Introdução A Botanica Sistemática

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Botânica Sistemática

TAXONOMIA E SISTEMÁTICA
A classificação dos seres vivos feita atualmente está relacionada a processos evolutivos
que só começaram a ser mais aceitos a partir de 1959 com a publicação do livro de Charles
Darwin (1809-1882) intitulado A origem das espécies.

Ainda que muitas vezes os termos taxonomia e sistemática sejam tratados como
sinônimos, há pesquisadores que preferem restringir taxonomia apenas ao trabalho de nomear
e descrever espécies ou outras categorias taxonômicas, aplicando o termo sistemática para um
campo mais amplo, que inclui a taxonomia e o estudo das relações evolutivas (filogenia) entre
os diferentes grupos de seres vivos.
Os sistemas de classificação que não se baseiam em relações de parentesco evolutivo entre
os grupos de seres vivos são considerados artificiais, enquanto os sistemas que procuram
compreender essas relações são chamados naturais. Um grande marco na classificação dos
seres vivos foi estabelecido a partir dos trabalhos do médico e professor sueco Karl von Linné
(1707-1778), cujo nome em português é Lineu.

No sistema de Lineu, a unidade básica da classificação é a espécie, entendida por ele como
um grupo de seres vivos semelhantes a um tipo ideal e imutável. Espécies semelhantes são
agrupadas em um mesmo gênero. Gêneros semelhantes são agrupados em uma mesma família.
Famílias são agrupadas em ordens, que são agrupadas em classes, que são agrupadas em filos
ou divisões, que são agrupados em reinos.

Figura 1:Diagrama representando a hierarquia das categorias taxonômicas (ou táxons).

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Além dessas, muitas vezes utilizam-se categorias intermediárias e não obrigatórias, como
subfilo, infraclasse, superordem, subordem, superfamília, subfamília subgênero. Outra
categoria taxonômica não obrigatória e inferior à espécie é a subespécie.Lineu também
estabeleceu regras de nomenclatura que são utilizadas até hoje.

Nomenclatura das Espécies


O nome da espécie é sempre duplo, formado por duas palavras escritas em itálico ou
sublinhadas. Usam-se sempre palavras em latim, que era a língua falada pelas pessoas cultas
na época de Lineu. A primeira palavra corresponde ao nome do gênero e sempre deve ser
escrita com letra inicial maiúscula. A segunda palavra corresponde ao epíteto específico —
palavra que especifica o gênero. Esta deve ser escrita sempre com inicial minúscula.

Como exemplo, vamos escrever o nome científico da Mangueira. O gênero ao qual pertence
a espécie da abacateira é denominado Mangífera. O epíteto específico é indica. Assim, o nome
da espécie é Mangífera indica.

As regras de nomenclatura facilitam a comunicação entre pessoas de diferentes nacionalidades


e idiomas. A espécies Abacateira será Mangífera indica, em qualquer idioma: português,
inglês, alemão, espanhol etc.

DOMÍNIO ARCHAEA
Entre os três domínios, este é o menos estudado e conhecido. Há muito ainda por descobrir.
Embora a maioria das arqueas seja extremófila, pois vivem em locais onde as condições são
extremas inadequadas para outros seres vivos, há registros de arqueas vivendo em ambientes
onde as condições não são adversas.

Entre as arqueas de especial interesse estão as metanogênicas, as halófilas extremas (halo =


sal; filo = que tem afinidade por) e as termófilas extremas (termo = calor) e as acidófilas (vivem
em locais com Ph baixo, como por exemplo 2).

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As metanogênicas recebem esse nome por produzirem o gás metano (CH4) como um
subproduto de seu metabolismo; são anaeróbias estritas, ou seja, não podem viver na presença
de gás oxigênio. São comuns no intestino de ruminantes e de seres humanos, causando
flatulência. Ocorrem também nos pântanos, em sedimentos anóxicos (sem oxigênio) e ricos em
matéria orgânica presentes no fundo de lagos e mares e no solo de florestas. Há espécies que
vivem em rochas próximo a fontes de água muito quente, vários quilômetros abaixo da
superfície, em geleiras, no solo quente do deserto e em muitos outros locais sem oxigênio
(anóxicos), como aterros sanitários. Em algumas estações de tratamento de lixo, o metano
produzido por essas arqueas tem sido canalizado para ser usado como gás combustível. Com
relação à reprodução, esses organismos parecem apresentar apenas bipartição. Não são
conhecidos mecanismos que envolvam transferência de material genético, sendo que a
variabilidade genética deve surgir só por mutação.

DOMÍNIO BACTERIA
Espécies do Domínio Bacteria podem ser encontradas em grande diversidade de ambientes.
À semelhança das arqueas, há espécies que vivem em vários locais onde a maioria dos seres
vivos não consegue se estabelecer, como no interior de geleiras, na água acumulada em regiões
profundas da crosta, em vulcões e nuvens, e também em fontes termais, estejam elas na
superfície ou nas profundezas oceânicas (fontes termais submarinas), onde as temperaturas
variam entre 65 oC e 95 oC. Há inclusive algumas espécies tolerantes a altos níveis de radiação
ultravioleta e de radiação gama e ao peróxido de hidrogênio (água oxigenada), que são agentes
mutagénicos nocivos aos demais seres vivos.

Diversidade morfológica em procariontes

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Apenas os cocos e, mais raramente, os bacilos podem formar colônias. As colônias de cocos
formam arranjos típicos para espécies particulares de bactérias. Veja na figura 3.5 como esses
arranjos podem ser:

Reprodução nas bactérias


As bactérias (incluindo as cianobactérias) apresentam alto poder de reprodução assexuada
por bipartição: uma célula divide-se em duas geneticamente iguais. Por esse processo, em
algumas horas, sob condições ambientais adequadas, uma única bactéria pode dar origem a
milhares de descendentes geneticamente idênticos entre si (clones). Por divisão das células, as
formas coloniais crescem. É comum entre as bactérias a formação de estruturas de resistência,
os esporos. Ainda não se sabe se nas cianobactérias há mecanismos, além das mutações
gênicas, que aumentem a variabilidade genética. Para as demais bactérias, três mecanismos são
bem conhecidos:
Conjugação: duas bactérias unem-se e estabelecem entre si uma ponte citoplasmática de
transferência. Uma delas, chamada “doadora”, duplica parte de seu DNA e doa essa parte para
a outra bactéria, que é chamada “receptora” (Fig. 3.10);

Figura 2: Conjugação em bactérias.

Transformação: uma bactéria absorve moléculas de DNA disponíveis no meio e as incorpora


ao seu DNA. Essas bactérias ficam então com constituição genética modificada e são chamadas
transformadas.

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Figura 3: Transformação em bactérias.

Transdução: transferência de genes de uma bactéria para outra por intermédio de vírus. Caso
essa bactéria sobreviva à infecção viral, passará a apresentar novas características, que serão
transmitidas a seus descendentes.

As bactérias e a saúde humana


As bactérias são agentes etiológicos de diversas doenças.

Cólera
Agente etiológico: Vibrio cholerae.
Modo de transmissão: ingestão de água ou de alimentos contaminados pela bactéria.
Características da infecção: diarreia acentuada com fezes em “água de arroz”, vômitos e
cãibras. Sem tratamento, pode ocorrer morte por desidratação e paralisia dos rins.
Medidas profiláticas: tratamento dos doentes; saneamento básico; consumo somente de água
potável (fervida ou clorada e filtrada); higienização de verduras e frutas; consumo apenas de
frutos do mar bem cozidos.

Sífilis
Agente etiológico: Treponema pallidum.
Modo de transmissão: por via sexual (relação sexual com pessoa contaminada); por via
congênita (contaminação do feto por meio da placenta de mães portadoras da bactéria).
Características da infecção: inflamação na pele e nos ossos, doenças respiratórias,
esterilidade; pode causar a morte do feto, ou este pode nascer normal e apresentar sintomas da
doença na infância.
Medidas profiláticas: tratamento dos doentes; uso de camisinha nas relações sexuais.

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Tétano
Agente etiológico: Clostridium tetani.
Modo de transmissão: os esporos desse bacilo são encontrados principalmente no solo. Podem
penetrar no corpo humano quando ocorre uma lesão causada por objetos contaminados.
Características da infecção: os bacilos liberam uma neurotoxina que desencadeia
principalmente fortes contrações musculares; pode ocorrer parada respiratória e/ou cardíaca.
Medidas profiláticas: vacinação, com reforço a cada 10 anos; evitar ferimentos, especialmente
com objetos sujos de terra ou esterco; cuidados higiênicos durante o parto.

Tuberculose
Agente etiológico: Mycobacterium tuberculosis (bacilo de Koch).
Modo de transmissão: inalação de gotículas espalhadas no ar pela fala, pelo espirro e pela
tosse de pessoa contaminada pela doença.
Características da infecção: atinge os pulmões, provocando infecções; pode passar para o
sangue e a linfa, atingindo outras estruturas do corpo, como fígado, baço, medula óssea, rins e
sistema nervoso.
Medidas profiláticas: vacinação (BCG) e tratamento dos doentes.

CIANOBACTÉRIAS
As cianobactérias, chamadas assim devido a sua pigmentação azul-esverdeada (ciano)
característica, já foram denominadas algas azul-esverdeadas. As cianobactérias podem ser
desde unicelulares microscópicas até filamentosas e visíveis sem o auxílio de equipamentos.
Embora elas se pareçam com as algas eucarióticas e muitas vezes ocupem os mesmos nichos
ambientais, esse nome é equivocado, pois são bactérias e as algas não. Contudo, as
cianobactérias realizam fotossíntese oxigênica, assim como as plantas e as algas eucarióticas.
Outro atributo é a capacidade que certas espécies têm de fixar o nitrogênio atmosférico,
processo realizado por células especiais, não clorofiladas, maiores que as demais denominadas
de (Heterocisto).

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Figura 4: Cianobactérias filamentosas mostrando heterocistos.

Evidências indicam que as cianobactérias oxigênicas tiveram um papel importante no


desenvolvimento da vida na Terra, que originalmente tinha pouco oxigênio livre para dar
suporte à vida como conhecemos. Evidências de fósseis indicam que, quando as cianobactérias
apareceram, a atmosfera continha somente 0,1% de oxigênio livre. Quando as plantas
eucarióticas produtoras de oxigénio. gênio apareceram milhões de anos mais tarde, a
concentração de oxigênio era de mais de 10%. O aumento provavelmente foi resultado da
atividade fotossintética das cianobactérias.
As espécies que crescem na água geralmente têm vacúolos gasosos que fornecem um meio
de flutuação, ajudando a célula a se deslocar até um ambiente favorável. As cianobactérias que
se movem em superfícies sólidas utilizam a motilidade por deslizamento.
As cianobactérias são morfologicamente variadas. Elas vão desde formas unicelulares que
se dividem por fissão binária simples até formas coloniais que se dividem por fissão múltipla
e formas filamentosas que se reproduzem por fragmentação dos filamentos. As formas
filamentosas geralmente exibem alguma diferenciação das células, que muitas vezes estão
unidas dentro de um envelope ou bainha.

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