Gestao Da Qualidade e Produtiv
Gestao Da Qualidade e Produtiv
Gestao Da Qualidade e Produtiv
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Capítulo 4 Controle Estatístico do Processo (CEP)
Contextualização
Você já deve ter observado que, embora os produtos aparentemente
sempre sejam iguais, podemos dizer que não, pois os processos produtivos
apresentam variações, oriundas de diversas fontes. Por este motivo, o uso de
ferramentas e técnicas estatísticas é cada vez mais presente nas empresas,
tendo como objetivo a redução de custos e o aumento da qualidade e da
produtividade, tornando as organizações cada vez mais competitivas no
mercado em que estão inseridas. Essa técnica é conhecida como Controle
Estatístico do Processo (CEP).
Conceitos do CEP
Como vimos no capítulo I, Shewhart, na década de 1930, foi o pioneiro a
colocar em prática, nas fábricas, alguns conceitos básicos de Estatística,
Metodologia Científica e Controle Estatístico de Processo (CEP). (GARVIN, 1997).
Segundo Samohyl (2005), atualmente todas as fábricas no mundo aplicam pelo Com o
menos uma ferramenta de CEP para a melhoria dos processos industriais. desenvolvimento da
produção ao longo
Os gráficos de controle foram desenvolvidos pelo Dr. Walter Shewart, a dos anos, essa
partir da necessidade de analisar e encontrar soluções para os problemas de ferramenta passou a
ser ideal, pois tornou
qualidade e, com isto, esta ferramenta ganhou sua devida importância. Com o
eficiente, seguro e
desenvolvimento da produção ao longo dos anos, essa ferramenta passou a
rápido o controle e
ser ideal, pois tornou eficiente, seguro e rápido o controle e aperfeiçoamento
aperfeiçoamento dos
dos processos produtivos. processos produtivos.
O CEP permite que, “por meio de pequenas amostras, tenhamos a
possibilidade de inferir no comportamento do lote de produção, tomando
ações que evitem a ocorrência de problemas, através da prevenção”.
(FARIA et. al, 2008).
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tanto se utiliza o desvio-padrão, que pode verificar se o produto está ou não O desvio-padrão
saindo dentro das especificações. é uma medida
de tendência que
O desvio-padrão é uma medida de tendência que representa como os representa como os
dados se espalham ao redor da média. O desvio-padrão é a mais importante dados se espalham ao
das medidas de dispersão, uma vez que é utilizado em conjunção com redor da média.
numerosos métodos de interferência estatística. (STEVENSON, 2001, p. 51).
Desta maneira:
Portanto,
= 0,8
Portanto, = 3,4
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Essa variabilidade Por consequência, essa variabilidade de valores, ou essa dispersão, pode
de valores, ou essa definir a qualidade de forma mensurável, de modo que podemos discutir e
dispersão, pode definir analisar com os colegas os dados obtidos.
a qualidade de forma
mensurável. Conforme Samohyl (2005, p. 268), “a média dos quadrados dos desvios
leva o nome técnico de variância. Para chegar a uma medida de desvio médio
é necessário aplicar a raiz quadrada à variância. Esse desvio médio recebe
outro nome em estatística, o desvio-padrão”.
5 5–6 -1
7 7–6 1
6 6–6 0
5 5–6 -1
6 6–6 0
7 7–6 1
6 6–6 0
TOTAL 0
Fonte: Os autores.
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Para aprofundar seus conhecimentos sobre estes conceitos,
sugiro a leitura deste artigo:
Atividade de Estudos:
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Gráficos de Controle
Gráficos de O emprego dos gráficos de controle, diferentemente da inspeção após
controle possibilita a produção, possibilita o controle da qualidade durante a manufatura, ou seja,
o controle da os gráficos de controle exibem um enfoque na detecção dos defeitos e ação
qualidade durante corretiva imediata, caso alguma falha seja detectada. Desta forma, ao impedir
a manufatura, ou a saída de produtos imperfeitos, pode ser considerado como um método de
seja, os gráficos
caráter preventivo (DEMING, 1990).
de controle exibem
um enfoque na
Os gráficos de controle apresentam os dados coletados em ordem
detecção dos
defeitos e ação cronológica da distribuição amostral, sendo um método de detecção das
corretiva imediata, causas assinaláveis, ou seja, causas incomuns que, agindo no processo,
caso alguma falha provocam alta variabilidade na saída (resultado do processo).
seja detectada.
Em consonância com Samohyl (2005, p. 268), os gráficos de controle
são muito importantes, e este autor conceitua que “o desvio-padrão de uma
coleção de médias recebe o nome de erro-padrão e é igual ao desvio-padrão
dividido pela raiz quadrada do tamanho da amostra”.
Portanto, na prática nós sabemos que estes valores não devem ser muito
superiores ou inferiores da média da distribuição, caso contrário haverá a
necessidade de interrupção e a tomada de alguma ação corretiva. Mas, você
sabe de quais valores estamos falando?
Você poderá visualizar melhor como isto funciona observando a Figura 15.
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Para avaliar se os resultados estão conforme a aceitabilidade do processo,
as amostras devem ser comparadas com uma curva de distribuição normal,
que é predeterminada, assim como os seus desvios-padrão. Todavia, se os
resultados obtidos não estiverem de acordo com o aceitável, ações corretivas
eficazes devem ser tomadas para eliminar o problema. Contudo, devemos
acompanhar o processo por tempo suficiente para que a capabilidade, Aceitabilidade da
ou seja, esta aceitabilidade da variação do processo, esteja assegurada. variação do processo,
Posteriormente veremos o estudo da capabilidade. esteja assegurada.
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Tabela 3 - Amostras
Amostras Peso 1 (Kg) Peso 2 (Kg) Peso 3 (Kg) Peso 4 (Kg) Média (Kg) Amplitude
1 2,106 2,106 2,198 2,152 2,1405 0,092
2 2,088 2,144 2,14 2,146 2,1295 0,058
3 2,19 2,176 2,158 2,2 2,181 0,042
4 2,142 2,148 2,138 2,134 2,1405 0,014
5 2,15 2,14 2,166 2,192 2,162 0,052
6 2,076 2,148 2,166 2,128 2,1295 0,09
7 2,144 2,148 2,136 2,138 2,1415 0,012
8 2,164 2,158 2,08 2,162 2,141 0,084
9 2,096 2,084 2,08 2,146 2,1015 0,066
10 2,078 2,07 2,104 2,148 2,1 0,078
11 2,144 2,084 2,166 2,2 2,1485 0,116
12 2,144 2,132 2,066 2,194 2,134 0,128
13 2,066 2,166 2,174 2,168 2,1435 0,108
14 2,186 2,164 2,154 2,144 2,162 0,042
15 3,354 3,432 3,658 3,462 3,4765 0,074
16 2,182 2,178 2,16 2,166 2,1715 0,022
17 2,146 2,132 2,17 2,174 2,1555 0,042
18 2,09 2,202 2,16 2,152 2,151 0,112
19 2,184 2,182 2,198 2,146 2,1775 0,052
20 2,146 2,106 2,198 2,16 2,1525 0,092
21 2,162 2,19 2,062 2,05 2,116 0,14
22 2,056 2,168 2,176 2,164 2,141 0,12
23 2,166 2,21 2,124 2,212 2,178 0,088
24 2,156 2,156 2,104 2,106 2,1305 0,052
25 2,21 2,11 2,144 2,142 2,1515 0,1
TOTAL 53,638 1,876
Fonte: os autores.
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Capítulo 4 Controle Estatístico do Processo (CEP)
Podemos observar nesses gráficos que todos os pontos estão dentro dos
limites de controle, entretanto, temos dois pontos muito próximos do Limite Inferior
de Controle, o que pode estar representando uma anormalidade no processo.
RESUMO:
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http://serv-bib.fcfar.unesp.br/seer/index.php/Cien_Farm/article/
view/380/364
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Capítulo 4 Controle Estatístico do Processo (CEP)
b) Gráficos de Atributos
Os gráficos de controle de atributos somente serão utilizados nos casos Os gráficos de controle
em que desejarmos controlar alguma característica que pode ser contada, de atributos somente
como, por exemplo, a quantidade de peças defeituosas em uma amostra. Estes serão utilizados
podem ser classificados em dois tipos de gráficos de controle de atributos: nos casos em que
um que conta a proporção de itens defeituosos de uma amostra (gráfico p) e desejarmos controlar
outro que conta o número de defeitos por unidade (gráfico c). alguma característica
que pode ser contada.
Exemplo adaptado de Samohyl (2005): Uma empresa fabrica canetas
esferográficas customizadas com a logomarca do cliente. As canetas vêm
recebendo reclamações e o gerente da linha de produção toma a iniciativa
de implantar a utilização de um gráfico de controle na linha, e o gráfico
utilizado é o gráfico de percentagem (p) de itens defeituosos. O gráfico exige
tamanho de amostra grande, dessa forma foram coletadas 100, para facilitar a
conversão do número de defeituosas em percentagem. Depois de três turnos
de amostragem, foram coletados dados em 34 subgrupos.
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24 6 100 6
25 2 100 2
26 5 100 5
27 6 100 6
28 9 100 9
29 2 100 2
30 3 100 3
31 9 100 9
32 7 100 7
33 5 100 5
34 4 100 4
Média 5,12 100 5,12
Fonte: Adaptado de Samohyl (2005, p. 285).
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Engenheiro estatístico que desenvolveu métodos estatísticos no Ocidente Sempre vale a pena
na década de 80, a qualidade é definida pelas perdas que o produto impõe reduzir, através de
à sociedade, e sempre vale a pena reduzir, através de aperfeiçoamento aperfeiçoamento de
de projetos, a variação dos produtos em relação às dimensões ótimas projetos, a variação
especificadas, mesmo que esta variação encontre-se dentro dos intervalos de dos produtos em
tolerância do projeto. relação às dimensões
ótimas especificadas,
mesmo que esta
O autor também propõe que as perdas impostas à sociedade crescem
variação encontre-se
de forma quadrática à medida que o valor de parâmetro de importância se
dentro dos intervalos
afasta do valor considerado ótimo. Taguchi observa que, “do ponto de vista de tolerância do
do cliente, não há diferença substancial entre um produto reprovado por estar projeto.
ligeiramente acima do limite de tolerância e aquele que foi aprovado estando
ligeiramente abaixo dele, pois as perdas em cada uma das situações são
substancialmente iguais”. (apud CORRÊA; CORRÊA, 2005, p.127).
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Algumas Considerações
A qualidade não se limita apenas em atender todas as necessidades do
cliente, mas também a otimização do processo, de modo que tenha o mínimo
de desperdício e retrabalho, reduzindo custos, e que se evite a variabilidade do
produto, assim como a do processo. Sendo assim, o uso das ferramentas de
controle estatístico do processo sempre traz benefícios para quem as aplica.
Referências
CORRÊA, Henrique L.; CORRÊA, Carlos A. Administração de Produção
e de Operações: Manufatura e serviços – uma abordagem estratégica. São
Paulo: Atlas, 2005.
EQUIPE GRIFO. O sistema ISO 9000 na prática. São Paulo: Pioneira Série
Qualidade Brasil,2001.
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