Midias Sociais para Jornalistas Um Guia para Fazer e Divulgar Jornalismo Nas Novas Mídias by Lafloufa, Jacqueline Ishida, Gabriel Singulano, Marcos (Illustrator)
Midias Sociais para Jornalistas Um Guia para Fazer e Divulgar Jornalismo Nas Novas Mídias by Lafloufa, Jacqueline Ishida, Gabriel Singulano, Marcos (Illustrator)
Midias Sociais para Jornalistas Um Guia para Fazer e Divulgar Jornalismo Nas Novas Mídias by Lafloufa, Jacqueline Ishida, Gabriel Singulano, Marcos (Illustrator)
título original
1a edição / 2015
autores
Gabriel Ishida
Jacqueline Lafloufa
revisão
Fernando Collaço
Marcos Singulano
www.atlasmedialab.com.br
A Atlas Media Lab é uma escola que surgiu como um espaço de discussão
e aprendizado sobre as últimas tendências e os
3
Agradecimentos
Esse livro só se consolidou devido ao incansável incentivo
o projeto Atlas, mas por tudo que sempre fui atrás na vida.
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A velocidade da web
18
Cada rede tem o seu propósito
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Twitter
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Uma ferramenta para o tempo real
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Facebook
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Diferenças entre o público e o privado
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INBOX, menções e grupos de discussão
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Pinterest
39
42
YouTube
44
Ferramentas que podem ser úteis
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HootSuite
47
Tweetdeck
47
Storify
47
Buffer
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Você é o curador da sua rede de informações
49
Organizando Twitter
49
Organizando Facebook
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Tempo real: Twitter > Facebook
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51
índice
Seja profissional
52
Pesque tendências, mas verifique sempre
53
Mini manual de verificação
55
Ética e transparência
60
Não tenha medo de inovar
61
61
Soundcloud
62
63
Sobre os autores
66
Referências / Bibliografia
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7
Pra quê usar mídias sociais?
computadores conectados entre si, mas a internet não é feita apenas por
máquinas, mas principalmente por pessoas detrás de cada um
Essa é a mágica da internet. Ser uma rede que conecta pessoas do mundo
todo.
sesse conversar. Durante a minha adolescência, não era raro eu fazer uma
busca por pessoas online que morassem em determinado país
de língua inglesa e tentar começar um bate papo com elas. Mas isso era
altamente esquisito, tanto para mim, quanto para a pessoa do outro lado,
que dirá para a minha mãe, quando descobria que eu estava falando com
‘estranhos’ na web.
E assim como foi com o Orkut, também acontece com outras mídias, que
ainda estão em alta hoje em dia. Ferramentas como Twitter, Facebook,
Pinterest, LinkedIn, YouTube e Google+ (e seja lá qual for a próxima rede
social a fazer sucesso) fazem com que um dos principais objetivos da
internet possa ser realizado de forma mais simples: conectar pessoas e
compartilhar informações.
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Sua audiência sabe mais do que você
Sim, sua audiência às vezes tem uma experiência válida para contar, ou
presenciou algo que é de extrema relevância para o desenvolvimento do seu
material, ou é amigo de fulano ou de ciclano, que têm informações cruciais
para o fechamento da sua matéria.
Para os jornalistas mais experientes, isso pode soar esquisito, mas hoje em
dia, o jornalismo não é mais o único detentor das notícias.
Com a chegada das mídias sociais, a internet deu à cada usuário o poder de
ser o editor das próprias histórias, de ser o curador da sua própria rede de
amigos. O perfil da rede social preferida do usuário não é mais apenas um
lugar para falar sobre situações familiares ou como foi o seu dia. As redes
sociais têm cada vez mais se tornado ‘redes de interesses’, onde cada um
destaca aquilo que lhe atrai mais, estabelece discussões ou promove
conteúdos de acordo com o seu
10
próprio ‘viés editorial pessoal’.
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Esse poder de publicação dá uma nova voz à gente que nunca seria ouvida,
se dependesse do viés e dos interesses das mídias dominantes. Isso tem
desdobramentos interessantíssimos, como é o caso do surgimento do Voz da
Comunidade, uma publicação focada nas ativi-dades e novidades do
Complexo do Alemão, no Rio de Janeiro.
Esse tipo de informação que a sua (no momento) audiência tem a oferecer
pode ser importante ou relevante para alguma pauta que você esteja
trabalhando, e vale ficar atento: a sua audiência pode também ser fonte,
pode ser seu produtor disfarçado de leitor, pode ser a sua conexão com uma
grande história.
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O ‘furo’ involuntário
Ainda que as pessoas encarem as redes sociais como um local para falar do
que gostam e de assuntos que lhes interessem, é inegável que ainda existe o
mundo umbigocêntrico de quem fala. Sem uma
Sohaib Athar, por exemplo, não sabia que seu ‘dia a dia’ poderia ganhar os
holofotes do mundo todo em questão de poucas horas.
Morador de Abbottabad, no Paquistão, ele casualmente tuitou uma
sequência de mensagens no dia 1º de maio de 2011 comentando um
13
14
Esse tipo de situação não ocorreu apenas com a captura de Bin Laden. A
morte de Whitney Houston, em 2012, também foi divulgada
15
Hoje, já não é preciso batalhar tanto assim por esse espaço, porque cada
personalidade e celebridade acabou ganhando da internet o seu próprio
espaço para publicar o que quiser sobre si mesmo, e sobre o que acha do
mundo.
Políticos, acadêmicos, jornalistas, celebridades e personalidades podem
divulgar o que quiserem, sobre si mesmo ou sobre o que mais acharem que
devem, em páginas do Facebook, perfis do Twitter, murais do Pinterest, ou
publicar fotos no Instagram, se quiserem e quando bem entenderem.
Isso fez com que esses canais se tornassem fontes oficiais e confiá-
Quem antes era uma fonte (às vezes até exclusiva) de um deter-
minado repórter, deixa de lado essa função e passa a ser emissor da própria
notícia, o que alguns jornalistas americanos chamam de
bastante seleto.
espectador/ouvinte.
mudou para sempre na mídia tradicional é que eles não são mais
os únicos que podem ser vistos pela audiência como fontes confi-
áveis”. Isso muda parte do jogo, e é preciso aprender a lidar com essa
novidade.
17
A velocidade da web
Não adianta nada a tartaruga tentar concorrer com a lebre, que uma delas
sempre vai vencer. Os passos da tartaruga podem ser mais con-sistentes e
seguros, mas a agilidade do corpo da lebre sempre vai ultrapassá-la.
Assim também funciona com os diferentes tipos de mídia que temos à nossa
disposição.
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Dessa forma, sua rede (e possívelmente os seus leitores) se tornam a sua
melhor fonte de informações. Às vezes, você terá acesso à informações
antes mesmo de elas se tornarem pautas nos jornais, e isso é algo
valiosíssimo.
20
gens de um para muitos), ele tinha como objetivo avisar as pessoas sobre
acontecimentos do dia a dia dos usuários, que seriam seguidos por amigos e
familiares. A intenção era gerar uma conexão entre as pessoas mesmo que
elas não se falassem ou se ligassem diariamente.
Acontece que a rede achou isso meio chato, e criou um novo propósito para
aquela ferramenta: comentar seus interesses. Para que isso fosse possível,
foram usando jeitos de se referir ou mencionar alguém, usando as arrobas
(@) junto com o nome do usuário com quem queriam conversar, o que veio
a se tornar a atual ‘@mention’. Depois, estabeleceram o uso da ‘#’ como
uma forma de organizar assuntos.
Com o tempo, até o próprio Twitter teve que repensar o seu propósito de
existir, e trocar a mensagem que convidava o usuário a tuitar. Ao invés de
ser uma rede social, o Twitter se posicionou como uma rede de interesses,
baseada em tempo real. A pergunta do início, ao invés de questionar “O que
você está fazendo?” (expressão usada enquanto seu mote ainda era ser uma
rede social) e passou a ser “O que está 21
22
Twitter
Em 2006, o Twitter surgia como um site com um curioso objetivo: ser o
jornal da sua vida pessoal.
A ideia era que, respondendo a essa pergunta, cada perfil pudesse informar
aos seus ‘seguidores’ o que ele estava fazendo, o que poderia facilitar o
contato entre pessoas que estavam distantes geografica-mente, ou manter
amigos e conhecidos a par do que rolava na sua vida.
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Isso criava toda uma nova necessidade de interação dentro dessa rede.
Primeiro, os usuários queriam poder referir-se uns aos outros, como se
estivessem em uma conversa. Surgia então a @, que junto de um
@nomedeusuário, servia para manter conversas usando essa
nova rede. Acredita-se que a primeira @menção foi feita por Robert
Andersen, em novembro de 2006, e demonstrava a necessidade do
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25
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não transformá-lo em uma via, oficializar seu uso e sugerir que outras
pessoas façam o mesmo, não é?
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privadas indesejadas.
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Facebook
Os estudantes que estavam matriculados em Harvard em 2003 foram
impactados com uma curiosa nova forma de se relacionarem: ava-liando a
beleza de cada uma das carinhas que apareciam na tela, em uma rede social
chamada “Facemash”. A ideia era usar as fotografias que apareciam online
para identificar os alunos e oferecer um sistema de classificação para os
mais bonitos, conhecido como ‘hot or not?’. Como Harvard não tinha um
diretório de alunos, a única forma encontrada por Mark Zuckerberg, criador
do Facemash, de conseguir acesso a essas fotos foi hackear o sistema da
universidade.
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Não demorou muito para que o Facebook recebesse a ajuda de in-
32
Isso deu ao Facebook esse caráter bem pessoal, e mais reservado.
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luxo de manterem suas vidas tão privadas assim, ou que tem como negócio
exatamente a publicidade de seus estilos de vida. No finzinho de 2007, o
Facebook começou a permitir que empresas e negócios
pudessem ter sua própria ‘página’ dentro da rede social, com uma forma de
se relacionarem com essa população virtual do site.
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daquele grupo.
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Pinterest
Facebook e Twitter já estavam por aí quando o Pinterest chegou. Des-
pretenciosamente imitando um mural de avisos das escolas, o serviço surgiu
em março de 2010 e queria apenas ajudar as pessoas a cole-cionarem
referências usando como principal critério a organização de forma visual.
Cada usuário ganha a chance de criar quantos murais (boards) quiser, e tem
também a chance de seguir murais alheios, para acompanhar as novidades.
O mais comum é que os murais sejam temáticos, e eles costumam destacar
uma imagem de referência da página que vai ser guardada com esse link.
Isso deu ao Pinterest uma ‘vibe’ mais imagética, servindo como um ótimo
‘caderninho de referências’ para diversos assuntos em que o visual é o
grande destaque: maquiagens, cortes de cabelo, cuidados com as unhas,
roupas, decoração de casas, projetos de faça você mesmo e referências de
design.
Ao conviver por um período com a rede social, que acabou se tornando uma
ferramenta de busca visual, é perceptível que o ‘timing’ da in-39
formação não é o mais importante, mas sim a emoção que ela causa.
Hoje, o Pinterest é considerado uma das redes mais importantes para quem
trabalha com produtos que envolvem a ‘sedução’ de uma imagem - setores
de beleza, moda, decoração e design. Nos EUA, ele já é responsável por
cerca de 7% de todo tráfego de referência (aqueles em que a pessoa que viu
algo no Pinterest, clicou para ir até o site original que estava anexado ao
‘pin’), o que ajuda bastante a venda online em lojas de ecommerce, por
exemplo.
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Isso, contudo, não inibe outros interessantes usos da rede social. Um uso
curioso que encontrei foi de um jornal, que decidiu criar um mural dos
‘procurados pela justiça’ - cada um dos ‘pins’ destacava a foto do
criminoso, acompanhando as informações sobre ele e sobre o motivo pelo
qual ele ou ela estavam sendo procurados pela polícia.
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LinkedIn
A gente reluta em admitir, mas uma parte do trabalho de um jornalista é o
de xeretar a vida das pessoas, o que elas falam, o que lêem, o que fazem e o
que gostariam de saber.
Isto posto, o LinkedIn é uma das redes sociais que melhor pode ajudar na
hora de encontrar um especialista, ou um personagem profissional ou
corporativo. Com o posicionamento de ‘rede social profissional’, o
LinkedIn conseguiu angariar dos seus usuários uma vontade de
‘to stalk’, perseguir, espreitar), é bastante útil pois permite buscar por
profissionais que estudaram em uma determinada faculdade e segui-ram tal
tipo de carreira, ou delimitar os profissionais por área, o que é
especialmente interessante se for necessário deslocar uma equipe de
gravação para entrevistá-lo, por exemplo.
Por ser uma rede profissional, o LinkedIn tem alguns mecanismos para
evitar o envio de spam. Através da ferramenta de conexão, é possível deixar
uma mensagem explicando quem você é, e o que deseja ao contatar aquela
pessoa. É preciso, contudo, ter alguma rela-
Caso você não tenha nenhuma dessas informações, a dica é procurar por ela
em outras redes, como o Twitter ou Facebook, ou até mesmo tentar obter
seu email profissional, para então iniciar um contato.
(seja sincero se foi através de uma busca nas redes sociais, mas se houver
uma recomendação de outra pessoa, não deixe de citá-la) e de ser
transparente com o que você realmente precisa - seja fazer uma entrevista,
conversar com ela sobre um assunto em específico ou obter alguma
consultoria.
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YouTube
A ideia tida em um jantar entre amigos acabou se transformando em uma
das grandes revelações do Vale do Silício. Steve Chen, Chad Hur-ley e
Jawed Karim, todos ex-funcionários da PayPal, lançaram em fevereiro de
2005 o YouTube, um site especializado no compartilha-mento de vídeos
online.
Cada usuário tem o seu perfil, pode comentar e dar curtidas ou des-curtidas
nos vídeos, assinar canais que gosta, o que transforma aquele local em um
ambiente onde elas consomem e trocam informações entre si.
ciada pelo YouTube, a proporção de jovens que usam seu tempo livre para
publicar vídeos aumenta cada vez mais, e algumas das principais ‘estrelas’
do YouTube são jovens de 20 e poucos anos, que não estão tão distantes
assim do público teen que os acompanha.
- existem os que apenas fazem transmisões de jogos nas suas telas, como é
o caso do Monark e do Venom, que mostram suas telas do
Isso pode parecer irritante, mas antes de tudo é uma evidência de uma
audiência fiel, que está acompanhando de perto o seu trabalho.
Um exemplo interessante de formatos de vídeos relativamente fáceis de
serem produzidos é o utilizado pela Vice News para reportar algumas das
notícias do dia. São utilizados clipes de vídeo sequenciais sobre o mesmo
assunto, com uma narração jornalista que perpassa todas as imagens.
https://www.youtube.com/watch?v=7DhNQh8Caj4
Além de poder ser utilizado como uma forma de conquistar uma au-diência
fiel, o YouTube também é uma forma de ajudar a montar uma cobertura
multimídia, que mescla texto e vídeo. Em uma entrevista, por exemplo, a
íntegra pode ser publicada em texto, enquanto que um trechinho de cerca de
2 ou 3 minutos pode ser destacado em meio à matéria, como um ‘teaser’
para o conteúdo completo. Esse tipo de conteúdo audiovisual costuma
chamar mais a atenção, e seu modelo mais ‘compacto’ ajuda o
webspectador a não ir embora - enquanto um texto parece ser muito longo,
envolvendo diversas ‘rolagens’ de página, um vídeo tem tempo definido e
pré-determinado, o que parece ajudar o webspectador a clicar e assistir. Se
ele se interessar, pode aprofundar o conhecimento sobre o assunto
46
sociais pode ser bastante facilitado com o uso de algumas ferramentas extra.
Elas auxiliam a mostrar as atualizações em uma mesma tela, notificar sobre
mudanças ou até mesmo agendar ou enfileirar as postagens.
uma coluna só para menções à sua conta, por exemplo, para interagir com
aqueles que o mencionarem ou responderem.
O Hootsuite funciona com diversas redes sociais, desde Twitter, Facebook
e LinkedIn, e permite a organização em colunas como a do Tweetdeck,
porém espalhadas por diversas abas. É especialmente interessante para
quem precisa lidar com mais de uma marca/publica-
O Storify é uma ferramenta bem útil para quem usa as redes sociais para
contar histórias. Como o fluxo das redes sociais funciona com cronologia
reversa - da atualização mais recente para a mais antiga - muitas vezes é
preciso reordenar as postagens em ordem cronológica, para que elas façam
mais sentido. O Storify permite unir postagens de diversas redes em um
único fluxo, facilitando na hora de contar histórias surgidas das redes.
47
48
de informações
Uma das coisas que é preciso ter em mente ao usar as redes sociais é que a
curadoria é um processo particular, individual e muito próprio.
Cada um faz do seu jeito, organiza da forma que lhe parece melhor e adapta
de acordo com as suas necessidades.
Por isso, é quase uma gafe dizer que “tal rede social está muito cha-ta” -
ora, veja bem, mas quem mesmo que é o responsável pela curadoria que vê
por ali? Você mesmo! Portanto, antes de reclamar da rede, vale a pena dar
aquele unfollow maroto em quem anda meio
desnecessário na sua timeline, e buscar novas referências de perfis bacanas
para acompanhar.
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50
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Seja profissional
Não é tarefa fácil separar as personas de profissional de comuni-cação e de
vida pessoal. Como bem me disse Rosana Hermann em
“Eu não deixo de ser jornalista enquanto viajo, e não deixo de ser eu mesma
quando trabalho”, resumiu ela na época, e a situação é super verdadeira. No
entanto, isso faz com que algumas medidas básicas precisem ser tomadas
nas suas interações digitais em geral.
de vergonha, manda ver, pode publicar. Caso contrário, é bom rever a ideia,
escrevê-la de outra forma ou até evitar a publicação.
Em caso de mancada pública, quando você postar alguma coisa que por
ventura vier a se arrepender, use a transparência como sua melhor arma:
peça desculpas, se explique minimamente, faça o possível para corrigir o
deslize e siga em frente.
Na internet, cada vez mais estamos cientes de que somos pessoas, e não
robôs. Pessoas cometem erros, falham, mesclam acertos e erros e vão
aprendendo com isso. Não tente transparecer online uma onis-ciência, uma
certeza de que sabe de tudo ou um ar de superioridade.
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Pesque tendências, mas verifique sempre
Existem coisas novas que todo jornalista precisa lidar ao entender como
funciona o jornalismo digital. Os princípios básicos, contudo, continuam os
mesmos: o direito das pessoas de retificar informação; o dever do jornalista
para com uma realidade objetiva; a responsabilidade social e integridade do
profissional; o acesso e participação do público ao material; o respeito à
privacidade e à dignidade humana; o respeito ao interesse público, aos
valores universais e à diversidade de culturas; o compromisso com a
eliminação da guerra e de outros males que afetem a humanidade; e a
promoção de uma nova ordem
Nem sempre o material que circula na rede é confiável, e por vezes ele é
construído para ludibriar ou iludir o receptor da mensagem.
Antes, quem publicava uma matéria poderia ficar mal falado por um
segmento dos leitores, mas isso raramente passava dessa pequena escala.
Hoje, o leitor é muito mais ativo, e costuma procurar online locais onde
possa contatar o jornalista responsável pelo material e pedir mais
explicações, ou compartilhar sua indignação com outros leitores, causando
uma movimentação virtual.
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•Seja cético caso alguma coisa pareça muito boa para ser verdade;
56
ção do que foi conversado, seja ela feita pelo jornalista ou obtida por ele
através de suas fontes.
Outro jeito interessante de lidar com pedaços de notícias que ainda não
foram confirmadas é o uso das ‘histórias em desenvolvimento’, ou da
especificação de que, até o momento, aquela informação é apenas um
rumor. Isso tem se tornado muito comum na internet, ainda que alguns
jornalistas insistam em dizer que ‘um rumor não é uma informação’. Grosso
modo, ela realmente não é. Mas não podemos
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Dessa forma, dar ‘um pedaço’ da notícia, contextualizando que mais
informações serão obtidas em breve, é melhor do que deixar o leitor alheio
até o momento onde todas as informações terão sido obtidas.
Nos perfis verificados pelas próprias redes sociais, um ‘v’ azulzinho alerta
para o fato do perfil já ter sido checado.
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Ética e transparência
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Uma das principais lições sobre lidar com mídias sociais é que elas se
alteram com uma velocidade incrível. A rede que hoje é um sucesso pode
ser o fracasso de amanhã. O Orkut, por exemplo, foi a principal rede social
brasileira por anos, até que foi aposentado, em 2014, por ter se tornado
obsoleto.
perdem relevância.
Assim, depois de gravada, a entrevista por áudio pode ser divulgada por
essa ferramenta. Muitos jornalistas de rádio têm utilizado o SoundCloud
para divulgar o material que eles produziram para ser ouvido sob demanda,
quando o ouvinte quiser, e não apenas na grade de programação da rádio.
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Mensure resultados e adapte
Um ponto muito importante para seu conteúdo é coletar e mensurar
feedbacks dos usuários sobre seu trabalho. Você deve fazer isso para que
entenda quais tipos de conteúdo e curadoria possuem maior aderência com
seu público.
Métricas
Dica 1: geralmente, um post que tem muitos cliques não possui bom
engajamento. Isso ocorre porque a pessoa clica no link e vai para outro site,
não voltando para dar seu like, share ou comentário. Sendo assim, não olhe
apenas para o engajamento: olhe cliques também
quando necessário.
Análise qualitativa
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Exemplo de nuvem de termos
Dica 1: alto volume de comentários não significa que seu conteúdo está
bombando. Na realidade, pode até ser um traço ruim: e se tiver muitos
comentários negativos no conteúdo? Se você lida com um volume grande
de comentários, apelar para a nuvem de termos é a melhor forma para olhar
o cenário macro.
Dica 2: olhar os comentários que possuem mais likes (curtidas) é uma boa
forma de entender que aquela opinião é endossada por muitas pessoas.
Assim, na hora de ponderar o valor dos comentários, consi-dere
prioritariamente as que mais possuem likes.
65
Sobre os autores
Jacqueline Lafloufa
jornalista de tecnologia desde 2009,
em mensuração de resultados e
Midializado.
66
Referências / Bibliografia
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NEWMAN, Nic. “The Rise of Social Media and its Impact on Mainstream
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78d47ab76cdc/datastreams/ATTACHMENT01
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ter_Journalism_as_a_New_Age_Crowd_News_Disseminator_in_In-
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Kalorth
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http://gigaom.com/2012/02/29/if-you-think-twitter-doesnt-break-
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http://stevebuttry.wordpress.com/2012/08/06/advice-and-exam-
ples-on-how-and-what-journalists-should-tweet/
http://qz.com/135149/the-first-ever-hashtag-reply-and-retweet-as-
-twitter-users-invented-them/
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http://recode.net/2014/02/24/kids-may-be-leaving-facebook-but-
-they-love-youtube/
http://www.kcnn.org/socialmedia/measuring_social_media_effecti-
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sey-201104
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rr_0911facebook.html
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etica-profissional-no-jornalismo/
YouPIX. 2013.
http://youpix.virgula.uol.com.br/top10/saiba-quais-sao-os-25-canais-mais-
relevantes-do-youtube-brasileiro/
http://www.bluebus.com.br/capas-da-folha-antes-e-depois-do-con-
fronto-em-sp-agora-materias-sao-anti-pm/
69
70