Mar Português
Mar Português
Mar Português
. Nível semântico
Apóstrofe e personificação do «mar», tratado na 2.ª pessoa e responsável por todo o
drama e sofrimento, mas também proporcionador da glória.
Metáfora e hipérbole: «Ó mar salgado, quanto do teu sal / São lágrimas de Portugal»,
uma síntese das desgraças que o mar causou.
Interrogação «Valeu a pena?»: chama a atenção para as contrapartidas que o destino
reserva aos navegadores e inicia o balanço ou a reflexão sobre a utilidade dos
sacrifícios.
Resumo:
Este poema salienta os sacrifícios por que os portugueses passaram para se obter a
glória. Ou seja, é referido o perigo, o sofrimento, a dor e as vidas perdidas que são
fundamentais para se alcançar os objetivos: “São Lágrimas de Portugal” (dor). Neste
caso, o objetivo dos Portugueses era a conquista do mar: “Para que fosses nosso, ó
mar!”
O poema encontra-se dividido em duas partes: na primeira estrofe são evidenciados os
aspetos negativos dos Descobrimentos (“choraram”, “rezaram”); a segunda estrofe
compreende os aspetos positivos desta conquista: “valeu a pena?” (esta é uma
pergunta retórica, mas, de seguida, Pessoa dá-nos a sua resposta: “Tudo vale a pena”).
A conquista do mar foi positiva, apesar de todo o sofrimento causado, porque as
ambições e expectativas do povo português eram muito elevadas: “Se a alma não é
pequena/ Quem quer passar além do Bojador/Tem que passar além da dor.”
“Deus ao mar o perigo e o abismo deu, / Mas nele é que espelhou o céu. “Nestes
últimos dois versos concretiza-se a descrição antitética do mar (antítese). Os vocábulos
“perigo” e “abismo” referem-se à dimensão negativa do mar, contrapondo com a
imagem positiva “espelhou o céu”, sendo o mar esplêndido e divino (criado por Deus)
Importância do Herói:
O herói deste poema é o Povo Português, pois sem o seu esforço, nada teria sido
possível. Foi graças à sua bravura e coragem que Portugal conseguiu triunfar na época
dos descobrimentos.