Manual de Emergências Clínicas - CRT APH 2022
Manual de Emergências Clínicas - CRT APH 2022
Manual de Emergências Clínicas - CRT APH 2022
Manual do
Participante
Manual de
Emergências
Clínicas
Módulo I
Atendimento Pré-hospitalar
Manual de Atendimento Pré-hospitalar Edição 2016 Página 1
Atendimento Pré-hospitalar – Nível Suporte Básico de Vida
ÍNDICE
Nº LIÇÕES Pg
1 Introdução 3
2 O Serviço de Emergências Médicas 9
3 Anatomia e Fisiologia Humana 29
4 Primeiros Socorros para Leigos 71
5 Segurança na Cena de Emergência 95
6 Biossegurança 103
7 Emergências Médicas I - Cardiovasculares e Neurológicas 125
8 Emergências Médicas II – Respiratórias 134
9 Emergências Médicas III – Metabólicas 138
10 Distúrbio de Comportamento 146
11 Atendimento a Vítimas com Deficiência Física e Necessidades 157
Especiais
12 Oxigenioterapia 166
13 Avaliação de Vítimas: Análise Primária 189
14 Avaliação de Vítimas: Análise Secundária 211
15 Ressuscitação Cardiopulmonar 230
16 DEA Módulo I 267
17 DEA Módulo II 306
18 Parto 327
Lição 01
INTRODUÇÃO
OBJETIVOS:
Proporcionar aos participantes conhecimentos que os capacitem a:
1. Identificar os Professores, Coordenadores e Participantes do Curso;
2. identificar a Finalidade, Objetivos de Desempenho e Objetivos de Capacitação do Curso;
3. Identificar o Método de Capacitação;
4. Identificar os materiais didáticos do curso;
5. Identificar a forma de avaliação da aprendizagem e os aspectos relacionados á aprovação,
reprovação e desligamentos;
6. Identificar os apsectos gerais do processo de ensino aprendizagem do Curso de
Atendimento Pré-hospitalar.
1. FINALIDADE DO CURSO
Durante o curso o participante será avaliado pelo grupo de instrutores. Deverá cumprir, nas avaliações
individuais e coletivas todos os objetivos pertinentes a cada uma das Lições que compõem este Manual.
3. DURAÇÃO DO CURSO
260 (duzentos e sessenta) horas-aulas.
5. DESENVOLVIMENTO DO CURSO
6. MÉTODO
O método de ensino será o de Capacitação para Instrutores (CPI), de acordo com a metodologia
implantada pela OFDA/USAID (Agência Interamericana) que atua na capacitação de socorristas para
Desastres.
7. MATERIAIS DIDÁTICOS
7.1. Acesso mediante senha pessoal ao site do Sistema de Administração de Ensino da CLAFESI
Treinamentos Empresariais com a opção de estudar “on line” ou “Baixar Material Didático”;
7.2. Manual do Participante: será distribuído em Módulos e contem as lições correspondentes ao Curso
de Atendimento Pré-hospitalar Nível Suporte Básico de Vida;
7.3. Manual do PHTLS - Primeira Resposta e Manual do PHTLS – 8º Edição ou mais atualizada:
procedimento operacional referência para o atendimento a vítimas de trauma, excetuando-se as
observações que contradizem os Padrões de Assistência Pré-hospitalar padronizados para o curso
em questão;
7.4. Diretrizes de Ressuscitação Cardiopulmonar da American Heart Association / ILCOR: exceção aos
procedimentos dessa Diretrizes não previstos ou não aceitos pelos principais serviços de
emergências médicas públicos ou privados do Brasil ou que ferem legislações que apoiem o Suporte
Básico de Vida;
7.5. Material de Distribuição: utilizados durante a instrução para exercícios e apontamentos;
7.6. Material de Referência: padrões de assistência pré-hospitalar, manuais de atendimento pré-
hospitalar e livros recomendados pelos Instrutores como complemento ao aprendizado.
NOTA CONCEITO
0,0 a 4,9 Insuficiente
5,0 a 6,9 Regular
7,0 a 8,4 Bom (média final mínima para aprovação)
8,5 a 9,5 Muito Bom
9,6 a 10,0 Excepcional
8.1.2. Verificação Imediata (VI): são aquelas que forem aplicadas ao final das Lições denominadas como
"Avaliação Digital" ou, por “outro meio”, para aferir o aproveitamento em ambiente de aula:
8.1.2.1. Serão aplicadas, portanto, Verificações Imediatas (VI), á critério do Instrutor, em qualquer
tempo, em especial ao final de cada Lição, em número ilimitado, sendo que estas avaliações
terão “peso 1”;
8.1.3. Verificações Correntes (VC): são aquelas que forem aplicadas ao final de um grupo de Lições em
datas agendadas previamente, sendo que estas avaliações terão “peso 2”;
8.1.4. Bancas Examinadoras (BE): são aquelas que forem aplicadas ao final de um grupo de Lições em
datas agendadas previamente, executadas em grupo, mas com repercussão individual das notas,
sendo que estas avaliações terão “peso 3”;
8.1.5. Exame de Suficiência Técnica Final (ESTF): são avaliações realizadas por um grupo de docentes e
representante da Entidade Contratante para uma última avaliação geral de todas as matérias do
curso para particiopantes que não obtiveram notas mínimas de aprovações em quaisquer das
matérias do curso, sendo que a nota é TERMINATIVA com o conceito “APROVADO” ou
“REPROVADO”.
2.3. Banca Examinadora (BE): são as avaliações práticas, executada em grupo, com atribuição de nota
individual, aplicadas ao final de um grupo de matérias ou ao final do Curso e se relacionam com a 2ª
Verificação Coreente.
O Corpo Docente será avaliado por meio de questionário que será aplicado ao final do Curso e, em
qualquer momento, por meio das Avaliações de Docentes, Sugestões e Comentários, de forma direta ou
indireta.
GENERALIDADES
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1. Telefone: Não será permitido o uso de telefones celulares ou aparelhos eletrônicos pelo participante
durante as aulas, salvo aqueles autorizados;
2. Será fornecido aos participantes acesso ao material didático padronizado pelo Departamento de
Ensino de APH;
3. Fumar: proibido fumar nas instalações da ESB.
IMPORTANTE
1. Bibliografia, fontes de consulta: indicadas pelo Professor ou Coordenador do Curso.
CONSIDERAÇÕES FINAIS:
Lição 02
O SERVIÇO DE APH
OBJETIVOS:
Proporcionar aos participantes conhecimentos que os capacitem a:
1. Definir os elementos que compõem um Serviço de APH do Serviço de Emergência Médica;
2. Dissertar sobre o perfil profissional adequado ao socorrista do Serviço de APH do Serviço
de Emergência Médica;
3. Diferenciar as atividades de Suporte Básico e Avançado de Vida, critérios de acionamento
e competências operacionais;
4. Indicar os requisitos para o acionamento de aeronave e as responsabilidades das equipes
de apoio na cena de emergência;
5. Listar os procedimentos operacionais nas situações relativas ao transporte de vítimas e de
acompanhantes;
6. Determinar a legislação pertinente ao Serviço de APH do Serviço de Emergência Médica;
7. Indicar as ações do socorrista nos casos de: recusa de atendimento, morte evidente,
ocorrências criminais;
8. Estabelecer a conduta adequada nos casos de participação de médicos e enfermeiros e
autoridades não médicas estranhas ao Serviço de APH do Serviço de Emergência Médica.
DEFINIÇÃO:
Cadeia de recursos e serviços organizados e sistematizados em uma determinada região, composta de
profissionais oriundos e não oriundos da área de saúde, ligadas a uma Central de Regulação Médica, para
prestar atendimento pré-hospitalar a vítimas, no local onde se iniciou a emergência até a chegada ao
ambiente hospitalar.
ATENDIMENTO PRÉ-HOSPITALAR
DEFINIÇÃO:
É a prestação de atividades de Suporte Básico de Vida (SBV) ou Suporte Avançado de Vida (SAV), por
profissional qualificado e habilitado de acordo com o seu nível de treinamento e a legislação vigente para,
avaliar, identificar e corrigir, no local da ocorrência, os problemas que comprometam a vida de uma vítima
acidentada ou de quem sofra de uma emergência médica, transportando-a com segurança ao recurso
hospitalar.
Formação técnica:
I. Concluir com aproveitamento o Curso de Atendimento Pré-hospitalar no nível Suporte Básico de
Vida.
b. Condicionamento físico:
I – A atividade exije preparo para superar o esforço físico decorrente do grande número de ocorrências
diárias atendidas;
II - Atentar para as regras de segurança do trabalho.
Exemplo: utilizar técnicas de postura para levantamento de pesos, etc.
d. Discrição e sigilo:
I. Revelar informações relativas às circunstâncias do acidente, aos ferimentos e à situação clínica da
vítima somente a quem esteja diretamente envolvido no atendimento da emergência (equipes de
APH) ou que dessas informações devam ter conhecimento (médico, familiares, declaração em
juízo).
II. Não fornecer à imprensa dados pessoais ou sobre as condições clínicas da vítima. Limitar-se a
prestar informações jornalísticas.
f. Estabilidade emocional:
I. Controlar as emoções durante o atendimento da ocorrência mesmo nas circunstâncias mais
adversas, tais como: morte de crianças, agressões a idosos, calamidades, insultos;
Manter-se neutro aos acontecimentos, preocupando-se em prestar o melhor atendimento às vítimas de
modo a aliviar-lhes o sofrimento
a. Iniciativa:
I. Assumir o controle das situações complexas, tais como: local de múltiplas vítimas, pessoas presas
entre ferragens;
II. Agilizar procedimentos, solicitar imediatamente os recursos necessários.
b. Amabilidade:
I. Agir de forma calma, moderada, procurando compreender o sofrimento alheio diante da situação
difícil em que se encontra;
II. Tratar as vítimas com respeito e serenidade.
c. Criatividade:
I. Quando situações inesperadas surgirem, ser capaz de diversificar o uso de equipamentos;
II. Adaptar as técnicas existentes para solucionar os problemas, obedecendo aos limites previstos para
seu nível de atuação.
Informar a Central de Operações assim que possível sobre: o Local; o Existência de vítimas do
acidente (na equipe ou outros veículos, etc); o Existência de vítimas já em atendimento; o Situação no
local para avaliação das necessidades de apoio. Obs: Cabe a Central de Operações tomar as decisões e
acionar os recursos necessários para o atendimento à equipe acidentada. Se o acidente ocorrer durante
o deslocamento para o chamado ou no retorno à base: . No caso de acidente com vítimas, cabe a equipe
providenciar se possível : o Sinalização do local para garantia de segurança ou solicitar apoio para tal; o
Atendimento às vítimas conforme protocolo. . No caso de acidente sem vítimas a equipe deve aguardar a
decisão da Regulação médica sobre o prosseguimento. Se o acidente ocorrer durante o deslocamento
para o hospital (com vítima na viatura): . No caso de acidente com vítimas, cabe a equipe se possível
providenciar: o Sinalização do local para garantia de segurança; o Nova avaliação da vítima (já
ATENÇÃO
Aguardar determinação da Central de Regulação sobre o destino das vítimas. No caso de isolamento
completo, ou seja, impossibilidade total de comunicação com a Central de Regulação (rádio e telefone),
tanto a unidade de suporte básico quanto a de avançado, devem conduzir a vítima ao hospital da região
mais adequado ao caso, pertencente ao Sistema Único de Saúde (SUS).
6. Determinação do hospital de destino, quando não houver orientação do Médico Regulador na Central
de Regulação.
ATENÇÃO
• Cabe ao Médico Regulador onde houver este serviço decidir se o SAV será ou não enviado ao local,
quando solicitado pela Equipe de UR.
• Cabe ao Médico Regulador decidir se a Equipe de UR deve ou não aguardar a USA antes de
transportar a vítima.
• O SAV poderá ser acionado independente da solicitação do SBV, por determinação médica ou do
Chefe de Operações da Central de Regulação.
• No caso de isolamento completo, ou seja, impossibilidade total de comunicação com a Central de
Regulação (rádio e telefone), tanto a unidade de suporte básico quanto a de avançado, devem conduzir a
vítima ao hospital da região mais adequado ao caso, pertencente ao Sistema Único de Saúde (SUS).
5. Movimentar a maca de rodas sempre abaixada (recolhida na altura mínima permitida pelo
equipamento) visando garantir a segurança da vítima (prevenção de quedas), somente a articulando na
entrada da UR para elevá-la durante o embarque.
5.1. Logo que desembaraçar na entrada do Pronto Socorro abaixe a maca e a movimente até a sala de
emergência abaixada.
5.2. Durante a avaliação da vítima pelo médico eleve a maca se solicitado;
5.3. Durante a transferência da vítima da maca da UR para a maca do Pronto Socorro execute a elevação
para o mesmo nível;
5.4. Utilize um puxador adaptado na maca ou uma atadura de crepe descartável enquanto não se
especifica viaturas dotadas de macas com puxador retrátil.
6. Utilizar o sistema fixo de oxigenoterapia durante o transporte;
7. Estar preparado para a ocorrência de vômitos e intervir de imediato lateralizando a vítima, aspirando
posteriormente, se necessário;
8. Manter a vítima aquecida durante o transporte, conforme sua necessidade, com cobertor térmico e
restrição de entrada de ar pelas frestas de portas ou janelas;
9. Utilizar adequadamente o ar condicionado com temperatura interna da cabine que não contribua para o
agravamento das condições da vítima;
10. Transportar com velocidade moderada e com segurança, escolhendo o melhor trajeto até o
hospital;
11. Nas situações que exijam Transporte Imediato, trafegar para o hospital de destino em código de
deslocamento “3”;
12. Manter observação contínua da vítima, incluindo sinais vitais e nível de consciência; qualquer
alteração no quadro, comunicar a Central de Regulação;
13. Informar a Central de Regulação ao chegar ao serviço de emergência.
ATENÇÃO
A transferência de pacientes entre serviços de saúde, através de unidades de SBV, não é indicada e só
poderá ser realizada com autorização do Médico regulador em conjunto com o Chefe de Operações em
situação excepcional e justificada.
TRANSPORTE DE ACOMPANHANTES
ATENÇÃO
São os hospitais da rede pública de saúde ou conveniada, equipada com recursos humanos e materiais
para receber a vítima e dar continuidade ao seu atendimento. São classificados em hospitais de níveis
primário, secundário e terciário, de acordo com o seu porte e capacidade de atendimento. Os casos mais
complexos, em geral, exigem atendimento em hospitais de nível terciário, que são melhores equipados
(tomógrafos, ressonância magnética, raios-X, centros cirúrgicos) e dispõem de recursos humanos (médicos
especialistas) para essa finalidade.
Não existe por parte do hospital obrigatoriedade em priorizar o atendimento dos casos clínicos ou
traumáticos levados por UNIDADES DE APH de serviços públicos ou privados, pois cada instituição
hospitalar trabalha com sistemas de triagem que estabelece a prioridade de acordo com o risco obtido na
avaliação preliminar. Nesse caso, procure estabelecer uma relação amistosa entre as partes (Socorristas,
enfermagem e equipe médica) o que sempre leva a um melhor atendimento do paciente com a rapidez
adequada para ambas as partes.
Não existe obrigatoriedade de uma Equipe de UR executar transferências e encaminhamentos de
pacientes entre as alas do hospital (Exemplo: sala de emergência para radiologia e vice-versa), mas
colabore espontaneamente para a rapidez do atendimento naquilo que for necessário e adequado
segundo sua disponibilidade a fim de facilitar a remoção do paciente e liberação da maca da viatura.
Quaisquer problemas envolvendo situações intra-hospitalares procurem resolve-la seguindo o canal
técnico via Médico Regulador onde houver esta função ou por meio da Central de Regulação de
Socorristas.
• Natureza da ocorrência;
• Dados do local da ocorrência, como mecanismo do trauma e óbitos no local;
• Resultados da análise primária e secundária;
• Procedimentos efetuados;
• Tempo aproximado decorrido desde o chamado;
• Intercorrências durante o transporte.
ATENÇÃO
➢ Transmita de maneira ordenada a situação da vítima e o resultado das avaliações feitas durante o
atendimento.
➢ Não estabeleça “diagnósticos”, pois não é sua competência, transmitindo os sinais e sintomas
encontrados de maneira simples e clara sem abuso no uso de terminologias médicas.
A equipe de Atendimento Pré-hospitalar deve estar preparada para atender outras emergências. Para
tanto, deve observar os seguintes Padrões de Assistência Pré-hospitalar:
1. Informar à Central de Regulação, o momento da saída da viatura do serviço de emergência hospitalar
e o momento da chegada no Posto de Socorristas;
2. Confeccionar o Relatório de Ocorrência com o máximo de dados possíveis;
3. Preencher o relatório com os dados obtidos no local da ocorrência, dados obtidos durante o
transporte e no hospital.
4. Realizar a descontaminação ou reposição de materiais e da viatura, conforme Procedimento
operacional Padrão específico;
5. Avaliar e comentar o atendimento com os membros de sua equipe.
ATENÇÃO
➢ Todo o material recolhido na cena de emergência (luvas, sacos plásticos, gazes, etc) deverá ser
descartado no lixo adequado do hospital.
▪ PORTARIA MINISTERIAL GM/MS Nº 2.048 DE 05NOV02: aprova o Regulamento Técnico dos Sistemas
Estaduais de Urgência e Emergência.
▪ PORTARIA CVS Nº 9 DE 16MAR94: estabelece as classificações das viaturas de Atendimento Pré-
hospitalar do CB e dá outras providências. (MD)
• MANUAL DO SERVIÇO DE APH DO SERVIÇO DE EMERGÊNCIA MÉDICA: (Protocolo de Atendimento
Pré-hospitalar) em vigor.
No atendimento de uma ocorrência as ações ou omissões praticadas pelos membros da Equipe de
Atendimento Pré-hospitalar poderão ser questionadas sobre os seguintes aspectos:
IMPRUDÊNCIA
Definição:
Expor-se a si próprio e/ou a outrem a um risco ou perigo sem as precauções necessárias para evitá-los.
Exemplo:
É imprudente o socorrista que dirige um veículo de emergência sem colocar o cinto de segurança, ou
ainda, excedendo o limite de velocidade permitido na via.
IMPERÍCIA
Definição:
Falta de conhecimento técnico ou destreza em determinada arte ou profissão.
Exemplo:
(Medicar) É um ato de imperícia a aplicação de uma injeção por parte de um socorrista que desconhece
os detalhes da adequada técnica de como fazê-lo. Se o socorrista presta um auxílio a uma pessoa, além de
seu nível de capacitação e, com isso lhe causa algum dano, ocorre em imperícia e pode responder
penalmente pela lesão causada (Ver Art. 13, § 2º, letra “a” e Art. 129, § 6º do CP).
NEGLIGÊNCIA
Definição:
Descumprimento dos deveres elementares correspondentes a determinada arte ou profissão.
Exemplos:
É negligente o socorrista que deixa de monitorar os sinais vitais de uma vítima traumatizada, durante seu
transporte do local do acidente até o hospital (Ver Art. 13, § 2º, letra “a” combinado com o Art. 121, § 3º -
homicídio culposo).
É negligente o socorrista que deixa de usar EPI.
OMISSÃO DE SOCORRO
Forma Legal de Acordo com o Código Penal
Art. 135. Deixar de prestar assistência, quando possível fazê-lo sem risco pessoal, à criança abandonada
ou extraviada, ou à pessoa inválida ou ferida, ao desamparo ou em grave e iminente perigo; ou não pedir,
nesses casos, o socorro da autoridade pública.
PREVARICAÇÃO
CONSENTIMENTO NO ATENDIMENTO
O socorrista deverá obter o consentimento formal da vítima para lhe prestar o atendimento de
emergência. Há situações onde o consentimento é considerado implícito, ou seja, a vítima não recusa
formalmente o atendimento ou não apresenta condições de dar o consentimento.
Situações:
1. Adulto consciente e mentalmente capaz que não recuse formalmente o atendimento;
2. Vítima inconsciente ou por qualquer meio incapaz de dar sua concordância;
3. Criança ou adolescente, cujos pais ou tutores legais, dêem seu consentimento no atendimento ou que
não estejam no local da ocorrência;
4. Vítima com deficiência mental e/ou emocionalmente perturbada, cujos responsáveis concitam no
atendimento ou que não estejam presentes no local da ocorrência.
OCORRÊNCIAS CRIMINAIS
Estupro, lesões corporais, maus tratos com idosos e crianças, dentre outras.
1. Atender a ocorrência priorizando o atendimento pré-hospitalar e, posteriormente ou
concomitantemente, adotar as providências policiais necessárias;
2. Solicitar apoio policial quando necessário;
3. Suspeitar de maus tratos quando atender vítimas crianças ou idosas com traumatismos característicos
de agressão, tais como: queimaduras por cigarro, contusões na cabeça, escoriações, marcas de amarras
nos punhos e tornozelos, várias cicatrizes antigas, dentre outras.
Para efeito de exame do local de crime, não deverá ser alterado o estado das coisas, a não ser que seja
absolutamente necessário;
3.2. dentre as causas que justificam a alteração do local estão:
3.2.1. necessidade de socorro imediato às vítimas;
3.2.2. risco à vida para a(s) vítima(s);
3.2.3. risco à vida para os socorristas;
3.2.4. risco à vida para outras pessoas ou risco de novos acidentes;
3.2.5. impossibilidade física de acesso à(s) vítima(s);
3.2.6. impossibilidade de outra forma de salvamento.
4. .Adotar as seguintes atitudes em situações especiais como:
RECUSA DE ATENDIMENTO
8.1. quando a vítima não apresentar redução da capacidade mental, como nos casos de confusão mental,
e, de forma expressa e indiscutível se recusar a ser socorrida, o socorrista deverá verificar se há lesões e se
estas podem resultar em agravo à saúde, seqüelas ou morte;
8.2. após verificar e certificar-se de que não há lesões, o socorrista poderá liberar a vitima do
atendimento e/ou transporte ao hospital, devendo constar, em RELATÓRIO DE OCORRÊNCIA, a recusa da
parte interessada em ser socorrida e sua conseqüente liberação;
8.3. após verificar e certificar-se de que, embora havendo lesões, estas não resultem em agravo à saúde,
seqüelas ou morte da vítima, o socorrista deverá:
8.3.1. enfatizar a importância da ida ao hospital para recebimento de atendimento médico;
8.3.2. esclarecer os eventuais resultados das lesões e a possibilidade de seu agravamento;
8.3.3. se, ainda assim, a vítima mantiver-se inflexível na sua decisão de não ser transportada ao hospital
para receber o devido atendimento médico, deve-se:
8.3.3.1. arrolar pelo menos duas testemunhas;
8.3.3.2. Comunicar o fato ao Coordenador da Central de Regulação;
8.3.3.3. constar no RELATÓRIO DE OCORRÊNCIA a recusa do atendimento e/ou transporte ao hospital e
os dados da respectiva Equipe que atendeu a ocorrência.
8.4. após verificar e certificar-se de que há lesões que poderão resultar em agravo à saúde, seqüelas ou
morte da vítima ou que há probabilidade de essas circunstâncias ocorrerem em razão de que a lesão
(sinal) ou o relato da vítima (sintomas) nem sempre revelam a gravidade do trauma ou a extensão da
lesão, o que pode, porém, ser avaliado em função do tipo de acidente, o socorrista deverá:
8.4.1. providenciar o atendimento e/ou transporte ao hospital mais adequado, indicado pelo Centro de
Operações;
8.4.2. arrolar pelo menos duas testemunhas;
8.4.3. informar a vítima de que o fato será registrado na Delegacia de Polícia, para fins de lavratura de
Boletim de Ocorrência, visando resguardo de ulterior responsabilidade da Equipe e da Instituição;
8.4.4. comunicar o fato ao Coordenador da Central de Regulação;
8.4.5. acionar a Equipe de policiamento ostensivo com responsabilidade sobre o local da ocorrência:
8.4.5.1. registro do fato no Relatório de Ocorrência, constando as informações da vítima, sua recusa,
possíveis lesões e complicações, a insistência no atendimento, bem como os dados das testemunhas
arroladas;
8.4.5.2. solicitar aos integrantes da equipe que apresentem a ocorrência no Distrito Policial para as
providências daquela Instituição.
8.4.6. constar no RELATÓRIO DE OCORRÊNCIA a recusa do atendimento e/ou transporte ao hospital, a
necessidade de pronto socorro e os dados da respectiva Equipe que atendeu a ocorrência.
9. A recusa de atendimento por parte da vítima, na situação prevista no subitem “8.4.” não desobriga o
socorrista de atende-la e transportá-la ao hospital.
ATENÇÃO
Arrolar pelo menos 2 (duas) testemunhas, preferencialmente que não sejam parentes da vítima ou pertencentes
à Equipe.
Não é necessária presença da vítima que recusou atendimento e/ou transporte ao hospital nem das
testemunhas para a confecção do Boletim de Ocorrência, podendo ser convidadas a comparecer à
Delegacia, se desejarem.
Lembrar que o excesso no exercício das funções legais é punível criminalmente.
DIREITOS DO PACIENTE
A seguir, alguns dos direitos do paciente (vítima), publicados em cartilha distribuída pela Secretaria
Estadual de Saúde e adaptada ao Serviço de APH do Serviço de Emergência Médica:
1. A vítima tem o direito de identificar o profissional do Atendimento Pré-hospitalar por nome completo,
função ou cargo e RE;
2. A vítima tem o direito de ser identificada pelo nome e sobrenome. Não deve ser chamado pelo nome
da doença ou do agravo da saúde (Ex: aidético, tuberculoso, leproso, pinguço, entre outros.);
3. A vítima tem o direito de receber explicações claras sobre o tipo de atendimento que está recebendo
por parte do socorrista;
4. A vítima tem o direito a atendimento humano, atencioso e respeitoso, por parte de todos os
profissionais da área de saúde e dos não oriundos da área da saúde.
❖ RELACIONAMENTO INTERPESSOAL:
Questões pessoais não devem interferir no atendimento da ocorrência. A prioridade deve ser a prestação
de um serviço rápido e eficaz, o que influenciará na recuperação da vítima.
Lição 2
O SERVIÇO DE APH
AVALIAÇÃO
4. Cite a conduta adequada nos casos em que a vítima porta objetos pessoais.
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Lição 03
OBJETIVOS:
ANATOMIA
➢ Anatomia Sistêmica: Estuda o corpo em uma série de sistemas de órgãos, tais como, digestório,
ósseo, articular, circulatório, entre outros.
➢ Anatomia Regional: Estuda as regiões do corpo como tórax, abdome, coxa e braço.
➢ Anatomia Clínica: desenvolve a aplicação dos conhecimentos como fundamento científico da
realização do exame físico do doente, utiliza o conhecimento anatômico básico na interpretação
dos sintomas e das alterações de órgãos e sistemas, interpreta e descrever documentos
imagiológicos (RX, tomografia, etc) e estabelece a sua correlação com doenças e traumas.
POSIÇÃO ANATÔMICA
Na posição anatômica o corpo humano pode ser delimitado por planos tangentes a sua superfície.
Para facilitar a compreensão da relação entre as estruturas, uma em relação à outra, planos de
referência imaginários passam através do corpo e o dividem.
PLANOS
REFORÇO DE APRENDIZADO
A situação e a posição das estruturas anatômicas são indicadas em função dos planos de
delimitação e secções:
Anterior (ventral); Posterior (dorsal) ; Superior (cefálico) ; Inferior (caudal) ; Lateral ; Medial ;
Distal; Proximal ; Superficial ; Profundo.
DECÚBITOS
Decúbito é um termo médico que se refere à posição da pessoa que está deitada, não
necessariamente dormindo.
Pode ser referido como:
Decúbito dorsal ou supina(pessoa que deita com a barriga voltada para cima)
Decúbito ventral ou prona(pessoa que deita de bruços)
Decúbito lateral (esquerdo ou direito).
DECÚBITO VENTRAL
DECÚBITO LATERAL
REFERÊNCIAS DE POSIÇÕES
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TERMOS DE MOVIMENTOS
Abdução e adução dos membros direitos e rotação dos membros esquerdos nas articulações do
ombro (glenoumeral) e do quadril.
Flexão e extensão do membro superior na articulação do ombro e do membro inferior na
articulação do quadril.
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DIVISÃO DA CABEÇA
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CRÂNIO
CAVIDADE CRANIANA
COURO CABELUDO
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MENINGES
formam a almofada como camada e protege o sistema nervoso central. Pia-máter é uma membrana
fina que forma a camada exterior do cérebro e da medula espinal. O sangue e vasos sanguíneos
capilares passar através desta membrana para chegar ao cérebro e espinal medula.
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CAVIDADE TORÁCICA
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CAVIDADE ABDOMINAL
QUADRANTES ABDOMINAIS
A localização dos principais órgãos abdominais podem ser facilitadas pela divisão do abdômen
em quadrantes traçando uma linha imaginária que passa pelo umbigo e pela linha mediana do
corpo.
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SISTEMA CIRCULATÓRIO
AORTA
ARTÉRIA CARÓTIDA
ARTÉRIA ILÍACA
SISTEMA RESPIRATÓRIO
RESPIRAÇÃO
VIAS AÉREAS
Laringe – situada entre a faringe e a traqueia; durante a deglutição, a laringe eleva-se ao mesmo
tempo em que a epiglote fecha o orifício de comunicação com a faringe, impedindo que o alimento
entre na traqueia. No interior da laringe encontram-se as cordas vocais.
TEMOS TAMBÉM:
Traqueia – um tubo de aproximadamente 12 cm de comprimento e 2 cm de diâmetro, formado
por uma série de anéis cartilaginoso, que o mantêm aberto.
Brônquios – as duas ramificações da traqueia, direita e esquerda, que penetram nos pulmões. No
interior dos pulmões, os brônquios ramificam-se em tubos cujo diâmetro vai diminuído à medida que
se subdividem, reduzindo-se finalmente a finíssimos canais, denominamos bronquíolos. Estes
terminam nos alvéolos pulmonares.
Pulmões – são dois órgãos de consistência esponjosa, situados no tórax. Há entre eles um espaço
denominado mediastino. É nos pulmões que o oxigênio do ar passa para o sangue e o gás carbônico
do sangue passa para o ar atmosférico. Por essa razão, os dois pulmões são considerados os órgãos
essenciais da respiração.
FARINGE
Na faringe ocorre o fenômeno da deglutição, em que a epiglote fecha a laringe (impedindo que
alimentos cheguem à traqueia). Em seguida o alimento desce para o esófago.
LARINGE
BRÔNQUIOS
BRONQUÍOLOS
ALVÉOLOS PULMONARES
PULMÕES
DIAFRÁGMA
MECÂNICA RESPIRATÓRIA
HEMATOSE
SISTEMA DIGESTÓRIO
DIGESTÃO
FÍGADO
VESÍCULA BILIAR
PÂNCREAS
INTESTINO DELGADO
INTESTINO GROSSO
SISTEMA NERVOSO
NEURÔNIOS
ENCÉFALO
CÉREBRO
FUNÇÕES CEREBRAIS
________________________________________________________________________________
___________________________________________________________________________________
___________________________________________________________________________________
___________________________________________________________________________________
___________________________________________________________________________________
________________________________________________________________________________
CEREBELO
FUNÇÃO DO CEREBELO
TRONCO ENCEFÁLICO
BULBO
MEDULA ESPINAL
SIMPÁTICO
Produz Adrenalina
Provocando as seguintes reações no
organismo:
Dilata a pupila;
Acelera os movimentos cardíacos;
Inibe os movimentos peristálticos;
Diminui as secreções do estômago e dos
intestinos.
PARASSIMPÁTICO
Produz Acetilcolina
Provocando as seguintes reações
no organismo:
Ccontrai a pupila;
Retarda os movimentos cardíacos;
Ativa os movimentos peristálticos;
Ativa as secreções do estômago e
dos intestinos.
SISTEMA MUSCULAR
aumentados com exercícios físicos. Esses músculos ligam-se aos ossos por meio de tendões.
Quando um músculo se movimenta, ele se contrai e puxa o osso ao qual está ligado, mas para que
ocorra o movimento, o outro músculo também precisa se contrair para o lado contrário.
FUNÇÕES MUSCULARES
________________________________________________
__________________________________________________
__________________________________________________
__________________________________________________
__________________________________________________
MÚSCULOS ESQUELÉTICOS
SISTEMA ESQUELÉTICO
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__________________________________________________
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QUANTIDADE DE OSSOS
OSSOS LONGOS
OSSOS CURTOS
OSSOS CHATOS
OSSOS IRREGULARES
JUNTAS E ARTICULAÇÕES
ARTICULAÇÕES
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___________________________________________________________________________________
___________________________________________________________________________________
___________________________________________________________________________________
___________________________________________________________________________________
OSSOS DO CRÂNIO
OSSOS DA FACE
OSSO ESTERNO
OSSOS DO QUADRIL
OSSOS DO QUADRIL
OSSO DA COXA
OSSOS DA PERNA
OSSOS DO PÉ
OSSOS DO OMBRO
OSSOS DO BRAÇO
OSSOS DO ANTEBRAÇO
OSSOS DA MÃO
AVALIAÇÃO
2. Utilizando os termos anatômicos aprendidos nesta lição, descreva a localização aproximada das
indicações abaixo. Responda nos espaços logo
abaixo.
Lesão A
Lesão F
Lesão C
Lesão B
Lesão D
Lesão E
Lição 04
OBJETIVOS
Proporcionar aos participantes atuando isoladamente ou com apoio, e não integrante de uma equipe de
atendimento pré-hospitalar conhecimentos e habilidades para:
1. Executar a avaliação de uma cena de emergência e a solicitação de apoios;
2. Executar o atendimento a uma vítima de desmaio em consequencia de emergência clínica;
3. Executar o atendimento a uma vítima de convulsões;
4. Executar o atendimento a uma vítima adulta de parada cardíaca;
5. Executar o atendimento a uma vítima de obstrução de via aérea por corpos estranhos para adultos,
crianças e bebês;
PRIMEIROS SOCORROS
CONCEITO
Primeiros Socorros são os cuidados imediatos que devem ser prestados rapidamente a uma pessoa,
vítima de acidentes ou de mal súbito, cujo estado físico põe em perigo a sua vida, com o fim de manter
as funções vitais e evitar o agravamento de suas condições, aplicando medidas e procedimentos até a
chegada de assistência qualificada.
http://www.fiocruz.br/biosseguranca/Bis/manuais/biosseguranca/manualdeprimeirossocorros.pdf
BIOSSEGURANÇA
Vacinação Preventiva
ESQUEMA VACINAL
Ideal:
Utilize quaisquer materiais isolantes até que um par de • Luvas de látex ou vinil
luvas esteja disponível. • Óculos de proteção
Exemplo: uma sacola plástica.
Evitar contato com sangue e secreções das vítimas utilizando qualquer recurso isolante até que
estejam disponíveis os equipamentos adequados.
Outras proteções podem ser adicionadas como máscara de proteção facial e avental descartável
de manga longa.
PROCEDIMENTOS IMEDIATOS
2. Acompanhar a vítima até o hospital de destino e se apresentar, neste local, para avaliação médica
ou de enfermagem. Explicar o tipo de acidente sofrido e as providências tomadas no local.
3. Seguir as recomendações médicas e encaminhamentos para eventual tratamento de saúde.
4. Importante manter posse da cópia ou original da Carteira de Vacinação do Adulto para análise da
equipe de saúde, em especial, a comprovação da vacinação contra a Hepatite B.
IMPORTANTE:
❑ Não utilize o telefone de contato até a chegada da ambulância;
❑ Determine que um Brigadistas aguarde a ambulância na entrada do edifício.
EMERGÊNCIAS MÉDICAS
As emergências clínicas são estados graves de saúde que não foram causados por nenhum fator externo
(traumas) e são, normalmente, consequências de doenças pré-existentes provocados por determinados
fatores de risco que podem ser evitados.
HIPOTENSÃO – diminuição da pressão arterial, o que reduz o suporte de oxigênio e glicose circulante
no cérebro:
❑ Condições de saúde ou doenças que podem causar diminuição da pressão arterial: gravidez,
problemas do coração, problemas endócrinos, desidratação, perda grave
de sangue, queimaduras extensas, reações alérgicas e anemias graves.
O sangue exerce diversas funções no corpo humano, em especial, o transporte de oxigênio e de gás
carbônico. Além do trauma, várias doenças podem produzir hemorragias e, consequente, perda súbita
de consciência.
Obstruções arteriais em órgãos vitais como o coração e o cérebro podem levar a emergências fatais cujo
único sinal presente é a “perda súbita de consciência”.
NEWS.MED.BR, 2017. Organização Mundial de Saúde (OMS) divulga as dez principais causas de morte
no mundo.
Disponível em: <http://www.news.med.br/p/saude/222530/oms-divulga-as-dez-principais-causas-
de-morte-no-mundo.htm>. Acesso em: 23 abr. 2018.
❖ Sedentarismo;
❖ Obesidade;
❖ Excesso de colesterol no sangue;
❖ Hipertensão arterial (pressão alta);
❖ Tabagismo;
❖ Diabetes (não tratado).
HIPERTENSÃO ARTERIAL
❑ A hipertensão arterial grave ou prolongada e não tratada, apresenta dores de cabeça, vômito,
dispneia ou falta de ar, agitação e visão borrada decorrência de lesões que afetam o cérebro, os
olhos, o coração e os rins.
TABAGISMO
❑ Segundo a OMS, o tabaco é responsável pela morte de metade dos seus consumidores. Se a tendência
não se alterar, será a causa de cerca de 1 BILHÃO de mortes no século XXI, em comparação com cem
milhões, no século XX.
DIABETES
❑ Valor normal do açúcar no sangue (glicemia) com pelo menos 8 horas de jejum - inferior a 100
mg/dl. Diabetes tipo 2 - superior a 125 mg/dl.
❑ Pós-refeições
Normal - inferior a 140 mg/dl. Diabetes tipo 2 - superior a 200 mg/dl duas horas depois de uma
refeição.
❑ Diabetes (não tratado) traz graves danos á saúde: cegueira, amputação de pés, impotência
sexual, infarto agudo do miocárdio e derrame cerebral;
❑ Identificar os sinais e sintomas;
❑ Procurar tratamento gratuito nos Postos de Saúde ou Programas de Saúde da Família;
❑ Seguir, rigorosamente, o tratamento médico.
❑ De acordo com o Ministério da Saúde, no Brasil, 300 mil pessoas sofrem infartos todos os anos,
e em 30% dos casos o ataque cardíaco é fatal.
SINAIS E SINTOMAS
❑ 1. Desconforto torácico:
❑ > Mal-estar súbito e progressivo com ou sem
dor* (pressão, queimação, ardência).
❑ > Dor do lado esquerdo em forma de aperto que
irradia em geral para o braço esquerdo, axila e
pescoço;
❑ 2. Suor excessivo;
❑ 3. Palidez.
PROCEDIMENTOS
1. Acionar o Serviço de Emergência Médica Local ou Regional;
2. Preventivamente traga o DEA (Desfibrilador Externo
Automático) para o local e esteja pronto para opera-lo nas
seguintes condições:
1.1. A vítima ficar INCONSCIENTE;
1.2. A vítima não apresentar respiração durante 10 segundos de
verificação.
VÍTIMAS CONSCIENTES
VÍTIMAS INCONSCIENTES
Lesão do tecido cerebral provocada por obstrução ou rompimento de artéria cerebral. Os tecidos
cerebrais começam a morrer entre 4 a 5 minutos por falta de oxigênio. Em 85º dos casos ocorre o AVE
Isquêmico (obstrução de artéria) e 15% estão relacionados a ruptura de artéria cerebral como nos casos
de aneurisma cerebral. Nesses casos, a hipertensão arterial é o principal fator de risco.
TRATAMENTO
PROCEDIMENTOS INCORRETOS:
1. NUNCA ofereça líquidos para a vítima beber, pois pode produzir vômitos e, consequente, bronco
aspiração;
2. NÃO adianta esfregar álcool na face ou nos punhos;
3. NÃO tente fazer quaisquer estímulos como “bater no rosto”, “espetar com agulhas”, “torcer os
mamilos”, “esfregar fumo no nariz”, entre tantos procedimentos bizarros.
Algumas vítimas são favorecidas pelo posicionamento adequado segundo sua condição clínica. A vítima
grávida e o afogado são situações que exigem posicionamento específicos.
GESTANTES
O útero fica lateralizado descomprimindo a veia cava inferior. Melhor circulação materna e fetal.
AFOGAMENTOS
Principal causa de morte até os 14 anos de idade, o afogamento pode ser prevenido com medidas
simples como seguir o lema do Corpo de Bombeiros: “Água no Umbigo, Sinal de Perigo!”
Se alguém está se afogando acione um salva-vidas e adote as seguintes medidas de segurança:
1. Não tenha contato corporal com a vítima;
2. Jogue algo que flutue para ela segurar como uma boia, bola, prancha de surf, entre outros;
3. Tente alcança-la com algum dispositivo longo como cabo de vassoura, limpador de piscina, entre
outros;
4. Se tiver embarcado (bote, jet ski, entre outros) aproxime o veículo aquático e deixe a vítima se
agarrar num local seguro;
5. Se tiver como retirar a vítima com segurança remova-a para fora do ambiente aquático e avalie-a;
6. Se não estiver respirando inicie a manobras de ressuscitação cardiopulmonar;
7. Se estiver respirando (sinais vitais) siga a seguinte sequência:
7.1. Posicione-a em decúbito lateral direito com as vias aéreas liberadas;
7.2. Remova as roupas molhadas;
7.3. Seque totalmente seu corpo;
7.4. Cubra-a da cabeça aos pés para tratar a hipotermia, presentes nestes casos,
7.5. Monitore-a frequentemente até a chegada do Serviço de Emergência Médica.
Tradução livre com base em publicação do autor Dr. David Zspilman – Médico Especialista em
Afogamento do Corpo de Bombeiros do Estado do Rio de Janeiro.
CRISES CONVULSIVAS
SISTEMA NERVOSO – CÉREBRO
CRISE CONVULSIVA
❑ Distúrbio normalmente causado por uma temporária atividade elétrica que é desorganizada,
excessiva e repetida.
❑ Se ficar restrito a apenas um grupo de neurônios, o paciente apresentará uma crise convulsiva
parcial (crise epilética parcial).
❑ Se espalharem, atingindo os dois hemisférios cerebrais, teremos, então, uma crise convulsiva
generalizada.
PROCEDIMENTOS INADEQUADOS
A parada cardíaca é definida como uma cessação súbita e inesperada dos batimentos cardíacos. O
coração para de bombear o sangue para o organismo e os tecidos começam a sofrer os efeitos da falta
de oxigênio.
O cérebro, centro essencial do organismo, começa a morrer após cerca de quatro minutos privado de
oxigênio. Em cerca de 10 minutos ocorre a morte cerebral total.
PROCEDIMENTOS:
❑ Deite a vítima sobre uma superfície plana e rígida
(Exemplo: no chão);
❑ Posicione sua mão dominante NO CENTRO DO PEITO,
ENTRE OS MAMILOS. Apóie a outra mão sobre a
primeira, com os dedos entrelaçados e afastados do
tórax;
❑ Mantenha os braços estendidos, sem dobrar os
cotovelos;
❑ Seus ombros devem estar na mesma linha sobre o
esterno;
❑ O peso de seu corpo deve recair sobre o tórax da
vítima e comprimi-lo;
❑ A compressão cardíaca é produzida comprimindo o
osso esterno sobre o coração da vítima e espremendo-
o contra a coluna vertebral.
❑ Execute compressões torácicas contínuas na frequência de pelo menos 100 vezes por minuto não
devendo exceder a 120;
❑ As compressões devem ter a profundidade mínima de 5 cm;
❑ Reveze com outro socorrista depois de 2 minutos, se houver.
Deslocar o útero manualmente para a esquerda durante as compressões para aliviar a pressão na
veia cava inferior e permitir retorno venoso eficaz.
Para que o socorrista faça qualquer intervenção devem estar presentes os chamados “sinais universais de
asfixia” como os que estão apresentados ao lado. Caso contrário, incentive a vítima a continuar tossindo para
expulsar o corpo estranho.
• Mãos na garganta”;
• Incapacidade de tossir ou falar;
• Tosse fraca ou ineficiente.
PERGUNTE: você está engasgada?
Se a vítima somente acenar afirmativamente com a cabeça considere
que a obstrução é total!
MANOBRA DE HEIMILICH
Esta manobra já é de domínio público em vários países onde é comum encontrarmos cartazes com estas
instruções, especialmente em restaurantes sempre associado ao número de emergência local. Desse modo, é
imprescindível que o atendente do SME seja competente para fornecer instruções claras que auxiliem nas
manobras de desobstrução
O posicionamento correto das mãos e os “puxões para cima” elevam subitamente o diafragma criando
compressão do ar residual das vias aéreas.
MANOBRAS DE AUTODESOBSTRUÇÃO
Se uma pessoa está se engasgando e não
há ninguém para auxilia-la terá que tomar
uma decisão rápida e tentar a
autodesobstrução, pois do contrário ficará
inconsciente em alguns segundos.
Providencie compressões abdominais
com as próprias mãos ou apoie-se sobre um
encosto de um móvel com a mesma
finalidade.
VÍTIMAS INCONSCIENTES
• Faça 30 compressões torácicas e 2 ventilações de resgate. Se não houver biossegurança realize somente
compressões torácicas contínuas até a desobstrução e até que a vítima volte a respirar espontaneamente.
• Inspecione a cavidade oral e tente ver se o objeto saiu.
• Tente efetuar 2 ventilações de resgate para ver se o ar passa.
• Repita a sequencia até a desobstrução das vias aéreas.
Depois da desobstrução mantenha a vítima que esteja inconsciente ou que apresente vômitos na
POSIÇÃO DE RECUPERAÇÃO.
Lição 05
OBJETIVOS
A OCORRÊNCIA
A ocorrência emergencial (incidente) pode ser definida como um evento causado pelo homem ou
por um fenômeno natural, que pode colocar em risco a integridade de pessoas, o meio ambiente ou
o patrimônio e requer ações imediatas dos Serviços de Emergência.
CHAMADA DE EMERGÊNCIA
Dados a solicitar
1. Nome do solicitante;
2. Endereço da ocorrência;
3. Dia e hora da ocorrência;
4. Condições climáticas;
5. Tipo de emergência;
6. Número de vítimas;
7. Riscos potenciais;
8. Órgãos do serviço público ou privado já acionados;
9. Necessidade de apoio especializado.
Nas situações em que já houver uma viatura fazendo tal proteção, a viatura de socorro deverá ser
colocada 15 metros à frente do acidente, mantendo o espaço da zona de trabalho.
A colocação dos cones de sinalização deverá obedecer a seguinte proporção: 1 metro para cada
km/h da velocidade máxima permitida na via Exemplo: Se a velocidade máxima permitida na via for
40 Km/h, o primeiro cone de sinalização deverá ser posicionado 40 metros antes do local do acidente
e os demais cones deverão ser distribuídos em direção ao local da ocorrência. Após a sinalização, o
Socorrista deverá se certificar que a sua visualização é ideal. Nos locais onde a visibilidade estiver
dificultada em virtude de neblina ou em uma curva, esta distância poderá ser aumentada conforme a
necessidade
SEGURANÇA PESSOAL
TIPOS DE EPI
• Luvas apropriadas de vinil ou de látex;
• Máscara facial de bolso, com válvula e filtro para os procedimentos de ventilação artificial ou
outro tipo de máscara que impeça o contato com microorganismos veiculados pela respiração da
vítima;
• Óculos protetores, para evitar o contato nos olhos com respingos de fluidos corporais, durante
certos procedimentos.
• Aventais e máscaras faciais descartáveis são outros itens importantes na proteção individual em
determinadas ocasiões.
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__________________________________________________________________________________
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2. Em poço:
a. Equipar um Socorrista, com EPI completo, EPR, uma cadeira confeccionada com cabo da vida e
dois mosquetões;
b. Utilizar cordas presas aos mosquetões para remoção da vítima e para segurança;
3. Em galerias:
a. Dupla de Socorristas com EPI e EPR e cadeira confeccionada com cabo da vida;
b. A dupla deverá portar lanternas, bengalas de cego e maleta de primeiros socorros;
c. Ligar a dupla entre si através de um cabo da vida e esta a uma corda desde o local de entrada na
galeria; e
d. Efetuar busca, estabilizar e retirar a(s) vítima(s) quando localizada(s).
4. Em locais elevados:
a. Equipar um Socorrista com cadeira confeccionada com cabo da vida;
b. Descer o Socorrista até o pavimento onde deva executar a busca;
c. Executar técnica de entrada (podendo ser entrada forçada); e
d. Efetuar busca, estabilizar e executar técnica de rapel retirando a vítima.
AVALIAÇÃO
O LOCAL DE OCORRÊNCIA
4. Citar as três perguntas que o socorrista deverá responder ao avaliar a ocorrência (PASSOS PARA
AVALIAR):
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____________.
Lição 06
BIOSSEGURANÇA
OBJETIVOS
DOENÇAS INFECTO-CONTAGIOSAS
São enfermidades causadas por microorganismos (bactérias, vírus ou parasitas) que são transmitidas
à outra pessoa através da água, alimentos, ar, sangue, fezes, fluidos corporais (saliva, muco ou
vômito) ou ainda, pela picada de insetos transmissores de doenças.
CADEIA EPIDEMIOLÓGICA
É o fluxo organizado das doenças transmissíveis, ou seja, é a forma com que as doenças
desenvolvem-se e são transmitidas.
Contato direto: caracterizado pelo contato pessoa-pessoa, por gotículas de saliva (expelidas pela
tosse), pelo beijo, por relações sexuais ou diretamente pela pele.
Contato indireto: caracterizado pela a transmissão que se dá por meio de alimentos, por vetores
(mosquito para a dengue ou a malária, urina do rato para a leptospirose entre outros.), ou objetos
contaminados (roupas, equipamentos entre outros.).
SINAIS E SINTOMAS:
Dependem do tipo de enfermidade. Algumas vítimas de doenças infecto-contagiosas não
apresentam sinais ou sintomas evidentes ou observáveis. De qualquer forma, procure atendimento
médico se um ou mais sinais e sintomas abaixo relacionados, forem observados após atendimento
de ocorrência de Atendimento Pré-hospitalar:
1. Febre;
2. Sudorese;
3. Vômitos, náuseas, diarréia;
4. Alteração de coloração na pele;
5. Cefaléia (dor de cabeça);
6. Tosse e dificuldade respiratória;
7. Mal estar geral.
BIOSSEGURANÇA
Conjunto de medidas que visam à quebra da cadeia epidemiológica, assim, em um sentido mais
amplo, o controle da infecção.
PRECAUÇÕES UNIVERSAIS
A higienização das mãos antes da abordagem da vítima pode ser feita com uso de álcool 70% em gel
disponível em dispenser no interior da UR.
Lavar ou, pelo menos, higienizar as mãos com solução antisséptica antes do contato com as vítimas.
Lavar as mãos com técnica adequada logo depois da entrega da vítima ao Serviço de Emergência
Hospitalar e depois de qualquer atividade de descontaminação de equipamentos ou viaturas.
IMPORTANTE
• No caso de torneiras com contato manual para fechamento, sempre utilize papel-toalha.
O uso coletivo de toalhas de tecido é contra-indicado, pois estas permanecem úmidas,
favorecendo a proliferação bacteriana.
• Deve-se evitar água muito quente ou muito fria na higienização das mãos, a fim de prevenir o
ressecamento da pele.
Finalidade
Promover a remoção de sujidades e de microrganismos, reduzindo a carga microbiana das mãos,
com auxílio de um anti-séptico.
Duração do procedimento: 40 a 60 segundos.
Técnica
A técnica de higienização anti-séptica é igual àquela utilizada para higienização simples das mãos,
substituindo-se o sabão por um anti-séptico. Exemplo: anti-séptico degermante.
Importante
• Para evitar ressecamento e dermatites, não higienize as mãos com água e sabão imediatamente
antes ou depois de usar uma preparação alcoólica.
• Depois de higienizar as mãos com preparação alcoólica, deixe que elas sequem completamente
(sem utilização de papel-toalha).
SEGURANÇA DA VÍTIMA
Utilizar preferencialmente material estéril para curativo (compressas ou plásticos estéreis) em casos
de feridas abertas.
❑ Lavar as mãos antes e depois de qualquer contato com a vítima;
❑ Trocar as luvas de procedimentos antes de examinar outra vítima;
❑ Descontaminar todo material antes de utilizar na próxima vítima.
ATENÇÃO
Não usar soluções cáusticas, como hipoclorito de sódio, na anti-sepsia de ferimentos.
MATERIAIS DESCARTÁVEIS
Alguns materiais são de uso único e descartáveis e não devem sofrer qualquer processo de
descontaminação.
Deve ser mantido acondicionado em sua embalagem original até seu uso.
Abaixo a lista de alguns deles:
❑ Colar cervical, luvas de procedimentos, ataduras de crepe, compressas de gaze, talas flexíveis,
cânulas orofaríngeas, bandagens triangulares, cateteres de aspiração e oxigenação.
PROCESSAMENTO DE MATERIAIS
ARTIGOS
1. ARTIGOS CRÍTICOS:
São instrumentos ou objetos utilizados em intervenções invasivas, que irão penetrar nos tecidos
epiteliais, sistema vascular e em outros órgãos isentos de flora microbiana própria. Estes materiais.
devem ser esterilizados.
Exemplo: Bisturi, agulhas, instrumentos cirúrgicos entre outros.
2. ARTIGOS SEMICRÍTICOS:
São todos os artigos ou objetos que entram em contato com a pele não-íntegra ou com mucosa
integra. Estes materiais devem ser desinfetados.
Exemplo: cânulas orofaríngeas, máscara de O2 entre outros.
São todos os artigos ou objetos que entram em contato com a pele integra e os que não entram em
contato com o paciente. Estes artigos devem ser limpos. Entretanto, se houver suspeita ou
confirmação por agentes infecto-contagiosos, deve ser submetida à desinfecção.
Exemplo: ferramentas de salvamento, luvas de raspa. bolsa entre outros.
PROCESSAMENTO DE MATERIAIS
1. DESCONTAMINAÇÃO PRÉVIA:
Procedimento usado em artigos contaminados por matéria orgânica (sangue, pus, secreções
corpóreas) para a destruição de microorganismos patogênicos na forma vegetativa (não
esporulada), antes de iniciar o processo de limpeza. Tem o objetivo de proteger as pessoas que irão
proceder à limpeza desses artigos.
Processo químico: aplicação de solução de hipoclorito de sódio a 1% por 10 minutos.
2. LIMPEZA:
Consiste na lavagem, enxágüe e secagem do material.
É o processo final no caso de itens não críticos.
3. DESINFECÇÃO:
É o processo de destruição de microorganismos patogênicos ou não, na forma vegetativa (não
esporulada), de artigos considerados semicríticos, com o objetivo de evitar que a próxima pessoa ao
utilizar o material seja contaminada, oferecendo segurança ao usuário.
O artigo deve estar totalmente seco.
Para este procedimento são utilizadas soluções de hipoclorito de sódio a 0,5 ou álcool etílico a 70%.
Processo químico: Deixar o material imerso em um balde escuro e com tampa com hipoclorito a
0,5% por 30 minutos (para cada um litro de água coloque um litro de hipoclorito de sódio 1%) ou
álcool 70% por 10 minutos;
AÇÃO DO HIPOCLORITO:
• Aplicação: quanto maior a concentração e/ou o tempo maior o espectro de ação, podendo ser
utilizado como desinfetante de baixo a alto nível.
• Espectro de ação: tem amplo espectro de ação, chegando a ter ação sobre esporos de B. subtillis.
Atua a concentrações tão baixas como 25 ppm para microorganismos mais sensíveis. Mais
usualmente utilizada em concentração de 1000 ppm.
• Características: é o desinfetante mais amplamente utilizado. Apresenta ação rápida e baixo
custo. Bastante instável e inativado por matéria orgânica.
• É considerado como prejudicial ao ambiente.
• Compatibilidade com materiais: é bastante corrosivo, principalmente de metais e tecidos de
algodão e sintéticos.
• Aplicação: dependerá da concentração. Basicamente utilizado em superfícies fixas. Embora
possua algumas recomendações para materiais de terapia respiratória os resíduos de cloro,
principalmente com o uso prolongado se tornam impedimento. Altamente utilizado e
recomendado para tratamento de tanques e tratamento de água.
ÁLCOOL 70%
Processo químico:
❑ Executar a descontaminação prévia e a limpeza;
❑ Friccionar álcool 70% por 3 vezes consecutivas;
❑ Deixar secar naturalmente;
❑ Recolocar todo o material na viatura ou no almoxarifado embalados.
• baixo custo;
• não-tóxico;
• incolor e não deixa resíduos.
Como desvantagens, podemos considerar as seguintes características:
• não é esporicida;
• tem atividade diminuída na presença de matéria orgânica;
• danifica material de plástico, borracha ou acrílico;
• evapora rapidamente, com diminuição da atividade antimicrobiana em sangue seco, saliva e
outras matérias orgânicas;
• não tem registro como desinfetante na EPA (“Environmental Protection Agency”); e
• não é aceito pela “American Dental Association - ADA” como desinfetante de superfície fixa e
instrumental;
• não apresenta ação contra vírus hidrofílicos;
• não tem ação residual; e
• é um desinfetante de nível médio.
O uso do álcool 70% como agente de desinfecção e anti-sepsia é bastante Manual deular por se
tratar de um processo simples, relativamente rápido e de baixo custo para se realizar o controle da
infecção. No entanto, o uso do álcool, que é considerado um desinfetante de nível intermediário,
sua utilização acaba sendo, muitas vezes, superestimada, provavelmente devido à sua facilidade de
aquisição e praticidade de uso.
4. ESTERILIZAÇÃO:
É o procedimento utilizado para a destruição de todas as formas de vida microbiana, isto é,
bactérias, fungos, vírus e esporos, e artigos classificados como crítico, com o objetivo de evitar que
os usuários sejam contaminados quando submetidos a tratamentos que exijam o uso desses artigos.
Processo físico: vapor saturado sob pressão com utilização de autoclave.
Classificação Processo
MATERIAL
do artigo Indicado
ASPIRADOR DE SECREÇÃO MANUAL Semicrítico Limpeza e Desinfecção
AVENTAL DESCARTÁVEL Descartável Descartar
BANDAGEM TRIANGULAR Não crítico Descartar
BÓIA DE SALVAMENTO TIPO "SALSICHÃO" Não crítico Limpeza e Desinfecção
CABO MULTI-USO Não crítico Limpeza e Desinfecção
CAIXA COM FERRAMENTAS Não crítico Limpeza e Desinfecção
CÂNULA DE GUEDEL Semicrítico Descartar
CATÉTER DE OXIGÊNIO (tipo óculos) Descartável Descartar
CESTO OU BALDE DE LIXO Não crítico Limpeza e Desinfecção
CHICOTE PARA MÁSCARA DE O2 Semicrítico Limpeza e Desinfecção
CILINDRO DE O2 FIXO Não crítico Limpeza e Desinfecção
CILINDRO DE O2 PORTÁTIL Não crítico Limpeza e Desinfecção
COLAR CERVICAL Semicrítico Limpeza e Desinfecção
COLCHONETE PARA MACA Semicrítico Limpeza e Desinfecção
COLETE IMOBILIZADOR (tipo KED) Semicrítico Desc. Prévia, Limpeza e Desinfecção
COMPRESSA DE GAZE Descartável Descartar
ATENÇÃO:
O manuseio dos produtos químico para processamento deve ser feitos com cuidado e sempre
utilizando os EPI adequados (luvas, avental, máscara e óculos).
DESCONTAMINAÇÃO DA VIATURA:
1. É imprescindível que materiais, equipamentos e viaturas estejam descontaminadas.
2. Semanalmente deve-se realizar uma limpeza e descontaminação mais ampla (limpeza
terminal), isto é, retirar todo o material da viatura e realizar a limpeza do teto, paredes,
armários (interior e exterior), chão, enfim de todas as superfícies.
3. Esta limpeza também se aplica depois do atendimento de ocorrências de vulto com grande
potencial de contaminação!
4. Existe a LIMPEZA CONCORRENTE, realizada diariamente e a LIMPEZA TERMINAL, realizada
semanalmente ou depois de situações especiais.
REGRAS GERAIS:
LIMPEZA
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DESINFECÇÃO DA VIATURA
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NÃO passar álcool em superfícies acrílicas. NÂO passar hipoclorito de sódio nas estruturas
metálicas!
ACONDICIONAMENTO DE MATERIAIS:
1. Todo material que for submetido a processo de descontaminação deverá ser guardado em local
limpo e devidamente embalado.
EXEMPLOS NEGATIVOS:
2. Todo material ou equipamento não descrito neste Manual e não classificado como descartável
deverá ser submetido ao processo de descontaminação adequado para a biossegurança.
3. Manter a ventilação do compartimento da viatura o maior tempo possível.
SALA DE DESINFECÇÃO
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LIÇÃO 06
AVALIAÇÃO
DOENÇAS INFECTO-CONTAGIOSAS E BIOSSEGURANÇA
LIÇÃO 07
EMERGÊNCIAS MÉDICAS I
Infarto Agudo do Miocárdio - Angina Pectoris - Acidente Vascular Encefálico Ataque Isquêmico
Transitório - Crise e Emergência Hipertensiva
OBJETIVOS:
EMERGÊNCIAS CARDIOVASCULARES
• Tabagismo (fumo);
• Sedentarismo (falta de exercícios físicos regulares);
• Dislipidemias (dieta irregular com excesso de gorduras);
• Stress;
• Antecedentes familiares;
• Doenças associadas (hipertensão arterial, diabetes mellitus).
DEFINIÇÃO
O infarto agudo do miocárdio ocorre pela obstrução aguda das artérias coronárias, responsáveis
pelo suprimento de sangue ao coração.
Processo de Arteriosclerose
A área dolorosa ou da ardência está associada a episódios emocionais ou com esforços. A área
dolorosa normalmente atinge mais que 8 cm2 . Acompanha a dor a palidez, a sudorese fria
(transpiração), ansiedade, sensação de morte iminente e a postura dolorosa, normalmente
refletindo a imobilidade postural.
Não existe um sinal indicativo para o diagnóstico de IAM. Um paciente pode apresentar IAM sem
queixa de dor. Nestes casos, é importante perguntar se o mesmo já apresentou dor nos dias
anteriores. Muito provavelmente, a resposta será positiva. Estas vítimas podem apresentar
disritmias cardíacas ou, em condições críticas, um choque cardiogênico. Dificilmente serão
reconhecidos em ambiente pré-hospitalar.
É importante ressaltar que durante a avaliação médica, alguns pacientes com IAM podem
apresentar um eletrocardiograma normal.
Portanto, a melhor maneira de reconhecer o IAM é saber ouvir o paciente. A história da queixa
principal, os antecedentes, o reconhecimento dos fatores de riscos para doenças cardiovasculares e
a identificação de alguns sinais inespecíficos, mas sugestivos no exame físico revelam o diagnóstico
na quase totalidade dos casos.
ANGINA PECTORIS
DEFINIÇÃO
Dor precordial (no peito), de curta duração, usualmente menor do que 15 minutos, que se apresenta
quando o coração não recebe uma quantidade suficiente de oxigênio. É agravada ou produzida pelo
exercício ou por episódios emocionais e é aliviada pelo repouso ou através de medicamentos
vasodilatadores.
A angina pode ser classificada em estável ou instável. A angina estável está associada ao exercício
físico que origina a dor. A vítima normalmente sabe quando apresentará a dor. A angina instável não
é um episódio previsível como a estável, pois ocorre abruptamente com a fissura da placa de
ateroma, como já foi comentado na fisiopatologia do IAM.
EMERGÊNCIA HIPERTENSIVA
DEFINIÇÃO
A hipertensão arterial sistêmica pode ser caracterizada pela elevação súbita da pressão arterial a
níveis superiores ao considerado normal (140x90 mmHg nos pacientes examinados ou 130x80
mmHg em pacientes diabéticos e renais crônicos).
A hipertensão arterial pode aumentar o risco de ocorrer emergências cardiovasculares. Muitas vezes
assintomática, representa ainda um risco para a ocorrência do infarto agudo do miocárdio, acidente
vascular encefálico, insuficiência cardíaca congestiva e lesão renal, ataque isquêmico transitório, Em
outras ocasiões, o paciente hipertenso apresenta sinais e sintomas. Quando sintomático, o paciente
apresenta uma crise hipertensiva. Em situações de risco de morte muito aumentado, o paciente
pode apresentar uma emergência hipertensiva.
Em pacientes com idade entre 40 a 70 anos, cada aumento de 20 mmHg na pressão sistólica e 10
mmHg na pressão diastólica pode dobrar o risco de doenças cardiovasculares.
A hipertensão pode ser um sinal de outra doença: um paciente pode ter um tumor em glândulas
suprarrenais e devido à produção de noradrenalina aumentada, a hipertensão ser a manifestação
clínica.
Não é possível reduzir o risco de doenças cardiovasculares se a hipertensão não for controlada.
Portanto, deve-se realizar uma terapia efetiva na manutenção da pressão arterial em níveis aceitos.
SINAIS E SINTOMAS
REDUÇÃO DA PA SISTÓLICA
MODIFICAÇÃO RECOMENDAÇÃO (mmHg)
05 a 20 mmHg para cada 10 Kg de
Redução do peso Manter o peso ideal perda de peso
Consumo rico em frutas,
Dieta DASH vegetais e pobre em gordura 08 a 14 mmHg
saturada e total
Reduzir a ingestão de sódio
Dieta hiponatrêmica para 100 mEq/L (2,4 g de 02 a 08 mmHg
(redução do sódio) cloreto de sódio (sal))
Exercício aeróbico regular como
Atividade física caminhada diária com 30 04 a 09 mmHg
minutos
Reduzir a ingestão de etanol
Ingestão moderada para 2 drinques diários (30 ml) 02 a 04 mmHg
de bebida alcoólica
EMERGÊNCIA HIPERTENSIVA
DEFINIÇÃO
Dano no tecido cerebral produzido por falha na irrigação sangüínea em razão de obstrução ou
rompimento de artéria cerebral. O efeito compressivo, ou seja, de aumento da pressão
intracraniana também manifestam sinais e sintomas e podem causar situações de risco de morte.
FISIOPATOLOGIA
OBSTRUÇÃO CIRCULATÓRIA
Como explicado na fisiopatologia do IAM, umas placas de ateroma pode se instalar numa artéria,
como a carótida interna, ao longo do tempo. Ocorrendo a fissura da placa, a coagulação é ativada e
um trombo * é formado no local. O desprendimento de uma parte do trombo, denominada
êmbolo* *, é deslocado ao longo da circulação e pode impactar-se num vaso que participa da
irrigação encefálica. A obstrução acarreta infarto ou necrose cerebral. Dependendo do local
atingido, haverá diferentes sinais e sintomas.
O trombo pode ser formado em outras situações, tais como a fibrilação atrial, situada no coração.
* Trombo: Coágulo formado no interior do próprio vaso sangüíneo (artéria e arteríola) obstruindo-o.
HEMORRAGIA CEREBRAL
DEFINIÇÃO
O Ataque Isquêmico Transitório são déficits focais cerebrais ou visuais que desaparecem num prazo
inferior a 24 horas.
Os déficits focais cerebrais podem lembrar as evidências clínicas do AVE, entretanto desaparecem
completamente.
FISIOPATOLOGIA
SINAIS E SINTOMAS
Déficits motores semelhantes ao AVE, dificuldade para falar (disartria), visão borrada com ou sem
presença de sombra, vertigem, náusea, visão dupla (diplopia).
TRATAMENTO PRÉ-HOSPITALAR
AVALIAÇÃO
Lição 07
EMERGÊNCIAS MÉDICAS I
Infarto Agudo do Miocárdio - Angina do Peito - Crise Hipertensiva e Acidente Vascular Cerebral
5. O tratamento pré-hospitalar para uma vítima com sinais e sintomas do IAM é o seguinte:
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7. Descreva o tratamento pré-hospitalar para uma vítima com sinais e sintomas de AVE:
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4. Uma vítima de 56 anos de idade solicita auxílio e informa que está com uma hemorragia nasal.
Tem dor de cabeça e está muito ansioso. A PA diastólica é de 100 mmhg. Com os seus
conhecimentos, o que você pode deduzir que a vítima apresenta? Qual é o tratamento pré-
hospitalar que o socorrista deve realizar?
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LIÇÃO 08
EMERGÊNCIAS MÉDICAS II
Emergências Médicas Respiratórias
OBJETIVOS:
São aquelas que se referem às anomalias do sistema respiratório cuja manifestação principal é a
dispnéia.
DISPNÉIA
ASMA BRÔNQUICA
A asma pode começar em qualquer idade; cerca de metade dos casos desenvolve-se na infância e
outro terço antes dos 40 anos.
Embora raramente a asma seja fatal ela afeta o convívio social.
É uma variedade de problemas pulmonares relacionados a doenças das vias respiratórias ou da troca
de gases. São classificadas como DPOC as seguintes patologias abaixo:
ENFISEMA PULMONAR
BRONQUITE CRÔNICA
HIPERVENTILAÇÃO
• Desequilíbrio orgânico das concentrações dos gases sanguíneos (CO2 e O2) devido a respirações
rápidas e profundas.
AVALIAÇÃO
Lição 08
EMERGÊNCIAS MÉDICAS II
Emergências Médicas Respiratórias
5. Cite o tratamento pré-hospitalar para uma vítima que apresenta o quadro típico de
hiperventilação e está consciente:
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Lição 09
OBJETIVOS:
CONVULSÕES
CAUSAS DE CONVULSÕES
EPILEPSIA
Doença neurológica convulsiva crônica. Manifesta-se por perda súbita da consciência, geralmente
acompanhada de convulsões tônico-clônica.
A epilepsia é uma enfermidade orgânica que pode apresentar-se de diversas formas. Neste curso
iremos enfocar especificamente dois tipos mais comuns de epilepsia:
Grande Mal
Caracterizada por perda da consciência seguida por convulsão tônica - clônica generalizada.
Pequeno Mal
Caracterizada por breves lapsos da consciência sem atividade motora tônico - clônica.
Um episódio convulsivo epiléptico pode repetir-se muitas vezes e não é contagiosa.
TRATAMENTO PRÉ-HOSPITALAR
IMPORTANTE
Se a crise durar mais que 5 minutos, transportar mesmo em convulsões, mantendo os cuidados
anteriores.
Se a crise persistir durante o transporte e houver diminuição da freqüência respiratória (abaixo
de 12 mrm ou superior a 30 mrm para vítimas acima de 8 anos, abaixo de 20 mrm ou superior a 30
mrm para vítimas entre 1 e 8 anos e abaixo de 30 mrm ou superior a 50 mrm para vítimas abaixo de 1
ano, e ainda a vítima apresentar sinais de insuficiência respiratória (dispnéia acentuada, cianose,
respiração superficial, uso de músculos acessórios da respiração)) ou parada respiratória, iniciar
ventilação artificial com ressuscitador manual.
Não realizar manobras intempestivas durante a crise como forçar a abertura da boca ou tentar
introduzir objetos na boca (ex. cânula orofaríngea).
CONVULSÃO FEBRIL
Pode ocorrer em algumas crianças menores de 6 anos, desencadeadas durante hipertermias (febre
alta). É rara entre 2 a 6 meses de idade. Não ocorre abaixo dos 2 meses de idade, visto que nessa
etapa de vida é mais comum a ocorrência de hipotermia. É importante lembrar que poderá repetir-
se (antecedentes). Sempre requer atenção médica.
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ABDOME AGUDO
Dor intensa e rigidez da parede do abdome, causados por doenças ou lesão de alguns dos órgãos
contidos na região abdominal ou, ainda, por obstrução intestinal.
PRINCIPAIS CAUSAS
1. Dor abdominal;
2. Posição fetal;
3. Rigidez abdominal (abdome em tábua) e dor à palpação;
4. Distensão, protuberâncias, massas visíveis ou palpáveis e sinais de trauma (escoriações, feridas,
hematomas);
5. Sangramento retal; hematúria (sangramento na urina), sangramento pela vagina sem relação
com a menstruação;
6. Náuseas e vômitos;
7. Dor nos ombros (dor referida – por irradiação);
8. Tremor, angústia, mal-estar generalizado, palidez, sudorese;
9. Respiração rápida e superficial;
10. Pulso rápido;
11. Sinais de estado de choque hemorrágico.
TRATAMENTO PRÉ-HOSPITALAR
DIABETES MELLITUS
DEFINIÇÃO
O diabetes mellitus é uma doença sistêmica causada pelo excesso de glicose na circulação sangüínea
(hiperglicemia). A falta de tratamento ou o tratamento inadequado pode resultar em complicações
agudas ou crônicas. O tratamento adequado pode retardar o aparecimento das complicações.
FISIOPATOLOGIA
Hálito cetótico, que pode confundir com o hálito etílico (cetoacidose diabética);
Dispnéia: respiração rápida (taquicardia), respiração do tipo Cheyne Stokes;
Desidratação;
Alteração do nível de consciência podendo evoluir ao coma;
Perda urinária considerável (poliúria), sensação de sede e fome importantes com ingestão
desequilibrada de líquidos (polidipsia) e alimentos (polifagia);
Coma (estados hiperosmolares severos).
HIPOGLICEMIA
SINAIS CLÍNICOS
AVALIAÇÃO
Lição 09
4. Descreva o quadro clínico apresentado por uma vítima com hipoglicemia e a forma de
tratamento pré-hospitalar:
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LIÇÃO 10
DISTÚRBIO DE COMPORTAMENTO
OBJETIVOS:
DISTÚRBIO DE COMPORTAMENTO
Nas situações que envolvem vítimas com distúrbios de comportamento preocupe-se com a
abordagem. A segurança do local é especialmente importante ao lidar com vítimas potencialmente
perigosas. Nunca bloqueie a saída deles e nunca se coloque contra a parede. Quando se aproximar
da vítima, deixe-o saber o que você irá fazer antes de iniciar os procedimentos (história ou exame
físico). Você poderá ter que modificar sua maneira de aproximação e técnicas de comunicação, ao
tentar determinar se a situação é uma emergência clinica ou um trauma. Pode ser difícil realizar um
exame físico detalhado ou dar início a um procedimento até que você consiga acalmar a vítima e
conquistar sua confiança.
AVALIAÇÃO DA VÍTIMA
Você sempre avaliará o estado mental da vítima, obterá uma impressão da habilidade de
comunicação desta vítima e sua orientação no tempo e espaço.
Para avaliar e cuidar de uma vítima que esteja tendo um distúrbio de comportamento fique calmo e
aja de maneira estritamente profissional. Observe a vítima e tente diminuir o problema. Tenha
certeza de que ao longo de todo o processo de cuidados, você poderá eliminar as possibilidades de
traumas cranianos, contusões, hipoglicemia e outras emergências clínicas.
• Fale com a vítima e faça com que a vítima fale com você.
• Escute o que a vítima está dizendo e mostre que ouviu o que foi dito. Não ameace ou discuta
com a vítima (não importa do que você possa ser chamado). Reassegure que a vítima que você está
lá para ajudar.
• Fale com calma, de forma direta, mantendo contato olho-a-olho sempre que possível. Esta é a
interação interpessoal, sua principal linha de ação, ao lidar com uma vítima que apresente um
distúrbio de comportamento.
• Mantenha distância da vítima e tenha certeza de que você não está contra a parede. Esteja certo
de que você e a vítima tenham acesso livre à saída do local. Se a vítima tornar-se violento, mude-se
para um local seguro.
• Se for necessário conter a violência da vítima, informe os familiares que serão necessários
restringi-la, obtendo autorização para tal. Nesse caso, utilize os procedimentos operacionais
previstos para o seu protocolo de atendimento. Você poderá não somente ferir a vítima, mas
também sofrer algum ferimento. Além do mais, você pode causar uma reação mais violenta na
pessoa.
• Evite utilizar meios ou formas que possam agredir a vítima (cordas, algemas, etc). Utilize
bandagem triangular, lençol ou algo similar.
• Anote no Relatório de Ocorrência o motivo da restrição e meios utilizados, conforme previsto
neste Manual.
TENTATIVA DE SUICÍDIO
Sempre que você cuidar de uma vítima que tentou suicídio ou esteja a ponto de tentá-lo, sua
primeira preocupação será com a sua segurança:
• Tenha certeza de que o local esteja seguro e de que a vítima não tenha uma arma. Se você
estiver seguro, estabeleça contato visual e verbal com a vítima.
• Fale com calma e de maneira profissional. Não faça nenhuma ameaça e não faça nenhuma
restrição física. Não discuta ou critique a vítima. Nunca brinque sobre a situação.
• Pergunte se você pode ajudar.
• Descubra se a vítima está ferida.
• Fique calmo e mantenha contato, face a face sempre que possível. Escute a vítima e deixe-o
saber que você está prestando atenção.
• Não fique em locais onde você se exponha ao perigo. Se a vítima der qualquer indicação de que
pode machucar os outros, tenha certeza de sua própria segurança e acione apoio policial.
A observação e a comunicação são duas ações das mais importantes para se ajudar a vítima com
comprometimento psíquico ou não. Devemos observar as ações da vítima para que possamos ter
uma leitura de seu estado e podermos através de ações terapêuticas, principalmente a inter-relação
através da comunicação, trazer alívio e melhora de seu sofrimento.
MODOS DE COMUNICAÇÃO:
Nesse sentido muitas vezes o que expressamos através da fala se contrapõem com o que o corpo ou
a mímica do rosto expressa. Por exemplo, posso dizer que adoro uma pessoa ao mesmo tempo em
que o meu rosto expressa ódio, raiva e o tom de voz se torna elevado, demonstrando ira também.
Muitas vezes demonstramos através da postura corporal sentimentos que temos diante de fatos ou
pessoas; podemos numa situação de tensão e nervosismo ter tremores leves das mãos, roer unhas;
se o paciente escutar vozes conversando com ele e não saber de onde elas vêm pode ficar com os
olhos arregalados, falar sozinho.
Faz-se necessário então que passemos a observar a linguagem extraverbal dos indivíduos que forem
atendidos, porque nos dão informações valiosas para dar-lhes uma assistência, assim como,
devemos tentar controlar a nossa comunicação extraverbal, pois passamos informações ao paciente
que pode utiliza-las de uma maneira não adequada.
As vítimas com distúrbio de comportamento, entre eles o paciente psiquiátrico, não perde a
capacidade de percepção dessas comunicações, o que pode ocorrer é que esteja psiquicamente
ruim e a informação não o estimule ou reaja de uma maneira mínima ou mesmo estando ruim, ele
capte a mensagem, mas venha a processa-la de uma maneira inadequada, diferente, quebrada.
Exemplos:
1) A vítima pode perceber que você está com medo dele e se aproveitar disso para pedir coisas
para si ameaçando-o;
2) A vítima ouve vozes que dizem que vão mata-lo e ao olhar ao redor vê você próximo a ele e
acha que você que está falando, pode querer agredi-lo, mas antes é possível que venha demonstrar
que ouve vozes (fala sozinho, arregala os olhos, expressão de espanto), deve-se perceber isso antes
que ele venha tentar agredir.
A comunicação pode ocorrer através da expressão corporal, da mímica facial, entonação da voz,
marcha, vestes, escrita, sinais, signos, atitudes e gestos, fala.
O ser humano necessita de afeto, reconhecimento e aceitação do grupo a que pertence (família,
trabalho, escola, etc) e através da comunicação interpessoal isto passa a ser demonstrado ou não
para essa pessoa.
Nos casos de vítimas com problemas psiquiátricos, este de regra geral, é carente de afeto,
reconhecimento, aceitação e isto provocar ações desse indivíduo na busca desses valores (chamar
atenção, ser “meloso” demais, etc) assim como provocar reações de agressividade, inibição,
afastamento por não ter satisfeitas estas condições.
O socorrista que venha a entrar em contato e/ou dar assistência a este indivíduo deve levar em
conta o exposto acima e tentar fazer uma comunicação a mais terapêutica possível;
O vínculo passa a existir de forma adequada e terapêutica quando o socorrista passa a ter atitudes
adequadas para com a vítima e este por sua vez passa a ter segurança e confiança no socorrista. Isto
deve estar presente desde os primeiros momentos do contato.
• Dar atenção;
• Saber ouvir;
• Saber compreender e aceitar os atos da vítima;
• Orientar a vítima sobre seu estado e o que deverá ser feito;
• Identificar-se para a vítima de maneira formal (nome, função e porque está ali);
• Apresentar-se para familiares e acompanhantes;
• Tornar-se receptivo para a vítima;
• Abordá-lo de forma respeitosa e gentil;
• Sentir-se mobilizado para o sofrimento da vítima e demonstrar que está ali para tentar ajuda-lo.
Para a manutenção do vínculo que se iniciou se faz de suma importância que o socorrista se
mantenha disponível para verificar e atender as necessidades da vítima de acordo com o possível.
Tem se mostrado valioso a manutenção para verificar e atender as necessidades da vítima de acordo
com o possível, ou seja, sempre que a vítima necessitar se expressar este deve estar disponível,
dentro das possibilidades. Se a vítima estiver sem crítica (capacidade de perceber seus atos e ver sua
adequação) ou com a mesma diminuída, com desorientação, fala muito, a todo o momento muda de
assunto e quer a atenção do socorrista este deve ter a habilidade de tranqüiliza-lo, colocar limites
(fixar assunto, toda vez fazer o retorno; se fizer ouvir).
Olhar para a vítima durante o atendimento demonstra respeito, atenção, permite perceber a
comunicação extraverbal, e até serve como proteção para o socorrista no caso de tentativa de
agressão por parte da vítima.
4) Ouvir atentamente
Serve também para demonstrar atenção, educação, respeito à vítima. Deve-se ouvir o que o mesmo
tem a dizer e manter o diálogo com a mesma, pois momentos de desabafos trazem alívio de tensão
e fazem com que o vínculo se estreite caso haja demonstração de interesse por quem ouve. No caso
da vítima estar confuso e mudando várias vezes de assunto, não falar coisas compreensíveis, não se
deve em momento algum demonstrar ao mesmo rejeição, rispidez, ameaça moral/física, desafiar a
vítima, coerção.
Há vítimas que ao relatarem seus conflitos e problemas podem ter um aumento de seu sofrimento e
por vezes necessita de uma paralisação, uma pausa para poderem reequilibrar-se, ordenar o
pensamento, aliviarem as pressões.
Quando ocorrerem essas pausas o profissional deve por alguns instantes mante-las e em seguida
estimular a vítima a voltar a falar, caso a vítima não queira na se deve insistir e sim respeita-la,
orienta-la que quando quiser voltar a falar poderá faze-lo.
Por outro lado, não se deve deixar a vítima por muito tempo em silêncio para estimula-la a falar.
Há vítimas que têm o pensamento de uma forma mais lenta e por isso têm dificuldades para se
expressar, com isso não conseguem por vezes completar frases, falar fluentemente, terminar um
assunto.
O socorrista deve estimular a vítima a concluir a frase, o assunto com suas próprias palavras na
tentativa de melhorar o curso desse pensamento (estímulo ao “normal”).
No caso da vítima estar com fuga de idéias (muda de assunto várias vezes) deve se tentar fixar um
assunto e toda vez que ele sair do mesmo tentar retomar.
No caso da vítima não conseguir falar de maneira compreensível o socorrista deve orienta-lo quanto
à dificuldade de manter a comunicação e se mostrar disponível quando necessário.
Não se deve provocar e irritar o paciente nestas condições; não se deve fazer brincadeiras ou emitir
opiniões prejudiciais à vítima e aos familiares. Deve-se respeitar a fala da vítima, orienta-lo quanto a
mesma e no máximo deixa-lo falar sem importuna-lo.
Quando a vítima mantém um diálogo e fornece várias informações importantes se faz necessário
que ao final ou ao tempo que achar adequado o socorrista repita as idéias após um pequeno resumo
das mesmas e verifique na vítima a repercussão que isto promove.
O socorrista ao devolver essas idéias deve observar a comunicação extraverbal da vítima assim como
as colocações verbais que venham a ser feitas pelo mesmo.
Por vezes a vítima não percebe que existe entre si e as diversas idéias que coloca, entre essas idéias
e o seu estado atual de sofrimento; por isso o socorrista ao ter essa percepção deve relacionar idéias
para a vítima e a influência das mesmas em seu estado. Com isso novamente deve observar a
comunicação verbal e extraverbal que isto provoca e a repercussão no nível emocional/afetivo da
vítima.
Se estivermos inseguros do procedimento a fazer; não satisfeito com o trabalho, podemos transmitir
para a vítima parte dessas informações através da nossa comunicação extraverbal.
Como exemplo, podemos através de nossa expressão corporal, entonação de voz, olhar, passar a
vítima a sensação de que não estamos preocupados com ele; que estamos com medo de atende-lo
(inseguros); que vamos atende-lo de qualquer forma; entre outros.
O profissional deve tentar controlar sua expressão corporal, mímica facial (extraverbal), pois são
dados que a vítima pode perceber e com isso prejudicar o atendimento e relacionamento paciente –
equipe.
Por outro lado o profissional deve observar a comunicação extraverbal que a vítima expressa e valer-
se dessa informação de maneira terapêutica no tratar com o mesmo.
Por exemplo, se percebermos que a vítima demonstra medo devemos orienta – lo e tranqüiliza – lo
quanto aos procedimentos e ao atendimento a realizar.
Podemos ajudar a vítima na tentativa de resolução de seus problemas, mas sempre tendo em vista
que não devemos dar opinião pessoal, conselho; ver a situação como se nós a estivéssemos
vivenciando.
A vítima é quem deve decidir as coisas por si; podemos ajuda – lo fazendo uma orientação,
relacionando idéias, mostrando pontos ou situações que o mesmo não vê, resumindo seu relato.
Não devemos passar ao paciente aquilo que nós queremos que ele faça e sim que o mesmo chegue
a uma definição e venha a agir em função da mesma. Não devemos dar a solução pronta e sim
estimular a vítima na busca da mesma.
1. Chegar ao local da ocorrência de forma discreta, com sirenes desligadas e sem criar tumultos.
2. Estudar inicialmente o local, verificando riscos potenciais para a equipe de Atendimento Pré-
hospitalar e para a vítima, neutralizando-os ou minimizando-os.
3. Isolar o local, impedindo aproximação de curiosos.
4. Verificar necessidade de apoio material e/ou pessoal e comunicar o Centro de Comunicações.
5. O contato com a vítima deverá ser efetuado por apenas 1 integrante da equipe, a fim de
estabelecer uma relação de confiança. Os outros permanecem à distância sem interferir no diálogo.
6. Manter imediatamente diálogo com a vítima, mostrando-se calmo e seguro, procurando
conquistar sua confiança; deixar a vítima falar.
7. Manter observação constante da vítima e não deixá-la sozinha por nenhum instante até o
término do atendimento.
8. Conversar com a vítima de forma pausada, firme, clara, e num tom de voz adequado à situação.
8.1. Não assumir qualquer atitude hostil para com a vítima.
9. Procurar descobrir qual o principal motivo de sua atitude.
10. Procurar obter informações sobre seus antecedentes.
11. Iniciar o trabalho no sentido de dissuadi-la, após ter conquistado sua confiança, sempre
oferecendo segurança e proteção.
12. Continuar tratando-a com respeito e consideração, conduzindo-a para o hospital.
IMPORTANTE
• Não menosprezar os distúrbios de comportamento. São doenças como outra qualquer, assim
como problemas cardíacos, respiratórios.
• Restringir a vítima, se necessário, conforme previsto neste treinamento;
• Manter a atenção durante o transporte para um novo surto.
• Tomar cuidado com a aproximação de parentes da vítima, pois pode causar reação contrária à
esperada, piorando a situação.
• Nunca deixar a vítima sozinha em local de risco ou com objetos que ela possa utilizar para se ferir
(facas, tesoura, arma de fogo, entre outros.).
RESTRIÇÃO DE VÍTIMAS
IMPORTANTE
• Empregue somente a força necessária para conter a vítima agressiva, sem excessos.
• Oriente a própria vítima e familiares antes de tomar a decisão de efetuar a restrição mecânica
de movimentos.
• Evite ofensas verbais à vítima e atitudes que possam causar constrangimentos, tais como: chave
de braço, segurar pelo pescoço (gravata), apoiar joelhos sobre o tórax da vítima, utilização de
algemas, cordas ou material similar.
• O uso de ataduras de crepe, quando mal utilizada, pode acarretar lesões na área restringida.
Acolchoe bem a área a ser utilizada para restrição e certifique-se que o procedimento está sendo
eficaz.
• O uso de “camisa de força” não é permitido por legislação especial.
• Precaver contra mordidas, agressões e secreções por parte da vítima;
• Nos casos de acidentes pessoais ao Socorrista que envolva ferimentos abertos ou mordidas
procurar obter assistência no local de entrega do paciente e conforme Padrões de Assistência Pré-
hospitalar de Biossegurança previstos neste Manual.
AVALIAÇÃO
Lição 10
DISTÚRBIO DE COMPORTAMENTO
Lição 11
OBJETIVOS
INTRODUÇÃO
Toda vítima é especial a partir do momento em que necessita de uma atenção diferenciada, devido
a uma característica particular. O socorrista deverá avaliar a vítima e iniciar os procedimentos,
seguindo os passos que foram discutidos ao longo do curso. Porém, algumas vítimas devido à idade
avançada, invalidez ou outra situação, devem ser consideradas com algumas diferenças. O cuidado
diferenciado é necessário devido à inabilidade física, mental ou ainda, a falta de audição que afetará
a comunicação no caso de uma emergência. Faça perguntas de modo que a vítima possa entendê-las
e respondê-las. Estas vítimas com necessidades especiais incluem bebês e crianças, idosos, surdos e
cegos, portadores de deficiências física ou mental, aqueles com emergências emocionais e usuários
de drogas ou álcool. Lembre-se de que estas vítimas devem ser tratadas com cortesia, preocupação
e devem ser compreendidos, até que sejam entregues aos cuidados médicos.
Pode parecer fácil comunicar-se com as pessoas, especialmente se você já as conhece há algum
tempo, como membros da família, vizinhos, amigos e colegas de trabalho. Na comunicação com
estas pessoas, nota-se que elas utilizam gestos, desenvolveram expressões para substituir palavras
e, até mesmo, utilizam palavras que não existem e, que você compreende sem dificuldade. Quando
o Socorrista tem que interagir e comunicar-se com uma vítima em situações de emergência, ambas
as partes, normalmente, são estranhas uma a outra. A vítima nestas circunstâncias pode ter
dificuldade de responder às perguntas feitas e de comunicar suas necessidades. O Socorrista deve
obter as informações rapidamente e decidir pelo cuidado a ser oferecido ou pelo transporte da
vítima. No caso de vítima especial, existem algumas diretrizes que você deve seguir:
Estabeleça contato, olho-a-olho, quando você falar com a vítima e enquanto ele tentar
responder às suas perguntas. Esta forma de contato mostra interesse e amizade e sua expressão
pode mostrar compaixão. Algumas vítimas de diferentes culturas podem não devolver este tipo
de contato, mas eles saberão que você está tentando ajudar e entendê-lo.
Posicione-se de modo que a vítima possa vê-lo. Se você ficar em pé a uma distância muito grande
ou sentada ao lado da vítima, estará dificultando a comunicação, pois ele terá que virar ou
inclinar a cabeça para falar com você. É menos ameaçador se você se colocar na altura do olho
da vítima e gesticular de maneira que ele entenda que você irá ajudá-lo. Braços cruzados sobre o
tórax e troncos encurvados, com as mãos nos bolsos, indicam que você está se defendendo ou
está preocupado. Em algumas situações, sua postura e ações precisam demonstrar autoridade.
Quando a vítima é de difícil comunicação ou violento, deve ser acalmado e as pessoas presentes
no local devem ser protegidas. Para tanto, você deverá mostrar segurança e autoridade em suas
ações.
Fale com a vítima de maneira que ele possa entender. É mais provável que ele se confunda, se
você utilizar terminologia médica. Fale de modo claro e devagar para assegurar que ele entenda,
mas não o trate como se fosse criança. Você poderá determinar se a vítima tem deficiência de
desenvolvimento mental e pode adequar sua comunicação para o nível dele.
Explique o que você vai fazer antes de executar qualquer ação. Ao encontrar vítimas que não
falam seu idioma, tente comunicar-se através de gestos, mas não vacile em procurar membros
da família ou vizinhos para ajudar na interpretação. Mantenha contato olho-a-olho com a vítima.
Responda honestamente todas as perguntas que a vítima lhe fizer. Explique que um
procedimento pode doer ou até mesmo que você não sabe o que está ocorrendo no momento.
Informe à vítima que ele será examinado no hospital, para que seja determinado o cuidado
apropriado.
Mantenha a vítima tão confortável quanto possível, enquanto você realiza os cuidados iniciais.
Descubra o nome da vítima e a forma que ele gostaria de ser tratado. Algumas vítimas mais
velhas gostam de ser tratadas por senhor ou senhora. É mais comum o uso do primeiro nome,
mas cheque primeiro com a vítima. Evite usar expressões como "tio", "meu bem" ou "broto".
Quando você fizer uma pergunta a vítima, dê um tempo para que ele possa entender e
responder. Eles podem demorar um pouco para compreender o que você perguntou e formular
uma resposta. Se você o apressar fazendo outra pergunta, ele poderá sentir-se frustrado e
recusar-se a falar.
AVALIAÇÃO E CUIDADOS
Para todas as situações que envolvem a vítima com necessidades especiais, avalie inicialmente o
local da emergência. Deixe a vítima saber o que você vai fazer, antes de iniciar os cuidados, procure
saber a história e realize o exame físico. Execute os cuidados iniciais antes ou durante o transporte
para o hospital. Providencie os cuidados como faria para qualquer outra vítima
A VÍTIMA IDOSA
Existem idosos de todos os tipos e personalidades. Nunca trace o estereótipo de vítimas mais
velhas. Lide com elas, da mesma forma como faria com outra vítima adulta. Descubra seu nome e
chame-o por ele. Demonstre respeito tratando a vítima por senhor ou senhora. Nunca diga "vovó"
ou expressões parecidas.
mais velhas, por experiência, sabem que uma simples resposta pode ter duplo significado durante
uma conversa, e até mais significados quando a conversa já estiver terminada. Não apresse a
conversa. Muitas pessoas idosas vivem sozinhas e
isto muda os seus padrões de fala. Você pode observar vítimas mais velhas abordando tópicos
variáveis ou divagando nas respostas às suas perguntas. Em alguns casos, isto estará ocorrendo
devido a mudanças na irrigação sangüínea cerebral, porém, freqüentemente, isto acontece
simplesmente porque estes vítimas perderam o hábito de conversar. Como Socorrista, lembre-se
que sua vítima é um adulto que está passando por outra crise na vida. Vítimas idosas sabem cuidar
de si. Certifique-se que não há nenhum fator que lhe ameace a vida e então permita a vítima que
controle o tempo para obtenção da história e o exame físico. Se o cônjuge da vítima ou um amigo
íntimo estiver por perto, acredite que você poderá ter outra vítima. Você pode estar cuidando de
uma mulher, enquanto aquele que é seu marido há trinta anos teme a morte da esposa. Providencie
apoio emocional para ambos. Esteja sempre alerta a familiares e amigos, pois a tensão causada pela
situação pode provocar um ataque do coração ou outra emergência clínica.
A VÍTIMA SURDA
Raramente encontramos uma pessoa surda constrangida, por apresentar sua deficiência auditiva
freqüentemente é a pessoa que escuta que se envergonha ao tentar comunicar-se com uma pessoa
surda. Infelizmente, a maioria de nós tem pouca experiência na comunicação com deficientes
auditivos. Isto ainda é verdade, mesmo considerando que há muitas pessoas, em nosso país,
totalmente surdas ou com algum grau de perda da audição. Esteja atento para o fato de que uma
vítima possa não ouvi-lo. Ele pode conseguir falar claramente, ainda que não possa ouvir. Na maioria
dos casos, uma pessoa surda lhe informará esta condição apontando para o ouvido e balançando a
cabeça para indicar "eu não posso ouvir". Algumas vítimas podem tentar comunicar-se com você
usando a linguagem de sinais, gesticulando com as mãos e dedos. Quando em dúvida, escreva em
um pedaço de papel "você está me ouvindo?" e entregue à vítima. Quando estiver certo da surdez
da vítima ou que ele está ouvindo com dificuldade, saiba se ele pode ler os movimentos dos lábios.
Escreva ou pergunte "você pode ler os movimentos dos lábios?". Quando você falar com uma vítima
surda e espere que ele leia os movimentos dos seus lábios, certifique-se de que sua face esteja
iluminada (usando uma lanterna se dispor). Fale lentamente e sem distorcer as palavras como faria
normalmente. Quando você faz uma pergunta, aponte para sua boca, com o intuito de alertar a
pessoa para ler o movimento de seus lábios. Nunca se vire enquanto você estiver falando. Muitas
pessoas surdas não estão treinadas para fazer a leitura labial, então os melhores métodos a serem
utilizados são a escrita e os gestos.
A Língua Brasileira de Sinais (Libras) é a língua de sinais (língua gestual) usada pela maioria
dos surdos dos centros urbanos brasileiros e reconhecida pela Lei.
Libras, como língua, possui gramática própria, semelhante às línguas orais, embora a exploração seja
realizada através dos gestos. Há três parâmetros constituintes na língua de sinais: configuração da
mão, ponto de articulação ou locação e movimento. A mesma configuração da mão em espaços
No desconhecimento dos sinais da Libras, se você apontar uma área do corpo, gesticule como se
sentisse dor, e aponte para a vítima, ele normalmente entenderá sua pergunta. Durante um exame,
aponte para o seu próprio corpo antes de tentar fazer algo no corpo da vítima. Ao longo de todo o
cuidado de uma vítima surda, tente manter contato face a face. O contato físico também ajuda. Dê a
mão a ele, mantendo uma de suas mãos livres para que possa gesticular ou chamar a atenção com
um toque gentil no ombro. Quando o socorro é chamado, faça um gesto indicando que uma ligação
telefônica está sendo feita. Mostre a chegada de ajuda adicional.
Algumas pessoas surdas podem falar claramente, outras falam com dificuldade, prejudicando a
compreensão e outras não podem falar. Se a vítima o qual você está cuidando não puder falar use
comunicação escrita. Se a vítima surda puder falar, mas você não pode compreender algo que foi
dito, não finja entender. Isto poderia resultar em um engano sério nas informações obtidas da
vítima e comprometer a segurança do mesmo. Sempre mostre que você não entendeu encolhendo
seus ombros e mostrando as mãos com as palmas para cima em frente ao seu corpo, como se
dissesse "o que você disse?".
ALFABETO SURDO-MUDO:
A VÍTIMA CEGA
Pessoas cegas raramente sentem vergonha de sua cegueira. Novamente, é a outra pessoa que se
sente incomodada, tentando comunicar-se com o deficiente visual. O atendimento de emergência, o
histórico e o exame físico de vítima cego não são tão diferentes daquelas vítimas que enxergam
normalmente. Se você se lembrar de dizer a vítima cega tudo o que vai fazer antes de executar,
falando e mantendo contato de toque durante todo o cuidado, mantenha a pessoa cega informada
acerca de tudo o que esteja acontecendo (sobre os ruídos estranhos, a chegada de ajuda adicional),
e você não terá dificuldades no cuidado desta vítima. Tente lembrar-se de três coisas quando estiver
lidando com portadores de deficiência visual. Primeiro, não grite ao falar com ele. O fato de a vítima
ser cego, não implica que ele não possa ouvir. Segundo, não mude a maneira de falar, use palavras
que você usaria normalmente. As pessoas ficam freqüentemente aborrecidas quando deixam
escapar palavras como "veja" ou "olhe" ao se dirigir a pessoas cegas. Os cegos normalmente utilizam
estas palavras e saberão que você não está tentando envergonhá-los. Como terceiro ponto,
mantenha contato contínuo com a vítima através da fala ou do toque. Se você precisar mover a
vítima e ele puder caminhar, permita que ele se apóie em seu braço e mantenha-o ligeiramente
atrás de você. Acompanhe seus passos e advirta sobre perigos. Nunca empurre ou puxe uma vítima
cega. Sempre o conduza.
O maior problema que o Socorrista encontra quando lida com vítimas que apresentam deficiência
muscular, de sistema nervoso ou esquelético, é na avaliação física detalhada. Estas vítimas têm
partes do corpo com o funcionamento comprometido ou que simplesmente não funcionam. Quando
estas vítimas são feridas, é freqüentemente impossível para o Socorrista fazer uma avaliação correta
do membro lesado ou outra parte do corpo. Você deverá prever se houve dano e a melhor forma de
cuidado. Sempre que uma vítima acidentada
apresentar um dano físico, você deverá perguntar a ele, a respeito deste trauma, no sentido de
averiguar se o problema já existia anteriormente ao acidente. Com esse procedimento, descarta-se a
possibilidade de uma afecção maior estar comprometendo um membro paralisado, como um
trauma na coluna, por exemplo. Faça perguntas sobre a inaptidão da vítima. Use palavras como
"impedimento" ou "inaptidão" e nunca expressões como "manco" e "incapacidade”.
Reúna toda informação possível através de perguntas e do exame físico. Se a vítima lhe contar sobre
uma inaptidão (de não ter movimentos de um membro) ou relatar perda de função após o acidente,
não segure o membro ou tente movê-lo, pois você poderá causar um dano adicional, ao causado
pelo acidente, como fraturas e luxações. Como a maioria das pessoas, o deficiente físico gosta de ser
independente. Se você pedir a qualquer outra vítima para fazer algo, dê o mesmo privilégio a vítima
portador de deficiência física. A exceção será quando você acreditar que a vítima tem uma
incapacidade para realizar tal tarefa.
Algumas vítimas, por deficiência, não desenvolvem algumas partes da função neurológica. Isto
resulta em retardamento mental ou de desenvolvimento. Sua principal tarefa será manter-se calmo
e estabelecer comunicação efetiva com a vítima. Não é fácil descobrir que uma vítima sofre de
retardo mental ou deficiência de desenvolvimento. A princípio você poderá assumir que está lidando
com uma “vítima normal" que se apresenta um pouco confusa. Sempre que você suspeitar que a
vítima pode ter algum grau de retardo mental ou deficiência de desenvolvimento, você deve:
1. Começar tratando a vítima da mesma forma como você trataria qualquer outra vítima da mesma
idade;
2. Fazer perguntas que requerem um "sim" ou "não" como resposta e evitar perguntas que
requerem uma resposta mais elaborada. Tente algumas perguntas que permitam a vítima fazer
escolhas entre respostas. Por exemplo, você gostaria de se sentar aqui ou naquela cadeira “.
Descubra se a vítima sabe onde ele está, o dia da semana e a data (pelo menos o ano)”;
3. Avaliar as respostas da vítima quanto à compreensão, os termos que lhe são familiares e o que
você precisa explicar repetidamente.
4. Escutar cuidadosamente tudo o que a vítima disser, reavaliando o nível de compreensão;
5. Obter a história e fazer o exame físico mais lentamente. Esteja preparado para respostas e ações
lentas. Também esteja preparado para explicar repetidamente a situação, ações e o que você
queira que a vítima faça.
Em todas as situações que envolvem vítimas sob influência de álcool ou drogas, avalie inicialmente o
local. Sua segurança é importante. Ao considerar que você poderá aproximar-se da vítima, informe-
o do que você quer e o que pretende fazer antes de dar início aos procedimentos (histórico e exame
físico). Você poderá modificar seu modo de aproximação e suas técnicas de comunicação para que
possa determinar se a situação é uma emergência clínica ou um trauma. Pode ser difícil executar o
exame físico detalhado ou qualquer procedimento e cuidado até que você consiga acalmar a vítima
e conquistar sua confiança.
VÍTIMAS DE CRIME
inseguro incluem:
Sinais de luta e vozes altas ou ruídos, como vidros se quebrando, estrondos ou tiros.
Uma quietude incomum ou escuridão no local. Suspeite quando o local estiver "muito quieto".
Armas visíveis ao redor ou nas mãos de alguém que esteja no local.
Sinais de uso de álcool ou drogas por pessoas presentes no local que podem parecer violentas ou
agressivas a você ou a vítima.
Se a região for um local conhecido de ocorrência de violência e crimes.
Seu primeiro dever como Socorrista será providenciar cuidados de emergência a vítima; porém
preservando as evidências que serão utilizadas no tribunal. Toque apenas no que for preciso. Não
use telefones do local, a menos que você não tenha outra escolha, para pedir ajuda com urgência.
Só mova a vítima se houver perigo ou se algum cuidado essencial for necessário (movê-lo para uma
superfície dura para realizar RCP, por exemplo). Se você mover ou tocar em algo, lembre-se de
relatar ao apoio policial. Se o crime for um estupro ou abuso de uma criança, não lave a vítima e não
permita o uso do banheiro. Não deixe que a vítima troque as roupas íntimas. Não permita a vítima
ingerir líquidos ou comida. Ao negligenciar estes cuidados, você poderá destruir as evidências.
Explique suas ações a vítima adulta. Conforte e distraia a vítima quando for uma criança. Não
sobrecarregue a vítima com perguntas sobre o crime, especialmente à vítima de estupro. Mantenha
seus deveres de cuidado a vítima. Uma das coisas mais importantes para um Socorrista, ao
proporcionar cuidados a uma vítima de crime, é oferecer apoio emocional e segurança a vítima.
AVALIAÇÃO
Lição 11
DISTÚRBIO DE COMPORTAMENTO
1. ESTUDO DE CASO
ATIVIDADE GRUPAL
TEMA LIVRE
Tempo de preparação: 10 minutos.
Tempo de execução: 10 minutos.
LIÇÃO 12
OXIGENOTERAPIA
OBJETIVOS:
OXIGÊNIO
HIPÓXIA CELULAR
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EMPREGO DO OXIGÊNIO
O oxigênio deve ser ministrado a todas as vítimas de emergências clínicas e aos traumatizados.
Deverá ser utilizado especialmente nas situações onde há dificuldade em respirar (dispnéia), em
situações onde há uma diminuição da quantidade de oxigênio no ambiente, bem como em
envenenamentos celulares (exceto herbicidas com compostos quaternários de amônio como o
Paraquat e o Diquat).
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3. Ressuscitador manual:
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Equipamentos utilizados para a ventilação artificial no atendimento de vítimas com parada respiratória,
cardiorrespiratória ou para a assistência ventilatória nos casos de insuficiência respiratória aguda.
REDUTOR DE PRESSÃO
MANÔMETRO E FLUXÔMETRO
❑ Conectar o fluxômetro;
❑ Acoplar a extensão com a máscara
facial, cateter ou ressuscitador
manual.
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SISTEMA DE ASPIRAÇÃO
CONFERÊNCIA DIÁRIA
❑ Você tem um cilindro de oxigênio do equipamento portátil cujo volume interno é de 3,2 litros.
O manômetro está marcando uma pressão de 150 Kgf/cm2.
Então basta MULTIPLICAR o VOLUME do cilindro pela PRESSÃO indicada no manômetro:
3,2 x 150 = 480 litros de oxigênio no interior do cilindro.
DOSAGEM DE OXIGÊNIO
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OXÍMETRO DE PULSO.
Um oxímetro de pulso é um dispositivo que mede indiretamente a
quantidade de oxigênio no sangue de um paciente. O monitor exibe a
porcentagem de hemoglobina arterial na configuração de oxiemoglobina.
Taxas normais são da ordem de 95 a 100%.
Exibe também a frequencia cardíaca.
SENSOR DE DEDO
SENSOR DE ORELHA
1. Poderá haver alteração de leitura do sensor nos casos em que a vítima estiver com esmalte
escuro nas unhas das mãos e/ou dos pés. Tente remover o esmalte com algodão e acetona. Caso
disponha de um sensor adequado coloque-o no lóbulo da orelha;
2. Nos casos de lesões músculo esqueléticos num membro, o sensor deverá ser colocado em outro
membro não lesionado;
3. A medição da oximetria de pulso pode ser afetada pela hipovolemia e pela hipotermia nas
extremidades;
4. Nos casos de excesso de luminosidade e outras alterações ambientais podem ocorrer alterações
da leitura de valores, devendo tais situações serem relatadas ao Médico ou Enfermeiro que vier a
atender o paciente no hospital.
É fundamental para a administração de oxigênio que as vias aéreas superiores estejam pérvias, ou
seja, liberadas por manobras adequadas à condição da vítima (clínico ou trauma) e livres de
secreções.
Também, nas vítimas inconscientes sem reflexo de vômitos, a utilização da cânula orofaríngea
permite um afastamento da língua e uma melhor permeabilidade das vias aéreas.
Veremos agora as técnicas de aspiração de vias aéreas por meio de dispositivos manuais e pelo
sistema de oxigenioterapia.
O comprometimento das vias aéreas é o fator que mais rapidamente causa a morte em qualquer
paciente, em especial, as vítimas inconscientes, portanto deve haver prioridade na abordagem das
vias aéreas.
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As manobras de liberação de vias aéreas que serão vistas no Módulo Análise Primária isoladas
podem ser ineficazes ou difíceis de serem mantidas por longo tempo em razão da necessidade de
um socorrista exclusivamente para isso. Desse modo, será necessário o uso de dispositivos de
manutenção de vias aéreas. A cânula orofaríngea é um recurso disponível para o Suporte Básico de
Vida!
Veremos a seguir a forma correta de emprego.
Em casos de obstrução grave por substância líquida ou semilíquida, e estando a vítima deitada,
o socorrista deve movimentá-la em decúbito lateral, na “Posição de Recuperação” enquanto se
obtém um equipamento para aspiração das vias aéreas. Executar a limpeza manual da cavidade
oral.
Em vítima com história de trauma, que necessita de posicionamento lateral para drenagem de
secreções, é preciso movê-la em bloco mantendo o alinhamento do corpo (cabeça, pescoço,
ombros e dorso) durante o procedimento.
CATETER DE ASPIRAÇÃO
TÉCNICA DE ASPIRAÇÃO
1. Sistema venturi é um sistema de arrasto produzido pela abertura e fechamento de uma válvula.
2. Utilize as regras de anti-sepsia recomendadas anteriormente com relação ao manuseio do
cateter.
3. Não é necessário dobrar.
4. O cateter é dotado de válvula tipo venturi.
5. Oclua com o polegar a válvula do cateter para iniciar a aspiração;
6. Insira inicialmente nos cantos da boca;
7. Execute movimentos circulares e em vaivém.
8. Antes de remover o cateter afaste o polegar da válvula do cateter para evitar que sua
extremidade fique aderida a mucosa oral e a lesione na retirada.
O tamanho da sonda poderá variar de acordo com o tipo de secreção a ser aspirada, mas o critério acima pode servir
como escolha inicial.
1. A aspiração contínua remove umidade das vias aéreas e reduz a oxigenação da vítima, portanto,
a fim de reduzir estes problemas siga as seguintes instruções:
1.1. VÍTIMAS CONSCIENTES: aspire por até 15 segundos contínuos;
1.2. VÍTIMAS INCONSCIENTES: aspire por até 5 segundos contínuos.
2. Interrompa após este tempo por alguns segundos, reoxige o paciente e retome a aspiração.
CÂNULA OROFARÍNGEA
As manobras de liberação de vias aéreas isoladas podem ser ineficazes ou difíceis de serem
mantidas por longo tempo em razão da necessidade de um socorrista exclusivamente para isso.
Desse modo, será necessário o uso de dispositivos de manutenção de vias aéreas.
A cânula orofaríngea é um recurso disponível para o Suporte Básico de Vida!
Veremos a seguir a forma correta de emprego.
CÂNULA OROFARÍNGEA
Faça uma rotação da extremidade da cânula orofaríngea em 180º e então abaixe até que o rebordo
fique posicionado entre os dentes.
Não esqueça de manter as vias aéreas abertas manualmente durante a inserção da cânula orofaríngea.
Detalhe da inserção
1. Ministrar, como primeira escolha, oxigênio por máscara com reservatório ao fluxo de 10 l/min;
1.1. nos casos de vítimas abaixo de 08 anos, ministrar oxigênio por máscara infantil com fluxo de 10
l/min, deixando a máscara afastada cerca de 5 cm da face, para evitar agitação da criança;
1.2. se for possível e seguro, permitir que os pais segurem a máscara infantil;
1.3. nos casos clínicos, permitir que a vítima assuma a posição mais confortável;
1.4. nos casos de trauma, manter a vítima em decúbito dorsal com a coluna cervical imobilizada e
com a liberação das vias aéreas;
2. Ministrar oxigênio por cateter nasal (fluxo de até 5 l/min), quando a máscara não for tolerada,
mas não utilizar cateter nasal em vítimas com idade abaixo de 8 anos;
3. Estar atento para a necessidade de realizar ventilações de resgate com reanimador manual em
casos de parada respiratória.
MÁSCARA FACIAL COM RESERVATÓRIO
A seguir veremos a técnica de administração com a aplicação de máscara facial com bag (bolsa
reservatório de oxigênio).
VENTILAÇÃO ARTIFICIAL
É pré-requisito para que haja uma boa ventilação que as vias aéreas estejam liberadas, sem
obstrução, com ou sem dispositivos de manutenção. Devemos então realizar ventilações de resgate
efetivas e cuidadosas conforme veremos a seguir.
REANIMADOR MANUAL
Num primeiro nível de assistência, se deve utilizar ventilação através de máscaras com
possibilidade de enriquecimento da mistura gasosa com oxigênio ou um sistema de máscara com
balão auto‐inflável (REANIMADOR MANUAL) com reservatório auxiliar de oxigênio conectado a
uma fonte com fluxo de 10 litros de oxigênio/minuto. Esse método disponibiliza uma
concentração parcial de oxigênio em torno de 60%. Quando possui reservatório de oxigênio a
concentração chega próximo a 100%.
O problema principal desses sistemas consiste na dificuldade em administrar um volume de ar
corrente adequado. Isso acontece porque é difícil promover uma vedação adequada da máscara
junto à face do paciente e, ao mesmo tempo, comprimir a bolsa de ar.
EXPLICAÇÕES
VENTILAÇÕES DE RESGATE
INSUFLAÇÃO GÁSTRICA
ELEVAÇÃO DO DIAFRÁGMA
HIPERINSUFLAÇÃO PULMONAR
A ruptura de alvéolos é uma possibilidade quando se usa ventilação com pressão excessiva. A
lesão é denominada pneumotórax.
TÉCNICA CEFÁLICA
eliminando-se, assim, a obstrução da via respiratória produzida pela língua e pela epiglote. Procede-se
então às ventilações, observando-se se está havendo elevação da parte anterior do tórax.
TÉCNICA LATERAL
AVALIAÇÃO
LIÇÃO 12
OXIGENOTERAPIA
2. Indique as dosagens de oxigênio indicadas para as diversas faixas etárias abaixo, por máscara,
cateter e ressuscitador manual:
3. Cite pelo menos 2 (dois) riscos associados a negligência ou imprudência na utilização dos
sistemas de oxigênio:
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4. Indique o modo de introdução de cânulas orofaríngeas para as vítimas indicadas abaixo:
5. Cite e explique pelo menos 2 (duas) consequencias nocivas ao paciente pelo uso inadequado do
reanimador manual:
5.1.
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5.2.
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Lição 13
AVALIAÇÃO DE VÍTIMAS
MÓDULO I
ANÁLISE PRIMÁRIA
OBJETIVOS:
AVALIAÇÃO DE VÍTIMAS
É o processo ordenado pelo qual obteremos informações sobre os problemas de natureza clínica
ou traumática da vítima, por meio de entrevista e exames físicos, procurando identificar as
alterações que a coloquem em risco de morte e oferecendo-lhe os cuidados de Atendimento Pré-
hospitalar de modo a mantê-la estabilizada buscando sempre melhorar seu estado geral.
MEDIDAS PRELIMINARES
ANÁLISE PRIMÁRIA
ABORDAGEM TÁTICA
Posicionamento dos socorristas levando em conta a
presença dos 3 integrantes na equipe de atendimento pré-
hospitalar no momento da abordagem da vítima.
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Auxiliar ajoelhado detrás da cabeça da vítima; mãos apoiadas na face, cotovelos apoiados no joelho
ou coxa, em posição confortável e estável.
Neste primeiro momento a cabeça deve ser mantida na posição encontrada até que o
Encarregado da Equipe avalie a consciência da vítima.
Se a vítima estiver inconsciente muitas informações importantes deixarão de existir e que poderia
ser útil na descoberta do tipo de emergência clínica ou, por meio das queixas, da existência de uma
trauma existente.
Nneste caso o socorrista deverá seguir rigorosamente as etapas de avaliação primária e
secundária.
Em casos de obstrução grave por substância líquida ou semilíquida, e estando a vítima deitada, o
socorrista deve movimenta-la em decúbito lateral, na “Posição de Recuperação” enquanto se obtém
um equipamento para aspiração das vias aéreas.
Executar a limpeza manual da cavidade oral.
Em vítima com história de trauma, que necessita de posicionamento lateral para drenagem de
secreções, é preciso movê-la em bloco mantendo o alinhamento do corpo (cabeça, pescoço, ombros
e dorso) durante o procedimento.
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IMPORTANTE:
A avaliação da respiração dever ser realizada SIMULTANEAMENTE com a verificação do pulso
central. De forma didática estamos estudando-as, separadamente neste Manual.
Gasping é uma última medida que o corpo adota para se salvar e, a nível do pré-hospitalar,
assume-se levianamente pelos leigos que respiração agônica é sinal de recuperação orgânica e,
consequentemente, as manobras de RCP são cessadas. Por se confundir frequentemente respiração
agônica com respiração eficaz, os leigos que prestam auxílio também informam telefonicamente a
equipe de urgência de que a vítima está respirando, quando na verdade se apresenta em gasping.
Estima-se, pelo estudo efetuado, de que se às vítimas em
gasping lhes fosse aplicadas manobras de reanimação
cardiopulmonar, a taxa de sobrevivência seria 5 vezes
superior. Por este motivo, a respiração anormal deverá ser
encarada como motivo imediato de atuação com
compressões torácicas, até chegada da equipe de
emergência.
OXIGENOTERAPIA
ASSISTÊNCIA VENTILATÓRIA
Deve-se manter a cabeça da vítima hiperextendida com uma das mãos do Socorrista, exceto em
vítima de trauma. Com a outra mão, palpa-se o pulso deslizando dois ou três dedos da traqueia em
direção aos músculos laterais do pescoço, onde se abordam os batimentos da carótida na fenda que
separa estas duas estruturas. A palpação homolateral ao reanimador (do mesmo lado) é a mais
indicada.
Empregar a Escala de Coma de Glasgow como subsídio para avaliação neurológica em pacientes com
suspeita de déficit neurológicos como o acidente vascular cerebral, hipoglicemia, perdas súbitas de
consciência, entre outras.
Considerar os aspectos relacionados à verificação da Escala de Coma de Glasgow mesmo antes de
interagir com a vítima:
VERIFIQUE fatores que interferem com a comunicação, capacidade de resposta e outras lesões;
OBSERVE a abertura ocular, o conteúdo do discurso e os movimentos dos hemicorpos direito e
esquerdo.
ESTIMULE de forma sonora: ordem em tom de voz normal ou em voz alta Estimulação física: pressão
na extremidade dos dedos, trapézio ou incisura supraorbitária;
PONTUE de acordo com a melhor resposta observada
ABERTURA OCULAR
Verificado Pontuação Classificação
Critério
Olhos abertos previamente à estimulação Espontânea 4
Abertura ocular após ordem em tom de voz normal Ao Som 3
ou em voz alta
Abertura ocular após estimulação da extremidade À pressão 2
dos dedos
Ausência persistente de abertura ocular, sem Ausente 1
fatores de interferência
Olhos fechados devido a fator local Não testável NT
RESPOSTA VERBAL
Verificado Pontuação Classificação
Critério
Resposta adequada relativamente ao nome, local e Orientada 5
data
Resposta não orientada mas comunicação coerente Confusa 4
Palavras isoladas inteligíveis Palavras 3
Apenas gemidos Sons 2
Ausência de resposta audível, sem fatores de Ausente 1
interferência
Fator que interfere com a comunicação Não testável NT
MELHOR RESPOSTA MOTORA
Verificado Pontuação Classificação
Critério
Cumprimento de ordens com 2 ações A ordens 5
Elevação da mão acima do nível da clavícula ao Localizadora 4
estímulo na cabeça ou pescoço
Flexão rápida do membro superior ao nível do Flexão normal 3
cotovelo, padrão predominante não anormal
Flexão do membro superior ao nível do cotovelo, Flexão anormal 2
padrão predominante claramente anormal
Extensão do membro superior ao nível do cotovelo Extensão 1
Ausência de movimentos dos membros Ausente NT
superiores/inferiores, sem fatores de interferência
Fator que limita resposta motora Não testável NT
Locais para estimulação física
Pressão na
extremidade dos dedos Pinçamento do trapézio Incisura supraorbitária Características da resposta a flexão
Anormal
Normal
DECORTICAÇÃO ou DESCORTICAÇÃO
Quadros de trauma, tumores ou de hemorragia que acometam áreas cerebrais localizadas acima
do colículo superior no tronco encefálico, de modo a eliminar a influência docórtex sobre os tratos
motores, resultam numa condição patológica denominada descorticação.
Nessa condição, é afetado e interrompido o trato motor córtico-espinal, responsável pela flexão
dos músculos. Já o trato rubro-espinal, responsável pela flexão dos músculos do membro superior,
encontra-se íntegro apesar de ter perdido a conexão com vias ativadoras do córtex. Esse trato
também possui conexão com vias ativadoras do cerebelo e por isso ele manterá sua funcionalidade,
apesar de que esta se dá de forma anormal devido à perda de vias do córtex.
Os tratos responsáveis pela extensão dos músculos, tais como os tratos vestíbulo-
espinal e retículo-espinal, não terão sua funcionalidade alterada nesse tipo de lesão.
Como o trato flexor córtico-espinal foi afetado, este se tornará inativo levando à extensão dos
membros inferiores do individuo. E, como o trato rubro-espinal apresenta funcionalidade anormal,
ocorrerá a flexão dos membros superiores. Essas características motoras dos membros são levadas
em conta na avaliação diagnóstica do coma traumático, que é feita através da Escala de Coma de
Glasgow. Um individuo que apresente um quadro de decorticação já se encontra em coma grave,
porém o prognóstico é mais favorável que a Descerebração podendo evoluir para ela.
DESCEREBRAÇÃO
Os tractos responsáveis pela extensão dos músculos tais como os tractos vestibulo-espinal e
reticulo-espinal não terão sua funcionalidade alterada nesse tipo de lesão.
Quando o córtex perde influência ativadora sobre tais tractos flexores estes por sua vez se tornarão
inativos levando à extensão dos quatro membros do individuo. Essas características motoras dos
membros são levadas em conta na avaliação diagnóstica do coma traumático, que é feita através
da Escala de Coma de Glasgow.
Um individuo que apresente um quadro de descerebração, já se encontra coma grave, sendo que a
descerebração tem prognóstico pior que a *Decorticação.
ESCALA DE CINCINNATI
Na avaliação de uma vítima de emergência clínica alguns sinais sugestivos de acidente vascular
encefálico (AVE) poderão estar presentes. o Socorrista ao avaliar uma vítima com suspeita de AVE
deverá avaliar os três sinais considerados indicativos de AVE. São eles:
Assimetria Facial: a boca “entorta” para o lado
Perda de força em um dos membros superiores
Dificuldade para falar. Duarnte a entrevista com o paciente consciente, se pertinente, peça para
ele pronunciar uma frase complexa como “Estou com problemas para pronunciar as palavras”.
Esta frase requer uma boa movimentação da língua, que no AVE pode estar parcialmente
paralisada, causando uma fala defeituosa, ou o paciente pode estar completamente incapaz de
falar, ou falará palavras completamente diferentes das solicitadas, devido ao comprometimento
do centro da fala, no cérebro.
ALTERAÇÕES PUPILARES
ALTERAÇÕES PUPILARES
A etapa "E" da Análise Primária não se constitui por si só um exame, mas somente uma preparação
para o exame específico de uma região ou de todo o corpo da vítima sempre que houver motivos
justificáveis para esta ação.
LEMBRE-SE-SE:
Os pertences do acidentado, mesmo aqueles que forem danificados em razão da necessidade da
exposição, devem ser entregues no setor responsável pelo recebimento no hospital ou aos
familiares ou responsáveis devidamente identificados e mediante recibo.
Remova ou afaste as peças do vestuário que atrapalhem o local que você estiver examinando. Não
tente puxar as roupas pelos membros da vítima, devido ao risco de aumentar os sangramentos e
agravar possíveis fraturas. Frequentemente, os problemas ocorrem quando a vítima apresenta
ferimentos no tórax, costas e abdome. Nestes casos, as roupas podem ser cortadas, afastadas ou
desabotoadas, expondo as áreas com suspeita de lesão. As peças do vestuário que estão justas ao
corpo, principalmente nas coxas, devem ser cuidadosamente cortadas com uma tesoura. Os
ferimentos penetrantes apresentam sangramentos visíveis na roupa.
Os traumas internos podem ser percebidos durante o exame físico e as reações da vítima ao toque
na região afetada. A vítima consciente pode ajudar na identificação da maioria das lesões.
Quando a vítima está inconsciente, o Socorrista precisa remover ou deslocar algumas roupas
para poder examinar adequadamente o tórax, dorso ou abdome.
Comunique em voz alta o que você está fazendo e o motivo. Procure não expor totalmente a
vítima, preservando sua privacidade e protegendo-o das condições climáticas adversas, como por
exemplo, baixas temperaturas.
É recomendável, durante o exame físico, que o Socorrista solicite a participação de uma pessoa
presente no local, do mesmo sexo da vítima. Este cuidado pode evitar que os procedimentos sejam
mal interpretadas pela população leiga. Entretanto, não perca tempo nesta solicitação.
Lembre-se de que você foi treinado para atuar numa situação de emergência e suas intenções
serão devidamente reconhecidas pelas pessoas.
Algumas peças do vestuário não devem ser removidas. Por exemplo, uma pessoa que está
usando luvas e que tem um ferimento aberto na mão, poderá ter o sangramento aumentado,
quando o Socorrista tenta retirá-las. Neste caso, corte as luvas ao redor da lesão e faça a
compressão direta para controlar o sangramento. Tenha muito cuidado nos casos de esmagamento
das mãos. As mesmas orientações são aplicadas na remoção de sapatos ou botas.
Os calçados especializados, como as botas usadas em determinados trabalhos, exigem um
treinamento especial para retirá-las com segurança. Deve sempre ser executado por dois
socorristas. As perucas e outras aplicações artificiais de cabelo fazem parte do vestuário. Ao
examinar o couro cabeludo, você pode reconhecer a peruca ou as bordas de uma aplicação. Não
remova a peruca ou as aplicações, antes da imobilização adequada da cabeça e coluna cervical da
vítima. Também, nos casos em que a vítima utilizar uma peruca e você observou um sangramento
ou deformidade no local, não apalpe diretamente a lesão do couro cabeludo, abaixo da peruca. lsto
previne agravos adicionais ao ferimento da cabeça e aumento da hemorragia.
1. Respeitar as objeções do paciente, por motivos pessoais, incluindo religiosos, desde que isso não
implique em prejuízo para o atendimento com conseqüente risco à vida.
2. Evitar danos desnecessários ao remover vestes e/ou calçados.
3. Utilizar tesoura apropriada (de ponta romba) evitando meios de fortuna que possam produzir
ferimentos ou causar contaminação.
4. Cobri-lo, logo que possível, com manta aluminizada, cobertor ou lençóis limpos, evitando tempo
demasiado de exposição que possa contribuir para a hipotermia.
5. Relacionar e guardar vestes, calçados, adereços e acessórios danificados e entregá-los mediante
recibo no hospital de referência da região.
6. Padrões de corte de vestes a serem adotados (linhas de corte).
Observe as linhas de corte para roupas como camisetas, blusas, entre outros.
Utilize tesoura de ponta romba para efetuar o corte. É inadequado e contrário ás orieintações
deste Manual o uso de facas, canivetes, estiletes ou quaisquer instrumentos que possam causar
ferimentos.
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REMOÇÃO DE CALÇADOS
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AVALIAÇÃO
LIÇÃO 13
ANÁLISE PRIMÁRIA
4. Cite pelo menos 3 (três) alterações pupilares e seus significados na avaliação da vítima:
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Lição 14
AVALIAÇÃO DE VÍTIMAS
MÓDULO II
ANÁLISE SECUNDÁRIA
OBJETIVOS:
ANÁLISE SECUNDÁRIA
Processo ordenado que visa descobrir lesões ou problemas clínicos que, se não tratados, poderão
ameaçar a vida, através da interpretação dos achados na verificação dos sinais vitais, exame físico e
na entrevista. Através da avaliação dos sinais e sintomas apresentados pela vítima o socorrista
poderá determinar o tipo de emergência e os procedimentos operacionais específicos. Uma parte da
análise é objetiva, através do exame dos sinais vitais e do corpo da vítima (exame físico) e a outra é
subjetiva, através de dados colhidos em entrevista.
Toda lesão ou doença tem formas peculiares de se manifestar e isso pode ajudá-lo no
descobrimento do tipo de problema que afeta a vítima. Estes indícios são divididos em dois grupos:
os sinais e os sintomas.Alguns são bastante óbvios, mas outros indícios importantes podem passar
despercebidos, a menos que você examine a vítima cuidadosamente, da cabeça aos pés.
SINAIS: são detalhes que você poderá descobrir fazendo o uso dos sentidos – visão, tato, audição e
olfato – durante a avaliação da vítima. Sinais comuns de lesão incluem sangramento, inchaço
(edema), aumento de sensibilidade ou deformação; já os sinais mais comuns de doenças são pele
pálida ou avermelhada, suor, temperatura elevada e pulso rápido.
SINTOMAS: são sensações que a vítima experimenta e é capaz de descrever. Pode ser necessário
que o socorrista faça perguntas para definir a presença ou ausência de sintomas. Pergunte à vítima
consciente se sente dor e exatamente onde. Examine a região indicada procurando descobrir
possíveis lesões por trauma, mas lembre-se de que a dor intensa numa região pode mascarar outra
enfermidade mais séria, embora menos dolorosa. Além da dor, os outros sinais que podem ajudá-lo
no diagnóstico incluem náuseas, vertigem, calor, frio, fraqueza e sensação de mal-estar.
SINAIS VITAIS
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A frequencia respiratória deve ser a primeira a ser avaliada e de forma discreta a fim de que o
paciente não interfira no resultado controlando a respiração.
1. Palpar o pulso radial para evitar que a vítima perceba que o socorrista está checando a
respiração;
2. A respiração normal é fácil, sem dor e sem esforço;
3. Observar a expansão do tórax da vítima;
4. Contar os movimentos torácicos durante 30 (trinta) segundos, multiplicando-se por 2 (dois),
obtendo a freqüência de movimentos respiratórios por minuto (m.r.m.)
5. Se a respiração for irregular, contar durante 1 minuto.
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CONTINUE apalpando o pulso radial e efetue a contagem dos batimentos por minuto.
Conte durante 30 segundos e multiplique por 2 e obtenha a frequência cardíaca (FC) que
representa a quantidade de batimentos por minuto (BPM);
Quando os batimentos cardíacos forem irregulares deve-se contar por 1 minuto para se obter a
FC correta.
Adotar como parâmetro os seguintes valores referentes às faixas etárias:
PRESSÃO ARTERIAL
É a pressão exercida pelo sangue circulante contra as paredes internas das artérias. É constituída por
duas mensurações: PA máxima (sistólica) e PA mínima (diastólica).
Sistólica: é a pressão máxima exercida pelo sangue contra as paredes internas das artérias durante a
contração do coração (sístole)
Diastólica: é a pressão mínima exercida pelo sangue contra as paredes internas das artérias durante
o relaxamento do coração (diástole)
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______TÉCNICA EMPREGADA PARA AFERIR A PRESSÃO ARTERIAL
ATENÇÃO
Não prenda o diafrágma do estetoscópio debaixo no manguito, nem coloque o polegar sobre o
dispositivo.
A pressão arterial SISTÓLICA pode ser estimada palpando-se o pulso radial durante a desinsuflação do
manguito do esfigmomanômetro.
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Colher dados com a própria paciente, familiares ou testemunhas, que possam ajudar no atendimento,
usando a regra mnemônica S A M P L A:
(S) Sinais e Sintomas: colher as queixas do paciente e associar aos sinais enocntrados durante a
avaliação física.;
(A) Alergias: substâncias como alimentos, medicamentos, plantas, pós, picada de insetos, entre
outros.;
(M) Medicamentos: prescritos ou não por médico;
(P) Problemas antecedentes: genético, hereditário ou adquirido relacionados à queixa principal
do paciente;
(L) Líquidos e alimentos ingeridos: última refeição;
(A) Ambiente: observar na cena de emergência indícios que possam sugerir a causa ou o
agravamento do problema ora existente.
EXAME FÍSICO
EXAME FÍSICO DETALHADO: aquele realizado quando a vítima estiver inconsciente ou incapaz de se
comunicar eficazmente (pessoas com deficiência mental, vítimas drogadas, língua estrangeira, entre
outros) ou nos politraumatismos.
EXAME FÍSICO
Etapa da avaliação da vítima em que os problemas encontrados, embora possam ser graves, não
acarretam risco imediato a vida da vítima.
Tem como etapas:
Verificação dos sinais vitais que pode ser delegada ao Auxiliar da Guarnição;
Exame físico detalhado ou dirigido para a queixa principal do acidentado.
O exame físico do corpo da vítima é realizado em dois ou três minutos.
O exame completo não precisa ser feito em todos as vítimas. Ele pode ser reduzido em vitimas
de pequenos acidentes e emergências clinicas evidentes. É preciso usar o bom senso.
A duração do exame físico pode ser reduzido, se a vítima é atendido por dois Socorristas: um faz
o exame e o outro verifica os sinais vitais. Não mobilize a vítima durante o exame físico. Lesões na
coluna vertebral podem não terem sido percebidas pelo Socorrista ou pela própria vítima.
O exame físico da cabeça aos pés aplicado em vítima adulta pode ser invertido (pés a cabeça),
quando a vitima é uma criança ou um lactente. Isto permite que a vítima habitue-se com a sua
presença e o seu toque.
Comece o exame físico da cabeça aos pés, fazendo uma rápida observação geral do corpo da vítima.
Olhe, escute e sinta qualquer vestígio de problema. Por exemplo, um odor estranho pode indicar
que algo está errado com vítima.
REGRA: realize o exame físico da cabeça aos pés. Utilize o equipamento de proteção individual. Se
algum aspecto que você veja, ouça, sinta, cheire ou perceba não está normal, considere que algo
grave pode estar acontecendo com a vítima.
NOTA: o exame da cabeça aos pés é um nome tradicional para a avaliação objetiva da vítima. O
pescoço deve ser examinado em primeiro lugar, logo após a constatação das hemorragias e ao
identificar possíveis traumas, a região precisa ser imobilizada com aplicação do colar cervical,
evitando assim seqüelas ou agravos adicionais. Se a vítima estiver inconsciente, sempre presuma
que poderá existir um trauma na coluna vertebral.
Crepitação óssea;
Hematomas periorbitais ou na região do mastóide;
Epistaxe (sangramento nasal de origem clínica);
Rinorragia (sangramento através do nariz);
Otorragia (sangramento através da orelha)
Distúrbios oculares: protusão ocular (exoftalmia), estrabismo, inflamações, irritações ou infecções.
Paralisia de músculos da face com desvio de rima facial;
Dificuldade em articular palavras;
Edema de face ou língua;
Alterações pupilares;
Alterações sensoriais: visão, audição, olfato ou paladar;
Alterações no hálito (cetônico, alcoólico, produtos químicos, etc);
Fraturas ou avulsões dentárias;
Ulcerações, feridas, cortes nos lábios, gengivas ou mucosa oral;
Alterações na coloração da pele e mucosas: cianose, palidez, eritema e icterícia.
O pescoço é a região, na verdade, primeira a ser avaliada durante o exame físico ainda na Análise
Primária, pois deve receber a aplicação do colar cervical nos casos em que houver suspeita de lesão
na coluna cervical.
REGRAS GERAIS
Não levante ou vire a vítima
com suspeita de trauma na coluna
vertebral, pescoço e crânio. As
vítimas inconscientes também não
devem ser mobilizadas. Esses
traumas são difíceis de serem
identificados nos locais dos
acidentes e a movimentação da
vítima pode agravar as condições.
Após completar o exame da
cabeça aos pés é preciso fazer um
balanço dos resultados
encontrados. Certas combinações
de sinais podem apontar para um
problema especifico.
A presença de uma dor discreta em uma região do corpo pode ser significante.
A falta de sinais também deve ser valorizada. Por exemplo, um vítima com um trauma visível,
porém sem reações à dor, pode apresentar lesões na coluna vertebral, cérebro, choque ou abuso de
drogas.
Ao realizar a avaliação da vítima, tenha sempre em mente a regra principal do atendimento de
emergência:
> Não prejudique a vítima. Somente faça aquilo que você está autorizado segundo seu Protocolo de
atendimento. Não provoque danos adicionais, agravando ferimentos e problemas de saúde.
Se necessário, apalpe o tórax e a parte superior do abdome.
Não remova os objetos encravados.
Nas vítimas inconscientes e nas vitimas de trauma sempre examine o tórax.
PALPAÇÃO
Verifique possíveis fraturas no tórax.
Após avisar a vítima sobre a possibilidade de sentir dor, pressione cuidadosamente o tórax.
Este procedimento é chamado de compressão.
A dor pode indicar a presença de fraturas.
INSPEÇÃO
Verifique a expansibilidade simétrica do tórax.
AUSCULTA
Este tipo de exame deve ser executado somente por PROFISSIONAIS DE SAÚDE com capacitação
para esse fim.
No Suporte Básico de Vida utilizaremos somente a palpação e inspeção.
Observe se a dor é local (restrita a um ponto) ou generalizada (abrange uma grande região).
Examine os quatro quadrantes do abdome e registre qualquer problema encontrado.
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A integridade da
circulação nos
membros pode ser
examinada pela
verificação do pulso
distal,
preferencialmente, o
tibial ou pedioso
localizado no meio do
tornozelo ou no
alinhamento do hálux.
Quando a vítima usa
botas, não é possível
sentir este pulso.
A remoção das botas deve ser feita, com cuidado, devido aos riscos de lesões na medula, pernas e
pés, nas vítimas com traumas, vitimas de acidentes, com objeto encravados ou fraturas graves nos
membros.
LEMBRE-SE: o Socorrista pouco pode atuar quando identifica problemas com a circulação dos
membros. A resolução desses problemas depende de recursos qualificados da área da saúde.
Entretanto, lembre-se de não causar danos adicionais ao tentar sentir o pulso e verifique-o sempre
nos dois membros. O Socorrista deve ainda verificar o preenchimento capilar.
Cada membro é examinado separadamente. Os procedimentos são semelhantes aos dos membros
inferiores. Observe cortes, abrasões, objetos encravados, sangramentos, deformidades, áreas
inchadas e
com coloração alterada, ossos salientes e fraturas.
Verifique pontos dolorosos e locais com suspeita de fraturas. Não toque os locais das fraturas expostas
ou abertas. Verifique a presença do pulso radial nos dois braços. Não precisa nesse momento contar a
frequência,
basta sentir a existência da circulação. A perfusão dos tecidos (preenchimento capilar) deve ser
observada. Se a vítima está consciente, peça para mexer as mãos, identificar o dedo que você estiver
tocando e apertar a sua mão. Teste os dois membros superiores.
Se a vítima estiver inconsciente, segure o braço dela com uma mão e com a o outra belisque,
próximo ao punho.
REGRA: o fracasso da vítima nos testes da atividade neurológica realizados nas pernas e braços
deve ser considerado um importante indício de lesão na medula espinhal.
ATENÇÃO: uma vítima consciente, mas que não consegue mover as mãos e braços corre o risco de
parar de respirar. Mantenha-o constantemente sob vigilância.
REGRAS GERAIS
Regra l: Se o comportamento na avaliação geral não parece normal. considere que algo de grave
esta acontecendo com a vítima.
Regra II: Vítimas estáveis podem piorar rapidamente Avalie continuadamente as condições para
detectar alterações.
Regra III: Observe as mudanças da coloração da vítima.
Regra IV: Faça uma observação geral da vítima e note o que esta anormal.
Regra V: Se não tiver certeza da ausência de lesão da medula. atue como se a vítima tivesse
trauma na medula espinhal.
Regra VI: Avise à vítima sobre a importância dele ser examinado.
Regra VII: Verifique os sinais vitais.
Regra VIII: Faça o exame da cabeça aos pés. Se você enxergar. ouvir, cheirar. sentir ou perceber
algo errado, assuma que a vítima corre um risco sério.
Regra IX: A falta de respostas da vítima durante os testes neurológicos das pernas e braços indica
uma lesão da medula espinhal.
Regra X: Não provoque danos adicionais à vítima.
A avaliação da vítima é um conteúdo essencial que deve ser apreendido pelo Socorrista. A finalidade
é identificar, de modo rápido, os problemas que ameaçam diretamente a vida e iniciar o
atendimento. Em seguida, ocorre a detecção das alterações que podem agravar as condições da
vítima e também colocá-lo em risco. Lembre-se que é impossível oferecer uma assistência de
qualidade, sem conhecer anteriormente, os problemas da vítima.
Importante relembrar os seguintes pontos:
Chegada - Faça uma avaliação do local. Obtenha rapidamente as informações, observando o local,
vítima, multidão, mecanismos do trauma. deformidades, ferimentos e outros sinais.
Avaliação inicial - ldentifique se a vítima responde. Verifique a respiração, circulação e presença de
hemorragia. Assegure-se de manter as vias aéreas abertas e a respiração adequada. Controle as
hemorragias.
AVALIAÇÃO
LIÇÃO 14
ANÁLISE SECUNDÁRIA
3. Indique os valores considerados normais dos itens de verificação dos sinais vitais
correspondentes as faixas etárias:
FAIXAS ETÁRIAS FR FC PA
0 a 1 ano
1 a 8 anos
Acima de 8 anos
4. Cite pelo menos 5 (CINCO) alterações relativas á emergências médicas ou trauma nas regiões
abaixo examinadas durante o exame físico detalhado na Análise Secundária:
4.1. Cabeça (crânio e face):
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Lição 15
RESSUSCITAÇÃO CARDIOPULMONAR EM ADULTOS, CRIANÇAS E BEBÊS
OBJETIVOS
O CORAÇÃO HUMANO
Neste tempo o órgão bombeia sangue suficiente a uma pressão razoável, para percorrer todo o
corpo nos sentidos de ida e volta, transportando assim, oxigênio e nutrientes necessários às células
que sustentam as atividades orgânicas.
LOCALIZAÇÃO DO CORAÇÃO
DIVISÃO DO CORAÇÃO
VALVAS CARDÍACAS
Mitral ou bicúspide - Possui dois folhetos lembrando o formato de uma mitra. Permite o fluxo
sanguíneo entre o átrio esquerdo e o ventrículo esquerdo.
Tricúspide - Possui três folhetos. Permite o fluxo sanguíneo entre o átrio direito e o ventrículo
direito.
Aórtica - Permite o fluxo sanguíneo de saída do ventrículo esquerdo em direção à aorta.
Pulmonar - Permite o fluxo sanguíneo de saída do ventrículo direito em direção à artéria
pulmonar.
Uma das bombas engloba a átrio direito e o ventrículo direito e a outra a átrio esquerdo e o
ventrículo esquerdo.
A função do átrio e do ventrículo direitos é arrastar o sangue para os pulmões, onde se liberta o
dióxido de carbono e se fornece de oxigênio. Por outro lado, o átrio e o ventrículo esquerdos
têm o trabalho de arrastar o sangue enriquecido de oxigênio para todas as partes do corpo.
ARTÉRIAS CORONÁRIAS
CIRCULAÇÃO CORONARIANA
FISIOLOGIA CARDÍACA
O coração dispõe de um sistema elétrico que faz com que surjam, de forma automática, estímulos
elétricos que, ao serem transmitidos a todo o coração, vão levar à contração, de forma sequencial,
das várias cavidades cardíacas, permitindo assim a circulação do sangue por todo o organismo.
O estímulo elétrico surge, normalmente, no nó sinusal, sendo depois transmitido a todo o coração.
Esta transmissão é sequencial, ocorrendo com um determinado ritmo. Cada estímulo elétrico só
surge depois do estímulo anterior ter sido completamente transmitido a todo o coração e ter
ocorrido uma fase de recuperação (repolarização) para preparar o coração para a transmissão do
novo estímulo.
O Potencial de ação inicia nas células marcapasso no nó sinusal, através dos feixes internodais
atingem as células do nó AV. Do nó AV o potencial de ação se espalha pelos ventrículos através do
Feixe de His com seus ramos e células de Purkinje.
EXAME PREVENTIVO
ELETROCARDIOGRAMA
PARADA CARDÍACA
MORTE SÚBITA
É a morte inesperada causada pela perda da função cardíaca. A morte súbita cardíaca é um dos
maiores problemas de saúde pública no mundo, acometendo mais de 200.000 pessoas/ano só nos
Estados Unidos e 712 pessoas/dia no Brasil, principalmente, na faixa etária mais produtiva.
As principais causas de morte súbita são as DOENÇAS CARDIOVASCULARES.
PARADA CARDÍACA – DEFINIÇÃO
GASPING
O débito cardíaco (circulação sanguínea a parir do ventrículo esquerdo) desde o inicio da RCP
correspondente ao fluxo sanguíneo para os pulmões é de aproximadamente 25% a 33% do valor
normal que geralmente ocorre com o coração em pleno funcionamento, e 8% do fluxo das artérias
coronárias (artérias que irrigam o próprio coração), diminuindo progressivamente com o transcorrer
do procedimento. Com o passar do tempo de reanimação este débito pode ser reduzido por vários
fatores, dentre eles a fadiga do socorrista. Sempre que houver outros socorristas disponíveis deverá
haver revezamento entre eles a cada 2 minutos.
CADEIA DA SOBREVIVÊNCIA
CONCEITO DE MORTE
TIPOS DE MORTE
Continuação das definições de morte, segundo a publicação da Sra. Daisy Gogliano, Doutora em
Direito, Professora da Faculdade de Direito da Universidade de São Paulo, São Paulo-SP.
Considerando que a morte é um processo lento e gradual, distingue-se a morte clínica (paralisação
da função cardíaca e da respiratória) da morte biológica (destruição celular) e da morte encefálica,
a qual resulta na paralisação das funções cerebrais.
A morte clínica pode, em face dos avanços tecnológicos da medicina, desaparecer com os processos
de reanimação, permitindo, assim, manter a vida vegetativa, mesmo após a superveniência da
morte encefálica. A morte, antes identificada como a cessação da atividade espontânea da função
cardíaca e respiratória, com a paralisação circulatória irreversível, passou a ser determinada com a
paralisação das funções cerebrais.
DILEMA DA MEDICINA
Considerando que a morte clínica (paralisação da função cardíaca e respiratória) pode reverter com
os processos mecânicos de reanimação, ocasião em que se pode instaurar a vida vegetativa, a qual
pode ser mantida, mesmo após a superveniência da morte encefálica, o dilema do médico com a
morte está justamente na decisão de suspender os esforços de reanimação, pois uma vez ocorrida a
morte encefálica revela-se estéril prosseguir mantendo-se artificialmente as funções
cardiorrespiratórias, em terapêutica fútil, desgastante, onerosa tanto aos pacientes como para as
instituições hospitalares, no sentido de evitar aos familiares um trauma sobrevindo de inúteis
esperanças.
Procedimentos bem sucedidos de reanimação pré-hospitalar poderão reduzir a incidência de morte
cerebral nos pacientes em morte clínica, restabelecendo as funções vitais e, em consequência,
contribuir para menor incidência de morte encefálica.
“Então formou o Senhor Deus o homem do pó da terra, e lhe soprou nas narinas o fôlego da vida, e
o homem passou a ser alma vivente” Bíblia; Gênesis, 2:7.
Durante longos anos, a humanidade interpretou a morte como evento inexoravelmente irreversível
e todas as tentativas de ressuscitação foram sempre consideradas impugnável blasfêmia; este
dramático quadro durou até meados do século XVIII, quando a humanidade finalmente começou a
acreditar na possibilidade de execução de manobras efetivas para ressuscitação. Apenas no início
dos anos 1960, as técnicas de ressuscitação começaram a se tornar evidência científica robusta e
prática clínica diária a “beira-do-leito”. Também as causas de morte súbita têm sofrido modificações
com o passar dos séculos; se a morte súbita na era pré-moderna significava morte por afogamento,
inalação de fumaça ou trauma, atualmente transcendeu à fibrilação ventricular secundária à doença
isquêmica do coração, o implacável mal dos tempos modernos .
É grande o número de artigos científicos e descrições fascinantes publicados, que descrevem sobre
as primeiras tentativas de ressuscitação e como se comportou sua evolução; as ações fundamentais
de hoje, estão baseadas fortemente nesta evolução do conhecimento sobre mecânica de
compressões torácicas e aplicabilidade da desfibrilação.
CONTROVÉRSIAS
As contradições históricas acontecem já na própria Bíblia; discute-se que o profeta Elias primeiro
teria reanimado o filho da viúva de Sarepta, no primeiro livro dos I Reis 17:17-22, apesar de não se
ter uma descrição tão rica em detalhes quanto a do profeta Eliseu, esta, portanto antecederia a RCP
realizada por Eliseu, narrada no II Reis 4:34-3514.
RESSUSCITAÇÃO OU REANIMAÇÃO?
Afinal qual é o termo mais apropriado? Reanimação ou ressuscitação cardiopulmonar. Esta, sem
dúvida, está entre as maiores discussões entre pesquisadores e médicos envolvidos com o tema e
que tem se arrastado por anos. Vejamos um resumo da publicação dos Dr. Hélio Penna Guimarães e
Dr. John Cook Lane para o Centro de Ensino, Treinamento e Simulação do Hospital do Coração-
CETES-HCor, São Paulo, Brasil.
A Ressuscitação origina-se do latim resuscitatio, onis, do verbo resuscito, are, formado da partícula
re, no sentido de renovação, e o verbo suscito, are que, entre outras acepções, tem a de despertar,
acordar, recobrar os sentidos. Em suas raízes etimológicas, suscito, por sua vez, deriva do verbo cito,
ciere, que significa por em movimento.
Assim, o sentido primordial de ressuscitar é o de restabelecer o movimento, ou seja, a vida. E a vida
depende basicamente da respiração e do movimento do sangue, noção que remonta às antigas
civilizações.
A reanimação, por sua vez, compõe-se do prefixo re + anima + sufixo -ção. Anima,em latim, tanto
significa sopro, respiração, como vida e alma. Novamente aqui se tem a identificação da vida com a
entrada de ar nos pulmões.
A despeito de tais argumentos, o termo ressuscitação é o preferido nos Descritores das Ciências da
Saúde da BIREME, que colocam reanimação em segundo plano, como sinônimo e é também o que
mais tem sido utilizado nos artigos publicados em português e em espanhol.
Através do banco de dados LILACS, a proporção de artigos publicados nos últimos anos com o termo
ressuscitação, em relação ao termo reanimação é de aproximadamente 4:1, demonstrando ser
ressuscitação o de termo de maior preferência dos autores.
MÉTODOS ANTIGOS
* Nota: As cenas históricas foram tiradas de uma exposição no Museum of Science and Industry em
Chicago, Illinois, EUA. As figuras eram tridimensionais, feitas em cera e com aproximadamente 40
cm de altura. Permaneceram em exibição até 1963, quando foram destruídas em um incêndio, de
acordo com informação de Gordon A.
INÍCIO DA CIÊNCIA
Em 1958, Safar, Elam, Gordon e Redding publicaram estudos sobre o controle das vias aéreas e
ventilação boca-a-boca, os quais possibilitaram, juntamente com o trabalho de Kouwenhoven, Jude
e Knickerbocker (massagem cardíaca externa), a popularização das manobras de RCP. Figura: Guy
Kinickerbock (como paciente), WB Kouvenhoven (ventilação) e JR Jude - (massagem) em 1964.
PROGRAMAS DE TREINAMENTO
MANEQUINS DE TREINAMENTO
Estimulado pela Scandinavian Society of Anesthesiologists, Asmund S. Laerdal, que fazia bonecas em
Stavanger, Noruega, criou a Resusci Anne, um manequim com coração, pulmões e pulso carotídeo.
Ela tornou-se a progenitora de toda uma família de manequins, incluindo Resusci-Andy®, Resusci-
Baby®, Anatomic Resusci-Anne®, Arrhythmia Resusci-Anne® e Recording Resusci-Anne® e das atuais
gerações Sim Man®, Sim Baby® e SIM 3G® e este manequins tornaram-se fundamentais para um
bom treinamento de RCR em todo o mundo.
da jovem que sorria delicadamente tocou os corações de Paris e cópias da máscara mortuária foram
encomendadas; nomeada de “L’Inconnue de la Seine” (“a desconhecida do Sena”), logo teve suas
cópias comuns entre os salões da França, e sua história, romantizada por escritores franceses e
alemães. Assim quando chegou o momento de se escolher um rosto para o manequim de
salvamento, o sorriso de uma mulher francesa desconhecida cuja vida curta teve antecipado trágico
fim se transformou na “face mais beijada” do mundo, ajudando a conservar vidas de tantos outros.
EVOLUÇÃO
As compressões torácicas agora devem ser feitas em uma frequência de 100 a 120 /min;
Também foi mudada a profundidade da compressão torácica em um adulto médio, que deve
ser em torno de 5cm, evitando ultrapassar 6cm;
Para garantir o retorno do tórax após cada compressão o socorrista não deve apoiar-se no tórax
entre as compressões;
As interrupções das compressões torácicas devem ocorrer em menos de 10 segundos;
Para minimizar ventilações excessivas, uma vez colocada a via aérea avançada, a proporção de
ventilações foi simplificada para 10 respirações por minuto (uma ventilação a cada seis
segundos).
Foi reforçada a recomendação para que exista disponibilidade de desfibrilador (DEA) em locais
públicos com grande probabilidade de ocorrer uma PCR presenciada (aeroportos, instalações
esportivas, espaços de espetáculos, etc);
Para ajudar o leigo a reconhecer uma PCR (e iniciar o atendimento), bastam apenas os
seguintes critérios: a vítima não ter resposta, ou não respirar, ou ter uma respiração anormal
(gasping). O treinamento do leigo deve ser para reconhecer esses padrões, sem precisar checar
pulso. Para um leigo não treinado, ele pode ser orientado facilmente por telefone;
O algoritmo foi modificado para que o socorrista ative o Serviço Médico de Emergência sem sair
do lado da vítima (usando celular);
Tendo reconhecido a PCR, o socorrista leigo que não tiver treinamento deve realizar apenas
compressões torácicas até a chegada de um DEA ou de outros socorristas treinados, ou ainda
até que a vítima começa a se movimentar espontaneamente;
A orientação para o leigo não treinado é: “comprimir com força e rapidez no centro do tórax”;
Para o leigo treinado, foi reforçada a sequência C – A – B para atendimento (circulation – airway
– breathing). Portanto o socorrista deve começar pelas compressões torácicas antes de realizar
abertura de vias aéreas e ventilações. A proporção permanece de 30 compressões para 2
ventilações;
Para identificar a PCR, o profissional treinado pode checar a respiração e o pulso ao mesmo
tempo para minimizar o tempo para o início das compressões torácicas;
Identificada a PCR e estando sozinho, usar o celular para acionar o Serviço Médico de
Emergência e obter um DEA antes de iniciar a RCP. Não estando sozinho, pedir para alguém
fazer isso enquanto se inicia a RCP;
A nova recomendação é para utilizar o DEA assim que ele estiver disponível, o que significa
interromper as compressões torácicas e desfibrilar o paciente;
Quando o Serviço Médico de Emergência assumir pode ser feita uma estratégia de 3 ciclos de
200 compressões contínuas com choques interpostos, enquanto se usa apenas insuflação de
oxigênio passiva.
IMPORTÂNCIA DA RCP
A PCR em si não representa um indicador de má qualidade da assistência, mas demonstra,
sobretudo, o nível de gravidade em que o paciente se encontra. Assim, uma vez presente, a chance
de recuperação depende, em grande parte, da aplicação imediata, competente e segura das
medidas de reanimação que precisam ser instituídas prontamente com o objetivo de evitar lesão
cerebral irreversível, constituindo o fator tempo uma variável fundamental na recuperação do
paciente.
TÉCNICAS DE REANIMAÇÃO
COMPRESSÕES TORÁCICAS]
COMPRESSÕES TORÁCICAS-PROFUNDIDADE
É melhor 1 compressão que gere alguma circulação que 100 compressões que não gerem nenhuma
circulação!
Abrange uma frequência de compressões de entre 100 e 120 compressões do tempo de 1 minuto.
Uma profundidade de compressão de entre 5 e 6 cm (2”) em adultos e para recém nascidos e
crianças em pelo menos um terço do diâmetro anterior-posterior do tórax ou cerca de 4 cm (1,5”)
em um recém nascido e 5 cm em uma criança.
Se a causa da obstrução for a língua, a vítima começará a respirar prontamente com a realização
desta manobra, que deverá ser mantida manualmente ou o socorrista poderá utilizar um travesseiro
colocando-o sob as costas para que ela respire, mantendo a cabeça inclinada para trás. É importante
lembrar que esta técnica não se aplica a vítimas com história de trauma.
Utilize uma lanterna para visualizar a cavidade oral. A lanterna para pupilas pode ser utilizada para
esta finalidade.
A tentativa chamada “busca as cegas” é um procedimento extinto e não pode ser utilizado, pois
pode empurrar objetos para a garganta produzindo uma obstrução total das vias aéreas.
Em casos de obstrução grave por substância líquida ou semilíquida, e estando a vítima deitada, o
socorrista deve movimentá-la em decúbito lateral, na “Posição de Recuperação” enquanto se
obtém um equipamento para aspiração das vias aéreas. Executar a limpeza manual da cavidade
oral.
Em vítima com história de trauma, que necessita de posicionamento lateral para drenagem de
secreções, é preciso movê-la em bloco mantendo o alinhamento do corpo (cabeça, pescoço,
ombros e dorso) durante o procedimento.
ASPIRAÇÃO DE SECREÇÕES
As manobras de liberação de vias aéreas isoladas podem ser ineficazes ou difíceis de serem
mantidas por longo tempo em razão da necessidade de um socorrista exclusivamente para isso.
Desse modo, será necessário o uso de dispositivos de manutenção de vias aéreas. A cânula
orofaríngea é um recurso disponível para o Suporte Básico de Vida!
Veremos a seguir a forma correta de emprego.
CÂNULA OROFARÍNGEA
É um método rápido e prático de se manter a via aérea aberta, podendo ser utilizado
temporariamente em conjunto com ventilação com reanimador manual ou máscara, enquanto se
aguarda um método definitivo, como por exemplo a intubação endotraqueal.
CÂNULA DE GUEDEL®
Inserir a cânula com a concavidade para cima, dirigindo sua extremidade para o palato duro ("céu da
boca"), logo atrás dos dentes incisivos superiores. Não permitir que a cânula toque o palato,
aplicando um movimento de rotação helicoidal de 180º (em parafuso) sobre ela mesma,
posicionando-a sobre a língua. Um abaixador de língua pode ser útil para impedir que a cânula
empurre a língua para trás durante sua inserção.
A inserção cuidadosa evitará que a língua seja empurrada para baixo causando obstrução.
VENTILAÇÃO ARTIFICIAL
É pré-requisito para que haja uma boa ventilação que as vias aéreas estejam liberadas, sem
obstrução, com ou sem dispositivos de manutenção. Devemos então realizar ventilações de
resgate efetivas e cuidadosas conforme veremos a seguir.
REANIMADOR MANUAL
Vamos falar sobre o uso do reanimador manual conhecido erroneamente como “AMBU®”. Esta é
uma marca de equipamento.
Num primeiro nível de assistência, se deve utilizar ventilação através de máscaras com
possibilidade de enriquecimento da mistura gasosa com oxigênio ou um sistema de máscara com
balão auto‐inflável (REANIMADOR MANUAL) com reservatório auxiliar de oxigênio conectado a
uma fonte com fluxo de 10 litros de oxigênio/minuto. Esse método disponibiliza uma
concentração parcial de oxigênio em torno de 60%. Quando possui reservatório de oxigênio a
concentração chega próximo a 100%.
O problema principal desses sistemas consiste na dificuldade em administrar um volume de ar
corrente adequado. Isso acontece porque é difícil promover uma vedação adequada da máscara
junto à face do paciente e, ao mesmo tempo, comprimir a bolsa de ar.
REANIMADOR MANUAL
VENTILAÇÕES DE RESGATE
INSUFLAÇÃO GÁSTRICA
O pior risco para o paciente é a regurgitação e insuflação
deste conteúdo para os pulmões.
Ventilação com pressão excessiva é direcionada para o
esôfago e enche o estômago de ar. Ao comprimir o tórax,
ou espontaneamente, haverá o esvaziamento gástrico
(regurgitação).
ELEVAÇÃO DO DIAFRÁGMA
Insuflação com pressão adequada reduzirá as
consequências da hiperinsuflação.
A compressão e elevação do diafragma produz dificuldade
de inspiração, compressão do pulmão e dificuldade de
ventilação pulmonar.
HIPERINSUFLAÇÃO PULMONAR
A hiperinsuflação pulmonar pode produzir pneumotórax.
A ruptura de alvéolos é uma possibilidade quando se usa
ventilação com pressão excessiva. A lesão é denominada
pneumotórax.
VÁLVULA UNIDIRECIONAL
A máscara tem uma cinta elástica que pode ser ajustada ao redor da cabeça da vítima, permitindo
que a unidade se mantenha no lugar.
Frequentemente, utiliza-se uma máscara de plástico com uma entrada de oxigênio e uma válvula
unidirecional. A válvula permite a passagem de fases ventilatórias até o paciente, mas faz com que
os gases exalados sejam desviados para fora do sistema, sem entrar em contato com a parte
proximal, onde se dá a ventilação.
TÉCNICA CEFÁLICA
TÉCNICA LATERAL
As compressões poderão ser feitas somente com uma das mãos sobre o tórax.
Mantenha a cabeça e pescoço do bebê alinhados para permitir a abertura plena das vias aéreas.
Inclinar para trás pode diminuir a passagem de ar por flexionar a traqueia.
ATENÇÃO:
Inclinação excessiva da cabeça do bebê pode produzir obstrução respiratória devido a compressão
da traqueia pelos tecidos moles do pescoço. Mantenha a cabeça alinhada com o pescoço.
A troca de socorristas deve ser feita ao final dos 5 ciclos ou 2 minutos de RCP, ou quando o DEA
alertar para interromper para ANALISAR. Esta troca de posições entre socorristas deve ser feita em
no máximo 5 segundos.
A qualidade da RCP diminui em função do tempo;
Efetuar a troca de socorristas ao término dos ciclos por meio de sinal previamente
convencionado;
Checar sinais vitais durante a troca de socorristas ou cumprir as orientações do DEA neste tempo.
ERROS NA APLICAÇÃO DA RCP
A qualidade da RCP será comprometida com as falhas de execução listadas ao lado. O treinamento
da EQUIPE de UR minimizará a ocorrências destas ações deletérias ao paciente.
A vítima não está sobre superfície plana e rígida;
As vias aéreas não estão pérvias e a ventilação é ineficaz;
O equipamento de ventilação não é adequado ou está com defeito;
O socorrista não possui habilidade no manejo do equipamento de ventilação;
As mãos do socorristas não estão corretamente posicionadas no tórax da vítima;
As compressões não possuem a profundidade e frequencia adequadas;
DEFINIÇÕES DE MORTE
Definição de Morte: “a parada total e irreversível das funções encefálicas equivale à morte,
conforme critérios já bem estabelecidos pela comunidade científica mundial.” Trecho da Resolução
do Conselho Federal de Medicina Nº 1.480/97 de 8/8/97.
Nos países em que o APH é tradição, são reconhecidos três tipos de morte: a Morte Clínica, a
Morte Biológica e a Morte Óbvia.
DECAPITAÇÃO
Secção da cabeça em relação ao resto do corpo.
RIGOR MORTIS
Rigor mortis é um sinal reconhecível de morte que
é causado por uma mudança química nos
músculos, causando aos membros do cadáver um
endurecimento ("rigor") e impossibilidade de
mexê-los ou manipulá-los. Tipicamente o rigor
acontece várias horas após a morte clínica e volta
espontaneamente depois de dois dias, apesar de o
tempo de início e duração depender da
temperatura ambiente.
Na média, presumindo-se temperatura amena, começa entre 3 e 4 horas post-mortem, com total
efeito do rigor em aproximadamente 12 horas, e finalmente o relaxamento em
aproximadamente 36 horas.
A causa bioquímica do rigor mortis é a hidrólise do ATP no tecido muscular, a fonte de energia
química necessária para o movimento. Moléculas de miosina derivados do ATP se tornam
permanentemente aderentes aos filamentos e os músculos tornam-se rígidos.
A circulação sanguínea cessa, assim como o transporte do oxigênio e retirada dos produtos do
metabolismo. Os sistemas enzimáticos continuam funcionando após algum tempo da morte.
Assim, a glicólise continua de forma anaeróbica, gerando ácido láctico, que produz abaixamento
do pH. Neste momento, actina e miosina, unem-se formando actomiosina, que contrai fortemente
o músculo.
LIVOR MORTIS
Livor mortis, que do latim significa “Lividez Cadavérica”,
é a acomodação gravitacional das células vermelhas do
sangue no vasos nas áreas inferiores do corpo,
provocando uma descoloração (manchas arroxeadas) da
pele.
Ou seja, há uma descoloração de uma região do corpo
causada por acúmulo de sangue, não ocorre nas áreas
em que o corpo está encostado no chão ou recebendo
pressão, porque os capilares estão comprimidos.
O livor mortis começa geralmente entre uma a duas horas após a morte, e se torna permanente
entre seis e doze horas após a morte. Assim como o algor mortis, o livor pode ajudar a determinar a
hora da morte, ou se o corpo foi movido após a morte.
ALGOR MORTIS
DECOMPOSIÇÃO / PUTREFAÇÃO
CARBONIZAÇÃO
SEPARAÇÃO DO TRONCO
Lição 16
OBJETIVOS
DESFIBRILAÇÃO CARDÍACA
PROGRAMAS DE DESFIBRILAÇÃO
Em 1990 a AHA declarou que a desfibrilação precoce tornou-se essencial para a parada cardíaca pré-
hospitalar e intra-hospitalar. Após esta declaração os programas de desfibrilação precoce e o uso de
desfibriladores automáticos têm aumentado progressivamente, com chances cada vez maiores de
sucesso e consequentemente com o aumento da sobrevida dos pacientes que param na modalidade
de FV ou Taquicardia Ventricular sem pulso.
Em King Country, WASHINGTON, a sobrevivência de pacientes em parada cardiorrespiratória era
menos de 4%, pois demorava-se em média de 21 minutos entre o colapso e o início da desfibrilação.
Nesta época iniciou-se um programa abordando paramédicos que utilizavam a desfibrilação pré-
hospitalar (Emergency Medical Technician Defibrillation – EMTD) como intervenção básica nesta
ação. Deste modo, observou-se que o tempo entre o colapso e a desfibrilação caiu de 21 para seis
minutos e desde então a desfibrilação precoce tornou-se fundamental para o aumento do número
de vidas salvas e consequente melhoria da corrente de sobrevivência, chegando a um aumento de
20% de sucesso no atendimento a pacientes em PCR.
TEMPO X DESFIBRILAÇÃO
local da ocorrência em apenas poucos minutos após o início do quadro, pois esta condição estará
determinando a futura qualidade de vida do ressuscitado.
SUCESSO NA DESFIBRILAÇÃO
Esta Diretriz pretende fornecer parâmetro para confecção e aplicação da sinalização de DEA, está
baseada na publicação oficial do ILCOR comitê Internacional para Consenso em Ressuscitação, cujo
comunicado está na integra a seguir.
Conheça o padrão universal de sinalização de DEA, esta é a primeira publicação nacional, redigida
conforme padrão mundial ILCOR, texto traduzido da publicação oficial do ILCOR em julho 2008, que
apresenta o sinal:
“Para os conselheiros do ILCOR, Conselhos Nacionais de Ressuscitação, fabricantes de DEA,
organizações públicas e governamentais.
Caros colegas,
Tenho o prazer de informar que o Comitê Internacional para Consenso em Ressuscitação (ILCOR) por
unanimidade, aprovou a proposta da Força Tarefa de Sinalização do ILCOR para uma simbologia
universal que indique a presença de um Desfibrilador Externo Automático (DEA).
O sinal é concebido em conformidade com a norma ISO 7010 para formas e sinais segurança.
As cores existentes no símbolo estão em conformidade com a norma ISO 3864-3.
Sua abrangência foi testada em conformidade com a norma ISO 9186-1, rev. 2007 e se revelou
superior aos planos alternativos.
A sinalização para DEA destina-se a indicar a presença de uma DEA, a localização de um DEA em uma
sala, uma cabine com um DEA para uso público ou para indicar a direção a deslocar-se para alcançar
um DEA, etc.
Deve assim identificar rapidamente o DEA em local público, para uso imediato em uma vítima de
parada cardíaca. Para este efeito, o sinal DEA pode ser combinado com outros símbolos existentes,
como um padrão de seta por exemplo.
O simbolo DEA também pode ter acompanhadas pelas letras "DEA" ou equivalentes em outros
grupos linguísticos. O uso da expressão "desfibrilador" ou equivalente não é incentivado. Vários
exemplos de combinações são mostrados a seguir.
É intenção da ILCOR que este sinal seja adotado mundialmente pelos Conselhos Nacionais que
juntos formam ILCOR, e a cada membro do Conselho. O sinal também deve ser assimilado por todos
os fabricantes de DEA para o uso com os seus produtos, e pelos fabricantes de sinalização de
segurança e emergência. Organizações públicas e os governos devem incentivar a utilização deste
sinal universal de DEA.
Esperamos que, este sinal universal de DEA ajude na conscientização da existência de DEA e na
rápida implementação do DEA para socorro em emergência de parada cardíaca.
Em nome da Força Tarefa de Sinalização de DEA do ILCOR .
R. W. Koster, presidente”*
O uso do DEA na cidade de São Paulo está previsto pelo Decreto Municipal Nº 49.277 de 04 de
março de 2008 que alterou a LEI Nº 14.621, de 11 de dezembro de 2007 que alterou a LEI Nº 13.945,
de 7 de janeiro de 2005.
DECRETO Nº 49.277, DE 4 DE MARÇO DE 2008
Art. 20 . Os aeroportos, shopping centers, centros empresariais, estádios de futebol, hotéis,
hipermercados e supermercados, casas de espetáculos e locais de trabalho com concentração acima
de 1.000 (mil) pessoas ou circulação média diária de 3.000 (três mil) ou mais pessoas, os clubes e
academias com mais de 1.000 (mil) sócios e as instituições financeiras e de ensino com concentração
ou circulação média diária de 1.500 (mil e quinhentas) ou mais pessoas deverão manter aparelho
desfibrilador externo automático em suas dependências, determinando um fluxo que permita a
disponibilidade ao paciente em até 5 (cinco) minutos após constatado o evento.
Art. 2º. Os estabelecimentos previstos na Lei nº 13.945, de 2005, deverão manter aparelho
desfibrilador externo automático em suas dependências, estabelecendo um fluxo que permita a
disponibilidade ao paciente em até 5 (cinco) minutos após constatado o evento.
DESFIBRILAÇÃO CARDÍACA
Estudaremos a partir deste momento a “Desfibrilação Cardíaca”.
Falaremos sobre as arritmias detectadas ou não detectadas por um DEA e entenderemos a função
do “choque desfibrilatório” no tratamento das arritmias malígnas consideradas “parada cardíaca”.
Vamos adiante e preste muita atenção!
ARRITMIAS CARDÍACAS
Arritmia cardíaca é o nome genérico de diversas perturbações que alteram a frequência ou o ritmo
dos batimentos cardíacos. Pode dever-se a várias razões.
As arritmias ou disritmias podem levar à morte e constituir, por isso, um caso de emergência
médica.
A maior parte delas é, no entanto, inofensiva. O NÓ SINUSAL, na aurícula direita, é um grupo de
células que regula esses batimentos através de impulsos eléctricos que estimulam a contracção
do músculo cardíaco ou miocárdio.
Quando esses impulsos elétricos são emitidos de forma irregular ou conduzidos de forma
deficiente, pode ocorrer arritmia cardíaca. Esta pode ser caracterizada por ritmos
excessivamente rápidos (taquicardia), lentos (bradicardia) ou apenas irregulares.
Isso pode acontecer quando as células nervosas especiais que produzem o sinal elétrico não
funcionam apropriadamente, ou quando os sinais elétricos não viajam normalmente pelo coração.
Uma arritmia também pode ocorrer quando outra parte do coração começa a produzir sinais
elétricos, adicionando aos sinais das células nervosas especiais, e alterando o batimento cardíaco
normal.
Estresse, fumo, grande ingestão de álcool, exercício físico muito forte, uso de certas drogas
(como cocaína e anfetaminas), uso de alguns medicamentos, e muita cafeína podem ocasionar
arritmia em algumas pessoas. Um ataque cardíaco, ou outras condições que danificam o
sistema elétrico do coração, também podem causar arritmia.
Essas condições incluem pressão alta, doença da artéria coronária, insuficiência cardíaca,
hipotireoidismo, hipertiroidismo, e doença reumática do coração. Para algumas arritmias, como
a síndrome Wolff-Parkinson-White, o defeito cardíaco que causa a arritmia está presente no
nascimento (congênito). Algumas vezes a causa de uma arritmia não pode ser encontrada.
Muitas arritmias não ocasionam nenhum sinal ou sintoma. Quando os sinais e sintomas estão
presentes, os mais comuns são:
Palpitações cardíacas (sensação de que o coração pulou uma batida ou está batendo muito
forte).
Batimento cardíaco lento.
Batimento cardíaco irregular.
Sensação de pausa entre os batimentos cardíacos.
Sintomas e sinais mais sérios incluem:
Ansiedade.
Fraqueza.
Tonteira e dor de cabeça leve.
Transpiração.
Falta de ar.
Dor no peito (angina).
Os tratamentos mais comuns para arritmias incluem remédios, procedimentos médicos e cirurgia. O
tratamento é necessário quando a arritmia causa sintomas sérios como tonteira, dor no peito e
desmaio, ou quando ela aumenta a probabilidade de desenvolver complicações como insuficiência
cardíaca ou ataque cardíaco súbito.
Há situações em que a vítima fica inconsciente, não respira normalmente e não há pulso palpável
(parada cardíaca) que se não for tratada imediatamente evoluirá para a assistolia (parada cardíaca
completa) e morte. Veremos este assunto a seguir!
RITMO CARDÍACO
PARA RELEMBRAR
MARCAPASSOS POTENCIAIS
Na ausência de atuação efetiva do marca-
passo principal o nó atrioventricular pode
assumir o comando e se isso não funcionar
outros marca-passos podem auxiliar.
Problema: eles atuam em frequência limitada
e diferentes.
PARA RELEMBRAR
Em destaque, os tipos de parada cardíaca que um DEA detecta e indica a aplicação de choque para
“desfibrilação”.
❑ Fibrilação ventricular;
❑ Taquicardia ventricular sem pulso;
❑ Atividade elétrica sem pulso;
❑ Assistolia.
FIBRILAÇÃO VENTRICULAR
Como o sangue não é bombeado para fora do coração, a fibrilação ventricular leva a uma parada cardíaca
e a não ser que seja tratada imediatamente , é fatal.
DIFERENÇA DE ECG
Veja a diferença entre um eletrocardiograma com uma fibrilação ventricular e um ECG com
ritmo sinusal (normal).
O DEA está programado para reconhecer este tipo de arritmia, carregar automaticamente uma
carga e orientar a aplicação do choque desfibrilatório.
Praticamente todas as doenças cardíacas graves podem causar a fibrilação ventricular (FV). A
doença arterial coronariana (formação de placas de gordura ou ateromas na paredes das
artérias do coração) , em suas formas aguda (angina instável e infarto do miocárdico) ou
crônica (cardiopatia isquêmica crônica) , é a causa mais comum de fibrilação ventricular.
A hipertensão arterial (cardiopatia hipertensiva) as doenças das válvulas cardíacas , as doenças
do músculo cardíaco (miocárdio) , como a miocardiopatia dilatada (exemplo: a doença de
Chagas) e a miocardiopatia hipertrófica , ou ainda, as miocardites (inflamação aguda do
miocárdio) , também poderão ocasionar uma fibrilação ventricular.
CAUSAS DE TVSP
A TVSP ocorre principalmente em indivíduos com doença arterial coronária, como isquemia
miocárdica, apresentando-se com frequência maior que 100 bpm e não superior a 220 bpm.
Existe uma atividade elétrica, mas a vítima está inconsciente, não respira e não tem pulso. O DEA
não está programado para reconhecer este tipo de arritmia.
Atividade elétrica sem pulso (AESP) pode compreender ritmos bradicárdicos ou taquicárdicos. O
importante é identificar que há um ritmo organizado no monitor, porém não existe acoplamento
do ritmo elétrico com a pulsação efetiva (contração) e não há débito cardíaco.
O importante é garantir o suporte básico de vida e identificar a provável causa da parada
cardiorrespiratória, se for possível.
Este tipo de arritmia não é tratado com choque.
ASSISTOLIA
DESFIBRILAÇÃO CARDÍACA
ESQUEMA - DESFIBRILAÇÃO
Eletrodos adesivos transferem a atividade elétrica
para o DEA que detecta a arritmia FV. O DEA
carrega e entrega, sob ação do operador, uma
carga elétrica para eliminar a arritmia.
Quando nos referirmos ao desfibrilador para uso leigo estaremos falando do “Desfibrilador
Externo Automático” ou, simplesmente, pela siga “DEA”.
Conheceremos algumas características de modelos existentes no mercado brasileiro.
Obviamente que será necessário que o usuário leia o respectivo manual de instruções para
maiores informações sobre o produto.
MODELO SEMI-AUTOMÁTICO
Todos os modelos de DEA possuem as qualidades necessárias para a desfibrilação cardíaca, embora
possuam tecnologias diferentes.
ELETRODOS DE DESFIBRILAÇÃO
VALIDADE
EXPOSIÇÃO DO TÓRAX
Tenha sempe disponível uma tesoura de ponta
romba! Seja rápido na exposição do tórax da vítima!
EXPOSIÇÃO DO TÓRAX
Livre o tórax de peças íntimas, em especial, que possuam detalhes em metal. A exposição completa
do tórax é necessária para a realização da RCP de alta qualidade e utilização do DEA. Isto é
inconstestável!
IMPEDÂNCIA TORÁCICA
A resistência elétrica que se opõe à súbita movimentação dos elétrons através do tórax (corrente
elétrica), durante a desfibrilação, é a "impedância torácica". Existe um valor mínimo de corrente
elétrica capaz de promover a desfibrilação (limiar de desfibrilação).
Obviamente, quanto menor a impedância torácica, maior a corrente elétrica. Por outro lado,
valores muito altos, freqüentemente, provocam insucesso na desfibrilação.
Se houver impedância torácica elevada acima da capacidade do DEA, não haverá a administração de
choques e o paciente terá perdido a chance de reanimação.
São fatores que aumentam a impedância torácica:
Estruturas ósseas proeminentes;
Tipos de pele e suas particularidades;
Peso do paciente;
Tamanho do tórax do paciente;
Quantidade de ar nos pulmões;
Quantidade de gordura subcutânea;
Umidade da pele;
Excesso de pêlos no tórax.
Algumas medidas são fundamentais para a redução da impedância torácica e boa leituras dos
eletrodos e estão listadas ao lado. Serão discutidas uma a uma oportunamente durante vosso
estudo!
Secar o tórax do paciente antes da aplicação de eletrodos;
Raspar o excesso de pelos dos locais de aplicação de eletrodos;
Remover curativos adesivos da área de abrangência da corrente elétrica;
Retirar adornos metálicos que estejam ao redor do pescoço;
Mudar a posição padrão de eletrodos na presença de dispositivos implantados no tórax;
Usar eletrodos de desfibrilação dentro do prazo de validade e somente abertos na hora do uso.
Posição latero-lateral com as pás aplicadas na parede do tórax logo abaixo do mamilo na linha média
axilar.
POSIÇÃO ANTERO-POSTERIOR
O eletrodo da parte posterior (INFRA ESCAPULAR ESQUERDA ou DIREITA) deve ser aplicado
primeiro, pois se feito do contrário, ao efetuar o rolamento da vítima por 2 vezes, o eletrodo
anterior poderá se descolar do tórax da vítima.
CUIDADOS
As recomendações ao lado estão no Manual de Instruções de uma das principais marcas de DEA em
comercialização no Brasil.
PARTICULARIDADES DE EQUIPAMENTOS
Aplique o sensor de RCP (metrônomo) no centro do peito tomando como base a linha imaginária
entre os mamilos (metade inferior do esterno).
Procure interromper ou adiar a RCP por tempo inferior a 10 segundos, desde a interrupção da RCP até a
leitura do ritmo cardíaco pelo DEA.
TIPOS DE BATERIAS
Monofásica: a corrente viaja em uma só direção (polo positivo para negativo) sem mudança de
polaridade.
Bifásica: a corrente vai no sentido positivo/negativo, o equipamento inverte a polaridade para
positivo/negativo e retorna para o ponto de origem.
ENERGIA BIFÁSICA
EQUPAMENTOS E CARGAS
EFICIÊNCIA DO DEA
SENSIBILIDADE E ESPECIFICIDADE
A avaliação de desempenho dos DEA é determinada por normas emitidas pela American
Nacional Standards Institute/Association for the Advancement of Medical Instrumentation,
ANSI/AAMI.
De acordo com estas normas, a sensibilidade para reconhecimento de fibrilação ventricular em
uma amplitude de 200 mV ou mais deve ser superior a 90% na ausência de artefato
(interferências).
Para os equipamentos que detectam taquicardia ventricular, a sensibilidade deve ser superior a
75%. A especificidade do equipamento em diferenciar arritmias que não necessitam de
desfibrilação deve ser superior a 95% na ausência de artefatos. [Conselho Europeu de
Ressuscitação. 1993].
No entanto, essa precisão pode ser afetada com riscos para o paciente e para o operador. O Boletim
Informativo de Tecnovigilância, Brasília, Número 01, jan/fev/mar 2011 ‐ ISSN 2178-440X traz mais
informações.
Desfibriladores externos são importantes equipamentos para salvar vidas. Ações de alerta ou
recall de acessórios e desfibriladores circulam internacionalmente entre os países, sobretudo
entre os países membros do esforço de harmonização da regulação de produtos para a saúde, a
Global Harmonization Task Force desde 2005, fornecendo significativos subsídios para as ações
de fiscalização e regulação de produtos para a saúde. Nos últimos cinco anos, os problemas de
segurança persistentes tem sido observados com todos os tipos de desfibriladores externos e
em todos os fabricantes destes equipamentos.
De 01 de janeiro de 2005 a 10 de julho de 2010, na FDA (FDA (Food and Drug Administration)
que é o órgão governamental dos Estados Unidos da América responsável pelo controle dos
equipamentos médicos, dentre outras coisas) houve 68 notificações, apresentando um
aumento anual de nove (em 2005) para 17 (em 2009, último ano com dados completos
disponíveis). Durante este período, a FDA realizou múltiplas inspeções em todos os fabricantes
de desfibrilador externo.
A partir da experiência na Unidade de Tecnovigilância da ANVISA, Buss G. documentou, em
2010, um grande número de unidades de desfibriladores afetados por ações de recall (mais de
1 milhão de AED e cerca de 250 mil acessórios) salientando o fato que mais de 40% dessas
ações também se aplicavam ao Brasil.
A publicação de alertas de recall referentes a AED, pela FDA, demonstrou uma tendência
crescente o longo do período estudado, entre janeiro de 2003 e junho de 2010.
Também ocorreu uma distribuição crescente, ao longo destes anos, em relação ao número de
equipamentos afetados e ocorrência de dois ou mais problemas afetando um mesmo
equipamento, (cerca de 40% do total) está relacionado a um único fabricante, indicando
inclusive falhas no sistema da qualidade da linha de fabricação [FDA, 2008]. Além disto, um de
cada quatro destes alertas apresentou alto risco, requerendo ações imediatas.
D. Paciente feminina;
E. Vítimas de trauma.
DESFIBRILAÇÃO – GESTANTE
RCP – GESTANTE
Efetue o deslocamento manual do útero para o lado esquerdo a fim de descomprimir a veia cava
inferior e aorta abdominal melhorando a circulação sanguínea materna.
INSTALAÇÃO FIXA
O acesso público a desfibrilação prevê a instalação de DEA em locais públicos (aeroportos, shoping
center, centros empresariais, hotéis, hipermercados, estádios de futebol, casas de espetáculos,
bancos e instituições financeiras, instituições de ensino e parques com determina população
flutuante ou fixa, prevista me Legislações locais.
AEROPORTO DE CHICAGO
De acordo com o Dr. Sérgio Timerman, a medida salva vidas. “Nos
cassinos de Las Vegas, nos Estados Unidos, a adoção de diretrizes
de atendimento e desfibriladores fez as chances de sobrevivência
passarem de 4,5% a 7% para 71%. Nos aviões, onde as chances
eram zero, agora são de 40%. E no aeroporto de Chicago, muito
bem equipado, as chances subiram de 2% para 56%”, diz o
cardiologista.
A C
F
D E
MANUTENÇÃO DO EQUIPAMENTO
GRAVAÇÃO DE DADOS
A gravação de dados é um OCIONAL do DEA que deve ser adquirido junto ao fabricante.
A gravação interna ou em cartões de dados pode ser transferida para arquivo em computador e
serve como uma proteção administrativa para o Operador do DEA.
Verifique se houve a aquisição deste módulo de gravação.
PROCEDIMENTOS ADMINISTRATIVOS
Esteja qualificado para utilizar o DEA através de cursos de atualizações frequentes e a certificação
necessária.
❑ Siga os procedimentos operacionais padronizados para o seu nível de atendimento, caso seja
leigo ou profissional de saúde;
❑ Solicite, quando possível, apoio de Suporte Avançado de Vida (equipes médicas) para o local;
❑ Transfira e faça a gravação dos dados do equipamento sobre o evento atual para um
computador (se software disponível).
TRANSFERÊNCIA DE DADOS
PROCEDIMENTOS RECOMENDADOS
Anote dados de pelo menos 2 testemunhas do emprego DEA que possam contribuir para eventuais
depoimentos em seu favor.
❑ Colete dados sobre o paciente: nome completo, RG, endereço, telefones, familiares para
contatos, hospital de destino, etc.
Dados principais da ocorrência:
❑ tipo de atendimento (clínico ou trauma),
❑ número da ambulância de transporte e qualificação do condutor,
❑ horários de saída do local da ocorrência e de entrada no hospital,
❑ nome e CRM do médico no hospital,
❑ nome e COREN do Encarregado da Equipe do SAMU (192),
❑ nome e RE do Comandante da EQUIPE de RESGATE do Corpo de Bombeiros (193), etc.
❑ Realize um relatório pormenorizado sobre a ocorrência e encaminhe para o setor responsável
guardando-se uma cópia para si.
Uma vez por semana, execute o teste do DEA. Siga as recomendações de cada modelo e fabricante!
Registre em formulário próprio e arquive para eventual consulta sobre a qualidade do equipamento!
RISCOS E INTERFERÊNCIAS
O DEA é um equipamento que utiliza energia elétrica de alta intensidade e curta duração capaz de
produzir centelhas elétricas e calor suficiente para provocar acidentes de eletrocussão, queimaduras
e iniciar a combustão de substâncias inflamáveis presentes no ambiente. O DEA sofre interferências
em seu modo de análise podendo acarretar a recomendação de choque para pacientes que não
precisam, ou devido as interferências, deixar de aplicar choques em pessoas que dele precisam.
Saber manejar o equipamento de forma segura e resolver as principais intercorrências é a finalidade
de um treinamento de capacitação para operação de DEA.
ESTEJA ATENTO! CUIDE DA SUA SEGURANÇA E DA SEGURANÇA DO PACIENTE!
SUPERFÍCIES MOLHADAS
OXIGÊNIO
VAZAMENTO DE COMBUSTÍVEIS
ATENÇÃO!
O alto nível de radiação
eletromagnética emitida por estes
aparelhos podem resultar numa grande
interferência, prejudicando o
funcionamento normal do desfibrilador
, colocando em risco a segurança do
paciente.
Fonte: Disponível em
http://www.deabrasil.com.br/manual/manual_dea.pdf
CURATIVOS ADESIVOS
RELEMBRE!
Estando o tórax do paciente molhado, o socorrista deve secar bem, antes do tratamento, a
fim de se evitar ocorrência de fuga de descarga elétrica.
Lembre do risco de colocar eletrodos sobre dispositivos implantados no tórax.
PREPARAÇÃO DO TÓRAX
Quanto maior a impedância torácica maior será a carga para desfibrilar. Secar o tórax permite
adesivar adequadamente o eletrodo e diminui a impedância torácica.
Raspe, se necessário, os locais para aplicação de eletrodos. Retire o excesso de pelos com cuidado
para não ferir a vítima. Use raspadores sem camada de gel que poderia aderir ai tórax e interferir
nos eletrodos.
APLICAR ELETRODOS
Esta é a posição padrão American Heart Association. Existe mais 3 variações que poderão ser
utilizadas de acordo com o paciente.
Passe a mão sobre os eletrodos garantindo a adesão uniforme da superfície no tórax do paciente.
Bolhas de ar entre o eletrodo e a pele se aquecerão e produzirão queimaduras no local.
INTERFERÊNCIAS
SEGURANÇA X CHOQUE
Utilize frequência entre 100 e 120 por minuto e profundidade de compressões torácicas entre 5 e 6
cm, permitindo retorno total do tórax entre as compressões.
Abrir as VAS;
Inspecionar a cavidade oral;
Remover secreções ou corpos estranhos.
PROCEDIMENTOS PÓS-REANIMAÇÃO
MONITORAMENTO CONSTANTE
Sempre que um DEA NÃO INDICAR CHOQUE execute mais 2 MINUTOS DE RCP e então reavalie a
vítima.
1. Se apresentar boa respiração e pulso: providencie o transporte ao hospital ou aguarde o SEM;
2. Se mantiver em parada cardíaca: inicie e mantenha a RCP até a chegada de apoio e entrega do
paciente no hospital, ou ordem médica para interromper a RCP.
LEMBRE-SE!
Não é o socorrista que determina a quantidade de choques que um DEA deve administrar.
O DEA oferecerá tantos choques quanto persistir a arritmia cardíaca FV ou TVSP.
Nossa próxima discussão será o emprego do DEA em dupla de socorristas que disponha de
equipamentos básicos de reanimação. Como planejar e executar a assistência a uma vítima de
parada cardíaca até que receba o apoio de uma equipe do Serviço Médico de Emergência (Corpo
de Bombeiros / SAMU, etc.).
Mais uma vez imagine-se atuando em um local público que disponha de acesso rápido ao um
DEA.
A sequencia de abordagem, avaliação e constatação da parada cardíaca, neste caso, foi sintetizada
para termos um enfoque maior no uso do DEA.
Um socorrista inicia a avaliação da vítima;
Constata a parada cardíaca;
Solicita que alguém ligue para o Serviço de Emergência Médica local e peça uma ambulância;
Solicita que outro socorrista vá buscar um DEA;
Inicia a RCP com ou sem o auxílio de equipamentos;
Mantem a RCP até que o DEA esteja instalado no paciente;
O DEA alertará para interromper a RCP.
CHEGADA DO DEA
O socorrista que chegar com o DEA deve se posicionar do lado oposto ao socorrista que está
executando a RCP.
O socorrista não deve interromper a RCP até que os eletrodos estejam posicionados firmemente no
tórax do paciente e a análise automática do ritmo cardíaco seja iniciada.
Mantenha o DEA próximo a cabeça da vítima.
Aplique os eletrodos firmemente no tórax da vítima.
Seja rápido na execução do procedimento!
CONECTAR ELETRODOS
SEQUENCIA DE CHOQUES
Execute mais 2 minutos de RCP e então avalie a respiração e pulso. Caso tenha boa respiração e
pulso, aguarde o apoio da ambulância para o transporte com a vítima na “Posição de
Recuperação”.
NÃO SE ESQUEÇA!
Uma vítima atendida por uma equipe de Bombeiros somente será mantida na posição de
recuperação se estiver estável ou quando não houver equipamentos de ventilação para prosseguir
na assistência ventilatória.
Lição 17
OBJETIVOS
A partir de agora vamos apresentar uma tática de atendimento envolvendo o tratamento de uma
vítima em parada cardíaca num local de ocorrência com pelo menos 4 (quatro) socorristas
disponíveis.
Veremos logo adiante outra forma de abordagem específica para uma Equipe de Resgate levando
em conta que na maioria das ocorrências de parada cardíaca, somente o Encarregado e o Auxiliar da
Equipe estão presentes na abordagem da vítima, enquanto que o Motorista está providenciando o
estacionamento e sinalização da UR, isolamento do local da emergência, informações iniciais ao
CECOM.
ATENÇÃO!
ALERTA!
Ouça a mensagem do auto-teste sobre a carga da bateria (fraca) ou tipo de eletrodo (adulto /
pediátrico), caso seu aparelho disponha deste tipo de informação.
Procure ter eletrodos reservas e baterias sobressalentes!
PREPARAÇÃO DO TÓRAX
Corte e remova todas as vestes que recobrem o tórax de forma rápida com uma tesoura de ponta
romba. Não se esqueça de montar um KIT de acessórios do DEA!
O operador do DEA deverá secar os locais de aplicação para facilitar uma boa adesão dos eletrodos.
Raspar os locais de aplicação removendo a maioria do pelos, se necessário!
APLICAÇÃO DE ELETRODOS
LOCAIS DE APLICAÇÃO
CONEXÃO DE ELETRODOS
Se o eletrodo vier em embalagem avulsa, priorize sua aplicação no tórax do paciente para
depois conectá-lo ao DEA.
Se o modelo for pré-conectado, aplique-os diretamente no tórax.
CHOQUE
LEMBRE-SE!
Se o botão “choque” não for pressionado por 20 a 30 segundos, de acordo com cada modelo de
DEA, o choque será cancelado!
2 MINUTOS DE RCP
SBV+DEA – EQUIPE DE UR
Apresentaremos uma abordagem específica para uma EQUIPE de Resgate levando em conta que na
maioria das ocorrências de parada cardíaca, somente o Comandante e o Auxiliar da EQUIPE estão
presentes na abordagem da vítima, enquanto que o Motorista está providenciando o estacionamento e
sinalização da UR, isolamento do local da emergência, informações iniciais ao CECOM.
Tão logo o Motorista esteja disponível integrará a equipe de reanimação auxiliando nas
compressões ou ventilações enquanto aguarda o Suporte Avançado de Vida (SAV) no local.
Logo a seguir, veremos a tática de atendimento proposta para as situações de Transporte Imediato
para os locais onde não há disponibilidade de SAV.
ABORDAGEM – ENC / AUXILIAR
Abordagem ENC e Aux. ENC ENC constata a ausência de Motorista estará transmitindo
constata a inconsciência. respiração e pulso informações ao CECOM.
,simultaneamente.
ENC expondo o tórax e Auxiliar ENC se posicionando para ENC realizando compressões
posicionando o DEA no lado compressões e Aux ligando DEA. torácicas e Aux expondo o
oposto. tórax.
ENC fazendo compressões ENC fazendo compressões Aux adesivando eletrodos sem
torácicas e Aux secando o tórax. torácicas e Aux raspando o tórax. interromper a RCP.
ENC fazendo compressões torácicas e Aux ENC fazendo compressões torácicas e Aux
secando o tórax. raspando o tórax.
ENC retoma a RCP pelas Aux libera as VAS e inspeciona a Aux insere a cânula orofaríngea
compressões torácicas. cavidade oral.
Aux adapta oxigênio ao Aux informa que está pronto para INDEPENDENTE da quantidade de
ressuscitador manual. ventilar. Socorristas PREFIRA a ventilação a
“4 MÃOS”.
Cmt e Aux executam ciclos de compressões e ventilações até que o DEA interrompa a RCP para
análise. Trocam de posição no próximo ciclo de RCP, se necessário.
Motorista posiciona a prancha Motorista se posiciona para o EQUIPE interrompe a RCP para o
rígida ao lado da vítima. rolamento 90º nas pernas da rolamento em monobloco 90º.
vítima e avisa; Pronto para a
prancha!
ENC aproxima a prancha rígida Seguram a vítima conforme Ajustam a vítima na prancha longa com
debaixo da vítima. A prancha está demonstrado e movimentam-na movimento longitudinal.
cerca de 1 metro acima da cabeça. para o alto e para o centro.
Movimentar a maca.
Posicionar ENC lado direito, Auxiliar Embarcar a maca na viatura ENC embarcar primeiro e guiar a
lado esquerdo e Motorista na parte com segurança. maca até o suporte de fixação.
inferior da maca.
O que fazer quando houver um dispositivo médico implantado no tórax (marcapasso cardíaco ou
cardiodesfibrilador) coincidindo com a posição das pás do DEA?
Veremos a seguir.
“MARCA-PASSO” CARDÍACO
MARCA-PASSO CARDÍACO
IMPLANTAÇÃO DE MARCAPASSO
MARCA-PASSO CARDÍACO
Vemos a aparência do marcapasso sob a pele do tórax do paciente. O local de implantação coincidiria
com a posição tradicional de aplicação de eletrodos.
Apresentaremos a alternativa mais adequada para a aplicação do eletrodo logo a seguir!
CARDIODESFIBRILADOR
IMPLANTAÇÃO DE CDI
dispositivo não danifica a estimulação, o sensor, nem a captura do dispositivo. Os picos dos marca-
passos com estimulação unipolar podem confundir o software do DEA e impedir a detecção de
Fibrilação Ventricular (e, por conseguinte, a administração do choque). A principal mensagem para
os socorristas e que a preocupação com o posicionamento preciso das pás adesivas ou pás manuais
em relação a um dispositivo medico implantado não deve retardar a tentativa de desfibrilação.
POSIÇÃO ANTERO-POSTERIOR
TÉCNICA DE APLICAÇÃO
DESFIBRILAÇÃO PEDIÁTRICA
Apresentarei as principais características relativas ao uso do DEA em vítimas com idade inferior a 8
anos ou 25 kg de peso corporal.
Os DEA estão programados para administrar cargas pré-definidas para pacientes adultos ou
pediátricos. Não é possível mudar a carga a ser administrada.
Em pacientes pediátricos, a carga ideal de desfibrilação não é conhecida. Os dados sobre a carga
eficaz mínima ou o limite superior para desfibrilação segura são limitados. Uma carga de 2 a 4
J/kg pode ser usada para a energia de desfibrilação inicial; porém, para facilitar o treinamento,
pode-se considerar uma carga inicial de 2 J/kg. Para os choques subsequentes, os níveis de
energia devem ser de, no mínimo, 4 J/kg, podendo ser considerados níveis de energia mais altos,
desde que não excedam 10 J/kg ou a carga máxima para adultos.
Ha insuficiência de dados para implementar uma alteração substancial nas atuais cargas
recomendadas para a desfibrilação pediátrica. Cargas iniciais de 2 J/kg, com formas de onda
monofásicas, são eficazes na solução de 18% a 50% dos casos de Fibrilação Ventricular (FV) e não
há evidência suficiente para comparar o êxito de cargas mais altas. A literatura de casos
documenta desfibrilações bem-sucedidas com cargas de ate 9 J/kg sem efeitos adversos
detectados. São necessários mais dados.
Dois modelos de DEA de fabricantes distintos e com forma de funcionamento diferentes. Ambos
aplicam cargas reduzidas para o paciente pediátrico.
INDISPONIBILIDADE DE PÁ PEDIÁTRICA
E se eu não tiver como aplicar uma carga pediátrica numa
criança ou bebê? Que devo fazer?
Observe o modelo de eletrodo que estiver utilizando. Caso disponha somente de eletrodo adulto
para tratar um bebê em parada cardíaca, utilize a forma de aplicação demonstrada abaixo.
1. Utilize como 1ª
opção a posição
antero posterior;
2. Minimize a
interrupção da
RCP para a
movimentação e
aplicação dos
eletrodos.
Lição 18
PARTO
OBJETIVOS:
6. Líquido aminiótico: líquido presente dentro do saco amniótico; sua função é manter a
temperatura do feto e protegê-lo de impactos. Durante o parto concorre para formar a bolsa das
águas e lubrificar o canal do parto após a ruptura das membranas. Sua cor normal é clara (branco
opalescente); quando está ocorrendo hipóxia e sofrimento fetal, este líquido torna-se
esverdeado (mecônio);
7. Placenta: órgão especial, formado durante a gravidez, constituída por tecidos materno e fetal,
permitindo a troca de nutrientes entre a mãe e o feto. Normalmente expelido ao final do trabalho
de parto. Tem formato discoidal ou ovular, com 15 a 20 cm de diâmetro, com aproximadamente 3
cm de espessura e 500 g de peso, na gravidez de termo; e
8. cordão umbilical: estrutura constituída por vasos sangüíneos (duas artérias e uma veia) através
da qual o feto se une a placenta, seu comprimento varia em média 55 cm.
Durante as primeiras
8 semanas de
gestação, o bebê é
um embrião. O
coração e os pulmões
começam a se formar.
O coração começa a
bater no 25º dia. O
tubo neural, que se
converte no cérebro e
na
medula espinhal, começa a de formar. No final do primeiro mês, o embrião mede aproximadamente
9 mm e pesa 0,5 g.
O óvulo fertilizado é já um embrião composto por duas pequenas células que se dividem muito
rapidamente. Três dias após a fertilização o embrião tem entre 16 e 23 células. No quarto dia já é
composto por 100 células. O embrião passa pela trompa de Falópio em busca da segurança do útero
e, seis dias depois da fertilização, adere-se ao endométrio, produzindo-se a implantação.
É difícil conhecer o dia exacto da implantação, logo, o primeiro dia da última menstruação é
considerado como o primeiro dia de gravidez.
Ao fim da quarta semana de gravidez o embrião assemelha-se a um pequeno disco circular de
aproximadamente 2,5 mm de diâmetro.
Durante o segundo mês de gravidez três camadas de células, que darão origem a todos os tecidos do
futuro bebé, são formadas. A medula espinhal, o cérebro, o coração, os intestinos e a pele são
formados nesta fase. Os olhos, as orelhas, o nariz, o lábio superior e os membros começam,
igualmente, a desenvolverem-se.
Ao quarto mês de gestação os olhos do bebé são enormes e estão cerrados. O feto tem, nesta fase,
aproximadamente 15cm e pesa, em média, 170 gramas. É possível que a mãe sinta o bebé pela
primeira vez durante este mês. É, ainda, durante este período da gestação que as cordas vocais do
bebé são formadas. Contudo, o bebé só utilizará essas cordas vocais após o seu nascimento.
Durante o quinto mês de gravidez há uma intensificação do desenvolvimento dos órgãos internos do
feto. As cavidades cardíacas já estão delimitadas e o coração do bebé bate com força.
Por vezes, quando a mãe deita-se, é possível que o bebé mexa-se muito. Isto acontece porque o feto
pode mover-se com mais facilidade quando a futura mãe está deitada. Quando a futura mãe está de
pé, o feto encaixa-se na pélvis e mexe-se menos, parecendo adormecido.
No sexto mês de gravidez o bebé já abre os olhos, apesar de apenas ser capaz de perceber a luz, e já
tem cabelo, pestanas e sobrancelhas. Mede de entre 27 a 32 cm. O comprimento do cordão
umbilical permite que o bebé movimente-se dentro do saco amniótico em que se encontra. Estas
movimentações são facilitadas pela formação dos músculos.
No sexto mês o bebé começa a adoptar um padrão de actividade e sono determinado, responde a
ruídos fortes e mexe-se muito.
Durante o sétimo mês de gestação há o desenvolvimento completo dos pulmões, e a ossificação dos
tecidos dos ossos. O bebé perde a sua cor transparente devido a pigmentação e fortalecimento da
pele. Ao longo deste mês o bebé começa a acumular gordura no seu corpo. Isto é essencial para que
possa regular a sua temperatura corporal de forma autónoma depois do seu nascimento. O feto
cresce atá aos 38 cm e, devido ao aumento do seu peso e tamanho, há uma diminuição dos seus
movimentos.
No oitavo mês de gravidez o peso do bebé aumenta consideravelmente e este ocupa quase todo o
útero. O seu cérebro continua a desenvolver-se e há a formação dos neurónios olfactivos que
permitem que o bebé sinta odores fortes. Neste mês o bebé cresce até aos, aproximadamente, 42
cm e os seus movimentos são vigorosos.
APRESENTAÇÃO FETAL
ENTREVISTA
1. Identificar-se como socorrista habilitado para prestar o socorro;
2. Perguntar o nome e a idade da gestante;
3. Perguntar se é o primeiro filho? Se for primigesta, o trabalho de parto será mais duradouro. O
tempo de trabalho de parto será mais curto a cada parto subsequente;
4. Realizou exame pré-natal? Onde? Quais as observações médicas a respeito? Há alguma
complicação prevista?;
5. A que horas iniciaram-se as contrações?;
6. Qual o intervalo entre as contrações? (freqüência);
7. Qual a intensidade das contrações? (tempo de duração);
COM BASE NOS DADOS ACIMA O SOCORRISTA DECIDIRÁ PELA INSPEÇÃO FÍSICA VISUAL DA
GESTANTE
IMPORTANTE
IMPORTANTE
ASSISTÊNCIA AO PARTO
PREPARAÇÃO DA PARTURIENTE
O socorrista ao avaliar a vítima e constatar a necessidade de dar assistência ao parto no próprio local
deverá adotar as providências listadas abaixo:
1. Informe à parturiente ou ao seu responsável que o parto será iminente;
2. Nos casos em que não houver tempo para transportar ao hospital, obtenha autorização da
parturiente ou de seu responsável para assisti-lo na própria residência;
3. Demonstre tranqüilidade informando-lhes que a equipe está habilitada a prestar a assistência ao
parto e que dispõem de materiais e equipamentos adequados para isso;
4. Assegure a privacidade da parturiente e escolha um local apropriado;
5. Mantenha, sempre que possível, um familiar junto da parturiente durante todo o atendimento;
6. Prepare o local onde a parturiente será posicionada. Dê preferência à superfície plana (cama) e
cujo colchão não permita o afundamento do quadril;
7. Solicite à parturiente que remova as roupas que
possam impedir o nascimento, sem expô-la
demasiadamente;
8. Solicite à parturiente que se deite; mantenha-se
em posição ginecológica (joelhos flexionados e bem
separados, e os pés apoiados sobre a superfície que
está deitada); Traga-a para a parte inferior da cama.
9. Coloque algo (uma almofada ou um cobertor
dobrado) debaixo do ombro da mãe para manter o
tórax ligeiramente elevado;
10. Faça anti-sepsia da região genital e coxa da
parturiente, com água e sabão ou gaze e soro
fisiológico;
11.Utilize lençóis descartáveis ou toalhas limpas abaixo das nádegas, sobre as coxas e sobre o
abdômen da parturiente, logo acima do umbigo;
12.Cubra o ânus da parturiente com uma dobra de lençol limpo ou gaze para evitar que secreções
(fezes) eliminadas durante as contrações contaminem o recém-nascido;
1. Durante a expulsão do RN, apóie sua cabeça, colocando a mão logo abaixo da mesma com os
dedos bem separados. Apenas sustente o segmento cefálico, ajudando com a outra mão. Não tente
puxá-lo; com os dedos em forma de gancho apóie a nuca e a mandíbula;
2. Se o parto for expulsivo (a cabeça sai com violência), ampare com uma das mãos a cabeça do RN,
e com os dedos da mão inferior apóie o períneo para evitar distensão brusca desta região;
4. Com os dedos indicador e médio das duas mãos, em forma de “V”, pegar a cabeça pela mandíbula
e região da base do crânio, tomando o cuidado de não pressionar o pescoço do RN;
5. Com uma das mãos, apóie a cabeça;
6. A outra mão escorrega pelo dorso e segura as pernas do RN, mantendo-o numa superfície, no
meso nível da mãe.
7. 1ª MEDIDA AO NASCER: ENVOLVER O RN IMEDIATAMENTE COM LENÇÓL PARA PREVENIR A
HIPOTERMIA NO RN
8. Lembre-se de anotar a hora exata do nascimento e registre-a no Relatório.
9. TRATAMENTO PRÉ-HOSPITALAR DO RECÉM-NASCIDO
Se o bebê não chora, estimule-o massageando com os dedos em movimentos circulares na região do
dorso ou dê-lhe “tapinhas” com o dedo indicador na planta dos pés.
Lembre-se:
Estimulações sucessivas geram reflexo vagal e podem produzir bradicardia severa no RN.
Na ausência dos sinais vitais inicie imediatamente a reanimação cardiopulmonar.
__________________________________________________________________
4. Se necessário, Administre oxigênio, por máscara, 10 l/m, mantendo a máscara apropriada
afastada cerca de 5 cm da face do RN;
5. Em geral, se o RN a ermo (nascido no tempo nomral e sem complicações) nasce chorando
fortemente e com coloração rosada e boa atividade motora, se dispensa a utilização de oxigênio.
Se houver sinais de insuficiência respiratória como choro fraco ou inexistente, cianose
persistente, letargia nos movimentos e outras complicações, será necessária a suplementação de
oxigênio com máscara ou, até mesmo, a instituição de assistência ventilatória com reanimador
manual.
6. NÃO DIRIJA O JATO PARA OS OLHOS DO RN, POIS PODE PRODUZIR LESÃO.
7. Faça uma tenda ao redor da cabeça do RN com pregas do lençol ou cobertor térmico e
mantenha o fluxo de oxigênio nesta área;
8. Permaneça com o bebê no mesmo nível da mãe até o corte do cordão umbilical.
CORDÃO UMBILICAL
É um longo cordão constituído por 2 artérias e
uma veia além de um material gelatinoso
(substância/geleia de Wharton). Além da garantia de
nutrientes, é responsável pela troca gasosa que é feita
da seguinte maneira: o sangue que chega pela veia
cava inferior (sangue oxigenado que veio da placenta)
cai no átrio direito e daí diretamente para o átrio
esquerdo através do forame oval, ou seja, ele não
passa pelo ventrículo direito. Este sangue, vai para o
ventrículo esquerdo que se responsabiliza de bombear
para os vasos da cabeça e membros superiores.
O sangue, pouco oxigenado, que retorna da cabeça e membros superiores chega através da veia
cava superior no átrio direito e pela válvula tricúspide cai finalmente no ventrículo direito depois
segue em direção à artéria pulmonar, porém, ao invés de se dirigir aos pulmões (que ainda não
está em funcionamento) este sangue deságua na aorta descendente, caindo, por fim, nas artérias
umbilicais seguindo para a placenta para ser oxigenado e recomeçar o ciclo.
Resumindo, ao contrário do normal, a veia umbilical transporta sangue rico
em oxigênioproveniente da placenta e as artérias carregam sangue pobre em oxigênio. Assim, já
que os pulmões do feto não estão em funcionamento, a placenta é que fica responsável em fazer o
papel deles.
O cordão ainda é formado a partir do saco amniótico (forma o epitélio do cordão),
do alantoide (forma a veia e as artérias umbilicais) e da vesícula vitelínica. O feto fica dentro de uma
bolsa cheia de líquido amniótico.
No endotélio e subendotélio da veia do cordão umbilical podem ser encontradas células-tronco
mesenquimais. Essas células multipotentes ainda não têm sua função definida e por um processo de
diferenciação (ainda não bem definido )podem se transformar em outras células do corpo.
Um novo estudo mostra que cortar o cordão umbilical do bebê, pelo menos um minuto após o
nascimento, aumenta o estoque de ferro e o nível de hemoglobina do bebê sem trazer riscos para a
mãe.
Recém-nascidos que tiveram esse corte “tardio” apresentaram um nível de hemoglobina maior
entre 24 e 48 horas depois do parto e ficaram menos vulneráveis à deficiência de ferro entre três e
seis meses de vida, segundo o estudo publicado esta semana no Banco de Dados Cochrane de
Revisões Sistemáticas.
A análise mostra que o atraso no corte do cordão umbilical permite que mais sangue seja passado
da placenta e isto aumenta a imunidade do bebê. O peso do nascimento também foi
significativamente alto na avaliação do grupo de corte tardio, em parte porque os bebês receberam
mais sangue das mães.
O procedimento não aumentou o risco de hemorragia pós-parto, perda de sangue, nem reduziu os
níveis de hemoglobina nas mães.
Em geral, o tempo que se leva para tratar a Via Aérea e a Ventilação do RN, tais como efetuar a
limpeza da face, remoção das secreções da boca e nariz, estimulação do RN, oxigenação e
prevenção da hipotermia já superam 1 minuto de retardamento no corte do cordão umbilical.
Desse modo, a recomendação é “NÃO TER PRESSA DE EFETUAR O CORTE DO CORDÃO”. No
entanto, execute esta etapa dentro do tempo de 1 a 3 minutos como estabelecido pelas
recomendações do estudo acima descrito.
ATENÇÃO!
A checagem de pulso no momento do nascimento pode ser feita pela pulsação do cordão umbilical
ou pelo pulso braquial.
4. Avalie o RN e procure por alterações, tais como: possíveis lesões durante o parto, lábio leporino
e fenda palatina, ânus imperfurado, mau formação congênita de extremidades.
5. Apresente o RN à mãe, permita que a mãe visualize a região
genital do RN, decline o sexo (homem-mulher), declare as condições
atuais do RN. Avalie a receptividade da parturiente ao RN.
6. Cubra por definitivo o RN;
7. Identifique na pulseira do KIT de Parto ou com esparadrapo
sobre o cobertor térmico com os seguintes dados: filiação materna
(Exemplo: RN de Maria do Carmo Soares), data e hora do
nascimento, local do nascimento e prefixo da Unidade de Resgate;
6.. Monitore-o constantemente.
Em determinadas situações poderá não dispor de um KIT de Parto com todos os materiais
adequados para a recepção do RN e um BISTURI para o corte seguro do cordão umbilical. Neste
caso, siga as recomendações abaixo:
1. Aplique apenas os “clamps”, se disponíveis, ou faça um cordão com gaze estéril seca e aplique
torniquetes (amarre firmemente) nos locais indicados para os grampos umbilicais;
2. Não havendo a possibilidade de clampeamento ou torniquete, mantenha o bebê SEMPRE no mesmo
nível da mãe enquanto se aguarda a dequitação da placenta. Havendo a dequitação da placenta, envolva-
a em material limpo, preferencialmente estéril, e a mantenha elevada cerca de 30 cm acima do nível do
bebê. Isto evita a ocorrência de sangramento do bebê para a placenta;
3. NUNCA AGUARDE A DEQUITAÇÃO DA PLACENTA PARA EFETUAR O TRANPSORTE AO HOSPITAL. O
TRANPSORTE DE UM RN EM SITUAÇÃO DE PARTO EXYRA-HOSPITALAR DEVE SER IMEDIATO.
JUSTIFICATIVA: Não havendo material esterilizado o corte do cordão umbilical não deve ser executado,
evitando-se sua infecção (o principal risco é o tétano). O posicionamento no mesmo nível da mãe tem o
objetivo de evitar hipovolemia ou hipervolemia no feto, caso o bebê seja posicionado, respectivamente,
acima ou abaixo daquele nível antes da secção do cordão e de que este pare de pulsar. O clampeamento e
ou torniquete visa evitar deslocamento de trombos do cordão em direção à circulação do RN.
CUIDADOS NO PÓS-PARTO
1. DEQUITAÇÃO DA PLACENTA:
IMPORTANTE
Se a placenta não sair íntegra ou houver algum distúrbio que impeça a contração uterina (formação do
Globo de Segurança de Pinard), poderá ocorrer hemorragia intensa com a possibilidade de evoluir para o
estado de choque.
Estes casos exigem intervenção obstétrica imediata.
Conduza imediatamente a mãe para assistência hospitalar após adotar as medidas preventivas para
diminuição de hemorragias e prevenção do choque.
PARTOS MÚLTIPLOS
A gravidez de gêmeos univitelinos é aquela na qual os gêmeos são idênticos e partilham a mesma
informação genética, possuindo somente ligeiras diferenças um do outro, como a impressão digital, por
exemplo. Neste caso, o óvulo foi fecundado por apenas um espermatozoide e o ovo formado se divide
em dois.
Já a gravidez de gêmeos bivitelinos é aquela na qual os gêmeos são diferentes, podendo ser um menino
e uma menina. Neste caso, houve maturação de 2 óvulos que foram fecundados por 2 espermatozoides
diferentes.
Depois que o 1º bebê nascer, começam novamente as contrações do trabalho de parto. O procedimento
para o nascimento do 2º bebê é o mesmo com relação à parturiente e o 1º bebê. Clampeie sempre o
cordão umbilical do 1º bebê antes do nascimento do segundo.
TRANSPORTE DE GESTANTE
FORMA DE TRANSPORTE
• Posicione a paciente em decúbito lateral esquerdo ou em DDH com deslocamento manual do útero
para o lado esquerdo;
JUSTIFICATIVA: aliviar a compressão sobre a veia cava inferior aumentando a circulação sangüínea
materna. Evita-se consequentemente hipóxia no feto, o que levaria a sofrimento fetal, associado ao
relaxamento do esfíncter anal, com a liberação de mecônio, devido à descarga adrenérgica.
HEMORRAGIA – PRÉ-PARTO
Dependendo do grau do descolamento, o suprimento de oxigênio e de nutrientes para o bebê pode ser
muito prejudicado e até mesmo cessar, ao tempo em que pode ocorrer um sangramento perigoso para
o feto e para a gestante. O caso representa sempre uma urgência obstétrica porque pode ocasionar a
morte do bebê, da mãe ou de ambos.
Não há uma causa única para o descolamento prematuro da placenta, mas pode-se apresentar alguns
fatores de risco:
TRATAMENTO E TRANSPORTE
1. Posicione a paciente em decúbito lateral esquerdo ou, se necessário, em decúbito dorsal horizontal
(DDH) com deslocamento manual do útero para o lado esquerdo;
2. Colocar absorvente higiênico, do kit obstétrico, na abertura da vagina;
3. Prevenir o estado de choque.
JUSTIFICATIVA: A hemorragia pré-parto pode levar em alguns casos ao óbito fetal. A posição de
transporte tem por objetivo diminuir a hipóxia da parturiente e o conseqüente estado de choque
hipovolêmico.
IMPORTANTE
O prolapso do cordão acontece quando o cordão do feto exterioriza no canal de parto antes da cabeça.
O prolapso de cordão é uma emergência e pode ser muito danoso para o feto. Quando o cordão é
comprimido ou esmagado (por exemplo, entre feto e corpo uterino ou entre o útero e vagina), o sangue
que alimenta o feto está cortado. A falta de oxigenio (asfixia fetal) pode induzir danos importantes ou
até morte se o problema não for resolvido em minutos. O prolapso do cordão não é uma ocorrência
comum, ela acontece nas seguintes eventualidades:
• Presença de polidramnio (diminuição do líquido
amniótico).
• O parto do segundo feto na gestação múltipla.
• Apresentação transversa.
• Apresentação pélvica
• Quando a bolsa das águas rompe-se
espontaneamente ou quando acontece a rotura das
membranas durante o exame vaginal feito pelo
médico e o feto não desceu ainda na pelve.
TRATAMENTO PRÉ-HOSPITALAR
“Prece Maometana” ou com elevação do quadril tem o objetivo de aliviar a pressão contra o cordão
umbilical e melhorar a circulação local.
Se necessário e possível manter a parturiente na posição de “Prece Maometana” adote medidas de
proteção de sua intimidade, cobrindo-a como na ilustração acima.
TRATAMENTO PRÉ-HOSPITALAR
PROLAPSO DE MEMBROS
A circular é resultado da própria movimentação do feto, que pode fazer com que o cordão se enrole
e desenrole diversas vezes. É uma ocorrência comum nos partos normais. Se o bebê passar muito
tempo sob fluxo sanguíneo reduzido, pode sofrer as consequências da falta de oxigênio para o
cérebro, com complicações neurológicas, mas em geral, a evolução é bastante satisfatória e sem
complicações. Tão logo seja possível desvencilhe o cordão do pescoço do bebê.
Informe ao médico que vier receber o paciente a existência da alteração durante o parto e registre
este detalhe em seu relatório circunstanciado da ocorrência.
1. Se o cordão umbilical estiver envolvendo o pescoço do
RN (circular de cordão), libere-o com muito cuidado,
com um dos dedos, da nuca em direção à face;
2. Se a circular de cordão não puder ser liberada, e impedir
o nascimento do bebê, posicione os “clamps” e seccione
o cordão entre eles, com o devido cuidado para não
lesar o RN;
3. Se o bebê nascer envolvido pelo saco amniótico, este
pode ser rompido, fazendo-se uma prega com o dedo
indicador e polegar rasgando-o;
ABORTOS
O aborto é a expulsão de um feto antes que ele possa sobreviver por si só, ou seja, no início da
gravidez, até em torno da 22º semana, aproximadamente.
TRATAMENTO PRÉ-HOSPITALAR
IMPORTANTE
NATIMORTO
O RN apresenta sinais que indicam que a morte ocorreu há horas ou dias, tais como: maceração da
pele, líquido amniótico de cor achocolatada, odor fétido.
TRATAMENTO PRÉ-HOSPITALAR
Nos casos de transporte imediato, posicionar a vítima com a cabeça voltada para a porta traseira da
viatura, mantendo constante monitoramento da situação.
COMPLICAÇÕES:
Em decúbito dorsal ocorre a
compressão dos grandes vasos
abdominais, a aorta abdominal e, em
especial, a veia cava inferior
causando uma diminuição da
pressão arterial e desconfortos como
mal estar, tontura, falta de ar
e náuseas. Pode, em uma situação
extrema, dificultar a circulação para o
bebê por diminuir a passagem de
sangue para o útero e a placenta.
GESTANTES
PARTURIENTES
TRATAMENTO:
1. Posicione a parturiente com a cabeça
voltada para a porta traseira da viatura
com os joelhos fletidos para permitir a
constante avaliação da evolução do
trabalho de parto ou da complicação
que motivou esta conduta.
2. Preste a assistência conforme a
necessidade da paciente durante o
transporte.