Manual de Emergências Clínicas - CRT APH 2022

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2019

Curso de Atendimento Pré-hospitalar – Nível Suporte Básico de Vida


Triênio
2022

Manual do
Participante

Manual de
Emergências
Clínicas

Módulo I
Atendimento Pré-hospitalar
Manual de Atendimento Pré-hospitalar Edição 2016 Página 1
Atendimento Pré-hospitalar – Nível Suporte Básico de Vida

ÍNDICE

Nº LIÇÕES Pg
1 Introdução 3
2 O Serviço de Emergências Médicas 9
3 Anatomia e Fisiologia Humana 29
4 Primeiros Socorros para Leigos 71
5 Segurança na Cena de Emergência 95
6 Biossegurança 103
7 Emergências Médicas I - Cardiovasculares e Neurológicas 125
8 Emergências Médicas II – Respiratórias 134
9 Emergências Médicas III – Metabólicas 138
10 Distúrbio de Comportamento 146
11 Atendimento a Vítimas com Deficiência Física e Necessidades 157
Especiais
12 Oxigenioterapia 166
13 Avaliação de Vítimas: Análise Primária 189
14 Avaliação de Vítimas: Análise Secundária 211
15 Ressuscitação Cardiopulmonar 230
16 DEA Módulo I 267
17 DEA Módulo II 306
18 Parto 327

Centro de Referência e Treinamento em APH Edição 2019 Página 1


Curso de Atendimento Pré-hospitalar – Nível Suporte Básico de Vida

Lição 01

INTRODUÇÃO

OBJETIVOS:
Proporcionar aos participantes conhecimentos que os capacitem a:
1. Identificar os Professores, Coordenadores e Participantes do Curso;
2. identificar a Finalidade, Objetivos de Desempenho e Objetivos de Capacitação do Curso;
3. Identificar o Método de Capacitação;
4. Identificar os materiais didáticos do curso;
5. Identificar a forma de avaliação da aprendizagem e os aspectos relacionados á aprovação,
reprovação e desligamentos;
6. Identificar os apsectos gerais do processo de ensino aprendizagem do Curso de
Atendimento Pré-hospitalar.

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Curso de Atendimento Pré-hospitalar – Nível Suporte Básico de Vida

1. FINALIDADE DO CURSO

Proporcionar aos participantes, conhecimentos e habilidades necessárias para o atendimento pré-


hospitalar de vítimas de traumas ou emergências médicas de origem clínica, estabilizando sua condição no
que for possível, de acordo com os procedimentos previstos neste Manual e no Manual de Padrões de
Assistência Pré-hospitalar, nos manuais de referência de Atendimento Pré-hospitalar, em procedimentos
validados pela Direção do Serviço de Emergência Médica local, dentro dos limites legais previstos para seu
nível de atuação, e transportá-la de forma segura e adequada para receber assistência médica hospitalar
definitiva.

2. OBJETIVOS DE DESEMPENHO E DE CAPACITAÇÃO


Durante o curso os participantes desenvolverão atividades teóricas e práticas que os capacitarão a
desenvolver as seguintes ações durante um atendimento de emergência:
2.1. Aplicar conceitos de segurança pessoal, biossegurança, segurança da cena de emergência e
solicitação de apoios adequados para a resolução do problema;
2.2. Atender pessoas com base nos aspectos éticos e legais que norteiam o atendimento de
emergência pré ;
2.3. Aplicar conceitos de atendimento pré-hospitalar para emergências clínicas e traumáticas com
excelência técnica;
2.4. Avaliar uma vítima e transmitir informações para a Central de Comunicação ou Regulação
Médica;
2.5. Transferir informações sobre as condições da vítima no hospital de destino;
2.6. Interagir com ética, técnica e legalidade com outras equipes / entidades de atendimento a
emergência em benefício do paciente respeitando os limites legais de competência operacional
no local de ocorrência;
2.7. Efetuar os registros e relatórios correspondentes à ocorrência atendida.

Durante o curso o participante será avaliado pelo grupo de instrutores. Deverá cumprir, nas avaliações
individuais e coletivas todos os objetivos pertinentes a cada uma das Lições que compõem este Manual.

3. DURAÇÃO DO CURSO
260 (duzentos e sessenta) horas-aulas.

4. QUADRO DA SEMANA LETIVA


a) Regime de trabalho:
I) Cada tempo de aula terá a duração de 45 (quarenta e cinco) minutos;
II) O Curso terá o total de semanas letivas equivalentes a 260 horas/aulas.

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Curso de Atendimento Pré-hospitalar – Nível Suporte Básico de Vida

5. DESENVOLVIMENTO DO CURSO

5.1. O currículo proposto é o mínimo indispensável a ser ministrado para atendimento a


ocorrências de Atendimento Pré-hospitalar Nível Suporte Básico de Vida, bem como a
capacitação nas atividades de Salvamento correspondente ao Curso;
5.2. O curso será desenvolvido com 200 (duzentas) horas aulas distribuidas em Módulos de Aulas,
com carga horária diária de pelo menos 04 (quatro) horas-aula, no período de segunda a sexta-
feira, exceto se alterado pela Coordenação do curso ou a pedido da Instituição Contratante.
5.3. O número de ordem das Lições não implica, necessariamente, em seu desenvolvimento
sequencial.

6. MÉTODO
O método de ensino será o de Capacitação para Instrutores (CPI), de acordo com a metodologia
implantada pela OFDA/USAID (Agência Interamericana) que atua na capacitação de socorristas para
Desastres.

7. MATERIAIS DIDÁTICOS
7.1. Acesso mediante senha pessoal ao site do Sistema de Administração de Ensino da CLAFESI
Treinamentos Empresariais com a opção de estudar “on line” ou “Baixar Material Didático”;
7.2. Manual do Participante: será distribuído em Módulos e contem as lições correspondentes ao Curso
de Atendimento Pré-hospitalar Nível Suporte Básico de Vida;
7.3. Manual do PHTLS - Primeira Resposta e Manual do PHTLS – 8º Edição ou mais atualizada:
procedimento operacional referência para o atendimento a vítimas de trauma, excetuando-se as
observações que contradizem os Padrões de Assistência Pré-hospitalar padronizados para o curso
em questão;
7.4. Diretrizes de Ressuscitação Cardiopulmonar da American Heart Association / ILCOR: exceção aos
procedimentos dessa Diretrizes não previstos ou não aceitos pelos principais serviços de
emergências médicas públicos ou privados do Brasil ou que ferem legislações que apoiem o Suporte
Básico de Vida;
7.5. Material de Distribuição: utilizados durante a instrução para exercícios e apontamentos;
7.6. Material de Referência: padrões de assistência pré-hospitalar, manuais de atendimento pré-
hospitalar e livros recomendados pelos Instrutores como complemento ao aprendizado.

8. AVALIAÇÃO DO PROCESSO EDUCACIONAL

8.1. Avaliação da aprendizagem:


8.1.1. O corpo discente será avaliado por meio de Avaliações Imediatas (AI), Verificações Correntes
(VC), Verificação Final (VF), Banca Examinadora (BE) e Exame de Suficiência Técnica Final sob os
aspectos quantitativos e qualitativos expressos em graus que variarão de 0,0 (zero) a 10,0 (dez)

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Curso de Atendimento Pré-hospitalar – Nível Suporte Básico de Vida

inteiros, aproximados a décimos. Os conceitos de aprovação ou reprovação estão estabelecidos


na tabela abaixo:

NOTA CONCEITO
0,0 a 4,9 Insuficiente
5,0 a 6,9 Regular
7,0 a 8,4 Bom (média final mínima para aprovação)
8,5 a 9,5 Muito Bom
9,6 a 10,0 Excepcional
8.1.2. Verificação Imediata (VI): são aquelas que forem aplicadas ao final das Lições denominadas como
"Avaliação Digital" ou, por “outro meio”, para aferir o aproveitamento em ambiente de aula:
8.1.2.1. Serão aplicadas, portanto, Verificações Imediatas (VI), á critério do Instrutor, em qualquer
tempo, em especial ao final de cada Lição, em número ilimitado, sendo que estas avaliações
terão “peso 1”;
8.1.3. Verificações Correntes (VC): são aquelas que forem aplicadas ao final de um grupo de Lições em
datas agendadas previamente, sendo que estas avaliações terão “peso 2”;
8.1.4. Bancas Examinadoras (BE): são aquelas que forem aplicadas ao final de um grupo de Lições em
datas agendadas previamente, executadas em grupo, mas com repercussão individual das notas,
sendo que estas avaliações terão “peso 3”;
8.1.5. Exame de Suficiência Técnica Final (ESTF): são avaliações realizadas por um grupo de docentes e
representante da Entidade Contratante para uma última avaliação geral de todas as matérias do
curso para particiopantes que não obtiveram notas mínimas de aprovações em quaisquer das
matérias do curso, sendo que a nota é TERMINATIVA com o conceito “APROVADO” ou
“REPROVADO”.

9. Quantidade e forma de avaliação:


_______________________________________________________________________________________
_______________________________________________________________________________________
_______________________________________________________________________________________
______________________________________________________________________________________

2.3. Banca Examinadora (BE): são as avaliações práticas, executada em grupo, com atribuição de nota
individual, aplicadas ao final de um grupo de matérias ou ao final do Curso e se relacionam com a 2ª
Verificação Coreente.

2.3.1. Tipos e forma de avaliação:


2.3.1.1. Banca Examinadora de Emergências Clínicas I – Suporte Básico de Vida com Desfibrilador
Externo Automático (DEA);
2.3.1.2. Banca Examinadora de Emergências Clínicas II – Parto;
2.3.1.3. Banca Examinadora de APH Trauma.

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Curso de Atendimento Pré-hospitalar – Nível Suporte Básico de Vida

COMPOSIÇÃO DA MÉDIA FINAL:


_______________________________________________________________________________________
_______________________________________________________________________________________
AVALIAÇÃO DO DOCENTE

O Corpo Docente será avaliado por meio de questionário que será aplicado ao final do Curso e, em
qualquer momento, por meio das Avaliações de Docentes, Sugestões e Comentários, de forma direta ou
indireta.

GENERALIDADES
_______________________________________________________________________________________
_______________________________________________________________________________________
_______________________________________________________________________________________
_______________________________________________________________________________________
_______________________________________________________________________________________
_______________________________________________________________________________________
_______________________________________________________________________________________
_______________________________________________________________________________________
_______________________________________________________________________________________
_______________________________________________________________________________________

ASPECTOS DE ORDEM PRÁTICA

1. Telefone: Não será permitido o uso de telefones celulares ou aparelhos eletrônicos pelo participante
durante as aulas, salvo aqueles autorizados;
2. Será fornecido aos participantes acesso ao material didático padronizado pelo Departamento de
Ensino de APH;
3. Fumar: proibido fumar nas instalações da ESB.

IMPORTANTE
1. Bibliografia, fontes de consulta: indicadas pelo Professor ou Coordenador do Curso.

CONSIDERAÇÕES FINAIS:

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Curso de Atendimento Pré-hospitalar – Nível Suporte Básico de Vida

Lição 02
O SERVIÇO DE APH

OBJETIVOS:
Proporcionar aos participantes conhecimentos que os capacitem a:
1. Definir os elementos que compõem um Serviço de APH do Serviço de Emergência Médica;
2. Dissertar sobre o perfil profissional adequado ao socorrista do Serviço de APH do Serviço
de Emergência Médica;
3. Diferenciar as atividades de Suporte Básico e Avançado de Vida, critérios de acionamento
e competências operacionais;
4. Indicar os requisitos para o acionamento de aeronave e as responsabilidades das equipes
de apoio na cena de emergência;
5. Listar os procedimentos operacionais nas situações relativas ao transporte de vítimas e de
acompanhantes;
6. Determinar a legislação pertinente ao Serviço de APH do Serviço de Emergência Médica;
7. Indicar as ações do socorrista nos casos de: recusa de atendimento, morte evidente,
ocorrências criminais;
8. Estabelecer a conduta adequada nos casos de participação de médicos e enfermeiros e
autoridades não médicas estranhas ao Serviço de APH do Serviço de Emergência Médica.

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Curso de Atendimento Pré-hospitalar – Nível Suporte Básico de Vida

SISTEMA DE ATENDIMENTO DE EMERGÊNCIAS PRÉ-HOSPITALAR

DEFINIÇÃO:
Cadeia de recursos e serviços organizados e sistematizados em uma determinada região, composta de
profissionais oriundos e não oriundos da área de saúde, ligadas a uma Central de Regulação Médica, para
prestar atendimento pré-hospitalar a vítimas, no local onde se iniciou a emergência até a chegada ao
ambiente hospitalar.

ATENDIMENTO PRÉ-HOSPITALAR
DEFINIÇÃO:
É a prestação de atividades de Suporte Básico de Vida (SBV) ou Suporte Avançado de Vida (SAV), por
profissional qualificado e habilitado de acordo com o seu nível de treinamento e a legislação vigente para,
avaliar, identificar e corrigir, no local da ocorrência, os problemas que comprometam a vida de uma vítima
acidentada ou de quem sofra de uma emergência médica, transportando-a com segurança ao recurso
hospitalar.

ESTRUTURA ATUAL DO SERVIÇO DE APHL:


1. Tipos de ocorrências: acidentes de trânsito em geral, agressões por arma branca ou de fogo, quedas,
convulsões, parturiente, entre outros.
2. Modos de acionamento do Serviço de APH do Serviço de Emergência Médica:
___________________________________________________________________________________
____________________________________________________________________________.
3. Central de Regulação: é responsável pelo despacho de viaturas de Atendimento Pré-hospitalar e
UNIDADES DE APH.
3.1. Operador da Central de Regulação:
3.1.1. Recebe chamadas de emergências e despacha a viatura.
3.2. Coordenador da Central de Regulação:
3.3. Responsável pelo despacho e acompanhamento das ocorrências de Atendimento Pré-
hospitalar;
3.4. Recebe informações das equipes de Uidade de Atendimento Pré-hospitalar e Unidade de
Suporte Avançado;
3.5. Fornece orientações;
3.6. Seleciona o hospital de destino da vítima de acordo com a necessidade de atendimento.

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Curso de Atendimento Pré-hospitalar – Nível Suporte Básico de Vida

SUPORTE BÁSICO DE VIDA

Atividade que consiste em procedimentos de atendimento pré-hospitalar básico com a finalidade de


minimizar o sofrimento do acidentado, evitar o agravamento das lesões e/ou manter a vida da vítima até a
chegada do SAV ou a sua entrega no hospital.
Exemplos: reanimação cardiopulmonar, controle de hemorragias, imobilização de fraturas, movimentação
e transporte de vítimas, entre outros.

UNIDADE DE APH (UR)


Viaturas equipadas com materiais necessários ao Suporte Básico de Vida (SBV) e equipamentos mínimos
de salvamento (terrestre, aquático e em alturas) para o atendimento de vítimas de acidentes ou em local
de difícil acesso, e vítimas de emergências médicas. Tripuladas por, no mínimo, 03 (três) Socorristas
capacitados para a atividade de atendimento pré-hospitalar e salvamento, responsáveis pela completa
assistência às vítimas na ausência de Suporte Avançado de Vida no local.

COMPOSIÇÃO DA EQUIPE DE ATENDIMENTO PRÉ-HOSPITALAR


Dependerá da estrutura e recursos humanos existentes da instituição e terá socorristas nas seguintes
funções:
1. LÍDER DA EQUIPE da Equipe de Emergência:
2. Auxiliar de Equipe (se disponível);
3. CONDUTOR SOCORRISTA (CONDUTOR SOCORRISTA).

PERFIL ADEQUADO AO PROFISSIONAL DE APH

A atividade de Atendimento Pré-hospitalar exige a formação e o emprego de profissionais com


capacidade técnica e com perfis físico e psicológico adequados à profissão face às particularidades e
características de tal atividade.

Formação técnica:
I. Concluir com aproveitamento o Curso de Atendimento Pré-hospitalar no nível Suporte Básico de
Vida.

b. Condicionamento físico:
I – A atividade exije preparo para superar o esforço físico decorrente do grande número de ocorrências
diárias atendidas;
II - Atentar para as regras de segurança do trabalho.
Exemplo: utilizar técnicas de postura para levantamento de pesos, etc.

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Curso de Atendimento Pré-hospitalar – Nível Suporte Básico de Vida

c. Boa apresentação pessoal:


I. Própria do policial militar, que traduz organização, disciplina;
II. Uma questão de biossegurança. Utilizar uniformes limpos devido ao risco de contaminação com
doenças infecto-contagiosas através do contato com secreções das vítimas;
III. Risco de levar contaminação para a residência através dos uniformes, os quais devem ser lavados
em separado das roupas da família.

d. Discrição e sigilo:
I. Revelar informações relativas às circunstâncias do acidente, aos ferimentos e à situação clínica da
vítima somente a quem esteja diretamente envolvido no atendimento da emergência (equipes de
APH) ou que dessas informações devam ter conhecimento (médico, familiares, declaração em
juízo).
II. Não fornecer à imprensa dados pessoais ou sobre as condições clínicas da vítima. Limitar-se a
prestar informações jornalísticas.

e. Uso adequado de vocabulário:


I. Evitar conversação imprópria ou que perturbe ou aborreça a vítima e seus acompanhantes;
II. Evitar o uso de gírias e palavras de baixo calão;
III. Utilizar linguagem técnica quando necessário transmitir informações sobre a vítima.

f. Estabilidade emocional:
I. Controlar as emoções durante o atendimento da ocorrência mesmo nas circunstâncias mais
adversas, tais como: morte de crianças, agressões a idosos, calamidades, insultos;
Manter-se neutro aos acontecimentos, preocupando-se em prestar o melhor atendimento às vítimas de
modo a aliviar-lhes o sofrimento

a. Iniciativa:
I. Assumir o controle das situações complexas, tais como: local de múltiplas vítimas, pessoas presas
entre ferragens;
II. Agilizar procedimentos, solicitar imediatamente os recursos necessários.

b. Amabilidade:
I. Agir de forma calma, moderada, procurando compreender o sofrimento alheio diante da situação
difícil em que se encontra;
II. Tratar as vítimas com respeito e serenidade.

c. Criatividade:
I. Quando situações inesperadas surgirem, ser capaz de diversificar o uso de equipamentos;
II. Adaptar as técnicas existentes para solucionar os problemas, obedecendo aos limites previstos para
seu nível de atuação.

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Curso de Atendimento Pré-hospitalar – Nível Suporte Básico de Vida

COMPETÊNCIA DO LÍDER DA EQUIPE E SOCORRISTA AUXILIAR DE EQUIPE DE ATENDIMENTO PRÉ-


HOSPITALAR
1. Inspecionar e testar com atenção todos os materiais e equipamentos, conforme relação padrão, e o
sistema de oxigenioterapia e aspiração da viatura;
2. Executar passo a passo todas as verificações, procurando atender aos seguintes princípios:
• Melhor e mais eficiente atendimento possível às vítimas;
• Asseio e prevenção de contaminação da equipe e infecção das vítimas;
• A segurança da equipe, das vítimas e de outras pessoas;
• Assegurar qualidade do atendimento às vítimas.

COMPETÊNCIAS DO CONDUTOR SOCORRISTA (CONDUTOR SOCORRISTA)


1. Ao Condutor do Veiculo compete:
1.1. Efetuar manutenção de primeiro escalão, conforme PROCEDIMENTO OPERACIONAL específico;
1.2. A responsabilidade de condução do veículo dentro das regras do trânsito previstas no Código de
Trânsito Brasileiro para veículos de emergência;
1.3. Portar durante todo o plantão os documentos referentes à sua habilitação e os documentos da
viatura;
1.4. Conhecer o sistema viário e as principais referências da região;
1.5. Saber utilizar adequadamente o sistema de comunicação e de sinalização sonora e de iluminação
da viatura;
1.6. No deslocamento até o local da ocorrência o LÍDER DA EQUIPE será o responsável pelo
acionamento dos sistemas de comunicação e acionamento de sirene;

1.7. Verificar antes do deslocamento da viatura:


1.7.1. Nível do óleo do motor e Km da troca;
1.7.2. Nível e estado da água do radiador;
1.7.3. Fluido de freio;
1.7.4. Tensão da correia do motor;
1.7.5. Estado geral da bateria;
1.7.6. Possíveis vazamentos;
1.7.7. Presença de fumaça anormal no sistema de escapamento;
1.7.8. Fixação e estado do escapamento;
1.7.9. Ruídos anormais;
1.7.10. Eventuais peças soltas dentro e fora da viatura;
1.7.11. Fixação e estado dos para-choques;
1.7.12. Funcionamento dos limpadores de parabrisa;
1.7.13. Sistemas elétricos, luminosos e sonoros;
1.7.14. Calibragem e estado de conservação dos pneus e estepe;
1.7.15. Existência de triângulo de sinalização, macaco e chave de rodas;
1.7.16. Arranhões e amassados na cabine e carroceria;
1.7.17. Limpeza geral externa da viatura;

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Curso de Atendimento Pré-hospitalar – Nível Suporte Básico de Vida

1.7.18. Nível do combustível;


1.7.19. Marcador de temperatura do motor;
1.7.20. Ajuste do banco do CONDUTOR SOCORRISTA e cinto de segurança;
1.7.21. Ajuste dos espelhos retrovisores;
1.7.22. Ficha de abastecimento de combustível e Registro Individual de Viatura (RIV);
1.7.23. Estado, carga e fixação do extintor de incêndio;
1.7.24. Guia da cidade ou GPS;
1.7.25. Formulários de Relatórios de Trabalho e outros registros;
1.7.26. Lanterna portátil;
1.7.27. Sistema de rádio e comunicação;
1.7.28. Estado e conservação de todos os cintos de segurança da viatura.

1.8. Verificar durante o deslocamento da viatura:


1.8.1. Ruídos anormais;
1.8.2. Eventuais peças soltas em geral;
1.8.3. Estado dos freios;
1.8.4. Funcionamento do rádio fixo e/ou hand-talk.

1.9. Regras fundamentais de condução de veículos de emergência:


1.9.1. A segurança da equipe e dos cidadãos é prioritária, sempre!
1.9.2. O condutor deve seguir as regras previstas no Código de Trânsito Brasileiro (CTB).
1.9.3. Números de passageiros na viatura: O número de passageiros permitido deve ser igual
ao número de cintos de segurança disponíveis e em condições de uso, além do paciente
na maca, também com cinto. (CTB artigo 65);
1.9.4. Uso de dispositivos sonoros e luminosos: devem ser utilizados somente em efetiva
prestação de serviço de urgência (CTB artigo 29). Recomenda-se que, além dos sinais
luminosos e das sirenes, se utilize o farol baixo, tanto durante o dia quanto à noite;
1.9.5. Velocidade permitida: O veículo de emergência não tem direito a ultrapassar a
velocidade permitida pela via e pode sofrer sanções punitivas, mesmo se comprovada a
efetiva prestação de serviços de urgência;
1.9.6. Privilégios do veículo de emergência no trânsito: O veículo de emergência tem o
privilégio de solicitar passagem e ultrapassar sempre pela esquerda. Para isso, o
condutor deve utilizar os recursos sonoros e de iluminação, incluindo os faróis, para
alertar os outros condutores de sua aproximação e já posicionar a ambulância na faixa
de rolamento à esquerda. O veículo de emergência não deve ser conduzido no espaço
entre faixas de rolamento.
1.9.7. Exceções permitidas em situação de emergência:
1.9.7.1. Ultrapassar o semáforo vermelho*; Andar na contra-mão*; Estacionar em local
proibido*: O veículo de emergência apenas poderá se utilizar desses recursos quando
estritamente necessário e desde que estejam garantidas todas as condições de

Centro de Referência e Treinamento em APH Edição 2019 Página 12


Curso de Atendimento Pré-hospitalar – Nível Suporte Básico de Vida

segurança para si mesmo e para os outros. Na ausência de garantias de segurança, o


condutor deve considerar que a segurança da equipe e dos cidadãos é prioritária.
1.9.7.2. Para elevar a segurança nas situações acima, o condutor deve:
1.9.7.2.1. Solicitar apoio de policiais ou de agentes do trânsito presentes no local;
1.9.7.2.2. Alternar o tipo de sirene;
1.9.7.2.3. Projetar o veículo à frente em velocidade baixa e somente após garantir a segurança
para o movimento;
1.9.7. Comportamento de segurança no trânsito:
1.9.7.1. Evitar freadas e acelerações bruscas;
1.9.7.2. Evitar mudanças desnecessárias de faixa de rolamento (evitar “costurar”);
1.9.7.3. Não usar pisca-alerta quando em movimento;
1.9.7.4. Utilizar velocidade compatível com o procedimento necessário ao paciente;
1.9.7.5. Posicionar corretamente a viatura na cena de atendimento (ver protocolo de
segurança de cena);
1.9.7.6. Sinalizar adequadamente a viatura e a via quando parado (ver protocolo de
segurança de cena):
1.9.7.6.1. Se o veículo for o primeiro a chegar na cena, deve estacionar antes do evento
e sinalizar o local;
1.9.7.6.2. Se a cena já estiver sinalizada, estacionar após o evento;
1.9.7.6.3. A ambulância deve ser parada no sentido da via, com os sinais luminosos
ligados e a uma distância segura do evento;
1.9.7.6.4. Para decidir pela distância segura observe a existência de vazamento de óleo,
combustível, gases, fumaça, fogo, entre outros;
1.9.7.6.5. A sinalização pode ser realizada com cones ou similares;
1.9.7.6.6. Se a equipe não tiver condições de efetivar a sinalização, deve solicitar ao
COBOM a presença do Departamento Municipal de Trânsito;
1.9.7.6.7. Estabelecer a distância para a primeira sinalização, usando a velocidade
máxima permitida para a via como referência.

ACIDENTE ENVOLVENDO A VIATURA DURANTE DESLOCAMENTOS PARA A OCORRÊNCIA

Informar a Central de Operações assim que possível sobre: o Local; o Existência de vítimas do
acidente (na equipe ou outros veículos, etc); o Existência de vítimas já em atendimento; o Situação no
local para avaliação das necessidades de apoio. Obs: Cabe a Central de Operações tomar as decisões e
acionar os recursos necessários para o atendimento à equipe acidentada. Se o acidente ocorrer durante
o deslocamento para o chamado ou no retorno à base: . No caso de acidente com vítimas, cabe a equipe
providenciar se possível : o Sinalização do local para garantia de segurança ou solicitar apoio para tal; o
Atendimento às vítimas conforme protocolo. . No caso de acidente sem vítimas a equipe deve aguardar a
decisão da Regulação médica sobre o prosseguimento. Se o acidente ocorrer durante o deslocamento
para o hospital (com vítima na viatura): . No caso de acidente com vítimas, cabe a equipe se possível
providenciar: o Sinalização do local para garantia de segurança; o Nova avaliação da vítima (já

Centro de Referência e Treinamento em APH Edição 2019 Página 13


Curso de Atendimento Pré-hospitalar – Nível Suporte Básico de Vida

embarcada) na viatura; o Tranquilização de familiares e da vítima já embarcada; o Atendimento às


vítimas do acidente conforme protocolo. . No caso de acidente sem vítimas aguarde a decisão da
Regulação Médica sobre o prosseguimento ou não para o hospital de destino.

MATERIAIS E EQUIPAMENTOS DAS UNIDADES DE APH


1. Observar relação padrão estabelecida para uma Unidade de Atendimento Pré-hospitalar, em especial,
os materiais de salvamento que a compõe, bem como os equipamentos de proteção individual de
Socorristas (EPI) e a proteção respiratória (EPR).

COMPETÊNCIAS OPERACIONAIS DAS EQUIPES DE SUPORTE BÁSICO DE VIDA (SBV)


1. Observar que, em todos os casos onde a equipe de SBV está presente e não há ninguém da equipe de
Suporte Avançado de Vida (SAV), o SBV é responsável pela assistência à vítima em nível básico.
2. Sendo necessário, a equipe de SBV terá a orientação do Médico Regulador da Central de Regulação,
solicitará apoio do SAV ou solicitará autorização para transporte imediato.
3. O SBV determinará:
3.1. a natureza da emergência;
3.2. a necessidade de triagem de vítimas;
3.3. os níveis de cuidados necessários para cada vítima.

ATENÇÃO

Aguardar determinação da Central de Regulação sobre o destino das vítimas. No caso de isolamento
completo, ou seja, impossibilidade total de comunicação com a Central de Regulação (rádio e telefone),
tanto a unidade de suporte básico quanto a de avançado, devem conduzir a vítima ao hospital da região
mais adequado ao caso, pertencente ao Sistema Único de Saúde (SUS).

SUPORTE AVANÇADO DE VIDA (SAV)


Atividade que consiste em procedimentos de atendimento pré-hospitalar, incluindo-se as manobras
invasivas, executadas por médico com auxílio de enfermeiro no próprio local da emergência. Pode ser
acionada através de viatura terrestre (USA) ou aérea (helicóptero).
Exemplos de atividades de SAV: intubação orotraqueal, desfibrilação cardíaca manual, administração de
drogas, entre outros.

COMPETÊNCIAS DAS EQUIPES DE SUPORTE AVANÇADO (USA)


Determinar:
1. Triagem de vítimas;
2. Assistência pré-hospitalar às vítimas;
3. Solicitar apoio de outras unidades;
4. Imobilização de vítimas;
5. Transporte de vítimas;

Centro de Referência e Treinamento em APH Edição 2019 Página 14


Curso de Atendimento Pré-hospitalar – Nível Suporte Básico de Vida

6. Determinação do hospital de destino, quando não houver orientação do Médico Regulador na Central
de Regulação.

CASOS INDICADOS PARA O ACIONAMENTO DE SAV


1. Observar que a equipe de SAV deve controlar as ações de saúde no local, que compreendem:
1.1. assistência pré-hospitalar avançada às vítimas;
1.2. solicitação de apoio de outras unidades;
1.3. montagem do posto médico avançado (PMA); e
1.4. triagem de vítimas;
1.5. determinação da unidade hospitalar de destino, quando não houver orientação do Médico Regulador
na Central de Regulação.
2. Solicitar apoio de SAV imediatamente quando identificado um dos casos abaixo:
2.1. parada respiratória, obstrução total de vias aéreas ou insuficiência respiratória aguda (afogamento,
crise de asma, edema agudo do pulmão entre outras);
2.2. parada cardíaca;
2.3. vítima em estado de choque;
2.4. politraumatizados graves, cuja estabilização e/ou transporte é demorado;
2.5. politraumatizados presos nas ferragens ou local onde o acesso à vítima é difícil e demorado
(soterramento, desabamento, afogamento);
2.6. quando o número de vítimas excederem sua capacidade de atendimento;
2.7. suspeita de infarto agudo do miocárdio;
2.8. vítimas com membros presos em ferragens, máquinas ou escombros;
2.9. amputação traumática de membros próxima ao tronco;
2.10. vítimas com objetos transfixados em regiões do corpo;
2.11. tentativa de suicídio;
2.12. ferimentos penetrantes na cabeça, tronco e abdômen;
2.13. vítima inconsciente ou resultado da Classificação na Escala de Glasgow inferior ou igual a 12;
2.14. queda de altura superior a 7 metros; e
2.15. grandes hemorragias.

ATENÇÃO
• Cabe ao Médico Regulador onde houver este serviço decidir se o SAV será ou não enviado ao local,
quando solicitado pela Equipe de UR.
• Cabe ao Médico Regulador decidir se a Equipe de UR deve ou não aguardar a USA antes de
transportar a vítima.
• O SAV poderá ser acionado independente da solicitação do SBV, por determinação médica ou do
Chefe de Operações da Central de Regulação.
• No caso de isolamento completo, ou seja, impossibilidade total de comunicação com a Central de
Regulação (rádio e telefone), tanto a unidade de suporte básico quanto a de avançado, devem conduzir a
vítima ao hospital da região mais adequado ao caso, pertencente ao Sistema Único de Saúde (SUS).

Centro de Referência e Treinamento em APH Edição 2019 Página 15


Curso de Atendimento Pré-hospitalar – Nível Suporte Básico de Vida

HELICÓPTERO (USA AÉREA)


Aeronave de asa rotativa, adaptada e equipada de acordo com a legislação correspondente, com
equipamentos e materiais necessários ao Suporte Avançado de Vida, tripuladas por pilotos e tripulante
operacional do GRPAe, Médico e Enfermeiro do Serviço de APH do Serviço de Emergência Médica, para
prestar assistência à vítimas em local de difícil acesso de viaturas terrestres ou que pela complexidade do
quadro clínico exijam procedimento médicos no local, em apoio às Unidades de Atendimento Pré-
hospitalar.

SITUAÇÕES PARA ACIONAMENTO DO HELICÓPTERO


1. Não houver USA próximo da ocorrência;
2. O acesso para viatura terrestre estiver dificultado por grandes congestionamentos, inundações, falta
de via trafegável, grandes ribanceiras;

3. Há grande distância entre o local da ocorrência e o hospital;


4. O trajeto terrestre até o hospital estiver dificultado por grandes congestionamentos, inundações.

CONDIÇÕES PARA UTILIZAÇÃO DO HELICÓPTERO


1. Luz do dia (nascer ao pôr-do-sol)
2. Presença de viatura de Socorrista no local da ocorrência ou pessoal capacitado para avaliar a
necessidade de apoio aéreo.

RESPONSABILIDADES DAS EQUIPES TERRESTRES, NA RECEPÇÃO DO HELICÓPTERO:


1. Manter contato com a aeronave via rádio para saber aonde o helicóptero irá pousar, seguindo
orientação do piloto;
2. Isolar o local do pouso para evitar a aproximação de pessoas, carros e animais;
3. Manter a viatura em local aberto e com os sinais luminosos acesos visando facilitar a visualização pelo
piloto;
4. Aproximar-se da aeronave pela frente, no campo de visão do piloto, com autorização da tripulação;
5. Aguardar a determinação do médico relativa à movimentação e transferência da vítima para a
aeronave.

PROCEDIMENTOS OPERACIONAIS PARA TRANSPORTE DE VÍTIMAS


❖ EM SITUAÇÕES DE ROTINA
1. Estabilizar a vítima, antes de iniciar o transporte, para o hospital de referência do Sistema, conforme
PROCEDIMENTO OPERACIONAL específico para cada situação;
2. Fixar a vítima na prancha longa de forma a impedir / restringir o movimento do tronco para baixo ou
para cima, para um lado e para o outro;
3. Restringir lateralmente os movimentos do braço com um tirante adicional ou atadura de crepe;
4. Restringir os movimentos das pernas preenchendo os espaços com talas flexíveis;

Centro de Referência e Treinamento em APH Edição 2019 Página 16


Curso de Atendimento Pré-hospitalar – Nível Suporte Básico de Vida

5. Movimentar a maca de rodas sempre abaixada (recolhida na altura mínima permitida pelo
equipamento) visando garantir a segurança da vítima (prevenção de quedas), somente a articulando na
entrada da UR para elevá-la durante o embarque.
5.1. Logo que desembaraçar na entrada do Pronto Socorro abaixe a maca e a movimente até a sala de
emergência abaixada.
5.2. Durante a avaliação da vítima pelo médico eleve a maca se solicitado;
5.3. Durante a transferência da vítima da maca da UR para a maca do Pronto Socorro execute a elevação
para o mesmo nível;
5.4. Utilize um puxador adaptado na maca ou uma atadura de crepe descartável enquanto não se
especifica viaturas dotadas de macas com puxador retrátil.
6. Utilizar o sistema fixo de oxigenoterapia durante o transporte;
7. Estar preparado para a ocorrência de vômitos e intervir de imediato lateralizando a vítima, aspirando
posteriormente, se necessário;
8. Manter a vítima aquecida durante o transporte, conforme sua necessidade, com cobertor térmico e
restrição de entrada de ar pelas frestas de portas ou janelas;
9. Utilizar adequadamente o ar condicionado com temperatura interna da cabine que não contribua para o
agravamento das condições da vítima;
10. Transportar com velocidade moderada e com segurança, escolhendo o melhor trajeto até o
hospital;
11. Nas situações que exijam Transporte Imediato, trafegar para o hospital de destino em código de
deslocamento “3”;
12. Manter observação contínua da vítima, incluindo sinais vitais e nível de consciência; qualquer
alteração no quadro, comunicar a Central de Regulação;
13. Informar a Central de Regulação ao chegar ao serviço de emergência.

ATENÇÃO
A transferência de pacientes entre serviços de saúde, através de unidades de SBV, não é indicada e só
poderá ser realizada com autorização do Médico regulador em conjunto com o Chefe de Operações em
situação excepcional e justificada.

❖ EM SITUAÇÕES ONDE NÃO FOR POSSÍVEL AGUARDAR A UNIDADE DE SUPORTE AVANÇADO


1. Estabilizar a vítima por completo no interior da viatura seguindo as regras de transporte de vítimas
previstas no Procedimento operacional Atendimento Pré-hospitalar exposta acima;
2. Manter a vítima sob oxigenioterapia;
3. Não perder tempo com imobilizações elaboradas diante de situações de risco de morte para a vítima
como, por exemplo, estado de choque ou obstrução respiratória;
3.1. A Técnica “Atendimento Pré-hospitalar de Elifas” atende a todos os princípios de atendimento pré-
hospitalar para politraumatizados graves em situação de Transporte Imediato;
4. Comunicar-se com o Médico Regulador, que determinará se:
a) O SBV aguarda ou não o SAV;
b) O SBV deve ir ao encontro do SAV;

Centro de Referência e Treinamento em APH Edição 2019 Página 17


Curso de Atendimento Pré-hospitalar – Nível Suporte Básico de Vida

c) O SBV encaminha a vítima ao hospital de destino.

TRANSPORTE DE ACOMPANHANTES

O transporte de acompanhante poderá ser feito no compartimento dianteiro ou no compartimento


traseiro da viatura, desde que se seja utilizado o cinto de segurança e esse não venha a atrapalhar ou
interferir no atendimento à vítima como nos casos de transporte de pacientes psiquiátricos. Nesses casos,
poderá ocorrer alteração de conduta da vítima na presença do acompanhante, logo diante desta situação,
mantenha-o no compartimento dianteiro da viatura.

ATENÇÃO

• Informar a Central de Regulação que está transportando um acompanhante da vítima.


• Qualificar o acompanhante (nome, RG) e registrar no RELATÓRIO DE OCORRÊNCIA.

ENTREGA DA VÍTIMA NO SERVIÇO DE EMERGÊNCIA HOSPITALAR

São os hospitais da rede pública de saúde ou conveniada, equipada com recursos humanos e materiais
para receber a vítima e dar continuidade ao seu atendimento. São classificados em hospitais de níveis
primário, secundário e terciário, de acordo com o seu porte e capacidade de atendimento. Os casos mais
complexos, em geral, exigem atendimento em hospitais de nível terciário, que são melhores equipados
(tomógrafos, ressonância magnética, raios-X, centros cirúrgicos) e dispõem de recursos humanos (médicos
especialistas) para essa finalidade.
Não existe por parte do hospital obrigatoriedade em priorizar o atendimento dos casos clínicos ou
traumáticos levados por UNIDADES DE APH de serviços públicos ou privados, pois cada instituição
hospitalar trabalha com sistemas de triagem que estabelece a prioridade de acordo com o risco obtido na
avaliação preliminar. Nesse caso, procure estabelecer uma relação amistosa entre as partes (Socorristas,
enfermagem e equipe médica) o que sempre leva a um melhor atendimento do paciente com a rapidez
adequada para ambas as partes.
Não existe obrigatoriedade de uma Equipe de UR executar transferências e encaminhamentos de
pacientes entre as alas do hospital (Exemplo: sala de emergência para radiologia e vice-versa), mas
colabore espontaneamente para a rapidez do atendimento naquilo que for necessário e adequado
segundo sua disponibilidade a fim de facilitar a remoção do paciente e liberação da maca da viatura.
Quaisquer problemas envolvendo situações intra-hospitalares procurem resolve-la seguindo o canal
técnico via Médico Regulador onde houver esta função ou por meio da Central de Regulação de
Socorristas.

COMPETE ÀS EQUIPES DE UR AO ENTREGAR A VÍTIMA NO HOSPITAL:


1. Fornecer à equipe do serviço de emergência hospitalar, informações pertinentes à ocorrência e ao
atendimento prestado que possam contribuir na continuidade do tratamento desta vítima, tais como:

Centro de Referência e Treinamento em APH Edição 2019 Página 18


Curso de Atendimento Pré-hospitalar – Nível Suporte Básico de Vida

• Natureza da ocorrência;
• Dados do local da ocorrência, como mecanismo do trauma e óbitos no local;
• Resultados da análise primária e secundária;
• Procedimentos efetuados;
• Tempo aproximado decorrido desde o chamado;
• Intercorrências durante o transporte.

ATENÇÃO

➢ Transmita de maneira ordenada a situação da vítima e o resultado das avaliações feitas durante o
atendimento.
➢ Não estabeleça “diagnósticos”, pois não é sua competência, transmitindo os sinais e sintomas
encontrados de maneira simples e clara sem abuso no uso de terminologias médicas.

TÉRMINO DO ATENDIMENTO DA OCORRÊNCIA

A equipe de Atendimento Pré-hospitalar deve estar preparada para atender outras emergências. Para
tanto, deve observar os seguintes Padrões de Assistência Pré-hospitalar:
1. Informar à Central de Regulação, o momento da saída da viatura do serviço de emergência hospitalar
e o momento da chegada no Posto de Socorristas;
2. Confeccionar o Relatório de Ocorrência com o máximo de dados possíveis;
3. Preencher o relatório com os dados obtidos no local da ocorrência, dados obtidos durante o
transporte e no hospital.
4. Realizar a descontaminação ou reposição de materiais e da viatura, conforme Procedimento
operacional Padrão específico;
5. Avaliar e comentar o atendimento com os membros de sua equipe.

ATENÇÃO

➢ Todo o material recolhido na cena de emergência (luvas, sacos plásticos, gazes, etc) deverá ser
descartado no lixo adequado do hospital.

LEGALIDADE E ÉTICA NO ATENDIMENTO DE OCORRÊNCIAS


As legislações citadas devem ser objeto de consulta pelos participantes do Curso de Atendimento Pré-
hospitalar Nível Suporte Básico de Vida, pois dizem respeito a constitucionalidade das ações, descrição do
tipo de atividade, regulamentações existentes e sua estrutura organizacional.
▪ CONSTITUIÇÃO FEDERAL: no artigo 144 define as funções das Polícias e Corpos de Socorristas
Militares.
▪ CONSTITUIÇÃO ESTADUAL: nos artigos 139, 141 e 142 define e estabelece as funções da Polícia Militar.
▪ DECRETO Nº 38432, DE 10 DE MARÇO DE 1994: consolida o Serviço de APH do Serviço de Emergência
Médica a Acidentados no Estado de São Paulo e dá providências correlatas.

Centro de Referência e Treinamento em APH Edição 2019 Página 19


Curso de Atendimento Pré-hospitalar – Nível Suporte Básico de Vida

▪ PORTARIA MINISTERIAL GM/MS Nº 2.048 DE 05NOV02: aprova o Regulamento Técnico dos Sistemas
Estaduais de Urgência e Emergência.
▪ PORTARIA CVS Nº 9 DE 16MAR94: estabelece as classificações das viaturas de Atendimento Pré-
hospitalar do CB e dá outras providências. (MD)
• MANUAL DO SERVIÇO DE APH DO SERVIÇO DE EMERGÊNCIA MÉDICA: (Protocolo de Atendimento
Pré-hospitalar) em vigor.
No atendimento de uma ocorrência as ações ou omissões praticadas pelos membros da Equipe de
Atendimento Pré-hospitalar poderão ser questionadas sobre os seguintes aspectos:

IMPRUDÊNCIA
Definição:
Expor-se a si próprio e/ou a outrem a um risco ou perigo sem as precauções necessárias para evitá-los.

Exemplo:
É imprudente o socorrista que dirige um veículo de emergência sem colocar o cinto de segurança, ou
ainda, excedendo o limite de velocidade permitido na via.

IMPERÍCIA
Definição:
Falta de conhecimento técnico ou destreza em determinada arte ou profissão.
Exemplo:
(Medicar) É um ato de imperícia a aplicação de uma injeção por parte de um socorrista que desconhece
os detalhes da adequada técnica de como fazê-lo. Se o socorrista presta um auxílio a uma pessoa, além de
seu nível de capacitação e, com isso lhe causa algum dano, ocorre em imperícia e pode responder
penalmente pela lesão causada (Ver Art. 13, § 2º, letra “a” e Art. 129, § 6º do CP).

NEGLIGÊNCIA
Definição:
Descumprimento dos deveres elementares correspondentes a determinada arte ou profissão.

Exemplos:
É negligente o socorrista que deixa de monitorar os sinais vitais de uma vítima traumatizada, durante seu
transporte do local do acidente até o hospital (Ver Art. 13, § 2º, letra “a” combinado com o Art. 121, § 3º -
homicídio culposo).
É negligente o socorrista que deixa de usar EPI.
OMISSÃO DE SOCORRO
Forma Legal de Acordo com o Código Penal
Art. 135. Deixar de prestar assistência, quando possível fazê-lo sem risco pessoal, à criança abandonada
ou extraviada, ou à pessoa inválida ou ferida, ao desamparo ou em grave e iminente perigo; ou não pedir,
nesses casos, o socorro da autoridade pública.

Centro de Referência e Treinamento em APH Edição 2019 Página 20


Curso de Atendimento Pré-hospitalar – Nível Suporte Básico de Vida

PREVARICAÇÃO

Deixar o funcionário público de praticar ato de ofício.

CONSENTIMENTO NO ATENDIMENTO
O socorrista deverá obter o consentimento formal da vítima para lhe prestar o atendimento de
emergência. Há situações onde o consentimento é considerado implícito, ou seja, a vítima não recusa
formalmente o atendimento ou não apresenta condições de dar o consentimento.
Situações:
1. Adulto consciente e mentalmente capaz que não recuse formalmente o atendimento;
2. Vítima inconsciente ou por qualquer meio incapaz de dar sua concordância;
3. Criança ou adolescente, cujos pais ou tutores legais, dêem seu consentimento no atendimento ou que
não estejam no local da ocorrência;
4. Vítima com deficiência mental e/ou emocionalmente perturbada, cujos responsáveis concitam no
atendimento ou que não estejam presentes no local da ocorrência.

ASPECTOS LEGAIS DO ATENDIMENTO

OCORRÊNCIAS CRIMINAIS
Estupro, lesões corporais, maus tratos com idosos e crianças, dentre outras.
1. Atender a ocorrência priorizando o atendimento pré-hospitalar e, posteriormente ou
concomitantemente, adotar as providências policiais necessárias;
2. Solicitar apoio policial quando necessário;
3. Suspeitar de maus tratos quando atender vítimas crianças ou idosas com traumatismos característicos
de agressão, tais como: queimaduras por cigarro, contusões na cabeça, escoriações, marcas de amarras
nos punhos e tornozelos, várias cicatrizes antigas, dentre outras.

CRIMES DE HOMICÍDIO DOLOSO E CULPOSO


1. Adotar medidas iniciais que garantam primeiramente a segurança do local e da Equipe;
1.1. nos crimes dolosos como homicídio ou lesões corporais provocadas por agressões, o socorrista
deverá preocupar-se simultaneamente com o atendimento da vítima e a segurança da equipe e, em
seguida, tomar as devidas providências policiais cabíveis. Se a vítima (em atendimento) for autora do
crime, deverá ser detida e apresentada ao policiamento ostensivo para as demais providências.
2. Solicitar apoio do policiamento sempre que a situação exigir, visando a segurança do local, do
socorrista ou da vítima.
3. Alterar o mínimo possível o local da ocorrência durante o atendimento, preservando ao máximo as
condições das edificações, dos objetos e dos veículos encontrados;

PRESERVAÇÃO DE LOCAL DE CRIME


3.1. todo acidente pode gerar um local de crime, razão pela qual é dever de todo policial militar preservá-
lo para a devida apuração, pela autoridade policial competente para adoção das providências decorrentes.

Centro de Referência e Treinamento em APH Edição 2019 Página 21


Curso de Atendimento Pré-hospitalar – Nível Suporte Básico de Vida

Para efeito de exame do local de crime, não deverá ser alterado o estado das coisas, a não ser que seja
absolutamente necessário;
3.2. dentre as causas que justificam a alteração do local estão:
3.2.1. necessidade de socorro imediato às vítimas;
3.2.2. risco à vida para a(s) vítima(s);
3.2.3. risco à vida para os socorristas;
3.2.4. risco à vida para outras pessoas ou risco de novos acidentes;
3.2.5. impossibilidade física de acesso à(s) vítima(s);
3.2.6. impossibilidade de outra forma de salvamento.
4. .Adotar as seguintes atitudes em situações especiais como:

CRIMES DE ABUSO SEXUAL


4.1. crimes de abuso sexual: devem ser tomadas as medidas necessárias para evitar constrangimento à
vítima, respeitando sua intimidade e seu estado emocional;

VIOLÊNCIA CONTRA CRIANÇAS


4.2. violência contra crianças: o socorrista deverá priorizar o atendimento à vítima, e se houver
identificação do responsável pela violência, tomar as medidas policiais cabíveis, evitando envolvimento
emocional que essas situações acarretam;
4.3. de qualquer maneira, em casos como esses, o socorrista deve evitar que o sentimento natural de
justiça ou revolta prejudiquem o atendimento às vítimas, mesmo nos casos em que elas sejam também os
próprios criminosos.
5. Vistoriar o local da ocorrência após o atendimento à(s) vítima(s), procurando afastar as situações de
risco;

ACIDENTES DE TRÂNSITO COM VÍTIMAS


5.1. em acidentes de trânsito com vítima(s), que geralmente são crimes culposos, o socorrista deve atuar
de maneira que haja o mínimo de prejuízo para o local. Nestes casos, cabe ao Corpo de Socorristas o
atendimento à(s) vítima(s) e a segurança do local, antes de passá-la para o policiamento ostensivo.
6. Deixar o local em segurança após o atendimento da ocorrência;
6.1. quando o local estiver em perfeitas condições de segurança, o policial militar de maior graduação
presente do Corpo de Socorristas é responsável por passar a ocorrência para o policiamento no local.
7. Fazer croqui do local de crime alterado.
8. Observar que o socorrista tem o dever legal de socorrer vítima de acidentes e emergências clínicas,
especialmente se ferida ou em grave e iminente perigo (artigo 135 do Código Penal) devendo adotar os
seguintes procedimentos;

RECUSA DE ATENDIMENTO
8.1. quando a vítima não apresentar redução da capacidade mental, como nos casos de confusão mental,
e, de forma expressa e indiscutível se recusar a ser socorrida, o socorrista deverá verificar se há lesões e se
estas podem resultar em agravo à saúde, seqüelas ou morte;

Centro de Referência e Treinamento em APH Edição 2019 Página 22


Curso de Atendimento Pré-hospitalar – Nível Suporte Básico de Vida

8.2. após verificar e certificar-se de que não há lesões, o socorrista poderá liberar a vitima do
atendimento e/ou transporte ao hospital, devendo constar, em RELATÓRIO DE OCORRÊNCIA, a recusa da
parte interessada em ser socorrida e sua conseqüente liberação;
8.3. após verificar e certificar-se de que, embora havendo lesões, estas não resultem em agravo à saúde,
seqüelas ou morte da vítima, o socorrista deverá:
8.3.1. enfatizar a importância da ida ao hospital para recebimento de atendimento médico;
8.3.2. esclarecer os eventuais resultados das lesões e a possibilidade de seu agravamento;
8.3.3. se, ainda assim, a vítima mantiver-se inflexível na sua decisão de não ser transportada ao hospital
para receber o devido atendimento médico, deve-se:
8.3.3.1. arrolar pelo menos duas testemunhas;
8.3.3.2. Comunicar o fato ao Coordenador da Central de Regulação;
8.3.3.3. constar no RELATÓRIO DE OCORRÊNCIA a recusa do atendimento e/ou transporte ao hospital e
os dados da respectiva Equipe que atendeu a ocorrência.
8.4. após verificar e certificar-se de que há lesões que poderão resultar em agravo à saúde, seqüelas ou
morte da vítima ou que há probabilidade de essas circunstâncias ocorrerem em razão de que a lesão
(sinal) ou o relato da vítima (sintomas) nem sempre revelam a gravidade do trauma ou a extensão da
lesão, o que pode, porém, ser avaliado em função do tipo de acidente, o socorrista deverá:
8.4.1. providenciar o atendimento e/ou transporte ao hospital mais adequado, indicado pelo Centro de
Operações;
8.4.2. arrolar pelo menos duas testemunhas;
8.4.3. informar a vítima de que o fato será registrado na Delegacia de Polícia, para fins de lavratura de
Boletim de Ocorrência, visando resguardo de ulterior responsabilidade da Equipe e da Instituição;
8.4.4. comunicar o fato ao Coordenador da Central de Regulação;
8.4.5. acionar a Equipe de policiamento ostensivo com responsabilidade sobre o local da ocorrência:
8.4.5.1. registro do fato no Relatório de Ocorrência, constando as informações da vítima, sua recusa,
possíveis lesões e complicações, a insistência no atendimento, bem como os dados das testemunhas
arroladas;
8.4.5.2. solicitar aos integrantes da equipe que apresentem a ocorrência no Distrito Policial para as
providências daquela Instituição.
8.4.6. constar no RELATÓRIO DE OCORRÊNCIA a recusa do atendimento e/ou transporte ao hospital, a
necessidade de pronto socorro e os dados da respectiva Equipe que atendeu a ocorrência.
9. A recusa de atendimento por parte da vítima, na situação prevista no subitem “8.4.” não desobriga o
socorrista de atende-la e transportá-la ao hospital.

ATENÇÃO
Arrolar pelo menos 2 (duas) testemunhas, preferencialmente que não sejam parentes da vítima ou pertencentes
à Equipe.
Não é necessária presença da vítima que recusou atendimento e/ou transporte ao hospital nem das
testemunhas para a confecção do Boletim de Ocorrência, podendo ser convidadas a comparecer à
Delegacia, se desejarem.
Lembrar que o excesso no exercício das funções legais é punível criminalmente.

Centro de Referência e Treinamento em APH Edição 2019 Página 23


Curso de Atendimento Pré-hospitalar – Nível Suporte Básico de Vida

RESPONSABILIDADE PELOS PERTENCES DA VÍTIMA


➢ Objetos pessoais portados pela vítima, mesmo roupas e/ou calçados danificados, devem ser
relacionados em recibo próprio e entregues à pessoa responsável devidamente qualificada ou ao
profissional indicado pela rotina do hospital.
➢ Todos os objetos deverão ser deixados em saco de pertences do CB ou equivalente no hospital, ou
mesmo em outro recipiente, sendo esse devidamente preenchido em seus campos de qualificação, uma
via ficando com a Equipe e a outra com o responsável pela vítima, deverá ainda ser lançado no RELATÓRIO
DE OCORRÊNCIA a descrição dos pertences.
➢ Arquive o recibo de pertences do acidentado / vítima no setor administrativo de sua Prontidão.

CONSTATAÇÃO DE ÓBITO EM LOCAL DE OCORRÊNCIA


As situações em que pelos traumas sofridos pela vítima e pelas características que indiquem morte tardia
sejam inviáveis quaisquer medidas de atendimento pré-hospitalar, a Central de Regulação deve ser
informada imediatamente.

São sinais que indicam a morte evidente:


1. Decapitação;
2. Livor mortis (manchas de hipóstases);
3. Esmagamento completo de cabeça ou tórax com PCR;
4. Calcinação ou carbonização;
5. Estado de putrefação ou decomposição;
6. Rigidez cadavérica;
7. Espostejamento (esquartejamento);
8. Seccionamento de tronco.

Providências nas situações de óbito evidente:


1. Adotar as providências para a preservação de local de crime;
2. Solicitar a presença da autoridade policial;
3. Cobrir o cadáver com lençol descartável ou cobertor térmico (manta aluminizada), sem, no entanto,
mover o corpo do local onde se encontra, salvo nas condições previstas em lei;
4. Preservar as informações das vítimas, fornecendo-as somente a autoridades;
5. Preservar a imagem da vítima não permitindo fotos e filmagens pela imprensa;
6. Respeitar o cadáver de acordo com os preceitos legais.

PARTICIPAÇÃO DE MÉDICO OU ENFERMEIRO NÃO PERTENCENTE AO SISTEMA


Nas situações em que houver a intervenção direta de um médico ou enfermeiro em uma ocorrência de
Atendimento Pré-hospitalar deve ser empregado o seguinte procedimento operacional:

Padrões de Assistência Pré-hospitalar:


1. Considerar como “intervenção de saúde solicitada” a intervenção de médico ou enfermeiro não
pertencente ao Serviço de APH do Serviço de Emergência Médica.

Centro de Referência e Treinamento em APH Edição 2019 Página 24


Curso de Atendimento Pré-hospitalar – Nível Suporte Básico de Vida

2. Comunicar à Central de Regulação a presença de um médico ou enfermeiro no local.


3. Acatar suas orientações referentes à assistência e imobilização da vítima, desde que não contrarie os
procedimentos operacionais padrão.
4. Anotar nome completo, número de inscrição no CRM ou COREN e telefone de contato, mediante
apresentação do documento profissional.
5. Fazer constar no relatório os procedimentos adotados pelo profissional.
6. Comunicar o Médico Regulador, se houver, quando houver situação de conflito para resolução.
7. Solicitar ao profissional um relato por escrito dos procedimentos adotados, conforme lei de exercício
profissional.

ORDEM CONTRÁRIA DE AUTORIDADE NÃO MÉDICA NÃO PERTENCENTE AO SISTEMA


Nas circunstâncias em que houver a intervenção direta de autoridade civil, exceção feita aos médicos e
enfermeiros, impondo conduta contrária aos Padrões de Assistência Pré-hospitalar, agir conforme o
estabelecido neste Manual.
Nos casos em que houver ordem de superior hierárquico, seu cumprimento exclui responsabilidade
administrativa, mas há responsabilidades legais a apurar se do cumprimento dessa ordem sobrevier
agravamento das condições da vítima.

ORDENS QUE CONTRARIEM OS PADRÕES DE ASSISTÊNCIA PRÉ-HOSPITALAR:


1. Esclarecer a autoridade não-médica quando esta der ordens que contrariem os procedimentos
operacionais padrão;
2. Comunicar e solicitar orientação do Médico Regulador e do Coordenador da Central de Regulação
quando houver persistência na ordem incorreta;
3. Comunicar, por escrito, ao respectivo LÍDER DA EQUIPE da Equipe de Emergência se houver algum
prejuízo à vítima decorrente de tal ordem, para que os fatos sejam devidamente apurados.

ATENDIMENTO A VÍTIMAS DO SEXO FEMININO


Alguns cuidados são necessários para evitar constrangimentos à vítima ou questionamentos sobre a
conduta ética do socorrista:
1. Evitar a exposição desnecessária de seu corpo durante o atendimento;
2. Avaliar a necessidade de se permitir um acompanhante, preferencialmente do sexo feminino durante
todo o atendimento;
3. Atentar para o uso inadequado de palavras que possam constranger.

DIREITOS DO PACIENTE
A seguir, alguns dos direitos do paciente (vítima), publicados em cartilha distribuída pela Secretaria
Estadual de Saúde e adaptada ao Serviço de APH do Serviço de Emergência Médica:
1. A vítima tem o direito de identificar o profissional do Atendimento Pré-hospitalar por nome completo,
função ou cargo e RE;
2. A vítima tem o direito de ser identificada pelo nome e sobrenome. Não deve ser chamado pelo nome
da doença ou do agravo da saúde (Ex: aidético, tuberculoso, leproso, pinguço, entre outros.);

Centro de Referência e Treinamento em APH Edição 2019 Página 25


Curso de Atendimento Pré-hospitalar – Nível Suporte Básico de Vida

3. A vítima tem o direito de receber explicações claras sobre o tipo de atendimento que está recebendo
por parte do socorrista;
4. A vítima tem o direito a atendimento humano, atencioso e respeitoso, por parte de todos os
profissionais da área de saúde e dos não oriundos da área da saúde.

ATUAÇÃO CONJUNTA COM PROFISSIONAIS DA ÁREA DE SAÚDE


❖ Rotina hospitalar:
1. Dentro de um hospital existe uma rotina de procedimentos pré-estabelecida pela equipe médica e
enfermagem de plantão;
2. Não existe a obrigação, por parte do hospital, de priorizar o atendimento prestado pelo Serviço de
Atendimento Pré-hospitalar;
3. Priorização de atendimento depende de avaliação médica;
4. Problemas envolvendo Socorristas e profissionais da saúde devem ser intermediados pelo Médico
Regulador da Central de Regulação e chefias de enfermagem e médica do hospital.

❖ APOIO EM LOCAL DE OCORRÊNCIA:


1. A relação deve ser de cooperação entre as equipes de Atendimento Pré-hospitalar e os serviços de
atendimento pré-hospitalar públicos e/ou privados, respeitando-se os limites legais de atuação;
2. Adotar os procedimentos operacionais padrão específicos no caso de intervenção de médicos e
enfermeiros não pertencentes ao sistema;

❖ RELACIONAMENTO INTERPESSOAL:
Questões pessoais não devem interferir no atendimento da ocorrência. A prioridade deve ser a prestação
de um serviço rápido e eficaz, o que influenciará na recuperação da vítima.

Centro de Referência e Treinamento em APH Edição 2019 Página 26


Curso de Atendimento Pré-hospitalar – Nível Suporte Básico de Vida

Lição 2

O SERVIÇO DE APH

AVALIAÇÃO

1. Diferencie as atividades de Suporte Básico e Avançado de Vida.


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2. Cite as providências a serem adotadas no atendimento de vítimas em óbito evidente.


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3. Indique a conduta do socorrista nos casos em que houver recusa de atendimento.


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4. Cite a conduta adequada nos casos em que a vítima porta objetos pessoais.
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5. Indique os requisitos para o acionamento da aeronave em apoio ao SBV.


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Curso de Atendimento Pré-hospitalar – Nível Suporte Básico de Vida

Lição 03

ANATOMIA E FISIOLOGIA HUMANAS

OBJETIVOS:

Proporcionar aos participantes conhecimentos que os capacitem a:

1. Explicar o conceito de posição anatômica;


2. Citar a localização de uma lesão utilizando referências anatômicas;
3. Indicar as 5 divisões do corpo humano;
4. Enumerar as principais cavidades corporais e citar os principais órgãos de cada uma.
5. Descrever o processo de hematose (troca gasosa nos pulmões).

Centro de Referência e Treinamento em APH Edição 2019 Página 28


Curso de Atendimento Pré-hospitalar – Nível Suporte Básico de Vida

ANATOMIA

Anatomia é a ciência que trata da forma e da


estrutura do corpo humano, e Fisiologia é a parte
da ciência que trata das funções orgânicas,
processos ou atividades vitais, como crescimento,
nutrição, respiração, entre outros.

DIVISÃO DA ANATOMIA HUMANA

ANATOMIA SISTÊMICA ANATOMIA REGIONAL ANATOMIA CLÍNICA

➢ Anatomia Sistêmica: Estuda o corpo em uma série de sistemas de órgãos, tais como, digestório,
ósseo, articular, circulatório, entre outros.
➢ Anatomia Regional: Estuda as regiões do corpo como tórax, abdome, coxa e braço.
➢ Anatomia Clínica: desenvolve a aplicação dos conhecimentos como fundamento científico da
realização do exame físico do doente, utiliza o conhecimento anatômico básico na interpretação
dos sintomas e das alterações de órgãos e sistemas, interpreta e descrever documentos
imagiológicos (RX, tomografia, etc) e estabelece a sua correlação com doenças e traumas.

POSIÇÃO ANATÔMICA

A “Posição Anatômica” é a referência padrão do corpo usada para descrever a localização de


estruturas do corpo humano padronizando e facilitando o seu entendimento.
Sempre que tivermos que definir posições (esquerda, direita, anterior, posterior, ventral, dorsal, etc.)
estaremos visualizando o corpo humano na “Posição Anatômica” .

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DESCRIÇÃO DA POSIÇÃO ANATÔMICA

• Está em pé (posição ereta ou ortostática);


• Com a cabeça voltada anteriormente e o olhar na linha do horizonte;
• Tem os membros superiores pendentes ao longo do tronco, com as
palmas das mãos voltadas anteriormente;
• Tem os membros inferiores justapostos, com os dedos dos pés
direcionados anteriormente.
• Todas as representações anatômicas são descritas em relação à posição
anatômica para assegurar que as descrições não sejam ambíguas
(MOORE, DALLEY, 1999).

A posição anatômica é adotada internacionalmente, em descrições anatômicas e médicas; e com ela


pode-se relacionar as diferentes partes do corpo.

PLANOS DE DELIMITAÇÃO E SECÇÃO DO CORPO HUMANO

Na posição anatômica o corpo humano pode ser delimitado por planos tangentes a sua superfície.
Para facilitar a compreensão da relação entre as estruturas, uma em relação à outra, planos de
referência imaginários passam através do corpo e o dividem.

PLANOS

Plano Sagital ou Mediano: divide o corpo em metades simétricas direita e


esquerda.
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Curso de Atendimento Pré-hospitalar – Nível Suporte Básico de Vida

Plano frontal ou Coronal: planos verticais que atravessam o corpo


formando ângulos retos com o plano mediano, dividindo-o em partes
anterior (frontal) e posterior (dorsal).
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Plano transversal: planos horizontais que dividem o corpo em partes


superior e inferior.
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REFORÇO DE APRENDIZADO

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Curso de Atendimento Pré-hospitalar – Nível Suporte Básico de Vida

TERMOS DE POSIÇÃO E DIREÇÃO

A situação e a posição das estruturas anatômicas são indicadas em função dos planos de
delimitação e secções:
Anterior (ventral); Posterior (dorsal) ; Superior (cefálico) ; Inferior (caudal) ; Lateral ; Medial ;
Distal; Proximal ; Superficial ; Profundo.

DECÚBITOS

Decúbito é um termo médico que se refere à posição da pessoa que está deitada, não
necessariamente dormindo.
Pode ser referido como:
Decúbito dorsal ou supina(pessoa que deita com a barriga voltada para cima)
Decúbito ventral ou prona(pessoa que deita de bruços)
Decúbito lateral (esquerdo ou direito).

DECÚBITO DORSAL (POSIÇÃO SUPINA)

DECÚBITO VENTRAL

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DECÚBITO LATERAL

REFERÊNCIAS DE POSIÇÕES

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TERMOS DE MOVIMENTOS

Abdução e adução dos membros direitos e rotação dos membros esquerdos nas articulações do
ombro (glenoumeral) e do quadril.
Flexão e extensão do membro superior na articulação do ombro e do membro inferior na
articulação do quadril.
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DIVISÃO DO CORPO HUMANO

O corpo humano divide-se em cabeça, pescoço, tronco e


membros. A cabeça corresponde à extremidade superior do
corpo estando unida ao tronco por uma porção estreitada, o
pescoço. O tronco compreende o tórax e o abdome com as
respectivas cavidades torácica e abdominal; a cavidade
abdominal prolonga-se inferiormente na cavidade pélvica. Dos
membros, dois são superiores ou torácicos e dois inferiores ou
pélvicos. Cada membro apresenta uma raiz, pela qual está ligada
ao tronco, e uma parte livre.

Centro de Referência e Treinamento em APH Edição 2019 Página 34


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O corpo humano divide-se em cabeça, pescoço, tronco e membros.

DIVISÃO DA CABEÇA

A cabeça humana é dividida em crânio e face.

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CRÂNIO

O crânio é a estrutura óssea que forma o


esqueleto da cabeça. Situado na parte mais alta do
corpo humano ele é sustentado pela coluna
cervical. Possui um formato oval e é levemente
maior em sua parte posterior do que na parte
frontal. É composto por uma serie de ossos planos
e irregulares, que são imóveis (exceção da
mandíbula), totalizando 22 ossos.

CAVIDADE CRANIANA

A cavidade craniana consiste principalmente de cérebro,


meninges e líquido cefalorraquidiano. O fluido cerebrospinal é
um fluido transparente e incolor que está presente no cérebro e
espinal medula; meninges são membranas que rodeiam o nosso
sistema nervoso central.

O volume da nossa cavidade craniana é entre 1,200-1,700


centímetros3. Cavidade craniana também é chamado o espaço
intracraniano.

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COURO CABELUDO

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MENINGES

No interior do crânio encontra-se três


membranas protetoras denominadas meninges,
entre duas das quais circula o líquido
cefalorraquidiano, um fluido específico que
amortece os traumatismos e os movimentos
súbitos do corpo.

As três camadas principais que constituem as


meninges são dura-máter, a aracnóide ea pia-
máter. O dura-máter consiste em camada
endosteal e camada meníngea. Aracnóide é uma
membrana fina e transparente nas meninges, que

formam a almofada como camada e protege o sistema nervoso central. Pia-máter é uma membrana
fina que forma a camada exterior do cérebro e da medula espinal. O sangue e vasos sanguíneos
capilares passar através desta membrana para chegar ao cérebro e espinal medula.

ESTRUTURAS INTERNAS DA CABEÇA

Na cabeça estão situados estruturas


importantes do corpo humano, como: os órgãos
dos sentidos: audição, olfato, visão e paladar; o
cerebelo, as meninges, o bulbo raquidiano e
outras, que se encontram protegidas pela caixa
craniana.

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Curso de Atendimento Pré-hospitalar – Nível Suporte Básico de Vida

ESTRUTURAS INTERNAS DA CABEÇA

Em corte transversal, apresenta as estruturas que compõe o


neurocrânio e o esqueleto da face.
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ESQUELETO AXIAL - COLUNA VERTEBRAL

A coluna vertebral é responsável pelos principais movimentos


do esqueleto axial, com suas vértebras bem alinhadas, a coluna
transfere o peso da cabeça para o quadril e do quadril para os
pés, já que estamos sujeitos a força da gravidade, o corpo recebe
todo tipo de sobrecargas e tensões.

A coluna é composta por 33 ossos, chamados de vértebras,


que estão posicionados uma sobre a outra e vão mudando de
tamanho conforme vão se empilhando do pescoço até a pelve

ESTRUTURAS INTERNAS DO PESCOÇO

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CAVIDADE TORÁCICA

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CAVIDADE ABDOMINAL
QUADRANTES ABDOMINAIS

A localização dos principais órgãos abdominais podem ser facilitadas pela divisão do abdômen
em quadrantes traçando uma linha imaginária que passa pelo umbigo e pela linha mediana do
corpo.

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Curso de Atendimento Pré-hospitalar – Nível Suporte Básico de Vida

ÓRGÃOS DO SISTEMA URINÁRIO


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SISTEMA REPRODUTOR MASCULINO


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SISTEMA REPRODUTOR FEMININO

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SISTEMA CIRCULATÓRIO

Sistema sangüíneo: são representados pelos vasos


sangüíneos (artérias, veias e capilares) e o coração.
Sistema linfático: formado pelos vasos condutores de linfa
(capilares linfáticos, vasos linfáticos e troncos linfáticos) e por
órgãos linfóides (linfonodos e tonsilas).
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PRINCIPAIS VEIAS E ARTÉRIAS

Aorta é o nome dado à maior e mais


importante artéria do sistema circulatório do
corpo humano. Dela se derivam todas as outras
artérias do organismo. A aorta se inicia no
coração, na base do ventrículo esquerdo, e
termina à altura da quarta vértebra lombar, onde
se divide nas artérias ilíacas comuns. Ela leva
sangue oxigenado para todas partes do corpo
através da circulação sistêmica.

AORTA

A aorta abdominal é uma grande artéria na


cavidade abdominal. Sendo parte da aorta, ela é
continuação direta da aorta descendente (do
tórax).
A veia cava inferior é a principal veia que
transporta o sangue venoso do abdómen e dos
membros inferiores para o coração. Forma-se a
nível da quinta vértebra lombar através da junção
das veias ilíacas comuns, e termina no átrio
direito.

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Curso de Atendimento Pré-hospitalar – Nível Suporte Básico de Vida

ARTÉRIA CARÓTIDA

As artérias carótidas são vasos sanguíneos que


levam sangue arterial do coração para o cérebro.
Cada indivíduo tem duas artérias carótidas. Elas
têm sua origem no tórax (arco aórtico); passam
através do pescoço, uma de cada lado, até
alcançar o crânio.
O Socorrista profissional de saúde checará o
pulso carotídeo em vítimas com idade acima de 1
ano por até 10 segundos como forma de constatar
os sinais de vida.

ARTÉRIA ILÍACA

As artérias ilíacas comuns direita e esquerda


são os dois ramos que se originam a partir da
bifurcação da artéria aorta, responsáveis pela
irrigação sangüínea dos membros inferiores e da
pelve. Cada uma se divide posteriormente em
artéria ilíaca externa e artéria ilíaca interna.

SISTEMA RESPIRATÓRIO

O sistema respiratório é um dos mais complexos do nosso


organismo. Assegura uma função indispensável à
sobrevivência das células, dos tecidos e, no seu conjunto, do
corpo humano: a troca de oxigênio do ar para as células e a
libertação de dióxido de carbono proveniente do
metabolismo celular. A vida só é possível com o
funcionamento deste sistema complexo.

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ESTRUTURA DO SISTEMA RESPIRATÓRIO

As estruturas macroscópicas do sistema


respiratório humano é formado pela cavidade
nasal, fossas nasais, faringe, laringe, traqueia,
pulmões direito e esquerdo.

RESPIRAÇÃO

A respiração ocorre dia e noite, sem parar. Nós


podemos sobreviver determinado tempo sem
alimentação, mas não conseguimos ficar sem
respirar por mais de alguns poucos minutos. Você
sabe que todos os seres vivos precisam de energia
para viver e que essa energia é obtida dos
alimentos. O nosso organismo obtém energia dos
alimentos pelo processo da respiração celular,
realizada nas mitocôndrias, com a participação do
gás oxigênio obtido no ambiente.

VIAS AÉREAS

Fossas nasais – comunicam-se com o meio exterior pelos


orifícios das narinas. O interior das fossas nasais está dividido
em duas metades pelo septo nasal; a porção superior de cada
fossa nasal em contacto com a base do crânio tem função
olfactiva; a porção inferior tem função respiratória e é revestida
por um epitélio rico em glândulas mucosas, cuja secreção
humedece e filtra o ar inspirado.
Faringe – continuação das fossas nasais, constitui a
passagem comum do ar em direcção à traqueia, e dos
alimentos, em direcção ao esófago.

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Laringe – situada entre a faringe e a traqueia; durante a deglutição, a laringe eleva-se ao mesmo
tempo em que a epiglote fecha o orifício de comunicação com a faringe, impedindo que o alimento
entre na traqueia. No interior da laringe encontram-se as cordas vocais.

TEMOS TAMBÉM:
Traqueia – um tubo de aproximadamente 12 cm de comprimento e 2 cm de diâmetro, formado
por uma série de anéis cartilaginoso, que o mantêm aberto.
Brônquios – as duas ramificações da traqueia, direita e esquerda, que penetram nos pulmões. No
interior dos pulmões, os brônquios ramificam-se em tubos cujo diâmetro vai diminuído à medida que
se subdividem, reduzindo-se finalmente a finíssimos canais, denominamos bronquíolos. Estes
terminam nos alvéolos pulmonares.
Pulmões – são dois órgãos de consistência esponjosa, situados no tórax. Há entre eles um espaço
denominado mediastino. É nos pulmões que o oxigênio do ar passa para o sangue e o gás carbônico
do sangue passa para o ar atmosférico. Por essa razão, os dois pulmões são considerados os órgãos
essenciais da respiração.

VIAS AÉREAS SUPERIORES

Podemos dividir os componentes do Sistema


Respiratório em Vias Aéreas Superiores e Vias Aéreas
Inferiores.
As Vias Aéreas Superiores são constituídas por:
Nariz e fossas nasais;
Seios perinasais;
Boca;
Faringe (onde se situam as amígdalas);
Laringe (contém as cordas vocais, indispensáveis para
falar).

VIAS AÉREAS INFERIORES

As Vias Aéreas Inferiores são constituídas por:


Traqueia;
Brônquios (dividem-se em brônquios de
menores dimensões até aos bronquíolos);
Pulmões (contêm os alvéolos onde ocorrem as
trocas gasosas).

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FARINGE

A faringe é porção da anatomia que conecta o nariz e


a boca à laringe e ao esôfago. É um canal comum ao
aparelho digestivo e ao aparelho respiratório. De modo
geral entre os mamíferos a faringe é ponto de encontro
entre estes dois aparelhos.
A sua comunicação com a laringe está protegida por
uma lâmina chamada epiglote, que atua como uma
válvula: durante a inspiração, o ar passa das fossas
nasais para a laringe, fazendo com que a epiglote se
mova de forma a obstruir a entrada do esôfago,
conduzindo o ar para o canal correto (traqueia).

A faringe humana é divida em nasofaringe, localizada posteriormente à cavidade nasal; orofaringe,


posterior à cavidade oral. A parte inferior da faringe, onde esta comunica com o esôfago, chama-se
laringofaringe ou hipofaringe.

Na faringe ocorre o fenômeno da deglutição, em que a epiglote fecha a laringe (impedindo que
alimentos cheguem à traqueia). Em seguida o alimento desce para o esófago.

LARINGE

A laringe é um órgão curto que conecta a


faringe com a traqueia. Ela se situa na linha
mediana do pescoço, diante da quarta, quinta e
sexta vértebra cervicais.
A laringe tem três funções:
Atua como passagem para o ar durante a
respiração;
Produz som, ou seja, a voz (por esta razão é
chamada de caixa de voz);
Impede que o alimento e objetos estranhos
entrem nas estruturas respiratórias (como a
traqueia).

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BRÔNQUIOS

Brônquios são condutos cartilaginosos localizados


na porção mediana do tórax, abaixo da região inferior
da traqueia; e se estendem desde o ponto da
ramificação desta até o hilo pulmonar.
O brônquio direito é mais vertical, curto e largo que
o esquerdo.
Tal como a traqueia, estes são constituídos por
anéis incompletos de cartilagem e fibras musculares,
conferindo mobilidade. Além disso, são também
revestidos por epitélio ciliado, rico em células
caliciformes (produtoras de muco).

BRONQUÍOLOS

É a sub-ramificação de menor calibre da árvore


brônquica, que penetra nos alvéolos pulmonares, que
por sua vez realizam as trocas gasosas. Nos
bronquíolos de maior calibre existem anéis
cartilaginosos para impedir o fechamento dos
mesmos, nas paredes deles só existem fibras
musculares lisas. Os bronquíolos não são formados por
anéis cartilaginosos , e sim por tecidos conjuntivos.

ALVÉOLOS PULMONARES

Os alvéolos pulmonares são estruturas de pequenas


dimensões, localizadas no final dos bronquíolos, onde
se realiza a hematose pulmonar.
São cavidades diminutas que se encontram
formando os pulmões nas paredes dos vasos menores
e dos sacos aéreos. Por fora dos alvéolos há redes de
capilares sanguíneos, derivadas dos vasos sanguíneos
da pequena circulação.

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PULMÕES

Os pulmões do ser humano são órgãos do


sistema respiratório, responsáveis pelas trocas
gasosas entre o ambiente e o sangue. Sua
principal função é oxigenar o sangue e eliminar o
dióxido de carbono do corpo.

DIAFRÁGMA

A base de cada pulmão apóia-se no diafragma, órgão músculo-


membranoso que separa o tórax do abdome, presente apenas em
mamíferos, promovendo, juntamente com os músculos intercostais, os
movimentos respiratórios. Localizado logo acima do estômago, o nervo
frênico controla os movimentos do diafragma.

MECÂNICA RESPIRATÓRIA

A ventilação pulmonar é conhecida como


Respiração (processo mecânico que envolve
mudança de volume e pressão na cavidade
torácica), e também é separada em duas partes. O
processo de entrada de ar nos pulmões é chamada
de inalação ou inspiração, e o processo de saída
de ar dos pulmões é a exalação ou expiração.

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A inspiração se inicia com a ativação da musculatura respiratória, principalmente o Diafragma que, ao


contrair-se, achata e aumenta a compressão da cavidade torácica. Os músculos Intercostais Externos
elevam o gradil costal e levam o osso Esterno para frente e os músculos Multífidos auxiliam o
crescimento axial da coluna.
Já a expiração, no padrão normal respiratório, é passiva. Quando forçada, ativa a contração de alguns
grupos musculares, tais como, os músculos abdominais, Intercostais Internos, Quadrado Lombar e
Latíssimo do Dorso.

HEMATOSE

Nos alvéolos pulmonares ocorrem as trocas


gasosas denominada “hematose”. Nos alvéolos tem
muita concentração de oxigênio e pouca
concentração de gás carbônico, e nos capilares
sanguíneos o contrário, muita concentração de gás
carbônico e pouca de oxigênio. É nos alvéolos que é
feita a passagem de oxigênio para os capilares e de
gás carbônico para os alvéolos, e em seguida esse gás
carbônico percorrerá todo o caminho das vias
respiratórias, bronquíolos, brônquios, traqueia,
laringe, faringe, fossas nasais, para ser expulso então,
do nosso organismo.

SISTEMA DIGESTÓRIO

O sistema digestório é formado pelo tubo


digestivo e as glândulas anexas. A função do
sistema digestório é, principalmente, retirar dos
alimentos as moléculas necessárias para a
manutenção do organismo.

O sistema digestório humano, por exemplo,


atua no processo de aproveitamento dos
alimentos ingeridos. Esse sistema é formado pela
boca, faringe, esôfago, estômago, intestino
delgado e intestino grosso. Além desses órgãos, o
sistema digestório humano compreende glândulas
anexas, como as glândulas salivares, o pâncreas e
o fígado.

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Os sistemas funcionam de maneira integrada, e essa


integração é fundamental para manter a saúde do organismo
como um todo e, consequentemente, a vida.
O sistema digestório é formado pelo tubo digestivo e as
glândulas anexas. A função do sistema digestório é,
principalmente, retirar dos alimentos as moléculas
necessárias para a manutenção do organismo.

DIGESTÃO

Quando comemos um sanduíche, a quebra das moléculas


do pão se inicia na boca. Na boca o alimento é triturado (
mastigação) e umedecido com a saliva. Na saliva existe uma
enzima chamada de amilase, que quebra o amido ( um tipo
de açúcar ) em maltose.
Depois o alimento passa pela faringe, que é um tubo que
serve tanto para o aparelho digestório e respiratório. E
segue para o esôfago. O alimento é empurrado por esse
tubo por um movimento chamado de peristálticos. Veja a
figura ao lado.

FÍGADO

O fígado possui quatro lobos: o direito (o


maior), o esquerdo, o quadrado, o caudado.
Unindo os lobos esquerdo e direito, há o
ligamento falciforme; e fazendo a junção entre o
fígado e o Músculo Diafragma, há dois ligamentos:
o triangular e o coronário.
É irrigado principalmente pelas Artérias
Hepáticas, e é drenado pelas Veia Cava Inferior e
Veia Porta, sendo esta última a principal via de
comunicação do fígado com o corpo.

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VESÍCULA BILIAR

O fígado produz a bílis, que é estocada na vesícula.


Pelo fato de que as gorduras se decompõem em
grandes glóbulos, estes devem ser quebrados em
pequenas partículas capazes de serem absorvidas. Esta
é a função da bílis. As gorduras do bolo alimentar
desencadeiam secreções do hormônio cholecystokinin,
o qual, por sua vez, estimula a contração da vesícula
para começar o fluxo de bílis. Este hormônio também
estimula a liberação de enzimas pelo pâncreas.

PÂNCREAS

O pâncreas é um órgão que contém dois tipos básicos


de tecido: os ácinos, produtores de enzimas digestivas, e
as ilhotas, produtoras de hormônios.
O pâncreas secreta enzimas digestivas ao duodeno e
hormônios à corrente sanguínea.
O pâncreas também secreta grandes quantidades de
bicarbonato de sódio, que protege o duodeno
neutralizando o ácido oriundo do estômago.

INTESTINO DELGADO

Nesta porção ocorre a maior parte da digestão


enzimática e quase toda a absorção.
É um tubo enrolado de cerca de 7 m de
comprimento e de aproximadamente 2,5 cm de
diâmetro.
O intestino delgado se subdivide em duodeno,
jejuno e íleo, que se comunica com o intestino
grosso por meio da válvula íleo cecal.
Intestino grosso: nele continua a absorção de
água do quimo e graxas, suas glândulas
segregantes de muco, que protege o epitélio,
lubrifica as fezes e neutraliza os produtos ácidos
do metabolismo bacteriano.

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INTESTINO GROSSO

O intestino grosso consiste do cólon


ascendente (lado direito), cólon transverso, cólon
descendente (lado esquerdo) e cólon sigmóide, o
qual conecta-se ao reto.
O apêndice é uma pequena projeção tubular
em forma de dedo que se projeta do cólon
ascendente (direito) próximo ao local onde o
intestino delgado une-se a essa parte do intestino
grosso.

SISTEMA NERVOSO

Sistema nervoso é o que monitora e coordena a


atividade dos músculos, e a movimentação dos
órgãos, e constrói e finaliza estímulos dos sentidos
e inicia ações de um ser humano. Os neurônios e
os nervos são integrantes do sistema nervoso, e
desempenham papéis importantes na
coordenação motora. Todas as partes do sistema
nervoso são feitas de tecido nervoso e seus
estímulos são dependentes do meio.

NEURÔNIOS

O sistema nervoso é responsável pela maioria


das funções de controle em um organismo,
coordenando e regulando as atividades corporais.
O neurônio é a unidade funcional deste sistema.
Neurônio
O neurônio é a unidade funcional do sistema
nervoso. Os neurônios comunicam-se através de
sinapses; por eles propagam-se os impulsos
nervosos. Anatomicamente o neurônio é formado
por: dendrito, corpo celular e axônio. A
transmissão ocorre apenas no sentido do dendrito
ao axônio.

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DIVISÃO DO SISTEMA NERVOSO

O sistema nervoso é divido em Sistema Nervoso Central e Sistema


Nervoso Periférico.
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SISTEMA NERVOSO CENTRAL

É formado pelo encéfalo (cérebro, cerebelo, tronco


encefálico (mesencéfalo, ponte e bulbo) e pela medula
espinhal.
Todos esses órgãos são formados por uma substancia branca
e outra cinzenta.
Função: Receber e interpretar informações, emitir ordens.

ENCÉFALO

O encéfalo é um órgão complexo que,


conjuntamente com a medula espinal, forma o
sistema nervoso central e coordena toda a
atividade das células nervosas.
Está bem protegido no interior do crânio e é
envolvido, tal como a medula espinal, por três
formações membranosas denominadas meninges.
Pode considerar-se o encéfalo dividido em
cérebro, cerebelo e tronco encefálico.

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CÉREBRO

O cérebro é um dos mais incríveis órgãos do corpo


humano. Ele controla nosso sistema nervoso central,
mantendo-nos andando, falando, respirando e pensando.
O cérebro é também incrivelmente complexo, sendo
composto de cerca de 100 bilhões de neurônios.

FUNÇÕES CEREBRAIS

Os centros de linguagem são normalmente


encontrados somente no hemisfério esquerdo do
cérebro.

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HEMISFÉRIOS CEREBRAIS - CONTROLES

CEREBELO

Localiza-se por traz do tronco encefálico,


apoiado no osso occipital. É constituído por duas
partes simetrias, pregueadas e sulcadas
denominadas lobos cerebelares, sendo estes
ligados no centro pelo “verme cerebelar”. Pesa
cerca de 140 gr mede 10 cm de larguras, 5cm de
altura e 6 cm de espessura, sempre em função da
altura e peso do indivíduo. O seu interior é
formado de substancia branca e no exterior de
substancia cinzenta.

FUNÇÃO DO CEREBELO

O cerebelo é a parte do encéfalo responsável


pela manutenção do equilíbrio e pelo controle do
tônus muscular e dos movimentos voluntários,
bem como pela aprendizagem motora,
dependemos do cerebelo para andar, correr,
pular, andar de bicicleta, etc. É formado por 2
hemisférios - os hemisférios cerebelosos, e por
uma parte central, chamada de Vermis. O termo
cerebelo deriva do latim e significa "pequeno
cérebro".

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TRONCO ENCEFÁLICO

O Tronco cerebral ou tronco encefálico é a


porção do sistema nervoso central situada entre a
medula espinhal e o cérebro.
É dividido em mesencéfalo, ponte e bulbo.

FUNÇÕES DO TRONCO ENCEFÁLICO

No tronco cerebral encontram-se assim


localizados os núcleos que presidem aos
mecanismos homeostáticos mais básicos como o
ritmo cardíaco, a respiração e a dor. Aquando da
lesão destes núcleos, a troca de informação entre
o SNC e o resto do organismo não se verifica e,
desta forma é declarada a morte encefálica do
indivíduo (o indivíduo é declaro morto mesmo que
o coração esteja a bater – verifica-se uma
paragem do tronco cerebral).

BULBO

Bulbo: localiza-se embaixo do cérebro e na


frente do cerebelo.

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MEDULA ESPINAL

É um tubo nervoso situado dentro da coluna


vertebral.
Sendo que sua parte superior está ligada ao
bulbo.
A medula possui também a substância branca
na parte externa e a cinzenta, na interna.
A substância cinzenta se dispõe na forma de
um H, cujos ramos dão origem às raízes nervosas
que saem da medula.
A medula espinhal tem como função conduzir
os impulsos nervosos do corpo para o cérebro
(função realizada pela substância branca) e
produzir os impulsos nervosos (função realizada
pela substância cinzenta).
A medula é capaz de coordenar os atos
involuntários ou inconscientes, como retirar,
rapidamente, a mão de uma panela de água
fervendo.

SISTEMA NERVOSO SIMPÁTICO

SIMPÁTICO

Produz Adrenalina
Provocando as seguintes reações no
organismo:
Dilata a pupila;
Acelera os movimentos cardíacos;
Inibe os movimentos peristálticos;
Diminui as secreções do estômago e dos
intestinos.

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SISTEMA NERVOSO PARASSIMPÁTICO

PARASSIMPÁTICO
Produz Acetilcolina
Provocando as seguintes reações
no organismo:
Ccontrai a pupila;
Retarda os movimentos cardíacos;
Ativa os movimentos peristálticos;
Ativa as secreções do estômago e
dos intestinos.

SISTEMA MUSCULAR

Os músculos estão envolvidos em todo e qualquer


tipo de movimento que o organismo pode realizar.
Metade do peso corporal provém deles. São órgãos que
podem ser de três tipos: liso, estriado cardíaco e
estriado esquelético.
O músculo liso é encontrado na parede de órgãos
ocos, e apresenta contração involuntária. É o único tipo
de músculo presente nos animais invertebrados.
O músculo estriado cardíaco constitui o miocárdio
(músculo do coração) e apresenta contração
involuntária.
O músculo estriado esquelético constitui a maior
parte do nosso organismo. Os músculos dessa categoria
são responsáveis pelas contrações e movimentos
voluntários do corpo. Podem ter seu volume e tamanho

aumentados com exercícios físicos. Esses músculos ligam-se aos ossos por meio de tendões.
Quando um músculo se movimenta, ele se contrai e puxa o osso ao qual está ligado, mas para que
ocorra o movimento, o outro músculo também precisa se contrair para o lado contrário.

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FUNÇÕES MUSCULARES

Nossos músculos desempenham diversas funções em


nosso corpo, os quais são formados por diversos tipos de
fibras, que influenciam de maneira direta na nossa capacidade
de produzir tensão. Falando de maneira geral, os músculos
são responsáveis pelos movimentos, e seu funcionamento se
dá através da contração e extensão de suas fibras.

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MÚSCULOS ESQUELÉTICOS

Os músculos esqueléticos ou voluntários são os


órgãos ativos do movimento, transmitindo
movimento aos ossos sobre os quais se inserem.
Têm uma variedade grande de tamanho e
formato, de acordo com a sua disposição, local de
origem e inserção e controlam a postura do corpo
do animal.
O ser humano possui aproximadamente 639
músculos.

SISTEMA ESQUELÉTICO

O sistema esquelético é formado por um


conjunto de ossos que podem ser de vários tipos
(longos, chatos, curtos e irregulares). Além da
sustentação do corpo, os ossos também produzem
células do sangue e servem como reserva de
cálcio. Ligados aos músculos por meio de tendões,
realizam movimentos responsáveis pela
locomoção.

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ESQUELETO AXIAL E ESQUELETO APENDICULAR

O esqueleto (do grego “corpo seco”) humano possui 206


ossos e se divide em: esqueleto axial, na imagem em azul
(composto por: crânio, coluna vertebral, esterno e costelas)
e esqueleto apendicular, na imagem em branco (composto
por: clavícula, escápula, úmero, rádio, ulna, ossos carpais e
tarsais, metacarpais e metatarsais, falanges, pelve, fêmur,
tíbia e fíbula).

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NOMENCLATURA DOS OSSOS DO ESQUELETO AXIAL E APENDICULAR

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FUNÇÕES DO SISTEMA ESQULÉTICO

A mais óbvia e uma das mais importantes


funções do sistema esquelético é fornecer o
suporte do corpo e forma. Sem o sistema
esquelético, nossos corpos serão apenas massa de
carne e vísceras. O sistema esquelético ajuda a
fornecer um quadro para o seu corpo. Existem
muitas outras funções do sistema esquelético que
ajuda em muitos outros processos no sistema do
corpo humano. Vamos agora conhecer mais em
detalhe sobre as diversas funções do sistema
esquelético.

COMPOSIÇÃO DOS OSSOS

O sistema esquelético é composto de ossos e cartilagens.

OSSOS DO CORPO HUMANO

Ossos são órgãos esbranquiçados, muito duros, que unindos-se aos


outros, por intermédio das junturas ou articulações constituem o esqueleto.
É uma forma especializada de tecido conjuntivo cuja a principal
característica é a mineralização (cálcio) de sua matriz óssea (fibras colágenas
e proteoglicanas).
O osso é um tecido vivo, complexo e dinâmico. Uma forma sólida de
tecido conjuntivo, altamente especializado que forma a maior parte do
esqueleto e é o principal tecido de apoio do corpo. O tecido ósseo participa
de um contínuo processo de remodelamento dinâmico, produzindo osso
novo e degradando osso velho.
O osso é formado por vários tecidos diferentes: tecido ósseo,
cartilaginoso, conjuntivo denso, epitelial, adiposo, nervoso e vários tecidos
formadores de sangue.
Quanto a irrigação do osso, temos os canais de Volkman (vasos
sangüíneos maiores) e os canais de Havers (vasos sangüíneos menores). O
tecido ósseo não apresenta vasos linfáticos, apenas o tecido periósteo tem
drenagem linfática.

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QUANTIDADE DE OSSOS

CLASSIFICAÇÃO DOS OSSOS

Em relação à forma, existem três


tipos principais de ossos:
Ossos longos, como as costelas, o
fêmur, o úmero e outros ossos dos
membros;
Ossos largos ou laminares, como
escápula;
Ossos curtos, de forma
arredondada ( assemelhaça a um
cubo) possuem as três dimensões
mais ou menos iguais e só são
encontrados no tornozelo(tarso) e
punho (carpo).

Ossos sesamóides ou supranumerarios, temos com exemplo a patela.Presentes no interior de


alguns tendões, que sofram um stresse físico e tensão, como palmas e plantas.
Ossos Irregulares, como as vértebras.

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OSSOS LONGOS

Seu comprimento supera a sua largura. EX.:


Fêmur, úmero.

OSSOS CURTOS

Seu comprimento e largura aproximadamente


iguais. Ex.: Carpo e tarso.

OSSOS CHATOS

São planos e ligeiramente recurvados, de


aspecto laminar. Ex.: Costelas e escápulas.

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OSSOS IRREGULARES

São todos que saem dos padrões acima


relacionados. Ex.: osso temporal,
vértebras.

JUNTAS E ARTICULAÇÕES

Junta é o local de junção entre dois ou mais ossos.


Algumas juntas, como as do crânio, são fixas; nelas os
ossos estão firmemente unidos entre si. Em outras juntas,
denominadas articulações, os ossos são móveis e permitem
ao esqueleto realizar movimentos.

ARTICULAÇÕES

Tecido cartilaginoso, ou simplesmente


cartilagem, é um tecido elástico e flexível, branco
ou acinzentado, aderente às superfícies articulares
dos ossos. Também é encontrado em outros locais
como na orelha, na ponta do nariz. O tecido serve
para revestir, proteger, dar forma e sustentação a
algumas partes do corpo, mas com menor rigidez
que os ossos e também serve para não dar atrito
entre os ossos.

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OSSOS DO CRÂNIO

Crânio: formado por dois conjuntos de


ossos:
Ossos do crânio ou caixa encefálica:
constituídos por dois ossos pares ( parietais e
temporais) e quatro ossos ímpares (frontal,
occipital, esfenóide, etmóíde).

OSSOS DA FACE

Ossos da face: constituída por dois ossos


ímpares ( mandíbula e vômer) e seis ossos
pares ( maxilas, zigomáticos, nasais,
lacrimais,palatinos e palatos).

OSSOS DA COLUNA VERTEBRAL

A coluna vertebral, também chamada de


espinha dorsal, estende-se do crânio até a pelve.
Ela é responsável por dois quintos do peso
corporal total e é composta por tecido conjuntivo
e por uma série de ossos, chamados vértebras, as
quais estão sobrepostas em forma de uma coluna,
daí o termo coluna vertebral. A coluna vertebral é
constituída por 24 vértebras + sacro + cóccix e
constitui, junto com a cabeça, esterno e costelas,
o esqueleto axial.

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REGIÕES DA COLUNA VERTEBRAL

Superiormente, se articula com o osso occipital


(crânio); inferiormente, articula-se com o osso do
quadril ( Ilíaco ).
A coluna vertebral é dividida em quatro
regiões: Cervical, Torácica, Lombar e Sacro-
Coccígea.
São 7 vértebras cervicais, 12 torácicas, 5
lombares, 5 sacrais e cerca de 4 coccígeas.

OSSOS DO TÓRAX - COSTELAS

As costelas são ossos alongados, comparáveis a


arcos, que se estendem da coluna vertebral até o
esterno, ao qual se unem através das cartilagens
costais. No corpo humano existem 12 pares de
costelas.

As sete primeiras articulam-se na frente com o


esterno por meio de uma cartilagem, que lhes é
própria (costelas verdadeiras). Da oitava à décima
costela elas se unem através de suas cartilagens a
uma cartilagem comum, que se articula com o
esterno (costelas falsas). A décima-primeira e a
décima-segunda costela não se articulam com o
esterno (costelas flutuantes).

OSSO ESTERNO

O esterno é um osso humano chato, localizado


na parte anterior do tórax. Ele é composto por
três partes: o manúbrio, o corpo e o processo
xifóide, ou o processo xifóide.
O esterno serve para sustentação das costelas e
da clavícula, formando a caixa torácica onde ficam
protegidos os pulmões, coração e os grandes
vasos (aorta, veia cava, artérias e veias
pulmonares).

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OSSOS DO QUADRIL

No homem, o osso do quadril é formado a


partir de três ossos, o ísquio, o púbis e o ílio, que
se juntam com a idade, mas no embrião são bem
distinguíveis. O osso do quadril forma o esqueleto
da pelve (pelve óssea), junto com os ossos sacro e
cóccix

OSSOS DO QUADRIL

O osso do quadril articula-se com o fêmur


através da chamada face semi-lunar do acetábulo,
sendo que a fossa do acetábulo serve para
pasagem do ligamento da cabeça do fêmur, que se
liga a incisura do acetábulo. O acetábulo é dividido
entre as partes do quadril, não pertencendo
totalmente a nenhum deles.

OSSO DA COXA

O fêmur é o osso mais longo e mais volumoso


do corpo humano, e localiza-se na coxa. Também
é o osso mais resistente, suportando uma pressão
de 1230 Kg por centímetro quadrado sem se ferir.
Uma pessoa de 1,80 m tem um fêmur de
aproximadamente 50 cm.

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OSSOS DA PERNA

A fina fíbula situa-se póstero-lateralmente à


tíbia e serve principalmente para fixação de
músculos. Não possui função de sustentação de
peso. Articula-se com a tíbia (proximalmente e
distalmente) e o tálus (osso do pé) distalmente.

OSSOS DO PÉ

OSSOS DO OMBRO

Os ossos do ombro são o úmero (osso do


braço), a escápula e a clavícula.
O "teto" do ombro é formado por uma
parte da escápula em formato de "dragona"
chamado acrômio.
No ombro existem quatro articulações
verdadeiras. A articulação principal do
ombro é chamada de articulação
glenoumeral, formada pela cabeça do úmero
em forma de "bola" que se encaixa em um
"soquete" raso chamado de glenoideo.

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OSSOS DO BRAÇO

Chama-se braço à porção proximal do membro superior,


formada pelo úmero, que articula, no ombro, com a escápula e,
no cotovelo, com a ulna e o rádio, que formam o antebraço.
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OSSOS DO ANTEBRAÇO

Chama-se antebraço à parte da extremidade superior ou


membro superior do homem situada entre o cotovelo e o carpo
(ou punho).
O antebraço é formado pelos ossos ulna e rádio, ligados por
uma membrana interóssea.

OSSOS DA MÃO

A mão é constituída por vinte e sete ossos


divididos em três grupos: o carpo com oito ossos,
dispostos em duas fileiras; o metacarpo, com
cinco metacárpicos, que são ossos longos e
dispostos verticalmente; os dedos, em número de
cinco, constituídos por três falanges, à exceção do
primeiro que possui apenas duas.

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AVALIAÇÃO

NOÇÕES BÁSICAS DE ANATOMIA

1. Conceitue posição anatômica:

2. Utilizando os termos anatômicos aprendidos nesta lição, descreva a localização aproximada das
indicações abaixo. Responda nos espaços logo
abaixo.

Lesão A

Lesão F
Lesão C

Lesão B

Lesão D

Lesão E

Lesão A = _________________________ Lesão C = ____________________


Lesão B =__________________________ Lesão D =____________________
Lesão F =__________________________ Lesão E = ____________________
3. No espaço abaixo, relacione a coluna de palavras da direita com a coluna de palavras da esquerda.
a) Sentidos ( ) Sístole e diástole

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b) Glândula Tireóide ( ) Músculo da respiração


c) Baço ( ) Quadrante superior esquerdo

d) Estômago e intestinos ( ) Urina

e) Cotovelo e joelho ( ) Vasos sangüíneos


f) Veias e artérias ( ) Garganta
g) Faringe e esôfago ( ) Sistema nervoso
h) Controle de movimentos ( ) Sistema Digetórioo
i) Rins ( ) Olhos e ouvidos
j) Coração ( ) Articulação
l) Diafragma ( ) Hormônios

b. Escreva os nome dos principais órgãos existentes nas cavidades corporais.


Cavidade craniana
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_____________________________________________________________________________________
Cavidade espinal
_____________________________________________________________________________________
_____________________________________________________________________________________
Cavidade torácica
_____________________________________________________________________________________
_____________________________________________________________________________________
Cavidade abdominal
_____________________________________________________________________________________
_____________________________________________________________________________________
Cavidade pélvica
_____________________________________________________________________________________
_____________________________________________________________________________________

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Lição 04

PRIMEIROS SOCORROS PARA LEIGOS

OBJETIVOS

Proporcionar aos participantes atuando isoladamente ou com apoio, e não integrante de uma equipe de
atendimento pré-hospitalar conhecimentos e habilidades para:
1. Executar a avaliação de uma cena de emergência e a solicitação de apoios;
2. Executar o atendimento a uma vítima de desmaio em consequencia de emergência clínica;
3. Executar o atendimento a uma vítima de convulsões;
4. Executar o atendimento a uma vítima adulta de parada cardíaca;
5. Executar o atendimento a uma vítima de obstrução de via aérea por corpos estranhos para adultos,
crianças e bebês;

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PRIMEIROS SOCORROS

CONCEITO

Primeiros Socorros são os cuidados imediatos que devem ser prestados rapidamente a uma pessoa,
vítima de acidentes ou de mal súbito, cujo estado físico põe em perigo a sua vida, com o fim de manter
as funções vitais e evitar o agravamento de suas condições, aplicando medidas e procedimentos até a
chegada de assistência qualificada.
http://www.fiocruz.br/biosseguranca/Bis/manuais/biosseguranca/manualdeprimeirossocorros.pdf

SEGURANÇA DA CENA DE EMERGÊNCIA


1. Eu estou SEGURO?
2. As demais pessoas estão SEGURAS?
3. A vítima está SEGURA?

Somente intervenha com segurança!


Acione apoios em caso de necessidade!
Isole a área e evite que outras pessoas se acidentem!

BIOSSEGURANÇA

Vacinação Preventiva
ESQUEMA VACINAL

3 doses de Hepatite B: 0 – 30 – 180 dias a


partir da 1ª dose.
3 doses de Dupla Adulto (Difteria e
Tétano): 0 – 60 – 180 dias a partir da 1ª
dose e reforço a cada 10 anos;
Sarampo, Caxumba e Rubéola (SCR): 2
doses na vida;
Febre Amarela nas áreas endêmicas ou
viagens para áreas endêmicas a cada 10
anos;
Influenza Sazonal.
A única forma de comprovação de sua situação vacinal é a Carteira de Vacinação do Adulto
1. Onde está guardada a sua Carteira de Vacinação?
2. O seu esquema vacinal está completo?

BIOSSEGURANÇA CONTRA CONTATO COM SECREÇÕES DA VÍTIMA

Ideal:
Utilize quaisquer materiais isolantes até que um par de • Luvas de látex ou vinil
luvas esteja disponível. • Óculos de proteção
Exemplo: uma sacola plástica.

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Evitar contato com sangue e secreções das vítimas utilizando qualquer recurso isolante até que
estejam disponíveis os equipamentos adequados.
Outras proteções podem ser adicionadas como máscara de proteção facial e avental descartável
de manga longa.

PROCEDIMENTOS IMEDIATOS

1. Lavar o local com água corrente, detergente (sabão neutro) ou


outro antisséptico cedido pela empresa para emergências como o
álcool 70% (gel), substâncias degermantes (Gluconato de
Clorexidina), entre outros. Nesse caso, passar estes produtos depois
de lavar o local.
2. Lavar os olhos somente com água corrente em abundância;
1.1. Não utilizar sobre a pele produtos corrosivos como gasolina,
diesel, álcool combustível veicular, entre outros;
1.2. Não esfregar o local a ponto de produzir irritação da pele, pois
abrirá uma ferida para entrada dos microrganismos causadores de
doença;

2. Acompanhar a vítima até o hospital de destino e se apresentar, neste local, para avaliação médica
ou de enfermagem. Explicar o tipo de acidente sofrido e as providências tomadas no local.
3. Seguir as recomendações médicas e encaminhamentos para eventual tratamento de saúde.
4. Importante manter posse da cópia ou original da Carteira de Vacinação do Adulto para análise da
equipe de saúde, em especial, a comprovação da vacinação contra a Hepatite B.

SERVIÇO DE EMERGÊNCIA MÉDICA LOCAL

Quais recursos estão disponíveis na sua empresa:


❑ Central de Segurança / Monitoramento;
❑ Recepcionista;
❑ Bombeiro Civil;
❑ Ambulatório;
❑ Ambulância;
❑ Sistema de Área Protegida por Serviços de Emergências Médicas;
❑ Equipamentos de Primeiros Socorros.

ACIONAMENTO DO SERVIÇO DE EMERGÊNCIA MÉDICA LOCAL


RAMAL DE EMERGÊNCIA DA EMPRESA:
Nº ____________
Localização: ________________________________________________________

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ACIONAMENTO DOS SERVIÇOS DE EMERGÊNCIAS MÉDICAS - PÚBLICOS


QUANDO ACIONAR BOMBEIROS OU SAMU:

❑ Ocorrências de emergências clínicas e de ❑ Ocorrências que necessitem de ações de


trauma que não envolvam riscos no local salvamento (vítimas em situação de
para os socorristas; risco) ou nos desastres (múltiplas
❑ Exemplos: quedas, atropelamentos, vítimas).
queimaduras, mal súbito, acidentes com ❑ Exemplos: vítimas presas entre
motociclistas, entre outros. ferragens de veículos, em locais de
❑ Apoio nas situações de múltiplas vítimas. difícil acesso, incêndios, entre outros.
❑ Atendimento de emergências clínicas, a
critério da Central de Operações do
Corpo de Bombeiros.
CHAMADA DE EMERGÊNCIA
INFORMAÇÕES BÁSICAS PARA O DESPACHO DE AMBULÂNCIAS
MANTENHA A CALMA E PRESTE AS INFORMAÇÕES ABAIXO:
Meu nome é _____________, Brigadista da empresa
___________________________;
O que quer?
➢ Temos uma vítima: “emergência clínica” ou “trauma”;
➢ Sexo, idade e estado de consciência (ferimentos e outros
problemas encontrados.
Localização:
➢ Endereço completo: ponto de referência e telefone de contato;
➢ Localização no edifício: “1º subsolo do edifício”; “ térreo”; “1º andar”;
DESLIGUE SOMENTE QUANDO O ATENDENTE DO SERVIÇO DE EMERGÊNCIA MÉDICA (SEM) ENCERRAR
O ATENDIMENTO

IMPORTANTE:
❑ Não utilize o telefone de contato até a chegada da ambulância;
❑ Determine que um Brigadistas aguarde a ambulância na entrada do edifício.

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EMERGÊNCIAS MÉDICAS

As emergências clínicas são estados graves de saúde que não foram causados por nenhum fator externo
(traumas) e são, normalmente, consequências de doenças pré-existentes provocados por determinados
fatores de risco que podem ser evitados.

PRINCIPAIS CAUSAS DE PERDA SÚBITA DE CONSCIÊNCIA (DESMAIOS)

HIPÓXIA – diminuição da oxigenação nos tecidos cerebrais:

❑ O cérebro consome cerca de 20% de todo oxigênio utilizado pelo


nosso organismo;
❑ Várias situações podem diminuir a chegada de sangue no cérebro
como a perda de grande quantidade de sangue, ou problemas
respiratórios como a crise de asma.

HIPOGLICEMIA – diminuição da glicose circulante:

❑ Em uma crise de hipoglicemia acompanhada de convulsões ou


desmaios, lateralize a vítima imediatamente;
❑ Admite-se que, como medida de emergência, se espalhe ou
esfregue um punhado de açúcar nas gengivas da pessoa. A mucosa
da boca absorverá o açúcar e elevará a glicose sanguínea.
❑ Sinais e sintomas: Tremedeira, Nervosismo e ansiedade, Suores e calafrios, Irritabilidade e impaciência,
Confusão mental e até delírio, Taquicardia, coração batendo mais rápido que o normal, Tontura ou
vertigem, Fome e náusea, Sonolência, Visão embaçada, Sensação de formigamento ou dormência nos
lábios e na língua, Dor de cabeça, Fraqueza e fadiga, Raiva ou tristeza, Falta de coordenação motora,
Convulsões, Inconsciência.

HIPOTENSÃO – diminuição da pressão arterial, o que reduz o suporte de oxigênio e glicose circulante
no cérebro:

❑ Valor ótimo de pressão arterial: <120 x 80 mmHg (12 por 8)


❑ Valor normal de pressão arterial: < 130/85 mmHg
❑ Valor ideal de pressão arterial para pessoas com risco de diabetes e doença renal: <130 x 80 mmHg

❑ Não há uma cifra precisa que defina


a hipotensão, mas costuma-se falar
que há hipotensão quando a pressão é
baixa o suficiente para
produzir sintomas, geralmente inferior
a 90/60 mmHg.

Centro de Referência e Treinamento em APH Edição 2019 Página 74


Curso de Atendimento Pré-hospitalar – Nível Suporte Básico de Vida

❑ Condições de saúde ou doenças que podem causar diminuição da pressão arterial: gravidez,
problemas do coração, problemas endócrinos, desidratação, perda grave
de sangue, queimaduras extensas, reações alérgicas e anemias graves.

HIPOVOLEMIA – diminuição da quantidade de sangue circulante:

O sangue exerce diversas funções no corpo humano, em especial, o transporte de oxigênio e de gás
carbônico. Além do trauma, várias doenças podem produzir hemorragias e, consequente, perda súbita
de consciência.

OBSTRUÇÕES DA PASSAGEM DE SANGUE

Obstruções arteriais em órgãos vitais como o coração e o cérebro podem levar a emergências fatais cujo
único sinal presente é a “perda súbita de consciência”.

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Curso de Atendimento Pré-hospitalar – Nível Suporte Básico de Vida

PRINCIPAIS CAUSAS DE MORTALIDADE NO MUNDO

NEWS.MED.BR, 2017. Organização Mundial de Saúde (OMS) divulga as dez principais causas de morte
no mundo.
Disponível em: <http://www.news.med.br/p/saude/222530/oms-divulga-as-dez-principais-causas-
de-morte-no-mundo.htm>. Acesso em: 23 abr. 2018.

FATORES DE RISCOS PARA EMERGÊNCIAS CARDIOVASCULARES

❖ Sedentarismo;
❖ Obesidade;
❖ Excesso de colesterol no sangue;
❖ Hipertensão arterial (pressão alta);
❖ Tabagismo;
❖ Diabetes (não tratado).

HIPERTENSÃO ARTERIAL

❑ Para a maioria da população, a pressão arterial


deve estar abaixo de 140 e/ou 90mmHg, exceto
para os diabéticos (<130/85 mmHg) e renais
crônicos (indo até < 120/75 mmHg);
❑ A Hipertensão Arterial é SEM SINTOMAS;

❑ A hipertensão arterial grave ou prolongada e não tratada, apresenta dores de cabeça, vômito,
dispneia ou falta de ar, agitação e visão borrada decorrência de lesões que afetam o cérebro, os
olhos, o coração e os rins.

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Curso de Atendimento Pré-hospitalar – Nível Suporte Básico de Vida

TABAGISMO

❑ O tabaco é responsável por 5,4


milhões de mortes por ano no
mundo, afirma a Organização
Mundial de Saúde (OMS);
❑ “Trata-se da principal causa de
morte. O tabaco mata mais do que
o HIV/AIDS, a tuberculose e a
malária juntos”;

❑ Segundo a OMS, o tabaco é responsável pela morte de metade dos seus consumidores. Se a tendência
não se alterar, será a causa de cerca de 1 BILHÃO de mortes no século XXI, em comparação com cem
milhões, no século XX.

DIABETES
❑ Valor normal do açúcar no sangue (glicemia) com pelo menos 8 horas de jejum - inferior a 100
mg/dl. Diabetes tipo 2 - superior a 125 mg/dl.
❑ Pós-refeições
Normal - inferior a 140 mg/dl. Diabetes tipo 2 - superior a 200 mg/dl duas horas depois de uma
refeição.
❑ Diabetes (não tratado) traz graves danos á saúde: cegueira, amputação de pés, impotência
sexual, infarto agudo do miocárdio e derrame cerebral;
❑ Identificar os sinais e sintomas;
❑ Procurar tratamento gratuito nos Postos de Saúde ou Programas de Saúde da Família;
❑ Seguir, rigorosamente, o tratamento médico.

SINAIS E SINTOMAS DO DIABETES

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EMERGÊNCIAS CARDIOVASCULARES - INFARTO AGUDO DO MIOCÁRDIO

❑ A obstrução das artérias coronárias é causada


principalmente pela acumulação de depósitos
gordurosos como o COLESTEROL e de CÁLCIO no
interior das artérias.
❑ Este processo se chama ARTERIOSCLEROSE.

❑ De acordo com o Ministério da Saúde, no Brasil, 300 mil pessoas sofrem infartos todos os anos,
e em 30% dos casos o ataque cardíaco é fatal.

SINAIS E SINTOMAS
❑ 1. Desconforto torácico:
❑ > Mal-estar súbito e progressivo com ou sem
dor* (pressão, queimação, ardência).
❑ > Dor do lado esquerdo em forma de aperto que
irradia em geral para o braço esquerdo, axila e
pescoço;
❑ 2. Suor excessivo;
❑ 3. Palidez.

OUTROS SINTOMAS ASSOCIADOS:


❖ Dormência ou formigamento no braço esquerdo;
❖ Dor de estômago, sem relação com alimentos;
❖ Dor nas costas;
❖ Mal-estar geral;
❖ Enjoos e tonturas;
❖ Dificuldade para respirar ou respiração rápida.

PROCEDIMENTOS
1. Acionar o Serviço de Emergência Médica Local ou Regional;
2. Preventivamente traga o DEA (Desfibrilador Externo
Automático) para o local e esteja pronto para opera-lo nas
seguintes condições:
1.1. A vítima ficar INCONSCIENTE;
1.2. A vítima não apresentar respiração durante 10 segundos de
verificação.

3. Cada minuto sem desfibrilação depois de uma parada cardíaca a


vítima perde 10% de chances de sobrevivência.

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VÍTIMAS CONSCIENTES

1. Evitar que a pessoa realize qualquer esforço físico:


1.1. Mantenha a vítima sentada ou semi-sentada;
1.2. Movimenta-la em cadeira de rodas,
preferencialmente, ou sentada numa cadeira comum.
2. Preste assistência psicológica (calma e conforto).

VÍTIMAS INCONSCIENTES

1. Avaliar se a vítima apresenta sinais vitais


(respiração);
2. Acionar o Serviço de Emergência Médica;
3. Solicitar um Desfibrilador Externo
Automático;
4. Manter a vítima na Posição de Recuperação
(decúbito lateral com as vias aéreas
liberadas);
5. Monitorar frequentemente os sinais vitais.

ACIDENTE VASCULAR ENCEFÁLICO (DERRAME CEREBRAL)

Lesão do tecido cerebral provocada por obstrução ou rompimento de artéria cerebral. Os tecidos
cerebrais começam a morrer entre 4 a 5 minutos por falta de oxigênio. Em 85º dos casos ocorre o AVE
Isquêmico (obstrução de artéria) e 15% estão relacionados a ruptura de artéria cerebral como nos casos
de aneurisma cerebral. Nesses casos, a hipertensão arterial é o principal fator de risco.

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SINAIS E SINTOMAS MAIS EVIDENTES DE ACIDENTE VASCULAR ENCEFÁLICO

1. Perda de força muscular, de sensibilidade,


dormência, formigamento, em um lado inteiro do
corpo;
2. Dificuldade em falar ou articular as palavras,
3. Paralisia de um lado do rosto (boca torta).

TRATAMENTO

1. Acionar o SEM local ou regional;


2. Vítimas conscientes manter em posição
confortável;
3. Vítimas inconscientes manter em
decúbito lateral;
4. Monitorar atentamente os sinais vitais.

DECISÃO DE TRANSPORTE DE VÍTIMAS DE EMERGÊNCIAS CLÍNICAS (INFARTO / DERRAME) EM


VEÍCULOS PARTICULARES

1. O ATENDIMENTO MÉDICO, nesses casos, é a MEDIDA MAIS IMPORTANTE!


2. Tempo é músculo! / Tempo é cérebro!
3. O transporte para o Pronto Socorro feito pelo Serviço de Emergência Médica (SEM) sempre será a
1ª opção, mas não existe legislação que impeça o socorro em veículo particular.
3. Se não tem um SEM disponível na região ou o atendimento for muito demorado siga algumas
orientações:
a. Um Socorrista deve dirigir com segurança enquanto outro presta os primeiros socorros;
b. Vítima consciente: mantê-la sentada no banco traseiro com cinto de segurança;
c. Vítima inconsciente: mantê-la deitada de lado no banco traseiro com a via aérea liberada (cabeça
inclinada para trás);
d. Vítima sofre parada cardíaca durante o transporte: parar o veículo em local seguro e acionar
novamente o SEM, informar a gravidade e verificar se já está disponível;
e. Colocar, imediatamente, a vítima em local plano e rígido (Ex.: calçada), iniciar e manter a RCP até a
equipe de ambulância chegar (não importando o tempo de espera) ou até a vítima voltar a
respirar espontaneamente (continuar o transporte).
LEMBRE-SE: O transporte para o Pronto Socorro feito pelo Serviço de Emergência Médica (SEM)
sempre será a 1ª opção.

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Curso de Atendimento Pré-hospitalar – Nível Suporte Básico de Vida

AVALIAÇÃO DA VÍTIMA INCONSCIENTE:


1. Constate a inconsciência mediante pelo menos 3 estímulos auditivos e táteis. Chame a vítima pelo
NOME, se souber. Se não houver qualquer reação a considere inconsciente;
2. Imediatamente, coloque uma das mãos sobre o abdômen da vítima e tente sentir movimentos
locais, bem como simultaneamente observe se há movimentos torácicos. Permaneça observando
por até 10 (dez) segundos. Considere-a com sinais vitais se apresentação respiração normal
espontânea;
3. Acione o Serviço de Emergência Médica local ou regional;
4. Tenha acesso rápido a um DEA (Desfibrilador Externo Automático), se houver na edificação;
5. Coloque a vítima na Posição de Recuperação mesmo antes de acionar apoio, caso esteja sozinho e
tenha que demorar para executar a chamada de emergência.
6. Mantenha a vítima coberta e aquecida;
7. Monitore a respiração continuamente.

PROCEDIMENTOS INCORRETOS:

1. Uma das causas principais de morte de vítimas


inconscientes antes da chegada do Serviço de
Emergência Médica é a obstrução das vias aéreas pela
própria língua e a aspiração de vômitos;
2. Essa posição favorece a obstrução da via aérea pela
própria língua;
3. Produz compressão do diafragma na vítima obesa e
consequente dificuldade respiratória;
4. Produz compressão do estômago, vômito e consequente
aspiração;

5. Em uma vítima de AVE Hemorrágico aumentaria o sangramento;


6. Em uma vítima de infarto agudo do miocárdio haveria sobrecarga no trabalho cardíaco.

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Curso de Atendimento Pré-hospitalar – Nível Suporte Básico de Vida

NUNCA FAÇA ISSO:

1. NUNCA ofereça líquidos para a vítima beber, pois pode produzir vômitos e, consequente, bronco
aspiração;
2. NÃO adianta esfregar álcool na face ou nos punhos;
3. NÃO tente fazer quaisquer estímulos como “bater no rosto”, “espetar com agulhas”, “torcer os
mamilos”, “esfregar fumo no nariz”, entre tantos procedimentos bizarros.

DECÚBITO LATERAL ESQUERDO OU DECÚBITO LATERAL DIREITO

Algumas vítimas são favorecidas pelo posicionamento adequado segundo sua condição clínica. A vítima
grávida e o afogado são situações que exigem posicionamento específicos.

GESTANTES

❖ Todas as grávidas, em especial, aquelas no final de


gestação devem ser posicionadas e transportadas em
decúbito lateral esquerdo.

❖ O peso do útero, feto, líquido amniótico, placenta e


tecidos abdominais no centro do abdômen
comprimem a VEIA CAVA INFERIOR;
❖ A VEIA CAVA INFERIOR é a responsável pelo retorno do
sangue das veias de toda a região inferior do corpo;
❖ Se a vítima inconsciente ou consciente permanecer em
decúbito dorsal haverá má oxigenação dela e do feto.

❖ Compressão da veia cava inferior reduz em 30


mmHg a pressão arterial da gestante.
❖ Reduz, consequentemente, a circulação na
placenta que nutre e oxigena o feto.
❖ Tanto a gestante quanto o feto terão
complicações circulatórias e respiratórias.

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Curso de Atendimento Pré-hospitalar – Nível Suporte Básico de Vida

DECÚBITO LATERAL ESQUERDO

A veia cava passa do lado


direito da coluna
vertebral, portanto, com a
vítima do lado esquerdo
essa veia fica mais
elevada e melhor
descomprimida.

Fonte: imagens Google

O útero fica lateralizado descomprimindo a veia cava inferior. Melhor circulação materna e fetal.

AFOGAMENTOS

Principal causa de morte até os 14 anos de idade, o afogamento pode ser prevenido com medidas
simples como seguir o lema do Corpo de Bombeiros: “Água no Umbigo, Sinal de Perigo!”
Se alguém está se afogando acione um salva-vidas e adote as seguintes medidas de segurança:
1. Não tenha contato corporal com a vítima;
2. Jogue algo que flutue para ela segurar como uma boia, bola, prancha de surf, entre outros;

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Curso de Atendimento Pré-hospitalar – Nível Suporte Básico de Vida

3. Tente alcança-la com algum dispositivo longo como cabo de vassoura, limpador de piscina, entre
outros;
4. Se tiver embarcado (bote, jet ski, entre outros) aproxime o veículo aquático e deixe a vítima se
agarrar num local seguro;
5. Se tiver como retirar a vítima com segurança remova-a para fora do ambiente aquático e avalie-a;
6. Se não estiver respirando inicie a manobras de ressuscitação cardiopulmonar;
7. Se estiver respirando (sinais vitais) siga a seguinte sequência:
7.1. Posicione-a em decúbito lateral direito com as vias aéreas liberadas;
7.2. Remova as roupas molhadas;
7.3. Seque totalmente seu corpo;
7.4. Cubra-a da cabeça aos pés para tratar a hipotermia, presentes nestes casos,
7.5. Monitore-a frequentemente até a chegada do Serviço de Emergência Médica.

VANTAGENS DO DECÚBITO LATERAL DIREITO NO TRATAMENTO DO AFOGADO

VANTAGENS DO DECÚBITO LATERAL DIREITO NO TRATAMENTO DO AFOGADO


1. Em geral, devido à posição anatômica mais inclinada no brônquio direito, ocorre maior fluidez
de líquidos e secreções para o pulmão direito. O pulmão direito estará mais comprometido que
o esquerdo;
2. Toda vítima com secreções nas vias aéreas superiores (boca, nariz e garganta) devem ser
lateralizadas para evitar aspiração destas secreções quando não se tem outras medidas e
suporte para garantir uma via aérea pérvia como um aspirador manual ou a vácuo. Também o
decúbito lateral serve para manter a via aérea liberada na vítima inconsciente;
3. Quando colocamos uma vítima de lado, colocamos também o peso do corpo sobre este lado
interferindo na “ventilação daquele pulmão”, pois dificulta a expansão das costelas que está
para baixo. Também ocorre a drenagem dos líquidos de um pulmão para outro pelas vias
comunicantes como os brônquios;
4. Uma vez que um afogado tem que ser lateralizado “sacrificamos o pulmão que, teoricamente,
está mais comprometido (DIREITO), posicionando a vítima sobre o lado mais afetado, deixando
o lado esquerdo para cima (menos afetado) para ventilar mais facilmente”. Isso também
favorece a drenagem desse pulmão menos afetado melhorando ainda mais a ventilação daquele
lado.

Tradução livre com base em publicação do autor Dr. David Zspilman – Médico Especialista em
Afogamento do Corpo de Bombeiros do Estado do Rio de Janeiro.

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CRISES CONVULSIVAS
SISTEMA NERVOSO – CÉREBRO

CRISE CONVULSIVA

❑ Distúrbio normalmente causado por uma temporária atividade elétrica que é desorganizada,
excessiva e repetida.
❑ Se ficar restrito a apenas um grupo de neurônios, o paciente apresentará uma crise convulsiva
parcial (crise epilética parcial).
❑ Se espalharem, atingindo os dois hemisférios cerebrais, teremos, então, uma crise convulsiva
generalizada.

CAUSAS DE CRISES CONVULSIVA

1. Lesão no cérebro decorrente de trauma;


2. Infecção cerebral (meningite, por exemplo);
3. Neurocisticercose (“ovos de solitária” no cérebro);
4. Tumores cerebrais;
5. Problemas circulatórios no cérebro, abuso de drogas
(bebidas alcoólicas, entre outras); Efeitos colaterais de
medicamentos.

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DIFERENÇA ENTRE CRISE CONVULSIVA E EPILEPSIA

❑ Epilepsia: mais de um episódio de crise convulsiva parcial ou generalizada, sem que se


identifique uma causa óbvia e reversível, como drogas, febre ou alterações metabólicas.
❑ Exemplo:
1. Uma pessoa que consumiu bebidas alcoólicas em excesso e apresenta um quadro de crise
convulsiva não é considerado epilética.
2. Um diabético em uso de insulina que apresenta um quadro de hipoglicemia grave e, por isso,
desenvolve um quadro de crises epiléticas, também não o é.
❑ Epilético é aquele paciente que apresenta alguma alteração cerebral que o predispõe a
desenvolver periodicamente crises convulsivas, sem que haja alguma agressão ao cérebro para
desencadeá-la.

MANIFESTAÇÕES GERAIS DA EPILEPSIA

❑ Com ou sem perda de consciência;


❑ Se a região cerebral atingida for a motora, podem
ocorrer sintomas como balanços e tremores, que
afetam um braço ou perna.
❑ Se atingir a área visual, é comum haver alucinações, a
pessoa vê imagens como se fossem sonhos.
❑ Na infância, ainda, pode ocorrer outra forma de manifestação do transtorno: a criança só se
“desliga” por alguns segundos, em um evento conhecido como crise de ausência.
❑ Há outros casos em que a pessoa não chega a perder a consciência, e apresenta um sintoma motor
brusco, como um “choque” no braço ou na perna, é a crise mioclônica.

TRATAMENTO DA CRISE CONVULSIVA

1. Acionar o SEM local;


2. LATERALIZAR a vítima DURANTE A CRISE para
evitar aspiração de secreções;
3. Não puxe a vítima pelos braços ou pernas que estão
rígidas;
4. Proteger a cabeça contra impactos no piso;
5. Afastar objetos que possam causar ferimentos;
6. Manter a vítima em decúbito lateral também depois
da crise;

7. Avaliar se sofreu ferimentos e tratá-los;


8. Evite constrangimentos afastando pessoas;
9. Mantenha a vítima coberta e aquecida.

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SEQUENCIA DE POCEDIMENTOS PARA TRATAMENTO DE CRISES CONVULSIVAS:

PROCEDIMENTOS INADEQUADOS

NÃO PERMITA QUE OUTRAS PESSOAS TENTEM FAZER OS PROCEDIMENTOS ABAIXO:


Abrir a boca da vítima e colocar algo entre seus dentes;
Puxar a língua da vítima;
Manter a vítima de costas asfixiando-se com saliva e vômito;
Segurar a cabeça e impedir os movimentos tanto da cabeça quanto do resto do corpo;
Puxar a vítima pelos braços e pernas estando os membros rígidos;
Oferecer álcool para cheirar;
Tentar dar líquidos para beber.
RESSUSCITAÇÃO CARDIOPULMONAR (RCP):
CONCEITO DE PARADA CARDÍACA

A parada cardíaca é definida como uma cessação súbita e inesperada dos batimentos cardíacos. O
coração para de bombear o sangue para o organismo e os tecidos começam a sofrer os efeitos da falta
de oxigênio.
O cérebro, centro essencial do organismo, começa a morrer após cerca de quatro minutos privado de
oxigênio. Em cerca de 10 minutos ocorre a morte cerebral total.

RECONHECIMENTO DA PARADA CARDÍACA (Socorristas Leigos):


1. A vítima está inconsciente;
2. A vítima NÃO RESPIRA durante uma avaliação de até 10 segundos;
3. A vítima está com respiração agônica (gasping).

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GASPING (RESPIRAÇÃO AGÔNICA):

Gasping é uma última medida que o corpo adota


para se salvar e pode se confundir
frequentemente com respiração eficaz. Os leigos
que prestam auxílio também informam
telefonicamente à equipe de urgência de que a
vítima está respirando, quando na verdade se
apresenta em gasping.

INICIAR IMEDIATAMENTE AS COMPRESSÕES TORÁCICAS.


As chances de reanimação são 5 vezes maiores quando a RCP é aplicada numa vítima em gasping.

CONCEITO DA CADEIA DA SOBREVIVÊNCIA DA AMERICAN HEART ASSOCIATION

PROCEDIMENTOS:
❑ Deite a vítima sobre uma superfície plana e rígida
(Exemplo: no chão);
❑ Posicione sua mão dominante NO CENTRO DO PEITO,
ENTRE OS MAMILOS. Apóie a outra mão sobre a
primeira, com os dedos entrelaçados e afastados do
tórax;
❑ Mantenha os braços estendidos, sem dobrar os
cotovelos;
❑ Seus ombros devem estar na mesma linha sobre o
esterno;
❑ O peso de seu corpo deve recair sobre o tórax da
vítima e comprimi-lo;
❑ A compressão cardíaca é produzida comprimindo o
osso esterno sobre o coração da vítima e espremendo-
o contra a coluna vertebral.

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Curso de Atendimento Pré-hospitalar – Nível Suporte Básico de Vida

❑ Execute compressões torácicas contínuas na frequência de pelo menos 100 vezes por minuto não
devendo exceder a 120;
❑ As compressões devem ter a profundidade mínima de 5 cm;
❑ Reveze com outro socorrista depois de 2 minutos, se houver.

RESSUSCITAÇÃO CARDIOPULMONAR COM 1 SOCORRISTA:

RESSUSCITAÇÃO CARDIOPULMONAR COM 2 SOCORRISTAS:

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DIFERENÇAS NA RCP PARA ADULTOS, CRIANÇAS E BEBÊS:

RESSUCITAÇÃO CARDIOPULMONAR NAS GESTANTES

Deslocar o útero manualmente para a esquerda durante as compressões para aliviar a pressão na
veia cava inferior e permitir retorno venoso eficaz.

Fonte: Dr Agnaldo Pispico – Médico Cardiologista - SOCESP

QUANDO INTERROMPER AS MANOBRAS DE RCP:


❑ Haja o retorno espontâneo da circulação (retorno do pulso). Continuar a ventilar;
❑ Haja o retorno da respiração e da circulação;
❑ Pessoal mais capacitado chegar ao local da ocorrência;
❑ Socorrista estiver completamente exausto e não conseguir realizar as manobras de reanimação.

QUANDO NUNCA INICIAR A RCP:


❑ Decapitação;
❑ Rigidez cadavérica (rigor mortis);
❑ Estado de putrefação;
❑ Separação do tronco;
❑ Esmagamento completo de cabeça e tórax;
❑ Associação de outros sinais de morte tardia com manchas hipostáticas (livor mortis);
❑ Carbonização completa do corpo ou calcinação;
❑ Esquartejamento (Espostejamento).
Se houver DÚVIDA em a situação encontrada INICIAR E MANTER A RCP ATÉ A CHEGADA DO SISTEMA
DE EMERGÊNCIA MÉDICA.

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OBSTRUÇÃO RESPIRATÓRIA POR CORPOS ESTRANHOS


Engasgo ou obstrução de vias áereas por corpo estranho (OVACE) é o bloqueio da traquéia de uma pessoa
por um objeto estranho, vômito, sangue ou outros fluidos. Engasgo é considerado uma emergência médica.
Em casos severos, o engasgo pode levar a pessoa à morte por asfixia em apenas 4 minutos ou deixá-la
semi-consciente ou inconsciente por um tempo. Nessa situação, deve-se agir rápida e precisamente para
evitar complicações. A orientação eficaz do Atendente do Serviço de Emergência médica pode valer mais que
qualquer atendimento médico e evitar a morte da vítima.
As principais diferenças de abordagem se dão de acordo com:
• a faixa etária do paciente (adulto, crianças e neonatos);
• se gravidez ou obesidade mórbida;
• se a vítima está consciente ou inconsciente

SINAIS DE OBSTRUÇÃO DE VIAS AÉREAS

Para que o socorrista faça qualquer intervenção devem estar presentes os chamados “sinais universais de
asfixia” como os que estão apresentados ao lado. Caso contrário, incentive a vítima a continuar tossindo para
expulsar o corpo estranho.
• Mãos na garganta”;
• Incapacidade de tossir ou falar;
• Tosse fraca ou ineficiente.
PERGUNTE: você está engasgada?
Se a vítima somente acenar afirmativamente com a cabeça considere
que a obstrução é total!

MANOBRA DE HEIMILICH

Uma manobra pode ser salvadora neste momento. Conhecida como


Manobra de Heimlich, foi descrita em 1974 por Henry Heimlich.
Inicialmente reconhecida pela Cruz Vermelha, foi adotada e difundida
mundialmente como uma manobra salvadora de vidas. É uma tosse
“artificial” ou “auxiliada”, com o intuito de expelir o objeto ou alimento da
traqueia da pessoa.

Esta manobra já é de domínio público em vários países onde é comum encontrarmos cartazes com estas
instruções, especialmente em restaurantes sempre associado ao número de emergência local. Desse modo, é
imprescindível que o atendente do SME seja competente para fornecer instruções claras que auxiliem nas
manobras de desobstrução
O posicionamento correto das mãos e os “puxões para cima” elevam subitamente o diafragma criando
compressão do ar residual das vias aéreas.

Centro de Referência e Treinamento em APH Edição 2019 Página 91


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DESOBSTRUÇÃO EM OBESOS E GESTANTES

Nestes casos, ocorre um melhor resultado com


as compressões torácicas já que as compressões
abdominais têm pouca efetividade para criar uma
pressão nas vias aéreas.

Compressões sucessivas realizadas no mesmo local das compressões torácicas na RCP.

MANOBRAS DE DESOBSTRUÇÃO EM CRIANÇAS

DESOBSTRUÇÃO DE VIAS AÉREAS EM BEBÊS

Constate a obstrução e Apoie a cabeça e vire o Posicione apoiado


inicie a “tapotagem” bebê do outro lado sobre a outra perna

Se o objeto for expulso Tente remover somente


Efetue até 5
inspecione a boca objetos visíveis
compressões no esterno

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MANOBRAS DE AUTODESOBSTRUÇÃO
Se uma pessoa está se engasgando e não
há ninguém para auxilia-la terá que tomar
uma decisão rápida e tentar a
autodesobstrução, pois do contrário ficará
inconsciente em alguns segundos.
Providencie compressões abdominais
com as próprias mãos ou apoie-se sobre um
encosto de um móvel com a mesma
finalidade.

VÍTIMAS INCONSCIENTES

Se uma vítima se tornar


inconsciente e apresentar
OVACE deverá ser submetida a
ressuscitação cardiopulmonar
com emprego de compressões
e tentativas de ventilações de
resgate.

• Faça 30 compressões torácicas e 2 ventilações de resgate. Se não houver biossegurança realize somente
compressões torácicas contínuas até a desobstrução e até que a vítima volte a respirar espontaneamente.
• Inspecione a cavidade oral e tente ver se o objeto saiu.
• Tente efetuar 2 ventilações de resgate para ver se o ar passa.
• Repita a sequencia até a desobstrução das vias aéreas.

Depois da desobstrução mantenha a vítima que esteja inconsciente ou que apresente vômitos na

POSIÇÃO DE RECUPERAÇÃO.

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Lição 05

SEGURANÇA NA CENA DE EMERGÊNCIA

OBJETIVOS

Proporcionar aos participantes conhecimentos que os capacitem a:

6. Indicar os procedimentos previstos no MANUAL DE ATENDIMENTO PRÉ-HOSPITALAR


relativos ao deslocamento para a ocorrência;
7. Listar os procedimentos previstos no MANUAL DE ATENDIMENTO PRÉ-HOSPITALAR
relativos à chegada ao local da ocorrência;
8. Estabelecer as medidas iniciais previstas no MANUAL DE ATENDIMENTO PRÉ-
HOSPITALAR necessárias para assegurar o local da ocorrência;
9. Citar as três perguntas que o socorrista deverá responder ao avaliar a ocorrência
(PASSOS PARA AVALIAR);
10. Enumerar os dados a relatar à Central de Regulação depois de avaliado o local de
ocorrência;
11. Conceituar EPI e citar três deles.
12. Citar cinco equipamentos para se conseguir acesso à vítima;

Centro de Referência e Treinamento em APH Edição 2019 Página 94


Curso de Atendimento Pré-hospitalar – Nível Suporte Básico de Vida

A OCORRÊNCIA

A ocorrência emergencial (incidente) pode ser definida como um evento causado pelo homem ou
por um fenômeno natural, que pode colocar em risco a integridade de pessoas, o meio ambiente ou
o patrimônio e requer ações imediatas dos Serviços de Emergência.

TIPOS DE OCORRÊNCIAS ATENDIDAS PELO SERVIÇO DE EMERGÊNCIA MÉDICA:


• _______________________________________________________________________________
__________________________________________________________________________________
__________________________________________________________________________________

CHAMADA DE EMERGÊNCIA
Dados a solicitar
1. Nome do solicitante;
2. Endereço da ocorrência;
3. Dia e hora da ocorrência;
4. Condições climáticas;
5. Tipo de emergência;
6. Número de vítimas;
7. Riscos potenciais;
8. Órgãos do serviço público ou privado já acionados;
9. Necessidade de apoio especializado.

DESLOCAMENTO PARA A OCORRÊNCIA


1. Observar as regras de segurança para viaturas de emergências durante o deslocamento;
2. Revisar, mentalmente, todos os procedimentos iniciais comuns a todas as ocorrências e os
materiais necessários para a realização dos mesmos;
3. Preparar-se especificamente para a natureza da ocorrência em questão (exemplo: em caso de
parto de urgência, relembrar todo o procedimento e ao descer da viatura já levar consigo o kit de
parto);
4. Revisar as funções de cada membro da equipe, que devem estar bem definidas, isto é, quem
acessa diretamente a vítima, quem verifica os riscos no local do acidente e quem sinaliza o local e
transmite as informações para a Central de Regulação;
5. Paramentar-se adequadamente, calçando luvas, óculos de proteção para Atendimento Pré-
hospitalar, máscara e avental descartável;
6. Utilizar EPI adequado à natureza da ocorrência.

CHEGADA AO LOCAL DA OCORRÊNCIA


1. Informar a Central de Regulação sobre a chegada no local da ocorrência;
2. Posicionar corretamente a viatura, de modo a:
• Proteger a equipe de trabalho;

Centro de Referência e Treinamento em APH Edição 2019 Página 95


Curso de Atendimento Pré-hospitalar – Nível Suporte Básico de Vida

• Obedecer as regras de Estacionamento de Viaturas em locais de ocorrência;


• Sinalizar o local, mantendo a segurança da cena de emergência, da vítima e da equipe de
atendimento;
• Manter todas as luzes e dispositivos luminosos de alerta da viatura ligados;
• Garantir uma rápida saída do local para o transporte;
• Obstruir o mínimo possível o fluxo do trânsito, sem comprometer a segurança da equipe;
• Solicitar policiamento de área, quando necessário, e isolar o local para evitar aproximação de
terceiros.

RECONHECIMENTO E AVALIAÇÃO DA CENA DE EMERGÊNCIA


Reconhecimento da situação, realizado pelo socorrista no momento em que chega no local da
emergência. O reconhecimento é necessário para que o socorrista possa avaliar a situação inicial,
decidir o que fazer e como fazer.

PASSOS PARA AVALIAR A CENA DE EMERGÊNCIA


A Avaliação da Cena de Emergência é o estudo rápido dos diferentes fatores relacionados à
ocorrência e indispensável para a tomada de decisão. Deve ser constante e não apenas no primeiro
momento, pois os fatores podem alterar-se com facilidade e rapidez.

Três passos para avaliar uma cena


1. Qual é a situação atual? (estado atual das coisas):
• Consiste na identificação da situação em si. O que está ocorrendo, o que o Socorrista vê.
2. Para onde vai? (riscos potenciais):

• Análise da potencialidade ou de como a situação pode evoluir. Combustível derramado pode


entrar em combustão (princípio de incêndio), um fio energizado, fogo que pode alastrar-se, um
veículo que pode rolar um barranco, entre outros.
3. O que fazer para controlá-la? (operação e recursos adicionais):
• Identificação dos recursos a serem empregados, incluindo a solicitação de ajuda para atender
adequadamente a situação, levando-se em conta, rigorosamente, os dois passos dados
anteriormente.

OBJETIVOS DA AVALIAÇÃO DA CENA DE EMERGÊNCIA


Fazer uma verificação inicial rápida do local, observando:
1. Natureza da ocorrência;
2. Número de vítimas; situação das vítimas;
3. Presença de algum perigo iminente, afastando-o ou minimizando-o;

Centro de Referência e Treinamento em APH Edição 2019 Página 96


Curso de Atendimento Pré-hospitalar – Nível Suporte Básico de Vida

4. Possibilidade de atuação e necessidade de apoio de unidades adicionais ou outros serviços de


emergências.

SEGURANÇA NO LOCAL DA OCORRÊNCIA


São prioridades para manter seguro o local de uma ocorrência:
1. Estacionar a viatura no local correto de forma a proteger o local da ocorrência;
2. Sinalizar a viatura;
3. Isolar o local evitando a interferência de curiosos;
4. Acionar o apoio necessário para eliminar os riscos no local.

ESTACIONAMENTO E SINALIZAÇÃO COM BASE NO PRIMEIRO VEÍCULO NA CENA DE EMERGÊNCIA

O Socorrista/motorista deverá estacionar a viatura de socorro/carro particular 15 metros antes do


local do acidente, utilizando-a como anteparo, a fim de proporcionar maior segurança à guarnição de
serviço e às vítimas envolvidas, deixando assim, uma área denominada “zona de trabalho”.

Nas situações em que já houver uma viatura fazendo tal proteção, a viatura de socorro deverá ser
colocada 15 metros à frente do acidente, mantendo o espaço da zona de trabalho.

A colocação dos cones de sinalização deverá obedecer a seguinte proporção: 1 metro para cada
km/h da velocidade máxima permitida na via Exemplo: Se a velocidade máxima permitida na via for

Centro de Referência e Treinamento em APH Edição 2019 Página 97


Curso de Atendimento Pré-hospitalar – Nível Suporte Básico de Vida

40 Km/h, o primeiro cone de sinalização deverá ser posicionado 40 metros antes do local do acidente
e os demais cones deverão ser distribuídos em direção ao local da ocorrência. Após a sinalização, o
Socorrista deverá se certificar que a sua visualização é ideal. Nos locais onde a visibilidade estiver
dificultada em virtude de neblina ou em uma curva, esta distância poderá ser aumentada conforme a
necessidade

SEGURANÇA PESSOAL

A primeira preocupação do Socorrista, no local da emergência, é com a sua segurança pessoal. O


desejo de ajudar as pessoas que têm necessidade de atendimento pode favorecer o esquecimento
dos riscos no local.
O socorrista deverá ter certeza de que está em segurança, ao aproximar-se da vítima e que
permanecerá em segurança, enquanto presta o atendimento.
Parte das preocupações do Socorrista com a segurança pessoal está relacionada com a própria
proteção contra as doenças infecciosas.
O Socorrista, avaliando ou prestando atendimento às vítimas, deverá evitar contato direto com o
sangue do paciente e outros fluídos corpóreos, tais como vômitos, fezes, urina, suor, entre outros.

EQUIPAMENTOS DE PROTEÇÃO INDIVIDUAL


Os Equipamentos de Proteção Individual (EPI) são aqueles que se destinam à proteção da
integridade física do socorrista, durante a realização de atividades onde possam existir riscos
potenciais a sua pessoa.
__________________________________________________________________________________
__________________________________________________________________________________
__________________________________________________________________________________
_______________

TIPOS DE EPI
• Luvas apropriadas de vinil ou de látex;
• Máscara facial de bolso, com válvula e filtro para os procedimentos de ventilação artificial ou
outro tipo de máscara que impeça o contato com microorganismos veiculados pela respiração da
vítima;
• Óculos protetores, para evitar o contato nos olhos com respingos de fluidos corporais, durante
certos procedimentos.
• Aventais e máscaras faciais descartáveis são outros itens importantes na proteção individual em
determinadas ocasiões.

INFORMES DO SOCORRISTA PARA A CENTRAL DE REGULAÇÃO


Após a avaliação inicial do local, de imediato, o socorrista deverá informar à Central de Regulação os
seguintes dados:
1. Tipo/natureza da ocorrência;

Centro de Referência e Treinamento em APH Edição 2019 Página 98


Curso de Atendimento Pré-hospitalar – Nível Suporte Básico de Vida

2. Endereço do acidente (local exato);


3. Problemas presentes e os riscos potenciais;
4. Número de vítimas;
5. Gravidade das vítimas;
6. Necessidades de apoio (recursos extras).

OBTENÇÃO DE ACESSO ÀS VÍTIMAS


1. Equipamentos Básicos:
a. Alicates (simples, isolado, tipo corta-frio);
b. Martelos (de orelha, simples, marreta);
c. Machados (cabeça chata, picareta, entre outros.);
d. Serras e serrotes;
e. Jogo de chaves (de boca, tipo Phillips, de fenda, entre outros.);
f. Canivete;
g. Alavancas (pé-de-cabra, em “S”, entre outros.);
h. Material de sapa (enxadas, pá de escota, entre outros.) ;
i. Cordas flutuantes e normais, cabos da vida.

2. Equipamentos Específicos dos Serviços de Salvamento:


a. Desencarceradores (cortadores, alargadores, etc);
b. Moto-abrasivo (cortador a disco);
c. Almofadas pneumáticas;
d. Life belt (FLUTUADOR);
e. Coletes salva-vidas e nadadeiras;
f. Conjunto para salvamento em altura.

__________________________________________________________________________________
__________________________________________________________________________________
__________

ACESSO A VÍTIMAS EM OCORRÊNCIA ESPECÍFICAS DE SALVAMENTO


1. Em acidentes automobilísticos:
a. Estabilizar o veículo;
b. Remover vidros, portas, laterais ou teto;
c. Disponibilizar extintor de PQS de 12 Kg para prevenção de incêndios;
d. Estabilizar e retirar vítima(s).

2. Em poço:
a. Equipar um Socorrista, com EPI completo, EPR, uma cadeira confeccionada com cabo da vida e
dois mosquetões;
b. Utilizar cordas presas aos mosquetões para remoção da vítima e para segurança;

Centro de Referência e Treinamento em APH Edição 2019 Página 99


Curso de Atendimento Pré-hospitalar – Nível Suporte Básico de Vida

c. O uso do Colete Imobilizador Dorsal pode ser útil na imobilização do acidentado;


d. Efetuar busca, estabilizar e retirar vítima(s).

3. Em galerias:
a. Dupla de Socorristas com EPI e EPR e cadeira confeccionada com cabo da vida;
b. A dupla deverá portar lanternas, bengalas de cego e maleta de primeiros socorros;
c. Ligar a dupla entre si através de um cabo da vida e esta a uma corda desde o local de entrada na
galeria; e
d. Efetuar busca, estabilizar e retirar a(s) vítima(s) quando localizada(s).

4. Em locais elevados:
a. Equipar um Socorrista com cadeira confeccionada com cabo da vida;
b. Descer o Socorrista até o pavimento onde deva executar a busca;
c. Executar técnica de entrada (podendo ser entrada forçada); e
d. Efetuar busca, estabilizar e executar técnica de rapel retirando a vítima.

5. Em água (doce ou salgada):


a. Utilizar técnica de salvamento aquático adequado para o Atendimento Pré-hospitalar;
b. Evitar o contato direto com a vítima fazendo uso do flutuador salva-vidas;
c. Rebocar a vítima até a margem, e retirá-la.

6. Locais de incêndio (utilizando EPR) com atuação de equipes de salvamento:


a. Equipar dupla de Socorristas com EPI e EPR e cadeira confeccionada com cabo da vida;
b. A dupla deverá portar lanternas, machados e estar ligados entre si através de um cabo da vida e
esta a uma corda desde o local de entrada na local de incêndio;
c. A dupla deverá deslocar rastejando ou agachada para evitar efeitos do calor e/ou fumaça
proveniente da combustão e;
d. Efetuar busca, estabilizar e retirar a(s) vítima(s) quando localizada(s);
e. Estar capacitado para empregar o Procedimento Operacional denominado FD-CPR® Resgate de
Socorrista (Bombeiro) Inconsciente.

Centro de Referência e Treinamento em APH Edição 2019 Página 100


Curso de Atendimento Pré-hospitalar – Nível Suporte Básico de Vida

AVALIAÇÃO
O LOCAL DE OCORRÊNCIA

1. Indicar os procedimentos previstos no Manual de Atendimento Pré-hospitalar relativos ao


deslocamento para a ocorrência:
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_________________________________________________________________________________
_________________________________________________________________________________
____________.
2. Listar os procedimentos previstos no Manual de Atendimento Pré-hospitalar relativos à
chegada ao local da ocorrência:
_________________________________________________________________________________
_________________________________________________________________________________
_________________________________________________________________________________
____________.

3. Estabelecer as medidas iniciais previstas no Manual de Atendimento Pré-hospitalar necessárias


para assegurar o local da ocorrência:
_________________________________________________________________________________
_________________________________________________________________________________
_________________________________________________________________________________
____________.

4. Citar as três perguntas que o socorrista deverá responder ao avaliar a ocorrência (PASSOS PARA
AVALIAR):
_________________________________________________________________________________
_________________________________________________________________________________
_________________________________________________________________________________
____________.

5. Enumerar os dados a relatar à Central de Regulação depois de avaliado o local de ocorrência:


_____________________________________________________________________________________
_____________________________________________________________________________________
_____________________________________________________________________________________
.

Centro de Referência e Treinamento em APH Edição 2019 Página 101


Curso de Atendimento Pré-hospitalar – Nível Suporte Básico de Vida

Lição 06

BIOSSEGURANÇA

OBJETIVOS

Proporcionar aos participantes conhecimentos e habilidades que os capacitem a:


1. Conceituar o termo “doenças infecto-contagiosas”;
2. Indicar os principais meios de transmissão de uma doença infecto-contagiosa na
atividade de Atendimento Pré-hospitalar;
3. Demonstrar a técnica correta de lavagem das mãos;
4. Enumerar as precauções padrão de biossegurança no atendimento de uma vítima;
5. Identificar o processamento adequado para os materiais de uma Viatura de
Atendimento Pré-hospitalar;
6. Efetuar o processamento de materiais e equipamentos de uma Viatura de
Atendimento Pré-hospitalar;
7. Executar a limpeza e desinfecção concorrente e terminal de uma Viatura de
Atendimento Pré-hospitalar.
8. Indicar as medidas a serem adotadas pós-exposição a uma doença infecto-contagiosa.

Centro de Referência e Treinamento em APH Edição 2019 Página 102


Curso de Atendimento Pré-hospitalar – Nível Suporte Básico de Vida

DOENÇAS INFECTO-CONTAGIOSAS
São enfermidades causadas por microorganismos (bactérias, vírus ou parasitas) que são transmitidas
à outra pessoa através da água, alimentos, ar, sangue, fezes, fluidos corporais (saliva, muco ou
vômito) ou ainda, pela picada de insetos transmissores de doenças.

CADEIA EPIDEMIOLÓGICA

É o fluxo organizado das doenças transmissíveis, ou seja, é a forma com que as doenças
desenvolvem-se e são transmitidas.

DOENÇAS INFECTO-CONTAGIOSAS MAIS COMUNS:

1. Hepatite A; 13. Dengue; 7. Cólera;


2. Hepatite B; 14. Malária; 8. Leptospirose;
3. Hepatite C;
15. Meningite; 9. Caxumba;
4. AIDS (infecção por HIV);
5. Tuberculose 16. Febre tifóide; 10. Coqueluxe;
6. Influenza; 17. Sarampo; 11. Rubéola;
18. Pediculose (piolho); 12. Escabiose (sarna).

TRANSMISSÃO DAS DOENÇAS INFECTO-CONTAGIOSAS:

Centro de Referência e Treinamento em APH Edição 2019 Página 103


Curso de Atendimento Pré-hospitalar – Nível Suporte Básico de Vida

Contato direto: caracterizado pelo contato pessoa-pessoa, por gotículas de saliva (expelidas pela
tosse), pelo beijo, por relações sexuais ou diretamente pela pele.
Contato indireto: caracterizado pela a transmissão que se dá por meio de alimentos, por vetores
(mosquito para a dengue ou a malária, urina do rato para a leptospirose entre outros.), ou objetos
contaminados (roupas, equipamentos entre outros.).

PRINCIPAIS MEIOS DE CONTÁGIO DAS DOENÇAS INFECTO-CONTAGIOSAS NA ATIVIDADE DE


ATENDIMENTO PRÉ-HOSPITALAR:
1. Contaminação das mãos do socorrista no contato indireto por rádio de comunicação, maçanetas,
alça de sacola de PS, puxadores de portas, macas e pêra de esfigmomanômetro, contaminados;
2. Exposição direta dos olhos, boca e mãos do socorrista às secreções eliminadas pela vítima;
3. Inalação de vírus e bactérias no ambiente onde a vítima se encontra;
4. Acidente com agulhas contaminadas no interior de viatura (USA – UR);
5. Inobservância de normas de biossegurança durante o próprio processo de descontaminação dos
materiais.

SINAIS E SINTOMAS:
Dependem do tipo de enfermidade. Algumas vítimas de doenças infecto-contagiosas não
apresentam sinais ou sintomas evidentes ou observáveis. De qualquer forma, procure atendimento
médico se um ou mais sinais e sintomas abaixo relacionados, forem observados após atendimento
de ocorrência de Atendimento Pré-hospitalar:
1. Febre;
2. Sudorese;
3. Vômitos, náuseas, diarréia;
4. Alteração de coloração na pele;
5. Cefaléia (dor de cabeça);
6. Tosse e dificuldade respiratória;
7. Mal estar geral.

PROGRAMA DE IMUNIZAÇÃO RECOMENDADO PARA OS INTEGRANTES DAS EQUIPES DE


ATENDIMENTO PRÉ-HOSPITALAR
1. Influenzae (gripe) – dose única anual
2. Meningite – dose única;
3. Hepatite B – 3 doses com intervalos (0 – 30 dias e 180 dias); fazer teste de antígenos a cada 5
anos;
4. SRC ou Tríplice Viral – (sarampo, rubéola e caxumba) – dose única (restrição para gravidez);
5. Febre amarela – dose única – validade 10 anos (para regiões endêmicas);
6. Dupla adulto (anti-tetânica e anti-diftérica) – 3 doses com reforço a cada 10 anos;
7. Anti Tuberculose ou BCG – dose única
8. Febre tifóide – dose única.

Centro de Referência e Treinamento em APH Edição 2019 Página 104


Curso de Atendimento Pré-hospitalar – Nível Suporte Básico de Vida

BIOSSEGURANÇA
Conjunto de medidas que visam à quebra da cadeia epidemiológica, assim, em um sentido mais
amplo, o controle da infecção.

PRECAUÇÕES UNIVERSAIS

LAVAGEM DAS MÃOS

A higienização das mãos antes da abordagem da vítima pode ser feita com uso de álcool 70% em gel
disponível em dispenser no interior da UR.
Lavar ou, pelo menos, higienizar as mãos com solução antisséptica antes do contato com as vítimas.
Lavar as mãos com técnica adequada logo depois da entrega da vítima ao Serviço de Emergência
Hospitalar e depois de qualquer atividade de descontaminação de equipamentos ou viaturas.

TÉCNICA DE LAVAGEM DAS MÃOS

1. OBJETIVO: Evitar a propagação de microorganismos patogênicos de um indivíduo para outro,


através das mãos.
2. MATERIAIS NECESSÁRIOS: pia comum com torneira (preferência - acionamento tipo pedal ou
similar), sabão, toalha de papel.

HIGIENIZAÇÃO SIMPLES DAS MÃOS


Finalidade
Remover os microrganismos que colonizam as camadas superficiais da pele, assim como o suor, a
oleosidade e as células mortas, retirando a sujidade propícia à permanência e à proliferação de
microrganismos.
Duração do procedimento: 40 a 60 segundos.

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Curso de Atendimento Pré-hospitalar – Nível Suporte Básico de Vida

IMPORTANTE

• No caso de torneiras com contato manual para fechamento, sempre utilize papel-toalha.
O uso coletivo de toalhas de tecido é contra-indicado, pois estas permanecem úmidas,
favorecendo a proliferação bacteriana.
• Deve-se evitar água muito quente ou muito fria na higienização das mãos, a fim de prevenir o
ressecamento da pele.

TÉCNICA DE LAVAGEM DAS MÃOS

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Curso de Atendimento Pré-hospitalar – Nível Suporte Básico de Vida

HIGIENIZAÇÃO ANTI-SÉPTICA DAS MÃOS

Finalidade
Promover a remoção de sujidades e de microrganismos, reduzindo a carga microbiana das mãos,
com auxílio de um anti-séptico.
Duração do procedimento: 40 a 60 segundos.
Técnica
A técnica de higienização anti-séptica é igual àquela utilizada para higienização simples das mãos,
substituindo-se o sabão por um anti-séptico. Exemplo: anti-séptico degermante.

FRICÇÃO ANTI-SÉPTICA DAS MÃOS COM PREPARAÇÕES ALCOÓLICAS


Finalidade
Reduzir a carga microbiana das mãos (não há remoção de sujidades). A utilização de gel alcoólico a
70% ou de solução alcoólica a 70% com 1-3% de glicerina pode substituir a higienização com água e
sabão quando as mãos não estiverem visivelmente sujas.
Duração do Procedimento: 20 a 30 segundos.

Importante
• Para evitar ressecamento e dermatites, não higienize as mãos com água e sabão imediatamente
antes ou depois de usar uma preparação alcoólica.
• Depois de higienizar as mãos com preparação alcoólica, deixe que elas sequem completamente
(sem utilização de papel-toalha).

TÉCNICA DE HIGIENIZAÇÃO ALCOÓLICA DAS MÃOS

Centro de Referência e Treinamento em APH Edição 2019 Página 107


Curso de Atendimento Pré-hospitalar – Nível Suporte Básico de Vida

EQUIPAMENTOS DE PROTEÇÃO INDIVIDUAL

Utilizar sempre equipamentos de proteção


individual adequados para a situação
encontrada de modo a evitar contato com
fluidos corporais da vítima!:
❑ Uso de luvas de procedimentos e óculos
de proteção;
❑ Uso de avental e máscara descartáveis,
quando indicado.

SEGURANÇA DA VÍTIMA

Utilizar preferencialmente material estéril para curativo (compressas ou plásticos estéreis) em casos
de feridas abertas.
❑ Lavar as mãos antes e depois de qualquer contato com a vítima;
❑ Trocar as luvas de procedimentos antes de examinar outra vítima;
❑ Descontaminar todo material antes de utilizar na próxima vítima.

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Curso de Atendimento Pré-hospitalar – Nível Suporte Básico de Vida

OBSERVAÇÕES GERAIS SOBRE A SEGURANÇA NO ATENDIMENTO DE OCORRÊNCIA:

❑ Considerar toda vítima como provável fonte de transmissão de doença infecto-contagiosa.


❑ A vacinação preventiva contra doenças infecto-contagiosas é pré-requisito básico para que um
bombeiro atue no Serviço de Resgate.
❑ É responsabilidade de todos os socorristas minimizarem a possibilidade de infecção cruzada
entre as vítimas.
❑ No local da ocorrência recolher todo o material utilizado para o atendimento à vítima.
❑ Trocar o uniforme sempre que necessário e não lave-os junto com as roupas comuns da família,
mas sempre em separado!

CUIDADOS IMEDIATOS NOS CASOS DE CONTAMINAÇÃO SO SOCORRISTA:

CUIDADOS LOCAIS IMEDIATOS:


1. Lavar prontamente a lesão com água corrente e sabão;
2. Aplicar solução anti-séptica nas áreas afetadas, exceto nos olhos e orifícios naturais;
3. Aplicar curativos para a proteção de ferimentos abertos.

CONDUTA NO SERVIÇO DE EMERGÊNCIA ONDE A VÍTIMA FOI ENTREGUE:


1. Contatar por telefone a CENTRAL DE REGULAÇÃO ou o Supervisor Imediato, de forma a
resguardar o sigilo deste tipo de informação preservando o Socorrista acidentado, e comunicar a
necessidade de permanecer momentaneamente no Hospital para uma avaliação inicial do acidente;
2. Obter avaliação médica ou de enfermagem (infectologista) logo depois da entrega do paciente
comunicando o tipo de acidente e via de contaminação;
3. Se indicado ou encaminhado pelo Serviço de Emergência Hospitalar obter auxílio no Hospital de
Referência para infectologia da região;
4. Cumprir as orientações deste Serviço de Emergência quanto à necessidade de investigação
clínica do acidente ou a adoção de profilaxia correspondente ao tipo de contaminação.

NOTIFICAÇÃO ADMINISTRATIVA E DE SAÚDE:


1. Comunicar, por via hierárquica, a ocorrência e as medidas iniciais de atendimento recebido no
Serviço de Emergência Hospitalar;
2. O Encarregado da Equipe de Emergência deverá registrar o ocorrido em documentação própria
e encaminhar os dados ao respectivo Supervisor;
3. Apresentar o Socorrista imediatamente à sua Unidade de Saúde responsável pela Segurança e
Medicina do Trabalho ou órgão semelhante para a adoção de medidas administrativas de saúde e
tratamentos complementares.

ATENÇÃO
Não usar soluções cáusticas, como hipoclorito de sódio, na anti-sepsia de ferimentos.

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Curso de Atendimento Pré-hospitalar – Nível Suporte Básico de Vida

BIOSSEGURANÇA COM MATERIAIS E EQUIPAMENTOS

Já tratamos das medidas de biossegurança como a vacinação


preventiva, cuidados na abordagem da vítima e os
procedimentos nos casos de contaminação dos Socorristas.
Vamos tratar a partir deste ponto da descontaminação de
equipamentos e materiais NÃO DESCARTÁVEIS utilizados na
atividade de Atendimento Pré-hospitalar.

MATERIAIS DESCARTÁVEIS

Alguns materiais são de uso único e descartáveis e não devem sofrer qualquer processo de
descontaminação.
Deve ser mantido acondicionado em sua embalagem original até seu uso.
Abaixo a lista de alguns deles:
❑ Colar cervical, luvas de procedimentos, ataduras de crepe, compressas de gaze, talas flexíveis,
cânulas orofaríngeas, bandagens triangulares, cateteres de aspiração e oxigenação.
PROCESSAMENTO DE MATERIAIS

Denominaremos de “ARTIGOS” todos os materiais e equipamentos utilizados na atividade de


Atendimento Pré-hospitalar. Dessa forma, ficará mais fácil de entender qual a forma de
descontaminação adequada para cada artigo. São classificados quanto ao potencial de transmissão.

ARTIGOS

Compreendem instrumentos de natureza diversa (tesouras, cânulas orofaríngeas, pranchas curtas,


entre outros.). São classificados quanto ao potencial de transmissão de infecção para o paciente,
em: críticos, semicríticos e não críticos.

1. ARTIGOS CRÍTICOS:
São instrumentos ou objetos utilizados em intervenções invasivas, que irão penetrar nos tecidos
epiteliais, sistema vascular e em outros órgãos isentos de flora microbiana própria. Estes materiais.
devem ser esterilizados.
Exemplo: Bisturi, agulhas, instrumentos cirúrgicos entre outros.

2. ARTIGOS SEMICRÍTICOS:
São todos os artigos ou objetos que entram em contato com a pele não-íntegra ou com mucosa
integra. Estes materiais devem ser desinfetados.
Exemplo: cânulas orofaríngeas, máscara de O2 entre outros.

3. ARTIGOS NÃO CRÍTICOS:

Centro de Referência e Treinamento em APH Edição 2019 Página 110


Curso de Atendimento Pré-hospitalar – Nível Suporte Básico de Vida

São todos os artigos ou objetos que entram em contato com a pele integra e os que não entram em
contato com o paciente. Estes artigos devem ser limpos. Entretanto, se houver suspeita ou
confirmação por agentes infecto-contagiosos, deve ser submetida à desinfecção.
Exemplo: ferramentas de salvamento, luvas de raspa. bolsa entre outros.

PROCESSAMENTO DE MATERIAIS
1. DESCONTAMINAÇÃO PRÉVIA:

Procedimento usado em artigos contaminados por matéria orgânica (sangue, pus, secreções
corpóreas) para a destruição de microorganismos patogênicos na forma vegetativa (não
esporulada), antes de iniciar o processo de limpeza. Tem o objetivo de proteger as pessoas que irão
proceder à limpeza desses artigos.
Processo químico: aplicação de solução de hipoclorito de sódio a 1% por 10 minutos.

PRODUTO PARA DESCONTAMINAÇÃO PRÉVIA:


HIPOCLORITO DE SÓDIO
Processo químico:
Aplicação de solução de hipoclorito de sódio a 1% (SEM DILUIÇÃO)
por 10 minutos antes de iniciar o processo de limpeza.

2. LIMPEZA:
Consiste na lavagem, enxágüe e secagem do material.
É o processo final no caso de itens não críticos.

2.1. MODOS DE LIMPEZA:


Manual: utilizando escovas, estiletes, arames, entre outros.
Mecânica: com auxílio de equipamentos tais como lavador ultra-som de baixa freqüência, lavadora
de luvas e outros.

3. DESINFECÇÃO:
É o processo de destruição de microorganismos patogênicos ou não, na forma vegetativa (não
esporulada), de artigos considerados semicríticos, com o objetivo de evitar que a próxima pessoa ao
utilizar o material seja contaminada, oferecendo segurança ao usuário.
O artigo deve estar totalmente seco.
Para este procedimento são utilizadas soluções de hipoclorito de sódio a 0,5 ou álcool etílico a 70%.
Processo químico: Deixar o material imerso em um balde escuro e com tampa com hipoclorito a
0,5% por 30 minutos (para cada um litro de água coloque um litro de hipoclorito de sódio 1%) ou
álcool 70% por 10 minutos;

Centro de Referência e Treinamento em APH Edição 2019 Página 111


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PRODUTOS PARA DESINFECÇÃO:

1. PREPARAÇÃO DO HIPOCLORITO DE SÓDIO DILUÍDO A 0,5%:

Execute a descontaminação prévia, se necessário, e a limpeza antes de iniciar o processo de


desinfecção!
❑ Para se obter o hipoclorito de sódio a 0,5% dilua-o da seguinte
forma:
➢ Para cada 1 litro de hipoclorito de sódio a 1% adicionar 1 litro de
água limpa.
➢ Armazenar a solução em balde escuro e com tampa, pois a luz
solar inativa a substância.
➢ Tempo de validade da solução: 24
horas

2. UTILIZAÇÃO DO HIPOCLORITO DE SÓDIO DILUÍDO A 0,5%:

➢ Imergir em tanque ou cuba contendo a solução de


hipoclorito de sódio a 0,5% por 30 minutos. Enxaguar
estes produtos com água corrente;
➢ Deixar secar naturalmente;
➢ Recolocar todo o material na viatura ou no almoxarifado
embalados.

AÇÃO DO HIPOCLORITO:

• Aplicação: quanto maior a concentração e/ou o tempo maior o espectro de ação, podendo ser
utilizado como desinfetante de baixo a alto nível.
• Espectro de ação: tem amplo espectro de ação, chegando a ter ação sobre esporos de B. subtillis.
Atua a concentrações tão baixas como 25 ppm para microorganismos mais sensíveis. Mais
usualmente utilizada em concentração de 1000 ppm.
• Características: é o desinfetante mais amplamente utilizado. Apresenta ação rápida e baixo
custo. Bastante instável e inativado por matéria orgânica.
• É considerado como prejudicial ao ambiente.
• Compatibilidade com materiais: é bastante corrosivo, principalmente de metais e tecidos de
algodão e sintéticos.
• Aplicação: dependerá da concentração. Basicamente utilizado em superfícies fixas. Embora
possua algumas recomendações para materiais de terapia respiratória os resíduos de cloro,
principalmente com o uso prolongado se tornam impedimento. Altamente utilizado e
recomendado para tratamento de tanques e tratamento de água.

Centro de Referência e Treinamento em APH Edição 2019 Página 112


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Ação do Hipoclorito de sódio:


- 0,15 a 0,25 ppm ( 0,000015%) elimina bactérias vegetativas em 30 segundos;
- 100 ppm ( 0,01 %) elimina fungos em menos de 1 hora;
- 200 ppm ( 0,02 %) elimina 25 tipos diferentes de vírus em menos de 10 minutos;
- 100 ppm ( 0,01 % ) elimina 107 de S. aureus e P. aeruginosa em menos de 10 minutos.
- 500 ppm (0,05%) elimina 106 de HBV, em 10 minutos, 20°C.
- 50 ppm (0,005%) elimina 105 de HIV, em 10 minutos, 25°C.

ÁLCOOL 70%
Processo químico:
❑ Executar a descontaminação prévia e a limpeza;
❑ Friccionar álcool 70% por 3 vezes consecutivas;
❑ Deixar secar naturalmente;
❑ Recolocar todo o material na viatura ou no almoxarifado embalados.

AÇÃO DO ÁLCOOL 70%:


O álcool 70 (álcool etílico hidratado 70º INPM) é um desinfetante de
média ou baixa eficiência que contém álcool etílico e água(deionizada) ,
ou seja, uma solução aquosa de álcool. A quantidade de álcool pode ser
avaliada segundo a fração em volume ou a fração em massa.
A solução alcoólica ideal é aquela com concentração de 70% p/p (70
ºINPM) ou 77% v/v (77 ºGL) onde “p” é o peso e “v”, o volume. Nessa
concentração, o álcool não desidrata a parede celular do microrganismo,
podendo penetrar no seu interior, onde irá desnaturar proteínas, fato
que não ocorre quando se utiliza o álcool acima ou abaixo da
concentração ideal.
Os álcool etílico e o álcool isopropílico são considerados desinfetantes de nível intermediário,
empregados tanto na desinfeção de superfícies e instrumentos como na anti-sepsia da pele. O efeito
antimicrobiano do álcool, que se dá pela desnaturação de proteínas e a dissolução de gorduras,
destrói, por exemplo, a membrana do “Mycobacterium tuberculosis” e do HSV (vírus da herpes
simples). A ação antimicrobiana do álcool não é efetiva na presença de matéria orgânica que,
quando aderida à superfície do material a ser desinfectado, funciona como uma barreira mecânica à
ação do álcool sobre os microrganismos.
As soluções de álcool são, portanto, germicidas, porém sua ação é imediata, com praticamente
nenhuma ação residual.
Pode-se citar como vantagens da desinfecção com o álcool 70%, os seguintes aspectos:
• bactericida de ação rápida;
• ação na presença do “Mycobacterium tuberculosis” e virucida (somente para vírus lipofílicos);
• irritante leve;

Centro de Referência e Treinamento em APH Edição 2019 Página 113


Curso de Atendimento Pré-hospitalar – Nível Suporte Básico de Vida

• baixo custo;
• não-tóxico;
• incolor e não deixa resíduos.
Como desvantagens, podemos considerar as seguintes características:
• não é esporicida;
• tem atividade diminuída na presença de matéria orgânica;
• danifica material de plástico, borracha ou acrílico;
• evapora rapidamente, com diminuição da atividade antimicrobiana em sangue seco, saliva e
outras matérias orgânicas;
• não tem registro como desinfetante na EPA (“Environmental Protection Agency”); e
• não é aceito pela “American Dental Association - ADA” como desinfetante de superfície fixa e
instrumental;
• não apresenta ação contra vírus hidrofílicos;
• não tem ação residual; e
• é um desinfetante de nível médio.
O uso do álcool 70% como agente de desinfecção e anti-sepsia é bastante Manual deular por se
tratar de um processo simples, relativamente rápido e de baixo custo para se realizar o controle da
infecção. No entanto, o uso do álcool, que é considerado um desinfetante de nível intermediário,
sua utilização acaba sendo, muitas vezes, superestimada, provavelmente devido à sua facilidade de
aquisição e praticidade de uso.
4. ESTERILIZAÇÃO:
É o procedimento utilizado para a destruição de todas as formas de vida microbiana, isto é,
bactérias, fungos, vírus e esporos, e artigos classificados como crítico, com o objetivo de evitar que
os usuários sejam contaminados quando submetidos a tratamentos que exijam o uso desses artigos.
Processo físico: vapor saturado sob pressão com utilização de autoclave.

Centro de Referência e Treinamento em APH Edição 2019 Página 114


Curso de Atendimento Pré-hospitalar – Nível Suporte Básico de Vida

5. INDICAÇÕES E CONTRAINDICAÇÕES PARA UTILIZAÇÃO DOS PRODUTOS

6. PROCESSAMENTO DE MATERIAIS E EQUIPAMENTOS:


EXEMPLOS:

Classificação Processo
MATERIAL
do artigo Indicado
ASPIRADOR DE SECREÇÃO MANUAL Semicrítico Limpeza e Desinfecção
AVENTAL DESCARTÁVEL Descartável Descartar
BANDAGEM TRIANGULAR Não crítico Descartar
BÓIA DE SALVAMENTO TIPO "SALSICHÃO" Não crítico Limpeza e Desinfecção
CABO MULTI-USO Não crítico Limpeza e Desinfecção
CAIXA COM FERRAMENTAS Não crítico Limpeza e Desinfecção
CÂNULA DE GUEDEL Semicrítico Descartar
CATÉTER DE OXIGÊNIO (tipo óculos) Descartável Descartar
CESTO OU BALDE DE LIXO Não crítico Limpeza e Desinfecção
CHICOTE PARA MÁSCARA DE O2 Semicrítico Limpeza e Desinfecção
CILINDRO DE O2 FIXO Não crítico Limpeza e Desinfecção
CILINDRO DE O2 PORTÁTIL Não crítico Limpeza e Desinfecção
COLAR CERVICAL Semicrítico Limpeza e Desinfecção
COLCHONETE PARA MACA Semicrítico Limpeza e Desinfecção
COLETE IMOBILIZADOR (tipo KED) Semicrítico Desc. Prévia, Limpeza e Desinfecção
COMPRESSA DE GAZE Descartável Descartar

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MATERIAL Classificação Processo


COMPRESSA ZOBEC Descartável Descartar
EQUIPAMENTO DE CORTE (Lukas ou Hurst) Não crítico Limpeza e Desinfecção
ESFIGMOMANÔMETRO (manguito) Não crítico Limpeza e Desinfecção
ESPARADRAPO Descartável Descartar
ESTETOSCÓPIO Não crítico Limpeza e Desinfecção
EXTENSÃO DE LÁTEX Semicrítico Limpeza e Desinfecção
FAROL MANUAL COM EXTENSÃO Não crítico Limpeza e Desinfecção
FITA CREPE Descartável Descartar
FITA DE ISOLAMENTO Descartável Descartar
FRASCO PLÁSTICO ESCURO/ALMOTOLIA Não crítico Limpeza e Desinfecção
IMOBILIZADOR DE CABEÇA (p/prancha longa) Semicrítico Desc. Prévia, Limpeza e Desinfecção
IMOBILIZADOR DE COLUNA PEDIÁTRICO Semicrítico Desc. Prévia, Limpeza e Desinfecção
KIT PARTO Descartável Descartar
LANTERNA PUPILAR Não-crítico Limpeza e Desinfecção
LENÇOL DESCARTÁVEL Descartável Descartar
LUVA DE BORRACHA Semi crítico Limpeza e Desinfecção
LUVA DE PROCEDIMENTOS Descartável Descartar
LUVA ISOLANTE ELÉTRICA Não crítico Limpeza e Desinfecção

MATERIAL Classificação Processo


LUVA MULTI-USO DE PICARI Não crítico Limpeza e Desinfecção
MACA ARTICULADA Não crítico Limpeza e Desinfecção
MANTA ALUMINIZADA Semicrítico Descartar
MASCARA AUTÔNOMA COMPLETA Não crítico Limpeza e Desinfecção
MASCARA PARA RCP (tipo Pocket Mask) Semicrítico Limpeza e Desinfecção
NADADEIRA Não crítico Limpeza e Desinfecção
ÓCULOS DE PROTEÇÃO Não crítico Limpeza e Desinfecção
OXÍMETRO DE PULSO - APARELHO Não crítico Limpeza e Desinfecção
OXÍMETRO DE PULSO – CABO e SENSOR Semicrítico Limpeza e Desinfecção
PANOS PARA LIMPEZA Não crítico Limpeza e Desinfecção
PRANCHA CURTA Semicrítico Desc. Prévia, Limpeza e Desinfecção
REGULADOR PARA O2 FIXO Não crítico Limpeza e Desinfecção
REGULADOR PARA O2 PORTÁTIL Não crítico Limpeza e Desinfecção
RESSUSCITADOR MANUAL (Ambú) Semicrítico Limpeza e Desinfecção
SONDA DE ASPIRAÇÃO Descartável Descartar
TALA MOLDÁVEL ARAMADA Semicrítico Descartar
TESOURA PARA VESTES Semicrítico Limpeza e Desinfecção

ATENÇÃO:

Centro de Referência e Treinamento em APH Edição 2019 Página 116


Curso de Atendimento Pré-hospitalar – Nível Suporte Básico de Vida

O manuseio dos produtos químico para processamento deve ser feitos com cuidado e sempre
utilizando os EPI adequados (luvas, avental, máscara e óculos).

DESCONTAMINAÇÃO DA VIATURA:
1. É imprescindível que materiais, equipamentos e viaturas estejam descontaminadas.
2. Semanalmente deve-se realizar uma limpeza e descontaminação mais ampla (limpeza
terminal), isto é, retirar todo o material da viatura e realizar a limpeza do teto, paredes,
armários (interior e exterior), chão, enfim de todas as superfícies.
3. Esta limpeza também se aplica depois do atendimento de ocorrências de vulto com grande
potencial de contaminação!
4. Existe a LIMPEZA CONCORRENTE, realizada diariamente e a LIMPEZA TERMINAL, realizada
semanalmente ou depois de situações especiais.

REGRAS GERAIS:

1. Manter na viatura os materiais e produtos químicos na


quantidade mínima necessária para a descontaminação de
materiais e equipamentos.
2. Utilizar EPI, especialmente, calçar luvas de borracha antes
de iniciar o procedimento.
3. Realizar diariamente a LIMPEZA E DESINFECÇÃO
CONCORRENTE;
4. Realizar periodicamente, pelo menos 1 vez por semana, a
LIMPEZA E DESINFECÇÃO TERMINAL.
4.1. Remover todos os materiais permanentes, inclusive
maca e cilindro portátil de oxigênio, utilizados de dentro da
viatura;
4.2. Efetuar o proceso de descontaminação e, local
apropriado segundo as normas da Vigilância Sanitária local.

DESCARTE DE SECREÇÕES E LIXO HOSPITALAR:

1. Desprezar gazes, ataduras úmidas e


contaminadas com sangue e/ou outros líquidos
em saco plástico branco, descartando-o nos
coletores de resíduos hospitalares.
2. Desprezar as secreções do frasco de aspiração
no expurgo do hospital;
3. Procurar com cuidado os resíduos e materiais pérfuro-cortantes (agulhas, bisturis entre
outros.) e desprezar em recipiente apropriado (caixa de material pérfuro-cortante).

Centro de Referência e Treinamento em APH Edição 2019 Página 117


Curso de Atendimento Pré-hospitalar – Nível Suporte Básico de Vida

DESCONTAMINAÇÃO PRÉVIA, LIMPEZA E DESINFECÇÃO DE SUPERFÍCIES:


1. Aplicar por 10 minutos a solução de hipoclorito de sódio a 1% sobre sangue e outros fluidos
corpóreos (vômito, urina) e após retirar com papel toalha;
2. Limpar todas as superfícies com água e sabão, removendo com água limpa;
3. Realizar descontaminação com hipoclorito de sódio a 0,5% ou álcool a 70% para
descontaminação final.

REGRAS PARA DESCONTAMINAÇÃO DA VIATURA:


DESCONTAMINAÇÃO PRÉVIA:

Aplicar por 10 minutos organoclorado em pó ou


hipoclorito de sódio a 1% sobre sangue e outros
fluidos corpóreos (vômito, urina) e após retirar com
papel toalha.

LIMPEZA

Utilize detergente neutro para a limpeza


de superfícies e enxague com um pano
limpo!

DESCONTAMINAÇÃO DO INTERIOR DA VIATURA

COMECE a limpeza e desinfecção a partir


do teto para o piso da viatura!

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DESINFECÇÃO DA VIATURA

Centro de Referência e Treinamento em APH Edição 2019 Página 118


Curso de Atendimento Pré-hospitalar – Nível Suporte Básico de Vida

Realizar desinfecção com hipoclorito de


sódio a 0,5%, ou álcool a 70%, para
descontaminação final.

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CUIDADOS COM OS PRODUTOS:

NÃO passar álcool em superfícies acrílicas. NÂO passar hipoclorito de sódio nas estruturas
metálicas!

ACONDICIONAMENTO DE MATERIAIS:
1. Todo material que for submetido a processo de descontaminação deverá ser guardado em local
limpo e devidamente embalado.

EXEMPLOS NEGATIVOS:

Centro de Referência e Treinamento em APH Edição 2019 Página 119


Curso de Atendimento Pré-hospitalar – Nível Suporte Básico de Vida

2. Todo material ou equipamento não descrito neste Manual e não classificado como descartável
deverá ser submetido ao processo de descontaminação adequado para a biossegurança.
3. Manter a ventilação do compartimento da viatura o maior tempo possível.

4. Não passar álcool nas superfícies de acrílico.


5. Não utilizar hipoclorito em superfícies metálicas.
6. Semanalmente deve-se realizar uma limpeza e descontaminação mais ampla (limpeza terminal),
isto é, retirar todo o material da viatura e realizar a limpeza do teto, paredes, armários (interior e
exterior), chão, enfim de todas as superfícies.
7. Não descartar material contaminado em lixo comum, e sim em sacolas próprias que deverão ser
descartadas junto com insumos dos serviços de saúde.
8. Tomar especial cuidado com resíduos pérfuro-cortantes que deverão ser descartados em
recipiente próprio e destinados juntamente com insumos dos serviços de saúde.
9. Em caso de vítimas com doenças infecto-contagiosas (exemplo: tuberculose e meningite), deve-
se realizar imediatamente após o atendimento, a LIMPEZA E DESINFECÇÃO TERMINAL.

Centro de Referência e Treinamento em APH Edição 2019 Página 120


Curso de Atendimento Pré-hospitalar – Nível Suporte Básico de Vida

SALA DE DESINFECÇÃO

Local destinado à descontaminação prévia, limpeza e desinfecção de materiais e viaturas.

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Curso de Atendimento Pré-hospitalar – Nível Suporte Básico de Vida

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Curso de Atendimento Pré-hospitalar – Nível Suporte Básico de Vida

LIÇÃO 06
AVALIAÇÃO
DOENÇAS INFECTO-CONTAGIOSAS E BIOSSEGURANÇA

3. Conceitue doença infecto-contagiosa? Cite pelo menos 3 (TRÊS) e sua forma de


transmissão por vírus, ou bactérias:
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2. Cite 3 (TRÊS) principais meios de transmissão de uma doença infecto-contagiosa na atividade
de Atendimento Pré-hospitalar:
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3. Enumere 3 (TRÊS) precauções universais no atendimento de uma vítima.
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4. Indique 4 (QUATRO) itens a serem observados na Limpeza e Desinfecção Terminal da viatura
de Atendimento Pré-hospitalar.
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5. Cite os processos a serem utilIzados no processamento de 3 (TRÊS) materiais ou
equipamentos da viatura de Atendimento Pré-hospitalar.
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6. Cite 3 (TRÊS) principais condutas de um socorrista ao sofrer um ferimento com material
pérfuro-cortante e, consequente, contaminação por sangue de uma vítima portadora de uma
doença infecto-contagiosa:
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7. Indique o esquema vacinal proposto para um integrante de uma Equipe de Atendimento Pré-
hospitalar contra Hepatite B e Tétano:
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Curso de Atendimento Pré-hospitalar – Nível Suporte Básico de Vida

LIÇÃO 07

EMERGÊNCIAS MÉDICAS I

Infarto Agudo do Miocárdio - Angina Pectoris - Acidente Vascular Encefálico Ataque Isquêmico
Transitório - Crise e Emergência Hipertensiva

OBJETIVOS:

Proporcionar aos participantes conhecimentos que os capacitem a:

1. Definir Infarto Agudo do Miocárdio, citar os sinais e sintomas e descrever o tratamento


pré-hospitalar;
2. Definir Angina Pectoris, citar os sinais e sintomas e descrever o tratamento pré-hospitalar;
3. Definir Crise e Emergência Hipertensiva, citar os sinais e sintomas e descrever o tratamento
pré-hospitalar.
4. Definir Acidente Vascular Encefálico (AVE), citar os sinais e sintomas e descrever o
tratamento pré-hospitalar;
5. Definir Ataque Isquêmico Transitório, citar os sinais e sintomas e descrever o tratamento
pré-hospitalar;

Centro de Referência e Treinamento em APH Edição 2019 Página 124


Curso de Atendimento Pré-hospitalar – Nível Suporte Básico de Vida

EMERGÊNCIAS CARDIOVASCULARES

As emergências cardiovasculares são as principais causas de morte em todo o mundo. Reconhecê-las


rapidamente, bem como instituir as primeiras condutas, são essenciais ao profissional da equipe de
APH.

SÃO EMERGÊNCIAS MÉDICAS CARDIOVASCULARES:

1. Infarto Agudo do Miocárdio;


2. Angina de Peito (Angina Pectoris);
3. Crise e Emergência Hipertensiva;
4. Acidente Vascular Encefálico (AVE) e Ataque Isquêmico Transitório (AIT).

FATORES DE RISCO PARA DOENÇAS CARDIOVASCULARES:

• Tabagismo (fumo);
• Sedentarismo (falta de exercícios físicos regulares);
• Dislipidemias (dieta irregular com excesso de gorduras);
• Stress;
• Antecedentes familiares;
• Doenças associadas (hipertensão arterial, diabetes mellitus).

INFARTO AGUDO DO MIOCÁRDIO

DEFINIÇÃO

É a morte do músculo cardíaco decorrente da privação de


oxigênio fornecido através do sangue proveniente das
artérias coronárias.
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Curso de Atendimento Pré-hospitalar – Nível Suporte Básico de Vida

FISIOPATOLOGIA DO INFARTO AGUDO DO MIOCÁRDIO

O infarto agudo do miocárdio ocorre pela obstrução aguda das artérias coronárias, responsáveis
pelo suprimento de sangue ao coração.

A obstrução ocorre após a fissura de uma placa de ateroma (colesterol) existente na


coronária “doente”.

Processo de Arteriosclerose

Devido à presença da fissura, há a formação


de trombo (coágulo), responsável pela
obstrução do vaso. A persistência da
obstrução acarreta na morte do miocárdio
(músculo cardíaco).

SINAIS E SINTOMAS DO INFARTO AGUDO DO MIOCÁRDIO

Dor precordial, do tipo queimação, em peso (opressão), ardência


podendo irradiar para os membros superiores ou áreas vizinhas. A
dor pode não ser precordial, podendo localizar-se na região
epigástrica, submentoniana (debaixo do queixo), no pescoço, nos
ombros, cotovelos, punho (como se fosse uma pulseira).

Centro de Referência e Treinamento em APH Edição 2019 Página 126


Curso de Atendimento Pré-hospitalar – Nível Suporte Básico de Vida

A área dolorosa ou da ardência está associada a episódios emocionais ou com esforços. A área
dolorosa normalmente atinge mais que 8 cm2 . Acompanha a dor a palidez, a sudorese fria
(transpiração), ansiedade, sensação de morte iminente e a postura dolorosa, normalmente
refletindo a imobilidade postural.
Não existe um sinal indicativo para o diagnóstico de IAM. Um paciente pode apresentar IAM sem
queixa de dor. Nestes casos, é importante perguntar se o mesmo já apresentou dor nos dias
anteriores. Muito provavelmente, a resposta será positiva. Estas vítimas podem apresentar
disritmias cardíacas ou, em condições críticas, um choque cardiogênico. Dificilmente serão
reconhecidos em ambiente pré-hospitalar.

É importante ressaltar que durante a avaliação médica, alguns pacientes com IAM podem
apresentar um eletrocardiograma normal.

Portanto, a melhor maneira de reconhecer o IAM é saber ouvir o paciente. A história da queixa
principal, os antecedentes, o reconhecimento dos fatores de riscos para doenças cardiovasculares e
a identificação de alguns sinais inespecíficos, mas sugestivos no exame físico revelam o diagnóstico
na quase totalidade dos casos.

ANGINA PECTORIS

DEFINIÇÃO

Dor precordial (no peito), de curta duração, usualmente menor do que 15 minutos, que se apresenta
quando o coração não recebe uma quantidade suficiente de oxigênio. É agravada ou produzida pelo
exercício ou por episódios emocionais e é aliviada pelo repouso ou através de medicamentos
vasodilatadores.
A angina pode ser classificada em estável ou instável. A angina estável está associada ao exercício
físico que origina a dor. A vítima normalmente sabe quando apresentará a dor. A angina instável não
é um episódio previsível como a estável, pois ocorre abruptamente com a fissura da placa de
ateroma, como já foi comentado na fisiopatologia do IAM.

EMERGÊNCIA HIPERTENSIVA

DEFINIÇÃO

A hipertensão arterial sistêmica pode ser caracterizada pela elevação súbita da pressão arterial a
níveis superiores ao considerado normal (140x90 mmHg nos pacientes examinados ou 130x80
mmHg em pacientes diabéticos e renais crônicos).
A hipertensão arterial pode aumentar o risco de ocorrer emergências cardiovasculares. Muitas vezes
assintomática, representa ainda um risco para a ocorrência do infarto agudo do miocárdio, acidente
vascular encefálico, insuficiência cardíaca congestiva e lesão renal, ataque isquêmico transitório, Em

Centro de Referência e Treinamento em APH Edição 2019 Página 127


Curso de Atendimento Pré-hospitalar – Nível Suporte Básico de Vida

outras ocasiões, o paciente hipertenso apresenta sinais e sintomas. Quando sintomático, o paciente
apresenta uma crise hipertensiva. Em situações de risco de morte muito aumentado, o paciente
pode apresentar uma emergência hipertensiva.
Em pacientes com idade entre 40 a 70 anos, cada aumento de 20 mmHg na pressão sistólica e 10
mmHg na pressão diastólica pode dobrar o risco de doenças cardiovasculares.
A hipertensão pode ser um sinal de outra doença: um paciente pode ter um tumor em glândulas
suprarrenais e devido à produção de noradrenalina aumentada, a hipertensão ser a manifestação
clínica.
Não é possível reduzir o risco de doenças cardiovasculares se a hipertensão não for controlada.
Portanto, deve-se realizar uma terapia efetiva na manutenção da pressão arterial em níveis aceitos.

SINAIS E SINTOMAS

Os sinais e sintomas variam de acordo com o nível de urgência:

Assintomático: descobre-se que o paciente é hipertenso após 02 aferições da pressão arterial, no


mínimo, no momento da avaliação.
Se a pressão arterial sistólica estiver entre 120 e139 mmHg e a diastólica, entre 80 a 89 mmHg,
deve-se entender que o paciente encontra-se num estado pré-hipertenso.
Orientações que podem ser comunicadas à vítima como forma de prevenção de hipertensão:

MODIFICAÇÕES NO ESTILO DE VIDA PARA CONTROLE DA PRESSÃO ARTERIAL

REDUÇÃO DA PA SISTÓLICA
MODIFICAÇÃO RECOMENDAÇÃO (mmHg)
05 a 20 mmHg para cada 10 Kg de
Redução do peso Manter o peso ideal perda de peso
Consumo rico em frutas,
Dieta DASH vegetais e pobre em gordura 08 a 14 mmHg
saturada e total
Reduzir a ingestão de sódio
Dieta hiponatrêmica para 100 mEq/L (2,4 g de 02 a 08 mmHg
(redução do sódio) cloreto de sódio (sal))
Exercício aeróbico regular como
Atividade física caminhada diária com 30 04 a 09 mmHg
minutos
Reduzir a ingestão de etanol
Ingestão moderada para 2 drinques diários (30 ml) 02 a 04 mmHg
de bebida alcoólica

*DASH: do inglês, significa a dieta sugerida para o controle da hipertensão arterial.

Centro de Referência e Treinamento em APH Edição 2019 Página 128


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EMERGÊNCIA HIPERTENSIVA

O paciente apresenta hipertensão (PA> 140 x 90 mmHg ) com sinais e sintomas.


1. Cefaléia;
2. Dor em outras regiões (tórax, abdome, membros);
3. Náuseas;
4. Escotomas (distúrbios visuais – pontos brilhantes coloridos);
5. Hemorragia nasal (epistaxe);
6. Taquicardia;
7. Parestesia (formigamento) em algum segmento do corpo.

TRATAMENTO PRÉ-HOSPITALAR PARA IAM, ANGINA PECTORIS E EMERGÊNCIA HIPERTENSIVA

1. Realizar a análise primaria e secundária e tratar os problemas em ordem de prioridade;


2. Efetuar o Transporte Imediato ao hospital de referência da região;
3. Manter a vítima em repouso absoluto na posição mais confortável (em geral sentado ou semi-
sentado);
4. Afrouxar as vestes;
5. Prestar apoio psicológico;
6. Manter oxigenioterapia com máscara facial com reservatório;
7. Transportar ao hospital, monitorando freqüentemente os sinais vitais e o nível de consciência.

ACIDENTE VASCULAR ENCEFÁLICO (AVE)

DEFINIÇÃO

Dano no tecido cerebral produzido por falha na irrigação sangüínea em razão de obstrução ou
rompimento de artéria cerebral. O efeito compressivo, ou seja, de aumento da pressão
intracraniana também manifestam sinais e sintomas e podem causar situações de risco de morte.
FISIOPATOLOGIA

OBSTRUÇÃO CIRCULATÓRIA
Como explicado na fisiopatologia do IAM, umas placas de ateroma pode se instalar numa artéria,
como a carótida interna, ao longo do tempo. Ocorrendo a fissura da placa, a coagulação é ativada e
um trombo * é formado no local. O desprendimento de uma parte do trombo, denominada
êmbolo* *, é deslocado ao longo da circulação e pode impactar-se num vaso que participa da
irrigação encefálica. A obstrução acarreta infarto ou necrose cerebral. Dependendo do local
atingido, haverá diferentes sinais e sintomas.
O trombo pode ser formado em outras situações, tais como a fibrilação atrial, situada no coração.

* Trombo: Coágulo formado no interior do próprio vaso sangüíneo (artéria e arteríola) obstruindo-o.

Centro de Referência e Treinamento em APH Edição 2019 Página 129


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* * Embolo: Fragmento de substância presente na corrente sangüínea, como um coágulo sangüíneo,


ar, gorduras, corpos estranhos (agulha, fragmentos de projétil) que é transportado pelo sangue até
obstruir um vaso sangüíneo de menor diâmetro.

HEMORRAGIA CEREBRAL

Uma artéria rompe-se deixando uma área do


cérebro sem nutrição. O sangue que sai do vaso
aumenta a pressão intracraniana pressionando o
cérebro e interferindo em suas funções.
Exemplo: rompimento de aneurisma (dilatação
da parede) de artéria cerebral.

ATAQUE ISQUÊMICO TRANSITÓRIO (AIT)

DEFINIÇÃO

O Ataque Isquêmico Transitório são déficits focais cerebrais ou visuais que desaparecem num prazo
inferior a 24 horas.
Os déficits focais cerebrais podem lembrar as evidências clínicas do AVE, entretanto desaparecem
completamente.

FISIOPATOLOGIA

O êmbolo formado a partir de um trombo situado à artéria carótida, ou em território vertebrobasilar


são deslocados através da circulação e sofrem o impacto em artérias de menor calibre, ocasionando a
obstrução à passagem de sangue no cérebro ou cerebelo. O êmbolo impactado se desfaz e permite o
retorno da circulação local.

SINAIS E SINTOMAS

Déficits motores semelhantes ao AVE, dificuldade para falar (disartria), visão borrada com ou sem
presença de sombra, vertigem, náusea, visão dupla (diplopia).

Centro de Referência e Treinamento em APH Edição 2019 Página 130


Curso de Atendimento Pré-hospitalar – Nível Suporte Básico de Vida

ESCALA PRÉ-HOSPITALAR DE CINCINNATTI

A Escala de Cincinnati permite o reconhecimento do AVE com rapidez, mantendo a especificidade e a


sensibilidade.
São avaliadas três condições: simetria facial, verificação da perda da força muscular ao se estender os
membros superiores, e alteração da fala (disfasia).
Se estes 3 (três) sinais estiverem presentes haverá uma probabilidade de mais de 85% de ser um
Acidente Vascular Encefálico.

OUTROS SINAIS E SINTOMAS DO ACIDENTE VASCULAR ENCEFÁLICO:

1. Dor de cabeça (cefaléia);


2. Inconsciência;
3. Confusão mental;
4. Parestesia (formigamento), paresia (diminuição da força muscular), paralisia muscular,
usualmente das extremidades e/ou da face;
5. Dificuldade para falar (disartria);
6. Dificuldade respiratória (dispnéia);
7. Alterações visuais (escotomas, amaurose, diplopia);
8. Convulsões;
9. Pupilas desiguais (anisocoria);
10. Perda do controle urinário ou intestinal.

TRATAMENTO PRÉ-HOSPITALAR

1. Realizar a análise primaria e secundária e tratar os problemas em ordem de prioridade;


2. Efetuar o Transporte Imediato para o hospital de referência da região;

3. Manter a vítima em repouso, na Posição de Recuperação;


4. Proteger as extremidades paralisadas;
5. Dar suporte emocional. Evitar conversação inapropriada frente à vítima inconsciente;

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Curso de Atendimento Pré-hospitalar – Nível Suporte Básico de Vida

AVALIAÇÃO
Lição 07

EMERGÊNCIAS MÉDICAS I
Infarto Agudo do Miocárdio - Angina do Peito - Crise Hipertensiva e Acidente Vascular Cerebral

4. Indique 03 (três) sinais e sintomas do Infarto Agudo do Miocárdio (IAM):


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5. O tratamento pré-hospitalar para uma vítima com sinais e sintomas do IAM é o seguinte:
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6. Cite 03 (três) sinais e sintomas típicos de um Acidente Vascular Encefálico (AVE):


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7. Descreva o tratamento pré-hospitalar para uma vítima com sinais e sintomas de AVE:
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4. Uma vítima de 56 anos de idade solicita auxílio e informa que está com uma hemorragia nasal.
Tem dor de cabeça e está muito ansioso. A PA diastólica é de 100 mmhg. Com os seus
conhecimentos, o que você pode deduzir que a vítima apresenta? Qual é o tratamento pré-
hospitalar que o socorrista deve realizar?

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Curso de Atendimento Pré-hospitalar – Nível Suporte Básico de Vida

LIÇÃO 08

EMERGÊNCIAS MÉDICAS II
Emergências Médicas Respiratórias

OBJETIVOS:

Proporcionar aos participantes conhecimentos que os capacitem a:

1. Definir Emergência Médica Respiratória (EMR);


2. Cite 3 (três) tipos de EMR e descreva seu quadro clínico;
3. Citar pelo menos 3 (três) causas de EMR;
4. Citar pelo menos 5 (cinco) sinais ou sintomas de uma EMR;
5. Descrever o tratamento pré-hospitalar para as EMR;
6. Indicar o tratamento pré-hospitalar para uma vítima com hiperventilação.

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EMERGÊNCIAS MÉDICAS RESPIRATÓRIAS

São aquelas que se referem às anomalias do sistema respiratório cuja manifestação principal é a
dispnéia.

DISPNÉIA

É a respiração “difícil”, ou seja, é a dificuldade em manter a ventilação adequada. Podem ser


superficiais ou profundas, rápidas ou lentas, podem acompanhar o esforço visível da musculatura
intercostal, bem como batimentos da asa do nariz (crianças). A sensação de angústia e a falta de ar
podem causar cianose (coloração azulada na pele e mucosas) devido à falta de oxigenação adequada
dos tecidos.

ENFERMIDADES QUE MAIS FREQUENTEMENTE CAUSAM AS EMERGENCIAS MÉDICAS


RESPIRATÓRIAS:

ASMA BRÔNQUICA

Doença caracterizada por aumento da sensibilidade da traquéia e dos brônquios a diversos


estímulos e pela constrição difusa das vias aéreas, cuja gravidade varia espontaneamente ou sob o
efeito do tratamento; manifesta-se como dispnéia episódica, tosse e espirros, expiração prolongada
e uso de músculos acessórios da respiração.

A asma pode começar em qualquer idade; cerca de metade dos casos desenvolve-se na infância e
outro terço antes dos 40 anos.
Embora raramente a asma seja fatal ela afeta o convívio social.

DOENÇA PULMONAR OBSTRUTIVA CRÔNICA (DPOC)

É uma variedade de problemas pulmonares relacionados a doenças das vias respiratórias ou da troca
de gases. São classificadas como DPOC as seguintes patologias abaixo:

ENFISEMA PULMONAR

• Perda da elasticidade dos alvéolos, aumento da secreção mucosa obstruindo as pequenas


passagens de ar, destruição dos tecidos com perda da capacidade funcional provocada em geral por
tabagismo crônico.

BRONQUITE CRÔNICA

Centro de Referência e Treinamento em APH Edição 2019 Página 134


Curso de Atendimento Pré-hospitalar – Nível Suporte Básico de Vida

• Infecção dos brônquios acarretando dificuldade crescente de ventilação pulmonar.

TRATAMENTO PRÉ-HOSPITALAR PARA EMERGÊNCIAS MÉDICAS RESPIRATÓRIAS:


1. Realizar a análise primaria e secundária e tratar os problemas em ordem de prioridade;
2. Assegurar-se que o problema não é uma OVACE (obstrução de via aérea por corpo estranho);
3. Efetuar o Transporte Imediato ao hospital de referência da região;
4. Posicionar a vítima sentada ou semi-sentada;
5. Administrar oxigênio com máscara facial com reservatório;
6. Avalie a necessidade de instituir assistência ventlatória com uso de reanimador manual
associado a oxigenoterapia;
7. Nos casos em que o paciente possuir medicamento sob prescrição médica deixar que ele ou seus
familiares cumpram a orientação médica;
8. Monitore frequentemente os sinais vitais e esteja preparado para eventual evolução do quadro
com parada respiratória ou cardíaca..

HIPERVENTILAÇÃO

• Desequilíbrio orgânico das concentrações dos gases sanguíneos (CO2 e O2) devido a respirações
rápidas e profundas.

CAUSAS MAIS COMUNS

1. Alterações metabólicas: diabetes;


2. Fenômenos emocionais: ansiedade, angústia, excitação mental.

TRATAMENTO PRÉ-HOSPITALAR DA HIPERVENTILAÇÃO

Nestas situações, relativamente freqüentes em emergências, o socorrista deverá:

1. Posicionar a vítima sentada ou semi-sentada e tranqüilizá-la;


2. Fazer a vítima respirar dentro de um saco de papel, durante alguns minutos a fim de equilibrar a
quantidade de gás carbônico no sangue.

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AVALIAÇÃO

Lição 08

EMERGÊNCIAS MÉDICAS II
Emergências Médicas Respiratórias

1. Defina Emergência Médica Respiratória (EMR):


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2. Enumere 5 (CINCO) sinais e sintomas das EMR:


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3. Cite pelo menos 3 (três) tipos de EMR e seu respectivo quadro clínico:
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4. Indique o tratamento pré-hospitalar das EMR:


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5. Cite o tratamento pré-hospitalar para uma vítima que apresenta o quadro típico de
hiperventilação e está consciente:
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Curso de Atendimento Pré-hospitalar – Nível Suporte Básico de Vida

Lição 09

EMERGÊNCIAS MÉDICAS III


CONVULSÕES, ABDOME AGUDO, CETOACIDOSE DIABÉTICA – COMA
DIABÉTICO – HIPOGLICEMIA

OBJETIVOS:

Proporcionar aos participantes conhecimentos e habilidades que os capacitem a:


1. Descrever o tratamento pré-hospitalar de uma vítima em convulsão;
2. Enumerar os sinais e sintomas e descrever o tratamento pré-hospitalar do
abdome agudo;
3. Definir o diabetes mellitus;
4. Entender a fisiopatologia das complicações diabéticas;
5. Reconhecer as principais complicações diabéticas agudas: cetoacidose e coma
diabético;
6. Reconhecer os efeitos da hipoglicemia.

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Curso de Atendimento Pré-hospitalar – Nível Suporte Básico de Vida

CONVULSÕES

Contrações violentas, incoordenadas e involuntárias de parte ou da totalidade dos músculos,


provocadas por diversas doenças neurológicas e não neurológicas.
São expressões de doenças orgânicas e não de doença mental.

CAUSAS DE CONVULSÕES

1. Febre alta em crianças (convulsões febris);


2. Traumatismo craniano;
3. Doenças infecciosas, inflamatórias ou tumores cerebrais;
4. Acidente Vascular Encefálico;
5. Intoxicações;
6. Epilepsia.

EPILEPSIA

Doença neurológica convulsiva crônica. Manifesta-se por perda súbita da consciência, geralmente
acompanhada de convulsões tônico-clônica.

É COMPOSTA POR QUATRO FASES DISTINTAS

1. Aura: Sensação premonitória ou de advertência experimentada no início de uma crise.


2. Fase tônica: Extensão da musculatura corporal (rigidez, dentes cerrados);
3. Fase clônica: Espasmos sucessivos, salivação, perda ou não do controle esfincteriano anal ou
urinário.
4. Fase pós-convulsiva: a vítima pode apresentar sonolência, confusão mental, cefaléia e perda da
memória momentânea.

A epilepsia é uma enfermidade orgânica que pode apresentar-se de diversas formas. Neste curso
iremos enfocar especificamente dois tipos mais comuns de epilepsia:

Grande Mal

Caracterizada por perda da consciência seguida por convulsão tônica - clônica generalizada.

Pequeno Mal

Caracterizada por breves lapsos da consciência sem atividade motora tônico - clônica.
Um episódio convulsivo epiléptico pode repetir-se muitas vezes e não é contagiosa.

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Curso de Atendimento Pré-hospitalar – Nível Suporte Básico de Vida

SINAIS E SINTOMAS DE UMA CRISE CONVULSIVA

1. Perda da consciência. A vítima poderá cair e sofrer um trauma;


2. Rigidez do corpo, especialmente do pescoço e extremidades. Outras vezes, desenvolvem um
quadro de leves tremores ou sacudidas de diversas amplitudes denominadas convulsões tônicos-
clônicas;
3. Pode ocorrer cianose ou até parada respiratória. Em algumas ocasiões, há perda do controle dos
esfíncteres urinário e anal;
4. Depois das convulsões a vítima recupera o seu estado de consciência lentamente. Pode ficar
confuso por um certo tempo e ter amnésia do episódio.

TRATAMENTO PRÉ-HOSPITALAR

CONDUTA DURANTE A CRISE CONVULSIVA

1. Proteger a vítima de qualquer perigo, afastando objetos ao seu redor;


2. Proteger a cabeça da vítima SEM, no entanto, segurá-la de forma a impedir seus movimentos.
Pode produzir lesão no pescoço devido a movimentação do resto do corpo;
3. Posicionar imediatamente a vítima em decúbito lateral, evitando que aspire secreções, permitindo
a queda da base da língua e a liberação das VAS;
4. Administrar oxigênio através de máscara facial com reservatório. Caso as secreções impeçam a
colocação da máscara, mantenha-a com distância da boca da vítima;
5. Afrouxar suas vestes em torno do pescoço, tórax e cintura.

CONDUTA NA FASE PÓS-CONVULSIVA

1. Efetuar o Transporte Imediato para o hospital de referência da região;


2. Manter a vítima na Posição de Recuperação, se indicado;
3. Reavaliar a Análise Primária;
4. Efetuar exame físico detalhado em busca de lesões;
4.1. Nos caso de trauma será dotado o modo de transporte específico;
5. Tratar eventuais ferimentos, conforme previsto neste Manual;
6. Prevenir a hipotermia, se necessário;
7. Transportar a vítima, mantendo-a sob observação constante dos sinais vitais e nível de
consciência.

Centro de Referência e Treinamento em APH Edição 2019 Página 139


Curso de Atendimento Pré-hospitalar – Nível Suporte Básico de Vida

IMPORTANTE

Se a crise durar mais que 5 minutos, transportar mesmo em convulsões, mantendo os cuidados
anteriores.
Se a crise persistir durante o transporte e houver diminuição da freqüência respiratória (abaixo
de 12 mrm ou superior a 30 mrm para vítimas acima de 8 anos, abaixo de 20 mrm ou superior a 30
mrm para vítimas entre 1 e 8 anos e abaixo de 30 mrm ou superior a 50 mrm para vítimas abaixo de 1
ano, e ainda a vítima apresentar sinais de insuficiência respiratória (dispnéia acentuada, cianose,
respiração superficial, uso de músculos acessórios da respiração)) ou parada respiratória, iniciar
ventilação artificial com ressuscitador manual.
Não realizar manobras intempestivas durante a crise como forçar a abertura da boca ou tentar
introduzir objetos na boca (ex. cânula orofaríngea).

CONVULSÃO FEBRIL

Pode ocorrer em algumas crianças menores de 6 anos, desencadeadas durante hipertermias (febre
alta). É rara entre 2 a 6 meses de idade. Não ocorre abaixo dos 2 meses de idade, visto que nessa
etapa de vida é mais comum a ocorrência de hipotermia. É importante lembrar que poderá repetir-
se (antecedentes). Sempre requer atenção médica.

TRATAMENTO PRÉ - HOSPITALAR

1. Adotar os cuidados gerais para qualquer tipo de crise convulsiva;


2. Encaminhar para o hospital de referência da região de forma imediata:
2.1. Durante o atendimento local e transporte procurar baixar a temperatura com aplicação de
compressas frias nos locais onde passam as principais artérias, tais como: pescoço, axilas, virilha e
sob os joelhos;
2.2. NUNCA utilizar compressas embebidas em álcool para fazer compressas frias. Utilize compressas
umedecidas em água morna ou, se indisponível, na temperatura ambiente;
3. Monitore a temperatura do paciente com frequencia para evitar hipotermia súbita;

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Curso de Atendimento Pré-hospitalar – Nível Suporte Básico de Vida

ABDOME AGUDO

Dor intensa e rigidez da parede do abdome, causados por doenças ou lesão de alguns dos órgãos
contidos na região abdominal ou, ainda, por obstrução intestinal.

PRINCIPAIS CAUSAS

As causas são múltiplas.


Relacionamos as que aparecem com maior freqüências e requerem atenção médica imediata:
1. Apendicite aguda;
2. Úlceras perfuradas;
3. Enfermidades agudas da vesícula biliar;
4. Obstrução intestinal;
5. Gravidez ectópica (extra-uterina) e outros problemas gineco-obstétricos.

SINAIS E SINTOMAS GERAIS

1. Dor abdominal;
2. Posição fetal;
3. Rigidez abdominal (abdome em tábua) e dor à palpação;
4. Distensão, protuberâncias, massas visíveis ou palpáveis e sinais de trauma (escoriações, feridas,
hematomas);
5. Sangramento retal; hematúria (sangramento na urina), sangramento pela vagina sem relação
com a menstruação;
6. Náuseas e vômitos;
7. Dor nos ombros (dor referida – por irradiação);
8. Tremor, angústia, mal-estar generalizado, palidez, sudorese;
9. Respiração rápida e superficial;
10. Pulso rápido;
11. Sinais de estado de choque hemorrágico.

TRATAMENTO PRÉ-HOSPITALAR

2. Realizar a análise primária e secundária;


3. Efetuar o Transporte Imediato para o hospital de referência da região;
4. Administrar oxigênio;
5. Estar preparado para o vômito;
6. Manter a vítima em repouso na posição em que melhor se adapte. Não força-la a mudar de
posição;
7. Guardar o vômito para posterior análise (tomar precauções para não se contaminar);

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DIABETES MELLITUS

DEFINIÇÃO

O diabetes mellitus é uma doença sistêmica causada pelo excesso de glicose na circulação sangüínea
(hiperglicemia). A falta de tratamento ou o tratamento inadequado pode resultar em complicações
agudas ou crônicas. O tratamento adequado pode retardar o aparecimento das complicações.

FISIOPATOLOGIA

O excesso de glicose na circulação sangüínea (hiperglicemia) leva ao fenômeno denominado


glicosilação. A glicose circulante em excesso acaba impregnando os tecidos dos sistemas
circulatório, nervoso, entre outros, causando alterações funcionais em cada sistema. Desta forma,
originam-se as complicações crônicas no paciente diabético:
 Sistema circulatório: as lesões vasculares atingem principalmente os órgãos alvos (coração, rins,
olhos) e aumentam as chances de IAM, insuficiência renal, cegueira, AVE.
 Sistema nervoso: as lesões neurológicas causam neuropatias com alteração da sensibilidade em
extremidades (parestesia em aspecto de bota e luva) e aumentam a chance de ferimentos
complexos (pé diabético)

O excesso de glicose na circulação coexiste paradoxalmente com a carência deste elemento no


interior da célula. Isto ocorre por causa da falta de insulina, que é um hormônio produzido no
pâncreas. Sem insulina suficiente, a glicose não pode ser transportada para o interior da célula. Em
alguns pacientes, o mecanismo que origina o problema não é a falta de insulina, mas é a resistência
da própria célula contra este hormônio, impedindo o transporte intracelular de glicose.
A carência intracelular de glicose desencadeia a utilização de outras fontes de energia, como as
gorduras e proteínas. Alguns produtos resultantes da queima incompleta de gorduras são o ácido
hidroxi-butírico e o aceto-acetato. A acetona produz o hálito cetótico, que pode confundir o
socorrista inexperiente com um quadro de etilismo (alcoolismo).
A produção de ácido e a desidratação levam à respiração rápida (dispnéia) e à alteração do nível de
consciência.
Nos estados hiperglicêmicos, o paciente diabético desidratado não consegue compensar com
diluição a quantidade de glicose na circulação, dificultando a excreção através dos rins, e acaba
entrando num ciclo vicioso. O acúmulo surpreendente de glicose acaba acarretando no coma
diabético.

SINAIS E SINTOMAS DO COMA DIABÉTICO

 Hálito cetótico, que pode confundir com o hálito etílico (cetoacidose diabética);
 Dispnéia: respiração rápida (taquicardia), respiração do tipo Cheyne Stokes;

Centro de Referência e Treinamento em APH Edição 2019 Página 142


Curso de Atendimento Pré-hospitalar – Nível Suporte Básico de Vida

 Desidratação;
 Alteração do nível de consciência podendo evoluir ao coma;
 Perda urinária considerável (poliúria), sensação de sede e fome importantes com ingestão
desequilibrada de líquidos (polidipsia) e alimentos (polifagia);
 Coma (estados hiperosmolares severos).

É importante colher informações sobre os antecedentes do paciente, lembrando de perguntar sobre


o diabetes, além de doenças pregressas, uso de medicamentos e infecções prévias.

HIPOGLICEMIA

A hipoglicemia é uma condição onde a quantidade de glicose circulante no sangue encontra-se


abaixo de 40 mg/dl. Nesta condição, o paciente pode apresentar sinais e sintomas que podem ser
verificados pelo socorrista, que passa a suspeitar de um provável quadro hipoglicêmico.

SINAIS CLÍNICOS

 Irritação, tremor, sudorese, taquicardia, palidez podem manifestar sem hipoglicemias


moderadas.

O paciente evolui para um rebaixamento do nível de consciência e alteração da coordenação. Em


hipoglicemias mais graves, convulsões e coma podem surgir e ameaçar a vida do paciente.

CONDUTA NAS COMPLICAÇÕES DIABÉTICAS

1. Reconhecer o quadro clínico rapidamente;


2. Executar o Transporte Imediato;
3. Manter a permeabilidade das vias aéreas em pacientes inconscientes;
4. Transportar os pacientes comatosos em Posição de Recuperação;
5. Não administrar nada por via oral.

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AVALIAÇÃO

Lição 09

EMERGÊNCIAS MÉDICAS III


CONVULSÕES, ABDOME AGUDO, CETOACIDOSE DIABÉTICA – COMA DIABÉTICO – HIPOGLICEMIA

1. Descreva o tratamento pré-hospitalar de uma vítima no período convulsivo:


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2. Descreva o tratamento pré-hospitalar de uma vítima no período pós-convulsivo:


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3. Indique a posição de transporte de uma vítima com abdome agudo:


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4. Descreva o quadro clínico apresentado por uma vítima com hipoglicemia e a forma de
tratamento pré-hospitalar:
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Curso de Atendimento Pré-hospitalar – Nível Suporte Básico de Vida

LIÇÃO 10

DISTÚRBIO DE COMPORTAMENTO

OBJETIVOS:

Proporcionar aos participantes conhecimentos e habilidades que os capacitem a:

1. Estabelecer regras de comunicação terapêutica na abordagem da vítima com distúrbio


de comportamento, em especial, nas tentativas de suicídio;
2. Empregar os Padrões de Assistência Pré-hospitalar de Contenção Física e Restrição de
Vítimas naquelas que apresentem distúrbio de comportamento com risco de vida para sí e
para outras pessoas.

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DISTÚRBIO DE COMPORTAMENTO

Alteração de comportamento causado por um problema independente (emocional) ou resultado de


um acidente, enfermidade ou trauma, podendo ser resultante de problemas que resultam em
hipóxia para a vítima. Como uma ocorrência independente (emocional), o afloramento de emoções
pode ser encontrado quando a vítima se apresenta em depressão, ansiosa ou quando apresenta
algum problema psiquiátrico. Qualquer crise pode causar mudanças no estado emocional de uma
pessoa devido à tensão. O Socorrista, sempre deverá considerar a saúde emocional e mental da
vítima, da família, de amigos e de acompanhantes afetados pela situação. Sinais extremos de
depressão, medo, mágoa e histeria. Quando alguém perde o controle e suas atitudes podem
provocar danos, o Socorrista estará diante de uma verdadeira emergência.

ABORDAGEM DA VÍTIMA COM DISTÚRBIO DE COMPORTAMENTO

Nas situações que envolvem vítimas com distúrbios de comportamento preocupe-se com a
abordagem. A segurança do local é especialmente importante ao lidar com vítimas potencialmente
perigosas. Nunca bloqueie a saída deles e nunca se coloque contra a parede. Quando se aproximar
da vítima, deixe-o saber o que você irá fazer antes de iniciar os procedimentos (história ou exame
físico). Você poderá ter que modificar sua maneira de aproximação e técnicas de comunicação, ao
tentar determinar se a situação é uma emergência clinica ou um trauma. Pode ser difícil realizar um
exame físico detalhado ou dar início a um procedimento até que você consiga acalmar a vítima e
conquistar sua confiança.

AVALIAÇÃO DA VÍTIMA

Você sempre avaliará o estado mental da vítima, obterá uma impressão da habilidade de
comunicação desta vítima e sua orientação no tempo e espaço.

Os tópicos a seguir lhe ajudarão nesta avaliação:


• Expressão de emoções que estão além do que é típico ou esperado.
• Susto extremo ou excitação após algum incidente, como um trauma ou uma discussão e com
dificuldade em se acalmar. Não responde ao Socorrista ou aos membros da família. Não pode
controlar seu comportamento dentro de limites aceitáveis.
• Passa a impressão de ser perigoso a si e aos outros.

Para avaliar e cuidar de uma vítima que esteja tendo um distúrbio de comportamento fique calmo e
aja de maneira estritamente profissional. Observe a vítima e tente diminuir o problema. Tenha
certeza de que ao longo de todo o processo de cuidados, você poderá eliminar as possibilidades de
traumas cranianos, contusões, hipoglicemia e outras emergências clínicas.
• Fale com a vítima e faça com que a vítima fale com você.

Centro de Referência e Treinamento em APH Edição 2019 Página 146


Curso de Atendimento Pré-hospitalar – Nível Suporte Básico de Vida

• Escute o que a vítima está dizendo e mostre que ouviu o que foi dito. Não ameace ou discuta
com a vítima (não importa do que você possa ser chamado). Reassegure que a vítima que você está
lá para ajudar.
• Fale com calma, de forma direta, mantendo contato olho-a-olho sempre que possível. Esta é a
interação interpessoal, sua principal linha de ação, ao lidar com uma vítima que apresente um
distúrbio de comportamento.
• Mantenha distância da vítima e tenha certeza de que você não está contra a parede. Esteja certo
de que você e a vítima tenham acesso livre à saída do local. Se a vítima tornar-se violento, mude-se
para um local seguro.
• Se for necessário conter a violência da vítima, informe os familiares que serão necessários
restringi-la, obtendo autorização para tal. Nesse caso, utilize os procedimentos operacionais
previstos para o seu protocolo de atendimento. Você poderá não somente ferir a vítima, mas
também sofrer algum ferimento. Além do mais, você pode causar uma reação mais violenta na
pessoa.
• Evite utilizar meios ou formas que possam agredir a vítima (cordas, algemas, etc). Utilize
bandagem triangular, lençol ou algo similar.
• Anote no Relatório de Ocorrência o motivo da restrição e meios utilizados, conforme previsto
neste Manual.

TENTATIVA DE SUICÍDIO

Sempre que você cuidar de uma vítima que tentou suicídio ou esteja a ponto de tentá-lo, sua
primeira preocupação será com a sua segurança:
• Tenha certeza de que o local esteja seguro e de que a vítima não tenha uma arma. Se você
estiver seguro, estabeleça contato visual e verbal com a vítima.
• Fale com calma e de maneira profissional. Não faça nenhuma ameaça e não faça nenhuma
restrição física. Não discuta ou critique a vítima. Nunca brinque sobre a situação.
• Pergunte se você pode ajudar.
• Descubra se a vítima está ferida.
• Fique calmo e mantenha contato, face a face sempre que possível. Escute a vítima e deixe-o
saber que você está prestando atenção.
• Não fique em locais onde você se exponha ao perigo. Se a vítima der qualquer indicação de que
pode machucar os outros, tenha certeza de sua própria segurança e acione apoio policial.

A observação e a comunicação são duas ações das mais importantes para se ajudar a vítima com
comprometimento psíquico ou não. Devemos observar as ações da vítima para que possamos ter
uma leitura de seu estado e podermos através de ações terapêuticas, principalmente a inter-relação
através da comunicação, trazer alívio e melhora de seu sofrimento.

Centro de Referência e Treinamento em APH Edição 2019 Página 147


Curso de Atendimento Pré-hospitalar – Nível Suporte Básico de Vida

A comunicação é um processo de troca de informações onde o afetivo se agrega e está embutido


nesta troca; é um processo dinâmico onde se faz necessário a presença de um emissor e de um
receptor da mensagem a ser realizada.

MODOS DE COMUNICAÇÃO:

• Verbal - como a fala e a escrita;


• Extraverbal – expressão corporal (postura corporal, mímica facial).

Nesse sentido muitas vezes o que expressamos através da fala se contrapõem com o que o corpo ou
a mímica do rosto expressa. Por exemplo, posso dizer que adoro uma pessoa ao mesmo tempo em
que o meu rosto expressa ódio, raiva e o tom de voz se torna elevado, demonstrando ira também.
Muitas vezes demonstramos através da postura corporal sentimentos que temos diante de fatos ou
pessoas; podemos numa situação de tensão e nervosismo ter tremores leves das mãos, roer unhas;
se o paciente escutar vozes conversando com ele e não saber de onde elas vêm pode ficar com os
olhos arregalados, falar sozinho.
Faz-se necessário então que passemos a observar a linguagem extraverbal dos indivíduos que forem
atendidos, porque nos dão informações valiosas para dar-lhes uma assistência, assim como,
devemos tentar controlar a nossa comunicação extraverbal, pois passamos informações ao paciente
que pode utiliza-las de uma maneira não adequada.
As vítimas com distúrbio de comportamento, entre eles o paciente psiquiátrico, não perde a
capacidade de percepção dessas comunicações, o que pode ocorrer é que esteja psiquicamente
ruim e a informação não o estimule ou reaja de uma maneira mínima ou mesmo estando ruim, ele
capte a mensagem, mas venha a processa-la de uma maneira inadequada, diferente, quebrada.

Exemplos:

1) A vítima pode perceber que você está com medo dele e se aproveitar disso para pedir coisas
para si ameaçando-o;
2) A vítima ouve vozes que dizem que vão mata-lo e ao olhar ao redor vê você próximo a ele e
acha que você que está falando, pode querer agredi-lo, mas antes é possível que venha demonstrar
que ouve vozes (fala sozinho, arregala os olhos, expressão de espanto), deve-se perceber isso antes
que ele venha tentar agredir.

A comunicação pode ocorrer através da expressão corporal, da mímica facial, entonação da voz,
marcha, vestes, escrita, sinais, signos, atitudes e gestos, fala.

A base do relacionamento interpessoal se faz através da comunicação, por isso é importante


observarmos e sermos observados, pois isto é parte da engrenagem de comunicação.

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O ser humano necessita de afeto, reconhecimento e aceitação do grupo a que pertence (família,
trabalho, escola, etc) e através da comunicação interpessoal isto passa a ser demonstrado ou não
para essa pessoa.

Nos casos de vítimas com problemas psiquiátricos, este de regra geral, é carente de afeto,
reconhecimento, aceitação e isto provocar ações desse indivíduo na busca desses valores (chamar
atenção, ser “meloso” demais, etc) assim como provocar reações de agressividade, inibição,
afastamento por não ter satisfeitas estas condições.
O socorrista que venha a entrar em contato e/ou dar assistência a este indivíduo deve levar em
conta o exposto acima e tentar fazer uma comunicação a mais terapêutica possível;

REGRAS DE COMUNICAÇÃO TERAPÊUTICA

1) Tentar formar vínculo com o paciente

O vínculo passa a existir de forma adequada e terapêutica quando o socorrista passa a ter atitudes
adequadas para com a vítima e este por sua vez passa a ter segurança e confiança no socorrista. Isto
deve estar presente desde os primeiros momentos do contato.

Condições básicas para formação do vínculo:

• Dar atenção;
• Saber ouvir;
• Saber compreender e aceitar os atos da vítima;
• Orientar a vítima sobre seu estado e o que deverá ser feito;
• Identificar-se para a vítima de maneira formal (nome, função e porque está ali);
• Apresentar-se para familiares e acompanhantes;
• Tornar-se receptivo para a vítima;
• Abordá-lo de forma respeitosa e gentil;
• Sentir-se mobilizado para o sofrimento da vítima e demonstrar que está ali para tentar ajuda-lo.

Características na formação do vínculo:

• É o paciente quem escolhe com quem quer formar o vínculo;


• Deve-se perceber com quem a vítima fez o vínculo, pois esta pessoa é quem deve aborda-lo;
• O vínculo deve ser preservado para se conseguir atitudes e abordagens terapêuticas;
• Facilmente se quebra se a vítima perceber que está sendo usado, que mentem para ele, que o
ameaçam ou desafiam, que o profissional não é confiável;
• Vínculo inadequado pode dificultar o relacionamento interpessoal entre o socorrista e a vítima.

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2) Manter canal de comunicação aberto

Para a manutenção do vínculo que se iniciou se faz de suma importância que o socorrista se
mantenha disponível para verificar e atender as necessidades da vítima de acordo com o possível.
Tem se mostrado valioso a manutenção para verificar e atender as necessidades da vítima de acordo
com o possível, ou seja, sempre que a vítima necessitar se expressar este deve estar disponível,
dentro das possibilidades. Se a vítima estiver sem crítica (capacidade de perceber seus atos e ver sua
adequação) ou com a mesma diminuída, com desorientação, fala muito, a todo o momento muda de
assunto e quer a atenção do socorrista este deve ter a habilidade de tranqüiliza-lo, colocar limites
(fixar assunto, toda vez fazer o retorno; se fizer ouvir).

3) Olhar para a vítima

Olhar para a vítima durante o atendimento demonstra respeito, atenção, permite perceber a
comunicação extraverbal, e até serve como proteção para o socorrista no caso de tentativa de
agressão por parte da vítima.

4) Ouvir atentamente

Serve também para demonstrar atenção, educação, respeito à vítima. Deve-se ouvir o que o mesmo
tem a dizer e manter o diálogo com a mesma, pois momentos de desabafos trazem alívio de tensão
e fazem com que o vínculo se estreite caso haja demonstração de interesse por quem ouve. No caso
da vítima estar confuso e mudando várias vezes de assunto, não falar coisas compreensíveis, não se
deve em momento algum demonstrar ao mesmo rejeição, rispidez, ameaça moral/física, desafiar a
vítima, coerção.

5) Respeitar pausas silenciosas

Há vítimas que ao relatarem seus conflitos e problemas podem ter um aumento de seu sofrimento e
por vezes necessita de uma paralisação, uma pausa para poderem reequilibrar-se, ordenar o
pensamento, aliviarem as pressões.
Quando ocorrerem essas pausas o profissional deve por alguns instantes mante-las e em seguida
estimular a vítima a voltar a falar, caso a vítima não queira na se deve insistir e sim respeita-la,
orienta-la que quando quiser voltar a falar poderá faze-lo.
Por outro lado, não se deve deixar a vítima por muito tempo em silêncio para estimula-la a falar.

6) Não completar frases para a vítima

Há vítimas que têm o pensamento de uma forma mais lenta e por isso têm dificuldades para se
expressar, com isso não conseguem por vezes completar frases, falar fluentemente, terminar um
assunto.

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O socorrista deve estimular a vítima a concluir a frase, o assunto com suas próprias palavras na
tentativa de melhorar o curso desse pensamento (estímulo ao “normal”).
No caso da vítima estar com fuga de idéias (muda de assunto várias vezes) deve se tentar fixar um
assunto e toda vez que ele sair do mesmo tentar retomar.
No caso da vítima não conseguir falar de maneira compreensível o socorrista deve orienta-lo quanto
à dificuldade de manter a comunicação e se mostrar disponível quando necessário.
Não se deve provocar e irritar o paciente nestas condições; não se deve fazer brincadeiras ou emitir
opiniões prejudiciais à vítima e aos familiares. Deve-se respeitar a fala da vítima, orienta-lo quanto a
mesma e no máximo deixa-lo falar sem importuna-lo.

7) Repetir, resumir e relacionar idéias para a vítima

Quando a vítima mantém um diálogo e fornece várias informações importantes se faz necessário
que ao final ou ao tempo que achar adequado o socorrista repita as idéias após um pequeno resumo
das mesmas e verifique na vítima a repercussão que isto promove.
O socorrista ao devolver essas idéias deve observar a comunicação extraverbal da vítima assim como
as colocações verbais que venham a ser feitas pelo mesmo.
Por vezes a vítima não percebe que existe entre si e as diversas idéias que coloca, entre essas idéias
e o seu estado atual de sofrimento; por isso o socorrista ao ter essa percepção deve relacionar idéias
para a vítima e a influência das mesmas em seu estado. Com isso novamente deve observar a
comunicação verbal e extraverbal que isto provoca e a repercussão no nível emocional/afetivo da
vítima.

8. Tentar controlar a comunicação extraverbal.

Se estivermos inseguros do procedimento a fazer; não satisfeito com o trabalho, podemos transmitir
para a vítima parte dessas informações através da nossa comunicação extraverbal.
Como exemplo, podemos através de nossa expressão corporal, entonação de voz, olhar, passar a
vítima a sensação de que não estamos preocupados com ele; que estamos com medo de atende-lo
(inseguros); que vamos atende-lo de qualquer forma; entre outros.
O profissional deve tentar controlar sua expressão corporal, mímica facial (extraverbal), pois são
dados que a vítima pode perceber e com isso prejudicar o atendimento e relacionamento paciente –
equipe.
Por outro lado o profissional deve observar a comunicação extraverbal que a vítima expressa e valer-
se dessa informação de maneira terapêutica no tratar com o mesmo.
Por exemplo, se percebermos que a vítima demonstra medo devemos orienta – lo e tranqüiliza – lo
quanto aos procedimentos e ao atendimento a realizar.

9. Ajudar a vítima a encontrar soluções.

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Podemos ajudar a vítima na tentativa de resolução de seus problemas, mas sempre tendo em vista
que não devemos dar opinião pessoal, conselho; ver a situação como se nós a estivéssemos
vivenciando.
A vítima é quem deve decidir as coisas por si; podemos ajuda – lo fazendo uma orientação,
relacionando idéias, mostrando pontos ou situações que o mesmo não vê, resumindo seu relato.
Não devemos passar ao paciente aquilo que nós queremos que ele faça e sim que o mesmo chegue
a uma definição e venha a agir em função da mesma. Não devemos dar a solução pronta e sim
estimular a vítima na busca da mesma.

PADRÕES DE ASSISTÊNCIA PRÉ-HOSPITALAR:

1. Chegar ao local da ocorrência de forma discreta, com sirenes desligadas e sem criar tumultos.
2. Estudar inicialmente o local, verificando riscos potenciais para a equipe de Atendimento Pré-
hospitalar e para a vítima, neutralizando-os ou minimizando-os.
3. Isolar o local, impedindo aproximação de curiosos.
4. Verificar necessidade de apoio material e/ou pessoal e comunicar o Centro de Comunicações.
5. O contato com a vítima deverá ser efetuado por apenas 1 integrante da equipe, a fim de
estabelecer uma relação de confiança. Os outros permanecem à distância sem interferir no diálogo.
6. Manter imediatamente diálogo com a vítima, mostrando-se calmo e seguro, procurando
conquistar sua confiança; deixar a vítima falar.
7. Manter observação constante da vítima e não deixá-la sozinha por nenhum instante até o
término do atendimento.
8. Conversar com a vítima de forma pausada, firme, clara, e num tom de voz adequado à situação.
8.1. Não assumir qualquer atitude hostil para com a vítima.
9. Procurar descobrir qual o principal motivo de sua atitude.
10. Procurar obter informações sobre seus antecedentes.
11. Iniciar o trabalho no sentido de dissuadi-la, após ter conquistado sua confiança, sempre
oferecendo segurança e proteção.
12. Continuar tratando-a com respeito e consideração, conduzindo-a para o hospital.

IMPORTANTE

• Não menosprezar os distúrbios de comportamento. São doenças como outra qualquer, assim
como problemas cardíacos, respiratórios.
• Restringir a vítima, se necessário, conforme previsto neste treinamento;
• Manter a atenção durante o transporte para um novo surto.
• Tomar cuidado com a aproximação de parentes da vítima, pois pode causar reação contrária à
esperada, piorando a situação.
• Nunca deixar a vítima sozinha em local de risco ou com objetos que ela possa utilizar para se ferir
(facas, tesoura, arma de fogo, entre outros.).

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RESTRIÇÃO DE VÍTIMAS

PADRÕES DE ASSISTÊNCIA PRÉ-HOSPITALAR:

1. Identificar as causas de agitação da vitima:


1.1. Distúrbio de comportamento que acarretem risco para si ou para a equipe de Atendimento Pré-
hospitalar;
1.2. Agressividade resultante de hipóxia.

MÉTODO DE RESTRIÇÃO PARA MEMBROS SUPERIORES E INFERIORES

1. Orientar a vítima, familiares e/ou responsáveis sobre os procedimentos a serem executados.


2. Proteger os punhos e tornozelos acolchoando-os com compressas de gaze algodoada ou outro
material similar.
3. Colocar o membro em posição confortável e anatômica.
4. Utilizar bandagem triangular ou atadura em forma de 8 (oito).
5. Introduzir um dedo entre a bandagem e o membro para verificar a existência de garroteamento.
6. Fixar as bandagens nos vãos da prancha longa.
7. Observar, após a restrição, a formação de edemas, cianose, dor ou formigamentos.
8. Registrar no Relatório de Ocorrência: os motivos determinantes da restrição, os membros
restringidos, tipo de procedimento efetuado e hora do fato.

MÉTODO DE RESTRIÇÃO PARA TÓRAX:

1. Orientar a vítima, familiares e/ou responsáveis sobre os procedimentos a serem executados.


2. Utilizar lençol descartável ou outro material similar.
3. Colocar o lençol dobrado, sob o tórax da vítima, passando as extremidades do lençol nas
extremidades formando um "X". Evitar passar faixas sob as axilas pela possibilidade de lesão do
nervo braquial.
3.1. As faixas em "X" sobre o tórac devem ser a folga necessária para evitar quaisquer dificuldade
respiratória;
4. Sempre fixar as amarrações nos vãos da prancha longa como forma de facilitar o manejo do
paciente;
4.1. NUNCA fixar a vítima na maca da viatura, pois terá que desamarrar em toda operação de
tranferência de pacientes.
5. Registrar no anexo do Relatório de Ocorrência os motivos determinantes da restrição, tipo de
procedimento efetuado e hora do fato.

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IMPORTANTE
• Empregue somente a força necessária para conter a vítima agressiva, sem excessos.
• Oriente a própria vítima e familiares antes de tomar a decisão de efetuar a restrição mecânica
de movimentos.
• Evite ofensas verbais à vítima e atitudes que possam causar constrangimentos, tais como: chave
de braço, segurar pelo pescoço (gravata), apoiar joelhos sobre o tórax da vítima, utilização de
algemas, cordas ou material similar.
• O uso de ataduras de crepe, quando mal utilizada, pode acarretar lesões na área restringida.
Acolchoe bem a área a ser utilizada para restrição e certifique-se que o procedimento está sendo
eficaz.
• O uso de “camisa de força” não é permitido por legislação especial.
• Precaver contra mordidas, agressões e secreções por parte da vítima;
• Nos casos de acidentes pessoais ao Socorrista que envolva ferimentos abertos ou mordidas
procurar obter assistência no local de entrega do paciente e conforme Padrões de Assistência Pré-
hospitalar de Biossegurança previstos neste Manual.

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AVALIAÇÃO

Lição 10

DISTÚRBIO DE COMPORTAMENTO

1. Indique 04 (quatro) regras de comunicação terapêutica na abordagem a vítima com distúrbio


de comportamento, em especial, na tentativa de suicídio:
__________________________________________________________________________________
__________________________________________________________________________________
__________________________________________________________________________________
__________________________________________________________________________________

2. Indique as condições em que o socorrista poderá empregar a Restrição de Vítimas:


__________________________________________________________________________________
__________________________________________________________________________________
__________________________________________________________________________________
__________________________________________________________________________________
3. Descreva, de forma sucinta, os métodos de restrição para tórax e membros superiores:
3.1. TÓRAX:
__________________________________________________________________________________
__________________________________________________________________________________
__________________________________________________________________________________

3.2. MEMBROS SUPERIORES:


__________________________________________________________________________________
__________________________________________________________________________________
__________________________________________________________________________________

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Lição 11

VÍTIMAS COM DEFICIÊNCIA FÍSICA E COM NECESSIDADES ESPECIAIS

OBJETIVOS

Proporcionar aos participantes conhecimentos que os capacitem a:

1. Definir "interação interpessoal" e citar porque esta é a melhor forma de aproximação


junto a vítimas que apresentam emergências emocionais.
2. Demonstrar como obter informação acerca de vítimas com necessidades especiais, em
situações que envolvem:
a. Pessoa idosa, surda, cega, com deficiência física ou mental;
b. Pessoa sob efeito do álcool ou outra substância química;
3. Demonstrar os passos da preservação da cena do crime e apontar os problemas
específicos do cuidado a vítimas de crime.

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INTRODUÇÃO

Toda vítima é especial a partir do momento em que necessita de uma atenção diferenciada, devido
a uma característica particular. O socorrista deverá avaliar a vítima e iniciar os procedimentos,
seguindo os passos que foram discutidos ao longo do curso. Porém, algumas vítimas devido à idade
avançada, invalidez ou outra situação, devem ser consideradas com algumas diferenças. O cuidado
diferenciado é necessário devido à inabilidade física, mental ou ainda, a falta de audição que afetará
a comunicação no caso de uma emergência. Faça perguntas de modo que a vítima possa entendê-las
e respondê-las. Estas vítimas com necessidades especiais incluem bebês e crianças, idosos, surdos e
cegos, portadores de deficiências física ou mental, aqueles com emergências emocionais e usuários
de drogas ou álcool. Lembre-se de que estas vítimas devem ser tratadas com cortesia, preocupação
e devem ser compreendidos, até que sejam entregues aos cuidados médicos.

IDENTIFICANDO AS NECESSIDADES ESPECIAIS

Interação e comunicação com a vítima.

Pode parecer fácil comunicar-se com as pessoas, especialmente se você já as conhece há algum
tempo, como membros da família, vizinhos, amigos e colegas de trabalho. Na comunicação com
estas pessoas, nota-se que elas utilizam gestos, desenvolveram expressões para substituir palavras
e, até mesmo, utilizam palavras que não existem e, que você compreende sem dificuldade. Quando
o Socorrista tem que interagir e comunicar-se com uma vítima em situações de emergência, ambas
as partes, normalmente, são estranhas uma a outra. A vítima nestas circunstâncias pode ter
dificuldade de responder às perguntas feitas e de comunicar suas necessidades. O Socorrista deve
obter as informações rapidamente e decidir pelo cuidado a ser oferecido ou pelo transporte da
vítima. No caso de vítima especial, existem algumas diretrizes que você deve seguir:
Estabeleça contato, olho-a-olho, quando você falar com a vítima e enquanto ele tentar
responder às suas perguntas. Esta forma de contato mostra interesse e amizade e sua expressão
pode mostrar compaixão. Algumas vítimas de diferentes culturas podem não devolver este tipo
de contato, mas eles saberão que você está tentando ajudar e entendê-lo.
Posicione-se de modo que a vítima possa vê-lo. Se você ficar em pé a uma distância muito grande
ou sentada ao lado da vítima, estará dificultando a comunicação, pois ele terá que virar ou
inclinar a cabeça para falar com você. É menos ameaçador se você se colocar na altura do olho
da vítima e gesticular de maneira que ele entenda que você irá ajudá-lo. Braços cruzados sobre o
tórax e troncos encurvados, com as mãos nos bolsos, indicam que você está se defendendo ou
está preocupado. Em algumas situações, sua postura e ações precisam demonstrar autoridade.
Quando a vítima é de difícil comunicação ou violento, deve ser acalmado e as pessoas presentes
no local devem ser protegidas. Para tanto, você deverá mostrar segurança e autoridade em suas
ações.

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Fale com a vítima de maneira que ele possa entender. É mais provável que ele se confunda, se
você utilizar terminologia médica. Fale de modo claro e devagar para assegurar que ele entenda,
mas não o trate como se fosse criança. Você poderá determinar se a vítima tem deficiência de
desenvolvimento mental e pode adequar sua comunicação para o nível dele.
Explique o que você vai fazer antes de executar qualquer ação. Ao encontrar vítimas que não
falam seu idioma, tente comunicar-se através de gestos, mas não vacile em procurar membros
da família ou vizinhos para ajudar na interpretação. Mantenha contato olho-a-olho com a vítima.
Responda honestamente todas as perguntas que a vítima lhe fizer. Explique que um
procedimento pode doer ou até mesmo que você não sabe o que está ocorrendo no momento.
Informe à vítima que ele será examinado no hospital, para que seja determinado o cuidado
apropriado.
Mantenha a vítima tão confortável quanto possível, enquanto você realiza os cuidados iniciais.
Descubra o nome da vítima e a forma que ele gostaria de ser tratado. Algumas vítimas mais
velhas gostam de ser tratadas por senhor ou senhora. É mais comum o uso do primeiro nome,
mas cheque primeiro com a vítima. Evite usar expressões como "tio", "meu bem" ou "broto".
Quando você fizer uma pergunta a vítima, dê um tempo para que ele possa entender e
responder. Eles podem demorar um pouco para compreender o que você perguntou e formular
uma resposta. Se você o apressar fazendo outra pergunta, ele poderá sentir-se frustrado e
recusar-se a falar.

AVALIAÇÃO E CUIDADOS

Para todas as situações que envolvem a vítima com necessidades especiais, avalie inicialmente o
local da emergência. Deixe a vítima saber o que você vai fazer, antes de iniciar os cuidados, procure
saber a história e realize o exame físico. Execute os cuidados iniciais antes ou durante o transporte
para o hospital. Providencie os cuidados como faria para qualquer outra vítima

A VÍTIMA IDOSA

Existem idosos de todos os tipos e personalidades. Nunca trace o estereótipo de vítimas mais
velhas. Lide com elas, da mesma forma como faria com outra vítima adulta. Descubra seu nome e
chame-o por ele. Demonstre respeito tratando a vítima por senhor ou senhora. Nunca diga "vovó"
ou expressões parecidas.

A audição diminuída é um problema enfrentado por muitas pessoas quando envelhecem. A


indiferença diante de suas questões pode ser devido a um problema de audição, mas não admita
antecipadamente que toda pessoa mais velha não pode ouvir bem o que está dizendo. Evite gritar,
sempre que possível. Mantenha contato olho-a-olho e fale diretamente a vítima. Se for necessário
fale junto ao ouvido da vítima. Quando nós envelhecemos as palavras ficam mais importantes.
Pessoas de idade gastam mais tempo pensando no que você diz e no que eles irão responder. Já foi
demonstrado que isto não está relacionado com a diminuição do processo de pensamento. Pessoas

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mais velhas, por experiência, sabem que uma simples resposta pode ter duplo significado durante
uma conversa, e até mais significados quando a conversa já estiver terminada. Não apresse a
conversa. Muitas pessoas idosas vivem sozinhas e
isto muda os seus padrões de fala. Você pode observar vítimas mais velhas abordando tópicos
variáveis ou divagando nas respostas às suas perguntas. Em alguns casos, isto estará ocorrendo
devido a mudanças na irrigação sangüínea cerebral, porém, freqüentemente, isto acontece
simplesmente porque estes vítimas perderam o hábito de conversar. Como Socorrista, lembre-se
que sua vítima é um adulto que está passando por outra crise na vida. Vítimas idosas sabem cuidar
de si. Certifique-se que não há nenhum fator que lhe ameace a vida e então permita a vítima que
controle o tempo para obtenção da história e o exame físico. Se o cônjuge da vítima ou um amigo
íntimo estiver por perto, acredite que você poderá ter outra vítima. Você pode estar cuidando de
uma mulher, enquanto aquele que é seu marido há trinta anos teme a morte da esposa. Providencie
apoio emocional para ambos. Esteja sempre alerta a familiares e amigos, pois a tensão causada pela
situação pode provocar um ataque do coração ou outra emergência clínica.

A VÍTIMA SURDA

Raramente encontramos uma pessoa surda constrangida, por apresentar sua deficiência auditiva
freqüentemente é a pessoa que escuta que se envergonha ao tentar comunicar-se com uma pessoa
surda. Infelizmente, a maioria de nós tem pouca experiência na comunicação com deficientes
auditivos. Isto ainda é verdade, mesmo considerando que há muitas pessoas, em nosso país,
totalmente surdas ou com algum grau de perda da audição. Esteja atento para o fato de que uma
vítima possa não ouvi-lo. Ele pode conseguir falar claramente, ainda que não possa ouvir. Na maioria
dos casos, uma pessoa surda lhe informará esta condição apontando para o ouvido e balançando a
cabeça para indicar "eu não posso ouvir". Algumas vítimas podem tentar comunicar-se com você
usando a linguagem de sinais, gesticulando com as mãos e dedos. Quando em dúvida, escreva em
um pedaço de papel "você está me ouvindo?" e entregue à vítima. Quando estiver certo da surdez
da vítima ou que ele está ouvindo com dificuldade, saiba se ele pode ler os movimentos dos lábios.
Escreva ou pergunte "você pode ler os movimentos dos lábios?". Quando você falar com uma vítima
surda e espere que ele leia os movimentos dos seus lábios, certifique-se de que sua face esteja
iluminada (usando uma lanterna se dispor). Fale lentamente e sem distorcer as palavras como faria
normalmente. Quando você faz uma pergunta, aponte para sua boca, com o intuito de alertar a
pessoa para ler o movimento de seus lábios. Nunca se vire enquanto você estiver falando. Muitas
pessoas surdas não estão treinadas para fazer a leitura labial, então os melhores métodos a serem
utilizados são a escrita e os gestos.

A Língua Brasileira de Sinais (Libras) é a língua de sinais (língua gestual) usada pela maioria
dos surdos dos centros urbanos brasileiros e reconhecida pela Lei.
Libras, como língua, possui gramática própria, semelhante às línguas orais, embora a exploração seja
realizada através dos gestos. Há três parâmetros constituintes na língua de sinais: configuração da
mão, ponto de articulação ou locação e movimento. A mesma configuração da mão em espaços

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diferentes representará palavras e conceitos distintos. A língua de sinais não é pantomima,


datilologia, isto é, representações mímicas da realidade, o que tornaria muito difícil certos termos.
Essa visão da língua de sinais como mímica, tem a ver com a forma que os ouvintes veem os surdos,
tratando-os de forma exclusiva e pejorativa. É preciso entender que os surdos têm sua própria
língua e que se comunicam como qualquer outro ser humano ouvinte, expressando até conceitos
abstratos.

No desconhecimento dos sinais da Libras, se você apontar uma área do corpo, gesticule como se
sentisse dor, e aponte para a vítima, ele normalmente entenderá sua pergunta. Durante um exame,
aponte para o seu próprio corpo antes de tentar fazer algo no corpo da vítima. Ao longo de todo o
cuidado de uma vítima surda, tente manter contato face a face. O contato físico também ajuda. Dê a
mão a ele, mantendo uma de suas mãos livres para que possa gesticular ou chamar a atenção com
um toque gentil no ombro. Quando o socorro é chamado, faça um gesto indicando que uma ligação
telefônica está sendo feita. Mostre a chegada de ajuda adicional.
Algumas pessoas surdas podem falar claramente, outras falam com dificuldade, prejudicando a
compreensão e outras não podem falar. Se a vítima o qual você está cuidando não puder falar use
comunicação escrita. Se a vítima surda puder falar, mas você não pode compreender algo que foi
dito, não finja entender. Isto poderia resultar em um engano sério nas informações obtidas da
vítima e comprometer a segurança do mesmo. Sempre mostre que você não entendeu encolhendo
seus ombros e mostrando as mãos com as palmas para cima em frente ao seu corpo, como se
dissesse "o que você disse?".

ALFABETO SURDO-MUDO:

A VÍTIMA CEGA

Pessoas cegas raramente sentem vergonha de sua cegueira. Novamente, é a outra pessoa que se
sente incomodada, tentando comunicar-se com o deficiente visual. O atendimento de emergência, o
histórico e o exame físico de vítima cego não são tão diferentes daquelas vítimas que enxergam
normalmente. Se você se lembrar de dizer a vítima cega tudo o que vai fazer antes de executar,

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falando e mantendo contato de toque durante todo o cuidado, mantenha a pessoa cega informada
acerca de tudo o que esteja acontecendo (sobre os ruídos estranhos, a chegada de ajuda adicional),
e você não terá dificuldades no cuidado desta vítima. Tente lembrar-se de três coisas quando estiver
lidando com portadores de deficiência visual. Primeiro, não grite ao falar com ele. O fato de a vítima
ser cego, não implica que ele não possa ouvir. Segundo, não mude a maneira de falar, use palavras
que você usaria normalmente. As pessoas ficam freqüentemente aborrecidas quando deixam
escapar palavras como "veja" ou "olhe" ao se dirigir a pessoas cegas. Os cegos normalmente utilizam
estas palavras e saberão que você não está tentando envergonhá-los. Como terceiro ponto,
mantenha contato contínuo com a vítima através da fala ou do toque. Se você precisar mover a
vítima e ele puder caminhar, permita que ele se apóie em seu braço e mantenha-o ligeiramente
atrás de você. Acompanhe seus passos e advirta sobre perigos. Nunca empurre ou puxe uma vítima
cega. Sempre o conduza.

A VÍTIMA COM DEFICIÊNCIA FÍSICA

O maior problema que o Socorrista encontra quando lida com vítimas que apresentam deficiência
muscular, de sistema nervoso ou esquelético, é na avaliação física detalhada. Estas vítimas têm
partes do corpo com o funcionamento comprometido ou que simplesmente não funcionam. Quando
estas vítimas são feridas, é freqüentemente impossível para o Socorrista fazer uma avaliação correta
do membro lesado ou outra parte do corpo. Você deverá prever se houve dano e a melhor forma de
cuidado. Sempre que uma vítima acidentada
apresentar um dano físico, você deverá perguntar a ele, a respeito deste trauma, no sentido de
averiguar se o problema já existia anteriormente ao acidente. Com esse procedimento, descarta-se a
possibilidade de uma afecção maior estar comprometendo um membro paralisado, como um
trauma na coluna, por exemplo. Faça perguntas sobre a inaptidão da vítima. Use palavras como
"impedimento" ou "inaptidão" e nunca expressões como "manco" e "incapacidade”.
Reúna toda informação possível através de perguntas e do exame físico. Se a vítima lhe contar sobre
uma inaptidão (de não ter movimentos de um membro) ou relatar perda de função após o acidente,
não segure o membro ou tente movê-lo, pois você poderá causar um dano adicional, ao causado
pelo acidente, como fraturas e luxações. Como a maioria das pessoas, o deficiente físico gosta de ser
independente. Se você pedir a qualquer outra vítima para fazer algo, dê o mesmo privilégio a vítima
portador de deficiência física. A exceção será quando você acreditar que a vítima tem uma
incapacidade para realizar tal tarefa.

DEFICIÊNCIA MENTAL E DE DESENVOLVIMENTO

Algumas vítimas, por deficiência, não desenvolvem algumas partes da função neurológica. Isto
resulta em retardamento mental ou de desenvolvimento. Sua principal tarefa será manter-se calmo
e estabelecer comunicação efetiva com a vítima. Não é fácil descobrir que uma vítima sofre de
retardo mental ou deficiência de desenvolvimento. A princípio você poderá assumir que está lidando
com uma “vítima normal" que se apresenta um pouco confusa. Sempre que você suspeitar que a

Centro de Referência e Treinamento em APH Edição 2019 Página 161


Curso de Atendimento Pré-hospitalar – Nível Suporte Básico de Vida

vítima pode ter algum grau de retardo mental ou deficiência de desenvolvimento, você deve:
1. Começar tratando a vítima da mesma forma como você trataria qualquer outra vítima da mesma
idade;
2. Fazer perguntas que requerem um "sim" ou "não" como resposta e evitar perguntas que
requerem uma resposta mais elaborada. Tente algumas perguntas que permitam a vítima fazer
escolhas entre respostas. Por exemplo, você gostaria de se sentar aqui ou naquela cadeira “.
Descubra se a vítima sabe onde ele está, o dia da semana e a data (pelo menos o ano)”;
3. Avaliar as respostas da vítima quanto à compreensão, os termos que lhe são familiares e o que
você precisa explicar repetidamente.
4. Escutar cuidadosamente tudo o que a vítima disser, reavaliando o nível de compreensão;
5. Obter a história e fazer o exame físico mais lentamente. Esteja preparado para respostas e ações
lentas. Também esteja preparado para explicar repetidamente a situação, ações e o que você
queira que a vítima faça.

ABUSO DE ÁLCOOL E DROGAS

Em todas as situações que envolvem vítimas sob influência de álcool ou drogas, avalie inicialmente o
local. Sua segurança é importante. Ao considerar que você poderá aproximar-se da vítima, informe-
o do que você quer e o que pretende fazer antes de dar início aos procedimentos (histórico e exame
físico). Você poderá modificar seu modo de aproximação e suas técnicas de comunicação para que
possa determinar se a situação é uma emergência clínica ou um trauma. Pode ser difícil executar o
exame físico detalhado ou qualquer procedimento e cuidado até que você consiga acalmar a vítima
e conquistar sua confiança.

CUIDADOS ÀS VÍTIMAS SOB EFEITO DE DROGAS

Ao proporcionar cuidados a vítima com abuso de drogas, você deve:


1. Oferecer medidas de suporte de vida, se necessário.
2. Pedir ajuda o mais rápido possível. Os profissionais devem ser informados que o problema
pode ter sido causado por drogas.
3. Monitorar sinais vitais e estar alerta para parada respiratória.
4. Conquistar a confiança da vítima e manter-se alerta.
5. Proteger a vítima de danos adicionais.
6. Providenciar cuidados contra choque.
7. Continuar apoiando a vítima ao longo de todas as fases de cuidado.

VÍTIMAS DE CRIME

Crime e violência são perigos significantes ao Socorrista. Se um crime está ocorrendo ou se o


criminoso ainda estiver no local, não tente aproximar-se da vítima ou oferecer qualquer tipo de
cuidado. Acione apoio policial e não se aproxime até que o local esteja seguro. Sinais de local

Centro de Referência e Treinamento em APH Edição 2019 Página 162


Curso de Atendimento Pré-hospitalar – Nível Suporte Básico de Vida

inseguro incluem:
Sinais de luta e vozes altas ou ruídos, como vidros se quebrando, estrondos ou tiros.
Uma quietude incomum ou escuridão no local. Suspeite quando o local estiver "muito quieto".
Armas visíveis ao redor ou nas mãos de alguém que esteja no local.
Sinais de uso de álcool ou drogas por pessoas presentes no local que podem parecer violentas ou
agressivas a você ou a vítima.
Se a região for um local conhecido de ocorrência de violência e crimes.

Seu primeiro dever como Socorrista será providenciar cuidados de emergência a vítima; porém
preservando as evidências que serão utilizadas no tribunal. Toque apenas no que for preciso. Não
use telefones do local, a menos que você não tenha outra escolha, para pedir ajuda com urgência.
Só mova a vítima se houver perigo ou se algum cuidado essencial for necessário (movê-lo para uma
superfície dura para realizar RCP, por exemplo). Se você mover ou tocar em algo, lembre-se de
relatar ao apoio policial. Se o crime for um estupro ou abuso de uma criança, não lave a vítima e não
permita o uso do banheiro. Não deixe que a vítima troque as roupas íntimas. Não permita a vítima
ingerir líquidos ou comida. Ao negligenciar estes cuidados, você poderá destruir as evidências.
Explique suas ações a vítima adulta. Conforte e distraia a vítima quando for uma criança. Não
sobrecarregue a vítima com perguntas sobre o crime, especialmente à vítima de estupro. Mantenha
seus deveres de cuidado a vítima. Uma das coisas mais importantes para um Socorrista, ao
proporcionar cuidados a uma vítima de crime, é oferecer apoio emocional e segurança a vítima.

Centro de Referência e Treinamento em APH Edição 2019 Página 163


Curso de Atendimento Pré-hospitalar – Nível Suporte Básico de Vida

AVALIAÇÃO

Lição 11

DISTÚRBIO DE COMPORTAMENTO

1. ESTUDO DE CASO
ATIVIDADE GRUPAL

Demonstrar mediante atividade em GRUPO os conhecimentos adquiridos no Módulo de Aula


mediante encenação de um atendimento de ocorrência onde pelo menos 5 (cinco) tópicos
essenciais são apresentados.

TEMA LIVRE
Tempo de preparação: 10 minutos.
Tempo de execução: 10 minutos.

Centro de Referência e Treinamento em APH Edição 2019 Página 164


Curso de Atendimento Pré-hospitalar – Nível Suporte Básico de Vida

LIÇÃO 12

OXIGENOTERAPIA

OBJETIVOS:

Proporcionar aos participantes conhecimentos e habilidades que os capacitem a:

1. Efetuar o uso adequado do oxigênio no atendimento pré-hospitalar;


2. Identificar as partes de um equipamento portátil de oxigênio e demonstrar a sua utilização;
3. Citar pelo menos 2 (duas) situações de risco no uso do oxigênio;
4. Executar a aspiração de vias aéreas superiores;
5. Empregar corretamente a cânula orofaríngea nas vítimas inconscientes;
6. Manusear adequadamente o reanimador manual nas vítimas adultas e pediátricas.

Centro de Referência e Treinamento em APH Edição 2019 Página 165


Curso de Atendimento Pré-hospitalar – Nível Suporte Básico de Vida

OXIGÊNIO

É um gás presente na atmosfera, indispensável para manter a vida humana. O suprimento de


oxigênio é utilizado nas células através do metabolismo aeróbico, que oferece energia suficiente
para a manutenção das funções vitais

A diminuição da oferta de oxigênio e a capacidade reduzida em utilizá-lo no interior das células


pode comprometer as funções vitais. Inicialmente estas alterações podem ser corrigidas com
aumento na oferta de oxigênio. Tardiamente, mesmo com oferta de oxigênio, haverá danos
irreparáveis nas células. Nestas condições, pode-se levá-las à morte. A morte das células pode
acarretar a falência de órgãos. A falência dos órgãos vitais, tais como o coração e o cérebro, podem
evoluir para a morte.

A diminuição da quantidade de oxigênio ofertada aos tecidos é denominada hipóxia.

Conhecer a fisiologia do transporte de oxigênio é essencial para evitar a hipóxia.

A utilização do oxigênio para fins terapêuticos é denominada OXIGENOTERAPIA e está indicada


para evitar ou tratar o surgimento de HIPÓXIA.
A oxigenioterapia pode ser realizada pelo profissional de Atendimento Pré-hospitalar,
observando-se a indicação, o fluxo de oxigênio ofertado, bem como a maneira de administra-lo.

HIPÓXIA CELULAR

❑ A diminuição da oferta de oxigênio e a capacidade reduzida em utilizá-lo no interior das


células pode comprometer as funções vitais o que produz a HIPÓXIA.
❑ Inicialmente estas alterações podem ser corrigidas com aumento na oferta de oxigênio.
❑ Tardiamente, mesmo com oferta de oxigênio, poderá haver danos irreparáveis para as células.
❑ A morte das células pode acarretar a falência de órgãos vitais como o coração e o cérebro.

REVISÃO DA FISIOLOGIA DO SISTEMA RESPIRATÓRIO

As etapas para a utilização do oxigênio no corpo humano são:

1. Captação através dos pulmões;


2. Transporte de oxigênio pelo sangue;
3. Entrega de oxigênio aos tecidos,
4. Utilização do oxigênio na respiração celular.

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Curso de Atendimento Pré-hospitalar – Nível Suporte Básico de Vida

EMPREGO DO OXIGÊNIO

O oxigênio deve ser ministrado a todas as vítimas de emergências clínicas e aos traumatizados.
Deverá ser utilizado especialmente nas situações onde há dificuldade em respirar (dispnéia), em
situações onde há uma diminuição da quantidade de oxigênio no ambiente, bem como em
envenenamentos celulares (exceto herbicidas com compostos quaternários de amônio como o
Paraquat e o Diquat).

EQUIPAMENTOS DE PROVISÃO DE OXIGÊNIO

PARTES DE UM SISTEMA PORTÁTIL DE OXIGÊNIO

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Curso de Atendimento Pré-hospitalar – Nível Suporte Básico de Vida

ACESSÓRIOS UTILIZADOS PARA ADMINISTRAÇÃO DE OXIGÊNIO

1. Máscara facial para oxigenação com reservatório e


extensão;
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2. Cateter tipo óculos: para administração de baixo fluxo de


oxigênio.
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3. Ressuscitador manual:
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Equipamentos utilizados para a ventilação artificial no atendimento de vítimas com parada respiratória,
cardiorrespiratória ou para a assistência ventilatória nos casos de insuficiência respiratória aguda.

SISTEMA FIXO DE OXIGÊNIO

Equipamentos localizados no interior da viatura


interligados ao salão de transporte de pacientes por meio
de sistema de distribuição com volumes adequados para
vários atendimentos.

Centro de Referência e Treinamento em APH Edição 2019 Página 168


Curso de Atendimento Pré-hospitalar – Nível Suporte Básico de Vida

CILINDROS DE OXIGÊNIO - FIXOS

❑ Devem ser armazenados em pé em local com ventilação.


❑ Seus volumes são variáveis de acordo com seu tamanho e
forma.
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MONTAGEM DO SISTEMA FIXO

1. Retirar o capacete que protege a válvula do cilindro (se


houver);
2. Retirar o lacre da válvula, exigir cilindros com lacre,
(segurança da qualidade e volume);
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REDUTOR DE PRESSÃO

1. Acoplar o redutor de pressão que é o dispositivo que reduz a


pressão de carga do cilindro para uma pressão adequada para
uso.
Exemplo:
❑ Pressão de carga do cilindro: 150 Kgf/cm2
❑ Pressão reduzida: 4 a 5 Kgf/cm2.

ACOPLAGEM DO REDUTOR DE PRESSÃO

❑ Use uma chave para ajustar a acoplagem do redutor de


pressão sem aperta-lo demasiadamente.
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Curso de Atendimento Pré-hospitalar – Nível Suporte Básico de Vida

ACONDICIONAMENTO DOS CILINDROS

❑ Acondicionar o cilindro de oxigênio no compartimento

MANÔMETRO E FLUXÔMETRO

❑ Acoplar o chicote do sistema oxigenoterapia composto


pelo manômetro e fluxômetro.
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ACOPLAGEM DOS ACESSÓRIOS

❑ Conectar o fluxômetro;
❑ Acoplar a extensão com a máscara
facial, cateter ou ressuscitador
manual.
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SISTEMA DE ASPIRAÇÃO

❑ Conectar o frasco de aspiração.


* A sonda de aspiração deve ser conectada somente no momento da
utilização.
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Curso de Atendimento Pré-hospitalar – Nível Suporte Básico de Vida

CONFERÊNCIA DIÁRIA

❑ Teste diariamente o sistema de


oxigenioterapia fixo e portátil.
IMPORTANTE!
Dê atenção ás medidas de biossegurança
relativas a estes equipamentos!
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CÁLCULO DE DURAÇÃO DE UM CILINDRO DE OXIGÊNIO

EXPLICAÇÃO DO CÁLCULO DO VOLUME DO CILINDRO DE OXIGÊNIO

❑ Você tem um cilindro de oxigênio do equipamento portátil cujo volume interno é de 3,2 litros.
O manômetro está marcando uma pressão de 150 Kgf/cm2.
Então basta MULTIPLICAR o VOLUME do cilindro pela PRESSÃO indicada no manômetro:
3,2 x 150 = 480 litros de oxigênio no interior do cilindro.

DOSAGEM DE OXIGÊNIO

Um fluxômetro (dispositivo que permite a dosagem


de oxigênio) permite que controlemos a saída de
oxigênio em LITROS/MINUTO.

Centro de Referência e Treinamento em APH Edição 2019 Página 171


Curso de Atendimento Pré-hospitalar – Nível Suporte Básico de Vida

Cada litro/minuto regulado no fluxômetro aumenta


em 4% a concentração de oxigênio no ar inspirado
pela vítima.
Para efeito deste cálculo utilizaremos uma TAXA
FIXA de composição do ar atmosférico de 20% de
oxigênio.

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COMPARAÇÃO DA CONCENTRAÇÃO DE OXIGÊNIO ENTRE DISPOSITIVOS

COMPARAÇÃO ENTRE MÉTODOS DE VENTIULAÇÃO

Analise que sem oxigênio suplementar as taxas de


oxigenioterapia na ventilação de resgate são baixas.
❑ Na ventilação boca a boca (não recomendada
na atividade de Resgate por questões de
biossegurança), mas incentivada nas situações de
atendimento domésticos a taxa de 16% se explica
pelo consumo humano de 5% de oxigênio do ar
inspirado.

Centro de Referência e Treinamento em APH Edição 2019 Página 172


Curso de Atendimento Pré-hospitalar – Nível Suporte Básico de Vida

TAXAS DE ADMINISTRAÇÃO DE OXIGÊNIO

❑ As taxas de oxigênio são pré-estabelecidas pelos


Padrões de Assistência Pré-hospitalar, no
entanto, os critérios de administração de
oxigênio serão vistos adiante.
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AVALIAÇÃO DA SATURAÇÃO DE OXIGÊNIO NO SANGUE
OXIMETRIA

A oxigenioterapia, em regra, deve ser instituída durante a Análise Primária.


Assim que o Socorrista avalia que uma vítima respira ele deve verificar a
taxa de saturação de oxigênio no sangue por meio de um dispositivo
chamado de

OXÍMETRO DE PULSO.
Um oxímetro de pulso é um dispositivo que mede indiretamente a
quantidade de oxigênio no sangue de um paciente. O monitor exibe a
porcentagem de hemoglobina arterial na configuração de oxiemoglobina.
Taxas normais são da ordem de 95 a 100%.
Exibe também a frequencia cardíaca.

SENSOR DE DEDO

O sensor de dedo é usado para mensuração, de uma forma não invasiva, da


saturação de oxigênio (SpO2),e frequência de pulso .
Recomenda-se o sensor reutilizável de dedo para pacientes que pesam mais
de 20 Kg e pacientes com atividades limitadas.

SENSOR DE ORELHA

O sensor de orelha é usado para mensuração, de uma forma não invasiva,


da saturação de oxigênio (SpO2), e frequência de pulso .
Recomenda-se o uso sensor de orelha para pacientes pediátricos e adultos
ativos; pacientes pediátricos e adultos cuja circulação periférica esteja
afetada; e pacientes pediátricos e adultos que pesam mais de 15 Kg.

Centro de Referência e Treinamento em APH Edição 2019 Página 173


Curso de Atendimento Pré-hospitalar – Nível Suporte Básico de Vida

NUNCA USE O SENSOR DE DEDO NA ORELHA DA VÍTIMA, POIS AS MEDIDAS,


CASO VERIFICADAS, SERÃO INEXATAS.

SEQUENCIA DE PROCEDIMENTOS PARA USO DE OXÍMETRO DE PULSO

1. Efetue a limpeza do dedo indicador;


2. Ligue o aparelho e insira no sensor de dedo;
3. Verifique a leitura;
4. Administre oxigênio, conforme Padrões de
Assistência Pré-hospitalar.

CUIDADOS NA LEITURA DO OXÍMETRO DE PULSO

1. Poderá haver alteração de leitura do sensor nos casos em que a vítima estiver com esmalte
escuro nas unhas das mãos e/ou dos pés. Tente remover o esmalte com algodão e acetona. Caso
disponha de um sensor adequado coloque-o no lóbulo da orelha;
2. Nos casos de lesões músculo esqueléticos num membro, o sensor deverá ser colocado em outro
membro não lesionado;
3. A medição da oximetria de pulso pode ser afetada pela hipovolemia e pela hipotermia nas
extremidades;
4. Nos casos de excesso de luminosidade e outras alterações ambientais podem ocorrer alterações
da leitura de valores, devendo tais situações serem relatadas ao Médico ou Enfermeiro que vier a
atender o paciente no hospital.

MANEJO DAS VIAS AÉREAS SUPERIORES

É fundamental para a administração de oxigênio que as vias aéreas superiores estejam pérvias, ou
seja, liberadas por manobras adequadas à condição da vítima (clínico ou trauma) e livres de
secreções.
Também, nas vítimas inconscientes sem reflexo de vômitos, a utilização da cânula orofaríngea
permite um afastamento da língua e uma melhor permeabilidade das vias aéreas.
Veremos agora as técnicas de aspiração de vias aéreas por meio de dispositivos manuais e pelo
sistema de oxigenioterapia.

REVISÃO DA ANATOMIA DAS VIAS AÉREAS SUPERIORES

O comprometimento das vias aéreas é o fator que mais rapidamente causa a morte em qualquer
paciente, em especial, as vítimas inconscientes, portanto deve haver prioridade na abordagem das
vias aéreas.

Centro de Referência e Treinamento em APH Edição 2019 Página 174


Curso de Atendimento Pré-hospitalar – Nível Suporte Básico de Vida

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OBSTRUÇÃO DA VIA AÉREA PELA LÍNGUA

A causa mais frequente de obstrução das vias


aéreas na vítima inconsciente ou com alteração
do nível de consciência é a queda da própria
língua. Isso ocorre devido ao relaxamento das
estruturas musculares que sustentam a língua,
resultando em sua queda em direção à faringe,
impedindo a passagem de ar e
consequentemente pode resultar em apneia e
parada cardíaca.

MANOBRAS DE LIBERAÇÃO DAS VIAS AÉREAS

As manobras de liberação de vias aéreas que serão vistas no Módulo Análise Primária isoladas
podem ser ineficazes ou difíceis de serem mantidas por longo tempo em razão da necessidade de
um socorrista exclusivamente para isso. Desse modo, será necessário o uso de dispositivos de
manutenção de vias aéreas. A cânula orofaríngea é um recurso disponível para o Suporte Básico de
Vida!
Veremos a seguir a forma correta de emprego.

Centro de Referência e Treinamento em APH Edição 2019 Página 175


Curso de Atendimento Pré-hospitalar – Nível Suporte Básico de Vida

MANOBRA DE INCLINAÇÃO DA CABEÇA E ELEVAÇÃO DO QUEIXO

A manobra de inclinação da cabeça e elevação do


queixo permite que a língua da vítima seja
tracionada para frente, permitindo a passagem de
ar nas vias aéreas.
Se a causa da obstrução for a língua, a vítima
começará a respirar prontamente com a realização
desta manobra, que deverá ser mantida
manualmente ou o
socorrista poderá utilizar um travesseiro colocando-o sob as costas para que ela respire, mantendo a
cabeça inclinada para trás. É importante lembrar que esta técnica não se aplica a vítimas com
história de trauma.

MANOBRA DE ELEVAÇÃO DE MANDÍBULA

A manobra de “elevação da mandíbula” é a


primeira escolha para as vítimas de emergências
traumáticas, com suspeita de lesão cervical, mas
nos casos em que tiver que ventilar e a ventilação
for ineficaz, execute a manobra de inclinação da
cabeça e elevação do queixo mesmo nas vítimas
de trauma.

INSPEÇÃO DA CAVIDADE ORAL

Utilize uma lanterna para visualizar a cavidade oral. A


lanterna para pupilas pode ser utilizada para esta finalidade.
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Curso de Atendimento Pré-hospitalar – Nível Suporte Básico de Vida

REMOÇÃO DE CORPOS ESTRANHOS VISÍVEIS

Abra a boca da vítima, inspecione a cavidade oral e remova


com os dedos SOMENTE corpos estranhos visíveis.
A tentativa chamada “busca as cegas” é um procedimento
extinto e não pode ser utilizado, pois pode empurrar objetos
para a garganta produzindo uma obstrução total das vias aéreas.
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OBSTRUÇÃO DAS VIAS AÉREAS POR SECREÇÕES

Em casos de obstrução grave por substância líquida ou semilíquida, e estando a vítima deitada,
o socorrista deve movimentá-la em decúbito lateral, na “Posição de Recuperação” enquanto se
obtém um equipamento para aspiração das vias aéreas. Executar a limpeza manual da cavidade
oral.
Em vítima com história de trauma, que necessita de posicionamento lateral para drenagem de
secreções, é preciso movê-la em bloco mantendo o alinhamento do corpo (cabeça, pescoço,
ombros e dorso) durante o procedimento.

ASPIRAÇÃO DAS VIAS AÉREAS SUPERIORES


Um aspirador com sistema tipo venturi
(oxigênio) ou manual (vácuo) deve ser
utilizado para a aspiração eficaz das vias
aéreas.
A aspiração contínua remove demasiada
umidade e reduz a oxigenação nas vias aéreas.
Administre oxigênio logo depois de cada ciclo
de aspiração.

SISTEMA DE ASPIRAÇÃO POR OXIGÊNIO - TIPO VENTURI

❑ O sistema de aspiração á vácuo pode ser instalado no sistema fixo


e portátil.
❑ É composto de um frasco coletor, extensões e cateteres.

Centro de Referência e Treinamento em APH Edição 2019 Página 177


Curso de Atendimento Pré-hospitalar – Nível Suporte Básico de Vida

CATETER DE ASPIRAÇÃO

1. Cateter com sistema aberto: deve-se ter cuidado no uso


deste cateter porque já está aspirando quando inserido.
2. Cateter com sistema tipo venturi: somente inicia a
aspiração com a oclusão da válvula venturi.
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TÉCNICA DE ASPIRAÇÃO

1. Abra a embalagem do cateter somente na hora do uso.


2. Utilize técnicas assépticas no manuseio do cateter estéril.
3. Monte o cateter na extensão do frasco de aspiração.
4. Dobre o cateter em uma das mãos (não dominante) para evitar que entre aspirando e produza
lesões na mucosa oral.
5. Insira o cateter inicialmente nos cantos da boca sem soltar a dobra do cateter.
6. Solte a dobra do cateter e inicie a aspiração;
7. Insira inicialmente nos cantos da boca;
8. Execute movimentos circulares e em vaivém.

9. Antes de remover o cateter dobre-o para evitar que


sua extremidade fique aderida a mucosa oral e a
lesione na retirada.
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Curso de Atendimento Pré-hospitalar – Nível Suporte Básico de Vida

TÉCNICA DE ASPIRAÇÃO COM CATETER TIPO VENTURI

1. Sistema venturi é um sistema de arrasto produzido pela abertura e fechamento de uma válvula.
2. Utilize as regras de anti-sepsia recomendadas anteriormente com relação ao manuseio do
cateter.
3. Não é necessário dobrar.
4. O cateter é dotado de válvula tipo venturi.
5. Oclua com o polegar a válvula do cateter para iniciar a aspiração;
6. Insira inicialmente nos cantos da boca;
7. Execute movimentos circulares e em vaivém.
8. Antes de remover o cateter afaste o polegar da válvula do cateter para evitar que sua
extremidade fique aderida a mucosa oral e a lesione na retirada.

CRITÉRIOS DE ESCOLHA PARA O CATETER DE ASPIRAÇÃO

O tamanho da sonda poderá variar de acordo com o tipo de secreção a ser aspirada, mas o critério acima pode servir
como escolha inicial.

TEMPO DE ASPIRAÇÃO CONTÍNUA

1. A aspiração contínua remove umidade das vias aéreas e reduz a oxigenação da vítima, portanto,
a fim de reduzir estes problemas siga as seguintes instruções:
1.1. VÍTIMAS CONSCIENTES: aspire por até 15 segundos contínuos;
1.2. VÍTIMAS INCONSCIENTES: aspire por até 5 segundos contínuos.
2. Interrompa após este tempo por alguns segundos, reoxige o paciente e retome a aspiração.

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Curso de Atendimento Pré-hospitalar – Nível Suporte Básico de Vida

CÂNULA OROFARÍNGEA

As manobras de liberação de vias aéreas isoladas podem ser ineficazes ou difíceis de serem
mantidas por longo tempo em razão da necessidade de um socorrista exclusivamente para isso.
Desse modo, será necessário o uso de dispositivos de manutenção de vias aéreas.
A cânula orofaríngea é um recurso disponível para o Suporte Básico de Vida!
Veremos a seguir a forma correta de emprego.

OBSTRUÇÃO DA VIA AÉREA PELA PRÓPRIA LÍNGUA

A inconsciência gera a perda do tônus muscular e o


relaxamento da língua repousando sobre a
hipofaringe produz a obstrução respiratória que
produz hipóxia e até a morte.

Se a manobra de liberação de vias aéreas não for


mantida todo o tempo haverá nossa obstrução
pela língua. Portanto, será necessário utilizar
dispositivos para manter a liberação da via aérea
com afastamento da língua.

CÂNULA OROFARÍNGEA

É um dispositivo destinado a manter pérvia a via aérea superior


em pacientes inconscientes (sem reflexo de vômito).
Caso seja introduzida em vítima consciente ou em estupor,
pode produzir vômito ou laringoespasmo.
É necessário cuidado na colocação da cânula, porque a inserção
incorreta pode empurrar a língua para trás, na faringe, e
produzir obstrução de via aérea, manifestada por troca
insuficiente de ar, indicada por tosse ineficaz e fraca, ruídos
respiratórios estridentes, dificuldade respiratória acentuada e
até mesmo cianose (cor azulada de pele, unhas e lábios)

MODELOS DE CÂNULAS OROFARÍNGEAS

É um método rápido e prático de se manter a via aérea


aberta, podendo ser utilizado temporariamente em
conjunto com ventilação com reanimador manual ou
máscara, enquanto se aguarda um método definitivo,
como por exemplo a intubação endotraqueal.

Centro de Referência e Treinamento em APH Edição 2019 Página 180


Curso de Atendimento Pré-hospitalar – Nível Suporte Básico de Vida

A cânula de Guedel tem forma semicircular, geralmente é de material plástico e descartável e,


quando apropriadamente colocada, desloca a língua da parede posterior da faringe, mantendo a via
respiratória aberta.
Antes de colocar a cânula, as secreções e os coágulos de sangue presentes na boca e faringe devem
ser removidos por aspiração, assim como as próteses dentárias móveis. A melhor maneira de inserir a
cânula é com sua parte côncava voltada para cima e, quando metade já estiver introduzida, faz-se
uma rotação de 180° e termina-se a introdução. A depressão da língua com uma espátula facilita o
procedimento. Se a colocação for incorreta, pode ocorrer deslocamento da língua até a faringe e
obstrução da via respiratória. Para evitar ferimentos no paciente, o reanimador deve se assegurar
que os lábios e a língua não se encontrem entre a cânula e os dentes.

MÉTODO DE ESCOLHA DO TAMANHO DA CÂNULA OROFARÍNGEA

A cânula orofaríngea está disponível em medidas para


recém-natos, crianças e adultos. O melhor modo de
identificar o tamanho adequado da cânula é segurá-la ao
lado da face da vítima, com a extremidade inferior tocando o
ângulo da mandíbula, logo abaixo do lóbulo da orelha e
estender a outra extremidade até a comissura labial.

INSERÇÃO DA CÂNULA OROFARÍNGEA NO PACIENTE ADULTO

Inserir a cânula com a concavidade para cima, dirigindo sua


extremidade para o palato duro ("céu da boca"), logo atrás
dos dentes incisivos superiores.
Não permitir que a cânula toque o palato, aplicando um
movimento de rotação helicoidal de 180º (em parafuso)
sobre ela mesma, posicionando-a sobre a língua. Um
abaixador de língua pode ser útil para impedir que a cânula
empurre a língua para trás durante sua inserção.

Faça uma rotação da extremidade da cânula orofaríngea em 180º e então abaixe até que o rebordo
fique posicionado entre os dentes.
Não esqueça de manter as vias aéreas abertas manualmente durante a inserção da cânula orofaríngea.

Centro de Referência e Treinamento em APH Edição 2019 Página 181


Curso de Atendimento Pré-hospitalar – Nível Suporte Básico de Vida

Detalhe da inserção

A cânula orofaríngea na medida certa e com a técnica


adequada não ultrapassa a orofaringe (garganta) da vítima.
O rebordo da cânula orofaríngea deve ficar posicionado entre
os dentes.
_______________________________________________________
_______________________________________________________

ADMINISTRAÇÃO DE OXIGÊNIO SUPLEMENTAR

Afinal qual é o modo adequado de administrar oxigênio?


Qual o critério para escolher entre máscara facial e cateter tipo óculos?
Tem alguma técnica adequada para se administrar oxigênio com máscara ou cateter?
Essas e outras respostas teremos no nosso estudo adiante!

PADRÕES DE ASSISTÊNCIA PRÉ-HOSPITALAR PARA OXIGENOTERAPIA

1. Ministrar, como primeira escolha, oxigênio por máscara com reservatório ao fluxo de 10 l/min;
1.1. nos casos de vítimas abaixo de 08 anos, ministrar oxigênio por máscara infantil com fluxo de 10
l/min, deixando a máscara afastada cerca de 5 cm da face, para evitar agitação da criança;
1.2. se for possível e seguro, permitir que os pais segurem a máscara infantil;
1.3. nos casos clínicos, permitir que a vítima assuma a posição mais confortável;
1.4. nos casos de trauma, manter a vítima em decúbito dorsal com a coluna cervical imobilizada e
com a liberação das vias aéreas;
2. Ministrar oxigênio por cateter nasal (fluxo de até 5 l/min), quando a máscara não for tolerada,
mas não utilizar cateter nasal em vítimas com idade abaixo de 8 anos;
3. Estar atento para a necessidade de realizar ventilações de resgate com reanimador manual em
casos de parada respiratória.
MÁSCARA FACIAL COM RESERVATÓRIO

1. Primeira escolha para administração de alto fluxo


de oxigênio.
2. Quando o uso do cateter não for tolerado.

Centro de Referência e Treinamento em APH Edição 2019 Página 182


Curso de Atendimento Pré-hospitalar – Nível Suporte Básico de Vida

TÉCNICA DE ADMINISTRAÇÃO DE OXIGÊNIO COM USO DE MÁSCARA FACIAL COM RESERVATÓRIO

A seguir veremos a técnica de administração com a aplicação de máscara facial com bag (bolsa
reservatório de oxigênio).

VENTILAÇÃO ARTIFICIAL

É pré-requisito para que haja uma boa ventilação que as vias aéreas estejam liberadas, sem
obstrução, com ou sem dispositivos de manutenção. Devemos então realizar ventilações de resgate
efetivas e cuidadosas conforme veremos a seguir.

REANIMADOR MANUAL

Num primeiro nível de assistência, se deve utilizar ventilação através de máscaras com
possibilidade de enriquecimento da mistura gasosa com oxigênio ou um sistema de máscara com
balão auto‐inflável (REANIMADOR MANUAL) com reservatório auxiliar de oxigênio conectado a
uma fonte com fluxo de 10 litros de oxigênio/minuto. Esse método disponibiliza uma
concentração parcial de oxigênio em torno de 60%. Quando possui reservatório de oxigênio a
concentração chega próximo a 100%.
O problema principal desses sistemas consiste na dificuldade em administrar um volume de ar
corrente adequado. Isso acontece porque é difícil promover uma vedação adequada da máscara
junto à face do paciente e, ao mesmo tempo, comprimir a bolsa de ar.

Centro de Referência e Treinamento em APH Edição 2019 Página 183


Curso de Atendimento Pré-hospitalar – Nível Suporte Básico de Vida

EXPLICAÇÕES

Erroneamente os Socorristas de referem ao reanimador manual como


“AMBU®”. Esta é uma marca de equipamento.
A Ambu International A/S, empresa criada em 1934 na Dinamarca foi
a responsável pela invenção do dispositivo Ressuscitador Manual ou
Reanimador Manual no ano de 1956, quando lançou este produto
com o nome de Ambu®. Desde então, Ambu passou a ser sinônimo de
Ressuscitador Manual em todo o mundo, porém somente o produto
fabricado pela Ambu International A/S é o verdadeiro Ambu ®.

CARACTERÍSTICAS DE UM REANIMADOR MANUAL

O dispositivo bolsa-máscara-válvula, como também é chamado o reanimador manual, deve conter


válvula de alívio de pressão, máscara transparente e com borda insuflável para boa vedação na face
da vítima.
Cada fabricante adota inovações próprias para atender ao mercado variando muito a qualidade e
preço do equipamento.

VENTILAÇÕES DE RESGATE

Denominação dada a ventilaçao artifical com uso de equipamentos ou


boca a boca.
O uso de reanimador manual deve ser feito a "4 maos";
Cada ventilação deve ser feita em 1 segundo;
Deve produzir elevação visível do tórax como se fosse uma
respiração normal, sem esforço!
Evitar fluxos turbulentos, devendo prevalecer o "fluxo laminar";
Uma ventilação efetiva gera uma pressão equivalente a no
máximo 23 cmH20 (medida de pressão).

ERROS NA VENTILAÇÃO DE RESGATE E SUAS CONSEQUENCIAS

INSUFLAÇÃO GÁSTRICA

Ventilação com pressão excessiva é direcionada para o


esôfago e enche o estômago de ar. Ao comprimir o tórax,
ou espontaneamente, haverá o esvaziamento gástrico
(regurgitação).

Centro de Referência e Treinamento em APH Edição 2019 Página 184


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ELEVAÇÃO DO DIAFRÁGMA

A compressão e elevação do diafragma produz dificuldade de inspiração, compressão do pulmão


e dificuldade de ventilação pulmonar.
O aumento da pressão intratorácica diminui o retorno venoso durante as compressões na
ressuscitação cardiopulmonar.

HIPERINSUFLAÇÃO PULMONAR

A ruptura de alvéolos é uma possibilidade quando se usa ventilação com pressão excessiva. A
lesão é denominada pneumotórax.

VENTILAÇÃO DE RESGATE COM USO DE MÁSCARA DE BOLSO

A ventilação boca a máscara é superior à técnica boca a boca porque se


pode aumentar a concentração de oxigênio quando a máscara dispõe de
entrada de oxigênio adicional. Outra vantagem é que se diminui ou
elimina-se o contato direto entre o socorrista e o paciente, com menor
possibilidade de se adquirirem infecções através de secreções ou sangue
provenientes da vítima.

A máscara tem uma cinta elástica que pode


ser ajustada ao redor da cabeça da vítima,
permitindo que a unidade se mantenha no
lugar.
Frequentemente, utiliza-se uma máscara de
plástico com uma entrada de oxigênio e uma
válvula unidirecional.
A válvula permite a passagem de fases ventilatórias até o paciente, mas faz com que os gases
exalados sejam desviados para fora do sistema, sem entrar em contato com a parte proximal,
onde se dá a ventilação.

TÉCNICA CEFÁLICA

Os polegares são usados para pressionar a máscara


contra a face proporcionando boa vedação enquanto
que os demais dedos apoiam a mandíbula e liberam as
vias aéreas.
Coloca-se a máscara sobre o rosto do paciente, cobrindo
a boca e o nariz; com os dedos polegares e as partes
tenares das mãos, faz-se tração na mandíbula,

Centro de Referência e Treinamento em APH Edição 2019 Página 185


Curso de Atendimento Pré-hospitalar – Nível Suporte Básico de Vida

eliminando-se, assim, a obstrução da via respiratória produzida pela língua e pela epiglote. Procede-se
então às ventilações, observando-se se está havendo elevação da parte anterior do tórax.

TÉCNICA LATERAL

Esta técnica é adequada quando se executa RCP sozinha


ou, quando em dupla, estiver posicionado lateralmente
á vítima.
Coloca-se a máscara sobre o rosto do paciente, cobrindo
a boca e o nariz; com os dedos indicador e polegar da
mão que está apoiada sobre a testa da vítima pressiona
o ápice da máscara contra a face; os dedos indicador e
polegar da outra mão comprime a base da máscara
contra o queixo. A movimentação da cabeça para trás
libera as vias aéreas da vítima.

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Curso de Atendimento Pré-hospitalar – Nível Suporte Básico de Vida

AVALIAÇÃO

LIÇÃO 12

OXIGENOTERAPIA

1. Cite os componentes básicos dos equipamentos portáteis de provisão de oxigênio.


_________________________________________________________________________________
_________________________________________________________________________________
_________________________________________________________________________________
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2. Indique as dosagens de oxigênio indicadas para as diversas faixas etárias abaixo, por máscara,
cateter e ressuscitador manual:

FAIXA ETÁRIA MÁSCARA FACIAL CATETER TIPO ÓCULOS REANIMADOR MANUAL


Adulto
Criança
Bebês

3. Cite pelo menos 2 (dois) riscos associados a negligência ou imprudência na utilização dos
sistemas de oxigênio:
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__________________________________________________________________________________
__________________________________________________________________________________
__________________________________________________________________________________
4. Indique o modo de introdução de cânulas orofaríngeas para as vítimas indicadas abaixo:

4.1. Vítima com idade entre 0 a 8 anos:


__________________________________________________________________________________
4.2. Vítima com idade acima de 8 anos:
__________________________________________________________________________________

5. Cite e explique pelo menos 2 (duas) consequencias nocivas ao paciente pelo uso inadequado do
reanimador manual:
5.1.
________________________________________________________________________________
________________________________________________________________________________
5.2.
________________________________________________________________________________
________________________________________________________________________________

Centro de Referência e Treinamento em APH Edição 2019 Página 187


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Lição 13

AVALIAÇÃO DE VÍTIMAS

MÓDULO I
ANÁLISE PRIMÁRIA

OBJETIVOS:

Proporcionar aos participantes conhecimentos e habilidades que os capacitem a:

1. Definir Análise Primária;


2. Avaliar e estabelecer prioridades de atendimento durante avaliação de uma vítima de
emergência clínica ou com trauma associado;
3. Efetuar a avaliação neurológica por meio da Escala de Coma de Glasgow e da Escala de
Acidente Vascular Encefálico de Cincinnati;
4. Executar em situações simuladas a avaliação de uma vítima e tomar a decisão de iniciar
os Padrões de Assistência Pré-hospitalar de Transporte Imediato.

Centro de Referência e Treinamento em APH Edição 2019 Página 188


Curso de Atendimento Pré-hospitalar – Nível Suporte Básico de Vida

AVALIAÇÃO DE VÍTIMAS

É o processo ordenado pelo qual obteremos informações sobre os problemas de natureza clínica
ou traumática da vítima, por meio de entrevista e exames físicos, procurando identificar as
alterações que a coloquem em risco de morte e oferecendo-lhe os cuidados de Atendimento Pré-
hospitalar de modo a mantê-la estabilizada buscando sempre melhorar seu estado geral.

MEDIDAS PRELIMINARES

Adotar as precauções universais no contato com a vítima utilizando equipamentos de proteção


individual apropriados para cada caso, atentando para as ocorrências que exijam ações de
salvamento, solicitando o apoio necessário;
Avaliar e assegurar a cena de emergência, precavendo-se, isolando ou eliminando riscos para si e
para a vítima;
Prestar informações imediatas à Central de Regulação sobre a situação encontrada e solicitar o
apoio necessário para a solução da ocorrência.
Seqüência sistemática de avaliação da vítima (análise primária e secundária);
Sinais e sintomas específicos de emergência médica;
Suspeitar de trauma associado a uma emergência médica, em especial, naquelas vítimas
encontradas inconscientes ou com incapacidade de se comunicar com o socorrista;
Conduta e/ou comportamento da vítima, atentando para qualquer alteração em suas condições,
em quaisquer das etapas de avaliação;
Se a vítima apresentar-se, em qualquer momento, inconsciente, inicie o Transporte Imediato

ANÁLISE PRIMÁRIA

Empregar o método ABCD - E, derivado do conceito de avaliação:


A – airway (vias aéreas) + estabilização de coluna cervical;
B – breathing (respiração);
C – circulation (circulação);
D – disability (alteração neurológica).
E – exposition (exposição do paciente para a análise secundária).

AVALIAÇÃO DA CENA DE EMERGÊNCIA

Em qualquer ocorrência, em qualquer localidade, estabeleça primeiramente a segurança da


guarnição da UR, a segurança da vítima e a segurança da cena de emergência para solicitantes,
transeuntes, entre outros.
Apresente-se para o solicitante ou testemunha presente no local da ocorrência como integrante da
equipe de emergência. Saiba seus nomes e o nome da vítima. Obtenha informações mesmo antes de
acessar a vítima questionando a testemunha e/ou solicitante sobre o ocorrido.

Centro de Referência e Treinamento em APH Edição 2019 Página 189


Curso de Atendimento Pré-hospitalar – Nível Suporte Básico de Vida

ABORDAGEM TÁTICA
Posicionamento dos socorristas levando em conta a
presença dos 3 integrantes na equipe de atendimento pré-
hospitalar no momento da abordagem da vítima.
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(A) ESTABILIZAÇÃO CERVICAL

Esta é uma preocupação prioritária nas vítimas com


suspeita de trauma ou encontradas inconscientes para
prevenir o agravamento de eventual lesão medular que
poderá levar a consequências como parada respiratória ou
paralisias.
Considerar todo paciente encontrado inconsciente
como portador de lesão raquimedular, visto que é incapaz
de fornecer informações ao socorrista sobre seu estado de
saúde.
Manter a coluna cervical estável, nas vítimas de trauma, em posição neutra, manualmente,
durante todos os procedimentos até a aplicar do colar cervical e também do apoio lateral de cabeça
assim que a paciente estiver posicionada sobre a prancha rígida.
Devemos ser cautelosos, pois vítimas conscientes costumam se movimentar tão logo percebam a
chegada do socorro.

POSIÇÃO ADEQUADA DO SOCORRISTA AUXILIAR:

Auxiliar ajoelhado detrás da cabeça da vítima; mãos apoiadas na face, cotovelos apoiados no joelho
ou coxa, em posição confortável e estável.
Neste primeiro momento a cabeça deve ser mantida na posição encontrada até que o
Encarregado da Equipe avalie a consciência da vítima.

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CONSTATAR A INCONSCIÊNCIA POR MEIO DE ESÍMULOS AUDITIVOS E TÁTEIS


CHAMAR E TOCAR NA VÍYIMA PELO MENOS 3 VEZES

Depois que o Auxiliar estabilizar a cabeça da vítima o


Encarregado da Equipe deve tocá-la nos ombros e
chacoalhá-los levemente.
Insista no estímulo pelo menos 3 vezes.
Cada estímulo deve ser uma tentativa isolada de obter
uma resposta, ou seja, toque, chame pela vítima em voz
alta e observe a sua reação .
Varie o estímulo verbal aplicado. Algumas respostas somente são obtidas mediante ordem verbal,
portanto, solicite ao final que a vítima “abra os olhos”!

AVALIAÇÃO DA VÍTIMA CONSCIENTE

Veremos adiante qual é a sequencia de atendimento de uma


vítima consciente.
Apresente-se para a vítima e saiba seu nome. Dê-lhe
tratamento personalizado daí em diante sempre utilizando
seu nome durante o atendimento.
Obtenha dados sobre o ocorrido a fim de direcionar a
avaliação da vítima para a queixa principal da emergência
clínica ou traumática.
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INFORME O QUE SERÁ FEITO

Diga o que pretende fazer e que necessita de sua


colaboração. Será necessário expor algumas partes do
corpo. Verifique se não há objeções por parte da vítima.
A partir daí siga a sequencia de avaliação estabelecendo as
rioridades de atendimento.

Centro de Referência e Treinamento em APH Edição 2019 Página 191


Curso de Atendimento Pré-hospitalar – Nível Suporte Básico de Vida

SEQUENCIA DE AVALIAÇÃO DE UMA VÍTIMA INCONSCIENTE

Se a vítima estiver inconsciente muitas informações importantes deixarão de existir e que poderia
ser útil na descoberta do tipo de emergência clínica ou, por meio das queixas, da existência de uma
trauma existente.
Nneste caso o socorrista deverá seguir rigorosamente as etapas de avaliação primária e
secundária.

LIBERAÇÃO DAS VIAS AÉREAS SUPERIORES


(A) VIAS AÉREAS E VENTILAÇÃO

Se a vítima estiver INCONSCIENTE terá, naturalmente, um problema de vias aéreas. A língua


pode ser um fator de obstrução respiratória que figura dentre as principais causas de morte.
Será necessário efetuar manobras que permitam o afastamento da língua da laringe.

INSPEÇÃO PRÉVIA DA CAVIDADE ORAL

Antes de efetuar a abertura das vias aéreas inspecione a


cavidade oral, pois se houver presença de vômitos, secreções ou
corpos estranhos estes poderão obstruí-las após a manobra
aplicada.
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REMOÇÃO DE CORPOS ESTRANHOS VISÍVEIS

❑ Sempre que efetuar uma das manobras de liberação das vias


aéreas recomendadas anteriormente, abra a boca da vítima,
inspecione a cavidade oral e remova corpos estranhos visíveis.
❑ A tentativa chamada “busca as cegas” é um procedimento
extinto e não pode ser utilizado, pois pode empurrar objetos
para a garganta produzindo uma obstrução total das vias
aéreas.

Centro de Referência e Treinamento em APH Edição 2019 Página 192


Curso de Atendimento Pré-hospitalar – Nível Suporte Básico de Vida

OBSTRUÇÃO DA VIA AÉREA POR SECREÇÕES

Em casos de obstrução grave por substância líquida ou semilíquida, e estando a vítima deitada, o
socorrista deve movimenta-la em decúbito lateral, na “Posição de Recuperação” enquanto se obtém
um equipamento para aspiração das vias aéreas.
Executar a limpeza manual da cavidade oral.
Em vítima com história de trauma, que necessita de posicionamento lateral para drenagem de
secreções, é preciso movê-la em bloco mantendo o alinhamento do corpo (cabeça, pescoço, ombros
e dorso) durante o procedimento.

ASPIRAÇÃO DAS VIAS AÉREAS

Execute as aspiração de conteúdo da cavidade oral, se necessário,


antes de liberar as VAS e utilizar a cânula orofaríngea.

OBSTRUÇÃO DAS VIAS AÉREAS PELA PRÓPRIA LÍNGUA


A inconsciência gera perda do tônus muscular e o relaxamento da
língua repousando sobre a hipofaringe produz a obstrução
respiratória.
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MANOBRA DE LIBERAÇÃO DAS VIAS AÉREAS

Utilize a manobra de liberação de vias aéreas adequadas para cada


tipo de emergência, seja ela clínica ou traumática.
VÍTIMA DE TRAUMA: manobra de elevação da mandíbula
CASOS CLÍNICOS: manobra de inclinação da cabeça e elevação de
queixo

MANUTENÇÃO DA ABERTURA DA VIA AÉREA COM CÂNULA


OROFARÍNGEA
As manobras de liberação de vias aéreas isoladas podem ser
ineficazes ou difíceis de serem mantidas por longo tempo em razão
da necessidade de um socorrista exclusivamente para isso. Desse
modo, será necessário o uso de dispositivos de manutenção de vias

Centro de Referência e Treinamento em APH Edição 2019 Página 193


Curso de Atendimento Pré-hospitalar – Nível Suporte Básico de Vida

aéreas. A cânula orofaríngea é um recurso disponível para o


Suporte Básico de Vida!
Veremos a seguir a forma correta de emprego.
É um dispositivo destinado a manter pérvia a via aérea superior em pacientes inconscientes (sem
reflexo de vômito).
Caso seja introduzida em vítima consciente ou em estupor, pode produzir vômito ou
laringoespasmo.

ESCOLHA DO TAMANHO DA CÂNULA OROFARÍNGEA

A cânula orofaríngea está disponível em medidas para recém-


natos, crianças e adultos. O melhor modo de identificar o tamanho
adequado da cânula é segurá-la ao lado da face da vítima, com a
extremidade inferior tocando o ângulo da mandíbula, logo abaixo
do lóbulo da orelha e estender a outra extremidade até a
comissura labial.

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INSERÇÃO DA CÂNULA OROFARÍNGEA

Inserir a cânula com a concavidade para cima, dirigindo sua


extremidade para o palato duro ("céu da boca"), logo atrás
dos dentes incisivos superiores. Não permitir que a cânula
toque o palato, aplicando um movimento de rotação
helicoidal de 180º (em parafuso) sobre ela mesma,
posicionando-a sobre a língua. Um abaixador de língua pode
ser útil para impedir que a cânula empurre a língua para trás
durante sua inserção.
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Curso de Atendimento Pré-hospitalar – Nível Suporte Básico de Vida

(B) VERIFICAÇÃO DA RESPIRAÇÃO

A verificação da presença da respiração DEVERÁ deve ser


realizada observando-se diretamente a expansão
torácica. Apóie suavemente uma das mãos sobre o
abdomen em busca de movimentos abdominais
enquanto mantem o olhar diretamente para o tórax da
vítima. Algumas pessoas possuem respiração
predominantemente abdominal, como os idosos, ou
estarem com roupas grossas ou volumosas dificultando
somente a visualização, ou ainda a respiração poderá
estar muito superficial. Associando o tato com a visão o
Socorrista terá melhor acertividade na verificação.,
O Socorrista deve checá-la num tempo de até 10 segundos. Diferenciar uma respiração NORMAL de
uma respiração ANORMAL (GASPING).

IMPORTANTE:
A avaliação da respiração dever ser realizada SIMULTANEAMENTE com a verificação do pulso
central. De forma didática estamos estudando-as, separadamente neste Manual.

GASPING (RESPIRAÇÃO AGÔNICA)

Gasping é uma última medida que o corpo adota para se salvar e, a nível do pré-hospitalar,
assume-se levianamente pelos leigos que respiração agônica é sinal de recuperação orgânica e,
consequentemente, as manobras de RCP são cessadas. Por se confundir frequentemente respiração
agônica com respiração eficaz, os leigos que prestam auxílio também informam telefonicamente a
equipe de urgência de que a vítima está respirando, quando na verdade se apresenta em gasping.
Estima-se, pelo estudo efetuado, de que se às vítimas em
gasping lhes fosse aplicadas manobras de reanimação
cardiopulmonar, a taxa de sobrevivência seria 5 vezes
superior. Por este motivo, a respiração anormal deverá ser
encarada como motivo imediato de atuação com
compressões torácicas, até chegada da equipe de
emergência.

Inicie ressuscitação cardiopulmonar até que a vítima mantenha respiração espontânea!

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SATURAÇÃO DE OXIGÊNIO NO SANGUE


Alguns Serviços de Emergências Médicas possuem em sua relação padrão de material o
equipamento denominado "Oxímetro de Pulso", neste caso, a aferição da saturação de oxigênio no
sangue fornecerá ao Socorrista informações importantes na tomada de decisão, seja a instituição de
uma assistência ventilatória ou mesmo a decisão de um Transporte Imediato ao hospital de
referência da região.

UTLIZAÇÃO DO OXÍMETRO DE PULSO

❑ Instale oxímetro de pulso se disponível e verifique a saturação


de oxigênio arterial.
❑ Se saturação de oxigênio for inferior a 94% - administre
oxigênio.
❑ Se não houver oxímetro disponível, se houver erro ou
impossibilidade de verificação administre oxigênio para todas as
vítimas.

OXIGENOTERAPIA

Todas as vítimas de emergências médicas ou de


trauma serão submetidas a oxigenoterapiacom base
nos dados obtidos na Análise Primária.
Seguir a forma de administração e os fluxos
indicados na Lição específica deste Manual.

ASSISTÊNCIA VENTILATÓRIA

❑ Se uma vítima respira não significa que VENTILA


adequadamente. Se no curso da avaliação verificar que existe
insuficiência respiratória utilize o oxigênio associado ao
reanimador manual e ofereça o seguinte tratamento:
Efetuar 01 (uma) ventilação a cada:
➢ 5 segundos (12 ventilações/minuto): vítimas com idade
acima de 08 anos;

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➢ 3 segundos (20 ventilações/minuto): vítimas com idade entre 28 dias e 08 anos;


➢ 2 segundos (30 ventilações/minuto): vítimas com idade abaixo de 28 dias.

(C) CIRCULAÇÃO - PULSO CENTRAL

O socorrista profissional de saúde deve gastar um tempo


inferior a 10 segundos tentando checar a presença de pulso
central (carotídeo ou femoral).
Se não conseguir sentir o pulso em até 10 segundos, deve
iniciar as compressões torácicas, mesmo que haja dúvida. Esta
proposta visa melhorar a rapidez e a eficácia no diagnóstico
(constatação da parada cardíaca) e iniciar as compressões
torácicas precocemente.

VERIFICAÇÃO DO PULSO CAROTÍDEO

O pulso carotídeo é o pulso de primeira


escolha para avaliar parada cardíaca em
idades maiores que 1 ano, embora o
femoral também possa ser utilizado.

Deve-se manter a cabeça da vítima hiperextendida com uma das mãos do Socorrista, exceto em
vítima de trauma. Com a outra mão, palpa-se o pulso deslizando dois ou três dedos da traqueia em
direção aos músculos laterais do pescoço, onde se abordam os batimentos da carótida na fenda que
separa estas duas estruturas. A palpação homolateral ao reanimador (do mesmo lado) é a mais
indicada.

VERIFICAÇÃO DO PULSO BRAQUIAL

Para vítimas de até 1 anos de idade apalpe o pulso braquial


Use dois ou três dedos para encontrar o pulso. Use somente a ponta
dos dedos e nunca o polegar (usando o polegar, o examinador poderá
sentir seu próprio pulso digital).
Pressione levemente, pois, do contrário, você pode interromper o
pulso da vítima.

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(D) AVALIAÇÃO NEUROLÓGICA

ESCALA DE COMA DE GLASGOW


HISTÓRICO
A Escala de Coma de Glasgow (ECG) é uma escala neurológica que parece constituir-se num método
confiável e objetivo de registrar o nível de consciência de uma pessoa, para avaliação inicial e contínua
após um traumatismo craniano. Seu valor também é utilizado no prognóstico do paciente e é de grande
utilidade na previsão de eventuais seqüelas.
Inicialmente usado para avaliar o nível de consciência depois de trauma encefálico, a escala é
atualmente aplicada a diferentes situações.
A escala de coma de Glasgow foi publicada oficialmente em 1974 por Graham Teasdale e Bryan J.
Jennett, professores de neurologia na University of Glasgow, na revista Lancet, como uma forma de se
avaliar a profundidade e duração clínica de inconsciência e coma.
Em 1970, o National Institutes of Health, Public Health Service, U.S. Department of Health and Human
Services, financiou dois estudos internacionais paralelos. Enquanto um estudou o estado de coma de
pacientes com traumatismo cranianos severos, e o segundo focalizou o prognóstico médico do coma. Os
pesquisadores desses estudos desenvolveram então o "Índice de coma", que posteriormente
transformou-se na escala de coma de Glasgow, à medida que os dados estatísticos aplicados afinaram o
sistema de pontuação, tendo então o número 1 como a pontuação mínima e, depois, uma escala
ordinal foi aplicada para observar tendências.
A escala de coma de Glasgow inicialmente fora desenvolvida para ser utilizada como facilitador, ou
melhor, instrumento de pesquisa para estudar o nível de consciência de pacientes com trauma craniano
grave e, de forma incisiva, mensurar a função em pacientes comatosos, dada a dificuldade da definição da
extensão da lesão cerebral.

Empregar a Escala de Coma de Glasgow como subsídio para avaliação neurológica em pacientes com
suspeita de déficit neurológicos como o acidente vascular cerebral, hipoglicemia, perdas súbitas de
consciência, entre outras.
Considerar os aspectos relacionados à verificação da Escala de Coma de Glasgow mesmo antes de
interagir com a vítima:
VERIFIQUE fatores que interferem com a comunicação, capacidade de resposta e outras lesões;
OBSERVE a abertura ocular, o conteúdo do discurso e os movimentos dos hemicorpos direito e
esquerdo.
ESTIMULE de forma sonora: ordem em tom de voz normal ou em voz alta Estimulação física: pressão
na extremidade dos dedos, trapézio ou incisura supraorbitária;
PONTUE de acordo com a melhor resposta observada

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Institute of Neu rological Sciences NHS Greater Glasgow and Clyde

ABERTURA OCULAR
Verificado Pontuação Classificação
Critério
Olhos abertos previamente à estimulação Espontânea 4
Abertura ocular após ordem em tom de voz normal Ao Som 3
ou em voz alta
Abertura ocular após estimulação da extremidade À pressão 2
dos dedos
Ausência persistente de abertura ocular, sem Ausente 1
fatores de interferência
Olhos fechados devido a fator local Não testável NT
RESPOSTA VERBAL
Verificado Pontuação Classificação
Critério
Resposta adequada relativamente ao nome, local e Orientada 5
data
Resposta não orientada mas comunicação coerente Confusa 4
Palavras isoladas inteligíveis Palavras 3
Apenas gemidos Sons 2
Ausência de resposta audível, sem fatores de Ausente 1
interferência
Fator que interfere com a comunicação Não testável NT
MELHOR RESPOSTA MOTORA
Verificado Pontuação Classificação
Critério
Cumprimento de ordens com 2 ações A ordens 5
Elevação da mão acima do nível da clavícula ao Localizadora 4
estímulo na cabeça ou pescoço
Flexão rápida do membro superior ao nível do Flexão normal 3
cotovelo, padrão predominante não anormal
Flexão do membro superior ao nível do cotovelo, Flexão anormal 2
padrão predominante claramente anormal
Extensão do membro superior ao nível do cotovelo Extensão 1
Ausência de movimentos dos membros Ausente NT
superiores/inferiores, sem fatores de interferência
Fator que limita resposta motora Não testável NT
Locais para estimulação física
Pressão na
extremidade dos dedos Pinçamento do trapézio Incisura supraorbitária Características da resposta a flexão

Anormal

Normal

Centro de Referência e Treinamento em APH Edição 2019 Página 199


Curso de Atendimento Pré-hospitalar – Nível Suporte Básico de Vida

ESCALA DE COMA DE GLASGOW + PUPILAS

DECORTICAÇÃO ou DESCORTICAÇÃO
Quadros de trauma, tumores ou de hemorragia que acometam áreas cerebrais localizadas acima
do colículo superior no tronco encefálico, de modo a eliminar a influência docórtex sobre os tratos
motores, resultam numa condição patológica denominada descorticação.

Centro de Referência e Treinamento em APH Edição 2019 Página 200


Curso de Atendimento Pré-hospitalar – Nível Suporte Básico de Vida

Nessa condição, é afetado e interrompido o trato motor córtico-espinal, responsável pela flexão
dos músculos. Já o trato rubro-espinal, responsável pela flexão dos músculos do membro superior,
encontra-se íntegro apesar de ter perdido a conexão com vias ativadoras do córtex. Esse trato
também possui conexão com vias ativadoras do cerebelo e por isso ele manterá sua funcionalidade,
apesar de que esta se dá de forma anormal devido à perda de vias do córtex.
Os tratos responsáveis pela extensão dos músculos, tais como os tratos vestíbulo-
espinal e retículo-espinal, não terão sua funcionalidade alterada nesse tipo de lesão.
Como o trato flexor córtico-espinal foi afetado, este se tornará inativo levando à extensão dos
membros inferiores do individuo. E, como o trato rubro-espinal apresenta funcionalidade anormal,
ocorrerá a flexão dos membros superiores. Essas características motoras dos membros são levadas
em conta na avaliação diagnóstica do coma traumático, que é feita através da Escala de Coma de
Glasgow. Um individuo que apresente um quadro de decorticação já se encontra em coma grave,
porém o prognóstico é mais favorável que a Descerebração podendo evoluir para ela.

DESCEREBRAÇÃO

Descerebração é uma condição patológica resultante de quadros de trauma, tumores ou


de hemorragia que acometam áreas cerebrais acima da região localizada entre ocolículo superior e
o inferior no tronco encefálico, de modo a eliminar a influência do córtex sobre os tractos motores.
Nessa condição são afetados e interrompidos os tractos motores rubro-espinal e cortico-espinal,
ambas vias responsáveis pela flexão de músculos sendo que o tracto rubro-espinal está associado a
flexão da parte proximal dos membros superiores.

Os tractos responsáveis pela extensão dos músculos tais como os tractos vestibulo-espinal e
reticulo-espinal não terão sua funcionalidade alterada nesse tipo de lesão.
Quando o córtex perde influência ativadora sobre tais tractos flexores estes por sua vez se tornarão
inativos levando à extensão dos quatro membros do individuo. Essas características motoras dos
membros são levadas em conta na avaliação diagnóstica do coma traumático, que é feita através
da Escala de Coma de Glasgow.
Um individuo que apresente um quadro de descerebração, já se encontra coma grave, sendo que a
descerebração tem prognóstico pior que a *Decorticação.

Centro de Referência e Treinamento em APH Edição 2019 Página 201


Curso de Atendimento Pré-hospitalar – Nível Suporte Básico de Vida

INTERPRETAÇÃO DA PONTUAÇÃO FINAL DA ESCALA DE COMA DE GLASGOW


Pontuação total: de 3 a 15
3 = Coma profundo; (85% de probabilidade de morte; estado vegetativo)
4 = Coma profundo;
7 = Coma intermediário;
11 = Coma superficial;
15 = Normalidade.

CLASSIFICAÇÃO DO TRAUMA CRANIOENCEFÁLICO

3-8 = Grave; (necessidade de intubação imediata)


9-12 = Moderado;
13-15 = Leve.

ESCALA DE CINCINNATI

Na avaliação de uma vítima de emergência clínica alguns sinais sugestivos de acidente vascular
encefálico (AVE) poderão estar presentes. o Socorrista ao avaliar uma vítima com suspeita de AVE
deverá avaliar os três sinais considerados indicativos de AVE. São eles:
Assimetria Facial: a boca “entorta” para o lado
Perda de força em um dos membros superiores
Dificuldade para falar. Duarnte a entrevista com o paciente consciente, se pertinente, peça para
ele pronunciar uma frase complexa como “Estou com problemas para pronunciar as palavras”.
Esta frase requer uma boa movimentação da língua, que no AVE pode estar parcialmente
paralisada, causando uma fala defeituosa, ou o paciente pode estar completamente incapaz de
falar, ou falará palavras completamente diferentes das solicitadas, devido ao comprometimento
do centro da fala, no cérebro.

Centro de Referência e Treinamento em APH Edição 2019 Página 202


Curso de Atendimento Pré-hospitalar – Nível Suporte Básico de Vida

AVALIAÇÃO DAS PUPILAS

As pupilas são normais quando apresentam formas


circulares, centradas e de diâmetro normais. Sua
avaliação faz-se através de um estímulo luminoso no
olho e que espera-se obter resposta pupilar bilateral e
simétrica, pela ativação do nervo oculomotor. O
objetivo da avaliação das pupilas concentra-se em
buscar os seguintes dados: reatividade, simetria,
forma e diâmetro. A reatividade demonstra o
funcionamento dos III e IV pares cranianos.
Quando há reação pupilar ao feixe de luz diz-se que houve reação foto motora (RFM+). O contrário,
diz-se reação fotomotora negativa (RFM -). A simetria das pupilas é classificada de acordo com a
reação fotomotora aplicada à elas e ainda envolve a forma com a qual esta se apresenta, podendo
assim ser explicadas: isocóricas, quando apresentam o mesmo tamanho, anisocóricas quando
apresentam tamanhos diferentes; puntiformes: pupilas pequenas (em forma de pontas de alfinete);
midríase quando estas se apresentam grandes e mióticas quando apresentam menores. Já o
diâmetro das pupilas deve ser sempre igual e circular.

AVALIAÇÃO DAS PUPILAS

Avaliação das pupilas: deve ser feita através da observação do


tamanho, simetria e reatividade pupilar à luz. O diâmetro
pupilar deve ser medido e comparado com uma série de
círculos de 1 a 8 mm contidos na folha de avaliação.
A estimulação simpática contrai o músculo dilatador da pupila
e ela se dilata (midríase-7 a 8mm). A estimulação
parassimpática contrai as fibras constritivas da pupila e ela se
contrai (miose- 1 a 2 mm). O diâmetro pupilar normal varia de
2 a 5 mm, sendo que o adulto normal ela se encontra de 3 a 4
mm.
A reatividade pupilar fotomotora deve ser verificada através de um farol de luz artificial e ser
registrada através de um sinal positivo ou negativo relativo à contração pupilar quando exposto à luz
forte.

ALTERAÇÕES PUPILARES

Observe: reatividade, igualdade e tamanho das pupilas.


Analise as alterações:
1. Observar a reação das pupilas à luz, classificando-as em: reativas ou arreativas;
2. Observar a simetria entre as pupilas classificando-as em: isocóricas ou anisocóricas;
3. Observar o tamanho das pupilas classificando-as em: midriáticas (midríase) ou mióticas (miose).

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Curso de Atendimento Pré-hospitalar – Nível Suporte Básico de Vida

ALTERAÇÕES PUPILARES

TIPO MOTIVADOR DE ALTERAÇÕES


Midríase paralítica Morte cerebral
Miose Uso de alguns tipos de drogas
Anisocoria Lesão cerebral localizada devido a TCE, AVC
PUPILAS CONTRAÍDAS (MIOSE)

PUPILAS DILATADAS (MIDRÍASE)

PUPILAS IGUAIS (ISOCÓRICAS)

PUPILAS DESIGUAIS (ANISOCÓRICAS)

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Curso de Atendimento Pré-hospitalar – Nível Suporte Básico de Vida

DECISÃO DE TRANSPORTE IMEDIATO

Informe a Central de Regulação e informar o Transporte Imediato da vítima ao hospital de referência


da região.
Nas localidades em que existem equipes de apoio de Suporte Avançado de Vida deverá ser acionada
para o atendimento a pacientes críticos no local da ocorrência.
A avaliação da vítima é algo dinâmico bem como sua evolução do caso clínico.

(E) EXPOSIÇÃO DA VÍTIMA

A etapa "E" da Análise Primária não se constitui por si só um exame, mas somente uma preparação
para o exame específico de uma região ou de todo o corpo da vítima sempre que houver motivos
justificáveis para esta ação.

LEMBRE-SE-SE:
Os pertences do acidentado, mesmo aqueles que forem danificados em razão da necessidade da
exposição, devem ser entregues no setor responsável pelo recebimento no hospital ou aos
familiares ou responsáveis devidamente identificados e mediante recibo.

Remova ou afaste as peças do vestuário que atrapalhem o local que você estiver examinando. Não
tente puxar as roupas pelos membros da vítima, devido ao risco de aumentar os sangramentos e
agravar possíveis fraturas. Frequentemente, os problemas ocorrem quando a vítima apresenta
ferimentos no tórax, costas e abdome. Nestes casos, as roupas podem ser cortadas, afastadas ou
desabotoadas, expondo as áreas com suspeita de lesão. As peças do vestuário que estão justas ao
corpo, principalmente nas coxas, devem ser cuidadosamente cortadas com uma tesoura. Os
ferimentos penetrantes apresentam sangramentos visíveis na roupa.
Os traumas internos podem ser percebidos durante o exame físico e as reações da vítima ao toque
na região afetada. A vítima consciente pode ajudar na identificação da maioria das lesões.

QUESTÃO ÉTICA NA EXPOSIÇÃO DA VÍTIMA

Quando a vítima está inconsciente, o Socorrista precisa remover ou deslocar algumas roupas
para poder examinar adequadamente o tórax, dorso ou abdome.
Comunique em voz alta o que você está fazendo e o motivo. Procure não expor totalmente a
vítima, preservando sua privacidade e protegendo-o das condições climáticas adversas, como por
exemplo, baixas temperaturas.
É recomendável, durante o exame físico, que o Socorrista solicite a participação de uma pessoa
presente no local, do mesmo sexo da vítima. Este cuidado pode evitar que os procedimentos sejam
mal interpretadas pela população leiga. Entretanto, não perca tempo nesta solicitação.

Centro de Referência e Treinamento em APH Edição 2019 Página 205


Curso de Atendimento Pré-hospitalar – Nível Suporte Básico de Vida

Lembre-se de que você foi treinado para atuar numa situação de emergência e suas intenções
serão devidamente reconhecidas pelas pessoas.

EXCEÇÕES NA EXPOSIÇÃO DE VÍTIMAS

Algumas peças do vestuário não devem ser removidas. Por exemplo, uma pessoa que está
usando luvas e que tem um ferimento aberto na mão, poderá ter o sangramento aumentado,
quando o Socorrista tenta retirá-las. Neste caso, corte as luvas ao redor da lesão e faça a
compressão direta para controlar o sangramento. Tenha muito cuidado nos casos de esmagamento
das mãos. As mesmas orientações são aplicadas na remoção de sapatos ou botas.
Os calçados especializados, como as botas usadas em determinados trabalhos, exigem um
treinamento especial para retirá-las com segurança. Deve sempre ser executado por dois
socorristas. As perucas e outras aplicações artificiais de cabelo fazem parte do vestuário. Ao
examinar o couro cabeludo, você pode reconhecer a peruca ou as bordas de uma aplicação. Não
remova a peruca ou as aplicações, antes da imobilização adequada da cabeça e coluna cervical da
vítima. Também, nos casos em que a vítima utilizar uma peruca e você observou um sangramento
ou deformidade no local, não apalpe diretamente a lesão do couro cabeludo, abaixo da peruca. lsto
previne agravos adicionais ao ferimento da cabeça e aumento da hemorragia.

TÉCNICA DE EXPOSIÇÃO DE VÍTIMAS

1. Respeitar as objeções do paciente, por motivos pessoais, incluindo religiosos, desde que isso não
implique em prejuízo para o atendimento com conseqüente risco à vida.
2. Evitar danos desnecessários ao remover vestes e/ou calçados.
3. Utilizar tesoura apropriada (de ponta romba) evitando meios de fortuna que possam produzir
ferimentos ou causar contaminação.
4. Cobri-lo, logo que possível, com manta aluminizada, cobertor ou lençóis limpos, evitando tempo
demasiado de exposição que possa contribuir para a hipotermia.
5. Relacionar e guardar vestes, calçados, adereços e acessórios danificados e entregá-los mediante
recibo no hospital de referência da região.
6. Padrões de corte de vestes a serem adotados (linhas de corte).

CORTE PARA VESTIMENTAS FECHADAS

Observe as linhas de corte para roupas como camisetas, blusas, entre outros.
Utilize tesoura de ponta romba para efetuar o corte. É inadequado e contrário ás orieintações
deste Manual o uso de facas, canivetes, estiletes ou quaisquer instrumentos que possam causar
ferimentos.
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Curso de Atendimento Pré-hospitalar – Nível Suporte Básico de Vida

LINHAS DE CORTE PARA VESTIMENTAS FECHADAS SOBRE O TÓRAX E ABDOMEN

SEQUENCIA DE CORTE DE CAMISETAS

LINHAS DE CORTE E SEQUENCIA DE REMOÇÃO DE CALÇAS

Centro de Referência e Treinamento em APH Edição 2019 Página 207


Curso de Atendimento Pré-hospitalar – Nível Suporte Básico de Vida

REMOÇÃO DE VESTES CORTADAS SOB A VÍTIMA

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REMOÇÃO DE CALÇADOS
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AVALIAÇÃO
LIÇÃO 13

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Curso de Atendimento Pré-hospitalar – Nível Suporte Básico de Vida

ANÁLISE PRIMÁRIA

1. Conceitue Análise Primária:


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2. Indique as etapas da Análise Primária em ordem sequencial:


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3. Cite os itens de avaliação da Escala de Coma de Glasgow e a respectiva pontual:


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4. Cite pelo menos 3 (três) alterações pupilares e seus significados na avaliação da vítima:
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Curso de Atendimento Pré-hospitalar – Nível Suporte Básico de Vida

Lição 14

AVALIAÇÃO DE VÍTIMAS

MÓDULO II
ANÁLISE SECUNDÁRIA

OBJETIVOS:

Proporcionar aos participantes conhecimentos e habilidades que os capacitem a:


1. Executar a avaliação subjetiva do paciente por meio da regra mnemônica “SAMPLA”;
2. Executar a verificação dos Sinais Vitais: frequencia respiratória (FR), frequencia cardíaca
(FC) e Pressão Arterial (PA);
3. Executar o exame físico detalhado ou dirigido para a queixa principal com a técnica
adequada para cada região do corpo.
4. Identificar alterações que indiquem sinais ou sintomas de traumas ou de emergências
médicas durante a avaliação da vítima.

Centro de Referência e Treinamento em APH Edição 2019 Página 210


Curso de Atendimento Pré-hospitalar – Nível Suporte Básico de Vida

ANÁLISE SECUNDÁRIA

Processo ordenado que visa descobrir lesões ou problemas clínicos que, se não tratados, poderão
ameaçar a vida, através da interpretação dos achados na verificação dos sinais vitais, exame físico e
na entrevista. Através da avaliação dos sinais e sintomas apresentados pela vítima o socorrista
poderá determinar o tipo de emergência e os procedimentos operacionais específicos. Uma parte da
análise é objetiva, através do exame dos sinais vitais e do corpo da vítima (exame físico) e a outra é
subjetiva, através de dados colhidos em entrevista.

SINAIS VITAIS E SINAIS DIAGNÓSTICOS

Toda lesão ou doença tem formas peculiares de se manifestar e isso pode ajudá-lo no
descobrimento do tipo de problema que afeta a vítima. Estes indícios são divididos em dois grupos:
os sinais e os sintomas.Alguns são bastante óbvios, mas outros indícios importantes podem passar
despercebidos, a menos que você examine a vítima cuidadosamente, da cabeça aos pés.

SINAIS: são detalhes que você poderá descobrir fazendo o uso dos sentidos – visão, tato, audição e
olfato – durante a avaliação da vítima. Sinais comuns de lesão incluem sangramento, inchaço
(edema), aumento de sensibilidade ou deformação; já os sinais mais comuns de doenças são pele
pálida ou avermelhada, suor, temperatura elevada e pulso rápido.

SINTOMAS: são sensações que a vítima experimenta e é capaz de descrever. Pode ser necessário
que o socorrista faça perguntas para definir a presença ou ausência de sintomas. Pergunte à vítima
consciente se sente dor e exatamente onde. Examine a região indicada procurando descobrir
possíveis lesões por trauma, mas lembre-se de que a dor intensa numa região pode mascarar outra
enfermidade mais séria, embora menos dolorosa. Além da dor, os outros sinais que podem ajudá-lo
no diagnóstico incluem náuseas, vertigem, calor, frio, fraqueza e sensação de mal-estar.

SINAIS VITAIS

Refletem o estado atual dos sistemas respiratório e circulatório:


1. Verificar a freqüência respiratória e a qualidade da respiração;
2. Verificar a freqüência cardíaca e a qualidade do pulso;
3. Verificar a pressão arterial.

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Curso de Atendimento Pré-hospitalar – Nível Suporte Básico de Vida

AVALIAÇÃO DOS SINAIS VITAIS

AVALIAÇÃO DA FREQUENCIA RESPIRATÓRIA

A frequencia respiratória deve ser a primeira a ser avaliada e de forma discreta a fim de que o
paciente não interfira no resultado controlando a respiração.

1. Palpar o pulso radial para evitar que a vítima perceba que o socorrista está checando a
respiração;
2. A respiração normal é fácil, sem dor e sem esforço;
3. Observar a expansão do tórax da vítima;
4. Contar os movimentos torácicos durante 30 (trinta) segundos, multiplicando-se por 2 (dois),
obtendo a freqüência de movimentos respiratórios por minuto (m.r.m.)
5. Se a respiração for irregular, contar durante 1 minuto.

Observar a qualidade da respiração, avaliando se:


> Normal;
> Superficial;
> Profunda;
> Rápida;
> Lenta.
Verificar tipo de respiração se:
> Regular;
> Simétrico;
> Ruídos anormais.

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FREQUENCIA RESPIRATÓRIA EM REPOUSO - NAS FAIXAS ETÁRIAS

FREQUENCIA RESPIRATÓRIA EM REPOUSO


NORMAL – de12 a 20 rpm
Idade acima de 8 LENTO – menor que 12 rpm
anos RÁPIDO – maior que 20 rpm
NORMAL – de 20 a 40 rpm
Idade entre 1 a 8 LENTO – menor que 20 rpm
FREQÜÊNCIA anos RÁPIDO – maior que 40 rpm
NORMAL – de 40 a 60 rpm
Idade abaixo de 1 LENTO – menor que 40 rpm
ano RÁPIDO – maior que 60 rpm

AVALIAÇÃO DA FREQUENCIA CARDÍACA

CONTINUE apalpando o pulso radial e efetue a contagem dos batimentos por minuto.
Conte durante 30 segundos e multiplique por 2 e obtenha a frequência cardíaca (FC) que
representa a quantidade de batimentos por minuto (BPM);
Quando os batimentos cardíacos forem irregulares deve-se contar por 1 minuto para se obter a
FC correta.
Adotar como parâmetro os seguintes valores referentes às faixas etárias:

FREQUENCIA CARDÍACA EM REPOUSO


NORMAL – 60 a 100 bpm
Idade acima de 8 LENTO – menor que 60 bpm
anos RÁPIDO – maior que 100 bpm
NORMAL – de 80 a 100 rpm
Idade entre 1 a 8 LENTO – menor que 80 bpm
FREQÜÊNCIA anos RÁPIDO – maior que 100 bpm
NORMAL – de 100 a 160 rpm
Idade abaixo de 1 LENTO – menor que 100 bpm
ano RÁPIDO – maior que 160 bpm

PRESSÃO ARTERIAL

É a pressão exercida pelo sangue circulante contra as paredes internas das artérias. É constituída por
duas mensurações: PA máxima (sistólica) e PA mínima (diastólica).
Sistólica: é a pressão máxima exercida pelo sangue contra as paredes internas das artérias durante a
contração do coração (sístole)
Diastólica: é a pressão mínima exercida pelo sangue contra as paredes internas das artérias durante
o relaxamento do coração (diástole)
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______TÉCNICA EMPREGADA PARA AFERIR A PRESSÃO ARTERIAL

Centro de Referência e Treinamento em APH Edição 2019 Página 213


Curso de Atendimento Pré-hospitalar – Nível Suporte Básico de Vida

1. Expor o braço da vítima acima do cotovelo, certificando-se de que não há compressão;


2. Fixar o manguito do esfigmomanômetro cerca de 04 (quatro) cm acima do cotovelo da vítima;
3. Posicionar o estetoscópio sobre a artéria braquial do mesmo braço da vítima;
4. Fechar a válvula e insuflar ar pela pêra até o manômetro marcar 200 mmhg;
5. Abrir a válvula lentamente, cerca de 5 mmhg no intervalo de 3 segundos;
6. O som do primeiro batimento indicará a pressão arterial sistólica;
7. Continuar permitindo a saída do ar;
8. O cessar do som dos batimentos indicará a pressão arterial diastólica;
9. Remover todo o ar, soltando o manguito.

ATENÇÃO

Na impossibilidade de auscultar os batimentos, a pressão arterial sistólica poderá ser medida


palpando-se o pulso radial ou no membro inferior (pulso pedioso).
Evitar verificar a PA várias vezes consecutivas no mesmo braço;
Se a vítima for hipertensa e o socorrista começar a ouvir o som dos batimentos cardíacos logo
que desinflar o manguito, torne a infla-lo acima dos 200 mmhg indicados.

VALORES NORMAIS DE PRESSÃO ARTERIAL

Idoso – acima de 50 anos 140-160/90-100 mmHg


Idade acima de 16 anos 120/80 mmHg
Idade – 16 anos 118/75 mmHg Idade – 6 anos 95/62 mmHg

Idade – 12 anos 108/67 mmHg Idade – 4 anos 85/60 mmHg

Idade – 10 anos 100/65 mmHg RN (3Kg) 52/30 mmHg

O resultado poderá apresentar-se:


Normal (normotenso);
Alterado (hipertensão ou hipotensão);
Na faixa etária adulta os valores limites de PA são: PAS 140 mmHg – PAD 90 mmHg.
* Considerar hipertensos pacientes em qualquer idade adulta com valores de pressão arterial igual ou superiores a
140 X 90 mmHg
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SEQUENCIA DE AFERIÇÃO DA PRESSÃO ARTERIAL

Utilização adequada do esfigmomanômetro e estetoscópio.

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Curso de Atendimento Pré-hospitalar – Nível Suporte Básico de Vida

Não prenda o diafrágma do estetoscópio debaixo no manguito, nem coloque o polegar sobre o
dispositivo.

AFERIÇÃO DA PRESSÃO ARTERIAL SISTÓLICA POR PALPAÇÃO DO PULSO RADIAL

A pressão arterial SISTÓLICA pode ser estimada palpando-se o pulso radial durante a desinsuflação do
manguito do esfigmomanômetro.

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ANÁLISE SUBJETIVA (SAMPLA)


ENTREVISTA

Colher dados com a própria paciente, familiares ou testemunhas, que possam ajudar no atendimento,
usando a regra mnemônica S A M P L A:
(S) Sinais e Sintomas: colher as queixas do paciente e associar aos sinais enocntrados durante a
avaliação física.;
(A) Alergias: substâncias como alimentos, medicamentos, plantas, pós, picada de insetos, entre
outros.;
(M) Medicamentos: prescritos ou não por médico;
(P) Problemas antecedentes: genético, hereditário ou adquirido relacionados à queixa principal
do paciente;
(L) Líquidos e alimentos ingeridos: última refeição;
(A) Ambiente: observar na cena de emergência indícios que possam sugerir a causa ou o
agravamento do problema ora existente.

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AVALIAÇÃO QUANTITATIVA E QUALITATIVA DA DOR

Estabelecer o tipo de dor: superficial, profunda, visceral, referida ou irradiada.


Definir características tais como os exemplos:
Localização: (abdômen, tórax, perna);
Irradiação: (braço, esquerdo, mandíbula, fossa ilíaca direita);
Caráter ou qualidade: (ardência, queimação, cólicas, fisgadas);
Intensidade: (determinar um valor de 0 a 10);
Duração: (30 minutos, +ou - 2 hs);
Evolução: (aumentou, diminuiu, permaneceu constante no período);
Relação com as funções orgânicas: (dor visceral, muscular);
Fatores desencadeantes ou agravantes: (aumenta com esforço, surge com a tosse);
Fatores que aliviam: (uso de medicamentos, repouso);
Manifestações concomitantes: (a dor impede a movimentação, junto com a dor sente náuseas).

EXAME FÍSICO

O exame físico pode ser realizado de duas formas:


EXAME FÍSICO DIRIGIDO PARA A QUEIXA PRINCIPAL: aquele realizado quando a vítima estiver
consciente e capaz de se comunicar eficazmente e quando houver queixa de doença ou
traumatismo específico.
Exemplo: a vítima sofreu um entorse no tornozelo durante uma corrida.
Examinar diretamente e somente a áerea afetada.

EXAME FÍSICO DETALHADO: aquele realizado quando a vítima estiver inconsciente ou incapaz de se
comunicar eficazmente (pessoas com deficiência mental, vítimas drogadas, língua estrangeira, entre
outros) ou nos politraumatismos.

EXAME FÍSICO

Etapa da avaliação da vítima em que os problemas encontrados, embora possam ser graves, não
acarretam risco imediato a vida da vítima.
Tem como etapas:
Verificação dos sinais vitais que pode ser delegada ao Auxiliar da Guarnição;
Exame físico detalhado ou dirigido para a queixa principal do acidentado.
O exame físico do corpo da vítima é realizado em dois ou três minutos.
O exame completo não precisa ser feito em todos as vítimas. Ele pode ser reduzido em vitimas
de pequenos acidentes e emergências clinicas evidentes. É preciso usar o bom senso.
A duração do exame físico pode ser reduzido, se a vítima é atendido por dois Socorristas: um faz
o exame e o outro verifica os sinais vitais. Não mobilize a vítima durante o exame físico. Lesões na
coluna vertebral podem não terem sido percebidas pelo Socorrista ou pela própria vítima.

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EXAME FÍSICO NA CRIANÇA

O exame físico da cabeça aos pés aplicado em vítima adulta pode ser invertido (pés a cabeça),
quando a vitima é uma criança ou um lactente. Isto permite que a vítima habitue-se com a sua
presença e o seu toque.

EXAME FÍSICO - CUIDADOS

O exame físico pode causar alguma dor ou desconforto à vítima.


Entretanto, ele precisa ser realizado. O Socorrista deve conhecer o procedimento e não ter dúvidas
sobre as necessidades de movimentações específicas da vítima.
Alguns cuidados essenciais são:
Cuidado para não contaminar os ferimentos e agravar os traumas da vítima;
Os locais com lesões, fraturas ou queimaduras não devem ser tocados sem uma proteção;
Os sangramentos precisam ser contidos, sem que para isto, você fique preocupado em
desgrudar as roupas do local, explorar os ferimentos ou manipular a pele ao redor da lesão.
Procure identificar o tipo e local das lesões e os problemas clínicos da vítima para poder oferecer
a assistência adequada.

REGRAS PARA O EXAME FÍSICO

Comece o exame físico da cabeça aos pés, fazendo uma rápida observação geral do corpo da vítima.
Olhe, escute e sinta qualquer vestígio de problema. Por exemplo, um odor estranho pode indicar
que algo está errado com vítima.

REGRA: realize o exame físico da cabeça aos pés. Utilize o equipamento de proteção individual. Se
algum aspecto que você veja, ouça, sinta, cheire ou perceba não está normal, considere que algo
grave pode estar acontecendo com a vítima.

NOTA: o exame da cabeça aos pés é um nome tradicional para a avaliação objetiva da vítima. O
pescoço deve ser examinado em primeiro lugar, logo após a constatação das hemorragias e ao
identificar possíveis traumas, a região precisa ser imobilizada com aplicação do colar cervical,
evitando assim seqüelas ou agravos adicionais. Se a vítima estiver inconsciente, sempre presuma
que poderá existir um trauma na coluna vertebral.

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Curso de Atendimento Pré-hospitalar – Nível Suporte Básico de Vida

EXAME DO DORSO NAS SUSPEITAS DE FERIMENTOS

Este exame deverá ser feito na Análise Primária


para detectar existência de ferimentos com
grave hemorragia que deva ser tratada de
imediato. Deve feita especialmente naquelas
vítimas cuja agressão tenha potencial de lesão
no dorso como nos ferimentos por arma branca
e arma de fogo, bem como nos
politraumatizados.
A vítima de trauma deverá ser movimentada
com técnica adequada e em monobloco com
estabilização plena da cabeça e do pescoço.

EXAME FÍSICO DA CABEÇA (CRÂNIO E FACE)

Verifique a presença de cortes e contusões


no couro cabeludo.
A palpação do couro cabeludo só deve ser
feita, após a imobilização da cabeça e pescoço,
nas vítimas com suspeita de trauma na medula
cervical. Não mexa a cabeça da vítima.
Deslize os dedos através do cabelo da
vítima, observando a presença de sangue. Com
delicadeza e atenção procure perceber,
possíveis cortes ou inchaços.
Não desgrude os cabelos que estão colados
pelo sangue nos locais dos ferimentos. lsto,
poderá ocasionar o reinicio do sangramento.
Examine a parte posterior da cabeça e em
seguida a superior. Observe se há presença de
sangue nas luvas.
Durante o exame do couro cabeludo, sinta a
presença de saliências ou depressões ósseas.
Verifique possíveis fraturas nos ossos da face (saliências, crepitação, inchaço, alteração da cor e
depressões).

SINAIS DE TRAUMATISMOS OU EMERGÊNCIAS MÉDICAS NO CRÂNIO E FACE

Ferimentos abertos no couro cabeludo;


Deformidades ósseas (afundamento, abaulamento);

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Crepitação óssea;
Hematomas periorbitais ou na região do mastóide;
Epistaxe (sangramento nasal de origem clínica);
Rinorragia (sangramento através do nariz);
Otorragia (sangramento através da orelha)
Distúrbios oculares: protusão ocular (exoftalmia), estrabismo, inflamações, irritações ou infecções.
Paralisia de músculos da face com desvio de rima facial;
Dificuldade em articular palavras;
Edema de face ou língua;
Alterações pupilares;
Alterações sensoriais: visão, audição, olfato ou paladar;
Alterações no hálito (cetônico, alcoólico, produtos químicos, etc);
Fraturas ou avulsões dentárias;
Ulcerações, feridas, cortes nos lábios, gengivas ou mucosa oral;
Alterações na coloração da pele e mucosas: cianose, palidez, eritema e icterícia.

EXAME FÍSICO DO PESCOÇO

O pescoço é a região, na verdade, primeira a ser avaliada durante o exame físico ainda na Análise
Primária, pois deve receber a aplicação do colar cervical nos casos em que houver suspeita de lesão
na coluna cervical.

Verifique na região cervical, pontos dolorosos ou deformidades.

A porção da medula espinhal localizada na altura do pescoço é chamada de medula cervical. Ao


apalpar a região, qualquer resposta da vítima que expresse dor é considerada um ponto doloroso.
Se perceber algum indício de trauma na região cervical, pare o exame físico e imobilize a cabeça e
o pescoço.
O exame só poderá ser completado, após a correta imobilização da vítima. Esta técnica será
apresentada posteriormente.
Para identificar os pontos dolorosos ou deformidades utilize os dedos das mãos e apalpe com
delicadeza, a região posterior do pescoço. Verifique o alinhamento da traquéia ou qualquer
alteração vascular no pescoço.
O Auxiliar da Guarnição de Resgate mantém segura a cabeça da vítima durante o procedimento.
Fique atento às expressões de dor.

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PRESENÇA DE ESTOMA NO PESCOÇO

Observe se a vítima tem uma abertura cirúrgica ou um


dispositivo para respirar na frente ou ao lado do pescoço.
Estoma é uma pequena abertura cirúrgica permanente no
pescoço através da qual o paciente cirúrgico respira. Algumas
vítimas poderão apresentar esta abertura e poderá ser usada
como via para a ventilação de resgate nos casos em que a
ventilação com a máscara sobre a face for ineficaz.
Exemplo: paciente apresenta um estoma e respira por esta via
devido á obstrução do trajeto da via aérea superior por um
câncer de laringe.
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SINAIS DE TRAUMATISMOS OU EMERGÊNCIAS MÉDICAS NO PESCOÇO

Ferimentos abertos no pescoço;


Edema localizado ou generalizado;
Equimose ou hematoma;
Desvio de traquéia;
Enfisema subcutâneo;
Rouquidão na fala;
Desalinhamento de vértebras cervicais (luxações ou fraturas);
Estase sanguínea na veia jugular;
Resistência ou dor ao movimento.

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EXAME FÍSICO DO TÓRAX

REGRAS GERAIS
Não levante ou vire a vítima
com suspeita de trauma na coluna
vertebral, pescoço e crânio. As
vítimas inconscientes também não
devem ser mobilizadas. Esses
traumas são difíceis de serem
identificados nos locais dos
acidentes e a movimentação da
vítima pode agravar as condições.
Após completar o exame da
cabeça aos pés é preciso fazer um
balanço dos resultados
encontrados. Certas combinações
de sinais podem apontar para um
problema especifico.
A presença de uma dor discreta em uma região do corpo pode ser significante.
A falta de sinais também deve ser valorizada. Por exemplo, um vítima com um trauma visível,
porém sem reações à dor, pode apresentar lesões na coluna vertebral, cérebro, choque ou abuso de
drogas.
Ao realizar a avaliação da vítima, tenha sempre em mente a regra principal do atendimento de
emergência:
> Não prejudique a vítima. Somente faça aquilo que você está autorizado segundo seu Protocolo de
atendimento. Não provoque danos adicionais, agravando ferimentos e problemas de saúde.
Se necessário, apalpe o tórax e a parte superior do abdome.
Não remova os objetos encravados.
Nas vítimas inconscientes e nas vitimas de trauma sempre examine o tórax.

PALPAÇÃO
Verifique possíveis fraturas no tórax.

Após avisar a vítima sobre a possibilidade de sentir dor, pressione cuidadosamente o tórax.
Este procedimento é chamado de compressão.
A dor pode indicar a presença de fraturas.

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INSPEÇÃO
Verifique a expansibilidade simétrica do tórax.

Permaneça na mesma posição adotada para examinar as fraturas torácicas.


Observe a simetria do tórax ao expandir-se.
ldentifique qualquer alteração durante os movimentos respiratórios. Se tiver dificuldade em
perceber os movimentos, coloque as mãos sobre o tórax e sinta a expansibilidade.
Nas mulheres, as mãos são colocadas nas laterais do tórax e deve-se preservar o máximo
possível a sua privacidade.

AUSCULTA
Este tipo de exame deve ser executado somente por PROFISSIONAIS DE SAÚDE com capacitação
para esse fim.
No Suporte Básico de Vida utilizaremos somente a palpação e inspeção.

ALTERAÇÕES NO EXAME FÍSICO DO TÓRAX

Feridas soprantes na parede torácica ou no dorso;


Edema localizado ou generalizado;
Equimose ou hematoma;
Alteração de expansibilidade torácica bilateral;
Ruídos respiratórios (adventícios): sopros, sibilos ou roncos;
Fraturas de costela ou esterno;
Enfisema subcutâneo;
Dificuldade respiratória com uso de músculos acessórios da respiração.

EXAME FÍSICO DO ABDOMEN

Observe cortes, contusões, ferimentos penetrantes e objetos encravados no abdome.


ldentifique pontos dolorosos no abdome.

Alerte a vítima sobre a possibilidade de


sentir dor. Quando identificar uma área
machucada, inicie o exame nas regiões mais
afastadas. Pressione com delicadeza,
usando as extremidades dos dedos (as
mãos podem estar sobrepostas).
Detecte áreas rígidas, edemaciadas ou
doloridas.
Durante o toque, converse com a
vítima: Sente algo aqui? ou está doendo?

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Curso de Atendimento Pré-hospitalar – Nível Suporte Básico de Vida

Observe se a dor é local (restrita a um ponto) ou generalizada (abrange uma grande região).
Examine os quatro quadrantes do abdome e registre qualquer problema encontrado.

SINAIS DE TRAUMATISMOS OU EMERGÊNCIAS MÉDICAS NO ABDÔMEN

Ferimentos abertos no abdome;


Eviscerações abdominais;
Alterações de forma ou volume;
Abaulamentos ou retrações da parede abdominal;
Alterações de movimentos abdominais: pulsação em parede abdominal por aneurisma, rigidez
abdominal;
Edema localizado ou generalizado;
Equimose ou hematoma;
Dor localizada ou generalizada.

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ldentifique traumas e fraturas na pélvis.

Alerte a vítima sobre a possibilidade de dor.


Coloque as mãos nas cristas ilíacas e comprima-as
com delicadeza em direção a parte central do corpo e
lateralmente. Observe expressões de dor ou presença
de deformidades.
Ferimentos abertos na pelve ou nádegas;
Deformidades ou instabilidade da parede pélvica;
Crepitação óssea;
Alterações de movimentação e sensibilidade de
extremidades inferiores concomitante como trauma
pélvico.

EXAME FÍSICO DA REGIÃO GENITAL


Observe traumas na região genital.

Não exponha a região, se não tiver indícios de trauma no local.


ldentifique sangramentos e objetos encravados ou empalados.
Nos homens, verifique a presença de priapismo. isto é, a ereção persistente do pênis, devido a
trauma da medula espinhal. Este é um importante sinal de lesão da medula que pode ser percebido
durante o exame físico, visualmente ou quando se toca a região púbica.

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EXAME FÍSICO DOS MEMBROS INFERIORES

Examine os membros inferiores.

Observe separadamente cada membro inferior. Compare-os quanto ao tamanho, forma,


presença de dor, deformidade e edema.
Não faça movimentos ativos, solicite que a vítima mova a região distal.
ldentifique mudanças de coloração, sangramentos, proeminências ósseas e fraturas.
Se há indicio de fraturas, toque com delicadeza o local, após avisar a vítima.
Observe a presença de pontos dolorosos.
Não toque nas fraturas expostas.

EXAME FÍSICO NA REGIÃO DISTAL

Verifique o pulso distal.

A integridade da
circulação nos
membros pode ser
examinada pela
verificação do pulso
distal,
preferencialmente, o
tibial ou pedioso
localizado no meio do
tornozelo ou no
alinhamento do hálux.
Quando a vítima usa
botas, não é possível
sentir este pulso.
A remoção das botas deve ser feita, com cuidado, devido aos riscos de lesões na medula, pernas e
pés, nas vítimas com traumas, vitimas de acidentes, com objeto encravados ou fraturas graves nos
membros.

LEMBRE-SE: o Socorrista pouco pode atuar quando identifica problemas com a circulação dos
membros. A resolução desses problemas depende de recursos qualificados da área da saúde.
Entretanto, lembre-se de não causar danos adicionais ao tentar sentir o pulso e verifique-o sempre
nos dois membros. O Socorrista deve ainda verificar o preenchimento capilar.

Centro de Referência e Treinamento em APH Edição 2019 Página 224


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AVALIAÇÃO NEUROLÓGICA EM MEMBROS

Verifique a atividade neurológica e possíveis paralisias nas pernas e pés.


Se você suspeita de paralisia, assuma que a vítima tem uma lesão na medula espinhal. Solicite para
a vítima consciente que mexa os dedos dos pés, estendendo-os e flexionando-os, em seguida todo o
pé. Toque em um dedo do pé da vítima e pergunte: qual dedo está sendo tocado? Finalmente, peça
para a vítima para empurrar com a sola do pé a sua mão. Faça uma pressão discreta para testar a
força da vítima. Faça os testes nos dois pés. As vítimas que não têm êxito nos testes devem ser
considerados como portadores de traumas na medula espinhal.

Verifique a atividade neurológica e possíveis paralisias nas pernas e pés.


Quando a vítima está inconsciente, não é possível realizar esses testes. Considere sempre as vítimas
inconscientes, principalmente os que sofreram acidentes, vitimas com possíveis lesões da medula.
Elas requerem um atendimento qualificado do pessoal da saúde. Um teste aplicado às vítimas
inconscientes é avaliar a reação a dor. Belisque uma região da perna, próximo ao tornozelo. A
vítima, embora inconsciente, pode reagir a dor, esboçando uma ação reflexa de afastar a perna da
causa da dor. Se não reage, a vítima poderá ter uma lesão na coluna vertebral. Tenha muito cuidado
em avaliar os resultados dos testes. Lembre-se que nos locais das emergências, as condições não são
ideais para a avaliação correta. Por exemplo, se um vítima reagir, movimentando o hálux, você
poderá ficar confuso sobre o seu significado. Habitualmente o movimento dos dedos do pé para trás
é normal nos adultos. O movimento para frente pode indicar traumatismo no cérebro.

EXAME FÍSICO DOS MEMBROS SUPERIORES

Examine os membros superiores desde os ombros e clavículas até os dedos.

Cada membro é examinado separadamente. Os procedimentos são semelhantes aos dos membros
inferiores. Observe cortes, abrasões, objetos encravados, sangramentos, deformidades, áreas
inchadas e
com coloração alterada, ossos salientes e fraturas.
Verifique pontos dolorosos e locais com suspeita de fraturas. Não toque os locais das fraturas expostas
ou abertas. Verifique a presença do pulso radial nos dois braços. Não precisa nesse momento contar a

frequência,
basta sentir a existência da circulação. A perfusão dos tecidos (preenchimento capilar) deve ser
observada. Se a vítima está consciente, peça para mexer as mãos, identificar o dedo que você estiver
tocando e apertar a sua mão. Teste os dois membros superiores.
Se a vítima estiver inconsciente, segure o braço dela com uma mão e com a o outra belisque,
próximo ao punho.

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REGRA: o fracasso da vítima nos testes da atividade neurológica realizados nas pernas e braços
deve ser considerado um importante indício de lesão na medula espinhal.

ATENÇÃO: uma vítima consciente, mas que não consegue mover as mãos e braços corre o risco de
parar de respirar. Mantenha-o constantemente sob vigilância.

REGRAS GERAIS

O Socorrista deve seguir certas regras com todos as vítimas:

Regra l: Se o comportamento na avaliação geral não parece normal. considere que algo de grave
esta acontecendo com a vítima.
Regra II: Vítimas estáveis podem piorar rapidamente Avalie continuadamente as condições para
detectar alterações.
Regra III: Observe as mudanças da coloração da vítima.
Regra IV: Faça uma observação geral da vítima e note o que esta anormal.
Regra V: Se não tiver certeza da ausência de lesão da medula. atue como se a vítima tivesse
trauma na medula espinhal.
Regra VI: Avise à vítima sobre a importância dele ser examinado.
Regra VII: Verifique os sinais vitais.
Regra VIII: Faça o exame da cabeça aos pés. Se você enxergar. ouvir, cheirar. sentir ou perceber
algo errado, assuma que a vítima corre um risco sério.
Regra IX: A falta de respostas da vítima durante os testes neurológicos das pernas e braços indica
uma lesão da medula espinhal.
Regra X: Não provoque danos adicionais à vítima.

RESUMO DA AVALIAÇÃO DE VÍTIMAS

A avaliação da vítima é um conteúdo essencial que deve ser apreendido pelo Socorrista. A finalidade
é identificar, de modo rápido, os problemas que ameaçam diretamente a vida e iniciar o
atendimento. Em seguida, ocorre a detecção das alterações que podem agravar as condições da
vítima e também colocá-lo em risco. Lembre-se que é impossível oferecer uma assistência de
qualidade, sem conhecer anteriormente, os problemas da vítima.
Importante relembrar os seguintes pontos:

Chegada - Faça uma avaliação do local. Obtenha rapidamente as informações, observando o local,
vítima, multidão, mecanismos do trauma. deformidades, ferimentos e outros sinais.
Avaliação inicial - ldentifique se a vítima responde. Verifique a respiração, circulação e presença de
hemorragia. Assegure-se de manter as vias aéreas abertas e a respiração adequada. Controle as
hemorragias.

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História e exame físico dirigido - Observe o local e a vítima.


Procure os avisos de problemas médicos (colar ou pulseira de identificação). Faça perguntas
organizadamente e escute as respostas. Verifique os sinais vitais. Identifique a frequência e as
características da respiração. ldentifique a frequência e características do puIso. Identifique a
temperatura relativa da pele. A coloração e as condições da pele podem ser observadas neste
momento. Avalie a pressão arterial e as pupilas.
Quais são as características do pulso e respiração observada na verificação dos sinais vitais ?

ldentifique o nível de consciência.


Pescoço Posterior: identifique ferimentos e pontos dolorosos na medula cervical.
Pescoço Anterior: identifique ferimentos e aberturas (estoma).
Cabeça: verifique cortes, abrasões, edema ou outros sinais de lesões no couro cabeludo.
Identifique deformidades, depressões e outros sinais de trauma no crânio. Inclua os ossos da face.
Identifique lesões nas pálpebras e olhos. Verifique o tamanho. simetria e reação a luz das pupilas.
Observe a coloração da parte interna das pálpebras. ldentifique presença de sangue, líquor ou
outros líquidos corporais no nariz e orelhas. Examine a boca, observando sinais de obstrução das
vias aéreas, presença de sangue e alterações do hálito.

Tórax: observe cortes, abrasões, ferimentos penetrantes e objetos encravados. Verifique


possíveis fraturas. Olhe a simetria dos movimentos respiratórios e expansibilidade torácica.
Abdome: observe cortes, abrasões, ferimentos penetrantes e objetos encravados. ldentifique,
durante o exame, os pontos de dor localizada ou regiões de dor generalizada.
Dorso inferior: identifique os pontos dolorosos. deformidade. e outros sinais de traumas.
Pélvis: faça compressões para identificar fraturas ou outros ferimentos.
Região GenitaI: observe traumas evidentes. ldentifique o priapismo nas vítimas masculinos.
Extremidades inferiores: identifique deformidades, edema, mudanças de cor, sangramento,
protusões ósseas e fraturas. Examine os pontos dolorosos em locais com suspeita de fraturas.
Confirme o puIso distal nas duas pernas. Olhe a perfusão capilar periférica. Identifique a atividade
neurológica (motricidade e sensibilidade).
Extremidades Superiores: identifique deformidades, edema, mudanças de cor, sangramento,
protusões ósseas e fraturas. Examine os pontos dolorosos em locais com suspeita de fraturas.
Confirme o pulso radial nos dois braços. Observe a perfusão capilar periférica. Identifique a
atividade neurológica (motricidade e sensibilidade).
Costas: identifique traumatismos.

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AVALIAÇÃO
LIÇÃO 14

ANÁLISE SECUNDÁRIA

1. Conceitue Análise Secundária:


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2. Indique as etapas da Análise Secundária em ordem sequencial:


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3. Indique os valores considerados normais dos itens de verificação dos sinais vitais
correspondentes as faixas etárias:

FAIXAS ETÁRIAS FR FC PA
0 a 1 ano
1 a 8 anos
Acima de 8 anos

4. Cite pelo menos 5 (CINCO) alterações relativas á emergências médicas ou trauma nas regiões
abaixo examinadas durante o exame físico detalhado na Análise Secundária:
4.1. Cabeça (crânio e face):
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4.2. Membros Inferiores e Superiores:


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Lição 15
RESSUSCITAÇÃO CARDIOPULMONAR EM ADULTOS, CRIANÇAS E BEBÊS

OBJETIVOS

Proporcionar aos participantes conhecimentos e habilidades que os capacitem a:


1. Revisar a anatomia e fisiologia cardíacas necessárias para a compreensão do tema
em discussão;
2. Apresentar as mais recentes Diretrizes de Ressuscitação Cardiopulmonar da
American Heart Association (ILLCOR) e adapta-las aos Procedimentos Operacionais di
Serviço de Resgate do Corpo de Bombeiros.
3. Atualizar as técnicas de ressuscitação cardiopulmonar em adultos, crianças e bebês
(exceto recém-nascidos).

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REVISÃO DA ANATOMIA E FISIOLOGIA CARDÍACA

O CORAÇÃO HUMANO

O coração humano é o órgão responsável pelo percurso do sangue


bombeado através de todo o organismo, que é feito em
aproximadamente 45 segundos em repouso.
Bate cerca de 109.440 a 110.880 vezes por dia, bombeando
aproximadamente 5 l de sangue por minuto.

Neste tempo o órgão bombeia sangue suficiente a uma pressão razoável, para percorrer todo o
corpo nos sentidos de ida e volta, transportando assim, oxigênio e nutrientes necessários às células
que sustentam as atividades orgânicas.

FORMA E TAMANHO DO CORAÇÃO HUMANO

O coração é considerado um dos órgãos mais potentes, apesar de


sua dimensão pequena.
Podemos descrever ela com:
forma de cone;
tamanho do punho fechado;
cerca de 12 cm de comprimento;
9 cm de largura em sua parte mais ampla;
6 cm de espessura;
Sua massa é, em média, de 250g, nas mulheres adultas, e 300g,
nos homens adultos.

LIMITES DO CORAÇÃO NO TÓRAX

Superfície anterior: logo abaixo do esterno e das costelas.


Superfície inferior: repousa sobre o diafragma,
correspondendo a região entre o ápice e a borda direita.
Borda direita: está voltada para o pulmão direito e se
estende da superfície inferior à base;
Borda esquerda, também chamada borda pulmonar, fica
voltada para o pulmão esquerdo, estendendo-se da base
ao ápice.
Limite superior constituído pelos grandes vasos do coração
e posteriormente a traqueia, o esôfago e a artéria aorta
descendente.

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LOCALIZAÇÃO DO CORAÇÃO

O coração localizado no centro do tórax entre os dois


pulmões, imediatamente acima do diafragma e
ligeiramente à esquerda da linha mediana do tórax.

DIVISÃO DO CORAÇÃO

O coração humano apresenta quatro partes ou cavidades: na


parte superior estão os átrios, divididos entre direito e o
esquerdo, na parte inferior estão os ventrículos, também direito
e esquerdo.

VALVAS CARDÍACAS

Valvas cardíacas ou Válvulas cardíacas são estruturas


formadas basicamente por tecido conjuntivo que se
encontra à saída de cada uma das quatro câmaras do
coração. Se interpõem entre átrios e ventrículos bem
como nas saídas das artérias aorta e artéria pulmonar.
Elas permitem o fluxo de sangue em um único sentido
não permitindo que este retorne fechando-se quando o
gradiente pressórico se inverte. O que regula a abertura e
fechamento das valvas são as pressões dentro das
câmaras cardíacas.

Existem quatro valvas no coração que são:

Mitral ou bicúspide - Possui dois folhetos lembrando o formato de uma mitra. Permite o fluxo
sanguíneo entre o átrio esquerdo e o ventrículo esquerdo.

Centro de Referência e Treinamento em APH Edição 2019 Página 231


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Tricúspide - Possui três folhetos. Permite o fluxo sanguíneo entre o átrio direito e o ventrículo
direito.
Aórtica - Permite o fluxo sanguíneo de saída do ventrículo esquerdo em direção à aorta.
Pulmonar - Permite o fluxo sanguíneo de saída do ventrículo direito em direção à artéria
pulmonar.

VASOS SANGUÍNEOS DO CORAÇÃO

Visão externa do coração onde se evidencia os grandes vasos


sanguíneos que entram no coração nos átrios levando o
sangue venoso (veias cavas superior e inferior, artérias
pulmonares) e saem dos ventrículos transportando sangue
arterial (aorta e veias pulmonares).

SANGUE VENOSO E SANGUE ARTERIAL

Na metade direita do coração só circula sangue venoso, na


esquerda sangue arterial. A circulação do sangue nestas
quatro cavidades está controlada pelas válvulas. As válvulas
também servem de meio de comunicação entre os átrios e os
ventrículos.
A parte direita do coração está separada da parte esquerda
por um septo muscular.

SISTOLE E DIÁSTOLE CARDÍACAS

O coração contrai e relaxa constantemente (esse processo é chamado


de sístole e diástole (ATRIAL e VENTRICULAR), respectivamente), para
bombear todo o sangue do nosso corpo. É uma bomba hidráulica, em
que os tubos de saída são as artérias e os tubos de entrada as veias; o
líquido que anda a circular é o sangue.

Seu sincronismo atua como se fossem duas bombas trabalhando simultaneamente.

Centro de Referência e Treinamento em APH Edição 2019 Página 232


Curso de Atendimento Pré-hospitalar – Nível Suporte Básico de Vida

Uma das bombas engloba a átrio direito e o ventrículo direito e a outra a átrio esquerdo e o
ventrículo esquerdo.
A função do átrio e do ventrículo direitos é arrastar o sangue para os pulmões, onde se liberta o
dióxido de carbono e se fornece de oxigênio. Por outro lado, o átrio e o ventrículo esquerdos
têm o trabalho de arrastar o sangue enriquecido de oxigênio para todas as partes do corpo.

ARTÉRIAS CORONÁRIAS

Enquanto o sistema circulatório está ocupado fornecendo oxigênio e


alimentos para todas as células existentes no corpo, não vamos
esquecer que o coração, que trabalha mais arduamente do que
todos os órgãos, precisa de alimento também.
Estes alimentos chegam através das artérias coronárias.

CIRCULAÇÃO CORONARIANA

As células do coração recebem sangue arterial das artérias


coronárias, que são as primeiras ramificações da aorta, contornando
o coração como uma coroa (daí a sua denominação). Estas artérias
voltam para o coração, dividindo-se em vasos cada vez menores que
penetram fundo no músculo do coração.

Todos esses vasos estão interligados. Se há problemas com


suprimento numa rota, há chance que o sangue siga por outro
caminho. Tudo que as células do coração devolvem é lançado no
sistema de veias coronárias azuis que drenam o sangue de volta
para o lado direito do coração.

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FISIOLOGIA CARDÍACA

Em um batimento normal, ambos os átrios se contraem quase que


simultaneamente. A seguir, há curta pausa (para total enchimento do
ventrículo com sangue). Consequentemente, os dois ventrículos se
contraem, quase que simultaneamente. Por fim, o coração inteiro
relaxa-se e enche-se novamente.

SISTEMA DE CONDUÇÃO ELÉTRICA

O coração dispõe de um sistema elétrico que faz com que surjam, de forma automática, estímulos
elétricos que, ao serem transmitidos a todo o coração, vão levar à contração, de forma sequencial,
das várias cavidades cardíacas, permitindo assim a circulação do sangue por todo o organismo.
O estímulo elétrico surge, normalmente, no nó sinusal, sendo depois transmitido a todo o coração.
Esta transmissão é sequencial, ocorrendo com um determinado ritmo. Cada estímulo elétrico só
surge depois do estímulo anterior ter sido completamente transmitido a todo o coração e ter
ocorrido uma fase de recuperação (repolarização) para preparar o coração para a transmissão do
novo estímulo.

Centro de Referência e Treinamento em APH Edição 2019 Página 234


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TRANSMISSÃO DO POTENCIAL ELÉTRICO

O Potencial de ação inicia nas células marcapasso no nó sinusal, através dos feixes internodais
atingem as células do nó AV. Do nó AV o potencial de ação se espalha pelos ventrículos através do
Feixe de His com seus ramos e células de Purkinje.

EXAME PREVENTIVO
ELETROCARDIOGRAMA

Um exame simples e que previne o agravamento de doenças cardíacas é o eletrocardiograma (ECG).


O eletrocardiograma é realizado com a pessoa em repouso.
Para executá-lo, utilizam-se doze eletrodos colocados nas pernas, braços e no tórax, na região do
precórdio. Eles captam a atividade elétrica do coração que passa para os tecidos vizinhos e chega até
a pele. Essa informação é enviada para um aparelho (eletrocadiógrafo) que as registra num papel.
Analisando seu traçado, é possível saber se há sequência de batimentos, se o ritmo é normal e a
atividade cardíaca, rápida ou lenta.

O eletrocardiograma (ECG) é um exame de saúde na área de cardiologia no qual é feito o registro da


variação dos potenciais elétricos gerados pela atividade elétrica do coração.

Centro de Referência e Treinamento em APH Edição 2019 Página 235


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PARADA CARDÍACA

Na próxima etapa de nosso treinamento discutiremos as causas e consequências de uma


parada cardíaca e as medidas de suporte básico de vida que uma EQUIPE de Resgate poderá
adotar para possibilitar a recuperação do paciente com melhores condições de vida.
O chamado “Suporte Básico de Vida” exige do profissional de emergência além de preparação
técnica, também um preparo psicológico para lidar com as situações de morte.
As doenças cardiovasculares são as principais causas de mortalidade no mundo, mas são
preveníveis, motivo pelo qual, apresentaremos dados estatísticos relevantes sobre o tema!
DOENÇAS CARDIOVASCULARES – MUNDO

Principal causa de morte no mundo;


Cada ano, morrem 17,3 milhões de pessoas;
Estimativa de que, em 2030, o total de mortes possa chegar a 23,6 milhões;
80% desses óbitos são registrados em países de baixa e média renda;
Em 2008, os óbitos provocados por elas representaram 30% do total registrado globalmente.

DOENÇAS CARDIOVASCULARES – BRASIL

Doença cardiovascular é a primeira causa de mortalidade;


Responsável por cerca de 800 mortes por dia.
01 ano = 292.000 pessoas

MORTE SÚBITA

É a morte inesperada causada pela perda da função cardíaca. A morte súbita cardíaca é um dos
maiores problemas de saúde pública no mundo, acometendo mais de 200.000 pessoas/ano só nos
Estados Unidos e 712 pessoas/dia no Brasil, principalmente, na faixa etária mais produtiva.
As principais causas de morte súbita são as DOENÇAS CARDIOVASCULARES.
PARADA CARDÍACA – DEFINIÇÃO

Cessação súbita e inesperada da atividade mecânica do coração caracterizada pelos seguintes


sinais:
Inconsciência;
Ausência de boa respiração ou somente gasping (respirações agônicas);
Ausência de pulso central (carotídeo, braquial, femural).

Centro de Referência e Treinamento em APH Edição 2019 Página 236


Curso de Atendimento Pré-hospitalar – Nível Suporte Básico de Vida

GASPING

Parece irônico, mas um estudo publicado no “Circulation” mostra


que uma vítima de ataque cardíaco em gasping tem maior
probabilidade de sobrevivência do que aquelas que não entram
em respiração agônica.
Gasping é uma última medida que o corpo adota para se
salvar e, a nível do pré-hospitalar, assume-se levianamente
pelos leigos que respiração agônica é sinal de recuperação
orgânica e, consequentemente, as manobras de RCP são
cessadas. Por se confundir frequentemente respiração
agônica com respiração
eficaz, os leigos que prestam auxílio também informam telefonicamente a equipe de urgência
de que a vítima está respirando, quando na verdade se apresenta em gasping.
Estima-se, pelo estudo efetuado, de que se às vítimas em gasping lhes fosse aplicado SBV, a
taxa de sobrevivência seria 5 vezes superior. Por este motivo, a respiração anormal deverá ser
encarada como motivo imediato de atuação com compressões torácicas, até chegada da equipe
de emergência.

SUPORTE BÁSICO DE VIDA

Consiste no pilar do atendimento ao paciente em parada cardiorrespiratória, com o objetivo de


manter a ventilação e oxigenação e, principalmente, perfusão dos órgãos vitais por meio das
compressões torácicas.
As Diretrizes de Ressuscitação Cardiopulmonar vigentes estabelecem as Recomendações para o
Tratamento da parada cardíaca e o Atendimento Cardiovascular de Emergência.
Discutiremos os principais pontos destas Diretrizes e sua aplicação na atividade de Atendimento
Pré-hospitalar.

TEMPO DE SOBREVIVÊNCIA– EM OXIGÊNIO


Considere sempre que “tempo é cérebro”!

Centro de Referência e Treinamento em APH Edição 2019 Página 237


Curso de Atendimento Pré-hospitalar – Nível Suporte Básico de Vida

EFICÁCIA DA RCP ISOLADA

O débito cardíaco (circulação sanguínea a parir do ventrículo esquerdo) desde o inicio da RCP
correspondente ao fluxo sanguíneo para os pulmões é de aproximadamente 25% a 33% do valor
normal que geralmente ocorre com o coração em pleno funcionamento, e 8% do fluxo das artérias
coronárias (artérias que irrigam o próprio coração), diminuindo progressivamente com o transcorrer
do procedimento. Com o passar do tempo de reanimação este débito pode ser reduzido por vários
fatores, dentre eles a fadiga do socorrista. Sempre que houver outros socorristas disponíveis deverá
haver revezamento entre eles a cada 2 minutos.

CADEIA DA SOBREVIVÊNCIA

A seguir veremos os procedimentos que serão necessários para a tomada de decisão na


reanimação da vítima em parada cardíaca. Esses procedimentos estão representados pela Cadeia
de Sobrevivência da American Heart Association (AHA).
CADEIA DA SOBREVIVÊNCIA – ADULTO

A ressuscitação cardiopulmonar é uma série de ações de salvamento que aumentam a chance de


sobrevivência após uma parada cardíaca. Requer uma resposta integrada, conhecida como sistema
de tratamento. Fundamental para o êxito dos esforços de ressuscitação do sistema de tratamento é
a avaliação coletiva dos desafios e das oportunidades representadas pela Cadeia da Sobrevivência.
Em 1991, A Sociedade Americana de Cardiologia introduziu a “CADEIA DA SOBREVIVÊNCIA”,
metáfora para representar a seqüência de eventos que devem idealmente ocorrer para aperfeiçoar
as taxas de sucesso da ressuscitação da parada cardíaca em adultos. Os elos da cadeia incluíam o
acesso precoce (reconhecimento do problema e deixar o Sistema de Emergência em espera),
ressuscitação precoce, desfibrilação precoce, nos pacientes que necessitam, e acesso precoce ao
sistema de suporte avançado de vida em Cardiologia (SAVC).

CADEIA DA SOBREVIVÊNCIA DA AHA – 2015

Centro de Referência e Treinamento em APH Edição 2019 Página 238


Curso de Atendimento Pré-hospitalar – Nível Suporte Básico de Vida

1º ELO - CADEIA DA SOBREVIVÊNCIA

Reconhecimento imediato da parada cardíaca e acionamento do Serviço de Emergência Médica.


Esse ELO é de competência do primeiro socorrista que intervir na vítima em parada cardíaca. Se
constatar que a vítima está inconsciente e que não respira ou somente apresenta gasping deverá
acionar os Serviços Médicos de Emergência (192 – SAMU – UNIDADES DE RESGATE Locais) ou (193 –
BOMBEIROS – quando houver necessidade de ações de salvamento).

2º ELO - CADEIA DA SOBREVIVÊNCIA

Ressuscitação Cardiopulmonar precoce com ênfase nas compressões torácicas.


A ressuscitação cardiopulmonar (RCP) garante um pequeno, mas eficiente fluxo sanguíneo ao
coração e ao cérebro. Além disto ela também prolonga o tempo da Fibrilação Ventricular (FV),
enquanto se espera pelo desfibrilador (DEA) evitando a deterioração do ritmo em assistolia.
Para cada minuto de parada cardíaca em FV sem RCP, a chance de reversão diminui em 7 a 10%.
Entretanto, em vigência da RCP este índice cai para 3 a 4% do momento do colapso circulatório até
a chegada do desfibrilador. Com a RCP o índice de sucesso dobra ou triplica na FV. Somente cerca
de 20% dos pacientes adultos serão beneficiados com RCP precoce isolada e quando o tipo de
parada cardíaca corresponder a assistolia ou atividade elétrica sem pulso.
3º ELO - CADEIA DA SOBREVIVÊNCIA

Uso imediato do DEA.


Tão logo seja possível utilize um Desfibrilador Externo Automático.
A maioria das vítimas adultas necessitam de desfibrilação para a ressuscitação cardiopulmonar.
A desfibrilação tem maior eficácia quando aplicada logo no início da parada cardíaca, em especial,
no 5 primeiros minutos.

Centro de Referência e Treinamento em APH Edição 2019 Página 239


Curso de Atendimento Pré-hospitalar – Nível Suporte Básico de Vida

4º ELO - CADEIA DA SOBREVIVÊNCIA

Serviços Médicos Básicos e Avançado de Emergências


Atendimento de socorristas, médico e de enfermagem com medidas que incluem: acesso definitivo
de vias aéreas superiores (intubação), utilização de drogas vasoativas e antiarrítmicas, monitorização
cardíaca, etc.
Boa parte das vítimas serão beneficiadas somente com o SBV para a recuperação da parada
cardiorrespiratória (PCR).

5º ELO - CADEIA DA SOBREVIVÊNCIA

Suporte Avançado de Vida e Cuidados pós-reanimação.


O 5° passo salienta o atendimento intra-hospitalar e é uma das novidades mais comemoradas do
novo protocolo, divulgado pelo ILCOR (International Liaison Committee on Resuscitation) e validado
pela American Heart Association, que sistematiza os cuidados pós parada cardiorrespiratória,
otimizando a função hemodinâmica, neurológica e metabólica, aumentando a taxa de sobrevivência
à alta hospitalar entre as vítimas que obtiveram retorno da circulação espontânea (RCE) após a PCR.

OBJETIVOS DOS CUIDADOS PÓS PARADA CARDIORRESPIRATÓRIA:

1- Otimizar a função cardiopulmonar e a perfusão de órgãos vitais pós o RCE;


2- Remoção para estabelecimento de assistência à saúde apropriado;
3- Identificar e tratar a síndrome coronariana aguda;
4- Controlar a temperatura para otimizar a recuperação neurológica;
5- Prever, tratar e prevenir a falência múltipla de órgãos.

CADEIA DA SOBREVIVÊNCIA - CRIANÇAS

Considerando que a causa primária de parada cardíaca em CRIANÇAS são PROBLEMAS


RESPIRATÓRIOS que podem ser resolvidos com a RCP PRECOCE, o planejamento da assistência
deve seguir a sequencia de ações descritas na Cadeia da Sobrevivência da AHA para CRIANÇAS.

Centro de Referência e Treinamento em APH Edição 2019 Página 240


Curso de Atendimento Pré-hospitalar – Nível Suporte Básico de Vida

1º ELO: Prevenção da parada cardíaca por meio de Programas de Prevenção de Acidentes na


Infância;
2º ELO: RCP precoce de alta qualidade realizada por uma pessoa presente no local;
3º ELO: Acionamento Rápido do Serviço Médico de Emergências;
4º ELO: Suporte Avançado de Vida eficaz (inclusive rápida estabilização e transporte para cuidado e
reabilitação definitivos);
5º ELO: Cuidados pós-reanimação integrados.

CONCEITO DE MORTE

Segundo Daisy Gogliano, Doutora em Direito, Professora da Faculdade de Direito da Universidade


de São Paulo, São Paulo-SP, o progresso da tecnologia médico-biológica está a impor profundas
transformações ético-jurídicas na conceituação de “morte”.
Em face das novas técnicas de sustentação vital e de reanimação, como a utilização de meios
mecânicos de respiração artificial, o fenômeno morte hoje não se resume simplesmente na cessação
espontânea das funções cardiorrespiratórias. Na atualidade, fala-se na ocorrência da "morte
encefálica" que deve ser constatada por critérios estritamente médicos, não cabendo à lei defini-los,
pois isto limitaria a adoção de novos parâmetros ditados pela própria evolução da ciência. A
interrupção da sustentação vital, uma vez estabelecida a morte encefálica, não se confunde com a
eutanásia ou eventual "direito de morrer", no sentido de precipitar o evento "morte", o qual,
efetivamente, já ocorreu. Por respeito à dignidade humana o médico deve evitar que o paciente em
morte encefálica seja submetido a terapêutica desnecessária, não só inútil como fútil.

TIPOS DE MORTE

Continuação das definições de morte, segundo a publicação da Sra. Daisy Gogliano, Doutora em
Direito, Professora da Faculdade de Direito da Universidade de São Paulo, São Paulo-SP.
Considerando que a morte é um processo lento e gradual, distingue-se a morte clínica (paralisação
da função cardíaca e da respiratória) da morte biológica (destruição celular) e da morte encefálica,
a qual resulta na paralisação das funções cerebrais.
A morte clínica pode, em face dos avanços tecnológicos da medicina, desaparecer com os processos
de reanimação, permitindo, assim, manter a vida vegetativa, mesmo após a superveniência da

Centro de Referência e Treinamento em APH Edição 2019 Página 241


Curso de Atendimento Pré-hospitalar – Nível Suporte Básico de Vida

morte encefálica. A morte, antes identificada como a cessação da atividade espontânea da função
cardíaca e respiratória, com a paralisação circulatória irreversível, passou a ser determinada com a
paralisação das funções cerebrais.

DILEMA DA MEDICINA

Considerando que a morte clínica (paralisação da função cardíaca e respiratória) pode reverter com
os processos mecânicos de reanimação, ocasião em que se pode instaurar a vida vegetativa, a qual
pode ser mantida, mesmo após a superveniência da morte encefálica, o dilema do médico com a
morte está justamente na decisão de suspender os esforços de reanimação, pois uma vez ocorrida a
morte encefálica revela-se estéril prosseguir mantendo-se artificialmente as funções
cardiorrespiratórias, em terapêutica fútil, desgastante, onerosa tanto aos pacientes como para as
instituições hospitalares, no sentido de evitar aos familiares um trauma sobrevindo de inúteis
esperanças.
Procedimentos bem sucedidos de reanimação pré-hospitalar poderão reduzir a incidência de morte
cerebral nos pacientes em morte clínica, restabelecendo as funções vitais e, em consequência,
contribuir para menor incidência de morte encefálica.

HISTÓRIA – RESSUSCITAÇÃO CARDIOPULMONAR

Um breve histórico da ressuscitação cardiopulmonar desde os tempos antigos até as Diretrizes


atuais da American Heart Associtiation reunidas no ILCOR (consenso mundial).

“Então formou o Senhor Deus o homem do pó da terra, e lhe soprou nas narinas o fôlego da vida, e
o homem passou a ser alma vivente” Bíblia; Gênesis, 2:7.

Durante longos anos, a humanidade interpretou a morte como evento inexoravelmente irreversível
e todas as tentativas de ressuscitação foram sempre consideradas impugnável blasfêmia; este
dramático quadro durou até meados do século XVIII, quando a humanidade finalmente começou a
acreditar na possibilidade de execução de manobras efetivas para ressuscitação. Apenas no início
dos anos 1960, as técnicas de ressuscitação começaram a se tornar evidência científica robusta e
prática clínica diária a “beira-do-leito”. Também as causas de morte súbita têm sofrido modificações
com o passar dos séculos; se a morte súbita na era pré-moderna significava morte por afogamento,
inalação de fumaça ou trauma, atualmente transcendeu à fibrilação ventricular secundária à doença
isquêmica do coração, o implacável mal dos tempos modernos .
É grande o número de artigos científicos e descrições fascinantes publicados, que descrevem sobre
as primeiras tentativas de ressuscitação e como se comportou sua evolução; as ações fundamentais
de hoje, estão baseadas fortemente nesta evolução do conhecimento sobre mecânica de
compressões torácicas e aplicabilidade da desfibrilação.

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Curso de Atendimento Pré-hospitalar – Nível Suporte Básico de Vida

MÉTODOS ANTIGOS - RELATOS BIBLÍCOS

A primeira menção bíblica de reanimação refere-se ao


momento da criação de Adão, tendo Deus “soprado em
sua boca dando-lhe a vida”. Menos simbólica e mais
precisa em seu detalhamento, e considerada por muitos
historiadores como o primeiro relato de manobras de
RCP, está a descrição que consta no livro bíblico dos Reis;
nele está descrito o profeta Eliseu, um discípulo de Elias,
reanimou um jovem filho de uma viúva sunamita.
“...subiu à cama, deitou-se sobre o menino e, pondo a
Figura: O profeta Eliseu. Adaptado da
sua boca sobre a boca dele, os seus olhos sobre os olhos pintura original de Frederick Leighton (The
dele e suas mãos sobre as mãos dele, se estendeu sobre Leigthon House Museum)

o menino; este espirrou sete vezes e abriu os olhos.”

CONTROVÉRSIAS

As contradições históricas acontecem já na própria Bíblia; discute-se que o profeta Elias primeiro
teria reanimado o filho da viúva de Sarepta, no primeiro livro dos I Reis 17:17-22, apesar de não se
ter uma descrição tão rica em detalhes quanto a do profeta Eliseu, esta, portanto antecederia a RCP
realizada por Eliseu, narrada no II Reis 4:34-3514.

RESSUSCITAÇÃO OU REANIMAÇÃO?

Afinal qual é o termo mais apropriado? Reanimação ou ressuscitação cardiopulmonar. Esta, sem
dúvida, está entre as maiores discussões entre pesquisadores e médicos envolvidos com o tema e
que tem se arrastado por anos. Vejamos um resumo da publicação dos Dr. Hélio Penna Guimarães e
Dr. John Cook Lane para o Centro de Ensino, Treinamento e Simulação do Hospital do Coração-
CETES-HCor, São Paulo, Brasil.

A Ressuscitação origina-se do latim resuscitatio, onis, do verbo resuscito, are, formado da partícula
re, no sentido de renovação, e o verbo suscito, are que, entre outras acepções, tem a de despertar,
acordar, recobrar os sentidos. Em suas raízes etimológicas, suscito, por sua vez, deriva do verbo cito,
ciere, que significa por em movimento.
Assim, o sentido primordial de ressuscitar é o de restabelecer o movimento, ou seja, a vida. E a vida
depende basicamente da respiração e do movimento do sangue, noção que remonta às antigas
civilizações.
A reanimação, por sua vez, compõe-se do prefixo re + anima + sufixo -ção. Anima,em latim, tanto
significa sopro, respiração, como vida e alma. Novamente aqui se tem a identificação da vida com a
entrada de ar nos pulmões.

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Há a tendência de empregar reanimação, em lugar de ressuscitação, nos casos de parada cardíaca,


deve-se pela conotação mágico-religiosa que adquiriu o termo ressuscitação. Ressuscitar traz
imediato significado de milagre da ressurreição, volta à vida de quem já se encontrava
definitivamente morto, como nos exemplos bíblicos do próprio Cristo.

A despeito de tais argumentos, o termo ressuscitação é o preferido nos Descritores das Ciências da
Saúde da BIREME, que colocam reanimação em segundo plano, como sinônimo e é também o que
mais tem sido utilizado nos artigos publicados em português e em espanhol.
Através do banco de dados LILACS, a proporção de artigos publicados nos últimos anos com o termo
ressuscitação, em relação ao termo reanimação é de aproximadamente 4:1, demonstrando ser
ressuscitação o de termo de maior preferência dos autores.

MÉTODOS ANTIGOS

Iniciou-se por Galeno (130 a 200 a.C), conhecido como “o


primeiro dos médicos e filósofos” [1], como designado
pelo Imperador romano Marcus Aurelius. Em seus
estudos, Galeno (Figura) enxergava o corpo humano com
os olhos da crença e da ciência ocidental, acreditando que
o “espírito vital” estava presente em todos os seres
animados. Este espírito vital, chamado pneuma, não era
exatamente o ar; considerava-se, no entanto, que a
ausência da respiração nas pessoas era a ausência do
recebimento da pneuma e o que o coração se tornaria
permanentemente frio sem ele.

Fig 2. Galeno, o “primeiro entre os médicos e


filósofos”.
Adaptado da Fonte: Estatua nos jardins do
Hospital Italiano de Buenos Aires.
Ainda no fim do Império Romano em 476 a.C, os métodos mais antigos de RCP variaram desde
aplicação de calor ao corpo inerte através de objetos quentes ou queimantes sobre o abdômen
(fumigação), até a flagelação chicoteando-se com urtiga (planta cujas folhas são irritativas contendo
ácido fórmico) ou outro instrumento) .

Figuras: Adaptado da Métodos da fumigação e


flagelação.
Fonte: Adaptado da Gordon A. História da
Reanimação. In: Lane JC. Reanimação. Rio de
Janeiro. Editora Guanabara Koogan 1981;226-
246.

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Curso de Atendimento Pré-hospitalar – Nível Suporte Básico de Vida

* Nota: As cenas históricas foram tiradas de uma exposição no Museum of Science and Industry em
Chicago, Illinois, EUA. As figuras eram tridimensionais, feitas em cera e com aproximadamente 40
cm de altura. Permaneceram em exibição até 1963, quando foram destruídas em um incêndio, de
acordo com informação de Gordon A.

INÍCIO DA CIÊNCIA

Ao cientista Paracelsus (Figura), já utilizando


raciocínio e metodologia científica de
investigação avaliou, em 1530, uso de foles de
lareira para introdução do ar nos pulmões de
indivíduos aparentemente mortos,
caracterizando as primeiras e rústicas tentativas
de ventilação artificial, ainda que o princípio
fisiológico seja semelhante ao atual (ventilação
sob pressão positiva), utilizando as unidades
bolsa-valva-máscara (reanimador manual ). Figura. Paracelsuse o método com foles (bellows)
http://www.nlm.nih.gov/exhibition/mandrakes/images/para
celsus.jpg
. Adaptado da: Gordon A. História da Reanimação. In: Lane
JC. Reanimação. Rio de Janeiro. Editora Guanabara
Koogan 1981:226-246
RCP – MODERNA

Em 1960, um novo dado extremamente importante


foi incluído nos conceitos de reanimação de
emergência, a partir da observação feita por
Kouwenhoven, Jude e Knickerbocker de que a
compressão sobre o terço inferior do esterno, feita
adequadamente, fornecia uma circulação artificial
suficiente para manter a vida em animais e seres
humanos com parada cardíaca. O grande interesse
por esta técnica de compressão cardíaca externa
levou à verificação rápida de seus resultados.

Em 1958, Safar, Elam, Gordon e Redding publicaram estudos sobre o controle das vias aéreas e
ventilação boca-a-boca, os quais possibilitaram, juntamente com o trabalho de Kouwenhoven, Jude
e Knickerbocker (massagem cardíaca externa), a popularização das manobras de RCP. Figura: Guy
Kinickerbock (como paciente), WB Kouvenhoven (ventilação) e JR Jude - (massagem) em 1964.

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PROGRAMAS DE TREINAMENTO

Percebendo o grande potencial da reanimação cardiorrespiratória, em 1961, a American Heart


Association criou um Comitê de Reanimação Cardiorrespiratória, que mais tarde transformou-se no
Committee on Cardiopulmonary Resuscitation and Emergency Cardic Care. Esta organização tomou
a frente de um esforço intensivo para maiores pesquisas, para programas de treinamento e para a
padronização da RCR. Sua campanha continua até hoje e abriu os horizontes da RCR, incluindo todos
os aspectos dos Suportes Básicos de Vida (SBV) e dos Suportes Avançados de Vida (SAV).

MANEQUINS DE TREINAMENTO

O desenvolvimento de manequins para treinamento da RCR ocorreu


concomitantemente com as evoluções iniciais das técnicas de RCR e os
programas de treinamento. Enquanto que os primeiros métodos manuais
podiam ser simulados ou praticados entre os próprios colegas de um curso
de treinamento, a massagem cardíaca eficaz podia causar traumatismo e
necessitava de manequins bem semelhantes ao ser humano.

Estimulado pela Scandinavian Society of Anesthesiologists, Asmund S. Laerdal, que fazia bonecas em
Stavanger, Noruega, criou a Resusci Anne, um manequim com coração, pulmões e pulso carotídeo.
Ela tornou-se a progenitora de toda uma família de manequins, incluindo Resusci-Andy®, Resusci-
Baby®, Anatomic Resusci-Anne®, Arrhythmia Resusci-Anne® e Recording Resusci-Anne® e das atuais
gerações Sim Man®, Sim Baby® e SIM 3G® e este manequins tornaram-se fundamentais para um
bom treinamento de RCR em todo o mundo.

HISTÓRIA DA RESSUSCI ANNE®

Em relação à Resusci Anne®, uma breve e romantizada


história merece um rápido relato: este sem dúvida é o
manequim para treinamento em ressuscitação mais
conhecido em todo mundo. Åsmund Laerdal a projetou
baseado em pesquisas de Peter Safar e de James Elam, e a
introduziu em treinamentos, primeiramente em 1960.
Um dos grandes enigmas esta na face do manequim: relata-
se que é baseada em uma máscara mortuária de uma
jovem desconhecida que se afogou no rio Sena, em Paris,
em torno de 1880; naquela época, comumente, os corpos recuperados no rio permaneciam em
exposição aguardando a reivindicação da família, fato que nunca aconteceu com a jovem em
questão. Por qual motivo? Ninguém sabe, porque o corpo permaneceu não reclamado e foi
enterrado com indigente. Mas o assistente funerário, tocado por sua beleza e por seu sorriso doce,
fez uma máscara mortuária, de modo a permitir alguma identificação futura. A imagem assombrosa

Centro de Referência e Treinamento em APH Edição 2019 Página 246


Curso de Atendimento Pré-hospitalar – Nível Suporte Básico de Vida

da jovem que sorria delicadamente tocou os corações de Paris e cópias da máscara mortuária foram
encomendadas; nomeada de “L’Inconnue de la Seine” (“a desconhecida do Sena”), logo teve suas
cópias comuns entre os salões da França, e sua história, romantizada por escritores franceses e
alemães. Assim quando chegou o momento de se escolher um rosto para o manequim de
salvamento, o sorriso de uma mulher francesa desconhecida cuja vida curta teve antecipado trágico
fim se transformou na “face mais beijada” do mundo, ajudando a conservar vidas de tantos outros.

EVOLUÇÃO

O acúmulo de experiências bem sucedidas sobre os benefícios e riscos


da RCP, fez com que em maio de 1966 foi publicado na revista
Circulation um relatório, assinado pela AHA e várias entidades
internacionais da área de emergência pré-hospitalar. Este mudou o
conceito da técnica para “técnica de emergência”. Acentuou a
necessidade de treinamento e retreinamento para garantir o
reconhecimento imediato da necessidade de RCR e de sua boa
execução. Solicitava que o treinamento fosse amplamente disseminado
pelos membros das equipes médicas, odontológicas, enfermagem e
outras profissões ligadas à saúde. Com a evolução constante dos
estudos e o apoio destas entidades temos hoje as Diretrizes de
Ressuscitação Cardiopulmonar realizadas em Consenso Mundial
reunido no ILCOR que destacaremos a seguir.

PRINCIPAIS INSTITUIÇÕES DO ILCOR

Centro de Referência e Treinamento em APH Edição 2019 Página 247


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RESUMO DAS MODIFICAÇÕES NAS DIRETRIZES DE EESSUCITAÇÃO CARDIOPULMONAR - 2015

RCP DE ALTA QUALIDADE


A ênfase no Suporte Básico de Vida (BLS – Basic Life Suport) nas Diretrizes 2015 continua na
qualidade da massagem cardíaca. Portanto, uma RCP de qualidade significa comprimir o tórax na
frequência e profundidade adequadas, permitir o retorno do tórax a cada compressão, minimizar
interrupções nas compressões e evitar ventilação excessiva. As novas recomendações ficaram
descritas assim:

As compressões torácicas agora devem ser feitas em uma frequência de 100 a 120 /min;
Também foi mudada a profundidade da compressão torácica em um adulto médio, que deve
ser em torno de 5cm, evitando ultrapassar 6cm;
Para garantir o retorno do tórax após cada compressão o socorrista não deve apoiar-se no tórax
entre as compressões;
As interrupções das compressões torácicas devem ocorrer em menos de 10 segundos;
Para minimizar ventilações excessivas, uma vez colocada a via aérea avançada, a proporção de
ventilações foi simplificada para 10 respirações por minuto (uma ventilação a cada seis
segundos).

SUPORTE BÁSICO DE VIDA PARA ADULTOS – SOCORRISTA LEIGO

Foi reforçada a recomendação para que exista disponibilidade de desfibrilador (DEA) em locais
públicos com grande probabilidade de ocorrer uma PCR presenciada (aeroportos, instalações
esportivas, espaços de espetáculos, etc);
Para ajudar o leigo a reconhecer uma PCR (e iniciar o atendimento), bastam apenas os
seguintes critérios: a vítima não ter resposta, ou não respirar, ou ter uma respiração anormal
(gasping). O treinamento do leigo deve ser para reconhecer esses padrões, sem precisar checar
pulso. Para um leigo não treinado, ele pode ser orientado facilmente por telefone;
O algoritmo foi modificado para que o socorrista ative o Serviço Médico de Emergência sem sair
do lado da vítima (usando celular);
Tendo reconhecido a PCR, o socorrista leigo que não tiver treinamento deve realizar apenas
compressões torácicas até a chegada de um DEA ou de outros socorristas treinados, ou ainda
até que a vítima começa a se movimentar espontaneamente;
A orientação para o leigo não treinado é: “comprimir com força e rapidez no centro do tórax”;
Para o leigo treinado, foi reforçada a sequência C – A – B para atendimento (circulation – airway
– breathing). Portanto o socorrista deve começar pelas compressões torácicas antes de realizar
abertura de vias aéreas e ventilações. A proporção permanece de 30 compressões para 2
ventilações;

Centro de Referência e Treinamento em APH Edição 2019 Página 248


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Foi acrescentada a possibilidade de administrar naloxona intramuscular ou intranasal em casos


de suspeita de intoxicação por opióides nas quais o paciente tenha ausência de resposta ou
respiração anormal. Isso só poderá ser feito por socorristas leigos treinados ou profissionais de
saúde.
SUPORTE BÁSICO DE VIDA PARA ADULTOS – PROFISSIONAL DE SAÚDE

Para identificar a PCR, o profissional treinado pode checar a respiração e o pulso ao mesmo
tempo para minimizar o tempo para o início das compressões torácicas;
Identificada a PCR e estando sozinho, usar o celular para acionar o Serviço Médico de
Emergência e obter um DEA antes de iniciar a RCP. Não estando sozinho, pedir para alguém
fazer isso enquanto se inicia a RCP;
A nova recomendação é para utilizar o DEA assim que ele estiver disponível, o que significa
interromper as compressões torácicas e desfibrilar o paciente;
Quando o Serviço Médico de Emergência assumir pode ser feita uma estratégia de 3 ciclos de
200 compressões contínuas com choques interpostos, enquanto se usa apenas insuflação de
oxigênio passiva.

ALGORITMO DE SBV - ADULTO

IMPORTÂNCIA DA RCP
A PCR em si não representa um indicador de má qualidade da assistência, mas demonstra,
sobretudo, o nível de gravidade em que o paciente se encontra. Assim, uma vez presente, a chance
de recuperação depende, em grande parte, da aplicação imediata, competente e segura das
medidas de reanimação que precisam ser instituídas prontamente com o objetivo de evitar lesão
cerebral irreversível, constituindo o fator tempo uma variável fundamental na recuperação do
paciente.

Centro de Referência e Treinamento em APH Edição 2019 Página 249


Curso de Atendimento Pré-hospitalar – Nível Suporte Básico de Vida

O sucesso do atendimento à Parada Cardiorrespiratória (PCR) está diretamente relacionado com a


rapidez que a equipe atende esta intercorrência. É necessário que a equipe de reanimação não
somente salve a vida da pessoa, mas possibilite a restauração do processo de vida e não apenas
prolongue o processo de morte. Ainda cabe lembrar que, como em outras intervenções médicas, a
reanimação tem como meta a preservação da vida, o alívio do sofrimento, a restauração da saúde e
a limitação das incapacidades (AMERICAN HEART ASSOCIATION ( AHA ), 1997 ).
FASES DA PARADA CARDÍACA

É de suma importância o reconhecimento da parada cardiorespiratória (PCR) e o rápido


atendimento com manobras de reanimação cardiopulmonar nos pacientes vítimas de morte súbita.
Sabe-se que a rapidez do atendimento e a qualidade da reanimação estão diretamente
correlacionadas a menor morbi-mortalidade e maior chance de alta hospitalar.
A fase elétrica corresponde aos quatro primeiros minutos do colapso cardíaco, neste período a
desfibrilação pode reverter o quadro e diminuir a chance das alterações metabólicas deletéricas.
A fase circulatória, com duração média de dez minutos, representa a privação máxima dos
substratos necessários ao metabolismo normal.
A fase metabólica é aquela para a qual evoluirá se não for revertida as anteriores, representada
por acidose e disfunção celular graves, com diminuta chance de reversão do ritmo de parada e
com evolução subseqüente para assistolia e óbito.

TÉCNICAS DE REANIMAÇÃO

A partir deste ponto do nosso treinamento vamos enfatizar as técnicas de ressuscitação


cardiopulmonar com ênfase para as compressões e ventilações de alta qualidade.
As referências bibliográficas utilizadas são as Diretrizes de Ressuscitação Cardiopulmonar da
American Heart association.

COMPRESSÕES TORÁCICAS]

Ênfase nas compressões torácicas de boa qualidade!


Compressões torácicas rápidas, fortes, sem parar.
A frequencia deve ser de 100 a 120 por minuto!
Minimizar a interrupção das compressões torácicas
num tempo inferior a 10 segundos!

COMPRESSÕES TORÁCICAS – POSIÇÃO

Use o peso de seu corpo para fazer a compressão!

Centro de Referência e Treinamento em APH Edição 2019 Página 250


Curso de Atendimento Pré-hospitalar – Nível Suporte Básico de Vida

COMPRESSÕES TORÁCICAS-PROFUNDIDADE

É melhor 1 compressão que gere alguma circulação que 100 compressões que não gerem nenhuma
circulação!

REVEZAMENTO DOS “COMPRESSORES”

O socorrista que comprime deve ser substituído a cada 5 ciclos (2 minutos)

RCP DE ALTA QUALIDADE

Abrange uma frequência de compressões de entre 100 e 120 compressões do tempo de 1 minuto.
Uma profundidade de compressão de entre 5 e 6 cm (2”) em adultos e para recém nascidos e
crianças em pelo menos um terço do diâmetro anterior-posterior do tórax ou cerca de 4 cm (1,5”)
em um recém nascido e 5 cm em uma criança.

Centro de Referência e Treinamento em APH Edição 2019 Página 251


Curso de Atendimento Pré-hospitalar – Nível Suporte Básico de Vida

Permitir o recuo completo do tórax após cada compressão.


Minimizar todas as interrupções às compressões do tórax em menos de 10 segundos.

VIAS AÉREAS E VENTILAÇÃO

O comprometimento das vias aéreas é o fator que mais


rapidamente causa a morte em qualquer paciente, em especial, as
vítimas inconscientes, portanto deve haver prioridade na
abordagem das vias aéreas.
OBSTRUÇÃO PELA LÍNGUA

A causa mais frequente de obstrução


das vias aéreas na vítima inconsciente
ou com alteração do nível de
consciência é a queda da própria
língua. Isso ocorre devido ao
relaxamento das estruturas
musculares que sustentam a língua,
resultando em sua queda em direção
à faringe, impedindo a passagem de
ar e consequentemente pode resultar
em apneia e parada cardíaca.

Manobra: “Inclinação da Cabeça e Elevação do


Queixo”

A manobra de inclinação da cabeça e elevação do


queixo permite que a língua da vítima seja
tracionada para frente, permitindo a passagem de
ar nas vias aéreas.

Se a causa da obstrução for a língua, a vítima começará a respirar prontamente com a realização
desta manobra, que deverá ser mantida manualmente ou o socorrista poderá utilizar um travesseiro
colocando-o sob as costas para que ela respire, mantendo a cabeça inclinada para trás. É importante
lembrar que esta técnica não se aplica a vítimas com história de trauma.

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Manobra: “Elevação da Mandíbula”

A manobra de “elevação da mandíbula” é a


primeira escolha para as vítimas de
emergências traumáticas, com suspeita de
lesão cervical, mas nos casos em que tiver que
ventilar e a ventilação for ineficaz, execute a
manobra de inclinação da cabeça e elevação do
queixo mesmo nas vítimas de trauma.

INSPEÇÃO DA CAVIDADE ORAL

Utilize uma lanterna para visualizar a cavidade oral. A lanterna para pupilas pode ser utilizada para
esta finalidade.

REMOÇÃO DE CORPOS ESTRANHOS VISÍVEIS

Abra a boca da vítima, inspecione a cavidade oral


e remova com os dedos SOMENTE corpos
estranhos visíveis.

A tentativa chamada “busca as cegas” é um procedimento extinto e não pode ser utilizado, pois
pode empurrar objetos para a garganta produzindo uma obstrução total das vias aéreas.

OBSTRUÇÃO POR SECREÇÕES

Em casos de obstrução grave por substância líquida ou semilíquida, e estando a vítima deitada, o
socorrista deve movimentá-la em decúbito lateral, na “Posição de Recuperação” enquanto se
obtém um equipamento para aspiração das vias aéreas. Executar a limpeza manual da cavidade
oral.

Centro de Referência e Treinamento em APH Edição 2019 Página 253


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Em vítima com história de trauma, que necessita de posicionamento lateral para drenagem de
secreções, é preciso movê-la em bloco mantendo o alinhamento do corpo (cabeça, pescoço,
ombros e dorso) durante o procedimento.

ASPIRAÇÃO DE SECREÇÕES

Um aspirador com sistema tipo venturi (oxigênio) ou


manual (vácuo) deve ser utilizado para a aspiração
eficaz das vias aéreas.
A aspiração contínua remove demasiada umidade e
reduz a oxigenação nas vias aéreas.
Coloque oxigênio logo depois de cada ciclo de
aspiração.

LÍNGUA – FATOR DE OBSTRUÇÃO

Se a manobra de liberação de vias aéreas não for


mantida todo o tempo haverá nossa obstrução pela
língua. Portanto, será necessário utilizar dispositivos
para manter a liberação da via aérea com
afastamento da língua.

MANUTENÇÃO DAS VIAS AÉREAS

As manobras de liberação de vias aéreas isoladas podem ser ineficazes ou difíceis de serem
mantidas por longo tempo em razão da necessidade de um socorrista exclusivamente para isso.
Desse modo, será necessário o uso de dispositivos de manutenção de vias aéreas. A cânula
orofaríngea é um recurso disponível para o Suporte Básico de Vida!
Veremos a seguir a forma correta de emprego.

CÂNULA OROFARÍNGEA

É um método rápido e prático de se manter a via aérea aberta, podendo ser utilizado
temporariamente em conjunto com ventilação com reanimador manual ou máscara, enquanto se
aguarda um método definitivo, como por exemplo a intubação endotraqueal.

Centro de Referência e Treinamento em APH Edição 2019 Página 254


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A cânula de Guedel tem forma semicircular, geralmente é de material plástico e descartável e,


quando apropriadamente colocada, desloca a língua da parede posterior da faringe, mantendo a via
respiratória aberta.
Antes de colocar a cânula, as secreções e os coágulos de sangue presentes na boca e faringe devem
ser removidos por aspiração, assim como as próteses dentárias móveis. A melhor maneira de inserir
a cânula é com sua parte côncava voltada para cima e, quando metade já estiver introduzida, faz-se
uma rotação de 180° e termina-se a introdução. A depressão da língua com uma espátula facilita o
procedimento. Se a colocação for incorreta, pode ocorrer deslocamento da língua até a faringe e
obstrução da via respiratória. Para evitar ferimentos no paciente, o reanimador deve se assegurar
que os lábios e a língua não se encontrem entre a cânula e os dentes.

CÂNULA DE GUEDEL®

É um dos tipos de cânula orofaríngea mais conhecidos destinado


a manter pérvia a via aérea superior em pacientes inconscientes
(sem reflexo de vômito).
Caso seja introduzida em vítima consciente ou em estupor, pode
produzir vômito ou laringoespasmo.
É necessário cuidado na colocação da cânula, porque a inserção
incorreta pode empurrar a língua para trás, na faringe, e produzir
obstrução de via aérea, manifestada por troca insuficiente de ar, indicada por tosse ineficaz e
fraca, ruídos respiratórios estridentes, dificuldade respiratória acentuada e até mesmo cianose (cor
azulada de pele, unhas e lábios).

ESCOLHA DO TAMANHO DA CÂNULA

A cânula orofaríngea está disponível em medidas para


recém-natos, crianças e adultos. O melhor modo de
identificar o tamanho adequado da cânula é segurá-la
ao lado da face da vítima, com a extremidade inferior
tocando o ângulo da mandíbula, logo abaixo do lóbulo
da orelha e estender a outra extremidade até a
comissura labial.

TÉCNICA DE INSERÇÃO DA CÂNULA

Inserir a cânula com a concavidade para cima, dirigindo sua extremidade para o palato duro ("céu da
boca"), logo atrás dos dentes incisivos superiores. Não permitir que a cânula toque o palato,
aplicando um movimento de rotação helicoidal de 180º (em parafuso) sobre ela mesma,
posicionando-a sobre a língua. Um abaixador de língua pode ser útil para impedir que a cânula
empurre a língua para trás durante sua inserção.

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ANIMAÇÃO DE INSERÇÃO DA CÂNULA

A inserção cuidadosa evitará que a língua seja empurrada para baixo causando obstrução.

VENTILAÇÃO ARTIFICIAL

É pré-requisito para que haja uma boa ventilação que as vias aéreas estejam liberadas, sem
obstrução, com ou sem dispositivos de manutenção. Devemos então realizar ventilações de
resgate efetivas e cuidadosas conforme veremos a seguir.

REANIMADOR MANUAL

Vamos falar sobre o uso do reanimador manual conhecido erroneamente como “AMBU®”. Esta é
uma marca de equipamento.
Num primeiro nível de assistência, se deve utilizar ventilação através de máscaras com
possibilidade de enriquecimento da mistura gasosa com oxigênio ou um sistema de máscara com
balão auto‐inflável (REANIMADOR MANUAL) com reservatório auxiliar de oxigênio conectado a
uma fonte com fluxo de 10 litros de oxigênio/minuto. Esse método disponibiliza uma
concentração parcial de oxigênio em torno de 60%. Quando possui reservatório de oxigênio a
concentração chega próximo a 100%.
O problema principal desses sistemas consiste na dificuldade em administrar um volume de ar
corrente adequado. Isso acontece porque é difícil promover uma vedação adequada da máscara
junto à face do paciente e, ao mesmo tempo, comprimir a bolsa de ar.

REANIMADOR MANUAL

Ao se referir ao equipamento utilize a expressão “reanimador


manual” evitando preferências ou propaganda por um ou outro
fabricante ou fornecedor.
A Ambu International A/S, empresa criada em 1934 na Dinamarca
foi a responsável pela invenção do dispositivo Ressuscitador
Manual ou Reanimador Manual no ano de 1956, quando lançou
este produto com o nome de Ambu ®. Desde então, Ambu passou a
ser sinônimo de Ressuscitador Manual em todo o mundo, porém

Centro de Referência e Treinamento em APH Edição 2019 Página 256


Curso de Atendimento Pré-hospitalar – Nível Suporte Básico de Vida

somente o produto fabricado pela Ambu International A/S é o


verdadeiro Ambu®.

REANIMADOR MANUAL – CARACTERÍSTICAS

O dispositivo bolsa-máscara-válvula, como também é chamado o reanimador manual, deve conter


válvula de alívio de pressão, máscara transparente e com borda insuflável para boa vedação na face
da vítima.

VENTILAÇÕES DE RESGATE

Cada ventilação deve ser feita em 1 segundo. Deve produzir


elevação visível do tórax como se fosse uma respiração normal!

PRESSÃO IDEAL – BOA VENTILAÇÃO

Uma ventilação efetiva gera uma pressão equivalente a


23 cmH20 (medida de pressão).
A regra é: use o volume de ar necessário para produzir a
elevação visível do tórax como se fosse uma respiração
normal.

INSUFLAÇÃO GÁSTRICA
O pior risco para o paciente é a regurgitação e insuflação
deste conteúdo para os pulmões.
Ventilação com pressão excessiva é direcionada para o
esôfago e enche o estômago de ar. Ao comprimir o tórax,
ou espontaneamente, haverá o esvaziamento gástrico
(regurgitação).

ELEVAÇÃO DO DIAFRÁGMA
Insuflação com pressão adequada reduzirá as
consequências da hiperinsuflação.
A compressão e elevação do diafragma produz dificuldade
de inspiração, compressão do pulmão e dificuldade de
ventilação pulmonar.

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HIPERINSUFLAÇÃO PULMONAR
A hiperinsuflação pulmonar pode produzir pneumotórax.
A ruptura de alvéolos é uma possibilidade quando se usa
ventilação com pressão excessiva. A lesão é denominada
pneumotórax.

VENTILAÇÃO COM MÁSCARA DE BOLSO

A ventilação boca a máscara é superior à técnica boca a boca


porque se pode aumentar a concentração de oxigênio quando
a máscara dispõe de entrada de oxigênio adicional. Outra
vantagem é que se diminui ou elimina-se o contato direto entre
o socorrista e o paciente, com menor possibilidade de se
adquirirem infecções através de secreções ou sangue
provenientes da vítima.

VÁLVULA UNIDIRECIONAL

A máscara tem uma cinta elástica que pode ser ajustada ao redor da cabeça da vítima, permitindo
que a unidade se mantenha no lugar.
Frequentemente, utiliza-se uma máscara de plástico com uma entrada de oxigênio e uma válvula
unidirecional. A válvula permite a passagem de fases ventilatórias até o paciente, mas faz com que
os gases exalados sejam desviados para fora do sistema, sem entrar em contato com a parte
proximal, onde se dá a ventilação.

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TÉCNICA CEFÁLICA

Os polegares são usados para pressionar a máscara contra


a face proporcionando boa vedação enquanto que os
demais dedos apoiam a mandíbula e liberam as vias
aéreas.
Coloca-se a máscara sobre o rosto do paciente, cobrindo a
boca e o nariz; com os dedos polegares e as partes tenares
das mãos, faz-se tração na mandíbula, eliminando-se,
assim, a obstrução da via respiratória produzida pela língua
e pela epiglote. Procede-se então às ventilações,
observando-se se está havendo elevação da parte anterior
do tórax.

TÉCNICA LATERAL

Esta técnica é adequada quando se executa RCP sozinha


ou, quando em dupla, estiver posicionado lateralmente á
vítima.
Coloca-se a máscara sobre o rosto do paciente, cobrindo a
boca e o nariz; com os dedos indicador e polegar da mão
que está apoiada sobre a testa da vítima pressiona o ápice
da máscara contra a face; os dedos indicador e polegar da
outra mão comprime a base da máscara contra o queixo. A
movimentação da cabeça para trás libera as vias aéreas da
vítima.

RCP EM CRIANÇAS e BEBÊS

A ressuscitação cardiopulmonar em crianças segue os


mesmo conceitos de avaliação e tratamento, exceto pela
relação de compressões e ventilações e as “ferramentas”
de compressões torácicas.
Nos slides seguintes trataremos das principais diferenças
na RCP em adultos, crianças e bebês.

Centro de Referência e Treinamento em APH Edição 2019 Página 259


Curso de Atendimento Pré-hospitalar – Nível Suporte Básico de Vida

RCP EM CRIANÇAS – PARTICULARIDADES

As compressões poderão ser feitas somente com uma das mãos sobre o tórax.

RCP EM CRIANÇAS – RELAÇÃO COMPRESSÕES X VENTILAÇÕES

Quando a RCP é feita em crianças por 2 ou mais


socorristas se executa 15 compressões por 2 ventilações
durante 2 minutos (><10 ciclos).

RCP EM BEBÊS – SOCORRISTA SOZINHO

Posicionar a vítima em DDH numa superfície rígida;


Posicionar-se lateralmente a vítima;
Comprimir o esterno cerca de 4 cm usando as polpas digitais dos dedos médio e anular.
Traçar uma linha imaginária entre os mamilos e colocar o dedo indicador;
Posicionar os dedos médios e anular imediatamente abaixo do dedo indicador;
Retirar o dedo indicador, mas mantê-lo apontado para a linha imaginária;

RCP BEBÊS – TÉCNICA DOS POLEGARES

Técnica recomendada pelas Diretrizes da AHA 2010


para 2 socorristas e apropriada para a reanimação de
bebês cujo tamanho do tórax permite-se envolver com
as duas mãos.
Posicione os 2 polegares CERCA DE 1 dedo abaixo
da linha imaginária dos mamilos.

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RCP BEBÊS – TÉCNICA LATERAL

Alternativa de técnica de RCP com 2 socorristas para


bebês.
Posicione os 2 dedos médios da mão dominante 1 dedo
abaixo da linha imaginária dos mamilos.

LIBERAÇÃO DAS VIAS AÉREAS – BEBÊS

Mantenha a cabeça e pescoço do bebê alinhados para permitir a abertura plena das vias aéreas.
Inclinar para trás pode diminuir a passagem de ar por flexionar a traqueia.

ATENÇÃO:
Inclinação excessiva da cabeça do bebê pode produzir obstrução respiratória devido a compressão
da traqueia pelos tecidos moles do pescoço. Mantenha a cabeça alinhada com o pescoço.

TROCA DE SOCORRISTAS “COMPRESSORES”

A troca de socorristas deve ser feita ao final dos 5 ciclos ou 2 minutos de RCP, ou quando o DEA
alertar para interromper para ANALISAR. Esta troca de posições entre socorristas deve ser feita em
no máximo 5 segundos.
A qualidade da RCP diminui em função do tempo;
Efetuar a troca de socorristas ao término dos ciclos por meio de sinal previamente
convencionado;
Checar sinais vitais durante a troca de socorristas ou cumprir as orientações do DEA neste tempo.
ERROS NA APLICAÇÃO DA RCP

A qualidade da RCP será comprometida com as falhas de execução listadas ao lado. O treinamento
da EQUIPE de UR minimizará a ocorrências destas ações deletérias ao paciente.
A vítima não está sobre superfície plana e rígida;
As vias aéreas não estão pérvias e a ventilação é ineficaz;
O equipamento de ventilação não é adequado ou está com defeito;
O socorrista não possui habilidade no manejo do equipamento de ventilação;
As mãos do socorristas não estão corretamente posicionadas no tórax da vítima;
As compressões não possuem a profundidade e frequencia adequadas;

Centro de Referência e Treinamento em APH Edição 2019 Página 261


Curso de Atendimento Pré-hospitalar – Nível Suporte Básico de Vida

A RCP é interrompida por tempo superior a 10 segundos.

QUANDO A RCP NÃO DEVE SER INICIADA

DEFINIÇÕES DE MORTE
Definição de Morte: “a parada total e irreversível das funções encefálicas equivale à morte,
conforme critérios já bem estabelecidos pela comunidade científica mundial.” Trecho da Resolução
do Conselho Federal de Medicina Nº 1.480/97 de 8/8/97.

Nos países em que o APH é tradição, são reconhecidos três tipos de morte: a Morte Clínica, a
Morte Biológica e a Morte Óbvia.

Morte Clínica: equivale a parada cardiorrespiratória.


Morte Biológica: equivale a morte encefálica.
Morte Óbvia: diversos estados que indiretamente definem uma situação de morte encefálica.

Características da Morte Clínica:


parada cardíaca e respiratória identificada pela ausência do pulso e da respiração
midríase paralítica após 30 segundos da parada cardíaca
manobras adequadas de reanimação regridem a midríase
pode ser reversível

Características da Morte Biológica:


morte das células encefálicas
manobras adequadas de reanimação não regridem a midríase
é irreversível
Observação: intoxicação por drogas depressoras do Sistema Nervoso Central, distúrbios
metabólicos e hipotermia podem simular os parâmetros de lesão encefálica irreversível.

Características da Morte Óbvia:


Diversos são os estados que nos apontam para uma morte encefálica:
evidente estado de decomposição
decapitada ou segmentada no tronco
esmagada
carbonizada
esmagamento de crânio com perda de massa encefálica e ausência de sinais vitais (não
confundir com trauma de crânio com perda de massa encefálica, quando deve ser tentada a
reanimação)
“rigor mortis”: inicia-se entre 1 a 6 horas pelos músculos da mastigação e avança da cabeça aos
pés atingindo o máximo entre 6 a 24 horas.

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“livor mortis”: estase sanguínea dependente da posição do cadáver; manifesta-se entre


1h30min a 2 horas, atingindo seu máximo entre 8 a 12 horas.

Todas as vítimas em parada cardiorrespiratória (PCR) serão submetidas a ressuscitação


cardiopulmonar, exceção feita, aquelas que se encontrarem com sinais evidentes de morte.

DECAPITAÇÃO
Secção da cabeça em relação ao resto do corpo.

RIGOR MORTIS
Rigor mortis é um sinal reconhecível de morte que
é causado por uma mudança química nos
músculos, causando aos membros do cadáver um
endurecimento ("rigor") e impossibilidade de
mexê-los ou manipulá-los. Tipicamente o rigor
acontece várias horas após a morte clínica e volta
espontaneamente depois de dois dias, apesar de o
tempo de início e duração depender da
temperatura ambiente.
Na média, presumindo-se temperatura amena, começa entre 3 e 4 horas post-mortem, com total
efeito do rigor em aproximadamente 12 horas, e finalmente o relaxamento em
aproximadamente 36 horas.
A causa bioquímica do rigor mortis é a hidrólise do ATP no tecido muscular, a fonte de energia
química necessária para o movimento. Moléculas de miosina derivados do ATP se tornam
permanentemente aderentes aos filamentos e os músculos tornam-se rígidos.
A circulação sanguínea cessa, assim como o transporte do oxigênio e retirada dos produtos do
metabolismo. Os sistemas enzimáticos continuam funcionando após algum tempo da morte.
Assim, a glicólise continua de forma anaeróbica, gerando ácido láctico, que produz abaixamento
do pH. Neste momento, actina e miosina, unem-se formando actomiosina, que contrai fortemente
o músculo.

LIVOR MORTIS
Livor mortis, que do latim significa “Lividez Cadavérica”,
é a acomodação gravitacional das células vermelhas do
sangue no vasos nas áreas inferiores do corpo,
provocando uma descoloração (manchas arroxeadas) da
pele.
Ou seja, há uma descoloração de uma região do corpo
causada por acúmulo de sangue, não ocorre nas áreas
em que o corpo está encostado no chão ou recebendo
pressão, porque os capilares estão comprimidos.

Centro de Referência e Treinamento em APH Edição 2019 Página 263


Curso de Atendimento Pré-hospitalar – Nível Suporte Básico de Vida

O livor mortis começa geralmente entre uma a duas horas após a morte, e se torna permanente
entre seis e doze horas após a morte. Assim como o algor mortis, o livor pode ajudar a determinar a
hora da morte, ou se o corpo foi movido após a morte.

ALGOR MORTIS

Algor Mortis do latim algor = frio e mortis = morte, ou


Esfriamento do Cadáver. É a redução linear da
temperatura da pele que ocorre após a morte.
Uma vez cessadas as funções vitais, o corpo esfria a uma
média de 1,0 ºC a 1,5 ºC por hora. A temperatura média
de um ser humano é entre 36 ºC e 37 ºc , então, o cadáver
atinge a temperatura do ambiente em no máximo 24
horas após a morte.
A circulação do sangue pelo nosso corpo é responsável por nos manter aquecidos. Quando
morremos,o sangue para de circular, e consequentemente nos aquecer, fazendo com que o corpo se
resfrie e adquira a temperatura do ambiente em que se encontra. O algor mortis tem importante
papel na resolução de crimes, já que dependendo da temperatura do cadáver, pode estimar-se a hora
da sua morte.

DECOMPOSIÇÃO / PUTREFAÇÃO

Nos tecidos dos organismos mortos inicia-se a autólise das


células pelas enzimas contidas nos lisossomas. Esses
tecidos são ainda triturados e parcialmente consumidos
pelos detritívoros.
A parte não consumida ou que não faz parte da
alimentação desses animais é então atacada por vários
tipos de bactérias; as partes interiores, onde não existe
oxigênio livre, são consumidas por bactérias anaeróbicas,
causando a putrefação, que resulta em aminas como a
putrescina e a cadaverina, que têm um odor
"pútrido"; este é o processo conhecido vulgarmente como apodrecimento. Finalmente, intervêm as
bactérias mineralizantes – os decompositores –, que transformam as moléculas orgânicas libertadas
pelos processos anteriores em água, dióxido de carbono e sais minerais

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CARBONIZAÇÃO

A carbonização é uma exposição da vítima por tanto tempo


que provoca a combustão do elemento químico carbono
presente no corpo, ou seja, a carbonização é a perda do
elemento químico carbono no local em que a pessoa foi
atingida.
Há a desidratação intensa da pele, ocorrendo o seu
repuxamento pela perda de água, retraindo os músculos,
podendo ocasionar na vitima a posição de "boxeador"
(braços repuxados); a boca abre e os dentes aprecem pelas
queimaduras dos lábios dando a impressão que a pessoa
morreu gritando; ocorrem fraturas espontâneas, e
desprendimentos das genitálias masculinas;

SEPARAÇÃO DO TRONCO

A vítima não apresenta os sinais vitais e parte de seu corpo


está separado na altura do tronco.

ESMAGAMENTO DA CABEÇA / TRONCO

São situações inequívocas de morte.

Acione a Autoridade Policial e adote as providências de preservação de local de crime


previstas em Lei.

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Lição 16

SUPORTE BÁSICO DE VIDA COM DESFIBRILADOR EXTERNO AUTOMÁTICO


DEA – MÓDULO I

OBJETIVOS

Proporcionar aos participantes conhecimentos e habilidades que os capacitem a:


1) Empregar o Desfibrilador Externo Automático (DEA) em conjunto com as manobras
de Suporte Básico de Vida atuando como Socorrista isolado.

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Curso de Atendimento Pré-hospitalar – Nível Suporte Básico de Vida

DESFIBRILAÇÃO CARDÍACA

Apresentamos os fundamentos da ressucitação cardiopulmonar. Seu aprendizado e capacitação para


executa-la dependerá do desenvolvimento de habilidades que somente serão obtidas com o uso de
manequins, equipamentos e trabalho em equipe.
Nosso próximo tema é “Desfibrilação Cardíaca”!
Veremos quais os tipos de parada cardíaca detectadas por um DEA, o que faz um DEA, as
características e formas de emprego de alguns modelos de equipamentos e o conjunto de manobras
de Suporte Básico de Vida com emprego do Desfibrilador Externo Automático.

PROGRAMAS DE DESFIBRILAÇÃO

Em 1990 a AHA declarou que a desfibrilação precoce tornou-se essencial para a parada cardíaca pré-
hospitalar e intra-hospitalar. Após esta declaração os programas de desfibrilação precoce e o uso de
desfibriladores automáticos têm aumentado progressivamente, com chances cada vez maiores de
sucesso e consequentemente com o aumento da sobrevida dos pacientes que param na modalidade
de FV ou Taquicardia Ventricular sem pulso.
Em King Country, WASHINGTON, a sobrevivência de pacientes em parada cardiorrespiratória era
menos de 4%, pois demorava-se em média de 21 minutos entre o colapso e o início da desfibrilação.
Nesta época iniciou-se um programa abordando paramédicos que utilizavam a desfibrilação pré-
hospitalar (Emergency Medical Technician Defibrillation – EMTD) como intervenção básica nesta
ação. Deste modo, observou-se que o tempo entre o colapso e a desfibrilação caiu de 21 para seis
minutos e desde então a desfibrilação precoce tornou-se fundamental para o aumento do número
de vidas salvas e consequente melhoria da corrente de sobrevivência, chegando a um aumento de
20% de sucesso no atendimento a pacientes em PCR.

TEMPO X DESFIBRILAÇÃO

A desfibrilação elétrica é de suma importância para


o atendimento da parada cardiorrespiratória,
principalmente sabendo-se que a maioria das
paradas ocorre na modalidade de Fibrilação
Ventricular, e a recuperação do paciente depende,
em sua maior parte, da precocidade com que é
realizada a desfibrilação. Demora superior a dez
minutos diminui a praticamente zero a
possibilidade da vítima se recuperar, ou que pelo
menos o faça sem dano cerebral significativo.
Portanto, é fundamental a existência de serviços
de atendimento de emergência ágeis e bem
preparados, chegando ao

Centro de Referência e Treinamento em APH Edição 2019 Página 267


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local da ocorrência em apenas poucos minutos após o início do quadro, pois esta condição estará
determinando a futura qualidade de vida do ressuscitado.

SUCESSO NA DESFIBRILAÇÃO

As chances de desfibrilação diminuem em função do tempo:


➢ 1º minuto: êxito acima de 90%;
➢ 2 minutos: 70%;
➢ 8 minutos: 10%.ou _.

PROGRAMAS COMUNITÁRIOS – DEA

A ressuscitação cardiopulmonar e o uso de Desfibriladores Externo Automático (DEA) por primeiros


socorristas da segurança publica são recomendados para aumentar as taxas de sobrevivência em
parada cardiorrespiratória (PCR) súbita extra-hospitalar. As Diretrizes da American Heart Association
(AHA) 2010 para Ressuscitação Cardiopulmonar (RCP) e Atendimento Cardiovascular de Emergência
(ACE) recomendam, mais uma vez, estabelecer programas de DEA em locais públicos nos quais
exista probabilidade relativamente alta de PCR presenciada (por exemplo, aeroportos, cassinos,
instituições esportivas). Para maximizar a eficácia desses programas, a AHA continua enfatizando a
importância de organizar, planejar, treinar, criar parceria com os Serviços Médicos de Emergências
(SME) e estabelecer um processo de continuo aperfeiçoamento da qualidade.

DIRETRIZ DO ILCOR – SINALIZAÇÃO DEA

Esta Diretriz pretende fornecer parâmetro para confecção e aplicação da sinalização de DEA, está
baseada na publicação oficial do ILCOR comitê Internacional para Consenso em Ressuscitação, cujo
comunicado está na integra a seguir.

Conheça o padrão universal de sinalização de DEA, esta é a primeira publicação nacional, redigida
conforme padrão mundial ILCOR, texto traduzido da publicação oficial do ILCOR em julho 2008, que
apresenta o sinal:
“Para os conselheiros do ILCOR, Conselhos Nacionais de Ressuscitação, fabricantes de DEA,
organizações públicas e governamentais.

Caros colegas,
Tenho o prazer de informar que o Comitê Internacional para Consenso em Ressuscitação (ILCOR) por
unanimidade, aprovou a proposta da Força Tarefa de Sinalização do ILCOR para uma simbologia
universal que indique a presença de um Desfibrilador Externo Automático (DEA).
O sinal é concebido em conformidade com a norma ISO 7010 para formas e sinais segurança.
As cores existentes no símbolo estão em conformidade com a norma ISO 3864-3.

Centro de Referência e Treinamento em APH Edição 2019 Página 268


Curso de Atendimento Pré-hospitalar – Nível Suporte Básico de Vida

Sua abrangência foi testada em conformidade com a norma ISO 9186-1, rev. 2007 e se revelou
superior aos planos alternativos.
A sinalização para DEA destina-se a indicar a presença de uma DEA, a localização de um DEA em uma
sala, uma cabine com um DEA para uso público ou para indicar a direção a deslocar-se para alcançar
um DEA, etc.
Deve assim identificar rapidamente o DEA em local público, para uso imediato em uma vítima de
parada cardíaca. Para este efeito, o sinal DEA pode ser combinado com outros símbolos existentes,
como um padrão de seta por exemplo.
O simbolo DEA também pode ter acompanhadas pelas letras "DEA" ou equivalentes em outros
grupos linguísticos. O uso da expressão "desfibrilador" ou equivalente não é incentivado. Vários
exemplos de combinações são mostrados a seguir.
É intenção da ILCOR que este sinal seja adotado mundialmente pelos Conselhos Nacionais que
juntos formam ILCOR, e a cada membro do Conselho. O sinal também deve ser assimilado por todos
os fabricantes de DEA para o uso com os seus produtos, e pelos fabricantes de sinalização de
segurança e emergência. Organizações públicas e os governos devem incentivar a utilização deste
sinal universal de DEA.
Esperamos que, este sinal universal de DEA ajude na conscientização da existência de DEA e na
rápida implementação do DEA para socorro em emergência de parada cardíaca.
Em nome da Força Tarefa de Sinalização de DEA do ILCOR .
R. W. Koster, presidente”*

SINALIZAÇÃO INTERNACIONAL - DEA

LEGISLAÇÃO – SÃO PAULO – OBRIGATORIEDADE

Centro de Referência e Treinamento em APH Edição 2019 Página 269


Curso de Atendimento Pré-hospitalar – Nível Suporte Básico de Vida

O uso do DEA na cidade de São Paulo está previsto pelo Decreto Municipal Nº 49.277 de 04 de
março de 2008 que alterou a LEI Nº 14.621, de 11 de dezembro de 2007 que alterou a LEI Nº 13.945,
de 7 de janeiro de 2005.
DECRETO Nº 49.277, DE 4 DE MARÇO DE 2008
Art. 20 . Os aeroportos, shopping centers, centros empresariais, estádios de futebol, hotéis,
hipermercados e supermercados, casas de espetáculos e locais de trabalho com concentração acima
de 1.000 (mil) pessoas ou circulação média diária de 3.000 (três mil) ou mais pessoas, os clubes e
academias com mais de 1.000 (mil) sócios e as instituições financeiras e de ensino com concentração
ou circulação média diária de 1.500 (mil e quinhentas) ou mais pessoas deverão manter aparelho
desfibrilador externo automático em suas dependências, determinando um fluxo que permita a
disponibilidade ao paciente em até 5 (cinco) minutos após constatado o evento.

NORMATIZAÇÃO EM PARQUES MUNICIPAIS


Destacamos a importância da PORTARIA 33/09 - DEPAVE/SVMA - emitida pelo Sr. VALTER LUIZ
VENDRAMIN, Diretor de Departamento Técnico do DEPAVE — Departamento de Parques e Áreas
Verdes da cidade de São Paulo sobre a manutenção e emprego do DEA por funcionários daquele
órgão municipal. Destaca-se a menção sobre o uso dos eletrodos descartáveis.
CONSIDERANDO:
1. a legislação que estabeleceu a obrigatoriedade dos desfibriladores - Lei n° 14621/2007 e Decreto
n° 49277/2008;
110 1 2. a aquisição recente deste Departamento de aparelhos desfibriladores para utilização em
situações eventuais/emergenciais de mal-súbito de usuários dos parques municipais;
RESOLVE:
Definir os procedimentos mínimos, a seguir elencados, de utilização e Manutenção dos aparelhos
desfibriladores:
1. Os aparelhos deverão ser mantidos em local seco, seguro e de pleno conhecimento dos
operadores, que deverão estar treinados e capacitados para operá-lo;
2. Semanalmente, todos os operadores deverão realizar treinamento com os aparelhos;
3. Ao realizar o treinamento semanal, os operadores deverão observar as condições dos aparelhos:
se estão limpos e sem deterioração; observar o piscar da luz; verificar data de expiração dos
eletrodos e da bateria.
4. Caso apresentem qualquer problema ou irregularidade, documentar e encaminhar à Chefia;
5. Observar que os eletrodos são auto-adesivos, descartáveis (um por paciente) e são
apresentados em par numa embalagem fechada que deverá ser aberta somente quando da sua
utilização;
6. Os Administradores dos Parques deverão elaborar planilha onde constará a data do treinamento,
bem como lista de presença que comprove a participação dos operadores; 6. Semestralmente,
deverá ser encaminhado à Chefia documento que dê conta da realização dos treinamentos e da
necessidade de eventuais providências.
Esta Portaria entrará em vigor na data de sua publicação, revogadas as disposições em contrário.
LEGISLAÇÃO – SÃO PAULO – FLUXO DEA

Centro de Referência e Treinamento em APH Edição 2019 Página 270


Curso de Atendimento Pré-hospitalar – Nível Suporte Básico de Vida

O DECRETO Nº 46.914, DE 17 DE JANEIRO DE 2006 já havia regulamentado a Lei nº 13.945, de 7 de


janeiro de 2005, antes de sua alteração, estabelecendo o fluxo do equipamento para atender a
necessidades locais.

Art. 2º. Os estabelecimentos previstos na Lei nº 13.945, de 2005, deverão manter aparelho
desfibrilador externo automático em suas dependências, estabelecendo um fluxo que permita a
disponibilidade ao paciente em até 5 (cinco) minutos após constatado o evento.

LEGISLAÇÃO – SÃO PAULO - CAPACITAÇÃO


Sobre a capacitação a lei estabelece quem deve ser treinado e como deve ser treinado!
§ 2º Os estabelecimentos e órgãos públicos abrangidos pelo disposto no "caput" deste artigo
deverão promover a capacitação de todos os integrantes da Comissão Interna de Prevenção de
Acidentes - CIPA, de todo o efetivo da Brigada de Incêndio e da Brigada de Emergência, além de
mais dois funcionários por turno, por aparelho.
§ 1º Com a finalidade de estabelecer os parâmetros de conduta a serem seguidos na utilização do
desfibrilador externo automático, a capacitação deverá ser promovida por meio de curso
ministrado de acordo com as recomendações do Conselho Nacional de Ressuscitação.

DESFIBRILAÇÃO CARDÍACA
Estudaremos a partir deste momento a “Desfibrilação Cardíaca”.
Falaremos sobre as arritmias detectadas ou não detectadas por um DEA e entenderemos a função
do “choque desfibrilatório” no tratamento das arritmias malígnas consideradas “parada cardíaca”.
Vamos adiante e preste muita atenção!

ARRITMIAS CARDÍACAS

Arritmia cardíaca é o nome genérico de diversas perturbações que alteram a frequência ou o ritmo
dos batimentos cardíacos. Pode dever-se a várias razões.
As arritmias ou disritmias podem levar à morte e constituir, por isso, um caso de emergência
médica.
A maior parte delas é, no entanto, inofensiva. O NÓ SINUSAL, na aurícula direita, é um grupo de
células que regula esses batimentos através de impulsos eléctricos que estimulam a contracção
do músculo cardíaco ou miocárdio.
Quando esses impulsos elétricos são emitidos de forma irregular ou conduzidos de forma
deficiente, pode ocorrer arritmia cardíaca. Esta pode ser caracterizada por ritmos
excessivamente rápidos (taquicardia), lentos (bradicardia) ou apenas irregulares.

CAUSAS DE ARRITMIAS CARDÍACAS

Centro de Referência e Treinamento em APH Edição 2019 Página 271


Curso de Atendimento Pré-hospitalar – Nível Suporte Básico de Vida

Isso pode acontecer quando as células nervosas especiais que produzem o sinal elétrico não
funcionam apropriadamente, ou quando os sinais elétricos não viajam normalmente pelo coração.
Uma arritmia também pode ocorrer quando outra parte do coração começa a produzir sinais
elétricos, adicionando aos sinais das células nervosas especiais, e alterando o batimento cardíaco
normal.

Estresse, fumo, grande ingestão de álcool, exercício físico muito forte, uso de certas drogas
(como cocaína e anfetaminas), uso de alguns medicamentos, e muita cafeína podem ocasionar
arritmia em algumas pessoas. Um ataque cardíaco, ou outras condições que danificam o
sistema elétrico do coração, também podem causar arritmia.
Essas condições incluem pressão alta, doença da artéria coronária, insuficiência cardíaca,
hipotireoidismo, hipertiroidismo, e doença reumática do coração. Para algumas arritmias, como
a síndrome Wolff-Parkinson-White, o defeito cardíaco que causa a arritmia está presente no
nascimento (congênito). Algumas vezes a causa de uma arritmia não pode ser encontrada.

SINTOMAS DE ARRITMIAS CARDÍACAS

Muitas arritmias não ocasionam nenhum sinal ou sintoma. Quando os sinais e sintomas estão
presentes, os mais comuns são:
Palpitações cardíacas (sensação de que o coração pulou uma batida ou está batendo muito
forte).
Batimento cardíaco lento.
Batimento cardíaco irregular.
Sensação de pausa entre os batimentos cardíacos.
Sintomas e sinais mais sérios incluem:
Ansiedade.
Fraqueza.
Tonteira e dor de cabeça leve.
Transpiração.
Falta de ar.
Dor no peito (angina).

TRATAMENTO DAS ARRITMIAS CARDÍACAS

Os tratamentos mais comuns para arritmias incluem remédios, procedimentos médicos e cirurgia. O
tratamento é necessário quando a arritmia causa sintomas sérios como tonteira, dor no peito e
desmaio, ou quando ela aumenta a probabilidade de desenvolver complicações como insuficiência
cardíaca ou ataque cardíaco súbito.
Há situações em que a vítima fica inconsciente, não respira normalmente e não há pulso palpável
(parada cardíaca) que se não for tratada imediatamente evoluirá para a assistolia (parada cardíaca
completa) e morte. Veremos este assunto a seguir!

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Curso de Atendimento Pré-hospitalar – Nível Suporte Básico de Vida

RITMO CARDÍACO

Como vimos, o nó sinusal comanda a atividade


cardíaca, mas algumas doenças podem
produzir arritmias malignas que não fornecem
circulação efetiva. Estaremos diante de uma
parada cardíaca e, 2 (duas) delas somente
serão tratadas com o emprego imediato da
“desfibrilação cardíaca”!

PARA RELEMBRAR

A frequência cardíaca é conduzida pela ação


do nó sinoatrial, pois ela é maior nestes
tecidos que nos demais tecidos
especializados. Por isso, o nó sinoatrial é o
marcapasso normal do coração. Como o nó
sinoatrial despolariza mais rapidamente, seu
impulso é gerado e conduzido através do
átrio até alcançar o nó A-V, que ainda não se
despolarizou o suficiente para deflagrar seu
potencial de ação independentemente; com
o impulso despolarizante vindo do nó
sinoatrial o nó A-V atinge seu limiar e
transmite o impulso elétrico aos ventrículos.

MARCAPASSOS POTENCIAIS
Na ausência de atuação efetiva do marca-
passo principal o nó atrioventricular pode
assumir o comando e se isso não funcionar
outros marca-passos podem auxiliar.
Problema: eles atuam em frequência limitada
e diferentes.

PARA RELEMBRAR

Centro de Referência e Treinamento em APH Edição 2019 Página 273


Curso de Atendimento Pré-hospitalar – Nível Suporte Básico de Vida

Temos então que o coração possui uma


ritmicidade sinusal; porém, em situações
onde o nó sinoatrial está danificado, o nó A-
V assume o controle da ritmicidade e
passamos a ter o
chamado ritmo infra-sinusal, mais lento (bradicardia nodal) devido ao nó A-V ter uma freqüência de
impulsos menor. Em casos onde ocorrem a falência desses dois tecidos, o próximo a assumir o
controle da ritmicidade seriam as fibras de Purkinge; porém a freqüência de impulsos destas é muito
baixa e não é suficiente para manter os níveis normais de pressão arterial necessários. Neste caso são
implatados os chamados marcapassos artificiais.

PARADA CARDÍACA - DEFINIÇÃO


❑ Podemos entender como uma parada cardíaca não somente aquela situação que ocorreu a
“cessação súbita da atividade cardíaca”, mas também quando houver “incapacidade do coração
atuar como bomba cardíaca”.
❑ Desse modo, existem 4 tipos de parada cardíaca. Estudaremos a seguir.

TIPOS DE PARADA CARDÍACA

Em destaque, os tipos de parada cardíaca que um DEA detecta e indica a aplicação de choque para
“desfibrilação”.
❑ Fibrilação ventricular;
❑ Taquicardia ventricular sem pulso;
❑ Atividade elétrica sem pulso;
❑ Assistolia.

TIPOS – DETECTADOS POR UM DEA

Estudaremos a seguir os tipos de parada cardíaca detectadas pelo


Desfibrilador Externo Automático: a fibrilação ventricular e a
taquicardia ventricular sem pulso.

FIBRILAÇÃO VENTRICULAR

Fibrilação ventricular é uma arritmia cardíaca grave , caracterizada


por uma série de contrações ventriculares rápidas e fracas
(inefetivas), produzidas por múltiplos impulsos elétricos , originários

de vários pontos do ventrículo. Cada célula se contrai independente de outra.


Na fibrilação ventricular , os ventrículos apenas tremulam , não se contraindo de uma forma coordenada.

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Curso de Atendimento Pré-hospitalar – Nível Suporte Básico de Vida

Como o sangue não é bombeado para fora do coração, a fibrilação ventricular leva a uma parada cardíaca
e a não ser que seja tratada imediatamente , é fatal.

DIFERENÇA DE ECG

Veja a diferença entre um eletrocardiograma com uma fibrilação ventricular e um ECG com
ritmo sinusal (normal).
O DEA está programado para reconhecer este tipo de arritmia, carregar automaticamente uma
carga e orientar a aplicação do choque desfibrilatório.

CAUSAS DE FIBRILAÇÃO VENTRICULAR

Praticamente todas as doenças cardíacas graves podem causar a fibrilação ventricular (FV). A
doença arterial coronariana (formação de placas de gordura ou ateromas na paredes das
artérias do coração) , em suas formas aguda (angina instável e infarto do miocárdico) ou
crônica (cardiopatia isquêmica crônica) , é a causa mais comum de fibrilação ventricular.
A hipertensão arterial (cardiopatia hipertensiva) as doenças das válvulas cardíacas , as doenças
do músculo cardíaco (miocárdio) , como a miocardiopatia dilatada (exemplo: a doença de
Chagas) e a miocardiopatia hipertrófica , ou ainda, as miocardites (inflamação aguda do
miocárdio) , também poderão ocasionar uma fibrilação ventricular.

TAQUICARDIA VENTRICULAR - SEM PULSO

A fibrilação ventricular é a arritmia


mais frequente detectada por um DEA,
correspondendo a cerca de 90% dos
casos.
Veremos adiante outra arritmia
tratada com choque denominada
“taquicardia ventricular sem pulso ou TVSP!

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Curso de Atendimento Pré-hospitalar – Nível Suporte Básico de Vida

Um foco de estimulação elétrica ectópico (fora do marcapasso principal – nó sinusal) se forma no


ventrículo produzindo estimulações rápidas que não permitem a
abertura e o fechamento eficaz das câmaras cardíacas comprometendo o bombeamento de sangue
Sucessão rápida de batimentos ectópicos ventriculares, que podem levar a deterioração
hemodinâmica, chegando à ausência de pulso arterial palpável; sendo assim considerada uma
modalidade de parada cardíaca, devendo ser tratada com o mesmo vigor da fibrilação ventricular.

CAUSAS DE TVSP

A TVSP ocorre principalmente em indivíduos com doença arterial coronária, como isquemia
miocárdica, apresentando-se com frequência maior que 100 bpm e não superior a 220 bpm.

ATIVIDADE ELÉTRICA SEM PULSO (AESP)


A vítima está inconsciente, não respira e não tem pulso, mas ainda existe uma atividade elétrica
cardíaca.
A atividade elétrica sem pulso é caracterizada pela ausência de pulso detectável na presença de
algum tipo de atividade elétrica, com exclusão da taquicardia ventricular ou fibrilação
ventricular. Ao monitor aparecem evidências de atividade elétrica organizada, porém o músculo
cardíaco está muito fraco ou muito mal perfundido para responder ao estímulo elétrico.
O prognóstico dos pacientes com AESP é reservado, e a causa determinante deve ser verificada e
corrigida.
Dentre as principais causas destacam-se: Hipoxemia, acidose severa, tamponamento cardíaco,
pneumotórax hipertensivo, hipovolemia e embolia pulmonar.

Existe uma atividade elétrica, mas a vítima está inconsciente, não respira e não tem pulso. O DEA
não está programado para reconhecer este tipo de arritmia.
Atividade elétrica sem pulso (AESP) pode compreender ritmos bradicárdicos ou taquicárdicos. O
importante é identificar que há um ritmo organizado no monitor, porém não existe acoplamento
do ritmo elétrico com a pulsação efetiva (contração) e não há débito cardíaco.
O importante é garantir o suporte básico de vida e identificar a provável causa da parada
cardiorrespiratória, se for possível.
Este tipo de arritmia não é tratado com choque.

ASSISTOLIA

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Curso de Atendimento Pré-hospitalar – Nível Suporte Básico de Vida

A assistolia é a evolução final das demais


modalidades de PCR, quando não atendidas
adequadamente ou em tempo hábil. O DEA não
está programado para tratar esta arritmia.
A total ausência de atividade ventricular contrátil
associada à inatividade cardíaca é denominada
assistolia.
Este tipo de arritmia não é tratado com choque.

DESFIBRILAÇÃO CARDÍACA

Desfibrilação é a aplicação de uma corrente elétrica em um paciente, através de um


desfibrilador, um equipamento eletrônico cuja função é reverter um quadro de fibrilação
ventricular ou taquicardia ventricular sem pulso.
A cardioversão é a mesma terapia de choque, porém, se dá mediante a aplicação de
descargas elétricas no paciente, graduadas de acordo com a necessidade e sincronizada com o
ritmo cardíaco.
Os choques elétricos em geral são aplicados diretamente no miocárdio ou por meio de
eletrodos colocados na parede torácica.

ESQUEMA - DESFIBRILAÇÃO
Eletrodos adesivos transferem a atividade elétrica
para o DEA que detecta a arritmia FV. O DEA
carrega e entrega, sob ação do operador, uma
carga elétrica para eliminar a arritmia.

DESFIBRILAÇÃO – AÇÃO DO CHOQUE

A desfibrilação é a aplicação de uma corrente elétrica em um paciente, através de um desfibrilador,


um equipamento eletrônico cuja função é a reversão das arritmias cardíacas pela aplicação de um
pulso de corrente elétrica de grande amplitude num curto período de tempo. O choque produz uma
assistolia temporária que permite ao nodo sinusal organizar a atividade cardíaca.

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Curso de Atendimento Pré-hospitalar – Nível Suporte Básico de Vida

O pulso de corrente elétrica que atravessa o coração promove também a despolarização


(contração) de uma grande quantidade de fibras ventriculares que estavam repolarizadas
(relaxadas) e prolonga a contração das que já estavam contraídas.
Se uma certa massa crítica (75% a 90%) das fibras responderem simultaneamente a esta
contração forçada, quando retornarem ao estado de repouso estarão em condições de
responder ao marca‐passo natural do corpo (nodo sinusal) e, com o sincronismo, o
bombeamento é restabelecido.

EQUIPAMENTOS DESFIBRILADORES – MANUAIS

Equipamento utilizado na parada cardiorrespiratória com


objetivo de restabelecer ou reorganizar o ritmo cardíaco. O
primeiro equipamento desfibrilador foi elaborado porr Claude
Beck em 1947, mas para uso em desfibrilação no intra-
operatório (desfibrilação cardíaca interna).
O desfibrilador externo manual é um equipamento de uso
exclusivamente médico.

DESFIBRILADOR EXTERNO AUTOMÁTICO

Quando nos referirmos ao desfibrilador para uso leigo estaremos falando do “Desfibrilador
Externo Automático” ou, simplesmente, pela siga “DEA”.
Conheceremos algumas características de modelos existentes no mercado brasileiro.
Obviamente que será necessário que o usuário leia o respectivo manual de instruções para
maiores informações sobre o produto.

MODO DE OPERAÇÃO – AUTOMÁTICO

Desfibriladores Externo na função “Automático” libera


choques sem a intervenção do operador. Possui somente o
botão “Liga-Desliga”. Uma vez que a arritmia é detectada e o
choque carregado, alerta o operador e libera a carga em até
5 segundos. Este modelo não é comum para os serviços de
atendimento pré-hospitalar e encontra-se em desuso pelo
alto risco na operação.

MODELO SEMI-AUTOMÁTICO

Centro de Referência e Treinamento em APH Edição 2019 Página 278


Curso de Atendimento Pré-hospitalar – Nível Suporte Básico de Vida

Desfibriladores Externo na função “Semi-


Automático” libera choques somente com a
intervenção do operador. Possui o botão
“Liga-Desliga” e o botão “Choque”. Uma vez
que a
arritmia é detectada e o choque carregado, alerta o operador e caso este não libere o choque em 20
ou 30 segundos, dependendo do modelo de aparelho, a carga é cancelada por questões de
segurança.

MODELOS COMUNS NO MERCADO

Todos os modelos de DEA possuem as qualidades necessárias para a desfibrilação cardíaca, embora
possuam tecnologias diferentes.

ELETRODOS DE DESFIBRILAÇÃO

Através dos eletrodos o desfibrilador avalia o ritmo


cardíaco do paciente e quando necessário, na
presença de fibrilação ventricular ou taquicardia
ventricular de alto risco, carrega automaticamente e
solicita ao socorrista que pressione o botão para
choque quando necessário. A energia da desfibrilação
também é fornecida através desses mesmos
eletrodos;

VALIDADE

Centro de Referência e Treinamento em APH Edição 2019 Página 279


Curso de Atendimento Pré-hospitalar – Nível Suporte Básico de Vida

Eletrodos são de uso único e


descartáveis.
Observe o prazo de validade
dos eletrodos.
Somente abra um pacote de
eletrodos depois que constatar
a parada cardíaca. A face em
gel resseca muito facilmente e
não adere no tórax da vítima.
Manuseie-o pelas extremidades, sem contato com o gel adesivo.

APLICAÇÃO DOS ELETRODOS

Siga as recomendações do fabricante para emprego


do DEA. As ilustrações mostram uma das
alternativas de aplicação de eletrodos.

EXPOSIÇÃO DO TÓRAX
Tenha sempe disponível uma tesoura de ponta
romba! Seja rápido na exposição do tórax da vítima!

EXPOSIÇÃO DO TÓRAX
Livre o tórax de peças íntimas, em especial, que possuam detalhes em metal. A exposição completa
do tórax é necessária para a realização da RCP de alta qualidade e utilização do DEA. Isto é
inconstestável!

IMPEDÂNCIA TORÁCICA
A resistência elétrica que se opõe à súbita movimentação dos elétrons através do tórax (corrente
elétrica), durante a desfibrilação, é a "impedância torácica". Existe um valor mínimo de corrente
elétrica capaz de promover a desfibrilação (limiar de desfibrilação).
Obviamente, quanto menor a impedância torácica, maior a corrente elétrica. Por outro lado,
valores muito altos, freqüentemente, provocam insucesso na desfibrilação.

Centro de Referência e Treinamento em APH Edição 2019 Página 280


Curso de Atendimento Pré-hospitalar – Nível Suporte Básico de Vida

Muitos fatores determinam a impedância torácica: tamanho dos eletrodos; energia


selecionada; área de contato dos eletrodos; gel adesivo condutor de boa qualidade; número e
intervalo de tempo entre choques prévios; distância entre os eletrodos; tamanho do tórax;
pressão de contato dos eletrodos no tórax.

FATORES DE IMPEDÂNCIA TORÁCICA

Se houver impedância torácica elevada acima da capacidade do DEA, não haverá a administração de
choques e o paciente terá perdido a chance de reanimação.
São fatores que aumentam a impedância torácica:
Estruturas ósseas proeminentes;
Tipos de pele e suas particularidades;
Peso do paciente;
Tamanho do tórax do paciente;
Quantidade de ar nos pulmões;
Quantidade de gordura subcutânea;
Umidade da pele;
Excesso de pêlos no tórax.

TEMPO DE PASSAGEM DA CORRENTE

É necessário ressaltarmos que a desfibrilação é a passagem da corrente elétrica (ampère) através


do coração, em curto espaço de tempo.
Essa corrente elétrica é determinada pela energia liberada pelo desfibrilador (em Joules) e pela
impedância ou resistência transtorácica.

REDUÇÃO DA IMPEDÂNCIA TORÁCICA

Algumas medidas são fundamentais para a redução da impedância torácica e boa leituras dos
eletrodos e estão listadas ao lado. Serão discutidas uma a uma oportunamente durante vosso
estudo!
Secar o tórax do paciente antes da aplicação de eletrodos;
Raspar o excesso de pelos dos locais de aplicação de eletrodos;
Remover curativos adesivos da área de abrangência da corrente elétrica;
Retirar adornos metálicos que estejam ao redor do pescoço;
Mudar a posição padrão de eletrodos na presença de dispositivos implantados no tórax;
Usar eletrodos de desfibrilação dentro do prazo de validade e somente abertos na hora do uso.

Centro de Referência e Treinamento em APH Edição 2019 Página 281


Curso de Atendimento Pré-hospitalar – Nível Suporte Básico de Vida

POSIÇÃO DOS ELETRODOS

Publicação nos resumos das Diretrizes de Ressuscitação Cardiopulmonar da AHA – 2010.

Para facilitar a colocação e o treinamento, a posição da pá anterolateral segue o


posicionamento lógico padrão de eletrodos. Qualquer uma das três posições alternativas da pá
(anteroposterior, antero infraescapular esquerda e antero infraescapular direita) podem ser
consideradas, segundo as características de cada paciente. A colocação das pás do DEA no tórax
desnudo da vitima, em qualquer uma das quatro posições da pá, e aceitável para a
desfibrilação.
Novos dados demonstram que as quatro posições da pá (anterolateral, anteroposterior, antero
infraescapular esquerda e antero infraescapular direita) parecem ser igualmente eficazes para
tratar arritmias atriais ou ventriculares. Mais uma vez, para facilitar o treinamento, a posição
padrão ensinada em cursos da American Heart Association não será modificada em relação a
posição recomendada em 2005.

POSIÇÃO PADRÃO – AHA

Este é a posição padrão ensinada nos cursos da AHA


para facilitar a colocação de eletrodos. As demais
formas aceitáveis veremos na sequencia.
Abra a embalagem dos eletrodos de desfibrilação.
Retire o revestimento de proteção dos eletrodos de
desfibrilação. Coloque o lado adesivo de cada
eletrodo na pele desnuda do paciente, exatamente
conforme mostrado no desenho apresentado em
cada eletrodo.
Fonte: Manual do DEA Philips Heart START FR2

POSIÇÃO ELETRODOS – TÓRAX MASCULINO

Utilize as referências: um eletrodo na região abaixo


da clavícula, ao lado do esterno, acima do mamilo;
outro eletrodo na linha média axilar, abaixo do
mamilo esquerdo.

Centro de Referência e Treinamento em APH Edição 2019 Página 282


Curso de Atendimento Pré-hospitalar – Nível Suporte Básico de Vida

POSIÇÃO ELETRODOS – TÓRAX FEMININO


Aplique eletrodos acima da mama a direita e abaixo
da mama a esquerda, utilizando as mesmas
referências do tórax masculino. Não aplique eletrodo
sobre o tecido mamário, pois aumenta a impedância
torácica e

POSIÇÕES ALTERNATIVAS – ELETRODOS

Posição latero-lateral com as pás aplicadas na parede do tórax logo abaixo do mamilo na linha média
axilar.

POSIÇÃO ANTERO-POSTERIOR

O eletrodo da parte posterior (INFRA ESCAPULAR ESQUERDA ou DIREITA) deve ser aplicado
primeiro, pois se feito do contrário, ao efetuar o rolamento da vítima por 2 vezes, o eletrodo
anterior poderá se descolar do tórax da vítima.

CUIDADOS

Durante a desfibrilação, bolhas de ar entre a pele e os eletrodos de desfibrilação podem causar


queimaduras na pele do paciente. Para evitar a formação de bolhas de ar, verifique se os
eletrodos de desfibrilação estão totalmente aderidos à pele.
Não deixe que eletrodos de desfibrilação encostarem um no outro ou nos eletrodos de ECG,
condutores, ataduras, adesivos transdérmicos, etc. O contato pode produzir centelhas
elétricas e queimaduras na pele do paciente durante a desfibrilação; além disso, pode desviar
a corrente, afastando-a do coração.

Centro de Referência e Treinamento em APH Edição 2019 Página 283


Curso de Atendimento Pré-hospitalar – Nível Suporte Básico de Vida

Mexer no paciente, ou transportá-lo, durante a análise do ritmo cardíaco, pode produzir um


retardo ou inexatidão no diagnóstico. Se o DEA apresentar instrução de CHOQUE
RECOMENDADO, mantenha o paciente imóvel durante pelo menos 15 segundos,
para que o DEA possa reconfirmar a análise do
ritmo antes de aplicar o choque.

DESCARTE DOS ELETRODOS

As recomendações ao lado estão no Manual de Instruções de uma das principais marcas de DEA em
comercialização no Brasil.

PARTICULARIDADES DE EQUIPAMENTOS

Leia sempre o Manual de Instruções do seu equipamento em uso.


Alguns equipamentos possuem particularidades que podem influenciar na aplicação.

Centro de Referência e Treinamento em APH Edição 2019 Página 284


Curso de Atendimento Pré-hospitalar – Nível Suporte Básico de Vida

DEA ZOLL – PARTICULARIDADES

ELETRODO ZOLL – PARTICULARIDADES

Aplique o sensor de RCP (metrônomo) no centro do peito tomando como base a linha imaginária
entre os mamilos (metade inferior do esterno).

CONECTAR ELETRODOS – ZOLL

Para a aplicação do tipo de eletrodo acima será


necessário interromper a RCP.

Centro de Referência e Treinamento em APH Edição 2019 Página 285


Curso de Atendimento Pré-hospitalar – Nível Suporte Básico de Vida

Procure interromper ou adiar a RCP por tempo inferior a 10 segundos, desde a interrupção da RCP até a
leitura do ritmo cardíaco pelo DEA.

ENERGIA UTILIZADA PELOS DEA

Alguns equipamentos possuem baterias recarregáveis, outros descartáveis.


Alguns funcionam com pilhas especiais.
Considere o custo benefício ao adquirir equipamentos DEA. O valor pago por equipamentos com
acessórios descartáveis (baterias) são menores, porém seus custo de substituição podem ser
maiores que dos equipamentos com baterias recarregáveis.

TIPOS DE BATERIAS

Existem diferentes formas de baterias:


descartáveis, recarregáveis, pilhas,
conjunto de pacotes de carga e
eletrodos. A energia da bateria de
corrente contínua será convertida por
um capacitor interno no DEA em
milhares de watts por segundo, o que
equivale a medida em “Joules”!

FORMAS DE ONDA DE ENERGIA

Monofásica: a corrente viaja em uma só direção (polo positivo para negativo) sem mudança de
polaridade.
Bifásica: a corrente vai no sentido positivo/negativo, o equipamento inverte a polaridade para
positivo/negativo e retorna para o ponto de origem.

ENERGIA BIFÁSICA

A corrente é liberada em uma direção e após um período


reverte em direção oposta. Em virtude desta característica da
onda bifásica, a quantidade de energia é de menor intensidade,
bem como o dano miocárdico (utiliza-se energia entre 120 a 200
joules). A incidência de refibrilação também é menor.

Centro de Referência e Treinamento em APH Edição 2019 Página 286


Curso de Atendimento Pré-hospitalar – Nível Suporte Básico de Vida

EQUPAMENTOS E CARGAS

Equipamentos bifásicos e respectivas cargas para desfibrilação cardíaca.

APLICAÇÃO DOS CHOQUES

Dê o alerta “Afaste-se – Choque!” antes de


apertar o botão “choque”!

EFICIÊNCIA DO DEA

O DEA é um dos equipamentos mais seguros para o tratamento humano. No entanto, a


segurança do uso é de inteira responsabilidade do usuário.
A manutenção preventiva ou corretiva deve ser levada a sério com revisões periódicas.
As falhas observadas com o equipamento quase sempre estão relacionadas ao mau uso.

SENSIBILIDADE E ESPECIFICIDADE

A precisão da análise do ritmo cardíaco de um DEA é normalmente descrito em termos de


sensibilidade e especificidade.
A sensibilidade representa a capacidade de um DEA identificar arritmias que devem ser
desfibriladas.
A especificidade representa a capacidade de um DEA em identificar arritmias que não precisam
ser desfibriladas.
Idealmente, os DEA devem ter sensibilidade e especificidade de 100%. No entanto, isso não é a
realidade porque existe um ponto de equilíbrio (compromisso) entre sensibilidade e
especificidade.

Centro de Referência e Treinamento em APH Edição 2019 Página 287


Curso de Atendimento Pré-hospitalar – Nível Suporte Básico de Vida

A avaliação de desempenho dos DEA é determinada por normas emitidas pela American
Nacional Standards Institute/Association for the Advancement of Medical Instrumentation,
ANSI/AAMI.
De acordo com estas normas, a sensibilidade para reconhecimento de fibrilação ventricular em
uma amplitude de 200 mV ou mais deve ser superior a 90% na ausência de artefato
(interferências).
Para os equipamentos que detectam taquicardia ventricular, a sensibilidade deve ser superior a
75%. A especificidade do equipamento em diferenciar arritmias que não necessitam de
desfibrilação deve ser superior a 95% na ausência de artefatos. [Conselho Europeu de
Ressuscitação. 1993].

ALERTAS / RECALL – DEA

No entanto, essa precisão pode ser afetada com riscos para o paciente e para o operador. O Boletim
Informativo de Tecnovigilância, Brasília, Número 01, jan/fev/mar 2011 ‐ ISSN 2178-440X traz mais
informações.
Desfibriladores externos são importantes equipamentos para salvar vidas. Ações de alerta ou
recall de acessórios e desfibriladores circulam internacionalmente entre os países, sobretudo
entre os países membros do esforço de harmonização da regulação de produtos para a saúde, a
Global Harmonization Task Force desde 2005, fornecendo significativos subsídios para as ações
de fiscalização e regulação de produtos para a saúde. Nos últimos cinco anos, os problemas de
segurança persistentes tem sido observados com todos os tipos de desfibriladores externos e
em todos os fabricantes destes equipamentos.
De 01 de janeiro de 2005 a 10 de julho de 2010, na FDA (FDA (Food and Drug Administration)
que é o órgão governamental dos Estados Unidos da América responsável pelo controle dos
equipamentos médicos, dentre outras coisas) houve 68 notificações, apresentando um
aumento anual de nove (em 2005) para 17 (em 2009, último ano com dados completos
disponíveis). Durante este período, a FDA realizou múltiplas inspeções em todos os fabricantes
de desfibrilador externo.
A partir da experiência na Unidade de Tecnovigilância da ANVISA, Buss G. documentou, em
2010, um grande número de unidades de desfibriladores afetados por ações de recall (mais de
1 milhão de AED e cerca de 250 mil acessórios) salientando o fato que mais de 40% dessas
ações também se aplicavam ao Brasil.
A publicação de alertas de recall referentes a AED, pela FDA, demonstrou uma tendência
crescente o longo do período estudado, entre janeiro de 2003 e junho de 2010.
Também ocorreu uma distribuição crescente, ao longo destes anos, em relação ao número de
equipamentos afetados e ocorrência de dois ou mais problemas afetando um mesmo
equipamento, (cerca de 40% do total) está relacionado a um único fabricante, indicando
inclusive falhas no sistema da qualidade da linha de fabricação [FDA, 2008]. Além disto, um de
cada quatro destes alertas apresentou alto risco, requerendo ações imediatas.

Centro de Referência e Treinamento em APH Edição 2019 Página 288


Curso de Atendimento Pré-hospitalar – Nível Suporte Básico de Vida

MODOS DE FALHAS OBSERVADOS

Medidas corretivas e preventivas foram executadas pelos representantes destes fabricantes no


Brasil e inspeções internacionais de Boas Práticas de Fabricação foram realizadas nos fabricantes
citados.

MOMENTO PARA LIGAR E UTILIZAR O DEA

Ao presenciar uma PCR extra-hospitalar e havendo um DEA prontamente disponível no local, o


socorrista deverá iniciar a RCP com compressões torácicas e usar o DEA o quanto antes.

Profissionais de saúde tratando PCR em hospitais ou outras instituições com DEA ou


desfibriladores no local devem aplicar a RCP imediatamente e usar o DEA desfibrilador tão logo
o equipamento esteja disponível. Estas recomendações foram concebidas como apoio a RCP
precoce e a desfibrilação inicial, em particular quando ha um DEA ou um desfibrilador
disponível instantes após o ataque da PCR súbita.

SITUAÇÕES ESPECIAIS DE EMPREGO

Apresentarei as particularidades eventualmente existentes durante o emprego do Suporte Básico de


Vida com DEA em situações que envolvam:
A. Gestantes;
B. Coincidência com dispositivos implantados no tórax;
C. Paciente pediátrico;

Centro de Referência e Treinamento em APH Edição 2019 Página 289


Curso de Atendimento Pré-hospitalar – Nível Suporte Básico de Vida

D. Paciente feminina;
E. Vítimas de trauma.

DESFIBRILAÇÃO – GESTANTE

Sua prioridade é salvar a vida da gestante!


O emprego do DEA segue as mesmas regras para qualquer
vítima, exceto, não aplique eletrodos sobre o tecido
mamário de forma a diminuir a impedância torácica como
já visto anteriormente.

RCP – GESTANTE

Efetue o deslocamento manual do útero para o lado esquerdo a fim de descomprimir a veia cava
inferior e aorta abdominal melhorando a circulação sanguínea materna.

PROTEÇÃO COM DEA

Desfibriladores Externo Automáticos são encontrados em


locais públicos para serem usados por pessoas treinadas
em Suporte Básico de Vida. Alguns quartéis de Bombeiros
possuem DEA para proteção local, em especial, e
obrigatoriamente, naqueles em que são executados testes
físicos.

Centro de Referência e Treinamento em APH Edição 2019 Página 290


Curso de Atendimento Pré-hospitalar – Nível Suporte Básico de Vida

INSTALAÇÃO FIXA
O acesso público a desfibrilação prevê a instalação de DEA em locais públicos (aeroportos, shoping
center, centros empresariais, hotéis, hipermercados, estádios de futebol, casas de espetáculos,
bancos e instituições financeiras, instituições de ensino e parques com determina população
flutuante ou fixa, prevista me Legislações locais.

AEROPORTO DE CHICAGO
De acordo com o Dr. Sérgio Timerman, a medida salva vidas. “Nos
cassinos de Las Vegas, nos Estados Unidos, a adoção de diretrizes
de atendimento e desfibriladores fez as chances de sobrevivência
passarem de 4,5% a 7% para 71%. Nos aviões, onde as chances
eram zero, agora são de 40%. E no aeroporto de Chicago, muito
bem equipado, as chances subiram de 2% para 56%”, diz o
cardiologista.

ACESSÓRIOS PARA UTILIZAÇÃO – DEA


Para o emprego adequado do DEA alguns equipamentos adicionais devem estar disponíveis.
Veja a seguir o KIT de acessórios que necessitam ser acondicionados na mesma maleta do DEA ou em
separado.

ACESSÓRIOS PARA DEA


Mantenha junto com o DEA:
A. Eletrodos reservas;
B. Tesoura de cortar vestes;
C. Máscara para ventilação de resgate;
D. Toalha de rosto;
E. Raspador de pelos (barbeador sem fita de gel);
F. Luvas de Procedimentos.

A C

F
D E

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Curso de Atendimento Pré-hospitalar – Nível Suporte Básico de Vida

MANUTENÇÃO DO EQUIPAMENTO

Siga as recomendações do fabricante. Em caso de eventuais falhas encaminhe para a Assistência


Técnica.
❑ Limpe somente a superfície externa do equipamento com um pano úmido;
❑ Mantenha um check-list (semanal) atualizado junto com o equipamento;
❑ Não abra a embalagem dos eletrodos se não houver a necessidade de uso;
❑ Observe o prazo de validade dos eletrodos;
❑ Não tente utilizar eletrodos de outras marcas de equipamento, pois possuem configurações
diferentes;
❑ Mantenha sempre uma bateria sobressalente ou pilhas reservas;
❑ Destrua e descarte os eletrodos no lixo comum, exceto quando contaminado com sangue e/ou
secreções da vítima.

GRAVAÇÃO DE DADOS
A gravação de dados é um OCIONAL do DEA que deve ser adquirido junto ao fabricante.
A gravação interna ou em cartões de dados pode ser transferida para arquivo em computador e
serve como uma proteção administrativa para o Operador do DEA.
Verifique se houve a aquisição deste módulo de gravação.

PROCEDIMENTOS ADMINISTRATIVOS

Esteja qualificado para utilizar o DEA através de cursos de atualizações frequentes e a certificação
necessária.
❑ Siga os procedimentos operacionais padronizados para o seu nível de atendimento, caso seja
leigo ou profissional de saúde;
❑ Solicite, quando possível, apoio de Suporte Avançado de Vida (equipes médicas) para o local;
❑ Transfira e faça a gravação dos dados do equipamento sobre o evento atual para um
computador (se software disponível).

TRANSFERÊNCIA DE DADOS

Imprima e arquive os dados


obtidos do evento;
Mantenha arquivada a gravação de
áudio de seu equipamento, se
disponível.

Centro de Referência e Treinamento em APH Edição 2019 Página 292


Curso de Atendimento Pré-hospitalar – Nível Suporte Básico de Vida

PROCEDIMENTOS RECOMENDADOS

Anote dados de pelo menos 2 testemunhas do emprego DEA que possam contribuir para eventuais
depoimentos em seu favor.
❑ Colete dados sobre o paciente: nome completo, RG, endereço, telefones, familiares para
contatos, hospital de destino, etc.
Dados principais da ocorrência:
❑ tipo de atendimento (clínico ou trauma),
❑ número da ambulância de transporte e qualificação do condutor,
❑ horários de saída do local da ocorrência e de entrada no hospital,
❑ nome e CRM do médico no hospital,
❑ nome e COREN do Encarregado da Equipe do SAMU (192),
❑ nome e RE do Comandante da EQUIPE de RESGATE do Corpo de Bombeiros (193), etc.
❑ Realize um relatório pormenorizado sobre a ocorrência e encaminhe para o setor responsável
guardando-se uma cópia para si.

CHECK-LIST SEMANAL DO EQUIPAMENTO

Uma vez por semana, execute o teste do DEA. Siga as recomendações de cada modelo e fabricante!
Registre em formulário próprio e arquive para eventual consulta sobre a qualidade do equipamento!

RISCOS E INTERFERÊNCIAS

O DEA é um equipamento que utiliza energia elétrica de alta intensidade e curta duração capaz de
produzir centelhas elétricas e calor suficiente para provocar acidentes de eletrocussão, queimaduras
e iniciar a combustão de substâncias inflamáveis presentes no ambiente. O DEA sofre interferências
em seu modo de análise podendo acarretar a recomendação de choque para pacientes que não
precisam, ou devido as interferências, deixar de aplicar choques em pessoas que dele precisam.
Saber manejar o equipamento de forma segura e resolver as principais intercorrências é a finalidade
de um treinamento de capacitação para operação de DEA.
ESTEJA ATENTO! CUIDE DA SUA SEGURANÇA E DA SEGURANÇA DO PACIENTE!

SUPERFÍCIES MOLHADAS

Transporte a vítima para local seco, seque


o corpo da vítima antes de aderir os
eletrodos e aplicar o choque.

Centro de Referência e Treinamento em APH Edição 2019 Página 293


Curso de Atendimento Pré-hospitalar – Nível Suporte Básico de Vida

OXIGÊNIO

Comburente + calor - risco de incêndio.


Desligue ou afaste fontes de oxigênio
durante o uso do DEA

VAZAMENTO DE COMBUSTÍVEIS

O uso do DEA nesse ambiente trará


risco de explosão ou incêndio pela
emissão da descarga elétrica com risco
de morte.

MOVIMENTOS DURANTE ANÁLISE

É necessário pelo menos 15 segundos


sem movimentação do paciente para
uma leitura adequada do ritmo
cardíaco. Se o problema persistir inicie
e mantenha a RCP até que a vítima
esteja em área sem interferência,
então use o DEA.
INTERFERÊNCIAS – COMUNICAÇÃO

Durante o período em que o DEA estiver “analisando” impeça o uso de emissores de


radiofrequência e celulares numa distância inferior a 2 metros da vítima.

ATENÇÃO!
O alto nível de radiação
eletromagnética emitida por estes
aparelhos podem resultar numa grande
interferência, prejudicando o
funcionamento normal do desfibrilador
, colocando em risco a segurança do
paciente.
Fonte: Disponível em
http://www.deabrasil.com.br/manual/manual_dea.pdf

Centro de Referência e Treinamento em APH Edição 2019 Página 294


Curso de Atendimento Pré-hospitalar – Nível Suporte Básico de Vida

ELETRICIDADE / INCLUSIVE ESTÁTICA

Locais onde há dispersão de


eletricidade no solo e mesmo a
eletricidade estática produzida por
corpos em movimentos (fluidos,
pessoas, máquinas, etc.) podem
interferir na leitura do ritmo cardíaco.

CURATIVOS ADESIVOS

Retirar os adesivos e remover o resíduo


(inflamável) da pele do paciente com
gaze e solução fisiológica, secando em
seguida o local.
ATENÇÃO!
Adesivos no trajeto da corrente elétrica
aumentará a impedância torácica.
Via de regra são feitos de material
inflamável (cola) e podem se incendiar
com a descarga elétrica trazendo
queimaduras na pele do paciente.

RISCOS DE QUEIMADURAS / PACIENTE

Há o risco de queimaduras na pele do paciente ao aplicar a desfibrilação. Para evitar ou minimizar


as queimaduras, é aconselhado que se aplique à pele limpa e seca apenas eletrodos abertos na
hora do uso, não danificados e que estejam no prazo de validade. NUNCA use eletrodos de
desfibrilação ressecados.

Centro de Referência e Treinamento em APH Edição 2019 Página 295


Curso de Atendimento Pré-hospitalar – Nível Suporte Básico de Vida

Durante a desfibrilação, a formação de bolhas de ar entre a pele e os eletrodos de desfibrilação


pode causar queimaduras. Para prevenir a formação de bolhas de ar, verifique se os eletrodos de
desfibrilação estão totalmente aderidos à pele.

RELEMBRE!
Estando o tórax do paciente molhado, o socorrista deve secar bem, antes do tratamento, a
fim de se evitar ocorrência de fuga de descarga elétrica.
Lembre do risco de colocar eletrodos sobre dispositivos implantados no tórax.

SUPORTE BÁSICO DE VIDA COM DEA

Começaremos a apresentar abordagens táticas de atendimento a vítimas de parada cardíaca


considerando possíveis cenários com a variação de pessoal e equipamentos.
Não se trata de “engessar” o atendimento, mas de propiciar rapidez e uma sequencia de
operação que atenda ao critérios técnicos para uma boa qualidade de ressuscitação
cardiopulmonar e o uso precoce do desfibrilador externo automático.
Será adequado que pratique exaustivamente para obter a capacitação que se espera para um
profissional de uma EQUIPE de Unidade de Resgate!

SOCORRISTA ATUANDO SOZINHO

Imagine-se numa situação em que você está em um trabalho de prevenção em um local


público e uma pessoa entre em parada cardíaca. É possível ter acesso a um DEA instalado no
local.
Veja a sequencia de operação do equipamento em conjunto com as manobras de suporte
básico de vida propostas.
Leve em conta que você não possui equipamento de ventilação de resgate e sua biossegurança
estará afetada para executar ventilação boca a boca.

AVALIAÇÃO DA CENA / APOIOS


1. Observe, rigorosamente, as REGRAS DE SEGURANÇA ao abordar uma vítima;
2. Utilize sempre os equipamentos de proteção individual disponíveis;
3. Solicite o apoio dos serviços médicos de emergência locais (RESGATE / SAMU / AMBULATÓRIO,
etc.).
4. Procure liderar o atendimento distribuindo funções para outros socorristas voluntários que
estejam no local.

Centro de Referência e Treinamento em APH Edição 2019 Página 296


Curso de Atendimento Pré-hospitalar – Nível Suporte Básico de Vida

CONSTATAR A PARADA CARDÍACA


Constate a parada cardíaca com os sinais:
Inconsciência;
Ausência de respiração ou somente gasping;
Ausência de pulso central (carotídeo ou braquial).
Não leve mais que 10 segundos na verificação de pulso.

USO IMEDIATO DO DEA


Se estiver sozinho e um DEA estiver disponível, priorize seu uso assim que constatar a parada
cardíaca.
LIGUE O DEA ANTES DE QUALQUER OUTRA AÇÃO.
O equipamento fará um auto teste de funcionamento. Se houver alguma falha de operação emitirá
avisos luminosos e sonoros tais como “bateria fraca” ou “assistência técnica”.

PREPARAÇÃO DO TÓRAX

Quanto maior a impedância torácica maior será a carga para desfibrilar. Secar o tórax permite
adesivar adequadamente o eletrodo e diminui a impedância torácica.
Raspe, se necessário, os locais para aplicação de eletrodos. Retire o excesso de pelos com cuidado
para não ferir a vítima. Use raspadores sem camada de gel que poderia aderir ai tórax e interferir
nos eletrodos.

Centro de Referência e Treinamento em APH Edição 2019 Página 297


Curso de Atendimento Pré-hospitalar – Nível Suporte Básico de Vida

APLICAR ELETRODOS

Manuseie-os com cuidado para não tocar na


parte com gel. Segure-o pelas bordas onde
há um isolamento. Puxe o protetor do
adesivo do fio em direção a extremidade do
eletrodo.

LOCAIS DE APLICAÇÃO DE ELETRODOS

Esta é a posição padrão American Heart Association. Existe mais 3 variações que poderão ser
utilizadas de acordo com o paciente.
Passe a mão sobre os eletrodos garantindo a adesão uniforme da superfície no tórax do paciente.
Bolhas de ar entre o eletrodo e a pele se aquecerão e produzirão queimaduras no local.

INTERFERÊNCIAS

Cuide para que ninguém fale ou ande no local da


ocorrência durante a análise do ritmo cardíaco
evitando interferências na audição do DEA e
leitura do ECG do paciente.

Centro de Referência e Treinamento em APH Edição 2019 Página 298


Curso de Atendimento Pré-hospitalar – Nível Suporte Básico de Vida

SEGURANÇA X CHOQUE

Tenha a sequencia de segurança em mente:


_ Eu estou afastado;
_ Eles estão afastados;
_ Todos estão afastados.
Aperte o botão para aplicar o choque!

INÍCIO IMEDIATO DA RCP

Assim que aplicar o


choque inicie
imediatamente a RCP.
Coloque as mãos
sobrepostas na linha
intermamilar na
metade inferior do
esterno.

Utilize frequência entre 100 e 120 por minuto e profundidade de compressões torácicas entre 5 e 6
cm, permitindo retorno total do tórax entre as compressões.

RCP “SOMENTE COMPRESSÕES”

A RCP somente com compressões torácicas somente é indicada na


falta absoluta de recursos de biossegurança ou equipamentos de
ventilação. Deve ser executada até a chegada de equipamentos de
ventilação.
O DEA está programado para cronometrar e permitir que se
faça 2 minutos de RCP.
Interrompa IMEDIATAMENTE as compressões quando o DEA
alertar.
RCP – COMPRESSÕES X VENTILAÇÕES

Se dispuser de equipamentos para ventilar,


como uma máscara de bolso, execute ciclos
de 30 compressões por 2 ventilações de
resgate até o DEA interromper para análise.

PARA VENTILAR ATENÇÃO:

Centro de Referência e Treinamento em APH Edição 2019 Página 299


Curso de Atendimento Pré-hospitalar – Nível Suporte Básico de Vida

Abrir as VAS;
Inspecionar a cavidade oral;
Remover secreções ou corpos estranhos.

PROCEDIMENTOS PÓS-REANIMAÇÃO

Se houver retorno da respiração e pulso e não houver equipamentos de ventilação e oxigenação


para manter a assistência pré-hospitalar até a chegada de uma ambulância, mantenha a vítima na
“Posição de Recuperação”.
ATENÇÃO!
Se as vítimas necessitarem e você dispuser de equipamentos para assistência ventilatória,
mantenha-a em decúbito dorsal horizontal com as vias aéreas pérvias durante o procedimento.

MONITORAMENTO CONSTANTE

Não remova as pás adesivas do tórax do paciente, pois a vítima


poderá entrar novamente em parada cardíaca e a mesma pá será
utilizada para a desfibrilação, se necessário.
ATENÇÃO!
Se precisar mover a vítima do local em que se encontra, desconecte
o eletrodo do DEA, pois pode ocorrer a indicação de choque
recomendado para uma vítima que dele não precise. Tão logo
necessite utilizar, reconecte os eletrodos e não perderá os dados
gravados no equipamento.

CHOQUE NÃO RECOMENDADO

Sempre que um DEA NÃO INDICAR CHOQUE execute mais 2 MINUTOS DE RCP e então reavalie a
vítima.
1. Se apresentar boa respiração e pulso: providencie o transporte ao hospital ou aguarde o SEM;
2. Se mantiver em parada cardíaca: inicie e mantenha a RCP até a chegada de apoio e entrega do
paciente no hospital, ou ordem médica para interromper a RCP.

Centro de Referência e Treinamento em APH Edição 2019 Página 300


Curso de Atendimento Pré-hospitalar – Nível Suporte Básico de Vida

LEMBRE-SE!
Não é o socorrista que determina a quantidade de choques que um DEA deve administrar.
O DEA oferecerá tantos choques quanto persistir a arritmia cardíaca FV ou TVSP.

SOCORRISTA ATUANDO COM APOIO

Nossa próxima discussão será o emprego do DEA em dupla de socorristas que disponha de
equipamentos básicos de reanimação. Como planejar e executar a assistência a uma vítima de
parada cardíaca até que receba o apoio de uma equipe do Serviço Médico de Emergência (Corpo
de Bombeiros / SAMU, etc.).
Mais uma vez imagine-se atuando em um local público que disponha de acesso rápido ao um
DEA.

AÇÕES INICIAIS DE SOCORRO

A sequencia de abordagem, avaliação e constatação da parada cardíaca, neste caso, foi sintetizada
para termos um enfoque maior no uso do DEA.
Um socorrista inicia a avaliação da vítima;
Constata a parada cardíaca;
Solicita que alguém ligue para o Serviço de Emergência Médica local e peça uma ambulância;
Solicita que outro socorrista vá buscar um DEA;
Inicia a RCP com ou sem o auxílio de equipamentos;
Mantem a RCP até que o DEA esteja instalado no paciente;
O DEA alertará para interromper a RCP.

CHEGADA DO DEA

O socorrista que chegar com o DEA deve se posicionar do lado oposto ao socorrista que está
executando a RCP.

PRIMEIRA AÇÃO: LIGUE O DEA.


Prepare o tórax da vítima.
Seque os locais antes da aplicação dos eletrodos;

Centro de Referência e Treinamento em APH Edição 2019 Página 301


Curso de Atendimento Pré-hospitalar – Nível Suporte Básico de Vida

Raspe os pelos dos locais


APLICAR ELETRODOS

O socorrista não deve interromper a RCP até que os eletrodos estejam posicionados firmemente no
tórax do paciente e a análise automática do ritmo cardíaco seja iniciada.
Mantenha o DEA próximo a cabeça da vítima.
Aplique os eletrodos firmemente no tórax da vítima.
Seja rápido na execução do procedimento!

CONECTAR ELETRODOS

Alguns modelos de DEA utilizam eletrodos pré-


conectados. Outros, no entanto, possuem eletrodos em
envelopes separados. Neste último caso, coloque primeiro
os eletrodos no tórax da vítima, depois insira o conector
no DEA.
Conheça o modo de operação do DEA do seu local de
trabalho.
Leia o Manual de Instruções.

ANÁLISE DO RITMO CARDÍACO

Não permita uso de HT ou celular a menos de 2 metros


de distância do DEA;
Interrompa qualquer movimentação ao redor do
paciente;
Impeça que pessoas falem alto e atrapalhem ouvir as
mensagens do DEA.
Interrompa a RCP para análise do ritmo
cardíaco.
Corrija as interferências no DEA.

Centro de Referência e Treinamento em APH Edição 2019 Página 302


Curso de Atendimento Pré-hospitalar – Nível Suporte Básico de Vida

REINÍCIO IMEDIATO DA RCP

O socorrista que operou o DEA deve iniciar a RCP


pelas compressões torácicas. O socorrista
compressor deve ser substituído a cada 2 minutos.
Executar ciclos de 30 compressões torácicas por 2
ventilações de resgate até o DEA alertar para
análise.
O segundo socorrista deve estar pronto para
ventilar em aproximadamente 18 segundos, tempo
que o outro socorrista leva para executar as 30
compressões torácicas.
Deve executar a seguintes ações: abrir as vias aéreas, inspecionar a cavidade oral, remover
resíduos da boca (aspirar) e inserir uma cânula orofaríngea (se disponível).

SEQUENCIA DE CHOQUES

Interrompam a RCP quando o DEA indicar e aguarde


a análise do ritmo cardíaco.
Siga as instruções para novas sequencias de choque
e RCP.
Enquanto persistir a arritmia a ser tratada o DEA
recomendará sequencias de choque e RCP.

MENSAGEM - CHOQUE NÃO RECOMENDADO

Execute mais 2 minutos de RCP e então avalie a respiração e pulso. Caso tenha boa respiração e
pulso, aguarde o apoio da ambulância para o transporte com a vítima na “Posição de
Recuperação”.

NÃO SE ESQUEÇA!

Uma vítima atendida por uma equipe de Bombeiros somente será mantida na posição de
recuperação se estiver estável ou quando não houver equipamentos de ventilação para prosseguir
na assistência ventilatória.

Centro de Referência e Treinamento em APH Edição 2019 Página 303


Curso de Atendimento Pré-hospitalar – Nível Suporte Básico de Vida

Centro de Referência e Treinamento em APH Edição 2019 Página 304


Curso de Atendimento Pré-hospitalar – Nível Suporte Básico de Vida

Lição 17

SUPORTE BÁSICO DE VIDA COM DESFIBRILADOR EXTERNO AUTOMÁTICO


DEA – MÓDULO II

OBJETIVOS

Proporcionar aos participantes conhecimentos e habilidades que os capacitem a:


1) Empregar o Desfibrilador Externo Automático (DEA) em conjunto com as manobras
de Suporte Básico de Vida atuando como integrante de uma Guarnição de UR;
2) Empregar o DEA na vítima criança, no bebê e na pessoa com marcapasso cardíaco.

Centro de Referência e Treinamento em APH Edição 2019 Página 305


Curso de Atendimento Pré-hospitalar – Nível Suporte Básico de Vida

EMPREGO - DEA EM GUARNIÇÃO DE UNIDADE DE RESGATE

A partir de agora vamos apresentar uma tática de atendimento envolvendo o tratamento de uma
vítima em parada cardíaca num local de ocorrência com pelo menos 4 (quatro) socorristas
disponíveis.
Veremos logo adiante outra forma de abordagem específica para uma Equipe de Resgate levando
em conta que na maioria das ocorrências de parada cardíaca, somente o Encarregado e o Auxiliar da
Equipe estão presentes na abordagem da vítima, enquanto que o Motorista está providenciando o
estacionamento e sinalização da UR, isolamento do local da emergência, informações iniciais ao
CECOM.

CONSTATAÇÃO DA PARADA CARDÍACA

Constatada a parada cardíaca por meio da seguinte avaliação:


1. A vítima está inconsciente;
2. A vítima não respira normalmente ou somente apresenta “gasping”;
3. A vítima não tem pulso central (carotídeo, braquial, femoral) em até 10 segundos de verificação.

ATENÇÃO!

2 Socorristas devem iniciar IMEDIATAMENTE a


RCP.
O CECOM deve ser informado que a vítima está
em parada cardíaca por outro socorrista que
esteja na cena de emergência que também
solicitará apoio de SAV ou autorização para
Transporte Imediato assim que o DEA não mais
indicar “choques”.
Outro socorrista utilizará o DEA.
LIGAR O DEA

Deve ser a PRIMEIRA AÇÃO DO SOCORRISTA.


A maioria dos DEA são programados para executar
automaticamente auto-testes periódicos avaliando a
funcionalidade e calibração do equipamento, do
eletrodo, da carga das baterias, de forma que
demonstrem estar o equipamento sempre apto para
uso.

Centro de Referência e Treinamento em APH Edição 2019 Página 306


Curso de Atendimento Pré-hospitalar – Nível Suporte Básico de Vida

ALERTA!

Ouça a mensagem do auto-teste sobre a carga da bateria (fraca) ou tipo de eletrodo (adulto /
pediátrico), caso seu aparelho disponha deste tipo de informação.
Procure ter eletrodos reservas e baterias sobressalentes!

PREPARAÇÃO DO TÓRAX

Corte e remova todas as vestes que recobrem o tórax de forma rápida com uma tesoura de ponta
romba. Não se esqueça de montar um KIT de acessórios do DEA!

Modelo de KIT de acessórios para DEA.


Fonte: CardiAid®
DIMINUIR A IMPEDÂNCIA TORÁCICA

O operador do DEA deverá secar os locais de aplicação para facilitar uma boa adesão dos eletrodos.
Raspar os locais de aplicação removendo a maioria do pelos, se necessário!

APLICAÇÃO DE ELETRODOS

Abrir o pacote de eletrodos somente na hora do uso.


Manuseie-os com cuidados pelas bordas para não tocar na superfície em gel.
Cole nos locais indicados em cada eletrodo!

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Curso de Atendimento Pré-hospitalar – Nível Suporte Básico de Vida

LOCAIS DE APLICAÇÃO

Este é um dos 4 modos de aplicação de eletrodos no tórax. A posição dependerá das


necessidades da vítima que estará atendendo!
Evite aplicar eletrodos sobre os mamilos, no paciente masculino.
Não aplique eletrodos sobre o tecido mamário, no paciente feminino.

CONEXÃO DE ELETRODOS

Se o eletrodo vier em embalagem avulsa, priorize sua aplicação no tórax do paciente para
depois conectá-lo ao DEA.
Se o modelo for pré-conectado, aplique-os diretamente no tórax.

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Curso de Atendimento Pré-hospitalar – Nível Suporte Básico de Vida

ANÁLISE DO RITMO CARDÍACO

Afaste-se e afaste demais socorristas durante


a análise do ritmo cardíaco.
Não permita interferências de pessoas
andando ao redor, uso de celular a menos de
2 metros.

CHOQUE

Afaste-se e afaste demais socorristas durante a


aplicação do choque.
Siga a regra: _Eu estou afastado! _Eles estão
afastados! _Todos estão afastados! _ Choque!

LEMBRE-SE!

Se o botão “choque” não for pressionado por 20 a 30 segundos, de acordo com cada modelo de
DEA, o choque será cancelado!

2 MINUTOS DE RCP

Reinicie imediatamente a RCP pelas compressões


torácicas até nova mensagem do DEA.
DEA estão programados para administrar um
choque e temporizar 2 minutos de intervalo para a
RCP.
INTERRUPÇÃO – NOVA ANÁLISE

Interrompam a RCP para a análise do ritmo


cardíaco. Se persistir a arritmia a ser tratada com
choque (FV ou TVSP) novos choques e sequencia de
RCP serão recomendadas! Siga as instruções do
DEA!

MENSAGEM – CHOQUE NÃO RECOMENDADO

Centro de Referência e Treinamento em APH Edição 2019 Página 309


Curso de Atendimento Pré-hospitalar – Nível Suporte Básico de Vida

Executem mais 2 minutos de RCP e então verifiquem os sinais vitais.


Se a vítima estiver respirando normalmente e com pulso central (carotídeo, braquial ou
femoral) mantenha a assistência ventilatória com reanimador manual e oxigênio.

De acordo com a faixa etária da vítima, mantenha:


12 insuflações por minuto no adulto,
15 para a criança, e;
20 para bebês.

SBV+DEA – EQUIPE DE UR
Apresentaremos uma abordagem específica para uma EQUIPE de Resgate levando em conta que na
maioria das ocorrências de parada cardíaca, somente o Comandante e o Auxiliar da EQUIPE estão
presentes na abordagem da vítima, enquanto que o Motorista está providenciando o estacionamento e
sinalização da UR, isolamento do local da emergência, informações iniciais ao CECOM.
Tão logo o Motorista esteja disponível integrará a equipe de reanimação auxiliando nas
compressões ou ventilações enquanto aguarda o Suporte Avançado de Vida (SAV) no local.
Logo a seguir, veremos a tática de atendimento proposta para as situações de Transporte Imediato
para os locais onde não há disponibilidade de SAV.
ABORDAGEM – ENC / AUXILIAR

Abordagem ENC e Aux. ENC ENC constata a ausência de Motorista estará transmitindo
constata a inconsciência. respiração e pulso informações ao CECOM.
,simultaneamente.

ENC expondo o tórax e Auxiliar ENC se posicionando para ENC realizando compressões
posicionando o DEA no lado compressões e Aux ligando DEA. torácicas e Aux expondo o
oposto. tórax.

Centro de Referência e Treinamento em APH Edição 2019 Página 310


Curso de Atendimento Pré-hospitalar – Nível Suporte Básico de Vida

ENC fazendo compressões ENC fazendo compressões Aux adesivando eletrodos sem
torácicas e Aux secando o tórax. torácicas e Aux raspando o tórax. interromper a RCP.

Colocação de eletrodos no Conexão de eletrodo no DEA Interrupção de RCP, afastamento


tórax. e aplicação de choque.

ENC fazendo compressões torácicas e Aux ENC fazendo compressões torácicas e Aux
secando o tórax. raspando o tórax.

ENC retoma a RCP pelas Aux libera as VAS e inspeciona a Aux insere a cânula orofaríngea
compressões torácicas. cavidade oral.

Aux adapta oxigênio ao Aux informa que está pronto para INDEPENDENTE da quantidade de
ressuscitador manual. ventilar. Socorristas PREFIRA a ventilação a
“4 MÃOS”.

Centro de Referência e Treinamento em APH Edição 2019 Página 311


Curso de Atendimento Pré-hospitalar – Nível Suporte Básico de Vida

Cmt e Aux executam ciclos de compressões e ventilações até que o DEA interrompa a RCP para
análise. Trocam de posição no próximo ciclo de RCP, se necessário.

AÇÃO DO MOTORISTA NA SITUAÇÃO DE TRANSPORTE IMEDIATO


Nas situações em que o DEA não indicar choques e for necessário conduzir a vítima em
reanimação para o hospital de referência da região será utilizada a sequencia operacional
proposta a seguir.

CHOQUE NÃO RECOMENDADO – PRIMEIRA ANÁLISE


Desfibriladores Externo Automáticos somente indicam choques para vítimas com as arritmias
“Fibrilação Ventricular e Taquicardia Ventricular sem Pulso”. Quando um DEA não indicar choque
na primeira análise do ritmo cardíaco temos as seguintes probabilidades:
1. A vítima está com sinais vitais e o socorrista cometeu um equívoco na análise primária;
2. A vítima está sem sinais vitais e seu tipo de parada cardíaca provável é “Atividade Elétrica sem
Pulso” ou “Assistolia”.
Em quaisquer das 3 situações descritas o DEA não está programado para administrar choques.
NO 2º CHOQUE NÃO RECOMENDADO inicie e mantenha somete a RCP de alta qualidade e efetue
o Transporte Imediato para o hospital de referência da sua região.

REMOÇÃO DA VÍTIMA - COM RCP

Motorista posiciona a prancha Motorista se posiciona para o EQUIPE interrompe a RCP para o
rígida ao lado da vítima. rolamento 90º nas pernas da rolamento em monobloco 90º.
vítima e avisa; Pronto para a
prancha!

ENC aproxima a prancha rígida Seguram a vítima conforme Ajustam a vítima na prancha longa com
debaixo da vítima. A prancha está demonstrado e movimentam-na movimento longitudinal.
cerca de 1 metro acima da cabeça. para o alto e para o centro.

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Curso de Atendimento Pré-hospitalar – Nível Suporte Básico de Vida

Motorista posiciona a maca na Motorista se posiciona para Elevam a vítima em movimento


direção dos pés da vítima. elevação e diz: Pronto para a único.
maca!

Posicionam a vítima sobre a maca da Retomam a RCP pelas Reassumem a compressão /


viatura. compressões torácicas. Motorista ventilação enquanto a vítima é
fixa os cintos da maca. fixada na maca da viatura.

Manter a RCP durante a movimentação.

Movimentar a maca.

Centro de Referência e Treinamento em APH Edição 2019 Página 313


Curso de Atendimento Pré-hospitalar – Nível Suporte Básico de Vida

Posicionar ENC lado direito, Auxiliar Embarcar a maca na viatura ENC embarcar primeiro e guiar a
lado esquerdo e Motorista na parte com segurança. maca até o suporte de fixação.
inferior da maca.

Manobrar a maca até a porta Interromper a RCP somente


traseira da Unidade de Resgate. quando tiver pronta para o
embarque.

A posição do ENC e Aux em relação a maca


poderá ser alterara em razão do momento em
que ocorre o revezamento do socorrista
“compressor”. A posição do Motorista NUNCA
se altera!

Auxiliar entrar pela porta lateral e assumir a


ventilação detrás da cabeça da vítima.

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Curso de Atendimento Pré-hospitalar – Nível Suporte Básico de Vida

USO DO DEA NA VÍTIMA COM DISPOSITIVO IMPLANTADO NO TÕRAX

DISPOSITIVOS MÉDICOS – IMPLANTADOS

O que fazer quando houver um dispositivo médico implantado no tórax (marcapasso cardíaco ou
cardiodesfibrilador) coincidindo com a posição das pás do DEA?
Veremos a seguir.

“MARCA-PASSO” CARDÍACO

O marcapasso natural do coração como vimos na revisão de


fisiologia cardíaca é o nó sinusal ou sino-atrial que tem a função
autônoma de estimulação da contraão cardíaca.
MARCA-PASSO CARDÍACO EXTERNO

O marca-passo é um importante avanço da medicina no


que se refere à estimulação cardíaca artificial. Trata-se
de um dispositivo implantado geralmente na região
torácica, logo abaixo da clavícula. Conectados a um
gerador, os eletrodos estimulam e corrigem os
batimentos lentos do coração, a bradicardia. No Brasil,
só em 2007 foram realizados cerca de 15.700
procedimentos de implante. Estima-se que sejam cerca
de 1.200 pacientes por mês.

MARCA-PASSO CARDÍACO

A principal indicação de marca-passo é para os


indivíduos que apresentam bloqueios cardíacos,
geralmente, inferior a 40 batimentos por minuto e, mais
recentemente, é empregado como auxiliar no
tratamento de insuficiência cardíaca – coração dilatado.
Nos pacientes portadores de insuficiência cardíaca, é
indicado o marca-passo ressincronizador, que fortalece o
coração, estimulando os dois ventrículos
simultaneamente, reduzindo o índice de mortalidade.

Centro de Referência e Treinamento em APH Edição 2019 Página 315


Curso de Atendimento Pré-hospitalar – Nível Suporte Básico de Vida

IMPLANTAÇÃO DE MARCAPASSO

Após a cirurgia de implante de marca-passo, o paciente


precisará de uma avaliação constante, definida pelo médico
de acordo com o caso e o tipo de aparelho. De maneira
computadorizada, a verificação
dispensa internação. Um marca-passo tem vida útil de cinco
anos. Após esse período, é necessária a substituição.

MARCA-PASSO CARDÍACO

Vemos a aparência do marcapasso sob a pele do tórax do paciente. O local de implantação coincidiria
com a posição tradicional de aplicação de eletrodos.
Apresentaremos a alternativa mais adequada para a aplicação do eletrodo logo a seguir!

CARDIODESFIBRILADOR

Se o diagnóstico for de arritmia maligna, como, por exemplo,


taquicardia ventricular sem pulso e fibrilação ventricular, que
podem acarretar em morte súbita, é empregado outro tipo: o
cardioversor desfibrilador implantável. Nestes casos, o
aparelho tem a capacidade de detectar o problema, emitir o
choque dentro do coração e reverter para o ritmo normal.

DCI-A (Desfibrilador Cardioversor Implantável-Automático)

Centro de Referência e Treinamento em APH Edição 2019 Página 316


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O DCI-A é constituído de um gerador de pulsos e de eletrodos. O gerador de pulsos é


semelhante a um maço de cigarro e pesa cerca de 350 gramas. O gerador é implantado no
abdome ou tórax, logo abaixo da pele.
Ele é feito de um metal especial que normalmente não é rejeitado pelos tecidos do corpo. O
gerador de pulsos é ligado aos eletrodos que estão localizados dentro e sobre o coração. Estes
eletrodos enviam sinais elétricos do seu coração para o gerador de pulsos, o qual monitora o
ritmo do coração continuamente.
Quando o gerador de pulsos recebe sinais dos eletrodos que correspondem a um ritmo
ventricular de taquicardia ou fibrilação, ele irá aplicar um choque através dos eletrodos
implantados no coração para parar o ritmo alterado.

IMPLANTAÇÃO DE CDI

Os tipos mais modernos já possuem um dispositivo que


interage com o aparelho e através do telefone celular,
comunica ao médico, via satélite, se há alguma alteração
importante no funcionamento. Desta forma, o paciente, em
qualquer lugar do mundo, pode tomar as providências
necessárias.

INTERFERÊNCIAS COM DISPOSITIVOS

Descargas de Cardiodesfibrilador Implantado (CDI) podem ser sentidas pelo socorrista,


entretanto as chances de lesão são extremamente remotas.
A maioria dos CDI recarregará e aplicará o choque dentro de 20 a 30 segundos.
Se houver interferência na análise do DEA, siga suas instruções e reinicie a RCP.

DIRETRIZ AHA–2010 – DISPOSITIVOS TÓRAX

Diretrizes da American Heart 2010 sobre posição de eletrodos e interferências de dispositivos


implantados no tórax.
As posições anteroposterior e anterolateral são, geralmente, aceitas em pacientes com marca-
passos e desfibriladores implantados. Em pacientes com desfibriladores cardioversores ou
marca-passos implantados, a colocação das pás adesivas ou pás manuais não deve retardar a
desfibrilação. Convém evitar colocar as pás adesivas ou pás manuais diretamente sobre o
dispositivo implantado.
Existe a possibilidade de o marca-passo ou o desfibrilador cardioversor implantado funcionar
incorretamente após a desfibrilação quando as pás são colocadas muito próximas do
dispositivo. Um estudo com cardioversão demonstrou que posicionar as pás com pelo menos 8
cm de distancia do

Centro de Referência e Treinamento em APH Edição 2019 Página 317


Curso de Atendimento Pré-hospitalar – Nível Suporte Básico de Vida

dispositivo não danifica a estimulação, o sensor, nem a captura do dispositivo. Os picos dos marca-
passos com estimulação unipolar podem confundir o software do DEA e impedir a detecção de
Fibrilação Ventricular (e, por conseguinte, a administração do choque). A principal mensagem para
os socorristas e que a preocupação com o posicionamento preciso das pás adesivas ou pás manuais
em relação a um dispositivo medico implantado não deve retardar a tentativa de desfibrilação.

INTERFERÊNCIA COM DISPOSITIVOS

Em resumo, deve-se evitar colocar as pás dos


desfibriladores sobre a unidade geradora do dispositivo
implantado. Desfibrilação direta sobre um aparelho
implantado pode bloquear uma parte da corrente de
desfibrilação e, possivelmente, comprometer o
programa, desativar ou danificar o dispositivo
implantado.
Podem haver queimaduras endocárdicas que provocam
aumento do limitar do ritmo e perda de captura do
marcapasso.
A disposição ideal das pás do desfibrilador é anterior-posterior.

POSIÇÃO ANTERO-POSTERIOR

O eletrodo que normalmente é aplicado na


região média axilar será aplicado no centro do
tórax lateralmente ao mamilo esquerdo. O
outro eletrodo será aplicado entre as escápulas,
paralelamente á esquerda.

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TÉCNICA DE APLICAÇÃO

DESFIBRILAÇÃO PEDIÁTRICA

Apresentarei as principais características relativas ao uso do DEA em vítimas com idade inferior a 8
anos ou 25 kg de peso corporal.

DESFIBRILAÇÃO PEDIÁTRICA – CARGAS

Os DEA estão programados para administrar cargas pré-definidas para pacientes adultos ou
pediátricos. Não é possível mudar a carga a ser administrada.

Em pacientes pediátricos, a carga ideal de desfibrilação não é conhecida. Os dados sobre a carga
eficaz mínima ou o limite superior para desfibrilação segura são limitados. Uma carga de 2 a 4
J/kg pode ser usada para a energia de desfibrilação inicial; porém, para facilitar o treinamento,
pode-se considerar uma carga inicial de 2 J/kg. Para os choques subsequentes, os níveis de
energia devem ser de, no mínimo, 4 J/kg, podendo ser considerados níveis de energia mais altos,
desde que não excedam 10 J/kg ou a carga máxima para adultos.
Ha insuficiência de dados para implementar uma alteração substancial nas atuais cargas
recomendadas para a desfibrilação pediátrica. Cargas iniciais de 2 J/kg, com formas de onda
monofásicas, são eficazes na solução de 18% a 50% dos casos de Fibrilação Ventricular (FV) e não
há evidência suficiente para comparar o êxito de cargas mais altas. A literatura de casos
documenta desfibrilações bem-sucedidas com cargas de ate 9 J/kg sem efeitos adversos
detectados. São necessários mais dados.

Centro de Referência e Treinamento em APH Edição 2019 Página 319


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EQUIPAMENTOS – USO PEDIÁTRICO

Dois modelos de DEA de fabricantes distintos e com forma de funcionamento diferentes. Ambos
aplicam cargas reduzidas para o paciente pediátrico.

ELETRODO COM ATENUADOR DE CARGA

O choque liberado pelo DEA é a carga máxima prevista para


o aparelho. Ao passar pelo atenuador de carga do eletrodo
pediátrico o choque (150 joules) é reduzido para 50 joules.
ELETRODOS – CRIANÇA

Se os eletrodos para crianças não estiverem disponíveis,


ou se a criança aparentar ter mais idade ou ser mais
pesada, use os eletrodos de desfibrilação para adultos. A
posição recomendada é antero-posterior, conforme
ilustração.
Os pesquisadores concluíram que esta posição das pás
quando utilizado em pacientes pediátricos apresenta
elevados índices de sensibilidade e especificidade.
Se o paciente aparentar ter menos de 8 anos de idade ou
pesar menos que 25 kg, use os eletrodos de desfibrilação
pediátrico de energia reduzida para crianças, se
disponíveis.

NÃO ATRASE O TRATAMENTO PARA DETERMINAR A


IDADE OU O PESO EXATO DA CRIANÇA.

Centro de Referência e Treinamento em APH Edição 2019 Página 320


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DEFINIÇÃO – ADULTO / CRIANÇA

Ás vezes, pelo tamanho e condições físicas da vítima


(franzino, por ex.) fica difícil determinar se é um adulto ou
criança! Que devo fazer neste caso?

Somente há uma resposta possível para sua pergunta!


A sua decisão tem que ser imediata, então use a lógica:
Na dúvida utilize sempre o eletrodo ADULTO, pois do
contrário, se usar um eletrodo pediátrico num adulto
não terá eficácia, mas se usar eletrodo adulto em
ambas as vítimas estará seguindo as recomendações
da American Heart Association.

INDISPONIBILIDADE DE PÁ PEDIÁTRICA
E se eu não tiver como aplicar uma carga pediátrica numa
criança ou bebê? Que devo fazer?

Respondo-lhe baseado nas Diretrizes da AHA 2010 que estabelece:


Na tentativa de desfibrilação em crianças de 1 a 8 anos de idade com um DEA, o socorrista deve
usar um sistema atenuador de carga pediátrico, se disponível.
Se o socorrista aplicar a ressuscitação cardiopulmonar contra a parada cardíaca em uma criança
e não houver um DEA com sistema atenuador pediátrico, deve-se usar um DEA padrão.

TÉCNICA DE APLICAÇÃO EM CRIANÇAS

Observe o modelo de eletrodo


que estiver utilizando. Caso
disponha somente de eletrodo
adulto para tratar uma criança
em parada cardíaca, utilize a
forma de aplicação demonstrada
abaixo.

Centro de Referência e Treinamento em APH Edição 2019 Página 321


Curso de Atendimento Pré-hospitalar – Nível Suporte Básico de Vida

TÉCNICA DE APLICAÇÃO EM BEBÊS

Observe o modelo de eletrodo que estiver utilizando. Caso disponha somente de eletrodo adulto
para tratar um bebê em parada cardíaca, utilize a forma de aplicação demonstrada abaixo.

Centro de Referência e Treinamento em APH Edição 2019 Página 322


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USO DE DESFIBRILADOR EXTERNO AUTOMÁTICO EM DUPLA DE SOCORRISTAS


1. USO DO DEA EM ADULTO – SOCORRISTA EM DUPLA

Centro de Referência e Treinamento em APH Edição 2019 Página 323


Curso de Atendimento Pré-hospitalar – Nível Suporte Básico de Vida

1. APLICAÇÃO DE ELETRODOS NA VÍTIMA COM MARCA PASSO CARDÍACO:

1. Utilize como 1ª
opção a posição
antero posterior;
2. Minimize a
interrupção da
RCP para a
movimentação e
aplicação dos
eletrodos.

Centro de Referência e Treinamento em APH Edição 2019 Página 324


Curso de Atendimento Pré-hospitalar – Nível Suporte Básico de Vida

2. APLICAÇÃO DE ELETRODOS NA VÍTIMA CRIANÇA:

3. APLICAÇÃO DE ELETRODOS NA VÍTIMA BEBÊ:

1. Interrompa a RCP em ambos os casos, mas minimize a


interrupção para a movimentação e aplicação dos eletrodos;
2. Prepare o tórax e dorso da vítima, secando se necessário;
3. Aplique os eletrodos na posição antero posterior e conforme
recomendação do fabricante..

Centro de Referência e Treinamento em APH Edição 2019 Página 325


Curso de Atendimento Pré-hospitalar – Nível Suporte Básico de Vida

Lição 18

PARTO

OBJETIVOS:

Proporcionar aos participantes conhecimentos e habilidades que os capacitem a:


1. Demonstrar o atendimento à parturiente antes, durante e após o trabalho de parto;
2. Demonstrar os cuidados com o recém-nascido;
3. Demonstrar, em um manequim, as formas adequadas de transporte às vítimas que pela
sua condição exijam Transporte Imediato, tais como: prolapso de cordão ou de membro,
hemorragia no pré ou pós-parto, feto em apresentação diversa da cefálica.

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ANATOMIA DA MULHER GRÁVIDA

1. Feto: ser que está se desenvolvendo e crescendo dentro do


útero;
2. Útero: órgão muscular dentro do qual desenvolve o feto.
Durante suas contrações, empurra o feto para o canal de
parto;
3. Colo uterino: extremidade inferior do útero que se dilata
permitindo que o feto entre na vagina;
4. Vagina: canal por onde o feto é conduzido para o
nascimento;
5. Saco aminiótico: estrutura sacular que se forma no interior
do útero é constituído por uma membrana que envolve o feto
e o líquido amniótico;

6. Líquido aminiótico: líquido presente dentro do saco amniótico; sua função é manter a
temperatura do feto e protegê-lo de impactos. Durante o parto concorre para formar a bolsa das
águas e lubrificar o canal do parto após a ruptura das membranas. Sua cor normal é clara (branco
opalescente); quando está ocorrendo hipóxia e sofrimento fetal, este líquido torna-se
esverdeado (mecônio);
7. Placenta: órgão especial, formado durante a gravidez, constituída por tecidos materno e fetal,
permitindo a troca de nutrientes entre a mãe e o feto. Normalmente expelido ao final do trabalho
de parto. Tem formato discoidal ou ovular, com 15 a 20 cm de diâmetro, com aproximadamente 3
cm de espessura e 500 g de peso, na gravidez de termo; e
8. cordão umbilical: estrutura constituída por vasos sangüíneos (duas artérias e uma veia) através
da qual o feto se une a placenta, seu comprimento varia em média 55 cm.

EVOLUÇÃO DO FETO DURANTE A GRAVIDEZ

Durante as primeiras
8 semanas de
gestação, o bebê é
um embrião. O
coração e os pulmões
começam a se formar.
O coração começa a
bater no 25º dia. O
tubo neural, que se
converte no cérebro e
na

Centro de Referência e Treinamento em APH Edição 2019 Página 327


Curso de Atendimento Pré-hospitalar – Nível Suporte Básico de Vida

medula espinhal, começa a de formar. No final do primeiro mês, o embrião mede aproximadamente
9 mm e pesa 0,5 g.

EVOLUÇÃO DO FETO MÊS A MÊS

PRIMEIRO MÊS DE GRAVIDEZ

O óvulo fertilizado é já um embrião composto por duas pequenas células que se dividem muito
rapidamente. Três dias após a fertilização o embrião tem entre 16 e 23 células. No quarto dia já é
composto por 100 células. O embrião passa pela trompa de Falópio em busca da segurança do útero
e, seis dias depois da fertilização, adere-se ao endométrio, produzindo-se a implantação.
É difícil conhecer o dia exacto da implantação, logo, o primeiro dia da última menstruação é
considerado como o primeiro dia de gravidez.
Ao fim da quarta semana de gravidez o embrião assemelha-se a um pequeno disco circular de
aproximadamente 2,5 mm de diâmetro.

SEGUNDO MÊS DE GRAVIDEZ

Durante o segundo mês de gravidez três camadas de células, que darão origem a todos os tecidos do
futuro bebé, são formadas. A medula espinhal, o cérebro, o coração, os intestinos e a pele são
formados nesta fase. Os olhos, as orelhas, o nariz, o lábio superior e os membros começam,
igualmente, a desenvolverem-se.

TERCEIRO MÊS DE GRAVIDEZ

Centro de Referência e Treinamento em APH Edição 2019 Página 328


Curso de Atendimento Pré-hospitalar – Nível Suporte Básico de Vida

No terceiro mês de gravidez há a finalização do período embrionário e o início do período fetal.


Assim, o embrião passa a chamar-se de feto. O futuro bebé já possui todos os seus órgãos mas estes
ainda não estão completamente desenvolvidos. Nesta fase o feto tem cerca de 8,5 cm de
comprimento e pesa entre 15 e 20 gramas. Durante este mês ocorre a formação dos órgãos genitais
masculinos e femininos.
Apesar de este mexer-se vigorosamente ainda não é possível sentir o bebé. No terceiro mês de
gestação o bebé já dá pontapés, abre e fecha os punhos, roda os calcanhares e pulsos e faz alguns
movimentos faciais.
QUARTO MÊS DE GRAVIDEZ

Ao quarto mês de gestação os olhos do bebé são enormes e estão cerrados. O feto tem, nesta fase,
aproximadamente 15cm e pesa, em média, 170 gramas. É possível que a mãe sinta o bebé pela
primeira vez durante este mês. É, ainda, durante este período da gestação que as cordas vocais do
bebé são formadas. Contudo, o bebé só utilizará essas cordas vocais após o seu nascimento.

QUINTO MÊS DE GRAVIDEZ

Durante o quinto mês de gravidez há uma intensificação do desenvolvimento dos órgãos internos do
feto. As cavidades cardíacas já estão delimitadas e o coração do bebé bate com força.
Por vezes, quando a mãe deita-se, é possível que o bebé mexa-se muito. Isto acontece porque o feto
pode mover-se com mais facilidade quando a futura mãe está deitada. Quando a futura mãe está de
pé, o feto encaixa-se na pélvis e mexe-se menos, parecendo adormecido.

SEXTO MÊS DE GRAVIDEZ

No sexto mês de gravidez o bebé já abre os olhos, apesar de apenas ser capaz de perceber a luz, e já
tem cabelo, pestanas e sobrancelhas. Mede de entre 27 a 32 cm. O comprimento do cordão
umbilical permite que o bebé movimente-se dentro do saco amniótico em que se encontra. Estas
movimentações são facilitadas pela formação dos músculos.
No sexto mês o bebé começa a adoptar um padrão de actividade e sono determinado, responde a
ruídos fortes e mexe-se muito.

SÉTIMO MÊS DE GRAVIDEZ

Durante o sétimo mês de gestação há o desenvolvimento completo dos pulmões, e a ossificação dos
tecidos dos ossos. O bebé perde a sua cor transparente devido a pigmentação e fortalecimento da
pele. Ao longo deste mês o bebé começa a acumular gordura no seu corpo. Isto é essencial para que
possa regular a sua temperatura corporal de forma autónoma depois do seu nascimento. O feto
cresce atá aos 38 cm e, devido ao aumento do seu peso e tamanho, há uma diminuição dos seus
movimentos.

Centro de Referência e Treinamento em APH Edição 2019 Página 329


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OITAVO MÊS DE GRAVIDEZ

No oitavo mês de gravidez o peso do bebé aumenta consideravelmente e este ocupa quase todo o
útero. O seu cérebro continua a desenvolver-se e há a formação dos neurónios olfactivos que
permitem que o bebé sinta odores fortes. Neste mês o bebé cresce até aos, aproximadamente, 42
cm e os seus movimentos são vigorosos.

NONO MÊS DE GRAVIDEZ

Ao nono mês de gestação o estômago e intestino do bebé já funcionam e, graças as células


gordurosas, a sua pele é mais suave. O crescimento do bebé atinge os 46 cm e é provável que desça,
de cabeça para baixo, até a pélvis. Quando o bebé encaixa-se na pélvis os seus movimentos
diminuem e a mãe não o sentirá tão frequentemente.
Perto do fim do nono mês de gravidez os órgãos do bebé já podem funcionar autonomamente, as
suas unhas são compridas e o seu tamanho é de aproximadamente, 51cm. Neste momento, o bebé
está preparado para o seu nascimento.

FASES DO TRABALHO DE PARTO NORMAL

A cabeça fetal insinua-se na No 1º estágio do parto (período Após a descida e rotação da


pelve, 15 dias antes do parto na de latência) as contrações são cabeça, o feto posiciona o sub-
primigesta e, de intensidade variada. A bolsa occipício abaixo do púbis.
concomitantemente, ao parto, amniótica pode ou não romper-
na multigesta. se nesse estágio e a dilatação se
inicia.

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Surge a cabeça, que se libera Liberando as espáduas. A O útero exibe contração de


por deflexão. Uma incisão espádua anterior se apóia sob o maior intensidade e duração,
cirúrgica (episiotomia) púbis, o feto se eleva e porém, indolores, para ocorrer
geralmente é necessária para desprende a espádua posterior; o desprendimento da placenta.
ampliar o canal de parto, mas nesse momento ele se abaixa e
somente é feita no hospital. desprende a outra espádua.

A seguir, a placenta é expelida. Placenta e cordão umbilical.

APRESENTAÇÃO FETAL

O termo "apresentação fetal" refere-se à parte do corpo do seu


bebê que está mais próxima do canal do parto. Na maioria das
gestações de nove meses, o bebê está posicionado de cabeça
para baixo, ou POSIÇÃO CEFÁLICA, no útero.
Durante a gestação o bebê pode mudar de posição várias vezes, e
na maioria dos casos a gravidez termina com ele em posição
cefálica, que é a ideal para o nascimento (a isso é normal chamar
de “cambalhota” final).

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APRESENTAÇÕES ANÔMALAS DO FETO

A apresentação pélvica incompleta pode ser modo nádegas (o


bebê está com as coxas dobradas mas as pernas esticadas para
cima), modo joelhos (as coxas estão estendidas e as pernas
dobradas para trás) ou modo pés (o bebê está totalmente em pé
dentro do útero, muito rara, mais presente em prematuros).
Alguns fatores que podem influenciar para o bebê não dar
”cambalhota” final e ficar cefálico são: prematuridade,
alterações da implantação da placenta, redução ou aumento
anormais do volume do líquido amniótico, cordão umbilical
enrolado no bebê, anomalias da forma do útero ou do feto.

Quando o bebê está transversso, no momento do parto o


médico pode optar por fazer algumas manobras para alterar a
posição, ou optar por realizar uma cesareana que é o mais
provável.
Quando a apresentação é pélvica completa ou incompleta modo
nádegas, o parto vaginal é possível, apesar de haver maiores
probabilidades de complicações.

AVALIAÇÃO INICIAL DA GESTANTE

A avaliação inicial de uma gestante é idêntica a


todas as vítimas. Avaliados e corrigidos os
problemas que ameaçam a vida de imediato,
deverá o socorrista realizar uma entrevista com a
parturiente, extraindo o maior número de dados
possíveis, concomitantemente com a verificação
dos sinais vitais.

ENTREVISTA
1. Identificar-se como socorrista habilitado para prestar o socorro;
2. Perguntar o nome e a idade da gestante;
3. Perguntar se é o primeiro filho? Se for primigesta, o trabalho de parto será mais duradouro. O
tempo de trabalho de parto será mais curto a cada parto subsequente;
4. Realizou exame pré-natal? Onde? Quais as observações médicas a respeito? Há alguma
complicação prevista?;
5. A que horas iniciaram-se as contrações?;
6. Qual o intervalo entre as contrações? (freqüência);
7. Qual a intensidade das contrações? (tempo de duração);

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8. Houve a ruptura da bolsa amniótica? (perda de líquido);


9. Aspecto do líquido perdido (coloração, consistência);
10. Avaliar a queixa da vítima, se existente, de forte vontade de evacuar, ou de que sente o bebê
saindo pela vagina.

COM BASE NOS DADOS ACIMA O SOCORRISTA DECIDIRÁ PELA INSPEÇÃO FÍSICA VISUAL DA
GESTANTE

IMPORTANTE

O socorrista só tomará a iniciativa de inspecionar a


região genital da gestante quando houver indicações
claras de que o parto será iminente ou quando
houver indícios de complicações do trabalho de
parto previstas no Protocolo de Atendimento Pré-
hospitalar, tais como: prolapso de cordão ou de
membro, hemorragias, entre outros.
Informará previamente a gestante sobre a
necessidade do procedimento e adotará todas as
medidas necessárias para assegurar sua privacidade.
Permanecerá no recinto o Líder da Equipe e seu
auxiliar, a parturiente e um acompanhante,
preferencialmente do sexo feminino.

NÃO TOQUE A REGIÃO GENITAL DA GESTANTE DURANTE O EXAME FÍSICO


SINAIS DE PARTO IMINENTE

1. Presença de contrações uterinas de forte intensidade e freqüentes: 5 contrações no intervalo de


10 minutos com duração acima de 40 seg cada contração;
2. Sensação intensa de evacuar;
3. Visualização da cabeça do bebê no canal do nascimento (coroamento).

IMPORTANTE

Não permita que a parturiente vá ao sanitário.


Não impeça, retarde ou acelere o processo de nascimento.
O trabalho de parto é um processo lento que pode durar horas, não se restringindo apenas ao
nascimento.

ASSISTÊNCIA AO PARTO
PREPARAÇÃO DA PARTURIENTE

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O socorrista ao avaliar a vítima e constatar a necessidade de dar assistência ao parto no próprio local
deverá adotar as providências listadas abaixo:
1. Informe à parturiente ou ao seu responsável que o parto será iminente;
2. Nos casos em que não houver tempo para transportar ao hospital, obtenha autorização da
parturiente ou de seu responsável para assisti-lo na própria residência;
3. Demonstre tranqüilidade informando-lhes que a equipe está habilitada a prestar a assistência ao
parto e que dispõem de materiais e equipamentos adequados para isso;
4. Assegure a privacidade da parturiente e escolha um local apropriado;
5. Mantenha, sempre que possível, um familiar junto da parturiente durante todo o atendimento;
6. Prepare o local onde a parturiente será posicionada. Dê preferência à superfície plana (cama) e
cujo colchão não permita o afundamento do quadril;
7. Solicite à parturiente que remova as roupas que
possam impedir o nascimento, sem expô-la
demasiadamente;
8. Solicite à parturiente que se deite; mantenha-se
em posição ginecológica (joelhos flexionados e bem
separados, e os pés apoiados sobre a superfície que
está deitada); Traga-a para a parte inferior da cama.
9. Coloque algo (uma almofada ou um cobertor
dobrado) debaixo do ombro da mãe para manter o
tórax ligeiramente elevado;
10. Faça anti-sepsia da região genital e coxa da
parturiente, com água e sabão ou gaze e soro
fisiológico;

11.Utilize lençóis descartáveis ou toalhas limpas abaixo das nádegas, sobre as coxas e sobre o
abdômen da parturiente, logo acima do umbigo;
12.Cubra o ânus da parturiente com uma dobra de lençol limpo ou gaze para evitar que secreções
(fezes) eliminadas durante as contrações contaminem o recém-nascido;

13.Oriente-a para respirar fundo, prender a


respiração, aproximar o queixo do tórax e fazer
força para baixo para expulsar o feto durante as
contrações;
(TÉCNICA DA PRENSA ABDOMINAL - eleva de
80 para 160 mmhg a força de contração
uterina).

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14.Disponha os materiais do Kit de Parto


próximo da parturiente; em seguida prepare o
local para a recepção do RN;
15.Despreze as luvas de procedimentos
utilizadas na preparação da gestante e na
disposição dos materiais. Calce luvas estéreis;
16.Os socorristas que tiverem contato direto
com o RN deverão estar devidamente
protegidos (máscara facial, óculos de proteção,
avental de mangas longas e luvas estéreis);
17.Durante o período entre as contrações oriente a parturiente para respirar lenta e
profundamente, visto que dispõe de uma fonte de oxigênio, por máscara.

AMPARO E RECEPÇÃO DO RECÉM-NASCIDO (RN)

1. Durante a expulsão do RN, apóie sua cabeça, colocando a mão logo abaixo da mesma com os
dedos bem separados. Apenas sustente o segmento cefálico, ajudando com a outra mão. Não tente
puxá-lo; com os dedos em forma de gancho apóie a nuca e a mandíbula;

2. Se o parto for expulsivo (a cabeça sai com violência), ampare com uma das mãos a cabeça do RN,
e com os dedos da mão inferior apóie o períneo para evitar distensão brusca desta região;

3. Em geral, a cabeça do RN apresenta-se com


a face voltada para baixo e logo gira para a
direita ou à esquerda. Guie cuidadosamente a
cabeça para baixo, sem forçá-la, facilitando
assim a liberação do ombro superior, em

Centro de Referência e Treinamento em APH Edição 2019 Página 335


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seguida guie ligeiramente para cima, facilitando


a saída de todo o corpo;

4. Com os dedos indicador e médio das duas mãos, em forma de “V”, pegar a cabeça pela mandíbula
e região da base do crânio, tomando o cuidado de não pressionar o pescoço do RN;
5. Com uma das mãos, apóie a cabeça;

6. A outra mão escorrega pelo dorso e segura as pernas do RN, mantendo-o numa superfície, no
meso nível da mãe.
7. 1ª MEDIDA AO NASCER: ENVOLVER O RN IMEDIATAMENTE COM LENÇÓL PARA PREVENIR A
HIPOTERMIA NO RN
8. Lembre-se de anotar a hora exata do nascimento e registre-a no Relatório.
9. TRATAMENTO PRÉ-HOSPITALAR DO RECÉM-NASCIDO

1. Limpe a face do RN com gaze estéril a fim de remover as


secreções;
___________________________________________________
_____
2. Utilize a pêra, para aspiração, com o cuidado adequado para
evitar lesão nas mucosas. Caso não disponha de uma
equipamento adequado, ASSOE O NARIZ do bebê com seus
dedos enluvados para remover as secreções.;

Lembre-se: quando se estimula a narina de um RN ocorre um reflexo inspiratório, portanto, a fim de


evitar aspiração de secreções, ASPIRE PRIMEIRO A BOCA DO RN, posteriormente aspire as narinas.

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3. Avalie a respiração do bebê.

Se o bebê não chora, estimule-o massageando com os dedos em movimentos circulares na região do
dorso ou dê-lhe “tapinhas” com o dedo indicador na planta dos pés.

Lembre-se:
Estimulações sucessivas geram reflexo vagal e podem produzir bradicardia severa no RN.
Na ausência dos sinais vitais inicie imediatamente a reanimação cardiopulmonar.
__________________________________________________________________
4. Se necessário, Administre oxigênio, por máscara, 10 l/m, mantendo a máscara apropriada
afastada cerca de 5 cm da face do RN;
5. Em geral, se o RN a ermo (nascido no tempo nomral e sem complicações) nasce chorando
fortemente e com coloração rosada e boa atividade motora, se dispensa a utilização de oxigênio.
Se houver sinais de insuficiência respiratória como choro fraco ou inexistente, cianose
persistente, letargia nos movimentos e outras complicações, será necessária a suplementação de
oxigênio com máscara ou, até mesmo, a instituição de assistência ventilatória com reanimador
manual.

6. NÃO DIRIJA O JATO PARA OS OLHOS DO RN, POIS PODE PRODUZIR LESÃO.
7. Faça uma tenda ao redor da cabeça do RN com pregas do lençol ou cobertor térmico e
mantenha o fluxo de oxigênio nesta área;

8. Permaneça com o bebê no mesmo nível da mãe até o corte do cordão umbilical.

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CORDÃO UMBILICAL
É um longo cordão constituído por 2 artérias e
uma veia além de um material gelatinoso
(substância/geleia de Wharton). Além da garantia de
nutrientes, é responsável pela troca gasosa que é feita
da seguinte maneira: o sangue que chega pela veia
cava inferior (sangue oxigenado que veio da placenta)
cai no átrio direito e daí diretamente para o átrio
esquerdo através do forame oval, ou seja, ele não
passa pelo ventrículo direito. Este sangue, vai para o
ventrículo esquerdo que se responsabiliza de bombear
para os vasos da cabeça e membros superiores.

O sangue, pouco oxigenado, que retorna da cabeça e membros superiores chega através da veia
cava superior no átrio direito e pela válvula tricúspide cai finalmente no ventrículo direito depois
segue em direção à artéria pulmonar, porém, ao invés de se dirigir aos pulmões (que ainda não
está em funcionamento) este sangue deságua na aorta descendente, caindo, por fim, nas artérias
umbilicais seguindo para a placenta para ser oxigenado e recomeçar o ciclo.
Resumindo, ao contrário do normal, a veia umbilical transporta sangue rico
em oxigênioproveniente da placenta e as artérias carregam sangue pobre em oxigênio. Assim, já
que os pulmões do feto não estão em funcionamento, a placenta é que fica responsável em fazer o
papel deles.
O cordão ainda é formado a partir do saco amniótico (forma o epitélio do cordão),
do alantoide (forma a veia e as artérias umbilicais) e da vesícula vitelínica. O feto fica dentro de uma
bolsa cheia de líquido amniótico.
No endotélio e subendotélio da veia do cordão umbilical podem ser encontradas células-tronco
mesenquimais. Essas células multipotentes ainda não têm sua função definida e por um processo de
diferenciação (ainda não bem definido )podem se transformar em outras células do corpo.

CORTE DO CORDÃO UMBILICAL

Um novo estudo mostra que cortar o cordão umbilical do bebê, pelo menos um minuto após o
nascimento, aumenta o estoque de ferro e o nível de hemoglobina do bebê sem trazer riscos para a
mãe.

Recém-nascidos que tiveram esse corte “tardio” apresentaram um nível de hemoglobina maior
entre 24 e 48 horas depois do parto e ficaram menos vulneráveis à deficiência de ferro entre três e
seis meses de vida, segundo o estudo publicado esta semana no Banco de Dados Cochrane de
Revisões Sistemáticas.

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A análise mostra que o atraso no corte do cordão umbilical permite que mais sangue seja passado
da placenta e isto aumenta a imunidade do bebê. O peso do nascimento também foi
significativamente alto na avaliação do grupo de corte tardio, em parte porque os bebês receberam
mais sangue das mães.

O procedimento não aumentou o risco de hemorragia pós-parto, perda de sangue, nem reduziu os
níveis de hemoglobina nas mães.

A Organização Mundial de Saúde recomenda o corte do cordão umbilical depois de um a três


minutos, para aumentar o nível de ferro no bebê. Eventualmente o atraso no corte do cordão pode
levar à icterícia, causado por problemas do fígado ou pelo excesso de perda de glóbulos vermelhos,
alerta a OMS. Um comitê do Colégio Americano de Obstetrícia e Ginecologia, no entanto, afirma
que a icterícia não é uma razão para que a prática seja deixada de lado.

CLAMPEAMENTO E SECÇÃO DO CORDÃO UMBILICAL

Em geral, o tempo que se leva para tratar a Via Aérea e a Ventilação do RN, tais como efetuar a
limpeza da face, remoção das secreções da boca e nariz, estimulação do RN, oxigenação e
prevenção da hipotermia já superam 1 minuto de retardamento no corte do cordão umbilical.
Desse modo, a recomendação é “NÃO TER PRESSA DE EFETUAR O CORTE DO CORDÃO”. No
entanto, execute esta etapa dentro do tempo de 1 a 3 minutos como estabelecido pelas
recomendações do estudo acima descrito.

ATENÇÃO!

A checagem de pulso no momento do nascimento pode ser feita pela pulsação do cordão umbilical
ou pelo pulso braquial.

1. Disponha os grampos (clamps) no cordão da seguinte forma: o primeiro grampo a


cerca de 17 cm do bebê (8 dedos) e o segundo grampo 4 cm (2 dedos) após o
primeiro. Seccione entre eles.

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2. Utilizando o bisturi estéril do kit obstétrico,


seccione o cordão na linha média entre os
grampos. Utilize o bisturi de baixo para cima,
evitando que o sangue que esteja represado
entre os clamps o atinja em jato;
3. Se após o corte do cordão umbilical ocorrer
sangramento contínuo, coloque outro clamps
junto ao anterior;
4. Envolva o coto umbilical com GAZE ESTÉRIL
SECA;

4. Avalie o RN e procure por alterações, tais como: possíveis lesões durante o parto, lábio leporino
e fenda palatina, ânus imperfurado, mau formação congênita de extremidades.
5. Apresente o RN à mãe, permita que a mãe visualize a região
genital do RN, decline o sexo (homem-mulher), declare as condições
atuais do RN. Avalie a receptividade da parturiente ao RN.
6. Cubra por definitivo o RN;
7. Identifique na pulseira do KIT de Parto ou com esparadrapo
sobre o cobertor térmico com os seguintes dados: filiação materna
(Exemplo: RN de Maria do Carmo Soares), data e hora do
nascimento, local do nascimento e prefixo da Unidade de Resgate;
6.. Monitore-o constantemente.

PROCEDIMENTOS NO PARTO SEM MATERIAL ESTERILIZADO

Em determinadas situações poderá não dispor de um KIT de Parto com todos os materiais
adequados para a recepção do RN e um BISTURI para o corte seguro do cordão umbilical. Neste
caso, siga as recomendações abaixo:

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1. Aplique apenas os “clamps”, se disponíveis, ou faça um cordão com gaze estéril seca e aplique
torniquetes (amarre firmemente) nos locais indicados para os grampos umbilicais;
2. Não havendo a possibilidade de clampeamento ou torniquete, mantenha o bebê SEMPRE no mesmo
nível da mãe enquanto se aguarda a dequitação da placenta. Havendo a dequitação da placenta, envolva-
a em material limpo, preferencialmente estéril, e a mantenha elevada cerca de 30 cm acima do nível do
bebê. Isto evita a ocorrência de sangramento do bebê para a placenta;
3. NUNCA AGUARDE A DEQUITAÇÃO DA PLACENTA PARA EFETUAR O TRANPSORTE AO HOSPITAL. O
TRANPSORTE DE UM RN EM SITUAÇÃO DE PARTO EXYRA-HOSPITALAR DEVE SER IMEDIATO.

JUSTIFICATIVA: Não havendo material esterilizado o corte do cordão umbilical não deve ser executado,
evitando-se sua infecção (o principal risco é o tétano). O posicionamento no mesmo nível da mãe tem o
objetivo de evitar hipovolemia ou hipervolemia no feto, caso o bebê seja posicionado, respectivamente,
acima ou abaixo daquele nível antes da secção do cordão e de que este pare de pulsar. O clampeamento e
ou torniquete visa evitar deslocamento de trombos do cordão em direção à circulação do RN.

CUIDADOS NO PÓS-PARTO

Inclui os cuidados com a expulsão da placenta, controle do sangramento vaginal e a estabilização e


conforto da parturiente.

1. DEQUITAÇÃO DA PLACENTA:

a. Havendo a expulsão espontânea da placenta examine-a e


guarde-a em um saco plástico apropriado para posterior
avaliação pelo médico;
b. Não remova o clamp;
c. Não tracione o cordão umbilical durante a dequitação.

2. CONTROLE DO SANGRAMENTO VAGINAL:

a. Utilize um absorvente higiênico ou material similar (compressa algodoada de gaze estéril);


b. Coloque o absorvente higiênico na abertura da vagina;
c. Oriente para que a parturiente abaixe as pernas e mantenha-as juntas sem apertá-las;

d. Apalpe e massageie o abdômen da parturiente, abaixo


do umbigo, à direita, fazendo movimentos circulares, com o Controle de
hemorragia
objetivo de estimular a contração uterina (formação do
Globo de Segurança de Pinard) e conseqüentemente a
diminuição da hemorragia. Sinta o útero contraído;
e. Tranqüilize a mãe fazendo-a sentir o melhor possível;

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f. Se houver sangramento vaginal persistente no pós-


parto, adote cuidados para o controle da hemorragia e
previna o ESTADO DE CHOQUE.

TRANSPORTE IMEDIATAMENTE AO HOSPITAL DE REFERÊNCIA DA


REGIÃO.

IMPORTANTE

Se a placenta não sair íntegra ou houver algum distúrbio que impeça a contração uterina (formação do
Globo de Segurança de Pinard), poderá ocorrer hemorragia intensa com a possibilidade de evoluir para o
estado de choque.
Estes casos exigem intervenção obstétrica imediata.
Conduza imediatamente a mãe para assistência hospitalar após adotar as medidas preventivas para
diminuição de hemorragias e prevenção do choque.

PARTOS MÚLTIPLOS

GÊMEOS UNIVITELINOS E BIVITELINOS

A gravidez de gêmeos univitelinos é aquela na qual os gêmeos são idênticos e partilham a mesma
informação genética, possuindo somente ligeiras diferenças um do outro, como a impressão digital, por
exemplo. Neste caso, o óvulo foi fecundado por apenas um espermatozoide e o ovo formado se divide
em dois.
Já a gravidez de gêmeos bivitelinos é aquela na qual os gêmeos são diferentes, podendo ser um menino
e uma menina. Neste caso, houve maturação de 2 óvulos que foram fecundados por 2 espermatozoides
diferentes.

Depois que o 1º bebê nascer, começam novamente as contrações do trabalho de parto. O procedimento
para o nascimento do 2º bebê é o mesmo com relação à parturiente e o 1º bebê. Clampeie sempre o
cordão umbilical do 1º bebê antes do nascimento do segundo.

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TRANSPORTE DE GESTANTE

GESTANTE COM CONTRAÇÕES UTERINAS, SEM SINAIS DE PARTO IMINENTE


(Não se enquadra nas situações de Transporte Imediato, no entanto, requer forma adequada de
transporte).

FORMA DE TRANSPORTE
• Posicione a paciente em decúbito lateral esquerdo ou em DDH com deslocamento manual do útero
para o lado esquerdo;

JUSTIFICATIVA: aliviar a compressão sobre a veia cava inferior aumentando a circulação sangüínea
materna. Evita-se consequentemente hipóxia no feto, o que levaria a sofrimento fetal, associado ao
relaxamento do esfíncter anal, com a liberação de mecônio, devido à descarga adrenérgica.

COMPLICAÇÕES DO PARTO - SITUAÇÕES DE TRANSPORTE IMEDIATO

1. Transportar imediatamente ao hospital a gestante que apresente algum dos seguintes


problemas:
a. Hipertensão arterial;
b. Cardiopatias;
c. Hemorragias vaginais;
d. Líquido amniótico esverdeado (mecônio);
e. Prolapso de cordão;
f. Apresentação diversa da cefálica: pélvica, transversa ou pélvica.

HEMORRAGIA – PRÉ-PARTO

O descolamento prematuro da placenta é


uma das principais complicações durante
a gestação e que leva a sangramento
abundante com risco de vida para a
gestante e, consequentemente, e com
mais gravidade, para o feto.
A separação antecipada de parte ou da
totalidade da placenta da parede
do útero, onde deveria se encontrar
implantada até o nascimento do feto. Esse
descolamento é mais comum no terceiro
trimestre da gestação, embora possa
ocorrer a qualquer momento, depois da
vigésima semana de gravidez.

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Dependendo do grau do descolamento, o suprimento de oxigênio e de nutrientes para o bebê pode ser
muito prejudicado e até mesmo cessar, ao tempo em que pode ocorrer um sangramento perigoso para
o feto e para a gestante. O caso representa sempre uma urgência obstétrica porque pode ocasionar a
morte do bebê, da mãe ou de ambos.
Não há uma causa única para o descolamento prematuro da placenta, mas pode-se apresentar alguns
fatores de risco:

• Ocorrências anteriores de descolamentos de placenta.


• Hipertensão crônica ou hipertensão gestacional (pré-eclâmpsia).
• Algum tipo de distúrbio de coagulação do sangue.
• Rompimento prematuro da bolsa amniótica.
• Excesso de líquido amniótico (hidrâmnio ou polidrâmnio).
• Ocorrência de sangramentos prévios na gestação.
• Gravidez de gêmeos (o descolamento é mais comum logo depois do nascimento do primeiro bebê).
• Traumas na área da barriga.
• Uso de cigarro ou outras drogas.
• Gestantes mais velhas, porque o risco aumenta com a idade.
• Algum tipo de anomalia uterina anatômica.

TRATAMENTO E TRANSPORTE

1. Posicione a paciente em decúbito lateral esquerdo ou, se necessário, em decúbito dorsal horizontal
(DDH) com deslocamento manual do útero para o lado esquerdo;
2. Colocar absorvente higiênico, do kit obstétrico, na abertura da vagina;
3. Prevenir o estado de choque.

JUSTIFICATIVA: A hemorragia pré-parto pode levar em alguns casos ao óbito fetal. A posição de
transporte tem por objetivo diminuir a hipóxia da parturiente e o conseqüente estado de choque
hipovolêmico.

IMPORTANTE

• Não introduzir gaze na vagina da gestante.


• rocar as compressas de gaze algodoadas ou absorventes higiênicos quando estiverem saturados de
sangue.
• Guardar e conduzir ao hospital todos os materiais ensangüentados, bem como, todo e qualquer
material expulso, para análise do médico que vier a receber a vítima.

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PROLAPSO DE CORDÃO UMBILICAL

O prolapso do cordão acontece quando o cordão do feto exterioriza no canal de parto antes da cabeça.
O prolapso de cordão é uma emergência e pode ser muito danoso para o feto. Quando o cordão é
comprimido ou esmagado (por exemplo, entre feto e corpo uterino ou entre o útero e vagina), o sangue
que alimenta o feto está cortado. A falta de oxigenio (asfixia fetal) pode induzir danos importantes ou
até morte se o problema não for resolvido em minutos. O prolapso do cordão não é uma ocorrência
comum, ela acontece nas seguintes eventualidades:
• Presença de polidramnio (diminuição do líquido
amniótico).
• O parto do segundo feto na gestação múltipla.
• Apresentação transversa.
• Apresentação pélvica
• Quando a bolsa das águas rompe-se
espontaneamente ou quando acontece a rotura das
membranas durante o exame vaginal feito pelo
médico e o feto não desceu ainda na pelve.

TRATAMENTO PRÉ-HOSPITALAR

1. Envolver o cordão umbilical ou o membro exposto em GAZE ESTÉRIL SECA;


2. Oriente a parturiente a permanecer na
“Posição de Prece Maometana”, conforme
ilustração, quando tiver que aguardar a
intervenção de Suporte Avançado de Vida;
3. Se for realizar o transporte em Unidade de
Resgate, em razão da segurança da paciente
durante o transporte, será transportada em DDH
com deslocamento manual do útero para o lado
esquerdo. No entanto, coloque algo para elevar o
quadril (cobertor dobrado).

JUSTIFICATIVA: Durante o trabalho de parto,


nessa complicação, o cordão umbilical é o
primeiro a sair e poderá ser comprimido contra a
pelve pelas contrações uterinas provocando
interrupção da circulação no cordão com
conseqüente hipóxia para o feto. Fetos em
apresentação diversa da cefálica necessitam de
imediata intervenção obstétrica. A posição de

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“Prece Maometana” ou com elevação do quadril tem o objetivo de aliviar a pressão contra o cordão
umbilical e melhorar a circulação local.
Se necessário e possível manter a parturiente na posição de “Prece Maometana” adote medidas de
proteção de sua intimidade, cobrindo-a como na ilustração acima.

PARTO EM APRESENTAÇÃO PÉLVICA

As nádegas ou os pés do feto podem ser os primeiros a


saírem. O socorrista não deve tomar a iniciativa de intervir
neste tipo de parto. Deve transportar imediatamente a
parturiente para assistência obstétrica. No entanto,
enquanto se prepara para o transporte e durante o
transporte adotará medidas que garanta uma via aérea
pérvia ao RN.

TRATAMENTO PRÉ-HOSPITALAR

1. Criar uma via aérea pérvia para o bebê;


2. Informar a mãe que introduzirá os dedos no
canal de nascimento para permitir que o bebê
respire adequadamente;
3. Com a mão DOMINANTE alivie a compressão do
cordão umbilical;
4. Com a palma da mão NÃO DOMINANTE voltada
para cima, posicione paralelamente os dedos
indicador e médio; introduza-os na vagina, afaste os
tecidos das paredes da vagina formando com os
dedos um “V”;
5. Posicione-os um a cada lado das narinas do bebê criando um espaço que permita respirar livremente;
6. Se não conseguir efetuar a manobra descrita, tente utilizar a ponta do dedo indicador para manter
aberta a boca do concepto;
7. Transporte, mantendo a via aérea para o bebê até a chegada ao hospital. Mantenha um fluxo de
oxigênio, por máscara, em direção à face do concepto;
8. Permita que o nascimento prossiga e dê a assistência necessária durante o período de expulsão;
9. Se houver o nascimento durante o transporte siga as etapas de procedimentos previstas para o
tratamento pré-hospitalar da mãe e do recém-nascido.

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PROLAPSO DE MEMBROS

Nos partos em apresentação transversa ou pélvica pode ocorrer a


exteriorização de uma membro que necessitará de intervenção
médica para a correção.
Nesse caso, adote a mesma posição de aguardar SAV e de
transporte prevista para o prolapso de cordão. Envolva a parte
exteriorizada em compressas secas.

CIRCULAR DE CORDÃO UMBILICAL

A circular é resultado da própria movimentação do feto, que pode fazer com que o cordão se enrole
e desenrole diversas vezes. É uma ocorrência comum nos partos normais. Se o bebê passar muito
tempo sob fluxo sanguíneo reduzido, pode sofrer as consequências da falta de oxigênio para o
cérebro, com complicações neurológicas, mas em geral, a evolução é bastante satisfatória e sem
complicações. Tão logo seja possível desvencilhe o cordão do pescoço do bebê.
Informe ao médico que vier receber o paciente a existência da alteração durante o parto e registre
este detalhe em seu relatório circunstanciado da ocorrência.
1. Se o cordão umbilical estiver envolvendo o pescoço do
RN (circular de cordão), libere-o com muito cuidado,
com um dos dedos, da nuca em direção à face;
2. Se a circular de cordão não puder ser liberada, e impedir
o nascimento do bebê, posicione os “clamps” e seccione
o cordão entre eles, com o devido cuidado para não
lesar o RN;
3. Se o bebê nascer envolvido pelo saco amniótico, este
pode ser rompido, fazendo-se uma prega com o dedo
indicador e polegar rasgando-o;

ABORTOS
O aborto é a expulsão de um feto antes que ele possa sobreviver por si só, ou seja, no início da
gravidez, até em torno da 22º semana, aproximadamente.

TRATAMENTO PRÉ-HOSPITALAR

1. Posicionar a gestante em DDH;


2. Coloque absorvente higiênico na abertura da vagina;
3. Envolva o feto ou qualquer material expulso em lençol descartável ou material apropriado e
conduza-o ao hospital;
4. Oferte apoio emocional à parturiente.

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IMPORTANTE

• Não introduzir nada na vagina da parturiente.


• Conduza ao hospital todos os tecidos e compressas ensangüentadas para posterior avaliação de
perda sangüínea.

NATIMORTO

O RN apresenta sinais que indicam que a morte ocorreu há horas ou dias, tais como: maceração da
pele, líquido amniótico de cor achocolatada, odor fétido.

TRATAMENTO PRÉ-HOSPITALAR

1. Se o óbito é evidente, não é indicada a tentativa de reanimação;


2. Monitorar a parturiente e tratar qualquer complicação pós-parto;
3. Ofertar apoio psicológico à parturiente e a sua família;
4. Envolver o bebê em cobertor apropriado;
5. Transportar para o hospital indicado a parturiente e o bebê em óbito.
JUSTIFICATIVA: existem casos em que o bebê nasce morto (natimorto). Observar período de
gravidez, em geral, ocorre em situações de hipermaturidade do feto.

Nos casos de transporte imediato, posicionar a vítima com a cabeça voltada para a porta traseira da
viatura, mantendo constante monitoramento da situação.

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TRANSPORTE DE GESTANTES OU PARTURIENTES

COMPLICAÇÕES:
Em decúbito dorsal ocorre a
compressão dos grandes vasos
abdominais, a aorta abdominal e, em
especial, a veia cava inferior
causando uma diminuição da
pressão arterial e desconfortos como
mal estar, tontura, falta de ar
e náuseas. Pode, em uma situação
extrema, dificultar a circulação para o
bebê por diminuir a passagem de
sangue para o útero e a placenta.

GESTANTES

Garanta a privacidade e o máximo de conforto á


paciente com o acolchoamento entre as pernas e
um travesseiro.

PARTURIENTES

TRATAMENTO:
1. Posicione a parturiente com a cabeça
voltada para a porta traseira da viatura
com os joelhos fletidos para permitir a
constante avaliação da evolução do
trabalho de parto ou da complicação
que motivou esta conduta.
2. Preste a assistência conforme a
necessidade da paciente durante o
transporte.

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ASSISTÊNCIA AO PARTO NATURAL

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