Lição 09 - Fidelidade, Firmes Na Fé - 1º Trimestre de 2017
Lição 09 - Fidelidade, Firmes Na Fé - 1º Trimestre de 2017
Lição 09 - Fidelidade, Firmes Na Fé - 1º Trimestre de 2017
1.1 Definição do termo. O Aurélio diz que fidelidade significa: “lealdade, perseverança. Observância rigorosa da
verdade; exatidão” (FERREIRA, 2004, p. 894). Do hebraico “emunah”, que quer dizer: “firmeza, fidelidade, verdade,
honestidade, obrigação oficial”, desses significados o sentido mais freqüente é “lealdade, fidelidade” (1Sm 26.23). No
grego a palavra é “pistis”, que indica “persuasão firme”, sendo também usada com referência à confiança (Rm 3.25; 1Co
2.5; 15.14,17; 2Co 1.24; Gl 3.23; Fp 1.25; 2.17; 1Ts 3.2; 2Ts 1.3; 3.2); à fidedignidade, fidelidade, lealdade (Mt 23.23; Rm
3.3; Gl. 5.22; Tt 2.10) (VINE, 2002, p.648). Em seu uso mais amplo, a palavra fé aponta ainda para alguns significados:
(a) A fé salvadora (Rm 5.1,2; 10.17; Ef 2.8); (b) A fé como conjunto de crença, ou seja, aquilo em que se acredita (At 6.7;
14.22; Rm 1.5; 1Co 16.13; Cl 1.23); (c) A fé como fidelidade (Lc 12.42; 1Co 4.2), o que subentende que o crente é fiel
para com Deus e também para com o próximo. Essa é uma característica insuflada por Deus, pois aparece como uma das
nove virtudes que, juntas, compõem o fruto do Espirito (Gl 5.22,23) (CHAMPLIN, 2007, p.696 – acréscimo nosso).
1.2 Como atributo Divino. Fidelidade é um dos atributos da Trindade, Deus Pai é fiel (Dt 7.9); o Senhor Jesus é
chamado de fiel e verdadeiro (Ap 19.11); e também o Espírito Santo é fiel (Gl 5.22) (GILBERTO, 2004, p.110). A
fidelidade de Deus refere-se à Sua lealdade a si mesmo e a toda a Sua criação (Is 25.1; 1Co 1.9). Ele jamais mudará o Seu
caráter (Sl 119.90; Is 11.5; Ml 3.6; 2Tm 2.13; Tg 1.17); nem deixará de cumprir o que prometeu (1Ts 5.24; Hb 10.23). A
fidelidade de Deus é claramente demonstrada na Bíblia: (a) Na natureza (Gn 8.22; SI 119.90; Cl 1.17); (b) No
cumprimento das suas promessas a Adão (compare Gn 3.15 com G1 4.4); a Abraão (compare Gn 15.4; 18.14 com 21.1,2);
a Moisés (compare Êx 3.21,22 com Êx 12.35,36); a Davi (compare 2Sm 7.12,13 com Lc 1.31-33); etc. (c) Em momentos
de tentação (1Co 10.13); (d) Na maneira como disciplina Seus filhos (Sl 119.75; Hb 12.6); (e) No perdão dos nossos
pecados (1Jo 1.9) (WILLMINGTON, 2015, p.37).
1.3 Como fruto do Espírito. A palavra fé refere-se normalmente à confiança em alguém ou algo. No entanto, a palavra
pode também referir-se ao que produz a confiança e a fé, a saber, a fidelidade e a confiabilidade. Ambos os significados
estão no uso da palavra aqui como outra evidência da vida controlada pelo Espírito (TYNDALE, 2010, p.703). De acordo
com Gilberto (2004, p.106), “Há quem prefira traduzir fé em vez de fidelidade como fruto do Espírito em Gálatas 5.22,
mas, como veremos, a palavra fidelidade é mais precisa. Em seu sentido mais amplo, fé é nossa crença inabalável em
Deus e no evangelho, e, portanto, é o tronco, não o fruto. O fruto do Espírito é dado como qualidade ou atributo;
fidelidade é o atributo de quem tem fé”. Por essa razão a versão da Bíblia ARA (Almeida Revista e Atualizada), traduz
“fé” por “fidelidade”. A fidelidade é a primeira das três características do fruto do Espírito que estão relacionadas ao seu
portador, ou seja, consigo mesmo. “Quando a fé como virtude do fruto do Espírito habita no crente o que realmente
marca sua vida é a fidelidade, ou seja, ele é uma pessoa confiável, leal” (GOMES, 2016, p.110). A fé, como fruto do
Espírito, opera permanentemente na vida do salvo e é caracterizada pela firmeza de propósito, e por uma atitude e devoção
de alguém que está disposto a ser “fiel até a morte” (Ap 2.10)
2.1 Social. No período Isaías, a injustiça social imperava, ocorria infidelidade no trato com a causa alheia, não havia
sinceridade, nem interesse pela verdade, a vida humana era desconsiderada, e isso com vistas ao lucro pessoal (Is 1.21-23).
Paulo informa que esse e outros tipos de comportamentos semelhantes, tem como origem a “concupiscência do coração,
paixões infames, sentimento perverso” (Rm 1.24,26,28); sendo estes “néscios, infiéis nos contratos, sem afeição natural,
irreconciliáveis, sem misericórdia” (Rm 1.31).
2.2 Religiosa. A idolatria, heresias, modismos doutrinários etc, são expressões da infidelidade na área religiosa (Js 22.16;
1Cr 10.13; Rm 1.18-23). A palavra idolatria fala de prestar culto a um ídolo e abrange tudo aquilo que usurpa o lugar de
Deus. O Senhor abomina qualquer tipo de idolatria sendo destacado que é abominável para Deus (Dt 7.25); tola e sem
sentido (Sl 115.4,8). Por esse motivo é que logo no segundo mandamento, por meio de Moisés, O Senhor proíbe qualquer
tipo de idolatria (Êx 20.3-5).
2.3 Moral. No aspecto moral a infidelidade é vista por meio da quebra dos preceitos divinos, nos quais se é visto o
propósito de Deus na preservação da família, por meio da fidelidade conjugal (1Co 7.10,11,27) conservando o padrão
monogâmico de casamento (1Co 7.1-3, 39; 1Tm 3.2, 11,12). A infidelidade é abominável aos olhos de Deus (Ml 2.14-16).
3.1 Fidelidade a Deus. Para ilustrar a importância da fé e a sua praticidade, o escritor da epístola aos Hebreus reúne na
conhecida “galeria dos heróis da fé”, exemplos de personagens que marcaram sua geração; podemos
perceber essa enfase pela expressão repetidamente usada “pela fé”. destacar que essa fé não é estática, ou seja, não ficou
no campo da crença, da reflexão, de forma teórica, pois a expressão “pela fé” sempre é seguida de verbos
(Hb 11.3,4,5,7,8,9,11,18,20,21,22,23,24,27,28,30,31,33-37,39); indicando ações que os homens e mulheres de Deus
tomaram, para demostrarem sua fidelidade a Deus.
3.2 Fidelidade ao próximo. Como possuidores dessa virtude do fruto do Espírito, nos tornamos pessoas dignas de
confiança, daí a sua importância para o relacionamento interpessoal. O crente deve inspirar confiança aos que estão à sua
volta, tendo algumas atitudes, tais como: (a) mantendo sempre sua palavra (Mt 5.37;1Tm 3.8); (b) assumindo as
responsabilidades no lar (Ef 5.22-28; 6.1-4; 1Tm 5.8); (c) cooperando na obra de Deus (1Co 4.1,17; 6.21); (d) sendo fiel
com o que é alheio (Mt 24.45,46; Lc 16.1-12); como empregado (Ef 6.5-8; Cl 3.22-25); ou como empregador (Ef 6.9; Cl
4.1).
3.3 Fidelidade a si mesmo. Nesse aspecto a fidelidade é vista quando somos aquilo que dizemos ser. Davi em um de seus
Salmos afirma: “Aborreço a duplicidade, porém amo a tua lei” (Sl 119.113). Quem vive uma vida dúbia, é inconstante,
não há firmeza nem resistência (Tg 1.8). Deus quer que sejamos o que dizemos que somos, não mostrando duplicidade ou
falsidade quanto a nossa devoção a ele (1Sm 12.24).
IV – FIDELIDADE RECOMPENSADA
Para os que são fiéis Cristo fez uma promessa (Ap 22.12); vejamos alguns exemplos de fidelidade e sua respectiva
recompensa:
4.1 Moisés. Era um homem fiel, e, por isso, foi escolhido para libertar o povo de Deus do Egito (Êx 3.1-10; Hb 3.5). Em
Hb 11.24-27 encontramos três atitudes que demonstram claramente sua fidelidade a Deus: (a) Ele recusou ser chamado
filho da filha de Faraó, uma posição elevadíssima, para um escravo hebreu; (b) ele escolheu ser maltratado junto com o
povo de Deus, mesmo podendo desfrutar de todo conforto do palácio; (c) ele deixou o Egito, não temendo a ira do rei.
Somente a fé (fidelidade) poderia fazê-lo tomar tais atitudes e como recompensa foi usado nas mãos de Deus, desfrutando
de intima comunhão com Ele (Nm 12.7,8).
4.2 Daniel e seus companheiros. Demonstraram sua fidelidade a Deus na corte em Babilônia em diversas ocasiões: (a)
quando lhe foi determinado que ele comesse do manjar do rei, que o levaria a desobedecer a palavra de Deus, Daniel
intentou no seu coração não se contaminar (Dn 1.8); (b) ao serem obrigados a se prostrar diante da estátua do rei
Nabucodonosor, não se curvaram para a adorar a imagem (Dn 3.1-30); (c) diante do decreto real e sua sentença, Daniel
perseverou em oração (Dn 6.10). Ele preferiu ser jogado na cova dos leões, e como recompensa foram honrados nas mais
diversas áreas (Dn 1.17-21; 3.28-30; 6.21-28).
CONCLUSÃO
Por ocasião da Queda, o pecado afetou o relacionamento do homem com Deus, consigo mesmo e com o próximo.
Mas, a partir da conversão, o Espírito Santo passa a habitar no crente e a produzir o fruto do Espírito, com suas virtudes
morais e espirituais, dando-lhe condições de viver em novidade de vida e de obter o caráter e a natureza de Cristo, que é
fiel e verdadeiro.
REFERÊNCIAS
• CHAMPLIN, Norman. Enciclopédia de Bíblia Teologia e Filosofia. HAGNOS.
• GILBERTO, Antônio. O Fruto do Espírito.CPAD.
• GOMES, Oziel. As Obras da Carne e o Fruto do Espírito Santo. CPAD.
• STAMPS, Donald C. Bíblia de Estudo Pentecostal. CPAD.
• TYNDALE, Dicionário Bíblico. GEOGRÁFICA.
• VINE, W.E et al. Dicionário Vine. CPAD.
• WILLMINGTON, Harold L.Guia de Willmington para a Bíblia-Vol.2. ACADÊMICO.