Resumos Seminário Pentecostalismo
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Há um pentecostalismo católico?.........................................................................10
Bibliografia:.............................................................................................................. 12
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Aula 01
2. De acordo com São João “Deus é Espírito” (Jo 4, 24), assim para falarmos
da Terceira Pessoa da Santíssima Trindade, que é Deus com o Pai e com o
Filho, devemos partir dos efeitos para chegar a Causa, com a distinção de
que nesse ponto não falamos em termos de uma Teologia Natural, pois é
justamente fruto da Revelação as intuições acerca das Pessoas da Trindade.
Assim, de acordo com as Sagradas Escrituras o próprio Cristo se refere ao
“Espírito da Verdade” que “permanece convosco e em vós”(cf. Jo 14, 17),
“vos ensinará tudo e vos recordará tudo” (Jo 14, 26), “dará testemunho de
mim” (Jo 15, 26), “convence sobre o pecado, a justiça e o juízo” (Jo 16, 8),
“vos guiará na verdade plena… vos anunciará as coisas futuras” (Jo 16, 13),
“me glorificará” (Jo 16, 14). Também encontraremos que “Ele é vento” (At
2, 2), “línguas de fogo” (At 2, 3). Por um lado, a expressão “Santo” se apli-
ca a tudo o que se refere a Deus, no entanto na Tradição e nos Padres da
Igreja essa palavra serve para nomear especificamente a Terceira Pessoa da
Santíssima Trindade: Espírito Santo. Santo Tomás de Aquino, a esse res-
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peito, entende que como nós desde o ponto de vista da limitação de nossa
linguagem não temos nenhum outro termo para designar com propriedade
e individualizar a Terceira Pessoa da Santíssima Trindade, por conveniên-
cia utilizamos deste termo de maneira acomodatícia para referi-lo, ainda
que em sentido absoluto toda a Trindade enquanto tal seja “Espírito” e seja
“Santo”. Também nas Escrituras, sempre que Jesus fala sobre o Espírito
Santo de Deus se refere ou a atividades intelectuais (São João) ou a potên-
cias divinas, dinamismo, poder (Sinóticos). O Filho se refere ao Espírito de
maneira categórica apontando que sua missão é remeter-nos a si: se Cristo
se identificou como Caminho, Verdade e Vida e se o Espírito Santo é o Es-
pírito da Verdade, logo o Espírito Santo é o Espírito de Cristo. Para além
dos Evangelhos, no Antigo Testamento o Espírito aparece já em Gênesis
como ordenador, como aquele que coloca ordem no caos da Criação. Assim
temos três referenciais ao Espírito: aquele que nos leva a Verdade plena,
aquele que confere poder e aquele confere ordem às coisas.
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preenchido pela força do Espírito e por Ele é ordenado e sustentado. Uma
outra imagem bem oportuna é como sendo o “Dedo de Deus”, pois no Li-
vro do Exodo temos o relato de que a Lei de Deus foi escrita nas Tábuas
pelo seu dedo (cf. Ex 31); Jeremias depois dirá que Deus escreverá com seu
dedo nos nossos corações sua Lei (cf. Jr 31), de maneira que São Paulo afir-
ma que a Nova Lei, as Bem- Aventuranças e a vida nova em Cristo, estão em
nós inscritas pelo Dedo de Deus (cf. 2 Cor 4).
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Aula 02:
1. “Quem crer e for batizado será salvo, mas quem não crer será condenado.
Estes milagres acompanharão os que crerem: expulsarão os demônios em
meu nome, falarão novas línguas, manusearão serpentes e, se beberem al-
gum veneno mortal, não lhes fará mal; imporão as mãos aos enfermos e eles
ficarão curados”(Mc 16, 16-18). Essa passagem deixa claro que os carismas
são de fato dons que Nosso Senhor prometeu como fruto de seu Espíri-
to e não há que ser relativizado. Em Atos dos Apóstolos temos a narração
do fenômeno do Pentecostes a partir do capítulo 02, e o testemunho da
Efusão dos dons do Espírito; São Paulo desenvolve os temas dos carismas
principalmente nos capítulos de 12 a 14 da primeira carta aos Coríntios.
Na história da Igreja, temos o relato de São Justino (+ 165), Santo Irineu (+
200), Tertuliano (+ 258) testemunham em sua época a existência dentre a
comunidade cristã dos referidos dons do Espírito. A partir do século IV es-
ses carismas aparecerão relacionados com a vida monástica. Ainda na vida
dos cristãos da Idade Média teremos relatos relacionados, como na vida de
São Francisco de Assis, São Domingos de Gusmão. É de se notar e esses re-
latos também apontam para que esses fenômenos cada vez mais tornem-se
raros, e um autor desconhecido de meados dos séc II ou III chegou a dizer
que a o fenômeno de línguas de Pentecostes diria respeito a quantidade de
nações as quais o Cristianismo se dirigiria significando sua universalidade,
de maneira que a diminuição da manifestação desse dom na vida da Igreja
deve se dar ao fato de que ela estaria já presente nesses povos e nações, ou
seja, aquilo que em Pentecostes se verificou já estaria se realizado na cris-
tandade. Deste modo, nosso autor diria para alguém que lhe perguntasse:
“Você não tem o dom das línguas?” “Tenho, afinal eu pertenço ao Corpo de
Cristo que fala à todas as línguas”.
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2. Na tensão entre catolicismo e cristianismo, alguns movimentos protestan-
tes como o dos anabatistas defenderam uma igreja menos restrita às nor-
mas litúrgicas, na defesa de uma maior espontaneidade de culto por uma
igreja mais carismática e pentecostal, donde se manifestavam algumas das
características do pentecostalismo; na Inglaterra surgiu o movimento dos
quakers, palavra que significa literalmente “tremer”, em virtude da manei-
ra de orar que seu fundador George Fox foi conhecido também manifes-
tando os carismas; na Alemanha surgiu o pietismo em que se verificava o
falar em línguas; no entanto, John Wesley é a figura mais representativa,
fundador do movimento metodista, onde se difundiu o chamado batismo
do Espírito Santo. O atual movimento pentecostal surge, então, a partir do
século XVIII com os metodistas de onde surgirão várias formas e ramifi-
cações, como os holiness que pregavam o avivamento. Já no século XX dois
grandes representantes são Charles Fox Parham e Willian Saymour que en-
cabeçaram o pentecostalismo nos Estados Unidos de modo a aparecerem
igrejas dentro do contexto protestante que aderiram ao pentecostalismo
carregando o título de “renovadas”.
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própria presença divina e perifericamente, na inteligência e vontade, as
capacidades da alma são pela divina graça permeadas donde surgem Fé,
Esperança e Caridade. São Paulo concatena esses assuntos nos capítulos de
12-14 da carta aos Coríntios: no cap. 12 fala sobre os carismas, no 14 sobre
a profecia e o cap. 13 trata da graça santificante como centro das graças
extraordinárias. A graça santificante é aquela gratum factiens, quer dizer,
que nos faz agradáveis a Deus; é o selo que marca a alma dos que correspon-
dem a vida beata e se lhes é aberto o caminho aos céus. Essa é portanto dita
habitual pelo fato de que o próprio Espírito Santo garante a presença cons-
tante na vida trinitária. Mas existe também outras ações do Espírito que
não são habituais, por isso ditas extraordinárias, as graças gratis datae, isto
é, graças dadas de graça: aquelas as quais Deus confere em sua liberdade a
quem quer, quando e na medida em que quiser, ou que simplesmente não
as concede visto o fato de não serem necessárias para a salvação, ao contrá-
rio da graça santificante habitual, e são essas últimas, enfim, que devemos
identificar como graças carismáticas. Essas graças carismáticas, entretanto,
não dependem tanto do estado de graça, mais funcionam como meio para
se alcançar a santidade; é bem significativo, por exemplo, o relato de Atos
10, 44-48 onde o centurião pagão Cornélio manifesta o dom de línguas
antes mesmo de ser batizado. Não é, pois, de se estranhar que inclusive nas
seitas pentecostais e nas igrejas protestantes haja de fato a ação carismáti-
ca do Espírito Santo. Pelos próprios testemunhos das Escrituras podemos
concluir que, ainda que Deus prefira a ação dos carismas aos santos, como
também identificamos no estudo histórico, não se restringem a eles essa
manifestação extraordinária, como também aqueles que tão logo foram ba-
tizados por São Paulo em Atos 19 já profetizam e falam em línguas, ainda
que fossem pouco experimentados na Fé e na Caridade, na vida da Igreja.
4. Enfim, sem relativizar a ação da graça, na lógica das Escrituras não se deve
negar a possibilidade do influxo dos carismas inclusive em não católicos;
essas manifestações, no entanto, não necessariamente significam a santi-
dade enquanto tal, pois são meios para a santidade. Assim, muitos são os
relatos das conversões sinceras vindas do contexto do pentecostalismo e
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aqueles que buscam com sinceridade a vontade de Deus podem participar,
ainda que não de maneira habitual, dos efeitos da graça e da vida em Deus.
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Aula 03
Há um pentecostalismo católico?
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à confusão gerada pela Teologia da Libertação, na busca do avivamento
da oração, da imersão nas Sagradas Escrituras, etc. Foi surgindo natural-
mente os grupos maiores que formaram as novas comunidades ajudando a
difundir ainda mais o movimento. É de se afirmar também que as chama-
das “missas carismáticas” acabaram, em contrapartida, a minar a força dos
grupos de oração.
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Bibliografia:
1. Lucas F. Mateo Seco, Dios uno y Trino, Pamplona: EUNSA, 3ª ed., 2016
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