Aula 9 - Arquiteturas Do Final Do Séc. XVIII e Séc. XIX

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Arquiteturas do final do séc.

XVIII e séc. XIX


Quadro sinóptico contextualizador
• Embasamento filosófico: Iluminismo / Positivismo / Socialismo / Comunismo
• Política: Revolução Americana
Revolução Francesa
Invasões Napoleônicas
Laicização do Estado
Congresso de Viena
Liberalismo político: Repúblicas ou Monarquias Constitucionais
Revoluções de 1848
Unificações nacionais
• Economia: Revolução Industrial / Liberalismo econômico / Triunfo da burguesia
• Ciência: abrangênte desenvolvimento tecnológico / Feiras Mundiais
• Cultura: valorização da história / Arqueologia Científica / Academicismo / Grand Tour
Quadro sinóptico caracterizador: tipos
de arquitetura
• Neoclássica: reutilização do tipo “templo grego” como modelo, com
as devidas adaptações do sistema construtivo e programas de
necessidades.
• Purista, Revolucionária ou Visionária: utilização de formas
geométricas puras como única estética.
• Historicista: reutilização de todas as arquiteturas já criadas pela
humanidade, precedidas do “neo” (inclui-se os termos Romantica e
Pitoresca)
• Eclética: misturas de vários “neos”na mesma edificação, com ou
sem predominância de um sobre o outro.
• “Do ferro”: edificações na sua maioria ecléticas, com a utilização do
aço nas estruturas, o ferro fundido para a ornamentação e as
chapas corrugadas para as coberturas e divisórias.
Arquitetura Neoclássica

• O neoclassicismo é um movimento na arquitetura, no design e nas artes


que dominou a França entre 1760 e 1830. Surgiu como uma reação à
frivolidade e ao excessivo ornamento dos estilos barroco e rococó.
• Na arquitetura, apresentava sobriedade, linhas retas e formas, como o
frontão e a colunata, baseadas em modelos gregos e romanos antigos.
Na pintura, apresentava heroísmo e sacrifício no tempo dos antigos
romanos e gregos.
• Começou no final do reinado de Luís XV, tornou-se dominante em Luís
XVI e continuou durante a Revolução Francesa, o Diretório Francês, o
Império de Napoleão Bonaparte e a Restauração dos Bourbon até 1830,
quando foi gradualmente substituído como estilo dominante, pelo
romantismo e pelo ecletismo.
Foi inspirado em parte pelos relatos das escavações arqueológicas em Herculano (1738) e especialmente
Pompéia (1748), que trouxeram à luz desenhos e pinturas clássicas. acompanhado de ilustrações gravadas,
circulou amplamente. A antiquária francesa e arqueóloga amadora Anne Claude de Caylus viajou para a Grécia
e a Antiga Ásia Menor de 1752 a 1755, e descreveu o que viu em Recuil des Antiquités, publicado com
ilustrações em 1755.
No entanto, o classicismo apareceu na arquitetura francesa durante o reinado de Luís XIV. Em 1668, o rei rejeitou um projeto
barroco para a nova fachada leste do Louvre por Gian Lorenzo Bernini, o mais famoso arquiteto e escultor da era barroca, em
favor de um design mais sóbrio e clássico, com frontões e colunas colossais de Claude Perrault. Sob Luís XIV, a cúpula romana
e a fachada de colunas monumentais tornaram-se as características dominantes de importantes novas igrejas, começando com
a capela de Val-de-Grâce (1645-1710), por Mansart, Jacques Lemercier e Pierre Le Muet, seguidas pela igreja de Les Invalides
(1680-1706). Enquanto as características básicas da arquitetura dessas igrejas eram clássicas, os interiores eram
luxuosamente decorados em estilo barroco.
Palácio dos Inválidos / Catedral de São Luís dos Inválidos, Paris, 1671-78, arq. Jules Hardoin-Mansard
Desenvolvimento: orientações
fundamentais
• A primeira orientação ocorreu no campo da crítica arquitetónica, com a divulgação dos
escritos de Marc-Antoine Laugier, Carlo Lodoli, Francesco Milizia, Étienne-Louis Boullée,
Claude-Nicolas Ledoux e outros, que favoreceram a transposição do Iluminismo na
arquitetura, afirmando tais princípios relacionados com o racionalismo e o funcionalismo
que conduziriam a um novo ideal estético, com predilecção para formas geométricas
elementares.
• A segunda orientação da origem do neoclassicismo surge da atividade antiquária com a
redescoberta da história grega e romana, as pesquisas arqueológicas na Grécia e Roma,
e o começo de um crescente interesse nas escavações em Herculano e Pompeia (1719
e 1738), para além da publicação de importantes obras literárias como a História da Arte
Antiga de Johann Joachim Winckelmann, que introduziria a dupla definição do ideal de
beleza da arte antiga, caracterizado como "tranquila simplicidade e nobre grandeza“, em
contraste com o esplendor do barroco e do rococó, considerado por alguns críticos da
época, como o italiano Francesco Milizia, falsas expressões do irracional e do enganoso.
• A terceira orientação, de natureza sócio-política, está na postura da nova classe
burguesa que estabelece no neoclassicismo o espírito conservador, o ideal republicano
da revolução política (1789), o racionalismo da revolução industrial (1760–1830) e o
romantismo nacionalista e individualista.
Marc-Antoine Laugier, no seu
Ensaio sobre a arquitetura,
sustentava que a natureza era o
princípio originário da arquitetura;
o seu edifício ideal era definido por
colunas livres, sem pilares,
O Classicismo: Ensaio sobre a embasamentos e outros elementos
Arquitetura da tradição renascentista e pós-
Marc-Antoine Laugier renascentista. Ademais, no seu
tratado expôs uma concepção
racional do classicismo, apoiando
o conceito da chamada "cabana
rústica" do homem primitivo como
expressão da verdadeira
necessidade humana de abrigo.
Períodos
Do ponto de vista ideológico é possível definir essencialmente cinco períodos:

• 1º - (1715–1740), no qual emergem os traços particulares do iluminismo;


• 2º - (1740–1780), em que prevalecem aspectos filológicos, arqueológicos e acadêmicos;
• 3º - (1780–1805), que se refere à arquitetura revolucionária de Étienne-Louis Boullée e Claude-
Nicolas Ledoux, cujas obras (como o Cenotáfio de Newton ou a Salina Real de Arc-et-Senans)
inserem-se perfeitamente no ambiente cultural dominado por nomes como Isaac Newton, Voltaire,
Denis Diderot e Montesquieu, constituindo o emblema do neoclassicismo vinculado ao Iluminismo
e à Revolução Francesa.
• 4º - (1805 – 1814) em que o aparato formal se ressentiu de profundas alterações pela sobriedade e
sumptuosidade da arquitetura napoleônica, o Estilo Império.
• 5º - (1814 – 1840), chamado Classicismo da Restauração, pois na segunda metade do século, o
neoclassicismo tornou-se o estilo dos estados burgueses enriquecidos com a industrialização.
Conclusão
• No que respeita ao estilo padrão, a principal diferença que se verifica
na passagem de uma tendência para outra reside na forte prevalência
do "linear" em relação ao "pictórico", entendida como o domínio da
razão sobre a emoção: quanto mais uma linha descrevesse alguns
corpos simples, dispostos frontalmente como um baixo-relevo
perfeito, mais essa linha, para o artista neoclássico, podia realçar a
função. O carácter linear tornou-se expressão de uma
intencionalidade projetual característica de toda a arte neoclássica.
Em particular, o princípio de correspondência entre a forma e a
função estática conduziu à precisão escrupulosa das forças e
resistência dos materiais, exaltando o conhecimento científico dos
engenheiros a nível estético.
Principais arquitetos franceses

• Ange – Jacques Gabriel (1698 – 1782) • Alexander – Théodore Brongniart (1739 –


1813)
• Jacques – Germain Soufflot (1713 – 1780)
• Charles Percier (1764 – 1838)
2ª geração:
• Pierre François Leonard Fontaine (1762 –
• Claude – Nicolas Ledoux (1736 – 1806) 1853)
• Jean – François Chalgrin (1739 – 1811) Fim do Império Napoleônico:
• Marie – Joseph Peyre (1730 – 1785) • Antoine Chrysostome Quatremére de Quincy
• Victor Louis (1731 – 1800) (1755 – 1867)
• Charles de Wailly (1730 – 1798) • Louis – Pierre Baltard (1764 – 1846)
• Étienne – Louis Boullée (1728 – 1799) • Jacques Ignace Hittorff (1792 – 1867)
• François – Joseph Bélanger (1744 – 1818) • Jacques – Nicolas – Louis Durand (1760 –
1834)
• Jacques Gondouin (1737 – 1818)
Praça da Concórdia, Paris, 1830, Ange – Jacques Gabriel
Petit Trianon, Versalhes, 1768, Ange – Jacques Gabriel
École Militaire, Paris, 1751 / 1773, Ange – Jacques Gabriel.
Teatro do Odéon, Paris, 1782, Marie – Joseph Peyre e Charles de Wailly
Grande Teatro de Bordeaux, 1780, Victor Louis
École de Chirurgie, Paris, 1774, Jacques Gondouin.
Salina Real de Arc – et – Senans, 1779, Claude – Nicolas Ledoux
Barrière de la Villette, Paris, 1787, Claude – Nicolas Ledoux.
Panteão, Paris, 1790, Jacques – Germain Soufflot.
Igreja de Saint – Philippe – du - Roule, Paris, 1784, Jean - François
Chalgrin.
Igreja de Santa Madalena, Paris, 1842, Pierre Alexandre Vignon.
Arco do Triunfo, Paris, 1836, Jean François Chalgrin.
Cúpula de ferro de La Halle Aux Blés, Paris, 1811, François – Joseph Bélanger.
Bolsa de Paris, 1808, Alexandre – Théodore Brongniart.
Rua de Rivoli, Paris, 1804, Charles Percier / Pierre – François – Léonard
Fontaine.
Palácio da Justiça, Lion, 1764 / 1846, Antoine Chrysostome Quatremére de Quincy / Louis – Pierre
Baltard.
Igreja de São Vicente de Paulo, Paris, 1830,
Jacques Ignace Hittorff
Gare du Nord, Paris, 1866, Jacques Ignace Hittorff.
Arquitetura Purista

Cenotáfio para Sir Isaac Newton, 1784, arq. Etienne-Louis Boullée


Casa do Inspetor na foz do Rio Loüe, 1804, Claude-Nicolas Ledoux

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