Densitometria Óssea - Aula 2

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Densitometria Óssea

Prof. Tr. Vinícius Ribeiro


Introdução
• A Densitometria Óssea é um exame especializado
que usa várias tecnologias na avaliação da baixa
massa óssea e deterioração estrutural do sistema
esquelético, objetivando diagnosticar a
osteoporose.
Composição Óssea
• Para entender os princípios que dão base a densitometria
óssea, o técnico precisa ter um entendimento básico da
composição óssea e de como o processo osteoporótico
ocorre.
• O osso é um tecido vivo, que consiste em duas categorias
principais.
• A cortical refere-se ao córtex ou porção externa. Assim, o
osso cortical forma o invólucro externo denso de todos os
ossos e é importante no suporte de peso.
• O segundo tipo mais importante de tecido ósseo é o osso
esponjoso ou trabecular, que forma a porção interligada em
forma de treliça ou esponjosa do osso que fornece força ao
osso.
• O osso está constantemente se modificando através de um
processo de natureza complexa de destruição e reconstrução
das células ósseas.
Células Ósseas
• Os osteoclastos e os osteoblastos são os principais osteócitos
(células ósseas) responsáveis pela remodelação óssea.
• Os osteoblastos são responsáveis pela construção de osso
novo ou pelo reparo ósseo. A desestruturação e a reabsorção
de osso velho são atribuídas aos osteoclastos. O ritmo em
que o processo é executado contribui para a densidade óssea.
• Se o ritmo de osso novo excede a desestruturação de osso
velho, a densidade óssea é aumentada. A densidade óssea
permanece constante se o processo ocorre no mesmo ritmo.
Quando o ritmo de osso novo é excedido pela
desestruturação de osso velho, ocorre, então, uma
diminuição na densidade óssea.
• A detecção precoce da osteoporose através da densitometria
óssea pode levar à intervenção antes que ocorram fraturas
esqueléticas associadas.
Objetivo
• A densitometria óssea é realizada para:
 Medir a densidade mineral óssea.
 Detectar perda óssea.
 Estabelecer o diagnóstico de osteoporose.
 Avaliar o risco individual de fratura.
 Avaliar a resposta do paciente ao tratamento de osteoporose.
• As medições da densidade óssea são obtidas em localizações
específicas. A seleção do sítio específico pode incluir uma
análise central que inclua a coluna lombar ou o fêmur
proximal.
• Os dedos, o punho, o antebraço, o calcanhar ou a porção
inferior da perna são exemplos de análise de sítios
periféricos.
• Varreduras de corpo inteiro podem fornecer informações
adicionais.
Osteoporose
• É definida como uma doença esquelética sistêmica
caracterizada por baixa massa óssea e
comprometimento micro arquitetônico do tecido
ósseo.
• Essa deterioração leva a uma fragilidade óssea
aumentada e, consequentemente, a um risco aumenta-
do de fraturas.
• Afetando principalmente mulheres na pós-menopausa,
ela é uma doença degenerativa que resulta em redução
na densidade óssea por perda de cálcio e de colágeno.
• Ela se desenvolve gradualmente e pode ser de difícil
detecção sem uma avaliação densitométrica.
Indicações
• Avaliação de pacientes com doenças metabólicas
que notoriamente afetam o osso.
• Avaliação de mulheres em relação à possível
iniciação de terapia de reposição hormonal .
• Avaliação e a monitoração do tratamento para
osteoporose.
• Mulheres na pós-menopausa que tenham um ou
mais fatores de risco para fratura osteoporótica.
• Mulheres com idade superior a 65 anos e homens
com idade superior a 70 anos.
Fatores de Risco
• Sexo (mulher com maior risco que homem).
• Nível de hormônio sexual.
• Baixo peso corporal.
• Fraturas prévias.
• História familiar de osteoporose.
• Menopausa precoce.
• Etnia caucasiana ou asiática.
• Tabagismo.
• Consumo excessivo de álcool.
• Atividade física inadequada.
• Incapacidade por tempo prolongado.
• Dieta de baixa ingestão de cálcio.
• Deficiência de vitamina D.
Contraindicações
• A densitometria óssea é contraindicada se procedimentos de
controle da qualidade e padronizações não forem mantidos para
assegurar resultados precisos.
• Outras limitações incluem uma massa óssea que é muito baixa ou
uma parte do corpo que é muito espessa na área de interesse.
• Malformações anatômicas do sítio anatômico, tais como aquelas
exibidas na coluna, também podem fornecer resultados menos
precisos. Exemplos disso incluiriam cifose ou escoliose graves. A
presença de uma fratura prévia ou prótese metálica também
impede as medidas de densidade mineral óssea no sítio anatômico
afetado
• Assim como ocorre em relação a qualquer exame radiográfico, a
gestante não deve ser examinada, e os padrões estabelecidos para
evitar a exposição inadvertida ao feto devem ser mantidos. Além
disso, o paciente deve ser agendado com intervalo de pelo menos
uma semana da data de qualquer exame radiográfico anterior com
contraste ou da administração de quaisquer isótopos para exame
de medicina nuclear.
Preparo do Paciente
• O paciente é instruído a vestir roupas confortáveis,
sem quaisquer objetos densos (por ex.: cinto, zíper)
nas áreas abdominal e pélvica.
• O protocolo departamental pode exigir que o
paciente se dispa e vista um roupão durante o
procedimento, para assegurar uma aquisição livre
de artefatos.
Equipamento
• Mesa escaneadora: composta de uma mesa e um braço
escaneador, contém suprimentos de força, circuitos
elétricos, mecanismos motorizados e a fonte de raios X.
• Computador: armazena e analisa dados. Possui
controles de comunicação entre ele e a mesa e entre o
monitor e a impressora.
• Monitor: permite visualizar as telas do software e os
dados escaneados.
• Teclado: permite a comunicação com o computador.
• Impressora: permite a criação de uma cópia em papel
da imagem escaneada e da análise dos resultados.
• Software: apresentam submenus operacionais que
orientam o operador na elaboração e impressão do
relatório de análise densitométrica.
Cuidados com o Densitômetro
• A temperatura da sala deve variar de 18º a 25º e a
umidade de 20% a 80%
• Poeira, fumo, névoas e corpos estranhos devem ser
evitados.
• Ao limpar o aparelho, o uso de solventes deve ser
evitado.
• Verificar se os cabos estão bem dispostos e protegidos.
• A corrente elétrica deve se manter estável.
• Os dados devem ser armazenados.
• Procedimentos de controle de qualidade devem ser
implantados.
• Não deixar cair líquido no computador
• Não usar força para manusear o braço escaneador.
Métodos e Técnicas
• Absorciometria radiográfica (AR)
• Absorciometria de fótons por monoenergia (AFME)
• Absorciometria por dupla energia (ADE)
• Absorciometria de raios X por monoenergia (AME)
• Absorciometria de energia dupla de raios X (DEXA)
• Tomografia computadorizada quantitativa (TCQ)
• Ultrassonografia quantitativa (USQ)
DEXA
• A DEXA utiliza uma fonte de raios X, com dois níveis de energia (70
e 140 keV). Esse feixe atravessa o indivíduo no sentido póstero-
anterior e é captado por detectores.
• O princípio de funcionamento baseia-se no fato de que as
características de atenuação diferem no osso e nos tecidos moles
em função da energia dos feixes de raios X.
• A diferença na atenuação entre o osso e o tecido mole é maior no
feixe de baixa energia do que no de alta energia.
• Um contorno de atenuação é então formado, permitindo a
quantificação do mineral ósseo e da massa de tecidos moles.
• Uma vez que a composição dos tecidos moles varia em torno do
esqueleto axial, a técnica de dupla energia permite correções para
essas variações.
• As medidas são geralmente corrigidas pela área de osso adquirido,
de acordo com as variáveis do tamanho, sendo os resultados
expressos em g/cm2 (gramas de mineral ósseo/cm2 de área
analisada).
Pencil Beam e Fan Beam
• Pencil Beam: Primeira geração de equipamentos
DEXA que utilizava um colimador de feixe único
(tipo lápis) acoplado a um detector localizado no
braço do aparelho e que efetuava movimentos
lineares de um lado ao outro.
• Fan Beam: Novos sistemas DEXA que utilizam um
colimador que gera um leque de feixes acoplado a
um conjunto de detectores alinhados. Em
consequência, um único movimento de varredura
sobre o paciente é realizado, permitindo reduzir o
tempo de exame para cerca de 10 a 30 segundos.
Pencil Beam
Fan Beam
Procedimentos DEXA
• A DEXA, inicia-se com uma imagem radiográfica piloto
para determinar o posicionamento correto e avaliar a
presença de artefatos antes da aquisição de dados.
• O sítio selecionado é então analisado, e um relatório
mineral ósseo é coletado. Esse relatório tipicamente
contém a imagem mineral óssea, medições de
densidade óssea e dados de padrões comparados,
informações sobre o paciente e dados de controle da
qualidade.
• A informação coletada é então comparada com bases
de dados de densidade óssea para determinar a
presença de osteoporose.
Escores Z e T
• Os dois padrões utilizados para comparar as
medições da densidade óssea do paciente são o
escore Z e o escore T.
• O padrão de escore Z compara os dados do paciente
com uma média individual da mesma idade e sexo.
• O escore T compara o paciente com uma média
individual de adultos jovens e saudáveis do mesmo
sexo com massa óssea máxima.
• Esses valores podem ajudar a avaliar a presença ou
a extensão do risco relacionado à osteoporose para
futuras fraturas.
Precisão e Acurácia da DEXA
• Precisão: é a capacidade de um sistema de DEXA obter
valores consistentes de densidade mineral óssea em
exames repetidos do mesmo paciente.
• Acurácia: é quando o valor medido reflete por
completo o valor atual ou verdadeiro do objeto
medido.
• A precisão e a acurácia são influenciadas por
movimento do paciente durante o exame, biótipo,
posicionamento do paciente e variações do
equipamento.
• Para atingir a melhor precisão e acurácia é necessário
posicionamento adequado do paciente e uma análise
contínua do equipamento, realizando os testes de
controle de qualidade de acordo com os protocolos do
fabricante.
Posicionamento – Coluna (AP)
• Imagens da coluna por DEXA são mais frequentemente obtidas
para avaliação do risco de futuras fraturas vertebrais.
• O paciente é posicionado em decúbito dorsal, com o plano
mediossagital alinhado com o plano médio da mesa.
• O técnico coloca então um apoio entre as pernas do paciente
para posicioná-las em um ângulo de 60º a 90º em relação ao
tronco a fim de reduzir a curvatura lordótica
• A coluna deve estar reta e alinhada com o campo de varredura,
como pode ser avaliado a partir da imagem radiográfica piloto.
Se necessário, podem ser realizadas modificações no
posicionamento.
• É de grande importância certificar-se do modo de aquisição:
 Slow ou gordo (> 25cm)
 Medium ou standard (15 – 25cm)
 Fast ou magro (< 15cm)
Imagem – Coluna (AP)
• A imagem deve ser avaliada para assegurar uma
aquisição livre de artefatos.
• A região incluída deve ir de T12 à crista ilíaca para
que seja obtida análise de L 1 até L4 , com o final da
crista ilíaca bilateralmente e com o último par de
arcos costais presentes na imagem.
• Corpos vertebrais anormais ou afetadas por
artefatos geralmente não são considerados na
avaliação da densidade mineral óssea.
• As linhas intervertebrais devem se alterar o mínimo
possível.
Posicionamento – Quadril (AP)
• A obtenção de imagens do quadril com DEXA é muito útil para
predizer futuras fraturas do quadril.
• O paciente é posicionado em uma posição de decúbito dorsal, com
o plano mediossagital alinhado com a linha média da mesa. As
pernas do paciente são estendidas, e os sapatos são tirados.
• O quadril selecionado para análise deve ser determinado pela
informação de fraturas anteriores ou doenças congênitas do
quadril. Por exemplo, se houver qualquer história prévia de fratura
do quadril esquerdo, então o quadril direito deve ser selecionado.
Se não houver história prévia de tais fatores, então ambos os
quadris podem ser escaneados.
• A perna é então posicionada como seria para uma incidência AP
verdadeira do quadril. Ela deve ser rodada internamente cerca de
15° a 20° para colocar o colo do fêmur paralelo à superfície de
obtenção de imagens, ocultando o pequeno trocânter. Um
dispositivo de apoio para imobilização que permite o
posicionamento correto encontra-se geralmente disponível na
unidade de DEXA.
Imagem – Quadril (AP)
• Uma vez que tenha sido obtida a imagem piloto, ela
é avaliada quanto ao posicionamento correto e
quanto a artefatos externos.
• A imagem deve incluir o fêmur proximal de forma
vertical. A aquisição deve iniciar cerca de 5 a 6cm
antes do aparecimento do ísquio medialmente.
• Após o término do grande trocânter, o exame deve
conter em torno de 5cm de partes moles
superiormente .
• Deve-se realizar a aquisição de modo a não conter
“ar” lateralmente à coxa.
Posicionamento – Antebraço
• Colocar o paciente sentado ao lado da mesa, com as
costas eretas e o ombro alinhado com o centro
vertical do posicionador.
• O antebraço escolhido é o não dominante, isto é, o
braço contrário a mão que se escreve.
• É importante recomendar ao paciente que deixe o
pulso relaxado e feche as mãos.
• Posicionar o centro do laser no centro do pulso.
• O exame do antebraço deve ser realizado quando
não é possível realizar o exame de coluna ou do
fêmur pelo fato de o cliente ser obeso, pela
presença de próteses e etc.
Imagem - Antebraço
• Verificar na tela do computador se a imagem
escaneada está adequada.
• Observar se o membro está centralizado, retificado
e paralelo.
• Verificar se uma pequena porção dos ossos da mão
está presente.
• A região do rádio é a região de interesse (1/3 distal
devendo incluir na imagem os ossos do carpo).
Posicionamento – Corpo Inteiro
• Paciente em decúbito dorsal de modo
que ele fique no centro da mesa.
• Os braços devem ficar estendidos ao logo
do corpo, com as mãos voltadas para
baixo, repousando sobre a mesa.
• Predem-se os pés e as pernas com o
auxílio de velcros a fim de se evitarem
movimentos durante o exame.
Imagem – Corpo Inteiro
Verificar se os cortes de corpo inteiro estão posicionados do
seguinte modo:
 Cabeça: O corte está localizado imediatamente abaixo do queixo.
 Braço esquerdo e direito: devem passar pelas axilas de ambos os
lados com os cortes separando as mão e os braços do corpo.
 Antebraço esquerdo e direito: Os cortes devem ser tão próximo do
corpo quanto possível, separando os cotovelos e os antebraços.
 Coluna esquerda e direita: Devem ficar o mais próximo possível da
coluna.
 Pélvis esquerda e direita: Passam pelos colos femorais e não
tocam a pélvis.
 Topo da pélvis: Imediatamente acima do limite superior da pélvis.
 Perna esquerda e direita: separam as mão e antebraços das
pernas.
 Entrepernas: Separa a perna direita da esquerda.

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