Escritório de Projetos Da Diretoria de Coordenação Da Usina de Itaipu Binacional - Proposta de Modelo de Seleção e Priorização de Projetos
Escritório de Projetos Da Diretoria de Coordenação Da Usina de Itaipu Binacional - Proposta de Modelo de Seleção e Priorização de Projetos
Escritório de Projetos Da Diretoria de Coordenação Da Usina de Itaipu Binacional - Proposta de Modelo de Seleção e Priorização de Projetos
DISSERTAÇÃO
FOZ DO IGUAÇU
2018
1
RAFAEL ANTONIO DOS SANTOS CORREIA
FOZ DO IGUAÇU
2018
2
RAFAEL ANTONIO DOS SANTOS CORREIA
_____________________________________________________
Prof. Dr. Luciano Panek
Professor do PGTGS – Campus de Foz do Iguaçu
_____________________________________________________
Prof. Dr. Elói Damke
Professor do PGTGS – Campus de Foz do Iguaçu
_____________________________________________________
Prof. Dr. Gustavo Daniel Roig Sannemann
Profissional da Instituição Itaipu Binacional
_____________________________________________________
Prof. Dr. Carlos Henrique Zanelato Pantaleão
Coord. do Mestrado Profissional em Tecnologias, Gestão e Sustentabilidade
Portaria Nº4630/2016-GRE - UNIOESTE – Campus de Foz do Iguaçu
3
Dedico este trabalho a meu filho Enzo, que me ensina a ser uma pessoa melhor, um dia de
cada vez.
4
"Talvez não tenha conseguido fazer o melhor, mas
lutei para que o melhor fosse feito. Não sou o que
deveria ser, mas Graças a Deus, não sou o que era
antes”.
Marthin Luther King
5
RESUMO
Este artigo tem como objetivo propor uma metodologia de seleção e priorização de projetos
na Diretoria de Coordenação a Usina de Itaipu, sendo esta ao mesmo tempo objetiva e com
viés estratégico. O processo, composto por cinco etapas, utiliza de atributos de sucesso e
critérios de seleção de projetos, avaliados entre si utilizando a metodologia Analytical
Hierachy Process, através de dados obtidos por meio de pesquisa, estilo survey, realizada
eletronicamente e orientada a gestores de projetos e pessoas do ramo e entrevistas com a
equipe do escritório de projetos da diretoria. Além disso, também oferece meios da alta gestão
dar uma diretriz estratégica ao portfólio, através de avaliação dos projetos concorrentes ao
portfólio via eixos estratégicos de atuação da diretoria. Por fim, apresenta os resultados da
pesquisa, cujo resultado definiu os pesos dos critérios utilizados na priorização dos projetos e
o desenvolvimento das etapas do processo de priorização de projetos através dos dados
obtidos, de forma a consolidar o mesmo.
6
ABSTRACT
This paper´s purpose means to show a proposal of a project portfolio priorization method for
the Coordenation Department of Itaipu Dam, with the goal to be an objective and strategical
tool. The process, composed by five steps, uses successful project attributes and project
selection criteria, evaluated together using the Analytical Hierarchy Process Method, by using
data obtained on a online survey focused on project management professionals and the
companies project management office staff. Besides, offers ways to the high management to
strategically situate the portfolio, by evaluating the projects using the strategical pillars of the
Department. Finally, demonstrate the surveys results and the developing of the process steps
through the obtained data.
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SUMÁRIO
1. INTRODUÇÃO.............................................................................................................01
3. AHP.............................................................................................................................07
4. PROCEDIMENTOS METODOLÓGICOS.............................................................08
5. CONSIDERAÇÕES FINAIS....................................................................................20
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS................................................................................22
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LISTA DE FIGURAS
9
LISTA DE TABELAS
10
LISTA DE SIGLAS E SÍMBOLOS
11
1. Introdução
1
OE 10. Potencializar o desenvolvimento turístico da região - Desenvolver e
fomentar iniciativas para incrementar a atividade turística na região por meio
de articulação com entidades públicas e privadas, visando melhorar da qualidade da
infraestrutura e dos serviços oferecidos.
OE 11. Fomentar a pesquisa e a inovação para o desenvolvimento energético e
tecnológico, com ênfase na sustentabilidade - Pesquisar e apoiar iniciativas de
inovação tecnológica e de desenvolvimento de fontes de energia renováveis e limpas,
buscando-se a eficiência energética e o desenvolvimento sustentável em ambos os
países.
Os projetos, como vetores de transformação e de execução da estratégia da Diretoria
de Coordenação, têm um papel essencial no atingimento destes objetivos e, levando em conta
a quantidade e diversidade dos projetos da Diretoria, é de extrema importância que esta tenha
uma gestão de portfólio eficiente e que otimize a aplicação dos recursos de modo a maximizar
os resultados, exatamente neste ponto onde se insere a metodologia de seleção e priorização
de projetos, que atua de modo a selecionar os projetos mais compatíveis e de maior aderência
as diretrizes estratégicas da Diretoria, de modo a maximizar seus resultados.
Este trabalho propõe apresentar uma metodologia de priorização e seleção de projetos,
baseada na metodologia AHP – Analytic Hierarchy Process, proposta por Thomas L. Saaty
(SAATY, 1980), que leva em consideração os atributos mais desejáveis nos projetos para o
portfólio da diretoria baseando-se em critérios de seleção dimensionados de acordo com seu
papel no atingimento destes atributos. Para isto, além da expertise da equipe do Escritório
Setorial de Projetos da Diretoria de Coordenação, uma pesquisa focada em profissionais do
gerenciamento de projetos objetivou mensurar como critérios de avaliação impactam nestes
atributos desejáveis, de modo a relacioná-los em uma metodologia objetiva de julgamento de
projetos.
Além disso, o trabalho também apresenta ferramentas à alta gestão, para que esta
determine diretrizes estratégicas que o portfólio deve seguir, de modo a refletir a visão da alta
gestão, além de detalhar todo o processo de seleção e priorização de projetos. Por fim chega-
se as conclusões e resultados das pesquisas e aplicação do método AHP.
2
2. Gerenciamento de Portfólio de Projetos
3
criação/modificação de um processo interno. Ainda, segundo o PMI (2008), projetos
geralmente são realizados para atender à considerações estratégicas, tais como uma demanda
de mercado, uma oportunidade ou necessidade estratégica de negócios, uma solicitação de
cliente, um avanço tecnológico ou atendimento a um requisito legal.
Observando-se novamente a questão do Planejamento Estratégico (PRADO, 2012),
após definidos os Objetivos Estratégicos e as Iniciativas Estratégicas, serão definidos os
projetos, ou seja, os agentes de mudança organizacional com maior capacidade de levar a
organização à sua visão futura. De acordo com Prado (2012), a organização deve formular
duas perguntas:
1) Qual deve ser a carteira de projetos que vai possibilitar o atingimento dos
objetivos estratégicos e a melhor utilização dos recursos humanos e
financeiros para maximizar o crescimento a longo prazo e o retorno dos
investimentos? 2) Como esses projetos vão afetar o valor das ações da
companhia?
Ainda de acordo com o PMI (2009), essa coleção de projetos, programas e outros
trabalhos que compõem um portfólio são quantificáveis, isto é, têm métricas de desempenho,
classificação e capacidade de serem priorizados conforme a estratégia da organização. De
maneira geral, os portfólios têm uma característica distinta dos projetos, na medida em que
são um conjunto de componentes ativos, presentes ou futuros, que atendem aos objetivos da
organização. Os portfólios tendem a ser, portanto, permanentes ou terem uma vigência maior
que a maior parte das ações que os compõe. As organizações podem ter vários portfólios,
sendo que cada um deles está intrinsecamente ligado a um ou a um conjunto de objetivos
estratégicos.
Nesse contexto, o PMI (2009) destaca que são necessários processos para realizar a
identificação das prioridades da organização, para a tomada de decisões de alocação de
4
recursos e, consequentemente, para a montagem de um portfólio de programas e projetos
estrategicamente coerentes.
Na visão de Rabechini Jr., Maximiano e Martins (2005), a complexidade inerente ao
PPM faz com que poucas organizações tenham acesso a suas práticas e, consequentemente, a
suas potencialidades.
A Figura 1 ilustra uma visão de alto nível da formação de um portfólio, dentro do qual
podem existir outros portfólios, programas, projetos e outros trabalhos, desde que o conjunto
final estabeleça um objetivo específico a ser alcançado.
Figura 1 - Portfólios, programas e projetos - visão de alto nível - Fonte: PMI (2008a)
5
De modo a complementar a definição, coloca-se a seguir algumas considerações sobre
Gerenciamento de Portfólio de Projetos compilados por Barcaui (2012):
Trata-se de um processo dinâmico de decisão, no qual uma lista de projetos
ativos de novos produtos é constantemente atualizada e revisada, onde são
avaliados, selecionados e priorizados novos projetos; projetos existentes
podem ser acelerados, interrompidos, colocados em espera e recursos são
realocados aos projetos ativos (COOPER, 1999).
6
A IPMA (2012) afirma que a gestão de portfólio preocupa-se com a otimização da
utilização dos recursos. Nas organizações com maior maturidade, a gestão de portfólio
também avalia o efeito da mudança de visão e estratégia no portfólio. Os portfólios devem ser
supervisionados por um indivíduo ou um grupo (um diretor de portfólios ou um comitê
executivo) com autoridade e responsabilidade para sancionar a utilização de recursos e
orçamentos alocados na entrega dos projetos.
3. AHP
Enfrentamos situações diárias que requerem tomadas de decisão, desde problemas
corriqueiros como decidir o que almoçar, como situações complexas, onde diversos critérios e
variáveis podem estar relacionados. (GOMES; MOREIRA, 1998). Provavelmente, um dos
maiores desafios intelectuais da ciência e tecnologia está em como tomar decisões certas, dada
uma situação específica (TRIANTAPHYLLOU, 2002). A tomada de decisão pode ser vista como
um processo de escolha de alternativas existentes de modo a buscar a opção com melhor
resultado. Neste contexto, os métodos multicritérios de decisão se propõem a resolver situações
onde a subjetividade predomina (SALOMON, 2002).
Segundo Marins, Souza e Barros (2009), os métodos multicritérios agregam valor
significativo na tomada de decisão, na medida em que permitem a abordagem de problemas
complexos, além de conferir ao processo clareza e consequente transparência.
O Processo de Análise Hierárquica, ou Analytical Hierarchical Process (AHP), é um
método para tomada de decisão que utiliza da comparação entre alternativas dentro de
critérios estabelecidos, de modo a prioriza-las e seleciona-las.
Desenvolvido nos anos 70 por Thomas L. Saaty, e amplamente estudado desde então,
o AHP é utilizado em cenários complexos, de modo a transformar em valores numéricos,
decisões muitas vezes empíricas.
O AHP desenvolve uma estrutura hierárquica de critérios e sub critérios analisáveis de
modo par-a-par, através da comparação entre alternativas. (SAATY, 1994). A figura 1
demonstra um exemplo de estruturação desta hierarquia.
7
Estas comparações resultam em pesos numéricos para as alternativas, de modo a refletir a
contribuição de cada uma delas para atender o objetivo estabelecido, avaliando assim as
alternativas dentro da hierarquia definida.
O método de comparação entre duas alternativas mais utilizado no AHP é através de uma
escala desenvolvida por Saaty (SAATY, 2008). Utilizando valores de 1 a 9, a escala de Saaty,
mostrada na Tabela 1 auxilia o decisor na determinação da importância de uma alternativa
frente a outra.
Tabela 1 – Escala de Saaty. Fonte: SAATY,2008
8
através do cálculo da média aritmética dos valores de cada critério. Estes valores têm
significado direto no AHP, pois estes são os pesos de cada critério, ou de mesmo modo, a
contribuição de cada um para atingimento do objetivo.
Além disto, se faz necessário uma verificação de consistência do modelo, de modo a
avaliar as escolhas subjetivas dentro da matriz. Esta verificação fica melhor evidenciada na
demonstração dos resultados.
4. Procedimentos metodológicos
Esta pesquisa se delineou por meio de uma pesquisa ação (Tripp, 2005) junto à equipe
do Escritório Setorial de Projetos da Diretoria de Coordenação da Itaipu Binacional e de um
público relacionado ao tema de Gestão de Projetos em geral.Os dados foram levantados
através de entrevistas e de um pesquisa estilo survey utilizando a ferramenta eletrônica
Google Forms.
O processo de seleção e priorização de portfólio da Diretoria de Coordenação proposto
é composto por cinco etapas fundamentais, conforme demonstrado na Figura 3.
Figura 3 – Processo de Seleção e Priorização. Fonte: Autor
Projetos e
AHP – Controle Controle Aprovação Alta
Iniciativas em Balanceamento
Inicial Estratégico Gestão
Potencial
9
Nesta etapa cabe ao Escritório de Projetos a gestão do Backlog de projetos da
Diretoria de Coordenação, onde se encontram os projetos e iniciativas que não estão inseridos
no portfólio da diretoria.
Esta etapa deve ser realizada continuamente durante o ano, de modo a dar agilidade ao
processo como um todo. Sendo assim, é importante que a listagem de todos os projetos aptos
a participar do processo de seleção e priorização esteja atualizada e com todas as informações
necessárias.
4.2 – AHP – Controle Inicial
Nesta etapa, os projetos e iniciativa em potencial são ranqueados através de uma
matriz situacional de pontuação, que utilizam quatro critérios:
11
Após esta etapa, foi definida qual a importância de cada atributo frente ao portfólio de
projetos a ser definido.
Através de reunião com os integrantes do escritório de projetos da Assessoria de
Planejamento da Diretoria de Coordenação, foi realizado a análise de qual a importância de
cada atributo para o portfólio de projetos da diretoria. Foram comparados os atributos, dois a
dois, utilizando uma escala de Saaty (SAATY, 1990) reduzida, escala qual foi utilizada em
todo o processo do AHP, conforme Tabela 3.
Tabela 3 – Escala de Saaty Reduzida. Fonte: Autor
12
Figura 5 – Matriz de comparação dos atributos. Fonte: Autor
Para ser possível a análise e a obtenção dos pesos relativos dos atributos, é necessário
a normalização da matriz anterior. Esta normalização é obtida através da divisão entre cada
valor da matriz e a soma de cada coluna, conforme apresentado na figura 6.
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O próximo passo foi verificar a inconsistência da análise. Esta análise utiliza o valor
principal de Eigen (VPE), que é determinado pelo somatório do produto de cada elemento do
Vetor de Eigen com o total da coluna respectiva da matriz de comparação. A Tabela 4
demonstra o cálculo:
Tabela 4 – Cálculo vetor de Eingen. Fonte: Autor
14
Calculando a taxa de consistência para a matriz de avaliação dos atributos, chegou-se
ao resultado:
Sendo assim, a matriz pode ser considerada consistente, tendo em vista que o a taxa de
consistência obtida foi menor que 10%.
A segunda etapa consiste em avaliar o segundo nível da hierarquia, ou seja, determinar
os pesos dos critérios de avaliação de projeto, determinando assim a contribuição dos mesmos
para o atingimento dos atributos desejáveis no portfólio de projetos da Diretoria.
Para esta etapa, foi formulada uma pesquisa com o intuito de realizar as comparações
entre os critérios de modo a atingir cada determinado atributo. Esta pesquisa foi direcionada a
um público determinado, que trabalha, estuda ou tem contato com o tema de gerenciamento
de projetos em seu dia a dia.
Para isto foi construído um formulário online, através da ferramenta Google Docs, que
consistiu em 29 perguntas. As primeiras 24 perguntas foram construídas de forma a
representar a pergunta que as pessoas fazem a si mesmas na hora de realizar uma iteração de
comparação entre alternativas em uma tabela AHP. Foram construídas desta forma para que
os respondentes pudessem realizar as comparações contidas nas quatro matrizes de
comparação oriundas da hierarquia, cada qual obtendo os pesos dos critérios frente ao
atingimento de cada um dos quatro atributos, resultando assim em seis questões por matriz,
utilizou-se para as respostas a mesma escala de Saaty reduzida mostrada na Tabela 3.
As outras cinco perguntas tinham como o objetivo levantar informações sobre o perfil
do respondente, para melhor entendimento da população a qual esta foi direcionada. Através
destas perguntas foi possível inferir que o perfil do respondente da pesquisa são pessoas com
uma experiência em gerenciamento em projetos considerável, com MBA ou Especialização e
do estado do Paraná. Ainda foi possível inferir que metade da população nunca havia entrado
em contato com a metodologia anteriormente, fato explicável por esta ser uma ferramenta
bem específica da área de conhecimento de gestão de portfólio de projetos, assunto ainda não
muito difundido nos cursos de gerenciamento de projetos, mas presente na prática de quem
15
atua com gerenciamento de projetos em nível mais estratégico. A figura 8 traz alguns dos
dados de respondentes.
16
Os pesos relativos encontrados são demonstrados na Figura 10:
Figura 10 – Pesos dos critérios para atingimento do cronograma. Fonte: Autor
Figura 13 – Pesos dos critérios para atingimento do retorno de imagem. Fonte: Autor
Os cálculos das taxas de consistência das matrizes das Figuras 10, 11 , 12 e 13 foram
respectivamente: 9,2%, 4,0%, 5,2% e 10,3%. Apesar da última taxa de consistência ter
ultrapassado o limite de 10%, devido ao pequeno desvio, esta será considerada consistente,
não necessitando a repetição da pesquisa para esta matriz.
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O cruzamento entre todas as avaliações dos critérios em todos os atributos e a
importância dos atributos determina os pesos finais dos requisitos para avaliação do portfólio.
Este pode ser calculado através do somatório dos produtos entre os pesos dos atributos e os
pesos do critério quando avaliado neste atributo, como na figura 14.
Os cálculos resultam nos pesos finais definidos para cada critério, que são
aproximadamente:
Interdependência – 30,3%;
Documentação – 20,8%
Segurança – 12,1%
A validação dos pesos finais definidos para os critérios foi realizada através da análise
dos resultados por especialistas. Os especialistas consultados fazem parte do Escritório de
Gerenciamento de Projetos da Diretoria de Coordenação e do Escritório de Gerenciamento de
Projetos da Diretoria Técnica, e concordam com os resultados dos cálculos, atestando a
coerência dos mesmos frente a natureza e objetivos da Diretoria.
Estes pesos serão utilizados na matriz de pontuação de projetos. Esta matriz consiste
no julgamento de cada projeto frente sua situação diante de cada um dos quatro critérios,
recebendo assim uma nota, a qual é multiplicada pelo peso do critério. As notas para
aplicação nos julgamentos dos projetos é descrita na Tabela 6.
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Os pesos tem uma escala multiplicadora mínima de 0,8 e máxima de 1,2, para que
nenhum dos eixos estratégicos tenha um peso maior que 1,5 vezes o outro, para que não haja
discrepâncias gritantes com o portfólio obtido na etapa anterior, conforme Figura 15.
Figura 15 – Set de Multiplicadores Estratégicos Fonte: Autor
O resultado desta etapa será um ranqueamento de projetos, lista esta agora definida
após a priorização inicial via critérios do AHP e multiplicadores estratégicos. O set de pesos
estratégicos realizados pela alta gestão terá uma periodicidade definida pela própria gestão,
mas recomenda-se que a periodicidade não seja inferior a um ciclo do processo de priorização
e seleção de portfólio.
4.4 – Balanceamento
Com a lista dos projetos ranqueados após a etapa de controle estratégico, é realizado
um balanceamento do portfólio de projetos, ou seja, é verificado quais projetos se encaixam
financeiramente dentro do orçamento disponível no período.
Algumas vezes, para melhor otimização do portfólio, projetos menos ranqueados que
outros podem acabar entrando no portfólio por terem necessidades de recursos financeiros
menores que projetos melhor avaliados.
4.5 – Aprovação da Alta Gestão
A aprovação final do portfólio, já balanceado, pela alta gestão (Diretor e
Superintendentes), é uma etapa necessária pois alterações no portfólio, que nem sempre tem
razões baseadas nos critério de julgamento ou nas diretrizes estratégicas podem acontecer.
Neste momento, pode acontecer um movimento conhecido como force in, que
adiciona um projeto ao portfólio, devido a motivos não abrangidos nem pelos critérios nem
pelas diretrizes estratégicas, ou seja, é um projeto que têm de ser incluído obrigatoriamente.
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Se a identificação de um projeto force in conseguir ser feita antes do processo de seleção e
priorização ser rodado, o melhor a fazer é retira-lo da lista de projetos e inseri-lo diretamente
no portfólio, retirando assim os seus recursos financeiros na hora do balanceamento, para
melhores resultados do processo. Projetos regulatórios são um exemplo comum no
movimento de force in.
Do mesmo modo, existe o movimento de force out, que retira um projeto do portfólio
no momento da aprovação, por motivos não abrangidos pelos critérios de seleção ou pelas
diretrizes estratégicas.
5. Considerações finais
O desenvolvimento da metodologia de seleção e priorização de projetos da diretoria de
Coordenação obteve resultados satisfatórios e condizentes com a realidade da Diretoria. A
maior valorização de atributos de sucesso como retorno de imagem e cumprimento de
requisitos é totalmente compatível com a natureza dos projetos desenvolvidos dentro da
Diretoria, em que grande parte dos projetos são voltados a área de influência e comunidade do
entorno, priorizando assim o atendimento do escopo do projeto e seus benefícios em
detrimento de orçamento e cronograma.
Já os critérios de seleção também demonstraram a preocupação com o impacto
institucional que os projetos trazem a empresa, além da preocupação com a continuidade dos
mesmos. Uma pequena surpresa seria o critério Documentação ter ficado em terceiro em
importância, pois devido a natureza de contratação dos projetos, ele é de extrema importância
para o bom andamento dos mesmos.
A pesquisa realizada obteve um retorno considerável, e demonstrou com sucesso a
experiência de realizar julgamentos através da metodologia AHP utilizando da opinião de
grandes populações. Uma prática que pode ser replicada em outros processos de tomada de
decisão. Por fim, o processo de priorização e seleção de projetos se mostra satisfatório e
suficiente para construir o portfólio de projetos da Diretoria de Coordenação de modo
objetivo e levando em conta as diretrizes estratégicas definidas pelo seu Diretor e Alta Gestão.
O processo de priorização resultante da pesquisa tem a limitação de representar
somente os interesses e preocupações da Diretoria de Coordenação da Itaipu Binacional. O
processo como um todo pode ser replicado para qualquer Diretoria da empresa, mas a
definição dos critérios deve ser refeita, levando em conta a natureza e as especificidades de
cada Diretoria.
21
6. Referências
22
PMI, Project Management Institute, Standards Committee. A standard for program
management, 2.ed. Newtown Square: Project Management Institute Inc, 2008a.
SAATY, T. L. How to Make a Decision: The Analytic Hierarchy Process. Interfaces, v. 24,
n. 6, p. 19-43, 1 nov 1994.
23
SALOMON, V. A. P. Auxílio à decisão para a adoção de políticas de compras. Produto e
Produção. vol. 6, n. 1, p. 01-08, 2002.
24