Complicações Pós-Operatórias
Complicações Pós-Operatórias
Complicações Pós-Operatórias
COMPLICAÇÕES PÓS-OPERATÓRIAS
INCIDÊNCIA DE COMPLICAÇÕES
→ Cirurgia geral (até o 30º PO): 5,8% - 43,5%
→ Graus I, II e III somam juntas 91,4% das complicações
Técnica Operatória Cirúrgica – Jordana Reche
Grau I: 25,7%
Grau II: 48,6%
Grau III: 17,1%
Grau IV: 5,7%
Grau V: 2,9%
RISCO ALTO
1. Do paciente
→ Prejuízo do status funcional
→ ASA III e IV
→ Idosos (> 70 anos)
→ Comorbidades (pneumonia no pré-operatório, sequelas SNC)
→ Escala de risco cardíaco revisada ≥ 3
2. Da estrutura hospitalar
→ Baixa relação enfermagem / pacientes
→ Baixa tecnologia
→ < 200 leitos
→ Hospitais sem ensino
→ Censo diário < 50% (ocupação do hospital)
3. Da cirurgia
→ Cirurgias urgentes
→ Tempo cirúrgico (> 130 min)
→ Balanço Hídrico positivo (> 1300 mL) no 1º PO
ESCALAS
Técnica Operatória Cirúrgica – Jordana Reche
Técnica Operatória Cirúrgica – Jordana Reche
2. Arritmia e
pneumonia
3. Infecção
abdominal e da
ferida
4. Choque
séptico
5. Íleo paralítico
COMPLICAÇÕES:
I – Disfunção cognitiva e delírio pós-operatório
II – Complicações da ferida operatória
o Seromas
o Infecção de sítio cirúrgico
o Granuloma de FO (reação tecidual a biomateriais)
o Hemorragia / equimose / hematoma
o Deiscências (parede, hérnias incisionais, hérnia de portais, anastomóticas, fístulas)
o Infecções necrotizantes de tecidos moles
III – Alterações da temperatura corporal (hipotermia e febre)
IV – Corpo estranho retido
V – Obstrução intestinal (mecânica e funcional)
VI – Eventos tromboembólicos (TVP, TEP, gasosa, gordurosa)
VII – Infecção, sepse e choque séptico
VIII – Clínicas (infecção respiratória, pneumonia, distúrbio hidroeletrolítico, transfusionais)
IX – Anestésicas (alergia, choque anafilático, intubação, abcessos, lesões medulares, cefaleia pós
raquianestesia, aspiração, PCR)
Se mais de 2 fatores de risco, iniciar medidas preventivas (melhorar o bem estar e reduzir a ansiedade)
→ Diminuir o tempo de internação
→ Otimização de doenças vasculares (HAS, obesidade, DM, tabagismo)
→ Otimização da capacidade visual e auditiva
→ Regularização de doenças no pré-operatório (anemia, déficit de Mg)
→ Diminuição do jejum perioperatório
→ Continuidade de tratamentos psicoativos
→ Manutenção do BIS entre 40-60%
Obs. Uso de benzodiazepínicos para tratamento de abstinência alcoólica tem acréscimo de risco (deve-se
diminuir ou cessar o consumo antes do procedimento)
60% das ISC são preveníveis (por isso utilizada como indicador epidemiológico de qualidade do profissional
e da instituição) – WHO, 2007
→ Fatores de risco para infecção de sítio cirúrgico
a) Intrínsecos (relacionados ao paciente)
- Não modificáveis
o Idade avançada o Radioterapia recente
Técnica Operatória Cirúrgica – Jordana Reche
o História de infecção de pele ou
tecidos moles
- Modificáveis
o Diabetes o Albumina pré-operatória < 3,5
o Obesidade mg/dL
o Alcoolismo o Bilirrubina total > 1,0 mg/dL
o Tabagismo o Imunossupressão
b) Extrínsecos (relacionados ao procedimento)
- Procedimento
o Emergência o Classificação da ferida elevada
o Complexidade alta
- Sala de operação
o Ventilação inadequada o Superfícies do ambiente
o Tráfego elevado na sala de contaminadas
operação o Equipamento não-estéril
- Pré-operatório
o Infecção pré-existente o Preparação da pele inadequada
o Escolha de antibioticoterapia inadequada, tempo ou dose inadequados
o Método de tricotomia o Mal controle glicêmico
- Intraoperatório
o Duração extensa do procedimento o Redosagem de antibióticos
o Transfusão sanguínea inapropriada
o Falha na assepsia o Escovação inadequada
o Paramentação inadequada o Mal controle glicêmico
Medidas para redução da ISC (causam redução de até 27% na incidência – 2010)
→ Antibioticoprofilaxia ideal
→ Tricotomia adequada
→ Controle da glicose
→ Combate à hipotermia
→ Fórmula de probabilidade da ISC
Tratamento
→ Se incisional superficial = Retirada de ponto e limpeza adequada do curativo podem ser suficientes
→ Órgão-espaço requer tratamento mais específico
→ Próteses geralmente devem ser retiradas
1. Terapia com pressão negativa
→ 85% de sucesso na cicatrização de feridas
→ Sucção da ferida com bomba de vácuo
→ Contrai a FO
→ Remove fluído
→ Induz angiogênese
→ Induz proliferação celular
→ Cara e pode causar sangramento, dor e colonização
de bactérias, evisceração, hérnia e fistulização
→ Não danifica o tecido e reduz em muito tempo a cura
2. Curativo a vácuo
→ Para tentar substituir a terapia com pressão negativa
→ Não possui resultados tão bons, é um “improviso”
→ Utiliza um aspirador
C. REAÇÃO RECIDUAL A BIOMATERIAIS
→ Implante de biomaterial gera reação inflamatória (local ou sistêmica)
→ Variáveis
o Composição (aço x catgut)
o O aço é o fio que menos causa reação inflamatória do tecido
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o O catgut é o fio que mais causa reação tecidual
o Superfície (macroporosa x microporosa)
o Mecanismo de decomposição química (absorvível x inabsorvível)
→ Reações possíveis
o Resposta imune (humoral / celular) – transplantes
o Reação de corpo estranho (isolamento do material com
macrófagos, células gigantes e tecido de granulação –
fribroblastos, colágeno e capilares) – telas, fios
o Infecção (fio multifilamentar – vicryl, seda, linho)
o Carcinogênese (prótese dentária)
D. HEMORRAGIA, EQUIMOSE E HEMATOMA
a) Hemorragia: precisa ser contida
b) Equimose: quando a pele fica infiltrada de sangue
c) Hematoma:
→ Conceito: coleção de sangue abaixo da pele
→ Apresentação / sintomas:
o Abaulamento subcutâneo com ou sem alterações de coloração da pele sobrejacente
o Coleção intracavitária (com efeito de massa – expansivo)
o Dor
o Obstrução de vias aéreas (Hematoma cervical → comprime a via respiratória e pode
causar obstrução)
o Íleo paralítico
Obs. Quando hematoma na região retroperitonial – Intestino paralisa, distensão do estômago, intestino
delgado, cólon. Paciente vomita porque não há peristaltismo, não ocorre eliminação de gases, irrita a
inervação do sistema autonômico e paralisa o sistema digestivo
o Anemia (pela perda sanguínea)
o Síndrome compartimental
▪ Nos membros, as bainhas musculares mantêm hematoma tenso, comprime um
vaso importante e leva um lembro a isquemia
▪ Pode ocorrer também no abdômen
o Drenagem escurecida pela FO
→ Conduta
o Revisão da coagulação
o Pequenos hematomas → conduta expectante
o Grandes ou expansivos → reexploração
o Expansivo cervical → assegurar via aérea e drenagem cirúrgica imediata
*Maior propensão de infecção do que seroma
→ Profilaxia
o Manejo adequado de anticoagulantes
o Uso apropriado de materiais
▪ Cauterização meticulosa
▪ Hemostáticos (surgicel, gelfoam...)
▪ Ligaduras, clipes, Hem-O-Lock.
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F. DEISCÊNCIAS ANASTOMÓTICAS
→ Um defeito na integridade de uma junção cirúrgica entre duas vísceras ocas com comunicação entre
os compartimentos intra e extraluminal
→ Situação catastrófica, causa infecções gigantescas
Atenção: Paciente com taquicardia sustentada em repouso = sinal clínico mais precoce de fístula digestiva.
PCR elevada também é sinal clássico
o Diagnóstico precoce diminui a morbimortalidade
o Problemas estuturais e mecânicos causam deiscências em 1-2 dias PO
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o Isquemia causa deiscência em 5-7 dias PO
o 47% das deiscências são diagnosticadas nos primeiros 7 dias
NOVAS TECNOLOGIAS
→ Grampeadores com malhas → Fluorescência para verificar perfusão
7 Ws = (PRIMEIRA SEMANA)
WIND (1-2): vento
o Atelectasia
▪ Incidência de 90% (faltam evidências)
▪ Intubação prolongada
▪ Dor ventilatório-dependente
▪ Posição supina
o Pneumonia
WATER (3-5): água
o ITU – infecção urinária
▪ Mais comum infecção nosocomial nos EUA (40%)
▪ Sondagem (técnica e tempo)
▪ Risco: mulher, idoso, DM, ITU de repetição
WALK (4-5): andar
o TVP / EP (20% de todas as TVPs – até 80% assintomáticos)
▪ Dor
▪ Imobilidade
▪ Cascata inflamatória PO
▪ Risco: cirurgia abdominopélvica, ortopédica inferior, trauma, doença raquimedular,
câncer, obesos
WOUND (5-7): ferida
o ISC – Infecção de sítio cirúrgico
▪ Incidência de 2%
▪ Mortalidade de 3%
WONDER ABOUT DRUGS (7+): droga
o Medicações
▪ Causa não infecciosa mais comum de febre no PO
▪ ATB
▪ Heparinas (1/3)
WHITHDRAWAL (>72): WONKY GLANDS (<48): glândulas
o Delirium tremens o Insuficiência adrenal
o Tireotoxicose
→ TC → exame de escolha na
dúvida diagnóstica
→ RX simples (10-25% de
falso negativo)
o Maior acurácia com material
radiopaco
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→ Tratamento
o Retirada
o No caso de agulhas o
benefício é discutível
→ Prevenção
o Protocolos de contagem
o RX sistemático antes da
recuperação
o Materiais com TAG
identificados por radiofrequência