Fonetica Articulatoria e Aparelho Fonador
Fonetica Articulatoria e Aparelho Fonador
Fonetica Articulatoria e Aparelho Fonador
de Biasi” | 2022
Fonética Articulatória
Figura 2. Esquema detalhado dos órgãos articulatórios ativos e passivos do aparelho fonador humano.
Fonética Portuguesa – T.S.C. - Prof.: María Jesús García – Instituto Sup. “Prof. Carmelo H. de Biasi” | 2022
Os sons do PB e de grande parte das línguas naturais são produzidos com fluxo
de ar egressivo, ou seja, nós emitimos os sons do português quando o ar se
dirige para fora dos pulmões. Para que haja a fala, primeiro é preciso que o ar
entre nos pulmões (inspiração). Para que ocorra a inspiração, é necessário
que o volume dos pulmões aumente. Esse aumento de volume faz com
que a pressão do ar dentro dos pulmões diminua, ficando menor do que a
pressão atmosférica, o que permite a entrada do fluxo de ar vindo das cavidades
superiores. O movimento de deslocamento do ar é de regiões de alta pressão
para regiões de baixa pressão. Em seguida, a pressão do ar passa a ser igual à da
pressão atmosférica e o fluxo de ar para. Quando o volume dos pulmões diminui,
na fase de expulsão do ar, há um aumento da pressão de ar dentro dos pulmões.
Assim, a pressão atmosférica torna-se menor do que a pressão pulmonar e o ar
se desloca para fora dos pulmões, ocorrendo a expiração. É nesse momento
que a fala geralmente ocorre. Esse controle da pressão nos pulmões é atingido
pelas crianças entre 6 e 7 meses de idade, quando elas começam os seus
primeiros balbucios.
Na produção da fala, a expiração dura em média de 4 a 20 segundos, sendo
significativamente mais longa do que a inspiração. Na respiração em silêncio, a
fase expiratória é relativamente constante com duração média de cerca de 2
segundos.
Na respiração normal, o ar passa livremente pelas cavidades supralaríngeas.
Na fala, ocorrem resistências ao fluxo de ar vindas das constrições na
laringe (pela vibração das pregas vocais, ver Fig. 3) e nas cavidades acima da
laringe.
Figura 3. Glote e pregas vocais na respiração, na produção de sons vozeados e não-vozeados (PARKER, 2007, p.137).
Fonética Portuguesa – T.S.C. - Prof.: María Jesús García – Instituto Sup. “Prof. Carmelo H. de Biasi” | 2022
Ocorre ainda que, quando falamos, as pregas vocais podem estar aproximadas
(fechadas), bloqueando o ar que sai dos pulmões. Com esse bloqueio, a
pressão abaixo das pregas aumenta, fazendo com que elas se separem. O ar
passa e a pressão diminui, fechando-as novamente. O ar é, então, solto em curtas
lufadas de ar. É o chamado ciclo vibratório (ver Fig. 4). Quando há vibração das
pregas, são produzidos os sons chamados vozeados ou sonoros. As pregas
vocais podem, ainda, estar afastadas parcialmente, com o ar passando sem
restrições pela laringe, produzindo os sons chamados de não-vozeados ou
surdos (ver Fig. 3).
Figura 4. Configuração dos movimentos das pregas vocais em um ciclo vibratório (MATEUS, 1990, p.89)