nossas tradições não morrem com
eles.
Eu: O médico está prestes a chamar e depois eu vou para
a escola. Me mande uma mensagem quando chegar, então eu
vou saber que você chegou em segurança.
Hudson: Obrigado por ir. Você está fazendo a coisa certa.
Te amo irmãzinha.
A porta se abre e sou obrigada a guardar meu telefone. O Dr.
Livingston não esconde sua surpresa quando me vê.
“Uau” ele diz, sorrindo. “Dezoito fica bem em você. Sorrisos
ficam bem em você. Acho que a medicação está funcionando?”
Porra meu irmão está ajudando.
“Sim, eu acho que sim.”
Ele se senta na cadeira e coloca a prancheta no joelho. “Falei
com sua tia. Como estão as coisas em casa?”
Eu me arrepio com suas palavras. “Bem. Está tudo bem.”
O Dr. Livingston levanta uma sobrancelha. “Da última vez
que nos falamos, você estava chateada. Você estava contando os
dias até que você pudesse sair. O que mudou?”
Hudson.
“Nada.”
Ele rabisca alguma coisa, seus olhos nunca deixam os meus.
“Sua tia tinha algumas preocupações sobre quanto tempo você
passa com seu irmão. Ela teme que você esteja usando ele como

K. Webster
uma muleta. Aqui é um lugar seguro. Eu sou obrigado a manter o
que você me diz em sigilo. Você pode me dizer qualquer coisa.”
Que eu estou dormindo com meu irmão? Isso é o que tia
Becky provavelmente expressou para ele como uma preocupação.
Ele pode estar preso ao sigilo, mas acho que a área fica cinza
quando o que eu digo é ilegal. Não tenho certeza se ele manteria
informações assim para si mesmo. Não é da conta dele.
Ninguém jamais saberá.
“Hudson é meu irmão e ele me lembra que não estou sozinha
neste mundo. Fomos para os túmulos da mamãe e do papai. Disse
algumas palavras. Foi legal. Pela primeira vez, eu não senti como
se o mundo estivesse me esmagando ao meu redor.”
“Eu vejo.” Ele espera que eu continue, mas eu não faço isso.
“Além do remédio, há certas coisas ou pessoas que te fazem feliz?
Há uma diferença definitiva em você, Rylie.”
Ele está pescando. Ele quer que eu diga Hudson para que ele
possa investigar mais.
“Eu tenho um namorado,” eu deixo escapar. “Um cara que
conheci na escola. Ele está em uma aula comigo. Fecho os olhos.
“Nós nos beijamos e...” Fodemos repetidas vezes. E, oh, ele é meu
irmão, não é um garoto da escola. “Passamos muito tempo
juntos.”
“Oh?”
Eu reabro meus olhos e sorrio. “Eu o amo.”
“O amor parece ser uma palavra forte, especialmente se for
um novo relacionamento.”
Não, eu o conheço desde o nascimento.
“É a única palavra para descrever isso,” eu digo com um
suspiro.
“O que Hudson pensa sobre esse cara?” Pergunta ele.

K. Webster
Eu bufo. “Ele quer matá-lo. Hudson não gosta dele, mas
todos os irmãos mais velhos são protetores assim.”
Ele ri. “Eu odiava todos os namorados da minha irmã mais
nova. Eu até odiei o marido antes dela se casar com ele. Não foi
até que ele e eu percebemos que amamos pescar e nos tornamos
amigos. É natural que a sua família se sinta protetora em relação
a você. É assim que sua tia e seu tio também se sentem. Eles
querem protegê-la de sofrer, seja auto infligido ou influenciado
pelos outros.”
“Pela primeira vez em anos, eu me sinto verdadeiramente
feliz,” digo a ele honestamente. “Eu sou grata pela minha família
por se preocupar comigo, mas eu vou ficar bem.”
“Bem, eu não duvido disso, Rylie. Você cresceu desde a
última vez que nos falamos. A dor de perder seus pais também
não está ditando todos os seus pensamentos. Contanto que você
tome boas decisões e esteja segura, acho que está aprendendo
maneiras de lidar e isso nunca é uma coisa ruim. Julgamento e
erro é o que você precisa fazer. Continue fazendo o que funciona
e elimine o que não funciona. Estou orgulhoso de você.”
Ele continua conversando comigo, principalmente
perguntando sobre os efeitos colaterais da minha medicação e tal,
mas estou distraída por pensamentos de Hudson. Ele é a melhor
decisão que eu já tomei. Eu mal me afastei dele e já estou ansiosa
para vê-lo novamente.
Mais duas semanas, Huds.

“Como foi sua consulta?” Ele pergunta, com sua voz mais
profunda soando no telefone do que na vida real.
“Bem. Ele diz que estou ficando melhor. Eu não contei a ele
o porquê.”
Ele ri. “Eu não acho que ele teria levado essa notícia muito
bem.”

K. Webster
“Como foi a aula? Você estudou para as provas finais?”
Questiono, sabendo muito bem que ele não abriu um livro
enquanto me visitava.
“Eu não tenho que estudar,” ele se vangloria. “Além disso,
elas são só na próxima semana de qualquer maneira.”
“Idiota orgulhoso.”
“O que você está vestindo?” Ele brinca.
Eu dou risada. “Seu moletom e shorts.”
“Onde está a tia Becky?”
“Ainda no trabalho. É segunda-feira. Ela sempre fica até mais
tarde às segundas-feiras. O que você está fazendo?”
“Eu estava cansado pra caralho depois da aula porque
alguém me manteve acordado todo o final de semana, então voltei
para o meu dormitório para tirar uma soneca antes do treino” ele
diz. “Mas está chovendo, então eles ligaram para cancelar o treino.
Agora, estou apenas deitado aqui em minha boxer sozinho.”
Eu gemo enquanto deito sob minhas cobertas. “Eu queria
estar aí. Eu te faria companhia.”
“Essa sua doce voz me deixa duro pra caralho,” ele sussurra.
“Meu pau ainda cheira a você. É uma droga ter que me masturbar
quando tudo em que consigo pensar é estar bem dentro de você.”
“Hudson,” inspiro enquanto empurro meus dedos sob meu
short e calcinha para procurar meu clitóris. “Por que você tem que
falar tão sujo? Agora meu clitóris está latejando. Isso foi maldade.”
Suas risadas me excitam. “Você sente falta da minha língua,
pagã?”
“Mais do que qualquer coisa.”
“Sinto falta da sua língua também. Você é uma provocadora
com isso, mas meu pau adorou mesmo assim.”

K. Webster
Nós dois ficamos quietos, ambos ofegantes quando nos
tocamos. Meu orgasmo me provoca, mas é muito mais difícil fazer
isso sozinha. Ele sabe exatamente como me tocar para que isso
aconteça tão rapidamente.
“Porra, baby, eu sinto tanto a sua falta. Isso é tortura,” ele
sussurra.
Lágrimas queimam em meus olhos. “Sinto sua falta também.”
Meus dedos se atrapalham com o meu clitóris, mas não adianta.
Não é o mesmo. Ele grunhe e depois solta um suspiro áspero
quando goza. Os sons vindos dele não têm sua paixão habitual.
“Não é uma comparação com a coisa real,” ele diz.
“Que porra é essa, cara? Treinador cancela o treino e você
tem sexo por telefone com sua namorada? Oi, Amy,” seu amigo
Nick diz ao fundo.
Um pico de ciúme flui através de mim, mas é melhor que ele
pense assim. Hudson joga junto com isso.
“Um dia, quando você encontrar a garota dos seus sonhos,
você vai entender,” Hudson resmunga para ele.
“Eu ia perguntar se você queria sair hoje à noite, mas parece
que você está com as mãos ocupadas. Literalmente. Eu vou deixar
você e Amy sozinhos.”
“Bata na próxima vez, idiota,” Hudson diz com uma risada
segundos antes de a porta bater no fundo. “Me desculpe por isso.
Você não gozou."
Eu deslizo a mão para fora do meu short. “Eu vou quando te
vir em breve. Só você pode me fazer gozar tanto que vejo estrelas.
Não sou tão boa nisso quanto você.”
“Você já pensou em onde você quer ir nas férias?” Ele
pergunta.
Eu rolo do meu lado e olho para a foto de nós quatro em
nossas últimas férias. Nós fomos a nossa viagem anual para Lake
of the Ozarks. Mamãe e eu estamos usando óculos escuros

K. Webster
grandes e chapéus ainda maiores. Papai e Hudson usam sorrisos
iguais enquanto seguram os peixes que pegaram. É um dos meus
lugares favoritos. “Para a nossa cabana habitual.”
“Eu imaginei que diria isso. Mais algumas semanas e vamos
passar todo o tempo do mundo juntos.”

K. Webster
CAPÍTULO 19
Hudson

O treinador não olha para cima do computador quando entro


no escritório dele. Sua mandíbula está cerrada e ele parece
cansado.
“Sente-se,” ele instrui enquanto gira em sua cadeira e me
olha com uma carranca.
Meu estômago se esvazia. Eu não consigo tirar da minha
cabeça a hora que ele me ligou para me dizer que meus pais
tinham morrido. Isso se repete uma e outra vez na minha cabeça.
“O que está acontecendo?” Pergunto enquanto caio
pesadamente na cadeira em frente a ele.
“Nós dois sabemos que você jogou como uma merda,” diz ele
sem rodeios, mas não com crueldade.
“Sim, eu concordo.” Especialmente esta semana no treino. Já
faz quatro dias desde que deixei Rylie para voltar para a escola e
cada dia se torna mais torturante do que o anterior.
“Eu vou ser franco aqui, Hale,” diz ele com um mau humor.
“Paulson tem jogado e é bom ajuste para a terceira base. Ele está
focado e não comete erros estúpidos.”
Eu não posso nem discutir. Eu perdi as bolas que
normalmente pegava e não conseguia acertar a bola de jeito
nenhum. A pior parte é que eu nem me importo. É como se eu
estivesse passando pelos movimentos apenas para passar o
tempo.

K. Webster
“Você está me expulsando da equipe?” Pergunto, com a
minha voz firme.
Ele empurra um envelope sobre a mesa. “Dentro, há uma
carta de recomendação e um cheque da minha esposa. Ela aprecia
tudo o que você fez pela empresa dela, mas precisa de alguém
mais confiável trabalhando lá. Assim como preciso de alguém no
time que eu possa contar.”
Eu pisco para ele em choque. “Você está me expulsando da
equipe e me demitindo?”
Sua garganta balança enquanto engole. “Você não vai mais
jogar nesta temporada. Eu te inscrevi e estou de olho, já que sua
bolsa de estudos é para estar jogando bola para mim. Eu não vou
te expulsar porque sei que você precisa dessa bolsa para ir à
escola. Mas no final do verão, você tem que tentar novamente. Se
você não voltar a ser o Hudson que conheço, vai forçar a expulsão.
Eu sinto muito. Eu espero que você faça suas provas finais na
próxima semana e depois vá para casa no verão. Talvez veja
alguém profissional para que você possa superar sua dor cega.
Então, volte no outono para que possamos voltar com a cabeça no
jogo. Você é um dos melhores jogadores dessa escola e odeio ver
você cair tão rápido assim.”
Continuo esperando o horror me lavar. Nada vem. O fato de
não sentir nada me surpreende. “Me desculpe por ter desapontado
você,” digo, minha voz rouca quando me levanto do meu lugar.
“Eu vou me encontrar neste verão.” Eu vou me encontrar neste
verão. Com Rylie, eu mal comecei a desbravar a área.
Ele solta um suspiro pesado. “Encontre-se rapidamente. Você
não pode se dar ao luxo de estragar seu futuro por alguns meses
difíceis.”
Balanço a cabeça para ele. “Eu não acho que de repente vou
superar a morte dos meus pais e como isso me afeta até agosto.
Apenas te avisando.”

K. Webster
“Você sabe o que eu quero dizer,” ele resmunga. “Se você não
tirar sua cabeça da bunda, vai embora. Você precisa entender
isso, Hale.”
“Eu entendo, treinador.” Com isso, saio do escritório e
caminho até o banco onde Nick está se trocando.
“O que o treinador queria?” Ele pergunta.
“Ele me deu um ultimato.”
“Que porra é essa, cara?”
“Estou fora para o resto da temporada.”
“O que você quer dizer com fora?” Ele pergunta, suas
sobrancelhas enrugadas.
“Como fora. Eu não vou praticar ou jogar. Posso tentar a
equipe antes de o próximo semestre começar.”
Ele fica boquiaberto e horrorizado comigo. “Não. Isso está
fodidamente ruim. O beisebol é a sua vida.”
Não, foi a minha vida.
Agora tudo gira em torno dela.
Eu simplesmente dou de ombros. “Não mais.”
Quando saio do vestiário, um peso sai dos meus ombros. Eu
posso não sentir o mesmo mais tarde, mas neste momento, sinto
apenas alívio. Eu rapidamente envio as novidades para Rylie.
Eu: Estou fora do time pelo resto do verão e não tenho
mais trabalho.
Mas pelo menos eu tenho você.
Eu não mando essa última mensagem para ela no caso de tia
Becky estar rastreando nossas mensagens.
Rylie: Ah, Hudson. Eu sinto muito.

K. Webster
Seu texto simples é o suficiente. É mais que suficiente. Eu
não me importo com todas as coisas que já me importei.
Tudo o que me importa é ela.

Eu acordo quando alguém tira o livro do meu rosto. Depois


de não só ter sido expulso da equipe, mas também de ser demitido,
voltei ao meu dormitório para pelo menos estudar para as minhas
provas finais. Eu posso estar relaxando em outras áreas, mas
serei amaldiçoado se falhar nos meus testes. Mas aparentemente
não estou muito preocupado em estudar porque desmaiei, porra.
“Você não deveria estar no campo beijando a bunda do
Treinador?” Eu resmungo para Nick, apertando os olhos contra a
luz.
“Eu prefiro estar beijando você.”
Rylie.
Ela está no meu quarto parecendo perfeita.
“Venha aqui, pagã,” exijo enquanto me sento.
Ela se lança em meus braços e seus lábios se fundem aos
meus. Eu pego sua bunda, puxando-a para me montar. Quando
ela está exatamente onde a quero, paro nosso beijo para olhar
para ela. Seus lábios carnudos estão molhados e inchados do
nosso beijo carente. Largos olhos castanhos se movem para frente
e para trás enquanto ela me avalia. Suas sobrancelhas estão
franzidas em preocupação.
“Você veio me ver,” murmuro, com meu peito pulsando de
felicidade.
Ela sorri e passa os dedos pelo meu cabelo. “Você teve um dia
ruim. Como poderia não vir te ver?”
Nós nos beijamos novamente. Eu senti falta da língua quente
dela na minha boca e do jeito que seu corpo se encaixa
perfeitamente com o meu.

K. Webster
“Eu senti tanto a sua falta,” digo a ela, minha voz reprimida.
Ela engole e seus olhos ficam marejados. “Também senti sua
falta.”
“Como você chegou aqui?”
“Tia Becky me emprestou seu carro.”
Eu franzo a testa em confusão. “Para vir me ver? Estou
surpreso que ela permitisse isso. Nós dois sabemos que ela está
desconfiada sobre nós, baby.”
Seu sorriso é perverso. “Eu disse a ela que ia descer o rio com
Travis e alguns amigos.”
Um pico de ciúmes ao ouvir seu nome é rapidamente apagado
porque isso significa que ela é minha o fim de semana todo.
“Obrigado.”
Nossos lábios se juntam e minhas mãos passam por ela,
desesperadas para tocar tudo o que eu tenho desejado desde a
manhã de segunda-feira.
“Ninguém além de Nick e a equipe sabem que você é minha
irmã. Enquanto formos para algum lugar longe do campus, nós
não temos que nos esconder,” digo a ela, sorrindo.
“Eu gosto de me esconder com você.” Seus olhos brilham de
felicidade.
Eu olho para o relógio. Nick não estará de volta por pelo
menos mais duas horas. Muito tempo. Agarrando a parte inferior
do seu vestido, deslizo até as coxas e passando por seus quadris.
Ela levanta os braços sobre a cabeça para me ajudar. Uma vez que
seu vestido se foi e eu tenho uma visão perfeita de seus seios
empinados em seu sutiã preto, estou no céu. Porra, como eu senti
falta dela.
Inclinando-me para frente, belisco seu peito através do sutiã
rendado. Ela choraminga, mas então freneticamente começa a
puxar minha camisa.

K. Webster
“Tire seu sutiã e me mostre seus peitos bonitos, Rylie,” eu
instruo.
Ela alcança atrás dela, com seus olhos escuros fixos nos
meus e abre o sutiã. Ela joga no chão. Seus mamilos estão duros
e pontiagudos, ansiosos para serem sugados. Eu pego um
punhado de seu peito e passo a ponta da minha língua em círculos
ao redor de seu mamilo. Então, chupo o pequeno botão na minha
boca. Eu largo ele e olho para ela.
“Eu não posso ficar longe de você,” ela sussurra. “Diga-me
que sente o mesmo. Diga-me que não sou louca.”
Eu me inclino para mais perto e delicadamente mordo seu
mamilo agora vermelho. “Eu fico louco sem você também.”
Ela solta um suspiro aliviado. “Outra semana e depois
podemos passar todos os momentos juntos.”
Eu deslizo meus dedos entre nós e esfrego seu clitóris sobre
sua calcinha. “Cada momento,” juro, com a minha voz baixa e
desesperada. “Vou encontrar um lugar para ficarmos juntos. Tudo
vai funcionar. Tem que dar.”
“Vai,” ela concorda. “Enquanto estivermos juntos, vai
funcionar.”
Ela solta um gemido quando eu pego meu ritmo esfregando
ela. Seus quadris balançam para frente e para trás, ansiosos pelo
meu toque. Eu amo como a calcinha dela está molhada. Ela é tão
carente por mim quanto eu sou ela.
“Hudson,” ela respira, seu corpo estremecendo quando o
prazer começa a tomar conta. “Oh Deus.”
“É isso” eu rosno. “Eu quero que você goze e molhe essas
calcinhas. Eu senti sua falta, garota safada. Mostre-me o quão
safada você é.”
Ela grita e sua cabeça inclina para trás, expondo seu pescoço
para mim. Eu mordo sua clavícula enquanto tiro um orgasmo
muito necessário dela. Minha doce menina goza forte e alto. No

K. Webster
momento em que ela desce do seu pico, eu me viro e a coloco de
volta na minha cama. Seu olhar é aquecido quando puxo sua
calcinha encharcada pelas suas coxas e as atiro para longe. Assim
que ela está nua, eu fico de pé e tiro o resto das minhas roupas.
“Você é tão perfeita,” eu elogio quando rastejo sobre o seu
corpo.
Somos como dois imãs. Quando nos aproximamos,
naturalmente gravitamos em direção ao outro e nos encaixamos
perfeitamente.
Eu aperto meu pau dolorido e esfrego a ponta ao longo de sua
fenda. Ela está escorregadia de excitação, então eu sou facilmente
capaz de empurrar em sua buceta apertada. Nós dois soltamos
gemidos aliviados. Eu empurro meus quadris e o coloco inteiro,
ganhando um grito angustiado dela.
“Beije-me,” ela implora.
Meus lábios beijam os dela enquanto ela me agarra em
desespero. Nenhum de nós consegue o suficiente. Eu quero
respirá-la em minha alma filha da puta e mantê-la lá.
“Hudson,” ela geme.
Eu empurro meus quadris com força. O prazer vibra através
de todas as minhas terminações nervosas. Nossas línguas se
enrolam violentamente. Eu chupo o lábio dela. Então ela morde a
minha.
“Porra, eu não vou durar muito,” gemo. “Você é muito
gostosa. Eu não consigo me controlar ao seu redor.”
“Goze,” ela ronrona. “Goze dentro de mim. Eu gosto do jeito
que você faz. Como se estivesse me reivindicando.”
Suas palavras me enlouquecem. Foda-se sim, eu a
reivindiquei. Ela é minha. Não importa o que qualquer idiota do
planeta tenha a dizer sobre isso.
Fodam-se as regras.

K. Webster
Foda-se a lei.
Foda-se a sociedade.
Eu vou foder minha irmã porque eu a amo e ela me ama.
“Eu vou fazer você gozar novamente,” digo a ela enquanto
procuro seu clitóris mais uma vez. Ela estremece quando eu me
conecto com o clitóris. “Isso é bom, pagã? Quando tiver mais
tempo com você, quero chupar até você chorar e implorar para eu
parar.”
“Hudson,” ela choraminga. “Demais…”
“Nunca é o suficiente.”
Seu orgasmo a atinge violentamente, fazendo-a se arquear da
cama e sua buceta aperta em volta do meu pau. Isso tira o meu
controle. Meu clímax me atinge quente e furioso. Quando meu pau
lateja meu orgasmo dentro dela, eu desmorono e devoro sua boca.
Nós nos beijamos até que fico mole e meu esperma escorre de
seu corpo.
“O que há de tão errado sobre o nosso amor?” Ela pergunta
quando finalmente me afasto de sua boca.
Eu acaricio alguns fios de cabelo do rosto dela. “Nada.”
Ela suspira. “Eles acham que está errado.”
“E eles não sabem de nada.”
“Sério, no entanto. Eu quero saber quem criou essas regras.
Eu não entendo.” Seu nariz se contorce em confusão. “Nos tempos
medievais, as pessoas se casavam com seus parentes o tempo todo
para manter as linhagens puras. Quando parou de ser aceitável?”
Eu beijo o nariz dela. “Eu não sei.”
“É estupido.”
“Mas é a lei. E se alguém descobrir...” engulo, incapaz de
terminar esse pensamento. Tenho orgulho de tê-la como minha

K. Webster
garota. Mas estou com muito medo sobre o que aconteceria se
alguém descobrisse. “Eles não podem descobrir.”
“Eu morreria antes de passar o resto da minha vida sem você,
Hudson.”
Doce e linda garota.
“Eu com certeza não quero essa vida sem você também.”
Ela sorri. “Como Romeu e Julieta.”
“Por que nossa história de amor tem que ser uma tragédia?”
Lágrimas vêm aos olhos dela. “A história de amor de mamãe
e papai foi uma tragédia. Eu acho que todos as boas são.”
“Não a nossa, baby. A nossa não será uma tragédia.”
“Promete?”
“Prometo.”

K. Webster
CAPÍTULO 20
Rylie

“Hambúrgueres ou pizza?” Hudson pergunta enquanto


procura seus sapatos.
Eu coloco meu vestido no lugar e ajeito meu cabelo
bagunçado. “Hmmm. Hambúrgueres está ótimo.”
Ele para de procurar seus sapatos para caminhar até mim. O
braço dele agarra-se à minha cintura e puxa-me para ele. “Estou
feliz que você esteja comendo. Isto me faz feliz.”
Eu sorrio timidamente para ele. “Você me deixa faminta.”
Seu sorriso é infantil, mas também é perverso. “Você também
me deixa com fome.”
Nós dois rimos, mas então a boca dele está pressionada na
minha novamente. Mesmo que meu estômago esteja roncando, eu
poderia ir para outra rodada. Nossa pausa de vinte minutos, onde
nos abraçamos em silêncio, foi o suficiente para nos recarregar.
Suas mãos apertam minha bunda através do vestido. Minha
respiração vacila quando ele começa a deslizar o tecido
novamente.
A porta se abre e nós dois nos separamos. Seu amigo Nick
entra na cena e seu sorriso cai.
“Eu interrompi alguma coisa?” Suas sobrancelhas se
juntaram. “Rylie?”
Eu dou-lhe um pequeno aceno. “Ei.”
Ele vira um olhar acusador para Hudson. Antes que ele possa
abrir a boca, Hudson dá um passo em direção a ele, com os

K. Webster
ombros tensos. A testosterona na sala é subitamente grossa e
palpável enquanto Hudson silenciosamente desafia Nick a dizer
alguma coisa.
“Nós estávamos indo comer hambúrgueres, se você estiver
com fome” digo, na esperança de distraí-lo.
“Uh, certo” diz Nick, recuando. “Hambúrgueres parece bom.
Jada e Caitlin convidaram alguns de nós para o lago novamente.”
Estremeço ao ouvir o nome de Jada.
“Acho que vamos passar,” diz Hudson, sentindo o meu
desconforto.
“Eu acho que você deveria ir” Nick diz, com seu olhar
disparando em meu caminho.
Ele sabe. Assim como a tia Becky sabe. Posso sentir isso.
“Nós iremos. Eu estava apenas tentando consolar Hudson.
Ele teve um dia ruim. Isso é para o que as irmãs servem.” Eu travo,
na esperança de convencê-lo de que estou apenas cumprindo meu
dever de irmandade. “Nós iremos.”
Nick, claramente mais esperto do que parece, olha para os
lençóis desgrenhados e a toalha descartada que Hudson usava
para nos limpar. O quarto cheira a sexo, não há como negar.
“Certo,” ele diz, com seu lábio se curvando levemente como
se estivesse com nojo. “Provavelmente é uma boa ideia.”
Hudson olha para mim por cima do ombro e mostro a ele um
sorriso encorajador. Um sorriso que diz que precisamos fazer isso
para mostrar a ele que somos simplesmente irmãos e irmãs
normais que não são fodem.
“Tudo bem,” Hudson concorda.
Nick dá uma leve sacudida na cabeça, mas não diz mais nada
antes de sair do quarto.
Temos que ser cuidadosos.

K. Webster
Quando chegamos ao lago, está escuro. Cerca de vinte
veículos estão estacionados em uma clareira perto da água. As
pessoas estão rindo e bebendo perto de uma fogueira. Durante o
jantar, Hudson e eu agimos por segurança. Eventualmente, Nick
se acalmou de volta. Eu acho que o convencemos porque ele volta
a ser seu habitual humorista. Hudson está tenso, mas se força a
brincar com Nick, como se o nosso segredo não fosse uma névoa
espessa pendurada ao nosso redor.
“Nick!” Uma garota grita enquanto corre em nossa direção.
Ela se joga em seus braços e o beija. A garota já está bêbada.
“Ei, Caitlin. Senti sua falta, linda,” diz ele com as mãos na
bunda dela enquanto a carrega.
Hudson e eu trocamos olhares aliviados.
“Há quanto tempo não o vejo, estranho,” uma voz sensual diz
atrás de nós.
Eu me viro para ver uma loira bonita andando em nossa
direção.
“Jada,” cumprimenta Hudson.
Meu corpo inteiro fica tenso enquanto me sinto murchar na
presença dela. Ela é mais bonita, tem seios muito maiores e teve
o pau do meu irmão na boca. Estou com inveja e a odeio. Não nego
isso.
“Eu sou Jada,” diz ela, estendendo a mão para mim.
“Eu sou de Hudson...” Eu paro. “Irmã.”
Seus olhos se arregalam. “Tão bom te conhecer. Por um
segundo, pensei que você fosse Amy.” Uma risadinha escapa,
fazendo seus peitos saltarem com o movimento. Isso me faz querer
arrastar Hudson para longe dessa mulher.
Eu aperto a mão dela apesar de não querer. “Não. Apenas
Rylie.”

K. Webster
“Rylie veio me visitar,” diz Hudson enquanto a palma da mão
esfrega para cima e para baixo nas minhas costas. “Se você não
se importa, vamos encontrar um lugar tranquilo para conversar.
As coisas estão difíceis desde que perdi mamãe e papai.”
Suas sobrancelhas se contraem. “Claro. Eu sinto muito pelo
que estão passando.”
Eu dou-lhe um sorriso agradável, mas depois solto um sopro
de ar aliviado quando ela se afasta.
“Eu a odeio,” assobio baixinho.
Hudson me lança um olhar quente. Um que diz: Você não tem
nada com o que se preocupar porque era de você que eu estava
dentro algumas horas atrás. “Vamos.”
Eu o sigo até onde alguém tem um grande cooler na porte
traseira do carro. Algo me diz que não está cheio de água, no
entanto. Hudson puxa dois copos vermelhos de uma bolsa e se
prepara para nos encher com o líquido misterioso. Ele me entrega
o copo e tomo um gole.
“Picante,” digo e estremeço. “E forte.”
“Não beba rápido demais.”
Alguns caras caminham até nós. Passamos a próxima hora
conversando e rindo. Ele não tirando os olhos de mim, no entanto.
Enquanto eles falam sobre beisebol, eu acho que Hudson passou
a ficar quase completamente na minha frente.
“Achou algo interessante?” Hudson fala, interrompendo a
conversa de Brian para olhar com raiva para aquele ao lado dele.
Aquele que continua me encarando, que eu conheci por Logan.
“Você não precisa se esconder,” diz Logan, sorrindo para
mim. “Eu não mordo.”
“Não fale com minha irmã.” Hudson está tenso e depois de
vários copos do suco misterioso, ele está sentindo os efeitos do
álcool e está pronto para uma luta.

K. Webster
“Hudson,” murmuro e agarro sua camiseta por trás.
Logan ri. “Irmão mais velho protetor. Entendi. Eu não vou
machucá-la. Só queria conhecê-la.”
“Não,” Hudson grita.
Eu dou um olhar desinteressado para Logan, mas ele sorri,
implacável. Ótimo. Sabiamente, ele só escolhe me checar quando
Hudson não está prestando atenção. Sentindo-me desconfortável,
volto a tomar minha bebida. Tudo está ficando embaçado ao meu
redor.
“Nick diz que todo mundo tem que ficar nu e no lago,” diz
Jada quando se aproxima. Ela tira a camisa, mostrando os seios
para o nosso pequeno grupo. Brian amaldiçoa em apreciação e
Logan começa a tirar sua própria camisa.
Os olhos de Jada vão para meu irmão quando ela
sedutoramente começa a puxar o short. Hudson se vira para olhar
para mim. “Não vamos nadar pelados. Não com aquele idiota te
olhando a cada segundo.”
“Ei, Rylie,” Logan chama por mim quando deixa cair seu
short. Eu dou uma olhada em seu pau antes de olhar rapidamente
de volta para Hudson.
A mandíbula de Hudson está cerrada e ele está fervendo de
fúria. “Eu vou matá-lo.”
Discretamente, pego seu pulso. “Está bem. Vamos fazer isso.
Nós supostamente não deveríamos estar atraindo atenção para
nós mesmos.”
Eu me afasto dele e tiro o vestido. O olhar de Hudson é
predatório quando ele me observa. Eu não estou confiante já que
Jada e seus peitos de estrela pornô estão a apenas alguns metros
de distância. Felizmente, Brian joga sua bunda nua por cima do
ombro e corre para o lago com ela. Deixa Logan, orgulhoso e nu,
para vadiar nas proximidades.
“Vai ficar tudo bem,” sussurro. “Agora fique nu e por perto.”

K. Webster
Ele arranca a camisa e depois tira o short. Seu pau está ereto
enquanto seu olhar vagueia avidamente sobre meu corpo quase
nu. Com os dedos tremendo, tiro meu sutiã e calcinha. Logan solta
um assovio apreciativo.
Hudson vira seu pescoço e se eu não levá-lo para a água em
breve, vai matar Logan.
“Corram,” digo a ambos antes de sair correndo.
Quando chego ao lago, vejo quase todo mundo já na água. As
pessoas estão gritando, rindo e se divertindo. Eu pulo na água e
depois subo a superfície. Está frio e meus mamilos endurecem
imediatamente. Logan e Hudson fazem o caminho mais curto para
mim. Onde o olhar de Logan é brincalhão e paquerador, o de
Hudson é maníaco e furioso. Quero arrastar-me para os braços de
Hudson e dizer-lhe para se acalmar. Beijá-lo até que se acalme.
Jada vai até nós e fica de pé para que seus seios fiquem fora
da água para todos verem. Permaneço sob a água até meu queixo.
Não estou nem perto de parecer tão boa quanto ela fica nua. Então
me escondo. Logan se aproxima mais.
“Quantos anos você tem? Você não é chave de cadeia, né?”
Logan brinca.
Uma mão possessiva agarra minha bunda e mostro a Hudson
um sorriso tímido. “Acabei de fazer dezoito anos semana passada.”
Logan sorri. “Então você é definitivamente o meu tipo.”
“Eu tenho um namorado,” deixo escapar.
Hudson aperta minha bunda.
“Eu tenho uma namorada,” Logan fala de volta para mim. “O
que ela não sabe não vai machucá-la.”
“Falando de namoradas,” diz Jada, com sua voz sensual
quando encara meu irmão. “Você ainda está com Amy?
Poderíamos continuar de onde paramos da última vez.” Ela vem
para ficar perto dele, com seus peitos roçando seu braço
musculoso.

K. Webster
“Estou saindo com alguém novo,” diz Hudson. “Eu a amo.
Vou casar com ela.” A expressão feroz em sua voz não deixa espaço
para discussão. Jada abre a boca, mas então, sabiamente, nada
até Brian e começa a flertar com ele.
Logan respira fundo e afunda-se sob a água. Por um
momento, estamos sozinhos. A mão de Hudson na minha bunda
é reconfortante. É discreto, mas ambos precisamos do toque. Algo
me agarra pelo tornozelo e eu grito antes de ser levada para baixo.
Logan!
Ele me arrasta para baixo sob a superfície, as palmas das
mãos avidamente me apalpando. Eu volto ao topo e fico sem ar,
procurando freneticamente por Hudson. Eu ouço Logan ofegar por
ar atrás de mim antes de seus braços fortes se fecharem ao meu
redor. Nós afundamos de volta para a água. Seu pau está duro
contra a fenda da minha bunda. O pânico surge através de mim
enquanto me preocupo com o que ele fará. Certamente ele não
faria. Mas então ele está me cutucando com isso.
Não!
Eu grito e agito enquanto luto para chegar a superfície
novamente. As pessoas estão rindo pensando que estamos
brincando. Assim que os braços de Logan passam por mim
novamente, ele é arrancado de mim. Ao luar, o rosto de Hudson é
claramente assassino. Ele agarra Logan pela garganta em sua mão
esquerda e começa a esmurrá-lo.
Soco. Soco. Soco.
Seu braço está pronto para outro golpe quando Nick e Brian
os separam. O nariz de Logan sangra e ele olha para Hudson. “Que
porra é essa, cara?”
“Ninguém toca nela,” meu irmão assobia. “Ela é minha
irmãzinha.”
“Tire-a daqui,” Nick rosna, com desgosto pingando de seu
tom.

K. Webster
Hudson agarra meu pulso e começa a me puxar do lago.
Assim que estamos nas margens, ele me arrasta para além da
fogueira. Colocamos nossas roupas no caminho e, então, estou
correndo para acompanhá-lo enquanto ele anda entre os carros
estacionados enquanto procura sua caminhonete. Quando
chegamos, ele joga sua mochila nas costas e depois faz o mesmo
com a minha.
“Ele te machucou?” Ele exige, com suas mãos deslizando
para minhas bochechas. Ele inclina minha cabeça para que ele
possa olhar para mim.
“Não,” asseguro a ele. “Ele estava se esfregando contra mim
e isso me assustou.”
“Eu vou matá-lo, porra,” ele ruge e começa a voltar para o
lago.
Molhado e gotejando com a fúria brilhando em seus olhos, ele
parece um monstro. Um monstro que destruiria alguém como
Logan. Eu não posso deixar que faça isso porque eles vão levá-lo
para a cadeia. Eu preciso dele.
Eu agarro seus ombros e, em seguida, me aproximo de seu
pescoço. “Não me deixe.”
Seus olhos, quentes de raiva, caem nos meus lábios. Eu os
lambo para seduzi-lo. Um grunhido ressoa dele antes que ele
atinja minha boca. A violência de seu beijo quase me tira dos meus
pés. Quando meus joelhos se dobram, ele passa um braço em
volta da minha cintura e me leva de volta a caminhonete. Meus
seios estão pressionados contra seu peito musculoso e seu pau
duro pulsa entre nós.
Ele puxa a porta da caminhonete, usando-a como um escudo
para nos esconder e depois quebra o nosso beijo. “Curve-se” ele
ordena.
Eu mordo meu lábio, mas me viro para obedecê-lo. Com meu
corpo dobrado sobre o assento e minha bunda exposta a ele com
pessoas não muito longe, me sinto completamente vulnerável.

K. Webster
Minha buceta está escorregadia de desejo e balanço a bunda,
ansiosa para ele me foder.
Com uma mão, ele bate no meu cabelo molhado. Usando a
outra, ele guia seu pau para dentro de mim. Eu grito quando ele
puxa meu cabelo, então estou totalmente de pé. A partir desta
posição, me sinto completamente cheia dele e à sua mercê. Sua
mão desliza para a minha frente e massageia meu clitóris quando
ele empurra em mim por trás.
“Unh! Unh! Unh!” Meus sons são selvagens e descontrolados.
Eu sei que deveria ficar quieta, mas não posso. Não quando ele
me fode como se fosse a ultima vez. Quando meu orgasmo se
aproxima, minhas pernas começam a tremer descontroladamente.
“Unh! Unh!” Nossos corpos ainda estão molhados da água e batem
ruidosamente juntos.
Alguém poderia ver.
Alguém poderia ouvir.
“Você está fodendo a minha cabeça,” ele sussurra contra a
lateral da minha cabeça.
“Oh...”
Sua mão bate na minha boca, sufocando o meu grito quando
gozo. Estou tonta e perdendo todo o sentido da realidade. Antes
mesmo de eu sair do meu orgasmo, o gozo inunda-me, marcando-
me por dentro.
Sempre a melhor parte.
O calor dele entrando em mim.
Minhas pernas continuam tremendo, mas ele nunca me
solta. Seu pau desliza para fora de mim e então ele me abaixa para
descansar no assento. No momento em que seu orgasmo
desaparece por trás de mim, engasgo com um soluço. Eu o quero
perto. Preciso do conforto dele.
“Aqui, pagã,” ele diz suavemente. “Vamos te vestir.”

K. Webster
Ele me ajuda a puxar meu vestido, abandonando minha
calcinha e sutiã. O material gruda na minha pele molhada, mas
sou grata por estar coberta por possíveis espectadores.
“Entre na caminhonete,” ele me diz.
Eu corro para o meio e ele sobe comigo. A porta se fecha, mas
ele não faz nenhum movimento para partir. Ele levanta o braço e
depois me aproxima do seu peito. Por baixo do braço forte, parece
seguro e quente. Eu não quero nunca sair desse lugar.
“Isso foi descuidado,” ele murmura. “Eu não deveria ter feito
isso com eles tão perto.”
Eu seguro seu peito que agora está coberto em sua camiseta.
“Mas eu precisava disso.”
Ele beija o topo da minha cabeça. “Eu também precisava
disso.”
Ficamos em silêncio por um tempo. Os sons dos outros
festeiros podem ser ouvidos não muito longe quando eles riem e
gritam.
“É como se eu tivesse doente próximo de você,” ele admite
com um sussurro.
“Nós não encontramos uma cura,” digo quando meus olhos
caem com o sono. “Nós apenas ficamos mais doentes.”

K. Webster
CAPÍTULO 21
Hudson

A viagem de volta ao campus na manhã seguinte é estranha.


Nick se senta no banco do passageiro cuidando de uma ressaca e
continua me fuzilando no caminho. Isso está me irritando. Eu não
toquei em Rylie uma vez durante nosso passeio de carro, não
importa o quão difícil isso seja. Sua coxa roçando contra a minha
é o suficiente para me fazer perder quase todo o foco.
“Eu preciso ir pegar uma muda de roupa e, em seguida, talvez
possamos ir tomar café da manhã,” diz ela alegremente, parecendo
bonita demais para as sete da manhã. Seu cabelo está seco
naturalmente e é mais selvagem que o normal, mas seus olhos
castanhos estão brilhantes e felizes. Porra, ela é linda. E minha.
Estaciono perto de seu carro na faculdade e, em seguida,
saio. Eu a assisto quando ela sai.
“Você está fodendo sua irmã.”
Eu viro a cabeça para encontrar o olhar acusador de Nick do
outro lado do capô da caminhonete. “Perdão?”
Ele contorna a frente da caminhonete com fogo brilhando em
seus olhos. “Você está fodendo Rylie, sua porra doente.”
Eu vou até ele e meu peito bate contra o dele. “Eu não estou
fodendo minha irmã, idiota.” Eu olho para ele. Eu sou um pouco
mais alto e definitivamente mais forte.
“Não minta para mim, Huds” ele rosna. “Peguei você ontem.
O quarto cheirava como a buceta de sua irmãzinha.”

K. Webster
Eu o empurro com força e ele tropeça para trás. “Fale sobre
a minha irmã de novo,” eu ameaço. “Eu te desafio, porra.”
Ele caminha de volta para mim. “Você vai para a prisão por
essa merda. Eles vão te estuprar na prisão por ser um filho da
puta. Eles...”
Eu o empurro de novo, desta vez com força suficiente, sua
bunda bate na calçada.
“Hudson!” Rylie está agora atrás de mim e puxa meu braço.
“Pare!”
Empurrando minha cabeça para encontrar seu olhar, eu
assobio para ela. “Ele está me acusando de foder você!”
O medo brilha nos olhos dela e ela balança a cabeça. “O quê?
Não seja nojento, Nick. Você está entendendo mal. Hudson e eu
não faríamos isso.”
Nick fica de pé. “Eu sei o que vi. Eu sei o que eu ouvi. E cheiro
de sexo!”
Eu caminho para ele de novo, mas Rylie passa por mim,
colocando-se entre nós.
“Nick” ela diz suavemente. “Você está bêbado ainda e
cansado. Ele é meu irmão. Nós não estamos fazendo sexo.”
Sua fúria desaparece quando a confusão se instala.
Ela agarra os ombros dele. Eu quero arrancar suas mãos
dele, mas eu deixei ela lidar com isso. Minha maneira de lidar com
isso seria esmagar seu crânio com meus pulsos. “Mas nada. Eu
tenho um namorado chamado Travis. Hudson está namorando
com a Amy. Ele é protetor sobre mim porque nossos pais
morreram recentemente. Por favor entenda.”
Ele engole. “Tanto faz. Eu vou para a cama.”
Assim que ele se foi, aponto para a caminhonete. “Espere
aqui. Vou arranjar um quarto de Hotel para a noite, mas
precisamos ir buscar umas roupas primeiro.”

K. Webster
“Não o contrarie” ela diz. “Apenas entre e saia.”
Eu dou-lhe um aceno de cabeça e saio atrás do meu melhor
amigo.
Apenas entre e saia.

Acordo ao som de um ar-condicionado zumbindo enquanto


ele liga e levo um momento para perceber que estou em um quarto
de hotel. O corpo nu de Rylie está sobre o meu e ela ronca
suavemente. Eu acaricio seu cabelo sedoso e desejo por mais um
milhão de momentos como este. Momentos em que podemos estar
juntos livremente sem medo de olhares indiscretos e acusações.
Ainda estou chateado com o Nick.
Ele não tem o direito de se meter na minha vida.
Rylie se agita e solta um gemido suave que fala direto no meu
pau. Depois que deixamos Nick, reservei um quarto de hotel e
passamos o resto da tarde comendo comida para viagem e fazendo
sexo. Minha doce menina está além de cansada e ainda assim meu
corpo a deseja, mesmo agora. Ela rola de barriga para baixo, o
corpo todo esparramado. Eu amo o sono selvagem que ela tem. Me
apoiando no meu cotovelo, começo a pressionar beijos ao longo de
sua espinha. Quando chego ao pequeno mergulho de pele na base
de suas costas logo acima da onda de sua bunda, ela se contorce.
Ela está acordada.
Bom, quero saboreá-la.
Um suspiro escapa dela quando beijo sua bunda. Minha
língua é curiosa e lambo sua buceta por trás. Seu cheiro está
limpo do nosso banho e eu quero sujá-la. Eu quero cheirar sua
excitação. Quero me banhar nela. Ela geme quando pego um
punhado de sua bunda e puxo para o lado. Meu nariz cutuca
contra sua bunda enquanto minha língua procura mergulhar
dentro de sua buceta.

K. Webster
Eu brinco e mordo o lábio de sua buceta. “Eu quero foder
cada parte de você. Eu quero aqui um dia.” Um gemido alto rasga
dela quando corro a língua entre as bochechas de sua bunda. Eu
deixo a saliva sair da minha boca e encharcar sua entrada
enquanto a provoco. Sua excitação se torna potente e posso sentir
o cheiro no ar. “Você quer isso,” observo.
Ela grita quando agarro seus quadris e a puxo para mim
enquanto me acomodo deitado de costas. Seu corpo minúsculo
sobe no meu rosto, mas de costas para mim. Agarrando sua pele,
eu a encorajo a sentar na minha cara. No início, ela empurra
desajeitadamente, mas depois ela se ajeita. Eu empurro minha
língua profundamente em sua buceta e sorrio contra ela quando
ela começa a foder como se fosse meu pau. Ela se inclina para
frente, abrindo-se ainda mais para mim, e então eu gemo quando
seus lábios se fecham ao redor do meu pau.
Com um rosnado, começo a chupar e lamber sua carne
macia. Ela balança seus quadris enquanto chupa meu pau. Porra,
eu nunca vou me cansar do jeito que a boca dela é gostosa ao meu
redor. Sua pequena mão acaricia minhas bolas e arrepios de
prazer passam por mim.
Retiro a língua de dentro dela e a substituo pelo meu polegar.
Então, puxo meu polegar de volta. Ela choraminga quando sondo
sua bunda apertada. Eu adoraria nada mais do que esticar essa
bunda com meu pau grosso, mas ela choraria. Ela não está
pronta. Cabe a mim prepará-la. Ela confia em mim para fazer isso.
“Calma, baby,” murmuro contra sua buceta suculenta. “Eu
vou preparar a sua bunda por um tempo. Eu quero te foder aqui
em breve.”
Ela geme em torno do meu pau, me fazendo grunhir. Seu
corpo relaxa e eu gentilmente empurro meu polegar para dentro
dela. Está tão apertado. Dentro e fora, eu trabalho na bunda dela.
Eu deslizo de volta para fora e, em seguida, empurro dois dedos
em sua buceta, molhando-os. Quando os puxo para fora e enfio
em sua bunda, ela aperta suas bochechas.
“Deixe-me esticar você,” rosno. “Você confia em mim?”

K. Webster
“Sim,” ela respira e, em seguida, abaixa-se para meu pau.
Eu trabalho o dedo médio devagar e agradável. Uma vez que
tenho certeza de que ela está bem com isso, puxo um pouco e
começo a trabalhar com outro dedo nela. Ela choraminga e
lágrimas escorrem pelas minhas coxas.
“Relaxe e não vai doer,” digo, incentivando-a.
Seu aperto nos meus dedos diminui. “Eu posso fazer isso.”
Eu a beijo enquanto fodo sua bunda apertada. “Claro que
você pode. Você pode fazer qualquer coisa, baby.”
Ela geme e balança contra meus dedos. Eu quero esticá-la
com um terceiro, mas não vou levar muito longe sem lubrificação.
Não essa noite. Com meus dedos em sua bunda e minha língua
dentro de sua buceta, eu me perco nela. Ela balança no meu
comprimento como se fosse a única coisa neste mundo que quer
fazer. Eu gozo com um gemido. A explosão surpresa de esperma a
engasga.
Eu deslizo a língua de dentro dela e coloco em seu clitóris.
Não demora muito para ela gozar com um grito. Uma vez que ela
para de tremer, deslizo meus dedos dela e a bato na sua bunda.
“Vamos tomar um banho e então eu vou te tirar daqui. O
tempo da soneca acabou.”

Assim que Rylie sai do banheiro depois de se arrumar, quase


engasgo com o chiclete. Ela está tímida quando olha para mim por
baixo dos cílios. Não há razão para ser tímida, no entanto. Ela é
um maldito nocaute.
O vestido curto que ela usa mostra suas pernas longas e me
vejo querendo pular a ida para o bar como combinamos, para que
ninguém a veja. Seu cabelo castanho foi penteado e solto nas
costas, implorando para ser tocado. A maquiagem acentua suas
feições, especialmente seus lábios carnudos.

K. Webster
“Você está tentando me matar,” acuso com um sorriso
quando digo a ela.
“Você parece muito quente mesmo.” Seu sorriso fica mais
largo.
Aperto seus quadris e a puxo contra mim, minha ereção está
dura entre nós. “Eu prometi a você uma noite em um bar, mas
porra, pagã, se não quero quebrar essa promessa agora.”
Ela ri. “Eu quero ir dançar. Você pode voltar e me foder a
noite toda. Mas primeiro vamos dançar.”
Eu beijo sua boca sorridente e agarro sua bunda com as duas
mãos. “Tudo bem, mas não sei quanto tempo vou durar por ver
você tão quente.”
Conseguimos sair do quarto de hotel sem foder, o que foi uma
luta. Uma vez que estamos fora na noite quente de primavera,
ficamos de mãos dadas, indiferentes se esses estranhos nos veem
juntos. Eu a acompanho pela calçada até chegarmos a um
restaurante próximo. A música toca e o lugar está lotado.
“Vamos comer lá fora,” digo a ela enquanto entramos.
A anfitriã nos guia para uma mesa ao ar livre e nos sentamos.
Somos barrados quando peço margaritas, mas felizmente Rylie
tem sua identidade falsa com ela. Minutos depois, estamos
mastigando batatas fritas, salsa e bebendo margaritas.
“Você está linda.” Seus olhos se iluminam com as minhas
palavras. Eu me inclino para frente e tiro seu colar debaixo do
vestido para que eu possa admirar nossos anéis pendurados em
seu pescoço. “Melhor.” Eu pisco para ela.
“Estou feliz, Huds.” Ela sorri para mim. “Muito feliz.”
“Porque você gosta de comida mexicana?” Provoco.
Seu sorriso fica mais largo. “Porque posso finalmente ter
você. Parece certo. Contanto que eu tenha você, sempre serei
feliz.”

K. Webster
Eu pego a mão dela na minha e aperto. “Mamãe e papai
poderiam não aprovar a nossa união, mas não posso deixar de
pensar que eles podem sentir nossa felicidade onde quer que
estejam. Eu acho que, no fundo, tudo o que sempre quiseram foi
a nossa felicidade. Nós fizemos isso, baby. Estamos ambos felizes.”
Seu sorriso vacila. “Por que parece que tudo pode
desaparecer em um instante?”
Pensamentos de sentar dentro de uma cela fria e vazia
penetram em minha mente. Sozinho. Sem ela. Isso seria um
inferno. “Ninguém pode saber.”
Ela acena com a cabeça. “Eu sei.”
O resto do jantar continua bom, mas não posso deixar de
olhar para todos com desconfiança. Nós até dançamos um pouco,
mas nenhum de nós está envolvido. Eles sabem? Depois de pagar,
eu a levo para fora do restaurante, ansioso para afastá-la dos
filhos da puta intrometidos.
“Onde estamos indo? O hotel é pra lá” diz ela, apontando na
direção oposta.
“Eu quero levar você para algum lugar.”
A caminhada é longa, mas agradável. Os grilos cantam e eu
posso ouvir carros na estrada próxima. Nós nos aproximamos de
um pequeno parque que é principalmente isolado por árvores. Ela
está quieta enquanto abro o portão e nos esgueiramos para
dentro.
“Vamos balançar,” digo a ela.
Nós sentamos nos balanços, mas não fazemos mais do que
sentar. Nossos corpos estão torcidos para que possamos nos
enfrentar.
“Posso ver o seu colar?”
Ela acena e o solta antes de entregá-lo para mim. Eu puxo os
anéis da corrente e entrego de volta para ela. Suas sobrancelhas
estão franzidas de curiosidade quando ela coloca o colar de volta.

K. Webster
“Eu não sei se eu vou poder casar com você em uma igreja
como você merece,” murmuro.
“Hudson…”
Coloco o anel maior na palma da mão dela. “Mas em todos os
sentidos do significado por trás da cerimônia, eu quero você desse
jeito. Talvez eles não nos deixem, mas nossos corações o farão.”
Eu deslizo o anel simples em seu dedo anelar. “Se tivéssemos
permissão, você gostaria de se casar comigo?”
Lágrimas vem em seus olhos e ela balança a cabeça. “Num
piscar de olhos.”
“Eu também Baby. Me desculpe, não posso te dar o que você
merece.”
Ela balança a cabeça, as lágrimas rolando pelo rosto,
enquanto ela desliza meu anel no meu dedo. “Você me dá tudo o
que quero e preciso. Eu não quero o que todo mundo tem. Quero
você.”
Inclinando-me para frente, eu capturo seus lábios com os
meus. Depois de um longo beijo, puxo um pouco para longe e tiro
um pouco de umidade em sua bochecha com o polegar. “Eu te
amo mais do que qualquer coisa. Eles teriam que me arrastar para
longe em algemas, porque eu nunca deixaria o seu lado de bom
grado.”
Seus dedos se prendem no meu cabelo. “Eu não seria capaz
de sobreviver sem você, nem iria querer.”
Nossas bocas se encontram novamente, desesperadas e
famintas. As palavras que falamos podem não ser o que se diria
em uma cerimônia de casamento tradicional, mas para nós, elas
são igualmente vinculantes.
“Eu te amo,” ela respira contra a minha boca. “Só você. Só
quero você.”

K. Webster
CAPÍTULO 22
Rylie
Uma semana depois…

“Seus pais ficariam tão orgulhosos,” diz tia Becky, sorrindo


para mim do outro lado da mesa da churrascaria onde estamos
celebrando minha formatura.
“Estou orgulhoso de você,” Hudson concorda, piscando para
mim.
Minha pele fica quente e tenho que me forçar a desviar o
olhar. No último fim de semana, depois do nosso fim de semana
sozinhos, tive que dirigir de volta para terminar minha última
semana de aula. Hudson ficou para trás e completou suas provas
finais. Agora que me formei e seu semestre acabou, um grande
peso foi levantado. Ainda não tivemos tempo sozinhos desde que
ele chegou esta manhã, mas assim que a tia Becky e o tio Randy
forem dormir, vou atacar meu irmão.
“Seu tio Randy e eu estamos procurando cruzeiros. Como
seus pais não estão aqui, pensamos em tirar umas férias em
família só nós quatro antes que o bebê venha. No próximo verão,
não poderemos,” diz tia Becky.
Eu fico triste com suas palavras. Eu não quero sair de férias
com eles. Eu quero ir embora como Hudson me prometeu. Para a
nossa cabana. Sozinhos. Apenas nós dois.
“A linha de cruzeiros é uma das melhores,” continua ela.
“Muito caro, mas vale cada centavo. Nenhuma dessas pequenas
cabines fica sem janelas neste navio.”
Enquanto ela continua, não posso deixar de me sentir triste.
Quando uma mão segura minha coxa debaixo da mesa, olho para
Hudson.

K. Webster
Ele fala a palavra: “Não.”
Eu lhe dou um sorriso. Hudson não quebra suas promessas.
Ele me disse que iríamos pegar a cabana, então vamos pegar
nossa velha cabana.
“Como está Travis?”
O questionamento súbito da tia Becky sobre o meu namorado
falso me deixa gaguejando. “Oh, ele está bem.”
Ela franze os lábios e lança os olhos para trás e para frente
entre Hudson e eu.
“Você falou com Amy ultimamente?” Ela pergunta ao meu
irmão. “Eu a vi na loja dela. Ela perdeu um pouco de peso, mas
está ótima. Perguntou sobre você e como você estava. Queria que
eu lhe dissesse para ligar para ela em algum momento, para que
vocês dois pudessem recuperar o atraso.”
“Eu a traí com uma garota da faculdade,” diz Hudson,
acabando com os sonhos idealistas de tia Becky de que eles voltem
a ficar juntos. “Estamos dando um tempo.”
“Talvez o tempo precise terminar,” diz ela, com um tom seco.
“Nós não vamos voltar a ficar juntos.” Ele bebe seu vinho e se
inclina para trás em sua cadeira, cruzando os braços musculosos
sobre o peito. A camisa azul-claro que ele usou na minha
formatura molda-se ao seu físico perfeito. É difícil manter os olhos
longe dele. Ele é muito gostoso.
“Eu entendo,” diz tia Becky.
“Eu estou cheio,” tio Randy fala. “Prontos para voltar para
casa?”
Eles pagam a conta e a viagem para casa é silenciosa. Tio
Randy, o menos falador do nosso grupo, mantém toda a conversa.
Nós começamos a ouvir tudo sobre um de seus clientes e como ele
quase bateu sua pontuação de golfe. Hudson está irritado ao meu
lado e tia Becky range os dentes bem alto. Quando chegamos em

K. Webster
casa, Hudson finge estar cansado e nos deixa para comer bolo
sozinho. Tio Randy come seu bolo rapidamente e então escapa.
Assim que ele se vai, a tia Becky diz o que quer. “Algo está
acontecendo com você.”
Eu mastigo o bolo e olho para ela com os olhos arregalados.
“Hmm?”
Seu olhar cai para o meu anel que está pendurado no meu
colar mais uma vez, não é seguro para usar no meu dedo ao redor
das pessoas. “Você e Travis estão ficando sérios?”
“Sim,” eu grito.
Ela estreita os olhos. “Isso é engraçado porque eu encontrei
com ele hoje na loja da Amy. Sua mãe é dona da loja ao lado.
Quando mencionei vocês dois namorando, ele riu.”
“Ele é um brincalhão,” murmuro. “O que ele disse?”
Suas narinas se abrem. “Ele disse que queria que vocês
estivessem namorando.”
Minhas bochechas queimam sob seu escrutínio. “Ele estava
apenas brincando com você.”
“Eu sei quando você está mentindo,” ela estala, me fazendo
pular. “Se vocês dois estão juntos, talvez deva trazê-lo aqui para
jantar amanhã.”
“Ok,” falo. “Eu não sabia que precisava de provas de quem eu
estava namorando.”
“Rylie, estou apenas tentando ajudá-la”
“Eu não preciso da sua ajuda,” grito para ela.

Eu: Ela é uma vadia


Hudson: Eu sei
Eu: Venha me ver.

K. Webster
Hudson: Muito arriscado. Venha me ver.
Eu: Me dê alguns minutos para ter certeza de que eles
estão dormindo.
Eu levando da cama no escuro e saio do meu quarto. O ar
condicionado mantém o ar frio e minhas pernas nuas ficam
geladas. Hudson vai me aquecer. Eu me aproximo do quarto de
minha tia e tio e pressiono meu ouvido na porta. Os roncos do tio
Randy são altos e a televisão não está mais ligada, o que significa
que eles estão dormindo.
Silenciosamente, desço as escadas até a porta do porão.
Então, escapo para baixo, onde Hudson fica. O brilho da televisão
ilumina o espaço. Ele não está sentado no sofá, mas no chão, perto
de algumas caixas que trouxemos da nossa antiga casa. Suas
sobrancelhas estão franzidas e seus ombros estão curvados.
“O que há de errado?” Sussurro enquanto vou para ele e me
ajoelho ao seu lado.
Ele está segurando a camiseta de beisebol da mamãe que diz:
Fan # 1 de Hudson.
“Eu a desapontei,” ele murmura. Ele vira a cabeça para me
olhar e suas feições estão torcidas em dor.
“Ela sempre foi tão orgulhosa de você.” Eu o abraço e beijo o
lado de seu pescoço. “Ela ainda estaria tão orgulhosa de você.
Você é mais do que beisebol, Hudson. Você é tudo para mim.”
Ele deixa cair a camisa para passar os dedos no meu cabelo.
Eu sou arrastada para os lábios dele e ele me beija forte. Nossas
línguas duelam pelo controle. Ele ganha. Ele sempre vence. Eu
gemo contra seus lábios, mas então ele está se afastando muito
em breve.
“Eu encontrei algo que mamãe gostaria que você tivesse,” ele
diz enquanto puxa uma caixa de madeira retangular.

K. Webster
“Sua tesoura de cortar o cabelo.” Eu pego a caixa de sua mão
e a abro. O metal brilha à luz da televisão. “Você se lembra como
o pai ficou chateado quando ela comprou isto?”
“Custou novecentos dólares,” diz ele com uma risada. “Eu
pensei que papai ia ficar nervoso.”
Eu sorrio. “Você vai me deixar praticar em seu cabelo?”
Sua sobrancelha arqueia divertidamente, o triste momento se
foi. “Você vai fazer um bom trabalho?” Ele puxa a caixa e coloca
no tapete ao lado dele. “Ou vai me dar um corte estilo tigela como
a mamãe fez quando eu estava no jardim de infância? Graças a
Deus ela foi para a escola de beleza e aprendeu mais tarde o que
não fazer. Isso foi horrível.”
Eu bato nele. “Sim, idiota. Eu vou fazer um bom trabalho.”
Ele agarra meu pulso e me beija. Uma risadinha me escapa
antes de sua mão cobrir minha boca para me manter quieta. Seu
corpo está pesado contra o meu. Eu posso sentir cada parte dele.
Minha camiseta e calcinha finas me permitem aproveitar cada
músculo dele. Seu pau está duro entre nós e eu tento me contorcer
para que ele esfregue contra o meu clitóris.
“Você é uma garota safada, hmmm?” Ele pergunta enquanto
lentamente mói contra mim.
Eu pisco para ele e aceno. Sua mão desliza da minha boca,
arrastando meu lábio inferior enquanto ele faz o seu caminho para
o meu queixo. Ele usa seus dedos para abrir minha boca e depois
sua mão continua até a minha garganta.
“Hudson,” eu sussurro.
Ele agarra meu pescoço de forma possessiva antes de seus
lábios pressionarem os meus. Eu lamento contra o beijo dele, o
que o faz gemer em resposta. Sua mão desliza para o meu peito e
ele aperta sobre a minha camisa.
“Uma semana foi muito tempo, pagã,” ele murmura. “Eu senti
tanto a sua falta.”

K. Webster
“Também senti sua falta. Eu preciso de você.”
Sua palma desliza sob a minha camisa e ele passa ao longo
da minha carne nua. Eu suspiro quando ele aperta meu mamilo.
Minha calcinha está molhada com a necessidade de tê-lo. Ele
arrasta a palma da minha mão no meu abdômen e coloca os dedos
debaixo da minha calcinha.
“Essas têm que sair,” ele rosna.
Ele começa a puxá-las quando a luz subitamente enche o
porão.
“Foda-se,” ele estala quando rola para longe de mim.
Sento-me e endireitando a camisa assim que tia Becky desce
as escadas e aparece. Seu olhar é cheio de raiva quando ela
observa a cena.
“Eu sabia!” Ela grita, com seu rosto ficando vermelho
brilhante. “Eu sabia disso!”
Hudson se levanta, com sua ereção óbvia como sempre em
sua calça de moletom. Oh Deus. Isto é ruim. “Sabia o que?” Ele
desafia, com uma veia latejando visivelmente no lado do seu
pescoço.
Eu levando rapidamente. “Estávamos olhando as coisas
velhas da mamãe e do papai e...”
“Não!” Ela grita. “Pare de mentir. Apenas pare a maldita
mentira. Eu sei que vocês dois estão dormindo juntos. Oh, Deus.
Ela engasga. “O que é que você fez?”
Meu coração pulsa no meu peito. “O que?! Do que você está
falando?”
“Pare de mentir!” Ela grita.
“Acalme-se” Hudson grita para ela, seu corpo naturalmente
se movendo na minha frente de uma maneira protetora.
“Afaste-se dela!” Tia Becky grita para ele. Ela pega um abajur
e joga nele. Ainda está na tomada, então não vai longe.

K. Webster
“Que diabos está acontecendo aqui?” Tio Randy exige
enquanto desce as escadas vestido com sua cueca e esfregando os
olhos.
“Eu te disse, Randy!” Ela aponta o dedo acusador para nós.
“Eles estão fodendo! É incesto.”
Randy continua no final da escada. “Você os flagrou?”
“Olha!” Ela aponta a mão para nós. “Eu interrompi algo!”
“Você está exagerando” diz Hudson. “Nós estávamos olhando
coisas dos nossos pais. Isso foi tudo. Pare com suas terríveis
acusações.”
Ela corre para Hudson e dá um tapa no rosto dele. “Não.
Minta. Para. Mim.” Quando ela vai bater nele novamente, ele
agarra seu pulso.
“Fique longe de mim,” ele grita, com seus ombros tensos de
raiva.
“Hudson,” choramingo, querendo que ele se acalme.
“Solte-a,” tio Randy grita, se aproximando de nós.
“Diga a ela para parar de me bater,” Hudson fala quando à
solta.
Ela bate nele novamente. “Eu deveria matar você! Fodendo
sua irmã? Você é um filho da puta doente!”
“Tia Becky!” Eu grito. “Pare!”
Ela começa a bater no peito de Hudson com os pulsos. Ele
agarra seus antebraços e a mantém longe dele.
“Tire suas malditas mãos dela, garoto,” ordena Tio Randy. Ele
a puxa para longe do meu irmão e vem entre eles. “Acho que é
hora de você arrumar suas coisas e ir embora. Você está causando
muitos problemas em minha casa.”

K. Webster
“Estou causando problemas?” Hudson ri com desdém. “A
cadela intrometida que é sua esposa está enfiando o nariz em
lugares onde não é chamada...”
Suas palavras são interrompidas quando o tio Randy o
empurra. Hudson bate em mim e caio no chão com força.
Quando Hudson percebe que eu fui empurrada para o chão,
ele enlouquece e ataca nosso tio. Hudson acerta um soco, mas o
tio Randy é brigão. Eles brigam e derrubam as coisas. Eu grito
para eles pararem, mas eles não escutam.
“Por favor, parem!” Eu imploro através das minhas lágrimas
enquanto me levanto. “Tia Becky, faça-os parar!” Mas ela se foi.
Deixou estes dois animais para brigar comigo assistindo sozinha.
Hudson acerta o tio Randy nas costelas, mas depois leva uma
cotovelada no queixo. Assim que vejo sangue escorrendo da boca
de Hudson, fico tonta. Eu tropeço e rastejo para onde Hudson e
eu estávamos sentados apenas momentos antes. Colocando meus
joelhos no peito, enterro o rosto para me esconder da luta deles.
Lágrimas rolam sem parar pelas minhas bochechas. Balanço para
frente e para trás, esperando que isso termine logo.
Grunhidos.
Socos.
Móveis batendo.
Isso continua para sempre.
Até as pessoas descerem as escadas para se juntarem a nós.
Polícia. A polícia está aqui. Nãonãonãonãonão!
“Hudson,” eu sussurro.
Dois policiais param a luta e arrastam os homens um do
outro. Meus olhos se chocam com o de Hudson e o coração partido
atravessa suas feições. Este é o fim. Tudo acaba.
“Ele está fodendo sua irmã,” tia Becky grita com eles. “Ela
está mentalmente doente. Ele se aproveitou dela.”

K. Webster
“Não,” eu falo, sentando-me de joelhos. “Não. Você entendeu
tudo errado.”
“Você vai para a prisão para o resto da sua vida,” ela sussurra
para ele. “Diga adeus a ela porque esta é a última vez que você vai
vê-la.”
“Não!” Eu grito e corro para ele. Eu me jogo contra ele, mas
ele já está algemado e não pode me abraçar de volta. “Não prenda
meu irmão! Você não pode levar meu irmão!”
“Rylie,” ele sufoca.
Um dos policiais me afasta de Hudson. Soluços me
arrebentam quando eles o levam para longe de mim.
“Você nunca mais a verá,” tia Becky sussurra.
A sala começa a ficar vazia quando as lágrimas jorram na
minha frente. Eu caio no chão e choro histericamente. Tia Becky
tenta me consolar, mas vou para longe dela.
“Não faça isso,” eu imploro, meu corpo estremecendo. “Por
favor.”
Ela olha para mim. “Está feito. Ele está doente e agora você
está segura. Eu vou te manter segura. Ele nunca mais tocará em
você. Vou me certificar de que ele fique longe por toda a vida.”
Suas palavras me atingem e desligo.
Não.
Eu preciso dele.
“Nós não fizemos nada de errado,” sussurro, meu lábio
inferior balançando descontroladamente.
“Ele se aproveitou de você. Me desculpe, Rylie. Alguém tinha
que intervir.”

K. Webster
CAPÍTULO 23
Hudson

Estou uma bagunça quando chego na cadeia local. Meus


pensamentos circulando ao redor dela. Rylie. Rylie. Rylie. Ela está
bem? Ela está chorando? Porra. Estou machucado e tudo dói, mas
meu coração dói tanto.
Não posso ser preso.
Não posso ficar longe dela.
“Um telefonema,” o delegado me diz.
Saindo da minha inércia, o sigo para o telefone. Com as mãos
trêmulas, disco um número que memorizei desde que era
adolescente.
“Olá?”
“Amy. Sou eu, Hudson.”
“Hudson? Por que você está ligando tão tarde?”
“Eu preciso de ajuda. Eu preciso que você busque Rylie e a
mantenha segura. Cuide dela.”
“Por quê? Onde está você? O que aconteceu?”
Eu solto um suspiro. “Eu estou na prisão”
“Não diga mais nada,” ela interrompe. “Aqui, fale com o
papai.”
“Olá?” Uma voz sonolenta cumprimenta.
“Sr. Kent.” Eu paro. “Estou na cadeia.”

K. Webster
“Merda, Hudson. O que aconteceu? Na verdade, não diga
nada até eu chegar ai para representar você.” Eu o ouço se
arrastar. “Diga a eles que seu advogado está a caminho.”
“Eu só queria que Amy checasse minha irmã. Eu não
pensei...”
“Não fale mais, filho. Não diga nada.”
Balançando a cabeça, afasto minha emoção. “Obrigado.”
Ele desliga e meu coração parece pesado. Rylie não vai levar
isso bem. Preciso que Amy a verifique e tenha certeza que ela está
bem.
Minha mente ainda é um nevoeiro e não é até que eles fechem
a porta de uma cela que deixo tudo desmoronar. Aconteceu. Não
importa o quanto tentássemos, as forças que queriam nos separar
eram mais fortes.
Eles ganharam.
E nós porra perdemos.

Seus gritos de angústia me matam. Eles ecoam pelas paredes


finas que separam nossos quartos e entram em minha alma.
Eles estão mortos. Eles estão mortos. Eles estão fodidamente
mortos.
Eu só estive em casa por algumas horas, mas é o suficiente
para perceber que Rylie vai realmente precisar de mim. Nós
perdemos nossos pais. Ela já está tão frágil e quebrada. Cabe a
mim cuidar dela porque mamãe e papai não podem.
Penso naqueles tempos a alguns anos, quando a depressão
dela piorou com a puberdade. Mamãe e papai estavam sempre
fazendo o melhor para consolá-la. Tantas vezes ela chorava em sua
cama à noite, tempos que costumavam me irritar. Olhando para
trás, percebo que fui eu quem estava errado. Na minha vida de

K. Webster
merda onde eu tenho todos convencidos de que tenho um plano e
um futuro, nada vive dentro de mim. Estou vazio.
Rylie não está vazia.
Ela está cheia de mais emoções do que um humano normal
consegue. Dentro dela vive raiva, tristeza e desespero. Eu deveria
ter ficado com a felicidade, mas parece que é uma emoção
indescritível que os Hales não têm acesso.
Mamãe e papai foram nossa felicidade.
Aqueles momentos em que senti que a pressão era demais,
bastou um telefonema encorajador e o incentivo da minha mãe. Um
texto de uma ou duas palavras do papai que significava tudo. Eles
podem não ter sido ricos como tia Becky e tio Randy, mas meus
pais fizeram tudo por nós. Todo o mundo deles existia para nos
fornecer não apenas um lar e estilo de vida bons e seguros, mas
também com amor incondicional.
Os gemidos de Rylie ficam mais altos.
Thump. Thump. Thump.
Algo dentro de mim parece acordar do sono.
Vá até ela. Faça-a feliz. É seu dever.
Levanto da cama, alarmado com a maneira que meu peito
lateja e meus ossos tremem. A necessidade esmagadora de
confortá-la e mostrar a ela que não estamos sozinhos está pulsando
através de mim. Saindo do meu quarto, silenciosamente vou até o
dela para não acordar nossa tia, que está dormindo na sala de
estar. Eu entro no quarto da minha irmã e fecho a porta atrás de
mim.
“Rylie.”
Seu nome mal é sussurrado dos meus lábios, mas é poderoso.
Tem a capacidade de transformar seus gemidos em choramingo.
Ela amaldiçoa a Deus em orações para eu segurá-la.
O propósito surge no meu peito como nunca antes.

K. Webster
Amy. Beisebol. Faculdade.
Nada me fez sentir como me sinto neste exato momento.
Levanto as cobertas e ela corre para me dar espaço. Uma vez
que deslizo sob os lençóis, ela me agarra desesperadamente.
Puxando-a para os meus braços, abraço-a no meu peito nu. Seu
cabelo cheira a lavanda e é um perfume suave, tão diferente dos
produtos caros de Amy que estou acostumado. Eu cheiro a minha
irmã e faço círculos reconfortantes com as pontas dos dedos ao
longo de suas costas. Suas lágrimas encharcam meu pescoço e meu
peito, mas elas estão desaparecendo.
Cabe a mim curá-la.
Isso é algo que posso fazer.
Ela se acomoda e sua respiração se equilibra. O orgulho
troveja através de mim. Eu beijo o cabelo dela e a abraço forte. Nos
meus braços, ela não se parece como minha irmã. Ela se parece
como um pequeno pedaço do coração de Hale que sobrou. Meu
trabalho não é muito maior agora que nossos pais se foram. Mas
juntos, podemos ser alguma coisa. Nós podemos sobreviver e
prosperar. Eu apenas sei disso.
Seu corpo parece tão frágil. Eu não quero que ela se desfaça,
então a seguro tão perto quanto posso, beijando seu cabelo uma e
outra vez. Estamos muito juntos, nossos corpos tocando onde nunca
tocaram antes, e parece certo. Eu tenho sido um idiota egoísta
mantendo minha irmã à distância. O tempo todo, poderíamos estar
ganhando força um do outro. Eu poderia ter sentido alguma paz
quando meu mundo parecia tão inútil, tudo que eu tinha que fazer
era abraçá-la.
Quando sua respiração finalmente se estabiliza e ela cai no
sono, estou ciente do quanto minha irmã se tornou uma mulher. Ela
terá dezoito anos em alguns meses. É estranho para mim segurá-
la tão intimamente. Isso me faz perceber que o corpo dela não é
muito diferente do de Amy. Seus seios são macios empurrados
contra mim. Pernas compridas, finas e macias enroscaram-se nas

K. Webster
minhas debaixo dos lençóis. Nossas pélvis estão juntas, fazendo
meu pau ciente da nossa proximidade. Tão mulher.
Imagens dela namorando me assombram.
Ela não precisa de ninguém em seu estado frágil.
Rylie só precisa de mim para ajuda-la. Isso é tudo que vai
precisar.
Minha mão encontra sua bunda por cima de seus shorts e eu
a puxo para mais perto. Imagens rápidas e sacanas voam em
minha mente e é um alívio da tristeza dolorida com a qual tenho
sido submetido nas últimas horas. Enquanto adormeço, permito-me
habitar nesses pensamentos. Culpar minha dor por imaginar como
nossos corpos se sentiriam nus e pressionados. Nós nos
sentiríamos inteiros então?
Meu pau pensa assim. Eu sou grato que ela está dormindo e
não percebe minha excitação. Estou tonto e confuso com a minha
resposta fisiológica a ela, juntamente com o caminho perigoso que
a minha mente segue. É isso que acontece quando alguém perde
duas pessoas que ama? Eles perdem a porra da cabeça?
“Estou doente.” Suas palavras são sonolentas e proferidas em
um sussurro. Ela fica tensa quando a realidade tenta roubá-la de
seu sono.
Aperto sua bunda e esfrego meu comprimento contra seu
abdômen, apenas uma vez, murmurando suaves garantias para
ela. A rigidez de seu corpo se derrete e ela se torna suave
novamente em meus braços. Amanhã, culparei meus curiosos e
necessitados toques pelo desespero, mas esta noite parece ajudar
a tornar meu mundo menos sombrio.
Procurando por sua orelha, escondida pelos cabelos dela,
sussurro: “Eu sou sua cura.”
Ela estremece e me agarra com força.
Eu sou sua cura.

K. Webster
“Eu sou seu advogado. Qualquer coisa que você diga é uma
informação privilegiada,” diz Bradley Kent do outro lado da mesa.
“Diga-me todos os detalhes. Mesmo aqueles de que você está
envergonhado.”
Então ele ouviu.
“Nós brigamos porque eles acusaram minha irmã e eu de
incesto.” Eu olho para a mesa que está gasta e suja.
“Acusaram? As acusações eram verdadeiras?”
Meu coração afunda. Se ele souber, Amy saberá. Todo mundo
saberá. “Não.” Mantendo minha palavra para Rylie, eu levanto o
meu olhar e prendo-o com um olhar duro. “Eu lutei com meu tio.
Isso eu não posso negar, mas as coisas que eles estão me
acusando são falsas.”
Seus olhos que parecem exatamente com Amy se alarmam de
surpresa. “Ok.”
“Perdemos nossos pais e passamos muito tempo nos
consolando. Mas acusar minha irmã e eu de dormirmos juntos é
ridículo,” eu digo.
Ele levanta as duas mãos em defesa, embora eu possa ver o
alívio em seu olhar. “Eu acredito em você. Neste momento,
estamos apenas esperando que apresentem queixa. Você estava
em sua casa, reivindicar legítima defesa na casa de outra pessoa
é um ponto discutível. Mas considerando que esta seria sua
primeira passagem pela polícia, você não receberá mais que uma
advertência.”
Eu travo os dentes. “E as acusações deles?”
“Se houvessem provas, o que não existirá, uma vez que nada
aconteceu, qualquer juiz com sentido em sua cabeça iria
dispensá-lo. O boato não tem validade no tribunal.” Ele franze a
testa. “No entanto, se houvesse alguma prova fornecida ou
testemunhos...” ele comenta. “Você poderia estar encrencado.
Vocês dois estariam.”

K. Webster
Nick.
Porra.
Ele possivelmente poderia complicar as coisas só por
mencionar suas próprias acusações.
“Nenhum testemunho,” minto. “Nenhuma prova.”
“Bom.”

K. Webster
CAPÍTULO 24
Rylie

“Está feito. Ele está doente e agora você está segura. Eu vou
te manter segura. Ele nunca mais tocará em você. Vou me certificar
de que ele fique longe por toda a vida.”
As palavras de tia Becky vibram repetidamente dentro da
minha cabeça. Cruel e interminável. Por horas ela tentou me
consolar, mas quero ficar sozinha. Em meu espaço. Eu coloco seu
capuz de beisebol favorito, me enrolo no chão segurando uma foto
da minha família e choro com a injustiça de tudo isso.
Por. Cada. Um. Deles.
Tudo tirado de mim.
Tia Becky desce muito para me ver e tenta me fazer comer ou
beber. Eu não posso responder a ela. Eu não posso olhar para ela.
Tudo o que posso fazer é imaginar o que fiz para merecer uma vida
assim.
Eu estava feliz.
Toda a dor e sofrimento causados pelo tumulto de amar meu
irmão quando eu não deveria ter amado.
Porque ele também me amava.
Eu não precisava mais me esconder na escuridão da minha
mente.
Ele estava lá para me encontrar. Para me abraçar. Para beijar
e fazer amor comigo.
Agora ele se foi.

K. Webster
“Está feito. Ele está doente e agora você está segura. Eu vou
te manter segura. Ele nunca mais tocará em você. Vou me certificar
de que ele fique longe por toda a vida.”
Mas o que será da minha vida sem ele?
Posso suportar ser levada de volta para a escuridão? Uma
leprosa por causa da forma que meu coração sangra por alguém
considerado intocável? Duas almas desesperadas pela outra e a
vida é o mestre das marionetes e diz que elas não podem ficar
juntas.
A vida é uma cadela.
Uma cadela maior que tia Becky.
Se sua mamãe estive aqui, ficaria furiosa. Eu não estava
brincando quando disse a Hudson que ela bateria nele com seu
taco de beisebol. Mas mamãe sempre protegeu seus filhos. Ela nos
amava ferozmente. Eu acho que ela teria tentado entender. Papai
poderia ser o único a fazê-la ver.
Eles não teriam enviado a outra metade do meu coração para
longe.
Meus pais teriam encontrado um jeito de sermos uma família.
Assim como eles sempre encontraram uma maneira de pagar por
beisebol e médico. Eles eram engenhosos e protetores.
Dor, diferente de tudo que eu já senti antes, faz meu
estômago se agitar violentamente. Tem pouco tempo que vomitei
o bolo da noite passada. Tudo o que posso fazer é sentir mágoa,
estremecer, tremer e implorar.
“Ele nunca mais tocará em você. Vou me certificar de que ele
fique longe por toda a vida.”
Pensamentos de Hudson preso destroem meu coração.
Alguém tão bonito e amoroso não merece isso. É injusto.
Tia Becky vem e vai mais uma vez, a preocupação evidente
em seus olhos que combinam com a de mamãe, enquanto tenta

K. Webster
me fazer ir para a cama descansar. Coma um pouco de torrada,
pelo menos. Apenas beba um pouco de chá.
Tudo o que posso fazer é olhar vagamente para ela.
Minhas lágrimas não têm fim.
Elas apenas caem e caem e caem.
E caem.
“Mamãe” eu choro, meu dedo acariciando o lado do rosto
através do vidro na moldura. “Papai.”
Quando olho para o sorriso feliz do meu irmão, a rachadura
que foi se abrindo através do meu coração finalmente se
manifesta. Estou dividida em dois, minha alma se esvaindo e
encharcando o tapete.
“Vou me certificar de que ele fique longe por toda a vida.”
A dor é demais. Eu nunca vou me recuperar disso. Eu nunca
vou me esquecer dele. Ele é meu único amor verdadeiro e não dou
a mínima para a sociedade. Cretinos hipócritas. As pessoas
mentem e traem seus cônjuges. Abusam de crianças. Sonegam
seus impostos. Decretam falência e não pagam suas contas.
Ferem os que amam. Dizem coisas cruéis àqueles com quem se
importam. Eles querem igualdade para negros, gays, mulheres,
transgêneros e imigrantes.
Mas isso?
Eles não podem lidar com isso?
Um irmão e uma irmã que estão loucamente apaixonados.
Doentes e curados um pelo outro.
Sem machucar ninguém.
Eles acham isso, nós, a mancha na humanidade que
simplesmente não conseguem aceitar? Eles criam leis na Fodida
Montana que dizem que pessoas como nós estão condenadas à
prisão por cem anos? Por quê? Amor.

K. Webster
Fodam-se eles.
Fodam-se esses hipócritas.
Mentirosos e abusadores.
Golpistas.
Malditos cegos que dizem o que temos é repugnante e
nojento.
Fodam-se eles!
Eu me levanto com os pés trêmulos e jogo uma pilha de
caixas no chão. Quero destruir tudo. Esta casa. Este mundo. Todo
mundo dentro.
Eu odeio eles.
Eu os odeio por pregar amor e não seguir adiante.
Se este mundo está cheio deles e eles não me deixam ter a
única coisa que me mantém aqui, então podem ter tudo.
“Por que nossa história de amor tem que ser uma tragédia?”
“A história de amor de mamãe e papai foi uma tragédia. Eu
acho que todas as boas são.”
“Não a nossa, baby. A nossa não será uma tragédia.”
“Promete?”
“Prometo.”
Hudson. Me desculpe por não termos vencido. Lamento que
nossa história de amor tenha sido uma tragédia também.
Caindo de joelhos, soluço quando abro a pequena caixa
retangular. Se mamãe estivesse aqui, ela me puxaria em seus
braços e prometeria que consertaria tudo. Suas palavras sempre
me curaram de alguma forma. Elas tinham poder como as de
Hudson.
Está feito.

K. Webster
Ele se foi.
“Vou me certificar de que ele fique longe por toda a vida.”
Novecentos dólares de metal brilham sob a luz do teto. Acena
para mim. Revela uma resposta.
“Por que nossa história de amor tem que ser uma tragédia?”
“Eu acho que todas as boas são.”
Afiada. Brilhante. Uma saída.
Eu a pego e fico impressionada com ela. Deslizo o dedo médio
e o polegar pelos orifícios para sentir o peso dela.
Snap. Snap. Snap
Lembro-me nitidamente de visitar minha mãe na loja
enquanto ela cortava o cabelo de seus clientes, fazendo-os passar
de desleixados a chiques em poucos minutos. Ela pegava algo feio
e fazia bonito.
Correndo o outro polegar ao longo da lâmina aberta da
tesoura, suspiro. Gotas vermelhas aparecem ao longo do corte e
fico paralisada pela maneira como o sangue escorre na minha
coxa nua. Coxas que há apenas algumas horas estavam enroladas
em Hudson.
Coloco a tesoura no carpete e puxo as mangas para cima.
Meus braços estão pálidos, mas posso ver as veias azuladas
abaixo da superfície. É tão fácil assim?
Vai doer.
Minha alma está doendo.
Qualquer coisa para me sentir melhor do que isso.
Pego a tesoura de volta, desta vez segurando-a aberta, minha
palma aperta uma das lâminas. A picada da dor lateja, mas não é
a pior do mundo. Eu enfio a ponta da outra lâmina no meu pulso.
Não perfura a pele, mas quando arrasto meu antebraço, a pele se
abre.

K. Webster
Permaneço imóvel, olhando para o sangue vermelho brilhante
jorrando do corte.
Isso não doe.
Não, a única coisa que dói é saber que nunca mais vou ver
Hudson.
Essa porra dói.
Minhas mãos começam a tremer e minhas lágrimas caem
mais fortes. Com as mãos desajeitadas, movo a tesoura na outra
mão. A lâmina, desta vez, cutuca com mais força e corta
imediatamente a pele. A dor ardente rasga minha pele enquanto o
metal me abre, mas não odeio isso. Agradeço a queimadura.
Continuo fixada no sangue.
Isso me lembra de quando Hudson raspou minhas pernas.
Quando acidentalmente cortou meu joelho. Seus lábios na minha
pele me deram esperança. Esperança para um futuro e felicidade.
Esse pequeno presente foi uma pequena semente que cresceu
dentro de mim. Nutrido apenas por ele. Ela cresceu e cresceu e
cresceu e cresceu até florescer. Amor. Floresceu em amor eterno.
E então eles cortaram.
Cortaram esse amor esperançoso, ensurdecedor e cego pela
raiz e pisaram nele.
Eu estava morta no momento em que eles o tiraram de mim.
A sonolência toma conta de mim. Não quero dormir, no
entanto. Quero olhar para o belo sangue que colore minhas coxas
e tapete. Quero usá-lo para me ajudar a lembrar daquela hora no
banheiro. Quero pensar em Hudson e ele dentro de mim.
Beijando e tocando.
Nada doente. Nada errado.
Amor.
Minha cabeça bate no carpete com um baque e tenho
dificuldade em manter os olhos abertos.

K. Webster
Vou dormir agora.
“O que você fez?” Ele diz, caindo de joelhos ao meu lado. Ele
não está aqui. Ele não é real. Eles o levaram para a vida toda. Isso
é o que tia Becky disse. “Estou aqui,” ele rosna.
Piscando para ele, sorrio. “Acho que estou morrendo.”
Seus lábios perfeitos chovem beijos em mim. Suave e
adorador. Então Hudson. “Você não está morrendo.”
Eu levanto meu braço sangrento. O corte é deformado. Aberto
e jorrando. Ele tenta segurá-lo fechado. Hudson, meu irmão forte e
lindo, não pode segurá-lo. Estou longe demais.
“Toda boa história de amor termina em tragédia,” digo.
“A nossa não deveria.”
Ele segura a tesoura, brilhante com o meu sangue. “Mostre-me
como,” diz ele.
Eu corro meu dedo tremendo e sangrento ao longo de seu
antebraço. “Aqui.”
Juntos, admiramos quando ele abre sua pele. Hudson não
quer ficar sozinho também. Ele quer estar comigo.
Doente. Doente. Doente.
Juntos, estamos curados.
Ele corta o outro lado e então sangra. Me puxa para ele e me
segura perto. Beija minha cabeça e me promete que nosso amor não
terminará aqui.
Um amor como o nosso transcende as mentes simples
daqueles que ocupam este mundo.
Nosso amor é poderoso demais para existir em tal lugar.
“Nós não somos uma tragédia,” diz Hudson, com sua voz
sonolenta como a minha.
Beijo. Beijo. Beijo.

K. Webster
Nossas bocas se acasalam como nossos corpos não podem
mais.
“Olhe para nós. Nós juntos. Eu rio, mas ninguém ouve.
Ninguém além de Hudson. Como sempre.”
“Não.” Sua voz é feroz, mesmo que esteja desaparecendo.
“Somos um felizes para sempre. Apenas é complicado.”

K. Webster
CAPÍTULO 25
Hudson

Eu paguei fiança.
Surreal.
Mal passei uma noite na cadeia. Eu tinha certeza de que
passaria a próxima década ou duas preso. Bradley me disse que
eu ficaria algum tempo se eles pudessem de alguma forma ter um
depoimento. As alegações de incesto e agressão se revelariam uma
mistura violenta que poderia me render muitos anos. Quando caí
em um sono profundo, me preocupando com Rylie, eu aceitei meu
destino.
Contanto que a merda não tocasse em Rylie, eu ficaria todo o
tempo que precisasse.
Depois que sou solto, entro no saguão da delegacia esperando
ver Bradley. Em vez disso, encontro tio Randy. Seu rosto está
inchado e machucado, mas ele não está com raiva.
Triste.
Seus olhos são lacrimejantes e cheios de dor.
Minha ansiedade aumenta quando meu coração se quebra.
“Rylie,” rosno quando me aproximo dele.
Ele se encolhe com o nome dela. Lágrimas quentes escorrem
pelo meu rosto enquanto empurro passando por ele, desesperado
por ar. Assim que estou do lado de fora, respiro fundo enquanto
seguro um corrimão nos degraus. Meu estômago aperta e minha
cabeça gira.

K. Webster
“Ouça,” ele diz atrás de mim.
“O... Onde ela esta?” Eu mal posso sufocar as palavras.
“Ela está no hospital.”
Girando, o agarro pela camisa. “Por quê? Por que ela está no
hospital?” Eu grito e o sacudo. “Por quê?”
Ele não luta comigo, não como á horas atrás. Em vez disso,
um som de dor escapa dele. “Jesus, Hudson. Havia muito sangue.
Eu… eu… ela…” Ele engole e seu queixo treme. “Ela cortou o pulso
com a tesoura de sua mãe. Eu juro que nós não sabíamos que ela
estava lá embaixo.”
Eu vi.
Eu sabia.
Meus joelhos se dobram e o mundo gira ao meu redor. Eu
bato no concreto dolorosamente, meus joelhos gritando enquanto
eles são raspados e machucados através da minha calça de
moletom. Estremeço e soluço quando puxo meu cabelo.
Não.
Fodidamente não.
Por que, Rylie?
Eu sempre voltaria para você. Eventualmente.
“Sua tia quer que você vá até lá,” diz tio Randy, com a voz
embargada de emoção. “Ela acha que vai fazer bem Rylie ver você.”
Estou muito fraco e quebrado, mas ele me agarra por trás e
me levanta. Eu me apoio no meu tio procurando forças enquanto
ele nos leva até o carro. Nós dois choramos, indiferente se alguém
nos julgar por isso. Rylie precisa de mim. Eu preciso que ela fique
bem.
“Eu, uh, não vamos prestar queixas,” diz ele com voz rouca.

K. Webster
As acusações são as últimas coisas que me preocupam. Eu
simplesmente aceno enquanto ele sai para a estrada. O caminho
para o hospital é curto e, no momento em que chegamos, saio do
carro, subitamente sentindo uma nova adrenalina. Tio Randy
passa correndo por mim para me mostrar aonde ir. Quando
chegamos ao saguão, encontro Amy sentada em uma cadeira, os
olhos vermelhos de tanto chorar.
“Vou mandar uma mensagem para Becky. Ela está lá com
ela. Eles só estão deixando uma pessoa de cada vez. Eu vou avisar
que você está aqui.” Ele puxa o telefone e eu passo pelo saguão.
“Ela diz que vai demorar alguns minutos. Eu vou pegar um café
pra gente.”
No momento em que ele se afasta, Amy solta um soluço
irregular. “Oh, Hudson. Venha aqui.”
Eu caio de joelhos ao lado dela e abraço sua cintura. Amy e
eu podemos não ser mais um casal, mas ela faz parte da minha
família há anos. Além de Rylie e minha tia e tio, ela é a pessoa
mais próxima.
“Eu não posso perdê-la,” eu grito. “Eu não posso.”
“Shhh” ela diz, acariciando meu cabelo. “Você não vai perdê-
la. Ela está bem.”
Ficamos em silêncio por um momento, seu choro suave é a
única coisa que pode ser ouvida.
“Hudson?”
Levanto e a vejo, meus olhos queimando, mas não combinam
com a dor dentro do meu coração. “Sim?”
“Desejo o melhor a vocês dois.”
Eu aperto meu queixo. “Eu só quero a minha irmã bem.”
Seu lábio inferior treme. “Você nunca olhou para mim do jeito
que olhava para ela. Eu nunca seria capaz de competir com isso.”

K. Webster
Eu pisco para ela, meu rosto ficando duro como pedra. As
lágrimas não recebem o aviso e descem pelo meu rosto.
“Não diga nada,” ela respira. “Só sei que posso não entender
os porquês, mas entendo você. Pela primeira vez desde que te
conheço, seus olhos brilham. Seu sorriso se tornou tão grande que
parecia doer.” Ela funga. “Seus olhos rastreavam e seguiam cada
movimento dela, como se o mero pensamento dela fora da sua
vista fosse doloroso.”
“Ela é minha irmã,” digo, minhas palavras não seguram o
veneno. Eu nunca vou admitir o que Rylie e eu temos. Não em mil
anos. É nosso segredo. Ninguém precisa saber.
“Eu sei...” ela diz. “Eu sei que você a ama mais do que
qualquer coisa neste mundo. E o que estou tentando e não estou
dizendo é que quero que você tenha isso. Eu quero que você seja
feliz, Hudson.”
“Eu só quero mantê-la segura.”
Ela franze os lábios. “Então, para mantê-la segura, você
precisará criar uma nova vida. Sua vida não pode existir aqui onde
todo mundo te conhece.”
Rangendo os dentes, eu não deixo transparecer que as
palavras dela são verdadeiras.
“Quarto 305,” grita tio Randy do corredor.
Eu me levanto e me afasto do meu passado em direção ao
meu futuro.
Assim que encontro o quarto, eu bato. A porta se abre e tia
Becky sai. Seus olhos estão inchados de chorar. Assim que ela me
vê, me puxa para si e me abraça. Eu permaneço duro em seus
braços.
“Eu preciso vê-la,” sufoco.
“Eu sei que você quer, baby.” Ela me aperta com força e
sussurra: “Eu sinto muito.”

K. Webster
Assim que ela se afasta, passo por ela e entro no quarto. Rylie
está acordada olhando para o teto. A porta se fecha atrás de mim.
Silenciosamente, me aproximo da cama dela. Seus braços foram
enfaixados com bandagens brancas, mas o sangue ainda está nas
fendas de suas unhas.
“Eu vou sempre voltar para você, pagã,” eu sussurro.
Ela recua e vira a cabeça. Suas feições impassíveis se
encolhem quando todos os sentimentos aparecem ao me ver. Um
soluço alto está em sua garganta.
“Shhh,” eu digo enquanto me sento na cama ao lado dela.
Minha mão é gentil quando pego a dela na minha. “Nunca tente
me deixar sozinho de novo, porra.” Ela borra quando minhas
lágrimas vazam.
“Eu... eu... pensei que eles levariam você embora para
sempre,” ela soluça. “Eu não poderia viver sem você.”
“Eu estou aqui, baby.”
Precisando estar mais perto dela, torço meu corpo e coloco
minhas pernas na cama ao lado da dela. Coloco a cabeça em sua
barriga e a abraço contra mim.
“Vamos sair deste lugar, Rylie. Apenas você e eu. Nós não
pertencemos mais aqui. Não tenho certeza se já pertencemos. Mas
onde pertencemos é juntos.” Beijo seu estômago. “Você não pode
se machucar, no entanto. Eu não vou conseguir lidar com a sua
perda. Prometa-me.”
“Eu prometo,” ela engasga.
Seus dedos fracos percorrem meu cabelo e fecho os olhos.
“Nós não somos uma maldita tragédia.”
“Eu sei,” ela respira. “Somos um felizes para sempre. Apenas
é complicado.”

Dois meses depois…

K. Webster
“Tem certeza de que é uma boa ideia?” Pergunta tia Becky,
franzindo as sobrancelhas.
“Ela precisa das férias. E depois…”
Ela suspira. “Eu sei. Eu só... eu odeio ver vocês dois indo
embora.”
Eu abraço minha tia e solto um suspiro pesado. “Ela precisa
de uma mudança de cenário. Eu sempre vou cuidar dela”. Eu me
afasto e começo caminhar para a caminhonete que está cheia de
nossas bagagens onde Rylie já está esperando dentro. Finalmente,
depois de semanas e semanas de fisioterapia por causa do dano
que ela causou a si mesma, o médico diz que ela está se
recuperando e pronta para fazer coisas normais. Enquanto ela
sentia falta das veias vitais quando se cortou, ela fortaleceu seus
músculos, nervos e ligamentos. Mas ela trabalhou duro para
chegar onde está agora. Um feriado muito atrasado está para
acontecer.
“Hudson,” tia Becky chama.
“Sim?”
“Só para você saber, isso não concordo com... você sabe.”
Incesto?
Eu sorrio para minha tia. “Eu não tenho ideia do que você
está falando.” Até hoje, Rylie e eu negamos isso. Mesmo quando
tia Becky nos encontra colados, nos agarrando desesperadamente
um ao outro enquanto dormimos no porão.
Ela solta um sorriso raro. “Você é um idiota como sua mãe.”
“Vou entender isso como um elogio, tia Becky.”
Subo na caminhonete e aceno para ela enquanto volta para
dentro. Rylie se aproxima e segura a minha mão, sua longa
cicatriz rosada é visível em seu antebraço que não está mais
enfaixado com atadura. Eu pego meu anel da palma da mão e
deslizo no meu dedo antes de beijar o lado da cabeça dela.

K. Webster
“Podemos fazer um par de pit stops ao longo do caminho?”
Ela pergunta, com sua mão pousando na minha coxa enquanto
caímos na estrada.
“Sim. Para onde vamos?
“Eu preciso ver Travis.”
Eu arqueio uma sobrancelha e atiro para ela com um olhar
questionador.
Ela sorri para mim, brilhante e bonita. “Você não é ciumento,
não é?”
“Com ciúmes daquele filho da puta? Claro que não.” Eu
resmungo porque mesmo que seja o dobro do seu tamanho e meu
pau é sem dúvida maior, ainda me incomoda que ela precise vê-
lo.
“Eu prometo que vou ficar bem. E então quero ir para a
cidade de Eureka Springs.”
“Você sabe que é no Arkansas,” digo de mau humor.
“Sim.”
“Quatro horas e meia para o sul.”
“Eu sei onde é,” ela diz.
Porra, é maravilhoso ouvir a verdadeira Rylie novamente. Eu
pensei que a tinha perdido. Nos últimos dois meses, ajudá-la a se
encontrar, tem funcionado. Ela está frustrada por não poder
realizar tarefas simples como se vestir e arrumar o cabelo.
Felizmente ela tem a mim. E também sei como raspar as pernas
dela.
“O Lago de Ozarks é apenas a uma hora e meia de distância,”
eu reclamo.
Ela ri. “Basta fazer como digo, Hudson.”
Com um sorriso que combina exatamente com o dela, porque
somos irmãos e tudo o mais, faço o que ela quer. Ela está

K. Webster
praticamente saltitando quando entramos na entrada da garagem
de Travis. Quando ela começa a buscar em sua carteira e tira um
maço de dinheiro, o desconforto passa por mim.
“Onde você conseguiu todo esse dinheiro?” Exijo.
Ela franze o nariz enquanto enruga a testa. “Tia Becky me
deu dinheiro para a minha formatura.”
“E por que você está prestes a dar a Travis de todas as
pessoas do caralho?”
Ela vira a cabeça e separa os lábios. “Você verá. Espere aqui.”
Eu pressiono um beijo em sua boca e assisto ela sair da
caminhonete. Hoje ela está usando um vestido branco simples
com sandálias. Seu cabelo escuro está solto e em ondas chocolate
suaves. Ela está fora por cerca de cinco minutos e depois vem
descendo as escadas com um enorme sorriso no rosto, com um
envelope amarelo na mão.
“Para Eureka Springs,” diz ela enquanto se senta ao meu
lado.
Enquanto dirigimos, envolvo meu braço nela e a puxo ao meu
lado. “O que há em Eureka Springs, afinal?”
Ela descansa a cabeça em mim. “É onde mamãe e papai se
casaram. Eu sempre quis me casar lá também.”
A culpa se espalha através de mim. Algumas coisas nunca
poderei dar a ela. “Ry”
“Eu resolvi tudo, Hudson. Não se preocupe.”
Ela parece tão feliz e segura de si mesma. Eu serei
amaldiçoado se eu estragar sua festa. “O que está no envelope,
pagã?”
“Tudo o que precisamos para mudar nosso futuro.”

K. Webster
Acontece que tudo o que precisávamos era de uma nova
identificação falsa, certidão de nascimento e cartão de seguro
social. Heather Miller. A mulher com quem me casei legalmente,
ou ilegalmente, dependendo de como você vê isso, em uma floresta
extravagante em Eureka Springs, Arkansas.
“Diga-me que você está feliz,” ela diz enquanto caminhamos
até a cabana da casa na árvore escondida em um bosque de
árvores. “Por favor, me diga que você está bem com isso.”
Eu prendo sua cintura com o braço e a puxo contra mim.
Nem uma hora atrás, prometi minha lealdade e amor a ela até que
a morte nos separasse. O ministro ordenado era um homem idoso
com lentes bifocais de uma polegada de espessura e que mal podia
ouvir uma coisa. Ele não nos corrigiu quando eu prometi a Rylie
não a Heather que eu a amaria durante a doença, especialmente
através da doença. Ter permissão para dizer meus votos para ela
significava o mundo para mim. E vendo a felicidade brilhando em
seus grandes olhos castanhos significava que ela também amava.
“Estou muito feliz,” digo a ela, beijando o topo de sua cabeça.
“Agora vamos verificar este lugar que você reservou secretamente
usando meu cartão de crédito.”
Ela ri enquanto subimos os degraus. Está no alto das árvores.
Um lugar muito legal aninhado no meio do nada. Quando
chegamos ao topo, ela destranca a porta, mas não a deixo entrar
na cabine.
“Ainda não, esposa,” eu rosno.
Ela grita quando eu a pego em meus braços e a carrego para
o limiar. “Você é tão romântico, marido.”
Nós dois rimos, porque é preciso acostumar-se a chamar um
ao outro com esses nomes.
Eu chuto a porta atrás de mim e a coloco de pé. O espaço é
pitoresco com muitas janelas, mas mobiliado com um toque
moderno.

K. Webster
“Uma banheira em forma de coração?” Pergunto com uma
risada.
“Shh, é fofo.”
Ela caminha para a banheira que está situada em um canto
do outro lado da cama king-size. Está cercada por janelas com
vista para a floresta densa abaixo. “É lindo.”
Eu fico atrás dela e passo os dedos pelos seus cabelos macios.
“Realmente.”
Ela se vira e olha para mim com tanta devoção nos olhos que
dói. “Eu gosto daqui. Talvez poderíamos…”
Eu sei o que ela quer. Eu sinto isso correndo por mim
também. “Ficar aqui e fazer novas memórias de férias?”
Ela morde o lábio inferior e acena com a cabeça, como se
estivesse preocupada que eu diria não a ela. Eu nunca direi a ela
não. Nunca. Rylie terá o que quiser nesta vida. Eu vou fazer com
que ela tenha. Isso é tudo o que eu quero.
Eu pego suas bochechas e me inclino para beijar seus lábios.
“Sim. Vamos fazer isso.”
“Olhe para você,” eu digo enquanto levo um minuto para
admirá-la em suas roupas sexy. Hale, com a minha letra, está
rabiscada em suas costelas em tinta preta, reivindicando-a como
minha. A aliança de casamento brilha na luz do sol entrando pelas
janelas atrás de mim.
“Olhe para você,” ela responde, com um sorriso nos lábios.
Então, solta o sutiã por trás e libera seus peitos perfeitos. Os
mamilos estão duros e em atenção, apenas implorando por meus
dentes.
Eu me aproximo e puxo suas sandálias uma por uma,
deixando-as cair no chão de madeira. Ela se deita e olha para mim
com desejo nadando em seus olhos. Meu pau dói no meu short.
Nós não fodemos muito nos últimos dois meses. Tendo passado
por toda a merda que passamos com a tia Becky descobrindo, nos

K. Webster
certificamos de fazer sexo apenas quando soubéssemos que
estavam no trabalho e não na casa. Estou ansioso para tê-la hoje
e pelo olhar sensual em seu rosto, eu diria que ela está mais do
que pronta para me ter também.
“Tire a sua calcinha,” eu instruo.
Ela desliza os pés para a cama e levanta a bunda para que
possa empurrar a calcinha para baixo. Eu me inclino para frente
e pego o material rendado para ajudá-las a descer pelas coxas.
Uma vez que ela está nua e desnuda para mim, empurro seus
joelhos separados. Sob o sol brilhante, sua buceta está rosa pálida
e brilhante.
Eu chego por trás do meu pescoço e tiro minha camisa. O
resto das minhas roupas saem rapidamente. Suas feições se
tornam escuras e famintas enquanto ela olha para o meu pau que
salta na minha frente. Eu me ajoelho ao lado da cama e agarro
seus quadris. Ela ri quando eu a empurro para a borda para que
sua bunda fique pendurada. Sua risada morre na garganta,
quando corro a língua ao longo de sua fenda suculenta. Suas
costas se levantam da cama, fazendo seus peitos tremerem.
“Hudson,” ela implora.
Eu trabalho em chupar seu clitóris. Eu amo o jeito que faz
ela gemer, se contorcer e gritar. Não demora muito para ela se
soltar quando seu orgasmo toma conta. Ela ainda está tremendo
quando eu subo nela. Deslizando meu braço embaixo dela, puxo-
a mais para cima da cama. Ela choraminga quando meu pau
esfrega contra seu clitóris sensível.
“Você quer meu pau dentro de você, pagã? Você sentiu falta
de esticar seu pequeno buraco apertado?”
“Oh Deus,” ela geme. “Sim. Eu preciso de você.”
Com um sorriso, pego meu pau e o guio no seu corpo em
espera. Nós dois soltamos um sopro de ar quando empurro meu
pau dentro dela até o final. Várias vezes, eu deslizo para dentro e
para fora lentamente para que possa ver o jeito que o meu corpo
se encaixa dentro dela. A maneira como sua buceta parece

K. Webster
esticada até os limites. Como sua excitação reveste meu pau e
lubrifica.
“Veja como nós nos encaixamos perfeitamente,” murmuro,
meus olhos fixados em onde nos juntamos. “Você vê?”
Ela morde o lábio inferior e balança a cabeça enquanto me
observa fodendo com ela. “É muito bom.”
“É bom pra caralho,” eu concordo.
Eu me acomodo em cima de seu minúsculo corpo para poder
olhar nos olhos dela. Ela brilha com amor e adoração. O
sentimento é mútuo. Enfio os dedos em seus cabelos e beijo sua
boca enquanto meus quadris empurram contra ela. Eu nunca
poderei entender como vivi sem ter Rylie assim. Somos duas
metades de um coração que só bate junto.
“Hudson,” ela grita contra a minha boca.
Eu deslizo a palma da mão para suas costelas que parecem
quebráveis sob ela, mas de alguma forma também fortes com Hale
rabiscado através delas. “Rylie.”
Fragmentos de palavras misturadas com gemidos ecoam no
quarto da casa da árvore. Nossos corpos suados estão
escorregadios enquanto transamos. Cada um de nós se apega
desesperadamente ao outro.
Ela murmura palavras de amor e louvor. Eu mostro a ela com
meu corpo que sinto o mesmo.
Juntos, fazemos amor doce e frenético.
Ela é minha esposa, minha irmã, meu tudo.
A vida pode parecer muito curta e muito frágil...
Eu serei amaldiçoado se eu perder um segundo disso.

K. Webster
CAPÍTULO 26
Rylie
Vários meses depois...

“Eu posso pegá-lo,” resmungo, mesmo que me preocupe com


meus braços falhando. Meu novo médico disse que tenho danos
nos nervos que podem nunca se recuperar. Sonhos de cortar o
cabelo como mamãe fez, foram deixados de lado quando tive que
descobrir minhas próprias forças e habilidades.
Hudson me ignora enquanto usa as luvas do forno para tirar
o peru gigante do forno. Ele coloca no fogão e depois fecha a porta.
“Não se parece com o da mamãe,” ele reflete em voz alta.
Eu bato nele. “É uma receita nova.” Eu o cutuco com o meu
quadril e ele sai do caminho, mas não antes de enfiar o dedo no
purê de batatas. “Você não tem trabalho a fazer?”
Ele sorri para mim, largo e infantil. Depois de todo esse tempo
juntos, como casal, ainda é difícil acreditar que ele é meu. “Boyd
diz que todo mundo merece o Dia de Ação de Graças.”
Sacudo a cabeça. “Ele não disse isso.”
Hudson é contador do Resort Riverside de Boyd Williams.
Suas cabanas são top de linha e têm as melhores vistas em
Jasper. Ele também nos permite alugar uma das cabanas em uma
seção isolada de sua propriedade por quase nada. Eu posso não
saber muito sobre finanças e contabilidade como o meu irmão
genial, mas Boyd me ajuda com marketing e material de website.
Ele tem sido paciente e muito bom em nos levar sob sua asa.
“Ele disse, e eu cito: ─ Aproveite o dia de folga, assista a um
pouco de futebol, coma uma torta no café, faça alguma merda e
dê um pouco de amor à sua esposa. Mas não nessa ordem, filho.
Definitivamente não é nessa ordem.”

K. Webster
Eu rio porque posso imaginar Boyd dizendo exatamente isso.
Sua barriga é grande, mas seu bigode é maior. O caipira mais
engraçado do País, que já conheci. Provavelmente o mais rico de
Jasper, Arkansas também. Sua esposa, Patty, deveria ter ganhado
uma medalha por suportá-lo por trinta anos. “Isso soa como o
Boyd que conheço.”
Hudson ri enquanto procura na geladeira, sem dúvida os
ovos que fiz antes. Memórias da mamãe batendo nele com a toalha
por comer o jantar antes de estar pronto me faz sorrir. Eu não
discuto com ele, mas garanto que tudo está pronto para comer.
“Você quer fazer a oração?” Pergunto enquanto tiro meu
avental. O primeiro Dia de Ação de Graças sem nossos pais é
difícil, mas Hudson me prometeu que faríamos novas memórias.
Sempre fazendo novas memórias. É assim que seguimos.
Ele anda atrás de mim, descansando o queixo na minha
cabeça e mãos na minha barriga. “Senhor, obrigado por nos dar
um ao outro e esta vida perfeita em Jasper. Diga a mamãe e papai
oi.”
Eu rio e bato na mão dele. “E?”
“Obrigado por deixar Rylie me fazer comida o tempo todo
agora, Senhor. Eu sou extremamente legal com ela.”
“Tudo que você tinha que fazer era dizer por favor. Eu te disse
isso quando éramos crianças. Você era muito teimoso naquela
época,” eu digo com um bufar brincalhão.
Nós dois rimos.
“E o que mais?” Pergunto.
“Obrigado, Senhor, por abençoar esta comida.”
“Amém,” eu digo primorosamente.
Ele beija o lado do meu pescoço. “Meu filho está com fome?”
Como se acordado por seu pai, nosso filho chuta para ele.

K. Webster
“Sempre.” Virando, deslizo as mãos no peito firme de Hudson
e as coloco em seus ombros. Minha barriga está redonda e grande
entre nós. A vida é bem perfeita.
Meu novo médico em Jasper prescreveu antidepressivos que
são seguros durante a gravidez, já que os meus antigos não eram.
Eu não gosto de toma-los, mas também não gosto de quão fechada
e escura minha mente pode ficar. O remédio ajuda a me manter
na linha reta e estreita. Mas Hudson é quem me cura
completamente.
Seu amor é uma cura.
“Eu fiz. Você acha...” Paro e mordo meu lábio inferior, na
esperança de manter as lágrimas à distância. “Você acha que ele
vai ser como eu?”
Hudson coloca os dedos no meu cabelo e me beija ferozmente.
Quando estou com falta de ar, ele se afasta e descansa a testa na
minha. “Espero que ele seja como você. Inteligente. Perfeito. Um
ótimo cozinheiro. Engraçado. Fodidamente adorável.”
Eu sorrio para ele. “Talvez eu queira que ele seja como você.
Forte e um especialista em matemática.”
“É isso aí? Eu te dou cinco coisas e você me dá duas?” Seus
dentes mordiscam alegremente minha mandíbula e o lado do meu
pescoço.
“Você é muito mais do que duas,” concordo. Meu sorriso
vacila. “Eu quis dizer, você sabe, doente mental.”
Não importa quantas vezes Hudson me assegure que nosso
filho vai ficar bem, eu me preocupo. Há uma chance de que,
geneticamente, eu possa transmitir minha depressão para meu
filho. Mas o que mais me preocupa são novas doenças dadas a ele
por causa de quem é seu pai, meu irmão. Eu vasculhei a Internet
procurando artigos sobre incesto. Apesar do ódio e repulsa
voltados para o assunto, ainda não encontrei nenhuma prova de
que defeitos congênitos e transtornos mentais estejam ligados ao
incesto. No meu esforço para encontrar respostas, porém,
encontrei um fórum onde pessoas como nós de todo o mundo têm

K. Webster
um lugar para discutir nossos desafios e triunfos, permanecendo
anônimos. Os administradores do grupo monitoram de perto as
pessoas e mantêm qualquer ódio longe de nós. Eu encontrei uma
amiga, Maggie, que também está com o irmão dela. Eles têm três
filhos e todos são saudáveis. Eu faço a ela milhões de perguntas e
ela responde a todas elas pacientemente.
“Você se lembra dos nossos votos?” Ele pergunta, seus lábios
arrastando beijos ao longo da minha bochecha até que ele chega
à minha boca.
“Eu te amo, mesmo na doença, Rylie. Farei o mesmo pelo
nosso filho. Somos uma família.”
Piscando minhas lágrimas, sorrio para ele. “Uma família.”
“Agora vamos ver se este jantar acaba bem. Não é tarde
demais para acabar com o jantar de Boyd e Patty, se esse for uma
falha total,” ele brinca, aliviando o clima.
“Você é um idiota” resmungo, incapaz de esconder o meu
sorriso.
“Um idiota que estava dentro da sua buceta na noite passada,
pagã.” Ele sorri maliciosamente para mim.
“Hudson Hale!”
“Sim, Rylie Hale?”
“Você é tão mau.”
Ele ri, o som profundo e rude. “Então você deve ser mau
também, porque você gozou alto o suficiente para que eu tivesse
certeza que metade dos convidados do rio me ouviram esticando
sua pequena bunda carente.”
Balanço a cabeça para ele. “Este não é um bom começo para
o nosso primeiro Dia de Ação de Graças oficial.”
“Tudo o que você diz, linda. Eu acho que é meio perfeito.” Ele
rouba um beijo enquanto corta o peru.

K. Webster
Eu pego a tigela de purê de batatas e apenas sinto uma
pequena pressão com a dor que atinge meus braços. Eu tenho
trabalhado duro com os pesos ultimamente porque quero ser
capaz de carregar meu filho sem problemas. Um dia, espero ter
uma funcionalidade completa e sem dor nos meus braços.
Enquanto nos sentamos em nossa mesa para duas pessoas,
que já tem uma cadeira de criança montada, aproveito para curtir
nosso pequeno pedaço do céu. Além da grande janela voltada para
o oeste, há um mar sem fim de árvores, todas elas laranjas
brilhantes, amarelas, vermelhas e marrons. O belo e sinuoso rio
Buffalo pode ser visto atravessando as árvores abaixo.
Hudson atravessa a mesa e passa a ponta do dedo ao longo
da minha cicatriz no meu braço direito. Eu me viro para vê-lo,
maravilhada com o quão bonito ele é. Ele deixou sua barba crescer
e isso faz com que pareça mais velho e mais robusto.
Meu.
“Eu não podia pedir nada mais do que isso, Rylie. Isso é
tudo.” Sua mão aperta a minha. “Você é tudo.”

K. Webster
EPÍLOGO
Hudson
Seis anos e meio depois...

“Corra, JJ, corra!” Rylie grita da mesa de piquenique onde se


senta com a tia Becky.
Nosso filho corre tão rápido quanto suas pequenas pernas o
permitem pelas bases improvisadas. Seu primo ligeiramente mais
velho, Hunter, encontra a bola de beisebol e joga para Tio Randy,
que erra. Hunter e Tio Randy não jogam bem beisebol, mas ainda
são só sorrisos. Quando JJ pisa na sua base, ele corre até mim e
joga seus braços magros ao redor da minha cintura.
“Home run, papai” diz ele, ofegante.
Seu cabelo escuro está suado e levemente encaracolado. O
menino mais fofo do planeta. Parece com seu avô, Jerald James
Hale, de quem recebeu o nome.
“Bom trabalho, esguicho,” digo a ele e depois bagunço o seu
cabelo.
“Podemos nadar agora?” Pergunta ele, não mais interessado
em nosso jogo de beisebol. Nós andamos de barco a tarde inteira
e paramos para almoçar e jogar uma partida rápida de beisebol.
“Nadar!” Lo, abreviação de Lauren em homenagem a sua avó,
grita, agitando seus braços grossos no ar.
Rylie pega nossa filha de três anos, que está brincando na
areia perto da mesa de piquenique, e a coloca no quadril. Ela pode
estar grávida do nosso terceiro filho, mas ainda está linda como
sempre. Quando nossos olhos se encontram, os dela brilham de
felicidade. Eu sei que o meu reflete o mesmo.

K. Webster
Tia Becky, finalmente grávida do segundo, anda atrás de
Rylie. Suas bochechas estão cheias e seu rosto está vermelho, mas
minha rabugenta tia Becky está muito mais calma hoje em dia.
Depois que Rylie quase tirou sua vida, algo mudou em nossa tia.
Nunca foi falado sobre o assunto. Até hoje, continuamos a mentir
que Travis continua engravidando Rylie Hale. Um pai tão imbecil.
Pobre Travis.
Mas Heather Miller?
Heather Miller, de acordo com o estado de Arkansas, se casou
com Hudson Hale em um dia quente de verão. Eles passaram a
lua de mel por uma semana inteira em uma cabana na árvore em
Eureka Springs. Então, eles pegaram a estrada e se estabeleceram
na primeira cidade que se sentiram em casa. Jasper, Arkansas.
Hudson Hale esbarrou em um velho mal-humorado com um
bigode discutindo sobre sua mudança em uma loja de esquina.
Ele ajudou o velho e o homem ofereceu-lhe um emprego, uma casa
e um pedaço do paraíso. Hudson Hale é listado como pai nas
certidões de nascimento de JJ e Lo. E quando o bebê Colin chegar,
será o mesmo.
E para estender ainda mais a mentira, dissemos a tia Becky
e ao tio Randy que as crianças me chamavam de papai, para que
não soubessem que o pai de verdade era um merda. Um pedaço
de merda falsa, mas um pedaço de merda, no entanto.
Nossa tia e meu tio não discutem conosco. Eles não reclamam
de nossas mentiras. Não fazem perguntas. E certamente não
olham para nós com nojo como achei que poderiam. Em vez disso,
simplesmente nos pedem para manter contato e passar pelo
menos uma semana durante o verão em Lake of the Ozarks com
eles.
Perto da beira da água, ajudo JJ a colocar o colete salva-vidas
de volta. Uma vez que ele está amarrado, segue Hunter e tio Randy
para o barco, sempre ansioso para passar o tempo com seu primo
e tio. Tia Becky sorri para mim enquanto tio Randy a ajuda no
barco também. Rylie e eu ficamos por um momento. Seus grandes
olhos castanhos ardem nos meus, implorando por um beijo.

K. Webster
Mas não aqui.
Agora não.
Não fora da nossa bolha segura nas Montanhas Ozark em
Jasper.
Esta noite, porém, quando as crianças estiverem dormindo e
estivermos sozinhos, eu vou beijá-la a noite toda. Em toda parte.
Por quanto tempo ela me pedir.
“Tira,” lamenta Lo. Ela tenta puxar seu colete salva-vidas que
nós não tiramos, mesmo para o almoço, mas faço cócegas nela e
a distraio. Ela estende a mão para mim e sorri, sua boca cheia de
dentes adorável como o inferno. “Papai.”
Puxando-a para mim, beijo seu cabelo castanho macio e pisco
para Rylie, que olha para mim com olhos famintos. “Mais tarde,
pagã. Eu sei o que quer e você pode ter mais tarde, quando não
houver olhos indiscretos ao redor. Prometo.”
Um avião passa por cima, chamando a atenção de todos. Os
meninos e nossa filha estão apontando para o céu. Tio Randy e a
tia Becky estão protegendo os olhos também.
“Ninguém tem que saber,” Rylie murmura, mordendo seu
lábio suculento que sei que vai ter gosto de melancia que ela tem
mordiscado o dia todo.
Inclinando-me, roubo um beijo porque é impossível negar
algo a ela.
Rápido. Doce. Nosso.
“Você tem gosto de melancia e felicidade,” digo enquanto
caminhamos em direção ao barco. Aperto sua bunda
discretamente sobre seu biquíni que abraça sua bunda perfeita.
Está grande de novo agora que ela está grávida e adoro isso.
Ninguém precisa saber.
Ela sorri de volta para mim. “Você tem gosto de meu.”

K. Webster
Fim
(Esse é um felizes para sempre. Apenas um complicado.)

K. Webster

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