0% acharam este documento útil (0 voto)
156 visualizações3 páginas

Conceito de Bilinguismo

Fazer download em docx, pdf ou txt
Fazer download em docx, pdf ou txt
Fazer download em docx, pdf ou txt
Você está na página 1/ 3

Acadêmica: Kelly Cristine Ravanhã Ribeiro

Disciplina: LIBRAS

Conceito de Bilinguismo

Ao pesquisar sobre o conceito de bilinguismo, encontramos: do latim


bilinguis, o qual bilíngue é um adjetivo que se utiliza em referência a pessoas
que falam duas línguas ou àquilo que está escrito em dois idiomas. A pessoa
que fala somente uma língua é chamada de “monolíngue”. Para o termo
bilinguismo, encontramos: a capacidade de uma pessoa para utilizar duas
línguas com destreza e facilidade pode ser nativo ou adquirido. Se uma criança
for filha de brasileiros, mas que tenha nascido e criado no Paraguai, é provável
que seja um bilíngue nativo, uma vez que, em sua casa, se fala português, ao
passo que, na escola e na comunidade em geral, comunica em espanhol.
Temos também o bilinguismo adquirido, que é quando a pessoa aprende outro
idioma e o estuda a vida inteira, dominará esta segunda língua na perfeição
para além da sua língua materna. o conceito de bilingue está associado a um
manejar perfeito de duas línguas que possam ser utilizadas pelo indivíduo com
toda a facilidade (na medida em que se consegue expressar sem problemas
em ambos os idiomas.
De acordo com a autora Antonieta Heyden Megale, em seu artigo, a
noção de bilingüismo tornou-se cada vez mais ampla e difícil de conceituar, a
partir do século XX. De acordo com o dicionário Oxford (2000:117) bilíngüe é
definido como: “ser capaz de falar duas línguas igualmente bem porque as
utiliza desde muito jovem”. Popularmente, ser bilíngüe é o mesmo que ser
capaz de falar duas línguas perfeitamente; esta é também a definição
empregada por Bloomfield que define bilingüismo como “o controle nativo de
duas línguas” (BLOOMFIELD, 1935, apud HARMERS e BLANC, 2000:6).
Opondo-se a esta visão que inclui apenas bilíngües perfeitos, Macnamara
propõe que “um indivíduo bilíngüe é alguém que possui competência mínima
em uma das quatro habilidades lingüísticas (falar, ouvir, ler e escrever) em uma
língua diferente de sua língua nativa” (MACNAMARA, 1967 apud HARMERS e
BLANC, 2000:6.). Outros autores, como Barker e Prys Jones (1998),
questionam a classificação de indivíduos bilíngües: - Devem-se considerar
bilíngües somente indivíduos fluentes nas duas línguas? - São considerados
bilíngües apenas indivíduos com competência lingüística equivalente nas duas
línguas? - Proficiência nas duas línguas deve ser o único critério para a
definição de bilingüismo, ou o modo como essas línguas são utilizadas também
deve ser levado em consideração? A definição mais comum de bilíngüe é a do
indivíduo que fala duas línguas. Entretanto, como se define então, um indivíduo
que entende perfeitamente uma segunda língua, mas não possui habilidade
suficiente para nela se expressar oralmente? E um indivíduo que fala essa
língua, mas não escreve? Devem-se considerar estes indivíduos bilíngües?
Devem-se levar em conta auto-avaliação e auto-regulação ao definir quem é
bilíngüe? Existem graus diferentes de bilingüismo que podem variar de acordo
com o tempo e a circunstância? O bilingüismo deve ser considerado, então, um
termo relativo? (BARKER e PRYS, 1998 apud LI WEI, 2000).
O termo Bilinguismo ainda não se popularizou no Brasil. No entanto,
circula cada vez mais forte e frequentemente em discussões importantes sobre
a educação bilíngue de surdos e de indígenas, além de estar na base das
iniciativas que buscam revitalizar as línguas herdadas dos imigrantes, como o
pomerano e o talian. De acordo com o francês François Grosjean, professor
emérito da Universidade de Neuchâtel, metade da população mundial é
bilíngue. Tendo em comum, alguns exemplos:
a) a criança que têm pais que falam duas línguas em casa e as aprendeu
simultaneamente antes dos três anos de idade.
b) o adolescente brasileiro que participa de jogos virtuais em uma comunidade
em que o inglês é a língua de comunicação.
c) o estudante lê e escreve em espanhol, mas só fala frases básicas.
d) a criança que entende Kaingang, ou pomerano, usado pelos avós, mas não
o fala.
Segundo a definição de bilinguismo de François Grosjean, todas as pessoas
dos exemplos acima podem ser consideradas bilíngues.
De acordo com um grupo de pesquisadores da UFRGS, o Bilinguismo
(num sentido escrito) é uma proposta de ensino usada por escolas que se
propõem a tornar acessível à criança duas línguas no contexto escolar. Os
estudos têm apontado para essa proposta como sendo mais adequada para o
ensino de crianças surdas, tendo em vista que se considera a língua de sinais
como língua natural e parte para o ensino da língua escrita. No entanto, o
reconhecimento dos surdos enquanto pessoas surdas e da sua comunidade
linguística estão inseridos dentro de um conceito mais geral de bilinguismo.
De acordo com os estudos dos pesquisadores, esse conceito mais
geral de bilinguismo é determinado pela situação sócio-cultural da comunidade
surda como parte do processo educacional. Bilinguismo para surdos atravessa
a fronteira linguística e inclui o desenvolvimento da pessoa surda dentro da
escola e fora dela dentro de uma perspectiva sócio-antropológica.O
bilinguismo, tal como entendemos, é mais do que o uso de duas línguas. É
uma filosofia educacional que implica em profundas mudanças em todo o
sistema educacional para surdos. A educação bilíngue consiste, em primeiro
lugar, na aquisição da língua de sinais, sua língua materna. Lacerda &
Mantelatto (2000) afirmam que “o bilingüismo visa à exposição da criança
surda à língua de sinais o mais precocemente possível, pois esta aquisição
propiciará ao surdo um desenvolvimento rico e pleno de linguagem e, um
desenvolvimento integral”. A comunidade dos surdos está inserida na grande
comunidade de ouvintes que, por sua vez, caracteriza-se por fazer uso da
linguagem oral e escrita.
De acordo com Souza (1998), “a partir do momento em que os surdos
passaram a se reunir em escolas e associações e se constituíram em grupo
por meio de uma língua, passaram a ter a possibilidade de refletir sobre um
universo de discursos sobre eles próprios, e com isso conquistaram um espaço
favorável para o desenvolvimento ideológico da própria identidade”.
De acordo com o site Portal Educação, o conceito mais importante que
a filosofia traz é que os surdos formam uma comunidade, com cultura e língua
próprias. Durante muitos anos as línguas de sinais foram proibidas aos surdos
por serem consideradas um meio de comunicação inferior, inconveniente e
sem rigor científico. A partir de Stokoe (1960), passou-se a ver a língua de
sinais como realmente uma língua e não apenas como gestos. A aquisição da
LIBRAS pela criança surda, ao contrário da língua oral, deve ocorrer
espontaneamente, ou seja, através do diálogo. O surdo não necessita de aulas
de LIBRAS e sim de conviver com indivíduos que tenham fluência nessa
língua. O bilinguismo acredita que dominar a Língua de Sinais é mais fácil para
o surdo perceber estes aspectos na língua oral, já que ele tem exemplos na
língua de sinais para se guiar. No dia 24/04/2002, através da lei nº 10.436, o
governo federal reconheceu a LIBRAS como meio legal de comunicação e
expressão oficial da comunidade surda brasileira.

Referências:
<https://conceito.de/bilingue.> Acesso em: 14 dez. 2021.

MEGALE, Antonieta Heyden. Bilingüismo e educação bilíngüe – discutindo conceitos.


Revista Virtual de Estudos da Linguagem – ReVEL. V. 3, n. 5, agosto de 2005. ISSN
1678-8931 [www.revel.inf.br]. Acesso em: 14 dez. 2021.

<https://wp.ufpel.edu.br/tesouro-linguistico/2021/02/10/afinal-o-que-e-esse-tal-de-
bilinguismo/> Acesso em: 14 dez. 2021.

<https://www.ufrgs.br/psicoeduc/wiki/index.php/O_BILINGUISMO_APLICADO_
%C3%80_EDUCA%C3%87%C3%83O_ESPECIAL_DE_SURDOS> Acesso em: 14
dez. 2021.

<https://siteantigo.portaleducacao.com.br/conteudo/artigos/fonoaudiologia/o-
bilinguismo-o-que-e/33865> Acesso em: 14 dez. 2021.

Você também pode gostar