EBOOK Guia Prático Do Psi de Destaque em TCC Infantojuvenil de
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TCC Infantojuvenil de
Orientação de Pais
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Sumário
2 - Introdução
3 - Por que trazer esse assunto e qual a sua relevância na psicologia clínica?
4 - O que é orientação de pais?
5 - Quais os principais problemas ao lidar com os pais?
8 - Quais os impactos dos pais na psicologia clínica?
10 - Como realizar intervenções mais eficazes com os pais?
11 - O que deve e não deve fazer em uma orientação de pais?
13 - Dicas práticas de como engajar os pais
15 - Conhecendo a autora
16 - Contatos do Psicologia em Destaque
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Introdução
“Como fazer uma orientação de pais mais segura e de forma eficiente?” - essa é
uma dúvida de muitos alunos do Psicologia em Destaque School, e percebo
essa demanda sempre presente nas minhas caixinhas de perguntas no
instagram. Muitos estudantes de psicologia já desistem durante a graduação de
atender crianças e adolescentes, por precisar ter esse contato mais próximo
com os pais.
Outros arriscam na área infantouvenil e não se sentem totalmente seguros para
atuar na orientação de pais, e trazem vários desafios na sua prática clínica.
Quando trabalhamos com o público infantojuvenil, na maioria dos casos, é
preciso trabalhar junto aos pais também. Nesse sentido, é importante
ampliarmos nosso olhar para muitas questões! Precisamos entender o papel
dos pais no tratamento, e em quais momentos eles se fazem necessários, para
podermos fazer esse trabalho parental de forma mais segura, eficiente e de
qualidade.
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Situações pontuais
Dúvidas sobre
como morte,
como exercer a
separação
parentalidade
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Um dos principais problemas que eu vejo ao lidar com É necessário ter em mente que, embora a busca da
os pais, é não ter um olhar empático sobre a história terapia seja para o filho, a família também precisa de
deles, e não se atentar para a realidade desses pais. ajuda! Digo isso, porque a demanda do filho envolve
Porque quando não ampliamos o nosso olhar para toda a família e, nesse sentido, traz dificuldades e
todas as questões que envolvem a parentalidade, sofrimento também para ele. Dessa forma, é
corremos o risco de tocar em feridas pessoais desses fundamental que possamos assumir uma postura
pais, em trazer propostas que não são compatíveis com acolhedora e empática com os pais, deixando claro que
a realidade dessa família, e o que mais temos que ter enquanto profissionais não estamos ali para julgar suas
cuidado: esses pais não se sentirem acolhidos por nós e condutas, mas sim para realizar um trabalho em
pelo nosso trabalho, e isso é muito sério! conjunto.
Os pais precisam saber que o espaço da terapia é
seguro e que o intuito de todos deve ser o bem estar do
paciente e, para isso, trabalharão juntos.
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Além disso, outro problema muito comum é o nosso posicionamento com esses pais, e aí
outra pergunta que recebo muito é: “como lidar com os pais/família na clínica?”.
Acredito que é muito importante entendermos sobre os estilos parentais, tentar
entender como cada pai se posiciona, e em cima disso tentarmos ter uma postura e uma
linguagem mais assertiva. Se o pai tem um estilo mais passivo, não vamos abordá-los da
mesma forma que colocaríamos para um pai mais autoritário, por exemplo. Então, o
segredo é estar atento a forma como nos posicionamos: nossa linguagem, tom de voz e
as próprias estratégias, e atento a isso, buscar uma assertividade nessa condução, para
trazermos esses pais como aliados.
Se na sua prática clinica, você não tem o hábito de compreender os estilos parentais
desses pais, precisa rever essa questão. O estilo parental é o modo que os pais adotam
para conduzir a educação e relação com os filhos, entender isso é muito importante para
compreender a dinâmica familiar e os impactos que essa relação possa estar trazendo
para nosso paciente.
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De acordo com Baurimd (1996) há 3 estilos parentais:
Estes têm regras muito Esse estilo se subdivide em È o estilo mais assertivo.
absolutas, que influenciam negligente e indulgente. O Nesse estilo as ações são mais racionais e
diretamente a forma como primeiro se refere aqueles que orientadas, são sujeitos que prezam mais
avaliam e controlam o não se envolvem com seus pelo diálogo, explicando às crianças o
comportamento da criança. papéis de pais, chegando a um porquê de cada comportamento dos pais
Geralmente, para eles, as ponto que existe apenas uma com elas, exercem um controle firme(mas
crianças precisam ser mínima relação funcional entre não excessivo como no autoritário) e
obedientes independente do essas figuras; enquanto os compreendem as particularidades dos
que aconteça e punidas caso indulgentes são responsivos e filhos.
façam algo errado. pouco exigentes.
Outro problema é não fazer uma boa psicoeducação com esses pais sobre o problema do filho. Os pais procuram por
ajuda profissional e esperam entender o que está acontecendo, esperam por devolutivas e feedbacks, e nem sempre
essa psicoeducação é feita da forma correta. Precisamos estar muito atentos a isso!
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São muitos os impactos, a família, responsáveis ou cuidadores, tem um papel muito importante no desenvolvimento
dos filhos.
Lembrem-se dessa frase: os pais podem ser FATORES PROTETIVOS ou FATORES DE RISCOS para seus filhos! Acho
que entendendo isso, nosso olhar sobre o contato com os pais se torna mais amplo, e entendemos de fato a
importância dos pais no tratamento.
A forma como esses pais, aprenderam a ser pai e mãe, influencia diretamente no seu paciente. Após fazer o
genograma, a visão do caso se torna muito mais ampla e passamos a perceber algo muito importante que é os padrões
transgeracionais!
Padrões transgeracionais são aqueles comportamentos e crenças que vão sendo passados de geração em geração,
pois são entendidos como o que é “normal” e “aceitável” dentro de uma família. Nesse sentido, é importante
entendermos quais padrões são disfuncionais para esta família atualmente, para que possamos além de
empatizarmos com os pais, conscientizá-los sobre isso: de que a forma como exercem a parentalidade, pode ser
diferente do que aprenderam que seria normal.
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O primeiro ponto para conseguir intervenções mais eficazes, é já no início do processo terapêutico, no contato
inicial pontuar com os pais como funciona o seu trabalho, qual o seu papel durante o tratamento e o papel deles. È
importante alinhar as expectativas desses pais quanto ao tratamento, e identificar o quanto eles estão dispostos a
cooperar nesse processo. Esse contato inicial já é o momento de construirmos uma base de confiança, vínculo e
cooperação com essa família para todo o tratamento.
Além disso é importante ter esse olhar mais investigativo para entender a dinâmica familiar; os estilos parentais; os
padrões transgeracionais; os valores dessa família; o papel que esses pais estão exercendo na manutenção dos
sintomas apresentados pelo filho, e ter o feeling para perceber quando chamar esses pais, como introduzir os
assuntos importantes, e um ponto chave é trazê-los para o momento de pensar em estratégias.
Lembrem-se que não fazemos o trabalho sozinho, o tratamento é um tripé: tem a vertente do profissional, dos pais
e do paciente. Trabalhamos em conjunto para pensar em estratégias, que podem surtir mais efeito, levando em
consideração todos os fatores envolvidos no problema da criança ou do adolescente.
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É importante estabelecer com o paciente como vai funcionar essas sessões com os pais, para que não
afete na sua relação terapêutica e vínculo com ele. O paciente tem que entender como vai funcionar esse
processo e que, aquilo que ele traz na sessão não será exposto para os pais. Psicoeduquem sobre o sigilo
profissional!
É importante sempre incentivar com os pais formas positivas de resolver conflitos e posturas assertivas!
A principal consequência de fazer uma boa orientação de pais é atender as necessidades da criança. Ser pai e mãe de
fato, não é tarefa fácil, atender as necessidades dos filhos muito menos.
No entanto, quando realizamos uma boa orientação de pais contribuímos para o desenvolvimento de pais mais
conscientes e atentos, que fomentam também, a capacidade de perceber qual necessidade a criança está tendo no
momento.
Por isso, eles conseguem, de forma mais assertiva, atender a estas necessidades e, com isso, desenvolver cada vez
mais uma criança feliz e contribuir para um futuro adulto saudável, exatamente o que esperamos na psicoterapia!
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Psicoeducação sobre o problema e soluções: isso é fundamental para que os pais saibam o
que de fato são as demandas trabalhadas em terapia, e além disso, entendam sua
efetividade e objetivos concretos.
Criar listas de objetivos: feito o primeiro passo, é muito importante criar essa lista e enviar
aos pais para que possam imprimir e ter de fácil acesso, lembrando sempre do que também
deve ser trabalhado em casa.
Sessões de orientação regularmente: se o objetivo é engajar os pais, algo que não podemos
deixar de lado são as sessões com eles. Lógico que isso dependerá de cada caso, mas no
geral, realizar sessões regulares é um ótimo aliado.
Feedback sobre as sessões e evolução do paciente sempre que possível: esse fator está
diretamente associado ao anterior, sempre que possível e necessário, devem ser dados
esses feedbacks nas sessões, como também ao final da sessão, quando levamos a
criança até os pais.
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Sessão de pais e filhos na terapia: esses momentos são super interessantes, pois podemos abordar
algumas questões que vêm sendo trabalhadas, contribuindo com o vínculo entre a família, e entre estes
e o terapeuta.
Dar alternativas aos pais: isso é muito essencial também, pois muitas vezes os pais não sabem como
fazer para melhorar algumas questões ou problemas. Portanto é interessante deixar alternativas de
novos comportamentos e formas de agir, bem como, construir essas alternativas junto com eles.
Uma dica de ouro é se atentar para esses pais, porque muitas vezes eles também estão adoecidos
e estão precisando de cuidados, e de um olhar diferenciado da nossa parte. Então muitas vezes,
vamos precisar estar conversando com esses pais sobre a importância deles estarem se cuidando,
de buscarem uma psicoterapia quando for o caso, de terem momentos de autocuidado, de terem
um tempo de qualidade enquanto casal, independente dos filhos.
Ver também as necessidades desses pais, olhar com carinho e orientá-los nesse sentido, porque
geralmente, essas necessidades não atendidas dos pais, impactam na relação deles com os filhos,
e ao cuidar disso, percebemos uma melhora significativa!
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Conhecendo a autora
Psicóloga Ana Carla Gameleira - CRP: 15/3525