Ergonomia

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ERGONOMIA

ERGONOMIA

DÚVIDAS E ORIENTAÇÕES
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TUTORIA ONLINE
Segunda a Sexta de 09:30 às 17:30
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Sumário

Unidade I – Histórico
Unidade II – Definições de Ergonomia
Unidade III – Riscos ergonômicos
Unidade IV – Embasamento legal
Unidade V – As condições ambientais de trabalho X características psicofisiológicas
dos trabalhadores
Unidade VI – Qualidade de vida no trabalho
Referências
Unidade I – Histórico

A primeira definição conhecida de trabalho está escrita nas Sagradas


Escrituras em Gênesis 3: 17b, 19 "Disse, pois, o Senhor Deus ao ser humano:
maldita é a terra por tua causa; em fadiga comerás dela todos os dias da tua vida.
Do suor do teu rosto comerás o teu pão, até que tornes a terra, porque dela foste
tomado; pois és pó, e ao pó tornarás". Podemos deduzir, então, que o trabalho está
relacionado à noção geral de sofrimento e pena (BIBLIA,1995).
As fábricas do início da Revolução Industrial não apresentavam o melhor dos
ambientes de trabalho. As condições das fábricas eram precárias. Eram ambientes
com péssima iluminação, abafados e sujos. Os salários recebidos pelos
trabalhadores eram muito baixos e chegava-se a empregar o trabalho infantil e
feminino. Os empregados chegavam a trabalhar até 18 horas por dia e estavam
sujeitos a castigos físicos dos patrões. Não havia direitos trabalhistas como, por
exemplo, férias, décimo terceiro salário, auxílio doença, descanso semanal
remunerado ou qualquer outro benefício. Quando desempregados, ficavam sem
nenhum tipo de auxílio e passavam por situações de precariedade.
Unidade II – Definições de Ergonomia

O termo ergonomia é derivado das palavras gregas ergon (trabalho) e nomos


(regras). De fato, na Grécia antiga o trabalho tinha um duplo sentido: ponos que
designava o trabalho escravo de sofrimento e sem nenhuma criatividade e, ergon
que designava o trabalho arte de criação, satisfação e motivação. Tal é o objetivo da
ergonomia, transformar o trabalho ponos em trabalho ergon.
Não existe ainda uma história, propriamente dita, sobre ergonomia. Os
primeiros estudos sobre o homem em atividade profissional foram realizados por
engenheiros, médicos do trabalho e pesquisadores de diversas áreas de
conhecimento. O termo ergonomia foi utilizado pela primeira vez, em 1857, pelo
polonês W. Jastrzebowski, que publicou um artigo intitulado “Ensaio de ergonomia
ou ciência do trabalho baseada nas leis objetivas da ciência da natureza”.
No sentido etimológico do termo, Ergonomia significa estudo das leis do
trabalho. Em 1949, Murrel iniciou a concepção sobre a Ergonomia, dizendo que ela é
conjunto de conhecimentos científicos relativos ao homem e necessário para os
engenheiros conceberem ferramentas, máquinas e conjuntos de trabalhos que
possam ser utilizados com máximo conforto, segurança e eficiência.
Em 1972, Singleton disse que era era a tecnologia do projeto de trabalho. Já
Laville, em 1977, afirmou que ergonomia é o conjunto de conhecimentos relativos ao
comportamento do homem em atividade, a fim de aplicá-los á concepção das
tarefas, dos instrumentos, das máquinas e dos sistemas de produção.
O dicionário Aurélio, define ergonomia como sendo o estudo científico dos
problemas relativo ao trabalho humano e que devem ser levados em conta na
projeção de máquinas e equipamentos e ambiente de trabalho.
Pela Research Society (U.K.), Ergonomia é o estudo do relacionamento entre
o homem e o seu trabalho, equipamento e ambiente e, particularmente, a aplicação
dos conhecimentos de anatomia, fisiologia e psicologia na solução dos problemas
surgidos desse relacionamento.
Para a International Ergonomics Association (IEA), ergonomia é o estudo
científico da relação entre o homem e seus meios, métodos e espaços de trabalho.
Seu objetivo é elaborar, mediante a contribuição de diversas disciplinas científicas
que a compõem, um corpo de conhecimentos que, dentro de uma perspectiva de
aplicação, deve resultar em uma melhor adaptação ao homem dos meios
tecnológicos e dos ambientes de trabalho e de vida.
A Associação Brasileira de Ergonomia (ABERGO) afirma que “a ergonomia é
o estudo da adaptação do trabalho às características fisiológicas e psicológicas do
ser humano”.
Já pela OIT, ergonomia é a aplicação das ciências biológicas humanas e o
ajustamento mútuo ideal entre o homem e seu trabalho, cujos resultados se medem
em termos de eficiência humana e bem estar no trabalho. É um conjunto de ciências
e tecnologias que procura o ajuste confortável e produtivo entre o ser humano e o
seu trabalho.
Unidade III – Riscos Ergonômicos

São os fatores psico-fisiológicos relacionados ao trabalho que o ser humano


fica exposto durante o desenvolvimento de suas atividades.

Tipos de riscos ergonômicos


Trabalho físico pesado, posturas incorretas, treinamento
inadequado/inesistente, trabalhos em turno, Trabalho noturno, monotonia,
repetitividade, ritmo excessivo, pressão explícita ou implícita para manter este ritmo,
metas estabelecidas sem a participação dos empregados e colaboradores,
patamares de metas de produção crescentes sem a adequação das condições para
atingi-las, incentivo a maior produtividade por meio de diferenciação salarial e
prêmios, induzindo as pessoas a ultrapassar seus limites, jornada de trabalho
prolongada, falta de possibilidade de realizar pequenas pausas espontâneas,
quando necessário, manutenção de postura fixa por tempo prolongado, mobiliário
mal projetado, ambiente de trabalho desconfortável(muito seco, muito frio, muito
quente, pouco iluminado, barulhento, apertado).
Administração Científica - Frederick W. Taylor (1900)
Frederick W. Taylor desenvolveu estudos a respeito de técnicas de
racionalização do trabalho dos operários. Suas ideias preconizavam a prática da
divisão do trabalho. A característica mais marcante do estudo de Taylor é à busca de
uma organização científica do trabalho, enfatizando tempos e métodos e por isso é
visto como o precursor da Teoria da Administração Científica. Taylor via
necessidade de aplicar métodos científicos à administração para assegurar seus
objetivos de máxima produção a mínimo custo, para tanto seguia os seguintes
princípios:
 Seleção científica do trabalhador - O funcionário desempenha a tarefa
mais compatível com suas aptidões. É importante para o funcionário que é
valorizado e para empresa, que aumenta sua produtividade e aumenta seus lucros.
 Tempo padrão - O funcionário deve atingir a produção mínima
determinada pela gerência. Esse controle torna-se importante pelo fato do ser
humano ser naturalmente preguiçoso.
 Plano de incentivo salarial - O funcionário ganha pelo que produz.
 Trabalho em conjunto - Os interesses da empresa e dos funcionários
quando aliados, resultam numa maior produtividade.
 Gerentes planejam, funcionários executam - Cabe aos gerentes
planejarem e aos funcionários agirem.
 Divisão do trabalho - A tarefa subdivide-se ao máximo, dessa forma se
ganha velocidade, produtividade e o funcionário garante lucro de acordo com seu
esforço.
 Supervisão - É especializada por áreas. Controla o trabalho dos
funcionários verificando o número de peças feitas, assegurando o valor mínimo da
produção.
 Ênfase na eficiência - Há uma única maneira certa de se fazer o
trabalho. Para descobri-la, a administração empreende um estudo de tempo e
métodos, decompondo os movimentos das tarefas exercidas.

Considerações da Administração Científica de Taylor


 Enfoque mecanicista - A organização é comparada com uma máquina,
que segue um projeto pré-definido. Recebe críticas dos estudiosos em
administração. A partir desta visão, cada funcionário é visto como uma engrenagem
na empresa, desrespeitando sua condição de ser humano.
 Homo economicus - O salário é importante, mas não é fundamental para
a satisfação dos funcionários. O Reconhecimento do trabalho, incentivos morais e a
autorealização são aspectos importantes que a Administração Científica
desconsidera.
 Abordagem fechada - A Administração Científica não faz referência ao
ambiente da empresa. A organização é vista de forma fechada, desvinculada de seu
mercado, negligenciando as influências que recebem e impõe ao que a cerca.
 Superespecialização do funcionário - Com a divisão de tarefas, a
qualificação do funcionário passa a ser supérfula. Dessa forma, o funcionário
executa tarefas repetidas, monótonas e gera uma desarticulação do funcionário no
processo como um todo.
 Exploração dos empregados - A Administração Científica faz uso da
exploração dos funcionários em prol de seus interesses particulares, uma vez que o
estímulo à alienação dos funcionários, falta de consideração do aspecto humano e
deficiência das condições sociais da época.

Seguidores de Taylor
 Henry Ford - Henry Ford é visto como um dos responsáveis pelo grande
salto qualitativo no desenvolvimento organizacional atual. Ciente da importância do
consumo em massa, lançou alguns princípios para agilizar a produção, reduzir os
custos e o tempo de produção.
 Integração vertical e horizontal - Produção integrada, da matéria-prima
ao produto final acabado (Integração vertical) e instalação de uma rede de
distribuição imensa (Integração horizontal).
 Padronização - Instaurando a linha de montagem e a padronização do
equipamento utilizado, obtinha-se agilidade e redução nos custos. Em contrapartida,
prejudicava a flexibilização do produto.
 Economicidade - Redução dos estoques e agilização da produção.

Reação dos trabalhadores


Em muitas regiões da Europa, os trabalhadores se organizaram para lutar por
melhores condições de trabalho. Os empregados das fábricas formaram as trade
unions (espécie de sindicatos) com o objetivo de melhorar as condições de trabalho
dos empregados. Houve também movimentos mais violentos como, por exemplo, o
ludismo. Também conhecidos como "quebradores de máquinas", os ludistas
invadiam fábricas e destruíam seus equipamentos numa forma de protesto e revolta
com relação à vida dos empregados. O cartismo foi mais brando na forma de
atuação, pois optou pela via política, conquistando diversos direitos políticos para os
trabalhadores. Nessa mesma época surgiram estudos encabeçados pôr Frank e
Lilian Gilbreth e Morris Cooke, os primeiros preocupados com os estudos dos
movimentos de mão e corpo para a otimização dos esforços, eliminando-se
movimentos inúteis e projetando o uso de ferramentas e equipamentos mais
adequados para os trabalhadores, e Cooke adaptando os princípios da
administração científica em organizações nas não industriais.
Quase cem anos mais tarde, em 1949, um engenheiro inglês chamado Murrel
criou na Inglaterra a primeira sociedade nacional de ergonomia, a “Ergonomic
Research Society”. Nesta época que iniciou a concepção sobre Ergonomia.
Posteriormente, a ergonomia desenvolveu-se em numerosos países industrializados,
como a França, Estados Unidos, Alemanha, Japão e países escandinavos.

O desenvolvimento atual da ergonomia


O desenvolvimento atual da ergonomia pode ser caracterizado, então,
segundo quatro níveis de exigências:
o As exigências tecnológicas: técnicas de produção;
o As exigências econômicas: qualidade e custo de produção;
o As exigências sociais: melhoria das condições de trabalho;
o As exigências organizacionais: gestão participativa.

Abordagens
Quanto à abrangência:
o Ergonomia do posto de trabalho: abordagem microergonômica
o Ergonomia de sistemas de produção: abordagem macroergonômica

Quanto à contribuição:
o Ergonomia de concepção: normas e especificações de projeto
o Ergonomia de correção: modificações de situações existentes
o Ergonomia de arranjo físico: melhoria de sequências e fluxos de produção
o Ergonomia de conscientização: capacitação em ergonomia

Quanto à interdisciplinaridade:
A ergonomia caracteriza-se por reunir diversos campos do conhecimento
humano; portanto, diferentes profissionais atuarão nas empresas, buscando a
adequação do ambiente de trabalho:
 Médico de trabalho: ajuda na identificação dos locais que provocam
acidentes ou doenças ocupacionais, e realiza acompanhamento de saúde;
 Psicólogo: envolvido no recrutamento, seleção e treinamento de pessoal;
auxilia na implantação de novos métodos de trabalho;
 Engenheiro: contribui nos aspectos técnicos e tecnológico, modificando
máquinas, ambientes e processo;
 Desenhista industrial: auxilia na concepção e adaptação de máquinas,
equipamentos, ferramentas, postos de trabalho e sistemas de comunicação;
 Enfermeiro do trabalho: contribui nas recuperações de trabalhadores
acidentados, e na prevenção de doenças ocupacionais;
 Engenheiro/Técnico de Segurança: ajuda na identificação e correção de
condições insalubres e perigosas;
 Programador de produção: contribui para criar um fluxo de trabalho
mais uniforme, evitando fadiga e sobrecarga;
 Administrador: ajuda a estabelecer planos de cargos e salários mais
justos, para motivar os trabalhadores;
 Comprador: auxilia na aquisição de máquinas e materiais mais seguros e
menos tóxicos.

Fatores considerados para projeto de um sistema de trabalho.


 Trabalhador: levam-se em conta as características físicas, fisiológicas,
sociais e psicológicas, a influência da idade, treinamento e motivação;
 Máquinas: são todas as ajudas materiais que o homem utiliza no seu
trabalho, englobando os equipamentos, ferramentas, mobiliários e instalações;
 Ambiente: todas as características do ambiente físico que envolve o
trabalhador durante a realização de sua atividade, como temperatura, ruídos,
vibração, iluminação, presença de poeiras, gases, radiação;
 Informação: formas de comunicação existentes entre os elementos de
um sistema, a transmissão de informações, alimentação e tomada de decisão;
 Organização: conjunto dos fatores anteriores no sistema produtivo,
envolvendo processos e pessoas, e a administração dos mesmos, além da cultura
da empresa;
 Consequências do trabalho: questões de controle como tarefas de
inspeção, estudos de erros e acidentes, gasto energético, fadiga e estresse.

Aplicações
o Intervenção ergonômica;
o Trabalho fisicamente pesado;
o Trabalho em ambientes de altas/baixas temperaturas, barulhento e iluminação
inadequada;
o Biomecânicas: postura, cadeiras, uso da coluna, uso dos membros inferiores
e superiores, e
o Organização ergonômica dos postos de trabalho – uso do computador.
Prejuízos para as organizações pela falta da ergonomia
o Absenteísmo e perda de produtividade;
o Gastos com afastados;
o Indenização pelo dano físico;
o Contingente de trabalhador com restrição;
o Deterioração nas relações humanas;
o A pressão do fenômeno LER e DORT sobre a empresa.

Soluções ergonômicas
o Eliminação do movimento/postura críticos;
o Pequenas melhorias;
o Projetos ergonômicos;
o Revezamento;
o Melhoria de método;
o Melhoria da organização do sistema de trabalho;
o Preparação para o trabalho (exercício de aquecimento, distencionamento e
ginástica compensatória);
o Orientação ao trabalhador e cobrar de atitudes corretas;
o Seleção mínima;
o Pausas de recuperação;
o Ingerir líquido(água,soro).

Os 5 pré requisitos para a boa solução ergonômica


o Biomecânico;
o Epidemiológico;
o Fisiológico;
o Psicofísico;
o Produtividade.

4 Motivos do alto investimento em Ergonomia na atualidade


o Porque é o certo de se fazer;
o Quando o custo de não se fazer supera o custo de se fazer;
o Quando a empresa está muito pressionada;
o Retorno do investimento;
o Conforto físico e mental= Eficiência.

Os investimentos em Ergonomia, proporciona harmonia entre o homem e o


seu trabalho
A ergonomia é uma ciência que busca uma integração harmoniosa entre o
homem e o seu trabalho, propiciando benefícios como conforto físico e mental.
Decorrente desta harmonia, obtém-se prevenção de patologias ocupacionais e
aumento da produtividade. Portanto, o principal objetivo da Ergonomia é que o
funcionário trabalhe com Segurança e Conforto para que tenha uma melhor
eficiência. “Ganham o homem e a empresa.”

Obstáculos para a ergonomia


o Anarquia gerencial;
o Falta de conhecimento de engenharia e método de trabalho;
o Assessoria inadequada;
o Valores da empresa: trabalho = sofrimento.

O processo de ergonomia
Processo (em administração), é uma sequência de eventos ou atividades de
eventos que descreve como as coisas mudam no tempo.
A meta final do processo de ergonomia é conseguir reduções significativas
das lesões e doenças relacionadas ao trabalho através da aplicação de princípios
ergonômicos corretos.

Os 6 pilares para a eficiência do processo de ergonomia


o Apoio da alta gerência;
o Participação dos trabalhadores;
o Treinamento de ergonomia para todas as chefias e empregados;
o Eficácia do serviço médico;
o Estruturação administrativa para acompanhar os problemas e asmedidas
corretivas e preventivas (comitê de ergonomia);
o Acompanhamento dos resultados e melhoria contínua.
Unidade IV – Embasamento legal

Norma Regulamentadora – NR 17 (Ergonomia)


A norma regulamentadora foi originalmente editada pela Portaria MTb nº
3.214, de 08 de junho de 1978, de maneira a regulamentar os artigos 175, 176, 178,
198 e 199 da Consolidação das Leis do Trabalho (CLT), conforme redação dada
pela Lei nº 6.514, de 22 de dezembro de 1977, que alterou o Capítulo V (da
Segurança e da Medicina do Trabalho) do Título II da CLT.
Caracterizada como Norma Geral pela Portaria SIT nº 787, de 28 de
novembro de 2018, a redação da NR-17 estabelece parâmetros para permitir a
adaptação das condições de trabalho às características psicofisiológicas dos
trabalhadores.
Sem a constituição de uma Comissão Nacional Tripartite Temática (CNTT)
para o acompanhamento permanente da implementação da NR-17, as atualizações
da norma são discutidas diretamente no âmbito da Comissão Tripartite Paritária
Permanente (CTPP).
Desde a sua publicação, a norma passou por uma ampla revisão, em 1990, e,
posteriormente, por quatro alterações pontuais.
A primeira revisão foi publicada pela Portaria MTPS nº 3.751, de 23 de
novembro de 1990, que conferiu nova redação à norma. Essa revisão levou em
consideração as sugestões apresentadas pelos grupos de trabalho instituídos pela
Portaria MTb nº 3.223, de 29 de junho de 1989.
Em 2007, a norma ganhou dois anexos. Assim, a Portaria SIT nº 08, de 30 de
março, inseriu na norma o Anexo I - Trabalho dos Operadores de Checkout, e a
Portaria SIT nº 09, publicada na mesma data, inseriu o Anexo II - Trabalho em
Teleatendimento/Telemarketing. Essas alterações foram aprovadas durante a 49ª
Reunião Ordinária da CTPP, realizada em 28 de março de 2007.
Ainda em 2007, a Portaria SIT nº 13, de 21 de junho, adequou a redação de
alguns subitens do Anexo I da NR-17.
A última alteração da norma foi realizada por meio da Portaria MTb nº 876, de
24 de outubro de 2018, para ajuste do subitem 17.5.3.3, referente à disposição sobre
iluminância, em função do cancelamento da norma técnica ABNT NBR 5413. A partir
dessa publicação, a norma passou a referenciar a Norma de Higiene Ocupacional nº
11 (NHO 11) - Avaliação dos Níveis de Iluminamento em Ambientes de Trabalho
Internos, da Fundacentro.
Conforme agenda regulatória definida durante a 97ª Reunião Ordinária da
CTPP, realizada em 04 e 05 de junho de 2019, a modernização da NR-17 encontra-
se em processo de revisão tripartite.
A seguir tem-se todos os itens da NR-17:
17.1. Esta Norma Regulamentadora visa a estabelecer parâmetros que permitam
a adaptação das condições de trabalho às características psicofisiológicas dos
trabalhadores, de modo a proporcionar um máximo de conforto, segurança e
desempenho eficiente.
17.1.1. As condições de trabalho incluem aspectos relacionados ao
levantamento, transporte e descarga de materiais, ao mobiliário, aos equipamentos e
às condições ambientais do posto de trabalho, e à própria organização do trabalho.
17.1.2. Para avaliar a adaptação das condições de trabalho às
características psicofisiológicas dos trabalhadores, cabe ao empregador realizar a
análise ergonômica do trabalho, devendo a mesma abordar, no mínimo, as
condições de trabalho, conforme estabelecido nesta Norma Regulamentadora.

17.2. Levantamento, transporte e descarga individual de materiais.


17.2.1. Para efeito desta Norma Regulamentadora:
17.2.1.1. Transporte manual de cargas designa todo transporte no qual o peso
da carga é suportado inteiramente por um só trabalhador, compreendendo o
levantamento e a deposição da carga.
17.2.1.2. Transporte manual regular de cargas designa toda atividade
realizada de maneira contínua ou que inclua, mesmo de forma descontínua, o
transporte manual de cargas.
17.2.1.3. Trabalhador jovem designa todo trabalhador com idade inferior a 18
(dezoito) anos e maior de 14 (quatorze) anos.
17.2.2. Não deverá ser exigido nem admitido o transporte manual de cargas,
por um trabalhador cujo peso seja suscetível de comprometer sua saúde ou sua
segurança.
17.2.3. Todo trabalhador designado para o transporte manual regular de
cargas, que não as leves, deve receber treinamento ou instruções satisfatórias
quanto aos métodos de trabalho que deverá utilizar, com vistas a salvaguardar sua
saúde e prevenir acidentes.
17.2.4. Com vistas a limitar ou facilitar o transporte manual de cargas,
deverão ser usados meios técnicos apropriados.
17.2.5. Quando mulheres e trabalhadores jovens forem designados para o
transporte manual de cargas, o peso máximo destas cargas deverá ser nitidamente
inferior àquele admitido para os homens, para não comprometer a sua saúde ou a
sua segurança.
17.2.6. O transporte e a descarga de materiais feitos por impulsão ou tração
de vagonetes sobre trilhos, carros de mão ou qualquer outro aparelho mecânico
deverão ser executados de forma que o esforço físico realizado pelo trabalhador seja
compatível com sua capacidade de força e não comprometa a sua saúde ou a sua
segurança.
17.2.7. O trabalho de levantamento de material feito com equipamento
mecânico de ação manual deverá ser executado de forma que o esforço físico
realizado pelo trabalhador seja compatível com sua capacidade de força e não
comprometa a sua saúde ou a sua segurança.

17.3. Mobiliário dos postos de trabalho.


17.3.1. Sempre que o trabalho puder ser executado na posição sentada, o
posto de trabalho deve ser planejado ou adaptado para esta posição.
17.3.2. Para trabalho manual sentado ou que tenha de ser feito em pé, as
bancadas, mesas, escrivaninhas e os painéis devem proporcionar ao trabalhador
condições de boa postura, visualização e operação e devem atender aos seguintes
requisitos mínimos:
a) ter altura e características da superfície de trabalho compatíveis
com o tipo de atividade, com a distância requerida dos olhos ao
campo de trabalho e com a altura do assento;
b) ter área de trabalho de fácil alcance e visualização pelo
trabalhador;
c) ter características dimensionais que possibilitem posicionamento
e movimentação adequados dos segmentos corporais.
17.3.2.1. Para trabalho que necessite também da utilização dos pés, além dos
requisitos estabelecidos no subitem 17.3.2, os pedais e demais comandos para
acionamento pelos pés devem ter posicionamento e dimensões que possibilitem fácil
alcance, bem como ângulos adequados entre as diversas partes do corpo do
trabalhador, em função das características e peculiaridades do trabalho a ser
executado.
17.3.3. Os assentos utilizados nos postos de trabalho devem atender aos
seguintes requisitos mínimos de conforto:
a) altura ajustável à estatura do trabalhador e à natureza da função
exercida;
b) características de pouca ou nenhuma conformação na base do
assento;
c) borda frontal arredondada;
d) encosto com forma levemente adaptada ao corpo para proteção
da região lombar.
17.3.4. Para as atividades em que os trabalhos devam ser realizados
sentados, a partir da análise ergonômica do trabalho, poderá ser exigido suporte
para os pés, que se adapte ao comprimento da perna do trabalhador.
17.3.5. Para as atividades em que os trabalhos devam ser realizados de pé,
devem ser colocados assentos para descanso em locais em que possam ser
utilizados por todos os trabalhadores durante as pausas.

17.4. Equipamentos dos postos de trabalho.


17.4.1. Todos os equipamentos que compõem um posto de trabalho devem
estar adequados às características psicofisiológicas dos trabalhadores e à natureza
do trabalho a ser executado.
17.4.2. Nas atividades que envolvam leitura de documentos para digitação,
datilografia ou mecanografia deve:
a) ser fornecido suporte adequado para documentos que possa ser
ajustado proporcionando boa postura, visualização e operação,
evitando movimentação frequente do pescoço e fadiga visual;
b) ser utilizado documento de fácil legibilidade sempre que
possível, sendo vedada à utilização do papel brilhante, ou de
qualquer outro tipo que provoque ofuscamento.
17.4.3. Os equipamentos utilizados no processamento eletrônico de dados
com terminais de vídeo devem observar o seguinte:
a) condições de mobilidade suficientes para permitir o ajuste da
tela do equipamento à iluminação do ambiente, protegendo-a contra
reflexos, e proporcionar corretos ângulos de visibilidade ao
trabalhador;
b) o teclado deve ser independente e ter mobilidade, permitindo ao
trabalhador ajustá- lo de acordo com as tarefas a serem executadas;
c) a tela, o teclado e o suporte para documentos devem ser
colocados de maneira que as distâncias olho-tela, olho-teclado e
olho-documento sejam aproximadamente iguais;
d) serem posicionados em superfícies de trabalho com altura
ajustável.
17.4.3.1. Quando os equipamentos de processamento eletrônico de dados
com terminais de vídeo forem utilizados eventualmente poderão ser dispensadas as
exigências previstas no subitem 17.4.3, observada a natureza das tarefas
executadas e levando-se em conta a análise ergonômica do trabalho.

17.5. Condições ambientais de trabalho. As condições ambientais de trabalho


devem estar adequadas às características psicofisiológicas dos trabalhadores e à
natureza do trabalho a ser executado.
17.5.1. Nos locais de trabalho onde são executadas atividades que exijam
solicitação intelectual e atenção constante, tais como: salas de controle, laboratórios,
escritórios, salas de desenvolvimento ou análise de projetos, dentre outros, são
recomendadas as seguintes condições de conforto:
a) níveis de ruído de acordo com o estabelecido na NBR 10152,
norma brasileira registrada no INMETRO;
b) índice de temperatura efetiva entre 20°C (vinte) e 23°C (vinte e
três graus centígrados);
c) velocidade do ar não superior a 0,75m/s;
d) umidade relativa do ar não inferior a 40 (quarenta) por cento.
17.5.2.1. Para as atividades que possuam as características definidas no
subitem 17.5.2, mas não apresentam equivalência ou correlação com aquelas
relacionadas na NBR 10152, o nível de ruído aceitável para efeito de conforto será
de até 65 dB (A) e a curva de avaliação de ruído (NC) de valor não superior a 60 dB.
17.5.2.2. Os parâmetros previstos no subitem 17.5.2 devem ser medidos nos
postos de trabalho, sendo os níveis de ruído determinados próximos à zona auditiva
e as demais variáveis na altura do tórax do trabalhador.
17.5.2. Em todos os locais de trabalho deve haver iluminação adequada,
natural ou artificial, geral ou suplementar, apropriada à natureza da atividade.
17.5.3.1. A iluminação geral deve ser uniformemente distribuída e difusa.
17.5.3.2. A iluminação geral ou suplementar deve ser projetada e instalada de
forma a evitar ofuscamento, reflexos incômodos, sombras e contrastes excessivos.
17.5.3.3. Os métodos de medição e os níveis mínimos de iluminamento a
serem observados nos locais de trabalho são os estabelecidos na Norma de Higiene
Ocupacional n.º 11 (NHO 11) da Fundacentro - Avaliação dos Níveis de
Iluminamento em Ambientes de Trabalho Internos.

17.6. Organização do trabalho.


17.6.1. A organização do trabalho deve ser adequada às características
psicofisiológicas dos trabalhadores e à natureza do trabalho a ser executado.
17.6.2. A organização do trabalho, para efeito desta NR, deve levar em
consideração, no mínimo:
a) as normas de produção;
b) o modo operatório;
c) a exigência de tempo;
d) a determinação do conteúdo de tempo;
e) o ritmo de trabalho;
f) o conteúdo das tarefas.
17.6.3. Nas atividades que exijam sobrecarga muscular estática ou dinâmica
do pescoço, ombros, dorso e membros superiores e inferiores, e a partir da análise
ergonômica do trabalho, deve ser observado o seguinte:
a) para efeito de remuneração e vantagens de qualquer espécie
devem levar em consideração as repercussões sobre a saúde dos
trabalhadores;
b) devem ser incluídas pausas para descanso;
c) quando do retorno do trabalho, após qualquer tipo de
afastamento igual ou superior a 15 (quinze) dias, a exigência de
produção deverá permitir um retorno gradativo aos níveis de
produção vigentes na época anterior ao afastamento.
17.6.4. Nas atividades de processamento eletrônico de dados, deve-se,
salvo o disposto em convenções e acordos coletivos de trabalho, observar o
seguinte:
a) o empregador não deve promover qualquer sistema de
avaliação dos trabalhadores envolvidos nas atividades de digitação,
baseado no número individual de toques sobre o teclado, inclusive o
automatizado, para efeito de remuneração e vantagens de qualquer
espécie;
b) o número máximo de toques reais exigidos pelo empregador
não deve ser superior a 8 (oito) mil por hora trabalhada, sendo
considerado toque real, para efeito desta NR, cada movimento de
pressão sobre o teclado;
c) o tempo efetivo de trabalho de entrada de dados não deve
exceder o limite máximo de 5 (cinco) horas, sendo que, no período
de tempo restante da jornada, o trabalhador poderá exercer outras
atividades, observado o disposto no art. 468 da Consolidação das
Leis do Trabalho, desde que não exijam movimentos repetitivos,
nem esforço visual;
d) nas atividades de entrada de dados deve haver, no mínimo, uma
pausa de 10 (dez) minutos para cada 50 (cinquenta) minutos
trabalhados, não deduzidos da jornada normal de trabalho;
e) quando do retorno ao trabalho, após qualquer tipo de
afastamento igual ou superior a 15 (quinze) dias, a exigência de
produção em relação ao número de toques deverá ser iniciado em
níveis inferiores do máximo estabelecido na alínea "b" e ser
ampliada progressivamente.

Norma Regulamentadora NR-11


Normas de segurança para operação de elevadores, guindastes,
transportadores industriais e máquinas transportadoras. Os equipamentos utilizados
na movimentação de materiais, tais como ascensores, elevadores de carga,
guindastes, monta-carga, pontes-rolantes, talhas, empilhadeiras, guinchos, esteiras-
rolantes, transportadores de diferentes tipos, serão calculados e construídos de
maneira que ofereçam as necessárias garantias de resistência e segurança e
conservados em perfeitas condições de trabalho.
Homem X Máquina
O uso de máquinas em substituição ao homem ocorre cada vez mais, devido
à força, rapidez, precisão, confiabilidade e “ inteligência”. Para um projeto de sistema
de trabalho envolvendo máquinas e homens, deve-se decidir quais funções serão
realizadas por um e por outro, considerando o aspecto econômico; para casos de
operações perigosas em ambientes hostis, o aspecto de segurança faz optar pela
máquina.
Quando o homem e a máquina se equivalem, deve ser observado que o
homem tem desempenho flexível mas inconsistente, e a máquina tem desempenho
consistente mas inflexível.

Normas de segurança do trabalho em atividades de transporte de sacas


Denomina-se para fins de aplicação da presente regulamentação a expressão
"Transporte manual de sacos" toda atividade realizada de maneira contínua ou
descontínua, essencial ao transporte manual de sacos, na qual o peso da carga é
suportado, integralmente, por um só trabalhador, compreendendo também o
levantamento e sua deposição.
Fica estabelecida a distância máxima de 60 m (sessenta metros) para o
transporte manual de um saco.
Além do limite previsto nesta norma, o transporte de carga deverá ser
realizado mediante impulsão de vagonetes, carros, carretas, carros-de-mão
apropriados, ou qualquer tipo de tração mecanizada.
Na operação manual de carga e descarga de sacos, em caminhão ou vagão,
o trabalhador terá o auxílio de ajudante.

NR 15 – Atividades e operações insalubres


Dispõe sobre as condições ambientais no trabalho, que devem estar
adequadas ao trabalhador e á natureza da atividade desenvolvida.
As condições desfavoráveis, como excesso de ruído, calor/frio, vibração e
iluminação podem causar desconforto, aumentando o risco de acidentes e causando
doenças ocupacionais.
Esta norma estabelece limites de exposição para estes fatores que se
encontram nas atividades profissionais, além de regulamentar as atividades
insalubres.
Unidade V – As condições ambientais de trabalho X características
psicofisiológicas dos trabalhadores

Nos locais de trabalho onde são executadas atividades que exijam solicitação
intelectual e atenção constante, tais como: salas de controle, laboratórios,
escritórios, salas de desenvolvimento ou análise de projetos, dentre outros, são
recomendadas condições de conforto.

Ruído
 Som: é uma vibração que se propaga pelo ar em forma de ondas e que é
percebida pelo ouvido. É uma sensação agradável, em nível suportável e que
não irrita. Ex. ouvir uma música em nível agradável, o cantar de um pássaro,
etc.
 Barulho: é um SOM prejudicial à saúde humana. Causa sensação
desagradável e irritante. Ex. barulho de motores, máquinas, martelete, etc.
O ruído industrial está presente em quase todas as atividades industriais e é
um indicativo de manutenção deficiente das máquinas, acarretando folgas,
vazamentos, vibrações, comprometendo a saúde de uma parcela significativa dos
trabalhadores.
O nível de ruído aceitável para efeito de conforto será de até 65 dB (A) e a
curva de avaliação de ruído (NC) de valor não superior a 60 dB.

Calor/Frio
 Calor: o calor é um risco físico frequentemente presente em uma série de
atividades profissionais desenvolvidas nas indústrias com processos de liberações
de grandes quantidades de energia térmica.
É sabido que o homem que trabalha em ambientes de alta temperatura sofre
de fadiga, seu rendimento diminui, ocorrem erros de percepção e raciocínio e
aparecem sérias perturbações psicológicas que podem conduzir a esgotamento.
Em algumas pessoas não acostumadas a trabalhar em ambientes quentes,
podem aparecer sintomas de redução da sua capacidade senso motora. Outras
mudanças comportacionais podem ser verificadas, como a redução do esforço de
trabalho, retirada de roupa ou transpiração em ambientes frios. Em alguns casos, um
processo de aclimatação pode reduzir os problemas aventados.
 Frio: A exposição ocupacional ao frio intenso pode constituir problema sério a
saúde, o conforto e a eficiência do trabalhador. Trabalhos ao ar livre em clima frio
são encontrados em regiões de grandes altitudes, bem como em algumas zonas
temperadas no período do inverno.
Fora das atividades realizadas ao ar livre, o frio intenso ainda é encontrado
em ambientes artificiais, como as câmaras frigoríficas de conservação, que implicam
em exposição a temperaturas bastante reduzidas.
Estudos realizados na indústria norte-americana, no início do século XX,
evidenciaram que a incidência de lesões por acidentes era menos a uma
temperatura de 18º C que em outras inferiores ou superiores á esta. O Aumento da
frequência de acidentes em baixas temperaturas foi atribuído à perda da destreza
manual. O frio pode causar danos locais nos tecidos, como a redução da
temperatura interna do corpo (hipotermia).
O índice de temperatura efetiva para efeito de conforto é entre 20ºC (vinte) e
23ºC (vinte e três graus centígrados);

Radiação visível – Iluminação


A utilização de uma iluminação adequada proporciona um ambiente de
trabalho agradável, melhorando as condições de supervisão e diminuindo a
possibilidade de acidentes.
Entende-se por radiação visível, a faixa do espectro eletromagnético capaz de
ser detectada pelo olho humano. A sensibilidade do a esta região visível varia,
dependendo do comprimento da onda das radiações que estão incidindo sobre a
retina.
Determinar a iluminação necessária a um ambiente significa estabelecer a
intensidade e distribuição da radiação visível, adequada ao tipo de atividade e ás
características do local, bem como sugerir alterações para este, a fim de
proporcionar melhores condições de trabalho e , consequentemente, maior eficiência
e conforto.
Os níveis mínimos de iluminamento a serem observados nos locais de trabalho são
os valores de iluminâncias estabelecidos na NBR 5413, norma brasileira registrada
no INMETRO.
Vibrações
É o movimento, oscilação, balanço de objetos, de coisas. Quando, através do
tato, sentimos a oscilação de uma corda de violão, sabemos intuitivamente o que é
uma vibração. Podemos dizer que ela está vibrando e, inclusive, ver-lhe o
movimento.
De fato todos os objetos materiais podem vibrar. Contudo, nem sempre
podemos perceber o movimento através do tato. Por exemplo, o ar ao redor da
corda também se movimenta, e o tato nada nos indica, apesar de as duas oscilações
serem semelhantes.

Por costume, se a oscilação for facilmente detectada pelo tato, ela é chamada
simplesmente de vibração. Se for detectável pelo sistema auditivo, é chamada de
som ou vibração sonora.
Do ponto de vista da higiene do trabalho, interessa determinar as
características das vibrações ou dos sons que podem causar efeito nocivo, com
objetivo de especificar medidas de controle tais que eliminem ou reduzam os riscos
a níveis suportáveis e compatíveis com a preservação da saúde.
“Em trabalhos com equipamentos do tipo martelete, o ser humano pode
adquirir problemas do tipo ósteo-articular e muscular”. No começo, encontram-se a
artrose do cotovelo, necrose dos ossos e dedos, deslocamentos anatômicos,
posteriormente podem ocorrer à doença de Raynaud(dedos brandos), e problemas
nervosos, alterando a sensibilidade táctil.
Biomecânica do corpo – Posturas

É na postura inadequada que as lesões são acentuadas.


Por isso tratamos aqui de três pontos fundamentais para a prevenção de
problemas relacionados à Ergonomia:

O levantar peso, o sentar-se, e o estar em pé


A postura em que a atividade é realizada, define o grau de conforto do
trabalhador. A distribuição do peso do corpo é desigual entre suas partes, desde a
cabeça, tronco e membros; conforme a postura, este peso pode ser fator de
cansaço.
O ser humano, em diversos aspectos, pode ser comparado a uma máquina.
Muito do conhecimento da ergonomia aplicada ao trabalho advém do estudo da
mecânica da máquina humana. Os engenheiros mecânicos têm desenvolvido
estudos analisando as características mecânicas desta máquina, e com isso
deduzindo uma série de conceitos importantes na adaptação do ser humano ao
trabalho.
A máquina humana tem pouca capacidade de desenvolver força física no
trabalho. O sistema osteomuscular do ser humano o habilita a desenvolver
movimentos de grande velocidade e de grande amplitude, porém contra pequenas
resistências.

Levantamento de peso
Não há qualquer problema em levantar cargas do chão agachando e
levantando com as pernas(posição agachada), como também não há problema em
levantar fletindo o tronco com as pernas estendidas(posição fletida), desde que
sejam observados os cuidados complementares. Para cargas volumosas, deve ser
utilizada a posição semifletida: dobra-se as pernas um certo tanto, e encurva-se o
tronco um certo tanto.
Para peças que possam ser pegas apenas com uma mão no interior de
caixas ou caçamba: apoiar um dos braços na borda da caçamba e levantar com a
outra; isto alivia a força de compressão nos discos intervertebrais.
Naturalmente a posição incorreta e/ou peso excessivo tem alguns
inconvenientes, como: dores Lombares, entorses e deslocamento de discos. Para
tornar seu trabalho mais fácil, siga estas avaliar as seguintes situações:
o O tamanho, a forma e o volume da carga;
o A existência de pontas ou rebarbas;
o Comunicação eficaz, quando levantar em duas pessoas;30
o A necessidade de utilizar EPI;
o Aplicar a técnica correta de levantamento de peso avaliando sempre o peso
da carga; na posição agachada, a carga a ser pega do chão é 15 kg, na
posição fletida a carga a ser pega do chão é 18 kg, Nas melhores condições:
23 kg(carga elevada, próxima do corpo).

Técnica correta de levantamento de peso


A predominância das alavancas
Todas as vezes que colocamos interagindo um segmento rígido, girando
sobre um ponto de apoio ou fulcro, submetido à ação de uma força ou potência que
age contra uma resistência, temos uma alavanca.
Pode se fazer raciocínio semelhante para interpretar as funções do sistema
osteomuscular do ser humano: o segmento rígido é o osso, o ponto de apoio ou
fulcro é a articulação, a potência é exercida pelos músculos e a resistência é o pé.
Na mecânica são descritos 03 tipos de alavancas, dependendo da posição relativa
dos diversos componentes:
Alavanca de 1º grau: neste tipo, o ponto de apoio se encontra entre a potência e a
resistência. É fácil compreender que quanto maior for à distância da potência ao
ponto de apoio, tanto menor terá que ser a potência necessária para vencer uma
determinada resistência. Surge assim, um conceito extremamente importante em
biomecânica, qual seja, o braço de potência e de braço de resistência. Braço de
potência é à distância da potência ao ponto de apoio, e braço de resistência, é à
distância da resistência ao ponto de apoio. Assim, quanto maior o braço de potência,
tanto menor terá que ser a força para equilibrar ou vencer uma determinada
resistência.

Alavanca de 2º grau: aqui, como o braço de potência é sempre maior que o braço
de resistência, a intensidade da força necessária para vencer uma determinada
resistência é sempre menor que o valor nominal da resistência. Este tipo de
alavanca não é praticamente encontrado nos segmentos do nosso corpo. Quando o
ser humano tiver que fazer força ao executar uma tarefa, deve-se propiciar-lhe a
existência de uma boa alavanca de 2º grau, aumentando-se ao máximo o braço de
potência.
Resistência (peso levantado)

Alavanca de 3º grau: sua característica básica, é que o braço de potência é sempre


menor que o braço de resistência. Em outras palavras, para vencer uma
determinada resistência, há sempre necessidade de se desenvolver um esforço
físico bem maior do que o valor nominal da resistência a ser vencida. Este é o tipo
de alavanca predominante no nosso sistema osteomuscular. Se por um lado este
tipo de alavanca apresenta grande desvantagem mecânica quando se trata de
vencer resistências, ele apresenta uma vantagem acentuada no que se refere à
velocidade e amplitude dos movimentos, pois é fácil entender que (como no exemplo
da figura abaixo), uma contração de 1 cm do músculo bíceps equivale a um
deslocamento de aproximadamente 15 cm da ponta dos dedos.

A Máquina humana é adaptada para movimentos de grande velocidade, de


grande amplitude, porém somente contra pequenas resistências, desta forma temos
que seguir as regras abaixo:
o Diminuição do peso dos objetos;
o Carrinhos com elevação manual lenta;
o Equipamento de elevação(talhas, monovias).

Evite torcer e fletir o tronco ao mesmo tempo:


- Eliminar obstáculos ás cargas que tenham que ser manuseadas;
- Reposicionar locais de armazenamento;
- Adotar: peças pesadas devem ser colocadas sobre caixas rasas, e estas sobre
bancadas;

Sentar-se no Trabalho

Boa situação mesa cadeira


Quando a condição de trabalho sentado não está correta pode haver com
facilidade a ocorrência de lombalgias.
Trabalhar sentado traz conforto, porém costuma ocasionar muitos problemas
para a coluna vertebral, pulsos, mãos e braços.
Siga estas regras para sentar-se adequadamente no trabalho:

De Olho no Conforto Visual! - Para garantir o conforto visual, mantenha seu


monitor entre 45 e 70 cm de distância e regule sua altura no máximo, até sua linha
de visão (Veja fig. acima). Isto pode ser feito através de um suporte de monitor, ou
pela ulilização de mesas dinâmicas. Sempre que possível procure "descansar" a
vista, olhando para objetos (quadros, plantas, aquários, etc.) e paisagens a mais de
6 metros.
Punho Neutro é fundamental! - Assim como a altura do monitor, a do teclado
também deve poder ser regulável. Ajuste-a até que fique no nível da altura dos seus
cotovelos. Durante a digitação é importante que o punho fique neutro (reto) como na
figura acima. Mantenha o teclado sempre na posição mais baixa e digite com os
braços suspensos ou use um apoio de punho!

Pés bem apoiados! - É importante que as pessoas possam trabalhar com os pés no
chão. As cadeiras devem portanto, possuir regulagens compatíveis com as da
população em questão. Para o Brasil, o ideal seriam cadeiras com regulagem de
altura a partir de 36 cm. Quando a cadeira não permite que a pessoa apoie os pés
no chão, a solução é adotar um apoio para os pés. O apoio para os pés, é
indispensável na adequação do conjunto "mesa-cadeira-piso-usuário". O design
permite que o usuário regule a altura e a inclinação com os próprios pés. Previne e
alivia dores lombares, varises, estresse e desconforto nas pernas.

Dê um descanso para as costas! - Com exceção de algumas atividades, as


cadeiras devem possuir espaldar (encosto) de tamanho médio.
Uma maior superfície de apoio, garante uma melhor distribuição do peso corporal, e
um melhor relaxamento da musculatura.
Temperatura - Como regra geral, temperaturas confortáveis, para ambientes
informatizados, são entre 20 e 22 graus centígrados, e entre 25 e 26 graus
centígrados no verão (com níveis de umidade entre 40 a 60%).
Acústica - É recomendável para ambientes de trabalho em que exista solicitação
intelectual e atenção constantes, índices de pressão sonora inferiores à 65 dB(A).
Por esse motivo recomenda-se o adequado tratamento do teto e paredes, através
de materiais acústicos e a adoção de divisórias especiais.
Iluminação - Para evitar reflexos, as superfícies de trabalho, paredes e pisos,
devem ser foscas e o monitor deve possuir uma tela refletiva. Evite posicionar o
computador perto de janelas e use luminárias com proteção adequada.
Humanização do ambiente de trabalho - Sempre que possível humanize o
ambiente ambiente (plantas, quadros e quando possível, som ambiente). Estimule a
convivência social entre os funcionários. Muitas empresas que estão adotando
políticas neste sentido vêm obtendo um aumento significativo de produtividade.
Lembre-se que o processo de socialização é muito importante para a saúde psíquica
de quem irá trabalhar nele.
Modelos de suportes, apoios para escritórios

Ficar em pé
O ser humano está relativamente bem aparelhado para ficar na postura de pé,
desde que haja alguma movimentação.
Os aspectos biomecânicos podem ser bem entendidos quando verificamos
que, apesar de apoiar apenas sobre dois pés, e apesar de possuir um centro de
gravidade mais elevado que os quadrúpedes, ao ficar de pé sobre dois pés, o ser
humano consome relativamente menos energia que aqueles. A explicação para este
fato, está em alguns detalhes de nossa anatomia: o arco e o tamanho dos pés, o
apoio do esqueleto sobre ligamentos, as curvaturas da coluna.
Naturalmente a posição de pé, parado tem alguns inconvenientes:
o Fadiga dos músculos da panturrilha;
o Dores nos pés, inchaços, aparecimento de varizes
o Problemas nas costas, pés e pernas inchadas;
o Agravamento de lesões já existentes.

Siga estas sugestões para tornar seu trabalho em pé mais fácil:


o Use uma boa postura. Fique em pé ereto, mais relaxado;
o Coloque um dos pés em um descanso, como um trilho uma pequena
banqueta ou caixa.
o Alterne um pé com o outro a intervalos regulares;
o Use sapatos com solas macias. Seus sapatos devem suportar e se ajustar
corretamente ao arco do pé;
o Use uma banqueta ou cadeira alta de modo
o que você possa se apoiar nela ou sentar por curtos períodos de tempo.
o A banqueta deve ser de altura ajustável.
o A base deve ter cinco pernas para estabilidade e os rodízios devem ser
travados de modo que a banqueta não deslize quando você estiver sentado;
o Uma superfície de trabalho com altura ajustável ajudará seu trabalho na
posição mais confortável. Como uma alternativa, você pode permanecer em
uma plataforma se a superfície de trabalho for muito alta para você.

Posição semi-sentada
Utilizar a posição semi- sentada, preserva-se a agilidade de ação, muitas
vezes fundamental para quem trabalha de pé, e evita- se a fadiga nos músculos da
panturrilha, pois muda-se o eixo de apoio dos membros inferiores, passando o apoio
a ser distribuídos entre os membros inferiores e as nádegas.
Característica do banco semi sentado: Pistão a gás com Amortecedor
Pneumático: Total suavidade aos impactos do "senta- levanta".
Com precisão milimétrica, o oferece regulagens com até 230 mm de variação de
altura (de 610 a 840 mm).
Buscando atender a todas as necessidades do Homem no Posto de
Trabalho em Pé, é “auto-transportável”:
A própria base é utilizada como rodízio para deslocamentos leves, ágeis e
fáceis; sem carga para o usuário.

Medidas de Organização ergonômica no posto de trabalho visando à


prevenção de lombalgias
A ergonomia constitui na principal forma de se evitar as lombalgias no
trabalho. A rigor, pode se estimar, sem qualquer medo de erro, que a adoção de
medidas de ergonomia é capaz de reduzir em pelo menos 80% a incidência de dores
lombares.

Princípio 1 - Posição vertical


O corpo humano deve trabalhar na vertical, e nesta posição ele encontra seu
melhor ponto de equilíbrio, com baixo nível de tensão dos músculos em geral.
Para fazer valer este princípio, a altura das bancadas de trabalho devem ser
adequadas da seguinte forma:
o Para trabalhos pesados – bancada na altura do púbis;
o Para trabalhos moderados – bancada na altura dos cotovelos, estando os
braços na vertical;
o Para trabalhos leves – bancada a 30 cm dos olhos;
o Para trabalhos de escrita – bancada ou mesa na altura da linha
epigástrica(boca do estômago).

Princípio 2 – Esforço dinâmico: SIM; Esforço estático: NÃO


o Eliminar tronco encurvado e sustentação de cargas pesadas;
o Eliminar apertar pedais estando em pé;
o Eliminar braços acima do nível dos ombros;
o Eliminar o manuseio, movimentação e carregamento de cargas muito
pesadas;
o Instituir a flexibilidade postura.

Princípio 3 –Princípio 6 – Os instrumentos de controle devem estar na área de


alcance das mãos
o Redimensionamento da posição dos instrumentos de controle;
o Utilização de dados antropométricos da população trabalhadora á época de
novos projetos.

Princípio 4 – Organizar o sistema de trabalho para que as peças somente


sejam manuseadas pelo Princípio PEPLOSP:
 P – perto do corpo;
 E – elevadas, na altura de 75cm do piso;
 P – pequenas distância vertical entre a origem e o destino;
 L – leves;
 O – ocasionalmente;
 S – simetricamente, sem ângulo de rotação do tronco;
 P – pega adequada para mãos.

Princípio 5 – Redução da repetitividade dos movimentos


Embora seja difícil definir níveis de repetição que possam ser considerados
como sempre problemáticos, trabalhos que tenham um ciclo de menos que 30
segundos, ou cujo elemento fundamental exceda 50% do ciclo total, devem ser
considerados como possuidores de riscos de lesões.

Medidas para reduzir o grau de repetição:


o Enriquecimento da tarefa;
o Mecanização;
o Automação;
o Revezamento;
o Pausas;
o Exercícios musculares de distensionamento;
o Exercícios de aquecimento.

Se for necessária uma redução de movimentos, é preferível deixar que o


trabalhador desenvolva seu próprio ritmo de trabalho, instituindo um período de
pausa bem definido ao final de cada hora de trabalho do que tentar fazer com que o
trabalhador execute sua tarefa de forma mais lenta.
Em linhas de produção deve-se ter pessoas de padrão de movimento mais ou
menos nivelado: pessoas rápidas deverão trabalhar com pessoas rápidas, com
pouca necessidade de pausa após cada ciclo; pessoas de velocidade mediana e
mais lenta, ao contrário, se beneficiarão da pausa no final de cada ciclo.

Levantamento antropométrico
A antropometria, é o estudo das medidas humanas. As medidas humanas são
muito importantes na determinação de diversos aspectos relacionados ao ambiente
de trabalho no sentido de manter uma boa postura.
O problema prático com o qual a antropometria mais se defronta esta
relacionado às diferenças de Dimensões das pessoas, de tal forma que uma altura
boa para uma pessoa, não é boa para outra pessoa.
A rigor, a ergonomia moderna começou com a antropometria, e hoje os
estudos antropométricos, estão bastante disseminados, a ponto de permitirem a
definição de alturas e distâncias corretas ainda na fase de projeto, que é a ocasião
de melhor aplicação prática dos conceitos antropométricos.
Aplicação
o Projeto para o indivíduo médio: abrange a maioria dos produtos existentes;
o Projeto para indivíduos extremos: para atender pessoas em características
situadas em extremos(muito gordo, muito alto);
o Projetos para faixas de população: critérios como idade ou altura, são
usados para definir o padrão;
o Projetos para o indivíduo: ou sob encomenda, atendendo , atendendo as
dimensões de uma única pessoa;
o Espaço de trabalho: deve ser projetado para proporcionar conforto, e deve
levar em conta a postura do indivíduo, o tipo de atividade manual
desenvolvida e o vestuário;
o Superfície de trabalho: conforme a demanda muscular da atividade manual,
a localização da superfície pode mudar para proporcionar o melhor uso dos
conjuntos musculares das mãos, braços e ombros;
o Trabalho de pé ou sentado: define a posição de controles e comandos e
limites de força que podem ser realizados, conforme o alcance vertical e
horizontal do trabalhador quando em pé ou sentado; se há alternação de
posição, deverá haver adequação dos controles e comandos e espaço
disponível para essa variação.
Distribuição antropométrica de partes do corpo

Tabela de Apoio
M00 Distância entre o cotovelo ao piso - digitação
M01 Distância entre o tampo da mesa ao piso - escrita Altura
M02 recomendada para o assento
M03 Limite do alcance normal
M04 Espaço mínimo sob a mesa para encaixe das pernas
M05 Distância entre o tampo da mesa e a linha imaginária dos olhos
M06 Largura dos ombros
M07 Estatura do indivíduo
M08 Distância do piso ao nível dos olhos
M09 Altura indicada para o apoia pés - "trabalho em pé x sentado"
M10 Distância entre o cotovelo ao chão - "trabalho em pé" Comprimento
M11 do braço e antebraço - alcance máximo
M12 Altura máxima para alcance
Na impossibilidade de realizar o estudo, deve-se adotar 3 padrões de
medidas do posto de trabalho; uma para pessoas baixas, uma para pessoas
medianas, e uma outra para pessoas altas.

Geralmente trabalha-se com os seguintes percentís:


o 20% atende as pessoas baixas;
o 50% atende as pessoas medianas;
o 95% atende as pessoas altas.

Em geral, é preferível trabalhar com o percentil 20% e com o 95%, porque


nestas circunstâncias é mais fácil para o corpo trabalhar na posição vertical.

Coluna Vertebral
A coluna vertebral tem 4 funções: eixo de sustentação do corpo, estrutura de
mobilidade entre a parte superior e a parte inferior do corpo, de amortecimento de
cargas, proteção da medula espinhal. A coluna vertebral é dividida em: vértebras
cervicais, torácicas, lombares e osso sacro; região cervical e lombar de alta
mobilidade; região torácica de pouca mobilidade; osso sacro é imóvel.
Funciona como uma estrutura que permite ao ser humano ter ao mesmo
tempo uma estrutura fixa para sustentação do corpo, e uma estrutura móvel que o
possibilita mover a parte superior do corpo; a coluna cervical é habilitada para
torção, flexão e extensão; a coluna torácica é habilitada para torção; e a coluna
lombar é habilitada somente para flexão e extensão. De todas as articulações da
coluna, a de maior mobilidade é a que existe entre a 5º vértebra lombar, e o osso
sacro. E é também a mais instável.
A coluna tem curvaturas, que garantem um equilíbrio relativamente fácil do
ser humano na posição de pé, parado.
Além disso, a coluna vertebral contém um canal formado pela superposição das
vértebras(canal vertebral), por onde passa a medula espinhal, que é o
prolongamento do encéfalo. A medula se constitui um tecido de alta especialização e
fragilidade, por onde passam todas as ordens motoras do cérebro para os membros,
e por onde passam todas as ordens motoras do cérebro para os membros.
Esta estrutura protegida por 24 vértebras. Além disso saem da medula
espinhal 33 pares de nervos, que vão levar as ordens para diversas partes do corpo.

Disco intervertebrais
São as estruturas encarregadas de amortecer as cargas e pressões ao longo
da coluna vertebral, evitando com isto que qualquer traumatismo um pouco mais
intenso acarrete sérias consequências sobre a coluna, e provoque fraturas de
vértebras. Eles existem entre cada 2 vértebras. Assim ao todo são 24 vértebras,
existem 23 discos intervertebrais, e mais um, o mais importante, entre a última
vértebra lombar e o osso sacro.
Resumindo, os discos intervertebrais são os amortecedores naturais de peso,
ou seja o EPI que Deus nos deu, porém com degeneração precoce devido a
posturas incorretas, levantamento de peso excessivo e ao longo da vida do ser
humano.
Ergonomia no lar
Evite em casa os seguintes trabalhos, que contribuem para aumentar o risco
de lesões dos membros superiores:
o Tricô e crochê;
o Lavar a roupa (especialmente esfregar e torcer);
o Colocar roupa no varal;
o Contato com água fria;
o Bater bolo;
o Lavar parede;
o Lustrar portas ou móveis;
o Segurar panelas pelo cabo(preferir panelas de alça dupla);
o Compras de feira carregando as sacolas com as mãos;
o Colocar objetos no alto dos armários;
o Segurar o filho ao amamentá-lo(é indicado colocar apoio no pescoço ou
travesseiro, a fim de que os membros superiores apenas apoiem o bebê,
evitando ter que sustentá-lo);
o Esfregar o rodo no chão;
o Andar em ônibus segurando-se na alça superior;
o Utilizar ferramentas de limpeza e escavação(enchada, picareta, pá, vassoura).

LER/DORT
São provocadas pelo tipo do trabalho, de origem ocupacional que atingem os
membros superiores, ombro e pescoço, resultantes do desgaste de músculos,
tendões, nervos e articulações provocado pela inadequação do trabalho ao ser
humano.
Em 1987, a LER (lesão por Esforço Repetitivo) foi reconhecida pelo
Ministério da saúde como doença do trabalho através da portaria 4062. Na ocasião
isto ocorreu devido à epidemia de tendinite dos digitadores.
Posteriormente em 1998, foi publicada uma atualização desta norma, mudando o
nome para DORT ( distúrbios osteomusculares relacionados ao trabalho.
O que mudou neste caso foi à linguagem, para adaptá-la aos termos
internacionais e facilitar o dialogo com outros países a essa doença como
LER/DORT até hoje. os sintomas e o quadro clinico são os mesmos. Apenas parece
ter havido uma manobra para diminuir a abrangência do termo. Pois agora não é
qualquer lesão por esforço repetitivo que se consideramos, e sim a relação com o
sistema osteomuscular.
Em resumo hoje, o que era LER passou a chamar-se DORT.
Nomes alternativos - LER – Lesões por Esforços Repetitivos; DORT –
Doenças Ósteomusculares Relacionadas ao Trabalho; Doenças Músculo
esqueléticas Relacionadas ao Trabalho; Lesões por Esforços Cumulativos; Lesões
por Traumas Cumulativos; Doença Cervico braquial Ocupacional; Tenossinovite.

Incidência
Diversas categorias de trabalhadores, que têm em comum a repetitividade de
movimentos e o esforço físico, podem ser atingidas pela LER/DORT, especialmente
os usuários de terminais de vídeo, processadores de dados (digitadores), caixas (de
supermercados, lojas ou bancos), operários de linha de montagem e trabalhadores
nas indústrias de autopeças, microeletrônica, telecomunicações, preparação de
alimentos e, nas fábricas de pequenos manufaturados.
A ocorrência de LER/DORT vem se expandindo de maneira temerosa apesar
de os casos ainda serem pouco notificados. Atualmente, a expansão desta síndrome
adquire as características de uma verdadeira epidemia, mesmo quando nos
referimos apenas aos dados oficiais da previdência social, que incluem somente os
trabalhadores do mercado formal com vínculo empregatício regido pela CLT.

Sintomas
Dor, desconforto, sensação de peso, no início passam despercebidos pelo
trabalhador, visto que frequentemente ocorrem somente durante o trabalho.
Com o passar do tempo, esses sintomas invadem as noites e fins de semana até se
tornarem presente o tempo todo. Muitas pessoas só se dão conta de que há algo
errado quando começam a apresentar limitações importante.
É comum a existência de formigamento, dormência, diminuição de força, falta de
firmeza nas mãos e diminuição da agilidade dos dedos. Todos estes sintomas
causam incapacidade ou limitação para as atividades básicas da vida diária e
frequentemente causam depressão, angústia, incerteza e medo do futuro.

Tenossinovites e Tendinites

Sem o apoio do punho durante a digitação, os músculos dos ante braços


contraem de 20% a 30% da contração muscular máxima (CMM) para suportar o
peso dos próprios braços e desta forma dificulta a irrigação sanguínea para o interior
das bainhas sinoviais onde se movimentam os tendões, feita através de vasos
capilares finíssimos de 0,007 mm de diâmetro, ficam reduzidos ou totalmente
bloqueados deixando os tendões e o interior das sinoviais sem oxigenação.

Algumas lesões oriundas de movimentos repetitivos


o Síndrome da tensão do pescoço – Sensação de cansaço muscular e dor
crônica na região do pescoço e ombros, causando dor de cabeça, tontura e
fraqueza.
o Bursite(inflamação das bursas) – Pequenas bolsas localizadas entre os
ossos, e os tendões das articulações do ombro.
o Epicondilite – Inflamação dos tecidos da região dos ombros, cotovelos e
punhos. Dói quando a pessoa segura algum objeto para mover o pulso. Ou
mesmo durante o sono.
o Tenossinovite – Inflamação dos tendões e bainhas que revestem os
tendões, afetando o dorso das mãos; causando dor, sensação de peso,
desconforto, alteração da caligrafia pela dificuldade de escrever. Nos
polegares, causa dor aguda ou crônica, que pode chegar até o ombro.
o Tendinite – Inflamação dos tendões próxima às articulações do ombro,
causada por movimentos repetitivos, e que exigem a força dos braços por
tempo prolongado.

Nexo causal
É a relação de causa e efeito entre um fato e outro, quando uma atividade
laboral invariavelmente vem causando uma determinada doença, diz-se que há entre
o trabalho e a doença um nexo causal.
Unidade VI – Qualidade de Vida no Trabalho

É uma variável resultante do desenvolvimento pessoal e coletivo, dependente


de múltiplos fatores, que determina nossa capacidade de produzir resultados, ser
feliz e saudável. É o equilíbrio de todas as coisas que podemos e gostamos de fazer,
tornando nossa vida pessoal e coletiva mais feliz e saudável.
“Saiba que muitas vezes a felicidade de quem está do seu lado depende da
sua felicidade!“

Tensão emocional x Prevenção de acidentes


As interações entre o trabalhador ,estrutura familiar, atividade desenvolvida, e
os fatores ambientais, são planejadas para um determinado padrão, e quando ocorre
diferença do padrão, há condição para o erro.
O trabalhador tem o comportamento variável e a tarefa apresenta uma faixa
aceitável de variações; quando a variação é muito grande, ou não é suficiente para a
tarefa, ocorre o erro.
Fatores internos, como as decisões exigida pela tarefa, mecanismos
psicológicos, falha de memória ou fatos estranhos á rotina, desencadeia ações que
conduzem ao erro e este ao acidente.
A percepção e a experiência do trabalhador afetam diretamente o tempo de
resposta para tomada de uma decisão numa situação de perigo. A realidade
percebida pelo trabalhador vem da interação entre aspectos da personalidade e o
ambiente de trabalho, incluindo a cultura da empresa.
Portanto a educação e o treinamento são fundamentais para criar a
conscientização necessária para a prevenção do erro e portanto do acidente.
O organismo humano, quando parte da situação de repouso para alguma
atividade, sofre alterações fisiológicas.
As características da atividade podem levar o trabalhador a situações de monotonia
e fadiga, que provocam queda de produtividade e podem provocar acidente.

- Adaptações ao trabalho: o organismo humano apresenta oscilações


fisiológicas cíclicas, conforme a variação de luz solar; assim existem indivíduos ditos
matutinos, que tem maior disposição física e psicológica pela manhâ, com redução
no período da tarde, e indivíduos ditos vespertinos, que tem maior rendimento nas
primeiras horas da manhã, mas que melhoram o desempenho no período da tarde
ou à noite.
- Monotonia: leva o trabalhador á fadiga, sonolência e baixa atenção, o que pode
levar a acidentes. Tem como causa as atividades prolongadas e repetitivas,
atividades com exigência de elevada atenção e baixa excitação, e também restrições
dos movimentos e relacionamento social; assim cai o nível de atenção do
trabalhador, o que aumenta o tempo de reação. As condições ambientais também
podem contribuir para a monotonia.
- Fadiga: é a redução da capacidade produtiva, com degradação qualitativa do
trabalho. A ocorrência depende da intensidade e duração da atividade, além de
fatores ambientais e sociais, como monotonia e falta de motivação. Com a fadiga, o
trabalhador passa a simplificar a tarefa, diminuindo os padrões de precisão e
segurança; cai a precisão da discriminação de sinais, aumentando o tempo de
resposta.
- Motivação: as teorias de processos estudam as causas e objetivos de
comportamento, fazendo relação entre expectância e valência das atitudes do
trabalhador.
- Idade, sexo e deficiência física: existem variações na produtividade entre
diferentes faixas etárias, porque à medida que o organismo envelhece, há variações
de dimensões, força, capacidade visual, auditiva e psicomotora.
As mulheres tem maior capacidade física que homens, além da diferença fisiológica.
Portadores de deficiência física tem exigências especiais.
Em decorrência das deficiências físicas, sensoriais, ou mentais que apresentam,
existem no mundo cerca de 500 milhões de pessoas que levam uma vida marcada
pela segregação e degradação. No Brasil, a Organização Mundial da saúde, estima
à existência do seguinte quadro mínimo e crescente:
- Deficiência: qualquer perda de função ou anormalidade em estrutura do corpo
humano;
- Incapacidade: é a redução ou falta de capacidade para realização de
determinada tarefa em decorrência da deficiência.
- 5% da população é portadora de deficiência mental;
- 2% da população é portadora de deficiência física;
- 2% da população é portadora de deficiência auditiva;
- 1% da população é portadora de deficiência visual;
- 1% da população é portadora de deficiência múltipla;
Para essas pessoas devem ser reconhecidos os mesmos direitos e
oportunidades que desfrutam os demais membros da sociedade.
Muitas empresas valorizam apenas as pessoas que elas consideram capazes
de trabalhar de maneira rápida, para produzirem mais lucro.
De acordo com a lei nº 8213 de 24/07/91 que em seu artigo 93 obriga as
empresas com mais de 100 empregados a preencher de 2 á 5% de seus cargos com
PPD(Pessoas Portadoras de Deficiência), ou beneficiário reabilitado na seguinte
proporção:
o De 100 a 200 empregados: PPD(2%);
o De 201 a 500 empregados: PPD(3%);
o De 501 a 1000 empregados: PPD(4%);
o Mais de 1001 empregados: PPD(5%).

Estresse
É o conjunto de reações no organismo, a agressões de ordem física e
psíquica, capazes de perturbar o equilíbrio orgânico. A tensão emocional, é a
capacidade natural do indivíduo de reagir sobre situações de perigo, preparando-se
para enfrentar ou fugir. Acarreta muito sofrimento, além de poder contribuir para o
aparecimento de doenças (hipertensão, gastrite e até alguns tipos de câncer). Sobre
ameaça, o organismo libera adrenalina para alertar o sistema nervoso sobre o perigo
aumentando também a frequência cardíaca e a pressão arterial. Com o decorrer do
tempo, este mecanismo pode acabar desestabilizando o organismo levando-o a um
ataque cardíaco ou colapso nervoso.

Estresse Negativo e positivo


A cada um de nós impinge um ritmo diverso à vida. Algumas vezes estamos
mais "elétricos", outras mais lentos. No entanto, temos um ritmo próprio, adaptável
às diversas situações de vida, mais flexível ou não dependendo de como somos. A
atenção a este ritmo próprio e pessoal é uma das variáveis que nos permite estar
bem ou não conosco mesmos. O processo de saúde ou doença que criamos
depende diretamente de como nos relacionamos com nosso próprio ritmo e também
do respeito a ele.
Quando falamos de ritmo, indiretamente nos referimos ao processo de
Estresse. Este processo tão comum em nossa sociedade é inevitável. Na Idade da
Pedra também era muito comum, pois o homem naquele período também tinha que
assegurar a sua sobrevivência. Atualmente a nossa sobrevivência também é uma
luta diária e constante. As manchetes dos jornais, o cotidiano sobrecarregado de
problemas e decisões nos leva ao universo do Estresse. No entanto há o estresses
positivo e o estresse negativo. Quando positivo, o estresse nos impulsiona a realizar
e a concretizar coisas e nos possibilita um nível adequado de Adrenalina. Ele é
necessário à concretização, pois está associado diretamente ao impulso para buscar
a realização de algo. Quando negativo gera um nível excessivo de Adrenalina que
ocasiona um colapso em nível corporal, físico ou emocional, atuando de modo a
desequilibrar todo o nosso funcionamento. O Estresse negativo nos paralisa, seja
através de um colapso nervoso, parada cardíaca ou reações emocionais fortes, tais
como a Depressão, as Crises de Pânico.
O Estresse positivo ou negativo estão associados nos relacionamos com
nosso ritmo interno, o quanto temos conhecimento dele e o quanto o respeitamos.
Respeitar o próprio ritmo significa buscar uma adequação daquilo que nos é exigido
pelo meio externo ou interno (às vezes somos os nossos piores carrascos) e aquilo
que podemos realmente executar.

O Estresse acarreta problemas como:


- Falta de concentração - prejudicam reuniões, decisões, vendas, tarefas
simples.
- Desmotivação - o profissional já não encontra mais fonte de energia para
continuar em busca das metas e objetivos.
- Conflitos interpessoais - São gerados problemas de comunicação, sonegação
de dados, fofocas, formação de guetos organizacionais e, consequentemente, perda
de clientes e produção.
- Baixa qualidade - serviços e produtos são afetados por falta de atenção,
displicência.
- Custos com faltas - os problemas com stress são responsáveis por até 60%
das faltas no trabalho. Mas, pior que o absenteísmo (falta no trabalho) é o
presenteísmo, onde o colaborador está na empresa, mas é como se não estivesse.
- Custos com doenças do trabalho, acidentes e afastamentos - o stress
causa e acelera esse processo que envenena as empresas e reduz a qualidade de
vida das pessoas.
- Erros - como a capacidade mental e fisiológica do profissional fica vulnerável,
as chances de erros serem cometidos crescem significativamente. Alguns erros
podem causar perdas de oportunidades e - pior - podem gerar altos custos não
previstos.
- Percepção: falha na percepção do ambiente, erro na percepção visual ou
auditiva, ou omissão de fatos;
- Decisão: falha no processamento das informações, na lógica, avaliação de
dados, e escolha realizada, falha de memória, erro de avaliação, influência de
estereótipos e hábitos de comportamento;
- Ação: falha da ação muscular sobre controles, falta de coordenação motora ou
escolha errada do movimento ou força.

O estresse faz parte da vida. Devemos saber administrar essa tensão


emocional:
• Procure saber o motivo da tensão;
• Planeje melhor a vida evitando prazos curtos para terminar tarefas;
• Não faça “tudo” sozinho, peça ajuda;
• Alimente-se devagar, saboreie, não devore a comida;
• Querer nem sempre é poder.
• Tire férias regularmente;
• Saia com os amigos;
• Aprenda a livrar-se da tensão e relaxar;
• Pratique esportes, cavalgada;
• Vá a shows de música, teatro, cinema, dance;
• Leia um bom livro;
• Evite permanecer em ambientes turbulentos ou barulhentos;
• Evite discutir assuntos polêmicos antes de dormir;
• Evite alimentar-se demasiadamente;
• Leia um livro ou revista que não comprometa seu sono;
• Aprenda a ver o lado menos negativo das coisas, livrando-se da tensão,
ansiedade e aprendendo a relaxar.
Critério quantitativo de Moore e Garg – 1995 USA
Índice de sobrecarga para os membros superiores = FIT x FDE x FFE x
FPMP x FRT x FDT
FIT = fator intensidade do esforço;
FDE = fator duração do esforço;
FFE = fator frequência do esforço;
FPMP = fator postura da mão e punho;
FRT = fator ritmo de trabalho;
FDT = fator duração do trabalho;

FIT = fator intensidade do esforço;


Classificação Caracterização Multiplicador
Leve Tranquilo 1,0
Algo de pesado Percebe-se algum esforço 3,0
Pesado Esforço nítido: sem mudança 6,0
de expressão facial
Muito pesado Esforço nítido: muda a 9,0
expressão facial
Próximo do máximo Usa tronco e ombros 13,0

FDE = fator duração do esforço;


Classificação Multiplicador
< 10% do ciclo 0,5
10 - 29% do ciclo 1,0
30 - 49% do ciclo 1,5
50 - 79% do ciclo 2,0
Igual ou maior que 80% do ciclo 3,0

Obs. Cronometra-se o ciclo. Cronometra-se o tempo de esforço no ciclo para a


caracterização.
FFE = fator frequência do esforço;
Classificação Multiplicador
< 4 por minuto 0,5
5 - 8 por minuto 1,0
9 - 14 por minuto 1,5
15 - 19 por minuto 2,0
Mais que 20 por minuto 3,0

Obs. Considerar as diversas ações técnicas.

FPMP = fator postura da mão e punho, ombros e coluna;


Classificação Caracterização Multiplicador
Muito boa Neutro 0,5
Boa Próxima do neutro 1,0
Razoável Não neutro 1,5
Ruim Desvio nítido 2,0
Muito ruim Desvios próximo do 3,0
extremo

Obs. Avaliar com auxílio de vídeos, fotos etc.

FRT = fator ritmo de trabalho;


Classificação Caracterização Multiplicador
Muito lento = < 80% 1,0
Lento 81-90% 1,0
Razoável 91-100% 1,0
Rápido 101-115%(apertado, mais consegue acompanhar) 1,5
Muito rápido > 115%(apertado, e não consegue acompanhar) 2,0
FDT = fator duração do trabalho;
Classificação Multiplicador
=< 1 hora por dia 0,25
1-2 horas por dia 0,50
2-4 horas por dia 0,75
4-8 horas por dia 1,0
> 8 horas por dia 1,50

Interpretação do critério de Moore e Garg


Quanto maior que 7,0 tanto maior é o risco:
< 3,0 = Baixo risco
3,0 a 7,0 = Duvidoso
> 7,0 = Risco

Análise ergonômica
A análise ergonômica tem como objetivo, avaliar as adaptações das
condições de trabalho às características psicofisiológicas dos trabalhadores,
abordando as condições de trabalho, conforme estabelecido na NR-17.
A análise de um posto de trabalho para adequação ergonômica, deve ser feita
levando em consideração todos os aspectos ligados á postura, tipo e quantidade de
esforço físico e ocorrência de acidentes.

Programa de Ergonomia
Objetivo
Criar um sistema de gestão ergonômica, através de atividades e procedimentos que
minimizem ou neutralizem os riscos encontrados.

Definições
Comitê ergonômico
Este Comitê é formado por um grupo de pessoas pertencentes aos diversos
setores da empresa, seja pelo SESMT, membros da CIPA e/ou outros
colaboradores, que participem ativamente do processo de formação da cultura
ergonômica.
Deve possuir um coordenador, que defina as responsabilidades de cada
membro, convoque as reuniões mensais, sendo o mediador destas.
Quanto ao treinamento do Comitê, este é realizado por profissional
capacitado, através de aulas expositivas durante 5 dias, aproximadamente, dividido
em módulos, totalizando 20 horas de treinamento.
Os temas abordados são os seguintes:
• Noções de Anatomia e Fisiologia.
• Princípios da Ergonomia, do Trabalho Dinâmico e Estático e suas
consequências.
• Riscos Ergonômicos, coleta, análise e métodos para realização.
• LER/DORT, fadiga muscular, estresse e pausas.
• Treinamento postural.
• Ginástica Ocupacional, atividades físicas e lazer.
• Reconhecimento da necessidade das medidas preventivas/corretivas em
diferentes circunstâncias, nos postos de trabalho.
• Formas de implantação das ações pelo Comitê.

Doença ocupacional
Consiste em distúrbios temporários ou permanentes à saúde dos
colaboradores, que tenham nexo causal com o exercício de suas atividades na
empresa.

Tratamento médico ocupacional


Refere-se ao tratamento médico ofertado ao colaborador, para corrigir uma
doença ocupacional, tendo acompanhamento integral do Médico do Trabalho da
empresa.

Tratamento médico assistencial


Refere-se ao tratamento médico ofertado ao colaborador, para corrigir uma
doença não ocupacional, tendo encaminhamento do Médico do Trabalho da
empresa, porém acompanhamento de Médico Assistencial, conveniado ou da rede
pública.
Responsabilidades Comitê ergonômico
a. Efetuar o levantamento dos riscos ergonômicos nos postos de trabalho;
b. Reunir-se periodicamente para análise do Programa de Ergonomia;
c. Conduzir a pesquisa ergonômica, colher seus dados e encaminhá-los
para o ergonomista;
d. Realizar inspeções ergonômicas programadas, nos postos de trabalho;
e. Emitir relatórios estatísticos periódicos.

Gerência de processo
Implementar as ações preventivas e corretivas propostas pela consultoria
externa/ ergonomista.

Consultoria externa/ergonomista
a. Analisar os riscos ergonômicos;
b. Propor ações preventivas, através do relatório de análise ergonômica;
c. Acompanhar a implantação das ações corretivas e preventivas;
d. Estruturar e oferecer suporte técnico ao Comitê Ergonômico;
e. Prover treinamentos posturais aos colaboradores;
f. Realizar inspeções ergonômicas períodicas, nos postos de trabalho;
g. Assegurar a manutenção do Programa de Ergonomia.

Médico do trabalho
a. Efetuar periodicamente os exames clínicos, para monitoramento dos
riscos ergonômicos;
b. Realizar as avaliações clínicas detalhadas para os exames clínicos
alterados;
c. Encaminhar o colaborador para tratamento médico ocupacional ou
assistencial, de acordo com o diagnóstico de doença ocupacional ou não
ocupacional;
d. Emitir a CAT (Comunicado de Acidente do Trabalho), para doenças
ocupacionais;
e. Manter sigilo quanto ao diagnóstico da saúde do colaborador;
f. Registrar as informações em prontuários médicos.
O Comitê Ergonômico, sistematicamente efetuará levantamento dos riscos
ergonômicos nos postos de trabalho.

Análise de riscos ergonômicos


A consultoria externa e/ou o ergonomista devem possuir competência técnica
para analisar os riscos, previamente levantados pelo Comitê Ergonômico.
Depois de analisados os riscos existentes nos processos e verificado a significância
destes, deve ser elaborado o relatório de Análise Ergonômica, o qual deve priorizar
as atividades de maiores riscos.
Os riscos ergonômicos, podem possuir características como segue:
Física: força intensa, repetitividade, vibração, estresse mecânico local, contrações
estáticas, posturas inadequadas, temperatura do ambiente, ruído, técnica imprópria
de trabalho.
Psicossocial: invariabilidade de tarefa/monotonia, organização do trabalho,
ausência de intervalos, insatisfação pessoal, pressão de tempo, horas extras,
incentivos por produtividade.

Determinação de ações preventivas e corretivas


Com base no conteúdo do relatório de Análise Ergonômica, a consultoria
externa e/ou o ergonomista, devem propor ações mitigadoras para eliminar ou
controlar o risco ergonômico existente. Dentre estas ações mitigadoras, podem
ocorrer como exemplo:
• Eliminação do movimento ou postura crítica, com um simples treinamento
de postura ou modificação na realização da tarefa;
• Adequação dos postos e instrumentos de trabalho;
• Projetos ergonômicos;
• Adequações ambientais;
• Rodízio de tarefas e melhoria na organização do trabalho;
• Implementação de pausas;
• Orientações posturais e outras, como utilização correta dos EPI’s,
manuseio adequado dos instrumentos pelos trabalhadores, com cobrança de
atitudes corretas;
• Ginástica ocupacional.
Monitoramento ergonômico
Nesta fase são verificadas as ações implementadas, através da aplicação de
mecanismos de controle, que permitam avaliar a eficácia da implementação das
ações preventivas e corretivas para eliminação ou controle dos riscos ergonômicos.
Dentre estes destacamos:
• Exame clínico – são avaliações médicas realizadas periodicamente, com o
objetivo de atestar a saúde ocupacional do colaborador;
• Pesquisa ergonômica – consiste num formulário distribuído semestralmente aos
colaboradores, para avaliar a satisfação destes em relação ao Programa
Ergonômico e possíveis queixas de dores localizadas;
• Inspeção ergonômica – são inspeções realizadas nas frentes de trabalho,
visando acompanhar o andamento da implantação das ações preventivas e
corretivas, bem como corrigir falhas do Programa Ergonômico.

Avaliação clínica detalhada


Depois de detectado qualquer desvio na fase de monitoramento ergonômico,
que possivelmente tenha causado danos à saúde do colaborador, o Médico do
Trabalho deve encaminhar o colaborador para realização de exames específicos não
constantes no PCMSO (Programa de Controle Médico em Saúde Ocupacional), que
fornecem subsídios para o diagnóstico de uma possível doença ergonômica, como
ocupacional ou não ocupacional.
Uma vez diagnosticado a doença, e caracterizada como não ocupacional, o
Médico do Trabalho deve registrar a ocorrência no atestado de Saúde Ocupacional e
encaminhar o colaborador para um tratamento de saúde assistencial.
Após recuperação da doença, os registros são armazenados no prontuário
médico do colaborador, tendo sigilo absoluto das informações nele contidas.

Emissão de CAT (Comunicação de Acidente do Trabalho)


Caso a doença seja caracterizada como ocupacional, o Médico do Trabalho
deve emitir a CAT, de acordo com as Instruções do INSS e registrar a ocorrência no
atestado de Saúde Ocupacional.

Tratamento médico ocupacional


Após a emissão da CAT, o Médico do Trabalho deve iniciar o tratamento de
saúde, para recuperação do colaborador, que depois de concluído deve ser
armazenado no prontuário médico do mesmo.
O Médico do Trabalho, deve informar a ocorrência ao ergonomista, para que
seja reavaliado a ação preventiva indicada.
REFERÊNCIAS
ASSOCIACAO BRASILEIRA DE NORMAS TECNICAS. NBR 5413: iluminância de
interiores. Rio de Janeiro, 1992.

BARNES, Ralph Mosser. Estudo de movimentos e de tempos: projeto e medida do


trabalho. 6. ed. São Paulo: Edgar Blucher, 1977. 635 p.

BRASIL, Ministério do Trabalho. Manual de legislação, segurança e medicina do


trabalho. 71. ed. São Paulo: Atlas, 2013.

COUTO, Hudson de Araújo. Ergonomia Aplicada ao Trabalho – Conteúdo básico –


guia prático. ERGO Editora, 1ª edição, 2007.

DUL, J. e WEERDMEESTER, B. Ergonomia Prática. 2ª edição, 2004. Editora Edgard


Blücher Ltda.

IIDA, Itiro. Ergonomia Projeto e Produção. 2ª edição, 2005. Editora Edgard Blücher
Ltda.

ABERGO. O que é ergonomia. Disponível em:


<http://www.abergo.org.br/internas.php?pg=o_que_é_ergonomia>. Acesso em: 31
maio 2013.

NBR 10152: níveis de ruído para conforto acústico. Rio de Janeiro, 1987.

NR 11 – Norma regulamentadora aprovada pela portaria nº 3214 de 08 de junho de


1978 Riscos físicos – Fundacentro.

Norma Regulamentadora No. 17 (NR-17), Ministério da Economia. Disponível em


https://sit.trabalho.gov.br/portal/index.php/ctpp-nrs/nr-
17?view=default#:~:text=Norma%20Regulamentadora%20No.&text=Caracterizada%
20como%20Norma%20Geral%20pela,%C3%A0s%20caracter%C3%ADsticas%20ps
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2020.

NR 17 – Norma regulamentadora aprovada pela portaria nº 3214 de 08 de junho de


1978.
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