Revista Maromomi Digital Ed1

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REVISTA 

DIGITAL 

MA
JULHO  2017   |     VOLUME 1

MUITAS
RO CIDADES
EM UMA 
MO SÓ!!
MI pensar em nossa identidade

EQUIPE
REVISTA
DIGITAL
MAROMOMI
Bruno Leite de Carvalho
Lionel Fontanesi
Ivan Canoletto Rodrigues
Tiago Cavalcante Guerra
Cristovan Ribeiro 
Nádia Aline dos Santos Tranches

Textos:
 
aapah.org.br
portalmaromomi.com.br  

Diagramação:
Clipverde comunicação digital.

Revisão:
Bruno Leite de Carvalho  
 
Contatos:
[email protected]
 
aapah.org.br
facebook.com/portalmaromomi
facebook.com/projetoatualidades
facebook.com/aapahguarulhos
 

REVISTA 2 JULHO 2017


MAROMOMI
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SUAS 
PRAÇAS 
SÃO LIVROS 
ABERTOS
EDITORIAL
Guarulhos é um município da Região
Metropolitana de São Paulo, no estado de São
Paulo, no Brasil. É a segunda cidade mais
populosa do estado, a 13ª mais populosa do
Brasil e a 53ª mais populosa do continente
americano. É a cidade não capital de estado
mais populosa do Brasil, além de deter o 4º
maior produto interno bruto (PIB) de seu
estado e o 14º maior do país.
Uma cidade de tamanha importância, tem em
sua história e números a representação da
mesma importância.
Valorizar a história da cidade é valorizar, viver e
o mais importante entender contradições dessa
metrópole afim de transforma la e um lugar
melhor para se viver.
Conhecer nossa história é também direito a
cidadania, pois a história do cotidiano é
construída por todos os seus agentes,
multiplicar esse conhecimento passa ser nossa
missão.
Pois de todas as vaidades, conhecimento
guardado pra si , é a  pior das vaidades.
Em parceria entre Portal Maromomi , Projeto
Atualidades e a Associação Amigos do
Patrimônio e Arquivo Histórico ( AAPAH ) segue
primeira edição da nossa revista digital .
Baixe , leia , compartilhe , divulgue e mergulhe
nessa história.

REVISTA |   3 JULHO 2017


MAROMOMI
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ACONTECE

CURSO : “NARRATIVAS SOBRE A CIDADE


E O ESPAÇO URBANO “
.DIA 29 de julho de 2017
09 :00 as 15 :00

A produção do espaço constitui um elemento


central da problemática do mundo
contemporâneo, tanto do ponto de vista da
realização do processo de acumulação
capitalista , e por consequência, de justificativa
das ações do Estado em direção à criação dos
fundamentos da reprodução - quanto do
ângulo da (re)produção da vida, que se realiza
em espaços-tempos delimitados reais e
concretos.
Essa produção muitas vezes e da de maneira
desigual na metrópole, no caso Guarulhos ,
construindo um narrativa que encontra mui
vezes contradição na própria dinâmica Urbana
e em seus bairros
A Produção do espaço urbano em Guarulhos
,a experiência urbana do bairro do CECAP e
as questões socioambientais da metrópole ,
são temas do próximo encontro da parceria do
projetos atualidades com a associação amigos
do patrimônio e arquivo histórico de
Mediação – professores
Guarulhos ( AAPAH ). Lionel Fontanesi
Professor de Geografia da rede pública e privada de SP
Especialista em Política Urbana - Instituto Capacidades
Pesquisador de Geografia local e Educação
Tiago Cavalcante Guerra
Inscrições gratuitas Mestre em História social –PUCSP
Diretor da AAPAH
Cristovan Ribeiro
aapah.org.br Professor de Geografia da rede Privada de SP
Coordenador do Projeto Atualidades e Projeto ECO escola

REVISTA |   4 JULHO 2017


MAROMOMI
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PRIMEIROS
HABITANTES?!
 
Uma família de indígenas Puri em viagem
às margens do Paraíba, outubro de 1815.
Gravura de Maximilian Alexander Philipp.

Guarulhos foi fundada em 8 de dezembro de 1560


D. Pedro II visitou a região em 1880, a qual foi
pelo Padre Jesuíta Manuel de Paiva, com o nome
elevada à Província de Nossa Senhora da
de Nossa Senhora da Conceição, em um local até
Conceição de Guarulhos. Apenas em 1906 uma Lei
então habitado pelos índios Guarus, da tribo dos
Estadual determinou que Guarulhos recebesse a
Guaianases.
denominação de cidade.
Outros estudos apontam os indígenas Maromomi,
No Brasil Colônia, durante os séculos XVII e XVIII,
um povo pertencente à família Puri, do tronco
foram delimitadas sesmarias organizando a
linguístico Macro-Jê, e nômades , como primeiros
ocupação da região. Os sesmeiros se dedicaram à
habitantes da atual Cidade de Guarulhos.
agricultura e à mineração e, como atividade de
apoio, criavam gado vacum e cavalar. Entre os anos
Os Maromomi são citados por alguns
seiscentos e o início do século XX, houve produção
pesquisadores da História de Guarulhos, referindo
de álcool e aguardente, embora o clima úmido e frio
a eles como os primeiros habitantes de
fosse propício a causar ferrugem ao trigo, mosaico a
Guarulhos
cana e curuquerê ao algodão.
Eles passaram a frequentar a região de
Guarulhos por volta do ano 1400 da era cristã,
após serem expulsos do litoral paulista pelos Mapa da
mineração de
indígenas de língua tupi-guarani.
ouro na
Cidade de
Guarulhos
Segundo os registros, esses indígenas eram http://www.sao
hábeis andarilhos, troncudos, muito fortes e de pauloantiga.co
m.br/a-corrida-
pequena estatura, o que lhes dava uma aparência do-ouro-em-
um tanto distinta dos Tupi. guarulhos/

Em 1590 foram descobertas minas de ouro, na


região onde atualmente é o bairro de Lavras. As
chamadas "Lavras Velhas do Geraldo" podem ser
vistas, hoje, na margem direita da estrada que se
dirige de Cumbica para Nazaré.

RIVISTA |   5 julho 2017


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PRIMEIRA
“BICICLETADA”
PARA O
PATRIMÔNIO 
por Nádia Aline dos Santos Tranches
Passeio em Guarulhos
a Casa “José Mauricio”, o Cemitério São João
Batista, a nova Capela de Nossa Senhora dos
A primeira “Bicicletada” para o Patrimônio,
Homens Pretos e São Benedito e a Praça Getúlio
ocorreu na noite do dia 13/04, marcando início
Vargas, todos retratos de uma história que muitas
dos eventos turísticos realizados pela AAPAH
vezes, os guarulhenses desconhecem, mas que o
– Associação de Amigos do Patrimônio e
passeio procurou observá-los com a missão de
Arquivo Histórico – no ano de 2017. O grande
ampliar a percepção sobre a cidade em sua
diferencial do evento foi sua realização no
complexidade e a busca pela identidade no seu
período noturno, visitando os pontos históricos
contexto histórico local.
da cidade, utilizando como meio de
locomoção, as bicicletas, garantindo uma
Andar de bicicleta pelo centro é ver a história da
experiência única e fascinante.
cidade ser contada por suas construções,
manifestações materiais e imateriais das
No centro da cidade, o passado dá o tom. A
transformações pelas quais nosso município
começar pelo seu nascimento em 1560, com o
passou, a partir de um novo viés, que na correria
aldeamento indígena (Nossa Senhora da
do dia a dia passa despercebido aos nossos
Conceição), que nos remete à época da
olhos.
colonização, até o contemporâneo das novas
construções, passando pela transformação da
No fim da bicicletada, o grupo de ciclistas,
chamada “cidade progresso” no final do século
juntamente com os guias, ainda participou da
XIX.
Procissão do Fogaréu, (primeira vez realizada no
centro) fomentada pelo folclorista Bosco Maciel,
O Marco zero, a Catedral Nossa Senhora da
que desde 2010, trouxe para a cidade essa
Conceição (conhecida popularmente como
tradição medieval vinda da Espanha e Portugal e
Igreja Matriz), a Antiga Igreja e Cemitério da
que foi levada a Goiás pelo padre espanhol João
Irmandade dos Irmãos Pretos de Nossa
Perestelo Espíndola’. O ritual representava a
Senhora do Rosário, o antigo Paço Municipal,
penitência e condenação pública de pecadores, e
depois se transformou em uma FESTA
POPULAR que lembra a prisão de Jesus Cristo.

Nádia Aline dos Santos Tranches


Historiadora, professora da rede privada de ensino e associada da AAPAH.

REVISTA |   7 julho 2017


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SALAS DE
MILAGRES:
SÍMBOLOS DA
FÉ POPULAR
por Bruno Leite de Carvalho Já no Cabuçu, há imagens de santos da igreja
Como dito no livro “Identidade Urbana e católica. Porém, o que sobressai são as velas com
Globalização: a formação dos múltiplos territórios formato da cabeça. Já que umas das versões sobre
em Guarulhos”, os bairros do Cabuçu e o nome da capela seria motivada pela cura de uma
Bonsucesso impuseram uma importante identidade dor de cabeça, assim até hoje as pessoas vão até o
para os guarulhenses, a história desses locais é local buscando o milagre para esta parte do corpo.
marcada pela peregrinação da fé popular baseada
no boca a boca dos milagres alcançados que As duas salas de milagres refletem uma tradição viva
passam da ancestralidade ao novos devotos. nesta Guarulhos que boa parte da cidade
desconhece, mas há fiéis que vem de fora para
As salas de milagres da Catedral Nossa Senhora conhecer esses pontos de peregrinação. Em sua
de Bonsucesso e da Capela Bom Jesus da Cabeça dissertação de mestrado sobre Bonsucesso,
destacam as identidades preservadas da herança Maurício Pinheiro cita um levantamento feito pelas
indígena, negra e portuguesa, entre a fé oficial e a placas de automóveis de caravanas e junto aos
mistura das crenças populares. romeiros que vinham de Bertioga, Ferraz de
Vasconcelos, Itaquaquecetuba, Mairiporã, Itaquera,
Para o pesquisador, José Cláudio Alves de Oliveira, Nova Cachoeirinha, São Miguel Paulista, Taboão da
as salas de milagres são os principais ambientes Serra, Vila Maria, Vila Mariana, Alto da Lapa, Bairro
populares de profusão e fruição da ex-votiva. O do Limão, Casa Verde, Olinda (PE), Aparecida do
representante da Universidade da Bahia continua: Norte, Bom Jesus dos Perdões, Nazaré Paulista,
“da pulsação vital à reação, fluem com suas Mogi das Cruzes, Arujá, Igaratá, Santa Isabel,
imagens e escritas, mensagens e informações e, a Guararema, São José dos Campos, Salesópolis,
partir dos ex-votos, atraem observadores numa Jacareí, municípios do Sul de Minas Gerais, Mogi
velocidade que ultrapassa as exposições das Cruzes, Ribeirão Pires, Biritiba Mirim, São
museográficas.” Roque, São Mateus, Suzano e alguns bairros
guarulhenses.
Os símbolos presentes na sala de milagre de
Bonsucesso são abrangentes em datas e Os locais estão abertos para visitação e também
documentação do tempo, há fotos deixadas pelos para receber os fiéis em busca de milagres e curas.
peregrinos, algumas com datadas da primeira Em Bonsucesso, a cura está ligada à terra
metade do século XX, há imagens de crianças, considerada sagrada pelos fiéis. No Cabuçu, a
velhos e animais como símbolos e prova da graças crença está nas curas da cabeça alcançadas por
alcançadas. Há também uma infinidade de objetos muitos devotos. Enquanto a cidade cresce
como instrumentos musicais, estandartes de verticalmente, a cultura caipira e cabocla continua
grupos de cultura popular, velas em formato de irradiante.. Bruno Leite de Carvalho
Jornalista, responsável pela assessoria de comunicação da AAPAH,
partes do corpo, imagens de santos populares coautor dos livros “Guia Histórico Cultural de Logradouros – Lugares e
Memórias de Guarulhos” e “Signos e Significados em Guarulhos:
Identidade – Urbanização – Exclusão”.

REVISTA | 8 julho 2017


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HANSENÍASE
NO BRASIL

por Ivan Canoletto Rodrigues

Sanatório São Paulo é inaugurado como uma O Sanatório do Padre Bento contava com uma vila de
instituição para tratamento de doentes mentais. E moradias, um prédio que abrigava a caixa
logo em seguida, em 5 de junho de 1931, é beneficente, cinema, teatro, biblioteca, cassino, salão
adquirido pelo Estado e transformado no Sanatório de baile, barbearia, campo de futebol, chácara para a
do Padre Bento (SPB), para internação criação de gado, laboratórios, sala para palestras e
compulsória e tratamento de leprosos, contando escola profissional, constituindo um complexo com
naquela data com 83 pacientes. aproximadamente 340 mil metros quadrados.

“Minha hipótese é que com o capitalismo não Destaca-se o campo de futebol, com medidas
se deu a passagem de uma medicina coletiva oficiais, o que traz uma dimensão do tamanho do
para uma medicina privada, mas justamente o Padre Bento. Os pavilhões eram divididos por sexo
contrário: que o capitalismo, desenvolvendo-se com quartos coletivos, hall, sala de estar e saguão.
em fins do século XVIII e início do século XIX,
socializou um primeiro objeto que foi o corpo Essa infraestrutura não era comum nos demais
enquanto força de produção, força de trabalho. leprosários do Estado de São Paulo. Aliás, o Padre
O controle da sociedade pelos indivíduos não Bento pode ser tido como uma exceção em vários
se opera simplesmente pela consciência ou sentidos.
pela ideologia, mas começa no corpo, com o
corpo. Foi no biológico, no somático, no Lá não se encontravam pacientes em um estágio tão
corporal que, antes de tudo investiu a avançado da doença, com o corpo deteriorado em
sociedade capitalista. O corpo é uma realidade demasia. Também era o único leprosário onde havia
bio-política. A medicina é uma estratégia bio- um pavilhão só para menores e uma área de lazer
política.” tão grande, com belos monumentos arquitetônicos.
Além disso, a questão de classe estava presente.
O sanatório era apresentado como o que havia de Nos depoimentos de dois ex-internos, Sr. Arnaldo e
mais moderno e até mesmo humano no combate à Sr. Ivan, e o do ex-funcionário do Departamento de
lepra, mas de fato o Padre Bento e, Profilaxia da Lepra, Sr. Domingos, chama a atenção
consequentemente, Guarulhos serviram como uma o apontamento de que lá havia filhos de engenheiros,
espécie de apêndice para o desenvolvimento da empresários e até mesmo o dono de um entreposto
cidade de São Paulo, um local onde as elites e o de café.
governo paulista acomodavam aquilo que não era
mais bem-vindo dentro do ideal de modernidade e Ivan Canoletto Rodrigues
de trabalho trazidos com os edifícios e com as Mestre em História pela PUC-SP, associado da AAPAH, coautor do livro
“Signo e Significados em Guarulhos: identidade, urbanização e exclusão” e
fábricas dos anos 1920 e 1930. autor de “Chagas da Exclusão”.

REVISTA |   9 Julho 2017


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O BAIRRO DO
BOM CLIMA
NOS ANOS 60
E 70
por Tiago Cavalcante Guerra

Além de lagos, havia muitos campos de futebol, a


História dos bairros
diversão barata e popular dos mais pobres. Um dos
times mais conhecidos era o Fliper. O time jogava em
Nos anos 60, o bairro do Bom Clima era
um campo onde funciona hoje o HMU.
completamente mato. O local onde se encontra a
sede da prefeitura era uma fazenda em que
A partir dos anos 70, o bairro cresceu muito com os
crianças pulavam cerca para roubar frutas e correr
loteamentos e a chegada da prefeitura. Foi neste
dos zeladores.
momento que o Bom Clima revelou também outra
tradição do bairro: o samba.
O nome Bom Clima se deve, provavelmente, a
localidade do bairro: no alto de um vale, rodeado
A escola de samba Independência do Bom Clima que
de mata nativa, cujo ar era excelente para respirar.
se sagrou campeã nos carnavais de 1983, 1985 e
Clima comum na Guarulhos antiga, antes de
1987. Frequentada por sambistas da região, a escola
aviões cruzando os céus e carros poluindo os
foi a coqueluche na época.
mesmos.

O bairro, apesar dessas memórias valorosas, é


Naquela época havia três ou quatro casas e um
relativamente jovem perto de outras localidades da
armazém que abastecia a região. Existia também
cidade. No ponto de vista de bens patrimoniais
uma mina de água, conhecida como Mina Nossa
edificados, o casarão na antiga fazenda é um que
Senhora da Conceição, que fornecia água
está preservado, ainda não tombado. Chama atenção
abundante aos moradores.
também o prédio da Cúria Metropolitana, inaugurado
em 1980, localizado na região.
Não havia ruas, muito menos asfaltamento. As
casas eram ligadas por trilhas. Segundo um
Também onde funciona a sede da prefeitura de
morador da época, seu Orlando Alves dos Santos,
Guarulhos, está o localizado o Parque JB Maciel, em
“Era tudo escuro e mato, asfalto e iluminação veio
homenagem ao repórter fotográfico morto em junho
agora (1990). Ônibus a gente tinha que pegar lá na
de 2005. De lá se tem uma das melhores vistas de
Marília, na Avenida Monteiro Lobato que naquele
Guarulhos.
tempo era apenas uma ruazinha.”

Tiago Cavalcante Guerra


Historiador, diretor geral da AAPAH, coautor dos livros “Cecap Guarulhos –
Histórias, Identidades e Memórias”, “Guia Histórico Cultural de
Logradouros – Lugares e Memórias de Guarulhos” e “Signos e Significados
em Guarulhos – Identidade – Urbanização – Exclusão”.

REVISTA |   10 julho 2017


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O TEMA
CIDADE NA
BASE
CURRICULAR
por Lionel Fontanesi
não conhecem a cidade e por assim não constroem a
Na ultima quinta feira, 6 de Abril de 2017, o MEC
história do seu cotidiano, com isso não se apropriam
encaminhou ao CNE (Conselho Nacional de
da mesma.
Educação) proposições da Base Comum Nacional
Curricular, algo que já é previsto na Lei de Diretrizes
Pensar uma base Curricular municipal que
e Bases:
contemple a história, geografia, cultura e meio
ambiente local, juntamente com programas de
Art. 26. Os currículos da educação infantil, do
projetos de ensino, que contemplem tantos escolas
ensino fundamental e do ensino médio devem
da rede municipal , quanto estadual e privadas, é
ter base nacional comum, a ser complementada,
uma forma significativa e de certa maneira inédita no
em cada sistema de ensino e em cada
Brasil, de uma política em que agregue diversos
estabelecimento escolar, por uma parte
setores da sociedade em torno de um tema único, ou
diversificada, exigida pelas características
seja; a própria cidade como referência .
regionais e locais da sociedade, da cultura, da
economia e dos educandos.
Diante disto , essa construção deve ser nos locais de
ensino, nas escolas, pelos seus agentes, educandos,
De fato a consolidação de uma base comum é muito
comunidade e por fim colocar dialética nos tão
importante para a sistematização dos conteúdos e
pragmáticos planos políticos pedagógicos .
unificação dos temas em sala, respeitando as
Nesse sentido o currículo passa a ser uma forma de
diversidades locais. Mas a base divulgada ainda
“empoderamento” local , pois só conhece sua
encontra muitas falhas e conteúdo genérico, e sem
comunidade, aquele que nela mora ,contemplando a
entrar no mérito da maneira em que as consultas
própria LDB no que tange a diversidade regional .
publicas foram realizadas ao longo de quatro anos
Nessa perspectiva elucidar e por fim estimular a
na qual muitas entidade não foram se quer
cognição do educando, conceitos de espaço e
convidadas.
temporalidade, e isso enraizado em seu ambiente, ou
seja, a cidade de Guarulhos .
Isso posto, deve ser construída com um debate
amplo e democrático, evitando os centralismos
Portanto cabe refletir, cobrar uma gestão democrática
comuns encontradas nas Gestões anteriores,
e clara nesse processo, evitar hábitos fisiológicos e
centralizando pesquisas e elaboração de material
centralistas assistidos em gestões anteriores,
didático na mão de poucos e sempre com o
construir um currículo amplo e nos locais e assim
pressuposto de que é a inexistência de material
contemplar uma etapa que consta na própria Base
sobre a cidade que justifica tal política de “balcão ”
Comum encaminhada ao Conselho Nacional de
e uso de verbas do Fundeb.
Educação, na qual diz que a Educação é um
Sugiro nesse artigo a inversão desse processo, ora
exercício de cidadania.
esse centralismo é um engodo,na qual perpetua a Lionel Fontanesi
tão comum lógica guarulhense de que as pessoas Professor de Geografia da rede publica e privada, membro do Núcleo de Estudos
Urbanos da AAPAH. Pesquisador em Educação e Geografia com formação em políticas
publicas urbanas pelo instituto Capacidades.

REVISTA |   23 julho 207


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FICA
A DICA: 

"Chagas da Exclusão "

O livro trata sobre o período de internação compulsória no antigo leprosário do Padre Bento ,
bem como o processo de higienização social vivido nesse período .

autor : Ivan Canoletto Rodrigues

Título: Signos e Significados em Guarulhos: Identidade, urbanização e exclusãoAutores:


Augusto Cesar Maurício Borges e Elmi El Hage Omar (org.).Editora: Navegar
Assunto: História de Guarulhos, símbolos

Páginas: 200

Ano de edição: 2014

INFORMAÇÕES : aapah.org.br

CANAL AAPAH youtube


https://www.youtube.com/user/aapahguarulhos

REVISTA |   11 julho 2017


MAROMOMI
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BAIXE
GRÁTIS
APLICATIVO
HISTÓRIA DE
GUARULHOS 

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