Modulo 9 - A Instância e Os Seus Incidentes

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Disciplina de DIREITO PROCESSUAL

Módulo 9 – A Instância e os seus Incidentes – 18 horas


Curso Técnico de Serviços Jurídicos 1º ano 2010/1011

Objectivos de aprendizagem com o Módulo:

No final do presente módulo os alunos devem ter adquirido os conhecimentos e


atitudes que a seguir se enunciam: 1
● Definir Instância;

● Reconhecer a importância da Instância;


● Referir as várias acepções do termo instância;

● Explicar os princípios determinantes do inicio e desenvolvimento da instancia;


● Enumerar e explicar as causas da suspensão da instância;

● Conhecer os factos que determinam a interrupção da instância;


● Caracterizar as causas de extinção da instância;

● Explicar os efeitos da extinção da instância;


● Distinguir os vários tipos de incidentes de instância;

● Referir cada tipo de incidentes de instância;


● Caracterizar verificação do valor da causa;

● Caracterizar intervenção de terceiros;


● Diferenciar intervenção principal espontânea de intervenção principal
provocada;
● Diferenciar intervenção acessória provocada de intervenção acessória do
Ministério Público e de Assistência;
● Caracterizar oposição;

● Diferenciar oposição espontânea, oposição provocada e oposição mediante


embargos de terceiros;

● Caracterizar habilitação;
● Caracterizar liquidação.

Âmbito dos conteúdos:

1. A Instância

Professora: Manuela Sampaio


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1.1. Inicio e desenvolvimento da Instância
1.2. Suspensão da Instância
1.3. Interrupção da Instância
1.4. Extinção da Instância
2
2. Os Incidentes de Instância
2.1. Verificação do Valor da Causa
2.2. Intervenção de Terceiros
2.2.1. Intervenção Principal
2.2.1.1. Intervenção espontânea
2.2.1.2. Intervenção Provocada
2.2.2. Intervenção acessória
2.2.2.1. Intervenção provocada
2.2.2.2. Intervenção Acessória do Ministério Publico

3. Oposição
3.1. Oposição espontânea
3.2. Oposição provocada
3.3. Oposição mediante Embargos de Terceiros
4. Habilitação
5. Liquidação

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PROCESSO

A maior parte das vezes, o processo identifica-se com o conjunto dos actos que se há-
de praticar em juízo na propositura e desenvolvimento da acção. 3
Numa acepção mais concreta, o processo significa ainda o mesmo que pleito, litígio,
demanda ou causa – a situação concreta resultante da pretensão de tutela
jurisdicional deduzida por determinada pessoa com oposição ou possibilidade dela por
parte duma outra.

Num último conceito, assaz vulgarizado na linguagem do foro, o processo identifica-se


com caderno (autos) constituído pelas peças escritas emanadas das partes, pelas
decisões do tribunal e pelo relato, mais ou menos circunstanciado, dos actos e
diligências praticados no desenvolvimento da acção.

A INSTÂNCIA

1. Noção
A instância é a relação que se estabelece entre as partes e o tribunal durante a
pendência da causa.
Essa relação tem uma individualidade própria, que justifica que a instância se
mantenha a mesma, ainda que, por exemplo, a parte seja substituída por outra – Cfr.
Art.º 270º, al. a) –, o objecto seja alterado – Cfr. Art.ºs 272º e 273º - ou o processo seja
remetido para outro tribunal – Cfr. Art.º 111º, nº 3.

2. Condições
A instância exige certas condições de existência e de validade. Além disso, como o
processo visa o proferimento de uma decisão ou a execução de uma prestação,
cumpre, ainda, referir as condições de admissibilidade do exercício, em processo, de
uma situação subjectiva (vulgarmente denominadas pressupostos processuais) e as
condições em que pode ser concedida a tutela requerida pelo autor.

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Condições de existência

2.1. Noção e Enumeração


4
a) As condições de existência são as circunstâncias necessárias para a existência
de um processo e referem-se à pendência de uma causa num tribunal.
Portanto, para que exista um processo é necessário que tenha dado entrada
na secretaria do tribunal uma petição inicial ou um requerimento, pois só a
partir desse momento a acção se considera proposta, intentada ou pendente –
art.º 276º, n.º 1;

b) A secretaria do tribunal pode recusar o recebimento da petição inicial ou do


requerimento quando essas peças não apresentem os requisitos externos
exigidos por lei (referidos como tal no art.º 213º, n.º 1).
A petição inicial ou o requerimento devem ser recusados pela secretaria
quando não forem endereçados ao tribunal - art.º 467.º, n.º1, al. a) -, não
identificarem as partes – art.º 467.º, n.º 1, al. e); Cfr art.º 314º, n.º 3; não vierem
acompanhados dos duplicados exigidos por lei – art.º 152º, n.º 3 – ou não
estiverem assinados, não dando quanto a este último aspecto, garantias de
autenticidade.

2.2. Efeitos da Pendência

a) A pendência da causa produz vários efeitos. Convém distinguir, no entanto,


entre os efeitos decorrentes da mera propositura da acção e dos efeitos
resultantes da citação do réu, pois que, conforme se dispõe no art.º 267º, n.º 2,
a produção de efeitos de uma pendência simples (antes da citação do réu) e os
efeitos de uma pendência qualificada (depois dessa citação do réu).

b) A pendência simples implica, para o tribunal, a necessidade de proceder à


distribuição da petição inicial ou do requerimento – art.º 211º, n.º 1, al. a) – e,
depois de realizada essa distribuição, o proferimento de um despacho liminar

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de indeferimento – art.º 474º -, de aperfeiçoamento – art.º 477º - ou de citação
– art.º 480º -. Para o autor, essa dependência simples determina a exigência
da desistência da instância como forma de pôr termo ao processo – art.º 295º,
n.º 2 – e a consequente responsabilidade por custas – art.º 451º, n.º 1-.
5
c) A pendência qualificada é aquela que se verifica depois da citação do réu.
Também importa alguns efeitos, alias, mais amplos que os da pendência
simples e condicionados por essa mesma citação – art.º 267º, n.º 2 -. Podem
distinguir-se os efeitos processuais e os efeitos materiais da pendência
qualificada.

NOÇÃO DE INCIDENTE PROCESSUAL

No passado, a figura em análise era designada por artigos, qualificados de incidentes


e emergentes, os primeiros deduzidos antes da contestação e os segundos depois
dela.
Os artigos não constituíam uma figura processual própria; eram tratados a propósito
das sentenças interlocutórias que os decidiam.
Com o tempo, alargou-se o âmbito da abrangência do conceito de incidente, passando
a significar a questão incidental, ou seja, a surgida no decurso do processo, distinta da
questão principal que dele era objecto, mas com ela relacionada.

O incidente processual é a ocorrência extraordinária, acidental, estranha, surgida no


desenvolvimento normal da relação jurídica processual, que origine um processado
próprio, isto é, com um mínimo de autonomia.

Incidente da instância é, pois, a ocorrência estranha ao desenrolar normal de um


processo, que dê lugar a processado próprio e tenha fins específicos, embora
limitados, a alcançar.

Nesta óptica, não é incidente a actividade processual prevista como normal em


relação ao processo da acção ou do recurso, pelo que não pode ser considerado

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incidente o que se inclua na tramitação normal do processo, como é o caso, por
exemplo, da reclamação da base instrutória ou da decisão da matéria de facto.

A lei tipifica e nomina vários incidentes, como é o caso daqueles que designa como
incidentes da instância, mas outros há que não são nominados e tipificados como tal. 6

São exemplos de incidentes desta segunda espécie a incompetência a que se


reportam os artigos 108.º a 114.º, o conflito de competência ou de jurisdição a que
aludem os artigos 115.º a 121.º, a suspeição do juiz ou dos oficiais de justiça a que
se reportam os artigos 126.º a 136.º.

Estes últimos incidentes só não foram incluídos no grupo dos incidentes da instância
porque, estando directamente relacionados com a competência, foi entendido deverem
ser inseridos na parte do Código que tratava dessa matéria.
Face às características da panóplia de incidentes suscitáveis nos processos, são
susceptíveis de ser classificados, além do mais, segundo os critérios do momento em
que se processem, dos respectivos efeitos, da denominação e da matéria.

Nessa perspectiva haverá incidentes anteriores ou posteriores à sentença final,


incidentes que suspendem e que não suspendem a marcha do processo principal,
incidentes nominados ou inominados, e incidentes civis, laborais e penais.

A determinação do conceito de incidente assume particular relevo para efeitos da


decisão da sua sujeição ou não sujeição a custas, como decorre, além do mais, do
disposto nos artigos 14.º, n.º 1, alínea x), e 16.º do Código das Custas Judiciais.

Generalidades
Estabelece o art.º 268.º, que se reporta ao princípio da estabilidade da instância
que, citado o réu, a instância deve manter-se quanto às pessoas, ao pedido e à causa
de pedir, salvas as possibilidades de modificação consignadas na lei.

Aquele normativo é conforme com o disposto no artigo 481.º, segundo o qual a citação
torna estáveis os elementos essenciais da causa, nos termos do art.º 268.º.

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O princípio da estabilidade da instância é susceptível de ser afectado por virtude da
modificação subjectiva, seja pela intervenção de novas partes, seja em razão da
substituição de alguma das partes primitivas, seja por virtude da intervenção de
terceiros.
7
De que forma é que tal modificação se opera, quais as soluções legislativas que
se nos deparam, e de que maneira deve o oficial de justiça lidar com ela é o que
vamos estudar de seguida.

DISPOSIÇÕES GERAIS
1. Regra Geral

À regra geral sobre os incidentes reporta-se o art.º 302.º, segundo o qual em


quaisquer incidentes inseridos na tramitação de uma causa observar-se-á, na falta de
regulamentação especial, o que vai disposto nesta secção.

O próprio conceito de incidente processual pressupõe, como já se referiu e resulta


deste artigo, a existência de uma causa.

Por força deste normativo, se regulamentação especial não houver para o efeito, as
regras gerais a que se reportam os artigos 303.º a 304.º, ou seja, as relativas ao
oferecimento das provas e à respectiva oposição, ao limite do número de testemunhas
e ao registo de depoimentos, são aplicáveis a qualquer tipo de incidente. Estas
normas são, nos termos do art.º 384.º- n.º 3, subsidiariamente aplicáveis aos
procedimentos cautelares.

2. ENUMERAÇÃO

O Código de Processo Civil considera incidentes da instância:

a) A VERIFICAÇÃO DO VALOR DA CAUSA


b) A INTERVENÇÃO DE TERCEIROS
c) A HABILITAÇÃO

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d) A LIQUIDAÇÃO
e) OUTROS A QUE A LEI ATRIBUI ESSA QUALIDADE, TAIS COMO:
• A incompetência relativa
• A falsidade
• A suspeição 8
• A remoção do cabeça de casal e outros incidentes do inventário

3. PROCESSAMENTO

NOS PRÓPRIOS AUTOS:

• A maioria dos incidentes de intervenção de terceiros – artigos 320.º a 350.º

Note-se que a partir da reforma do processo de inventário, desapareceram as regras


específicas dos incidentes, que eram previstas nos artigos 1399.º a 1403.º do C.P.C.,
preceitos que foram expressamente revogados e substituídos pelas regras gerais dos
incidentes da instância – artigos 302.º a 304.º do mesmo diploma – Cfr. Art.º 1334.º

• O incidente de verificação do valor da causa – artigos 305.º a 319.º


• A incompetência relativa – art.º 108.º e seguintes
• O incidente de habilitação documental – art.º 373.º - n.º 1
• O incidente de falsidade – art.º 546.º e seguintes
• O incidente de liquidação – art.º 378.º e seguintes
• Os incidentes do inventário – art.º 1334.º

POR APENSO:
• O incidente de suspeição – art.º 129.º, n.º 1
• O incidente de embargos de terceiro – art.º 353.º, n.º 1
• O incidente de habilitação, quando não documental – art.º 372.º, n.º 2

4. TRAMITAÇÃO

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O incidente é desencadeado através de requerimento que deve obedecer, com as
necessárias adaptações, ao formalismo estabelecido no art.º 467.º, n.º 1, para a
petição inicial, bem como ao estatuído nos art.ºs 150.º e 150.º-A e à Portaria n.º
642/2004, de 16 de Junho, no que se refere à entrega ou remessa a juízo das peças
processuais e ao comprovativo do pagamento de taxa de justiça. 9
Os incidentes em geral só comportam dois articulados, isto é, o requerimento e a
oposição.

No requerimento em que for suscitado o incidente e na oposição que lhe for deduzida,
devem as partes oferecer logo os róis de testemunhas e requerer outros meios de
prova – art.º 303.º - n.º 1.

Sem prejuízo de normativo que disponha em contrário, os factos que integram a causa
de pedir do incidente, ou seja, os inseridos no requerimento inicial e no instrumento de
oposição, devem ser articulados (artigo 151.º- n.º 2).

A oposição ao incidente é deduzida no prazo de 10 dias, naturalmente contado da


notificação da apresentação do requerimento inicial – art.º 303 – n.º 2.
O n.º 3 daquele artigo prevê sobre a omissão de oposição à matéria do incidente e
estatui sobre a respectiva consequência jurídica.

Assim, tendo em conta o que prescrevem os artigos 463.º - n.º 1, 464.º, 783.º a 792.º,
793.º a 796.º e 800.º, seja qual for a forma do processo seguida pela causa
principal, considerar-se-ão confessados os factos articulados pelo requerente
do incidente, em conformidade com o disposto nos artigos 484.º, n.º 1, e 485.º.

O número de testemunhas, por cada parte não poderá ser superior a oito e, sobre
cada facto, a parte não poderá produzir mais de três testemunhas – art.º 304 – n.º 1 –
considerando-se não escritos os nomes das testemunhas que ultrapassem os limites
(art.º 632.º, n.º 1).

Os depoimentos prestados antecipadamente ou por carta são gravados ou registados


nos termos do artigo 522.º- A – art.º 304.º - n.º 2.

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Quando sejam prestados no tribunal da causa, os depoimentos produzidos em


incidentes que não devam ser instruídos e julgados conjuntamente com a matéria
daquela são gravados se, comportando a decisão a proferir no incidente recurso
ordinário, alguma das partes tiver requerido a gravação – art.º 304.º - n.º 3. 10

O requerimento (gravação) a que atrás se faz referência deverá ser apresentado


conjuntamente com o requerimento em que se suscita o incidente e com a oposição
ao mesmo – art.º 304.º - n.º 4.

INCIDENTES DA INSTÂNCIA: Art.º


302.º a 380.º - A -do C.P.C.

Habilitação

Liquidação Intervenção de Terceiros Valor da Causa

PROCESSAMENTO DOS INCIDENTES

A. VERIFICAÇÃO DO VALOR DA CAUSA - (ART.ºS 305.º A 319.º)

Este incidente tem como finalidade apurar o valor processual de uma causa. Nos
termos do n.º 1 do art.º 305.º “A toda a causa deve ser atribuído um valor certo,
expresso em moeda legal, o qual representa a utilidade económica imediata do
pedido.”
O pedido é o efeito jurídico que se pretende obter com a demanda (artigo 498.º – n.º
3).

A utilidade económica do pedido, ou seja, o benefício visado com a acção ou com a


reconvenção, afere-se, segundo a expressão legal, à luz do pedido, que se não limita

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a enunciar o objecto imediato da demanda, mas também o efeito jurídico que com ela
se pretende obter.

A obrigação de declarar o valor da causa recai sobre o autor, nos termos do disposto
no artigo 467.º, n.º 1, alínea f). A esse valor vai-se atender para determinar a 11
competência do tribunal, a forma de processo comum e a relação da causa com
a alçada do tribunal (art.º 305.º - n.º 2).

O n.º 3 do mesmo artigo prevê sobre o valor da causa para efeito de custas, ou seja,
sobre o respectivo valor tributário, e estatui que ele é determinado segundo as normas
estabelecidas na legislação respectiva, isto é, em regra, no Código das Custas
Judiciais, que contém normas sobre o valor da causa para efeito de custas nos artigos
5.º a 12.º.

A regra geral, que consta dos nºs 1 e 2 do artigo 5.º do C. Custas Judiciais, é no
sentido de que, nos casos não expressamente previstos na lei de custas, se atende ao
valor processual da causa em geral, e de que o valor declarado pelas partes é
atendido quando não seja inferior ao que resulta dos critérios legais.

• TRAMITAÇÃO

Quando provocado, o incidente inicia-se com a impugnação do valor que o autor ou


requerente atribuiu ao processo, tem lugar na contestação e o réu deve indicar logo
outro valor em substituição do primitivo.

Porém, se a indicação do valor não ocorreu inicialmente (na petição), a declaração


posterior será notificada ao réu que, se já tiverem findado os articulados, poderá
impugnar o valor por meio de requerimento a apresentar no prazo de 10 dias (art.ºs
153.º, n.º 1).

Este incidente não está sujeito ao pagamento de taxa de justiça inicial.


No entanto, está sujeito ao pagamento de custas, sendo a taxa de justiça fixada a final
pelo juiz (Cfr. art.º 16.º - n.º 1 do C.C.J.)

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Impugnado o valor, a secretaria deverá notificar, oficiosamente (art.º 229.º - n.º 2 e


art.º 3.º C.P.C.) a parte contrária para responder no prazo de 10 dias (art.º 303.º – n.º
2).
12
O valor considera-se definitivamente fixado, na quantia que as partes tiverem
acordado, expressa ou tacitamente, logo que seja proferido o despacho saneador na
acção respectiva.

Nos casos a que se refere o n.º 3 do art.º 308.º e naqueles em que não haja lugar a
despacho saneador, o valor da causa considera-se definitivamente fixado logo que
seja proferida sentença – art.º 315.º.

Quando as partes não tenham chegado a acordo ou o juiz o não aceite, o valor poderá
ser fixado em face dos elementos do processo ou mediante arbitramento, requerido
pelas partes ou ordenado pelo juiz – art.º 317.º.

Se for necessário proceder a arbitramento, este será feito por um único perito
nomeado pelo juiz, não havendo neste caso segundo arbitramento – art.º 318.º.

• CONSEQUÊNCIAS DA DECISÃO DO INCIDENTE DO VALOR DA CAUSA

Face ao disposto no art.º 319.º, decidido o incidente, o valor atribuído à causa poderá
influir imediatamente:

• Na competência do tribunal:
Se se verificar que o tribunal singular é incompetente, são os autos oficiosamente
remetidos ao tribunal competente (n.º 1).

• Na forma do processo:
Se, face ao valor resultar ser outra a forma de processo correspondente à acção,
mantendo-se a competência do tribunal, é mandada seguir a forma apropriada, sem

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anular o processado anterior e corrigindo-se, se for caso disso, a distribuição
efectuada (n.º 2 e art.º 220.º).

O incidente é provocado pelo réu, podendo sê-lo, oficiosamente, pelo juiz.
13

• Na necessidade de patrocínio judiciário:

Se do novo valor verificado resultar a obrigatoriedade de patrocínio judiciário, que o


primitivo valor não exigia, a parte não patrocinada terá de constituir advogado dentro
do prazo para o efeito fixado pelo juiz (art.ºs 32.º, 33.º e 40.º).

Dispõe o art.º 12.º - n.º 1 do Código das Custas Judiciais o seguinte:


“Se, em face do processo, o valor for ilíquido, desconhecido ou perecer superior
ao declarado pelas partes, nos casos em que a este deva atender-se, a secretaria
indica o valor que lhe parecer exacto e o modo de o verificar.”

Independentemente da informação anteriormente prevista, o juiz pode fixar à causa o


valor que repute exacto, designadamente ordenando a sua verificação nos termos da
lei de processo – n.º 2 do art.º 12 do CCJ.

Este incidente é isento de custas apenas quanto à taxa de justiça - alínea i) do n.º 1 do
art.º 3.º do CCJ -, o que significa que os “encargos” (art.º 1.º CCJ) a que haja lugar são
da responsabilidade do vencido a final nos termos gerais (art.º 446.º).
Contudo, se o incidente for suscitado por informação da secretaria ou por iniciativa do
juiz, os encargos provenientes duma eventual perícia são da responsabilidade do
vencido a final nos termos gerais (cfr. art.º 446.º).

INTERVENÇÃO DE TERCEIROS - (ART.ºS 320.º A 359.º)

• GENERALIDADES
O princípio da estabilidade da instância que veicula a ideia de que, citado o réu, a
instância, em regra, deve manter-se quanto às pessoas, ao pedido e à causa de pedir,

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é excepcionado, na sua vertente subjectiva, pela intervenção de terceiros (artigos
268.º e 270.º, alínea b)).

Os incidentes de intervenção de terceiros foram estruturados na base dos vários tipos


de interesse na intervenção e das várias ligações entre esse interesse, que deve ser 14
invocado como fundamento da legitimidade do interveniente, e a relação material
controvertida desenvolvida entre as partes primitivas.

São três os tipos de intervenção, designadamente a intervenção principal, a


intervenção acessória e a oposição.

INCIDENTES DA INSTÂNCIA

Intervenção de
Terceiros

Intervenção
Oposiçao Acessória Intervençã
o Principal

INTERVENÇÃO PRINCIPAL
INTERVENÇÃO ESPONTÂNEA (art.ºs. 320.º a 324.º)

Pode intervir na causa como parte principal (art.º 320.º) aquele que em relação ao
objecto da causa, tiver um interesse igual ao do autor ou do réu, nos termos dos art.ºs
27.º e 28.º (litisconsórcio voluntário ou necessário); e aquele que, nos termos do artigo
30.º, pudesse coligar-se com o autor, sem prejuízo do disposto no artigo 31.º
(coligação).

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O pedido de intervenção poderá ser feito através de articulado próprio ou de
simples requerimento, em função da fase em que o processo de encontre – art.º
323.º.

O interveniente principal faz valer um direito próprio, paralelo ao do autor ou do réu, 15


apresentando o seu próprio articulado ou aderindo aos apresentados pela parte com
quem se associa – art.º 321.º.

O pedido de intervenção não está sujeito ao regime estabelecido no art.º 303.º, que
prevê a obrigação das partes requererem e oferecerem os meios de prova com o
requerimento em que se deduzam quaisquer incidentes, pois o oferecimento dos
meios de prova segue o que está estabelecido para os articulados da causa principal.
Resulta do disposto no art.º 324.º que o pedido de intervenção suspende (de certa
forma) os termos da causa principal, porquanto:

Se a intervenção for deduzida antes de proferido o despacho saneador, este não


deverá ser proferido antes de terminarem os articulados do incidente ou, se a
intervenção tiver sido apresentada por simples requerimento, depois de terminar o
prazo para oposição ao requerido pelo interveniente.

Se a intervenção for deduzida depois de proferido o despacho saneador ou se o


processo o não comportar, o juiz não deverá ordenar o prosseguimento da causa
principal, designando data para julgamento ou proferir sentença, antes de decorrer o
prazo para oposição ao incidente e proferir a respectiva decisão.

• TRAMITAÇÃO:
Uma vez junto aos autos o articulado ou o simples requerimento do interveniente,
comprovado o pagamento da taxa de justiça inicial do incidente, deverá o processo ser
“concluso” ao juiz para este ordenar, se não houver motivo para rejeição liminar, a
notificação das primitivas partes para, querendo, responderem ou deduzirem oposição
ao pedido de intervenção – n.º 1 do art.º 324.º.

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Se as partes primitivas responderem terão de pagar também a taxa de justiça inicial do
incidente. O juiz, ao decidir o incidente, deve proferir decisão quanto a custas.

Se a intervenção for activa (pedido novo diferente do autor) terá de ser em


articulado próprio e o interveniente terá, também, de pagar a taxa de justiça inicial 16
relativamente ao pedido que faz (igual ao autor). Se o réu contestar o pedido do
interveniente terá de pagar a taxa de justiça inicial do incidente – cfr. Art.º 10.º do
C.C.J. – mas não há lugar ao pagamento de qualquer complemento de taxa de justiça
como acontecia no passado.

Os acertos provenientes destas diferenças são efectuados na conta, sem prejuízo de


as taxas que hajam de ser pagas após a fixação do valor tributário serem-no em
função do novo valor (por exemplo, taxas subsequentes, taxas iniciais de incidentes ou
de recursos).

A oposição da parte com a qual o interveniente pretende associar-se, será


apresentada, por simples requerimento, no prazo de 10 dias; a parte contrária
deduzirá oposição nos mesmos termos, se o interveniente não tiver apresentado
articulado próprio – n.º 2 do art.º 324.º.

Se o interveniente tiver apresentado articulado próprio, a parte contrária cumulará a


oposição ao incidente com a que deduza contra o articulado do interveniente,
seguindo-se os demais articulados admissíveis na acção respectiva – n.º 3 do art.º
324.º.
No caso de o articulado do interveniente ser uma petição inicial (interesse paralelo
ao do autor) o réu poderá opor-se através de nova contestação e, se o processo o
comportar, poderá o interveniente replicar e o réu treplicar (caso da acção ordinária).
Se o do interveniente espontâneo for uma contestação (interesse paralelo ao do
réu) o autor poderá opor-se através de réplica ou resposta, consoante o processo seja
ordinário ou sumário; se for ordinário, o interveniente poderá ainda treplicar.

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Módulo 9 – A Instância e os seus Incidentes – 18 horas
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Estes articulados serão apresentados nos prazos estabelecidos para o processo
onde foi deduzido o pedido (o articulado ou requerimento deduzindo a intervenção
deverá vir acompanhado de duplicados para o autor e para o réu).

A admissibilidade do incidente é decidida no despacho saneador, se o processo o 17


comportar e ainda não tiver sido proferido ou, no caso contrário, logo após o decurso
do prazo para oposição – n.º 4 do art.º 324.º.

Se forem deduzidas oposições pelas primitivas partes ou logo que finde o respectivo
prazo, deverá o processo ser concluso ao juiz para que decida da admissibilidade ou
não, da intervenção.

Se for admitida a intervenção, o interveniente goza de todos os direitos de parte


principal, embora tenha de aceitar a causa no estado em que se encontrar – art.º
322.º.

Em síntese:
1. Junção do requerimento de intervenção principal espontânea, com
documento comprovativo do prévio pagamento da taxa de justiça;
2. Conclusão;
3. Notificação das partes primitivas para se oporem no prazo de 10 dias;
4. Apresentada oposição (juntando documento comprovativo do prévio
pagamento da taxa de justiça inicial do incidente); ou decorrido o respectivo
prazo, conclusão para decisão da admissibilidade da intervenção;
5. Admitida a intervenção, seguir-se-ão, quanto à instrução e julgamento do
requerido, os termos estabelecidos para a causa principal.

INTERVENÇÃO PROVOCADA (art.ºs 325.º a 329.º)

A intervenção principal provocada consubstancia-se, em regra, no chamamento ao


processo, por qualquer das partes, de terceiros interessados na intervenção, seja
como seus associados, seja como associados da parte contrária.

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Qualquer das partes pode chamar a intervir na causa como parte principal, aquele que
tiver direito a nela intervir, quer seja como seu associado, quer como associado da
parte contrária – art.º 325.º.

O chamamento para intervenção terá de ser feito nos articulados da causa, ou em 18


requerimento autónomo, até ao momento em que podia deduzir-se a intervenção
espontânea em articulado próprio 10, sem prejuízo do disposto no artigo 269.º, no n.º1
do art.º 329.º e no n.º 5 do art.º 869.º do C.P.C. – n.º 1 do art.º 326.º

• TRAMITAÇÃO:
Uma vez junto ao processo o requerimento do chamamento e o comprovativo do
pagamento da taxa de justiça inicial do incidente, a secretaria notifica a parte
contrária, oficiosamente (art.º 229.º, n.º 2 – Cfr. n.º 2 do art.º 326.º e art.º 3.º), para
responder sob o efeito cominatório previsto para a causa principal (art.º 303.º, n.º 3).
A parte contrária é a oposta à que requereu o chamamento, isto é, se foi o autor que
requereu notifica-se o réu e vice-versa; se houver resposta é também devida taxa
de justiça inicial do incidente.

A oposição ao chamamento deverá ser apresentada no prazo de 10 dias


estabelecido no n.º 2 do art.º 303.º, pois trata-se de oposição ao incidente.
Decorrido o prazo para oposição, haja-a ou não, deverá o processo ser concluso ao
juiz para decidir da admissibilidade do chamamento – n.º 2 do art.º 326.º (note-se que
a decisão do incidente deve conter condenação em custas).
Caso seja admitida a intervenção, o interessado é chamado a intervir por meio de
citação – n.º 1 do art.º 327.º. O chamado a intervir é citado para os termos da causa,
ainda que o seu interesse não seja paralelo ao do réu mas seja paralelo ao do autor.
Assim, proferido despacho positivo de admissão da intervenção, deve o juiz, em
despacho autónomo, ordenar a citação do chamado à intervenção, 12 a fim de, por
exemplo, em 30 dias ou em 20 dias, consoante se trate de causa que siga a forma de
processo ordinário ou de processo sumário, respectivamente, oferecer o seu articulado
ou declarar que faz seus os articulados do autor ou os do réu, conforme os casos.
O citando recebe, no acto da citação, cópias dos articulados já oferecidos,
apresentados pelo requerente do chamamento. O citado pode oferecer o seu

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articulado ou declarar que faz seus os articulados do autor ou do réu, dentro de prazo
igual ao facultado para a contestação, observando-se com as necessárias adaptações,
o disposto para a intervenção espontânea – n.ºs 2 e 3 do art.º 327.º.

Passado o prazo anteriormente referido, o chamado poderá ainda intervir no processo, 19


tendo, contudo, que aceitar os articulados da parte a que se associa e todos os actos
e termos já praticados – n.º 4 do art.º 327.º.

Se o chamado intervier no processo, a sentença apreciará o seu direito e constituirá


caso julgado em relação a ele – n.º 1 do art.º 328.º.

Se o chamado não intervier no processo, a sentença só constitui quanto a ele, caso


julgado, nos termos previstos no n.º 2 do art.º 328.º.

Em síntese:
1. Junção do requerimento de intervenção principal notificação oficiosa da
parte contrária para se opor no prazo de 10 dias;
2. A apresentação de oposição dá lugar ao pagamento da taxa de justiça inicial
do incidente;
3. Apresentada oposição ou decorrido o respectivo prazo, conclusão para
decisão da admissibilidade da intervenção;
4. Admitida a intervenção, citação do interessado.

INTERVENÇÃO DE TERCEIROS

Intervenção
Principal Art.ºs
Art.ºs
320º a
325º a 324º
329º

Intervenção Intervenção
Provocada espontânea

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INTERVENÇÃO ACESSÓRIA

INTERVENÇÃO PROVOCADA (art.ºs 330.º a 333.º)


A intervenção acessória ou subordinada provocada, sub-espécie do incidente de 20
intervenção principal, substituiu o antigo incidente de chamamento à autoria, por se
entender, face à estrutura do incidente de intervenção principal, que não se justificava
a autonomia que a lei outrora lhe consagrava.

O fundamento básico da intervenção acessória provocada é a acção de regresso da


titularidade do réu contra terceiro, destinada a permitir-lhe a obtenção da
indemnização pelo prejuízo que eventualmente lhe advenha da perda da demanda.

Esta intervenção acessória também não é admissível na acção executiva, por ser
estruturalmente incompatível com o seu fim específico, certo que nela não pode haver
sentença de condenação, a qual constitui um dos pressupostos essenciais do
incidente.

O réu que tenha acção de regresso contra terceiro, para ser indemnizado do prejuízo
que lhe cause a perda da demanda, pode chamá-lo a intervir como auxiliar na defesa
sempre que o terceiro careça de legitimidade para intervir como parte principal – art.º
330.º - n.º 1.

A intervenção do chamado circunscreve-se à discussão das questões que tenham


repercussão na acção de regresso invocada como fundamento do chamamento – art.º
330.º - n.º 2.

O chamamento é deduzido pelo réu na contestação ou, se este não pretender


contestar, no prazo que teria para o efeito – n.º 1 do art.º 331.º.

• TRAMITAÇÃO:
Junta que seja aos autos a contestação do réu ou, se este não contestar, o
requerimento de chamamento e comprovado que seja o pagamento da taxa de justiça

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inicial do incidente, a secretaria deverá notificar a parte contrária para responder
(notificação oficiosa nos termos do disposto no art.º 229.º, n.º 2- cfr. n.º 2 do art.º 331.º
e art.º 3.º).

Se o réu contestar terá de efectuar, também, o pagamento da taxa de justiça inicial 21


referente à acção.

Caso a parte contrária responda, terá de pagar taxa de justiça inicial do incidente,
sendo certo que a decisão do incidente deverá conter condenação em custas.
A parte contrária deverá apresentar a sua resposta no prazo de 10 dias, previsto no
art.º 303.º - n.º 2.

Decorrido aquele prazo, haja ou não resposta da parte contrária, o processo será feito
concluso ao juiz para efeitos de admissão do chamamento.

Se o chamamento for admitido, o chamado será citado para contestar, no prazo


estabelecido para a respectiva acção e passa a beneficiar do estatuto de
assistente, aplicando-se, com as necessárias adaptações, o disposto no art.º 337.º e
seguintes – art.º 332.º - n.º1.

Não se procede à citação edital, devendo o juiz considerar findo o incidente quando
se convença da inviabilidade da citação pessoal do chamado – art.º 332.º n.º 2.

Passados três meses sobre a data em que foi inicialmente deduzido o incidente sem
que se mostrem realizadas todas as citações a que este haja dado lugar, pode o autor
requerer o prosseguimento da causa principal, após o termo do prazo de que os réus
já citados beneficiarem para contestar – art.º 333.º.

Assim, em síntese:
1. Junção do requerimento de intervenção, apresentado pelo R. (há lugar ao
prévio pagamento da justiça inicial do incidente, por auto liquidação – Art.º. 24º
n.º. 1 e 14º x) C.C.J.);

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2. Notificação oficiosa da parte contrária (o Autor) para se opor no prazo de 10
dias;
3. Apresentada oposição, pagamento da taxa de justiça inicial do incidente
(pagamento efectuado por autoliquidação);
4. Apresentada oposição ou decorrido o respectivo prazo, conclusão para 22
decisão da admissibilidade da intervenção;
5. Admitida a intervenção, citação do chamado para contestar em prazo igual
ao facultado ao réu primitivo

INTERVENÇÃO ACESSÓRIA DO MINISTÉRIO PÚBLICO (ART.º 334.º)

1. Sempre que, nos termos da respectiva Lei Orgânica, o Ministério Público deva
intervir acessoriamente na causa, ser-lhe-á oficiosamente notificada a
pendência da acção, logo que a instância se considere iniciada.
2. Compete ao Ministério Público, como interveniente acessório, zelar pelos
interesses que lhe estão confiados, exercendo os poderes que a lei processual
confere à parte acessória e promovendo o que tiver por conveniente à defesa
dos interesses da parte assistida.
3. O Ministério Público é notificado para todos os actos e diligências, bem como
de todas as decisões proferidas no processo, nos mesmos termos em que o
devam ser as partes na causa, tendo legitimidade para recorrer quando o
considere necessário à defesa do interesse público ou dos interesses da parte
assistida.
4. Até à decisão final e sem prejuízo das preclusões previstas na lei de processo,
pode o Ministério Público, oralmente ou por escrito, alegar o que se lhe
oferecer em defesa dos interesses da pessoa ou entidade assistida.

O Ministério Público intervém na causa a título principal quando representa o Estado,


as regiões autónomas, as autarquias locais, os incapazes, os incertos e os ausentes
em parte incerta, ou quando exerce o patrocínio oficioso dos trabalhadores e suas
famílias na defesa dos seus direitos de carácter social, ou quando representa

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interesses colectivos ou difusos ou intervém nos inventários exigidos por lei e nos
demais casos nela previstos (artigo 5.º, n.º 1, do EMP).

Intervém, porém, acessoriamente quando, não se verificando nenhum dos referidos


casos, isto é, quando não deva intervir a título principal, sejam interessados na causa 23
as regiões autónomas, as autarquias locais, outras pessoas colectivas públicas,
pessoas colectivas de utilidade pública, pessoas colectivas de utilidade pública,
incapazes ou ausentes, bem como na acção que vise a realização de interesses
colectivos ou difusos e nos demais casos legalmente previstos (artigo 5.º, n.º4, do
EMP- Estatuto do Ministério Público).

Quando intervém acessoriamente, o Ministério Público zela pelos interesses que lhe
estão confiados, promovendo o que tiver por conveniente (art.º 6.º da Lei n.º 47/86),
sendo os termos da intervenção “os previstos na lei do processo” (n.º 2 do mesmo art.º
6.º). A adjectivação deste último preceito só agora teve lugar, através do estatuído
neste art.º 334.º.

Logo que seja distribuída qualquer acção em que o Ministério Público deva
intervir acessoriamente, ser-lhe-á feita oficiosamente a notificação da pendência
da acção nos termos do n.º 1 do art.º 334.º, sob pena de nulidade (art.º 200º).

ASSISTÊNCIA (ARTS.º 335.º A 341.º)

Estando pendente uma causa entre duas ou mais pessoas, pode intervir nela como
assistente, para auxiliar qualquer das partes, quem tiver interesse jurídico em que a
decisão do pleito seja favorável a essa parte – art.º 335.º - n.º1.

Para que haja interesse jurídico, capaz de legitimar a intervenção, basta que o
assistente seja titular de uma relação jurídica cuja consistência prática ou económica
dependa da pretensão do assistido. – Art.º 335.º - n.º 2.

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O n.º 1 prevê a intervenção de um terceiro para auxiliar uma das partes numa causa
pendente e estatui que o pode fazer quem tiver interesse jurídico em que a decisão
seja favorável à parte a quem pretende auxiliar.

Trata-se de uma intervenção espontânea em que o interveniente não faz valer um 24


direito próprio, mas apenas um interesse jurídico relevante de auxílio à parte assistida,
definido no n.º 2.

Dir-se-á que a assistência se traduz na intervenção de um terceiro com o propósito de


auxiliar um dos litigantes, não para fazer valer uma pretensão própria, mas para que
aquela tenha ganho de causa, sob motivação de ser titular de um interesse jurídico
relevante para o efeito.

O assistente pode intervir a todo o tempo, mas tem de aceitar o processo no estado
em que se encontrar. – Art.º 336.º - n.º 1.
O pedido de assistência pode ser deduzido em requerimento especial ou em articulado
ou alegação que o assistido estivesse em tempo de oferecer. – Art.º 336.º - n.º 2.

• TRAMITAÇÃO:
Junto ao processo o requerimento de intervenção e comprovado o pagamento da taxa
de justiça inicial do incidente, é o processo feito “concluso” ao juiz que, se o não
indeferir liminarmente, mandará notificar a parte contrária à que o assistente se propõe
auxiliar.

A oposição é apresentada no prazo de 10 dias, previsto no n.º 2 do art.º 303.º.


Se a parte contrária deduzir oposição pagará também taxa de justiça inicial do
incidente.
Haja ou não posição, o juiz decide imediatamente, ou logo que seja possível, se a
assistência é legítima – n.º 3 do art.º 336.º.
Os assistentes gozam dos mesmos direitos e estão sujeitos aos mesmos deveres que
a parte assistida, mas a sua actividade está subordinada à da parte principal, não
podendo praticar actos que esta tenha perdido o direito de praticar nem assumir
atitude que esteja em oposição com a do assistido; havendo divergência insanável

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entre a parte principal e o assistente, prevalece a vontade daquela – n.º 2 do art.º
337.º.

O assistente poderá, assim, apresentar contestação que, contudo, terá de ter lugar
antes de decorrido o prazo de defesa do assistido. 25
Se o assistido vier a ficar em posição de revelia, o assistente, mesmo que não tenha
apresentado contestação, poderá praticar todos os actos e requerer tudo quanto ao
assistido seria lícito fazer se estivesse presente, podendo, inclusive, interpor recursos,
como se fosse parte principal (art.º 338.º).

No caso de revelia do réu ou do requerido, o assistente assume a posição de


substituto processual do assistido, ou seja, passa a gerir, em nome próprio, um
processo inserente de uma relação jurídica material alheia.

Em consequência, sendo o assistente admitido a intervir depois do decurso do prazo


de apresentação da contestação, ele pode praticar todos os actos processuais que o
assistido poderia praticar desde então se não fosse revelado, incluindo a interposição
de recurso, como se fosse parte principal.

O assistente não tem legitimidade para dispor da relação jurídica material


controvertida, pelo que, mesmo na hipótese de agir na posição de substituto
processual, não pode confessar nem transigir.

Os assistentes podem fazer uso de quaisquer meios de prova, mas quanto à prova
testemunhal somente para completar o número de testemunhas facultado à parte
principal - art.º 339.º.

A assistência não afecta o direito das partes principais, que podem livremente
confessar, desistir ou transigir, findando em qualquer destes casos a intervenção –
art.º 340.º.

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A intervenção do assistente na causa é insusceptível de afectar o princípio


concernente às partes principais de liberdade de desistência, de confissão e de
transacção. 26

O disposto neste artigo constitui corolário do facto de o assistente ser mero auxiliar
do assistido, isto porque não faz valer através da intervenção um direito próprio, o
que explica que ela não afecte os direitos processuais do segundo.

A sentença proferida na causa constitui caso julgado em relação ao assistente, que é


obrigado a aceitar, em qualquer causa posterior, os factos e o direito que a decisão
judicial tenha estabelecido, excepto nos casos previstos nas alíneas a) e b) do artigo
341.º do C.P.C.

Assim, em síntese:

1. Junção do requerimento do assistente (há lugar ao prévio pagamento da


justiça inicial do incidente, por auto liquidação – Art.º. 24º n.º. 1 e 14º x) C.C.J.);
2. Conclusão para admissão do incidente;
3. Admitido o incidente, notificação da parte contrária à que o assistente se
propõe auxiliar para se opor no prazo de 10 dias;
4. Apresentada oposição, deverá ser efectuado o prévio pagamento da taxa
de justiça inicial do incidente;
5. Apresentada oposição ou decorrido o respectivo prazo, conclusão para
decisão sobre a legitimidade da assistência.

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INTERVENÇÃO DE TERCEIROS 27

Intervenção
Intervenção
Provocada
Acessória

Art.ºs
330º
a
Assistência Art.º 334º
333º

Intervenção Acessória – M.P.


Art.ºs
335º a
341º

OPOSIÇÃO – GENERALIDADES

Trata-se de um tipo de intervenção, espontânea ou provocada, de um terceiro numa


causa pendente, com vista a exercer um direito próprio, total ou parcialmente
incompatível com o direito invocado pelo autor ou pelo réu reconvinte.

Implica a modificação objectiva e subjectiva da instância, porque, por um lado,


admitida a oposição, alarga-se o litígio à definição da existência e titularidade do
direito invocado pelo opoente, e, por outro, passa esta a assumir a posição de parte
principal do lado activo.

Realiza o princípio da economia processual, na medida em que permite a apreciação,


sob a unidade da acção, de pretensões opostas sobre a titularidade do direito em

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causa, evitando que o terceiro tenha de esperar pelo desfecho do litígio para em nova
acção pedir o reconhecimento do seu direito.
Permite a protecção do direito de terceiros susceptíveis de serem afectados com o
julgamento da causa no confronto das partes primitivas, bem como o alargamento do
caso julgado e evita a prolação de sentenças contraditórias. 28

Distingue-se da assistência, porque o opoente faz valer um direito próprio, e da


intervenção principal porque, nesta, o interveniente faz valer um direito paralelo
ao do autor ou do réu.

OPOSIÇÃO ESPONTÂNEA (ARTS.º 342.º A 346.º)


Consiste na intervenção, por iniciativa própria, de um terceiro numa causa entre
duas ou mais pessoas, para se opor à pretensão do autor ou do réu reconvinte,
fazendo valer um direito próprio e incompatível com o invocado por aqueles.

O opoente deduzirá a sua pretensão por meio de petição, à qual são aplicáveis,
com as necessárias adaptações, as disposições relativas à petição inicial – art.º 343.º.

A intervenção do opoente só é admitida enquanto não estiver designado dia para a


discussão e julgamento da causa em 1.ª instância ou, não havendo lugar à audiência
de julgamento, enquanto não estiver proferida sentença – n.º 2 do art.º 342.º.

Na sua petição inicial, o opoente para além de pedir para ser admitido a intervir na
causa nessa qualidade, deverá formular um pedido incompatível com o do autor e,
simultaneamente, contestará a pretensão deste.

• TRAMITAÇÃO:
Junta aos autos a petição do opoente e comprovado o pagamento da taxa de justiça
inicial do incidente, o processo será concluso ao juiz que proferirá despacho liminar a
admitir ou rejeitar a intervenção (a petição deverá ser acompanhada dos duplicados
necessários para A. e RR.)

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Se for admitida, o juiz ordenará a notificação das partes primitivas para contestarem o
pedido do opoente, em prazo igual ao concedido ao réu na acção principal.
Havendo contestação, deverá ser também paga taxa de justiça inicial do incidente,
após o que se seguirão os articulados correspondentes à forma do processo aplicável
à causa principal. 29

Depois de admitido a intervir, o opoente assume a posição de parte principal, com


todos os direitos e responsabilidades daí inerentes.

Se as primitivas partes não contestarem a oposição, o processo segue concluso para


decisão final e eventual condenação do réu no pedido do opoente.

Findos os articulados da oposição, procede-se ao saneamento e condensação, quanto


à matéria do incidente, nos termos da forma de processo aplicável à causa principal –
art.º 345.º.

A notificação às primitivas partes para contestarem, deverá ser feita na pessoa dos
seus mandatários judiciais por carta registada (art.º 253.º, n.º 1).

Assim, em síntese:
1. Junção da petição do opoente aos autos (há lugar ao pagamento prévio da
justiça inicial do incidente);
2. Conclusão para admissão ou rejeição do pedido de intervenção;
3. Admitida intervenção, notificação das partes primitivas para contestarem o
pedido em prazo igual ao estabelecido para a contestação na acção principal;
4. Apresentada a contestação e paga a taxa de justiça inicial respectiva,
sucedem-se os demais articulados legalmente previstos para a acção principal;
5. Na falta de contestação, o processo é concluso para decisão final e eventual
condenação do réu no pedido.

OPOSIÇÃO PROVOCADA (ARTS.º 347º A 350)

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Esta oposição apenas poderá ser provocada pelo réu (o autor não o pode fazer) da
causa principal quando, embora pronto a entregar a coisa ou quantia em dinheiro
(pedido do autor) tenha conhecimento de que um terceiro se arroga ou pode arrogar-
se direito incompatível com o do autor (art.º 347.º).
O pedido deverá ser formulado dentro do prazo fixado para a contestação, através de 30
simples requerimento, (o réu não poderá mais contestar a acção) acompanhado de
cópia da petição inicial para ser entregue ao opoente no acto da citação.

É o caso de duas ou mais pessoas se arrogarem o direito exclusivo a uma prestação


de coisa que integra a obrigação de uma outra que está disposta a cumprir em relação
a quem for o credor.

Predomina o interesse do réu em não ser condenado mais de uma vez a satisfazer a
mesma prestação a pessoas diferentes em relação ao do terceiro em intervir no
momento em que entendesse conveniente.

Trata-se, pois, de um chamamento que só pode ser implementado pelo réu, sob a
condição necessária de estar na disposição de realizar a prestação que é objecto do
pedido do autor e em dúvida sobre se o credor é o autor ou o terceiro ou na certeza de
que o crédito em causa é da titularidade do terceiro.

• TRAMITAÇÃO
Junto o requerimento aos autos e comprovado o pagamento da taxa de justiça inicial
do incidente, o processo deverá ser feito concluso ao juiz para ser ordenada a citação
do opoente (não admite oposição do autor - art.º 348.º).

O prazo para este deduzir a sua pretensão será igual ao que for concedido ao réu para
a sua defesa na acção principal.

Se o terceiro (opoente) não deduzir a sua pretensão, tendo sido ou devendo


considerar-se citado na sua própria pessoa e não se verificando nenhuma das
excepções ao efeito cominatório da revelia, o incidente termina e é logo proferida

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sentença na causa principal com eventual condenação de o réu a satisfazer a
prestação ao autor.

Se o terceiro não deduzir a sua pretensão, mas não tiver sido nem dever considerar-se
pessoalmente citado, o incidente termina e a acção prossegue os seus termos, para 31
que se decida sobre a titularidade do direito.

Neste caso, deve a acção prosseguir para que o autor possa fazer a prova dos factos
que revelem o direito que invocou, com elaboração da base instrutória, se esta for
comportada pela forma de processo em causa, e para que seja realizada a audiência
de discussão e julgamento.

Parece que, nesta hipótese, o réu pode manter-se na causa, na medida em que tem
interesse na determinação de quem é o verdadeiro credor e porque só se libertará
definitivamente do cumprimento da obrigação se articular em juízo os factos
essenciais à boa decisão da causa.

No caso de o terceiro deduzir a sua pretensão, deverá efectuar o pagamento da


taxa de justiça inicial da acção (igual à do autor), seguindo-se os termos da
oposição espontânea – art.º 350.º.

 Assim, em síntese:
1. Junção do requerimento à acção principal (há lugar ao pagamento prévio da
justiça inicial do incidente);
2. Conclusão para, caso não haja indeferimento, ser ordenada a citação do
opoente;
3. O opoente é citado para “deduzir a sua pretensão” (por meio de petição à qual
se aplicam as regras da petição inicial) em prazo igual ao estabelecido para a
contestação na acção principal, sob o efeito cominatório previsto no n.º 1 do
art.º 349.º;
4. Apresentada a petição e pagas as taxas de justiça iniciais da acção e do
incidente, seguem-se os termos previstos para oposição espontânea;

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5. Na falta de contestação, o processo é concluso para decisão final ou para
prosseguimento dos trâmites da acção principal, consoante o terceiro (opoente)
tenha sido regularmente citado ou não.

32
OPOSIÇÃO MEDIANTE EMBARGOS DE TERCEIRO (ARTS.º 351º A 359.º)

Se a penhora ou qualquer acto judicialmente ordenado de apreensão ou entrega de


bens, ofender a posse ou qualquer direito incompatível com a realização ou o âmbito
da diligência, de que seja titular quem não é parte na causa, pode o lesado fazê-lo
valer, deduzindo embargos de terceiro – n.º 1 do art.º 351.º.

Não é admitida a dedução de embargos de terceiro relativamente à apreensão de


bens realizada no processo especial de recuperação de empresa e de falência – n.º 2
do art.º 351.º.24

Estes embargos são de cariz repressivo, ao contrário daqueles que são previstos no
art.º 359.º, que são de carácter preventivo.
A posição de terceiro neste tipo de embargos é agora exclusivamente determinada em
função da respectiva posição processual, isto é, só é terceiro quem não dever ser
considerado parte na causa em que foi ordenada a diligência judicial ofensiva do
direito.

O momento juridicamente relevante para se saber quem deve ou não deve ser
considerado parte na causa para efeito de dedução de embargos, é aquele em que
ocorreu a diligência judicial, pelo que deve ser considerado terceiro quem foi parte na
acção mas dela foi excluído, por exemplo, em razão de desistência da instância.

Os embargos são processados por apenso à causa em que haja sido ordenado o
acto ofensivo do direito do embargante – n.º 1 do art.º 353.º.

• TRAMITAÇÃO

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Apresentada a petição dos embargos, é autuada por apenso à causa a que respeitam
e uma vez comprovado o pagamento da taxa de justiça inicial do incidente, o processo
é feito concluso ao juiz que poderá indeferir liminarmente a petição ou mandar
proceder a diligências de prova com vista ao recebimento ou rejeição dos embargos.
33
O recebimento dos embargos determina a suspensão dos termos do processo
em que se inserem, quanto aos bens a que dizem respeito, bem como a restituição
provisória da posse, se o embargante a houver requerido, podendo, todavia, o juiz
condicioná-la à prestação de caução pelo requerente – art.º 356.º.

Recebidos os embargos são as primitivas partes notificadas para contestar seguindo-


se os termos do processo ordinário ou sumário de declaração, conforme o valor.
A notificação a efectuar às primitivas partes será feita na pessoa dos seus
mandatários – n.º 1 do art.º 253.º.

Havendo contestação, deverão os contestantes efectuar o pagamento da taxa de


justiça inicial igual ao embargante.

OPOSIÇÃO

OPOSIÇÃO ESPONTÂNEA
EMBARGOS DE
TERCEIROS Art.ºs 342º a 346º

Art.ºs 351º a 359º

OPOSIÇÃO PROVOCADA

Art..ºS 347º A 350º

Assim, em síntese:

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1. Autuação da petição por apenso (há lugar ao pagamento prévio da justiça
inicial do incidente);
2. Conclusão para despacho liminar;
3. Recebidos os embargos, as partes primitivas (embargados) são notificadas
para contestar no prazo estabelecido para a acção ordinária ou sumária 34
consoante o valor dos embargos, sob os efeitos cominatórios previstos no
artigo 484.º ou 784.º, consoante o caso;
4. Com a contestação deverão o embargado comprovar o pagamento da taxa de
justiça inicial do incidente;
5. Apresentada a contestação, o incidente segue os demais termos do processo
ordinário ou sumário, consoante o valor.

HABILITAÇÃO - (art.ºs 371.º A 377.º)

• GENERALIDADES:
A habilitação é, fundamentalmente, a prova da aquisição, por sucessão ou
transmissão, da titularidade de um direito ou de um complexo de direitos ou doutra
situação jurídica ou complexo de situações jurídicas.

Tem como finalidade modificar a instância quanto às pessoas, substituindo alguma


das partes principais, quer seja por sucessão, quer seja por acto entre vivos.
É susceptível de ser feita por via notarial ou por via judicial, isto é, através de escritura
notarial – habilitação notarial – ou no âmbito de um processo judicial - habilitação
judicial.

Trata-se de uma excepção ao princípio da estabilidade da causa, segundo a qual a


instância é susceptível de se modificar quanto às pessoas, ou por virtude da
substituição de alguma das partes na relação substantiva em litígio por sucessão ou
por acto entre vivos (art.º 270, alínea a)).

HABILITAÇÃO NÃO DOCUMENTAL

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A habilitação dos sucessores da parte falecida na pendência da causa, para com eles
prosseguirem os termos da demanda, pode ser promovida tanto por qualquer das
partes que sobreviverem como por qualquer dos sucessores e deve ser promovida
contra as partes sobrevivas e contra os sucessores do falecido que não forem
requerentes – n.º 1 do art.º 371.º. 35

Embora a lei só se refira expressamente aos sucessores da parte falecida, deve


entender-se, face ao que dispõe a alínea a) do artigo 270.º, que também abrange as
pessoas que sucederem a uma pessoa colectiva ou a uma sociedade que se
extinguiu.

• TRAMITAÇÃO

Apresentado o requerimento inicial, formulado sob a forma articulada, é o mesmo


autuado por apenso ao processo da causa principal, conforme o disposto no art.º
372.º - n.º 2 e, porque não haverá lugar ao pagamento de taxa de justiça inicial, 34
será feito concluso ao juiz que ordenará a citação dos requeridos que ainda não
tenham sido citados para a acção principal e a notificação dos restantes, para
contestarem a habilitação.

O prazo para apresentação da contestação é de 10 dias, estabelecido pelo n.º 2 do


art.º 303.ª, a que se aplica o disposto no n.º 2 do art.º 486.º, ou seja, quando os prazos
das contestações de vários requeridos se tenham iniciado em dias diferentes, a
contestação de todos ou de cada um deles pode ser oferecida até ao termo do prazo
que começou a correr em último lugar.

As contestações ao incidente de habilitação também carecem de seguir a forma


articulada e estão sujeitas às regras estabelecidas nos art.ºs 302.º a 304.º.
As contestações que, eventualmente, venham a ser apresentadas não têm de ser
imediatamente notificadas ao requerente do incidente uma vez que, a contestação da
habilitação, não admite resposta; sê-lo-ão, com a primeira notificação subsequente à
sua apresentação – art.º 152.º, n.º2.

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A sentença proferida na habilitação é notificada aos habilitados e às partes sobrevivas


na causa principal.

Após essas notificações, a causa principal prossegue com os habilitados no lugar da 36


parte falecida e os prazos que estavam em curso no momento da suspensão iniciam-
se com essa notificação correndo, por inteiro, a partir daí – Cfr. n.º 2 do art.º 283.º.

Assim, em síntese:
1. Autuação por apenso do requerimento inicial;
2. Conclusão;
3. Citação e notificação dos requeridos, para contestarem no prazo de 10 dias;
4. Apresentadas contestações ou decorrido o prazo,
5. Conclusão para decisão;
6. Notificação da decisão aos habilitados e às partes sobrevivas na causa
principal.

HABILITAÇÃO DOCUMENTAL

Se a qualidade de herdeiro ou aquela que legitimar o habilitando para substituir a parte


falecida já estiver declarada noutro processo, por decisão transitada em julgado, ou
reconhecida em habilitação notarial, a habilitação terá por base certidão da sentença
ou da escritura, sendo requerida e processada nos próprios autos da causa
principal – art.º 373.º, n.º 1.

• TRAMITAÇÃO

Junto ao processo o requerimento inicial da habilitação acompanhado de um dos


documentos atrás referidos, não havendo lugar ao pagamento de taxa de justiça inicial
(Cfr. art.ºs 13.º, n.º 1; 16.º, n.º 1 e 30.º CCJ), é o processo concluso ao juiz que
ordenará a citação dos interessados constantes do título base da habilitação, para
contestarem.

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Os interessados citados estão limitados na sua contestação, uma vez que não podem
defender-se directamente contra a habilitação, sendo-lhes vedado impugnar
directamente a qualidade que lhes está atribuída no título.
37
O n.º 2 do art.º 373.º prevê sobre os interessados para quem a decisão referida no n.º
1 constitua caso julgado ou que intervieram na escritura notarial, e estatui que eles
não podem impugnar a qualidade que deriva dos referidos títulos de habilitação, salvo
para invocar que eles não obedecem aos requisitos previstos neste artigo ou que
enfermam de vício que os invalide.

Os requeridos em relação aos quais a decisão não produza efeito de caso julgado e
ou que não tenham intervindo na escritura de habilitação podem oferecer contestação
nos termos gerais.

Os outros requeridos a que se reporta o artigo em análise é que não poderão deduzir
oposição directa, sendo-lhes apenas legalmente consentido invocar a sua ilegitimidade
e ou a dos requerentes, algum vício processual que haja, que a decisão judicial não
transitou em julgado, que a escritura de habilitação é nula ou que a certidão da
decisão judicial é falsa.

No fundo, são chamados ao incidente de habilitação todos os interessados, embora a


alguns deles esteja limitada a impugnação, em termos de ficar ressalvada a normal
força probatória do título de habilitação em causa.

Não havendo contestação, será o processo concluso ao juiz para decisão. O juiz
verificará se o documento prova a qualidade de que depende a habilitação e decidirá
em conformidade.

Se algum dos interessados contestar, segue-se a produção da prova oferecida, após o


que o juiz decide.

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Se forem incertos os sucessores da pessoa falecida, serão citados editalmente, a
requerimento da parte interessada em fazer prosseguir a causa.

Estes interessados serão citados para, no prazo dos éditos, deduzirem a sua
habilitação, sob pena de, findo esse prazo, a causa seguir com o Ministério Público. 38
Findo o prazo dos éditos sem que os citados compareçam, o processo é concluso ao
juiz para julgar habilitado o Ministério Público a ocupar a posição de parte principal em
representação dos incertos, nos termos aplicáveis do art.º 16.º do C.P.C. – art.º 375.º -
n.º 2.

Os sucessores que compareçam, quer durante, quer após o prazo dos éditos,
deduzirão as suas habilitações nos termos dos art.ºs 371.º a 374.º, cessando,
relativamente a eles, a representação pelo Ministério Público - n.º 3 do art.º 375.º e n.º
3 do art.º 16.º.

Se os citados deduzirem habilitação antes de ser julgado habilitado o Ministério


Público, será ela incorporada no apenso. Se for deduzida depois de já ter sido julgado
habilitado o Ministério Público, porque o apenso terminou com aquela habilitação, dará
origem a novo incidente a processar, também, por apenso à causa principal, muito
embora não haja lugar ao pagamento da taxa de justiça inicial, havendo, no entanto,
lugar a custas próprias do incidente a cargo do requerente (art.ºs 13.º, n.º 1; 16.º, n.º 1
e 30.º do CCJ e 453.º, n.º 1 do CPC).

 Assim, em síntese:
1. Junção do requerimento inicial de habilitação com documentos;
2. Conclusão;
3. Citação dos requeridos, para contestarem no prazo de 10 dias;
4. Se não houver contestação, conclusão para decisão;
5. Se houver contestação, produção da prova apresentada e decisão;
6. Notificação da decisão aos habilitados e às partes sobrevivas na causa
principal.

HABILITAÇÃO DO ADQUIRENTE OU DO CESSIONÁRIO

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Visa-se com este incidente substituir uma das partes, determinada por acto entre
vivos.
O art.º 271.º do C.P.C. permite que, havendo transmissão, por acto entre vivos, da
coisa ou direito litigioso, o adquirente seja admitido, sob certas condições, a substituir 39
na demanda o transmitente, por meio de habilitação.

A transmissão da coisa objecto do litígio, seja através de contrato de doação, seja


através de contrato de compra e venda, deve obedecer às formalidades exigidas para
o tipo contratual em causa.
A expressão adquirente pretende designar o terceiro para quem a coisa objecto do
litígio foi transmitida, e a expressão cessionário o terceiro para quem o direito do
autor foi transmitido.

Dir-se-á que enquanto a morte ou a extinção de uma das partes implica


necessariamente a modificação subjectiva da instância na sequência da sua
suspensão, a transmissão por acto entre vivos da coisa ou do direito objecto do litígio
só a implica se o adquirente ou o transmitente, o cessionário ou o cedente o
requererem através do incidente de habilitação.

• TRAMITAÇÃO

Determina o art.º 376.º que a habilitação do adquirente ou cessionário da coisa ou


direito em litígio, para com ele seguir a causa, far-se-á nos termos seguintes:
a) Lavrado no processo o termo de cessão ou autuado por apenso o
requerimento de habilitação juntamente com o título da aquisição ou da
cessão, o processo ou o apenso é concluso para, caso não haja indeferimento,
ser ordenada a notificação da parte contrária para contestar no prazo de 10
dias (art.º 303.º, n.º 2), podendo impugnar a validade do acto ou alegar que a
transmissão foi feita para tornar mais difícil a sua posição no processo.
b) Se houver contestação, o requerente, pode responder-lhe e em seguida,
produzidas as provas necessárias se decidirá; na falta de contestação,

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verificar-se-á se o documento prova a aquisição ou a cessão e, no caso
afirmativo, declarar-se-á habilitado o adquirente ou cessionário.

Nos termos do n.º 2 do art.º 376.º a habilitação pode ser promovida pelo transmitente
ou cedente, pelo adquirente ou cessionário, ou pela parte contrária; neste caso, o 40
incidente segue os trâmites descritos nas alíneas antecedentes, com as adaptações
necessárias.

Não basta, contudo, que seja lavrado termo de cessão para desencadear o incidente;
tem que haver sempre requerimento do habilitante, que será acompanhado de
documento comprovativo da transmissão, caso não tenha sido lavrado termo de
cessão no processo.

Este requerimento é autuado por apenso ao processo principal e feito concluso


ao juiz que, se não houver motivo para indeferimento liminar, ordenará a notificação da
parte contrária (na causa principal) para contestar.

O requerimento pode ser indeferido liminarmente se não vier acompanhado de


documento que prove a transmissão, no caso de não ter sido lavrado termo de cessão
no processo, ou de o requerimento ser feito por pessoa sem legitimidade para o fazer.
Se houver contestação será notificada ao habilitante que lhe poderá responder, no
prazo de 10 dias (art.º 153.º), oferecendo logo as provas que queira produzir.

Haja ou não contestação, a sentença proferida no incidente será notificada:


i) Aos que no incidente foram partes;
ii) Ao cedente ou transmitente se a habilitação foi deduzida pelo cessionário
ou adquirente, não tendo aquele sido parte;
iii) Ao cessionário ou adquirente no caso de a habilitação ter sido deduzida
pelo cedente ou transmitente, não tendo aquele sido parte no incidente.

Nesta última hipótese, porque a notificação do habilitado se destina a fazê-lo intervir


na causa principal, terá de ser pessoal e, por isso, com as formalidades prescritas
para a citação, como determina o art.º 256.º.

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Com a notificação da sentença de habilitação, o cessionário ou adquirente pode


intervir no processo principal, na posição da parte que substituiu, aceitando a causa no
estado em que ela se encontre.
41
 Assim, em síntese:
1. Autuação por apenso do requerimento e documentos que o acompanhem;
2. Conclusão;
3. Notificação da parte contrária na acção principal para contestar no prazo de
10 dias (art.º 303.º,n.º 2);
4. Se não houver contestação, conclusão para decisão;
5. Se houver contestação, a secretaria notifica oficiosamente o requerente do
incidente para responder no mesmo prazo de 10 dias (art.º 153.º CPC).
Apresentada a resposta ou findo o prazo para o efeito, o apenso é concluso
para decisão final, eventualmente precedida de produção de prova.
6. A decisão final do incidente é notificada aos habilitados e às partes da
causa principal.

LIQUIDAÇÃO – ART.ºS 378º a 380º A

• GENERALIDADES:

A ideia motivadora deste incidente, perante a tendência exagerada dos tribunais em


relegar a liquidação para a execução de sentença, foi a de ela dever ser realizada no
âmbito da acção declarativa.

Entendeu-se que, sendo a actividade de liquidação de natureza declarativa e não


executiva, era no quadro da acção declarativa que ela deveria operar-se, além do
mais, porque, relegando-se para a fase da acção executiva, esta quedaria afectada na
dinâmica que lhe é própria pela complexidade de uma fase declarativa de algum modo
repetitiva.

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Embora o art.º 378.º - n.º 1 expresse que a liquidação deve operar na acção
declarativa sempre que possível, como a omissão dela naquela acção não tem
sanção, por exemplo, a de já não poder liquidar-se depois disso, a conclusão não
pode deixar de ser no sentido de que a liquidação na acção declarativa é
facultativa. 42

Este incidente visa obter uma condenação líquida.

Antes de começar a discussão da causa, o autor deduzirá, sendo possível, o incidente


de liquidação para tornar líquido o pedido genérico, quando este se refira a uma
universalidade ou às consequências de um facto ilícito – art.º 378.º - n.º1.

O incidente de liquidação pode ser deduzido depois de proferida sentença de


condenação genérica nos termos do n.º 2 do artigo 661.º 44, e, caso seja admitido, a
instância extinta considera-se renovada 45 – art.º 378.º - n.º 2.
Este preceito remeteu para o seio do incidente de liquidação, na sequência da reforma
da acção executiva, a liquidação efectuada no âmbito da execução de sentença
prevista nos artigos 806.º e seguintes, na redacção anterior ao D.L. n.º 38/2003, de
8/3.

A liquidação é deduzida mediante requerimento oferecido em duplicado, no qual o


autor, conforme os casos, relacionará os objectos compreendidos na universalidade,
com as indicações necessárias para se identificarem, ou especificará os danos
derivados do facto ilícito e concluirá pedindo quantia certa – art.º 379.º.
O art.º 380.º estabelece:

1 - A oposição à liquidação será formulada em duplicado.


2- Sendo o incidente deduzido antes de começar a discussão da causa, a matéria da
liquidação é dada como assente ou inserida na base instrutória da causa, as provas
são oferecidas e produzidas, sendo possível, com as da restante matéria da acção e
da defesa e a liquidação é discutida e julgada com a causa principal.

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3 – Quando o incidente seja deduzido depois de proferida a sentença e o réu conteste,
ou, não contestando, a revelia deva considerar-se inoperante, seguem-se os termos
subsequentes do processo sumário de declaração.
4. Quando a prova produzida pelos litigantes for insuficiente para fixar a quantia
devida, incumbe ao juiz completá-la mediante indagação oficiosa, ordenando, 43
designadamente, a produção de prova pericial.

• TRAMITAÇÃO
ANTES DE COMEÇAR A DISCUSSÃO DA CAUSA:

Se o autor na acção declarativa tiver feito um pedido genérico baseado nas alíneas a)
ou b) do n.º1 do art.º 471.º do CPC e pretender concretizá-lo em prestação
determinada (líquido) poderá deduzir o incidente de liquidação antes de começar a
discussão da causa, como dispõe o art.º 378.º - n.º 1.

O incidente é deduzido em requerimento próprio, oferecido em duplicado, carecendo


de obedecer à forma articulada (art.º 151.º - n.º 2).

Junto ao processo principal o requerimento de liquidação e comprovado o


pagamento da taxa de justiça inicial do incidente (com estrutura de acção – Cfr. art.ºs
13.º e 14.º do CCJ), deve o processo ser feito concluso ao juiz para, não havendo
motivo para indeferimento liminar, ordenar a notificação do réu, para, querendo, o
impugnar.

Se o incidente for deduzido antes de começar a discussão da causa, a matéria da


liquidação é dada como assente ou inserida na base instrutória da causa principal.

A audiência de julgamento é uma só, para a causa principal e para o incidente, tal
como será única a sentença, para a causa principal e para o incidente.
Assim, a audiência de discussão e julgamento é o quadro único de produção da prova
da causa principal que ainda haja que produzir e de produção da prova do incidente de
liquidação.

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A sentença final da causa principal considerará os factos provados relativos à causa
principal e os factos provados relativos ao incidente de liquidação, sendo certo que a
factualidade relativa ao incidente só releva no caso de a acção ou a reconvenção, ou
alguma delas, dever ser julgada procedente.
44
Incumbe ao juiz completar a prova produzida pelas partes, quando a considerar
insuficiente para fixar a quantia devida, mediante indagação oficiosa, ordenando,
designadamente a produção de prova pericial a realizar nos termos do disposto nos
art.ºs 568.º e seguintes.

DEPOIS DE PROFERIDA A SENTENÇA

Sendo o incidente deduzido depois de proferida sentença e havendo contestação do


réu, ou, não havendo, a revelia deva considerar-se inoperante, seguem-se os termos
subsequentes do processo sumário de declaração.
A liquidação é feita por um ou mais árbitros nos termos previstos no art.º 380.º - A.

Assim, em síntese:
1. O requerimento inicial é junto ao processo principal, ainda que já se
encontre findo e no arquivo;
2. Conclusão para despacho liminar. Não havendo motivo para indeferimento, o
juiz ordena a notificação do requerido para deduzir oposição no prazo de 10
dias (art.º 303.º, n.º 2) e oferecer todas as provas (art.º304.º);
3. No incidente deduzido antes de começar a discussão da causa (cfr. art.º 652.º)
a matéria da liquidação é levada à base instrutória da causa principal com vista
ao julgamento conjunto (art.º 380.º);
4. No incidente deduzido após a sentença:
- Quer haja contestação, ou
- Na ausência dela à revelia deva considerar-se inoperante (Cfr art.ºs 484.º e
485.º).
Seguem-se os demais termos da acção declarativa com processo sumário.

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5. A sentença é notificada ao Ministério Público (art.º 258.º) e às partes, incluindo
o requerido que seja revelado se dos autos constar a sua residência ou sede
(art.º 255.º, n.º 4).

Incidentes da Instância 45
art.ºs 302º a 380º

Liquidação Habilitação Intervenção de Verificação do Valor


Terceiros da Causa
Art.ºs 378º a 380º Art.ºs 371º a 377º
Art.ºs 305º a 319º

Oposição Intervenção Intervenção


Acessória principal

Intervenção Intervenção
Assistência Acessória do Provocada
M.P.
Art.ºs 335º a Art.ºs 330º a
341º 333º
Art.º 334º

Embargos Oposição Oposição Intervenção Intervenção


de provocada Espontânea provocada Espontânea
Terceiros
Art.ºs 347º a 350º Art.ºs 342º a 346º Art.ºs 325º a 329º Art.ºs 320º a 324º

Art.ºs 351º a
359º

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RECURSOS - RECORRIBILIDADE DAS DECISÕES

Verificação do valor da causa


Cabe recurso de agravo da decisão sobre o valor da causa – art.º 317.º.
46

Intervenção provocada
Cabe recurso de agravo da admissibilidade da Intervenção Principal (artigo 326.º, n.º
2) e de Apelação no caso de condenação no pedido no despacho saneador se apenas
for impugnada a solidariedade da dívida e a pretensão do autor puder de imediato ser
julgada procedente, tratando-se de obrigação solidária e sendo a prestação exigida na
totalidade a um dos co-devedores tendo por fim a condenação na satisfação do direito
de regresso que lhe possa assistir (art.º 329.º).

Intervenção acessória provocada


Cabe recurso de apelação da sentença proferida neste incidente relativamente às
questões de que depende o direito de regresso do autor do chamamento, por este
invocável em ulterior acção de indemnização – artigo 332.º, n.º 4.
Cabe recurso de Agravo da decisão que deferir o chamamento ou a citação edital do
chamado – artigos 331.º, n.º 2 e 332.º, n.º2.

Assistência
Cabe recurso de agravo da decisão que não admita liminarmente o pedido de
intervenção – artigo 336.º, n.º 3.
Cabe recurso da apelação da decisão que decida se a assistência é legítima – artigo
336.º, n.º 3.

Oposição provocada
Cabe recurso de agravo da sentença que condene o réu a satisfazer a prestação do
autor se o terceiro não deduzir a sua pretensão, tendo sido ou devendo considerar-se
citado na sua própria pessoa e não se verificando nenhuma das excepções ao efeito
cominatório de revelia - Artigo 349.º.

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Módulo 9 – A Instância e os seus Incidentes – 18 horas
Curso Técnico de Serviços Jurídicos 1º ano 2010/1011
Cabe recurso de agravo da decisão que rejeite liminarmente a pretensão do terceiro
quando esta a deduzir – artigos 350.º e 344.º.

Oposição espontânea
Cabe recurso de agravo da decisão que decida liminarmente da admissão da oposição 47
– artigo 344.º.

Embargos de terceiro
Cabe recurso de agravo da decisão liminar sobre a petição – artigos 354.º e 359.º.
Cabe recurso de apelação da sentença de mérito proferida nos embargos – artigo
358.º.

Habilitação
Cabe recurso de agravo da decisão que admita o incidente – artigo 372.º.
Cabe recurso de apelação da decisão que, subsequentemente, aprecie a habilitação –
– artigos 374.º e seguintes.

Liquidação
Da liquidação discutida e julgada com a causa principal cabe o recurso que a esta
couber – artigo 380, n.º 2.

Do incidente deduzido depois de proferida sentença, uma vez que o mesmo se tramita
nos termos do processo sumário de declaração, cabe recurso nos termos gerais –
artigos 380.º, n.º 3 e 678.º.

EM TODOS OS CASOS, SEMPRE RESPEITANDO AS DISPOSIÇÕES GERAIS


SOBRE RECURSOS, NOMEADAMENTE O DISPOSTO NO ARTIGO 678.º.

SUBIDA DOS RECURSOS

Agravos com subida imediata


Os interpostos do despacho que não admita o incidente – artigo 739.º.

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Agravos com subida diferida
Os interpostos dos despachos proferidos após a admissão do incidente – artigo 739.º.
Se este for processado por apenso, os agravos interpostos dos despachos que nele
se proferirem só subirão quando o incidente estiver findo.
Se for processado juntamente com a causa principal, só subirão com qualquer 48
agravo interposto nessa causa, que haja de subir imediatamente

Agravos com subida nos próprios autos


Os interpostos do despacho que não admita o incidente, se este for processado por
apenso.
Neste caso, os autos do incidente serão desapensados da causa principal – artigo
739.º.

Agravos com subida em separado


Os interpostos do despacho que não admitir o incidente processado juntamente com a
causa principal (alínea a), do n.º 1 do artigo 739.º.

EFEITO

Agravos com efeito suspensivo


Os interpostos do despacho que não admitir o incidente, se este for processado por
apenso – artigo 740.º, n.º 1.

Todos os demais têm efeito meramente devolutivo.

TAXA DE JUSTIÇA

Nos termos do disposto no art.º 23.º do CCJ (Código das Custas Judiciais) “para
promoção de acções e recursos, bem como nas situações previstas no art.º 14.º, é
devido o pagamento da taxa de justiça inicial autoliquidada nos termos da tabela em
anexo I”.

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O que equivale a dizer que a taxa de justiça inicial de um incidente (quando devida) é
calculada com base na tabela anexa ao artigo 23.º do Código das Custas Judiciais,
sem qualquer redução, ainda que o incidente seja tributado a final com taxa de
justiça reduzida.
Assim, apenas é devida taxa de justiça inicial nos incidentes previstos no art.º 14.º 49
CCJ, sendo que em caso algum é paga taxa de justiça subsequente nos termos do n.º
3 do art.º 29.º do CCJ.
Nos casos previstos no art.º 16.º CCJ, apenas é devida a taxa que vier a ser fixada a
final pelo juiz, sem prejuízo de este, fundamentadamente, dispensar o pagamento.

Assim, vejamos a seguinte tabela prática:

TAXA de JUSTIÇA Taxa de Justiça


INCIDENTE OBS
(final) inicial

Verificação do valor da A fixar a final pelo juiz Não tem Art.º 16º
causa

Intervenção Principal;
1
Intervenção Acessória; /2 Art.º 23º do CCJ Art.ºs 14º e 23º do CCJ
Assistência;
Oposição

½
Art.º 23º do CCJ Art.ºs 14º e 23º do CCJ
Embargo de Terceiro

A fixar a final pelo juiz Não tem Art.º 16º


Habilitação

Liquidação (na acção A fixar a final pelo juiz Não tem ART.º 16º
declarativa)

CONCLUSÃO:

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Como acabamos de ver é vasto o número de incidentes que a lei tipifica como tal.
Muitos outros há que, embora inominados e não tipificados, se nos deparam no dia-a-
dia e com os quais o oficial de justiça tem de lidar.
Não foi possível ainda estudá-los no âmbito deste Módulo, no entanto, ficou bem
patente quão complicada é a tarefa, de todos quantos administram a justiça, em sede 50
de incidentes da instância em processo civil.

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Índice Página

Objectivos de aprendizagem ...................................................................................... 1


Conteúdos do Módulo............................................................................................... 1,2
O processo (conceitos) ............................................................................................... 3
OS INCIDENTES DE INSTÂNCIA ............................................................................... 5 51
Noção de incidente processual ............................................................................ 5 - 6
Generalidades .............................................................................................................. 6
Princípio da estabilidade de instância ...................................................................... 6
DISPOSIÇÕES GERAIS ………………………….......................................................... 7
Regra geral ................................................................................................................... 7
Enumeração ................................................................................................................. 7
Processamento ............................................................................................................ 8
Nos próprios autos ...................................................................................................... 8
Por apenso ................................................................................................................... 8
Tramitação geral ..................................................................................................... 8 - 9
PROCESSAMENTO DOS INCIDENTES ................................................................... 10
Verificação do valor da causa .................................................................................. 10
- Tramitação ............................................................................................................... 11
- Consequências da decisão do incidente ....................................................... 12 - 13
Intervenção de terceiros ........................................................................................... 13
- Generalidades .......................................................................................................... 13
Intervenção principal espontânea ........................................................................... 14
- Tramitação ........................................................................................................ 15 - 16
Intervenção principal provocada ............................................................................. 17
- Tramitação ........................................................................................................ 17 - 18
Intervenção acessória ............................................................................................... 19
- Provocada ................................................................................................................ 19
- Tramitação ........................................................................................................ 20 - 21
Intervenção acessória do Ministério Público .................................................. 21 - 22
Assistência ......................................................................................................... 22 - 23
- Tramitação ................................................................................................ 23 – 24 - 25
Oposição .................................................................................................................... 25
- Espontânea ....................................................................................................... 26 - 27

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- Tramitação ........................................................................................................ 27 - 28
- Provocada ......................................................................................................... 28 - 29
- Tramitação ........................................................................................................ 29 - 30
Oposição mediante embargos de terceiro ....................................................... 30 - 31
- Tramitação ........................................................................................................ 31 - 32 52
Habilitação ................................................................................................................. 33
- Não documental ...................................................................................................... 33
- Tramitação ............................................................................................................... 34
- Documental .............................................................................................................. 35
- Tramitação ........................................................................................................ 36 - 37
- Do adquirente ou do cessionário ................................................................... 37 - 38
- Tramitação ........................................................................................................ 38 - 39
Liquidação .................................................................................................................. 40
Generalidades ............................................................................................................ 41
- Tramitação (antes do começo da causa) ....................................................... 41 - 42
- Tramitação (após a sentença) ......................................................................... 43 - 44
Resumo (esquema) ................................................................................................... 44
Recursos .................................................................................................................... 44
- Recorribilidade das decisões ................................................................. 44 – 45 - 46
- Regime da subida ............................................................................................ 46 - 47
- Efeito ........................................................................................................................ 47
Taxa de justiça .................................................................................................... 47 - 48
- Tabela prática .......................................................................................................... 48
Conclusão .................................................................................................................. 48
Índice …………………………………………………………………………………… 49 - 50
Bibliografia ………………………………………………………………………………... 51

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Bibliografia / Outros Recursos

Manuel A. Domingues de Andrade, “Noções Elementares de Processo Civil”, Coimbra, 1993


Antunes Varela, J. Miguel Beleza Sampaio e Nora, Manual de Processo Civil, 2ª Edição, Coimbra Editora; Lda
Abílio Neto, Advogado, Código de Processo Civil Anotado, 14ª Edição, Ediforum, Edições Jurídicas, Lda, Lisboa
53
Código Civil
Código Processual Civil
Manuel Almeida e Sousa de Lobão, “Tratado Prático Compendiário de Todas as Acções Sumárias,
Sua Índole e Natureza em Geral e em Especial; Das Sumárias, Sumaríssimas, Preparatórias,
Provisionais, Incidentes, Preceitos Cominatórios”, Lisboa, 1886, págs. 214 a 230.
Pablo Saavedra Gallo, “Reflexiones Sobre Los Incidentes En El Proceso Declarativo Civil”, Boletín de La Facultad de
Derecho, Universidad Nacional de Educación a Distancia, Madrid, Otoño 1992, pág. 173.
Manuel Augusto Gama Prazeres, “Os Incidentes da Instância no Actual Código de Processo Civil”, Braga, 1963, pág.
13; e Ac. S.T.J., de 16.4.98, BMJ, n.º 476, pág. 305.
Ana Prata, Dicionário Jurídico, Almedina, Coimbra, 1997, pág. 529.

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