Ergonomia
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ERGONOMIA
DÚVIDAS E ORIENTAÇÕES
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Sumário
Unidade I – Histórico
Unidade II – Definições de Ergonomia
Unidade III – Riscos ergonômicos
Unidade IV – Embasamento legal
Unidade V – As condições ambientais de trabalho X características psicofisiológicas
dos trabalhadores
Unidade VI – Qualidade de vida no trabalho
Referências
Unidade I – Histórico
Seguidores de Taylor
Henry Ford - Henry Ford é visto como um dos responsáveis pelo grande
salto qualitativo no desenvolvimento organizacional atual. Ciente da importância do
consumo em massa, lançou alguns princípios para agilizar a produção, reduzir os
custos e o tempo de produção.
Integração vertical e horizontal - Produção integrada, da matéria-prima
ao produto final acabado (Integração vertical) e instalação de uma rede de
distribuição imensa (Integração horizontal).
Padronização - Instaurando a linha de montagem e a padronização do
equipamento utilizado, obtinha-se agilidade e redução nos custos. Em contrapartida,
prejudicava a flexibilização do produto.
Economicidade - Redução dos estoques e agilização da produção.
Abordagens
Quanto à abrangência:
o Ergonomia do posto de trabalho: abordagem microergonômica
o Ergonomia de sistemas de produção: abordagem macroergonômica
Quanto à contribuição:
o Ergonomia de concepção: normas e especificações de projeto
o Ergonomia de correção: modificações de situações existentes
o Ergonomia de arranjo físico: melhoria de sequências e fluxos de produção
o Ergonomia de conscientização: capacitação em ergonomia
Quanto à interdisciplinaridade:
A ergonomia caracteriza-se por reunir diversos campos do conhecimento
humano; portanto, diferentes profissionais atuarão nas empresas, buscando a
adequação do ambiente de trabalho:
Médico de trabalho: ajuda na identificação dos locais que provocam
acidentes ou doenças ocupacionais, e realiza acompanhamento de saúde;
Psicólogo: envolvido no recrutamento, seleção e treinamento de pessoal;
auxilia na implantação de novos métodos de trabalho;
Engenheiro: contribui nos aspectos técnicos e tecnológico, modificando
máquinas, ambientes e processo;
Desenhista industrial: auxilia na concepção e adaptação de máquinas,
equipamentos, ferramentas, postos de trabalho e sistemas de comunicação;
Enfermeiro do trabalho: contribui nas recuperações de trabalhadores
acidentados, e na prevenção de doenças ocupacionais;
Engenheiro/Técnico de Segurança: ajuda na identificação e correção de
condições insalubres e perigosas;
Programador de produção: contribui para criar um fluxo de trabalho
mais uniforme, evitando fadiga e sobrecarga;
Administrador: ajuda a estabelecer planos de cargos e salários mais
justos, para motivar os trabalhadores;
Comprador: auxilia na aquisição de máquinas e materiais mais seguros e
menos tóxicos.
Aplicações
o Intervenção ergonômica;
o Trabalho fisicamente pesado;
o Trabalho em ambientes de altas/baixas temperaturas, barulhento e iluminação
inadequada;
o Biomecânicas: postura, cadeiras, uso da coluna, uso dos membros inferiores
e superiores, e
o Organização ergonômica dos postos de trabalho – uso do computador.
Prejuízos para as organizações pela falta da ergonomia
o Absenteísmo e perda de produtividade;
o Gastos com afastados;
o Indenização pelo dano físico;
o Contingente de trabalhador com restrição;
o Deterioração nas relações humanas;
o A pressão do fenômeno LER e DORT sobre a empresa.
Soluções ergonômicas
o Eliminação do movimento/postura críticos;
o Pequenas melhorias;
o Projetos ergonômicos;
o Revezamento;
o Melhoria de método;
o Melhoria da organização do sistema de trabalho;
o Preparação para o trabalho (exercício de aquecimento, distencionamento e
ginástica compensatória);
o Orientação ao trabalhador e cobrar de atitudes corretas;
o Seleção mínima;
o Pausas de recuperação;
o Ingerir líquido(água,soro).
O processo de ergonomia
Processo (em administração), é uma sequência de eventos ou atividades de
eventos que descreve como as coisas mudam no tempo.
A meta final do processo de ergonomia é conseguir reduções significativas
das lesões e doenças relacionadas ao trabalho através da aplicação de princípios
ergonômicos corretos.
Nos locais de trabalho onde são executadas atividades que exijam solicitação
intelectual e atenção constante, tais como: salas de controle, laboratórios,
escritórios, salas de desenvolvimento ou análise de projetos, dentre outros, são
recomendadas condições de conforto.
Ruído
Som: é uma vibração que se propaga pelo ar em forma de ondas e que é
percebida pelo ouvido. É uma sensação agradável, em nível suportável e que
não irrita. Ex. ouvir uma música em nível agradável, o cantar de um pássaro,
etc.
Barulho: é um SOM prejudicial à saúde humana. Causa sensação
desagradável e irritante. Ex. barulho de motores, máquinas, martelete, etc.
O ruído industrial está presente em quase todas as atividades industriais e é
um indicativo de manutenção deficiente das máquinas, acarretando folgas,
vazamentos, vibrações, comprometendo a saúde de uma parcela significativa dos
trabalhadores.
O nível de ruído aceitável para efeito de conforto será de até 65 dB (A) e a
curva de avaliação de ruído (NC) de valor não superior a 60 dB.
Calor/Frio
Calor: o calor é um risco físico frequentemente presente em uma série de
atividades profissionais desenvolvidas nas indústrias com processos de liberações
de grandes quantidades de energia térmica.
É sabido que o homem que trabalha em ambientes de alta temperatura sofre
de fadiga, seu rendimento diminui, ocorrem erros de percepção e raciocínio e
aparecem sérias perturbações psicológicas que podem conduzir a esgotamento.
Em algumas pessoas não acostumadas a trabalhar em ambientes quentes,
podem aparecer sintomas de redução da sua capacidade senso motora. Outras
mudanças comportacionais podem ser verificadas, como a redução do esforço de
trabalho, retirada de roupa ou transpiração em ambientes frios. Em alguns casos, um
processo de aclimatação pode reduzir os problemas aventados.
Frio: A exposição ocupacional ao frio intenso pode constituir problema sério a
saúde, o conforto e a eficiência do trabalhador. Trabalhos ao ar livre em clima frio
são encontrados em regiões de grandes altitudes, bem como em algumas zonas
temperadas no período do inverno.
Fora das atividades realizadas ao ar livre, o frio intenso ainda é encontrado
em ambientes artificiais, como as câmaras frigoríficas de conservação, que implicam
em exposição a temperaturas bastante reduzidas.
Estudos realizados na indústria norte-americana, no início do século XX,
evidenciaram que a incidência de lesões por acidentes era menos a uma
temperatura de 18º C que em outras inferiores ou superiores á esta. O Aumento da
frequência de acidentes em baixas temperaturas foi atribuído à perda da destreza
manual. O frio pode causar danos locais nos tecidos, como a redução da
temperatura interna do corpo (hipotermia).
O índice de temperatura efetiva para efeito de conforto é entre 20ºC (vinte) e
23ºC (vinte e três graus centígrados);
Por costume, se a oscilação for facilmente detectada pelo tato, ela é chamada
simplesmente de vibração. Se for detectável pelo sistema auditivo, é chamada de
som ou vibração sonora.
Do ponto de vista da higiene do trabalho, interessa determinar as
características das vibrações ou dos sons que podem causar efeito nocivo, com
objetivo de especificar medidas de controle tais que eliminem ou reduzam os riscos
a níveis suportáveis e compatíveis com a preservação da saúde.
“Em trabalhos com equipamentos do tipo martelete, o ser humano pode
adquirir problemas do tipo ósteo-articular e muscular”. No começo, encontram-se a
artrose do cotovelo, necrose dos ossos e dedos, deslocamentos anatômicos,
posteriormente podem ocorrer à doença de Raynaud(dedos brandos), e problemas
nervosos, alterando a sensibilidade táctil.
Biomecânica do corpo – Posturas
Levantamento de peso
Não há qualquer problema em levantar cargas do chão agachando e
levantando com as pernas(posição agachada), como também não há problema em
levantar fletindo o tronco com as pernas estendidas(posição fletida), desde que
sejam observados os cuidados complementares. Para cargas volumosas, deve ser
utilizada a posição semifletida: dobra-se as pernas um certo tanto, e encurva-se o
tronco um certo tanto.
Para peças que possam ser pegas apenas com uma mão no interior de
caixas ou caçamba: apoiar um dos braços na borda da caçamba e levantar com a
outra; isto alivia a força de compressão nos discos intervertebrais.
Naturalmente a posição incorreta e/ou peso excessivo tem alguns
inconvenientes, como: dores Lombares, entorses e deslocamento de discos. Para
tornar seu trabalho mais fácil, siga estas avaliar as seguintes situações:
o O tamanho, a forma e o volume da carga;
o A existência de pontas ou rebarbas;
o Comunicação eficaz, quando levantar em duas pessoas;30
o A necessidade de utilizar EPI;
o Aplicar a técnica correta de levantamento de peso avaliando sempre o peso
da carga; na posição agachada, a carga a ser pega do chão é 15 kg, na
posição fletida a carga a ser pega do chão é 18 kg, Nas melhores condições:
23 kg(carga elevada, próxima do corpo).
Alavanca de 2º grau: aqui, como o braço de potência é sempre maior que o braço
de resistência, a intensidade da força necessária para vencer uma determinada
resistência é sempre menor que o valor nominal da resistência. Este tipo de
alavanca não é praticamente encontrado nos segmentos do nosso corpo. Quando o
ser humano tiver que fazer força ao executar uma tarefa, deve-se propiciar-lhe a
existência de uma boa alavanca de 2º grau, aumentando-se ao máximo o braço de
potência.
Resistência (peso levantado)
Sentar-se no Trabalho
Pés bem apoiados! - É importante que as pessoas possam trabalhar com os pés no
chão. As cadeiras devem portanto, possuir regulagens compatíveis com as da
população em questão. Para o Brasil, o ideal seriam cadeiras com regulagem de
altura a partir de 36 cm. Quando a cadeira não permite que a pessoa apoie os pés
no chão, a solução é adotar um apoio para os pés. O apoio para os pés, é
indispensável na adequação do conjunto "mesa-cadeira-piso-usuário". O design
permite que o usuário regule a altura e a inclinação com os próprios pés. Previne e
alivia dores lombares, varises, estresse e desconforto nas pernas.
Ficar em pé
O ser humano está relativamente bem aparelhado para ficar na postura de pé,
desde que haja alguma movimentação.
Os aspectos biomecânicos podem ser bem entendidos quando verificamos
que, apesar de apoiar apenas sobre dois pés, e apesar de possuir um centro de
gravidade mais elevado que os quadrúpedes, ao ficar de pé sobre dois pés, o ser
humano consome relativamente menos energia que aqueles. A explicação para este
fato, está em alguns detalhes de nossa anatomia: o arco e o tamanho dos pés, o
apoio do esqueleto sobre ligamentos, as curvaturas da coluna.
Naturalmente a posição de pé, parado tem alguns inconvenientes:
o Fadiga dos músculos da panturrilha;
o Dores nos pés, inchaços, aparecimento de varizes
o Problemas nas costas, pés e pernas inchadas;
o Agravamento de lesões já existentes.
Posição semi-sentada
Utilizar a posição semi- sentada, preserva-se a agilidade de ação, muitas
vezes fundamental para quem trabalha de pé, e evita- se a fadiga nos músculos da
panturrilha, pois muda-se o eixo de apoio dos membros inferiores, passando o apoio
a ser distribuídos entre os membros inferiores e as nádegas.
Característica do banco semi sentado: Pistão a gás com Amortecedor
Pneumático: Total suavidade aos impactos do "senta- levanta".
Com precisão milimétrica, o oferece regulagens com até 230 mm de variação de
altura (de 610 a 840 mm).
Buscando atender a todas as necessidades do Homem no Posto de
Trabalho em Pé, é “auto-transportável”:
A própria base é utilizada como rodízio para deslocamentos leves, ágeis e
fáceis; sem carga para o usuário.
Levantamento antropométrico
A antropometria, é o estudo das medidas humanas. As medidas humanas são
muito importantes na determinação de diversos aspectos relacionados ao ambiente
de trabalho no sentido de manter uma boa postura.
O problema prático com o qual a antropometria mais se defronta esta
relacionado às diferenças de Dimensões das pessoas, de tal forma que uma altura
boa para uma pessoa, não é boa para outra pessoa.
A rigor, a ergonomia moderna começou com a antropometria, e hoje os
estudos antropométricos, estão bastante disseminados, a ponto de permitirem a
definição de alturas e distâncias corretas ainda na fase de projeto, que é a ocasião
de melhor aplicação prática dos conceitos antropométricos.
Aplicação
o Projeto para o indivíduo médio: abrange a maioria dos produtos existentes;
o Projeto para indivíduos extremos: para atender pessoas em características
situadas em extremos(muito gordo, muito alto);
o Projetos para faixas de população: critérios como idade ou altura, são
usados para definir o padrão;
o Projetos para o indivíduo: ou sob encomenda, atendendo , atendendo as
dimensões de uma única pessoa;
o Espaço de trabalho: deve ser projetado para proporcionar conforto, e deve
levar em conta a postura do indivíduo, o tipo de atividade manual
desenvolvida e o vestuário;
o Superfície de trabalho: conforme a demanda muscular da atividade manual,
a localização da superfície pode mudar para proporcionar o melhor uso dos
conjuntos musculares das mãos, braços e ombros;
o Trabalho de pé ou sentado: define a posição de controles e comandos e
limites de força que podem ser realizados, conforme o alcance vertical e
horizontal do trabalhador quando em pé ou sentado; se há alternação de
posição, deverá haver adequação dos controles e comandos e espaço
disponível para essa variação.
Distribuição antropométrica de partes do corpo
Tabela de Apoio
M00 Distância entre o cotovelo ao piso - digitação
M01 Distância entre o tampo da mesa ao piso - escrita Altura
M02 recomendada para o assento
M03 Limite do alcance normal
M04 Espaço mínimo sob a mesa para encaixe das pernas
M05 Distância entre o tampo da mesa e a linha imaginária dos olhos
M06 Largura dos ombros
M07 Estatura do indivíduo
M08 Distância do piso ao nível dos olhos
M09 Altura indicada para o apoia pés - "trabalho em pé x sentado"
M10 Distância entre o cotovelo ao chão - "trabalho em pé" Comprimento
M11 do braço e antebraço - alcance máximo
M12 Altura máxima para alcance
Na impossibilidade de realizar o estudo, deve-se adotar 3 padrões de
medidas do posto de trabalho; uma para pessoas baixas, uma para pessoas
medianas, e uma outra para pessoas altas.
Coluna Vertebral
A coluna vertebral tem 4 funções: eixo de sustentação do corpo, estrutura de
mobilidade entre a parte superior e a parte inferior do corpo, de amortecimento de
cargas, proteção da medula espinhal. A coluna vertebral é dividida em: vértebras
cervicais, torácicas, lombares e osso sacro; região cervical e lombar de alta
mobilidade; região torácica de pouca mobilidade; osso sacro é imóvel.
Funciona como uma estrutura que permite ao ser humano ter ao mesmo
tempo uma estrutura fixa para sustentação do corpo, e uma estrutura móvel que o
possibilita mover a parte superior do corpo; a coluna cervical é habilitada para
torção, flexão e extensão; a coluna torácica é habilitada para torção; e a coluna
lombar é habilitada somente para flexão e extensão. De todas as articulações da
coluna, a de maior mobilidade é a que existe entre a 5º vértebra lombar, e o osso
sacro. E é também a mais instável.
A coluna tem curvaturas, que garantem um equilíbrio relativamente fácil do
ser humano na posição de pé, parado.
Além disso, a coluna vertebral contém um canal formado pela superposição das
vértebras(canal vertebral), por onde passa a medula espinhal, que é o
prolongamento do encéfalo. A medula se constitui um tecido de alta especialização e
fragilidade, por onde passam todas as ordens motoras do cérebro para os membros,
e por onde passam todas as ordens motoras do cérebro para os membros.
Esta estrutura protegida por 24 vértebras. Além disso saem da medula
espinhal 33 pares de nervos, que vão levar as ordens para diversas partes do corpo.
Disco intervertebrais
São as estruturas encarregadas de amortecer as cargas e pressões ao longo
da coluna vertebral, evitando com isto que qualquer traumatismo um pouco mais
intenso acarrete sérias consequências sobre a coluna, e provoque fraturas de
vértebras. Eles existem entre cada 2 vértebras. Assim ao todo são 24 vértebras,
existem 23 discos intervertebrais, e mais um, o mais importante, entre a última
vértebra lombar e o osso sacro.
Resumindo, os discos intervertebrais são os amortecedores naturais de peso,
ou seja o EPI que Deus nos deu, porém com degeneração precoce devido a
posturas incorretas, levantamento de peso excessivo e ao longo da vida do ser
humano.
Ergonomia no lar
Evite em casa os seguintes trabalhos, que contribuem para aumentar o risco
de lesões dos membros superiores:
o Tricô e crochê;
o Lavar a roupa (especialmente esfregar e torcer);
o Colocar roupa no varal;
o Contato com água fria;
o Bater bolo;
o Lavar parede;
o Lustrar portas ou móveis;
o Segurar panelas pelo cabo(preferir panelas de alça dupla);
o Compras de feira carregando as sacolas com as mãos;
o Colocar objetos no alto dos armários;
o Segurar o filho ao amamentá-lo(é indicado colocar apoio no pescoço ou
travesseiro, a fim de que os membros superiores apenas apoiem o bebê,
evitando ter que sustentá-lo);
o Esfregar o rodo no chão;
o Andar em ônibus segurando-se na alça superior;
o Utilizar ferramentas de limpeza e escavação(enchada, picareta, pá, vassoura).
LER/DORT
São provocadas pelo tipo do trabalho, de origem ocupacional que atingem os
membros superiores, ombro e pescoço, resultantes do desgaste de músculos,
tendões, nervos e articulações provocado pela inadequação do trabalho ao ser
humano.
Em 1987, a LER (lesão por Esforço Repetitivo) foi reconhecida pelo
Ministério da saúde como doença do trabalho através da portaria 4062. Na ocasião
isto ocorreu devido à epidemia de tendinite dos digitadores.
Posteriormente em 1998, foi publicada uma atualização desta norma, mudando o
nome para DORT ( distúrbios osteomusculares relacionados ao trabalho.
O que mudou neste caso foi à linguagem, para adaptá-la aos termos
internacionais e facilitar o dialogo com outros países a essa doença como
LER/DORT até hoje. os sintomas e o quadro clinico são os mesmos. Apenas parece
ter havido uma manobra para diminuir a abrangência do termo. Pois agora não é
qualquer lesão por esforço repetitivo que se consideramos, e sim a relação com o
sistema osteomuscular.
Em resumo hoje, o que era LER passou a chamar-se DORT.
Nomes alternativos - LER – Lesões por Esforços Repetitivos; DORT –
Doenças Ósteomusculares Relacionadas ao Trabalho; Doenças Músculo
esqueléticas Relacionadas ao Trabalho; Lesões por Esforços Cumulativos; Lesões
por Traumas Cumulativos; Doença Cervico braquial Ocupacional; Tenossinovite.
Incidência
Diversas categorias de trabalhadores, que têm em comum a repetitividade de
movimentos e o esforço físico, podem ser atingidas pela LER/DORT, especialmente
os usuários de terminais de vídeo, processadores de dados (digitadores), caixas (de
supermercados, lojas ou bancos), operários de linha de montagem e trabalhadores
nas indústrias de autopeças, microeletrônica, telecomunicações, preparação de
alimentos e, nas fábricas de pequenos manufaturados.
A ocorrência de LER/DORT vem se expandindo de maneira temerosa apesar
de os casos ainda serem pouco notificados. Atualmente, a expansão desta síndrome
adquire as características de uma verdadeira epidemia, mesmo quando nos
referimos apenas aos dados oficiais da previdência social, que incluem somente os
trabalhadores do mercado formal com vínculo empregatício regido pela CLT.
Sintomas
Dor, desconforto, sensação de peso, no início passam despercebidos pelo
trabalhador, visto que frequentemente ocorrem somente durante o trabalho.
Com o passar do tempo, esses sintomas invadem as noites e fins de semana até se
tornarem presente o tempo todo. Muitas pessoas só se dão conta de que há algo
errado quando começam a apresentar limitações importante.
É comum a existência de formigamento, dormência, diminuição de força, falta de
firmeza nas mãos e diminuição da agilidade dos dedos. Todos estes sintomas
causam incapacidade ou limitação para as atividades básicas da vida diária e
frequentemente causam depressão, angústia, incerteza e medo do futuro.
Tenossinovites e Tendinites
Nexo causal
É a relação de causa e efeito entre um fato e outro, quando uma atividade
laboral invariavelmente vem causando uma determinada doença, diz-se que há entre
o trabalho e a doença um nexo causal.
Unidade VI – Qualidade de Vida no Trabalho
Estresse
É o conjunto de reações no organismo, a agressões de ordem física e
psíquica, capazes de perturbar o equilíbrio orgânico. A tensão emocional, é a
capacidade natural do indivíduo de reagir sobre situações de perigo, preparando-se
para enfrentar ou fugir. Acarreta muito sofrimento, além de poder contribuir para o
aparecimento de doenças (hipertensão, gastrite e até alguns tipos de câncer). Sobre
ameaça, o organismo libera adrenalina para alertar o sistema nervoso sobre o perigo
aumentando também a frequência cardíaca e a pressão arterial. Com o decorrer do
tempo, este mecanismo pode acabar desestabilizando o organismo levando-o a um
ataque cardíaco ou colapso nervoso.
Análise ergonômica
A análise ergonômica tem como objetivo, avaliar as adaptações das
condições de trabalho às características psicofisiológicas dos trabalhadores,
abordando as condições de trabalho, conforme estabelecido na NR-17.
A análise de um posto de trabalho para adequação ergonômica, deve ser feita
levando em consideração todos os aspectos ligados á postura, tipo e quantidade de
esforço físico e ocorrência de acidentes.
Programa de Ergonomia
Objetivo
Criar um sistema de gestão ergonômica, através de atividades e procedimentos que
minimizem ou neutralizem os riscos encontrados.
Definições
Comitê ergonômico
Este Comitê é formado por um grupo de pessoas pertencentes aos diversos
setores da empresa, seja pelo SESMT, membros da CIPA e/ou outros
colaboradores, que participem ativamente do processo de formação da cultura
ergonômica.
Deve possuir um coordenador, que defina as responsabilidades de cada
membro, convoque as reuniões mensais, sendo o mediador destas.
Quanto ao treinamento do Comitê, este é realizado por profissional
capacitado, através de aulas expositivas durante 5 dias, aproximadamente, dividido
em módulos, totalizando 20 horas de treinamento.
Os temas abordados são os seguintes:
• Noções de Anatomia e Fisiologia.
• Princípios da Ergonomia, do Trabalho Dinâmico e Estático e suas
consequências.
• Riscos Ergonômicos, coleta, análise e métodos para realização.
• LER/DORT, fadiga muscular, estresse e pausas.
• Treinamento postural.
• Ginástica Ocupacional, atividades físicas e lazer.
• Reconhecimento da necessidade das medidas preventivas/corretivas em
diferentes circunstâncias, nos postos de trabalho.
• Formas de implantação das ações pelo Comitê.
Doença ocupacional
Consiste em distúrbios temporários ou permanentes à saúde dos
colaboradores, que tenham nexo causal com o exercício de suas atividades na
empresa.
Gerência de processo
Implementar as ações preventivas e corretivas propostas pela consultoria
externa/ ergonomista.
Consultoria externa/ergonomista
a. Analisar os riscos ergonômicos;
b. Propor ações preventivas, através do relatório de análise ergonômica;
c. Acompanhar a implantação das ações corretivas e preventivas;
d. Estruturar e oferecer suporte técnico ao Comitê Ergonômico;
e. Prover treinamentos posturais aos colaboradores;
f. Realizar inspeções ergonômicas períodicas, nos postos de trabalho;
g. Assegurar a manutenção do Programa de Ergonomia.
Médico do trabalho
a. Efetuar periodicamente os exames clínicos, para monitoramento dos
riscos ergonômicos;
b. Realizar as avaliações clínicas detalhadas para os exames clínicos
alterados;
c. Encaminhar o colaborador para tratamento médico ocupacional ou
assistencial, de acordo com o diagnóstico de doença ocupacional ou não
ocupacional;
d. Emitir a CAT (Comunicado de Acidente do Trabalho), para doenças
ocupacionais;
e. Manter sigilo quanto ao diagnóstico da saúde do colaborador;
f. Registrar as informações em prontuários médicos.
O Comitê Ergonômico, sistematicamente efetuará levantamento dos riscos
ergonômicos nos postos de trabalho.
IIDA, Itiro. Ergonomia Projeto e Produção. 2ª edição, 2005. Editora Edgard Blücher
Ltda.
NBR 10152: níveis de ruído para conforto acústico. Rio de Janeiro, 1987.