Bagaçose

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Fonte:REVISTA: PROTEO MARO 2003

Pgs.: 45 48

Pulmes em alerta
Poeira proveniente do bagao da cana-de-acar provoca doena respiratria e pode levar morte

ucar um nutriente de fundamental importncia sade. O nosso organismo produz acar transformando carboidratos em monmeros, denominados de monossacardeos que, de pronto, so absorvidos pelo corpo humano. Do ponto de vista industrial o acar produzido pelo processamento da beterraba, algumas frutas e mais comumente da cana de acar, originria da China, ndia e Nova Guin h mais de 8000 anos. Atualmente, cerca de 127 pases cultivam a cana de acar e o Brasil o lder dos produtores mundiais. Em 2001, a produo brasileira foi de 339,1 mil toneladas mtricas e resultou em 11,4 bilhes de litros de lcool e 19,5 milhes de toneladas de acar. Isto representou cerca de 2,3% do PIB Produto Interno Bruto e o envolvimento de uma fora de trabalho estimada em 1 milho de trabalhadores. DANOS Os nmeros estampam uma atividade agroindustrial geradora de muita riqueza para o pas, porm, apresenta tambm suas mazelas na forma de acidentes do trabalho e doenas ocupacionais. Muitas mortes ocorrem no transporte de agricultores, assim como inmeros cortes, fraturas, picadas de cobra, etc so registrados por ocasio da colheita de cana. Embora no existam dados estatsticos apropriados pode-se estimar. Por analogia, que as doenas ocupacionais so freqentes, principalmente nas usinas de acar e lcool, cujo processo industrial incorpora fontes significativas de rudo, calor, poeira e de outros riscos ambientais, sem contar os danos natureza causados pelas queimadas. Surdez ocupacional, efeitos adversos decorrentes da exposio ao calor intenso, leses no sistema msculo-esqueltico provocados por esforos repetitivos e posturas inadequadas so geralmente os problemas que mais chamam a ateno dos prevencionistas. Por outro lado, as doenas respiratrias, de origem ocupacional tendem a ser ignoradas na medida que os sintomas se confundem com os de enfermidade comuns, tais como asma, bronquite, pneumonia. A caracterizao dos riscos ambientais que agridem as vias respiratrias requerem estudos ambientais apurados e equipamentos sofisticados alm, obviamente, de pessoal tcnico especializado. O objetivo deste artigo abordado a problemtica da bagaose, uma doena ocupacional associada s poeiras vegetais, especialmente as do bagao de cana-de-acar, mas que tambm pode ocorrer entre agricultores de cogumelos e em certas atividades das indstrias produtoras de papel e celulose. Este tema ainda pouco explorado na literatura tcnica,

contudo, dever ganhar maior espao no futuro porque h um crescente de pesquisa no EUA e Europa sobre material particulado de origem orgnica contendo endotoxinas. Para entender melhor a bagaose no contexto da agroindstria sucroalcooleira, segue adiante uma descrio sucinta do processo industrial, baseada em vrios artigos nacionais e internacionais divulgados na Internet. PROCESSO INDUSTRIAL O cultivo da cana-de-acar planejado visando permitir colheitas em trs diferentes perodos, conforme o estgio de maturidade da planta e, historicamente, aps a utilizao de fogo para queimar a folhagem, vegetao de pequeno porte e espantar cobras. A queimada uma paisagem tpica na agricultura e tem sido objeto de permanente debate nos meios de comunicao. Leis mais recentes tm forado a mecanizao da lavoura para evitar que fumaa, fuligem e gases txicos causem problemas sade pblica, acidentes rodovirios e danos ao meio ambiente. A cana cortada transportada imediatamente para usinas de acar e lcool por caminhes de grande porte que circulam dia e noite. J nas usinas, a cana primeiramente levada e cortada em segmentos menores, seguindo, ento, para os desfibradores e moendas. As moendas geralmente so formadas por ternos que significam conjuntos de 3 rolos. Um processo de moagem pode abrigar de 4 a 7 ternos para assegurar excelente extrao de suco de cana-de-acar, estimada entre 94 e 97% e deixando o bagao com cerca de 50% de umidade. O rendimento da cana de acar depende muito da espcie cultivada, porm, os nmeros mostram que no caldo misto (obtido esmagamento e embebio de gua) h cerca de 15% de acar e 1 ou 2% na fibra residual (bagao). De um lote de 100 toneladas de cana podem ser extradas 10 toneladas de cana podem ser extradas 10 toneladas de acar e 25 a 30 toneladas de bagao. O suco da cana-de-acar a parte nobre da matria-prima na produo de acar, lcool e aguardente (pinga), e por isso, um trabalho de filtragem deve ser feito com o objetivo de reter impurezas tais como terra, fibras menores e extratos verdes de outras plantas. ACAR Na produo do acar, o suco misturado com hidrxido de clcio [Ca(OH)2], enxofre e aquecido at o ponto de ebulio. Essa tcnica elimina compostos de cidos orgnicos, sendo que o enxofre permite clarear o produto. Filtragem, evaporao e aquecimento permitem obter um xarope cristalizado depois de algumas horas. O acar, como vendido ao consumidor, passa ainda por etapas de acabamento tais como centrifugao, refinamento, descolorizao e recristalizao. LCOOL Para produzir lcool combustvel ou etanol, o suco da cana passa por um processo de fermentao, normalmente induzido por substncias qumicas e tecnologia sofisticada que reduzem o tempo de espera. Usinas de grande porte possuem pr-fermentadores funcionando em srie. Um tanque de fermentao pode ter um volume de 400 mil litros e depois de 6 a 8 horas reao pode-se obter de 9,5 a 12% de lcool por volume. A parte final do processo a destilaria que reduz a quantidade de gua.

AGUARDENTE A cachaa, ainda pouco conhecida no exterior, uma bebida com maior teor de lcool e de consumo bem brasileiro, j que 99% da produo so destinados ao mercado interno. H aproximadamente quatro mil marcas diferentes de pinga e juntas representam 1 bilho de litros de aguardente por ano (algumas fontes citam at 2 bilhes). O processo de fabricao similar ao do etanol, mas a fermentao cuidadosamente para dar bebida um gosto peculiar. Cada fabricante desenvolve a sua prpria receita e isso pode incluir adio de frutas, ervas e outros elementos. A fase final a destilao, feitas em destiladores de coluna, construdos de cobre ou ao inox. O suco fermentado aquecido at a evaporao, porm a primeira poro (cabea) geralmente descartada por conter elementos indesejveis tais como metanol, assim como a terceira e ltima (cauda) por ter baixo teor alcolico. A parte aproveitada para consumo chamada de corao e corresponde a 80% do total destilado. Algumas indstrias de bebidas engarrafam a pinga imediatamente, outras preferem deixar a cachaa em recipiente de madeira para envelhecimento. BAGAO O bagao da cana-de-acar considerado o maior resduo da agricultura brasileira, gerando um volume estimado entre 5 a 12 milhes de toneladas por ano e que corresponde a 30% de toda a cana moda. Desse montante, boa parte (60 a 90%) aproveitada como combustvel em caldeiras para gerao de energia eltrica, em substituio queima de madeira. O bagao pode ainda ser consumido em fbricas de papel, indstrias qumicas, construo, alimentao de animais, etc. Mesmo sendo um resduo bem aproveitvel, calcula-se que cerca de 10 a 30% do volume gerado so perdidos.

Os perigos da bagaose
Apesar da falta de dados estatsticos sabe-se que a doena j provocou a morte de inmeros trabalhadores do setor
No h informaes tcnicas abundantes nem to pouco dados estatsticos suficientes sobre a bagaose. Esse vazio pode ser parcialmente atribudo baixa produo de acar nos pases ricos, onde se concentram o maior nmeros de agncias de pesquisa no mundo. Fica difcil justificar ao contribuinte norte americano ou europeu que uma parcela dos impostos est sendo aplicada em estudos de problemas relacionados sade de trabalhadores estrangeiros. Por outro lado, os maiores produtores mundiais, incluindo o Brasil, pouco tm evoludo cientificamente na rea de sade ocupacional, embora tenham obtido avanos notveis na tecnologia sucroalcooleira. Mas, isso um problema que revela a histrica desvalorizao do trabalhador rural. Bagaose tem sido descrita como uma pneumonia de hipersensibilidade e caracterizada por inflamaes mononucleares dos brnquios e alvolos, originada pela ao bacterial das endotoxinas. Os principais sintomas so calafrios, febre, tosse seca, mal-estar e, aps repetidas exposies, o trabalhador apresenta respirao ofegante e perda de peso. Por no serem sinais peculiares da doena, equvocos podem ocorrer nos diagnsticos mdicos,

principalmente quando a atividade profissional do paciente ignorada, resultando tambm em registros estatsticos falsos sobre o assunto. DESCOBERTA O primeiro relato da bagaose como doena ocupacional data de 1941, mostrando que se trata de uma descoberta recente comparada silicose, bissinose e outros problemas respiratrios. Dados de 1958 mostram que quatro trabalhadores morreram em um grupo de 53 pacientes diagnosticados com essa doena, enquanto que em 1969 uma reviso de literatura sobre a matria apontou 600 casos, sendo 500 de Louisiana (EUA), onde se concentra a segunda maior produo norte americana de cana-de-acar . De acordo com estimativa do NIOSH National Institute for Occupational Safety and Health a produo exposta ao risco de bagaose nos EUA, em 1986, era de 5000 trabalhadores. At no Japo, pas no produtor de cana de acar, foram identificados 11 casos suspeitos de bagaose em refinarias de acar. H tambm registros de pessoas indiretamente expostas s poeiras, tais como esposas de trabalhadores, alm de agricultores de cogumelos, criadores de bicho da seda, operrios de fbrica de papel, etc. Contrariando esses relatos, pesquisadores da Austrlia concluram que l o risco de bagaose irrelevante. importante destacar o relatrio publicado pelo NIOSH, em 1999, mostrando que mais de 50 mil trabalhadores, americanos morreram entre 1987 e 1996, vitimados por pneumonia de hipersensibilidade e doenas crnicas obstrutivas dos pulmes, o que significa exposio ocupacional s poeiras vegetais contendo bactrias, fungos etc. ENDOTOXINAS Durante o processamento da safra da cana-de-acar o bagao fica empilhado em grande quantidade, enquanto aguarda ser consumido nas caldeiras geradoras de energia ou retirado para algum outro destino. No interior dessa massa a temperatura e umidade se matem em nveis relativamente elevados, proporcionando um ambiente favorvel proliferao de microorganismos, neste caso os Thermoactinomyces Sacchari, provedores de endotoxinas. As endotoxinas so complexos termicamente estveis formados por protenas e liposacardeos, substncias txicas liberadas das paredes celulares de bactrias mortas, princ ipalmente as denominadas de Gram- negativas (30 a 50 nm de dimetro). A gerao de endotoxinas se d por diferentes espcies de microorganismos, os quais so encontrados em vria atividades da agroindstria, conforme Tabela 1.
Tabela 1 - Exemplos de Doenas Causadas pelas Endoxinas Doena Atividade Fungos e Bactrias Gram-Negativas Pulmo de Fazendeiro Armazenado de vegetais Micropolyspora faeni, em silos Thermoactinomyces Vulgaris Pulmo dos Catadores Plantao de Cogumelos Micropolyspora faeni, de Cogumelos Thermoactinomyces Vulgaris "Sequoiosis" Corte de Madeira Vermelha Aureobasidium pullulans e graphium spp Bagaose Usina de Cana de Acar Thermoactinomyces Sacchari Bissinose Fiao de Tecelagem Enterobacter agglomerans (Pantoea agglomerans) Pulmo de Carpinteiro Picadores de Madeira Enterobacter agglomerans

Por se tratar de matria pouco explorada nos meios prevencionistas, as publicaes e estudos sobre os endotoxinas carecem de uma padronizao de unidade de medidas. Trabalhos antigos expressam as concentraes de microorganismos em Esporo grama, enquanto que os mais recentes usam nanogramas de endotoxinas por metro cbico nanograma m3, havendo, porm, uma tendncia atual de indicar os resultados na forma de unidade de endotoxinas (EU/m3). A Tabela 3 ilustra as grandezas mais utilizadas.
Tabela 3 - Unidades de Medidas para Concentrao de Endotoxinas Esporo (spore) Esporo grama Esporo um termo gentico para unidades reprodutivas e unicelulares de fungos nanograma m3 10-9g m3 Unidade de Endotoxina 4,5 ng/m3 = 50 EU/m3 ou 10 EU Endotoxinas m3 1 ng endotoxin EE - Environmental 1 g/m3 de Endotoxina Ambiental Endotoxin corresponde a inalao de 10g de

Avaliaes da exposio ocupacional s poeiras vegetais, incluindo gros de cereais, mostraram concentraes de endotoxinas entre 1000 e 105 ng/m3, cujas potncias dependem, contudo, da espcie de bactria Gram- negativa. A Tabela 2 ilustra os efeitos agudos e crnicos causados pelas endotoxinas.
Tabela 2 - Concentrao e Efeitos das Endotoxinas Efeito Concentrao g/m3 [EE] 3-30 Agudos

8 < 0.05 Crnicos Altas Concentraes

Sintomas e Respostas Clnicas Dor de cabea, fadiga, dores musculares e nas juntas, irritao das mucosas, tosse seca, dores no peito, dispnia, aumento da temperatura do corpo, presso sanginea e batimentos cardacos. Mudana significativa da FEV (Volume Expiratrio Forado) Nenhum efeito observado (limite para "sem efeitos observados'). Reduo crnica das funes pulmonares aps exposio s endotoxinas.

A manipulao e processamento de vegetais so sempre operaes geradoras de poeiras. A movimentao de gros (cereais), moagem de bagao, preparao de fardos, etc so exemplos de atividades que expem os trabalhadores inalao de transporte das endotoxinas. LIMITES No h informao na literatura internacional de que alguma agncia de sade ocupacional tenha adotado oficialmente algum limite ambiental para endotoxinas em locais de trabalho. A ttulo, porm, de recomendao tcnica (diretrizes), o DECOS The Dutch (Holands) Expert Committee on Occupational Standars tem sugerido os valores descritos na Tabela 5.

Tabela 5 - Diretrizes para Endotoxinas Ambientais Efeito EU/m3 Pneumonia Txica 2000 Inflamao nas vias Areas 100 Efeitos Sistmicos 1000

Do ponto de vista acadmico, um limite de 50 EU/m3. (equimalente a 5 ng/m3) tem sido aceito, baseado nos estudos de Castellans, para exposio ocupacional de 8 horas dirias aos particulares inalveis contendo endotoxinas. No Brasil, tais diretrizes podem ser aplicadas com base na NR 9 que aceita tais valores estrangeiros. A poeira inalada pode se alojar em diferentes partes do sistema respiratrio, dependendo do seu tamanho aerodinmico. Com base nisso, a ACGIH American Conference of Governmental Industrial Hygienists classifica a massa de particulados em trs fraes. [1] Massa de Particulados Inalveis (25 a 100 m); [2] Massa de Particulados Torcicos (< 25 m) e [3] Massa de Particulados Respirveis (0 a 10 m). Partculas maiores ficam normalmente retidas nas vias areas superiores, enquanto que a menores alcanam a regio alveolar. As endotoxinas agregadas s partculas vegetais podem se depositar em qualquer parte do sistema respiratrio, desencadeando, a partir da, reaes do sistema imunolgico. AVALIAO AMBIENTAL No h ainda mtodo padro de avaliao de material particulado contendo endotoxinas.Trabalhos acadmicos publicados tm usado diferentes meios de coleta, tais como impingers (borbulhadores), impactadores de cascata e filtros-membranas. A maioria, porm, das amostras ambientais analisada atravs de um teste denominado limulus amoebocys assay [LAL]. O teste LAL foi desenvolvido a partir de observaes cientficas dando conta de que o sangue do caranguejo limulus polyphemus, quando infectado por bactrias Gram-negativas se coagulava de maneira impressionante, formando uma espcie de gel. Embora essa pesquisa date de 1885, somente na dcada de 50, dois pesquisadores americanos (Bang e Levin) descobriram que tal fenmeno poderia ter aplicao prtica, como mtodo de referncia tcnica na identificao de contaminao bacteriolgica. Atualmente h pelo menos trs verses do teste LAL. O teste de Cogulo considerado o mais simples e prtico, enquanto que o Turbidimtrico e Cromognico so mais sofisticados e exigem equipamentos complexos. Apesar disso, esse ltimo tem sido o preferido nas anlises de amostras ambientais. Comercialmente, empresas como SKC, Thermo Andersen, Ace Glass, Gelman Sciences, etc tm desenvolvido meios de coletas de amostras ambientais para fins de anlise de endotoxinas. Da mesma forma, kits do teste LAL so fornecidos pela Associates of Cape Cd, Bio Whittaker, Chromogenis (Coatest) e outras. importante frisar que no basta comprar os kits e sair coletando amostras por a, antes deve-se procurar um laboratrio que tenha experincias na anlise de amostras ambientais contendo endotoxinas.

Maior eficcia no controle


Medidas importantes devem ser adotadas conhecendo-se ou no a concentrao dos contaminantes
Uma das grandes dificuldades na prtica da Higiene Ocupacional a adoo de medidas de controle com base em dados quantitativos dos contaminantes atmosfricos. Normalmente, as tcnicas de medio so onerosas, exigem pessoal especializado e tomam certo tempo. So os ossos do ofcio, mas no servem como justificativas para descartar a avaliao ambiental dos locais de trabalho. O bom senso, porm deve orientar o prevencionista na adoo de medidas de controle que so bvias e eficazes em qualquer tempo, mesmo quando so desconhecidas as concentraes dos contaminantes atmosfricos. Ao lado so dados alguns exemplos para a poeira da cana-de-acar e outros sujeitos proliferao das endotoxinas. Reduo do Volume Estocado o tempo de estocagem do bagao de cana-deacar, amontoado durante o perodo de moagem deve ser bem reduzido ao mximo possvel para evitar a proliferao de microorganismos. Melhoria das condies de armazenamento se bagao, cereais e outros tipos de vegetais so estocados em depsitos, arma zns ou silos, a ventilao nesses locais deve contribuir para reduo da umidade e temperatura do ar, pois so fatores crticos na proliferao de fungos e bactria. Tratamento qumico formaldedo e thi,erosal so tambm usados na preveno de bio-aerosis, mas tais produtos so substncias txicas que representam outros e srios riscos sade. Portanto, essa medida de controle deve ser considerada uma segunda linha de ao. Radiao tambm com graves efeitos secundrios o uso de radiao gama, como meio de esterilizao de produtos vegetais, merece ser estudado e adotado com todas as reservas possveis. Proteo respiratria o uso de mscaras contra p sempre uma medida complementar recomendvel, desde que adequadamente recomendada e aprovada para partculas inferiores a 0.3m de dimetro aerodinmico. Educao treinamento sempre uma regra prioritria na adoo de medidas de controle. Trabalhadores bem informados e consciente dos riscos existentes nos locais de trabalho so os que apresentam m enor ndice de acidentes e doenas ocupacionais. ESTIMATIVA A problemtica da exposio ocupacional s poeiras vegetais uma matria pouco explorada pelos prevencionistas, mesmo em pases historicamente avanados nas questes de Segurana e Sade do trabalhador. Poucos tm-se dado conta dos microorganismos aerotransportados pelas partculas em suspenso no ar que podem ser alojadas nos sistemas respiratrios. O Brasil um dos maiores exportadores de gros do mundo e sua agroindstria tem apresentado excelentes ndices de prosperidade. Isso significa que o contingente de trabalhadores nesse setor deve ser cada dia maior e haver um conseqente aumento no

nmero de expostos s poeiras vegetais. Isso permite estimar o desencadeamento de muitos problemas respiratrios e at fatalidades, com base nas estatsticas citadas anteriormente do NIOSH mostrando milhares de mortes de trabalhadores causadas por pneumonia de hipersensibilidade e doenas crnicas obstrutivas dos pulmes. A comunidade prevencionista brasileira deve tambm se preparar para desenvolver tcnicas, mdicas, normas de procedimentos, etc que permitam o reconhecimento, avaliao e controle dos riscos ambientais associados aos microorganismos. Para os profissionais que tm se deparado com riscos da exposio ocupacional s poeiras vegetais, no s bagao de cana-de-acar mas de gros, fibras de algodo etc, recomenda-se uma reviso das tcnicas de avaliao ambiental, incluindo metodologias de identificao e quantificao das endotoxinas, sob pena de subestimarem os riscos sade dos trabalhadores. Portanto, no se deve considerar poeiras vegetais simplesmente como inertes ou PNOC Particles Not Othrwise Classified!

BIBLIOGRAFIA Homepage of Coopersurcar Cooperativa do Produtores de Acar - Brasil (2000) on line http://www.copersucar.com.br.html Homepage of FAPESP Fundao de Amparo Pequisa - (2000) [ON LINE] http://www.fapesp.br/energia1.htm Homepage of Department of Energy (2000) USA http://www.eren.doe.gov/biopower/pictures/biopowerfacilities/06442brazilbagasse.j pg

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