Caderno Didático Fonética e Fonologia Do Português
Caderno Didático Fonética e Fonologia Do Português
Caderno Didático Fonética e Fonologia Do Português
1
APRESENTAÇÃO
Os estudos sobre o som (do grego, phon) têm servido como importante
ferramenta para a compreensão e o desenvolvimento de diversas teorias
linguísticas ao longo do tempo. Tais estudos podem ser aplicados em muitas
áreas, como por exemplo, fonoaudiologia, linguística forense, ensino de línguas,
dramaturgia, política linguística, entre outras.
Esse caderno didático foi elaborado para servir como apoio teórico e
prático para as aulas da disciplina LTV 1176 – Fonética e Fonologia do
Português, ministrada nos Cursos de Letras da Universidade Federal de Santa
Maria. É importante ressaltar, no entanto, que ele não substitui a leitura da
bibliografia básica da disciplina, mas sim, serve para sistematizar os principais
conceitos discutidos nas aulas. Além disso, fornece uma gama variada de
exercícios a fim de que esses conceitos possam ser compreendidos e aplicados a
dados de diversas línguas, com especial destaque para a língua portuguesa falada
no Brasil.
Fonética e Fonologia são as áreas da Linguística que têm como objeto de
análise o som (por isso, ambas apresentam a mesma raiz grega). Todavia,
divergem quanto à forma de analisá-lo. Essa diferença é tratada na parte inicial
desse caderno, bem como são apresentados os conceitos básicos de cada uma
dessas áreas. A segunda parte destina-se à caracterização dos sons do ponto de
vista da Fonética Articulatória e à apresentação de alguns princípios de
transcrição fonética, baseados no Alfabeto Fonético Internacional. Na terceira
parte, são descritos os procedimentos analíticos, de cunho estruturalista,
propostos por Kenneth Pike (1947) em sua análise fonêmica. Além disso, é
exposta, no âmbito da Fonologia Gerativa, a Teoria dos Traços Distintivos, com
ênfase na proposta de Noam Chomsky e Morris Halle (1968). A última parte
desse caderno é dedicada à descrição e à análise de fenômenos relacionados aos
sistemas vocálico e consonantal do português falado no Brasil, além de noções
sobre sílaba e acento, conforme os ensinamentos de Joaquim Mattoso Câmara
Jr. e de outros estudiosos, tais como Leda Bisol e Gisela Collischonn.
A autora
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SUMÁRIO
Introdução
3
INTRODUÇÃO
LEITURAS BÁSICAS:
CALLOU, Dinah; LEITE, Yonne. Iniciação à fonética e à fonologia. Rio de Janeiro: Jorge
Zahar, 1990.
Complete o quadro:
FONÉTICA FONOLOGIA
DEFINIÇÃO
OBJETO DE ANÁLISE
REPRESENTAÇÃO
4
1 – CONCEITOS BÁSICOS DE FONÉTICA
LEITURAS BÁSICAS:
SEARA, Izabel Christine; NUNES, Vanessa Gonzaga; LAZZAROTTO-VOLCÃO, Cristiane.
Fonética e Fonologia do português brasileiro. Disponível em:
http://ppglin.posgrad.ufsc.br/files/2013/04/Livro_Fonetica_e_Fonologia.pdf.
Não há um órgão ou sistema de órgãos responsável pela produção dos sons das línguas
humanas. A fala resulta de uma adaptação fisiológica humana e envolve os sistemas
articulatório, fonatório e respiratório.
Os sistemas articulatório e fonatório (representados na Figura 1) são compostos por:
lábios (inferiores e superiores), dentes (inferiores e superiores), alvéolos, palato duro
(abóboda palatina), palato mole (véu palatino), úvula, língua, faringe, laringe, glote e epiglote.
No interior da glote, encontram-se as cordas ou pregas vocais (ilustradas na Figura 2).
O sistema respiratório é formado por: fossas nasais, faringe, laringe, traqueia,
brônquios, pulmões e diafragma (conforme a Figura 3).
Fonte: http://grupopucprel.blogspot.com.br/2008_10_01_archive.html
5
A aproximação ou não das cordas vocais interfere na produção de um som. Quando
estão afastadas, o ar passa livremente e o som é considerado surdo ou desvozeado (Figura
2A); quando estão próximas, o ar passa provocando atrito e o som é chamado de sonoro ou
vozeado (Figura 2B).
Fonte: http://www.studiomel.com/20.html
Fonte: http://www.infoescola.com/biologia/sistema-respiratorio/
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CONSOANTES
Complete o quadro:
DEFINIÇÃO
CONSOANTE
MODO DE ARTICULAÇÃO
ESTADO DA GLOTE/
VOZEAMENTO
LUGAR DE ARTICULAÇÃO
Articulador Ativo
Articulador Passivo
POSIÇÃO DA ÚVULA
OCLUVISA:
Fones:
FRICATIVA:
Fones:
AFRICADA:
Fones:
NASAL:
Fones:
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LATERAL:
Fones:
TEPE:
Fones:
RETROFLEXA:
Fones:
VIBRANTE:
Fones:
BILABIAL
Articulador ativo:
Articulador passivo:
Fones:
LÁBIO-DENTAL
Articulador ativo:
Articulador passivo:
Fones:
DENTAL
Articulador ativo:
Articulador passivo:
Fones:
ALVEOLAR
Articulador ativo:
Articulador passivo:
Fones:
PALATAL
Articulador ativo:
Articulador passivo:
Fones:
8
VELAR
Articulador ativo:
Articulador passivo:
Fones:
GLOTAL
Articulador ativo:
Articulador passivo:
Fones:
SURDO/ DESVOZEADO:
Fones:
SONORO/ VOZEADO:
Fones:
Oclusiva sur
son
Fricativa sur
son
Africada sur
son
Nasal son
Tepe son
Vibrante son
Retroflexa son
Lateral son
9
VOGAIS
DEFINIÇÃO:
Complete o quadro:
PARÂMETROS DEFINIÇÃO
ANTERIORIDADE/ POSTERIORIDADE
ALTURA
ORALIDADE/ NASALIDADE
ANTERIOR:
POSTERIOR:
CENTRAL:
BAIXO:
MÉDIO-BAIXO:
MÉDIO-ALTO:
ALTO:
10
CLASSIFICAÇÃO DAS VOGAIS QUANTO À POSIÇÃO DOS LÁBIOS
ARREDONDADO:
NÃO-ARREDONDADO:
ORAL:
NASAL:
Os segmentos vocálicos altos ([i] e [u]) quando aparecem acompanhados por outra
vogal em uma mesma sílaba (em um ditongo) são chamados de glides ou semivogais (ou
ainda vogais assilábicas) e são representados foneticamente pelos seguintes símbolos: [j] e
[w]. Eles têm as mesmas propriedades fonéticas das vogais altas [i] e [u] e são descritos
foneticamente assim:
OBSERVAÇÕES
NASALIDADE
3) A vogal [a] fica nasalizada quando está na sílaba tônica e é seguida por uma consoante
nasal (m, n, ) na sílaba seguinte:
[a] [ã] – cama [‘kã.m], cana [‘kã.n], banho [‘bã.].
OBS: Em alguns dialetos do português do Brasil, a vogal [a] fica nasalizada quando é
sucedida por uma consoante nasal na sílaba seguinte mesmo quando essa vogal não está na
sílaba tônica. Exemplos:
- janela: [ã.’n.l]
- animal: [ã.ni.’maw]
4) As vogais ficam nasalizadas quando são sucedidas por consoante nasal na mesma sílaba.
[a] [ã] – canga [‘kã.g]
[e] [ẽ] – tenda [‘tẽnd]
[i] [ĩ] – cinto [‘sĩn.t]
[o] [õ] – bomba [‘bõm.b]
[u] [ũ] – nunca [‘nũ.k]
Conforme Câmara Jr. (2001), a quantidade de vogais que podem figurar em uma
determinada sílaba depende da tonicidade dessa sílaba. Na posição átona final, só aparecem 3
vogais, como vemos a seguir. Essa questão será retomada na Unidade 3 quando tratarmos do
sistema fonológico das vogais do português.
1) As vogais [a], [e], [i], [o] e [u] na posição átona final são pronunciadas como [], [] e [].
[a] [] = [‘ma.l] mola
OBS: A representação fonética (o símbolo fonético) das vogais na posição átona é diferente
da de outras posições, mas a caracterização articulatória é a mesma.
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Complete o triângulo vocálico do português.
EXERCÍCIOS
1) Considerando a sua pronúncia, marque a(s) palavra(s) que tenham o som indicado na
coluna da esquerda. Siga o exemplo dado.
Exemplo:
consoante oclusiva lua sala greve falha lata
a) []
b) [m]
c) []
d) []
e) [z]
f) []
g) [x]
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4) Dê dois exemplos de palavras que contenham os seguintes sons:
a) [a]
b) []
c) []
d) []
e) [ũ]
f) [p]
g) [i]
h) [w]
i) [j]
a) o, , u, w,
b) i, e, , j, w
c) e, o, i
d) ã, õ, e, ĩ
Anterior
Central
Posterior
Alta
Média-alta
Média-baixa
Baixa
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9) Relacione cada um dos segmentos vocálicos da tabela que se segue com as categorias
articulatórias indicadas. Você deverá indicar quatro categorias para cada vogal, selecionando
uma única opção em cada um dos quatro grupos listados. Siga o exemplo.
1) ã – 2, 2, 4, 2 4) o - __________
2) - _________ 5) u - __________
3) ĩ - __________ 6) e - ___________
10) Relacione cada um dos segmentos consonantais da tabela que se segue com as categorias
articulatórias indicadas. Você deverá indicar três categorias para cada consoante,
selecionando uma única opção em cada um dos quatro grupos listados. Siga o exemplo.
1) p – 1, 1, 2 8) - _________
2) k - _______ 9) l - __________
11) Agrupe na tabela as palavras listadas abaixo de acordo com as vogais tônicas orais e
vogais tônicas nasalizadas.
amigo – junta – cinto – gari – sonho – juíza – tenho – amor – tosse – cama – chalé – ave –
manhã – ênfase – músculo – ímpar – chuva – campo – ajuda – tempo – simples – cana –
espírito – cinco – velho – beleza – bomba – cola – marajá – ombro – goiaba – pipa – pé –
tonta – novela – sorte – urubu – vinho – saúde – calha – moço – pá – compras – gorro – fundo
– córrego – certo – mesmo – mole – mesa – gordo – venda – doce – mundo – vespa – fungo –
lã – tumba – senha – cesta.
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a
e
i
o
u
ã
ẽ
ĩ
õ
ũ
TRANSCRIÇÃO FONÉTICA
O QUE É?
Preste atenção!
- símbolos e não ortografia: quando transcrevemos palavras com o IPA, o foco está nos sons
dessas palavras e não na forma como são grafadas.
- símbolos do IPA não são o mesmo que letras: um símbolo do IPA pode parecer-se com uma
letra de um alfabeto, mas ele pode representar um som diferente do que aquela letra
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normalmente tem. Por exemplo, o símbolo [o] representa a primeira vogal de bolo, mas não a
da palavra bola (nesse caso, o símbolo é []).
OBSERVAÇÕES
1) (’) – indica o acento primário, deve ser colocado antes da sílaba tônica:
[’s.e.b] – cérebro (proparoxítona)
[a.’mi.g] – amigo (paroxítona)
[a.ba.ka.’i] – abacaxi (oxítona)
NASAIS
5) As vogais ficam nasalizadas quando seguidas por uma consoante nasal na mesma sílaba:
[ã] – canga: [‘kã.g]
[ẽ] – tenda [‘tẽn.d]
[ĩ] – cinto [‘sĩn.t]
[õ] – bomba: [‘bõm.b]
[ũ] – nunca [‘nũ.k]
7) Ditongos nasais:
- sabão: [sa.’bãwn]
- amam: [‘ã.mãwn]
- bem: [‘bẽjn]
- mãe: [‘mãjn]
- leões: [le.’õjns]
- som: [‘sõwn]
a) A bilabial [m] precede as consoantes bilabiais [p, b]: campo [‘kãm.p], bomba [‘bõm.b];
b) A alveolar [n] precede as consoantes alveolares [t, d, s, z]: canto [‘kãn.t], mundo
[‘mũn.d], manso [‘mãn.s], cinza [‘sĩn.z] e as alveopalatais (palato-alveolares) [, ]: canja
[‘kãn.], mancha [‘mãn.] e aparece em final de palavra: bom [‘bõwn], sim [‘sĩn];
c) A velar [] precede as consoantes velares [k, g, x]: cinco [‘sĩ.k], canga [‘kã.g] e honra
[‘õ.x].
LATERAIS
9) A lateral alveolar em final de sílaba tende a ser vocalizada ([w]) em português brasileiro.
- volta: [‘vw.t]
- mal: [‘maw]
FRICATIVAS
10) A fricativa alveolar surda [s] em fim de sílaba precede consoantes surdas e a sonora [z]
precede consoantes sonoras:
- festa: [‘fs.t]
- mesmo: [‘mez.m]
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Complete o quadro:
CONSOANTES
[p] p
[b] b
[t] t
[d] d
[t] t+i
t + e (pronunciado como i)
[d] d + i,
d + e (pronunciado como i)
[k] c + a, o, u
qu + e, i
[g] g + a, o, u
gu + e, i
[f] F
[v] V
[s] s
c + e, i
ç (meio de palavra) + a, o, u
[z] z, x
s (entre vogais)
[] ch, x
[] j
g + e, i
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[m] m
[n] n
consonantais)
l)
rr (meio de palavra)
encontros consonantais)
VOGAIS
[a] a
[e] e, ê
[] e, é
[i] i
[o] o, ô
[] o, ó
[u] u
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[] u (átono em fim de palavra)
EXERCÍCIOS
a) Elegante ______________________
b) Carregamento ______________________
c) Ajudante ____________________
d) Congelados _____________________
e) Amplitude __________________
f) Refrigerante ___________________
g) Casamento ______________________
h) Óleo _________________
i) Venenosa ______________________
j) Mangueira _________________________
k) Principal ___________________
l) Meiguice ____________________
m) Papel _____________
n) Simbólico _____________________
o) Pão _________________
p) Geleia _________________
q) Amém _______________
r) Soldado _______________
s) Joelho _______________
t) Maldade _________________
u) Chapéu ________________
v) Beijinho __________________
w) Produtivo _________________
x) Guelra ________________
y) Projeto ________________
z) Terra _______________
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2) Dê a forma ortográfica das palavras transcritas abaixo:
a) [‘tĩn.t] _________
b) [pej.a.’i.] ___________
c) [‘bow.s] _____________
d) [us.’ti.s] ____________
e) [pi.’pi.n] ____________
f) [fu.ti.’bw] ____________
g) [‘p.si.m] ______________
h) [‘s.ki.s] ___________
i) [‘ãn.s] ____________
j) [di.i.’taw] _____________
3) Dê dois exemplos em forma ortográfica para cada um dos sons do português listados
abaixo:
a) [ã]
b) []
c) [t]
d) [z]
e) []
f) [w]
g) [b]
h) [l]
i) [ĩ]
4) Ditado:
a) __________________
b) __________________
c) __________________
d) __________________
e) __________________
f) __________________
g) __________________
h) __________________
i) __________________
j) __________________
k) __________________
l) __________________
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5) Mais transcrição! De acordo com sua pronúncia, transcreva foneticamente as palavras que
seguem:
1) cachaça
2) compressa
3) rapadura
4) prejudicar
5) amanhecer
6) museu
7) chatice
8) sólido
9) cidadão
10) gesto
11) melancia
12) parabéns
13) colher (s. fem.)
14) diária
15) taxista
16) geladeira
17) hotel
18) relógio
19) controle
20) título
21) cachoeira
22) caixote
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2 – CONCEITOS BÁSICOS DE FONOLOGIA
LEITURA BÁSICA:
CAGLIARI, Luiz Carlos. Análise fonológica: introdução à teoria e à prática. Campinas:
Mercado de Letras, 2002.
ESTUDO DIRIGIDO
24
7) Forme pares de sons foneticamente semelhantes com os seguintes segmentos:
a) [k] –
b) [f] –
c) [u]–
d) [o] –
15) Uma variação livre fonológica pode ser condicionada por que tipos de fatores? Explique e
dê exemplos.
25
EXERCÍCIOS
1) Observe a realização dos fones [d] e [] em espanhol nos dados abaixo. Determine se eles
são alofones de um mesmo fonema ou se são fonemas distintos, para tanto observe se há pares
mínimos ou se há distribuição complementar. Justifique sua resposta.
a) Existem pares mínimos nos dados acima? Se sim, quais são eles?
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b) Que dificuldades um nome como Alaor [a.la.o] pode apresentar para um falante do
coreano que está aprendendo o português?
c) Com base nas respostas anteriores, explique a alternância abaixo. OBS: o morfema –i
indica genitivo.
[pal]‘pé’
[pa.i] ‘do pé’
c) Identifique dentre os pares suspeitos (sons foneticamente semelhantes) aqueles que são
fonemas. Para tanto, observe se há pares mínimos.
d) Dê a distribuição dos pares suspeitos em que não foi possível encontrar pares mínimos.
27
5) Farsi
1) [i’i] – abacaxi
2) [fa’vep] - abacate
3) [ta’bi] – abóbora
28
4) [mĩ’ala] – marmelo
5) [‘pĩa] – ameixa
6) [‘piaa] – banana
7) [ki’il] – pitanga
8) [i’il] – abacaxi
9) [kĩ’af] – pinha
10) [fu’vat] – uva
11) [na’sug] – mamão
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2.2 TRAÇOS DISTINTIVOS
LEITURA BÁSICA:
MATZENAUER, Carmen Lúcia Barreto. Introdução à teoria fonológica. In: BISOL, Leda.
Introdução a estudos de fonologia do português brasileiro. 5ª edição, revisada. Porto
Alegre: EDIPUCRS, 2010.
Silábico
[+silábico]:
[-silábico]:
Consonantal
[+consonantal]:
[-consonantal]:
Soante
[+soante]:
[-soante]:
Coronal
[+coronal]:
[-coronal]:
Anterior
[+anterior]:
[-anterior]:
Alto
[+alto]:
[-alto]:
Baixo
[+baixo]:
[-baixo]:
Posterior
[+posterior]:
[-posterior]:
Arredondado
[+arredondado]:
[-arredondado]:
Nasal
[+nasal]:
[-nasal]:
30
Lateral
[+lateral]:
[-lateral]:
Contínuo
[+contínuo]:
[-contínuo]:
Metástase retardada
[+metástase retardada]:
[-metástase retardada]:
Estridente
[+estridente]:
[-estridente]:
Sonoro
[+sonoro]:
[-sonoro]:
EXERCÍCIOS
a) [ ] b) [ ] c) [ ] d) [ ] e) [ ] f) [ ]
+ cons +cons +sil +cons +cons +cons
+soa -soa +post -soa -soa -soa
+lat +cont -alto -cont -cont +cont
-ant +ant -bx -ant -ant -ant
+cor +arr -cor -cor +cor
-son +ten +post +post +son
+est -son +son +est
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3)Indique o traço/ traços que deve(m) ser modificado(s) para implementar a mudança destes
sons:
a) [t] [d]
b) [p] [f]
c) [] [e]
d) [u] [i]
4) Indique o segmento que será derivado se houver troca dos valores dos seguintes traços:
6) Em cada grupo de segmentos, elimine aquele que não pertence à classe natural. Identifique
o(s) traço(s) que caracteriza(m) essa classe:
a) t, f, s, d, z
b) p,t, g, k, f
c) e, u, o,
a) [‘t.l] x [‘s.l]
b) [‘ka.t] x [‘a.t]
c) [‘v.l] x [‘z.l]
d) [‘ta.s] x [‘ta.]
e) [‘p.l] x [‘v.l]
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f) [‘a.t] x [‘a.t]
g) [‘b.l] x [‘v.l]
h) [‘ba.t] x [‘a.t]
10) Associe o nome do traço, na coluna da esquerda, à sua definição, na coluna da direita.
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3 – SISTEMA FONOLÓGICO DO PORTUGUÊS
LEITURA BÁSICA:
CÂMARA Jr., Joaquim Mattoso. Estrutura da língua portuguesa. Petrópolis: Vozes, 2001.
LEITURA COMPLEMENTAR:
SCHWINDT, Luiz Carlos (Org.). Manual de linguística: fonologia, morfologia e sintaxe.
Petrópolis, RJ: Vozes, 2014.
Posição tônica
* Cinco vogais: /a/, /e/, /i/, /o/, /u/ (dialetos do sul/ sudeste do Brasil).
[a] – amiga: [a.’mi.g]
[e]- beleza [be.’le.za]
[i] – cidade [si.’da.d]
[o] – colégio [ko.’l.jw]
[u] – mudança [mu.’dãn.s]
* Cinco vogais: /a/, //, /i/, //, /u/ (dialetos do norte/ nordeste).
[a] – amiga: [a.’mi.g]
[e]- beleza [b.’le.za]
[i] – cidade [si.’da.d]
[o] – colégio [k.’l.jw]
[u] – mudança [mu.’dãn.s]
O quadro abaixo apresenta exemplos da variação na pronúncia das vogais médias
pretônicas nos dialetos do norte/nordeste e do sul/sudeste.
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Norte - Nordeste Sul - Sudeste
ab[]rtura ab[e]rtura
ch[]fão ch[e]fão
entr[]vado entr[e]vado
p[]rgunta p[e]rgunta
c[]lapso c[o]lapso
c[]l[]ção c[o]l[e]ção
s[]lidão s[o]lidão
[]ração [o]ração
Segundo Câmara Jr. (2001), não há vogais puramente nasais em português, mas sim
vogais que se tornam nasalizadas na presença de uma consoante nasal (na mesma sílaba ou
em sílaba adjacente).
As vogais ficam nasalizadas quando são sucedidas por consoante nasal na mesma sílaba.
[a] [ã] – canga [‘kã.g]
[e] [ẽ] – tenda [‘tẽn.d]
[i] [ĩ] – cinto [‘sĩn.t]
[o] [õ] – bomba [‘bõm.b]
[u] [ũ] – nunca [‘nũ.k]
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Vogais médias baixas [,] não são nasalizadas em português brasileiro.
A vogal [a] fica nasalizada quando está na sílaba tônica e é seguida por uma consoante nasal
(m, n, ) na sílaba seguinte:
[a] [ã] – cama [‘kã.m]
DITONGO
Encontro de um som vocálico com uma semivogal ou de uma semivogal com uma
vogal em uma mesma sílaba.
DITONGOS ORAIS
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* Decrescentes - do elemento mais sonoro para o menos sonoro: vogal glide
Ditongo Exemplos
[ãj]
[ãw]
[ẽj]
[õj]
[õw]
[ũj]
PROCESSOS FONOLÓGICOS
- neutralização das vogais médias: mais de uma oposição desaparece ou se suprime, ficando
para cada uma um fonema em vez de dois. Por exemplo: perda da distinção entre as vogais
médias altas [,] e médias baixas [e,o], como se observa em:
- neutralização da átona final: perda da distinção entre as vogais médias altas [e,o] e altas
[i, u] em posição final de palavra, como se observa em:
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- harmonia vocálica: tipo de neutralização que ocorre quando as vogais médias altas [e,o]
seguidas por vogal alta [i,u] na sílaba seguinte “harmonizam’ o traço de altura e são
pronunciadas como altas. Exemplos:
arroz – [a.’xojs]
três – [‘tejs]
nascer – [naj.’se]
cadeira – [ka.’de.]
baixa – [‘ba.]
pouco – [‘po.k]
- degeminação: quando duas vogais de mesma qualidade (V1 = V2) encontram-se contíguas
no interior de palavra, como em álcool e caatinga, ou em juntura de palavras, como em
camisa amarela, a vogal da primeira palavra é apagada.
Exemplos:
caatinga [ka.tĩ.g]
a=V1 a=V2
- elisão: quando duas vogais de qualidades diferentes (V1 V2) encontram-se contíguas em
juntura de palavras, como em Porto Alegre, a vogal da primeira palavra é apagada.
Exemplos:
Porto Alegre [po.ta.l.g]
o=V1 a=V2
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3.2 SISTEMA CONSONANTAL
Posição Pré-vocálica
[p] –
[b] –
[t] –
[d] –
[k] –
[g] –
[f] –
[v] –
[s] –
[z] –
[] –
[] –
[x] –
[] -
[l] –
[] -
[m] –
[n] –
[] -
Posição Pós-vocálica
* Apenas as nasais, as líquidas (/l, /) e (/s, z/) podem aparecer em final de sílaba. Exemplos:
canto, campo, salto, sorte, susto, engasgar.
O número máximo de segmentos pós-vocálicos é dois, contudo, em português, o segundo
elemento deve sempre ser /S/: monstro, transporte.
ENCONTROS CONSONANTAIS
[p]:
[pl]:
[b]:
[bl]:
[t]:
[tl]:
[d]:
39
[dl]:
[k]:
[kl]:
[g]:
[gl]:
[f]:
[fl]:
[v]:
[vl]:
PROCESSOS FONOLÓGICOS
- vocalização da lateral: o segmento /l/ em final de sílaba, em alguns dialetos, pode ser
vocalizado e realiza-se como a semivogal /w/. Exemplos:
mal – [ma] ~ [maw].
soldado – [so.da.d] ~ [sow.da.d].
- palatalização: quando as oclusivas alveolares [t,d] antecedem a vogal alta anterior [i], em
alguns dialetos, passam a ser pronunciadas como africadas [t, d]. Exemplos:
dia – [‘di.] ~ [‘di.]
tia – [‘ti.] ~ [ti.].
- ressilabação: quando uma palavra terminada em consoante e outra iniciada por vogal
encontram-se contíguas, a consoante pós-vocálica final pode juntar-se à vogal da palavra
seguinte, formando uma nova sílaba. Exemplo:
mar aberto – [ma.a.’b.t].
- redução do ditongo nasal final: perda da nasalização do ditongo nasal em final de palavra.
Exemplo:
homem – [‘õ.mẽjn] ~ [‘õ.m].
- apagamento da vibrante em final de palavra: queda de um segmento vibrante [r]/ tepe []
em fim de palavra. Exemplos:
flor – [‘flo] ~ [‘flo]
fazer [fa.’ze] ~ [fa.’ze].
40
- rotacismo: troca de um segmento lateral [l] por um vibrante [r]/ tepe []. Exemplos:
flor – [‘flo] ~ [‘fo]
volta – [‘vw.t] ~ [‘v.t]
3.3 SÍLABA
LEITURA BÁSICA:
CÂMARA Jr., Joaquim Mattoso. Estrutura da língua portuguesa. Petrópolis: Vozes, 2001.
LEITURA COMPLEMENTAR:
BISOL, Leda. A sílaba. In: BISOL, Leda. (Org.). Introdução a estudos de fonologia do
português brasileiro. Porto Alegre: EDIPUCRS, 2001.
Na perspectiva estruturalista (cf. Pike, 1947), uma sílaba é caracterizada por um aclive
inicial (fase crescente), um ápice (ou centro) e um declive final (fase decrescente), como
observamos na Figura 1a. Nessa perspectiva, a sílaba é entendida como uma estrutura plana
em que os segmentos se sucedem de forma linear, como vemos na representação da palavra
paz, em 1b.
Figura 1
(a) (b)
σ = sílaba
p a z
Figura 2
(a) (b)
σ = sílaba
f i l
41
O aclive também é chamado de ataque silábico e o declive de coda silábica; o ápice
também pode ter o nome de núcleo ou pico silábico.
Figura 3
A posição de onset pode ser ocupada por uma ou duas consoantes. O núcleo pode ser
formado por um ou dois elementos: uma vogal, obrigatória, a qual pode ser precedida ou
sucedida por um glide. A coda pode conter uma ou duas consoantes; se houver mais de uma
consoante, a segunda deve ser sempre [s]. Desses elementos, o único indispensável é o
núcleo, que deve obrigatoriamente portar uma vogal. OBS: Os elementos indicados entre
parênteses são opcionais.
Abaixo, na Figura 4, exemplificamos a estrutura das duas sílabas da palavra porta.
Figura 4
A sílaba por tem uma consoante (p) no ataque, uma vogal (o) no núcleo e uma
consoante (r) na coda; a sílaba ta apresenta uma consoante (t) no ataque, uma vogal (a) no
núcleo e nenhum elemento () na coda.
Como dissemos anteriormente, as margens silábicas (núcleo e coda) tendem a ser
preenchidas com elementos de menor sonoridade e o núcleo por elementos de maior
sonoridade. Esses valores de sonoridade podem ser organizados em uma escala de sonoridade
ou de soância como a que vemos a seguir. Nessa escala, são atribuídos valores de sonoridade,
que vão de 4 a 0, às classes maiores de sons (vogais, glides, líquidas, nasais e obstruintes).
42
ESCALA DE SONORIDADE (ou de SOÂNCIA)
VOGAIS > GLIDES > LÍQUIDAS > NASAIS > OBSTRUINTES (oclusivas e fricativas)
4 3 2 1 0
O segmento com maior sonoridade sempre ocupará o núcleo da sílaba, ao passo que os
elementos menos sonoros ocuparão as margens. Utilizamos a primeira sílaba da palavra carta
como exemplo (como vemos na Figura 5): a vogal, o elemento de maior sonoridade (=4),
ocupa o núcleo da sílaba, ao passo que os elementos de menor sonoridade [k] e [], com
sonoridade 0 e 2, respectivamente, figuram no ataque e na coda.
Figura 5
σ
A R
Nu Co
k a
Complete o quadro:
Padrões silábicos do português Exemplos
V
VC
VCC
CV
CVC
CVCC
CCV
CCVC
CCVCC
43
No que diz respeito à posição pré-vocálica, como vimos na seção sobre as consoantes,
qualquer segmento consonantal pode ocupá-la, exceto /, , / em início de palavra. Em
relação às combinações consonantais, temos apenas encontros de oclusivas (p, b, t, d, k e g) e
fricativas não-sibilantes (f e v) seguidas de líquidas ( e l). As combinações tl e vr só ocorrem
em meio de palavra; vl e dl não são atestados.
Na posição pós-vocálica, só aparecem as consoantes nasais, os róticos, /S/ e a lateral
alveolar. Apenas /s/ pode figurar como segunda consoante em uma coda complexa (com dois
segmentos), como na primeira sílaba das palavras monstro e transporte.
Palavras que violam as restrições de ataque e de coda, tais como ritmo que não pode
ser silabificada como CVC.CV (rit.mo), uma vez que a consoante t não pode ocupar a posição
pós-vocálica (na 1ª sílaba), nem como CV.CCV (ri.tmo), pois o encontro consonantal tm (na
2ª sílaba) não é permitido em português, sofrem o processo de epêntese vocálica. Nesse caso,
há a inserção de um segmento vocálico [i] entre duas consoantes contíguas. No exemplo,
teremos ri.ti.mo, ou seja, um padrão CV.CV.CV, que se conforma perfeitamente às restrições
do português.
Questões controversas sobre a sílaba em português de acordo com Câmara Jr. (2001):
1) Existência de ditongos
Qual a diferença entre a representação como ditongo [pej.t] ou como hiato [pe.i.t]
da palavra peito? Haveria mesmo ditongos em português?
A existência de pares mínimos como saia [‘sa.j] vs. saía [sa.’i.]; pais [‘pajs] vs.
país [pa.’is] mostra que sim. No entanto, há a possibilidade de que os ditongos decrescentes
variem com hiato em palavras como diabo [di.’a.b] ou [‘dja.b] e também de que alguns
ditongos crescentes possam ser reduzidos a monotongos, como em caixa [‘ka.] e madeira
[ma.’de.].
3.3 ACENTO
LEITURA BÁSICA:
CÂMARA Jr., Joaquim Mattoso. Estrutura da língua portuguesa. Petrópolis: Vozes, 2001.
LEITURA COMPLEMENTAR:
BISOL, Leda. O acento e o pé métrico binário. Cadernos de Estudos Linguísticos n. 22.
Campinas, jan/jun, 1992.
De acordo com Câmara Jr. (2001), o acento é uma maior força expiratória, ou
intensidade de emissão, da vogal de uma sílaba em contraste com as demais vogais. Ele pode
incidir na última, penúltima, antepenúltima, ou mais raramente, na quarta última sílaba.
Collischonn (2001) discute a possibilidade de o acento ser considerado um fonema,
em virtude do seu caráter distintivo, pois palavras com uma mesma cadeia de sons diferem de
significado apenas pela posição do acento, como podemos ver abaixo:
A autora defende a ideia de que o acento é um fonema de tipo especial, porque ele não
aparece colocado linearmente sobre segmentos, mas sim se superpõe a eles. Ele se acrescenta
a segmentos e, por isso, é chamado de suprassegmento.
A posição do acento não pode ser prevista, ou seja, não se pode a partir de uma cadeia
de fonemas dizer onde irá recair o acento. No entanto, há algumas generalizações que podem
ser feitas em relação à distribuição do acento. Conforme Collischonn, em Português, Espanhol
e Latim, o acento somente pode cair sobre uma das três últimas sílabas.
Não há, por exemplo, em nossa língua, palavras como éscandalo, tárantula ou
cátastrofe, acentuadas na pré-proparoxítona. Somente há palavras oxítonas, paroxítonas e
proparoxítonas. Essa é uma propriedade do português. Há línguas em que o acento é fixo
como o tcheco (na 1ª sílaba da palavra) e o turco (sempre na última sílaba).
Collischonn (2001, p. 134) observa que “há uma preferência por parte dos falantes do
acento pela última sílaba, quando esta é terminada por consoante. Segundo levantamento
apresentado por Bisol (1992), no Dicionário Delta Larousse, 78% das palavras terminadas
em consoantes são oxítonas, ao passo que apenas 22% são paroxítonas”. A autora
acrescenta que em relação às oxítonas terminadas em vogal o mesmo não ocorre. A
preferência do acento nesse caso é pela posição paroxítona.
Collischonn (2001, p.136) traz ainda uma interessante observação acerca da relação
entre acentuação e ortografia. Segundo a autora, “nosso sistema de acentuação ortográfica
observa essas tendências da língua. Acentuamos as palavras proparoxítonas, as paroxítonas
terminadas em consoante e as oxítonas terminadas em vogal porque elas são marcadas. Não
acentuamos as paroxítonas terminadas em vogal e as oxítonas terminadas em consoante
porque elas não são marcadas”.
EXERCÍCIOS
1) Dê exemplos de palavras do português que contenham os seguintes padrões silábicos:
a) V
b) VC
c) VCC
d) CV
e) CVC
f) CVCC
g) CCV
h) CCVC
i) CCVCC
j) VG
k) GV
l) CVG
m) CGV
n) VGC
o) GVC
p) CCVG
q) CCGV
r) CCVGC
s) CCGVC
46
2) Considere os dados do Grego Ático abaixo.
[ar.nos] cordeiro [pemp.tos] enviado
[i.lu.mos] dobradiça [ark.tos] urso
[ar.thmos] laços [skep.tron] cetro
[phas.a.non] espada [thelk.tron] encanto
[heb.do.mas] semana [ok.to] oito
3) Apresente o padrão silábico de cada uma das sílabas das palavras a seguir:
a) construir
b) destróis
c) Airton
4) Considerando a estrutura da sílaba em português, explique porque nas palavras dos grupos
a) e b) a síncope (apagamento) da penúltima vogal é possível, enquanto nas do grupo c) ela
não é:
47
EXERCÍCIOS COMPLEMENTARES
INTRODUÇÃO
a. [s], [f]
b. [k], [g]
c. [f], [v]
d. [t], [s]
e. [l], [t]
f. [m], []
g. [t], [d]
h. [z], []
i. [x], [f]
j. [l], []
a. [s], [l]
b. [k], [x]
c. [p], [g]
d. [l], []
e. [m], [n]
f. [f], [h]
g. [b], [f]
h. [s], [v]
i. [n], [b]
a.tipo – dentuço
b. devo – deves
c. voz – vozeirão
d. rege – rega
e. desprezar – desonrar
48
f. México – máximo
4) Em cada conjunto de segmentos, encontre a “ovelha negra”, isto é, a consoante que não
tenha em comum com as outras as mesmas características fonéticas. Justifique a escolha.
a. [ p t k s ] –
b. [ s v k f ] –
c. [ d t b s ] –
d. [ s f t z ] –
5) Considerando a sua pronúncia, marque as palavras que tenham o som indicado na coluna
da esquerda.
6) Organize os sons [x], [k], [b], [], [z], [d], [p], [f], [g] em grupos de acordo com os
seguintes critérios:
1) sonoridade
2) ponto de articulação
3) modo de articulação
7) Usando termos descritivos, tais como fricativa, nasal, surda, etc., identifique uma
característica fonética que todos os segmentos de cada grupo tenham em comum.
a. [ p t k g ] -
b. [ m b p ] -
c. [ i e ] -
d. [ u o ] -
f. [ t d l n s z ] -
8) Exemplifique a articulação dos sons simbolizados abaixo com três palavras do português:
49
a. [ g ]
b. [ o ]
c. [ ]
d. [ m ]
e. [ s ]
f. [ u ]
g. [ z ]
h. [ ]
i. [ l ]
j. [ ]
l. [ x ]
m. [ ]
n. [ ]
o. [ f ]
p. [ w ]
q. [ j ]
r. [ i ]
s. [ ]
Transcrição fonética
1) Nas palavras abaixo, alguns sons estão representados por símbolos do IPA. Qual é a forma
ortográfica desses sons?
a) [k]a[]ga g.ma[]a
b.ma[n]ta h. [x]a[z]gado
c. u[]a i. [ĩ]n[]am[]
d. v[]l[] j. [][]gos
e. [s]o[w]dad[] k. [d]i[]e[j]ro
f.co[w][]o l.[]uva
a) quilo
b) folga
c) hoje
d) champanhe
e) realmente
f) circo
g) designar
h) barreira
50
i) engasga
j) atividades
k) face
l) jovem
1) Com base nos dados da língua Pano (adaptado de SILVA, 2009), verifique se os pares
suspeitos abaixo:
a) são fonemas distintos; ou
b) alofones de um mesmo fonema; ou
c) estão em variação livre.
Pares:
[t] e [d], [p] e [b], [] e [],[] e [s], [f] e [v]
Dados:
1) [‘taj] ‘pé’
2) [u.a.’ki] ‘soprar’
3) [pi.i] ‘corda’
4) [fi.’si] ‘casa’
5) [pa.’ti] ‘orelha’
6) [u.a.’ki] ‘soprar’
7) [‘daj] ‘dia’
8) [ba.’ti] ‘frio’
9) [‘paf] ‘bom’
10) [ba.’vi] ‘mamão’
11) [pi.’si] ‘podre’
2) Com base nos dados da língua Pano (adaptado de SILVA, 2009), verifique se os pares
suspeitos abaixo:
d) são fonemas distintos; ou
e) alofones de um mesmo fonema; ou
f) estão em variação livre.
Pares:
[i] e [e], [o] e [u], [i] e [], [a] e []
Dados:
1) [a.’hi.t] ‘urucum’
2) [‘o.we] ‘cobra’
4) [hi.’to] ‘arco’
5) [‘i.n] ‘flecha’
6) [a.’he.t] ‘osso’
7) [‘u.we] ‘cobra’
8) [‘o.w] ‘instante breve’
9) [ma.’la.k] ‘arrancar’
51
2.2 Traços distintivos
1) Indique o(s) traço(s) que deve(m) ser modificado(s) para implementar as mudanças
descritas a seguir:
a) [k] []
b) [p] [b]
c) [l] []
d) [u] [w]
e) [o] [u]
2) Indique o segmento que será derivado se houver troca dos valores dos seguintes traços:
3) Dentre os segmentos abaixo, quais podem ser agrupados em uma mesma classe?
Diga qual traço ou quais traços eles compartilham. OBS: nem todos os segmentos poderão ser
agrupados juntos em uma mesma classe.
a) f, b, v, s, z, , , , l
b) p, b, t, d, k, f, v, s, z, m, n
c) b, m, n, , l, ,
d) t, d, g, s, z, , , m, n, ,
e) a, e, , o,
a) [ ] b) [ ] c) [ ]
52
3 SISTEMA FONOLÓGICO DO PORTUGUÊS
a) tônica:
b) pretônica:
c) postônica final:
2) De acordo com Câmara Jr., quais combinações consonantais são permitidas em português
em posição pré-vocálica? Dê exemplos.
3) Diga o processo fonológico que ocorre em cada uma das pronúncias abaixo:
a) [‘mejs] ‘mês’
b) [‘di.gi.no] ‘digno’
c) [‘ka.a] ‘caixa’
d) [mi.’ni.n] ‘menino’
e) [‘fo] ‘flor’
f) [di.’ze] ‘dizer’
4) De acordo com Câmara Jr., quais consoantes são permitidas em português em posição pós-
vocálica? Dê exemplos.
5) Por que a realização da palavra ritmo como [‘xi.ti.m] ocorre em português e a da palavra
carta como *[‘ka.i.t] não ocorre?
53
ANEXO: Alfabeto Fonético Internacional
Fonte: https://www.internationalphoneticassociation.org/sites/default/files/IPA2005_3000px.png.
54
REFERÊNCIAS
BISOL, Leda. O acento e o pé métrico binário. Cadernos de Estudos Linguísticos n.
22. Campinas, jan/jun, 1992.
______. A sílaba. In: BISOL, Leda. (Org.). Introdução a estudos de fonologia do
português brasileiro. Porto Alegre: EDIPUCRS, 2001.
CAGLIARI, Luiz Carlos. Análise fonológica: introdução à teoria e à prática.
Campinas: Mercado de Letras, 2002.
CALLOU, Dinah; LEITE, Yonne. Iniciação à fonética e à fonologia. Rio de Janeiro:
Jorge Zahar, 1990.
CÂMARA Jr., Joaquim Mattoso. Estrutura da língua portuguesa. Petrópolis: Vozes,
2001.
CHOMSKY, Noam; HALLE, Morris. The Sound Patterno of English. Cambridge,
MA: MIT,Press, 1968.
COLLISCHONN, Gisela. O acento. In: BISOL, Leda. (Org.). Introdução a estudos de
fonologia do português brasileiro. Porto Alegre: EDIPUCRS, 2001.
KELLER, Tatiana. O papel da sonoridade no mapeamento de sequências
consonantais em português. 2010. Tese de doutorado. Porto Alegre, PUCRS.
MATZENAUER, Carmen Lúcia Barreto. Introdução à teoria fonológica. In: BISOL,
Leda. Introdução a estudos de fonologia do português brasileiro. 5ª edição, revisada.
Porto Alegre: EDIPUCRS, 2010.
PIKE, Keneth. Phonemics: a technique for reducing languages to writing. University of
Michigan Publications Linguistics 3. Ann Arbor. University of Michigan, 1947.
SCHWINDT, Luiz Carlos (Org.). Manual de linguística: fonologia, morfologia e
sintaxe. Petrópolis, RJ: Vozes, 2014.
SEARA, Izabel Christine; NUNES, Vanessa Gonzaga; LAZZAROTTO-VOLCÃO,
Cristiane. Fonética e Fonologia do português brasileiro. Disponível em:
http://ppglin.posgrad.ufsc.br/files/2013/04/Livro_Fonetica_e_Fonologia.pdf.
SILVA, Thaïs Cristófaro. Fonética e fonologia do português: roteiro de estudos e guia
de exercícios. São Paulo: Contexto, 2002.
55