Guia de Boas Praticas para o Turismo Sustentavel
Guia de Boas Praticas para o Turismo Sustentavel
Guia de Boas Praticas para o Turismo Sustentavel
RE DE E S T RA DA RE A L
Índice
Prefácio I
Apresentação III
Introdução IV
Critérios globais de turismo sustentável V
Âmbito Empresarial
Introdução 1
1. Gestão da sustentabilidade 3
1.1 Política de sustentabilidade 3
1.2 Políticas empresariais 5
1.3 Planejamento 6
2. Gestão da qualidade 10
2.1 Processos e procedimentos 11
2.2 Administração e direção 12
2.3 Suprimento e fornecedores 13
2.4 Monitoramento e ações corretivas 15
5. Gestão da segurança 24
Âmbito Ambiental
Introdução 63
1 Aquecimento global 64
2 Recurso água 68
3 Recurso energia 72
4 Biodiversidade 78
5 Biodiversidade nos jardins 81
6 Áreas naturais protegidas e de conservação 84
7 Reservas naturais privadas 88
8 Contaminação 91
9 Dejetos sólidos 95
10 Educação ambiental 100
Mantenha-se informado 103
Implementando boas práticas e outros pontos de
interesse geral para as empresas turísticas 108
Glossário 111
Créditos 117
Prefácio
Embora o termo turismo seja relativamente novo (a palavra turismo foi usa-
da pela primeira vez em 1811), o conceito de turismo como atividade (viajar
para fins recreativos ou por prazer) é muito antigo. Associa-se com o desejo
de visitar e conhecer novos lugares, pessoas, civilizações e, também, com
entretenimento, bem-estar e educação. Contudo, desde Ulisses e suas lon-
gas viagens os exploradores do antigo mundo e do novo e os pioneiros das
viagens organizadas muitas coisas mudaram, e o turismo se converteu em
uma indústria. A rápida expansão do turismo ocorreu depois da década de
1950 e desde então o alto nível de crescimento das viagens e do turismo,
comparável com o aumento da produção durante a Revolução Industrial,
estabeleceu uma indústria que hoje em dia é o setor empresarial com maior
atividade econômica no mundo.
Devido ao fato de ser uma indústria tão grande, o turismo é muito estudado
em termos de seus impactos no ambiente, na cultura e nas sociedades.
Algumas opiniões apontam para o poder do turismo em contribuir para o
crescimento econômico, enquanto que outras enfatizam os impactos nega-
tivos nos ecossistemas, nas sociedades indígenas e no patrimônio cultural.
É difícil atribuir uma só característica negativa ou positiva ao turismo em
termos de sua relação com o desenvolvimento sustentável. O turismo não é
simplesmente bom ou ruim; pode ser ambos, dependendo do modo como
se planeja, se desenvolve e se maneja. A boa maneira de fazer isso chama-
se “turismo sustentável”. Todavia, existe certa confusão sobre o que é o
4
turismo sustentável e sobre o modo como uma companhia deve promovê-lo.
Para os empresários do setor de Turismo, provavelmente é repetitivo falar de
turismo sustentável, mas é emocionante colocar em prática o que se diz e
envolvê-los nas atividades que podem transformar seus negócios e dar-lhes
uma nova vantagem competitiva.
5
Prefácio
6
Para dar lugar a uma segunda geração de iniciativas, se confirma que um
dos principais desafios enfrentados pelas micro, pequenas e médias empresas
turísticas é a limitada capacidade de comercialização, o que não lhes permite
ser competitivas. A partir disso, o BID/Fumin decidiu dirigir os esforços para
resolver essa desvantagem, promovendo o conhecimento, divulgação e com-
partilhamento de experiências entre novos projetos.
Essa é a razão pela qual hoje você tem em suas mãos o Guia de Boas Práticas
para o Turismo Sustentável na versão em português. Ele é resultado da intera-
ção de dois projetos financiados pelo Fumin. Com ela, não só se evita a dupli-
cação de esforços, como também se complementa e se compartilha produtos
e resultados do projeto que impulsiona a Rainforest Alliance, há quase 10 anos
na América Latina, com o Instituto Estrada Real, no Brasil. Uma experiência
muito similar ao que Rainforest Alliance tem promovido, ao compartilhar ex-
periências com o projeto Destino Paraíso da Colômbia, com a Rota Jesuíta e
com a Pegadas Franciscana no Paraguai.
7
Prefácio
Além das vantagens da reunião em um grupo, o que fortalece cada uma das
empresas, os associados da Rede de Empresários da Estrada Real possuem
uma série de benefícios exclusivos. Eles recebem, do IER, grandes opor-
tunidades como cursos de capacitação, destaque no Sistema de Informação
Turística Georreferenciada da Estrada Real (SITGeo ER), espaço exclusivo
de divulgação no website da Rede, direito a receber informações estraté-
gicas do mercado turístico - construídas pelo Observatório do Turismo da
ER, acesso a produtos e serviços do Sistema Federação das Indústrias do
Estado de Minas Gerais (FIEMG).
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O benefício exclusivo que apresentamos nesta Guia de Boas Práticas em Sus-
tentabilidade integra a gama de vantagens oferecidas aos associados da Rede
de Empresários. Aqui disponibilizamos às empresas informações trabalhadas
pela ONG Rainforest Alliance, reconhecida internacionalmente na área de sus-
tentabilidade. Trata-se de uma oportunidade para aplicação de ferramentas
que somam economia nos negócios com respeito ao meio ambiente e à reali-
dade local de cada empresa.
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Apresentação
11
Introdução
Atualmente, a atividade turística está amplamente estendida para todo o mundo.
Sua influência direta sobre a economia de certas regiões ou países, especial-
mente aqueles que se encontram em vias de desenvolvimento, muitas vezes,
é determinante para alcançar incentivos e índices de crescimento econômico.
O turismo como atividade produtiva pode ser amplamente benéfico, mas também
consideravelmente destrutivo se não for manejado adequadamente, já que pode
acabar com a riqueza dos patrimônios naturais e culturais de qualquer país. Essa
realidade e o iminente risco de deterioração dos recursos, que surgem como con-
sequência de diversas atividades econômicas, provocaram um forte movimento
nos âmbitos local, nacional e internacional, a partir do interesse em converter as
práticas tradicionais dos setores empresariais em práticas sustentáveis.
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2. Ambiental: a atividade se desenvolve considerando a forma como se utilizam
os recursos naturais e, idealmente, aportando a sua conservação e cuidado.
Tomando como referência os aspectos anteriores, pode-se afirmar que uma em-
presa que pretende alcançar um desempenho operativo sustentável não é aquela
que apenas promove economia e responsabilidade no uso de certos recursos, ou
aquela que apenas se envolve com os projetos de sua comunidade, ou aquela
que apenas investe na melhor infraestrutura, ou aquela que apenas promove a
melhor qualidade de serviço. Os três pilares da sustentabilidade requerem uma
harmoniosa combinação de todos estes elementos e ações.
13
Critérios globais de
turismo sustentável
Os critérios são a parte da resposta prevista pela comunidade turística diante dos desafios mun-
diais que se apresentam para os “Objetivos de Desenvolvimento do Milênio”, das Nações Unidas.
A mitigação da pobreza e a sustentabilidade ambiental, incluindo a mudança climática, são dois
dos principais temas transversais que se abordam com base nos critérios.
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Alguns dos usos antecipados
dos critérios incluem:
• Constituir as diretrizes básicas para que as empresas de qualquer tamanho se tornem mais sus-
tentáveis e ajudá-las a optar por programas de turismo sustentável que cumpram estes critérios
globais.
Os critérios indicam o que se deve fazer, não como se deve fazer. Tampouco questiona se a
meta foi alcançada. Esta função é realizada pelos indicadores de desempenho. Os materiais
educativos adotados e o acesso às ferramentas de implementação são um complemento indis-
pensável dos critérios de turismo sustentável.
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Critérios globais
de turismo sustentável
A.3. Todo o pessoal recebe capacitação periódica relacionada com sua função na gestão das
práticas de meio ambiente, socioculturais, de saúde e de segurança.
A.4. A satisfação dos clientes é avaliada e se tomam as medidas corretivas quando apropriado.
A.5. Os materiais promocionais são precisos e completos, e não prometem mais do que
a empresa pode ofertar.
A.7. Aos clientes são oferecidas a informação e a interpretação sobre os arredores naturais,
a cultura local e o patrimônio cultural, bem como a explicação sobre o comportamento
adequado durante a visita às áreas naturais, as culturas vivas e os sítios de patrimônio cultural.
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B.2. É oferecido emprego aos residentes locais, inclusive em cargos gerenciais. São oferecidas
capacitações quando necessário.
B.3. Sempre que possível, a empresa adquire bens e serviços locais e de comércio justo.
B.4. A companhia oferece facilidades aos pequenos empresários locais para que desenvolvam e
vendam seus produtos sustentáveis, com base na natureza, na história e na cultura próprias
da região (o que inclui alimentos e bebidas, artesanatos, artes cênicas, produtos agrícolas, etc.)
B.8. A proteção legal, internacional ou nacional, dos empregados é respeitada, e eles recebem
um salário compatível com o custo de vida.
B.9. As atividades da companhia não colocam em perigo a provisão de serviços básicos (tais
como água, energia e saneamento) para as comunidades vizinhas.
C.1. A companhia segue as diretrizes estabelecidas ou o código de conduta para as visitas aos
lugares que são cultural ou historicamente sensíveis, com a finalidade de minimizar
o impacto causado pelos visitantes e maximizar seu aproveitamento.
C.3. A empresa contribui para a proteção das propriedades e locais que são historicamente,
arqueologicamente, culturalmente ou espiritualmente importantes e não impede o acesso
daqueles que residem no local.
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em suas operações, planejamento, decoração, alimentos ou lojas, ao mesmo tempo em que
respeita os direitos de propriedade intelectual das comunidades locais.
D.1.3. Deve-se medir o consumo de energia e indicar as fontes, além de adotar medidas
para diminuir o consumo total, ao mesmo tempo em que se fomenta o uso da energia
renovável.
D.1.4. Deve-se regular o consumo de água e indicar as fontes, além de adotar medidas para
diminuir o consumo total.
D.2.3. Implementa-se um plano de manejo de dejetos sólidos com metas quantitativas para
minimizar aqueles que não se reutilizam ou reciclam.
D.2.5. A empresa implementa práticas para reduzir a contaminação causada por ruído,
iluminação, erosão, compostos que contêm ozônio e contaminantes de ar e do solo.
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D.3. Conservando a biodiversidade, os ecossistemas e as paisagens.
D.3.2. Não se conservam animais silvestres em cativeiro, exceto para atividades corretamente
reguladas. As mostras vivas dessas espécies silvestres protegidas estão unicamente
sob a custódia de pessoas autorizadas, que contam com as facilidades adequadas
para criá-las e cuidar delas.
D.3.3. A empresa utiliza espécies nativas em suas áreas verdes e adota técnicas de
restauração e medidas para evitar que se introduzam espécies exóticas invasoras.
D.3.5. As interações com as espécies silvestres não devem produzir efeitos adversos
na viabilidade das populações do entorno natural. Qualquer perturbação nos
ecossistemas é minimizada ou reabilitada, ao mesmo tempo em que se presta uma
contribuição compensatória na gestão da conservação.
www.sustainabletourismcriteria.org
19
Âmbito
Empresarial
Introdução
Este pilar é de grande importância para a sustentabilidade da empresa, pois
não basta ter os recursos; é indispensável desenvolver esquemas de gestão
que permitam alcançar os objetivos de sustentabilidade pretendidos, já que
somente as organizações que implementam práticas adequadas de adminis-
tração é que asseguram o êxito de seus objetivos.
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Os benefícios da prevenção de riscos, acidentes e enfermidades, e as con-
sequências positivas que se alcançam ao implementar um programa deste
tipo, com características e elementos de sustentabilidade, são revertidos para a
planta física, os clientes, os trabalhadores e a comunidade em geral, incluídos
no Programa de Segurança Industrial.
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1. GESTÃO DA SUSTENTABILIDADE
1.1 Política de Sustentabilidade
Não utilizar os recursos econômicos, sociais e ambientais sem pensar nos demais e/ou no futuro
de todos.
Administrar a empresa por meio de um balanço dos recursos econômicos, sociais e ambientais.
É muito importante ter presente que a sustentabilidade atende o cuidado e a administração do di-
nheiro, da equipe e dos equipamentos, ao mesmo tempo em que desenvolve o pessoal da empresa
e cuida de sua forma de vida e potencial de crescimento. Portanto, é indispensável:
Proteger o meio ambiente em que atuam o pessoal e a empresa, não dando importância
somente ao dinheiro ou à propriedade particular.
Está comprovado que as empresas que avaliam suas ações com diferentes perspectivas e
unificam distintos pontos de vista têm maior possibilidade de sobreviver, crescer e triunfar em
mercados competitivos e difíceis.
24
As empresas que mantêm ideias rígidas desenvolvem maiores riscos empresariais.
Quando o ambiente está afetado, positiva ou negativamente, pelas ações de uma empresa,
a economia e as próprias pessoas sentirão as consequências.
A rentabilidade real da empresa somente se encontra com base no equilíbrio e no uso adequado
dos elementos econômicos, sociais e ambientais para produzir serviços e produtos sustentáveis,
como desejam os clientes.
1.
Nenhum recurso renovável deve ser utilizado em um ritmo superior ao que se requer
para repô-lo.
2. Nenhum produto poluente deve ser produzido em um ritmo superior ao que permita a recicla-
gem, neutralização ou absorção pelo meio ambiente.
3. Nenhum recurso não renovável deve ser utilizado em uma velocidade maior que a necessária
para substituí-lo por um recurso renovável utilizado de maneira sustentável.
Tenha uma missão empresarial concreta que faça da Visão uma realidade.
Determine que todas as ações empresariais respondam a políticas e normas claras e definidas.
25
Quais benefícios sua empresa obtém?
Desenvolvimento econômico, que se traduz em economia no uso dos recursos para investir,
melhorar e desenvolver a rentabilidade da empresa.
Melhores resultados na manutenção das equipes e ferramentas, para que durem mais, propor-
cionando economia em gastos de manutenção e reposição.
Cuidado com o ambiente, pois este se integra às ações empresariais. Obtêm-se mais e melhores
recursos ambientais para o presente e para o futuro.
Uma empresa sem políticas empresariais é como um barco que não tem bússola, mapas
ou cartas de navegação. Seu rumo é errante e sem direção. Não se trata de “navegar por
navegar”, mas de ter uma empresa ordenada e estruturada, já que as políticas empresariais
são as ferramentas que ordenam e estruturam a empresa.
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São as melhores ferramentas para organizar, controlar e integrar as ações de uma empresa.
Estas políticas permitem alcançar os objetivos da empresa mediante a gestão estratégica e
constituem a resposta ao desafio competitivo do futuro.
Política de serviço
Estabelece o compromisso da empresa em satisfazer as necessidades, requerimentos
e desejos dos clientes.
Política ambiental
Determina as ações, comportamentos e compromisso da empresa e seus trabalhadores,
por meio da proteção do meio ambiente.
Política social
Compreende regras e normas de comportamento da empresa e seus trabalhadores
com a sociedade e a comunidade em que se encontram.
Política de segurança
Na empresa, propõem-se ações concretas de segurança e salubridade, cuidado do pessoal,
equipe, ferramentas, recursos, segurança e gestão de serviços, entre outros.
Determine regras e normas para cada departamento e área da empresa, assim como para cada
trabalhador, seu cargo e suas funções específicas.
27
Quais benefícios a empresa obtém?
1.3 Planejamento
O que é planejamento?
Este processo determina os grandes objetivos da empresa, as políticas e estratégias que regu-
larão o uso de recursos empresariais.
Permite fixar as bases para medir o resultado global e o de cada uma das unidades e áreas
da organização.
28
Com base na Visão, na Missão e nos Valores empresariais, deve-se proceder a uma análise da
situação atual da empresa que abarque suas forças, fraquezas, oportunidades e ameaças, com
a finalidade de projetar um “plano de trabalho” para cada área da empresa, analisando os recur-
sos com os quais conta e os que serão necessários para alcançar os objetivos.
Requer que se faça a previsão do futuro, para antecipar as ações que permitirão alcançar o obje-
tivo. Não deixar nada dependendo da sorte, mas estabelecer com detalhe cada aspecto.
Serve para adequar-se às mudanças e às demandas que o ambiente impõe e alcançar o máximo
de eficiência e qualidade dos produtos e serviços que a organização oferece.
Defina de maneira clara seu produto e serviço para saber quais recursos materiais e humanos
serão necessários para alcançá-los.
Realize sessões de planejamento estratégico para definir claramente sua Visão e sua Missão
empresarial e como alcançá-la.
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2. GESTÃO DE QUALIDADE
Para ter êxito comercial e ser rentável e sustentável, a estrutura da empresa deve permitir o trabalho
em equipe, por meio do qual todos os trabalhadores e departamentos possam integrar-se e coor-
denar seus processos, tendo por objetivo básico a qualidade dos produtos e serviços que oferece.
É indispensável administrar a empresa como um todo. Nesse sentido, deve fixar os objetivos de
qualidade e sustentabilidade, orientar toda a organização a consegui-los e fomentar a coopera-
ção entre departamentos e a participação e o compromisso dos empregados.
Implementar um sistema de autoavaliação para determinar quais áreas precisam melhorar e em
que aspectos, como e quando.
Redigir “Manuais de Qualidade” que definam as normas que foram planejadas.
Estabeleça os procedimentos adequados para que os produtos e serviços alcancem a qualidade
desejada.
Desenvolva uma estrutura de gestão da qualidade, para que toda a empresa mantenha as nor-
mas determinadas.
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Quais benefícios sua empresa obtém?
Produtos e serviços que são aceitos com facilidade pelos clientes, já que obedecem a normas de
qualidade de reconhecido prestígio.
Mais efetividade nos processos e procedimentos.
Redução da perda de tempo e recursos empresariais, o que provoca como resultado maior ren-
tabilidade e produtividade.
Os processos são as ferramentas que permitem definir claramente como realizar as distintas
ações na empresa. Os procedimentos consistem na descrição de atividades pontuais e es-
pecíficas que devem seguir na realização das funções de cada área da empresa. Definem a
responsabilidade e a participação de todos os trabalhadores. Registram e detalham a informação
básica de cada ação empresarial e o funcionamento de todas as unidades, áreas, departamentos
e trabalhos da empresa.
31
sos e otimizando os recursos e a sustentabilidade da empresa. Sua implementação, assegura que
todos saibam o que fazer, quando e como. Dessa maneira, fazem-se uniformes o desempenho,
a produtividade e a qualidade dos produtos e serviços que a empresa comercializa.
32
Qual é a importância de implementar a
administração e direção?
33
Capacidade de análises e diagnóstico situacional.
Redução de problemas do RH.
Rentabilidade e sustentabilidade real. Finanças saudáveis e positivas.
Desenvolver e manter uma relação saudável com os fornecedores que seja de benefício mútuo.
Apoiar o desenvolvimento local, mediante o trabalho com fornecedores da região.
Ser eficiente no manejo de inventários e dos processos para obter os produtos e serviços.
Obter benefícios financeiros com o manejo adequado de fornecedores.
Manter os custos de mão de obra e de matérias-primas controlados.
Dar aos clientes uma resposta eficiente.
As falhas envolvendo colaboração e coordenação dos pedidos de suprimentos provocam custos
enormes e perdas incalculáveis para as empresas. Além disso, contar com uma cadeia sequencial
de suprimentos administrada eficientemente oferece enormes oportunidades de proporcionar um
serviço sustentável e de qualidade.
Constitui uma oportunidade para os fornecedores locais que estejam dispostos a gerar produtos e
serviços de qualidade e permite à empresa apoiar o desenvolvimento da região.
A administração de suprimentos e fornecedores implica:
Planejar a demanda de produtos e serviços que serão adquiridos pela empresa.
Definir as regras de pedidos, entregas e pagamentos.
Estabelecer critérios para a seleção de fornecedores que contemplem os princípios de sus
tentabilidade e de apoio a produção local.
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O que pode ser feito em sua empresa?
O que é monitoramento?
O monitoramente permite dar prosseguimento às ações empresariais para corrigir o que for ne-
cessário, assegurando a retroalimentação da gestão e as lições aprendidas.
35
É preciso monitorar de forma contínua e sistemática, verificando o desempenho e os resultados
de um projeto, assim como a identificação de suas forças e fraquezas, e poder recomendar me-
didas e ações corretivas para otimizar os resultados.
Como resultado do monitoramento, a empresa poderá realizar ações que permitem corrigir des-
vios nos projetos da empresa. Estas correções surgem da análise, monitoramento e da avaliação
das ações empresariais.
Defina quais aspectos devem ser monitorados para assegurar que seus produtos e serviços
sejam de qualidade.
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Especifique os aspectos que deve monitorar para assegurar que seus processos e procedimen-
tos sejam adequados para alcançar seus objetivos.
Simplifique os indicadores de monitoramento e avaliação utilizados, para que seja de fácil inter-
pretação para todos os participantes.
• Satisfação por parte de todas as pessoas relacionadas com a empresa (clientes, trabalhadores,
fornecedores e comunidade).
• Lições aprendidas, tanto positivas quanto negativas, que se traduzem em ações corretivas.
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3. GESTÃO DE RECURSOS HUMANOS
Os recursos humanos (RH) são o recurso mais importante de qualquer empresa, especialmente
as de serviço (como as do setor de Turismo). Compreendem todos os trabalhadores da empre-
sa, que se destacam por suas capacidades, conhecimentos, experiências, interesses, potencial,
energia, valores e sentimentos.
O desempenho e a qualidade dos serviços de uma empresa estão diretamente relacionados com
a qualidade de seu pessoal. No RH se pratica a seguinte expressão: “Diga-me a qualidade dos
seus trabalhadores e te direi a qualidade de sua empresa”.
Permite planejar e executar ações para que o pessoal se desenvolva em seus postos, especialmen-
te se tem que tomar decisões, coordenar ações empresariais ou oferecer serviços ao cliente.
Estabelece um estilo de gestão para atuar de forma responsável, facilitando a liderança e o tra-
balho em equipe.
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Aproveitar as capacidades de cada colaborador e desenvolver os aspectos pessoais, técnicos e
operativos, o que significa que podem existir mais colaboradores cujos conhecimentos e habili-
dades permitam realizar maior quantidade e qualidade de trabalho.
Ter um panorama claro dos concorrentes permite à empresa aproveitar ao máximo as qualida-
des desconhecidas de seu pessoal. A colocação e ou realocação de colaboradores com base na
avaliação de potencial e dos concorrentes permite aumentar a produtividade da empresa e, ao
mesmo tempo, a satisfação do pessoal.
Detectar as forças e fraquezas da equipe de trabalho e tomar as ações corretivas.
Capacitar o pessoal em todos os temas relacionados com a sustentabilidade e a replicação de
ações em suas famílias e comunidades.
Conheça a história e o presente de cada colaborador. Fazer análises e diagnósticos com base em
provas e exames, entre outros.
Identifique o que um colaborador pode fazer agora e no futuro, em função de suas capacidades.
Projetar suas concorrências atuais em um nível que pode chegar a alcançar o que se deseja em
um tempo definido.
Determine a distância/diferença que existe entre o posto da demanda atual e o que o colabora-
dor faz efetivamente para definir as ações corretivas e de capacitação para levá-lo a seu nível de
máxima concorrência.
Defina detalhadamente cada aspecto da capacitação que se dará ao colaborador para levá-lo a
seu nível de máxima concorrência.
Maneje informação de um arquivo de pessoal que permita tomar decisões para promover mu-
danças internas de forma imediata. Leve em conta os aspectos humanos, econômicos, sociais,
operativos, administrativos e técnicos.
39
3.1 Manuais de cargos e procedimentos
São os documentos que contêm a descrição de atividades que devem ser seguidas na realização
das funções de cada área da empresa. Isso permite conhecer o funcionamento interno, a descri-
ção de tarefas, a localização e os requerimentos, entre outros.
Assegura-se de que, por escrito, em forma narrativa e sequencial, cada uma das operações que
se realizam é apresentada em um procedimento, explicando em que consistem e todos os de-
mais aspectos relativos a ele. Além do mais, sinalizam os responsáveis por executá-las.
Aumentam a eficiência dos empregados, indicando o que devem fazer e como devem fazê-lo,
ajudando na coordenação de atividades. Assim, ajudam a evitar duplicidades.
Detalhe de maneira clara e precisa os procedimentos que estão a cargo de cada membro do
pessoal, para que surjam dúvidas sobre o modo de realização.
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Capacite as pessoas por meio da utilização do Manual de Cargos e Procedimentos
e realize consultas periódicas para avaliar a relevância e a utilidade destes manuais.
Incorpore as sugestões que sejam pertinentes nestes manuais para que estejam
sempre atualizados.
É uma atividade chave para o desenvolvimento da empresa. Um plano de capacitação ordenado
adequadamente permite que os colaboradores desenvolvam conhecimentos e habilidades espe-
cíficas relativas a seu cargo de trabalho, modificando suas atitudes em relação aos afazeres da
empresa, ao cargo e ao ambiente de trabalho. Permite que a equipe de trabalho adote as práticas
de gestão sustentável, ao compreender os aspectos ambientais, socioculturais e de gestão em-
presarial que regem a empresa.
A capacitação é importante por permitir que a empresa conte com uma equipe de trabalho capaz
de aplicar as suas habilidades e destrezas em cada uma de suas tarefas. Além disso, a capacitação
em áreas de sustentabilidade (educação ambiental, proteção e resgate cultural, desenvolvimento
social e administração de recursos econômicos, etc.) facilita a mudança de atitude, levando a uma
comunidade mais responsável nos aspectos social e ambiental. A capacitação do pessoal é o ca-
minho para gerar compromisso com a empresa e com a sustentabilidade.
Porque é vital para as empresas propiciar o desenvolvimento integral dos trabalhadores e contar
com colaboradores que possuam alto nível de conhecimentos e de experiências e que incorpo-
rem a responsabilidade social e ambiental em todas suas atividades.
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Porque se requer pessoal que ofereça serviços responsáveis e de qualidade.
Porque a capacidade de aprender com maior rapidez que os competidores talvez seja a única
vantagem competitiva sustentável. É necessário converter as empresas em organizações inteli-
gentes e criativas, com capacidade de ver a realidade a partir de novas perspectivas.
Para implementar a capacitação em sua empresa, deve-se projetar um plano integrado de
capacitação que contemple tanto o desenvolvimento profissional da equipe de trabalho como
a responsabilidade social e ambiental, para o qual é indispensável que leve em conta os se-
guintes elementos:
Maior retorno de investimento e redução de custos, uma vez que melhora o desempenho, a cria-
tividade e a disposição para o trabalho. Conduz à rentabilidade mais alta e a atitudes assertivas
de cooperação e trabalho em equipe.
Melhora o conhecimento do cargo em todos os níveis e ajuda o pessoal a identificar-se com os ob-
jetivos da empresa, criando melhor imagem ao facilitar o compromisso social e ambiental.
Incentiva a coesão no trabalho em equipe, pois proporciona um ambiente favorável para o apren-
dizado e converte a empresa em um ambiente de melhor qualidade para trabalhar.
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3.3 Avaliação do desempenho
A avaliação de desempenho é importante porque permite a tomada decisão sobre como as tare-
fas estão sendo executadas e encontrar as forças e fraquezas dentro da equipe de trabalho. Isso
permite implementar ações corretivas e/ou preventivas, para poder contar com a melhor equipe
humana.
Fomenta a melhoria de resultados e pode ser utilizada para comunicar aos colaboradores
como estão desempenhando seus cargos e, ao mesmo tempo, propor as mudanças
necessárias de comportamento, atitude, habilidades e/ou conhecimentos.
Avalia a eficiência das áreas ou departamentos, permitindo aplicar métodos para calcular
custos, estabelecer normas e medir o desempenho no uso dos recursos da empresa.
Faça avaliações periódicas (quinzenal ou mensal) e permita que seus trabalhadores conheçam e
participem da avaliação. Retroalimente aos seus trabalhadores e estabeleça, de comum acordo,
ações corretivas e/ou preventivas.
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Quais benefícios sua empresa obtém?
Avaliar melhor o desempenho dos colaboradores com um sistema de medição capaz de neutra-
lizar a subjetividade.
Propor medidas e disposições orientadas a melhorar ou padronizar o desempenho de sua equipe
de trabalho.
Conhecer as normas e disposições, bem como os aspectos de comportamento e de desempenho
que mais valoriza a empresa e seus colaboradores.
Antecipar as expectativas acerca de seu desempenho, forças e fraquezas.
Avaliar o potencial humano de curto, médio e longo prazo.
Identificar os empregados que necessitam de atualização ou capacitação em determinadas áreas
de atividade.
Dar maior dinâmica a sua política de recursos humanos, oferecendo oportunidades aos empre-
gados (não somente de promoções, como também de progresso e desenvolvimento pessoal),
estimulando a produtividade e melhorando as relações humanas no trabalho.
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4. GESTÃO FINANCEIRA E CONTÁBIL
4.1 Sistema financeiro e contábil
U
m sistema financeiro permite analisar como é o fluxo do dinheiro na empresa, em que condi-
ções se conseguem recursos e como se administra o que foi adquirido, permitindo ao estabe-
lecimento um bom sistema contábil, que contará com informação real e útil para a tomada de
decisões econômicas.
Seu propósito é diagnosticar, analisar e maximizar o valor da empresa, seus bens e recursos para
os acionistas ou proprietários.
Poderá tomar as melhores decisões econômicas e financeiras para sua empresa, que são as seguintes:
• Decisões de investimento
Concentram-se no estudo dos ativos reais (tangíveis ou intangíveis) em que a empresa
deveria investir.
• Decisões de financiamento
Estudam a obtenção de fundos para que a empresa possa adquirir os ativos em que
decidiu investir.
• Decisões sobre dividendos
Implicam decidir como se investir os ganhos da empresa, quer seja distribuindo-os,
quer reinvestindo-os.
• Decisões diretivas
Auxiliam nas decisões operativas e financeiras cotidianas.
Contrate pessoal profissional das áreas financeira e contábil, assim como assessores profissio-
nais, certificados em cada área.
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Desenvolva um programa de capacitação que considere temas financeiros e contábeis capazes
de atender às áreas deficientes na gestão da empresa.
Implemente um Manual de Procedimentos Financeiros e Contábeis que contemple monitora-
mentos periódicos, com informação oportuna para a tomada de decisões.
Realize auditorias externas das áreas financeira e contábil.
• O custo-risco-benefício
Compreende a análise dos balanços dos riscos a enfrentar e seus custos, assim como o benefí-
cio obtido em determinada situação.
• Custos de oportunidade
É o custo que tem para utilizar o dinheiro em um projeto específico ao invés de algum outro.
Permite decidir qual é o investimento que mais lhe convém.
• Financiamento apropiado
Considera os interesses gerados pelas diferentes fontes de financiamento e o efeito que podem
ter em um projeto.
• Diversificação eficiente
O investidor prudente diversifica seu investimento total, repartindo seus recursos entre vários pro-
jetos distintos. O efeito de diversificar consiste em distribuir o risco e, assim, reduzir o risco total.
4.2 Orçamentos
A implantação de um programa financeiro na empresa deve prever a possibilidade de
trabalhar com orçamentos específicos para cada processo, de maneira que possa estimar
os gastos e os ingressos para determinado período. Os orçamentos devem estar documentados,
detalhando o custo que terão um serviço ou produto, processo ou procedimento.
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Qual é a importância de implementar
os orçamentos?
• Desenvolver um orçamento-mestre
Orçamento geral de toda a empresa.
• Preparar orçamentos intermediários
Contemplam períodos concretos de tempo e servem para promover a avaliação e para dar pros-
seguimento às ações empresariais.
• Os orçamentos operativos
Detalham o uso de todos os recursos econômicos da operação da empresa.
• Os orçamentos de investimentos
Especificam como serão utilizados os recursos econômicos destinados ao crescimento, à com-
pra de bens ou ativos, etc.
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5. GESTÃO DE SEGURANÇA
A segurança empresarial deve ser tratada como um todo. A perspectiva de segurança empre-
sarial contempla: os elementos de trabalho, de higiene e de salubridade, a prevenção de atos
criminais e os acidentes nas operações turísticas.
Portanto, um programa de gestão de segurança tem por objetivo minimizar os riscos, os aciden-
tes e incidentes, e as enfermidades em todas as ações e serviços empresariais. Estabelecer este
programa é responsabilidade da empresa e seus trabalhadores, resguardando a integridade de
todos, sob os conceitos de sustentabilidade.
A segurança é um dos aspectos que mais influenciam a decisão de compra de serviços turísti-
cos. A segurança sanitária nas operações e atividades turísticas é muito importante, assim como
a diminuição de riscos de atos criminais e a atenção quanto às emergências. Oferecer um
serviço seguro com todos esses aspectos é, sem dúvida, uma vantagem competitiva para as
empresas.
A gestão da segurança promove a proteção da vida e da saúde dos colaboradores e dos clientes-
visitantes. Também ajuda na conservação dos equipamentos, permitindo reconhecer as causas
das condições inseguras e tomar as ações corretivas para evitá-las ou, pelo menos, diminuí-las.
Elimina situações, processos e procedimentos perigosos; evita acidentes, erros e más práticas no
trabalho que afetem a segurança, a saúde e a higiene de todos que se relacionam com a empresa.
Oferece serviços seguros, porque não se põe em risco a integridade física e emocional de
colaboradores e visitantes.
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O que pode ser feito em sua empresa?
Portanto:
Identifique os riscos e elabore “cenários de risco” para poder aplicar soluções e ações preventivas e
corretivas.
Classifique os riscos em “altos”, “médios” e “baixos”, e tome ações adequadas para minimizar ou
eliminar o risco.
Identifique os diferentes perigos (reais e potenciais) que possam afetar a empresa, seus
trabalhadores e visitantes.
Desenvolva planos que minimizem as situações de risco e perigo.
Promova planos para atender emergências (naturais, acidentes, enfermidades).
Execute planos preventivos e comunique-os aos trabalhadores e aos visitantes.
Busque assessoramento profissional para aquelas áreas que requeiram soluções técnicas específicas.
Invista em programa de segurança, capacite seu pessoal e realize atualizações periódicas.
Reúna-se com a comunidade e instituições da região para trabalharem de maneira conjunta na
atenção à segurança.
Contrate especialistas em Segurança Industrial, Ambiental e Empresarial para uma auditoria de riscos
que contemple sugestões para solucionar processos ou procedimentos potencialmente difíceis ou
perigosos.
Aplique uma matriz de riscos e ameaças, e implemente dispositivos de segurança que minimizem
seus efeitos.
Realize “auditorias internas de segurança” de forma periódica e constante.
Verifique a segurança dos processos e procedimentos da empresa.
Implemente programas de capacitação em segurança e programas de práticas de segurança.
Deve-se comparar o custo das consequências de um risco contra o beneficio de reduzi-
lo ou evitá-lo. É muito importante determinar as ameaças que existem contra a empresa, os
trabalhadores e/ou os visitantes, para determinar a vulnerabilidade da empresa perante os riscos,
perigos, enfermidades e ações criminais. Para isso, é preciso tomar as decisões necessárias.
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Deve-se obedecer às instruções de cuidado e manutenção fixadas pelos fabricantes, em termos
de quantidade, qualidade, validade, lubrificantes, peças e recargas originais.
Reduzir os acidentes e suas consequências pessoais, profissionais e econômicas por não prever
dispositivos de segurança (capacetes, protetores de ouvidos, olhos, mãos, cintos de segurança,
botas e roupa especial, botões de alerta, alarmes, etc.).
É muito importante que a segurança esteja presente na empresa. Se não existirem condições de
segurança no trabalho, os custos pessoais, econômicos e técnicos podem ser muito altos e de
sérias consequências.
Serviços turísticos de muito baixo risco para a empresa, seus trabalhadores e visitantes.
Clientes e visitantes satisfeitos e conscientes do compromisso da empresa com sua integridade
física e emocional.
Redução de custos relacionados a acidentes, ausências por enfermidade, destruição ou des-
qualificação da equipe por mau uso.
Pessoal capacitado e motivado por ter equipe e instalações seguras.
Maior durabilidade da equipe e dos equipamentos.
Ser uma empresa responsável com seus colaboradores, visitantes e cidadãos.
Trabalhadores capacitados e informados minimizam os riscos de acidentes ou erros.
Os resultados da empresa quase não são afetados por enfermidades e situações negativas da
higiene do pessoal e de suas famílias e comunidades.
Pessoal envolvido e comprometido com a segurança pessoal, da empresa e dos visitantes.
Visitantes conscientes da qualidade do serviço da empresa.
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6. GESTÃO DE COMUNICAÇÃO
E MARKETING
6.1 Comunicação
O que é a comunicação?
É a ferramenta utilizada para divulgar os produtos e serviços de uma empresa a um grupo
específico de clientes. Requer um planejamento e um enfoque estratégico para que os poten-
ciais clientes compreendam de maneira integral os produtos e serviços oferecidos.
Seu propósito é levar informação chave ao público-alvo e influenciar sua decisão de compra.
Proporciona a oportunidade de utilizar seus esforços em sustentabilidade como um dos argu-
mentos de venda e de posicionamento no mercado.
Permite a interação entre o pessoal da empresa, clientes e fornecedores, para o alcance dos
objetivos comuns no marketing.
Traduz-se em uma boa publicidade veiculada nos meios de comunicação especializados e torna
visível a empresa para os setores chave.
Permite aos colaboradores, clientes e fornecedores conhecer mais a empresa, trocar mensagens,
influenciar e ser influenciado por objetivos comuns.
6.2 Marketing
O que é marketing?
Ao marketing cumpre oferecer soluções aos mercados, aos clientes ou aos consumidores refe-
rentes a suas necessidades, desejos e comportamento. Para cumprir sua missão de realizar a
gestão de marketing (ou gestão comercial) das empresas, utiliza um conjunto de ferramentas
administrativas e comerciais cujo propósito é promover a satisfação do cliente.
Marketing é tudo aquilo que uma empresa pode fazer para ser vista no mercado (consumidores
finais), com uma visão de rentabilidade no curto e no longo prazo.
Identifica as necessidades, gostos e interesses dos clientes, para poder adaptar os produtos e
serviços das empresas.
Organiza todos os elementos empresariais, para produzir produtos e serviços que satisfaçam (ou
superem) às expectativas dos clientes.
Busca fidelizar clientes, já que, mediante distintas ferramentas e estratégias, posiciona na mente
do consumidor um produto, uma marca, um nome, etc. Dessa forma, busca ser a opção prin-
cipal em sua mente.
Um programa de marketing implica gerenciar o produto, seu preço e a relação com os clientes,
fornecedores e seus próprios empregados. A publicidade, em diversos meios, relaciona-se com
os meios de comunicação (relações públicas), entre outras ações.
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Ao produzir um artigo ou ao oferecer algum serviço, é preciso analisar as oportunidades que o
mercado oferece, isto é que tipo de consumidor deseja-se atender (segmento objetivo); qual é
a sua capacidade de compra para adquirir o produto ou serviço e responder se este produto ou
serviço atende a suas necessidades.
Reconhecer quais são seus possíveis competidores, que produtos estão oferecendo, qual é sua
política de marketing, quais são os produtos alternativos e complementares oferecidos pelo mer-
cado e pesquisar as tendências de entrada de novos competidores e os possíveis fornecedores.
Realizar uma auditoria interna na empresa, para determinar se realmente está em condições
de executar o projeto (se dispõe de pessoal suficiente e qualificado, se possui os recursos
necessários).
Analisar que política de distribuição é a mais adequada para que o produto (ou serviço) che-
gue ao consumidor. De posse de todos os dados, a empresa realiza um diagnóstico: se este é
positivo, se atende os objetivos e se cumpre as diretrizes para alcançá-los. Então, determina a
quais clientes se deseja dirigir e que classe de produto deseja adquirir. Esta análise permite que
a empresa desenvolva ações de comunicação e marketing para chegar ao cliente apropriado e
gerar os volumes de venda que se definiu como objetivo.
Tenha objetivos concretos (histórico, datas, valores) de venda e comercialização de cada produto
e serviço que a empresa oferece, para relacioná-los diretamente ao Plano de Marketing.
Crie um programa de avaliação e medição dos resultados das ações de marketing e publicidade.
Utilize seus esforços de sustentabilidade como um elemento distinto de seu produto.
53
Âmbito
Sociocultural
“Sem um Patrimônio Cultural, tangível e intangível
não haverá turismo, pelo fato de este se encontrar
intrinsecamente unido ao Patrimônio da Humanidade.
O futuro de cada um de nós depende do outro.”
Imagine que boa impressão poderia causar ao turista se se trabalhasse para ter excelentes
relações com os vizinhos. As empresas bem-sucedidas que são reconhecidas e recomenda-
das são aquelas que trabalham com e para as comunidades onde se encontram. Lembre-se
de que a comunidade, com sua cultura, será uma influência permanente daquilo que você
oferece ao turista.
Os atores locais devem trabalhar no ambiente cultural de forma conjunta (neste caso,
faz-se referência à empresa turística e aos habitantes da localidade). Ambos os gru-
pos devem trabalhar para a conservação e a sustentabilidade dos aspectos culturais.
Devem criar um atrativo que favoreça a motivação dos visitantes em relação a deter-
minado lugar. Devem trabalhar decididamente para resgatar e preservar costumes, conheci-
mentos, leis, protocolos e etiquetas locais, vestimentas, religião, rituais, normas de compor-
tamento e sistemas de crenças. É necessário que a empresa e a comunidade se unam para
alcançar o desenvolvimento do homem e de seu entorno cultural.
O turismo, cada vez mais, busca fortalecer as comunidades e os negócios para que, unidos,
trabalhem para revitalizar a economia local. O termo economia local não deve ser entendido
isoladamente como os ingressos gerados, mas como a melhoria dos indicadores de qualidade
de vida que estes atores de desenvolvimento compartilham. A empresa turística está destinada
a prestar ajuda àquelas localidades em que se observe um declínio em seu ambiente sociocul-
tural, por meio do resgate e da revalorização de seus elementos.
Ultimamente, os turistas demonstram um grande interesse por conhecer e beneficiar lugares
nos quais se observem atividades destinadas à preservação da cultura local. Não obstante,
documentam-se casos como o das Cataratas de Niágara, em que a comunidade manifestou
a sensação de que o lugar já não lhes pertence. Este aspecto refletiu negativamente no de-
senvolvimento da empresa turística na região. O ideal que se pretende é que a comunidade
sinta a operação turística em sua dimensão como um ator ativo no resgate de sua cultura.
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1. A EMPRESA TURÍSTICA
CONTRIBUI PARA O
DESENVOLVIMENTO DE
SUA COMUNIDADE
Anos atrás se dizia, em termos turísticos, que “as empresas geram emprego e melhoram a
condição econômica de poucas famílias, e isso justifica sua contribuição à sustentabilidade
e ao desenvolvimento da sociedade”. Este argumento já não é totalmente satisfatório, pois
apenas revela um setor em que as inter-relações socioculturais são constantes, dinâmicas e
importantes para a qualidade do serviço prestado, mas ignora que o visitante estará em pleno
contato com a comunidade e a cultura que envolve a empresa.
Atualmente, as empresas turísticas são parte da localidade em que atuam. Algumas vezes,
os empresários se oferecem para trabalhar com as escolas e ministrar palestras sobre temas
cotidianos em sua operação, como a importância das normas de higiene na preparação de
alimentos. Em outras ocasiões, a empresa cede suas instalações para que a comunidade faça
suas reuniões e oferte reuniões informativas referentes a seus projetos de desenvolvimento.
O grupo social se desenvolve quando tem acesso à organização e aos serviços básicos, tais
como educação, moradia, saúde e alimentação. A isso soma-se também o respeito associado
a sua forma antiga de vida.
A empresa turística é um ator aqui denominado como “comunidade local”, o qual, quando
contribui para o desenvolvimento de seu entorno, está contribuindo para seu próprio desen-
volvimento. Desde o ponto de vista empresarial, um aporte que gera benefícios tão concretos
é muito importante. Alguns destes benefícios são:
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Benefícios econômicos
A empresa conta com fornecedores que estão próximos dela. Juntos trabalham para ter os
produtos e serviços que melhor se ajustem a suas necessidades. Tudo se reflete na redução
de seus custos operativos.
Benefícios sociais
Fomentar o desenvolvimento no lugar de trabalho permite criar um ambiente de boas relações,
no qual o cliente final transita livremente dentro e fora da operação turística e chega a sentir-se
seguro e confortável na comunidade, que trabalha unida em torno da atividade turística. Isso
ajuda o cliente a motivar-se para participar e integrar-se culturalmente ao lugar, o que leva,
implicitamente, à consequente adesão dos demais visitantes ou, provavelmente, vai criar uma
razão para regressarem.
Benefícios ambientais
A natureza é afetada por muitos aspectos culturais. Por exemplo, se a comunidade e a ope-
ração turística apoiam um programa de saúde integral, seu ambiente será saudável e livre de
possíveis epidemias. Outro exemplo: quando uma empresa apoia um programa de educação
ambiental na comunidade, ela não somente passa a ter uma paisagem livre de contaminação
visual ou auditiva como também ajuda a sustentabilidade ambiental.
São várias as ações que surgem da empresa para tornar realidade sua contribuição para o
desenvolvimento local e fazer por onde se alcancem os benefícios antes citados. Continuando,
se detalham algumas ações que podem ser implementadas de forma simples e imediata:
a) Defina uma política clara e precisa como eixo de desenvolvimento empresarial que fo-
mente o respeito e a contribuição com a cultura local
Mantenha, por escrito, uma política em que manifeste seu compromisso com a sustentabilidade
sociocultural. Deve ser uma política clara que revele seu apoio à cultura e ao desenvolvimento
das comunidades vizinhas. Isso é um lembrete permanente para a tomada de decisões diária.
Informe aos seus clientes, seja por meio da internet ou de folhetos, sobre esta política.
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Quando realizar um pedido aos seus fornecedores locais, entregue um folheto com sua política
e convide-os a implementar uma política similar. Isso estimula a autoestima de seus fornece-
dores e proporciona melhores serviços para sua empresa.
Finalmente, em reuniões comunitárias, seja explícito ao manifestar que você conta com uma
política de apoio para o desenvolvimento cultural. Então, sua empresa será relevante também
para as autoridades locais.
Além de difundir sua política em nível local, assegure de fazê-lo nas associações, clubes e
grêmios a que pertença sua operação. É propício manter uma abertura para comunicar seus
compromissos para ser reconhecido não somente em âmbito local, mas também em níveis na-
cionais ou regionais. Esta difusão pode se realizar mediante carta ou correio eletrônico dirigido
a seus contatos. Com o tempo, é necessário enviar lembretes com os resultados alcançados
com a implementação desta política.
b) Analise o sentimento das comunidades locais quanto à empresa turística e ao turismo, mediante
a implementação de pequenas pesquisas de opinião, que devem ser realizadas regularmente
Elabore uma lista de perguntas que permitam investigar como a comunidade percebe seu
negócio e o turismo em geral. Defina um grupo da comunidade que inclua atores chave e com
influência local para realizar a entrevista.
Processe os resultados e guarde-os. Registre sempre a data em que os tudo isso ocorreu.
O sistema de pesquisas e entrevistas deve ser permanente. Manter estes registros permitirá
avaliar em quais pontos você melhorou e em quais pode implementar ações para melhorar.
Difunda os resultados de sua investigação entre os atores turísticos locais, mediante carta ou
correio eletrônico. Esta é a informação chave para determinar ações de melhoria que podem
ser implementadas em sua comunidade.
Escreva, sob a forma de política da empresa, que existe uma prioridade para a compra de ser-
viços e produtos em nível local. Assegure-se, por meio de cartas aos comércios locais, de que
estes conheçam a política. Procure convencê-los a criar políticas similares. Dessa forma, você
impulsionará para que o benefício econômico se reverta para a sua comunidade.
Realize uma lista dos serviços e produtos de que necessita, por exemplo: lavanderia de roupa
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de cama e toalhas ou comestíveis (carnes, hortaliças e verduras), de acordo com as caracte-
rísticas de serviço do produto que você deseja.
Lembre-se de que é importante mencionar as características do produto ou do serviço. So-
mente assim receberá o que deseja. Por exemplo, se você deseja verduras cultivadas de forma
orgânica, seja muito explícito a este respeito.
Proceda de maneira a difundir a lista de necessidades em sua comunidade, por meio de uma
carta-convite para que o destinatário se converta em fornecedor de seu negócio. Não se sinta
decepcionado se nas primeiras tentativas não encontrar tudo de que necessita. Lembre-se de
que está criando uma oportunidade de negócios para outras pessoas de sua comunidade, o
que poderá acontecer em um futuro próximo.
No âmbito da operação, inclua perguntas e sonde os seus clientes para saber sobre a qualidade
dos fornecedores locais e pergunte-lhes sobre como melhorar ou inovar seus serviços. Transmita
a seus fornecedores esta informação para que possam implementar melhorias constantes.
Incentive e promova a produção orgânica de frutas, hortaliças, carnes e outros produtos de
consumo. Utilize-os em sua empresa e motive os seus colegas para que também o façam e,
com isso, se aumente a demanda local.
Para obter os serviços e produtos de que você necessita em sua operação, organize periodi-
camente (pelo menos uma vez por ano) um evento de capacitação sobre suas necessidades
e trate com a comunidade temas como a vantagem de ter cadeias produtivas em nível local.
Ajude na comercialização de produtos elaborados por empresas locais vinculadas a sua opera-
ção. Por exemplo: artesanatos ou produtos agroindustriais, como marmeladas e outros tipos de
doce, produtos que podem ser vendidos na loja da empresa para o consumo de seus visitan-
tes. Aproveite o momento da compra e venda para contar a um viajante como são produzidos
e como sua compra beneficia a economia e o desenvolvimento local.
Seja membro ativo de sua comunidade. Participe de associações ou grupos criados localmente
para a busca de um desenvolvimento sustentável. Por exemplo, se uma comissão é estabelecida
para gerir um programa de tratamento de reaproveitamento da água, faça parte dela.
Ao mesmo tempo, ceda as instalações de sua operação para a realização das reuniões locais.
Com isso, você reafirma seu apoio e conseguirá familiarizar a comunidade com sua empresa e
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com os processos sustentáveis que esta patrocina. Por exemplo, durante a realização de uma
reunião da comunidade, aproveite para mostrar como você recicla seus dejetos e, ao mesmo
tempo, estimule que realizem ações similares em seus lares.
Colabore com as gestões dos grupos comunitários perante as instâncias governamentais, fun-
dações e universidades, entre outros, cuja meta seja alcançar os objetivos planejados nestes
grupos. Por exemplo, seja você o líder de uma reunião da comunidade com uma universidade
para que esta realize estudos com os estudantes acerca da flora e da fauna do lugar.
Em sua empresa, você conta com a definição dos postos de trabalho e suas funções específi-
cas. Elabore e difunda na comunidade um perfil básico de competências de trabalho para os
diferentes postos de trabalho de que sua operação necessita. Com isso, motivará as pessoas
da comunidade para que se sintam atraídas a trabalhar com você.
Em vários lugares, as empresas turísticas manifestam que a localidade não conta com pessoal
qualificado. Para combater essa fraqueza, desenvolva junto com as comunidades locais e com
outros atores um diagnóstico das necessidades de aprendizado comunitárias. Este diagnóstico
será a base para programar suas capacitações e para conseguir ajuda de atores externos, sejam
fundações ou centros educacionais. Dessa forma, incorpora-se mais gente local a sua operação.
Pratique uma política aberta para estagiários locais que permita conseguir o pessoal local
necessário. Lembre-se de que não somente se pode aprender de forma acadêmica como tam-
bém através da prática. Mencione que aqueles estagiários terão, mais adiante, oportunidades
de trabalho em sua operação ou em outras similares. Ao abrir a possibilidade de estágio, pense
em começar por postos básicos. Dessa maneira, estará garantindo a inclusão de pessoal não
especializado neste processo de capacitação.
Uma vez que você e a comunidade conheçam as necessidades de capacitação, lidere a busca
de alianças com organismos não governamentais, agências de governo e o setor acadêmico
62
para implementar uma oferta de cursos de capacitação na localidade, de acordo com as ne-
cessidades identificadas. Caso seja possível, ofereça suas instalações para a realização desses
cursos, pois isso reforçará a familiarização da comunidade com sua empresa e ajudará na
identificação dos melhores projetos a incorporar em sua operação.
Entregue a seus fornecedores uma lista clara de suas necessidades de serviços e produtos
locais. Caso não encontre o que necessita em nível local, busque atores externos que o ajudem
a capacitar localmente os tipos de serviços e produtos (com suas normas) que a operação
demanda. Por exemplo, se você se interessa em consumir produtos orgânicos, organize um
treinamento dirigido aos agricultores locais sobre como cultivá-los.
Inclua no orçamento da operação um item para patrocínio, seja com instalações ou ajuda
econômica para a realização de cursos de capacitação considerados necessários para a co-
munidade e para seus possíveis fornecedores locais.
No orçamento, destine um montante para patrocínio e bolsas de estudo para pessoas da co-
munidade que busquem acesso a cursos especializados em turismo.
Apoie a comunidade, coordenando para que pessoal especializado ofereça palestras edu-
cativas. Por exemplo, você pode ministrar uma palestra sobre como manejar uma empre-
sa ou convidar um especialista em alimentos e bebidas para ajudar a comunidade sobre
higiene e nutrição. Ao difundir suas boas práticas, estará colaborando ativamente para o
desenvolvimento local.
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2. A OPERAÇÃO TURÍSTICA
ATRIBUI RESPEITO ÀS CULTURAS
E ÀS POPULAÇÕES LOCAIS
O turista visita os lugares onde reconhece um ambiente agradável entre a operação turística e
sua comunidade local. Isso se alcança mantendo relações de respeito entre os atores locais.
A intolerância pode-se manifestar por muitas razões, como o desconhecimento da comunida-
de sobre os fins da empresa, e desta sobre os objetivos de desenvolvimento da comunidade.
Geralmente, as regiões onde se estabelece uma empresa turística se destacam por sua po-
pulação cordial e hospitaleira, grande parte da qual se mostra interessada em um possível
desenvolvimento turístico. Para alcançar um quadro de respeito, as comunidades locais devem
ser envolvidas em todo o processo de desenvolvimento turístico, desde o planejamento até a
gestão dos produtos, com o intuito de alcançar os máximos benefícios econômicos, ecológicos
e socioculturais.
As comunidades desejam envolver-se com empresas que se sustentem no respeito e na va-
lorização de suas raízes, cultura e riquezas naturais, assim como de suas próprias diferenças
individuais. Não obstante, existem casos em que as operações turísticas se instalaram como um
ator que não se envolve na cultura do lugar e podem adotar políticas que atentem contra seu de-
senvolvimento antigo. O passado pode ser tomado como um feito cultural de muito tempo atrás,
que, inclusive, pode haver desaparecido em relação ao que hoje se conhece como tradicional.
Por exemplo, em muitas comunidades indígenas os casamentos se dão quando os noivos têm
pouca idade. Mas isso não quer dizer que relações deste tipo são permitidas a pessoas estra-
nhas às comunidades, como os turistas. Em nenhum caso esta prática ancestral pode ser uma
desculpa para permitir encontros sexuais entre os visitantes e as crianças ou adolescentes locais.
A empresa tem a responsabilidade de estabelecer o respeito que deve existir com relação a esta
prática e, também, disponibilizar informação para esclarecer seu contexto histórico.
Em muitos casos, a empresa é o vínculo para que o turista possa apreciar lugares cujas tradi-
ções culturais e costumes sejam diferentes daquelas do lugar de origem. Por isso, em certas
localidades acontecem mal entendidos quando os viajantes, normalmente sem aperceber-se
disso, violam alguns costumes, o que provoca a consequente ofensa aos residentes.
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Um claro exemplo disso se observa na conduta que devem ter os hóspedes ao visitarem san-
tuários religiosos, em que usam traje casual quando a comunidade tem, com base em sua
religiosidade, outros códigos de vestimenta por respeito a suas crenças.
É importante informar aos turistas os costumes locais, os comportamentos sociais não aceitá-
veis, a conduta em lugares sagrados e o oferecimento de gorjetas, entre outros. Também se
deve esclarecer sobre a barganha de preços nos mercados e lojas, a reação dos moradores ao
serem fotografados e qualquer outro aspecto relacionado com o respeito para com os valores
e usos sociais da região.
O respeito e a convivência são fatores chaves para alcançar o desenvolvimento sustentável de
uma região.
Os serviços que a comunidade e a empresa oferecem, adquirem um valor agregado que os di-
ferencia de seus competidores e os situa mais bem posicionado para a captação de novos hós-
pedes. A imagem da operação turística é reforçada com os compromissos sociais adquiridos,
o que repercute na identificação dos trabalhadores com os princípios e valores da empresa e
melhoram seu compromisso, motivação e produtividade.
A comunidade e a empresa devem estabelecer uma aliança a favor do turista que mantenha
um alto grau de respeito e tolerância às diferenças, apontadas em um código de conduta que
motive esta boa relação. Para alcançá-lo, podem-se desenvolver as seguintes sugestões:
Elabore uma política de contratação de pessoal que promova a equidade entre os gêneros
e as etnias, e a incorporação de pessoas com capacidades especiais, entre outras, desde a
perspectiva cultural da localidade onde trabalha. É indispensável respeitar todos os aspec-
tos legais que levam à contratação de pessoal.
Consulte um especialista legal sobre quais são as leis que regem a contratação de pessoal em
operações turísticas como as suas. Lembre-se de que, em muitos casos, existem disposições
explícitas na lei sobre a contratação de pessoas de grupos indígenas ou pessoas com capaci-
dades especiais.
Respeite as disposições legais que regem a contratação de menores de idade. O Convênio 138
da Organização Internacional do Trabalho pretende a erradicação geral do trabalho infantil e
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estipula que a idade mínima para o acesso ao emprego não será inferior à do término da es-
colaridade obrigatória.
No momento de contratar, dê preferência a pessoas que demonstrem sua capacidade e que
sejam de grupos minoritários ou com poucas possibilidades de obter emprego em outras ativi-
dades produtivas da região.
Estabeleça cotas de sua folha de pessoal para serem ocupadas por pessoas vulneráveis. Ou
seja, considere aquelas pessoas que por motivos econômicos, físicos, étnicos ou intelectuais
estejam em desvantagem para conseguir emprego.
Em algumas situações (como no Equador), esta quota é regida por lei, havendo uma quota de
pessoal com capacidades especiais que deve ser contratado por toda a empresa.
Motive uma reunião com sua equipe de trabalho para determinar em quais das atividades
comunitárias pode participar a empresa e para quais atividades da operação pode convidar a
comunidade.
Divulgue entre seus empregados e seus hóspedes, mediante outdoors e cartas, as atividades
programadas em conjunto com a comunidade e convide-os a participar ativamente delas.
Algumas empresas reportaram que em muitos casos os turistas formaram equipes locais para
participações esportivas.
Ao final do período para o qual foram programadas estas atividades de integração, reúna o
pessoal e avalie os resultados obtidos com esta relação.
Enumere
as melhorias, difunda os resultados obtidos e programe novamente para o próximo período.
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O turista deve conhecer, com a ajuda da empresa, os códigos de conduta que encontrará na
localidade que visita. Nestes códigos, deve-se apresentar o que se espera do turista, o que
se espera da comunidade e o que se espera da empresa para que o ambiente sociocultural
seja uma valiosa experiência.
Busque exemplos de códigos de conduta que tenham sido implementados em outros lugares.
Dirija-se à Organização Internacional do Trabalho (OIT), que desenvolveu um módulo sobre
turismo e sustentabilidade, no qual se fazem sugestões sobre as diretrizes para a elaboração
de códigos locais. (Ver o exemplo citado no parágrafo seguinte.)
Existem vários organismos que patrocinam códigos para a não discriminação de pessoas com
enfermidades, como o HIV. Sua empresa poderia adotar esta medida para ajudar as pessoas
com esta síndrome.
A empresa e a comunidade devem recorrer a todos estes exemplos e, com base no diálogo e
no consenso de seus membros, criar um código de conduta para a localidade.
Uma vez determinado o código, é necessário buscar as maneiras para difundi-lo e mantê-lo
vigente. Leve em conta a quem deseja transmitir estes parâmetros de convivência, ou seja, tu-
ristas, empregados, comunidade, organismos locais, associações, outras empresas, etc. Essa
difusão pode ser realizada por meio de palestras, outdoors, página Web, empresas intermedi-
árias de seu produto ou correio eletrônico.
O importante é que o código proposto por sua empresa e a comunidade esteja sempre vigente
e seja conhecido e respeitado por todos.
É importante estabelecer quando se fará uma revisão do código e seus princípios. Para isso,
deve-se convocar uma reunião que congregue a maioria dos atores turísticos. Nesta convoca-
ção, deve-se analisar quanto do código pôde ser aplicado e as melhorias ou novas inclusões
que se devem efetuar.
Motive outros setores a adotar códigos similares, difunda entre eles seus resultados e compar-
tilhe suas experiências em outros lugares onde seja necessário.
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3. A EMPRESA E A COMUNIDADE
DEVEM EMPREENDER AÇÕES QUE
FAVOREÇAM O RESGATE
E A PROTEÇÃO DO PATRIMÔNIO
HISTÓRICO-CULTURAL
A empresa turística reconhece certos esforços que tendem a conservar e melhorar, de forma
responsável, a preservação dos recursos do patrimônio cultural tangível, como arqueologia, co-
leções e obras de arte, e intangível, como vozes, valores e tradições populares. Este rol contribui
eficazmente com outros organismos, tanto públicos quanto privados, na tarefa comum de con-
servar o legado antigo dos distintos lugares. A empresa turística, ao lado da comunidade, é que
interpretará estes recursos com uma autenticidade que seja compatível com a realidade local.
A conservação dos recursos do patrimônio cultural não impede que se estimulem ingressos
econômicos mediante seu uso turístico, mas com o devido cuidado e consideração, de modo
a preservá-los para as próximas gerações. Devem ser desenvolvidas estratégias de gestão do
turismo que estejam em conformidade com as convenções, leis e regulamentos relativos à
conservação dos recursos significativos do patrimônio e que respeitem as normas e os pro-
tocolos da comunidade que mantém, guarda e assegura o cuidado dos lugares importantes.
No campo do turismo cultural, considera-se que, em essência, toda viagem poderia ser “cultu-
ral”, já que todo turista adquire uma experiência de outro país, com base não somente no meio
natural, mas, fundamentalmente, na comunidade e em suas relações com o entorno.
A autenticidade é fundamental para o turismo cultural, que atualmente está no auge. Constitui
um elemento essencial do significado cultural, expresso por meio dos materiais físicos, do lega-
do da memória e das tradições intangíveis que perduram do passado. Neste aspecto, coincide
68
com a maioria do setor turístico. Considera-se que nos próximos anos o turismo cultural será
favorecido, entre outros fatores, porque está se verificando o envelhecimento populacional nos
principais mercados emissores. Isso fará que haja mais gente com tempo livre para consumir
este segmento turístico, especialmente pessoas que, por causa de sua idade, não irão realizar
turismo de aventura.
Pequenos lugares que resgataram atrativos culturais são hoje protagonistas no fluxo turístico
mundial. O patrimônio que foi conservado com a ajuda da empresa turística e da comunidade
serve como uma inspiração motivacional para atrair turistas. Pode ser tão variado como a gas-
tronomia local, museus, ruínas históricas, rituais antigos, medicina dos antepassados, edifícios
históricos (civis ou religiosos), cinema e dança como tão simples como o recurso do idioma
que atualmente está desenvolvendo o chamado “turismo idiomático”, que move milhões de
pessoas de um lugar a outro pelo interesse que demonstram em aprender outros idiomas ou
dialetos.
A empresa turística tem grande oportunidade de negócios no nicho do turismo cultural, posto
que um viajante para o qual a cultura é o principal motivo da viagem, quando está neste des-
tino, vive uma experiência cultural intensa. Este visitante acumulou bastante informação sobre
o destino antes de deslocar-se e não se limita à oferta cultural mais evidente. Além do mais,
ele espera que a viagem sirva para conhecer em primeira mão o destino que escolheu, assim
como ampliar seus conhecimentos e descobrir novos horizontes. Este tipo de turista é exigente
e crítico. Ele espera encontrar no destino informação acessível e profissional.
A comunidade e a empresa devem considerar que muitos lugares contam com um patrimônio
histórico importante. Por isso, é de suma importância trabalhar a sustentabilidade deste ambiente.
Juntos, devem estar dispostos a criar eventos, como concertos, rotas temáticas ou exposições
complementadas com todo tipo de atividades, a partir de seu patrimônio histórico-cultural.
69
Solicite à comunidade, às universidades e a outros centros acadêmicos ajuda para que estagiá-
rios possam realizar estudos sobre o patrimônio cultural do lugar onde se encontra a operação.
Os estagiários deverão estar registrados e devem ser-lhes concedidas as facilidades necessárias
para que, a partir de seu trabalho, enriqueça-se o conhecimento que se tem sobre a região.
Submeta suas necessidades às instâncias governamentais. Isso pode ser essencial para
o resgate, o registro e a proteção do patrimônio cultural da região. Mesmo tendo solicita-
do ajuda, o importante é não deixar de dar prosseguimento às realizações.
b. O turista está ansioso para conhecer a história e a cultura local. Por isso, é bom pro-
mover a preservação dos conhecimentos tradicionais e ancestrais, tais como: a me-
dicina ancestral, histórias e lendas ou o uso de certas plantas locais para a nutrição
A empresa turística deve incorporar em sua oferta os resultados obtidos com a inves-
tigação do patrimônio cultural local. Estes conhecimentos podem ser apresentados de
diversas maneiras.
Se a região é conhecida pelos seus processos medicinais antigos, a empresa turística
e a comunidade devem transmitir essa experiência, para que os turistas a conheçam e
a desfrutem. Tudo isso, complementado com a interpretação local de seu significado e
atualidade, proporcionará um atrativo incalculável para as expectativas do cliente.
Devem-se empenhar nos processos de capacitação de guias locais para que sejam os
encarregados da interpretação dos feitos que serão desvendados para o turista.
70
Finalmente, é necessário fazer o registro dos comentários que os clientes fizeram sobre sua
experiência cultural. Isso servirá de base para que o Comitê de Gestão Cultural possa avaliar
suas funções e realizações.
c) A empresa deve programar encontros para que o hóspede possa desfrutar do patrimônio
cultural local. É recomendável apoiar e desenvolver encontros culturais entre o turista e as
comunidades locais, tanto dentro da operação como em seus arredores, por meio de sua
programação e difusão, como atividades opcionais da empresa
Como parte das atividades do Comitê de Gestão Cultural, a empresa turística deve desenvolver
uma lista das possíveis atividades culturais que servirão como ponto de encontro entre o turista
e a população local.
Forneça a motivação para que a comunidade desenvolva Pequenas e Médias Empresas (PME)
que promovam as atividades culturais que serão oferecidas ao cliente.
71
4. A EMPRESA E A COMUNIDADE
OFERECEM ATIVIDADES
CULTURAIS COMO PARTE
DO PRODUTO TURÍSTICO
O patrimônio cultural tem sido até o momento um vasto território utilizado pelo turismo como
um elemento chave para atrair turistas. Nele se encontram as manifestações históricas da
região, como: sua arquitetura civil, religiosa ou militar, regiões com alto valor histórico, sítios
arqueológicos, museus ou simplesmente coleções particulares que podem ser administradas
pela comunidade ou, mesmo, pela empresa turística.
A empresa pode trabalhar em conjunto com um grupo étnico específico. Neste caso,
o patrimônio cultural terá elementos como a arquitetura antiga do lugar, manifestações religio-
sas, tradições e crenças, música e dança, artesanatos, elaboração de instrumentos musicais,
tecidos, indumentárias, máscaras, alfaiataria, trabalho em metais, pintura, feiras e mercados,
comidas e bebidas típicas e, finalmente, práticas medicinais antigas.
O lugar pode ter outros recursos, como centros científicos, jardins botânicos, bibliotecas
especializadas, parques de recreação, obras técnicas de grande importância para uma
região, festivais de cinema, concursos permanentes, carnavais e eventos de esportes.
Estes são os aspectos que a empresa e a comunidade devem trabalhar. Também, ambas
devem definir qual é seu patrimônio cultural local, para logo fixar as atividades que podem
ser oferecidas no lugar.
De acordo com cada caso, podem-se mencionar aquelas que a empresa turística e a comuni-
dade poderiam oferecer:
Visitas nas quais o turista possa entreter-se, conhecer e aprender sobre os vestígios arquitetô-
nicos que se encontram em um lugar. Muito dependerá da importância histórica do lugar e de
72
outros fatores, como o seu grau de manutenção, para que a empresa e a comunidade possam
estabelecer formas de aproveitar ao máximo esta oferta.
Rotas artesanais
Se a comunidade produz um artesanato, aliada à empresa turística, tem uma oportunidade
muito boa para criar uma rota artesanal que indique ao turista o processo, desde a coleta da
matéria-prima até a expedição dos produtos terminados.
Visitas a museus
Algumas empresas turísticas se encontram próximas de museus históricos ou arqueológicos
de comunidades locais que são de muita importância. Por exemplo, o Museu da Inconfidência
em Ouro Preto; Museu do Diamante em Diamantina; Museu do Caraça em Catas Altas; Museu
do Padre Toledo em Tiradentes; Museu de Arte Sacra em são João Del Rei; lugares que poten-
cializam a demanda de turistas com motivação cultural na região.
Visitas educativas
Cada vez mais, as instituições educativas oferecem viagens a um local específico para aprender
sobre um feito cultural em particular. Se a empresa e a comunidade detectam como oferta a
oportunidade de associar-se com o sistema educativo para o aprendizado sobre um tema cul-
tural, seguramente, existe um produto com um forte potencial de êxito para as partes.
73
Qual a importância de se implementarem práticas
para que a empresa e a comunidade ofereçam
atividades culturais?
Se a empresa turística demonstrar o uso de práticas culturais e sociais adequadas, isso au-
mentará o apoio ao turismo por parte das comunidades locais e minimizará o risco de que apa-
reçam conflitos no futuro. Os problemas ou a ausência de apoio por parte das comunidades
que têm uma percepção negativa dos turistas podem afetar negativamente a experiência vivida
pelos visitantes e deter futuros visitantes.
Cada lugar tem um patrimônio cultural distinto, que pode ser utilizado para atrair novos turistas.
A empresa turística deve descobrir o potencial e seu valor para contrastá-los com as deman-
das dos turistas e, posteriormente, planejar atividades para que o turista possa desfrutar. É
importante que a empresa conte sua história local por diferentes meios, como publicações e
Internet, e que promova as diferentes possibilidades de atividades no lugar.
Esta oferta cultural deve ser transferida aos operadores de turismo, para que possam desen-
volver pacotes de diferentes maneiras. Dessa forma, ajudará a reforçar e melhorar os vínculos
econômicos entre as comunidades e as empresas locais, favorecendo que um destino turístico
seja sustentável a longo prazo.
O turismo pode melhorar as condições de vida local. Mas um desenvolvimento sem controle
pode criar vários impactos negativos, como iniquidade na obtenção de benefícios, mendicân-
cia, prostituição, alcoolismo e delinquência. A empresa turística e a comunidade devem pen-
sar nestes possíveis impactos negativos. É necessário que se comprometam em promover uma
aliança cooperativa que seja genuína e busque estabelecer uma relação baseada no respeito
mútuo. Para isso, podem implantar várias ações operativas.
74
Consulte a comunidade sobre as características culturais que podem ser expostas abertamente
aos visitantes. Colete o maior número de informações de pessoas chave da comunidade, como
idosos ou estudiosos da cultura local.
Junto a cada um deles, mantenha um texto informativo para o hóspede com dados relevantes
sobre seu processo e seu significado na área.
Difunda a riqueza artesanal local, mediante seu uso na decoração do lugar, a venda em uma
loja de operação ou visitas a centros de produção.
Ofereça seu assessoramento para que estes grupos contem com um plano que garanta os
fundos necessários para a investigação e difusão dos ritmos antigos.
Inclua em sua programação apresentações artísticas durante um evento especial, almoço ou jantar.
Assegure-se de que o grupo receba um reconhecimento econômico por sua participação.
75
Em relação à magnitude da oferta musical e de dança local, desenvolva com a comunidade a
ideia de estabelecer um programa ou evento permanente em que se apresentem vários grupos
artísticos da região e se possam convidar outros, em nível tanto nacional como internacional.
c) Promover o aprendizado de línguas nativas pelos turistas mediante sua inclusão em folhetos
ou seu uso entre os membros da operação
Investigue e reúna frases, modismos, nomes históricos, nomes geográficos, nomes gastronômicos
e nomes comuns de animais e plantas da região. Faça uma lista com os significados de cada uma
deles e seus usos. Em muitos casos, atrás do nome existem histórias muito interessantes.
Difunda seus resultados, seja por meio de mapas, folhetos, publicações ou Internet.
Os turistas se sentem muito atraídos por temas como estes, os quais os ajudam satisfazer
sua experiência cultural.
Muito do que foi compilado pode ajudar para adotar nomes locais em sua empresa. Por exem-
plo, vários hotéis dão às habitações nomes geográficos da região. Isso facilita guardar o lugar, já
que podem fazê-lo com base no nome de cada habitação. Da mesma maneira, outros peque-
nos hotéis deram às suas habitações nomes de artesanatos, de canções ou de personagens
ilustres da região.
Muito do que foi complilado pode ajudar para adotar nomes locais em sua empresa. Por ex-
emplo, vários hotéis dão às habitações nomes geográficos da região. Isso facilita guardar o
lugar, já que podem fazê-lo com base no nome de cada habitação. Da mesma maneira, outros
pequenos hotéis deram a suas habitações nomes de artesanatos, de canções ou de persona-
gens ilustres da região.
Para alcançar uma comunicação efetiva neste aspecto, lembre-se de que seu pessoal, para
fazer uso da idiomática local, deverá conhecer o idioma de procedência do turista. A capacita-
ção em idiomas de onde provém seu principal cliente é fundamental para o desenvolvimento
de sua empresa e de sua pessoal.
Investigue e sistematize toda a informação disponível sobre rituais antigos do lugar. Tais rituais
76
podem ser mágico-religiosos ou feitos culturais que foram transmitidos de geração a geração.
Determine quais destes rituais podem ser vinculados ao turismo. Evite lugares privados ou
muito sensíveis e busque o apoio da comunidade local para a seleção dos locais a visitar.
Ofereça ao seu cliente visitas programadas a estes rituais antigos. Inclua paradas ou per-
manência em outros negócios locais como parte desta experiência turística. Assim, é possível
aumentar os benefícios econômicos para os profissionais autônomos e agregar um elemento
valioso de exclusividade ao atrativo.
77
Âmbito
ambiental
Introdução
Em muitos países que se encontram em vias de desenvolvimento o turismo pode
ser mais lucrativo que as indústrias agrícolas, pecuárias, têxteis ou de outro tipo.
negativo na cultura local e no ambiente natural. Dia a dia se observam casos que
ilustram esta situação. Por exemplo, a construção extensiva de hotéis, que danifica
ser considerado nos planos de ação dos empresários turísticos. Então, estes de-
Esta seção do Guia de Boas Práticas foi elaborada para as empresas turísticas,
com o propósito de promover uma relação sustentável entre recursos naturais, am-
com base nos critérios de sustentabilidade. Assim, também pode ser uma ferra-
menta para quem busca obter a certificação turística para garantir aos viajantes
80
Nesta seção, desenvolvem-se temas de interesse para os empresários
turísticos, como:
ção ambiental.
Cada tema explica a importância de conduzir as boas práticas em cada uma das
implementá-las. Além disso, são citados exemplos de empresas que têm obtido
sáveis, por minimizar seu impacto negativo no ambiente. Sua contribuição para
Este tema tem por objetivo principal esclarecer as pessoas sobre o aquecimento global, por se
tratar de um problema grave que afeta os ecossistemas e a sustentabilidade da indústria turísti-
ca. Esta seção proverá um guia para minimizar a geração de gases de efeito estufa causadores
do aquecimento global.
Desde sua formação, a Terra tem experimentado mudanças graduais em seu clima. Porém, nos
últimos anos essas mudanças têm sido muito drásticas em um período curto de tempo. Fre-
quentemente, evidenciam-se os efeitos dessa mudança climática. Por exemplo, as catástrofes
naturais, produto do aumento da temperatura global.
Efeito estufa
Efeito estufa é o aquecimento da atmosfera devido à retenção do calor causado por certos gases
que evitam sua dissipação para o espaço exterior. Os raios do Sol entram na atmosfera terrestre.
Parte da radiação se escapa ao espaço e parte fica retida, em forma de calor, na Terra.
O efeito estufa é necessário para que se mantenha a vida no planeta. Mas quando se altera a com-
posição da atmosfera, o calor já não se libera nem se retém de maneira regular. A principal causa
82
decorre das queimadas, somadas aos aviões e automóveis que emitem dióxido de carbono (CO2),
o principal gás causador do efeito estufa. Unidos ao dióxido de carbono, encontram-se outros,
como: metano (CH4), que se produz nos campos pecuários; óxidos de nitrogênio, provenientes das
fábricas; vapor de água (H2O); e clorofluorcarbonos (CFC), que são gases artificiais. Quanto maior
a quantidade de gases de efeito estufa na atmosfera, maior é a quantidade de calor que se retém.
As geleiras e as calotas polares se derretem e aumenta o nível do mar, causando o risco de
inundar cidades costeiras e ilhas.
As direções das correntes de ar e oceânicas mudam. Os padrões das chuvas são cada vez mais
imprevisíveis e o tempo atmosférico se mostra mais extremo.
A água se evapora mais rápido com o aumento da temperatura global e o ciclo de água fica afetado.
O aquecimento global ocasiona a perda de habitat para muitos organismos silvestres. Além dis-
so, certas zonas já não serão aptas para a sobrevivência de certas espécies. Em consequência,
nestas áreas haverá menos espécies atrativas para os turistas.
Os padrões de migração de baleias, aves, borboletas e outros animais se alteram com a mu-
dança climática, e as atividades turísticas relacionadas são afetadas.
Os fenômenos atmosféricos extremos, tais como inundações, tormentas elétricas, chuvas muito
fortes e tornados, intensificam-se com o aquecimento global. Isso poderia ocasionar danos na
infraestrutura turística, que originam enormes gastos econômicos para a reparação e afetam a
estabilidade laboral do pessoal.
83
Os efeitos do aquecimento global afetam as operações das empresas no caso de mudanças
imprevistas no tempo atmosférico e fazem com que o planejamento seja alterado nas atividades
turísticas.
Os destinos costeiros e as ilhas sofrem uma indigência no turismo por temor às inundações.
No campo turístico, toda empresa deve fazer as modificações necessárias para reduzir a
produção de gases de efeito estufa, assim como se preparar para enfrentar emergências que
sejam provenientes, ou não, do aquecimento global. Os seguintes conselhos práticos são um
guia para alcançar esses objetivos:
Informe a seu pessoal e os turistas sobre o aquecimento global, suas implicações para a
empresa e as maneiras de diminuir seus efeitos.
C
alcule o rastro de carbono que deixa sua empresa, quer dizer, a quantidade de dióxido de
carbono e outros gases de efeito estufa que se emite durante o ciclo completo de um serviço
ou produto, a fim de determinar quando e onde se deve utilizar um processo mais eficiente.
P
romova viagens neutras quanto à emissão de carbono.. Isso consiste em compensar as
emissões de dióxido de carbono produto da viagem. A compensação pode ser em forma de
contribuições (monetárias ou de outro tipo) para projetos de energia renovável, compra de
terrenos para conservar, etc.
C
ultive árvores nativas e/ou contribua com as áreas naturais protegidas. As árvores nativas
ajudam a absorver o dióxido de carbono da atmosfera.
84
Utilize automóveis com tecnologias modernas para a redução de emissões de dióxido de
carbono. Por exemplo:
Sistema de distribuição variável. Esta tecnologia varia a abertura e a trava das válvulas
do motor, o que ajuda a promoção de uma melhor combinação entre ar e combustível,
permitindo ao motor consumir menos energia.
Desativação de cilindros. Este sistema apaga um ou mais cilindros dos motores grandes
quando não se necessita potência adicional.
85
2. RECURSO ÁGUA
Nesta seção do Guia, apresentam-se boas práticas de gestão para reduzir o consumo de água e
criar consciência sobre o aproveitamento e conservação deste valioso recurso.
“Se há tanta água no planeta, por que se diz que temos que
economizar?”
A água existe em forma abundante. No entanto, 97% da água do planeta é salgada e está em
mares e oceanos. Somente 3% é água doce, encontrando-se, em sua maioria, em forma de gelo,
nos polos e nas geleiras. Apenas 0,3% dessa massa total de água doce pode ser utilizado pelos
seres humanos na alimentação e higiene pessoal, produção de energia, irrigação de campos
agrícolas e distintos processos industriais, entre outros múltiplos usos. O líquido se encontra em
forma de água subterrânea, assim como em rios, lagos e outros terrenos úmidos.
86
Qual é a importância de implementar boas práticas
de gestão no recurso água?
Muitos serviços e atrações turísticas necessitam da água para poder conduzir-se bem, para
funcionar.
Os turistas consomem muita água. Algumas vezes, até mais do dobro que um residente. Em
um hotel mediano, usualmente, gasta-se uma média de mais de 400 litros de água por dia
por turista, enquanto que uma empresa de aluguel de carros utiliza cerca de 300 litros para
lavar um veículo.
A empresa que conserva as fontes de água consegue uma boa imagem perante os turistas
responsáveis.
A economia de água ajuda a proteger o recurso hídrico da comunidade, uma vez que promo-
ve uma relação sustentável entre água, ambiente e turismo.
Na prática, é relativamente fácil efetuar certas mudanças nos hábitos de consumo de água
para obter bons resultados em muito curto tempo. Para isso:
Mantenha controles e registros periódicos sobre o uso de água. Instale medidores por áreas
operativas (habitações, lavadoras de carros, etc.) para determinar quais consomem mais água.
Com o resultado obtido, melhore os processos, o desperdício e a manutenção.
Faça um registro conforme modelo indicado a seguir. Considere a informação que aparece na
conta de água de cada mês (se tiver fonte de água própria, coloque um medidor na tubulação
de entrada para ter o controle do consumo)
Calcule a quantidade de água consumida pelo visitante e/ou atividade turística. Determine,
depois de colocar em prática as recomendações neste Guia, se estes tem sido efetivos em
termos de economia de água ou se necessita implementar medidas adicionais.
87
Contrate uma empresa para que faça análises da qualidade da água de sua empresa
(tubulação, gelo, piscinas, entre outros).
Analise com que frequência ocorrem incidentes de escassez de água na região. Determine
que medidas de contingência podem ser aplicadas nesses casos.
Prevenção e manutenção
Programe uma manutenção geral para revisão de tubulação, instalações e reparação de tornei-
ras e registros que gotejam ou outro tipo de perdas. Isso deve acontecer uma ou duas vezes ao
mês. Deve-se designar uma pessoa encarregada de dar prosseguimento.
Mantenha um tanque com água em sua empresa para poder facilitar a seus clientes
em caso ocorrência de evento inesperado (por exemplo, obstrução no sistema de
abastecimento de água na localidade).
Motive os turistas a participarem da economia de água. Divulgue instruções sobre como ajudar
nesta tarefa. Utilize meios discretos, mas visíveis e atrativos, para comunicar os conselhos de
economia, como um cartão impresso na habitação ou placas colocadas estrategicamente em
distintos pontos da companhia.
Fechar a torneira quando não a estejam utilizando (enquanto escovam os dentes, se bar-
beiam ou ensaboam).
Reutilizar as toalhas e os lençóis que estejam limpos: poderiam colocar no chão aquela
roupa de cama ou as toalhas que querem que sejam lavadas e deixe em seu lugar a que
ainda está limpa. Dessa maneira, ao não lavar toda a roupa de cama, nem as toalhas cada
dia, um hotel pequeno pode economizar mais de 5.000 litros de água ao mês.
Utilize sanitários eficientes que apenas gastem 6 litros de água por descarga (os convencionais
consomem o triplo dessa quantidade). Esta ação pode economizar 50% de água nos banheiros.
Adquira dispositivos retentores de água para torneiras e duchas, tais como aeradores ou
arejadores. Estes são econômicos, de fácil instalação, economizam grande quantidade de
água e mesclam a água com um jato de ar, pois aumentam a pressão com a que sai a água e
criam um efeito de espuma. Assim, oferecem ao turista uma agradável sensação de limpeza
e de bem-estar, gastando um volume de água menor que o que sai por uma torneira ou uma
ducha convencional. Isso implica uma economia de água de até 50% por pessoa ao dia.
88
Economia de água na cozinha e na lavanderia
Recomende a seus empregados lavar frutas e verduras em um recipiente com água em vez de
fazer debaixo de uma torneira aberta. Reutilize essa água para regar o jardim.
Utilize a lavadora de pratos e a lavadora de roupa quando tiverem cargas completas. Em caso
de não contar com um aparelho para lavar pratos, solicite ao encarregado desta tarefa que
ensaboe os pratos com a torneira fechada.
Use lavadoras eficientes, que não consumam mais de 60 litros de água por 4 quilos de roupa
no ciclo normal de algodão.
Instale válvulas limitadoras de fluxo naqueles casos em que deseja regular a quantidade de
água que utiliza uma atividade. Dessa maneira, assegurará que apenas se utilize o volume de
água necessário para terminar o processo.
Adquira equipamentos de cozinha que permita economizar água. Por exemplo, uma cafeteira
com um sistema denominado “distribuição contínua” (com conexão direta a rede de água).
Coloque pistolas de jato mecânicas na extremidade das mangueiras de regar para controlar o
fluxo e a pressão da água, para não ter que deslocar-se para fechar a torneira.
Adquira um compressor móvel e pistolas para lavar a pressão, caso necessite realizar traba-
lhos de limpeza intensiva minuciosamente. O compressor incrementa a pressão com que a
água sai. Com isso, consegue-se limpar melhor com menos água.
Reutilize as águas cinza (aquelas usadas para lavar a roupa ou provenientes dos banhos) para
irrigar jardins e limpar terraços, paredes, garagens ou pavimentos. No mercado, há sistemas
que consistem em tubulações e depósitos que coletam essas águas e as depuram.
Capte a água de chuva e utilize-a para regar jardins ou para lavar instalações e veículos.
Existem sistemas no mercado (também se pode fabricar a baixo custo) que permitem captar
a água de chuva que cai sobre o teto mediante canaletas que transportam o líquido para um
depósito de armazenamento.
89
3. RECURSO ENERGIA
Neste manual, o propósito de tratar o tema da energia consiste em instruir empresários do setor
de Turismo sobre a economia de energia e a utilização de fontes alternativas, com o fim de reduzir
a emissão de gases contaminantes que degradam o ambiente, assegurar a sustentabilidade de
sua empresa e, dessa forma, diminuir os custos de operação.
A energia é que faz tudo acontecer. Pode ser obtida de fontes como o sol, a água, os combustíveis
fósseis, o vento, o magma e a matéria orgânica, entre outros. Os combustíveis fósseis, uma das
fontes mais utilizadas no mundo para obter energia, encontram-se em quantidade limitada na
natureza e demoraram milhões de anos para se formarem. Seu uso pode proporcionar o esgota-
mento das reservas.
A água também é utilizada em muitas regiões para a produção de energia. É uma fonte de energia
limpa e renovável, porque pode ser reutilizada. Porém, na atualidade, o clima muda de maneira
imprevisível, e podem ocorrer períodos de seca prolongados, que fazem a diminuição da produ-
ção de energia. Na construção de uma represa hidroelétrica se alteram os ecossistemas naturais.
Energias alternativas
Os inconvenientes que as energias convencionais apresentam para produzir eletricidade têm pro-
movido maior interesse pelo uso de energias alternativas e limpas, como as seguintes:
Energia solar
Obtém-se das radiações do sol, coletadas por meio de painéis e baterias solares, que as
convertem em eletricidade.
Energia eólica
Utiliza a força do vento, cuja energia se capta por meio de moinhos de vento ou aero-geradores.
Energia geotérmica
Utiliza o calor do magma do interior da Terra para gerar eletricidade nas centrais geotérmicas.
Energia biomassa
Aproveita matéria orgânica, seja mediante a queima direta ou por meio de processos que
a transformam em material combustível. Em muitos lugares, utilizam-se biodigestores, que
transformam em biogás os resíduos da agricultura e a pecuária. Serve como combustível e
para gerar eletricidade.
90
Qual é a importância de implementar boas práticas
de gestão no recurso energia?
A produção de energia com combustíveis fósseis gera contaminação, o que pode contribuir
para o aquecimento global e causar danos no ambiente.
As boas práticas no uso da energia dão bons resultados, e rapidamente. As recomendações se-
guintes podem ser aplicadas em sua empresa:
Medidas gerais
Calcule a energia consumida em sua empresa. Primeiro, determine seu consumo mensal. Usu-
almente, mede-se em kWh, kilowatt-hora. Em um hotel, divide-se a quantidade total consumida
entre o número de hóspede/noite). Segundo, determine o volume consumido de outras fontes
de energia, como diesel, gasolina ou gás. Encarregue uma pessoa para cuidar deste trabalho.
Percorra as instalações de sua empresa e identifique em quais áreas se gasta mais energia e
quais oportunidades de economia se apresentam. Considere o seguinte quadro de exemplo:
Quantidade aproximada de kilowatts por hora (kWh) consumidos por mês por 4 turista em
uma empresa pequena
Porcentagem
Aparelho Kilowatts/hora
do total (%)
(kWh) mensais
Ar-condicionado de janela (10 000 BTU), 8 horas diárias 320 13,61
Ventilador de teto, 8 horas diárias 20 0,85
Iluminação (30 lâmpadas incandescentes) 338 14,38
Cozinha elétrica com forno 650 27,66
Refrigerador com congelador 270 11,49
91
Lava-pratos automático 50 2,13
Forno de micro-ondas 42 1,79
Torradeira 20 0,85
Cafeteira 12 0,51
Secadora de roupa 100 4,26
Lavadora de roupa 12 0,51
Televisão 40 1,70
Aspirador 6 0,26
Aquecedor de água 470 20
TOTAL 2350 100
Capacite o seu pessoal para que saiba aplicar medidas de economia de energia.
Coloque placas nas instalações para pedir aos turistas que apaguem as luzes, os ventila-
dores e outros aparelhos elétricos quando não os necessitem.
Reúna-se com membros de outras empresas turísticas de sua localidade para calcular
a energia consumida entre todos, a fim de compartilhar e avaliar a eficiência das boas
práticas que aplicam e comparar as economias que alcançaram.
Adquira produtos cuja manutenção requer menos energia, como toalhas e roupa de
cama de algodão orgânico, que podem ser lavadas a baixas temperaturas.
Faça arranjos na arquitetura das instalações de maneira que haja boa ventilação, superfí-
cies que reflitam o calor e isolamento de tetos e janelas.
Analise que tipos de energias alternativas podem ser implementadas em sua localidade.
Empenhe-se em integrar sistemas de energias alternativas em sua instituição gradual-
mente. Por exemplo, biodigestores ou painéis solares para esquentar a água.
Ar-condicionado e calefação
Aproveite a ventilação natural. Utilize mais ventiladores elétricos de teto, porque consomem
apenas 15% da energia que gastam os equipamentos de ar- condicionado. Pode utilizá-los
em períodos e dias mais frescos.
92
Plante árvores ou arbustos nativos ao redor de sua empresa para proporcionar sombra so-
bre paredes e janelas, e cortar o vento. Isso pode economizar em torno de 20% de energia.
Efetue a manutenção e a limpeza da caldeira a gás ou a óleo ao menos uma vez ao ano para
que funcione com maior eficiência. Contrate uma boa empresa para este trabalho. Cubra a
tubulação da caldeira com material isolante para evitar que a água quente se esfrie nos tubos.
Compre unidades de ar-condicionado eficientes, posto que o ar-condicionado gasta até 60%
da energia de um hotel. Prefira aqueles que utilizam ar para condensar em vez de água.
Limpe os filtros das unidades de ar-condicionado regularmente, para evitar um gasto maior
de energia e problemas respiratórios.
Agregue isolamento para o teto, as portas e as janelas. Isso evitará que penetre grande
quantidade de radiação nas instalações e proporcionará a economia de uma carga no ar-
-condicionado. Coloque massa nas gretas das paredes. Em dias muito frios esta medida
conserva o calor adentro, o que economiza até 20% de energia.
Aplique uma película especial nas janelas para controlar a entrada da radiação solar. Dessa
maneira, economiza energia de ar-condicionado.
Iluminação
Pinte as paredes com cores claras, que refletem mais a luz e acentuam a iluminação.
Utilize lâmpadas que consomem menos energia no vestiário, jardim, corredores e outras
áreas de uso comum. Por exemplo, use lâmpadas fluorescentes de tecnologia recente, que
duram até 10 vezes mais e gastam um terço da eletricidade que consomem as lâmpadas
incandescentes regulares. Não use fluorescentes em banheiros ou locais onde tenha que
apagar e acender com frequência, pois isso os danifica (melhor, então deixá-los acesos
se tiver de usá-los em menos de cinco horas, já que ao acender consome muita energia).
Ilumine cada área de acordo com sua função. Ou seja: menos iluminação para as áreas
que não são muito utilizadas.
93
Eletrodomésticos
Compre aparelhos elétricos modernos e eficientes quanto ao uso de energia. Leia as eti-
quetas que informarão quanta energia consomem.
Feche bem a porta do refrigerador. Não guarde alimentos quentes nele. Limpe os tubos do
condensador ao menos duas vezes ao ano.
Utilize a lava-roupas e a lavadora de pratos nas horas que não sejam pico de consumo.
Utilize programas curtos de lavagem e com a menor temperatura possível (30ºC é uma
temperatura adequada para a maioria dos detergentes). Isso permite uma economia de até
80% de energia na lavagem.
Passe várias roupas de uma vez. Não esquente o ferro para uma só roupa, já que o aque-
cimento inicial deste aparelho consome grandes quantidades de energia.
Transporte
Promova atividades turísticas que não utilizem automóveis. Por exemplo, caminhadas em
trilhas de parques nacionais, rotas a cavalo, caiaque e passeios de bicicleta.
Assegure-se de que os pneus mantenham sempre uma pressão correta, pois isso melhora
a taxa de consumo de combustível.
94
4. BIODIVERSIDADE
O que é a biodiversidade?
Muitas espécies de organismos silvestres estão em perigo de desaparecer. Uma das principais
causas é a alteração dos ambientes naturais. A agricultura, a pecuária, a urbanização, a explo-
ração de recursos naturais, a pesca desmedida, a extração, a caça e o tráfico ilegal diminuem as
populações de organismos. A contaminação do ar, da água e do solo afeta sua sobrevivência. O
ruído e a presença de um grupo grande de turistas podem alterar o comportamento dos animais
silvestres e afetar sua reprodução.
O turismo de natureza tem experimentado um crescimento muito rápido nas últimas três dé-
cadas. Muitos turistas desejam observar as formas de vida de outras regiões. Se esta atividade
for mal conduzida, pode constituir-se em uma séria ameaça ao bem-estar dos ecossistemas.
O turismo, com o manejo adequado, pode contribuir para a conservação da natureza, já que é um
incentivo econômico para que os habitantes de uma comunidade protejam sua biodiversidade.
Analise se as atividades de sua empresa produzem algum impacto negativo nas formas locais
de vida, especialmente se opera próximo a um ecossistema delicado (por exemplo, áreas pró-
ximas a nascentes, campo rupestre do cerrado, mata atlântica). Determine de que maneira
95
pode eliminar esses efeitos negativos. Busque assessoria profissional (especialistas em manejo
de vida silvestre), com o fim de estabelecer as medidas adequadas para minimizar o impacto
na biodiversidade.
Elabore um código de conduta para sua empresa, no qual devem conter os princípios com os
quais ela se compromete a seguir para proteger a biodiversidade da região. Distribua-o entre
os funcionários e motive-os a cumprir sempre o código.
Elabore um inventário das plantas e dos animais da região. Solicite a ajuda de estudantes ou
profissionais dispostos a colaborar. Indique a abundância relativa do organismo (se é comum
ou escasso). Utilize estes dados para informar a seus clientes e para monitorar o estado das
populações de organismos.
Informe-se sobre as lendas, história natural e outros dados interessantes sobre os organismos
silvestres da região. Utilize fontes confiáveis. Aproveite esse conhecimento para captar a aten-
ção dos turistas e motivá-los a proteger a biodiversidade.
Formate pacotes turísticos para grupos de tamanho reduzido. Dessa maneira, produz-se me-
nos ruído, danifica-se menos o solo, e cada turista pode apreciar melhor o que o rodeia.
Contrate os serviços de outros fornecedores de serviços turísticos que apliquem boas práticas
de manejo e que contribuam com a conservação da biodiversidade local.
Eduque seu pessoal e os turistas sobre a importância de não comprar animais e plantas silvestres,
nem produtos derivados deles (carapaças de tartaruga, peles, ossos, madeiras preciosas, etc.),
particularmente se encontram em perigo de extinção ou se seu comércio está vedado pela lei.
Notifique às autoridades os casos de extração ilegal de plantas, caçada ou outras ações que
possam causar danos ao ambiente.
Apoie os esforços de proteção da natureza que realizam organizações locais e instituições públicas,
sob a forma financeira ou de doação de seu tempo; por exemplo, em trabalhos de : vigilância, limpeza
de áreas naturais e planejamento e aplicação de estratégias de conservação.
Impeça o ingresso de plantas, animais ou outros organismos que não sejam próprios da região,
já que as espécies exóticas podem competir com as nativas e afetar seu ciclo de vida.
Oriente os turistas quanto à forma adequada de comportar-se em uma excursão para observar
organismos silvestres. Não permita ações que afetem o bem-estar dos organismos silvestres.
Evite que se forneçam alimentos aos animais silvestres, porque isso gera dependência dos seres
96
humanos. Instrua o pessoal e os turistas sobre este aspecto.
Informe ao pessoal e aos turistas que não devem penetrar em áreas frágeis ou de reprodução
dos animais silvestres.
Lembre seu pessoal e clientes que não devem extrair plantas ou suas partes, pois isso pode
servir de alimento para os animais da região.
Respeite os ciclos de vida dos animais. Por exemplo, os animais noturnos são muito sensíveis.
Assegure-se de que as instalações de sua empresa não emitam luz diretamente sobre os sítios
naturais. Limite o número de luzes acendidas durante a noite.
Não mantenha animais em cativeiro, a menos que possua permissão para reabilitá-los ou
reproduzi-los com fins conservacionistas.
Informe os turistas sobre as espécies que não devem ser consumidas por estarem ameaçadas
de extinção. Não ofereça espécies escassas como uma opção de alimentação. Compre alimen-
tos apenas de fornecedores locais responsáveis com o ambiente.
Informe-se sobre as leis que existem em seu país para a proteção da biodiversidade. Este é um
mecanismo para que sua empresa e seus clientes respaldem a conservação.
Consulte as páginas da Web e os materiais das organizações que trabalham com a proteção
da fauna e que oferecem informação detalhada sobre como manejar um tour de observação de
fauna (aves, mamíferos terrestres e aquáticos, tartarugas, etc.)
97
5. BIODIVERSIDADE NOS JARDINS
Os jardins e as áreas verdes são terrenos onde o ser humano cultiva plantas com fins ornamentais,
alimentícios ou recreativos. Os jardins com grande variedade de plantas nativas são muito atrati-
vos para a fauna silvestre, já que oferecem alimento e refúgio para os animais.
Os jardins podem se converter em grandes aliados para preservar a biodiversidade de uma região.
O número de construções aumenta cada vez mais e o espaço disponível para as áreas naturais
se reduz particularmente nas cidades
As áreas verdes mal planejadas podem consumir muita água, causar danos à infraestrutura de
casas ou edifícios e favorecer o ataque de pragas.
Os custos de manutenção diminuem quando se desenvolve um bom plano de manejo das
áreas verdes e dos jardins. Dessa forma, maximizam-se os benefícios destes espaços.
Integre as áreas verdes com os espaços naturais que estão ao redor utilizando a plantação de
trepadeiras, árvores, arbustos e outras plantas nativas. Adote os padrões das paisagens na-
turais existentes como guia para colocar as plantas, rochas e outros elementos, seguindo um
desenho naturalista.
Investigue as condições necessárias às plantas do jardim. Agrupe-as de acordo com sua ne-
cessidade de sol, sombra e água.
98
Mantenha informações sobre os nomes comuns, os usos que se dão na comunidade
e sua distribuição.
Evite plantar espécies ornamentais exóticas, já que podem ser agressivas, dispersar-se com
facilidade e destruir as populações de plantas nativas.
Crie uma horta de plantas medicinais e/ou comestíveis em sua empresa. Ofereça bebidas e
alimentos a seus clientes com os produtos colhidos.
Utilize ferramentas manuais em bom estado na manutenção das áreas verdes. Quando neces-
sário, dê preferência a ferramentas elétricas em vez das acionadas por combustível.
Considere o estabelecimento de biojardineiras, que são terrenos úmidos construídos que apro-
veitam águas cinza. Estas passam a uma jardineira com rochas e plantas que as filtram.
Evite o uso de agrotóxicos no jardim. Os produtos para a jardineira e agricultura com etiqueta
vermelha são extremamente tóxicos e não devem ser usados nunca. Os de etiqueta amarela
são altamente perigosos. Os de etiqueta azul são moderadamente perigosos. Os de etiqueta
verde são ligeiramente perigosos.
Observe quais plantas as aves, borboletas, morcegos e outros animais de sua localidade
utilizam. Busque essas espécies em viveiros ou peça brotos aos vizinhos. Verifique se o que
pensa em plantar cresce bem em sua região.
Assegure-se de que no jardim tenha diversidade de estratos, como ervas, trepadeiras, arbustos,
árvores e troncos secos. Considere criar vários habitats para distintos animais, como um parque
com plantas de flores tubulares para colibris e borboletas ou um terreno úmido para garças
Empilhe partes de ramos de árvores e outros restos das podas em uma seção do jardim. Esta
pilha funcionará como um refúgio para as aves pequenas.
Plante espécies que produzam muitos frutos e flores ao longo do ano que sirvam de fonte de
alimento.
Evite semear plantas com espinhos ou tóxicas em áreas verdes frequentadas por crianças.
99
Que benefícios sua empresa obtém?
As áreas verdes com plantas nativas e bem mantidas melhoram consideravelmente a aparência
da empresa e criam um ambiente agradável, sem necessidade de investimento financeiro alto.
Os turistas interessados em fotografia terão interessantes espécies para fotografar, em local
próximo.
A sombra que produzem as árvores reduz os gastos com ar-condicionado e a irrigação das
áreas verdes.
As aves e os morcegos que visitam um jardim eliminam as pragas. Portanto, diminuem o nú-
mero de enfermidades transmitidas por mosquitos, ácaros e outros parasitas.
100
6. ÁREAS NATURAIS PROTEGIDAS
E DE CONSERVAÇÃO
Esta seção tem por objetivo promover boas práticas para a proteção das áreas naturais, com o
fim de minimizar o impacto negativo do turismo no ambiente.
As áreas naturais protegidas são um instrumento útil para a conservação da biodiversidade.
Compreendem ecossistemas naturais, terrestres ou aquáticos, os quais recebem proteção por
conter importantes recursos naturais ou culturais. Em nível mundial, têm-se estabelecido dife-
rentes categorias de áreas naturais.
Parque nacional
Espaço que contém um ecossistema com características excepcionais ou espécies de muito inte-
resse. Por exemplo, a Reserva Ecológica do Tripuí, em Ouro Preto. Protege a área com fins científi-
cos e/ou de conservação da vida silvestre.
Monumento natural
Espaço que contém características naturais específicas. Por exemplo, o Monumento Natural do
Rio São Francisco nos Estados da Bahia, Alagoas. A razão de sua existência é a preservação de
formações naturais únicas.
Existem designações de caráter internacional, tais como o caso da UNESCO, que outorga o
título de reservas da biosfera a áreas geográficas representativas dos distintos ecossistemas
naturais do planeta. Por exemplo, a Reserva da Biosfera da Serra do Espinhaço no estado de
Minas Gerais. A mesma organização confere o título de Patrimônio da Humanidade àqueles
101
sítios específicos, como a Cidade Histórica de Ouro Preto e o Centro Histórico de Diamantina,
em Minas Gerais que, por suas características únicas, são assim designados por serem de
grande interesse para a comunidade internacional, a fim de que possam preservar-se para as
futuras gerações.
Atualmente, as áreas naturais protegidas enfrentam pressões dentro e fora delas. A falta de ajuda
financeira, a contaminação, o crescente número de turistas e os caçadores clandestinos, entre
outros fatores, constituem-se em problemas que colocam em perigo a estabilidade destas áreas.
Para formar um turismo sustentável, o desfrute das áreas naturais deve ser compatível com a con-
servação da biodiversidade e com a melhora da qualidade de vida dos habitantes das comunidades
locais.
Os parques nacionais e as demais áreas naturais protegidas contêm elementos muito atrativos
para os turistas.
O turismo pode causar graves danos às áreas naturais (resíduos, erosão de trilhas, alteração no
comportamento dos animais), e as áreas degradadas recebem menos visitação.
Motive os seus funcionários a trabalharem como voluntários nas áreas naturais próximas à em-
presa. Por exemplo, na coleta de resíduos das trilhas.
Informe-se sobre as normas que regulam o funcionamento das áreas naturais protegidas da
região, para realizar suas atividades conforme a legislação.
Investigue sobre os parques nacionais de sua região: clima, ecossistemas presentes, flora e fauna
predominante, organismos em perigo de extinção, etc. Solicite folhetos, mapas e outros tipos de
informação impressa sobre esses espaços naturais. Indague que serviços se oferecem próximo
aos parques (transporte público, bancos, farmácias, restaurantes). Ponha à disposição dos turis-
tas essa informação e motive-os a visitar essas áreas. Traduza a informação em vários idiomas.
Estabeleça uma boa relação com os administradores das áreas naturais protegidas. Dessa
maneira, torna-se possível coordenar esforços para protegê-las. Ofereça-lhes dados sobre sua
102
empresa, para que possam recomendá-la aos visitantes.
Adquira guias de campo (por exemplo, de plantas, aves e anfíbios) para oferecer aos clientes
com esses interesses particulares.
Adquira alimentos ou outros produtos e serviços fornecidos por pessoas das comunidades
rurais das áreas protegidas.
Evite que os turistas se envolvam em atividades que causem impacto ambiental negativo (como
andar em motocicleta em plena trilha).
Fomente a obediência aos códigos de conduta dentro das áreas naturais. Por exemplo, não
permita que grupos de turistas saiam da trilha, incomodem os animais ou prejudiquem as
plantas, animais ou outros seres do bosque.
Informe-se sobre o público que visita o espaço protegido. Investigue sobre países de procedên-
cia, quantos chegam cada dia, idades e interesses. Promova atividades turísticas de acordo
com essas características dos visitantes. Por exemplo, organize tours especiais para grupos da
terceira idade interessados em observação das aves.
Una-se a outros empresários para determinar que boas práticas são mais efetivas para con-
servar as áreas protegidas da comunidade e promover ofertas turísticas em conjunto. Dessa
maneira, poupam-se custos e fortalece-se a imagem do destino turístico.
Mostre a seus clientes como colaborar com as áreas protegidas de sua localidade, por meio de
fotografias, informação escrita colocada em suas instalações, etc.
Averígue se nos espaços naturais de sua região existem atividades para celebrar datas ambien-
tais, como o Dia da Terra, o Dia Mundial da Água e o Dia dos Parques Nacionais. Convide seus
clientes a participar delas.
A forma como as empresas se relacionam com as áreas naturais pode influenciar na qualidade
da experiência turística e na sustentabilidade do destino turístico.
As boas práticas de manejo evitam o surgimento de conflitos com os funcionários que adminis-
tram as áreas naturais e facilitam o trabalho com elas.
103
Os turistas, com frequência, complementam sua visita às áreas protegidas consumindo os
produtos e serviços que as comunidades locais proporcionam. Por exemplo: alimentação, alo-
jamento, artesanatos e guias naturalistas.
A oferta e o êxito das microempresas comunitárias se fortalecem ao contar com áreas naturais
bem conservadas. Por sua vez, oferecem opções econômicas alternativas que diminuem a
pressão sobre as áreas de conservação.
As utilidades que gera o turismo são um incentivo para que os habitantes da comunidade se
unam, com o fim de proteger as áreas de conservação contra incêndios e caçadores ilegais.
104
7. RESERVAS NATURAIS PRIVADAS
O objetivo desta seção é proporcionar recomendações que os donos de reservas privadas po-
dem implementar para maximizar os benefícios na conservação de sua biodiversidade.
Os parques nacionais e as áreas silvestres protegidas, em geral, recebem pouca ajuda econô-
mica e logística. Diante dessa realidade, cada vez mais, surgem estratégias de conservação por
parte de indivíduos, comunidades, organizações não governamentais ou empresas. Uma das
iniciativas com mais sucesso neste aspecto são as reservas naturais privadas.
As reservas, ou áreas, naturais protegidas privadas consistem em terrenos cujo objetivo prin-
cipal é promover a conservação da biodiversidade. Em todo o mundo existem milhares de
reservas privadas que protegem milhões de hectares de ecossistemas naturais. No Brasil, as
reservas naturais privadas são designadas pelo Ministério do Meio Ambiente como Reserva
Particular do Patrimônio Nacional, ou RPPN. Consulte a lei No 9.985, de 18 de julho de 2000.
Quando uma comunidade se identifica com uma reserva os problemas ambientais se reduzem,
já que os habitantes locais participam ativamente na vigilância destas áreas naturais. Por seu
caráter de privacidade, os donos fazem valer seus direitos de propriedade sobre a reserva, o
que aumenta a proteção contra intrusos.
Em muitos casos os parques nacionais e outras áreas naturais protegidas de grande tamanho
estão ligados por reservas privadas que funcionam como “corredores biológicos”, permitindo
que os organismos silvestres se desloquem entre diferentes reservas e tenham acesso a uma
área maior para buscar seu alimento e reproduzir-se.
O ecoturismo é um dos principais motores que tem impulsionado o auge das reservas privadas.
Muitas pessoas estão dando conta de que conservar a biodiversidade pode gerar utilidades,
inclusive maiores que muitas atividades econômicas tradicionais. Os proprietários de terras
perceberam que uma reserva privada é uma boa alternativa de uso para os bosques naturais.
Por isso, sentem-se motivados a conservá-las.
105
Os donos de reservas devem ser informados sobre como maximizar a efetividade da reserva na
conservação da biodiversidade. A fragmentação das áreas naturais originais impede aos orga-
nismos silvestres dispersar-se. As reservas bem planejadas e geridas podem funcionar como
corredores biológicos.
As reservas privadas podem enfrentar problemas com caçadores clandestinos, ladrões de plan-
tas, barreira ilegal, ameaças de expropriação e dificuldade para obter recursos para financiar
atividades de conservação.
Demonstrar como se aplicam boas práticas de manejo e incluir atividades de turismo susten-
tável são atitudes que agregam valor para conseguir apoio para os projetos de conservação.
Transforme as florestas em sua região em RPPN. Converse com a Secretaria de Meio Ambiente
de seu município e integre sua reserva ao planejamento municipal. É mais fácil vencer os obs-
táculos trabalhando em conjunto.
Colabore com escolas e patrocine tours no campo para visitar sua reserva.
Elabore um inventário das atrações turísticas potenciais de sua reserva privada. Determine
quais medidas deve tomar para que o público as possa admirar sem interferir nos processos
naturais do ecossistema. Compare o que é feito em outras reservas com habitats similares e
identifique o que se distingue a sua das demais, para determinar se pode oferecer aos turistas
algo diferente das outras. Explore opções como: mostrar aos turistas projetos agroflorestais,
usar moinhos antigos e promover tours noturnos.
Solicite conselho a especialistas em manejo de vida silvestre no caso de sua reserva ser o ha-
bitat de animais ou plantas em perigo de extinção, para que o assessorem sobre medidas que
pode aplicar para favorecer sua permanência e reprodução.
106
Converse com os caçadores da área sobre as desvantagens da sobre-exploração de recursos.
Faça-os compreender que estes devem manejar-se responsavelmente, senão pode ocorrer a
extinção de algumas espécies. Desenvolva programas de educação ambiental na comunidade
que inclua este tema.
Contrate vigias da comunidade, se necessário, ou construa cercas para prevenir danos à flora
e à fauna. Coloque placas na periferia da reserva sinalizando que não é permitido caçar nem
extrair plantas.
As reservas privadas podem obter incentivos econômicos para sua manutenção, tais como
redução de impostos, pagamento de serviços ambientais e pagamento por fixação de carbono.
Uma empresa pode oferecer tours guiados em sua própria reserva privada. Assim, os turistas
não precisam deslocar-se a outros lugares para observar a biodiversidade da região.
As reservas privadas são, em geral, efetivas para proteger os habitats contra a extração ilegal
de recursos naturais e podem conter maior variedade de espécies. Isso representa um grande
atrativo para muitos turistas.
107
8. CONTAMINAÇÃO
O que é a contaminação?
O objetivo desta seção consiste em facilitar uma série de medidas para que as empresas turísticas
minimizem as fontes de contaminação, de modo a evitar o risco de aumento das enfermidades e
a contribuir para a saúde do ambiente e as comunidades.
Existem muitos fatores que contaminam o ar, a água e o solo, provocando um impacto negativo
nos ecossistemas, na biodiversidade e na saúde humana.
Problemas na atmosfera
As emanações em forma de fumaça que emitem os veículos, os aviões e as fábricas contami-
nam o ar, causando problemas de saúde. Quando combinadas com a umidade do ar, produ-
zem chuva ácida, a qual corrói monumentos representativos do patrimônio cultural, danifica a
vegetação e mata organismos que habitam os ecossistemas aquáticos.
Alguns contaminadores do ar destroem a camada de ozônio que protege contra os danos causados
pelos raios ultravioleta do sol. Além disso, os gases resultantes de queimadas e de motores a com-
bustão apóiam o efeito estufa, contribuindo com o aquecimento global.
O ruído é outro contaminante que afeta a qualidade de vida das pessoas e altera o comporta-
mento dos animais. Em certas circunstâncias, o desenho das construções gera contaminação
visual, tendo em vista que apresenta formas pouco atrativas que contrastam muito com as
construções locais, mostram placas estridentes, bloqueiam a vista da paisagem natural e emi-
tem excessiva quantidade de luz.
As luzes artificiais podem produzir efeitos mortais na vida silvestre, tais como: desorientar insetos
noturnos e aves que migram e alterar o ciclo de vida de certas rãs, salamandras e serpentes que
saem à busca de seu alimento depois que escurece, a fim de evitar predadores – assim, com tem-
po excessivo de luminosidade , saem mais tarde e comem menos.
As águas residuais provêm do uso doméstico, comercial e industrial. Contêm substâncias orgâ-
nicas e inorgânicas, como dejetos humanos, urina, óleos, gorduras e detergentes. Em lugares
onde existem sistemas de esgoto, estas águas desembocam em coletores de águas residuais
que estão conectados a uma planta de tratamento.
Nas regiões costeiras com muitas casas e indústrias, encontram-se concentrações altas de
108
chumbo, mercúrio e outros elementos prejudiciais à saúde humana. Estes contaminantes po-
dem viajar enormes distâncias, o que afeta negativamente os ecossistemas e aumenta o risco
de que ocorra o desenvolvimento de vírus e bactérias causadores de enfermidades infectocon-
tagiosas, como hepatite e gastroenterite.
A indústria turística gera muita contaminação (gases, ruído, resíduos, contaminação visual e
águas residuais). Os atrativos turísticos-chave se deterioram devido aos agentes contaminantes
e danificam a biodiversidade.
Os incidentes públicos relacionados a contaminação, tais como derramamento de petróleo ou fecha-
mento de uma praia, podem danificar a imagem de um destino turístico durante muitos anos.
As praias de águas turvas e as trilhas cheias de resíduos causam repúdio e promovem um fator
que impulsiona a decisão de não voltar ao lugar.
Evite que as luzes artificiais não apontem para o céu nem para outros atrativos naturais. Motive
outros empresários e habitantes da região a fazer o mesmo. Promova a idéia de que dessa maneira
os turistas possam apreciar melhor a lua, as estrelas e as estrelas cadentes.
Ponha-se de acordo com outras empresas da região para reduzir a intensidade de iluminação
dos edifícios durante as épocas de migração das aves.
Não utilize pinturas que contenham chumbo, pois isso é perigoso para a saúde.
Não use produtos em aerossol que contenham clorofluorcarbonos (CFC), pois danificam a
109
camada de ozônio.
Coloque placas em locais onde haja grande quantidade de substâncias contaminantes, como
nos depósitos de combustíveis.
Siga as medidas que aumentem a eficiência energética e a economia de energia, assim como
as de diminuição dos resíduos sólidos (citadas em seções anteriores). Todas elas contribuem
para minimizar a contaminação, por meio de uma redução na fonte.
Assegure-se de que os produtos de limpeza não sejam prejudiciais às espécies aquáticas e que
não tenham sido testados em animais.
Águas residuais
Certifique de que as instalações de sua empresa estejam conectadas a um bom sistema de tra-
tamento de águas residuais. Utilize sistemas de tratamento, como o fossa séptica, construído
de acordo com o tamanho da operação e as características dos solos.
Assegure-se de que as águas residuais não descarreguem diretamente nas fontes de água
naturais (rios, lagoas).
Trabalhe com os membros de sua comunidade e instituições públicas para que a disposição
final do sistema de esgoto não produza alterações no meio.
Solicite uma análise de laboratório para avaliar a qualidade das águas residuais de sua em-
presa. Leve um registro com a composição dessas águas. Tenha em conta que se utiliza a
DBO (Demanda Bioquímica de Oxigêno) para medir o impacto da contaminação causada
pelas águas residuais. Uma DBO alta significa que a água está contaminada, pois há grande
quantidade de bactérias utilizando oxigênio para decompor os resíduos presentes nas águas.
As análises de água detectam a quantidade de nitritos, nitratos, fosfatos e outros compostos
110
químicos derivados da contaminação por esterco, fertilizantes e detergentes.
Transporte
Organize programas turísticos que possibilitem o uso dos serviços de transporte público (trem,
barco e ônibus) ou alugue ônibus para chegar a um destino
Contrate provedores de serviços tradicionais de transporte não motorizados, tais como bici-
cletas, canoas ou cavalos. Motive os turistas a usar estes transportes como parte da aventura
turística.
Trabalhe com ônibus e companhias de locação de carros e de lanchas que ponham em prática
medidas para maximizar o uso de combustível e reduzir as emissões de gases, como aquelas
que usam veículos híbridos, motores de quatro tempos e botes elétricos.
Instrua os condutores a não deixar os ônibus ligados enquanto esperam os turistas que visitam
os monumentos.
Evite oferecer viagens de menos de 700km de avião ou em avião tipo teco-teco, a menos que
seja a única forma de chegar a um destino.
Utilize as companhias aéreas que implementam ações para reduzir a produção de gases con-
taminantes, como aquelas que compensam suas emissões de gases com a compra de bônus
de carbono. Lembre aos turistas que mais de 60% das viagens de avião se devem ao turismo
e instrua-os a preferir companhias aéreas que oferecem voos utilizados para o destino turístico.
Nas embarcações
Em terra firme, trate as águas residuais das embarcações. Use as estações de bombeamento
disponíveis ou produtos químicos biodegradáveis.
Motive os turistas a usar o serviço sanitário em terra antes de uma viagem de barco, já que
assim é mais seguro que os resíduos sejam enviados a uma planta de tratamento.
Reduza o uso de plástico e outros materiais não biodegradáveis nos barcos. Prenda bem os
recipientes com os resíduos, para que não caiam pela borda.
111
Muitas das medidas para minimizar a contaminação ajudam a cuidar da saúde do pessoal e a
desenvolver a eficiência nas operações da empresa.
As empresas que implementam boas práticas para minimizar a contaminação do ambiente
contribuem para formar um destino turístico mais limpo, agradável e saudável para os turistas,
residentes locais e organismos silvestres.
A percepção de um turista sobre um destino turístico tem muito impacto em outros visitantes
potenciais, mais, inclusive, do que os estudos científicos. Assim, os turistas preferem aqueles
lugares que evitam problemas de saúde e que utilizam os serviços daquelas empresas respon-
sáveis que cuidam do ar, da água e do solo.
112
9. RESÍDUOS SÓLIDOS
Os resíduos sólidos são uma das principais fontes de contaminação ambiental. Uma grande quan-
tidade de atividades humanas gera toneladas de resíduos sólidos, diariamente. Usualmente, no
melhor dos casos, estes resíduos se enviam a aterros sanitários, mas uma grande porcentagem
termina em lixões “a céu aberto”.
Para substituir esses resíduos sólidos por objetos novos, requer-se uma série de processos, que
geram gases, os quais contribuem para o aquecimento do clima.
113
Os resíduos sólidos podem ser perigosos para os animais. Peixes e aves podem se ferir em restos
de latas e garrafas de bebidas, outros animais podem se alimentar de resíduos plásticos e filtros de
cigarro podem iniciar incêndios florestais.
Os visitantes produzem grande quantidade de resíduos. Em média, cada turista gera um quilo
de resíduos sólidos por dia.
A percepção de limpeza de um destino turístico é um fator que influencia a decisão de voltar a
um lugar ou recomendar a outros turistas.
As acumulações de resíduos sólidos são locais potenciais de reprodução de organismos que
transmitem doenças e colocam em risco a saúde pública.
O mau manejo dos resíduos sólidos prejudica a imagem de um destino turístico ao produzir
maus odores, contaminar o solo e as águas e afetar a biodiversidade.
Os resíduos devem ser tratados e disponibilizados de forma adequada. Existe uma série de ações que
ajudam a reduzir o problema dos resíduos sólidos. Por exemplo, as denominadas “3Rs”, a saber:
Reduzir:
O primeiro passo é reduzir as quantidades de produtos consumidos, inclusive as embalagens.
Reutilizar:
Implica desenhar um plano para usar novamente os materiais, para fins variados.
Reciclar:
Aqueles materiais que não possam ser reutilizados devem ser selecionados e enviados a em-
presas especializadas, para reciclar.
Analise, durante um ou dois meses, que tipo de resíduo se produz e em que quantidade.
Pese os resíduos. Anote os dados sobre tipo, peso, área de origem dos resíduos e sua por-
centagem. Faça uma tabela e use-a para monitorar, conforme abaixo
114
Latas de alumínio Cozinha, restaurante 2 4
Jornal Habitações 20 40
Plástico Cozinha 10 20
Restos de comida Cozinha 18 36
Total 50 100
Identifique, com base nos dados obtidos, quais são os processos ou as atividades que geram
mais resíduos e onde se destina os resíduos sólido, uma vez que você os joga fora (aterro sa-
nitário, lixão, centro de armazenamento, etc.). Determine como se pode reduzir a quantidade
de resíduos, desde sua área de origem, e estude as alternativas que existem na comunidade
para seu manejo adequado.
Reduzir
É necessário reduzir o consumo excessivo de produtos, sobretudo aqueles que originam resí-
duos não biodegradáveis, como os plásticos.
Utilize formas criativas de substituir os processos atuais por outros que gerem menos resíduos.
Adquira produtos de boa qualidade. Eles duram mais, não necessitando renová-los com fre-
quência.
Reforce para os turistas e seus funcionários a importância de não deixar resíduos nas áreas na-
turais. Motive-os para que se unam ao esforço de reduzir os resíduos sólidos. Peça sua opinião
sobre como manejar os resíduos de sua empresa.
Não utilize pratos, copos ou talheres descartáveis. Dê preferência aos de louça, metal e vidro
antes de adquirir grande quantidade de objetos de plástico com frequência
Ofereça aos turistas alimentos feitos em sua empresa ou que tenham revestimento biodegra-
dável em vez de pacotes de sanduíches em bolsas plásticas
Coloque nos banheiros porta-sabonetes, xampu e papel higiênico, para evitar o desperdício.
Instale secadores de mãos em vez de porta-toalhas de papel.
Use aparelhos que funcionem com energias alternativas, como lanternas e relógios solares,
para evitar o uso de baterias descartáveis.
Compre produtos de material biodegradável ou que se possam reciclar e que não tenham sido
experimentados em animais. Atente para a etiqueta ou para a parte inferior das embalagens,
para determinar se são recicláveis.
Não use produtos que sejam potencialmente daninhos ao ambiente. Por exemplo, os que têm
115
espuma de poliestireno.
Reutilizar
Utilize baterias recarregáveis. Para se ter um ideia, uma bateria recarregável substitui cem
descartáveis, já que se pode voltar a carregar muitas vezes. As baterias convencionais têm
substâncias químicas altamente contaminantes para o solo e a água.
Utilize quadros ou lousas para escrever notas para colocar memorandos em vez de enviar fo-
lhas separadas aos funcionários.
Reciclar
A reciclagem compreende a utilização dos resíduos como matéria-prima para produzir um
objeto novo, seja para usá-lo da mesma maneira ou com outro fim. Esta ação poupa energia,
conserva os recursos naturais e reduz o espaço que ocupam os resíduos. Por exemplo, reciclar
uma lata de alumínio economiza energia suficiente para fazer funcionar um computador por
3 horas, enquanto reciclar uma tonelada de papel economiza 20 mil litros de água e salva a
vida de 70 árvores.
Utilize produtos feitos à base de material reciclado, já que em sua fabricação não se gasta tanta
energia.
Coloque na empresa contêineres para reciclagem, com o fim de separar os resíduos sólidos
em: alumínio, plásticos, vidro, papel e orgânicos. Disponha-os em locais frequentados por
visitantes e o pessoal da empresa. Pinte desenhos relacionados ao que se pode depositar
em cada recipiente (latas de alumínio, revistas, cascas de frutas, etc.), para que turistas
de outros países compreendam com maior facilidade o tipo de resíduos de cada contêiner
Disposição de resíduos
Investigue quais alternativas viáveis existem na comunidade para dispor os resíduos que não
podem ser eliminados. Por exemplo, as baterias.
Instrua seus clientes e o pessoal para implementar medidas que protejam a vida silvestre, como
cortar os aros de plástico das bebidas de refresco, amarrar as sacolas de plástico e polir as bordas
afiadas das latas de conservas em locais onde o manejo dos resíduos não é confiável, pois podem
chegar ao mar. Lembre-os de que é preferível não consumir este tipo de produtos.
Verifique o lugar de depósito final dos resíduos. Contate o município ou empresa encarregada
da coleta para conhecer o funcionamento dos aterros sanitários.
Organize ações comunitárias para melhorar as condições dos aterros sanitários ou os lixões da
sua região.
Informe-se sobre a melhor forma de disponibilizar seus resíduos não tradicionais, como os de
construção.
Uma empresa que implementa boas práticas de manejo pode reduzir a produção de resíduos
sólidos em até 60%, com a consequente economia de energia, água e matérias-primas. As
práticas de redução, reutilização e reciclagem ajudam a educação de consumidores responsá-
veis e geram economias significativas para a empresa.
O bom manejo dos resíduos sólidos ajuda a manter a qualidade do destino turístico.
Uma empresa comprometida com o manejo adequado dos resíduos sólidos é um exemplo para
outras da região.
O destino turístico inteiro sai ganhando ao reunir mais entidades no esforço de manejar os
resíduos apropriadamente, pois isso significa um ambiente mais limpo, saudável e agradável
à vista.
117
10. EDUCAÇÃO AMBIENTAL
Esta seção pretende proporcionar aos empresários turísticos uma série de medidas para inte-
grar a educação ambiental à oferta turística, com o fim de conseguir a participação dos turistas
e do pessoal da empresa em ações a favor do ambiente, por meio de um produto turístico de
grande valor.
Muitas cidades do planeta lutam contra problemas ambientais, os quais poderiam ser minimi-
zados se as pessoas adquirissem maior conhecimento e consciência sobre as consequências
que podem surgir ao se alterar as complexas inter-relações que envolvem os distintos com-
ponentes dos ecossistemas. É estritamente necessário educar as pessoas sobre a maneira
de usar os recursos naturais de forma racional, para que as gerações futuras possam seguir
utilizando-os.
A educação ambiental é uma boa ferramenta para alcançar este objetivo, já que fomenta a
aquisição de conhecimentos sobre o ambiente natural e os desafios que enfrenta, levando-se
em consideração a relação entre o ser humano e seu entorno. Dessa maneira, promove o de-
senvolvimento sustentável e a busca de soluções. Assim, a educação ambiental não deve ficar
no ensinamento de conceitos; tem de conduzir à participação e à realização deles.
Os parques nacionais e outras áreas naturais oferecem muitas oportunidades de educação am-
biental a partir da interpretação dos aspectos naturais do lugar, por meio de material educativo
(impresso, audiovisual) ou com a ajuda de guias de turismo. Essa interpretação proporciona
explicações sobre os seres da natureza, a inter-relação que se dá entre eles, além de outros da-
dos interessantes que se apresentam de forma simples e amena, de maneira que os visitantes
possam compreender melhor o mundo natural e sentir um vínculo mais estreito com ele.
A aprendizagem que os turistas levam para casa é um aspecto importante em um tour, já que
muitos compartilham a informação aprendida ao regressar ao seu lugar de origem. Comunicar
dados interessantes é dar-lhe um valor agregado ao produto turístico, pois enriquece a experi-
ência do visitante.
118
O turismo pode ser uma forma muito efetiva de incrementar a consciência ambiental. Com
o guia adequado, os turistas podem aprender a ser viajantes responsáveis e a desfrutar sem
causar danos ao ambiente.
Uma empresa turística deve transmitir conceitos de educação ambiental empregando estraté-
gias que permitam captar e manter a atenção dos turistas, já que visitam o lugar com o fim de
descansar e desfrutar.
Uma empresa comprometida com as boas práticas para o turismo sustentável deve promover
a educação ambiental, tanto dentro como fora dela.
Procure fazer com que seu pessoal tenha conhecimento sobre as pressões ambientais da região e
as boas práticas que se devem implementar para fazer frente a elas. Ofereça motivação para que
os colaboradores sejam conscientes com suas ações, tanto dentro como fora da empresa.
Patrocine grupos de escolas para que possam visitar um parque nacional de sua comunidade,
com a finalidade de motivar os estudantes para que sejam guardiães da biodiversidade.
Disponibilize aos turistas fotografias, folhetos ou outro tipo de material impresso ou audiovisual
relacionado aos ecossistemas naturais da região que estão visitando.
Coloque materiais gráficos ou outros meios de difusão com medidas que sirvam para que os
turistas sejam viajantes mais responsáveis com o ambiente que visitam. Use material reciclado
para fabricar estes meios.
Tours guiados
Facilite a capacitação contínua dos funcionários em temas como “história natural de organis-
mos silvestres representativos da região”, “monumentos históricos”, “técnicas de guia e inter-
pretação ambiental”, “estratégias para alcançar um turismo sustentável”, “mitos e lendas da
119
região”, “serviço ao cliente” e “primeiros auxílios”. Motive-o a adquirir informação interessante
e de qualidade por conta própria (em revistas especializadas, internet e conversas com antigos
habitantes da região, entre outros).
Ensine os funcionários a oferecer um bom serviço ao cliente e a zelar pela segurança, a como-
didade e a saúde dos turistas, bem como a mostrar respeito pelos recursos naturais e a cultura
da comunidade visitada. Motive-o a ser firme, sem perder a diplomacia, ao conduzir um grupo
dentro das áreas naturais protegidas.
Ofereça produtos turísticos com itinerários que incluam locais que mostrem a riqueza natural
e cultural da região, exemplos sustentáveis e empresas que implementem boas práticas am-
bientais.
Instrua os guias sobre como fazer uma interpretação ambiental efetiva em uma trilha de um parque
nacional ou outro espaço natural. Pode encontrar informação sobre este tema na seção de links.
Mantém uma exibição educativa sobre a iguana verde e seu papel no ecossistema do rio. Com
ela, os visitantes podem observar ao vivo o ciclo de vida deste animal, desde a incubação até
seu desenvolvimento uma vez fora do ovo. Conta com uma trilha que educa sobre as plantas
medicinais do bosque de Belize e os usos tradicionais que têm sido transmitidos ao longo de
várias gerações.
Respalda o agroecoturismo como forma sustentável de gerar emprego. Administra a escola am-
bientalista comunitária Rio Muitacho, na qual as crianças aprendem os fatores que afetam o am-
biente, tais como: deflorestação, contaminação da água e práticas agrícolas daninhas. Todos os
anos os estudantes colhem frutos e aprendem a cultivar vegetais de forma orgânica nas áreas
verdes da escola. Também, oferece programas de capacitação agroecológica para jovens e adultos
em sua propriedade orgânica e impulsiona projetos de reciclagem de papel e ecoescolas.
120
Que benefícios sua empresa obtêm?
Um funcionário bem informado fornecerá um melhor serviço aos turistas, que recebem um
produto de muito boa qualidade.
As práticas de educação ambiental propiciam maior integração da comunidade. Dessa manei-
ra, os viajantes percebem o destino turístico com elevado grau de interesse e compromisso na
proteção do patrimônio natural e cultural.
Os turistas bem informados sobre os problemas ambientais se interessam mais pela proteção
do meio e mostram vontade para colaborar com as atividades de conservação.
121
IMPLEMENTANDO BOAS PRÁTICAS
A seguir, apresentam-se exemplos de como implementar boas práticas de manejo nas distintas
áreas operativas de uma empresa. Estes exemplos servirão como guia para desenvolver seu plano
de implementação e melhoras.
122
BOAS PRÁTICAS PARA O TURISMO SUSTENTÁVEL NA EMPRESA TURÍSTICA
Energia/
Conselhos por área Conservação Prevenção de Educação
Água aquecimento
operativa da biodiversidade contaminação ambiental
global
123
BOAS PRÁTICAS PARA TURISMO SUSTENTÁVEL NA EMPRESA TURÍSTICA
Energia/ Conservação
Conselhos por Prevenção de Educação
Água aquecimento da
área operativa contaminação ambiental
global biodiversidade
- Patrocine a
- Identifique
visita de grupos
as principais
escolares a um
espécies de
parque nacional.
plantas próprias
- Regue os - Organize
da região.
jardins cedo campanhas
- Cultive plantas
ou próximo do - Estabeleça ambientais na
- Plante árvores nativas.
anoitecer. biojardineiras. comunidade.
ESPAÇOS ou arbustos Evite as exóticas.
- Utilize plantas - Produza adubo - Associe-se a uma
nativos ao redor - Não coloque
VERDES que não natural. rede de reservas
de sua empresa. placas nas
E ÁREAS necessitem - Evite queimar pneus privadas.
- Instale sensores árvores.
NATURAIS tanta água.
de movimento em - Evite fazer
ou resíduos a céu - Impulsione o
PRÓPRIAS - Coloque aberto. diálogo entre sua
áreas escuras do fogueiras e
pistolas de jato - Não utilize rede de reservas e
jardim. churrascos.
mecânicas no agroquímicos. o setor público.
Integre as
extremo das - Desenvolva zonas
áreas verdes
mangueiras. de amortecimento
com espaços
ao redor das
naturais.
reservas.
- Pode as plantas
Estabeleça placas
regularmente.
sem “quebrar” a
paisagem.
- Estabeleça
um programa
- Imprima papel nos
de manutenção
dois lados.
preventivo para
- Utilize quadros para
as instalações
colocar memorandos.
elétricas.
Coloque contêineres
Se possível ,
para reciclagem.
use energias
- Instale telas Não utilize pinturas
alternativas e
nas luzes com chumbo, nem
aparelhos que
- Reutilize as externas. aerossóis com
usem estas
águas cinza. - Proteja as aves clorofluorcarbonos.
energias.
- Programe dos choques Assegure-se de
Utilize sensores
uma contra as que o desenho de
INSTALAÇÕES e temporizadores
manutenção janelas. suas instalações
GERAIS geral para
para apagar
Assegure-se de corresponda às
automaticamente
revisão de que as águas condições da região.
as luzes.
tubulações e servidas não Providencie para
Compre
instalações. descarreguem que sua empresa
unidades de
diretamente nas esteja conectada a
ar- condicionado
fontes de água um bom sistema de
eficientes.
naturais tratamento de águas
Utilize lâmpadas
residuais.
que consomem
Faça respeitar as
menos energia
disposições de “Não
em áreas de uso
Fumar” dentro de
comum.
espaços fechados.
Aproveite ao
máximo a luz
solar.
124
BOAS PRÁTICAS PARA TURISMO SUSTENTÁVEL NA EMPRESA TURÍSTICA
Energia/
Conselhos por Conservação Prevenção de Educação
Água aquecimento
área operativa da biodiversidade contaminação ambiental
global
Eduque a seu
pessoal sobre
Fomente a
problemas
obediência
ambientais
aos códigos de
e recomende
conduta nas áreas
as medidas
naturais.
necessárias.
Formate pacotes
Instrua o pessoal
turísticos para
e os turistas a
grupos pequenos.
participarem
Contrate
de atividades
fornecedores
de conservação
turísticos
ambiental.
responsáveis.
Forneça aos
Denuncie
Mantenha um Elabore, com a turistas dados
ATENÇÃO tanque com água assessoria de
os danos no
sobre áreas
AO TURISTA, ambiente. Lembre aos
na sua empresa. um especialista, protegidas e
Apoie os esforços turistas e a seu
TOURS Contrate uma um plano de motive-os a visitá-
locais de pessoal não deixar
GUIADOS empresa para que emergência las e a protegê-
conservação. resíduos nas
EM ÁREAS faça a análise da para enfrentar
Não entre em áreas naturais.
las.
NATURAIS qualidade da água fenômenos Colabore na
áreas frágeis
da sua empresa. naturais. educação
nem espreite os
ambiental das
animais.
comunidades.
Não mantenha
Reúna-se a outros
animais em
para desenvolver
cativeiro.
métodos para
Não ilumine a
conservar as
praia ou o oceano
áreas silvestres.
nas áreas de
Facilite a
reprodução de
capacitação
tartarugas.
contínua do
Não dirija luzes
pessoal.
diretamente a um
Instrua os guias
animal.
sobre como fazer
uma interpretação
ambiental efetiva.
125
Outros links de interesse geral para as empresas turísticas
Sites nacionais
• Atitudes Sustentáveis - www.atitudessustentaveis.com.br
• Portal da Sustentabilidade - www.sustentabilidade.org.br
• Centro de Ecologia Integral - www.ecologiaintegral.org.br
• Ministério do Meio Ambiente - www.meioambiente.gov.br
• WWF - www.wwf.org.br
• Horta Viva – Educação Ambiental - www.hortaviva.com.br
• IBAMA - www.ibama.gov.br
• ONG Ipê - www.ipe.org.br
• Instituto EcoBrasil - www.ecobrasil.org.br
• Revista Virtual Fórum Patrimônio - www.forumpatrimonio.com.br
• Norma NBR 15401 - www.abntcatalogo.com.br/mtur/ssl/pesquisaresultado.aspx
• Biodiversidade na América Latina. Portal com temas de interesse atual sobre mudança de
informação entre pessoas e instituições que se dedicam à conservação da biodiversidade.
www.biodiversidadela.org
• EcoBusinessLinks. Portal, em inglês, contendo links a páginas com informação sobre mane-
jo adequado de recursos naturais, jardins orgânicos, ecovilas e empresas fornecedoras de
produtos e aparelhos amigáveis com o ambiente, entre muitos outros temas interessantes.
www.ecobusinesslinks.com
• Programa das Nações Unidas para o Meio Ambiente, Divisão de Tecnologia, In-
dústria e Economia. Contém documentos sobre políticas, estratégias e práticas
que as empresas podem implementar para um melhor manejo dos recursos na-
turais. Página em inglês e francês, mas com documentos e vídeos em espanhol.
www.uneptie.org
126
• União Mundial para a Conservação da Natureza. Instituição que promove a investigação cien-
tífica, com o fim de encontrar soluções aos desafios que se referem ao desenvolvimento das
nações. Em suas Listas Vermelhas, documenta as espécies ameaçadas. Página em inglês.
www.iucn.org
Referências
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Reimpresión. Estados Unidos: Oficina de Asuntos Internacionales del Servicio de Pesca y Vida
Silvestre, Instituto Internacional para el Meio Ambiente y el Desenvolvimento, 1990.
128
Glossário
Administração 1. Ação e efeito de adminis- AV emissiva Empresa que se dedica à venda
trar. 2. Emprego de administrador. de serviços turísticos desde um país ou ponto
de origem até um país ou ponto de destino. É
Agência de viagens (AV) Empresa que se a empresa que envia turistas de um ponto a
dedica à realização de arranjo para viagens e outro.
à venda de serviços separados, ou em forma
de pacotes, em caráter de intermediária entre AV maiorista (operadora) Integra e opera
o prestador de serviços e o usuário. seus serviços turísticos para vendê-los por in-
termédio de outras agências, além de fazer
Ambiental Pertencente ou relativo ao ambi- diretamente ao público.
ente (condições ou circunstâncias).
AV agente de viagem Vende diretamente
Áreas protegidas Qualquer categoria de ter- ao público serviços turísticos que operam ou
reno que está oficialmente protegida por um geram outros prestadores de serviços alheios
governo nacional ou internacional, estado, a ela.
organização ou agência. Por definição, uma
área protegida deveria estar segura sem AV receptiva Empresa que se dedica à venda
restrições de seus recursos. de serviços turísticos dentro de um país ou pon-
to de destino. É a que recebe os turistas em um
Áreas silvestres Áreas pouco urbanizadas que ponto do destino ou em um ponto intermediário.
não foram intensamente manejadas ou ma-
nipuladas. Incluem bosques, desertos, mon- Biodiversidade Ou Diversidade Biológica. É
tanhas, pastos ou outras extensões de terras. A a variabilidade das existências de material
partir de um longo uso, aplica-se àquelas terras genético encontradas na flora e fauna em
estabelecidas que apresentam uma aparência uma localidade.
natural. “Áreas silvestres” podem ser sinôni-
mos ou associadas com: Áreas Protegidas, Cliente Pessoa que utiliza com assiduidade
Parques Nacionais, Reserva Natural, Bosques os serviços de um profissional ou empresa.
ou Refúgios Silvestres, Bosques Nacionais,
Bacias, Pastos, Reservas da Biosfera, Áreas Competitividade Capacidade de competir.
de Uso Múltiplo (ou reservas, zonas), Reser-
vas Indígenas e Reservas Extrativas. No âmbito Comunidades locais As comunidades que
internacional, podem compreender todas ou estão próximas de áreas silvestres.
qualquer das classificações mencionadas.
Contaminação Adição de qualquer matéria,
Atrativo turístico Qualquer ponto ou elemento natural ou artificial, no ar, na água ou na terra
do patrimônio natural e cultural de um lugar que em quantidades tais que tomam o recurso im-
seja capaz de motivar a visita por parte dos turistas. próprio para um uso específico.
Ponto ou elemento atrativo para o turista.
130
Comercialização Sistema total de atividades Excursão autoguiada A trilha autoguiada. Ex-
de uma organização, desenhado para plane- cursão interpretativa na qual somos dirigidos por
jar, fixar preços, promover e formatar produtos nós mesmos por meio de uma série de paradas
ou serviços que satisfaçam às necessidades pré-planificadas (usualmente identificadas no
no mercado objetivo, com o fim de alcançar folheto, placas ou mensagem de áudio).
as metas da organização.
Gestão Ação ou efeito de administrar.
Controle Regulação, manual ou automática,
sobre um sistema. Guia turístico É o serviço na qual uma ou mais
pessoas com conhecimentos profissionais da
Diversidade biológica Ver Biodiversidade. área turística e de dois ou mais idiomas realizam
funções de assessoria e apoio ao turista duran-
Educação formal Programas educativos de- te sua viagem. Estes serviços geralmente são
senvolvidos nos sistemas escolares formais. contratados para excursões, circuitos, visitas,
etc., quer sejam grupais ou individuais.
Educação não formal Programas educativos
desenvolvidos fora do sistema educativo formal. Indústria turística Ou indústria de viagens.
Conjunto de empresas dedicadas à presta-
Efetividade Capacidade de conseguir o efeito ção de serviços relacionados com as viagens.
que se deseja ou se espera. Compreende: os transportes, os hoteleiros, e
as agências de viagens em todas suas formas
Eficiência Uma medida de efetividade; es- (operadores, operadores locais).
pecificamente, do trabalho feito dividido pela
energia entrada em qualquer sistema. Implementar Colocar em funcionamento,
aplicar métodos, medidas, etc., para a
Empresa Unidade de organização dedicada a realização de algo.
atividades industriais, mercantis ou de presta-
ção de serviços com fins lucrativos. Infraestrutura Formas de construção sobre
ou debaixo da terra que oferecem a base para
Estudo de mercado Ou investigação de um efetivo funcionamento de desenvolvimen-
mercado: obtenção, registro e análise de to de sistemas, como áreas urbanas, indús-
todos os feitos referentes a problemas re- tria, e turismo.
lacionados com a comercialização de um
bem ou serviço. Interpretação Um processo de comunicação
por meio do qual uma pessoa traduz a lin-
Excursão Série de serviços integrados por guagem técnica a termos e idéias que outras
um itinerário fixo na qual se incluem vários pessoas possam compreender. É um método
pontos a visitar. educativo que tem como propósito revelar os
significados e as relações mediante o uso
131
de objetos originais, experiência de primeira Pacote turístico Conjunto de dois ou mais
mão e meios que ilustrem, em vez de apenas serviços turísticos, que pode ser adquirido
comunicar informação de feitos. por um cliente individual ou grupal (sem im-
portar o número de pessoas). Normalmente,
Investigação de mercados Ver Estudo de mer- inclui o alojamento e uma combinação de
cado. outros elementos, tais como traslados, comi-
das, e excursões locais.
Manejo de áreas silvestres Manejo de ecos-
sistemas naturais que são “silvestres” e/ou Patrimônio cultural Bens que são a ex-
sob diferentes graus de utilização humana. pressão ou o testemunho da criação humana
e que têm especial relevância em relação à
Manejo de resíduos É o conjunto de opera- arqueologia, história, literatura, educação,
ções que permitem dar aos resíduos, o des- arte, ciência e a cultura em geral.
tino final adequado. Compreende: a minimi-
zação, a separação na fonte, recuperação, Patrimônio natural Conjunto de elementos e
armazenamento, coletas, transporte, recicla- características biofísicas de um lugar, região
gem, tratamento, disposição final, etc. ou país.
132
Reciclar Uso ou reuso de um resíduo como Trilha linear Trilha de “via dupla”, rota “sem
matéria-prima ou ingrediente em um proces- saída”, em que as pessoas que vão em uma
so industrial ou agrícola. direção se encontram com pessoas que vem
na outra direção.
Rejeitar Não adquirir produtos que por sua
origem ou forma de produção sejam danosos Sistema Conjunto de coisas relacionadas en-
para o ambiente. tre si ordenadamente que contribuem para
determinado objeto.
Reduzir Comprar o estritamente necessário.
Tour operador Ver Operador turístico.
Registro Do latim regestum, singular de re-
gesta, -orum. Ação e efeito de registrar. Livro, Tratamento de resíduos Conjunto de opera-
à maneira de índice, onde se apontam notí- ções físicas, químicas, biológicas ou térmicas
cias ou dados (Real Academia Española) que tem por finalidade reutilizar os resíduos,
diminuir ou eliminar seu potencial perigo ou
Relações públicas Atividades desenvolvidas adaptar suas propriedades físicas, químicas
para produzir uma boa imagem da empresa ou biológicas aos requerimentos de sua dis-
ou da organização, nos distintos públicos do posição final.
meio ambiente no qual desenvolve suas ativi-
dades. VIP Siglas de “Very Important Person”, de-
nominação que se dá no turismo a convida-
Reutilizar Voltar a usar um produto ou mate- dos especiais que requerem de um trato par-
rial várias vezes sem tratamento. ticular (preferencial).
133
A Aliança para Florestas... Sustentável para integrar a produção agrí-
Soluções Inovadoras para cola com a conservação da biodiversidade e
a Conservação Global o desenvolvimento humano. Dez anos atrás,
logo que se reduziu de maneira significativa o
Aliança para Bosques (Rainforest Alliance) uso de pesticidas, foi revertido em reciclagem
é uma organização conservacionista interna- e oferecido melhor capacitação, moradia,
cional que trabalha com os setores agrícola, benefícios médicos e educação aos trabal-
florestal e turístico para implementar práticas hadores, certificou sua primeira propriedade
de manejo sustentáveis, criando uma norma bananeira. Hoje, também estampa seu selo
global que ajuda as pessoas a proteger a bio- de reconhecimento no café, cacau, palmas,
diversidade e oferece oportunidades às popu- cítricos e flores cortadas provenientes das op-
lações que dela necessitam. erações manejadas apropriadamente.
134
CRÉDITOS
Elaboração
Rainforest Alliance
Instituto Estrada Real
Revisão técnica
Rainforest Alliance
Maria Damaris Chaves
Financiador
Banco Interamericano de Desenvolvimento - Fundo Multilateral de Investimento
Instituto Estrada Real
Contatos
Instituto Estrada Real
www.estradareal.org.br
Rainforest Alliance
www.rainforest-alliance.org - [email protected]