2 - Ficha Revisoes - 2 Geologia

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ESCOLA SECUNDÁRIA DE PORTO DE MÓS

BIOLOGIA E GEOLOGIA Ano letivo 2021/20202

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Ficha trabalho 11ºANO
Grupo I

A sequência estratigráfica da Bafureira (figura 1), onde foi descrita pela primeira vez a ocorrência de âmbar em
Portugal, pertence à Formação do Rodízio, do Cretácico
Superior, no contexto tectónico da Bacia Lusitânica, e
corresponde a um afloramento que atinge os 8 metros à
superfície. Todo o afloramento é atravessado por uma falha
vertical. Os exemplares de âmbar são de reduzidas
dimensões, muito fraturados e ricos em bioinclusões
(fragmentos de plantas).
A sequência é composta por depósitos de sedimentos
silicatados de descarga fluvial. Na base há alternância de
níveis de arenito grosseiro, arenito fino e siltoargilitos
cinzento-escuros com abundantes restos de carvão (âmbar),
cujo topo corresponde a um paleossolo com possíveis
rizoconcreções (nódulos que preservam a estrutura de
raízes). A sedimentação dos sedimentos do topo da sequência
ocorreu em meio marinho, com uma componente
carbonatada (carbonato de cálcio) muito significativa. A
secção compreende níveis calcoareníticos intercalados com
níveis calcossiltíticos ricos em macrofósseis de bivalves de
grandes dimensões e margas sem macrofósseis. Esta
sequência evidencia, portanto, um ambiente de deposição
fluvial, passando a marinho no topo.
Figura 1. Sequência estratigráfica da Bafureira.
Baseado em Silvério, G. e Madeira. J. (2015). Âmbar português: o caso de estudo da praia da Bafureira (Cascais, Portugal). GEONOVAS. Geologia aplicada,
Estratigrafia e Petrologia, 31,
67-72 Nos itens de 1. a 6., selecione a letra da opção correta.
1. O ambiente de deposição foi sofrendo alterações, provavelmente justificadas pela ocorrência de
(A) uma transgressão marinha.
(B) uma regressão marinha.
(C) um aumento da velocidade da corrente.
(D) um aumento da capacidade de carga do rio.
2. As afirmações seguintes dizem respeito ao estudo realizado no afloramento, onde foi possível aplicar alguns princípios
geológicos. I.A obtenção da idade Cretácico Superior foi obtida por métodos de datação absoluta com recurso aos fósseis.
II. As bioinclusões apresentam uma idade posterior à formação do âmbar
III.Segundo o princípio da interseção, a fraturação do âmbar é posterior à sua formação.
(A) II é verdadeira; I e III são falsas. (B) III é verdadeira; I e II são falsas
(C) II e III são verdadeiras ; I é falsa. (D) I e III são verdadeitras; II é falsa.
3. A presença de carbonato de cálcio nas litologias calcoareníticas e calcossiltíticas é consequência
(A)da dissolução da calcite. (B)do aumento da temperatura da água.
(C) do aumento da pressão atmosférica. (D)do aumento da acidificação das águas.
4. Segundo o princípio da identidade paleontológica, os macrofósseis de bivalves têm a mesma idade que os
(A) arenitos finos. (C) arenitos grosseiros.
(B) siltoargilito com restos de carvão. (D) calcossiltito
5. O facto de ainda não se terem encontrado reservatórios petrolíferos na Bacia Lusitânica pode ser explicado (A) por
não ter ocorrido a deposição de material vegetal.
(B) pela deposição ter ocorrido em ambientes de sedimentação redutores e anaeróbios.
(C) pela natureza permeável das rochas que a constituem.
1
(D) pelo facto de a diagénese ter ocorrido em ambiente aquático.

6. As afirmações seguintes dizem respeito ao ambiente de sedimentação das rochas que ocorrem no afloramento em
estudo. I. A presença de bioinclusões foi possível graças à ocorrência de mineralizações.
II. A montante da bacia de sedimentação que deu origem à base da sequência estratigráfica da Bafureira, era provável a
presença de sedimentos mais grosseiros e angulosos.
III. Num processo de incarbonização verifica-se um aumento do teor de carbono e um aumento da desidratação dos
compostos orgânicos.
A.II é verdadeira; I e III são falsas. B.II e III são verdadeiras; I é falsa.
C.I e III são verdadeiras; II é falsa. D.III é verdadeira; I e II são falsas.
7. Ordene as letras de A a E, de modo a reconstituir a sequência de acontecimentos ocorridos na região onde foram
encontrados fragmentos de âmbar.
A. Deposição dos materiais que originaram o arenito grosseiro que se encontra mais próximo do paleossolo.
B. Mumificação de fragmentos de plantas.
C. Diagénese dos sedimentos em ambiente marinho.
D. Ocorrência de uma falha vertical.
E. Deposição dos materiais de topo da sequência com origem fluvial.
8. Faça corresponder cada uma das descrições relativas a propriedades de minerais, expressas na coluna A, à
designação correspondente, que consta na coluna B.
Coluna A Coluna B
a) Propriedade que se refere à intensidade de luz refletida por uma superfície mineral. (b)
I-Fratura
Cor do mineral quando reduzido a pó. II-Traço
(c) Resistência que um mineral oferece ao riscar ou ser riscado por outro mineral. III-Cor
IV-Dureza
V-Densidade
VI-brilho
9.Explique de que forma o conhecimento do tipo de ambiente de deposição que originou o paleossolo pode ser um argumento
favorável à confirmação da existência de rizoconcreções na sua constituição.

Grupo II vulcão Campi Flegrei.


Perto da baía de Nápoles (Itália), nas proximidades do famoso Vesúvio, localiza-se outro vulcão, o Campi Flegrei. Este
vulcão não apresenta uma estrutura facilmente reconhecível, pois a sua caldeira possui cerca de 15 km de diâmetro e está
parcialmente coberta pelo mar Mediterrâneo. Contudo, o Campi Flegrei tem tido uma intensa atividade vulcânica ao longo
dos tempos, com erupções muito violentas que levaram alguns cientistas a classificá-lo como um supervulcão. A região
onde se encontra é densamente povoada, com mais de 500 000 pessoas a habitar a área da caldeira.

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Uma das mais violentas erupções que se conhece ocorreu há 37 000 anos, libertando 200 km3 de magma. O seu índice de
explosividade foi 7, o valor mais alto
da escala. Nesta erupção foram
libertadas elevadas quantidade de
ignimbritos, um tipo de piroclastos
com composição intermédia a ácida,
havendo registos de depósitos
vulcânicos na Gronelândia, a
milhares de quilómetros de
distância. Há 12 000 anos ocorreu a
última grande erupção, que formou
uma pequena caldeira dentro da
caldeira de maiores dimensões.
O vulcão Campi Flegrei continua
ativo, com intensas manifestações
secundárias de vulcanismo, em
especial fumarolas e nascentes
termais.
Um estudo de 2015, publicado por
Luca D’Auria e a sua equipa na
revista Scientific Reports, encontrou
evidências da injeção de magma a
cerca de 3 km de profundidade,
entre janeiro de 2012 e junho 2013. As principais evidências foram obtidas a partir da análise de
2 Figura 2 – Dados da monitorização do vulcão Campi Flegrei.

variações na topografia dos terrenos e a partir da análise de dados de satélite e GPS. Em algumas regiões ocorreu uma
elevação do terreno de 11 cm/ano.
Dados publicados por Alessandro Aiuppa e a sua equipa em 2015, também na revista Scientific Reports, relativos à
atividade sísmica, à emissão de CO2 nas fumarolas e à deformação dos terrenos, complementaram as observações
anteriores e encontramse representados na figura 2.

1.Classifique as afirmações com recurso à chave. Utilize cada letra apenas uma vez.
Afirmações
A. Os dados evidenciam a necessidade de monitorizar a atividade vulcânica do Campi Flegrei.
B. Os depósitos vulcânicos descobertos na Gronelândia e associados à atividade do Campi Flegrei devem ter sido formados
após uma erupção do tipo efusivo.
C. A atividade sísmica do Campi Flegrei é constante ao longo do tempo analisado.
D. O aumento da atividade sísmica do Campi Flegrei está associado a um incremento na magnitude sísmica.
E. Os sismos gerados no Campi Flegrei no período analisado tiveram intensidade reduzida.
F. Em setembro de 2014 verificou-se um aumento significativo da atividade das fumarolas.
G. A redução da taxa de deformação em setembro de 2014 levou a uma redução na elevação dos terrenos na região.
H. Existe o perigo de uma erupção do Campi Flegrei. Chave
I. Afirmação apoiada pelos dados.
II. Afirmação contrariada pelos dados.
III. Afirmação sem relação com os dados.
IV.
2.A maioria dos ignimbritos possui um teor de sílica superior a 65%, originando rochas ____, pobres em determinados elementos
como o ____.
(A)félsicas (…) ferro e o magnésio (B)máficas (…) ferro e o magnésio
(C)félsicas (…) potássio e o sódio (D)máficas (…) potássio e o sódio

3.A caldeira do Campi Flegrei formou-se em resultado…

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(A) … da acumulação de material vulcânico, formando um cone.
(B) … de uma erupção que libertou elevadas quantidades de piroclastos.
(C) … do colapso do cone vulcânico após a última erupção, quando a câmara magmática esvaziou. (D) … da formação
de cones secundários dentro da caldeira principal.
4.As ruínas do Templo de Serapis encontram-se na caldeira do Campi Flegrei e as suas colunas revelam marcas da fixação
de animais marinhos, indicando que já estiveram submersas sem terem sido destruídas. Estas ruínas foram usadas no
século XIX por Charles Lyell para defender o…
(A) … catastrofismo, com a atuação de forças geológicas abruptas e violentas.
(B) … Princípio do Uniformitarismo, com a atuação de forças geológicas lentas e constantes.
(C) … atualismo geológico, com a atuação de forças geológicas abruptas e violentas.
(D) … criacionismo, em resultado da intervenção divina.
5.Em 2012, um consórcio internacional planeou efetuar um furo com 3,5 km de profundidade na região de Pompeia, com o
objetivo de estudar a geometria da câmara magmática de Campi Flegrei, para obter amostras de magma para estudos da
composição e para estudar a interação entre o magma e a água. Todavia, as autoridades locais só autorizaram um furo
experimental com cerca de 500 metros de profundidade, com receio que um furo mais profundo pudesse causar um
aumento da atividade vulcânica.
5.1.Os furos são métodos ____ de estudo da estrutura da Terra e, no caso analisado, o furo permitiria obter dados sobre a ____.
A)indiretos (…) crusta (B)diretos (…) manto
(C )indiretos… manto (D) diretos (…) crusta
5.2.Para além dos estudos científicos, um furo profundo poderá ser utilizado para extrair água mineralizada
extremamente quente, com temperaturas muito superiores a 150 ºC. Este recurso geológico pode ser classificado como
____, de ____ entalpia.
(A) mineral (…) alta (B) energético (…)alta (C)
(B) mineral (…) baixa (D) energético (…)baixa
6.A mistura do magma em profundidade com a água…
A)… aumenta o caráter explosivo da erupção, aumentando o teor de voláteis.
B)… diminui o caráter explosivo da erupção, aumentando o teor de voláteis.
C)… impede a ocorrência de uma erupção, pois o magma consolida em profundidade.
D) … reduz a atividade geotermal na região.
7.Explique a opção das autoridades locais de não permitirem a imediata realização do furo mais profundo, com receio
de um aumento da atividade vulcânica posterior.

8.Relacione a importância de monitorizar o vulcão Campi Flegrei com o tipo de ocupação antrópica da região.

Grupo III-Bacia Lusitânica


.
A Bacia Lusitânica corresponde a uma unidade geológica que iniciou a sua formação no Triásico, em resultado do início da
abertura do Atlântico Norte. Esta abertura originou o estiramento da crusta e a formação de uma bacia sedimentar.
A Bacia Lusitânica está alongada no sentido NNE-SSW e tem cerca de 275 km de comprimento e 150 km de largura. A
espessura dos sedimentos varia, podendo atingir os 5 km. Estes sedimentos foram transportados pelos rios a partir das
massas continentais em redor. A abertura do oceano Atlântico permitiu a deposição de sedimentos marinhos, com
evidências de transgressões e regressões ao longo do tempo, bem como de fenómenos de erosão visíveis nos estratos
depositados.
Mudanças no regime tectónico levaram à compressão dos estratos sedimentares nos últimos milhões de anos. Na figura 3 está
presente um corte transversal de uma secção da Bacia Lusitânica que inclui a serra de Aire e a bacia do Rio Tejo.

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Figura 3 – Corte transversal da Bacia Lusitânica.
1.Aquando da abertura do Atlântico Norte no Triásico formou-se um limite ____, em que as falhas formadas deviam ter sido
essencialmente do tipo ____.
(A) divergente (…) normal (B)convergente (…) normal (C )divergente
(…) inverso (D) convergente (…) inverso
2. Da compressão dos estratos formaram-se falhas em regime ____ e dobras em regime ____.
A)frágil (…) elástico B)dúctil (…) elástico
C)dúctil (…) frágil D)frágil (…) dúctil
3.As transgressões marinhas são identificadas nos registos estratigráficos quando…
A)… os sedimentos detríticos se tornam mais finos da base para o topo, podendo verificar-se a deposição de carvões no
topo da sequência.
B)… os sedimentos detríticos se tornam mais finos da base para o topo, podendo verificar-se a deposição de rochas
bioquimiogénicas no topo da sequência. as
C)… os sedimentos químicos se encontram na base da sequência e no topo se encontram os sedimentos detríticos com
maior granulometria.
D)… a granulometria dos sedimentos não sofre variações ao longo da sequência.

4. Considere seguintes afirmações, referentes ao corte geológico da figura 3.


I.A falha que separa a bacia do Tejo da serra de Aire impede o uso do Princípio da Sobreposição na datação dos estratos junto
à falha.
II.A elevação da serra de Aire resultou de forças compressivas.
III.A serra de Aire é formada essencialmente por rochas resultantes da precipitação química de carbonato de cálcio, não
podendo conter fósseis.
A.III é verdadeira; I e II são falsas. B.I e II são verdadeiras; III é falsa.
C.II e III são verdadeiras; I é falsa. D.I é verdadeira; II e III são falsas.
5.As rochas calcárias representadas na figura 3 constituem um dos maiores reservatórios subterrâneos de água doce
do país. Relativamente a este reservatório, é possível afirmar que…
A)… não constitui um aquífero.
B)… resulta de as rochas serem muito porosas.
C)... resulta de as rochas terem reduzida permeabilidade, o que facilita a retenção de água.
D)… o escoamento superficial é mais importante que o escoamento subterrâneo das linhas de água.
4
6.Na Bacia Lusitânica existem indícios da existência de petróleo e gás, cujas quantidades ainda não justificaram a sua
exploração para fins comerciais. Ordene as letras de A a E de modo a reconstituir a sequência cronológica dos
acontecimentos, relacionados com a formação de um depósito de hidrocarbonetos.
A. Captura dos hidrocarbonetos numa armadilha petrolífera.
B. Deposição de microrganismos e sedimentos na bacia sedimentar.
C. Ocorre a diagénese, formando-se um fluido rico em elementos voláteis.
D. Os estratos contendo os restos dos microrganismos depositados no fundo da bacia iniciam o afundamento em
resultado do aumento do peso dos estratos sobrejacentes.
E. Os hidrocarbonetos ascendem ao longo da sequência de estratos sedimentares.

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7. Estabeleça a correspondência entre as características das rochas expressas na coluna I e a respetiva rocha metamórfica da
coluna II. Use cada letra e cada número apenas uma vez.
Coluna I Coluna II
A)Resulta do metamorfismo regional de baixo grau de rochas sedimentares ricas em filossilicatos. 1.Xisto
B)Forma-se junto a intrusões magmáticas, sendo muito dura. 2.Ardósia
C)Origina-se por metamorfismo regional de alto grau, perto do limite do magmatismo. 3.Mármore
D)Resulta do metamorfismo sobre rochas de composição calcária. 4.Corneana
E)Rocha que se poderá formar em consequência do aumento da pressão e temperatura a que os arenitos 5.Quartzito
da Bacia Lusitânica estão expostos. 6.Gnaisse

8.Do Triásico para o Jurássico a deriva continental e as mudanças climáticas modificaram o clima de quente e seco para
quente e húmido (subtropical). Relacione este facto com a formação de sedimentos mais ricos em argilas verificados na
passagem do Triásico para o Jurássico.

Grupo IV -Vulcanismo dos Açores

O estudo da composição dos materiais expelidos pelo vulcão das Sete Cidades, na ilha de S. Miguel (Açores), permitiu
compreender melhor os processos magmáticos que ocorrem neste vulcão.
Uma equipa de investigadores, liderada por Christoph Beier, analisou amostras de materiais expelidos nos últimos 210 000
anos, tendo concluído que a composição e a textura dos materiais vulcânicos têm sofrido variações significativas ao longo do
tempo. Os seus dados também indicam a existência de dois reservatórios de magma na crusta oceânica.
A maioria do material vulcânico recolhido na Caldeira das Sete Cidades correspondia a traquitos. Estas rochas têm uma textura
afanítica a porfírica, possuindo um teor de sílica entre 60 a 65%. Os traquitos são ricos em feldspatos potássicos, contendo
plagióclases, quartzo, biotite e olivinas como minerais acessórios.
Entre os 210 000 e os 36 000 anos atrás, a acumulação de traquitos permitiu formar o cone vulcânico, e entre 36 000 e 16 000
anos atrás, ocorreram diversas erupções que emitiram essencialmente piroclastos que formaram o rebordo da caldeira. As
emissões de lava com composição traquítica ocorreram dentro da caldeira. Nos cones secundários nos flancos dos vulcões foram
emitidos materiais vulcânicos de composição basáltica. Este magma de composição basáltica deve ter ascendido rapidamente na
crusta.
Os complexos dados geoquímicos
analisados por Christoph Beier
permitiram concluir que os magmas
evoluíram essencialmente a partir da
cristalização fracionada,
complementada por fusão parcial dos
materiais e mistura de magma de
origem mantélica, num ambient e
tectónico complexo nos dois
reservatórios profundos. Os dados
indicam que o manto deve ser a fonte
dos magmas, porém estes magmas
possuem uma composição diferente
do vulcão mais próximo, o Água de iFigura 4 – Representação esquemática da estrutura do vulcão das Sete cidades,
Pau, que se encontra a 20 km para este. mpreendendo dois reservatórios magmáticos em profundidade.
Contudo, é a hipótese que ao nível do manto superior haja a possibilidade de mistura de magmas
entre as câmaras associadas ao sistema das Sete Cidades e da Água de Pau.
Na resposta a cada um dos itens de 1. a 5., selecione a única opção que permite obter uma afirmação correta.
1. O magma que se encontra no Vulcão das Setes Cidades corresponde a uma substância fundida com gases
dissolvidos e cristais em suspensão, resultante da… (A) … fusão das rochas do manto e do núcleo.
(B) … solidificação das rochas do manto e do núcleo.
(C) … fusão das rochas da crusta ou do manto.
(D) … solidificação das rochas da crusta ou do manto.
6
2. A crusta na região dos Açores distingue-se da crusta em Portugal continental por…
(A) …apresentar uma maior espessura.
(B) …ter uma idade superior.
(C) …ser predominantemente formada por riólitos.
(D) …apresentar uma constituição menos rica em sílica.
3. As lavas traquíticas expelidas nos vulcões representados na figura 1 devem ser originárias da diferenciação de magmas ___ ,
possuindo um teor de SiO2 ___ aos basaltos.
(A) ultrabásicos a básicos (...) superior
(B) ultrabásicos a básicos (…) inferior
(C) ácidos (...) superior
(D) ácidos (…) inferior
4. As olivinas que estão presentes em alguns traquitos como minerais acessórios formaram-se nas fases ___ de cristalização
magmática, pertencendo à série ___ de Bowen.
(A) iniciais (…) descontínua
(B) iniciais (…) contínua
(C) finais (…) descontínua
(D) finais (…) contínua
5. Os minerais de feldspato potássico observados nos materiais expelidos pelo vulcão das Sete Cidades podem ser identificados
com base…
(A) … na sua elevada densidade, em resultado de serem ricos em elementos metálicos.
(B) … na cor da sua risca, que corresponde à cor do mineral quando reduzido a pó numa placa de cerâmica.
(C) … no magnetismo, pois o potássio presente na sua estrutura cristalina faz com que o feldspato potássico seja atraído
por um íman.
(D) … na reação ao ácido clorídrico, que se traduz por uma efervescência.
6. Classifique como verdadeira (V) ou falsa (F) cada uma das seguintes afirmações relativas às consequências do vulcanismo
açoriano, tendo em conta os dados fornecidos.
A. As erupções no vulcão das Sete Cidades são compostas essencialmente por emissões de materiais piroclásticos, sendo
classificadas como efusivas.
B. A textura porfírica indica que ocorreu uma fase com arrefecimento lento, que permitiu formar os cristais de grandes
dimensões, e uma fase rápida de arrefecimento, que originou a matriz formada por cristais não observáveis à vista
desarmada.
C. Na câmara magmática mais profunda o arrefecimento do magma é mais rápido do que na câmara magmática mais próxima
da superfície.
D. Os traquitos devem possuir uma cor mais clara que os basaltos.
E. O equivalente plutónico do traquito deve possuir cristais com menores dimensões.
F. Nos processos de diferenciação magmática, o magma torna-se mais rico em elementos voláteis e menos rico em ferro,
magnésio e cálcio.
G. Na cristalização fracionada, os primeiros cristais que se formam num magma em arrefecimento podem ser separados da
fração líquida pela migração desta fração devido a movimentos tectónicos.
H. A mistura de magmas que terá ocorrido na câmara magmática do vulcão das Sete Cidades deve ter aumentado o caráter
básico do magma, aumentando a sua viscosidade.

7. No dia 22 de Outubro de 1522 ocorreu, em Vila Franca do Campo (S. Miguel, Açores), um movimento em massa que
provocou a morte a mais de 5000 pessoas, sendo o mais devastador da história portuguesa. Este movimento em massa
ocorreu após um sismo e caracterizou-se pelo transporte de solo e depósitos piroclásticos. O movimento foi iniciado em
vertentes com 20º de inclinação e finalizado numa área de acumulação com 5º de pendor. A velocidade de deslocação
variou entre 1 e 3 m/s, tendo soterrado Vila Franca do Campo, a antiga capital da ilha. 7.1. Os fatores envolvidos no
movimento em massa de Vila Franca foram…
(A) … a elevada consolidação dos materiais movimentados.
(B) … o elevado pendor das vertentes na origem do movimento em massa, em que o atrito dos materiais acumulados
é superior à gravidade.

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(C) … o elevado pendor das vertentes na origem do movimento em massa, em que a gravidade supera o atrito dos
materiais depositados.
(D) … a elevada ocupação antrópica das vertentes com maior declive.
7.2. As rochas de composição basáltica são muito suscetíveis à meteorização pois…
(A) … os minerais ferromagnesianos são mais estáveis que os restantes minerais das rochas basálticas.
(B) … as rochas encontram-se expostas a condições ambientais mais adversas que outras rochas magmáticas de
composição distinta.
(C) … possuem minerais mais estáveis a condições de temperatura, humidade e pressão superficiais.
(D) … os minerais formados a elevadas temperaturas sofrem modificações químicas e mecânicas de forma mais
intensa.

Grupo V -Geologia do vale do Tejo


A compressão tectónica que ocorreu no Cenozoico originou a formação de cadeias montanhosas. Destacam-se os
Pirenéus, que se formaram em resultado do choque da microplaca ibérica com a placa euroasiática. Simultaneamente,
iniciou-se a formação de diversas bacias sedimentares, destacando-se em Portugal a do Tejo e a do Sado.
As bacias do Tejo e do Sado correspondem a riftes embrionários, cuja abertura se iniciou no início do Cenozoico. A
sedimentação nas bacias do Tejo e Sado foi essencialmente detrítica continental, mas em algumas regiões é possível
detetar sedimentos de origem marinha.
Na bacia do Tejo os sedimentos podem atingir 1400 metros de espessura, com deposição próxima da horizontal. Num
dos bordos da bacia do Tejo os sedimentos depositaram-se sobre as rochas graníticas e metamórficas, no outro bordo
os sedimentos depositaram-se por cima das rochas sedimentares mesozoicas.

Figura 5 – Corte da bacia do Tejo evidenciando as principais formações geológicas

Na resposta a cada um dos itens de 1. a 5., selecione a única opção que permite obter uma afirmação correta.
1. A dobra que foi cortada pelo rio Tejo pode ser classificada como ___ ,e possui uma direção___.
(A) sinclinal (…) NE-SW
(B) sinclinal (…) NW-SE
(C) anticlinal (…) NE-SW
(D) anticlinal (…) NW-SE
2. A deteção de sedimentos de origem marinha em séries estratigráficas constituídas essencialmente por depósitos
continentais depositados pelo rio Tejo, indica a ocorrência de uma ___ marinha causada pela ___ do nível da água do mar.
(A) transgressão (…) subida
(B) regressão (…) subida
(C) transgressão (…) descida
(D) regressão (…) subida

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3. Nas bacias de sedimentação, como a do Tejo e do Sado, com o aumento da profundidade pode ocorrer diagénese, que se
caracteriza por…
(A) … recristalização de minerais estáveis em novos minerais instáveis.
(B) … aumento do teor de água nos poros dos sedimentos.
(C) … dissolução dos minerais mais insolúveis.
(D) … formação de novos minerais ou adição de minerais já existentes
4. A estrutura profunda da bacia do Tejo é pouco conhecida, pois existem poucos dados ___ obtidos por sondagens
profundas e é necessário usar métodos ___, tais como a análise de dados sismológicos, para caracterizar as rochas em
profundidade.
(A)diretos (…) indiretos (B)diretos (…) indiretos
(C)indiretos (…) diretos (D)indiretos (…) diretos
5. Ao contrário das rochas detríticas, os calcários…
(A) … são classificados em função da sua granulometria.
(B) … podem formar-se por precipitação química ou ter origem biológica.
(C) … podem ter origem em qualquer tipo de rocha preexistente.
(D) … formam-se em bacias de sedimentação.
6. Classifique como verdadeira (V) ou falsa (F) cada uma das seguintes afirmações relativas aos dados apresentados.
A. Como os estratos se depositaram por cima das intrusões magmáticas, estas possuem uma idade inferior aos estratos.
B. Os estratos na bacia do Tejo encontram-se sempre na posição horizontal, sendo o mais recente o que está na base da
sequência.
C. As rochas detríticas da bacia do Tejo são mais recentes do que os fragmentos de rocha que as compõem.
D. A xistosidade é a principal característica textural dos gnaisses presentes na região.
E. A falha identificada com a letra A instalou-se depois dos estratos anteriores ao Plistocénico-Pleistocénico.
F. Os granitos que se encontram na bacia do Tejo podem ter sido formados por processos de diferenciação magmática, em
que o magma inicial podia ter um maior teor de minerais ferromagnesianos.
G. A falha A pode ser classificada como normal, e deve ter-se instalado num regime de forças distensivo.
H. A dobra que se encontra no extremo SW do corte da figura 2 é mais antiga que a falha A.
7. Faça corresponder a cada uma das características das rochas, expressas na coluna A, uma rocha da coluna B. Utilize cada letra
e cada número apenas uma vez.
Coluna A Coluna B

1. Calcário biogénico
2. Basalto
A. Rocha sedimentar não consolidada, com elevada permeabilidade e porosidade. Areia
3.
B. Rocha sedimentar detrítica, plástica e impermeável quando saturada em água. 4. Mármore
C. Rocha que evidencia a segregação dos minerais em bandas originando uma foliação. 5. Granito
D. Rocha magmática extrusiva, agranular e melanocrata. 6. Gabro
E. Rocha com origem quimiobiogénica, com restos de seres vivos na sua constituição. 7. Argila
8. Gnaisse

8.Explique de que modo a instalação de um corpo magmático pode provocar o metamorfismo das rochas encaixantes, em
resultado das modificações nos principais fatores de metamorfismo.

Grupo VI -Sismologia
Os estudos na área da sismologia são essenciais para compreendermos a dinâmica interna do nosso planeta e permitir
prever a ocorrência do próximo grande sismo.
Algumas regiões da superfície terrestre possuem maior atividade que outras. Por exemplo, na zona das ilhas Aleutas,
cuja localização se encontra assinalada na figura 5, desde 1990 até ao final de 2014 registaram-se 202 sismos com
magnitude superior a 6.Com base no padrão dos sismos é possível concluir que nas ilhas Aleutas existe uma zona de
subducção.

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A

Figura 6 – (A) Principais placas litosféricas, com indicação da localização das ilhas Aleutas. (B) Sismicidade histórica desde 1990 até 2014.

Na resposta a cada um dos itens de 1. a 5., selecione a única opção que permite obter uma afirmação correta.
1. A partir da distribuição dos sismos, é possível concluir que na fossa das Aleutas ocorre a subducção da placa ____ sob a placa
____.
(A) norte-americana (…) euro-asiática
(B) euro-asiática (…) norte-americana
(C) do pacífico (…) euro-asiática
(D) do pacífico (…) norte-americana
2. No contexto tectónico das ilhas Aleutas é expetável que, com o afastamento para norte da zona de subducção, o ____ dos
sismos se torne mais ____.
(A) hipocentro (…) profundo
(B) hipocentro (…) superficial
(C) epicentro (…) profundo
(D) epicentro (…) superficial
3. Nas zonas de subducção o vulcanismo tende a ser do tipo ____, com emissão de lavas cujo teor em sílica as permite incluir
no grupo das lavas com composição ____.
(A) explosivo (…) básica
(B) efusivo (…) básica
(C) explosivo (…) intermédia
(D) efusivo (…) intermédia
4. Em termos morfológicos, uma zona de subducção está habitualmente marcada por uma ____, e um rifte submarino está no
centro de uma ____.
(A) fossa oceânica (…) plataforma continental
(B) fossa oceânica (…) dorsal médio oceânica
(C) plataforma continental (…) dorsal médio oceânica (D) planície abissal (..) dorsal médio oceânica
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5. Na figura 5B está representado um limite tectónico do tipo ____, em que ocorre ____ das placas litosféricas.
(A) convergente (…) destruição
(B) convergente (…) produção
(C) divergente (…) destruição
(D) divergente (…) produção
6. Num sismo de magnitude elevada que seja gerado na zona de subducção na região das Aleutas, não serão registadas
ondas sísmicas ____ por sismógrafos que se encontrem a uma distância angular de, aproximadamente, ____
relativamente ao epicentro.
(A) P (…) 103º e 180º
(B) S (…) 103º e 180º
(C) P (…) 143º e 180º
(D) S (…) 43º e 180º
7. Ordene as letras de A a E de modo a reconstituir a sequência cronológica de acontecimentos que ocorrem na propagação de
ondas sísmicas.
A. Chegada das ondas P ao epicentro.
B. Propagação de ondas superficiais a partir do epicentro.
C. Propagação de ondas S e P a partir do hipocentro.
D. Chegada das ondas P a uma estação sismográfica situada 3000 km a oeste do epicentro, seguida de ondas S.
E. Acumulação de energia nas rochas em profundidade, ao longo do tempo que antecede o sismo.
8. A maioria dos tsunamis são gerados em ambientes tectónicos semelhantes ao das ilhas Aleutas. Relacione a formação dos
tsunamis com a magnitude dos sismos e o ambiente tectónico em que se geram.

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Grupo VII
Recentemente foram descobertos, no Canadá, vestígios de microrganismos que podem representar as provas mais antigas de vida
na Terra. Segundo os investigadores, estes seres vivos seriam semelhantes às atuais bactérias que prosperam em fontes
hidrotermais existentes nos fundos marinhos.
As marcas produzidas por estes microrganismos são constituídas por pequenos filamentos e tubos de óxidos de ferro, formadas
em camadas sedimentares de quartzo. Estudos radiométricos dataram isotopicamente estas rochas entre os 3770 milhões e os
4280 milhões de anos.
Considera-se que a Terra se formou há cerca de 4550 milhões de anos e os oceanos, aproximadamente, há 4400 milhões de
anos. Segundo um dos investigadores, se estes microfósseis possuírem de facto 4280 milhões de anos, isso sugere “uma
emergência da vida quase instantânea” depois da formação dos oceanos. Os fósseis parecem ser mais antigos do que os
estromatólitos, descobertos em 2016 na
Gronelândia, com aproximadamente 3700
milhões de anos.
Nas fontes hidrotermais, fluidos a elevadas temperaturas
atravessam rochas da coluna sedimentar ou basaltos da
crusta oceânica, removendo elevadas quantidades de
manganês. Nas proximidades das chaminés das fontes
hidrotermais formam-se nódulos metálicos por deposição
concêntrica de manganês e de ferro. Estes nódulos têm
uma taxa de crescimento extremamente baixa, da ordem
de um centímetro em alguns milhões de anos (figura 6). Baseado em www.publico.pt

Nos itens de 1 a 8, selecione a opção que completa corretamente cada uma das afirmações.
1. Os fósseis
(A) são restos de seres vivos ou vestígios da sua atividade que permitem datar as rochas de modo relativo.
(B) são restos de seres vivos ou vestígios da sua atividade que permitem datar as rochas de modo absoluto.
(C) surgem normalmente em rochas magmáticas, a partir da preservação das partes mais duras dos seres vivos. (D) surgem
normalmente em rochas metamórficas, por preservação de estruturas de fácil decomposição.
2. A fossilização é um processo que conduz à ________ de vestígios de seres vivos. Entre os seus processos destaca-se,
por exemplo, a ________.
(A) conservação (…) meteorização
(B) alteração (…) mineralização
(C) conservação (…) mineralização
(D) alteração (…) meteorização
3. As marcas produzidas pelos seres vivos em rochas descobertas no Canadá corresponderão (A) a icnofósseis.
(B) à mineralização das partes duras dos microrganismos.
(C) à moldagem de uma parte do corpo dos microrganismos. (D) à mumificação dos microrganismos.
4. Camadas sedimentares de quartzo que contêm fósseis poderão originar, por diagénese, (A) depósitos não consolidados.
(C) gesso.
(B) calcários. (D) arenitos.
5. A datação realizada nas rochas fossilíferas descobertas no Canadá baseou-se (A) no princípio da desintegração de isótopos
radioativos estáveis.
(B) no princípio da desintegração de isótopos radioativos instáveis.
(C) na relação existente entre isótopos-pais.
(D) na relação existente entre isótopos-filhos.
6. Os fósseis de microrganismos descobertos em rochas no Canadá permitem, de acordo com o (A) princípio da sobreposição,
correlacionar ambientes atuais e ambientes antigos.
(B) princípio das causas atuais, correlacionar ambientes atuais e ambientes antigos.
(C) princípio da identidade paleontológica, determinar a idade absoluta do estrato que os possui.
(D) princípio da interseção, conhecer os paleoambientes do Canadá no Pré-Câmbrico.
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7. O quartzo presente em dunas litorais
(A) terá sido formado por carbonatação de rochas preexistentes.
(B) apresentar-se-á mal calibrado e pouco arredondado.
(C) poderá ser um mineral herdado de rochas preexistentes. (D) apresentar-se-á bem calibrado e pouco arredondado.
8. A síntese de compostos orgânicos por seres vivos quimioautotróficos, em fontes hidrotermais submarinas, envolve (A)
fenómenos de redução de substrato inorgânico.
(B) a oxidação de dióxido de carbono no estroma.
(C) a oxidação de moléculas de água por ação do calor. (D) fenómenos de oxidação de substrato inorgânico.
9. Ordene as letras de A a E de modo a reconstituir a sequência cronológica dos acontecimentos que culminam com a
formação de um cimento de natureza siliciosa.
A. Transporte de sílica e potássio em solução aquosa.
B. Reação de dióxido de carbono com a água da atmosfera.
C. Precipitação de sílica em poros de depósitos sedimentares.
D. Exposição subaérea de um granito.
E. Hidrólise dos feldspatos e formação de minerais de argila.
10. Relacione, com base no texto, a formação dos nódulos de manganês com a atividade vulcânica das fontes hidrotermais.

Grupo VIII
A bacia Lusitaniana é uma bacia sedimentar que ocupa mais de 20 000 km2 e que se desenvolveu na Margem Ocidental Ibérica
(MOI) durante parte do Mesozoico. A dinâmica da sua implementação enquadra-se no contexto da fragmentação da Pangeia
durante a abertura do Atlântico Norte.
Dois terços da bacia afloram em área continental emersa, encontrando-se a restante área na plataforma continental (figura 2).
Nesta bacia têm sido desenvolvidos trabalhos de investigação integrados em equipas nacionais e internacionais, muitos deles
ligados à indústria do petróleo.
Os depósitos mais antigos da Bacia Lusitaniana pertencem ao Triásico Médio/Superior (247-201 M.a.) e assentam
discordantemente sobre formações paleozoicas. Na base da coluna estratigráfica observam-se, por exemplo, arenitos e siltitos
avermelhados, por vezes com intercalações de conglomerados. A sedimentação prolonga-se até ao Cretácico (145-66 M.a.), sendo
a maioria das rochas e sedimentos da bacia de idade Jurássica (201 a 145 M.a.). A cobrir este conjunto sedimentar encontram-se
rochas cenozoicas.
A falha Açores-Gibraltar constitui um limite transformante entre duas placas, que, numa fase inicial da rotura da Pangeia, separou
dois grandes continentes, a Laurásia, a norte, e a Gondwana, a sul (figura 7).
Baseado em J.C. Kullberg et al. A Bacia Lusitaniana: Estratigrafia, Paleogeografia e Tectónica.
In R. Dias, A. Araújo, P. Terrinha e J.C. Kullberg Eds. Geologia de Portugal no contexto da Ibéria.
Univ. de Évora, pp. 317-368, 2006

Figura 7. Localização da falha Açores-


Gibraltar e da bacia Lusitaniana.

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Nos itens de 1 a 7, selecione a opção que completa corretamente cada uma das afirmações.
1. A bacia Lusitaniana é essencialmente constituída por rochas de natureza ____, formadas durante um regime _______.
(A) sedimentar (…) distensivo (B)sedimentar (…) compressivo
(C) metamórfica (…) distensivo (D) metamórfica (…) compressivo
2. O estudo da área imersa da bacia Lusitaniana poderá ser efetuado recorrendo ________, um método ________ que permite
conhecer o interior da geosfera.
(A) a sondagens (…) indireto (C) à gravimetria (…) indireto
(B) a sondagens (…) direto (D) a afloramentos (…) indireto
3. O petróleo que poderá existir na bacia Lusitaniana
(A) acumular-se-á em rochas de cobertura que permitem a sua migração lateral.
(B) acumular-se-á em rochas-armazéns pouco porosas e impermeáveis.
(C) é um hidrocarboneto de natureza líquida, formado anaerobiamente em rochas-mães.
(D) é um hidrocarboneto formado anaerobiamente por acumulação de matéria orgânica predominantemente de origem
vegetal.
4. A prospeção de petróleo em plataforma continental terá em consideração
(A) a existência de anomalias gravimétricas negativas, associadas a formações salinas da bacia Lusitaniana.
(B) a existência de anomalias gravimétricas positivas, associadas a formações salinas da bacia Lusitaniana. (C) os estudos
realizados apenas na área imersa da bacia Lusitaniana.
(D) a elevada densidade do sal-gema que constitui os diapiros da bacia Lusitaniana.
5. Os depósitos mais antigos da bacia Lusitaniana
(A) terão resultado da sedimentogénese e diagénese de rochas cenozoicas. (B) são contemporâneos das formações
paleozoicas com as quais contacta.
(C) são mais antigos que as formações paleozoicas com as quais contacta.
(D) são mais recentes que as formações paleozoicas com as quais contacta.
6. Os arenitos e conglomerados situados na base da bacia Lusitaniana são exemplos de rochas sedimentares (A) detríticas não
consolidadas. (C) quimiogénicas. (B) detríticas consolidadas. (D) biogénicas.
7. Na bacia Lusitaniana existem depósitos de rochas evaporíticas formadas em ambientes (A) lacustres e glaciários.
( C) lagunares pouco profundos. (B) marinhos muito profundos. (D) lacustres pouco profundos.
8. As afirmações seguintes referem-se a aspetos relacionados com o contexto tectónico representado na figura 2. Selecione a
opção que as avalia corretamente.
1. No limite conservativo da falha Açores-Gibraltar ocorre formação de litosfera oceânica.
2. Na dorsal médio-atlântica ocorre a ascensão de magmas basálticos.
3. A sudoeste da ponta de Sagres, a placa Euro-Asiática mergulha sob a placa Africana. (A) 1 e 3 são verdadeiras; 2 é falsa.
(B) 1 é verdadeira; 2 e 3 são falsas.
(C) 2 é verdadeira; 1 e 3 são falsas. (D) 2 e 3 são verdadeiras; 1 é falsa.
9. Estabeleça a correspondência entre cada uma das afirmações da coluna A e uma das rochas apresentadas na coluna B. Faça
corresponder a cada letra apenas um número.
Coluna A Coluna B
a. Evaporito formado por cristais de cloreto de sódio. 1. Antracite
b. Rocha biogénica com elevado grau de incarbonização. 2. Gesso
c. Rocha quimiogénica resultante da precipitação de carbonato de cálcio. 3. Sal-gema
4. Travertino
5. Lignito
10. Em alguns locais da bacia Lusitaniana observam-se depósitos de carvão.

Relacione o aparecimento destes depósitos com o seu ambiente de formação.


11.Estabeleça a correspondência entre cada uma das afirmações da coluna A e um dos conceitos apresentados na coluna B. Utilize
para cada letra apenas um número.
Coluna A Coluna B

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a. Zonas antigas e tectonicamente estáveis localizadas no interior dos 1. Plataforma continental
continentes. 2. Talude continental
b. Região continental com baixo declive, coberta por águas oceânicas. 3. Planície abissal
c. Zona muito profunda, com extensão variável, situada numa zona de 4. Escudo
convergência entre uma placa oceânica e uma placa continental. 5. Fossa oceânica
12.Ordene as afirmações seguintes de forma a estabelecer uma sequência relacionada com a formação de uma rocha detrítica
consolidada a partir de uma rocha magmática.
(A) Redução de volume dos espaços entre os sedimentos detríticos.
(B) Alteração química de minerais de uma rocha magmática.
(C) Remoção de materiais de uma rocha magmática.
(D) Cimentação dos materiais por precipitação de substâncias dissolvidas na água.
(E) Acumulação dos detritos em camadas sucessivas.
Grupo VIII Rochas sedimentares
Devido à elevada densidade urbana, não existem afloramentos rochosos na região do campus universitário da Faculdade de
Ciências da Universidade de Lisboa. Todavia, os geólogos já caracterizaram as rochas e estruturas geológicas mais importantes. A
maioria das rochas sedimentares são detríticas, em especial arenitos e argilitos. Algumas destas rochas possuem uma componente
calcária, em que mais de 50% de carbonatos são provenientes de clastos de origem biológica, em especial conchas, designando-
se por biocalcarenitos. O cimento carbonatado que une os detritos dos biocalcarenitos formou-se durante a diagénese, possuindo
estas rochas uma origem quimiobiogénica. Contudo, também existem na região rochas carbonatadas biogénicas, resultantes da
atividade de organismos sésseis, como os calcários algais rodolíticos.
A sequência de estratos sedimentares do Campo Grande não corresponde a um evento contínuo de deposição e inclui várias
unidades estratigráficas do Miocénico. Estas unidades foram formadas por sedimentos acumulados de há 23 a 16 M.a., com
destaque, da base da sequência para o topo:
• M1I (Argilas e Calcários dos Prazeres) – são os primeiros níveis marinhos do Miocénico Inferior. É constituída por argilitos,
argilitos siltosos, argilitos margosos, margas e calcários. Caracterizam-se por serem muito suscetíveis à erosão fluvial.
• M1II (Areolas da Estefânia) – formada por areias finas, siltosas, micáceas (areolas), de cores vivas, argilas siltoarenosas e
arenitos mais ou menos consolidados.
• M2III (Calcários de Entre Campos) – é constituída por uma acumulação de conchas e moldes, ligados por cimento carbonatado.
Incluem também calcarenitos finos e arenitos pouco carbonatados. Formam as litologias mais resistentes à meteorização e
erosão, originando o aparecimento de pequenos planaltos.
A sequência descrita faz parte da Bacia Cenozoica do Baixo Tejo e sofreu uma ligeira inclinação (2º a 3º) para sudeste. A figura
7 representa um corte geológico da região do Campo Grande.

Figura 7
1. De acordo com a figura7, a Formação de Benfica é _____ao Miocénico. É composta por argilas e margas de cor vermelha e
conglomerados com calcários rolados, indicando um ambiente de deposição continental em que a energia do agente de
transporte _____variações.
(A) anterior … sofreu (B)posterior … sofreu
(C) anterior … não sofreu (D)posterior … não sofreu
2. A inclinação de toda a sequência estratigráfica representada é _____ aos acontecimentos que deram origem a essa formação,
sendo usada na datação_____.
(A) anterior ... absoluta (B) anterior ... relativa
(C)posterior ... absoluta (D)posterior ... relativa

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3. O início do Miocénico indica a ocorrência de uma _____, em que o ambiente de deposição possui _____ hidrodinamismo.
(A) regressão …baixo (B)transgressão … baixo
(C) regressão … alto (D)transgressão … alto
4. Quando expostas a condições superficiais, a unidade das Argilas e Calcários dos Prazeres
(A) não sofre alterações físico-químicas. (B) tende a formar pequenos vales.
(C) não é remobilizada pelos agentes erosivos. (D)sofre aumento da sua compactação.

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5. A presença do fóssil da espécie Venus ribeiroi nos estratos dos Calcários dos Prazeres permitiu a sua identificação como
pertencente ao início do Miocénico na região de Lisboa. Esta espécie funciona como fóssil de _____, uma vez que
apresenta uma _____ distribuição temporal.
A) fácies … ampla B)fácies … reduzida
C) idade … ampla D)idade … reduzida
6. A formação das Argilas e Calcários dos Prazeres apresenta restos vegetais incarbonizados, indicando condições de deposição em
ambiente
(A) fluvial, caracterizado por condições de forte oxigenação.
(B) lacustre, caracterizado por meio sem oxigénio.
(C) lacustre, caracterizado por condições de forte oxigenação.
(D) fluvial, caracterizado por condições de fraca oxigenação.
7.As argilas depositadas no Miocénico são minerais formados a partir da meteorização química de um mineral de origem, envolvendo
(A) carbonatação. (B)oxidação. (C)hidrólise. (D)dissolução pela água.
8.A caulinite forma-se a partir da meteorização de feldspatos. Relativamente a este processo, é possível afirmar que não implica (A)
substituição dos iões K+, na estrutura original do feldspato, por iões H+.
(B) oxidação do feldspato na presença de água.
(C) formação dos iões H+ e dos iões HCO3- por dissociação. (D) acidificação da água da chuva.
9.As formações calcárias do Miocénico apresentam, na atualidade, um modelado resultante (A)
do aumento do pH da água da chuva nas camadas da atmosfera.
(B) do enriquecimento em dióxido de carbono dos estratos calcários.
(C) da dissolução do carbonato de cálcio em condições de pH mais ácido.
(D) da precipitação de um cimento de carbonato de cálcio a unir os clastos.
10.Com base nos ambientes geológicos atuais, é possível determinar
(A) as condições de formação da unidade superior do Miocénico representada na figura, de acordo com o princípio do catastrofismo.
(B) o ambiente de formação dos estratos das Argilas e Calcários dos Prazeres, de acordo com o princípio da identidade
paleontológica.
(C) a idade absoluta dos estratos das Argilas e Calcários dos Prazeres, de acordo com o princípio da sobreposição dos estratos. (D)
as condições de sedimentogénese na bacia do Tejo, de acordo com o princípio do atualismo.
11.Da unidade M1 II para o topo da sequência do Miocénico no campus universitário deverá ter ocorrido (A)
aumento da deposição de sedimentos de origem fluvial. (B) diminuição da diagénese.
(C )recuo da linha de costa. (D) avanço da linha de costa.
12.Ordene as letras de A a E, de modo a reconstituir a sequência dos acontecimentos respeitantes ao processo de fossilização do ser
vivo identificado nas camadas do Miocénico.
A. A matéria orgânica do ser vivo é decomposta lentamente e substituída por compostos minerais.
B. O ser vivo morre e deposita-se no fundo da bacia.
C. Atuação de forças que inclinam o estrato que contém o fóssil.
D. Ocorre a deposição abundante de argilas e siltes sobre o cadáver.
E. Ocorre a deposição de novos sedimentos sobre o estrato que contém o fóssil.
13.Faça corresponder a cada afirmação relativa à formação de rochas sedimentares e de fósseis, expressas na coluna A, o respetivo
processo de formação, na coluna B.
Coluna A Coluna B
(a) Ocorre quando a energia dos agentes é inferior à sua capacidade de transporte. (1) Diagénese
(b) Transformação de uma rocha sedimentar não consolidada numa rocha consolidada. (2) Erosão
(C)Substituição da matéria orgânica de um ser vivo morto por sílica. (3) Mineralização (4)
Mumificação
Sedimentação
14.Nos níveis mais argilosos da unidade M1 I (Argilas e Calcários dos Prazeres) existem, frequentemente, cristais de gesso. Relacione
a formação destes cristais com a ocorrência cíclica de transgressões e regressões num ambiente quente e húmido.
15.No Miocénico, a sedimentação na Bacia Cenozoica do Tejo era muito intensa e resultou numa alta taxa de subsidência. Explique
em que medida este facto foi importante na formação de rochas sedimentares consolidad

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