Book 5 - Análise e Viabilidade de Projetos

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Análise e Viabilidade de Projetos

5. Ponto de equilíbrio e análise econômico


conômico-financeira

Resumo

É importante que o gestor de um projeto conheça o equilíbrio entre a geração de receita e os insumos
consumidos para gerá-la.

Este capítulo traz análises sobre os custos fixos e variáveis parao cálculo do ponto de equilíbrio em
recurso financeiro e em quantidade.

5.1. Objetivos

Conhecer o ponto de equilíbrio;


Custos fixos; e
Custos variáveis.

5.2. Ponto de equilíbrio

Uma informação importante para verificação dos custos e perspectivas de ganho é o ponto de equilíbrio.
Ponto de equilíbrio é um conceito das finanças que faz referência ao nível de vendas em que os custos
fixos e variáveis se encontram cobertos ou pagos pela receita da venda do produto ou serviço
correspondente.. Em outras palavras, a empresa, no seu ponto de equilíbrio, tem um benefício que é
igual a zero (não ganha dinheiro, mas também não perde).

Portanto, no ponto de equilíbrio, a companhia consegue cobrir os seus custos. Ao aumentar as suas
vendas, conseguirá se situar acima do ponto de equilíbrio e obterá um benefício positivo. No entanto, se
as suas vendas registrarem valores abaixo do ponto de equilíbrio, isto é, se sofrem uma redução no
período, ocorrerão perdas.

Então, antes de fixar os preços, é preciso descobrir se a corporação é lucrativa ou não na comercialização
de seus produtos, então se deve fazer a análise do ponto de equilíbrio, que é baseada na proposição de
que os custos da atividade negocial podem ser divididos
divididos em duas amplas categorias: os custos fixos e os
variáveis em relação ao volume de vendas. Os custos fixos não variam quando as vendas sobem e
descem. Como exemplos exemplo é possível citar os salários dos empregados, aluguel do imóvel, etc.

Os custos
os variáveis estão diretamente associados ao volume de vendas: sobem à medida que as vendas
crescem e caem quando as vendas declinam. Como exemplo deste tipo de custos, temos os pagamentos
de compras de mercadorias, fretes, impostos, etc.
Mas, para que a empresa possa realizar a análise do ponto de equilíbrio, é importante que sejam
observadas as seguintes etapas:

a) Relacionar os custos com as vendas do período. Para calcular o volume de vendas do ponto de
equilíbrio, três informações do período em análise, são necessários:

• Os custos fixos totais.


• Os custos variáveis totais.
• As vendas totais associadas com esses custos.

b) Com estas informações, podemos aplicar a fórmula do ponto de equilíbrio:

Fonte: Elaboração e Análise de Projetos

A fórmula é simples e, para aplicá-lala, basta associar o total dos custos variáveis e dividí-los
divid pelo volume
total de vendas relacionadas com estes custos. Isto deve resultar em uma fração menor do que o número
1. Subtraia esta fração de 1 e o resultado deve ser outra fração menor que 1. Então, divida os seus custos
fixos totais por essa última fração e o resultado será o volume de vendas dodo ponto de equilíbrio.

Exemplo: Digamos que a empresa tenha o seguinte resultado no período de um mês:

B (custos fixos totais) = R$ 500,00


C (custos variáveis totais) = R$ 2.300,00
D (vendas totais) = R$ 3.400,00

Aplicando a fórmula do ponto de equilíbrio,


equilíbr ficaria assim:

1° Passo: Aplique os valores na fórmula do ponto de equilíbrio:

A = 500,00 ÷ (1 – 2.300,00 ÷ 3.400,00) = 1.545,59

2° Passo: Divida os custos variáveis totais pelas vendas totais:

2.300,00 ÷ 3.400,00 = 0,6765


Isto significa que para cada R$ 1,00 de vendas, incidem 67 centavos de custos variáveis.

3° Passo: Subtraia de 1 a fração encontrada no passo anterior:

1 – 0,6765 = 0,3235

A fração resultante é 0,3235, ou seja, para cada R$ 1,00 de vendas, 32 centavos estão
estã disponíveis para
cobrir os custos fixos.

4° Passo: Divida o total dos custos fixos por 0,3235:

500,00 ÷ 0,3235 = 1.545,59

O resultado é um ponto de equilíbrio de R$ 1.545,59.

5° Passo: Subtraia das vendas totais o valor encontrado no passo anterior:


ante

3.400,00 – 1.545,59 = 1.854,41

Portanto, o volume de vendas necessário para o equilíbrio é de R$ 1.854,41 menor que o volume de
vendas alcançado no período que é de R$ 3.400,00, neste caso a empresa é considerada lucrativa.
luc

No entanto, se o ponto de equilíbrio for maior que o volume de vendas efetivamente realizado, isso
significaria que a companhia não é lucrativa, gerando um prejuízo, que deve ser imediatamente avaliado
e tomadas a ações necessárias para reversão do quadro financeiro.

Caso a empresa mantenha elevados seus custos variáveis, sem margens de lucro, quanto maiores forem
as vendas, maiores serão os seus prejuízos.

Por este motivo,, é importante calcular os preços, o markup dos produtos e revisar constantemente os
demais custos da empresa.

Para
ara sanar esse problema, se somente forem aumentadas as margens de lucros, é preciso levar em
consideração se o cliente está disposto a pagar o valor do produto, e se os concorrentes não oferecem o
mesmo produto por preços mais reduzidos,
reduzidos conforme discutido no book 4.

5.3. A fixação de preços

Na hora de definir os preços, a empresa não pode perder de vista o binômio competitividade e
lucratividade, a harmonia entre o preço possível e o necessário para financiar o capital de giro da
empresa, formar reservas, realizar investimentos e remunerar o capital investido.

A fixação dos preços é diretamente influenciada por fatores externos e internos. Entre os fatores
externos, é preciso considerar não só o quanto os clientes estão dispostos a pagar, como, também, a
abundância ou escassez de matérias-primas,
matérias rimas, que influem diretamente no custo do produto, e o cenário
econômico do momento que pode estimular ou inibir o consumo, e especialmente a atuação da
concorrência.

Entre os fatores internos a serem considerados estão a margem de lucro desejada, a capacidade
capac de
venda, o endividamento e a estrutura dos custos fixos da empresa.

Entretanto,, antes de remarcar preços, vários aspectos precisam ser considerados, a começar pelos
possíveis reflexos sobre as vendas. Aumentos
Aumentos de preços normalmente implicam em redução nas vendas,
que será menor para produtos diferenciados, dirigidos para as pessoas com o poder aquisitivo mais alto e
em segmentos nos quais houver concorrências reduzidas.

Ainda, é preciso considerar a estratégia adotada pela corporação,, se ela pretende trabalhar
tr com
produtos segmentados ou diferenciados, poderá praticar preços mais altos do que os de mercado, desde
que invista na divulgação destes diferenciais; o mesmo acontece se ela for a principal fornecedora de
determinados tipos de produtos. No entanto,
entanto, caso ofereça produtos massificados aos seus associados e
clientes, será obrigada a ter preços mais competitivos do que os de seus concorrentes e optar por ganhar
com altos volumes de vendas, que é o mais comum de ocorrer entre as companhias.
companhias

A definição
o dos preços requer um delicado senso de equilíbrio. Eles devem ser fixados não apenas para
fazer lucro, como, também, devem atrair os associados e clientes. Se os preços da sua empresa não
forem competitivos, os seus associados deixarão de serem fiéis,fiéis, a menos que possa oferecer outros
diferenciais, que justifiquem os preços que a corporação
co está praticando.

Basicamente, a sua estrutura de preços deve ser elaborada visando cobrir os seus custos variáveis e fixos.
Pois, se ambos os custos não forem cobertos,
cob a sua estrutura de preços apresenta problemas.

Portanto, se as receitas não excederam os custos, é extremamente difícil justificar a continuação de um


negócio promissor.

Para
ara definir qual a melhor forma de ganhar mais,
mais, é possível escolher entre as seguintes estratégias
competitivas de preços para o posicionamento de mercado da companhia, a saber:

5.3.1. Estratégia de giro de estoque

Para girar rapidamente o estoque, especialmente de perecíveis, esta


esta estratégia se baseia em preços
baixos, com margenss de lucros pequenas, em conseqüência,
conseqü as vendas aumentarão e a empresa ganhará
com o giro mais rápido dos seus estoques.

5.3.2. Estratégia na fixação dos preços pelo custo total

No momento que o empresário ou gestor identificar todos os seus custos operacionais, tudo o que
necessita fazer é distribuí-los
los para os custos das mercadorias, adicionando um percentual
preestabelecido para o lucro e ajustar os preços de acordo com a margem de lucro desejada.
5.3.3. Estratégia
gia da margem de lucro flexível

O sistema da margem de lucro flexível é menos rígido que a abordagem do custo total e é
particularmente útil durante períodos de preços em rápida mudança. Diferente do método fixo, ele lhe
permite experimentar várias técnicas de marketing, tais como artigos em oferta para atrair clientes, onde
se vende certas mercadorias ou serviços a preços reduzidos, a fim de fazer os clientes comprarem outros
produtos ou serviços.

5.3.4. Estratégia do valor sugerido ou corrente

Outra estratégia utilizada, e talvez a mais simples, é a fixação de preços pelo valor sugerido ou corrente.
Por outro lado,, em alguns casos esta alternativa pode não se apresentar tão satisfatória pois não
considera o custo da estrutura que a sua empresa tem, uma vez que você está seguindo os preços
sugeridos pelo fornecedor
rnecedor do produto ou o fabricante. O mesmo ocorre em relação à fixação de preços
pelos valores correntes.. É recomendável
recomendáve que, antes de fixá-los, seja verificado primeiramente se as
vendas serão suficientes para cobrir todos os custos (ponto de equilíbrio total) e produzir um lucro
razoável.

Este tipo de método de fixação de preços coloca a empresa em uma posição de risco porque sugere que
primeiro tem que se verificar o que as outras empresas estão fazendo, antes de estabelecer os seus
preços, para só então fixar os seus preços, sempre depoiss que a concorrência tiver estabelecido as
projeções dela.

5.3.5. Estratégia de margem bruta

Neste tipo de estratégia, para fixar preços pela margem bruta, é preciso determinar uma percentagem
bruta sobre o preço dos produtos que a companhia adquiriu dos fornecedores fornecedor para serem
comercializados. Por exemplo: se um produto custa R$ 100,00 e você aplica 40 % de margem bruta, o
preço de varejo, ou seja, o preço de venda deste produto será de R$ 140,00.

Se este mesmo produto tiver 10 % de despesas de vendas


vendas sobre o preço de venda, o que totalizaria um
custo de R$ 14,00, o resultando seria um lucro bruto de R$ 26,00.

Neste caso, o valor do lucro bruto, após o cômputo das despesas de vendas, passa a ser de R$ 26,00 por
unidade, ou 18,57 % sobre o preço de venda
venda ao consumidor, ou ainda 26 % sobre o preço de custo.

Antes de utilizar as estratégias de preços, a corporação precisa considerar que, qualquer que seja a
estratégia adotada pela empresa, não pode deixar de considerar os custos e a margem
argem de lucro para que
o empreendimento tenha preços satisfatórios,
atisfatórios, conquiste e fidelize os clientes.
5.4.. Previsão de investimentos e financiamentos

A análise dos aspectos econômico-financeiros


econômico financeiros consiste na terceira e última etapa do estudo de
viabilidade de um projeto de investimento.
investiment

Nessa etapa, examina-se se o fluxo de caixa previsto para o empreendimento dentro de um prazo de
interesse com o objetivo de identificar se o esforço produtivo a ser realizado vale mais do que a simples
aplicação
licação dos valores envolvidos em relação às taxas mínimas de atratividade.

A taxa mínima de atratividade é o retorno


r mínimo requerido pela empresa para os seus projetos de
investimento.

Para
ara existir viabilidade, é necessário que os benefícios resultantes sejam superiores aos investimentos
empregados. A forma mais usual de analisar a viabilidade é pelo método do Valor Presente Líquido
Líq (VPL).

Valor Presente Líquido correspondente


orrespondente à diferença entre o valor presente das entradas de caixa e o
investimento inicial necessário.

Um projeto é considerado viável se VPL > 0. Se as condições de viabilidade não forem satisfeitas, dizemos
que o empreendimento é inviável.

Nessa etapa final da idealização do projeto, procura-se


procura se determinar o fluxo ideal de caixa gerado pelo
público potencial capaz de remunerar o capital investido em patamares aceitáveis de rentabilidade para
a operação e a sobrevivência do negócio, considerados os custos de implantação.

O estudo de viabilidade econômico-financeira


econômico divide-se
se em duas fases: a primeira é o planejamento
financeiro, que compreende a determinação de fatores como: divisão departamental, ponto de equilíbrio
operacional e financeiro, margem operacional, projeção do demonstrativo de resultados dos exercícios
posteriores e estabelecimento do fluxo
fluxo de caixa do empreendimento. A segunda fase é a análise de
índices de investimento, que engloba o valor presente líquido, o payback
back do investimento, e a taxa
interna de retorno proporcionada.

5.5. Investimentos do projeto

O investimento constitui a troca de algo certo (recursos econômicos) por algo incerto
ince (fluxos de caixa) a
serem gerados pelo investimento no futuro.
futuro Destaa forma, o investimento é o comprometimento atual de
valores ou outros recursos na expectativa de colher benefícios no futuro, ou seja, é um gasto ativado em
função de sua vida útil ou de benefícios atribuíveis a futuros períodos.

A determinação do nível dos investimentos necessários para o projeto é um aspecto fundamental, pois
ele será básico na definição da viabilidade ou não da unidade de produção.

O objetivo da etapa dee investimentos é determinar as necessidades de recursos financeiros para executar
o projeto, colocá-lo
lo em andamento e garantir o seu funcionamento inicial.
Os investimentos necessários para a instalação e o funcionamento do projeto dividem-se em:
investimentos
ntos fixos, que dependem do nível de produção projetado, e investimentos circulantes, que
dependem do nível efetivo de produção da empresa.

Dessa forma, os investimentos, também denominados usos dos recursos de um projeto, podem ser
classificados em inversões fixass ou capital de trabalho. As inversões fixas são terrenos, edificações,
equipamentos, móveis, instalações, despesas de implantação, marcas, patentes e veículos. As inversões
em capital de trabalho (ou de giro) são as necessidades permanentes de estoques, créditos e descontos.

Com relação aos investimentos em infra-estrutura,


infra estrutura, é necessário prever recursos financeiros para a
aquisição de equipamentos, móveis e utensílios e da tecnologia
tecnolo necessária para gerir o projeto durante a
operação. Esses itens são avaliados pelo seu custo de aquisição, considerando-se
considerando anualmente as
depreciações para fins de dedução como despesa no resultado contábil de parte do valor de aquisição
destes ativos devido a utilização destes investimentos na geração de receita para a companhia.
companhia

Bibliografia:

Bibliografia básica da Disciplina.


ENDE, Marta V. e REISDORFER, Vitor K. “Elaboração e Análise de Projetos”. Colégio Politécnico UFSM.
Rede e-Tec Brasil, RS, 2015.

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