Análise Multitemporal Do Uso e Cobertura Do Solo Da Comunidade Quilombola Porto Leocádio, Localizada No Município de São Luiz Do Norte (GO), Utilizando Técnicas de Geoprocessamento

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Universidade Federal de Goiás

Escola de Engenharia Civil e Ambiental


Faculdade de Enfermagem
Curso de Pós-Graduação Lato Sensu – Especialização em
Saneamento e Saúde Ambiental na Modalidade a Distância - EaD

Análise multitemporal do uso e cobertura do solo da comunidade quilombola


Porto Leocádio, localizada no município de São Luiz do Norte (GO), utilizando
técnicas de geoprocessamento

RESUMO
O presente estudo consiste no mapeamento temporal das transformações no uso do solo
e na ocupação do território quilombola da comunidade quilombola Porto Leocádio/GO,
do ano 1988 ao ano de 2018, utilizando como suporte ferramentas de geoprocessamento.
A metodologia utilizada consiste no tratamento de dados de uso do solo obtidos no Projeto
MAPBIOMAS, com o qual se realizou uma análise com os dados para o recorte em
questão, assim como outros dados temáticos para avaliar a comunidade quilombola.
Como resultado da análise se observa uma redução da vegetação natural classificada
como pastagem a partir do segundo ano de estudo, acompanhada pelo aparecimento da
cultura anual perene e semiperene, evidenciando significativas alterações do modo de uso
da terra ao longo do período avaliado na comunidade quilombola Porto Leocádio/GO.
Portanto, entende-se que as informações contidas neste estudo contribuem para a gestão
territorial desta região, assim como o acompanhamento do uso sustentável dos recursos
naturais.
Palavras-chave: Território quilombola. Geoprocessamento. Cobertura do solo. Porto
Leocádio

INTRODUÇÃO
O conhecimento do modo de uso e da ocupação da terra em territórios quilombolas e sua
dinâmica espaço-temporal contribui para a definição de políticas públicas direcionadas a
comunidades tradicionais. BARBOSA et al. (2009) defendem que o levantamento do uso
do solo é de grande importância, na medida que os efeitos do uso desordenado causam
deterioração no ambiente. Brasil (1997) destaca ainda a necessária articulação da gestão
integrada do uso do solo com a gestão de recursos hídricos, reforçando a importância
apresentada por ASSUNÇÃO-FILHO et al. (2010) na compreensão da relação intrínseca
e recíproca entre os fatores determinantes da saúde ambiental e o processo de construção
da saúde humana.
A classificação do uso do solo de uma região torna aspecto fundamental para a
compreensão dos padrões de organização do espaço (NASCIMENTO, 2019). Neste
sentido, o uso de tecnologias para o mapeamento detalhados dos elementos geográficos
visíveis auxilia nesta representação, tendo sido amplamente utilizado em estudos
aplicados a formulação de diagnósticos ambientais em territórios tradicionais (VILELA,
2009; FARIAS et al., 2019; FUJACO, 2010; SOFFIATI, 2016).
Desta forma, a presente pesquisa propõe o mapeamento multitemporal de um território
quilombola do norte de Goiás, a fim de analisar a evolução do uso e cobertura do solo a
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partir de imagens orbitais e informações geográficas coletadas no período de 30 anos,


avaliando sua tendência do uso. A pesquisa apresenta a dinâmica territorial desta
comunidade e poderá contribuir para o planejamento de ações na área de saneamento e
saúde rural desta região e demais regiões com características semelhantes.

OBJETIVO
Avaliar as mudanças do uso e cobertura do solo do território quilombola de Porto
Leocádio/GO no período compreendido entre os anos de 1988 e 2018, através de
representações cartográficas produzidas com o uso de ferramentas de geoprocessamento.

METODOLOGIA
Delimitação da área de estudo
O território quilombola de Porto Leocádio está localizado na zona rural do município de
São Luiz do Norte, Goiás. Este município está inserido na microrregião de Ceres, a qual
integra a mesorregião do centro goiano. A área de estudo corresponde a totalidade do
território em processo de regularização, definido por BRASIL (2018), que abriga além de
20 (vinte) famílias quilombolas, 5 posses e 5 áreas particulares, totalizando 1.577,8003
hectares. A Figura 1 apresenta a área de estudo.
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Figura 1 - Território Quilombola Porto Leocádio. Fonte: INCRA, 2020.


Adaptado por Autor.

Materiais e Métodos

O acervo fundiário do INCRA foi o responsável por fornecer a área georreferenciada e


certificada do Território Quilombola Porto Leocádio. Logo, após obter o shapefile do
território no Acervo Fundiário do INCRA, foram iniciadas as análises.

Para o processamento dos dados foram utilizados os insumos: plataforma do


MAPBIOMAS, Google Earth Engine, software de geoprocessamento, site do
SIEG/IBGE e Pacote Office (Word e Excel).

Para início do processamento de dados, todos os shapefiles necessários foram obtidos


através das fontes:

• Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística – IBGE (Banco de Dados


de Informações Ambientais): geologia e pedologia;
• Sistema Estadual de Geoinformação de Goiás – SIEG: municípios e
hidrografia;
• Companhia de Pesquisa de Recursos Minerais –CPRM: hidrogeologia;
• Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária – INCRA
(Acervo Fundiário): limite oficial da Comunidade Quilombola Porto Leocádio;
• MAPBIOMAS: Uso do solo da Comunidade Quilombola Porto Leocádio.

Para obter o raster do uso do solo da Comunidade Quilombola Porto Leocádio e seu
entorno, o endereço eletrônico do Google Earth Engine foi aberto e foi executado o script
do MAPBIOMAS. Após selecionar a área do estado de Goiás, os anos de uso do solo
foram exportados para o Google Drive, sendo eles 1988, 1998, 2008 e 2018. Eles foram
reprojetados para o sistema de coordenadas SIRGAS 2000 e projeção UTM na Zona 22S.
Em seguida, foi realizado um recorte da área desejada com um buffer de 5 km.

A delimitação de um raio de 5km como buffer foi devido a análise do entorno da região,
uma vez que as propriedades que são limítrofes com o território não passam de 5 km.
Logo, esta região abrange toda a área de influência responsável em afetar diretamente o
território quilombola Porto Leocádio.

Após o recorte da área, o raster foi vetorizado para melhor tratamento dos dados. Após a
vetorização, houve a necessidade de classificação de sua simbologia. Então utilizou-se o
código de legenda para os valores de pixel na Coleção 4 do MapBiomas, onde foi
preenchido os códigos e sua respectiva classificação. A Figura 2 apresenta o fluxograma
de atividades de geoprocessamento.
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Figura 2 - Fluxograma da metodologia de geoprocessamento

Após essa etapa, foi adicionado no software a planilha com os códigos de cada uso do
solo. Esta planilha foi unida com o shapefile de uso do solo para realizar o cálculo das
áreas e evidenciar cada tipo. Para classificação visual e melhor definição, foi definida
uma cor para de acordo com as atuais cores do Projeto MapBiomas para cada tipo de uso
do solo.

A nomenclatura e legenda dos mapas estão de acordo com a mesma nomenclatura do


Projeto MapBiomas, esta decisão foi tomada para não alterar as áreas do uso do solo
delimitadas pelo projeto.

RESULTADOS E DISCUSSÃO
Em relação aos dados obtidos, nota-se que no ano de 1988 a região de estudo não registrou
áreas de plantio, mantendo o predomínio de pastagem, com 54,55% do total da área,
acompanhado de formações vegetais naturais (formação florestal, formação savânica e
formação campestre), que juntas somavam 45,45% de toda a área de estudo.
Em 1998, a área de pastagem ainda era predominante, com formações naturais (formações
florestais, savânicas e campestres) representando o restante da área de estudo.
Nos dados referentes ao ano de 2008, a pastagem era predominante, com mais de 50% do
total da área ocupada e com a classe cultura anual e perene aparecendo nos dados pela
primeira vez, ocupando 17,10 % da área de estudo.
Dez anos depois, em 2018, último ano de análise, as áreas de cultura semiperene era a
categoria com a maior porcentagem, com 40,48%, enquanto as áreas de cultura anual e
perene haviam sido reduzidas para 0,79%. De um modo geral, as áreas de vegetação
natural sofreram redução entre o ano de 1988 e 2018, apresentando queda acentuada nos
anos de 1998 e 2008, voltando a aumentar o percentual geral no último ano da análise
(2018), acumulando a soma de 31,72%.
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Pastagem, Cultura Anual Perene e Semiperene


Nos anos das análises, a pastagem se manteve entre as classes com maior
porcentagem de uso do solo. As áreas de pastagem eram predominantes (54,55% do total)
em 1988, saltando para 69,48% em 1998, segundo ano de análise. Em 2008, porém, a
pastagem foi reduzida para 53,40%, enquanto houve o surgimento de novas áreas,
classificadas como cultura anual e perene, que somaram 17,10%. Em 2018, último ano
da análise, a Pastagem representou a segunda classe de ocupação da área de estudo, com
26,91%, cedendo espaço para a cultura semiperene, que somou 40,48% da área de estudo.
Formação Florestal, Formação Savânica e Formação Campestre
A vegetação natural na área de estudo incluiu três classes: formação florestal,
formação savânica e formação campestre. Em geral, sofreram redução ao longo do
período de análise. Estas representaram juntas o equivalente a 45,45% em 1988, sendo
reduzidas para 30,52% em 1998 e 29,47% em 2008. Após este período de redução da área
total, em 2018 houve o acúmulo de 31,72% das áreas de vegetação natural. Quando
somadas, as formações naturais em 2018 representam a segunda classe de uso e ocupação
do solo, atrás apenas daquelas classificadas como cultura semiperene. A formação
florestal, no entanto, em 1988 somava 13,44% e em 1998 foi reduzida para 10,87%,
representando uma redução de 2,57%. Dez anos depois, nota-se um aumento pouco
significativo, passando para 11% em 2008, e finalmente, 12,55% em 2018, no último ano
de análise.
Quando observados os mapas, especialmente o uso do solo em 2018, a vegetação
natural na área de estudo corresponde aos locais mais próximos dos cursos d’água
(córrego do Leocádio; córrego do Garrido; córrego da Estiva e ribeirão do Poção, além
do Rio das Almas). Enquanto isso, as demais áreas foram ocupadas por pastagens e
cultura semiperene. Em contrapartida, no mapa de uso do solo do ano de 1988, pode-se
notar, conforme Tabelas 1 e 2, que a pastagem predominava na área, porém especialmente
a formação savânica ocupava grandes espaços, juntamente com a classe formação
florestal, mais distribuída em torno dos leitos dos cursos d’água. A modificação da
cobertura e uso do solo levou em conta os modos de produção da comunidade, ao longo
do tempo.
Na quantificação das classes de uso e cobertura do solo da Comunidade
Quilombola Porto Leocádio para os anos de 1988, 1998, 2008 e 2018 observou-se que a
classe rio lago e oceano apresentou a menor classificação, seguida da classe formação
campestre e formação florestal. Quanto as classes Pastagens e Formações Savânica, estas
ocupavam a maior área para ambos os períodos respectivamente. Em 2008 observa-se a
presença de uma nova classe, a cultura anual perene com representatividade de 17,10%
da área total da comunidade, enquanto em 2018, nota-se uma queda no percentual da área
ocupada para esse tipo de classe. Ainda em 2018, outra nova classe ganha destaque como
a cultura semiperene, com representatividade de 40,48% de área da Comunidade
Quilombola Porto Leocádio. A Tabela 1 apresenta a distribuição de classes de uso e
cobertura do solo da região em estudo por área/ano em hectares, a Tabela 2 apresenta esta
relação em percentual e a Figura 3 apresenta a relação gráfica.
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Tabela 1 - Classes de uso e cobertura do solo e suas respectivas áreas (ha) nos anos de 1988,
1998, 2008 e 2018.

Área 1988 Área 1998 Área 2008 Área 2018


Classes de uso e cobertura do solo
(ha) (ha) (ha) (ha)
Formação Florestal 212,02 171,53 173,63 197,95
Formação Savânica 477,70 291,62 274,30 288,70
Formação Campestre 27,39 18,33 17,07 13,87
Pastagem 860,69 1096,34 842,57 424,54
Rio Lago e Oceano 0,07 0,07 0,54 1,14
Cultura Anual e Perene - - 269,78 12,47
Cultura Semiperene - - - 638,78
Outra área Não Vegetada - - - 0,44

Tabela 2 - Classes de uso e cobertura do solo e suas respectivas áreas (%) nos anos de 1988,
1998, 2008 e 2018.

Área 1988 Área 1998 Área 2008 Área 2018


Classes de uso e cobertura do solo
(%) (%) (%) (%)
Formação Florestal 13,44 10,87 11,00 12,55
Formação Savânica 30,27 18,48 17,38 18,30
Formação Campestre 1,74 1,16 1,08 0,88
Pastagem 54,55 69,48 53,40 26,91
Rio Lago e Oceano - - 0,03 0,07
Cultura Anual e Perene - - 17,10 0,79
Cultura Semiperene - - - 40,48
Outra área Não Vegetada - - - 0,03

100%
90%
80%
70%
60%
50%
40%
30%
20%
10%
0%
1988 1998 2008 2018

Formação Florestal Formação Savânica Formação Campestre


Pastagem Rio Lago e Oceano Cultura Anual e Perene
Cultura Semi Perene Outra área Não Vegetada

Figura 3 – Representação da variação temporal das diversas classes de uso e ocupação na


região de estudo no período de 1998 a 2018.

Observa-se as a partir da análise dos dados (Figuras 4 e 5) as mudanças ocorridas


nas classes de formação florestal, formação savânica e formação campestre. Para estas
classes a soma das perdas em áreas entre os anos de 1988 e 1998 representaram um total
de 235,66 há, ou seja, 21,49% de área. Nota-se com isso (Figura 5) que essa perda
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equivale ao aumento registrado na classe de pastagem em 1998, onde a mesma registrou


um acréscimo de 21,49% em sua área.

Figura 4 - Classes de uso e ocupação do Solo na Comunidade Quilombola no ano de 1988.


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Figura 5 - Classes de uso e ocupação do Solo na Comunidade Quilombola no ano de 1998.

De 1998 para 2008 percebe-se na Tabela 1 que a classe formação savânica


apresentou uma redução de mais de 17 ha. Antes essa formação representava 18,48% da
área de estudo. Essa redução representou 1,10% de perda de área entre os anos analisados
(1998 e 2008). Outra classe que apresentou uma redução significativa em sua área entre
os anos de 1998 e 2008 diz respeito a pastagem, que obteve uma redução de 253,77 ha
entre os anos analisados (1998 e 2008). Em contrapartida foi mapeado em 2008 uma nova
classe, a cultura anual perene, que representou um total 17,10% de área nesse mesmo ano.
Observa-se que mais de 90% da área perdida de pastagem em 1998 cedeu lugar a esta
nova classe cultura anual perene (Figura 6). Ainda nesse mesmo ano 2008 observa-se
também um aumento de 1,25 ha na classe formação campestre, onde antes essa pequena
área era representada por pastagem (Figura 6).
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Figura 6 - Classes de uso e ocupação do Solo na Comunidade Quilombola no ano de 2008.

Ainda de acordo com a Figura 6, constata-se um aumento da classe rio lago e


oceano observada na parte inferior do mapa, esse aumento é devido a um novo
represamento do afluente do Córrego Estiva. Na Figura 4 observa-se o mapeamento de
uma nova classe, semiperene. Com o surgimento dessa nova cultura, nota-se uma
diminuição maior que 26% entre os anos de 2008 e 2018 da classe de pastagem. No ano
de 2008 esta classe pastagem representava mais da metade da formação total da área,
tendo esse valor reduzido para quase ¼ em 2018 dando espaço para a cultura semiperene.
Nas análises das Figuras 6 e 7 observa-se que boa parte da cultura semiperene é
formada pelo que em 2008 representava a cultura anual perene. Essa afirmação pode ser
percebida na porção superior e central da área de estudo. Relacionando as Tabelas 1 e 2
com as classificações de 2008 e 2018 (Figura 6 e 7), percebe-se um aumento de mais de
50% na classe rio lago e oceano, o que é o resultado de identificação de um novo
represamento na parte superior da área de estudo.
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Figura 7 - Classes de uso e ocupação do Solo na Comunidade Quilombola no ano de 2018.

CONCLUSÃO
O presente estudo mostrou a importante contribuição da utilização de técnicas de
geoprocessamento utilizando o MapBiomas para a classificação de uso e ocupação do
solo na Comunidade Quilombola de Porto Leocádio. Os resultados apresentados quanto
as classes de uso e ocupação do solo nesta Comunidade entre os anos de 1988 e 2018
evidenciam as transformações ocorridas em suas respectivas áreas.
BRASIL (2016) transcreve a percepção da comunidade quilombola de Porto Leocádio na
alteração do modo de uso da terra e ocupação de seu território, o qual relata adaptações
do plantio de acordo com a disponibilidade de insumos, identifica o recente avanço da
monocultura sobre suas terras e a preocupação com a sustentabilidade do seu território.
Neste sentido, a identificação da alteração temporal das classes de uso da terra com o uso
da geotecnologia revela-se estratégico ao apontar as modificações ocorridas e contribuir
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para a gestão territorial desta região, assim como o acompanhamento do uso sustentável
dos recursos naturais, garantindo a melhoria na qualidade de vida da comunidade.

REFERÊNCIAS

BARBOSA, I. S.; ANDRADE, L. A.; ALMEIDA, J. A. P. Evolução da cobertura


vegetal e uso agrícola do solo no município de Lagoa Seca, PB. Revista brasileira de
engenharia agrícola ambiental [online]. 2009, vol.13, n.5, pp.615-622. ISSN 1807-
1929. https://doi.org/10.1590/S1415-43662009000500015.
BRASIL. Tradições da terra: memórias, sonhos e desafios das comunidades
quilombolas do cerrado goiano. 2016. Ebook. Editora IFG. Instituto Federal de
Educação, Ciência e Tecnologia de Goiás.
BRASIL. INCRA. Edital N° 209/ 2018. Reconhecimento do Território Quilombola de
Porto Leocádio. Sessão 3 de 25/06/2018. Diário Oficial da União, Brasília, DF, 25
jun. 2018.
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FARIAS, J.L.N.; OLIVEIRA, M. F.; PEREIRA, J. B. Dinâmicas de uso e cobertura
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FUJACO, M. A. G.; LEITE, M. G. P.; MESSIAS, M. C. T. B. Análise multitemporal
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ASSUNÇÃO-FILHO, J. K. M.; JUSTINO, L. G.; MELO-FILHO, L. P.; NETO, M. L.
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NASCIMENTO, J. E.; FÉ, E. G. M.; Viana, L. J. M.; GOMES, J, M. A.; Análise
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Pardo, Minas Gerais. Planaltina, DF: Embrapa Cerrados, 2009. 31p.-(Boletim de


pesquisa e desenvolvimento \ Embrapa Cerrados, ISSN 1679-918X, ISSN online 2176-
509X; 236).

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